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MANEJO DE IRRIGAÇÃO

MANEJO DA IRRIGAÇÃO

O manejo da irrigação consiste na determinação do momento e da


quantidade de água a ser aplicada na condução da irrigação.

O manejo ou monitoramento da irrigação pode ser realizado via planta, solo


ou clima.
Métodos para determinação do Momento de irrigação

1) Via Planta: é um método que se tem dado muita ênfase na


pesquisa. Seu fundamento consiste em determinar o momento da
irrigação baseado em sintomas da planta como turgescência da
parte vegetal, da abertura estomatal, intensidade de transpiração...

2) Via Solo:

a) Umidade do Solo – é um método muito usado e consiste em


determinar diariamente, de forma direta ou indireta, o teor de
umidade do solo, devendo-se irrigar quando o teor de umidade
atingir um valor preestabelecido.
a

Umidade do Solo (volumétrica)

A umidade do solo é definida como a razão entre o volume de água e o


volume de solo, denominada umidade em volume ().

volume de água abh


 
volume de solo ab Z

h

Z
Exemplo:
Dado o monitoramento de umidade do solo abaixo, determinar o momento de irrigação
para os seguintes dados:
Reservatório:
 
Wcc = 0,28 g/g
CRA  Wcc  Wpm  a  z  f
Wpm, = 0,20 g/g
a = 1,25 g/cm3
z = 50 cm
f = 0,5

Camada Umidade (cm3/cm3)


do solo
(cm) 11/fev 12/fev 13/fev 14/fev 15/fev

0-10 0,35 0,3 0,28 0,26 0,25

10-20 0,35 0,31 0,29 0,28 0,26

20-30 0,35 0,35 0,32 0,3 0,28

30-40 0,35 0,35 0,33 0,32 0,3

40-50 0,35 0,35 0,35 0,34 0,32


b) Tensão de Água no Solo – também é um método bastante utilizado em
países com maior nível tecnológico e consiste em determinar diariamente,
de forma direta ou indireta, a tensão de água no solo, através de
tensiômetros ou da curva características de retenção de água.
m

Tensão = - m


 CONTROLE DA IRRIGAÇÃO POR MEDIDAS DO POTENCIAL MÁTRICO DO SOLO

Quando irrigar – Com base no potencial mátrico crítico na profundidade de


controle.
Quanto irrigar – Com base na umidade do solo correspondente ao potencial
mátrico em cada camada e na umidade à capacidade de campo.

INTERPRETAÇÃO DAS LEITURAS DOS TENSIÔMETROS

Interpretação geral
 Leituras próximas de 0,8 bar indicam baixo teor de água no
solo e leituras menores que 0,1 bar indicam solo saturado.
 Leituras entre 0,1 e 0,3 bar indicam umidades próximas da
capacidade de campo.
 Leituras entre 0,3 e 0,8 bar indicam o momento de iniciar a
irrigação para a maioria das culturas
INTERPRETAÇÃO DAS LEITURAS DOS TENSIÔMETROS

Interpretação específica
Potencial mátrico crítico para produtividade máxima
1 bar = 0,987 atm
Culturas Potencial Culturas Potencial
mátrico crítico mátrico crítico
(bar) (bar)
Repolho 0,30-0,50 Pimenta 0,20-0,40
Ervilha verde 0,20-0,30 Feijão grão 0,50-0,75
Milho verde 0,40-0,60 Soja 0,50-0,80
Milho grão 0,50-0,70 Melão 0,30-0,50
Cebola 0,40-0,60 Citros 0,50-0,70
Batata 0,30-0,50 Uva 0,40-0,60
Alface 0,20-0,30 Banana 0,30-0,50
Tomate 0,10-0,25 Melancia 0,30-0,50
Pimentão 0,30-0,50 Maçã 0,50-0,80
Exemplo:
Com a curva característica de umidade abaixo, identificar a lâmina de água que deve
ser aplicada pela irrigação sabendo-se que o momento da irrigação deve ser aquele
quando a tensão de água no solo chegar próximo a 0,8 atm e que a tensão de umidade
na capacidade de campo é de 0,3 atm.
Dados:
Densidade Global = 1,2 g/cm3
Profundidade efetiva do sistema radicular = 40 cm
3) Via Clima (evapotranspiração): O mais utilizado é a medição da
evaporação no Tanque Classe “A”, em razão de sua simplicidade,
instalação, manuseio e baixo custo.

Exemplo:
Determinar o momento da irrigação de uma cultura de milho, sendo os
seguintes dados locais: Considerar que no dia 1º o solo foi irrigado e a
umidade elevada à capacidade de campo.
ETo no período de 1º a 8º = 6 mm/dia
ETo no período de 9º a 15º = 7,0 mm/dia
Profundidade do sistema radicular = 0,5 m
Kc = 1,1
Fator de disponibilidade (f) = 0,5
Umidade de Capacidade de Campo: 0,34 g/g
Umidade de ponto de murcha permanente: 0,22 g/g
Densidade aparente do solo: 1,32 g/cm3

Pelos dados temos:


CTA = 80 mm
CRA = CTA x f = 40 mm
1º de janeiro:
LAA = CTA = 80 mm
Ks = 1,0
ETpc = ETrc = 6,0 x 1,1 = 6,6 mm

2º de janeiro
LAA = 80 – 6,6 = 73,4mm
ln73,4  1
Ks  =0,98
ln80  1

ETrc = ETpc x ks = 6,6 x 0,98 = 6,5 mm

3º de janeiro
LAA = 73,4 – 6,5 = 66,9 mm
Ks = 0,96
ETrc = 6,6 x 0,96 = 6,3 mm
4º de janeiro
LAA = 66,9 – 6,3 = 60,6
Ks = 0,94
ETrc = 6,6 x 0,94 = 6,2 mm
5º de janeiro
LAA = 60,6 – 6,2 = 54,4
Ks = 0,91
ETrc = 6,6 x 0,91 = 6,0 mm
6º de janeiro
LAA = 54,4 – 6,0 = 48,4
Ks = 0,89
ETrc = 6,6 x 0,89 = 5,9 mm
7º de janeiro
LAA = 48,4 – 5,9 = 42,5
Neste momento é necessário realizar a irrigação.
4) Método com Turno de Rega Fixo:

TURNO DE REGA é o intervalo, em dias, entre duas irrigações sucessivas.

Nos métodos apresentados anteriormente o momento de irrigação era


definido quando a umidade ou tensão de água no solo chegava a um
determinado valor ou quando a demanda evapotranspirométrica da cultura
havia consumido determinada lâmina. Tínhamos um manejo com TURNO
DE REGA VARIADO.

Lâmina constante  Tempo variado

No entanto, o método mais usado, principalmente em médios e grandes


projetos de irrigação, em que se tem de coordenar a distribuição de água
em várias parcelas é o com TURNO DE REGA FIXO.

Tempo constante  Lâmina variada


Os métodos de monitoramento da irrigação via solo ou clima, apresentados
anteriormente, podem ser adaptados para o TURNO DE REGA FIXO.

Condições que Tendem a requerer irrigações freqüentes:

Planta:  Raízes rasas e de crescimento lento


Parte ou órgão colhido na forma de peso verde
Estádio com maior desenvolvimento vegetativo (floração)
Solo:  Raso ou mal estruturado
Arenoso (baixa retenção de água)
Solos salinos
Clima: Alta demanda de evaporação
Manejo: Plantio no início da estação seca.

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