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EST029 – Cálculo de Probabilidade I

Cap. 5:Funções de Variáveis


Aleatórias

Prof. Clécio da Silva Ferreira


Depto Estatística - UFJF
Introdução

Exemplo: Considere o seguinte experimento: medir o raio de um


orifício de um tubo.

Seja a v.a. X: raio do orifício do tubo.

 X é uma variável aleatória contínua.

 Considere então a área da seção transversal do orifício:


 Ao: ΠX2
 Ao também é uma variável aleatória. Concordam?

 Se conheço a fdp de X => então devo conhecer também a fdp


de Ao

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Eventos Equivalentes

Sejam :
E: Experimento
S: Espaço amostral associado a E
X: Variável aleatória definida em S
Y = H(x) uma função real
Então Y = H(X) é uma variável aleatória.

Definição: Seja C um evento (subconjunto) associado ao


contradomínio RY de Y. Seja B RX,

(* B é o conjunto de todos os valores de X tal que H(x) C)


Então, B e C são eventos equivalentes.
* Calcular ProbY(C) = ProbX(B)
* H pode ser bijetora ou não!
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Exemplo

Exemplo do raio do orifício do tubo: Seja y = H(x) = Πx 2.

Considere os eventos:
B = {X > 2} e C = {Y > 4Π}
Mostre que os eventos A e B são equivalentes. Faça o gráfico!

Observação: B = {X > 2} = {s|X(s) > 2}


C = {Y > 4Π} = {x|Y(x) > 4Π}

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Definição II

Definição:
Seja uma v.a. X definida no espaço amostral S.
Seja RX o contradomínio de X.
Seja H uma função real e considere-se a v.a. Y = H(X) com
contradomínio RY. Para qualquer evento C RY, definimos P(C) como:

Ou seja, a probabilidade de um evento associado ao contradomínio de


Y é definida como a probabilidade do EVENTO EQUIVALENTE em
RX.
Ou ainda,

Observações:
relação com função inversa
Toda função Y = g(X) gera um nova variável aleatória!

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Exemplo

Exemplo: Seja uma v.a. X contínua com fdp

f(x) = e-x, x > 0.

a) Mostre que f(.) é uma fdp.

b) Seja H(x) = 2x+1. Calcule o contradomínio de Y = H(X).

c) Seja C = {Y ≥ 5}. Calcule o evento equivalente em RX.

d) Calcule P(C).

Observações:
1) A distribuição de probabilidade de qualquer Y = g(X) é
completamente determinada pela distribuição de X, desde que
esta seja conhecida.
2) Nem toda função H(.) concebível poderá ser aceita.

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Variáveis Aleatórias Discretas

Caso 1: X é discreta então Y=H(X) também é discreta.


Caso 2: X é contínua, pode haver Y = H(X) discreta.

Caso 1: Seja X v.a. discreta, RX = {x1, x2, ..., xn,...}


Então yi = H(xi), i =1,2,...
RY = {y1, y2,...}

Observação: Posso ter vários ‘x’ levando a mesmos ‘y’.

Exemplo: Seja X com f.p.


Calcule as f.p. de Y = 3X+1 e Z = X2.

Procedimento geral: Se existirem xi1,...xik tal que H(xij) = yi, para


j=1,...,k, então

Exemplo: Seja X uma v.a./RX = {1,2,...}, P(X = k) = (1/2)k. Seja


Y = 1, se X é par; -1, se X é ímpar. Calcule a f.p. de Y.
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Variáveis Aleatórias Discretas

Caso 2: X é contínua, pode haver Y = H(X) discreta.

Exemplo: Seja X uma v.a. com contradomínio .


Seja

Y é discreta com probabilidades

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Variáveis Aleatórias Contínuas

X é uma v.a. contínua e H(X) também é uma v.a. contínua.

Método 1 (inversão): y = H(x) então x = H-1(y).


a) Obter a fda de Y, G(y) = P(Y ≤ y), através do evento A equivalente no
contradomínio de X.
b) Derivar G(y) em relação a y, obtendo g(y) (a fdp de Y).
c) Determinar o contradomínio de Y (valores de Y para os quais g(y)>0).

Exemplo: Seja X uma v.a. contínua com fdp f(x) = 2x, para 0 < x < 1 e
0, caso contrário. Seja H(x) = 3x+1.
Calcule a fda e a fdp de Y=H(X). Calcule o contradomínio de Y.
Idem para H(x)=e-x.

Observação: Note que este método é possível somente quando H é


estritamente monótona (estritamente crescente ou estritamente
decrescente).

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Método 2 - Jacobiano

Teorema: Seja X uma v.a. contínua com fdp f(.), f(x) > 0, para
a < x < b. Suponha que y = H(x) seja uma função estritamente
monótona (crescente ou decrescente). Admite-se que H seja
derivável (e portanto, contínua), para todo x. Então a v.a. Y=H(X)
possui a fdp

Provar!

Observação: Este método leva direto na fdp!

Exemplo (anterior, pág. 9): Seja X com fdp f(x)=2x, 0 < x < 1;
0, c.c. Seja Y = H(X) = 3X+1 e Z= e-X. Ache as fdp’s de Y e Z
pelo método do Jacobiano.

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Quando H não for monótona

Exemplo: Seja X~ U(-1,1). Seja Y = H(X) = X2. H não é


monótona. Ache a fdp de Y pelo método 1.

Teorema: Seja X uma v.a. contínua com fdp fX(.). Então a v.a. Y
= X2 tem fdp

Exercícios: Meyer, cap. 5: 1, 2, 3

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