10010100111010101001010010101 CURSO DE ELETRÔNICA DIGITAL
10101010100111010100101011101 CURSO DE 01010011001111010100111010010 ELETRÔNICA 01010000111101010011101010010
DIGITAL
INTRODUÇÃO
Os circuitos equipados com processadores, úteis, e dividimos o trabalho em doze capítulos:
cada vez mais, estão fazendo parte do cotidiano · Sistemas de numeração do técnico e/ou engenheiro, tanto de campo como · Álgebra de Boole e portas lógicas de desenvolvimento. · Família TTL Hoje, dificilmente encontramos um equipamen- · Família CMOS to, seja ele de consumo ou de produção, que não · Funções lógicas possua pelo menos um processador (DSP, · Flip-Flops microprocessador, ou microcontrolador). · Funções lógicas integradas É fato também que vários profissionais encon- · Multivibradores tram muitas dificuldades na programação e desen- · Contadores volvimento de projetos com esses componentes, · Decodificadores simplesmente por terem esquecido alguns concei- · Registradores de deslocamento tos fundamentais da eletrônica digital clássica. · Displays A intenção desse “especial” é justamente essa, ou seja, cobrir possíveis lacunas sobre essa Tivemos o cuidado de elaborar alguns testes, tecnologia de modo simples e objetivo. Procuramos para que o leitor possa acompanhar melhor sua complementar a teoria com circuitos práticos e percepção.
Newton C. Braga
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LIÇÃO 1
ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL
SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
1.1- ANALÓGICO E DIGITAL modo contínuo numa escala. Os va-
lores dos sinais não precisam ser in- COMPUTADORES: os com- Por que digital? Esta é certamen- teiros. Por exemplo, um sinal de áudio, putadores atuais são digitais em te a primeira pergunta que qualquer que é analógico, varia suavemente sua totalidade e praticamente leitor que está “chegando agora” e tem entre dois extremos, enquanto que um não é usado outro tipo de confi- apenas alguma base teórica sobre sinal digital só pode variar aos saltos, guração. No entanto, nem sem- Eletrônica faria ao encontrar o nosso observe a figura 1. pre foi assim. Nas primeiras dé- curso. Conforme o leitor pode perceber, cadas deste século, quando os Por este motivo, começamos jus- a diferença básica entre os dois tipos circuitos eram ainda valvulados, tamente por explicar as diferenças de eletrônica está associada inicial- os primeiros computadores entre as duas eletrônicas, de modo mente ao tipo de sinais com que elas eram máquinas analógicas. A que elas fiquem bem claras. Devemos trabalham e no que elas fazem com imprecisão e algumas outras di- lembrar que em muitos equipamen- os sinais. ficuldades técnicas que estes tos, mesmo classificados como De uma forma resumida podemos computadores apresentavam fi- analógicos ou digitais, encontraremos dizer que: zeram com que logo fossem os dois tipos de circuitos. É o caso dos A Eletrônica Digital trabalha com substituídos pelos circuitos digi- computadores, que mesmo sendo sinais que só podem assumir valores tais hoje usados. classificados como “máquinas estrita- discretos ou inteiros. mente digitais” podem ter em alguns A Eletrônica Analógica trabalha pontos de seus circuitos configura- com sinais que podem ter qualquer ções analógicas. valor entre dois limites. dos em computadores e outras má- Uma definição encontrada nos li- quinas não processam os sinais ba- vros especializados atribui o nome de seados em uma finalidade simples Eletrônica Digital aos circuitos que 1.2 - LÓGICA DIGITAL determinada quando são fabricados. operam com quantidades que só po- Os circuitos digitais dos computa- dem ser incrementadas ou Os computadores e outros equi- dores e outros equipamentos são ca- decrementadas em passos finitos. pamentos que usam circuitos digitais pazes de combinar os sinais toman- Um exemplo disso é dado pelos funcionam obedecendo a um tipo de do decisões segundo um comporta- circuitos que operam com impulsos. comportamento baseado no que se mento lógico. Só podemos ter números inteiros de denomina Lógica. É evidente que se o leitor deseja pulsos sendo trabalhados em qual- Diferentemente dos circuitos am- realmente entender como as coisas quer momento em qualquer ponto do plificadores comuns que simplesmen- acontecem nos circuitos digitais, deve circuito. Em nenhum lugar encontra- te amplificam, atenuam ou realizam partir exatamente do aprendizado do remos “meio pulso” ou “um quarto de algum tipo de processamento simples comportamento lógico. Podemos di- pulso”. dos sinais, os circuitos digitais usa- zer que a lógica nos permite tirar A palavra digital também está as- sociada a dígito (do latim digitu, dedo) que está associado à representação de quantidades inteiras. Não pode- mos usar os dedos para representar meio pulso ou um quarto de pulso. Na Eletrônica Analógica trabalha- mos com quantidades ou sinais que podem ter valores que variam de Figura 1 - Os sinais digitais variam aos saltos.
