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Prova escrita de Português, 8.

º ano (Para)Textos

Prova Escrita de Português


8.º ano

Duração da Prova: 90 minutos janeiro de 2017

Esforça-te por:
– Elaborar um discurso claro e organizado;
– utilizar uma linguagem correta e cuidada. Bom trabalho!

Grupo I

Para responderes aos quatro itens que se seguem, vais ouvir uma reportagem televisiva,
intitulada “Família açoriana continua volta ao mundo num veleiro”1.
Começa por ler atentamente as questões que te são colocadas. Depois da primeira audição,
deves responder às perguntas. Após a segunda audição do texto, confirma as tuas respostas.

1. Para cada item (1.1. a 1.3.), seleciona a opção que completa a frase, de acordo com o
sentido do texto. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

1.1. Na sua intervenção inicial, o navegador dá conta de que os primeiros desafios colocados
obrigaram a uma melhor
A. gestão do combustível e da rotação dos motores do veleiro.
B. gestão do combustível e das velas da embarcação devido ao vento fraco.
C. gestão da rotação dos motores e das provisões devido ao inesperado número de dias
em pleno mar.
D. gestão da rotação dos motores de modo a não excederem as 1600 rotações.

1.2. O objetivo desta família é não só conhecer mais do mundo, mas também
A. dar a conhecer os Açores e conviver com pescadores de outras paragens.
B. dar a conhecer os Açores e conviver com navegadores de outras paragens.
C. promover a natureza açoriana e conviver com outras comunidades ligadas ao mar.
D. promover algumas artes açorianas e conviver com outras comunidades ligadas ao mar.

1.3. Durante esta aventura, a responsável pelo ensino das crianças é a mãe, que
A. dá aulas aos dois filhos no período da tarde.
B. dá aulas à filha mais velha no período da tarde e ao filho mais novo após o jantar.
C. dá aulas à filha mais velha no período da tarde e faz trabalhos escolares com ambos
após o jantar.
D. dá aulas aos filhos no período da tarde, depois da sesta, e também após o jantar.
1
http://www.rtp.pt/noticias/mundo/familia-acoriana-continua-volta-a-mundo-num-veleiro_v963568

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2. Seleciona todas as opções que correspondem a informações do texto. Escreve o número


do item e as letras que identificam as opções escolhidas.
A. O local de partida e o local de chegada da viagem.
B. Os patrocínios angariados para a realização da viagem.
C. Os objetivos da família relativamente à viagem.
D. Os problemas encontrados nas várias paragens efetuadas.
E. O dia a dia da família a bordo do veleiro.

Grupo II

Lê o texto. Se necessário, consulta o vocabulário.

Gémeos de 85 anos vão navegar até morrer e procuram tripulantes

Velhos lobos do mar, dois irmãos dos Estados Unidos, querem fazer a viagem das suas
vidas, num veleiro com três mastros

Os gémeos Van e Carl Vollmer têm, aos 85 anos, um invulgar projeto de vida: partir
oceano fora, a bordo de um veleiro de três mastros, no que eles acreditam que será a sua
5 maior e derradeira1 viagem. O plano é ir, sem regresso. Chegado o momento, os seus corpos
deverão ser lançados ao mar, para aí ficarem “com os peixes até ao fim dos tempos”, como diz
Van, o mais expedito2 dos dois.
Velhos lobos do mar, literalmente, os Vollmer vivem há muito num barco de 12 metros,
ancorado numa doca de City Island, Bronx, Nova Iorque. Para trás ficaram décadas de vida em
10 terra, no bairro de Williamsburg, Brooklyn, e de trabalho em carpintaria e em pequenas viagens
costeiras, para entrega de barcos alheios em marinas da costa leste dos Estados Unidos.
Agora os gémeos Vollmer sonham ir mais longe e, claro, tudo pode não passar disso
mesmo, mas, como diz Carl, citado no site de notícias Patch, “para se cumprir um sonho,
primeiro é preciso ter um”.
15 O deles é ambicioso, e não apenas nas lonjuras que se propõem navegar com a sua
idade, porque entre a intenção e a viagem ainda há três milhões de dólares (2,634 milhões de
euros) em falta. É isso que custa o Peacemaker, um veleiro de 48 metros e três mastros
mandado construir nos anos de 1980 por um industrial brasileiro, que Carl encontrou à venda, e
lhe pareceu perfeito para a aventura.
20 A compra estará iminente, garante Van Vollmer que já começou a recrutar a futura
tripulação. Foi para isso que os gémeos distribuíram por toda a Brooklyn, no início do mês,
posters com os dizeres: “Comandante de Brooklyn procura tripulação”.
Nos papéis impressos que colaram pelas paredes e enfiaram em caixas de correio do
exigente bairro nova-iorquino, os gémeos explicam que estão à procura de “12 homens e
mulheres bem constituídos para uma viagem de dois anos à volta do mundo, a bordo de um

