Você está na página 1de 17

Continuar Alvão

Património natural, geológico, histórico e cultural


do parque natural do Alvão

Ermelo
Rio Cabrão
Travassos
Monte Farinha

Domínio de Autonomia curricular - 7ºA


Ano letivo
2020/2021
Localização Relativa
Esboço da Paisagem
O Parque
A Serra do Alvão é uma elevação de Portugal
Continental, com 1283 metros de altitude. Situa-se a
Noroeste de Vila Real, sendo nela predominantes os
xistos e os granitos, separados por afloramentos de
quartzitos. Aí se localiza o Parque Natural do Alvão.
Estão entre as principais curiosidades geológicas
deste local as quedas de água conhecidas como
Cascata de Fisgas de Ermelo.

O Parque tem 7.238,3 ha, é uma zona essencialmente


granítica com algumas manchas de xisto, possuindo
ainda inúmeros afloramentos rochosos. Das linhas de
água, muito encaixadas, destaca-se o rio Olo associado
à famosa queda de água das Fisgas de Ermelo.
Por aqui o arvoredo é variado, com carvalhais, nas
zonas mais elevadas, e bosques mistos de folhas que
alternam com plantações exóticas.

Na proximidade das linhas de água, onde uma fauna


variada vai beber água, destaca-se a presença de uma
bela árvore, o vidoeiro, as áreas agrícolas incluem campos
de centeio, milho e de batata, lameiros, onde se cria o
gado maronês, e baldios, onde pastam os rebanhos de
cabras.
Nas encostas, junto dos cursos de água, desenvolveu-se uma
irrigação multicentenária que distribui a água pelos campos.
Por aqui ocorrem plantas raras, caso da orvalhinha ou rorela
(Drósera rotundifólia), espécie carnívora que cresce em terrenos
encharcados pobres e margens dos cursos de água, enriquecendo
a flora local.

Na fauna típica das serras do norte interior, destaca-se a presença


do lobo-ibérico, e de um interessante cortejo de anfíbios e de
répteis. De mencionar ainda a borboleta-azul-das-turfeiras
(Phengaris alcon) que habita em turfeiras e lameiros húmidos onde
exista a planta genciana-dos-pauis (Gentiana pneumonanthe) e
formigas do género Myrmica, que depende de ambas para
completar o seu ciclo de vida.
Ermelo é uma freguesia portuguesa do concelho de Mondim de Basto,
com 40,36 km² de área e 483 habitantes (2011). A sua densidade
populacional era 12 hab/km².
A povoação de Ermelo teve forais dados por D. Sancho I (Guimarães, em
Abril de 1196), que a elevou a vila e sede de concelho, e por D. Manuel I
(Lisboa, 3 de Junho de 1514). A aldeia faz parte do Parque Natural do Alvão
e fica na zona mais baixa, xistosa do parque a 450 m de altitude e com
uma paisagem verdejante, marcadamente minhota. A perda de
importância, associada aos crescentes afastamentos dos polos de
desenvolvimento, ao isolamento e interioridade, viriam a refletir-se
gradualmente, no século e meio seguinte, no desenvolvimento económico
e na evolução demográfica.

Arquitetura rural
Ermelo é um maciço maioritariamente granítico, repleto de água, onde
abundam os xistos e granitos, muito utilizados nas construções das aldeias.
De origem secular, a aldeia de Ermelo conserva um admirável património
construído, onde se destaca um importante aglomerado de casas de xisto
cobertas com lousa, verdadeiros exemplares da arquitetura rural.

Casas de Xisto
e Granito
Ermelo
As aldeias serranas, na sua maioria construídas sobre as encostas e
junto a rios ou riachos, estão habitadas e preservam a sua identidade
tradicional, onde predominam as construções de dois pisos, umas em
xisto outras em granito, com coberturas diversas, como a telha em
lousa. É comum encontrarem-se as casas de granito rebocadas ou em
alvenaria
A harmonia presente entre o Homem e Natureza reflete-se pelo trabalho
dos materiais locais, neste caso, o xisto, granito e a madeira.

Pelourinho
41° 22′ 42″ N Em bom estado de conservação e com
7° 51′ 32″ O
Arquitetura político-administrativa e judicial,
quinhentista, um Pelourinho de pinha
piramidal embolada, com soco quadrangular
de dois degraus, onde assenta fuste
cilíndrico e capitel simples, encimado por
pináculo piramidal e esfera. O Pelourinho de
Ermelo é um pelourinho muito simples e com
a base mutilada. Era usado para expor e punir
os criminosos e foi usado na Idade
Contemporânea. Foi classificado pelo IPPAR
como Imóvel de Interesse Público em 1933.
Agricultura e pastorícia
A laranja de Ermelo, introduzida pelos Monges de Cister por volta do
século XII, tem como principais caraterísticas a casca fina, a quase
inexistência de sementes, o abundante sumo e o tipo de produção,
próximo da agricultura biológica, onde a introdução de produtos
químicos de síntese tipo pesticidas, inseticidas, e fertilizantes está
completamente ausente.

