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Teoria do anel, observações e exploração

Robert Hooke registrou as sombras (a e b) lançadas pelo globo sobre os anéis e


vice-versa neste desenho de Saturno de 1666
Em 1657, Christopher Wren se tornou professor de Astronomia no Gresham College, em
Londres. Ele vinha fazendo observações de Saturno desde 1652 com o objetivo de
explicar sua aparência. Sua hipótese foi escrita em De corpori saturni, em que ele
chegou perto de sugerir que o planeta tinha um anel. Entretanto, Wren não estava
certo sobre se o anel era independente do planeta ou fisicamente ligado a ele.
Antes que a teoria de Wren fosse publicada, Christiaan Huygens apresentou sua
teoria dos anéis de Saturno. Wren imediatamente reconheceu que esta hipótese era
melhor que a sua, e De corpore saturni nunca foi publicada.[8]

Huygens foi o primeiro a sugerir que Saturno era circundado por um anel destacado
do planeta. Usando um telescópio de refração de 50x que ele mesmo havia projetado,
muito superior aos disponíveis para Galileu, Huygens observou Saturno e, em 1656,
como Galileu, publicou o anagrama
aaaaaaacccccdeeeeeghiiiiiiillllmmnnnnnnnnnooooppqrrstttttuuuuu. Quando confirmou
suas observações, três anos mais tarde, ele revelou o significado: "Annuto
cingitur, tenui, plano, nusquam coherente, ad eclipticam inclinato", ou seja, "Ele
(Saturno) é circundado por um anel fino e plano, não tocado em nenhum lugar,
inclinado em relação à eclíptica."[4][9] Robert Hooke foi outro observador inicial
dos anéis de Saturno, e registrou o lançamento de sombras nos anéis.[8]

Em 1675, Giovanni Domenico Cassini determinou que o anel de Saturno era composto de
múltiplos anéis menores, com lacunas entre eles; a maior dessas lacunas foi mais
tarde denominada a Divisão Cassini. Esta divisão é uma região com 4 800 quilômetros
de largura, entre os Anéis A e B.[10]

Em 1787, Pierre-Simon Laplace provou que um anel sólido uniforme seria instável e
sugeriu que os anéis eram compostos de um grande número de pequenos anéis sólidos.
[4][11]

Em 1859, James Clerk Maxwell demonstrou que um anel sólido não uniforme, pequenos
anéis sólidos ou um anel contínuo fluido também não seriam estáveis, indicando que
o anel deveria ser composto de numerosas partículas pequenas, todas orbitando
Saturno independentemente.[11] Mais tarde, Sofia Kovalevskaya também concluiu que
os anéis de Saturno não podiam ser corpos líquidos em forma de anel.[12] Estudos
espectroscópicos dos anéis, realizados em 1895 por James Edward Keeler do
Observatório Allegheny e Aristarkh Belopolsky do Observatório de Pulkovo, mostraram
que a análise de Maxwell estava correta.

Visão da Voyager 2 de Saturno fazendo sombra sobre seus anéis. Quatro satélites,
duas de suas sombras e raios anelares são visíveis
Quatro sondas robóticas observaram os anéis de Saturno a partir das vizinhanças do
planeta. A maior aproximação de Saturno da Pioneer 11 ocorreu em setembro de 1979,
à distância de 20 900 quilômetros.[13] A Pioneer 11 foi a responsável pela
descoberta do Anel F.[13] A maior aproximação da Voyager 1 ocorreu em novembro de
1980, à distância de 64 200 quilômetros.[14] Um fotopolarímetro com defeito impediu
a Voyager 1 de observar os anéis com a resolução planejada, entretanto as imagens
da sonda forneceram detalhe sem precedente do sistema de anéis e revelaram a
existência do Anel G.[15] A maior aproximação da Voyager 2 ocorreu em agosto de
1981, à distância de 41 000 quilômetros.[14] O fotopolarímetro funcionando permitiu
a observação do sistema de anéis com maior resolução do que a da Voyager 1, levando
à descoberta de muitos anéis menores não vistos anteriormente.[16] A sonda Cassini
entrou em órbita de Saturno em julho de 2004.[17] As imagens dos anéis feitas pela
Cassini são até hoje as mais detalhadas, e foram responsáveis pela descoberta de
ainda mais anéis menores.[18]
Os anéis são nomeados alfabeticamente, na ordem em que foram descobertos[19] (A e B
em 1675 por Giovanni Domenico Cassini, C em 1850 por William Cranch Bond e seu
filho George Phillips Bond, D em 1933 por Nikolai P. Barabachov e B. Semejkin, E em
1967 por Walter A. Feibelman, F em 1979 pela Pioneer 11 e G em 1980 pela Voyager
1). Os anéis principais são, olhando-se para fora do planeta, C, B e A, com a
Divisão Cassini, a maior lacuna, separando os Anéis B e A. Diversos anéis mais
tênues foram descobertos mais recentemente. O Anel D é extremamente tênue e é o
mais próximo do planeta. O estreito Anel F está logo depois do Anel A. Depois
desses, estão dois anéis bem mais tênues chamados G e E. Os anéis mostram uma
enorme quantidade de estruturas em todas as escalas, algumas relacionadas a
perturbações pelas luas de Saturno, mas muitas inexplicadas.[19]

