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Gestão Energética,
Auditorias Energéticas e Diagnósticos
Energéticos - Parte I

Prof. Rogério Guedes da Silva


Especialista
roger2002df@yahoo.com.br

DIREITOS RESERVADOS: © ROGÉRIO GUEDES DA SILVA. É proibida a reprodução total ou parcial da


obra, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem a autorização prévia e por escrito do autor. A
violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

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Avaliação

Por Módulo

Prova - último período.

Participação/ desempenho do aluno.


Conteúdo Programático

Parte I
Instituições e Agentes do Setor Elétrico; Legislação Básica Aplicada ao Setor Elétrico; Mercado de Energia
Elétrica; Fluxo de Mercado e Migração de Consumidores; Tarifas e Faturas do Setor Elétrico;

Parte II
Otimização de Consumo de Energia Elétrica (Eficiência Energética); Levantamento de Campo; Perícias e
Avaliações em Sistemas Energéticos; Qualidade do Produto e do Serviço de Energia Elétrica; Noções de
Redes Inteligentes de Energia (Smart Grid); e Relação entre Meio Ambiente e Energia.
Temas Principais

1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica;


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica;
3. Encargos (ESS e EER);
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico;
5. Migração de Consumidores para o Ambiente de Contratação Livre (ACL).
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica

Panorama Histórico
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Panorama Histórico
Modelo Antigo 1ª Reforma do Setor Novo Modelo
(até 1995) (de 1995 a 2003) (a partir de 2004)
Governo implanta o Projeto RE-SEB -
Início dos anos 90: Reestruturação do Setor Elétrico
Estado sem condições de investir Brasileiro. Racionamento em 2001 - 2002,
(obras paradas ou não iniciadas);
obrigou o Governo a repensar o
Lei nº 8.987/1995 (Lei Geral de modelo.
Empresas endividadas (tarifas Concessões) e Lei nº 9.074/1995
defasadas); (Reestruturação dos serviços públicos Lei nº 10.848/2004
(comercialização de energia e altera
concedidos).
diversos dispositivos da legislação).
inadimplência crescente e
generalizada no setor elétrico. Programa Nacional de Desestatização –
PND (para privatização)
Principais Objetivos do Novo Modelo Regulatório do Setor Elétrico:
I - Segurança no Suprimento de Energia Elétrica
II - Modicidade Tarifária
III - Estabilidade do Marco Regulatório
IV - Universalização do Acesso à Eletricidade
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Panorama Histórico
Modelo Antigo 1ª Reforma do Setor Novo Modelo
(até 1995) (de 1995 a 2003) (a partir de 2004)
Abertura e ênfase na
Empresas predominantemente privatização das Empresas dos
Estatais segmentos de G e D. Convivência entre Empresas Estatais
e Privadas.
Novas concessões para G e T disputadas
por Empresas Estatais e Privadas.

Expansão do Sistema através de Expansão do Sistema através de Expansão do Sistema através de


recursos públicos. recursos públicos e privados. recursos públicos e privados.

Observações:
 Lei nº 8.631/1993: extinguiu o regime de equalização das tarifas de energia elétrica nos estados brasileiros.
 Lei nº 8.987/1995: introduziu o conceito de equilíbrio econômico-financeiro e o regime de regulação
tarifária pelo preço (preço teto ou price cap => estímulo à eficiência).
(que substituiu a tarifa pelo custo do serviço)
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Panorama Histórico
Modelo Antigo 1ª Reforma do Setor Novo Modelo
(até 1995) (de 1995 a 2003) (a partir de 2004)

A Distribuidora que atua no SIN


Desverticalização da cadeia produtiva não pode exercer as atividades de
(G, T, D e C => áreas de negócios G, T e C (no mercado livre), com
independentes). exceção.
Empresas verticalizadas

Criação da Agência Nacional de Energia G não pode ser coligada ou


Elétrica - ANEEL (Lei nº 9.427/1996). controladora de sociedade que
exerça atividade de D no SIN .

Competição em G e C. Competição em G e C.
Monopólio no suprimento e na
distribuição de energia elétrica -
T e D continuam regulados Avanços regulação em T e D
Competição inexistente
(monopólios naturais). (monopólios naturais).
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Panorama Histórico
Modelo Antigo 1ª Reforma do Setor Novo Modelo
(até 1995) (de 1995 a 2003) (a partir de 2004)
Retomada do Planejamento
Na G: Planejamento Indicativo. Determinativo.
Planejamento Determinativo,
a cargo do Grupo Coordenador do Criação da Empresa de Pesquisa
Na T: criação do Comitê Coordenador do
Planejamento dos Sistemas
Elétricos - GCPS Planejamento da Expansão do Sistema Energética - EPE (Lei nº 10.847/2004)
(órgão colegiado de G e D). Elétrico – CCPE
Criação do Comitê de
(núcleos regionais de T e D).
Monitoramento do Setor Elétrico –
CMSE (Lei nº 10.848/2004)

Uso das instalações de G e T a


cargo do Grupo de Coordenação Criação do Operador Nacional do
Novas regras de governança do ONS.
para a Operação Interligada - GCOI Sistema Elétrico - ONS
e do Comitê Coordenador de
(Dec. nº 5.081/2004)
(Lei nº 9.648/1998)
Operações Norte Nordeste – CCON
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Panorama Histórico

Modelo Antigo 1ª Reforma do Setor Novo Modelo


(até 1995) (de 1995 a 2003) (a partir de 2004)
Consumidores Cativos, Livres e Consumidores Livres, Especiais e
Consumidores Cativos
Especiais. Cativos.

 Lei nº 9.074/1995: criou o Consumidor Livre, Produtor Independente de Energia e a Rede Básica do Sistema
Interligado Nacional (SIN), tendo assegurando livre acesso aos sistemas de distribuição e transmissão.

 Lei nº 9.648/1998: alterou a Lei nº 9.427/1996, criando o Consumidor Especial.


1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Consumidores Livres
• Art. 15 da Lei nº 9.074/1995:
Os consumidores existentes com carga igual ou maior que 10.000 kW, atendidos em tensão igual ou superior a 69
kV, podem contratar seu fornecimento, no todo ou em parte, com produtor independente de energia elétrica.
Decorridos cinco anos da publicação da Lei, os consumidores com carga igual ou superior a 3.000 kW, atendidos
em tensão igual ou superior a 69 kV, poderão optar pela compra de energia elétrica a qualquer concessionário,
permissionário ou autorizado.
• Art. 16 da Lei nº 9.074/1995:
É de livre escolha dos novos consumidores, cuja carga seja igual ou maior que 3.000 kW, atendidos em qualquer
tensão, o fornecedor com quem contratará sua compra de energia elétrica.
 A partir de 1º de janeiro de 2019, os consumidores existentes que consumirem carga igual ou superior a 3.000
kW e forem atendidos em tensão inferior a 69 kV poderão optar pela compra de energia elétrica a qualquer
concessionário, permissionário ou autorizatário de energia elétrica (Incluído no art. 15 Lei nº 9.074/1995 pela Lei nº
13.360/2016).
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Consumidores Livres (cont.)
Portaria MME nº 514/2018
Diminuir os limites de carga para consumidor acessar o mercado livre.

A partir de 1º de janeiro de 2020, os consumidores com carga igual ou superior a 2.000 kW, atendidos em qualquer
tensão, poderão optar pela compra de energia elétrica a qualquer concessionário, permissionário ou autorizado de
energia elétrica do Sistema Interligado Nacional.

A partir de 1º de janeiro de 2021, os consumidores com carga igual ou superior a 1.500 kW, atendidos em qualquer
tensão [...]

A partir de 1º de janeiro de 2022, os consumidores com carga igual ou superior a 1.000 kW, atendidos em qualquer
tensão [...]

A partir de 1º de janeiro de 2023, os consumidores com carga igual ou superior a 500 kW, atendidos em qualquer
tensão [...]
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Consumidores Especiais
• Art. 26, § 5º , da Lei nº 9.427/1996:
Consumidor ou conjunto de consumidores reunidos por comunhão de interesses de fato ou de direito,
cuja carga seja maior ou igual a 500 kW, poderão comprar energia elétrica de agentes de geração
incentivada, nos termos desta Lei.

Geração Incentivada (aspectos gerais):


 Aproveitamento de potencial hidráulico de potência ≤ 50.000 kW, destinado à produção independente
ou autoprodução;
 Empreendimentos com base em fontes solar, eólica e biomassa cuja potência injetada nos sistemas de
T ou D seja ≤ 50.000 kW.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Panorama Histórico

Modelo Antigo 1ª Reforma do Setor Novo Modelo


(até 1995) (de 1995 a 2003) (a partir de 2004)
Mercado Regulado e relações bilaterais Estabelece regras e procedimentos
entre Consumidores Livres e de comercialização específicos para
Fornecedores. os Mercados Livre (inicialmente
grandes consumidores) e Regulado
Mercado Regulado Criação do Mercado Atacadista de (Distribuidoras).
Energia - MAE, para servir de base para
as transações de compra e venda de Autorizada a Criação da Câmara de
energia elétrica nos sistemas Comercialização de Energia Elétrica -
interligados. (Lei nº 9.648/1998) CCEE. (Lei nº 10.848/2004)
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Panorama Histórico

1ª Reforma do Setor (de 1995 a 2003)


(art. 10 da Lei nº 9.648/1998)

 Passa a ser de livre negociação a compra e venda de energia elétrica entre concessionários, permissionários e autorizados.
 Transição: redução dos Contratos Iniciais em 25% a cada ano, no período de 2003 a 2006.

Novo Modelo (a partir de 2004)


(arts. 13 e 22 do Decreto nº 5.163/2004).

 Fim do self-dealing: vedada a aquisição de energia de empresas vinculadas ao mesmo grupo de controle.
 Usinas Botox: contratadas no período de 2005 a 2007.

Leilões de Geração: UBP (até 2002) x menor tarifa


1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Agentes de Mercado

Fontes: ANEEL/CCEE.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Agentes de Mercado

Fonte: CCEE (Reunião com a UBS BB e Investidores - jan 21).


1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Definições
• Autoprodutor: a pessoa jurídica ou as empresas reunidas em consórcio que receba(m) Concessão ou
Autorização para produzir energia elétrica destinada ao seu uso exclusivo, podendo comercializar, eventual e
temporariamente, seus excedentes de energia, mediante autorização da ANEEL.

• Produtor Independente de Energia (PIE): pessoa jurídica ou empresas reunidas em consórcio, que receberem
Concessão ou Autorização do Poder Concedente, para produzir energia elétrica destinada ao comércio de
toda ou parte da energia produzida, por sua conta e risco, inclusive ambientais, atraso de obras e outros,
relativos à comercialização da energia elétrica produzida por sua conta e risco, estando sujeito às regras de
comercialização regulada ou livre, atendido o disposto na legislação em vigor e no Contrato de Concessão ou
na Autorização.

• Instalações de Transmissão de Interesse Restrito à Central Geradora - conjunto de instalações destinadas ao


transporte da energia desde o local das instalações de geração até o ponto de conexão com a Rede Básica ou
com a Rede de Distribuição e que integra a Concessão ou Autorização de empreendimento.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica

Agentes Institucionais
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Estrutura Institucional do Setor Elétrico

Fonte: ANEEL.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Estrutura Institucional do Setor Elétrico
Conselho Nacional de Instituído pela Lei nº 9.478/1997.
Política Energética (CNPE) (Decreto nº 3.520/2000).

– Integram o CNPE vários Ministros de Estado (presidido pelo Ministro de Minas e Energia).

– É um órgão de assessoramento da Presidenta da República.


 Formular políticas e diretrizes para o setor de energia;
 Dentre as diretrizes: para programas de uso do gás natural, do álcool, de outras biomassas, do carvão e
da energia termonuclear;
 Revisar periodicamente a Matriz Energética;
 Assegurar o suprimento de insumos energéticos às áreas mais remotas ou de difícil acesso país; etc.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Estrutura Institucional do Setor Elétrico

Instituído pela Lei nº 3.782/1960.


(Decreto nº 7.798/2012).

– Órgão responsável pela condução das políticas energéticas do país.


