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62 Composição da fase sólida orgânica do solo

COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DA MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO

Na natureza, a matéria orgânica é produzida principalmente pelas


plantas, pela da conversão do CO2 atmosférico em compostos contendo
carbono, durante o processo de fotossíntese. O termo “matéria orgânica do
solo” (MOS) refere-se a todos os compostos que contêm carbono orgânico no
solo, incluindo os micro-organismos vivos e mortos, resíduos de plantas e
animais parcialmente decompostos, produtos de sua decomposição e
substâncias orgânicas microbiologicamente e/ou quimicamente alteradas. Esse
conceito é muito abrangente, determinando uma composição extremamente
complexa, em função da mistura de diferentes compostos e à grande variedade
de processos naturais de degradação e síntese que ocorrem na sua formação
(Figura 3.1).
As limitações analíticas e a natureza complexa e dinâmica da MOS
dificultam a sua caracterização, bem como o entendimento dos processos que
regulam seu comportamento no solo. Inicialmente os estudos sobre MOS
fundamentavam-se na sua separação dos demais constituintes do solo e sua
relação com a mineralização de nutrientes (N, S e P) e demais fatores associa-
dos à fertilidade do solo; estes são fortemente dependentes da suscetibilidade
dos diferentes compostos orgânicos à decomposição microbiana e a proteção
física da MOS, especialmente àquela ligada na fração argila.
Os principais constituintes da matéria orgânica são o carbono (52-
58%), oxigênio (34-39%), hidrogênio (3,3-4,8%) e nitrogênio (3,7-4,15). A
complexidade da MOS pode ser inferida pelas definições mostradas a seguir,
bem como pelos processos envolvidos na sua dinâmica e mostrados na figura
3.1.
a) Resíduos orgânicos ou liteira - é o material orgânico presente
na superfície do solo formado por tecidos de plantas e animais não decompos-
tos e pelos produtos de sua decomposição parcial. A liteira não é componente
da MOS, devendo por isso ser excluída quando da amostragem de solo para
fins de avaliação da fertilidade. Entretanto, a liteira é importante em ecossiste-
mas florestais e de pastagem natural. Com a difusão do sistema plantio direto,
os resíduos orgânicos, que anteriormente eram incorporados com o preparo do
solo, passam a ser mantidos na superfície do solo representam muito mais do
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que a ciclagem de nutrientes, sendo fundamentais à conservação do solo.

b) Fração “leve” - é a fração composta de resíduos de plantas em


vários estágios de decomposição e localizados no interior do solo. Sua
composição química é comparável à liteira, pois mantém identidade com o
material de origem, e a quantidade no solo é variável, de 2 a 30% da MOS,
sendo influenciada por fatores climáticos e pelo tipo de manejo e caracterís-
ticas do solo, especialmente a textura e demais variáveis que afetam a taxa de
decomposição (pH, temperatura, umidade, entre outros).
A liteira e a fração leve da matéria constituem a fração particulada da
matéria orgânica do solo.

c) Biomassa microbiana - é a matéria orgânica presente no solo


como tecido microbiano vivo. A biomassa microbiana é composta principalmen-
te por bactérias, actinomicetos, fungos, protozoários, algas, podendo o seu
número alcançar cerca de 1.000.000.000 por grama de solo.
A biomassa microbiana pode atuar, primeiramente, como um agente
de decomposição dos resíduos adicionados ao solo onde concorre com as
plantas pelos nutrientes, podendo, inclusive, causar imobilização temporária,
principalmente de N. Em outra etapa, funciona como um compartimento que
libera rapidamente os nutrientes às plantas no processo de mineralização dos
resíduos e morte dos organismos. Em geral, corresponde de 2 a 5% da MOS
total. No sistema plantio direto a biomassa microbiana é favorecida pelo
aumento do teor de MOS, devido ao não revolvimento do solo, a ênfase à
rotação de culturas e a implantação de plantas de cobertura de solo em
períodos onde o solo não é utilizado para culturas comerciais.

d) Substâncias não-húmicas ou biomoléculas - deste grupo


fazem parte diversos compostos orgânicos que se encontram no solo e que
pertencem a conhecidas classes de bioquímicos, como os carboidratos, os
aminoácidos, as gorduras, as resinas e os ácidos orgânicos de baixo peso
molecular (Figura 3.2).
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Figura 3.1 Esquema dos processos de formação da MOS a partir dos


resíduos de plantas e animais (modificiado de Hodges, 1998; Hatcher & Spi-
ker, 1988).

