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ECONOMIA NA INDÚSTRIA 4.

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Souza, S. V. A. M. michelle.varas.soto@outlook.com

RESUMO: A Quarta Revolução industrial já é uma realidade, e diferente de todas as


outras revoluções experimentadas pela humanidade. Todos os dias novas tecnologias
estão fundindo os mundos físicos, biológicos e digitais de maneira exponencial, e com
isso criando promessas e possíveis perigos para o homem.
Os impactos da Indústria 4.0 irão se desdobrar em diversas áreas como: econômicas,
sociais e culturais, e serão mudanças tão grandiosas que é praticamente impossível
prever o que virá no futuro.

Palavras- Chave: Economia, Indústria 4.0, tecnologia,

1. INTRODUÇÃO

Durante as últimas décadas tem-se acompanhado os grandes avanços da tecnologia, em


diversos âmbitos da sociedade, seja na área de serviços, comércio, agricultura ou
indústria, onde já é bem visível as diversas mudanças. Por conta desses avanços, se
tornou imprescindível que a sociedade esteja cada vez mais atualizada para o mundo
inovador e tecnológico.
Com o início da Revolução Industrial no século XVIII, a invenção da máquina a vapor e
a mecanização industrial, as formas de trabalho que eram conhecidas na época mudaram
radicalmente e deu-se a definitiva implantação do modo de produção capitalista.
Esse fato trouxe transformações e mudanças tanto econômicas como sociais em quase
todos os setores da vida humana. Devido a essas mudanças fez-se a separação na
estrutura socioeconômica, onde o capital era representado pelos donos de produção e o
trabalho pelos assalariados. A utilização das ferramentas e o trabalho dos artesões são
substituídos pelo trabalho nas indústrias manufaturadas.
Já no século XIX, por volta do ano de 1860, nascia a Segunda Revolução Industrial,
impulsionada por inovações como: a transformação do ferro em aço, descoberta da
eletricidade, avanços nos meios de transporte (impulsionados pelo aço), meios de
comunicação e desenvolvimento da indústria química entre outros setores.
A busca por maiores lucros levou ao extremo a especialização do trabalho, passou-se a
produzir artigos em série o que reduzia os custos por unidade, fazendo assim surgirem
às linhas de produção. Taylor e Ford foram grandes nomes da época, nesse formato de
produção, desenvolvendo cada um diferentes teorias sobre o trabalho.
Após o término da II Guerra Mundial em 1945, dá-se início a Terceira Revolução
Industrial, liderada pelos Estados Unidos da América, que se tornou uma grande
potência mundial no século, a terceira revolução é marcada pelo o avanço das
tecnologias e pelo desenvolvimento da informática.
Durante as décadas de 60, 70,80 e 90 grandes foram ás tentativas de profetizar o que
aconteceria na humanidade com os avanços da tecnologia. De fato, houveram diversas
transformações, como: robôs industriais, satélites de telecomunicações, computadores,
celulares, foguetes e isso só na década de 50. Nas décadas seguintes as inovações não
pararam, a internet surgiu no fim da década de 60, desenvolvida pela Arpanet, o
computador pessoal que surgiu no início da década de 90, e algumas tecnologias
continuam sendo aperfeiçoadas até os dias de hoje.
Atualmente a quarta revolução industrial já é uma realidade, a Indústria 4.0, que teve
seu início em 2011, chegou para promover a convergência das tecnologias: digitais,
físicas e Biológicas. Segundo Klaus Schwab (2016, p. 1) “estamos no início de uma
revolução que está mudando fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e
nos relacionamos um com o outro”. As transformações associadas ao conceito da
Indústria 4.0 apresentam potencial para aumentar a flexibilidade, a velocidade, a
produtividade e a qualidade dos processos de produção (BCG, 2015a). Porém seus
impactos irão muito além: afetarão a economia, as empresas, os governos, as pessoas e
o trabalho. Assim, não é por acaso que o conjunto dessas transformações venha sendo
retratado como uma quarta revolução industrial (SCHWAB, 2016).
“De acordo com o estudo ‘‘A Revolução das Competências” do Manpowergourp,
apresentado no Fórum Econômico de Davos, no início de 2017, há uma estimativa de
que a tecnologia vai alterar a dinâmica do ambiente de trabalho, fazendo com que em
torno de 45% das atividades feitas por humanos sejam automatizadas daqui a dois ou
três anos.
Segundo Klaus Schwab (2016, p.32) Diferentes categorias de trabalho, particularmente
aquelas que envolvem o trabalho repetitivo e o trabalho manual de precisão, já estão
sendo automatizadas. Outras categorias seguirão o mesmo caminho, enquanto a
capacidades de processamento continuar exponencial.
Portanto, espera-se que os trabalhadores aprimorem as suas características humanas, que
são essenciais no ambiente de trabalho, como a inteligência emocional e a criatividade,
que facilitam as relações entre as pessoas, e a flexibilidade cognitiva, que é a habilidade
de encontrar e identificar as condições de ligações e negociações.
Tendo como cenário a Indústria 4.0 e seus impactos no mundo, o presente artigo visa
identificar as mudanças que a quarta revolução industrial trará no ponto de vista
econômico global e como isso afetará as relações de trabalho conhecidas.