 Formular e implementar políticas para o setor energético, de acordo com as diretrizes definidas pelo CNPE;
 Estabelecer o planejamento do setor energético nacional;
 Monitorar a segurança do suprimento do Setor Elétrico Brasileiro;
 Analisar proposições de Associações de Agentes, Parlamentares e da sociedade;
 Estabelecer, assegurado o atendimento ao mercado do SIN, condições específicas do lastro para a venda,
ou sua dispensa, em caso de fornecimento temporário e interruptível, inclusive para exportação de energia
elétrica.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Estrutura Institucional do Setor Elétrico

Instituída pela Lei nº 9.427/1996


(Decreto nº 2.335/1997).

– Regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.


 Zelar pela qualidade dos serviços;
 Zelar pela universalização do atendimento;
 Estabelecer tarifas para os consumidores / adicional de tarifas de uso específico das instalações de
interligações internacionais para exportação e importação de energia;
 Promover licitações para contratação dos serviços públicos de energia elétrica;
 Autorizar a transferência e alteração de controle acionário de concessionário, permissionário ou autorizado
de serviços ou instalações de energia elétrica.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Estrutura Institucional do Setor Elétrico

Instituída pela Lei nº 10.847/2004.


(Decreto nº 5.184/2004)

– Vinculada ao MME.
– Prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético.
 Estudos e projeções da Matriz Energética Nacional;
 Estudos para o planejamento de expansão da geração e da transmissão de energia elétrica;
 Análises de viabilidade técnico-econômica e socioambiental de usinas, incluindo a obtenção da licença
ambiental prévia para aproveitamentos hidrelétricos;
 Desenvolver estudos para avaliar e incrementar a utilização de energia proveniente de fontes renováveis.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Estrutura Institucional do Setor Elétrico

Instituído pela Lei nº 9.648/1998.


(Decreto nº 5.081/2004)

- Atividades de coordenação e controle da operação da geração e da transmissão de energia elétrica


integrantes do SIN.
 O planejamento e a programação da operação e o despacho centralizado da geração, com vistas à
otimização do SIN;
 A contratação e a administração de serviços de transmissão de energia elétrica;
 A proposição de regras para a operação das instalações de transmissão da Rede Básica do SIN;
 A supervisão e o controle da operação do SIN e das interligações internacionais;
 A proposição de regras para a operação das instalações de transmissão da Rede Básica do SIN.
OBS: A partir de maio de 2017, ONS assumiu as atividades de previsão de carga e
planejamento da operação do Sistema Isolado. (Lei nº 13.360, de 2016)
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Estrutura Institucional do Setor Elétrico

Instituída pela Lei nº 10.848/2004.


(Decreto nº 5.177/2004)
– Apuração do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), utilizado para valorar as transações realizadas no
mercado de curto prazo;
– Realização da contabilização dos montantes de energia elétrica comercializados;
– Liquidação financeira dos valores decorrentes das operações de compra e venda de energia elétrica
realizadas no mercado de curto prazo;
– Elaboração das Regras e Procedimentos de Comercialização.
– São agentes com participação obrigatória basicamente:
 Central Geradora com capacidade instalada ≥ 50 MW;
 Importadores ou exportadores com intercâmbio ≥ 50 MW;
 Distribuidores e Comercializadores volumes comercializados ≥ 500 GWh/ano;
 Consumidores Livres e os Consumidores Especiais.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Estrutura Institucional do Setor Elétrico
Comitê de Monitoramento Instituído pela Lei nº 10.848/2004.
do Setor Elétrico (CMSE) (Decreto nº 5.175/2004)

– Criado no âmbito do MME. (Participação da ANEEL, ANP, EPE, ONS, CCEE)


– Acompanhar e avaliar a continuidade e a segurança do suprimento elétrico em todo o território nacional.
 Acompanhar o desenvolvimento das atividades de G, T, D, C e I&E;
 Avaliar as condições de abastecimento e de atendimento (horizontes pré-determinados);
 Realizar periodicamente a análise integrada de segurança energética;
 Identificar dificuldades e obstáculos que afetem a regularidade e a segurança de abastecimento e
expansão do setor;
 Elaborar propostas de ajustes, soluções e recomendações de ações preventivas ou corretivas de situações,
visando manutenção ou restauração da segurança no abastecimento.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica

Planejamento Energético
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento Energético
• Estudos da EPE, coordenados pelo MME, com participação de agentes/sociedade:
 Plano Nacional de Energia (PNE): fornece os subsídios para a formulação de uma estratégia de expansão
da oferta de energia (de longo prazo), com vistas ao atendimento da evolução da demanda, de forma
econômica e sustentável.
Cobre não somente a questão da energia elétrica, como também os demais energéticos (petróleo, gás
natural, etc.)
 Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE): incorpora visão integrada da expansão da demanda e da
oferta de recursos energéticos para horizonte de 10 anos, definindo um cenário de referência.
Sinaliza e orienta decisões dos agentes no mercado de energia, visando assegurar a expansão equilibrada
da oferta energética, com sustentabilidade técnica, econômica e socioambiental.
Apresenta programa de obras que subsidiará o processo licitatório e outras ações/decisões para a
expansão da energia.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Geração
Empreendimentos em Operação (Dez/2018)

Fonte: ANEEL.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Geração
Participação de cada Fonte Geradora no total - Jan-Dez/2018

Fontes: ONS/Eletrobras/ANEEL.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Geração
Empreendimentos em Operação (dezembro/2018)

Fonte: ANEEL. OBS: Undi-elétrica: Cinética da Água.


1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Geração
Participação de cada Fonte Geradora no total - Jan-Dez/2018

O sistema de geração deverá se expandir para atender a um crescimento médio anual da carga do SIN
(horizonte 2018-2027) de aprox. 3.000 MW. Informação do PDE 2027 (pg. 60).

Fontes: ONS/Eletrobras/ANEEL.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Painel da Geração - CCEE

Painel CCEE

Fontes: CCEE.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Geração

• Quais fontes entram na política do Governo?


UHE
Usina à gás natural?
Usina nuclear?
Usina carvão mineral?
Usina energia solar?
Projetos estruturantes (grande porte) precisam das ações do Governo para se
viabilizarem.
Nota: A atividade de Geração é aberta à iniciativa privada (PIE, Autoprodução).

Análises para decisões: PNE e PDE.


1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Geração
Evolução da capacidade instalada hidrotérmica do SIN (PDE 2024)

 Evolução da capacidade instalada


hidrotérmica por tipo de fonte.

 Destaque para o perfil fortemente


renovável da matriz elétrica brasileira.

Fonte: EPE.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Geração

Expansão contratada até 2018 –


Incremento anual de capacidade
(PDE 2027)

(Biomassa + Biogás)

Expansão Indicativa de Referência


(PDE 2027)

Fonte: EPE.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Geração

Complementaridade das Fontes Eólica, Biomassa e Hidráulica

Fonte: ONS.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Transmissão
 PNE e PDE: Nível indicativo

 Plano de Expansão de Longo Prazo (PELP): Elaborado pela EPE. Nível indicativo (obras para além do 6º
ano do PDE.)
 Programa de Expansão da Transmissão (PET): Elaborado pela EPE.
Nível determinístico (primeiros seis anos do PDE).

 Plano de Ampliações e Reforços (PAR): Elaborado pelo ONS. Estudos de planejamento de curto prazo
(horizonte de 3 anos), que tem por objetivo apresentar sua visão sobre as ampliações e reforços da Rede
Básica (RB) do SIN.

 Consolidação do Plano de Obras da Rede Básica: Produzido pelo MME para definir quais instalações de
transmissão de energia elétrica deverão ser implantadas (unifica visões do Planejador e do Operador do
Sistema).
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Transmissão

Fonte: ONS.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Transmissão
Ampliação X Reforços
• Ampliação: é a implantação de novo elemento funcional:
ex: LT, SE ou novo pátio na RB, detentora de nova concessão.
• Reforços: compreendem instalação, substituição ou reforma de equipamentos em instalações de transmissão
existentes ou a adequação dessas instalações. Visa aumento de capacidade de transmissão, aumento de
confiabilidade do SIN ou conexão de usuários. (ex. seccionamento).

§ 1º, art. 17 da Lei nº 9.074/1995 (Redação dada pela Lei nº 11.943/2009):


As instalações de transmissão de energia elétrica componentes da rede básica do Sistema Interligado Nacional - SIN
serão objeto de concessão, mediante licitação, na modalidade de concorrência ou de leilão e funcionarão integradas ao
sistema elétrico, com regras operativas aprovadas pela Aneel, de forma a assegurar a otimização dos recursos
eletroenergéticos existentes ou futuros. OBS: Os vencedores das licitações recebem RAP.

§ 1º, art. 6º do Decreto nº 2.655/1998:


Os reforços das instalações existentes serão de responsabilidade da concessionária, mediante
autorização da ANEEL.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Transmissão
Composição da Rede Básica do SIN
Segundo a Resolução ANEEL nº 67/2004 (art. 3º), a Rede Básica é composta por instalações de transmissão (linhas,
barramentos, transformadores e equipamentos de subestações) com tensão igual ou superior a 230 kV, salvo exceção.

Fonte: ANEEL
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Transmissão
Composição da Rede Básica do SIN

D
D

Rede Básica
G
(Tensão ≥ 230 kV)

G CL

CL
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Transmissão
Diferença entre Reforço e Melhoria
• Reforço é a instalação, substituição ou reforma de equipamentos em instalações de transmissão
existentes, ou a adequação destas instalações, visando o aumento de capacidade de transmissão, o
aumento de confiabilidade do SIN ou a conexão de usuários.
Exs.: instalação de transformador (sem envolver novo pátio) // SEP // substituição de equipamentos por
superação de capacidade operativa // etc.

• Melhoria: é a instalação, substituição ou reforma de equipamentos em instalações de transmissão


existentes, ou a adequação dessas instalações, visando manter a prestação de serviço adequado de
transmissão de energia elétrica, conforme disposto na Lei n° 8.987/1995.
Exs.: substituição de equipamentos por motivo de vida útil esgotada, sem peças de reposição//
automação, reforma e modernização de subestações // etc.
As Melhorias podem constar no Plano de Modernização de Instalações ou no Plano de Ampliações e Reforços - ONS.

Resolução Normativa ANEEL nº 443/2011.


1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Transmissão
ICG
Art. 6º do Decreto nº 2.655/1998

§ 4o As instalações de transmissão de interesse exclusivo das centrais de geração a partir de fonte eólica,
biomassa ou pequenas centrais hidrelétricas, não integrantes das respectivas concessões, permissões ou
autorizações, conectadas diretamente à Rede Básica, poderão ser consideradas Instalação de Transmissão de
Interesse Exclusivo de Centrais de Geração para Conexão Compartilhada - ICG.

§ 7o Caberá ao Ministério de Minas e Energia estabelecer diretrizes para a realização das licitações de ICG e
das respectivas instalações de Rede Básica conectadas, sendo que as ICG serão definidas a partir de chamada
pública a ser realizada pela ANEEL, mediante o aporte de garantias pelos interessados no acesso às ICG, e
deverão estar previstas no planejamento do setor elétrico nacional.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Transmissão
ICG

Fonte: MME/EPE.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Expansão da Transmissão
ICG - Diagrama Hipotético

Fonte: ANEEL.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Interligação das Bacias
Hidrográficas Brasileiras

Fonte: ONS.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN

Fonte: CCEE.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN

UHEs Santo Antônio, Jirau e


Belo Monte são “a fio d’água.

Fonte: CNPE/EPE/MME.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN
Objetivos

 Atender a demanda de energia elétrica; e


 Minimizar o valor esperado do custo de operação.
(melhores condições técnicas e maior segurança operacional possível).

• Sistema Hidrotérmico (definir parcelas de geração).

• Planejamento => plurianual até a programação diária da operação (início no médio prazo).
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN
Planejamento da Operação de Médio Prazo

• Estudos para horizontes de até 5 anos à frente, em base mensal.

• Sistema representado pelo modelo NEWAVE.

• Realiza modelagem das incertezas nas energias afluentes.

• Avalia o impacto da utilização da água armazenada nos reservatórios versus o custo de combustível das
usinas termoelétricas => Função de Custo Futuro (FCF).

