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1 UNIDADE 1
PRINCÍPIOS E MÉTODOS DE
INTERPRETAÇÃO DOS TEXTOS BÍBLICOS
APRESENTAÇÃO
A Unidade, que aqui apresentamos, lidará com questões introdutórias que serão o arca-
bouço teórico do que virá nas subsequentes lições nas outras unidades. Por um lado,
a Unidade I prepara o aluno e a aluna para desenvolverem os primeiros pressupostos
sobre os estudos da Bíblia exegeticamente e hermeneuticamente.
Por outro lado, a pesquisa que desenvolveremos na presente Unidade lidará com ques-
tões a respeito do papel da história, arqueologia e do olhar literário para a interpretação
dos textos bíblicos.
No tópico 1, o estudante verá que a Bíblia Hebraica possui textos que foram elabo-
rados por meio de um processo de longa duração. Suas narrativas, antes de serem
colocadas por escrito por escribas, eram histórias orais.
A Bíblia Hebraica, então, foi organizada e dividida em três partes pelos judeus, a saber,
Torá (Leis), Nebiim (Profetas) e Ketubim (Escritos), e pelos cristãos em Pentateuco,
Livros Históricos, Livros Poéticos e Profetas Maiores e Menores.
No tópico 1.1, a discussão será sobre O Novo Testamento. Da mesma forma que a Bíblia
Hebraica, os textos sagrados do Cristianismo em nossas bíblias foram divididos em blocos,
denominados Evangelhos, Livro Histórico (Atos dos Apóstolos), Cartas e o Apocalipse.
O Novo Testamento foca principalmente a figura de Jesus, que, para a fé cristã, é con-
siderado Cristo (Messias). É sobre ele que são narradas as histórias nos evangelhos e
é a sua proclamação que Atos e as cartas paulinas e universais focam.
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Destacamos que os evangelhos não são biografias de Jesus, mas confissão de fé das pri- 1
meiras comunidades. O próprio termo “evangelho” encerra o significado de proclamação.
O Evangelho de João destaca-se por sua cristologia alta. É discutido nesse tópico a
“diferença” no modo cristológico que João narra a respeito de Jesus de Nazaré. Jesus,
para João, é Messias antes do seu nascimento, pois era a Palavra divina.
Nesse bloco também falaremos resumidamente sobre questões de datação e das dis-
cussões a respeito dos ditos de Jesus, compilados nos três primeiros evangelhos. O
evangelho de Marcos e a chamada Fonte Q (Quelle, palavra alemã que significa fonte)
serão avaliados na abordagem.
Por último, ainda no tópico 1.2, o Apocalipse será visto, e comentaremos as caracte-
rísticas literárias do último livro do Novo Testamento. Apocalipse é um livro de visões.
Vale salientar aqui na apresentação que nosso entendimento não é ver o Apocalipse
como um livro que “prevê” o futuro, mas sim um livro de esperança para as comunida-
des da Ásia Menor e para todos os cristãos de todas as épocas.
Hermenêutica Bíblica 2
Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
1 No tópico 2, o assunto abordado será os gêneros literários que aparecem nos textos
bíblicos, ou seja, formas literárias que lemos na Bíblia Hebraica e no Novo Testamento.
O estudo desenvolvido nesse tópico analisará como detectamos diferentes gêneros lite-
rários nos livros bíblicos e quais as características de conteúdo que devemos perceber
na averiguação dos gêneros.
Já o gênero narrativo será explicado como o estudo do texto em sua forma final, ou seja,
a preocupação com esse tipo de gênero é com sua estrutura, trama, personagens etc.
Por último, veremos os aspectos literários de uma poesia, sua construção e função na
Bíblia, os tipos de paralelismos, os diferentes salmos e cânticos etc. Perceberemos a
beleza de aprender sobre alguns pontos da poesia hebraica.
O gênero profético é caracterizado por uma série de linguagens próprias, por exemplo,
o anúncio, o julgamento, a chamada fórmula do mensageiro e assim por diante.
O gênero apocalíptico se destaca por possuir em seu conteúdo visões, forte dualismo,
e se caracteriza por narrar o duelo entre as forças do bem e do mal e uma série de
números, monstros etc. Citaremos algumas obras que são parte desse tipo de gênero.
A ética e o bom comportamento diante do outro são vistos pelos sábios como uma
maneira de viver bem. Os textos sapienciais possuem diversos ensinamentos, e perce-
bemos que os sábios são “observadores” da vida do ser humano.
