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Elaborado por
Mylena Terra da Cruz
Banca Examinadora:
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade de realizar este sonho
de estudar no curso de Farmácia, por me ajudar e ter me dado forças para enfrentar todos os
obstáculos no decorrer do curso e me dar sabedoria para vencê-los. Por sempre estar guiando
meus passos e me fazer aprender a cada dia “que nem tudo na vida é apenas uma teoria nos
livros e muito menos uma coincidência, mas sim experiências vividas no decorrer da nossa
caminhada” e por isso consegui chegar até aqui. Aos meus professores que não mediram
esforços para me ensinar e me incentivar a não desistir do meu sonho, por todos os “puxões
de orelha” que me ajudaram muito e pela amizade que foi construída. Aos meus pais que me
deram todo o suporte e por sempre me darem força e incentivo, pelo carinho e dedicação, por
toda ajuda desde minha infância escolar, por se doarem completamente aos meus sonhos e
projetos e agradeço a minha professora Gabriela Bonfanti que me orientou neste
projeto/trabalho e teve muita paciência comigo, me ajudando muito com suas ideias e por
“entrar de cabeça” comigo nesse trabalho tão incrível. Enfim, agradeço a todos pois sem
vocês eu jamais chegaria sozinha até onde cheguei!
Muito Obrigada!!!
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RESUMO
ABSTRACT
PHYSIOPATHOLOGY, PHARMACOTHERAPEUTICS AND
PHARMACEUTICAL ATTENTION OF SCHIZOPHRENIA: A LITERATURE
REVIEW
Lista de Ilustrações
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................11
2. OBJETIVO......................................................................................................................... 13
3. METODOLOGIA.............................................................................................................. 14
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................... 15
4.1. Esquizofrenia................................................................................................................... 15
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 37
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 38
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1 INTRODUÇÃO
A esquizofrenia é uma doença psíquica endógena que foi descrita no século XIX por
Emil Kraepelin (1856- 1926) que decidiu organizar uma classificação nos transtornos mentais
baseada em modelos feitos pelos médicos. Essa classificação teve como um dos objetivos,
delimitar a existência de doenças que tinham etiologias, sintomatologias, cursos e resultados
comuns. Assim, inicialmente, um dos grupos de patologias foi nomeado de Demência
Precoce, pois se iniciava ainda na infância e sistematicamente levava a problemas psíquicos,
como por exemplo, alucinações, ausência de afeto, conflito de pensamentos, entre outros.
Então, pouco tempo depois, Eugen Bleuler (1857-1939) atualizou o conceito da então
Demência Precoce, criando o termo “Esquizofrenia” (esquizo= divisão, phrenia= mente),
analisando também a sintomatologia dos portadores dessa doença (MATOS, PONTES;
PEREIRA, 2014).
Os pacientes esquizofrênicos podem apresentar variados sintomas dentre eles
alucinações visuais e auditivas, devaneios de seus pensamentos, a alteração da afetividade,
redução da motivação, ter o seu próprio mundo isolado, entre outros. O diagnóstico é
específico para a doença, realizado por um psiquiatra, que pode realizar também exames
neurológicos como Tomografia Neuronal ou Ressonância Magnética e, após, indica o
tratamento correto (SILVA, 2016).
A esquizofrenia não possui cura, somente tratamento para reduzir a sintomatologia de
acordo com o nível de gravidade da doença. Os medicamentos utilizados no tratamento da
esquizofrenia são os antipsicóticos que alteram a ação dos neurotransmissores e dos caminhos
neurais que estão envolvidos na patologia da esquizofrenia (BRASIL, 2013). Os
medicamentos mais utilizados para o tratamento periódico da doença são os antipsicóticos de
1ª e 2ª geração (Típicos e Atípicos). A primeira geração de fármacos, que ainda continua
sendo usada por ser de menor preço, atua como antagonistas da dopamina, bloqueando as
respostas do sistema nervoso central. São exemplos de fármacos da 1ª geração clorpromazina
e haloperidol (BARBOSA et al., 2012).
