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CURSO DE AGRONOMIA
GAG-125 CULTURA DO MILHO
PROFESSOR RENZO GARCIA VON PINHO
ALUNO 1
ALUNO 2
TURMA: 01D
LAVRAS
2010
1 PRAGAS DO MILHO
As pragas iniciais são aqueles insetos que atacam as sementes, raízes e plântulas (Plantas
jovens) do milho após a semeadura. O ataque reduz o número de plantas na área cultivada e o
potencial produtivo da lavoura. Esses insetos muitas vezes passam por despercebidos pelo
agricultor, pois são de hábito subterrâneo ou superficiais, isso dificulta o emprego de medidas
para o seu controle. As principais espécies, sua importância para a cultura, sintomas de danos e
métodos de controle disponíveis são descritos a seguir, divididos em pragas que atacam
sementes e raízes e pragas que atacam plântulas:
Sintomas de danos - a larva alimenta das raízes do milho e interfere na absorção de nutrientes e
água, e também reduz a sustentação das plantas. O ataque ocasiona o acamamento das plantas
em situações de ventos fortes e de alta precipitação pluviométrica. Mais de 3,5 larvas por planta
são suficientes para causar danos ao sistema radicular.
Métodos de controle - No Brasil, o controle dessa larva é pouco realizado na cultura do milho e
tem-se baseado quase que exclusivamente no emprego de inseticidas químicos aplicados via
tratamento de sementes, granulados e pulverização no sulco de plantio. Excesso e baixa
umidade do solo são desfavoráveis a larva. O método de preparo de solo influência a população
desse inseto. A ocorrência da larva é maior em sistema de plantio direto do que em plantio
convencional. Os agentes de controle biológico mais eficientes são através dos inimigos
naturais, Celatoria bosqi, Centistes gasseni, e dos fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae.
Importância econômica - esse grupo de inseto causa danos esporádicos em várias culturas.
Para o milho, os danos são mais severos em lavouras semeadas em áreas de pastagens, situação
em que o solo não é preparado anualmente, proporcionando uma condição favorável para o
desenvolvimento da larva.
Importância econômica - para o milho, a importância econômica dessa praga é maior para
lavouras de safrinha, instaladas em semeadura direta sobre a palhada da soja. Geralmente a
população do inseto é alta em áreas cultivadas anteriormente com gramíneas como é o caso de
pastagem.
Importância econômica - essa praga ataca várias culturas, podendo causar danos na soja,
algodão, pastagens, feijão e no milho. Em áreas localizadas, o percevejo ataca o milho,
acarretando sérios prejuízos. A ocorrência deste inseto é esporádica o que dificulta o
estabelecimento de um programa de manejo para impedir os danos desta praga.
Sintomas de danos - as ninfas e os adultos alimentam nas raízes e sugam a seiva. O ataque
severo causa o definhamento e morte da planta. Os sintomas de ataques variam com a
intensidade e época do ataque e muitas vezes são confundidos com deficiência nutricional ou
doença da planta.
Métodos de controle - O método cultural pode ser empregado para o manejo desse inseto. A
aração e a gradagem expõem os insetos aos predadores e causam o esmagamento das ninfas e
adultos. A aração com arado de aiveca é o que apresenta maior eficiência no controle do
percevejo castanho. O fungo Metarhizium anisopliae é um agente de controle biológico da
praga. Devido ao hábito subterrâneo do percevejo, o controle químico é difícil de ser realizado e
a recomendação de uso de inseticidas tem sido preventivo.
Métodos de controle - método cultural como a aração e gradagem, ocasiona a morte de larvas.
O controle químico deve ser realizado em áreas com histórico de ocorrência da praga. O
tratamento de sementes com inseticidas evita o dano da praga.
1.1.1.6 Cupim (Procorniterms sp., Cornitermes sp., Syntermes sp. e Heterotermes sp.)
Sintomas de danos - esses insetos atacam as sementes após a semeadura do milho, destruindo-
as antes da germinação, acarretando falhas na lavoura. As raízes também são atacadas, causando
descortiçamento das camadas externas, e as plantas amarelecem, murcham e morrem.
Importância econômica - é uma praga esporádica com grande capacidade de destruição num
intervalo curto de tempo. Seus danos estão associados à estiagem logo após a emergência das
plantas, condições que aumenta a susceptibilidade da planta pelo atraso no desenvolvimento da
planta e favorece a explosão populacional de lagartas na lavoura. Maiores danos são observados
em solos leves e bem drenados, sendo sua incidência menor sob plantio direto.
