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MBA em Finanças e

Controladoria
Gestão em Auditoria

2020/2
Prof. Ricardo Welter
(11) 99027-8448
professor.rwelter@gmail.com
98668@unifieo.br
Relatório de Auditoria
Parecer
Conceito:

Relatório de auditoria é a fase final do


processo de auditoria e consiste em uma
narração ou descrição escrita, ordenada e
minuciosa dos fatos que foram constatados,
com base em evidências concretas, durante o
transcurso dos exames de auditoria.
Representa a fase mais significativa do
trabalho e se constitui no seu produto final.
O relatório é o instrumento técnico pelo qual o
auditor comunica ou apresenta os resultados dos
trabalhos realizados, seus comentários, suas
observações, conclusões, opiniões e
recomendações, e as providências necessárias
que devem ser tomadas pela administração.

O relatório consiste numa narração ou descrição


escrita, ordenada e minuciosa dos fatos que
foram constatados e constitui o produto final da
auditoria.
Organograma do trabalho de auditoria

Relatório de auditoria
Relatório Parecer de auditoria

Execução Evidência

Programa de auditoria
Planejamento
Plano de auditoria
Relatório de auditoria

O relatório de auditoria consiste na exposição fundamental


de comentários de forma conclusiva, em que são descritos
os fatos positivos e negativos de maior importância:

Nas organizações auditadas, o relatório ajuda a avaliar


as operações ocorridas no período examinado e auxilia
na tomada de decisões;

Na auditoria governamental, o relatório serve de base


para o julgamento das prestações de contas pelos
membros dos tribunais de contas brasileiros.
O relatório de auditoria deve ser elaborado a fim de
facilitar a sua leitura e compreensão.

A capa do relatório com a logomarca da entidade de


auditoria deve ter um layout discreto, indicando, clara
e objetivamente, a natureza do trabalho realizado,
assim como o nome da entidade auditada e, de forma
discreta, o nome do órgão que realiza a auditoria,
além do período examinado. O objetivo da auditoria
também deve ser especificado.
O conteúdo do relatório deve ser dividido nos
seguintes tópicos:

Índice;
Sumário executivo;
Informações gerais;
Introdução e objetivo do trabalho;
Alcance, fontes de critério e procedimentos;
Resultado da auditoria;
Conclusão;
Elementos pós-relatório.
Os principais requisitos para a apresentação de
um relatório de boa qualidade são:
Importância do conteúdo;
Utilidade e oportunidade;
Cuidado com a adequação das provas;
Convencimento;
Objetividade;
Conteúdo;
Clareza e simplicidade;
Inteireza e concisão;
Tom construtivo;
Empatia;
Efeitos visuais;
Apresentação.
Algumas regras para a elaboração de relatórios:

Manter a redação na linguagem corrente, sem erros gramaticais;


Evitar uso de terminologia especializada;
Não redigir em caixa-alta;
Padronizar letra;
Redigir o ponto em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão;
Ter cuidado com a cacofonia;
Utilizar a língua culta;
Utilizar frases curtas;
Evitar linguagem metafórica;
Não dizer o óbvio;
Não filosofar inutilmente;
Evitar parágrafos longos;
Conferir todas as informações;
Referenciar os achados com os papéis de trabalho;
Somente emitir relatório após a sua discussão com o auditado e a sua completa
revisão.
Constatação ou achado de auditoria

As constatações, observações, revelações ou achados de


auditora são os pontos identificados pelo auditor que merecem
ser reportados à alta administração.

A constatação ocorre quando determinada condição não está


em sintonia ou em conformidade com certo critério:
A condição é a situação encontrada pelo auditor;
O critério é a situação ideal.
Desenvolvimento do achado de auditoria

O auditor, ao desenvolver um achado de auditoria, deverá


ter analisado os seguintes atributos:
Critério;
Condição;
Causas;
Consequências;
Opinião da entidade;
Conclusão;
Recomendação.
Acompanhamento das recomendações de
auditoria

Após a discussão dos achados e a entrega do relatório


de auditoria, o auditor deve acompanhar a aceitação de
suas recomendações, garantindo a eficácia de seu
trabalho.

