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A maioria dos estudos atuais aponta que a inteligência emocional influencia, direta e

indiretamente, a interação profissional e pessoal, sem distinção de classes. Diversos


profissionais, até mesmo os engenheiros, necessitam-na. E, mesmo nas profissões em que essa
habilidade não é um dos requisitos, tem-se maior aproveitamento a partir dela (CABRAL,
2011).

Costa & Faria (2009) expoem os principais componentes da inteligência emocional:


competência nas relações interpessoais (ex: liderança, diplomacia, persuasão), auto-controle
(autoregulação emocional, disciplina), empatia (compreensão de emoções, sintonia),
autoconhecimento (compreensão de limitações emocionais, autoestima) e motivação (ex:
iniciativa associada à execução emocional, bom humor para realização de atividades
emocionalmente precárias).

Observam-se diferentes estudos e conclusões acerca da inteligência emocional. Contudo, essa


variação decorre de diferentes variáveis consideradas em cada estudo. Existem pesquisadores
não vinculam, em suas pesquisas, qualidades sociais derivadas da I.E. Outros, entretanto,
associam-na com inovação, autoconfiança e, ainda, influência (GONZAGA & MONTEIRO, 2011).

Goleman (1999, p. 39) ressalta a importância de se explorar as capacidades implícitas da I.E.,


definindo, portanto, seu posicionamento como pesquisador.

Notavelmente, Ferreira & Leitão (2017) afirmam que o estudo da I.E. não é capaz de reduzir ou
incrementar as emoções e os sentimentos. A teoria deles resultou da seguinte conclusão: há
indícios de que a I.E. possa ser afetada por mera intenção e autocontrole. Eles ressaltam que,
em verdade, o objetivo de se estudá-la é extrair o melhor que temos. Ou seja, possibilitar uma
execução inteligente dessa habilidade, gerando, a partir disso, reduzida margem de erros, sem,
todavia, nos tornarmos muito ou pouco emotivos.

A mera afirmativa de posse de uma inteligência, sozinha, não é suficiente. É preciso medir.
Com a inteligência emocional, isso não muda, pois deve ser medido pelo desempenho. Essa
medição, por exemplo, se dá na situação na qual o indivíduo se observa seu próprio
comportamento em meio a circunstâncias dificultosas. Quando tais ações são tomadas, os
dados que obtemos comprovam as capacidades da I.E, o que é diferente de indivíduos que
afirmam ter tais habilidades sem ter que provar ou questionar os dados (FERREIRA & LEITÃO,
2017).

Verifica-se, por meio de livros, artigos e outras pesquisas, que nossos corpos falam
expressando nossas emoções mais íntimas, através de gestos, aparência, tom de voz, postura
corporal, tudo feito de acordo com a situação. Mas, no cotidiano, não notamos que expomos
diversos sinais, tanto de gostos como de desgostos. A partir dessa perspectiva de análise, nota-
se uma necessidade, direcionada a todo profissional, de se ter conhecimento acerca de sua
própria inteligência emocional e as dimensões de expressão desta. Dessa maneira, dar-se-ão
benefícios a si mesmo, aos colegas de equipe profissional e aos pacientes (FERREIRA & LEITÃO,
2017).

Houve expansão da I.E. nos últimos dez anos, e agora possui muitas ferramentes de avaliação.
Entretanto, surgiram problemas relacionados a aferições, em razão de problemas de
delimitação de construto, bem como a tipos de instrumentos. O mais comum atualmente é
aferir a I.E. por meio de dois modos: aferição de desempenho, que mensura a performance de
determinado indivíduo em determinadas tarefas, e aferição por autorrelato, que sujeita
determinado indivíduo a questionários. Esta última é a menos precisa. O teste padrão-ouro,
atualmente, é o MSCEIT (Mayer-Salovey Caruso Emotional Intelligence Test) (WOYCIEKOSKI &
HUTZ, 2009)

Emoções, moralidade e I.E. são considerados fatores relevantes para a vida pessoal e
organizacional, as quais, estas duas, exigem um ser humano cada vez mais integrado e
aprofundado em conhecimento (CABRAL, 2011).

Smith (2012) é umas das primeiras na pesquisa emocional sobre trabalho, em enfermagem. Ela
define os seguintes componentes da I.E. para profissionais de enfermagem: oferecer suporte,
favorecer a paz nas relações, tratar com bom humor, ter paciência, agir com energia, ser
cauteloso(a), tratar com gentileza e agir com compaixão. Não obstante, ela cita que é dever do
profissional manter contato visual e verbal saudável e criar conexões emocionais suficientes
para possibilitar conforto em prol dos pacientes. Não apenas isso, pois ela estabelece,
também, que a responsabilidade emocional é dualista, ou seja, ambos, profissional e paciente,
devem executar as devidas qualidades emocionais.