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veleiro de três mastros e 48 metros”, com “partida provável a 31 de agosto”. Como requisitos,
os futuros tripulantes “não precisam de ter experiência [de mar]”, lê-se no anúncio, que pede
especificamente pessoas com conhecimentos de mecânica, um cozinheiro, um especialista em
nutrição, um cientista ou ainda alguém experiente em sistemas aquapónicos 3 para produzir
30 legumes em aquários. Em troca, eles prometem “a maior experiência de uma vida”. [...]
Cabe a Van, que esteve na marinha dos Estados Unidos na juventude, escolher os futuros
marinheiros, e é também ele que diz ter um amigo, cujo nome não revela, mas que a repórter
da Patch diz chamar-se Felix, que vai avançar o dinheiro para a compra do veleiro.
[...] Se tudo se passar como os gémeos esperam, a viagem arranca no final do mês,
35 primeiro a caminho da Florida, e depois, via canal do Panamá, até ao Havai, Austrália e mais
além, canal do Suez, Mediterrâneo, uma ou outra ilha grega...
Van Vollmer é o mais entusiasta da aventura. Carl alinha de bom grado, vê-se como o
responsável pela segurança, teve o treino da guerra da Coreia na qual combateu, “mas se não
acontecer”, diz ele, sereno, não é nada de mais. “Só não mudo de estilo de vida”.

Diário de Notícias, disponível em http://www.dn.pt/globo/interior/gemeos-de-85-anos-vao-navegar-ate-morrer-e-


procuram-tripulantes-4747466.html (consultado em 17-12-2016)

VOCABULÁRIO
1. derradeira: última.
2. expedito: desembaraçado.
3. aquapónicos: relativos ao sistema de aquaponia (cultivo de plantas em aquários).

Responde às perguntas que se seguem, de acordo com as orientações dadas.

1. As afirmações apresentadas de A. a E. referem-se a informações do texto.


Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informações
surgem no texto.

A. A maior parte das viagens feitas pelos irmãos foram curtas e ao longo da costa dos
Estados Unidos, país onde moram.
B. Para integrar a tripulação do veleiro, os dois irmãos procuram pessoas com
conhecimentos em áreas distintas e espírito aventureiro.
C. O sonho dos dois irmãos é grandioso, não só pelo objetivo final, mas também porque a
sua realização implica custos monetários muito elevados.
D. O plano de Van e Carl é fazerem uma última viagem, da qual não regressarão, pois
desejam ser sepultados no mar.
E. A compra do veleiro é quase uma certeza, mas, se não se concretizar, os irmãos não
pretendem mudar o seu modo de viver.

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2. Para responderes a cada item (2.1. a 2.3.), seleciona a opção que permite obter uma
afirmação adequada ao sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

2.1. Com a expressão “lobos do mar” pretende-se caracterizar os dois irmãos como
A. marinheiros já velhos e cruéis.
B. marinheiros já velhos e solitários.
C. marinheiros já velhos e com muita experiência.
D. marinheiros já velhos e com gosto pelo perigo.

2.2. A palavra que permite substituir “iminente”, sem alterar o sentido da expressão “A compra
estará iminente” (linha 20), é
A. proeminente.
B. assegurada.
C. próxima.
D. prevista.

2.3. Na linha 36, as vírgulas são usadas para


A. separar os elementos de uma enumeração.
B. delimitar o vocativo.
C. delimitar o modificador apositivo do nome.
D. anteceder conjunções coordenadas.

3. Identifica o referente do pronome “que” (linha 18).

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Grupo III

Lê o texto. Se necessário, consulta o vocabulário.

