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NUTRIÇÃO E SAÚDE COLETIVA

Paula Guimarães
Rita Ribeiro
- Pesquisas, no âmbito nacional, na área
de alimentação e nutrição;
- Vigilância em Saúde - Vigilância
3 - Epidemiologia
Alimentar e Nutricional - SISVAN
Nutricional
- Avaliação do Estado Nutricional e de
Coletividades;
- Indicadores de estado nutricional;

- Ações de Nutrição em Saúde Coletiva;


4 - Nutrição em Saúde - NASF (Núcleos de Apoio a Saúde da
Coletiva Família)
- PSE (Programa Saúde na Escola)
AVALIAÇÕES:

1 – Trabalhos em sala ou extra classe finalizando


10 pontos

2 – Avaliação individual 10 pontos


Cronograma

12/9
19/9
26/9
03/10
10/10
17/10
 Acordos: 24/10
 Horário; 31/10
 Chamada. 07/11
14/11
21/11 Avaliação
28/11 Recuperação
AVALIAÇÃO DO ESTADO
NUTRICIONAL DE COLETIVIDADES

Monitoramento da Situação Alimentar


e Nutricional

Paula Guimarães
Rita Ribeiro
A compreensão das diferenciações do estado
nutricional, principalmente nas diversas classes
sociais e nos distintos indivíduos, demanda o
conhecimento das determinações:
1) Estruturais, que correspondem aos processos
gerais da organização social;
2) Particulares, que se referem ao consumo de
cada classe socioeconômica, e
3) Individuais, que se relacionam à organização da
produção e consumo alimentar individual

(VASCONCELOS, 2008).
A determinação do estado nutricional esta
cada vez mais evidenciada, pois, no Brasil e em
todo o mundo, têm ocorrido transformações nas
demandas nutricionais.
Essas mudanças podem ser observadas com
a transição nutricional, com um rápido declínio
de desnutrição e um aumento na prevalência da
obesidade.
Neste sentido o monitoramento da
população se faz necessário.
A Avaliação Nutricional de Coletividades
consiste em um conjunto de ações e
procedimentos que têm por objetivos
diagnosticar a magnitude, a gravidade e a
natureza dos problemas nutricionais; identificar
e analisar os seus determinantes com a
finalidade de estabelecer as medidas de
intervenção adequadas.
(Vasconcelos, 2007)
conhecer
para agir

O resultado final esperado é que essas informações e


ações propiciem efetividade no controle dos
problemas avaliados, assim como atuem na
proteção, na prevenção e na recuperação da saúde
do indivíduo ou da população.
O diagnóstico que nos
interessa no momento é o
nutricional e refere-se ao
conhecimento do efeito do
problema “alimentação-
nutrição” nos indivíduos
para, a partir daí assegurar
formas de favorecer um
bom estado nutricional.
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL

 Que condições levam ao seu


aparecimento? (determinantes)

 Como se identifica o problema


individualmente (diagnostico
individual)
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL

 Qual a extensão do problema, ou


seja, sua magnitude, quais as
tendências no tempo, distribuição
geográfica, grupos populacionais de
maior risco? (perfil ou diagnóstico
coletivo)
 Como podemos solucioná-lo nas
esferas coletiva e individual?
(intervenção)
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL

 O diagnostico coletivo é sempre


precedido por diagnósticos individuais
(escolares, gestantes, idosos,
comunidade ...).
 Para isso são necessários seguir
etapas, construir fluxo de coleta de
dados.
Público Alvo
O DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL deve ser realizado de
acordo com a fase do ciclo de vida dos indivíduos.

O Ministério da Saúde estabelece as seguintes fases


do ciclo de vida a serem contempladas pela
Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN:
- CRIANÇA (menor de 10 anos de idade)
- ADOLESCENTE (maior ou igual a 10 anos e menor que
20 anos de idade)
- ADULTO (maior ou igual a 20 anos e menor que 60
anos de idade)
- IDOSO (maior ou igual a 60 anos de idade)
- GESTANTE (mulher com idade maior que 10 anos e
menor que 60 anos de idade)
Na rotina da atenção à saúde, alguns índices são considerados
básicos para o diagnóstico nutricional, variando segundo as
etapas do ciclo de vida.
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL SEGUNDO AS
FASES DO CICLO DA VIDA

Quem são estes indivíduos?