Na doutrina auditorial, não há uma descrição dos


procedimentos que devem ser adotados nesta fase, mas
prevalecem todos os requisitos e atributos que o auditor
deve seguir quando da realização dos seus exames.
Parecer de auditoria

Os elementos básicos que devem ser considerados num


parecer, segundo as normas de auditoria, são:

Título;
Destinatário;
Identificação das demonstrações contábeis auditadas;
Referências às normas de auditoria ou praxes seguidas;
Expressão de opinião ou negativa de opinião sobre as
demonstrações contábeis;
Assinatura;
Data do relatório.
⚫ Considerando que o auditor, ao expressar sua opinião,
assume responsabilidade técnico-profissional definida,
inclusive de ordem pública, é indispensável que tal
documento obedeça às características intrínsecas e
extrínsecas, sendo:

⚫ O parecer é dirigido aos acionistas, cotistas, ou sócios, ao


conselho de administração ou à diretoria da entidade;

⚫ O parecer deve indicar as demonstrações contábeis sobre as


quais o auditor está expressando sua opinião;

⚫ O parecer deve ser datado e assinado pelo contador


responsável pelos trabalhos, e conter seu número de registro
no CRC;
⚫ Caso o trabalho tenha sido realizado por empresa de
auditoria, deve conter também o nome e o número de
registro cadastral no CRC;

⚫ A data do parecer deve corresponder ao dia do


encerramento dos trabalhos de auditoria na entidade;

⚫ O parecer deve expressar clara e objetivamente, se as


demonstrações contábeis auditadas, em todos os
aspectos relevantes, na opinião do auditor, estão
adequadamente representadas ou não.
Parecer de auditoria

O parecer de auditoria é classificado segundo a


natureza da opinião:

Sem ressalvas;
Com ressalvas;
Adverso;
Com negativa ou abstenção de opinião.
• PARECER SEM RESSALVA

• Este parecer expressa que na opinião do auditor, as


demonstrações financeiras apresentam,
adequadamente, a situação patrimonial e financeira
da entidade examinada, os resultados de suas
operações e seu fluxo financeiro de caixa, de
conformidade com os princípios de contabilidade,
bem como que essas demonstrações incluem
revelações suficientes para sua interpretação.
Modelo de parecer sem ressalvas.

(Parágrafo do escopo e da definição das responsabilidades da administração dos


auditores)
Examinamos os balanços patrimoniais da Companhia Vou Passar, levantados em 31 de dezembro
de 20X2 e 20X1, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido
e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas,
elaboradas sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar
uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.

(Parágrafo das referências às normas observadas e aos procedimentos utilizados pelos


auditores)
(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreendem: (a) o
planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os
sistemas contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das
evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgadas; e (c) a
avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela
administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em
conjunto.

(Parágrafo da opinião)
Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam, adequadamente, em
todos os aspectos relevantes, as posições patrimonial e financeira da Companhia Vou Passar em 31
de dezembro de 20X2 e de 20X1, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio
líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas,
de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
CIRCUNSTÂNCIAS QUE IMPEDEM A EMISSÃO DO PARECER SEM RESSALVA

⚫ O auditor não deve emitir parecer sem ressalva quando existir quaisquer
das circunstâncias seguintes, que, na sua opinião, tenham efeitos relevantes
para as demonstrações contábeis:

⚫ Discordância com a administração da entidade a respeito do conteúdo e/ou


forma de apresentação das demonstrações contábeis; ou

⚫ Limitação da extensão do seu trabalho.

⚫ Essas informações devem ser apresentadas em parágrafo específico do


parecer, precedendo ao da opinião e, se for caso, fazer referência a uma
divulgação mais ampla pela entidade em nota explicativa às demonstrações
contábeis.
PARECER COM RESSALVA

⚫ Quando o auditor conclui que o efeito de qualquer


discordância ou restrição na extensão de um trabalho
não é de tal magnitude que requeira parecer adverso ou
abstenção de opinião.

⚫ Deve obedecer ao modelo do parecer sem ressalva, com


a utilização das expressões “exceto por”, “exceto
quanto” ou “com exceção de”referindo-se aos efeitos do
assunto objeto da ressalva.
PARECER ADVERSO

⚫ O auditor emite opinião de que as demonstrações contábeis não


estão adequadamente representadas, nas datas e períodos
indicados.
⚫ O auditor deve emitir parecer adverso quando verificar que as
demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas, em
tal magnitude que impossibilite a emissão do parecer com
ressalva.

