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APOSTILA POLÍCIA CIVIL

CEARÁ EDITAL 2014


SUMÁRIO

LÍNGUA
4
PORTUGUESA.................................
INFORMÁTICA................................ 294

DIREITO
ADMINISTRATIVO............................. 532

DIREITO
740
CONSTITUCIONAL.............................
DIREITO PENAL.............................. 900

DIREITO PROCESSUAL PENAL .................. 1234

ESTATUTO DO SERVIDOR ...................... 1321

ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL CEARÁ............ 1541

LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE.............. 1594

II
LÍNGUA
PORTUGUESA
PORTUGUÊS
Prof. Eli Castro

01. Interpretação de textos

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Altíssima. Muitas vezes, até as questões de gramática dependem
da interpretação do texto lido.

DICA: Resolva o máximo de questões que você puder. Se você resolver três questões por dia, em um mês
você estará muito mais atento e menos vulnerável a perder questões, de um certo modo, simples.

DICA DE ESTUDO: Leia, com bastante atenção, a técnica que apresento na sequencia. Não subestime esse
tema. Muitos alunos pensam que, para se sair bem nas questões de interpretação, basta fazer uma boa leitura.
Isso não é verdade. Há mais coisas que envolvem o gesto de interpretar um texto que se encontra numa prova de
concurso. Há detalhes sutis nos enunciados e nos próprios itens. O texto, curiosamente, é o menos perigoso de
todos os elementos que envolvem a interpretação.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Alta. Às vezes, metade da prova é de interpretação de textos. Por is-
so, esse assunto não pode ser deixado de lado.

STATUS: Em sala e com o professor.

Entendendo o que é interpretar textos para uma prova de concurso.


O que é interpretar um texto? Como se deve proceder quando se está diante de um conjunto de ideias
arquitetadas em parágrafos? A interpretação seria um procedimento igual, sempre, independente do texto e da
situação em que está inserido o leitor? Antes de responder a essas interessantes perguntas, comecemos por uma
delimitação inevitável: quando se está numa situação de prova, não se interpreta apenas o texto, mas tudo aquilo
que o envolve e o evidencia. Estou querendo dizer que, numa prova de concurso, não basta ler atentamente o
texto que ali se encontra, mas sim considerar que os enunciados das questões e os itens (A, B, C, D e E) também
fazem parte do processo interpretativo. Dessa forma, o candidato deve ter a consciência de que seu êxito nas
questões de interpretação depende fundamentalmente da triangulação representada a seguir:

Texto

Enunciado Itens

É com base nessa dinâmica que o candidato pode chegar a uma conclusão satisfatória.

Vamos agora explorar esse triângulo de forma mais aprofundada. Comecemos pela ponta da figura: o tex-
to. Sugiro, ao ler pela primeira vez o texto da prova, que você fique atento a tudo, que se desligue do mundo a
sua volta e entre no mundo do texto. Se possível, grife, circule ou faça qualquer outra marcação quando vir algo
que lhe chame a atenção, algo inusitado ou alguma coisa que você não tenha entendido direito. Esse procedi-
mento faz com que o candidato ganhe tempo, já que não precisará mais ficar procurando aquela palavra esquisita
ou expressão importante que acabara de ler.

Continuemos, agora, com a parte de baixo da figura: o enunciado. Ler e interpretar o enunciado de uma
questão é fundamental. Contudo, esse sucesso depende de um simples procedimento: encontre o “comando” da
questão. Chamo “comando” determinada palavra ou expressão que, disfarçadamente ou não, orienta o candidato
a encontrar o item correto. O “comando”, não sendo encontrado ou simplesmente esquecido ─ ou mesmo aban-
donado pelo candidato ─, pode trazer vários prejuízos. Por isso, sugiro que você grife o “comando” e não se des-

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ligue dele um só instante. Assim, sempre que terminar a leitura de um item, volte ao “comando” para, só depois,
começar a leitura do próximo item. Repita esse procedimento até o item “E”. Dessa maneira, você terá indicativos
muito mais satisfatórios para julgar uma questão.

Vamos fazer, agora, um pequeno teste. Você lerá, em seguida, alguns enunciados extraídos de provas re-
ais. No final deste capítulo, há as respostas. Seu objetivo é identificar e grifar os “comandos” de cada um deles.

Boa sorte.

01- A analogia estabelecida pelo autor entre a importância do computador e a da primeira Revolução Industrial
deriva do fato de que, em ambos os casos... (FCC).

02- Nessa carta aberta, Einstein demonstra acreditar que a ONU... (FCC).

03- O único elemento que não faz parte da estratégia argumentativa do texto lido é... (Funrio).

04- Marque a paráfrase do texto de Darcy Ribeiro isenta de erros (ESFAF).

05- Assinale a opção que apresenta inferência coerente com as idéias do texto (Esaf).

06- É correto deduzir das afirmações do texto que (FCC).

07- De acordo com o texto II, a única palavra que NÃO pertence ao campo semântico de “camelô” é... (Funrio).

08- A afirmação que está no título do texto faz referência ao fato de que, para o autor, (FCC).

Supondo que você já tenha ido conferir as respostas, vale a pena insistir um pouco mais nesses segundo
momento do triângulo. Às vezes, sentimos grande dificuldade em interpretar os enunciados por conta de deter-
minadas palavras ou expressões que não são de uso comum em nosso cotidiano. É o caso, por exemplo, de pala-
vras como “inferir”, “aferir”, “subjacente”, “antitético”, “coesão”, “nexo”, “léxico”, “lexical”; e de expressões co-
mo “campo semântico”, “elemento anafórico”, “elemento catafórico”, dentre outras. Por esse motivo, é funda-
mental que você saiba o que significa cada uma dessas palavras ou expressões. Abaixo, coloco ─ de forma resu-
mida ─ o significado das que citei anteriormente.

1. Inferir: concluir a partir de indícios textuais; é uma espécie de dedução mais elaborada, em que você usa até
as suas experiências de vida para realizá-la.

2. Depreender: embora signifique a mesma coisa que “inferir”, em provas, esse verbo acaba sendo utilizado de
maneira um pouco diferente. Depreender é, na visão de muitas bancas, colher (coletar) o que está no texto.
Só que essa coleta não é simples (óbvia), é como se você precisasse de uma lupa para enxergar aquilo que
está bem escondido no texto. Depreender é, portanto, um tipo específico de inferência.

3. Aferir: pôr em confronto; investigar as diferenças; examinar a fundo.

4. Subjacente: aquilo que fica por baixo; ou, que vem de baixo.

5. Antitético: que conclui ou encerra antítese, ou seja, contrariedade.

6. Coesão: ligação entre os elementos dos um texto.

7. Nexo: algumas organizadoras, como a Conesul, usam essa palavra como sinônimo de conjunção.

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8. Léxico: conjunto de palavras de determinada língua. Ou seja, quando uma questão envolver essa palavra,
pense logo num dicionário, já que é lá que estão as palavras do léxico da língua portuguesa.

9. Campo lexical: que vem do léxico.

10. Campo semântico: cada contexto comunicativo exige um tipo de campo semântico (ou território de sentido).
Nele, as palavras assumem significados próprios. Por exemplo: ao se pensar em fazer um churrasco, uma sé-
rie de palavras surgirá para compor esse “campo”: carne, sal grosso, cerveja, festa, brinde, família, amigos,
música etc. Já para a palavra concurso, outro grupo de palavras aparece: prova, apostila, questões, aula, pro-
fessor, estudo, disciplina etc. Ou seja: campo semântico é um espaço virtual para o qual um grupo afim de
palavras converge.

11. Elemento anafórico: consideremos a seguinte texto “Lula não virá mais a Fortaleza, pois o Presidente está
muito atarefado. Sua viagem à capital cearense fica adiada para o segundo semestre”. Note que “Presidente”
e “Capital cearense” retomam, ou seja, fazem referência aos termos Lula e Fortaleza. Assim, diz-se que es-
tamos diante de elementos anafóricos, já que eles ─ sem promover repetição ─ “apontam” para palavras
que já foram mencionadas. É o que chamamos de anáfora.

12. Elemento catafórico: usa o mesmo princípio do anafórico, só que, em vez de “apontar” para trás, “aponta”
para frente. Por exemplo: “Ele disse que nunca mais voltaria ali, Fortaleza”. Note que o elemento gramatical
“ali” faz referência ao termo que surge imediatamente após. Daí termos uma catáfora.

Há outras muitas palavras que podem surgir ao longo dos enunciados. Sua postura, agora, é procurar sa-
ber o que elas significam para que sua interpretação seja plausível. Tenha sempre consigo um bom dicionário.

Bom, já estamos quase no fim desse capítulo. A última parte do triângulo que nos falta é da dos itens.
Talvez seja esta a parte mais complicada do processo de interpretação, uma vez que ela é a que costuma tirar a
concentração dos candidatos com mais frequência. Por qual seria o motivo? Isso ocorre porque, geralmente, o
candidato se desliga do “comando”. Lembre-se sempre de que seu objetivo é ligar o item correto ou o falso ao
que propõe o enunciado da questão. E, para que isso funcione bem, sugiro que você descarte os itens “podres” o
quanto antes. O que são itens “poderes”? São aqueles que destoam muito do “comando” da questão. Normal-
mente, eles fogem ao assunto do texto, usam palavras generalistas como “apenas”, “tudo”, “nada”, “somente”,
“jamais” etc., trazem comentários cheios de palavras bonitas ou de efeito, ou, finalmente, dizem uma verdade
sobre o texto, mas uma verdade que não é a que a questão deseja saber. Muita atenção para este último caso!

Por fim, um último esclarecimento sobre interpretação é inevitável: se você tiver sido um bom leitor ao
longo de sua carreira escolar e acadêmica, suas chances são bem significativas, e crescem mais ainda quando você
segue as dicas dadas acima. Por outro lado, se seu contato com a leitura não tiver sido dos mais satisfatórios,
sugiro que você estude mais, resolva mais exercícios e não tenha medo de ler. Somente a prática dirigida e orien-
tada pode fazer com que você, em pouco tempo, recupere o tempo perdido.

Boa sorte!

Eli castro.

RESPOSTAS DO TESTE
05- inferência
01- analogia / deriva do
06- deduzir
02- demonstra
07- campo semântico
03- estratégia argumentativa
08- faz referência a
04- paráfrase

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EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.

EXERCÍCIOS 01

TEXTO I

Os anônimos

Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior
do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira, muitas
vezes dividida entre as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade.O espelho tentou mudar de assun-
to, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve.

A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a levar Branca de Neve para a floresta, matá-la, desfazer-
se do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história de-
pende da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua biografia não constam em
nenhuma versão do conto. A rainha má é a rainha má, claramente um arquétipo, e os arquétipos não precisam de
nome. O Príncipe Encantado, que aparecerá no fim da história, também não precisa. É um símbolo reincidente,
talvez nem a Branca de Neve se dê ao trabalho de descobrir seu nome. Mas o personagem principal da história,
sem o qual a história não existiria e os outros personagens não se tornariam famosos, não é símbolo de nada. Ele
só entra na trama para fazer uma escolha, mas toda a narrativa fica em suspenso até que ele faça a escolha certa,
pois se fizer a errada não tem história. O lenhador compadecido representa dois segundos de livre-arbítrio que
podem desregular o mundo dos deuses e dos heróis. Por isso é desprezado como qualquer intruso e nem aparece
nos créditos.

Muitas histórias mostram como são os figurantes anônimos que fazem a história, ou como, no fim, é a boa consci-
ência que move o mundo. Mas uma das pessoas do grupo em que conversávamos sobre esses anônimos discordou
dessa tese, e disse que a entrada do lenhador simbolizava um problema da humanidade, que é a dificuldade de
conseguir empregados de confiança, que façam o que lhes for pedido.

(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses)

1. O autor do texto considera que, em muitas histórias, certos personagens anônimos

(A) revestem-se de um caráter eminentemente simbólico, ainda que secundário para o desenvolvimento da
trama.
(B) representam a desordem do acaso, entendido este como o destino que os deuses escolhem para a his-
tória humana.
(C) equiparam-se a símbolos reincidentes, como o Príncipe, para melhor sublinharem o ensinamento de
uma fábula.
(D) têm crucial relevância para a história, ainda que relegados à obscuridade de transitórios figurantes.
(E) tornam-se irrelevantes depois de seu desempenho, na sequência de eventos independentes de sua par-
ticipação.

2. O autor do texto levanta a seguinte hipótese para justificar o modo pelo qual personagens como o lenha-
dor são anônimos em muitas histórias: eles seriam vistos como responsáveis por

(A) uma escolha pessoal e independente, que não deixa de afrontar uma instância superior já estabelecida.
(B) atos de subversão e anarquia, dado que, para atender a vontade dos deuses, ignoram a dos homens.

(C) decisões éticas basicamente preocupadas em conciliar a justiça terrena e a vontade divina.

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(D) uma escolha irracional, justificável pela precária condição cultural que os caracteriza.
(E) uma reação de tal modo imprevisível que impossibilita uma sequência lógica de eventos.

3. Deve-se deduzir do texto que a razão pela qual os arquétipos não precisam de nome é que

(A) seu papel, tal como o do lenhador, já está estabelecido pelo Destino.
(B) sua importância, como a do lenhador, é casual, servindo para acentuar o realismo da narrativa.
(C) sua significação, tal como a do Príncipe Encantado, já está estabelecida pela tradição das histórias.
(D) sua função, tal como a da imprensa, é oscilar entre a necessidade pública e o interesse privado.
(E) sua relevância, tal como a da rainha má, está em representar uma rápida indecisão.

4. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um elemento do texto em:

(A) dividida entre as necessidades (1º parágrafo) __ açodada pelos desejos.


(B) de bajular o poder e de refletir a realidade (1º parágrafo) __ de cortejar a instância superior e obliterar o
real.
(C) Toda a história depende da compaixão (2º parágrafo) __ toda a narrativa suscita um compadecimento.
(D) É um símbolo reincidente (2º parágrafo) __ simboliza uma reiteração.
(E) só entra na trama para fazer uma escolha (2º parágrafo) __ não participa do enredo senão para assumir
uma opção.

TEXTO II

Pós-11/9

Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo, ultrapassado. Como em:
“Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo tão radicalmente que tudo o que veio an-
tes – culminando com o day before [dia anterior], o último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a
véspera mais véspera da História – virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o
cotidiano de Nova York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um sen-
timento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-las, inclusive sacrificando alguns
direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não serem bombardeados por eles. Protes-
tos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de
setembro”.

Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem no bom sentido, não como sub-
missão à chantagem terrorista, mas para não perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o
primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e
os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo
menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais pro-
fundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o
instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude.

O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é:
o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que for, será diferente. Inclusive por uma questão
de moda, já que ninguém vai querer ser chamado de “dez de setembro” na rua.

(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)

5. Já se afirmou a respeito de Luis Fernando Verissimo, autor do texto aqui apresentado: "trata-se de um
escritor que consegue dar seriedade ao humor e graça à gravidade, sendo ao mesmo tempo humorista ins-
pirado e ensaísta profundo".

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Essa rara combinação de planos e tons distintos pode ser adequadamente ilustrada por meio destes seg-
mentos do texto:

I. Que penteado mais dez de setembro! e Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito de vulne-
rabilidade.
II. Um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio e o instinto de sobrevivência tam-
bém é um caminho para a virtude.
III. Fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem e não se devem esperar
exames de consciência mais profundos.

Em relação ao texto, atende ao enunciado desta questão o que se transcreve em


(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) II, apenas.

6. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

(A) significando antigo, ultrapassado (1º parágrafo) __ conotando nostálgico, recorrente.


(B) reorganizam suas prioridades para acomodá-las (1º parágrafo) __ ratificam suas metas para as estabiliza-
rem.
(C) atos de contrição mais espetaculares (2º parágrafo) __ demonstrações mais grandiosas de arrependi-
mento.
(D) teve o efeito paradoxalmente contrário (2º parágrafo) __ decorreu de uma irônica contradição.
(E) foi prólogo, exatamente, de quê? (3º parágrafo) __ a que mesmo serviu de pretexto?

7. Ao comentar a tragédia de 11 de setembro, o autor observa que ela

(A) foi uma espécie de prólogo de uma série de muitas outras manifestações terroristas.
(B) exigiria das autoridades americanas a adoção de medidas de segurança muito mais drásticas que as en-
tão vigentes.
(C) estimularia a população novaiorquina a tornar mais estreitos os até então frouxos laços de solidarieda-
de.
(D) abriu uma oportunidade para que os americanos venham a se avaliar como nação e a trilhar um novo
caminho.
(E) faria com que os americanos passassem a ostentar com ainda maior orgulho seu decantado nacionalis-
mo.

TEXTO III

Os homens-placa

Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palhaço, luvas de Mickey gigantescas, pouco importa. Eis que
surge numa esquina, e replica-se em outras dez, o personagem mais solitário de nossas ruas, o homem-placa das
novas incorporações imobiliárias. Digo homem-placa, não porque ele seja vítima do velho sistema de ficar ensan-
duichado entre duas tábuas de madeira anunciando remédios ou espetáculos de teatro, nem porque, numa versão
mais recente, amarrem-lhe ao corpo um meio colete de plástico amarelo para avisar que se compra ouro ali por
perto. Ele é homem-placa porque sua função é mostrar, a cada encruzilhada mais importante do caminho, a dire-
ção certa para o novo prédio de apartamentos que está sendo lançado.

Durante uma época, a prática foi encostar carros velhíssimos, verdadeiras sucatas, numa vaga de esquina, colo-
cando o anúncio do prédio em cima da capota. O efeito era ruim, sem dúvida. Como acreditar no luxo e na distin-

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ção do edifício Duvalier, com seu espaço gourmet e seu depósito de vinho individual, se todo o sonho estava mon-
tado em cima de um
Opala 74 cor de tijolo com dois pneus no chão?

Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem ao passado os grandes lançamentos performáticos do


mercado imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez anos atrás, proporções teatrais. Determinado prédio homenagea-
va a Nova York eterna: mocinhas eram contratadas para se fantasiarem de Estátua da Liberdade, com o rosto
pintado de verde, a tocha de plástico numa mão, o folheto colorido na outra. Ou então era o Tio Sam, eram Ma-
rilyns e Kennedys, que ocupavam a avenida Brasil, a Nove de Julho, as ruas do Itaim.

Esses homens e mulheres-placa não se comparam sequer ao guardador de carros, que precisa impor certa presen-
ça ao cliente incauto. Estão ali graças à sua inexistência social. Só que sua função, paradoxalmente, é a de serem
vistos; um cabelo azul, um gesto repetitivo apontando o caminho já bastam.

(Adaptado de: Marcelo Coelho, www.marcelocoelho.folha. blogspot.uol.com)

8. Os homens e mulheres-placa, no desempenho de sua função, evidenciam o paradoxo

(A) da reduzida eficácia que esse antigo e bem-sucedido recurso publicitário obtém nos dias atuais.
(B) de se preservar o romantismo do passado na utilização de uma técnica moderna de comunicação.
(C) de se chamar a atenção para a ostensiva presença pública de quem está imerso no anonimato.
(D) da teimosa insistência dos empreendedores financeiros numa anacrônica tática de vendas.
(E) da resignação com que fazem de seus próprios corpos matéria de propaganda imobiliária.

9. Atente para as seguintes afirmações:

I. Destituídos de qualquer qualidade pessoal, os homens- placa, em sua função mais recente, funcionam
como meros sinalizadores físicos da localização dos negócios.
II. No terceiro parágrafo, as referências à Estátua da Liberdade, Marilyns e Kennedys mostram como a pro-
paganda se vale de imagens estereotipadas para incutir prestígio em certos produtos.
III. A despersonalização a que se submetem os homens e mulheres-placa só não é maior do que a que sofre
um guardador de carros.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) I e II, somente.
(C) I e III, somente.
(D) II e III, somente.
(E) II, somente.

10. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

(A) replica-se em outras dez (1º parágrafo) __ contesta-se em dez outras.


(B) incorporações imobiliárias (1º parágrafo) __ admissões de imóveis.
(C) lançamentos performáticos (3º parágrafo) __ propulsões cuidadosas.
(D) impor certa presença (4º parágrafo) __ submeter a aparência.
(E) graças à sua inexistência social (4o parágrafo) __ devido à falta de sua identidade pública.

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11. O autor justifica a afirmação O efeito era ruim, sem dúvida, (2o parágrafo) mostrando

(A) o contrassenso de se anunciar um produto sofisticado por meio de um recurso grosseiro.


(B) o modesto resultado financeiro que se obtém pela publicidade apoiada em homens-placa.
(C) a ineficácia de uma propaganda sofisticada voltada para uma clientela de pouco poder aquisitivo.
(D) a impossibilidade de se tentar exaltar simultaneamente aspectos contraditórios de um produto.
(E) o pífio resultado obtido por quem busca valorizar o que é barato por meio de recursos baratos.

12. No 3º parágrafo, o autor se vale da expressão A coisa referindo-se, precisamente,

(A) à eliminação mais que justificável dos carros-placa.


(B) ao prestígio inconteste dos mais antigos recursos publicitários.
(C) às características teatrais dos carros-placa.
(D) aos desempenhos teatrais das campanhas imobiliárias.
(E) ao inesperado crescimento do mercado imobiliário.

TEXTO IV

Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se traduzindo
numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais. O resultado ideal era um conjunto de
botões que requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar um procedimento, sem demandar maiores con-
tribuições das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do ser humano médio.

A cobrança nos caixas de supermercado na década de 1990 tipificava essa eliminação do elemento humano. Não
exigia do operador mais que reconhecer as cédulas e moedas do dinheiro local. Um scanner automático traduzia o
código de barras do artigo num preço, somava todos os preços, deduzia o total da quantia entregue pelo cliente, e
dizia ao operador quanto dar de troco. O procedimento para assegurar essas atividades se baseia numa combina-
ção de maquinaria sofisticada e programação elaborada. Contudo, a menos que alguma coisa desse errado, esses
milagres de tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de atenção e uma capacidade um tanto maior
de concentrada tolerância ao tédio.

Para fins práticos, a situação do operador de caixa do supermercado representava a norma humana de fins do
século XX; não precisamos entender nem modificar os milagres da tecnologia científica de vanguarda, mesmo que
saibamos, ou julguemos saber, o que está acontecendo. Outra pessoa o fará ou já fez por nós. Pois, ainda que nos
suponhamos especialistas num ou noutro campo determinado, diante da maioria dos outros produtos diários da
ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem compreender nada. Assim, a ciência, através do tecido saturado
de tecnologia da vida humana, demonstra diariamente seus milagres ao mundo. É indispensável e onipresente.

E, no entanto, o século XX não se sentia à vontade com a ciência que fora a sua mais extraordinária realização, e
da qual dependia. O progresso das ciências naturais se deu contra um fulgor, ao fundo, de desconfiança e medo.

A desconfiança e o medo da ciência eram alimentados por alguns sentimentos: o de que a ciência era incompreen-
sível; o de que suas consequências tanto práticas quanto morais eram imprevisíveis e provavelmente catastrófi-
cas; o de que ela acentuava o desamparo do indivíduo e solapava a autoridade.
Tampouco devemos ignorar o sentimento de que, na medida em que a ciência interferia na ordem natural das
coisas, era inerentemente perigosa. Os primeiros dois sentimentos eram partilhados tanto por cientistas quanto
leigos, os dois últimos pertenciam basicamente aos de fora.

(Adaptado de: Eric Hobsbawm. Era dos extremos. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 509-512)

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13. Segundo o texto,

(A) os grandes avanços provenientes das ciências naturais no século XX foram acompanhados pelo temor e
pela suspeita de que malefícios poderiam deles advir.
(B) a tecnologia das máquinas substitui a mão de obra humana em diversos setores, causando, entre outras
consequências desastrosas, o desemprego.
(C) em termos morais, o avanço da tecnologia trouxe consequências negativas, pois a ciência é desprovida
de ética e é preocupante o uso que se faz dela.
(D) um dos obstáculos que impedem um maior desenvolvimento da ciência até os dias de hoje configura-se
na crença de que devemos seguir as leis da natureza para não corrermos riscos.
(E) ainda que possuam conhecimentos específicos de outras áreas, os que têm pouca familiaridade com a
tecnologia e não a compreendem devem ficar para trás em um mercado competitivo como o dos dias
atuais.

14. O segmento em que o autor NÃO exprime opinião pessoal ou posicionamento crítico é:

(A) Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se tra-
duzindo numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais.
(B) O procedimento para assegurar essas atividades se baseia numa combinação de maquinaria sofisticada
e programação elaborada.
(C) ... diante da maioria dos outros produtos diários da ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem
compreender nada.
(D) ...esses milagres de tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de atenção e uma capacidade
um tanto maior de concentrada tolerância ao tédio.
(E) ...requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar um procedimento, sem demandar maiores con-
tribuições das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do ser humano médio.

15. Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se tradu-
zindo numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais.
Identificam-se nas frases acima, respectivamente,

(A) causa e consequência.


(B) hipótese seguida de conclusão.
(C) afirmação e concessão.
(D) argumentação e ressalva.
(E) temporalidade e finalidade.

TEXTO V

Nosso currículo escolar devia dedicar mais tempo e atenção à anatomia e à fisiologia, para que as crianças se
formassem com conhecimentos mínimos sobre o funcionamento do organismo. Não admitimos que nossos filhos
estudem em colégio que não lhes ensine informática. Fazemos questão que se familiarizem com os computadores,
sem os quais serão atropelados pela concorrência do futuro, mas aceitamos que ignorem a organização básica da
estrutura da qual dependerão para respirar até o dia da morte. Houvesse mais interesse em despertar no aluno a
curiosidade de decifrar como funciona essa máquina maravilhosa, que a evolução fez chegar até nós depois de 3,5
bilhões de anos de competição e seleção natural, desde pequenos trataríamos o corpo com mais respeito e sabe-
doria e não daríamos ouvidos a teorias estapafúrdias, a superstições, ao obscurantismo e à pseudociência que faz
a alegria dos charlatãPes.

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A medicina é um ramo da biologia, ciência que se propõe a estudar os seres vivos e as leis que os regem, não é
domínio da crença; não é religião. O organismo humano é a estrutura mais complexa que conhecemos ─ alguns o
consideram mais complexo do que o próprio Universo. Estudar os mecanismos
responsáveis pela circulação e oxigenação do sangue, pela digestão dos nutrientes, ter uma ideia de como ocor-
rem as principais reações metabólicas e aprender que nosso corpo é uma máquina que se aperfeiçoa com o mo-
vimento é a melhor forma de evitar que ele nos deixe no meio da estrada.

Num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, o ensino de ciências deve começar na pré-escola. Apren-
dendo desde cedo, as crianças incorporarão o pensamento científico à rotina de suas vidas e descobrirão belezas e
mistérios inacessíveis aos que desconhecem os princípios segundo os quais a natureza se organizou.

(Adaptado de: Drauzio Varella. A ignorância e o corpo. FSP, 18/06/2011, p.E 20)

16. A principal conclusão do autor, no texto, é a de que

(A) pessoas supersticiosas tendem a se angustiar com alegações infundadas.


(B) o ensino de informática é imprescindível na atualidade e deve começar cedo.
(C) teorias científicas de credibilidade questionável deveriam ser banidas da mídia.
(D) o ensino da biologia tem maior importância na vida escolar do que o da informática.
(E) o conhecimento dos mecanismos que comandam o corpo deve ser incentivado desde cedo na escola.

17. Leia atentamente o que se afirma abaixo:

I. Houvesse mais interesse em despertar no aluno a curiosidade de decifrar como funciona essa máquina
maravilhosa, que a evolução fez chegar até nós depois de 3,5 bilhões de anos de competição e seleção
natural, desde pequenos trataríamos o corpo com mais respeito e sabedoria...
Infere-se do segmento acima que os cuidados com o próprio corpo melhoram à medida que aumenta o
domínio sobre o seu funcionamento.
II. Fazemos questão que se familiarizem com os computadores, sem os quais serão atropelados pela con-
corrência do futuro, mas aceitamos que ignorem a organização básica da estrutura da qual dependerão
para respirar até o dia da morte.
Identifica-se entre as frases acima hipótese seguida de confirmação.
III. ...belezas e mistérios inacessíveis aos que desconhecem os princípios segundo os quais a natureza se or-
ganizou.
O segmento acima está reescrito com outras palavras, mantendo-se a correção, a lógica e, em linhas ge-
rais, o sentido original em: Apenas os que são capazes de julgar as leis que organizam a natureza, com
suas belezas e mistérios, pode se familiarizar com ela.
Está correto o que consta em:

(A) II e III, apenas.


(B) I e III, apenas.
(C) II, apenas.
(D) I, apenas.
(E) I, II e III.

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EXERCÍCIO 02

De volta à Antártida

A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para
reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um
documento do governo estabelece uma agenda de prioridades para o continente gelado até 2020. A principal
delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáti-
cas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à
Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu sete estações de
pesquisa no continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas pouco
conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras
nações para preservar a “paz e a estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para
tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial do continente.

(Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23)

1. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre
mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros.

O segmento grifado na frase acima tem sentido

(A) adversativo.
(B) de consequência.
(C) de finalidade.
(D) de proporção.
(E) concessivo.

2. Em “paz e a estabilidade”, na última frase do texto, o emprego das aspas

(A) indica que esse segmento é transcrição literal do documento do governo russo mencionado no início do
texto.
(B) sugere a desconfiança do autor do artigo com relação aos supostos propósitos da Rússia de manter a
paz na Antártida.
(C) revela ser esse o principal objetivo do governo russo ao reconstruir estações de pesquisa na Antártida
que datam do período soviético.
(D) aponta para o sentido figurado desses vocábulos, que não devem ser entendidos em sentido literal, co-
mo o constante dos dicionários.
(E) justifica-se pela sinonímia existente entre paz e estabilidade, o que torna impensável a existência de
uma sem a outra.

3. Há exemplos de palavras ou expressões empregadas no texto para retomar outras já utilizadas sem repeti-
las literalmente, como ocorre em:

I. O continente gelado / a Antártida


II. Moscou / a Rússia
III. A revista Science / o blog Science Insider
IV. A potência comunista a União Soviética Atende corretamente ao enunciado da questão o que está em

(A) I e III, apenas.


(B) I e IV, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I, II e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV

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Atenção: As questões de números 4 a 6 referem-se ao texto abaixo.

Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém
nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu
guarda-roupa e livros sérios para você ler. Sinto que você leva jeito porque é aplicada, tem meigas mãos, não faz
cara ruim nem quando me lava, em suma, parece uma moça digna apesar da origem humilde. Minha outra mu-
lher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente
aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.

(Chico Buarque. Leite derramado, São Paulo, Cia. das Letras, 2009, p. 29)

4. Leia atentamente as afirmações abaixo sobre o texto.

I. Ao expressar o desejo de viver numa cidade “onde todos se cumprimentam e ninguém nos conheça”, o
narrador incorre numa evidente e insolúvel contradição.
II. A afirmação de que a “outra mulher teve uma educação rigorosa” é reafirmação, por contraste, de que
aquela a quem o narrador se dirige não a teve, o que já estava implícito no propósito de “lhe ensinar a
falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho etc.”.
III. Ao dizer que sua interlocutora “parece uma moça digna apesar da origem humilde”, o narrador sugere,
por meio da concessiva, que a dignidade não costuma ser característica daqueles cuja origem é humilde.

Está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) II, apenas.

5. ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler.
A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original, por:

(A) pessoalmente.
(B) de modo incisivo.
(C) apontando.
(D) entre outras coisas.
(E) cuidadosamente

Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhe-
ra justamente aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.

6. O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido e a correção originais, e o
modo verbal, por:

(A) escolheria.
(B) havia escolhido.
(C) houvera escolhido.
(D) escolhesse.
(E) teria escolhido.

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Atenção: As questões de números 7 a 10 referem-se ao texto abaixo.

Cartão de Natal

Pois que reinaugurando essa criança


pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:
que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim comer o não.
João Cabral de Melo Neto

7. No poema, João Cabral

(A) critica o egoísmo, e manifesta o desejo de que na passagem do Natal as pessoas se tornem generosas e
façam “o sim comer o não”.
(B) demonstra a sua aversão às festividades natalinas, pois “nestes dias a aventura parece em ponto de
voo”, mas depois a rotina segue como sempre.
(C) critica “a atração núbil para o dente” daqueles que transformam o Natal em uma apologia ao consumo
e se esquecem do seu caráter religioso.
(D) observa com otimismo que o Natal é um momento de renovação em que os homens se transformam
para melhor e fazem o “ferro comer a ferrugem”.
(E) manifesta a esperança de que o Natal traga, de fato, uma transformação, e que, ao contrário de outros
natais, seja possível “começar novo caderno”.

8. É correto perceber no poema uma equivalência entre

(A) ferrugem e aventura.


(B) dente e entusiasmo.
(C) caderno e vida.
(D) sementes e pão do dia.
(E) ferro e atração núbil.

9. Pois que reinaugurando essa criança


O segmento grifado acima pode ser substituído, no contexto, por:

(A) Mesmo que estejam.


(B) Apesar de estarem.
(C) Ainda que estejam.
(D) Como estão.
(E) Mas estão.

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10. “que desta vez não perca esse caderno”.


Com a frase acima o poeta

(A) alude a uma impossibilidade.


(B) exprime um desejo.
(C) demonstra estar confuso.
(D) revela sua hesitação.
(E) manifesta desconfiança.

EXERCÍCIO 03

Um circo e um antipalhaço

Em 1954, numa cidadezinha universitária dos Estados Unidos, vi “o maior circo do mundo”, que continua a ser o
sucessor do velho Barnum & Bailey, velho conhecido dos meus primeiros dias de estudante nos Estados Unidos.
Vi então, com olhos de adolescente ainda um tanto menino, maravilhas que só para os meninos têm plenitude de
encanto. Em 1954, revendo “o maior circo do mundo”, confesso que, diante de certas façanhas de acrobatas e
domadores, senti-me outra vez menino.

O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três vastos trens – chegou de manhã a Charlottesville e
partiu à noite. Ao som das últimas palmas dos espectadores juntou-se o ruído metálico do desmonte da tenda
capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma de x, quase iguais às dos teatros e que,
como por mágica, foram se fechando e formando grupos exatos, tantas cadeiras em cada grupo logo transporta-
das para outros vagões de um dos trens. E com as cadeiras, foram sendo transportadas para outros vagões jaulas
com tigres; e também girafas e elefantes que ainda há pouco pareciam enraizados ao solo como se estivessem
num jardim zoológico. A verdade é que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mágica também de
circo: a do próprio circo gigante desaparecer sob seus olhos, sob a forma de pacotes prontos a seguirem de trem
para a próxima cidade.

O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer coisa de assombrar um latino. Arma e desarma um circo
gigante como se armasse ou desarmasse um brinquedo de criança. E o que o faz com os circos, faz com os edifí-
cios, as pontes, as usinas, as fábricas: uma vez planejadas, erguem-se em pouco tempo do solo e tomam como
por mágica relevos monumentais.

Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaço principal. Circo norte-americano? Pensa-se logo num
palhaço para fazer rir meninos de dez anos e meninões de quarenta com suas piruetas e suas infantilidades.

O desse circo – hoje o mais célebre dos palhaços de circo – é uma espécie de antipalhaço. Não ri nem sequer sor-
ri. Não faz uma pirueta. Não dá um salto. Não escorrega uma única vez. Não cai esparramado no chão como os
clowns convencionais. Não tem um ás de copas nos fundos de suas vestes de palhaço.

O que faz quase do princípio ao fim das funções do circo é olhar para a multidão com uns olhos, uma expressão,
uns modos tão tristes que ninguém lhe esquece a tristeza do clown diferente de todos os outros clowns. Trata-se
na verdade de uma audaciosa recriação da figura de palhaço de circo. E o curioso é que, impressionando os adul-
tos, impressiona também os meninos que talvez continuem os melhores juízes de circos de cavalinhos.

Audaciosa e triunfante essa recriação. Pois não há quem saia do supercirco, juntando às suas impressões das ma-
ravilhas de acrobacia, de trabalhos de domadores de feras, de equilibristas, de bailarinas, de cantores, de cômi-
cos, a impressão inesperada da tristeza desse antipalhaço que quase se limita a olhar para a multidão com os
olhos mais magoados deste mundo.

FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. São


Paulo: Círculo do Livro. Edição Especial para MPM Propaganda,

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1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O


Cruzeiro, Rio de Janeiro, seção Pessoas, coisas e animais,
em 8 jul. 1956). Adaptado.

1. A palavra monstro (início do 2º parágrafo) aplicada a circo deve-se ao fato de este

(A) possibilitar um deslocamento rápido.


(B) provocar som alto devido ao desmonte das tendas.
(C) ser capaz de preencher três vagões.
(D) proporcionar o transporte das cadeiras misturadas aos animais.
(E) ter possibilidade de se mudar até mesmo de abrigar um zoológico.

2. Os trechos de “Em 1954 [...] menino” ( 1º parágrafo inteiro) e “O gênio de organização [...] monumentais.”
(3º parágrafo inteiro) caracterizam-se, quanto ao tipo de texto predominante, por serem, respectivamente

(A) descrição e narração


(B) narração e argumentação
(C) narração e descrição
(D) argumentação e descrição
(E) argumentação e narração

3. Pela leitura do segundo parágrafo, pode-se perceber que o material com que é basicamente feita a estru-
tura da tenda é

(A) metal
(B) madeira
(C) plástico
(D) lona
(E) tijolo

4. Analise as afirmações abaixo sobre o desmonte do circo após o espetáculo.

I – O circo era mágico pois desaparecia literalmente num piscar de olhos.


II – O desmonte do circo era tão organizado que parecia um truque de mágica.
III – Apenas alguns minutos eram necessários para desmontar todo o circo.

É correto APENAS o que se afirma em

(A) I
(B) II
(C) III
(D) I e III
(E) II e III

5. A partir do conhecimento do que é um palhaço, infere-se que um antipalhaço age da seguinte maneira:

(A) ri e faz rir.


(B) expressa sua depressão.
(C) não tem talento para ser palhaço.
(D) expressa tristeza.
(E) veste-se de palhaço.

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EXERCÍCIO 04

A velhice na sociedade industrial

A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que fize-
ram o sentido de sua vida. Perdendo a força de trabalho, ele já não é produtor nem reprodutor. Se a posse e a
propriedade constituem, segundo Sartre, uma defesa contra o outro, o velho de uma classe favorecida defende-
se pela acumulação de bens. Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa.

Nos cuidados com a criança, o adulto “investe” para o futuro, mas em relação ao velho age com duplicidade e má
fé. A moral oficial prega o respeito ao velho, mas quer convencê-lo a ceder seu lugar aos jovens, afastá-lo delicada
mas firmemente dos postos de direção. Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne a um papel passivo.
Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá-los com cuidados
“para o seu próprio bem”. Em privá-los da liberdade de escolha, em torná-los cada vez mais dependentes, “admi-
nistrando” sua aposentadoria, obrigando-os a sair do seu canto, a mudar de casa (experiência terrível para o ve-
lho) e, por fim, submetendo-os à internação hospitalar. Se o idoso não cede à persuasão, à mentira, não se hesita-
rá em usar a força.

Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram abandonados pelos seus? Quando se
vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade engendra desvalorização. A racionalização do trabalho,
que exige cadências cada vez mais rápidas, elimina da indústria os velhos operários. Nas épocas de desemprego,
os velhos são especialmente discriminados e obrigados a rebaixar sua exigência de salário e aceitar empreitas
pesadas e nocivas à saúde. Como no interior de certas famílias, aproveita-se deles o braço servil, mas não o con-
selho.

(Adaptado de Ecléa Bosi, Memória e sociedade)

1. A seguinte formulação resume, conceitualmente, o argumento central do texto:

(A) Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne a um papel passivo.
(B) Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa.
(C) Quando se vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade engendra desvalorização.
(D) Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá-los com
cuidados “para o seu próprio bem”.
(E) Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram abandonados pelos seus?

2. Atente para as seguintes afirmações:

I. No primeiro parágrafo, ao empregar a expressão à sua obra, a autora está-se referindo às propriedades
acumuladas pelo velho da classe mais favorecida.
II. No segundo parágrafo, o contexto permite entender que o termo “investe”, entre aspas, está emprega-
do na acepção que lhe conferem os economistas.
III. No terceiro parágrafo, a expressão racionalização do trabalho identifica o rigor com que se planeja e se
operacionaliza a produção industrial.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:

(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) II e III, apenas.

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3. Depreende-se da leitura do texto que, na sociedade industrial, a sabedoria acumulada pelos velhos

(A) vale apenas quando eles ainda mostram aptidão para trabalhar.
(B) é menosprezada porque não se costuma considerá-la produtiva.
(C) é cultuada com a mesma complacência com que se vê a criança.
(D) é bem acolhida somente quando eles pertencem à classe abastada.
(E) vale apenas quando eles assumem um papel passivo na família.

4. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento do texto em:

(A) o defendem da desvalorização de sua pessoa // subestimam seu prestígio pessoal.


(B) age com duplicidade e má fé // porta-se ora com isenção, ora com justiça.
(C) Que ele nos poupe de seus conselhos // Que seja parcimonioso em suas recomendações.
(D) especialmente discriminados // particularmente depreciados.
(E) empreitas pesadas // cargos de máxima responsabilidade.

EXERCÍCIO 05

Bolsa-Floresta

Quando os dados do desmatamento de maio saíram esta semana da gaveta da Casa Civil, onde ficaram
trancados por vários dias, ficou-se sabendo que maio foi igual ao abril que passou: perdemos de floresta mais
uma área equivalente à cidade do Rio de Janeiro. Ao ritmo de um Rio por mês, o Brasil vai pondo abaixo a maior
floresta tropical. No Amazonas, visitei uma das iniciativas para tentar deter a destruição.

O Estado do Amazonas é o que tem a floresta mais preservada. O número repetido por todos é que lá 98%
da floresta estão preservados, 157 milhões de hectares, 1/3 da Amazônia brasileira. A Zona Franca garante que
uma parte do mérito lhe cabe, porque criou alternativa de emprego e renda para a população do estado. Há
quem acredite que a pressão acabará chegando ao Amazonas depois de desmatados os estados mais acessíveis.

João Batista Tezza, diretor técnico-científico da Fundação Amazonas Sustentável, acha que é preciso traba-
lhar duro na prevenção do desmatamento. Esse é o projeto da Fundação que foi criada pelo governo, mas não é
governamental, e que tem a função de implementar o Bolsa-Floresta, uma transferência de renda para pessoas
que vivem perto das áreas de preservação estadual. A idéia é que elas sejam envolvidas no projeto de preserva-
ção e que recebam R$ 50 por mês, por família, como uma forma de compensação pelos serviços que prestam. [...]

Tezza é economista e acha que a economia é que trará a solução:

— A destruição ocorre porque existem incentivos econômicos; precisamos criar os incentivos da proteção.
[...]

Nas áreas próximas às reservas estaduais, estão instaladas 4.000 famílias e, além de ganharem o Bolsa-
Floresta, vão receber recursos para a organização da comunidade.

— Trabalhamos com o conceito dos serviços ambientais prestados pela própria floresta em pé e as emis-
sões evitadas pela proteção contra o desmatamento. Isso é um ativo negociado no mercado voluntário de redu-
ção das emissões — diz Tezza.

Atualmente a equipe da Fundação está dedicada a um trabalho exaustivo: ir a cada uma das comunidades,
viajando dias e dias pelos rios, para cadastrar todas as famílias. A Fundação trabalha mirando dois mapas. Um
mostra o desmatamento atual, que é pequeno. Outro projeta o que acontecerá em 2050 se nada for feito. Mes-
mo no Amazonas, onde a floresta é mais preservada, os riscos são visíveis. Viajei por uma rodovia estadual que

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liga Manaus a Novo Airão. À beira da estrada, vi áreas recentemente desmatadas, onde a fumaça ainda sai de
troncos queimados. [...]
LEITÃO, Miriam. In: Jornal O Globo. 19 jul. 2008. (adaptado)
1. Bolsa-Floresta, título do texto, é o nome dado a um(a)

(A) recurso adotado por empresas privadas para que a população dê suporte aos projetos de desmatamen-
to.
(B) mensalidade destinada aos moradores das cercanias de áreas de preservação por sua ajuda.
(C) medida social para apoio às populações da floresta, que não têm de onde obter sobrevivência.
(D) doação governamental regular feita às pessoas que moram na floresta, como se fosse uma bolsa de es-
tudos.
(E) ajuda realizada por organizações não governamentais para que a população de baixa renda possa se
manter melhor.

2. A expressão em destaque no trecho “Quando os dados do desmatamento de maio saíram esta semana da
gaveta ...” (primeiro parágrafo) pode ser adequadamente substituída, sem alteração do sentido, por

(A) foram finalmente examinados.


(B) foram apresentados às autoridades.
(C) foram tirados da situação de abandono.
(D) encaminharam-se ao setor técnico.
(E) chegaram ao conhecimento público.

3. No 2º parágrafo, o mérito da Zona Franca na preservação florestal do estado do Amazonas deve-se ao fato
de ter

(A) oferecido oportunidades de ganho para a população, afastando-a do desmatamento.


(B) atraído compradores de todas as partes do Brasil com o seu comércio florescente.
(C) criado uma área de comércio de bens livres de impostos, o que favoreceu novas aquisições para a popu-
lação.
(D) feito a promoção do desenvolvimento econômico da região, melhorando sua contribuição para o PIB
brasileiro.
(E) aberto o mercado interno nacional para a entrada de produtos estrangeiros de alta tecnologia.

4. “No Amazonas, visitei uma das iniciativas para tentar deter a destruição.” (primeiro parágrafo). Tal inicia-
tiva é a(o)

(A) manutenção da Zona Franca.


(B) criação do Bolsa-Floresta.
(C) expansão de 1/3 da Amazônia.
(D) preservação da floresta.
(E) comprometimento do governo estadual.

5. Com a leitura do parágrafo que contém a oração “porque criou alternativa de emprego e renda para a po-
pulação do estado.” (segundo parágrafo) pode-se inferir que, no texto, a outra alternativa seria

(A) buscar outra fonte de renda.


(B) desmatar a floresta.
(C) emigrar para outro estado.

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(D) trabalhar na Zona Franca.


(E) ser funcionário público.

EXERCÍCIO 06

O futuro do nosso petróleo

A recente confirmação da descoberta, anunciada inicialmente em 2006, de reservas expressivas de petró-


leo leve de boa qualidade e gás na Bacia de Santos é uma notícia auspiciosa para todos os brasileiros. A possibili-
dade técnica de extrair petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade eleva o prestígio que a Petrobras já de-
tém, com reconhecido mérito, no restrito clube das mega-empresas mundiais de petróleo e energia, onde é vista
como a pequena, mas muito respeitada, irmã. [...]

O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por dois motivos. Mais do que com dificuldades de explo-
ração e de extração, o mundo sofre com a falta de capacidade de refino moderno, para produzir derivados com
baixos teores de enxofre e aromáticos. Ao mesmo tempo, confirma-se em nosso hemisfério a cruel realidade de
que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se estão esgotando. Isso sem contar o natural
aumento da demanda argentina por gás. Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de
resinas termoplásticas para toda a região, sendo cerca de um terço delas destinado ao Brasil. A delimitação do
Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos vem em ótima hora, quando estes dois fantasmas nos
assombram, abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das
reservas totais, é úmido e rico em etano, excelente matéria-prima para a petroquímica. Queimá-lo em usinas
térmicas para gerar eletricidade ou para uso veicular seria um enorme desperdício.

Outra oportunidade reside em investimentos maciços em capacidade de refino. O mundo está sedento por
gasolina e diesel especiais, mais limpos, menos poluentes. O maior foco desta demanda são os Estados Unidos,
que consomem 46% de toda a gasolina do planeta, mas esta é uma tendência que se vem espalhando como fogo
em palha. O Brasil ainda tem a felicidade de dispor de etanol de biomassa produzido de forma competitiva, que
pode somar-se aos derivados de petróleo para gerar produtos de alto valor ambiental.
(Adaptado de Plínio Mario Nastari. O Estado de S. Paulo, Economia, B2, 28 de dezembro de 2007)

1. “Queimá-lo em usinas térmicas para gerar eletricidade ou para uso veicular seria um enorme desperdício”.
(final do 2o parágrafo). A opinião do articulista no segmento transcrito acima se justifica pelo fato de que

(A) na Argentina, além de haver aumento da demanda por petróleo, as reservas de gás encontram-se em
processo de esgotamento.
(B) os Estados Unidos são os maiores consumidores da gasolina produzida no planeta, tendência que ainda
vem aumentando.
(C) as possibilidades técnicas de extração de petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade ampliam o
prestígio mundial da Petrobras.
(D) as reservas recém-descobertas na Bacia de Santos contêm gás de excelente qualidade para a indústria
petroquímica.
(E) o Brasil dispõe de etanol de biomassa que, somado aos derivados de petróleo, diminui a poluição do
meio ambiente.

2. “O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por dois motivos”. (início do 2º parágrafo). Ocorre no
contexto a retomada da afirmativa acima na frase:

(A) Mais do que com dificuldades de exploração e de extração ...


(B) ... para produzir derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos.
(C) Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de resinas termoplásticas para toda a
região ...

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(D) Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de reservas termoplásticas...
(E) A delimitação do Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos vem em ótima hora, quando es-
tes dois fantasmas nos assombram...

3. “Isso sem contar o natural aumento da demanda argentina por gás”. (2o parágrafo) O pronome grifado
substitui corretamente, considerando-se o contexto,

(A) as dificuldades de exploração e extração de petróleo.


(B) o esgotamento das reservas argentinas de gás.
(C) a produção de derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos.
(D) a grande oportunidade comercial que o Brasil tem pela frente.
(E) a exportação de gás da Argentina para o Brasil.

4. O emprego das vírgulas assinala a ocorrência de uma ressalva em:

(A) ....onde é vista como a pequena, mas muito respeitada, irmã.


(B) ... que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito, no restrito clube...
(C) ... de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se estão esgotando.
(D) ... abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades.
(E) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das reservas totais, é úmido e rico em etano...

EXERCÍCIO 07

Riscos da advocacia invadida

Tanto quanto se saiba, a polícia tem praticado entradas forçosas em escritórios de advocacia, apreendido
papéis e praticado outras violências. A versão oficial diz que as chamadas invasões não existem, pois se trata de
ingressos autorizados por ordem judicial para fins determinados, relativos a investigações na apuração de respon-
sabilidades graves.

A regra essencial a esse respeito é, porém, a da inviolabilidade do escritório do advogado. Sou advogado,
além de jornalista e, portanto, parte interessada. Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos cam-
pos da Constituição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação. Comecemos pelo inciso 6 do artigo 5o da Carta
Magna, o qual afirma ser “livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer”. A advocacia exige qualificações específicas, na Carta Magna e na Lei no
8.906/94, consistentes no diploma do bacharel em ciências jurídicas, no registro profissional na Ordem dos Advo-
gados, depois da aprovação no Exame da Ordem.

Não é possível o exercício da profissão advocatícia se o cliente não tiver confiança absoluta em que as in-
formações e os documentos passados a seu advogado sejam invioláveis. Nem será possível se o advogado puder
ser constrangido a informar fatos relativos a seu cliente.

O sigilo do médico e o do sacerdote têm força igual à do sigilo do advogado. Daí dizer a Lei no 8.906/94, no
inciso 19 do artigo 7o, ser direito deste profissional recusar-se a depor como testemunha, mesmo quando autori-
zado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional. Se não pode depor, mesmo em
juízo, imagine-se a gravidade de ver apreendido, em seu escritório, documento que implique em responsabilidade
de seu cliente.

Tem havido, porém, escritórios que aceitam ser sede de empresas de seus clientes, designando locais, em
seu espaço interno, para esse efeito. Em outros casos, o advogado é diretor de empresa, não se encontrando no
exercício da profissão. São alternativas diversas das que tipificam a atividade profissional, não garantidas pela
Constituição e pelas leis, quanto à inviolabilidade. Fora daí, invadir o escritório e apreender documentos físicos ou
eletrônicos é abuso de direito, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem considerado geradora de
prova ilícita.

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(Walter Ceneviva, Folha de S. Paulo, 07/05/2005)

1. O autor do texto manifesta-se contra práticas policiais

(A) a que falta o respaldo básico de uma ordem judicial explícita.


(B) de respaldo ético indiscutível, já que amparadas por determinação judicial.
(C) que ferem direito garantido, inerente a toda prática profissional.
(D) em que há abuso da autoridade e extrapolação de uma ordem judicial.
(E) em que se ignora direito já reconhecido pela jurisprudência.

2. Considere as seguintes afirmações:

I. Quanto à sua inviolabilidade, o direito ao sigilo de médicos e de sacerdotes é garantido no inciso 19 do


artigo 7o da Lei no 8.906/94 e deveria, segundo o autor, ser estendido à prática advocatícia.
II. Para provar sua imparcialidade no tratamento da questão central de seu texto, o autor recusa-se a se
valer de argumentos próprios à sua qualificação profissional.
III. Segundo o autor, a garantia de inviolabilidade do escritório de advocacia deixa de existir quando seu es-
paço for utilizado para o exercício de atividades outras.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em


(A) III.
(B) II e III.
(C) II.
(D) I e II.
(E) I.

3. No segundo parágrafo, lê-se: “Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos campos da Consti-
tuição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação”.
Deve-se entender que a expressão sublinhada na frase remete diretamente a uma informação já explicita-
da no contexto:

(A) a versão oficial nega as entradas forçosas.


(B) o autor se declara parte interessada na questão de que trata.
(C) o autor está em pleno exercício de seu ofício de jornalista.
(D) a advocacia exige sempre qualificações específicas.
(E) os dispositivos legais já citados são inequívocos.

4. “Não é possível o exercício da advocacia se o cliente não tiver confiança em que as informações passadas a
seu advogado sejam invioláveis”.

A frase continuará formalmente correta caso se substituam as expressões sublinhadas, respectivamente,


por:

(A) alimentar a desconfiança em que // compartilhadas de seu


(B) presumir de que // confiadas ao seu
(C) suspeitar de cujas // confidenciadas com seu.
(D) não supuser que // reveladas a seu.
(E) não confiar de que // transmitidas a seu.

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EXERCÍCIOS 08
(Padrão CESPE)

Compreensão e interpretação de textos.

► SEDU / ES (2010) “O grande fenômeno da primeira década do século XXI na economia mundial foi a ascensão
da China como protagonista de primeira grandeza na produção e nas finanças,com consequências marcantes para
o resto do mundo. Para o Brasil, a influência mais direta deu-se por meio das exportações de commodities, que
cresceram a ponto de a China ter-se tornado, em 2009, o maior mercado para as empresas brasileiras.

O impacto da demanda chinesa nos preços das matérias-primas foi talvez o principal fator da notável transforma-
ção das contas externas brasileiras, o que, por sua vez, abriu caminho para o crescimento. Uma eventual mudan-
ça para pior no quadro da expansão chinesa seria danosa para a economia global e para o Brasil em particular. A
China foi o caso mais marcante de superação da crise de 2008, porque conseguiu crescer 8,7% no ano passado,
enquanto o resto do mundo patinhava”.

Folha de S.Paulo, Editorial, 2/3/2010 (com adaptações).

01- Depreende-se das informações do texto que o crescimento da economia brasileira foi influenciado pelas
importações de matérias-primas realizadas pela China.

► SEDU / ES (2010) “Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230 mil mortos, enterrados muitos em
valas comuns, a vida no Haiti precisa continuar”.

02- Pelos sentidos do texto, a palavra “sismo” significa sinistro, tragédia.

► SEDU / ES (2010) “Em decorrência da proliferação desenfreada do consumismo nas metrópoles, aconteceu nos
últimos anos aumento sensível do acúmulo de lixo urbano, também chamado de lixo caseiro. Em inúmeros casos,
a situação resulta da falta de princípios elementares de educação e do desconhecimento de mínimas noções de
higiene”.

03- A palavra “proliferação” está sendo empregada com o sentido de liberação.

04- Com o emprego da palavra “consumismo”, confere-se à ideia de consumo a noção de exagero.

► “O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domí-
nio, de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma pessoa sobre outra, que se comporta com de-
pendência, subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo do
poder, de opressão, punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo de disciplinar, controlar, adestrar,
aprimorar. O poder em si não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de poder heterogêneas e em
constante transformação. O poder é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

Na rede social, as dinâmicas de poder não têm barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento. Conse-
quentemente, podemos ser comandados, submetidos ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo
para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo papel social, que nos faz complementar, passivamen-
te ou não, as regras políticas da situação em que nos encontramos”.

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Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações)

05- A preposição “mediante” (início do texto) estabelece relação de movimento entre “exercício do poder” e
“múltiplas dinâmicas”.

06- É correto concluir, a partir da argumentação do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de
sua realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso, ele afeta todos que vivem em so-
ciedade, tanto os que a ele se submetem, quanto os que a ele resistem.

07- De acordo com a argumentação do texto, o poder “não é um objeto natural” porque é criado artificialmente
nas relações de opressão social.

08- Na organização da textualidade, é coerente subentender-se a noção de possibilidade, antes da forma verbal
“vivermos”, inserindo-se “podermos”.

EXERCÍCIO 09
(Padrão CESPE)

TEXTO I

Bandos de homens armados perpetram anualmente 450 roubos a bancos e carros-fortes no Brasil. Tais episódios
põem em risco a vida de clientes, agentes de segurança e policiais, mas o prejuízo financeiro é relativamente pe-
queno para as instituições. Para os bancos, a maior ameaça está embutida nos serviços prestados pela Internet ou
por outros meios eletrônicos. As perdas resultantes de assaltos são de 50 milhões de reais anuais. Já os crimes
cujas armas são os computadores devem, em 2010, ser responsáveis por perdas de 900 milhões de reais, dezoito
vezes mais que nos assaltos convencionais.

Os crimes eletrônicos proliferam porque oferecem pouco risco aos bandidos, e as autoridades têm dificuldade de
puni-los. O Código Penal não prevê os crimes virtuais. Quando são presos, os criminosos respondem geralmente
por estelionato, cuja pena máxima é de cinco anos de cadeia. Se fossem condenados por assalto a banco, eles
poderiam ser punidos com até quinze anos de prisão. Por causa dessas vantagens, há de 100 a 150 quadrilhas
virtuais em atividade no país. Para reverter esse quadro, a Federação Brasileira de Bancos tenta convencer o Con-
gresso Nacional a criar uma legislação específica para punir os delitos eletrônicos, semelhante àquela adotada há
nove anos pela União Europeia.

André Vargas. Assalto.com.br. In: Veja, 24/11/2010 (com adaptações).

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1- Afirma-se, no texto, que os crimes eletrônicos ocorrem cada vez mais amiúde, porque a falta de legislação
específica favorece os bandidos.

2- Infere-se do texto que, embora seja uma das mais avançadas e democráticas do mundo, a legislação brasilei-
ra não tem acompanhado o avanço do crime virtual no país.

3- De acordo com o texto, os assaltos à mão armada são menos nocivos à população e aos bancos do que os
assaltos eletrônicos.

4- Segundo o texto, o risco de uma pessoa ser vítima de assalto na Internet é maior do que o de ela ser assalta-
da em uma agência bancária.

05- O vocábulo “perpetram” (1ª linha do texto) poderia ser substituído por cometem, sem que isso acarretasse
prejuízo semântico ou sintático ao texto.

TEXTO II

No Brasil, um exame, ainda que superficial, da questão da segurança pública revela que há um crescimento contí-
nuo da criminalidade e da violência, principalmente nas regiões metropolitanas e nas periferias das grandes cida-
des do país, e que o sistema judiciário e, em particular, a polícia têm se mostrado ineficazes para o enfrentamen-
to da questão.

Especialmente nas áreas urbanas do país, a sensação de medo e insegurança tem sido experimentada como grave
problema público devido à expectativa de que qualquer pessoa pode-se tornar vítima de crime em qualquer pon-
to das cidades e em qualquer momento de sua vida cotidiana.

Nesse cenário caótico de insegurança, um dos temas frequentemente levantados é a necessidade de profissiona-
lizar
a polícia brasileira como recurso para capacitá-la para o desempenho mais eficiente, mais responsável e mais
efetivo na condução da ordem e da segurança públicas.

Não obstante nas últimas duas décadas se terem verificado inovações na área da formação profissional, poucas
iniciativas lograram sucesso no sentido de implementar mudanças efetivas nas práticas e nos procedimentos do-
minantes. A atividade policial mostra-se inscrita em um padrão de desempenho que se traduz não só na ineficácia
dos resultados, mas que se reveste de aspectos suplementares, relacionados, fundamentalmente, à forma de
atuação predominantemente violenta e arbitrária da polícia, permanecendo como desafio à sociedade contem-
porânea brasileira. Salvo raríssimas exceções, as propostas para reformulação da formação profissional da polícia
no país não incorporaram o debate sobre o modelo profissional a ser adotado pela polícia e as metodologias prá-
ticas de intervenção para a realização das tarefas cotidianas que envolvem a manutenção da ordem e da seguran-
ça públicas.

Paula Poncioni. O modelo policial profissional e a formação profissional do futuro policial nas academias de polícia do estado do Rio de
Janeiro. In: Sociedade e Estado, vol. 20, n.o 3. Brasília, set.-dez./2005. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).

06- De acordo com o texto, os sistemas judicial e policial brasileiros têm sido inoperantes no que tange ao aumen-
to da criminalidade.

07- Segundo o texto, a vulnerabilidade da população com relação à exposição à violência urbana confere ao pro-
blema da criminalidade o caráter de problema público de alta gravidade

08- Infere-se do texto que uma atuação renovada e eficaz da polícia deve envolver atitudes menos violentas.

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09- Conforme a autora, a necessidade de profissionalização da polícia brasileira advém do aumento do número
de crimes nas grandes cidades e nas periferias do país.

10- O texto afirma que poucas iniciativas de mudança no setor policial foram bem-sucedidas, conquanto tenha
havido alterações na formação profissional policial nos decêndios mais recentes.

EXERCÍCIOS 10
(Padrão ESAF)

1- (CGU 2008-Técnico de finanças e controle) Assinale a opção incorreta em relação às ideias do texto.

Com a passagem da manufatura para a indústria, a produtividade do trabalho humano deu um grande salto,
provocando uma larga dispensa de mão-de-obra. Legiões de trabalhadores desempregados alargavam o mar
dos excluídos. Para muitos deles, a máquina passou a ser vista como a grande inimiga. E surgiram explosivas
campanhas de quebra-máquinas. Até que as ideias se ajustaram na campanha internacional pela jornada de
oito horas de trabalho, como uma forma de estabelecer um novo equilíbrio entre a produtividade-hora e a
jornada diária de trabalho, atenuando os rigores da exploração capitalista. Com altos e baixos e à custa de
sangue e mortes, a chamada “semana inglesa”, com as 48 horas semanais, terminou se impondo em todo o
mundo.

Na década de 70 as centrais sindicais europeias, ante os novos patamares de produtividade do trabalho,


acompanhadas das ondas de demissão, levantaram a bandeira da jornada de 35 horas semanais, sob o lema
de “trabalhar menos para trabalharem todos”. Na década de 80 a reivindicação foi assimilada. E no Brasil, a
Constituição de 1988 acompanhou a tendência, consagrando a jornada de 44 horas semanais. Daquela época
até agora, a produtividade continuou avançando com a telemática, a bioengenharia, a robótica, a informática
e as novas formas de organização e gerenciamento da força de trabalho. E as demissões continuaram se
alargando em todo o mundo, ampliando os contingentes do chamado exército industrial de reserva.

(Marcelo Mário de Melo, Jornal do Commercio(PE), 31/01/2008.)

a) O advento da máquina na indústria provocou uma grande onda de desemprego, pois a produtividade do
trabalho aumentou exigindo menos mão-de-obra.
b) A chamada “semana inglesa”, com jornada de 48 horas semanais, foi uma conquista dos trabalhadores
alcançada com muita luta.
c) Os ajustes para manter a semana de trabalho em torno de 44 horas garantiram o decréscimo das demis-
sões e o pleno emprego no mundo ocidental.
d) A Constituição brasileira de 1988, acompanhando a tendência mundial, consagrou a jornada semanal de
trabalho de 44 horas.
e) Para assegurar emprego para mais trabalhadores, as centrais sindicais europeias, a partir da década de
70, defenderam a jornada semanal de 35 horas.

02- (CGU 2008-Técnico de finanças e controle) Assinale a asserção incorreta a respeito da organização das ideias
do texto, seus sentidos e elementos linguísticos.

Seriam os furtos inconhos da espécie humana? Isso mesmo que deu para entender: inconhos, frutos que
nascem pegados a outros. O trocadilho furtos/frutos saiu-me sem querer. Peço desculpas e repito a pergun-
ta: nasceria o furto inconho, acoplado, pegado à espécie humana?
Sim, porque as coisas que vemos aí, das mais humildes funções aos mais altos escalões, sugerem que o furto
seja tão necessário quanto o oxigênio para a sobrevivência de nossa espécie.

(Eduardo Almeida Reis. “Furtos inconhos”,Correio Braziliense, 10/1/2008, p. 6)

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a) Há segmentos no texto em que o autor se dirige diretamente ao leitor.


b) Ao explicar o significado de “inconhos”, o autor está acionando a função metalinguística da linguagem.
c) Ocorre também trocadilho em: Na vida tudo passa, até uva passa.
d) Iniciar texto com pergunta, como acontece nesse texto, é um recurso estilístico que desobriga o autor
de responder, deixando ao leitor o processamento mental da resposta.
e) Ocorre comparação de igualdade no texto.

03- ESAF 2012 (Engenheiro de incêndios florestais)

Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas próximas décadas. Muitas vezes nem se
prevê a dinâmica metropolitana do próximo quinquênio. Mesmo com a capacitação e o preparo dos técnicos
dos órgãos envolvidos com a questão urbana, há variáveis independentes que interferem nos planos e proje-
tos elaborados pelos legislativos e encaminhados ao Executivo. Logicamente não se prevê o malfadado caos
urbano, mas ele pode ensejar que o país se adiante aos eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo
econômico, que teria consequências nefastas. Para antecipar-se, o Brasil tem condições propícias para criar
think tanks ou, em tradução livre, usinas de ideias ou institutos de políticas públicas. Essas instituições po-
dem antecipar-se ao que poderá surgir no horizonte. Em outras palavras, deseja-se o retorno ao planejamen-
to urbano e regional visando o bem-estar da sociedade. Medidas nessa direção podem (e devem) estar em
consonância com a projeção de tendências e mesmo com a antevisão de demandas dos destinatários da ges-
tão urbana – os cidadãos, urbanos ou não.

(Adaptado de Aldo Paviani, Metróples em expansão e o futuro. Correio Braziliense, 8 de dezembro, 2011)

Infere-se da argumentação do texto que:

a) os técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana deveriam ser mais capacitados para realizar os
projetos encaminhados ao Executivo.
b) a dinâmica metropolitana altera-se a cada quinquênio, seguindo variáveis que devem constar dos planos
e projetos de cada período legislativo.
c) institutos de políticas públicas teriam como tarefa o planejamento urbano e regional, antecipando-se a
um possível desarranjo econômico.
d) o caos urbano que poderá afetar as grandes cidades nos próximos anos terá o desarranjo econômico
como uma de suas piores consequências.
e) as demandas crescentes dos habitantes das grandes cidades contrastam com a baixa demanda dos ci-
dadãos não urbanos.

04- ESAF 2010 (Fiscal de rendas)

A Eurostat, o organismo da União Europeia encarregado da elaboração de estatísticas econômi-


cas, mostrou que, em abril, nada menos que 101 entre cada 1.000 cidadãos em atividade na área do euro (16
países) não conseguiram encontrar ocupação remunerada. É a pior situação em 12 anos.
Reduzir tudo a efeito natural da atual crise é simplismo. Flagelos assim são como os desastres de
avião: sempre têm múltiplas causas. O crescente desemprego no mundo rico foi acentuado pela crise, mas é
bem mais do que isso. É o resultado de algumas degradações acumuladas nas últimas décadas: perda de
competitividade da indústria, rápido envelhecimento da população, custo elevado da mão de obra, falta de
reformas políticas e econômicas.
Paradoxalmente, a crise do desemprego tende a se acentuar pelos fatores que pretendiam atenu-
ar seu impacto. Assim como a antecipação da aposentadoria pretendia abrir vagas aos mais jovens, mas tudo
o que produziu foi a deterioração das finanças dos sistemas previdenciários, os mecanismos de seguro social
vêm ajudando a criar enormes rombos, que, por sua vez, atiram as finanças públicas ao endividamento e à
insolvência (e não apenas à falta de liquidez), como parece ser o caso da Grécia e talvez o de Portugal e Es-
panha. E aí chegamos a uma situação em que os instrumentos de defesa do emprego criam mais desempre-
go.

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(Celso Ming, O Estado de S. Paulo, 2/6/2010)

Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.

a) Há 12 anos, a situação na União Europeia apresentava desemprego muito maior que as taxas atuais.
b) A crise econômica atual começou a provocar o desemprego na área do euro.
c) O rápido envelhecimento da população contribui para diminuir as taxas de desemprego na União Euro-
peia.
d) A antecipação da aposentadoria e a abertura de vagas para os mais jovens fortaleceram os sistemas
previdenciários.
e) Medidas que pretendiam atenuar o impacto da crise do desemprego resultaram em mais desemprego.

05- ESAF 2010 (Agente da fazenda)

A informação do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário sobre a arrecadação de impostos


no país, através do instrumento denominado Impostômetro, é mais um elemento de transparência da de-
mocracia brasileira. É bom para o país que instituições independentes façam este tipo de acompanhamento
do poder público. Mas seria importante, também, que os próprios governos mantivessem constante atuali-
zação pública do que arrecadam e gastam, para que os cidadãos se sintam efetivamente representados pelos
governantes que elegem. O sistema de impostos é a maneira histórica com que o poder público, no país e no
mundo, arrecada recursos para sustentar-se, para promover os serviços essenciais e para investir em obras
de sua responsabilidade. Neste sentido, o sistema é imprescindível, integrando de maneira fundamental a
estruturação do Estado e da sociedade.
Assim, numa sociedade organizada, pagar imposto faz parte dessa espécie de contrato social que
garante ao país o funcionamento adequado, a promoção da saúde, da segurança e da educação e a manu-
tenção das instituições e dos poderes. O controle social dos gastos públicos e a fiscalização dos cidadãos em
relação ao uso adequado dos recursos são questões básicas para a qualidade do crescimento do país.

(Zero Hora, RS, Editorial, 28/7/2010)

Em relação às ideias do texto, assinale a inferência correta.

a) O Instituto Brasileiro de Planejamento é uma instituição oficial pública.


b) O acompanhamento do poder público por instituições independentes prejudica o desenvolvimento do
País, porque elas têm seus próprios interesses.
c) A qualidade do crescimento do país está relacionada com o controle social dos gastos públicos realizado
pelos cidadãos.
d) Se os governos mantivessem informações disponíveis sobre seus gastos e sua arrecadação, a adminis-
tração fi caria prejudicada.
e) O sistema de impostos é dispensável para a estruturação do Estado e da sociedade.

06- ESAF 2010 (Agente de trabalhos de engenharia)

A última reforma tributária entrou em vigor em 1967, com a implantação do Imposto sobre Circu-
lação de Mercadorias (ICM) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A Constituição de 1988 man-
teve as características essenciais do sistema e transformou o ICM em ICMS, com a inclusão de alguns serviços
em sua base de incidência.
Eram impostos mais modernos e mais funcionais que os anteriores. Mas com o tempo o sistema foi
desfigurado. A guerra fiscal distorceu as decisões de investimento. Os tributos, acrescidos de várias contri-
buições, passaram a pesar excessivamente sobre os investimentos e a atrapalhar as exportações. A tributa-
ção tornou-se incompatível com uma economia cada vez mais integrada globalmente. Com a abertura da

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economia, as empresas mudaram e tomaram o caminho da competitividade. O setor público mudou muito
menos, apesar das políticas de ajustes e de reformas adotadas com sucesso a partir dos anos 90.

(O Estado de S. Paulo, 26/5/2010)

Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.

a) A Constituição de 1988 implantou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e o Imposto sobre Produ-
tos Industrializados.
b) O sistema de impostos criado na última reforma tributária sofreu alterações em 1988 e depois foi de-
turpado.
c) As exportações foram beneficiadas pelos investimentos que ficaram livres de grande parte da tributa-
ção.
d) A economia globalizada se beneficiou do sistema de tributação moderno que foi implantado no País e
que vigora desde 1988.
e) O setor público acompanhou as transformações das empresas em direção à competitividade, atualizan-
do-se rapidamente.

GABARITO EXERCÍCIO 01

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D A C E B C D C B E

11 12 13 14 15 16 17
A D A B A E D

GABARITO EXERCÍCIO 02

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C A D B E B E C D B

GABARITO EXERCÍCIO 03

01 02 03 04 05
C B A B D

GABARITO EXERCÍCIO 04

01 02 03 04
C E B D

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GABARITO EXERCÍCIO 05

01 02 03 04 05
B E A B B

GABARITO EXERCÍCIO 06

01 02 04 04
D E B A

GABARITO EXERCÍCIO 07

01 02 03 04
E A B D

GABARITO EXERCÍCIO 08

01 02 03 04 05 06 07 08
C E E C E C E E

GABARITO EXERCÍCIO 09

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C E E E C C C C E C

GABARITO EXERCÍCIOS 10

01 02 03 04 05 06
C D C E C B

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02. Classes de Palavras

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Mais para alta do que para baixa. Tema recorrente. Mas, vamos
entender como é essa recorrência. Você sabe que é nessa aula que voltamos ao ensino fundamental (mais preci-
samente, voltamos à 5ª série, hoje, 6º ano). Bom, naquela época você tinha que saber que um substantivo tinha
inúmeras classificações: se tal substantivo é simples ou composto, primitivo ou derivado, concreto ou abstrato
etc. O mesmo vale para os adjetivos, pronomes, numerais, dentre outros, que apresentam inúmeras classifica-
ções. A questão é: se a organizadora é CESPE, FCC, ESAF, FUNRIO ou CESGRANRIO, por exemplo, não é necessário
que você se entupa de classificações e mais classificações. Não perca tempo com isso. Essas organizadoras costu-
mam cobrar o assunto em questão de maneira inteligente, reflexiva, levando em conta o texto e o contexto. Por
isso, foque nos conceitos. Ou seja: você tem que saber diferenciar, com competência, um substantivo de um pro-
nome; não confundir um verbo com um substantivo, dentre outros.

DICA: Quanto mais desconhecida for a organizadora do seu concurso, mais há a possibilidade de ser co-
brado um conteúdo bem ao estilo da 5ª série. Por exemplo, o CBI Concursos exige, frequentemente, questões de
separação silábica; o IMPARH adora querer saber se o coletivo de “formigas” é mesmo “correição” etc. Logo,
aconselho que você procure conhecer a organizadora desconhecida e adequar-se a ela.

DICA DE ESTUDO: Se você é um concurseiro de primeira viagem e já não estuda Português há bastante
tempo, sugiro que você dê uma atenta lida nos conceitos básicos desse assunto. Ou seja, se você nem mesmo se
lembra o que é um pronome, é melhor, antes de começar a resolver as questões, “amarrar” os conceitos para que
você não os confunda mais tarde. Por isso, é bom ter uma gramática ao seu lado sempre.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, no mínimo, duas (isso numa prova de 10
questões); para nível médio, no máximo, uma (isso numa prova de 15 a 20 questões); e para nível superior a pos-
sibilidade é quase zero.

STATUS: Em casa e com leitura individual.


As classes de palavras

Qualquer idioma necessita de palavras para que a comunicação se estabeleça. Quando essas palavras se organi-
zam para formar um texto, adquirem significações específicas: nomear seres, indicar características, qualidades,
fazer conexões etc. De acordo com essas significações, as palavras da língua portuguesa estão agrupadas em dez
classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais, a saber: substantivo, artigo, adjetivo, numeral,
pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

01. Substantivos
São as palavras que dão nome aos seres e às coisas em geral.
Como identificá-los em um texto? Os substantivos, em tese, virão sempre acompanhados de um determinante
(artigo, pronome, numeral, adjetivo e/ ou locução adjetiva). Leia o poema baixo:

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Soneto de Fidelidade

(Vinicius de Moraes)

De tudo, ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Como a VUNESP cobra?


Nossa banca costuma “diluir” o substantivo em outros assuntos. Por exemplo, nas questões de sinônimos x antô-
nimos, nos casos de crase (em que podem ocorrer antes dos SUBSTANTIVOS femininos, jamais antes dos SUBS-
TANTIVOS masculinos), nas questões de coesão (referência dentro do texto), nas questões de concordância verbal
(já que o núcleo do sujeito costuma ser um SUBSTANTIVO) etc. Por hora, o mais importante é saber o que é um
substantivo.

Classificação tradicional dos substantivos


- Comum:
Indica um nome genérico, aberto e sem história no contexto. Ex.: criança, rio, cidade, mesa etc.
- Próprio:
É aquele que particulariza uma coisa ou um ser. Os substantivos próprios têm uma história no contexto.
Exemplos:
Lula, Tietê, Recife, Juiz de Fora, Gramado, Fortaleza, Audi, Pão de Açúcar, Heineken etc.
- Concreto:
Indica seres reais ou imaginários, de existência independente de outros seres.
Exemplos:
Casa, bruxa, Saci, cobra, livros, Deus etc.
- Abstrato:
Indica seres ou coisas que dependem de outros seres ou de outras coisas para existir.

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Exemplos: ódio, solidão, beleza, medo, pavor, salto, trapaça etc.


- Coletivo:
Indica uma multiplicidade de coisas ou seres de uma mesma espécie.
Exemplos: antologia (de livros), conselho (de membros de associações, de parlamentares, de classe etc.), horda
(de bandidos, de bárbaros), banca (de examinadores) etc.

Substantivos coletivos x Concordância verbal.

Quando um substantivo coletivo apresenta valor partitivo, nossa banca pode envolvê-lo numa questão de con-
cordância verbal. Fique atento.

Ex.:
- Bando de bactérias................................o corpo da criança. (invadiu / invadiram).
- A multidão de torcedores........................ a conquista do título. (comemorava / comemoravam).

Com quais verbos vamos preencher as


lacunas acima? Resposta: com todos.
Nesses casos, o verbo pode concordar
com o núcleo, ou com a expressão espe-
cificadora. Fui claro? Espero que sim!

02. Artigos

São as palavras que acompanham os substantivos, modificando-os ou determinando-os, isto é, indicando gênero
(masculino ou feminino) e número (singular ou plural).

Os artigos podem ser:

- Definidos: o, a, os, as.

Os definidos dão ao leitor uma ideia precisa do substantivo. Assim, ele é capaz de saber quem é o elemento de-
terminado, mesmo que o texto não o cite anteriormente.

Exemplo:
- Não houve aula de matemática ontem, mas o professor mandou um aviso pelo Facebook. (Sabe-se quem é o
professor).

- Indefinidos: um, uma, uns, umas.

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Os indefinidos dão ao leitor uma ideia vaga e imprecisa do substantivo. Assim, ele não é capaz de detalhar as ca-
racterísticas do elemento textual. Sabe, apenas, algo genérico.

Exemplo:
- Não houve aula de matemática ontem, mas um coordenador mandou um aviso pelo Facebook. (Não se sabe
quem é o coordenador, também não se consegue apresentar detalhes sobre o aviso).

Todos os termos destacados acima são prono-


Situação especial mes demonstrativos.

Há vezes em que o artigo indefinido funciona de maneira diferente. Ele não é impreciso nem vago, mas preciso
demais, carregado de muitas informações históricas. Tal uso é dependente do contexto, e sua utilização é tática.
Exemplo:
Contexto: Num bar, duas amigas bebem e conversam. Em um determinado momento, uma delas diz:
- Joana, não olhe agora! Mas uma pessoa acabou de chegar!
Embora o artigo seja indefinido, ele não é impreciso.

Os artigos definidos são parecidos com outras palavras que pertencem a classes diferentes. Fique atento!

a) Não confundir os artigos definidos com os pronomes oblíquos.

-Aquele fato o motivou. (pronome)


[o = representa algo ou alguém citado no texto]
-Ele não citou o motivo de sua demissão. (artigo)
[o = é o determinante de “motivo”]
-Nunca a encontrava em casa. (pronome)
[a = representa algo ou alguém citado no texto]
- Encontrava-se a moça em casa. (artigo)
[ a = é o determinante de “moça”]

b) Não confundir os artigos definidos com os pronomes demonstrativos.

- O que....= aquilo que ou aquele que


- Os que....= aqueles que
- A que....= aquela que
- As que....= aquelas que

Exemplos:
- Quase todos os alunos saíram; os que ficaram tinham dúvidas.
- O que mais admiro em você é a sinceridade.
- Não sei se o que houve foi proposital.
- Mulheres são exigentes; as que não são devem ter valores diferenciados.

b) O indefinido “uma” x Crase.

-O jovem fez referência a uma nova fase de sua vida.

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-O jovem saiu à uma hora da tarde.


-O jovem saiu há uma hora.

Detalhe: A frase “O jovem saiu há uma hora atrás” está errada, pois se nota pleonasmo vicioso.

C) Artigo “a” x Preposição “a”.

-O jornal divulgou a notícia.


-O jornal se referia a notícias recentes.
-A advogada obedece ao código ético.
-A advogada escreveu a petição.

Dica: substitua A por ESTA. Se a frase fizer senti-


do, o A será artigo. Se não, será preposição.

03. Adjetivos

São palavras que caracterizam os seres e as coisas em geral, podendo expressar qualidade, estado, modo de ser,
aparência etc. Os adjetivos sempre orbitam a “atmosfera” do substantivo. Portanto, onde há substantivos, há
grande chance de se notar, no mínimo, um adjetivo.
Ex.: combativo, mau, amargurado, arrogante, tristíssimo etc.

GRAU DO ADJETIVO
O grau comparativo estabelece uma comparação entre dois ou mais seres, uma vez apresentado sob a seguinte
forma:

A) Comparativo de igualdade:
- Lucas é tão extrovertido quanto seu irmão.
- Tuas palavras são tão cativantes como as de minha mãe.

B) Comparativo de inferioridade:
Este livro é menos complexo (do) que a Bíblia.

C) Comparativo de superioridade:
A proposta do engenheiro é mais sensata (do) que a do arquiteto.

Observação:
Detalhe: todos os “do” entre parênteses (do) são
facultativos. As formas analíticas representadas por “mais bom”, “mais
mau”, “mais grande” e “mais pequeno” apenas devem ser

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utilizadas quando se comparam duas características de um mesmo ser.


Exemplos:

- Pedro é mais bom (do) que esforçado.


- O garoto é mais mau (do) que esperto.
- Aquele cão é mais pequeno (do) que bravo.
- Teu quarto é mais grande (do) que ventilado.

04. Numerais Detalhe: todos os “do” entre parênteses (do) tam-


bém são facultativos.

São palavras que quantificam, ordenam, multiplicam ou


fracionam o substantivo:
Os numerais podem ser:
Cardinais: Indicam uma quantidade determinada de seres. Exemplos: um, dois, três...
Ordinais: Indicam a ordem (posição) que o ser ou a coisa ocupa numa série. Exemplos: primeiro, segundo, tercei-
ro...
Multiplicativos: Expressam ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada. Exem-
plos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, Sêxtuplo, Sétuplo, Óctuplo, Nônuplo, Décuplo, Undécuplo e Duodécu-
plo.
Fracionário: Expressa ideia de divisão, indicando em quantas partes a quantidade foi dividida. Exemplo: um meio,
um terço, dois quartos, dois quintos...etc.

Obs.: Ambos e Ambas são considerados numerais duais.

05. Pronomes

Palavras que acompanham ou substituem o substantivo. Os pronomes apoiam os substantivos ou evitam a repe-
tição deles dentro do texto.
Os pronomes podem ser:
- Pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas).

Como podem cair nas provas:

a) Nunca podem ocupar lugar de objeto.

- Os amigos viram ela deixar a cidade. (frase errada)


- Os amigos viram-na deixar a cidade. (frase certa).

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- Os amigos a viram deixar a cidade. (também certa, pois a posição do pronome é facultativa: antes ou depois do
verbo).

b) Quando sujeitos, não podem ser preposicionados.

- Não era o momento dele abandonar o futebol. (frase errada).


- Não era o momento de ele abandonar o futebol. (frase certa).

- Pronomes pessoais do caso oblíquo (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si, consigo, nos, conosco, vos,
convosco, os, as, lhes).

Como podem cair nas provas:

a) Não aceitam ser trocados com os pronomes retos quando antecedidos de preposição:

- Entre eu e você há uma grande amizade. (frase errada)


- Entre mim e você há uma grande amizade. (frase certa)

- Pronomes possessivos: meu(s), minha (s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s), de-
le(s), dela(s).

Como podem cair nas provas:

a) Exceto “dele(a)(s)”, todos os demais possessivos femininos singular permitem a facultatividade da crase.
- O livro O Estrangeiro, de Albert Camus, revelou a verdade a minha consciência. (ou à minha consciência).

- Pronomes demonstrativos: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, isso, aquilo, tal.

Como podem cair nas provas:

a) Alguns desses pronomes podem desempenhar o papel de retomar /sinalizar palavras ou ideias no texto.
Chamamos esse papel de anafórico (referência para trás) e catafórico (referência para frente).

- As crianças da classe média têm um futuro mais promissor do que os filhos de pais das classes menos favoreci-
das, porque àquelas se dão oportunidades que se negam a estes.

a) àquelas: refere-se ao núcleo “crianças”.


b) estes: refere-se ao núcleo “filhos”.

- O novo projeto do Governo deseja punir os políticos e assessores envolvidos no novo escândalo. Estes, inclusive,
já receberam uma comunicação formal, enquanto aqueles ainda estão sob investigação.

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a) estes: refere-se a ao núcleo “assessores”.


b) aqueles: refere-se ao núcleo “políticos”.

- O STF deseja punir Genuíno e demais envolvidos em escândalos. Esses políticos, contudo, não estão nem um
pouco interessados no que pensa o povo sobre essa questão.

a) Esses políticos: refere-se aos núcleos “Genoíno” e “envolvidos”.

- Após a CPI, o único político punido foi este: nenhum. (para frente)
a) este: refere-se ao núcleo “nenhum”.

- A manifestação também recebeu maciço apoio da


comunidade acadêmica. Isso, contudo, não foi
suficiente para que as propostas fossem atendidas”.

Detalhe: O pronome “isso” retoma uma ideia (um processo), e não uma palavra ou expressão isolada do texto.

- Pronomes indefinidos: algum, alguma, nenhum, nenhuma, todo(s), toda(s), muitos, muitas, pouco, pouca, certa,
certo, tanta, tanto, vários, diversos, bastante, ninguém, nada, tudo, cada, algo, alguém, qualquer, quaisquer, de-
terminado, determinada, outro, outra etc.

Como podem cair nas provas:

a) Quase todos esses pronomes impedem que o artigo “a” apareça antes de si. Essa condição neutraliza,
quase em 100%, as chances de ocorrer crase diante de pronomes indefinidos. Exceto o pronome-
substantivo “outra(s)”.

- Isso diz respeito a toda mulher.


- Ele disse tudo a cada professora.
- O jornal fez menção à outra pessoa.

- Pronomes interrogativos: que, quem, qual, quanto.


Como podem cair em provas:

a) Nossa banca pode pedir, em relação ao pronome “que”, para você mudar a ordem dos elementos da fra-
se. Na primeira ordem, teríamos o seguinte:

- O que você viu ontem?


- De que ele gosta mais?
- Para que eu fiz isso?

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Na segunda ordem, teríamos o seguinte:


- Você viu ontem o quê?
- Ele gosta mais de quê?
- Eu fiz isso para quê?

Obs.: Note que os acentos circunflexos são obrigatórios na segunda ordem.

b) Às vezes, é difícil reconhecer o pronome interrogativo como sujeito, objeto direto ou indireto.
- Quem fez essa bagunça? Sujeito: “Quem”.
- Esse homem viu quem ontem à noite? “Quem” é objeto direto.
- Aquela moça gosta de quem? “de quem” é objeto indireto.

- Pronomes relativos: que, quem, onde e cujo(a)(s).

Como podem cair em provas:

a) Lembre-se de que o pronome QUE pode ser transformado em o qual, os quais, a qual e as quais.

- Os livros de Machado de Assis, que são muito bem conceituados, têm um bom preço.

Obs.: “que” refere-se a “livros”.

- Os livros de Machado de Assis, os quais são muito bem conceituados, têm um bom preço.

- Os cientistas analisaram a proposta que foi recusada pelos políticos.

Obs.: “que” refere-se a “proposta”.

- Os cientistas analisaram a proposta a qual foi recusada pelos políticos.

b) O pronome ONDE só se refere a um lugar: rio, praça, casa, bolso, quintal etc.

FRASES CORRETAS
- Ele conheceu a praça onde havia muitas barracas com comidas exóticas.

Obs.: Onde = em que = no qual, na qual, nos quais, nas quais.


- Ele conheceu a praça em que havia muitas barracas com comidas exóticas.
- Ele conheceu a praça na qual havia muitas barracas com comidas exóticas.

FRASES COMPARADAS
- Ele se deparou com um momento onde mudou tudo. (frase errada)

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- Ele se deparou com um momento em que mudou tudo. (frase correta)


- O jogo onde todos os atletas cansaram foi uma porcaria. (frase errada)
- O jogo em que todos os atletas cansaram foi uma porcaria. (frase correta)

Obs.: O “onde” está indevido porque os seus referentes não são palavras indicativas de lugar.

c) O pronome QUEM sempre se refere a uma pessoa e sempre é preposicionado.

- Esta é a mulher por quem o meu amigo se apaixonou.


- O professor a quem ele se referiu faltou ontem.
- Nós vimos o médico de quem o enfermeiro falou mal.

Obs.: É totalmente correto substituir QUEM por QUE (o qual, os quais, a qual, as quais), mas a frase vai ficar muito
esquisita (aparentemente errada, mas não estará), é bom avisar.

d) O pronome CUJO(A)(S) estabelece relação de posse e não pode ser trocado pelo QUE.

- Os livros cujas capas estavam rasgadas eram raros.


- A mulher cuja preocupação é cuidar dos filhos tem o respeito de todos.
As frases abaixo estão completamente erradas:
- Os livros cujas as capas estavam rasgadas eram raros.
- A mulher cuja é preocupada com os filhos tem o respeito de todos.
- As ideias cuja nos ensinam as coisas fortalecem o homem.

- Pronomes de tratamento: Vossa Santidade, Vossa Magnificência, Vossa Excelência etc.

Pronomes de Tratamento
Pronomes de tra- Abreviatura Abreviatura
Usados para:
tamento Singular Plural
Você V. VV. Usado para um tratamento íntimo, familiar.
Pessoas com as quais mantemos um certo distanciamento mais res-
Senhor, Senhora Sr., Sr.ª Srs., Srª.s
peitoso
Pessoas com um grau de prestígio maior. Usualmente, os emprega-
Vossa Senhoria V. S.ª V. Sª.s mos em textos escritos, como: correspondências, ofícios, requeri-
mentos, etc.
Usados para pessoas com alta autoridade, como: Presidente da Re-
Vossa Excelência V. Ex.ª V. Ex.ªs
pública, Senadores, Deputados, Embaixadores, etc.
Vossa Eminência V. Em.ª V. Em.ªs Usados para Cardeais.
Vossa Alteza V. A. V V. A A. Príncipes e duques.
Vossa Santidade V.S. - Para o Papa.
Vossa Reverendís-
V. Rev.mª V. Rev.mªs Sacerdotes e Religiosos em geral.
sima

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Vossa Paternidade V. P. VV. PP. Superiores de Ordens Religiosas.


Vossa Magnificên-
V. Mag.ª V. Mag.ªs Reitores de Universidades
cia
Vossa Majestade V. M. V V. M M. Reis e Rainhas.

06. Verbos

Sem dúvida, é a classe gramatical mais complexa de todas. Rica em variações, usos, substituições, irregularidades,
significações etc., é a classe que iremos analisar ao longo do nosso curso; ou seja, não para por aqui, até porque
seria uma grande injustiça. Portanto, o que iremos investigar, agora, é apenas uma amostra dessa classe tão ver-
sátil.

Definição
Palavra que indica a ação verbal praticada ou recebida pelo sujeito. Também pode simplesmente indicar o estado
ou a qualidade do sujeito.

Obs.: “Ação verbal” não significa, necessariamen-


te, ação física.

Exemplos:
- Os médicos deixaram o hospital bem cedo. (ação)
- A Bovespa especula que tais ações podem cair. (ação)
- O tema “verbos” é complexo. (qualidade)
- A cidade parece calma. (estado)

Modos verbais

Os verbos do português têm modos. Os modos indicam os valores semânticos que podem ser notados em cada
verbo. Vamos a eles:

a) Indicativo: Manifesta uma certeza da ação ou do estado que manifesta o verbo. O leitor não dúvidas de que
aquela ação esteja ocorrendo, tenha ocorrido ou venha a ocorrer.

- Ontem, Marcela fez um belo jantar.


- João sempre joga futebol depois da aula.
- Nós nunca faltávamos a nenhuma reunião de pais.
- No fim do ano, eles farão uma grande festa.

b) Subjuntivo: Manifesta uma ação incerta, duvidosa ou mesmo hipotética. Agora, o leitor não está mais seguro
quanto à ação verbal; tudo é dúvida.

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- Quero que o livro desperte a atenção dos alunos. (Será que vai despertar? É uma hipótese)
- Se eu fizesse uma requisição, eles poderiam me atender. (Eu farei a requisição? Talvez sim, talvez não)
- Quando vocês decidirem, estaremos à disposição. (Quando eles vão decidir? Não se sabe.)

c) Imperativo: Manifesta uma ordem, um conselho, um pedido, uma advertência ou uma súplica. Agora, o sujeito
da ação é orientado a fazer algo.
- Leve este livro até sua mãe, meu filho.
- Nunca mais faça isso, seu mentiroso!!!
- Rapaz, deixe essa vida de farras!
- Gente, fiquemos em pé para saudar o diretor!

Tempos verbais

Presente do indicativo

O presente indica um fato que ocorre no momento do enunciado, não necessariamente no momento
cronológico atual. Não tem desinência fixa.

- O Brasil vive um momento decisivo: as eleições. (ação presente, mas em curso neste momento)

- Nós, concurseiros, sempre estudamos bastante. (ação rotineira no presente).

- Quando Luís Felipe Scolari vê que o Brasil já perde por quatro a zero, manda todos tocarem a bola.
(a ação é passada, mas dita como se fosse presente).

Infinitivo Falar comer abrir sair


Eu Falo como abro saio
Tu Falas comes abres sais
Você, ele, ela Fala come abre sai
Nós falamos comemos abrimos saímos
Vós Falais comeis abris saís
Vocês, eles, elas Falam comem abrem saem

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PRETÉRITOS

Perfeito

O pretérito perfeito indica uma ação totalmente realizada, que iniciou e terminou no passado. Não tem
desinência.

- Na Idade Média, os padres escreveram leis duras ao cristão.

- Ontem, todos foram ao cinema e se emocionaram.

- Há dez minutos, postei um artigo sobre verbos.

Infinitivo Falar comer abrir sair


Eu Falei comi Abri saí
Tu Falaste comeste abriste saíste
Você, ele, ela Falou comeu abriu saiu
Nós falamos comemos abrimos saímos
Vós falastes comestes abristes saístes
Vocês, eles, elas falaram comeram abriram saíram

Imperfeito

O pretérito imperfeito indica uma ação que iniciou no passado, mas que ainda não terminou. As desinências são –VA e –IA.

- Hoje cedo, eu preparava os convites, quando tive que sair. (ação interrompida bruscamente no passado)

- Na década passada, os brasileiros camiam menos carne do que hoje. (ação iniciada, mas não finalizada em sua
totaalidade no passado).

Infinitivo Falar comer Abrir sair


Eu Falava comia abria saía
Tu falavas comias abrias saías
Você, ele, ela Falava comia abria saía
Nós falávamos comíamos abríamos saíamos
Vós faláveis comíeis abríeis saíeis
Vocês, eles, elas falavam comiam abriam saíam

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Mais-que-perfeito

O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada que começou no passado distante e terminou no passado.
Geralmente, na oração, existe um outro verbo que está flexionado no passado, servindo para saber de qual
pretérito (perfeito ou imperfeito) que é o passado, senão, não há necessidade do uso (já que não haveria um
passado do passado). Desinência: –RA.

- Quando deixamos o chalé, notamos que nosso filho caçula esquecera um de seus brinquedos no quarto.

- O jovem fizera tudo para ser feliz.

Detalhe: as formas do pretérito mais-que-perfeito podem ser substituídas por HAVER ou TER + PARTICÍPIO.

Infinitivo Falar comer abrir sair


Eu Falara comera abrira saíra
Tu Falaras comeras abriras saíras
Você, ele, ela Falara comera abrira saíra
Nós faláramos comêramos abríramos saíramos
Vós faláreis comêreis abríreis saíreis
Vocês, eles, elas falaram comeram abriram saíram

FUTUROS
Futuro do presente

O futuro do presente indica ações convictas (ou seja, certas) que acontecerão em relação ao presente, já que este
permite tal certeza. É um tempo meio “prepotente”, meio “já ganhou”. Desinências: -RÁ ou -RE.

- No fim do ano, ele comprará aquele carro.

- Amanhã, resolveremos este problema.

Infinitivo Falar Comer abrir sair


Eu Falarei Comerei abrirei sairei
Tu Falarás Comerás abrirás sairás
Você, ele, ela Falará Comerá abrirá sairá
Nós falaremos comeremos abriremos sairemos
Vós falareis Comereis abrireis saireis
Vocês, eles, elas Falarão Comerão abrirão sairão

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Futuro do pretérito

O futuro do pretérito (ou condicional) inidica ações futuras em relação ao passado. Desinência: -RIA.

- Caso Pedro chegasse cedo, resolveria esse problema. (Contexto: quem falou a frase espera ainda a chegada de Pedro; ou seja, a ação
ainda não aconteceu, é uma ação futura).

Também serve para indicar ações hipotéticas ou irreais.

- O Brasil jamais seria goleado por time algum nesta Copa. (Contexto: o Brasil ainda não havia enfrentado a Alemanha).

Infinitivo Falar comer abrir Sair


Eu Falaria comeria abriria Sairia
Tu Falarias comerias abririas Sairias
Você, ele, ela falaria comeria abriria Sairia
Nós falaríamos comeríamos abriríamos sairíamos
Vós falaríeis comeríeis abriríeis sairíeis
Vocês, eles, elas falariam comeriam abririam Sairiam

CLASSIFICAÇÃO DO VERBO

Os verbos quando são conjugados apresentam variações de formas:

a) Alterações no radical;
b) Não possuem todos os modos;
c) Apresentam mais de um radical;
d) Apresentam duas formas de mesmo valor. Em geral, as duas formas são mais frequentes no particípio.

Em virtudes dessas variações classificamos os verbos em:

a) Verbos regulares;
b) Verbos irregulares;
c) Verbos Anômalos;
d) Verbos defectivos;
e) Verbos abundantes.

1- VERBOS REGULARES

Os verbos regulares são aqueles que não sofrem alterações em seu radical.
1ª conjugação: compreende verbos terminados, em sua forma infinitiva, em –AR.

CantAR
AmAR
AlmejAR

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2ª conjugação: compreende verbos terminados, em sua forma infinitiva, em –ER.

Vendo
VendER
ContER
EscondER

3ª conjugação: compreende verbos terminados, em sua forma infinitiva, em –IR.

PartIR
SucumbIR
DiscutIR

2- VERBOS IRREGULARES

Os verbos irregulares são aqueles que sofrem alterações, em geral, em seu radical.

Faço
Fazes
Faz
Fazemos
Fazeis
Fazem

Observação: note que o verbo FAZER sofreu alterações em seu radical na 1ª pessoa do singular.

Observação: note que o verbo FAZER sofreu alterações em seu radical na 1ª pessoa do singular.

Outros exemplos: caber, pedir, ferir, polir, requerer.

Obs.: O verbo ferir conjuga-se assim: (eu) firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem. Igualmente a ele, conjugam-se os
seguintes verbos:

aderir, inserir, advertir, competir, digerir, divergir, convergir, expelir, gerir, sugerir, vestir, mentir.

A seguir veremos alguns exemplos de verbos irregulares em todos os modos.

VERBOS IRREGULARES – 1ª CONJUGAÇÃO – DAR.


MODO INDICATIVO
Pretérito
Pretérito im- Pretérito per- Futuro do Futuro do
Presente mais-que-
perfeito feito presente pretérito
perfeito
Dou Dava Dei Dera Darei Daria
Dás Davas Deste Deras Darás Darias
Dá Dava Deu Dera Dará Daria
Damos Dávamos Damos Déramos Daremos Daríamos
Dais Dáveis Destes Déreis Dareis Daríeis
Dão Davam Deram Deram Darão Dariam

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MODO SUBJUNTIVO
Presente Pretérito imperfeito Futuro
Dê Desse Der
Dês Desses Deres
Dê Desse Der
Demos Déssemos Dermos
Deis Désseis Derdes
Deem * Dessem Derem

*Já está dentro do novo acordo ortográfico.

MODO IMPERATIVO
Afirmativo Negativo
Dá Não dês
Dê Não dê
Demos Não demos
Daí Não deis
Deem Não deem*

*Já está dentro do novo acordo ortográfico.

FORMAS NOMINAIS

a) Infinitivo impessoal ►DAR

b) Infinitivo pessoal ►

Dar
Dares
Dar
Darmos
Dardes
Darem

c) Gerúndio ► Dando

d) Particípio: ► Dado

VERBOS IRREGULARES – 2ª CONJUGAÇÃO – HAVER

MODO INDICATIVO
Pretérito
Pretérito im- Pretérito per- Futuro do Futuro do
Presente mais-que-
perfeito feito presente pretérito
perfeito
Hei Havia Houve Houvera Haverei Haveria
Hás Havias Houveste Houveras Haverás Haverias
Há Havia Houve Houvera Haverá Haveria
Havemos Havíamos Houvemos Houvéramos Haveremos Haveríamos
Havei Havíeis Houveste Houvéreis Havereis Haveríeis
Hão Haviam Houveram Houveram Haverão Haveriam

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MODO SUBJUNTIVO
Presente Pretérito imperfeito Futuro
Haja Houvesse Houver
Hajas Houvesses Houveres
Haja Houvesse Houver
Hajamos Houvéssemos Houvermos
Hajais Houvésseis Houverdes
Hajam Houvessem Houverem

MODO IMPERATIVO
Afirmativo Negativo
Há Não hajas
Haja Não haja
Hajamos Não hajamos
Havei Não hajais
Hajam Não hajam

FORMAS NOMINAIS

a)Infinitivo impessoal ►HAVER

b) Infinitivo pessoal ►

Haver
Haveres
Haver
Havermos
Haverdes
Haverem

c) Gerúndio ►Havendo

d) Particípio ►Havido

VERBOS IRREGULARES – 3ª CONJUGAÇÃO – FERIR.

MODO INDICATIVO
Pretérito
Pretérito im- Pretérito per- Futuro do Futuro do
Presente mais-que-
perfeito feito presente pretérito
perfeito
Firo Feria Feri Ferira Ferirei Feriria
Feres Ferias Feriste Feriras Ferirás Feririas
Fere Feria Feriu Ferira Ferirá Feriria
Ferimos Feríamos Ferimos Feríramos Feriremos Feriríamos
Feris Feries Feristes Feríreis Feríreis Feriríeis
Ferem Feriam Feriram Feriram Ferirão Feririam

MODO SUBJUNTIVO
Presente Pretérito imperfeito Futuro

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Fira Ferisse Ferir


Firas Ferisses Ferires
Fira Ferisse Ferir
Firamos Feríssemos Ferirmos
Firais Ferísseis Ferirdes
Firam Ferissem Ferirem

MODO IMPERATIVO
Afirmativo Negativo
Fere Não firas
Fira Não fira
Firamos Não firamos
Feri Não firais
Firam Não firam

FORMAS NOMINAIS

a) Infinitivo impessoal ►FERIR

b) Infinitivo pessoal ►

Ferir
Ferires
Ferir
Ferirmos
Ferirdes
Ferirem

Gerúndio ►Ferindo

Particípio ►Ferido

Observação: seguem a conjugação de FERIR os seguintes verbos:


Aderir, aferir, inserir, interferir, mentir, preferir, sugerir, vestir entre outros.

VERBOS ANÔMALOS

Os verbos anômalos são aqueles que apresentam mais de um radical quando são conjugados. São apenas dois: IR
e SER. Abaixo as conjugações do verbo IR:

MODO INDICATIVO
Pretérito
Pretérito im- Pretérito per- Futuro do Futuro do
Presente mais-que-
perfeito feito presente pretérito
perfeito
Vou Ia Fui Fora Irei Iria
Vais Ias Foste Foras Irás Irias
Vai Ia Foi Fora Irá Iria
Vamos Íamos Fomos Fôramos Iremos Iríamos
Ides Íeis Fostes Fôreis Ireis Iríeis
Vão Iam Foram Foram Irão Iriam

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MODO SUBJUNTIVO
Presente Pretérito imperfeito Futuro
Vá Fosse For
Vás Fosses Fores
Vá Fosse For
Vamos Fôssemos Formos
Vades Fosseis Fordes
Vão Fossem Forem

MODO IMPERATIVO
Afirmativo Negativo
Vai Não vás
Vá Não vá
Vamos Não vamos
Ide Não vades
Vão Não vão

FORMAS NOMINAIS

Infinitivo impessoal ► IR

Infinitivo pessoal ►

Ir
Ires
Irmos
Irdes
Irem

Gerúndio ► Indo

Particípio ► Ido

3- VERBOS DEFECTIVOS

Os verbos defectivos são aqueles que não possuem a conjugação completa; são, portanto, verbos defeituosos.
Essa falha ocorre, muitas vezes, nos presentes do indicativo e do subjuntivo, e no imperativo afirmativo.

- Se tudo não der certo, eu falo a empresa do meu pai. (frase errada)
- Eu bano você da minha vida quando quiser. (frase errada).
- Eu abolo essa lei na hora certa. (frase errada).

Porém,

- Se tudo não der certo, eu posso falir a empresa do meu pai. (frase correta)
- Eu vou banir você da minha vida quando quiser. (frase correta).
- Eu posso abolir essa lei na hora certa. (frase correta)

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PRECAVER

MODO INDICATIVO
Pretérito
Pretérito im- Pretérito per- Futuro do Futuro do
Presente mais-que-
perfeito feito presente pretérito
perfeito
Não tem Precavia Precavi Precavera Precaverei Precaveria
Não tem Precavias Precaveste Precaveras Precaverás Precaverias
Não tem Precavia Precaveu Precavera Precaverá Precaveria
Precavemos Precavíamos Precavemos Precavêramos Precaveremos Precaveríamos
precaveis Precavíeis Precavestes Precavêreis Precavereis Precaveríeis
Não tem Precaviam Precaveram Precaveram Precaverão Precaveriam

MODO SUBJUNTIVO
Presente Pretérito imperfeito Futuro
Não existe conjugação no Precavesse Precaver
presente do subjuntivo Precavesses Precaveres
Precavesse Precaver
Precavêssemos Precavermos
Precavêsseis Precaverdes
Precavessem Precaverem

No modo imperativo o verbo PRECAVER só possui a 2ª pessoa do plural do imperativo afirmativo: precavei.
FORMAS NOMINAIS

Infinitivo impessoal ►PRECAVER

Infinitivo pessoal ►

Precaver
Precaveres
Precaver
Precavermos
Precaverdes
Precaverem

Gerúndio ►Precavendo

Particípio ► Precavido

OUTROS EXEMPLOS DE VERBOS DEFECTIVOS

AGUERRIR FALIR DOER REAVER BANIR


ABOLIR CARPIR COLORIR RUIR BRAMIR
EXTORQUIR RETORQUIR SOER (Costumar)

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4- VERBOS ABUNDANTES

Os verbos abundantes são aqueles que apresentam duas formas de mesmo valor. Em geral, essas formas são mais
frequentes no particípio.

Quando não ocorre nos particípios:

- Havemos ou hemos; haveis ou heis (verbo “haver”), diz ou dize (imperativo do verbo “dizer”), faze ou faz (impe-
rativo do “fazer”), traz ou traze (imperativo do “trazer”).

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

Geralmente, os particípios regulares são usados com os verbos auxiliares TER e HAVER, enquanto os particípios irregula-
res são usados com o verbo SER.

- Ele havia anexado os documentos.


- Eu tenho imprimido tudo em casa.
- Ele foi solto pela polícia.
- Os presidentes são eleitos democraticamente.

07. ADVÉRBIO:

Classe que exprime valor circunstancial, podendo modificar um verbo, um adjetivo, ou um advérbio.

Exemplo 1: Choverá amanhã - Advérbio de tempo.

O termo grifado, no caso, sob uma análise sintática, é um adjunto adverbial, modificando um verbo intransitivo, de sen-
tido pleno, que no caso é o verbo "chover".

Exemplo 2: Será um divórcio tão complicado! - Advérbio de intensidade.

O termo grifado, neste caso, “modifica” (torna mais “encorpado”) o adjetivo complicado.

Exemplo 3: Aquele foi um planejamento tão criteriosamente estudado! - Advérbio de intensidade.

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O termo grifado, neste caso, modifica o advérbio criteriosamente.

Classificação de alguns dos advérbios:

- LUGAR (aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, dentro, fora, longe, perto etc.).

Ex.: Ele dormiu aqui ontem.

- TEMPO (ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, ainda, agora).

Ex.: Amanhã, sairemos cedo.

- MODO (bem, mal, melhor, pior, assim, velozmente e quase todos terminados em -mente).

Ex.: Ela deixou a sala de aula bem.

- INTENSIDADE (muito, pouco, mais, menos, bastante, intensamente etc.).

Ex.: Ele estudou muito.

- DÚVIDA (talvez, acaso, provavelmente, quiçá etc.).

Ex.: Talvez eu vá com você.

- AFIRMAÇÃO (Sim, certamente, realmente).

Ex.: Certamente sairemos hoje.

- NEGAÇÃO (não, nunca, jamais)

Ex.: Nunca menospreze seus amigos.

- DE INCLUSÃO: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.

Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência.

- CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante).

Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução.

Algumas locuções adverbiais.

- CAUSA

Ex.: As pessoas não saíram de casa por conta do frio.

- FINALIDADE

Ex.: Estudava para a prova.

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- INSTRUMENTO

Ex.: Feriu-se com a faca.

- COMPANHIA

Ex.: Saiu com os amigos.

- CONCESSÃO (se bem que, muito embora, apesar disso, a despeito de, malgrado etc.)

Ex. Malgrado o tempo ruim, todos foram à praia.

- CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante).

Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução.

08. PREPOSIÇÃO:

Palavra invariável, que liga dois termos. São elas: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante,
por, sem, sob, sobre, trás, durante etc.

As preposições não têm, em si, sentido independente. Porém, podem “parasitar” significados dos contextos.

- João falou a Pedro.

- João falou ante Pedro.

- João falou após Pedro.

- João falou com Pedro.

- João falou contra Pedro.

- João falou de Pedro.

- João falou em Pedro.

- João falou para Pedro.

- João falou perante Pedro.

- João falou por Pedro.

- João falou sem Pedro.

- João falou sobre Pedro.

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09. CONJUNÇÃO:

Conjunção é a palavra cuja função é ligar termos ou orações, atribuindo, muitas vezes, valores semânticos às frases.
Portanto, as conjunções podem ou não manifestar sentido. Detalhe: às vezes, a conjunção apresenta mais de uma pala-
vra; quando isso acontece, chamamos locução conjuntiva.

Conjunções ou locuções que manifestam sentidos.

a) Coordenativas
b) Adverbiais

O que cai mais em provas?

Na maioria das vezes, pede-se ao candidato para reconhecer as conjunções, seus valores semânticos e se certas trocas
são possíveis.

Vamos, primeiro, ver as conjunções ou locuções coordenativas mais importantes:

1) Aditivas: e, nem, não só...mas também (não somente...como também etc.)


- O prefeito fez a licitação, e resolveu logo os problemas da população carente.
- O prefeito não só fez a licitação, mas também resolveu logo os problemas da população carente.

2) Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, não obstante, em contrapartida.
- O prefeito fez a licitação, mas não resolveu os problemas da população carente.

As demais conjunções coordenativas são as seguintes: alternativas (ou...ou; seja...seja; ora...ora; quer...quer), conclusi-
vas (portanto, logo, por conseguinte) e explicativas (porque, pois, que).

Vamos, agora, ver as conjunções ou locuções adverbiais mais importantes:

A) Causais: introduzem relação de causa e se combinam com uma ideia de consequência. As conjunções e locuções mais
importantes são as seguintes: já que, como, pois que, na medida em que, uma vez que, visto que, sendo que, dado que,
porquanto.
- Já que os médicos iniciaram uma pesada greve, as unidades de saúde vivem um verdadeiro caos.

B) Concessivas: introduzem relação de contradição, oposição. As conjunções e locuções mais importantes são as seguin-
tes: ainda que, mesmo que, embora, posto que, se bem que, em que pese, malgrado, a despeito de, não obstante, con-
quanto.
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- Ainda que todos os médicos tenham entrado em uma pesada greve, as unidades de saúde resistem bravamente.

As conjunções que não manifestam sentido são as integrantes.


- Os médicos não notaram que as unidades de saúde estavam precisando deles.

- Eles não viram se tudo aquilo era mesmo verdade.

10. INTERJEIÇÃO:
Palavra que procura expressar sentimentos, emoções. Ih! Oh! Viva! Psiu! Aleluia!

EXERCÍCIOS 01

01- Em: “Trata-se da construção de uma alternativa à lógica dominante, ao ajustamento de todas as sociedades...”
(L.32-33)

No trecho acima há:

a) quatro adjetivos
b) três adjetivos
c) dois adjetivos
d) um adjetivo
e) nenhum adjetivo

02- Assinale a frase em que os termos destacados estão corretamente empregados.

a) Promoveu um evento grandioso em setembro deste ano onde gastou uma fortuna.
b) O meu engenheiro é um cidadão em cuja capacidade podemos confiar.
c) Certificou a seus superiores no Ministério de que a Comissão de Licitações estava prestes a pedir demissão.
d) Prefiro ficar sozinho do que perdoar os que me deixaram neste estado deplorável de dependência física.

Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão e da próxima, sugiro que você consulte a tabela de PRONOMES
RELATIVOS, no final dessa bateria de exercícios, na seção CURIOSIDADES SOBRE AS CLASSES DE PALAVRAS.

03- Assinale a opção em que é possível substituir, de acordo com a norma culta, a expressão grifada pela palavra “on-
de”.

a) O cinema em que nos encontramos passa bons filmes.


b) Vejo você às 11 horas, quando iremos almoçar.
c) Se o tempo melhorar, então vamos à praia.
d) A situação que ele criou não é aceitável.
e) Lembrei-me do tempo no qual íamos junto trabalhar.

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04-

João e Maria

Agora eu era o herói


E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
(...)
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

(Chico Buarque e Sivuca).


I. Nos versos Agora eu era o herói e A gente agora já não tinha medo, o uso do advérbio agora mostra-se inade-
quado, pois os verbos conjugados no pretérito imperfeito designam fatos transcorridos no tempo passado.
II. Em Finja que agora eu era o seu brinquedo e Sim, me dê a mão, os verbos grifados estão flexionados no mes-
mo modo.
III. Substituindo-se a expressão a gente pelo pronome nós nos versos A gente agora já não tinha medo e Acho que
a gente nem tinha nascido, a forma verbal resultante, sem alterar o contexto, será teríamos.

Está correto o que se afirma em

a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) III, apenas.
d) II, apenas.
e) I, apenas.

Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão, sugiro que você revise o tema MODOS VERBAIS. Lembre-se de que
modo verbal é totalmente diferente de tempo verbal.

05- “À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de organização de uma sociedade é a regulação
pelo mercado, podemos opor a proposta de organizar as sociedades e o mundo a partir do acesso para todos aos
direitos fundamentais.”
As ocorrências da palavra QUE no trecho acima são classificadas como:

a) conjunção integrante e conjunção integrante.


b) pronome relativo e conjunção integrante.
c) pronome relativo e pronome relativo.
d) conjunção subordinativa e conjunção subordinativa.
e) conjunção integrante e pronome relativo.
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Obs.: Para um aprofundamento dessa questão, sugiro que você vá aos capítulos FUNÇÕES DO “QUE” e ORAÇÕES SU-
BORDINADAS ADJETIVAS.

06- “Com o real, os brasileiros redescobriram o valor do dinheiro e das coisas.”; a frase a seguir em que a preposição
com tem o mesmo valor semântico da ocorrência sublinhada é:

a) Com a chuva, todas as ruas ficaram alagadas.


b) Os turistas encontraram-se com os amigos no aeroporto.
c) Todos saímos com os amigos recém-chegados.
d) Com quem eles viajaram nós não vimos.
e) Brigaram com os adversários durante horas.

07- Em “Ninguém atinge a perfeição alicerçado na busca de valores materiais, nem mesmo os que consideram tal ati-
tude um privilégio dado pela existência”, os pronomes destacados no período acima classificam-se, respectivamen-
te, como:

a) indefinido - demonstrativo - relativo - demonstrativo


b) indefinido - pessoal oblíquo - relativo - indefinido
c) de tratamento - demonstrativo - indefinido - demonstrativo
d) de tratamento - pessoal oblíquo - indefinido - demonstrativo
e) demonstrativo - demonstrativo - relativo - demonstrativo

08- Na frase "As negociações estariam meio abertas só depois de meio período de trabalho", as palavras destacadas
são, respectivamente:

a) adjetivo, adjetivo
b) advérbio, advérbio
c) advérbio, adjetivo
d) numeral, adjetivo
e) numeral, advérbio

Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão, sugiro que você vá ao capítulo CONCORDÂNCIA NOMINAL e leia,
com atenção, a parte que fala das palavras “bastante”, “meio”, “caro” e “barato”.

09- Na frase: "Passaram dois homens a discutir, um a gesticular e o outro com a cara vermelha", o termo a está empre-
gado, sucessivamente, como:
a) artigo, preposição preposição
b) pronome, preposição, artigo
c) preposição, preposição, artigo
d) preposição, pronome, preposição
e) preposição, artigo, preposição
Obs.: Não cabe o uso de acento grave nas duas primeiras evidências de “a”, uma vez que, na sequência de tais palavras,
há dois verbos.

10- Observe o período a seguir: "Podem acusar-me: estou com a consciência tranquila". Os dois pontos do período
acima poderiam ser substituídos por vírgula, explicando-se o nexo entre as duas orações pela conjunção:
a) portanto
b) e
c) como
d) pois
e) embora

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Obs.: para um melhor entendimento, sugiro que você vá ao capítulo PONTUAÇÃO e leia, com cuidado, o uso de vírgulas
em Orações Coordenadas.

11- Assinale a alternativa cuja relação é incorreta:


a) Sorria às crianças que passavam - pronome relativo
b) Declararam que nada sabem - conjunção integrante
c) Que manifestação alegre foi a sua - advérbio de intensidade
d) Que enigmas há nesta vida - pronome adjetivo indefinido
e) Uma ilha que não consta no mapa - conjunção coordenativa explicativa

Obs.: Para um melhor entendimento, sugiro que você vá ao capítulo “FUNÇÕES DO QUE”.

12- Há três substantivos em:


a) “... com sérias dificuldades financeiras.”
b) “... não conseguiu prever nem a crise econômica atual.”
c) “... vai tornar inúteis arquivos e bibliotecas.”
d) “... o site precisa da confirmação e do endosso do ‘impresso’,”
e) “Muitos dos blogs e sites mais influentes...”

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D B A D B A A C C D

11 12
E D

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CURIOSIDADES SOBRE AS CLASSES DE PALAVRAS

Algumas curiosidades sobre os substantivos:

Palavras masculinas:

• o ágape (refeição dos primitivos cristãos);


• o anátema (excomungação);
• o axioma (premissa verdadeira);
• o caudal (cachoeira);
• o carcinoma (tumor maligno);
• o champanha, clã, clarinete, contralto, coma, diabete/diabetes (FeM classificam como gênero vacilante);
• o diadema, estratagema, fibroma (tumor benigno);
• o herpes, hosana (hino);
• o jângal (floresta da Índia);
• o lhama;
• o praça (soldado raso);
• o proclama, sabiá, soprano (FeM classificam como gênero vacilante);
• o suéter, tapa (FeM classificam como gênero vacilante);
• o teiró (parte de arma de fogo ou arado);
• o telefonema, trema, vau (trecho raso do rio).

Palavras femininas:

• a abusão (engano);
• a alcíone (ave doa antigos);
• a aluvião, araquã (ave);
• a áspide (reptil peçonhento);
• a baitaca (ave);
• a cataplasma, cal, clâmide (manto grego);
• a cólera (doença);
• a derme, dinamite, entorce, fácies (aspecto);
• a filoxera (inseto e doença);
• a gênese, guriatã (ave);
• a hélice (FeM classificam como gênero vacilante);
• a jaçanã (ave);
• a juriti (tipo de aves);
• a libido, mascote, omoplata, rês, suçuarana (felino);
• a sucuri, tíbia, trama, ubá (canoa);
• a usucapião (FeM classificam como gênero vacilante);
• a xerox (cópia).

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Gênero vacilante:

• acauã (falcão);
• inambu (ave);
• laringe, personagem (Ceg. fala que é usada indistintamente nos dois gêneros, mas que há preferência de auto-
res pelo masculino);
• víspora.

Alguns femininos:

• abade - abadessa;
• abegão (feitor) - abegoa;
• alcaide (antigo governador) - alcaidessa, alcaidina;
• aldeão - aldeã;
• anfitrião - anfitrioa, anfitriã;
• beirão (natural da Beira) - beiroa;
• besuntão (porcalhão) - besuntona;
• bonachão - bonachona;
• bretão - bretoa, bretã;
• cantador - cantadeira;
• cantor - cantora, cantadora, cantarina, cantatriz;
• castelão (dono do castelo) - castelã;
• catalão - catalã;
• cavaleiro - cavaleira, amazona;
• charlatão - charlatã;
• coimbrão - coimbrã;
• cônsul - consulesa;
• comarcão - comarcã;
• cônego - canonisa;
• czar - czarina;
• deus - deusa, déia;
• diácono (clérigo) - diaconisa;
• doge (antigo magistrado) - dogesa;
• druida - druidesa;
• elefante - elefanta e aliá (Ceilão);
• embaixador - embaixadora e embaixatriz;
• ermitão - ermitoa, ermitã;
• faisão - faisoa (Cegalla), faisã;
• hortelão (trata da horta) - horteloa;
• javali - javalina;
• ladrão - ladra, ladroa, ladrona;
• felá (camponês) - felaína;
• flâmine (antigo sacerdote) - flamínica;
• frade - freira;
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• frei - sóror;
• gigante - giganta;
• grou - grua;
• lebrão - lebre;
• maestro - maestrina;
• maganão (malicioso) - magana;
• melro - mélroa;
• mocetão - mocetona;
• oficial - oficiala;
• padre - madre;
• papa - papisa;
• pardal - pardoca, pardaloca, pardaleja;
• parvo - párvoa;
• peão - peã, peona;
• perdigão - perdiz;
• prior - prioresa, priora;
• mu ou mulo - mula;
• rajá - rani;
• rapaz - rapariga;
• rascão (desleixado) - rascoa;
• sandeu - sandia;
• sintrão - sintrã;
• sultão - sultana;
• tabaréu - tabaroa;
• varão - matrona, mulher;
• veado - veada;
• vilão - viloa, vilã.

Substantivos em -ÃO e seus plurais:

• alão - alões, alãos, alães;


• aldeão - aldeãos, aldeões;
• capelão - capelães;
• castelão - castelãos, castelões;
• cidadão - cidadãos;
• cortesão - cortesãos;
• ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães;
• escrivão - escrivães;
• folião - foliões;
• hortelão - hortelões, hortelãos;
• pagão - pagãos;
• sacristão - sacristães;
• tabelião - tabeliães;
• tecelão - tecelões;
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• verão - verãos, verões;


• vilão - vilões, vilãos;
• vulcão - vulcões, vulcãos.

Alguns substantivos que sofrem metafonia no plural:

abrolho, caroço, corcovo,


corvo, coro, despojo, destroço, escolho, esforço, estorvo, forno, forro,
fosso, imposto, jogo,
miolo, poço, porto,
posto, reforço, rogo,
socorro, tijolo, toco,
torno, torto, troco.

