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Química Geral e

Experimental I
Material Teórico
Propriedades da Tabela Periódica e Ligações Químicas

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Marina Garcia Resende Braga

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Propriedades da Tabela Periódica
e Ligações Químicas

• Introdução;
• Tabela Periódica.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar algumas propriedades da tabela periódica e conceitos
sobre ligações químicas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Propriedades da Tabela Periódica e Ligações Químicas

Introdução
Você já parou para pensar em como foram organizados os elementos na Tabela
Periódica? Dependendo de sua localização, será que possuem algo em comum?
E como isso influencia nas ligações químicas? Nesta unidade, estudaremos conceitos
importantes relacionados à Tabela Periódica e também ligações químicas intra e
intermoleculares. Vamos lá?

Tabela Periódica
A Tabela Periódica reúne todos os elementos químicos (naturais e artificiais)
conhecidos pelo ser humano até o momento. Atualmente, está organizada em sete
períodos (fileiras horizontais) e outras dezoito colunas verticais (grupos). Os ele-
mentos estão organizados em ordem crescente de números atômicos (FIOROTTO,
2014). A Tabela Periódica está ilustrada a seguir.

Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons

Observe o esquema a seguir, que mostra como o elemento sódio é mostrado na


Tabela Periódica.

Número atômico 11 2 Distribuição


8 eletrônica do
Símbolo do elemento Na 1
elemento
Nome do elemento Sódio
Número de massa 22,990

Figura 2

8
Acima, estão as principais características do elemento que você poderá consultar
na Tabela Periódica.

Estrutura – Famílias
A Tabela Periódica é constituída por 18 grupos ou famílias, e os elementos
presentes em cada uma delas apresentam características semelhantes. As famílias
são as seguintes:
• Família 1A (Grupo 1) – Metais alcalinos: são sólidos à temperatura ambiente,
apresentam 1 elétron em suas camadas de valência, são metálicos, possuem
brilho característico, muito solúveis em água, apresentam alta reatividade, etc;
• Família 2A (Grupo 2) – Metais alcalino-terrosos: possuem características
semelhantes aos metais alcalinos, como alta reatividade, caráter metálico, são
sólidos à temperatura ambiente, alta solubilidade em água, etc. Possuem 2
elétrons em suas camadas de valência;
• Família B (Grupos 3 a 12) – Metais de transição: são bons condutores de
calor e eletricidade, também possuem brilho característico e pontos de fusão e
ebulição maiores que os metais alcalinos e alcalino-terrosos, etc. A quantidade
de elétrons em suas camadas de valência é variável;
• Família 3A (Grupo 13) – Família do Boro: apresenta, em sua maioria, me-
tais, com exceção do Boro (semimetal); todos os elementos são sólidos à tem-
peratura ambiente, etc. Apresentam 3 elétrons em suas camadas de valência;
• Família 4A (Grupo 14) – Família do Carbono: formada por metais, ametais
e semimetais; possuem 4 elétrons em suas camadas de valência. O carbono
possui características específicas, que não são comuns aos outros elementos da
família, como a capacidade de se ligar com outros átomos de carbono através
de ligações relativamente fortes e formação de ligações duplas e triplas;
• Família 5A (Grupo 15) – Família do Nitrogênio: os elementos desse grupo
possuem alta energia de ionização, 5 elétrons em suas camadas de valência.
O nitrogênio é o único do grupo que é capaz de formar moléculas diatômicas;
• Família 6A (Grupo 16) – Calcogênios: alta afinidade eletrônica e eletronega-
tividade, possuem 6 elétrons em suas camadas de valência. O elemento mais
importante desse grupo é o oxigênio, devido a sua vasta gama de aplicações;
• Família 7A (Grupo 17) – Halogênios: altos pontos de fusão e ebulição, alta
energia de ionização e possuem 7 elétrons em sua camada de valência. A
família é composta somente por não-metais (ou ametais);
• Família 8A (Grupo 18) – Gases Nobres: possuem baixa reatividade e são
altamente estáveis. Seguem a regra do octeto e possuem 8 elétrons em suas
camadas de valência, daí sua estabilidade (com exceção do Hélio, que possui 2).

