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Documento de Ampliação 1

A dura vida dos diamantes


No dia 13 de novembro, o diamante Arquiduque José,
de 76 quilates e um dos mais perfeitos que existem,
foi vendido em leilão a um comprador anónimo por
21,5 milhões de dólares, um recorde mundial para um
diamante incolor. O nome “diamante” provém do
grego adámas (inquebrável). Este mineral faz parte
do quarteto das pedras preciosas, com as safiras, os
rubis e as esmeraldas. É o material mais duro e, em
bruto, parece uma pedra cristalina vulgar. Os
diamantes são diferentes de outros minerais logo na
sua origem: não se formam na crusta terrestre, mas a
maior profundidade, no manto, onde as temperaturas atingem os mil graus e a pressão é cinquenta
vezes superior à do abismo oceânico mais profundo. Poderá haver milhares de milhões de quilates de
diamantes sob os nossos pés, mas poucos alcançam a superfície. Fazem-no, por acaso, em enormes
explosões que projetam magma a velocidades supersónicas, através das chamadas “chaminés de
kimberlito”. O local por onde saem é aleatório. Distingui-los não é difícil. Antigamente, na Índia,
eram observados na penumbra: se a pedra brilhava mais e de forma mais estável do que em plena luz
do dia, era um diamante. Devemos tomar nota desse facto: as lâmpadas dos comerciantes menos
escrupulosos possuem um tom azulado que faz os diamantes cintilarem mais.
O diamante mais famoso está em exposição no Museu Smithsonian de História Natural em
Washington: é o Hope. A sua história começou há séculos, no planalto indiano do Decão, berço da
maior parte dos diamantes mais antigos. Foi descoberto por alguns agricultores, no leito de um rio e
ficou na posse dos reis de Golconda, colecionadores de pedras preciosas. Em finais do século XVII,
o grão-duque Cosme III de Florença pediu à academia científica da cidade que colocasse “um
diamante no foco de uma lente de queimar” para ver o que acontecia. A pedra fragmentou-se,
cintilou e desapareceu sem deixar rasto. O que acontecera? Foi preciso esperar pelo grande cientista
Antoine Lavoisier (1743-1794) para entender o que se passara: submetido à ação do fogo, um
diamante transforma-se em dióxido de carbono. O porquê escapou à sua compreensão, e foi o
químico inglês Smithson Tennant que descobriu a solução, em 1796: os diamantes são compostos do
mesmo elemento que o carvão, o carbono.

A extrema dureza do diamante levou as pessoas a pensarem que ele é inquebrável. Os romanos
julgavam que apenas o sangue de um menino oferecido em sacrifício podia fragmentá-lo, ao passo
que, Pizarro e os seus homens destruíram uma grande quantidade de esmeraldas, a partir do princípio
de que eram tão indestrutíveis como o diamante. Um exemplo: o jade nefrítico é uma pedra
semipreciosa duríssima: dificilmente se consegue quebrá-la à martelada, apesar de alcançar apenas
6,5 na escala de dureza de Mohs. O diamante, de grau 10, pode ser feito em pedaços com um golpe.
O diamante é o composto de carbono puro ou nativo de símbolo (C) e cristaliza em octaedros com
arestas curvadas ou arredondadas. O diamante forma-se entre os 120 e os 200 km de profundidade.
Sendo de origem magmática (cristaliza a altas pressões e altas temperaturas), encontra-se em jazidas
primárias, junto a uma rocha muito especial chamado kimberlito, ou em jazidas secundárias, junto de
rios e praias.

SuperInteressante, novembro de 2013 (adaptado)

Proposta de exploração
1. Refere as características que permitem afirmar que um diamante é um mineral.
2. Refere dois minerais mencionados no texto, para além do diamante.
3. As jazidas primárias de diamante encontram-se numa rocha designada kimberlito.
3.1. Classifica o kimberlito quanto às suas condições de formação.
3.2. “O diamante… foi encontrado por camponeses num rio”.
Se o diamante não fosse recolhido do leito do rio e ficasse depositado numa bacia de sedimentação,
diz a que tipo de rocha daria origem num futuro longínquo.
3.3. Descreve o possível percurso na Natureza de um diamante encontrado numa praia mas que
passado algum tempo caiu ao mar ficando depositado numa zona de subducção. Na resposta, utiliza
os conceitos: rocha metamórfica, rocha sedimentar, rocha magmática, mineral, chaminés de
kimberlito e sedimentos.

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