Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Adfadwqe143523rdfq3 31r13c
Adfadwqe143523rdfq3 31r13c
Quando você faz um perfil em uma rede social ou cria uma conta de email, você sabe
onde ficam armazenados os seus dados em relação a esses serviços? Você se preocupa
em ler atentamente os termos de uso e a política de privacidade do serviço para
descobrir quem é responsável por armazenar e administrar essas informações e em que
país esse administrador está sediado? Sabe onde ficam os servidores? Provavelmente, a
resposta para essas perguntas é não.
O mais curioso é que, provavelmente, ela continuaria sendo não, ainda que você
quisesse muito saber as respostas. Hoje em dia, as empresas adotam mecanismos
complexos de hospedagem e armazenamento dessas informações, muitas vezes criando
cópias em locais diferentes, administrados por setores distintos dentro da mesma
empresa. Isso acontece, em parte, por razões de segurança. Afinal, já pensou como seria
problemático se caísse um raio no único servidor do Google que armazenasse seus
emails do Gmail e tudo fosse apagado? Ou no do Facebook onde estava armazenado o
seu perfil? Dar essa notícia para o usuário não seria fácil: “perdemos tudo”.
Mas isso também acontece por razões de logística e estrutura administrativa das
empresas, que organizam seus sistemas internos de formas variadas. Isso importa para
determinar quem, mesmo dentro da empresa, pode ter acesso a esses registros.
Você, como usuário, deve estar se perguntando por que você deveria se importar com
isso. Independentemente de onde estejam armazenadas e de quem, dentro de empresa,
seja responsável por gerenciá-las, para você, o que importa é conseguir acessar suas
contas. O fato é que esses registros também servem para identificar de onde partiram
determinados conteúdos ou postagens, o que ajuda na investigação de crimes cometidos
na Internet. São dados de acesso, como endereços de IP, acompanhados de determinada
data e hora.
Por essa razão, quem investiga esses tipos de crimes, como o Ministério Público e as
autoridades policiais, muitas vezes depende de acesso a esses registros para prosseguir
com a investigação. Mas isso não significa que essas autoridades devam ter acesso
irrestrito a esses dados: o Marco Civil da Internet exige que esses pedidos sejam
avaliados por um juiz, que só deve autorizar a quebra da privacidade do usuário se
houver razões legítimas para se suspeitar dele. Afinal, existem vários outros direitos dos
usuários em jogo, como privacidade e presunção de inocência – não seria razoável que
nossos dados fossem fornecidos a autoridades sem que recaíssem sobre nós suspeitas
fundadas do cometimento de ilícitos.
Quando a empresa tem escritório no Brasil, tudo deveria ser mais fácil, já que existem
mecanismos que o juiz pode usar para obrigá-la a cumprir suas decisões e entregar esses
dados, como a imposiçao de multas ou, até mesmo, a prisão de seus representantes.
Deveria, mas não é. Muitas empresas, mesmo sediadas no Brasil, argumentam que esses
dados não estão guardados no país e que dependem da atuação de outras partes e
departamentos da empresa que, por também não estarem aqui, estariam fora do seu
controle. Dizem que é preciso, portanto, que as autoridades façam esses pedidos no
exterior, o que significa processos muito mais longos e custosos.
Documento