Hoyle nunca casara e, numa terra para ele estrangeira, não tinha família e as suas raras
amizades eram pouco íntimas. [...] Para ele, Hans era a sua nova possibilidade, o destino outra
vez oferecido, aquele que iria viver por ele a verdadeira vida, que nele, Hoyle, estava já
perdida, como se o destino, tendo falhado os seus propósitos, fizesse, com uma nova
5 mocidade, uma nova tentativa. Assim, Hans era para ele não o herdeiro daquilo que possuía e
fizera, mas antes o herdeiro daquilo que perdera. Por isso seguiu passo a passo os estudos e a
aprendizagem do adolescente, controlando a qualidade do ensino nas escolas onde o
inscrevera e vigiando a competência dos superiores, sob cujas ordens, a bordo, o colocava.
Aos 21 anos, já Hans era capitão de um navio de Hoyle e homem de confiança nos seus
10 negócios.
Assim, desde muito cedo, Hans conhecera as ilhas do Atlântico, as costas de África e do
Brasil, os mares da China. Manobrou velas e dirigiu a manobra das velas, descarregou fardos e
dirigiu o embarque e desembarque de mercadorias.
Respirou o arfar dos temporais e a imensidão azul das calmarias. Caminhou em
grandes praias brancas onde baloiçavam coqueiros, rondou promontórios e costas desertas,
15 perdeu-se nas ruelas das cidades desconhecidas, negociou nos portos e nas fronteiras. [...]
Quando estava já passada a sua primeira mocidade, um dia, à volta de uma das suas
viagens, Hans encontrou o inglês doente. O mal atacara os seus olhos, e a cegueira avançava
rápida.
– Hans – disse ele –, estou velho e cego, já não posso tratar dos meus barcos, dos
20 meus armazéns, dos meus negócios. Fica comigo.
Hans ficou. Deixou de ser empregado de Hoyle e tornou-se seu sócio. Sentado em
frente da pesada mesa de carvalho, recebia os comerciantes, os chefes dos armazéns e os
capitães de navio. As suas narinas tremiam, quando no gabinete entravam gentes vindas de
bordo. Porque deles se desprendia cheiro a mar. A renúncia endurecia os seus músculos. À
25 noite relatava a Hoyle as conversas que tivera, as decisões que tomara. Depois bebiam juntos
um copo de vinho.
A vida de Hans mais uma vez tinha virado. Já não eram as longas navegações até aos
confins dos continentes, o avançar aventuroso ao longo das costas luxuriantes 2 e de costas
1

desérticas, de povo em povo, de baía em baía. Agora verificava a ordem dos armazéns, o bom
30 estado dos navios, a competência das equipagens 3, controlava as cargas e descargas, discutia
negócios e contratos. As suas viagens iam-se tornando rápidas e espaçadas.
E Hans compreendeu que, como todas as vidas, a sua vida não seria a sua própria vida,
a que nele estava impaciente e latente4, mas um misto de encontro e desencontro, de desejo
cumprido e desejo fracassado, embora, em rigor, tudo fosse possível. E compreendeu que as
35 suas grandes vitórias seriam as que não tinha desejado, e que, por isso, nem sequer seriam
vitórias. [...]

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Associado ao inglês, Hans começou a construir uma fortuna pessoal que nunca tinha
projetado. Era um homem de negócios hábil, porque se apercebia da natureza das coisas e da
natureza das pessoas e negociava sem paixão. A fortuna não era nem a sua ambição nem a
40 sua aventura nem o seu jogo e nela nada de si próprio envolvia. Enriquecia porque a sua
perceção e os seus cálculos estavam certos.
Algum tempo depois, casou com a filha de um general liberal 5, que desembarcara no
Mindelo6 e cuja espada, mais tarde, transitando de herança em herança, se conservou na
família.
45 Escolheu Ana porque tinha a cara redonda e rosada e cheirava a maçã, como a
primeira mulher criada e como a casa onde ele nascera, e porque o seu loiro de minhota lhe
lembrava as tranças das mulheres de Vig7.
Pouco antes do seu casamento, Hoyle morrera, e Hans fundara a sua própria firma, cuja
prosperidade8 crescia. Era agora um homem rico e também respeitado e escutado. A sua
50 honestidade era célebre e a sua palavra era de oiro.
Parecia estar já inteiramente integrado na cidade, onde, quase ainda criança, vagueara
estrangeiro e perdido. Conhecia um por um os notáveis do burgo9: ele próprio agora era um
dos notáveis do burgo. Amava o rio, o granito das casas e calçadas, as enormes tílias inchadas
de brisas, as cameleiras de folhas polidas, que floriam desde novembro até maio.
55 E foi no tempo das últimas camélias (vermelhas, pesadas e largas) que nasceu o seu
primeiro filho.
“Saga” in Sophia de Mellho Breyner Andresen, Histórias da Terra e do Mar.
Porto: Porto Editora, 2015 (com supressões)

VOCABULÁRIO
1. confins: lugares longínquos.
2. luxuriantes: viçosas, vistosas.
3. equipagens: conjunto de pessoas que trabalham num navio.
4. latente: oculto, escondido.
5. liberal: que respeita a liberdade e os direitos dos outros.
6. Mindelo: freguesia de Vila do Conde.
7. Vig: ilha dinamarquesa, situada no Mar do Norte, a terra natal de Hans.
8. prosperidade: riqueza.
9. burgo: residências nobres.