Inclinação axial de Saturno

Simulação da aparência de Saturno visto da Terra, no curso de um ano de Saturno


A inclinação axial de Saturno é de 26,7°, significando que as vistas dos anéis
obtidas a partir da Terra são largamente variáveis em épocas diferentes, nas quais
os anéis visíveis ocupam o plano equatorial.[20] A Terra faz passagens pelo plano
dos anéis a cada 13 a 15 anos, aproximadamente a cada meio ano de Saturno, e há
chances aproximadamente iguais de um ou três cruzamentos ocorrerem em cada ocasião
dessas. Os mais recentes cruzamentos do plano dos anéis ocorreram em 22 de maio de
1995, 10 de agosto de 1995, 11 de fevereiro de 1996 e 4 de setembro de 2009; os
próximos eventos serão em 23 de março de 2025, 15 de outubro de 2038, 1° de abril
de 2039 e 9 de julho de 2039. Oportunidades favoráveis de observação de cruzamentos
do plano de anéis (com Saturno não próximo ao Sol) só ocorrem durante os
cruzamentos triplos.[21][22][23]

Os equinócios de Saturno, quando o Sol passa pelo plano dos anéis, não são
espaçados por igual: em cada órbita o Sol está ao sul do plano de anéis por 13,7
anos, depois ao norte do plano por 15,7 anos. A excentricidade orbital de Saturno,
de 0,0565, é a maior dos planetas gigantes do Sistema Solar, e cerca de três vezes
a da Terra. A sua apside é atingida próximo do solstício de verão do seu hemisfério
norte.[24] Datas para os equinócios de outono no hemisfério norte incluem 19 de
novembro de 1995 e 6 de maio de 2025, com os equinócios setentrionais de primavera
em 11 de agosto de 2009 e 23 de janeiro de 2039.[25] No período próximo ao
equinócio, a iluminação da maior parte dos anéis é bastante reduzida, tornando
possíveis observações únicas ressaltando características que saiam do plano de
anéis.[26]

Características físicas

O conjunto completo de anéis, visualizado quando Saturno eclipsou o Sol em relação


ao ponto de vista da sonda Cassini, a uma distância de 1,2 milhão de quilômetros em
19 de julho de 2013 (o brilho está exagerado). A Terra aparece como um ponto às 4
horas, entre os anéis G e E.

A escura Divisão Cassini separa o largo Anel B interior do Anel A exterior nesta
imagem da ACS do Telescópio espacial Hubble (22 de março de 2004). O menos
proeminente Anel C está logo no interior do Anel B.

Um mosaico da Cassini dos anéis de Saturno em 12 de agosto de 2009, um dia depois


do equinócio. Com os anéis apontados para o Sol, a iluminação é pela luz refletida
por Saturno, exceto nas seções mais grossas ou fora do plano, como o Anel F.

