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Desenvolvimento de Software
Aula 04
Project Model Canvas
Objetivos Específicos
• Conhecer a abordagem do Project Model Canvas como modelo para a gestão
de projetos ágeis.
Temas
Introdução
1 Project Model Canvas
Considerações finais
Referências
Professor Autor
Everton Michels
Gestão de Processos Ágeis de Desenvolvimento de Software
Introdução
Nesta aula, abordaremos o tema “Project Model Canvas”. Esse canvas (quadro) foi
desenvolvido por José Finocchio Júnior e busca desburocratizar a criação de planos de projeto,
tornando-os mais simples e colaborativos.
Por fim, veremos a saída do plano devidamente integrado e alinhado, o que fazer com
esse plano na prática e como o compartilhamento, que permite conhecer outras ferramentas
e técnicas, pode ser uma solução para a aplicação prática do plano.
Esse canvas é desenvolvido com base em uma sequência bem definida de passos e
componentes, o que também facilita a construção de um modelo mental diferenciado e
coeso.
GP PITCH
JUSTIFICATIVAS PRODUTO STAKEHOLDERS PREMISSAS RISCOS
Passado EXTERNOS
& fatores externos
EQUIPE GRUPO DE
ENTREGAS LNHA DO TEMPO
BENEFÍCIOS
Futuro
CUSTOS
RESTRIÇÕES
1.1.2 Justificativa
As “dores” e os problemas acabam por apresentar situações atuais que não estão sendo
atendidas, o que leva justamente à necessidade de um projeto para que o projeto gere os
benefícios esperados.
quanto dos outros pontos do canvas, as descrições devem ser claras e objetivas. A ideia é
que tais descrições sejam feitas, por exemplo, com post-its. Por isso, não podem ser textos
extensos e desinteressantes.
O próximo passo do quadrante por quê é o preenchimento do objetivo. É por meio dele
que o projeto terá um entendimento geral. Finocchio Júnior (2013) explicita que, nesse caso,
a objetividade continua sendo importante: imagine que você terá que explicar o objetivo do
projeto, com seu escopo, prazo e custo, para um presidente de uma empresa dentro de um
elevador que percorrerá somente 4 andares.
Logo, a descrição do objetivo para o canvas deve ser direta, resumida, persuasiva e
pertinente. Deve ser indicado em não mais que 1 parágrafo.
Outro ponto importante para melhor guiar a definição de um objetivo claro e coeso é
um acrônimo em inglês: SMART. Para o canvas, o objetivo deve ser SMART. O acrônimo tem
a seguinte definição:
1.1.4 Benefícios
São o último item do quadrante por quê. Resumidamente, os benefícios poderão ser
visualizados por meio das melhorias e do valor agregado gerado pelo produto do projeto.
Para guiar a elaboração dos benefícios, pode-se levar em conta 4 ou mesmo 5 grandes
categorias, são elas: aumento de receita; diminuição de custos; uso mais eficiente dos ativos
existentes; melhoria da imagem da empresa e, quando a empresa está engajada com o fator
sustentabilidade, o atenuamento dos impactos sociais e ambientais.
Finocchio Júnior (2013) explicita que, se o projeto possui benefícios que atendam aos
objetivos estratégicos da organização, tais melhorias podem ser classificadas com base em
alguma escala para identificar quais são as que mais e menos atendem aos objetivos. Dessa
forma, os benefícios podem ser priorizados e cobrados quando possível.
Os benefícios serão a resposta direta para cada justificativa indicada no canvas. Pode-se
ter para cada justificativa um benefício correspondente, não limitando-se a apenas um, é
claro.
Neste ponto, entramos no quadrante o quê. O produto do projeto é a saída direta que ele
irá gerar no final do seu prazo de desenvolvimento. Todo projeto terá um produto, serviço ou
resultado vinculado, e este deverá gerar os benefícios esperados para atender às justificativas
levantadas.
Para melhor explicar os 3 tipos de saídas geradas por um projeto, vamos verificar alguns
exemplos dados por Finocchio Júnior (2013).
1.1.6 Requisitos
São o último item do quadrante o quê. Para Finocchio Júnior (2013, p. 67), os requisitos
“são a maneira de o cliente comunicar para a equipe aquilo que lhe parece necessário ou
desejável no produto que vai receber ao término do projeto”.