Sintomas de danos - as lagartas recém eclodidas iniciam raspando as folhas e dirigem para a
região do coleto da planta, onde cava uma galeria vertical. A destruição do ponto de
crescimento provoca inicialmente murcha e posteriormente morte das folhas centrais
provocando o sintoma conhecido como "coração morto".
Métodos de controle - em áreas de risco, deve ser usado o tratamento de sementes com
inseticidas sistêmicos à base de tiodicarb, carbofuran ou imidacloprid. Sob condições de
estresse hídrico mesmo esse tratamento não é efetivo, recomendando-se a aplicação de um
inseticida de ação de contato e profundidade como os a base de clorpirifós. A alta umidade do
solo contribui para reduzir os problemas causados pela lagarta-elasmo no milho.
1.1.2.2 Tripes (Frankliniela williamsi)
Importância econômica - reclamações por produtores são freqüentes nos Estados do Paraná e
Mato Grosso do Sul. Os danos causados pelos tripes têm sido verificados nos períodos de
estiagem logo após a emergência das plântulas, podendo, sob altas infestações, causar até morte
das plantas com perdas econômicas significativas.
Importância econômica - os percevejos são pragas tipicamente da soja, mas com o plantio do
milho em sucessão ou mesmo em rotação passaram a causar danos também ao milho logo após
a emergência das plantas. Os danos ocorrem na fase inicial de desenvolvimento da cultura,
podendo causar perdas parciais ou totais das lavouras.
Métodos de controle - pode ser feito com o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos
ou através de pulverizações logo após a emergência das plantas quando constado a presença dos
insetos.
Importância econômica - os danos diretos causados pela sucção de seiva dos adultos e ninfas
pode reduzir principalmente o desenvolvimento do sistema radicular, mas os principais
prejuízos causados por essa espécie é devido a transmissão de fitopatógenos como o vírus do
rayado fino e dois milicutes Spiroplasma kunkelli (enfezamento pálido) e fitoplasma
(enfezamento vermelho). Os prejuízos causados por essas doenças pode chegar a mais de 80%
dependendo do patógeno, dos fatores ambientais e da sensibilidade dos híbridos cultivados. A
incidência da doença está associada à alta densidade populacional de insetos infectivos o que
ocorre no final do verão (plantios tardios).
Sintomas de danos - a presença do inseto pode ser constatada diretamente pelo exame do
cartucho das plantas ou através de amostragem com rede entomológica passada no topo das
plantas. A incidência das doenças só é confirmada depois do aparecimento dos sintomas:
Rayado fino - folhas com riscas amareladas (paralelas às nervuras) com aparência pontilhada,
Enfezamento pálido - no início, plantas podem apresentar folhas com deformações e
posteriormente inicia-se pela descoloração (clorose) das bordas da base das folhas que pode
progredir para toda a planta, nanismo acentuado com os últimos internódios pouco desenvolvido
dando à planta a aparência de uma palmeira o que é facilmente confundido com plantas
"dominadas".
Enfezamento vermelho - dependendo do estádio de infecção das plantas pode não se observar o
nanismo, mas geralmente ele está presente, com últimos internódios pouco desenvolvidos e
folhas com avermelhamento generalizado. Na fase reprodutiva, nota-se manchas descoloridas
nos grãos incompletamente cheios o que dá à espiga certa flexibilidade ao ser torcida nas mãos.
Sintomas de danos - sob altas populações é visível a colônias sobre as plantas e sob estresse
hídrico as folhas mostram-se murchas e com bordas necrosadas. O sintoma da doença aparece
no limbo foliar na forma de um mosaico de coloração verde claro num fundo verde escuro.
Sintomas de danos - embora esta espécie ataque tipicamente o cartucho da planta, o que pode
ocorrer desde a emergência até o pendoamento, todavia, quando o ataque ocorre no início de
desenvolvimento da cultura, a lagarta pode perfurar a base da planta, atingindo o ponto de
crescimento e provocar o sintoma de "coração morto", típico da elasmo.
Métodos de controle - o tratamento de sementes tem sido o método mais recomendado para
controle das pragas iniciais do milho. Os inseticidas sistêmicos dão controle até cerca de 17 dias
após o plantio sob condições satisfatórias de suprimento de água. Sob estresse hídrico os
tratamentos de semente não apresentam a mesma eficiência e devem ser suplementados por
pulverizações dirigidas para o sitio de ataque do inseto.