Indústria 4.0

A quarta revolução industrial já é uma realidade e muito diferente de tudo que a


humanidade já experimentou até os dias atuais. É a era da convergência, onde a
tecnologia está fundindo o digital, físico e o biológico á uma velocidade exponencial e
acabam por criar diversas promessas e ao mesmo tempo perigos.
De acordo com Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum econômico
mundial, a Indústria 4.0 chega trazendo recursos que poderão ser usados sem
precedentes, oriundos de tecnologias que são e serão refletidas em novos modelos de
produção, consumo, transporte, negócios e atingirão todas as camadas da sociedade.
Cada revolução industrial foi marcada pela inovação e tecnologia empregada: a primeira
caracteriza-se pela mecanização de processos por meio de energia hidráulica e do vapor;
a segunda pelo início da produção em massa proporcionada pela energia elétrica e
impulsionada por Taylor e Ford; a terceira pela automação dos processos e introdução
de robôs (computadores, internet); e a última, nos dias atuais, é fortemente marcada por
processos autônomos, proporcionadas por tecnologias que se convergem e interagem
entre si.
A dimensão do trabalho mudou com a evolução dos sistemas de produção. A cada
revolução industrial o perfil exigido dos trabalhadores foi se alterando, passando dos
trabalhos manuais para o intelectual (AIRES; FREIRE; SOUZA, 2016), o que fez com
que empresas e trabalhadores passassem a se preocupar mais com a formação
intelectual.
No decorrer de todas as revoluções industriais, a questão do emprego dos seres humanos
sempre foi uma preocupação, a diferença agora é que a velocidade em que está
ocorrendo a atual é muito maior do que as anteriores.
Na revolução industrial, existem diversos pilares, os principais são:

De acordo com (Schwab, 2016), a quarta revolução industrial terá um impacto


monumental na economia global; será tão vasto e multifacetado que ficará difícil a
separação de determinado efeito de outro. Diversos economistas se dividem sobre os
impactos que o crescimento industrial terá no futuro, pois eles podem ou não acontecer.
Segundo (Schwab, 2016), os centros educacionais ainda estão formando jovens para
modelos de trabalho do passado e isso não condiz com o modelo atual. De acordo com
pesquisas citadas no livro de Schwab, 50 % dos empregos dos Estados Unidos estão
fortemente ameaçados. Já se sabe que diversos empregos deixarão de existir, mas em
contrapartida diversos outros serão criados, principalmente atividades que envolvam
criatividade humana e habilidades que as máquinas não conseguem superar o homem.
As profissões que envolvem principalmente o trabalho mecânico e repetitivo já estão
sendo automatizados em diversos setores da indústria, e outras categorias irão pelo
mesmo caminho, enquanto a capacidade de processamento continuar a crescer
exponencialmente.

MÉTODO:
A metodologia de pesquisa utilizada será quantitativa teórica, pois se embasará em
dados estatísticos coletados á partir de artigos, e revisões de literatura para concluir seus
resultados.
Por meio de pesquisas em artigos que abordam os impactos da Indústria 4.0 na
economia global, assim como em livros que abordam o tema de forma mais abrangente,
no contexto político e social, espera- se conseguir entender melhor os impactos que os
avanços tecnológicos terão nas relações do trabalho e na economia mundial.
Tendo em vista a importância do assunto, o pequeno número de estudos sobre o
assunto, foram incorporados ao presente artigo dados de duas instituições renomadas
quando se trata de pesquisas sobre o tema, entre elas se destacam o World Economic
Forum (Fórum econômico mundial) e o Boston Consulting Group. Além de análises
feitas a partir do Livro a Quarta revolução industrial de Klaus Schwab, presidente do
WEF/FEM.