Substantivos só usados no plural:

anais, antolhos, arredores, arras (bens, penhor), calendas (1º dia do mês romano), cãs (cabelos brancos), cócegas, con-
dolências, damas (jogo), endoenças (solenidades religiosas), esponsais (contrato de casamento ou noivado), esposórios
(presente de núpcias), exéquias (cerimônias fúnebres), fastos (anais), férias, fezes, manes (almas), matinas (breviário de
orações matutinas), núpcias, óculos, olheiras, primícias (começos, prelúdios), pêsames, vísceras, víveres etc., além dos
nomes de naipes.

Coletivos:

• alavão - ovelhas leiteiras;


• armento - gado grande (búfalos, elefantes);
• assembleia (parlamentares, membros de associações);
• atilho - espigas;
• baixela - utensílios de mesa;
• banca - de examinadores, advogados;
• bandeira - garimpeiros, exploradores de minérios;
• bando - aves, ciganos, crianças, salteadores;
• boana - peixes miúdos;
• cabido - cônegos (conselheiros de bispo);
• cáfila - camelos;
• cainçalha - cães;
• cambada - caranguejos, malvados, chaves;
• cancioneiro - poesias, canções;
• caterva - desordeiros, vadios;
• choldra, joldra - assassinos, malfeitores;
• chusma - populares, criados;
• conselho - vereadores, diretores, juízes militares;
• conciliábulo - feiticeiros, conspiradores;
• concílio - bispos;
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• canzoada - cães;
• conclave - cardeais;
• congregação - professores, religiosos;
• consistório - cardeais;
• fato - cabras;
• feixe - capim, lenha;
• junta - bois, médicos, credores, examinadores;
• girândola - foguetes, fogos de artifício;
• grei - gado miúdo, políticos;
• hemeroteca - jornais, revistas;
• legião - anjos, soldados, demônios;
• malta - desordeiros;
• matula - desordeiros, vagabundos;
• miríade - estrelas, insetos;
• nuvem - gafanhotos, pó;
• panapaná - borboletas migratórias;
• penca - bananas, chaves;
• récua - cavalgaduras (bestas de carga);
• renque - árvores, pessoas ou coisas enfileiradas;
• réstia - alho, cebola;
• ror - grande quantidade de coisas;
• súcia - pessoas desonestas, patifes;
• talha - lenha;
• tertúlia - amigos, intelectuais;
• tropilha - cavalos;
• vara - porcos.

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03. Estrutura e formação de palavras

A análise da estrutura das palavras mostra-nos que existem várias pequenas partes que compõem uma palavra, os cha-
mados morfemas. Há dois tipos de morfemas: os lexicais e os gramaticais.

Lat- (de latir), panel- (panela), estranh- (de


estranho), prat- (de prato), trat- (de tratar)
MORFEMAS LEXICAIS etc.

“-s” (indicativo de plural), “-a” (indicativo de


gênero feminino), “-ra” (indicativo de pretéri-
MORFEMAS GRAMATICAIS to mais-que-perfeito etc.

Portanto, os morfemas lexicais contêm significações básicas, ao passo que os gramaticais não manifestam ideia, mas
sim fazem indicações.

ELEMENTOS MÓRFICOS

Os elementos mórficos são os seguintes:

►Raiz
► Radical;
►Vogal temática;
►Tema;
►Desinência;
►Afixo;
►Vogais e consoantes de ligação.

1º) RAIZ

É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico.
A raiz encerra sentido lato e geral, comum às palavras de mesma família etimológica. Detalhe: na maioria das vezes, é
impossível identificar a raiz de uma palavra, uma vez que a significação é abstrata.

Assim, a raiz noc (do latim nocere = prejudicar) tem significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem
comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo etc.

2º) RADICAL

É o elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático, dentro da língua. O
radical abriga a raiz, ou seja, abriga o significado originário da palavra. Veja, abaixo, alguns exemplos de radicais não tão
conhecidos do leitor.

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RADICAL RAIZ VOCÁBULO

Hema Sangue Hemácia


Oto Ouvido Otite
Piro Fogo Pirotécnico
Glossa, glota Língua Glossário/ Poliglota
Tanato Morte Tanatologia
Xeno Estrangeiro Xenofobia
Tafo Túmulo Epitáfio
Sema Sinal Semáforo

3º) VOGAL TEMÁTICA

Tem como função preparar o radical para ser acrescido pelas desinências e também indicar a conjugação a que o verbo
pertence.

►Exemplo: cantar, vender, partir, terra, milho etc.

OBSERVAÇÃO:

Nem todas as formas verbais possuem a vogal temática.


Exemplo: (Eu) parto (radical + desinência), barril, tatu, saci.

4º ) TEMA

É o radical com a presença da vogal temática.

Exemplo: chorar, cantar, chover etc.

►DESINÊNCIAS

São elementos que indicam as flexões que os nomes e os verbos podem apresentar. São subdivididas em desinências
nominais e desinências verbais:

5ª ) DESINÊNCIAS NOMINAIS – indicam o gênero e número. As desinências de gênero são “a” e “o” (mas há divergên-
cias); as desinências de número são o “s” para o plural e ZERO (Ø) para singular, pois ele não tem desinência própria.

Exemplo: Menin-o/ Menin-a; Gat-o / Gat-a; trapaceir-o/trapaceir-a etc.

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6º) DESINÊNCIAS VERBAIS – indicam o modo, número, pessoa e tempo dos verbos.

Exemplo: cant-á-va-mos

RADICAL VT DMT DNP


Fal A va S
Danç A ria Mos
Cr E Ø Mos
Falh A r Des
Toc A Ø M
Fal Ø Ø O
Fal A Ø S
Fal A sse Is

7º) AFIXOS

São elementos que se juntam aos radicais para formação de novas palavras. Os afixos podem ser:

PREFIXOS – quando colocado antes do radical;


SUFIXOS – quando colocado depois do radical

Exemplo:

Pedr-ada.
In-vi-á-vel.
In-feliz-mente

8º) VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO

São elementos que são inseridos entre os morfemas (elementos mórficos), em geral, por motivos de eufonia, ou seja,
para facilitar a pronúncia de certas palavras.
Exemplo: silvícola, cronômetro, psicodélico, cafeicultura, pazada, paulada, chapeLaria, cafeTeira, sonoLento, frioRento
etc.

9º) PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


Obs.: as organizadoras de concursos pouco
pedem aos candidatos que identifiquem as Inicialmente observemos alguns conceitos sobre palavras primiti-
vogais e consoantes de ligação. Baixa possibili-
vas e derivadas e palavras simples e compostas:
dade de esse aspecto aparecer em provas.
PALAVRAS PRIMITIVAS – palavras que não são formadas a partir
de outras.
Exemplo: pedra, casa, paz, etc.

PALAVRAS DERIVADAS – palavras que são formadas a partir de outras já existentes.


Exemplo: pedrada (derivada de pedra), ferreiro (derivada de ferro).

PALAVRAS SIMPLES – são aquelas que possuem apenas um radical.

Exemplo: cidade, casa, pedra.

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PALAVRAS COMPOSTAS - são palavras que apresentam dois ou mais radicais.

Exemplo: pé-de-moleque, pernilongo, guarda-chuva.

Na língua portuguesa existem dois processos de formação de novas palavras: derivação e composição.

► DERIVAÇÃO ◄

É o processo pelo qual palavras novas (derivadas) são formadas a partir de outras que já existem (primitivas). Podem
ocorrer das seguintes maneiras:

Prefixal;
Sufixal;
Parassintética;
Regressiva;
Imprópria.

►PREFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo a um radical.

Exemplos:

DESFAZER

INÚTIL

AMORAL

IMORAL

APODRECER

AFÔNICO

REORGANIZAR

►SUFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um sufixo a um radical.

Exemplos

CARRINHO

LOUVÁVEL

BAMBUZAL

REPUBLICANO

COMUNISTA

FRANCÊS

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HORROROSO

TOLICE

►PARASSINTÉTICA – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo e sufixo, simultaneamente, ao radical.
Detalhe: não é todo gramático que reconhece esse processo.

Exemplo:

A-NOIT-ECER

PER-NOIT-AR

EN-FORC-AR

DES-ALM-ADO

OBSERVAÇÃO :

Existem palavras que apresentam prefixo e sufixo, mas não são formadas por parassíntese. Para que ocorra a parassín-
tese é necessários que o prefixo e o sufixo juntem-se ao radical ao mesmo tempo. Para verificar tal derivação basta reti-
rar o prefixo ou o sufixo da palavra. Se a palavra deixar de ter sentido, então ela foi formada por derivação parassintéti-
ca. Caso a palavra continue a ter sentido, mesmo com a retirada do prefixo ou do sufixo, ela terá sido formada por deri-
vação prefixal e sufixal.

►REGRESSIVA (ou DEVERBAL)- processo de derivação em que são formados substantivos a partir de verbos. As palavras
formadas por deverbal terminam em a, e, o e geram substantivos abstratos.

Exemplo:

- Ninguém justificou o atraso. (do verbo atrasar)

- O debate foi longo. (do verbo debater)

Outros exemplos:

Amparar = amparo
Perder = perda
Enlaçar = enlace

Curiosidade: quando o substantivo é concreto, o verbo é que deriva dele:

Âncora = ancorar
Escova = escovar

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►IMPRÓPRIA - processo de derivação que consiste na mudança de classe gramatical da palavra sem que sua forma se
altere.

Exemplo: O jantar estava ótimo. (deixou de ser verbo e passou a ser substantivo)

“Os humilhados serão exaltados”. (deixou de ser adjetivo e passou a ser substantivo)

“Vimos uma partida monstro de tênis”. (deixou de ser substantivo e passou a ser adjetivo)

“A noiva não disse o ‘sim’”. (deixou de ser advérbio e passou a ser substantivo).

► COMPOSIÇÃO ◄

É o processo pelo qual a palavra é formada pela junção de dois ou mais radicais. A composição pode ocorrer de duas
formas:

JUSTAPOSIÇÃO e AGLUTINAÇÃO.

JUSTAPOSIÇÃO – quando não há alteração nas palavras e continuam sendo faladas (escritas) da mesma forma como
eram antes da composição.

Exemplo: passatempo, pé-de-moleque, beija-flor, guarda-roupa, radiotáxi etc.

AGLUTINAÇÃO – quando há alteração em pelo menos uma das palavras seja na grafia ou na pronúncia.

Exemplo: planalto (plano + alto); embora (em+ boa+ hora); viandante (via + andante).

Além da derivação e da composição existem outros tipos de formação de palavras que são hibridismo, abreviação e
onomatopeia.

ABREVIAÇÃO OU REDUÇÃO

É a forma reduzida apresentada por algumas palavras:

Exemplo: auto (automóvel), quilo (quilograma), moto (motocicleta).

HIBRIDISMO

É a formação de palavras a partir da junção de elementos de idiomas diferentes.

Exemplo: automóvel (auto – grego + móvel – latim), burocracia


(buro – francês + cracia – grego).

ONOMATOPÉIA

Consiste na criação de palavras através da tentativa de imitar vozes ou sons da natureza.

Exemplo: fonfom, cocoricó, tique-taque, boom!.

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EXERCÍCIO DE CONCURSOS

1. Assinale a opção em que todas as palavras se formam pelo mesmo processo:

a) ajoelhar / antebraço / assinatura


b) atraso / embarque / pesca
c) o jota / o sim / o tropeço
d) entrega / estupidez / sobreviver
e) antepor / exportação / sanguessuga

2. A palavra "aguardente" formou-se por:

a) hibridismo
b) aglutinação
c) justaposição
d) parassíntese
e) derivação regressiva

3. Que item contém somente palavras formadas por justaposição?

a) desagradável - complemente
b) navio- escola / pé-de-cabra
c) encruzilhada - estremeceu
d) supersticiosa - valiosas
e) desatarraxou - estremeceu

4. Numere as palavras da primeira coluna conforme os processos de formação numerados à direita. Em seguida, mar-
que a alternativa que corresponde à sequência numérica encontrada:

( ) aguardente 1) justaposição
( ) casamento 2) aglutinação
( ) portuário 3) parassíntese
( ) pontapé 4) derivação sufixal
( ) os contras 5) derivação imprópria
( ) submarino 6) derivação prefixal
( ) acéfalo

5. Indique a palavra que foge ao processo de formação de chapechape:

a) zunzum
b) reco-reco
c) toque-toque
d) tlim-tlim
e) vivido

6. Em que alternativa a palavra sublinhada resulta de derivação imprópria?

a- Às sete horas da manhã começou o trabalho principal: a votação.


b- Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto secreto ... Bobagens, bobagens!
c- Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições continuariam sendo uma farsa!
d- Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se entenderam.
e- Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando de raiva.
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7. Assinale a série de palavras em que todas são formadas por parassíntese:

a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer


b) solução, passional, corrupção, visionário
c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente
d) biografia, macróbio, bibliografia, asteroide
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo

8. As palavras couve-flor, planalto e aguardente são formadas por:

a) derivação
b) onomatopeia
c) hibridismo
d) composição
e) prefixação

9. A palavra resgate é formada por derivação:

a) prefixal
b) sufixal
c) regressiva
d) parassintética
e) imprópria

10. Assinale a opção em que nem todas as palavras são de um mesmo radical:

a) noite, anoitecer, noitada


b) luz, luzeiro, alumiar
c) incrível, crente, crer
d) festa, festeiro, festejar
e) tampa, destampado, tampão.

11. Em qual dos exemplos abaixo está presente um caso de derivação parassintética?

a) Lá vem ele, vitorioso do combate.


b) Ora, vá plantar batatas!
c) Começou o ataque.
d) Assustado, continuou a se distanciar do animal.
e) Não vou mais me entristecer, vou é cantar.

12. Em "O pernalta da vida e o passatempo do tempo que passa não brincam nos lagos da lua", há, respectivamente:

a) um elemento formado por aglutinação e outro por justaposição


b) um elemento formado por justaposição e outro por aglutinação
c) dois elementos formados por justaposição
d) dois elementos formados por aglutinação
e) n.d.a

13. Aponte a alternativa que classifica corretamente os elementos mórficos do verbo a seguir: CONFI-A-SSE-S

a) Radical; VL; DNP; DMT


b) Raiz; VL; DNP; DMT
c) Radical; VT; DMT; DNP
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d) Raiz; VT; DMT; DNP


e) Radical; VT; DNP; DMT

14. As Desinências Modo Temporais de LEVAR no futuro do presente (3ª pessoa do singular) e pretérito imperfeito (2ª
pessoa do singular) são:

a) RA e SSE
b) S e MOS
c) VA e RA
d) S e M
e) RÁ e VA

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B B B 2441536 E D A D C B

11 12 13 14
E A C E

CURIOSIDADE

Plural dos Substantivos Compostos

A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo de palavras que for-
mam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os
substantivos simples:

aguardente e aguardentes girassol e girassóis

pontapé e pontapés malmequer e malmequeres

O plural dos substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discus-
sões. Algumas orientações são dadas a seguir:

a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:

substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores


substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras

ESQUEMA

S s Plural – Plural
S A Plural – Plural
A S Plural – Plural
N S Plural – Plural

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b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de:

verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas


palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos

ESQUEMA

V S Singular-plural

c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de:

substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colônia e águas-de-colônia.

substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor e cavalos-vapor.

substantivo + substantivo que funciona como determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo
anterior.

Exemplos:

palavra-chave - palavras-chave
bomba-relógio - bombas-relógio
notícia-bomba - notícias-bomba
homem-rã - homens-rã
peixe-espada - peixes-espada

d) Permanecem invariáveis, quando formados de:

verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora.


verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas.

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04. Regência Verbal e Nominal

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Muito alta. Acredito que saber a regência dos principais verbos exigidos
em provas é fundamental. É a partir desse tema que você resolverá questões não só de regência, como também de cra-
se, sintaxe, funções do QUE e do SE etc. Ou seja, se há um assunto que você deve dar atenção especial, não tenha dúvi-
das de que é Regência verbal e nominal.

DICA: Como você nunca saberá todas as regências da Língua Portuguesa (até mesmo porque ninguém as sabe),
sugiro que leia com muita atenção aquilo que chamo de “Regências clássicas”. Elas aparecem com muita frequência em
provas. Quanto às demais, só há uma dica: ler e, se possível, perguntar-se: esse verbo é intransitivo ou transitivo indire-
to? Fazendo, de vez em quando, esse exercício simples você, lentamente, armazenará um banco de dados muito impor-
tante para ser utilizado na hora da prova.

DICA DE ESTUDO: Se você não sabe se o verbo TAL é intransitivo ou transitivo indireto, procure o dicionário. Lá no ver-
bete sempre há, também, esse tipo de informação. Senão vejamos o diz o Dicionário Houaiss sobre o verbo AVANÇAR:

1- Intransitivo: ir para adiante; adiantar-se.


Ex.: avançaram para o litoral

2- Transitivo direto: fazer mover para frente; adiantar.


Ex.: o jogador de xadrez avançou o rei

3- Transitivo direto, transitivo indireto e intransitivo: fazer progredir ou progredir.


Ex.:
- Avançamos o projeto no último mês.
- A turma avançou em química.
- Estas obras não avançam.

4- Transitivo indireto: estender-se, expandir-se, alongar-se; alastrar-se

Ex.: O avarandado da casa avança sobre a praia

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, no máximo, duas (isso numa prova de 10 a 15 ques-
tões); para nível médio, de duas a quatro (isso numa prova de 15 a 20 questões); e para nível superior a possibilidade é
parecida com a do nível médio, o que muda é o grau de dificuldade das questões.

STATUS: Em sala e com o professor.

1. REGÊNCIA VERBAL

Ocorre quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não. Aqui
é fundamental o conhecimento da transitividade verbal. Por isso, fique atento à tabela a seguir:

Tipo de Verbo Exigência *


VTD OD
VTI OI
VTDI OD / OI
VI Ø**

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* Essa exigência é apenas teórica. Logo, é perfeitamente possível que um verbo VTD, por exemplo, apareça sem seu devido complemento.
Ex.: Naquela tarde, ele estudou muito.

** Quase sempre surgem adjuntos adverbiais quando se tem verbo intransitivo.


Ex.: Os pescadores saíram de madrugada. (“de madrugada” é Adjunto Adverbial de Tempo)

Mas, para que você entenda a tabela acima, é necessário que utilizemos um simples procedimento para identifi-
carmos se o verbo pede ou não preposição. A seguir, você verá aquilo que eu chamo de “ferramenta”. É com ela que
você descobre que tipo de complemento o verbo regerá.

LA- Quem + Verbo + Verbo → Algo ou Alguém LA-


DO A DO B

A; DE; EM; PARA; COM etc.

Modo de usar a “ferramenta”.

1. Deposite o verbo envolvido na questão onde há a palavra VERBO.

2. Leia a sequência completa da ferramenta (do LADO A ao LADO B), repetindo o verbo duas vezes.

3. Se a leitura se efetivar de forma rápida e imediata (direta) até o LADO B (e você não precisar usar nenhuma preposi-
ção do quadrado abaixo da ferramenta), o verbo é transitivo direto.

Ex.: Quem estuda + estuda algo ou alguém.


Logo, ESTUDAR é VTD (não rege preposição)

4. Caso haja uma pausa na leitura e a exigência de preposição por parte do verbo, este será transitivo indireto.

Ex.: Quem crê + crê EM algo ou crê EM alguém.


Logo, CRER é VTI (rege preposição EM)

5. Dependendo do verbo, o movimento pode ser duplo, o que gera verbos bitransitivos.

Ex.: Quem diz + diz algo A alguém.


Logo, DIZER é VTDI (regendo dois complementos: o primeiro sem preposição [objeto direto] e o segundo com prepo-
sição [objeto indireto]).

6. Agora, se a leitura da ferramenta nem precisar chegar ao ALGO ou ao ALGUÉM, o verbo deve ser interpretado como
intransitivo.

Ex.: Quem sai + sai.


Logo, SAIR é VI (não rege preposição, nem pede complemento)

Antes de entrar no tema Regência Verbal, é importante que conheçamos os complementos verbais: o Objeto Direto e
o Objeto Indireto.

Objeto direto: complemento (raramente introduzido por preposição*) que cumpre o papel de tornar a frase mais deta-
lhada. Sua ausência faz com que o verbo se torne intransitivo.

*Aqui, referimo-nos ao objeto direto preposicio-


nado.
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Ex.:

a) O Brasil estabeleceu as novas metas.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) A estrutura “as novas metas” complementa os sentidos do verbo “estabelecer”.


( ) Caso o conjunto “as novas” fosse suprimido, a correção gramatical da oração seria mantida.
( ) Em “a”, se substituíssemos “O Brasil” por “No Brasil,”, os sentidos originais da frase seriam alterados.

b) Os alunos, na semana passada, questionaram o reitor.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) A expressão “na semana passada” não complementa os sentidos do verbo.


( ) Caso a frase “b” fosse reescrita da seguinte maneira a correção gramatical e os sentidos originais seriam mantidos:
“O reitor, na semana passada, os alunos o questionaram”.
( ) O deslocamento de “na semana passada” para o fim da frase descartaria o uso de uma vírgula depois de “reitor”.

c) Ontem o Pentágono confirmou que o corpo de Bin Laden foi lançado no Mar da Arábia.

( ) A expressão “que o corpo de Bin Laden foi lançado no Mar da Arábia” funciona como complemento direto oracio-
nal do verbo “confirmar”.
( ) Há dois sujeitos simples e explícitos.
( ) O segundo sujeito sofre a ação verbal; é, portanto, paciente.
( ) “Ontem” poderia estar seguido de uma vírgula, já que se trata de um adjunto adverbial deslocado.

d) Alunos e professores da USP vêm criticando as novas propostas.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) O sintagma “da USP” particulariza “Alunos e professores”, já que se refere a eles.


( ) A expressão “da USP” poderia estar entre vírgulas sem que os sentidos originais fossem alterados.
( ) A expressão “as novas propostas” complementa os sentidos do verbo principal da locução “vêm criticando”.
( ) O deslocamento de “da USP” para depois de “propostas” mantém os sentidos originais do período.

Objeto indireto: complemento (introduzido sempre por uma preposição) que cumpre o papel de tornar a frase mais
detalhada. Sua ausência também faz com que o verbo se torne intransitivo.

Ex.:
a) A oposição opta por esticar desgaste político do ministro.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) Ao deslocarmos “A oposição” para o fim da frase, os sentidos e a correção gramatical serão preservados desde que
ajustes de maiúsculas e minúsculas sejam realizados.
( ) Em “a”, “por esticar desgaste político do ministro” funciona como complemento indireto oracional de “opta”.
( ) A substituição de “por” por “em” mantém a correção gramatical do período.

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b) A morte do terrorista interessa, principalmente, aos americanos.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) A substituição de “interessa” por “agrada” compromete a correção gramatical do período.


( ) As vírgulas que isolam “principalmente” poderiam ser suprimidas sem causar erro gramatical.
( ) “aos americanos” não é complemento verbal de “interessa”.

c) Obama assistiu, de casa, à operação que matou Bin Laden.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) O verbo “assistir” está empregado no sentido de “ver”, “presenciar”.


( ) A supressão do acento grave de “à operação” mantém a correção gramatical, mas altera os sentidos originais da
frase.
( ) A substituição de “assistiu” por “ viu”, e “matou” por “assassinou” mantém os sentidos e correção gramatical.
( ) A expressão “que matou Bin Laden” restringe o significado do substantivo “operação”.

d) Estudos anteriores concentravam-se nos homens.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) A supressão do pronome “se” implica modificações na originalidade da frase.


( ) Em “d”, o deslocamento da partícula “se” para antes do verbo provocaria erro gramatical.

e) A maioria dos professores não crê em programas educacionais revolucionários.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) Em “e”, “em programas educacionais revolucionários” complementa os sentidos do verbo “crer”.

RESPOSTAS DAS FRASES SOBRE OBJETO DIRETO

A) CCC
B) CCC
C) CCCC
D) C E C E/C

RESPOSTAS DAS FRASES SOBRE OBJETO INDIRETO

A) CCE
B) ECE
C) CCEC
D) CE
E) C

Verbos que exigem dois complementos (bitransitivos)

- A prefeitura prefere investir em festas natalinas a recuperar os hospitais da cidade.

- O SUS vem oferecendo, gratuitamente, diagnóstico da diabete, acompanhamento e medicação, nas unidades de saú-
de, aos pacientes.
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- Edison Lobão, ministro de Minas e Energia, lembrou aos jornalistas que a aprovação final do texto depende do aval da
presidente Dilma Rousseff.
Verbos que não pedem complemento

Intransitivos: são aqueles cuja significação não exige a presença de complementos. São chamados, também, de verbos
de sentido completo.

- As milícias existem desde a década de 1980.

- Caem os juros em Abril.

- Já Nina diz ter ido ao banheiro e encontrado duas estudantes conversando, sem a presença de fiscais. “Elas pararam
quando cheguei, mas, quando viram que não era um fiscal, continuaram conversando”, disse.

- O resultado do concurso saiu.

- Acabaram as férias.

Verbos que (pelo contexto) NÃO pedem complemento ou mudam seus complementos

Às vezes, o contexto é tão específico e dinâmico que alguns complementos verbais são dispensáveis. Assim sendo, a
predicação original do verbo deverá ser modificada para acompanhar a semântica da frase. Logo, um verbo que origi-
nalmente é transitivo indireto, por exemplo, pode ser reconfigurado para intransitivo.

- O filme não agradou. (Originalmente VTI; agora, VI).

- No Natal, as pessoas gastam muito. (Originalmente VTD; agora, VI).

- A Rádio Eldorado divulgou que a prova do Enem será refeita. (Originalmente VTDI; agora, VTD).

- O candidato só falou aos sindicalistas depois da reunião. (Originalmente VTDI; agora, VTI).

- Os órgãos vitais já não respondem. (Originalmente VTDI; agora, VI).

Verbos de ligação: são aqueles cuja função é conectar o sujeito a uma qualificação. A estrutura qualificadora cumprirá a
função sintática de Predicativo do Sujeito. Logo, esses verbos servem para indicar estados ou qualidades do sujeito.

Ser / Estar / Permanecer / Ficar / Andar /


Viver / Tornar-se / Continuar / Parecer etc.

Ex.:

- Japão permanece caótico.

- Parecem insuficientes as medidas do governo.

- Tornaram-se frequentes as críticas ao prefeito.

- O clima, depois da reunião, ficou tenso.

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Verbos supostamente de ligação: são aqueles que, pela morfologia (pela aparência), lembram verbos de ligação. Con-
tudo, não conseguem dar ao sujeito qualificação alguma.

Ex.:

- Os senadores ainda estão em Fortaleza.

- As vítimas permanecem no local do acidente.

- A caneta ficou na gaveta.

Note que “em Fortaleza”, “na fábrica” e “no estojo” indicam ideia de lugar, e não de estado. Logo, são Adjuntos Adver-
biais de lugar. Quando isso ocorre, o verbo não pode mais ser considerado de ligação. Ele deverá ser reconfigurado e,
assim, assume o caráter de verbo intransitivo.

Regências clássicas

1 – AGRADAR/DESAGRADAR (Duas possibilidades)

Sentido 1: Causar agrado; ser agradável (VTI).


Preposição exigida: a
Exemplo: Estes projetos já não agradam aos alunos.

Sentido 2: Acariciar; mimar (VTD).


Preposição exigida: ∅
Exemplo: Ele agradava o pelo do animal.

Obs.: Pode também se comportar como Verbo Intransitivo.


Exemplo: O filme não agradou.

(Fonte: Dicionário Houaiss)

2 – ASPIRAR (Duas possibilidades)

Sentido 1: Desejar; pretender (VTI).


Preposição exigida: a
Exemplo: O homem aspirava a este posto de trabalho.

Sentido 2: Sorver, respirar (VTD).


Preposição exigida: ∅
Exemplo: Aspire seu carro uma vez por semana.

3 – ASSISTIR (Quatro possibilidades)

Sentido 1: Ajudar, auxiliar (VTD) ou (VTI).


Preposição: ∅
Exemplo: Detalhe: ambas as frases estão corretas e dizem, sem
- Os pais assistem aos filhos desde cedo. sombra de dúvidas, a mesma coisa, ou seja, têm senti-
- Os pais assistem os filhos desde cedo. dos equivalentes.

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Sentido 2: Presenciar; ver (VTI).


Preposição exigida: a
Exemplo: Eu assisti a uma cena degradante.

Sentido 3: Morar; ter residência ou fixar-se.

- É Verbo Intransitivo para os tradicionalistas.

- Porém, para o Dicionário Houaiss o verbo é Transitivo Indireto.

Exemplo: Ele assiste em Fortaleza desde os dez anos.

Ou seja, para concursos (que seguem a tradição), “em Fortaleza” não é objeto indireto, mas sim adjunto adverbial de
lugar (também chamado de locativo ou mesmo complemento circunstancial).

Sentido 4: Ter direito; Caber (VTI).


Preposição: a
Exemplo: Este é um direito que assiste a todo trabalhador.

4 - CHEGAR

Sentido: Atingir o término do movimento de ida ou vinda (VI).


Preposição exigida: Ø

Um porém: este verbo costuma ser acompanhado de uma expressão introduzida por “A”. Tal expressão não é o objeto
indireto, mas sim o adjunto adverbial de lugar, também conhecido como locativo ou complemento circunstancial.

Exemplo:

- Ele chegou ao colégio cedo.

- Minha filha nunca chegava cedo ao trabalho.

Obs.: O Dicionário Houaiss considera este verbo transitivo indireto, bem como intransitivo.

5 – IR

Sentido: Deslocar-se de um lugar para outro (VI).

Obs.: Esse verbo costumeiramente vem acompanhado de um complemento circunstancial, o qual poderá ser introdu-
zido ou por “a” ou por “para”.

- Para: Quando há intenção de permanecer, de fixar residência. “Ele ia para Belém no fim deste ano".

- A: Quando há intenção de não se demorar, de não fixar residência. "Ele irá a Sobral no próximo mês".

6 – MORAR

Sentido: Ter habitação ou residência, habitar (VI).


Preposição: Ø
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Exemplos:
- Moro em Porto Alegre desde os sete anos.
- Nunca morei só.

Obs.: “em Porto Alegre” é complemento circunstancial.

7 - NAMORAR

Sentido: Cortejar, desejar(VTD).


Preposição: ∅
Exemplos:
- Janaina namora seu primo desde a época do colégio.
- Depois da festa do casamento, os noivos namoraram à noite inteira.

8 – OBEDECER/DESOBEDECER

Sentido: Submeter-se à vontade de alguém (VTI).


Preposição: a
Exemplo: O atleta obedeceu às orientações do técnico.

9 – PAGAR (Também com AVISAR, DIZER, ADVERTIR, INFORMAR etc.).

Sentido: Satisfazer dívida, encargo etc.


De acordo com a tradição gramatical é: Transitivo Direto e Indireto.
Exemplos:

- Paguei a consulta (vtd).


- Paguei ao médico (vti).
- Paguei a consulta ao médico (vtdi).

10 - PISAR
Sentido: Pôr os pés sobre, humilhar, moer (VTD).
Exemplos:

- Não pise o tapete da sala.


- Ele sempre pisava os seus adversários.
- O chef pisava as especiarias para compor o tempero.

11 – PREFERIR

Sentido: Dar primazia a (VTDI).


Preposição: a
Exemplo: O governador preferiu investir em novas escolas a recuperar a penitenciária da cidade.

12 – QUERER

Sentido 1: Ter afeto, amar, estimar (VTI).


Preposição: a
Exemplo:

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- Eles não querem bem aos traficantes de armas.


- O noivo jurou querer-lhe por toda a vida.

Sentido 2: Ter posse (VTD).


Preposição: ∅
Exemplo: Ele só queria diversão.

13 – VISAR

Sentido 1: Almejar, ter em vista, objetivar (VTI).


Preposição: a.
Exemplo: Aqueles jovens profissionais visam a fins nobres.

Sentido 2: Ver, dar visto (VTD).


Preposição: ∅
Exemplo: A professora visou a tarefa da aluna.

14- IMPLICAR

Sentido 1: Provocar, acarretar: VTD.


Essa decisão deve implicar mudanças significativas.

Sentido 2: Envolver (alguém ou a si mesmo) em complicação: VTDI, regendo preposição “em”.


Exemplo: O depoimento que prestou implicava Fulano na fraude.

Sentido 3: Ser incompatível; não estar de acordo: VTI, regendo preposição “com”.
Exemplo: Tal atitude implica com as normas prescritas.

OUTRAS REGÊNCIAS

ABDICAR

Pode significar renunciar, desistir. Pode ser um verbo intransitivo, transitivo direto ou transitivo indireto.

Exemplo:
- O príncipe abdicou. (VI)

- Não abdicarei das minhas ideias. (VTI)

AGRADECER

Pode aparecer como transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e indireto.

Exemplo:

- Agradeci as flores. (VTD)

- Agradeci aos diretores. (VTI)

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- Agradeci o presente ao amigo. (VTDI)

CHAMAR

Será transitivo direto no sentido de convidar, convocar.

Exemplo:

- Nós chamamos todos os presentes.

No sentido denominar há 4 construções possíveis:

- Chamaram o político de crápula. ( transitivo direto);


- Chamaram o político crápula . (transitivo direto);
- Chamaram ao político de crápula. (transitivo indireto);
- Chamaram ao político crápula. (transitivo indireto).

Obs.: todas as formas acima estão corretas.

CUSTAR

No sentido de ser custoso, ser difícil será transitivo indireto.

Exemplo:
Custou ao governo aquela difícil meta.

No sentido de acarretar será transitivo direto e indireto.

Exemplo:
- A insensatez custou-lhe os bens.

ESQUECER
LEMBRAR

Serão transitivos diretos se não forem pronominais.


Exemplo:

- Esqueci o nome da rua.


- Lembrei um caso antigo.

Serão transitivos indiretos se forem pronominais.

Exemplo:
- Esqueci-me do nome da rua.
- Lembrei-me de um caso antigo.

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PRECISAR

No sentido de marcar com precisão é transitivo direto.


Exemplo:
- Ele precisou a hora e o local da consulta.
No sentido de necessitar é transitivo indireto.

Exemplo:
- Nós precisamos de bons políticos.

RESUMO DAS REGÊNCIAS


Transitivos diretos:

Ver (algo, alguém ou alguma coisa) *


Enxergar
Cortar
Controlar
Pular
Comer
Arranhar
Arar
Roer
Trair
Colar
Diagramar
Confeccionar
Demolir
Exonerar
Reescrever
Pintar
Flexionar
Irritar
Ferver
Temperar
Instruir
Substituir
Etc.

* O conteúdo dos parênteses se repete para cada um dos verbos citados na lista.

Transitivos Indiretos:

Abusar (de)
Aludir (a)
Assistir (a)
Anuir (a)
Aprazer (a)
Ansiar (por)
Agradar (a)
Atirar (a, em, contra)
Bater (em) [= espancar]
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Contentar-se (com, de, em)


Cuidar (de)
Cogitar (de, em)
Conspirar (contra)
Carecer (de)
Crer (em)
Confiar (em)
Contribuir (para)
Gostar (de)
Interessar (a)
Lutar (contra)
Lembrar-se (de)
Obedecer (a)
Obstar (a)
Perdoar (a)
Presidir (a)
Precisar (de)
Querer (a)
Recorrer (a)
Repugnar (a)
Residir (em)
Zombar (de)
Interessar-se (por)
Referir-se (a)
Contentou-se (com, em)
Preocupar-se (com, em)
Etc.

Bitransitivos

Revelar (algo A alguém)


Dizer (algo A alguém)
Fornecer (algo A alguém)
Prevenir (Alguém DE algo)
Familiarizar (Alguém COM algo)
Ceder (algo A alguém)
Dar (algo A alguém)
Perdoar (algo A alguém)
Ensinar (algo A alguém)
Prometer (algo A alguém)
Narrar (algo A alguém)
Preferir (algo A alguém)
Doar (algo A alguém)
Propor (algo A alguém)
Proporcionar (algo A alguém)
Atribuir (algo A alguém)
etc.

Intransitivos
Sair
Existir
Chorar
Descansar
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Dormir
Morrer
Deitar
Tremer
Chover
Nevar
Trovejar
Garoar
Pensar
Etc.

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EXERCÍCIOS 01

01- FCC: “Mas o mundo globalizado também assiste a um ininterrupto e crescente sistema de produção...”.

O mesmo tipo de regência, tal como está empregado o verbo grifado acima, encontra-se na frase:

a) A sociedade mundial resultante do processo de padronização não tem propriamente uma cultura global a ela
vinculada, que possa distingui-la.
b) As práticas cotidianas dos povos, elementos de distinção entre eles, recebem novos ingredientes que maculam
a pureza cultural de cada nação.
c) Por haver predomínio de certos hábitos e comportamentos, é que o inglês tornou-se uma espécie de língua
global.
d) Observa-se, atualmente, que tem havido mais consciência das diferenças e maior respeito pela especificidade
de cada um.
e) Muitos críticos do processo de globalização discordam de seus possíveis benefícios, comparando-os a situa-
ções perversas para pessoas e povos.

02- TRE (MA – 2009) CESPE: Em “Sem a teoria da evolução, a moderna biologia, incluindo a medicina e a biotecnologia,
simplesmente não faria sentido. O enigma reside na relutância, quase um mal-estar, que suas ideias causam entre
um vasto contingente de pessoas, algumas delas fervorosamente religiosas, outras nem tanto”.

( ) A forma verbal “reside” (2º período do texto) tem sentido completo.


( ) A forma verbal “causam” (2º período do texto) não tem sentido completo.

03- FCC: “Todos os anos o Brasil perde com o tráfico uma quantia financeira incalculável...” (final do texto)
A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento do verbo grifado acima é:

a) Grupos de preocupação ecológica investem na proteção aos recursos naturais do país.


b) Compete à Justiça a aplicação de penalidades aos traficantes de animais silvestres, nos termos da lei.
c) O comércio de animais silvestres é prática ilegal, reprovada por toda a sociedade.
d) Animais silvestres transportados sem o devido cuidado acabam morrendo.
e) Pesquisadores destacam a necessidade de maior proteção aos recursos naturais do país.

04- FCC: “Todo lugar-comum, porém, tem um alicerce na realidade ou nos sentimentos humanos ...”. (1o parágrafo)

A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:

a) ...ele é um dos nossos instintos básicos.


b) ....realidade que cresce a passos largos ...
c) ... situações que conduziram a isso ...
d) ... as famílias encolheram drasticamente ...
e) ... fator que acrescenta ansiedade ...

05- CESPE (2010) “A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis pelo baixo nível de desenvolvimento
humano e pela origem de uma série de mazelas, algumas das quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o
caso do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja on-
de o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga crianças e adolescentes a participarem do processo de
produção”.

( ) O emprego de preposição em "a participarem" é exigido pela regência da forma verbal "obriga".

06- CESPE: “Nas últimas décadas, o aumento dos índices de criminalidade e a atuação de organizações criminosas trans-
nacionais colocaram a segurança pública entre as principais preocupações da sociedade e do Estado brasileiros. A

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delinquência e a violência criminal afetam, em maior ou menor grau, toda a população, provocando apreensão e
medo na sociedade, e despertando o sentimento de descrença em relação às instituições estatais responsáveis pela
manutenção da paz social”.

( ) Estaria gramaticalmente correto o emprego da preposição “a” antes de "toda a população" - a toda a popula-
ção - visto que a forma verbal "afetam" apresenta dupla regência.

07- CESPE: “Tendo como principal propósito a interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à constituição
de uma nação-Estado verdadeiramente unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no país explicita-
vam firmemente a sua crença de que o crescimento era enormemente inibido pela ausência de um sistema nacio-
nal de comunicações e de que o desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial para o alargamento
da base econômica do país”.

( ) A preposição em "de que o desenvolvimento" é exigida pela regência da palavra "crença".

08- CESGRANRIO: Assinale a opção que apresenta a regência verbal incorreta, de acordo com a norma culta da língua:

a) Os brasileiros aspiram a uma vida mais confortável.


b) Obedeceu rigorosamente o horário do planejamento.
c) O rapaz assistiu à demolição do prédio.
d) O fazendeiro agrediu o funcionário sem necessidade.
e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro pretendido.

09- UECE: O “Que” devidamente empregado só não seria regido de preposição na opção:

a) O cargo ............................. aspiro depende de concurso.


b) A situação....................... passei foi bem difícil.
c) Rui é o orador...................... mais admiro.
d) O jovem ................... te referiste foi reprovado.
e) Ali está o abrigo ....................... necessitamos.

09- CESGRANRIO: “Foram inúmeros os problemas ________ nos defrontamos e inúmeras as experiências ________
passamos.

De acordo com a norma culta da língua, completam a frase, respectivamente,

a) que e em que.
b) que e de que.
c) de que e por que.
d) com que e por que.
e) com que e em que.

10- FGV: “A crise imobiliária nos Estados Unidos revela o papel que o superendividamento exerce...”.

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho destacado acima, não se manteve adequação à norma culta.
Ignore as alterações de sentido.

a) a que o superendividamento se refere


b) de que o superendividamento lembra
c) a que o superendividamento procede
d) a que o superendividamento prefere
e) de que o superendividamento se queixa
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12- CESPE: “Em razão da complexidade, da amplitude e do poderio das redes criminosas transnacionais, a solução para
a criminalidade depende de decisões político-econômico-sociais e, concomitantemente, de ações preventivas e re-
pressivas de órgãos estatais. Nesse contexto, as operações de inteligência são instrumentos legais de que dispõe o
Estado na busca pela manutenção e proteção de dados sigilosos”.

( ) A preposição "de" empregada antes de "que" é exigência sintática da forma verbal "dispõe"; portanto, sua
retirada implicaria prejuízo à correção gramatical do período.

GABARITO EXERCÍCIOS 01

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E F/V E E V F V B C D

11 12
B V

EXERCÍCIOS 02

01- ESAF (Denit: analista em infraestrutura e transporte 2012)


“Coisas espantosas acontecem conosco, a cada segundo, pelo simples fato de existirmos. Agora mesmo, enquanto es-
crevo – ou enquanto você lê –, fatos fantásticos e dramáticos se desenrolam dentro de nós. Células se reproduzem aos
milhões. Bando de bactérias percorrem nossas vias interiores, procurando encrenca. Nossos sucos se encontram e se
misturam em alquimias inacreditáveis. E giramos em torno do Sol, que, por sua vez, se desloca pelo espaço, em alta
velocidade, cuspindo fogo”.

(Verissimo, Luis Fernando. Orgias. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 1989, p.80-1, Adaptado).

( ) No segmento “percorrem nossas vias interiores” o termo “nossas vias interiores” expressa uma circunstância de
lugar do verbo intransitivo “percorrem”.

( ) Na oração “e se misturam em alquimias inacreditáveis”, conforme faculta a regência, o complemento do verbo


“misturar” poderia ser introduzido pela preposição “com”.

02- ESAF (Denit: analista em infraestrutura e transporte 2012)


Assinale a opção correta a respeito do período “Tem um personagem de Voltaire que um dia descobre, encantado, que
falou em prosa toda a sua vida, sem saber”.

( ) O sentido com que foi empregada a forma verbal “Tem” possibilitaria, sem que houvesse alteração do sentido do
período, a seguinte organização dos termos da primeira oração: Voltaire tem um personagem.

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03- Padrão ESAF/CESPE


Nos itens a seguir, são apresentados trechos adaptados de jornal de grande circulação. Julgue-os quanto à regência
de verbos e de nomes. Marque o que não apresentar erro.

a) Mais de 1 bilhão de moradores das cidades enfrentarão de uma grave escassez de água em 2050 na medida em que
o aquecimento global piorar os efeitos da urbanização, indicou um estudo nesta segunda-feira.

b) A escassez ameaça o saneamento em algumas das cidades de mais rápido crescimento no mundo, particularmente na
Índia, mas também representa riscos para à vida silvestre caso as cidades bombeiem água de fora, afirma o artigo publi-
cado nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS).

c) O estudo concluiu que, se continuarem as atuais tendências de urbanização, em meados deste século, em torno de
990 milhões de moradores de cidades viverão com menos de 100 litros diários de água cada um ─ mais ou menos a
quantidade necessária para encher uma banheira ─, quantidade que, segundo os autores, é a mínima necessária.

d) Além disso, mais 100 milhões de pessoas não terão água para beber, cozinhar, limpar, tomar banho e ir no banheiro.
"Não tomem os números como um destino. São o sinal de um desafio", disse o principal autor do estudo, Rob McDo-
nald.

e) Atualmente, cerca de 150 milhões de pessoas estão abaixo do patamar dos 100 litros de uso diári o. A casa de um
americano médio gasta 376 litros por dia por pessoa, apesar do uso real variar dependendo da região, disse McDonald.
Mas o mundo está experimentando de mudanças sem precedentes no nível urbano, à medida que as populações rurais
de Índia, China e outras nações em desenvolvimento mudam-se para as cidades

Correio Braziliense, 01/ 04/ 11 (Com adaptações)

04- ESAF (Denit: analista em infraestrutura e transporte 2012)

“Restam os pedestres, em sua humilde visibilidade, para nos lembrar de que as cidades foram feitas para as pessoas”.

( ) Seriam mantidos o sentido original do período e a correção gramatical se o último período do texto fosse reescrito
da seguinte forma: Restam os pedestres que, em sua humilde visibilidade, lembram-nos que cidades foram construídas
para pessoas.

GABARITO EXERCÍCIOS 02

01 02 03 04
EE E C E

EXERCÍCIOS 03

01- CESPE (Câmara dos deputados 2012)


“Quando possível, os teoremas e teorias mais belos são também os mais simples: dadas duas ou mais explicações para o
mesmo fenômeno, vence a mais simples. Esse critério é conhecido como a lâmina de Ockham, atribuído a William de
Ockham, um teólogo inglês do século XIV”.

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( ) No trecho “um teólogo inglês do século XIV” (R .13), que serve como aposto apresentador de informações acerca
de William de Ockham, o artigo indefinido poderia ser omitido sem que se prejudicasse a correção gramatical do texto.

02- CESPE (Câmara dos deputados 2012)


“O problema da linguagem é inseparável do conteúdo essencial daquilo que se quer comunicar, quando não se visa
apenas a informar, mas também a fornecer modelos e diretivas de ação. A linguagem de um código não se dirige a me-
ros espectadores, mas se destina antes aos protagonistas prováveis da conduta regulada”.

( ) No trecho “não se visa (...) a informar (...) a fornecer”, o elemento “a”, em ambas as ocorrências, poderia ser omiti-
do sem que isso trouxesse prejuízo à correção gramatical do texto.

03- CESPE (Câmara dos deputados 2012)


“Diferentes autores apresentam de maneiras diversas as características que deve ter a lei bem feita. Em geral, todos
concordam que é mister conciliar cinco qualidades essenciais da linguagem legislativa, a saber: simplicidade, precisão,
clareza, concisão e correção”.

( ) A ausência do artigo “as” imediatamente antes de “cinco qualidades essenciais da linguagem legislativa” permite
inferir a possibilidade de a linguagem legislativa ser caracterizada por outras qualidades essenciais não mencionadas.

04- (CESPE 2010 Ministério do Planejamento)


“Naquele final de década de sessenta, no entanto, o jovem arquiteto interessava-se menos por torres que escalavam os
céus do que por estruturas abandonadas na periferia e por sistemas subterrâneos da cidade. Em vez de construir, seu
projeto era ‘cortar’ edifícios ou ‘desfazer espaços’”.

( ) O uso da forma não pronominal “interessar”, retirando-se o pronome de “interessava-se”, preservaria a correção
gramatical e a coerência textual, desde que fosse empregada a preposição “a” antes de “o jovem arquiteto”, escreven-
do “ao jovem arquiteto interessava”.

05- (CESPE 2013 Serpro)

“O novo milênio ― designado como era do conhecimento, da informação ―é marcado por mudanças de relevante im-
portância e por impactos econômicos, políticos e sociais. Em épocas de transformações tão radicais e abrangentes como
essa, caracterizada pela transição de uma era industrial para uma baseada no conhecimento, aumenta-se o grau de
indefinições e incertezas”.

( ) Estariam mantidos a correção gramatical e os sentidos do texto se, na oração “aumenta-se o grau de indefinições
e incertezas”, a forma verbal estivesse flexionada no plural, desde que suprimida a partícula “-se”.

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06- (CESPE MPU 2013)


“A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam.
Nessa desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade”.

( ) A oração “quinhoar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam” exerce a função de comple-
mento indireto da forma verbal “consiste”.

GABARITO EXERCÍCIO 03

01 02 03 04 05 06
C C C E E C

EXERCÍCIOS 04

01- CESPE (Câmara dos deputados 2012)


“Escrevi uma carta aos meus concidadãos, pedindo-lhes que me dissessem francamente o que consideravam que fosse
política, e dispensando-os de citar Aristóteles, Maquiavelli, Spencer, Comte (...)”.

( ) Por terem como referente a palavra “concidadãos”, os pronomes empregados em “pedindo-lhes” e “dispensando-
os” poderiam ser intercambiados, sem prejuízo para os sentidos e a correção gramatical do texto.

02- CESPE (Câmara dos deputados 2012)


“ ‘Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação.’ (...) Escrito
há 80 anos, o enunciado do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova continua tão atual quanto em 1932”.

( ) Mantém-se a correção gramatical do primeiro período ao se


considerar a forma verbal ‘sobreleva’ como transitiva direta,
com a seguinte reescrita: nenhum sobreleva em importância e
gravidade o da educação.

03- CESPE ( PF 2012)


“Essa discrição é apresentada como um progresso: os povos civilizados não executam seus condenados nas praças. Mas
o dito progresso é, de fato, um corolário da incerteza ética de nossa cultura.

Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos parecem ameaçar o convívio social. Logo, frustrados, zelamos pela pri-
são daqueles que não se impõem as mesmas renúncias. Mas a coisa muda quando a pena é radical, pois há o risco de
que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de liquidar, com ela, o que há de pior em nós”.

( ) Considerando-se a dupla regência do verbo “impor” e a presença do pronome “mesmas”, seria facultado o empre-
go do acento indicativo de crase na palavra “as” da expressão “as mesmas renúncias”.

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04- CESPE ( PF 2012)

“Considerai no mistério
dos humanos desatinos,
e no polo sempre incerto
dos homens e dos destinos!
Por sentenças, por decretos,
pareceríeis divinos:
e hoje sois, no tempo eterno,
como ilustres assassinos.

Ó soberbos titulares,
tão desdenhosos e altivos!
Por fictícia autoridade,
vãs razões, falsos motivos,
inutilmente matastes:
— vossos mortos são mais vivos;
e, sobre vós, de longe, abrem
grandes olhos pensativos.

Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Rio


de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8

( ) Os trechos “Por sentenças, por decretos” (v .29) e “Por fictícia autoridade, vãs razões, falsos motivos” ( v.35-36)
exercem função adverbial nas orações a que pertencem e ambos denotam o meio empregado na ação representada
pelo verbo a que se referem.

GABARITO EXERCÍCIO 04

01 02 03 04
E C E E

EXERCÍCIOS 02

Para que você inicie esta segunda bateria de questões, é importante (para não dizer fundamental) que você conheça o
funcionamento dos pronomes enquanto elementos que representam complementos verbais (ou seja, os objetos diretos
e os indiretos). Portanto, iniciemos com esta tabela:

o, a, os, as terão função de OD.


lhe, lhes terão função de OI.
me, te, se, nos, vos podem ter função de OD ou OI.

Portanto, frases como “O professor viu-lhe na rua” não obedecem ao padrão culto da língua, porque não podemos as-
sociar a um verbo transitivo direto (ver) o pronome LHE.

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Por outro lado, é importante salientar que os pronomes O, A, OS e AS podem sofrer transformação para LO, LA, LOS e
LAS, bem como para NO, NA, NOS e NAS. E quando isso ocorre? Vamos ver.

Sempre que você se deparar com verbos terminados em R, S ou Z (e tenha que associá-los aos pronomes O, A, OS e AS)
faça o seguinte: retire a dita consoante, coloque um hífen e acrescente “L” ao pronome que o contexto pedir.

Ex.: Encontramos as pessoas no parque.


Transformação: Encontramo-las no parque.

Ex.: Fiz todas as tarefas hoje à tarde.


Transformação: Fi-las hoje à tarde.

Ex.: Não vou querer essa vida.


Transformação: Não vou querê-la.

Mas, se você tiver os pronomes O, A, OS e AS ligados a verbos com finais nasais, faça assim: acrescente a letra “N” ao
pronome para indicar nasalização. Só isso.

Ex.: O treinador propõe as mudanças antes do jogo.


O treinador propõe-nas antes do jogo!
Ex.: Levaram os alunos problemáticos à sala do diretor.
Levaram-nos à sala do diretor.

Agora, você está apto a resolver as próximas questões.

01- FCC: em “Ajudamos a criar essa nova arma no intuito de impedir que os inimigos tivessem acesso antes de nós a essa
nova arma”.
Valendo-se do emprego de pronomes, estará correta a seguinte reconstrução da frase acima:

a) Ajudamos a criar-lhe no intuito de impedir eles de acessarem antes de nós essa nova arma.
b) Ajudamos a criá-la no intuito de lhes impedir o acesso dos inimigos a essa nova arma antes de nós.
c) Ajudamo-la a criar no intuito de impedir-lhes que eles tivessem acesso à ela antes de nós.
d) Ajudamos a criá-la no intuito de impedir que eles tivessem acesso a ela antes de nós.
e) Ajudamos a criá-la no intuito de os impedir de acessar-lhe antes de nós

02- CESGRANRIO: Assinale a frase em que está usado indevidamente um dos pronomes seguintes: o, lhe.

a) Não lhe agrada semelhante providência?


b) A resposta do professor não o satisfez.
c) Ana o ajudou na semana passada.
d) O poeta assistiu-a nas horas amargas, com extrema dedicação.
e) Vou visitar-lhe na próxima semana.

03- FCC: “Maquiavel escreveu um tratado político, e a potência de análise desse tratado político permite considerar
esse tratado político como um texto que efetivamente revela os mecanismos do poder, embora sempre haja quem
julgue indevassáveis esses mecanismo do poder, pois todos os políticos buscam dissimular esses mecanismo do
poder”.

Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os segmentos sublinhados, respectivamente, por

a) cuja potência de análise / considerá-lo / os julgue indevassáveis / dissimulá-los.


b) em cuja potência de análise / o considerar / lhes julgue indevassáveis / os dissimular.
c) cuja a potência de análise / considerá-lo / julgue-os indevassáveis / dissimular-lhes.
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d) que a potência de análise / considerar-lhe / os julgue indevassáveis / dissimulá-los.


e) de cuja potência de análise / lhe considerar / os julgue indevassáveis / lhes dissimular.

04- FCC: “A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a palavra progresso, todas atribuem a essa
palavra sentidos mágicos que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos”.
Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo- se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

a) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam


b) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
c) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
d) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam
e) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam

05- FCC: “O editorial foi considerado um desrespeito à soberania de Cuba, trataram a soberania de Cuba como uma
questão menor, pretenderam reduzir a soberania de Cuba a dimensões risíveis, como se os habitantes do país não
tivessem construído a soberania de Cuba com sangue, suor e lágrimas”.

Evitam-se as viciosas repetições acima substituindo-se os segmentos sublinhados, respectivamente, por

a) trataram a ela / reduzir-lhe / a tivessem construído.


b) trataram-na / reduzi-la / a tivessem construído.
c) a trataram / a reduziram / tivessem-na construído.
d) trataram-lhe / reduziram-lhe / lhe tivessem construído.
e) trataram-na / reduziram-lhe / lhe tivessem construído.

06-FCC (Metrô São Paulo) A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários ajus-
tes no segmento, foi realizada corretamente em:

(A) que pretende construir máquinas multifuncionais = que lhes pretende construir

(B) que desejam limpar seu carpete = que desejam o


limpar

(C) precisa processar dados coletados = precisa


processá-los.

(D) que busque uma caneca = que busque-a.

(E) requerem um grande conjunto de habilidades =


requerem-nas.

GABARITO EXERCÍCIOS 02

01 02 03 04 05 06
D E A A B C

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2. REGÊNCIA NOMINAL

Estuda as relações em que os nomes – substantivos, adjetivos e advérbio – exigem complemento (Complemento
nominal) para que o sentido da frase fique estabilizado. Essa relação entre o nome e seus complementos é estabelecida
pela presença de preposição (a, de, em, para, com, por, entre, sobre, sob etc.).

Exemplos:

1- Reconheceu o respeito ---------- a + o trabalhador.


2- O aluno saiu confiante ---------- em + a aprovação.
3- Votou favoravelmente ------------a + a paz.

Observação: Existem nomes que admitem mais de uma preposição; comportamento absolutamente normal para a lín-
gua portuguesa.

Exemplo:

Tenha amor a seus filhos.


Renato não morria de amor por Paula.

NOMES QUE ADVÊM DE VERBOS

1- Ele avançou 200 metros.

1.1- O avanço de 200 metros ocorreu em seguida.

2- O convidado gostou do que foi oferecido pelo chef árabe.

2.1- O gosto pela gastronomia árabe é comum no Brasil.

3- O motorista atrasou o ônibus.

3.1- O atraso do ônibus foi causado pelo motorista.

4- Ele não confia em você.

4.1- A confiança em Deus é fundamental.

Obs.: Perceba que, em quase todos os casos, quando o verbo transformou-se em nome, a regência foi alterada. Portan-
to, atenção a esses movimentos.

► A seguir veremos a relação de alguns nomes e as suas preposições mais usuais:

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acessível, adequado, alheio, análogo, apto, avesso, benéfico, cego, conforme, desatento, desfavorá-
a vel, desleal, equivalente, fiel, grato, guerra, hostil, idêntico, inerente, nocivo, obediente, odioso,
oposto, peculiar, pernicioso, próximo (de), superior, surdo (de), visível.

amante, amigo, ansioso, ávido, capaz, cobiçoso, comum, contemporâneo, curioso, devoto, diferente,
de digne, dotado, duro, estreito, fértil, fraco, inocente, menor, natural, nobre, orgulhoso, pálido, passí-
vel, pobre, pródigo (em), temeroso, vazio, vizinho.

afável, amoroso, aparentado, compatível, conforme, cruel, cuidadoso, descontente, furioso (de),
com
ingrato, liberal, misericordioso, orgulhoso, parecido (a), rente (a, de).

contra desrespeito, manifestação, queixa.

constante, cúmplice, diligente, entendido, erudito, exato, fecundo, fértil, fraco, forte, hábil, indeciso,
em
lento, morador, perito, sábio, sito, último (de, a), único.

entre convênio, união.

para apto, bom, essencial, incapaz, inútil, pronto (em), útil

para com afável, amoroso, capaz, cruel, intolerante, orgulhoso

Por ansioso, querido (de), responsável, respeito (a, de)

Sobre dúvida, influência, triunfo.

EXERCÍCIOS 01

01- CESPE: “Floresta nacional, floresta estadual e municipal: é uma área com uma cobertura florestal de espécies pre-
dominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais de florestas
nativas. É uma área de posse e domínio públicos”.

( ) O vocábulo "públicos" está no plural por se tratar de caso de regência nominal.

Obs.: O detalhe dessa questão consiste numa “pegadinha”.

02- CESPE: “Hipermodernidade é o termo usado para denominar a realidade contemporânea, caracterizada pela cultu-
ra do excesso, do acréscimo sempre quantitativo de bens materiais, de coisas consumíveis e descartáveis”.

( ) A repetição da preposição “de” em "do acréscimo", "de bens materiais" e "de coisas" indica que esses termos
são empregados, no texto, como complementos de "cultura", vocábulo que tem como primeiro complemento
"do excesso".

Obs.: Uma boa leitura é fundamental para resolver essa questão.

03- CESPE: Com base no texto abaixo, julgue a questão a seguir.

O Brasil tem 24,8 milhões de pessoas consideradas aptas para trabalhar. Mas, nesse universo, há cerca de 5,5 mi-
lhões de pessoas condenadas a ficar fora do mercado de trabalho, tal como ele se apresenta hoje, visto que lhes
falta a essencial qualificação. Para estes, 20% da força de trabalho, resta tentar ganhar o pão de cada dia fazendo
bicos o trabalhos regulares, porém de baixa exigência e, portanto, com ganhos ínfimos.

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Esses números estão em trabalho recentemente divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA),
no qual se revela que outros 653 mil trabalhadores, no topo da pirâmide do preparo profissional, igualmente ten-
derão a ficar batendo de porta em porta em busca de colocação. Para eles, em razão da crise mundial, fecharam-se
postos de trabalho, pois suas empresas preferiram liberar mão de obra qualificada, reduzir gastos — esses profissi-
onais são os de mais altos salários — e esperar a tempestade passar. E ela ainda não passou.

Em outras áreas, porém, como construção civil, comércio e hotelaria, o estudo do IPEA revela que já se faz sentir a
falta de profissionais por motivo semelhante ao causado pela crise. A recuperação econômica, que ocorreu com ve-
locidade espantosa em áreas como a de construção, não deixou espaço e tempo para que se preparasse tanta gen-
te, em número e qualidade, para atender à demanda, especialmente no Sudeste e no Sul do país, onde se cons-
troem mais moradias e obras de infraestrutura alimentadas por programas habitacionais, pelas eleições e, como
não poderia deixar de ser, pelo futebol, que terá o Brasil como sede da Copa do Mundo em 2014. Casas, saúde,
transportes, saneamento e iluminação implicarão investimentos superiores a R$ 1 trilhão, conforme anunciado pe-
lo governo em março. Para este ano, o crescimento econômico deve gerar 2 milhões de vagas, dizem as estimativas
oficiais.

Hélio Terra. Trabalho há e haverá. In:


O Estado de S.Paulo, 4/4/2010 (com adaptações)

► Acerca da regência nominal e verbal empregada no texto, assinale a opção correta.

a) A substituição do termo “aptas” (1º parágrafo) por “capazes” manteria o sentido original, mas não a correção
gramatical do período.
b) Na oração “visto que lhes falta a essencial qualificação” (1º parágrafo), o verbo não exige complemento indire-
to.
c) No trecho “por motivo semelhante ao causado pela crise” (3º parágrafo), o elemento “ao” pode ser correta-
mente substituído por “com o”.
d) O uso do sinal indicativo de crase em “para atender à demanda” (3º parágrafo) ocorre por conta da existência
de regência nominal no período.
e) A inserção da preposição “em” imediatamente após a forma verbal “implicarão” (3º parágrafo) não acarreta
prejuízo ao sentido nem à estrutura sintática do período.

04- FCC: “A ocupação do cerrado por agricultores provenientes de outras áreas ...” (3º parágrafo)
O mesmo tipo de regência assinalado acima SÓ NÃO se configura no segmento grifado em:

a) graças ao investimento em novas tecnologias.


b) nas condições de vida de milhões de brasileiros
c) o ingresso de centenas de milhões de pessoas.
d) a expansão do comércio.
e) por uma combinação de ações políticas e empresariais.

Obs.: Uma dica para você não perder a paciência ao resolver essa questão é perceber que nem todos os nomes advêm
das mesmas classes de palavras. Vimos isso no início da aula. Volte um pouco, faça uma nova leitura.

GABARITO 01

01 02 03 04
F F A B

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EXERCÍCIOS 02

01- A sentença em que o verbo pegar apresenta-se com o mesmo sentido e integra a mesma construção sintática com
que é usado em “ele pegou um balde grande de plástico,” é:

a) Os alunos pegam facilmente tudo o que é ensinado.


b) Pegar um bom emprego é o objetivo de todos.
c) Pegou do irmão a mania de fazer coleção de figurinhas.
d) Pegou no que era seu, deu adeus e foi embora.
e) Pegou sem cuidado o copo e deixou-o quebrar

02- Assinale a opção em que a regência do verbo destacado difere da dos demais.

a) “...tal fato exige de nós a capacidade de atuarmos em áreas...”.


b) “O sentir faz a ponte entre o pensar e o agir”.
c) “... essa atitude consequentemente nos leva ao aprendizado”.
d) “alguém perguntou a um velho se ele tinha crescido naquela cidade”.
e) “...é esse ensinamento que nos ensina a resposta do velho sábio”.

03- O verbo destacado NÃO é impessoal em:

a) Fazia dias que aguardava a sua transferência para o setor de finanças.


b) Espero que não haja empecilhos à minha promoção.
c) Fez muito frio no dia da inauguração da nova filial.
d) Já passava das quatro horas quando ela chegou.
e) Embora houvesse acertado a hora, ele chegou atrasado.

04- Em relação à regência nominal, em qual das frases a seguir a preposição empregada NÃO está ADEQUADA?

a) A partir daí, estava apto para ajudar alguém.


b) Ele, então, estava sedento por um futuro melhor.
c) Não seja inconstante em suas decisões.
d) Na vida, todos nós somos passíveis a equívocos.
e) Temeroso de um resultado negativo, não seguiu sua intuição.

05- Em relação à regência nominal, em qual das frases a seguir a preposição empregada NÃO está ADEQUADA?

a) Aquele personagem é destituído de complexidade.


b) O vigilante estava atento a tudo que passava a sua volta.
c) O homem ficou grato com todos os que o ajudaram.
d) Aquele soldado foi cruel para com o preso.
e) Não houve a correta adaptação ao clima frio da Europa.
06- Assinale a opção em que a preposição destacada constitui caso de regência nominal.

a) “ele precisava se adaptar rapidamente a uma nova situação...”.


b) “acho que ele deve saber se comunicar com a equipe...”.
c) “ele deve ter capacidade de negociação são características extras...”.
d) “Para chegar a esta conclusão foram analisados três fatores:”.
e) “Então, que tal começar a exercitar a linguagem? Faz bem para você e para aqueles com quem se relaciona”.
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07- Marque o item que contempla incorreto uso de regência verbal.

a) O homem chamou o político de corrupto.


b) Ele chamou ao amigo de covarde.
c) Nós lhe chamamos crápula.
d) O jovem anuiu ao professor.
e) O belo projeto do governo implicou em esforço da população.

08- Marque o item que contempla incorreto uso de regência verbal.

a) Vimos o filme mencionado pela crítica.


b) Os protestantes só queriam a atenção de todos os presentes.
c) Os políticos não se lembram o que fazem com o dinheiro público.
d) O palestrante esqueceu tudo que ia dizer naquela apresentação.
e) A Igreja dos Milagres assiste na Avenida Dom Pedro.

GABARITO 02

01 02 03 04 05 06 07 08
E B E D C C E C

PRONOMES RELATIVOS E O USO DE PREPOSIÇÕES

Observe a seguinte oração:

- As reportagens que o jornalista muito discordou eram controversas.

Note que, aparentemente, o período não apresenta falhas; auditivamente, tudo parece estar bem. Contudo, sabendo
que a regência do verbo discordar pede a preposição “de”, fica mais claro que a construção não obedece à norma culta.

Em situações como esta, é necessário antecipar a preposição para antes do pronome relativo QUE. Assim:

- As reportagens de que o jornalista muito discordou eram controversas.

Essa nova construção obedece à norma culta e também poderia ser reescrita da seguinte forma:

- As reportagens das quais o jornalista muito discordou eram controversas.

As duas últimas construções estão corretas, ao passo que a primeira apresenta erro gramatical.

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PRONOMES RELATIVOS

Como já sabemos, os pronomes substituem os nomes. Assim, no lugar de “Ana” em Ana recebeu um comunicado, pode-
ríamos escrever Ela recebeu um comunicado. Contudo, Ela não é um pronome relativo, mas sim um pronome pessoal do
caso reto.

Os pronomes relativos, além de mais complexos, são mais decisivos no momento da redação de um texto. Os mais utili-
zados em provas de concurso são os seguintes: QUE (o qual, a qual, as quais....), QUEM, ONDE e CUJ-. Esses pronomes
seguem uma rigorosa disciplina quanto à sua referência e uso.

Vejamos:

Pronome Referência
QUE (a qual....) A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele.
QUEM A um termo (substantivo comum ou próprio), na condição de Ser Humano, an-
terior a ele.
ONDE A um termo (substantivo comum ou próprio) que indique lugar, também ante-
rior a ele.
CUJO(A)(S) A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele, mas que estabelece
concordância com seu termo posterior, que também será um substantivo.

Exercícios reflexivos

► Leia, reflita e constate se há a necessidade de preposição antes dos pronomes relativos a seguir. Depois, confira as
respostas.

01- As cidades brasileiras _______ que receberam novas propostas de crescimento tinham boa reputação.

02- Os esforços da população ______ que o ministro se reportou antes das eleições valeram muito.

03- A imagem daquela população ______ que o ministro se reportou antes das eleições demonstrou que ela é, de fato,
atuante.
04- As notícias _____ que os eleitores, de fato, necessitavam ainda não foram tão alvissareiras.

05- O homem maduro, _______ quem ela se apaixonou, era, na verdade, cheio de problemas.

06- As muitas pessoas ______ quem o político dizia se dedicar precisavam demasiado de ajuda.

07- As ruas do bairro ______ onde ela morou no passado eram cheias de crianças.

08- A antiga cidade chilena _______ onde meu amigo foi produzia bons vinhos.

09- O prédio novo ______ onde os computadores foram roubados tinha péssima segurança.

10- O prédio novo ______ onde os computadores foram levados tinha péssima segurança.

11- Aceitei o perfume_____ cuja fragrância não gostei somente por educação.

12- Quem matou o hábito das cartas foi o telefone,____ cujo reinado trouxe muitas mudanças.

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RESPOSTAS

01- Ø
02- A
03- A
04- DE
05- POR
06- A
07- Ø
08- A ou PARA
09- DE
10- DE ou PARA
11- DE
12- Ø

EXERCÍCIOS 01

01- Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados em:

a) O autor se pergunta por que haveriam de ser cruéis os animais que aspiram à propagação da espécie.
b) Quando investigamos o porquê da suposta crueldade animal, parece de que nos esquecemos da nossa efetiva
crueldade.
c) À lagarta, de cujo ventre abriga os ovos da vespa, só caberá assistir ao martírio de sua própria devoração.
d) Se a ideia de compaixão é puramente humana, não há porque imputarmos nos animais qualquer traço de cru-
eldade.
e) Os bichos a cujos atribuímos atos cruéis não fazem senão lançar-se na luta pela sobrevivência.

02- Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:

a) Os restos de esperanças socialistas, por cujas o autor já demonstrara simpatia, misturam-se a outras convic-
ções.
b) Os impulsos missionários, de que o autor não se mostra carente, poderiam levá-lo a combater a fome do
mundo.
c) As propostas políticas, de cuja falta sentiu Mario Capanna, eram, na verdade, inúmeras e contrastantes.
d) As posições dos jovens manifestantes, das quais o autor se congratulou, eram as mais díspares possíveis.
e) As ruas de Gênova, aonde se fixaram grupos de manifestantes, ganharam uma nova animação.

03- “... tema que faz com que em certas ocasiões ...” (último parágrafo)
A lacuna que deverá ser corretamente preenchida pela expressão grifada acima está em:

a) O mercado editorial de autoajuda, ......... abrange várias categorias, cresce a olhos vistos em todo o mundo.
b) O conteúdo dos livros de autoajuda, ......... os leitores acreditam, serve de inspiração para o sucesso na vida e
na carreira profissional.
c) Os leitores estão convictos .......... essas publicações serão a inspiração para uma vida mais harmônica e feliz.
d) Os livros de autoajuda procuram conduzir as pessoas a obterem com tenacidade tudo aquilo ........ sonham.
e) A literatura de autoajuda constitui, no momento, os meios ........ as pessoas recorrem para viver melhor.

04- Está correto o emprego do elemento sublinhado em:

a) O Príncipe é um símbolo reincidente, a cujo nome pessoal talvez nem mesmo a Branca de Neve tenha conhe-
cimento.
b) A necessidade de bajular o poder é um vício de que muita gente da imprensa não consegue se esquivar.
c) A trama com a qual o personagem anônimo participa jamais seria a mesma sem o seu concurso.
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d) Em dois segundos o lenhador tomou uma decisão na qual decorreria toda a trama já conhecida de Branca de
Neve.
e) Os figurantes anônimos muitas vezes são responsáveis por uma ação em que irão depender todas as demais.

05- “A diferença é que eles viviam em comunhão com o mundo...” (final do texto)

A frase cuja lacuna estará corretamente preenchida pela palavra grifada acima é:

a) As hipóteses ........ que a humanidade teve sua origem na África já foram comprovadas por cientistas.
b) As armas ......... que os homens primitivos se defendiam dos perigos eram feitas de materiais encontrados na
natureza.
c) Ossos de animais serviam ......... que os nossos ancestrais reproduzissem as melodias percebidas nos sons da
natureza.
d) São inúmeras as cavernas ......... que se encontraram desenhos primitivos, as chamadas pinturas rupestres.
e) Instrumentos foram criados pelo homem de modo ......... que ele conseguisse reproduzir os sons ouvidos no
mundo exterior.

06- As expressões de que e com que preenchem corretamente, nessa ordem, as lacunas da frase:

a) O prestígio ...... o texto de Maquiavel desfruta até hoje é merecido, pois é um tratado político ...... muitos têm
muito a aprender.
b) As qualidades morais ...... muitos estavam habituados a considerar como tais foram substituídas pelas políti-
cas, no tratado ...... Maquiavel tornou uma obra basilar.
c) Os valores abstratos ...... muita gente costuma cultuar não tinham, para Maquiavel, qualquer aplicação ......
pudesse se valer na análise da política.
d) O adjetivo maquiavélico, ...... muitos utilizam para denegrir o caráter de alguém, ganhou uma acepção ......
costumam discordar os cientistas políticos.
e) A leitura de O Príncipe, ...... muita gente até hoje se entrega, interessa a todos ...... se sintam envolvidos na ló-
gica da política.

07- “Mas o mundo globalizado também assiste a um ininterrupto e crescente sistema de produção...”.
O mesmo tipo de regência, tal como está empregado o verbo grifado acima, encontra-se na frase:

a) A sociedade mundial resultante do processo de padronização não tem propriamente uma cultura global a ela
vinculada, que possa distingui-la.
b) As práticas cotidianas dos povos, elementos de distinção entre eles, recebem novos ingredientes que maculam
a pureza cultural de cada nação.
c) Por haver predomínio de certos hábitos e comportamentos, é que o inglês se tornou uma espécie de língua
global.
d) Observa-se, atualmente, que tem havido mais consciência das diferenças e maior respeito pela especificidade
de cada um.
e) Muitos críticos do processo de globalização discordam de seus possíveis benefícios, comparando-os a situa-
ções perversas para pessoas e povos.

08- Está adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

a) A obsolescência e o anacronismo, atributos nos quais os americanos manifestam todo seu desprezo, passaram
a se enfeixar com a expressão dez de setembro.
b) O estado de psicose, ao qual imergiram tantos americanos, levou à adoção de medidas de segurança em cuja
radicalidade muitos recriminam.
c) A sensação de que o 11/9 foi um prólogo de algo ao qual ninguém se arrisca a pronunciar é um indício do
pasmo no qual foram tomados tantos americanos.
d) Não é à descrença, sentimento com que nos sentimos invadidos depois de uma tragédia, é na esperança que
queremos nos apegar.
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e) Fatos como os de 11/9, com que ninguém espera se deparar, são também lições terríveis, de cujo significado
não se deve esquecer.

GABARITO 01

01 02 03 04 05 06 07 08
A B D B B A E E

EXERCÍCIOS 02

(Cespe MPU 2010 Técnico) “O corte de 125 mil empregos em junho indica que a esperança de gradual retomada do
crescimento do mercado de trabalho no curto prazo era prematura e não deverá se concretizar. As razões para esse
estancamento encontram-se no comportamento do polo dinâmico da economia mundial, os países emergentes, cujo
desenvolvimento econômico começou a desacelerar — ainda que a partir de taxas exuberantes de expansão”.

01- No trecho “cujo desenvolvimento econômico (...) expansão”, identifica-se relação de causa e consequência en-
tre a construção sintática destacada com travessão e a oração que a antecede.

(Cespe MPU 2010 Técnico) “Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encon-
trados em uma rua escura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais criminosos causam são
minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho branco e trabalham para as
organizações mais poderosas”.

02- A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas se a oração “que possam ser encontrados em
uma rua escura da cidade” estivesse entre vírgulas.

(Cespe Banco do Brasil 2010) “A rede de atendimento aos “famintos de felicidade” tornou-se um negócio rendoso, e os
usuários, para mantê-la, exigem mais exploração dos que já são superexplorados. Quem vive permanentemente na infe-
licidade não pode olhar o outro como alguém com quem possa ou deva preocupar-se. O sentimento íntimo de quem
padece é de que o mundo lhe deve alguma coisa, e não de que ele deva qualquer coisa ao mundo”.

03- A substituição da preposição “com”, exigida pelo verbo “preocupar-se”, pela preposição “em” preservaria a coe-
rência do texto e o respeito às normas gramaticais.

(Cespe MPU 2010 Analista) “Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar a eficiência, a produtividade e a
competitividade nos processos gerenciais e nos produtos e serviços das organizações. Ou seja, é o fermento do
crescimento econômico e social de um país. Para isso, é preciso criatividade, capacidade de inventar e coragem para
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sair dos esquemas tradicionais. Inovador é o indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em situações
com as quais ele se defronta. É preciso uma atitude de abertura para as coisas novas, pois a novidade é catastrófica
para os mais céticos”.

04- O segmento “as quais” remete a “situações” e, por isso, admite a substituição pelo pronome “que”; no entanto,
nesse contexto, tal substituição provocaria ambiguidade.

(Cespe 2010 Ministério do Planejamento) “Naquele final de década de sessenta, no entanto, o jovem arquiteto interes-
sava-se menos por torres que escalavam os céus do que por estruturas abandonadas na periferia e por sistemas subter-
râneos da cidade. Em vez de construir, seu projeto era “cortar” edifícios ou “desfazer espaços”. Matta Clark interessava-
se pela situação paradoxal de um contexto urbano em que conviviam modernização e abandono”.

05- As relações gramaticais e textuais em que ocorre a expressão “em que” permitem sua substituição no texto, tanto
por “onde” como por “no qual”, sem se prejudicar a coerência e a correção do texto.

(Cespe 2011 Ministério das Comunicações) “Essa abordagem “objetal” levanta um problema específico no plano da
memória. Não seria ela fundamentalmente reflexiva, como nos inclina a pensar a prevalência da forma pronominal:
lembrar-se de alguma coisa é, de imediato, lembrar-se de si? Entretanto, insistimos em colocar a pergunta “o quê?”
antes da pergunta “quem?”, a despeito da tradição filosófica, cuja tendência foi fazer prevalecer o lado egológico da
experiência mnemônica”.

06- O pronome “cuja” introduz explicação acerca de “tradição filosófica”.

(Cespe 2011 Ministério das Comunicações) “As tecnologias digitais, segundo Pierre Lévy, “surgiram com a infraestrutu-
ra do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transação, mas também novo
mercado da informação e do conhecimento”. O ciberespaço abre caminhos para a cibercultura, pela qual a produção e a
disseminação de informações são pautadas pelo dispositivo de comunicação todos-todos”.

07- A expressão “pela qual” poderia ser corretamente substituída por “por que”, o que conferiria mais clareza ao
texto, já que evitaria repetição — “pela” ( da expressão “pela qual” ) e “pelo” (depois de “pautados”).

08- (TJ Rio de Janeiro 2012) “O restaurante Reis, ......... o poeta era assíduo frequentador, ficava no velho centro do
Rio”.
Preenche corretamente a lacuna da frase acima:

(A) de cujo.

(B) em que.

(C) o qual.

(D) no qual.

(E) de que.
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09- (TRE São Paulo 2012) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) A argumentação na qual se valeu o ministro baseava-se numa analogia em cuja pretendia confundir função técnica
com função política.

(B) As funções para cujo desempenho exige-se alta habilitação jamais caberão a quem se promova apenas pela aclama-
ção do voto.

(C) Para muitos, seria preferível uma escolha baseada no consenso do voto do que a promoção pelo mérito onde nem
todos confiam.

(D) A má reputação de que se imputa ao "assembleísmo" é análoga àquela em que se reveste a "meritocracia".

(E) A convicção de cuja não se afasta o autor do texto é a de que a adoção de um ou outro critério se faça segundo à
natureza do caso.

10- (TRT 11ª Região 2012) Está correto o emprego da expressão sublinhada em:

(A) Os dicionários são muito úteis, sobretudo para bem discriminarmos o sentido das palavras em cujas resida alguma
ambiguidade.

(B) O texto faz menção ao famoso caso das cotas, pelas quais muitos se contrapuseram por considerá-las discriminató-
rias.

(C) Por ocasião da defesa de políticas afirmativas , com as quais tantos aderiram, instaurou-se um caloroso debate pú-
blico.

(D) Um dicionário pode oferecer muitas surpresas, dessas em que não conta quem vê cada palavra como a expressão de
um único sentido.

(E) Esclarece-nos o texto as acepções da palavra discriminação, pela qual se expressam ações inteiramente divergentes.

GABARITO EXERCÍCIOS 02

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E E E E C C E E B E

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05. Crase

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Alta. Raras são as provas que não trazem, direta ou indiretamente, uma
questão sobre o tema Crase. Por isso, prepare-se.

DICA: Lembre-se de que Crase tem tudo a ver com Regência. Ou seja, olho atento no dicionário e nas regências
que nós denominamos de clássicas. De todas as organizadoras, o CESPE é a que, de maneira mais reflexiva e inteligente,
cobra esse assunto. Nessa organizadora, o texto é profundamente decisivo. Às vezes, só pela leitura dá para julgar, de
maneira coerente, uma questão do CESPE.

DICA DE ESTUDO: Procure não se agarrar, devotamente, aos famosos e velhos “bizus” sobre o tema. Pouca gen-
te fala isso, mas “bizus” também falham. Um “bizu” é apenas uma dica, ele não concentra todo o assunto. Portanto, use
“bizus” com muita parcimônia.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, a possibilidade é razoável; para nível médio, no má-
ximo, uma (isso numa prova de 15 a 20 questões); e para nível superior a possibilidade sobe para duas questões, e o
grau de dificuldade é bem maior do que do médio.

STATUS: Em sala e com o professor.

CRASE

O uso do acento grave é, às vezes, produto da fusão


de duas vogais idênticas; em outras, seu uso é
motivado, simplesmente, pelo contexto.

Logo, pode-se justificar crase por duas razões:

a) Sintática (textual): a + a = à (fusão)


b) Semântica (contextual): à (acento diferencial)

1ª CONDIÇÃO: Regra do ANTES E DO DEPOIS.

ANTES DEPOIS
VTI a + a Substantivo feminino
VTDI a + a Aquilo/ Aquele(a)(s).

Como assim?

ANTES DEPOIS
Vti/Vtdi A a Subs. Fem.
Vti/Vtdi A a -quilo
Vti/Vtdi A a -quele
Vti/Vtdi A a -queles
Vti/Vtdi A a -quela
Vti/Vtdi A a -quelas
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Ou seja, ocorrerá crase sempre que a fonte servidora de preposição for um VTI ou um VTDI, desde que exista um subs-
tantivo feminino ou um pronome demonstrativo que seja iniciado por “a”.

Exemplos:

- Aquele fato aludia a + a noção de trabalho.

- Esse documentário interessa a + a autoridade que veio aqui pela manhã.

- O jornalista visa a + a integridade de suas fontes.

- A juíza recorreu a + a documentação antiga.

- O antigo ministro assistiu a + a cerimônia de posse do governo.

- Esse documento diz a + a comunidade acadêmica as verdades mais sórdidas.

- Convém a + aquela aluna resolver os seus problemas. ( aaquela = àquela)

- Ela não disse nada a + aqueles professores. (aaqueles = àqueles)

- O jovem refere-se a + aquilo que mencionamos ontem. (aaquilo = àquilo)

- Esse assunto interessa a + aquelas mulheres da TV. (aaquelas = àquelas).

Justificativas possíveis para os casos de crase acima:

● A existência de crase se dá porque o termo regente (verbo) fornece a preposição “a” e o substantivo feminino dispo-
nibiliza o artigo definido “a”.

● O fato de o verbo ser transiƟvo direto e indireto moƟva presença da preposição “a”, e o artigo “a” é produto do subs-
tantivo feminino.

● A regência do verbo exige a preposição e o substantivo feminino provém o artigo.

Mas quando não vai ocorrer crase?

Resposta: sempre que uma das fontes fornecedoras de “a” falhar. Abaixo, o ANTES falha. Veja:

Exemplos:

- O livro interpreta Ø + a vida do poeta brasileiro.

- Esses assuntos não trazem Ø + a verdade ao provo.

- O jovem leu Ø + a bíblia sagrada.

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- A polícia prendeu Ø + a traficantes mexicanas.

- Ele não elaborou Ø + a tarefas do dia.

- O povo viu Ø + a cena e se calou.

E quando o DEPOIS falha? Sempre que houver o seguinte:

a) Quando os substantivos femininos “casa” e “terra” (sentido de bordo) aparecerem SEM especificações.

Exemplos:

- Pedro não voltou a + Ø casa.

- Meu amigo nunca foi a + Ø casa.

- Depois de dias, o jangadeiro voltou a + Ø terra.

- Aquele barco não irá a + Ø terra.

b) Mas, se os substantivos femininos “casa” e “terra” (sentido de bordo) aparecerem COM especificações, HAVERÁ
crase.

- Pedro não voltou a + a casa do irmão. (à)

- Meu amigo nunca foi a + a casa da sogra. (à)

- Depois de dias, o jangadeiro voltou a + a terra de seus filhos. (à)

- Aquele barco não irá a + a terra do sol. (à)

c) PORÉM, se os substantivos femininos “casa” e “terra” (sentido de bordo) surgirem COM especificações, mas
SEM VTI ou VTDI. NÃO haverá crase.

- Meu amigo conheceu Ø + a casa da namorada.

- Já pintei Ø + a casa do meu pai duas vezes.

- O náufrago avistou Ø + a terra da carne do sol.

- Os marinheiros mapearam Ø + a terra dos ingleses.

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O DEPOIS falha também quando:

a) o substantivo feminino estiver no plural, e a preposição “a” surgir sozinha, NÃO haverá crase.

- Aquele fato aludia a Ø noções de trabalho.

- Esse documentário interessa a Ø autoridades que vieram aqui pela manhã.

- As festas do fim do ano obstam a Ø mobilidades urbanas.

- O jornalista visa a Ø integridades de suas fontes.

- A juíza recorreu a Ø documentações antigas.

- As novidades referiam-se a Ø propostas do governo.

Obs.: Note o profundo tom genérico que toma conta das frases acima. Esse tom ocorre por conta da ausência do arti-
go definido “as”. Sem artigo definido, tudo fica em aberto.

b) o paralelismo sintático não exigir do substantivo feminino o artigo (situação muito rara):

Exemplos:

- O turista foi a parques, tomou sorvete, fotografou montanhas, bebeu cerveja e se dedicou a noitada.

Ou seja,

- O turista foi a Ø parques, tomou Ø sorvete, fotografou Ø montanhas, bebeu Ø cerveja e se dedicou a Ø noitada.

Ou seja,

- O turista foi aos parques, tomou o sorvete, fotografou as montanhas, bebeu a cerveja e se dedicou à noitada.

CASOS FACULTATIVOS

1 . Antes de pronomes possessivos femininos:

Ex.: Ele disse tudo a minha amiga. (à minha amiga)

Ex.: Convém à tua família enfrentar esse problema. (a tua)

Ex.: Ele disse tudo à minha professora e à tua mãe. (a minha / a tua).

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PORÉM, há um caso de obrigatoriedade:

Ex.: O tresloucado diretor não obedeceu à minha orientação, nem à tua. (A última evidência é obrigatória, pois
o substantivo “orientação” não está explícito).

2. Antes de nomes próprios femininos:

Ex.: O porteiro comunicou o ocorrido a Patrícia. (à Patrícia)

Obs.: se a mulher for famosa, não ocorre crase.

- O jornal se referia a Rachel de Queiroz.

3. Depois da preposição ATÉ.

Ex.: O turista inglês irá até a barraca dos peixes. (até à barraca dos peixes)

Cuidado: para que sejam facultativos, não basta que apenas existam pronomes possessivos femininos, nomes
próprios femininos ou presença de preposição “até”. Se não houver verbos ou nomes que rejam preposição
“a”, é mesmo que nada. Veja:

1- O vento arrastava até as mesas pesadas. (Não é possível usar crase, pois “arrastar” é VTD)

2- O garoto paquerou a Ana Lúcia. (Não é possível usar crase, pois “paquerar” é VTD)

3- O arquiteto projetou a minha varanda com perfeição. (Não é possível usar crase, pois “projetar” é VTD).

CONCLUSÕES INEVITÁVEIS

01- Sem preposição (advinda de verbo) é impossível pensar em crase.

02- Presença de VTD quer dizer ausência de crase.

03- Mesmo que as palavras “aquilo”, “aquele” e “aqueles” sejam masculinas, elas permitem a possibilidade de crase
porque já têm um “a” iniciando sua estrutura.

04- Se você vir um “a” e, imediatamente a ele, um substantivo feminino no plural, não haverá crase.

2ª CONDIÇÃO: Regra do ANTES E DO DEPOIS nas orações adjetivas.

- O livro de que ela gosta traz cenas fortes.

- O livro do qual ela gosta traz cenas fortes.

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Portanto,

- As cenas a + as quais eu assisto no meu trabalho são sempre difíceis.


(Veja que o “a” depois de “cenas” advém do verbo “assistir”, e o artigo “as” (antes de “quais”) advém do pronome rela-
tivo “que”, o qual se refere ao substantivo feminino “cenas”).

Então: As cenas às quais eu assisto no meu trabalho são sempre difíceis.


Cuidado!
As cenas a que eu assisto no meu trabalho são sempre difíceis. (SEM CRASE)

Exemplo 02

- A ameaça a + a qual ela se referiu foi gravíssima.


(Aqui ocorre o mesmo que no exemplo anterior, só mudam as palavras).
Então: A ameaça à qual ela se referiu foi gravíssima.
Cuidado!
- A ameaça a que ela se referiu foi gravíssima. (SEM CRASE).

Exemplo 03

- A festa a + a qual fui neste fim de semana trouxe-me muitos problemas.


(Aqui ocorre o mesmo que no exemplo anterior, só mudam as palavras).
Então: A festa à qual fui neste fim de semana trouxe-me muitos problemas.
Cuidado!
- A festa a que fui trouxe-me muitos problemas. (SEM CRASE).

3ª CONDIÇÃO: Quando o ANTES não é mais um verbo, mas sim um NOME.

ANTES DEPOIS
Nome a A Subs. Fem.
Nome a A -quilo
Nome a A -quele
Nome a A -queles
Nome a A -quela
Nome a A -quelas

Nomes: substantivos, adjetivos e advérbios.

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⇒ O aluno estava muito atento a + a aula de legislação. (à aula)


⇒A dedicação a + a vida religiosa trouxe-lhe paz. (à vida)
⇒ Sua reação foi desproporcional a + aquilo que aconteceu. (àquilo)
⇒ Era contrário a + o plano do governo. (ao plano)
⇒ A decisão do congresso é favorável a + aquele deputado corrupto. (àquele).

Obs.: Veja que as palavras fornecedoras de preposição não são mais os verbos, e sim os NOMES.

CASO ESPECIAL

Suposto caso de crase antes de “QUE” e de “DE”.

Exemplo 01:
⇒ A peça de teatro que vi na semana passada é semelhante à que Joana comentou.
⇒ A peça de teatro que vi na semana passada é semelhante à Ø que Joana comentou.

Logo, Ø = peça.

Exemplo 02:
⇒ Suas palavras se comparam às de Carlos Drummond.
⇒ Suas palavras se comparam às Ø de Carlos Drummond.
Logo, Ø = palavras.
às = àquelas.

Exemplo 03:
⇒ Muitas das reivindicações dos sindicatos trabalhistas são semelhantes às da classe patronal.
⇒ Muitas das reivindicações dos sindicatos trabalhistas são semelhantes às Ø da classe patronal.

Logo, Ø = reivindicações.

às = àquelas.

4ª CONDIÇÃO.1

Acento grave em uso Presença de locução adverbial, adjetiva, prepositiva ou conjunti-


diferencial. va femininas.

1
Muita atenção porque aqui surge mais uma divergência entre os gramáticos: para Evanildo Bechara, Celso Cunha, Lindley Cintra e Marcelo Rosenthal “locuções
adverbiais femininas regidas de preposição A, por motivo de clareza, devem ocorrer com acento grave”. Essa afirmação foi retirada de Gramática para concursos,
página 375. Fiz essa referência porque existem muitos gramáticos que “inventam” exceções. Dizem, por exemplo, que locuções adverbiais que indicam noção de
instrumento não recebem crase. Veja os exemplos: “Ele escreveu a carta a mão”. Ou “O bandido foi morto a faca pelo comparsa”. Tais gramáticos acreditam que a
crase é desnecessária, uma vez que o entendimento da frase não é comprometido. Nem Sempre: se eu escrevo “Trancou a casa à chave”, entendo que alguém trancou a
casa usando a chave; mas se escrevo “Trancou a casa a chave” posso entender tão-só que a chave trancou a casa. Portanto, não são iguais os sentidos.
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Obs.: Lembre-se de que, nos casos que vamos investigar agora, levar em conta o contexto é fundamental.

1º Momento: é de tradição acentuar o "a" nas locuções femininas para evitar ambiguidades na frase. Veja-
mos:

1- A artista fotografou à noite. (no turno da noite)

2- A artista fotografou a noite. (tirou fotos da noite, da lua, das nuvens etc.)

3- O homem cheirava a gasolina. (inalava a gasolina)

4- O homem cheirava à gasolina. (tinha cheiro de gasolina)

7- Ele matou a fome. (saciou-se)

8- Não se mata à fome. (modo como não se deve matar alguém: à míngua, sem comida)

2º Momento: usa-se acento indicativo de crase nas indicações de hora, quando houver precisão (exatidão).

1- Ele saiu de Londrina às 14 horas. (Precisa)

2- Ele deixou Fortaleza à uma hora . (Precisa)

3- Nós sairemos daqui a duas horas. (Imprecisa)

4- A qualquer hora pode ocorrer um assalto. (Imprecisa)

5- Ele estuda de três a seis horas por dia. (Imprecisa)

6- Ele estuda das três às seis horas todos os dias. (Precisa)

3º Momento: usa-se acento indicativo de crase em expressões semanticamente específicas.

1- O casal deixou o prédio às escondidas.

2- Depois da conversa, tudo ficou às claras.

3- O restaurante estava às moscas.

4- O jovem estava à procura de emprego.

5- À medida que se envolvia com pessoas incautas, começava a ter problemas na família.

6- À proporção que fazia exercícios, emagrecia deveras.

7- Ele estava à beira de um ataque de nervos.

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4º Momento: Contudo, tenha cuidado:

1- Ele não informou a medida que seria usada de sal.

Obs.: Aqui não ocorre presença de acento indicativo, pois não temos mais uma expressão, mas sim apenas subs-
tantivo antecedido de artigo “a”.

5º Momento: não se emprega acento grave em expressões adverbiais cuja primeira palavra for masculina.

1- Ele sempre mata a sangue-frio.

2- O quarto cheirava a óleo de cozinha.

3- Ando muito a pé.

4- Use sal e pimenta a gosto.

5- O quarto cheirava a vômito.

Exemplos de outras expressões que podem receber, quando o contexto for favorável, o acento indicativo de
crase apoiados na 4ª possibilidade.

à tarde, à chave, à noite,


à escuta, à direita, à deriva,
às claras, às avessas, às escondidas
às moscas, à toa, à revelia
à beça, à luz, à esquerda
à larga, às vezes, às ordens
às ocultas, às turras, à beira de
à sombra de, à exceção de, à força de
à frente de, à imitação de, à procura de,
à semelhança de, à proporção que, à medida que

LEMBRETES FINAIS SOBRE CRASE

1- Nunca ocorre acento indicativo de crase antes de verbos.

- Ele saiu a procurar um novo emprego.

2- Não ocorre acento indicativo de crase antes de pronomes pessoais, demonstrativos, indefinidos, e pronomes
de tratamento iniciados por Vossa.

- Refiro-me a ti.
- Dirigi-me a ela.
- Apresento-o a você.
- Venha a nós o Vosso Reino.
- Respondo a Vossa Senhoria.
- Não me referi a esta carta.
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- Direi a qualquer pessoa.

Obs.: Senhora, Senhorita, Dona e Madame são substantivos e não pronomes de tratamento; logo, permitem o uso de
crase.

3- Diante de “distância” só haverá a possibilidade de crase se estiver especificada.

- Eles ainda se viam a distância.


- Eles ainda se viam à distância de 1 km.

4- Quando estiver subentendida a expressão “à moda de” antes de um substantivo masculino, há crase.
- Fiz uma maminha à Alex Atala.

- Ele se veste à Augustinho Carrara.

5- Entre palavras repetidas, componentes de expressões, nunca há crase.

- Eles iam se apaixonando dia a dia.

- Analisou gota a gota o remédio.

6- Mas, cuidado: no exemplo a seguir não há expressão de palavras repetidas:

- O pai deu mais vida à vida de seus filhos.

RESUMÃO DE CRASE

1º) SOMENTE TRÊS categorias de palavras podem fornecer preposição, a saber:

- VTI;
- VTDI;
- NOME (substantivos, adjetivos, advérbios).

2º) SOMENTE TRÊS categorias de palavras fornecem artigos femininos, a saber:

- substantivos;
- pronomes demonstrativos;
- pronomes relativos.

3º) SOMENTE TRÊS palavras femininas estão impedidas de crase (caso não estejam especificadas), a saber:

- casa;
- terra;
- distância.

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4º) SOMENTE TRÊS palavras masculinas aceitam crase, a saber:

- aquilo;
- aquele;
- aqueles.

5º) SOMENTE TRÊS condições permitem a facultatividade, a saber:

- antes de pronomes possessivos femininos;


- antes de nomes próprios femininos;
- depois da preposição ATÉ.

EXERCÍCIOS 01

01- CEPSE: “O desinteresse pela política e a descrença no voto são registrados como mera “escolha”, sequer como de-
sobediência civil ou protesto. A consagração da alienação política como um direito legal interessa aos conservadores,
reduz o peso da soberania popular e desconstitui o sufrágio como universal”.

( ) Ao se substituir o trecho "aos conservadores" por à parcela inovadora da sociedade, o uso do acento indicativo de
crase será obrigatório.

02- ESAF: Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A iniciativa do governo federal em conjunto com o Movimento Nacional pela Cida-
dania e Solidariedade e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) vai selecionar e dar visibilidade
__1___ experiências em todo o país que estão contribuindo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM), como __2__ erradicação da extrema pobreza e __3__ redução da mortalidade infantil. Os ODM fazem
parte de um compromisso assumido, perante __4__ Organização das Nações Unidas, por 189 países de cumprir __5__
18 metas sociais até o ano de 2015.

(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390, Brasí-
lia, 06 de janeiro de 2006)

a) a – à – à –a – às
b) as – a – a –à – as
c) às – à – a –à – às
d) a – a – a –a – as
e) a – a – a –à – às

03- CESGRANRIO: O item em que há crase é:

a) Responda a todas as perguntas.


b) Avise a moça que chegou a encomenda.
c) Volte sempre a esta casa.
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d) Dirija-se a qualquer caixa.


e) Entregue o pedido a alguém na portaria.

04- CESPE: “O Decreto n.º 3.298/1999 considera apoios especiais a orientação, a supervisão e as ajudas técnicas que
auxiliem ou permitam compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa com
deficiência. Adaptar provas é tornar acessível o seu conteúdo, que é o mesmo para todos os candidatos, de tal forma
que o candidato com deficiência possa se apropriar do inteiro teor das questões formuladas e, ao mesmo tempo, ter
condições de proceder à resposta à formulação”.

( ) O emprego do sinal indicativo de crase, nas duas ocorrências, em “ter condições de proceder à resposta à formula-
ção”, justifica-se pela regência de “proceder”, que exige emprego de preposição “a”, e da presença de artigo definido
feminino precedendo os substantivos “resposta” e “formulação”.

05- FCC: Opção que preenche corretamente as lacunas: “O gerente dirigiu-se ....... sua sala e pôs-se ....... falar ....... todas
as pessoas convocadas”.

a) à, à, à
b) a, à, à
c) à, a, a
d) a, a, à
e) à, a, à

06- CESPE: “Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente frágeis os limites
que separavam o público do privado, assiste-se hoje a uma nova tendência de politização e visibilidade do privado, com
a estruturação de novas relações familiares, bem como à privatização do público”.

( ) O uso do sinal indicativo da crase em "à privatização" mostra que o conectivo "bem como" introduz um segundo
complemento ao verbo assistir.

DICA: “Conquanto” é conjunção concessiva, mesma coisa que “Embora”.

GABARITO

01 02 03 04 05 06
V D B F C V

EXERCÍCIOS 02

01- Qual das alternativas completa corretamente os espaços vazios?

I- "Ele não quis reconhecer, mas preferia esta vida insossa em casa humilde.......... outra de barão”.

II- "Habituara-se ....... boa vida, tendo de tudo, regalada."

III- "Os adultos são gente crescida que vive sempre dizendo pra gente fazer isso e não fazer ....... ."

a) àquela, aquela, aquilo


b) do que àquela, àquela, àquilo
c) àquela, àquela, aquilo
d) aquela, àquela, aquilo
e) do que aquela, aquela, aquilo

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02- Assinale a opção incorreta com relação ao emprego do acento indicativo de crase:

a) O pesquisador deu maior atenção àquela cidade menos privilegiada.


b) Este resultado estatístico complementa àquela opinião exposta.
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu àquela entrevista.
d) A verba aprovada destina-se somente àquelas cidades interioranas.
e) Ele não costuma se referir àquilo que aconteceu no passado.

03- Analise as sentenças abaixo e, depois, faça o que se pede:

1- Quero agradecer àquela advogada a atenção dispensada.


2- Refiro-me aquilo que houve na aula passada.
3- Não dei importância àquilo que foi mencionado pelo André.
4- Foi ele quem escreveu àquele e-mail.
5- O jornal anunciou aquela notícia que todos esperavam.
Estão corretos, segundo a norma culta, os itens:

a) 1, 2 e 3 somente.
b) 1, 3 e 5 somente.
c) 1, 3 e 4 somente.
d) Somente 1.
e) Somente 3.

PADRÃO CESPE: “Segundo preceituam diversos documentos bioéticos, éticos e, em alguns países, até normas legais,
qualquer voluntário tem que ser informado sobre os possíveis riscos que a experiência, à qual será submetido, poderá
acarretar, para somente depois dar seu aceite; porém, se considerarmos o desnivelamento sócio-educacional da popu-
lação, veremos que é no mínimo dúbia a plena capacidade de entendimento dos voluntários sobre a experiência à qual
será submetido”.

04- A ocorrência de crase em à qual (nas duas evidências) ocorre pelas seguintes razões: primeiro, a estrutura será
submetido é fornecedora de preposição A; e, segundo, o pronome relativo a qual, cuja referência é feita à palavra expe-
riência, disponibiliza o artigo A em sua composição original.

05- Ainda sobre a ocorrência de crase do texto acima, é correto afirmar que, caso substituíssemos o conjunto à qual
(também nas duas possibilidades) por à que os sentido bem como a correção gramatical seriam mantidos.

GABARITO

1 2 3 4 5
C B B V F

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EXERCÍCIOS 03

01- CESPE: “A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), deve
assumir a missão de centralizar, processar e distribuir dados e informações estratégicas para municiar os órgãos policiais
(federais, estaduais e municipais) nas ações de combate ao crime organizado. Além disso, a ABIN é responsável por
manter contato com os serviços de inteligência parceiros, para favorecer a troca de informações e a cooperação multila-
teral”.

( ) A substituição da expressão "ao crime organizado" por à criminalidade alteraria o sentido original do texto, mas
não prejudicaria a correção gramatical do período.

02- CESPE: “Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços de inteligência exigem a criação de
mecanismos eficientes de vigilância e de avaliação desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes”.

( ) O uso do sinal indicativo de crase no trecho "os dilemas inerentes à convivência" não é obrigatório.

03- CESPE: “A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por seus produtos provavel-
mente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da América
durante uma década inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes
do que essas”.

( ) No segmento "quanto as destruídas" o emprego do acento grave é facultativo, visto que o termo "quanto" rege
complemento com ou sem a preposição “a”.

04- CESPE: “Essa análise permite, ainda, abordar um outro ponto: a caracterização dos grupos em função de sua repre-
sentação social. Isto quer dizer que é possível definir os contornos de um grupo, ou, ainda, distinguir um grupo de outro
pelo estudo das representações partilhadas por seus membros sobre um dado objeto social. Graças a essa reciprocidade
entre uma coletividade e sua teoria, esta é um atributo fundamental na definição de um grupo”.

( ) Já que a estrutura sintática exige a preposição “a”, a ausência de sinal indicativo da crase em "a essa reciproci-
dade" mostra que, por causa da presença do pronome demonstrativo "essa", o artigo não é aí usado.

05- FCC: Leia atentamente as orações abaixo e, em seguida, faça o que se pede:

I - Em relação a renda familiar, o emprego intensivo de mão-de-obra não é a melhor solução.


II - Desde a última década, sinistros presságios atormentavam-lhe a mente.
III - Os investidores americanos, habituados à lentidão do ritmo inflacionário, conseguem acumular fortuna.

De acordo com a norma culta:

a) todos os períodos estão corretos


b) nenhum dos três períodos está correto
c) estão corretos os períodos I e II
d) estão corretos os períodos II e III
e) somente o período III está correto

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06- CESGRANRIO: Na frase: "O pacote econômico tende a satisfazer as exigências do mercado", substituindo-se satisfa-
zer por satisfação, tem-se a forma correta:

a) tende à satisfação as exigências do mercado.


b) tende a satisfação das exigências do mercado.
c) tende a satisfação das exigências ao mercado.
d) tende a satisfação às exigências do mercado.
e) tende à satisfação das exigências do mercado.

07- FCC: “Uma floresta secundária apresenta, segundo estudo recente, biodiversidade semelhante ...... da floresta origi-
nal, embora haja especialistas que contestam o fato de que as matas de segunda geração evoluam de modo ...... garan-
tir as condições ideais de sobrevivência ...... cada uma das espécies”.

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por

a) a - à - à

b) à - a - à

c) à - a - a

d) a - à - a

e) à - à - a

Obs.: O detalhe dessa questão é lembrar que crase pode ocorrer em palavras elididas (ou seja, apagadas).

08- FCC: Os objetivos ...... que se propunham os idealizadores da Declaração dos Direitos Humanos referiam-se ...... cria-
ção de situações favoráveis de vida ...... mais diversas populações do planeta.

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por:,,,,

a) a - a - às

b) à - à – as

c) à - à – às

d) à - a - as

e) a - à – às

Obs.: Lembre-se de que adjetivos não neutralizam crase. Tipo: “Eu fui à mais antiga praia da cidade”.

09- FCC: Justificam-se ambas as ocorrências do sinal de crase em:


a
(A) Na entrevista que concedeu à TV, a juíza recorreu à uma frase de Disraeli.

(B) A frase à que se reportou a juíza diz respeito à distinções éticas.

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(C) Faltam audácia e iniciativa à quem deveria propor-se às ações afirmativas.

(D) Não se abra àqueles inescrupulosos o campo favorável à impunidade.

(E) A comunidade dos justos assiste à obrigação de dar combate à tal ousadia.

Obs.: O detalhe dessa questão baseia-se no fato de que “tal” é um pronome indefinido. Não ocorre crase diante de pro-
nomes indefinidos.

10- ESAF: Marque o item que preenche de forma correta as lacunas do texto seguinte:

“Institucionalizada ___ partir das lutas antiabsolutistas, no século 18, e da expansão dos movimentos constitucionalis-
tas, no século 19, ___ democracia representativa foi consolidada ao longo de um processo histórico marcado pelo reco-
nhecimento de três gerações de direitos humanos: os relativos ___ cidadania civil e política, os relativos ___ cidadania
social e econômica e os relativos ___ cidadania "pós-material", que se caracterizam pelo direito ___ qualidade de vida,
___ um meio ambiente saudável, ___ tutela dos interesses difusos e ao reconhecimento da diferença e da subjetivida-
de”.

(Baseado em Mário Antônio Lobato de Paiva em www.ambitojurídico.com.br)

a) a, à, à, a, à, à, a, a
b) a, a, à, à, à, à, a, à
c) à, a, a, à, à, a, a, à
d) à, a, a, à, à, à, a, à
e) a, à, à, a, à, à, a, à

Obs.: Uma boa leitura, entendendo o conjunto das ideias, resolve suas dúvidas.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
V F F V D E C E D B

EXERCÍCIOS 04

01- CESPE: “E, enquanto os latifúndios de mais de mil hectares ─ 3% do total das propriedades rurais do Brasil ─ ocu-
pam 57% agriculturáveis, 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera de chão para plantar”.

( ) O emprego do sinal indicativo de crase na expressão "à espera" é obrigatório; portanto, sua retirada acarretaria
prejuízo ao sentido do texto.

Obs.: Mesmo que você não perceba, quando se retira acendo grave de expressões como “à vontade” ou “às vezes” os
sentidos serão alterados ou danificados.

02. Assinale a opção em que o A sublinhado nas duas frases deve receber acento grave indicativo de crase:

a) Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar em voz alta.


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b) Pedimos silêncio a todos. Pouco a pouco, a praça central se esvaziava.


c) Esta música foi dedicada a ela. / Os romeiros chegaram a Bahia.
d) Saiu, às escondidas, da casa do amigo. / O carro entrou a direita da rua.
e) Todos a aplaudiram. / Escreva a redação a tinta.

Obs.: Aqui você usar aquela conhecida dica:

Quem volta DE Não há crase


Quem volta DA Há crase

03- Observe as alternativas e assinale a que não contiver erro em relação à crase:

a) Rabiscava todos os seus textos à lápis para depois escrevê-los à máquina.


b) Sem dúvida que, com novos óculos, ele veria a distância do perigo, aquela hora do dia.
c) Referia-se com ternura ao menino, afeto às meninas e, com respeito, a várias pessoas menos íntimas.
d) Àquela distância, os carros só poderiam bater; não obedeceram as regras do trânsito.
e) Fui à Maceió provar um sururu à região.

04- Assinale a frase gramaticalmente correta:

a) O papa caminhava à passo firme.


b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.
c) Chegou à noite, precisamente as 10 horas.
d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas.
e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.

Obs.: Note que, no último item, há presença de paralelismo sintático.

05- De acordo com a norma padrão culta, a única frase incorreta é:

a) Partirei daqui à uma hora.


b) O teste visa à esta qualidade do produto.
c) Ele vive à margem da comunidade.
d) O funcionário foi chamado às pressas pelo diretor.
e) Deixou a cidade à procura de um ideal.

06- O acento grave, indicador de crase, está empregado incorretamente em:

a) Tal lei se aplica, necessariamente, à mulheres de índole violenta.


b) As novelas, às quais assisti, problematizam a questão da droga.
c) Entregou as chaves da loja àquele senhor que nos desacatou na praça.
d) O delegado disse ao prefeito e aos vereadores que estava à procura dos foragidos.
e) O bom atendimento às pessoas pobres deve ser prioridade da nova administração.

Obs.: Se você vir uma “a” e, depois, uma palavra feminina no plural, nunca haverá crase. Lembre-se!

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07- Assinale a frase que pode ser completada por Há - a - à, nessa ordem:

a) ....... tempos não ....... via, mas sempre estive ....... espera de um encontro.
b) Aqui, ....... beira do rio, ....... muitos anos, existiu ....... casa-grande do engenho.
c) Em resposta ....... essa solicitação, só posso dizer que não ....... vaga ........ disposição.
d) Fiz ver, ....... quem de direito, que não ....... possibilidades de atender ....... solicitação.
e) ....... esperança de obtermos, ....... custa de muito empenho, ....... vaga de segurança.

Obs.: “Haver” pode assumir valor de “existir” e de “fazer”, indicando tempo decorrido (ou seja, tempo passado).

08- O uso da crase está incorreto está em:

a) Chegaram a argumentar cara à cara que não aceitariam sugestões.


b) Já demos nossa contribuição à associação beneficente do bairro.
c) À custa de sacrifício, os estudantes conseguiram ser aprovados.
d) Transmita àqueles jovens nossa mensagem de esperança no futuro.
e) Esta construção é igual à que meu primo construiu na periferia.

09- Preencha a sequência da melhor forma possível. “O fenômeno ....... que aludi é visível ....... noite e ....... olho nu”.

a) a - a - a
b) a - à - à
c) a - à - a
d) à - a - à
e) à - à – a

10- Assinalar a alternativa em que está correto o uso da crase:

a) Tenho um carro à álcool e outro à gasolina.


b) Os turistas ficaram um bom tempo à contemplar a praia.
c) Escreva sempre à tinta, nunca à lápis.
d) Andávamos às escuras, à procura dos índios.
e) Aquela expedição esteve à andar pelas selvas durante muito tempo.

11- Assinale a frase na qual a palavra não deve receber o acento indicativo de crase:

a) Os apelos a internacionalização da Amazônia ganham contornos de avalanche.


b) Toda manhã, a qualquer hora, depois de ler o jornal do dia, fico pensando na vida.
c) Aquela hora morta da madrugada, todos estavam recolhidos ao leito.
d) Muitas das reivindicações dos sindicatos trabalhistas são semelhantes as da classe patronal.
e) Os petroleiros apresentaram ao Ministro uma pauta de reivindicações igual a que haviam divulgado no ano an-
terior.

Obs.: Note que, antes de “da” (item d) e “que” (item e) notam-se as respectivas palavras subentendidas “reivindicações”
e “pauta” (ambas femininas).

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11
V D C D B A A A C D B
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Exercícios 05

01- CESPE: “A tintura do alecrim-pimenta é um medicamento fitoterápico, ou seja, produzido exclusivamente de maté-
ria-prima ativa vegetal. O líquido, obtido após a maceração das folhas e o descanso em uma solução com álcool, é indi-
cado para muitas aflições”.

( ) A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho "após a maceração" fosse empregado acento indica-
tivo de crase, dado que a expressão nominal está antecedida da palavra "após", a qual faculta o uso desse acento.

02- CESPE: “Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços de inteligência exigem a criação de
mecanismos eficientes de vigilância e de avaliação desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes”.

( ) O uso do sinal indicativo de crase no trecho "os dilemas inerentes à convivência" não é obrigatório.

03- PADRÃO CESPE: “Em dezembro de 2010, no auge da perseguição ao Wikileaks, os EUA conseguiram tirá-lo do ar. O
site acabou voltando, mas, motivado por esse episódio, um grupo de hackers e piratas quer tomar uma medida radical:
criar uma rede alternativa, que seria imune às autoridades. O projeto é encabeçado pelo sueco Peter Sunde, que tem
motivos para isso - é dono do site Pirate Bay, que vive na mira da polícia”.

Revista Superinteressante (Com adaptações)

► Com relação às estruturas linguísticas, assinale a opção correta.

a) Uma maneira correta de reescrever a estrutura “...quer tomar uma medida radical:...” seria da seguinte forma:
“...quer tomar à medida radical de...”.

b) A ocorrência de crase na estrutura “às autoridades” é, conforme as regras gramaticais, facultativa e, por isso, poderí-
amos escrevê-la assim: “a autoridades”.

c) A ocorrência de crase em “às autoridades” é obrigatória porque a estrutura verbal reclama a presença de preposição
e “autoridades” é substantivo feminino que aceita artigo “as”.

d) Caso substituíssemos a expressão “na mira da polícia” por “à mercê da polícia”, as regras gramaticais seriam respei-
tadas bem como os sentidos originais seriam preservados.

e) Embora os sentidos fossem levemente alterados (sem que houvesse prejuízo ao texto), seria correto gramaticalmente
escrever “a autoridades” no lugar de “às autoridades”.

Obs.: Volte aos casos facultativos e confirme quais elementos gramaticais permitem uso ou não de crase.

04- PADRÃO CESPE: “Segundo o inglês Jack Challoner, autor de diversos livros sobre história da ciência, entre eles 1.001
invenções que mudaram o mundo (Sextante), recém-lançado no Brasil, embora toda invenção tenha a sua importância,
algumas mudaram mais os rumos do mundo por serem essenciais em momentos específicos. “Se você estiver no ba-
nheiro e precisa se limpar, o motor a vapor ou a roda não tem a mínima importância. Naquele momento, a maior inven-
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ção do mundo é o papel higiênico, algo bem mais simples”, exemplifica o escritor em entrevista ao Correio.

A análise de Challoner mostra que não é porque algo foi criado há muito tempo e seu uso acabou extremamente banali-
zado que ele deixa de ser importante. A cola, ele lembra, foi desenvolvida pelos egípcios há cerca de 6 mil anos.
(...)
As primeiras versões, feitas à base de cera de abelha, serviam para colar as tábuas dos barcos. “Os humanos inventam
coisas há milhares de anos, e as espécies anteriores ao homem, há mais tempo ainda. Mesmo assim, ao pensarmos em
invenções, logo imaginamos realizações do último século”, afirma Challoner. “Isso acontece porque o mundo muda mui-
to mais rápido do que antes. As novas invenções chamam mais a atenção do que aquilo que foi feito há séculos”, com-
pleta”.

Correio Braziliense (Com adaptações)

►Com relação às estruturas linguísticas, assinale a opção correta.

a) O uso de acento indicado de crase em “a”, antes de “sua” é facultativo, já que existe a presença de pronome posses-
sivo feminino.

b) As expressões “a vapor” e “a roda” não recebem acento indicador de crase por tratarem de expressões gramaticais
cuja classificação é igual à que surge na frase a seguir: “O petroleiro cheirava a gás”.

c) O uso de acento grave na expressão “à base de” justifica-se pela mesma razão que ocorre tal fenômeno na sentença a
seguir: “Aquela criança está à margem da civilidade humana”.

d) O verbo “há”, depois de “coisas”, poderia ser substituído por “à cerca de” sem que a correção gramatical bem como
os sentidos textuais fossem comprometidos.

e) O uso de crase em “a” (último período) é facultativo.

Obs.: Adjuntos adverbiais (que se relacionam com verbos, adjetivos e até advérbios) são diferentes de adjuntos adno-
minais (que se relacionam com substantivos).

GABARITO

01 02 03 04
F F E C

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06. Termos da oração

Para um concurseiro, entender os termos da oração é fundamental. Eles são decisivos para o entendimento das rela-
ções sintáticas e, muitas vezes, influenciam até na intepretação dos enunciados.
As bancas gostam de pedir o seguinte em relação aos termos da oração:

a) Reconhecimento de cada uma das estruturas.


b) Entendimento do que ocorre na frase quando um termo é suprimido ou deslocado.
c) Discernimento quando um termo é trocado por outro no texto.
d) Crítica à norma culta quando certos procedimentos ferem o padrão gramatical.
e) Diálogo dos termos com outros aspectos do padrão culto, a saber: pontuação, colocação pronominal, regência,
concordância etc.

Os termos da oração estão divididos em essenciais, integrantes e acessórios.

01- Essenciais:
- Sujeito.
- Predicado.
02-Termos integrantes:
- Objeto direto.
- Objeto indireto.
- Complemento nominal.
- Agente da passiva.
03-Termos acessórios:
- Adjunto adnominal.
- Adjunto adverbial.
- Aposto.
- Vocativo.

Termos essenciais

Sujeito
Palavra ou expressão que pratica, sofre ou pratica e sofre (ao mesmo tempo) a ação verbal. O sujeito pode também
simplesmente receber uma qualidade, sem desenvolver ação verbal alguma.

a) Simples.

Quando possui apenas um núcleo (geralmente um substantivo). Esse núcleo traz a ideia principal do sujeito:
Ex.:
- O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais é necessário tanto para as atividades artísticas como para as científi-
cas.

b) Composto.

Quando possui mais de um núcleo:

Ex.:
- Os crimes de estelionato e o tráfico de drogas exigiram mais atenção das autoridades.

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c) Subentendido, Elíptico, Oculto ou Desinencial.

Neste caso, sabemos que ele existe, porém não está explícito na oração. A forma pela qual o reconhecemos é pela
terminação verbal (desinência).

Ex.:

- Compramos novos computadores para a empresa. (NÓS)

- Tens um cigarro aí? (TU)

d) Indeterminado.

Quando ele não está expresso e não podemos reconhecê-lo nem pela terminação do verbo e nem pela identificação
dos elementos aos quais o predicado se refere.

Há, portanto, duas regras específicas para reconhecermos os casos de ocorrência:

1º) Quando o verbo está na terceira pessoa do plural, sem que se notem antecedentes no texto:

- Quebraram a mesa da sala.


- Roubaram a santa da igreja.

Obs.: Na sentença a seguir, note que o sujeito não é indeterminado, mas sim subentendido.

- Muitos policiais aderiram à greve da última semana. Devem, provavelmente, exigir melhores condições de trabalho.

2º) Quando o verbo (VTI, VI ou VL) está na terceira pessoa do singular acompanhado do pronome “se”, funcionando
como índice de indeterminação do sujeito:

- Pouco se discordou dos depoimentos prestados ontem.


- Sempre se sofre muito no Brasil, pois a corrupção é implacável.
- Assiste-se a um novo momento cultural no Brasil.
- Era-se desconfiado naquela cidade.

e) Sujeito inexistente ou oração sem sujeito.

Ocorre quando simplesmente não existe um elemento ao qual o predicado se refere. Especificamente neste caso, há
regras mais complexas que o determinam:

i- Verbos que indicam fenômenos da natureza, como: nevar, chover, trovejar, relampejar (raramente acionados).

- Está nevando muito na Suíça.


- Trovejou bastante hoje.

ii- Verbo “Haver” no sentido de “Existir” (muito acionado).

- Havia muitos indícios de corrupção naquele dossiê.

- Pode haver greves demoradas até o fim do mês.

iii- Verbo “Fazer” indicando (razoavelmente acionado pelo Cespe).

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- Tempo decorrido:

- Faz dois meses que os políticos corruptos foram presos.


- Amanhã fará seis dias que o país adotou as novas medidas.

Razão: o verbo “fazer” indicando tempo decorrido NUNCA vai para o plural.

f) Sujeito oracional (razoavelmente pedido pelas bancas de concursos).

Quando o sujeito é formado por uma estrutura verbal. Trata-se de uma oração subordinada substantiva subjetiva ou
de uma oração reduzida de infinitivo.

- Deixou as cidades afetadas quem promoveu enorme baderna.


- Arriscar tudo uma vez na vida parece ser normal.

Razão: quando o sujeito é oracional, o verbo sempre fica na 3ª pessoa do singular.

O PREDICADO

(raramente acionado, em termos de classificação, pelas bancas em geral).

Os predicados contêm necessariamente um verbo, mas seu núcleo pode ser um verbo, um nome, ou pode ser formado
por um verbo e um nome. De acordo com o tipo de núcleo os predicados se classificam em:

a) Predicado verbal é aquele que tem como núcleo um verbo.

Ex.:

- Os jogadores andam pelo gramado.

- A polêmica trouxe irritação na escola.

b) Predicado nominal é aquele que tem como núcleo um nome, uma forma verbal (substantivo, adjetivo, locução
adjetiva). Tipo de predicado em que ocorre verbo de ligação e predicativo do sujeito.

Ex.:

- Ela anda feliz.

- Estão falidos os discursos moralistas.

- Ele está de ressaca.

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C) Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: um verbo e um nome.

Ex.:

- Os jogadores andam pelo gramado cansados.

- A aluna deixou o auditório nervosa.

- O professor fez a chamada distraído.

02-Termos integrantes

Objeto direto: complemento verbal (geralmente não preposicionado) que estabiliza a carência semântica do verbo.
Ex.:

- Estes livros trazem a cultura do velho mundo.

- A chuva castiga a cidade de Petrópolis.

- Os professores leram os jornais de Pernambuco.

Objeto direto preposicionado.

Esse objeto é pouco conhecido. Ele só é utilizado quando se deseja valorizar muito o objeto direto por algumas razões
específicas, a saber: ambiguidade, ideologia ou extração de sentido.

- O advogado o juiz viu. (ambiguidade)


- Ao advogado o juiz viu. (o juiz viu o advogado)
- O advogado ao juiz viu. (o advogado viu o juiz)
- O cristão ama a Deus. (ideologia)
- Ele puxou de uma arma e atirou. (extração de sentido).

Objeto direto pleonástico.

Também conhecido como objeto direto enfático, ele repete o complemento, só que na forma pronominal.

