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Referências Bibliográficas

DUMAZEDIER, Joffre. Sociologia empírica do lazer. São Paulo: Perspectiva: SESC, 1979.
CASTRO, Sidney, Classificação das actividades de Lazer. Universidade Anhembi
Morumbi.
CAMARGO, Luiz O. L. Educação para o lazer. São Paulo: Moderna, 1998.
MARCELINO, N. C. Lazer e Humanização. Campinas: Papirus, 1983.
MEDEIROS, E. B. Lazer: necessidade ou novidade? Rio de Janeiro: Sesc, 1975.
MUNNÉ, F. Psicologia do tempo livre: um enfoque critico.México: Trilhas, 1980.

Definições de Lazer
Lazer, que vem do latim ‘licere’ – ser lícito, ser permitido -, é normalmente definido como
uma série de actividades que o ser pode praticar em seu tempo livre, ou seja, naquele
momento em que não está trabalhando, em tarefas familiares, religiosas ou sociais, e que lhe
proporcionam prazer. Neste contexto ele tem a oportunidade de relaxar, descansar, se distrair,
exercer alguma forma de recreação.
O lazer (sinónimo de ócio) é o tempo livre de que dispõe uma pessoa. Trata-se dos momentos
em que não se trabalha ou, pelo menos, não de forma obrigatória. O lazer não só excluiu as
obrigações laborais, mas também o tempo despendido para satisfazer necessidades básicas
como comer ou dormir.
Lazer é o estado de espírito em que o ser humano se coloca instintivamente (não
deliberadamente), dentro de seu tempo livre, em busca do lúdico (diversão, alegria,
entretenimento).
Lazer é considerado como o período de tempo não sujeito a deveres.
História do Lazer
O surgimento do lazer é ainda uma questão polémica entre os teóricos do campo. De acordo
com Gomes (2003) existem duas correntes que dividem as opiniões sobre a sistematização do
surgimento do lazer.
Na primeira corrente estão os autores que consideram que o lazer existia nas sociedades mais
antigas e que sempre existiu (DEGRAZIA, 1966; MUNNÉ, 1980; MEDEIROS, 1975).
Do lado oposto, os autores que consideram o lazer como um fenómeno moderno, das
sociedades urbano – industriais (DUMAZEDIER, 1979; MARCELLINO, 1983; MELO;
ALVES JUNIOR, 2003).
No histórico do lazer há todo um contexto cultural, social e urbanístico de configuração do
local à qual ele é inserido, principalmente nas cidades, desde a antiguidade. O lazer não pode
ser interpretado como um factor exclusivo da modernidade, datada no começo da Revolução
Industrial do Século XVIII, mas um fenómeno que sempre acompanhou a humanidade desde
os primórdios.
Para alguns autores essa especulação do lazer está ligada em virtude das transformações de
correntes dos processos de industrialização, que levaria à rígida e nítida delimitação do
trabalho, o qual passou a ser classifica do em tempo de trabalho e em tempo de não trabalho,
sendo este último considerado também como tempo livre, ou seja, o tempo onde o lazer
estaria inserido.
Gomes (2004) procurou analisar os diversos sentidos atribuídos às palavras e conceitos
associados alazer
Como SCHOLE, OTIUM e LICERE – da Antiguidade Clássica à Modernidade, tendo como
ponto de partida o modo devida e as ideias construídas na Grécia Antiga.
Nas sociedades mais antigas há elementos históricos para pensarmos a existência do lazer
nesses períodos: as olimpíadas, as competições, as encenações poéticas na Grécia; os banhos,
os banquetes, as festas, as representações teatrais, as corridas de carros e os combates de
gladiadores em Roma; e os feriados religiosos, os jogos, os cantos, as festas, as
comemorações e os carnavais na Idade Média, onde o “Sagrado (sério e oficial)” e “Profano
(cómico e risonho)” se encontravam.
Para Gomes (2004), o surgimento do lazer pode ser muito amarrada à origem histórica de
palavras relacionadas ao lazer e seus significados (otium, schole, licere) e isso estaria
dificultando e até mesmo impedindo, de certa forma, uma análise mais densa sobre o passado
do lazer.
Todo embasamento de Gomes nos mostra o lazer na linha da história, acompanhado as
terminologias até adquirir sua posição actual.
Partimos para conceitos formulados pelos autores da segunda linha de pesquisa do lazer, que
são
Joffre Dumazedier, Vitor Andradede Melo, Edmundo de Drummond Alves Junior e Nelson
Marcellino.
O conceito do sociólogo Joffre Dumazedier é um dos mais requisitados no meio académico
para definir o lazer.
O lazer é o conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade,
seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver
sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre
capacidade criadora após livrar se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais,
familiares e sociais. (DUMAZEDIER, 2000,p.34).
No conceito de Dumazedier ele destaca as três funções do lazer: descanso,
divertimento/recreação e entretenimento; e de desenvolvimento. “O descanso libera-se da
fadiga. Neste sentido o lazer é o reparador das deteriorações físicas e nervosas provocadas
pelas tensões resultantes das obrigações quotidianas e, particularmente, do trabalho”.