PARECER COM ABSTENÇÃO DE OPINIÃO


– O auditor não emite opinião quando, por qualquer motivo, não
puder realizar seus exames, ou seja, identificar uma limitação
significativa à realização de seu trabalho.
– Há restrições significativas que impedem a aplicação de
procedimentos de auditoria.
INCERTEZA

⚫ Quando ocorrer incerteza em relação a fato relevante, cujo desfecho


poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da
entidade, bem como o resultado das suas operações, deve o auditor
adicionar um parágrafo de ênfase em seu parecer, após o parágrafo de
opinião, fazendo referência à nota explicativa da administração, que deve
descrever de forma mais extensa, a natureza e, quando possível, o efeito
da incerteza.

⚫ Na hipótese do emprego de parágrafo de ênfase, o parecer permanece na


condição de parecer sem ressalva.

⚫ Se o auditor concluir que a matéria envolvendo incerteza relevante não


está adequadamente divulgada nas demonstrações contábeis, o seu
parecer deve conter ressalva, pela omissão ou inadequação da divulgação.
INFORMAÇÕES RELEVANTES NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

⚫ O auditor deve incluir no seu parecer informações consideradas relevantes para adequada
interpretação das demonstrações contábeis, ainda que divulgadas pela entidade.

PARECER QUANDO DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE CONTROLADAS E COLIGADAS SÃO


AUDITADAS POR OUTROS AUDITORES

⚫ Quando houver participação de outros auditores independentes no exame das demonstrações


contábeis das controladas e/ou coligadas, relevantes, o auditor da controladora e/ou investidora
deve destacar esse fato no seu parecer.
⚫ DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NÃO-AUDITADAS

⚫ Sempre que o nome do auditor estiver, de


alguma forma, associado com demonstrações ou
informações contábeis que ele não auditou, estas
devem ser claramente identificadas como
“não-auditadas”,em cada folha do conjunto.
• NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório do
Auditor Independente sobre as Demonstrações Financeiras

• Essa norma tem como objetivo formar uma opinião sobre as


demonstrações financeiras com base na avaliação das conclusões
atingidas pela evidência da auditoria obtida e expressar claramente
essa opinião por meio de relatório de auditoria.

• O Parecer dos Auditores Independentes é o documento mediante o


qual o auditor expressa sua opinião, de forma clara e objetiva, sobre as
demonstrações contábeis nele indicadas.

• O parecer é a opinião manifestada ou declarada pelo auditor em


decorrência de seus exames sobre as demonstrações contábeis.
• Requisitos para formação da opinião sobre as demonstrações
financeiras:

• Para possibilitar ao auditor formar essa opinião, ele deve concluir se obteve
segurança razoável de que as demonstrações financeiras, tomadas em conjunto,
não apresentam distorções relevantes, sejam causadas por fraude e erro.

• Essa conclusão deve levar em consideração se:


– Foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente;
– As distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em conjunto;
– São apropriados os aspectos qualitativos das práticas contábeis utilizadas pela
entidade, incluindo a análise e conclusão quanto a inexistência de indicadores de
possível tendenciosidade ou falta de neutralidade nos julgamentos da administração.
– As demonstrações financeiras divulgam adequadamente as práticas contábeis
selecionadas e aplicadas e se elas são consistentes com a estrutura de relatório
financeiro aplicável e apropriadas;
– As estimativas contábeis feitas pela administração são razoáveis;
• As demonstrações financeiras fornecem divulgações adequadas
para que usuários entendam o efeito de transações e eventos
relevantes sobre as informações constantes nas demonstrações
contábeis;

• A terminologia usada nas demonstrações financeiras propiciam


uma apresentação adequada, no caso em que são elaboradas de
acordo com a estrutura de apresentação adequada;

• As demonstrações financeiras fazem referência ou descrevem


adequadamente a estrutura de relatório financeiro aplicável, ou
seja, elas devem incluir nota explicativa que divulgue de forma
clara a base de elaboração e apresentação das demonstrações.
• Novo Formato do Relatório de Auditoria:

