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Quais as principais consequências da industrialização tardia para o Brasil?

O processo de industrialização tardia acabou afetando principalmente nosso setor


industrial, tornando-o menos desenvolvido frente ao de outros países; causando
inclusive um atraso tecnológico. Com isso, passamos a ser dependentes de marcas
estrangeiras e do capital estrangeiro, e nossa indústria até hoje, na sua maior parte,
de base/bens primários. A passagem de uma sociedade agrária para uma urbano
industrial mudou a paisagem de algumas cidades brasileiras, principalmente das
capitais dos estados. A industrialização tardia também provocou um processo de
urbanização conturbado, ou seja, em curto espaço temporal, as cidades cresceram
muito – já que houve um processo exacerbado de migração das pessoas do campo
para as metrópoles (principalmente concentradas na região sudeste do país). Com
isso, as cidades não conseguiram se organizar de maneira a criar infraestrutura
adequada para a demanda (gerando problemas sociais, como falta de moradia,
aumento da violência, etc.) , e levando inclusive, a problemas ambientais. Ou seja,
os desequilíbrios regionais são outro exemplo de consequência desse processo
tardio de industrialização. Além disso, a industrialização tardia causou uma
dependência grande do sistema rodoviário para o escoamento de alguns bens,
sistema modal não tão interessante quanto o ferroviário.

Como foi o processo de industrialização no Brasil?

O processo de industrialização no Brasil foi um processo tardio. Durante o


regime colonial, a metrópole portuguesa proibia a manufatura, pois os
produtos iriam concorrer com os do reino.

As primeiras fabricas datam de 1808, com a vinda da família real para o


Brasil, com algumas medidas que favoreceram o desenvolvimento industrial.
Essas medidas não surtiram o efeito esperado, pois a maior parte da
população era escravizada e não poderia comprar estes artigos.

Durante o período colonial, a economia era baseada nas plantações de cana-


de-açúcar, tabaco, algodão e extração de ouro. Durante o Segundo Reinado, a
principal atividade econômica no Brasil era a cafeicultura. Apesar da elite
cafeicultora não se interessar pela atividade industrial, surgem as primeiras
fábricas no Brasil. Estas se dedicam a produzir produtos de consumo
doméstico como tecidos, ferramentas e velas.

As atividades empreendedoras do barão de Mauá que investiu em ferrovias,


estaleiros, iluminação pública, bancos, etc., também contribuíram para o
processo de industrialização, assim como a exportação de café gerou lucros
que permitiram o investimento na indústria, e a vinda dos imigrantes
estrangeiros e a formação de uma classe média urbana consumidora.
A indústria tomou impulso principalmente por volta de 1930, com a instalação
de tecelagens, montadoras de automóveis, fábricas de calçados, alimentos,
produtos de higiene e limpeza. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
impulsou a industrialização no Brasil. No entanto, o grande impulso
industrial no Brasil ocorreria após a crise do café e a de 29.

Com o governo Vargas, o Estado passa a investir e abrir empresas públicas.


Ele privilegia a indústria pesada, ou seja, aquela que transforma a matéria-
prima e fabrica bens de grande porte.

Com a chegada de Juscelino Kubitschek à presidência, se observa o


crescimento da indústria de bens intermediários e a indústria automobilística.

Já com o golpe de 1964, houve a instalação da ditadura militar de caráter


autoritário e nacionalista, e o Estado voltou a aparecer como um grande
investidor e realiza obras de grande porte como a usina hidrelétrica de Itaipu.

A eleição de Collor de Mello, em 1989, e os mandatos de Fernando Henrique


Cardoso, significam a implantação do neoliberalismo no Brasil em que muitas
estatais são privatizadas, a economia se abriu ao capital estrangeiro.

Acompanhando a tendência mundial, a atividade industrial no Brasil decresce


e desponta o setor de serviços, tendência que segue no século XXI.

Quais os principais desafios para o Brasil em relação à indústria 4.0?

Como a indústria 4.0 irá impactar no futuro do trabalho?

A tecnologia está diretamente vinculada às transformações do modo de produção capitalista,


pois incide sobre o trabalho, a matéria e os meios (GAMA, 1987), o que tem implicações na
com- preensão do que seja a industrialização — por extensão, o que sejam os seus vestígios a
preservar. Em segundo lugar, e consequentemente, os processos industriais decorrem de um
sistema fabril, de organização racional de tarefas e energia no espaço, dependendo de uma
dinâmica econômica massiva e de fatores de produção proporcionais: motivado pela produção
intensa de riqueza econômica e também pela extensa disponibilidade e aprovei- tamento de
recursos naturais (matéria-prima e energia), de capital e mão-de-obra — como demonstraram
Adam Smith e David Ricardo. Recursos naturais, trabalho, tecnologia e capital são ideias
decisivas na conceituação de indústria que, por sua vez, adjetiva o tipo patrimonial em
questão, isto é, a identificação dos “vestígios do processo industrial” tem precisão histórica
(ambiental, social, cultural e econômica).
Dentre os desafios enfrentados pelo Brasil em relação a indústria 4.0, podemos citar
alguns: a falta de pessoal com as habilidades necessárias para aproveitar todos os
benefícios da indústria 4.0 (já que o Brasil conta com a dificuldade encontrar pessoas -
ausência de mão de obra qualificada - que tenham domínio das ferramentas digitais,
sendo essas fundamentais para auxiliar os processos de fabricação a se tornarem mais
fluídos); dificuldade de inserir novas tecnologias, tal como a Inteligência Artificial -
para acelerar ainda mais a eficiência e criar novos modelos de negócio, produtos e
serviços a partir dos dados coletados e analisados em toda a cadeia produtiva;
necessidade de aprimorar rapidamente a infraestrutura de TI do país, considerando, por
exemplo, que em muitas regiões não há sequer acesso à internet; dificuldade de levantar
recursos para investimento em equipamentos e pouco apoio governamental (muitas
empresas esperam a criação de políticas industriais que possibilitem financiamentos a
longo prazo para investir); adaptação dos nossos processos e maior fomento no
desenvolvimento de fornecedores locais, o que leva tempo e consome recursos.

A indústria 4.0 ira nos impactar no futuro primeiramente ao mudar as relações, tanto
comerciais como pessoais, no mundo globalizado. Ela exigira maior aperfeiçoamento
profissional, principalmente na formação efetiva de os profissionais estejam aptos para
trabalhar lado a lado com automação e Inteligência Artificial. Entre as principais
aptidões exigidas, estão a criatividade, a multidisciplinaridade e a capacidade de inovar.
Sendo assim, ao mesmo tempo em que várias funções tendem a acabar, outras
certamente surgirão.

Já está ocorrendo e se intensificara, uma alteração profunda nas relações de


consumo, com integração e a colaboração como princípios para as novas tendências de
mercado. O efeito disso é que as novas mercadorias serão inspiradas no uso que o
cliente faz atualmente dos produtos que tem, em uma abordagem de engenharia e design
totalmente voltada para o consumidor. Tudo isso conectado e fazendo parte do
ecossistema industrial da era 4.0.

Com a indústria 4.0, a produção de bens e serviços precisa atender também às


exigências da sustentabilidade, e uma das peculiaridades da indústria 4.0 é que ela não
vai mais fabricar como antes: a produção, como um todo, será baseada em uma menor
escala e de maneira personalizada, explorando bem a tecnologia e atendendo aos
anseios da sociedade.

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