São compostos produzidos continuamente pelo ciclo dos organismos vivos no


solo (sintetizados pelos micro-organismos ou liberados pelas raízes das
plantas), apresentando composição e estrutura química bastante conhecidas.
São exemplos de biomoléculas os ácidos orgânicos simples (ácido cítrico, ácido
oxálico), os aminoácidos (glicina, lisina), os carboidratos (monossacarídeos
como glicose e galactose, e polissacarídeos, como as hemiceluloses e a
celulose), a lignina, além de outros compostos de fósforo (fosfato inositol) e
enxofre.
As biomoléculas tem influência nas reações ácido-base, na complexa-
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ção de metais e na agregação das partículas do solo. Sua quantidade no solo


é variável (5 a 25%) mas, de maneira geral, persistem apenas por curtos
períodos de tempo no solo devido a facilidade com que são atacadas pelos
micro-organismos

Figura 3.2 Exemplos de biomoléculas encontradas em solos

e) Substâncias húmicas ou húmus estável - praticamente todos


os compostos de carbono gerados na decomposição dos resíduos orgânicos
sofrem processos de ressíntese chamados de humificação, formando um
material genericamente conhecido como “húmus” (Figura 3.1). Neste grupo,
estão presentes compostos orgânicos, com peso molecular relativamente alto,
com diâmetro de partículas que variam de 1 a 0,001 μm, de coloração escura
e gerados em reações secundárias de síntese. Essas substâncias apresentam
uma alta complexidade química e estrutural, por isso a sua fórmula molecular
não é bem definida. Constituem quase a totalidade da MOS e, devido à sua
grande reatividade, são a fração envolvida na maioria das reações químicas no
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solo.
O húmus formado no processo de humificação pode encontrar-se no
solo intimamente associado a outros constituintes e mesmo dentro de agrega-
dos. Portanto, além dos processos bioquímicos, a sua estabilização pode
envolver reações , como adsorção e precipitação com partículas de natureza
inorgânica. Devido a essa complexidade química, essas substâncias não são
facilmente atacadas pelos micro-organismos do solo. Assim, decompõem-se
muito lentamente, acumulando-se na natureza como MOS.

Tabela 3.1 Algumas propriedades químicas das substâncias hú-


micas (Stevenson, 1982)

SUBSTÂNCIAS HÚMICAS

Ácido Fúlvico Ácido Húmico Humina

amarelo amarelo castanho cinza preto


claro castanho escuro preto

Aumenta a intensidade da cor

Aumenta o grau de polimerização

45% Aumenta o teor de carbono 62%

2.000 Aumenta o peso molecular 300.000 ?

48% Decresce o teor de oxigênio 30%

1.400 Decresce a acidez trocável 500

Decresce o grau de solubilidade

O termo “substâncias húmicas” também é usado como um nome


genérico e operacional para descrever materiais e frações obtidas com base em
características de solubilidade da MOS em meio ácido e alcalino (Figura 3.3).
O fracionamento químico da MOS, utilizando-se ácidos e bases, permite
separar a matéria orgânica do solo em três frações principais com distintas
características fisico-químicas: Humina: uma fração insolúvel em meio alcalino
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(não é separada da fração mineral); Ácido húmico: material orgânico que pode
ser extraído do solo e é solúvel em meio alcalino, mas é insolúvel em meio
ácido; Ácido fúlvico: material orgânico que permanece na solução após a
extração em meio alcalino e remoção dos ácidos húmicos pela acidificação da
solução.

Figura 3.3 Esquema do fracionamento químico da MOS (adap-


tado de Stevenson, 1994 ).