RESULTADO

As incertezas que cercam os impactos da tecnologia nas relações de trabalho são


diversos e o mais polêmico quando o assunto é indústria 4.0, diversas previsões
apontam que diversas profissões estão propensas a desaparecer, outras menos propensas
e outras deverão surgir.
Esses debates vêm sendo polarizados pelos que creem que as oportunidades de emprego
serão limitadas e outros que preveem maciça substituição de mão de obra e o
desaparecimento de profissões (WEF,2016).
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group (2015), existem
duas variáveis quando o assunto é emprego: o crescimento da receita pela adoção de
novas tecnologias e o percentual de adoção das mesmas pelas empresas. Após a análise
de vários possíveis cenários, a pesquisa conclui que o mais possível é que a Indústria
4.0 leve a um aumento de 350 mil empregos na Alemanha.
Em 2015, o World Economic Forum realizou a maior pesquisa global sobre o assunto, e
tinha como objetivo compreender como as mudanças tecnológicas afetariam os
empregos até o ano de 2020.
Foram entrevistados CEO’s (Chief executive officer),CHRH’s ( Chief Human resources
Officer) e diversos outros executivos do alto escalão de 371 empresas, de 9 setores
industrias diferentes e em 15 países ( inclusive Brasil).
Os resultados dessa pesquisa foram divulgados em 2016 no report “The Future os
Jobs:Employment, Skills and Workforce Strategy for the Fourth Industrial
Revolution”, e concluiu que os avanços tecnológicos da quarta revolução industrial
provocará a perda de 7,1 milhões de postos de trabalho, em contrapartida 2 milhões
serão criados, o que resultará em um impacto negativo de 5,1 milhões de empregos até
2020, dos quais apenas no setor da indústria e manufatura, 1,6 milhões serão
substituídos por robôs ou alguma outra tecnologia avançada.
Portanto é visível que Indústria 4.0 causará impactos significativos nos empregos e será
a maior responsável pelo desemprego tecnológico, que é o provocado pela substituição
de mão de obra humana por máquinas e inteligências artificiais.
De acordo com Schwab (2016), no quadro abaixo é possível verificar quais são as
profissões que serão mais ou menos impactadas futuramente:

As projeções para os próximos anos é que os investimentos em tecnologias que


impulsionem as produções e facilitem a vida dos seres humanos sejam gigantescos,
como mostram os quadros abaixo em relação á Inteligência Artificial e Nanotecnologia:
O principal ponto da discussão, então, passa a ser como desenvolver competências de
forma a promover o potencial humano nas organizações e atingir aos anseios desta
quarta revolução. Duas principais estratégias emergem como urgentes: a primeira,
relacionada à aprendizagem e à inovação no ambiente de trabalho; e a segunda, uma
necessidade de reformulação nos sistemas educacionais, unificando os interesses
públicos, privados e científicos.

DISCUSSAO
O relatório do Fórum Econômico Mundial (FME/WEF) de 2016 alertou que a
automação poderá acabar com cerca de seis milhões de empregos até 2020 em todo o
mundo. Os trabalhadores do Brasil, China, e Índia serão os mais afetados. No Brasil,
50% dos postos de trabalho poderão ser automatizados, o que significa que cerca de 54
milhões entre as 107 milhões de vagas deixariam de existir.
Levando em consideração que estamos na era da conectividade, uma vez que a 4°
revolução industrial pressupõe que as pessoas estarão mais conectadas entre si e com as
máquinas, pois os avanços e inovações estão acontecendo diariamente a uma velocidade
exponencial, sabe-se que diversos setores de trabalho já estão sendo modificados. O
emprego crescerá em relação á ocupações e cargos criativos e cognitivos de altos
salários e em relação às ocupações manuais de baixos salários; mas irá diminuir
consideravelmente em relação aos trabalhos repetitivos e rotineiros (SCHWAB, 2016).
É visível que ainda é necessário mais pesquisas e aprofundamentos sobre o assunto e
sobre os impactos não só no quesito empregabilidade, como no âmbito social, a
condução de pesquisas, por meio de entrevistas com gestores brasileiros, visando a
identificar se estes possuem visões semelhantes ou distintas àquelas apresentadas neste;
artigo, a necessidade da realização de pesquisas onde os impactos no trabalho seja
contrapostos a outros impactos, como políticos e sócio-econômicos, de forma a obter
um debate mais rico e amplo sobre a temática.

REFERÊNCIAS

GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. São Paulo 4° Edição , 2002


Editora Atlas
SEVERINO, A. Metodologia do Trabalho Científico. 24.ed. São Paulo: Cortes,
2017.320p.
Revista Produção Online. Florianópolis, SC, v. 18, n. 2, p. 743-769, 2018.
https://producaoonline.org.br/rpo/article/viewFile/2967/1678 acessado em 04/04/2019.
 Como vamos dominar a quarta revolução industrial é o grande desafio, diz Klaus
Schwab. São Paulo: Programa Milênio- Globonews - 22.05.2017, 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=wWr3f5_rqEI>. Acesso em: 04 abr. 2019.
WORLD ECONOMIC FORUM. The future of Jobs: Employment, skills and workforce
strategy for the fourth industrial revolution. Report. Genebra, 2016. Disponível em: <
http://reports.weforum.org/future-of-jobs-2016/ . Acesso 04/04/2019
SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. São Paulo:Edipro, 2016. 158 p.
Tradução: Daniel Moreira Miranda.
ABRANTES, Beatriz. Terceira Revolução Industrial: tudo sobre a chamada
revolução informacional! 2018. Disponível em:
<https://www.stoodi.com.br/blog/2018/08/14/terceira-revolucao-industrial/>. Acesso
em: 14 ago. 2018.

AIRES, R. W. A.; MOREIRA, F. K.; FREIRE, P. S. Indústria 4.0: desafios e tendências


para a gestão do conhecimento. SUCEG - Seminário de Universidade Corporativa e

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