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UNIDADE Propriedades da Tabela Periódica e Ligações Químicas

Os elementos presentes na Tabela periódica podem ser divididos em cinco


grupos: metais, semimetais, ametais, gases nobres e hidrogênio. A maior parte dos
elementos presentes na Tabela Periódica são metais. As exceções são as seguintes:
• Semimetais: essa classificação está em desuso, porém, em alguns livros,
ainda é citada (RUSSELL, 1994; FIOROTTO, 2014). Os semimetais são:
boro (B), silício (Si), germânio (Ge), arsênio (As), antimônio (Sb), telúrio (Te)
e polônio (Po);
• Ametais: carbono (C), nitrogênio (N), fósforo (P), oxigênio (O), enxofre (S),
selênio (Se), flúor (F), cloro (Cl), bromo (Br), iodo (I) e astato (At);
• Gases nobres: hélio (He), neônio (Ne), argônio (Ar), criptônio (Kr), xenônio
(Xe) e radônio (Rn);
• Hidrogênio: está situado na família 1A por possuir apenas um elétron nos
átomos de sua camada de valência, no entanto, suas características não são
semelhantes às dos metais alcalinos.

Alguns elementos não foram citados nesta unidade, pois foram descobertos re-
centemente e suas propriedades ainda não foram completamente determinadas,
como ununtrio (Uut) e ununquádio (Uuq), por exemplo. Procure saber mais sobre
eles em suas pesquisas pela Internet!

Estrutura – Períodos
Organizados em sete períodos, os elementos da Tabela Periódica apresentam
propriedades periódicas e aperiódicas, em função de seus números atômicos. Veja
alguns exemplos:
• Propriedades aperiódicas: apenas aumentam ou diminuem com o número
atômico, não se repetindo em períodos regulares. Exemplos: dureza, massa
atômica, calor específico, entre outras;
• Propriedades periódicas: quando as propriedades variam por períodos com
o aumento (ou diminuição) de seus números atômicos. Alguns exemplos: raio
atômico, eletronegatividade, densidade absoluta, energia de ionização, ponto
de fusão e ebulição, volume atômico, entre outras.

Veja exemplos de como variam algumas das propriedades periódicas acima citadas:

O raio atômico é uma medida do tama-


nho do átomo. Logo, quanto mais camadas
eletrônicas possuir o elemento, maior será
seu raio atômico. Este cresce de cima para
baixo, da direita para a esquerda. O elemen-
Raio atômico
to de maior raio atômico conhecido até hoje Cs

é o césio (Cs). Por lógica, seria o Frâncio

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(Fr), no entanto, devido à raridade deste elemento, seu raio atômico ainda não foi
completamente determinado.

A eletronegatividade é a capacidade de
um átomo de atrair um elétron para si ao F
formar uma ligação química com outro áto-
mo. Já aprendemos que átomos que pos-
suem 7 elétrons em suas camadas de valên- Eletronegatividade
cia têm a tendência de atrair ou ganhar
elétrons de outros átomos. Na Tabela Peri-
ódica, os elementos que possuem essa característica são os halogênios. A eletrone-
gatividade cresce da esquerda para a direita, de baixo para cima. O elemento mais
eletronegativo da Tabela Periódica é o Flúor. Os gases nobres não entram nessa
classificação. Os elementos mais eletronegativos são (em ordem crescente): hidro-
gênio (H), fósforo (P), carbono (C), enxofre (S), iodo (I), bromo (Br), cloro (Cl), ni-
trogênio (N), oxigênio (O) e flúor (F).

Segundo Fiorotto (2014, p. 35), “ener-


gia de ionização é a energia necessária
para remover um elétron de um átomo iso-
lado, no estado gasoso.” Ela cresce de bai-
xo para cima, considerando uma família; Energia de ionização
e da esquerda para direita, considerando
um grupo.

Ligações Intramoleculares
Como o próprio nome já diz, ligações intramoleculares ocorrem no interior das
moléculas. São aquelas ligações que ocorrem entre os átomos formadores de uma
molécula. Podem ser de três tipos principais: iônicas, covalentes e metálicas. Va-
mos estudar agora as principais características de cada uma delas.

Ligações Iônicas
Ligações iônicas (também chamadas de eletrovalentes) acontecem, geralmente,
entre metais e ametais, conceitos que já aprendemos anteriormente nesta unidade.
Basicamente, essas ligações resultam da atração entre cátions (íons com carga
elétrica positiva) e ânions (íons com carga elétrica negativa). Enquanto um átomo
doa uma determinada quantidade de elétrons (transformando-se em ânion) o outro
a recebe (transformando-se em cátion). As ligações iônicas são caracterizadas
pela transferência de elétrons.