(DUMAZEDIER, 2000,p.32).
Ele coloca o descanso como uma forma de liberar as tensões do dia a dia, assim o indivíduo
volta
Renovado para a sua jornada de trabalho. Seria uma forma de lazer que revigora e prepara o
dia-a-dia da cidade.
A segunda função, do divertimento, recreação e entretenimento é vista ligada ao tédio, à vida
quotidiana.
A sua postura quanto a isso é de o trabalhador fica sempre naquela rotina do dia a dia da
cidade, sem experimentar lugares novos, actividades novas, enfim, sem novas experiências.
Daí a busca de uma vida de complementações, de compensação e de fuga por meio de
divertimento e invasão para um mundo diferente, e mesmo diverso, do enfrentado todos os
dias. A ruptura poderá levar a actividades reais, baseadas em mudanças de lugar, ritmo e
estilo (viagens, jogos e exportes) ou então a recorrer a actividades fictícias, com base na
identificação e na projecção (cinema, teatro, romance). (DUMAZEDIER, 2000,p.33).
A terceira função é o desenvolvimento que tratada acção praticada pelo corpo, uma maior
participação social e mais livre. Praticar o desenvolvimento da personalidade, as actividades
que os indivíduos praticam por ser do seu gosto, por livre e espontânea vontade, sem
qualquer imposição da sociedade.
A função de desenvolvimento pode criar novas formas de aprendizagem voluntária, a serem
praticadas durante toda a vida e contribuir para surgimento de condutas inovadoras e
criadoras. Suscitará, assim, no indivíduo permite sair de suas obrigações profissionais,
comportamentos de livres escolhas que visem ao completo desenvolvimento da
personalidade, dentro de um estilo devida pessoal e social. (DUMAZEDIER, 2000.p.34).
Marcelino, outro estudioso do lazer, coloca uma contra posição à ideia de lazer apresentada
por Dumazedier. Sua definição revela muito o contexto da cultura da sociedade.
A cultura – compreendida no seu sentido mais amplo – vivenciada (praticada ou fruída) no
“tempo disponível”o importante, como traço de escolha, é o carácter “desinteressado”dessa
vivência a “disponibilidade de tempo”significa possibilidade e opção pela actividade prática
ou contemplativa. (MARCELINO, 2000.p.31).
Por último, Vitor de Andrade de Melo, afirma que lazer é um fenómeno moderno, surgido
coma artificialização do tempo de trabalho, sendo uma manifestação típica do modelo de
produção fabril desenvolvido a partir da Revolução Industrial. Melo também aponta o lazer
como sendo um campo de tensões, pois ele vê o tempo livre como sendo umas conquistadas
classes trabalhadoras.
O lazer, numa suposta escala hierárquica de necessidades humanas, seria menos importante
que a educação, a saúde e o saneamento, com certeza todas essas dimensões humanas são
fundamentais, mas porque seria o lazer menos importante? Além disso, existe a relação
directa entre lazer e saúde, lazer e educação, lazer e qualidade devida, as quais não podem ser
negligenciadas (MELO e ALVESJUNIOR,2003.p.29).
Conceitos Similares a Lazer
Recreação é um conjunto de actividades realizadas, a fim de entreter e divertir qualquer um
que é feito. Também é tido como momento em que o uso do tempo livre para obter benefícios
físicos e mentais prossegue.
Diversão é uma actividade especifica, separada da vida normal reservada para momentos
especiais, então, é preciso ser radical o bastante para justificar o esforço.
Tempo livre é aquele de que se dispõe para realizar qualquer actividade que apeteça, sem
obrigações. Pode se dizer que o tempo livre corresponde às horas em que não se estuda e nem
se trabalha.
Entretenimento é uma forma de recrear ou divertir pessoas ou um conjunto delas quando elas
se encontram desviadas de suas preocupações quotidianas.
Relaxar refere se a acção no efeito de afrouxar, amaciar, distrair a mente com um pouco de
descanso. Também pode ter seu significado em descontrair, portanto, associado com a
redução do stress físico e mental.
Tipologias ou Conteúdos de actividade de Lazer
Lazer doméstico: actividades prazerosas que podem ser realizadas dentro do próprio lar e que
proporcionam interacção e diversão da família.
Ex: olhar TV, jogos de tabuleiro, navegar na internet.
Lazer turístico: abrange viagens e passeios com o propósito de relaxar e conhecer novos ares,
está intimamente relacionado a férias.
Ex: excursões pelo país, reconhecimento de interiores do estado, cruzeiros.
Lazer trabalhista: é a actividade realizada em determinado tempo vago que é dado ao
trabalhador, geralmente as grandes empresas dão aos servidores 15 min para lancharem e
realizaram estas actividades.
Ex: ver tv, conversar com os outros funcionários tranquilamente, fazer ioga ou academia.
Lazer escolar: pode ser visto no recreio dos alunos ou na aula de Ed. Física, além disso, em
aulas práticas de todas as matérias.
Ex: exposição de pintura na aula de Artes, intercalasse, show de talentos, festivais esportivos.