Raça maronesa

Em Ermelo é frequente encontrar gado bovino maronês a pastar, e nas


zonas mais altas, os rebanhos de cabras bravias são presença comum.

Fisgas de Ermelo
A cascata das Fisgas de Ermelo é uma queda de água localizada junto
à União de Freguesias de Ermelo e Pardelhas. É uma das maiores
quedas de água de Portugal e uma das maiores da Europa fora da
Escandinávia e dos Alpes, não se precipitando num único salto vertical:
fá-lo em vários saltos, ao atravessar progressivamente uma grande
barreira de quartzitos, num profundo socalco.
41° 22′ 42″ N,
7° 51′ 32″ O
Ermelo
As suas águas separam as zonas graníticas das zonas xistosas das
terras envolventes que são os dois tipos de rocha mais predominantes
nesta região,
Cascata e trilho das fisgas de ermelo

A beleza singular e selvagem das Fisgas de Ermelo atrai dezenas de


milhares de visitantes todos os anos, que daqui saem com todos os
sentidos despertos e com o desejo e a promessa de voltarem muitas
vezes. Quer a montante quer a jusante das quedas de água, é
possível encontrar lagoas naturais, de águas puras e cristalinas,
denominadas «piocas», que convidam a banhos refrescantes.

O acesso a este recanto natural pode ser feito pela aldeia de


Varzigueto a cerca de 30 minutos de Mondim de Basto. Partindo
desse pequeno aglomerado, existe um caminho que nos conduz até
às Fisgas, e, chegados lá, ficamos surpreendidos com o anfiteatro
granítico e a impressionante queda de água.
Rio Cabrão
O rio Cabrão é um rio de montanha que nasce um pouco acima da
aldeia do Bobal no planalto das Gevancas.
Ao longo do seu pequeno, mas acidentado percurso de 10,500 km,
oferece múltiplos atrativos e desenha aprazíveis locais para banhos e
outras atividades de ar livre, nomeadamente o canyoning. Já depois do
Bilhó, a caminho do Parque Natural do Alvão, despenha-se num
exuberante fraguedo de montanha conhecido como as quedas de
água do Bilhó.

Quedas de
Água do Bilhó

Uma das mais belas perspetivas do rio é possível ser observada junto
à aldeia de Pioledo, onde as pequenas piscinas naturais e os antigos
moinhos sobressaem num ambiente de rudeza original e intocada.
Piscinas
naturais

Cascata do rio cabrão


A Aldeia
A arquitetura de Travassos apresenta um leque significativo de
elementos notáveis em granito com valor e interesse ao nível das
respetivas características e sistemas construtivos. Os conjuntos
edificados, com construção de raiz tradicional popular, destinados ao
apoio das atividades rurais da comunidade, configuram ambientes
construídos de grande importância paisagística e patrimonial.
Com uma localização privilegiada, dada a sua proximidade ao Parque
Natural do Alvão, a aldeia oferece inúmeros motivos de visita: as casas
de granito, os espigueiros, o fontanário, as alminhas, o lavadouro
público, os campos, envolvem-nos num ambiente de verdadeira
ruralidade.
Travassos Exploração de Resina
A resina é uma secreção formada especialmente em canais de
algumas plantas como, por exemplo, árvores coníferas. Numa ferida
na casca da árvore, a resina escoa lentamente, endurecendo por
exposição ao ar. De outra forma pode ser obtida fazendo talhos
na casca ou madeira da planta. Nas aldeias de Travassos, Bilhó e de
Varzigueto podemos encontrar uma vasta exploração de resina.

Ponte Medieval
Época de construção:
século XVIII (conjetural)

Em 1758 o pároco do
Bilhó, José Lino, em
resposta ao Inquérito
que lhe foi apresentado
para as Memórias Paroquiais, menciona em Travassos, sobre o rio que
vem de Macieira, uma ponte de pau. Na continuidade da ponte
conservam-se ainda vestígios do antigo caminho, assinalado com
entalhes na rocha provocados pelos rodados dos carros de bois.
Monte Farinha
O Monte Farinha com uma altitude aproximada de mil metros, ostenta
no topo a venerada ermida de Nossa Senhora da Graça. Local
mágico e cativante recheado de história e de vestígios arqueológicos,
de lendas e de tradições. Local privilegiado para os amantes da
natureza e emblemática referência desportiva, é destino obrigatório
dos caminhos da fé, da religião e do turismo nacional e internacional.