CRIANÇAS (< 10 anos de idade)

A proteção e o A mortalidade infantil, um


investimento na criança evento muitas vezes evitável,
devem ser assumidos reflete as condições do meio
como pontos centrais de social e tem estreita relação
qualquer nova estratégia com a qualidade dos
de desenvolvimento que serviços de saúde prestados
vise à superação das à população
desigualdades entre os
países.
PASSOS PARA O DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DA
CRIANÇA:

1º Passo: Calcular a idade em meses, fazendo as


aproximações necessárias.
2º Passo: Pesar a criança, utilizando as técnicas
adequadas.

3º Passo: Marcar no gráfico de crescimento do Cartão da


Criança, o ponto de intersecção entre a idade e
o peso da criança.
4º Passo: Fazer o diagnóstico nutricional por meio do
percentil e/ou do escore-z.
Verificar a inclinação da curva de
5º Passo: crescimento para complementar o
diagnóstico nutricional.

6º Passo: Compartilhar com a mãe/responsável o


diagnóstico nutricional da criança.

7º Passo: Fazer a intervenção adequada, para cada


situação.
8º Passo: Realizar ações de promoção da saúde.

Valorizar o diagnóstico nutricional é ter


atitude de vigilância.
DADOS COMPLEMENTARES RECOMENDADOS:

São recomendados pelo MS com o objetivo de


complementar o diagnóstico nutricional do indivíduo:
Peso ao Nascer
É o primeiro diagnóstico nutricional, feito imediatamente
após o nascimento. Este peso reflete os problemas
nutricionais ocorridos durante a gestação.
A classificação usada é:
• Peso adequado: ≥ 2.500g
• Baixo peso ao nascer (BPN): < 2.500g
• Muito baixo peso ao nascer: < 1.500g
Aleitamento Materno
A amamentação é a maneira mais natural de alimentar o
bebê nos primeiros meses de vida. Como se sabe, o AM
apresenta inúmeras vantagens.
A OMS e o MS recomendam
que o bebê seja amamentado
exclusivamente ao seio materno
até os 6 meses de vida.

Depois desse período, deve-se


começar a alimentação complementar
com a introdução de novos alimentos,
sem, no entanto, abandonar o AM, que
deve prosseguir até os 2 anos de
idade ou mais.
CATEGORIAS DE ALEITAMENTO MATERNO:
- Exclusivo: quando a criança recebe somente leite do
peito, e nenhum outro alimento líquido ou sólido.
- Predominante: quando o lactente recebe, além do leite
materno, água ou bebidas à base de água, como sucos
de frutas e chás.
- Alimentação complementar: recebe, além do leite
materno, alimentos sólidos e semi-sólidos, incluindo o
leite não-humano.
- Não recebe leite materno: quando o leite materno não
faz parte da dieta da criança
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL SEGUNDO AS
FASES DO CICLO DA VIDA

ADOLESCENTES Quem são estes indivíduos?


( ≥ 10 anos e < 20 anos de idade)
Corresponde a cerca de 25% da
população brasileira – é um
contingente cada vez maior de
jovens expostos a inúmeros
agravos à saúde.

Etmologicamente “ad olescer”


significa “crescer para...”

Transformar-se, rumo à maturidade.


"É a parte da vida que você está resolvendo que
adulto você quer ser." (P.G.,16 anos).

Boas condições de nutrição são


fundamentais para o jovem atingir seu
potencial genético de crescimento, e
nesse contexto a vigilância nutricional
tem papel crucial. Lembrando que o
estado nutricional passa pelo auto
significado da imagem corporal (aspecto
psicológico) .
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DO ADOLESCENTE

Nos procedimentos de diagnóstico e acompanhamento


do estado nutricional do adolescente, utiliza-se a
classificação percentilar do Índice de Massa Corporal -
IMC segundo idade e sexo.

