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FICHAMENTO
Registro de Candidatura:
Para participar das eleições, os partidos políticos devem ter seu estatuto registrado no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até um ano antes da eleição e possuir, até a data das convenções
partidárias, órgão de direção constituído na circunscrição em que acontecerá o pleito.
Cada partido ou coligação poderá solicitar registro de:
Os pedidos de registro de candidato devem ser entregues até às 19h do dia 15 de agosto
do ano eleitoral. Para candidatos a presidente e a vice-presidente da República, as solicitações serão
feitas no TSE; para senador, deputado federal, governador e vice-governador, deputado distrital e
deputado estadual, nos TREs; e, para vereador, prefeito e vice-prefeito, nos juízos eleitorais. Não será
admitido registro de um mesmo candidato para mais de um cargo eletivo.
Caso o partido político ou a coligação não solicite o registro dos candidatos escolhidos
durante a convenção, estes poderão fazê-lo no prazo máximo de 48 horas seguintes à publicação da
lista dos candidatos pelo tribunal eleitoral competente, apresentando o formulário Requerimento de
Registro de Candidatura Individual (RRCI) juntamente com os documentos requeridos.
De volta ao direito positivo de nosso País (laico, porém teísta), na esfera constitucional as
condições de elegibilidade expostas no §3º do art. 14 da CF/88 são as seguintes:
a nacionalidade brasileira;
o pleno exercício dos direitos políticos;
o alistamento eleitoral;
o domicílio eleitoral na circunscrição;
a filiação partidária e
a idade mínima de 35 anos para Presidente da República, Vice-Presidente da
República e senador; a idade mínima de 30 anos para governador e vice-
governador de Estado e do Distrito Federal; a idade mínima de 21 anos para
deputado (federal, distrital ou estadual), prefeito, vice-prefeito e juiz de paz; e a
idade mínima de 18 anos para vereador.
De acordo com o §4º do artigo 14 da CF/88 são inelegíveis para qualquer cargo
(inelegibilidade absoluta) os inalistáveis e os analfabetos.
Os inalistáveis são aqueles que não detêm capacidade eleitoral ativa, devendo-se observar
que a Constituição Federal de 1988 adota o sistema de sufrágio universal, o qual outorga o direito de
se alistar e votar à grande maioria daqueles que detêm a capacidade civil e preenchem os requisitos
básicos previstos na Constituição, sem limitações decorrentes do grau de instrução, do poder
econômico, do sexo ou da convicção religiosa.
Noutros dizeres, são inalistáveis os menores de 16 anos (até a data da eleição), os
estrangeiros, os conscritos (aqueles que, regularmente convocados, prestam o serviço militar
obrigatório ou serviço alternativo) e os privados definitiva ou temporariamente dos seus direitos
políticos
QUESTÕES
Determinada por decisão judicial irrecorrível, a suspensão dos direitos políticos constitui
efeito automático da sentença penal condenatória (decorrente da simples imposição da pena
principal), sendo irrelevante o regime prisional fixado na sentença ou eventual substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou multa, bem como a concessão
de sursis ou livramento condicional.
A suspensão condicional do processo (sursis processual), prevista no art. 89 da Lei nº
9.099/95, dá-se antes da condenação definitiva. Por isso, não acarreta a suspensão dos direitos
políticos. Por outro lado, de acordo com o § 4º do art. 1º da LC nº 64/90 (na redação da LC nº
135/2010), que amplia a interdição da capacidade eleitoral passiva, “a inelegibilidade prevista
na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos em lei
como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada”
Outrossim, há quem defenda que, inexistindo incompatibilidade física ao exercício dos
direitos políticos – por não se encontrar o condenado recolhido ao cárcere – não é cabível a sua
suspensão, eis que aludida restrição vai de encontro ao ideal desencarcerador delineado pela
Constituição Federal de 1988.
Para Pontes de Miranda, contudo, a motivação do legislador não está atrelada à privação
da liberdade, mas sim à ordem ética, consoante se extrai do voto do Ministro Moreira Alves, no
Recuso Extraordinário 179.502-6:
“De feito, tem razão Pontes de Miranda (Comentários à Constituição de 1967, tomo IV,
p. 569, Revista dos Tribunais, São Paulo, 1967) ao salientar que a ratio dessa suspensão
não é a privação da liberdade, mas de ordem ética. Diz ele:
‘Na Constituição Política do Império do Brasil, o art. 8º, 2º, entendia suspenso o
exercício dos direitos políticos por sentença condenatória à prisão ou degredo. A
Constituição de 1946, art. 135, § 1º, II, falou de condenação. Idem, a de 1967. Ali,
atendia-se à restrição à liberdade: preso, ou degredado, não poderia votar, nem exercer
direitos políticos; em consequência, bastariam os efeitos adiantados. Aqui, não:
José Jairo Gomes ensina que “sobre sua natureza, uns entendem que esse processo tem
cunho administrativo, ao passo que outros afirmam constituir um misto administrativo e
jurisdicional” (GOMES, José Jairo. 2010, p. 203).
Entendo ser de natureza jurisdicional voluntária, por não haver o contraditório, vez que
não existe polo passivo. Assim, não há conflito de interesse a ser solvido, devendo o Juízo ou
Tribunal Eleitoral conhecer ex officio as questões de elegibilidade, às causas de inelegibilidade
e ao atendimento de determinados pressupostos formais.
O art. 7º da Lei Complementar nº 64/90 é expresso ao autorizar o órgão judicial a formar
“sua convicção pela livre apreciação da prova, atendendo aos fatos e às circunstâncias
constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes.”, sendo que, é nessa oportunidade
que os requisitos necessários à concretização da candidatura são analisados.
Não se deve confundir, ainda, o momento de aferição com a existência das condições de
elegibilidade e causa de inelegibilidade.
Nas palavras de José Jairo Gomes (2010, p. 204): “para algumas pessoas, relevante é
que se apresentem na data da eleição. Nesse sentido, prescreve o art. 9º da Lei nº 9.504/97 que
o alistamento e o domicílio eleitorais e a filiação partidária sejam aferidos tomando-se por
base o dia do pleito. No tocante à idade mínima exigida para certos cargos, essa condição de
elegibilidade deve ser pesquisada no momento da posse.”
A qualidade de candidato só é alcançada com a efetivação do registro, operado em
virtude de sentença constitutiva prolata em processo de pedido de registro de candidatura.
1
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante
provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla
defesa.
Escola Judiciária Eleitoral Paulista – EJEP
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ESCOLA JUDICIÁRIA ELEITORAL PAULISTA
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE SÃO PAULO
prestação de contas da sua própria campanha eleitoral, que garantia o eleitor tem de que o
candidato sabe conduzir o orçamento público?
Cumpre destacar também que a falta de penalidades severas em relação a desaprovação
das contas dos candidatos, vai em caminho oposto ao do princípio da moralidade, tendo em
vista que esse existe para que haja respeito a padrões éticos, de boa-fé, de honestidade e
probidade nos atos cometidos, que nitidamente um candidato que teve suas contas
reprovadas não seguiu, ou tampouco se importou em cumprir seu dever de forma
límpida.