Como exemplo, vamos estudar o cloreto de potássio (KCl). Para avaliar que tipo
de ligação existe entre os átomos dos elementos de cloro e potássio, precisamos
localizá-los na Tabela Periódica. Fazendo isto, observaremos que o elemento po-
tássio é um metal, enquanto o cloro é um ametal. Daí, já podemos praticamente

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UNIDADE Propriedades da Tabela Periódica e Ligações Químicas

concluir que a ligação entre eles será iônica, pois os átomos desses elementos têm
a tendência de formar íons para se ligarem com outros.

Uma vez identificada a ligação iônica, para saber quantos elétrons serão trocados
entre os átomos desses elementos, precisamos fazer a distribuição dos elétrons
presentes em cada átomo conforme o diagrama proposto por Linus Pauling, que
já aprendemos em unidades anteriores. A distribuição ficará da seguinte forma:

K (Z = 19) = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1

Cl (Z = 17) = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5

Através da própria Tabela Periódica, também podemos tirar algumas conclusões.


O potássio é um metal alcalino, pertencente à família 1A (ou 1). Já sabemos que
todos os elementos dessa família possuem 1 elétron na camada de valência de seus
átomos. Segundo a regra do octeto, os átomos de um elemento devem possuir 8
elétrons em suas camadas de valência para que ganhem estabilidade (com exceção
do hidrogênio e do hélio, que ficam estáveis com 2 elétrons na camada de valência,
apenas). Para que isto ocorra com o potássio, o que seria mais fácil: doar esse
elétron que está sobrando ou ganhar outros 7 elétrons? O que demandaria mais
energia? Neste caso, é bem mais fácil perder um elétron.

O cloro, por outro lado, é um não-metal (ou ametal), pertencente à família 7A


(ou 17) da Tabela Periódica. Com 7 elétrons em suas camadas de valência, os
átomos do elemento cloro tendem a receber um elétron para alcançar a estabilidade,
e não perder os 7 que já possuem.

Supondo que as bolinhas em volta dos elementos representem a quantidade de


elétrons na camada de valência, observe como ocorre a formação do cloreto de
potássio, de forma esquemática:

K + Cl [K]+ + [Cl]- KCl

Os compostos iônicos apresentam algumas características em comum, como


por exemplo (FIOROTTO, 2014):
• São sólidos e possuem estrutura cristalina em condições normais de temperatura
e pressão (temperatura ambiente – por volta de 25ºC e pressão de 1 atm);
• Possuem pontos de ebulição e fusão elevados, pois as ligações iônicas são
difíceis de serem desfeitas;
• Quando dissolvidos em água, conduzem bem a corrente elétrica (devido à
formação de íons). No entanto, no estado sólido, não a conduzem.

Alguns exemplos de compostos que possuem ligações iônicas são: NaCl (sal de
cozinha), NaF (fluoreto de sódio – utilizado para sistemas de flotação, prevenção de
cáries, entre outros), CaF2 (fluoreto de cálcio – uma das principais fontes de flúor

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na natureza), KOH (hidróxido de potássio – resulta da junção de K+ com o ânion
hidroxila OH-, utilizado em produção de sabões e biodiesel), entre outros.

Às vezes, é necessário que mais de um átomo se ligue com outro. Por exemplo,
para que seja formado o composto hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), é preciso que
um átomo de cálcio doe dois elétrons para o ânion hidroxila. No entanto, o ânion
hidroxila só possui espaço para receber um elétron em sua camada de valência.
Logo, é necessário que um átomo de cálcio doe seus elétrons para dois ânions de
hidroxila, conforme o esquema a seguir:

OH
Ca [Ca]+2 + 2[OH]- Ca(OH)2
OH

Logo, a partir da observação do esquema acima, podemos concluir que há uma


regra geral de formulação para compostos iônicos. O número de elétrons doados
pelo cátion se tornará o subscrito do ânion, assim como o número de elétrons
recebidos pelo ânion será o subscrito do cátion. Observe o que ocorre com o
próprio hidróxido de cálcio:

+2 -1

Ca 1 (OH)
2

Como o número 1 pode ser omitido, a fórmula fica Ca(OH)2. É importante


observar que não existe apenas ligações iônicas entre os átomos deste composto.
E a ligação entre oxigênio e hidrogênio? Como ela pode ser classificada? Veremos
a seguir.

