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Apostila Sobre Reparos e Pintura em Fibra de Vidro

Cuidados Básicos

Uso de EPI ou, equipamento de proteção individual .


O trabalho com fibra de vidro envolve o contato com substâncias tóxicas, usar
luvas é fundamental, porque depois de curada a resina é muito difícil de ser
removida da pele, um macacão também é muito bem vindo, mascara de
partículas, do tipo profissional, com filtro de carvão, as mascaras descartáveis
não são indicadas, sua saúde vale mais e os EPIs não custam tão caro assim.
Trabalhe em local ventilado e longe de fontes de calor ou faíscas porque os
materiais utilizados são altamente inflamáveis.
Ao se lixar a fibra de vidro se produz um pó fino que se aloja nos pulmões e
pode causar doenças muito graves de forma permanente, conheci o caso de
uma pessoa que reparavas veículos de fibra e em apenas 6 anos de trabalho
teve que abandonar a profissão por ordem médica porque havia adquirido uma
grave e irreversível doença pulmonar!
Fibra de Vidro

A fibra de vidro nada mais é que filamentos extremamente finos feitos de


VIDRO trata-se um material extremamente duro, que até acaba com o corte de
ferramentas metálicas, esses filamentos podem ser agrupados aleatoriamente
formando uma manta, se forem trançados a 90 graus, como em um tecido ai
formam o tecido de fibra de vidro, no caso do tecido teremos uma maior
resistência a tração, mas, é um material mais difícil de se trabalhar porque não
se molda tão facilmente.

A fibra de vidro sozinha não se sustenta e, portanto necessita de uma resina


termoplástica para assim formar o material que conhecemos popularmente com
fibra de vidro.
A resina plástica é um material liquido que se solidifica quando misturada a um
catalisador, a proporção varia conforme a marca e por isso sempre peça a
indicação na hora da compra e depende também da temperatura ambiente no
momento da aplicação, quanto mais quente menor é a necessidade de
catalisador, o ideal é experimentar com uma quantidade bem pequena antes de
começar o serviço.
A resina normalmente é de cor escura ou semitransparente, mas existem
resinas do tipo cristal, utilizadas para fazer peças transparentes e podemos
adicionar corantes se necessário, nesse caso misture o corante e acerte a cor
antes de adicionar o catalisador.
A Resina deve ser misturada a um catalisador próprio, você vai adicionar X
gotas de catalisador por X ml de resina, essa proporção deve ser indicada na
hora da compra da resina uma vez que pode variar conforme a marca.
Resinas muito fora da validade tendem a endurecer dificultando um bom
trabalho, não compre quantidades exageradas e fique de olho na validade na
hora da compra.
A quantidade de catalisador também pode variar conforme a temperatura
ambiente, com mais calor se usa menos catalisador, e no frio se usa mais, faça
testes na hora de usar com pequenas quantidades.
Dica importante: prepare sempre PEQUENAS quantidades de resina com
catalisador porque as vezes, em 15 minutos , por exemplo, a resina começa a
se tornar um gel e logo se solidificará, nesse ponto você não consegue mais
trabalhar e o excesso irá para o lixo.

Reparos em peças prontas

Ao se reparar peças prontas, por exemplo, um carro, atente para as seguintes


regras:

1 Jamais use água para lixar, a fibra sem pintura é um material higroscópico,
ou seja, absorve a água, assim se você lixar com água a mesma estará
impregnada na fibra e depois de pintada poderão aparecer bolhas ou trincas ao
expor a pintura ao Sol, se utilizar a água você terá que deixar seu carro ao Sol
por vários dias até que a fibra seque, mas eu não recomendo isso.

2 A massa plástica comum não deve ser utilizada no acabamento sobre a


fibra de vidro, use sempre massa de Poliéster, e use o mínimo somente para
nivelamento, para grandes volumes use a resina e manta se necessário.
3 Trincas devem ser raspadas profundamente e depois recobertas com resina
e um caso de áreas grandes usar também manta ou tecido de fibra de vidro
para reforçar.

4 Caso a superfície a ser reparada tenha trincas superficiais generalizadas por


toda a superfície utilize um tecido bem fino chamado Véu, ele deve ser
aplicado com resina em toda a superfície , com se fosse um adesivo para
reforçar o conjunto e reduzir seu tempo de trabalho.

5 Após os trabalhos de reparo, com a superfície já lixada, pode-se aplicar um


fundo primer PU ou então uma camada fina de Gel Coat que é produzido com
resinas de poliéster; a principal finalidade desse produto é a criação de uma
barreira química e acabamento em peças de fibra de vidro. Ele proporciona à
peça uma superfície lisa e brilhante, além de facilitar a sua conservação, mas o
custo é maior que o primer PU, Jamais pinte direto na fibra sem um fundo.
6 A aplicação de resina com pistola de pintura é possível e é utilizada no caso
de reparos em grandes superfícies, mas, a resina deve ser preparada com
menos catalisador para que possamos ter tempo de aplicar ela, e
imediatamente após a aplicação descarte o material não utilizado e limpe com
thinner ou solventes adequados o revolver para evitar entupimentos.
7 Ao se aplicar a resina utilizamos pinceis, rolos e espátulas, mas no caso dos
pinceis deve se colocar os mesmo imediatamente em thinner ou em algum
solvente próprio para resinas porque senão iremos perder os pinceis, uma vez
que não será possível limpar eles após a cura, outra solução é usar pinceis
baratos e descartar eles ao final do trabalho.

Fundo e pintura

A resina de laminação, mesmo após a cura, pode reagir com alguns tipos de
tinta, por isso somente devemos usar fundo de preparação Primer Poliuretano
( PU ) jamais use primer comum porque este pode reagir com a fibra e
formar bolhas ou trincas, e também jamais aplique tinta comum sobre a fibra
diretamente, após aplicar primer poliuretano ai sim você pode aplicar qualquer
tipo de tinta sobre esse fundo.
As tintas PU (poliuretano) são em geral mais duras que as de poliéster, por
exemplo, resistem mais quanto à abrasão, mas tem um acabamento mais
fosco, se decidir usar poliéster aplique o verniz bi componente com a tinta
ainda úmida para que ocorra uma perfeita adesão entre o verniz e a tinta base.

Autor : João Ferraz

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