História
Monte Farinha é uma autêntica revelação de dados históricos e
arqueológicos que nos remetem para a sua importância estratégica e
religiosa desde os tempos mais recuados.
Embora o primeiro documento escrito que a ele se refere, com o nome
atual, estar datado de 1115, sabemos que a ocupação humana nas
suas vertentes remonta a milhares de anos antes de Cristo.
Vários castros e sítios fortificados estão aqui referenciados, tendo o
Castro do Crastoeiro sido objeto de estudo e de escavações ao
longo dos últimos anos, escavações dirigidas pelo arqueólogo Dr.
António Dinis e que nos vêm surpreendendo com importantes
descobertas relacionadas com a Idade do Ferro.
A estação de Campelo é um precioso santuário de gravuras e
insculturas rupestres que se tem afirmado como importante referência
da denominada arte atlântica peninsular.

A “Pedra Alta”, classificada como menhir por muitos especialistas,


pressupõe cultos antiquíssimos relacionados com os celtas. O
Investigador Ilídio de Araújo defende que os vestígios arqueológicos
dos Palhaços correspondem à localização da famosa cidade de
“Canínia”, ou Cinínia” que ganhou notoriedade por ter feito frente aos
poderosos exércitos do Cônsul Romano Décio Juno Bruto, feito esse
relatado por Valério Máximo no seu “Compendio de Ditos e Feitos
Memoráveis”. O mesmo autor relaciona os “pharos” ou “pharusos”,
povos das tribos semitas e fenícias, adoradores da rainha “Phary” ou
“Pharina”, dos egípcios, como os habitantes que viriam a batizar este
ancestral monte de culto.

Pedra Alta
Monte Farinha
Aspetos Arqueológicos
Todo o Monte Farinha é um verdadeiro santuário de vestígios
arqueológicos.
Estão referenciados os Castros: do Crastoeiro, do Pré-murado, da
Plaina dos Mouros, dos Palhaços, e dos Palhacinhos; o antiquíssimo
caminho em calçada medieval subindo desde o lugar de Campos até
ao alto; insculturas rupestres de Campos, Rexeiras e Campelo.
Ilídio Araújo publicou um estudo localizando no alto dos Palhaços a
famosa cidade do ferro "Cininia ou Caninia", que ousou fazer frente às
legiões romanas de Decio Juno Bruto, quando da conquista da
Península Ibérica no século II AC.
Contudo, Mondim Basto nunca foi conhecido arqueologicamente,
nem nunca despertou interesse a esse nível, excetuando a incursão
de Henrique Botelho que nos finais do séc. XIX, dá conta de dois
arqueossítios do concelho ainda hoje por cartografar.

41° 41′ 47″ N,


7° 92′ 93″ O

Castro Crastoeiro
Nesta circunstância, o Crastoeiro apenas seria identificado no Verão
de 1983, no decorrer dos trabalhos de prospeção de campo
realizados no âmbito do Levantamento Arqueológico do concelho,
pelo arqueólogo Dr. António Dinis.

Lenda da Moura encantada


Numa enevoada manhã de S. João, um pequeno pastor que guardava o gado lá
para as bandas dos Palhaços, viu uma enorme e estranha luz que quase o cegava
completamente. Primeiro tentou fugir, mas como se a curiosidade fosse maior do
que o medo, teve que olhar mais uma vez. Viu então uma linda e rica moura
rodeada de tesouros, que o chamava irresistivelmente. - Vem cá! Leva todo o ouro
que quiseres, mas não contes a ninguém e sobretudo não olhes para trás! O
pequeno pastor assim o fez. Encheu o bornal e a coirada de ouro e partiu
correndo pelo monte abaixo. Só que, a meio da descida, qualquer coisa mais forte
do que ele o obrigou a olhar para trás e ver uma vez mais aquela luz maravilhosa.
Depois de chegar a casa e ter contado o acontecido, abriu o bornal para mostrar
o ouro aos familiares, mas o encanto tinha desaparecido: o ouro tinha-se
transformado em escórias (rojões de ferro) e ainda hoje se encontram espalhadas
pelo monte em grande quantidade, que o pequeno pastor deixou cair na sua
corrida desenfreada para casa.

Aspetos Etnográficos
Riquíssimo património oral versando a Senhora da Graça e o Monte
(lendas, quadras, contos, cantigas, orações e provérbios); a romaria
de Santiago (já referida em 1500) foi sempre a maior explosão
espontânea de folclore da região (Tunas, tocatas, ranchadas,
estúrdias e cantadores ao desafio, subindo o monte toda a noite.).

Você também pode gostar