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e de sílica. Daí ser este o argilomineral dominante na maioria dos solos de


regiões tropicais e subtropicais (Latossolos, Argissolos, Nitossolos, etc.).
Pelo fato de serem minerais não-expansivos, as caulinitas conferem boas
características físicas aos solos (boa agregação, aeração, permeabilidade à
água). Nos solos as caulinitas ocorrem na forma de pequenos cristais, com
morfologia hexagonal, com uma área superficial específica variando entre 5 e 30
m2 g-1 .

b) Haloisita – é um argilomineral do tipo 1:1 com estrutura semelhante


à da caulinita, com morfologia tubular e/ou esferoidal, contendo moléculas de
água estruturais entre as camadas (Al 2Si2 O5.4H2O), o que expande a distância
basal da haloisita para 1,0 nm. É menos freqüente em solos, ocorrendo
principalmente naqueles derivados de depósitos vulcânicos.

c) Micas - as micas são filossilicatos do tipo 2:1 não-expansivos,


apresentando uma distância basal fixa de 1 nm (Figura 2.7). A rigidez das
ligações entre as camadas deve-se à presença de íons potássio entre as mesmas,
impedindo a penetração de moléculas de água ou íons, e a conseqüente
expansão das micas.
As principais micas são a muscovita (mica branca, dioctaedral), cuja
composição é KAl2(Si3 Al)O10(OH)2 e a biotita (mica preta, trioctaedral), de
composição K(Mg2+ ,Fe2+,Mn2+ )3(Si 3Al)O10(OH)2. Nos tetraedros há uma substitui-
4+ 3+
ção parcial de Si por Al , originando um excesso de cargas negativas na
estrutura do mineral, que são compensadas em parte pelos íons potássio entre
as camadas. Assim, a capacidade de troca desses minerais varia de 20 a 50 cmolc
kg-1.
No solo, biotita e muscovita são herdadas do material de origem
(minerais primários), principalmente de rochas graníticas, gnaisses ou micaxistos;
sendo a ocorrência bem menos frequente em solos de rochas basálticas. Embora
a biotita seja mais abundante nas rochas, no solo a mica predominante é a
muscovita, devido sua maior resistência a alteração. Ambas ocorrem, predomi-
nantemente, nas frações mais grosseiras do solo (silte e areia).
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42 Composição da fase sólida mineral do solo

Tabela 2.2 Classificação simplificada dos argilominerais

Cristalinidade Proporção Expansibilidade Argilomineral


de lâminas
por camada

Cristalino 1:1 Não expansivo Caulinita


Haloisita

2:1 Não expansivo Micas Ilita


Clorita

Expansivo Vermiculita
Esmectitas

Não cristalino Alofano


Imogolita

A troca dos íons potássio por outros cátions (Ca2+, Mg2+, Na+, H+ )
permite a entrada de moléculas de água nas entrecamadas, aumentando a
distância basal. O mineral resultante desta alteração parcial das micas é
denominado de ilita (mica pedogênica), parcialmente expansiva, com menor CTC
(5 a 15 cmolc kg-1) e mais pobre em potássio que as micas.
A presença de mica em solos pode significar uma disponibilidade
potencial de potássio para as plantas, com teores variando de 7 a 14 %. O
potássio é liberado durante a alteração das micas pelo intemperismo,
transformando-as em outros argilominerais como a vermiculita, esmectita ou
interestratificados com esses minerais.

d) Clorita – são filossilicatos com estrutura 2:1 (similar às micas) entre


as quais situa-se uma quarta lâmina octaedral chamada lâmina hidróxido
entrecamada, anteriormente chamada lâmina brucita (constituída por Mg(OH)2 )
ou lâmina gibbsita (constituída por Al(OH)3). Este arranjamento estrutural das
cloritas conferiu-lhes a denominação de minerais 2:1:1 ou 2:2, cujo espaçamen-
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to basal é fixo de 1,4 nm. A lâmina hidróxido com carga positiva e a camada
2:1 com carga negativa, resultam numa carga negativa líquida de 10 a 40 cmolc
kg-1.
Nos solos, cloritas são minerais primários herdados de rochas
metamórficas ou ígneas, ou produtos da alteração de outros minerais primários.
Em solos intemperizados, devido a pouca estabilidade, alteram rapidamente à
vermiculita ou esmectitas.