- Os livros, João os trouxe hoje.

- A garrafa de vinho, o homem a quebrou ontem.

- A economia brasileira, todos a consideram uma aposta.

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Objeto indireto: complemento (sempre preposicionado) que estabiliza a carência semântica do verbo.

Ex.:

- O deputado, segundo jornais locais, discordou dos vereadores.


- Discordou dos vereadores , segundo os jornais locais, o deputado.
- Ele não crê em milagres.
- O tema se refere a novos questionamentos.
- A novos questionamentos o tema se refere.

Objeto indireto pleonástico:

Também conhecido como objeto indireto enfático, ele repete o complemento, só que na forma pronominal.

Ex.:
- A mim, o médico me falou tudo.
- Dos filhos, o pai nunca discordava deles.

Complemento nominal

Elemento (sempre preposicionado) que estabiliza os sentidos de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio).

Ex.:
- Este medicamento é compatível com aquela erva medicinal.
- O combate à dengue começa na casa de cada brasileiro.
- O pai tem orgulho da filha.

Agente da passiva
Termo que representa quem pratica a ação verbal na voz passiva. É sempre preposicionado.
Ex.:
- O livro foi descrito pelo crítico.
(Na voz ativa: O crítico descreveu o livro)
- Os assuntos vêm sendo discutidos pela população.
(Na voz ativa: A população vem discutindo os assuntos)
- Os brasileiros são cercados de “impostos vampiros”.
(Na voz ativa: “Impostos vampiros” cercam os brasileiros)

Termos acessórios
Os termos acessórios da oração são aqueles considerados dispensáveis, porém necessários, em alguns contextos, para o
entendimento daquilo que é enunciado. Além de serem termos de função secundária, os termos acessórios são respon-
sáveis por caracterizar um ser, determinar os substantivos e exprimir alguma circunstância. Os termos acessórios são os
seguintes: adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto. Apesar de o vocativo ser um termo independente, ele
está presente neste artigo.
Resumindo
Termos acessórios da oração:
- Adjunto adnominal.
- Adjunto adverbial.
- Aposto.
- Vocativo (com ressalvas).

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ADJUNTO ADNOMINAL

Termo acessório cujo objetivo é apoiar os substantivos, determinando-os, especificando-os e/ou adjetivando-os. As
classes de palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivos, locuções adjetivas, prono-
mes, numerais e artigos. Ele é uma expressão que acompanha um ou mais nomes, conferindo-lhe um atributo. Trata-se,
portanto, de um termo de valor adjetivo que modificará o nome a que se refere.

- Duas meninas vestiam estas calças e camisetas verdes.

- O jogo de futebol foi suspenso até segunda ordem.

- Aquele espetáculo coreográfico foi suspenso até segunda ordem.

- Este menino comprou dois brinquedos.

- O primeiro amor nunca se esquece.

DIFERENÇA ENTRE COMPLEMENTO NOMINAL E ADJUNTO ADNOMINAL

O complemento nominal sempre é iniciado por preposição; o adjunto, às vezes.

Quando o adjunto não é iniciado por preposição, é tranquilo, não existe a confusão complemento/adjunto.

No entanto, quando é, surgem os casos em que o aluno tem dificuldade para distinguir esses dois termos.

Para não ter essa dificuldade, o estudante tem de ficar atento às diferenças entre o complemento nominal e o adjunto
adnominal.

PRIMEIRA DIFERENÇA: o complemento nominal se liga a substantivos abstratos, a adjetivos e a advérbios; o adjunto se
liga a substantivos, que podem ser abstratos ou concretos.

SEGUNDA DIFERENÇA: o complemento nominal tem sentido passivo, ou seja, recebe a ação expressa pelo nome a que
se liga; o adjunto tem sentido ativo, isto é, ele pratica a ação expressa pelo substantivo modificado por ele.

TERCEIRA DIFERENÇA: o complemento não expressa ideia de posse; o adjunto frequentemente indica posse.

Vamos agora praticar essa teoria: “As casas de madeira são ótimas no inverno".

“De madeira” é complemento nominal ou adjunto?

Lembra-se do que dissemos na “primeira diferença”? O complemento nominal se liga exclusivamente a substantivos
abstratos.

“De madeira” está modificando um substantivo concreto, “casas”.

Logo, “de madeira” é adjunto adnominal.

Outro exemplo: “Ele é igual ao pai”.

Qual a função de “ao pai”?

Ele está se referindo a “igual”, que é adjetivo.

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Como dissemos na “primeira diferença”, o complemento nominal se liga a adjetivos, o adjunto não.

Portanto, “ao pai” é complemento nominal.

Mais um exemplo: “Amor de mãe é eterno”.

Qual a função do termo “de mãe”?

Ele está modificando um substantivo abstrato, “amor”.

Logo, pode ser complemento nominal ou adjunto.

A “segunda diferença” vai nos ajudar: “de mãe” tem sentido ativo, a mãe sente o amor.

Assim, “de mãe” é adjunto adnominal.

Mais um: “O amor à mãe é sagrado”.

O termo “mãe” agora tem sentido passivo.

“Mãe” não está dando amor, mas sim recebendo.

Conclusão: “à mãe” é complemento nominal.

Um último exemplo: “A fuga do ladrão foi ousada”.

Há neste caso ideia de posse: “do ladrão” é, portanto, adjunto adnominal.

Outros exemplos de complemento nominal

- Ele lutou pela defesa da pátria.

-O estudo das células é fascinante.

- A resolução de exercícios ocorrerá à noite.

- O jovem é precavido contra os males.

- Meu filho está apto para trabalhar.

- Tudo ficou reduzido a cinzas.

- Ele tem bom gosto pela arte contemporânea.

- Eu estou contente com a sorte.

ADJUNTO ADVERBIAL

O adjunto adverbial é um termo acessório da oração que obrigatoriamente exprime valor circunstancial, podendo mo-
dificar um verbo, um adjetivo, ou um advérbio. Pode vir preposicionado ou não.

Exemplo 1: Choverá amanhã - Adjunto Adverbial de tempo.


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O termo grifado, no caso, sob uma análise sintática, é um adjunto adverbial, modificando um verbo intransitivo, de sen-
tido pleno, que no caso é o verbo "chover".

Exemplo 2: Será um divórcio tão complicado! - Adjunto Adverbial de intensidade.

O termo grifado, neste caso, “modifica” (torna mais “encorpado”) o adjetivo complicado.

Exemplo 3: Aquele foi um planejamento tão criteriosamente estudado! - Adjunto Adverbial de intensidade.

O termo grifado, neste caso, modifica o advérbio criteriosamente.

Classificação de alguns dos adjuntos adverbiais:

- LUGAR (aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, dentro, fora, longe, perto, em casa, no cinema).

Ex.: Ele dormiu aqui ontem.

- TEMPO (ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, ainda, agora).

Ex.: Amanhã, sairemos cedo.

- MODO (bem, mal, melhor, pior, assim, velozmente e quase todos terminados em -mente).

Ex.: Ela deixou a sala de aula bem.

- INTENSIDADE (muito, pouco, mais, menos, bastante, intensamente etc.).

Ex.: Ele estudou muito.

- DÚVIDA (talvez, acaso, provavelmente, quiçá etc.).

Ex.: Talvez eu vá com você.

- CAUSA

Ex.: As pessoas não saíram de casa por conta do frio.

- FINALIDADE

Ex.: Estudava para a prova.

- INSTRUMENTO

Ex.: Feriu-se com a faca.

- COMPANHIA

Ex.: Saiu com os amigos.

- AFIRMAÇÃO (Sim, certamente, realmente).

Ex.: Certamente sairemos hoje.

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- NEGAÇÃO (não, nunca, jamais)

Ex.: Nunca menospreze seus amigos.

- DE INCLUSÃO: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.

Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência.

- CONCESSÃO (se bem que, muito embora, apesar disso, a despeito de, malgrado etc.)

Ex. Malgrado o tempo ruim, todos foram à praia.

- CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante).

Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução.

APOSTO

Serve para explicar, esclarecer, elucidar, discriminar ou mesmo enumerar um termo que venha antes ou depois. Nesta
função, os sinais gráficos, na maioria das vezes, são decisivos.

Aposto explicativo

É aquele que explica o termo do estudado. É acompanhado por vírgulas. Exemplo:

• Ele contou histórias sobre Hagar, o terrível homem de histórias horrendas.


• Helena, a professora do 4º ano, estava triste.
• A morte, angústia dos vivos, ocorre ao acaso.
• A morte ― angústia dos vivos ― ocorre ao acaso.
• O presidente do STF (Joaquim Barbosa) vem sendo bastante questionado ultimamente.
• Joaquim Barbosa, o presidente do STF vem sendo bastante questionado ultimamente.

Aposto enumerativo

É aquele utilizado para enumerar dados relacionados ao termo fundamental.

Exemplo:

• Seus problemas eram estes: fumo, álcool e farras.


• Tenho três amigos: José, Marcos e André.
• A pesquisa analisou dois grupos ― crianças e adolescentes.

Aposto especificativo

É aquele que especifica o termo a que se refere. Não é acompanhado de vírgulas.

Exemplo:

• O professor João Lucas é muito criativo.


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• A empresa Gol é uma das mais criticadas.


• A cidade de São Paulo é muito famosa.
• O livro Cinquenta tons de cinza causou frisson entre as mulheres.

Aposto oracional

É o aposto que possui um verbo.

Exemplo:

• Desejo uma única coisa: que plantem novas árvores.

• Ele me disse apenas isto: que nossa sociedade acabou.

Aposto Resumidor (Recapitulativo)

É o aposto que resume toda a oração.

Exemplo:

• Trocar fraldas, amamentar, colocar para dormir, acordar à noite, tudo exige paciência.
• Vento, chuva, neve, nada o impediu de cumprir sua missão.

VOCATIVO

É o nome do termo sintático que serve para nomear um interlocutor a que se dirige a palavra ( chama a atenção da fra-
se).

Exemplos

• "Tenho certeza, amigos, de que isso vai acabar bem."


• "José, venha cá."
• "Vamos logo sair desta casa, João!"
• "Camila, saia daí!"
• "Olhe aqui, Isabel!"
• "Deus, tenha piedade de nós!"

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07. Concordância Verbal

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Alta. Raras são as provas que não trazem uma questão sobre o tema
Concordância Verbal. Atenção!

DICA: Não é possível estudar Concordância Verbal sem saber a classificação de todos os tipos de sujeito. Perce-
ba que, ao encontrar o sujeito do período ou do parágrafo, você fica muito perto de acertar a flexão do verbo. Por isso,
sugiro que comecemos essa jornada pelo tema Sujeito.

DICA DE ESTUDO: As regras são muitas, mas você não precisa tentar memorizar todas. Algumas são muito restri-
tas ao universo do vestibular ou são comuns apenas a textos literários, os quais figuram menos nas provas.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, a possibilidade é razoável (uma questão); para nível
médio, no mínimo, uma (isso numa prova de 15 a 20 questões); e, para nível superior, a possibilidade é igual à do nível
médio, o grau de dificuldade é que será maior.

STATUS: Em sala e com o professor.

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL

Concordância Verbal

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL

Como a concordância verbal baseia-se essencialmente na relação Sujeito-Verbo, apresento como proposta de melhor
compreensão desse assunto a troca do sujeito (que pode vir explicitamente, como também bastante disfarçado) pelos
seguintes pronomes pessoais:

Eu
Tu
Ele/a
Nós
Vós
Eles/as

A ideia é, depois de localizado o sujeito, tentar ver por qual desses pronomes ele pode ser substituído. Feita essa confe-
rência, ajuste o sujeito (ou o pronome) à sua devida flexão verbal.

1º PASSO: RECONHECER O SUJEITO.

- Obras de contenção de encosta, treinamento de voluntários, monitoramento da aproximação das chuvas, medição do
índice pluviométrico por área das cidades e cálculo do grau de saturação do solo encharcado (prevendo-se o risco de
deslizamento) estão entre as medidas que reduziram o número de mortes e de desabrigados em Belo Horizonte e no
Rio de Janeiro

Trocaremos o sujeito “Obras de contenção de encosta, treinamento de voluntários, monitoramento da aproximação das
chuvas, medição do índice pluviométrico por área das cidades, cálculo do grau de saturação do solo encharcado (pre-
vendo-se o risco de deslizamento)” por “Eles” (3ª pessoa do plural); daí o verbo ter que ir também, obrigatoriamente,
para o plural.

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E em:

- A União, após realizar levantamentos em determinada área do pantanal mato-grossense, editou decreto expropriató-
rio de uma fazenda ali situada.
Trocaremos o sujeito “A União” por “Ela” (3ª pessoa do singular); daí o verbo ter que ir, obrigatoriamente, para o
singular.

2º PASSO: SABER AS REGRAS.

QUANDO O SUJEITO FOR COMPOSTO.

• 1º. Caso:

Quando o sujeito composto vier anteposto ao verbo, o verbo irá para o plural.

- Os cientistas americanos e os peritos russos provocaram desconfiança ontem.

- Enchentes, corrupção e violência tomam conta do noticiário de hoje.

Obs.: quando os núcleos são palavras sinônimas, é permitido o uso do singular por se entender que ambos são, na
verdade, apenas um.

Ex.:

- Uma distração e um descuido tirou o piloto da corrida.


- Uma distração e um descuido tiraram o piloto da corrida.

2º Caso:
Quando os núcleos do sujeito composto vierem resumidos por tudo, todos, nada, alguém ou ninguém, o verbo concor-
dará com a palavra resumidora.

Ex.:

- Leitura, trabalho, planejamento, nada parecia conveniente àquele novo governo.

- Motoristas, taxistas, caminhoneiros, todos queriam a greve.

3º. Caso:

Quando o sujeito composto vier posposto ao verbo, o verbo irá para o plural ou concordará apenas com o nú-
cleo do sujeito que estiver mais próximo.

Ex.:

- Deixaram a cidade o advogado da família e o político envolvido em escândalos.

- Deixou a cidade o advogado da família e o político envolvido em escândalos.

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Mas, será obrigatório o plural se estiver na ordem direta:

- O advogado da família e o político envolvido em escândalos


deixaram a cidade.

Cuidado com o sujeito a seguir:

- Criticou-se o jornal.

Quem é o sujeito? O jornal.


Como ele é classificado? Paciente
Por qual razão? Porque sofre a ação verbal.

Então:

- Questionou-se a vitória do Brasil, a expulsão do jogador adversário e a demora para o início da partida.

- Questionaram-se a vitória do Brasil, a expulsão do jogador adversário e a demora para o início da partida.

4º. Caso: Sujeito ligado por “ou”.

Quando os núcleos do sujeito vierem ligados pela conjunção “Ou”, o verbo ficará no singular se houver ideia de exclu-
são. Se houver ideia de inclusão o verbo irá para o plural.

Ex.:

- Brasil ou Argentina vencerá a Copa de 2014. (Exclusão)

- Queijo ou peixe combinam com vinho branco. (Inclusão)

- Pelé ou Maradona será escolhido o melhor do século. (Exclusão)

- Laranja ou mamão fazem bem à saúde. (Inclusão)

CONDIÇÃO ESPECIAL

- Petistas ou Tucanos vencerão a eleição. (Exclusão. Mesmo assim, verbo no plural).

QUANDO O SUJEITO FOR UM NUMERAL OU INDICAR QUANTIDADE

1º Caso: Sujeito formado por expressão partitiva, percentual ou fracionária

Para termos que indiquem ideia partitiva ou fracionária, quando possuírem adjunto adnominal pluralizado, admitirão
que o verbo vá para o plural ou fique no singular.

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Ex.:

- A maioria dos médicos quis a greve.

- A maioria dos médicos quiseram a greve.

- A menor parte dos testes revelou impropriedades no sistema.

- A menor parte dos testes revelaram impropriedades no sistema.

Caso a palavra partitiva vier encabeçada por uma


porcentagem, a concordância também se dará com
o número percentual ou com o adjunto.

Ex.:.

- 40% das empresas receberam críticas.

- 1,8% dos advogados pedia a anulação do processo.

- 1,8% dos advogados pediram a anulação do processo.

DETALHE: de 0,0% até 1,9% significa SINGULAR. De


2,0% até o infinito, PLURAL.

Caso não haja adjunto no plural, a concordância se dará normalmente com o número percentual.

Ex.:

- 25% chegaram aos seus objetivos.

- 1,6% desistiu da prova.

Caso o sujeito seja formado por um numeral em


forma de fração, concorde, preferencialmente,
com o numerador; mas não é errada a concordân-
cia com o adjunto.

Ex.:

- ¼ dos alunos não entregou (entregaram) o trabalho.

- 2/6 da cidade questionaram (questionou) a prefeitura.

ATENÇÃO: Caso surja o artigo “OS” antes dos per-


centuais, o verbo irá, OBRIGATORIAMENTE, para o
PLURAL.

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Ex.: Os 10% da comunidade requereram novas eleições.

CONCORDÂNCIAS PROBLEMÁTICAS

Considero problemáticas porque essas concordâncias não são consensuais entre os gramáticos. Abram-se dez
manuais e você notará divergências, senão pouca clareza nas definições. Nesses casos, expressões conjuntivas
ou mesmo preposições NORMALMENTE ou PREFERENCIALMENTE aparecem com muita frequência conduzindo a
regra, o que revela a total insegurança dos próprios legisladores. O que podemos fazer é torcer para que tais
concordâncias não apareçam em nossos concursos. Mas, se aparecerem, siga a linha do que NORMALMENTE
costuma acontecer.

• 1º Caso: Sujeito ligado por uma série aditiva enfática:

Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por uma série aditiva enfática (não só...mas também; tan-
to...quanto; não só...como também etc.), o verbo vai, NORMALMENTE, para o plural.

Ex.: Tanto o Brasil como a Argentina haviam perdido a classificação.

• 2º Caso: Sujeito ligado por “com”.

Se o sujeito no singular é seguido imediatamente de outro no singular ou no plural mediante a preposição


“com” o verbo ficar no plural se não houver presença de vírgulas:

Ex.:

Essas explicações evitavam que o desembargador com os seus velhos amigos interrogassem os primeiros suspeitos.

Se houver presença de vírgulas, concorde com o núcleo anterior à expressão virgulada:

O rei, com toda a sua corte, estava satisfeito por tudo que ocorria no castelo.

Os alunos, com toda a equipe pedagógica, modificaram o planejamento.

• 3º Caso: Sujeito ligado por nem...nem.

Quando o sujeito for ligado pela série aditiva nem..nem, o verbo pode ir, NORMALMENTE, para o plural ou ficar
no singular.

Ex.: É difícil entender que nem o respeito nem o amor comoviam (comovia) o ator.

Mas cuidado!!!

Se o sujeito for constituído por nem um nem outro, o verbo fica, NORMALMENTE, no singular.

Ex.: Nem um nem outro aluno compareceu à aula.


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4º Caso: Sujeito ligado por “Um ou outro”.

Se o sujeito for constituído por Um ou outro, o verbo fica, NORMALMENTE, no singular.


Ex.: Um ou outro menino usava sapatos.

5º Caso: Sujeito ligado por “Um e outro”

Se o sujeito for constituído por Um e outro, o verbo fica, NORMALMENTE, no plural.

Ex.: Uma e outra aluna estudavam bastante.

CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER (concordância especial).

O verbo Ser deveria sempre concordar como o seu sujeito (deveria).

Ex.: O orador era arrogante.

Entretanto, o verbo Ser pode, em vez de concordar como o sujeito, concordar como o seu predicativo.

INFORMAÇÃO BASE

A regra da prevalência

- ENTRE pessoa x coisa, PREVALECE a pessoa.

Ex.:

- O mundo são os homens.

- Os professores são a educação?

- ENTRE nome próprio x nome comum, PREVALECE o nome próprio.

Ex.:

- Ayrton Senna era as alegrias de domingo.

- As maldades do mundo é Félix, o cruel da novela global.

- ENTRE plural x singular, PREVALECE o plural.

Ex.:
- Sua roupa eram alguns trapos.

- Nosso trabalho são batalhas.

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a) Quando aparecerem os pronomes isto, isso, aquilo, tudo, ninguém, nenhum ou expressão de valor coletivo, como o
resto ou o mais.

Exemplos:
- Tudo eram alegrias e cânticos.
- Isso são mentiras.

- Ninguém são verdadeiros aqui.

- Isto não são palavras de amor.

Veja que ele falou muita coisa importante; o resto foram bobagens de homem apaixonado.

b) Quando o sujeito for formado pelos pronomes interrogativos que, quem ou o que.

Exemplos:
- Que são essas cartas?
- O que são atos éticos?
- Quem eram os convidados?
- Não sei quem são os vencedores. (Veja que aqui há uma interrogação indireta).

c) Quando o verbo Ser for empregado impessoalmente.

Exemplos:
- São dez horas.
- Hoje são 15 de novembro.

Obs.: Aqui também se permite a forma “Hoje é dia 15 de novembro” e “Hoje é 15 de novembro”, quando, neste último
caso, a palavra “dia” estará implícita.

- De minha casa ao Teatro José de Alencar são 5 quilômetros.

d) Quando o verbo “Ser” for usado nas expressões é muito, é pouco, é mais de, é tanto e o sujeito for representado por
termo no plural que denote preço, medida ou quantidade.

Exemplos:
- Oitenta mil reais é pouco para quem quer mudar radicalmente de vida.

- Duzentos gramas de queijo é muito para o café da manhã.

- 20 quilômetros é mais do que eu esperava.

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CONCORDÂNCIA COM PRONOMES PESSOAIS DO CASO RETO

Quando os pronomes pessoais do caso reto representarem o sujeito, você terá dois caminhos, a saber:

a) Se o “Eu” fizer parte do sujeito, concorde SEMPRE com “Nós”.

- Eu, Marcela e Beatriz vamos ao teatro.

- Jorge, Túlio e eu detestamos este bar.

b) Se o “Tu” fizer parte do sujeito (sem que exista o “Eu”), concorde com “Vós” (menos usual) ou com “Eles/as”
(mais usual).

- Tu, Márcia e André desejais alguma coisa?

- Tu, Márcia e André desejam alguma coisa?

- João, Lara e tu pareceis nervosos.

- João, Lara e tu parecem nervosos.

CONCORDÂNCIAS ESPECIAIS

1- COM A EXPRESSÃO “UM DOS QUE”.

Com a expressão "Um dos que" ou "Uma das que" o verbo ficará no singular ou no plural (preferível). Por isso, o
plural é construção dominante.

Ex.: Você é um dos alunos que mais estudam (estuda).

Mas, cuidado!!!

A estrutura “Um dos” só admite a concordância do verbo no singular por uma questão semântica. Veja: quando
se diz “Ricardo foi um dos que fez o exercício”, não só Ricardo fez o exercício, como os outros também o fizeram. Po-
rém, quando se informa: “Um dos alunos fez o exercício”, está claro que apenas um fez o exercício, os outros não.

2- COM EXPRESSÕES APROXIMATIVAS

Quando o sujeito for constituído das expressões aproximativas "mais de", "menos de", "cerca de" o verbo concordará
com o numeral que segue as expressões.

Ex.:

Mais de uma pessoa protestou contra a lei.

Mais de vinte pessoas protestaram contra a decisão.

Cerca de seis homens discutiram.


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3- COM FORMAS INTERROGATIVAS

Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular o verbo só concordará com ele. Se esses pronomes
estiverem no plural, o verbo concordará com ele ou com o pronome pessoal. As expressões mais utilizas são: Quais de
nós; qual de vós, Alguns de nós, Muitos de vós, Poucos deles; Poucos de nós, Qual deles etc.

Ex.:

Qual de nós resolverá o assunto?

Qual de nós viajará?

Quais de nós viajarão / viajaremos na próxima semana?

Quais de vós estudarão/estudareis matemática?

4- COM NÚCLEOS COLETIVOS

Quando o sujeito for um coletivo o verbo ficará no singular.

Ex.: A multidão passeava pelo bosque.

Não esqueça!!!

Quando o coletivo vier seguido de um adjunto no plural, o verbo ficará no singular ou poderá ir para o plural.

Ex.: A multidão de trabalhadores passeava / passeavam pelo bosque.

5- COM O PRONOME RELATIVO “QUE”.

Quando o sujeito de um verbo for pronome relativo "que", o verbo concordará com o antecedente deste pronome.

Ex.:

- Sou eu que pago as minhas contas.

- Foi ele que compartilhou o jantar conosco.

- Foram Antônio e Adriano que controlaram a equipe.

6- COM O PRONOME RELATIVO “QUEM”.

Quando o sujeito de um verbo for um pronome relativo "quem", o verbo concordará com o antecedente ou ficará na 3º
pessoa do singular concordando com o sujeito “quem”.

Ex.:
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- Sou eu quem pago as minhas contas.

- Sou eu quem paga as minhas contas.

- (Quem paga as minhas contas sou eu)

- Foram elas quem compraram os vestidos.

- Foram elas quem comprou os vestidos.

- (Quem comprou os vestidos foram elas).

- Era Fernanda quem recebia as encomendas.

- Fomos Pedro, André e eu quem discutimos (discutiu) o caso.

- (Quem discutiu o caso fomos Pedro, André e eu).

7- QUANDO O SUJEITO FOR NOME PRÓPRIO PLURAL

Quando o sujeito for formado por nome próprio que só tem plural, não antecipado de artigo, o verbo ficará no singular;
se o nome próprio vier antecipado de artigo o verbo irá para o plural.

Ex.:

- Minas Gerais possui grandes fazendas.

- As Minas Gerais possuem grandes fazendas

- Palmas é conhecida no Norte.

- Os Estados Unidos produzem muitas armas.

- Estados Unidos produz muitas armas.

- Os Emirados Árabes desenvolvem muito petróleo.

- Emirados Árabes desenvolve muito petróleo.

- Filipinas produz banana.

- As Filipinas produzem banana.

- Alagoas tem lindas praias.

- As Alagoas têm lindas praias.

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8- QUANDO OS VERBOS FOREM IMPESSOAIS

Os verbos impessoais2 ficam sempre na 3ª pessoa do singular.

Ex.:

- Faz dois anos que Paula foi à Europa.

- Havia seis crianças na fila do cinema.

- Choveu muito no fim de semana.

- Nesta madrugada, relampejou intensamente na região sul.

Não esqueça:

- Também fica na 3ª pessoa de singular o verbo auxiliar que se põe junto a um verbo impessoal formando uma locução
verbal.

Ex.: Deve haver crianças na fila.

Ex.: Pode haver greves até o final do dia.

VERBO EXISTIR

Ex.: Existiam crianças na fila. (O verbo existir não é impessoal).3

Ex.: Devem existir crianças na fila. (O verbo auxiliar de um verbo pessoal concordará com o sujeito).

Ex.: Podem existir greves até o final do dia.

9- CONCORDÂNCIA COM VERBOS QUE INDICAM AS HORAS.

Com os verbos "dar", "bater", "soar", se aparecer o sujeito "relógio", ou qualquer objeto que indique a quantidade de
horas, a concordância se fará com ele; se não aparecer com o sujeito "relógio" a concordância se fará com o número de
horas.

Ex.:

Ex.: O relógio deu cinco horas.

Ex.: Deram cinco horas no relógio da praça.

Obs.: “no relógio da praça” funciona como adjunto adverbial de lugar.

2
Entenderemos verbos impessoais aqueles que não nos autorizam as conjugações verbais. Também podemos perceber que uma pessoa não pode
realizar ações do tipo Chover, Trovejar, haver etc.
3
O verbo EXISTIR é pessoal porque pode ser conjugado perfeitamente em todas as pessoas.
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10- CONCORDÂNCIA X PARTÍCULA “SE”.

A) Quando "se" funcionar como Partícula Apassivadora (P.A)4 o verbo concordará normalmente com o sujeito da ora-
ção.
Ex.:

- Pintou-se o carro.
- Devem-se resolver os problemas do banco.
- Alugam-se casas.
- Pode-se falar a verdade aos alunos.

Obs.: as estruturas destacadas são os sujeitos pacientes de cada frase.

Obs.: A palavra “se” será pronome apassivador sempre que o verbo associado a ela for transitivo direto ou bitransitivo.

B) Quando o "se" funcionar como Índice de Indeterminação do Sujeito (I.I.S) o verbo ficará, sempre, na 3º pessoa do
singular.

Ex.:

- Precisa-se de secretária.
- Estuda-se muito aqui.
- Gosta-se de carnaval.
- Era-se feliz na infância.

Obs.: A palavra “se” será índice de indeterminação do sujeito sempre que o verbo associado a ela for transitivo indireto,
intransitivo ou de ligação.

11- CONCORDÂNCIA COM O VERBO AUXILIAR “PARECER”.

O verbo parecer, seguido de infinitivo admite duas construções:

A) Flexiona-se o verbo “parecer” e não se flexiona o infinitivo.

- Os alunos parecem entender o assunto.

B) Flexiona-se o infinitivo e não se flexiona o verbo “parecer”.

- Os alunos parece entenderem o assunto.

4
Essa classificação existe pela seguinte razão: a frase “Escrevem-se cartas de amor” (voz passiva sintética) pode ser transposta para a forma analíti-
ca, mas sem a presença do agente da passiva: “Cartas de amor são escritas”.
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 01 ( Padrão CESPE)

01- Na oração "Há vinte meses que o Decreto foi revogado", a forma verbal "Há" poderia ser corretamente substituída
por Faziam.

02- Na oração "Segue anexa a nota editorial", foi atendida regra de concordância nominal, visto que o adjetivo "anexa"
está no feminino para concordar com a expressão no feminino "a nota editorial", que exerce a função de sujeito da
oração.

03- “Estudos e o senso comum mostram que a carga genética exerce forte influência nas características pessoais às
quais damos o nome de talento”.

► A flexão de plural em "mostram" deve-se à concordância com o sujeito composto por dois termos; se qualquer um
desses termos fosse retirado, o verbo deveria ir para o singular para que as regras de concordância da norma culta fos-
sem respeitadas.

04- “ Da combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a noção contemporânea
de agilidade, transformada em principal característica de nosso tempo. Uma agilidade que vem se tornando lugar
comum, se não na vida prática das organizações, pelo menos nos discursos. Empresas, governos, universidades,
exércitos e indivíduos querem ser ágeis”.

►A forma verbal "surge" poderia, sem prejuízo gramatical para o texto, ser flexionada no plural, para concordar com
"velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade".

05- “Não direi, senhores, que a obra chegou à perfeição, nem que lá chegue tão cedo. Os meus pupilos não são os solá-
rios de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume
das nações seculares”.

► A forma verbal "formam" está flexionada na terceira pessoa do plural para concordar com a ideia de coletividade que
a palavra "povo" expressa.

06- “A recuperação econômica dos países desenvolvidos começou perigosamente a perder fôlego. A reação dos indica-
dores de atividade na zona do euro, que já não eram robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à
paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos ana-
listas aposta que a economia americana perderá força no segundo semestre”.

► Se o verbo da oração "mas a maioria dos analistas aposta" estivesse flexionado no plural - apostam -, o período esta-
ria incorreto, visto que, de acordo com a prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa natureza,
deve ser feita com o termo "maioria".

07- “Assim, distintas teorias políticas e econômicas, fundadas em diferentes ideologias do humano, enfatizam um as-
pecto ou outro dessa dualidade, seja reclamando uma subordinação dos interesses individuais aos interesses soci-
ais, ou, ao contrário, afastando o ser humano da unidade de sua experiência cotidiana. Além disso, cada uma das
ideologias em que se fundamentam essas teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos fenômenos sociais
e individuais que pretende firmar-se em uma descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou espiritual
do humano”.

► Na concordância com "cada uma das ideologias", a flexão de plural em "fundamentam" reforça a ideia de pluralidade
de "ideologias"; mas estaria gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar "cada uma", empregando-se o
referido verbo no singular.

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08- “O movimento da vida passa a ser uma efervescência constante e as mudanças a ocorrer em ritmo quase esquizo-
frênico, determinando os valores fugidios de uma ordem temporal marcada pela efemeridade. Como tentativas de
acompanhar essa velocidade vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade hipermoderna, surge a
flexibilidade do mundo do trabalho e a fluidez das relações interpessoais”.

► A forma verbal "surge" está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância com o conjunto das
ideias que compõem a oração anterior.

10- “Em consonância com essa visão do desenvolvimento, a expansão da capacidade humana pode ser descrita como a
característica central do desenvolvimento. O conceito de “capacidade” de uma pessoa pode ser encontrado em
Aristóteles, para quem a vida de um indivíduo pode ser vista como uma sequência de coisas que ele faz e que cons-
tituem uma sucessão de funcionamentos. A capacidade refere-se às combinações alternativas de funcionamentos a
partir das quais uma pessoa pode escolher”.

► A flexão de plural em "constituem" mostra que o pronome "que" (anterior ao verbo) concorda em número com "coi-
sas"; mas seria igualmente correto e coerente usar-se aí a flexão de singular, constitui, caso em que o pronome concor-
daria com "sequência".

10- “Entre outros exemplos, citemos a formação da consciência moral, das modalidades de controle de pulsões e afetos
numa dada civilização, ou o dinheiro e tempo. A cada um deles correspondem maneiras pessoais de agir e sentir,
um habitus social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade”.

► A flexão de plural em "correspondem" mostra que, pela concordância, se estabelece a coesão com "maneiras"; mas
seria igualmente correto e coerente estabelecer a coesão com "cada um", enfatizando este termo pelo uso do verbo no
singular: corresponde.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C E E E E E E C E

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 02
(Padrão CESPE)

TEXTO I

“Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta como novo
em face da Idade Antiga e Média, a saber: a própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve contar, a partir das
relações de poder estendidas a todos os indivíduos, com um espaço político demarcado por regras e procedimentos
claros”.

01- O desenvolvimento das ideias demonstra que a flexão de singular em “deve” estabelece relações de coesão e de
concordância gramatical com o termo “democracia”.

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TEXTO II

“O governo garante que não faltarão recursos para as obras de infraestrutura. As favelas ocupadas dispunham de cerca
de 827 milhões de reais do Programa de Aceleração do Crescimento para obras de saneamento e outras intervenções
urbanas. Também foram anunciados a construção de 19 escolas, obras de contenção de encostas e um programa habi-
tacional orçado em 144 milhões de reais, entre outras medidas”.

02- A substituição de “foram anunciados” por “foi anunciado” manteria a correção gramatical do texto.
TEXTO III

“Por um lado, congestionamentos crônicos, queda da mobilidade e da acessibilidade, degradação das condições ambi-
entais e altos índices de acidentes de trânsito já constituem problemas graves em muitas cidades brasileiras”.

03- A forma verbal “constituem” está flexionada na terceira pessoa do plural para concordar com “problemas graves”.

TEXTO IV

“Contraposto aos sucessivos recordes de congestionamentos nas grandes cidades brasileiras, esse resultado expõe as
fragilidades de um modelo de desenvolvimento e urbanização que privilegia o transporte motorizado individual, preju-
dica a mobilidade e até a produtividade das pessoas. O carro, no entanto, não é o único vilão”.

04- O trecho “o transporte motorizado individual” poderia, sem prejuízo à coerência da argumentação, ser substituído
por os transportes motorizados individuais; contudo, para se preservar a correção gramatical do texto, seria ne-
cessário flexionar a forma verbal “prejudica” na terceira pessoa do plural, escrevendo-se prejudicam.

TEXTO V

“A Bike será, quando entrar em linha de montagem, uma sucessora do Fusca. Tem a mesma conjugação de linhas cur-
vas. Encarna a próxima geração do meio de transporte ao mesmo tempo racional, popular e simpático. Como tal, apre-
sentou-se oficialmente ao público, semanas atrás, em uma feira de automóveis na China.

Ela é elétrica. Carrega-se até em bateria de automóvel. Dobrável como um contorcionista de circo, cabe no comparti-
mento do estepe, no fundo do porta-malas”.

05- Preservam-se a correção gramatical e as relações de coerência entre os argumentos do texto ao se inserir a forma
verbal “É” no período sintático iniciado por “Dobrável”, escrevendo-se “É dobrável”.

TEXTO VI

“A evidência surgiu com a análise das informações colhidas pela sonda Lcross da agência espacial norte-americana. Os
cientistas apresentam quatro hipóteses para explicar a presença de água na Lua. Ela pode ter chegado ao satélite a bor-
do de cometas, astros formados por gelo e poeira”.

06- A substituição de “apresentam” por “têm apresentado” mantém a correção gramatical do texto.
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TEXTO VII

“O medo tem raízes profundas na alma dos seres. Radica-se no inconsciente e é objeto constante da pesquisa científica,
com destaque para a psicanálise”.

07- Em “Radica-se”, o pronome indica que o sujeito é indeterminado.

TEXTO VIII

“Durante a realização das provas, o chefe da sala, verificando que Roberto não tinha condições para a escrita cursiva,
solicitou a presença do coordenador para orientá-lo quanto à exigência dos procedimentos de identificação desse can-
didato. O coordenador orientou-o, dizendo que a folha de respostas e a folha de frequência poderiam ficar em branco,
sem a assinatura do candidato e sem a transcrição da frase, e que a ocorrência deveria ser relatada na ata de sala”.

08- Estaria mantida a correção gramatical do texto se, em “a folha de respostas e a folha de frequência poderiam ficar
em branco” , a forma verbal “poderiam” fosse substituída pelo singular poderia, estabelecendo-se a concordância
com o termo mais próximo.

TEXTO IX

Quase dois terços da área sob risco de desertificação no Brasil estão na caatinga, que já teve, a exemplo do cerrado,
aproximadamente metade de sua extensão, que é de 826.000 km², destruída.

09- Preserva-se a correção gramatical do período substituindo-se a forma verbal “estão” pelo singular “está”.

TEXTO X

“Mantido por contribuições das empresas associadas, o CIEE lançou o Guia Prático para Entender a Nova Lei do Estágio,
com respostas a mais de 30 perguntas acerca das mudanças e normas mais importantes. Entre elas, destacam-se a limi-
tação da jornada diária para seis horas, a obrigatoriedade de pagamento do auxílio-transporte, a concessão do recesso
obrigatório de 30 dias após um ano de estágio e o limite máximo de dois anos de permanência em uma mesma empre-
sa”.

10- A concordância verbal permaneceria igualmente correta se, em lugar de “destacam-se”, fosse empregada a forma
“destaca-se”.

TEXTO XI

“Veja o que ocorre nos Estados Unidos da América. O país dispõe das melhores universidades do mundo, detém metade
dos cientistas premiados com o Nobel e registra mais patentes do que todos os seus concorrentes diretos somados.
Ainda assim, só um em cada dois norte americanos acredita que o homem possa ser produto de milhões de anos de
evolução”.

11- O plural de “detém” grafa-se “deteem”.

12- Os sujeitos de “detém” e de “registra” são indeterminados.

13- Levando-se em conta o contexto, o verbo “acredita” poderia concordar com a ideia de plural que a frase dá a en-
tender que exista, escrevendo-se “acreditam”.
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GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E E E E C C E E C C

11 12 13
E E E

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 03
(padrão UECE, CESGRANRIO, FUNRIO, IMPARH)

01. Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de acordo com a norma culta:

a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.


b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.

02. Assinale a frase em que há erro de concordância verbal:

a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.


b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da imigração.
c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.
d) Deve existir problemas nos seus documentos.
e) Choveram papéis picados nos comícios.

03. Assinale a opção em que há concordância inadequada:

a) A maioria dos estudiosos acha difícil uma solução para o problema.


b) A maioria dos conflitos foram resolvidos.
c) Deve haver bons motivos para a sua recusa.
d) De casa à escola é três quilômetros.
e) Nem uma nem outra questão é difícil.

04- Em todas as alternativas, o termo em negrito exerce a função de sujeito, exceto em:

a) Quem sabe de que será capaz a mulher de seu sobrinho?


b) Raramente se entrevê o céu nesse aglomerado de edifícios.
c) Amanheceu um dia lindo, e por isso todos correram às piscinas.
d) Era somente uma velha, jogada num catre preto de solteiros.
e) É preciso que haja muita compreensão para com os amigos.

05- O “se” é índice de indeterminação do sujeito na frase:

a) Não se ouvia o sino.


b) Assiste-se a espetáculos degradantes.
c) Alguém se arrogava o direito de gritar.
d) Perdeu-se um cão de estimação.
e) Não mais se falsificará tua assinatura.
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06- Indique o único segmento que apresenta concordância verbal condizente com as normas do português padrão:

a) O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais são necessários tanto para as atividades artísticas como para
as científicas.
b) As diferentes divisões e subdivisões a que se submetem a área de ciências humanas provocam uma indesejá-
vel pulverização de domínios do conhecimento.
c) Normalmente, a aplicação de métodos quantitativos e exatos acaba por distorcer as linhas de raciocínio em ci-
ências humanas.
d) Uma das premissas básicas do conjunto de assunções teóricas e epistemológicas do trabalho que ora vêm a
lume é a concepção da Arte como uma entre as muitas formas por meio das quais o conhecimento humano se
expressa.
e) Não existem fórmulas precisas ou exatas para avaliar uma obra de arte, não existe um padrão de medida ou
quantificação, tampouco podem haver modelos rígidos pré-estabelecidos.

07- O verbo deve ir para o plural em:

a) Organizou-se em grupos de quatro.


b) Atendeu-se a todos os clientes.
c) Faltava um banco e uma cadeira.
d) Pintou-se as paredes de verde.
e) Já faz mais de dez anos que o vi.

08- O verbo certo no singular está em:

a) Procurou-se as mesmas pessoas


b) Registrou-se os processos
c) Respondeu-se aos questionários
d) Ouviu-se os últimos comentários
e) Somou-se as parcelas

09- Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal:

a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles chegaram.


b) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários, ninguém foram demitidos.
c) José chegou ileso a seu destino, embora houvessem muitas ciladas em seu caminho.
d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão.
e) O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara sua petição.

11- A concordância verbal está correta na alternativa:

a) Ela o esperava já faziam duas semanas.


b) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro.
c) Eles parece estarem doentes.
d) Devem haver aqui pessoas cultas.
e) Todos parecem terem ficado tristes.

11- Assinale a incorreta:

a) Dois reais é pouco para se divertir.


b) Nem tudo são sempre tristezas.
c) Quem fez isso foram vocês.
d) Era muito árdua a tarefa que os mantinham juntos.
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e) Quais de vós ainda tendes paciência?

12- É provável que ....... vagas na academia, mas não ....... pessoas interessadas: são muitas as formalidades a .......
cumpridas.

a) hajam - existem - ser


b) hajam - existe - ser
c) haja - existem - serem
d) haja - existe - ser
e) hajam - existem – serem

13- Complete as lacunas: ........ de exigências! Ou será que não ....... os sacrifícios que ....... por sua causa?

a) Chega - bastam - foram feitos


b) Chega - bastam - foi feito
c) Chegam - basta - foi feito
d) Chegam - basta - foram feitos
e) Chegam - bastam - foi feito

Gabarito

01 02 03 04 05 06 07
C D D D B C D
08 09 10 11 12 13
C D C D C A

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 04
(padrão UECE, CESGRANRIO, FUNRIO, IMPARH)

01- Coloque C ou I nos parênteses, conforme esteja correta ou incorreta a concordância verbal.

( ) Surgiu, na semana do evento, um novo problema, dois processos e duas críticas construtivas.
( ) Surgiram, na semana do evento, um novo problema, dois processos e duas críticas construtivas.
( ) O homem do campo e da cidade mantém diferenças flagrantes entre si.
( ) Os povos andinos e sua cultura, assim diz a tradição, contém muita riqueza.

Assinale a sequência correta.


a) I – C – C ─ C
b) I – C – I─ C
c) I – I – C ─
d) C – I – I ─ I
e) C – C – C ─ I

02- Coloque C ou I nos parênteses, conforme esteja correta ou incorreta a concordância verbal.

( ) Brasileiros ou americanos devem concorrer a prêmio em abril.


( ) Um líquido perigoso retém as finas camadas de gordura das veias.
( ) Colesterol ou açúcar pode ser o novo vilão da obesidade, dizem cientistas.
( ) Pode-se questionar o novo sistema do banco privado.

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Assinale a sequência correta.

a) I–C–C─C
b) I – C – I─ C
c) C–I–C─C
d) C – I – I─ I
e) C – C – I─ I

03- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o registro culto e formal da língua.

a) Eu, ela e João vamos ao parque no fim de semana.


b) Tu e elas trabalharíeis nos fins de semana?
c) Tu, ela e vocês formáveis uma grande equipe.
d) Eu e vocês deveríeis deixar logo a cidade.
e) Tu e ela vão cumprir todas as metas.

04- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.

a) Nem os alunos nem os professores porão seus registros à mostra.


b) Talvez, um e outro assunto serão discutidos.
c) É certo que um e outro assunto será discutido.
d) Nem a vida nem a morte podem mudar a força do amor.
e) Um ou outro candidato serão avaliados pelos jornalistas.

05- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.


a) 2/5 da cidade quis o plebiscito.
b) Somente 1/3 da comunidade acadêmica requereu novos livros para a biblioteca.
c) Grande parte dos impostos não são revertidos à comunidade.
d) Somente 40% do estoque mantiveram-se bem armazenados.
e) Somente os 0,98% da comunidade saldou suas dívidas.

06- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.


a) Mais de um torcedor invadiu o gramado.
b) Fomos nós quem requereu o aumento do salário.
c) Foste tu quem arrumaste a bancada dos livros?
d) Foste tu quem arrumou a bancada dos livros?
e) Foi eu quem questionou a equipe de médicos.

07- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.


a) Os assuntos principais da reunião foi Fernando Pessoa.
b) Cem mil reais era pouco para ele.
c) Já são uma e meia da manhã.
d) Hoje são 20 de abril.
e) Tudo eram vantagens para a empresa.

08- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o registro culto e formal da língua.

a) Necessita-se de novos programas de qualidade de vida.


b) A pressão, a ansiedade e a tensão muscular, tudo prejudicava a saúde do trabalhador.
c) Os Estados Unidos contrataram profissionais especializados em comunicação.
d) Já fazem três meses que ele se adaptou a uma nova realidade profissional.
e) Cada um dos profissionais do RH deve saber administrar o seu estresse.

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09- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o registro culto e formal da língua.

a) Necessita-se de novos programas de qualidade de vida.


b) A pressão, a ansiedade e a tensão muscular, tudo prejudicava a saúde do trabalhador.
c) Os Estados Unidos contrataram profissionais especializados em comunicação.
d) Já fazem três meses que ele se adaptou a uma nova realidade profissional.
e) Cada um dos profissionais do RH deve saber administrar o seu estresse.

10- Considere as frases abaixo.

I – Há amigos de infância de quem nunca nos esquecemos.


II – Deviam existir muitos funcionários despreparados; por isso, talvez, existissem discordâncias entre os elemen-
tos do grupo.

Substituindo-se em I o verbo “haver” por “existir” e em II o verbo existir por haver, a sequência correta é

a) existem, devia haver, houvesse.


b) existe, devia haver, houvessem.
c) existe, devia haver, houvesse.
d) existem, deviam haver, houvesse.
e) existe, deviam haver, houvessem.

11- De acordo com a norma, o verbo pode ficar, indiferentemente, no singular ou no plural na frase da alternativa

a) Precisa-se (ou precisam-se) de funcionários dedicados


b) Perceberam-se (ou percebeu-se) os detalhes da cidade
c) Cada um dos brasileiros cuidará (ou cuidarão) do país.
d) Vendem-se (ou vende-se) frutas no mercado de nacional.
e) A maioria dos brasileiros pratica (ou praticam) esporte.

12- Assinale a alternativa em que a reescritura do trecho “’Dos entrevistados, 84% afirmaram sentir raiva enquanto
dirigem. Pessoas que tinham mais tempo de habilitação e dirigiam com maior frequência cometiam mais erros e
eram mais agressivas’, diz Cláudia.” mantém a correção gramatical e não compromete o sentido original.

a) A maioria dos entrevistados afirmou que sente raiva enquanto dirige. Pessoas mais experientes na condução
de veículos automotivos cometem mais erros e são mais agressivas.
b) 84% dos entrevistados afirmou que sentem raiva enquanto dirigem. Pessoas, que tinham mais tempo de habi-
litação e dirigiam com maior frequência, cometiam mais erros e eram mais agressivas.
c) Dos entrevistados, 84% afirmou que sentem raiva enquanto dirigem. Pessoas que tinham mais tempo de habi-
litação e dirigiam com mais frequência cometiam mais erros e eram mais agressivas.
d) Dos entrevistados, 84% afirmou que sente raiva enquanto dirige. Pessoas com mais tempo de habilitação e
que dirigiam com mais frequência, cometiam mais erros e eram mais agressivas.
e) A maior parte dos entrevistados afirmou que sente raiva enquanto dirigem. Pessoas que dirigiam com mais
tempo de habilitação frequentemente cometiam mais erros.

GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C D E E E C D D A
11 12
E A

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 05 (Padrão FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS)

A organizadora FCC traz uma abordagem bastante particular no que diz respeito ao tema concordância verbal. Em vez
de exigir que o candidato tenha em mente um arsenal de regras, ela se satisfaz em sondar se o candidato entende a
“simples” relação sujeito/verbo. Contudo, não pense que as questões sejam, por isso, fáceis. Ao contrário, você nota-
rá que, muitas vezes, a dificuldade é até maior. Sabendo que tais questões, realmente, pedem muito discernimento
do candidato, apresento a você uma sequência de dicas que farão toda a diferença. Leia com bastante atenção e bons
estudos.

Dicas de Concordância Verbal para a FCC

1- Somente o sujeito é capaz de “acionar” (flexionar) o verbo ou a locução verbal.

Ex.: A atividade da aviação geral e dos aviões de voo visual está proibida dentro de um raio de 30 milhas náuticas.

Ex.: Uma das pesquisas revisadas para o relatório examinou ciclistas quando treinavam depois de comer e quando trei-
navam em jejum.

2- É comum, na FCC, que o sujeito seja distanciado do verbo ou da locução verbal com o propósito de confundir o
candidato.

Ex.: O conceito, defendido em livros populares de condicionamento físico na última década, dita que o ato de exercitar-
se com o estômago vazio força o corpo a buscar combustível nos depósitos de gordura acumulada.

Ex.: Após anos de revisão de pesquisas sobre o assunto, um relatório publicado nesse ano no Strength and Conditioning
Journal concluiu que o corpo queima basicamente a mesma quantidade de gordura, desconsiderando se você se
alimentou ou não antes do exercício.

3- É comum, na FCC, que o sujeito seja deslocado para o meio ou fim do período a fim de confundir o candidato.

Ex.: Embora remonte aos hábitos das sociedades mais violentas do passado, a pena de talião ainda goza de prestígio
entre cidadãos que se dizem civilizados

Ex.: Demonstram como se formaram os primeiros agrupamentos humanos os vestígios que a ciência estuda para tentar
recompor os hábitos de nossos ancestrais.

4- Quando o sujeito for uma oração, lembre-se de que o verbo fica, obrigatoriamente, na 3ª pessoa do singular.

Ex.: Malhar de estômago vazio não ajuda a queimar gordura, diz estudo.

Sujeito: “Malhar de estômago vazio”.

Ex.: Cabe aos candidatos, segundo dizem os especialistas, organizar um horário satisfatório de estudos.
Sujeito: “organizar um horário satisfatório de estudos”.

5- Quando o sujeito estiver representado por um pronome relativo, concorde com o termo ao qual o pronome se
refere.

Ex.: O estudioso apresentou os detalhes que fazem toda a diferença na hora de estudar.

Ex.: O estudioso apresentou os detalhes. Os detalhes (que) fazem toda a diferença na hora da prova.

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Ex.: Grande foi a comoção que, depois de muitas horas passadas e discutidas, revelou as verdadeiras facetas daquela
instituição.

Ex.: “.... horas passadas e discutidas. A comoção revelou...”

6- Quando a oração não tem sujeito, o verbo fica sem “comando”; por isso, permanecerá na 3ª pessoa singular (e
raras vezes no plural).

Ex.: Contra as organizações, não havia luta possível a não ser em termos de guerra (era a via revolucionária).

Ex.: Grandes palestras houve no auditório da universidade.

Ex.: Faz trinta dias que o edital saiu.

Ex.: Neva na serra gaúcha.

Ex.: Eram seis horas quando a polícia chegou.

7- Quando o sujeito estiver na voz passiva sintética.

Ex.: Dominou-se o suspeito rapidamente.

Ex.: O suspeito foi dominado rapidamente.

Ex.: Organizam-se em torno da busca de uma atitude que associa, num mesmo movimento, a resistência ao poder, a
constituição de si e o diagnóstico do presente.

Ex.: A resistência ao poder, a constituição de si e o diagnóstico do presente, num mesmo movimento, são organizados
em torno da busca de uma atitude que associa tais atitudes.

Itens aparentemente corretos.

- Devem-se ressaltar, nos meios de comunicação, a constância com que promovem abusos, na exploração da cultura
popular. (Forma verbal correta: Deve-se ressaltar)

- Restam das festas, dos ritos e dos artesanatos da cultura popular pouco mais que um resistente núcleo de práticas
comunitárias. (Forma verbal correta: Resta)

- Produzem-se nas pequenas células comunitárias, a despeito das pressões da cultura de massa, lento e seguro dina-
mismo de cultura popular. (Forma verbal correta: Produz-se)

- Não sensibilizavam aos possíveis interessados em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles velhos carros-
placa. (Forma verbal correta: sensibiliza)

- Destinam-se aos homens-placa um lugar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a visibilidade
social. (Forma verbal correta: Destina-se)

- O motivo simples de tantos atos supostamente cruéis, que tanto impressionaram o autor quando criança, só anos
depois se esclareceram. (Forma verbal correta: se esclareceu)

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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO (BATERIA I)

01- Quanto à concordância verbal, está inteiramente correta a frase:

a) Devem-se ressaltar, nos meios de comunicação, a constância com que promovem abusos, na exploração da
cultura popular.
b) Nem mesmo um pequeno espaço próprio querem conceder à cultura popular os que a exploram por interes-
ses estritamente econômicos.
c) Restam das festas, dos ritos e dos artesanatos da cultura popular pouco mais que um resistente núcleo de prá-
ticas comunitárias.
d) Muita gente acredita que se devem imputar aos turistas a responsabilidade por boa parte desses processos de
falseamento da cultura popular.
e) Produzem-se nas pequenas células comunitárias, a despeito das pressões da cultura de massa, lento e seguro
dinamismo de cultura popular.

02- A concordância verbal e nominal está inteiramente correta em:

a) A redução da emissão de partículas poluentes pelo escapamento dos carros é uma das metas que devem ser
atingidas pelos órgãos responsáveis pela organização do trânsito nas grandes cidades.
b) Em cidades maiores, inúmeros moradores, para fugir da violência e do estresse urbano, se mudou para con-
domínios fechados próximos e passou a depender de carro para seus deslocamentos.
c) O planejamento urbano das grandes e médias cidades nem sempre acompanharam os deslocamentos de
grandes contingentes da população, que depende de transporte coletivo para ir e vir do trabalho diariamente.
d) O número de automóveis nos países desenvolvidos costumam ser mais elevados, mas nessas cidades existe
bons sistemas de transporte coletivo e as pessoas usam seus carros apenas para viagens e passeios de fins de
semana.
e) No caso das regiões metropolitanas brasileiras, é necessário os investimentos na expansão de sistemas inte-
grados de transporte coletivo, para desestimular o uso de veículos particulares no dia a dia das cidades.

03- Para cumprimento das normas de concordância verbal, será necessário CORRIGIR a frase:

a) Atribui-se aos esquemas de construção das fábulas populares a capacidade de representarem profundos an-
seios coletivos.
b) Reserva-se a pobres camponeses, nas fábulas populares, a possibilidade de virem a se tornar membros da rea-
leza.
c) Aos desejos populares de ascensão social correspondem, em algumas das fábulas analisadas, a transformação
de pobres em príncipes.
d) Prosperam no fundo do inconsciente coletivo incontáveis imagens, pelas quais se traduzem aspirações de po-
der e de justiça.
e) Não cabe aos leitores abastados avaliar, em quem é pobre, a sensatez ou o descalabro das expectativas ali-
mentadas.

04- A concordância verbal e nominal está inteiramente correta em:

a) Presume-se que já tenha sido extinto muitas espécies da fauna e da flora com a destruição de enormes exten-
sões de florestas.
b) Os desequilíbrios no ecossistema de uma floresta pode pôr em risco a sobrevivência de certas espécies de
plantas.
c) Deve valer para todos os países as medidas de segurança a ser tomada em relação à preservação de florestas.
d) Para a restauração de áreas ocupadas por atividades agrícolas, é observado os tipos de uso do solo e as carac-
terísticas do entorno para traçar o projeto de ação.
e) Projetos desenvolvidos por especialistas mostram que é possível conciliar restauração de florestas nativas com
o manejo sustentável de seus recursos naturais.

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05- As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:

a) Há frases que se repete à exaustão e que, exatamente por isso, passam a soar como se constituíssem cada
uma delas uma verdade incontestável.
b) Frases sempre haverão que, à força de se repetirem ao longo do tempo, acabam sendo tomadas como verda-
des absolutas.
c) Quando a muitas pessoas interessam dar crédito a frases feitas e lugares-comuns, há o risco de se cristalizar
falsos juízos.
d) O hábito da repetição mecânica de frases feitas e lugares-comuns acabam por nos conduzirem à fixação de
muitos preconceitos.
e) Cabe aos indivíduos mais conscientes combater o chavão e o lugar-comum, para que não se percam de vista os
legítimos valores sociais.

GABARITO

01 02 03 04 05
B A C E E

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO (BATERIA II)

01. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher de modo correto a
lacuna da frase:

a) Jamais ...... (satisfazer) as crianças aquele tipo de resposta convencional às perguntas essenciais que elas formu-
lam.
b) Como ...... (poder) ocorrer ao professor respostas exatas para um questionário irrespondível?
c) Não ...... (dever) envergonhar a ninguém as lacunas do conhecimento humano sobre os mistérios do universo.
d) A aflição a que ....... (levar) um cientista tais perguntas é a mesma que perturba as crianças.

e) Quanto às questões que a mais ninguém ...... (conseguir) incomodar, ou já encontraram resposta ou não eram
essenciais.

02. Quanto à concordância verbal, a frase inteiramente correta é:

a) Entre as questões essenciais, que a todo cientista deve importar, estão as que se prendem à origem e ao destino
do ser humano.
b) Não houvesse outras razões, bastaria a propriedade das perguntas que lhe dirigiu o público para fazê-lo sentir-
se um professor privilegiado.
c) Só é dado alimentarem a curiosidade e a insatisfação ao cientista que não abdica de fazer as perguntas funda-
mentais.
d) Diante do interesse que representavam cada uma das perguntas que lhe cabiam responder, o professor sentiu-
se um privilegiado.
e) O autor considerou um privilégio o fato de o interrogarem, com perguntas tão instigantes, aquele público curio-
so que encontrou na escola.

03. Quanto à concordância verbal, está inteiramente correta a seguinte frase:

a) De diferentes afirmações do texto podem-se depreender que os atos de grande violência não caracterizam ape-
nas os animais irracionais.
b) O motivo simples de tantos atos supostamente cruéis, que tanto impressionaram o autor quando criança, só
anos depois se esclareceram.
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c) Ao longo dos tempos tem ocorrido incontáveis situações que demonstram a violência e a crueldade de que os
seres humanos se mostram capazes.
d) A todos esses atos supostamente cruéis, cometidos no reino animal, aplicam-se, acima do bem e do mal, a razão
da propagação das espécies.
e) Depois de paralisadas as lagartas com o veneno das vespas, advirá das próprias entranhas o martírio das larvas
que as devoram inapelavelmente.

04. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a la-
cuna da frase:

a) Não se ...... (atribuir) às lagartas a crueldade dos humanos, por depositarem os ovos no interior das vespas.
b) O que ...... (impelir) os animais a agirem como agem são seus instintos herdados, e não uma intenção cruel.
c) Não se ...... (equiparar) às violências dos machos, competindo na vida selvagem, a radicalidade de que é capaz
um homem enciumado.
d) ...... (caracterizar-se), em algumas espécies animais, uma modalidade de violência que interpretamos como
crueldade.
e) ...... (ocultar-se) na ação de uma única vespa os ditames de um código genético comum a toda a espécie.

05. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a
lacuna da frase:

a) Há muito não se ...... (tolerar) atitudes arrogantes como a do editorial da revista britânica.
b) É natural que ...... (ferir) o orgulho do povo cubano as exortações publicadas na revista britânica.
c) Os pesquisadores não ...... (haver) de se ofender, caso os termos do editorial da revista fossem menos prepo-
tentes.
d) Foi precisa a argumentação de que se ...... (valer) os pesquisadores latino-americanos em sua réplica ao editori-
al.
e) Aos países ricos não ...... (competir) tomar decisões que afetem a soberania dos países em desenvolvimento.

06. Para que se respeite a concordância verbal, será preciso corrigir a frase:
a) Têm havido dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano.
b) Têm sido levantadas dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano.
c) Será que o sistema de saúde cubano tem suscitado dúvidas sobre sua eficácia?
d) Que dúvidas têm propalado os adversários de Cuba sobre seu sistema de saúde?
e) A quantas dúvidas tem dado margem o sistema de saúde de Cuba?

07. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:

a) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso algumas conotações mágicas.
b) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu sentido real muitos equívocos ideológicos.
c) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a representarem, de fato, qualquer avanço
significativo.
d) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a fundo, veríamos que são irrelevantes para a
melhoria da vida.
e) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma
boa qualidade da vida.
08. As normas de concordância verbal estão plenamente atendidas na frase:

a) Fosse porcas, arruelas, parafusos, tudo o que não tivesse aplicação imediata era remetido à “bacia das almas.”
b) O fato é que muita gente, tal como ocorre com o pai no referido texto da Internet, têm a tendência de alimentar
preconceitos contra os poetas.
c) Atira-se à “bacia das almas” as tranqueiras que não parecem úteis, e que talvez nunca de fato os sejam.
d) Costumam-se atribuir às expressões evocativas e nostálgicas o sentido poético que advém de tudo o que nos fa-
la do passado.
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e) Ao filho não pareceu coerente que expressões tão sugestivas fossem criadas justamente por quem tinha por
hábito desancar os poetas.

09. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher de modo correto a
lacuna da frase:

a) ...... (acabar) por mais nos favorecer o que foi esquecido do que todas as coisas de que costumamos nos lem-
brar.
b) ......-se (costumar) atribuir às nossas memórias uma vantagem que, para o autor do texto, elas não propiciam.
c) A ninguém ...... (dever) limitar essas expectativas, criadas pela memória que cristaliza a personalidade.
d) ......-se (sedimentar) nos processos da nossa memória o perfil de uma personalidade a que nos obrigamos a ser
fiéis.
e) À força dos nomes próprios ...... (corresponder), pelas razões expostas no texto, a força de estreitamento do es-
paço que há numa gaiola.
10. A concordância verbo-nominal está inteiramente correta na frase:
a) No século XX, a produção em massa permitiu que objetos, antes de posse restrita a reis, fossem acessíveis a to-
da a população.
b) Sempre existiu colecionadores de objetos, que exerce maior poder de atração sobre pessoas quanto mais estra-
nho ele é.
c) No século XIX, foi dividido as áreas temáticas da ciência, surgindo então os colecionadores especializados em
reunir um único tipo de objetos.
d) Permaneceu imutável por séculos as razões que levam algumas pessoas a colecionar objetos, algumas delas de
gosto duvidoso.
e) O costume de enviar marinheiros pelo mundo para encontrar objetos exóticos mudaram a paisagem de alguns
países e modernizaram a Europa.

11. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:


a) Compreenda-se as lições de O Príncipe não como exercícios de cinismo, mas como exemplos de análises a que
não se devem furtar toda gente interessada na lógica do poder, seja para exercê-lo, seja para criticá-lo.
b) A problemática divisão da Itália em principados, que tanto preocupavam Maquiavel, fizeram com que ele se de-
dicasse à ciência política, em cujos fundamentos espelha-se, até hoje, aqueles que se preocupam com o poder.
c) Integrava as qualidades morais a da virtude, tomada num sentido essencialmente religioso, até que Maquiavel,
recusando esse plano de valores em que a inseriam, deslocou seu sentido para o campo da política.
d) Todas as acepções de virtude, até o momento em que surgiu Maquiavel, compunha-se no campo da moral e da
religião, e estendia-se à esfera da política, como se tudo fosse essencialmente um mesmo fenômeno.
e) Nunca faltaram aos “príncipes” de ontem, de hoje e de sempre a ambição desmedida pelo poder e pela glória
pessoal, mas couberam a poucos discernir as sutilezas da política, em que Maquiavel foi um mestre.

GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11
A B E E E A A E C A C

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08. Concordância Nominal

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: De razoável para baixa. Nem todas as organizadoras simpatizam com
esse tema. CESPE, FCC e ESAF, por exemplo, fazem pouco caso do assunto em questão. Já CESGRANRIO, IMPARH, UECE,
FGV, CONESUL, dentre outras, costumam, com frequência, exigir esse assunto.

DICA: É na Concordância nominal que precisamos, principalmente, dos conceitos sintáticos de Adjunto adnomi-
nal, Predicativo do sujeito e Predicativo do objeto. Caso você não faça a mínima ideia do que sejam tais sintagmas, é
necessário revisar tais conceitos o quanto antes.

DICA DE ESTUDO: Como as regras não são muitas, você logo se familiarizará com quase todas. A fim de que você
as memorize o quanto antes, faça bastantes exercícios. É só uma questão de prática.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Razoável para todos os níveis (no máximo uma questão).
STATUS: Em sala e com o professor (dependendo da banca, o status pode mudar).

Regra geral:

O adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral e pronome) concordam em gênero e número com o substan-
tivo a que se refere.

Ex.: As minhas revistas novas estão no quarto.

No exemplo acima, percebe-se que as palavras adjetivas (as, minhas e novas) referem-se ao substantivo revis-
tas, concordando com ele.

• 1º. Caso:
Quando o adjetivo é posposto a vários substantivos do mesmo gênero, ele vai para o plural ou concorda com o
substantivo mais próximo.

Ex.: O tamarindo e o limão maduros (maduro) parecem bons.

• 2º. Caso:

Se os substantivos forem de gêneros diferentes, o adjetivo pode ir para o plural masculino ou pode concordar
com o substantivo mais próximo.

Ex.:

O tamarindo e a laranja maduros (madura) estavam em falta no mercado.

A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar antigo(antigos) foram varridos pelo temporal.

• 3º. Caso:

Quando o adjetivo posposto funciona como predicativo, vai obrigatoriamente para o plural.

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Ex.:
- O limão e a laranja são azedos.

- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar estão devastados.

REGRAS ESPECÍFICAS

► Adjetivo anteposto aos substantivos:

• 1º. Caso:

Quando o adjetivo vem anteposto aos substantivos, concorda, preferencialmente, com o mais próximo.5

Ex.:

Ele era dotado de extraordinária coragem e talento.

No hospital, percebi a cansada médica e enfermeiros.

• 2º. Caso:
Quando o adjetivo anteposto funciona como predicativo, pode concordar com o substantivo mais próximo ou
pode ir para o plural.
Ex.:

Estavam desertos a casa e o barraco.

Estava deserta a casa e o barraco.

► Um só substantivo e mais de um adjetivo:

1ª . Possibilidade:

Ex.: O produto conquistou o mercado europeu e o americano.

O substantivo fica no singular e repete-se o artigo.

2ª . Possibilidade:

Ex.: O produto conquistou os mercados europeu e americano.

O substantivo vai para o plural e não se repete o artigo.

- Esse autor aderiu à escrita clássica, à moderna e à contemporânea.


- Esse autor aderiu às escritas clássica, moderna e contemporânea.

- O país desenvolveu a cultura da leitura e a do estudo.

5
Aqui existe uma grande divergência entre os gramáticos Evanildo Becharra e Celso Cunha. Para o primeiro, os adjetivos antepostos a vários substantivos podem
concordar com o mais próximo ou com todos os substantivos pela lei da soma. Exemplo: Lerei interessante (interessantes) livro e jornal. Já para o segundo, a concor-
dância, nesta situação, só ocorrerá com o mais próximo. Exemplo: Comprei novo carro e casa.
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- O país desenvolveu as culturas da leitura e do estudo.

- Ele fez menção à Presidenta do Brasil e à da Argentina.


- Ele fez menção às Presidentas do Brasil e da Argentina.

OUTROS CASOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL:

• 1º. Caso:

A palavra Bastante:

- Função adjetiva: Variável - refere-se a substantivo.

- Função adverbial: Invariável - refere-se a verbo, adjetivo e a advérbio.

Ex.:
Ele tem bastantes livros (substantivo).
Havia bastantes pessoas na rua.

Eles conversaram (verbo) bastante ontem.

As moças são bastante inteligentes (adjetivo).

Nosso país tem bastantes estados (substantivo).

Eles estudam (verbo) bastante.

Vanessa e Melissa são bastante simpáticas (adjetivo).

DICA: quando o a palavra BASTANTE for um adjetivo (o que significará, sempre, volume, quantidade), permitirá as se-
guintes trocas:

Nosso país tem bastantes estados.


(Nosso país tem muitos estados).

Na rua, havia bastantes pessoas elegantes.


(Na rua, havia muitas pessoas elegantes).

Vi bastante gente educada.


(Vi muita gente educada).

Obs.:

- Nessa regra, podemos incluir ainda as seguintes palavras: meio, muito, pouco, caro, barato, longe. Só variam se
acompanhar o substantivo.

• 2º. Caso:

Palavras como: quite, obrigado, anexo (incluso ou apenso), obrigado, mesmo, próprio, leso e incluso são adje-
tivos. Devem, portanto, concordar com o nome a que se referem.
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Ex.:

Nós estamos quites com o serviço militar.

Ela mesma fez o café.

Leve estes documentos anexos até a sala do diretor.

Obs.: A expressão "em anexo" é invariável.

Ex.: As cartas seguem em anexo.

• 3º. Caso:

Se nas expressões: "é proibido", "é bom", "é preciso" e "é necessário", o sujeito não vier antecipado de artigo,
tanto o verbo de ligação quanto o predicativo ficam invariáveis.

Ex.:

É proibido ∅ entrada.

∅ Estudar é preciso.

Entretanto: Se o sujeito dessas expressões vier determinado por artigo, numeral ou pronome (femininos, no
singular ou no plural), tanto o verbo de ligação quanto o predicativo variam para concordar com o sujeito.

Ex.:

É proibida a entrada de jovens menores de 35 anos neste local.

A meia entrada é necessária aos estudantes.

• 4º. Caso:

Palavras invariáveis:

- Menos.
- A olhos vistos (expressão).
- Em anexo.
- A sós.
- Azul-marinho.
- Monstro (na condição de adjetivo).
- Alerta.
- Todo (em termos compostos).
- Mediante.
- Tirante.
- Pseudo.
- Salvo (significando exceto, afora).
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Ex.:

- Salvo aquelas poucas palavras, a palestra foi um desastre.


- Agora estou com menos fome.
- Os candidatos estão alerta.
- O homem ficou a sós com os seus problemas.
- As pseudo-médicas foram localizadas pela polícia.
- Aquela foi uma partida monstro.
- As mulheres todo-poderosas deixaram a sala cedo.

• 5º Caso:
Nas expressões "o mais ... possível" e "os mais ... possíveis" , o adjetivo "possível"concorda com o artigo que
inicia a expressão.
Exs:

Tinha um carro o mais veloz possível.

Seus carros eram os mais velozes possíveis.

São alunos o mais estudiosos possível.

São alunos os mais estudiosos possíveis.

• 6º Caso: Haja vista/ Hajam vista

Evanildo Bechara afirma: “a construção natural e mais frequente da expressão haja vista, com o valor de “veja”
ou “por exemplo”, é ter invariável o verbo, qualquer que seja o número do substantivo seguinte” (p. 565 de Moderna
Gramática da Língua Portuguesa, 1999).

Ex.: Ele foi sempre muito dedicado à família, haja vista o quanto era dedicado aos filhos.

Para Marcelo Rosenthal ”o termo serve para exemplificação. Caso o exemplificado esteja no singular, o verbo
somente poderá estar no singular; caso o elemento exemplificado esteja no plural, o verbo tanto poderá vir no singular
como no plural”. (p. 437 de Gramática para concursos, 2007).

Ex.: O repórter era mesmo competente, haja (hajam) vista seus últimos trabalhos.

DICA: Como é um caso polêmico, prefira usar a estrutura com o verbo sempre no singular “haja vista”. Fazendo assim,
você nunca estará errando.

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01

TEXTO 1

"Nenhum trabalhador recebeu a dose de radiação acima do estipulado pelo Japão, de 250 millisieverts, que iria restrin-
gir a exposição dos funcionários de emergência", disse a AIEA nesta sexta-feira.

No mês passado, dois funcionários de Fukushima foram levados ao hospital depois que seus pés e mãos foram expostos
a 175 millisiverts quando eles pisaram em água contaminada. Eles se recuperaram bem”.

Folha de São Paulo (Com adaptações)

01- O adjetivo “expostos” concorda com os termos “pés” e “mãos”; contudo, seria correto gramaticalmente estabele-
cer vínculo sintático com o termo mais próximo, escrevendo-se “expostas”.

02- O pronome “seus” poderia, segundo prescrevem as normas gramaticais, concordar somente com o termo mais
próximo “pés”, mesmo que este estivesse no singular. Esse procedimento, entretanto, comprometeria os sentidos
textuais.

03- Embora os sentidos textuais fossem gravemente alterados, seria correto gramaticalmente escrever, em vez de “a
dose de radiação”, “a pseudadose de radiação”, o que agora significaria falsa dose de radiação.

TEXTO 2

“Definida como uma combinação de ilusões paranoicas, alucinações sensoriais e diminuição das funções cognitivas, a
esquizofrenia é fruto de muitas combinações genéticas e de fatores ambientais. Gage diz que, devido à variedade e à
complexidade dos sintomas, ela é uma das doenças mentais que mais desafiam os cientistas”.

Correio braziliense (Com adaptações)

04- A palavra “muitas” poderia, sem comprometer os sentidos nem a correção gramatical, ser substituída por “bastan-
tes”.

05- O vocábulo “definida” poderia ir para o plural a fim de que estabelecesse coesão com “ilusões paranoicas, alucina-
ções sensoriais e diminuição das funções cognitivas”.

TEXTO 3

“Universidades virtuais, palestras de graça com especialistas do mundo todo, professores on-line para tirar dúvidas.
Mais parece uma escola do futuro, mas é realidade cada vez mais frequente na internet. A web oferece diversas possibi-
lidades para o estudante aproveitar os livros e as horas preciosas na rede. As aulas gratuitas, por exemplo, são uma boa
opção para quem quer resumir conteúdo já visto, aprofundar um assunto ou se aventurar em aprender”.

Correio braziliense (Com adaptações)

06- A expressão “haja vista”, que significa “por exemplo” ou “veja”, poderia surgir depois “aulas gratuitas”, desde que a
segunda vírgula fosse suprimida.

07- O vocábulo “Mais”, início do segundo período, poderia ser substituído por “Mas” ou “Entretanto”, sem que os sen-
tidos originais fossem alterados.
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08- O adjetivo “preciosas” poderia ser substituído por “preciosos”; mas, se assim fosse feito, os sentidos originais seri-
am alterados.

TEXTO 4

“Ler cansa. Cansa porque envolve esforço, tempo e concentração. Hoje, com todas as facilidades da vida moderna, mui-
tos leem somente quando obrigados: na escola, para o vestibular, na faculdade ou para se manterem atualizados profis-
sionalmente. Poucos leem por prazer. Menos ainda os que escrevem por prazer. Segundo Schopenhauer, a maioria dos
escritores "vivem da literatura e não para a literatura". Raras são as vezes que ambas são exercidas pelo mesmo ho-
mem. Enquanto muitos preferem gastar energias e recursos raros em festas, divertimentos ou prazeres fugazes, A arte
de escrever mostra como gastar as mesmas energias e recursos com a literatura e obter retorno”.

09- A palavra “somente” poderia ser substituída por “sós”, sem que os sentidos bem como a correção gramatical fos-
sem comprometidos.

10- “Poucos” permitiria troca equivalente semântica e sintaticamente por “Raros” ou “Raras”.

11- Por estabelecer vínculo sintático com “muitos”, “obrigados” fica, obrigatoriamente, no masculino plural.

12- O vocábulo “Menos” não permite, em hipótese alguma, variação tanto de gênero quanto de número.

13- As palavras “ambas” e “exercidas” estão no feminino plural para estabelecerem vínculo nominal com a elidida pa-
lavra “pessoas”.

14- Levando em conta que os sentidos serão alterados, seria, entretanto, possível substituir “ambas’ por “extras”, o que
continuaria respeitando o padrão culto da língua.

15- A estrutura “Cansa porque envolve esforço, tempo e concentração” permitiria a seguinte reescritura sem que os
sentidos nem a correção gramatical fossem comprometidos: “Cansa porque é necessário esforço, tempo e concen-
tração”.

16- Caso antecipássemos o adjetivo “raros” ao fragmento “...energias e recursos...”, a única construção que respeitaria
os padrões da norma culta e preservaria os sentidos originais seria: “...raras energias e recursos...”.

TEXTO 5

“A vitória da sociedade burguesa e industrial estabeleceu o papel crucial do trabalho no mundo moderno. Quem não
trabalha é visto, muito comumente, como vagabundo ou desocupado. Diferentemente dos aristocratas e nobres, para
quem o trabalho era atividade de menor valor e reservada para a plebe e para os escravos”.

17- Seria possível e correto gramaticalmente reescrever o início to texto da seguinte forma: “A vitória das sociedades
burguesa e industrial...”.

18- Caso substituíssemos “muito” por “bastante” a correção gramatical não seria comprometida.

19- A substituição de “reservada” por “reservado” não altera os sentidos originais do texto.

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TEXTO 6

“O primeiro período do pensamento grego toma a denominação substancial de período naturalista, porque a nascente
especulação dos filósofos é instintivamente voltada para o mundo exterior, julgando-se encontrar aí também o princípio
unitário de todas as coisas; e toma, outrossim, a denominação cronológica de período pré-socrático, porque precede
Sócrates e os sofistas, que marcam uma mudança e um desenvolvimento autônomos e, por conseguinte, o começo de
um novo período na história do pensamento grego. Esse primeiro período tem início no alvor do VI século a.C., e termi-
na dois séculos depois, mais ou menos, nos fins do século V”.

20- Caso substituíssemos o vocábulo “instintivamente” pela expressão “ instintiva e”, continuaria havendo respeito às
normas de concordância. Contudo, os sentidos originais seriam alterados.

21- O adjetivo “autônomos” poderia estar grafado no singular, sem que houvesse desrespeito às normas gramaticais.

22- Na oração "Segue anexa a nota editorial", foi atendida a regra de concordância nominal, visto que o adjetivo "ane-
xa" está no feminino para concordar com a expressão no feminino "a nota editorial", que exerce a função de sujei-
to da oração.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C E C E E E E E E

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C C E E C E C C C C

21 22
C C

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 02
(Padrão UECE, IMPARH, FCC, CESGRANRIO, FGV).

01. A frase em que a concordância nominal está correta é:

a) A vasta plantação e a casa grande caiados há pouco tempo eram o melhor sinal da prosperidade familiar.
b) Eles, com ar entristecidos, dirigiram-se ao salão onde se encontravam as vítimas do acidente.
c) Não lhe pareciam útil aquelas plantas esquisitas que ele cultivava na sua pacata e linda chácara do interior.
d) Quando foi encontrado, ele apresentava feridos a perna e o braço direitos, mas estava totalmente lúcido.
e) Esses livro e caderno não são meus, mas poderão ser importante para a pesquisa que estou fazendo.

02. Todas as alternativas, abaixo, estão corretas quanto à concordância nominal, exceto:

a) Conserve limpos as mãos e os pés.


b) O jovem, ao completar dezenove anos, deve estar quite com o serviço militar.
c) As edições extras dos jornais sempre trazem notícias interessantes.
d) No café da manhã deste hotel, servem-se geleia e pão torradinhos.
e) Deste lado da rua há menos casas, por isso precisamos ficar mais alerta.

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03. Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância nominal:

a) Os torcedores traziam, em cada mão, bandeira e flâmula amarela.


b) Um e outro aplicador indecisos desistiram do negócio.
c) Tinha as mãos e o rosto coloridos de púrpura.
d) Escolheste ótima ocasião e lugar para o churrasco.
e) Ele estava com o braço e a cabeça quebradas.

04. Quanto à redação das frases a seguir, assinale a que estiver errada:

a) Ao voltar do passeio, encontrou o portão e a janela arrombados.


b) Os cavalarianos desfilavam com porte e garbo altivos.
c) O aluno destacava-se pelo raciocínio e objetividade aguçados.
d) Não podemos concordar com tantas máquinas e artifícios bélicos.
e) Belos poesias e discursos marcaram o encerramento do ano letivo.

05. Assinale a alternativa errada no que diz respeito ao atendimento à norma culta:

a) O escritor e o mestre alemães admiravam o belo quadro.


b) Estudaram o idioma francês e o espanhol.
c) O ministro e os deputados alagoanos votaram contra o projeto.
d) As opiniões e argumentos expostos não agradaram à plateia.
e) Considero fácil as questões e testes propostos na prova.

06. Está perfeitamente correta a concordância nominal apenas na frase:

a) Eles se moviam meios cautelosos.


b) O relógio da igreja bateu meio-dia e meio.
c) Seus argumentos eram sempre o mais pertinentes possíveis.
d) Os resultados falam por si só.
e) Chegada a sua hora e a sua vez, intimidou-se.

07. “Fazia ............................... elogios, embora as saudações fossem agora ........................ enfáticas para uns e talvez
............................... evasivas para outros”.
A opção que completa corretamente as lacunas da frase acima é:

a) bastante / menos / meio;


b) bastantes / menas / meia;
c) bastante /menos / meia;
d) bastantes / menas / meio;
e) bastantes / menos / meio.

08. Assinale a alternativa que preencha corretamente os espaços em branco:


"Ainda ............................ furiosa, mas com ..................................... violência, proferia injúrias .....................................
para escandalizar os mais arrojados."
a) meia – menas – bastantes;
b) meia – menos – bastantes;
c) meio – menos – bastante;
d) meio – menos – bastantes;
e) meia – menas – bastantes.

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09. Assinale a alternativa em que há erro de concordância nominal:

a) Com opinião e propostas claras desfez as dúvidas que pairavam sobre a questão.
b) Tenho por mentirosos o réu e seu cúmplice.
c) Por que os namorados preferem andar só, detestando as companhias?
d) Sua atitude, seu olhar, seu gesto suspeito chamou a atenção da polícia.
e) Não temos razões bastantes para impugnar sua candidatura.

10. Assinale a alternativa em que a concordância nominal está de acordo com a norma culta.

a) A moça mesmo me disse que andava meia aborrecida com a vida.


b) O Presidente visitou as novas instalações da escola. Sua Excelência estava bem disposto e bem-humorado.
c) A declaração de bens foi mandada anexo ao processo, pode verificar.
d) Sabemos que é necessário a paciência da mãe para suportar manha de criança.
e) Consegui comprar o que queria: um carro zero e um terreno próximos à praia.

11. Assinale a alternativa cuja redação não está de acordo com a norma culta.

a) Todos, parentes, amigos e vizinhos permaneceram juntos.


b) Seguem inclusas as certidões solicitadas.
c) As alunas foram ao teatro juntas com o professor de Educação Artística.
d) Patrícia e Luís, esquecidos de si próprios, cuidavam da filha.
e) Muito obrigados ficamos a você, por acompanhar-nos ao local do vestibular.

12. Preencha as lacunas das frases abaixo.

Vocês estão ............................. com a tesouraria.


As janelas ................................... abertas deixavam entrar a leve brisa.
Vai .......................... à presente a relação dos livros solicitados.
As matas foram ................................. danificadas pelo fogo.
É ...................... a entrada de animais.

A alternativa contendo a sequência verdadeira, de cima para baixo, é:


a) quite – meia – anexa – bastantes – proibida;
b) quites – meia – anexa – bastantes – proibida;
c) quite – meio – anexo – bastante – proibido;
d) quites – meio – anexa – bastante – proibida;
e) quites – meio – anexo – bastante – proibido.

13. Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância.

a) No calor, água é bom para refrescar.


b) Deficiências de verbas não é o suficiente para desencorajar novas atividades técnicocientíficas.
c) Sambistas os mais brilhantes possível participaram dos desfiles.
d) Houve atitudes o mais belas possível.
e) Houve atitudes as mais belas possíveis.

14. Assinale a alternativa em que a frase está gramaticalmente correta quanto à concordância nominal.
a) Eles estão só.
b) Não gostei dos seus ternos azul-celestes.
c) Pimenta não é bom, mas no momento é prato propício.
d) Vendeu duas meia entradas para o teatro.
e) Só as meninas estão meias sonolentas.

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15. Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância nominal:


a) Foram previstas grandes safras para o próximo ano.
b) O juiz deu por terminada a audiência e foi para a outra sala.
c) Todas as estatísticas que comprovam meus argumentos estão anexas a esta monografia.
d) Não revele tais segredos. Ainda é necessário essa discrição.
e) Entretidos com seus brinquedos, Guido e suas irmãs nem olharam para mim.

16. Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado, segundo a norma gramatical, poderia igualmente aparecer
flexionado em outro gênero.
a) "... permite que uns meninos boêmios e esquisitos toquem música [...] nas suas missas."
b) "... começa a [...] abrir novas portas e janelas."
c) "... e também pelas minhas leituras e opiniões."
d) "... nós apegávamos a tesouros e pompas terrenos."
e) "Esse é o caso de muitos escritores e pensadores católicos..."

17. Todas as alternativas estão corretas quanto à concordância nominal, exceto em:

a) Todos os executivos da empresa optaram por champanha francês.


b) Homens e mulheres sindicalizados reivindicavam segurança no trabalho.
c) É proibido entrada de pessoas não identificadas naquele recinto.
d) O garimpeiro comemorou a descoberta de quinhentas gramas de ouro.
e) Durante o debate, a plenária permaneceu meio silenciosa.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09
D D E E E E E D C
10 11 12 13 14 15 16 17
B C D C C D D D

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09. Pontuação

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Alta. Em quase todas as provas esse tema é abordado. No CESPE, na
FCC e na ESAF a abordagem é bem reflexiva, ou seja, essas organizadoras costumam usar o sistema de pontuação do
texto da própria prova, e questionam a justificativa para se ter ou não uma vírgula, um ponto, uma travessão etc. Elas
também propõem trocas de vírgulas, por travessões, por exemplo; podem também querer que você note a mudança de
sentido quando certas vírgulas são suprimidas; ou podem propor reconstruções no próprio texto a fim de que você jul-
gue se estão ou não respeitando a norma culta. Já CESGRANRIO, UECE, IMPARH, FGV, CONESUL, dentre outras, são me-
nos reflexivas: usam, com mais freqência, frases soltas e fora de contexto, o que prejudica muito a avaliação do candida-
to.

DICA: Aproveite esse assunto para relembrar ou sedimentar conceitos extremamente complexos, como o de
Aposto (tanto o explicativo como o enumerativo), Adjuntos Adverbiais, Orações subordinadas (tanto as adjetivas como
as adverbiais), Oração intercalada etc. Caso você deseje dar uma conferida nesses conceitos antes, não é nada mal; pelo
contrário, só quem ganha é você.

DICA DE ESTUDO: Depois de passar por esse assunto, procure (sempre que estiver lendo qualquer texto) justifi-
car certos sinais de pontuação. Como a vírgula é o sinal mais complexo e versátil (por isso é o mais cobrado em provas),
tente (sozinho mesmo) apresentar justificativas coerentes para aquela vírgula que está lá no artigo que você está lendo
enquanto espera sua vez na fila do banco. Dá para realizar esse reflexivo exercício com os outros sinais de pontuação. Se
eu fosse você, seguia essa dica. Fazendo esse exercício, você ainda ganhará muito na leitura, você aprenderá a ler me-
lhor, logo, terá mais facilidades com as questões de interpretação de texto. Veja como é proveitosa essa aula!

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Considerável para todos os níveis (mínimo de duas questões por prova).

STATUS: Em sala e com o professor.

Apresentação

Em qualquer língua, existem certos recursos – como pausa, melodia, entonação e até mesmo, silêncio – que só estão
presentes na oralidade. Na forma escrita da linguagem, no intuito de substituir tais recursos, usamos os sinais de pon-
tuação. Estes são também usados para destacar palavras, expressões ou orações e esclarecer o sentido de frases, a fim
de dissipar qualquer tipo de ambiguidade.

1. VÍRGULA

Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):

a) para separar os elementos mencionados numa relação:

- Aquela sala é grande, arejada, iluminada e bem decorada.

Obs.: os elementos de uma lista sempre pertencem à mesma classe gramatical e têm a mesma função sintática.

- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros.

A pontuação abaixo também está correta:


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- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço, dois banheiros.

A pontuação abaixo, contudo, está incorreta: não se usa “, e” para concluir listas.

- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço, e dois banheiros.

- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros.

NOTA
Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da enumeração, a vírgula deve ser empregada:

- Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, e roía as unhas.

Obs.: O nome do fenômeno que se dá na frase acima é polissíndeto (ou seja, presença de várias (poli) conjunções (sín-
deto, que vem do grego).

b) para isolar o vocativo:

- Cristina, venha aqui agora!

- O que acontece, Ricardo, é que você não escuta ninguém.

c) para isolar o aposto:

- Alex Atala, um dos maiores chefs do mundo, é um brasileiro apaixonado por sua cultura.

Variações quanto ao posicionamento do aposto explicativo.

- É um brasileiro apaixonado por sua cultura Alex Atala, um dos maiores chefs do mundo.

- Um dos maiores chefs do mundo, Alex Atala é um brasileiro apaixonado por sua cultura.

Variações quanto à pontuação.

- Alex Atala ― um dos maiores chefs do mundo ― é um brasileiro apaixonado por sua cultura.

- Alex Atala (um dos maiores chefs do mundo) é um brasileiro apaixonado por sua cultura.

- É um brasileiro apaixonado por sua cultura Alex Atala ― um dos maiores chefs do mundo.

- É um brasileiro apaixonado por sua cultura Alex Atala (um dos maiores chefs do mundo).

É um brasileiro apaixonado por sua cultura Alex Atala: um dos maiores chefs do mundo.

d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.):

- Seus estudos eram muito empíricos, isto é, baseavam-se em um critério de observação.

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- Pedro e Karina viajaram para a Europa, aliás, para o Leste europeu.

e) para isolar o adjunto adverbial antecipado:

Lembrete: o que temos abaixo é uma mera especulação com base nos gabaritos das bancas CESPE e FCC, pois ne-
nhum gramático ousa resolver tal imbróglio.

REALIDADE A:

1 2 3

Adjuntos com até três termos: o CESPE, normalmente, vê as vírgulas ou a vírgula como facultativa(s).

Adjuntos com até três termos: a FCC, normalmente, vê as vírgulas ou a vírgula como facultativa(s).

REALIDADE B:

1 2 3 4

Adjuntos a partir de quatro termos: o CESPE, normalmente, vê as vírgulas ou a vírgula como obrigatória(s).

Adjuntos a partir de quatro termos: a FCC, normalmente, vê as vírgulas ou a vírgula como obrigatória(s).

"No ano de 2007, eu estava à frente da 28ª DP, investigava a atuação da milícia naquele local e recebi, via disque-
denúncia, três informes sobre a possibilidade de um atentado que seria feito contra a minha pessoa", disse o investiga-
dor.

- À tarde, todos assistiram ao jogo do Brasil.

f) para isolar os adjuntos adverbiais:

- A multidão foi, aos poucos, avançando para o palco principal.

- Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente.

g) para isolar, nas datas, o nome do lugar:

- Fortaleza, 22 de maio de 2015.

- Paris, 13 de dezembro de 2015.

h) para isolar as orações coordenadas6:

- O médico chegou cedo e começou logo o expediente.

6
Aqui existe uma pequena polêmica. Para alguns gramáticos, a vírgula antes das conjunções coordenadas (principalmente a E) é obrigatória. Entretanto, gramáticos
renomados, como Evanildo Bechara e Celso Cunha discordam dessa opinião. Para Bechara “A vírgula pode ser usada para separar orações coordenadas aditivas ainda
que sejam iniciadas pela conjunção E, proferida com pausa” ( Moderna Gramática da Língua Portuguesa, p.609). Para Cunha, a vírgula antes do E só aparecerá se os
sujeitos das duas orações forem diferentes.
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- Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança.

- Na manhã de hoje, houve um novo deslizamento de terra, mas, segundo o coordenador da Defesa Civil de Santos, a
queda do bloco não modificou a questão da segurança do local.7

- Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.

(Obs.: Veja que a estrutura “,pois” poderia ser substituída por dois-pontos).

- Cheguei bem cedo ao estádio; não vi, entretanto, a apresentação do hino nacional.

(Obs.: Não se esqueça de que, nesse caso, as vírgulas que envolvem a conjunção “entretanto” são obrigatórias porque a
conjunção está posposta ao verbo VER. Sempre que a conjunção estiver posposta ao verbo, uso obrigatório de duas
vírgulas).

CONJUNÇÕES X PONTUAÇÃO

CONJUNÇÕES LEVES (VERSÃO I)

____________________ , e _____________________
Ou _________________ , ou ___________________
____________________ , mas___________________
____________________, pois__________________
____________________, porque________________
____________________, que___________________

CONJUNÇÕES LEVES (VERSÃO II)

____________________; e _____________________
Ou _________________; ou ___________________
____________________; mas___________________
____________________; pois_______________
____________________; porque________________
____________________; que___________________

Cuidado com a conjunção “e”:

a) O homem chegou, e fez logo o seu serviço.

Vírgula facultativa, pois os sujeitos das duas orações são iguais.

b) O tempo muda tudo, e as pessoas buscam, às vezes, o seu melhor.

Vírgula obrigatória, pois os sujeitos das orações são diferentes.

7
Para Bechara e Cunha é possível, antes de conjunções adversativas, usar também o PONTO-E-VÍRGULA quando há a intenção de realçar o con-
traste entre as duas orações.
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c) O amor colocou tudo em desordem no coração do homem, e estava feliz.

Vírgula obrigatória, pois a conjunção “e” tem valor de “mas”.

d)O Brasil venceu a Copa, e todos foram às ruas comemorar.

Vírgula obrigatória, pois a conjunção “e” tem valor de “portanto”.

e) A conjunção “e” nunca fica entre vírgulas:

- O time jogou bem, e, depois de muitas tentativas, fez o gol.

Obs.: quem está entre vírgulas é o adjunto adverbial “depois de muitas tentativas”.

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO I)

____________________, porém________________
____________________, contudo_______________
____________________, todavia _______________
____________________, entretanto_____________
____________________, no entanto_____________
____________________, em contrapartida_______
____________________, todavia________________
____________________, portanto_______________
____________________, logo__________________
____________________, assim_________________

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO II)

(Essa versão somente será possível quando a conjunção estiver deslocada do verbo ou do sujeito).

____________________, porém,________________
____________________, contudo,_______________
____________________, todavia, _______________
____________________, entretanto,____________
____________________, no entanto,____________
____________________, em contrapartida,______
____________________, todavia,_______________
____________________, portanto,______________
____________________, logo,_________________
____________________, assim,________________

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO III)

____________________; porém________________
____________________; contudo_______________
____________________; todavia _______________
____________________; entretanto_____________
____________________; no entanto_____________
____________________; em contrapartida_______
____________________; todavia________________
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____________________; portanto_______________
____________________; logo__________________
____________________; assim_________________

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO IV)

____________________. Porém,________________
____________________. Contudo,______________
____________________. Todavia, ______________
____________________. Entretanto,____________
____________________. No entanto,____________
____________________. Em contrapartida,______
____________________. Todavia,_______________
____________________. Portanto,______________
____________________. Logo,_________________
____________________. Assim,________________

i) para indicar a elipse de um elemento da oração:

Obs.: Elipse quer dizer apagamento.

- Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um animal.

- O europeu costuma beber vinho em suas refeições; o sul-americano, refrigerante.

j) após a saudação em correspondência (social e comercial):

- Atenciosamente,

- Respeitosamente,

k) para isolar as orações adjetivas explicativas:

A)Explicativas: com vírgula(s), mas sem subentendidos.

B) Restritivas: sem vírgula(s), mas com subentendidos.

i- Sofre na vida o homem que não reconhece seus erros.

(Apenas os homens que não reconhecem seus erros sofrem).

ii- Sofre na vida o homem, que não reconhece seus erros.

(Todos os homens sofrem na vida).

- Dilma Russef, que é a Presidenta do Brasil, virá a Fortaleza no fim do ano.

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- Os médicos, que nem sempre tratam bem os pacientes, receberam um “não” do Conselho Regional de Medicina quan-
to ao aumento de salário.

- Por ser fã de águas profundas e de grandes deslocamentos, esse gigantesco bicho, que pode chegar a 2 toneladas, dá
muito trabalho para ser estudado.

- Fortaleza, onde há muitos concurseiros, é referência quando se fala em aprovação.

- O homem, cujo destino fatal é morte, mistifica a vida para suportá-la.

l) para isolar orações intercaladas:

- A maior invenção do mundo, exemplifica o escritor em entrevista ao jornal, é o papel higiênico.

- Não lhe posso, respondi secamente, garantir nada.

2. PONTO

Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de um frase declarativa de um período simples ou
composto.
Desejo-lhe uma feliz viagem.

A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conservado com pri-
mor.

O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. =
rodovia.

O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto final.

3. PONTO-E-VÍRGULA

Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula, praticamente uma pausa inter-
mediária entre o ponto e a vírgula. Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula para:

a) separar orações coordenadas cujo sentido anterior deve ser enfatizado:

- Ele chegou adiantado, como de costume; por isso presenciou a cena desde o começo.
- A maioria dos alunos passou de ano; porém não houve a tradicional festa de formatura.

b) num trecho longo, onde já existam vírgulas, para enunciar pausa mais forte.

- Destacam-se, na Conjuração Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, alcunhado Tiradentes; o poeta Claudio Manoel da
Costa, autor do poema épico Vila Rica; o poeta Tomás Antônio Gonzaga, autor de Marília de Dirceu; o desembargador
Inácio Alvarenga Peixoto; e o padre Luis Viera da Silva, em cuja biblioteca se reuniam os conjurados.

Veja que, sem os sinais de ponto e vírgula, a frase ficaria muito desorganizada.

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- Destacam-se, na Conjuração Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, alcunhado Tiradentes, o poeta Claudio Manoel da
Costa, autor do poema épico Vila Rica, o poeta Tomás Antônio Gonzaga, autor de Marília de Dirceu, o desembargador
Inácio Alvarenga Peixoto e o padre Luís Viera da Silva, em cuja biblioteca se reuniam os conjurados.

- Vamos formar três equipes: João, Paulo e Carlos pertencem ao grupo azul; Maria, Jorge e Rute, ao vermelho; e Otávio,
Andréa e Lucas, ao branco.

c) separar vários itens de uma enumeração:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais.

(Constituição da República Federativa do Brasil)

4. DOIS-PONTOS

Os dois-pontos são empregados para:

a) uma enumeração:

- Comprou dois presentes: um livro e uma camiseta regata.

Obs.: Veja que, se os dois-pontos fossem substituídos por vírgula, os sentidos originais seriam alterados, mas a correção
gramatical seria preservada.

b) uma citação:

- Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:


― Afinal, o que houve?

- Irritada, Dilma declarou: “Não há crise no Brasil”.

c) um esclarecimento:

- Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar Lucila.

Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de exemplos, notas ou observações.

- Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplos: ratificar/retificar, censo/senso,
descriminar/discriminar etc.

- Nota: A preposição per, considerada arcaica, somente é usada na frase de per si (= cada um por sua vez, isoladamente).

NOTA
A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois-pontos ou de vírgula:
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Querida amiga:
Prezados senhores,

5. PONTO DE INTERROGAÇÃO

O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta não exija resposta:

O criado pediu licença para entrar:


- O senhor não precisa de mim?
- Não obrigado. A que horas janta-se?
- Às cinco, se o senhor não der outra ordem.
- Bem.
- O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou a cavalo?
- Não.
(José de Alencar)

6. PONTO DE EXCLAMAÇÃO

O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com entonação exclamativa,
que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indignação etc.

- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível e muito repousante, Jacinto!
- Então janta, homem!
(Eça de Queiroz)

NOTA
O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas:
Oh!
Valha-me Deus!

7. RETICÊNCIAS

As reticências são empregadas para:

a) assinalar interrupção do pensamento:

- Bem, eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá...

(Júlio Dinis)

b) indicar passos que são suprimidos de um texto:

Assim, só aparece aos nossos olhos uma verdade que seria riqueza, fecundidade, força doce e insidiosamente universal.
E ignoramos, em contrapartida, a vontade de verdade, como prodigiosa maquinaria destinada a excluir todos aqueles
[...].

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(FOUCAULT: A ordem dos discursos).

c) marcar aumento de emoção:

- As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa da turvação do infeliz, foram estas: "Morrerei,
Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino... Perdi-te... Bem sabes que sorte eu queria dar-te... E morro, porque não
posso, nem poderei jamais resgatar-te.
(Camilo Castelo Branco)

8. ASPAS

As aspas são empregadas:

a) antes e depois de citações textuais:

- Roulet afirma que "o gramático deveria descrever a língua em uso em nossa época, pois é dela que os alunos necessi-
tam para a comunicação quotidiana".

b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões populares ou vulgares:

- O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado.

- Depois daquele encontro, ele saiu “queimado” da reunião.

- Com a chegada da polícia, os três suspeitos "puxaram o carro" rapidamente.

c) para realçar uma palavra ou expressão:

- Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um "não" sonoro.

9. TRAVESSÃO

Emprega-se o travessão para:

a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo:

― Que gente é aquela, seu Alberto?


― São japoneses.
― Japoneses? E... é gente como nós?
― É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são amarelos.
― Mas, então não são índios?

(Ferreira de Castro)

b) colocar em relevo certas palavras ou expressões:

Um novo livro ─ muito bem comentado pela crítica ─ foi lançado na livraria do centro.
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Um grupo de turistas estrangeiros ― todos muito ruidosos ― invadiu o saguão do hotel no qual estávamos hospedados.

10. PARÊNTESES

Os parênteses são empregados para:

a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário:

- Além dos bombeiros e da Defesa Civil, trabalham no resgate equipes do Instituto Geológico (IG) e Instituto de Pesqui-
sas Tecnológicas (IPT), do governo de São Paulo, e a Polícia Civil do Guarujá (litoral de SP).

b) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões:

- Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam libera-
dos sem o recolhimento das multas.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01 (Padrão CESPE)

01- “Na Grécia antiga, a arrogância (Hybris) era o maior de todos os pecados, aquele que não tinha remissão. Os deuses
não o perdoavam porque, para eles, escondia o mais nefasto dos desejos: o de se igualar aos próprios deuses”.

► Por introduzir uma explicação, o sinal de dois-pontos ( após “desejos”) admite a substituição pelo sinal de vírgula
seguido de uma oração subordinada iniciada por “que era”.

02- “O grande fenômeno da primeira década do século XXI na economia mundial foi a ascensão da China como protago-
nista de primeira grandeza na produção e nas finanças, com consequências marcantes para o resto do mundo. Para
o Brasil, a influência mais direta deu-se por meio das exportações de commodities, que cresceram a ponto de a
China ter-se tornado, em 2009, o maior mercado para as empresas brasileiras”.

► O emprego de vírgula logo após “commodities” (2º período) justifica-se por isolar oração explicativa subsequente.

03- “A Semana de Arte Moderna em São Paulo, no ano de 1922, foi motivada pelo Futurismo italiano. O Cinema Novo, a
partir de 1954, inspirou-se no Neorrealismo da Itália e na Nouvelle Vague da França. Outras artes, incluindo pintu-
ra, escultura, coreografia, música erudita e popular, absorveram fórmulas imigrantes, mesmo que seus mestres
buscassem identificações brasileiras”.

► O emprego de vírgulas logo após “pintura”, “escultura” e “coreografia” (3º período) tem justificativas gramaticais
diversas.

04- “A Semana de Arte Moderna em São Paulo, no ano de 1922, foi motivada pelo Futurismo italiano. O Cinema Novo, a
partir de 1954, inspirou-se no Neorrealismo da Itália e na Nouvelle Vague da França”.

► O emprego de vírgula logo após “Novo” justifica-se por isolar aposto explicativo.
05- “Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta como
novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a própria ideia de democracia”.

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► Seriam preservadas as relações semânticas do texto, a coerência da argumentação e a correção gramatical, caso
fossem retiradas a expressão “a saber” e a vírgula que a precede.

06- “No projeto Segurança Pública para o Brasil, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, aponta-se como principal
causa do aumento da criminalidade o tráfico de drogas e de armas. A articulação entre esses dois ilícitos potencia-
liza e diversifica as atividades criminosas. Homicídios dolosos, roubos, furtos, sequestros e latrocínios estão, fre-
quentemente, associados ao consumo e venda de drogas e à utilização de armas ilegais”.

► A supressão das vírgulas que isolam a expressão "da Secretaria Nacional de Segurança Pública" alteraria o sentido do
texto, visto que estaria subentendida a existência de, pelo menos, mais um projeto denominado Segurança Pública para
o Brasil.

07- Hoje, escreve Calvino, a velocidade de Mercúrio precisaria ser complementada pela persistência flexível de Vulcano,
um “deus que não vagueia no espaço, mas que se entoca no fundo das crateras, fechado em sua forja, onde fabri-
ca interminavelmente objetos de perfeito lavor em todos os detalhes — joias e ornamentos para os deuses e deu-
sas, armas, escudos, redes e armadilhas”.

► A colocação de vírgula antes e depois do vocábulo "interminavelmente" não prejudicaria a correção gramatical do
texto.

08- “Uma parte do eleitorado deixará voluntariamente de opinar sobre a constituição do poder político. O desinteresse
pela política e a descrença no voto são registrados como mera “escolha”, sequer como desobediência civil ou pro-
testo. A consagração da alienação política como um direito legal interessa aos conservadores, reduz o peso da so-
berania popular e desconstitui o sufrágio como universal”.

► Ao se trocar o ponto-final logo após "político" por vírgula e, logo após, inserir-se a conjunção embora, seria formado
um período coerente.

09- “A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por seus produtos provavelmente
custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da América duran-
te uma década inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes
do que essas”.

► Não haveria prejuízo para o sentido original do texto nem para a correção gramatical caso a expressão "a cada ano"
fosse deslocada, com as vírgulas que a isolam, para imediatamente depois de "e".

10- “No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos inadequada, o país deve priorizar investimentos que ex-
pandam a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de produtividade, como é o caso dos gastos
com educação. É dessa forma que são criadas boas oportunidades de trabalho, geradoras de renda, de maneira
sustentável”.

► A ausência de vírgula logo após o termo "investimentos" permite concluir que, segundo o autor do texto, é necessá-
rio que, no Brasil, sejam priorizados investimentos voltados para a expansão da produção e para o aumento da produti-
vidade.

GABARITO

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C C E E C C C E C C

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 02

01. Em relação à pontuação do texto, assinale a opção correta.

A água pode ter diversas finalidades, como: abastecimento humano, dessedentarão animal, irrigação, indústria, ge-
ração de energia elétrica, lazer, navegação etc. Muitas vezes, esses usos podem ser concorrentes, o que gera confli-
tos entre setores usuários ou mesmo impactos ambientais. Nesse sentido, é necessário gerir e regular os recursos
hídricos, acomodando as demandas econômicas, sociais e ambientais por água em níveis sustentáveis, para permitir
a convivência dos usos atuais e futuros da água sem conflitos. Por isso, a outorga é fundamental, pois, ordenando e
regularizando o uso da água, é possível assegurar ao usuário o efetivo acesso a ela, bem como realizar o controle
quantitativo e qualitativo dos usos desse precioso recurso.

(José Machado http://www.ana.gov.br/SalaImprensa/ artigos/ set.2008.pdf)

a) As vírgulas presentes após os “dois pontos” (no primeiro período do texto) justificam-se porque isolam elemen-
tos de mesma função gramatical, componentes de uma enumeração.
b) O emprego do sinal de dois-pontos (no primeiro período) justifica-se por anteceder oração subordinada adjetiva
restritiva.
c) A vírgula apos “Muitas vezes”(antes de “etc”) justifica-se para isolar conjunção temporal.
d) O emprego de vírgula apos “hídricos”(no terceiro período) justifica-se para isolar oração subordinada adverbial
comparativa.
e) O emprego de vírgula após “fundamental” (último período do texto) justifica-se por isolar oração subordinada
adverbial.

02. Em relação ao texto, assinale a opção incorreta a respeito dos sinais de pontuação.

O governo, de janeiro a maio deste ano, arrecadou R$ 937 milhões adicionais por meio do Programa de Integração
Social – PIS. Em dezembro do ano passado, a alíquota da contribuição subiu de 0,65% para 1,65%. O aumento foi
concedido para compensar possíveis perdas de arrecadação com o fim da cumulatividade – incidência da contribui-
ção em todas as etapas da fabricação do mesmo produto –, que foi aprovado no final do ano passado.

(Sílvia Mugnatto, Folha de S.Paulo, 01/09/2003)

a) As duas primeiras vírgulas do texto se justificam por isolar um complemento circunstancial intercalado entre o
sujeito e o predicado do período.
b) Eliminando-se o travessão (presente no primeiro período), “PIS” poderia estar entre parênteses, sem prejuízo
gramatical para o período.
c) Se a expressão “Em dezembro do ano passado” (início do segundo período) estivesse no final do período (com
minúscula) não haveria exigência de isolá-la antecedendo-a com uma vírgula.
d) Os travessões das linhas (presentes no último período) poderiam ser substituídos por parênteses e o período se
manteria gramaticalmente correto.
e) A vírgula, após o último travessão do texto, justifica-se para isolar a subsequente oração de caráter relativo.

03. Assinale a opção em que o emprego dos sinais de pontuação está correto.

a) Motoristas e montadoras de automóveis, não terão que desembolsar mais recursos com a mudança para o bio-
diesel, pois esse combustível não exige nenhuma alteração nos motores dos veículos.
b) A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), assegurou a garantia dos motores
dos veículos que utilizarem o biodiesel misturado ao diesel na proporção de 2%, como foi autorizado.
c) Além disso, o combustível renovável poderá ser usado, em substituição ao óleo diesel em usinas termelétricas,
na geração de energia elétrica em comunidades de difícil acesso, como é o caso de diversas localidades na regi-
ão Norte.
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d) Para autorizar o uso do biodiesel no mercado nacional, o governo, editou um conjunto de atos legais que tratam
dos percentuais de mistura do biodiesel ao diesel, da forma de utilização e do regime tributário.
e) Tal regime, considera a diferenciação das alíquotas com base na região de plantio, nas oleaginosas e na catego-
ria de produção (agronegócio e agricultura familiar). O governo cria também o Selo Combustível Social e isenta a
cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

(Adaptado de Em Questão, n. 261 - Brasília, 08 de dezembro de 2004)


04. Nos textos apresentados, marque o período em que ocorre erro de pontuação.

a) O Direito do Trabalho tem sua origem ligada, visceralmente, à historiografia da crise econômica.
b) Nos seus períodos pré-histórico e protohistórico, que significaram, na lapidar expressão do professor José Mar-
tins Catharino, a gestação mais longínqua e a transição para uma sistematização científica do fenômeno laboral,
a influência da economia é visível, como substrato do Direito do Trabalho.
c) A denominada “Questão Social”, iniciada no século XVIII, fase proto-histórica por excelência do Direito do Traba-
lho, catalisou a formação do novo ramo da Ciência Jurídica.
d) O liberalismo clássico discursou sobre a liberdade, mas, em verdade, usou-a para continuar a espoliação da
massa anônima de trabalhadores.
e) Nascia portanto, o direito laboral de uma realidade fática incontestável: a necessidade de proteção à dignidade
da pessoa do trabalhador.

(Weliton Sousa de Carvalho)

01 02 03 04
A E C E

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 03

01. Assinale a sequência correta dos sinais de pontuação que devem ser usados nas lacunas da frase abaixo. Não ca-
bendo qualquer sinal, O indicará essa inexistência:

‘Aos poucos .... a necessidade de mão-de-obra foi aumentando .... tornando-se necessária a abertura dos portos
.... para uma outra população de trabalhadores ..... os imigrantes’.

a) O - ponto e vírgula - vírgula - vírgula


b) O - O - dois pontos - vírgula
c) vírgula, vírgula - O - dois pontos
d) vírgula - ponto e vírgula - O - dois pontos
e) vírgula - dois pontos - vírgula - vírgula

02. (IBGE) Assinale a sequência correta dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da frase abaixo. Não
havendo sinal, O indicará essa inexistência.

“Na época da colonização ..... os negros e os indígenas escravizados pelos brancos ..... reagiram ..... indiscutivel-
mente ..... de forma diferente”.

a) O - O - vírgula - vírgula
b) O - dois pontos - O - vírgula
c) O - dois pontos - vírgula - vírgula
d) vírgula - vírgula - O - O
e) vírgula - O - vírgula - vírgula

03. Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada:


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a) O sol que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário.


b) Ele, modestamente se retirou.
c) Você pretende cursar Medicina; ela, Odontologia.
d) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja.
e) Estas cidades se constituem, na maior parte de imigrantes alemães.

04. No período a seguir: “Os textos são bons e entre outras coisas demonstram que há criatividade”. Cabem no má-
ximo:

a) 3 vírgulas
b) 4 vírgulas
c) 2 vírgulas
d) 1 vírgula
e) 5 vírgulas

05. Assinale o texto de pontuação correta:

a) Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma comadre, minha avó.
b) Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-me: provocava risos, muxoxos, palavrões.
c) A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam deles os outros, sem que este riso os impeça de con-
servar as suas roupas e o seu calçado.
d) Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliam muito dócil muito leve, como os pedaços da carta de
ABC, triturados soltos no ar.
e) Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tarde notei, que me achava lá, numa sala pequena.

Instruções para as questões de números 06 e 07:


Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação, assinale a letra que corresponde ao período de pontua-
ção correta:

06.
a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião ficou mais animada.
b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou mais animada.
c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião ficou mais animada.
d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião, ficou mais animada.
e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou, mais animada.

07.
a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu venho.
b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que eu venho.
c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que eu venho.
d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que eu venho.
e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que eu venho.

08. Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de pontua-
ção correta:

a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio.


b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.
d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.
e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio.

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Gabarito

01 02 03 04 05 06 07 08
C E C A C C D E

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 04 (Padrão Fundação Carlos Chagas)

01. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:

a) Paralisada pelo veneno da vespa nada pode fazer, a lagarta, a não ser assistir viva à sua devoração, pelas larvas,
que saem dos ovos ali chocados.
b) Nada pode fazer, a lagarta paralisada, pelo veneno da vespa, senão assistir viva, à sua devoração pelas larvas
que saem dos ovos, e passam a se alimentar, das entranhas da vítima.
c) A pobre lagarta, paralisada pelo veneno da vespa assiste sem nada poder fazer, à sua devoração pelas larvas,
tão logo saiam estas dos ovos, que, a compulsória hospedeira, ajudou a chocar.
d) Compulsória hospedeira, paralisada pelo veneno da vespa, a pobre lagarta assiste à devoração de suas próprias
entranhas pelas larvas, sem poder esboçar qualquer tipo de reação.
e) Sem qualquer poder de reação, já que paralisada pelo veneno da vespa a lagarta, compulsoriamente, chocará os
ovos, e depois se verá sendo devorada, pelas larvas que abrigou em suas entranhas.

02. Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase:

a) Ficou claro no texto, que o autor não só abona as opiniões dos dois escritores citados, mas também, parece en-
tusiasmar-se com elas.
b) A ligação feita entre Amilcar Herrera e Alberto Caeiro, parece justificada pelo fato de que, para ambos o tema
da memória reveste-se, de fundamental importância.
c) Caso viéssemos a nos esquecer, do nosso próprio nome, será que de fato também nos esqueceríamos, dos tra-
ços essenciais de nossa identidade?
d) Se, a princípio o autor do texto não entendeu as palavras do amigo Herrera, nem por isso, deixou de compreen-
dê-las e de aceitá-las depois.
e) Supondo, por hipótese, que o nome próprio diga tanto do indivíduo, será que esquecê-lo redundaria, de fato,
em tanta liberdade de ação?

03. A pontuação está inteiramente correta em:

a) Nicolau Maquiavel analisando os problemas dos principados italianos, escreveu em plena Renascença, um tra-
tado sobre os fundamentos das ações políticas.
b) Em plena Renascença, Maquiavel, analisando os problemas dos principados italianos, escreveu O Príncipe, um
verdadeiro tratado de política.
c) Quando escreveu O Príncipe Maquiavel preocupou-se com os problemas, dos principados italianos, resultando
uma obra, considerada basilar, para quem se interesse por política.
d) Tendo escrito O Príncipe, em plena Renascença Maquiavel nos legou sem dúvida, um tratado sobre política cujo
valor continua sendo reconhecido em nosso tempo.
e) Poucos imaginariam que, aquele tratado sobre política datado da Renascença, teria um valor tal que se mante-
ria vivo, por tantos séculos, e, continuaria atual em plena modernidade.

04. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:

a) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a porta para um mundo, mágico de prosperidade
garantida.

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b) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações aparentemente irrisórias, cuja execução cotidiana
é, no entanto, importantíssima.
c) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo irrefletido, com que usamos e abusamos,
dessa palavrinha mágica.
d) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes represas, costuma trazer também uma série de
conseqüências ambientais que, nem sempre, foram avaliadas.
e) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas segundo as quais, o conceito de progresso
está sujeito a uma permanente avaliação.

05. É preciso corrigir a pontuação da seguinte frase:

a) Comparações entre épocas, embora possam ser úteis, nem sempre são animadoras.
b) Não parece haver, de fato, muita vantagem no uso de rádios nas viaturas, se comparado com o antigo sistema
de apitos.
c) Embora mais ostensivas, que as de antigamente, as rondas noturnas de hoje, não têm a mesma eficiência.
d) Se mudasse a música dos apitos, algumas pessoas ficavam intranqüilas, mas voltavam a dormir, retomados os
trilados regulares.
e) Eram poucos, e quase sempre sem gravidade, os incidentes que quebravam a paz das antigas madrugadas.

Gabarito
01 02 03 04 05
D E B B C

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 05 (CESPE)

“Na lista dos aspectos positivos do projeto de Brasília, é preciso destacar a libertação do país do enorme poder de atra-
ção do litoral. Com a nova cidade, o Brasil afinal se voltou para seu interior, e a fronteira agrícola pôde se mover em
direção ao Centro-Oeste e ao Norte”.

O Globo, 21/4/2010 (com adaptações).

01- A vírgula após “interior” justifica-se porque isola um aposto oracional.

“Na lista dos aspectos positivos do projeto de Brasília, é preciso destacar a libertação do país do enorme poder de atra-
ção do litoral. Com a nova cidade, o Brasil afinal se voltou para seu interior, e a fronteira agrícola pôde se mover em
direção ao Centro-Oeste e ao Norte”.

O Globo, 21/4/2010 (com adaptações).

02- O emprego de vírgula logo após “Brasília” justifica-se porque isola adjunto adverbial anteposto à oração principal.

“A História não é feita apenas de brados retumbantes, de grandes decisões. Ela também é tecida pelo fio do acaso. Exis-
tiria Brasília se o candidato a presidente Juscelino Kubitschek não fizesse um comício, em 4 de abril de 1955, em Jataí,
Goiás?”.

O Globo, 21/4/2010 (com adaptações).

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03- A vírgula depois de “retumbante” justifica-se por isolar adjunto adverbial subsequente.

“A História não é feita apenas de brados retumbantes, de grandes decisões. Ela também é tecida pelo fio do acaso. Exis-
tiria Brasília se o candidato a presidente Juscelino Kubitschek não fizesse um comício, em 4 de abril de 1955, em Jataí,
Goiás?”.

O Globo, 21/4/2010 (com adaptações).

04- A expressão “em 4 de abril de 1955” está entre vírgulas por ser um dos elementos de uma enumeração.

“Ali, depois dos discursos, JK se colocou à disposição para ouvir perguntas de eleitores. Foi quando Antônio Soares Neto,
o Toniquinho, quis saber se o candidato cumpriria o dispositivo da Constituição (de 1946) que previa a mudança da capi-
tal para o Planalto Central”.

O Globo, 21/4/2010 (com adaptações).

05- O termo “o Toniquinho” está isolado por vírgulas por se tratar de vocativo.

“Muito embora cada um de nós seja movido pelo próprio existir, dependemos também de relações com pessoas que, ao
longo da vida, tornam-se coautoras dos nossos feitos. Até mesmo nas ações mais íntimas, que implicam rever valores
pessoais, estabelecer novas relações e fechar ciclos, existe uma parceria autoral”.

06- O emprego das vírgulas imediatamente após “íntimas” e logo após “pessoais” é obrigatório, visto que elas demar-
cam o início e o fim de uma oração com valor explicativo.

“Único bioma de ocorrência exclusiva no Brasil, que já ocupou 10% do território nacional, a caatinga experimenta um
processo acelerado de desmatamento — que pode significar a desertificação do semiárido nordestino”.

07- O trecho “que já ocupou 10% do território nacional” está entre vírgulas porque tem natureza restritiva.

08- Prejudica-se a correção gramatical ao se substituir o travessão por vírgula.

“Quase dois terços da área sob risco de desertificação no Brasil estão na caatinga, que já teve, a exemplo do cerrado,
aproximadamente metade de sua extensão, que é de 826.000 km², destruída”.

09- O segmento “que é de 826.000 km²” está entre vírgulas porque é um aposto.

“Como você pode ver, uma garotinha está deitada displicentemente no colo de um senhor bem velhinho e bem simpáti-
co. Ela parece um anjo. Loirinha, cabelo castanho claro, encaracolado, nariz e boca perfeitos, ar inteligente e sadio, uma
dessas crianças que a gente vê em anúncios. Pelo jeito, deve ter uns três ou quatro anos, não mais que isso. Ela está
vestida em um desses macaquinhos de flanela, com florezinhas azuis e vermelhas e uma malha creme por baixo”.

10- A inclusão de vírgula logo após o pronome “Ela” (em destaque no texto) não causaria prejuízo para a correção gra-
matical do texto.

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“Ela está vestida em um desses macaquinhos de flanela, com florezinhas azuis e vermelhas e uma malha creme por bai-
xo. Calçando um tênis transadíssimo nas discretas cores amarelo, vermelho e azul, o que nos mostra que a mocinha não
é apenas novinha, mas moderninha também. O velhinho tem um tipo bem italiano. O boné cinza é típico desses senho-
res que a gente vê passeando pelo Bixiga nos domingos à tarde”.

11- A substituição do ponto-final após o vocábulo “italiano” por dois-pontos manteria a correção gramatical e o sentido
original do período.

“O boné cinza é típico desses senhores que a gente vê passeando pelo Bixiga nos domingos à tarde. Estatura mediana,
cabelos e bigodes branquinhos, rosto e mãos enrugadas que traem uma idade bem avançada. Paletó marrom e calça
cinza, ambos de lã, malha creme, abotoada até o último botão, como faz todo senhor que se preze”.

12- Na linha 8, se, em vez de vírgula, fosse usado ponto-e-vírgula entre os vocábulos “lã” e “malha”, o trecho permane-
ceria gramaticalmente correto.

“Ela, por sua vez, não se deve importar com que seu ouvinte durma. Afinal, ela só quer colo e aquela mão terna, enru-
gada e querida em volta da sua cintura pequenina. Mesmo desatento, ele está dando a ela seu tempo e seu carinho
sonolento. O balanço de jardim pode ser gostoso de sentar. Mas como você pode ver não é o local mais confortável
para se dormir. Principalmente em um dia frio como esse, em um descampado de uma varanda. Mas o fato é que ele
não sente a dureza do balanço porque dorme, e ela, igualmente, não sente a dureza da madeira e a frieza do tempo por
vários motivos”.

13- O emprego de vírgula logo após o trecho “Mas como você pode ver” é facultativo.

“O foco no desenvolvimento é relativamente recente: menos de dois séculos. A renda per capita estagnou por milênios
até começar a crescer quase continuamente no princípio do século XIX, particularmente na Inglaterra”.

14- O sinal de dois-pontos introduz uma expressão que explica a expressão “relativamente recente”.