Classificação de actividades de Lazer


A classificação mais satisfatória é a do sociólogo francês, Jofrre Dumazedier, que é, aliás, o
criador do que habitualmente se denomina a sociologia do lazer. Baseado no princípio do
interesse cultural central de cada actividade de lazer, ele as classifica em físicas, prática /
manuais, intelectuais, artísticas e sociais.
Esta classificação também não é perfeita. Como (e felizmente) nenhuma é, já que a realidade
é sempre mais complexa do que a capacidade de análise dos cientistas. Por esse motivo, seria
conveniente acrescentar mais uma área de interesse cultural no lazer, o turístico.
Actividades físicas de lazer

Aqui se incluem as caminhadas, a ginástica, o esporte e actividades correlatas, executadas de


maneira formal ou informal, em espaços tecnicamente planejados, como pistas, academias,
estádios, ou não-técnicos, como ruas, residências, terrenos baldios, praias.

O desejo de exercitar-se fisicamente, de colocar-se em forma, é o denominador comum destas


actividades, não obstante predomine, para alguns, o interesse estético do movimento no
esporte e na ginástica - dança, ou na contemplação da natureza e das pessoas nas caminhadas.
Para outros, há também um forte interesse associativo nessas actividades, na medida em que é
difícil separar o interesse físico do desejo de estar com o grupo de amigos ou da paquera pura
e simples. A caminhada é, ainda, para algumas pessoas, a busca da solidão, do prazer de estar
consigo mesmo, desde que não se trate de um isolamento socialmente imposto.
Actividades práticas / manuais de lazer
A designação não é das mais correctas. Como actividades manuais, entendem-se actividades
ligadas ao prazer de manipular, explorar e transformar a natureza. É a nostalgia dos
elementos naturais, a terra, a água, a madeira, o metal, os animais, dos quais o homem urbano
- industrial se isolou, em seu meio ambiente de asfalto, concreto e cimento ou em um trabalho
que mexe apenas com materiais reciclados e transformados. A isto se acrescente cansaço das
pessoas com o tudo pronto que se consome, no dia-a-dia.