A segunda geração de fármacos é bem mais eficiente que a 1ª para beneficiar a
qualidade de vida de cada paciente. Os antipsicóticos de 2ª geração possuem um mecanismo
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de ação que bloqueia os Receptores de Serotonina (5-HT2), fazendo com que os sintomas
reduzam ainda mais, podendo assim ter um controle sobre os sintomas positivos e/ou
negativos. São exemplos de fármacos de 2ª geração a risperidona e a clozapina (BARCELOS
et al., 2014).
Os fármacos utilizados no tratamento podem fazer com que ocorram certos efeitos
adversos tais como: acatisia (sensação intrínseca de inquietude motora, a não capacidade de
relaxar, dificuldade de ficar sem se movimentar), distonias ou discinesias agudas (contrações
de músculos ou movimentos repetitivos), distonias ou discinesias tardias (movimentos
repetitivos dos grupos musculares, peribucais, da língua, da cabeça, do tronco ou membros),
além do Parkinsionismo, que nem sempre é comum. Por serem sintomas muito distintos e,
muitas vezes incapacitantes, muitos pacientes optam por não aderir ao tratamento por falta de
informações sobre como monitorar os efeitos adversos e amenizá-los e assim poder ter mais
confiança para a completa adesão medicamentosa (CORDIOLI, 2015).
A atenção farmacêutica é de extrema importância na farmacoterapia dos pacientes com
esquizofrenia. Seja para explicar como funciona o tratamento, realizar manejo dos efeitos
adversos, e verificar quais podem ser os medicamentos que possuem interações que podem
interferir nos resultados positivos do tratamento. Por se tratar de uma doença neurológica, a
farmacoterapêutica precisa ser acompanhada com extremo cuidado na posologia e na rotina
diária de cada paciente (BISSON; 2007).
Assim, esse estudo tem como objetivo revisar a literatura e identificar quais são os
medicamentos disponíveis para o tratamento da esquizofrenia, bem como analisar a
importância da atenção farmacêutica para o acompanhamento farmacoterapêutico dos
pacientes portadores desta doença.
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2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ESQUIZOFRENIA
A Esquizofrenia surgiu no final do século XIX descrita inicialmente como Demência
Precoce pelo cientista Emil Kraepelin (1856-1926), que estabeleceu uma classificação que
teve como base modelos médicos que existiam na época, tendo como objetivo mostrar que
havia doenças que apresentavam etiologia, sintomatologia, curso e recursos em comuns.
Dentre as características da Demência Precoce, estavam iniciar-se na infância e sempre levar
de forma irreversível a problemas psicóticos, com sintomas caracterizados por alucinações,
perturbações em atenção, entendimento e fluência de pensamentos, falta de demonstração de
afeto e sintomas catatônicos (mudez, comportamentos repetitivos, agitação, negativismo),
sendo que o transtorno surgia de dentro pra fora. Com os sintomas descobertos por Kraepelin,
a Demência Precoce tinha sido retirada do grupo das doenças maníacas-depressivas e das
paranoicas (SILVA, 2016).
Outro cientista também colaborou bastante para a compreensão e descoberta dessa
doença, foi Eugen Bleuler (1857-1939), que criou o termo “Esquizofrenia” (esquizo =
divisão, phrenia = mente) que conhecemos até os dias de hoje. Seus conceitos indicam a
presença de uma fantasia entre pensamento, emoção e comportamento dos pacientes
portadores dessa doença. Então, para esclarecer melhor a sua teoria relativa às fantasias
mentais internas nos pacientes, o cientista descreveu os sintomas fundamentais (ou primários)
específicos da esquizofrenia que se tornaram conhecidos como os quatro “As”: associação
frouxa de ideias, ambivalência, autismo e alterações de afeto. Descreveu também os sintomas
acessórios (ou secundários), que incluíram as alucinações e delírios. Após novas pesquisas e
descobertas foram descritas informações complementares sobre esta doença para o auxílio do
diagnóstico, tratamento e diversificação dos tipos de esquizofrenia (BRASIL, 2013).
Assim, os sintomas que caracterizam esta doença são: Delírios (ideias falsas, das quais
a pessoa tem convicção absoluta); Alucinações (percepções falsas dos órgãos dos sentidos,
sendo as alucinações auditivas em forma de vozes as mais comuns); Alterações do
pensamento (ideias confusas, desorganizadas ou desconexas, tornando o discurso do
indivíduo difícil e compreender) (MERSCHMANN, 2016). Há outros sintomas como déficit
de atenção, alternância na motricidade, desconfiança excessiva e indiferença, que também
podem aparecer na esquizofrenia (STAHL, 2014).