Uma visão da sonda Cassini do lado não iluminado dos anéis de Saturno (9 de maio de
2007)
Os densos anéis principais se estendem de 7 000 km a 80 000 km de distância do
equador de Saturno, cujo raio é de 60.300 km (ver Subdivisões principais). Com uma
espessura local estimada entre 10 m[27] e 1 km,[28] eles são compostos em 99,9% de
gelo de água pura, com uma quantidade residual de impurezas que podem incluir
tolinas ou silicatos.[29] Os anéis principais são compostos principalmente de
partículas variando em tamanho de 1 cm a 10 m.[30]

A Cassini mediu diretamente a massa do sistema de anéis por meio do efeito


gravitacional deles durante o conjunto final de órbitas em que a sonda passou entre
os anéis e o topo de nuvens, chegando a um valor de 1,54 (± 0,49) × 1019 kg, ou
0,41 ± 0,13 massa de Mimas.[3] Isto é tão massivo quanto cerca de metade da massa
da plataforma de gelo antártico na Terra, espalhada por uma área 80 vezes maior que
a da Terra.[31] A estimativa está próxima do valor de 0,40 massa de Mimas derivada
das observações da Cassini de ondas de densidade nos Anéis A, B e C.[31] É uma
fração pequena da massa total de Saturno (cerca de 0,25 ppb). Observações antigas
da Voyager de ondas de densidade nos Anéis A e B e um perfil óptico de profundidade
tinham levado a uma massa de cerca de 0,75 massa de Mimas,[31] mas observações
posteriores e modelagens de computador sugeriram que o valor estava subestimado.
[32]

Embora as lacunas maiores nos anéis, como a Divisão Cassini e a Lacuna Encke,
possam ser vistas da Terra, a sonda Voyager descobriu que os anéis possuem uma
intrincada estrutura de milhares de lacunas estreitas e anéis menores. Acredita-se
que esta estrutura surja, de diferentes formas, a partir da atração gravitacional
das muitas luas de Saturno. Algumas lacunas são criadas pela passagem de luas
menores como Pã,[33] muitas das quais ainda podem estar por ser descobertas, e
alguns pequenos anéis parecem ser mantidos pelos efeitos gravitacionais de pequenos
satélites pastores (de forma similar à manutenção do Anel F por Prometeu). Outras
lacunas surgem de ressonâncias entre o período orbital de partículas na lacuna e de
uma lua mais massiva à distância; Mimas mantém a Divisão Cassini desta maneira.[34]
Outra estrutura nos anéis consiste de ondas espirais levantadas pelas perturbações
gravitacionais periódicas das luas internas em ressonâncias menos disruptivas.
Dados da sonda Cassini indicam que os anéis de Saturno possuem sua própria
atmosfera, independente da do planeta. A atmosfera é composta do gás oxigênio
molecular (O2), produzido quando a luz ultravioleta do Sol interage com o gelo de
água nos anéis. Reações químicas entre fragmentos de moléculas de água e
estimulação adicional por ultravioleta criam e ejetam, entre outras coisas, o O2.
De acordo com modelos desta atmosfera, H2 também está presente. As atmosferas de O2
e H2 são tão esparsas que, se toda a atmosfera se condensasse sobre os anéis, ela
teria a espessura de cerca de um átomo.[35] Os anéis também possuem uma atmosfera
de OH (hidróxido) similarmente esparsa. Como o O2, esta atmosfera é produzida pela
desintegração de moléculas de água, embora neste caso a desintegração seja feita
por íons energéticos que bombardeiam as moléculas de água ejetadas pela lua
Encélado. Esta atmosfera, embora seja extremamente esparsa, foi detectada da Terra
pelo Telescópio Espacial Hubble.[36]

Saturno mostra padrões complexos no seu brilho.[37] A maior parte desta


variabilidade se deve a mudanças no aspecto dos anéis,[38][39] e isto ocorre em
dois ciclos a cada órbita. Entretanto, superposta a esta está a variabilidade
devida à excentricidade da órbita do planeta, que faz com que ele apresente
oposições mais brilhantes no hemisfério norte do que no sul.[40]