Entre populações que vieram recentemente do campo, essas actividades podem constituir um
semilazer, na medida em que evitam gastos ou incorporam ganhos financeiros. Nas classes
médias, sobretudo entre a parcela mais inovadora, chega a constituir um estilo de vida, onde a
própria produção manual é uma crítica ao consumismo.

São muitos os exemplos de actividade manual de lazer: desde lavar o automóvel em fins de
semana, onde o prazer da manipulação da água envolve ludicamente, pais, filhos e vizinhos,
desde cultivar hortaliças e animais de corte nos quintais urbanos, o croché, o tricô, desde o
consertar e desmontar - para - consertar - de - novo, engenhocas e aparelhos domésticos, até a
invenção de pequenas máquinas, a fabricação de suas próprias estantes e móveis, mesas e
armários, a montagem de estufas para a criação de plantas ou a criação de animais
domésticos.

O ato de criar com as próprias mãos é cheio de simbolismos. As mãos são fonte de expressão
não apenas gestual como prática, de transformação de coisas. Restituir - lhes esta capacidade
reprimida por uma sociedade que as substituiu por instituições e fábricas são, para muitas
pessoas, uma necessidade importante.
Actividades artísticas de lazer
Às vezes, o lazer manual é uma fonte de expressões artísticas. Mas não necessariamente para
toda a população. Quando se fala em interesses artísticos, ressalta-se a busca do imaginário,
do sonho, do encantamento, do belo, do fazer – de -conta.

Por actividades artísticas, entendem-se habitualmente a prática e a assistência de todas as


formas de arte, tais como cinema, teatro, literatura, artes plásticas, etc. estas actividades,
como se verá no próximo capítulo, não fazem parte do universo cultural da maioria da
população. Mas, como imaginar que alguma pessoa consiga algum equilíbrio na vida
quotidiana, sem seu espaço de sonho, de aventura, de encantamento, de beleza?

Esse espaço é encontrado numa série de outras actividades, que também devem ser
consideradas artísticas, tais como a decoração da casa, por simples que seja, as roupas, a
maquiagem e, principalmente as festas. Todo género de festas. É claro que as festas são
ocasiões de encontro afectivo e sobretudo para adolescentes e jovens, o momento
privilegiado da paquera. Mas, mesmo para estes e, sobretudo para crianças, adultos e idosos,
de ambos os sexos, a festa é o exercício pleno do imaginário. Numa festa, todos são atores.
Todos procuram transmitir uma parcela especial e que imaginam a melhor de suas próprias
personalidades.
Actividades intelectuais de lazer
Antes de criar uma discussão com os educadores artísticos, cabe uma explicação: tudo na
vida é fonte de conhecimento, de informação, de aprendizagem. Muitas pessoas preferem
crescer no conhecimento através da leitura elaborada e crítica de romances, contos, poesias e
filmes. Dumazedier diz que, enquanto a arte informa por encantamento, a ciência, a principal
fonte de satisfação dos interesses intelectuais no lazer, informa por desencantamento. A
ciência aqui deve ser entendida não apenas no seu conteúdo próprio, expresso em livros e
publicações especializadas, como nas formas de vulgarização e difusão, através de jornais,
revistas e tevê. No frigir dos ovos é difícil separar uma coisa e outra.
Sem pretender embarcar nessa polémica, lembro apenas de que a arte pode informar, mas
dirige-se basicamente à emoção dos indivíduos. Enquanto a busca de uma informação num
livro, num jornal, pode até mesmo provocar uma emoção forte nas pessoas, mas dirige-se
basicamente à satisfação de uma curiosidade ou do desejo sincero de saber alguma coisa
sobre algum assunto.

O lazer é um tempo precioso para o exercício do conhecimento e satisfação da curiosidade


intelectual, em todos os campos, seja através da conversação aparentemente banal com os
amigos, seja através dos meios de difusão electrónica, seja através da consulta especializada.