“Sabe-se que o desenvolvimento pressupõe a acumulação de capital físico e humano, e ganhos permanentes de produ-
tividade. Esta depende da acumulação de conhecimento, que resulta da educação. A inovação é crucial. Mais recente-
mente, percebeu-se que as instituições políticas e econômicas são essenciais para explicar o mistério do desenvolvimen-
to”.

15- Seria mantida a correção gramatical do texto caso a vírgula logo após “humano” fosse retirada, o que, entretanto,
tornaria menos claras as relações sintáticas estabelecidas pela conjunção “e” , em sua segunda ocorrência.

“Atualmente, a noção de Segurança Cidadã constitui referência central na luta pela exclusão definitiva do modelo re-
pressivo e pela construção de um novo paradigma”.

16- A colocação de vírgula logo após o termo “constitui” manteria a correção gramatical e o sentido do texto.

“Era uma vez uma rotina em que criança bem-criada e educada era aquela que tinha horário para tudo e não misturava
as coisas: brincar era brincar, estudar era estudar. Pobres dos pais que ainda alimentam alguma ilusão de ritmo seqüen-
cial”.

17- O sinal de dois-pontos depois de “coisas” tem a função de introduzir uma explicação, ou justificativa, para a idéia
expressa nas orações anteriores. Essa função deixaria de ser marcada pela pontuação caso esse sinal fosse substitu-
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ído pelo ponto — com o correspondente ajuste na letra inicial de “brincar” —, mas a coerência e a correção grama-
tical do texto seriam preservadas.

“Ao chegar ao local de realização das provas, o candidato Roberto, tetraplégico, que se locomove em cadeira de rodas,
verificando que a sala em que faria as provas estava localizada no primeiro andar do prédio, com acesso somente por
escadas, solicitou ajuda a dois seguranças que se encontravam no portão de entrada, que o carregaram pela escada e o
conduziram até a respectiva sala”.

18- O emprego de vírgula após “Ao chegar ao local de realização das provas” justifica-se por isolar oração de sentido
adverbial antecipada em relação à principal.

“Mantido por contribuições das empresas associadas, o CIEE lançou o Guia Prático para Entender a Nova Lei do Estágio,
com respostas a mais de 30 perguntas acerca das mudanças e normas mais importantes”.

19- Após a palavra “associadas”, a vírgula é obrigatória.


“A nova lei não recebeu mais questionamentos quando foi apresentada em setembro de 2008. Algumas poucas vozes
se levantaram à época, temendo que mais encargos às empresas inibissem a oferta de vagas”.

20- Na oração “A nova lei não recebeu mais questionamentos quando foi apresentada em setembro de 2008”, é facul-
tativo o emprego de vírgula logo após a palavra “questionamentos”.

“Ninguém questiona a força dos desastres naturais. Mas o Brasil tem capacidade técnica e experiência suficientes para,
no mínimo, reduzir o impacto de chuvas como essa. Em Blumenau, há uma estação telemétrica que monitora a vazão
do rio Itajaí e tem condições de emitir sinais de alerta para inundações. Há também um programa de monitoramento do
clima — que previu até a gravidade do furacão Catarina, em 2004. O dilúvio ninguém previu, mas já chovia no estado
quase a primavera toda, e estudos sobre as áreas de risco de enchentes e deslizamentos apontavam o que podia acon-
tecer se chovesse demais”.

21- A vírgula imediatamente antes de “e estudos sobre as áreas de risco” não precisa ser necessariamente empregada,
já que se trata de um processo de coordenação, mas se justifica pelo fato de criar ênfase sobre o fato de os estudos
poderem prever os acontecimentos futuros.

“Os problemas relacionados com o aumento das taxas de criminalidade, o aumento da sensação de insegurança, sobre-
tudo nos grandes centros urbanos, as dificuldades relacionadas à reforma das instituições da administração da justiça
criminal, a violência policial, a ineficiência preventiva de nossas instituições, a superpopulação nos presídios, as rebe-
liões, as fugas, a degradação das condições de internação de jovens em conflito com a lei, a corrupção, o aumento dos
custos operacionais do sistema, a ineficiência da investigação criminal e das perícias policiais e a morosidade judicial,
entre tantos outros, representam desafios para o sucesso do processo de consolidação política da democracia no Bra-
sil”.

22- O emprego de vírgula logo após “policial”, “instituições” e “rebeliões” deve-se a regras gramaticais diferentes.

“Um prognóstico possível: no século XXI, as guerras provavelmente não serão tão mortíferas quanto o foram no século
XX. Mas a violência armada, gerando sofrimentos e perdas desproporcionais, persistirá, onipresente e endêmica — oca-
sionalmente epidêmica —, em grande parte do mundo. A perspectiva de um século de paz é remota”.

23- No trecho “Mas a violência armada, gerando sofrimentos e perdas desproporcionais, persistirá, onipresente e en-
dêmica — ocasionalmente epidêmica —, em grande parte do mundo”, estariam mantidos o sentido e a correção
gramatical do texto caso fosse suprimida a vírgula que precede a expressão “em grande parte do mundo”.

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“A desigualdade e a sustentabilidade estão diretamente ligadas aos desequilíbrios na inclusão das pessoas nos proces-
sos produtivos. A mão de obra, a nossa imensa capacidade ociosa de produção, mais parece um problema do que uma
oportunidade”.

24- A expressão “a nossa imensa capacidade ociosa de produção” deve ser, necessariamente, demarcada por vírgulas
porque sua função é a de explicar como deve ser compreendida, no desenvolvimento da argumentação, “A mão de
obra”.

“Viviane, candidata com deficiência física (membros superiores amputados), cuja solicitação de atendimento especial
do PAS – 3.ª Etapa foi deferida pelo CESPE/UnB, indicou os seguintes recursos especiais para a realização das provas:
mesa/prancheta adaptada para escrever com os pés,
caneta preta especial e calculadora com teclas grandes”.

25- O segmento “candidata com deficiência física (membros superiores amputados)” está entre vírgulas porque consti-
tui aposto explicativo.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C E E E E E E E E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E C E C C E C C C C
21 22 23 24 25
C E E C C

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10. Significação das palavras.

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Considerável.

DICA: É comum que as organizadoras peçam ao candidato para descobrir o significado de determinada palavra
do texto. Às vezes, você não tem a mínima ideia do que signifique tal palavra. É aí que entra o contexto. Você tem que
saber realizar inferências, ou seja, deduzir, pelas pistas textuais, o que determinada palavra quer dizer.

DICA DE ESTUDO: Tenha sempre um bom dicionário ao seu lado. Sugiro também que procure ─ quando estiver
lendo um texto, e que encontrar uma palavra que você não conheça ─ inferir seu significado; depois, confira no dicioná-
rio. É um simples exercício, mas que funciona bastante.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Média. No mínimo uma (para todos os níveis).


STATUS: Em casa, leitura individual e resolução de exercícios.

PALAVRAS HOMÔNIMAS E PARÔNIMAS

Homônimas: são aquelas que possuem grafia ou pronúncia igual.

Exemplos: seção (divisão), cessão (ato de ceder), sessão (reunião, assembleia).

Parônimas: são aquelas que possuem grafia e pronúncia parecidas.

Exemplos: comprimento (extensão), cumprimento (saudação).

ALGUMAS PALAVRAS HOMÔNIMAS E PARÔNIMAS MAIS USADAS:

Absolver: inocentar, perdoar


Absorver: sorver, consumir, esgotar.
Acender: pôr fogo, alumiar
Acidente: acontecimento casual
Incidente: episódio, aventura
Apreçar: perguntar preço, dar preço
Apressar: antecipar, abreviar
Aprender: tomar conhecimento
Apreender: apropriar-se, assimilar mentalmente
Ascender: subir
Acento: tom de voz, sinal gráfico
Assento: lugar de sentar-se
Acerca de: sobre, a respeito de
Cerca de: aproximadamente
Há cerca de: faz aproximadamente
Acostumar: contrair hábito
Costumar: ter por hábito
Afim de: semelhante a, parente de
A fim de: para, com a finalidade de
Amoral: indiferente à moral
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Imoral: contra a moral, libertino, devasso


Apreçar: ajustar o preço
Apressar: tornar rápido
Aprender: instruir-se
Apreender: assimilar
Arrear: pôr arreios
Arriar: abaixar, descer
Assoar: limpar o nariz
Assuar: vaiar, apupar
Bucho: estômago
Buxo: arbusto
Caçar: apanhar animais ou aves
Cassar: anular
Calda: xarope
Cauda: rabo
Cavaleiro: aquele que sabe andar a cavalo
Cavalheiro: homem educado
Cédula: documento, chapa eleitoral
Sédula: ativa, cuidadosa (feminino de sédulo)
Cela: pequeno quarto de dormir
Sela: arreio
Censo: recenseamento
Senso: raciocínio, juízo claro
Cerração: nevoeiro denso
Serração: ato de serrar, cortar
Cesto: balaio
Sexto: numeral ordinal (seis)
Chá: bebida
Xá: título do ex-imperador do Irã
Conserto: reparo
Concerto: sessão musical, acordo
Coser: costurar
Cozer: cozinhar
Cheque: ordem de pagamento
Xeque: lance de jogo no xadrez
Delatar: denunciar
Dilatar: alargar, ampliar
Desapercebido: desprevenido
Despercebido: sem ser notado
Descrição: ato de descrever, expor
Discrição: reservada, qualidade de discreto
Descriminar: inocentar
Discriminar: distinguir
Despensa: onde se guardam alimentos
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Dispensa: ato de dispensar


Desapercebido: desprevenido
Despercebido: que não percebeu
Destratado: maltratado com palavras
Distratado: desfazer o acordo, o trato
Discente: referente a alunos
Destinto: que se destingiu
Distinto:diverso, diferente
Docente: referente a professores
Eminente: ilustre, excelente
Iminente: que ameaça acontecer
Emergir: vir à tona
Imergir: mergulhar
Emigrar: sair da pátria
Imigrar: entrar num país estranho para nele morar
Enfestar: exagerar, roubar no jogo, entendiar
Infestar: causar danos
Esperto: ativo, inteligente, vivo
Experto: perito, entendido
Espiar: observar, espionar
Expiar: sofrer castigo
Estático: firme, imóvel
Extático: admirado, pasmado
Estrato: tipo de nuvem
Extrato: resumo, essência
Flagrante: evidente
Fragrante: perfumado
Fluir: correr
Fruir: gozar, desfrutar
Fusível: aquele que funde
Fuzil: arma
História: narrativa de fatos reais ou fictícios
Estória (origem inglesa): narrativas de fatos fictícios
Incerto: impreciso
Inserto: introduzido, inserido
Incipiente: principiante
Insipiente: ignorante
Inflação: desvalorização do dinheiro
Infração: violação, transgressão
Infligir: aplicar pena
Infringir: violar, desrespeitar
Intercessão: ato de interceder, de intervir
Interseção/intersecção: ato de cortar
Laço: nó
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Lasso: frouxo, gasto, bambo, cansado, fatigado


Lista: relação, rol
Listra: risca, traço
Mal: antônimo de bem
Mau: antônimo de bom
Mandado: ordem judicial
Mandato: procuração
Ótico: relativo ao ouvido
Óptico: relativo à visão
Paço: palácio
Passo: passada
Peão: aquele que anda a pé
Pião: brinquedo
Procedente: proveniente, oriundo
Precedente: antecedente
Prescrito: estabelecido
Proscrito: desterrado, emigrado
Recrear: divertir, alegrar
Recriar: criar novamente
Ruço: grisalho, debotado
Russo: da Rússia
Sexta: numeral
Cesta: utensílio de transporte
Sesta: descanso depois do almoço
Sortir: abastecer
Surtir: produzir efeito
Tacha: pequeno prego
Taxa: tributo
Tachar: censurar, pôr defeito
Taxar: estipular
Tráfego: movimento, trânsito
Tráfico: comércio lícito ou não
Vadear: passar ou atravessar a pé ou a cavalo
Vadiar: vagabundear
Vale: acidente geográfico
Vale: recibo
Vale: do verbo valer
Viagem: substantivo: a viagem
Viajem: forma verbal: que eles viajem
Vultoso: volumoso
Vultuoso: atacado de congestão na face
Xácara: narrativa popular em verso
Chácara: pequena propriedade campestre

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO I

1) Assinale o item em que se trocou o emprego adequado de uma das palavras homófonas.

a) Ele trabalha na oitava seção (sessão, seção, cessão) da primeira zona eleitoral.
b) Na repartição todos o taxam (taxam, tacham) de relapso.
c) Sua entrevista está inserta (inserta, incerta) nos maiores jornais do país.
d) Desculpemos sua inexperiência, afinal todo jovem incipiente (incipiente, insipiente) merece nossa compreen-
são.

2) Assinale o erro na classificação à direita das palavras à esquerda.

a) Ratificar / retificar - Parônimos.


b) Lima (fruta) / lima (objeto) - Homônimos.
c) Seção /sessão / cessão - Homófonas.
d) Infligir / infrigir - Homógrafos.

3) Assinale o item em que se trocou o termo adequado de acordo com o sentido da 1a frase à esquerda.

a) O valente herói não receia o perigo (intemerato)


b) Não deviam transgredir a lei (infrigir)
c) Por isso corrigi o texto (retifiquei)
d) Deixou a pátria (emigrou)
4) Assinale o item em que se teria trocado o emprego dos parônimos de acordo com o sentido da frase.

a) A medida não sortiu efeito.


b) Respondeu com acerto à pergunta.
c) Tal fato não me passou desapercebido.
d) O fim do ano está iminente.

5) Assinale o erro em alguns dos itens abaixo em relação à grafia das homófonas.

a) Pagou a taixa de serviço ontem.


b) Tacharam-no de corrupto.
c) Pregue a tacha com este martelo.
d) Os dicionários registram tacho (subst.) como vaso de metal.

6) Assinale o item em que ocorre erro no emprego das homófonas “há”, “a”.

a) Já estou em Brasília a 25 anos.


b) Daqui a dois meses ele voltará.
c) Já iniciamos a sessão há quinze minutos.
d) Ele devia ter avisado há mais tempo.

7) Assinale o item em que ocorre erro no emprego das homófonas “há cerca de”, “a cerca de”, “acerca”.

a) Não falarei acerca desse assunto.


b) Falaram de um assunto a cerca do qual nada sabia.
c) Cerca de dez mil pessoas assistiram ao comício.
d) Há cerca de dez anos me aposentei.

8) Assinale o erro na classificação semântica das palavras abaixo.


a) Deferir/diferir - parônimas.
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b) Expiar/espiar - homófonas.
c) O acordo/eu acordo - homônimas.
d) Concordância/discordância - antônimas.
9) Assinale o item em que há erro no emprego de parônimas de acordo com o sentido.

a) O médico proscreveu rigorosa dieta.


b) O sinônimo de confirmar é ratificar.
c) A empresa é nova, por isso os serviços estão incipientes.
d) É um político notável digno de nosso preito.

10) Em "ilidir a sentença" o significado da expressão em aspas é:

a) aceitar.
b) refutar.
c) confirmar
d) ocultar.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B D A A A A B C A B

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO II

Preencha as lacunas com um dos termos entre parênteses:

1. Em tempos de crise, é necessário.......................a despensa de alimentos. (sortir - surtir)


2. Os direitos de cidadania do rapaz foram....... .................. pelo governo. (caçados - cassados)
3. O.......................... dos senadores é de oito anos. (mandado- mandato)
4. A Marechal Rondon estava coberta pela ...............................(cerração - serração)
5. César não teve..........................de justiça. (censo - senso)
6. Todos os .................................... haviam sido ocupados. (acentos - assentos)
7. Devemos uma ...................... quantia ao banco. (vultosa - vultuosa)
8. A próxima .............................. começará atrasada. (seção - sessão)
9. ..................................-.se, mas havia hostilidade entre eles. (cumprimentaram - comprimentaram)
10. Na........................das avenidas, houve uma colisão. (intersecção - intercessão)
11. O.....................................no final do dia estava insuportável. (tráfego - tráfico)
12. O marido entrou vagarosamente e passou......... .............................(despercebido - desapercebido)
13. Não costume .......................................as leis. (infligir - infringir)
14. Após o bombardeio, o navio atingido............ .................. (emergiu- imergiu)
15. Vários....................................japoneses chegaram a São Paulo nas primeiras décadas do século. (emigrantes - imi-
grantes)
16. Não há.......................................de raças naquele país. (discriminação - descriminação)
17. Após anos de luta, consegui a ........................... (dispensa - despensa)
18. A chegada do....................................... Diplomata era........................ ( eminente - iminente).
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19. O corpo..................................... Era formado por doutores. (docente- discente)


20. Houve alguns ................................. no Congresso. (acidentes - incidentes)
21. Fomos ................................... pelos anfitriões. (destratados - distratados)
22. A..................................... Dos direitos da emissora foi uma das tarefas do governo. (seção - cessão)
23. Ali, na ................................... de eletrodomésticos, há uma grande liquidação. (seção - cessão)
24. É um senhor......................................(distinto - destinto)
25. Dei o .......................................mate ao gerente, por causa do................ Sem fundos. (cheque - xeque)
26. A nuvem de gafanhotos ..................................a plantação. (infestou - enfestou)
27. Quando Joana toca piano é mais um.............que um.................. (conserto - concerto)
28. Todos eles.............................o prazer da bela melodia. (fruem - fluem)
29. Estava muito .................. para ................. quanto custava aquele aparelho. (apreçar - apressar)
30. Nas festas de São João é comum ............balões e vê-los.............. (ascender - acender)
31. As pessoas foram recolhidas a suas..........(celas - selas)
32. Segui a...............................médica, mas não obtive resultados. (proscrição - prescrição)
33. Alguns modelos.................................serão vendidos. (recreados - recriados)
34. A bandeira de São Paulo tem...................pretas. (listas - listras)
35. Para passar, precisava ..............................mais das lições. ( apreender -aprender)
36. O réu..............................suas culpas. (expiará - espiará)
37. Encontrei uma carteira com .........................de cem dólares. (cédulas - sédulas)
38. Iremos à..............para lermos deliciosa....... ................medieval. (xácara - chácara)
39. Na hora da................................., os mexicanos dormem. (cesta-sesta)
40. Percebe-se que ele ainda é meio...................., pois não tem prática de comércio. (incipiente - insipiente)

RESPOSTAS

1- sortir 2-cassado
3- mandato 4- cerração
5- senso 6- assento
7- vultosa 8- sessão
9- cumprimentaram. 10- intersecção
11- tráfego 12- despercebido
13- infringir 14- imergiu.
15- imigrantes 16- discriminação
17- dispensa 18- eminente / iminente
19- decente 20- incidentes
21- destratados. 22- cessão
23- seção. 24- distinto
25- xeque / cheque 26- infestou
27- conserto / concerto 28- fruem
29- apressado / apreçar 30- acender / ascender
31- celas 32- prescrição
33- recriados 34- listras
35- apreender 36- espiará
37- cédulas 38- chácara / xácara
39- sesta 40- incipiente

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11. Sintaxe da Oração e do Período

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Alta. Mas há duas abordagens bem definidas: a das organizadoras que
exigem que o candidato saiba a classificação integral de todas as orações (tanto as coordenadas quanto as subordina-
das), e a das organizadoras que cobram o tema ligado ao texto, desprezando a “fria” classificação da oração. Por exem-
plo: a FCC pede, com muita frequência, que candidato reconheça que sentido determinada passagem do texto expressa,
e, dentre as opções, sugere se é de tempo, concessão, finalidade, causa ou consequência. Veja que, em vez de pergun-
tar se a oração é subordinada adverbial causal (até porque, às vezes, nem se trata de uma oração, mas sim de um frag-
mento do texto), a FCC apela para os sentidos tanto da expressão, como do contexto ali presentes. As organizadoras
que, normalmente, seguem a primeira abordagem são as seguintes: ACEP, CESGRANRIO, IMPARH, FGV, CONESUL, FUN-
RIO, dentre outras menos conhecidas nacionalmente. E usam, costumeiramente, a segunda abordagem as seguintes:
FCC, CESPE e ESAF (não descarto que organizadoras menos conhecidas nacionalmente usem, também, essa última
abordagem, como, por exemplo, a UECE ou a CCV).

DICA: Dentre as orações, há aquelas que mais se destacam em provas de concurso. São elas: as coordenadas
(ênfase nas aditivas, adversativas e conclusivas), as subordinadas adjetivas (ênfase no sistema de pontuação e nos pro-
nomes relativos) e subordinadas adverbiais (ênfase nas iniciadas com a letra “C”: causal, consecutiva, concessiva e con-
dicional). É por isso que muitas questões pedem para que você identifique, por exemplo, relações de causa e conse-
quência.

DICA DE ESTUDO: Procure resolver exercícios de toda natureza, tanto os tradicionais (aqueles bem técnicos, que
lembram as questões do colégio), como os mais contemporâneos (mais ligados ao texto e ao contexto).

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Considerável para todos os níveis (de uma a duas questões por prova).

STATUS: Parte em sala e com o professor; outra, em casa e com leitura individual.

TEORIA BÁSICA
STATUS: Leitura individual, antes da aula.

CONCEITOS-CHAVE:

FRASE:

Todo enunciado linguístico dotado de sentido pode ser chamado de frase.

- Até a próxima, meu bom amigo!


- Tchau!
- Não consigo esquecer aquele dia!

ORAÇÃO:

Todo enunciado linguístico dotado de sentido e com presença de verbo ou locução verbal.

- As verdades esquecidas mostraram que somos um país sem memória histórica.

PERÍODO:

É a frase constituída de uma ou mais orações.

► O período pode ser simples ou composto.

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1. Período Simples

É aquele formado apenas por uma oração.

Detalhe: A oração que constitui o período simples é chamada de absoluta.

- Abria-se uma nova era.

- Na rua 7, diante das lojas mais elegantes do bairro, transita um carro aberto, com cores chamativas.

2. Período Composto

É aquele formado por mais de uma oração.

- Abria-se uma nova era, pois o primeiro carro de motor à explosão circulava no Brasil.

♦ Primeira oração: "Abria-se uma nova era,"


♦ Segunda oração: "pois o primeiro carro de motor à explosão circulava no Brasil."

ORAÇÕES COORDENADAS
As orações coordenadas podem ser:

1. Assindéticas

► Quando estão simplesmente colocadas uma ao lado da outra, sem qualquer conjunção entre elas (a = "não"; síndeto
= palavra de origem grega que significa "conjunção" ou "conectivo").

● "Subo por uma velha escada de madeira mal iluminada, chego a uma espécie de salão" .
● "Grita, sacode a cabeleira negra, agita os braços, para, olha, ri".

2. Sindéticas

► Quando vêm introduzidas por conjunção.

• "A luz aumentou E espalhou-se na campina”.


● "Seu projeto era ambicioso, MAS não recebeu o apoio necessário".

ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS


As orações coordenadas sindéticas são ligadas pelas conjunções que as introduzem. Podem ser:

1. Aditivas

► Expressam uma adição, uma sequência de informações:

• Ele fez um belo ravióli E O SERVIU À COMPANHEIRA.

• "Não olha para trás, não sente saudades, não deixa NEM CARREGA CONSIGO AMOR NENHUM."

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Detalhe: Principais conjunções aditivas: e, nem, (não só)... mas também, mas ainda, senão também, como também,
bem como.

2. Adversativas
Expressam a ideia de oposição, contraste ou restrição:

• A vida é frágil e complexa, MAS É A ÚNICA DE QUE DISPOMOS.


• Foi ao cinema, PORÉM NÃO ASSISTIU AO FILME DESEJADO.
• Foi ao cinema; NÃO ASSISTIU, PORÉM, AO FILME DESEJADO.
• O professor não proíbe perguntas, ANTES, ESTIMULA-AS EM SALA.

Detalhe: Principais conjunções adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, em contraparti-
da, senão.

3. Alternativas
Expressam alternância de ideias:

• "Cale-se OU EXPULSO A SENHORA DA SALA."

• "ORA DORMIAM, ORA JOGAVAM CARTAS."

• "OU toma este comprimido OU FICA COM DOR DE CABEÇA."

Detalhe: Principais conjunções alternativas: ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer ... quer, seja...seja....

4. Conclusivas
Expressam ideia de conclusão, consequência:

• "O novo contratado saiu-se muito bem no primeiro mês; MERECE, POIS, TODA A CONFIANÇA DA EMPRESA."

• "Os cães passaram três dias sem comer, LOGO ESTAVAM FAMINTOS."

☼ Detalhe: Principais conjunções conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo) e por isso.

5. Explicativas
Indicam uma justificativa ou uma explicação ao fato expresso na primeira oração:

• "Acendi o fogo, POIS ACORDARA FAMINTO e cozinhei o caldo."


• “Vista-se logo, que seu pai já está chegando”.

Detalhe: Principais conjunções explicativas: porque, que, pois (anteposto ao verbo) etc.

PARTICULARIDADES

► Com relação às orações coordenadas ainda se deve levar em conta que:

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1) As orações coordenadas sindéticas aditivas podem estar correlacionadas através das expressões: (não só)... mas tam-
bém, (não somente)... mas ainda, (não só)... como também. Exemplo:

• "Não só se dedica aos esportes, COMO TAMBÉM À MÚSICA."

• Não só fez o gol do título, mas também se sagrou artilheiro do campeonato.

2) A conjunção Que pode ter valor:

a) Aditivo:

•"Ela varre QUE varre a sala, e não se cansa." (Varre e Varre.)

•"Esse menino fala QUE fala!!! Não para um instante!" (Fala e fala.)

b) Adversativo:
•"Todos receberão os salários hoje, QUE não você."

3) A conjunção E pode assumir valor adversativo ou conclusivo, também:

•"Vi um vulto estranho, e não senti medo."

PROCESSOS COORDENATIVOS X TEXTO

1- As conjunções coordenativas são responsáveis


por orientar o leitor no movimento de interpreta-
ção e de direcionamento das ideias do texto. Ve-
jamos o texto a seguir que foi reescrito de cinco
formas diferentes. Note o poder que a conjunção
destacada assume na composição.

VERSÃO 01: “As pessoas no mundo todo são mais felizes durante a manhã e tarde da noite, segundo um estudo realiza-
do nos Estados Unidos e publicado nesta quinta-feira, que analisou milhares de mensagens no site de microblog Twit-
ter.

Os picos positivos no humor foram detectados bem cedo, mas começaram a cair no meio da manhã, quando a maioria
das pessoas inicia seu dia de trabalho”.

VERSÃO 02: “As pessoas no mundo todo são mais felizes durante a manhã e tarde da noite, segundo um estudo realiza-
do nos Estados Unidos e publicado nesta quinta-feira, que analisou milhares de mensagens no site de microblog Twit-
ter.

Os picos positivos no humor foram detectados bem cedo, pois começaram a cair no meio da manhã, quando a maioria
das pessoas inicia seu dia de trabalho”.

VERSÃO 03: “As pessoas no mundo todo são mais felizes durante a manhã e tarde da noite, segundo um estudo realiza-
do nos Estados Unidos e publicado nesta quinta-feira, que analisou milhares de mensagens no site de microblog Twit-
ter.

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Os picos positivos no humor foram detectados bem cedo, e começaram a cair no meio da manhã, quando a maioria das
pessoas inicia seu dia de trabalho”.

VERSÃO 04: “As pessoas no mundo todo são mais felizes durante a manhã e tarde da noite, segundo um estudo realiza-
do nos Estados Unidos e publicado nesta quinta-feira, que analisou milhares de mensagens no site de microblog Twit-
ter.

Os picos positivos no humor foram detectados bem cedo, portanto começaram a cair no meio da manhã, quando a
maioria das pessoas inicia seu dia de trabalho”.

VERSÃO 05: “As pessoas no mundo todo são mais felizes durante a manhã e tarde da noite, segundo um estudo realiza-
do nos Estados Unidos e publicado nesta quinta-feira, que analisou milhares de mensagens no site de microblog Twit-
ter.

Os picos positivos no humor foram detectados bem cedo, ou começaram a cair no meio da manhã, quando a maioria
das pessoas inicia seu dia de trabalho”.

PARECER SOBRE AS VERSÕES

VERSÃO 01: O uso da conjunção adversativa “mas” é correto, pois indica ao leitor que ele deve interpretar a próxima
oração como uma ressalva (uma restrição) sobre o que foi afirmado na oração anterior. A conjunção “mas” poderia, no
presente contexto, ser substituída por: “porém”, “todavia”, “contudo”, “entretanto” ou “no entanto”.

VERSÃO 02: O uso da conjunção explicativa “pois” torna o texto incoerente, já que não há como pensar que a segunda
oração esteja explicando a primeira.

VERSÃO 03: O uso da conjunção “e” é correto, mas lembre que este “e” não tem valor aditivo, mas sim, no presente
contexto, valor adversativo.

VERSÃO 04: O uso da conjunção conclusiva “portanto” não faz sentido, pois não a primeira oração não “provoca” a rea-
lização da segunda; ou seja, não se deduz, pela primeira oração, o que irá acontecer na segunda.

VERSÃO 05: O uso da conjunção alternativa “ou” gera uma sensação de dúvida no texto, o que prejudica os sentidos
originais.

2- Esses períodos compostos permitem que ocor-


ra secção, o que gera orações assindéticas e rees-
critura de frase.

- “A projeção política do atual governo continua em alta, e, desde 2003, o Congresso não poupa esforço para manter
essa estratégica e interessante imagem”.

- “A projeção política do atual governo continua em alta. Ø Desde 2009, o Congresso não poupa esforço para manter
essa estratégica e interessante imagem”.

- “Os homens não deveriam permanecer solitários por tanto tempo, pois já foi provado que relacionamentos amadure-
cem mais do que solidão”.

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- “Os homens não deveriam permanecer solitários por tanto tempo: já foi provado que relacionamentos amadurecem
mais do que solidão”.

- “Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior do
que a sua. O espelho tentou mudar de assunto, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve”.

- “Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior do
que a sua. O espelho tentou mudar de assunto; Ø finalmente, respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve”.

3- As conjunções, de modo geral, não são fixas.


Logo, há possibilidades reais de “mutação semân-
tica”*.

*Entendamos “mutação semântica” como a mudança de sentido que certas conjunções demonstram nos textos.

Exemplos:

- O jornalista trouxe todas as informações, mas elas não eram suficientes para a publicação da matéria. (ADVERSATIVA)
- O jornalista trouxe todas as informações, e elas não eram suficientes para a publicação da matéria. (ADVERSATIVA)

- A jovem trabalhava que trabalhava, mas a vida continuava difícil. (ADITIVA / ADVERSATIVA)
- A jovem trabalhava e trabalhava, e a vida continuava difícil. (ADITIVA / ADVERSATIVA)

- O novo contratado saiu-se muito bem no primeiro mês; merece, pois, toda a confiança. (CONCLUSIVA)
- O novo contratado saiu-se muito bem no primeiro mês; merece, logo, toda a confiança. (CONCLUSIVA)

4- A posição das conjunções também é responsá-


vel pelas “mutações semânticas”.

Exemplos:

- Muitos correntistas fizeram significativos saques, pois havia a possibilidade de que suas economias fossem bloquea-
das. (EXPLICATIVA)

- A tentativa de bloquear as contas dos funcionários públicos provocou insegurança em toda a população; houve, pois,
retiradas significativas de poupança e outros investimentos. (CONCLUSIVA)

5- Um alerta quanto à pontuação.

- Muitos correntistas fizeram significativos saques, pois, pelo que foi divulgado na imprensa, havia a possibilidade de
que suas economias fossem bloqueadas.

- Questionamento possível pelas bancas: por estar entre vírgulas, a conjunção “pois” teria valor conclusivo?
- Resposta: Não, uma vez que o “pois” não está entre vírgulas, mas sim a expressão “pelo que foi divulgado na impren-
sa”. Sem falar que a conjunção não está depois do verbo.

6- Embora certas conjunções possam pertencer ao


mesmo grupo, nem sempre serão equivalentes.

- Todas as iniciativas do governo obtiveram críticas dos mais diversos setores da imprensa escrita e televisiva; a Presi-
dente Dilma, entretanto, disse que os jornalistas estão exagerando em suas análises. (USO CORRETO).

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- Todas as iniciativas do governo obtiveram críticas dos mais diversos setores da imprensa escrita e televisiva; a Presi-
dente Dilma, mas, disse que os jornalistas estão exagerando em suas análises. (USO INCORRETO).

EXERCÍCIO 01

Texto I

“Em um dado momento ou em outro, passa pela cabeça da maioria das pessoas a ambição de largar tudo e ir viver uma
vida tranquila em outro lugar. Mudar de vida pode ser uma excelente solução para a tensão, dependendo evidentemen-
te da vida que se leva. Qualquer decisão nesse sentido, porém, deve levar em conta um fato da natureza: ninguém pode
evitar completamente situações estressantes. O estresse não é doença, e, sim, uma reação instintiva ao perigo real ou
imaginário ou a uma situação de desafio. “Uma cascata bioquímica que prepara o corpo para lutar ou fugir”, na defini-
ção do manual de técnicas para aliviar o estresse, elaborado pela Escola de Medicina de Harvard, um centro de excelên-
cia nos Estados Unidos da América”.

►Use “C” para correto e “E” para errado

01- Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao substituir “porém” (depois de “nesse sentido”) por
“mas”.

02- A conjunção “ou” (início do texto) estabelece relação de alternância. Acrescenta-se que seria possível substituí-la
pela conjunção “seja”. Tal mudança mantém a ideia de alternatividade e a correção do período.

03- Por cumprir papel copulativo, a conjunção “e” (depois de “largar tudo”) permite substituição por “mas”.

04- O valor adversativo da conjunção “e” (antes de “não é doença”) permite sua substituição por “mas”, sem que a
argumentação do texto seja prejudicada.

05- Por desempenhar papel explicativo, “que” (depois de “se leva”) poderia ser substituído por “, pois”, sem que os
sentidos nem a correção gramatical fossem comprometidos.

06- “Ou” em “prepara o corpo para lutar ou fugir” estabelece coordenação entre termos nominais, o que descarta a
hipótese de se ter qualquer tipo de oração.

GABARITO

01 02 03 04 05 06
E E E C E E

EXERCÍCIO 02

A questão mais importante para entender a reforma tributária é saber por que a estamos propondo. Não é um projeto
que sai do nada, mas que herda muito das discussões realizadas sobre o tema desde o início da década passada no Bra-
sil. Naturalmente este tem algumas diferenças em relação aos projetos anteriores. A principal é que prevê um prazo
longo de transição, um modelo importante para viabilizar política e tecnicamente sua implantação.

Bernard Appy. Mudanças favorecem o crescimento. In: Cadernos de Problemas Brasileiros, n.º 391, jan./fev./2009 (com adaptações).

Considerando as relações sintático-semânticas do texto, use C para certo e E para errado.


01- A conjunção “mas” (segundo período) poderia ser substituída por “em contrapartida”, sem que os sentidos e as
estruturas sintáticas do período não fossem comprometidas.
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02- O pronome “este” (3º período) refere-se a “projeto” (2º período).

03- A oração “que sai do nada” poderia ser inaugurada por uma vírgula sem que os sentidos e classificação sintática
sejam comprometidos.

04- Depois de “naturalmente” (3º período) uma vírgula poderia existir, sem que nenhum prejuízo fosse causado ao
texto.

05- Levando em conta que os sentidos originais serão alterados, uma maneira de conectar o penúltimo período ao
último seria assim: no lugar de “A principal é” usar “, uma vez”.

06- A inserção de uma conjunção coordenativa “e” no lugar da vírgula presente no último período não alteraria as rela-
ções de sentido do texto.

07- O trecho “um modelo importante para viabilizar política e tecnicamente sua implantação” (último período) funcio-
na como aposto enumerativo da expressão “um prazo longo de transição”.

01 02 03 04 05 06 07
E C E C C E E

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ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

A origem dessas orações

Essas orações recebem esse nome porque exercem função própria dos substantivos: objeto direto, objeto indireto,
sujeito, predicativo, complemento nominal e aposto. São introduzidas por conectores específicos: que, se, quem, quanto
e como.

Exemplo:

1- A jornalista expôs o escândalo.

Desenvolvendo:
2- A jornalista expôs..............................................

3- ............................................ expôs o escândalo.

Ou seja:

- A jornalista expôs que o ministro traficava pessoas.

- Quem investigou o caso expôs o escândalo.

- Quem investigou o caso expôs que o ministro traficava pessoas.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

A Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta funciona como objeto direto da Oração Principal.

- As alunas decidiram que a aula será adiada.


- O médico não sabe se tudo isso é mesmo verdade.
- O jornalista percebeu como tudo aconteceu.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

A Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta funciona como objeto indireto da Oração Principal.

- Os gerentes duvidaram de que tudo estivesse sob controle.


- Os condutores não obedecem a quem organiza as leis.

Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

A Oração Subordinada Substantiva Subjetiva funciona como sujeito da Oração Principal.

- É previsível que a crise também chegue a outros países.


- Trouxe os livros quem recebeu o aviso.

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Oração Subordinada Substantiva Predicativa

A Oração Subordinada Substantiva Predicativa funciona como predicativo da Oração Principal.

- O certo é que todos deixarão o país depois da crise.


- O importante é como a cidade receberá todas as mudanças.

Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

A Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal funciona como complemento nominal da Oração Principal.

- O ministro tem a convicção de que os fatos serão esclarecidos.


- Os números não são favoráveis a quem fez a declaração.

Oração Subordinada Substantiva Apositiva

A Oração Subordinada Substantiva Apositiva funciona como aposto da Oração Principal.

- Só queremos uma coisa: que você procure um outro lugar.


- O propósito era este ─ que todos os brasileiros fossem comunicados antes.

Exercício básico de reconhecimento

Classifique as orações subordinadas abaixo.

a) É importante que você perceba as regras mais específicas.

________________________________________

b) Não sei se o resultado sairá.

________________________________________

c) Gostaria de que todos me apoiassem.

________________________________________

d) Só desejo uma coisa: que vivam felizes.

________________________________________

e) Quero saber como você chegou aqui.

________________________________________

f) Faço apenas um pedido ─ que você nunca abandone os seus princípios ─ , e todos os seus amigos ficarão mais
tranquilos.

________________________________________

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g) Mariana lembrou-se de que Manoel chegará mais tarde.

________________________________________

h) É necessário que se estabeleçam regras nesta empresa.

________________________________________

i) Paulo José observa que o anti-heroísmo é uma característica forte dos personagens da cultura latino-americana.

________________________________________

j) É difícil que ele venha.

________________________________________

k) A nova máquina necessitava de que os funcionários supervisionassem mais o trabalho.

________________________________________

l) Há neste empresa uma norma, que todos os funcionários sejam respeitados.

________________________________________

m) Constata-se que valores diversos predominam em sociedades distintas.

________________________________________

n) Tenho a convicção de que ainda há esperanças.


________________________________________

GABARITO

a) Oração Subordinada Subjetiva.


b) Oração Subordinada Objetiva Direta.
c) Oração Subordinada Objetiva Indireta.
d) Oração Subordinada Apositiva.
e) Oração Subordinada Objetiva Direta.
f) Oração Subordinada Apositiva.
g) Oração Subordinada Objetiva Indireta.
h) Oração Subordinada Subjetiva
i) Oração Subordinada Objetiva Direta.
j) Oração Subordinada Subjetiva.
k) Oração Subordinada Objetiva Indireta.
l) Oração Subordinada Apositiva.
m) Oração Subordinada Subjetiva.
n) Oração Subordinada Completiva Nominal.
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EXERCÍCIOS 01 (Padrão CESPE)

TEXTO I

Conforme pesquisa, o fumo passivo mata 7,5 mil brasileiros por ano.

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que quase 40% das vítimas do uso passivo de cigarros, ca-
chimbos, charutos etc. no Brasil são crianças.

Conforme cálculos do médico Mattias Öberg, do instituto sueco Karolinska, que colaborou com a pesquisa, 2,8 mil dos
7,5 mil brasileiros vitimados pela convivência com o cigarro são crianças com menos de 5 anos de idade.

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►A partir do texto acima, julgue os itens a seguir.

01- É possível deduzir do texto que seu título está ligado ao 1º parágrafo por meio de coesão lexical, já que os termos
pesquisa, fumo e mata (no título) se concatenam a estudo, cigarros/cachimbos/ charutos e vítimas (1º parágrafo)
porque têm, esses termos, no presente contexto, vínculos semânticos entre si.

02- A conjunção QUE (após aponta) poderia ser substituída por dois-pontos, sem que os sentidos originais fossem alte-
rados.

03- A conjunção CONFORME, início do segundo parágrafo, poderia ser substituída por LOGO, seguida de vírgula. Tal
mudança mantém a relação semântica original entre o 1º e o 2º parágrafos.

TEXTO II

Sonda detecta atmosfera de oxigênio e CO2 em lua de Saturno

Reia, uma lua de Saturno com 1.500 km de diâmetro e composta basicamente de rocha e gelo, tem uma atmosfera tê-
nue que é composta por 70% de oxigênio e 30% de gás carbônico, dois gases que, na Terra, são essenciais para as for-
mas mais complexas de vida. A descoberta, feita pela sonda Cassini, da Nasa, é descrita na edição desta semana da re-
vista Science.

Embora o oxigênio existente hoje na atmosfera da Terra seja produto da atividade de seres vivos que fazem fotossínte-
se, este dificilmente será o caso em Reia, explica o principal autor do artigo que analisa os dados da Cassini, Ben Teolis.

"A atmosfera de Reia é muito fina, e a lua não tem um campo magnético próprio", explica. "Sua superfície está total-
mente desprotegida dos íons e elétrons aprisionados no campo magnético de Saturno". O constante bombardeio de
partículas sobre o gelo da superfície causa reações que formam o oxigênio, que então ou fica preso no gelo sólido ou é
ejetado para atmosfera.

"O bombardeio é suficiente para criar e sustentar a atmosfera", diz o cientista, que considera muito improvável a exis-
tência de vida em Reia, por conta das baixas temperaturas – segundo a Nasa, o clima na Lua oscila de -174º C a -220º C
─ e da ausência de água no estado líquido.

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Mas Teolis lembra que a descoberta de oxigênio na atmosfera da lua se segue à detecção de sinais da mesma substância
em várias luas do planeta Júpiter, incluindo Europa, onde cientistas acreditam que existe um oceano sob a crosta de
gelo.

"Isso sugere que a formação de oxigênio em corpos gelados submetidos à radiação pode ser muito comum no Universo,
e pode existir o potencial para química orgânica complexa movida a oxigênio dentro de objetos como Europa ou Encé-
lado, no nosso próprio Sistema Solar, e em outras luas pelo Universo", especula o pesquisador. Encélado é uma lua de
Saturno que apresenta sinais de água sob a superfície. "Esse tipo de química pode ser considerado um pré-requisito
para a vida".

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►A partir do texto acima, julgue os itens a seguir.

04- O pronome relativo QUE, após tênue (primeiro parágrafo), poderia ser substituído pela conjunção E sem que os sen-
tidos e as relações sintáticas originais fossem comprometidos.

05- Uma maneira de reescrever corretamente o segundo parágrafo seria da seguinte forma: “O oxigênio existente, hoje,
na atmosfera da Terra, é produto da atividade de seres vivos que fazem fotossíntese; contudo, este dificilmente
deverá ser o caso em Reia (...)”.

06- A conjunção E presente no 1º período do 3º parágrafo tem valor conclusivo. Por isso, sua substituição por PORTAN-
TO manteria as relações sintático-semânticas do texto.

07- A vírgula presente após fina (início do 3º parágrafo) poderia ser suprimida sem que os sentidos e correção gramati-
cal fossem comprometidos, já que noção de coordenação permanece.

08- O termo QUE (após oxigênio, 3º período do 3º parágrafo) não poderia ser substituído pela conjunção E, uma vez que
os sentidos originais sofreriam alterações.

09- No último período do terceiro parágrafo, seria possível suprimir a primeira conjunção OU (após então) sem que a
correção gramatical bem como os sentidos originais fossem comprometidos.

10- No 4º parágrafo, a oração intercalada “diz o cientista” se concatena, assindeticamente, com a oração que a antece-
de e a precede. Salienta-se que seria possível substituir a segunda vírgula, mantendo as relações originais do texto
e preservando a correção gramatical.

11- A palavra MAS (início do 5º parágrafo) poderia, livremente, ser substituída por CONTUDO, PORÉM, ENTRETANTO e
EMBORA. Por outro lado, caso fosse substituída pela última conjunção citada, o verbo lembra (modo indicativo)
deveria ser reescrito para lembre (modo subjuntivo) a fim de que não houvesse prejuízo sintático para a oração.

12- A conjunção integrante QUE, localizada no 5º parágrafo, poderia ser substituída pelo sinal de dois-pontos sem que
os sentidos nem correção gramatical fossem comprometidos.

13- Após sugere (início do 6º parágrafo) seria possível a inserção da conjunção PORTANTO (entre vírgulas), a fim de que
possa ser exposta a relação de conclusão existente entre o que é dito no parágrafo anterior e o será anunciado,
agora, no 6º parágrafo.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C C E E C E C C C E

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11 12 13
E C C

EXERCÍCIOS 02

01- Na oração: “Espia se ela está na esquina”.


Qual das opções abaixo não analisa corretamente esse período.
a) Período composto por subordinação.
b) Conjunção integrante iniciando segunda oração.
c) Verbo da 1ª oração: transitivo direto.
d) Verbo da 2ª oração: de ligação.
e) Frase em discurso direto.

02- Em “Convém que a leitora do JB e outros desinformados saibam que o eucalipto é uma árvore predadora”, encon-
tramos, além da oração principal, respectivamente:
a) Duas orações subordinadas subjetivas.
b) Uma oração subordinada objetiva direta e uma subjetiva.
c) Uma oração subordinada objetiva direta e uma adjetiva.
d) Duas orações subordinadas completivas nominais.
e) Uma oração subordinada subjetiva e uma objetiva direta.
03- Se suprimirmos o pronome indefinido “Ninguém” e acrescentarmos “Se” à forma verbal “informou”, na frase “ Nin-
guém informou que haverá aula”, o sujeito da oração principal é:
a) Ninguém.
b) Aula.
c) Indeterminado.
d) Que haverá aula.
e) Inexistente.

01 02 03
D E D

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

A origem dessas orações:

1- O homem espacial.

2- O homem do espaço.

3- O homem que vem do espaço.

4- O homem que vem do espaço é um cientista.

Outros modelos de oração adjetiva

1- Reconheceu o vereador por quem ele não tem nenhuma admiração.

2- O vereador por quem ele não tem nenhuma admiração foi notificado pela polícia.

3- A polícia vistoriou o terreno por onde os assaltantes fugiram.

4- As estradas cujo asfalto tinha péssima qualidade foram reformadas.


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PRINCIPAIS PRONOMES RELATIVOS

Pronome Referência
QUE (a qual....) A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele.
QUEM A um termo (substantivo comum ou próprio), na condição de Ser Humano,
anterior a ele.
ONDE A um termo (substantivo comum ou próprio) que indique lugar, também
anterior a ele.
CUJ- A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele.

Dossiê sobre o CUJ-

1- Está ligado ao termo de trás, mas concorda com o termo da frente.

2- O termo da frente será, sempre, um substantivo.

3- Não permite artigos depois dele.

4- Como estabelece relação de posse, será, sintaticamente, adjunto adnominal.

- O homem cujo filho é trabalhador vive satisfeito.

- A cidade de cujas ruas não me orgulho tem belas praias.

1. Oração adjetiva: é aquela que caracteriza o substantivo a que se refere. Logo, seu papel é de adjetivo. É sempre in-
troduzida por um pronome relativo.

2. Pontuação: interfere tanto na interpretação da frase, como na classificação da oração. Se houver vírgulas, a oração
será explicativa; se não, restritiva.

1. Meus livros, que estão rasgados, foram levados ao livreiro. (Note que a leitura é pausada)
Leitura e interpretação permitidas:

1.1. Meus livros foram levados ao livreiro porque estão rasgados.

1.2. Não é possível deduzir que existam outros livros, além dos rasgados.
Logo, a oração classificada é adjetiva explicativa.

2. Meus livros que estão rasgados foram levados ao livreiro. (Note que a leitura é rápida)
Leitura e interpretação permitidas:

2.1. Somente os meus livros que estão rasgados foram levados ao livreiro.

2.2. É possível deduzir que existem outros livros, e que não devem estar rasgados.
Logo, a oração classificada é adjetiva restritiva.

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OUTROS EXEMPLOS

Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Restringem a significação do nome que se refere.

Ex¹ : A cidade /onde cresci/ era arborizada.

EX²: Os jogadores /que foram convocados / representaram bem a seleção de seu país.

Ex³ : O homem/ que trabalha/ dá orgulho à família.

 Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

Não restringem a significação do nome; pelo contrário, acrescentam uma característica que é própria do ele-
mento a que se refere.

Ex¹ : Letícia gosta do professor de matemática/, que tem olhos azuis,/desde o primário.

EX² : O funcionário da escola/, que se aposentou mês passado,/ está muito feliz.

Ex³: Joana/, cujo bom gosto esteve sempre ao seu lado/, recebeu mais uma homenagem.

EXERCÍCIOS 01 (Padrão CESPE/UnB)

“Ao tentar explicar o processo criativo, alguns autores de tendência psicanalítica oferecem argumentos interessantes
sobre como o inconsciente pode estar envolvido nisso. Para Storr, trata-se de uma relação entre criação e prazer que
parece valer tanto para a criação artística quanto para a científica. Beveridge faz referência a esse prazer quando consi-
dera a pesquisa científica uma aventura intelectual. O próprio termo aventura lembra ventura, que é sinônimo de pra-
zer, felicidade, além de englobar ainda a característica de alguém que está disposto a correr riscos e a enfrentar o des-
conhecido. Com relação às características do ambiente sociocultural, observam-se diferenças entre sociedades quanto à
extensão e à profundidade com que são cultivados os traços favorecedores da produção e a respeito de que oportuni-
dades são oferecidas para o desenvolvimento das habilidades e potencialidades de cada indivíduo. Constata-se que
valores diversos predominam em sociedades distintas com relação à inovação e ao estímulo ao talento criativo”.

Eunice Soriano de Alencar e Afonso Galvão. Condições favoráveis à criação nas ciências e nas artes. In: Ângela Virgolim (Org.). Talento criativo:
expressão em múltiplos contextos. Brasília: EDUNB, 2007, p. 105-9 (com adaptações).

► Use “C” para correto e “E” para errado. No desenvolvimento das ideias no texto, o pronome relativo “que”,

01- ( ) No 2º período, refere-se a “prazer”; por isso, admite a substituição por “o qual”.

02- ( ) No 4º período, tanto se refere a “aventura” quanto a “ventura”, pois os dois termos são tomados como sinô-
nimos.

03- ( ) No 4º período, depois de “alguém”, não poderia ser omitido, já que tal supressão acarretaria erro gramatical
no período em que se encontra.

04- ( ) No 5º período, é precedido pela preposição “com” porque se refere a “características do ambiente sociocultu-
ral”.
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05- ( ) No 5º período, é precedido pela preposição “de”, a qual não pode ser omitida, pois faz parte da expressão “a
respeito de”.

06 - ( ) O relativo “que”, depois de “prazer”, poderia ser substituído por “no qual”, sem que a correção gramatical
fosse comprometida.

07- ( ) Ao substituir a estrutura a seguir “quando considera a pesquisa científica...” por “cuja pesquisa científica é
considerada...”, os sentidos seriam alterados, mas a correção gramatical seria mantida.
08- ( ) O relativo “que”, após “alguém”, 4º período, pode ser substituído por “quem”, uma vez que faz referência a
um pronome que está intimamente ligado à ideia de “ser”.

09- ( ) A palavra “que”, último período, pode ser classificada como pronome relativo, já que permite substituição por
“os quais”.

10- ( ) A expressão “com que” poderia ser substituída pelo pronome relativo “onde” sem que a correção gramatical
fosse comprometida.
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E E C E C E C E E E

EXERCÍCIOS 02 (Padrão CESPE/UnB)

A disputa pelo controle de pontos de venda de drogas em favelas na Ilha do Governador — que provocou a morte de 12
traficantes há 11 dias — impôs nova noite de terror no bairro carioca. O tiroteio entre bandos rivais, em três diferentes
localidades, matou uma mulher que saía de uma padaria e feriu três pessoas, entre elas uma menina de seis anos. A
guerra entre integrantes de uma mesma facção criminosa fez que moradores do bairro se mantivessem no chão de suas
casas, atrás de móveis, enquanto durou a fuzilaria. Balas atravessaram a lataria de carros estacionados próximos às en-
tradas das favelas.

Jornal do Brasil, “Capa”, 11/11/2003 (com adaptações).

01- O primeiro QUE destacado no texto poderia ser substituído por O QUAL, pois ele se relaciona diretamente com a
palavra que a antecede, ou seja, Governador.

02- A função sintática da mesma palavra analisada na questão anterior é sujeito.

03- O conjunto “a morte de 12 traficantes há 11 dias” funciona como objeto direto do verbo da oração subordinada
adverbial.

04- O segundo QUE destacado no texto é um pronome relativo e pode ser substituído por CUJA sem que haja nenhum
dano à frase.

05- Já na frase “A violência urbana, cuja a vítima maior é sempre o cidadão, deve ser alvo de projetos mais ousados por
parte do Governo”, o pronome relativo CUJA está, sintaticamente, bem estruturado dentro do período e deve ser
classificado como Adjunto Adnominal.

01 02 03 04 05
E C E E E

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EXERCÍCIOS FINAIS

01- Na seguinte oração “Os viajantes, que possuem passaporte, podem viajar”.
► Em relação à frase, o único comentário falso é que:

a) Somente os viajantes que possuírem passaporte poderão viajar.


b) Os viajantes poderão viajar porque possuem passaporte.
c) QUE é pronome relativo como classe gramatical e sujeito como função sintática.
d) A segunda oração é QUE POSSUEM PASSAPORTE.
e) A oração subordinada é adjetiva explicativa.

02- Assinale o período em que há uma oração adjetiva restritiva.

a) A casa onde estou é ótima.


b) Brasília, que é a capital do Brasil, é linda.
c) Penso que você é de bom coração.
d) Vê-se que você é de bom coração.
e) Nada obsta a que você se empregue.

03- Assinale a opção em que apresenta um período com oração subordinada adjetiva.

a) Ele falou que compraria a casa.


b) Não fale alto que ele pode ouvir.
c) Vamos embora que o dia está amanhecendo.
d) Em time que ganha não se mexe.
e) Parece que a prova não está difícil.

01 02 03
A A D

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

A ORIGEM DESSAS ORAÇÕES

1- O confronto com a polícia aconteceu à noite.


2- O confronto com a polícia aconteceu quando já caía a noite.

A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa. É iniciada por uma conjunção subordinativa causal ou por uma
locução conjuntiva subordinativa causal. São elas: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, sendo
que, dado que, na medida em que.
Também pode ser iniciada pela preposição Por, estando o verbo no infinitivo.

A conjunção “como” deve ser usada apenas em início de período.


Exemplos:

- Já que a polícia não conseguiu prender ninguém, a imprensa vem questionando a eficiência dos investigadores.
- Por ter deixado a cidade na infância, não viu as melhorias do governo.

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Como tinha um compromisso, apressava-se com as tarefas.

Por ter chegado atrasada, não pôde entrar na palestra.

B) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o verbo fica subentendido. É iniciada
por uma conjunção subordinativa comparativa. São elas: (mais) ... que, (menos)... que, (tão)... quanto, como.

Exemplo:

- A economia do Brasil é mais equilibrada (do) que a da Argentina.

- João era mais esforçado que o irmão.

Perceba que o verbo ser, na segunda oração, está subentendido: ele era mais esforçado que o irmão era.

- A economia do Brasil é mais estável (do) que a da Argentina.

C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão. É iniciada por uma conjunção subordinativa concessiva
ou por uma locução conjuntiva subordinativa concessiva. São elas: embora, conquanto, não obstante, apesar de que,
se bem que, mesmo que, posto que, ainda que, em que pese, a despeito de, malgrado.

Exemplos:

- Conquanto a comunidade venha reclamando do acúmulo de lixo, não é novidade vê-la despejando-o em qualquer lugar
público.
- O homem é um ser dotado de inteligência e capacidade, se bem que nem todos as aproveitam para o bem de si e dos
outros.

- Todos deixaram a sala de aula rapidamente, apesar de não terem terminado a prova.

Mesmo que ele traga todos os documentos, não há mais tempo hábil para sua inscrição.

D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição. É iniciada por uma conjunção subordinativa condicional
ou por uma locução conjuntiva subordinativa condicional. São elas: se, a menos que, desde que, caso, contanto que.
Também pode ser iniciada pela preposição A, estando o verbo no infinitivo.

Exemplos:

- Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce.

- O governo fará as obras prometidas, contanto que todos os ministros se empenhem.

- A continuar essa chuva, toda a colheita será perdida.

- A menos que você saia cedo do trabalho, iremos ao cinema.

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E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade. É iniciada por uma conjunção subordinativa con-
formativa ou por uma locução conjuntiva subordinativa conformativa. São elas: como, conforme, segundo, consoante.

Exemplos:
- Segundo revelou o IBGE, brasileiros estudam mais hoje do que na década passada

- Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.

- Como combinamos ontem, eis os documentos.

F) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de consequência. É iniciada pela conjunção subordinativa consecuti-
va que. Na oração principal normalmente surge um advérbio de intensidade tal, tanto, tamanho(a): (tão)... que, (tan-
to)... que, (tamanho)... que.
Exemplos:

- O esforço do presidente foi tal, que as obras terminaram antes do prazo previsto.
- Tamanha era impaciência do aluno, que não conseguia ficar
concentrado nem por um minuto.

- Ele fala tanta mentira, que ninguém o suporta .

- Ele é de tamanha honestidade, que a todos encanta.

G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo. É iniciada por uma conjunção subordinativa temporal ou
por uma locução conjuntiva subordinativa temporal. São elas: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que,
logo que, mal.

Também pode ser iniciada por “Ao”, estando o verbo no infinitivo.

Exemplos:
Fico triste, sempre que vejo cenas de violência.

Ao terminar essa discussão, sairemos daqui.

H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade. É iniciada por uma conjunção subordinativa final ou por uma
locução conjuntiva subordinativa final. São elas: a fim de que, para que.

Também pode ser iniciada pela preposição Para, estando o verbo no infinitivo.

Exemplos:

- O brasileiro procura economizar no fim do ano para que consiga comprar mais em janeiro.

- Para sair mais cedo, o funcionário adiantou os compromissos.

- Ele falava mais alto, para que todos pudessem ouvi-lo.

- Aqui estamos para estudar.

I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção. É iniciada por uma locução conjuntiva subordinativa
proporcional. São elas: à proporção que, à medida que, tanto mais...mais..., tanto mesmo...menos..., enquanto.
Exemplo:

- À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos.


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- Ao passo que ganhava fama, ficava mais infeliz.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO (Padrão FCC)

01- “Os volumosos dodôs pesavam mais de vinte quilos. Uma plumagem cinza-azulada cobria seu corpo quadrado e de
pernas curtas, em cujo topo se alojava uma cabeça avantajada, sem penas, com um bico grande de ponta bem re-
curvada. As asas eram pequenas e, ao que tudo indica, inúteis (pelo menos no que diz respeito a qualquer forma de
voo). Os dodôs punham apenas um ovo de cada vez, em ninhos construídos no chão.

Que presa poderia revelar-se mais fácil do que um pesado pombo gigante incapaz de voar? Ainda assim, provavel-
mente não foi a captura para o consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua extinção ocorreu so-
bretudo pelos efeitos indiretos da perturbação humana”.

Os elementos grifados na frase acima podem ser substituídos, sem prejuízo para o sentido e a correção, respecti-
vamente,por:

a) Contudo / não obstante.


b) Conquanto / por que.
c) Em que pese isso / embora.
d) Apesar disso / visto que.
e) Por isso / porquanto.

02- Leia o texto abaixo.

“Esta minha estatuazinha de gesso, quando nova


O gesso muito branco, as linhas muito puras
Mal sugeria imagem de vida
(Embora a figura chorasse)”.

Manoel Bandeira, Fragmentos


É correto afirmar que a frase entre parênteses tem sentido
a) adversativo.
b) concessivo.
c) conclusivo.
d) condicional.
e) temporal.

03- “Decerto que em muitos casos o uso do véu é imposto pela família e pode ser um símbolo de sujeição da mulher, mas
basta uma que o faça por vontade própria para que a lei resulte em violação de seus direitos”.

Considerado o trecho acima, em seu contexto, é legítimo afirmar:

a) O emprego de “Certamente”, no lugar de Decerto, expressaria a ideia de certeza, não encontrada no trecho.
b) Transpondo o uso do véu é imposto pela família para a voz ativa, a forma verbal obtida é “impõe”.
c) A ausência de vírgula após muitos casos constitui deslize do autor, pois, nesse específico contexto, ela é obri-
gatória.
d) Se, em vez de uma, fossem consideradas “duas mulheres”, o segmento estaria correto assim “mas basta duas
que os faça...”.
e) A expressão para que introduz a finalidade de uma ação, finalidade que o autor considera desejável.

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04- “As flores têm pétalas brancas; o fruto, uma cápsula fusiforme com 10 centímetros, provido de pequenas sementes
envoltas por pelos, ou painas. Na iminência de um temporal, o enorme tronco, que armazena grande quantidade de
líquido, dá uma descarga de água para as raízes – resultado da variação atmosférica. Ouve-se à distância o ruído do
movimento da água”.

O sentido do trecho grifado acima está reproduzido com outras palavras em:

a) Quando se aproxima uma tempestade ...


b) Com a força destruidora das águas ...
c) Para que o temporal venha com força ...
d) Desde que venha a cair uma forte chuva ...
e) Depois de uma forte tempestade ...

05- “Antes do pôr-do-sol, costumavam os homens arranchar-se e cuidar da ceia, que constava principalmente de feijão
com toucinho, além da indefectível farinha, e algum pescado ou caça apanhados pelo caminho. Quando a bordo, e
por não poderem acender fogo, os viajantes tinham de contentar-se, geralmente, com feijão frio, feito de véspera”.

Identificam-se nos segmentos grifados na frase acima, respectivamente, noções de

a) modo e consequência.
b) causa e concessão.
c) temporalidade e causa.
d) modo e temporalidade.
e) consequência e oposição.

06- “A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudan-
ças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros”.

O segmento grifado na frase acima tem sentido

a) adversativo.
b) de consequência.
c) de finalidade.
d) de proporção.
e) concessivo.

07- Leia o texto abaixo.

Cartão de Natal

“Pois que reinaugurando essa criança


pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes”.

João Cabral de Melo Neto, Fragmento.

O segmento grifado acima pode ser substituído, no contexto, por:


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a) Mesmo que estejam.


b) Apesar de estarem.
c) Ainda que estejam.
d) Como estão.
e) Mas estão.

08- “Mas o sistema, por muito tempo restrito apenas à tela grande, estendeu-se progressivamente, com o desenvolvi-
mento das indústrias culturais, a outros domínios, ligados primeiro aos setores do espetáculo, da televisão, do show
business”.
Na frase acima, o segmento destacado equivale a:

a) por conta de ter ficado muito tempo restrito.


b) ainda que tenha ficado muito tempo restrito.
c) em vez de ter ficado muito tempo restrito.
d) ficando há muito tempo restrito.
e) conforme tendo ficado muito tempo restrito.

09- “Falha o arqueiro que ultrapassa o alvo, da mesma maneira que aquele que não o alcança”. (Adaptado de Mon-
taigne, Ensaios)

O elemento sublinhado na frase acima tem sentido equivalente ao da expressão

a) com a mesma perícia.


b) nas mesmas condições.
c) o que também ocorre com.
d) conquanto possa ocorrer com.
e) ainda que o mesmo aconteça a.

12- “Foi [Lévi-Strauss] um crítico demolidor da arrogância ocidental: os índios deixaram de ser relíquias do passado,
deixaram de ser alegorias, tornando-se nossos contemporâneos. Isso vale mais do que qualquer análise”.

O sinal de dois-pontos da frase acima pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e o sentido, por

a) entretanto.
b) a fim de que.
c) não obstante.
d) em razão do que.
e) mesmo porque.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D B B A C C D B C D

EXERCÍCIOS (Padrão CESPE)

“Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente frágeis os limites que separa-
vam o público do privado, assiste-se hoje a uma nova tendência de politização e visibilidade do privado, com a estrutu-
ração de novas relações familiares, bem como à privatização do público”.

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01- A estrutura sintática iniciada por “Conquanto” é responsável pelo uso do modo subjuntivo em “tenha”; por isso, a
substituição dessa forma verbal por “tem” desrespeita as regras gramaticais do padrão culto da língua.

“Dezenas de milhares de funcionários públicos gregos saíram às ruas em Atenas e Tessalônica para protestar contra as
medidas de austeridade, em um ambiente tenso que teve como saldo 10 pessoas detidas. Num momento em que o
fantasma do default ainda ronda este país altamente endividado, as forças policiais lançavam bombas de gás lacrimogê-
neo contra dezenas de jovens encapuzados que atiravam garrafas e pedras à margem da manifestação de Atenas, que
reuniu cerca de 18.000 pessoas, segundo a polícia”.

Correio Braziliense (com adaptações).

02- A oração “para protestar contra as medidas de austeridade” se relaciona com a oração anterior a partir de um vín-
culo de finalidade.

03- Seria facultativo o uso de uma vírgula após “Tessalônica”, sem comprometer a correção gramatical.

04- Seria possível (mantendo os sentidos originais), correto gramaticalmente e coerente articular a primeira oração do
texto à segunda a partir da troca de “para protestar” por “ao passo que protestavam”.

05- O segundo período é iniciado por uma oração de caráter temporal e permitiria, sem comprometer os sentidos ou
correção gramatical, a substituição da expressão “Num momento em que ”por “Enquanto”.
06- A oração “que reuniu cerca de 18.000 pessoas” tem natureza restritiva.

07- No último período, após “segundo”, é notória a elipse de um verbo de valor declarativo, como, por exemplo, “dis-
se”.

08- A substituição de “segundo” por “conforme” não altera a correção gramatical ou mesmo os sentidos textuais.

“Apesar de ter o maior índice de alta confiança na polícia, mesmo que seja abaixo dos 6%, o Nordeste também é a
região que tem o menor índice de sensação de segurança do País. Segundo o Sistema de Indicadores de Percepção Soci-
al (Sips) sobre segurança pública 2010, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 85,8% dos entrevistados têm
medo de serem assassinados”.

O Estado de São Paulo.

09- A substituição de “Apesar de” por “Porquanto” mantém correção gramatical do período desde que se substitua o
verbo “ter” por “tenha”.

10- A oração “mesmo que seja abaixo dos 6%” imprime uma relação de causa quando se refere à oração anterior.

11- A substituição de “mesmo que” por “posto que” mantém correção gramatical do período.
12- A oração “o Nordeste também é a região que tem o menor índice de sensação de segurança do País” pode ser ca-
racterizada como a oração principal da estrutura que imediatamente a antecede.

“Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que as vendas de
materiais de construção têm crescido acima da média do comércio em geral, mas que esse fator não se reflete em me-
lhores salários para os trabalhadores”.

Correio Braziliense

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13- Seria possível manter a correção gramatical ao se substituir a expressão “mas que” por “embora”.

“Segundo especialistas, esse comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define o pouco tempo que
permanecemos com os produtos que compramos. Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais
quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos
poucos, sem perceber, vamos construindo uma sociedade descartável”.

14- Preservam-se a coerência e a correção do texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” ao anterior por
meio da conjunção “conquanto”, escrevendo-se do seguinte modo: “(...) profissionais, conquanto priorizamos (...)”.

“O cérebro não guarda informações como em um dicionário, em que o verbete “teatro” vai estar na letra “T”. Nele, a
palavra “teatro” é associada a experiências distintas por nós vividas. Algumas são lógicas, outras menos óbvias. Quanto
maior a variedade de experiências e de conhecimento, mais conexões o cérebro pode fazer”.

15- O período “Quanto maior a variedade de experiências e de conhecimento, mais conexões o cérebro pode fazer” dá
ideia de proporcionalidade.

16- Ao se substituir “Quanto maior” por “À medida que cresce”, mantém-se a correção gramatical do período.

O mais curioso é que, a despeito de qualquer discussão sobre o dever das escolas, ajudar no desenvolvimento do aluno
com vistas à sua colocação no mercado de trabalho é um fundamento no país, estabelecido pela Lei de Diretrizes e Ba-
ses da Educação Nacional, conjunto de normas que dá o norte ao sistema educacional brasileiro”.

17- “A expressão “a despeito de” é sinônima de “apesar de”.

“Na realidade, à exceção das manifestações indígenas, o restante do que se pode definir como cultura brasileira veio de
fora. A multirracialidade do país contribuiu para isso. Mesmo quando determinados movimentos estéticos adotaram um
comportamento nacionalista, os modelos foram importados. Apesar de as esculturas de Aleijadinho, do século XVIII,
terem fisionomia mestiça, esse era um artista barroco, com influência europeia. A Semana de Arte Moderna em São
Paulo, no ano de 1922, foi motivada pelo Futurismo italiano”.

18- Caso se substitua “Apesar de” por “Embora”, é necessário também substituir “terem” por “tenham”, de forma a
assegurar a correção gramatical do período.

“Realizada em Copenhague, sob o signo da recessão mundial, a COP-15 foi uma relativa decepção: não conseguiu pro-
duzir um documento tornando obrigatórias as metas de redução da emissão de poluentes, mas houve consensos”.

19- A substituição do sinal de dois-pontos por uma vírgula seguida da expressão “uma vez que” prejudicaria a correção
gramatical e a informação original do período.

“Sabe-se que, no Brasil, a questão do acesso à escola não é mais um problema, já que a quase totalidade das crianças
ingressa no sistema educacional. Entretanto, as taxas de repetência dos estudantes são bastante elevadas...”.

20- A locução “já que” confere a noção de causa à oração em que ocorre.

Várias cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Goiás e Minas Gerais convivem com oferta anual inferi-
or 2 milhões de litros por habitante, para uso direto e indireto. O consumo per capita dobrou em 20 anos, enquanto a
disponibilidade de água ficou três vezes menor. Para piorar esse quadro, há muito desperdício: cerca de 30% da água
tratada é perdida em vazamentos nas ruas do país — só na Grande São Paulo o desperdício chega a 10 metros cúbicos
de água por segundo, o que daria para abastecer cerca de 3 milhões de pessoas diariamente.

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21- Prejudicam-se a coerência textual e as informações originais do texto ao se substituir o termo “enquanto” por “ao
passo que”.

A cena é muito comum: cidade afora, pessoas abusam do uso da água, lavando calçadas, passeios e carros. Mesmo que
o Brasil seja o grande reservatório de água doce do mundo (11,6% do total disponível, com cada brasileiro, em tese,
dispondo de 34 milhões de litros por ano, embora possa levar vida confortável com 2 milhões de litros anuais), tem na
distribuição o seu maior gargalo: 80% concentram-se na Amazônia, onde vivem apenas 5% da população do país, com
os 20% restantes abastecendo 95% dos brasileiros.

22- A expressão “Mesmo que” confere ao trecho em que se insere a noção de condição, por isso, poderia ser trocada
por “A menos que”.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C C C E E E C C E E

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C E E E C C C C C C

21 22
E E

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1
(Padrão UECE, CESGRANRIO, IMPARH)

01. Por definição, “oração coordenada que se prende à anterior por conectivo é denominada sindética e é classificada
pelo nome da conjunção que a encabeça”.

Assinale uma alternativa onde aparece uma coordenada sindética explicativa, conforme a definição:
a) A casaca dele estava remendada, mas estava limpa.
b) Ambos se amavam, contudo não se falavam.
c) Todo mundo trabalhando: ou varrendo o chão ou lavando as vidraças.
d) Chora, que as lágrimas lavam a dor.
e) O time ora atacava, ora defendia, e no placar aparecia o resultado favorável.

02. No período “Sabe-se que Jacó propôs a Labão que lhe desse todos os filhos das cabras...”, a alternativa que contém
a análise correta das orações, na sequência em que vêm no período, é:

a) principal; subordinada substantiva subjetiva, subordinada substantiva objetiva direta.


b) coordenada sindética aditiva; subordinada substantiva objetiva direta; subordinada substantiva apositiva.
c) absoluta; subordinada substantiva objetiva direta; subordinada substantiva objetiva direta.
d) principal; subordinada substantiva subjetiva; subordinada substantiva objetiva indireta.
e) coordenada assindética; subordinada substantiva subjetiva; subordinada substantiva objetiva direta.

03. Assinalar a alternativa que apresenta orações de mesma classificação que as deste período: “Não se descobriu o
erro, e Fabiano perdeu os estribos.”

a) Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano.


b) Foi até a esquina, parou, tomou fôlego.
c) Depois que aconteceu aquela miséria, temia passar por ali.
d) Tomavam-lhe o gado quase de graça e ainda inventavam juro.
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e) Não podia dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era.

04. Leia os períodos:


1) O dicionário que comprei contém mais de trezentas mil palavras.
2) Não aceitamos tarefas que se apresentem incompletas.
3) Feliz é o homem que obedece aos mandamentos de Deus.
4) O aluno que estuda alcança boas notas.
5) Aos homens que são racionais coube o domínio da natureza.

Qual das orações subordinadas adjetivas é explicativa e, portanto, deve ficar entre vírgulas?

a) A oração adjetiva do 1º período.


b) A oração adjetiva do 2º período.
c) A oração adjetiva do 3º período.
d) A oração adjetiva do 4º período.
e) A oração adjetiva do 5º período.

05. Há no período uma oração subordinada adjetiva:

a) Ele falou que compraria a casa.


b) Não fale alto, que ela pode ouvir.
c) Vamos embora, que o dia está amanhecendo.
d) Em time que ganha não se mexe.
e) Parece que a prova não está difícil.

06. Classifique as orações em destaque do período abaixo:

"Ao analisar o desempenho da economia brasileira, os empresários afirmaram que os resultados eram bastante
razoáveis, uma vez que a produção não aumentou, mas também não caiu."

a) principal – subordinada adverbial final.


b) subordinada adverbial temporal – subordinada adjetiva restritiva.
c) subordinada adverbial temporal – subordinada substantiva objetiva direta.
d) subordinada adverbial temporal – subordinada substantiva subjetiva.
e) principal – subordinada substantiva objetiva direta.

07. No período "É possível discernir no seu percurso momentos de rebeldia contra a estandardização e o consumis-
mo", a oração destacada é:

a) subordinada adverbial causal, reduzida de particípio.


b) subordinada objetiva direta, reduzida de infinitivo.
c) subordinada objetiva direta, reduzida de particípio.
d) subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo
e) subordinada substantiva predicativa, reduzida de infinitivo.

08. A oração sublinhada está corretamente classificada, EXCETO em:

a) Casimiro Lopes pergunta se me falta alguma coisa/ oração subordinada adverbial condicional
b) Agora eu lhe mostro com quantos paus se faz uma canoa/ oração subordinada substantiva objetiva direta
c) Tudo quanto possuímos vem desses cem mil réis/ oração subordinada adjetiva restritiva
d) Via-se muito que D. Glória era interesseira/ oração subordinada substantiva subjetiva
e) A ideia é tão santa que não está mal no santuário/ oração subordinada adverbial consecutiva

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09. No período: "Era tal a serenidade da tarde, que se percebia o sino de uma freguesia distante, dobrando a ruas dos
finados.", a segunda oração é:

a) subordinada adverbial causal


b) subordinada adverbial consecutiva
c) subordinada adverbial concessiva
d) subordinada adverbial comparativa
e) subordinada adverbial subjetiva

10. Observe o seguinte período: "Sabendo que seria preso, não saiu à rua". Nele, nota-se:

a) reduzida de gerúndio, conformativa


b) reduzida de gerúndio, condicional
c) reduzida de gerúndio, causal
d) reduzida de gerúndio, concessiva
e) reduzida de gerúndio, final

11. Na frase "Entrando na faculdade, procurarei emprego.", a oração subordinada indica idéia de:

a) concessão
b) oposição
c) condição
d) lugar
e) consequência

12. Leia, com atenção, os períodos abaixo:

- Caso haja justiça social, haverá paz.

- Embora a televisão ofereça imagens concretas, ela não fornece uma reprodução fiel da realidade.
- Como todas aquelas pessoas estavam concentradas, não se escutou um único ruído.

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as circunstâncias indicadas pelas orações sublinhadas:

a) tempo, concessão, comparação


b) tempo, causa, concessão
c) condição, consequência, comparação
d) condição, concessão, causa
e) concessão, causa, conformidade

GABARITO 1

01 02 03
D A D

04 05
E D

06 07 08 09 10 11 12
C D A B C C D
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 2
(Padrão UECE, CESGRANRIO, IMPARH)

01- “Em um dado momento ou em outro, passa pela cabeça da maioria das pessoas a ambição de largar tudo e ir viver
uma vida tranquila em outro lugar.
As respectivas conjunções grifadas assumem no texto valor de:

a) Alternância e adversidade.
b) Alternância e dúvida.
c) Dúvida e adição.
d) Exclusão e adição.
e) Dúvida e conclusão.

02- “O estresse não é doença, e, sim, uma reação instintiva ao perigo real ou imaginário ou a uma situação de desafio”.

I- A conjunção destacada pode ser substituída por “mas”, preservando a correção e os sentidos.
II- A conjunção destacada não poderia ser substituída por “em contrapartida”, pois provoca truncamento na fra-
se.
III- A conjunção destacada classifica-se como coordenativa adversativa.

Os itens CORRETOS são:

a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) Somente I.
e) Somente III.

03- “Um estudo da Organização Mundial da Saúde aponta que quase 40% das vítimas do uso passivo de cigarros, ca-
chimbos, charutos etc. no Brasil são crianças”.

A conjunção destaca poderia ser substituída corretamente por:

a) , e
b) , porque
c) , já que
d) , pois
e) :
04- “Segundo cálculos do médico Mattias Öberg, do instituto sueco Karolinska, que colaborou com a pesquisa, 2,8 mil
dos 7,5 mil brasileiros vitimados pela convivência com o cigarro são crianças com menos de 5 anos de idade”.
A palavra destacada poderia ser corretamente substituída por:

a) Embora
b) À medida que
c) Em que pese
d) Consoante
e) Malgrado

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05- “Mas uma das pessoas do grupo em que conversávamos sobre esses anônimos discordou dessa tese, e disse que a
entrada do lenhador simbolizava um problema da humanidade, que é a dificuldade de conseguir empregados de
confiança, que façam o que lhes for pedido”.
A estrutura destacada desempenha, na frase, valor sintático de:

a) Sujeito.
b) Objeto direto.
c) Agente da passiva.
d) Predicativo do sujeito.
e) Aposto.

06- “Trabalhar em grupo é uma operação tão prestigiada – na escola, no trabalho, no clube – que ninguém a discute. O
que é um perigo: as verdades dadas como indiscutíveis costumam paralisar as iniciativas”.

A estrutura em destaque no texto apresenta valor de:

a) Concessão
b) Causa
c) Consequência.
d) Condição.
e) Conformidade.

07- “Reconhecer o rosto de cada membro num time de verdade não é ceder a algum nefasto individualismo: é saber
reconhecer e identificar o valor de cada sujeito”.

A oração destaca cumpre papel sintático de:


a) Sujeito.
b) Complemento Nominal.
c) Aposto.
d) Objeto direto.
e) Predicativo do sujeito.

08- “Reia, uma lua de Saturno com 1.500 km de diâmetro e composta basicamente de rocha e gelo, tem uma atmosfera
tênue que é composta por 70% de oxigênio e 30% de gás carbônico, dois gases que, na Terra, são essenciais para as
formas mais complexas de vida”.

Os termos grifados introduzem, respectivamente, orações que indicam ideia de:

a) Consequência / causa
b) Explicação / restrição
c) Restrição / restrição.
d) Modo / explicação.
e) Restrição / explicação.

09- Na oração: “Espia se ela está na esquina”.


Qual das opções abaixo não analisa corretamente esse período.
a) Período composto por subordinação.
b) Conjunção integrante iniciando segunda oração.
c) Verbo da 1ª oração: transitivo direto.
d) Verbo da 2ª oração: de ligação.
e) Frase em discurso direto.

10- Em “Convém que a leitora do Jornal do Brasil e outros desinformados saibam que o eucalipto é uma árvore preda-
dora”, a oração destacada desempenha papel de:
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a) Sujeito oracional.
b) Objeto direto oracional.
c) Complemento oracional
d) Restrição.
e) Explicação.

11- Se suprimirmos o pronome indefinido “Ninguém” e acrescentarmos “Se” à forma verbal “informou”, na frase “
Ninguém informou que haverá aula”, o sujeito da oração principal é:

a) Ninguém.
b) Aula.
c) Indeterminado.
d) Que haverá aula.
e) Inexistente.

12- Por definição, “oração coordenada que se prende à anterior por conectivo é denominada sindética e é classificada
pelo nome da conjunção que a encabeça”.

Assinale uma alternativa em que aparece uma coordenada sindética explicativa, conforme a definição:

a) A casaca dele estava remendada, mas estava limpa.


b) Ambos se amavam, não obstante não se falavam.
c) Todo mundo trabalhando: varrendo o chão ou lavando as vidraças.
d) Chora, que as lágrimas lavam a dor.
e) A operação da polícia foi impecável; estavam, pois, bem treinados.

13. Assinalar a alternativa que apresenta orações de mesma classificação que as deste período: “Não se descobriu o
erro, e Fabiano perdeu os estribos.”

a) Pouco a pouco, o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano.


b) Foi até a esquina, parou, tomou fôlego.
c) Depois que aconteceu aquela miséria, temia passar por ali.
d) Tomavam-lhe o gado quase de graça e ainda inventavam juro.
e) Não podia dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era.

14. Classifique as orações em destaque do período abaixo:

"Ao analisar o desempenho da economia brasileira, os empresários afirmaram que os resultados eram bastante
razoáveis, uma vez que a produção não aumentou, mas também não caiu."

a) principal – subordinada adverbial final.


b) adverbial temporal – subordinada adjetiva restritiva.
c) adverbial temporal – subordinada substantiva objetiva direta.
d) adverbial temporal – subordinada substantiva subjetiva.
e) principal – subordinada substantiva objetiva direta.

15. No período: "Era tal a serenidade da tarde, que se percebia o sino de uma comunidade distante, dobrando a ruas
dos finados.", a oração destacada é:

a) causal
b) consecutiva
c) concessiva
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d) comparativa
e) subjetiva

16. Observe o seguinte período: "Sabendo que seria preso, não saiu à rua". Nele, nota-se, na oração destacada, sentido
de:
a) conformidade
b) condicionalidade
c) causalidade
d) concessividade
e) finalidade

17. Na frase "Entrando na faculdade, procurarei emprego.", a oração destacada indica ideia de:

a) concessão
b) oposição
c) condição
d) lugar
e) consequência

18. Leia, com atenção, os períodos abaixo:

- A menos que haja justiça social, haverá paz.


- Conquanto a televisão ofereça imagens concretas, ela não fornece uma reprodução fiel da realidade.
- Já que todas aquelas pessoas estavam concentradas, não se escutou um único ruído.

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as circunstâncias indicadas pelas orações sublinhadas:

a) condição, tempo, causa.


b) oposição, causa, condição.
c) condição, concessão, causa.
d) condição, tempo, causa.
e) consequência, causa, causa.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D C E D B B A C D A
11 12 13 14 15 16 17 18
D D D C B C C C

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12. Uso do “PORQUÊ”.

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Considerável. Como a palavra “porque” pode assumir várias ortografias
e funções dentro de um mesmo texto, é totalmente viável que você conheça cada uma delas. As organizadoras cobram
esse assunto de várias maneiras: podem sugerir trocas de um determinado “porquê” por outro; substituição do “por-
quê” por dois-pontos, comum no CESPE, na FCC e na UECE; supressão total da palavra a fim de que você reconheça se
os sentidos e correção gramatical são mantidos etc.

DICA: Fique atento aos valores morfológicos e sintáticos que cada um dos “porquês” assume dentro do texto.

DICA DE ESTUDO: Faça bastante exercício, é necessário que você memorize bem cada um deles para que não os
confunda na hora da prova.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Razoável para todos os níveis (de uma a duas questões por prova).

STATUS: Dependendo da banca, em sala e com o professor; de outro modo, em casa e com leitura individual.

1- Por que (separado e sem acento)

O específico “por que” tem dois empregos diferenciados:

Quando for a junção da preposição “por” + pronome interrogativo ou indefinido “que”, possuirá o significado de “por
qual razão” ou “por qual motivo”:

Exemplos:

- Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)


- Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)

Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as
flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.

Exemplo:

- Os assuntos por que o jovem se interessava tinham muita relevância. (pelos quais)

- A dificuldade por que passei me ajudou a vencer na vida. (pela qual)

2- Por quê (separado e com acento)

Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, deverá vir separado e acentuado, e continuará
com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

Exemplos:

- Vocês não comeram tudo? Por quê?

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- Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

3- Porque (junto e sem acento)

É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”.

Exemplos:

- Não fui ao cinema, porque tenho que estudar para a prova. (pois)

- Não vá fazer intrigas, porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)

4- Porquê (junto e com acento)

É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplos:

- O porquê de ela não ter ido à festa ainda é um mistério. (motivo)

- Diga-me dois porquês para não fazer o que devo. (duas razões)

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

01- Use PORQUE; PORQUÊ; POR QUE OU POR QUÊ devidamente.

a) Quero saber ______________estou assim.

b) Foi demitido e não sabe o ___________________.

c) _______________ você está tão aborrecida?

d) Não vai à aula _______________________?

e) Paulo não foi à aula ____________________ não tem caderno.

f) Ignora-se o _______________________da sua renúncia.

g) São ásperos os caminhos ___________________ passei.

h) Não se sabe _________________ estavas tu, na época, interessado.

i) Quero saber ____________________ você não nos disse nada.

j) Creio que os verdadeiros _______________________ainda não vieram à tona.


K) _____________ o homem foi à Lua, muitas conquistas vieram até nós.

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GABARITO

a) Por que
b) Porquê
c) Por que
d) Por quê
e) Porque
f) Porquê
g) Por que
h) Por que
i) Por que
j) Porquês
k) Porque

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13. Funções do SE.

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Considerável. A palavra “SE” pode assumir diversas funções no texto. As
diferenças são, quase sempre, muito sutis. Portanto, atenção.

DICA: Fique atento aos valores morfológicos e sintáticos que cada “SE” assume dentro do texto. É aqui que as
organizadoras podem indagar aos candidatos se o “SE” do 1º parágrafo de um determinado texto pode ser classificado
da mesma maneira que o “SE” do 3º parágrafo.

DICA DE ESTUDO: Não são todos os casos de “SE” que são cobrados em provas. Haverá sempre preferências en-
tre as organizadoras. Por isso, é bom ficar atento quando o “SE” for: pronome apassivador (PA), índice de indetermina-
ção do sujeito (IIS), pronome reflexivo ou parte integrante do verbo. Quanto aos demais, são raros em provas de con-
cursos.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Razoável para todos os níveis (de uma a duas questões por prova).

STATUS: Em sala e com o professor.

CRITÉRIOS BÁSICOS DE DIFERENCIAÇÃO:

1- “SE” não vinculado ao verbo.

► Será conjunção.

2- “SE” vinculado ao verbo.

► Será pronome, mas receberá várias denominações.

“SE” não vinculado ao verbo.

a) Conjunção integrante:

DICA: Sempre que você substituir a oração iniciada pelo SE por ISSO, e tal substituição fizer sentido, constata-se que o
SE é conjunção integrante.

- A imprensa não investigou se, de fato, as acusações eram verdadeiras.


- Seria muito bom se todo o país reciclasse o seu lixo.

b) Conjunção condicional.

DICA: O SE condicional fará parte de uma oração de valor hipotético, provável ou incerto. Esse mesmo SE terá o valor
da conjunção CASO, e, por esta, muito provavelmente, poderá ser substituída.

- A população poderia ser compreensiva com os políticos se eles tivessem mais compromisso com os seus programas
eleitorais.

- Se todos compreendessem o verdadeiro sentido da palavra respeito, a humanidade cresceria muito mais.

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c) Conjunção temporal.

DICA: A oração em que esse SE se insere não terá valor hipotético, provável ou incerto, mas sim de certeza, de convic-
ção e/ou de fato. Será equivalente à conjunção QUANDO, e por esta poderá ser substituído.

- Se as chuvas devastam cidades todos os anos, os governantes dizem a mesma coisa: que a tragédia não era esperada.

- O país deixa de arrecadar uma fortuna em impostos se não fiscaliza os grandes sonegadores.

d) Conjunção causal.

DICA: Certamente, o SE menos comum de todos. A oração em que ele estiver envolvido relacionar-se-á com uma se-
gunda de valor consecutivo. Permite troca por JÁ QUE, PORQUANTO, COMO etc.

- Se o país vive tendo crises econômicas, os índices de desemprego só aumentam.


- Se há algo de errado no que foi declarado, a polícia deve averiguar os documentos.

“SE” vinculado ao verbo.


As várias denominações do pronome “SE”:
- Parte
- Palavra
- Partícula
- Índice
- Indício
a) Pronome reflexivo:

1. “SE” será pronome reflexivo quando a ação verbal puder ser desempenhada, voluntariamente ou não, pelo su-
jeito contra si mesmo.
2. Essas ações são, quase sempre, físicas (objetivas e/ou conscientes), mas podem ser também psicológicas (subje-
tivas e/ou inconscientes).
3. O contexto, nessas horas, é fundamental.

Exemplos:

1- A moça maquiava-se diante do espelho.


2- O cão mordia-se procurando uma pulga.
3- Os grandes homens não se repetem ao longo de seus projetos.
4- O homem forte motiva-se sempre.
5- O casal nunca se questionava durante as brigas.
6- Aquele país ainda se culpa pelo holocausto.

b) Partícula apassivadora:

1- É responsável pela transformação do objeto direto em sujeito paciente.


2- Quando o verbo está no singular, costuma induzir o candidato a pensá-la como índice de indeterminação do sujeito.
3- Está condicionada, sempre, a verbos transitivos diretos ou bitransitivos.

Exemplos:

- Destina-se aos homens-placa um lugar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a visibilidade social.
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- Ainda não se percebeu que a política nacional é puro teatro amador.


- Devem-se apoiar iniciativas de inovação na política nacional.

b) Índice de indeterminação do sujeito.


1- Está ligada a verbos transitivos indiretos, intransitivos e de ligação.
VTI + SE OBJETO INDIRETO.
VI + SE ADJ. ADV.*
VL + SE PRED. DO SUJEITO.
* muito provavelmente.
Exemplos:

- Divergiu-se muito das opiniões do senador.


- Sempre se acredita em milagres religiosos.
- Saiu-se muito naquele fim de semana.
- Parecia-se nervoso no dia da prova.
- Era- se feliz naquele país.

c) Partícula expletiva (ou de realce).

1- Seu objetivo é criar um efeito poético à frase.


2- Sua retirada não modifica a estrutura sintática do período.

Ex.:
- As flores murcharam-se todas.
- O amor foi-se embora.
- Os atletas partiram-se chorando.

d) Parte integrante do verbo.

1- Funciona como um componente do verbo.


2- Sua retirada invalida ou modifica os sentidos do verbo.

Ex.:
- O homem arrependeu-se de suas palavras.
- A jornalista se referiu aos casos de irregularidade.
- O talentoso artista suicidou-se nesta manhã.

1 - Classifique a partícula SE nos períodos abaixo:

- Jamais se consertaram as bicicletas.


(_____________________________)

- Trabalha-se muito aqui.


(______________________________.)

- Os convidados foram-se embora ao amanhecer.


(_________________________)

- Se ela não vier, teremos muito trabalho.


(_____________________________)

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- Não sei se ele voltará hoje para casa.


(_____________________________.)

2 - Relacione a primeira coluna com a segunda.


(1) Conjunção Subordinativa
(2) Pronome Reflexivo.
(3) Pronome Apassivador
(4) Índice de Indeterminação do Sujeito.
(5) Partícula Expletiva ou de Realce

( ) Solange considerou-se culpada.


( ) Precisa-se de operários especializados.
( ) Nunca se sabe se ele vai chegar cedo ou não.
( ) A platéia riu-se das piadas do apresentador.
( ) Ali ainda se viam grandes florestas.

3 - No período "O irmão deixou-se envolver por más companhias ", o SE é classificado como:

a) Conjunção Subordinativa
b) Pronome Reflexivo.
c) Pronome Apassivador
d) Índice de Indeterminação do Sujeito.
e) Partícula Expletiva ou de Realce

4 - No período "Conseguiremos lugar, se chegarmos cedo ao teatro", o SE é classificado como:

a) Conjunção Subordinativa.
b) Pronome Reflexivo.
c) Pronome Apassivador.
d) Índice de Indeterminação do Sujeito.
e) Partícula Expletiva ou de Realce.

5 - No período "A mulher arrependeu-se do que fez", o SE é classificado como:

a) Conjunção Subordinativa
b) Pronome Reflexivo.
c) Parte Integrante do verbo.
d) Pronome Apassivador
e) Partícula Expletiva ou de Realce

RESPOSTAS
01- Pronome apassivador; índice de indeterminação do sujeito; partícula de realce; conjunção condicional; conjunção
integrante.
02- (2), (4), (1), (5), (3).
03- B
04- A
05- C

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14. Funções do QUE

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Razoável. A palavra “QUE” também pode assumir diversas funções no
texto.

DICA: Fique atento aos valores morfológicos e sintáticos que cada “QUE” assume dentro do texto. É aqui que as
organizadoras exploram as diferenças entre um “QUE” pronome relativo e um “QUE” conjunção integrante, por exem-
plo. Sugiro que você volte ao conteúdo “Sintaxe da oração e do período” e revise os potencias dessa palavra. É dentro
das orações, funcionando como conector (ou elemento de coesão, como algumas organizadoras preferem), que a pala-
vra “QUE” costuma ser mais perigosa.

DICA DE ESTUDO: Não são todos os casos de “QUE” que são cobrados em provas. Haverá sempre preferências
entre as organizadoras. Por isso, é bom ficar atento quando o “QUE” for: pronome relativo, conjunção integrante e con-
junção coordenativa explicativa. Quanto aos demais, são menos frequentes.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Razoável para todos os níveis (de uma a duas questões por prova).

STATUS: Em casa e com leitura individual.

1- SUBSTANTIVO: Com o sentido de algo, alguma coisa (como substantivo deve ser acentuado)

Ex.: Ele tem um quê de misterioso. Todos os gênios têm um quê de loucos.

2- PRONOME ADJETIVO:

A)- INTERROGATIVO: Que livro você deseja?

B)- EXCLAMATIVO: Que pizza diferente!

3- PRONOME SUBSTANTIVO RELATIVO:

Refere-se a um termo anterior que ele representa.

Ex.: A sandália que eu comprei era amarela. (sintaticamente = objeto direto)

O aluno que saiu mais cedo é muito inteligente. (sintaticamente = sujeito)

A casa em que João mora é muito ventilada. (sintaticamente = adjunto adverbial de lugar)

A situação por que passei foi delicadíssima. (sintaticamente = por + que = objeto indireto )

O livro a que me refiro é muito caro. (sintaticamente= Objeto indireto)

4- PRONOME SUBSTANTIVO INDEFINIDO INTERROGATIVO: Com o sentido de “Que coisa?”

Ex: Que me disseste ontem? (sintaticamente= Objeto direto)

5- PREPOSIÇÃO: “Que” substituindo a preposição “de” na perífrase : “ter de...”


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Ex: Eu tive que fazer minha obrigação.

6- ADVÉRBIO:

Ex.:

- Que assustador era aquele monstro.

- Que enganados andam os homens!

7- PARTÍCULA OPTATIVA: Dá sentido optativo às orações consideradas independentes.

Ex: Que Deus o abençoe!

8- PARTÍCULA ENFÁTICA: (DE REALCE, ou EXPLETIVA, não tendo, assim, função na oração)

Ex: Há anos que não o vejo. (Há anos não o vejo.) - Trata-se, nesta frase, de mero adorno.

Aparece constantemente nas expressões: é que, foi que, era que, será que, seria que...

Ex: Eu é que dei o recado. - Será que vai chover? - Isso é que é... (uma oração só)

9- INTERJEIÇÃO: Como o substantivo, aqui também ele é acentuado.

Ex.: Quê! Vocês se revoltam?

EXERCÍCIOS I

01 - Classifique a partícula “QUE” nos períodos abaixo:

- Falou sim, que eu escutei. (_______________________)

- Tenho que sair.


(_______________________).

- Quê! Você vai deixá-lo sair agora? (________________________)

- Vocês é que são os culpados. (________________________)

- Trabalha que trabalha e nunca vê dinheiro. (________________________)

02- Relacione a primeira coluna com a segunda.

(1) Conjunção Subordinativa


(2) Advérbio
(3) Pronome
(4) Interjeição
(5) Partícula Expletiva ou de Realce

( ) Quê! Você ainda está aqui?

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( ) Que lindo foi teu gesto!


( ) Esperava que eles me entendessem.
( ) Quase que eu perco o jogo.
( ) Devolvi o dinheiro que me deram por engano.

03 - No período "Falou tanto que ficou rouco.", o que é classificado como:

a) Pronome
b) Advérbio
c) Preposição
d) Conjunção
e) Interjeição

04 - No período "Que longe é a sua casa!", o que é classificado como:

a) Pronome
b) Advérbio
c) Preposição
d) Conjunção
e) Interjeição

05 - No período "Tiveram que enfrentar a situação", o que é classificado como:

a) Pronome
b) Advérbio
c) Preposição
d) Conjunção
e) Interjeição

RESPOSTAS

01- Conjunção; preposição; interjeição; palavra expletiva; conjunção coordenativa.


02- (4), (2), (1), (5), (3).
03- D
04- B
05- C

EXERCÍCIOS II

Exercícios sobre o uso do “SE” e do “QUE”.

Texto I

“O governo estadual está adotando uma série de medidas com o objetivo de transformar o Departamento Estadual de
Trânsito (Detran) num órgão eficiente, desburocratizado, transparente e acessível a todo cidadão. Falhas de gestão
permitiram que ele fosse dominado, nas últimas décadas, por esquemas de corrupção e falcatruas de todo tipo, que
beneficiavam várias máfias em prejuízo da população, sempre mal atendida. No dia 10 de março, o governador Geraldo
Alckmin assinou o decreto que transfere o Detran da Secretaria da Segurança Pública para a Secretaria de Gestão Públi-
ca. Com a mudança, 1.394 policiais, incluindo delegados e investigadores, voltarão às suas atividades na área de segu-
rança pública”.

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O Estado de São Paulo, 05/ 04/ 11 (Com adaptações).

01- As duas evidências de “que”, depois de “permitiram” e antes de “ beneficiavam”, apresentam igual classificação
morfossintática.

02- A palavra “que” depois de “decreto” pode ser substituída por “do qual” sem que a correção gramatical seja com-
prometida.

03- A estrutura oracional reduzida “incluindo delegados e investigadores” permite reescritura, a fim de que alcance
desenvolvimento, da seguinte forma: “que incluem delegados e investigadores”.

Texto II

“Os bens de consumo duráveis acusam, com dados dessazonalizados, recuo de 2,3%, apesar de um crescimento de 4,7%
no caso dos veículos automotores, o que parece indicar que a indústria não está acreditando muito nos efeitos da políti-
ca de restrição do crédito. Em compensação, a queda de produção desses bens se vincula à importação favorecida pela
nova onda de desvalorização do real ante o dólar.
(...)
É possível que os dados da produção industrial tenham sido favorecidos com mais dias úteis do que fevereiro de 2010.
Porém, o importante é que a demanda doméstica continua robusta”.

O Estado de São Paulo, 05/ 04/ 11

04- Por ser um pronome relativo, “que”, após “o”, pode ser substituído por “o qual”, já que faz referência ao termo
imediatamente anterior a si.

05- Como “que”, depois de “indicar”, é uma conjunção integrante, sua substituição por “se” não alteraria os sentidos
originais, nem comprometeria as relações sintáticas.

06- O vocábulo “se”, depois de “bens”, permite, preservando a correção gramatical, substituição por “que”.

07- A palavra “se”, depois de “bens”, cumpre o papel sintático de complemento direto e apresenta valor reflexivo.

08- A estrutura de voz passiva analítica “os dados da produção industrial tenham sido favorecidos” poderia ser substi-
tuída por “se tenham favorecido os dados da produção industrial”, agora, na voz passiva sintética.

Texto III

É importante para as empresas que atuam no setor, para as demais empresas, que dependem de conexão rápida e con-
fiável com a internet, e para os cidadãos em geral conhecer as metas oficiais para os próximos anos. Mas, no caso da
banda larga, as metas são pouco ambiciosas se comparadas com as de outros países e, principalmente, quando são le-
vadas em conta as necessidades futuras do País.
(...)
A tributação é apontada como um dos principais responsáveis pelo alto custo. Estima-se que, do valor da assinatura
mensal, os tributos representem 40% (no Japão, correspondem a 5% e na Argentina, a 27%). O ministro Paulo Bernardo
previu que, com o corte de tributos federais, a banda larga popular poderá custar R$ 35. Se os Estados reduzirem o
ICMS, o valor poderá ficar abaixo de R$ 30 por mês. É uma medida elogiável, mas ainda insuficiente, diante do custo da
banda larga no País.

O Estado de São Paulo, 05/ 04/ 11 (Com adaptações)

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09- Embora a palavra “que” (início do primeiro período) se refira a “empresas”, sua substituição por “onde” não preser-
varia a correção gramatical, tampouco as relações originais de sentido.

10- A palavra “se”, depois de “ambiciosas” pode ser classificada como pronome apassivador.

11- A palavra “se”, depois de “ambiciosas” pode ser substituída por “caso”, já que imprime no texto relação de condi-
ção.

12- “SE”, na estrutura “Estima-se que...”, indica que o sujeito da oração é indeterminado.

13- “SE”, ante de “os Estados reduzirem...”, indica nexo de condição, e poderia ser substituído por “Caso”, sem que os
sentidos, nem a correção gramatical fossem comprometidos.

Texto IV

“Não vejo mais como me furtar a um comentário sobre o Egito. A confusão ali, afinal, pode virar do avesso a geopolítica
do Oriente Médio e, por extensão, a do globo.

Comecemos pelos consensos. Existe uma unanimidade no mundo árabe. É a de que os valores ocidentais não podem ser
simplesmente importados e implantados sem tradução. Por isso, os países árabes precisam encontrar seu próprio cami-
nho, que deve culminar na união de todas as nações da região. Em minha modesta interpretação, isso tem a ver com a
noção de "umma". Modernamente, a palavra pode ser traduzida como "nação". Seu significado primordial, contudo, é o
de "comunidade", que idealmente engloba todo o islã e à qual todo bom muçulmano deve submeter-se, sem dissenso
(ou quase). O termo, que aparece 64 vezes no Alcorão, é derivado da palavra "umm", que significa "mãe". Uma alterna-
tiva de tradução à Caetano Veloso seria "mátria". A concórdia para nessa ideia de diferença em relação ao Ocidente e
união entre os árabes.

Para lograr esse objetivo, uma parte se voltou para o nacionalismo secular. É dessa tradição que Hosni Mubarak é her-
deiro, muito embora o pan-arabismo já tenha contado com representantes mais populares, notadamente Gamal Abdel
Nasser (1918-70).

O outro ramo é o dos que apostaram na religião como força unificadora. É aí que se encaixa a Irmandade Muçulmana
("al Ikhuan"). Fundada em 1928, é a primeira representante do pan-islamismo”.

Folha de São Paulo, 05/ 04/ 11

14- Na estrutura “(...)contudo, é o de "comunidade", que idealmente engloba todo o islã e à qual todo(...)”, as senten-
ças destacadas poderiam ser substituídas, sem causar prejuízo ao texto por, respectivamente “a qual” e “a que”.

15- A expressão “à qual” (antes de “todo”) desempenha o papel sintático de assistir os sentidos do verbo “submeter-
se”, que reclama complementação indireta.
16- A palavra “que” (depois de “termo”) funciona, sintaticamente, como sujeito.

17- A palavra “se” (depois de “uma parte”) recebe classificação gramatical de pronome apassivador, uma vez que im-
prime à oração valor de passividade.

18- A palavra “que” (último parágrafo) funciona como partícula expletiva e se mantém ligada à oração porque faz refe-
rência a “ramo”.

19- A palavra “se” (antes de “encaixa”, último parágrafo) desempenha papel de pronome reflexivo, já que a ação de
“encaixar” permite movimento de dupla referência.

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Texto V

Embora não notifique todas as denúncias de violência financeira que recebe, o Ministério Público do DF abre dois inqué-
ritos por mês, em média, que se tornam, em seguida, processos judiciais contra os exploradores. “Num contexto em que
o idoso não costuma denunciar, é um número alto de ocorrências. E posso afirmar que em 100% dos casos temos a fa-
mília envolvida”, diz Sandra Julião, promotora da área do idoso no DF.
Correio Braziliense, 05/ 04/ 11

20- A palavra “se” pode ser classificada como uma parte integrante do verbo, dentre outras razões, porque não de-
sempenha função sintática. Seu papel é o de pronominalizar o verbo, o que implica importante mudança para a es-
trutura da frase. Sua ausência comprometeria tanto os sentidos textuais como as regras gramaticais.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E E C C E E C C C E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E E E C C C E E E C

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15. Vozes Verbais

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Considerável. Entender esse assunto significa enxergar algo a mais nu-
ma simples frase e até melhorar na interpretação de certos enunciados.

DICA: Se há uma organizadora que explora bastante esse tema, esta é a FCC. Nas provas de todos os níveis é
possível encontrar questões sobre esse assunto. O CESPE também o explora, mas não costuma “avisar” ao candidato
que está tratando de tal assunto. Por exemplo, é comum que o CESPE diga “A substituição de ‘erguem-se’ (linha 10) por
‘são erguidas’ prejudica a correção do período”. Ora, é uma nítida questão de passividade verbal. A organizadora quer
que você reconheça se a passagem da “voz passiva sintética” para a “voz passiva analítica” mantém a correção gramati-
cal.

DICA DE ESTUDO: Cuidado com os modos e tempos verbais. É fundamental que você não confunda o pretérito
perfeito como o imperfeito, por exemplo. Assim, se a questão pede para que você passe a seguinte frase para a voz
passiva analítica “O projeto trouxe benefícios”, e você pensar que “Benefícios são trazidos pelo projeto” é a estrutura
correta, você está confundindo os tempos verbais. Corrigindo: se “trouxe” está no pretérito perfeito, o verbo “ser” deve
ficar também no pretérito perfeito “foram”, e não no presente.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: De baixa para razoável.

► Voz verbal é a flexão do verbo que indica se o sujeito pratica, ou recebe, ou pratica e recebe (ao mesmo tempo) a
ação verbal.

01) Voz Ativa: quando o sujeito é agente, ou seja, pratica a ação verbal ou participa ativamente de um fato.
Exemplos

- As meninas exigiram a presença da diretora.

- A torcida aplaudiu os jogadores.

- O médico cometeu um erro terrível.

02) Voz Passiva: quando o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação verbal.

A) Voz Passiva Sintética:

A voz passiva sintética é formada por verbo transitivo direto, pronome se (partícula apassivadora) e sujeito paciente.

Exemplos

- Entregam-se encomendas.
- Aluga-se casa.
- Compram-se roupas usadas.

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B) Voz Passiva Analítica: a voz passiva analítica é formada por sujeito paciente, verbo auxiliar ser ou estar, verbo princi-
pal indicador de ação no particípio - ambos formam locução verbal passiva - e agente da passiva. Veja mais detalhes
aqui.

Exemplos

- As encomendas foram entregues pelo próprio diretor.


- As casas foram alugadas pela imobiliária.
- As roupas foram compradas por uma elegante senhora.

03) Voz Reflexiva:

Há dois tipos de voz reflexiva:

a) Reflexiva: será chamada simplesmente de reflexiva, quando o sujeito praticar a ação sobre si mesmo.

Exemplos:

- Carla machucou-se.
- Raimundo cortou-se com a faca.

b) Reflexiva recíproca: será chamada de reflexiva recíproca, quando houver dois elementos como sujeito: um pratica a
ação sobre o outro, que pratica a ação sobre o primeiro.

Exemplos

- Paula e Renato amam-se.


- Os jovens agrediram-se durante a festa.
- Os ônibus chocaram-se violentamente.

PASSAGEM DA ATIVA PARA A VOZ PASSIVA OU INVERSA.

Para efetivar a transformação da ativa para a passiva e vice-versa, procede-se da seguinte maneira:

1- O sujeito da voz ativa passará a ser o agente da passiva.

2- O objeto direto da voz ativa passará a ser o sujeito da voz passiva.

3- Na passiva, o verbo ser estará no mesmo tempo e modo do verbo transitivo direto da ativa.

4 Na voz passiva, o verbo transitivo direto ficará no particípio.

Na oração: “Os jogadores foram aplaudidos pela torcida”.

Voz ativa: A torcida aplaudiu os jogadores.


Sujeito = a torcida.
Verbo transitivo direto = aplaudiu.
Objeto direto = os jogadores.
Voz passiva :Os jogadores foram aplaudidos pela torcida.
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Sujeito = os jogadores.
Locução verbal passiva = foram aplaudidos.
Agente da passiva = pela torcida.

EXERCÍCIO

01- Transpondo para a voz passiva a frase “Ele tinha estabelecido um roteiro de fiscalização do dia”, obtém-se a forma:

a- tivera estabelecido
b- foi estabelecido
c- estava estabelecendo
d- tinha sido estabelecido
e- estava sendo estabelecido

02- Transpondo para a voz passiva a frase “a menina estava compondo uma bela música”, obtém-se a forma:
a- Era composta
b- Tinha sido composta
c- Estava sendo composta
d- Fora composta
e- Estaria sendo composta

04- Transpondo para a voz ativa a oração “O dissídio já havia sido homologado”, o verbo apresentará a forma:

a- homologara-se
b- homologar-se-ia
c- homologariam
d- haviam homologado
e- houvera sido homologado

05- Passando para a voz ativa a frase “O texto será corrigido pelo técnico especializado”, obtém-se a forma verbal:

a- corrigirá
b- fará a correção
c- corrigir-se-á
d- vai corrigir
e- deve corrigir

06- Passando para a voz passiva a frase “Lídia ia marcando as falhas tipográficas sobre o próprio texto”, obtém-se a
forma verbal:

a- estava marcando
b- foi sendo marcado
c- foram marcados
d- iam sendo marcadas
e- eram marcados

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GABARITO

01 02 03 04 05
D C D A D

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16. Acentuação gráfica (Acordo Ortográfico)

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Baixa. As organizadoras vêm trabalhando muito pouco com esse tema.
As regras do Novo Acordo Ortográfico só serão mesmo obrigatórias a partir de 2013. Logo, convivem, atualmente, duas
ortografias oficiais no Brasil. Por esse motivo, as organizadoras estão dando tempo ao tempo. Penso que, depois de
2013, questões sobre esse assunto deverão ser mais frequentes. Por enquanto, são raras.

DICA: Quando o edital sair, verifique se há prova de redação (prova discursiva). Caso haja, note que o edital dirá
qual modelo ortográfico você deverá seguir. Quase sempre, as organizadoras pedem que o candidato escolha um dos
dois modelos.

DICA DE ESTUDO: Embora muitos alunos fiquem bastante preocupados com o Novo Acordo Ortográfico, este
não é o assunto mais relevante dos programas. Por isso, não tente, intempestivamente, memorizar todas as mudanças.
Relaxe, o novo acordo só alterou 0,5% das regras de ortografia. Pense comigo: se já são poucas as questões envolvendo
esse tema, e se somente 0,5% foi alterado, o risco de cair uma questão é baixo. Contudo, é sempre bom examinar com
calma o edital; se nele contiver afirmações do tipo: “Será cobrado Novo Acordo Ortográfico”, aí, você deve ler com bas-
tante calma o que há neste primeiro capítulo. Por essas razões, caso queira, você pode até pular este capítulo. Comece
pelo próximo assunto. Aconselho que você vá lendo as novas regras aos poucos, afeiçoando-se a elas devagar, sem cor-
rerias.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, no mínimo, uma (isso numa prova de 10 questões);
para nível médio, no máximo, uma (isso numa prova de 10 a 20 questões); já para nível superior a possibilidade é míni-
ma, quase zero.

REGRAS QUE NÃO MUDARAM

1- Todas as palavras proparoxítonas (que têm o acento tônico na antepenúltima sílaba) são acentuadas: árvore, lâmpa-
da, déficit, esplêndido.

2- Acentuam-se as palavras paroxítonas (que têm o acento tônico na penúltima sílaba) terminadas em:

A) ditongo crescente: sério, ânsia, Mário, mágoa, espontâneo;

B) ão, ãos, ã, ãs: órfão, órfãos, órfã, órfãs;

C) i, is: júri, júris, lápis, jóquei, jóqueis, amáveis, quisésseis;

D) on, ons: próton, prótons, nêutron, nêutrons;

E) um, uns, us: álbum, álbuns, bônus, Vênus;

F) l, n, r, x, ps, t, ts: amável, hífen, revólver, Félix, bíceps, superávit(s).

3- As palavras oxítonas e os monossílabos tônicos acentuados são os que terminam em:

A) a, e, o, seguidos ou não de s: cá, vatapá, fé, café, pó, cipó, avô, pôs, você, vocês, mês, três.

B) ém, éns, excluindo-se os monossílabos: armazém, armazéns, alguém, também, parabéns; mas: tem (ele), tens, vem
(ele), vens;

C) êm, na terceira pessoal do plural dos verbos: têm (eles), vêm (eles), detêm (eles), provêm (eles).

4- Acento nas vogais i e u: Para serem acentuadas, as vogais I e U precisam preencher as seguintes condições:
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a) ser tônicas;
b) ser precedidas de vogal;
c) formar sílaba sozinha ou com S: aí, caí, juízes, caído, Luís, incluí-lo, caíste, baú, saúde, gaúcho, balaústre.
Basta falhar uma dessas condições para não mais haver acento: vai, cai, juiz, caindo, Luiz.

REGRAS QUE MUDARAM

Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q RS U V W X Y Z

As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em
várias situações. Por exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);

b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung
fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

• Trema

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos
gue, gui, que, qui.

Como era Como fica


agüentar aguentar
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente
eloqüente eloquente

Atenção:

O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.

Exemplos: Müller, mülleriano.

• Mudanças nas regras de acentuação

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na
penúltima sílaba).

Como era Como fica


alcatéia alcateia

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andróide androide
apóia (verbo apoiar) apoia
apóio (verbo apoiar) apoio
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
colméia colmeia

Atenção:

Essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas
terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.

Como era Como fica


baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura

Atenção:

Se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exem-
plos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Como era Como fica


abençôo abençoo
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
dôo (verbo doar) doo
enjôo enjoo
lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem
vôos voos

4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e
pêra/pera.
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Como era Como fica


Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pêlos Esse gato tem pelos
brancos. brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera.

Atenção:

• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do
indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Exemplo:
Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que
foi feita por mim.

• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados
(manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

Exemplos:

Ele tem dois carros. Eles têm dois carros

Ele vem de Sorocaba. Eles vêm de Soroca-


ba.
Ele mantém a palavra.
Eles mantêm a pala-
Ele convém aos estudantes. vra.

Ele detém o poder. Eles convêm aos


estudantes.
Ele intervém em todas as
aulas. Eles detêm o poder.

Eles intervêm em
todas as aulas.

• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento
deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indica-
tivo dos verbos arguir e redarguir.

6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, de-
saguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente
do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:

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a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.

Exemplos:

Verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.

Verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.

c) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é
tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):

Exemplos:

Verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.

Verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.

Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.

• Uso do hífen

Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria contro-
vertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orien-
tam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo.

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que
podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro,
entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró,
pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos:
anti-higiênico anti-histórico
co-herdeiro macro-história
mini-hotel proto-história
sobre-humano super-homem
ultra-humano

2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos:
aeroespacial agroindustrial
anteontem antiaéreo
antieducativo autoaprendizagem
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autoescola autoestrada
autoinstrução coautor
coedição extraescolar
infraestrutura plurianual
semiaberto semianalfabeto
semiesférico semiopaco

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar,
coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou
s.

Exemplos:
anteprojeto antipedagógico
autopeça autoproteção
coprodução geopolítica
microcomputador pseudoprofessor
semicírculo semideus
seminovo ultramoderno
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen.

Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, dupli-
cam-se essas letras.

Exemplos:
antirrábico antirracismo
antirreligioso antirrugas
antissocial biorritmo
contrarregra contrassenso
cosseno infrassom
microssistema minissaia
multissecular neorrealismo
neossimbolista semirreta
ultrarresistente ultrassom
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.
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Exemplos:
anti-ibérico anti-imperialista
anti-inflacionário anti-inflamatório
auto-observação contra-almirante
contra-atacar contra-ataque
micro-ondas micro-ônibus
semi-internato semi-interno

6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos:
hiper-requintado inter-racial
inter-regional sub-bibliotecário
super-racista super-reacionário
super-resistente super-romântico

Atenção:
• Nos demais casos não se usa o hífen.

Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.

• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc.

• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-
americano etc.

7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal.

Exemplos:
hiperacidez hiperativo
interescolar interestadual
interestelar interestudantil
superamigo superaquecimento
supereconômico superexigente
superinteressante superotimismo

8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen.
Exemplos:
além-mar além-túmulo
aquém-mar ex-aluno
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ex-diretor ex-hospedeiro
ex-prefeito ex-presidente
pós-graduação pré-história
pré-vestibular pró-europeu
recém-casado recém-nascido
sem-terra

9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamen-
te vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.

Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição.

Exemplos:
girassol madressilva
mandachuva paraquedas
paraquedista pontapé

12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen,
ele deve ser repetido na linha seguinte.
Exemplos:
- Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
- O diretor recebeu os ex-alunos.

Resumo - Emprego do hífen com prefixos

Regra básica

Sempre se usa o hífen diante de h:

Anti-higiênico, super-homem.

Outros casos
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1. Prefixo terminado em vogal:

- Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.

- Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.

- Sem hífen diante de r e s Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.

- Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.

2. Prefixo terminado em consoante:

- Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.

- Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.

- Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

Observações

1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras inicia-
das por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.

2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-
americano etc.

3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coor-
denar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.

5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva,
mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.

6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen:
ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.

ACORDO ORTOGRÁFICO

Exercícios - Lista 1

1 – Identifique a alternativa em que há um vocábulo cuja grafia não atende ao previsto no Acordo Ortográfico:

a) aguentar – tranquilidade – delinquente – arguir – averiguemos;


b) cinquenta – aguemos – linguística – equestre – eloquentemente;

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c) apaziguei – frequência – arguição – delinquência – sequestro;


d) averiguei – inconsequente – bilíngue – linguiça – quinquênio;
e) sequência – redargüimos – lingueta – frequentemente – bilíngue.

2 – Assinale a opção em que figura uma forma verbal grafada, consoante a nova ortografia, erroneamente:

a) verbo ter:
tem detém contém mantém retém
têm detêm contêm mantêm retêm

b) verbo vir:
vem advém convém intervém provém
vêm advêm convêm intervêm provêm

c) verbos ler e crer:


lê relê crê descrê
leem releem creem descreem

d) verbos dar e ver:


dê desdê vê revê provê
deem desdeem veem reveem provêm

e) verbos derivados de ter:


abstém atém obtém entretém
abstêm atêm obtêm entretêm

3 – Identifique a alternativa em que um dos vocábulos, segundo o Acordo Ortográfico, recebeu indevidamente acen-
to gráfico:

a) céu – réu – véu;


b) chapéu – ilhéu – incréu;
c) anéis – fiéis – réis;
d) mói – herói – jóia;
e) anzóis – faróis – lençóis.

4 – As sequências abaixo contêm paroxítonas que, segundo determinada regra do Acordo Ortográfico, não são acen-
tuadas. Deduza qual é essa regra e assinale a alternativa a que ela não se aplica:

a) aldeia – baleia – lampreia – sereia;


b) flavonoide – heroico – reumatoide – prosopopeia;
c) apoia – corticoide – jiboia – tipoia;
d) Assembleia – ideia – ateia – boleia;
e) Crimeia – Eneias – Leia – Cleia.

5 – Identifique a opção em que todas as palavras compostas estão grafadas de acordo com as novas regras:

a) anti-higiênico / antiinflamatório – antiácido / antioxidante / anti-colonial / antirradiação / antissocial;


b) anti-higiênico / anti-inflamatório / antiácido / antioxidante / anticolonial / antiradiação / anti-social;
c) anti-higiênico / anti-inflamatório / antiácido / antioxidante / anticolonial – antirradiação / antissocial;
d) anti-higiênico / anti-inflamatório / anti-ácido / anti-oxidante / anticolonial – antirradiação / antissocial;
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e) anti-higiênico / anti-inflamatório / anti-ácido / anti-oxidante / anti-colonial – antirradiação / antissocial.

6 – Conforme o Acordo Ortográfico, os prefixos pós-, pré- e pró-, quando átonos, aglutinam-se com o segundo
elemento do termo composto.Marque a alternativa em que, segundo as novas regras, há erro de ortografia:

a) posdatar – predatar – proamericano – progermânico;


b) predefinir – predestinar – predizer – preexistência;
c) prejulgar – prelecionar – prenomear – preordenar;
d) preanunciar – preaquecer – preconcebido – precognição;
e) preposto – procônsul – procriação – prolação.

7 – O uso do acento diferencial, consoante as novas regras, é facultativo nos seguintes casos, exceto em:

a) fôrma (significando molde)


b) pôde (no pretérito perfeito do indicativo);
c) cantámos (no pretérito perfeito do indicativo);
d) amámos (no pretérito perfeito do indicativo);
e) dêmos (no presente do subjuntivo).

8 – Identifique a alternativa em que todas as palavras compostas estão grafadas de acordo com as novas regras:

a) miniquadro – minissubmarino – minirretrospectiva – mini-saia;


b) sub-bibliotecário – sub-humano – sub-hepático – sub-região;
c) infra-assinado – infra-estrutura – infra-hepático – infravermelho;
d) hiperácido – hiperespaço – hiper-humano – hiperrealista;
e) contra-acusação – contra-indicação – contraespionagem – contra-harmônico.

RESPOSTAS

01 02 03 04 05 06 07 08
E D D A C A B B

Acordo Ortográfico
Exercícios - Lista 2

1 – Todos os termos compostos estão corretamente grafados na opção:

a) ultraconfiança – paraquedas – reestruturar – sub-bibliotecário – super-homem;


b) hiperativo – rerratificar – subsecretário – semi-hipnotizado – manda-chuva;
c) interregional – macroeconmia – pontapé – ressintetizar – sub-horizontal;
d) superagasalhar – arquimilionário – interestadual – passa-tempo – sub-rogar;
e) paraquedístico – panamericano – mini-herói – neo-hebraico – sem-teto.

2 – Deveriam ter sido acentuadas as palavras alistadas na opção:

a) azaleia – estreia – colmeia – geleia – pigmeia;


b) benzoico – dicroico – heroico – Troia – urbanoide;
c) chapeu – coroneis – heroi – ilheu – lençois;
d) alcaloide – reumatoide – tabloide – tifoide – tipoia;
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e) apneia – farmacopeia – odisseia – pauliceia – traqueia.

3 – O hífen foi indevidamente empregado em:

a) capim-açu;
b) anajá-mirim;
c) abaré-guaçu;
d) tamanduá-açu;
e) trabalhador-mirim.

4 – Assinale a sequência integralmente correta:

a) sino-japonês – sinorrusso;
b) hispano-árabe – hispano-marroquino;
c) teutoamericano – teutodescendente;
d) anglo-brasileiro – anglo-descendente;
e) angloamericano – anglofalante.

5 – Marque a opção em que uma das formas verbais está incorreta:

a) averíguo – averiguo;
b) averíguas – averiguas;
c) averígua – averigua;
d) averíguamos – averiguamos;
e) averíguam – averiguam.

6 – Marque a opção em que ambos os termos estão incorretamente grafados:

a) coabitar – coerdeiro;
b) coexistência – coindicado;
c) cofundador – codominar;
d) co-ordenar – co-obrigar;
e) corresponsável – cossignatário.

7 – Paramédico é grafado sem hífen, da mesma forma que:

a) parabactéria;
b) parabrisa;
c) parachoque;
d) paralama;
e) paravento.

8 – Para-raios é grafado com hífen, da mesma forma que:

a) para-biologia;
b) para-psicologia;
c) para-linguagem;
d) para-normal;
e) para-chuva.

9 – Uma das palavras está grafada de forma incorreta na opção:

a) pró-ativo – proativo;
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b) pró-ótico – proótico;
c) pré-eleição – preeleição;
d) pré-demarcar – predemarcar;
e) pré-eleito – preeleito.