Responde às perguntas que se seguem, de acordo com as orientações dadas.

1. Explica, por palavras tuas, o que Hoyle sentia em relação a Hans.

2. Mostra como as alterações ocorridas na situação profissional de Hans não permitiam que o
jovem se sentisse realizado.

3. Hans era “um homem de negócios”, no entanto “negociava sem paixão”.


3.1. Explicita o sentido da afirmação anterior.

4. Refere as razões que levaram Hans a casar com Ana.

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5. Procede à caracterização psicológica de Hans, comprovando a tua resposta com excertos


textuais.

Grupo IV

1. Associa os constituintes sublinhados na coluna A à função sintática que lhe corresponde na


coluna B.

Coluna A Coluna B
A. Hans gostava de ver o mar. 1. Sujeito
B. Os navios de Hoyle estavam 2. Complemento direto
parados, junto ao cais. 3. Complemento oblíquo
C. Os mares do Sul são navegados 4. 4. Predicativo do sujeito
por milhares de aventureiros. 5. Complemento agente da
D. Com o passar do tempo, Hans passiva
viajava cada vez menos. 6. Modificador

2. Transforma as duas frases simples seguintes numa frase complexa, utilizando uma
conjunção subordinativa concessiva. Faz as alterações necessárias.
O sonho de Hans era ser marinheiro.
O seu tempo era dedicado aos negócios.

3. Para responderes a cada item (3.1. a 3.2.), escreve o número do item e a letra que identifica
a opção escolhida.
3.1. Identifica a frase que contém uma oração subordinada adverbial consecutiva.
A. Os destinos turísticos que mais me agradam são os exóticos.
B. Gosto tanto de aventuras que irei viajar contigo.
C. Mudei de vida para que possa realizar o meu grande sonho.
D. Os meus amigos vão fazer um cruzeiro, ainda que tenham medo de água.

3.2. Identifica a frase em que a palavra “que” é uma conjunção.


A. As pessoas que seguem os seus sonhos sentem-se realizadas.
B. Os navios que estão atracados partirão amanhã.
C. Penso que as viagens nos enriquecem bastante.
D. Que viagem de sonho gostarias de realizar?

4. Reescreve a frase abaixo, substituindo as expressões sublinhadas pelas formas adequadas


do pronome pessoal. Faz as alterações necessárias.
Os meus pais farão uma viagem pela Europa, para que a minha mãe possa conhecer
alguns países que admira.

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Grupo V

No texto do grupo III, o narrador afirma que, a certa altura, Hans percebeu que “como
todas as vidas, a sua vida não seria a sua própria vida [...] mas um misto de encontro e
desencontro, de desejo cumprido e desejo fracassado”.
Partindo destas palavras do narrador, escreve um comentário crítico ao texto que leste,
tendo em conta os tópicos seguintes:
– a tua concordância ou discordância em relação às palavras do narrador;
– a justificação do teu ponto de vista, tendo em conta os traços psicológicos e/ou os
comportamentos de Hans e/ou de Hoyle.
O teu comentário deve incluir uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão e
deve ter cerca de 120 palavras.

Observações relativas ao Grupo V:


1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em
branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /di-lo-ei/). Qualquer número conta
como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2016/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – cerca de 120 palavras –, há que atender
que a um texto com extensão inferior a 60 palavras é atribuída a classificação de 0 (zero) pontos e que
nos outros casos, um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até
dois pontos) do texto produzido.

FIM

COTAÇÕES

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo


12 pontos 13 pontos 25 pontos 20 pontos V
1. 2. 1. 2. 3. 1. 2. 3.1. 4. 5. 1. 2. 3. 4.
Pontos 3x3 3 5 3x2 2 5 5 5 5 5 4 5 2x3 5 30

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Grupo I
1.1. A.
1.2. D.
1.3. C.