• As usinas hidrelétricas, de cada submercado, são representadas por meio de um único reservatório
equivalente.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN
Submercados

Fonte: ANEEL.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN
Planejamento da Operação de Curto Prazo
• Estudos para horizonte de 2 meses (1º mês em base semanal).
• Sistema representado pelo modelo DECOMP.
• Considera as informações obtidas na etapa de Médio Prazo, em especial a Função de Custo Futuro do NEWAVE.
• Resulta na determinação das metas individuais das usinas hidráulicas e térmicas do sistema, bem como os
intercâmbios de energia entre subsistemas.
Programação Diária da Operação (Curtíssimo Prazo)
• Estudos para horizonte de 1 semana, com discretização semi-horária.
• Sistema representado pelo modelo DESSEM.
• Estabelece programas diários de geração hidráulica, térmica, intercâmbios de energia entre subsistemas e
transferências pelas interligações internacionais.
• Busca atender as previsões de carga, com base na política do Programa Mensal da Operação Energética (PMO).
• Considera cronogramas de manutenção e restrições operativas (G e T), restrições
para controle de cheias, etc.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN
Custo Marginal de Operação
• Um dos resultados fornecidos pela cadeia de modelos NEWAVE e DECOMP é o Custo Marginal de
Operação (CMO).

• Representa o custo variável do recurso de geração mais caro despachado, caso esse ainda tenha
disponibilidade para suprir o próximo incremento de carga.
O ONS considera as restrições internas de cada submercado para atender a demanda.

• Em outras palavras, o CMO estabelece quanto custa produzir um MWh adicional para o sistema elétrico.

• O ONS calcula o CMO uma vez por mês nas reuniões do Programa Mensal de Operação (PMO).

• O CMO é o parâmetro utilizado para o cálculo do PLD.


1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN
Custo Marginal de Operação (cont.)

Fonte: CCEE e Eletrobras CEPEL.


1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN
Custo Marginal de Operação (cont.)

Fonte: CCEE.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN
Exemplos de Custos de Geração
das UTEs do SIN 1.268 R$/MWh

723 R$/MWh
510 R$/MWh
60 R$/MWh 387 R$/MWh 548 R$/MWh

238 R$/MWh
61 R$/MWh 486 R$/MWh
31 R$/MWh
285 R$/MWh

52 R$/MWh

20 R$/MWh

Fonte: ONS (adaptado – CMSE 2018).


1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN
Custo Marginal de Operação (cont.)

Fonte: ONS.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Planejamento da Operação G e T do SIN

RESUMO:

Despacho Ordem de Mérito Programas

Detalhes nos Procedimentos de Rede


1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Acesso aos Sistemas de Transporte
Aspectos Principais

• A compra e venda de energia elétrica entre concessionários ou autorizados deve ser contratada
separadamente do acesso aos sistemas de T e D.
(art. 9º da Lei nº 9.648/1998).

• A contratação do acesso, compreende a conexão e o uso dos sistemas de transmissão e de distribuição.

• Os usuários deverão celebrar contratos de conexão e uso dos sistemas de T e D. (Resolução ANEEL nº
281/1999)
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Acesso aos Sistemas de Transporte

Fonte: ONS.
1. Fundamentos do Setor de Energia Elétrica
Acesso aos Sistemas de Transporte

Fonte: ONS.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica

Ambientes de Comercialização
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Lei nº 10.848/2004
A comercialização de energia elétrica entre concessionários, permissionários e autorizados de
serviços e instalações de energia elétrica, bem como destes com seus consumidores no Sistema
Interligado Nacional - SIN, dar-se-á nos Ambientes de Contratação Regulada ou Livre, nos termos
da legislação, deste Decreto e de atos complementares (caput do art. 1º).

Decreto nº 5.163/2004, que regulamenta a Lei nº 10.848/2004


I - Ambiente de Contratação Regulada - ACR segmento do mercado no qual se realizam as
operações de compra e venda de energia elétrica entre agentes vendedores e agentes de
distribuição, precedidas de licitação, ressalvados os casos previstos em lei, conforme regras e
procedimentos de comercialização específicos;
II - Ambiente de Contratação Livre - ACL segmento do mercado no qual se realizam as operações
de compra e venda de energia elétrica, objeto de contratos bilaterais livremente
negociados, conforme regras e procedimentos de comercialização específicos.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização

Fonte: CCEE.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Ambiente de Contratação Regulada - ACR
 Decreto nº 5.163/2004, art. 11:
• Cada Distribuidora do SIN deve adquirir, por meio de leilões realizados no ACR, energia elétrica
proveniente de:
I - empreendimentos de geração existentes; e
II - novos empreendimentos de geração.

• Novos empreendimentos de geração:


Aqueles que até a data de publicação do respectivo edital de leilão:
I - não sejam detentores de concessão, permissão ou autorização; ou
II - sejam parte de empreendimento existente que venha a ser objeto de ampliação, restrito ao
acréscimo da sua capacidade instalada.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
ACR (cont.)
• As Distribuidoras também podem adquirir energia elétrica:
I - contratada até 16 de março de 2004.
II - proveniente de:
a) geração distribuída (art. 2º, § 8º, alínea “a”, da Lei nº 10.848/2004);
b) usinas eólicas, PCHs e biomassa, contratadas na 1ª etapa do Programa de Incentivo às Fontes
Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA); e
c) Itaipu Binacional;
d) cotas de garantia física de energia e de potência definidas para as usinas hidrelétricas cujas
concessões forem prorrogadas nos termos da Medida Provisória nº 579/2012; e
e) Angra I e II.

Art. 13 do Decreto nº 5.163/2004.


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Geração Distribuída
• Produção de energia elétrica proveniente de empreendimentos (de concessionários, permissionários ou
autorizados) conectados diretamente no sistema elétrico de distribuição do comprador.

• Não podem participar da Chamada Pública (seleção: menor preço):


I - hidrelétrica com capacidade instalada superior a 30 MW; e
II - termelétrica, inclusive de cogeração, com eficiência energética inferior a 75%. (produção simultânea de 2 ou
mais formas de energia a partir de um único combustível).
OBS: Os empreendimentos termelétricos que utilizem biomassa ou resíduos de processo como combustível
não estão limitados ao percentual.

• Custos de aquisição de energia elétrica serão repassados aos consumidores finais até o maior valor entre o
Valor Anual de Referência – VR e o Valor Anual de Referência Específico – VRES.

Arts. 14, 15 e 36 do Decreto nº 5.163/2004. Art. 2º-B da Lei nº 10.848/2004 (incluído pela Lei nº 13.203/2015).
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Geração Distribuída
• Valor Anual de Referência – VR
 VR para 2016: R$ 104,03/MWh, base nov-2013.
 VR para 2019: R$ 194,34/MWh, base nov-2014.

• Valor Anual de Referência Específico – VRES (EPE calcula e MME aprova).


A Portaria MME nº 538/2015 criou o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica – ProGD para:

I - geração distribuída de que trata o art. 2º, § 8º, alínea “a”, da Lei nº 10.848/2004; e
II - microgeração e minigeração distribuída, definida conforme regulação da ANEEL.

Valores Anuais de Referência Específicos - VRES, para as seguintes fontes:


I - solar fotovoltaica, no valor de R$ 454,00/MWh; e
II - cogeração a gás natural, no valor de R$ 329,00/MWh.
(vigorar a partir de jan-2016, corrigido anualmente segundo regras do contrato).
Definir VRES para outras fontes.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Garantia Física (ou Energia Assegurada)
• Definida pelo Ministério de Minas e Energia, corresponde às quantidades máximas de energia e potência
de um empreendimento que poderão ser utilizadas para comprovação de atendimento de carga ou
comercialização por meio de contratos.

Fonte: ANEEL.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Sistemática do ACR
 As Distribuidoras apresentam previsões de mercados para 5 anos subsequentes.
 As Distribuidoras (compradores) declaram suas necessidades de compra de energia elétrica para os Leilões
A-3 e A-5;
 Os Geradores (vendedores) registram seus novos projetos na ANEEL;
 Os Geradores (vendedores) habilitam seus novos projetos na EPE;
 O MME publica as Garantias Físicas dos novos projetos habilitados para o Leilão;
 A ANEEL realiza os Leilões, observando as Diretrizes do MME;
 Vencedores recebem outorgas da geração (Portarias do MME), prazo de 35 anos, não renovável (contado
da data de assinatura do contrato).
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Leilões do ACR

Arts. 11, 26 e 27 do
Decreto nº 5.163/2004.

Fonte: CCEE modificado.


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Leilões do ACR

“A-3”, “A-4”, “A-5” e “A-6”, para novo empreendimento de geração. Arts. 11, 19, 26 e 27 do
Decreto nº 5.163/2004.
“A”, “A-1”, “A-2”, “A-3”, “A-4” e “A-5”, para empreendimento de geração existente.
“A-1”, “A-2”, “A-3”, “A-4” e “A-5” e “A-6”, para leilões de compra exclusiva de fontes alternativas.
“A-5”, “A-6” ou “A-7”, para novo empreendimento de G com licitação conjunta da transmissão necessária.

Fonte: CCEE modificado.


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
III - para a energia elétrica proveniente de novos empreendimentos de geração, a entrega será iniciada a
partir do terceiro e até o sétimo ano subsequente ao da licitação, com prazo de suprimento de no mínimo
15 (quinze) e no máximo 35 (trinta e cinco) anos; (Redação dada pela Lei nº 13.360, de 2016)
Notas sobre Fontes Alternativas
• Consiste na produção de eletricidade a partir da energia:
 Eólica;
 Solar;
 Biomassa;
 Hidráulica (PCH);
 Maremotriz;
 Resíduos sólidos (cascas de arroz); e
 demais fontes alternativas não consagradas.
• Os Editais podem determinar as fontes que deverão participar dos certames.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
• Os vencedores deverão formalizar contrato bilateral denominado Contrato de Comercialização de
Energia Elétrica no Ambiente Regulado (CCEAR), celebrado entre cada vendedor e todos os
compradores (Distribuidoras).

Art. 27 do Dec.nº 5.163/2004.

Fonte: CCEE modificado.


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Modalidades do CCEAR
.
Na contratação regulada, a critério do Ministério de Minas e Energia, os riscos hidrológicos serão assumidos, total ou
parcialmente, pelos geradores (ou pelos compradores, com direito de repasse às tarifas dos consumidores finais,
conforme as seguintes modalidades contratuais):

I - Contratos de Quantidade de Energia; e

II - Contratos de Disponibilidade de Energia.

(art. 2º da Lei 12.848/2004, incluído pela Lei nº 13.203/2015)


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização

Por Quantidade de Energia Elétrica


(art. 2º da Lei 12.848/2004 e art. 28 do Dec. nº 5.163/2004)

- O vendedor tem a obrigação de entrega de energia no montante contratado. Assim, o gerador assume os riscos
hidrológicos referentes à operação energética integrada, cabendo a ele todos os custos de produção de energia
elétrica (exceto se repactuado o risco hidrológico).

- O vendedor é responsável pela entrega da quantidade de energia contratada no centro de gravidade do


submercado do empreendimento de geração. Ou seja, o contrato é registrado no submercado do gerador. Em
consequência, os riscos financeiros decorrentes de diferenças de preços entre submercados são assumidos pelos
compradores.

Nota: O vendedor termelétrico é responsável pela aquisição do combustível, arca com todos os custos
variáveis e recebe todo o ganho advindo da operação do sistema.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização

Por Disponibilidade de Energia Elétrica


(art. 2º da Lei 12.848/2004 e art. 28 do Dec. nº 5.163/2004)
- Utilizado para conceder tratamento específico às usinas térmicas.

- Os compradores assumem os riscos hidrológicos, com direito de repasse às tarifas dos consumidores finais.
- Eventuais exposições financeiras no mercado de curto prazo da CCEE, positivas ou negativas, serão assumidas
pelos agentes de distribuição, garantido o repasse ao consumidor final.
- Cabe ao vendedor o compromisso da manutenção da disponibilidade contratada no leilão (aluguel).
O vendedor termelétrico é responsável pela aquisição do combustível e, quando o ONS emite um comando de despacho para a
usina, este custo é pago pelo consumidor através do Custo Variável Unitário (CVU), R$ para produzir cada MWh, declarado pelo
vendedor para o Leilão.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Modalidades do CCEAR (cont.) – Por Disponibilidade
• O empreendedor faz oferta de preço prevendo que a usina permanecerá desligada a maior parte do
tempo, devido ao seu custo de produção alto.

custos de manutenção da disponibilidade


da usina
Parcela Fixa =
custos do combustível relacionados à
inflexibilidade (ex: produzir calor)

• No eventual despacho da usina térmica, os custos variáveis de produção são repassados às distribuidoras
participantes do leilão.
Parcela Variável = Geração x CVU

Tarifa Final = Parcela Fixa + Parcela Variável.


