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Efeitos da atividade física em Diabéticos:

A atividade física pode ser útil como elemento complementar à dieta tradicional. O
objetivo dos exercícios seria a otimização da capacidade funcional, controle de peso
corporal, a modulação dos níveis glicêmicos e a redução de outros fatores
metabólicos de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares
(Pollock,1993).

A prática de exercícios físicos provoca a elevação da sensibilidade dos tecidos à


insulina, e, com isso, a tolerância à glicose aumenta, permitindo, dessa forma,
menor restrição à ingestão de glicídios.

 Cuidados:

A prática de exercícios físicos só é recomendada quando os níveis circulantes de


glicose no sangue são mantidos sob controle mediante o uso de insulina e de dieta
adequada. Caso isso não ocorra, á risco de levar o indivíduo diabético a um estado
de hipoglicemia (Guedes:1995).

É importante ser informado sob efeitos provocados pelos medicamentos

utilizados pelo indivíduo. Os pacientes que ingerem simultaneamente insulina e


agentes betabloqueadores, podem mascarar os sintomas de hipoglicemia e de
elevação da freqüência cardíaca.

 Exercícios para Diabéticos:

 Os benefícios:

O exercício físico é de suma importância para os diabéticos pois ajudam a controlar


os níveis de glicose no sangue e o peso corporal.

A prática de atividades físicas, segundo VIVOLO (1994), contribui para os níveis de


glicemia, aumentar a capacidade do corpo em utilizar a glicose e aumentar a
capacidade da insulina na redução dos níveis de glicose no sangue. Este fato faz
com que haja a administração de uma menor quantidade e insulina para quem a
toma diariamente ou um melhor aproveitamento deste substrato nos diabéticos que
possuem este hormônio, mas que não são capazes de utilizá-la adequadamente.

VIVOLO, afirma que a atividade física provoca uma diminuição do risco de doenças
cardíacas, melhora da hipertensão arterial e em combinação com a dieta um
controle do diabetes tipo II, em alguns casos, eliminando a necessidade de
medicação.

Segundo Guedes (1998), os indivíduos diabéticos que conseguem obter uma


redução de aproximadamente 20% de seu peso corporal inicial demostram ser
capazes de suspender o uso de insulina exógena ou de agentes hipoglicêmicos.
Deste modo, o autor considera que a prevenção da obesidade pode retardar ou
prevenir o desenvolvimento pelos diabéticos.
 Prescrição de exercícios:

Os exercícios para diabéticos insulino-dependentes só podem ser praticados se os


níveis de glicose estiverem controlados. O controle se baseia no nível de
aproximadamente 250mg% e ausência de sintomas. VIVOLO (1994)

O primeiro passo para prescrição de exercício é obter do indivíduo um exame que


relate a condição dos níveis sangüíneos de glicose. É também necessário realizar
uma avaliação antes de iniciar o programa de exercícios.

 Precauções quanto à prática de exercícios:

Os diabéticos do tipo I devem precaver-se quanto à prática de atividade física logo


após a aplicação de insulina. No tipo II, os exercícios ajudarão a perder ou a
manter o peso corporal. Deste modo, deve-se tomar cuidado com os exercícios que
contribuem para que o sobrepeso do indivíduo comprima os vasos e comprometa a
circulação sangüínea.

Não se exercitar em condições climáticas adversas sem tomar algumas precauções


também é uma maneira de melhorar a prática de exercícios. Ao exercitar-se no
calor, recomenda-se molhar as partes do corpo com água gelada a intervalos
regulares. No frio, escolher roupas que permitam um isolamento adequado do frio,
evitando tecidos que não permitem a evaporação do suor.

Segundo VIVOLO (1994), os diabéticos bem controlados devem tomar cuidado com
a probabilidade de ocorrência de uma hipoglicemia que podem ocorrer antes,
durante, logo após ou no decorrer 24 horas seguintes ao término da atividade
física, pois o nível de glicose continuará a cair.

Já nos maus controlados, a atividade física pode elevar o nível de glicose no sangue
e também produzir ou elevar os corpos cetônicos de forma indesejável.

Deve-se evitar a realização de exercícios nos horários de pico da ação da insulina,


visando prevenir a Hipoglicemias. Um bom horário para exercitar-se é após as
refeições, quando o indivíduo apresenta bastante disponibilidade de glicose. Nesse
caso, a atividade física é utilizada como uma forma de reduzir essa elevação. No
entanto exercícios de alta intensidade devem ser evitados nessas ocasiões.

A atividade física pode influenciar na “velocidade de absorção da insulina”, se for


aplicada imediatamente antes dela. É aconselhável iniciar a atividade até pelo
menos uma hora após ter tomado insulina.

Não recomenda-se a prática de exercício caso: o nível de glicose esteja acima de


300 mg/dl; o nível de glicose esteja acima de 240 mg/dl e cetonas na urina;
quando apresentar alguma complicação.

Se o indivíduo for realizar exercícios físicos mais rigorosos a aplicação deve ser feita
no abdômen.
Alguns pacientes podem ter necessidade de se alimentar antes da atividade física.
Esse fato deve fazer parte do planejamento alimentar, sob orientação do médico ou
da nutricionista.

Ao realizar um exercício de maior intensidade por período mais prolongado pode ser
difícil para o paciente prevenir a queda de glicose no sangue apenas com a
alimentação suplementar. Nesse caso, convém reduzir a dose de insulina que está
agindo durante o período de realização dos exercícios.

 Recomendações:

Segundo o American College of Sports Medicine (ACMS), o indivíduo diabético deve


se exercitar de 5 a 7 dias por semana, com a duração entre 30 - 40 minutos e a
intensidade de 60 à 75 da Fc máx ou 50 à 60% do VO2máx. A atividade de
predominância aeróbia.

Exercícios de intensidade elevada ou longa duração devem ser evitados (acima de


60 minutos), como também em temperaturas elevadas.

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