Importância econômica - o milho, o arroz e o sorgo não são considerados hospedeiros dessa
espécie por não permitirem o fechamento do seu ciclo biológico. Portanto, a infestação do milho
pela cigarrinha é resultado da imigração de adultos proveniente de áreas de pastagens,
principalmente daquelas formadas com capins do gênero Brachiaria.
Sintomas de danos - é relativamente fácil observar a presença dos insetos alimentando-se nas
folhas que após serem picadas, mostram áreas de clorose, amarelecimento e necrose, podendo
causar a morte de toda planta. A sensibilidade das plantas é tanto maior quanto mais nova
forem.
Métodos de controle - evitar sempre que possível, o cultivo de milho em áreas próximas a
pastagens de brachiárias. O tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos também pode
reduzir significativamente os danos causados às plantas.
Importância econômica - tem sido mais problema em plantas mais desenvolvidas, mas essa
praga pode também infestar as plantas recém emergidas. Neste caso, as plantas atacadas são
totalmente improdutivas sendo os prejuízos proporcionais à redução da população de plantas.
Sintomas de danos - os danos pela broca-da-cana em plantas novas são semelhantes aos
causados pela lagarta-elasmo, folhas raspadas no inicio da infestação e posteriormente o
sintoma de "coração morto" e/ou perfilhamento das plantas sobreviventes.
Importância econômica - predomina em áreas de solos pesados, mal cultivados, ou seja, áreas
"sujas". Os danos resultam da redução da população de plantas produtivas cujos prejuízos são
proporcionais a taxa de infestação.
Sintomas de danos - as larvas atacam a região do coleto, cortando as plantas na base o que
provoca morte ou perfilhamento. Em áreas muito infestadas nota-se muitas plantas cortadas,
mas os insetos não são facilmente visíveis já que têm atividade preferencialmente noturna.
Sintomas de danos - A lagarta alimenta das folhas do milho deixando somente a nervura
central. A infestação geralmente desenvolve em gramíneas ao redor da lavoura e quando ocorre
competição por alimento, as lagartas emigram para o milho. Para evitar danos, é necessário
realizar vistorias freqüentes na fase vegetativa da lavoura, principalmente em áreas vizinhas a
pastagens.
Métodos de controle - O método químico é o mais utilizado e eficiente para o controle dessa
lagarta. Porém, nem sempre é necessário aplicar o inseticida em toda área da lavoura, uma vez
que a infestação inicia pelas bordas da cultura e a pulverização localizada sobre a área infestada
é bastante eficiente. Apesar do tamanho, a lagarta é muito sensível a ação da maioria dos
inseticidas recomendados para o controle da lagarta-do-cartucho. A aplicação do inseticida pode
ser realizada tanto por pulverização convencional ou via água de irrigação por aspersão.
Importância econômica - essa praga tem constituído um problema sério para a cultura do
milho no Brasil Central. Em altas infestações, o ataque desse inseto pode causar perdas de até
21% na produção.
Sintomas de danos - essa praga tem causado danos diretos e indiretos, afetando o enchimento
dos grãos, bem como provocando o quebramento do colmo devido a infecção por
microorganismos e ao próprio dano causado pela broca na haste da planta. Quando o ataque é
intenso, a planta pode secar precocemente e se tornar improdutiva.
Métodos de controle - na cultura da cana-de-açúcar, o controle desse inseto tem sido realizado
com sucesso através de inimigos naturais. Os principais parasitóides são o Metagonistylum
minense e o Trichogramma spp., podendo o parasitismo da lagarta chegar a atingir 20%. Para
regiões onde o milho é plantado na safra e na safrinha, e onde várias outras culturas hospedeiras
da broca são cultivadas durante quase todo o ano, aumenta a importância desse método de
controle. Não existem inseticidas registrados no MAPA para o controle dessa praga atacando o
milho. Experimentalmente, os inseticidas lufenuron (15 g i.a./ha) e acephate (750 g i.a./ha)
aplicados antes da broca penetrar no colmo, possibilita um controle eficiente da praga.
Eliminação de restos culturais de plantas hospedeiras ajuda a reduzir a infestação na próxima
safra.