– Título
– Destinatário
• Seções do relatório (parágrafos)
• Parágrafo introdutório
• Responsabilidade da administração pelas demonstrações
financeiras
• Responsabilidade do auditor
• Opinião
• Outras responsabilidades de relatório
– Data
– Assinatura e identificação
• Relatório do(s) Auditor(es) Independente(s) sobre as
Demonstrações Contábeis (Título)

• Destinatário (Empresa)

• Parágrafo Introdutório
– Examinamos as demonstrações contábeis (ou financeiras) da
Companhia ABC, que compreendem o balanço patrimonial em 31
de dezembro 20X1 e as respectivas demonstrações de resultado,
das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o
exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais
práticas contábeis e demais notas explicativas.
• Responsabilidade da administração sobre as
demonstrações contábeis (ou financeiras)

– A administração da Companhia é responsável pela


elaboração e adequada apresentação dessas
demonstrações contábeis (ou financeiras) de acordo
com as práticas contábeis adotados no Brasil e pelos
controles internos que ela determinou como
necessários para permitir a elaboração de
demonstrações contábeis (ou financeiras) livres de
distorção relevante, independentemente se causada
por fraude ou erro.
• Responsabilidade dos auditores independentes
– Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas
demonstrações contábeis (ou financeiras) com base em nossa
auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e
internacionais de auditoria. Essas normas requerem o
cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a
auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter
segurança razoável de que as demonstrações contábeis (ou
financeiras) estão livres de distorção relevante.
• Responsabilidade dos auditores independentes - continuação
– Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para
obtenção de evidências a respeito dos valores e divulgações apresentados
nas demonstrações contábeis (ou financeiras). Os procedimentos
selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação
dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis (ou
financeiras), independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa
avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes
para elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis
(ou financeiras) da Companhia para planejar os procedimentos de auditora
que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar
uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia.
Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas
contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela
administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações
contábeis (ou financeiras) tomadas em conjunto.
– Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada
para fundamentar nossa opinião.
• Opinião

• Em nossa opinião, as demonstrações contábeis (ou financeiras)


acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos
relevantes, a posição patrimonial e financeira da Entidade ABC em
31 de dezembro de 20X1, o desempenho de suas operações e os
seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo
com as práticas contábeis adotadas no Brasil

• Data

• Assinatura, endereço (identificação) do auditor


independente
• Principais mudanças:

– Titulo: os membros do CNNT do IBRACON (Comissão


Nacional de Normas Técnicas do IBRACON) decidiram
mudar o título de Parecer dos Auditores Independentes
para Relatório dos Auditores Independentes,
acompanhando a nomenclatura mundial.

– Parágrafo Introdutório: traz duas importantes


novidades, as notas explicativas passam a ser
mencionadas no parágrafo introdutório e que em
situação normal o relatório cobre apenas as
demonstrações do ano corrente.
• Principais mudanças:

– Responsabilidade do Auditor: Essa seção foi bastante expandida em


relação ao modelo anterior de parecer, distinguindo bem a
responsabilidade do auditor em relação à responsabilidade da
administração;
– Passou a ter três parágrafos que sintetizam muito bem o fato de como o
trabalho foi realizado:
• Planejado para atingir o objetivo desejado;
• O auditor observou as exigências éticas e se conseguiu ou não reunir as
evidências necessárias;
• Os procedimentos selecionados que lhe permite fundamentar ou não a sua
opinião;
• Ele avaliou e exerceu o seu julgamento com referência aos seguintes
aspectos relevantes, cuja a responsabilidade primária é da administração
da entidade.
– A declaração de que a auditoria foi efetuada de acordo com as normas
brasileiras e internacionais.
RELATÓRIOS
DE
AUDITORIA
Modificações
Outras normas relativas aos relatórios de auditoria.

NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente.


NBC TA 706 – Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros
Assuntos no Relatório do Auditor Independente.
NBC TA 710 – Informações Comparativas – Valores
Correspondentes e Demonstrações Comparativas.
NBC TA 720 – Responsabilidade do Auditor em relação a Outras
Informações incluídas em Documentos que contenham
Demonstrações Contábeis Auditadas.
NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor
Independente.