2. C., E.

Grupo II

1. D., A., C., B., E.

2.1. C.
2.2. C.
2.3. A.

3. (O pronome refere-se a) “o Peacemaker”.

Grupo III

1. Hoyle tinha por Hans um sentimento paternal. Como o inglês nunca tinha casado e
não tinha família, via no rapaz a possibilidade de dar continuidade ao que havia
conquistado. Além disso, como não tivera oportunidade de fazer tudo o que desejava,
Hoyle via em Hans uma nova forma de viver o que não viveu. Hoyle tinha, também,
uma grande confiança em Hans e tentava garantir que o rapaz tinha as melhores
oportunidades que ele lhe podia proporcionar.

2. As alterações que ocorreram na vida profissional de Hans não o deixavam realizado,


pois essas alterações implicaram que o jovem deixasse de fazer aquilo de que mais
gostava: viajar. As responsabilidades acrescidas afastaram-no do mar e obrigaram-no
a concentrar-se noutros aspetos dos negócios que não o entusiasmavam.

3.1. Hans era “um homem de negócios” porque era muito inteligente, percebia bem a
natureza das pessoas com quem negociava e era correto e preciso nos cálculos que
fazia. No entanto, embora possuísse estas habilidades tão importantes para a
negociação, Hans não se sentia realizado e, por isso, “negociava sem paixão”. O jovem

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tinha um espírito aventureiro, sempre desejara navegar, pelo que a vida dos negócios
não o preenchia. A sua verdadeira paixão era o mar.

4. Hans casou com Ana, uma vez que a rapariga apresentava determinadas
características que lhe agradavam: tinha um rosto rosado e redondo, cheirava a maçã,
tal como a casa onde havia nascido e tinha o cabelo loiro que lhe lembrava o cabelo
das mulheres de Vig. A aparência de Ana trazia-lhe lembranças da terra onde nascera.

5. Hans era um homem muito inteligente e perspicaz, digno de confiança (“Era um


homem de negócios hábil”, “a sua perceção e os seus cálculos estavam certos”, “Hans
era capitão de um navio de Hoyle e homem de confiança nos seus negócios”); era
aventureiro e apaixonado (“Hans conhecera as ilhas do Atlântico, as costas de África e
do Brasil, os mares da China”, “Respirou o arfar dos temporais e a imensidão azul das
calmarias”) e era também dedicado e leal (“Hans ficou. Deixou de ser empregado de
Hoyle e tornou-se seu sócio.”, “À noite relatava a Hoyle as conversas que tivera, as
decisões que tomara.”). Com o passar do tempo, Hans revelou ser um homem um
pouco desiludido com o facto de ter abdicado dos seus sonhos (“As suas narinas
tremiam, quando no gabinete entravam gentes vindas de bordo. Porque deles se
desprendia cheiro a mar.”, “As suas viagens iam-se tornando rápidas e espaçadas.”,
“as suas grandes vitórias seriam as que não tinha desejado”, “negociava sem paixão”)
e muito apegado às suas origens, apesar de estar afastado da família (“cheirava a
maçã [...] como a casa onde ele nascera”, “o seu loiro de minhota lhe lembrava as
tranças das mulheres de Vig”). Era ainda um homem muito respeitado e honesto (“Era
agora um homem [...] respeitado e escutado. A sua honestidade era célebre e a sua
palavra era de oiro.”).

Grupo IV
1. A. – 3; B. – 4; C. – 5; D. – 6.

2. Embora o sonho de Hans fosse ser marinheiro, o seu tempo era dedicado aos
negócios.

3.1. B.

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3.2. C.

4. Os meus pais fá-la-ão, para que a minha mãe os possa conhecer.

Grupo V
Sugestão de resposta:

Hans e Hoyle eram próximos não só pela relação que os unia, mas pela forma
como encaravam a vida.
Segundo o narrador, a vida de Hans não era a que o jovem tinha desejado, mas
um compromisso entre esse desejo e o que alcançara. E tal acontecia “com todas as
vidas”.
Efetivamente, a vida, raramente, é aquilo com que se sonhou, pois há
acontecimentos inesperados e Hans e Hoyle são o exemplo disso. Hoyle via em Hans
uma possibilidade de viver o que não vivera, o que mostra que ele falhou “os seus
propósitos”.
Assim, visto que desejara navegar, viver aventuras, mas, eventualmente, teve de
deixar de viajar e de se dedicar aos negócios, Hans tornou-se sério, duro e desiludido.
(120 palavras)

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