Veremos que os evangelhos também fazem uso da Bíblia Hebraica, por meio de uma
hermenêutica própria, e encontram nesses textos o anúncio da vinda do Messias Jesus.
Eles são lidos sob a ótica cristã.
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Sobre o gênero epistolar, nosso enfoque será estudar como essa forma literária era 1
usada no mundo antigo da era cristã. Algumas características formais serão apontadas,
e olharemos como Paulo fez uso dos gêneros epistolares da sua época.
No gênero narrativo histórico também serão elencados alguns subgêneros que lemos
na Bíblia. Falaremos sobre determinados tipos literários, como a saga, a lenda e o mito,
que fazem parte dos livros da Bíblia.
Destacaremos, porém, que quando nos referirmos ao mito e à lenda, não estamos fa-
lando de falsidade, mentira, como é visto esses conceitos no mundo moderno. Esses
gêneros são narrativas nas quais os personagens são descritos com o colorido da fé
dos autores dos relatos.
Por fim, estudaremos a função das genealogias na Bíblia. Nosso enfoque destacará o
objetivo de se justificar e legitimar determinados acontecimentos do povo ou dos per-
sonagens bíblicos.
Além disso, as genealogias servem como costuras entre relatos, promovendo continui-
dades nas histórias narradas, por exemplo, das famílias de Abraão, Isaque e Jacó que
aparecem no Pentateuco.
Esperamos que esta Unidade seja bastante interessante para o estudo. Desejamos
uma ótima leitura a todos!
Nesse material, preferiremos chamar de Bíblia Hebraica, por entendermos que esse conceito
fornece maior “neutralidade” e diálogos entre as tradições judaicas e cristãs do que o termo
Antigo Testamento. Para um judeu, a
Bíblia Hebraica não é “antiga”.
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Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
Na Torá, temos diversas camadas e escritos que possuem linguagem e teologia pró-
prias, com intenções que vão desde narrar os inícios de Israel e Judá até questões com
o culto, sacrifícios e a aliança.
Para se entender e fazer uma boa análise da Bíblia Hebraica, primeiro devemos nos
atentar a alguns caminhos a serem percorridos para a decodificação de seus textos. A
primeira dica para realizar exegese de seus livros é percebermos que seus autores não
são de nossa época, ao contrário, são de tempos em que raramente havia escrita.
AEC – Abreviatura de “antes da era comum”. Outros preferem a.C. que significa
“antes de Cristo”. No nosso material didático, optamos por AEC por entendermos
que a abreviatura faz jus aos diferentes grupos religiosos que não são cristãos.
Um segundo ponto que podemos elencar, para melhor traduzir e interpretar o mundo da
Bíblia Hebraica e de seus autores, é estudarmos o desenvolvimento histórico e arqueo-
lógico de Israel e Judá. Atualmente, temos um número razoável de livros de História de
Israel e alguns de arqueologia nas terras da Bíblia Hebraica, que ajudam o pesquisador
a trabalhar e entender melhor o período histórico dos autores.
Aqui damos mais um passo para analisar a Bíblia Hebraica, ou seja, a necessidade de enten-
dermos a ação do Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia e Grécia para compreendermos como a fé
de Israel e de Judá foram moldadas, muitas vezes, negando-se as influências dessas nações
ou aceitando e transformando certas tradições de acordo com suas perspectivas teológicas.
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Elencados os itens acima, precisamos anotar ainda algo particularmente relevante para 1
auxiliar a exegese dos textos da Bíblia Hebraica. Como já afirmado, a Bíblia Hebraica
foi compilada e escrita por longos períodos. Assim, podemos verificar que seus autores
apresentam teologias diversas e várias formas de ver a ação de seu Deus.
Temos portanto, memórias escritas e guardadas em uma grande biblioteca, que são os
textos da Bíblia Hebraica. Ernst Axel Knauf (2010, p. 73-74) afirma:
O Antigo Testamento está composto em grande parte de textos literários, para
a formação dos quais nem a corte, nem o templo, nem suas escolas, oferecem
um pano de fundo plausível. Nas mais antigas histórias de Abraão e de Jacó,
nos livros de Amós e de Isaías, de Oseias e de Jeremias, estão reunidas verda-
deiras obras-primas linguísticas. Onde os intelectuais do Oriente Próximo po-
deriam desenvolver um domínio tão grande no comércio da língua? A serviço
da corte, certamente. Mas essa literatura é muito crítica no tocante ao templo
e ao palácio. Depois do fracasso da política judaica oficial, após a queda do
Estado e de suas instituições (587 a.C.), foi naturalmente a oposição que se
sentiu legitimada e que estabeleceu o fundamento do novo ponto de partida,
do qual resultaram, na época persa, a Torá e os livros proféticos canônicos. A
sobrevida da religião judaica no exílio e a persistência da querela dos partidos
desde o último século do reinado dravídico devem com toda verossimilhança
ser atribuídos à posse de livros fora do templo e do palácio.