1.1.8 Equipe
Também pertence ao quadrante quem. Para o PMI (2013), a equipe do projeto também
faz parte dos stakeholders do projeto. Para o Project Model Canvas, essas partes interessadas
são divididas entre externas, como já foi visto, e internas, em que a equipe de desenvolvimento
se enquadra.
Finocchio Júnior (2013, p. 121) aborda a equipe de desenvolvimento como sendo “todos
aqueles que trabalham e efetuam entregas do projeto. Podemos considerar da equipe
terceiros que efetuam entregas do projeto e são gerenciados pelo gerente do projeto”.
No quadrante quem, ainda temos o item “restrições”, que será abordado mais adiante.
1.1.9 Premissas
Entramos no quadrante como. Para saber como o trabalho será realizado, o primeiro
item a ser preenchido são as premissas.
Para Finocchio Júnior (2013, p. 122), as premissas “são suposições arbitrariamente dadas
como certas sobre o ambiente externo e fatores externos ao projeto os quais não estão sob
controle do gerente de projetos”.
1.1.10 Entregas
1.1.11 Restrições
Para finalizar, pertencente aos quadrantes como e quem, temos o item “restrições”.
Como vimos anteriormente, as próprias premissas podem gerar restrições.
Então o que seriam restrições? Finocchio Júnior (2013, p. 123) explicita como sendo
“limitações de qualquer natureza e origem impostas ao trabalho realizado pela equipe de
projeto”.
Um pouco diferente das premissas, as restrições têm um nível maior de controle do que
as premissas, justamente porque estão diretamente ligadas ao trabalho da equipe do projeto.
a. o gerente deverá alocar 4 tratores Yuga 300 por turno para obter 1.000 m2 de
pavimentação em cada turno;
Logo, temos 2 restrições sobre as quais o gerente de projetos tem controle e que
precisam ser atendidas para não eliminarem uma premissa, o que pode vir a se tornar um
risco para o projeto.
1.1.12 Riscos
poderão ser gerados pelas premissas e também pelas restrições, porém não se limitam
somente a isso.
Para Finocchio Júnior (2013, p. 123), os riscos “são eventos futuros e incertos que têm
relevância para os objetivos do projeto. Devem ser identificados, analisados e para os mais
significativos devemos implantar respostas”.
Para melhor esclarecer o que pode ser um risco, vejamos um exemplo dado por Finocchio
Júnior (2013).
Finocchio Júnior (2013) elucida a linha do tempo como um compromisso da equipe para
com as entregas do projeto ao longo de um dado tempo, ou seja, o tempo transcorrido do
início ao fim do projeto.
1.1.14 Custos
São o último item do quadrante quando e quanto. Finocchio Júnior (2013, p. 125) aborda
os custos como sendo o “quanto gastaríamos de mão de obra, materiais, equipamentos e
serviços em cada entrega? Em qual intervalo de valor situam-se as estimativas de custos do
projeto?”.
Assim, da mesma forma que a linha do tempo, os custos podem ter uma relação com as
entregas ou os grupos de entrega. As entregas servem como base para facilitar a estimativa
dos custos do projeto.
Passo 2: O objetivo continua sendo suficiente? Deve-se checar se o objetivo continua sendo
adequado para atender aos benefícios e, assim, às justificativas levantadas. É fundamental
analisar é preciso melhorar o objetivo (SMART) acrescentando algum item relevante que foi
esquecido até então, ou se alguma descrição do objetivo não faz mais sentido e pode ser
retirada.
pode gerar as devidas premissas a serem incluídas: com base nas entregas ou no produto
final, como esperamos que nossos stakeholders externos se comportem?
Passo 6: As restrições refletem de forma clara as limitações do projeto? Para que uma
restrição seja relatada do modo correto, devem estar ligadas a um destes 3 questionamentos:
A restrição está relacionada a algum membro da equipe? A restrição refere-se a alguma
entrega do projeto? Ou a restrição está ligada ao projeto como um todo? Tais perguntas
também podem ser feitas em relação às entregas e à equipe, para ver se ainda falta ou sobra
alguma restrição.
