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1.1 Deus como pastor. Com base na ideia de que o pastor é um protetor e líder do rebanho, surgiu o conceito de Deus como
o Pastor de Israel. Os próprios pastores antigos foram os primeiros a salientar essa similaridade. Assim Jacó se dirigiu a
Deus, nos dias que antecederam a sua morte (Gn 49.24). E Davi chamou Deus de seu Pastor, no bem conhecido Salmo vinte
e três (v. 1), o que Asafe também fez, em Salmos 80.1.
1.2 Profetas, sacerdotes e reis. Podemos encontrar também muitas passagens, no AT, que se referem aos líderes do povo
de Deus como pastores que agem sob a supervisão de Deus (Nm 27.17; 1Rs 22.17). Posteriormente, os profetas, os
sacerdotes e os reis de Israel, que haviam falhado em seu encargo, diante de Deus e de seu povo, foram condenados como
pastores que haviam desertado o rebanho ou que haviam enganado as ovelhas (Jr 2.8; 10.21; 23.1; Ez 34.2).
2.1 Jesus como pastor. Jesus pode ser considerado o maior exemplo de verdadeiro pastor (Jo 10). Deus o constituiu o
nosso Pastor. Os escritores bíblicos o chamam de: (a) Pastor e Bispo das almas (1Pd 2.25); (b) Grande Pastor das Ovelhas
(Hb 13.20); (c) O Supremo Pastor (1Pd 5.4). Neste ofício, Ele se distingue por vários qualificativos da maior importância,
os quais são:
2.1.1 Dá a vida pelas suas ovelhas (Jo 10.11). Nos tempos bíblicos, era comum o bom pastor expor a sua vida na luta
contra as feras que assaltavam o rebanho (1Sm 17.34-36). Jesus para proteger as suas ovelhas do “ladrão” que vem para:
“matar, roubar e destruir”, deu a sua vida por nós, que “somos rebanho do seu pastoreio” (Sl 100.3). Ele deu a sua vida por
nós, para que tenhamos vida com abundância (Jo 10.10-b).
2.1.2 Conhece as suas ovelhas (Jo 10.14). Julgamos quase impossível que um pastor conheça cada ovelha distintamente,
pois todas parecem idênticas. Todavia, o contato com as ovelhas lhe proporciona tal conhecimento. Cristo Jesus, muito
mais conhece aqueles que lhe servem com um coração puro e se sujeitam a sua vontade.
2.1.3 Guia as suas ovelhas (Jo 10.3,4). O pastor à frente do rebanho era a garantia de ser conduzido aos bons pastos e de
preservá-lo da emboscada das feras. Era um costume de tempos remotos. Era o motivo da expressão confiante de Davi,
com a sua própria experiência de pastor “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Sl 23.1). Não deve ser menor a
nossa confiança em nosso Bom Pastor, pois Ele garante a nossa provisão (Fp 4.6,7,19; 1Pd 5.7).
2.1.4 Busca as ovelhas perdidas (Jo 10.16). Em Lucas 15.1-7 encontramos a famosa parábola da “ovelha perdida” que
nos mostra o que o pastor é capaz de fazer para buscar a ovelha que se perde do rebanho. Essa analogia é usada pelo Mestre
Jesus a fim de retratar o interesse que Ele tem de restaurar os pecadores a comunhão com Deus.
III – O DOM MINISTERIAL DE PASTOR
Entre os dons ministeriais concedidos a igreja, encontra-se o dom de pastor (Ef 4.11). O pastor é o responsável pela
direção e pelo apascentamento do rebanho. É “o anjo da igreja” (Ap 2.1). Serve sob a direção do Bom Pastor, a quem
pertence a Igreja (1Pd 5.2,4), e deve andar nas suas pisadas (Jr 17.16) e sob a sua direção (Jr 3.15). Cabe ao pastor velar
pelas ovelhas, como quem tem de dar conta delas (Hb 13.17) (BERGSTÉN, 2007, p. 116).
3.1 A necessidade de um pastor para a igreja. “O pastor é essencial ao propósito de Deus para sua igreja. A igreja que
deixar de ter pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente do Espírito (1Tm 3.1-7). Será uma igreja
vulnerável às forças destrutivas de Satanás e do mundo (At 20.28-31). Haverá distorção da Palavra de Deus, e os padrões
do evangelho serão abandonados (2Tm 1.13,14). Membros da igreja e seus familiares não serão doutrinados conforme o
propósito de Deus (1Tm 4.6,14-16; 6.20,21). Muitos se desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2Tm 4.4). Se, por
outro lado, os pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos com as palavras da fé e da sã doutrina, e também
disciplinados segundo o propósito da piedade (1Tm 4.6,7)” (STAMPS, 1995, p. 1816).
3.2 O pastor e as suas muitas atribuições. “Sua missão é múltipla e polivalente. Um pastor de verdade tem que agir como
ensinador, conselheiro, pregador, evangelizador, missionário, profeta, juiz de causas complexas, fazer as vezes de
psicólogo, conciliador, administrador eclesiástico dos bens espirituais e de recursos humanos sob seus cuidados, na igreja
local; é administrador de bens materiais ou patrimoniais; gestor de finanças e recursos monetários, da igreja local”
(RENOVATO, 2014, p. 114). Algumas outras atribuições do pastor são: “(a) cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt
1.9-11); (b) ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1Ts 5.12; 1Tm 3.1-5); (c) ser um exemplo da
pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8) e, (d) esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb
12.15; 13.17; 1Pd 5.2). Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: salvaguardar a verdade apostólica e o rebanho de Deus
contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho,
tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; 1Pd 2.25; 5.2-4)” (STAMPS, 1995, p. 1815).
3.3 Os pastores mestres. “O ensino, juntamente com o evangelismo, faz parte da original Grande Comissão de Cristo à
sua igreja (Mt 28.20). Tanto os apóstolos como os profetas eram mestres, e nenhum pastor pode ser um verdadeiro pastor
se não for apto para ensinar (1Tm 3.2,11). É interessante destacar que a frase “pastores e mestres” em Efésios 4.11 no
original grego não consta o artigo “e”, razão pela qual alguns supõem que isso salienta uma única “categoria” - pastores e
mestres seriam aspectos da mesma função. Inferimos que o pastor também deve ser mestre, pois boa parte do seu trabalho
é o ensino. Todavia, é interessante destacar que embora todo pastor seja um mestre, nem todo mestre é um pastor (2Tm
2.24)” (CHAMPLIN, 2005, p. 601 – grifo nosso).
CONCLUSÃO
Deus, por meio de Cristo, providenciou pastores a fim de liderar, instruir e edificar a sua igreja aqui na terra. Nosso
comportamento diante daqueles que o Senhor instituiu sobre nós deve ser de amor (Rm 12.10; 1Pd 3.8); respeito (1Co
16.18; 1Ts 5.13; 1Pd 2.17; Fp 2.29; 1Tm 5.17) e submissão (1Co 16.16; Cl 4.10), pois “velam por vossas almas, como
aqueles que hão de dar conta delas” (Hb 13.17-b).
REFERÊNCIAS
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• VINE, W. E. Dicionário Vine. CPAD.
• SOUZA, Estevam Ângelo de. Os dons ministeriais na igreja. CPAD.
• RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais: servindo a Deus e aos homens com o poder extraordinário. CPAD.