Por fim, para melhor entendermos e interpretarmos essas memórias escritas guarda-
das, teremos que analisar os gêneros literários que essa coleção de livros nos traz. Na
Bíblia Hebraica temos diversos gêneros literários que perpassam suas páginas. Traba-
lharemos alguns deles nesse material didático.
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Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
1 O Novo testamento foi canonizado em meados do IV século EC. Muitos textos ficaram
de fora. Hoje sabemos que existiram diversos grupos cristãos que escreveram sobre a
figura de Jesus de Nazaré.
Textos gnósticos, apocalipses apócrifos, cartas, entre outras obras literárias, foram con-
siderados não autorizados e de inspiração herege pela igreja antiga. Alguns critérios
foram usados, sendo que a premissa da tradição apostólica foi a principal. Tal escrito foi
elaborado pelos apóstolos ou discípulos destes?
Cada evangelho narra, com um viés próprio, a atuação e ministério de Jesus de Nazaré.
Os três primeiros evangelhos foram denominados pela pesquisa bíblica de “Evangelhos
Sinóticos”, por terem “um só olhar”. O quarto evangelho, o de João, não faz parte dos
evangelhos sinóticos.
Nos evangelhos não temos história, no sentido moderno da palavra, mas narrativas de
comunidades de fé, que viram em Jesus o Messias prometido em Israel desde os tem-
pos da Bíblia Hebraica. Esses textos mostram o início do ministério de Jesus até sua
morte e ressurreição.
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As genealogias também são feitas conforme o público e a intenção teológica. Para 1
Mateus, a genealogia é mais particular, ligando o Messias Jesus a Israel. Em Lucas,
a genealogia é mais universalista, colocando Jesus como filho da humanidade (Lc 3,
23-38; Mt 1, 1-17).
O evangelho de João retrata Jesus como o Logos divino, aquele que estava no princípio
com Deus. João vai além dos evangelhos sinóticos e entende Jesus Cristo como eter-
no, a Palavra de Deus. A cristologia apresentada nesse evangelho é bem caracterizada.
Por que mostramos essas diversidades narrativas nos evangelhos que aparentemente
são contraditórias? Ora, os evangelhos foram escritos em diversas épocas distintas e
em diferentes regiões do mundo dominadas pelos romanos.
É preciso ter isso em mente. Não podemos cometer um equívoco exegético e misturar
os textos, como dissessem a mesma coisa. Cada texto possui suas intenções teoló-
gicas particulares. É preciso analisar cada evangelho particularmente para entender-
mos como enxergavam a figura do Cristo.
Em seguida ao evangelho de João temos o livro de Atos dos Apóstolos, que conta a his-
tória da igreja primitiva, desde as perseguições até a pregação aos chamados gentios
pelo apóstolo Paulo. Atos é a continuação do evangelho de Lucas.
Assim como os evangelhos, não devemos ler o livro de Atos como narrativas preo-
cupadas em demonstrar os fatos de acordo como nós entendemos em historiografia
nos moldes moderno. O narrador está preocupado em demonstrar teologicamente os
acontecimentos.
Assim como na Bíblia Hebraica, a função dos relatos é teológica. Isso não significa
que não possa ter havido acontecimentos históricos, mas tais eventos são coloridos
sob a ótica da fé.
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Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
1 Um exemplo para ficar mais clara a nossa observação: os historiadores trabalham com
documentos escritos que fornecem testemunhos sobre determinado fato. Assim, ele
constrói sua narrativa e interpreta o ocorrido de acordo com exames minuciosos das
fontes documentais.
Milagres, ressurreição, andar sobre o mar, não podem ser comprovados pelos métodos
científicos da História, mas pertencem ao domínio da fé. Para aqueles que narraram
esses milagres, os eventos foram reais.
Já as cartas universais são dirigidas a outras comunidades espalhadas pela Ásia Menor
e por outros territórios do império romano. Tratam de diversos temas, desde questões
práticas das comunidades até a volta iminente de Jesus Cristo.