Métodos de controle - o principal método de controle para essa praga tem sido o emprego de
cultivares resistentes. Tem-se observado diferenças significativas entre os híbridos comerciais
disponíveis no mercado quanto a susceptibilidade às doenças transmitidas pela cigarrinha.
Medidas culturais como a eliminação das plantas voluntárias, plantio mais cedo, evitar plantio
sucessivos e contínuos, reduzem a população da praga. O controle químico pode ser realizado
com inseticidas aplicados no sulco de plantio ou através do tratamento de sementes.
Importância econômica - esse inseto é uma praga secundária do milho e somente causa
prejuízos em alta infestação.
Sintomas de danos - A praga vive em colônias e elimina dejeções líquidas onde se desenvolve
um fungo negro (fumagina). O inseto alimenta nos tecidos jovem e vive em colônias situadas no
interior do cartucho, no pendão e nas gemas das plantas. O inseto suga a seiva das plantas e
transmite viroses, principalmente mosaico. A infestação do pulgão no estádio de pré-
florescimento prejudica a formação de grãos, originando espigas pequenas que quando torcida
manualmente, apresentam o aspecto de "grãos frouxos".
Métodos de controle - o controle da praga quando o ataque é na espiga é muito difícil com
métodos convencionais em função da dificuldade de colocação do inseticida químico no local
onde se encontra a praga, mesmo quando ela está exposta nos estilos-estigma. Fica praticamente
impossível quando a praga encontra-se protegida pela palha. O controle biológico especialmente
com os predadores Doru luteipes e Orius spp. tem sido importante na manutenção dessa praga
em níveis populacionais baixo na espiga de milho.
Importância econômica - tipicamente o inseto coloca seus ovos nos estilos-estigmas, local
onde as lagartas recém-nascidas iniciam os seus danos, podendo ocasionar falhas na produção
de grãos. À medida que a larva desenvolve, ela dirige-se para a ponta da espiga para alimentar-
se dos grãos em formação. Os prejuízos estimados para essa praga é cerca de 8% nos
rendimentos.
2. DOENÇAS DO MILHO
A cultura do milho está sujeita à ocorrência de várias doenças que podem afetar a
produção, a qualidade, a palatabilidade e o valor nutritivo dos grãos e da forragem. Dentre as
doenças que ocorrem na cultura do milho, pela sua importância, merecem destaque os grupos
das doenças foliares, das podridões do colmo e das raízes, prodriões da espiga e doenças
sitêmicas, causadas por molicutes e vírus
2.1. Doenças foliares
Importância e Distribuição: A mancha de cercospora foi relatada pela primeira vez no Brasil
no ano de 1953. Atualmente é considerada uma das doenças de maior importância desde os
surtos epidêmicos das safras de 2000 e 2001 nos híbridos altamente produtivos na região
sudoeste do estado de Goiás. Severas perdas na produção de milho foram posteriormente
constatadas nas regiões de Paracatu em MG e de Dourados no MS. Os componentes da
produção mais afetados pela doença são o número de grãos por espiga e o tamanho do grão. A
doença ocorre com alta severidade em cultivares suscetíveis, podendo as perdas serem
superiores a 80%.
Sintomas: Inicialmente, as lesões são pequenas, cloróticas tipo anasarca, evoluindo para
necróticas com diâmetro variando aproximadamente entre 0,3 a 2,0 cm e formato variando de
arredondado a oblongo apresentando bordos escuros e centro esbranquiçado com a presença de
pontuações escuras correspondentes as frutificações do patógeno. Pode haver coalescência de
lesões, levando à morte parcial ou total da folha. Em geral, os sintomas aparecem primeiro nas
folhas inferiores, progredindo rapidamente em direção ao ápice da planta, sendo mais severos
após o pendoamento e nunca ocorre em plântulas de milho. Em grande número, as lesões
juntam-se e causam requeima das folhas, que cessam a fotossíntese na fase de enchimento dos
grãos, os quais secam prematuramente antes de atingir o seu tamanho normal.
Manejo da Doença: Usar cultivares resistentes, evitar o plantio de cultivares mais suscetíveis
em épocas ou locais que sejam muito úmidos ou chuvosos, principalmente durante os períodos
vegetativos e de florescimento da cultura. A rotação de culturas e a destruição dos restos
culturais ajudam a complementar o manejo da doença. Devem ser feitas também adubações
equilibradas entre nitrogênio, fósforo e potássio, pois o nitrogênio em excesso favorece a
doença.
