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Desenvolvimento de Software
Aula 03
Business Model Canvas
Objetivos Específicos
• Identificar os elementos envolvidos na criação, entrega e captura de valor no
Business Model Canvas.
Temas
Introdução
1 Business Model Canvas (BMC)
Considerações finais
Referências
Professor Autor
Everton Michels
Gestão de Processos Ágeis de Desenvolvimento de Software
Introdução
Nesta aula, abordaremos o tema “Business Model Canvas(BMC)”. Esse canvas (quadro)
foi desenvolvido por Alexander Osterwalder e Yves Pigneur com o auxílio de aproximadamente
470 pessoas espalhadas por 45 países. É importante ressaltar que o modelo foi desenvolvido
através da cocriação, já que esses participantes não foram remunerados pelo apoio dado.
Por fim, veremos, de forma objetiva, o canvas do modelo de negócio e seus 9 componentes.
Estando clara a definição de modelo de negócio, estudaremos agora alguns dos padrões
que foram utilizados para a validação e a construção do Business Model Canvas BMC, o
processo de design do canvas, a estratégia de desenvolvimento adotada e, por fim, o canvas
propriamente dito.
Este modelo institui que existem três tipos distintos de negócio: negócios de
relacionamento com o cliente; negócios de inovação de produto e negócios de infraestrutura.
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Gestão de Processos Ágeis de Desenvolvimento de Software
Para os autores, cada tipo tem suas respectivas características, e eles podem coexistir na
empresa, no entanto são melhores utilizados de forma desagregada.
Como visto, o modelo de desagregação utilizado pelo BMC Business Model Canvas torna
claros e visíveis certas características e determinados aspectos, os quais podem ser melhores
percebidos apenas utilizando o padrão BMC.
Dois exemplos claros dessa quebra de paradigma são o eBay e o Alibaba. O primeiro é um
site de e-commerce estadunidense que movimenta bilhões de dólares por ano com a venda
de uma quantidade restrita de produtos, porém com uma gama gigantesca de diferenciação
entre eles. O segundo site é hoje o maior e-commerce do mundo, também vendendo
pequenas quantidades de diversos produtos (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011; FELITTI, 2014).
Outros exemplos de sucesso que utilizam o padrão da cauda longa são os sites Lulu
e da fabricante de brinquedos Lego. O primeiro introduziu o conceito de publicação de
livros pela internet para pessoas que não necessariamente seriam autoras de best sellers,
como preconiza o modelo tradicional. O segundo site possibilitou aos seus clientes montar e
comprar seus próprios conjuntos de brinquedos.
Com base nesses exemplos, podemos ver o porquê da importância do BMC Business
Model Canvas para o padrão da cauda longa e também detectamos que é possível a construção
deste modelo no canvas.
1 Best sellers: os produtos mais vendidos de uma empresa. A expressão normalmente é utilizada pelo mercado editorial para se referir aos
livros mais vendidos.
Esse modelo é simples de entender: normalmente ocorre entre dois públicos-alvo, como
exemplo a Visa, que faz a ligação entre a necessidade de compra dos usuários com a oferta
dos diversos fornecedores espalhados pelo mundo.
Outro exemplo é o caso da Sony com o produto Play Station. A empresa conecta usuários
e desenvolvedores de videogames através dos consoles. Nesse modelo, a dependência entre
os dois públicos-alvo é muito clara: as empresas de console só investirão seu dinheiro no
desenvolvimento de novos jogos quando um número maior de pessoas comprarem os jogos
disponíveis, e os usuários só investirão seu dinheiro quando as empresas disponibilizarem
novos jogos mais atrativos (EISENMANN, 2006 apud OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011).
Anderson (2008 apud OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011) explicita melhor esse modelo
com o exemplo dos produtos e serviços digitais, como a música. O custo para se criar, gravar
e produzir uma música não é dos mais acessíveis. No entanto, para o cliente não é difícil
encontrar essa mesma música disponível de forma gratuita na internet. Assim, um artista tem
a possibilidade de distribuir sua obra de forma gratuita pela internet, desde que encontre
formas diferentes de pagar os custos de produção, como shows e marketing.