10 – Identifique a alternativa em que há erro de ortografia:

a) predelinear;
b) predestinar;
c) pré-questionar;
d) preexistência;
e) proembrionário.

11 – As formas verbais a seguir estão corretamente grafadas, exceto:

a) arguiamos;
b) arguiríamos;
c) arguíssemos;
d) arguímos;
e) arguirmos.

12 – Assinale a opção em que há erro de ortografia:

a) arco e flecha;
b) arco de triunfo;
c) arco de flores;
d) arco da chuva;
e) arco da velha.

RESPOSTAS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A C E B D D A E B C
11 12
A E

EXERCÍCIOS PADRÃO CESPE

“Ontem o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, assinou um decreto que autoriza a concessão de vistos temporá-
rios a imigrantes do norte da África que fugiram de seus países por conta dos recentes graves ações políticas.
(...)
O anúncio foi feito pelo ministro italiano da Defesa, Ignazio La Russa, e não agradou ao governo francês, que teme uma
onda de imigração, já que, com os vistos, os imigrantes poderiam circular pela UE e levá-la a complicadas situações”.

Folha de São Paulo (Com adaptações)


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► Com relação às regras de acentuação gráfica, assinale C para certo e E para errado.

01- ( ) O acento agudo ocorre em “Itália” porque se tem aí presença de vocábulo proparoxítono.

02- ( ) O plural de “Ontem” grafa-se “onténs”, igualmente à palavra “armazéns”.

03- ( ) O verbo “assinou”, na 3ª pessoa do futuro do pretérito do indicativo, é grafado assim: “assinaría”.

04- ( ) O acento em “temporários” se justifica pela mesma razão de “Itália”.

05- ( ) Por ser uma paroxítona terminada em “a”, “África” recebe acento gráfico.

06- ( ) Por ocorrer um hiato, em “países” o acento é obrigatório.

07- ( ) A supressão do acento agudo de “políticas” geraria novo vocábulo, incompatível com o contexto.

08- ( ) Por ser palavra oxítona terminada em “e”, seguida de “s”, “francês” deve receber acento circunflexo.

09- ( ) O acento em “anúncio” se dá porque tal palavra é uma paroxítona terminada em ditongo crescente.

10- ( ) Caso o acento de “anúncio” fosse suprimido, teríamos agora a formação de uma palavra pertencente a outra
classe gramatical.

11- ( ) O acento da palavra “já” se justifica pela mesma razão que “fé”, “chá”, só” e “aí” são corretamente acentua-
dos.

12- ( ) Caso o verbo “autorizar” em “...um decreto que autoriza” fosse para 3ª pessoa do futuro do presente ou do
futuro do pretérito o uso de acento agudo (no dois novos tempos) seria obrigatório, mas por razões distintas.

13- ( ) Em “...e não agradou ao governo...”, caso o verbo destacado fosse para 2ª pessoa do singular do pretérito
mais que perfeito, não haveria acento gráfico, já que a tonicidade recai na penúltima sílaba; contudo, se o mesmo
verbo, na mesma pessoa, fosse, agora, para o futuro do presente, o acento agudo seria obrigatório, uma vez que se
tem aí vocábulo oxítono terminado em “a”, seguido de “s”.

14- ( ) O uso de acento agudo em “levá-la” se justifica porque têm-se aí palavra oxítona terminada em “a”.

15- ( ) Em “Já que é difícil comprovar o amor, é muito melhor intuí-lo”. O uso de acento agudo se justifica porque se
tem aí vocábulo oxítono terminado em vogal “i”.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E E E C E C C C C C

11 12 13 14 15
E E C C E

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17- Redação Oficial

1. O que é Redação Oficial

Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comu-
nicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A redação oficial deve caracterizar-se pela impes-
soalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que devem
igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normativo de qualquer
natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido
dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um
texto legal não seja entendido pelos cidadãos. Implica, pois, necessariamente, clareza e concisão.

A Impessoalidade

A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No caso da redação ofici-
al, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço,
Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa
comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da
União.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
decorre:

a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado
por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é feita a comunicação.

b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma
homogênea e impessoal.

c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais se restringe a
questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal.

Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à
concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se
fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o
substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelência
conhece o assunto”.

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira
pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses
pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que com-
põe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria
deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.

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Emprego dos Pronomes de Tratamento

Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso consagrado:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo

Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo

Deputados Federais e Senadores;


Ministros do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário

Ministros dos Tribunais Superiores;


Membros de Tribunais ;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar.

Vocativo

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo
respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,


Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,

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Envelope

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguin-
te forma:

A Sua Excelência o Senhor


Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70064-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor


Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70165-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor


Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10ª Vara Cível
Rua ABC, no123
01010-000 – São Paulo. SP
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior.
A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:
Senhor Fulano de Tal,
(...)
No envelope, deve constar do endereçamento:

Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, no123
12345-000 – Curitiba. PR
Fechos para Comunicações

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:


Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:


Atenciosamente,

2.3. Identificação do Signatário

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a
seguinte:

(espaço para assinatura)


NOME
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
(espaço para assinatura)
NOME
Ministro de Estado da Justiça

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Tipos de documentos

A) Atos Comprovativo-Declaratórios

São os atos pelos quais se declara, para fins de comprovação, o que consta de um assentamento ou processo ou, ainda,
o que é apenas do conhecimento de quem assina o ato.

1º) Alvará
2º) Certificado
3º) Atestado
4º) Declaração
5º) Certidão

B) Atos de assentamento

São atos que se destinam a registros. Esses documentos contêm assentamentos sobre fatos ou ocorrências.

1º) Apostila
2º) Ata
3º) Auto de Infração

C) Atos de Pacto ou Ajuste

São os que expressam um acordo mútuo de vontades em que o Estado é parte.

1º) Contrato
2º) Convênio
3º) Termo Aditivo

D) Atos de Correspondência

Os atos de correspondência são aqueles que têm por finalidade estabelecer comunicações entre pessoas, órgãos ou
entidades.

1º) Aviso
2º) Carta
3º) Circular
4º) Exposição de Motivos
5º) Memorando
6º) Mensagem
7º) Ofício

E) Atos Deliberativo–Normativos.

Os atos normativos são aqueles que transmitem orientações do Executivo, visando à correta aplicação a lei.

1º) Ato Declaratório


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2º) Ordem de Serviço


3º) Decreto
4º) Portaria
5º) Estatuto
6º) Regulamento
7º) Instrução Normativa
8º) Resolução
9º) Edital
10º) Veto

F) Atos Enunciativo-Esclarecedores

Atos enunciativos são aqueles que se limitam a emitir opinião sobre determinado assunto ou declarar um fato com base
em dispositivos legais.

1º) Relatório
2º) Parecer
3º) Despacho

G) Outros atos

1º) Relatório
2º) Parecer
3º) Despacho

O Padrão Ofício

Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memoran-
do. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chamamos de padrão ofício. As
peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas semelhanças.

01- Aviso e Ofício

Definição e Finalidade

Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso
é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é
expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos
da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares.

Forma e Estrutura

Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destina-
tário (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Senhora Ministra
Senhor Chefe de Gabinete

Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:


– nome do órgão ou setor;
– endereço postal;
– telefone e endereço de correio eletrônico.
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02- Memorando

O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar
hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminen-
temente interna.

Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a
serem adotados por determinado setor do serviço público. Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do
memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para
evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
documento e, no caso de falta de espaço, em
folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando.

Forma e Estrutura do Memorando.

Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve
ser mencionado pelo cargo que ocupa.

Exemplos:

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos


03- Exposição de Motivos

Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:

a) informá-lo de determinado assunto;


b) propor alguma medida; ou
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado.
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser
assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.

Forma e Estrutura da Exposição de Motivos

Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acom-
panha a exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normativo, segue o modelo
descrito adiante.
A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela
que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato
normativo.

No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do
Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.

04- Mensagem

Definição e Finalidade

É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens
enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública; expor o
plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que depen-
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dem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
resse dos poderes públicos e da Nação.

05- Telegrama

Definição e Finalidade

Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de tele-
grama toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex etc. Por tratar-se de forma de comunicação dis-
pendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situa-
ções que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também em
razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão

06- Correio Eletrônico

Definição e finalidade

O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de
comunicação para transmissão de documentos.

Forma e Estrutura

Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida
para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. O campo
assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização docu-
mental tanto do destinatário quanto do remetente.

Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. Sempre que disponível, deve-se utilizar
recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de re-
cebimento.

Valor documental

Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que
possa ser aceita como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remeten-
te, na forma estabelecida em lei.

07- CERTIDÃO

Documento fornecido pela administração ao interessado, afirmando a existência de ato ou assentamentos constantes
de processo, livro ou documentos que se encontrem nas repartições públicas. A certidão autenticada tem o mesmo
valor probatório do original, como documento público, e seu fornecimento gratuito por parte da administração pública
que a expediu; conforme artigo 5º,XXXIV b da Constituição da República Federativa do Brasil –1998.

08- APOSTILA

Apostilar é o mesmo que notar à margem, emendar, corrigir. É a complementação de um ato. Apostila é o aditamento a
um ato administrativo anterior, para fins de retificação ou atualização. Trata-se de um ato aditivo, confirmatório de alterações de
honras, direitos, regalias ou vantagens, exarado em documento oficial, com finalidade de atualizá-lo. A apostila tem por
objetivo a correção de dados constantes em atos administrativos ou o registro de alterações na vida funcional de um
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servidor, tais como promoções, lotação em outro setor, majoração de vencimentos, aposentadoria, reversão à atividade, dentre
outros. Geralmente, a apostila é feita no verso do documento a que se referir. Pode, no entanto, caso não haja mais espaço para o
registro de novas alterações, ser feita em folha separada (com timbre oficial), que será anexada ao documento principal.
É lavrada como termo e publicada em órgão oficial.

09- ATA

É o registro resumido e claro, exato e metódico de fatos, ocorrências, resoluções e decisões de assembleias numa ses-
são de corpo deliberativo ou consultivo, conselhos, congregações, ou outras entidades semelhantes, de pessoas reuni-
das para determinado fim.

A Ata é documento que tem valor jurídico. Por essa razão deve ser lavrada de tal maneira que não possam introduzir
modificações posteriores. Geralmente é lançada em livro próprio, devidamente autenticado, cujas páginas são rubrica-
das por quem redigiu os termos de abertura e de encerramento, o que lhe dá cunho oficial. Há os que substituem os
livros por folhas soltas, sistema que, embora ofereça algumas vantagens de caráter prático, tem, por outro lado, sérios
inconvenientes, tais como a facilidade de extravio, de acréscimos ou de modificações posteriores, com objetivos fraudu-
lentos. Para se evitarem fraudes, é possível fazer o registro das atas no Cartório de Títulos e Documentos. Na Ata não se
fazem parágrafos ou alíneas: escreve-se tudo seguidamente, para evitar que, nos espaços em branco, se façam acrésci-
mos.

Existem, no entanto, tipos de atas que, por se referirem a atos rotineiros e de procedimento padronizado, são lançadas
em formulários com claros a serem preenchidos. Mesmo nesse tipo de ata é conveniente, com a finalidade de prevenir
qualquer fraude, preencher os eventuais espaços em branco com ponto ou outros sinais convencionais.

A ata de uma reunião será lida e aprovada na reunião seguinte. Na ata não se admitem rasuras. Para ressalvar erro
constatado durante a redação, usa-se apalavra “digo”, depois da qual se repete a palavra ou expressão anterior ao
mesmo erro; Data sempre por extenso: “Aos dezesseis dias do mês de agosto, digo, do mês de setembro de mil nove-
centos e setenta e quatro, reuniu-se o……”. Quando se constata erro ou omissões após a redação, usa-se a expressão
“em tempo”, que é colocada após o escrito , seguindo-se a emenda ou o acréscimo.

Ex.: “Em tempo: na linha onde se lê abono, leia-se abandono”.

Em caso de contestações ou emendas ao texto apresentado, a ata só poderá ser assinada depois de aprovadas as corre-
ções. Como a ata deve ser um registro fiel dos fatos ocorridos em determinada reunião, sua linguagem deve ser simples
e despretensiosa, clara, precisa ou concisa, não se prestando, por isso mesmo, para a demonstração ou extravasamento
de prováveis ou supostos dotes literários do redator. Assinam a ata, geralmente, todas as pessoas presentes na reunião,
mas pode também ser assinada somente pelo presidente e pelo secretário.

Uma ata geralmente compõe-se de:

a) Dia, mês, ano e hora (por extenso) e natureza da reunião.


b) Local da reunião.
c) Pessoas presentes, devidamente qualificadas (conselheiros, professores, delegados etc.), nome e sobrenome das
pessoas participantes e ausentes, consignando suas justificativas.
d) Presidente e secretário dos trabalhos.
e) Ordem do dia (discussões, votações, deliberações etc.).
f) Fecho, quase inalterável: “nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrada a sessão, de que eu,
Pafúncio Fagundes, Secretário, lavrei a presente ata, a qual assino com o senhor presidente”.
g) Leitura da correspondência recebida e emitida.
h) Os números fundamentais são grafados por extenso.

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10- Atestado.

É o documento do qual se afirma a verdade de um fato, situação ou existência, de obrigação não necessariamente cons-
tante em livros, papéis ou documentos. Destina-se, basicamente, à comprovação de fatos ou situações transitórias, pas-
síveis de modificações frequentes. Ato administrativo enunciativo, o atestado é, em síntese afirmação oficial de fatos.

Tem-se, por exemplo, atestado ou certidão de idade, de sanidade mental, de óbito (hospital), de boa conduta, de bons antece-
dentes, de vida de residência, de idoneidade moral, de vacina. Quando os fatos ou situações constam em arquivos da
administração, utiliza-se a certidão para comprovar sua existência. Enquanto o atestado declara, a certidão é a transcri-
ção de algo já existente.

11- CIRCULAR

É toda comunicação reproduzida em vias, cópias, ou exemplares de igual teor emanadas de autoridade competente e
expedida aos chefes de serviço dos diversos setores. Especificamente, como documento, é correspondência multidireci-
onal endereçada simultaneamente a diversos destinatários, para divulgar avisos, ordens e instruções, matéria de inte-
resse geral, recomendações, informações e esclarecimentos sobre atos e fatos administrativos.

A circular não pode complementar ou modificar atos oficiais.

12- Parecer

O Parecer é uma manifestação técnica fundamentada e resumida sobre uma questão focal cujo resultado pode ser indi-
cativo ou conclusivo.

O Parecer tem como finalidade apresentar resposta esclarecedora, no campo do conhecimento psicológico, através de
uma avaliação técnica especializada, de uma “questão-problema”, visando a dirimir dúvidas que estão interferindo na
decisão, sendo, portanto, uma resposta a uma consulta, que exige de quem responde competência no assunto.

13- Despacho

É a nota escrita pela qual uma autoridade dá solução a um pedido ou encaminha a outra autoridade pedido para que
decida sobre o assunto, podendo ter caráter decisório ou apenas de expediente.
Observações:
1. É breve e baseado em informações ou parecer.
2. Consta do corpo do processo (quando houver).
3. É geralmente manuscrito.
4. É assinado pela autoridade competente, podendo, contudo, ser elaborado e assinado por outros servidores desde
que lhes seja delegada competência. Nesse caso, inicia-se pela expressão: “De ordem”.
5. Não é publicado.

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14- Autorização

A Autorização é o ato administrativo ou particular que permite ao pretendente realizar atividades ou utilizar determi-
nado bem fora das rotinas estabelecidas.

15- Procuração.

A Procuração é o instrumento pelo qual uma pessoa recebe de outra poderes para, em nome dela, praticar atos ou ad-
ministrar haveres.

16- Requerimento

O Requerimento é o instrumento dirigido à autoridade competente para solicitar o reconhecimento de um di-


reito ou a concessão de um benefício sob amparo legal. Constitui-se, também, no único instrumento de comunicação
pessoal de um subordinado para uma chefia.

LEMBRETES:

Aviso x Ofício

Aviso

- Finalidade: avisar; prevenir; admoestar; pedir providências; comunicar decisões, ordens, agradecimentos, elogios etc.
- Expedido exclusivamente: por Ministros de Estado para autoridades da MESMA
hierarquia.
- Fecho: ATENCIOSAMENTE.

Ofício

- Finalidade: avisar; prevenir; admoestar; pedir providências; comunicar decisões, ordens, agradecimentos, elogios etc.
- Expedido: para e pelas demais autoridades.
- Fecho: RESPEITOSAMENTE / ATENCIOSAMENTE.

Exposição de motivos

- REMETENTE: Ministros de Estado ou equipe de Ministros de Estado


(interministerial ou conjuntura).
- DESTINATÁRIO: Presidenta da República.
- Finalidade 01: Exclusivamente informativa.
- Finalidade 02: Propositiva de medidas ou de projetos a serem apreciados pela Presidenta.

EXERCÍCIOS PADRÃO CESPE

BATERIA I

CESPE (Tribunal de Contas da União 2010)


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO
DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO
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1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do Presidente do TJX para a realização de Concurso
Público para Provimento de 200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de dezembro de 2000, e
de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.

2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de 2001 e disporá sobre as normas de realização do
concurso.

Joaquim José da Silva Xavier


Presidente do concurso
A partir do texto hipotético acima, julgue os itens de 23 a 25.

01 ( ) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo do documento respeita as normas de elaboração de documentos
oficiais ao seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa, escrevendo com iniciais maiúsculas os
nomes tratados como únicos e singulares.

02 ( ) Apesar de nomear o emissor do texto pelo nome próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade
exigido nos documentos oficiais.

03 ( ) Trechos com informações vagas, como “e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso
de tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”, provocam falta de clareza e concisão, carac-
terísticas estas que devem ser respeitadas nos documentos oficiais.

CESPE (Polícia Civil 2012) Acerca da redação de documentos oficiais, julgue os próximos itens.

04 ( ) Nos documentos oficiais encaminhados por correio eletrônico, eficiente meio de comunicação, por seu baixo
custo e celeridade, deve-se empregar o padrão culto da linguagem.

05 ( ) Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, os expedientes oficiais têm como finalidade in-
formar com clareza e objetividade. Para atender a essa finalidade, foi estabelecido um padrão oficial de linguagem,
chamado de linguagem burocrática.

06 ( ) Em um memorando expedido no primeiro dia do mês de fevereiro do corrente ano, a forma correta de indicar
a data seria “Em 1.º de fevereiro de 2012”.

07 ( ) As autoridades que devem ser tratadas por Vossa Excelência incluem os juízes, procuradores, reitores e minis-
tros de Estado.

08 ( ) O aviso é documento emitido por ministro de Estado para destinatário de mesma hierarquia e segue o mode-
lo do padrão ofício.

Cada um dos próximos itens apresenta um trecho de redação de correspondência oficial que deve ser julgado certo se
atender os requisitos de impessoalidade, uso do padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade, uniformida-
de e normas da redação oficial, ou errado, em caso contrário.

09 ( )

Mem. (...)
[data]
(...)
Vimos por meio deste solicitar o concerto dos aparelhos de ar condicionado pois os mesmos encontram-se com pro-
blemas de funcionamento. Cordiais saudações,
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[nome do signatário]
[cargo do signatário]

10 ( )

(...) Com a presente argumentação, informamos a impossibilidade de atendimento ao pleito, nos termos da Nota Técni-
ca n.º 66/2011/SRH, considerando o seu impacto negativo nos compromissos institucionais desta empresa.

CESPE ( Polícia Federal 2012) Julgue os fragmentos contidos nos itens a seguir quanto à sua correção gramatical e à sua
adequação para compor um documento oficial, que, de acordo com o Manual de Redação da Presidência da República,
deve caracterizar-se pela impessoalidade, pelo emprego do padrão culto de linguagem, pela clareza, pela concisão, pela
formalidade e pela uniformidade.

11 ( ) Solicito a Vossa Senhoria a indicação de cinco agentes de polícia aptos a ministrar aulas de direção no curso de
formação de agentes. O início do curso, que será realizado na capital federal, está previsto para o segundo semestre
deste ano.

12 ( ) Cumpre destacar a necessidade de aumento do contingente policial e que é imperioso a ação desses indiví-
duos em âmbito nacional, pelo que a realização de concurso público para provimento de vagas no Departamento de
Polícia Federal consiste em benefício a toda a sociedade.

13 ( ) Caro Senhor Perito Criminal, Convidamos Vossa Senhoria a participar do evento “Destaques do ano”, em que
será homenageado pelo belo e admirável trabalho realizado na Polícia Federal. Por gentileza, confirme sua presença a
fim de que possamos providenciar as honrarias de praxe.

14 ( ) O departamento que planejará o treinamento de pessoal para a execução de investigações e de operações


policiais, sob cuja responsabilidade está também a escolha do local do evento, não se manifestou até o momento.

15 ( ) Senhor Delegado, Segue para divulgação os relatórios das investigações realizadas no órgão, a fim de fazer
cumprir a lei vigente.

CESPE ( Polícia Federal 2012) Com relação ao formato e à linguagem das comunicações oficiais, julgue os itens que se
seguem com base no Manual de Redação da Presidência da República.

16 ( ) A menos que o expediente seja de mero encaminhamento de documentos, o texto de comunicações como
aviso, ofício e memorando, que seguem o padrão ofício, deve conter três partes: introdução, desenvolvimento e conclu-
são.

17 ( ) A exposição de motivos de caráter meramente informativo deve apresentar, na introdução, no


desenvolvimento e na conclusão, a sugestão de adoção de uma medida ou de edição de um ato normativo, além do
problema inicial que justifique a proposta indicada.

18 ( ) A estrutura do telegrama e da mensagem por correio eletrônico de caráter oficial é flexível.

19 ( ) As comunicações oficiais emitidas pelo presidente da República, por chefes de poderes e por ministros de
Estado devem apresentar ao final, além do nome da pessoa que as expede, o cargo ocupado por ela.

20 ( ) O referido manual estabelece o emprego de dois fechos para comunicações oficiais: Respeitosamente, para
autoridades superiores; e Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior. Tal regra,
no entanto, não é aplicável a comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras.

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CESPE (Perícia Forense do Ceará 2012) Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizar-se pela
impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade” (Manual de Redação
da Presidência da República, 2002), cada um dos itens seguintes apresenta um fragmento de texto que deve ser julgado
certo se atender ao citado requisito, ou errado, em caso contrário.

21 ( ) O perito declinou à oferta de ascensão de posto dentro do departamento por julgar a atitude perfídia na atual
circunstância.

22 ( ) Os recursos de que dispõe o Departamento serão aplicados consoante a lei vigente. A verba destinada à segu-
rança pública será encaminhada ao setor responsável, e o relatório contábil a ela referente deverá ser apresentado em
um prazo máximo de quinze dias a contar desta data.

23 ( ) Comunicamos a Vossa Senhoria que terça parte da corporação foram convocados para trabalhar em regime
de plantão a partir do próximo ano.

CESPE (Perícia Forense do Ceará 2012) Com relação ao formato de documentos oficiais, julgue os itens a seguir.

24 ( ) Uma certidão só tem validade quando, entre outros requisitos, apresenta o visto da autoridade responsável
por sua lavratura.

25 ( ) Um relatório descreve fatos passados e tem como função determinar soluções que devam ser aplicadas em
casos específicos.

26 ( ) O texto final de uma ata deve ser redigido de forma que não possa sofrer alterações posteriores

CESPE (Banco da Amazônia 2012) Com referência aos requisitos da correspondência oficial, julgue os itens que se se-
guem.

27 ( ) Caso o presidente da República precisasse se ausentar do Brasil por mais de quinze dias, deveria expedir men-
sagem ao
Congresso Nacional com pedido de autorização para praticar
tal ato.

28 ( ) Estaria correta a seguinte construção no corpo de um ofício que visasse oferecer a entidades privadas os servi-
ços da instituição bancária pública Banco da Amazônia S.A.: Alinhado com a sustentabilidade, o Banco da Amazônia S.A.
busca alternativas de negócios que utilizem tecnologias e suporte técnico com a finalidade de desenvolver a região, para
garantir recursos às gerações futuras.

29 ( ) É facultado o emprego do tratamento “digníssimo” nas


comunicações oficiais dirigidas aos chefes de poder, especialmente ao presidente da República, autoridade máxima da
Federação.

CESPE (Anatel 2012) Julgue os itens a seguir com base no Manual de Redação da Presidência da República .

30 ( ) A hierarquia existente entre o remetente e o destinatário determina o pronome de tratamento a ser utilizado
nas correspondências oficiais.

31 ( ) O emprego do padrão culto de linguagem na redação de


correspondências oficiais, uma das exigências desse tipo de
texto, contribui para a impessoalidade e a clareza do texto.

O próximo item apresenta fragmento adaptado de comunicação


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oficial; julgue-o no que se refere à adequação da sua linguagem a


um documento oficial.

32 ( ) A definição do valor da multa e da destinação do valor


arrecadado serão discutidos com a diretoria das empresas de
telefonia, no próximo encontro, onde serão mostrados os
resultados da última pesquisa de satisfação do usuário desses
serviços no país.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C E C E C E C E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C E E C E C E C E C
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E C E C E C C C E E
31 32
C E

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18 - FIGURAS DE LINGUAGEM

01- Figuras de criação (figuras de sintaxe )

A gramática normativa, partindo de aspectos lógicos e gerais observados na língua culta, aponta princípios que presi-
dem às relações de dependência ou interdependência e de ordem das palavras na frase. Ensina-nos, entretanto, que
aqueles aspectos lógicos e gerais não são exclusivos; ocasionalmente, outros fatores podem influir e, em função deles, a
concordância, a regência ou a colocação (planos em que se faz o estudo da estrutura da frase) apresentam-se, às vezes,
alteradas. Tais alterações denominam-se figuras de construção também chamadas de figuras sintáticas.

Elipse

Omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais comuns:

Exemplos:

-Iremos depois resolver esse problema. (Elipse de “Nós”).

- Ele está bêbado, a camisa rota e as calças rasgadas.

- No lugar de: Ele está bêbado, está com a camisa rota e está com as calças rasgadas.

- Correu muito, não chegou.

- No lugar de: Correu muito, mas não chegou.

Zeugma

Omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode necessitar adaptações de número e pessoa
verbais. Utilizada, sobretudo, nas orações comparativas. Muitos gramáticos consideram o zeugma igual à elipse.

Exemplos:

- Alguns estudam, outros não.

- No lugar de: Alguns estudam, outros não estudam.

"O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) -
O missão de “era”.

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Hipérbato

Alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das orações no período. São determinadas por ênfase.

Exemplo:

- Morreu o presidente.

- Na ordem direta: O presidente morreu.

- Seu olhar de ira cheio eu vi.

- Na ordem direta: “Eu vi seu olhar cheio de ira”.

Obs1.: Também denominada de antecipação.

Pleonasmo

Repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia.

Exemplos:

- Vi com meus próprios olhos.

- "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes).

- Ele morreu uma morte feliz.

Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro decorre da ignorância, perdendo o caráter enfático (hemorragia de sangue, descer
para baixo etc.)

Polissíndeto

Repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.

Exemplo:

- O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata.

- "E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito
(...)" (Carlos Drummond de Andrade).

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Anacoluto

Termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-se uma determinada construção sintática
seguida de vírgula e depois se opta por outra estrutura.

Exemplos:

- Eu, parece-me que vou desmaiar.

- Minha vida, tudo não passa de algo sem importância.

- A paixão, os poetas sempre falam sobre esse tema.

Anáfora

Repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.

Exemplos:

- "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico
Buarque)

- “Era uma estrela tão alta / Era uma estrela tão fria / Era uma estrela sozinha...” (Manoel Bandeira).

Silepse

É a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três tipos:

- O casal não veio, estavam ocupados.

- Os brasileiros somos otimistas (3ª pessoa - os brasileiros, mas quem fala ou escreve também participa do processo
verbal)

02- Figuras de palavras.

Metáfora

Emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de comparação implícita, sem termo compara-
tivo.

Ex.:

- A Amazônia é o pulmão do mundo.


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- "Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)

- “Na parede da memória / esta lembrança é o quadro que dói mais” (Belchior).

Comparação (Símile)

Aproximação entre dois termos, porém com presença de elemento conectivo.

- Aquele cavalo é como um trator.

- Minha vida é tal qual uma estrela cadente.

Metonímia

Substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associação de significado.

Ex.:

- Ele lê Jorge Amado (autor pela obra - livro).

- Jantei dois pratos de sopa (o conteúdo, e não dois pratos).

- Ele foi o Cristo da turma. (o culpado).

- Preciso de um teto para morar (matéria pela obra - casa).

- Vivo do suor do meu rosto (do trabalho).

Perífrase

Substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expressão que facilmente o identifique. Fusão entre
nome e seu aposto.

Exemplo:

- A cidade luz (Paris) é muito chique.

- O rei das selvas (o leão) não aceita ser desafiado.

- A Veneza brasileira (Recife) é bastante conhecida.

- A rainha dos baixinhos mora em uma mansão.


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Obs.: Também considera como uma variação da metonímia

Sinestesia

Interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, audição, gustação e tato).

Ex.:

- Sua voz aveludada é uma delícia.

- O aroma do seu olhar nos deixava encantados.

03- Figuras de pensamento

Antítese

Aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.

Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios" (Vinicius de Moraes)

- Ele mudou sua vida da água para o vinho.

- Você é o dia da minha noite.

Paradoxo (Oxímoro)

Duas ideias contrárias que coexistem, implicando falta de lógica. Contudo, aceita-se e compreende-se o que se diz.

- Que música silenciosa ela canta!

- “O amor é ferida que dói e não se sente” (Camões).

- “Foi sem querer querendo” (Chaves).

Eufemismo

Consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável

Exemplo:

- Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou).

- Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado).

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- Fulano passou desta para melhor. (morreu).

Hipérbole

Exagero de uma ideia com finalidade expressiva

Exemplos:

- Estou morrendo de sede (com muita sede)

- Ela é louca pelos filhos (gosta muito dos filhos)

Ironia

Utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irônico.

Exemplo:

- O ministro foi sutil como uma jamanta.

- Sua beleza era um cacto no deserto.

Prosopopeia, personificação, animismo

É a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres não humanos.

Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao Bosco / Aldir Blanc)

- A Amazônia chora devido ao desmatamento.


- As pernas da empresa não eram mais as mesmas.
- Os cabelos do sol aqueciam a cidade.

- Dicas de Viagem

DICAS DE ÚLTIMA HORA PARA A FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (FCC).

Caro aluno,

Apresentaremos agora algumas dicas importantíssimas para a prova do INSS que você fará em instantes. Leia-as com
muita atenção.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

1ª DICA: Após ler o texto, faça logo as questões de interpretação. Aproveite que as ideias ainda estão “frescas” na me-
mória. Logo, se a primeira for de gramática, pule-a.

2ª DICA: Se você ficar na dúvida entre dois itens (o que é comum), releia o enunciado e o interprete, pois ele oferece,
sutilmente, o comando, ou seja, o alvo da questão.

3ª DICA: Cuidado com itens que dizem verdades sobre o mundo, mas não a verdade dita ou sugerida no texto.

4ª DICA: Itens que contêm palavras generalistas, como “sempre”, “todos”, “nunca”, “jamais”, “em todos os casos” etc.,
quase sempre, trazem informações falsas.

5ª DICA: “Inferir” significa deduzir a partir do texto ou de fragmento do texto. Uma inferência não estará escrita no tex-
to, mas subentendida.

6ª DICA: “Depreender” é o mesmo que inferir.

7ª DICA: Em questões recentes, a banca pediu que o candidato apontasse o item que “cotejava” as informações do tex-
to. “Cotejar” é o mesmo que confrontar ou comparar pessoas, dados ou informações do texto lido.

8ª DICA: Se o texto for dissertativo, sua ideia principal estará em suas extremidades, ou seja: no início (1º parágrafo)
e/ou no fim (último parágrafo, a conclusão).

9ª DICA: O título de um texto abriga o resumo da ideia principal.

GRAMÁTICA

1ª DICA: A FCC vem exigindo, com frequência, que o candidato saiba que PORQUANTO é conjunção causal, e que pode
ser substituída por UMA VEZ QUE, JÁ QUE, COMO e PORQUE.

2ª DICA: Também exige que o candidato saiba que CONQUANTO é conjunção concessiva, e que pode ser substituída por
EMBORA, AINDA QUE ou MESMO QUE.

3ª DICA: Não confunda porquanto com conquanto.

4ª DICA: Lembre-se de que o pronome LHE nunca pode substituir O, A, OS ou AS e vice-versa.

5ª DICA: O uso de crase é facultativo diante de pronomes possessivos femininos e de nomes próprios femininos que
não sejam famosos. Exemplos: “Ele mostrou dedicação à sua esposa (ou a sua esposa)” e “Dedicou o livro à Antônia (ou
a Antônia)”.

6ª DICA: O uso de crase também é facultativo depois da preposição ATÉ. Exemplo: “O homem foi até à esquina 15 (ou a
esquina 15)”.

7ª DICA: Nas questões de pontuação, NUNCA separe o sujeito do verbo por uma única vírgula. Exemplo:

- As fotografias por prosaicas que possam ser, representam um corte temporal (...).

Comentário: O uso da vírgula após “ser” está errado. Para corrigir, é necessário o uso também de uma vírgula após “fo-
tografias”.

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8ª DICA: Lembre-se de que a estrutura POR QUE figura em muitas questões da FCC. Como ela não costuma soar como
correta, sugiro que a troque por pelo qual, pelos quais, pela qual ou pelas quais (dependendo do contexto você optará
por uma). Exemplo:

- “O texto esclarece-nos as acepções da palavra discriminação, por que (ou pela qual) se expressam ações inteiramente
divergentes”.

9ª DICA: Quando a questão pedir assim “O mesmo tipo de complemento grifado acima está na frase”, lembre-se de
que ela quer que você descubra se o verbo destacado é VTD, VTI, VTDI, VI ou VL. Se você notar que o verbo destacado é
VTD, por exemplo, então procure o item que contém um VTD.

10ª DICA: Nas questões de concordância verbal, é comum que a FCC desloque e distancie o sujeito do verbo. Veja este
exemplo:

- Não se notam, entre os preconceituosos, qualquer disposição para discutir o sentido de um juízo e as consequências
de sua difusão.

Comentário: A concordância está errada, pois o sujeito de “notar” é “qualquer disposição”; logo, deveria estar no singu-
lar, “nota”.

11ª DICA: Quando o sujeito for uma oração, o verbo irá sempre para a 3ª pessoa do singular. Veja:

- Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade de tratamento quando esta pode levá-los a permanecer na situ-
ação de desigualdade.

Comentário: concordância correta. Mas, se o verbo estivesse escrito “convêm” (com acento circunflexo), agora estaria
incorreto.

DICAS DE ÚLTIMA HORA PARA O CESPE.

1. Interpretação de texto

É muito comum que o Cespe introduza as suas questões de interpretação de texto com enunciados parecidos com este:
“A respeito das ideias do texto acima, assinale a opção correta”. Para que você tenha êxito nesse tipo de questão, pro-
ceda da seguinte forma:

a) Leia com muita atenção o texto. (Não faça duas ou três leituras do mesmo texto, uma vez que você terá que retornar
várias vezes a ele).

b) Fique bem atento a certas palavras ou expressões de valor genérico, tais como: qualquer que seja; todos; nenhum;
somente; em todos os níveis; em qualquer situação etc. Normalmente, essas palavras e expressões trazem afirmações
equivocadas ou distorcidas. Fique atento!!!!
c) Tenha muito cuidado com afirmações que não estão no texto, mas que são de conhecimento prévio de qualquer lei-
tor razoável. Por exemplo, o texto trata do tema aquecimento global. Contudo, em nenhum momento, fala (nem dá a
entender) que a poluição das fábricas e automóveis contribui para tal efeito climático. O Cespe, inteligentemente, pode
dizer algo do tipo: “é possível inferir do texto que a causa maior do aquecimento global está relacionada à poluição de
fábricas e automóveis”. Essa afirmação é, de certo modo, verdadeira; entretanto, o texto não permite essa inferência.
Esse tipo de questão costuma complicar a vida de muita gente. Atenção!!!

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2. Gramática

a) Crase: quase sempre há uma questão sobre esse tema. O Cespe costuma usar as seguintes ferramentas para compli-
car a vida dos candidatos desatentos: a evidência de crase em tal passagem é facultativa porque.... (verifique os casos
de facultatividade); o termo regente que faz com que ocorra crase na linha X é a palavra TAL, localizada na linha Y (lem-
bre-se de que, quando ocorre crase por motivação sintática, os termos regentes são sempre um verbo ou um nome ─
substantivo, adjetivo e advérbio ─); o acento indicador de crase na linha X poderia ser suprimido sem que danos sintáti-
cos ou semânticos ocorram ao período (quase sempre, a supressão de um acento indicador de crase causa danos sintá-
ticos e semânticos ao texto).

b) Concordância verbal: normalmente as questões que envolvem esse tema são, de certo modo, fáceis. O Cespe gosta
de envolver verbos que apresentam acentos diferenciais, tais como: mantém (se o sujeito for plural ficará mantêm; o
mesmo ocorre com reter, conter, advir etc. ); se o verbo não tiver acento diferencial, o Cespe proporá ao candidato
trocar o número do verbo, de singular para plural, ou vice versa. Assim enunciados como os seguintes são bastante co-
muns: na linha X o verbo arrecadaram poderia, sem causar danos sintáticos ou semânticos ao texto, ser substituído por
acarreta. Para resolver esse tipo de questão, sugiro que você fique atento a um conjunto de regras que, é bem verdade,
permitem a troca do singular para o plural. Essas regras já foram mencionadas em sala.

c) Concordância nominal: poucas são as questões envolvendo esse tema. Quando ocorre, o Cespe diz coisas do tipo: a
palavra TAL, localizada na linha Y, relaciona-se com a palavra DAL, localizada na linha X. Esse tipo de questão procura
saber se o candidato está atento aos adjetivos e às palavras adjetivas da língua portuguesa: pronomes, numerais e arti-
gos.

d) Predicação verbal: o mesmo que transitividade verbal. Aqui o Cespe explora as noções de complemento verbal. Logo,
é bem comum que apareçam afirmações do tipo: o verbo TAL, localizado na linha Y, tem sentido completo (a organiza-
dora está querendo saber se o podemos considerar o verbo intransitivo). Ou: o verbo TAL, localizado na linha X, permiti-
ria a supressão do seu complemento (ou seja, seu objeto) sem que isso cause danos sintáticos ou semânticos ao texto.
Aqui, você tem que examinar se o contexto permite essa substituição.

e) Ortografia: assunto muito presente em provas de nível médio. Para esse tema, o Cespe usa dois modelos: ou propõe
ao candidato que verifique se a ortografia, em determinadas passagens, está respeitando a norma culta, ou pede que o
candidato analise fragmentos longos, e repare se há erro gramatical. Nessa última abordagem, os erros podem ser de
várias naturezas: de ortografia, regência, concordância, crase etc.

e) Acentuação gráfica: assunto também muito presente em provas de nível médio. Constantemente, esse conteúdo
está ligado ao tema ortografia. Aqui, é sempre bom revisar aquelas regrinhas: todas as palavras proparoxítonas devem
ser acentuadas, todas as palavras oxítonas terminadas em A, E, O (seguidas ou não de S) devem ser acentuadas etc.

f) Novo acordo ortográfico: embora todos os textos e enunciados já estejam adequados ao novo acordo, o Cespe ainda
não explorou profundamente esse tema em suas provas.

g) Paralelismo sintático: Observe a seguinte frase: Ele negou seu interesse no programa e que o telefonema do empre-
sário revelasse alguma relação com a CPI do Orçamento. Aqui, há quebra de paralelismo, uma vez que os termos e ora-
ções com funções iguais devem ter estruturas iguais. Se, por exemplo, um verbo pede dois objetos diretos, ambos de-
vem ter a mesma construção sintática:
1. Ele negou seu interesse no programa e que o telefonema do empresário revelasse alguma relação com a CPI do Or-
çamento.
2. Ele negou dois fatos: a) seu interesse no programa e b) que o telefonema do empresário revelasse alguma relação
com a CPI do Orçamento.
Os dois fatos, sendo objeto direto do mesmo verbo (negou), deveriam ter a mesma estrutura: ou os dois nominais ou os
dois verbais. Assim, as duas construções a seguir respeitam o paralelismo exigido pela estrutura.

- Ele negou seu interesse no programa e a relação do telefonema do empresário com a CPI do Orçamento.

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- Ele negou que tivesse interesse no programa e que o telefonema do empresário revelasse alguma relação com a CPI
do Orçamento.

h) Pontuação: questão certa. O Cespe gosta de explorar esse tema da seguinte forma: normalmente, ela exige que o
candidato saiba que adjuntos adverbiais, quando deslocados para o início ou meio da frase podem (e raramente devem)
vir marcados por vírgula. O Cespe também procura saber se o candidato sabe apostos explicativos devem vir sempre
marcados por vírgula(s). Nessa toada, a organizadora explora quase tudo sobre esse assunto. Assim, o uso de traves-
sões, parênteses, aspas e, principalmente, vírgula aparecem com muita frequência.

i) Sujeito preposicionado: de vez em quando, a Cespe explora esse curioso caso de sintaxe:
DE + O
Antes do sujeito, não se usa a combinação da preposição com o artigo. Preposição e artigo ficam soltos. Na frase: “Os
técnicos do Banco Central descartam a idéia de o governo impor a suspensão do reajuste”, o substantivo governo é o
sujeito, por isso não há combinação da preposição de com o artigo o.

Veja outros exemplos: “Apesar de o ministro (sujeito) negar, é certa a edição de nova medida provisória”. Ou: “A fim de
o povo (sujeito) se familiarizar com a nova moeda, ampla campanha será veiculada pelos meios de comunicação de
massa”.

A mesma regra se aplica a de este e de ele: Apesar de essa informação (sujeito) ter sido confirmada... A fim de ele (sujei-
to) continuar no páreo...
Obs.: é importante frisar que, nesses casos, se você preposicionar o sujeito, o sentido não será comprometido. Contudo,
sintaticamente, há erro.

3. Outras noções que não podem ser esquecidas na CESPE

a) voz passiva
b) coesão e coerência.
c) redação de correspondências oficiais (sugiro a seguinte bibliografia: LIMA, A. Oliveira. Manual de redação oficial.
Editora Elsevier, 2010, Rio de Janeiro).
e) uso de pronomes relativos (que, quem, onde e cujo)
f) vocabulário
g) uso da partícula SE.

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INFORMÁTICA
Informática
Aula XX

MICROSOFT EXCEL 2013

Para iniciar nosso estudo, vamos iniciar pela parte que mais importa para quem utiliza
planilhas: entender como fazer cálculos. Para isso, considero bem importante que se entenda
como criar Fórmulas e, posteriormente, as funções, para que, aí sim, passemos para a etapa de
formatações, configurações e demais assuntos.
Contudo, antes de iniciarmos os cálculos de fato, vamos entender alguns conceitos básicos:

Figura 1 – Janela do Excel 2013)

CÉLULAS
Dá-se o nome de Célula à interseção de uma Coluna e uma Linha, formando, assim, um
Endereço. As linhas são identificadas por números, enquanto m as colunas são identificadas
por letras do alfabeto. Sendo assim, o encontro da Coluna “B” com a Linha “6”, chamamos de
célula “B6”.
Para inserir qualquer tipo de informação em uma célula, deve-se, em primeiro lugar, ativá-la.
Para tanto, pode-se usar as teclas ENTER e TAB, as SETAS, o MOUSE ou digitar, na caixa de
nome, o endereço da célula desejada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 329
TIPOS DE INFORMAÇÕES QUE UMA CÉLULA PODERÁ CONTER
Conteúdo: o dado propriamente dito.
Formato: recurso aplicado ao conteúdo de uma célula, como, por exemplo, definição de cor,
tamanho ou tipo de fonte ao conteúdo.

TIPOS DE CONTEÚDO
Texto – Este será automaticamente alinhado à esquerda.
Número – Números são alinhados à direita.
Fórmula – Dependendo do resultado, poderá ser alinhado à esquerda (texto) ou à direita
(número).

Observação
Observação: Datas são tipos de dados numéricos, porém já inseridos com formatação.
Exemplo: 10/02/2004. Para o Excel toda data é internamente um número, ou seja, por
padrão, a data inicial é 01/01/1900, que equivale ao nº 1, 02/01/1900 ao nº 2, e assim
consecutivamente.

Criar uma nova pasta de trabalho


Os documentos do Excel são chamados de pastas de trabalho. Cada pasta de trabalho contém
folhas que, normalmente, são chamadas de planilhas. Você pode adicionar quantas planilhas
desejar a uma pasta de trabalho ou pode criar novas pastas de trabalho para guardar seus
dados separadamente.

1. Clique em Arquivo > Novo.

2. Em Novo, clique em Pasta de trabalho em branco.


Obs. Os modelos são arquivos elaborados para serem documentos interessantes, atraentes e
de aparência profissional. Toda a formatação está completa; basta adicionar o que você quiser.
Entre os exemplos, estão os calendários, os cartões, os currículos, os convites e os boletins
informativos. Os programas do Office vêm com diversos modelos já instalados.

330 www.acasadoconcurseiro.com.br
PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Informática – Prof. Sérgio Spolador

Salvar seu trabalho

1. Clique no botão Salvar, na Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, ou pressione Ctrl + S.

Se você salvou seu trabalho antes, está pronto.

1. Se esta for a primeira vez, prossiga para concluir as próximas etapas:


a. Em Salvar Como, escolha onde salvar sua pasta de trabalho e navegue até uma pasta.
b. Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para a pasta de trabalho.
c. Clique em Salvar para concluir.

FÓRMULAS EM PLANILHAS

Ao olharmos para uma planilha, o que vemos sobre as células são RESULTADOS, que podem
ser obtidos a partir dos CONTEÚDOS que são efetivamente digitados nas células. Quer dizer, o
conteúdo pode ou NÃO ser igual ao resultado que está sendo visto.
Os conteúdos podem ser de três tipos:
Strings (numéricos, alfabéticos ou alfanuméricos)
Fórmulas matemáticas
Funções

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FÓRMULAS
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula inicia
com um sinal de igual (=). Por exemplo, a fórmula a seguir multiplica 2 por 3 e depois adiciona
5 ao resultado.
=5+2*3
Uma fórmula também pode conter um ou todos os seguintes elementos: funções, referências,
operadores e constantes.
Partes de uma fórmula:

1. Funções: a função PI() retorna o valor de pi: 3.142...

2. Referências: A2 retorna o valor na célula A2.

3. Constantes: números ou valores de texto inseridos diretamente em uma fórmula como,


por exemplo, o 2.

4. Operadores: o operador ^ (acento circunflexo) eleva um número a uma potência e o


operador * (asterisco) multiplica.

USANDO CONSTANTES EM FÓRMULAS


Uma constante é um valor não calculado. Por exemplo, a data 09/10/2008, o número 210 e o
texto “Receitas trimestrais” são todos constantes. Uma expressão ou um valor resultante de
uma expressão não é uma constante. Se você usar valores de constantes na fórmula em vez
de referências a células (por exemplo, =30+70+110), o resultado se alterará apenas se você
próprio modificar a fórmula.

USANDO OPERADORES DE CÁLCULO EM FÓRMULAS


Os operadores especificam o tipo de cálculo que você deseja efetuar nos elementos de uma
fórmula. Há uma ordem padrão segundo a qual os cálculos ocorrem, mas você pode mudar
essa ordem utilizando parênteses.

TIPOS DE OPERADORES
Há quatro diferentes tipos de operadores de cálculo: aritmético, de comparação, de
concatenação de texto e de referência.

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Informática – Prof. Sérgio Spolador

OPERADORES ARITMÉTICOS
Para efetuar operações matemáticas básicas, como adição, subtração ou multiplicação,
combinar números e produzir resultados numéricos, use estes operadores aritméticos.

Operador aritmético Significado Exemplo


+ (sinal de mais) Adição 3+3
– (sinal de menos) Subtração 3–1
* (asterisco) Multiplicação 3*3
/ (sinal de divisão) Divisão 3/3
% (sinal de porcentagem) Porcentagem 20%
^ (acento circunflexo) Exponenciação 3^2

OPERADORES DE COMPARAÇÃO
Você pode comparar dois valores utilizando os operadores a seguir. Quando dois valores são
comparados usando esses operadores, o resultado é um valor lógico VERDADEIRO ou FALSO.

Operador de comparação Significado Exemplo


= (sinal de igual) Igual a A1=B1
> (sinal de maior que) Maior que A1>B1
< (sinal de menor que) Menor que A1<B1
>= (sinal de maior ou igual a) Maior ou igual a A1>=B1
<= (sinal de menor ou igual a) Menor ou igual a A1<=B1
<> (sinal de diferente de) Diferente de A1<>B1

OPERADOR DE CONCATENAÇÃO DE TEXTO


Use o “E” comercial (&) para associar ou concatenar uma ou mais sequências de caracteres de
texto para produzir um único texto.

Operador de texto Significado Exemplo


Conecta ou concatena dois
& (E comercial) valores para produzir um valor “Norte” “&“vento”
de texto contínuo

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OPERADORES DE REFERÊNCIA
Combine intervalos de células para cálculos com estes operadores.

Operador de
Significado Exemplo
referência
Operador de intervalo, que
produz uma referência para
: (dois-pontos) todas as células entre duas B5:B15
referências, incluindo as duas
referências
Operador de união, que
; (ponto e vírgula) combina diversas referências SOMA(B5:B15;D5:D15)
em uma referência
NO EXCEL – Operador de
interseção, que produz uma
Espaço em branco B7:D7 C6:C8
referência a células comuns a
dois intervalos

USANDO AS FUNÇÕES

Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos,
denominados argumentos, em determinada ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas
para executar cálculos simples ou complexos.

ESTRUTURA DE UMA FUNÇÃO

A estrutura de uma função começa com um sinal de igual (=), seguido do nome da
função, de um parêntese de abertura, dos argumentos da função separados por ponto
e vírgulas e deum parêntese de fechamento.

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Exemplo:

PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS PLANILHAS DE CÁLCULO

SOMA
Retorna a soma de todos os números na lista de argumentos.
Sintaxe
=SOMA(núm1;núm2; ...)
Núm1, núm2,... são os argumentos que se deseja somar.

Exemplos:

=SOMA(A1;A3) é igual a 10

=SOMA(B1:C2)

www.acasadoconcurseiro.com.br 335
Observação:
Intervalo só funciona dentro de função.

=SOMA(A1)

=SOMA(A1+A2)

=SOMA(A1:A4;3;7;A1*A2)

Observação:
Primeiro se resolve a equação matemática; depois a função.

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=A1:A2 (Erro de Valor)

=SOMA(A1:A3/B1:B2) (Erro de Valor)

Observação:
Não se pode ter um operador matemático entre dois intervalos.

=SOMA(A1:A3)/SOMA(B1:B2)

=SOME(A1:A3) (Erro de Nome)

www.acasadoconcurseiro.com.br 337
Observação:
O texto como argumento nas planilhas deve ser colocado entre “aspas“ para não ser
confundido com um intervalo nomeado ou com outro nome de função. Entretanto,
não será possível realizar soma, média, etc., entre um “texto“ colocado como
argumento em uma função e os demais argumentos.

CONCATENAR
Use CONCATENAR, umas das funções de texto, para unir duas ou mais cadeias de texto em uma
única cadeia.
Sintaxe: CONCATENAR(texto1, [texto2], ...)
Por exemplo:
=CONCATENAR(“População de fluxo para”, A2, “ ”, A3, “ é ”, A4, “/km”)
=CONCATENAR(B2, “ ”, C2)

Nome do argumento Descrição


O primeiro item a ser adicionado. O item pode
Texto1 (obrigatório) ser um valor de texto, um número ou uma
referência de célula.
Itens de texto adicionais. Você pode ter até 255
Texto2,... (opcional)
itens e até um total de 8.192 caracteres.

Exemplos

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Observação Importante:

Siga este procedimento Descrição


O operador de cálculo & (E comercial) permite
a união de itens de texto sem que seja preciso
usar uma função.
Use o caractere & (E comercial) em vez da Por exemplo, =A1 & B1 retorna o mesmo valor
função CONCATENAR. que =CONCATENAR(A1;B1). Em muitos casos,
usar o operador & é mais rápido e simples do
que usar a função CONCATENAR para criar
cadeias de caracteres.

CONT.NÚM
Conta quantas células contêm números e também os números na lista de argumentos. Use
CONT.NÚM para obter o número de entradas em um campo de número que estão em um
intervalo ou em uma matriz de números.
Sintaxe
CONT.NÚM(valor1;valor2;...)
Valor1; valor2, ... são argumentos que contêm ou se referem a uma variedade de diferentes
tipos de dados, mas somente os números são contados.

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Exemplo:
=CONT.NÚM(C1:E2)

Observação:
R$ 4,00 é o NÚMERO 4 com formatação, bem como a Data também é número.

CONT.VALORES
Calcula o número de células não vazias e os valores na lista de argumentos. Use o Cont.Valores
para CONTAR o número de células com dados, inclusive células com erros, em um intervalo ou
em uma matriz.
Sintaxe
=CONT.VALORES(valor1;valor2;...)

Exemplo:
=CONT.VALORES(C1:E3)

MÉDIA
Retorna a média aritmética dos argumentos, ou seja, soma todos os números e divide pela
quantidade de números somados.

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Sintaxe
=MÉDIA(núm1;núm2;...)
A sintaxe da função MÉDIA tem os seguintes argumentos:
núm1 Necessário. O primeiro número, referência de célula ou intervalo para o qual você deseja
a média.
núm2, ... Opcional. Números adicionais, referências de célula ou intervalos para os quais você
deseja a média, até, no máximo, 255.
Exemplos:
=MÉDIA(C1:E2)

=MÉDIA(C1:E2;3;5)

=SOMA(C1:E2)/CONT.NÚM(C1:E2) => equivalente à função média

MULT
A função MULT multiplica todos os números especificados como argumentos e retorna o
produto. Por exemplo, se as células A1 e A2 contiverem números, você poderá usar a fórmula
=MULT(A1;A2) para multiplicar esses dois números juntos. A mesma operação também pode
ser realizada usando o operador matemático de multiplicação (*); por exemplo, =A1*A2.

www.acasadoconcurseiro.com.br 341
A função MULT é útil quando você precisa multiplicar várias células ao mesmo tempo. Por
exemplo, a fórmula =MULT(A1:A3;C1:C3) equivale a =A1*A2*A3*C1*C2*C3.
Sintaxe
=MULT(núm1;[núm2]; ...)
A sintaxe da função MULT tem os seguintes argumentos:
núm1 Necessário. O primeiro número ou intervalo que você deseja multiplicar.
núm2, ... Opcional. Números ou intervalos adicionais que você deseja multiplicar.

Exemplo:

ABS
Retorna o valor absoluto de um número. Esse valor é o número sem o seu sinal.
Sintaxe
=ABS(núm)
Núm é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Exemplo:

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MOD
Retorna o resto de uma divisão. Possui dois argumentos (valor a ser dividido e divisor).
Sintaxe
=MOD(Núm;Divisor)
Núm é o número para o qual você deseja encontrar o resto.
Divisor é o número pelo qual você deseja dividir o número.

Exemplo:
=MOD(6;4)
Resposta: 2

MÁXIMO
Retorna o valor máximo de um conjunto de valores.
Sintaxe
=MÁXIMO(núm1;núm2;...)
Núm1, núm2,... são de 1 a 255 números cujo valor máximo você deseja saber.

Exemplos:

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=MÁXIMO(A1:C5)

MÍNIMO
Retorna o menor valor de um conjunto de valores.
Sintaxe
=MÍNIMO(número1, [número2], ...)
A sintaxe da função MÍNIMO tem os seguintes argumentos:
Núm1, núm2,... Núm1 é obrigatório, números subsequentes são opcionais. De 1 a 255 números
cujo valor MÍNIMO você deseja saber.

Exemplos:
=MÍNIMO(A1:C5)

MAIOR
Retorna o MAIOR valor K-ésimo de um conjunto de dados. Por exemplo, o terceiro MAIOR
número. Possui dois argumentos. O primeiro argumento é a matriz, e o segundo é a posição em
relação ao maior número.
Sintaxe
=MAIOR(MATRIZ;posição)

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Exemplos:
=MAIOR(A3:D4;3) 2 4 6 9 12 23 35 50
Resposta: 23
=MAIOR(A1:C5;3)

MENOR
Retorna o MENOR valor K-ésimo de um conjunto de dados. Por exemplo, o terceiro MENOR
número. Possui dois argumentos. O primeiro argumento é a matriz, e o segundo é a posição em
relação ao menor número.
Sintaxe
=MENOR(MATRIZ;posição)

Exemplos:
=MENOR(A3:D4;3)
Qual é o terceiro MENOR número:
2 4 6 9 12 23 35 50 Resposta → 6

=MENOR(A1:C5;5)

www.acasadoconcurseiro.com.br 345
=MENOR(A1:C5;19)

DATA

HOJE()
Retorna o número de série da data atual. O número de série é o código de data/hora usado
pela planilha para cálculos de data e hora. Se o formato da célula era Geral antes de a função
ser inserida, a planilha irá transformar o formato da célula em Data. Se quiser exibir o número
de série, será necessário alterar o formato das células para Geral ou Número.
A função HOJE é útil quando você precisa ter a data atual exibida em uma planilha,
independentemente de quando a pasta de trabalho for aberta. Ela também é útil para o cálculo
de intervalos. Por exemplo, se você souber que alguém nasceu em 1963, poderá usar a seguinte
fórmula para descobrir a idade dessa pessoa a partir do aniversário deste ano:
=ANO(HOJE())-1963
Essa fórmula usa a função HOJE como argumento da função ANO de forma a obter o ano atual
e, em seguida, subtrai 1963, retornando a idade da pessoa.
Exemplos:
Supondo que a data de hoje configurada no computador é: 31/08/12

AGORA()
Retorna a data e a hora atuais formatados como data e hora. Não possui argumentos.
A função AGORA é útil quando você precisa exibir a data e a hora atuais em uma planilha ou
calcular um valor com base na data e na hora atuais e ter esse valor atualizado sempre que
abrir a planilha.

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Exemplos:

Supondo que a data de hoje configurada no computador é: 31/08/12 as 13h.

SE
A função SE retornará um valor se uma condição que você especificou for considerada
VERDADEIRO e um outro valor se essa condição for considerada FALSO. Por exemplo, a fórmula
=SE(A1>10;“Mais que 10”;“10 ou menos”) retornará “Mais que 10” se A1 for maior que 10 e
“10 ou menos” se A1 for menor que ou igual a 10.
Sintaxe
SE(teste_lógico;[valor_se_verdadeiro];[valor_se_falso])
A sintaxe da função SE tem os seguintes argumentos:
teste_lógico Obrigatório. Qualquer valor ou expressão que possa ser avaliado como
VERDADEIRO ou FALSO. Por exemplo, A10=100 é uma expressão lógica; se o valor da célula A10
for igual a 100, a expressão será considerada VERDADEIRO. Caso contrário, a expressão será
considerada FALSO. Esse argumento pode usar qualquer operador de cálculo de comparação.
valor_se_verdadeiro Opcional. O valor que você deseja que seja retornado se o argumento
teste_lógico for considerado VERDADEIRO. Por exemplo, se o valor desse argumento for a cadeia
de texto “Dentro do orçamento” e o argumento teste_lógico for considerado VERDADEIRO,
a função SE retornará o texto “Dentro do orçamento”. Se teste_lógico for considerado
VERDADEIRO e o argumento valor_se_verdadeiro for omitido (ou seja, há apenas um ponto e
vírgula depois do argumento teste_lógico), a função SE retornará 0 (zero). Para exibir a palavra
VERDADEIRO, use o valor lógico VERDADEIRO para o argumento valor_se_verdadeiro.
valor_se_falso Opcional. O valor que você deseja que seja retornado se o argumento teste_
lógico for considerado FALSO. Por exemplo, se o valor desse argumento for a cadeia de
texto “Acima do orçamento” e o argumento teste_lógico for considerado FALSO, a função SE
retornará o texto “Acima do orçamento”. Se teste_lógico for considerado FALSO e o argumento
valor_se_falso for omitido (ou seja, não há vírgula depois do argumento valor_se_verdadeiro),
a função SE retornará o valor lógico FALSO. Se teste_lógico for considerado FALSO e o valor do
argumento valor_se_falso for omitido (ou seja, na função SE, não há ponto e vírgula depois do
argumento valor_se_verdadeiro), a função SE retornará o valor 0 (zero).

www.acasadoconcurseiro.com.br 347
Exemplos:

SOMASE
Use a função SOMASE para somar os valores em um intervalo que atendem aos critérios que
você especificar. Por exemplo, suponha que, em uma coluna que contém números, você deseja
somar apenas os valores maiores que 5. É possível usar a seguinte fórmula:
=SOMASE(B2:B25;“>5”)
Nesse exemplo, os critérios são aplicados aos mesmos valores que estão sendo somados. Se
desejar, você pode aplicar os critérios a um intervalo e somar os valores correspondentes em
um intervalo correspondente. Por exemplo, a fórmula =SOMASE(B2:B5;“John”;C2:C5) soma
apenas os valores no intervalo C2:C5, em que as células correspondentes no intervalo B2:B5
equivalem a “John”.
Sintaxe
=SOMASE(intervalo;critérios;[intervalo_soma])
A sintaxe da função SOMASE tem os seguintes argumentos:
intervalo Necessário. O intervalo de células que se deseja calcular por critérios. As células em
cada intervalo devem ser números e nomes, matrizes ou referências que contêm números.
Espaços em branco e valores de texto são ignorados.
critérios Necessário. Os critérios na forma de número, expressão, referência de célula, texto
ou função que define quais células serão adicionadas. Por exemplo, os critérios podem ser
expressos como 32, “>32”, B5, 32, “32”, “maçãs” ou HOJE().

Observação:
Qualquer critério de texto ou qualquer critério que inclua símbolos lógicos ou
matemáticos deve estar entre aspas duplas (“). Se os critérios forem numéricos, as
aspas duplas não serão necessárias.

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intervalo_soma Opcional. As células reais a serem adicionadas, se você quiser adicionar células
diferentes das especificadas no argumento de intervalo. Se o argumento intervalo_soma for
omitido, a planilha adicionará as células especificadas no argumento intervalo (as mesmas
células às quais os critérios são aplicados).

Exemplos:

CONT.SE
A função CONT.SE conta o número de células dentro de um intervalo que atendem a um único
critério que você especifica. Por exemplo, é possível contar todas as células que começam com
uma certa letra ou todas as células que contêm um número maior do que ou menor do que
um número que você especificar. Suponha uma planilha que contenha uma lista de tarefas na
coluna A e o nome da pessoa atribuída a cada tarefa na coluna B. Você pode usar a função
CONT.SE para contar quantas vezes o nome de uma pessoa aparece na coluna B e, dessa
maneira, determinar quantas tarefas são atribuídas a essa pessoa. Por exemplo:
=CONT.SE(B2:B25;“Nancy”)
Sintaxe
=CONT.SE(intervalo;“critério”)
intervalo Necessário. Uma ou mais células a serem contadas, incluindo números ou nomes,
matrizes ou referências que contêm números.
critérios Necessário. Um número, uma expressão, uma referência de célula ou uma cadeia de
texto que define quais células serão contadas. Por exemplo, os critérios podem ser expressos
como 32, “32”, “>32”, “maçãs” ou B4.

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Exemplos:

MAIÚSCULA
Converte o texto em maiúsculas.
Sintaxe
=MAIÚSCULA(texto)
Texto é o texto que se deseja converter para maiúsculas. Texto pode ser uma referência ou uma
sequência de caracteres de texto.

Exemplo:

MINÚSCULA
Converte todas as letras maiúsculas em uma sequência de caracteres de texto para minúsculas.

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Sintaxe
=MINÚSCULA(texto)
Texto é o texto que você deseja converter para minúscula. MINÚSCULA só muda caracteres de
letras para texto.
Exemplo:

PRI.MAIÚSCULA
Coloca a primeira letra de uma sequência de caracteres de texto em maiúscula e todas as outras
letras do texto depois de qualquer caractere diferente de uma letra. Converte todas as outras
letras em minúsculas.
Sintaxe
=PRI.MAIÚSCULA(texto)
Texto é o texto entre aspas, uma fórmula que retorna o texto ou uma referência a uma célula
que contenha o texto que você deseja colocar parcialmente em maiúscula.

Exemplo:

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USANDO REFERÊNCIAS EM FÓRMULAS

Uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa
a planilha na qual procurar pelos valores ou dados a serem usados em uma fórmula. Com
referências, você pode usar dados contidos em partes diferentes de uma planilha em uma
fórmula ou usar o valor de uma célula em várias fórmulas. Você também pode se referir a células
de outras planilhas na mesma pasta de trabalho e a outras pastas de trabalho. Referências de
células em outras pastas de trabalho são chamadas de vínculos ou referências externas.

O estilo de referência A1
O estilo de referência padrão. Por padrão, o Excel 2013 usa o estilo de referência A1, que se
refere a colunas com letras (A até XFD, para um total de 16.384 colunas) e se refere a linhas com
números (1 até 1.048.576). Essas letras e números são chamados de títulos de linha e coluna.
Para se referir a uma célula, insira a letra da coluna seguida do número da linha. Por exemplo,
B2 se refere à célula na interseção da coluna B com a linha 2.

Para se referir a Usar


A célula na coluna A e linha 10 A10
O intervalo de células na coluna A e linhas 10 a 20 A10:A20
O intervalo de células na linha 15 e colunas B até E B15:E15
Todas as células na linha 5 5:5
Todas as células nas linhas 5 a 10 05:10
Todas as células na coluna H H:H
Todas as células nas colunas H a J H:J
O intervalo de células nas colunas A a E e linhas 10 a 20 A10:E20

Fazendo referência a uma outra planilha. No exemplo a seguir, a função de planilha MÉDIA
calcula o valor médio do intervalo B1:B10 na planilha denominada Marketing na mesma pasta
de trabalho.
Referência a um intervalo de células em outra planilha na mesma pasta de trabalho.

1. Refere-se a uma planilha denominada Marketing.

2. Refere-se a um intervalo de células entre B1 e


B10, inclusive.

3. Separa a referência de planilha da referência do


intervalo de células.

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REFERÊNCIAS ABSOLUTAS, RELATIVAS E MISTAS

Referências relativas. Uma referência relativa em uma fórmula, como A1, é baseada na posição
relativa da célula que contém a fórmula e da célula à qual a referência se refere. Se a posição da
célula que contém a fórmula se alterar, a referência será alterada. Se você copiar ou preencher
a fórmula ao longo de linhas ou de colunas, a referência se ajustará automaticamente. Por
padrão, novas fórmulas usam referências relativas. Por exemplo, se você copiar ou preencher
uma referência relativa da célula B2 para a B3, ela se ajustará automaticamente de =A1 para
=A2.

Fórmula copiada com referência relativa

Referências absolutas. Uma referência absoluta de célula em uma fórmula, como $A$1,
sempre se refere a uma célula em um local específico. Se a posição da célula que contém a
fórmula se alterar, a referência absoluta permanecerá a mesma. Se você copiar ou preencher a
fórmula ao longo de linhas ou colunas, a referência absoluta não se ajustará. Por padrão, novas
fórmulas usam referências relativas, e talvez você precise trocá-las por referências absolutas.
Por exemplo, se você copiar ou preencher uma referência absoluta da célula B2 para a célula
B3, ela permanecerá a mesma em ambas as células =$A$1.

Fórmula copiada com referência absoluta

Referências mistas. Uma referência mista tem uma coluna absoluta e uma linha relativa, ou
uma linha absoluta e uma coluna relativa. Uma referência de coluna absoluta tem o formato
$A1, $B1 e assim por diante. Uma referência de linha absoluta tem o formato A$1, B$1 e assim
por diante. Se a posição da célula que contém a fórmula se alterar, a referência relativa será
alterada, e a referência absoluta não se alterará. Se você copiar ou preencher a fórmula ao
longo de linhas ou colunas, a referência relativa se ajustará automaticamente, e a referência
absoluta não se ajustará. Por exemplo, se você copiar ou preencher uma referência mista da
célula A2 para B3, ela se ajustará de =A$1 para =B$1.

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Fórmula copiada com referência mista

Uma maneira simples de resolver questões que envolvem referência é a seguinte:


Na célula A3, tem a seguinte fórmula =soma(G$6:$L8), que foi copiada para a célula
C5. A questão solicita como ficou a Função lá:
Monte da seguinte maneira:
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=
E então copie a Função acertando as referências:
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=SOMA(
Para acertar as referências, faça uma a uma copiando da fórmula que está na A3 e
aumentando a mesma quantidade de letras e números que aumentou de A3 para C5.
Veja que, do A para C, aumentou duas letras e, do 3 para o 5, dois números. Então,
aumente essa quantidade nas referências, mas com o cuidado de que os itens que têm
um cifrão antes não se alterem.
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=SOMA(I$6:$L10)
Vejam que o G aumentou duas letras e foi para o I, e o 8 aumentou dois números e foi
para o 10. No resto, não mexemos porque tem um cifrão antes.

Alternar entre referências relativas, absolutas e mistas


Selecione a célula que contém a fórmula.
De a barra de fórmulas, selecione a referência que você deseja alterar.
Pressione F4 para alternar entre os tipos de referências.
A tabela a seguir resume como um tipo de referência será atualizado caso uma fórmula que
contenha a referência seja copiada duas células para baixo e duas células para a direita.

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Para a fórmula sendo copiada:

Se a referência for: É alterada para:


$A$1 (coluna absoluta e linha absoluta) $A$1 (a referência é absoluta)
A$1 (coluna relativa e linha absoluta) C$1 (a referência é mista)
$A1 (coluna absoluta e linha relativa) $A3 (a referência é mista)
A1 (coluna relativa e linha relativa) C3 (a referência é relativa)

Funções aninhadas
Em determinados casos, talvez você precise usar uma função como um dos argumentos de
outra função. Por exemplo, a fórmula a seguir usa uma função aninhada MÉDIA e compara o
resultado com o valor 50.

1. As funções MÉDIA e SOMA são aninhadas na função SE.


Retornos válidos. Quando uma função aninhada é usada como argumento, ela deve retornar
o mesmo tipo de valor utilizado pelo argumento. Por exemplo, se o argumento retornar um
valor VERDADEIRO ou FALSO, a função aninhada deverá retornar VERDADEIRO ou FALSO. Se
não retornar, a planilha exibirá um valor de erro #VALOR!
Limites no nível de aninhamento. Uma fórmula pode conter até sete níveis de funções
aninhadas. Quando a Função B for usada como argumento na Função A, a Função B será
de segundo nível. Por exemplo, as funções MÉDIA e SOMA são de segundo nível, pois são
argumentos da função SE. Uma função aninhada na função MÉDIA seria de terceiro nível e
assim por diante.

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LISTAS NAS PLANILHAS

O Excel possui internamente listas de dias da semana, meses do ano e trimestres e permite a
criação de novas listas.
Quando se insere em uma célula um conteúdo pertencente a uma lista e se arrasta a alça de
preenchimento desta mesma célula, o Excel preencherá automaticamente as demais células
por onde o arrasto passar, com os dados sequenciais a partir da célula de origem.

Exemplos de séries que você pode preencher


Quando você preenche uma série, as seleções são estendidas conforme mostrado na tabela
a seguir. Nesta tabela, os itens separados por vírgulas estão contidos em células adjacentes
individuais na planilha.

Seleção inicial Série expandida


1, 2, 3 4, 5, 6,...
09:00 10:00, 11:00, 12:00,...
Seg Ter, Qua, Qui
Segunda-feira Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira,...
Jan Fev, Mar, Abr,...
Jan, Abr Jul, Out, Jan,...
Jan/07, Abr/07 Jul/07, Out/07, Jan/08,...
Trim3 (ou T3 ou Trimestre3) Tri4, Tri1, Tri2,...
texto1, textoA texto2, textoA, texto3, textoA,...
1º Período 2º Período, 3º Período,...
Produto 1 Produto 2, Produto 3,...

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Atenção
No Excel, se selecionarmos apenas um número e o arrastarmos pela alça de
preenchimento, o que acontece é a Cópia somente, ou seja, se colocarmos um número
em uma célula e o arrastarmos pela alça de preenchimento, não ocorre a sequência e
esse número somente é copiado nas demais células.

Quando forem selecionadas duas células consecutivas e arrastadas pela alça de preenchimento,
o que ocorrerá é a continuação da sequência com a mesma lógica aplicada nas duas células.

Se for colocado também texto seguido de números ou números seguidos de texto, ocorrerá
novamente a sequência.

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FORMATAÇÃO DE CÉLULAS

NÚMERO
Use as opções na guia Número para aplicar um formato de número
específico aos números nas células da planilha. Para digitar números
em células da planilha, você pode usar as teclas numéricas ou pode
pressionar NUM LOCK e, então, usar as teclas numéricas no teclado
numérico.

•• Categoria. Clique em uma opção na caixa Categoria e selecione as opções desejadas


para especificar um formato de número. A caixa Exemplo mostra a aparência das células
selecionadas com a formatação que você escolher. Clique em Personalizado se quiser criar
os seus próprios formatos personalizados para números, como códigos de produtos. Clique
em Geral se quiser retornar para um formato de número não específico.
•• Exemplo. Exibe o número na célula ativa na planilha de acordo com o formato de número
selecionado.
•• Casas decimais. Especifica até 30 casas decimais. Esta caixa está disponível apenas para as
categorias Número, Moeda, Contábil, Porcentagem e Científico.
•• Usar separador de milhar. Marque esta caixa de seleção para inserir um separador de
milhar. Esta caixa de seleção está disponível apenas para a categoria Número.

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•• Números negativos. Especifica o formato no qual se deseja que os números negativos


sejam exibidos. Esta opção está disponível apenas para as categorias Número e Moeda.
•• Símbolo. Selecione o símbolo da moeda que você deseja usar. Esta caixa está disponível
apenas para as categorias Moeda e Contábil.
•• Tipo. Selecione o tipo de exibição que deseja usar para um número. Essa lista está disponível
apenas para as categorias Data, Hora, Fração, Especial e Personalizado.
•• Localidade (local). Selecione um idioma diferente que deseja usar para o tipo de exibição
de um número. Esta caixa de listagem está disponível apenas para as categorias Data, Hora
e Especial.

ALINHAMENTO
Use as opções do grupo Alinhamento na guia
Início ou na caixa de diálogo Formatar Células
a guia Alinhamento para alterar o alinhamento
do conteúdo da célula, posicionar o conteúdo
na célula e alterar a direção desse conteúdo.

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Alinhamento de Texto
•• Horizontal. Selecione uma opção na lista Horizontal para alterar o alinhamento horizontal
do conteúdo das células. Por padrão, o Microsoft Office Excel alinha texto à esquerda,
números à direita, enquanto os valores lógicos e de erro são centralizados. O alinhamento
horizontal padrão é Geral. As alterações no alinhamento dos dados não alteram os tipos de
dados.
•• Vertical. Selecione uma opção na caixa de listagem Vertical para alterar o alinhamento
vertical do conteúdo das células. Por padrão, o Excel alinha o texto verticalmente na parte
inferior das células. O alinhamento vertical padrão é Geral.
•• Recuo. Recua o conteúdo das células a partir de qualquer borda da célula, dependendo das
opções escolhidas em Horizontal e Vertical. Cada incremento na caixa Recuo equivale à
largura de um caractere.
•• Orientação. Selecione uma opção em Orientação para alterar a orientação do texto
nas células selecionadas. As opções de rotação poderão não estar disponíveis se forem
selecionadas outras opções de alinhamento.
•• Graus. Define o nível de rotação aplicado ao texto na célula selecionada. Use um número
positivo na caixa Graus para girar o texto selecionado da parte inferior esquerda para a
superior direita na célula. Use graus negativos para girar o texto da parte superior esquerda
para a inferior direita na célula selecionada.

Controle de texto
•• Quebrar texto automaticamente. Quebra o texto em várias linhas dentro de uma célula. O
número de linhas depende da largura da coluna e do comprimento do conteúdo da célula.
•• Reduzir para caber. Reduz o tamanho aparente dos caracteres da fonte para que todos
os dados de uma célula selecionada caibam dentro da coluna. O tamanho dos caracteres
será ajustado automaticamente se você alterar a largura da coluna. O tamanho de fonte
aplicado não será alterado.
•• Mesclar Células. Combina duas ou mais células selecionadas em uma única célula. A
referência de célula de uma célula mesclada será a da célula superior esquerda da faixa
original de células selecionadas.

Direita para a esquerda


•• Direção do Texto. Selecione uma opção na caixa Direção do Texto para especificar a ordem
de leitura e o alinhamento. A configuração padrão é Contexto, mas você pode alterá-la
para Da Esquerda para a Direita ou Da Direita para a Esquerda.

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BORDAS
Use as opções na guia Borda para aplicar uma borda ao redor de células selecionadas em um
estilo e uma cor de sua escolha.

•• Linha. Selecione uma opção em Estilo para especificar o tamanho e o estilo de linha de
uma borda. Para alterar o estilo de linha de uma borda já existente, selecione a opção de
estilo de linha desejada e clique na área da borda no modelo de Borda onde quiser que o
novo estilo de linha seja exibido.
•• Predefinições. Selecione uma opção de borda predefinida para aplicar bordas nas células
selecionadas ou removê-las.
•• Cor. Selecione uma cor da lista para alterar a cor das células selecionadas.
•• Borda. Clique em um estilo de linha na caixa Estilo e clique nos botões em Predefinições ou
em Borda para aplicar as bordas nas células selecionadas. Para remover todas as bordas,
clique no botão Nenhuma. Você também pode clicar nas áreas da caixa de texto para
adicionar ou remover bordas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 361
FONTE
Use as opções na guia Fonte para alterar a fonte, o estilo de fonte, o tamanho da fonte e outros
efeitos de fonte.

•• Fonte. Selecione o tipo da fonte para o texto nas células selecionadas. A fonte padrão é
Calibri.
•• Estilo da Fonte. Selecione o estilo da fonte para o texto nas células selecionadas. O estilo
de fonte padrão é Normal ou Regular.
•• Tamanho. Selecione o tamanho da fonte para o texto nas células selecionadas. Digite
qualquer número entre 1 e 1.638. O tamanho de fonte padrão é 11.

Observação:
Os tamanhos disponíveis na lista Tamanho dependem da fonte selecionada e da
impressora ativa.

•• Sublinhado. Selecione o tipo de sublinhado que deseja usar para o texto nas células
selecionadas. O sublinhado padrão é Nenhum.
•• Cor. Selecione a cor que deseja usar para as células ou o texto selecionados. A cor padrão é
Automático.

362 www.acasadoconcurseiro.com.br
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•• Fonte Normal. Marque a caixa de seleção Fonte Normal para redefinir o estilo, o tamanho
e os efeitos da fonte com o estilo Normal (padrão).
•• Efeitos. Permite que você selecione um dos seguintes efeitos de formatação.
•• Tachado. Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como tachado.
•• Sobrescrito. Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como sobrescrito.
•• Subscrito. Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como subscrito.
•• Visualização. Veja um exemplo de texto que é exibido com as opções de formatação que
você seleciona.

PREENCHIMENTO
Use as opções na guia Preenchimento para preencher as células selecionadas com cores,
padrões e efeitos de preenchimento especiais.
•• Plano de Fundo. Selecione uma cor de plano de fundo para células selecionadas usando a
paleta de cores.
•• Efeitos de preenchimento.
Selecione este botão para aplicar gra-
diente, textura e preenchimentos de ima-
gem em células selecionadas.
•• Mais Cores. Selecione este botão
para adicionar cores que não estão
disponíveis na paleta de cores.
•• Cor do Padrão. Selecione uma cor de
primeiro plano na caixa Cor do Pa-
drão para criar um padrão que usa
duas cores.
•• Estilo do Padrão. Selecione um pa-
drão na caixa Estilo do Padrão para
formatar células selecionadas com
um padrão que usa as cores que você
seleciona nas caixas Cor de Plano de
Fundo e Cor Padrão.
Exemplo: Veja um exemplo das opções de cor, efeitos de preenchimento e de padrões que
selecionar.
Neste Menu foram reunidas todas as opções que permitirão ao usuário trabalhar a apresentação
do texto (formatação) de forma a torná-lo mais atrativo e de fácil leitura, com diferentes estilos
de parágrafos, diferentes fontes e formatos de caracteres, etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 363
PROTEÇÃO
Para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos
da planilha ou da pasta de trabalho, com ou sem senha. É possível remover a proteção da
planilha, conforme necessário.
Quando você protege uma planilha, todas as células são bloqueadas por padrão, o que significa
que elas não podem ser editadas. Para permitir que as células sejam editadas enquanto apenas
algumas células ficam bloqueadas, você pode desbloquear todas as células e bloquear somente
células e intervalos específicos antes de proteger a planilha. Você também pode permitir que
usuários específicos editem intervalos específicos em uma planilha protegida.

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SELECIONAR CÉLULAS, INTERVALOS, LINHAS OU COLUNAS

Para selecionar Faça o seguinte


Clique na célula ou pressione as teclas de direção para
Uma única célula
ir até a célula.
Clique na primeira célula da faixa e arraste até a última
célula ou mantenha pressionada a tecla SHIFT enquanto
pressiona as teclas de direção para expandir a seleção.
Um intervalo de células Você também pode selecionar a primeira célula do
intervalo e pressionar F8 para estender a seleção
usando as teclas de direção. Para parar de estender a
seleção, pressione F8 novamente.
Clique na primeira célula do intervalo e mantenha a
tecla SHIFT pressionada enquanto clica na última célula
Um grande intervalo de células
do intervalo. Você pode rolar a página para que a última
célula possa ser vista.
Clique no botão Selecionar Tudo.

Todas as células de uma


planilha
Para selecionar a planilha inteira, você também pode
pressionar CTRL + T. Observação: Se a planilha contiver
dados, CTRL + T selecionará a região atual. Pressione
CTRL + T uma segunda vez para selecionar toda a
planilha.
Selecione a primeira célula, ou o primeiro intervalo de
células, e mantenha a tecla CTRL pressionada enquanto
seleciona as outras células ou os outros intervalos.
Você também pode selecionar a primeira célula ou
intervalo de células e pressionar SHIFT + F8 para
Células ou intervalos de células não adicionar outra seleção de células ou de intervalo
adjacentes de células não adjacentes. Para parar de adicionar
células ou intervalos à seleção, pressione SHIFT + F8
novamente.
Observação: Não é possível cancelar a seleção de uma
célula ou de um intervalo de células de uma seleção
não adjacente sem cancelar toda a seleção.

www.acasadoconcurseiro.com.br 365
Clique no título da linha ou coluna.

1. Título da linha
2. Título da coluna
Uma linha ou coluna
inteira Você também pode selecionar células em uma linha ou
coluna selecionando a primeira célula e pressionando
CTRL + SHIFT + tecla de DIREÇÃO (SETA PARA A DIREITA
ou SETA PARA A ESQUERDA para linhas,
SETA PARA CIMA ou SETA PARA BAIXO para colunas).
Observação: Se a linha ou coluna contiver dados, CTRL +
SHIFT + tecla de DIREÇÃO selecionará a linha ou coluna
até a última célula utilizada. Pressione CTRL + SHIFT
+ tecla de DIREÇÃO uma segunda vez para selecionar
toda a linha ou coluna.
Arraste através dos títulos de linha ou de coluna ou
selecione a primeira linha ou coluna. Em seguida,
Linhas ou colunas adjacentes
pressione SHIFT enquanto seleciona a última linha ou
coluna.
Clique no título de linha ou de coluna da primeira linha
ou coluna de sua seleção. Pressione CTRL enquanto
Linhas ou colunas não adjacentes
clica nos títulos de linha ou coluna de outras linhas ou
colunas que você deseja adicionar à seleção.
Selecione uma célula na linha ou na coluna e, em
seguida, pressione CTRL + tecla de DIREÇÃO (SETA PARA
A primeira ou a última célula de uma linha
A DIREITA ou SETA PARA A
ou coluna
ESQUERDA para linhas, SETA PARA CIMA ou SETA PARA
BAIXO para colunas).
Selecione a primeira célula e, em seguida, pressione
A primeira ou a última célula em uma
CTRL + SHIFT + END para estender a seleção de células
planilha ou em uma tabela do Microsoft
até a última célula usada na planilha (canto inferior
Office Excel
direito).
Selecione a primeira célula e, em seguida, pressione
Células até o início da planilha. CTRL + SHIFT + HOME para estender a seleção de
células até o início da planilha.
Mantenha pressionada a tecla SHIFT e clique na última
Mais ou menos células do que a seleção célula que deseja incluir na nova seleção. O intervalo
ativa retangular entre a e a célula em que você clicar passará
a ser a nova seleção.

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GRÁFICOS
Gráficos são usados para exibir séries de dados numéricos em formato gráfico, com o objetivo
de facilitar a compreensão de grandes quantidades de dados e do relacionamento entre
diferentes séries de dados.
Para criar um gráfico no Excel, comece inserindo os dados numéricos desse gráfico em
uma planilha e experimente o comando Gráficos Recomendados na guia Inserir para criar
rapidamente o gráfico mais adequado para os seus dados.

1. Selecione os dados para os quais você deseja criar um gráfico.

2. Clique em Inserir > Gráficos Recomendados.

3. Na guia Gráficos Recomendados, percorra a lista de gráficos recomendados pelo Excel e


clique em qualquer um para ver qual será a aparência dos seus dados.

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Dica:
Se você não vir um gráfico que lhe agrade, clique em Todos os Gráficos para ver todos
os tipos de gráfico disponíveis.

4. Quando encontrar o gráfico desejado, clique nele > OK.

5. Use os botões Elementos do Gráfico, Estilos de Gráfico e Filtros de Gráfico próximos ao


canto superior direito do gráfico para adicionar elementos de gráfico, como títulos de eixo
ou rótulos de dados, personalizar a aparência do seu gráfico ou mudar os dados exibidos
no gráfico.

6. Para acessar recursos adicionais de design e formatação, clique em qualquer parte do


gráfico para adicionar as Ferramentas de Gráfico à faixa de opções e depois clique nas
opções desejadas nas guias Design e Formato.

Tipos de Gráficos
Há várias maneiras de criar um gráfico em uma planilha do Excel, em um documento do
Word ou em uma apresentação do PowerPoint. Independentemente de você usar um gráfico

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recomendado para os seus dados ou um gráfico escolhido na lista com todos os gráficos, saber
um pouco mais sobre cada tipo de gráfico pode ser de grande ajuda.
Se você já tem um gráfico e só quer mudar seu tipo:

1. Selecione o gráfico, clique na guia Design e em Alterar Tipo de Gráfico.

2. Escolha um novo tipo de gráfico na caixa Alterar Tipo de Gráfico.

Gráficos de colunas
Os dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um
gráfico de colunas. Em geral, um gráfico de coluna exibe categorias ao longo do eixo horizontal
(categoria) e valores ao longo do eixo vertical (valor), como mostra o seguinte gráfico:

www.acasadoconcurseiro.com.br 369
Gráficos de linhas
Dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de linhas. Nesse tipo de gráfico, os dados de categorias são distribuídos uniformemente ao
longo do eixo horizontal, e todos os dados de valores são distribuídos uniformemente ao longo
do eixo vertical. Gráficos de linhas podem mostrar dados contínuos ao longo do tempo em um
eixo com escalas iguais e, portanto, são ideais para mostrar tendências de dados em intervalos
iguais, como meses, trimestres ou anos fiscais.

Gráficos de pizza e rosca


Dados organizados em uma coluna ou linha de uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de pizza. Esses gráfico mostram o tamanho dos itens em um série de dados, proporcional à soma
desses itens. Pontos de dados em um gráfico de pizza são exibidos como uma porcentagem da
pizza inteira.

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Considere a utilização de um gráfico de pizza quando:


•• Você tiver apenas uma série de dados;
•• Nenhum dos valores nos seus dados for negativo;
•• Quase nenhum dos valores nos seus dados for igual a zero;
•• Você não tiver mais de sete categorias, todas elas representando partes da pizza inteira.

Gráficos de rosca
Dados organizados apenas em colunas ou linhas de uma planilha podem ser plotados em um
gráfico de rosca. Como um gráfico de pizza, um gráfico de rosca mostra a relação das partes
com um todo, mas pode conter mais de uma série de dados.

Gráficos de barras
Dados organizados em colunas ou linhas de uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de barras. Esses gráficos ilustram comparações entre itens individuais. Em um gráfico de barras,
as categorias costumam ser organizadas ao longo do eixo vertical, enquanto os valores são
dispostos ao longo do eixo horizontal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 371
Considere a utilização de um gráfico de barras quando:
•• Os rótulos dos eixos forem longos;
•• Os valores mostrados forem durações.

Gráficos de área
Dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de áreas. Esses gráficos podem ser usados para plotar mudanças ao longo do tempo e chamar
a atenção para o valor total no decorrer de uma tendência. Mostrando a soma dos valores
plotados, um gráfico de áreas também mostra a relação de partes com um todo.

Gráficos de dispersão (XY) e de bolhas


Dados organizados em colunas e linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de dispersão (XY). Coloque os valores X em uma linha ou coluna e depois insira os valores Y
correspondentes nas linhas ou nas colunas adjacentes.
Um gráfico de dispersão tem dois eixos de valores: um eixo horizontal (X) e um vertical (Y). Ele
combina os valores X e Y em pontos de dados únicos e os exibe em intervalos irregulares ou
em agrupamentos. Gráficos de dispersão costumam ser usados para exibir e comparar valores
numéricos, como dados científicos, estatísticos e de engenharia.

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Gráficos de bolhas
Semelhante a um gráfico de dispersão, um gráfico de bolhas adiciona uma terceira coluna para
especificar o tamanho das bolhas exibidas para representar os pontos de dados na série de
dados.

Gráficos de ações
Dados organizados em colunas ou linhas em uma ordem específica em uma planilha podem ser
plotados em um gráfico de ações. Como o nome sugere, esse gráfico pode ilustrar flutuações
nos preços das ações. No entanto, também pode ilustrar flutuações em outros dados, como
níveis de chuva diários ou temperaturas anuais. Lembre-se de organizar seus dados na ordem
correta para criar um gráfico de ações. Por exemplo, para criar um simples gráfico de ações de
alta-baixa-fechamento, você deve organizar seus dados com os valores Alta, Baixa e Fechamento
inseridos como títulos de colunas, nessa ordem.

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Gráficos de superfície
Dados organizados em colunas ou linhas de uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de superfície. Esse gráfico é útil quando você quer encontrar combinações ideais entre dois
conjuntos de dados. Como em um mapa topográfico, cores e padrões indicam áreas que estão
no mesmo intervalo de valores. Você pode criar um gráfico de superfície quando tanto as
categorias quanto a série de dados são valores numéricos.

Gráficos de radar
Dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de radar. Esses gráficos comparam entre si os valores agregados de várias série de dados.

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Gráficos de combinação
Dados organizados em colunas e linhas podem ser plotados em um gráfico de combinação.
Esse gráfico combina dois ou mais tipos de gráfico para facilitar a interpretação dos dados,
especialmente quando estes são muito variados. Exibido com um eixo secundário, esse gráfico
é ainda mais fácil de ler. Neste exemplo, usamos um gráfico de colunas para mostrar o número
de casas vendidas entre os meses de janeiro e junho e depois usamos um gráfico de linhas para
que os leitores possam identificar com mais facilidade o preço médio das vendas em cada mês.

Adicionar um título de gráfico


Quando você cria um gráfico, uma caixa Título do Gráfico aparece acima dele. Basta selecionar
essa caixa e digitar o título desejado, formatá-lo do jeito que você quiser e movê-lo para um
local diferente no gráfico.

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1. Clique na caixa Título do Gráfico e digite o título.

2. Para iniciar uma nova linha no título, pressione Alt + Enter.

3. Para mudar o posicionamento do título, clique no botão Elementos do Gráfico


próximo ao canto superior direito do gráfico.
Clique na seta ao lado
de Título do Gráfico e
depois clique em Título
Sobreposto Centralizado
ou em Mais Opções para
ver outras opções.
Você também pode arrastar
a caixa de título até o local
desejado.
Para formatar o título,
clique nele com o botão
direito do mouse e clique
em Formatar Título de
Gráfico para escolher as opções de formatação desejadas.

Guias Design e Formatar

CLASSIFICAR DADOS

A classificação de dados é uma parte importante da análise de dados. Talvez você queira colocar
uma lista de nomes em ordem alfabética, compilar uma lista de níveis de inventário de produtos
do mais alto para o mais baixo ou organizar linhas por cores ou ícones. A classificação de dados
ajuda a visualizar e a compreender os dados de modo mais rápido e melhor, a organizar e
localizar dados desejados e, por fim, a tomar decisões mais efetivas.

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Classificar texto

1. Selecione uma coluna de dados alfanuméricos em um intervalo de células ou certifique-se


de que a célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha dados alfanuméricos

2. Na guia Página Inicial, no grupo Edição e, em seguida, clique em Classificar e Filtrar.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Para classificar em ordem alfanumérica crescente, clique em Classificar de A a Z.
•• Para classificar em ordem alfanumérica decrescente, clique em Classificar de Z a A.

4. Como opção, você pode fazer uma classificação que diferencie letras maiúsculas de
minúsculas.

Classificar números

1. Selecione uma coluna de dados numéricos em um intervalo de células ou certifique-se de


que a célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha dados numéricos.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, siga
um destes procedimentos:
•• Para classificar de números baixos para números altos, clique em Classificar do Menor para
o Maior.
•• Para classificar de números altos para números baixos, clique em Classificar do Maior para
o Menor.

Classificar datas ou horas

1. Selecione uma coluna de data ou hora em um intervalo de células ou certifique-se de que a


célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha data ou hora.

2. Selecione uma coluna de datas ou horas em um intervalo de células ou tabelas.

3. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, siga
um destes procedimentos:
•• Para classificar de uma data e hora anterior para uma data ou hora mais recente, clique em
Classificar da Mais Antiga para a Mais Nova.
•• Para classificar de uma data e hora recente para uma data ou hora mais antiga, clique em
Classificar da Mais Nova para a Mais Antiga.

www.acasadoconcurseiro.com.br 377
Classificar uma coluna em um intervalo de células sem afetar outros

Aviso:
Cuidado ao usar esse recurso. A classificação por uma coluna em um intervalo pode
gerar resultados indesejados, como movimentação de células naquela coluna para
fora de outras células na mesma linha.

1. Selecione uma coluna em um intervalo de células contendo duas ou mais colunas.

2. Para selecionar a coluna que deseja classificar, clique no título da coluna.

3. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e siga um dos
seguintes procedimentos, após caixa de diálogo Aviso de Classificação ser exibida.

4. Selecione Continuar com a seleção atual.

5. Clique em Classificar.

6. Selecione outras opções de classificação desejadas na caixa de diálogo Classificar e, em


seguida, clique em OK.

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Ordens de classificação padrão


Em uma classificação crescente, o Microsoft Office Excel usa a ordem a seguir. Em uma
classificação decrescente, essa ordem é invertida.

Valor Comentário
Os números são classificados do menor número negativo ao maior
Números
número positivo.
Datas As datas são classificadas da mais antiga para a mais recente.
O texto alfanumérico é classificado da esquerda para a direita, caractere
por caractere. Por exemplo, se uma célula contiver o texto “A100”, o
Excel a colocará depois de uma célula que contenha a entrada ”A1” e
antes de uma célula que contenha a entrada “A11”.
Os textos e os textos que incluem números, classificados como texto,
são classificados na seguinte ordem:
• 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 (espaço) ! “ # $ % & ( ) * , . / : ; ? @ [ \ ] ^ _ ` { | } ~ +
<=>ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
Texto
• Apóstrofos (') e hífens (-) são ignorados, com uma exceção: se duas
sequências de caracteres de texto forem iguais exceto pelo hífen, o texto
com hífen será classificado por último.
Observação: Se você alterou a ordem de classificação padrão para que ela
fizesse distinção entre letras maiúscula e minúsculas na caixa de diálogo
Opções de Classificação, a ordem para os caracteres alfanuméricos é a
seguinte: a A b B c C d D e E f F g G h H i I j J k K l L m M n N o O p P q Q r
RsStTuUvVwWxXyYzZ
Lógica Em valores lógicos, FALSO é colocado antes de VERDADEIRO.
Erro Todos os valores de erro, como #NUM! e #REF!, são iguais.
Na classificação crescente ou decrescente, as células em branco são
sempre exibidas por último.
Células em branco
Observação: Uma célula em branco é uma célula vazia e é diferente de
uma célula com um ou mais caracteres de espaço.

CLASSIFICAÇÃO PERSONALIZADA
Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida pelo usuário.

1. Selecione uma coluna de dados em um intervalo de células ou certifique-se de que a célula


ativa esteja em uma coluna da tabela.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, clique
em Personalizar Classificação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 379
A caixa de diálogo Classificar será exibida.

3. Em coluna, na caixa Classificar por ou Em seguida por, selecione a coluna que deseja
classificar. Se for necessário, adicione mais níveis.

4. Em Ordenar, selecione o método desejado.

5. Clique em OK.

CONFIGURAR PÁGINA

Área de Impressão
Se você imprime frequentemente uma seleção específica da planilha, defina uma área de
impressão que inclua apenas essa seleção. Uma área de impressão corresponde a um ou mais
intervalos de células que você seleciona para imprimir quando não deseja imprimir a planilha
inteira. Quando a planilha for impressa após a definição de uma área de impressão, somente
essa área será impressa. Você pode adicionar células para expandir a área de impressão quando
necessário e limpar a área de impressão para imprimir toda a planilha.
Uma planilha pode ter várias áreas de impressão. Cada área de impressão será impressa como
uma página separada.

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Definir uma ou mais áreas de impressão

1. Na planilha, selecione as células que você deseja definir como área de impressão. É possível
criar várias áreas de impressão, mantendo a tecla CTRL pressionada e clicando nas áreas
que você deseja imprimir.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Área de Impressão e, em


seguida, clique em Definir Área de Impressão.

Adicionar células a uma área de impressão existente

1. Na planilha, selecione as células que deseja adicionar à área de impressão existente.

Observação:
Se as células que você deseja adicionar não forem adjacentes à área de impressão
existente, uma área de impressão adicional será criada. Cada área de im- pressão em
uma planilha é impressa como uma página separada. Somente as células adjacentes
podem ser adicionadas a uma área de impressão existente.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Área de Impressão e, em


seguida, clique em Adicionar à Área de Impressão.

Limpar uma área de impressão

Observação:
Se a sua planilha contiver várias áreas de impressão, limpar uma área de impressão
removerá todas as áreas de impressão na planilha.

1. Clique em qualquer lugar da planilha na qual você deseja limpar a área de impressão.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Limpar Área de


Impressão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 381
Quebras de Página
Quebras de página são divisores que separam uma planilha (planilha: o principal documento
usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica,
que consiste em células organizadas em colunas e linhas e é sempre armazenada em uma pasta
de trabalho) em páginas separadas para impressão. O Microsoft Excel insere quebras de página
automáticas com base no tamanho do papel, nas configurações de margem, nas opções de
escala e nas posições de qualquer quebra de página manual inserida por você. Para imprimir
uma planilha com o número exato de páginas desejado, ajuste as quebras de página na planilha
antes de imprimi-la.
Embora você possa trabalhar com quebras de página no modo de exibição Normal, é
recomendável usar o modo de exibição Visualizar Quebra de Página para ajustá-las de forma
que você possa ver como outras alterações feitas por você (como alterações na orientação
de página e na formatação) afetam as quebras de página automáticas. Por exemplo, você
pode ver como uma alteração feita por você na altura da linha e na largura da coluna afeta o
posicionamento das quebras de página automáticas.
Para substituir as quebras de página automáticas que o Excel insere, é possível inserir suas
próprias quebras de página manuais, mover as quebras de página manuais existentes ou
excluir quaisquer quebras de página inseridas manualmente. Também é possível removê-las de
maneira rápida. Depois de concluir o trabalho com as quebras de página, você pode retornar ao
modo de exibição Normal.

Para inserir uma quebra de página

1. Selecione a planilha que você deseja modificar.

2. Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição da Planilha, clique em Visualização da Quebra


de Página.

Dica:
Também é possível clicar em Visualizar Quebra de Página na barra de status.

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Observação:
Se você obtiver a caixa de diálogo Bem-vindo à Visualização de Quebra de Página,
clique em OK. Para não ver essa caixa de diálogo sempre que você for para o modo de
exibição Visualização de Quebra de Página, marque a caixa de seleção Não mostrar
esta caixa de diálogo novamente antes de clicar em OK.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Para inserir uma quebra de página horizontal, selecione a linha abaixo da qual você deseja
inseri-la.
•• Para inserir uma quebra de página vertical, selecione a coluna à direita da qual você deseja
inseri-la.

4. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Quebras.

5. Clique em Inserir Quebra de Página.

Dica:
Também é possível clicar com o botão direito do mouse na linha abaixo da qual ou
na coluna à direita da qual você deseja inserir uma quebra de linha e clicar em Inserir
Quebra de Página.

Imprimir Títulos
Se uma planilha ocupar mais de uma página, você poderá imprimir títulos ou rótulos de linha e
coluna (também denominados títulos de impressão) em cada página para ajudar a garantir que
os dados sejam rotulados corretamente.

1. Selecione a planilha que deseja imprimir.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Imprimir Títulos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 383
Observação:
O comando Imprimir Títulos aparecerá esmaecido se você estiver em modo de edição
de célula, se um gráfico estiver selecionado na mesma planilha ou se você não tiver
uma impressora instalada.

3. Na guia Planilha, em Imprimir títulos, siga um destes procedimentos ou ambos:


•• Na caixa Linhas a repetir na parte superior, digite a referência das linhas que contêm os
rótulos da coluna.
•• Na caixa Colunas a repetir à esquerda, digite a referência das colunas que contêm os
rótulos da linha.
Por exemplo, se quiser imprimir rótulos de colunas no topo de cada página impressa, digite
$1:$1 na caixa Linhas a repetir na parte superior.

Dica:
Também é possível clicar no botão Recolher Caixa de Diálogo , na extremidade
direita das caixas Linhas a repetir na parte superior e Colunas a repetir à esquerda, e
selecionar as linhas ou as colunas de título que deseja repetir na planilha. Depois de
concluir a seleção das linhas ou colunas de título, clique no botão Recolher Caixa de
Diálogo novamente para voltar à caixa de diálogo.

Observação:
Se você tiver mais de uma planilha selecionada, as caixas Linhas a repetir na parte
superior e Colunas a repetir à esquerda não estarão disponíveis na caixa de diálogo
Configurar Página. Para cancelar uma seleção de várias planilhas, clique em qualquer
planilha não selecionada. Se nenhuma planilha não selecionada estiver visível, clique
com o botão direito do mouse na guia da planilha selecionada e clique em Desagrupar
Planilhas no menu de atalho.

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IMPRESSÃO

É possível imprimir planilhas e pastas de trabalho inteiras ou parciais, uma ou várias por vez. Se
os dados que você deseja imprimir estiverem em uma tabela do Microsoft Excel, você poderá
imprimir apenas a tabela do Excel.

Imprimir uma planilha ou pasta de trabalho inteira ou parcial

1. Siga um destes procedimentos:


•• Para imprimir uma planilha parcial, clique na planilha e selecione o intervalo de dados que
você deseja imprimir.
•• Para imprimir a planilha inteira, clique na planilha para ativá-la.
•• Para imprimir uma pasta de trabalho, clique em qualquer uma de suas planilhas.

2. Clique em Arquivo e depois clique em Imprimir.


Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL + P.

3. Em Configurações, selecione uma opção para imprimir a seleção, a(s) planilha(s) ativa(s) ou
a pasta de trabalho inteira.

Observação:
Se uma planilha tiver áreas de impressão definidas, o Excel imprimirá apenas essas
áreas. Se você não quiser imprimir apenas uma área de impressão definida, marque a
caixa de seleção Ignorar área de impressão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 385
Imprimir várias planilhas de uma vez

1. Selecione as planilhas que você deseja imprimir.

Para selecionar Faça o seguinte


Clique na guia da planilha.

Uma única planilha Caso a guia desejada não esteja exibida, clique
nos botões de rolagem de guias para exibi-la e
clique na guia.

Clique na guia da primeira planilha. Em seguida,


mantenha pressionada a tecla SHIFT enquanto
Duas ou mais planilhas adjacentes
clica na guia da última planilha que deseja
selecionar.
Clique na guia da primeira planilha. Em seguida,
mantenha pressionada a tecla CTRL enquanto
Duas ou mais planilhas não adjacentes
clica nas guias das outras planilhas que deseja
selecionar.
Clique com o botão direito do mouse em uma
Todas as planilhas de uma pasta de trabalho guia de planilha e clique em Selecionar Todas as
Planilhas.

2. Clique em Arquivo e depois clique em Imprimir.


Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL + P.

Imprimir várias pastas de trabalho de uma vez


Todos os arquivos da pasta de trabalho que você deseja imprimir devem estar na mesma pasta.

1. Clique no Arquivo e clique em Abrir.


Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL + A.
2. Mantenha a tecla CTRL pressionada e clique no nome de cada pasta de trabalho que você
deseja imprimir.

3. Clique com o botão direito do mouse na seleção e, em seguida, clique em Imprimir.

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Imprimir uma planilha ou pasta de trabalho


Você pode imprimir planilhas e pastas de trabalho do Microsoft Excel, uma ou várias por vez.
Também é possível imprimir uma planilha parcial, como uma tabela do Excel.

Como se preparar para uma impressão


Antes de imprimir uma planilha com grandes quantidades de dados, ajuste rapidamente
a planilha no modo de exibição Layout da Página. Você pode ver e editar elementos como
margens, orientação de página e cabeçalhos e rodapés.
Verifique se os dados estão visíveis na tela. Por exemplo, se o texto ou os números forem muito
longos para caber em uma coluna eles aparecerão como teclas de cerquilha (##). Também é
possível aumentar coluna para evitar isso.

1. Dimensionamento de coluna

2. Dimensionamento de linha

Observação:
Algumas formatações, como texto colorido ou sombreamento de célula, podem ficar
com uma boa aparência na tela, mas você pode não gostar de sua aparência quando
for impressa em uma impressora branco e preto. Talvez você queira imprimir uma
planilha com as linhas de grade exibidas para que os dados, as linhas e as colunas
fiquem mais realçadas.

Recursos adicionais:
•• Visualizar páginas da planilha antes de imprimir
•• Imprimir uma planilha na orientação paisagem ou retrato
•• Inserir, mover ou excluir quebras de página manuais em uma planilha
•• Usar cabeçalhos e rodapés em impressões de planilhas

www.acasadoconcurseiro.com.br 387
Imprimir uma ou várias planilhas
Selecione as planilhas que você deseja imprimir.

Como selecionar várias planilhas

Para selecionar Faça isto


Clique na guia da planilha.

Uma única planilha Caso a guia desejada não esteja exibida, clique
nos botões de rolagem de guias para exibi-la e,
em seguida, clique na guia.

Clique na guia da primeira planilha. Em seguida,


mantenha pressionada a tecla SHIFT enquanto
Duas ou mais planilhas adjacentes
clica na guia da última planilha que deseja
selecionar.
Clique na guia da primeira planilha. Mantenha
Duas ou mais planilhas não adjacentes pressionada a tecla CTRL enquanto clica nas guias
das outras planilhas que deseja selecionar.
Clique com o botão direito do mouse em uma
Todas as planilhas de uma pasta de trabalho guia da planilha e clique em Selecionar Todas as
Planilhas no menu de atalho.

Dica:
Quando várias planilhas são selecionadas, [Grupo] aparece na barra de título na parte
superior da planilha. Para cancelar uma seleção de várias planilhas em uma pasta
de trabalho, clique em alguma planilha não selecionada. Se nenhuma planilha não
selecionada estiver visível, clique com o botão direito do mouse na guia da planilha
selecionada e clique em Desagrupar Planilhas.

Clique em Arquivo e em Imprimir.


Atalho de teclado Você também pode pressionar CTRL + P.
Clique no botão Imprimir ou ajuste as Configurações antes de clicar no botão Imprimir.

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Imprimir parte de uma planilha


Clique na planilha e selecione o intervalo de dados que você deseja imprimir.
Clique em Arquivo e em Imprimir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + P.
Em Configurações, clique na seta ao lado de Imprimir Planilhas Ativas e selecione Imprimir
Tabela Selecionada.
Clique no botão Imprimir.

Dica:
Se uma planilha tiver áreas de impressão definidas, o Excel imprimirá apenas essas
áreas. Se você não quiser imprimir apenas uma área de impressão definida, marque a
caixa de seleção Ignorar área de impressão.

Imprimir uma ou várias pastas de trabalho

Todos os arquivos da pasta de trabalho que você deseja imprimir devem estar na mesma pasta.
Clique em Arquivo e em Abrir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + O.
Mantenha a tecla CTRL pressionada e clique no nome de cada pasta de trabalho que você
deseja imprimir.
Siga um destes procedimentos:
Em um computador que esteja executando o Windows 7 ou Vista:
•• Clique com o botão direito do mouse na seleção e, em seguida, clique em Imprimir.
Em um computador que esteja executando o Windows XP:
•• Na caixa de diálogo Abrir, clique em Ferramentas e, em seguida, clique em Imprimir.

Imprimir uma tabela do Excel


Clique em uma célula dentro da tabela para habilitá-la.
Clique em Arquivo e em Imprimir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + P.

www.acasadoconcurseiro.com.br 389
Em Configurações, clique na seta ao lado de Imprimir Planilhas Ativas e selecione Tabela
Selecionada.
Clique no botão Imprimir.

Imprimir uma pasta de trabalho em um arquivo


Clique em Arquivo e em Imprimir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + P.
Em Impressora, selecione Imprimir em Arquivo.
Clique no botão Imprimir.
Na caixa de diálogo Imprimir em Arquivo, em Nome do Arquivo de Saída, digite um nome
para o arquivo e clique em OK. O arquivo será exibido na pasta padrão (geralmente Meus
Documentos).

Dica:
Se você imprimir posteriormente o arquivo em um tipo de impressora diferente, as
quebras de página e o espaçamento de fonte poderão mudar.

Algumas outras novidades do Excel 2013

A primeira coisa que você verá quando abrir o Excel é uma nova aparência. Ela é mais organizada
e foi desenvolvida para ajudar você a obter resultados com aparência profissional rapidamente.
Você encontrará muitos recursos novos que permitirão que você se livre de paredes de
números e desenhe imagens mais persuasivas de seus dados, que o auxiliarão a tomar decisões
melhores e com base em mais informações.

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Os modelos fazem a maior parte da configuração e o design do trabalho para você, assim você
poderá se concentrar nos dados. Quando você abre o Excel 2013, são exibidos modelos para
orçamentos, calendários, formulários e relatórios e muito mais.

Análise instantânea de dados

A nova ferramenta Análise Rápida permite que você converta seus dados em um gráfico ou
em uma tabela, em duas etapas ou menos. Visualize dados com formatação condicional,
minigráficos ou gráficos e faça sua escolha ser aplicada com apenas um clique.

Preencher uma coluna inteira de dados em um instante

O Preenchimento Relâmpago é como um assistente de dados que termina o trabalho para


você. Assim que ele percebe o que você deseja fazer, insere o restante dos dados de uma só vez,
seguindo o padrão reconhecido em seus dados. Para ver quando esse recurso é útil, consulte
Dividir uma coluna de dados com base no que você digitar.

www.acasadoconcurseiro.com.br 391
Salvar e compartilhar arquivos online

O Excel torna mais fácil salvar suas pastas de trabalho no seu próprio local online, como seu
OneDrive gratuito ou o serviço do Office 365 de sua organização. Também ficou mais fácil
compartilhar suas planilhas com outras pessoas. Independentemente de qual dispositivo elas
usem ou onde estiverem, todas trabalham com a versão mais recente de uma planilha. Você
pode até trabalhar com outras pessoas em tempo real. Para obter mais informações, consulte
Salvar uma pasta de trabalho na Web.

Novos recursos de gráfico

Mudanças na faixa de opções para gráficos

O novo botão Gráficos Recomendados na guia Inserir permite que você escolha entre uma
série de gráficos que são adequados para seus dados. Tipos relacionados de gráficos como
gráficos de dispersão e de bolhas estão sob um guarda-chuva. E existe um novo botão para
gráficos combinados: um gráfico favorito que você solicitou. Quando você clicar em um gráfico,
você também verá uma faixa de opções mais simples de Ferramentas de Gráfico. Com apenas
uma guia Design e Formatar, ficará mais fácil encontrar o que você precisa.

Fazer ajuste fino dos gráficos rapidamente

Três novos botões de gráfico permitem que você escolha e visualize rapidamente mudanças
nos elementos do gráfico (como títulos ou rótulos), na aparência e no estilo de seu gráfico ou
nos dados que serão mostrados. Para saber mais sobre isso, consulte Formatar seu gráfico.

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Rótulos de dados sofisticados

Agora você pode incluir um texto sofisticado e atualizável de pontos de dados ou qualquer
outro texto em seus rótulos de dados, aprimorá-los com formatação e texto livre adicional
e exibi-los em praticamente qualquer formato. Os rótulos dos dados permanecem no lugar,
mesmo quando você muda para um tipo diferente de gráfico. Você também pode conectá-los
a seus pontos de dados com linhas de preenchimento em todos os gráficos, não apenas em
gráficos de pizza. Para trabalhar com rótulos de dados sofisticados, consulte Alterar o formato
dos rótulos de dados em um gráfico.

Visualizar animação nos gráficos


Veja um gráfico ganhar vida quando você faz alterações em seus dados de origem. Não é apenas
divertido observar, o movimento no gráfico também torna as mudanças em seus dados muito
mais claras.

OUTROS RECURSOS DO EXCEL

Atingir Meta
Se você conhece o resultado que deseja obter de uma fórmula, mas não tem certeza sobre o
valor de entrada necessário para chegar a esse resultado, use o recurso Atingir Meta.
Por exemplo, suponha que você precise de algum dinheiro emprestado. Você sabe o quanto
precisa, por quanto tempo deseja pagar o empréstimo e quanto pode pagar por mês. Nesse

www.acasadoconcurseiro.com.br 393
caso, você pode usar Atingir Meta para determinar que taxa de juros precisa fixar para atender
à sua meta de empréstimo.
Para acessar esse recurso basta clicar em teste de hipóteses na Guia Dados:

Validação de Dados
Você usa a validação de dados para restringir o tipo de dados ou os valores que os usuários
inserem em uma célula.

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Por exemplo, em uma pasta de trabalho de orçamento, é possível configurar um intervalo de


células para permitir apenas números de conta com exatamente três caracteres (sem letras).
Quando os usuários selecionarem a célula, você pode exibir uma mensagem de entrada como
esta:

Para acessar esse recurso você deve selecionar Validação de Dados na Guia Dados.

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Triângulos coloridos na planilha
Dois triângulos que podem aparecer em uma célula

Triângulo verde

Um triângulo verde no canto superior esquerdo de uma


célula indica um erro na fórmula da célula. Se você selecionar
a célula, o botão Rastrear Erro será exibido. Clique na
seta ao lado do botão para ver uma lista de opções.

Um triângulo vermelho no canto superior direito de uma


célula indica que a célula contém um comentário. Se você
colocar o ponteiro do mouse sobre o triângulo, verá o texto
do comentário.

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Questões

1. (87014) 2009 – ADAGRI – CE


Calc é a calculadora do BROffice que pode ser utilizada tanto para cálculos simples como
avançados, mas não disponibiliza opção de formatação ou edição de planilhas eletrônicas.
No entanto, esse aplicativo permite, caso necessário, exportar a planilha para ferramenta
específica de edição, como, por exemplo, o Excel do MS Office.
( ) Certo   ( ) Errado

2. (86420) CESPE – 2013 – BACEN – Técnico – Conhecimentos Básicos – Áreas 1 e 2

Considerando a figura acima, que apresenta uma planilha em edição no LibreOffice Calc, julgue
os itens a seguir. Devido a sua extensão ODS, a planilha da figura poderá ser aberta apenas em
computadores que operem com sistema operacional Linux.
( ) Certo   ( ) Errado

3. (19528) Cespe – 2013 – SERPRO – Superior


Acerca de sistema operacional Linux e BrOffice, julgue os itens a seguir.
O BrOffice é um pacote de softwares que permite a edição de textos extensos, a criação de
planilhas com gráficos e a realização de apresentações com animações.
( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 397
4. (86979) 2010 – ABIN
Uma planilha criada no Excel 2007 e armazenada em arquivo no formato xlsx pode ser exportada
para o padrão XML, por meio do próprio Excel 2007.
( ) Certo   ( ) Errado

5. (92039) CESPE – 2013 – DEPEN – Agente Penitenciário – Conhecimentos Básicos


Julgue o próximo item, relativo à edição de planilhas. Ao se salvar uma planilha em edição no
Microsoft Excel 2010 em configuração padrão, será criado um arquivo com extensão .PPS que
poderá ser exibido no navegador de Internet.
( ) Certo   ( ) Errado

6. (2012 – CESPE – CAMARA DOS DEPUTADOS)


Um arquivo de planilhas em formato XLS, para ser aberto, por exemplo, em outro editor
diferente do Excel, deverá ser inicialmente salvo no Excel como um arquivo do tipo XLSX para
depois ser aberto, livremente em outro software.
( ) Certo   ( ) Errado

7. (86981) 2010 – ABIN


No Excel, os sinais de @ (arroba), + (soma), – (subtração) e = (igual) indicam ao programa o
início de uma fórmula.
( ) Certo   ( ) Errado

8. (86368) 2015 – CESPE – FUB – Conhecimentos básicos


Julgue o item subsequente, relativos às funcionalidades do Microsoft Office 2013. No Microsoft
Excel 2013, as fórmulas sempre começam com o sinal =
( ) Certo   ( ) Errado

9. (2012 – CESPE – PC-AL)


Caso, na figura abaixo, em que é ilustrada uma planilha do aplicativo Excel, seja digitada, na
célula marcada (B9), a fórmula B2+B3+B4+B5+B6+B7, será possível obter a quantidade total de
veículos listados.

( ) Certo   ( ) Errado

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10. (86982) 2010 – MPU – Técnico Administrativo


Os operadores aritméticos do MS Excel 2007 para multiplicação, divisão, potenciação e
porcentagem são, respectivamente, *, /, ^ e %.
( ) Certo   ( ) Errado

11. (2010 – CESPE – TRT-21)


Ao se iniciar uma fórmula no MS Excel com o sinal de =, indica-se que o conteúdo de determinada
célula será um cálculo, cujas operações, se houver vários operadores aritméticos, serão
resolvidas na seguinte sequência: potenciação, multiplicação e divisão, adição e subtração,
respectivamente. O uso de parênteses pode alterar a sequência de resolução de uma operação.
( ) Certo   ( ) Errado

12. (2013 – CESPE – SEE-AL)

A figura acima mostra uma planilha do Excel 2010, na qual constam notas de alunos de uma
turma escolar. Considerando essa figura, os conceitos relativos ao ambiente Windows e os
modos de utilização de aplicativos nesse ambiente, julgue o item seguinte.
Considere que a nota da prova tenha peso três e que os trabalhos tenham peso um. Nessa
situação, a fórmula correta para calcular a média de João é =(3*B2+C2)/4.
( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 399
13. (86992) 2008 – INSS – Técnico do Seguro Social
Considere que, em uma planilha do Excel 2003, as células C2, C3 e C4 contêm, respectivamente,
os números 238, 285 e 251, referentes a pagamentos de contas de luz de um usuário em
três meses sucessivos. Nessa situação, para se calcular a média aritmética dos três valores e
apresentar o resultado na célula C5, é suficiente realizar a seguinte sequência de ações: clicar a
célula C5, digitar = (C2 + C3 + C4)/3 e, em seguida, teclar Enter.
( ) Certo   ( ) Errado

14. (2015 – CESPE – FUB)


No MS Excel, o procedimento denominado referência absoluta possibilita que, ao se copiar,
na planilha, a fórmula de uma célula para outra célula, o programa ajuste automaticamente a
fórmula para que ela se adapte à nova célula.
( ) Certo   ( ) Errado

15. (2011 – CESPE – EBC)


No BrOffice Calc 3, ao se digitar a fórmula =Planilha2!A1 + $A$2 na célula A3 da planilha
Planilha1, será efetuada a soma do valor constante na célula A1 da planilha Planilha2 com o
valor absoluto da célula A2 da planilha Planilha1.
( ) Certo   ( ) Errado

16. (2010 – CESPE – SEDU-ES)


No Microsoft Excel, para se atribuir uma função a um intervalo de células, é correto utilizar
o sinal de três pontos entre a referência inicial e a referência final do intervalo, como, por
exemplo, em =SOMA(C3...C20).
( ) Certo   ( ) Errado

17. (2012 – CESPE – CAMARA DOS DEPUTADOS)


No Excel, é comum o uso de referências para a criação de intervalos em uma tabela. Por
exemplo, B20:D30 se refere às células que se encontram nas colunas B, C e D, da linha 20 à 30.
( ) Certo   ( ) Errado

18. (2011 – CESPE – AL-CE)


Considere que, no BrOffice.org Calc, as planilhas 1 (Plan1) e 3 (Plan3) estejam em um mesmo
arquivo e que, na célula A2 de Plan1, se deseje fazer referência à célula D10 da Plan3. Nesse
caso, em A2, deve-se usar Plan3!D10.
( ) Certo   ( ) Errado

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19. (95932) 2014 – CESPE – ANTAQ – Conhecimentos Básicos – Todos os cargos

Se o usuário clicar a célula F2, digitar =$B2+D$3 e, em seguida teclar ENTER, o conteúdo da
célula F2 será 31, a soma dos conteúdos das células B2 e D3. Se, em seguida, o usuário clicar a
célula F2; pressionar e manter pressionada a tecla CTRL; teclar a tecla C, liberando em seguida
a tecla CTRL; clicar a célula G3; pressionar e manter pressionada a tecla CTRL; teclar a tecla
V, liberando em seguida a tecla CTRL, a célula G3 passará a conter o número 50, soma dos
conteúdos das células B3 e E3.
( ) Certo   ( ) Errado

20. (19494) Cespe – 2011 – AL-ES – Médio


Supondo que, em uma planilha no Excel 2007 versão em português, os itens da coluna A, da
linha 1 até a linha 10, devam ser somados automaticamente e o resultado colocado na linha
11 da mesma coluna, assinale a opção que equivale ao conteúdo da linha 11 para se realizar a
função desejada.
a) =SOMA(A1:A10)
b) *SOMA=A1:A10
c) !SOMA={A1:A10}
d) +SOMA=[A1:A10]
e) SOMA={A1;A10}

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21. (19558) Cespe – 2013 – MTE – Superior

Com relação ao Excel 2010 e a figura acima, que mostra uma janela desse software com dados
de uma planilha em processo de edição, julgue o próximo item.
Para se calcular as somas do salario e da gratificação de Joao, de Jose e de Maria, inserindo os
resultados, respectivamente, nas células D2, D3 e D4, e suficiente realizar a seguinte sequencia
de ações: clicar a célula D2, digitar =B2+C2 e, em seguida, teclar Enter; posicionar o ponteiro
do mouse sobre o canto inferior direito da célula D2; pressionar e manter pressionado o botão
esquerdo do mouse; arrastar o mouse ate que seu ponteiro esteja posicionado no canto inferior
direito da célula D4; finalmente, soltar o botão esquerdo do mouse.
( ) Certo   ( ) Errado

22. (2012 – CESPE – MPE-PI)


No Excel, a fórmula =SOMA(D2:D7) resultará na soma do conteúdo existente na célula D2 com
o conteúdo da célula D7.]
( ) Certo   ( ) Errado

23. (2012 – CESPE – TJ-RR)


Se, em uma célula em branco de uma planilha do BrOffice Calc semelhante à mostrada abaixo,
for inserida a fórmula =(SOMA(A1:B2)+SOMA(A1;B2)), o resultado obtido será 15.