Sintomas: A ferrugem comum caracteriza-se pela formação de pústulas em toda a parte aérea
da planta, mas com maior abundância nas folhas. As pústulas ocorrem em ambas as faces da
folha, sendo esta uma das características que a diferencia da ferrugem polissora, cujas pústulas
predominam na face superior da folha. As pústulas da ferrugem comum apresentam formato
circular a alongado e coloração castanho clara a escuro, que se acentua à medida em que as
pústulas amadurecem e se rompem, liberando os esporos. Sob condições ambientais favoráveis,
as pústulas podem coalescer, formando grandes áreas necróticas nas folhas.
Epidemiologia: É uma doença favorecida por temperaturas entre 16 e 23 ºC, umidade relativa
alta e altitudes superiores a 900m. As folhas mais velhas da planta são menos suscetíveis à
infecção do que folhas mais jovens. Os teliósporos produzidos pelo patógeno germinam e
produzem basidiósporos, os quais infectam plantas do gênero oxalis spp. (trevo), em que o
patógeno desenvolve o estágio aecial (fase reprodutiva). Desse modo, a presença de plantas de
trevo na área contribui para a sobrevivência e para a disseminação do patógeno.
Sintomas: Sintomas típicos nas folhas surgem inicialmente nas folhas mais baixas, na forma de
lesões elípticas de coloração palha, 2,5 a 15 cm, com bordos bem definidos, que se tornam
escuras devido à frutificação do fungo. Devido ao coalescimento destas lesões, as folha
adquirem um aspecto de queima. Lesões com bordas amareladas indicam a presença do gene
Ht1 de resistência. Nestas lesões praticamente não ocorre esporulação do fungo.
Epidemiologia: O patógeno apresenta boa capacidade de sobrevivência em restos de cultura. A
disseminação ocorre pelo transporte de conídios pelo vento a longas distâncias. Temperaturas
moderadas (18-27°C) são favoráveis à doença, bem como a ocorrência de longos períodos de
molhamento foliar ou a presença de orvalho. O patógeno tem como hospedeiros o sorgo, o
capim sudão, o sorgo de halepo e o teosinto.
Importância e Distribuição: Uma das doenças mais antigas e importantes na cultura do milho
no Brasil, causando perdas na produção particularmente em condições de alta umidade relativa
temperaturas amenas. A doença tem uma importância histórica por causar epidemias de grande
proporção que ficaram famosas. Esta doença encontra-se bem distribuída no Brasil, porém com
severidade entre baixa e média. Atualmente, em algumas áreas das regiões Centro-Oeste e
Nordeste, tem ocorrido com elevada severidade em materiais suscetíveis.
Sintomas: O fungo B. maydis possui duas raças descritas, “0” e “T”. A raça “0”, predominante
nas principais regiões produtoras, produz lesões alongadas, orientadas pelas nervuras com
margens castanhas e com forma e tamanho variáveis. Embora as lesões sigam a orientação das
nervuras, as bordas das lesões não são tão bem definidas como ocorre no caso da
cercosporiose. As lesões causadas pela raça “T” são maiores, predominantemente
elípticas e com coloração de marrom a castanho, podendo haver formação de halo clorótico.
Importância e Distribuição: Esta doença está presente nos estados de Minas Gerais, Goiás,
São Paulo, Bahia e Mato Grosso e na região Sul do país. Apesar de amplamente distribuída, a
doença tem ocorrido com severidade entre baixa e média até o momento.
Epidemiologia: A disseminação ocorre através dos esporos e dos restos de cultura levados pelo
vento e por respingos de chuva. Os restos de cultura são fonte de inóculo local e também
contribuem para a disseminação da doença para outras áreas de plantio. A ocorrência de
temperaturas entre 25 e 30oC e de elevada umidade relativa do ar favorecem o desenvolvimento
da doença.
Manejo da doença: O manejo da doença pode ser feito através do uso de cultivares resistentes
e da rotação com culturas não hospedeiras.