Para finalizar esse tópico sobre integração, Finocchio Junior (2013) aborda um ponto
bem interessante no que tange à carreira do gerente de projetos. A intenção do Project Model
Canvas é justamente oposta às práticas tradicionais, que adotam a burocracia como base de
construção do plano. O autor explicita que existem dois tipos de gerentes de projetos: os que
entendem a lógica por trás do trabalho de um gerente de projetos e aqueles que se escondem
atrás de formas burocráticas de gerenciar projetos, e assim não compreendem o que estão
fazendo de fato. A pergunta que fica aqui é: que tipo de gerente de projetos você quer ser?
Finocchio Júnior (2013) sugere 3 passos para a resolução dos problemas referentes aos
nós, são eles:
concepção do canvas.
A etapa de alteração do canvas, segundo Finocchio Júnior (2013), deve seguir a mesma
sequência da concepção, isto é, primeiro é preciso verificar se a questão por quê foi
devidamente respondida e se houve geração de valor que contemple o propósito do projeto.
O próximo passo é verificar se a pergunta o que o projeto se propôs a entregar por meio
dos requisitos está em um nível ideal. Em seguida, deve-se verificar se a pessoa a quem foi
delegado o projeto possui autoridade, conhecimento, disponibilidade e responsabilidade. A
próxima questão é analisar se existe clareza em como o trabalho será desenvolvido e se está
controlado. Por fim, deve-se verificar se questões relativas aos itens quando e quanto estão
alinhadas ao que já se sabe até o momento e às incertezas existentes.
Esse processo de 3 etapas pode se repetir algumas vezes, até que todos os nós tenham
sido solucionados da melhor forma possível.
Para finalizar, Finocchio Júnior (2013) explicita alguns tipos de problemas mais comuns e
que podem ser encontrados mais facilmente nos projetos, são eles:
• os riscos levantados pelos envolvidos não são condizentes com o projeto ou, na
linguagem popular, “são pra bonito”;
Diante disso, veremos como os itens do Project Model Canvas podem auxiliar na
construção de outras ferramentas e outros documentos, ou seja, qual a utilidade de cada
item do canvas ou para que eles servem.
As justificativas podem ser usadas para mostrar às partes interessadas que as “dores” e os
problemas do cliente foram devidamente entendidos e explicitados. Além disso, os gerentes
podem demonstrar que os problemas das áreas estão sendo verificados e devidamente
analisados para posterior atendimento por meio de um projeto.
O objetivo do projeto, por sua vez, pode servir para que o gerente faça o projeto ser
comunicado e compreendido por meio de poucas palavras, além de medir o sucesso do
projeto em nível macro.
Os requisitos, por sua vez, podem contribuir para as ações de qualidade. Seu detalhamento
pode possibilitar o melhor desenvolvimento pelos fornecedores. Os requisitos ainda podem
ser objetos integradores entre sistemas e subsistemas do produto.
Com a equipe, é possível se identificar questões relativas ao escopo, pois não existe
trabalho a ser feito sem a participação de da equipe, seja interna, seja fornecedor. A equipe
ainda pode fornecer ao gerente de projeto informações valiosas que podem ajudar na
negociação de recursos com o patrocinador.
As premissas, por sua vez, servem para que o gerente de projetos tenha coerência tanto
na construção de restrições adequadas quanto na identificação de riscos no projeto. Outro
ponto importante é que elas fornecem às partes interessadas externas coisas que só elas
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Gestão de Processos Ágeis de Desenvolvimento de Software
A linha do tempo, como tem ligação direta com as entregas, permite a construção de um
cronograma mais realista e detalhado, além de interligar compromissos e atividades.
Por fim, temos os custos. Assim como a linha do tempo, eles auxiliam nas entregas,
permitem um detalhamento melhor e maior do orçamento do projeto, ajudam no cumprimento
das metas assumidas ou servem como alerta para uma renegociação que possa vir a ser feita
com o patrocinador.
Considerações finais
Nesta aula, explicamos os diversos conceitos a respeito do Project Model Generation,
especialmente seu canvas.
Depois, vimos como deve acontecer a integração desses itens e ao que devemos estar
atentos para que essa integração seja feita da forma mais eficiente e eficaz possível.
Referências
FINOCCHIO JÚNIOR, J. Project Model Canvas: gerenciamento de projetos sem burocracia. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2013.