O IMC é uma das formas de se conhecer a situação


nutricional individual que utiliza duas medidas básicas: o
peso e a altura do indivíduo.

No caso do adolescente, que ainda está crescendo


fisicamente, é necessário adequar o IMC, com a idade e
o sexo de cada indivíduo avaliado.
Os valores de referência recomendados pelo OMS/MS
para adolescentes são os da OMS 2007, que optou por
reconstruir a referência de crescimento recomendada
anteriormente, a do National Center for Health Statistics
(NCHS) de 1977.
Os pontos de corte e o diagnóstico nutricional
estabelecidos e adotados pelo Ministério da Saúde para
os adolescentes segue no quadro abaixo:
Para realizar o diagnóstico nutricional deste grupo etário,
é necessário uma “tabela” auxiliar de percentil de IMC por
idade e sexo.

Tabela: IMC (kg/m²) por idade (em anos) para o sexo masculino (M) –
dos 5 aos 19 anos (WHO 2007):

IMC
Tabela: IMC (kg/m²) por idade (em anos) para o sexo feminino (F) –
dos 5 aos 19 anos (WHO 2007):

IMC
PASSOS PARA O DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DO
ADOLESCENTE:

1º Passo: Verificar a idade do adolescente.

2º Passo: Aferir a estatura e o peso, utilizando as técnicas


adequadas.
3º Passo: Calcular o IMC e fazer o diagnóstico nutricional
por meio das tabelas de IMC por idade e sexo.

Valorizar o diagnóstico nutricional é ter


atitude de vigilância.
Outros parâmetros de avaliação podem e devem
complementar o diagnóstico nutricional. Atualmente o
Ministério da Saúde também recomenda a utilização da
Estatura por idade:
EXERCÍCIOS
Avaliação Nutricional

Gabriela nasceu em 20/05/2007.


Compareceu na Unidade de Saúde em
14/09/2019. Na aferição do peso e
estatura verificou-se os seguintes
valores:
Peso: 23 kg
Altura: 1,30 m

Avalie seu estado nutricional e


apresente sua conduta.
Passo a Passo

• Calcular a idade dessa pessoa:


Nasceu em 20/05/2007
Visitou a US em 14/09/2019
Idade: 12 anos

• Verificar no momento da consulta, os dados


antropométricos e qual a sua situação nutricional de
Gabriela (uma adolescente).

Recursos: a) Fórmula do IMC


b) Tabela de IMC para Adolescente -
c) Pontos de Corte para o Diagnóstico
Nutricional de Adolescentes (MS) -
• Calcular o IMC:

IMC = 23,0 IMC = 23,0 = 13,60 Kg/m²


1,30 x 1,30 1,69

• Verificar o resultado na Tabela de IMC


para Adolescentes:
Tabela: IMC (kg/m²) por idade (em anos) para o sexo feminino (F) – dos 5
aos 19 anos (WHO 2007):

X
• Estabelecer o Diagnóstico Nutricional de acordo com
o IMC para idade e sexo desta adolescente :


Também é importante verificar Altura: 1,30 m
como está a altura desta jovem:
• Estabelecer o Diagnóstico Nutricional de acordo com
altura, idade e sexo desta adolescente :

Lembrem-se então de promover


intervenções adequadas, realizando
Ações de Promoção à Saúde
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL SEGUNDO AS
FASES DO CICLO DA VIDA
Quem são estes indivíduos?
ADULTOS ( ≥ 20 anos e < 60 anos de idade)

CORRESPONDE À
O brasileiro vive mais nos dias
GRANDE MAIORIA DA
NOSSA POPULAÇÃO atuais. O declínio da
mortalidade e posterior declínio
do número de nascimento
(fecundidade) são mudanças
demográficas que têm
aumentado a presença de
adultos e idosos na pirâmide
etária brasileira.
- mudanças na estrutura demográfica do País
(urbanização e aumento na expectativa de vida);

- modificações alimentares com aumento


progressivo de consumo de gordura e da densidade
energética da alimentação; e,

- declínio no gasto energético dos indivíduos


devido a diminuição da atividade física.
A transição nutricional vem
alterando sensivelmente o perfil
epidemiológico da população
deste grupo etário.