Conclusivamente, aparenta ser imprescindível desenvolver a I.E., considerando a necessidade


de se aprimorar habilidades sociais, já que estas melhoram, consequentemente, a partir
daquela. Além disso, também se aprimoram a capacidade de adaptação e o comportamento
efetivo, em âmbito profissional. Resumidamente, as habilidades sociais e emocionais levam à
promoção do relacionamento interpessoal e dos componentes capazes de gerar bem-estar
pessoal.

As emoções humanas, no decorrer do século 20, foram esquecidas como objetos de pesquisa,
em razão da complexidade das emoções ou a difícil instrumentalização analítica da época.
Contudo, recentemente, evidências empíricas fortaleceram essa lacuna deixada, trazendo
maiores conceitos e teorias. A I.E. se mostra importante como campo de pesquisa, sendo
mister para trazer à tona compreensão acerca de sentimentos, comportamentos e, no geral,
pensamentos (COSTA & FARIA, 2009).
A regulação correta e precisa das emoções se executa, antes de tudo, somente a partir da
identificação de sentimentos e expressões emocionais do ambiente de trabalho. Mas,
entretanto, essa regulação não costuma ser exata. Necessita-se de administração consciente e
bem executada das emoções internas para que sejam eficazmente controladas para, dessa
maneira, reduzir conflitos interpessoais e atender às necessidades essenciais emocionais de
trabalho (DIAMANTINO & GONDIM, 2017).

-------------------------- inteligencia emocional eu que fiz aqui em cima

--------------------------O QUE TA AQUI EM CIMA EU QUE FIZ !!!!!!!!ÉTICAAA!!!!!!

Nogueira (2016) afirma que os aspectos éticos da saúde não devem ser reduzidos à
tão somente normatizações, devido à problemática de falta de responsabilidade e mau uso do
direito de liberdade social humana. E todos devem prestar compromisso a isso.

A ética e suas ramificações sempre acompanharam as profissões de saúde. O estudo


da ética, com o decorrer de mudanças sociais e tecnológicas, se tornou mais complexo, devido
à globalização, pois possibilitou amadurecimento de valores morais e éticos. Em razão disso,
constata-se maior dificuldade em se adaptar aos cenários que exigem comportamento ético
(MARCO et al., 2013).

Não existe um método único de ensino de ética e bioética, ainda que sejam
relevantes para diversas áreas da saúde (GERBER & ZANGONEL, 2013).

No campo da saúde, a prática clínica dos cursos de ensino superior para os


professores avaliarem se os alunos estão aptos a interiorizar os conceitos éticos e bioéticos, de
modo a constatar ou não a imagem de um profissional deveras ético espelhada no aluno.
Acompanhamentos, objetivando relembrá-los, devem ser inseridos continuamente ao longo
do período de formação e, simultaneamente, apresentados em todas as disciplinas (GERBER &
ZANNOR, 2013).

As pessoas que podem avaliar melhor suas próprias emoções e usá-las de maneira
mais eficaz tendem a demonstrar maior autoestima. Além disso, aqueles capazes de
efetivamente fazer isso, não necessitam recorrer a comportamentos imorais para alcançar o
sucesso profissional (CABRAL, 2011).

No que tange ao cuidado com o próximo, críticas em contextos específicos,


envolvendo profissionais de saúde, apontam-no como sendo fundamental para se construir
vínculos afetivos. Ao final do século 19, um renomado médico canadense disse o seguinte: “Se
você ouvir, com cuidado, os pacientes, o diagnóstico será facilitado”. 100 anos depois, após
mudanças de paradigma, essa frase foi deixada de lado (CAPRARA & RODRIGUES, 2013).

Enfrentando emergências ou mesmo a família dos pacientes, os profissionais de


saúde precisam entender suas próprias limitações, usar a empatia para sentir o que os outros
sentem e desenvolver o autocontrole a fim de utilizá-lo para si e para os outros. De forma
célere, se resume a compreender emoções e sentimentos, de forma a vivenciar os sentimentos
de outrem: aprender a ouvir, compreender o pensamento alheio e desenvolver, por
consequência, melhor relação interpessoal.

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