O período simples você já conhece. É aquele que dá origem ao nosso estudo de Sintaxe, pois introduz a maior parte
dos nomes com que vamos lidar em todos os outros períodos. Nosso objetivo maior durante esta seção é o trabalho
com o período composto (por isso vou dedicar mais tempo e atenção a ele). Não é muito comum os manuais trazerem
os termos “período misto” e “período complexo”, apesar disso, sua incidência nos concursos é alta (mesmo que as
bancas não utilizem essa nomenclatura). Iniciemos o trabalho pelo estudo do período composto.
Definição: chama-se “período composto” o período que apresenta mais de uma oração. Para que seja possível
isso ocorrer, deve haver um processo de composição do período. Usualmente, dois processos concorrem para a
formação de um período. Vejamos:
Processos de composição:
a) Coordenação: é o processo em que não há dependência sintática entre as orações. Ou seja, estruturalmente
elas são autônomas.
b) Subordinação: é o processo em que há uma dependência sintática entre as orações. Isso quer dizer que uma
oração (subordinada) desempenhará alguma função em relação à outra (principal).
Orações Coordenadas1
Definição: são aquelas que não possuem dependência sintática. Classificam-se de acordo com o seguinte critério:
Sindéticas2: são as que aparecem introduzidas por uma conjunção coordenativa. Vejamos:
1
Você achará esse conteúdo repetitivo, porque já estudou a função das conjunções na parte de
Morfologia. É fundamental repetir a matéria, porém!
2
Mesmo que haja uma oração coordenada sindética (introduzida por conjunção), a assindética será a
que não possuir conjunção.
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Orações Subordinadas
São as orações que possuem dependência sintática. Há três naturezas de subordinação. Convém estuda-las
individualmente.
Substantivas: 6 tipos.
Adjetivas: 2 tipos.
Adverbiais: 9 tipos.
Período Simples:
- É necessário o estudo.
Período Composto:
- É necessário que você estude.
- Convém que ele trabalhe.
Período Simples:
- O Governo necessita de novos rumos.
Período Composto:
- O Governo necessita de que haja manifestações.
Período Simples:
- O aluno tem esperanças de aprovação.
Período Composto:
- O aluno tem esperanças de que a prova seja fácil.
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Período Simples:
- O importante é Língua Portuguesa.
Período Composto:
- O importante é que você fale a verdade.
Período Simples:
- Eu quero apenas isto: o meu cargo.
Período Composto:
- Eu quero apenas isto: que o cargo seja meu.
Dica do Guerreiro!
É fundamental isto.
As orações subordinadas adjetivas desempenham a função de um adjetivo na sentença em que aparecem. Essas são
muito cobradas em concursos públicos, portanto, é preciso ficar muito atento à definição e à classificação dessas
orações. A depender da banca com que se trabalha, elas podem receber o nome de Orações Subordinadas Relativas3,
em razão de as desenvolvidas serem introduzidas por um pronome relativo.
Período Simples:
- Admiramos alunos estudiosos.
Período Composto:
- Admiramos alunos que estudam.
3
Esse nome é usualmente utilizado pela banca ESAF.
3
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1 – Oração Subordinada Adjetiva Restritiva: é a que restringe o conteúdo da sentença anterior. Sua estrutura comum
é: Pronome Relativo + Verbo – Vírgula.
Esse é um conteúdo cada vez mais presente em provas de concurso. O que se espera é que o candidato saiba
analisar a função sintática que o pronome desempenha na sentença em que aparece. Para que isso fique mais fácil,
basta seguir o procedimento ora em comento:
Procedimento:
Decompor a sentença.
Trocar o pronome pelo referente.
Analisar.
Exemplos:
1 – O escritor que assinou o livro era João. (Pronome com função de sujeito)
2 – A matéria de que gosto é Gramática. (Pronome com função de objeto indireto)
3 – A dúvida a que fiz alusão foi sanada. (Pronome com função de complemento nominal)
4 – Não é aquele o país aonde vou. (Pronome com função de adjunto adverbial de lugar)
5 – A mulher cuja bolsa foi roubada é Helena. (Pronome com função de adjunto adnominal)
6 – O material que meu amigo comprou é ótimo. (Pronome com função de objeto direto).
7 – Você é o concurseiro que muitos gostariam de ser. (Pronome com função de predicativo do sujeiro).