Conseqüências dessas
modificações são
inevitáveis, e no setor
saúde, as conseqüências
negativas são de
indiscutível importância.
Por outro lado, o baixo peso entre os adultos, embora
com menor prevalência em nosso meio (16%) também é
uma alteração nutricional que oferece riscos à saúde,
relacionando-se a doenças infecto-contagiosas.

Em graus extremos,
associa-se com
tuberculose, AIDS, câncer
e doenças pulmonares
obstrutivas crônicas,
podendo comprometer
funções sociais, como a
diminuição da capacidade
ao trabalho.
Avaliação Nutricional do Adulto

 Antropométrica
 Exame físico
 Exames bioquímicos
 Avaliação dietética

 Avaliação antropométrica
 Método utilizado (simples, barato e de fácil
obtenção)
Avaliação Nutricional do Adulto
Medidas

 Peso: Reflete mudanças recentes no consumo


de nutrientes.
 Utilizar balança calibrada.
 Técnica: Posicionar avaliado no centro da
balança, em pé, braços esticados ao longo do
corpo. Pesagem preferencialmente pela manhã,
mínimo de roupas e descalço.
 Peso Usual: peso que costuma ter ou tinha antes
de uma enfermidade
 Peso Atual: peso no momento a avaliação
 Peso Teórico: peso ideal para o indivíduo (IMC
médio x Est2).
Avaliação Nutricional do Adulto

 Estatura:
 Técnica: avaliado descalço, em pé, em
contado do antropômetro com as
superfícies posteriores dos calcanhares,
com a cintura pélvica, com a cintura
escapular e com a região occipital.
Cabeça orientada no plano horizontal.
 Medir em apnéia, após uma inspiração
máxima.
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DO ADULTO

Nos procedimentos de diagnóstico nutricional de


ADULTOS, utiliza-se o Índice de Massa Corporal – IMC,
recomendado pela OMS e MS.

O IMC, também chamado Índice de Quetelet, é calculado pela divisão


do peso (massa corporal em quilos) pelo quadrado da altura (em
metros).
Os pontos de corte estabelecidos para os adultos e
recomendados pela OMS e MS são os descritos no
quadro abaixo:

Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: Preventing and managing the global
epidemic – Report of a WHO consultation on obesity. Geneva, 1998
PASSOS PARA O DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DO
ADULTO:

1º Passo: Aferir o peso a cada consulta e a estatura na


primeira consulta, repetindo esta medida
anualmente, utilizando as técnicas adequadas.
2º Passo: Calcular o IMC e fazer o diagnóstico nutricional
segundo os pontos de corte estipulados.
3º Passo: Fazer a intervenção adequada para cada
situação.
4º Passo: Realizar ações de promoção da saúde.

Valorizar o diagnóstico nutricional é ter


atitude de vigilância.
EXERCÍCIOS
Avaliação Nutricional
Uma Unidade de Saúde atendeu o Sr. Alfredo
em 26/05/2019, pois acreditava estar um
pouco acima do peso.
Durante a consulta, descobriu-se que tinha 47
anos e na aferição do peso e estatura
verificou-se os seguintes valores:
Peso: 83kg
Altura:1,67m
Avalie o seu estado nutricional.
Passo a Passo

• Aferir no momento da consulta, os dados


antropométricos do Sr. Alfredo e calcular seu IMC.
• Aferir dados antropométricos:
Peso = 83,0 Kg e Altura = 1,67 m

• Calcular o IMC:

IMC = 83,0 IMC = 83,0 = 29,76 Kg/m²


1,67 x 1,67 2,7889
• Estabelecer o Diagnóstico Nutricional do
Sr. Alfredo de acordo com recomendações do
Ministério da Saúde.

Lembrem-se então de promover


intervenções adequadas, realizando
Ações de Promoção à Saúde
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL SEGUNDO AS
FASES DO CICLO DA VIDA

Quem são estes indivíduos?