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Modalidades do CCEAR (cont.) – Por Disponibilidade
 Se a térmica não é despachada, a distribuidora paga seus os custos fixos mais o valor do PLD multiplicado
pela quantidade de energia contratada.
 Quando a UTE é despachada, a distribuidora arca com os custos fixos mais os custos variáveis (valor do
CVU multiplicado pela energia produzida).

Declaração de Inflexibilidade
• Declaração de geração de uma usina de fonte termoelétrica emitida para fins de cálculo de sua garantia
física e programação eletroenergética do SIN, que se constitui em restrição que leva à necessidade de
geração mínima da usina, a ser considerada pelo ONS na otimização do uso dos recursos do SIN.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Exposição Financeira ao Mercado de Curto Prazo
Modalidade do CCEAR por Quantidade
• O vendedor fica exposto se ele não tiver recursos de energia provenientes de geração própria e/ou de
contratos de compra de energia.
Modalidade do CCEAR por Disponibilidade
• É preciso avaliar, conforme contrato, se o vendedor tem a obrigação da entrega de energia. Caso seja
verificado que ele não tem essa obrigação, os compradores passam a assumir a exposição financeira no
mercado de curto prazo em virtude da necessidade de aquisição de energia no montante da energia
contratada.
• Para UTEs com CVU diferente de zero (gás natural, carvão, óleo diesel e óleo combustível), as situações em
que vendedor possui a obrigação de entrega de energia são (regra geral):
PLD < CVU PLD ≥ CVU
Depois da entrada em operação Inflexibilidade contratual (se Disponibilidade máxima
comercial da UTE aplicável) contratual

Fonte: ANEEL.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Exposição Financeira ao Mercado de Curto Prazo
Modalidade do CCEAR por Disponibilidade (cont.)
Exemplo: Relembrando o conceito de GF (E. Assegurada)
 Capacidade instalada: 100 MW
 Disponibilidade máxima: 90 MW
 Inflexibilidade: 0 MWméd
 CVU: R$ 270 / MWh
 Garantia física: 80 MWméd
• Supondo que o vendedor negociou 80 MWméd no leilão (comprometimento de toda a usina com os
compradores).
PLD < 270 PLD ≥ 270
Depois da entrada em 0 MWméd 90 MWméd
operação comercial da UTE (Inflexibilidade = 0) (Disponibilidade máxima contratual)

Fonte: ANEEL modificado.


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Índice de Custo Benefício (ICB) de Termelétrica

• O índice ICB possibilita a comparação entre projetos Termelétricos.

• É definido como a razão entre o custo total e o benefício energético da UTE, podendo ser calculado em
base mensal ou anual, em (R$/MWh).

Custo Total (fixos, combustível, inflexibilidade, etc.)


ICB = ------------------------------------------------------------------------
Garantia Física

• Uma vez calculados os valores dos índices ICB para cada projeto, o critério de decisão consiste em se
investir nos projetos por ordem de mérito decrescente, ou seja, do menor para o maior valor de ICB.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Exemplo: Resultado do Leilão nº 07/2011 (A-5):
- Empreendimentos hidrelétricos, na modalidade por quantidade de energia (30a).
- Empreendimentos de fonte eólica e termelétrica a biomassa ou a gás natural em ciclo combinado, na
modalidade por disponibilidade de energia (20a).
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
Ambiente de Contratação Livre - ACL

Fonte: CCEE modificado. 91


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
ACL (cont.)
• Livre negociação entre os Agentes: geradores, comercializadores, consumidores livres/especiais,
importadores e exportadores de energia.

• Acordos bilaterais firmados por meio de Contratos de Compra de Energia no Ambiente Livre (CCEAL).

• Os contratos precisam ser registrados na CCEE pelos Agentes Vendedores e validados pelos Agentes
Compradores.

• O CCEAL é registrado no submercado de entrega da energia.

92
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização
ACL (cont.)

O potencial máximo do Mercado


Livre seria de 46% da Carga Nacional
ACR
73%
Potencial
Especiais
Situação 2013 14%

Potencial Livres
5%
46%
Cons. Especiais (2%)

Cons. Livres
ACL APE
27% Eletrointensivos
Exp-Imp
(25%)

93
Fonte: Potencial - ABRACEEL (2013).
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização

Fonte: CCEE (com adaptações).


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Ambientes de Comercialização

Projeção de Crescimento
da carga até 2025.

Fonte: CCEE (com adaptações).


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Comercialização Distribuidora x Consumidor Livre
Art. 4º (Lei nº 9.074/1995)
[...]
§ 5º As concessionárias, as permissionárias e as autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica que
atuem no Sistema Interligado Nacional – SIN não poderão desenvolver atividades: (Incluído pela Lei nº 10.848, de 2004)
I - de geração de energia elétrica; (Incluído pela Lei nº 10.848, de 2004)
II - de transmissão de energia elétrica; (Incluído pela Lei nº 10.848, de 2004)
III - de venda de energia a consumidores de que tratam os arts. 15 e 16 desta Lei, exceto às unidades consumidoras
localizadas na área de concessão ou permissão da empresa distribuidora, sob as mesmas condições reguladas aplicáveis
aos demais consumidores não abrangidos por aqueles artigos, inclusive tarifas e prazos, ressalvado o disposto no § 13;
(Redação dada pela Lei nº 13.360, de 2016)
[...]
Consumidor Potencialmente Livre Consumidor Parcialmente Livre
§ 13. As concessionárias do serviço público de distribuição de energia elétrica poderão, conforme regulação da Aneel,
negociar com consumidores de que tratam os arts. 15 e 16 desta Lei, afastada a vedação de que trata o inciso III do § 5o,
contratos de venda de energia elétrica lastreados no excesso de energia contratada para atendimento à totalidade do
mercado. (Incluído pela Lei nº 13.360, de 2016)
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Contratos
• A comercialização de energia elétrica, isto é, operação de compra e venda de energia elétrica, precisa estar
pautada num Contrato.

• Esse Contrato precisa ser registrado na CCEE.

Art. 56 do Decreto nº 5.163/2004.


Todos os contratos de compra e venda de energia elétrica firmados pelos agentes, seja no ACR ou no ACL,
deverão ser registrados na CCEE, segundo as condições e prazos previstos em procedimento de
comercialização específico, sem prejuízo de seu registro, aprovação ou homologação pela ANEEL, nos casos
aplicáveis.

98
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Contratos
Tipos

Fonte: CCEE modificado.

OBS: Existem outros contratos como CCEI e CER.

 Sazonalização: distribuição do volume anual de energia para os meses do ano.

 Modulação: distribuição do volume mensal de energia por hora ou patamar, ao longo do mês.

99
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Contratos
Sazonalização e Modulação

100
Fonte: CCEE.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Contratos
Sazonalização e Modulação

101
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
MRE
• Os agentes proprietários de usinas hidrelétricas sujeitas ao despacho centralizado pelo ONS não tem
controle sobre seu nível de geração, independentemente de seus compromissos de venda de energia
(contratos).

• No Brasil existem diferenças hidrológicas significativas entre as regiões.


Uma região em período seco deve armazenar água (produzir energia em níveis abaixo da média), enquanto
outra região úmida (produz acima da média).

• Existem várias usinas em cascata em que a operação ótima individual não necessariamente corresponde à
ótima operação global do sistema.

• O MRE foi concebido para compartilhar (entre seus integrantes) os riscos financeiros associados à
comercialização de energia pelas usinas hidráulicas.

103
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
MRE

• O MRE assegura que, no processo da contabilização, todas as usinas participantes recebam seus níveis
de garantia física independentemente da produção real de energia, desde que a geração total do MRE
não esteja abaixo do total da garantia física do SIN.

• O MRE realoca a energia entre os integrantes do “mecanismo”, transferindo o excedente daqueles que
geraram além de suas garantias físicas para aqueles que geraram abaixo.

OBS: As PCHs podem escolher participar do MRE ou não.

104
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
MRE
• Usina 3 gerou acima da GF.

Fonte: CCEE.
105
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
MRE
• Usina 3 cede energia.

Fonte: CCEE.
106
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
MRE
Energia Secundária

Fonte: CCEE.
107
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
MRE
• A energia secundária também é realocada (na proporção das GFs).

Fonte: CCEE.

108
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
MRE
Observações

• A alocação desse excedente é feita, prioritariamente, entre usinas localizadas num mesmo submercado.

• O eventual excedente remanescente em um submercado é disponibilizado para usinas situadas em


submercados deficitários. Isso pode acarretar “exposição à diferença de preços entre submercados”, em
função da diferença entre os PLDs, ocasionando ganho ou prejuízo.

• Quando o excedente de energia não é suficiente para atender todas as GFs, um Fator de Ajuste reduz a
GF de todas as usinas participantes do MRE.

109
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
MRE
Tarifa de Energia de Otimização (TEO)
• Visa:
a) cobrir os custos incrementais incorridos na operação e na manutenção das usinas hidrelétricas e;
b) promover o pagamento da compensação financeira referente à energia transacionada no MRE.

• É paga pelos receptores de energia elétrica (seja cobertura de garantia física ou relativo à alocação de
energia secundária).

• A TEO é definida anualmente pela ANEEL:

R$ 12,77/MWh, com vigência a partir de 1º de janeiro de 2020


(TEO Itaipu = R$ 39,68/MWh – devidos custos variáveis serem diferentes das demais usinas)

110
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
MRE
Risco Hidrológico
É a incerteza decorrente da inerente variação da geração por fonte hidráulica, que por sua vez está fortemente
vinculada ao comportamento pluviométrico.

GSF (Generation Scaling Factor)

Mede o déficit hídrico, sendo a relação


entre a energia hidráulica gerada e a
garantia física total do MRE.

Vários geradores obtiveram liminares para proteção contra a exposição ao GSF, trazendo problemas na liquidação
financeira. O Governo lançou a possibilidade de Repactuação do Risco Hidrológico.

Fonte: ANEEL/CCEE (adaptado) 111


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
MRE
Da Repactuação do Risco Hidrológico (Lei nº 13.203/2015)
Objetivo: Proposta de Acordo para minimizar as disputas na Justuiça.
• Art. 1º. O risco hidrológico suportado pelos agentes de geração hidrelétrica participantes do MRE poderá
ser repactuado pelos geradores, desde que haja anuência da ANEEL, com efeitos a partir de 1º de janeiro
de 2015, mediante contrapartida dos agentes de geração hidrelétrica.
 Usinas hídricas em operação com contratos com as distribuidoras: o risco hidrológico é transferido para
os consumidores, que passam a arcar com os déficits de geração e usufruir de eventuais superávits. A
contrapartida é a concessão de um desconto no preço da energia já contratada.
 Usinas que vendem no mercado livre, a opção para reduzir o risco hidrológico seria assumir a
responsabilidade pela energia de reserva, que ajudará a compensar eventuais déficits de geração. O
crédito será aqui convertido em uma extensão da outorga ao final da concessão.

112
Fonte: ANEEL/Gesel-UFRJ (adaptado)
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético

• Uma das principais atividade desenvolvidas pela CCEE.

• Núcleo do processo de contabilização dos montantes de energia elétrica comercializados no SIN.

• Promove a diferença entre o que foi produzido (ou consumido) e o que foi contratado, para cada agente.

• As diferenças (positivas ou negativas) são valoradas ao Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).

• O PLD é utilizado para valorar a compra e venda de energia no MCP.

114
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético
PLD

• O PLD possui relação com previsão de afluências => estimativa do volume de água, futura, nos
reservatórios.

• A CCEE calcula um PLD único para todo o submercado (para cálculo do preço, a CCEE trabalha como se cada
submercado fosse um reservatório único).

• Água armazenada igualmente disponível em todos os pontos de consumo desse submercado. Dessa forma,
suas restrições internas não são consideradas.

• A ANEEL homologa os limites mínimo e máximo do PLD para cada ano (Decreto Nº 5.163/2004, art. 57).

Fontes: ANEEL/CCEE. 115


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético

PLD (cont.)
• O PLD era determinado semanalmente (de sábado-00:00h até 6ªfeira-24:00h), pela CCEE, utilizando
informações do ONS (DECOMP), para cada patamar de carga e para cada um dos 4 submercados.

Ex.: PLD (R$/MWh) para 4ª semana de fevereiro de 2013 (de 16 a 22):

Fonte: CCEE.

116
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético

• Importância do Balanço Energético no processo de comercialização.

Fonte: CCEE. 117


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético

• Sequência das etapas de cálculos para o Balanço Energético.

Fonte: CCEE.

118
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético

• Analisando a Energia Verificada.

Fonte: CCEE.