As frações de substâncias húmicas, extraídas do solo com base nas


suas características de solubilidade em ácido ou base, são formadas de uma
mistura heterogênea e bastante complexa de moléculas orgânicas, polimeriza-
das e com massa molecular bastante variável.
A caracterização dessas frações normalmente inclui análises de sua
composição química (teores de C, O, H, N e S), número de grupamentos
acídicos funcionais, grau de polimerização, razão de absorbância (E4/E6),
caracterizações espectroscópicas (Ressonância Magnética Nuclear e Paramag-
nética Eletrônica, Infra-Vermelho), entre outras, as quais são utilizadas para
inferir sobre os processos envolvidos na formação da MOS, bem como sobre
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eventuais efeitos da MOS nas características do solo.

Tabela 3.2 Composição elementar de substâncias húmicas de


solos brasileiros (Adaptado de Dick et al, 2009)

Elemento Ácido Húmico Ácido Fúlvico

........................g kg-1 ....................

C 520-540 420-490

H 44-51 23-48

N 46-72 10-35

C/N 7-15 12-49

O 350-390 400-530
-1
COOH cmol kg 150-570 520-1120

OH fenólica cmol kg -1 210-570 30-570

As substâncias húmicas têm alto peso molecular; o ácido húmico tem


peso molecular que pode variar de 3.000 a 1.000.000 enquanto que o peso
molecular do ácido fúlvico está na faixa de 500 a 5.000. Entretanto o ácido
fúlvico é mais reativo pela maior quantidade grupos carboxílicos (COOH) e
fenólicos (OH) que contém. Algumas propriedades químicas das substâncias
húmicas podem ser observadas na Tabela 3.1 e na Tabela 3.2.

FUNÇÕES DA MATÉRIA ORGÂNICA

Na maioria dos solos, o teor de MOS varia de 0,5 a 5,0% nos


horizontes minerais superficiais, podendo apresentar maiores valores em solos
orgânicos. Apesar de encontrar-se em pequena quantidade em comparação com
a fração mineral, a MOS é importante para os sistemas de produção agrícola
devido aos efeitos que produz nas propriedades químicas, físicas e biológicas
do solo (Tabela 3.3) e no crescimento e desenvolvimento das plantas. As
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principais propriedades e características químicas, físicas e biológicas do solo


afetadas pela matéria orgânica são:

a) Químicas
A MOS tem acentuado efeito sobre a fertilidade do solo. É fonte de
nutrientes para as plantas, principalmente N, S e P quando mineralizada pelos
micro-organismos.Como a matéria orgânica é a principal fonte de nitrogênio no
solo o seu teor é utilizado como um dos critérios de recomendação de adubação
nitrogenada para as culturas nos estados de SC e RS. A MOS apresenta cargas
elétricas de superfície e contribui para a capacidade de troca de cátions (20 a
70% da CTC da maioria dos solos tropicais, Capítulo 5). Devido à capacidade de
liberar ou receber íons H+, oferece resistência às modificações do pH do solo
(“poder tampão da acidez”, Capítulo 6). Pela sua alta reatividade, regula a
disponibilidade de vários micronutrientes essenciais (Cu2+, Mn2+, Zn2+, entre
outros), bem como a atividade de metais pesados e de elementos fitotóxicos,
como a do Al3+ em solos ácidos. Afeta, também, a mobilidade, volatilidade,
biodegradabilidade e conseqüente fitotoxidade de outras moléculas orgânicas
ou inorgânicas adicionadas ao solo (metais pesados, herbicidas, inseticidas,
resíduos de indústrias ou de sistemas de produção animal, entre outras).

b)Físicas
Os compostos orgânicos que constituem a MOS participam das ligações
entre as partículas individuais do solo, atuando como agentes cimentantes das
unidades estruturais (agregados). A formação e estabilização dos agregados
afeta a aeração, permeabilidade e capacidade de retenção de água pelo solo.
A presença de poros no solo oferece melhores condições à infiltração de
água e melhor troca de gases entre o solo e a atmosfera.
A maior estabilidade que a MOS promove aos agregados também
dificulta a dispersão e o arraste das partículas pelas águas das chuvas,
aumentando a resistência do solo à erosão. A coloração escura que a MOS impri-
me ao solo também favorece o seu aquecimento em regiões temperadas. A co-
bertura do solo por resíduos orgânicos evita grandes variações de temperatura
e umidade nas camadas superficiais durante o dia (importante para germinação
de sementes) e diminui o impacto das gotas das chuvas nos processos de
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desagregação das partículas.