Para facilitar o tratamento e diagnóstico, psiquiatras classificaram a esquizofrenia em
6 (seis) tipos: Esquizofrenia Residual, Esquizofrenia Simples, Esquizofrenia Paranóide,
16
idade, sendo que nenhuma estatística demonstra uma maior prevalência entre homens ou
mulheres (BRASIL, 2013).
Os métodos de diagnóstico ainda são insuficientes para a medicina, sendo utilizado
apenas a avaliação clínica. Entretanto, muitos dos pacientes acabam optando por esconder
seus sintomas e alterações de rotina, o que pode dificultar o diagnóstico (PERKINS;
STROUP; LIEBERMAN, 2013).
Há também outros tipos de diagnóstico que podem ser feitos para descartar a
possibilidade de haver um diagnóstico precipitado de outra doença ao invés da esquizofrenia,
tal como tumor cerebral. São eles: Exame de Imagem por Ressonância Magnética e Exame de
Imagem Cerebral por Tomografia. Apesar de não serem destinados exclusivamente para o
diagnóstico da esquizofrenia, esses exames podem mostrar algumas alterações no cérebro de
pacientes esquizofrênicos, tendo que ser avaliado com extremo cuidado para não haver um
diagnóstico precipitado de esquizofrenia (BRASIL, 2015).
esquizofrenia paranoide ativa. Por causa dessa semelhança, se o psiquiatra ignorar o uso de
anfetaminas pelo paciente, ocorrerá um erro de diagnóstico. No entanto, devido à atividade
dopaminérgica da esquizofrenia ainda podem ocorrer, como muitos distúrbios psicomotores,
alucinações auditivas e delírios de perseguição. A anfetamina é conhecida por atuar sobre o
terminal dopaminérgico aumentando a liberação de DA e evita sua recaptação pela membrana
pré-sináptica (RANG et al., 2016).
Outros estudos mostraram que essas manifestações diminuem rapidamente após a
administração de antipsicóticos bloqueadores de receptores dopaminérgicos (especialmente
D2, que é amplamente distribuído nos gânglios da base e na região límbica do cérebro). Ainda
é observado que alguns pacientes com a doença de Parkinson recebendo tratamento com
levodopa (um precursor da dopamina) aumentam a formação de DA e podem apresentar
sintomas psicóticos semelhantes. Também, os efeitos antipsicóticos de medicamentos
conhecidos como a Clorpromazina e o Haloperidol se devem ao fato de promoverem o efeito
bloqueador da atividade dopaminérgica (SILVA, 2016).
A DA é um neurotransmissor do sistema nervoso central que pode estimular os
neurotransmissores catecolaminas. A DA também atua como uma pioneira na síntese de
outros neurotransmissores catecolaminérgicos (como a norepinefrina e a epinefrina) e
desempenha um papel importante no organismo humano (GOLAN et al., 2009). A DA é
produzida através do aminoácido tirosina que sofre a ação da enzima tirosina hidroxilase,
formando assim a L-DOPA, que é convertida em dopamina por uma enzima chamada
aminoácido aromático descarboxilase (AADC). A DA sintetizada é transportada para o
interior das vesículas secretoras para ser armazenada e depois liberada. Uma vez liberada na
fenda sináptica, ela pode atuar sobre os seus receptores específicos nas membranas pré e pós-
sináptica, assim como pode ser recaptada pela célula neuronal por meio do transportador de
dopamina (DAT) (co-transportador de DA e íons NA +). A DA capturada no interior da célula
pré-sináptica pode se reciclar em vesículas para uso subsequente na neurotransmissão (pelo
VMAT, transportador de monoamina vesicular) ou pode ser degenerada pela ação das
enzimas monoamina oxidase (MAO) ou catecol-O-metil transferase (COMT) como podemos
ver na Figura 1 (GOLAN et al., 2009).
