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Notavelmente, Ferreira & Leitão (2017) afirmam que o estudo da I.E. não é capaz de reduzir ou
incrementar as emoções e os sentimentos. A teoria deles resultou da seguinte conclusão: há
indícios de que a I.E. possa ser afetada por mera intenção e autocontrole. Eles ressaltam que,
em verdade, o objetivo de se estudá-la é extrair o melhor que temos. Ou seja, possibilitar uma
execução inteligente dessa habilidade, gerando, a partir disso, reduzida margem de erros, sem,
todavia, nos tornarmos muito ou pouco emotivos.
A mera afirmativa de posse de uma inteligência, sozinha, não é suficiente. É preciso medir.
Com a inteligência emocional, isso não muda, pois deve ser medido pelo desempenho. Essa
medição, por exemplo, se dá na situação na qual o indivíduo se observa seu próprio
comportamento em meio a circunstâncias dificultosas. Quando tais ações são tomadas, os
dados que obtemos comprovam as capacidades da I.E, o que é diferente de indivíduos que
afirmam ter tais habilidades sem ter que provar ou questionar os dados (FERREIRA & LEITÃO,
2017).
Verifica-se, por meio de livros, artigos e outras pesquisas, que nossos corpos falam
expressando nossas emoções mais íntimas, através de gestos, aparência, tom de voz, postura
corporal, tudo feito de acordo com a situação. Mas, no cotidiano, não notamos que expomos
diversos sinais, tanto de gostos como de desgostos. A partir dessa perspectiva de análise, nota-
se uma necessidade, direcionada a todo profissional, de se ter conhecimento acerca de sua
própria inteligência emocional e as dimensões de expressão desta. Dessa maneira, dar-se-ão
benefícios a si mesmo, aos colegas de equipe profissional e aos pacientes (FERREIRA & LEITÃO,
2017).
Houve expansão da I.E. nos últimos dez anos, e agora possui muitas ferramentes de avaliação.
Entretanto, surgiram problemas relacionados a aferições, em razão de problemas de
delimitação de construto, bem como a tipos de instrumentos. O mais comum atualmente é
aferir a I.E. por meio de dois modos: aferição de desempenho, que mensura a performance de
determinado indivíduo em determinadas tarefas, e aferição por autorrelato, que sujeita
determinado indivíduo a questionários. Esta última é a menos precisa. O teste padrão-ouro,
atualmente, é o MSCEIT (Mayer-Salovey Caruso Emotional Intelligence Test) (WOYCIEKOSKI &
HUTZ, 2009)
Emoções, moralidade e I.E. são considerados fatores relevantes para a vida pessoal e
organizacional, as quais, estas duas, exigem um ser humano cada vez mais integrado e
aprofundado em conhecimento (CABRAL, 2011).
Smith (2012) é umas das primeiras na pesquisa emocional sobre trabalho, em enfermagem. Ela
define os seguintes componentes da I.E. para profissionais de enfermagem: oferecer suporte,
favorecer a paz nas relações, tratar com bom humor, ter paciência, agir com energia, ser
cauteloso(a), tratar com gentileza e agir com compaixão. Não obstante, ela cita que é dever do
profissional manter contato visual e verbal saudável e criar conexões emocionais suficientes
para possibilitar conforto em prol dos pacientes. Não apenas isso, pois ela estabelece,
também, que a responsabilidade emocional é dualista, ou seja, ambos, profissional e paciente,
devem executar as devidas qualidades emocionais.
As emoções humanas, no decorrer do século 20, foram esquecidas como objetos de pesquisa,
em razão da complexidade das emoções ou a difícil instrumentalização analítica da época.
Contudo, recentemente, evidências empíricas fortaleceram essa lacuna deixada, trazendo
maiores conceitos e teorias. A I.E. se mostra importante como campo de pesquisa, sendo
mister para trazer à tona compreensão acerca de sentimentos, comportamentos e, no geral,
pensamentos (COSTA & FARIA, 2009).
A regulação correta e precisa das emoções se executa, antes de tudo, somente a partir da
identificação de sentimentos e expressões emocionais do ambiente de trabalho. Mas,
entretanto, essa regulação não costuma ser exata. Necessita-se de administração consciente e
bem executada das emoções internas para que sejam eficazmente controladas para, dessa
maneira, reduzir conflitos interpessoais e atender às necessidades essenciais emocionais de
trabalho (DIAMANTINO & GONDIM, 2017).
Nogueira (2016) afirma que os aspectos éticos da saúde não devem ser reduzidos à
tão somente normatizações, devido à problemática de falta de responsabilidade e mau uso do
direito de liberdade social humana. E todos devem prestar compromisso a isso.
Não existe um método único de ensino de ética e bioética, ainda que sejam
relevantes para diversas áreas da saúde (GERBER & ZANGONEL, 2013).
As pessoas que podem avaliar melhor suas próprias emoções e usá-las de maneira
mais eficaz tendem a demonstrar maior autoestima. Além disso, aqueles capazes de
efetivamente fazer isso, não necessitam recorrer a comportamentos imorais para alcançar o
sucesso profissional (CABRAL, 2011).