Esta norma trata das situações em que o


auditor, ao formar sua opinião sobre as
demonstrações financeiras auditadas, conclui
que é necessário emitir um relatório diferente
do padrão, incluindo modificações, seja por
meio de ressalvas ou outras modificações.
O auditor não consegue obter evidência
apropriada e suficiente, por limitação do alcance
de seu trabalho, resultará em dois tipos de
modificações:

Ressalva
Abstenção de opinião
Quando o auditor consegue obter todas as
evidências necessárias e conclui que as
demonstrações financeiras apresentam distorção
relevante, resultará na emissão de dois tipos de
relatórios:

Ressalva;
Adverso.
Fonte: item A1 da NBC TA 705
Distorção é a diferença entre o valor, a classificação,
a apresentação ou a divulgação de um item das
demonstrações financeiras e o valor, a classificação,
a apresentação ou a divulgação necessária para esse
item esteja de acordo com a estrutura do relatório
financeiro aplicável, portanto, a definição de
distorção é mais ampla e não se restringe aos ajustes
e reclassificações identificados e pode surgir da
seleção de políticas contábeis não adequadas,
aplicação incorreta de política contábil adequada ou
de divulgações não adequadas.
A distorção pode não estar localizada nas demonstrações
financeiras e sim em uma informação que acompanha essas
demonstrações, por exemplo o relatório de administração.

Efeitos generalizados de distorções sobre as demonstrações


financeiras são aqueles que no julgamento do auditor:
• estão disseminados em vários elementos ou itens das
demonstrações financeiras;
• mesmo que estejam restritos (não disseminados) representam
ou poderiam representar uma parcela substancial das
demonstrações financeiras; e
• em relação às divulgações, são fundamentais para o
entendimento das demonstrações financeiras pelos usuários.
Circunstâncias em que é necessário modificar a opinião do
auditor independente:
• O auditor modifica o seu relatório em relação ao relatório com
opinião “limpa” quando ele conclui que as demonstrações
financeiras apresentam distorções relevantes ou quando ele não
consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente.
Determinação do tipo de modificação na opinião do auditor
independente:
• Conforme demonstrado na tabela apresentada, o “divisor de águas”
entre a ressalva e uma opinião adversa ou entre a ressalva por
limitação no alcance do trabalho e a abstenção de opinião depende
dos efeitos serem generalizados ou puderem ser generalizados.
• Limitações impostas ao auditor pela administração da entidade são
mais graves do que as demais situações e trazem outras
conseqüências.
A impossibilidade de obtenção de evidência apropriada e
suficiente pode ocorrer de:
• Circunstâncias que estão fora de controle da entidade
(destruição dos registros em função de intempérie, por
exemplo);
• Circunstâncias relacionadas com a natureza do
procedimento de auditoria (por exemplo, testes substantivos
não são suficientes e o controle interno não é eficaz) ou a
época (contratação do auditor após a realização do
inventário físico e ele não consegue concluir sobre a
existências de estoques por outros meios, por exemplo);
• Limitações impostas pela administração.
• Ressalva: Distorção relevante na avaliação das aplicações financeiras que estão
sobrevalorizadas. O efeito considerado como disseminado e generalizado para as
demonstrações como um todo.
• Responsabilidade dos auditores independentes:
• Os dois primeiros parágrafos ficam inalterados.
• Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa
opinião com ressalva.
• Base para opinião com ressalva
• As aplicações financeiras em títulos e valores mobiliários da Companhia estão apresentadas no
balanço patrimonial por $. A administração não avaliou essas aplicações pelo valor de mercado,
conforme requerido pelas práticas contábeis aplicadas no Brasil. Os controles da Companhia indicam
que se a administração tivesse avaliado essas aplicações pelo seu valor de mercado, teria sido
necessário o reconhecimento de uma perda não realizada de $. Conseqüentemente, o valor das
aplicações financeiras em 31 de dezembro de 20x1 teria sido reduzido em $, enquanto o lucro
líquido e o patrimônio líquido teriam sido reduzidos em $, após os efeitos tributários.
• Opinião com ressalva
• Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para opinião com
ressalva, as demonstrações financeiras acima referidas apresentam adequadamente, em todos os
aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia ABC em 31 de dezembro de
20x1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela
data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
• Adversa: em decorrência das demonstrações financeiras apresentarem distorções relevantes
devido a não ter sido consolidado o investimento em uma controlada relevante. A distorção é
considerada relevante e generalizada nas demonstrações financeiras, mas não foi
determinado por não ser viável
• Responsabilidade dos auditores independentes:
• Os dois primeiros parágrafos ficam inalterados.
• Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa
opinião adversa.
• Base para opinião com ressalva
• Conforme mencionado na Nota X, a Companhia não consolidou as demonstrações financeiras da
controlada XYZ (explicar os motivos). Esse investimento está apresentado pelo seu valor de
equivalência patrimonial em 31 de dezembro de 20X1, mas deveria ter sido consolidado conforme
requerido pelas práticas contábeis adotadas no Brasil. Se a controlada XYZ tivesse sido consolidada,
diverso elementos das demonstrações financeiras teriam sido afetadas de forma relevante. Os
efeitos da não consolidação não foram determinados.
• Opinião adversa
• Em nossa opinião, devido a importância do assunto descrito no parágrafo Base para opinião com
ressalva, as demonstrações financeiras consolidadas não apresentam adequadamente, em todos os
aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia ABC em 31 de dezembro de
20x1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela
data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
• Abstenção de Opinião:

