Os lagartos brasileiros, o Tropidurus torquatus, são uma espécie muito comum em
áreas neotropicais e têm o habito de se esconder em tocas, onde ficam durante as horas mais quentes do dia, além de passar a noite nesses pequenos buracos. Eles vivem nas proximidades de árvores e plantas, que ajudam a formar abrigos para os lagartos durante diversas situações; um exemplo disso é o “coqueirinho de guriri”, cujas folhas pendem até o chão e servem como proteção. São uma espécie predominantemente carnívora, cuja dieta varia entre pequenos insetos, como abelhas e formigas, e flores, que podem – ou não- terem sido ingeridas sem querer junto das abelhas. Sendo animais que põe ovos, foi observado que há uma desova prolongada para a espécie, e o número de ovos varia de 2 a 4. Por ocuparem diferentes habitats e terem um hábito alimentar bastante variado, essa espécie de lagarto possui importantes fatores que corroboraram com o seu sucesso evolutivo, em relação à outras espécies. Com o passar do tempo, houveram mudanças na forma como o T. torquatus ataca suas presas, por exemplo, as presas pequenas são predadas sem qualquer gasto de energia, já que elas são atacadas quando estão em grande quantidade. Já quando a presa são abelhas, o lagarto fica se movendo de flor em flor, até achar o momento ideal para investir. Ao comerem as sementes do “coqueirinho de guiri”, o T. torquatus também pode fazer o papel de disseminador da semente dessa espécie de planta, uma das mais existentes na área de estudo. Sua forma de predação, dando preferência a presas menores, evidencia sua preferência por economizar energia, em contrapartida, há o contra de que o lagarto precisa ingerir uma maior quantidade de sua presa para que possa existir o aproveitamento energético. A vida dos lagartos é, geralmente, plástica. Variando em reposta à temperatura, disponibilidade de alimente e umidade. A temperatura é um fator de extrema importância para a história dos lagartos, além disso, as mudanças no clima causadas pelo aquecimento global, encaminham para trocas de precipitação ou de distribuição dos biomas. A influência da temperatura na vida dos lagartos está amparada por outros elementos naturais, como a termorregulação comportamental; com esse tipo de regulação de temperatura, muitas espécies apresentam valores altos e pouca variação na temperatura corporal. O resultado disso é um tamponamento dos efeitos da variação térmica decorrente da mudança diária, sazonal ou geográfica dos ambientes térmico. Em adultos, os efeitos da variação da temperatura são consistentes, naqueles que têm maior temperatura corpórea, apresentam maiores taxas de crescimento, além de anteciparem o amadurecimento sexual, assim como naqueles que vivem em ambientes mais quentes. Nessas situações, há a possibilidade de existir mais de uma ninhada por ano. Além disso, as taxas de sobrevivência anual, também possuem relações com a temperatura, sendo mais altas em ambientes mais frios. Como nos adultos, o desenvolvimento embrionário também é influenciado pela temperatura, que produz efeitos visíveis no desenvolvimento dos embriões, não só na determinação do sexo – em algumas espécies -, mas afeta, também, as taxas de crescimento, o período de incubação e, até os padrões de comportamento sexual e termorregulação. Em altas temperaturas, a taxa de crescimento e desenvolvimento dos embriões são maiores, com isso, o período de incubação é bem menor; os ovos que eclodem mais rápido podem atingir sua maturidade sexual mais rápido. Com tudo isso, podemos entender que o impacto da temperatura na vida dos lagartos é atenuado se os outros fatores não se modifiquem. Esses outros fatores são: o escopo (que influencia no tamanho da ninhada), os padrões de chuva (podem afetar a reprodução de populações da mesma espécie), os componentes gerais do clima, precipitação (que afeta as taxas de crescimento), entre outros. Em regiões com redução de chuvas, há um decréscimo no tamanho das fêmeas e, dessa forma, uma possível diminuição nas taxas de fecundação. Nas regiões com aumento de chuvas, pode haver o aumento do tamanho e, com isso, também há um aumento na fecundidade. Concluindo, há muitos fatores que podem afetar a vida dos lagartos brasileiros e, com isso, eles sempre vão precisar se adaptar ao ambiente em que vivem, se é em um lugar quente, ou frio, com altas ou baixas taxas de chuva, etc. Analisando tudo o que foi estudado nesses artigos, é possível entender a importância desse exemplo para que possamos compreender a teoria evolutiva. Os lagartos vivem na Terra desde a época dos dinossauros e, desde àquela época, eles vêm se adaptando ao mundo conforme ele vai sofrendo mudanças climáticas e geográficas. O mundo está muito menos aquecido nos dias de hoje do que era antigamente e, com essas mudanças, os lagartos tiveram de se adaptar ao clima e à novas formas de alimentação que foram surgindo com o tempo. Atividade 2
Baseado no texto apresentado, as duas características que evidenciam a evolução
escolhidas foram: características homólogas e anatomia. Começando pela anatomia, que é a principal evidencia da evolução; um dos principais exemplos dados por todos os professores é o da girafa, que teve seu pescoço desenvolvido pelos melhores alimentos estarem nas partes mais altas das árvores. Outra evidencia que comprova essa característica é o fato de os animais terem diminuído de tamanho conforme os séculos se passam, registros fósseis apontam que os animais na era pré-histórica tinham tamanhos imensos, enquanto seus descendentes atuais não possuem 70% da altura de seus ancestrais. Um bom exemplo de um animal ancestral que era gigante e que, nos dias atuais, diminuíram de tamanho, é o das aves, que possuíam uma enorme diversidade de espécies gigantes durante a pré-história, como o Paraphysornis brasiliensis, entre outros. Essas são evidências da seleção natural, pois o fato de a girafa ter tido seu pescoço alongado para acessar os ramos mais altos das árvores, assim como o fato de os animais terem diminuído de tamanho, mostra que essas foram as características selecionadas pelo ambiente a continuar nas próximas gerações. O próximo ponto a ser abordado são as características homólogas, que são aquelas características divididas entre indivíduos de espécies diferentes, o que evidencia a teoria da evolução. Um exemplo desse evento é o fato de baleias, humanos, aves e cães possuírem a estrutura óssea dos membros inferiores parecida, com os mesmos padrões de ossos. Isso quer dizer que essas espécies possuem um ancestral em comum, que possui esse padrão ósseo e essa característica se irradiou para seus descendentes. Isso também representa uma evidência da seleção natural, pois esse padrão dos ossos inferiores foi a característica selecionada pelo meio para ser passada para os descendentes desse ancestral em comum, resultando em todas essas espécies terem esse tipo de ossada. Referências Bibliográficas
BRANDT, R. Mudanças climáticas e os lagartos brasileiros sob a perspectiva da
história de vida. Revista da Biologia (2012) 8: 15-18. 2012. Disponível em: http://www.ib.usp.br/revista/node/88 TEIXEIRA, R. L.; GIOVANELLI, M. Ecologia de Tropidurus torquatus (Sauria: Tropiduridae) da Restinga de Guriri, São Mateus, ES. Rev. Brasil. Biol., 59(1): 11- 18. 1999. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71081999000100002 Revista Incrível, As 12 maiores aves pré-históricas. Disponível em: https://incrivel.club/admiracao-animais/as-12-maiores-aves-pre-historicas-que-ja- existiram-637360/ A evolução e a árvore da vida. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/biology/her