IDOSOS ( ≥ 60 anos de idade)

GRANDE PARCELA
DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA
O Brasil é um país cuja população vem
envelhecendo ao longo das últimas
décadas, em razão do aumento da
expectativa de vida ao nascer, de
menores taxas de desnutrição e da
mortalidade infantil.

A maior longevidade da população aponta para uma


preocupação futura do País: crescimento da população
idosa, ou terceira idade, com boa qualidade de vida.

Torna-se necessária a organização dos serviços de saúde


para esse novo perfil.
Os idosos são reconhecidos
como grupo de risco pela
freqüência e pela gravidade
com que são acometidos por
doenças, em especial, as
crônicas não transmissíveis.

Devem-se considerar os
problemas nutricionais que
possam ser coadjuvantes
ao quadro de morbi-
mortalidade, prevení-los e
controlá-los.
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DO IDOSO

Nos procedimentos de diagnóstico e acompanhamento


do estado nutricional de IDOSOS, utiliza-se o Índice de
Massa Corporal – IMC, recomendado pela OMS e MS.

Os pontos de corte e o diagnóstico nutricional


estabelecidos e adotados pelo Ministério da Saúde para
os idosos são diferentes dos pontos de corte utilizados
para adultos.
Pontos de corte estabelecidos para Idosos

Fonte: LIPSCHITZ, D. A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care, 21 [1]: 55-67,
1994

Essa diferença deve-se às alterações fisiológicas nos


idosos:
- diminuição do peso decorrente da redução de massa
muscular e de água;
- alterações ósseas (osteoporose);
- mudança na quantidade e distribuição do tecido adiposo;
e,
- declínio da altura, decorrente da compressão vertebral.
PASSOS PARA O DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DO
IDOSO:

1º Passo: Aferir o peso a cada consulta e a estatura na


primeira consulta, repetindo esta medida
anualmente, utilizando as técnicas adequadas.
2º Passo: Calcular o IMC e fazer o diagnóstico nutricional
segundo os pontos de corte estipulados.
3º Passo: Fazer a intervenção adequada para cada
situação.
4º Passo: Realizar ações de promoção da saúde.

Valorizar o diagnóstico nutricional é ter


atitude de vigilância.
EXERCÍCIOS
Avaliação Nutricional

Dona Irma, tem 72 anos e compareceu


na Unidade de Saúde em 20/08/2019,
para participar do Programa de
Hipertensão.
Na aferição do peso e estatura verificou-
se os seguintes valores:
Peso: 80kg
Altura:1,57m
Avalie o seu estado nutricional
Passo a Passo

• Aferir no momento da consulta, os dados


antropométricos da Srª. Irma e calcular seu IMC.

• Aferir dados antropométricos:


Peso = 80,0 Kg e Altura = 1,57 m

• Calcular o IMC:
IMC = 80,0 IMC = 80,0 = 32,46 Kg/m²
1,57 x 1,57 2,4649
• Estabelecer o Diagnóstico Nutricional da Srª. Irma
levando em consideração sua idade.


Fonte: LIPSCHITZ, D. A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care, 21 [1]: 55-67,
1994

• Promover intervenções adequadas, realizando


Ações de Promoção à Saúde
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL SEGUNDO AS
FASES DO CICLO DE VIDA
Quem são estas pessoas?
GESTANTES
(♀ > 10 anos e < 60 anos de idade)

Toda gestante deve receber


atenção pré-natal adequada e de
qualidade.
As alterações nutricionais têm
repercussões na saúde da mãe e
do seu filho.
O cuidado nutricional deve ser
realizado durante todas as
consultas do pré-natal.
Portanto, necessitam ser compreendidas
e trabalhadas na atenção básica, na
lógica da integração com programas de
saúde materno-infantil, com vistas à
promoção da saúde na gestação e
melhoria do resultado obstétrico.

O baixo peso em gestantes tem sido alvo


de atenção especial do MS, sendo
prioritária a identificação precoce das
gestantes com peso deficiente no início da
gestação.
Não só a desnutrição materna mas também o jejum
prolongado podem exercer efeitos nocivos sobre o feto.