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conclusões ou tomar decisões a par-
tir de fatos conhecidos. Por exemplo, a decisão de “acen- der uma lâmpada quando está escu- ro” é uma decisão lógica, pois a pro- posição e a conclusão são fatos relacionados. Figura 2 - Elementos simples de lógica são a base de funcionamento dos circuitos digitais. Ao contrário, a decisão de “acen- der uma lâmpada, porque está cho- vendo” não é uma decisão lógica, pois os fatos envolvidos não têm relação. Evidentemente, os fatos relaciona- dos acima são simples e servem para exemplificar como as coisas funcionam. dedos. Assim, tomando os dedos das Na eletrônica dos computadores, mãos podemos contar objetos com o que temos é a aplicação da lógica facilidade até certo ponto. digital, ou seja, de circuitos que ope- O ponto crítico ocorre quando te- ram tomando decisões em função de mos quantidades maiores do que 10. coisas que acontecem no seu próprio O homem resolveu o problema pas- Figura 3 - A posição do algarismo interior. É claro que os computadores sando a indicar também a quantida- dá seu valor relativo. e seus circuitos digitais não podem de de mãos ou de vezes em que os entender coisas como está escuro ou dez dedos eram usados. número e que estes pesos são po- está chovendo e tomar decisões. Assim, quando dizemos que temos tências da base. Por exemplo, para a Os circuitos lógicos digitais traba- 27 objetos, o 2 indica que temos “duas base 10, cada algarismo a partir da lham com sinais elétricos. mãos cheias” ou duas dezenas mais direita tem um peso, que é uma po- Assim, os circuitos lógicos digitais 7 objetos. O 2 tem peso 10. tência de 10 em ordem crescente, o nada mais fazem do que receber si- Da mesma forma, quando dizemos que nos leva à unidade (dez elevado nais com determinadas característi- que temos 237 objetos, o 2 indica que a zero), à dezena (dez elevado ao cas e em função destes tomar deci- temos “duas dezenas de mãos chei- expoente um), à centena (dez eleva- sões que nada mais são do que a pro- as” ou duas centenas, enquanto o 3 do ao quadrado), ao milhar (dez ele- dução de um outro sinal elétrico. indica que temos mais 3 mãos cheias vado ao cubo) e assim por diante, Mas, se os sinais elétricos são di- e finalmente o 7, mais 7 objetos, fi- conforme a figura 7. gitais, ou seja, representam quantida- gura 3. Em outras palavras, a posi- Em Eletrônica Digital costumamos des discretas e se a lógica é baseada ção dos algarismos na representação dizer que o dígito mais à direita, por em tomada de decisões, o próximo dos números tem um peso e em nos- representar a menor potência ou ter passo no entendimento da Eletrônica so sistema de numeração que é deci- menor peso, é o dígito ou bit* menos Digital, é partir para o modo como mal este peso é 10, veja a figura 4. significativo ou LSB (Less Significant as quantidades discretas são repre- O que aconteceria se tivéssemos Bit) enquanto que o mais à esquerda sentadas e entendidas pelos circuitos um número diferente de dedos, por é o mais significativo ou MSB (Most eletrônicos. exemplo 2 em cada mão? Significant Bit). Para a base 4, con- Isso significaria, em primeiro lugar, forme observamos na figura 8, os dí- que em nosso sistema de base 4 (e gitos têm potências de 4. 