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O SAHARA OCIDENTAL
Por: Saite Júnior
Setembro de 2010
http://meridiano47.files.wordpress.com/2010/05/v11n114a01.pdf
Unidas, no entanto, em pleno decurso da sua 30ª sessão da Assembleia
Geral (em 1976), não foi além de votar duas resoluções contraditórias. A
primeira, reclamava a organização de um referendo e solicitava às partes
interessadas que se abstivessem de toda e qualquer acção unilateral. A
segunda, pedia a consagração do direito de autodeterminação, mas deixou
a iniciativa à administração interina tripartida.4
Em 1987 uma missão das Nações Unidas visitou a região para averiguar a
possibilidade da realização de um referendo sobre o futuro do território e
os dois lados se comprometeram a participar de um referendo para que a
população decidisse o futuro da RASD. O problema é que, desde então,
não há acordo sobre quem tem direito a voto. O Marrocos defende que
todos os moradores podem votar - o que inclui todos os marroquinos que
imigraram para o Sahara nos últimos 30 anos (o Governo não divulga
quantos são). A Frente Polisário afirma, por seu lado, que quem tem o
direito de decidir o futuro do Sahara Ocidental são os habitantes originais,
que participaram do censo de 1974.
4 http://www.freewebs.com/tobesaharawi/saharaocidental.htm
5 http://www.arso.org/hist9-p.htm
acusado de violação sistemática dos direitos humanos sem que nada
aconteça. O Marrocos tem relações externas com os Estados Unidos, a
França e a Espanha, que se dizem protectores dos direitos humanos e
defensores da autodeterminação dos povos.
Nos últimos anos tem se notado novas iniciativas que buscam resgatar o
espírito do referendo e o encaminhamento da questão do Sahara
Ocidental, mas sem nenhum resultado concreto. A título de exemplo, em
Agosto de 2007, Marrocos e a Frente Polisário reiniciaram conversações
com o patrocínio da ONU, para debater o estatuto do território.6 A 10 de
Fevereiro de 2010 iniciaram outras conversações para pôr fim à crise
política que se verifica naquele país e até hoje não há resultados
satisfatórios. Em grande parte isso se deve à falta de compromisso da
União Africana com a questão saharaui. Aliás, apenas 10 Estados
africanos mantêm relações diplomáticas com este país.
É importante lembrar que durante todo este tempo a maior parte dos
Chefes de Estado e de Governo africanos estão a violar a Carta da Unidade
Africana, ao continuar a negar o reconhecimento da RASD. Estes
preconizam seus interesses individuais ao financiarem mercenários para
se apoderarem dos recursos existentes naquele País. Contudo, se os
Governos africanos reconhecerem a RASD, respeitando os direitos do seu
povo nos termos do direito internacional a situação daquele país será
totalmente diferente. Os nativos são refugiados dentro do seu próprio país.
Assim os Estados africanos devem se empenhar mais na resolução desse
problema, impondo sanções económicas e corte de relações diplomáticas
com o Marrocos.