• Mecanismos de Realocação de Energia (MRE).

119
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético

• Analisando a Energia Contratada (posição contratual líquida).

Fonte: CCEE.

120
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético

• O resultado do Balanço Energético de um agente, no subermercado SE/CO, num dado patamar de carga,
numa dada semana, pode ser:

Fonte: CCEE.

121
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético

• Exercício-1: Balanço Energético de um Gerador:


Geração Contratos Exposição Resultado
Patamar PLD (R$)
(MWh) (MWh) (MWh) (R$)
Leve 42,30 130 110 20 846,00
Média 45,20 140 165 -25 -1.130,00
Pesada 47,70 152 140 12 572,40
Resultado da 1ª Semana 288,40

Geração Contratos Exposição Resultado


Patamar PLD (R$)
(MWh) (MWh) (MWh) (R$)
Leve 55,10 113 125 -12 -661,20
Média 57,20 179 189 -10 -572,00
Pesada 59,00 170 162 8 472,00
Resultado da 2ª Semana -761,20

122
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético

• Exercício-1: Balanço Energético de um Gerador:


Geração Contratos Exposição Resultado
Patamar PLD (R$)
(MWh) (MWh) (MWh) (R$)
Leve 50,10 132 128 4 200,40
Média 53,60 186 175 11 589,60
Pesada 54,20 162 158 4 216,80
Resultado da 3ª Semana 1.006,80

Geração Contratos Exposição Resultado


Patamar PLD (R$)
(MWh) (MWh) (MWh) (R$)
Leve 45,30 128 135 -7 -317,10
Média 47,20 175 182 -7 -330,40
Pesada 48,10 172 174 -2 -96,20
Resultado da 4ª Semana -743,70

123
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético

• Exercício-1: Balanço Energético de um gerador (cont.):

Resultado do Mês (R$)

Semana 1 288,40
Semana 2 -761,20
Semana 3 1.006,80
Semana 4 -743,70
Total -209,70

• O Gerador não produziu o suficiente para cobrir seus contratos, ficando exposto negativamente no MCP.

124
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético
• A análise de posição contratual líquida (ver figura) e de energia verificada deve ser feita em todos os
submercados em que o agente estiver modelado.

Fonte: CCEE. 125


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético

• Exercício: BE de Gerador e Consumidor supondo dois submercados


Subsistema A Subsistema B
PLD = 20,00 PLD = 80,00

Gerador Contrato Consumidor


120 MWh 100 MWh 120 MWh

126
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético
• Exercício: BE de Gerador e Consumidor supondo dois submercados (cont.)
Análise do Gerador

Geração Contratos Exposição Resultado


PLD (R$)
(MWh) (MWh) (MWh) (R$)
20,00 120 100 20 400,00 BE do Agente Gerador
Resultado do Subsistema A 400,00
Subsistema R$
A 400,00
Geração Contratos Exposição Resultado
PLD (R$) B 0
(MWh) (MWh) (MWh) (R$)
80,00 0 0 0 0 Resultado 400,00
Resultado do Subsistema B 0

O Gerador ficou exposto positivamente no MCP

127
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético
• Exercício: BE de Gerador e Consumidor supondo dois submercados (cont.)
Análise do Consumidor

Consumo Contratos Exposição Resultado


PLD (R$)
(MWh) (MWh) (MWh) (R$)
20,00 0 100 100 2.000,00 BE do Agente Consumidor
Resultado do Subsistema A 2.000,00
Subsistema R$
A 2.000,00
Consumo Contratos Exposição Resultado
PLD (R$) B -9.600,00
(MWh) (MWh) (MWh) (R$)
80,00 120 0 -120 -9.600,00 Resultado -7.600,00
Resultado do Subsistema B -9.600,00

O Consumido ficou exposto negativamente no MCP

O MCP pagará R$ 400,00 (G) e receberá R$ 7.600,00 (C); usará para compensar encargos, etc.
128
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético
Análise de Caso Real de Exposição ao MCP

• UTE à biomassa (investimento de R$ 85 milhões) vendeu no Leilão do ACR:

150 Lotes de Energia (sendo 1 Lote = 0,1 MW médio) ao preço de 102,00 R$/MWh

Total: 15 MW médios
• Porém houve atraso ne entrada dessa UTE, precisando comprar no MCP.

PLD = 400,00 R$/MWh

Compromisso mensal: 24h x 30dias = 720h x 15 MW médios = 10.800 MWh.

Custo da Aquisição no MCP (mês) = 10.800 x 400 = R$ 4,3 milhões.


129
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Balanço Energético
Agravamento da Situação com PLD elevado

Fonte: ANEEL. 130


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
PLD no Sudeste (comportamento)

Preço Horário:

 Implementação no Mercado de Curto a


partir de janeiro/2021.

 DESSEM - Modelo de Despacho


Hidrotérmico de Curtíssimo Prazo.

Fonte: CCEE. 131


2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
PLD Horário ´Por que?
 Aumento significativo das fontes renováveis, principalmente das intermitentes (solar e eólica) tornando
complexo a operação do sistema.
 Alteração do regime hidrológico e diminuição da capacidade de armazenamento dos reservatórios.
 Carga líquida percebida pelo ONS sofrendo grande variabilidade, em função da crescente inserção de
geração distribuída.
PLD Limites
 PLD Mínimo: evitar que as usinas hidrelétricas recebam no MCP valor inferior ao seu custo incremental de
produção.
 PLD Máximo: função de proteger o mercado de energia, em situações de escassez prolongada de energia.
 Para o PLD Máximo foram criados 2 limites: PLD max Estrutural e PLD max horário.
Caso a média diária dos PLDs horário seja maior que o PLD max Estrutural, a CCEE precisa rever a série
de PLD horários.
(correção IPCA)
Fonte: CCEE. 132
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Histórico do Submercado Sudeste

133
Fonte: CCEE.
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Atendimento aos Mercados dos Sistemas Isolados
• A maior parte está na região Norte, nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá e Pará. A
ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, e algumas localidades de Mato Grosso completam a lista.
• Grande número de pequenas unidades geradoras a óleo diesel e grande dificuldade de logística de
abastecimento.
• Para atendimento do seu mercado, as Distribuidoras devem contratar energia elétrica por meio de
licitação (Lei nº 12.111/2009 e Decreto nº 7.246/2010).
 As Distribuidoras devem submeter o planejamento do atendimento dos seus mercados à aprovação
do MME, anualmente, para o horizonte de cinco anos;
 A licitação será realizada pela ANEEL e terá como objeto qualquer das hipóteses: (i) aquisição de
energia e potência elétrica de agente vendedor; (ii) aluguel ou aquisição de unidades de geração de
energia para operação pelas distribuidoras; (iii) contratação de prestação de serviços de suprimento
em Regiões Remotas por meio de sistemas de geração descentralizada e rede associada.

135
2. Fundamentos do Mercado de Energia Elétrica
Atendimento aos Mercados dos Sistemas Isolados
• A LT Manaus-Boa Vista quando concluída: 99,6% do mercado brasileiro estará conectado ao SIN, garantindo
fornecimento confiável, economia derivado petróleo.

Fonte: EPE/ONS. 136


Temas para Discussão/Reflexão
1 – Consumo de Energia e Registro de Contratos (ex-ante versus ex-post)

Exposto Negativamente
Consumo
Energia

Contrato 3
Exposto Contrato 2
Positivamente

Contrato 1

Tempo

138
Temas para Discussão/Reflexão
1 – Consumo de Energia e Registro de Contratos (ex-ante versus ex-post)

• Os procedimentos de comercialização possibilitavam o registro dos contratos firmados no ACL após o


consumo da energia elétrica (registro ex-post).
Principal vantagem para o agente:
- Permitia calibrar seus contratos com o efetivo consumo

Principal desvantagem para o SIN:


- Não induz à produção de sinais econômicos adequados à expansão da geração de energia elétrica,
vindo de encontro à segurança energética do SIN.
(consumir sem contratos)

OBS: As Distribuidoras registram seus contratos ex-ante.

139
Temas para Discussão/Reflexão
Art. 2º do Decreto nº 5.163/2004 (obrigações dos agentes)

Na comercialização de energia elétrica de que trata este Decreto deverão ser obedecidas, dentre
outras, as seguintes condições:
I - os agentes vendedores deverão apresentar lastro para a venda de energia para garantir cem por
cento de seus contratos;
II - os agentes de distribuição deverão garantir o atendimento a cem por cento de seus mercados de
energia por intermédio de contratos registrados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica -
CCEE e, quando for o caso, aprovados, homologados ou registrados pela ANEEL; e
III - os consumidores não supridos integralmente em condições reguladas pelos agentes de
distribuição e pelos agentes vendedores deverão garantir o atendimento a cem por cento de suas
cargas, em termos de energia, por intermédio de geração própria ou de contratos registrados na CCEE
e, quando for o caso, aprovados, homologados ou registrados na ANEEL. [...]
Redações dadas pelo Decreto nº 8.828/2016

140
Temas para Discussão/Reflexão
1 – Consumo de Energia e Registro de Contratos (ex-ante versus ex-post)
• O MME, visando aumentar a segurança energética no SIN e reduzir os riscos de exposição financeira e
inadimplência no mercado de curto prazo, editou a Portaria nº 455, de 2012, aplicável ao ACL (alterada
Portarias MME nº 185/2013 e 21/2014).

Art. 2º A partir de 1º de novembro de 2012, os contratos [...] deverão ser registrados na CCEE antes do início da
entrega da energia, observadas as condições estabelecidas nas regras e procedimentos de comercialização, e os
seguintes prazos:
I - até 31 de maio de 2014, os contratos serão registrados com frequência mensal e os montantes contratados
poderão ser alterados após o registro do contrato de compra e venda, inclusive após a verificação do consumo; e
II - a partir de 1º de junho de 2014, os contratos serão registrados com frequência semanal e os montantes
contratados e registrados poderão ser alterados, exclusivamente, antes do início da semana de entrega da
energia.

Portaria foi revogada pelo MME (P. 269/2018)


141
Temas para Discussão/Reflexão
2 - Cessão de Excedentes de Energia por CL
• Publicação da Lei nº 12.783/2013, conversão da MP nº 579/2012:

Art. 25. Os consumidores enquadrados nos arts. 15 e 16 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, e aqueles
alcançados pelo disposto no § 5º do art. 26 da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, poderão ceder, a
preços livremente negociados, montantes de energia elétrica e de potência que sejam objeto de contratos
de compra e venda registrados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, conforme
diretrizes e condicionantes do Ministério de Minas e Energia e regulamentação da Aneel.

Parágrafo único. A cessão de que trata o caput deste artigo não alterará os direitos e obrigações
estabelecidos entre os vendedores e os compradores nos contratos originais de compra e venda de
energia.

142
Temas para Discussão/Reflexão
2 - Cessão de Excedentes de Energia por CL
• Notas Taquigráficas do Senado Federal da 9ª Reunião da Comissão Mista destinada a examinar e emitir
parecer sobre a MP nº 579/2012:

Com o intuito de aumentar a competitividade do setor industrial, incluímos um instrumento legal para que
os consumidores livres e especiais – isso aqui foi também defendido nesta Comissão – possam reduzir o
custo médio da energia elétrica, pela venda de eventuais excedentes de energia no mercado livre.

• O MME definiu a regulamentação (diretrizes e condicionantes) por meio da Portaria MME nº 185/2013.

143
3 - PLD Semanal x PLD Horário

PLD deixou de ser calculado em frequência semanal e em patamares (pesada, média e leve) para ser base horária.
Quais são as consequências? Novas Oportunidades de Negócio:

Geração Distribuída
Armazenamento de Energia
Sistemas Automatizados para
Gerenciamento da Carga
Resposta da Demanda
Contratos mais Flexíveis
Geradores de partida rápida
etc.

Fonte: CCEE. 144


3. Encargos (ESS e EER)
3. Encargos (ESS e EER)
• Os custos incorridos na manutenção da confiabilidade e da estabilidade do sistema para atendimento da
demanda por energia no SIN, não incluídos no PLD, que é estabelecido ex-ante pela CCEE, são denominados
de encargos.
• São apurados mensalmente pela CCEE, em R$/MWh.
Encargos de Serviços do Sistema (ESS)

 A Forma de Rateio dos Encargos é específica


• Encargos por Restrição de Operação e de Serviços Ancilares são rateados na proporção do consumo atendido pelo SIN
(consumo descontado da geração de usina no mesmo site), podendo o submercado ter influência;
• Encargos por Segurança Energética são rateados na proporção do consumo atendido pelo SIN, considerando eventual
geração de propriedade da carga (Lei nº 13.360/2016);
• Encargos por Deslocamento Hidráulico Energético é rateado entre todos os consumidores do SIN, enquanto que
encargo de Deslocamento Hidráulico de origem Elétrica é rateado pelos mesmos consumidores que arcam com os
custos da restrição elétrica que originou ao deslocamento hidráulico.

