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Fernando Alcoforado**
A Sociedade pós-industrial é o nome proposto para uma economia que passou por uma
série de mudanças específicas, após o processo de industrialização. O conceito foi
introduzido pelo sociólogo e professor da Universidade de Harvard Daniel Bell em
1962 sendo detalhado na sua obra The Coming of Post Industrial Society: A Venture in
Social Forecasting de 1976. A Sociedade pós-industrial é marcada por um rápido
crescimento do setor de serviços, em oposição ao setor industrial, e um rápido aumento
da tecnologia da informação tendo o conhecimento e a criatividade como as matérias
primas cruciais de tais economias. É por isto que a era Pós-industrial é conhecida
também como a era da Informação e do Conhecimento. É importante ressaltar que a
informação pode ser encontrada numa variedade de objetos inanimados, desde um livro
até um pendrive, enquanto o conhecimento só é encontrado nos seres humanos porque
são capazes de aplicar a informação através de seu cérebro ou de suas habilidosas mãos.
A informação torna-se inútil sem o conhecimento do ser humano (BELL, Daniel. The
Coming of Post Industrial Society: A Venture in Social Forecasting. Disponível no
website <https://www.os3.nl/_media/2011-2012/daniel_bell_-_the_coming_of_post-
industrial_society.pdf>, 1976).
Pode-se afirmar que a sociedade pós-industrial nasceu após a década de 1970. Passou a
existir um tipo de sociedade que já não era baseada na produção agrícola, nem na
indústria, mas na produção de informação, serviços, símbolos (semiótica) e estética. A
sociedade pós-industrial provém de um conjunto de situações provocadas pelo advento
da indústria, tais como o aumento da vida média da população, o desenvolvimento
tecnológico, a difusão da escolarização e difusão da mídia. A sociedade pós-industrial
se diferencia muito da sociedade industrial e isso se percebe claramente no setor de
serviços, que absorve hoje cerca de 60% da mão de obra total, mais do que a indústria e
a agricultura juntas, pois o trabalho intelectual é muito mais frequente do que o trabalho
manual e a criatividade, mais importante que a simples execução de tarefas.
Com a expansão do sistema capitalista, o setor terciário é o que atualmente mais cresce
no mundo. A concentração de mão de obra na área de comércio e principalmente de
serviços deve-se a inúmeros fatores, sendo o principal deles a redução na oferta de
trabalho na agropecuária com a mecanização do campo e na indústria em consequência
da utilização de novas tecnologias. Essas áreas passaram a empregar uma quantidade
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intensamente menor e em um nível de qualificação bem mais exigente, contribuindo
para que a maior parte da massa de assalariados se destine para o comércio e os
serviços. O crescimento do setor terciário vem se tornando tão intenso e desordenado
que ocorre o que os economistas intitulam por hipertrofia setorial, que nada mais é do
que o crescimento não sustentável da área de comércio e serviços. A principal
consequência desse fenômeno é o crescimento da atividade informal, também chamada
de “economia subterrânea”, a exemplo dos camelôs e vendedores ambulantes (BELL,
1976).
Segundo Daniel Bell (1976), a sociedade pós-industrial é formada por três esferas
distintas, social, política e cultural, onde o eixo principal é a tecnologia que tem como
principal atividade o processamento de informação com base nas telecomunicações e na
computação e tem como princípio o valor “conhecimento” em contraponto com o valor
“trabalho” da era industrial. A centralidade do conhecimento teórico assim como as
inovações tecnológicas e a expansão do setor dos serviços torna o trabalho intelectual
mais frequente e importante do que a simples execução de tarefas. Segundo Alvin
Tofler, estas mudanças profundas na organização do trabalho originam mudanças
estruturais profundas na cultura, na política e na economia de uma sociedade. Ao nível
econômico, as sociedades pós-industriais caracterizam-se pelo crescimento do setor dos
serviços enquanto principal atividade econômica, que substitui assim em importância a
produção de bens. Em termos de estrutura de classes, este tipo de sociedade levaria ao
aumento do poder das profissões técnicas e dos setores tecnológicos intelectuais
(TOFLER, Alvin. O choque do futuro. Rio de Janeiro: Editora Artenova, 1973).
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viram obrigados a entrar no jogo, com suas páginas da rede atualizadas a cada minuto e
novos projetos gráficos que satisfaçam os desejos dos leitores do século XXI.