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Avaliação Professor(a)
Grupo I
PARTE A
25 Sabe que quantas naus esta viagem Aqui espero tomar, se não me engano,
Que tu fazes, fizerem, de atrevidas, De quem me descobriu10 suma vingança.
Inimiga terão esta paragem8, 35 E não se acabará só nisto o dano
Com ventos e tormentas desmedidas! De vossa pertinace confiança:
E da primeira armada, que passagem Antes, em vossas naus vereis, cada ano,
30 Fizer por estas ondas insofridas9, Se é verdade o que meu juízo11 alcança,
Eu farei de improviso tal castigo, Naufrágios, perdições de toda sorte,
Que seja mor o dano que o perigo! 40 Que o menor mal de todos seja a morte![”]
Luís de Camões, Os Lusíadas, edição de Emanuel Paulo Ramos, 9.ª ed., Porto Editora, 2011
8. a passagem do cabo da Boa Esperança. 9. indomadas. 10. Bartolomeu Dias. 11. pensamento.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
2.1. Caracteriza-o.
5. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes versos e comenta o seu objetivo.
E disse: “Ó gente ousada, mais que quantas
No mundo cometeram grandes cousas”. (est. 41, vv. 1-2)
PARTE B
Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
em nevoeiro, salpicada com mais de cem milhões de quilates em diamantes, uma ironia
cruel para os sonhos de riqueza dos marinheiros. Nenhum dos náufragos regressou a
casa.
Este conto improvável ter-se-ia perdido para sempre sem a descoberta dos
10 destroços de um navio numa praia a sul de Sperrgebiet em abril de 2008. Trata-se da
rica mina de diamantes, famosa pela sua inacessibilidade, explorada pela empresa
NAMDEB, um consórcio do Estado e da empresa, De Beers, junto à foz do rio Orange,
na costa meridional da Namíbia. Um geólogo trabalhava na área de mineração U-60
quando encontrou aquilo que, à primeira vista, pensou ser metade de uma esfera de
15 rocha perfeitamente redonda. Curioso, pegou-lhe e percebeu de imediato tratar-se de
um lingote de cobre. Uma estranha marca em forma de tridente gravada sobre a
superfície desgastada foi reconhecida mais tarde como a marca de Anton Fugger, um
dos homens de finanças mais ricos da Europa renascentista. O lingote era do tipo
utilizado para comprar especiarias na Índia durante a primeira metade do século XVI.
20 Mais tarde, os arqueólogos descobririam 22 toneladas destes lingotes sob a areia,
bem como canhões e espadas, marfim e astrolábios, mosquetes e cotas de malha. E
ouro, evidentemente. Mãos-cheias de ouro: nas escavações, encontraram-se mais de
duas mil belas e pesadas moedas, sobretudo excelentes1 espanhóis, com as efígies de
Fernando e Isabel, mas também requintados portugueses com as armas de Dom João
25 III, algumas moedas venezianas, islâmicas, florentinas e de outras nacionalidades.
São de longe os mais antigos e os mais ricos destroços de um navio naufragado
descoberto na costa da África subsariana. Nenhum dos tesouros inflamou tanto a
imaginação dos arqueólogos como o próprio naufrágio: um navio português da armada
das Índias da década de 1530, o pico dos Descobrimentos, com a sua carga de
30 tesouros e bens comerciais intactos, jazendo, insuspeito, nestas areias durante quase
500 anos.
“É uma oportunidade única”, diz Francisco Alves, veterano arqueólogo subaquático
português, chefe da Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática do Instituto de
Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico do Ministério da Cultura e consultor
35 da edição portuguesa da National Geographic. “Sabemos tão pouco sobre estes navios
antigos. Esta é apenas a segunda nau escavada por arqueólogos. Todas as outras
foram pilhadas por caçadores de tesouros.”
Neste caso, os caçadores de tesouros nunca serão um problema – não aqui, no
coração de uma das minas de diamantes mais bem guardadas do mundo, numa costa
40 cujo próprio nome, Sperrgebiet, significa “zona proibida” em alemão. Os funcionários do
consórcio suspenderam as operações em redor do local do naufrágio, contrataram uma
equipa de arqueólogos e, durante algumas semanas de esplêndida distração,
escavaram história em vez de diamantes.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
7. Associa cada elemento da coluna A ao único elemento da coluna B que lhe corresponde, de
acordo com o sentido do texto.
Escreve as letras e os números correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma
vez.
Coluna A Coluna B
8. Escolhe, em cada item (8.1. a 8.5.), a opção que está de acordo com o sentido do texto.
8.4. A expressão “escavaram história em vez de diamantes” (linhas 41-42) significa que
(A) o consórcio pondera dedicar-se à arqueologia subaquática, abandonando a prospeção
de diamantes.