Actividades associativas de lazer


Em todas as actividades de lazer, pode existir um forte conteúdo de sociabilidade, expresso
no contacto com amigos, parentes, colegas, de trabalho ou de bairro. Fala-se, contudo, em
actividades associativas de lazer, para exprimir o interesse cultural centrado no contacto com
as pessoas. As actividades aqui vão desde as formas de semilazer doméstico, como jogos e
passeios com os filhos, visitas a parentes e amigos, até a frequência a grupos e até mesmo,
finalmente, a frequência a associações e movimentos culturais, aqui já no limiar da acção
político - partidária.

Paradoxalmente, a vida social no lazer pode assumir uma outra feição, cada vez mais
frequente nas grandes cidades, a da busca da privacidade. Esta forma pode constituir para
algumas pessoas uma forma de misantropia (aversão à sociedade, aos homens, antropofobia),
de recusa do contacto humano, de negação da sociabilidade.

Para muitas pessoas, contudo, a solidão é um momento de encontro do outro. Como dizia
(parece-me) o filósofo alemão Kant, "para conhecer os homens, é preciso viajar pelo mundo
todo, mas para conhecer o homem, não preciso sair do meu quarto".

De qualquer forma, deve - se resgatar os valores positivos da privacidade, desconhecidos


numa sociedade que valoriza de forma absoluta o comunitário como forma de participação.

O interesse cultural central dos indivíduos que buscam este género de actividades é a
mudança de paisagem, ritmo e estilo de vida. De todas as actividades de lazer, o turismo é
certamente a que mais provoca ansiedade nos indivíduos. Conhecer novos lugares, novas
formas de vida e, além de tudo, poder num curto período alterar a rotina quotidiana,
utilizando o tempo nobre de férias e fins-de-semana, tudo isso supões um conjunto de
atitudes que normalmente deveria merecer menos descaso por parte da sociedade. O sector
económico do turismo, centrado nas excelentes possibilidades comerciais que toda essa
expectativa gera, certamente não é capaz de atender a todas as suas implicações.

Com o objectivo de dar conta de todas as potencialidades culturais, sociais, e económicas