1.3 - SISTEMAS DE NUMERAÇÃO não base 10) só existiriam 4 algaris- mos para representar os números: 0, Figura 5 - Na base 4 O modo como contamos as quan- 1, 2 e 3, confira a figura 5. são usados 4 tidades vem do fato de possuirmos 10 Para representar uma quantidade algarismos. maior do que 4 teríamos de usar mais de um algarismo. Assim, para indicar 7 objetos na base 4, teríamos “uma mão cheia com 4” e mais 3. Isso daria 13, figura 6. Veja então que no “13” na base 4, o 1 tem peso 4, enquanto que o 3 tem o seu valor normal. Figura 6 - Treze na base quatro De uma forma generalizada, dize- equivale a sete na base 10. mos que dependendo da base do sis- Figura 4 - Os pesos são tema os algarismos têm “pesos” que *O bit que é o dígito binário (na base 2) potências de 10 no sistema decimal. correspondem à sua posição no será estudado mais adiante.
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dígitos conforme sua posição no nú-
mero. Assim, vamos tomar como exemplo o valor 1101 que em binário representa o número 13 decimal e ver Dígito como isso ocorre. ou bit O primeiro dígito da direita nos in- Figura 9 - Pesos na numeração binária. Figura 7 - Os pesos aumentam dica que temos uma vez o peso des- Decimal Binário Decimal Binário da direita para a esquerda. te dígito ou 1. 0 0 9 1001 O zero do segundo dígito da direi- 1 1 10 1010 1.4 - NUMERAÇÃO BINÁRIA ta para a esquerda indica que não te- 2 10 11 1011 mos nada com o peso 2. 3 11 12 1100 Os circuitos eletrônicos não pos- Agora o terceiro dígito da direita 4 100 13 1101 suem dedos. para a esquerda e que tem peso 4 é 5 101 14 1110 É evidente também que não seria 1, o que indica que temos “uma vez 6 110 15 1111 muito fácil projetar circuitos capazes quatro”. 7 111 16 10000 de reconhecer 10 níveis de uma ten- Finalmente, o primeiro dígito da 8 1000 17 10001 são ou de outra grandeza elétrica sem esquerda que é 1 e está na posição o perigo de que qualquer pequeno de peso 8, nos diz que temos “uma Para o leitor que pretende enten- problema fizesse-os causar qualquer vez oito”. der de Eletrônica Digital aplicada aos confusão. Somando uma vez oito, com uma computadores há momentos em que Muito mais simples para os circui- vez quatro e uma vez um, temos o é preciso saber converter uma indi- tos eletrônicos é trabalhar com um sis- total, justamente a quantidade que cação em binário para o decimal cor- tema de numeração que esteja mais conhecemos em decimal como treze. respondente. de acordo com o seu princípio de fun- Veja então, conforme indica a fi- Podemos dar como exemplo o cionamento e isso realmente é feito. gura 9, que na numeração binária, os caso de certas placas que são usa- Um circuito eletrônico pode ter ou dígitos vão tendo pesos da direita das no diagnóstico de computadores não corrente, ter ou não tensão, pode para a esquerda que são potências e que possuem um conjunto de LEDs receber ou não um pulso elétrico. de 2, ou seja, dois elevado ao expo- que acende indicando um número Ora, os circuitos eletrônicos são ente zero que é um, dois elevado ao correspondente a um código de erros. mais apropriados para operar com si- expoente 1 que é 2, dois ao quadra- Os LEDs apagados indicam o alga- nais que tenham duas condições pos- do que é 4 e assim por diante. rismo 0 e os LEDs acesos, o algaris- síveis, ou seja, que representem dois Basta lembrar que a cada vez que mo 1. dígitos ou algarismos. nos deslocamos para a esquerda, o Vamos supor que num diagnósti- Também podemos dizer que as peso do dígito dobra, figura 10. co a sequência de acendimento dos regras que regem o