Sintomas: As lesões foliares são observadas em plantas nos primeiros estágios vegetativos e, de
modo geral, a antracnose é a primeira doença foliar detectada no campo. Os sintomas são
caracterizados por lesões de coloração marrom escura e formato oval a irregular, o que torna, às
vezes, difícil seu diagnóstico. Tipicamente, um halo amarelado circunda a área doente das
folhas. Sob condições favoráveis, as lesões podem coalescer, necrosando grande parte do limbo
foliar e surgem, no interior das lesões, pontuações escuras que correspondem às estruturas de
frutificação do patógeno, denominadas acérvulos. Nas nervuras, são observadas lesões elípticas
de coloração marrom avermelhada que resultam numa necrose foliar em formato de “V”
invertido. Esses sintomas são geralmente confundidos com os sintomas de deficiência de
nitrogênio.
As podridões do colmo geralmente se iniciam pelas raízes, passando para os entrenós superiores
ou diretamente pelo colmo, através de ferimentos. De um modo geral, não ocorrem
uniformemente na área, sendo possível encontrar plantas sadias ao lado de plantas apodrecidas.
Vários são os patógenos causadores de podridão de colmo em milho, incluindo fungos e
bactérias, os principais serão abordados a seguir.
Etiologia: Essa podridão, também denominada de antracnose do colmo, é causada pelo fungo
Colletotrichum graminicola.
Sintomas: Embora o patógeno possa infectar as plantas nas fases iniciais de seu
desenvolvimento, os sintomas são mais visíveis após o florescimento. A podridão do colmo é
caracterizada pela formação, na casca, de lesões encharcadas, estreitas, elípticas na vertical ou
ovais. Posteriormente, essas lesões tornan-se marrom avermelhadas e, finalmente, marrom-
escuras a negras. As lesões podem coalescer, formando extensas áreas necrosadas de coloração
escura brilhante. O tecido interno do colmo apresenta, de forma contínua e uniforme, coloração
marrom escura, podendo se desintegrar, levando a planta à morte prematura e ao acamamento.
Etiologia: Essa podridão pode ser causada por duas espécies de fungos do gênero
Stenocarpella, Stenocarpella maydis (= Diplodia maydis) e Stenocarpella macrospora (=
Diplodia macrospora), os mesmos agentes causais da podridão branca das espigas. A espécie S.
macrospora pode, também, causar lesões foliares em milho conforme descrito anteriormente. S.
maydis difere de S. macrospora por apresentar conídios duas vezes menores e por não causar
lesões foliares.
Sintomas: Plantas infectadas por esses fungos apresentam, externamente, próximo aos entrenós
inferiores, lesões marrom claras, quase negras, nas quais é possível observar a presença de
pequenos pontinhos negros (picnídios). Internamente, o tecido da medula adquire coloração
marrom, pode se desintegrar, permanecendo intactos somente os vasos lenhosos sobre os quais é
possível observar a presença de picnídios.
Epidemiologia: As podridões do colmo causadas por Stenocarpella spp. são favorecidas por
temperaturas entre 28 e 30oC e alta umidade, principalmente na forma de chuva. Esses
patógenos sobrevivem nos restos de cultura na forma de picnídios e nas sementes na forma de
picnídios ou de micélio. Apresentam como único hospedeiro o milho, o que torna a rotação de
culturas uma medida eficiente para o manejo dessa doença. A disseminação dos conídios pode
ocorrer pela ação da chuva ou do vento.
2.2.3. Podridão de Fusarium
Etiologia: Essa doença é causada por várias espécies do gênero Fusarium spp., entre elas F.
moniliforme e F. graminearum, que também causam podridões de espigas.
Sintomas: Em plantas infectadas, o tecido dos entrenós inferiores geralmente adquire coloração
avermelhada, que progride de forma uniforme e contínua da base em direção à parte superior da
planta. Embora a infecção do colmo possa ocorrer antes da polinização, os sintomas só se
tornam visíveis logo após a polinização e aumentam em severidade à medida em que as plantas
entram em senescência. A infecção pode começar pelas raízes e é favorecida por ferimentos
causados por nematóides ou pragas subterrâneas.
Epidemiologia: Esse patógeno é um fungo de solo capaz de sobreviver nos restos de cultura na
forma de micélio e apresenta várias espécies vegetais como hospedeiro alternativo, o que torna a
medida de rotação de culturas pouco eficiente. Frequentemente, pode ser encontrado associado
às sementes. A disseminação dos conídios se dá através do vento ou da chuva.
Etiologia: Essa doença é causada pelo fungo Macrophomina phaseolina, um patógeno capaz de
causar podridões em mais de 500 espécies de plantas, incluindo as podridões de colmo nas
culturas do milho e do sorgo.