O auditor não teve condições de obter evidência de auditoria


apropriada e suficiente sobre dois dos principais elementos
das demonstrações financeiras (estoques e contas a receber).
Os possíveis efeitos dessa impossibilidade de obter evidência
de auditoria afetam outros itens relevantes das
demonstrações financeiras como um todo. Neste caso, o
relatório padrão sofre diversas modificações.
• Destinatário apropriado:
• Fomos contratados para examinar as demonstrações financeiras da Companhia ABC, que
compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X1 e as respectivas
demonstrações de resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o
exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais
notas explicativas.
• Responsabilidade dos auditores independentes:
• Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras
com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de
auditoria. Em decorrência do assunto descrito no parágrafo Base para abstenção de opinião,
não nos foi possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente.
• Base para abstenção de opinião
• Fomos nomeados auditores da Companhia ABC após 31 de dezembro de 20X1 e, portanto, não
acompanhamos a contagem física dos estoques no início e no final do exercício. Não foi possível
nos satisfazer por meios alternativos quanto às quantidades em estoque em 31 de dezembro de
20X0 e 20X1 que estão registradas no balanço patrimonial $ e $, respectivamente.
Adicionalmente, a introdução do novo sistema informatizado de contas a receber. Na data do
nosso relatório de auditoria , a administração ainda estava no processo de sanar deficiências do
sistema e corrigir erros. Não conseguimos confirmar ou verificar por meios alternativos as contas
a receber incluídas no balanço patrimonial no valor total de $ em 31 de dezembro de 20x1. Em
decorrência desse assuntos, não foi possível determinar se teria havido necessidade de efetuar
ajustes em relação aos estoques registrados ou não e no saldo de contas a receber, assim como
nos elementos componentes das demonstrações de resultado, das mutações do patrimônio
líquido e dos fluxos de caixa.
• Abstenção de opinião:
• Devido à relevância dos assuntos descritos no parágrafo Base para
abstenção de opinião, não nos foi possível obter evidência de
auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião
de auditoria. Conseqüentemente, não expressamos opinião sobre
as demonstrações financeiras acima referidas .