( ) Certo   ( ) Errado

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24. (2012 – CESPE – STJ)


Em uma planilha do Excel 2010, a fórmula =SOMA(B2:B11) apresenta a sintaxe correta para se
obter a soma dos valores contidos nas células da linha 2 à linha 11 da coluna B.
( ) Certo   ( ) Errado

25. (2012 – CESPE – POLÍCIA FEDERAL)


Em uma planilha Excel, para somar os valores contidos nas células de B2 até B16 e colocar
o resultado na célula B17, é suficiente que o usuário digite, na célula B17, a fórmula
=SOMA(B2:B16) e tecle
( ) Certo   ( ) Errado

26. (86421) CESPE – 2013 – BACEN – Técnico – Conhecimentos Básicos – Áreas 1 e 2

Considerando a figura acima, que apresenta uma planilha em edição no LibreOffice Calc, julgue
os itens a seguir. A média da coluna Hoje da planilha pode ser calculada usando-se a seguinte
fórmula: =MÉDIA(D4;D7).
( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 403
27. (3309) CESPE – 2013 – TRT – 10ª REGIÃO (DF e TO) – SUP

Com base na figura acima, que ilustra uma planilha em edição no Excel, a partir da qual foi
gerado o gráfico mostrado, julgue os itens que se seguem.
É possível calcular a média aritmética dos valores contidos nas células B2, B3, B4 e B5 a partir
da fórmula = ∑ Média(B2;B5)
( ) Certo   ( ) Errado

28. (86990) O valor da média aritmética dos seis processos pode ser obtido com o seguinte
procedimento: clicar a célula C9 e, em seguida, digitar a fórmula =MÉDIA(C2;C7).
( ) Certo   ( ) Errado

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29. (97213) CESPE – 2015 – MPOG – SUPERIOR

A figura acima ilustra uma pasta de trabalho aberta em uma janela do programa Excel 2010,
em um computador com o sistema operacional Windows 7. A respeito dessa figura e do Excel
2010, julgue o item que se segue.
Os valores contidos nas células de E3 a E8 podem ter sido obtidos mediante a execução do
seguinte procedimento: clicar na célula E3; digitar =MÉDIA(B3:D3); teclar ; clicar na célula
E3; arrastar o canto inferior direito da célula E3 até a célula E8.
( ) Certo   ( ) Errado

30. (95938) 2014 – CESPE – ANATEL – Analista Administrativo – Engenharia Civil


Com relação aos aplicativos Excel, Word e AutoCAD, julgue o item a seguir. No Excel 2010, a
média geométrica dos valores contidos nas células A1, B1, C1, D1 e E1 pode ser obtida pela
fórmula seguinte: =MÉDIA(A1:C1;D1;E1).
( ) Certo   ( ) Errado

31. (86997) A média dos valores contidos nas células de B3 a B7 pode ser calculada usando-se a
fórmula =média X (B3;B7).
( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 405
32. (2016 – CESPE – TRE-PI)

Considerando que a figura acima mostra parte de uma planilha em processo de edição no Excel,
na qual estão contidas notas de sete alunos, assinale a opção que apresenta a fórmula correta
para se calcular a média dessas notas, apresentada na célula B9 da planilha.
a) =MÉDIA(B2:B8)
b) =MÉDIA(B2∑B8)
c) =MÉDIA(B2,B8)
d) =MÉDIA(B2;B8)
e) =MÉDIA(∑B2:∑B8)

33. (2011 – CESPE – CORREIOS)


Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do Microsoft Excel 2003 com uma planilha
em processo de elaboração, julgue os próximos itens.
As fórmulas e permitem determinar a média dos valores de todos os itens no mês de fevereiro.

( ) Certo   ( ) Errado

406 www.acasadoconcurseiro.com.br
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34. (2016 – CESPE – INSS)


Acerca de aplicativos para edição de textos e planilhas e do Windows 10, julgue o próximo item.
Situação hipotética: Fábio, servidor do INSS, recebeu a listagem dos cinco últimos rendimentos
de um pensionista e, para que fosse calculada a média desses rendimentos, ele inseriu os dados
no LibreOffice Calc, conforme planilha mostrada abaixo.

Assertiva: Nessa situação, por meio da fórmula =MED(A1:A5;5), inserida na célula A6, Fábio
poderá determinar corretamente a média desejada.
( ) Certo   ( ) Errado

35. (2008 – CESPE – INSS)

Ao se posicionar o cursor na célula B10 e inserir, na barra de fórmulas, a expressão


=MÁXIMO(B5:B9) e, em seguida, se teclar , obtém-se como resultado o valor 7,7.
( ) Certo   ( ) Errado

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36. (2015 – CESPE – TRE-MT)

Considerando que a planilha apresentada acima esteja em execução no Microsoft Excel 2013,
assinale a opção correta.
a) A média aritmética dos elementos A1, B2 e C3 pode ser calculada utilizando-se a expressão
= {A1+B2+C3}/3.
b) Utilizando-se a expressão =MED(E3)+ABS(C3-B3-A3) – SOMA(A5), o resultado obtido será
igual a 0.
c) O resultado obtido utilizando-se a expressão = MAXIMO(A1:E1)/E1+A1 será igual a 11.
d) A média aritmética de todos os elementos da linha 4 pode ser calculada utilizando-se a
expressão = MED(A4;B4;C4;D4;E4).
e) A soma de todos os elementos da coluna A pode ser obtida utilizando-se a expressão =
SOMA(A1+A5).

37. (2004 – CESPE – POLÍCIA FEDERAL)


Considere a realização do seguinte procedimento: clicar a célula A1; digitar =Míni-
mo(12;33;99;25;66) e, em seguida, teclar . Após esse procedimento, a referida célula con-
terá o número 12.
( ) Certo   ( ) Errado

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Informática – Prof. Sérgio Spolador

38. (86412) CESPE – 2013 – FUB – Assistente em Administração

Com relação ao Microsoft Excel 2010 e à figura acima, que apresenta uma planilha em edição
nesse software, julgue os itens seguintes. A fórmula =SOMASE($B$4:$B$9;"D";C4:C9) pode ser
utilizada para se inserir, na célula C11, o total das despesas do mês de janeiro.
( ) Certo   ( ) Errado

39. (2011 – CESPE – CORREIOS)


Se, em uma célula de planilha, for digitado um número entre parênteses, o Excel irá exibi-lo
como uma data.
( ) Certo   ( ) Errado

40. (2011 – CESPE – STM)


No Excel, a função permite obter a data e hora do sistema operacional.
( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 409
41. (87001) 2009 – BB – Escriturário
Se a sequência de operações a seguir for realizada na planilha mostrada, nesse caso, a soma do
conteúdo das células D2, D3 e D4 será igual a 99.
( ) Certo   ( ) Errado

42. (86987) A figura abaixo ilustra uma planilha em edição no Microsoft Excel 2007, que
apresenta valores hipotéticos de seis processos. Nessa planilha, o total e a média aritmética
dos valores dos seis processos serão inseridos nas células C8 e C9, respectivamente. Com base
nessas informações, julgue o item subsequente.

Para formatar a fonte dos valores abaixo de R$ 500.000,00 com a cor vermelha e a dos valores
acima de R$ 500.000,00 com a cor azul, é suficiente selecionar a coluna, clicar o menu Fórmulas,
digitar =SE(C2<500000;"vermelho";"azul") e arrastar tudo, copiando a fórmula para as demais
células dessa coluna.
( ) Certo   ( ) Errado

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Informática – Prof. Sérgio Spolador

43. (97212) – CESPE – 2015 – MPOG – SUPERIOR

A figura acima ilustra uma pasta de trabalho aberta em uma janela do programa Excel 2010,
em um computador com o sistema operacional Windows 7. A respeito dessa figura e do Excel
2010, julgue o item que se segue.
O resultado apresentado na célula G3 pode ter sido obtido mediante a execução da seguinte
sequência de operações: selecionar a célula G3; digitar a fórmula =SE(E3<$E$12;$G$11;SE(E3<
$E$13;$G$12;$G$13)); pressionar a tecla
( ) Certo   ( ) Errado

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44. (86993) Considerando a figura abaixo, que ilustra uma janela do Microsoft Excel 2003, julgue os
itens que se seguem.

A fórmula =SE(MÉDIA(C7:C12)>10;SOMA(C7:C12);0) está sintaticamente correta e pode ser


inserida na célula C14.
( ) Certo   ( ) Errado

45. (91940) CESPE – 2012 – BASA – Técnico Bancário


Julgue os itens abaixo, referentes a sistemas operacionais, redes, browsers e aplicativos de uso
diário. No aplicativo BrOfficeCalc 3.0, o valor da célula A2 poderá ser testado utilizando-se a
função =SE(A2>1000;A2*0,15;A2*0,05); se o referido valor for maior que 1.000, deverá ser
multiplicado por 0,05.
( ) Certo   ( ) Errado

46. (87005) 2011 – PC-ES – Escrivão de Polícia


Em uma planilha eletrônica, preenchendo-se qualquer valor numérico nas células B3 e B4, o
resultado da fórmula =SE(B3>SOMA(B3:B4), OK, NC) será sempre NC.
( ) Certo   ( ) Errado

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47. (87009) 2011 – TJ-ES


Em uma planilha em edição no Calc, se houver um número em uma célula e se, a partir dessa
célula, a alça de preenchimento for levada para as células adjacentes, será automaticamente
criada uma sequência numérica a partir desse número.
( ) Certo   ( ) Errado

48. (86413) CESPE – 2013 – FUB – Assistente em Administração

Com relação ao Microsoft Excel 2010 e à figura acima, que apresenta uma planilha em edição
nesse software, julgue os itens seguintes. Ao se selecionar as células C2 e D2 e, com o mouse,
arrastar a alça de preenchimento até a célula H2, os meses de março a junho serão incluídos
automaticamente nas células de E2 a H2, respectivamente.
( ) Certo   ( ) Errado

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49. (86434) CESPE – 2013 – FUB – Auxiliar de Administração

Com referência ao Microsoft Excel 2010 e à figura acima, que mostra uma janela desse software
com uma planilha em edição, julgue os itens seguintes. Na situação da planilha mostrada na
figura, a alça de preenchimento não pode ser utilizada, pois não há informações nas células que
possibilitem a sua utilização.
( ) Certo   ( ) Errado

50. (86984) 2010 – BASA – Técnico Científico


No Excel, a alça de preenchimento é utilizada para a duplicação de um dado inserido em uma
célula para as demais células na direção em que o usuário arrastar o mouse, seja de cima para
baixo, da direita para a esquerda ou na diagonal.
( ) Certo   ( ) Errado

51. (92023) CESPE – 2013 – MJ – Engenheiro Civil


A respeito dos programas Word e Excel, julgue os itens seguintes. O pincel de formatação
permite copiar a formatação de um local e aplicá-lo a outro.
( ) Certo   ( ) Errado

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52. (86999) 2008 – STJ – Técnico Judiciário – Área Administrativa


A figura abaixo mostra uma janela do Excel 2003, com uma planilha em processo de edição,
em que os conteúdos de todas as células são números inteiros, sendo essas células formatadas
com números, sem casas decimais. Considerando essas informações, julgue o item seguinte,
relativo a essa janela e ao Excel 2003.

O conteúdo da célula B2 será exibido como 1,00 ao final da seguinte sequência de ações: clicar
a célula B2, clicar duas vezes o botão .
( ) Certo   ( ) Errado

53. (86978) 2010 – ABIN


Considere que, em planilha em edição no Excel 2003, um usuário registre, nas células C2, C3,
C4, C5, C6 e C7, os seguintes valores, respectivamente: 10, 20, 20, 30, 50, 100. Nessa situação,
caso o usuário selecione a célula C8, formate-a com a opção Separador de Milhares, nela digite
=C4/C2+C7/C6 e, em seguida, tecle ENTER, aparecerá nessa célula o valor 4,00.
( ) Certo   ( ) Errado

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54. (86994) 2010 – MPS – Agente Administrativo
Considerando a figura abaixo, que ilustra uma janela do Microsoft Excel 2003, julgue os itens
que se seguem.

Sabendo que a célula C7 foi definida para o formato do tipo numérico e contém o valor 15,00,
é correto afirmar que o seu valor será alterado para 15.000,00, caso o botão seja clicado.
( ) Certo   ( ) Errado

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55. (22278) Considerando a figura acima, que ilustra uma planilha em edição no Excel, e os
sistemas operacionais e aplicativos dos ambientes Microsoft Office e BrOffice, julgue os itens
subsecutivos.
O formato do texto Número do processo foi obtido mesclando-se as células A1 e A2.

( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 417
56. (86948) Com base na figura, que apresenta um texto em edição no Microsoft Word 2007, julgue
os próximos itens,

Considere que o último parágrafo do texto mostrado na figura seja copiado do MSWord 2007
para uma célula de uma planilha do Microsoft Excel 2007. Nesse caso, é possível tornar todo
o conteúdo visível nessa célula, com exibição em várias linhas, formatando- a com a opção
Quebrar Texto Automaticamente.
( ) Certo   ( ) Errado

57. (22277) Por meio do recurso de formatação condicional, é possível definir que todos os valores
superiores a R$ 1.200.000,00 apareçam na planilha na cor vermelha.
( ) Certo   ( ) Errado

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58. (86998) A figura abaixo mostra uma janela do Excel 2003, com uma planilha em processo de
edição, em que os conteúdos de todas as células são números inteiros, sendo essas células
formatadas com números, sem casas decimais. Considerando essas informações, julgue os
itens seguintes, relativos a essa janela e ao Excel 2003.

Para se alinhar à esquerda os conteúdos das células de A1 a B3, é suficiente realizar a seguinte
sequência de ações: aplicar um duplo clique à célula A1; aplicar um duplo clique à célula B3;
clicar .
( ) Certo   ( ) Errado

59. (5551) CESPE – 2012 – PC-AL – SUP

Considerando a figura acima, que ilustra parte de uma janela do Excel 2010 em execução em
um computador com sistema operacional Windows 7, julgue os itens subsecutivos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 419
Por meio da ferramenta , é possível, entre outras tarefas, copiar o conteúdo da área de
transferência do Windows e colá-lo na célula desejada, sendo possível, ainda, formatar o estilo
de uma célula em moeda, por exemplo.
( ) Certo   ( ) Errado

60. (3298) CESPE – 2013 – TRT – 10ª REGIÃO (DF e TO) – MED

Tendo como referência a figura acima, que exibe um gráfico contido em um texto em edição no
Word, julgue os itens a seguir.
O gráfico apresentado pode ter sido criado com ferramentas próprias do Excel e transferido em
seguida para Word.
( ) Certo   ( ) Errado

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61. (92912) 2013 – CESPE – TRE-MS – Analista Judiciário

Considerando a figura acima, que apresenta uma planilha do Excel a partir de qual se gerou um
gráfico, assinale a opção correta.
a) O gráfico pode ser copiado para um arquivo do Word sem que haja necessidade de se
copiar a planilha.
b) A média de eleitores pode ser calculada corretamente a partir da fórmula
=B3+B4+B5+B6+B7/5.
c) O arquivo Pasta1 poderá ser compartilhado em um grupo de discussão ou em uma rede
social sem perda de dados, desde que a planilha fique separada do gráfico, em outra página
da planilha ou em outro arquivo.
d) Caso as legendas ao lado do gráfico sejam excluídas, os nomes correspondentes às zonas
eleitorais serão automaticamente excluídos os conteúdos das células A3 a A7.
e) O arquivo Pasta1 pode ser aberto por um programa do BrOffice, desde que seja salvo no
formato PPT.

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62. (3865) CESPE – 2013 – TRT – 10ª REGIÃO (DF e TO) – SUP

Com base na figura acima, que ilustra uma planilha em edição no Excel, a partir da qual foi
gerado o gráfico mostrado, julgue os itens que se seguem.
Depois de se salvar a planilha juntamente com o gráfico, será impossível abrir o arquivo no
aplicativo Calc do BrOffice sem que haja perda de dados.
( ) Certo   ( ) Errado

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63. (3866) CESPE – 2013 – TRT – 10ª REGIÃO (DF e TO) – SUP

Com base na figura acima, que ilustra uma planilha em edição no Excel, a partir da qual foi
gerado o gráfico mostrado, julgue os itens que se seguem.
De acordo com os dados mostrados na figura, é correto afirmar que 30% dos processos
pertencem à zona 002.
( ) Certo   ( ) Errado
64. 86995

65. (92902) 2013 – CESPE – SESA-ES – Todos os Cargos


Considerando a edição de um texto com o Microsoft Word e de uma planilha com o Calc, do
BrOffice, assinale a opção correta.
a) Para se inserir um gráfico em um texto editado no Word, é necessário criá-lo, anteriormente,
no Calc e realizar, posteriormente, a sua colagem no Word.
b) Em uma planilha do Calc, a execução da fórmula =Soma(A1;D3) resultará na soma do
conteúdo das células resultará na soma do conteúdo das células A1, A2, A3, B1, B2, B3, C1,
C2, C3, D1, D2 e D3.
c) Ao realizar, no Word, a colagem do conteúdo copiado da planilha editada com o Calc, não
será possível executar o comando Ortografia e Gramática para fazer as correções existentes
no texto, por se tratar de conteúdo de outro programa

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d) Para se transferir o conteúdo de uma planilha editada no Calc para o Word, é necessário
criar, no Word, uma tabela com o mesmo número de linhas e colunas dessa planilha.
e) Um texto no Word poderá ser formatado em duas colunas, ser justificado e ser escrito com
fonte Times New Roman

66. (72197) CESPE – 2012 – STJ – SUPERIOR


Julgue o item subsequente, relativos ao Word 2010 e ao Excel 2010.
Caso queira inserir, em uma planilha do Excel 2010, um gráfico do tipo coluna, o usuário poderá
escolher entre opções de gráficos em 2D e 3D, além de 4D, com a opção de linha do tempo.
( ) Certo   ( ) Errado

67. (3308) CESPE – 2013 – TRT – 10ª REGIÃO (DF e TO) – SUP

Com base na figura acima, que ilustra uma planilha em edição no Excel, a partir da qual foi
gerado o gráfico mostrado, julgue os itens que se seguem.
O gráfico em questão pode ser colado em um relatório editado no Writer do BrOffice sem que
haja perda de dados.
( ) Certo   ( ) Errado

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68. (106404) 2014 – CESPE – MTE – Contador


Acerca de aplicativos do ambiente Microsoft Office, julgue os itens que se seguem. No Microsoft
Excel 2013, ao se clicar o botão Análise Rápida, as funcionalidades disponibilizadas permitem
criar diferentes tipos de gráficos, incluindo gráficos de linhas e colunas, ou, ainda, adicionar
gráficos de miniatura.
( ) Certo   ( ) Errado

69. (91613) 2015 – CESPE – FUB


Acerca do sistema operacional Windows, da planilha Excel 2013 e das ferramentas utilizadas
em redes de computadores, julgue o próximo item. O recurso Recomendações de Gráfico,
disponível no Excel 2013, fornece um conjunto personalizado de gráficos com base em uma
análise dos dados contidos na planilha. Para ter acesso a esse recurso, deve-se selecionar a aba
Dados e, em seguida, clicar o botão Gráficos Recomendados.
( ) Certo   ( ) Errado

70. (3310) CESPE – 2013 – TRT – 10ª REGIÃO (DF e TO) – SUP

Com base na figura acima, que ilustra uma planilha em edição no Excel, a partir da qual foi
gerado o gráfico mostrado, julgue os itens que se seguem.
Ao se aplicar duplo clique no gráfico, selecionar o menu Dados de Origem e clicar a opção
Linhas, nessa ordem, alterar-se-á o estilo do gráfico, que se tornará um gráfico de linha.
( ) Certo   ( ) Errado

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71. (48524) A figura acima ilustra parte de uma janela do Excel, na qual se destaca a ferramenta
AutoSoma, recurso que pode ser corretamente utilizado, entre outras funcionalidades,

a) para se classificarem, em ordem crescente ou decrescente, dados numéricos que


constituam o conteúdo de células previamente selecionadas.
b) para se proteger o conteúdo de células previamente selecionadas contra alterações não
autorizadas, utilizando-se recursos de software antivírus.
c) para se realizarem testes de integridade do conteúdo de células previamente selecionadas,
antes que uma fórmula seja aplicada ao conjunto dessas células.
d) para se calcular a soma ou a média aritmética dos conteúdos numéricos de células
adjacentes previamente selecionadas em uma coluna ou em uma linha da planilha.
e) para que sejam preenchidos automaticamente os conteúdos de um conjunto de células
adjacentes, seguindo-se um padrão estabelecido por outro conjunto de células previamente
selecionadas.

72. (86988) A figura abaixo ilustra uma planilha em edição no Microsoft Excel 2007, que
apresenta valores hipotéticos de seis processos. Nessa planilha, o total e a média aritmética
dos valores dos seis processos serão inseridos nas células C8 e C9, respectivamente. Com base
nessas informações, julgue os itens subsequentes.

Para classificar os processos do menor valor para o maior, é suficiente selecionar as células de
C2 até C7; clicar a ferramenta ; selecionar a opção Classificar do Menor para o Maior e, em
seguida, clicar o botão Classificar.
( ) Certo   ( ) Errado

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73. (2014 – CESPE – POLÍCIA FEDERAL)


No Excel, o comando Classificar de A a Z aplicado a determinada linha de uma planilha ordena
os conteúdos das células dessa linha em ordem alfabética da esquerda para a direita.
( ) Certo   ( ) Errado

74. (48524) A figura acima ilustra parte de uma janela do Excel, na qual se destaca a ferramenta
AutoSoma, recurso que pode ser corretamente utilizado, entre outras funcionalidades,

a) para se classificarem, em ordem crescente ou decrescente, dados numéricos que


constituam o conteúdo de células previamente selecionadas.
b) para se proteger o conteúdo de células previamente selecionadas contra alterações não
autorizadas, utilizando-se recursos de software antivírus.
c) para se realizarem testes de integridade do conteúdo de células previamente selecionadas,
antes que uma fórmula seja aplicada ao conjunto dessas células.
d) para se calcular a soma ou a média aritmética dos conteúdos numéricos de células
adjacentes previamente selecionadas em uma coluna ou em uma linha da planilha.
e) para que sejam preenchidos automaticamente os conteúdos de um conjunto de células
adjacentes, seguindo-se um padrão estabelecido por outro conjunto de células previamente
selecionadas.

75. (2013 – CESPE – CNJ)


Para ordenar, por data, os registros inseridos na planilha, é suficiente selecionar a coluna data
de entrada, clicar no menu Dados e, na lista disponibilizada, clicar ordenar data.
( ) Certo   ( ) Errado

76. (2011 – CESPE – TRE-ES)


No programa Calc, do BrOffice.org, as linhas selecionadas de uma planilha podem ser
classificadas em ordem alfabética, numérica ou por data.
( ) Certo   ( ) Errado

77. (106454) 2015 – CESPE – Telebras – Analista Superior – Comercial


No que se refere ao ambiente Microsoft Office, julgue o item a seguir. A impressão de parte de
uma planilha do Excel dispensa a seleção, com o cursor, da parte que se deseja imprimir, sendo
suficiente marcar-se a opção Seleção na janela de impressão.
( ) Certo   ( ) Errado

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78. (86386) 2015 – CESPE – FUB – Engenheiro Civil
Com referência aos softwares Autodesk AutoCAD 2014 e Microsoft Excel 2013, julgue o seguinte
item. No Excel, o comando Atingir Metas, que utiliza um método iterativo para definir o valor
que atenda a determinada situação proposta, pode ser utilizado para problemas de mais de
uma variável.
( ) Certo   ( ) Errado

79. (86379) 2015 – CESPE – TRE-GO – Analista Judiciário


Julgue os próximos itens, acerca da edição de textos e planilhas. No BrOffice Calc 3, a opção
Atingir Metas do menu Ferramentas permite formatar de maneira condicional a cor de uma
célula (fundo e fontes), ao se atingir determinado valor ou meta.
( ) Certo   ( ) Errado

80. (2014 – CESPE – SUFRAMA)


A partir da funcionalidade Atingir Meta do menu Ferramentas do BrOffice Calc 3.3.4, o usuário
pode resolver uma equação com uma variável, o que permite aplicar o resultado e o valor de
destino diretamente dentro de uma célula.
( ) Certo   ( ) Errado

81. (100033) CESPE – 2015 – STJ – MÉDIO


Julgue o item seguinte, relativo ao sistema operacional Windows 7.0 e ao Microsoft Excel 2013.
O recurso Validação de Dados, do Excel 2013, permite que se configure uma célula de tal modo
que nela só possam ser inseridos números com exatamente doze caracteres. Esse recurso pode
ser acessado mediante a seguinte sequência de acessos: guia Dados; grupo Ferramentas de
Dados; caixa de diálogo Validação de Dados.
( ) Certo   ( ) Errado

82. (2012 – CESPE – TJ-AC)


A funcionalidade validação no BrOffice Calc 3.3 permite definir as entradas de dados que serão
válidas para uma determinada célula, permitindo configurar, inclusive, alerta de erro e ação
que rejeita a entrada inválida de dados.
( ) Certo   ( ) Errado

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83. (86395)

Considerando a figura acima, que apresenta uma planilha em edição no Excel, julgue os itens
a seguir, acerca de sistemas operacionais e aplicativos. Para se acrescentar uma nova linha de
cabeçalho na planilha, é suficiente clicar o botão direito do mouse sobre “1” e, em seguida,
escolher a opção Inserir.
( ) Certo   ( ) Errado

84. (92010)

Considerando a figura acima, que apresenta uma planilha em edição no Excel, julgue os itens
a seguir. A presença do nome do arquivo PLANILHA EM EDIÇAO na barra de título indica que o
sistema operacional salvou o arquivo no disco rígido do computador.
( ) Certo   ( ) Errado

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85. (106392) 2014 – CESPE – Caixa – Nível Superior
Com relação aos conceitos e ao uso de ferramentas e aplicativos do Windows, julgue os itens
a seguir. No Excel, ao se selecionar uma célula que contém um valor numérico e, em seguida,
clicar o botão Estilo de Porcentagem, o valor será multiplicado por 100 e o símbolo % será
colocado ao lado do valor resultante.
( ) Certo   ( ) Errado

86. (38171) CESPE – 2013 – TRT – 17ª Região (ES) – Médio – Noções de Informática – Linux

Considerando a figura acima, que apresenta uma planilha em edição no Excel, julgue os
itens a seguir, acerca de sistemas operacionais e aplicativos. O arquivo apresentado na figura
acima foi criado no ambiente Microsoft Office, portanto ele não poderá ser executado em um
computador no qual conste apenas o sistema operacional Linux.
( ) Certo   ( ) Errado

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87. (92013)

Considerando a figura acima, que apresenta uma planilha em edição no Excel, julgue os itens a
seguir. As células de A3 a A6 foram mescladas e centralizadas.
( ) Certo   ( ) Errado

8. (48522) Considerando a figura acima, que ilustra parte de uma janela do Microsoft Excel 2007
com uma planilha em processo de edição, assinale a opção correta.
a) As informações contidas na janela mostrada evidenciam que o valor contido na célula D3
foi inserido por meio de digitação direta de valor pelo usuário, não podendo ter surgido
como resultado da aplicação de fórmula.
b) Por meio do botão , é possível criar bordas para as células com formato de texto;
bordas para células com formato de números devem ser criadas por meio do botão .
c) Para se alterar a orientação do conteúdo em determinada célula, como, por exemplo, na
direção de uma das diagonais da célula, é correto o uso do botão .
d) As informações representadas pelos ícones evidenciam que essa planilha Excel está
configurada para a inserção apenas de texto e de números, e não, de figuras e imagens.
e) Na situação da planilha mostrada, a célula D2 pode conter uma fórmula do tipo =C2*B2.

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89. (86419)

Considerando a figura acima, que apresenta uma planilha em edição no LibreOffice Calc, julgue
os itens a seguir. Os arquivos criados no LibreOffice Calc não estão sujeitos à contaminação por
vírus, mais frequente em arquivos do sistema operacional Windows.
( ) Certo   ( ) Errado

90. (19580) Cespe – 2013 – UNIPAMPA – Superior

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A partir das figuras acima, que ilustram, respectivamente, uma janela do Excel 2010 e uma
janela do PowerPoint 2010, julgue os itens que se seguem.
Utilizando-se o Excel, para calcular o preço total das cadeiras e inserir o resultado na celular D3,
e suficiente realizar a seguinte sequencia de operações: clicar a celular D3, digitar B3xC3 e, em
seguida, pressionar a tecla Enter.
( ) Certo   ( ) Errado

91. (86402)

A figura acima mostra uma janela do Excel 2010, com uma planilha em processo de edição. Essa
planilha hipotética contém os preços unitários de cadeiras e mesas, assim como a quantidade
de itens a serem adquiridos de cada um desses móveis. Com relação a essa planilha e ao Excel
2010, julgue o item seguinte. Para se inserir na célula D2 o preço total das duas mesas e na
célula D3, o preço total das oito cadeiras, é suficiente realizar a seguinte sequência de ações:
clicar a célula D2; digitar =B2*C2 e, em seguida, teclar Enter; clicar a célula D2 com o botão
direito do mouse e, na lista de opções que surge em decorrência dessa ação, clicar a opção
Copiar; clicar a célula D3; pressionar e manter pressionada a tecla Ctrl e, em seguida, acionar a
tecla V.
( ) Certo   ( ) Errado

92. (86976) 2011 – STM – Técnico Judiciário – Administrativo


No Microsoft Excel 2003, por meio da função lógica Se, pode-se testar a condição especificada
e retornar um valor caso a condição seja verdadeira ou outro valor caso a condição seja falsa.
( ) Certo   ( ) Errado

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93. (22276)

Considerando a figura acima, que ilustra uma planilha em edição no Excel, e os sistemas
operacionais e aplicativos dos ambientes Microsoft Office e BrOffice, julgue os itens
subsecutivos.
Para editar a referida planilha usando-se o Calc, é necessário salvá-la na subpasta BrOffice na
pasta arquivos de programas.
( ) Certo   ( ) Errado

94. (8747) CESPE – 2012 – TJ-AC – Analista Judiciário – SUP


Acerca dos sistemas operacionais Windows e Linux e dos aplicativos Word e Excel, julgue os
próximos itens.
No Word e no Excel, a navegação entre as células de uma tabela dá-se pelo uso das setas e da
tecla ou, ainda, por meio do posicionamento do cursor, a partir do acionamento do botão de
seleção do mouse.
( ) Certo   ( ) Errado

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Informática – Prof. Sérgio Spolador

95. (86431)

Com referência ao Microsoft Excel 2010 e à figura acima, que mostra uma janela desse software
com uma planilha em edição, julgue os itens seguintes. O recurso de autossoma — ∑ — facilita
a soma dos valores de um conjunto de células.
( ) Certo   ( ) Errado

96. (19528) Cespe – 2013 – SERPRO – Superior


Acerca de sistema operacional Linux e BrOffice, julgue os itens a seguir.
O BrOffice é um pacote de softwares que permite a edição de textos extensos, a criação de
planilhas com gráficos e a realização de apresentações com animações.
( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 435
97. (95931)

A figura acima mostra uma janela do Excel 2013 em um computador com o sistema operacional
Windows 8. A respeito dessa figura e do Excel 2013, julgue o item subsequente. Para se
selecionar as células de B1 a E1, é suficiente realizar a seguinte sequência de ações: clicar a
célula B1, pressionar e manter pressionada a tecla SHIFT, clicar a célula E1.
( ) Certo   ( ) Errado

98. (86433)

436 www.acasadoconcurseiro.com.br
PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Informática – Prof. Sérgio Spolador

Com referência ao Microsoft Excel 2010 e à figura acima, que mostra uma janela desse software
com uma planilha em edição, julgue os itens seguintes. De acordo com a situação mostrada na
figura, é correto afirmar que as células no intervalo A1:E1 estão mescladas.
( ) Certo   ( ) Errado

99. (87013) 2010 – BRB – Escriturário


O Calc é um aplicativo incluído na suíte de pacote de software do BROffice e disponibilizado
gratuitamente para uso a partir de um modelo de troca, no qual, se o usuário concordar em
contribuir com adaptações e mudanças nos programas, ele poderá então receber um conjunto
de cópias assim que as mudanças forem aceitas.
( ) Certo   ( ) Errado

100. (92024) CESPE – 2013 – MJ – Engenheiro Civil


A respeito dos programas Word e Excel, julgue os itens seguintes. No Excel, ao inserir-se uma
coluna entre outras duas colunas associadas por fórmulas, o conteúdo da coluna com os
resultados das fórmulas é alterado.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. (87014) Errado 2. (86420) Errado 3. (19528) Certo 4. (86979) Certo 5. (92039) Errado 6. Errado 
7. (86981) Certo 8. (86368) Certo 9. Errado 10. (86982) Certo 11. Certo 12. Certo 13. (86992) Certo 14. Errado 
15. Errado 16. Errado 17. Certo 18. Errado 19. (95932) Certo 20. (19494) A 21. (19558) Errado 22. Errado 
23. Certo 24. Certo 25. Certo 26. (86421) Errado 27. (3309) Errado 28. (86990) Errado 29. (97213) Certo 
30. (95938) Errado 31. (86997) Errado 32. A 33. Errado 34. Errado 35. Certo 36. C 37. Certo 38. (86412) Certo 
39. Errado 40. Certo 41. (87001) Errado 42. (86987) Errado 43. (97212) Certo 44. (86993) Certo 45. (91940) Errado 
46. (87005) Errado 47. (87009) Certo 48. (86413) Certo 49. (86434) Errado 50. (86984) Errado 51. (92023) Certo 
52. (86999) Certo 53. (86978) Certo 54. (86994) Errado 55. (22278) Errado 56. (86948) Certo 57. (22277) Certo 
58. (86998) Errado 59. (5551) Errado 60. (3298) Certo 61. (92912) A 62. (3865) Errado 63. (3866) Certo 
64. (86995) Certo 65. (92902) E 66. (72197) Errado 67. (3308)Certo 68. (106404) Certo 69. (91613) Errado 
70. (3310) Errado 71. (48524) D 72. (86988) Certo 73. Errado 74. (48524) D 75. Errado 76. Certo 
77. (106454) Errado 78. (86386) Errado 79. (86379) Errado 80. Certo 81. (100033) Errado 82. Certo 83. (86395) Certo 
84. (92010) Errado 85. (106392) Certo 86. (38171) Errado 87. (92013) Certo 88. (48522) E 89. (86419) Errado 
90. (19580) Errado 91. (86402) Certo 92. (86976) Certo 93. (22276) Errado 94. (8747) Certo 95. (86431) Certo 
96. (19528) Certo 97. (95931) Certo 98. (86433) Errado 99. (87013) Errado 100. (92024) Errado

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Informática

Professor Welington Ribeiro

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Edital

INFORMÁTICA: 1 Noções de sistema operacional (ambientes Linux e Windows). 2 Edição de


textos e apresentações (ambientes Microsoft Office e BrOffice). 3 Redes de computadores. 3.1
Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet. 3.2 Progra-
mas de navegação (Microsoft Internet Explorer, Mozilla Firefox e Google Chromes). 3.3 Progra-
mas de correio eletrônico (Outlook Express e Mozilla Thunderbird). 3.4 Sítios de busca e pes-
quisa na Internet. 3.5 Grupos de discussão. 3.6 Redes sociais. 3.7 Computação na nuvem (cloud
computing). 4 Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e
programas. 5 Segurança da informação. 5.1 Procedimentos de segurança. 5.2 Noções de vírus,
worms e pragas virtuais. 5.3 Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc.).
5.4 Procedimentos de backup. 5.5 Armazenamento de dados na nuvem (cloud storage).

BANCA: Cespe
CARGO: Agente de Polícia e Escrivão

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Informática

HARDWARE

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Hardware Software
É a parte Física do Computador.
Antônimo de Hardware, é tudo que não
São os equipamentos, os
faz parte dos equipamentos físicos. É a
componentes eletrônicos. “É a
lógica, os programas do computadores.
parte dura (hard)”.

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Software Hardware

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Figura. Diagrama Simplificado de von Neumann

Arquitetura von Neumann é baseada em três conceitos básicos:


1. Os dados e as instruções são armazenados em uma única memória de leitura e escrita;
2. O conteúdo dessa memória é endereçado pela sua posição, independentemente do tipo de
dados nela contidos;
3. A execução de instruções ocorre de modo sequencial (exceto quando essa sequência é
explicitamente alterada de uma instrução para a seguinte).

fonte: Tanenbaum

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Tanembaum explicou o funcionamento nesse desenho.
Tanembaum explicou o funcionamento nesse desenho.

(CESPE – 2010 – BASA – Técnico Científico – Tecnologia da Informação – Arquitetura de


Tecnologia)
A máquina proposta por Von Neumann reúne componentes como memória, unidade aritmética
e lógica, unidade central de processamento (UCP), composta por diversos registradores, e
unidade de controle.
( ) Certo   ( ) Errado

Unidade de Armazenamento X Unidade de processamento


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Unidade de Armazenamento X Unidade de processamento

Velocidade
Armazenamento

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Unidades de Armazenamento
•• A linguagem dos computadores
•• Uma notação matemática
•• Aritmética binária: utiliza apenas os dígitos 0 e 1
•• Internamente:
•• Há corrente: 1
•• Não há corrente: 0
•• Bit e byte
•• Bit: um dígito binário (0 ou 1) (binary digit)
•• Byte: conjunto de 8 bits

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Unidades de
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Armazenamento
KILO Kade KILO Kade
MEGA Minhas MEGA Meus
GIGA Gatinhas GIGA Gatinhos
TERA Taradas TERA Tarados

Unidades de
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processamento

Hz é uma unidade de frequência que indica ciclos por


segundo, ou seja, quantas oscilações ou vibrações
ocorrem em um segundo em um evento periódico.

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Processador www.facebook.com/professortonzera

Processador

Memória

Interna – Principal – De execução – Volátil


•• Mais próxima dos CPU
São mais caras, Rápidas Ex: Registradores, Cache)
•• Mais “Longe” do CPD
São conectáveis, mais lentas. Ex: RAM (ACESSO ALEATÓRIO), DRAM (DINAMICO), SRAM
(ESTÁTICO)
•• ROM (memória gravada para leitura, alguns atores tem ela como memória secundária,
observar o contexto da questão)

Externa – Secundaria – De Armazenamento – Não Volátil


•• Hd, CD-ROM, DVD-ROM, SSD, PENDRIVE

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Hardware – Armazenamento

Equipamento Medida Utilizada Exemplo


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Disquete 3,5 Megabyte 1,44 MB

Hardware
HD – Hard Disk - Gigabyte
Armazenamento
/ Terabyte 1 TB
CD – Rom Megabyte 700 MB
Equipamento Medida Utilizada Exemplo
Zip Drive
Disquete 3,5 Megabyte
Megabyte 1,44 MB100 MB
Blu-Ray
HD – Hard Disk Gigabyte
Gigabyte / Terabyte 25
1 TB a 50 GB*
CD - Rom Megabyte 700 MB
DVD Zip Drive Gigabyte
Megabyte 100 4,7
MB a 17 GB*
Blu-Ray Gigabyte 25 a 50 GB*
DVD gigabyte 4,7 a 17 GB*

Periféricos

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Entrada
Periféricos
Entrada

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Saída
Periféricos
Saída

Entrada é saída.www.facebook.com/professortonzera
Periféricos
Entrada é saída.

Portas

•• Porta serial
•• Porta paralela
•• USB
•• HDMI
•• VGA
•• PS/2
•• Conector Speaker
•• Porta LAN (RJ-45)

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Porta serial

Porta paralela

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USB

LANÇAMENTO LARGURA DE BANDA NOMENCLATURA


USB 1.0 1995 – 1996 12Mb/s Full Speed
USB 1.1 1998 12Mb/s -
USB 2.0 2000 ∼ 2001 480Mb/s High Speed
USB 3.0 2008 5Gb/s SuperSpeed
USB 3.1 2013 10Gb/s SuperSpeed +

Tecnologia Plug and Play e conectar até 127 dispositivos ao mesmo tempo.

VGA

BITS POR PIXEL NÚMERO DE CORES


1 2
2 4
4 16
8 256
15 32.768
16 65.536  (HIGH COLOR)
24 16.777.216 (HIGH COLOR)

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HDMI

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Portas
PS/2 PS/2

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Portas
Conector Speaker
•  Conector Speaker

Porta LAN (RJ-45)

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Questões

1. (CESPE – 2013 – PF – Escrivão) 5. (CESPE – 2012 – PF – Agente)


Diferentemente de um processador de 32
bits, que não suporta programas feitos para
64 bits, um processador de 64 bits é capaz
de executar programas de 32 bits e de 64
bits.
( ) Certo   ( ) Errado

2. (CESPE – 2013 – PF – Escrivão)


Um processador moderno de 32 bits pode Com base nas figuras apresentadas acima,
ter mais de um núcleo por processador. julgue os itens consecutivos.
( ) Certo   ( ) Errado A figura 2 ilustra um conector do tipo S-
-Vídeo, utilizado para ligar dispositivos de
vídeo em computadores ou em outros equi-
3. (CESPE – 2012 – PF – Papiloscopista)
pamentos de vídeo.
Acerca de conceitos de hardware, julgue o
( ) Certo   ( ) Errado
item seguinte.
Diferentemente dos computadores pesso-
6. (CESPE – 2011 – TRE-ES – Técnico Judiciário)
ais ou PCs tradicionais, que são operados
por meio de teclado e mouse, os tablets, Julgue o item a seguir, relativo aos conceitos
computadores pessoais portáteis, dispõem de componentes funcionais e dispositivos
de recurso touch-screen. Outra diferença de entrada e saída de computadores. Ape-
entre esses dois tipos de computadores diz sar de o dispositivo USB 2.0 ter velocidade
respeito ao fato de o tablet possuir firmwa- superior à da versão anterior, USB 1.1, ele é
res, em vez de processadores, como o PC. compatível com dispositivos que funcionam
com o USB 1.1, desde que a taxa de trans-
( ) Certo   ( ) Errado
ferência de dados desses dispositivos não
ultrapasse 1,5 Mbps.
4. (CESPE – 2012 – PF – Agente)
O uso de dispositivos bluetooth em portas
USB necessita de driver especial do sistema
operacional. Em termos de funcionalidade,
esse driver equivale ao de uma interface de
rede sem fio (wireless LAN), pois ambas as
tecnologias trabalham com o mesmo tipo
de endereço físico.
( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

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7. (CESPE – 2011 – TRE-ES – Técnico Judiciário) 11. (CESPE – TER-PE – 2016)
Julgue o item subsequente, relativo a con- Assinale a opção que apresenta dispositivo
ceitos básicos de informática. Para que um de conexão que suporta, por meio de um
programa possa ser executado em um com- único cabo, formatos de imagens de televi-
putador, é necessário que um HD (hard disk) são ou de computador, incluindo resoluções
seja instalado nesse computador. padrão, alta definição e 4k.
( ) Certo   ( ) Errado a) EGA
b) HDMI
c) VGA
8. (CESPE – 2011 – TRE-ES – Técnico Judiciário) d) videocomponente
Considerando a manutenção de equipa- e) DVI
mentos de informática, julgue o item subse-
cutivo. Para a recuperação de arquivos em 12. (CESPE – TRE-RS – 2015)
HD danificado, um dos procedimentos nor- Com relação aos componentes básicos de
malmente utilizados é o Particionar. um computador, assinale a opção correta.
( ) Certo   ( ) Errado a) A memória do computador é composta
por um conjunto de registradores, sen-
9. (CESPE – TRE-PI – 2016) do o tamanho de cada um calculado em
bits.
Um usuário necessita realizar uma cópia de b) Para melhorar o desempenho do pro-
segurança do disco rígido do computador, cessador, cada registrador é responsá-
cujo tamanho total é de 4 GB. Para atender vel por armazenar vários endereços,
a essa demanda de becape, ele deve utilizar compostos de radicais, que, na prática,
um são as três primeiras letras de uma pa-
lavra, associadas a um número único
a) CD-RW virgem.
gerado pelo sistema.
b) disquete de alta densidade formatado.
c) A UCP é a parte mais importante de um
c) pendrive que contenha 3.800 MB de es-
computador, a qual é formada por três
paço livre.
outras unidades principais: a unidade
d) smartphone com cartão SD que tenha
lógica (UL), a unidade aritmética (UA) e
3.800 MB de espaço livre.
a unidade de controle (UC).
e) DVD-RW virgem.
d) Conceitualmente, um processador é di-
ferente de uma unidade central de pro-
10. (CESPE – 2011 – TRE-ES – Técnico Judiciário)
cessamento (UCP). Enquanto o primeiro
Com relação aos componentes de computa- é responsável por executar operações
dores digitais e aos seus periféricos e dispo- de adição e subtração, o segundo é
sitivos de armazenamento de dados, julgue responsável por transferir o resultado
o item que se segue. O termo ROM é utiliza- dessas operações para a memória prin-
do para designar os discos rígidos externos cipal.
que se comunicam com o computador por e) Os barramentos servem para interligar
meio de portas USB e armazenam os dados os componentes da memória secundá-
em mídia magnética, sendo, portanto, um ria, área responsável por armazenar e
tipo de memória volátil. processar os dados no computador.
( ) Certo   ( ) Errado

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13. (CESPE – 2011 – TRE-ES – Técnico Judiciário) 15. (CESPE – 2011 – TRE-ES – Técnico Judiciário)
Com relação aos componentes de computa- Com relação aos componentes de computa-
dores digitais e aos seus periféricos e dispo- dores digitais e aos seus periféricos e dispo-
sitivos de armazenamento de dados, julgue sitivos de armazenamento de dados, julgue
o item que se segue. A comunicação entre o item que se segue. Quando usado correta-
o microprocessador e as memórias RAM e mente, um modem adequado pode permi-
cache de um computador digital é sempre tir que um computador transmita e receba
feita através de uma porta USB, pois essas dados de outros sistemas computacionais,
memórias são as que apresentam o tempo também conectados a dispositivos adequa-
de acesso mais rápido possível. dos e corretamente configurados, por via
telefônica.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
14. (CESPE – TRE-PE – 2016)
16. (CESPE – TRE-PE – 2016)
O dispositivo de impressão dotado de agu-
lhas constitui parte do modelo de impressora O dispositivo responsável por armazenar
dados, mas que, diferentemente dos siste-
a) de sublimação. mas magnéticos, não possui partes móveis
b) com tecnologia digital LED. e é construído em torno de um circuito inte-
c) a jato de tinta. grado semicondutor é o(a)
d) matricial.
e) a laser. a) DVD.
b) SSD.
c) DDS.
d) HDD.
e) disquete.

Gabarito: 1. Certo 2. Certo 3. Errado 4. Errado 5. Certo 6. Errado 7. Errado 8. Errado 9. E 10. Errado 
11. B 12. A 13. Errado 14. D 15. Certo 16. B

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REDE

Rede de Computadores modelo OSI

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Rede de Computadores

(*) Alguns autores denominam Camada Inter-rede


(**) Alguns autores denominam as camadas de Enlace/Física como Intra-rede

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Protocolos – TCP X UDP

Alguns protocolos

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TELNET (TERMINAL EMULATOR)

Atenção!!

CUIDADO!

HTTPS

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Protocolo de E-mail

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VPN – VIRTUAL PRIVATE NETWORK

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Intranet

Tipo de Rede de Computadores

LAN (Local Area Network) – Também chamada de Redes Locais, são o tipo de redes mais
comuns uma vez que permitem interligar computadores, servidores e outros equipamentos
de rede, numa área geográfica limitada (ex. Salas de Aula, Residências, Praças de Alimentação,
etc).

PAN (Personal Area Network) – Também é designada como redes de área pessoal, é o tipo de
rede onde é utilizada tecnologias de rede sem fios para interligar os mais variados dispositivos
(ex. computadores, smartphones, tablets etc) em uma área muito reduzida.

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WAN (Wide Area Network) – Permitem a interligação de redes locais, metropolitanas e


equipamentos de rede, numa grande área geográfica (ex. país, continente, etc).

WWAN (Wireless Wide Area Network) – Rede de longa distância sem-fio é uma tecnologia
que as operadoras de celulares utilizam para criar a sua rede de transmissão. (Ex. CDMA, GSM,
HSPA, etc).
MAN (Metropolitan Area Network) – Permitem a ligação de redes e equipamentos em uma
área metropolitana (ex. locais situados em diversos pontos de uma cidade). O serviço NET
Virtua pode ser considerado uma Rede MAN.

www.acasadoconcurseiro.com.br 467
RAN (Regional Area Network) é uma rede de uma região geográfica específica. Caracterizadas
pelas conexões de alta velocidade utilizando cabo de fibra óptica, RANs são maiores que as
redes LAN e MAN, mas são menores que as Redes WAN. Num sentido mais restrito as Redes
RANs são consideradas uma sub-classe de redes MAN.
WMAN (Wireless Metropolitan Area Network) – Muito similar a Redes MAN, mas esta não
possui fios. Foi atribuído a este padrão, o nome WiMAX  (Worldwide Interoperability for
Microwave Access) onde oferece conectividade para uso doméstico, empresarial e em hotspots
através de um único ponto linear.

CAN (Campus Area Network) – Rede que interliga computadores situados em diferentes
edificações de um mesmo complexo institucional (Ex. Universidades, Condomínios, etc).

468 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Bluetooth

Rede de Computadores

www.acasadoconcurseiro.com.br 469
Placa de rede

HUB

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Switch

Topologia de Redes

www.acasadoconcurseiro.com.br 471
Comparação!

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Questões

1. (CESPE – 2014 – ICMBIO – Nível Médio – Uma rede local (LAN) permite conectar um
Conhecimentos Básicos – Todos os Cargos) número reduzido de computadores entre si,
uma vez que ela é usada para comunicação
Julgue os itens a seguir acerca de redes de em uma área geograficamente pequena. A
computadores, de correio eletrônico Ou- recomendação técnica é de que esse núme-
tlook Express e computação na nuvem ro não ultrapasse cem computadores.
Uma rede de dados, assim como os softwa- ( ) Certo   ( ) Errado
res, tem a função de transmitir informações
e processá-las
5. (CESPE – 2013 – ANS – Técnico Administrativo)
( ) Certo   ( ) Errado
Com base em conceitos de segurança da in-
formação, julgue o item abaixo.
2. (CESPE – 2014 – ICMBIO – Nível Médio –
Conhecimentos Básicos – Todos os Cargos) Para conectar um computador a uma rede
wireless, é imprescindível a existência de
Julgue os itens a seguir acerca de redes de firewall, haja vista que esse componente,
computadores, de correio eletrônico Ou- além de trabalhar como modem de cone-
tlook Express e computação na nuvem xão, age também como sistema de elimina-
Uma rede de dados, assim como os softwa- ção de vírus.
res, tem a função de transmitir informações ( ) Certo   ( ) Errado
e processá-las
( ) Certo   ( ) Errado 6. (CESPE – 2014 – Polícia Federal – Agente de
Polícia Federal)
3. (CESPE – 2014 – CADE – Nível Médio – Julgue o item a seguir, relativo a computa-
Conhecimentos Básicos) ção em nuvem e ao programa de correio
No que se refere a redes de computadores, eletrônico Mozilla Thunderbird.
julgue o próximo item. Entre as desvantagens da computação em
Tamanho físico, tecnologia de transmissão e nuvem está o fato de as aplicações terem de
topologia são critérios utilizados para classi- ser executadas diretamente na nuvem, não
ficar as redes de computadores. sendo permitido, por exemplo, que uma
aplicação instalada em um computador
( ) Certo   ( ) Errado pessoal seja executada.
( ) Certo   ( ) Errado
4. (CESPE – 2013 – MJ – Analista Técnico –
Administrativo – Conhecimentos Básicos)
Julgue os próximos itens, acerca de redes
de computadores, do programa de correio
eletrônico Outlook Express e do Microsoft
Office 2013.

www.acasadoconcurseiro.com.br 473
7. (CESPE – 2015 – Telebras – Analista Supe- 9. (CESPE – 2012 – PC-AL – Agente de Polícia)
rior – Comercial)
No que se refere à segurança da informação
Com relação a redes de computadores e a em redes de computadores, julgue os itens
Internet, julgue o item subsequente. Redes seguintes.
de comunicação do tipo ponto a ponto são
indicadas para conectar, por exemplo, ma- A rede privada virtual (VPN) do tipo site-to-
triz e filiais de uma mesma empresa, com -site constitui-se, entre outros elementos,
altas taxas de velocidade de conexão. de um canal de comunicação criptografado
entre dois gateways de rede.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

8. (CESPE – 2012 – PC-AL – Delegado de Polícia)


A respeito de conceitos básicos relaciona-
dos à informática e dos modos de utilização
das tecnologias de informação, julgue os
itens que se seguem.
Os conectores padrão do tipo RJ-45 são uti-
lizados para conectar as placas de redes dos
computadores aos cabos de redes locais.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. Errado 2. Errado 3. Certo 4. Errado 5. Errado 6. Errado 7. Certo 8. Certo 9. Certo

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INTERNET

WWW = WORLD WIDE WEB

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WWW -> WORLD WIDE WEB

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Como acessar paginas na Internet?


Como acessar paginas na Internet?

O que são hiperlinks?

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A URL é o endereço de um recurso disponível em uma rede, seja a rede internet, intranet ou
Extranet e significa em inglês Uniform Resource Locator, e em português é conhecido
por Localizador Padrão de Recursos, ENDEREÇO VIRTUAL.
Com relação ao ambiente Windows e a aplicativos de edição de textos e de
navegação na Internet, julgue os itens seguintes.
Uma URL contém o nome do protocolo utilizado para transmitir a informação
ou arquivo e informações de localização da máquina onde esteja armazenada
uma página web.

IP

É um protocolo de comunicação usado entre todas as máquinas em rede para encaminhamento


dos dados. Tanto no Modelo TCP/IP, quanto no Modelo OSI, o importante protocolo da internet
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IP está na camada intitulada camada de rede.

•• Site: Qualquer projeto na web é um site “paginas”


•• Blog: Basicamente é um site porem mais dinâmico e menos
formal.
•• Portal: São site que na verdades são portas para outros sites ou
serviços de som vídeos e outros.

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DOWNLOAD/UPLOAD

Navegador, Web Browser ou simplesmente Browser, é um aplicativo que disponibiliza


ferramentas simples para o acesso a Internet. Os navegadores em conjunto com os protocolos
de transporte (HTTP, FTP, SMTP,IMAP,POP,TCP,UDP)

Internet Explorer ou apenas IE. 11


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Internet Explorer ou apenas IE. 11

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Mozilla FireFox

•• Navegação com Abas/Guias/Paletas;


•• Recurso para ativar múltiplas páginas iniciais;
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•• RSS Feeds/Últimas notícias do site.
Mozilla FireFox

opções
Pocket
V
A i p
d
d s r Navegação
o
i u i compartilhada
w
c a n
n
i l c
l
o i i
o
n z p
a
a a a
d
r r l

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Mozilla FireFox – Atalhos

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Google Chrome

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Google Chrome

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Alt + F: abre a pasta de ferramentas;


Ctrl + Enter: adiciona “www.” e “.com” ao endereço digitado;
Ctrl + T: abre uma nova aba;
Ctrl + Shift + T: reabre a última aba fechada;
Ctrl + N: abre uma nova janela;
Ctrl + Tab: alterna para a aba seguinte;
Ctrl + Shift + Tab: alterna para a aba anterior;
Ctrl + F4: fecha a aba ativa;
Alt + F4: fecha a janela ativa;
Ctrl + N: abre uma nova janela;
Ctrl + Shift + N: abre uma nova janela anônima;
Ctrl + Shift + B: ativa ou desativa a barra de favoritos;
Backspace: retorna a página para o endereço anterior;
F1: abre a aba de ajuda do navegador;
F11: ativa ou desativa o modo Tela Cheia.
Ctrl + D: adiciona a página atual aos favoritos;
Ctrl + Shift + D: adiciona todas as abas abertas em uma pasta de favoritos;
Ctrl + K: insere um campo de busca ao final do endereço ativo;
Ctrl + J: abre a aba de downloads;
Ctrl + H: abre a aba de histórico;
Ctrl + P: imprime a página atual;
Shift + Esc: abre o gerenciador de tarefas do navegador;
Ctrl + Shift + J: ativa ou desativa o gerenciador para desenvolvedores;
Ctrl + L: seleciona o endereço da aba ativa;
Ctrl + Backspace: deleta a parte do endereço que estiver à esquerda da seleção;
Ctrl + F: busca algum termo na página;
Ctrl + G: busca o termo seguinte na mesma pesquisa;
Ctrl + Shift + G: busca o termo anterior;
Ctrl + U: mostra o código-fonte da página ativa;
Ctrl + R: atualiza a página (o mesmo que o F5);

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Ctrl + (1,2,3, ..., 9): abre a aba ordenada pelo algarismo;
Ctrl + clique: abre link em uma nova aba;
Shift + Clique: abre link em uma nova janela;
Ctrl + “+”: aumenta o texto da página;
Ctrl + “-”: diminui o texto da página;
Ctrl + 0 (zero): retorna o texto para o tamanho padrão;
Ctrl+ O (letra O): abre um arquivo do computador no Google Chrome;

Motores de Busca
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Motores de Busca

Pesquisa

Botão estou com sorte, funciona como uma espécie de buscador rápido, uma espécie de atalho.

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1. Frases explícitas: professortonzera, “informática para concursos”


2. Professortonzera – facebook
3. Pesquisas para um site específico: Exemplo de busca: “SEO” site:br.hubspot.com
4. Arquivos específicos Exemplo: “informática” filetype:docx
5. Digitar um equação já vira uma calculadora
6. Isso OU aquilo: Exemplo de pesquisa:  marketing OR publicidade
7. O * pode ser um curinga quando não souber uma palavra.
8. traduzir "amor" para inglês
9. Pesquisar voo: JJ2091
10. X. SafeSearch O Google dispõe de um mecanismo que pode filtrar automaticamente
conteúdo pornográfico ou sexualmente explícito. Basta incluir, ao final da url de pesquisa, a
string &safe=active

Correio Eletrônico

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Questões

A figura anteriro mostra uma janela do na-


vegador Internet Explorer aberta em um
computador equipado com o sistema ope-
racional Windows 7. A respeito dessa janela
e de conceitos e aplicativos associados à In-
ternet, julgue os itens seguintes.

3. (CESPE – 2013 – MI – Assistente Técnico


Administrativo)
Na situação mostrada na figura, ao se clicar
o botão , será aberto um aplicativo de cor-
reio eletrônico que permitirá o envio de uma
A partir da figura, que ilustra uma janela do mensagem ao responsável pela página da
navegador Internet Explorer, julgue os pró- Web atualmente em exibição (www.unb.br).
ximos itens. ( ) Certo   ( ) Errado

1. (CESPE – 2013 – MPU)


4. (CESPE – 2013 – MI – Assistente Técnico
A página apresentada poderá ser impressa, Administrativo)
desde que seja copiada e transferida para o
editor de textos Word. Na situação mostrada na figura, ao se clicar
a ferramenta , será adicionado o modo
( ) Certo   ( ) Errado anônimo de navegação, que evita que o na-
vegador guarde, no histórico, as páginas da
2. (CESPE – 2013 – MPU) Web visitadas.

A opção de criar página com os tópicos fa- ( ) Certo   ( ) Errado


voritos é vantagem do Google Chrome em
relação ao Internet Explorer. 5. (2012 – CESPE – TJ-AL – Analista Judiciário
( ) Certo   ( ) Errado – Área Judiciária)
Assinale a opção que cita apenas exemplos
de navegadores web.
a) Dropbox, Mozilla Thunderbird, Outlook
Express e Google.
b) Windows Explorer, Mozilla Firefox, Safa-
ri e Outlook Express.
c) Google Chrome, Opera, Mozilla Firefox
e Dropbox.
d) Mozilla Firefox, Safari, Opera e Shiira.
e) Shiira, Windows Explorer, Google Chro-
me e Mozilla Thunderbird.

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6. (2016 – CESPE – PC-PE) 7. (2011 – CESPE)
Dois analistas, que compartilham a mesma O protocolo mais utilizado para acessar da-
estação de trabalho ao longo do dia — um dos da World Wide Web (WWW) é o
no turno matutino e outro no turno vesper-
tino —, utilizam a versão mais recente do a) UDP.
Google Chrome e desejam que esse navega- b) HTTP.
dor memorize os dados de formulários dos c) URL.
sistemas web do órgão em que atuam, sem d) HTML.
que as senhas desses formulários sejam e) TCP.
memorizadas.
8. (2016 – CESPE – INSS – Técnico do Seguro
Considerando essa situação hipotética, assi- Social)
nale a opção correta.
Com relação a informática, julgue o item
a) É possível configurar o browser para que se segue.
memorizar dados dos formulários, en-
tretanto isso implica necessariamente Na Internet, os endereços IP (Internet Pro-
o armazenamento das respectivas se- tocol) constituem recursos que podem ser
nhas, ainda que de modo independente utilizados para identificação de microcom-
para cada analista. putadores que acessam a rede.
b) Não é possível memorizar nomes de ( ) Certo   ( ) Errado
usuários e senhas para cada analista in-
dividualmente, visto que o navegador
em questão armazena os dados de for- 9. (2016 – CESPE – DPU)
mulários no mesmo local, independen-
A respeito da Internet e suas ferramentas,
temente do perfil do usuário na estação
julgue o item a seguir.
de trabalho.
c) Cada analista deve, ao fim de seu tur- O TCP/IP, conjunto de protocolos criados no
no, limpar os dados de navegação e de início do desenvolvimento da Internet, foi
privacidade para evitar sobreposição e substituído por protocolos modernos, como
compartilhamento de dados dos formu- o WiFi, que permitem a transmissão de da-
lários no navegador, pois independen- dos por meio de redes sem fio.
temente da configuração os dados do
browser são únicos para todos os usuá- ( ) Certo   ( ) Errado
rios que acessem a estação.
d) Não é possível realizar quaisquer confi- 10. (2015 – CESPE – TRE-GO)
gurações adicionais no navegador, uma
vez que este, necessariamente, armaze- Internet e redes de computadores, julgue o
na dados e senhas de formulários.  item a seguir.
e) É possível configurar o browser para
O endereço IPv6 tem 128 bits e é formado
memorizar dados dos formulários e não
por dígitos hexadecimais (0-F) divididos em
armazenar senhas de modo indepen-
quatro grupos de 32 bits cada um.
dente para cada analista.
( ) Certo   ( ) Errado

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11. (2013 – CESPE – IBAMA – Analista Ambiental) 14. (2016 – CESPE – PC-PE)
Com referência ao Portal do Software Públi- Assinale a opção que apresenta correta-
co, que é um espaço reservado para o com- mente o texto que, ao ser digitado no sítio
partilhamento de software de interesse pú- de buscas Google, permite localizar, na web,
blico, julgue os itens que se seguem. arquivos no formato pdf que contenham a
frase “valorização do policial civil”, mas não
Um software que seja candidato a ser ofe- contenham o vocábulo “concurso”.
recido no referido portal, mas que dependa
de sistemas operacionais proprietários, não a) ‘valorização do policial civil’ without
atenderá às condições para ser ofertado no ‘concurso’ type(pdf)
portal em questão. b) ‘valorização do policial civil’ no:concurso
archive(pdf)
( ) Certo   ( ) Errado c) “valorização do policial civil”
not(concurso) in:pdf
12. (2013 – CESPE – SEFAZ-ES) d) “Valorização do Policial Civil.” -concurso
filetype:pdf
Serviços de correio eletrônico gratuitos, e) valorização and do and policial and civil
como o Gmail, o Hotmail e o Outlook Ex- exclude(concurso) in:pdf
press, utilizam, pelo menos, dois protocolos
de aplicação na Internet. A interface desses 15. (2015 – CESPE – TRE-MT)
serviços é web, logo eles suportam o proto-
colo HTTP. No entanto, para o envio de cor- Assinale a opção que apresenta uma forma
reio eletrônico para domínios de email dife- adequada e específica de
rentes do domínio de origem, esses serviços buscar no Google por arquivos pdf relacio-
utilizam, pelo menos, o protocolo. nados ao BrOffice.
a) IMAP. a) filetype:pdf broffice
b) SNMP. b) related:pdf broffice
c) RTSP. c) link:pdf broffice
d) POP3. d) link broffice
e) SMTP. e) type:file broffice
13. (2013 – CESPE – Polícia Federal – Perito Cri- 16. (2016 – CESPE – TRE-PI Prova)
minal Federal)
Assinale a opção que apresenta a combina-
Considere que um usuário necessite utilizar ção de teclas que permite abrir uma nova
diferentes dispositivos computacionais, per- aba no navegador Mozilla Firefox, em sua
manentemente conectados à Internet, que versão mais recente e com configuração pa-
utilizem diferentes clientes de email, como o drão, instalada em uma máquina com siste-
Outlook Express e Mozilla Thunderbird. Nes- ma operacional Windows.
sa situação, o usuário deverá optar pelo uso
do protocolo IMAP (Internet message access a) Ctrl + B
protocol), em detrimento do POP3 (post offi- b) Ctrl + D
ce protocol), pois isso permitirá a ele man- c) Ctrl + E
ter o conjunto de emails no servidor remoto d) Ctrl + T
ou, alternativamente, fazer o download das e) Ctrl + A
mensagens para o computador em uso.
( ) Certo   ( ) Errado

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Gabarito: 1. Certo 2. Certo 3. Errado 4. Errado 5. D 6. E 7. B 8. Certo 9. Errado 10. Errado 11. Certo 
12. E 13. Certo 14. D 15. A 16. D

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SEGURANÇA

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Computação e nuvens
COMPUTAÇÃO EM NUNVESN

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(2013 – CESPE – PC-BA – Delegado de Polícia)
Considerando aspectos gerais de informática, julgue o item subsequente.
São vantagens do uso de cloudstorage, em comparação com as formas tradicionais de uso
de infraestruturas de tecnologias de informação e comunicação, independentemente da
disponibilidade de acesso à Internet, a manutenção, sob quaisquer circunstâncias, do sigilo e a
preservação de dados pela nuvem.

(2016 – CESPE – INSS – Técnico do Seguro Social)


Com relação a informática, julgue o item que se segue.
A ferramenta OneDrive do Windows 10 é destinada à navegação em páginas web por meio de
um browser interativo.

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(2015 – CESPE – TRE-MT)


Serviços de cloud storage (armazenagem na nuvem)
a) aumentam a capacidade de processamento de computadores remotamente.
b) aumentam a capacidade de memória RAM de computadores remotamente.
c) suportam o aumento da capacidade de processamento e armazenamento remotamente.
d) suportam o aumento da capacidade dos recursos da rede de computadores localmente.
e) suportam cópia de segurança remota de arquivos.

(2015 – CESPE – TCE-RN)


Julgue o item seguinte, relativos ao programa de correio eletrônico Mozilla Thunderbird e à
computação em nuvem.
A computação em nuvem é constituída de várias tecnologias e formada por um conjunto de
servidores físicos e virtuais interligados em rede.

Segurança da informação

Princípios: CIDA

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(2013 – CESPE – SEFAZ-ES – Auditor Fiscal da Receita Estadual)
Com base nas propriedades da segurança da informação, é correto afirmar que a utilização de
assinatura digital garante.
a) cifra simétrica.
b) disponibilidade
c) confidencialidade.
d) autenticação.
e) integridade.

(2013 – CESPE – PC-DF – Agente de Polícia)


O uso de recursos de tecnologias da informação e das comunicações encontra-se difundido e
disseminado em toda sociedade. Nesse contexto, ações de investigação criminal necessitam
estar adaptadas para identificar e processar evidências digitais de modo a produzir provas
materiais. Para tanto, existem diversos tipos de exames técnico-científicos utilizados em
investigações.
Acerca desses exames, julgue o item a seguir.
Computadores infectados com vírus não podem ser examinados em uma investigação, pois o
programa malicioso instalado compromete a integridade do sistema operacional.

502 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Worm: programas que residem na memória ativa de um computador e que se duplicam a si


mesmos, criando várias cópias idênticas, que são distribuídas por rede local, ou por e-mail, ou
mesmo por IRC (Internet Relay Chat). Tecnicamente os worms não contaminam as máquinas,
através do ataque a arquivos ou áreas especiais, sua única ação é a disseminação dos próprios
worms.
Vírus: é um programa, criado por um programador, e que causa um evento inesperado,
usualmente negativo, na máquina que for atacada por esse tipo de praga virtual. Vírus são
frequentemente apresentados como jogos, ou imagens, que vêm com títulos inteligentemente
criados, usando "engenharia social", como "Me, nude.", etc. São programas que se "acoplam",
isto é se inserem dentro do código de outros programas, ou áreas específicas de um sistema
operacional.

www.acasadoconcurseiro.com.br 503
Trojan

É aparentemente inofensivo, que podem vir em arquivos de


música, mensagens de e-mail, escondidos em downloads e
sites maliciosos, jogos etc., e que, quando executado (com
autorização), abre portas de comunicação do seu computador
para que ele possa ser invadido.

Principais Tipos de Ataques

Engenharia social é...

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PHISHING, PHISHING, SCAM.

PHARMING – DNS

www.acasadoconcurseiro.com.br 505
SPYWARE – Espião

Tipos de Spyware

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BOTS (“ROBOS”)

RANSOMWARES (PEDE RESGATE!)

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ROOTKIT

BACKDOORS (OU ABRE-PORTAS)

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SPAM

Sniffer

É o processo de captura das informações da rede por meio de um software de escuta de rede
(sniffer), que é capaz de interpretar as informações transmitidas no meio físico, esse é um
ataque à confidencialidade dos dados.

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SPoofing – Falsificação o de Endereço
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SPoofing - Falsificação o de Endereço

Spoofing é a modificação de campos de identificação de pacotes de forma que o


Spoofing atacante
é a modificação de campos
possa atuar de identificação
se passando de pacotes
por outro host. Afetandode forma que o atacante possa
a autenticidade.
atuar se passando por outro host. Afetando a autenticidade.

COOKIES

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Agentes de Segurança
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Agentes de Segurança

Antivírus

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Prevenção de Intrusão e Firewall
Prevenção de Intrusão e
Firewall

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Tecnicas de defesa

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Criptografia simétrica

Criptografia assimétrica

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Dicas

1. CHAVES SIMÉTRICAS (chaves privadas): utilização de chaves privadas idênticas para


codificar e decodificar, garantindo AUTENTICIDADE e CONFIDENCIALIDADE.
2. CHAVES ASSIMÉTRICAS (chaves públicas): utilização de chaves públicas e privadas para
codificar e decodificar, com o objetivo de garantir AUTENTICIDADE ou CONFIDENCIALIDADE.
a) GARANTIR AUTENTICIDADE: utilização de chave privada para codificar e pública para
decodificar.
b) GARANTIR CONFIDENCIALIDADE: utilização de chave pública para codificar e chave privada
para decodificar.

(2013 – CESPE – PC-BA – Delegado de Polícia)


Considerando aspectos gerais de informática, julgue o item subsequente.
O gerenciamento das chaves criptográficas tem grande influência sobre o uso adequado de
procedimentos de criptografia, como ocorre no caso da criptografia assimétrica, que depende
da preservação do estrito sigilo das chaves criptográficas privadas.

Assinatura Digital

A assinatura digital busca resolver dois problemas não garantidos apenas com uso da
criptografia para codificar as informações: a Integridade e a Procedência.
Pega o arquivo que quer assinar, geramos um HASH dele e ciframos esse HASH com a chave
privada do emissor da mensagem. Dessa forma, ao receber o arquivo, o receptor pode gerar o
HASH do arquivo, decifrar a assinatura digital com a chave pública do emissor, e comparar os
HASH’s: se eles forem iguais , a assinatura está válida, se não estiverem iguais, a assinatura está
inválida.

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Autoridades Certificadores

AC – Raiz: (emitir, expedir, distribuir, revogar e gerenciar os certificados)


A Autoridade Certificadora Raiz da ICP-Brasil (AC-Raiz) é a primeira autoridade da cadeia de
certificação. Executa as Políticas de Certificados e normas técnicas e operacionais aprovadas
pelo Comitê Gestor da ICPBrasil.

AC – Autoridade Certificadora
É uma entidade, pública ou privada, subordinada à hierarquia da ICP-Brasil, responsável por
emitir, distribuir, renovar, revogar e gerenciar certificados digitais.

AR – Autoridade de Registro
É responsável pela interface entre o usuário e a Autoridade Certificadora. Vinculada a uma AC,
tem por objetivo o recebimento, validação, encaminhamento de solicitações de emissão ou
revogação de certificados digitais e identificação, de forma presencial, de seus solicitantes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 515
Julgue os itens seguintes, relativos a noções de informática.
Quando um documento assinado digitalmente sofre algum tipo de alteração, automaticamente
a assinatura digital vinculada ao documento torna-se inválida.

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Backup

www.acasadoconcurseiro.com.br 517
Backup Completo

Backup incremental

Copia somente os arquivos CRIADOS ou ALTERADOS desde o último backup normal ou


incremental.

Backup Diferencial

Copia somente os arquivos CRIADOS ou ALTERADOS desde o último backup normal.

518 www.acasadoconcurseiro.com.br
Questões

1. (2016 – CESPE – INSS – Analista do Seguro 3. (2016 – CESPE – TRE-PI)


Social)
A remoção de códigos maliciosos de um
O próximo item, que abordam procedimen- computador pode ser feita por meio de
tos de informática e conceitos de Internet e
intranet, apresenta uma situação hipotéti- a) anti-spyware.
ca, seguida de uma assertiva a ser julgada. b) detecção de intrusão.
c) anti-spam.
Ao iniciar seu dia de trabalho, Daniel se de- d) anti-phishing.
parou com inúmeros aplicativos abertos em e) filtro de aplicações.
seu computador de trabalho, o que deixava
sua máquina lenta e sujeita a travamentos 4. A respeito da Internet e suas ferramentas,
frequentes. Ele constatou, ainda, que so- julgue o item a seguir.
mente um desses aplicativos era necessário
para a execução de suas atividades. Malwares são mecanismos utilizados para
evitar que técnicas invasivas, como phishing
Nessa situação, para melhorar o desempe- e spams, sejam instaladas nas máquinas de
nho do seu computador, Daniel deve utilizar usuários da Internet.
um aplicativo de antivírus instalado local-
mente, para eliminar os aplicativos que es- ( ) Certo   ( ) Errado
tiverem consumindo recursos além do nor-
mal. 5. (2016 – CESPE – DPU – Analista)
( ) Certo   ( ) Errado A respeito da Internet e suas ferramentas,
julgue o item a seguir.
2. (2016 – CESPE – INSS – Técnico do Seguro Integridade, confidencialidade e disponibi-
Social) lidade da informação, conceitos fundamen-
Com relação a informática, julgue o item tais de segurança da informação, são adota-
que se segue. dos na prática, nos ambientes tecnológicos,
a partir de um conjunto de tecnologias
A infecção de um computador por vírus como, por exemplo, criptografia, autentica-
enviado via correio eletrônico pode se dar ção de usuários e equipamentos redundan-
quando se abre arquivo infectado que por- tes.
ventura esteja anexado à mensagem eletrô-
nica recebida. ( ) Certo   ( ) Errado

( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 519
6. (2015 – CESPE – TJ-DFT) zadas a emitir certificados digitais para usu-
ários ou instituições que desejam utilizá-los.
A respeito de sistemas operacionais e apli-
cativos para edição de textos, julgue o item ( ) Certo   ( ) Errado
que se segue.
Para que se utilize o firewall do Windows, 10. (2015 – CESPE – TRE-MT)
mecanismo que auxilia contra acessos não
autorizados, a instalação de um equipa- A função principal de uma ferramenta de
mento de hardware na máquina é desne- segurança do tipo antivírus é
cessária. a) monitorar o tráfego da rede e identificar
( ) Certo   ( ) Errado possíveis ataques de invasão.
b) verificar arquivos que contenham códi-
7. (2015 – CESPE – TJ-DFT) gos maliciosos.

A respeito de sistemas operacionais e apli- c) fazer becape de segurança dos arquivos


cativos para edição de texto, julgue o item considerados críticos para o funcionamento
que se segue. do computador.

Vírus do tipo boot, quando instalado na d) bloquear sítios de propagandas na Inter-


máquina do usuário, impede que o sistema net.
operacional seja executado corretamente. e) evitar o recebimento de mensagens inde-
( ) Certo   ( ) Errado sejadas de email, tais como mensagens do
tipo spams.

8. (2015 – CESPE – TJ-DFT)


11. (2015 – CESPE – TCE-RN)
Com relação a redes de computadores, In-
ternet e respectivas ferramentas e tecnolo- Julgue o item subsequente, a respeito de
gias, julgue o item a seguir. organização e gerenciamento de arquivos,
pastas e programas, bem como de seguran-
Na segurança da informação, controles físi- ça da informação.
cos são soluções implementadas nos siste-
mas operacionais em uso nos computado- A principal diferença entre crackers e ha-
res para garantir, além da disponibilidade ckers refere-se ao modo como esses malfei-
das informações, a integridade e a confi- tores da área de segurança da informação
dencialidade destas. atacam: os crackers são mais experientes e
realizam ataques sem utilizar softwares, ao
( ) Certo   ( ) Errado passo que os hackers utilizam códigos mali-
ciosos associados aos softwares para reali-
zar ataques ao ciberespaço.
9. (2015 – CESPE – TJ-DFT)
( ) Certo   ( ) Errado
Com relação a redes de computadores, In-
ternet e respectivas ferramentas e tecnolo-
gias, julgue o item a seguir. 12. (2014 – CESPE – Polícia Federal – Agente de
Polícia Federal)
As entidades denominadas certificadoras
são entidades reconhecidas pela ICP Brasil Julgue o próximo item, acerca de vírus, wor-
(Infraestrutura de Chaves Públicas) e autori- ms, pragas virtuais e aplicativos para segu-
rança.

520 www.acasadoconcurseiro.com.br
PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Informática – Prof. Welington Ribeiro

Embora os firewalls sejam equipamentos ou 16. (2014 – CESPE – ICMBIO)


softwares utilizados no controle das cone-
xões de uma rede, eles não protegem com- No que concerne à rede de computadores e
putadores contra ataques internos. à segurança da informação, julgue os itens
que se seguem.
( ) Certo   ( ) Errado
O uso do becape do tipo incremental permi-
te que sejam copiados apenas os arquivos
13. (2014 – CESPE – Polícia Federal – Agente de gravados desde o último becape normal ou
Polícia Federal) incremental
Julgue o próximo item, acerca de vírus, wor- ( ) Certo   ( ) Errado
ms, pragas virtuais e aplicativos para segu-
rança.
17. (2013 – CESPE – Polícia Federal – Escrivão
Computadores infectados por botnets po- da Polícia Federal)
dem ser controlados remotamente bem
como podem atacar outros computadores Julgue os itens subsequentes,relativos a se-
sem que os usuários percebam. gurança da informação,procedimentos, prá-
ticas e outros aspectos.
( ) Certo   ( ) Errado
Imediatamente após a realização de um be-
cape incremental utilizando-se um software
14. (2014 – CESPE – TJ-SE – Técnico Judiciário – próprio de becape,há expectativa de que
Área Judiciária) esteja ajustado o flag archive de todos os
arquivos originais que foram copiados para
Acerca dos conceitos de segurança da infor- uma mídia de becape.
mação e de redes de computadores, julgue
os próximos itens. ( ) Certo   ( ) Errado
O firewall é um dispositivo que conecta o
computador pessoal à rede mundial com ga- 18. (2012 – CESPE – Câmara dos Deputados –
rantia de segurança. . Técnico Legislativo)
( ) Certo   ( ) Errado Acerca da segurança da informação, julgue
os próximos itens.
15. (2014 – CESPE – Polícia Federal – Agente O backup diferencial é feito diariamente,
Administrativo) sem a necessidade do backup normal, des-
de que ele seja realizado logo após o backup
Acerca dos conceitos de organização, geren- incremental.
ciamento de arquivos e segurança da infor-
mação, julgue os itens a seguir. ( ) Certo   ( ) Errado
Um dos objetivos da segurança da informa-
ção é manter a integridade dos dados, evi-
tando-se que eles sejam apagados ou alte-
rados sem autorização de seu proprietário.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. Errado 2. Certo 3. A 4. Errado 5. Certo 6. Certo 7. Certo 8. Errado 9. Certo 10. B 11. Errado 
12. Certo 13. Certo 14. Errado 15. Certo 16. Certo 17. Certo 18. Errado

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Informática

SOFTWARE

Software é uma sentença escrita em uma linguagem computável, para a qual existe uma má-
quina (computável) capaz de interpretá-la.

Software livre
X
Software Proprietário
Software livre: não é sinônimo de software grátis. E sim disponível a todos, porem pode ser
Gratís.
1. A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito;
2. A liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades.
O acesso ao código-fonte é um pré-requisito;
3. A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao próximo – colegas
ligados a este universo da TI e em geral;
4. A liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os seus aperfeiçoamentos para que toda a
comunidade se beneficie.
Software Proprietário: É um produto criado por uma empresa que detém os direitos sobre o
produto, e sua distribuição é feita mediante pagamento de licença de uso.

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1. (CESPE – 2012)
Acerca dos sistemas operacionais Windows e Linux, assinale a opção correta.
a) Arquivos criados no Linux podem ser lidos no Windows por meio da ferramenta Restaura-
ção do sistema, existente no menu Iniciar do Windows.
b) No Linux, o programa PlanCalc permite a elaboração de planilhas eletrônicas, de forma
equivalente ao Excel no Windows.
c) No sistema Windows, o aplicativo Windows Explorer tem a função exclusiva de facilitar o geren-
ciamento das informações em um computador, permitindo criar, excluir e renomear arquivos e
pastas; enquanto o Internet Explorer é um browser que permite a navegação na Internet.
d) Por ser software livre, o usuário tem a liberdade de copiar e modificar uma distribuição do
Linux, sem solicitar qualquer tipo de permissão.
e) Por meio da opção Windows UpDate, é possível ajustar data, hora e fuso horário do com-
putador.

Sistema Operacional (S.O)

Windows

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Windows 8

Windows 10

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Sistemas de Arquivos
Um sistema de arquivos é a estrutura usada pelo computador para organizar dados em um
disco rígido. Se você está instalando um novo disco rígido, é necessário particionar e formatar
esse disco usando um sistema de arquivos antes de começar a armazenar dados ou programas

FAT32(File Allocation Table)

•• A sua primeira versão foi desenvolvida no ano de 1980.No início, ele trabalhava somente
com 12 bits de endereçamento, valor que passou para 16 em 1987. Finalmente, no ano de
1996 passou a usar os 32 bits, versão que é utilizada até hoje.
•• Suporta partição de até 2TB.
•• Tamanho de Arquivos de 4gb
•• Nome de Arquivos de 256 caracteres
•• Não é possível limitar o acesso.

NTFS(New Technology File System)

•• NTFS é o sistema de arquivos preferencial para esta versão do Windows. Esse sistema ofe-
rece muitas vantagens em relação ao sistema de arquivos FAT32 anterior, incluindo:
•• A capacidade de recuperar alguns erros de disco automaticamente, o que o FAT32 não faz.
•• Maior suporte para discos rígidos de maior capacidade.
•• Mais segurança, pois permite usar permissões e criptografia para restringir o acesso a
determinados arquivos a usuários aprovados.
•• Aceita volumes de até 2 TB

Particionamento HD

•• É a divisão do disco rígido dos computadores em espaços que permitam melhor organiza-
ção dos arquivos que ali serão gravados.

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É POSSIVEL PARTICIONAR SEM FORMATAR?[

•• Gerenciamento do Computador > Gerenciamento de Disco


•• Diminuir, Estender, Formatar, Alterar letra, Excluir e Criar.

www.acasadoconcurseiro.com.br 527
2. (2016 – CESPE – TRE-PE)
Em sua instalação padrão, o sistema operacional Windows 8.1 suporta o sistema de arquivos
a) EXT4.
b) EXT3.
c) NTFS.
d) REISERFS.
e) XFS.

Arquivos

Nome.estenção → teste.doc

Pasta e Subpastas

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C:\Users\welington\alvo

Windows Explorer

3. (2016 – CESPE – PC-PE)


Um usuário deseja criar no Windows 10 as cinco pastas e subpastas, conforme apresentado a
seguir.
C:\MeusDocumentos\Furto
C:\MeusDocumentos\BOs
C:\MeusDocumentos\BOs\Homicidios
C:\MeusDocumentos\BOs\Roubo
C:\MeusDocumentos\BOs\Furto

Considerando-se que todas as pastas sejam configuradas para guardar documentos e possuam per-
missão de escrita e leitura para todos os usuários da estação de trabalho, assinale a opção correta.
a) A quinta estrutura apresentada não poderá ser criada, se as pastas forem criadas na ordem
apresentada
b) A primeira estrutura apresentada será imune a pragas virtuais, devido ao fato de ser uma
pasta-raiz.
c) É possível criar todas as pastas e subpastas apresentadas, mas não será possível inserir nas
pastas e nas subpastas arquivos do tipo imagem.

www.acasadoconcurseiro.com.br 529
d) É possível criar a estrutura apresentada, mas, caso não haja proteção adequada, os arquivos
inseridos em todas pastas e subpastas estarão suscetíveis a infecção por pragas virtuais.
e) Não é possível sincronizar essas pastas por meio de cloud storage, visto que armazenamentos
na nuvem não suportam estrutura com subpastas.

A partir da figura ao lado, que mostra a janela Meu computador do Windows Explorer, assinale
a opção correta.

4. (Cespe – 2016)
a) Na unidade , estão listadas as pastas que contêm apenas os arquivos do
sistema operacional windows, os quais são responsáveis pelo funcionamento correto do
sistema.
b) Na pasta , são armazenados os documentos copiados temporariamente por meio
dos atalhos , para serem reutilizados posteriormente.
c) O lado direito da janela mostra as pastas das unidades, ou arquivos nelas contidos, que
foram selecionadas do lado esquerdo da janela, o que permite acesso rápido por meio de
cliques do mouse.
d) A opção permite aos programas de navegação na rede local, na internet ou em
intranet.
e) A opção oferece mecanismo de busca na internet, via Bing ou Goo-
gle, para encontrar arquivos armazenados pelos usúarios nas unidades remotas de armaze-
namento em nuvem.

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Extensões
•• As extensões de arquivos são sufixos que designam seu formato e principalmente a função
que desempenham no computador. Cada extensão de arquivo tem funcionamento e carac-
terísticas próprias, portanto demanda um software específico para trabalhar com ela.

5. (2016 – CESPE – TRE-PI)


Navegadores de Internet, como o Firefox, a partir de uma instalação padrão no sistema opera-
cional Windows 8 que não sofra nenhuma modificação posterior à instalação, ao baixarem um
arquivo com a extensão .pptx da Internet, automaticamente gravam esse arquivo na pasta
a) Documentos.
b) Usuários.
c) Imagens.
d) Músicas.
e) Downloads.

Configurações X Painel de Controle

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Windows 7 Tela inicial

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Windows 8 tela inicial

Windows 10 tela inicial

www.acasadoconcurseiro.com.br 533
Novidades do Windows 10
•• Windows Defender Advanced Threat Protection: concebido para detectar, investigar e res-
ponder a ataques maliciosos. Este recurso recebe dados da maior variedade de sensores do
mundo e de especialistas em proteção avançada contra ameaças, incluindo uma equipe de
pesquisadores especialistas em segurança da Microsoft;
•• Windows Information Protection: conhecido como proteção de dados corporativos, ajuda
a proteger as empresas de vazamentos de dados acidentais, separando dados pessoais e
organizacionais, protegendo dados corporativos onde estiverem.

Windows Ink Workspace button

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Cortana
Assistente de voz

Central de ações Aprimorada

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Microsoft Edge é o novo navegador web da Microsoft. Exclusivo para Windows 10, o browser
tem suporte para baixar aplicativos da web e extensões, até mesmo as de outros navegadores,
como Chrome, com algumas modificações. Ele possui uma nova página inicial que reúne os
sites mais visitados e também informações importantes. Além disso, a Cortana e o recurso de
anotações ajudam a alavancar o sucessor do Internet Explorer.

LINUXS.Ocódigo Aberto Livre

6. (2016 – CESPE – Prefeitura de São Paulo)


Assinale a opção correta acerca do sistema operacional Linux.
a) O Linux é um software que equivale ao pacote de ferramentas Microsoft Office no ambien-
te Windows, as quais são usadas para a edição de documentos, apresentações e planilhas.
b) Os programas próprios para o sistema Linux do pacote de produtos BROffice não funcio-
nam no ambiente Windows.
c) O Linux e suas distribuições são softwares de código aberto que podem ser usados, copia-
dos e redistribuídos sem restrições.
d) Para fins de segurança e também para evitar o uso de programas não autorizados, não é
possível instalar o Windows em uma máquina na qual o Linux esteja instalado.
e) Por ser um sistema operacional muito rápido, o Linux funciona somente em máquinas que
utilizem processadores Intel ou Pentium.

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Sistema de arquivo Linux


O sistema de arquivos ext3 é uma versão do ext2

Sistema Gráfico – Xwindows ou X11

Sistema de arquivo Linux


O Sistema de arquivo do Linux é hierárquico e admite que diversos dispositivos sejam mapea-
dos e utilizados a partir da raiz do sistema (root). Desta forma Pendrive, DVD, SSD e Hdd são
enxergados pelo usuários como pastas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 537
Diretórios

7. (2016 – CESPE – Prefeitura de São Paulo)


O diretório /home, que faz parte da estrutura do Linux, definida no momento da instalação
desse sistema,
a) armazena os arquivos dos dispositivos do sistema.
b) é o diretório de trabalho do usuário.
c) contém os arquivos de inicialização do sistema.
d) armazena as ferramentas de administração do sistema.
e) contém os arquivos de configuração dos principais serviços.

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ComandosLinux

Permissões no linux

www.acasadoconcurseiro.com.br 539
Permissão Binário Decimal
--- 000 0
--x 001 1
-w- 010 2
-wx 011 3
r-- 100 4
r-x 101 5
rw- 110 6
rwx 111 7

O único usuário que tem permissão total 777 OU rwx rwx rwx é o root.

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Comandos Linux

Comandos de Controlo e Acesso


exit Terminar a sessão, ou seja, a shell (mais ajuda digitando man sh ou man csh)
logout Deslogar, ou seja, terminar a sessão actual, mas apenas na C shell e na bash shell
passwd Mudar a password do nosso utilizador
rlogin Logar de forma segura noutro sistema Unix/Linux
Sessão segura, vem de secure shell, e permite-nos logar num servidor através do
ssh
protocolo ssh
slogin Versão segura do rlogin
yppasswd Mudar a password do nosso utilizador nas páginas amarelas (yellow pages)

Comandos de Comunicações
mail Enviar e receber emails
mesg Permitir ou negar mensagens de terminal e pedidos de conversação (talk requests)
pine Outra forma de enviar e receber emails, uma ferramenta rápida e prática
talk Falar com outros utilizadores que estejam logados no momento
write Escrever para outros utilizadores que estejam logados no momento

Comandos de Ajuda e Documentação


apropos Localiza comandos por pesquisa de palavra-chave
Localizar ficheiros, como por exemplo: find. -name *.txt -print, para pesquisa de
find
ficheiros de texto por entre os ficheiros da directoria actual
info Lança o explorador de informações
Manual muito completo, pesquisa informação acerca de todos os comandos que
man
necessitemos de saber, como por exemplo man find
whatis Descreve o que um determinado comando é
Localizar a página de ajuda (man page), código fonte, ou ficheiros binários, de um
whereis
determinado programa

Comandos de Edição de Texto


emacs Editor de texto screen-oriented
pico Editor de texto screen-oriented, também chamado de nano
sed Editor de texto stream-oriented
vi Editor de texto full-screen
vim Editor de texto full-screen melhorado (vi improved)

www.acasadoconcurseiro.com.br 541
Comandos de Gestão de Ficheiros e Directorias
cd Mudar de directoria actual, como por exemplo cd directoria, cd .., cd /
Mudar a protecção de um ficheiro ou directoria, como por exemplo chmod 777,
chmod
parecido com oattrib do MS-DOS
chown Mudar o dono ou grupo de um ficheiro ou directoria, vem de change owner
chgrp Mudar o grupo de um ficheiro ou directoria
cmp Compara dois ficheiros
comm Selecciona ou rejeita linhas comuns a dois ficheiros seleccionados
cp Copia ficheiros, como o copy do MS-DOS
crypt Encripta ou Desencripta ficheiros (apenas CCWF)
diff Compara o conteúdo de dois ficheiros ASCII
file Determina o tipo de ficheiro
Procura um ficheiro por um padrão, sendo um filtro muito útil e usado, por exemplo
grep um cat a.txt | grep ola irá mostrar-nos apenas as linhas do ficheiro a.txt que contenham
a palavra “ola”
gzip Comprime ou expande ficheiros
ln Cria um link a um ficheiro
ls Lista o conteúdo de uma directoria, semelhante ao comando dir no MS-DOS
lsof Lista os ficheiros abertos, vem de list open files
mkdir Cria uma directoria, vem de make directory”
mv Move ou renomeia ficheiros ou directorias
Mostra-nos o caminho por inteiro da directoria em que nos encontramos em dado
pwd
momento, ou seja a pathname
quota Mostra-nos o uso do disco e os limites
Apaga ficheiros, vem de remove, e é semelhante ao comando del no MS-DOS, é preciso
rm
ter cuidado com o comando rm * pois apaga tudo sem confirmação por defeito
rmdir Apaga directorias, vem de remove directory
Mostra o estado de um ficheiro, útil para saber por exemplo a hora e data do último
stat
acesso ao mesmo
Faz um flush aos buffers do sistema de ficheiros, sincroniza os dados no disco com a
sync
memória, ou seja escreve todos os dados presentes nos buffersda memória para o disco
Ordena, une ou compara texto, podendo ser usado para extrair informações dos
sort ficheiros de texto ou mesmo para ordenar dados de outros comandos como por
exemplo listar ficheiros ordenados pelo nome
Cria ou extrai arquivos, muito usado como programa de backup ou compressão de
tar
ficheiros
tee Copia o input para um standard output e outros ficheiros
tr Traduz caracteres

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umask Muda as protecções de ficheiros por defeito


uncompress Restaura um ficheiro comprimido
uniq Reporta ou apaga linhas repetidas num ficheiro
wc Conta linhas, palavras e mesmo caracteres num ficheiro

Exibição ou Impressão de Arquivos


Mostra o conteúdo de um ficheiro, como o comando type do MD-DOS, e é muito
cat usado também para concatenar ficheiros, como por exemplo fazendo cat a.txt b.txt >
c.txt” para juntar o ficheiro a.txt e b.txt num único de nome c.txt
fold Encurta, ou seja, faz um fold das linhas longas para caberem no dispositivo de output
Mostra as primeiras linhas de um ficheiro, como por exemplo com head -10 a.txt, ou
head
usado como filtro para mostrar apenas os primeiros xresultados de outro comando
lpq Examina a spooling queue da impressora
lpr Imprime um ficheiro
lprm Remove jobs da spooling queue da impressora
Mostra o conteúdo de um ficheiro, mas apenas um ecrã de cada vez, ou mesmo
more
output de outros comandos, como por exemplo ls | more
less Funciona como o more, mas com menos features, menos características e potenciais usos
Funciona de forma parecida com o comandomore, mas exibe os ecrãs de forma
page
invertida ao comando more
pr Pagina um ficheiro para posterior impressão
Funciona de forma inversa ao comando head, mostra-nos as últimas linhas de um
tail
ficheiro ou mesmo do output de outro comando, quando usado como filtro
zcat Mostra-nos um ficheiro comprimido
xv Serve para exibir, imprimir ou mesmo manipular imagens
gv Exibe ficheiros ps e pdf
xpdf Exibe ficheiros pdf, usa o gv

Comandos de Transferência de Ficheiros


Vem de file transfer protocol, e permite-nos, usando o protocolo de transferência de
ftp ficheirosftp, transferir ficheiros entre vários hosts de uma rede, como aceder a um
servidor de ftp para enviar ou puxar ficheiros
rsync Sincroniza de forma rápida e flexível dados entre dois computadores
scp Versão segura do rcp

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Comandos de Notícias ou Rede
netstat Mostra o estado da rede
rsh Corre umam shell em outros sistemas UNIX
ssh Versão segura do rsh
nmap Poderoso port-scan, para visualizarmos portas abertas num dado host
ifconfig Visualizar os ips da nossa máquina, entre outras funções relacionadas com ips
Pingar um determinado host, ou seja, enviar pacotes icmp para um determinado host
ping
e medir tempos de resposta, entre outras coisas

Comandos de Controlo de Processos


kill Mata um processo, como por exemplo kill -kill 100 ou kill -9 100 ou kill -9 %1
bg Coloca um processo suspenso em background
fg Ao contrário do comando bg, o fg traz de volta um processo ao foreground
Permite-nos visualizar jobs em execução, quando corremos uma aplicação em back-
jobs ground, poderemos ver esse job com este comando, e termina-lo com um comando
kill -9 %1, se for ojob número 1, por exemplo
Lista os processos que mais cpu usam, útil para verificar que processos estão a pro-
top vocar um uso excessivo de memória, e quanta percentagem decpu cada um usa em
dado momento
^y Suspende o processo no próximo pedido de input
^z Suspende o processo actual

Comandos de Informação de Estado


clock Define a hora do processador
date Exibe a data e hora
df Exibe um resumo do espaço livre em disco
du Exibe um resumo do uso do espaço em disco
env Exibe as variáveis de ambiente
finger Pesquisa informações de utilizadores
Lista os últimos comandos usados, muito útil para lembrar também de que comandos
history
foram usados para fazer determinada acção no passado ou o que foi feito em dada altura
last Indica o último login de utilizadores
lpq Examina a spool queue
manpath Mostra a path de procura para as páginas do comando man
printenv Imprime as variáveis de ambiente
Lista a lista de processos em execução, útil para saber o pid de um processo para o
ps
mandar abaixo com o comando kill, entre outras coisas

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Informática – Prof. Welington Ribeiro

Mostra-nos o caminho por inteiro da directoria em que nos encontramos em dado


pwd
momento, ou seja a pathname
set Define variáveis da sessão, ou seja, da shell, naC shell, na bash ou na ksh
spend Lista os custos ACITS UNIX até à data
time Mede o tempo de execução de programas
uptime Diz-nos há quanto tempo o sistema está funcional, quando foi ligado e o seu uptime
w Mostra-nos quem está no sistema ou que comando cada job está a executar
who Mostra-nos quem está logado no sistema
Serviço de directório de domínios da Internet, permite-nos saber informações sobre
whois determinados domínios na Internet, quando um domínio foi registado, quando expi-
ra, etc
whoami Diz-nos quem é o dono da shell
Reboot Reiniciar o sistemas ou pode ser utilizado o comando Shutdown – r
Desligar ou reiniciar o computador (shutdown –r +10 Reinicia o computador em 10
shutdown
minutos. Shutdown – h +5 Desliga o computador em 5 minutos.)

8. (2016 – CESPE – PC-PE)


Para aferir o uso da CPU e da memória de uma estação de trabalho instalada com Linux, deve(m)
ser utilizado(s) o(s) comando(s)
a) top.
b) system.
c) proc e mem.
d) cpu e memory.
e) fs e du.

9. (2014 – CESPE – TJ-SE – Prova)


Acerca dos sistemas operacionais Windows e Linux, julgue os itens subsecutivos.
No Linux, ambientes gráficos são executados por meio de um servidor, geralmente Xwindows
ou X11, o qual fornece os elementos necessários para uma interface gráfica de usuário.
( ) Certo   ( ) Errado

10. (2014 – CESPE – Polícia Federal)


Conhecimentos Acerca de conceitos de informática, julgue o item a seguir.
Por ser o Linux o kernel, ou seja, o sistema operacional em si, para que ele funcione, será ne-
cessária a sua instalação em conjunto com outros aplicativos ou utilitários, especialmente em
distribuições como Debian e Ubuntu.
( ) Certo   ( ) Errado

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11. (2014 – CESPE – Polícia Federal)
No que diz respeito aos sistemas operacionais Windows e Linux, julgue os próximos itens.
No ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar arquivos de um diretório para um
pen drive.
( ) Certo   ( ) Errado

12. (2013 – CESPE – Policia Federal)


Acerca de noções de informática, julgue o item a seguir.
Em computadores com sistema operacional Linux ou Windows, o aumento da memória virtual
possibilita a redução do consumo de memória RAM em uso, o que permite executar, de forma
paralela e distribuída, no computador, uma quantidade maior de programas.
( ) Certo   ( ) Errado

13. (2013 – CESPE – PC-BA – Delegado de Polícia)


Considerando aspectos gerais de informática, julgue o item subsequente.
Os sistemas Windows e Linux se assemelham na possibilidade de uso de interface de linha
de comandos: o comando dir, no Windows, pode produzir listagem de arquivos em pasta ou
diretório, assim como o comando ls, no Linux.
( ) Certo   ( ) Errado

14. (2012 – CESPE – PC-AL – Escrivão de Polícia)


Julgue os itens subsequentes, relativos aos sistemas operacionais Linux e Windows.
No Linux, o sistema de arquivos apresenta-se hierarquizado de forma que se inicia no diretório \
e percorre um número arbitrário de subdiretórios de modo unifilar, sendo o diretório \ também
denominado diretório-raiz.
( ) Certo   ( ) Errado

15. (2016 – CESPE – TRE-PI)


Assinale a opção que apresenta o comando, no sistema operacional Linux, que deve ser
utilizado para determinar quanto espaço em disco está sendo ocupado por um diretório e seus
subdiretórios.
a) pwd
b) file
c) du
d) head
e) lshw

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16. (2016 – CESPE – TRE-PI)


Assinale a opção que apresenta o comando por meio do qual um usuário poderá criar um
arquivo vazio com o nome arquivo.txt no sistema operacional Linux.
a) pwd > arquivo.txt
b) echo "oi mundo" > arquivo.txt
c) grep 'root' /etc/passwd > arquivo.txt
d) touch arquivo.txt
e) ls –la /home > arquivo.txt

17. (2012 – CESPE – TCE-ES – Auditor de Controle Externo)


Com relação aos sistemas operacionais Linux e Windows e aos programas de navegação na
Internet, julgue os itens a seguir.
No Linux, o diretório padrão de usuários é o /home. Nesse diretório, o usuário tem permissão
de escrita, de execução e de leitura.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. D 2. C 3. D 4. C 5. E 6. C 7. B 8. A 9. Certo 10. Certo 11. Certo 12. Errado 13. Certo
14. Errado 15. C 16. D 17. Errado

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EDITOR DE TEXTO

Mudança de nome do Br-office para Libre office março 2011

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Informática – Prof. Welington Ribeiro

Ícone Função Extensões de Arquivo

Textos
DOCX, DOCM, DOTX, DOTM.
Words

Planilhas
XLSX, XLSM, XLTX, XLTM, XLSB, XLAM.
Excel

A presentações PPTX, PPTM, POTX, POTM, PPAM, PPSX, PPSM, SLDX, SLDM,
Power Point THMX.

Contatos e agenda O outlook manipula e acessa os seguintes tipos:


Outlook ICS, VCS, PST, OPML

Notas
ONE, ONEPKG
OneNote

Banco de Dados
ACCDB, MDB, ACCDE, MDE, ACCDT, ACCDR.
Access

Textos ODT, OTT, SXW, STW, DOC (Word), RTF, SDW, VOR, TXT,
Writer HTML, PDB, XML, PSW, UOT.

Planilhas ODS, OTS, SXC, STC, DIF, DBF, XLS (Excel), XLSX, SLT, SDC,
Calc VOR, SLK, CSV, HTML, XTML, XML, PXL e UOS

Apresentações ODP, OTP, SXI, STI, PPT (PowerPoint), PPTX, POT, SXD, DAS,
Impress SDD, VOR, UOR e ODG.

Desenho
ODG, OTG, SXD, STD, DAS, VOR e SDD
Draw

Banco Dados
ODB
Base

Fórmula
MathML
Math

www.acasadoconcurseiro.com.br 549
1. (2016 – CESPE – PC-PE)
Assinale a opção que apresenta corretamente os passos que devem ser executados no BrOffice
Writer para que os parágrafos de um texto selecionado sejam formatados com avanço de 2 cm
na primeira linha e espaçamento 12 entre eles.
a) Acessar o menu Editar, selecionar a opção Texto e inserir os valores desejados no campo
Recuos e Espaçamento
b) Acessar o menu Formatar, selecionar a opção Parágrafo e inserir os valores desejados no
campo Recuos e Espaçamento.
c) Acessar o menu Formatar, selecionar a opção Texto e inserir os valores desejados no campo
Espaçamento.
d) Acessar o menu Editar, selecionar a opção Recuos e inserir os valores desejados no campo
Recuos e Espaçamento.
e) Pressionar, no início da primeira linha, a tecla Tab e, em seguida, a tecla Enter duas vezes
após o primeiro parágrafo do texto selecionado. Assim, o Writer repetirá essa ação para os
demais parágrafos selecionados.

2. (2016 – CESPE – Prefeitura de São Paulo)


Tendo como referência a figura apresentada, assinale a opção correta acerca do BrOffice Writer.

a) É possivel salvar um arquivo em formato PDF por meio da opção


b) Selecionando-se, sequencialmente, o meu , a opção e a subopção
pode-se criar uma planilha, que será aberta dentro do writer.
c) Clicando-se uma vez o botão , é possível inserir, em arquivos editados no writer, links
para outros arquivos ou páginas da internet.
d) Textos que forem digitados no campo representado pelo ícone serão
buscadores na internet mediante o sítio de busca Google.
e) É possivel alterar a cor da fonte utilizada em um documento ao selecionar o texto e, em
seguida, clicar no botão

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Comparações entre o Word 2013 e o Writer

•• Word 2013 tem guias

•• Writer tem menus

Guia Arquivo no Word

www.acasadoconcurseiro.com.br 551
Menu Arquivo no Writer

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3. (2014 – CESPE – Polícia Federal – Agente de Polícia Federal)


Julgue o item a seguir, relativo aos sistemas operacionais Linux e Microsoft Word 2013.
No Word 2013, a partir de opção disponível no menu Inserir, é possível inserir em um docu-
mento uma imagem localizada no próprio computador ou em outros computadores a que o
usuário esteja conectado, seja em rede local, seja na Web.
( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 553
4. (2014 – CESPE – Polícia Federal – Agente de Polícia Federal)
Julgue o item a seguir, relativo aos sistemas operacionais Linux e Microsoft Word 2013.
Para criar um documento no Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário deve clicar o
menu Inserir e, na lista disponibilizada, selecionar a opção Iniciar Mala Direta.
( ) Certo   ( ) Errado

5. (2015 – CESPE – TRE-GO)


Julgue o próximo item, acerca da edição de textos e planilhas.
No BrOffice Writer 3, a opção Marcador do menu Inserir permite que o fundo de um texto seja
pintado com cor diferenciada, de forma similar a um marcador de texto.

( ) Certo   ( ) Errado

A opção Marcador do menu Inserir permite inserir marcações na posição em que estiver o
cursor. Os marcadores são âncoras para utilização em navegação pelo documento.

O recurso utilizado para pintar o fundo de um texto com uma cor diferente é chamado de Real-
ce e é encontrado na barra de formatação.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (2015 – CESPE)
No que se refere ao ambiente Microsoft Office, julgue o item a seguir.
Em um documento do Word, o uso simultâneo das teclas CTRL e ENTER, ou a seleção da opção
Quebra de Página no menu Inserir, faz que o cursor vá para a página seguinte.
( ) Certo   ( ) Errado

Quebrar a pagina levando o curso para próxima pagina basta aperta as teclas, CTRL e ENTER.
( ) Certo   ( ) Errado

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7. (2015 – CESPE – Telebras – Analista)


No que se refere ao ambiente Microsoft Office, julgue o item a seguir.
No Word, ao se clicar o menu Inserir e, a seguir, a opção Objeto, é possível selecionar e incluir
uma planilha do Excel para ser editada dentro do documento em uso.
( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 555
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Ferramentas Writer

Ferramentas de formatação Word

8. (2015 – CESPE – MEC)


Acerca do sistema operacional Windows 8.1 e do editor de texto BrOffice Writer, julgue o item
a seguir.
Para inserir, no BrOffice Writer, bordas em um documento, é correto adotar o seguinte
procedimento: clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, clicar a opção Bordas.
( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 557
Menu Formatar → parágrafo → bordas

9. (2015 – CESPE)
Acerca do Microsoft Office 2013 e dos conceitos básicos de redes de computadores, julgue o
item a seguir.
Um documento do Word 2013 pode ser gravado diretamente na nuvem, sem que seja neces-
sário armazená-lo inicialmente no computador. Ao se acessar a opção Salvar como, no menu
Arquivo, o Word permite criar, automaticamente, uma cópia do documento em uma pasta defi-
nida pelo usuário antes de enviá-lo para a nuvem, eliminando essa cópia após o envio.
( ) Certo   ( ) Errado

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10. (2016 – CESPE)


A respeito do Microsoft Word, assinale a opção correta.
a) A opção Caixa de Texto, da guia Inserir, permite que o usuário inclua dentro do texto em
edição partes de conteúdos pré-formatados e suplementos independentes do texto
original.
b) A função WordArt, da guia Inserir, permite, para fins decorativos, editar imagens e desenhos
dentro do próprio documento que está sendo criado.
c) O Microsoft Word é uma ferramenta exclusiva para a edição de textos; ele não dispõe de
recursos que permitam editar ou inserir equações ou símbolos matemáticos.
d) Na edição de cabeçalhos e rodapés, o texto editado no cabeçalho se repetirá
automaticamente no rodapé, não havendo a necessidade de copiá-lo e colá-lo.
e) Ao se inserir a opção Número de Página, da guia Inserir, a numeração será localizada no
rodapé da página, centralizada e com tamanho editável.

www.acasadoconcurseiro.com.br 559
Cliques do mouse

No Word
Duplo clique na palavra Seleciona a palavra
Triplo clique na palavra Seleciona o parágrafo
Um clique à esquerda de uma linha Seleciona a linha
Duplo clique à esquerda de uma linha Seleciona o paragrafo
Triplo clique à esquerda de uma linha Seleciona o documento

No Writer
Duplo clique na palavra Seleciona a palavra
Triplo clique na palavra Seleciona o período
Quádruplo clique na palavra Seleciona Parágrafo
Duplo clique à esquerda de uma linha Seleciona a primeira palavra
Triplo clique à esquerda de uma linha Seleciona o período
Quádruplo clique à esquerda de uma linha Seleciona o parágrafo

Atalhos

Menu Arquivo

Comando do menu Word Writer


Novo CTRL + O CTRL + N (New)
Abrir CTRL + A CTRL + O (Open)
Salvar CTRL + B CTRL + S (Save)
Imprimir CTRL + P CTRL + P (Print)
Fechar CTRL + W e CTRL – F4 CTRL + W e CTRL + F4
Sair ALT + F4 ALT +F4 e CTRL + Q (Quit)

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Menu Editar

Comando do menu Word Writer


Desfazer CTRL + Z (Ilimitada vezes) CTRL + Z (100 vezes) 0 à 99
Recortar CTRL + X CTRL + X
Copiar CTRL + C CTRL + C (Copy)
Colar CTRL + V CTRL + V
Colar especial CTRL + SHIFT + V
Selecionar tudo CTRL + T CTRL + A (All)
Localizar CTRL + L
CTRL + F (Find)
Substituir CTRL + U

Menu Formatar

Comando do menu Word Writer


Negrito CTRL + N CTRL + B (Bold)
Itálico CTRL + I CTRL + I (Italic)
Sublinhado CTRL + S CTRL + U (Underline)
Alinhar à Esquerda CTRL + Q CTRL + L (Left)
Centralizar CTRL + E CTRL + E
A linhar à direita CTRL + G CTRL + R (Right)
Justificar CTRL + J CTRL + J

11. (CESPE)
Considere que um usuário do Word deseje copiar, para um arquivo do Word, uma figura conti-
da em uma página da Web, exibida no Internet Explorer que possa ser copiada para a área de
transferência. Para essa finalidade, ele deve.
a) Aplicar um duplo clique sobre a figura, trazer a janela do word para o primeiro plano, clicar
o menu editar clicar copiar.
b) Clicar a figura com o botão direito do mouse, e clicar em seguida a opção copiar; trazer a
janela do word para o primeio plano, clicar , na área de texto do word, o local de destino da
figura , clicar o menu Editar clicar e colar.
c) Clicar a figura com o botão esquerdo do mouse, pressionar simultaneamente as teclas CTRL
e X; trazer para o primeiro plano a janela do word, clicar na área de texto do word o local de
destino da figura e clicar
d) Clicar a figura com o botão esquerdo do mouse, clicar ; trazer para o primeiro planoa
janelado word; clicar na área de texto do word o local de destino da figura; pressionar
simultaneamente as teclas CTRL e C.

www.acasadoconcurseiro.com.br 561
12. (2014 – CESPE – FUB)

Considerando a figura ao lado, que ilustra


uma janela do Microsoft Word 2013 com
um documento em edição, em um compu-
tador com o sistema operacional Windows
7 Professional, julgue os itens subsecutivos.
Ao se clicar, com o botão esquerdo do mou-
se, em 60 PALAVRAS, na barra de status, se-
rão mostradas informações como o número
de caracteres com e sem espaço, as linhas e
os parágrafos do documento.
( ) Certo   ( ) Errado

13. (2014 – CESPE – TC-DF)


Com relação ao sistema operacional Windows e aos ambientes Microsoft Office e BrOffice, jul-
gue os próximos itens.
Ao se selecionar texto de documento do Word com o uso do mouse, a combinação das teclas
CTRL + X permite que esse texto seja copiado para a área de transferência, podendo ser colado
em outro documento.
( ) Certo   ( ) Errado

14. (2015 – CESPE – TCE-RN)


Acerca do sistema operacional Windows 8.1, do editor de texto BrOffice Writer e do programa
de navegação Internet Explorer 11, julgue o item a seguir.
No BrOffice Writer, ao se clicar, com o botão direito do mouse, uma palavra selecionada, será
exibida uma opção para a busca, na Internet, de sinônimos dessa palavra.
( ) Certo   ( ) Errado

Word Writer

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15. (2014 – CESPE – Polícia Federal – Agente de Polícia Federal)


Julgue o item a seguir, relativo aos sistemas operacionais Linux e Microsoft Word 2013.
No Word 2013, ao se selecionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito do mouse e,
na lista disponibilizada, selecionar a opção Definir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas
todas as configurações exigidas, um dicionário contendo significados da palavra selecionada.
( ) Certo   ( ) Errado

16. (2014 – CESPE – Polícia Federal – Agente de Polícia Federal)


Julgue o item a seguir, relativo aos sistemas operacionais Linux e Microsoft Word 2013.
No Word 2013, ao se selecionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito do mouse e,
na lista disponibilizada, selecionar a opção Definir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas
todas as configurações exigidas, um dicionário contendo significados da palavra selecionada.
( ) Certo   ( ) Errado

17. (2013 – CESPE – FUB – Auxiliar de Administração)


Julgue os próximos itens, relativos aos softwares Word e Excel do pacote Microsoft Office.
É possível mover determinado parágrafo e limpar todas as suas formatações de texto, utilizan-
do-se a seguinte sequência de instruções: dar um triplo clique com o botão esquerdo do mouse
sobre esse parágrafo, para selecioná-lo; pressionar as teclas CTRL e X, para recortar esse pará-
grafo; posicionar o cursor de texto para o local de inserção do texto; pressionar as teclas CTRL ,
ALT , V e, na caixa de diálogo que será mostrada, selecionar a opção Texto não formatado; clicar
o botão OK para finalizar a operação.
( ) Certo   ( ) Errado

18. (2015 – CESPE – STJ)


Julgue o próximos item, acerca do sistema operacional Windows 7.0, do editor de textos
Microsoft Word 2013 e do programa de navegação Internet Explorer 10.
No Word 2013, para se centralizar o texto em uma célula de uma tabela qualquer, é suficiente
realizar a seguinte sequência de ações: selecionar a célula que contém o texto; clicar com o
botão direito do mouse sobre essa célula; finalmente, acionar a opção Texto Centralizado.
( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 563
19. (2016 – CESPE – Prefeitura de São Paulo – SP)
Considerando a figura precedente, que ilustra uma janela do Microsoft Word contendo um do-
cumento em edição no qual há uma palavra selecionada, assinale a opção correta.

a) O botão permite mostrar as marcas de parágrafo e outros símbolos de formatação que


estão ocultos no documento, como, por exmplo , espaçõs entre palavras e recuos de pará-
grafos.
b) A ferramenta representada pelo botão permite colorir o texto com a cor que for sele-
cionada pelo usuário bem como oferecer opções avançadas de formatação do texto.
c) Clicando-se os botões , cada palavra do parágrafo em que se encotra a palavra se-
lecionada será convertida em tópicos numerados ou separados por marcadores.
d) Clicando-se os botões , o parágrafo em que a palavra selecionada está contida poderá
ser alinhado àesquerda , no centro à direita ou justificado
e) Os botões , localizados na parte inferior da janela, mostram as opções de forma-
tação de leiaute da página.

20. (2015 – CESPE – TJ-DFT)


Considerando a figura apresentada, que ilustra uma janela do MS Word com um documento
em processo de edição, julgue o próximo item.
O procedimento de salvar o arquivo no computador e na rede é considerado um becape, pois,
caso aconteça algum problema no computador local, é possível recuperar o arquivo em outro
local da rede.

( ) Certo   ( ) Errado

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Informática – Prof. Welington Ribeiro

Gabarito: 1. B 2. A 3. Certo 4. Errado 5. Errado 6. Certo 7. Certo 8. Errado 9. Errado 10. A 11. B 12. Certo 
13. Errado 14. Errado 15. Certo 16. Certo 17. Certo 18. Errado 19. A 20. Certo

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DIREITO
ADMINISTRATIVO
Direito Administrativo

AGENTES PÚBLICOS

1. Conceitos introdutórios

Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não,
com ou sem remuneração.
Agente Público é a expressão mais ampla para designar de forma genérica aqueles sujeitos que
exercem funções públicas. Quem quer que desempenhe funções estatais é um agente público
enquanto as exercita.

2. Classificação/Espécies dos Agentes Públicos

www.acasadoconcurseiro.com.br 873
Os agentes públicos podem ser classificados em:
a) Agentes Políticos – Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam
por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado de-
saparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da República,
Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices), Parlamenta-
res (Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de Estado...
b) Agentes Administrativos (ou Servidores Estatais ou Servidores Públicos em sentido am-
plo) – São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza pro-
fissional e remunerada. Dividem-se em:
•• Servidores Públicos Estatutários (são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a regi-
me estatutário). Em sentido estrito, “servidor público” é apenas o estatutário.
•• Empregados Públicos (são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime cele-
tista – CLT)
•• Servidores Temporários (aqueles contratados por tempo determinado para atender a ne-
cessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem emprego pú-
blico, exercendo função pública remunerada e temporária).
Obs.: Há doutrina e questões que entendem que “Servidor Público em sentido amplo” abran-
ge essas 3 espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores tem-
porários), enquanto “Servidor Público em sentido estrito” seria apenas o Servidor Estatutário.
Vejamos o esquema:

c) Particulares em colaboração com o Estado – são os que desempenham função pública


sem vínculo com o Estado, também chamados de “agentes honoríficos”. Segundo Celso
Antônio Bandeira de Mello, essa categoria é composta por:
•• Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Juri, convocados para o serviço
militar);
•• Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando o
Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um incêndio e
presta socorro);
•• Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é contratado
para fazer um parecer);
•• Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e permissionárias
de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal);
•• Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais).

874 www.acasadoconcurseiro.com.br
PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Administrativo – Profª Tatiana Marcello

d) Agentes Militares (Forças Armadas, Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares)


– Quem compõe os quadros permanentes das forças militares possui vínculo Estatutário
especial, ou seja, seu regime jurídico é regido por lei específica, não se confundindo com os
Estatutos aplicáveis aos servidores públicos civis.

3. Cargo, Emprego e Função Pública

Cargo Público

Os cargos públicos (que podem ser efetivos ou em comissão) são ocupados por servidores pú-
blicos, submetidos ao regime estatutário.

A Lei nº 10.098/1994 define: “Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número certo, com
denominação própria, consistindo em conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a
um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.”

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis uni-
dades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com
denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei”.

Cargos públicos são próprios dos órgãos da Administração Direta, Autarquias e Fundações
Públicas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 875
Emprego Público

Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao regime
celetista (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT). Os empregados públicos ingressam por meio
de concurso público para ocupar empregos públicos, de natureza essencialmente contratual.

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Empregos públicos são núcleos de encargos
de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los,
sob relação trabalhista”.

Empregos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito privado da Administração
Indireta, mais especificamente as Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. São
exemplos, os empregados da Caixa Econômica Federal (empresa pública) e do Banco do Brasil
(sociedades de economia mista).

Função Pública

De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: “São funções públicas as funções de confiança e as exer-
cidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).”

Não há concurso público para preenchimento de função pública.

876 www.acasadoconcurseiro.com.br
PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Administrativo – Profª Tatiana Marcello

LEI Nº 10.460, DE 22 DE FEVEREIRO DE 1988

Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Es- § 3º Da análise e descrição de cargos de que
tado de Goiás e de suas Autarquias. trata o parágrafo anterior constarão, dentre
outros, os seguintes elementos: denomina-
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOI- ção, atribuições, responsabilidades, condi-
ÁS decreta e eu sanciono a seguinte lei: ções para provimento, habilitação e requisi-
tos qualificativos.