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O Apocalipse une canonicamente e tematicamente a Bíblia Hebraica e o Novo Tes- 1
tamento. Segundo essa perspectiva, com a queda do homem relatado em Gn 2-3 a
humanidade perdeu o jardim e o acesso que tinha a Deus. Porém, no Apocalipse, nos
últimos tempos, Deus restaurará o cosmos e o homem terá novamente acesso ao para-
íso perdido e a árvore da vida (Ap 22).
Finalizemos por aqui essa seção. No próximo tópico estudaremos os gêneros literários
da Bíblia.
Quando falamos de gênero literário em relação à Bíblia, não devemos nos esquecer
que seus textos, em um primeiro momento, eram tradições orais. O estudo dos gêneros
literários se baseia no texto escrito (DA SILVA, 2007, p. 41).
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Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
Cantarei ao meu amado o cântico do meu amigo para a sua vinha. Meu amado
1 tinha uma vinha numa encosta fértil. Ele cavou-a, removeu as pedras e plantou
nela uma vinha de uvas vermelhas. No meio dela construiu uma torre e cavou
um lagar. Com isto, esperava que ela produzisse uvas boas, mas só produziu
uvas azedas. Agora, moradores de Jerusalém e homens de Judá, sede juízes
entre mim e minha vinha. Que me restava ainda fazer à minha vinha que não
tenha feito? Por que, quando esperava que ela desse uvas boas, deu apenas
uvas azedas? Agora vos farei saber o que farei da minha vinha! Arrancarei a
cerca para que sirva de pasto, derrubarei o muro para que seja pisada; redu-
zi-la-ei a matagal: não será mais podada nem cavada: espinheiros e ervas da-
ninhas nela crescerão. Quanto às nuvens, ordenar-lhes-ei que não derramem
a sua chuva sobre ela. Pois bem, a vinha de Yahweh dos exércitos é a casa
de Israel, e os homens de Judá são sua plantação preciosa. Deles esperava o
direito, mas o que produziram foi a transgressão; esperava a justiça, mas o que
apareceu foram gritos de desespero.
Percebam o esquema conflito – acusação – juízo no texto acima. Esse tipo de gênero
também aparece em II Sm 12,1-15; Lc 7, 36-50; Mt 21, 33-46. Cássio Murilo Dias
(2007, p. 49) nos mostra com algumas variações entre os textos e a estrutura comum
entre essas narrativas:
PRÉ-HISTÓRIA
O profeta vai ao encontro da pessoa questionada
Acusação explícita
1
Todos os textos citados daqui em diante são da tradução da Bíblia de Jerusalém.
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Na trama, o intuito é demonstrar como, por meio de muitos obstáculos, o personagem 1
da narrativa encontra uma solução para o problema. Pode ocorrer que o final da história
mostre uma transformação do personagem, um “rito de passagem” (Cf. na Bíblia He-
braica os exemplos de Gn 32, 23-33; Ex 1-15;).
Nos evangelhos, Jesus é o personagem principal da trama. Podemos ler sua vocação,
provação, perseguição, morte e o desfecho da ressurreição, fazendo com que Jesus de
Nazaré se torne Jesus O Cristo. Ler a Bíblia na perspectiva da narrativa é valiosa para
a exegese. Traz outras informações que, em uma pesquisa somente histórica, limitaria
tais interpretações dos textos.
O primeiro ponto que destacamos é que a poesia na Bíblia se caracteriza por parale-
lismos. Os paralelismos são a justaposição de palavras ou frases que sintaticamente
e semanticamente são equivalentes. Nossos estudos seguintes são baseados em DA
SILVA, 2007, p. 35, 60-63.
Hermenêutica Bíblica 12
Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
Confiram também em Pr 10, 1 um outro exemplo, agora na Bíblia Hebraica, desse tipo
de paralelismo.
Paralelismo Sintético – Quando as ideias possuem uma relação de causa e efeito ou quan-
do a segunda frase demonstra mais precisão que a primeira. Vejamos o Salmo 19,8-9:
A lei de Yahweh é perfeita, faz a vida voltar; o testemunho de Yahweh é firme,
torna sábio o simples. Os preceitos de Yahweh são retos, alegram o coração;
O mandamento de Yahweh é claro, ilumina os olhos.
Dentre os livros poéticos, temos os livros dos salmos, que apresentam diversos gêne-
ros, e demonstraremos abaixo algumas de suas características:
Salmos de louvor a Yahweh – São hinos que exaltam ao Deus de Israel por sua
grandeza e majestade. Nesse gênero podemos encontrar o louvor ao Deus salvador,
criador, ao Deus rei etc.