Sintomas: A infecção das plantas inicia pelas raízes. Embora essa infecção possa ocorrer nos
primeiros estádios de desenvolvimento da planta, os sintomas são visíveis nos entrenós
inferiores após a polinização. Internamente, o tecido da medula se desintegra, permanecendo
intactos somente os vasos lenhosos sobre os quais é possível observar a presença de numerosos
pontinhos negros (escleródios) que conferem, internamente ao colmo, uma cor cinza típica.
Etiologia: É causada pelo fungo Pythium aphanidermatum. Essa podridão não é tão
comum quanto aquelas causadas por C. graminicola, Stenocarpella spp. e Fusarium spp. e
ocorre em condições de umidade excessiva no solo.
Sintomas: Os sintomas iniciais dessa podridão são caracterizados por lesões do tipo aquosa
semelhantes às causadas por bactérias. A diferença é que, nesse caso, a podridão permanece,
tipicamente, restrita ao primeiro entrenó acima do solo, enquanto que nas bacterioses podem
atingir vários entrenós. Inicialmente, nota-se uma alteração da cor dos tecidos, variando de
marrom claro a escuro e com aspecto encharcado. Com a evolução dos sintomas, os tecidos
internos do colmo se desintegram, resultando num estrangulamento do colmo na região. As
plantas, antes de tombarem, geralmente sofrem uma torção característica. Plantas tombadas
permanecem verdes por algum tempo, visto que os vasos lenhosos permanecem intactos. Esse
patógeno pode atacar tecidos novos, verdes e fisiologicamente ativos.
Epidemiologia: Esse fungo sobrevive no solo, apresenta elevado número de espécies vegetais
hospedeiras e é capaz de infectar plantas de milho jovens e vigorosas antes do florescimento.
Essa podridão é favorecida por temperaturas em torno de 32 oC e alta umidade no solo,
proporcionada por prolongados períodos de chuva ou irrigação excessiva.
Sintomas: As podridões causadas por bactérias são do tipo aquosas e especialmente aquelas
causadas por Erwinia chrysanthemi pv. zeae exalam um odor desagradável típico. Em geral,
iniciam-se nos entrenós próximos ao solo e rapidamente atingem os entrenós superiores. A
infecção causada por E. chrysanthemi pv. zeae pode, também, iniciar pela parte superior do
colmo, causando a podridão do cartucho. Os sintomas típicos dessa doença são a murcha e a
seca das folhas decorrentes de uma podridão aquosa na base do cartucho. As folhas se
desprendem facilmente e exalam um odor desagradável. Nas bainhas das outras folhas, pode-se
observar a presença de lesões encharcadas (anasarcas). Podem ocorrer o apodrecimento dos
entrenós inferiores ao cartucho e a murcha do restante da planta. Ferimentos no cartucho
causados por insetos podem favorecer a incidência dessa podridão.
Epidemiologia: Essas podridões são favorecidas por altas temperaturas associadas a altos teores
de umidade.
Não existe uma medida única recomendada para o controle das podridões de colmo e de
raízes em milho. Para se obter sucesso no manejo dessas doenças, um conjunto de medidas
devem ser executadas de forma integrada. A primeira e a mais importante é a escolha correta da
cultivar. Nesse caso, deve ser dada preferência para híbridos que apresentem, além de alta
produtividade, satisfatória resistência a estas doenças. Outros critérios, como adubação
equilibrada, principalmente quanto à relação N/K, manejo de irrigação, controle de pragas, de
plantas daninhas e de doenças, densidade de plantas, época de plantio e colheita, são de
fundamental importância e devem ser considerados num programa de manejo dessas podridões
na cultura do milho. Recentemente, grande ênfase tem sido dada ao uso de fungicidas na cultura
do milho para o manejo de doenças. No entanto, existe pouca informação sobre a eficiência
desses produtos sobre os patógenos causadores de podridão no colmo, sendo relatados efeitos
indiretos, que por promover uma melhor sanidade foliar e preservar a capacidade fotossintética
das plantas, resulta numa menor necessidade de translocação de nutrientes do colmo para a
espiga, impedindo ou reduzindo sua senescência precoce.