TÍTULOI Art. 4º Para os efeitos desta lei serão observa-


das as seguintes definições:
Estatuto dos Funcionários Públicos I – cargo é o posto de trabalho, instituído
Civis do Estado de Goiás e de suas na organização do funcionalismo, caracteri-
Autarquias zado por deveres e responsabilidades, com
criação e jornada de trabalho estabelecidas
em lei, denominação própria, número certo
e remuneração pelos cofres públicos;
CAPÍTULO ÚNICO II – função é a atribuição ou o conjunto de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES atribuições específicas que devem ser exe-
cutadas por um funcionário na estrutura
Art. 1º Esta lei institui o regime jurídico (VETA-
organizacional, fornecendo elementos para
DO) dos Funcionários Públicos Civis do Estado
a caracterização, descrição, classificação e
de Goiás e de suas Autarquias.
avaliação do cargo;
Art. 2º As disposições desta lei não se aplicam
III – classe é o agrupamento de cargos de
aos integrantes da carreira do Ministério Públi-
mesmos vencimentos e responsabilidades,
co, bem como aos servidores da Assembléia Le-
para os quais sejam exigidos os mesmos
gislativa do Estado de Goiás.
requisitos gerais de instrução e experiência
Art. 3º Funcionário Público, para os fins deste para o provimento;
Estatuto, é a pessoa legalmente investida em
IV – série de classes é o conjunto de clas-
cargo, de provimento efetivo ou em comissão,
ses do mesmo grau profissional, dispostas
com denominação, função e vencimento pró-
hierarquicamente, de acordo com a com-
prios, número certo e remunerado pelos cofres
plexidade ou dificuldade das atribuições e
públicos.
o nível de responsabilidade, constituindo a
§ 1º Os cargos de provimento efetivo serão linha natural de promoção do funcionário;
agrupados em quadros e sua criação obe-
V – categoria funcional é o conjunto de car-
decerá a Planos de Classificação, estabeleci-
gos não hierarquizados segundo a estrutura
dos em leis especiais, de modo a assegurar
organizacional, integrantes dos campos de
a plena mobilidade e progresso funcionais
atuação operacional, adiministrativo e ma-
na carreira de funcionário público.
nutenção do serviço público estadual.
§ 2º A análise e a descrição de cada cargo
Art. 5º Os cargos públicos são acessíveis aos
serão especificadas na respectiva lei de cria-
brasileiros que preencham os requisitos estabe-
ção ou transformação.
lecidos em lei.

www.acasadoconcurseiro.com.br 877
Art. 6º É vedado cometer ao funcionário atri- II – elaborar os editais que deverão conter
buições diferentes das de seu cargo, bem como os critérios, os programas e demais elemen-
é proibida a prestação de serviços gratuitos. tos indispensáveis;
Parágrafo único. Não se incluem nas proi- III – publicar a relação dos candidatos con-
bições a que se refere este artigo o desem- correntes, cujas inscrições foram deferidas
penho de função transitória de natureza ou indeferidas;
especial e a participação em comissões ou IV – decidir, em primeira instância, questões
grupos de trabalho, para elaboração de es- relativas às inscrições;
tudos ou projetos de interesse público.
V – publicar a relação dos candidatos apro-
vados, obedecida a ordem de classificação.
TÍTULO II § 2º Em casos especiais, o titular da Pasta da
Administração, sem prejuízo de sua supervi-
Do Concurso, do Provimento são e homologação, poderá delegar compe-
e da Vacância tência para a realização de concursos públicos.
§ 3º Os concursos para provimento de car-
gos que, pela especificidade de suas atri-
CAPÍTULO I buições, sejam privativos de determinado
DO CONCURSO órgão, serão realizados sob a direção do res-
pectivo titular, com a supervisão e homolo-
Art. 7º O concurso público será de provas ou de
gação do Secretário da Administração.
provas e títulos e, em casos especiais, poderá
exigir aprovação em curso específico de forma- Art. 9º São requisitos para inscrição em concur-
ção profissional mantido por instituição oficial so, além de outros que as respectivas instruções
do Estado, sem prejuízo de outros requisitos. exigirem;
§ 1º À pessoa deficiente é assegurado o di- I – ser brasileiro;
reito de candidatar-se ao ingresso no servi- II – estar em gozo dos direitos políticos;
ço público para o exercício de cargos cujas
atribuições não sejam incompatíveis com a III – estar em dia com as obrigações milita-
deficiência de que é portadora. res e eleitorais;
§ 2º No caso de empate na classificação, IV – idade mínima de 18 (dezoito) anos;
para efeito de matrícula no curso de forma- V – ter nível de escolaridade ou habilitação
ção profissional ou nomeação, terá priorida- legal para o exercício do cargo.
de, sem prejuízo de outros critérios a serem
Parágrafo único. As atribuições do cargo
estabelecidos nas instruções do concurso, o
podem justificar a exigência de outros re-
candidato que já for funcionário do Estado.
quisitos estabelecidos em lei.
Art. 8º Os concursos para provimento de cargos
nas administrações direta e autárquica do Poder Art. 10. Não cumpridas as exigências de que trata o
Executivo serão realizados diretamente pela Se- artigo anterior, a inscrição será indeferida, cabendo
cretaria da Administração ou sob a sua supervisão dessa decisão recurso à autoridade competente.
e controle, a cujo titular compete a decisão sobre Art. 11. A matrícula nos cursos de formação
a respectiva homologação, no prazo de 60 (sessen- profissional será disciplinada nas instruções do
ta) dias, a contar da realização do concurso. concurso, atribuindo-se ao candidato matricula-
§ 1º Para os efeitos do disposto neste artigo, do uma bolsa de estudos mensal em valor cor-
incumbirá à Secretaria da Administração: respondente a 60% (sessenta por cento) do ven-
cimento básico do cargo a que concorrer.
I – publicar a relação das vagas;

878 www.acasadoconcurseiro.com.br
PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Administrativo – Profª Tatiana Marcello

§ 1º Sendo funcionário público, civil ou mi- II – recondução;


litar, o candidato será colocado à disposição
da entidade incumbida de ministrar o curso, III – promoção;
por simples ato do titular do órgão em que IV – acesso;
estiver lotado, facultando-se-lhe optar pela
bolsa a que alude este artigo. V – readmissão;

§ 2º Será desligado do curso o aluno que: VI – reintegração;

I – faltar mais de 25% (vinte e cinco por cen- VII – aproveitamento;


to) das aulas dadas ou deixar de frequentá- VIII – reversão;
-las, sem motivo justificado, por 8 (oito) dias
consecutivos; IX – readaptação.
II – tiver má conduta; Art. 14. Compete ao Chefe do Poder Executivo
III – praticar, nas provas ou exames, fraude prover, mediante decreto, os cargos públicos.
de qualquer natureza;
Seção II
IV – obtiver média ponderada inferior a 5
DA NOMEAÇÃO
(cinco) pontos por disciplina, adotada a es-
cala de zero a dez, nos resultados finais dos Art. 15. Nomeação é a forma originária de pro-
diversos períodos em que se dividam os vimento de cargo público.
cursos.
Art. 16. A nomeação será feita:
§ 3º Não haverá segunda chamada e revisão
de exames ou provas, nem abono de faltas. I – em caráter efetivo, para os cargos que
§ 4º Caso o candidato do curso de forma- assegurem estabilidade;
ção a que se refere o caput deste artigo seja II – em comissão, para os cargos que, em
servidor submetido a estágio probatório em virtude de lei, sejam de livre nomeação e
outro cargo, suspensa será a contagem do exoneração;
prazo a ele referente.
III – em Substituição, nos casos do art. 21.
•• Acrescido pela Lei nº 19.156, de 29-12-
2015. Art. 17. A primeira investidura em cargo de pro-
Art. 12. Na hipótese do art. 11, se aprovado e no- vimento efetivo dependerá de prévia habilita-
meado, o candidato prestará, obrigatoriamente, ção em concurso público, nos termos do capítu-
ressalvado o interesse público em contrário, pelo lo anterior, obedecida a ordem de classificação.
menos o tempo de serviço igual ao da duração Art. 18. Dentre os candidatos aprovados os
do curso, sob pena de restituir a importância per- classificados até o limite das vagas, existentes à
cebida dos cofres públicos a título de bolsa. época do edital, têm assegurado o direito à no-
meação, no prazo de validade do concurso.
CAPÍTULO II § 1º Os demais candidatos aprovados serão
DO PROVIMENTO nomeados à medida que ocorrerem vagas,
dentro do prazo de validade do concurso.
Seção I
§ 2º A convocação será por edital em jornal
DISPOSIÇÕES GERAIS de grande circulação no Estado, sendo man-
Art. 13. Os cargos públicos serão providos por: tida a convocação por AR, e fixará prazo im-
prorrogável.
I – nomeação;

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Art. 19. O regulamento ou edital do concurso II – os Secretários de Estado, aos dirigentes
indicará o respectivo prazo de validade, que não das entidades jurisdicionadas às respectivas
poderá ser superior a 4 (quatro) anos, incluídas Pastas;
as prorrogações.
III – o Secretário da Administração, aos de-
Art. 20. A nomeação para os cargos de que trata mais funcionários do Poder Executivo e das
o item II do art. 16 deste Estatuto recairá, prefe- autarquias estaduais.
rencialmente, em funcionário público.
•• Vide Lei nº 13.266, de 16-04-1998 e
Parágrafo único. A nomeação a que se re- 14.662, de 08-01-2004, art. 8º.
fere este artigo dependerá sempre de ha-
bilitação compatível com a necessária ao Art. 26. Além dos requisitos exigidos nos incisos
desempenho das atribuições inerentes ao I a III e V do art. 9º, o nomeado deverá apresen-
cargo. tar, no ato da posse, prova de quitação com a
Fazenda Pública. de sanidade física e mental
Art. 21. Só haverá Substituíção no impedimento mediante inspeção da Junta Médica Oficial do
legal e temporário de ocupante de cargo em co- Estado e declaração sobre acumulação de car-
missão de direção e de função por encargos de gos.
Chefia.
§ 1º É obrigatória, também, a apresentação
Art. 22. A Substituição será: de declaração de bens e valores, no caso de
investidura em cargo de direção, de provi-
I – gratuita, desde que automática e não ex- mento em comissão.
cedente a 15 (quinze) dias;
§ 2º A deficiência física, comprovadamente
II – remunerada, nas demais hipóteses. estacionária, não impedirá a posse desde
Art. 23. O Substituto perceberá, durante o tem- que não obste o desempenho normal das
po da Substituição, além do vencimento ou re- atribuições do cargo.
muneração do cargo de que for titular efetivo, § 3º Ao funcionário admitido nos termos
a diferença necessária para completar o venci- do parágrafo anterior não se concederão
mento do Substituído mais a gratificação de re- quaisquer vantagens, direitos ou benefícios
presentação ou por encargo de chefia respecti- em razão da deficiência existente à época
va. da admissão.
Seção III Art. 27. Em casos de doença devidamente com-
DA POSSE provada, admitir-se-á a posse por procuração.

Art. 24. Posse é a aceitação formal das atribui- Art. 28. A posse deverá ser tomada no prazo de
ções, deveres e responsabilidades inerentes ao 30 (trinta) dias, a contar da data da publicação
cargo público, com o compromisso de bem ser- do ato no órgão oficial, prorrogável por mais 30
vir. (trinta), a requerimento do interessado.

Parágrafo único. Independem de posse os Seção IV


casos de promoção, acesso, reintegração e DO EXERCÍCIO
readaptação.
Art. 29. Exercício, como ato personalíssimo, é a
Art. 25. São competentes para dar posse: efetiva entrada do funcionário em serviço pú-
I – o Governador do Estado, às autoridades blico, caracterizada pela frequência e execução
que lhe sejam diretamente subordinadas; das atividades atribuídas ao cargo ou à função.

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Art. 30. O funcionário nomeado terá exercício I – o ônus poderá ser suportado pelo órgão
na repartição em que houver claro de lotação. de lotação ou exercício, a juízo do Gover-
nador do Estado, se resultar comprovada a
§ 1º Lotação é o número de funcionários de impossibilidade legal de sua assunção pelo
cada classe que deve ter exercício em cada requisitante;
repartição ou serviço.
II – o ônus será suportado pelo órgão de lo-
§ 2º O funcionário elevado por acesso po- tação ou exercício para atendimento de so-
derá continuar em exercício na repartição licitação da Assembléia Legislativa do Esta-
em que estiver servindo. do, da Câmara dos Deputados e do Senado
Art. 31. O chefe da repartição ou do serviço em Federal, casos em que o número de servido-
que for lotado o funcionário é autoridade com- res cedidos não poderá exceder:
petente para dar-lhe exercício. a) o dobro da soma dos parlamentares goia-
Art. 32. O exercício do cargo terá início dentro nos componentes das duas Casas do Con-
do prazo de 30 (trinta) dias, contados da: gresso Nacional;

I – data da posse; b) o triplo do número de Deputados Esta-


duais integrantes da Assembleia Legislativa,
II – publicação oficial do ato, nos demais ca- podendo este quantitativo, excepcional-
sos; mente, se demonstrada a sua necessidade,
III – da cessação do impedimento, na hipó- ser aumentado de 01 (um) cento, a critério
tese do art. 27. exclusivo do Governador do Estado;

§ 1º A promoção e o acesso não interrom- c) a mesma quantidade prevista na alínea


pem o exercício, que é contado na nova “b”, por parlamentar, acrescida de outro
classe a partir da data da publicação dos tanto e meio, quando se tratar de disposi-
respectivos atos. ção para atender ao Gabinete do Presidente
da Assembléia Legislativa.
§ 2º O funcionário que não entrar em exer-
cício no prazo legal será exonerado do cargo. § 2º No caso do inciso II do caput deste arti-
go, a ausência do funcionário, em hipótese
Art. 33. Ao entrar em exercício o funcionário alguma, excederá 4 (quatro) anos ou o tem-
apresentará à unidade competente do órgão de po de duração do estudo, se inferior a esse
sua lotação os elementos necessários à abertu- prazo, não se permitindo nova ausência an-
ra do assentamento individual. tes do decurso de um quadriênio.
Art. 34. Somente em casos especiais e mediante Art. 35. Considera-se como de efetivo exercício,
prévia e expressa autorização do Chefe do Po- além dos dias feriados ou em que o ponto for
der Executivo, o funcionário poderá: considerado facultativo, o afastamento motiva-
do por:
I – ter exercício fora do órgão de sua lotação
e desde que exclusivamente com ônus para I – férias;
o órgão requisitante, VETADO;
II – casamento, até 8 (oito) dias consecuti-
II – ausentar-se do Estado para estudo ou vos;
missão de qualquer natureza, com ou sem
ônus para os cofres públicos. III – luto, pelo falecimento do cônjuge, filho,
pais e irmão, até 8 (oito) dias consecutivos;
§ 1º Na hipótese do inciso I do caput deste
artigo: IV – convocação para o serviço militar;
V – júri e outros serviços obrigatórios;

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VI – exercício de cargo de provimento em XIX – de exercício de mandato eletivo fede-
comissão na administração direta ou autár- ral, estadual ou municipal.
quica ou em fundações instituídas pelo Es-
tado de Goiás; XX – exercício de mandato em confedera-
ção, federação, associação e sindicato re-
VII – exercício de cargo ou função de governo presentativo de categoria de servidores pú-
ou administração, em qualquer parte do terri- blicos estaduais, ou entidade fiscalizadora
tório nacional, por nomeação do Governador da profissão.
do Estado ou do Presidente da República;
XXI – doação de sangue, desde que devida-
VIII – exercício do cargo de Secretário de mente comprovado.
Município ou de Estado em outras Unida-
des da Federação, com prévia e expressa § 1º Considera-se ainda, como de efetivo
autorização do Chefe do Poder Executivo. exercício o período em que o funcionário
estiver em disponibilidade.
IX – desempenho de mandato diretivo em
empresa pública e sociedade de economia § 2º Na hipótese do inciso XX deste artigo,
mista sob o controle acionário do Estado de poderão ser licenciados somente servidores
Goiás; eleitos para cargos de direção das referidas
entidades, limitando-se a 5 (cinco) servido-
X – licença-prêmio; res por entidade, sendo assegurada a remu-
neração de seus cargos efetivos.
XI – licença à funcionária gestante por 180
(cento e oitenta) dias; § 3º O servidor ocupante de cargo em dire-
ção, comissão, chefia ou função de confian-
•• Redação dada pela Lei n° 16.677, de 30- ça, na hipótese de afastamento prevista no
07-2009, art. 3º. inciso XX, deverá descompatibilizar-se do
•• Vide Lei Complementar nº 88, de 13- cargo ou função.
10-2011, art. 2º. § 4º Os afastamentos previstos nos incisos
XII – licença para tratamento de saúde até o IV, VII, VIII, IX, X, XI, XIX e XX deste artigo im-
limite máximo de 24 (vinte e quatro) meses; portarão na suspensão imediata do estágio
probatório.
XIII – licença por motivo de doença em pes-
soa da família, enquanto remunerada; § 5º Na hipótese prevista no inciso VI deste
artigo, a assunção, pelo servidor, de atribui-
XIV – licença ao funcionário acidentado em ções diversas das do cargo de provimento
serviço ou acometido de doença profissional; efetivo implicará suspensão imediata da
contagem do prazo de estágio probatório.
XV – missão ou estudo no País ou no exterior,
quando o afastamento for remunerado; § 6º Nos demais casos de afastamento pre-
vistos neste artigo e que excederem a 30
XVI – doença de notificação compulsória; (trinta) dias, suspensa será a contagem do
XVII – participação em programa de treina- prazo do estágio probatório a partir do 31º
mento regularmente instituído; (trigésimo primeiro) dia, salvo se, relativa-
mente ao inciso XVII deste artigo, o evento
XVIII – trânsito do funcionário que passar a guardar relação com as atribuições do cargo
ter exercício em nova sede, definido como ocupado e o afastamento não impedir a re-
o período de tempo nunca superior a 15 alização da avaliação especial de desempe-
(quinze) dias, contados do seu desligamen- nho.
to, necessário à viagem para o novo local de
trabalho;

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Art. 36. Preso preventivamente, pronunciado III – relacionamento interpessoal;


por crime comum ou condenado por crime ina-
fiançável em processo no qual não haja pronún- IV – eficiência;
cia, o funcionário será afastado do exercício até V – comprometimento com o trabalho.
decisão final passada em julgado.
§ 2º A verificação dos requisitos menciona-
Parágrafo único. No caso de condenação, dos no § 1º deste artigo será efetuada por
se esta não for de natureza que determine a comissão permanente designada pelo titu-
demissão do funcionário, continuará o mes- lar do órgão ou da entidade em que o ser-
mo afastado do exercício, na conformidade vidor nomeado tiver exercício, e far-se-á
do disposto no art. 148 desta lei. mediante apuração semestral de avaliação
Art. 37. Salvo os casos expressamente previstos individual de desempenho até o 30º (trigé-
neste Estatuto, o funcionário que interromper o simo) mês de efetivo exercício, sendo os úl-
exercício por mais de 30 (trinta) dias consecuti- timos 6 (seis) meses do período do estágio
vos ou 45 (quarenta e cinco) intercalados, sem probatório destinados à conclusão do res-
justa causa, dentro do mesmo ano civil, será de- pectivo processo de avaliação.
mitido por abandono de cargo. •• Redação dada pela Lei nº 19.156, de 29-
Parágrafo único. Verificada a hipótese pre- 12-2015.
vista neste artigo, incumbe ao superior § 3º Para o cumprimento da semestralida-
imediato do funcionário faltoso, sob pena de a que se refere o § 2º deste artigo, o 31º
de sua responsabilidade civil e funcional, (trigésimo primeiro) mês de efetivo exercí-
comunicar o fato à autoridade competente cio deverá ser utilizado para o alcance de 5
para a imposição da penalidade ali preconi- (cinco) avaliações, não se submetendo ao
zada. disposto no caputdo art. 39-A desta Lei.
Art. 38. A autoridade que irregularmente der •• Acrescido dada pela Lei nº 19.156, de
exercício a funcionário estadual, responderá ci- 29-12-2015.
vil e criminalmente por tal ato e ficará pessoal-
mente responsável por quaisquer pagamentos § 4º A chefia imediata do servidor avalia-
que se fizerem em decorrência dessa situação. do, ou a mediata em sua ausência, enviará
à comissão de que trata o § 2º deste artigo
Seção V registros sobre o desempenho do servidor
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO no exercício do cargo, nos termos do regu-
lamento.
Art. 39. O servidor nomeado para cargo de pro-
vimento efetivo fica sujeito ao período de está- •• Acrescido dada pela Lei nº 19.156, de
gio probatório de 3 (três) anos de efetivo exer- 29-12-2015.
cício, com o objetivo de apurar os requisitos § 5º Na avaliação especial de desempenho
necessários à sua confirmação no cargo para o dos servidores ocupantes de cargos que
qual foi nomeado. possuam requisitos e procedimentos pró-
•• Redação dada pela Lei nº 19.156, de 29- prios estabelecidos em lei específica, serão
12-2015. observados, de modo complementar, os re-
quisitos previstos nos incisos do § 1º deste
§ 1º São requisitos básicos a serem apura- artigo.
dos no estágio probatório:
•• Acrescido dada pela Lei nº 19.156, de
I – iniciativa; 29-12-2015.
II – assiduidade e pontualidade;

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§ 6º Nas hipóteses de cessão de servidor em § 3º Uma vez encerrada a fase instrutória
estágio probatório, a contagem do respecti- do processo administrativo de exoneração,
vo prazo e a sua avaliação serão suspensas com a apresentação do relatório final da co-
quando o servidor assumir atribuições di- missão processante, será ele encaminhado,
versas das do cargo de provimento efetivo, com a manifestação conclusiva do titular do
bem como quando tiver exercício fora dos órgão ou da entidade de origem do servidor,
quadros da Administração Pública estadual. à decisão final do Chefe do Poder Executivo.
•• Acrescido dada pela Lei nº 19.156, de •• Redação dada pela Lei nº 19.156, de 29-
29-12-2015. 12-2015.
Art. 39-A. Durante o ano civil, as avaliações se- Art. 41. O servidor público não aprovado no es-
rão realizadas em meses prefixados, conforme tágio probatório será exonerado ou, se estável,
definido em regulamento. reconduzido ao cargo anteriormente ocupado.
•• Acrescido dada pela Lei nº 19.156, de •• Redação dada pela Lei nº 19.156, de 29-
29-12-2015. 12-2015.
Parágrafo único. Excepcionalmente, na 1ª Seção VI
(primeira) avaliação e nos casos de afasta- DA ESTABILIDADE
mentos que resultarem em suspensão da
contagem do tempo de estágio probatório, Art. 42. Cumprido satisfatoriamente o estágio
as avaliações poderão ser realizadas em in- probatório, o funcionário adquirirá estabilidade
terstício inferior a 6 (seis) meses, desde que no serviço público.
observado o mínimo de 90 (noventa) dias
de efetivo exercício. Art. 43. O funcionário estável somente perderá
o cargo em virtude de sentença judicial ou me-
•• Acrescido dada pela Lei nº 19.156, de diante processo administrativo em que lhe seja
29-12-2015. assegurada ampla defesa.
Art. 40. O não-atendimento de quaisquer dos Parágrafo único. Extinto o cargo ou declara-
requisitos estabelecidos para o estágio probató- da a sua desnecessidade, o funcionário es-
rio implicará instauração do processo adminis- tável ficará em disponibilidade remunerada,
trativo de exoneração do servidor pelo titular com vencimento proporcional ao tempo de
do órgão ou da entidade onde aquele tem exer- serviço, até seu adequado aproveitamento
cício, na forma da Lei nº 13.800, de 18 de janei- em outro cargo.
ro de 2001, com observância do contraditório
e da ampla defesa, e do procedimento previsto Seção VII
em regulamento. DA REMOÇÃO
•• Redação dada pela Lei nº 19.156, de 29-
Art. 44. Remoção é a movimentação do funcio-
12-2015.
nário, a pedido ou de ofício, no quadro a que
§ 1º A apuração dos requisitos de que tra- pertence, com ou sem mudança de sede, me-
ta o art. 39 desta Lei deverá ser processada diante preenchimento de claro de lotação, sem
de modo que o processo administrativo de se modificar, entretanto, a sua situação funcio-
exoneração seja instaurado antes de findo o nal.
período de estágio, sob pena de responsa-
Art. 45. A remoção dar-se-á a pedido escrito do
bilidade da autoridade.
funcionário ou de ofício no interesse da Admi-
•• Redação dada pela Lei nº 19.156, de 29- nistração, devidamente comprovado:
12-2015.

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I – de um para outro órgão da administra- •• Vide Lei nº 17.511, de 22-12-2011.


ção direta ou autárquica, inclusive entre si;
•• Vide Decreto nº 7.204, de 07-01-2011.
II – de uma para outra unidade integrante
do mesmo órgão. Art. 51. O funcionário cumprirá jornada de tra-
balho de, no máximo, 8 (oito) horas diárias, 40
Parágrafo único. Em qualquer caso, porém , (quarenta) horas semanais e 200 (duzentas) ho-
a remoção somente poderá ser feita respei- ras mensais.
tada a lotação de cada órgão ou unidade.
•• Redação dada pela Lei nº 16.509, de 02-
Art. 46. Somente se dará a remoção, a pedido, 04-2009.
para outra localidade, por motivo de doença do
próprio funcionário, do cônjuge ou dependente, § 1º O período diário normal de trabalho do
desde que fiquem comprovadas, por laudo da servidor é de 8 (oito) horas, a serem presta-
Junta Médica Oficial do Estado, as razões apre- das em 2 (dois) turnos, de preferência das 8
sentadas. (oito) às 12 (doze) e das 14 (quatorze) às 18
(dezoito) horas.
Parágrafo único. À remoção de que trata
este artigo não se aplica o requisito da exis- •• Redação dada pela Lei nº 16.509, de 02-
tência de claro de lotação. 04-2009.

Art. 47. Sendo ambos funcionários, a remoção § 2º Os titulares de cargos de direção e che-
de ofício de um dos cônjuges assegurará a do fia, mediante aprovação de Secretário de
outro para serviço estadual na mesma localida- Estado ou autoridade equivalente, poderão
de. alterar o horário de que trata este artigo,
observado o limite ali estabelecido, sempre
Art. 48. A remoção de que trata o item I do art. que as necessidades do serviço exigirem.
45 competirá ao Secretário da Administração e
a de que trata o item II do mesmo dispositivo, •• Redação dada pela Lei nº 16.509, de 02-
ao titular do órgão em que for lotado o funcio- 04-2009.
nário. § 3º Fica o Chefe do Poder Executivo auto-
Art. 49. É vedada a remoção de ofício de fun- rizado a reduzir para 6 (seis) horas diárias a
cionário que esteja regularmente matriculado jornada de trabalho do servidor que perce-
em curso de treinamento, aprimoramento ou ba remuneração inferior a 2 (dois) salários
aperfeiçoamento profissional, mantido por ins- mínimos, a ser prestada, preferencialmen-
tituição oficial do Estado, ou em curso de espe- te, das 12 (doze) às 18 (dezoito) horas.
cialização que guarde correspondência com as •• Redação dada pela Lei nº 16.509, de 02-
atribuições do cargo ocupado, mesmo que mi- 04-2009.
nistrado por entidades de ensino superior.
§ 4º Os servidores portadores de deficiên-
Art. 50. A remoção do pessoal do Fisco Estadu- cia, necessitados de cuidados especiais e
al, na hipótese do item II do art. 45 deste Esta- que pratiquem atividades físicas direcio-
tuto, será objeto de regulamento a ser baixado nadas ou não, e as servidoras que tenham
pelo Chefe do Poder Executivo. em sua companhia filho portador de defi-
ciência, necessitado de cuidados especiais,
Seção VIII ficam sujeitos à jornada de trabalho de 6
DO REGIME DE TRABALHO (seis) horas diárias.
•• Vide Decreto nº 8.465, de 05-10-2015. •• Redação dada pela Lei nº 16.938, de 12-
03-2010, art. 1º.
•• Vide Lei nº 19.019, de 25-09-2015.

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§ 5º O disposto neste artigo não se aplica § 8º É vedada a prorrogação da jornada de
à duração de trabalho estabelecida em leis trabalho nas atividades de teleatendimen-
especiais, caso em que a jornada do servi- to, telefonista ou telemarketing, salvo por
dor poderá ser fixada em 6 (seis) ou 4 (qua- motivo de força maior, necessidade impe-
tro) horas diárias, em 36 (trinta e seis) ou 24 riosa ou para a realização ou conclusão de
(vinte e quatro) horas semanais e em 180 serviços inadiáveis, cuja execução possa
(cento e oitenta) ou 120 (cento e vinte) ho- acarretar prejuízo manifesto, com respeito
ras mensais. ao limite de 36 (trinta e seis) horas sema-
nais.
•• Acrescido pela Lei nº 16.509, de 02-04-
2009. •• Acrescido pela Lei nº 19.145, de 29-12-
2015, art. 31.
§ 6º O tempo de trabalho em efetiva ativi-
dade de teleatendimento, telefonista ou te- § 9º Em caso de prorrogação da jornada
lemarketing é de, no máximo, 6 (seis) horas normal de trabalho de teleatendimento,
diárias, nele incluídos os seguintes interva- telefonista ou telemarketing, será obrigató-
los para repouso e alimentação, sem qual- ria a concessão de descanso mínimo de 15
quer prejuízo remuneratório: (quinze) minutos antes do início do período
extraordinário de trabalho.
•• Acrescido pela Lei nº 19.145, de 29-12-
2015, art. 31. •• Acrescido pela Lei nº 19.145, de 29-12-
2015, art. 31.
I – 2 (dois) intervalos de 10 (dez) minutos
contínuos após os primeiros e antes dos úl- Art. 52. Os órgãos cujos serviços se fizerem ne-
timos 60 (sessenta) minutos de trabalho; cessários diuturnamente e/ou aos sábados, do-
mingos e feriados civis ou religiosos funcionarão
•• Acrescido pela Lei nº 19.145, de 29-12- nesses dias em regime de plantão, fixado pelos
2015, art. 31. respectivos dirigentes.
II – 1 (um) intervalo de 20 (vinte) minutos Art. 53. Os ocupantes de cargos em comissão
contínuos durante a 4ª (quarta) hora de tra- ou de função gratificada por encargo de che-
balho. fia, assessoramento, secretariado ou inspeção
•• Acrescido pela Lei nº 19.145, de 29-12- estão sujeitos, qualquer que seja seu cargo ou
2015, art. 31. emprego de origem, à jornada de 8 (oito) horas
diárias de trabalho.
§ 7º Para os fins do disposto no § 6º deste
artigo, entende-se como trabalho de tele- •• Vide Decreto nº 4.960, de 2-10-98.
atendimento, telefonista ou telemarketing Parágrafo único. Estarão também sujeitos
aquele cuja comunicação com interlocuto- à carga horária de 8 (oito) horas diárias os
res internos e externos é realizada, predo- ocupantes dos cargos de Fiscal de Vigilância
minantemente, à distância por intermédio Sanitária e Sanitarista.
da voz e/ou mensagens eletrônicas, com a
utilização simultânea de equipamentos de Art. 54. A jornada de trabalho dos médicos, ci-
audição/escuta e fala telefônica e sistemas rurgiões dentistas e fixada em 4 (quatro) horas
informatizados ou manuais de processa- diárias, reduzindo-se-lhes, de consequência,
mento de dados, em ambiente no qual a pela metade os seus vencimentos, quando fixa-
principal atividade é conduzida via telefone dos para carga horária de 8 (oito) horas.
e/ou rádio.
•• Redação dada pela Lei nº 12.716, de
•• Acrescido pela Lei nº 19.145, de 29-12- 2-10-95, art. 1º inciso I.
2015, art. 31.

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§ 1º O pessoal de que trata este artigo po- das atribuições que desempenham, não es-
derá, a critério da administração e median- tão sujeitos a ponto.
te autorização expressa do Chefe do Poder
Executivo ou de quem este delegar tal com- Art. 56. Ponto é o registro pelo qual se verifica-
petência, ter dobrada a sua carga horária, rão, diariamente, a entrada e a saída do funcio-
passando, nessa hipótese, a perceber, tam- nário em serviço.
bém duplicado, o respectivo vencimento, § 1º Nos registros de ponto deverão ser
com a redução prevista no “caput” deste lançados todos os elementos necessários à
artigo. apuração da frequência.
•• § 1º constituído pela Lei nº 10.629, 13- § 2º Para o registro do ponto serão usados,
9-88, art. 3º. preferencialmente, meios mecânicos.
§ 2º A dobra vencimental a que se refere o § 3º Salvo nos casos expressamente pre-
parágrafo anterior incorporar-se-á aos pro- vistos neste Estatuto, é vedado dispensar o
ventos de aposentadoria do funcionário funcionário do registro do ponto e abonar
que permanecer no regime de trabalho ali faltas ao serviço.
previsto por prazo igual ou superior a cinco
anos consecutivos ou dez intercalados. § 4º As autoridades e os funcionários que,
de qualquer forma, contribuírem para o
•• Acrescido pela lei nº 10.629, de 13-9- descumprimento do disposto no parágrafo
88, art. 3º. anterior, serão obrigados a repor, aos cofres
§ 3º O beneficiário do disposto no § 1º que públicos, as importâncias indevidamente
já contar com tempo de serviço necessá- pagas aos servidores faltosos, sem prejuízo
rio à implementação de sua aposentadoria da ação disciplinar cabível.
voluntária ou vier a completá-la nos cinco § 5º Em cada mês civil poderão ser abona-
anos Subsequentes à data da vigência desta das até 03 (três) faltas do servidor, desde
lei, desde que, consecutivamente, nos últi- que devidamente justificadas por atestado
mos cinco anos ou por dez intercalados te- médico e não excedam a 18 (dezoito) em
nha prestado serviço com cargo de 40 (qua- cada exercício.
renta) horas semanais, poderá computar
tais períodos para efeito do interstício a que •• Redação dada pela Lei nº 18.861, de 10-
se refere o parágrafo anterior”. 06-2015.

•• Acrescido pela lei nº 10.629, de 13-9- § 6º A dispensa da marcação do ponto,


88, art. 3º. quando assim o exigir o serviço, não deso-
briga o funcionário por ela atingido do com-
Art. 55. Frequência é o comparecimento obri- parecimento à repartição ,durante os horá-
gatório do funcionário ao serviço dentro do ho- rios de expediente, para o cumprimento de
rário fixado em lei ou regulamento do órgão de suas obrigações funcionais.
sua lotação, para cabal desempenho dos deve-
res inerentes ao cargo ou à função, observadas § 7º As fraudes praticadas no registro de
a natureza e condições do trabalho. frequência, ou a prática de quaisquer ou-
tros atos para justificar ausências indevidas
Parágrafo único. Apura-se a frequência: do local de trabalho, acarretarão ao seu au-
I – pelo ponto; tor, se por força das circunstâncias não hou-
ver cometimento de outra maior, a pena de:
II – pela forma determinada em regimentos,
quanto aos funcionários que, em virtude I – repreensão, na primeira ocorrência;

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II – suspensão por 60 (sessenta) dias, na se- § 2º Para valer-se de qualquer das facul-
gunda ocorrência; dades previstas neste artigo, o funcioná-
rio, semestralmente, no início das aulas,
III – demissão, na terceira. encaminhará requerimento à autoridade
§ 8º Recebendo o autor a conivência de ter- competente, instruindo-o com atestado do
ceiros, a estes será aplicada a mesma pena. diretor do estabelecimento de ensino que
Se o conivente for encarregado do ponto, estiver frequentando, o qual deverá preen-
ser-lhe-á aplicada, na primeira ocorrência, cher os seguintes requisitos:
suspensão por 60 (sessenta) dias e, na se- I – ser passado em papel marcado com o
gunda, a pena de demissão. timbre do estabelecimento;
Art. 57. Excetuados os ocupantes de cargos de II – conter o nome e filiação do funcionário,
direção superior, todos os funcionários estão data e local em que nasceu, curso e classe
sujeitos à prova de pontualidade e frequência em que estiver matriculado, número da ma-
mediante o sistema de marcação de ponto. trícula, horário completo de suas atividades
•• Vide decreto nº 4.671, de 22-4-96, art. escolares e declaração de frequência.
1º. Art. 59-A. O servidor que comprovar participação
•• Vide Decreto nº 8.465, de 05-10-2015, em programas de treinamento sistemático para
art. 20. atletas fará jus à redução de até 30% (trinta por cen-
to) da carga horária de sua jornada de trabalho.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não
se aplica ao funcionário que, necessariamen- •• Acrescido pela Lei nº 15.662, de 23-05-
te, desempenhe suas atividades em serviços 2006.
externos, bem assim, ao que, pela natureza •• Regulamentado pelo Decreto nº 7.948,
de suas atribuições – quando comprovada- de 1º-08-2013.
mente no exercício delas – tenha de deslo-
car-se da repartição em que estiver lotado. § 1º Não será exigida compensação de ho-
rário do servidor beneficiário do horário es-
Art. 58. A falta de marcação do ponto importa pecial fixado no caput deste artigo.
na perda de vencimento ou da remuneração
do dia; se prolongada por 30 (trinta) dias con- •• Acrescido pela Lei nº 15.662, de 23-05-
secutivos ou 45 (quarenta e cinco) intercalados, 2006.
dentro do período de 365 (trezentos e sessenta
e cinco) dias, na perda do cargo, por abandono, § 2º A concessão de horário especial, nos
na forma preconizada no art. 37 deste Estatuto. termos deste artigo, não acarretará prejuízo
financeiro ao servidor atleta.
Art. 59. Os funcionários que estiverem cursan-
do estabelecimentos de ensino, oficiais ou re- •• Acrescido pela Lei nº 15.662, de 23-05-
conhecidos, poderão marcar o ponto até meia 2006.
hora depois, na entrada, ou até meia hora antes, Art. 59-B. Ao servidor inscrito em competição
na saída, dos horários a que estiverem sujeitos. desportiva local, regional, nacional ou internacio-
nal será concedido afastamento remunerado do
§ 1º Em casos especiais, atendida a conve- serviço durante o período de translado, prepara-
niência do serviço, ao funcionário estudan- ção e competição devidamente comprovada.
te poderá ser concedido horário especial,
quando comprovada a incompatibilidade •• Acrescido pela Lei nº 15.662, de 23-05-
entre o horário escolar e o da repartição, 2006.
contudo, sem prejuízo de sua carga horária
semanal.

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•• Regulamentado pelo Decreto nº 7.948, § 2º Com a manifestação do titular do órgão


de 1º-08-2013. em que for lotado o funcionário, compete
Parágrafo único. A não comprovação da ao Chefe do Poder Executivo decidir sobre a
efetiva participação na competição impli- opção de que trata este artigo.
cará falta ao serviço durante o período do Art. 63. O candidato ao regime de dedicação
afastamento. exclusiva deverá apresentar, por ocasião de sua
•• Acrescido pela Lei nº 15.662, de 23-05- opção, declaração de não acumulação de cargos,
2006. funções ou empregos na administração estadual
direta ou indireta, inclusive nas esferas municipal
Art. 60. Nos dias úteis, só por determinação e federal, e de que não exerce atividade particu-
contida em decreto do Governador do Estado lar, observada a ressalva prevista no art. 61.
poderão deixar de funcionar as repartições in-
tegrantes do Poder Executivo ou ser suspensos § 1º Uma vez deferida a opção de que trata
seus trabalhos. este artigo, a mesma somente poderá ser
retratada:
Seção IX
I – por descumprimento das condições esta-
DO REGIME DE belecidas no artigo precedente, devidamen-
DEDICAÇÃO EXCLUSIVA te comprovado;
Art. 61. Considera-se como dedicação exclusiva a II – por conveniência de qualquer das par-
obrigatoriedade de permanecer o funcionário, em tes.
regime de tempo integral, à disposição do órgão
§ 2º Verificada a inveracidade da declaração
em que tiver exercício, ficando, de consequência,
a que se refere este artigo ou descaracteri-
proibido de exercer outro cargo, função ou ativida-
zada a mesma, o funcionário faltoso ficará
de particular ou pública, ressalvada a pertinente a
obrigado a restituir, de uma só vez e no pra-
uma de magistério, desde que haja correlação de
zo de 30 (trinta) dias, toda e qualquer im-
matérias e compatibilidade de horário.
portância auferida em razão da prática da
Art. 62. A prestação de serviço em regime de infração aqui prevista, sem prejuízo de ou-
dedicação exclusiva será permitida, mediante tras sanções.
opção, às seguintes categorias funcionais:
Art. 64. Ao funcionário, quando em regime de
I – professores universitários que se dedica- dedicação exclusiva e na forma que dispuser o
rem à pesquisa; respectivo regulamento, será atribuída uma gra-
tificação de até 100% (cem por cento) do res-
II – sanitaristas; pectivo vencimento, que a ele não se incorpora-
III – médicos, quando em exercício nos Ser- rá para nenhum efeito.
viços de Atendimento de Urgência ou em Art. 65. Aos médicos, quando em exercício de
Unidades Hospitalares do Estado; dedicação exclusiva em unidades hospitalares
IV – fiscais de vigilância sanitária; no interior do Estado, ou em unidades destina-
das a serviços hospitalares de urgência na Ca-
V – VETADO;
pital, além da gratificação de que trata o artigo
VI – VETADO. precedente, será atribuída uma gratificação de
§ 1º A prestação de serviço no regime de 20% (vinte por cento) sobre a sua remuneração,
que trata este artigo, quando se tratar das a título de compensação por atividade penosa,
categorias mencionadas nos seus incisos I e insalubre ou perigosa, na forma prevista neste
II, dependerá de regulamento a ser baixado Estatuto.
pelo Chefe do Poder Executivo.

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Art. 66. O disposto nesta Seção não se aplica § 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o pe-
aos titulares de cargos que, por sua natureza, dido de recondução somente poderá ser apre-
exijam a prestação de serviço em regime de sentado enquanto o servidor não for confirma-
tempo integral. do no cargo objeto de estágio probatório.

Seção X •• Acrescido pela Lei nº 19.156, de 29-12-


DA RECONDUÇÃO 2015.

Art. 67. Recondução é o retorno do servidor pú- Seção XI


blico estável ao cargo anteriormente ocupado, DA PROMOÇÃO
em decorrência de:
•• Vide Lei nº 10.872, de 7-7-89, art. 2º.
•• Redação dada pela Lei nº 19.156, de 29-
12-2015. •• Suspensa para o pessoal do magisté-
rio fundamental e médio pela Lei nº
I – inabilitação em estágio probatório; 11.756,de 7-7-92, art. 2º.
•• Acrescido pela Lei nº 19.156, de 29-12- Art. 68. Promoção é o provimento na referência
2015. inicial de cargo vago de classe imediatamente
II – desistência de estágio probatório; superior àquela que ocupa, dentro da mesma
série de classes e da mesma categoria funcional
•• Acrescido pela Lei nº 19.156, de 29-12- a que pertença, de funcionário efetivo ou está-
2015. vel, que esteja ocupando a última referência ho-
rizontal de sua classe.
III – reintegração do anterior ocupante, nos
termos do art. 119, caput, desta Lei. •• Vide Lei nº 16.901, de 26-01-2010, art.
105.
•• Acrescido pela Lei nº 19.156, de 29-12-
2015. Art. 69. As promoções far-se-ão por mereci-
mento e por antiguidade, alternadamente, ex-
§ 1º Nas hipóteses dos incisos I e II deste ar- ceto quanto a classe final de série de classes,
tigo, a recondução, que somente terá lugar em que serão decretadas à razão de 2/3 (dois
se existir cargo vago, dar-se-á sempre a pe- terços) por merecimento e 1/3 (um terço) por
dido do servidor. antiguidade.
•• Acrescido pela Lei nº 19.156, de 29-12- § 1º Em cada classe da mesma carreira pro-
2015. fissional, a primeira promoção obedecerá
§ 2º O pedido de recondução formulado ao princípio de merecimento e a segunda
pelo servidor, na forma do inciso I deste ar- ao de antiguidade, repetindo-se esse crité-
tigo, deverá ser apresentado ao titular do rio em relação às promoções imediatas.
órgão ou entidade de origem, no prazo de § 2º Qualquer outra forma de provimento
10 (dez) dias contados da publicação do ato de vaga não interromperá a sequência dos
de exoneração, devendo a autoridade, em critérios de que trata este artigo.
igual prazo e com as informações pertinen-
tes, encaminhá-lo ao Chefe do Poder Execu- § 3º O critério a que obedecer a promoção
tivo para decisão em 30 (trinta) dias. deverá vir expresso no ato respectivo.
•• Acrescido pela Lei nº 19.156, de 29-12- Art. 70. As promoções serão obrigatoriamente
2015. realizadas em cada semestre do ano, nos meses
de abril e outubro, salvo se inexistirem cargos
vagos.

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Parágrafo único. A Secretaria da Adminis- e procedimentos de trabalho previamente


tração fará publicar, impreterivelmente, nos determinados, e, ainda de apresentar su-
meses de dezembro e junho, a relação dos gestões ou idéias tendentes ao aperfeiçoa-
cargos vagos existentes e sujeitos ao provi- mento do serviço;
mento por promoção.
IV – a capacidade, aferida pelo conheci-
Art. 71. Merecimento é a demonstração posi- mento das técnicas aplicáveis a seu campo
tiva do desempenho do funcionário, durante de trabalho, seja pela qualificação escolar,
a sua permanência na classe, tendo em vista a seja através de treinamento específico, bem
responsabilidade funcional, o esforço despendi- como pelo tirocínio demonstrado na absor-
do na execução do trabalho, a natureza de suas ção, em maior ou menor tempo, das pecu-
atribuições, a capacidade e assiduidade, a pon- liaridades das tarefas que lhe são cometi-
tualidade e a disciplina. das.
Art. 72. O merecimento do funcionário será Art. 74. Para cada um dos fatores relacionados
apurado em pontos positivos e negativos, se- no artigo precedente serão apurados, semes-
gundo o preenchimento das condições essen- tralmente, pelo preenchimento da Ficha Indivi-
ciais e complementares definidas nesta Seção, dual de Acompanhamento de Desempenho, 20
necessárias ao desempenho de suas atribui- (vinte) pontos de avaliação positiva.
ções.
Art. 75. As condições complementares de que
Art. 73. As condições essenciais a que se refe- trata o art. 72 referem-se aos aspectos negati-
re o artigo anterior dizem respeito à atuação do vos do desempenho funcional e decorrem da
funcionário no exercício de suas funções ou a falta de assiduidade, da impontualidade horária
requisitos indispensáveis ao mesmo e são apu- e da indisciplina.
radas segundo:
§ 1º Para efeito deste artigo:
I – a responsabilidade funcional, aferida
através da maior ou menor contribuição do I – a falta de assiduidade será determinada
funcionário para com ocupantes do mesmo pela ausência injustificada do funcionário
cargo, levando-se em conta a sua capacida- ao serviço;
de de discernimento e convencimento, bem II – a impontualidade horária será determi-
assim pelas consequências advindas de nada pelo número de entradas tardias e saí-
suas falhas no desempenho de suas atribui- das antecipadas;
ções, as quais possam ocasionar, em maior
ou menor escala, prejuízos para a adminis- III – a indisciplina será apurada tendo em
tração pública ou terceiros; vista as penalidades de repreensão, sus-
pensão e destituição de função impostas ao
II – o esforço despendido na execução do funcionário.
trabalho, seja através de sua agilidade men-
tal memória, atenção, raciocínio, imagina- § 2º Serão computados os seguintes pontos
ção e capacidade de julgamento e plane- negativos:
jamento e pela atenção visual exigida pelo
I – 1 (um) para cada falta injustificada ao
trabalho em relação a detalhes;
serviço;
III – a natureza de suas atribuições, tendo
II – 1 (um) para cada grupo de três entradas
em vista a sua complexidade, tomando-se
tardias ou saídas antecipadas, desprezada,
por base a maior ou menor diversidade das
na apuração semestral, a fração;
tarefas com variado grau de dificuldades
técnicas, bem como a capacidade de pensar III – 3 (três) para cada pena de repreensão;
e agir com senso comum na falta de normas

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IV – 10 (dez) para cada pena de suspensão § 1º Somente estará habilitado ao processo
de até 30 (trinta) dias; de seleção previsto neste artigo o funcioná-
rio que obtiver, no mínimo, 60 (sessenta)
V- 15 (quinze) para cada pena de suspensão pontos positivos, já computados pontos ne-
superior a 30 (trinta) dias; gativos definidos no § 2º do art. 75, devida-
VI – 50 (cinquenta) para cada destituição de mente publicados no Boletim de Avaliação
função ou pena de suspensão preventiva ou de que trata o artigo anterior.
prisão administrativa. § 2º A pontuação correspondente ao pro-
Art. 76. Os dados sobre o merecimento do fun- cesso seletivo estabelecido neste artigo
cionário, na classe a que pertença, serão levan- será fixada à razão de, no mínimo, 50 (cin-
tados, trimestralmente, e apurados nos meses quenta) pontos para as provas e 20 (vinte)
de dezembro e junho, pelo Departamento de para os títulos.
Recursos Humanos do órgão de sua lotação, § 3º Para os efeitos deste artigo, somente
mediante o preenchimento de Ficha Individual serão considerados como títulos os perti-
de Acompanhamento de Desempenho, confor- nentes à especialização e ao aperfeiçoa-
me modelo próprio. mento dentro das especificações da classe
Parágrafo único. Os dados sobre o mereci- a que estiver concorrendo o funcionário
mento do funcionário com exercício em ór- e correspondentes a cursos realizados em
gão diverso do de sua lotação serão neste entidades de ensino superior ou institui-
avaliados. ções oficiais congêneres, nacionais ou es-
trangeiras, bem como os ministrados pelos
Art. 77. As condições essenciais e complemen- órgãos próprios da Superintendência de
tares do merecimento, constantes da Ficha In- Recrutamento, Seleção e Desenvolvimento
dividual, serão aferidas pela autoridade compe- de Pessoal da Secretaria da Administração,
tente, definida no Regulamento de cada órgão, do Departamento de Recursos Humanos da
ouvidos, sempre, o chefe imediato atual e o Secretaria da Fazenda, pela Superintendên-
anterior do funcionário, sem prejuízo de outros cia da Academia de Polícia e os cursos da
meios e fontes de indagação e formação do con- própria Secretaria da Educação do Estado
vencimento. de Goiás, e, ainda, aqueles oferecidos por
Art. 78. A aferiação do merecimento, que se entidades conveniadas com o Estado objeti-
dará nos meses imediatamente posteriores ao vando o aprimoramento de pessoal.
da expedição da ficha individual prevista no art. § 4º Para o cumprimento das disposições
76, será publicada no órgão oficial do Estado, deste artigo, será publicado no órgão oficial
através de “Boletim de Avaliação”, podendo o ou em jornal diário de grande circulação no
funcionário, a partir desta e no prazo de 10 (dez) Estado o edital expedido pelo titular do ór-
dias, interpor recurso para a autoridade de que gão, regulamentando o processo de seleção
trata o artigo precedente que, em igual prazo, profissional, com prazo nunca inferior a 20
decidirá sobre o mesmo em caráter definitivo. (vinte) dias de sua realização.
Art. 79. Para ter direito à promoção por mere- Art. 80. Obedecida a seriação de valores esta-
cimento o funcionário deverá, ainda, submeter- belecida para os pontos positivos, decorrentes
-se a processo de seleção profissional, de provas das condições essenciais, e os negativos, relati-
e títulos, a realizar-se nos meses de fevereiro e vos às condições complementares, bem assim
agosto, através do qual comprove possuir expe- para o processo seletivo interno, a pontuação
riência e capacidade funcionais e os conheci- final do merecimento de que trata este artigo
mentos requeridos pela especificação de classe perfará, no máximo, um total de 150 (cento e
a que concorra. cinquenta) pontos.

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Art. 81. O merecimento do funcionário, para Art. 88. Não concorrerá à promoção, salvo por
efeito de promoção, decorrerá da soma dos antiguidade, nas hipóteses dos incisos III e VII, o
pontos obtidos nos termos do art. 78, constan- funcionário:
tes da publicação do Boletim de Avaliação, e dos
oriundos do procedimento seletivo, de que tra- I – em estágio probatório ou em disponibi-
ta o art. 79, cujo resultado final deverá ser pu- lidade;
blicado no orgão oficial do Estado, sob a forma II – que não obtiver, no caso de promoção
de Boletim de Promoção. por merecimento, no mínimo 30 (trinta)
§ 1º Serão promovidos, obedecido o núme- pontos nas provas ou 40 (quarenta) pontos
ro de pontos obtidos, constantes do Bole- no somatório das provas e títulos, ou, ain-
tim de Promoção, tantos funcionários quan- da, 60 (sessenta) pontos de merecimento,
tas forem as vagas fixadas no edital a que se nos termos do § 1º do art. 79;
refere o parágrafo único do art. 70. III – que estiver em exercício de mandato
§ 2º Ocorrendo empate, aplicar-se-á o mes- eletivo federal, estadual ou municipal re-
mo critério estabelecido no art. 106. munerado;

Art. 82. O merecimento é adquirido especifica- IV – que estiver em licença para tratar de
mente na classe; promovido, o funcionário co- interesse particular ou afastado, a qualquer
meçará a adquirir merecimento a contar de seu título, sem ônus para os cofres públicos;
ingresso na nova classe. V – que não possuir os cursos exigidos pela
Art. 83. As promoções por antiguidade recairão especificação da classe a que concorra;
em funcionários que tiverem sucessivamente VI – que estiver cumprindo pena disciplinar;
maior tempo de efetivo exercício na classe, em
número sempre correspondente ao de vagas. VII – que estiver à disposição da administra-
ção federal, da municipal ou da de outros Es-
Art. 84. A antiguidade será determinada pelo tados, bem como de entidades de direito pri-
tempo líquido de exercício do funcionário na vado, salvo em virtude de convênios firmados
classe a que pertencer. para fins assistenciais e/ou educacionais.
Art. 85. Quando houver fusão de classes, os Art. 89. Somente concorrerão à promoção os fun-
funcionários contarão, na nova classe, a antigui- cionários que tiverem alcançado a última referên-
dade que guardavam na situação anterior. cia horizontal da classe de que for ocupante.
Art. 86. A antiguidade na classe será contada: Parágrafo único. O disposto neste artigo
I – nos casos de nomeação, readmissão, re- não se aplica ao funcionário que, por for-
versão ou aproveitamento, a partir da data ça de enquadramento, já esteja ocupando
em que o funcionário assumir o exercício do a última referência de sua classe, hipótese
cargo; em que deverá cumprir o interstício de dois
anos na mesma, apurado de acordo com as
II – nos casos de readaptação, acesso ou normas que regulam a contagem de tempo
promoção, a partir da vigência do ato res- para efeito de antiguidade na classe, para
pectivo. que possa fazer jus à promoção à classe
imediatamente superior.
Art. 87. Na apuração do tempo líquido de efeti-
vo exercício, para determinação da antiguidade Art. 90. Em benefício do funcionário a quem de
na classe, bem como para efeito de desempe- direito cabia a promoção, será declarado sem
nho, serão incluídos os períodos de afastamen- efeito o ato que a houver decretado indevida-
to previstos no art. 35. mente.

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§ 1º O funcionário promovido indevida- II – comprovação da habilitação profissional
mente não ficará obrigado a restituir o que exigida para o cargo a que concorra o fun-
a mais tiver recebido. cionário;
§ 2º O funcionário a quem cabia a promo- III – frequência e titulação em curso de trei-
ção será indenizado da diferença do venci- namento ou de especialização, quando esta
mento a que tiver direito. condição se fizer necessária.
Art. 91. Para os efeitos de promoção, por anti- Art. 95. Não poderá concorrer ao acesso o fun-
guidade ou merecimento, o órgão de delibera- cionário que incorrer nas situações previstas no
ção coletiva, onde houver, ou o Departamento art. 88, ressalvada a do inciso II.
de Recursos Humanos ou unidades equivalentes
do órgão de lotação do funcionário, elaborará, Art. 96. Os concursos de acesso serão realiza-
semestralmente, a relação de classificação por dos, anualmente, de preferência no mês de ju-
tempo apurado e por pontos obtidos, encami- lho, salvo se inexistirem vagas.
nhando-a à Secretaria da Administração, para, Art. 97. Os trabalhos relativos ao concurso de
após consolidada, adotar as providências neces- acesso reger-se-ão pelos mesmos moldes do
sárias ao provimento das vagas existentes. concurso público de que tratam os arts. 7º a 12
Parágrafo único. Para os efeitos deste ar- deste Estatuto.
tigo, serão obedecidas rigorosamente a Art. 98. O concurso de acesso precederá o con-
ordem de classificação, de acordo com os curso público, destinado-se, a cada um 50%
pontos obtidos nos termos do art. 81, bem (cinquenta por cento) das vagas apuradas em
como a ordem de antiguidade apurada em classes únicas ou iniciais de séries de classes.
relação própria.
§ 1º Sendo ímpar o número de vagas, serão
Art. 92. Para todos os efeitos, será considerado reservadas para o acesso metade mais uma.
promovido o funcionário que vier a falecer sem
que tenha sido decretada, no prazo legal, a pro- § 2º Na falta de funcionários habilitados ou
moção que lhe cabia. não sendo preenchida a totalidade das va-
gas destinadas ao acesso, as mesmas pode-
Seção XII rão ser providas por concurso público.
DO ACESSO § 3º A distribuição de vagas para efeito de
•• Vide Lei nº 10.872, de 7-7-89, art. 2º. acesso far-se-á de acordo com as necessi-
dades dos diversos órgãos da administração
•• Suspenso para o pessoal do magisté- direta do Poder Executivo e de suas atuar-
rio fundamental e médio pela Lei nº quias.
11.756, de 7-7-92, art. 2º.
Art. 99. O edital de abertura do concurso será
Art. 93. Acesso é a passagem do funcionário, publicado por 3 (três) vezes consecutivas no
pelo critério de merecimento, de classe inte- órgão oficial e em jornal diário de grande circu-
grante de uma série de classes, ou de uma clas- lação no Estado, com antecedência mínima de
se única, para classe inicial de outra série de 30 (trinta) dias, dele constando prazo, horário e
classes, ou outra classe única de nível hierár- local de recebimento das inscrições, bem como
quico superior, da mesma ou de outra categoria instruções especiais, determinando:
funcional.
I – classes com especificação das respecti-
Art. 94. São requisitos indispensáveis para o vas atribuições;
acesso:
II – número de vagas por classe e cargos;
I – concurso interno de provas;

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III – condições para inscrição e provimento curso de acesso, anulando todos os atos decor-
do cargo, a saber: rentes da inscrição.
a) situação funcional do candidato; Art. 104. Os candidatos serão convocados para
as provas por edital, devidamente publicado,
b) diploma, certificados e títulos; que deverá conter a indicação do dia, hora e lo-
c) outras considerações necessárias; cal das mesmas.

IV – tipo e programas das provas; Parágrafo único. Não haverá segunda cha-
mada, em nenhuma das provas, seja qual
V – curso de treinamento a que ficarão su- for o motivo alegado.
jeitos os candidatos, quando previsto;
Art. 105. O resultado da avaliação das provas
VI – critério de avaliação dos certificados e/ será homologado pela autoridade competente
ou títulos obtidos no curso de treinamento e publicado em ordem de classificação por pon-
de que trata o item anterior; tos obtidos pelos aprovados.
VII – outros requisitos essenciais ao provi- § 1º A classificação a que se refere este ar-
mento do cargo. tigo ficará limitada a 20 % (vinte por cento)
Art. 100. A inscrição para o concurso de aces- além do número de vagas oferecidas.
so será feita pelo próprio candidato ou por pro- § 2º Os classificados entre os 20% (vinte por
curador, mediante comprovação dos requisitos cento) excedentes somente serão aprovei-
exigidos e preenchimento de formulário pró- tados se ocorrerem desistência de candida-
prio. tos classificados dentro do número de vagas
Art. 101. As inscrições deferidas e/ou indeferi- fixado no edital.
das serão publicadas até 10 (dez) dias úteis após Art. 106. Quando ocorrer empate na classifica-
o encerramento do prazo de efetivação das ção, terá preferência, sucessivamente, o funcio-
mesmas. nário:
Art. 102. Do indeferimento de inscrição cabe re- I – que tiver a maior carga horária em cur-
curso administrativo a ser impetrado no prazo sos de especialização e/ou extensão, trei-
de 5 (cinco) dias úteis, contado a partir da publi- namento ou aperfeiçoamento, compatíveis
cação a que se refere o artigo anterior. com o cargo objeto do concurso;
§ 1º O recurso, devidamente instruído, de- II – com maior número de pontos constan-
verá ser dirigido à autoridade competente tes da última publicação do Boletim de Pro-
para execução dos trabalhos inerentes ao moção;
concurso, nos termos do art. 97.
III – de maior tempo de serviço estadual;
§ 2º O candidato poderá participar condi-
cionalmente das provas enquanto seu re- IV – de maior tempo de serviço público;
curso estiver pendente de decisão. V – de maior número de dependentes;
§ 3º A decisão do recurso de que trata este VI – mais idoso.
artigo, de ciência obrigatória ao funcioná-
rio, será irrecorrível por via administrativa. Art. 107. O curso de treinamento ou de especia-
lização será realizado quando necessário para
Art. 103. A inexatidão ou irregularidade na do- complementação das qualificações exigidas
cumentação apresentada, ainda que verificada pelo exercício do cargo.
posteriormente, eliminará o candidato do con-

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Parágrafo único. Só poderão participar do Art. 114. Não haverá readmissão em cargo para o
curso de que trata este artigo os candidatos qual haja candidato habilitado em concurso público
classificados nas provas do concurso interno. ou em teste de avaliação para promoção e acesso.
Art. 108. Serão fixados em edital o período, local Art. 115. A readmissão dependerá sempre da
do estabelecimento de ensino e horário do con- existência de vaga, excluída a destinada a pro-
curso para o qual o candidato deverá inscrever-se. moção ou acesso, e dar-se-á, de preferência, no
cargo anteriormente ocupado ou em outro de
Art. 109. O provimento por acesso far-se-á por or- atribuições análogas e de vencimentos equiva-
dem de classificação, no prazo máximo de 20 (vinte) lentes.
dias da publicação do resultado final do concurso.
Art. 116.O tempo de serviço público do readmi-
Art. 110. O funcionário elevado por acesso pas- tido será computado para os efeitos previstos
sará a integrar a nova classe e poderá ser lotado em lei.
em outro órgão, no interesse do serviço público.
Art. 111. No caso do concurso de acesso ser re- Seção XIV
alizado na forma da delegação prevista no § 2º DA REINTEGRAÇÃO
do art. 8º, deverá ser apresentado à Secretaria
da Administração o competente relatório, no Art. 117. Reintegração é o reingresso, no serviço
prazo de 30 (trinta) dias após a homologação do público, do funcionário demitido, com ressarci-
resultado final do concurso. mento de vencimento e vantagens inerentes ao
cargo, por força de decisão administrativa ou ju-
Parágrafo único. Verificada qualquer irregu- diciária.
laridade praticada em decorrência da dele-
gação referida neste artigo, o Secretário da Parágrafo único. A decisão administrativa
Administração poderá anular total ou par- de reintegração será sempre proferida à vis-
cialmente o concurso. ta de pedido de reconsideração, através de
recurso ou revisão de processo.
Art. 112. Os casos omissos serão resolvidos pelo
titular da Secretaria da Administração. Art. 118. A reintegração dar-se-á no cargo an-
teriormente ocupado, no que resultou de sua
Seção XIII transformação ou, se extinto, em cargo equiva-
DA READMISSÃO lente, para cujo provimento seja exigida a mes-
ma habilitação profissional, e tenha vencimento
Art. 113. Readmissão é o reingresso, no servi- idêntico.
ço público, sem ressarcimento de vencimento Parágrafo único. Se inviáveis as soluções in-
e vantagens, atendido o interesse da adminis- dicadas neste artigo, será restabelecido, por
tração, do ex-ocupante de cargo de provimento lei, o cargo anterior, no qual se dará a rein-
efetivo, VETADO. tegração.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo o Art. 119. Invalidada por sentença a demissão, o
ex-funcionário deverá: funcionário será reintegrado e o eventual ocu-
I – VETADO; pante da vaga, se estável, retornará ao cargo de
origem, sem direito a indenização.
II – gozar de boa saúde física e mental, com-
provada em inspeção por Junta Médica Ofi- Parágrafo único. Se extinto ou transforma-
cial do Estado. do o cargo, dar-se-á o retorno no resultante
da transformação ou em outro de mesmo
III – satisfazer as condições e os requisitos vencimento e atribuições equivalentes, ob-
exigidos para o provimento do cargo. servada a habilitação legal.

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Seção XV Art. 125. A reversão dar-se-á, de preferência, no


DO APROVEITAMENTO mesmo cargo ou no resultante de sua transfor-
mação.
Art. 120. Aproveitamento é o retorno ao serviço § 1º Em casos especiais, a critério do Chefe
ativo do funcionário em disponibilidade. do Poder Executivo e respeitada a habilita-
Art. 121. Será obrigatório o aproveitamento do ção profissional, poderá o aposentado re-
funcionário efetivo ou estável: verter ao serviço em outro cargo de venci-
mento ou remuneração equivalente.
I – em cargo de natureza e vencimento ou
remuneração compatíveis com o anterior- § 2º Em hipótese alguma a reversão poderá
mente ocupado, respeitada sempre a habili- ser decretada em cargo de vencimento ou
tação profissional; remuneração inferior ao provento da inati-
vidade, excluídas, para este efeito, as vanta-
II – no cargo restabelecido, ainda que modi- gens já incorporadas por força de legislação
ficada a sua denominação, ressalvado o di- anterior.
reito de opção por outro, desde que o apro-
veitamento já tenha ocorrido. Art. 126. A reversão do funcionário aposentado
dará direito, em caso de nova aposentadoria, à
Parágrafo único. O aproveitamento depen- contagem do tempo de serviço computado para
derá de prova de capacidade física e mental a concessão da anterior.
mediante inspeção por Junta Médica Oficial
do Estado. Art. 127. O funcionário revertido não será aposen-
tado novamente, sem que tenha cumprido pelo
Art. 123. Será tornado sem efeito o aprovei- menos 5 (cinco) anos de efetivo exercício no cargo
tamento e cassada a disponibilidade se o fun- em que se deu o seu retorno à atividade, salvo se a
cionário não tomar posse no prazo legal, salvo aposentadoria for por motivo de saúde.
por motivo de doença comprovada em inspe-
ção médica por órgão oficial ou de exercício de Art. 128. Será tornada sem efeito a reversão do
mandato eletivo, casos em que ficará adiada até funcionário que não tomar posse ou deixar de
5 (cinco) dias úteis após a cessação do impedi- entrar em exercício nos prazos legais.
mento.
Seção XVII
Seção XVI DA READAPTAÇÃO
DA REVERSÃO
Art. 129. Readaptação é a investidura do funcio-
Art. 124. Reversão é o retorno à atividade do nário em outro cargo mais compatível com a sua
funcionário aposentado por invalidez, quando capacidade física, intelectual ou quando, com-
inSubsistentes os motivos determinantes da provadamente, revelar-se inapto para o exercício
aposentadoria, dependendo sempre da existên- das atribuições, deveres e responsabilidades ine-
cia de vaga. rentes ao cargo que venha ocupando, sem causa
que justifique a sua demissão ou exoneração, po-
§ 1º A reversão dar-se-á a requerimento do dendo efetivar-se de ofício ou a pedido.
interessado ou de ofício.
Art. 130. A readaptação verificar-se-á:
§ 2º Em nenhum caso poderá reverter à
atividade o aposentado que, em inspeção I – quando ficar comprovada a modificação
médica, não comprovar a capacidade para o do estado físico ou das condições de saúde
exercício do cargo. do funcionário, que lhe diminua a eficiência
para a função;

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II – quando o nível de desenvolvimento IV – readaptação;
mental do funcionário não mais correspon-
der às exigências da função; V – aposentadoria;

III – quando se apurar que o funcionário VI – exoneração;


não possui a habilitação profissional exigida VII – demissão;
em lei para o cargo que ocupa.
VIII – falecimento.
Art. 131. O processo de readaptação baseado
nos incisos I e II do artigo anterior será inicia- IX – nomeação e posse em outro cargo ina-
do mediante laudo firmado por Junta Médica cumulável.
Oficial e, nos demais casos, por proposta funda- •• Acrescido pela Lei nº 19.156, de 29-12-
mentada da autoridade competente. 2015.
Parágrafo único. Instaurado o processo com Art. 136. Exoneração é o desfazimento da rela-
base no inciso II do artigo precedente, po- ção jurídica que une o funcionário ao Estado ou
derão ser exigidos do funcionário exames a suas entidades autárquicas, operando os seus
de capacitação intelectual VETADO, a serem efeitos a partir da publicação do respectivo ato
realizados por instituição oficial indicada no órgão de imprensa oficial, salvo disposição
pelo Estado. expressa quanto à sua eficácia no passado.
Art. 132. A readaptação dependerá da existên- § 1º Dar-se-á a exoneração:
cia de vaga e não acarretará decesso ou aumen-
to de vencimento, exceto no caso de expressa I – a pedido;
opção do interessado para cargo de vencimento
inferior. II – de ofício, nos seguintes casos:

Art. 133. Não se fará readaptação em cargo para a) a critério da autoridade competente para
o qual haja candidato aprovado em concurso ou o respectivo provimento, quando se tratar
teste de avaliação para promoção ou acesso. de cargo em comissão;

Art. 134. O funcionário readaptado que não se b) quando o funcionário não tomar posse
ajustar às condições de trabalho e atribuições ou deixar de entrar em exercício nos prazos
do novo cargo será submetido a nova avaliação legais;
pela Junta Médica Oficial do Estado e, na hipó- c) quando não satisfeitos os requisitos do
tese do § 1º do art. 262, será aposentado. estágio probatório e não couber a recondu-
ção;
d) quando o servidor for investido em car-
CAPÍTULO III go, emprego ou função pública incompatí-
DA VACÂNCIA vel com o de que é ocupante, excetuando-
-se a previsão contida no inciso IX do art.
Art. 135. Vacância é a abertura de claro no qua- 135 desta Lei;
dro de pessoal do serviço público, permitindo o
preenchimento do cargo vago VETADO, e decor- •• Acrescido pela Lei nº 19.156, de 29-12-
rerá de: 2015.

I – recondução; e) na hipótese de abandono de cargo, quan-


do extinta a punibilidade por prescrição.
II – promoção;
§ 2º A exoneração prevista no inciso I do
III – acesso; parágrafo anterior será precedida de reque-

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rimento escrito do próprio interessado e as serviço, fora dos casos expressamente pre-
de que tratam as alíneas “b” a “e” do inciso vistos neste Estatuto.
II do mesmo dispositivo mediante proposta
motivada da autoridade competente da re-
partição em que o funcionário estiver lotado. TÍTULO III
§ 3º É vedada a exoneração a pedido, bem
como a concessão de aposentadoria volun- Dos Direitos E Vantagens
tária, a funcionário que esteja respondendo
a processo administrativo disciplinar.
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- CAPÍTULO I
01-2004. DO VENCIMENTO, DA
Art. 137. Ocorrerá a vaga na data: REMUNERAÇÃO E DAS VANTAGENS
I – da publicação do ato de recondução, •• Vide Lei nº 18.231, de 28-11-2013.
promoção, acesso, readaptação, aposenta-
doria, exoneração ou demissão; Seção I
II – da posse em outro cargo cuja acumula- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
ção seja incompatível;
Art. 139. Além do vencimento, poderão ser de-
III – do falecimento do funcionário; feridas ao funcionário as seguintes vantagens
pecuniárias:
IV – da vigência da lei que criar o cargo.
I – indenizações:
Parágrafo único. O ato de demissão men-
cionará sempre o dispositivo em que se fun- a) ajuda de custo;
damenta.
b) diárias;
Art. 138. Em se tratando de encargo de chefia,
assessoramento, secretariado ou inspeção, a va- c) despesas de transporte;
cância se dará por dispensa: II – auxílios:
I – a pedido do funcionário; a) salário-família;
II – de ofício, nos seguintes casos: b) auxílio-saúde;
a) quando o funcionário designado não as- c) auxílio-funeral;
sumir o exercício no prazo legal;
d) auxílio-creche.
b) a critério da autoridade competente para
o provimento. •• Acrescida pela Lei nº 18.092, de 17-07-
2013.
§ 1º A vacância ainda se dará por destitui-
ção, na forma prevista no inciso II, alínea III – gratificações:
“b”, como penalidade, no caso de falta de
exação no cumprimento do dever. a) adicional por tempo de serviço;

§ 2º Constituem falta de exação no cumpri- b) de incetivo funcional;


mento do dever a dispensa do funcionário •• Revogada pela Lei nº 12.716, de 2-10-
do registro do ponto e o abono de falta ao 95, art. 1º inciso II.
c) de representação de gabinete;

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d) de representação especial; § 3º É vedada a participação do funcionário
público no produto da arrecadação de tri-
•• Revogado pela Lei Delegada nº 01, de butos e multas.
23-05-2003.
Art. 140. Salvo disposição em contrário, a com-
•• Vide Leis nºs 10.872, de 7-7-89, art. 22, petência para a concessão dos benefícios de
11.865, de 28-12-92, art. 17, Decreto que trata este Título é dos Secretários de Estado
nº 4.476, de 21-6-95 e 5.435, de 1º-6- ou de autoridade equivalente e dos dirigentes
2001. das autarquias.
e) especial de localidade e por atividades
penosas, insalubre ou perigosas; Seção II
DO VENCIMENTO E DA
f) pela participação em órgão de delibera- REMUNERAÇÃO
ção coletiva;
g) pela prestação de serviço em regime de Art. 141. Vencimento é a retribuição paga ao
tempo integral; funcionário pelo efetivo exercício de cargo pú-
blico, correspondente ao padrão fixado em lei.
•• Revogada pela Lei nº 12.716, de 2-10-
95, art. 1º inciso II. •• Redação dada pela Lei nº 11.783, de
h) pela prestação de serviço extraordinário; 3-9-92, art. 10.

i) pelo exercício de encargo de chefia, asses- Art. 142. Remuneração é o vencimento acresci-
soramento, secretariado e inspeção; do das vantagens de caráter permanente ou a
ele incorporáveis, na forma prevista em lei.
j) por encargo de curso ou concurso;
Art. 143. O funcionário somente perceberá o
l) pela elaboração ou execução de trabalho vencimento ou a remuneração quando estiver
relevante de natureza técnica ou científica; em efetivo exercício do cargo ou nos casos de
afastamento expressamente previsto em lei.
m) por hora de vôo;
Art. 144. O funcionário investido em mandato
n) de produtividade fiscal; eletivo federal, estadual ou municipal será afas-
o) de transporte; tado do exercício de seu cargo de acordo com as
normas constitucionais e legais aplicáveis.
p) de ciclo básico e ensino especial;
Art. 145. Ao funcionário investido em cargo de
q) de incentivo à permanência no serviço ativo; provimento em comissão na administração dire-
r) VETADO; ta e autárquica é dado optar pelo vencimento
ou remuneração a que fizer jus em razão de seu
IV – progressão horizontal; cargo efetivo, sem prejuízo da gratificação de
representação respectiva.
V – 13º (décimo terceiro) salário.
Art. 146. A investidura em cargo público, de
§ 1º As indenizações não se incorporam aos provimento em comissão, não importa em sus-
vencimentos ou proventos, para qualquer pensão do contrato individual de trabalho do
efeito, nem ficam sujeitas a imposto ou con- servidor da administração indireta, que conti-
tribuição previdenciária. nuará percebendo o salário e demais vantagens
§ 2º As gratificações poderão incorporar- de seu emprego diretamente da entidade de
-se ao vencimento ou provento nos casos e origem.
condições indicados nesta lei.

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§ 1º Pela repartição onde estiver provido pronúncia, com direito a receber a diferen-
perceberá o servidor, na hipótese deste ar- ça, se absolvido;
tigo, a diferença a maior, se houver, entre o
vencimento do cargo em comissão e o salá- III – 2/3 (dois terços) do vencimento ou da
rio correspondente ao emprego de origem, remuneração:
cumulativamente com a gratificação de re- a) do nono ao décimo segundo mês de li-
presentação respectiva. cença por motivo de doença em pessoa de
§ 2º Sobre a diferença de vencimento e a sua família;
gratificação de representação a que se refe- b) durante o período de afastamento em
re o parágrafo anterior incidirá a contribui- virtude de condenação, por sentença defini-
ção previdenciária do IPASGO. tiva, a pena que não determine a demissão;
§ 3º Compreende o salário, para efeito de IV – o vencimento ou remuneração:
apuração da diferença a que alude o § 1º ,
todas as vantagens remuneratórias perce- a) do décimo terceiro ao vigésimo quarto
bidas pelo servidor, exceto salário-família e mês de licença por motivo de doença em
adicionais por tempo de serviço. pessoa de sua família;

Art. 147. Ao servidor da União, de outros Esta- b) do dia em que, não sendo feriado ou
dos, do Distrito Federal, dos Territórios e dos ponto facultativo, deixar de comparecer ao
Municípios, inclusive das respectivas entidades serviço, salvo motivo legal ou falta abonada,
autárquicas e paraestatais, investido em cargo até três em cada mês civil.
público de direção superior na administração di-
Art. 149. O vencimento e as vantagens pecuniá-
reta, sem ônus para o órgão de origem, é asse-
rias percebidos pelo funcionário não sofrerá:
gurado o direito de perceber, mediante opção,
o vencimento ou salário e demais vantagens a I – redução, salvo o disposto em lei, conven-
que faria jus como se em efetivo exercício es- ção ou acordo coletivo;
tivesse no seu cargo ou emprego, cumulativa-
mente com a gratificação de representação do II – descontos, além dos seguintes;
cargo em comissão. •• Redação dada pela Lei nº 12.819, de 27-
Art. 148. O funcionário perderá: 12-95, art. 1º.

I – 1/3 (um terço) do vencimento ou da re- a) VETADO.


muneração diária quando comparecer ao •• Acrescida pela Lei nº 12.819, de 27-12-
serviço até meia hora depois de encerrado 95, art. 1º.
o ponto ou quando se retirar até meia hora
antes de findo o período de expediente; b) contribuição ao Instituto de Previdência
e Assistência dos Servidores do Estado
II – 1/3 (um terço) do vencimento ou da re- de Goiás – IPASGO.
muneração:
•• Acrescida pela Lei nº 12.819, de 27-12-
a) do quinto ao oitavo mês de licença por 95, art. 1º.
motivo de doença em pessoa de sua família;
c) imposto sobre o rendimento do trabalho;
b) enquanto durar o afastamento por mo-
tivo de prisão preventiva, pronúncia por •• Acrescida pela Lei nº 12.819, de 27-12-
crime comum ou condenação por crime 95, art. 1º.
inafiançável em processo no qual não haja
d) indenização à Fazenda Pública Estadual,
em decorrência de dívida ou restituição;

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•• Acrescida pela Lei nº 12.819, de 27-12- § 3º Após o prazo previsto no parágrafo an-
95, art. 1º. terior, o saldo remanescente será inscrito na
dívida ativa e cobrado por ação executiva.
e) pensão alimenticia;
Art. 151. A revisão geral dos vencimentos dos
•• Acrescida pela Lei nº 12.819, de 27-12- funcionários públicos estaduais regidos por este
95, art. 1º. Estatuto far-se-á, preferencialmente, sempre
f) VETADO; que houver idêntico tratamento para os servi-
dores públicos da União.
•• Acrescida pela Lei nº 12.819, de 27-12-
95, art. 1º. •• Vide Lei nº 15.581, de 23-01-2006.

g) outros decorrentes de decisão judicial. Seção III


•• Acrescida pela Lei nº 12.819, de 27-12- DAS INDENIZAÇÕES
95, art. 1º.
Subseção I
•• Vide Lei nº 13.021, de 7-1-97. DA AJUDA DE CUSTO
Parágrafo único. Os benefícios de que tra-
•• Excluído os policiais civis desta Subse-
ta este artigo não serão objeto de arresto,
ção pela Lei nº 15.949, de 29-12-2006,
sequestro ou penhora, ressalvado o caso de
art. 9º.
prestação de alimentos resultantes de sen-
tença judicial. •• Vide Lei nº 19.043, de 08-10-2015.
•• Vide Lei nº 13.847, de 7 de junho de Art. 152. Ajuda de custo é o auxílio concedido
2001, D.O de 12-6-2001. ao funcionário:
Art. 150. A indenizações ou restituições devidas I – a título de compensação das despesas
pelo funcionário ao erário serão descontados motivadas por mudança e instalação na
em, no máximo, vinte e quatro parcelas men- nova sede em que passar a ter exercício;
sais, acrescidas de juros legais.
II – para fazer face a despesas de viagem
•• Redação dada pela Lei nº 12.716, de para fora do País, em objeto de serviço.
2-10-95, art. 1º, inciso I.
§ 1º A ajuda de custo na hipótese do inci-
•• Vide Lei nº 15.599, de 31-01-2006, art. so I deste artigo será atribuída pelo Secre-
2º, Parágrafo único. tário de Estado ou autoridade equivalente,
em importância que não excederá a 3 (três)
•• Vide Decreto nº 5.657, de 17-09-2002.
vezes o menor vencimento básico pago pelo
§ 1º O funcionário que se aposentar ou pas- Estado, acrescida da indenização pelas des-
sar à condição de disponível continuará a pesas com a mudança, mediante comprova-
responder pelas parcelas remanescentes da ção por documento hábil.
indenização ou restituição, na mesma pro-
§ 2º Quando se tratar de viagem para fora
porção.
do País, compete ao Chefe do Poder Execu-
§ 2º O saldo devedor do funcionário demi- tivo o arbitramento da ajuda de custo, inde-
tido, exonerado ou que tiver cassada a sua pendentemente do limite previsto no § 1º.
disponibilidade será resgatado de uma só
Art. 153. Não se concederá ajuda de custo ao
vez, no prazo de 60 (sessenta) dias, respon-
funcionário removido a pedido ou por conveni-
dendo da mesma forma o espólio, em caso
ência da disciplina.
de morte.

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Art. 154. O funcionário restituirá a ajuda de cus- deslocamento do funcionário, de acordo com a
to quando: regulamentação que for expedida.
I – não se transportar para nova sede nos Art. 157. O funcionário que, indevidamente, re-
prazos determinados; ceber diária será obrigado a restituir, de uma só
vez, a importância recebida, ficando ainda sujei-
II – antes de terminada a missão, regres- to à punição prevista no artigo seguinte.
sar voluntariamente, pedir exoneração ou
abandonar o serviço. Art. 158. É vedada a concessão de diárias com o
objetivo de remunerar outros serviços ou encar-
§ 1º A restituição é de responsabilidade pes- gos, sob pena de responsabilidade.
soal e, em casos especiais a critério da auto-
ridade competente para atribuir o benefício, Subseção III
poderá ser feita parceladamente, salvo nas DAS DESPESAS DE TRANSPORTE
hipóteses de exoneração e de demissão.
§ 2º Não haverá obrigação de restituir: Art. 159. Conceder-se-á indenização de trans-
porte ao funcionário que realizar despesas em
I – quando o regresso do servidor for deter- serviços externos, por força das atribuições nor-
minado de ofício ou por doença comprova- mais de seu cargo.
da;
Parágrafo único. O valor das indenizações
II – quando o pedido de exoneração for de que trata este artigo e as condições para
apresentado após 90 (noventa) dias de sua concessão serão estabelecidos em regu-
exercício na nova sede; lamento.
III – no caso de falecimento do servidor, Seção IV
mesmo antes de empreender viagem.
DOS AUXÍLIOS
Subseção II
Subseção I
DAS DIÁRIAS
DO SALÁRIO-FAMÍLIA
•• Vide Decreto nº 7.141, de 06-08-2010.
Art. 160. O salário- família será concedido ao fun-
Art. 155. O funcionário que, a serviço, se des- cionário ativo, inativo ou em disponibilidade, que
locar da sede em caráter eventual e transitório tiver dependentes vivendo às suas expensas.
fará jus a diárias compensatórias das despesas
de alimentação e pousada. Parágrafo único. O valor do salário família
será fixado em ato do Governador do Esta-
§ 1º Entende-se por sede da repartição a ci- do.
dade ou localidade onde o funcionário tem
exercício habitualmente. •• Redação dada pela Lei nº 12.716, de
2-10-95, art. 1º, inciso I.
§ 2º Não se concederá diária ao funcioná-
rio: •• Vide Decreto nº 4.222/94, art. 2º.

I – durante o período de trânsito; Art. 161. Consideram-se dependentes para os


efeitos desta Subseção:
II – que se deslocar para fora do País ou es-
tiver servindo ou em estudo fora do Estado. I – o cônjuge que não seja contribuinte de
instituição de previdência, não exerça ativi-
Art. 156. As diárias serão pagas adiantadamen- dade remunerada, nem perceba pensão ou
te, mediante cálculo da duração presumível do qualquer outro rendimento;

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II – o filho de qualquer condição, os entea- quer contribuição, ainda que para fim de previ-
dos e os adotivos, desde que menores de 18 dência social.
(dezoito) anos de idade;
Art. 167. Será cassado o salário-família, quando:
III – o filho inválido, de qualquer idade.
I – verificada a falsidade ou inexatidão da
Parágrafo único. Para concessão do salário- declaração de dependência;
-família equiparam-se:
II – o dependente deixar de viver às expen-
I- ao pai e à mãe, o padrasto e a madrasta; sas do funcionário; passar a exercer função
pública remunerada, sob qualquer forma,
II – ao cônjuge, a companheira, com, pelo ou atividade lucrativa ou vier a dispor de
menos, 5 (cinco) anos de vida em comum economia própria;
com o funcionário;
III – falecer o dependente;
III – ao filho, o menor de 14 (quatorze) anos
que, mediante autorização judicial, viva sob IV – comprovadamente, o funcionário des-
a guarda e sustento do funcionário. cuidar da guarda e sustento dos dependen-
tes.
Art. 162. O ato de concessão terá por base as
declarações do próprio funcionário, que respon- § 1º A inexatidão ou falsidade de declara-
derá funcional e financeiramente por quaisquer ção de dependência acarretará a restituição
incorreções. do salário-família indevidamente recebido,
sem prejuízo da penalidade cabível.
Art. 163. Quando o pai e a mãe forem funcioná-
rios estaduais e viverem em comum, o salário- § 2º Ressalvado o disposto no parágrafo
-família será concedido, mediante opção, àque- anterior, a suspensão ou redução relativa a
le que o requerer. cada dependente ocorrerá no mês seguinte
ao do ato ou fato que a determinar.
§ 1º Se não viverem em comum, será con-
cedido ao que tiver os dependentes sob sua § 3º O funcionário, sob pena disciplinar, será
guarda. obrigado a comunicar ao órgão de pessoal,
dentro de 15 (quinze) dias, toda e qualquer
§ 2º Se ambos os tiverem, será concedido alteração que possa acarretar a supressão
a um e outro, de acordo com a distribuição ou redução do salário-família.
dos dependentes.
§ 3º Ao pai e à mãe, na falta de padrasto e Subseção II
madrasta, equiparam-se os representantes DO AUXÍLIO-SAÚDE
legais dos incapazes.
Art. 168. O auxílio-saúde é devido ao funcioná-
Art. 164. O salário-família relativo a cada de- rio licenciado por motivo de acidente em servi-
pendente será devido a partir do mês em que ço, doença profissional ou moléstia grave, es-
tiver ocorrido o fato ou ato que lhe der origem, pecificada em lei, com base nas conclusões da
ainda que verificada no último dia do mês. Junta Médica Oficial do Estado.
Art. 165. O salário-família será pago mesmo nos Parágrafo único. O auxílio de que trata este
casos em que o funcionário deixar de perceber, artigo será concedido após cada seis meses
temporariamente, vencimento ou provento. consecutivos de licença, até o máximo de
24 (vinte e quatro) meses, em importância
Art. 166. O salário-família não está sujeito a ne- equivalente a um mês da remuneração do
nhum tributo, nem servirá de base para qual- cargo.

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Subseção III Subseção IV


DO AUXÍLIO-FUNERAL DO AUXÍLIO-CRECHE
Art. 169. À família do funcionário que falecer, •• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
ainda que aposentado ou em disponibilidade, 2013.
será pago o auxílio-funeral em valor correspon-
dente a 05 (cinco) vezes o menor vencimento de •• Regulamentado pelo Decreto nº 8.056,
cargo de provimento efetivo dos Quadros esta- de 18-12-2013.
duais. Art. 169-A. O auxílio-creche é devido ao fun-
•• Redação dada pela Lei nº 18.092, de 17- cionário com renda familiar mensal de até R$
07-2013. 5.000,00 (cinco mil reais), que possua depen-
dente na faixa etária de 06 (seis) meses a 05
§ 2º O auxílio-funeral será pago ao cônjuge (cinco) anos de idade, ou portador de necessi-
que, ao tempo da morte, não esteja legal- dade especial, devidamente matriculado em
mente separado e em sua falta, sucessiva- creche, instituição educacional regularmente
mente, ao descendente, ascendente e cola- autorizada a funcionar ou em instituição dedica-
teral, consaguíneo ou afim, até o segundo da a portadores de necessidades especiais.
grau civil, ou não existindo nenhuma pessoa
da família do funcionário, a quem promover •• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
o enterro. 2013.

§ 3º A despesa decorrente do auxílio-fune- § 1º O valor mensal do auxílio-creche é fixa-


ral correrá à conta da dotação orçamentária do em R$ 200,00 (duzentos reais), limitado
própria por que recebia o funcionário fale- a 01 (uma) unidade por família habilitada.
cido. •• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
§ 4º O pagamento do auxílio-funeral será 2013.
efetuado mediante folha especial, organiza- § 2 Consideram-se dependentes o filho de
da pela repartição competente, a uma das qualquer natureza e o menor sob guarda
pessoas pela ordem indicada no § 2º deste ou tutela do funcionário, comprovadas me-
artigo ou a seus procuradores legais, obede- diante apresentação dos respectivos ter-
cido o processo sumaríssimo, concluído, no mos.
prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas
da apresentação do atestado de óbito, in- •• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
correndo em pena disciplinar o responsável 2013.
pelo retardamento. § 3º No caso de dependentes portadores de
§ 5º Quando o pagamento tiver de ser feito necessidade especial, não será considerada
a pessoa estranha à família do funcionário, a idade cronológica, desde que seu desen-
além do atestado de óbito, apresentará o volvimento biológico, psicossocial e motor
interessado os comprovantes das despesas corresponda à idade mental relativa à faixa
realizadas com o sepultamento, das quais etária prevista no caput deste artigo, devi-
será indenizado até o limite correspondente damente comprovado por atestado médico.
à importância do auxílio-funeral. •• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
2013.
§ 4º Na hipótese de ambos os genitores se-
rem funcionários públicos estaduais, o auxí-
lio será pago somente a um deles.

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•• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07- clusive suas Subsidiárias, ou sociedade con-
2013. trolada, direta ou indiretamente pelo poder
público estadual, bem como na iniciativa
§ 5º Havendo acumulação legal de cargos, privada.
o auxílio será pago em correspondência a
apenas um dos cargos ocupados pelo fun- •• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
cionário, sem prejuízo da aplicação do dis- 2013.
posto no § 4º.
§ 7º A declaração a que se refere o inciso V
•• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07- do § 6º será emitida pelo órgão e/ou pela
2013. entidade na qual o funcionário cônjuge
exerça suas atividades.
§ 6º Para a concessão do benefício deverão
ser apresentados pelo funcionário: •• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
2013.
•• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
2013. § 8º Na hipótese de divórcio ou separação
judicial, o benefício será pago ao funcio-
I – cópia da Certidão do seu Registro Civil e nário que mantiver o dependente sob sua
do seu CPF; guarda ou tutela.
•• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07- •• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
2013. 2013.
II – cópia da Certidão de Nascimento, do § 9º O auxílio-creche não será devido ao
Termo de Guarda ou Tutela, se necessário, e servidor:
do cartão de vacinação do dependente;
•• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
•• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07- 2013.
2013.
I – em usufruto de licença por motivo de
III – cópia do laudo médico, no caso de de- afastamento do cônjuge ou para tratar de
pendente portador de necessidade espe- interesses particulares;
cial, emitido por junta médica oficial;
•• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
•• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07- 2013.
2013.
II – quando de sua passagem para inativida-
IV – declaração em papel timbrado da cre- de;
che, instituição educacional regularmente
autorizada a funcionar, ou da instituição de- •• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
dicada a portadores de necessidades espe- 2013.
ciais de que o dependente esteja ali matricu-
lado; III – na hipótese de seu falecimento.

•• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07- •• Acrescido pela Lei nº 18.092, de 17-07-
2013. 2013.

V – declaração de que o dependente não


seja favorecido por benefício de igual na-
tureza em outro órgão da administração
direta, autárquica ou fundacional, empresa
pública, sociedade de economia mista, in-

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Seção V sentadoria com proventos correspondentes


DAS GRATIFICAÇÕES à totalidade do vencimento ou da remunera-
ção e proporcional ao tempo de serviço, na
Subseção I hipótese de assim ser a mesma concedida.
DA GRATIFICAÇÃO ADICIONAL Art. 171. A concessão da gratificação adicional
POR TEMPO DE SERVIÇO far-se-á à vista das informações prestadas pelo
órgão de pessoal que centralizar o assentamen-
Art. 170. Ao funcionário será concedida, por to individual do funcionário.
quinquênio de efetivo serviço público, gratifica-
ção adicional de 5% (cinco por cento) 10% (dez Art. 172. O funcionário que exercer cumulativa-
por cento) sobre os vencimentos ou a remune- mente dois cargos de provimento efetivo terá di-
ração do respectivo cargo de provimento efeti- reito à gratificação adicional em relação a ambos.
vo, vedada a sua computação para fins de novos •• Redação dada pela Lei nº 10.872, de
cálculos de idêntico benefício. 7-7-89, art. 6º.
•• Percentual fixado em 5% pela Lei nº Art. 173. Não será concedida gratificação adi-
12.831, de 28-12-95. cional, qualquer que seja o tempo de serviço, a
•• Vide as Leis nºs 11.071, de 15-12-89, funcionário comissionado, salvo em relação ao
art. 9º e 11.257, de 26-6-90, art. 16. cargo de que for titular efetivo.

§ 1º O funcionário fará jus à percepção da Art. 174. A gratificação adicional não será de-
gratificação adicional a partir do dia em que vida enquanto o funcionário, por qualquer mo-
completar cada quinquênio. tivo, deixar de receber o vencimento do cargo,
exceto na hipótese do artigo anterior.
§ 2º A gratificação adicional será sempre
atualizada, acompanhando, automatica- Parágrafo único. Toda vez que o funcionário
mente, as modificações do vencimento ou sofrer corte em seu vencimento, será tam-
remuneração do funcionário. bém feita, automática e proporcionalmen-
te, a redução correspondente em sua grati-
§ 3º A apuração do quinquênio será feita ficação adicional.
em dias e o total convertido em anos, consi-
derado este sempre como de 365 (trezentos Subseção II
e sessenta e cinco) dias. DA GRATIFICAÇÃO
§ 4º Entende-se por tempo de efetivo ser- DE INCENTIVO FUNCIONAL
viço público, para o fim deste artigo, o que
tenha sido prestado a pessoa jurídica de •• Vide Leis nºs 11.071, de 15-12-89, art.
direito público, bem assim a sociedade de 9º, 11.336, de 19-10-90, art. 239 e
economia mista, empresa pública e funda- 11.727, de 22-5-92, art. 6º.
ção instituído pelo Estado de Goiás, a partir
de 20 de julho de 1947. Subseção III
•• Redação dada pela Lei nº 10.515, de 11- DA GRATIFICAÇÃO DE
5-88. REPRESENTAÇÃO DE GABINETE
§ 4º VETADO. Art. 178. A gratificação de representação de ga-
binete será devida ao funcionário investido em
§ 5º Quando da passagem do funcionário à
cargo de direção ou assessoramento superior,
inatividade, a incorporação da gratificação
de livre nomeação e exoneração.
adicional será integral, se decretada a apo-

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Parágrafo único. A gratificação de que trata Subseção VI
este artigo não é acumulável com as de fun- DA GRATIFICAÇÃO PELA
ção e pela prestação de serviço em regime
de tempo integral. PARTICIPAÇÃO EM ÓRGÃOS
DE DELIBERAÇÃO COLETIVA
•• Vide Lei nº 12.700, de 12-9-95, art. 2º.
Art. 182. A gratificação pela participação em ór-
Subseção IV gãos de deliberação coletiva será fixada em lei.
DA GRATIFICAÇÃO DE
Art. 183. Quando designado ou eleito, o funcio-
REPRESENTAÇÃO ESPECIAL nário somente poderá participar de um órgão
(...) de deliberação coletiva.
Subseção V § 1º O funcionário que, por força de lei ou re-
DA GRATIFICAÇÃO ESPECIAL DE gulamento, for membro nato de órgão de de-
LOCALIDADE E POR ATIVIDADES liberação coletiva, não poderá ser designado
para nenhum outro, mesmo a título gratuito.
PENOSAS, INSALUBRES OU
PERIGOSAS § 2º O funcionário que, por força de lei ou
regulamento, for membro nato de mais de
Art. 181. A gratificação pelo exercício em deter- um órgão de deliberação coletiva, poderá
minadas zonas ou locais e pela execução de ati- deles participar, vedada, porém, a percep-
vidades penosas, insalubres ou perigosas, será ção de qualquer remuneração ou vantagem
fixada por ato do Chefe do Poder Executivo ou de tal acumulação decorrente.
autoridade equivalente.
Subseção VII
•• Redação dada pela Lei nº 11.783, de
3-9-92, art. 10.
DA GRATIFICAÇÃO PELA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
•• Vide Leis nºs 15.337, art. 7º, § 1º de 1º- EM REGIME DE TEMPO INTEGRAL
09-2005, 11.719, de 15-5-92, art. 21, in-
ciso I, e Subseção VIII
•• Vide Decreto nº 7.860, de 19-04-2013. DA GRATIFICAÇÃO PELA PRESTAÇÃO
•• Vide Decreto nº 7.073, de 09-03-2010. DE SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
•• Vide Decreto nº 6.606, de 29-03-2007. Art. 186. A gratificação pela prestação de ser-
viço extraordinário se destina a remunerar os
•• Vide Decreto nº 6.219, de 09-08-2005. serviços prestados fora da jornada normal de
trabalho a que estiver sujeito o funcionário, no
•• Vide Decreto nº 4.069, de 1-10-93, art.
desempenho das atribuições do seu cargo, não

podendo, em caso algum exceder a 180 (cento e
Parágrafo único. A gratificação de que trata oitenta) horas dentro do mesmo exercício.
este artigo não poderá ser superior a 40%
§ 1º A gratificação pela prestação de serviço
(quarenta por cento) do vencimento do car-
extraordinário será:
go de provimento efetivo de que for o fun-
cionário ocupante. I – previamente arbitrada pelo Secretário de
Estado ou autoridade equivalente;
•• Redação dada pela Lei nº 11.783, de
3-9-92, art. 10. •• Redação dada pela Lei nº 17.108, de 22-
07-2010.

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II – paga por hora de trabalho antecipado IV – não excederá, quanto ao seu nível ou
ou prorrogado, calculada na mesma base símbolo mais elevado, a 4 (quatro) salários
percebida pelo funcionário por hora de pe- mínimos de referência.
ríodo normal de expediente. § 2º Cabe aos Secretários de Estado e auto-
•• Redação dada pela Lei nº 17.108, de 22- ridades equivalentes prover as funções gra-
07-2010. tificadas instituídas para encargos de chefia,
§ 2º Em se tratando de serviço extraordiná- assessoramento, secretariado e inspeção.
rio noturno, o valor da hora será acrescido Art. 191. Não perderá o encargo gratificado o
de 25% (vinte e cinco por cento). funcionário que se ausentar em virtude de férias,
Art. 187. Será vedado conceder gratificação pela luto, casamento e licença para tratar de saúde.
prestação de serviço extraordinário com o obje- Parágrafo único. Somente será permitida
tivo de remunerar outros serviços, encargos ou a Substituição nos termos dos arts. 21 a 23
a título de complementação de vencimento. deste Estatuto.
§ 1º O funcionário que receber importância Art. 192. O funcionário investido em encargo
relativa a serviço extraordinário que não pres- gratificado ficará sujeito à prestação de serviço
tou, será obrigado a restituí-la de uma só vez, em regime de tempo integral.
ficando, ainda, sujeito a punição disciplinar. Art. 193. A destituição do funcionário da função
§ 2º Será responsabilizada a autoridade que gratificada por encargos de chefia, assessora-
infringir o disposto neste artigo. mento, secretariado e inspeção dar-se-á na for-
Art. 188. Será punido com a pena de suspensão ma prevista no § 1º do art. 138 deste Estatuto.
e, na reincidência, com a de demissão, o funcio- Subseção X
nário que atestar falsamente em seu favor ou de DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO
outrem a prestação de serviço extraordinário.
DE CURSO OU CONCURSO
Subseção IX
Art. 194. A gratificação por encargo de curso
DA GRATIFICAÇÃO PELO ou concurso destina-se a retribuir o funcionário
EXERCÍCIO DE ENCARGO DE quando designado para membro de comissões
CHEFIA, ASSESSORAMENTO, de provas ou concursos públicos ou quando no
SECRETARIADO E INSPEÇÃO desempenho da atividade de professor de cur-
sos de treinamento, aperfeiçoamento e especia-
Art. 190. A função gratificada será instituída lização, regularmente instituídos, e será fixada e
pelo Chefe do Poder Executivo para atender en- atribuída pelo titular do órgão a cuja unidade
cargos de chefia, assessoramento, secretariado competir a realização do curso ou do concurso.
e inspeção, previstos em regulamento ou regi-
mento e que não justifiquem a criação de cargo. Subseção XI
§ 1º A vantagem de que trata este artigo: DA GRATIFICAÇÃO PELA
ELABORAÇÃO OU EXECUÇÃO
I – não constitui situação permanente e os
valores e critérios para fixação de seus ní- DE TRABALHO RELEVANTE DE
veis ou símbolos serão definidos em ato da NATUREZA TÉCNICA OU CIENTÍFICA
autoridade mencionada neste artigo;
Art. 195. A gratificação pela elaboração ou exe-
II – VETADO; cução de trabalho relevante de natureza técnica
III – será percebida pelo funcionário cumu- ou científica será arbitrada e atribuída pelo Che-
lativamente com o respectivo vencimento fe do Poder Executivo mediante solicitação do
ou remuneração; Secretário de Estado ou autoridade equivalente.

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Parágrafo único. Quando se tratar de traba- •• Vide Lei nº 11.719, de 15-5-92, art. 21,
lhos necessários ao cumprimento de con- inciso II.
vênios celebrados com órgãos do Governo
Federal, caberá ao titular do órgão executor Parágrafo único. A gratificação de que tra-
a competência prevista no “caput” deste ar- ta este artigo, que se incorporará ao ven-
tigo. cimento para efeito de aposentadoria e
disponibilidade, será disciplinada em regu-
Subseção XII lamento a ser baixado pelo Chefe do Poder
DA GRATIFICAÇÃO Executivo, dispondo sobre os critérios para
a sua percepção no correspondente limite
POR HORA DE VÔO máximo.
Art. 196. Aos pilotos de aeronaves, lotados na SubseçãoXIV
Superintendência do Serviço Aéreo do Gabinete
Militar da Governadoria do Estado, poderá ser DA GRATIFICAÇÃO DE TRANSPORTE
atribuída uma gratificação por hora de voo de, Art. 198. A gratificação de transporte será paga
no mínimo, 30 (trinta) horas e, no máximo, 90 mensalmente ao pessoal do fisco da Secretaria
(noventa) horas por mês, na forma que dispuser da Fazenda, calculada no percentual de 20%
o regulamento. (vinte por cento) do respectivo vencimento bá-
•• Redação dada pela Lei nº 17.404, de 06- sico, ao qual não se incorporará para nenhum
09-2011. efeito.

§ 1º A gratificação de que trata este artigo Subseção XV


incorporar-se-á ao respectivo vencimento DA GRATIFICAÇÃO DO
para efeito de aposentadoria. CICLO BÁSICO E ENSINO ESPECIAL
•• Constituído § 1º pela Lei n° 11.783, de
3-9-1992, art. 10. Art. 199. Desde que em efetiva regência de
classe, ao professor será concedida uma gratifi-
§ 2º Em nenhuma hipótese a gratificação cação incidente sobre o respectivo vencimento
por hora de vôo poderá exceder o valor do básico:
maior vencimento, fixado em lei, para a ad-
ministração direta do Poder Executivo. •• Redação dada pela Lei nº 10.679, de 25-
11-88, art. 7º.
•• Acrescido pela Lei n° 11.783, de 3-9-
1992, art. 10. I – de 30% (trinta por cento), quando no
exercício do magistério inerente à pré-alfa-
Subseção XIII betização e ao 1º Grau, nas 1a. e 2a. séries,
DA GRATIFICAÇÃO DE e ao ensino especial ministrado em unidade
ou classes específicas de alunos portadores
PRODUTIVIDADE FISCAL de deficiência;
Art 197. Ao funcionário que exerça atividade fis- •• Acrescido pela Lei nº 10.679, de 25-11-
cal será atribuída gratificação de produtividade 1988, art. 7º.
nos percentuais abaixo especificados, inciden- II – de 20% (vinte por cento), quando no
tes sobre o respectivo vencimento básico: exercício do ensino de 1º Grau, nas 3a. e 4a.
I – até 100% (cem por cento), ao da Secreta- séries”.
ria da Fazenda; •• Acrescido pela Lei nº 10.679, de 25-11-
II – até 50% (cinquenta por cento), nos de- 1988, art. 7º.
mais casos.

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§ 1º Para os efeitos deste artigo considera- Parágrafo único. A gratificação de que trata
-se em regência de classe o professor: este artigo não se incorporará ao vencimen-
to para qualquer efeito e nenhum benefici-
•• Constituído § 1º pela Lei nº 10.872, de ário poderá percebê-la por prazo superior a
7-7-89, art. 26. 5 (cinco) anos.
I – em gozo de férias; Art. 203. Considera-se em regência de classe,
II – afastado por motivo de recesso escolar; para efeito de percepção da gratificação disci-
plinada nesta Subseção, o professor que se en-
III – licenciado: contrar nas situações previstas nos itens I e II do
a) para tratamento da própria saúde; parágrafo único do art. 199.

b) para repouso à gestante; Seção VI


DA PROGRESSÃO HORIZONTAL
c) por motivo de doença em pessoa da fa-
mília. Art. 204. Progressão horizontal é a variação re-
§ 2º A vantagem de que trata este artigo muneratória correspondente à passagem do
incorporar-se-á aos proventos de aposenta- funcionário de uma para outra referência, den-
doria do professor que tiver percebido du- tro da mesma classe, obedecidos os critérios de
rante 10 (dez) anos intercalados ou nos seus antiguidade e merecimento.
5 (cinco) últimos anos de permanência em § 1º Pelo critério de antiguidade o funcio-
atividade. nário passará de uma para outra referência
•• Acrescido pela Lei nº 10.872, de 7-7-89, a cada 2 (dois) anos de efetivo exercício na
art. 26. classe, independentemente de qualquer
outra avaliação.
Art. 200. A gratificação de que trata o artigo pre-
cedente não se incorporará ao vencimento para § 2º Para os efeitos deste artigo, o mereci-
nenhum efeito e somente poderá acumular-se mento e a respectiva aferição far-se-ão to-
com as gratificações previstas nas alíneas “a. “b” mando-se por base os resultados decorren-
e “l” do inciso III do art. 139 deste Estatuto. tes da aplicação das disposições contidas
nos arts. 71 a 78 deste Estatuto.
Art. 201. Ressalvados os casos previstos no pará-
grafo único do art. 199, a percepção do benefício Art. 205. A progressão por merecimento poderá
disciplinado nesta Subseção cessa a partir do dia efetivar-se a cada 12 (doze) meses, reabrindo-se
em que o professor deixar a regência de classe e o prazo para progressões posteriores.
somente se restabelece quando a esta retornar. Parágrafo único. A pontuação para a afe-
rição do merecimento correspondente à
Subseção XVI progressão de que trata este artigo far-se-á
DA GRATIFICAÇÃO DE INCENTIVO À tomando-se por base a média dos dois se-
PERMANÊNCIA NO SERVIÇO ATIVO mestres imediatamente a ela anteriores e
constantes do “Boletim de Avaliação” refe-
Art. 202. Ao professor de 1º (primeiro) e 2º rido no art. 78 e não poderá ser inferior a 60
(segundo) Graus, efetivamente em regência de (sessenta) pontos.
classe, que houver completado ou vier a com-
pletar tempo de serviço para se aposentar vo- Art. 206 .A progressão horizontal será concedi-
luntariamente, será concedida uma gratificação da por ato do Secretário da Administração aos
de 30% (trinta por cento) sobre o respectivo funcionários que preencham os requisitos esta-
vencimento, desde que permaneça em ativida- belecidos nesta Seção, mediante processo for-
de e enquanto perdurar tal situação. malizado no órgão em que tiverem exercício.

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Seção VII CAPÍTULO II
DO DÉCIMO TERCEIRO DAS FÉRIAS
SALÁRIO VETADO
Art. 211. O funcionário fará jus, anualmente, a
•• NOTA: Lei nº 15.599, de 31-1-2006, dis- 30 (trinta) dias de férias, que podem ser acu-
põe em seu Art. 6º: "a partir da vigência muladas até o máximo de 2 (dois) períodos, no
desta Lei, não mais se aplicam aos ser- caso de necessidade do serviço.
vidores da administração direta, autár- •• Redação dada pela Lei nº 13.927, de 26-
quica e fundacional do Poder Executivo 10-2001.
as disposipões dos art.s 207 a 210 da Lei
n° 10.460, de 22 de fevereiro e 88 da Lei § 1º Para o primeiro período aquisitivo, se-
n° 13.909, de 25 de setembro de 2001". rão exigidos doze meses de exercício.
Art. 207. Até o dia 20 de dezembro de cada ano, •• Redação dada pela Lei nº 13.927, de 26-
será pago, pelos cofres públicos estaduais, o dé- 10-2001.
cimo terceiro salário VETADO a todos os servi-
dores públicos do Estado de Goiás, independen- § 2º As férias poderão, a pedido do funcio-
temente da remuneração a que fizerem jus. nário e a critério da Administração, ser con-
cedidas em dois períodos, um dos quais não
§ 1º O décimo terceiro salário VETADO cor- poderá ser inferior a dez dias corridos, devi-
responderá 1/12 (um doze avos) da remu- damente previsto na escala anual de férias.
neração devida em dezembro, por mês de •• Redação dada pela Lei nº 13.927, de 26-
serviço, do ano correspondente. 10-2001.
§ 2º A fração igual ou superior a 15 (quinze) § 3º O funcionário perceberá, proporcional-
dias de trabalho será havida como mês in- mente a cada período, no mês de seu efe-
tegral para os efeitos do parágrafo anterior. tivo gozo, a parcela da gratificação de um
§ 3º As faltas legais e justificadas ao serviço terço da remuneração a que tem direito em
não serão deduzidas para os fins previstos razão do período total de férias.
no § 1º. •• Acrescido pela Lei nº 13.927, de 26-10-
§ 4º VETADO. 2001.

Art. 208. O servidor exonerado perceberá o dé- § 4º O período de férias de funcionários que
cimo terceiro salário VETADO proporcionalmen- trabalhem em regime de escala de plantão
te aos meses de serviço, calculado sobre o ven- iniciará em dia útil.
cimento ou a remuneração do mês anterior ao •• Acrescido pela Lei nº 13.927, de 26-10-
da exoneração. 2001.
Art. 209. O décimo terceiro salário VETADO é Art. 212. É vedado levar à conta de férias qual-
extensivo ao inativo e será pago, até o dia 20 de quer falta ao serviço.
dezembro de cada ano, tomando-se por base o Art. 213. As férias somente poderão ser inter-
valor dos proventos devidos nesse mês, exceto rompidas por motivo de calamidade pública, co-
aos que, sob o regime da Consolidação das Leis moção interna, convocação para o júri, serviço
do Trabalho – CLT, já se aposentaram com esta militar ou eleitoral.
gratificação incorporada aos seus proventos.
Art. 214. Para efeito de aposentadoria será con-
Art. 210. O décimo terceiro salário VETADO não tado em dobro o período de férias não gozado
será considerado no cálculo de qualquer outra por motivo de comprovada necessidade do ser-
vantagem pecuniária. viço.

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•• Vide art. 40, § 10 da Constituição Fede- Art. 216. Ao funcionário ocupante de cargo em
ral. comissão só poderão ser concedidas licenças
para tratamento de saúde, à gestante e por mo-
Parágrafo único. O disposto neste artigo so- tivo de doença em pessoa da família.
mente produzirá os seus efeitos após expi-
rado o limite de acumulação a que se refere Art. 217. O funcionário deverá aguardar em
o art. 211 deste Estatuto. exercício a concessão da licença, salvo doença
comprovada que o impeça de comparecer ao
Art. 214-A. As férias anuais, remuneradas com serviço, hipótese em que o prazo da licença co-
um terço a mais do que o estipêndio normal, meçará a correr a partir do impedimento.
devidas e não gozadas, integrais ou proporcio-
nais, serão indenizadas nos casos de passagem Art. 218. A licença dependente de inspeção mé-
do servidor para a inatividade ou de sua exone- dica será concedida pelo prazo indicado no lau-
ração ou demissão do cargo de provimento efe- do ou atestado, a partir de cuja data terá início o
tivo ou em comissão. afastamento, ressalvada a hipótese prevista na
parte final do artigo anterior.
•• Acrescido pela Lei nº 18.062, de 26-06-
2013, art. 3º. Art. 219. A licença dependente de inspeção mé-
dica poderá ser prorrogada de ofício ou a reque-
rimento do funcionário.

CAPÍTULO III Parágrafo único. O pedido de prorrogação


deverá ser apresentado pelo menos 10
DAS LICENÇAS
(dez) dias antes de findo o prazo da licença;
Art. 215. Ao funcionário poderá ser concedida se indeferido, contar-se-á como de licença o
licença: período compreendido entre seu término e
a data do conhecimento do despacho dene-
I – para tratamento de saúde; gatório.
II – por motivo de doença em pessoa da fa- Art. 220. O funcionário não poderá permanecer
mília; em licença por prazo superior a 24 (vinte e qua-
tro) meses, exceto os casos previstos nos itens
III – à gestante;
IV, V e VI do art. 215.
IV – para o serviço militar;
§ 1º Terminada a licença, o funcionário re-
V – por motivo de afastamento do cônjuge; assumirá imediatamente o exercício do car-
go, salvo pedido de prorrogação.
VI – para atividade política;
§ 2º O não cumprimento do disposto no
VII – para tratar de interesses particulares; parágrafo anterior importará na perda total
VIII – prêmio; do vencimento e, se a ausência se prolon-
gar por mais de 30 (trinta) dias consecuti-
IX – para freqüência a curso de especializa- vos, sem causa justificada, na demissão por
ção, treinamento ou aperfeiçoamento. abandono de cargo.
X – para desempenho de cargo de direção Art. 221. Decorrido o prazo de 24 (vinte e qua-
em entidades classistas. tro) meses de licença para tratamento de saúde,
o funcionário será submetido a nova inspeção
•• Acrescido pela Lei nº 18.024, de 21-05-
médica e aposentado, se for julgado total e defi-
2013.
nitivamente inválido para o serviço público.

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Art. 222. O funcionário licenciado nos termos e tenha relação mediata ou imediata com o
dos itens I, II e IX do art. 215 não poderá dedi- exercício do cargo, inclusive o:
car-se a qualquer atividade remunerada, sob
pena de ser cassada a licença e de ser demitido I – sofrido pelo funcionário no percurso da
por abandono do cargo. residência ao trabalho ou vice-versa;

Art. 223. O funcionário em gozo de licença co- II – decorrente de agressão física sofrida no
municará ao seu chefe imediato o local onde exercício do cargo, salvo se comprovada-
poderá ser encontrado. mente provocada pelo funcionário.
§ 2º A comprovação do acidente, indispen-
Seção I sável para a concessão da licença, deverá
DA LICENÇA PARA ser feita em processo regular, no prazo de 8
TRATAMENTO DE SAÚDE (oito) dias, salvo por motivo de força maior.

Art. 224. A licença para tratar de saúde será § 3º Entende-se por doença profissional a
concedida de ofício ou a pedido do funcionário. que se deva atribuir, com relação de causa
e efeito, a condições inerentes ao serviço ou
•• Vide Decreto nº 5.668, de 11-10-2002. fatos nele ocorridos.
§ 1º Em qualquer das hipóteses, será indis- Art. 226. Será licenciado o funcionário acome-
pensável a inspeção médica, que poderá se tido de moléstia grave, contagiosa ou incurável,
realizar, caso as circunstâncias o exijam, no especificada em lei, quando a inspeção médica
local onde se encontrar o funcionário. não concluir pela imediata aposentadoria.
§ 2º Para licença até 90 (noventa) dias, a Seção II
inspeção será feita por médico oficial, admi-
tindo-se, excepcionalmente, quando assim DA LICENÇA POR MOTIVO DE
não seja possível, atestado passado por mé- DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA
dico particular, com firma reconhecida. Art. 227. Ao funcionário poderá ser deferida
§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, o licença por motivo de doença de ascendente,
atestado só produzirá efeito após homolo- descendente, colateral, consangüíneo ou afim
gado pela Junta Médica Oficial. até o 2º grau civil e do cônjuge.

§ 4º No caso de não ser homologada a licen- •• Vide Decreto nº 5.668, de 11-10-2002.


ça, no prazo máximo de 10 (dez) dias, o fun- § 1º São condições indispensáveis para a
cionário será obrigado a reassumir o exercí- concessão da licença prevista nesta Seção:
cio do cargo, sendo considerado como falta I – prova da doença em inspeção médica ve-
o período que exceder de 3 (três) dias em rificada na forma dos §§ 1º e 3º do art. 224;
que deixou de comparecer ao serviço, por
haver alegado doença. II – ser indispensável a assistência pessoal
do funcionário e que esta seja incompatível
Art. 225. O funcionário acidentado no exercício com o exercício simultâneo do cargo.
de suas atribuições, ou acometido de doença
profissional, terá direito a licença com venci- § 2º A licença a que se refere este artigo
mento e vantagens do cargo pelo prazo de até será:
2 (dois) anos, podendo, porém, a Junta Médica
concluir, desde logo, pela aposentadoria. I – com vencimento integral até o quarto
mês;
§ 1º Entende-se por acidente em serviço
aquele que acarrete dano físico ou mental II – com 2/3 (dois terços) do vencimento do
quinto ao oitavo mês;

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III – com 1/3 (um terço) do vencimento do Seção IV


nono ao décimo segundo mês; DA LICENÇA
IV – sem vencimento do décimo terceiro ao PARA O SERVIÇO MILITAR
vigésimo quarto mês.
Art. 232. Ao funcionário convocado para o ser-
SEÇÃO III viço militar ou outros encargos de segurança
DA LICENÇA À GESTANTE nacional será concedida licença pelo prazo pre-
visto em legislação específica.
Art. 228. À funcionária gestante será concedi-
§ 1º A licença será concedida mediante
da, mediante inspeção médica, licença por 180
apresentação de documento oficial que
(cento e oitenta) dias, com o vencimento e van-
comprove a incorporação.
tagens do cargo.
§ 2º A licença será com o vencimento do
•• Redação dada pela Lei n° 16.677, de 30-
cargo, descontando-se, porém, a importân-
07-2009, art. 3º.
cia que o funcionário perceber, na qualida-
§ 1º Salvo prescrição médica em contrário, de de incorporado, salvo se optar pelas van-
a licença será concedida a partir do início do tagens remuneratórias do serviço militar, o
oitavo mês de gestação. que implicará na perda do vencimento.
§ 2º No caso de nascimento prematuro, a Art. 233. Ao funcionário desincorporado con-
licença terá início a partir do dia do parto. ceder-se-á prazo não superior a 30 (trinta) dias
para que reassuma o exercício, sob pena de de-
§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30
missão por abandono de cargo.
(trinta) dias do evento, a funcionária será
submetida a exame médico e, se julgada Art. 234. Ao funcionário, oficial da reserva das
apta, reassumirá o exercício. Forças Armadas, será concedida licença com
o vencimento do cargo, durante o período de
Art. 229. A funcionária gestante, quando ocu-
estágios de serviço militar não remunerados e
pante de cargo cujas atribuições exijam esforço
previstos em regulamentos militares.
físico considerável, será deslocada para função
compatível com o seu estado, a partir do quinto Parágrafo único. Quando o estágio for re-
mês de gestação. munerado, fica-lhe assegurado o direito de
opção.
Art. 230. À funcionária que adotar ou obtiver
a guarda judicial de criança de até 1 (um) ano Seção V
de idade será concedida licença remunerada de
180 (cento e oitenta) dias, mediante apresen- DA LICENÇA POR MOTIVO DE
tação de documento oficial comprobatório da AFASTAMENTO DO CÔNJUGE
adoção ou da guarda.
Art. 235. O funcionário terá direito a licença sem
•• Redação dada pela Lei n° 16.677, de 30- vencimento quando o seu cônjuge for mandado
07-2009, art. 3º. servir em outro ponto do território estadual ou
mesmo fora dele.
Art. 231. Em qualquer dos casos previstos nes-
te capítulo, após o término da licença, a fun- § 1º Existindo, no novo local da residência,
cionária disporá de 1 (uma) hora por dia, para repartição estadual, o funcionário poderá
amamentação do filho, até os 6 (seis) meses de ser lotado, se houver vaga, em caráter tem-
idade. porário.

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§ 2º A licença será concedida mediante pe- § 2º A licença poderá ser concedida pelo
dido devidamente instruído, que deverá ser prazo de 4 (quatro) anos, prorrogável por
renovado de 2 (dois) em 2 (dois) anos. igual período, ficando vedado o cômputo,
para quaisquer efeitos, de tempo de serviço
Art. 236. Finda a causa da licença, o funcionário prestado à iniciativa privada, ou de contri-
deverá reassumir o exercício dentro de 30 (trin- buição como segurado facultativo, durante
ta) dias, a partir dos quais a sua ausência será o período de afastamento.
computada como falta ao trabalho.
•• Redação dada pela Lei nº 12.644, de 10-
Art. 237. O funcionário poderá reassumir o 7-95, art. 1º.
exercício do seu cargo a qualquer tempo, in-
dependentemente de finda a causa da licença, § 3º O disposto nesta Seção não se aplica
não podendo, porém, nesta hipótese, renovar aos funcionários em estágio probatório.
o pedido a que alude o § 2º do art. 235, senão
depois de 2 (dois) anos, salvo se o cônjuge for Art. 241. O funcionário poderá desistir da licen-
transferido novamente para outro lugar. ça a qualquer tempo.

Art. 238. O disposto nesta Seção aplica-se aos Art. 242. Em caso de interesse público compro-
funcionários que vivam maritalmente e que te- vado, a licença poderá ser interrompida, deven-
nham convivência comprovada por mais de 5 do o funcionário ser notificado do fato.
(cinco) anos. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o
funcionário deverá apresentar-se ao serviço
Seção VI no prazo de 30 (trinta) dias, a partir da noti-
DA LICENÇA ficação, findos os quais a sua ausência será
PARA ATIVIDADE POLÍTICA computada como falta.
Art. 239. Ao funcionário poderá ser concedida Seção VIII
licença sem remuneração durante o período DA LICENÇA-PRÊMIO
que mediar entre a sua escolha, em convenção
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a Art. 243. A cada qüinqüênio de efetivo exercício
véspera do registro de sua candidatura perante prestado ao Estado, na condição de titular de
a Justiça Eleitoral. cargo de provimento efetivo, o funcionário terá
Parágrafo único. A partir do registro da can- direito à licença-prêmio de 3 (três) meses, a ser
didatura e até o 10º (décimo) dia seguinte usufruída em até 3 (três) períodos de, no míni-
ao da eleição, o funcionário fará jus à licen- mo, 1 (um) mês cada, com todos os direitos e
ça remunerada, como se em atividade esti- vantagens do cargo.
vesse. •• Redação dada pela Lei nº 16.378, de 21-
11-2008, art. 1º.
Seção VII
DA LICENÇA PARA TRATAR DE Parágrafo único. O funcionário ao entrar
em gozo de licença-prêmio perceberá, du-
INTERESSES PARTICULARES
rante este período, o vencimento do cargo
Art. 240. O funcionário poderá obter licença de provimento efetivo acrescido das vanta-
sem vencimentos para tratar de interesses par- gens pecuniárias a que fizer jus, previstas
ticulares, a juízo da administração. nas alíneas “a”, “b” *, “e”, “m” e “n” do inci-
so III do art. 139 deste Estatuto.
§ 1º O funcionário aguardará em exercício a
concessão da licença. (*) – Revogado a alínea "b" pela Lei nº
12.716, de 02-10-1995, art. 1º, inciso II.

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Art. 244. Em caso de acumulação de cargos, a li- contagem a partir da cessação do referido
cença-prêmio será concedida em relação a cada ato.
um deles simultânea ou separadamente.
Art. 247. Para apuração do qüinqüênio compu-
Parágrafo único. Será independente o côm- tar-se-á, também, o tempo de serviço prestado
puto do qüinqüênio em relação a cada um anteriormente em outro cargo estadual, desde
dos cargos. que entre um e outro não haja interrupção de
exercício por prazo superior a 30 (trinta) dias.
Art. 245. Suspende a contagem do tempo de
serviço para efeito de apuração do qüinqüênio: Art. 248. Para efeito de aposentadoria será con-
tado em dobro o tempo de licença-prêmio que
I – licença para tratamento da própria saúde, o funcionário não houver gozado.
até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não;
•• Vide art. 40, § 10 da Constituição Fede-
II – licença por motivo de doença em pes- ral.
soa da família até 60 (sessenta) dias, conse- Art. 248-A. Os períodos de licença-prêmio não
cutivos ou não; usufruídos pelo servidor, quando em atividade,
III – falta injustificada, não superior a 30 não poderão ser convertidos em pecúnia, exceto
(trinta) dias no qüinqüênio. na hipótese de indeferimento do pedido de gozo
em razão de necessidade do serviço público.
Parágrafo único. Para os efeitos deste ar-
tigo, suspensão é a cessação temporária •• Acrescido pela Lei nº 17.689, de 29-06-
da computação do tempo, sobrestando-o 2012.
a contar do início de determinado ato jurí- Seção IX
dico-administrativo e reiniciando-se a sua DA LICENÇA PARA FREQÜÊNCIA
contagem a partir da cessação do mesmo. A CURSO DE DOUTORADO,
Art. 246. Interrompe a contagem do tempo de MESTRADO,ESPECIALIZAÇÃO,
serviço para efeito de apuração do qüinqüênio: TREINAMENTO OU
I – licença para tratamento da própria saú- APERFEIÇOAMENTO
de, por prazo superior a 90 (noventa) dias,
consecutivos ou não; Art. 249. Para a consecução dos objetivos de
que trata os Capítulos II e III do Título V deste
II – licença por motivo de doença em pessoa Estatuto, poderá ser concedida licença ao fun-
da família por prazo superior a 60 (sessenta) cionário matriculado em curso de doutorado,
dias, consecutivos ou não; mestrado, de especialização, treinamento ou
aperfeiçoamento profissional, a realizar-se fora
III – licença para tratar de interesses parti-
da sede de sua lotação.
culares;
•• Vide Lei nº 10.872, de 7-7-89, art. 32.
IV – licença para atividade política;
V – falta injustificada, superior a 30 (trinta) § 1º O doutorado, o mestrado, a especiali-
dias no qüinqüênio; zação, o treinamento ou o aperfeiçoamento
profissional deverão visar o melhor aprovei-
VI – pena de suspensão. tamento do funcionário no serviço público.
Parágrafo único. Interrupção, para os efei- § 2º Compete ao Secretário da Administra-
tos deste artigo, é a solução de continuida- ção, por solicitação do titular do órgão de
de na contagem do tempo, fazendo findar lotação do funcionário, conceder a licença
seus efeitos a contar de determinado ato ju- prevista neste artigo.
rídico-administrativo, para dar início a nova

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§ 3º Em casos de acumulação de cargos so- Parágrafo único. Quando os assentamentos
mente será concedida a licença quando o não oferecerem dados suficientes que per-
curso visar o aproveitamento do funcioná- mitam um segura apuração do tempo de
rio em relação a ambos. serviço prestado, o órgão responsável pelo
levantamento deverá recorrer, Subsidiaria-
§ 4º Realizando-se o curso na mesma lo- mente, ao registro da freqüência ou à folha
calidade da lotação do funcionário, ou em de pagamento.
outra de fácil acesso, em lugar da licença
poderá ser concedida simples dispensa do Art. 252. Será contado, integralmente, para efei-
expediente, nos dias e horários necessários to de aposentadoria e disponibilidade, o tempo
à freqüência regular do curso. de serviço prestado:
§ 5º Considera-se como de efetivo exercício I – como contratado ou sob qualquer outra
o período de afastamento do funcionário forma de admissão, desde que remunerado
motivado pela licença concedida nos ter- pelos cofres estaduais;
mos desta Seção, mediante comprovação
de freqüência no curso respectivo, forneci- II – a instituição de caráter privado, que ti-
da pelo dirigente do órgão encarregado de ver sido encampada ou transformada em
sua ministração. estabelecimento de serviço público;

§ 6º Ao servidor em estágio probatório não III – à União, aos Estados, aos Territórios,
será concedida a licença de que trata o ca- aos Municípios e ao Distrito Federal;
put deste artigo, exceto na hipótese do § 4º IV – a autarquias, fundações, empresas pú-
e desde que não inviabilize a avaliação es- blicas e sociedades de economia mista sob
pecial de desempenho. o controle acionário do Estado;
•• Acrescido pela Lei nº 19.156, de 29-12- •• Vide Lei nº 11.655, de 26-12-91, art. 25,
2015. aplicar o estatuto as fundações e autar-
quias.

