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Escola E.B.

2,3 de Ribeirão
Ano Lectivo 2010/2011
Língua Portuguesa / 9º ano
FICHA INFORMATIVA
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CENA DO FIDALGO

1. ELEMENTOS ALEGÓRICOS1 DA OBRA

CAIS BARCAS DIABO / ANJO

O cais As barcas O Diabo e o Anjo


representa o representam a representam a
lugar onde viagem para o condenação e a
chegam as Inferno ou para o salvação,
personagens Céu, conforme o respectivamente. .....
após a morte mal ou o bem .................................
e o fim da feito na Terra. .........
vida terrena. ............................
...........

2. PERCURSO DO JULGAMENTO: ARGUMENTAÇÃO

O FIDALGO DEFENDE-SE O DIABO CONDENA

1º MOMENTO: Frente ao * Parece-me isso cortiço... * E também cá zombais?


Diabo * Que leixo na outra vida * E tu viveste a teu prazer,
quem reze sempre por mi. * do que vós vos
* Que sinal foi esse tal? contentastes.

O FIDALGO DEFENDE-SE O ANJO CONDENA

2º MOMENTO: Frente ao Anjo * ... parti tão sem aviso, * Não se embarca tirania
* Sou fidalgo de solar, * Pera vossa fantesia mui
* Que entr’a minha estreita é esta barca
senhoria... * Versos 94 a 105.

3. DESFECHO: A CAMINHO DA CONDENAÇÃO


SENTENÇA

O Fidalgo reconhece a condenação O Diabo orienta o condenado

* Venha essa prancha! Veremos esta * Tomares um para de remos... e, chegando


barca de tristura. ao nosso cais, todos bem vos serviremos

Desejos do condenado – Fidalgo Troça do acusador – Diabo

* ... tornarei à outra vida * Que se quer matar por ti?


Ver a minha dama querida * Ó namorado sandeu...
Que se quer matar por mi. * Pois estando tu espirando,
* Dá-me licença, te peço se estava ela requebrando
Que vá ver minha mulher. com outro de menos preço.
FIM

* Entremos, pois que assi é. * Ora senhor, descansai,


* Ó barca, como és ardente! passeai e suspirai.
* Maldito quem em ti vai! Entanto vinrá mais gente.

4. A INTENÇÃO CRÍTICA DA CENA

Gil Vicente segue a máxima latina ridendo, castigat mores (“a rir, castigam-se os
costumes”) e, por isso, a sua obra denuncia os defeitos da sociedade do seu tempo, como se
vê no quadro que se segue:

1
Representação simbólica de ideias ou conceitos.
FAMÍLIA SOCIEDADE NOBREZA

Corrupção moral: Tirania e exploração dos Vaidade, presunção e poder


infidelidade do fidalgo, da mais pobres. corrupto da classe.
esposa e da amante.

5. O CÓMICO

Gil Vicente pretende, também, divertir o público e sabe, como ninguém, tirar partido dos
diversos cómicos, como se exemplifica:

CÓMICO DE LINGUAGEM CÓMICO DE SITUAÇÃO CÓMICO DE CARÁCTER

* Pera lá vai a senhora? * Que leixo na outra vida * Parece-me isso cortiço...
* Senhor, a vosso serviço. quem reze sempre por mi. * Porque a vedes lá de fora.
* Que jiricocins, salvanor! * Dá-me licença, te peço, * Terra é bem sem sabor.
Cuidam que sou eu grou? Que vá ver minha mulher. * Quê? E também cá
zombais?

6. A LINGUAGEM

Gil Vicente mistura, sabiamente, os vários níveis de língua e aproveita as capacidades


expressivas da língua:

NÍVEIS DE LÍNGUA RECURSOS


EXPRESSIVOS

CORRENTE: EUFEMISMO:
* Esta barca onde * Vai pêra a ilha
vai ora perdida
que assi está
apercebida? ANTÍTESE:
* Achar-vos-ês tanto
CUIDADA: menos
* Vós ireis mais quanto mais fostes
espaçoso fumoso.
com fumosa
senhoria, METÁFORA:
* Oh! Que maré tão
POPULAR: de prata!
* Par Deos, aviado
estou! REPETIÇÃO:
Cant’a isto é já * Ora, entrai! Entrai!
pior... Entrai!
Que jiricocins,
salvanor! IRONIA:
* Quem reze sempre
por ti!

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