Os grãos de milho podem ser danificados por fungos em duas condições específicas,
isto é, em pré-colheita (podridões de espigas com a formação de grãos ardidos) e em pós-
colheita dos grãos durante o beneficiamento, o armazenamento e o transporte (grãos mofados ou
embolorados). No processo de colonização dos grãos, muitas espécies de fungos, denominados
toxigênicos, podem, além dos danos físicos (descolorações dos grãos, reduções nos conteúdos
de carboidratos, de proteínas e de açúcares totais), produzir substâncias tóxicas denominadas
micotoxinas. É importante ressaltar que a presença do fungo toxigênico não implica,
necessariamente, na produção de micotoxinas, as quais estão intimamente relacionadas à
capacidade de biossíntese do fungo e das condições ambientais predisponentes, como a
alternância das temperaturas diurna e noturna.
Esta podridão de espiga, causada pelo fungo Gibberella zeae (forma imperfeita Fusarium
graminearum), é mais comum em regiões de clima ameno e de alta umidade relativa. A
ocorrência de chuvas após a polinização propicia a ocorrência desta podridão de espiga, que
começa com uma massa cotonosa avermelhada na ponta da espiga e pode progredir para a base.
É comum as palhas estarem firmemente ligadas às espigas devido ao excessivo crescimento
micelial do fungo entre as brácteas e os grãos. Ocasionalmente, esta podridão pode iniciar na
base e progredir para a ponta da espiga, confundindo o sintoma com aquele causado por F.
moniliforme ou F. subglutinans. Chuvas frequentes no final do desenvolvimento da cultura,
principalmente em lavoura com cultivar cujas espigas não dobram, aumentam a incidência desta
podridão. Este fungo sobrevive nas sementes na forma de micélio dormente.
O termo grãos ardidos refere-se aos grãos produzidos em espigas que sofreram um processo de
podridão. São considerados ardidos os grãos que apresentam, pelo menos, um quarto de sua
superfície com descolorações variando de marrom claro, marrom escuro, roxo, vermelho claro a
vermelho escuro. Os principais patógenos causadores de grãos ardidos são Stenocarpela maydis,
Stenocarpela macrospora, Fusarium moniliforme, F. subglutinans e Gibberella zeae.
Ocasionalmente, no campo, há produção de grãos ardidos pelos fungos do gênero Penicillium
spp. e Aspergillus spp. Os fungos G. zeae e S. maydis são mais frequentes nos estados do Sul do
Brasil e F. moniliforme, F. subglutinans e Diplodia macrospora nas demais regiões produtoras
de milho. Como padrão de qualidade, tem-se adotado, em algumas agroindústrias, a tolerância
máxima de 6% de grãos ardidos em lotes comerciais de milho porém variando de acordo com a
destinação do produto.
2.4.1. Enfezamentos
Etiologia:Os enfezamentos são causados por patógenos pertencentes à classe dos Mollicutes,
cuja transmissão é realizada de forma persistente e propagativa pela cigarrinha Dalbulus maidis.
O enfezamento pálido é causado por um procarionte pertencente à espécie Spiroplasma kunkelli.
O enfezamento vermelho é causado por procarionte pertencente ao gênero Phytoplasma,
denominado pelo nome comum fitoplasma.
Sintomatologia:
2.4.2. Viroses
Importância e distribuição: A virose Rayado Fino, também denominada “risca”, pode reduzir
a produção de grãos em até 30% e ocorre nas principais regiões produtoras de milho. Essa
doença é transmitida e disseminada pela cigarrinha Dalbullus maidis.
Sintomas: Os sintomas característicos são riscas formadas por numerosos pontos cloróticos
coalescentes ao longo das nervuras, que são facilmente observados quando as folhas são
colocadas contra a luz.
Epidemiologia: O vírus Rayado Fino ocorre sistemicamente na planta de milho e é transmitido
de forma persistente propagativa pela cigarrinha Dalbullus maidis que, ao se alimentar de
plantas doentes, adquire o vírus e o transmite para plantas sadias. O período latente entre a
aquisição desse vírus e sua transmissão varia de 7 a 37 dias. A incidência e a severidade dessa
doença são influenciadas por grau de suscetibilidade da cultivar, por semeaduras tardias e por
população elevada de cigarrinha coincidente com fases iniciais de desenvolvimento da lavoura
de milho.
Sintomas: Os sintomas caracterizam-se pela formação nas folhas de manchas verde claras com
áreas verde normal, dando um aspecto de mosaico. As plantas doentes são, normalmente,
menores em altura e em tamanho de espigas e de grãos.