146
Fonte CCEE.
3. Encargos (ESS e EER)
Detalhamento da forma de rateio dos encargos

147
Fonte CCEE.
3. Encargos (ESS e EER)
ESS – Parcela por Restrição de Operação
• Calcula o montante de encargos por restrição de operação, das usinas não hidráulicas, pela diferença
entre a geração realizada pelo ONS e a geração prevista na programação sem restrições da CCEE.
• Os custos associados as restrições de operação correspondem ao ressarcimento para as usinas cuja
produção tenha sido afetada por essas restrições, dentro do submercado.
• Duas situações possíveis:
1ª) Usinas que foram despachadas para atender às necessidades do sistema. Entretanto, em função de
restrições operativas, o ONS faz essas usinas produzirem menos do que o despacho da CCEE.

G rede

148
3. Encargos (ESS e EER)
ESS – Parcela I: por Restrição de Operação

2ª) Usinas que não foram despachadas para atender às necessidades do sistema, por sua geração ser mais
cara. Entretanto, em função de restrições operativas, o ONS faz essas usinas produzirem acima do
despacho da CCEE.

G1 rede G2

G1 = 10 e G2 = 50 MWh (despacho da CCEE)


G1 = 60 MWh e G2 = 0 (despacho do ONS)
Fonte CCEE.
149
3. Encargos (ESS e EER)

ESS – Parcela: Serviços Ancilares ou Auxiliares


• Custos incorridos na prestação de serviços ancilares pelos agentes, para garantir a qualidade e segurança
da energia gerada, contribuindo para a confiabilidade do SIN.
• Exemplos:
- Reserva de prontidão (custo do combustível da usina não hidráulica);
- Compensação síncrona (energia reativa gerada ou consumida, valorada a Tarifa de Serviços Ancilares);
- Ressarcimento de custos de implantação, operação e manutenção de Sistemas Especiais de Proteção;
- Ressarcimento pelo custo de operação e manutenção dos equipamentos de supervisão, controle e de
comunicação associados no Controle Automático de Geração (CAG).
- etc.

Fonte CCEE. 150


3. Encargos (ESS e EER)
ESS – Parcela por Segurança Energética
• Determina os encargos oriundos das usinas não hidráulicas despachadas por segurança energética, por
decisão do CMSE, com vistas a garantia do suprimento energético.

• A Resolução do CNPE nº 8, de 2007, estabeleceu no art. 2º que, com vistas à garantia do suprimento
energético, o ONS poderá despachar recursos energéticos fora da ordem de mérito ou mudar o sentido do
intercambio entre os submercados, por decisão do CMSE.
OBS: A Geração termelétrica despachada fora da ordem de mérito econômico de custo convencionou-se
chamar de GFOM.

• O ONS deverá informar a CCEE, conforme estabelecido no Acordo Operativo CCEE/ONS, a lista de usinas e
os períodos em que foram despachadas por razões de segurança energética.

Fonte CCEE. 151


3. Encargos (ESS e EER)
ESS – Parcela por Deslocamento Hidráulico
As UHEs participantes do MRE podem ter sua geração deslocada (reduzida) em função:
• de despacho de usinas termelétricas fora da ordem de mérito de custo (GFOM); e
• da importação de energia elétrica sem garantia física associada.
OBS-1: A redução compulsória da produção hidrelétrica faz com que os geradores tenham custos (fiquem
expostos ao PLD no âmbito do MCP).
OBS-2: Por outro lado, há aumento da quantidade de água estocada nos reservatórios.
Essas UHEs têm direito ao ressarcimento dos custos (2 tipos de encargos):
Ressarce os custos das UHEs
Ressarce os custos das UHEs Custos decorrentes da geração por
decorrentes da geração termelétrica por segurança energética e da
restrições elétricas (identificada pelo ONS importação de energia sem garantia
como fonte da redução da geração das física associada.
UHEs participantes do MRE).

Fonte: CCEE (adaptado). 152


3. Encargos (ESS e EER)

Formação do ESS e Recursos para Alívio de ESS

153
Fonte: CCEE.
3. Encargos (ESS e EER)

Total a ser Pago de ESS

Fonte: CCEE (modificado).

OBS: Se os recursos para alívio de ESS forem maiores que o Total a ser pago de ESS
ocorrerão sobras para próximo mês.
154
3. Encargos (ESS e EER)
3. Encargos (ESS e EER)

Encargo de Energia de Reserva (EER)


• Lei nº 10.848/2004, regulamentado pelo Decreto nº 6.353/2008, dispõe que o Poder Concedente deverá
promover a contratação de reserva de capacidade de geração, de fontes específicas, visando garantir a
continuidade do fornecimento de energia elétrica ao SIN.

• Busca-se restaurar o equilíbrio físico do SIN, aumentando a oferta de energia elétrica (garantia física).

Fonte: CCEE modificado. 156


3. Encargos (ESS e EER)

Encargo de Energia de Reserva (EER) – cont.


• As usinas são contratadas por quantidade ou disponibilidade de energia, nos Leilões de Energia de
Reserva (LER), em volumes estabelecidos pela EPE;

• Não podem constituir lastro para a revenda de energia.

• A energia é contabilizada diretamente no Mercado de Curto Prazo (MCP).

• Usinas celebram Contratos de Energia de Reserva (CER) com a CCEE (representante dos usuários).

• Os custos decorrentes da contratação dessa energia são rateados entre os agentes com perfil de consumo,
por meio do EER.

• Os agentes com perfil de consumo devem firmar Contratos de Uso da Energia de Reserva (CONUER).

157
3. Encargos (ESS e EER)

Encargo de Energia de Reserva (EER) – cont.

158
Fonte: CCEE.
4 - Análise do Armazenamento do SIN
Energia Armazenada Total do SIN em 1º de janeiro Energia Armazenada Total do SIN em 31 dezembro
(1997-2012). (1997-2012).

Fonte: PSR. 160


4- Análise do Armazenamento do SIN
(SE/CO – FOCO 2013 e 2014)

Fonte: ONS. 161


4 - Análise do Armazenamento do SIN
(SE/CO 2015-2020)

14/02/2021: 25,8%

Fonte: ONS. 162


4 - Análise do Armazenamento do SIN
(NE 2015-2020)

14/02/2021: 53,2%

163
Fonte: ONS.
4 - Análise do Armazenamento do SIN
(SUL 2015-2020)
04/02/2021: 65,9%

164
Fonte: ONS.
4 - Análise do Armazenamento do SIN (dez/2022)

Fonte: ONS (adaptado – CMSE 2018). 165


4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

• Tarifa: valor monetário fixado em R$ por unidade de energia elétrica ativa ou da demanda de potência ativa.
É a composição de valores (investimentos, operações técnicas e políticas públicas):

167
Fonte: ANEEL.
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

• As funções de custos se agregam para formar as tarifas:

TARIFA DE ENERGIA
(TE)

TARIFA DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO


(TUSD)

 TE: valor monetário unitário em R$/MWh, utilizado para efetuar o faturamento mensal referente ao
consumo de energia.

 TUSD: valor monetário unitário em R$/MWh ou em R$/kW, utilizado para efetuar o faturamento mensal
de usuários do sistema de distribuição de energia elétrica pelo uso do sistema.

168
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Funções de custos e componentes tarifários da Tarifa de Energia (TE)

Fonte: ANEEL (Submódulo 7.1 – PRORET).

Recupera os custos pela compra de energia elétrica para revenda ao consumidor, incluindo os custos
com energia comprada nos leilões do ACR, de Itaipu, geração própria e compra de geração distribuída

169
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Funções de Custos e Componentes Tarifários da
Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD)

Fio A: uso de ativos de terceiros.


Fio B: uso de ativos próprios.
Receitas irrecuperáveis relacionado à
inadimplência por parte dos consumidores.

Fonte: ANEEL (Submódulo 7.1 – PRORET). 170


4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Encargos Setoriais
Sigla Nome
TFSEE Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica
ONS Operador Nacional do Sistema
P&D_EE (Pesquisa e Desenvolvimento) e Eficiência Energética
CCC Conta de Consumo de Combustíveis
CDE Conta de Desenvolvimento Energético
CFURH Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos
ESS Encargo de Serviços do Sistema
EER Encargo de Energia de Reserva
PROINFA Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
OBS: A partir da Lei nº 12.783/2013, as Distribuidoras ficam desobrigadas de recolher recursos da
Reserva Global de Reversão (RGR).

Fonte: ANEEL. 171


4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

• Cabe à ANEEL estabelecer tarifas:

Anexo I do Decreto nº 2.335/1997


Art. 4º À ANEEL compete
[...]
X - atuar, na forma da lei e do contrato, nos processos de definição e controle dos preços e tarifas,
homologando seus valores iniciais, reajustes e revisões, e criar mecanismos de acompanhamento de preços
[...]
Consumidor

Tarifa Justa
Concessionário de
Distribuição

172
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
• Tarifa deve assegurar aos prestadores de serviços ganhos suficientes para cobrir os custos operacionais
eficientes, remunerar adequadamente os investimentos necessários para a expansão da capacidade e
garantir a boa qualidade de atendimento, durante todo o tempo.
Reajuste Tarifário
Anual
Manutenção do
Equilíbrio Revisão Tarifária
econômico-financeiro Periódica

Revisão
Extraordinária
• Reajuste tarifário anual => Na data de aniversário do contrato. Repassar os custos não gerenciáveis e
atualizar monetariamente os custos gerenciáveis.
• Revisão tarifária periódica => Análise profunda da prestadora do serviço.
• Revisão extraordinária => Pode ocorrer a qualquer tempo, se houver alteração significativa comprovada nos
custos da concessionária (modificação de tributos).

173
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Cotas existentes, Custos Não Gerenciáveis (Parcela A) e


Leilão, Geração Inclui Receitas
Custos Gerenciáveis (Parcela B) Irrecuperáveis
Própria

Remuneração
do Capital,
Custos de Administração, Depreciação
Operação e Manutenção das Instalações

Custo Anual dos Ativos


Serviços
cobráveis,
Outras Receitas consultorias
etc.

174
Fonte: ANEEL.
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Situação das Tarifas das Distribuidoras

Fonte: Por Dentro da Conta de Luz - Informação de utilidade pública - 7ª Edição. ANEEL (2016).

175
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Revisão Tarifária Periódica

Reposicionamento
Tarifário
Revisão
Tarifária
Fator X

 Reposicionamento Tarifário: determinar um nível de tarifa que permita à concessionária cobrir os custos não
gerenciáveis e os custos operacionais eficientes, além de proporcionar a adequada remuneração dos investimentos
prudentes realizados.

 Fator X: índice que visa repassar aos consumidores, os ganhos de produtividade obtidos pela concessionária
durante o período tarifário, decorrentes do crescimento do mercado e do aumento do consumo dos clientes existentes
(reduz o índice de correção da Parcela B).

176
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Base de Remuneração dos Investimentos


 A definição da base de remuneração considera apenas o valor dos ativos das concessionárias que estejam
efetivamente prestando serviços aos consumidores.
 A ANEEL considera o método do custo de reposição a valor de mercado, para evitar que sejam remunerados,
nas tarifas cobradas dos consumidores, ativos com valor acima do necessário para a prestação do serviço
adequado.

Procedimentos de Regulação Tarifária (PRORET)


Módulo 2: Revisão Tarifária Periódica das Concessionárias de Distribuição:

Define a metodologia e os procedimentos gerais para realização do Terceiro Ciclo de Revisões Tarifárias. (Resolução
Normativa ANEEL nº 457/2011)

177
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Definições Importantes (Resolução Normativa ANEEL nº 414/2010)
 Estrutura tarifária: conjunto de tarifas, aplicadas ao faturamento do mercado de distribuição de energia
elétrica, que refletem a diferenciação relativa dos custos regulatórios da distribuidora entre os subgrupos,
classes e subclasses tarifárias, de acordo com as modalidades e postos tarifários.
Posto tarifário: período de tempo em horas para aplicação das tarifas de forma diferenciada ao longo do dia,
considerando a seguinte divisão:
a) posto tarifário ponta: período composto por 3 horas diárias consecutivas definidas pela distribuidora
considerando a curva de carga de seu sistema, aprovado pela ANEEL.
b) posto tarifário intermediário: período de horas conjugado ao posto tarifário ponta, sendo uma hora
imediatamente anterior e outra imediatamente posterior, aplicado para o Grupo B, admitida sua
flexibilização conforme Módulo 7 dos PRORET; e
c) posto tarifário fora de ponta: período composto pelo conjunto das horas diárias consecutivas e
complementares àquelas definidas nos postos ponta e, para o Grupo B, intermediário.