• Comunicação com os responsáveis pela Governança


• O quarto requisito da NBC TA 705 requer essa comunicação de
forma tempestiva, ou seja, sempre que o auditor concluir que
deve modificar o seu relatório, ele deve discutir esse assunto com
antecedência com os responsáveis pela governança, dando-lhes a
oportunidade de fornecer informações adicionais que podem
resolver o problema ou que concordam com a necessidade de
modificação na opinião.
• NBC TA 706 – Parágrafo de ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no
Relatório do Auditor Independente
• Esta norma trata das considerações do auditor para adição de parágrafos
após a seção opinião de seu relatório de auditoria sobre as demonstrações
financeiras auditadas. Esse parágrafo pode estar relacionados com dois
aspectos.
a. Ênfase: quando o assunto está apropriadamente apresentado no corpo das
demonstrações financeiras ou adequadamente divulgado nas notas explicativas,
mas o auditor o considera vital para o entendimento dessas demonstrações e
decide chamar a atenção do usuário delas para esse assunto, adicionando um
parágrafo de ênfase, logo após a seção contendo sua opinião;
b. Outros assuntos: quando o auditor deseja chamar a atenção dos usuários de
seu relatório para um aspecto que contribui para o entendimento da auditoria
realizada, das responsabilidades do auditor ou do relatório de auditoria.
Diferente do parágrafo ênfase, o assunto abordado nesse parágrafo de outros
assuntos não está divulgado nas demonstrações financeiras, pois está
relacionado com o trabalho (do auditor) e não coma as demonstrações
financeiras (da entidade).
• Parágrafo ênfase:
• Sempre que o auditor decidir incluir um parágrafo ênfase, ele deve estar
plenamente satisfeito de que não houve qualquer limitação ao seu trabalho e de
que não identificou qualquer distorção relevante nas demonstrações
financeiras. Ênfase não substitui ressalva.
• O parágrafo deve limitar-se a chamar a atenção do usuário para aquilo que está
divulgado nas demonstrações financeiras.
• Incertezas (contingências e problemas de continuidade);
• Aplicação antecipada de um prática contábil;
• Transações relevantes com partes relacionadas;
• Mudanças extremamente relevantes na legislação que afetem de forma significativa a
entidade;
• Grande catástrofe que teve e continua a ter efeito
Ênfase:
• Chamamos a atenção para a Nota X às demonstrações financeiras que descreve a
incerteza relacionada com o resultado da ação judicial movida contra a companhia pela
Empresa XYZ. Nossa opinião não contém ressalva relacionada a esse assunto.
• Parágrafo de outros assuntos:
• Na prática, tem sido bastante comum a inclusão de um informação
adicional no Parecer do Auditor para destacar um aspecto relacionado com
o trabalho. Provavelmente a situação mais comum é quando ocorreu a
substituição do auditor e o auditor atual adiciona logo após a sua opinião a
informação de que as demonstrações financeiras do exercício anterior,
apresentadas para fins de comparação, foram examinadas por outros
auditores independentes, que emitiram a opinião sem ressalva (ou outro
tipo de opinião) na data X.

• Outros Assuntos
• As demonstrações financeiras da Companhia ABC para o exercício findo em
31 de dezembro de 20X0 foram examinadas por outros auditores
independentes que emitiram relatório em 31 de março de 20X1 Com opinião
sem modificação sobre essas demonstrações financeiras.
• NBC TA 710 – Informações comparativas - Valores correspondentes
e demonstrações financeiras comparativas:
• Essa norma trata da responsabilidade do auditor relacionada com as
informações comparativas em seu relatório de auditoria sobre as
demonstrações financeiras comparativas em seu relatório de
auditoria, existe uma sutil diferença entre Valores Correspondentes
(ao período anterior) e Demonstrações Financeiras Comparativas.
• Valores correspondentes do ano anterior integram as demonstrações
financeiras do período corrente, como se não tivessem vida própria,
enquanto nas demonstrações financeiras comparativas o nível de
informação do ano anterior é comparável ao ano corrente.
• Em decorrência dessa sutil diferença as normas internacionais
consideram a existência de duas abordagens para o relatório de
auditoria. Na abordagem de valores correspondentes , adotada
internacionalmente, o relatório de auditoria cobre somente as
demonstrações financeiras do período corrente.
• NBC TA 720 – Responsabilidade do auditor em relação a outra
informações incluídas em documentos que contenham
demonstrações contábeis auditadas:

• Essa norma tem por objetivo orientar os auditores sobre sua


responsabilidade com referência às outras informações incluídas
em documento que contenham as demonstrações financeiras
auditadas acompanhadas de seu relatório.
• Exemplo: Relatório da Administração que acompanham as
demonstrações financeiras.
• Requisitos:
• Leitura das outras informações;
• Analisar as inconsistências e distorções relevantes.

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