funcionamento Como não existe um limite para os LEDs seja 1010110. É preciso saber dos circuitos que operam com ape- valores dos pesos, isso significa que por onde começar a leitura ou seja, nas duas condições possíveis são é posível representar qualquer quan- se o de menor peso é o da direita ou muito mais simples. tidade em binário, por maior que seja, da esquerda. Assim, o sistema adotado nos cir- simplesmente usando o número apro- Nas indicações dadas por instru- cuitos eletrônicos digitais é o sistema priado de dígitos. mentos ou mesmo na representação binário ou de base 2, onde são usa- Para 4 dígitos podemos represen- da valores binários, como por exem- dos apenas dois dígitos, correspon- tar números até 15; para 8 dígitos po- plo na saída de um circuito, é preciso dentes a duas condições possíveis de demos ir até 255; para 16 dígitos até saber qual dos dígitos tem maior peso um circuito: 0 e 1. 65 535 e assim por diante. e qual tem menor peso. Mas, como podemos representar O leitor deve lembrar-se desses Isso é feito com uma sigla adota- qualquer quantidade usando apenas valores limites para 4, 8 e 16 dígitos da normalmente e que se refere ao dois algarismos? de um número binário, pois eles têm dígito, no caso denominado bit. A idéia básica é a mesma usada uma grande im- na representação de quantidades no por tância na sistema decimal: atribuir pesos aos Informática. A seguir da- mos a represen- tação binária dos números deci- mais até 17 para uma melhor ilus- tração de como Figura 10 - Na numeração binária os pesos tudo funciona: Figura 8 - Os pesos na base 4. dobram a cada digito deslocado para a esquerda.
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Os computadores usam muitos ti- A própria existência de um “0,” já
Figura 11 - pos de algoritmos quando fazem suas nos sugere que se trata de um núme- Extremos de operações, se bem que a maioria não ro menor que 1 e portanto, fracionário. um número precise ser conhecida dos leitores. Ocorre que os dígitos deste núme- binário. Assim, para a conversão de um ro têm pesos que correspondem a decimal para binário, como por exem- potências de 2 negativas, que nada plo o 116, o que fazemos é uma série mais são do que frações, conforme a de divisões sucessivas, figura 12. seguinte sequência: Assim, conforme citado anterior- Vamos dividindo os números por mente, para o dígito de menor peso 2 até o ponto em que chegamos a um Dígito Peso Valor ou bit menos significativo é adotada valor menor que 2 e que portanto, não 0, x 1 = 0 a sigla LSB (Less Significant Bit) e pode mais ser dividido. 0 x 1/2 = 0 para o mais significativo é adotada a O resultado desta última divisão, 1 x 1/4 = 0,25 sigla MSB (Most Significant Bit), figu- ou seja, seu quociente é então o pri- 1 x 1/8 = 0,0625 ra 11. meiro dígito binário do número con- 0 x 1/16 = 0 O que fazemos é somar os valo- vertido. Os demais dígitos são obti- 1 x 1/32 = 0,03125 res dados pelos dígitos multiplicados dos lendo-se os restos da direita para pelo peso de sua posição. No caso a esquerda da série de divisões Somando os valores relativos te- do valor tomado como exemplo, que realizamos. Tudo muito simples e remos: 1010110, temos: rápido. 0,25 + 0,0625 + 0,03125 = 0,625
Dígito Peso Valor O número decimal representado é
1 x 64 = 64 portanto 0,625. 0 x 32 = 0 1 x 16 = 16 Veja que usando tantos dígitos 0 x 8 = 0 quantos sejam necessários podemos 1 x 4 = 4 representar com a precisão desejada 1 x 2 = 2 um número decimal. 0 x 1 = 0 resultado: 1110100