Ligações Covalentes
Também chamadas de ligações moleculares, ao contrário das ligações iônicas,
neste caso, não ocorre perda e nem ganho de elétrons e sim um compartilhamento
dos mesmos. Esse compartilhamento se dá mediante a sobreposição dos orbitais
dos elétrons ao nível microscópico. É importante ter isso em mente para saber
qual a diferença entre as ligações iônicas e as covalentes e tentar imaginar como
ocorre isso na prática. Estas ligações podem ocorrer entre ametais, semi-metais e
o hidrogênio. Para exemplificar, vamos utilizar dois componentes bastante comuns
em nosso cotidiano: CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) e água (H2O).

Comecemos pelo gás carbônico. O carbono pertence à família 4A (ou 14), ou


seja, precisaria de 4 elétrons para seguir a regra do octeto. Já o oxigênio, por outro
lado, pertence à família 6A (ou 16), e necessitaria de 2 elétrons para ficar estável
(exercício: fazer a distribuição eletrônica de acordo com o diagrama de Linus Pauling

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UNIDADE Propriedades da Tabela Periódica e Ligações Químicas

para confirmar essas informações). Deve ocorrer, então, um compartilhamento de


elétrons. Vamos ver como isso acontece. O esquema abaixo, com as “bolinhas”
representando os elétrons na camada de valência do átomo, é chamada de fórmula
eletrônica de Lewis.

6e- 4e- 6e-


O C O

8e- 8e- 8e-


O C O

O=C=O
O traço que liga o oxigênio ao carbono significa o compartilhamento de um
par de elétrons. No caso acima, temos, portanto, o compartilhamento de 4 pares
de elétrons. Com esta nova configuração, todos os elementos estão estáveis e
seguindo a regra do octeto, sem necessidade de perda ou ganho de elétrons. É
importante lembrar que compostos formados por apenas um elemento (ametal ou
semi-metal), sempre possuirão ligações covalentes. Exemplos: O2, H2, Cl2, O3, N2,
entre outros.

Existem três tipos de ligações covalentes normais: simples (um traço – os átomos
de cada elemento dividem um elétron), dupla (dois traços – os átomos de cada
elemento dividem dois elétrons) e tripla (três traços – os átomos de cada elemento
dividem três elétrons). Observe o esquema a seguir que ilustra cada uma delas.

Ligação Simples

I I I I I2

Ligação Dupla

O O O O O2
Ligação Tripla

N N N N N2

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Observemos, agora, como ocorre a formação de ligações covalentes na água:

6e-
1e- 1e-
H O H

8e-
8e- 8e-
H O H

O
H H
Existe um tipo especial de ligação covalente que é chamada de ligação covalente
dativa ou coordenada. Nesta ligação, um elemento já estável, ou seja, com oito
elétrons em sua camada de valência “empresta” elétrons a um elemento instável,
ou seja, que ainda não alcançou o número de elétrons imposto pela regra do
octeto. Vamos estudar um exemplo para ficar mais claro, o SO2.
O enxofre possui seis elétrons em sua camada de valência, assim como o oxigê-
nio. Vejamos como ocorreria o compartilhamento de elétrons:

6e- 6e- 6e-

O S O

8e- 8e- 8e-

O S O
Observe que apenas com o compartilhamento de dois pares de elétrons, um
átomo de oxigênio e o átomo de enxofre já estão estáveis. No entanto, o último
elemento oxigênio ainda não está com oito elétrons na camada de valência. O que
ocorre neste caso? Aqui, ocorrerá a ligação covalente dativa, ou seja, o elemento
enxofre, já estável, “emprestará” dois elétrons para que o átomo de oxigênio
instável alcance oito elétrons na camada de valência. Veja na figura abaixo:

8e- 8e- 8e-

O S O

O=S-O
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UNIDADE Propriedades da Tabela Periódica e Ligações Químicas

A ocorrência da ligação dativa não anula o fato do átomo do elemento enxofre


ter se tornado estável. Ele ainda continua com oito elétrons da camada de valência,
apenas está compartilhando mais um par de elétrons para o oxigênio que estava
instável. Observe que a ligação dativa também é covalente, apresentando apenas
este comportamento especial.

Os compostos covalentes apresentam algumas características em comum, como,


por exemplo (FOGAÇA, 2017):
• Nas condições normais de temperatura e pressão, podem ser sólidos, líquidos
ou gasosos;
• Possuem, geralmente, pontos de fusão e ebulição menores que substâncias
que apresentam ligações iônicas;
• Em geral, não conduzem corrente elétrica, com algumas poucas exceções (gra-
fite, por exemplo);
• Apresentam, em geral, maleabilidade e dureza significativas.