Tabela 3.3 Principais processos relacionados a MOS e seus


efeitos no solo (adaptado de Baldock & Nelson, 2000)

Processo Efeito no solo


Mineralização de nutrientes Fertilidade dos solos e neces-
sidade de adubação
Troca de cátions Disponibilidade de nutrientes
para as plantas
Químicos Poder tampão Acidez do solo e necessidade
de calagem (calcário)
Reação com metais Disponibilidade de micronu-
trientes e elementos tóxicos
Estruturação do solo Agregação, aeração, infiltra-
ção de água no solo
Físicos Retenção de água Disponibilidade de água para
as plantas
Cor Aquecimento do solo
Fonte de energia e nutrientes Atividade biológica, taxas de
para os micro-organismos decomposição e mineralização
Biológicos Atividade enzimática Estimulação ou inibição de
enzimas extracelulares
Desenvolvimento de plantas Estimulação ou inibição pela
produção de fitohormônios ou
de compostos orgânicos tóxi-
cos

c) Biológicas
Os compostos de carbono da MOS servem como fonte de energia e
nutrientes para os organismos do solo, desde que sua atividade está diretamen-
te relacionada à disponibilidade de carbono. Alguns dos compostos orgânicos da
MOS têm, também, efeito fisiológico direto sobre as plantas, quer favoráveis,
como a auxina, quer fitotóxicos, como certos compostos fenólicos.
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REAÇÕES DA MATÉRIA ORGÂNICA EM SOLOS

A matéria orgânica do solo pode ser encontrada sob diferentes formas


e localização no solo, principalmente como matéria orgânica particulada
(material orgânico pouco decomposto), matéria orgânica associada a minerais
do solo e matéria orgânica dissolvida.
A matéria orgânica associada aos minerais do solo é formada por
substâncias húmicas, principalmente, que se ligam às supefícies dos minerais
por seus grupos funcionais (Figura 3.4) formando complexos organominerais
que conferem maior estabilidade a matéria orgânica do solo.
A matéria orgânica dissolvida é composta por uma variedade de
compostos orgânicos, desde ácidos simples e polissacarídeos a complexos
formados com as substâncias húmicas. Em muitos casos a matéria orgânica
dissolvida pode acarretar impactos negativos ao ambiente por apresentar muita
mobilidade no solo, arrastando metais pesados e xenobióticos para lençóis e
cursos de água.
Os processos e as reações ligados a MOS na química do solo são funda-
mentais para compreender a fertilidade e disponibilidade de nutrientes para as
plantas e as reações com as substâncias e compostos contaminantes ou
poluentes do ambiente. A MOS, principalmente as substâncias húmicas, apre-
senta grande reatividade em comparação com os outros componentes do solo.
As substâncias húmicas são consideradas polieletrólitos de ácidos fracos
e possuem capacidade de interagir com os íons ou moléculas presentes na
solução do solo dentro de uma ampla faixa de pH. Elas atuam como ácidos de
Lewis devido à ocorrência, na sua estrutura, de grupos com insuficiência de elé-
trons (grupos funcionais de superfície - Figura 3.4).
Os grupos funcionais são átomos ou grupo de átomos que caracterizam
uma classe de compostos orgânicos e que determinam as suas propriedades. A
capacidade que estes grupos apresentam de perder ou receber íons H+
(dissociação ou protonação) é a responsável pela geração das cargas da MOS
conforme mostrado na reação (3.1). A protonação da MOS ocorre somente em
pH inferior a 3,0 e assim, em pH dos solos agrícolas a MOS está dissociada,
gerando cargas negativas no solo.

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