179
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Definições Importantes (Resolução Normativa ANEEL nº 414/2010)


Postos tarifários:

Fonte: ANEEL. 180


4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Definições Importantes (Resolução Normativa ANEEL nº 414/2010)


 Grupo B: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão inferior a 2,3
kV, caracterizado pela tarifa monômia e subdividido nos seguintes subgrupos:
a) subgrupo B1 – residencial;
b) subgrupo B2 – rural;
c) subgrupo B3 – demais classes; e
d) subgrupo B4 – Iluminação Pública.

Tarifa monômia de fornecimento: constituída por valor monetário aplicável unicamente ao consumo de
energia elétrica ativa, obtida pela conjunção da componente de demanda de potência e de consumo de
energia elétrica que compõem a tarifa binômia.

Nota: Tensão secundária de distribuição: tensão disponibilizada no sistema elétrico da distribuidora, com valores
padronizados inferiores a 2,3 kV.

181
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Definições Importantes (Resolução Normativa ANEEL nº 414/2010)
 Grupo A: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão igual ou
superior a 2,3 kV, ou atendidas a partir de sistema subterrâneo de distribuição em tensão secundária,
caracterizado pela tarifa binômia e subdividido nos seguintes subgrupos:
a) subgrupo A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV;
b) subgrupo A2 – tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV;
c) subgrupo A3 – tensão de fornecimento de 69 kV;
d) subgrupo A3a – tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV;
e) subgrupo A4 – tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV; e
f) subgrupo AS – tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV, a partir de sistema subterrâneo de distribuição.
Tarifa binômia de fornecimento: constituída por valores monetários aplicáveis ao consumo de energia
elétrica ativa e à demanda faturável.
Nota: Tensão primária de distribuição: tensão disponibilizada no sistema elétrico da
distribuidora, com valores padronizados iguais ou superiores a 2,3 kV.

182
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Bandeiras Tarifárias - Submódulo 7.1 do PRORET
• Representam um novo custo?
• Não. É um Sistema tarifário que tem como finalidade sinalizar aos consumidores os custos atuais da
geração de energia elétrica (caráter econômico e educativo).
• Os consumidores livres também pagam? Por quê?
• Só aos consumidores cativos das concessionárias e permissionárias de distribuição.
• O acionamento de cada bandeira tarifária é sinalizado mensalmente pela ANEEL, de acordo com
informações prestadas pelo ONS.
• O período de aplicação da bandeira é o mês subsequente à data de divulgação.
• Os recursos disponíveis das Bandeiras são repassados mensalmente aos agentes de distribuição, com
direito ao crédito, no processo de liquidação financeira do MCP, considerando os custos realizados da
geração UTE e das exposições ao MCP.
• Todos os recursos retidos pelas distribuidoras relativos às Bandeiras são revertidos em
prol dos consumidores no processo tarifário subsequente.
183
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Bandeiras Tarifárias (cont.)
• O acionamento das bandeiras tarifárias é definido para todo o Brasil ou só SIN?
R: SIN
• Em 2017 (parte), tinha como base o maior valor do Custo Variável Unitário (CVU).

CVU da última usina a ser


despachada (R$/MWh)
Bandeira Tarifária Verde < 211,28

Bandeira Tarifária Amarela ≥ 211,28 e < 422,56

Patamar 1 ≥ 422,56 e < 610,00


Bandeira Tarifária Vermelha
Patamar 2 ≥ 610,00
184
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Bandeiras Tarifárias (cont.) - Histórico

Fonte: ANEEL. 185


4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Bandeiras Tarifárias (cont.) - Alteração das Regras

Resolução Homologatória ANEEL nº 2.551/2019


 O acionamento será com base nas variáveis: Risco Hidrológico (GSFband) e no PLDgatilho.

GHband => previsão de geração hidráulica total do MRE;


GFband => volume médio de garantia física concebido para as Bandeiras Tarifárias;
PLDgatilho => referência de PLD médio mensal para o patamar da Bandeira Tarifária.
Fonte: ANEEL. 186
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Alteração das Regras para Bandeiras Tarifárias (cont.)
Resolução Homologatória ANEEL nº 2.551/2019

R$ 1,34 para cada 100 kWh


R$ 4,16 para cada 100 kWh
R$ 6,24 para cada 100 kWh

187
Fonte: ANEEL.
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Modalidades Tarifárias

Para o Grupo B Para o Grupo A

CONVENCIONAL BINÔMIA
CONVENCIONAL

HORÁRIA VERDE
HORÁRIA BRANCA

HORÁRIA AZUL
Regra Geral

carga ≤ 75 kW (rede aérea) carga > 75 kW e demanda contratada ≤ 2.500 kW


tensão < 69 kV) demanda contratada > 2.500 kW (tensão ≥ 69 kV)

188
Fonte: ANEEL.
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Modalidades Tarifárias (cont.)
Unidades Consumidoras do Grupo B

CONVENCIONAL
art. 57 da Res. 414/2010

=> tarifas de consumo de energia, independentemente das horas de utilização do dia.


(aplicação de forma compulsória e automática)

(pré-pagamento e pós-pagamento eletrônico – ver Resolução Normativa ANEEL nº 610/2014)

HORÁRIA BRANCA

=> tarifas diferenciadas de consumo de energia, de acordo com as horas de utilização do dia.
(consumidor poderá solicitar a adesão a partir de 1º de janeiro de 2018, segundo cronograma - ver Resolução
Normativa ANEEL nº 733/2016).
OBS: Não se aplica para subgrupo B4 e as subclasses Baixa Renda do subgrupo B1.

189
Fonte: ANEEL.
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Modalidades Tarifárias (cont.)
Unidades Consumidoras do Grupo A

aquelas com tensão


igual ou superior a 69 kV. HORÁRIA AZUL

de acordo com a opção do consumidor,


aquelas com tensão
inferior a 69 kV e demanda contratada
igual ou superior a 300 kW. HORÁRIA VERDE

de acordo com a opção do consumidor,


aquelas com tensão
inferior a 69 kV e demanda contratada
CONVENCIONAL
inferior a 300 kW BINÔMIA

OBS: A partir do 3º Ciclo de Revisão Tarifária, devem ser enquadradas na horária azul ou verde:
 demanda contratada igual ou superior a 150 kW (em até 12 meses).
 demanda contratada inferior a 150 kW (até o término da vigência do ciclo).
190
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Modalidades Tarifárias (cont.)


Para o Grupo A

CONVENCIONAL BINÔMIA

=> tarifas de consumo de energia elétrica e demanda de potência, independentemente das


horas de utilização do dia;

a) tarifa única para a demanda de potência (R$/kW); e


b) tarifa única para o consumo de energia (R$/MWh).

OBS: Tarifa convencional não induz comportamento de otimização de uso da rede, pois não
estimula o consumidor a modular seu consumo.

191
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Modalidades Tarifárias (cont.)


Observação – A partir do 3º Ciclo de Revisão Tarifária

HORÁRIA VERDE

I – tarifa única para a demanda de potência (R$/kW); e


II – para o consumo de energia (MWh):
a) uma tarifa para o posto tarifário ponta (R$/MWh); e
b) uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta (R$/MWh).
Nota: Antes do 3º Ciclo: ponta seca, ponta úmida, ...

• Aplicável aos consumidores do Grupo A:


 tensão de fornecimento abaixo de 69 kV e demanda contratada a partir de 150 kW.
192
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Modalidades Tarifárias (cont.)


Observação – A partir do 3º Ciclo de Revisão Tarifária

HORÁRIA AZUL

I – para a demanda de potência (kW):


a) uma tarifa para o posto tarifário ponta (R$/kW); e
b) uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta (R$/kW).
II – para o consumo de energia (MWh):
a) uma tarifa para o posto tarifário ponta (R$/MWh); e
b) uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta (R$/MWh).
Nota: Antes do 3º Ciclo: ponta seca, ponta úmida, ...
• Aplicável aos consumidores do Grupo A:
 tensão de fornecimento igual ou acima de 69 kV.
 tensão de fornecimento abaixo de 69 kV e demanda contratada a partir de 300 kW.
193
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
OBSERVAÇÃO
Modalidades: Res. Hom. ANEEL nº 2.206/2017 – 4º Ciclo de Revisão Tarifária da Light

HORÁRIA VERDE HORÁRIA AZUL

Demanda Consumo Demanda Consumo


(tarifa única) (tarifa ponta e (tarifa ponta e (tarifa ponta e
fora de ponta) fora de ponta) fora de ponta)
194
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Exemplo – Consumidor do Grupo A (didático)
(Distribuidora: Cemat - Centrais Elétricas Matogrossenses S.A.)
Resolução Homologatória nº 1.506, de 5 de abril de 2013 da Cemat

Qt. de horas de operação no horário de ponta h 3


Qt. de horas de operação no horário fora de ponta h 9
Qt. de dias de operação normal durante um mês d 22
Nível de tensão de fornecimento kV 13,8
Demanda contratada kW 1.000
Demanda contratada na Ponta: exclusivo para Azul kW 500
Fator de Carga - 70%

 Fator de carga: razão entre a demanda média e a demanda máxima da unidade


consumidora ocorridas no mesmo intervalo de tempo especificado.
Supondo: Demanda máxima = Demanda contratada; e Fator de Carga flat.

195
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Exemplo – Consumidor do Grupo A (cont.)
Fatura de Energia Elétrica = Parcela Demanda + Parcela Consumo
I - Cálculo da Parcela Demanda (3CRT).
TUSD demanda = tarifa x demanda
a) Horária Verde: 15,76 x 1.000 = R$ 15.760,00 b) Horária Azul (FP): 15,76 x 1.000 = 15.760,00
(P): 29,68 x 500 = 14.840,00
Total: R$ 30.600,00
HORÁRIA VERDE HORÁRIA AZUL

Demanda Consumo Demanda Consumo


(tarifa única) (tarifa ponta e (tarifa ponta e (tarifa ponta e
fora de ponta) fora de ponta) fora de ponta)

196
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Exemplo – Consumidor do Grupo A (cont.)

II - Cálculo da Parcela Consumo (3CRT).

Demanda média
Fator de Carga Demanda máxima

Demanda média Demanda máxima Fator de Carga

Lembrando a simplificação: Demanda máxima = Demanda contratada

a) identificar consumo FP e P = h x dias x demanda média


consumo FP = 9 x 22 x (1.000 x 70%) = 138.600 kWh ou 138,6 MWh
consumo P = 3 x 22 x (500 x 70%) = 23.100 kWh ou 23,1 MWh

197
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Exemplo – Consumidor do Grupo A (cont.)


b) Aplicar tarifas referentes à consumo = (tarifa FP x consumo FP) + (tarifa P x consumo P)
b1) Horária Verde:
TUSD consumo = 71,38 x 138,6 + 790,61 x 23,1 = R$ 28.156,36
TE (consumo) = 253,92 x 138,6 + 387,91 x 23,1 = R$ 44.154,03
HORÁRIA VERDE

Demanda Consumo
(tarifa única) (tarifa ponta e
fora de ponta)

198
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Exemplo – Consumidor do Grupo A (cont.)


b) Aplicar tarifas referentes à consumo = (tarifa FP x consumo FP) + (tarifa P x consumo P)
b2) Horária Azul:
TUSD consumo = 71,38 x (138,6 + 23,1) = R$ 11.542,15
TE consumo = 253,92 x 138,6 + 387,91 x 23,1 = R$ 44.154,03
HORÁRIA AZUL

Demanda Consumo
(tarifa ponta e (tarifa ponta e
fora de ponta) fora de ponta)

199
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Exemplo – Consumidor do Grupo A (cont.)
c) Comparar os Resultados (R$)
Horária VERDE Horária AZUL
TUSD demanda 15.760,00 30.600,00
Recomenda-se a
TUSD consumo 28.156,36 11.542,15 Modalidade Tarifária
TE (consumo) 44.154,03 44.154,03 Horária AZUL.
TOTAL 88.070,39 86.296,18
Nota: Esses valores não consideram a incidência do ICMS, PIS e CONFINS.