São as orações que desempenham a função de um adjunto adverbial na sentença. Sua característica fundamental,
quando desenvolvidas, é que surgem introduzidas por uma conjunção subordinativa adverbial. Logo, a nomenclatura
das orações fica condicionada à classificação semântica das conjunções. É importante atentar para o sentido das
conjunções na sentença, pois costuma ser alvo de questões. Além disso, é importante observar o critério de
mobilidade – possibilidade de deslocar a oração na sentença –, pois nesse caso há uma vírgula obrigatoriamente.
Período Simples:
- Amanhã, venha estudar.
Período Composto:
- Quando tiver tempo, venha estudar.
1 – Causal: exprime sentido de causa. Suas principais conjunções são já que, porque, uma vez que, como etc.
Ex.: Já que estava preparado, resolveu a prova.
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2 – Comparativa: exprime ideia de comparação. Algumas conjunções são como, mais (do) que, menos (do) que.
Ex.: Executou a tarefa como um perito faria.
3 – Condicional: exprime ideia de condição. Algumas conjunções são se, desde que, contanto que etc.
Ex.: Desde que haja garra, o cargo será seu.
4 – Conformativa: exprime a ideia de conformidade. Algumas conjunções são conforme, segundo, consoante etc.
Ex.: Eu farei o teste segundo o professor recomendou.
5 – Consecutiva: exprime a ideia de consequência. Algumas conjunções são tanto que, de modo que, de sorte que.
Ex.: O candidato estava tão preparado que gabaritou a prova.
6 – Concessiva: exprime a ideia de concessão. Algumas conjunções são embora, ainda que, mesmo que etc.
Ex.: Embora haja muitos concorrentes, o cargo será meu!
7 – Final: exprime ideia de finalidade. Algumas conjunções são para que, a fim de que, porque etc.
Ex.: Separou o tema, a fim de que pudesse estudar.
8 – Proporcional: exprime ideia de proporção. Algumas conjunções são à medida que, à proporção que, ao passo que
etc.
Ex.: Ganhava dinheiro, à medida que enganava os professores.
9 – Temporal: exprime ideia de tempo. Algumas conjunções são sempre que, logo que, mal, assim que etc.
Ex.: Sempre que a vida parecer difícil, resista!
Orações Reduzidas
São ditas orações reduzidas as orações que não apresentam conjunção ou pronome relativo e que possuem um verbo
em uma forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio). Para ficar mais clara sua classificação, a recomendação é
desenvolver a oração. Daí, fica mais fácil perceber sua estrutura. Vejamos alguns exemplos.
1 – Substantivas:
É aconselhável você ler os livros. (Subjetiva)
Pedro disse não saber o assunto. (Objetiva Direta)
2 – Adjetivas:
Vi a menina passando por mim na rua. (Restritiva)
O conteúdo, já cobrado em outras provas, caiu novamente. (Explicativa)
3 – Adverbiais4:
Ao sair da sala, desligue a luz. (Temporal)
Sentindo-se preparado, fez o concurso. (Causal)
4
Desenvolvendo as orações anteriores, temos:
É aconselhável que você leia os livros.
Pedro disse que não sabia o assunto.
Via a menina, a qual passava por mim na rua.
O conteúdo, que já fora cobrado em outras provas, caiu novamente.
Quando sair da sala, desligue a luz.
Uma vez que se sentia preparado, fez o concurso.
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Período Misto
Trata-se do período composto por mais de um processo de composição, ou seja, haverá mais de duas orações. Nesse
sentido, o aluno precisa compreender que uma oração será principal, e haverá coordenação e subordinação na mesma
sentença.
Veja um exemplo:
O ministro anunciou que não haverá cortes no orçamento e que há dinheiro para quitar a dívida externa.
Anote o procedimento de análise:
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Mais um exemplo:
Jocélia alegou que não conhecia o meliante, mas que sabia algo sobre seu passado.
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Período Complexo
Calma, não se assuste com o nome. Isso se deve apenas à formação do período, que é complexa, ou seja, não segue o
padrão estabelecido tradicionalmente. Na realidade, trata-se de uma formação muito mais próxima da oralidade do
que da expressão escrita. Um período será dito complexo quando possuir uma oração interferente em sua construção.
Veja o exemplo:
Eu sei que o Manoel – ele sempre faz uma coisa desse tipo – costuma chegar sem aviso antecedente.
Maria nunca (veja bem o que estou falando) faria uma coisa dessas.
Pronto! Agora você finalizou o estudo de Sintaxe e pode caminhar para os conteúdos posteriores da Gramática
Normativa. Nunca desista da batalha, guerreiro (a)! Vamos firmes até o dia da vitória!
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