Salmos litúrgicos - São salmos que têm a função litúrgica de serem cantados em mo-
mentos de culto. Podem ser também cantados durante a peregrinação a Jerusalém ou à
porta do templo.
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A Bíblia Hebraica e o Novo Testamento estão repletos de cânticos que perpassam seus 1
textos. Possuem várias categorias, a saber:
Cânticos de guerra – Esses cânticos eram usados em guerras para motivar o exército,
geralmente acompanhados de tambores e danças, como por exemplo, Jz 5, 12:
Coragem, Barac!
Ou I Sm 18, 6-7:
Quando eles voltavam junto com Davi, depois de este ter matado o filisteu, as
mulheres vinham de todas as cidades de Israel para cantar e dançar na pre-
sença do rei Saul, com tamborins e alegria e ao som dos sistros. As mulheres
se divertiam e cantavam dizendo:
Cânticos cultuais – São ligados a ritos e festas litúrgicas. Temos exemplos tanto na
Bíblia Hebraica como no Novo Testamento. Como já falamos de Salmos usados nos
cultos, exemplificaremos esse gênero com dois textos do Novo Testamento:
I Tm 3,16
Ele foi manifestado na carne,
Justificado no Espírito,
Crido no mundo,
Exaltado na glória.
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Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
1 E I Pd 2, 21-24:
Deixando-vos o exemplo,
Esses cânticos primitivos eram entoados nas primeiras comunidades cristãs e tinham
teor cristológico, ou seja, louvavam a Jesus como o Cristo ressurreto (Cf. outros cânti-
cos no Novo Testamento como Fl 2, 6-11; Cl 1, 15-20; Rm 11, 33-36).
Finalizemos por aqui a nossa conversa sobre a poesia hebraica. Em nosso próximo
tópico, continuaremos a discutir os gêneros literários na Bíblia.
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No entanto, gostaríamos de trazer outras informações que ajudarão na análise de um 1
livro profético. Segundo Robert R. Wilson (2006, p. 177), a estrutura abaixo representa
o gênero “anúncio de desastre a indivíduos” nos textos proféticos:
• A delegação do mensageiro;
• A introdução do anúncio em frase como “assim diz o Senhor”, “por isso, assim
diz o Senhor”, “pois, assim diz o Senhor”.
Algumas passagens mostram que os profetas estão em estado de transe. Algumas ex-
pressões como “a mão do Senhor caiu sobre mim” (I Reis 18, 46; II Reis 3,15; Jr 15,17),
“o espírito repousou sobre eles” (Nm 11,25-26), “o espírito do Senhor revestiu Gedeão”
(Jz 6,34), (ver WILSON, 2006, p. 180).
Por fim, alguns relatos proféticos são categorizados como “lenda profética”. Essas nar-
rativas retratam o profeta como Homem de Deus e querem provocar no leitor admira-
ção, respeito. Suas vidas são caracterizadas por ações taumatúrgicas. Cássio Murilo
Dias (2007, p. 47) fornece a seguinte estrutura para essas narrativas:
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Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
1 • Situação de crise
• Efeito produzido
Diversos apocalipses não entraram no cânon da Bíblia judaica e cristã. Temos por
exemplo, livros atribuídos a Enoque, Esdras, Pedro, Paulo etc.
Terceiro, os números aparecem diversas vezes nos apocalipses, tais como 3,4, 7,10 ,12
e 70 ou de seus múltiplos. Números são incluídos para se calcular o tempo do fim. Os
escritores dos apocalipses acreditavam que o fim estava próximo e escreviam esses
textos não para mapear o futuro, mas sim para dar esperança ao povo.
Por último, destacamos o forte dualismo encontrado nos apocalipses, quando o mundo
presente será substituído por um mundo vindouro. Este mundo atual é corrompido, de-
baixo de ações demoníacas. Existem duas eras, a presente e a futura com Deus.
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Os escritores dos apocalipses são visionários, ou seja, geralmente recebem suas men- 1
sagens por meio de visões. Essas visões seguem um padrão, conforme explicado por
Cássio Murilo Dias (2007, p. 51):
• A conclusão do episódio.