Para ver uma compilação de todos os padrões (modelos) aqui apresentados, acesse o
material “Resumo do modelo de negócios”, disponível na Midiateca.
Os insights dos clientes são de extrema importância para as empresas que investem
pesado em seus produtos e serviços. Porém, mais do que perguntar o que eles desejam, é
preciso desenvolver uma compreensão do cliente, e isso é o mais acertado e mais difícil. Os
insights servem quase como uma cocriação dos produtos e serviços de empresas que visam
a um propósito maior que a venda em si. Um exemplo é a criação do iTunes, da Apple. Em
um momento de baixas vendas para a indústria fonográfica devido aos downloads piratas de
músicas, esse aplicativo mudou completamente o conceito do comércio da música, baseado
sobremaneira na compreensão de seus clientes.
(2011, p. 133), essa ferramenta, no que se refere ao cliente, “[...] ajuda você a ir além das
características demográficas e desenvolver uma compreensão melhor do ambiente, dos seus
comportamentos, das suas preocupações e aspirações”.
Para usar o mapa de empatia, sugere-se fazer um brainstorm para avaliar todos os
possíveis segmentos de clientes e, destes, escolher 3 promissores para desenvolver o mapa.
Após a seleção dos segmentos de clientes, o próximo passo é responder às 6 perguntas do
mapa de empatia, são elas:
Quais são suas maiores frustrações, que obstáculos existem entre ele e o que
Qual a sua dor?
ele quer e precisa obter, quais riscos teme e enfrenta.
O que ele realmente quer ou precisa obter, como mede o sucesso, pense em
O que ganha o cliente?
algumas estratégias que pode utilizar para alcançar seus objetivos.
Uma grande empresa que se beneficiou do mapa de empatia foi a Microsoft. Ao mudar
o conceito de uso de sua plataforma Office de uma aplicação instalada para uma aplicação
WEB, o seu modelo de negócios também foi alterado e, para isso, adotou esta importante
ferramenta, o mapa de empatia.
O objetivo do mapa é justamente fazer uma simulação do ponto de vista do cliente e, com
base nisso, verificar se o modelo de negócios ainda continua válido no decorrer do tempo.
1.2.2 Ideação
Além de ter uma grande gama de ideias, tão importante quanto isso é a seleção destas,
para que se tornem modelos de negócios mais adequados. A ideação se preocupa com
ambas as situações, conforme abordam Osterwalder e Pigneur (2011, p. 136), que, segundo
os autores, são: “a geração de ideias, onde a quantidade é o que importa, e a síntese, na qual
as ideias são discutidas, combinadas e reduzidas a um pequeno número de opções viáveis”.
• notas – com o uso de post-its, torna-se mais fácil a reflexão sobre o modelo de
negócios. Além disso, as notas são facilmente adicionadas, removidas e deslocadas
entre qualquer componente do modelo;
• desenhos – podem ser ainda mais claros do que as notas, pois o público reage de
forma mais intensa. Desenhos simples são capazes de representar a ideia de várias
palavras;
1.2.4 Protótipos
Outra técnica do design que pode ser adotada para a construção de modelos de negócios
é a storytelling – contando histórias. Essa técnica é comumente utilizada no dia a dia das
pessoas, por exemplo, quando os pais contam histórias para seus filhos dormirem.
Somos exímios contadores de histórias, desde as Cruzadas até as fofocas do trabalho que
compartilhamos com nossos colegas.
Osterwalder e Pigneur explicitam que, da mesma forma que o quadro auxilia no desenho
e na análise de um novo modelo, em contrapartida a narração ajuda a comunicar da melhor
forma do que o modelo trata. Os autores vão além quando elucidam que “boas histórias
atraem ouvintes, então a história é a ferramenta ideal para gerar uma discussão profunda de
um modelo de negócios e sua base” (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011, p. 172).