(B) os arqueólogos resolveram escavar toda a área da mina, em busca de outros vestígios
de naus.
8.5. A expressão “de longe” (linha 26) pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
(A) longinquamente. (C) de épocas afastadas.
(B) mais do que quaisquer outros. (D) vistos à distância.
PARTE C
9. Agora que já analisaste vários episódios d’Os Lusíadas, propomos-te que escrevas um texto de
opinião, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, no qual:
O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de
conclusão.
Grupo II
1. Completa cada uma das frases seguintes, usando, nos tempos indicados, a forma correta do
verbo apresentado entre parênteses.
a. Pretérito imperfeito do conjuntivo
Vasco da Gama esperou que o Adamastor ___________ (acabar) a sua história.
b. Pretérito perfeito simples do indicativo
Ao longo do relato do Adamastor, os marinheiros não ___________ (intervir).
c. Indica um nome da família do verbo alcançar, formado por derivação não afixal.
(A) O Rui prometeu aos avós que os vai visitar na semana seguinte.
Grupo III
A História de Portugal está associada ao mar. No entanto, alguns não respeitam este património.
Escreve um texto, entre 180 e 240 palavras, que pudesse ser publicado no jornal da tua escola,
onde comentes as causas e consequências da poluição marítima e indiques o que cada um de nós
pode fazer para combater este problema. Incentiva os teus colegas a participarem em ações de
limpeza e prevenção.
Teste 5
Grupo I
1. Estas estâncias pertencem ao Canto V, integrando o episódio do Adamastor.
2. Os marinheiros ficaram assustados com o aparecimento do gigante, tendo ficado com “as carnes
e o cabelo” (v. 7) arrepiados.
2.1. O Adamastor tinha os membros enormes e disformes e um tom de voz “horrendo e grosso”.
Era uma personagem assustadora e ameaçadora.
3. Por exemplo: mais ousados e destemidos do que outros povos autores de grandes feitos
(est.41); infatigáveis em inúmeras guerras e trabalhos inglórios (“vãos”, est. 41); atrevidos (“teu
sobejo atrevimento”; “de atrevidas”, est. 42 e 43); teimosos / persistentes (“vossa pertinace
confiança”, est. 44).
4. Por exemplo: dificuldades na passagem do Cabo, em viagens futuras, e desastre repentino da
primeira armada que por ali passar (est. 43); vingança sobre Bartolomeu Dias, aquele que o
descobriu (est. 44); todos os anos haverá naufrágios e perdições naquele local (est. 44).
5. Nestes versos, a apóstrofe e a adjetivação são utilizadas para destacar o interlocutor de
Adamastor, ou seja, os Portugueses e as suas características.
6. Este episódio simboliza os perigos ignorados do mar, os obstáculos que os Portugueses tiveram
de ultrapassar para atingir o seu objetivo.
7. (a) – (5). (b) – (1). (c) – (7). (d) – (3). (e) – (4).
8.1. (C).
8.2. (B).
8.3. (A).
8.4. (C).
8.5. (B).
9. Resposta possível:
O meu episódio preferido d’Os Lusíadas é aquele que aborda os amores de D. Inês de Castro e
D. Pedro.
Aprecio, particularmente, este episódio, pois adoro histórias de amor, apesar do final trágico
desta. Além disso, esta é uma história verídica.
Nesse episódio, depois de uma breve descrição da relação entre os enamorados, D. Inês é
levada à presença de D. Afonso IV, pai de D. Pedro, que pretende condená-la à morte. Apesar de
Inês utilizar diversos argumentos que quase convencem o rei, este acaba por ordenar a sua morte.
Este episódio, narrado por Vasco da Gama ao rei de Calecute, demonstra a importância e a
beleza da História do povo português, contribuindo para a sua valorização.
(117 palavras)
Grupo II
1. a. acabasse. b. intervieram.
2. Por exemplo: a. verdadeiro. b. ajuizar / ajuizado. c. alcance.
3. a. complemento oblíquo. b. sujeito. c. modificador do nome apositivo.
4. a. oração subordinada (adverbial) consecutiva. b. oração subordinada (adverbial) concessiva. c.
oração subordinada (substantiva) relativa (sem antecedente).
5. (C).
Parte A
carreira da Índia
Ana Maria Magalhães, Tesouros no Fundo do Mar Português, Grupo de Trabalho do Ministério da
Educação para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1998 (adaptado)
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
b. A nau que se afundou ao largo de S. Julião da Barra foi a nau Nossa Senhora da Salvação.
e trouxeram amostras.
e. Durante as escavações subaquáticas, os mergulhadores descobriram sacos de
Portugal e em museus.