Somando os valores teremos: Figura 12 - Conversão de um decimal em 1.6 - FORMAS DIFERENTES DE
64 + 16 + 4 + 2 = 86 binário por divisões sucessivas. UTILIZAR O SISTEMA BINÁRIO
O valor decimal de 1010110 é 86. A utilização de circuitos eletrôni-
Assim, tudo que o leitor tem de 1.5 - BINÁRIOS MENORES QUE 1 cos com determinadas características fazer é lembrar que a cada dígito que e a própria necessidade de adaptar o saltamos para a esquerda seu peso Para o leitor talvez seja difícil en- sistema binário à representação de dobra na sequência 1, 2, 4, 8, 16, 32, tender como usando quantidades que valores que sejam convertidos rapi- 64, 128, etc. só podem ser inteiras, como dado damente para o decimal e mesmo Na prática também pode ocorrer pela definição de digital no início desta outros sistemas, levou ao apareci- o problema inverso, transformação de lição, seja possível representar quan- mento de algumas formas diferentes um valor expresso em decimal (base tidades menores que um, ou seja, de utilização dos binários. 10) para a base 2 ou binário. números “quebrados” ou fracionários. Estas formas são encontradas em Para esta transformação podemos É claro que isso é possível na prá- diversos tipos de equipamentos digi- fazer uso de algoritmo muito simples tica, pois se assim não fosse os com- tais, incluindo os computadores. que memorizado pelo leitor pode ser putadores e as calculadoras não po- de grande utilidade, dada sua deriam realizar qualquer operação praticidade. com estes números e sabemos que Sistema BCD (Decimal Para os que não sabem, algoritmo isso não é verdade. Codificado em Binário) nada mais é do que uma sequência O que se faz é usar um artifício de operações que seguem uma de- que consiste em empregar potências BCD é a abreviação de Binary terminada regra e permitem realizar negativas de um número inteiro para Coded Decimal e se adapta melhor uma operação mais complexa. Quan- representar quantidades que não são aos circuitos digitais. do você soma os números um sobre inteiras. Permite transformar cada dígito o outro (da mesma coluna) e passa Assim é possível usar dígitos bi- decimal de um número numa para cima os dígitos que excedem o nários para representar quantidades representação por quatro dígitos bi- 10, fazendo o conhecido “vai um”, fracionárias sem problemas. nários (bits) independentemente você nada mais está fazendo do que Vamos dar um exemplo tomando do valor total do número que será re- usar um algoritmo. o número 0,01101 em binário. presentado. SABER ELETRÔNICA ESPECIAL Nº 8 - 2002 5 CURSO DE ELETRÔNICA DIGITAL
Assim, partimos da seguinte tabela: Decimal Binário Hexadecimal
Dígito decimal BCD 0 0000 0 0 0000 1 0001 1 1 0001 2 0010 2 2 0010 3 0011 3 3 0011 4 0100 4 4 0100 5 0101 5 Figura 13 - Uso dos valores de 0000 a 1111. 5 0101 6 0110 6 6 0110 tos mudam. No Código Gray a passa- 7 0111 7 7 0111 gem do 7 para 8 muda apenas um 8 1000 8 8 1000 dígito, pois o 7 é 0100 e o 8 é 1100. 9 1001 9 9 1001 Podemos ainda citar os Códigos 10 1010 A de Paridade de Bit e o Código de Ex- 11 1011 B Se quisermos representar em cesso 3 (XS3) encontrados em apli- 12 1100 C BCD o número 23,25 não o converte- cações envolvendo circuitos digitais. 