e) Vermiculita - A vermiculita é um argilomineral 2:1 similar as micas,


entretanto, mostra capacidade de expansão. Vermiculitas trioctaedrais [nH2O,
Mgx(Mg3)(Si4-xAlx )O10(OH)2 ] e dioctaedrais [nH2O, Mgx(Al2)(Si4-x Alx)O10(OH)2 ] são
originadas, respectivamente, da transformação da biotita e da muscovita, ou
ainda de cloritas. O espaçamento basal pode varia de 1 nm, quando a
vermiculita retém potássio nas entrecamadas, a 1,5 nm, quando as entrecama-
das são ocupadas por moléculas de água e cátions hidratados (Ca2+, Mg2+)
Nos tetraedros há substituição parcial do Si 4+ por Al3+, originando um
excesso de cargas negativas na lâmina tetraedral. Como o mineral é expansivo,
todas essas cargas ficam disponíveis nas entrecamadas para a troca de íons,
-1
conferindo-lhe uma alta capacidade de troca, que alcança 100 a 200 cmolc kg
em virtude da grande área superficial específica (750 m2 g-1) do mineral.
A capacidade de expansão e contração de vermiculita confere uma alta
plasticidade e pegajosidade aos solos em que ocorre, dificultando o manejo
agrícola dos mesmos. A presença de cátions com baixa energia de hidratação
(K+, NH4+, Rb+, Cs+) provoca a desidratação das entrecamadas e a fixação
destes por formarem complexos de esfera-interna (Capítulo 5) com a superfície
das lâminas tetraedrais. No caso do potássio, isto pode afetar sua disponibilida-
de, pelo menos temporariamente, implicando em adubações potássicas com
maiores doses desse elemento. A vermiculita ocorre em solos pouco intemperi-
zados. Quando presente em solos altamente intemperizados, a vermiculita
apresenta polímeros de alumínio (hidróxi-Al3+) nas entrecamadas (VHE),
característica que aumenta sua estabilidade no solo.
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44 Composição da fase sólida mineral do solo

Figura 2.7 Estrutura esquemática de minerais de solos


(adaptado de Shulze, 1989)
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f) Esmectitas - As esmectitas compreendem um grupo de argilomine-


rais 2:1 expansivos, dos quais o mais comum é a montmorilonita
[M+0,5 (Al1,5Mg0,5)(Si4 )O10(OH)2 ]. Podem ser herdadas do material de origem,
formadas pela transformação de micas, vermiculitas e cloritas; ou neoformadas
a partir da solução do solo.
Apresentam uma estrutura semelhante à da vermiculita, porém as substituições
isomórficas são predominantes na lâmina octaedral, onde o Mg2+ ocupa o lugar
do Al3+. Assim, a distância basal é maior (varia entre 1 e 2 nm), e a capacidade
de troca é de 50 a 160 cmol c kg-1. Devido ao pequeno tamanho dos cristais, as
esmectitas apresentam uma grande área superficial específica, em torno de 800
2
m g-1, o que proporciona juntamente com a elevada CTC, uma grande
capacidade de reter íons (Ca2+, Mg2+, K+ , etc.) e moléculas (herbicidas,
compostos orgânicos, água) nas entrecamadas.
Devido a sua alta capacidade de expansão e contração, as esmectitas
conferem uma alta plasticidade e pegajosidade aos solos quando úmidos e,
fendilhamentos e consistência dura a muito dura quando secos. Isso torna o
manejo de solos esmectíticos em condições extremas de umidade e secamento
muito difícil. As esmectitas ocorrem em solos pouco intemperizados (Vertissolos,
Chernossolos, Neossolos) de regiões temperadas, áridas e de locais com
drenagem impedida (Planossolos, Gleissolos). Sua formação exige altas
concentrações de cálcio, magnésio e silício em solução, sendo as rochas ígneas
básicas o material de origem mais comum.

g) Minerais 2:1HE - são argilominerais 2:1 (vermiculitas ou esmecti-


tas) com intercalação de polímeros de alumínio (AlOH) nas entrecamadas
(Figura 2.8). Ocorrem em ambientes ácidos, onde os polímeros liberados pelo
intemperismo preenchem parcial ou totalmente o espaço entrecamadas do
argilomineral. São identificados pela terminação HE (Hidróxi- Al3+ entre
camadas). Assim, uma esmectita com hidróxi-Al entre camadas é grafada como
EHE; e uma vermiculita, como VHE. Quando, eventualmente, preenchem
totalmente as entrecamadas são denominados cloritas secundárias ou
pedogênicas.
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46 Composição da fase sólida mineral do solo

