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Capitalismo
 
Sistema econômico impelido pelo lucro e caracterizado pelo trabalho assalariado e pela
propriedade privada dos meios de produção. É o contrário do SOCIALISMO, no qual os
meios de produção e distribuição são de propriedade coletiva. O capi­tal é uma
propriedade dedicada à produção de bens - tudo, de ferramentas e maquinaria ao
dinheiro investido na produção. É classicamente visto como um dos três fatores da
produção; os outros são a terra e a mão-de-obra. Fundamental ao capitalismo é o
conceito da propriedade privada, de que os indivíduos e as empresas têm o direito
moral e legal à propriedade e à acumulação de riquezas. O capitalismo também se
identifica com a livre iniciativa, na qual as decisões com relação à produção são
regidas pelas forças do MERCADO, com regulamentação e controle mínimos do
governo; mas o capitalismo também pode existir em uma economia planejada (ver
SOCIALISMO).
O termo "capitalismo" foi criado no século XIX para definir a rápida industria­lização e o
INDIVIDUALISMO econômico que caracterizou a Revolução Industrial, mas o sistema
já se havia desenvolvido em diversos países. Têm-se atribuído as origens e o
desenvolvimento do capitalismo - e os motivos do seu surgimento na Europa ocidental -
a inúmeros fatores, da ética protestante do trabalho e da poupança (WEBER) ao
declínio do sistema feudal, quando terrenos públicos se tomaram propriedades
privadas e os camponeses foram obrigados a se tomarem trabalhadores assalariados.
A argumentação ideológica do capitalismo foi expos­ta em fins do século XVII pelos
economistas franceses chamados fisiocratas e por Adam SMITH, que argumentava
que a propriedade privada e o comércio LAISSEZ­FAIRE resultaria não só na utilização
mais eficiente, mas também socialmente mais vantajosa dos recursos. Embora ainda
se discuta a respeito do segundo ar­gumento, poucos refutam a inigualável capacidade
de produção do capitalismo. O mais importante e consumado crítico do capitalismo foi
Karl MARX, que, em O Capital (3 vols., 1867-95), afirmava que a busca de lucros cada
vez maiores leva à exploração e à ALIENAÇÃO dos trabalhadores e à concentração da
riqueza em um número cada vez menor de mãos.             
Não existe e nunca existiu uma forma pura de capitalismo; a propriedade estatal e as
legislações têm pelo menos alguma participação em todas as econo­mias capitalistas.
Em fins do século XIX e no início do século XX, os monopólios e outros excessos do
capitalismo estimularam a intervenção do governo dos Esta­dos Unidos na forma de
legislação antitruste e de proteção aos trabalhadores. A Grande Depressão deu origem
aos serviços de PREVIDÊNCIA SOCIAL e às políticas econômicas KEYNESIANAS,
que procuravam preservar o capitalismo abrandando duas de suas conseqüências
intrínsecas, um núcleo permanente de desemprego e ciclos periódicos de expansão e
recessão.
As comparações entre o capitalismo e o socialismo costumam equiparar er­roneamente
o capitalismo ao mercado livre e o socialismo ao planejamento eco­nômico centralizado
e ao TOTALITARISMO. Embora compartilhe grande parte da sua ideologia com o
LIBERALISMO clássico, o capitalismo não é incompatível com governos autoritários.
Na Itália e na Alemanha, sob o FASCISMO, na Argentina de Perón e na Indonésia de
Sukarno e Suharto, por exemplo, a empresa privada coexistia com o implacável
controle político e os vários graus de propriedade estatal e planejamento centralizado.
 
Adaptado de “O Livro das Idéias” de Chris Rohmann pág. 55 e 56 ed. Campus

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