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Fundamentos Sociais do Design

Pofessor Marcos da Costa Braga


Aluna Thalissa Lewin Montanholi

No capítulo II do livro de Sevcenko, o autor nos diz sobre as mudanças ocorridas em


decorrência das transformações tecnológicas, principalmente por alterarem as estruturas da
sociedade (por exemplo, com o êxodo coletivo da população rural) em seus aspectos sociais,
econômicos e políticos, além de modificar a condição de vida das pessoas e as rotinas de seu
cotidiano. Isso ocorre porque o controle tecnológico do ambiente afeta o comportamento da
sociedade, uma vez que as pessoas têm que se adaptar ao ritmo das máquinas. Por conta
dessa mudança comportamental, altera-se os valores da sociedade, onde a comunicação é
externa e baseada em símbolos exteriores. Ou seja, vive-se numa sociedade em que se
absorve informações dos outros a partir do que as pessoas usam e consomem, havendo uma
supervalorização da assimilação visual das coisas do mundo.
O autor atenta também para a criação do que ele denomina de indústria do
entretenimento no século XX. Com os direitos trabalhistas adquiridos pelos trabalhadores,
temos grandes contingentes com tempo livre e recursos para gastar. Alguns empresários
vislumbraram a oportunidade, ocasionada pela eletricidade, de realizar duas formas baratas de
lazer: o cinema e o parque de diversões. Essa revolução do entretenimento redefine o padrão
cultural das sociedades urbanas do século XX, e tem como pano de fundo a dissolução ou
descontextualização da cultura popular tradicional. Saem as bandeiras dos países e entram
ícones da “cultura” vendidos nas lojinhas do parque. Em suma, a cultura vira mercadoria e
para compensar o empobrecimento social, cultural e emocional, essa indústria fornece
fantasia, desejo e euforia.
Segundo Marshall McLuhan, na sociedade tradicional prevalecia a cultura oral,
baseada na acústica e focada no presente. Com a introdução da imprensa mecanizada,
consolidou-se uma cultura visual baseada no anseio pelo futuro. O desenvolvimento
tecnológico contribuiu também para a superação do “olhar estático’, trazendo a novidade de
um olhar mais dinâmico como o que se vê nos cinemas. A esse olhar, acrescentaram-se o som
amplificado e distorcido, somado de vários efeitos, mostrando um mundo invadido pelas
multidões, pelos fluxos e pelas mercadorias.
Brian Eno mostra sua preocupação com o fato de estarmos sendo sugados para esse
mundo retraído num “Pequeno Aqui” e num “Curto Agora”, além das pessoas estarem cada
vez mais indiferentes ao que lhe é alheio, ignorando qualquer senso de coletividade ou
solidariedade. As pessoas se restringem aos circuitos virtuais, presas à sua individualidade, e
mesmo recorrendo a essa rede para satisfazer seu desejo de “convívio social”: enviando e-
mails, comunicando-se por mensagens virtuais, perdendo-se nesse mar de informações
digitais.

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