O ganho de peso excessivo durante a


gestação tem sido apontado como outro
importante problema de saúde pública,
estando intimamente associado ao
sobrepeso ou à obesidade pós-parto e
a complicações maternas.

A avaliação do estado nutricional e o


monitoramento do ganho de peso na
gestação são cuidados preconizados
pelo MS contemplados com a plena
utilização o Cartão da Gestante.
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DA GESTANTE

Para avaliar o estado nutricional da gestante, são


necessários a aferição do peso e da estatura da mulher e
o cálculo da idade gestacional.
Esta avaliação sendo feita na primeira consulta do pré-
natal, permite o conhecimento do estado nutricional atual
da mulher subsidiando a previsão do ganho de peso até o
final da gestação.
Nos procedimentos de diagnóstico nutricional das
gestantes também utiliza-se Índice de Massa Corporal –
IMC.
No entanto, para dar continuidade ao diagnóstico, é
necessário conhecer a idade gestacional da gestante.

Quando necessário, a semana gestacional deve ser


arredondada da seguinte forma: 1,2,3 dias – considerar o
número de semanas completas e 4,5,6 dias – considerar
a semana seguinte.

Exemplo: Gestante com 12 semanas e 2 dias = 12 sem.


Gestante com 12 semanas e 5 dias = 13 sem.
Para realizar o diagnóstico nutricional é necessário utilizar
o quadro abaixo:

......
Fonte: ATALAH E. et al. Propuesta de um nuevo estándar de evaluación nutricional en
embarazadas. Revista Médica de Chile, 125(12): 1429-1436, 1997.
A partir do diagnóstico nutricional inicial, é possível
estimar o ganho de peso para gestantes ao longo da
gestação:

Quadro: Ganho de peso (kg) recomendado durante a gestação, segundo o


estado nutricional inicial.

Fonte: INSTITUTE OF MEDICINE. Nutrition during pregnancy. Washington DC. National


Academy Press, 1990. WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Physical Status: the use and
interpretation of anthropometry. WHO Technical Report Series n. 854. Geneva: WHO, 1995.
Como a gestação é um período, é interessante realizar a
avaliação nutricional da gestante nas consultas
subseqüentes que permitirá acompanhar a evolução
deste ganho de peso.

Para isso os instrumentos utilizados são:

- Quadro: Classificação do IMC segundo a IG


- Gráfico de Acompanhamento Nutricional de Gestante
- Quadro: Ganho de peso (kg) recomendado...
O gráfico apresenta o
desenho de três curvas que
delimitam as quatro faixas
para a classificação do
estado nutricional: Baixo
Peso (BP), Adequado (A),
Sobrepeso (S) e
Obesidade (O).

A inclinação para o traçado


da curva irá variar de
acordo com o estado
nutricional inicial da
gestante:
PASSOS PARA O DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DA
GESTANTE:

1º Passo: Calcular a semana gestacional.


2º Passo: Aferir o peso a cada consulta e a estatura na
primeira consulta, utilizando as técnicas
adequadas.
3º Passo: Calcular o IMC.

4º Passo: No Gráfico de Acompanhamento Nutricional de


Gestante, localizar, no eixo horizontal, a
semana gestacional calculada e identificar, no
eixo vertical, o IMC da gestante.
5º Passo: Marcar um ponto na interseção dos valores de
IMC e da semana gestacional.
6º Passo: Classificar o estado nutricional da gestante
segundo o IMC por semana gestacional.

7º Passo: Ligar os pontos obtidos e observar o traçado


resultante. A marcação de dois ou mais pontos
no gráfico (1ª consulta e subseqüentes)
possibilita construir o traçado da curva por
semana gestacional .
Considere:
- traçado ascendente: ganho de peso adequado
- traçado horizontal ou descendente: ganho de peso
inadequado (gestante de risco)

