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Disciplina: SEMINÁRIO DE PESQUISA I

Professoras: Ana Amora e Sylvia Rola


Aluna: Thaysa Malaquias de Mello

Reação 1 – RIBEIRO, A. C. A Formação do Pesquisador: da curiosidade à criação. In Revista


Tamoios v.1, n.1, 2005, p. 117-123

A autora inicia sua abordagem descrevendo as transformações ocorridas no campo do


trabalho, a partir do ponto em que as disputas contemporâneas se dão em torno da
capacidade de inovar e criar. Ribeiro aborda basicamente o que ocorre com o “Trabalho
Alienado”, denominado por Marx, em que as tais tarefas repetitivas perdem seu valor e espaço
para as inteligências artificiais. O que vem a causar transformações nas organizações sociais
para as futuras gerações. O trabalho adquire novas faces, na medida em que o conhecimento
individual, os saberes práticos de raízes na cultura popular, antes ocultados pela alienação do
trabalho, são reconhecidos como potencial criativo de resistência diante aos excessos de
técnica e ciência.

Ao enfim falar do papel do pesquisador, Ribeiro diferencia sua atuação diante da transmissão
dos saberes já construídos, sendo sua função a produção de conhecimento. Diferente das
bases sólidas do primeiro, a pesquisa constrói suas bases no desconhecido, nas incertezas. Seu
papel deverá ser de intervenção das atuais transmissões de saber. Aponta que a
secundarização dessa diferença afeta não só a qualidade de pesquisa, mas também suas
potencialidades enquanto vínculo entre Universidade e sociedade, além de problematizar as
faltas de esclarecimento nas atuações conjugadas de docência e pesquisa, em que não ficam
evidentes as formas em que possam se complementar nas atuações acadêmicas.

O que vemos hoje é uma subordinação das técnicas diante dos sujeitos do conhecimento. O
novo saber é proposto em meio à criação e inovações tecnológicas. Ribeiro aponta que a
criatividade se difere da criação por ser um de seus componentes, bem como disciplina e rigor.
As Universidades devem se constituir como ambientes de criação, com pesquisas e extensões,
com suas devidas estruturas e recursos, acesso a informação. A pesquisa, nesse contexto, tem
papel de renovar e aperfeiçoar o acúmulo de conhecimento assim como as capacidades de
ação. Se feito de outra maneira, há uma fragmentação, disputas individuais e
negligenciamento da prática docente.

A Universidade necessita ser um ambiente de trocas permanentes, não podendo perder sua
função social de responsabilidade com o ensino e melhoria das condições de vida da
sociedade, bem como seus pesquisadores, ao assumirem titulações, compreendam seu
compromisso com a comunidade acadêmica e demais estruturas sociais, tendo como
princípios norteadores o compartilhamento e a solidariedade. Com isto, conseguimos
diferenciar as instituições universitárias comprometidas com uma educação socialmente
consciente, de instituições que a tratam como um treinamento de uso imediato. Sendo assim,
é necessária uma produção de conhecimento crítico e de ampla defesa de direitos das
oportunidades, das informações e do direito à criação.

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