Para finalizar, temos os relatos de viagens a outros mundos, onde o vidente tem acesso a
mensagens, quando enxerga o futuro por meio de viagens celestiais no céu. A ideia cen-
tral desse tipo de gênero é afirmar que o portador da mensagem tem autoridade e deve
passar adiante o que viu. Ele é levado “pelo espírito”, como vemos em Ap 1, 9- 10 que diz:
Eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação, na realeza e na perseve-
rança em Jesus, encontrava-me na ilha de Patmos, por causa da Palavra de
Deus e do Testemunho de Jesus. No dia do Senhor fui movido pelo Espírito, e
ouvi atrás de mim uma voz forte, como de trombeta, ordenando [...].
Esse gênero pode ser encontrado também em Ap 4-21; I Henoc 14,8; Testamento de
Abraão 10-14, (Cf. DA SILVA, 2007, p. 52).
Outro ponto importante desses sábios é a não preocupação com questões naciona-
listas, assim como não se interessavam por questões conceituais de relacionamento
entre Deus e o homem.
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Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
Ou também em Pr 19,15:
A preguiça faz cair o torpor;
Segundo Cássio Murilo Dias (2007, p. 58), existem provérbios breves dentro da litera-
tura sapiencial que são formulados em duas ou três linhas, com finalidades diversas:
sátira, sarcasmo, crítica, ameaça etc.
O segundo, sintético:
O temor de Yahweh é fonte de vida,
Outro tipo característico de gênero literário encontrado nos Provérbios e nos livros sa-
pienciais são as sentenças-tov, pois usa o termo hebraico “tov” (bom, melhor): “melhor
y do que y” (DA SILVA, 2007, p. 58). Vejamos dois exemplos desse tipo de provérbio
em dois livros distintos:
Pr 16,8
Mais vale pouco com justiça,
Ecl 7,1
Mais vale a fama do que o óleo fino;
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Vejamos alguns exemplos:
1
Pr 6, 6-11
Anda, preguiçoso, olha a formiga,
durante a colheita.
e a indigência do ladrão.
Pr 23, 29-35
Para quem os ais? Para quem os lamentos?
Continuarei a beber!
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Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
1 Por fim, precisamos destacar uma síntese de como a literatura sapiencial no seu todo
apresenta-se literariamente. Se analisarmos o livro de Jó, percebemos que existem
camadas narrativas e poéticas.
Finalizemos por aqui o terceiro tópico do nosso estudo sobre os gêneros literários. Con-
tinuaremos a estudar outros tipos no quarto e último bloco de nossa primeira unidade.
O Novo Testamento conta com quatro evangelhos. A palavra grega euanggelion sig-
nifica “boas novas”, como está escrito em Mc 1,1: “Princípio do Evangelho de Jesus
Cristo, Filho de Deus”.
Nos evangelhos aparecem gêneros literários distintos, que conseguimos detectar com
certa facilidade por meio de uma leitura atenta. Essas formas literárias fornecem ajuda
imprescindível na interpretação dos textos.
Veremos agora alguns tipos de gêneros literários que aparecem nos evangelhos. Para
isso, seguiremos os exemplos selecionados por Gabel e Wheeler (2003, p 172-173).
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A teoria mais comum na academia é supor que existia uma fonte de ditos de Jesus (Q 1
de quelle que significa fonte). Mateus e Lucas recorreram a Marcos e a Q para compor
os sermões de Jesus em seus livros.
Vale destacar que uma tal fonte Q é uma teoria que os exegetas criaram para responder
à complexidade da relação entre os três primeiros evangelhos do Novo Testamento.
Relatos de Apotegma – Como acontece nos gêneros literários que possuem gêneros
e subgêneros, o apotegma é uma subclasse dos relatos de sentença. O apotegma é
um relato curto, ou seja, narra um evento ou episódio breve que leva uma sentença de
Jesus. Exemplifiquemos com Mc 2, 16-17:
Os escribas dos fariseus, vendo-o comer com os pecadores e os publicanos,
diziam aos discípulos dele: “Quê? Ele come com os publicanos e pecadores?”
Ouvindo isso, Jesus lhes disse: “Não são os que têm saúde que precisam de
médico, mas os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores”.
Não só nos evangelhos, mas em todo o Novo Testamento, os autores citam diretamente
ou indiretamente a Bíblia Hebraica. A influência desses textos nos compositores dos
evangelhos foram enormes.
Essas narrativas são o núcleo da proclamação de Jesus como o Cristo, e que foi pas-
sada para os cristãos de geração a geração.