Ligações Metálicas
Como o próprio nome já diz, a ligação metálica é a ligação entre metais e metais,
principalmente. Como os metais possuem poucos elétrons em suas camadas de
valência, a eletronegatividade destes compostos é baixa, e estes elétrons podem
mover-se facilmente de um átomo a outro.

Neste tipo de ligação, a aproximação dos átomos dos elementos metálicos pro-
porciona a formação de cátions, unidos em uma estrutura cristalina, ficando envol-
tos por nuvens eletrônicas. Esse “mar de elétrons” formado propicia movimento
livre dos elétrons dos átomos de um elemento a outro. Logo, segundo Fiorotto
(2014, p. 46), “a ligação metálica, é, portanto, um agregado de cátions mergulha-
do em um mar de elétrons livres”.

Através das ligações metálicas, podem ser formadas as chamadas ligas metáli-
cas, que podem ser constituídas apenas de metais ou de outros elementos (em me-
nor quantidade). Alguns exemplos de ligas metálicas: bronze, aço, aço inoxidável,
ouro (aquele vendido como joia), entre outras.

Importante! Importante!

Compostos e moléculas podem ter um maior ou menor caráter iônico ou covalente. Por
exemplo, o hidróxido de sódio (NaOH) possui ligações iônicas e covalentes, porém, como
a ligação iônica neste caso é mais forte, o composto tem um maior caráter iônico.

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Ligações Intermoleculares
O prefixo inter vem do latim, e significa entre. Logo, as ligações intermoleculares
ocorrem entre as moléculas, e dependem da diferença de polaridade entre as
mesmas. Vamos estudar um pouco mais sobre isso.

As moléculas, em geral, podem ter caráter polar ou apolar. A polaridade de uma molécula
Explor

depende, principalmente, da diferença de eletronegatividade de seus elementos forma-


dores ou da geometria da molécula. Você poderá estudar mais sobre isso no Capítulo 9 do
livro “Química Geral” (ROSENBERG et al., 2013, p. 127).

Polaridade de Moléculas
Estudaremos, nesta unidade, como identificar a polaridade de algumas molécu-
las. Uma das formas de identificação é a diferença de eletronegatividade de seus
elementos formadores. A Escala de Pauling determina valores para eletronegati-
vidade dos elementos.

Você pode encontrar os valores de eletronegatividade de vários elementos de acordo com


Explor

a Escala de Pauling acessando o site de Química Geral do Departamento de Química da


Universidade Federal de Minas Gerais: https://goo.gl/FDVPM7

Outra forma de se verificar a polaridade de uma molécula é através de sua


geometria, ou seja, como os elétrons estão distribuídos ao redor dos átomos. Se
essa distribuição tiver simetria, a molécula será polar. Caso contrário, será apolar.

O autor John B. Russell define com clareza a diferença entre moléculas pola-
res e apolares. Pense sobre esses conceitos mediante a leitura do seguinte Tro-
cando ideias.

Trocando ideias...Importante!
Segundo Russell (1994, p. 395), “uma molécula não polar (ou apolar) é aquela em que a
posição média de todas as cargas positivas na molécula, chamada de centro das cargas
positivas, coincide com a posição média de todas as cargas negativas, o centro das cargas
negativas. Numa molécula polar, existe uma separação de cargas, ou seja, os dois centros
não coincidem. Moléculas polares são conhecidas como dipolos”.

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UNIDADE Propriedades da Tabela Periódica e Ligações Químicas

Vamos estudar alguns exemplos para entender melhor estes novos conceitos.
Observe a molécula a seguir.

Ligação Simples

I I I I I2

Além de ser formada por átomos do mesmo elemento (dois átomos de


iodo), você pode ver que a molécula é simétrica, ou seja, a parte da direita e
da esquerda da molécula são exatamente iguais. Neste caso, quando a diferença
de eletronegatividade entre os elementos de uma molécula é igual a zero, diz-se
que esta molécula é apolar. Moléculas formadas por átomos do mesmo elemento
químico são apolares. Exemplos: H2, F2, I2, Cl2. No entanto, existe uma exceção, o
O3, que é polar. Agora, observe o que ocorre com a molécula de CO2.