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Figura 2 Diagrama simplificado das vias dopaminérgicas no sistema nervoso central (SNC)
Fonte:
RANG et al.,
2016
22
Eles são altamente solúveis em gordura e, portanto, tem uma alta distribuição. Apresentam
alta afinidade e relevância para as proteínas plasmáticas podendo promover o aparecimento de
importantes interações medicamentosas (BARBOSA et al., 2012).
Novos medicamentos antipsicóticos atípicos com vias de administração parenteral
foram desenvolvidos para resolver o problema de falta de adesão ao tratamento, como
risperidona injetável e medicamentos antipsicóticos, com formulações de liberação controlada
intramuscular. Esses são gradualmente liberados no corpo e só precisam ser injetados a cada
2 semanas. Durante as primeiras 3 semanas de tratamento, é necessário suplementar a terapia
com outro antipsicótico oral, porque a primeira injeção não tem efeito imediato (BARBOSA
et al., 2012).
caso do tratamento crônico, para manter e controlar o paciente, são utilizados em grandes
quantidades Haloperidol (oral, VO), Risperidona (VO) e Quetiapina (VO). A Clozapina e a
Olanzapina não fazem parte da lista de medicamentos padronizados do hospital e a obtenção
desses medicamentos deve ser feita de outra forma. Essa observação foi realizada pelo
auxiliar de farmácia do local.
resultar de um sistema regionalizado para cada município onde este foi inserido (SILVEIRA;
LIMA, 2017). Sua estrutura é composta por uma equipe multidisciplinar e nesta equipe estão
presentes: médicos, enfermeiras, terapeutas ocupacionais, farmacêuticos entre outros. A
equipe de enfermagem o considera um local que valoriza a saúde dos pacientes, o viver em
sociedade, para aumentar a independência individual em detrimento de sua doença. Porém, o
farmacêutico só pode atuar em unidades de CAPS com distribuição de medicamentos, o que
limita o profissional com os pacientes (LUCCHETTA; MASTROIANNI, 2012).
Um dos marcos relacionados ao resgate do papel social dos farmacêuticos de resgate
ocorreu nos Estados Unidos em 1990. Foi publicado o artigo “Opportunities and
responsabilities in pharmaceutical care”, o que desencadeou a atenção por parte da
comunidade farmacêutica em todo o mundo, para o sentido do exercício profissional
farmacêutico, dando origem a uma área chamada de Pharmaceutical Care, que recentemente
foi denominada no Brasil como “Cuidado Farmacêutico” (CFF, 2016). À medida que a
pesquisa avançava, notou-se que o papel do farmacêutico era principalmente limitado a
funções burocráticas e logísticas, priorizando os serviços de fornecimento e o acesso aos
serviços medicamentosos, de modo que não se aproveitasse do potencial do profissional,
limitando assim a ação clínica de promover, proteger e restaurar a saúde do paciente
(CARVALHO; NETO, 2018).
A prestação de serviços farmacêuticos deve ser baseado nas características inerentes a
cada região do país, levando em consideração as diferenças populacionais, características
epidemiológicas e diferenças socioculturais, de forma que a estrutura de Cuidado
Farmacêutico seja robusta e possa efetivamente atender aos pacientes com esquizofrenia e os
seus cuidadores. É evidente que o Cuidado Farmacêutico no sistema de saúde do Brasil
avançou muito e agora é bem reconhecida. Porém, é preciso integrar-se à uma equipe de
saúde de uma forma mais expressiva, para que possa otimizar o tratamento de pacientes com
esquizofrenia e promover o uso racional dos medicamentos. (ARAÚJO et al., 2017).
realizar as tarefas diárias e se reintegrar à sociedade. No entanto, para mais de 50% dos
pacientes com esquizofrenia, nenhum tratamento aceitável é fornecido na fase crítica da
patologia, prejudicando significativamente o prognóstico e levando à deterioração do quadro
clínico e à recuperação do paciente (SCHISLER, 2017).