destas actividades, existe internacionalmente o chamado movimento de "turismo social",
crescente, ainda que, infelizmente, lutando com dificuldades notórias, inclusive de legislação.
Quais são as novas paisagens, ritmos e estilos de vida que se buscam no lazer turístico?
A resposta é unânime: paisagens de sol, céu e água, ritmos opostos à rigidez do tempo de
trabalho urbano e um estilo mais requintado, embora não necessariamente mais dispendioso,
de consumo de comidas, bebidas, roupas e lembranças.
Espaços de Lazer
Os espaços de Lazer podem ser Públicos ou Privados.
O lazer deve satisfazer as necessidades do indivíduo, principalmente as necessidades de
descanso e social. Está relacionado com a qualidade de vida, pois as pessoas estão
trabalhando cada vez mais em cidades com muito trânsito e agitação. Para fugir dessa
realidade, a população busca locais para descansar e sair da rotina. Por esse motivo a cidade
oferece aos seus habitantes espaços públicos como parques, centros comunitários, praças e
centros de eventos.
Há também a opção de lazer em espaços privados como shopping’s, teatros, cinemas, bares, e
outros, porém estes espaços se tornam acessíveis apenas à população que pode pagar por este
serviço.
Relação do Turismo e Lazer
Turismo é compreendido como uma actividade em que o viajante faz visitas a vários locais
com características naturais próprias (parques naturais, praias) ou alteradas pelo homem
(cidades históricas). O objectivo da actividade turística é gerar lazer para o indivíduo. Por
outro lado, o lazer representa os momentos prazerosos ou divertidos de uma pessoa ou
família durante uma viagem (que pode ser para a praia, resort, clubes simples, parques
aquáticos, entre outros.
De acordo com Panosso Netto e Trigo (2009), o sector de turismo sofreu profundas
transformações ao longo das últimas décadas, principalmente, para atender ao mercado que
ficou mais competitivo e passou a exigir mais qualidade profissional. O turismo é, portanto,
um fenómeno diferenciado e que para acontecer, assim como o lazer, necessita que o
indivíduo tenha, entre outros elementos, uma motivação. Existem diferentes segmentos de
mercado turístico ligados à motivações específicas, entre eles, destaca-se o chamado Turismo
de Lazer, actividade que, de acordo com Campos e Gonçalves (2005), é o turismo mais
procurado pela demanda turística e no qual pode-se destacar como principal motivação o
desejo de aliviar as tensões causadas pela rotina de trabalho, recuperação da capacidade física
e mental, relaxamento e recarga de energias. No turismo de lazer as opções são variadas e
vão, por exemplo, desde conhecer centros urbanos, praias e interior até a realização de
práticas esportivas.
Pode-se dizer que o turismo, no mundo contemporâneo, apresenta-se como uma das
actividades mais expressivas do lazer. Para os autores que defendem o turismo como um dos
interesses do lazer (MARCELLINO, 1996; CAMARGO, 2003) tanto o lazer como o turismo
apresentam pontos convergentes, a saber: o carácter liberatório; a busca pelo prazer e a
liberdade de escolha, conforme assevera, também, Dumazedier (1980).
Relação entre Trabalho e Lazer
No que tange à relação entre lazer e trabalho, Stênico e Paes (2016) relatam que por muito
tempo ambos eram considerados elementos de campos opostos, que, posteriormente,
culminou com o entendimento de tempo livre como um complemento do trabalho e, na
actualidade, na concordância de que lazer e trabalho podem ser vistos com uma relação
intensa e, portanto, difícil de separar. Um exemplo disso pode ser visto em algumas empresas
que adoptam espaços para descanso e lazer em suas instalações, na expectativa de que isso
possa optimizar as relações interpessoais e aumentar a produtividade.
Significa dizer que nos tempos actuais fica evidente a dificuldade em separar o lazer das
demais obrigações, para De Masi (2000), o indivíduo acaba levando o trabalho para casa
devido a cabeça não parar de pensar, principalmente em achar soluções para os problemas de
trabalho. Actualmente, até mesmo a tecnologia acaba sendo invasora do considerado tempo
de lazer e acaba por conduzir situações ou problemas de trabalho para o seu tempo livre, seja
na folga trabalhista ou até mesmo nas férias.

Relação entre Tempo e Lazer


Para Rolim (1989), o 'Tempo' pode ser definido como tempo natural ou cíclico, vectorial,
mecânico e psicológico, que está em relação directa com as diferentes épocas históricas:
idades antiga, média, moderna e contemporânea, respectivamente.
Segundo o autor, na Idade Antiga, o tempo era definido pela natureza: o homem e a mulher
se orientavam pelos fenómenos naturais, como os ciclos das estações e o nascer e pôr do sol.
Nessa época, "o sentimento do tempo é limitado em sua extensão, pois estende-se apenas ao
futuro mais próximo a ao passado mais recente" (ROLIM, 1989, p. 43-44).
Não há, portanto, separação entre o tempo de trabalho e o tempo de lazer, pois ambos são
direccionados a partir das características próprias de cada momento, como o tempo de plantar
e o tempo de colher, por exemplo.

Equipamentos específicos de Lazer


“Como se caracterizam esses equipamentos? Caracterizam - se pela classificação sob um
triplo critério: população, interesses e dimensão física que, no nosso modo de ver, melhor
completa os eventuais dados colhidos junto á população e aos líderes culturais.