O preenchimento do espaço entrecamadas de argilominerais do tipo 2:1


produz modificações significativas nas propriedades químicas e físicas desses
minerais: reduz a carga permanente, diminuindo a CTC; aumenta a carga
variável, possibilitando a fixação de ânions e metais pesados; reduz a área
superficial interna e a capacidade de expansão e contração.

h) Argilominerais interestratificados – são argilominerais que


apresentam, simultaneamente, estrutura de dois ou mais minerais distintos. Por
exemplo: mica-ilita, mica-ilita-vermiculita, ilita-esmectita, caulinita-esmectita,
esmectita-clorita.
Esta composição estrutural mista decorre da transformação parcial do
mineral original em um novo mineral. Isto significa que diferentes porções de
um mineral interestratificado apresentam estrutura distinta. Por exemplo, na
caulinita-esmectita, a porção referente a caulinita (produto da alteração da
esmectita) irá apresentar baixa capacidade de troca e ausência de expansão e
contração; enquanto a porção referente ao mineral original (esmectita) irá
possuir alta capacidade de troca, bem como contração e expansão.

i) Aluminossilicatos mal-cristalizados – são argilominerais de


menor importância, formados pelo intemperismo de minerais primários ou
secundárioss. Podem ser dominantes em solos desenvolvidos de cinzas
vulcânicas (Japão, Hawaí) e muito raros em solos altamente intemperizados
(Latossolos, Argissolos). Os principais representantes são a alofana e a
imogolita. A alofana é constituída por quantidades variáveis de O2-, OH -, Al3+ e
Si4+, apresentando-se em forma de partículas esféricas. A imogolita é
constituída por partículas que são agregados de pequeníssimos tubos paralelos
(2 nm de diâmetro externo). A capacidade de troca desses minerais pode
alcançar 100 cmolc kg-1, com expressiva importância na fixação de fosfatos e
outros ânions, diminuindo acentuadamente a disponibilidade destes para as
plantas.
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Figura 2.8 Estrutura esquemática de minerais de solo (adaptado


de Shulze, 1989)
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48 Composição da fase sólida mineral do solo

ÓXIDOS, HIDRÓXIDOS E OXIHIDRÓXIDOS

Sob o termo geral óxidos são, neste texto, compreendidos os óxidos,


hidróxidos e oxihidróxidos. Os óxidos mais frequentes em solos são os de Fe, Mn,
Al e Ti, particularmente na fração argila. Seus teores variam de acordo com o
teor desses elementos no material de origem e do grau de intemperização do
solo. Assim, quanto mais intemperizado for o solo, maior será a concentração de
óxidos. Os óxidos de ferro e de alumínio são os mais abundantes, mas
geralmente em menor concentração do que os argilominerais. Mesmo assim, são
de grande importância, pois afetam as propriedades químicas dos solos,
conforme será detalhado no Capítulo 5. Os principais óxidos constituintes da
fração mineral de solos são descritos a seguir:

a) Óxidos de ferro

Os óxidos de ferro estão presentes na maioria dos solos e são responsá-


veis pelas cores vermelhas, alaranjadas, amarelas e brunadas utilizadas para
distinguir os solos e seus horizontes. As cores e sua distribuição nos solos
também permitem identificar processos pedogenéticos, pois o ferro existe na
forma de Fe2+ e Fe3+ e é, portanto, afetado pelas condições de oxidação-redução
do pedoambiente (ambiente do solo). Os óxidos de ferro são, normalmente, o
produto da alteração de silicatos contendo ferro, exceto a magnetita que é
herdada do material de origem.
Entre os óxidos de ferro, os mais abundantes são os tipos goethita (a-
FeOOH) e hematita (a-Fe2 O3), que imprimem respectivamente as cores amarelas
e vermelhas aos solos. A goethita tende a ser o único óxido de ferro presente em
solos de regiões mais frias e úmidas (Cambissolo Húmico, Cambissolo Hístico),
com altos teores de matéria orgânica e pH ácido, como na região dos Campos
de Cima da Serra (Vacaria, Bom Jesus, São Francisco de Paula) no estado do Rio
Grande do Sul. Já a hematita está presente em maior proporção do que a
goethita em solos de regiões mais quentes (Latossolo Vermelho, Nitossolo
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Vermelho), como no Planalto Médio do estado do Rio Grande do Sul (Passo