Novas imagens dos anéis, tiradas próximo do equinócio de 11 de agosto de 2009 pela
sonda Cassini, mostraram que os anéis se estendem significativamente para fora do
plano nominal do anel em alguns lugares. Este deslocamento atinge até 4 km na borda
da Lacuna Keeler, devido à órbita fora do plano de Dafne, a lua que cria a lacuna.
[41]

Formação e evolução dos anéis principais


As estimativas da idade dos anéis de Saturno variam grandemente, dependendo da
abordagem utilizada. Considerava-se que eles eram muito antigos, datando da
formação do próprio Saturno. Entretanto, dados da Cassini sugerem que eles são
muito mais jovens, tendo mais provavelmente se formado nos últimos 100 milhões de
anos, e podem, portanto, ter entre 10 e 100 milhões de anos de idade.[3][42] Este
cenário de origem recente se baseia em uma nova modelagem da evolução dinâmica dos
anéis e medições do fluxo de poeira interplanetária, que alimentam uma estimativa
da taxa de escurecimento do anel ao longo do tempo.[3] Como os anéis estão
continuamente perdendo material, eles teriam sido mais massivos no passado do que
atualmente.[3] A estimativa de massa por si só não é um bom diagnóstico, uma vez
que anéis de alta massa que se formaram no início da história do Sistema Solar
teriam evoluído até hoje para uma massa próxima àquela medida.[3] Considerando as
atuais taxas de depleção, eles podem desaparecer em 300 milhões de anos.[43][44]

Há duas teorias principais a respeito da origem dos anéis internos de Saturno. Uma
delas, proposta por Édouard Roche no século XIX, é que os anéis já foram uma lua de
Saturno (chamada Veritas, uma deusa romana que se escondeu em um poço) cuja órbita
decaiu até ela ficar suficientemente próxima para ser rasgada pelas forças de maré
(ver limite de Roche).[45] Uma variação desta teoria é que esta lua se desintegrou
depois de ser atingida por um grande cometa ou asteroide.[46] A segunda teoria é
que os anéis nunca foram parte de uma lua, e sim são sobras do material nebular a
partir do qual Saturno se formou.

Uma impressão artística de 2007 dos agregados de partículas de gelo que formam as
porções “sólidas” dos anéis de Saturno. Esses torrões alongados estão continuamente
se formando e dispersando. As partículas maiores têm alguns metros de largura,
Anéis e luas
de Saturno

Tétis, Hipérion e Prometeu

Tétis e Jano
Uma versão mais tradicional da teoria da lua desintegrada diz que os anéis são
compostos de detritos de uma lua com 400 a 600 km de diâmetro, ligeiramente maior
do que Mimas. A última vez em que houve colisões suficientemente grandes para
desintegrar uma lua foi durante o Intenso bombardeio tardio, cerca de quatro
bilhões de anos atrás.[47]

Uma variante mais recente deste tipo de teoria, por Robin Canup, é que os anéis
poderiam representar parte dos remanescentes do manto gelado de uma lua muito
maior, do tamanho de Titã, que teria sido despojada de sua camada externa quando
caiu em espiral em direção ao planeta durante o período de formação, quando Saturno
ainda era cercado por uma nebulosa gasosa.[48][49] Isto explicaria a escassez de
material rochoso dentro dos anéis. Os anéis seriam inicialmente muito mais massivos
(aproximadamente mil vezes) e mais largos que atualmente; o material nas porções
exteriores dos anéis teria coalescido nas luas de Saturno até Tétis, o que também
explicaria a falta de material rochoso na composição da maioria dessas luas.[49] A
subsequente evolução colisional ou criovulcânica de Encélado poderia então ter
causado a perda seletiva de gelo desta lua, elevando a sua densidade para o valor
atual de 1,61 g/cm3, superior à de Mimas (1,15 g/cm3) e de Tétis (0,97 g/cm3).[49]