 Micros equipamentos especializados – são equipamentos importantes na escala da


pequena cidade ou do bairro da grande cidade: de dimensões reduzidas, são voltados para
um único campo do lazer, seja físico (quadras, piscinas, parques infantis, jardins), manual
(clube de jardinagem, de artesanato), intelectual (biblioteca, auditório), artístico
(cineclube, ateliês de arte) ou associativo (clubes, associações). Estas actividades tendem
a ser desenvolvidas para uma população restrita e com interesse bem definido. Uma
política urbana de lazer deve criar todas as condições para a sua efectivação, o que, num
plano ideal, iria até à concessão de espaço e subsídio financeiro. São equipamentos
importantes para a difusão cultural;

 Equipamentos médios de polivalência dirigida – quando se prevê o atendimento a uma


grande população, com interesses diversificados, a melhor solução, ainda, é a dos
chamados centros culturais, equipamentos que abrangem instalações para os diferentes
interesses no lazer (físico – esportivos), manuais, intelectuais, artísticos e sociais); esta
solução é preferível à implantação de equipamentos isolados, na medida em que permite
ao indivíduo despertar para outros interesses que não o seu próprio; esta modalidade é
indicada, sobretudo, para a cidade, onde os riscos de isolamento sociocultural são
maiores;

 Macro-equipamentos polivalentes – trata-se, no caso, de equipamentos suficientemente


amplos, de forma a permitirem que a população deles se aproprie segundo os mais
diferentes interesses; sua característica principal é o verde e a natureza, colocados à
disposição de uma população urbana carente desse aspecto; é o caso dos clubes de campo,
dos grandes parques e jardins; são equipamentos que se tornam importantes na razão
directa do crescimento da cidade, quando a opressão do cimento gera a nostalgia; para as
metrópoles, portanto;
 Equipamentos de turismo social – sejam urbanos (de recepção e hospedagem de turistas
sem recursos, em visita à cidade), sejam não-urbanos (campings, colônias de férias,
pousadas).”

Tendências de Lazer
 As férias tornam-se mais curtas, mais frequentes e mais intensas, distribuídas
uniformemente ao longo do ano. Já que há pouco tempo para as férias, as pessoas tendem
a saírem mais para não se estressarem rapidamente e, mais intensas, pois devido ao curto
tempo, querem desfrutar ao máximo cada momento.

 Como o curto tempo para o lazer vocacional, a tendência é que as pessoas viajem a
destinos mais próximos de casa, o que aumenta a competição entre atracões.

 O interesse cultural produzido pela mídia e desenvolvido no lar estimula o mercado a


criar mais produtos culturais, tornando-os mais acessível à população de diversas rendas e
faixas etárias, como por exemplo, os festivais de cinema ou musicais gratuitos.

 O lazer virtual oferecido pela Internet oferece uma nova modalidade de lazer ao
indivíduo. Ele pode optar entre visita ao museu do Louvre ou um mergulho na Barreira de
Corais na Austrália pelo Google Earth ou a leitura de um livro; ou simplesmente, navegar
nas páginas que lhe interessam.

 Com a busca por oportunidades de lazer próximo ao local de residência, há o


crescente aumento dos shoppings combinados a outras atracções, como o The Mall,
nos Estados Unidos.

 A procura por lazer ao ar livre e próximo de casa remete ao meio rural, ofertando espaços
no entorno da cidade, com actividades que contemplam recreação, descanso e ruralidade
em um único ambiente.

Importância do Lazer na qualidade de vida das pessoas


O lazer é algo que está presente na vida das pessoas, más nem todos sabem a importância
dessa actividade, que traz muitos benefícios para nossa qualidade de vida, entre os seus
benefícios podemos citar o combate ao estresse, facilita a circulação do sangue promovendo
assim uma homeostase, ou seja, um equilíbrio no meio interno do corpo, colaborando na
manutenção da saúde.
As vezes por falta de informações, as pessoas ignoram sua importância e isso não pode
acontecer, pois todos têm direito ao lazer. As crianças praticam essa actividade e recebem
seus benefícios constantemente, pois o principal ato da criança é o brincar (MARCELINO,
2002)
Importante mesmo é encontrar aquela actividade que te faz bem. O equilíbrio entre diversão e
obrigação traz satisfação, alegria, bom humor e agrega ao seu dia uma sensação de liberdade
e leveza. Além disso tudo, esse tempo dedicado exclusivamente ao nosso bem-estar ajuda a
tirar o peso que o excesso de funções e actividades exercem tanto na esfera física quanto
mental.

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