• A súplica do pedinte
• A Intervenção de Jesus
• O efeito produzido
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Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
1 Parábolas – As parábolas são narrativas curtas e que ilustram detalhes da vida cotidia-
na do povo do antigo Israel. Nos evangelhos Jesus é um contador de parábolas. Elas
são um eficaz recurso pedagógico e podem também tratar de questões morais e éticas,
como é o caso de Mt 7, 24-27:
Assim, todo aquele que ouve essas minhas palavras e as põe em prática será
comparado ao homem sensato que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu
a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela
casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha. Por outro lado, todo
aquele que ouve essas minhas palavras, mas não as pratica, será comparado
ao homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva,
vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela
desmoronou. E foi grande sua ruína!
Outros tipos de parábolas parecem supor que eram somente para os discípulos de Je-
sus, por exemplo, Mt 13,24-30.
Eventos da Vida Pública de Jesus - Esse tipo de gênero aparece nas narrativas que
mostram Jesus sendo batizado por João Batista, na escolha dos seus discípulos, trans-
figuração, entrada de Jesus em Jerusalém, expulsão dos vendilhões do templo etc.
Por fim, devemos salientar que os evangelhos são coleções de narrativas que pos-
sivelmente, em um estágio anterior, eram contadas separadamente e oralmente.
Cada evangelista juntou e interpretou o material recebido a seu modo e de acordo
com suas comunidades.
As cartas eram comuns no mundo antigo e não é uma novidade da cristandade Segun-
do Gabel e Wheeler (2003, p. 194-195):
É certo que escrever cartas era uma atividade comum naqueles dias: uma con-
tínua corrente de correspondência percorria por mar e terra todos os centros de
população. Boa parte dela era governamental, levada por portadores oficiais,
mas uma parcela considerável era comercial e pessoal, trocada entre cidadãos
particulares: marcadores pedindo bens, enviando instruções, tratando de re-
messas, pagando contas; filhos escrevendo aos pais; soldados saudosos es-
crevendo às esposas; pessoas comuns perguntando pela saúde dos amigos,
prometendo visitas, pedindo favores.
Como podemos ver, as cartas eram muito comuns no mundo antigo. Quem não sabia
escrever (boa parte da população) podia contratar um escriba, que era treinado na arte
da escrita.
Na tradição helênica, as cartas tinham formas típicas. Havia uma saudação, votos de
saúde para o destinatário, e ao final, escrevia-se uma despedida. As cartas paulinas
fazem parte dessa tradição (GABEL; WHEELER, 2003, p. 195).
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Geralmente, quando lemos as cartas de Paulo, podemos perceber convenções estilísti- 1
cas que nos chamam a atenção. Suas cartas estão preservadas em um grego koine, o
que um estudante de grego pode traduzir com boa prática.
O que chama a atenção nas cartas paulinas é que elas transformam as convenções
usuais das correspondências da época com vocabulários “cristianizados”. A saudação
começa com um “graça e paz a vós”, combinando a ideia cristã de graça com o cumpri-
mento judaico tradicional paz (shalom).
Além disso, como já dissemos quando estudamos no tópico primeiro da nossa discipli-
na, Paulo inicia com uma fórmula que autenticava seu papel como apóstolo legítimo.
Ansiosa expectativa – Paulo era uma pessoa que compartilhava do pensamento apo-
calíptico de sua época. Assim, esperava ansiosamente pelo fim dessa era e a irrupção
da vinda do Messias Jesus. A palavra grega para a volta de Jesus é “parousia”. Vejamos
um exemplo dessa expectativa em Fl 1,6: “E tenho plena certeza de que aquele que
começou em vós a boa obra há de levá-la à perfeição até o dia de Cristo”.
Paulo denomina Jesus por meio de diversos atributos cristológicos, como Kyrios, pa-
lavra grega que significa Senhor, título dado pela Septuaginta a Yahweh, e também o
chama de Cristo, que significa Messias.
Justificação pela Fé – É centro, se podemos dizer assim, da pregação paulina. Não existe
nenhuma lei, nenhuma barreira que possa afastar o cristão de Jesus. Essa teologia paulina,
de certa maneira, é uma ruptura das ideias que ele próprio defendia quando era fariseu.
Portanto, ler as cartas paulinas requer atenção às estruturas e aos seus conteúdos para
assimilar e entender o que o apóstolo fez e disse durante toda a leitura desse precioso
material do cristianismo primitivo.
Hermenêutica Bíblica 24
Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
1 A narrativa bíblica tem conteúdos teológicos e ideológicos e busca levar o leitor ou a leitora
a determinadas concepções e interpretação da realidade. Falar que um texto bíblico é his-
tórico não é afirmar nas categorias modernas de objetividade do pesquisador cientificista.