Fundo, Ijuí) e nas Missões (São Borja, Santo Ângelo).
Óxidos de ferro menos frequentes são a lepidocrocita (g-FeOOH),
presente em alguns solos hidromórficos na forma de mosqueados alaranjados,
e a maghemita (g-Fe2O3 ) de cor vermelha em solos tropicais. Ocorre, ainda, a
magnetita (Fe3O4), de origem litogênica, que é um óxido identificado em certos
solos (Latossolo Vermelho) pela atração magnética por meio de um ímã.
Uma forma jovem e mal cristalizada de óxido de ferro é a ferrihidrita
(5Fe2O3.9H2 O), de coloração brunada; esse mineral ocorre geralmente em
situações de má drenagem, por exemplo, em solos de lavouras de arroz irrigado
e em canais de drenagem; em tais situações pode haver problema de toxidez de
ferro para variedades de arroz sensíveis.
Os teores de óxidos de ferro nos solos dependem do teor de ferro no
material de origem e do grau de alteração dos solos. Quanto mais avançado o
estádio de intemperização, maior a concentração de óxidos de ferro no solo. Por
exemplo, no estado do Rio Grande do Sul, solos velhos (Latossolos) apresentam
teores de 40 g kg-1 de óxidos de ferro quando originados de arenitos e de 150
g kg-1 quando de basalto; por sua vez, Latossolos de itabirito, em Minas Gerais,
podem ter 450 g kg-1 de óxidos de ferro. Além de disseminados nos solos, os
óxidos de ferro podem ocorrer em acumulações localizadas na forma de plintita,
de concreções (petroplintita), de camadas e couraças cimentadas (= lateritas).
Essas últimas são observáveis em alguns pontos do Rio Grande do Sul (por
exemplo na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, e na região das
Missões) e, com muita freqüência, no Distrito Federal e no estado de Goiás.
Os óxidos de ferro apresentam carga variável, positiva ou negativa, dependendo
do pH do solo, podendo assim adsorver ânions e cátions. São minerais
considerados importantes agentes na estabilidade dos agregados estruturais dos
solos, na retenção de fosfatos, de elementos traço (Cu, Mn, Co, etc.) e de metais
poluentes (Pb, Cd), além de serem fonte de ferro como nutriente para as plantas.
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50 Composição da fase sólida mineral do solo

b) Óxidos de manganês

Os óxidos de manganês ocorrem na forma de constituintes menores, mas


podem ter efeito considerável em algumas propriedades do solo. Quimicamente
são muito complexos, geralmente contém Mn4+ (mas também Mn2+ e Mn3+) e
cátions como Na, K, Ba, Ca, Li. Frequentemente ocorrem disseminados no solo,
ou associados com os óxidos de ferro; em solos mal drenados ocorrem na forma
de segregações pretas nas faces de agregados estruturais ou fendas, ou como
nódulos e concreções. Os mais comuns são birnessita [(Na0,7 Ca0,3) Mn7O14 .28H2O]
e litioforita [(Al, Li)MnO2(OH)2]. Os óxidos de manganês geralmente contém
elementos traço essenciais para as plantas (Co, Cu, Zn, Mo) e adsorvem
fortemente elementos poluentes como Pb e Cd.
Em comparação aos óxidos de ferro, os teores de manganês são
relativamente baixos, variando de 0,1 g kg-1 a 28 g kg-1 em solos da região do
Planalto no RS. Apesar de ser um elemento essencial para as plantas, doses
elevadas de manganês tem efeito tóxico, como é observado em Latossolos
Vermelhos da região das Missões no Rio Grande do Sul.

c) Óxidos de alumínio

O mais frequente é a gibbsita (g-Al(OH)3). Sua formação exige ambientes


com teores muito baixos de silício na solução (<0,5 mg kg-1 ), sendo, portanto,
restrita a solos ou materias altamente intemperizados e dessilicatados (Figura
2.7). A gibbsita é o produto final na alteração dos argilominerais. De forma
semelhante aos óxidos de ferro, também os de alumínio apresentam carga
variável, positiva e/ou negativa, dependendo do pH do solo.
A gibbsita ocorre em teores apreciáveis em solos de regiões tropicais,
como nos Latossolos do estado de Goiás e do Distrito Federal; nos Latossolos do
Rio Grande do Sul a concentração de gibbsita é baixa devido ao menor grau de
dessilicação dos solos.

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