86.296,18
Valor da Fatura do consumidor =
+ CIP

CIP => Contribuição Iluminação Pública.


OBS: Pode-se verificar se nova gestão do uso da energia elétrica pode ser ou não vantajosa.
200
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
B1 RESIDENCIAL - CONVENCIONAL

Resolução Homologatória nº 2.161/2016

TUSD + TE = 187,99 + 269,00


0,45699 = 456,99 R$/MWh
= 0,549332
1 – (0,0086 + 0,0395 + 0,12)
201
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
B1 RESIDENCIAL - HORÁRIA BRANCA

Horário de Ponta da CEB:


entre 18h00m e 20h59m.

Fonte: ANEEL (adaptado) - Resolução Homologatória nº 2.161/2016) 202


4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Cobrança da Demanda de Potência Ativa – Grupo A


• Salvo exceções, para demanda faturável, um único valor, correspondente ao maior valor entre demanda
contratada ou demanda medida. (arts. 93 e 104 - Res. 414/2010)
 Demanda contratada: demanda de potência ativa a ser obrigatória e continuamente disponibilizada pela
distribuidora, no ponto de entrega. Deve ser integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de
faturamento (kW).
 Demanda medida: maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada em intervalos de 15
minutos durante o período de faturamento.
• Quando montantes de demanda de potência ativa medidos forem maiores que 5% dos valores contratados
deve ser adicionada a cobrança pela ultrapassagem:

 PAM(p) = demanda de potência ativa medido, por posto tarifário “p”, em kW.
 PAC(p) = demanda de potência ativa contratado, por posto tarifário “p”, em kW.
 VRDULT(p) = valor de referência equivalente às tarifas de demanda de potência subgrupos do grupo A .
203
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Cobrança referente ao Fator de Potência

• Fator de potência de referência, indutivo ou capacitivo, tem como limite mínimo permitido, para as unidades
consumidoras dos Grupos A e B, o valor de 0,92.

• Aos montantes de energia elétrica e demanda de potência reativos que excederem o limite permitido, aplicam-
se as cobranças a serem adicionadas ao faturamento regular.
Ver arts. 96 e 97 da Resolução Normativa ANEEL nº 414/2010.

Análise de cobrança de consumidor do Grupo A

204
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Análise de Cobrança referente ao Fator de Potência – Grupo A


• Para consumidor com medidor apropriado:

 ERE = energia elétrica reativa excedente à quantidade permitida pelo fp de referência (R$);
 EEAMT = montante de energia elétrica ativa medida em cada intervalo “T” de uma hora, durante o período de faturamento
(MWh);
 fR = fator de potência de referência igual a 0,92;
 fT = fator de potência da unidade consumidora, calculado em cada intervalo “T” de uma hora, durante período de
faturamento, observadas definições nos inc. I e II , § 1º, do art.;
 T = indica intervalo de uma hora, no período de faturamento;
 n1 = número de intervalos de integralização “T” do período de faturamento para os postos tarifários ponta e fora de ponta;
 VRERE = valor de referência equivalente à tarifa de energia "TE" da bandeira verde aplicável
ao subgrupo B1, em (R$/MWh).

205
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

“ fT ” (incisos I e II do § 1º)
Teoria sobre Fator de Potência

ϕ = 31,8 graus fp = cos ϕ = 0,85


ind
S ϕ = 23,1 graus fp = cos ϕ = 0,92
Q ϕeQ cos ϕ
ϕ ϕ = 18,2 graus fp = cos ϕ = 0,95
P cap
ϕ = 0 grau fp =cos ϕ = 1

• Quando há excesso de potência reativa, o nível de tensão sobe. Os bancos de capacitores ligados em paralelo ao sistema
geram var e elevam as tensões.
• Quando há deficiência de potência reativa, o nível de tensão cai. Os reatores (indutores) ligados
em paralelo absorvem var e reduzem as tensões.
206
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico

Análise “ fT ” (incisos I e II do § 1º)


I – período de seis horas consecutivas, compreendido, a critério da distribuidora, entre 23h30min e 6h30min,
apenas os fatores de potência “fT” inferiores a 0,92 capacitivo;
Ex: fp = 0,85 capacitivo => ϕ maior => mais reativo capacitivo na madrugada.

ind
P
ϕ
Q
S cap

II – período diário complementar ao definido no inciso I, apenas os fatores de potência “fT” inferiores a 0,92
indutivo, verificados em cada intervalo de uma hora “T”.
Ex: fp = 0,85 indutivo => ϕ maior => mais reativo indutivo, que sobrecarrega as redes.

ind
S
ϕ Q
P cap 207
4. Tarifas e Faturas do Setor Elétrico
Análise de Cobrança referente ao Fator de Potência – Grupo A
 Para consumidor com medidor apropriado: 0,92 = 1,08
0,85

 DRE(p) = correspondente à demanda de potência reativa excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de
referência “fR” no período de faturamento, em R$, por posto tarifário “p”;
 PAMT = demanda de potência ativa medida no intervalo de integralização de 1 hora “T” (kW);
 PAF(p) = demanda de potência ativa faturável, em cada posto tarifário “p” (kW);
 VRDRE = valor de referência, em R$/kW, equivalente às tarifas de demanda de potência - para o posto tarifário fora de
ponta - das tarifas de fornecimento aplicáveis aos subgrupos do grupo A para a modalidade tarifária horária azul;
 MAX = função que identifica o valor máximo da equação, dentro dos parênteses correspondentes, em cada posto
tarifário “p”;
 p = indica posto tarifário ponta ou fora de ponta para as modalidades tarifárias horárias [...];
 n2 = número de intervalos de integralização “T”, por posto tarifário “p”, no período de faturamento.

208
5. Migração de Consumidores para o Ambiente de
Contratação Livre (ACL).
5. Migração de Consumidores para o ACL

• Somente os Consumidores Livres e Especiais podem migrar para o Ambiente de Contratação Livre (ACL).
• Tornam-se agentes setoriais, com obrigações junto à CCEE, ao ONS e à ANEEL.
• A migração está condicionada à obtenção de ganhos econômicos.
• Os ganhos econômicos estão associados às diferenças entre:
 Tarifas de Energia Elétrica (TE) da Distribuidora local; e
 Preços da Energia Elétrica passíveis de serem negociados no ACL.

Adicionalmente, no caso de fontes incentivadas, existe o benefício da redução das tarifas de transporte, de
acordo com o disposto no § 1º do art. 26 da Lei nº 9.427/1996. Em resumo, o dispositivo diz que
determinados empreendimentos de geração de energia elétrica, cuja potência injetada nos sistemas de
transmissão ou distribuição seja menor ou igual a 30.000 kW, terão direito a redução não inferior a 50% a
ser aplicado às tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão e de distribuição, incidindo na
produção e no consumo da energia comercializada pelos aproveitamentos. Existem outros níveis de potência
com descontos (ver § 1º-A e § 1º-B).

210
5. Migração de Consumidores para o ACL

Submódulo 7.1 dos Procedimentos de Regulação Tarifária – PRORET

TUSD FIO A – custos regulatórios pelo uso de ativos de


propriedade de terceiros
TUSD FIO B – custos regulatórios pelo uso de ativos de
propriedade da própria distribuidora que compõem a Parcela B.

211
Fonte: ANEEL.
5. Migração de Consumidores para o ACL
Submódulo 7.1 dos Procedimentos de Regulação Tarifária – PRORET
• O percentual de redução (que varia) para os consumidores conectados ao sistema da concessionária de
distribuição será aplicado sobre a componente TUSD TRANSPORTE (a partir da data de aplicação do
terceiro ciclo de revisão para a distribuidora).
• Antes o percentual de redução era aplicado sobre as componentes TUSD FIO A, TUSD FIO B, TUSD Perdas
Técnicas e TUSD Encargos de Serviço de Distribuição.

Exemplo: Consumidor Livre - fonte incentivada


Modalidade Tarifária Azul

Res. Hom. ANEEL nº 2.206/2017 – 4º Ciclo de Revisão Tarifária da Light


212
5. Migração de Consumidores para o ACL
Acesso de Consumidor Livre à Rede Básica do SIN
• Possibilidade deseja especialmente por questões de segurança e qualidade do fornecimento e das menores
tarifas (TUST).
Decreto nº 5.597, de 28 de novembro de 2005
• Se o acesso do consumidor livre à rede básica do SIN for efetuado por intermédio do concessionário de
transmissão de energia elétrica ou mediante construção das instalações necessárias para o acesso
diretamente pelo próprio consumidor, será autorizado apenas nos seguintes casos:
 Ligação de nova unidade consumidora não conectada anteriormente, desde que seja tecnicamente
compatível com o nível de tensão igual ou superior a 230 kV; ou
 Alteração da forma de conexão de unidade consumidora já atendida em tensão inferior a 230 kV, em
decorrência de:
a) aumento de carga; ou
b) necessidade de melhoria de qualidade, devidamente demonstrada pelo consumidor interessado e
reconhecida pela ANEEL.

213
5. Migração de Consumidores para o ACL
Acesso de Consumidor Livre à Rede Básica do SIN
• Necessário Portaria MME, fundamentada em parecer técnico, que considerará o critério de mínimo custo
global de interligação e reforço nas redes, além de estar compatibilizado com o planejamento da expansão do
setor elétrico para um horizonte mínimo de cinco anos.

214
5. Migração de Consumidores para o ACL
TUST

• A Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) é aplicável aos consumidores livres e demais usuários
conectados diretamente à rede básica de transmissão.

• A TUST é constituída por duas componentes (Resolução ANEEL nº 67/2004):

(a) Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão referente à Rede Básica (TUSTRB). Aplica-se a todos os usuários
da Rede Básica e é base para a remuneração de todas as instalações integrantes da Rede Básica, exceto
dos Transformadores de Fronteira (TRFR); e

(b) Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão referente à Fronteira (TUSTFR). Aplica-se apenas à
concessionária ou permissionária de distribuição que utilize TRFR, em caráter exclusivo ou
compartilhado, ou que se conecte às Demais Instalações de Transmissão Compartilhadas (DITC).

215
5. Migração de Consumidores para o ACL
TUST (cont.)

Fonte: ONS. 216


5. Migração de Consumidores para o ACL
TUST (cont.)

• Programa Nodal é um sistema (de propriedade do CEPEL, sob responsabilidade da ANEEL) para cálculo das
TUST a serem atribuídas aos usuários em função de sua localização eletrogeográfica no sistema de
transmissão.

• As TUSTs são reajustadas anualmente na mesma data em que ocorrem os reajustes das Receitas Anuais
Permitidas (RAP) das concessionárias de transmissão.

• As tarifas incorporavam dois encargos setoriais de responsabilidade do segmento de consumo, em R$/MWh:


Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia
Elétrica (PROINFA).

• As TUSTs estão dispostas na Resolução Homologatória ANEEL nº 2.409/2018 (ciclo 2018 – 2019).

217
Bibliografia
Bibliografia
Visão Geral das Operações na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE);
Regras de Comercialização, da CCEE;
Info PLD da CCEE;
Informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS):
Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação, do ONS;
Informativo Preliminar Diário da Operação (IPDO ), do ONS;
Procedimentos de Rede do ONS;
Relatórios, Votos e Notas Técnicas da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL);
Relatórios Técnicos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE);
Notas Técnicas do Ministério de Minas e Energia (MME);
Perguntas e Respostas sobre Tarifas das Distribuidoras de Energia Elétrica, da ANEEL;
Informações Gerenciais, da ANEEL;
Procedimentos de Regulação Tarifária (PRORET), da ANEEL;
Aspectos Econômicos no Negócio da Transmissão, Alice Helena F. de Azevedo – abr/2011;
Workshop PSR – Canal Energia – Setor Elétrico: O Susto, o Benefício e o Custo;
Legislação do Setor Elétrico (Leis, Decretos, Portarias MME e Resoluções ANEEL).
Apresentação do ONS na 26ª Reunião do CNPE, de 25 de junho de 2013.
A Estrutura Tarifária de Energia Elétrica. Fabio Hage. ABRADEE. Jun/2013.
ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico]. Integração Eletroenergética. Brasília, 2011. il. col.
219
“Os anos enrugam a pele,
mas perder o ideal enruga a alma”

Muito obrigado!
F I M
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