Valorizar o diagnóstico nutricional é ter


atitude de vigilância.
EXERCÍCIOS
Avaliação Nutricional

Dona Clara, grávida de 8 semanas, compareceu


na Unidade de Saúde. Na aferição do peso e
estatura, verificou-se os seguintes valores:
Peso: 50 kg
Altura: 1,53 m
No momento da consulta, como está seu Estado
Nutricional? Podemos prever qual será seu
ganho de peso ao longo (semana a semana ou mês a
mês ou trimestre a trimestre) da gestação?
• Calcular o IMC:
Peso = 50,0 Kg e Altura = 1,53 m

IMC = 50,0 IMC = 50,0 = 21,36 Kg/m²


1,53 x 1,53 2,3409

IG x
b) Estabelecer o Diagnóstico Nutricional:
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL SEGUNDO AS
FASES DO CICLO DE VIDA

GESTANTES Quem são estas pessoas?


ADOLESCENTES ( ≥10 anos e < 20 anos de idade)
?
? ? ?

?
?
?
?
A adolescente grávida deve ser
tratada com muito cuidado pois seu
estado de imaturidade biológico
sempre caracteriza a gestação
como de risco.

A avaliação do estado
nutricional é de muita
importância devido ao
processo de crescimento
ainda sofrido por esta
menina.
Para realizar a avaliação e classificação do estado
nutricional neste caso, podem ser utilizados os mesmos
procedimentos, no entanto com cuidados adicionais:

- Adolescentes que engravidam dois ou mais anos após


a menarca (em geral maiores de 15 anos), a
interpretação dos dados é equivalente a das adultas.

- Adolescentes que engravidam menos de dois anos


após a menarca, possivelmente serão classificadas como
de baixo peso. Estas deverão ter sua altura mensurada
em todas as consultas, pois ainda se encontram em
fase de crescimento = adolescentes.
Em qualquer um dos casos, o mais importante é
acompanhar o traçado da curva de ganho de peso.
Diagnostico Populacional ou
Avaliação Nutricional de
Coletividades
Diagnostico Populacional ou Avaliação
Nutricional de Coletividades
O uso do IMC em estudos epidemiológicos de
base populacional tem sido cada vez mais frequente
sendo possível determinar a prevalência de
sobrepeso/obesidade, bem como desnutrição e de
deficiência energética crônica em crianças,
adolescentes, adultos, idosos e gestantes, em termos
populacionais.
Com base no IMC poderemos estabelecer
indicadores populacionais por sexo, faixa etária e
diagnostico nutricional.
Indicadores populacionais pelo IMC.

a) % de homens adultos com baixo peso =

Total de homens com IMC< 18,5kg/m X 100


Total de homens avaliados

b) % de mulheres adultas com obesidade =

Total de mulheres com IMC> 30kg/m X 100


Total de mulheres avaliados

c) ) % de idosos com baixo peso =

Total de idosos com IMC <22kg/m X 100


Total de idosos avaliados
Indicadores populacionais pelo IMC.

d) % de adolescentes com sobrepeso =

Total de adolescentes com IMC ≥ P 85 <97 X 100


Total de adolescentes avaliados

e) % de pré-escolares com baixo =

Total de pré-escolares com IMC <P3 X 100


Total de pré-escolares avaliados
O que temos pra hoje?

Atividade avaliativa de dupla em sala.

Entregar ao final.
Atividade extra classe para dia 26?

Atividade avaliativa em grupo de 6


integrantes.
Por hoje é isso!

Ótimo final de semana!


CHRISTAKIS, G. Nutritional assessment in health programs. American
Journal of Public Health, Washington. V. 63, p. 82, nov., 1973
MCLAREN, D. S. Nutrition in the community. London: John Wiley & Songs,
v.1, 1976, p. 3-12.
MONTEIRO, C. A. Os determinantes da desnutrição infantil no vale do
ribeira. Cadernos de Pesquisa, Fundação Carlos Chagas, v.29, 1978.
OMS. Programación para la salud y el desarrollo de los adolescentes.
Genebra: OMS, 1999.
VARGAS, et al. Considerações contextuais e conceituais acerca do excesso
de peso corporal em adolescentes. Florianópolis, UDESC, 2013
VASCONCELOS, F. A. G. Avaliação nutricional de coletividades. 4 ed.,
Florianópolis: UFSC, 2008.
FIM

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