2. Para cada item que se segue (2.1. a 2.4.), assinala a opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto.
2.1. Na frase “A nau Nossa Senhora dos Mártires é um caso paradigmático” (l. 1), a palavra
sublinhada pode ser substituída por… (2 pontos)
a. isolado. c. paradisíaco.
b. exemplar. d. paranormal.
a. no Japão. c. na Índia.
b. alcançou Cascais.
c. afastou-se de Cascais.
2.4. O pronome relativo “que” na frase “que era realmente enorme” (l. 34) refere-se a… (2
pontos)
a. “Índia”. c. “nau”.
b. “carreira”. d. “dimensões”.
Parte B
1
Tão grande era de membros, que bem posso
0 Certificar-te que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso2, 2. De Rodes estranhíssimo Colosso: estátua de Apolo, na ilha d
uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Que um dos sete milagres3 foi do mundo.
Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso, 3. milagres: maravilhas.
7.1. Em que medida este discurso pode ser considerado uma profecia? (4 pontos)
Parte C
in op. cit.
8.1. Redige um texto expositivo, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, em que
exponhas as linhas fundamentais de leitura desta estância d’Os Lusíadas. O teu texto deve
incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão.
Organiza a informação da forma que considerares mais pertinente, tratando os tópicos
apresentados a seguir. (10 pontos)
Coluna A Coluna B
Grupo I
Parte A
1. a.; c.; f.
2.1. b.; 2.2. c.; 2.3. b.; 2.4. c.
3. despojos: restos, achados. fatídico: trágico, desastroso.
Parte B
4. Este excerto situa-se na Narração (estrutura interna), no Canto V (estrutura externa).
Parte C
8.1. Exemplo de resposta:
A presente estância inicia a parte da narração, estando já os nautas (Vasco da Gama e
companheiros, marinheiros e soldados) a meio da sua viagem rumo à Índia, isto é, ao largo da ilha de
Moçambique, já no Oceano Índico, em circunstâncias favoráveis à navegação.
Cumpre-se assim o princípio do género épico (presente na Odisseia e na Eneida) de iniciar a
narração não no princípio mas no meio da ação principal. Sintaticamente, esta estância prolonga-se
na seguinte em que se refere a preparação da reunião dos deuses no Olimpo, evidenciando-se assim
a articulação do plano da viagem com o plano da mitologia.
Nautas e deuses estarão, assim, estreitamente ligados.
[109 palavras]
GRUPO II
1. A. postura, carnes; B. disforme, esquálida, horrendo; C. tão, bem; D. sete.
2. a. Ó gente ousada, mais que quantas no mundo as cometeram. b. E navegá-los ousas.
3. a. Se tu quisesses viajar de barco, poderias fazê-lo nas férias de verão. b. Enquanto eu
mergulhava para ver os peixes, o João preparou o lanche.
4. a. 2; b. 1; c. 3; d. 5.
5. a. oração subordinada adjetiva relativa restritiva; b. oração subordinada adverbial consecutiva.
GRUPO III
Exemplo de resposta:
Sempre sonhara com aventuras e longas viagens marítimas. Chegara, enfim, a oportunidade por
que tanto tinha ansiado.
O barco a motor Mar Alto, oscilando levemente na marina, tinha as chaves na ignição. O rapaz
conhecia bem o dono, tinha já viajado com ele e sabia que, naquela noite, tivera que ir a Castelo
Branco. Era apenas uma volta, regressaria e varava o barco exatamente no mesmo sítio. Cuidaria em
repor o combustível, ninguém saberia. O sol já se tinha posto e, naquele fim de tarde frio de janeiro, o
cais estava deserto de pessoas.
Batia-lhe o peito, descompassadamente, quando ligou a ignição. Porém, guiou com mestria entre
os outros barcos. Para não o verem, rumou, não montante do rio, mas em direção ao oceano. Atrás, a
costa era apenas uma linha de pontos luminosos. Convinha ligar os faróis, porém, estavam avariados.
Mandava a prudência que virasse logo para terra, mas o rapaz pensava que dificilmente teria outra
oportunidade como aquela, internando-se mais e mais no oceano. Passada uma hora, pescadores de
uma traineira avistaram um pequeno barco, vogando ao sabor das ondas. Aproximando-se, viram um
rapazito a tremer de frio e de medo. Reconheceram-no e trouxeram-no para a traineira, trazendo
atracado o bote.
O rapaz tinha apenas dez anos. Tinha sido uma aventura que poderia ter acabado mal