13 1101 D mos da forma convencional por divi- 14 1110 E sões sucessivas mas sim, tomamos 15 1111 F cada dígito e o convertemos no BCD 1.7 - SISTEMA HEXADECIMAL Observe que como não existem equivalente, conforme segue: símbolos para os dígitos 10, 11, 12, 2 3, 2 5 Os bits dos computadores são 13, 14 e 15, foram usadas as letras 0010 0011 0010 0101 agrupados em conjuntos de 4, assim A,B,C,D,E e F. temos os computadores de 4, 8, 16 e Como fazer as conversões: os Veja então que para cada dígito 32 bits. Também observamos que com mesmos procedimentos que vimos decimal sempre teremos quatro dígi- 4 bits podemos obter representações para o caso das conversões de deci- tos binários ou bits e que os valores binárias de 16 números e não somen- mal para binário e vice-versa são vá- 1010, 1011, 1100, 1101 e 1111 não te de 10. Vimos que os 5 excedentes lidos para o caso dos hexadecimais, existem neste código. poderiam ser usados para represen- mudando-se apenas a base. Esta representação foi muito inte- tar operações nas calculadoras. Vamos dar exemplos: ressante quando as calculadoras se Isso significa que a representação Como converter 4D5 em decimal: tornaram populares, pois era possí- de valores no sistema hexadecimal ou Os pesos no caso são: 256, 16 e vel usá-las para todas as operações de base 16 é mais compatível com a 1. (a cada dígito para a esquerda com números comuns e os 5 códigos numeração binária ou operação biná- multiplicamos o peso do anterior por não utilizados dos valores que não ria dos computadores. 16 para obter novo peso). existiam foram adotados para indicar E de fato isso é feito: abrindo mui- Temos então: as operações! (figura 13) tos programas de um computador, 4D5 = (4 x 256)+(13x16)+(1x5) = 1237 O leitor também perceberá que vemos que suas características como Observe que o “D” corresponde ao usando representações desta forma, posições de memória ou quantidade 13. O número decimal equivalente ao operavam os primeiros computado- de memória são feitas neste sistema. 4D5 hexadecimal ou “hex”, como é res, apropriadamente chamados de Isso significa que o técnico preci- muitas vezes representado, é 1237. computadores de “4 bits”. sa conhecer este sistema e mais do 4D5 (hex) = 1237 (dec) que isso, deve saber como fazer con- A conversão inversa, ou seja, de versões dele para o decimal e vice- decimal para hexadecimal é feita por Outros Códigos versa, além de conversões para o sis- divisões sucessivas. Tomemos o caso tema binário. Na tabela abaixo damos de 1256, apresentado na figura 14. Outros códigos binários, mas não as representações dos dígitos deste Veja que basta ler o quociente fi- tão importantes neste momento, são sistema com equivalentes decimais e nal e depois os restos das divisões o Código Biquinário, em que cada dí- binários: sucessivas, sempre lembrando que os gito tem um peso e são sempre usa- que excederem 10 devem ser “troca- dos 7 bits para sua representação e dos” pelas letras equivalentes. o Código Gray que aparece em diver- sas versões. EXERCÍCIOS a) Converter 645 em BCD O Código Gray se caracteriza pelo b) Converter 45 em binário puro fato da passagem de qualquer núme- c) Converter 11001 (binário) em decimal ro para o seguinte sempre ser feita d) Converter 1101 0011 1011 (BCD) em com a mudança de um único dígito. decimal Assim, por exemplo, quando pas- e) Conver ter 1745 (decimal) em samos de 0111 (7 em decimal) para hexadecimal. Figura 14 - 1367 decimal f) Converter FFF (hex) em decimal. 1000 (8 em decimal) os quatro dígi- equivale a 557 na base 16. g) Converter F4D (hex) em decimal.