Portanto, analisaremos alguns gêneros literários que aparecem nessas narrativas com
teor “histórico” e que auxiliarão na leitura desses textos. Seguiremos os exemplos da-
dos por Cássio Murilo Dias (2000, p. 190-192):
Saga – Nesse tipo de gênero, os personagens são deuses e interagem com os homens.
A Bíblia Hebraica filtra esse modelo literário, pois a fé javista faz desaparecer qualquer
interação de deuses com os homens que não seja Yahweh.
Saga de uma tribo ou de um povo – Esse gênero narra a história de um ancestral que
pode ser histórico ou fictício. Seu destino perpassa sua vida e influencia seus descen-
dentes. Os casos mais comuns para analisarmos são as narrativas patriarcais.
A Lenda – Caracteriza-se pelo santo e imitável, e é uma variante do gênero saga. A lin-
guagem é edificante e as cenas são milagrosas e mostram a imagem da ação de Deus
como vitorioso. Geralmente um profeta é o protagonista dessas narrativas.
Lenda Cultual – Esses tipos de relatos querem legitimar um culto ou rito praticado no
antigo Israel. Na Bíblia Hebraica temos vários exemplos: Nm 21, 4-9; Gn 17; Ex 4,24-
26; Js 5, 2-9).
Como observamos, por meio dos gêneros demonstrados acima, as histórias da Bíblia
Hebraica apresentam formas variadas que problematizam qualquer afirmação simplória
de historicidade dos textos bíblicos.
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Com isto, não estamos afirmando que não poderia ter havido eventos históricos que 1
foram registrados nos textos bíblicos. Mas, para fazer boa exegese, é preciso analisar
cada caso e verificar se estamos lidando com relatos históricos ou míticos.
As genealogias querem, de alguma maneira, legitimar algo. Seja uma posse de terra
(Ne 7) ou mostrar continuidade e amarrar a trama (Gn 4). As genealogias demonstram
continuidades.
A genealogia na Bíblia conecta pessoas a um grupo familiar, a pai, mãe etc. Está inse-
rida na tribo e no povo de Israel. Como dissemos, legitima e fornece função ideológica
e de pertencimento.
Genealogia é legitimação!
Hermenêutica Bíblica 26
Princípios e Métodos de Interpretação dos Textos Bíblicos
1 Encerramos por aqui nossa Unidade. Procuramos estudar os mais variados gêneros
literários da Bíblia. Vimos que a tarefa não é fácil. Requer muito estudo e dedicação. A
Bíblia é complexa e cheia de surpresas.
Analisar os textos bíblicos sob o viés dos gêneros literários nos dá amplas ferramentas
para desenvolvermos uma leitura atenta e séria dos textos sagrados. Nessa primeira
Unidade, pudemos sentir como é amplo os estudos bíblicos.
Nossa próxima Unidade vai lidar com a atribuição de sentidos e a crítica histórica da
Bíblia. Daremos mais um passo no estudo exegético e hermenêutico. Uma dica que
deixamos a vocês é a de se atentarem às referências dos livros usados em nossa
primeira Unidade. Nelas, vocês encontrarão detalhadamente os assuntos abordados
neste material didático.
REFERÊNCIAS
1. DA SILVA, Cássio Murilo Dias. Leia a Bíblia 6. SCHWANTES, Milton. Projetos de Esperança:
Como Literatura. São Paulo: Loyola, 2003. Meditações Sobre Gênesis 1-11. São Paulo: Pauli-
2. DA SILVA, Cássio Murilo Dias. Metodologia de nas, 2002.
Exegese Bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000. 7. GABEL, John B. WHEELER, Charles B. A Bíblia
3. Yofre, Horácio Simian (org). Metodologia do An- Como Literatura. São Paulo: Loyola, 2003.
tigo Testamento. São Paulo: Loyola, 2000. 8. WILSON, Robert R. Profecia e Sociedade No
4. SKA, Jean Louis. Como Ler o Antigo Testamen- Antigo Israel. São Paulo: Targumim/Paulus,2006.
to? In: Yofre, Horácio Simian (org). Metodologia do
Antigo Testamento. São Paulo: Loyola, 2000.
5. SKA, Jean Louis. Sincronia: A Análise Narrativa
in: Yofre, Horácio Simian (org). Metodologia do Anti-
go Testamento. São Paulo: Loyola, 2000.
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