O=C=O

O←C→O

As setas representam o chamado momento dipolar, através do qual poderemos


identificar se a molécula é ou não polar. As setas também apontam para o elemento
mais eletronegativo, no caso, o oxigênio. Como a geometria da molécula é linear,
e todos os elétrons presentes na camada de valência do átomo de carbono estão
ligados aos oxigênios, temos outro exemplo de uma molécula apolar. Considerando
que o momento dipolar é um vetor, que apresenta intensidade, direção e sentido,
se fizermos o cálculo vetorial, perceberemos que os vetores se anularão, o que
caracteriza o caráter apolar da molécula. Outros exemplos de moléculas apolares:
BF3, CH4, SO3, entre outras.

Resumindo, se uma molécula que apresenta ligações covalentes apresentar


átomos do mesmo elemento químico, a molécula será apolar (com exceção do O3).
No caso de a molécula apresentar átomos de diferentes elementos químicos, temos
que avaliar a eletronegatividade, a geometria e a resultante do momento dipolar
das moléculas.

Compostos polares são aqueles que possuem polos. Podem ser substâncias
formadas tanto por ligações iônicas quanto covalentes. O NaCl é um exemplo de
composto iônico polar, pois foi formado por cátions (Na+) e ânions (Cl). Todos os
compostos iônicos são polares.

No caso de compostos formados por ligações covalentes, se a molécula for


formada por apenas dois átomos de diferentes elementos químicos (HBr, HCl, NO,
entre outras), ela será polar. Se a molécula é formada por mais de dois átomos de
diferentes elementos químicos, uma análise mais aprofundada de sua geometria e
nuvens eletrônicas deve ser realizada.

Agora, conheceremos três tipos de ligações ou forças intermoleculares.

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Dipolo Induzido-Dipolo Induzido ou Forças de Van der Waals
Ocorrem entre moléculas apolares. São ligações mais fracas, que podem ser
rompidas com certa facilidade. Os compostos que apresentam este tipo de ligação
geralmente apresentam-se no estado sólido em temperatura ambiente. Esse tipo
de interação é chamado “dipolo induzido” porque, apesar do caráter apolar
das moléculas, devido à movimentação de suas nuvens eletrônicas, são capazes
de formar a polarização de uma molécula vizinha de forma momentânea, não
permanente. Exemplos: CO2, Cl2 e I2.

Dipolo Permanente ou Dipolo-Dipolo


Ocorrem entre moléculas ou compostos polares. São mais fortes que as liga-
ções do tipo dipolo induzido-dipolo induzido, porém, mais fracas que as pontes
de hidrogênio. As moléculas polares formam dipolos (dois polos, um negativo e
outro positivo). As ligações do tipo dipolo permanente ocorrem mediante atra-
ção de um polo positivo de uma molécula e um negativo de outra. Exemplos:
HCl, HBr, CO e SO2.

Pontes de Hidrogênio
Também chamadas de ligações de hidrogênio, são o tipo mais forte de ligação
intermolecular. Nesse tipo de interação, o hidrogênio se liga com átomos de
elemento que apresentam alta eletronegatividade, geralmente flúor, nitrogênio e
oxigênio. Essas ligações são muito fortes e os compostos formados por esse tipo
de ligação geralmente estão nas fases sólida ou líquida à temperatura ambiente.
Exemplos: H2O, NH3 e HF.

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UNIDADE Propriedades da Tabela Periódica e Ligações Químicas

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Química – Polaridade das Ligações e das Moléculas
https://youtu.be/onFI5lPf7-Y

 Leitura
Polaridade das Ligações
https://goo.gl/wFdhSq
Ligações Químicas: Covalentes e Iônicas
https://goo.gl/ahsKFo
Ligações Químicas: Ligação Iônica, Covalente e Metálica
https://goo.gl/jui48N

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Referências
FIOROTTO, N. R. Química: Estrutura e estequiometria. 1ª. ed. São Paulo - SP:
Érica, 2014. 120 p.

FOGAÇA, J. R. V. “Propriedades dos Compostos Covalentes e Moleculares”; Brasil


Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/propriedades-dos-
compostos-covalentes-moleculares.htm>. Acesso em 17 de outubro de 2017.

ROSENBERG, Jerome L.; EPSTEIN, Lawrence M.; KRIEGER, Peter J. Química


Geral. 9ª. ed. Porto Alegre - RS: Bookman, 2013. 377 p.

RUSSELL, J. B. Química Geral. 2ª edição, v.1. São Paulo: Makron Books, 1994.

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