Ainda, como já citado, os antipsicóticos possuem várias reações adversas, as mais
citadas são: a neurotoxicidade, a acatisia, a síndrome neuroléptica maligna (SNM), delírios,
hipotermia, hiperprolactinemia, discinesia tardia (DT), alterações endócrinas (amenorreia,
aumento de peso, disfunção sexual), sialorreia, hipotensão postural e blefarospasmo. Além de
efeitos hematológicos, dentre eles: agranulocitose, eosinofilia, neutropenia, e os efeitos
endócrinos, como aumento de peso, hiperglicemia, hiperprolactinemia, amenorreia e
ginecomastia e efeitos cardiovasculares como alterações eletrocardiográficas e hipotensão
postural (BALLONE, 2008).
Ainda, esses pacientes costumam sofrer de depressão por preconceito e discriminação
no dia a dia, necessitando de outros medicamentos. Nesse contexto, o farmacêutico
desempenha um importante papel no acompanhamento do tratamento antidepressivo desses
pacientes, promovendo a resolução de possíveis reações adversas a medicamentos (RAM),
aumentando a aceitabilidade dos pacientes para o uso de medicamentos e cooperando com
equipes médicas e familiares, otimizando a medicação do paciente. Além disso, a medicação
pode ajudar a aumentar a adesão à medicação, buscar a reinserção social e melhorar a
qualidade de vida desses pacientes.
Como esses pacientes sofrem de doenças crônicas, eles precisam de orientação e
cuidados relativos ao uso correto dos seus medicamentos essenciais (MOTA NETO et al.,
2016). A interação medicamentosa é uma reação de interferência entre alguns medicamentos.
É algo muitas vezes comum entre os tratamentos de certas doenças por possuir a possibilidade
dos pacientes se automedicarem ou fazerem uso de polifarmácia, bem comum em portadores
de doenças crônicas, tais como a esquizofrenia, podendo assim afetar a ação dos outros
medicamentos necessários para o tratamento (LOURENÇO; ROCHA, 2018).
Um estudo anterior, demonstrou que 65% dos pacientes que estavam fazendo uso de
medicamentos paralelamente com os antipsicóticos, o faziam sem supervisão médica, ou seja,
faziam uso sem realizar consulta médica sendo esse um agravante para a redução na eficácia
dos medicamentos. A interação entre medicamentos pode prejudicar o efeito do fármaco no
tratamento, por haver a possibilidade de ocorrer a ligação de outros fármacos nos receptores
do organismo, não sendo eficaz em caso de pacientes que possuam uma doença crônica
paralela a esquizofrenia ou outro tipo de transtorno mental (SANTOS; RIBEIRO, 2010).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A esquizofrenia é uma doença crônica, que afeta uma parcela significativa da
população. Sua fisiopatologia ainda não é completamente esclarecida, mas sabe-se do
envolvimento dos sistemas de neurotransmissão serotonérgico, glutamatérgico e,
principalmente, dopaminérgico. Ainda, a predisposição genética aliada a exposição a diversos
fatores ambientais contribui para a manifestação da doença.
O tratamento deve idealmente ser constituído por psicoterapia e medicamentos, os
antipsicóticos. Todos os antipsicóticos (típicos e atípicos) podem ser utilizados no tratamento
da esquizofrenia. Em diferentes graus, todos apresentam reações adversas importantes e
debilitantes, que favorecem a não adesão ao tratamento. Ainda, são medicamentos com
grande potencial de interações medicamentosas.
Dessa forma, considerando as limitações do paciente esquizofrênico e, muitas vezes da
família e equipe de cuidado, juntamente com dificuldades encontradas com o tratamento
medicamentoso e a não-adesão, é comum que muitos pacientes não obtenham um resultado
satisfatório da terapia medicamentosa, levando a uma redução na sua qualidade de vida e
piora na sintomatologia da doença. Nesse sentido, o papel do profissional farmacêutico é
analisar se a terapia medicamentosa está adequada ao paciente, observar e prevenir reações
adversas e realizar o manejo das interações medicamentosas.
Então, a atenção farmacêutica direcionada aos pacientes esquizofrênicos é uma
importante área de atuação do farmacêutico, já que esse é o profissional com mais
conhecimento sobre os medicamentos. Aliado a uma equipe de saúde multiprofissional, a
atenção farmacêutica tem as vantagens de orientar pacientes e familiares sobre as terapias
medicamentosas e realizar o acompanhamento delas, auxiliando na adesão farmacoterapêutica
e na promoção da saúde emocional e social.
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REFERÊNCIAS
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