A figura 1 descreve algumas das possíveis técnicas para se fazer uma narrativa mais
cativante, além de mostrar quais as vantagens e desvantagens de cada técnica.
Contar a história de um Contar a história de um Fazer com que as pessoas Contar a história de um Utilizar uma série de imagens de
DESCRIÇÃO protagonista e seu ambiente protagonista e seu ambiente interpretem os papéis dos protagonista e seu ambiente quadrinhos para contar a história
utilizando uma ou diversas utilizando vídeo para mesclar protagonistas da história para utilizando texto e uma ou de um protagonista de forma
imagens. realidade com ficção. tornar o cenário real e tangível. diversas imagens. tangível.
1.2.6 Cenários
Os tipos de clientes ajudam a abordar questões como a escolha dos canais apropriados,
quais relações devem ser estabelecidas e por quais soluções ou propostas de valor os clientes
estarão dispostos a pagar de fato. De posse dos cenários gerados para os diferentes segmentos
de clientes, a questão a ser discutida é: Um único modelo de negócios consegue contemplar
os aspectos suficientes para atender a todos de forma adequada? (OSTERWALDER; PIGNEUR,
2011).
2. descrever cada cenário por meio de uma história que mostre os elementos principais
desse cenário;
1.3 Estratégia
A estratégia tem por finalidade reinterpretar o modelo de negócios por meio de um quadro
e examinar de forma estratégica o ambiente no qual o modelo deve atuar (OSTERWALDER;
PIGNEUR, 2011).
O modelo de negócios pode fazer uso de outro tema muito conhecido no mundo
dos negócios, que é a estratégia do oceano azul, dos autores Kim e Mauborgne. Segundo
Osterwalder e Pigneur (2011), nesse caso são necessárias 4 análises por parte da organização,
a saber:
5. Quais fatores devem ser reduzidos bem abaixo do padrão do setor? (Reduzir.)
6. Quais fatores devem ser elevados bem acima do padrão do setor? (Elevar.)
7. Quais fatores que o setor nunca ofereceu e que devem ser criados? (Criar.)
O mais importante não é o fato de os modelos serem integrados ou não, mas sim
identificar a melhor abordagem para cada situação. Dois exemplos são os casos da Nespresso,
da Nestlé, que criou seu modelo de negócios de forma separada e se tornou um sucesso no
conceito de serviços para café, e a SMH, uma fabricante de relógios usou a integração para
levar o modelo de negócios da Swatch ao mercado (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011).
1.4 Processos
O objetivo é padronizar, de forma genérica, um processo para unir os conceitos e as
ferramentas vistos até agora. Assim, torna-se mais simples a tarefa de configurar e executar a
construção de um modelo de negócios (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011).
Considerações finais
Vimos diversos conceitos a respeito do Business Model Generation, especialmente o
canvas.
Também vimos a estratégia nesta aula e como ela pode auxiliar, por meio de suas técnicas,
na criação de melhores modelos de negócios.
Por fim, estudamos o processo de design criado e, assim, pudemos compreender melhor
as principais atividades, os objetivos de cada uma, o foco e seus procedimentos.
Referências
CHESBROUGH, H. W. Open innovation: the new imperative for creating and profiting from
technology. Boston: Harvard Business School Press, 2003.
FELITTI, G. Crocodilo no mar dos tubarões. Época Negócios, 29 jun. 2014. Disponível em:
<http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/noticia/2014/06/crocodilo-no-mar-dos-
tubaroes.html>. Acesso em: 26 ago. 2015.
REVISTA ÉPOCA (ÉPOCA). Crocodilo no mar dos tubarões. Disponível em: < http://epocanegocios.
globo.com/Informacao/Visao/noticia/2014/06/crocodilo-no-mar-dos-tubaroes.html> . Acesso
em: 26 ago. 2015.