A ideia de anéis inicialmente massivos foi depois estendida para explicar a


formação das luas de Saturno até Reia.[50] Se os anéis inicialmente massivos
contivessem pedaços de material rochoso (>100 km de largura) além de gelo, esses
corpos de silicato teriam acretado mais gelo e teriam sido expelidos dos anéis,
devido a interações gravitacionais com os anéis e interações de maré com Saturno,
para órbitas progressivamente mais distantes. Dentro do limite de Roche, corpos de
material rochoso são suficientemente densos para acretar material adicional, ao
contrário de corpos de gelo, menos densos. Uma vez fora dos anéis, as luas recém-
formadas poderiam ter continuado a evoluir através de fusões randômicas. Este
processo pode explicar a variação no teor de silicato das luas de Saturno até Reia,
assim como a tendência de teores cada vez menores de silicato quanto mais próximo
de Saturno. Reia seria então a mais velha das luas formadas a partir dos anéis
primordiais, com as luas mais próximas de Saturno sendo progressivamente mais
jovens.[50]

O brilho e pureza do gelo de água nos anéis de Saturno têm sido citados como
evidência de que os anéis são muito mais jovens do que Saturno,[42] uma vez que a
queda de poeira meteórica teria levado ao escurecimento dos anéis. Entretanto,
novas pesquisas indicam que o Anel B pode ser suficientemente massivo para ter
diluído o material caído, evitando assim um escurecimento substancial ao longo da
idade do Sistema Solar. O material do anel pode ser reciclado quando blocos se
formam dentro dos anéis e são destruídos por impactos. Isto explicaria a aparente
juventude de parte do material dentro dos anéis.[51] Evidências sugerindo uma
origem recente do Anel C foram colhidas por pesquisadores analisando dados do
Cassini Titan Radar Mapper, que se focou na análise da proporção de silicatos
rochosos dentro deste anel. Se grande parte deste material foi uma contribuição de
um centauro ou lua destruídos, a idade deste anel poderia ser da ordem de 100
milhões de anos ou menos. Por outro lado, se o material veio principalmente da
queda de micrometeoroides, a idade seria mais próxima de um bilhão de anos.[52]

A equipe do Cassini UVIS, conduzida por Larry W. Esposito, utilizou ocultação


estelar para descobrir 13 objetos, variando entre 27 m e 10 km, dentro do Anel F.
Eles são translúcidos, sugerindo que são agregados temporários de blocos de gelo
com alguns metros de largura. Esposito acredita que esta é a estrutura básica dos
anéis de Saturno, partículas agrupando-se e depois sendo explosivamente afastadas.
[53]

Pesquisas baseadas em taxas de quedas sobre Saturno favorecem um sistema de anéis


mais jovem, datado de centenas de milhões de anos. Material do anel está
continuamente caindo em espiral sobre Saturno; quanto mais rápida for esta queda,
menor é o tempo de vida do sistema de anéis. Um mecanismo envolve a gravidade
puxando grãos de gelo de água dos anéis eletricamente carregados ao longo das
linhas do campo magnético planetário, um processo chamado “chuva de anel”. Este
fluxo foi inferido como sendo de 432-2870 kg/s, utilizando observações do
Observatório W. M. Keck; como consequência somente deste processo, os anéis terão
acabado em ~292+818
−124 milhões de anos.[54] Enquanto atravessava o espaço entre os anéis e o planeta
em setembro de 2017, a sonda Cassini detectou um fluxo equatorial de material com
carga neutra de 4 800-44 000 kg/s.[55] Assumindo que este fluxo seja estável, a
adição dele ao processo contínuo da chuva de anel implica que os anéis poderão
acabar em menos de 100 milhões de anos.[54][56]

Subdivisões e estruturas dentro dos anéis


As partes mais densas do sistema de anéis de Saturno são os Anéis A e B, que são
separados pela Divisão Cassini, descoberta em 1675 por Giovanni Domenico Cassini).
Juntamente com o Anel C, que foi descoberto em 1850 e é similar em caráter à
Divisão Cassini, essas regiões constituem os anéis principais. Os anéis principais
são mais densos e contêm partículas maiores do que os tênues anéis de poeira. Estes
últimos incluem o Anel D, estendendo-se em direção ao topo das nuvens de Saturno,
os Anéis G e E e outros após o sistema de anéis principal. Esses anéis difusos são
caracterizados como de poeira por causa do pequeno tamanho de suas partículas,
frequentemente cerca de 1 μm; sua composição química é, como a dos anéis
principais, quase inteiramente gelo de água

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