CAPÍTULO IV V – às Forças Armadas;


DO TEMPO DE SERVIÇO § 1º O tempo de serviço somente será con-
tado uma vez para cada efeito, vedada a
Art. 250. Será feita em dias a apuração do tem- acumulação do que tiver sido prestado con-
po de serviço. comitantemente.
§ 1º O número de dias será convertido em § 2º Não será contado o tempo de serviço
anos, considerado o ano como de 365 (tre- que já tenha sido base para concessão de
zentos e sessenta e cinco) dias. aposentadoria por outro sistema.
§ 2º Feita a conversão, os dias restantes Art. 253. Não será computado, para nenhum
até 180 (cento e oitenta) não serão com- efeito, o tempo:
putados, arredondando-se para 1 (um) ano
quando excederem a esse número, nos ca- I – da licença por motivo de doença em pes-
sos de cálculos de proventos de aposenta- soa da família do funcionário quando não
doria proporcional e disponibilidade. remunerada;

Art. 251. A apuração é a liquidação do tempo II – da licença para tratar de interesses par-
de serviço público à vista dos assentamentos ticulares;
do funcionário, arquivados no órgão de pessoal
responsável pela guarda daqueles documentos.

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III – da licença por motivo de afastamento viços já prestados ou como garantia de amparo
do cônjuge; contra as consequências da velhice e da invali-
dez.
IV- de afastamento não remunerado.
Art. 260. Salvo disposição constitucional em
Art. 254. O cômputo de tempo de serviço pú- contrário, o funcionário será aposentado:
blico, à medida que flui, somente será feito no
momento em que dele necessitar o funcionário I – por invalidez;
para comprovação de direitos assegurados em
lei. II – compulsoriamente, aos 70 (setenta)
anos de idade;
Parágrafo único. A contagem de tempo de
serviço público reger-se-á pela lei em vigor III – voluntariamente:
à ocasião em que o serviço haja sido pres- a) após 35 (trinta e cinco) anos de serviço,
tado. se do sexo masculino, ou 30 (trinta), se do
feminino;
b) após 30 (trinta) anos de exercício em fun-
CAPÍTULO V ção de magistério, como tal considerada a
DA DISPONIBILIDADE efetiva regência de classe, se professor, e 25
(vinte e cinco), se professora.
Art. 255. Disponibilidade é o afastamento tem-
Parágrafo único. Considera-se em função
porário do funcionário efetivo ou estável em vir-
de magistério, para os efeitos do disposto
tude da extinção do cargo ou da declaração de
na alínea “b” do item III deste artigo, o fun-
sua desnecessidade.
cionário:
Art. 256. Extinto o cargo ou declarada a sua des-
I – no exercício de cargo em comissão:
necessidade, o funcionário ficará em disponibi-
lidade remunerada, com vencimentos propor- a) na esfera da administração direta e indi-
cionais ao seu tempo de serviço. reta do Poder Executivo;
Art. 257. Qualquer alteração de vencimento b) fora da esfera estadual desde que o co-
concedida, em caráter geral, aos funcionários missionamento se dê na área da educação.
em atividade, será extensiva, na mesma época e
proporção, ao provento do disponível. II – no exercício:

Art. 258. O período relativo à disponibilidade a) de função ou mandato de Diretor de Uni-


será considerado como de efetivo exercício para dade Escolar;
efeito de aposentadoria e gratificação adicional. b) de função de Secretário de Unidade Es-
colar.
•• acrescido pela Lei nº 11.905, 9-2-93,
CAPÍTULO VI art. 1º.
DA APOSENTADORIA
III – que houver exercício integrante do Gru-
Vide Lei Complementar nº 77, de 23-01- po Ocupacional Especialista em Educação,
2010. do extinto Quadro Único do Magistério Pú-
blico Estadual, enquanto tiver durado a res-
Art. 259. Aposentadoria é o dever imposto ao pectiva investidura.
Estado de assegurar ao funcionário o direito à
inatividade, como uma compensação pelos ser- •• acrescido pela Lei nº 11.972, 19-5-93.

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Art. 261. É automática a aposentadoria compul- c) for acometido de tuberculose ativa, alie-
sória, que será declarada com efeito a partir do nação mental, neoplasia maligna, cegueira
dia seguinte àquele em que o funcionário com- progressiva, hanseníase, cardiopatia grave,
pletar a idade limite. paralisia irreversível e incapacitante, do-
ença de Parkinson, Coréia de Huntington,
Parágrafo único. O retardamento do ato espondiloartrose anquilosante, nefropatia
declaratório a que se refere este artigo não grave, estados avançados de Paget (osteíte
evitará o afastamento do funcionário nem deformante) e Síndrome da Imunodeficiên-
servirá de base ao reconhecimento de qual- cia Adquirida – AIDS, com base nas conclu-
quer direito ou vantagem. sões da Junta Médica Oficial do Estado;
Art. 262. A aposentadoria por invalidez será •• Incluída a Síndrome de Imunodefici-
precedida de licença para tratamento de saúde, ência Adquirida pelo art. 4º da Lei nº
por período não excedente a 24 (vinte e quatro) 12.210, de 20-11-93.
meses, salvo quando o laudo médico oficial con-
cluir pela incapacidade definitiva do funcionário d) na inatividade for acometido de qualquer
para o serviço público. das doenças especificadas na alínea ante-
rior;
§ 1º Após o período de licença, e não estan-
do em condições de assumir o cargo ou de II – proporcional ao tempo de serviço, nos
ser readaptado em outro mais compatível demais casos.
com a sua capacidade, o funcionário será
declarado aposentado. Parágrafo único. A proporcionalidade de
que trata o item II corresponderá, por ano
§ 2º A declaração de aposentadoria, na hi- de efetivo exercício, a 1/35 (um trinta e
pótese do parágrafo anterior, será precedi- cinco) avos, para os funcionários do sexo
da de perícia, realizada pela Junta Médica masculino, e a 1/30 (um trinta) avos para
Oficial, em que se verifique e relate a ocor- os de sexo feminino, e, para os ocupantes
rência de incapacidade do funcionário para de funções de magistério, 1/30 (um trinta)
o serviço público. avos, se professor, ou 1/25 (um vinte e cin-
co) avos, se professora.
§ 3º O piloto de aeronave, considerado in-
capacitado para as suas funções pela Junta Art. 265. O cálculo dos proventos terá por base
Médica Superior de Saúde do Ministério da o vencimento do cargo acrescido de gratificação
Aeronáutica, será readaptado VETADO com adicional por tempo de serviço e outras vanta-
vencimentos integrais, inclusive gratifica- gens pecuniárias, incorporáveis na forma desta
ções e horas de vôo. lei.
Art. 263. O funcionário em disponibilidade po- Parágrafo único. Para o pessoal do magisté-
derá ser aposentado nos termos do art. 258. rio do ensino fundamental e médio, o cál-
culo dos proventos ainda levará em conta a
Art. 264. O provento da aposentadoria será: média da jornada de trabalho dos 12 (doze)
I – correspondente ao vencimento integral últimos meses anteriores à data da autua-
do cargo quando o funcionário: ção do requerimento, do laudo médico ofi-
cial ou do implemento do limite de idade
a) contar o tempo de serviço legalmente para permanência no serviço ativo, confor-
previsto para a aposentadoria voluntária; me se trate de aposentadoria voluntária,
b) for invalidado para o serviço público, por por invalidez ou compulsória, respectiva-
acidente em serviço ou em decorrência de mente.
doença profissional;

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•• Redação dada pela Lei nº 11.756, de •• Vide § 7º do art. 97 da Constituição Es-


7-7-92. tadual.
Art. 266. Os proventos da inatividade serão re- I – for considerado, por laudo médico, defi-
vistos na mesma proporção e na mesma data, nitivamente incapaz para o serviço público;
sempre que se modificarem os vencimentos dos
funcionários em atividade, VETADO. II – completar idade limite para a aposenta-
doria compulsória.
Art. 267. O funcionário que contar tempo de
serviço suficiente para se aposentar voluntaria- Parágrafo único. O procedimento de que
mente passará à inatividade: trata a parte inicial do “caput” deste arti-
go deverá ser adotado pelo Secretário da
•• Vide art. 97 da Constituição Estadual. Administração ou autoridade equivalente,
quando for publicado o decreto de aposen-
I – com o vencimento do cargo efetivo tadoria voluntária do funcionário.
acrescido, alem de outros benefícios pre-
vistos nesta lei, da gratificação de função ou Art. 269. O funcionário aposentado fica eximi-
de representação que houver exercido, em do de contribuição previdenciária, sem perder,
qualquer época, por no mínimo 5 (cinco) contudo, o direito às vantagens oferecidas pelo
anos ininterruptos; órgão previdenciário do Estado.
II – com iguais vantagens, desde que o exer-
cício referido no inciso anterior tenha com-
preendido um período de, pelo menos, 10 CAPÍTULO VII
(dez) anos intercalados.
DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA
§ 1º Quando mais de um cargo ou função
haja sido exercido, será atribuída a vanta- Art. 270. Em caráter geral, a previdência e as-
gem do de maior valor, desde que lhe cor- sistência dos funcionários do Estado serão pres-
responda um exercício não inferior a 12 tadas através do Instituto de Previdência e As-
(doze) meses. Fora dessa hipótese, atribuir- sistência dos Servidores do Estado – IPASGO, na
-se-á a vantagem do de valor imediatamen- forma da legislação própria.
te inferior dentre os exercidos por igual pe- •• Vide Leis Complementares 77, de 22-
ríodo. 01-2010, 66, de 27-01- 2009.
§ 2º O período de prestação de serviços em Art. 271. Sem prejuízo de outros benefícios de-
regime de tempo integral, desde que não vidos em razão do artigo precedente, a vida e a
obrigatório para o exercício do cargo, será preservação de acidentes nos locais de trabalho
computado para efeito do interstício a que de funcionários serão protegidas por seguros
se referem os incisos I e II deste artigo. coletivos, cujos valores serão atualizados anual-
§ 3º Os benefícios de que trata este artigo mente.
serão reajustados na mesma proporção, Parágrafo único. Independentemente do
sempre que forem majorados para o funcio- disposto neste artigo, o local de trabalho do
nário em atividade. funcionário disporá de todas as condições
Art. 268. O chefe do órgão em que o funcionário que garantam a redução dos riscos ineren-
estiver lotado determinará o seu afastamento tes às suas atribuições, por meio de normas
do exercício do cargo, comunicando o fato à au- de saúde, higiene, conforto e segurança.
toridade competente para a decretação da res- Art. 272. Os planos de assistência de que trata
pectiva aposentadoria, através do Secretário da este capítulo compreenderão:
Administração, no dia imediato ao em que:

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I – financiamento imobiliário; Art. 277. A assistência jurídica, que consistirá no
II – assistência judiciária; patrocínio da defesa do funcionário, em processos
criminais por fato ocorrido no exercício da função
III – manutenção de creches; do cargo, será prestada por Procurador do Estado.
IV – auxílio para fundação e manutenção de Art. 278. Leis especiais e/ou atos regulamenta-
associações beneficentes, cooperativas e res disporão sobre a organização e o funciona-
recreativas dos funcionários; mento dos planos de assistência relativos aos
V – cursos de aperfeiçoamento e especiali- itens III, IV e VI do art. 272.
zação profissional;
Art. 279. Aos funcionários serão concedidos, na
VI – instituição de colônias de férias e cen- forma estabelecida nos arts. 160 a 169 deste Es-
tros de aperfeiçoamento dos funcionários e tatuto, os benefícios de salário-família, auxílio-
suas famílias. -saúde e auxílio-funeral.
Art. 273. A pensão aos beneficiários do funcio-
nário falecido, ainda que aposentado, corres-
ponderá à totalidade do vencimento ou da re-
muneração do cargo ou dos proventos. CAPÍTULOVIII
DO DIREITO DE PETIÇÃO
Parágrafo único. As pensões serão revistas
na mesma proporção e na mesma data, sem- Art. 280. Será assegurado ao funcionário o di-
pre que se modificar o vencimento ou a re- reito de requerer, bem como o de representar.
muneração dos funcionários em atividade.
Art. 281. O requerimento é cabível para defesa de
Art. 274. O funcionário acidentado em serviço direito ou de interesse legítimo e a representação,
ou acometido de doença profissional que, por contra abuso de autoridade ou desvio de poder.
expressa exigência de laudo médico oficial, ne-
cessitar de tratamento especializado, terá hos- § 1º O direito de requerer será exercido pe-
pitalização e tratamento integralmente custea- rante a autoridade competente em razão da
dos pela administração pública. matéria e sempre por intermédio daquela a
que estiver imediatamente subordinado o
Parágrafo único. Na hipótese do tratamen- funcionário.
to, por necessidade comprovada, ter de efe-
tivar-se fora da sede de lotação do funcio- § 2º A representação deve ser encaminhada
nário, ao mesmo será também concedido pela via hierárquica e será obrigatoriamente
auxílio especial para transporte próprio e de apreciada pela autoridade superior àquela
um acompanhante. contra a qual é interposta.

Art. 275. Em caso de falecimento do funcionário Art. 282. Sob pena de responsabilidade, será as-
em serviço fora da sede, será a sua família inde- segurado ao funcionário:
nizada das despesas com as providências decor- I – o rápido andamento dos processos de
rentes do evento, inclusive transporte do corpo seu interesse, nas repartições públicas;
e gastos de viagem de uma pessoa.
II – a ciência das informações, pareceres e
Art. 276. O Poder Público garantirá, diretamen- despachos dados em processos que a ele se
te ou através de instituição especializada, total refiram;
assistência médica e hospitalar ao funcionário
de restrita capacidade econômica, quando aco- III – a obtenção de certidões requeridas
metido de moléstia grave, e provada a insufici- para defesa de seus direitos e esclarecimen-
ência de seus vencimentos para lhe atender os tos de situações, salvo se o interesse públi-
encargos. co impuser sigilo.

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Art. 283. O requerimento inicial do funcionário II – em 120 (cento e vinte) dias nos demais
não precisará vir acompanhado dos elementos casos, salvo quando outro prazo for estabe-
comprobatórios do direito pleiteado, desde que lecido por lei.
constem do assentamento individual do reque-
rente. Art. 288. O prazo de prescrição contar-se-á da
data da publicação oficial ou da efetiva ciência
Art. 284. Caberá pedido de reconsideração diri- do interessado do ato impugnado.
gido à autoridade que houver expedido o ato ou
proferido a primeira decisão. Art. 289. O pedido de reconsideração e o recur-
so, quando cabíveis, interrompem a prescrição
Parágrafo único. O prazo para apresenta- até 2 (duas) vezes.
ção do pedido de reconsideração será de 15
(quinze) dias, contados a partir da ciência Parágrafo único. Interrompida a prescrição,
do ato ou decisão ou de sua publicação. o prazo recomeçará a correr pelo restante,
desde que não inferior à metade do prazo
Art. 285. Ressalvadas as disposições em contrá- original, no dia em que cessar a interrupção.
rio, previstas neste Estatuto, caberá recurso:
Art. 290. Os prazos para a prática dos diversos
I – do indeferimento do pedido de reconsi- atos de mero expediente, interlocutórios ou fi-
deração; nais, serão fixados em regulamento específico.
II – das decisões sobre os recursos sucessi- Art. 291. O direito de pleitear em juízo sobre
vamente interpostos. qualquer lesão de direito individual do funcio-
nário é impostergável e o seu exercício não eli-
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade dirá o de pleitear em instância administrativa.
imediatamente superior à que tiver expedi-
do o ato ou proferido a decisão e, sucessi- Art. 292. O direito de petição será exercido di-
vamente, em escala ascendente, às demais retamente pelo funcionário ou por seu cônjuge
autoridades. ou parente até o 2º grau, mediante procuração
com poderes expressos e essenciais ou, ainda,
§ 2º O recurso será interposto por intermé- por advogado regularmente constituído.
dio da autoridade recorrida, que poderá re-
considerar a decisão ou, mantendo-a, enca- Parágrafo único. Para o exercício do direito
minhá-lo-á à autoridade superior. de petição, será assegurada vista do proces-
so ou documento, na sede da repartição, ao
§ 3º Será de 30 (trinta) dias o prazo de re- funcionário ou procurador especialmente
curso a contar da publicação ou ciência, constituído.
pelo interessado, da decisão recorrida.
Art. 286. O pedido de reconsideração e o recur-
so não têm efeito suspensivo; provido qualquer TÍTULO IV
deles, os seus efeitos retroagirão à data do ato
impugnado. DA ACUMULAÇÃO
Art. 287. O direito de petição na esfera adminis- Art. 293. É vedada a acumulação remunerada
trativa prescreverá: de cargos, empregos e funções públicos, exceto
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de nos casos previstos na Constituição Federal ou
demissão, cassação de aposentadoria ou em lei complementar, obedecidos os critérios
disponibilidade e os referentes a matéria de compatibilidade de horários e correlação de
patrimonial; matérias.

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Parágrafo único. A proibição de acumular a XII – atender, com preterição de qualquer
que se refere este artigo estende-se a car- outro serviço:
gos, empregos e funções em autarquias,
empresas públicas, sociedades de econo- a) as requisições para defesa da Fazenda;
mia mista e fundações públicas. b) a expedição das certidões requeridas
para a defesa de direitos e esclarecimentos
de situações de que trata o inciso III do art.
TÍTULO V 282;
c) ao público em geral;
Do Regime Disciplinar
XIII – residir na localidade onde for lotado
para exercer as atribuições inerentes ao seu
cargo, ou em localidade vizinha, se disto
CAPÍTULO I não resultar inconveniência para o serviço
DOS DEVERES público;

Art. 294. São deveres do funcionário: XIV – apresentar-se decentemente trajado


ao serviço;
I – assiduidade;
XV – trazer rigorosamente atualizados as
II – pontualidade; leis, regulamentos, regimentos, instruções
e ordens de serviço, pertinentes às suas
III – discrição;
atribuições;
IV – urbanidade
XVI – manter espírito de solidariedade, coo-
V – lealdade às instituições constitucionais peração e lealdade para com os colegas de
e administrativas a que servir; serviço;

VI – observância das normas legais e regu- XVII – freqüentar cursos de treinamento,


lamentares; aperfeiçoamento e especialização profissio-
nal legalmente instituídos.
VII – obediência às ordens superiores, exce-
to quando manifestamente ilegais; Parágrafo único. As faltas às aulas dos cur-
sos a que se refere o inciso XVII deste artigo
VIII – zelo pela economia e conservação do equivalerão, para todos os efeitos, à ausên-
material que lhe for confiado e pelo desem- cia ao serviço, salvo se por motivo justo, co-
penho dos encargos de que for incumbido; municado e inequivocamente evidenciado
IX – exposição, aos chefes, das dúvidas e di- nas 24 (vinte e quatro) horas imediatamen-
ficuldades que encontrar no exame dos do- te seguintes, através de prova idônea.
cumentos e papéis sujeitos ao seu estudo;
X – levar ao conhecimento de seu chefe
imediato as irregularidades de que tiver ci- CAPÍTULO II
ência, em razão de seu cargo, representan- DO APERFEIÇOAMENTO
do à autoridade superior, se aquele não le- E DA ESPECIALIZAÇÃO
var na devida conta a informação prestada;
Art. 295. É dever do funcionário diligenciar para
XI – guardar sigilo sobre os assuntos de na-
o seu constante aperfeiçoamento profissional e
tureza confidencial;
cultural.

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Art. 296. O funcionário tem por dever freqüen- Pessoal, vinculada à estrutura da Secretaria da
tar, salvo motivos relevantes que o impeçam, Administração; do Centro de Treinamento do
cursos de especialização, treinamento e aper- Departamento de Recursos Humanos da Secre-
feiçoamento profissional, para os quais seja ex- taria da Fazenda; da Superintendência da Aca-
pressamente designado ou convocado. demia de Polícia, integrante da Secretaria da Se-
gurança Pública e de outras entidades de ensino
Art. 297. Para que o funcionário possa ampliar conveniadas, cursos de especialização, aperfei-
sua capacidade profissional, o Estado promoverá çoamento e treinamento para os funcionários
cursos de especialização e aperfeiçoamento, con- regidos por este Estatuto.
ferências, congressos, publicações de trabalhos
referentes ao serviço público e viagens de estudo. Art. 301. Constituem, dentre outros, objetivos
dos cursos referidos no artigo anterior:
§ 1º O Estado pode conceder facilidades, in-
clusive financeiras, supletivas, ao funcionário I – de especialização:
que, por iniciativa própria, tenha obtido bolsa
de estudo ou inscrição em cursos fora do Esta- a) ministrar conhecimentos técnicos espe-
do ou no exterior, desde que a modalidade de cializados, tendo em vista o aprimoramento
que trate seja correlata à sua formação e ativi- do funcionário no campo de sua atividade
dade profissional no serviço público estadual. profissional;

Art. 298. O Estado manterá em caráter perma- b) propiciar ao funcionário condições de


nente, no orçamento de cada exercício, dotação aprimoramento técnico específico, através
suficiente destinada a garantir a consecução dos de palestras, conclaves, seminários ou sim-
objetivos dispostos neste Capítulo. pósios, relativos ao campo de sua especiali-
zação;
Art. 299. Os diplomas, certificados de aprovei-
tamento e atestados de freqüência, fornecidos II – de aperfeiçoamento e treinamento:
pelo órgão responsável pela administração de a) fornecer ao servidor elementos gerais de
cursos e bolsa de estudos, influem como títulos instrução;
nos concursos em geral e nas promoções e aces-
sos de classe em que esteja interessado o seu b) ministrar técnicas específicas de admi-
portador, desde que expedidos na conformida- nistração, particularmente nos setores de
de do disposto no § 3º do art. 79. planejamento administrativo; lançamen-
to e arrecadação de tributo; elaboração e
Parágrafo único. O edital de que trata o § execução de orçamentos; administração de
4º do art. 79 caracterizará a valorização de pessoal; administração de material; organi-
cada espécie dos títulos a que se refere este zação e métodos; relações públicas e ativi-
artigo, apreçando mais os obtidos mediante dades de chefia;
a prestação de provas de conhecimentos e
considerando, inclusive, o conceito das ins- c) ministrar aulas de preparação para con-
tituições expedidoras do título. cursos.

CAPÍTULO III CAPÍTULO IV


DO TREINAMENTO DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
Art. 300. O Estado manterá, na esfera do Po- Art. 303. Constitui transgressão disciplinar e ao
der Executivo, através da Superintendência de funcionário é proibido:
Recrutamento, Seleção e Desenvolvimento de

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I – referir-se, de modo depreciativo ou des- XIII – faltar à verdade no exercício de suas
respeitoso, em informação, requerimen- funções, por malícia ou má fé;
to, parecer ou despacho, às autoridades, a
funcionários e usuários bem como a atos XIV – deixar de informar, com presteza, os
da administração pública, podendo, porém, processos que lhe forem encaminhados;
em trabalho assinado, criticá-los do ponto XV – dificultar ou deixar de levar ao conhe-
de vista doutrinário ou da organização do cimento da autoridade competente, por via
serviço; hierárquica e em 24 (vinte e quatro) horas,
II – retirar, sem prévia autorização da auto- queixas, denúncia, representação, petição,
ridade competente, qualquer documento recurso ou documento que houver recebi-
ou objeto da repartição; do, se não estiver na sua alçada resolver;

III – promover manifestação de apreço ou XVI – negligenciar ou descumprir qualquer


desapreço no recinto da repartição; ordem legítima;

IV – valer-se do cargo para lograr proveito XVII – apresentar, maliciosamente, queixa,


pessoal ilícito; denúncia ou representação;

V – coagir ou aliciar subordinado com o ob- XVIII – lançar, em livros oficiais de registro,
jetivo de natureza político-partidária; anotações, reclamações, reivindicações
ou quaisquer outras matérias estranhas às
VI – participar da gerência ou da adminis- suas finalidades;
tração de empresa industrial ou comercial,
exceto as de caráter cultural ou educacio- XIX – adquirir, para revenda, de associação
nal; de classe ou entidades beneficentes em ge-
ral, gêneros ou quaisquer mercadorias;
VII – exercer comércio ou participar de so-
ciedade comercial, exceto como acionista, XX – entreter-se, durante as horas de traba-
cotista ou comanditário; lho, em palestras ou outros afazeres estra-
nhos ao serviço;
VIII – praticar a usura em qualquer de suas
formas; XXI – deixar, quando comunicado em tem-
po hábil, de providenciar a inspeção médica
IX – pleitear, como procurador ou interme- do servidor, seu subordinado, que faltou ao
diário ,junto às repartições públicas, salvo serviço por motivo de saúde;
quando se tratar de percepção de venci-
mentos e vantagens de parentes até o se- XXII – deixar, quando sob sua responsabili-
gundo grau; dade, de prestar informações sobre funcio-
nário em estágio probatório;
X – receber propinas, comissões, presentes
ou vantagens de qualquer espécie; XXIII – esquivar-se de providenciar a respei-
to de ocorrência no âmbito de suas atribui-
XI – cometer a pessoa estranha à repartição, ções, salvo no caso de impedimento, o que
fora dos casos previstos em lei, o desempe- comunicará em tempo hábil;
nho de encargo que lhe competir ou a seus
subordinados; XXIV – representar contra superior hierár-
quico, sem observar as prescrições regula-
XII – deixar de pagar, com regularidade, as mentares;
pensões a que esteja obrigado em virtude
de decisão judicial; XXV – propor transações pecuniárias a su-
perior ou a subordinado com o objetivo de
auferir lucro;

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XXVI – fazer circular ou Subscrever lista de XXXVIII – negligenciar na guarda de objetos


donativo no recinto da repartição; pertencentes à repartição e que, em decor-
rência da função ou para o seu exercício, lhe
XXVII – utilizar-se do anonimato para qual- tenham sido confiados, possibilitando a sua
quer fim; danificação ou extravio;
XXVIII – aconselhar ou concorrer para não XXXIX – demonstrar parcialidade nas infor-
ser cumprida qualquer ordem de autorida- mações de sua responsabilidade, para a afe-
de competente, ou para que seja retardada rição do merecimento de funcionário;
a sua execução;
XL – influir para que terceiro intervenha
XXIX – simular doença para esquivar-se do para sua promoção ou para impedir a sua
cumprimento da obrigação; remoção;
XXX – trabalhar mal, intencionalmente ou XLI – retardar o andamento do processo su-
por negligência; maríssimo para pagamento de auxílio-funeral;
XXXI – faltar ou chegar atrasado ao serviço, XLII – receber gratificação por serviço extra-
ou deixar de participar, com antecedência, ordinário que não tenha prestado efetiva-
à autoridade imediatamente superior, a im- mente;
possibilidade de comparecer à repartição,
salvo motivo justo; XLIII – deixar de aplicar penalidades mereci-
das, quando lhe forem afetas, a funcionário
XXXII – permutar processo, tarefa ou qual- subordinado ou, em caso contrário, deixar
quer serviço que lhe tenha sido atribuído, de comunicar a infração à autoridade com-
sem expressa permissão da autoridade petente, para que o faça;
competente;
XLIV – deixar de adotar a tempo, na esfera de
XXXIII – abandonar o serviço para o qual te- suas atribuições, providências destinadas a
nha sido designado; evitar desfalques ou alcances pecuniários por
XXXIV – não se apresentar, sem motivo jus- parte de detentores de dinheiro ou valores do
to, ao fim de licença para tratar de interes- Estado, dada a sua vida irregular ou incompa-
ses particulares, férias, cursos ou dispensa tível com seus vencimentos ou renda particu-
de serviço para participação em congressos, lar, cuja comprovação poderá ser exigida;
bem como depois de comunicado que qual- XLV – abrir ou tentar abrir qualquer depen-
quer delas foi interrompida por ordem su- dência da repartição fora das horas de expe-
perior; diente, desde que não esteja expressamen-
XXXV – desrespeitar ou procrastinar o cum- te autorizado pela autoridade competente;
primento de decisão ou ordem judicial, bem XLVI – fazer uso indevido de veículo da re-
como criticá-las; partição;
XXXVI – usar, durante o serviço, mesmo em XLVII – atender, em serviço, com desaten-
quantidade insignificante, bebida alcóolica ção ou indelicadeza, qualquer pessoa do
de qualquer natureza; público;
XXXVII – recusar-se, sem justa causa, a sub- XLVIII – indispor o funcionário contra os
meter-se a inspeção médica ou exame de seus superiores hierárquicos ou provocar,
capacidade intelectual ou vocacional previs- velada ou ostensivamente, animosidade en-
tos neste Estatuto; tre seus pares;

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XLIX – acumular cargos, funções e empre- LXIII – ofender, provocar, desafiar ou tentar
gos públicos, ressalvadas as exceções cons- desacreditar qualquer colega ou autoridade
titucionais previstas; superior, com palavras, gestos ou ações;
L – dar causa, intencionalmente, a extravio LXIV – dar-se ao vício de embriaguez pelo
ou danificação de objetos pertencentes à álcool ou por Substâncias de efeitos análo-
repartição; gos;
LI – fazer diretamente, ou por intermédio LXV – importar ou exportar, usar, remeter,
de outrem, transações pecuniárias, envol- preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
vendo assunto do serviço, bens do Estado expor à venda ou oferecer, fornecer, ainda
ou artigos de uso proibido; que gratuitamente, ter em depósito, trans-
portar, trazer consigo, guardar, prescrever,
LII – introduzir ou distribuir na repartição ministrar ou entregar de qualquer forma a
quaisquer escritos que atentem contra a consumo, Substância entorpecente ou que
disciplina e a moral; determine dependência física ou psíquica,
LIII – residir fora da localidade em que exer- sem autorização legal ou regulamentar.
ce as funções do cargo, exceto no caso da Art. 304. Constitui, ainda, transgressão discipli-
ressalva de que trata o item XIII do art. 294; nar, quanto aos funcionários ocupantes de car-
LIV – praticar crimes contra a administração gos inerentes às funções de polícia civil ou de
pública; segurança prisional:

LV – lesar os cofres públicos ou dilapidar o •• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07-
patrimônio estadual; 10-2008.

LVI – praticar ofensas físicas, em serviço, I – transitar por logradouro público sem o
contra funcionário ou qualquer pessoa, sal- respectivo cartão de identidade;
vo se em legítima defesa devidamente com- II – deixar de guardar, em público, a devida
provada; compostura;
LVII – cometer insubordinação grave em III – dar conhecimento, por qualquer modo,
serviço; de ocorrência do serviço policial ou da ad-
LVIII – aplicar, irregularmente, dinheiro pú- ministração penitenciária a quem não tenha
blico; atribuições para nela intervir;

LIX – revelar segredo que conheça em razão •• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07-
de seu cargo ou função; 10-2008.

•• Vide Lei nº 18.846, de 10-06-2015, art. IV – discutir ou provocar discussões, pela


12. imprensa, a respeito de assuntos policiais
ou assuntos da administração penitenciá-
LX – abandonar, sem justa causa, o exercí- ria, excetuando-se os de natureza exclusiva-
cio de suas funções durante o período de 30 mente técnica, quando devidamente auto-
(trinta) dias consecutivos; rizados;
LXI – faltar, sem justa causa, ao serviço por •• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07-
45 (quarenta e cinco) dias interpolados, du- 10-2008.
rante o período de 365 (trezentos e sessen-
ta e cinco) dias; V – introduzir material inflamável ou explo-
sivo na repartição, salvo se em obediência a
LXII – exercer advocacia administrativa; ordem de serviço;

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VI – revelar sua qualidade de policial ou de •• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07-
servidor da administração penitenciária, 10-2008.
fora dos casos necessários ou convenientes
ao serviço; XV – freqüentar, sem razão de serviço, luga-
res incompatíveis com o decoro da função
•• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- policial ou da administração penitenciária;
10-2008.
•• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07-
VII – pedir quaisquer gratificações, reclamá- 10-2008.
-las ou aceitá-las fora dos casos legais;
XVI – comparecer, ostensivamente, em casa
VIII – recusar-se a exercer o ofício de defen- de prostituição, boates, casas de danças,
sor, bem como fazer afirmação falsa, negar bares e restaurantes da zona do meretrício,
ou calar a verdade, como testemunha ou participando de mesas ou das diversões,
perito em processo disciplinar, quando de- bem como fazendo uso de bebidas alcoóli-
signado, salvo por motivo justo; cas, em serviço ou fora dele;
IX – referir-se de modo depreciativo ou des- XVII – fazer uso indevido de arma, bem
respeitoso a autoridades hierarquicamente como portá-la ostensivamente em público;
superiores e a atos da administração públi-
ca, qualquer que seja o meio empregado XVIII – maltratar preso sob sua guarda ou
para esse fim; usar de violência desnecessária, no exercício
da função policial ou de segurança prisional;
X – divulgar, por intermédio da imprensa,
rádio e televisão, fatos ocorridos na repar- •• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07-
tição que possam prejudicar ou interferir no 10-2008.
bom andamento do serviço policial ou do XIX – permitir que presos conservem em
serviço da administração penitenciária, ou seu poder instrumentos que possam causar
propiciar sua divulgação; danos nas dependências em que estejam
•• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- recolhidos ou produzir lesões em terceiros;
10-2008. XX – deixar de concluir, nos prazos legais,
XI – manter relações de amizade ou exibir- sem motivo justo, inquéritos policiais ou
-se em público com pessoas de notórios e disciplinares ou, quando a estes últimos,
desabonadores antecedentes criminais, como membro da respectiva comissão, ne-
sem razão de serviço; gligenciar no cumprimento das obrigações
XII – praticar ato que importe em escândalo que lhe são inerentes;
ou que concorra para comprometer a fun- XXI – prevalecer-se, abusivamente, da con-
ção policial ou função da administração pe- dição de funcionário policial ou da adminis-
nitenciária; tração penitenciária;
•• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- •• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07-
10-2008. 10-2008.
XIII – deixar de cumprir ou de fazer cumprir, XXII – indicar ou insinuar nome de advo-
na esfera de suas atribuições, as leis e os re- gado para assistir pessoa que se encontre
gulamentos; respondendo a processo ou indiciada em
XIV – atribuir-se a qualidade de represen- inquérito policial, salvo nos casos em que
tante de qualquer órgão ou de autoridade couber à autoridade nomear defensor;
da respectiva Secretaria;

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XXIII – impedir ou tornar impraticável, por XXXV – recusar-se a executar ou executar
qualquer meio, na fase de inquérito policial deficientemente qualquer serviço, para evi-
ou durante o interrogatório do indiciado, tar perigo pessoal;
mesmo ocorrendo incomunicabilidade, a
presença de seu advogado; XXXVI – ser desligado, por falta de assidui-
dade, de curso de formação do respectivo
XXIV – ordenar ou executar medida privati- órgão, em que tenha sido matriculado com-
va da liberdade individual sem as formalida- pulsoriamente;
des legais ou com abuso do poder;
•• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07-
XXV – submeter pessoa sob sua guarda ou 10-2008.
custódia a vexame ou constrangimento;
XXXVII – omitir-se no zelo da integridade fí-
XXVI – deixar de comunicar imediatamen- sica ou moral dos presos sob sua guarda;
te ao juiz competente a prisão de qualquer
pessoa; XXXVIII – publicar, sem ordem expressa da
autoridade competente, documentos ofi-
XXVII – levar à prisão ou nela conservar ciais, embora não reservados, ou ensejar a
quem quer que se proponha a prestar fian- divulgação de seu conteúdo, no todo ou em
ça, quando admitida em lei; parte;
XXVIII – atentar, com abuso de autoridade XXXIX – exercer a advocacia, assim como,
ou prevalecendo-se dela, contra a inviolabi- nos recintos e relativamente às atividades
lidade do domicílio; do respectivo órgão, o jornalismo, respei-
tada a ressalva constante do inciso IV deste
XXIX – espalhar falsas notícias em prejuízo artigo;
da ordem policial ou da administração pe-
nitenciária, ou do bom nome da respectiva •• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07-
Secretaria; 10-2008.
•• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- XL – cobrar carceragem, custas, emolumen-
10-2008. tos ou qualquer outra despesa que não te-
nha apoio em lei;
XXX – provocar ou fazer-se, voluntariamen-
te, causa ou origem de alarmes injustificá- XLI – cometer crimes contra os costumes ou
veis; contra o patrimônio que, por sua natureza
e configuração, sejam considerados como
XXXI – deixar alguém conversar ou enten- infamantes, de modo a incompatibilizar o
der-se com preso incomunicável, sem estar, servidor com o exercício da função policial e
para isso, autorizado por autoridade com- da administração penitenciária;
petente, salvo nos casos do item XXIII;
•• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07-
XXXII- conversar ou entender-se com preso 10-2008.
incomunicável, sem para isso estar autoriza-
do por sua função ou por autoridade com- XLII – submeter à tortura ou permitir ou
petente; mandar que se torture preso sob a sua
guarda.
XXXIII – ofender, provocar, desafiar ou res-
ponder de maneira desatenciosa a seu su-
perior;
XXXIV – introduzir bebidas alcoólicas na re-
partição, para uso próprio ou de terceiros;

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CAPÍTULO V I – repreensão;
DAS RESPONSABILIDADES II – suspensão;
Art. 305. Pelo exercício irregular de suas atribui- III – multa;
ções, o funcionário responde civil, penal e admi-
nistrativamente. IV – destituição de mandato;

Art. 306. A responsabilidade civil decorre de •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
procedimento omissivo ou comissivo, doloso ou 01-2004.
culposo, que importe em prejuízo da Fazenda V – demissão;
Pública Estadual ou de terceiros.
VI – cassação de aposentadoria ou disponi-
§ 1º A indenização de prejuízo causado à Fa- bilidade.
zenda Pública Estadual poderá ser liquida-
da nos termos do art. 150 deste Estatuto, à § 1º Ao servidor será aplicada pena de mul-
míngua de outros bens que respondam pela ta, cumulativa ou isoladamente com as
indenização. demais sanções previstas nesta Lei, nas se-
guintes hipóteses:
§ 2º Tratando-se de dano causado a tercei-
ro, responderá o funcionário perante a Fa- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
zenda Pública Estadual, em ação regressiva, 2004.
proposta depois de transitar em julgado
I – sobre o valor de renda, tributo, nume-
a decisão de última instância que houver
rário, receita, haver, remuneração, Subsídio,
condenado a Fazenda a indenizar o terceiro
recurso ou verba pública:
prejudicado.
a) de 0,2% (dois décimos por cento), por dia
Art. 307. A responsabilidade penal abrange os
de atraso, pela ausência de recolhimento,
crimes e contravenções imputados ao funcioná-
entrega, repasse, devolução, prestação de
rio como tal.
contas ao Erário ou outra forma equivalente
Art. 308. A responsabilidade administrativa re- de regularização tempestiva, mesmo que o
sulta da prática de qualquer uma das transgres- tenha feito posteriormente, limitada a mul-
sões ou proibições previstas no capítulo ante- ta a 20% (vinte por cento) desse valor;
rior.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
Art. 309. As sanções civis, penais e disciplinares 2004.
poderão acumular-se, sendo umas e outras in-
b) de 1% (um por cento) a 10% (dez por cen-
dependentes entre si, bem assim as instâncias
to), pelo que deixar injustificadamente de
civil, penal e administrativa.
arrecadar, cobrar, lançar, exigir ou de adotar
Art. 310. A absolvição criminal só afasta a res- outras providências no resguardo do Erário;
ponsabilidade civil ou administrativa se negar a
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
existência do fato ou afastar do acusado a res-
2004.
pectiva autoria.
II – de 1% (um por cento) a 10% (dez por
cento) do valor do tributo ou de qualquer
outra receita pública, pela sua exigência,
CAPÍTULO VI quando a sabia, ou deveria saber, indevida
DAS PENALIDADES ou, mesmo que devida, tenha empregado,
na cobrança, meio vexatório ou gravoso não
Art. 311. São penas disciplinares: autorizado pela legislação;

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•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004. 2004.

III – no valor de R$ 10,00 (dez reais) a R$ § 4º Se o infrator alegar impossibilidade fi-


1.000,00 (um mil reais), por documento, livro, nanceira de recolher, integralmente, a mul-
sistema, programa, arquivo ou quaisquer ou- ta que lhe tiver sido aplicada, o valor desta,
tros meios, instrumentos, coisas, bens ou ob- com os acréscimos legais e observada, no
jetos que estejam sob sua guarda ou respon- que couber, a legislação tributária estadual
sabilidade, pelo desaparecimento, extravio ou sobre parcelamento de débitos, por decisão
perda, ou, ainda, pela inutilização, destruição da autoridade julgadora, poderá ser pago
ou danificação desses, a que tiver dado causa; em até 12 (doze) parcelas mensais e suces-
sivas.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004. •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004.
IV – de 0,1% (um décimo por cento) a 1%
(um por cento), por dia de atraso injustifica- § 5º As multas de que trata este artigo, res-
do, sobre a sua remuneração bruta ou Sub- salvadas as previstas no seu § 1º, I, “a” se-
sídio, pelo descumprimento de prazos des- rão reduzidas para o valor equivalente aos
tinados ao desempenho de atividades ou seguintes percentuais, se o seu pagamento
tarefas determinadas pela autoridade com- for efetuado nos prazos abaixo:
petente ou assim previstas na legislação; •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- 2004.
2004. I – 30% (trinta por cento), 40% (quarenta
V – de 1% (um por cento) a 10% (dez por por cento) e 50% (cinqüenta por cento), até
cento), do valor do dano causado ao Erário, 8 (oito), 20 (vinte) e 30 (trinta) dias conta-
pela prática de outras transgressões disci- dos da notificação, respectivamente;
plinares não abrangidas pelos incisos I a IV, •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
de que resulte esse dano. 2004.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- II – 70% (setenta por cento), até a data de
2004. inscrição do débito em dívida ativa;
§ 2º Com exceção das multas relativas a trans- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
gressões disciplinares de que resulte dano ao 2004.
Erário, a aplicação das demais multas previs-
tas neste artigo será limitada, por processo, ao III – 75% (setenta e cinco por cento), antes
valor equivalente a 50% (cinqüenta por cento) do ajuizamento da ação de execução fiscal.
da remuneração bruta ou Subsídio mensal do
servidor, considerando-se a média dos valores •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
por ele percebidos nos 12 (doze) meses ime- 2004.
diatamente anteriores ao de sua aplicação. § 6º Relativamente às multas previstas nes-
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- te artigo, fica excluída a responsabilidade do
2004. servidor que, espontaneamente, denunciar
a infração cometida, sujeitando-se, porém,
§ 3º O valor da multa ou o de sua base de às demais sanções e, quanto às infrações
cálculo será objeto de atualização monetá- descritas no inciso I, “a”, do § 1º, aos juros e
ria, nos termos da legislação tributária esta- multas de mora exigidos pela legislação tri-
dual. butária estadual.

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•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- Art. 313. Na aplicação das penas disciplinares
2004. serão consideradas:
Art. 312. Para imposição de pena disciplinar, I – a natureza da infração, sua gravidade e
no âmbito de suas respectivas atribuições, são as circunstâncias em que foi praticada;
competentes:
II – os danos dela decorrentes para o servi-
I – o Chefe do Poder Executivo, em quais- ço público;
quer dos casos enumerados no artigo ante-
rior; III – a repercussão do fato;

II – os Secretários de Estado, autoridades IV – os antecedentes do servidor;


equivalentes e os dirigentes de autarquias e V – a reincidência.
fundações, as mesmas penas a que se refe-
re o inciso I, exceto as de demissão, cassa- § 1º São circunstâncias que agravam a pena:
ção de aposentadoria e disponibilidade, as
•• Constituído § 1º e redação dada pela
duas últimas de competência privativa do
Lei nº 14.678, de 12-01-2004.
Governador do Estado;
I – a prática de transgressão para assegurar
•• Redação dada pela Lei nº 14.210, de 08-
execução ou ocultação, a impunidade ou
07-2002.
vantagem decorrente de outra transgres-
III – por delegação de competência: são;

•• Redação dada pela Lei nº 14.210, de 08- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
07-2002. 2004.

a) do Chefe do Poder Executivo, os Secretá- II – o abuso de autoridade ou de poder;


rios de Estado e autoridades equivalentes,
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
quanto à pena de demissão;
2004.
•• Acrescida pela Lei nº 14.210, de 08-07-
III – a coação, instigação, indução ou o uso
2002.
de influência sobre outro servidor para a
•• Vide Arguição de Inconstitucionalidade prática de transgressão disciplinar;
de Lei Nº 345-1/199 (200702244125)
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
b) dos Secretários de Estado e autoridades 2004.
equivalentes, os Chefes de unidades admi-
IV – a execução ou participação de trans-
nistrativas em geral, quanto às penalidades
gressão disciplinar mediante paga ou pro-
de repreensão e suspensão de até 30 (trin-
messa de recompensa;
ta) dias e multa correspondente.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
•• Acrescida pela Lei nº 14.210, de 08-07-
2004.
2002.
V – a promoção, direção ou organização de
Parágrafo único. A pena de destituição de
atividades voltadas para a prática de trans-
mandato caberá à autoridade que houver
gressão disciplinar;
nomeado ou designado o servidor.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
2004.
01-2004.

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VI – a prática de transgressão disciplinar •• Redação dada pela Lei nº 17.164, de 30-
com o concurso de duas ou mais pessoas; 09-2010.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- Parágrafo único. Serão punidas com pena
2004. de repreensão as transgressões disciplina-
res previstas nos itens XII a XVIII do art. 303
VII – a prática de mais de uma transgressão e I a VIII do art. 304.
disciplinar decorrente da mesma ação ou
omissão; Art. 315 a pena de suspensão, que não excede-
rá a 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- falta grave ou de reincidência em qualquer das
2004. transgressões a que alude o art. 314.
VIII – a prática reiterada ou continuada da •• Redação dada pela Lei nº 14.794, de 08-
mesma transgressão. 06-2004.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- § 1º Para os efeitos deste artigo, conside-
2004. ram-se faltas graves as arroladas nos incisos
§ 2º São circunstâncias que atenuam a I a XI, XIX a LIII e LXII a LXIV do art. 303 e IX a
pena: XL do art. 304.

•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- •• Redação dada pela Lei nº 17.164, de 30-
2004. 09-2010.

I – a confissão; § 2º Além da pena judicial que couber, serão


considerados como de suspensão os dias
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- em que o funcionário deixar de atender às
2004. convocações do júri sem motivo justificado.
II – a coação resistível para a prática de § 3º O funcionário suspenso perderá todas
transgressão disciplinar; as vantagens e direitos decorrentes do exer-
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- cício do cargo.
2004. § 4º Havendo conveniência para o serviço,
III – a prática do ato infracional em cumpri- a pena de suspensão poderá ser convertida
mento de ordem de autoridade superior. em multa, na base de 50% (cinquenta por
cento) por dia de vencimento ou remunera-
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- ção, obrigando-se, neste caso, o funcionário
2004. a permanecer no serviço.
§ 3º Considera-se reincidente o servidor Art. 316. Extingue-se a punibilidade das trans-
que, no prazo de 5 (cinco) anos, após ter gressões disciplinares definidas nesta Lei:
sido condenado em decisão de que não
caiba mais recurso administrativo, venha a •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
praticar a mesma ou outra transgressão. 01-2004.

•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- I – na ocorrência de prescrição da ação dis-


2004. ciplinar;

Art. 314. A pena de repreensão, que será sem- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
pre aplicada por escrito e deverá constar do as- 2004.
sentamento individual do servidor, destina-se à
punição de faltas de natureza leve.

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II – em caso de óbito do funcionário indicia- Art. 318. Será cassada a aposentadoria ou dis-
do ou acusado. ponibilidade se o funcionário:
§ 1º A extinção da punibilidade será reco- •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
nhecida e declarada de ofício pela autorida- 01-2004.
de instauradora.
I – na atividade, houver praticado transgres-
•• Constituído § 1º pela Lei nº 14.678, de são punível com demissão;
12-01-2004.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, a 2004.
decisão que declarar extinta a punibilidade
somente produzirá efeitos após a sua ho- II – aposentado ou colocado em disponibi-
mologação pela autoridade a quem compe- lidade, aceitar representação de Estado es-
te a aplicação da pena em abstrato, que terá trangeiro, sem prévia autorização do Presi-
o prazo de 60 (sessenta) dias para efetivar dente da República.
tal homologação, sob pena da decisão que •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
declarar extinta a punibilidade surtir todos 2004.
os efeitos legais.
Parágrafo único. A disponibilidade também
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- será cassada se o funcionário não assumir,
2004. no prazo legal, o exercício do cargo em que
Art. 317. A pena de demissão será aplicada nos for aproveitado.
casos das infrações previstas nos incisos LIV Art. 319. A aplicação de penalidade por trans-
a LXI e LXV do art. 303 e XLI e XLII do art. 304, gressão disciplinar acarreta a inabilitação do
bem como nos casos de contumácia na prática servidor apenado para a sua promoção ou nova
de transgressões disciplinares puníveis com sus- investidura em cargo, função, mandato ou em-
pensão. prego público estadual pelos seguintes prazos,
•• Redação dada pela Lei nº 14.794, de 08- contados da data de publicação do ato punitivo:
06-2004. •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
•• Vide Lei nº 18.846, de 10-06-2015, art. 01-2004.
12. I – no caso de repreensão ou multa, 120
§ 1º Entende-se por contumácia a prática, (cento e vinte) dias;
no período de 5 (cinco) anos consecutivos, •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
contado da data da primeira transgressão, 2004.
de 4 (quatro) ou mais transgressões discipli-
nares pelas quais o servidor tenha sido efe- II – tratando-se de suspensão, ainda que
tivamente punido. convertida em multa, 15 (quinze) dias por
dia de suspensão, não podendo ser inferior
•• Redação pela Lei nº 14.678, de 12-01- a 120 (cento e vinte) dias;
2004.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
§ 2º Constará sempre dos atos de demissão 2004.
fundada em crime contra a administração
pública, exceto abandono de cargo, lesão III – no caso de destituição de mandato, 5
aos cofres públicos e dilapidação do patri- (cinco) anos;
mônio estadual, a nota a bem do serviço
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
público.
2004.

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IV – no caso de demissão, cassação de apo- § 1º Os benefícios previstos neste artigo
sentadoria ou disponibilidade, 10 (dez) poderão, por ato da autoridade julgadora,
anos. ser estendidos aos particulares, quanto às
infrações previstas na legislação tributária
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- e demais normas estaduais, quando estas
2004. tiverem relação direta ou indireta com a
§ 1º Quando o servidor houver causado transgressão disciplinar objeto de apuração.
prejuízo ao erário estadual, a inabilitação •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
prevista neste artigo: 2004.
•• Constituído § 1º pela Lei nº 14.678, de § 2º Para os efeitos deste artigo, serão con-
12-01-2004. siderados o momento, a oportunidade e o
I – terá seu prazo reduzido em 1/3 (um ter- grau em que a colaboração efetivamente te-
ço), se o punido ressarcir integralmente o nha contribuído para a elucidação dos fatos
dano; e da autoria.

•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004. 2004.

II – somente será afastada com o decurso Art. 322. Prescreve a ação disciplinar, no prazo de:
do prazo de 20 (vinte) anos, na ausência de •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
ressarcimento. 01-2004.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- I – 6 (seis) anos, quanto às infrações puní-
2004. veis com demissão, cassação de aposenta-
doria ou disponibilidade e respectivas mul-
§ 2º A superveniência de qualquer infração tas;
cometida no curso do período fixado neste
artigo implica acréscimo de 50% (cinqüen- •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
ta por cento) ao prazo nele previsto, quanto 01-2004.
ao período de inabilitação correspondente II – 3 (três) anos, quanto às demais infra-
à nova penalidade aplicada. ções.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
2004. 01-2004.
Art. 320. A aplicação de penalidade pelas trans- § 1º A contagem do prazo prescricional tem
gressões disciplinares constantes deste Estatuto início a partir da data da prática da trans-
não exime o funcionário da obrigação de indeni- gressão e regula-se pela maior sanção em
zar o Estado pelos prejuízos causados. abstrato prevista para a infração cometida,
Art. 321. Havendo colaboração efetiva do acu- mesmo que a pena efetivamente aplicada
sado para a descoberta ou apuração do ato in- tenha sido reduzida, inclusive na hipótese
fracional e de sua autoria, a autoridade julga- de exclusão da multa.
dora, mediante decisão fundamentada, poderá •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
reduzir ou até mesmo excluir as multas previs- 01-2004.
tas nesta Lei.
§ 2º Os prazos de prescrição fixados na lei
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- penal aplicam-se às infrações disciplinares
01-2004. previstas como crime, ressalvado o abando-
no de cargo.

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§ 3º Interrompe a contagem do prazo pres- do procedimento, determinar, desde logo, a


cricional o ato de instauração do processo abertura de nova ação administrativa disci-
administrativo disciplinar, recomeçando, a plinar e dar continuidade aos trabalhos de
partir de então, o seu curso pela metade, de apuração, bem como sanar nulidades ou
forma a não diminuir o prazo original. produzir provas, que julgar urgentes ou re-
levantes, podendo, inclusive, anular, por ato
•• Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- administrativo, ou procedimento objeto da
10-2008. ação judicial.
§ 4º O prazo prescricional suspende-se: •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- 2004.
01-2004. § 7º Para os efeitos deste artigo:
I – enquanto sobrestado o processo admi- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
nistrativo para aguardar decisão judicial; 2004.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- I – interrupção da contagem do prazo pres-
2004. cricional é a solução de continuidade do
II – durante o período em que o servidor cômputo desse prazo, diante da ocorrência
encontrar-se em local incerto e não sabido, prevista no § 3º deste artigo, iniciando-se a
na forma do § 4º do art. 331. partir de então a nova contagem do referi-
do prazo;
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004. •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004.
§ 5º Transitada em julgado a decisão de mé-
rito: II – suspensão da contagem do prazo pres-
cricional é a paralisação temporária do
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- cômputo desse prazo, a partir do início das
2004. ocorrências previstas no § 4º deste artigo,
I – quando improcedente a ação judicial, a sendo ele retomado quando da cessação
Administração prosseguirá com o procedi- das mesmas.
mento apuratório, retomando-se, a partir •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-
de então, a contagem do prazo prescricio- 01-2004.
nal, suspenso nos termos do inciso I do § 4º
deste artigo; § 8º A decisão que reconhecer a existên-
cia de prescrição deverá determinar, desde
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- logo, as providências necessárias à apura-
2004. ção da responsabilidade pela sua ocorrên-
II – tratando-se de decisão que determinar cia, se houver indício de dolo ou culpa.
a anulação do procedimento, reabrir-se-á, a •• Redação dada pela Lei nº 16.368,
partir de então, prazo integral para Adminis- de 07-10-2008.
tração realizar novo procedimento.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004.
§ 6º A Administração deve, após a ciência da
decisão judicial concessiva de medida limi-
nar ou equivalente que suspender a eficácia

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CAPÍTULO VII I – o período de afastamento não poderá
DA PRISÃO ADMINISTRATIVA ser superior a 180 (cento e oitenta) dias,
consecutivos ou não, findo o qual o servi-
•• Revogado pela Lei nº 14.678, de 12-01- dor reassumirá suas funções, ainda que não
2004, art. 5º, I. concluído o processo;
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
01-2004.
CAPÍTULO VIII II – durante o período de afastamento, o
DAS RESTRIÇÕES AO AFASTAMENTO servidor:
E DO AFASTAMENTO PREVENTIVO •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- 12-01-2004.
01-2004. a) deve permanecer em endereço certo e
Art. 324. Antes da concessão, ao servidor in- sabido, que lhe permita pronto atendimen-
diciado, acusado ou arrolado como testemu- to a todas as requisições processuais;
nha, de licença ou qualquer outra forma de •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
afastamento do serviço, salvo se por motivo 2004.
de férias, ouvir-se-á a autoridade instauradora,
que se manifestará sobre a conveniência e/ou b) poderá ser designado para o exercício de
oportunidade da concessão, podendo, inclusi- funções diversas das do seu cargo, em lo-
ve, determinar a interrupção ou suspensão de cal e horário determinados pela autoridade
afastamentos já concedidos, quando julgar esta instauradora.
medida necessária à instrução dos procedimen-
tos, bem como para dar cumprimento a penali- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
dades aplicadas. 2004.

•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- Parágrafo único. O afastamento preventivo
01-2004. constitui medida de interesse processual e
Art. 325. É vedada a exoneração a pedido, bem não será considerado para efeito de com-
como a concessão de aposentadoria voluntária, pensação com pena aplicada ao servidor,
a funcionário que esteja respondendo a proces- nem suspende ou interrompe contagem de
so administrativo disciplinar. tempo para qualquer efeito.

•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
01-2004. 2004.
Art. 326. Como medida cautelar e com a finali- Art. 327. Os responsáveis pelos órgãos e as de-
dade de prevenir ou fazer cessar influência de mais autoridades do Poder Público Estadual,
servidor, na apuração de irregularidades a ele bem como os servidores que nele exercem suas
imputada, e sem prejuízo de sua remuneração, funções, que tiverem conhecimento de prática
a autoridade instauradora do processo discipli- de ato de improbidade administrativa ou qual-
nar poderá determinar o afastamento preven- quer outra irregularidade, imputados a servidor
tivo do exercício de suas funções, observado o público estadual, ficam obrigados, sob pena de
seguinte: responsabilidade funcional, a noticiar ou repre-
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- sentar o fato à autoridade competente para as
01-2004. devidas providências.
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
01-2004.

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§ 1º As irregularidades praticadas por ser- III – concluir pelo arquivamento ou pela


vidor público estadual serão apuradas em suspensão das atividades da sindicância,
processo administrativo disciplinar regula- podendo reativá-la a qualquer tempo.
do por esta Lei. •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- 2004.
01-2004. § 5º A denúncia conterá a exposição da infra-
§ 2º Como medida preparatória, a autori- ção disciplinar, com todas as suas circunstân-
dade competente para instaurar o proces- cias, a qualificação do acusado, a classificação
so indicado no § 1º poderá, se necessário, do ilícito disciplinar e, quando necessário, o
determinar a realização de sindicância preli- requerimento das provas a serem produzidas
minar, com a finalidade de investigar irregu- durante a instrução, podendo o sindicante ar-
laridades funcionais, oportunidade em que rolar testemunhas até o limite de:
serão realizadas as diligências necessárias •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
à obtenção de informações consideradas 2004.
úteis ao esclarecimento do fato, suas cir- I – 5 (cinco), no caso de ação disciplinar su-
cunstâncias e respectiva autoria. jeita a rito ordinário;
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
01-2004. 2004.
§ 3º A sindicância terá natureza inquisitorial II – 3 (três), no caso de rito sumário.
e será conduzida por funcionário para esse
fim designado, assegurando-se no seu cur- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
so a informalidade, a discricionariedade e o 2004.
sigilo necessários à elucidação dos fatos ou
exigidos pelo interesse da Administração. § 6º Quando forem designados mais de um
funcionário para os procedimentos de sin-
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- dicância, qualquer deles poderá realizar ou
2004. participar de todos os atos pertinentes, in-
clusive representar a acusação em qualquer
§ 4º O sindicante apresentará seu relatório à fase do processo administrativo disciplinar.
autoridade que o designou, competindo a esta:
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- 2004.
2004.
I – receber a denúncia constante do relató- TÍTULO VI
rio da sindicância e instaurar o processo ad-
ministrativo disciplinar; Do Processo Disciplinar e Sua Revisão
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004.
CAPÍTULO I
II – determinar que o mesmo ou outro sin- DO PROCESSO
dicante realize novas diligências julgadas
necessárias ao melhor esclarecimento das Art. 328. São competentes para determinar a
irregularidades; abertura de processo disciplinar, no âmbito de
suas respectivas atribuições, as autoridades a
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
que se refere os itens I, II e III do art. 312 deste
2004.
Estatuto.

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Art. 329. O processo administrativo disciplinar •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
será instruído por uma comissão composta por 2004.
3 (três) funcionários efetivos, designada pela
autoridade que o houver instaurado, dentre os § 2º Ocorrendo, no curso do procedimento
quais escolherá seu presidente, vice-presidente disciplinar, motivo de força maior ou qual-
e secretário. quer outra circunstância que impossibilite
ou torne inconveniente a permanência de
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- funcionário para ele designado, a autorida-
01-2004. de instauradora providenciará a sua Substi-
tuição, dando-se continuidade normal aos
§ 1º A comissão funcionará e deliberará trabalhos apuratórios.
com a presença mínima de 2 (dois) de seus
membros, cabendo, nesse caso, ao vice- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
-presidente suprir eventuais ausências do 2004.
presidente ou do secretário.
§ 3º É considerado suspeito ou impedido
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- para atuar como sindicante ou processante
01-2004. o funcionário que:
§ 2º Sem prejuízo do disposto neste arti- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
go, os Secretários de Estado, dirigentes das 2004.
autarquias e autoridades equivalentes po-
derão instituir comissões permanentes de I – seja amigo íntimo ou inimigo capital do
processo disciplinar junto aos órgãos espe- indiciado ou acusado, ou seus parentes e
cíficos. afins até o terceiro grau;

§ 3º Os atos processuais, inclusive os de •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-


sindicância, realizar-se-ão na sede do órgão 2004.
processante, permitidas as diligências ex- II – seja parente ou mantenha relações de
ternas julgadas convenientes à obtenção de negócios com o indiciado ou acusado ou
informações e à produção de provas, bem seu defensor;
como o deslocamento da autoridade sindi-
cante ou processante com essa finalidade a •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
qualquer parte do território nacional. 2004.

•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- III – tenha sofrido punição disciplinar, salvo
2004. se reabilitado;
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
Art. 330. Sempre que necessário, a comissão 2004.
dedicará todo o seu tempo de trabalho ao pro-
cesso disciplinar, ficando os seus membros, em IV – tenha sido condenado em processo cri-
tal caso, dispensados do serviço normal da re- minal, salvo se reabilitado;
partição durante o curso das diligências e elabo- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
ração do relatório. 2004.
§ 1º A designação de funcionário para rea- V – esteja respondendo a processo discipli-
lizar procedimentos disciplinares constitui nar ou criminal;
encargo de natureza obrigatória, exceto nos
VI – participe como perito ou testemunha,
casos de suspeição ou impedimento legal-
restringindo-se essa suspeição ou impedi-
mente admitidos ou manifesta conveniên-
mento ao processo em que atue nessa con-
cia administrativa.
dição;

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•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- cedido o prazo de 3 (três) dias, contados
2004. da data de sua realização ou do dia em que
deveria ter sido o mesmo realizado, para
VII – esteja litigando judicial ou adminis- apresentação de defesa prévia, na qual terá
trativamente com o acusado ou respectivo oportunidade de requerer as provas a se-
cônjuge ou companheiro; rem produzidas durante a instrução, poden-
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- do arrolar até 5 (cinco) testemunhas;
2004. •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
VIII – tenha se manifestado anteriormente 2004.
na causa que constitui objeto de apuração III – apresentada ou não a defesa prévia,
do processo disciplinar. proceder-se-á, sucessivamente, à inquirição
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- das testemunhas arroladas pela acusação e
2004. pela defesa;

Art. 331. Recebido o relatório-denúncia, a co- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
missão iniciará a instrução do processo adminis- 2004.
trativo disciplinar em 24 (vinte e quatro) horas, IV – concluída a fase de inquirição das tes-
observando o procedimento: temunhas e realizadas as diligências deferi-
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- das, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de
01-2004. 5 (cinco) dias para alegações finais da acu-
sação e da defesa;
I – ordinário, quando se tratar de transgres-
sões disciplinares puníveis com demissão, •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
cassação de aposentadoria ou disponibili- 2004.
dade e multas a elas relativas; V – apresentadas as alegações finais ou
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- exaurido o prazo para esse fim previsto, a
2004. comissão processante elaborará o seu re-
latório final, podendo, antes de concluí-lo,
II – sumário, nos demais casos. sanear eventuais nulidades, sendo admitida
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- a realização de diligências para dirimir dú-
2004. vidas sobre ponto relevante ou suprir falta
que prejudique o esclarecimento dos fatos.
§ 1º O procedimento ordinário atenderá ao
seguinte: •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004.
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
01-2004. § 2º O procedimento sumário atenderá ao
seguinte:
I – instaurado o processo disciplinar, serão
designados dia, hora e local para o interro- •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
gatório do acusado, ordenando-se a sua ci- 01-2004.
tação e a intimação do sindicante; I – instaurado o processo disciplinar, serão
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- designados dia, hora e local para o interro-
2004. gatório do acusado, ordenando-se a sua ci-
tação e a notificação do sindicante;
II – procedido o interrogatório ou se o acu-
sado a ele não comparecer, ser-lhe-á con- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004.

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II – procedido o interrogatório ou se o acu- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
sado a ele não comparecer, ser-lhe-á con- 2004.
cedido o prazo de 3 (três) dias, contados
da data de sua realização ou do dia em que a) do seu direito à obtenção de cópia das
deveria ter sido o mesmo realizado, para peças processuais, de vista dos autos no lo-
apresentação de defesa prévia, na qual terá cal de funcionamento da comissão proces-
a oportunidade de requerer as provas a se- sante e de fazer o seu acompanhamento,
rem produzidas durante a instrução, poden- pessoalmente ou por intermédio de defen-
do arrolar até 3 (três) testemunhas; sor que constituir;

•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004. 2004.

III – apresentada ou não a defesa prévia, b) de que lhe será nomeado defensor, caso
proceder-se-á à inquirição das testemunhas não possa ou não queira patrocinar a sua
arroladas pela acusação e pela defesa e à defesa;
realização de diligências requeridas e orde- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
nadas; 2004.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- c) do prazo para apresentação da defesa
2004. prévia;
IV – concluída a fase prevista no inciso III, •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 3 2004.
(três) dias para alegações finais da acusação
e da defesa; d) da obrigatoriedade de seu compareci-
mento perante a comissão processante,
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- para ser interrogado, sob pena das sanções
2004. previstas nos §§ 13 a 15 deste artigo, e da
V – apresentadas as alegações ou exaurido decretação de sua revelia;
o prazo previsto no inciso IV, a comissão ela- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
borará seu relatório final, podendo, antes 2004.
de concluí-lo, sanear eventuais nulidades.
III – ser acompanhado de 1 (uma) cópia de
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- inteiro teor da denúncia e dos demais docu-
2004. mentos a ela anexados, com a finalidade de
§ 3º O mandado de citação deverá: cientificar o acusado dos fatos que lhe são
imputados.
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
01-2004. •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004.
I – conter a qualificação do servidor acusa-
do, bem como o local, o dia e a hora em que § 4º Achando-se o servidor em local incerto
deverá comparecer para o interrogatório; e não sabido ou verificando-se que o mes-
mo se oculta para não ser citado, lavrar-se-á
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- termo dessa circunstância, cujo extrato será
2004. publicado no Diário Oficial do Estado, fican-
do suspenso o processo até que se realize a
II – cientificar o acusado: citação, admitida a produção antecipada de
provas consideradas relevantes e urgentes.

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•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- dade de prestar informação relevante para
01-2004. a sindicância ou instrução processual, ana-
lisadas a conveniência e oportunidade pela
§ 5º Considera-se revel o servidor que, re- autoridade instauradora, poderá ser conce-
gularmente citado, deixar de comparecer dida, por quem de direito, ajuda de custo
ao interrogatório e de apresentar defesa em valor não superior ao da diária, com a
prévia, sem motivo justificado. finalidade de indenizar eventuais despesas.
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
01-2004. 01-2004.
§ 6º A revelia será declarada por termo nos § 11. A comunicação dos atos processuais,
autos do processo, devendo o presidente na fase de sindicância ou no processo dis-
da comissão, na ausência de defensor cons- ciplinar, será efetuada por meio de termos
tituído, solicitar a designação de defensor expressos com ciência do interessado e de
dativo, que deverá ser bacharel em direito, seu defensor, nos autos, por via postal com
dando-se seguimento normal à apuração. aviso de recebimento, por telegrama, tele-
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- fax, correio eletrônico ou qualquer outro
01-2004. meio idôneo.

§ 7º O acusado ou o sindicante poderá de- •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
sistir do depoimento de qualquer das teste- 01-2004.
munhas por ele arroladas, ou mesmo deixar § 12. As intimações observarão a antece-
de arrolá-las, se considerar suficientes as dência mínima de 2 (dois) dias quanto à
provas que possam ser ou tenham sido pro- data prevista para a prática do ato proces-
duzidas. sual ou procedimento.
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
01-2004. 01-2004.
§ 8º Não sendo encontrada a testemunha § 13. Ao servidor público estadual que, injus-
arrolada ou se esta se recusar a ser intima- tificadamente, deixar de atender às convoca-
da, sem prejuízo do disposto nos §§ 13 a 15 ções ou requisições da autoridade competen-
deste artigo, será concedido, no prazo fixa- te ou se recusar a receber citação, notificação,
do pelo presidente da comissão processan- intimação ou outro ato de comunicação, será
te, à acusação ou à defesa, o direito a uma aplicada, pela autoridade instauradora, multa
Substituição. processual no valor de 5% (cinco por cento) a
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- 20% (vinte por cento) do total de sua remune-
01-2004. ração ou Subsídio mensal.

§ 9º No caso de testemunha que não seja •• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
servidor público, incumbe à parte que a ar- 01-2004.
rolar o ônus de trazê-la à audiência de in- § 14. A multa aplicável será de 5% (cinco
quirição, hipótese em que não se procederá por cento), quando o servidor, mesmo sob
à sua intimação. razão justificável, deixar de comunicar, com
•• Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12- antecedência mínima de 24 (vinte e quatro)
01-2004. horas do evento, o motivo da ausência ou
omissão, salvo comprovada impossibilidade
§ 10. Quando for necessária a presença de de fazê-lo.
pessoa não servidora pública, com a finali-

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•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004. 2004.
§ 15. Nas hipóteses previstas nos §§ 13 e 14, I – 60 (sessenta) dias, se adotado o procedi-
a autoridade instauradora expedirá represen- mento sumário;
tação contra o servidor, notificando-o da su-
jeição à multa e concedendo-lhe o prazo de 3 •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
(três) dias úteis para a apresentação de suas 2004.
alegações, procedendo-se ao julgamento. II – 120 (cento e vinte) dias, quando adota-
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- do o procedimento ordinário.
2004. •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
§ 16. Não será recebido pedido de realiza- 2004.
ção de prova pericial desacompanhado de
formulação dos quesitos, nem aceita a indi- § 21. Na impossibilidade de conclusão dos
cação de assistente que não esteja expres- trabalhos nos prazos fixados no § 20, a co-
samente nomeado no mesmo pedido. missão processante deverá comunicar o fato
à autoridade instauradora para que ela ado-
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- te as providências cabíveis, inclusive a con-
2004. cessão de prazo adicional para o término da
§ 17. Do requerimento previsto no § 16, instrução processual, não podendo o soma-
será intimada a outra parte, que terá o pra- tório de prazos exceder a 90 (noventa) e 180
zo de 2 (dois) dias para formular seus quesi- (cento e oitenta) dias, nos casos previstos em
tos e indicar assistente. seus incisos I e II, respectivamente.

•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
2004. 2004.

§ 18. Poderão ser recusadas, pelo presi- § 22. Aplicam-se, Subsidiária e supletiva-
dente da comissão processante, mediante mente, ao processo administrativo discipli-
despacho fundamentado, a juntada e/ou nar, os princípios gerais de direito e as nor-
produção de provas quando forem manifes- mas de direito processual penal.
tamente ilícitas, impertinentes, desnecessá- •• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01-
rias ou protelatórias. 2004.
•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- Art. 332. A comissão, quando não permanente,
2004. após elaborar o seu relatório, se dissolverá, mas
§ 19. O relatório final da comissão proces- os seus membros prestarão, a qualquer tempo, à
sante resumirá as peças principais dos autos autoridade competente, os esclarecimentos que
e mencionará as provas em que se baseou lhes forem solicitados a respeito do processo.
para formar sua convicção, concluindo pela
absolvição ou responsabilidade do acusado, Art. 333 Recebido o processo, a autoridade que
podendo oferecer as sugestões que julgar determinou sua instauração o julgará no prazo
pertinentes ao caso objeto do processo. de 30 (trinta) dias, a contar de seu recebimento.

•• Acrescido pela Lei nº 14.678, de 12-01- § 1º A autoridade referida neste artigo po-
2004. derá solicitar parecer de qualquer órgão ou
funcionário sobre o processo, desde que o
§ 20. O processo disciplinar deverá ser con- julgamento seja proferido no prazo legal.
cluído nos seguintes prazos, contados da
data de citação:

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§ 2º O julgamento deverá ser fundamen- Art. 340. O requerimento será dirigido à mesma
tado, promovendo ainda a autoridade a autoridade que houver imposto a pena discipli-
expedição dos atos decorrentes e as provi- nar.
dências necessárias à execução, inclusive a
aplicação da penalidade. § 1º Na inicial, o requerente fará uma expo-
sição dos fatos e circunstâncias capazes de
Art. 334 – Quando escaparem à sua alçada as modificar o julgamento originário e pedirá
penalidades e providências que lhe parecerem a designação do dia e hora para inquirição
cabíveis, a autoridade as proporá, dentro do das testemunhas que arrolar.
prazo marcado para o julgamento, a quem for
competente. § 2º Será considerada informante a teste-
munha que, residindo fora da sede de fun-
Parágrafo único. No caso deste artigo, o cionamento da comissão, prestar depoi-
prazo para o julgamento final será acrescido mento por escrito, com firma reconhecida.
de mais 15 (quinze) dias.
§ 3º Até a véspera da leitura do relatório,
Art. 335. As decisões serão sempre publicadas será lícito ao requerente apresentar docu-
no órgão oficial, dentro do prazo de 10 (dez) mentos que lhe pareçam úteis ao deferi-
dias. mento do seu pedido.
Art. 336. Quando a infração disciplinar consti- Art. 341. Recebido o requerimento, a autorida-
tuir ilícito penal, a autoridade competente pro- de designará comissão especial, composta de 3
videnciará também a instauração do inquérito (três) membros, um dos quais desde logo desig-
policial ou da ação penal. nado como presidente, não podendo integrá-la
qualquer dos membros da comissão do proces-
so disciplinar originário.

CAPÍTULO II Parágrafo único. O presidente da comissão


designará, por portaria, o membro que de-
DA REVISÃO
verá servir como secretário, comunicando
Art. 338. A qualquer tempo poderá ser requeri- este fato ao órgão de pessoal.
da a revisão do processo disciplinar de que re- Art. 342. A comissão concluirá os seus trabalhos
sultou aplicação de pena, desde que se aduzam em 60 (sessenta) dias permitida a prorrogação,
fatos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a a critério da autoridade a que se refere o artigo
inocência do requerente. anterior, por mais 30 (trinta) dias, e remeterá o
Parágrafo único. Tratando-se de funcioná- processo a este, com relatório.
rio falecido ou desaparecido, a revisão po- Art. 343. O prazo para julgamento do pedido re-
derá ser requerida por qualquer dos seus visório será de 40 (quarenta) dias, podendo an-
sucessores ou das pessoas constantes do tes a autoridade determinar diligências, concluí-
seu assentamento individual. das as quais proferirá a decisão dentro do prazo
Art. 339. Correrá a revisão em apenso ao pro- de 15 (quinze) dias.
cesso originário. Parágrafo único. Caberá ao Chefe do Poder
Parágrafo único. Não constitui fundamento Executivo o julgamento, quando do proces-
para a revisão a simples alegação de injusti- so revisto houver resultado pena de demis-
ça da penalidade, ou a arguição de nulidade são, cassação de aposentadoria e disponibi-
suscitada no curso de processo originário, lidade.
bem como a que, nele invocada, tenha sido
considerada improcedente.

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Art. 344. A decisão poderá simplesmente des- d) 2 (dois) de novembro, dedicado ao culto
classificar a infração para a aplicação de penali- dos mortos.
dade mais branda.
Parágrafo único. Fica o Chefe do Poder Exe-
Art. 345. Julgada procedente a revisão do pro- cutivo autorizado a transferir os feriados
cesso disciplinar, tornar-se-á sem efeito a pena- de que tratam as alíneas “a” e “c” do inciso
lidade imposta, restabelecendo-se todos os di- II deste artigo para outro dia útil próximo,
reitos por ela atingidos. preferencialmente na semana do respectivo
evento.
•• Acrescido pela Lei nº 16.794, de 17-11-
TÍTULO VII 2009.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 350. Serão contados por dias corridos os
prazos previstos neste Estatuto e na sua regula-
Art. 346. Além dos sábados e domingos, da ter- mentação.
ça-feira de carnaval, da Sexta-feira Santa e de
outros dias que forem especialmente considera- § 1º Na contagem dos prazos, não se com-
dos de festa popular, não haverá expediente em puta o dia inicial e inclui-se o do vencimen-
nenhuma repartição ou serviço do Estado, nos to.
seguintes feriados: § 2º Fica prorrogado para o primeiro dia útil
I – nacionais: seguinte o prazo vencido no dia em que não
haja expediente ou em que este não tenha
a) 1º (primeiro) de janeiro; sido integral.
b) 21 (vinte e um) de abril; Art. 351. Os funcionários públicos, no exercício
de suas atribuições, não estão sujeitos à ação
c) 1º (primeiro) de maio;
plena por ofensa irrogada em informações, pa-
d) 7 (sete) de setembro; receres ou quaisquer outros escritos de nature-
za administrativa, que, para isso, são equipara-
e) 12 (doze) de outubro; dos às alegações produzidas em juízo.
f) 15 (quinze) de novembro; Parágrafo único. Cabe ao chefe imediato do
g) 25 (vinte e cinco) de dezembro; funcionário mandar riscar, a requerimento
do interessado, as injúrias ou calúnias por-
h) o dia em que se realizarem eleições ge- ventura encontradas.
rais;
Art. 353. Por motivo de convicção religiosa, fi-
i) o dia de eleições, mas apenas nas locali- losófica ou política, nenhum funcionário poderá
dades onde as mesmas se realizarem; ser privado de qualquer de seus direitos, nem
sofrer alterações em sua vida funcional.
II – estaduais:
Art. 354. É vedada a remoção de ofício do fun-
a) 26 (vinte e seis) de julho, consagrado à
cionário investido em mandato eletivo, a partir
fundação da cidade de Goiás;
do dia da diplomação até o término do manda-
b) 24 (vinte e quatro) de outubro, comemo- to.
rativo ao lançamento da pedra fundamental
Art. 355. Respeitadas as restrições constitucio-
de Goiânia;
nais, a prática dos atos previstos neste Estatuto
c) 28 (vinte e oito) de outubro, consagrado é delegável.
ao funcionário público;

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Art. 356. O Chefe do Poder Executivo poderá, TÍTULO VIII


mediante decreto, instituir medalhas de mérito
para concessão a funcionários que se distingui- DAS DISPOSIÇÕES
rem por relevantes serviços prestados ao Esta- FINAIS E TRANSITÓRIAS
do.
Art. 357. Será promovido, após a morte, o fun- Art. 361. Os processos administrativos iniciados
cionário que: antes da vigência desta lei reger-se-ão pela le-
gislação anterior.
I – ao falecer já lhe coubesse, por direito, a
promoção; Art. 362. A decretação de luto oficial não deter-
minará a paralisação dos trabalhos nas reparti-
II – tenha falecido em conseqüência de aci- ções públicas estaduais.
dente no desempenho de suas funções.
Art. 363. A data de 15 de outubro – Dia do Pro-
§ 1º Para o caso do inciso II, é indispensável fessor – é considerada “ponto facultativo” para
prévia comprovação do fato através de in- os professores em regência de classe, não se
quérito. lhes aplicando, de conseqüência, o estabelecido
no disposto na letra “c” do item II do art. 346
§ 2º A pensão a que tiverem direito os be- deste Estatuto.
neficiários do funcionário promovido nas
condições deste artigo será calculada to- Art. 364. O Chefe do Poder Executivo baixará os
mando-se por base o valor dos vencimentos regulamentos que se fizerem necessários à exe-
ou remuneração do novo cargo. cução deste Estatuto.
Art. 358. A competência para a concessão das Parágrafo único. Os atuais regulamentos
vantagens pecuniárias e benefícios em geral continuam em vigor naquilo em que não fo-
não especificada neste Estatuto será determina- rem incompatíveis com os preceitos deste
da, nas esferas da administração direta e autár- Estatuto.
quica, por ato do Chefe do Poder Executivo.
Art. 365. As disposições desta lei não se apli-
Art. 359. Será considerado como de efetivo cam:
exercício o afastamento do funcionário que es-
teja no desempenho da função de Presidente de I – ao pessoal do Fisco, quanto ao regime
associações ligadas ao funcionalismo estadual, de trabalho, aos institutos da promoção, do
nos dias em que participar de congressos, con- acesso e da progressão horizontal e às gra-
claves e simpósios, realizados na sede de sua lo- tificações de produtividade fiscal, de trans-
tação ou fora dela, e que versem sobre assuntos porte VETADO;
que digam respeito à categoria a que pertença. II – aos Procuradores do Estado e aos De-
Parágrafo único. O afastamento de que tra- legados de Polícia, quanto aos institutos da
ta este artigo deverá ser comunicado até 3 promoção, do acesso e da progressão hori-
(três) dias antes da realização do evento e zontal VETADO.
instruído com o documento do respectivo Art. 366. O Poder Executivo promoverá as me-
convite ou convocação. didas necessárias à formação e ao aperfeiçoa-
Art. 360. Não haverá suspeição na esfera admi- mento dos funcionários regidos por este Estatu-
nistrativa. to, notadamente para o desempenho de cargos
em comissão e de funções gratificadas, obser-
vados o respectivo grau hierárquico, a natureza
das atribuições e as condições básicas necessá-
rias ao seu exercício.

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Art. 367. São revogadas as Leis nºs 9.631, de 17 desde que versem sobre temas ou assuntos re-
de dezembro de 1984, 9.990, de 31 de janeiro ferentes aos interesses de sua categoria.
de 1986, 10.305, de 5 de novembro de 1987, e
o Decreto-lei nº 147, de 13 de março de 1970. Art. 370. Esta lei entrará em vigor na data de
sua publicação, salvo quanto aos dispositivos
Art. 368. As prescrições dos diplomas legais a que confiram vantagens financeiras ao funcio-
que se refere o artigo anterior, que confiram nário, os quais vigerão a partir de 1º de março
vantagens financeiras ao funcionário, continua- de 1988.
rão em vigor até 29 de fevereiro de 1988.
Art. 371. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 369. Ao funcionário poderá ser concedido
licença para participar de congresso, simpósio PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS,
ou promoções similares, no país ou estrangeiro, em Goiânia, 22 de fevereiro de 1988, 100º da
República.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI Nº 10.460/1988

A Lei nº 10.460/1988 é chamada de Estatuto do Servidor Público Civil do Estado de Goiás e suas
Autarquias e Fundações Públicas, sendo que cada ente federativo (União, Estados, Municípios,
Distrito Federal) terá um Estatuto próprio.

1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Funcionário Público (servidor público) – é a pessoa legalmente investida em cargo, de pro-


vimento efetivo ou em comissão, com denominação, função e vencimento próprios, número
certo e remunerado pelos cofres públicos.

Cargo – é o posto de trabalho, instituído na organização do funcionalismo, caracterizado por


deveres e responsabilidades, com criação e jornada de trabalho estabelecidas em lei, denomi-
nação própria, número certo e remuneração pelos cofres públicos.

Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos da lei.

É vedado cometer ao funcionário/servidor atribuições diferentes das de seu cargo, bem como
é proibida a prestação de serviços gratuitos, exceto o desempenho de função transitória de
natureza especial e a participação em comissões ou grupos de trabalho, para elaboração de
estudos ou projetos de interesse público.

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Cargo Público

Efetivo Comissão

Livre nomeação e exoneração


Concurso Público (chefia, assessoramento,
secretariado e inspeção)

Sem
Estabilidade
estabilidade

2. DO CONCURSO

O concurso público será de provas ou de provas e títulos e, em casos especiais, poderá exigir
aprovação em curso específico de formação profissional mantido por instituição oficial do
Estado, sem prejuízo de outros requisitos.
Reserva de vagas para pessoas portadoras de deficiência – À pessoa portadora de deficiência é
assegurado o direito de candidatar-se ao ingresso no serviço público para o exercício de cargos
cujas atribuições não sejam incompatíveis com a deficiência de que é portadora. Obs.: Segundo
o STF, mesmo em concursos como de Polícia, é obrigatória a reserva de vagas para portadores
de deficiência, sendo que “cabe à Administração Pública examinar, com critérios objetivos, se
a deficiência apresentada é ou não compatível com o exercício do cargo, assegurando a ampla
defesa e o contraditório ao candidato, sem restringir a participação no certame de todos e de
quaisquer candidatos portadores de deficiência, como pretende a União”
São requisitos para inscrição em concurso, além de outros que as respectivas instruções exigi-
rem (as atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em
lei):
I – ser brasileiro;
II – estar em gozo dos direitos políticos;
III – estar em dia com as obrigações militares e eleitorais;
IV – idade mínima de 18 (dezoito) anos;
V – ter nível de escolaridade ou habilitação legal para o exercício do cargo.

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Obs.: Muito embora o texto da lei diga que os requisitos são para a “inscrição” no concurso pú-
blico, o STJ editou a súmula nº 266, que dispõe: “O diploma ou habilitação legal para o exercício
do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público”.
O regulamento ou edital do concurso indicará o respectivo prazo de validade, que não poderá
ser superior a 4 anos, incluídas as prorrogações.

3. PROVIMENTO

Provimento é o ato administrativo pelo qual a pessoa física vincula-se à Administração Pública
ou a um novo cargo, para prestação de um serviço.
Formas de provimento de cargo público: PANR4
Promoção
Aproveitamento
Nomeação
Readaptação
Reversão
Reintegração
Recondução

Acesso (consta no Estatuto, mas não foi recepcionado pela CF)


Readmissão (consta no Estatuto, mas não foi recepcionado pela CF)

3.1. Nomeação

Nomeação é forma originária de provimento de cargo público por pessoa física e pode ser:

a) Nomeação em caráter efetivo – quando se tratar de cargo de provimento efetivo, ou seja,


que assegurem estabilidade (depende de prévia aprovação em concurso público);
b) Nomeação em comissão – quando se tratar de livre nomeação e exoneração (CC).
c) Em substituição – havendo impedimento legal e temporário de ocupante de cargo de che-
fia e direção, será nomeado substituto.

A nomeação para cargo de provimento efetivo depende de prévia aprovação em concurso


público e obedecerá a ordem de classificação. Dentre os candidatos aprovados os classificados
até o limite das vagas, existentes à época do edital, têm assegurado o direito à nomeação, no
prazo de validade do concurso. Os demais candidatos aprovados serão nomeados à medida
que ocorrerem vagas, dentro do prazo de validade do concurso. A convocação será feita por
edital e por carta AR, momento em que será fixado o prazo para tomar posse.

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Posse – aprovada em concurso público e nomeada, a pessoa terá direito subjetivo à posse. Posse
é a aceitação formal das atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo público,
com o compromisso de bem servir. Em casos de doença devidamente comprovada, admitir-
se-á a posse por procuração. A posse deverá ser tomada no prazo de 30 dias, a contar da data
da publicação do ato no órgão oficial (nomeação), prorrogável por mais 30, a requerimento do
interessado.
Exercício – como ato personalíssimo, é a efetiva entrada do funcionário em serviço público, ca-
racterizada pela frequência e execução das atividades atribuídas ao cargo ou à função. O exer-
cício do cargo terá início dentro do prazo de 30 dias, contados da data da posse; caso o servidor
não entre em exercício no prazo legal, será exonerado.
Estágio Probatório – O servidor nomeado para cargo de provimento efetivo fica sujeito ao perí-
odo de estágio probatório de 3 anos de efetivo exercício, com o objetivo de apurar os requisitos
necessários à sua confirmação no cargo para o qual foi nomeado. São requisitos básicos a se-
rem apurados no estágio probatório:
I – iniciativa;
II – assiduidade e pontualidade;
III – relacionamento interpessoal;
IV – eficiência;
V – comprometimento com o trabalho.

O servidor público não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, recon-
duzido ao cargo anteriormente ocupado.
Estabilidade – Aprovado no estágio probatório, o servidor adquirirá estabilidade e só perderá
o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo
disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. Se for extinto o cargo ou declarada a sua
desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade remunerada, com vencimento
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

3.2. Readaptação
Readaptação é a investidura do funcionário em outro cargo mais compatível com a sua capa-
cidade física, intelectual ou quando, comprovadamente, revelar-se inapto para o exercício das
atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo que venha ocupando, sem causa
que justifique a sua demissão ou exoneração, podendo efetivar-se de ofício ou a pedido. Ou
seja, aquele servidor tenha sofrido alguma limitação de capacidade física ou mental, não sendo
ainda caso de aposentá-lo por invalidez, mas que precisa ser readaptado em cargo com atribui-
ções compatíveis com a limitação. A readaptação verificar-se-á: I- quando ficar comprovada a

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modificação do estado físico ou das condições de saúde do funcionário, que lhe diminua a efi-
ciência para a função; II – quando o nível de desenvolvimento mental do funcionário não mais
corresponder às exigências da função; III – quando se apurar que o funcionário não possui a
habilitação profissional exigida em lei para o cargo que ocupa.

3.3. Reversão

Reversão é o retorno à atividade do funcionário aposentado por invalidez, quando insubsis-


tentes os motivos determinantes da aposentadoria, dependendo sempre da existência de vaga.
Poderá se dar a pedido do interessado ou de ofício, devendo restar comprovado por junta mé-
dica que o servidor tem capacidade para o exercício do cargo. A reversão será feita, de prefe-
rência, no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação. Não poderá reverter
para cargo cujo vencimento ou remuneração sejam inferiores aos proventos da inatividade.

3.4. Reintegração

Reintegração é o reingresso, no serviço público, do funcionário demitido, com ressarcimento de


vencimento e vantagens inerentes ao cargo, por força de decisão administrativa ou judiciária.
Ex.: servidor foi demitido, mas ingressa com ação judicial alegando ilegalidade e o Judiciário de-
termina seu retorno (reintegração), com o recebimento de tudo o que deixou de ganhar após a
demissão.
A reintegração dar-se-á no cargo anteriormente ocupado, no que resultou de sua transforma-
ção ou, se extinto, em cargo equivalente, para cujo provimento seja exigida a mesma habilita-
ção profissional, e tenha vencimento idêntico.

3.5. Recondução

É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Ocorrerá em 3 hipóteses:

a) inabilitação em estágio probatório: (ex.: era estável no cargo de técnico do TRE, poste-
riormente foi aprovado no concurso para analista do TRE, mas não foi aprovado no estágio
probatório deste; então será “reconduzido” ao cargo de técnico que ocupava antes).

b) desistência de estágio probatório: (ex.: era estável no cargo de técnico do TRE, posterior-
mente foi aprovado no concurso para analista do TRE, mas não gostou do novo cargo e,
dentro do período de estágio probatório, optou por desistir e ser “reconduzido” ao cargo
de técnico que ocupava antes)

c) Reintegração do anterior ocupante (ex.: “A” ocupava determinado cargo, foi demitido e,
por determinação judicial, acabou sendo reintegrado; “B” que estava ocupando seu cargo
será “reconduzido” ao cargo que ocupava anteriormente).

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3.6. Aproveitamento
É o retorno à atividade de servidor em disponibilidade. Será efetivado obrigatoriamente:
a) em cargo de natureza e vencimento ou remuneração compatíveis com o anteriormente
ocupado, respeitada sempre a habilitação profissional;
b) no cargo restabelecido, ainda que modificada a sua denominação, ressalvado o direito de
opção por outro, desde que o aproveitamento já tenha ocorrido.

O servidor ficará em disponibilidade quando o cargo é declarado desnecessário ou for extinto,


com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
outro cargo (art. 41, § 3º, CF). Ex.: a pessoa ocupava o cargo de datilógrafo, o qual foi extinto;
nesse caso, o servidor ficará em disponibilidade, recebendo remuneração proporcional ao tem-
po de serviço, e poderá ser “aproveitado” em outro cargo.

3.7. Promoção
É o progresso do servidor, adquirindo maior responsabilidade e complexidade nas atribuições,
porém, dentro da mesma carreira. Os critérios para a promoção são merecimento e antiguidade.
Ocorre apenas nos cargos que possuem planos de carreira.
As promoções serão obrigatoriamente realizadas em cada semestre do ano, nos meses de abril
e outubro, salvo se inexistirem cargos vagos.

4. VACÂNCIA

Vacância é o ato administrativo que desfaz o vínculo da pessoa física com a Administração Pú-
blica ou com o cargo anteriormente ocupado pelo servidor. Vacância é a abertura de claro no
quadro de pessoal do serviço público, permitindo o preenchimento do cargo vago.

4.1. A vacância do cargo público decorrerá de:


I – recondução;
II – promoção;
III – acesso;
IV – readaptação;
V – aposentadoria;
VI – exoneração;
VII – demissão;
VIII – falecimento.
IX – nomeação e posse em outro cargo inacumulável.

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→ Exoneração – ato que gera o desligamento do servidor sem caráter de penalidade. Poderá
ser a pedido do servidor ou de oficio quando
→ Demissão – ato que gera o desligamento do servidor com caráter de penalidade, ou seja,
motivada pela prática de infração administrativa grave.
→ Promoção – quando o servidor é promovido, ocorre a vacância do cargo que ocupava.
→ Readaptação – quando o servidor é readaptado a outro cargo, ocorre a vacância do que
ocupava.
→ Aposentadoria – é o direito à inatividade remunerada, gerando a vacância do cargo que o
servidor ocupava.
→ Nomeação e posse em outro cargo inacumulável – se o servidor toma posse em outro cargo
que não pode acumular com o que ocupa, ocorrerá a vacância deste.
→ Falecimento – com a morte do servidor, obviamente, ocorrerá a vacância do seu cargo.
→ Recondução – ao ser reconduzido ao cargo que ocupava anteriormente, o cargo atual do
servidor ficará vago.
→ Acesso – (forma de vacância não recepcionada pela CF)

5. DOS DIREITOS E VANTAGENS DO SERVIDOR

5.1. Vencimento, Remuneração e Subsídio

É a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei
Vencimento
(básico).
É o vencimento básico + vantagens pecuniárias permanentes ou a ele incorporáveis
Remuneração
(ex.: parcela indenizatória não é permanente, não integrando a remuneração).
É a parcela única recebida pelo servidor, sem o acréscimo de qualquer outra ver-
ba remuneratória. Art. 39, § 4º, CF: Membros de Poder (ex.: Juízes de Direito),
Subsídio detentores de mandato eletivo (ex.: Deputado Federal), Ministros de Estado, Se-
cretários Estaduais e Municipais, e servidores públicos policiais são remunerados
obrigatoriamente por subsídios.
É a “remuneração” do servidor inativo (aposentado ou em disponibilidade). Quem
Proventos
está na ativa recebe remuneração; quem está inativo recebe proventos.

5.2. Vantagens Pecuniárias


Além do vencimento, poderão ser deferidas ao funcionário as seguintes vantagens pecuniárias:

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I – indenizações:

a) ajuda de custo;
b) diárias;
c) despesas de transporte;

II – auxílios:
a) salário-família;
b) auxílio-saúde;
c) auxílio-funeral;
d) auxílio-creche.

III – gratificações:

a) adicional por tempo de serviço;


c) de representação de gabinete;
e) especial de localidade e por atividades penosas, insalubre ou perigosas;
f) pela participação em órgão de deliberação coletiva;
h) pela prestação de serviço extraordinário;
i) pelo exercício de encargo de chefia, assessoramento, secretariado e inspeção;
j) por encargo de curso ou concurso;
l) pela elaboração ou execução de trabalho relevante de natureza técnica ou científica;
m) por hora de vôo;
n) de produtividade fiscal;
o) de transporte;
p) de ciclo básico e ensino especial;
q) de incentivo à permanência no serviço ativo;

IV – progressão horizontal;
V – 13º (décimo terceiro) salário.

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Indenizações
I – a título de compensação das despesas motivadas por mudança e instalação na
Ajuda de Custo nova sede em que passar a ter exercício;
II – para fazer face a despesas de viagem para fora do País, em objeto de serviço.
O servidor que, a serviço, se deslocar da sede em caráter eventual e transitório
Diárias
fará jus a diárias compensatórias das despesas de alimentação e pousada.
Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas em
Transportes
serviços externos, por força das atribuições normais de seu cargo.

Auxílios
O salário- família será concedido ao servidor ativo, inativo ou em disponibilidade,
salário-família
que tiver dependentes vivendo às suas expensas
O auxílio-saúde é devido ao servidor licenciado por motivo de acidente em ser-
auxílio-saúde viço, doença profissional ou moléstia grave, especificada em lei, com base nas
conclusões da Junta Médica Oficial do Estado.
À família do servidor que falecer, ainda que aposentado ou em disponibilidade,
auxílio-funeral será pago o auxílio-funeral em valor correspondente a 05 vezes o menor venci-
mento de cargo de provimento efetivo dos Quadros estaduais.
O auxílio-creche é devido ao servidor com renda familiar mensal de até R$ 5.000,00
que possua dependente na faixa etária de 06 meses a 05 anos de idade, ou por-
auxílio-creche tador de necessidade especial, devidamente matriculado em creche, instituição
educacional regularmente autorizada a funcionar ou em instituição dedicada a
portadores de necessidades especiais.

Gratificações (principais)
Ao funcionário será concedida, por quinquênio de efetivo serviço
Gratificação Adicional Por público, gratificação adicional de 5% sobre os vencimentos ou a
Tempo de Serviço remuneração do respectivo cargo de provimento efetivo, vedada a
sua computação para fins de novos cálculos de idêntico benefício.
A gratificação de representação de gabinete será devida ao funcio-
Da Gratificação de
nário investido em cargo de direção ou assessoramento superior,
Representação de Gabinete de livre nomeação e exoneração.

Da Gratificação Especial de A gratificação pelo exercício em determinadas zonas ou locais e pela


execução de atividades penosas, insalubres ou perigosas, será fixada
Localidade e por
por ato do Chefe do Poder Executivo ou autoridade equivalente.
Atividades Penosas, A gratificação não poderá ser superior a 40% do vencimento do
Insalubres ou Perigosas cargo de provimento efetivo de que for o funcionário ocupante.
A gratificação pela prestação de serviço extraordinário se destina a remune-
Da Gratificação Pela
rar os serviços prestados fora da jornada normal de trabalho a que estiver
Prestação de Serviço
sujeito o funcionário, no desempenho das atribuições do seu cargo, não
Extraordinário podendo, em caso algum exceder a 180 horas dentro do mesmo exercício.
A gratificação por encargo de curso ou concurso destina-se a retribuir
o funcionário quando designado para membro de comissões de pro-
Da Gratificação por Encargo vas ou concursos públicos ou quando no desempenho da atividade de
de Curso ou Concurso professor de cursos de treinamento, aperfeiçoamento e especializa-
ção, regularmente instituídos, e será fixada e atribuída pelo titular do
órgão a cuja unidade competir a realização do curso ou do concurso.

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5.3. Décimo Terceiro Salário


Até o dia 20 de dezembro de cada ano, será pago, pelos cofres públicos estaduais, o décimo
terceiro salário a todos os servidores públicos do Estado de Goiás, independentemente da re-
muneração a que fizerem jus.
O décimo terceiro salário é extensivo ao inativo e será pago, até o dia 20 de dezembro de
cada ano, tomando-se por base o valor dos proventos devidos nesse mês, exceto aos que, sob
o regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, já se aposentaram com esta gratificação
incorporada aos seus proventos.

5.4. Férias
O servidor fará jus a 30 dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de 2 perío-
dos, no caso de necessidade do serviço.
Regra – 30 dias por ano
Operadores de Raio X – 20 dias por semestre (o servidor que opera direta e permanentemente
com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 dias consecutivos de férias, por semestre de
atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação).
Para o primeiro período aquisitivo de férias são exigidos 12 meses de exercício, mas para os
demais, não será necessário completar os 12 meses.
As férias podem ser parceladas em 2 etapas, desde que requeridas pelo servidor e que seja
interesse da Administração Pública.
Obs.: não podem ser descontados das férias as faltas do servidor.

5.5. Licenças
Ao servidor poderá ser concedida licença:
I – para tratamento de saúde;
II – por motivo de doença em pessoa da família;
III – à gestante;
IV – para o serviço militar;
V – por motivo de afastamento do cônjuge;
VI – para atividade política;
VII – para tratar de interesses particulares;
VIII – prêmio;
IX – para freqüência a curso de especialização, treinamento ou aperfeiçoamento.
X – para desempenho de cargo de direção em entidades classistas.

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Ao servidor ocupante de cargo em comissão só poderão ser concedidas licenças para trata-
mento de saúde, à gestante e por motivo de doença em pessoa da família.
O funcionário não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 meses, exceto os casos
de: a) para o serviço militar; b) por motivo de afastamento do cônjuge; c) para atividade política.

6. DA ACUMULAÇÃO

É vedada a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicos, exceto nos casos
previstos na Constituição Federal ou em lei complementar, obedecidos os critérios de compati-
bilidade de horários e correlação de matérias.
Legislação correlata: Constituição Federal, art. 37, XVI – é vedada a acumulação remunerada
de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qual-
quer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regula-
mentadas.

7. REGIME DISCIPLINAR

7.1. O art. 294 elenca quais são os deveres do servidor.

São deveres do servidor:


I – assiduidade
II – pontualidade;
III – discrição;
IV – urbanidade
V – lealdade às instituições constitucionais e administrativas a que servir;
VI – observância das normas legais e regulamentares
VII – obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais
VIII – zelo pela economia e conservação do material que lhe for confiado e pelo desempenho dos
encargos de que for incumbido
IX – exposição, aos chefes, das dúvidas e dificuldades que encontrar no exame dos documentos e
papéis sujeitos ao seu estudo
X – levar ao conhecimento de seu chefe imediato as irregularidades de que tiver ciência, em razão de
seu cargo, representando à autoridade superior, se aquele não levar na devida conta a informação
prestada;

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XI – guardar sigilo sobre os assuntos de natureza confidencial;


XII – atender, com preterição de qualquer outro serviço: a) as requisições para defesa da Fazenda; b)
a expedição das certidões requeridas para a defesa de direitos e esclarecimentos; c) ao público em
geral.
XIII – residir na localidade onde for lotado para exercer as atribuições inerentes ao seu cargo, ou em
localidade vizinha, se disto não resultar inconveniência para o serviço público
XIV – apresentar-se decentemente trajado ao serviço
XV – trazer rigorosamente atualizados as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de
serviço, pertinentes às suas atribuições
XVI – manter espírito de solidariedade, cooperação e lealdade para com os colegas de serviço
XVII – freqüentar cursos de treinamento, aperfeiçoamento e especialização profissional legalmente
instituídos

7.2. O art. 303 traz a lista das proibições ao servidor (transgressões


disciplinares).

Ao servidor é proibido:
I – referir-se, de modo depreciativo ou desrespeitoso, em informação, requerimento,
parecer ou despacho, às autoridades, a funcionários e usuários bem como a atos da
administração pública, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de
vista doutrinário ou da organização do serviço;
II – retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento ou
objeto da repartição;
III – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
IV – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ilícito;
V – coagir ou aliciar subordinado com o objetivo de natureza político-partidária;
VI – participar da gerência ou da administração de empresa industrial ou comercial,
exceto as de caráter cultural ou educacional;
VII – exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como acionista,
cotista ou comanditário;
VIII – praticar a usura em qualquer de suas formas;
IX – pleitear, como procurador ou intermediário ,junto às repartições públicas, salvo
quando se tratar de percepção de vencimentos e vantagens de parentes até o segundo
grau;

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X – receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie;
XI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desem-
penho de encargo que lhe competir ou a seus subordinados;
XII – deixar de pagar, com regularidade, as pensões a que esteja obrigado em virtude
de decisão judicial;
XIII – faltar à verdade no exercício de suas funções, por malícia ou má fé;
XIV – deixar de informar, com presteza, os processos que lhe forem encaminhados;
XV – dificultar ou deixar de levar ao conhecimento da autoridade competente, por via
hierárquica e em 24 (vinte e quatro) horas, queixas, denúncia, representação, petição,
recurso ou documento que houver recebido, se não estiver na sua alçada resolver;
XVI – negligenciar ou descumprir qualquer ordem legítima;
XVII – apresentar, maliciosamente, queixa, denúncia ou representação;
XVIII – lançar, em livros oficiais de registro, anotações, reclamações, reivindicações ou
quaisquer outras matérias estranhas às suas finalidades;
XIX – adquirir, para revenda, de associação de classe ou entidades beneficentes em
geral, gêneros ou quaisquer mercadorias;
XX – entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras ou outros afazeres estra-
nhos ao serviço;
XXI – deixar, quando comunicado em tempo hábil, de providenciar a inspeção médica
do servidor, seu subordinado, que faltou ao serviço por motivo de saúde;
XXII – deixar, quando sob sua responsabilidade, de prestar informações sobre funcio-
nário em estágio probatório;
XXIII – esquivar-se de providenciar a respeito de ocorrência no âmbito de suas atribui-
ções, salvo no caso de impedimento, o que comunicará em tempo hábil;
XXIV – representar contra superior hierárquico, sem observar as prescrições regula-
mentares;
XXV – propor transações pecuniárias a superior ou a subordinado com o objetivo de
auferir lucro;
XXVI – fazer circular ou subscrever lista de donativo no recinto da repartição;
XXVII – utilizar-se do anonimato para qualquer fim;
XXVIII – aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem de autorida-
de competente, ou para que seja retardada a sua execução;
XXIX – simular doença para esquivar-se do cumprimento da obrigação;

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XXX – trabalhar mal, intencionalmente ou por negligência;


XXXI – faltar ou chegar atrasado ao serviço, ou deixar de participar, com antecedência,
à autoridade imediatamente superior, a impossibilidade de comparecer à repartição,
salvo motivo justo;
XXXII – permutar processo, tarefa ou qualquer serviço que lhe tenha sido atribuído,
sem expressa permissão da autoridade competente;
XXXIII – abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;
XXXIV – não se apresentar, sem motivo justo, ao fim de licença para tratar de interesses
particulares, férias, cursos ou dispensa de serviço para participação em congressos, bem
como depois de comunicado que qualquer delas foi interrompida por ordem superior;
XXXV – desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisão ou ordem judicial, bem
como criticá-las;
XXXVI – usar, durante o serviço, mesmo em quantidade insignificante, bebida alcóolica
de qualquer natureza;
XXXVII – recusar-se, sem justa causa, a submeter-se a inspeção médica ou exame de
capacidade intelectual ou vocacional previstos neste Estatuto;
XXXVIII – negligenciar na guarda de objetos pertencentes à repartição e que, em de-
corrência da função ou para o seu exercício, lhe tenham sido confiados, possibilitando
a sua danificação ou extravio;
XXXIX – demonstrar parcialidade nas informações de sua responsabilidade, para a afe-
rição do merecimento de funcionário;
XL – influir para que terceiro intervenha para sua promoção ou para impedir a sua re-
moção;
XLI – retardar o andamento do processo sumaríssimo para pagamento de auxílio-funeral;
XLII – receber gratificação por serviço extraordinário que não tenha prestado efetivamente;
XLIII – deixar de aplicar penalidades merecidas, quando lhe forem afetas, a funcionário
subordinado ou, em caso contrário, deixar de comunicar a infração à autoridade com-
petente, para que o faça;
XLIV – deixar de adotar a tempo, na esfera de suas atribuições, providências destina-
das a evitar desfalques ou alcances pecuniários por parte de detentores de dinheiro ou
valores do Estado, dada a sua vida irregular ou incompatível com seus vencimentos ou
renda particular, cuja comprovação poderá ser exigida;
XLV – abrir ou tentar abrir qualquer dependência da repartição fora das horas de expe-
diente, desde que não esteja expressamente autorizado pela autoridade competente;
XLVI – fazer uso indevido de veículo da repartição;

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XLVII – atender, em serviço, com desatenção ou indelicadeza, qualquer pessoa do
público;
XLVIII – indispor o funcionário contra os seus superiores hierárquicos ou provocar,
velada ou ostensivamente, animosidade entre seus pares;
XLIX – acumular cargos, funções e empregos públicos, ressalvadas as exceções
constitucionais previstas;
L – dar causa, intencionalmente, a extravio ou danificação de objetos pertencentes à
repartição;
LI – fazer diretamente, ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias,
envolvendo assunto do serviço, bens do Estado ou artigos de uso proibido;
LII – introduzir ou distribuir na repartição quaisquer escritos que atentem contra a
disciplina e a moral;
LIII – residir fora da localidade em que exerce as funções do cargo, exceto no caso da
ressalva de que trata o item XIII do art. 294;
LIV – praticar crimes contra a administração pública;
LV – lesar os cofres públicos ou dilapidar o patrimônio estadual;
LVI – praticar ofensas físicas, em serviço, contra funcionário ou qualquer pessoa, salvo
se em legítima defesa devidamente comprovada;
LVII – cometer insubordinação grave em serviço;
LVIII – aplicar, irregularmente, dinheiro público;
LIX – revelar segredo que conheça em razão de seu cargo ou função;
LX – abandonar, sem justa causa, o exercício de suas funções durante o período de 30
(trinta) dias consecutivos;
LXI – faltar, sem justa causa, ao serviço por 45 (quarenta e cinco) dias interpolados,
durante o período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias;
LXII – exercer advocacia administrativa;
LXIII – ofender, provocar, desafiar ou tentar desacreditar qualquer colega ou autoridade
superior, com palavras, gestos ou ações;
LXIV – dar-se ao vício de embriaguez pelo álcool ou por substâncias de efeitos análogos;
LXV – importar ou exportar, usar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda ou oferecer, fornecer, ainda que gratuitamente, ter em depósito,
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar de qualquer
forma a consumo, substância entorpecente ou que determine dependência física ou
psíquica, sem autorização legal ou regulamentar.

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O art. 304 traz a lista de transgressão disciplinar (proibições), quanto aos funcionários ocupantes
de cargos inerentes às funções de polícia civil ou de segurança prisional.

Constitui, ainda, transgressão disciplinar, quanto aos funcionários ocupantes de car-


gos inerentes às funções de polícia civil ou de segurança prisional:
I – transitar por logradouro público sem o respectivo cartão de identidade;
II – deixar de guardar, em público, a devida compostura;
III – dar conhecimento, por qualquer modo, de ocorrência do serviço policial ou da
administração penitenciária a quem não tenha atribuições para nela intervir;
IV – discutir ou provocar discussões, pela imprensa, a respeito de assuntos policiais ou
assuntos da administração penitenciária, excetuando-se os de natureza exclusivamente
técnica, quando devidamente autorizados;
V – introduzir material inflamável ou explosivo na repartição, salvo se em obediência a
ordem de serviço;
VI – revelar sua qualidade de policial ou de servidor da administração penitenciária,
fora dos casos necessários ou convenientes ao serviço;
VII – pedir quaisquer gratificações, reclamá-las ou aceitá-las fora dos casos legais;
VIII – recusar-se a exercer o ofício de defensor, bem como fazer afirmação falsa, negar
ou calar a verdade, como testemunha ou perito em processo disciplinar, quando
designado, salvo por motivo justo;
IX – referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso a autoridades hierarquicamente
superiores e a atos da administração pública, qualquer que seja o meio empregado
para esse fim;
X – divulgar, por intermédio da imprensa, rádio e televisão, fatos ocorridos na
repartição que possam prejudicar ou interferir no bom andamento do serviço policial
ou do serviço da administração penitenciária, ou propiciar sua divulgação;
XI – manter relações de amizade ou exibir-se em público com pessoas de notórios e
desabonadores antecedentes criminais, sem razão de serviço;
XII – praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a
função policial ou função da administração penitenciária;
XIII – deixar de cumprir ou de fazer cumprir, na esfera de suas atribuições, as leis e os
regulamentos;
XIV – atribuir-se a qualidade de representante de qualquer órgão ou de autoridade da
respectiva Secretaria;
XV – freqüentar, sem razão de serviço, lugares incompatíveis com o decoro da função
policial ou da administração penitenciária;

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XVI – comparecer, ostensivamente, em casa de prostituição, boates, casas de danças,
bares e restaurantes da zona do meretrício, participando de mesas ou das diversões,
bem como fazendo uso de bebidas alcoólicas, em serviço ou fora dele;
XVII – fazer uso indevido de arma, bem como portá-la ostensivamente em público;
XVIII – maltratar preso sob sua guarda ou usar de violência desnecessária, no exercício
da função policial ou de segurança prisional;
XIX – permitir que presos conservem em seu poder instrumentos que possam causar
danos nas dependências em que estejam recolhidos ou produzir lesões em terceiros;
XX – deixar de concluir, nos prazos legais, sem motivo justo, inquéritos policiais ou dis-
ciplinares ou, quando a estes últimos, como membro da respectiva comissão, negligen-
ciar no cumprimento das obrigações que lhe são inerentes;
XXI – prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial ou da adminis-
tração penitenciária;
XXII – indicar ou insinuar nome de advogado para assistir pessoa que se encontre res-
pondendo a processo ou indiciada em inquérito policial, salvo nos casos em que cou-
ber à autoridade nomear defensor;
XXIII – impedir ou tornar impraticável, por qualquer meio, na fase de inquérito policial
ou durante o interrogatório do indiciado, mesmo ocorrendo incomunicabilidade, a pre-
sença de seu advogado;
XXIV – ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual sem as formalida-
des legais ou com abuso do poder;
XXV – submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou constrangimento;
XXVI – deixar de comunicar imediatamente ao juiz competente a prisão de qualquer pessoa;
XXVII – levar à prisão ou nela conservar quem quer que se proponha a prestar fiança,
quando admitida em lei;
XXVIII – atentar, com abuso de autoridade ou prevalecendo-se dela, contra a inviolabi-
lidade do domicílio;
XXIX – espalhar falsas notícias em prejuízo da ordem policial ou da administração peni-
tenciária, ou do bom nome da respectiva Secretaria;
XXX – provocar ou fazer-se, voluntariamente, causa ou origem de alarmes injustificáveis;
XXXI – deixar alguém conversar ou entender-se com preso incomunicável, sem estar,
para isso, autorizado por autoridade competente, salvo nos casos do item XXIII;
XXXII – conversar ou entender-se com preso incomunicável, sem para isso estar autori-
zado por sua função ou por autoridade competente;
XXXIII – ofender, provocar, desafiar ou responder de maneira desatenciosa a seu
superior;

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XXXIV – introduzir bebidas alcoólicas na repartição, para uso próprio ou de terceiros;


XXXV – recusar-se a executar ou executar deficientemente qualquer serviço, para evi-
tar perigo pessoal;
XXXVI – ser desligado, por falta de assiduidade, de curso de formação do respectivo
órgão, em que tenha sido matriculado compulsoriamente;
XXXVII – omitir-se no zelo da integridade física ou moral dos presos sob sua guarda;
XXXVIII – publicar, sem ordem expressa da autoridade competente, documentos oficiais,
embora não reservados, ou ensejar a divulgação de seu conteúdo, no todo ou em parte;
XXXIX – exercer a advocacia, assim como, nos recintos e relativamente às atividades do
respectivo órgão, o jornalismo, respeitada a ressalva constante do inciso IV deste artigo;
XL – cobrar carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa que não te-
nha apoio em lei;
XLI – cometer crimes contra os costumes ou contra o patrimônio que, por sua natureza
e configuração, sejam considerados como infamantes, de modo a incompatibilizar o
servidor com o exercício da função policial e da administração penitenciária;
XLII – submeter à tortura ou permitir ou mandar que se torture preso sob a sua guarda.

7.3. Das Responsabilidades

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servido responde civil, penal e administrativa-
mente.

Responsabilidade civil – decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte
em prejuízo ao erário ou a terceiro. Se o servidor causar danos a terceiros, responderá perante
a Fazenda Pública mediante ação regressiva (ex.: se o servidor que exerce função de motorista,
por imprudência, bate o veículo em um muro de um terceiro, este certamente vai entrar com
ação contra o Poder Público, que terá o dever de indenizar; porém, a Fazenda Pública poderá
buscar ressarcimento do servidor que culposamente causou o dano).

Responsabilidade penal (criminal) – abrange os crimes e contravenções imputadas ao servi-


dor, nessa qualidade.

Responsabilidade administrativa – a responsabilidade administrativa resulta da prática de


qualquer uma das transgressões ou proibições previstas no capítulo anterior.

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Independência das instâncias – Regra: as sanções civis, penais e administrativas poderão
cumular-se, sendo independentes entre si. Porém, a responsabilidade administrativa do servi-
dor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria
(ex.: se o servidor é acusado na esfera penal, mas resta absolvido por provar que não foi o autor
do crime, não poderá ser responsabilizado na esfera administrativa).

7.4. Penalidades

São penalidades disciplinares:

I – repreensão;
II – suspensão;
III – multa;
IV – destituição de mandato;
V – demissão;
VI – cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

Ao aplicar as penalidades, serão consideradas:

I – a natureza da infração, sua gravidade e as circunstâncias em que foi praticada;


II – os danos dela decorrentes para o serviço público;
III- a repercussão do fato;
IV – os antecedentes do servidor;
V – a reincidência.

A ação disciplinar prescreverá:

I – 6 anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponi-


bilidade e respectivas multas;
II – 3 anos, quanto às demais infrações.

A contagem do prazo prescricional tem início a partir da data da prática da transgressão.

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Penalidade Detalhes Prescrição


Aplicada por escrito;
Aplicada para faltas de natureza leve;
Advertência 3 anos
Serão punidas com pena de repreensão as transgressões discipli-
nares previstas nos itens XII a XVIII do art. 303 e I a VIII do art. 304.
Será aplicada em caso de falta grave ou de reincidência em qual-
quer das transgressões a que alude o art. 314. Para os efeitos des-
te artigo, consideram-se faltas graves as arroladas nos incisos I a
XI, XIX a LIII e LXII a LXIV do art. 303 e IX a XL do art. 304.
Suspensão 3 anos
Não pode exceder 90 dias.
Quando houver conveniência para o serviço, pode ser convertida
em multa de 50% por dia de vencimento ou remuneração, obri-
gando o servidor a permanecer no serviço.
A pena de demissão será aplicada nos casos das infrações previs-
tas nos incisos LIV a LXI e LXV do art. 303 e XLI e XLII do art. 304,
Demissão bem como nos casos de contumácia na prática de transgressões 6 anos
disciplinares puníveis com suspensão (quando o servidor é puni-
do por 4 ou mais vezes no período de 5 anos).
Será cassada a aposentadoria ou disponibilidade se o funcionário:
I – na atividade, houver praticado transgressão punível com de-
Cassação de missão;
aposentadoria II – aposentado ou colocado em disponibilidade, aceitar represen- 6 anos
ou disponibili- tação de Estado estrangeiro, sem prévia autorização do Presiden-
dade te da República.
A disponibilidade também será cassada se o funcionário não assu-
mir, no prazo legal, o exercício do cargo em que for aproveitado.

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LEI Nº 13.800/2001
(Obs.: o conteúdo a seguir é apenas para o cargo de escrivão de polícia substituto)

GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS I – atuação conforme a lei e o direito;


Gabinete Civil da Governadoria II – atendimento a fins de interesse geral,
Superintendência de Legislação. vedada a renúncia total ou parcial de pode-
res ou competências, ressalvadas as autori-
Regula o processo administrativo no âmbito da zadas em lei;
Administração Pública do Estado de Goiás.
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOI- III – objetividade no atendimento do inte-
ÁS decreta e eu sanciono a seguinte lei: resse público;
IV – atuação segundo padrões éticos de
probidade, decoro e boa-fé;
CAPÍTULO I
V – divulgação oficial dos atos administrati-
DISPOSIÇÕES GERAIS vos, ressalvadas as hipóteses de sigilo pre-
Art. 1º Esta lei estabelece normas básicas sobre vistas na Constituição Federal;
o processo administrativo no âmbito da Admi- VI – adequação entre meios e fins, veda-
nistração Estadual direta e indireta, visando à da a imposição de obrigações, restrições e
proteção dos direitos dos administrados e ao sanções em medida superior àquelas estri-
melhor cumprimento dos fins da Administração. tamente necessárias ao atendimento do in-
§ 1º O disposto nesta lei aplica-se, no que teresse público;
couber, aos órgãos dos Poderes Legislativo VII – indicação dos pressupostos de fato e
e Judiciário e ao Ministério Público, quando de direito que determinarem a decisão;
no desempenho de função administrativa.
VIII – observância das formalidades essen-
§ 2º Para os fins desta lei, consideram-se: ciais à garantia dos direitos dos administra-
I – órgão – a unidade de atuação integrante das dos;
estruturas das Administrações direta e indireta; IX – adoção de formas simples, suficientes
II – entidade – a unidade de atuação dotada para propiciar adequado grau de certeza,
de personalidade jurídica; segurança e respeito aos direitos dos admi-
nistrados;
III – autoridade – o servidor ou agente pú-
blico dotado de poder de decisão. X – garantia dos direitos à comunicação, à
apresentação de alegações finais, à produ-
Art. 2º A Administração pública obedecerá, ção de provas e à interposição de recursos,
dentre outros, aos princípios da legalidade, fina- nos processos de que possam resultar san-
lidade, motivação, razoabilidade, proporcionali- ções e nas situações de litígio;
dade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiên- XI – proibição de cobrança de despesas pro-
cia. cessuais, ressalvadas as previstas em lei;

Parágrafo único. Nos processos administra- XII – seguimento, de ofício, do processo ad-
tivos serão observados, entre outros, os cri- ministrativo, sem prejuízo da atuação dos
térios de: interessados;

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XIII – interpretação da norma administra- •• Acrescido pela Lei nº 17.054, de 22-06-


tiva da forma que melhor garanta o aten- 2010.
dimento de sua finalidade pública, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação. III – pessoa portadora de tuberculose ativa,
esclerose múltipla, neoplasia maligna, han-
seníase, paralisia irreversível e incapacitan-
te, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
CAPÍTULO II espondiloartrose anquilosante, nefropatia
grave, hepatopatia grave, estados avança-
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
dos da doença de Paget (osteíte deforman-
Art. 3º Sem prejuízo de outros que lhe sejam te), contaminação por radiação, síndrome
assegurados, o administrado tem os seguintes da imunodeficiência adquirida, ou outra
direitos: doença grave, com base em conclusão da
medicina especializada, mesmo que a do-
I – ser tratado com respeito pelas autori- ença tenha sido contraída após o início do
dades e servidores, que deverão facilitar o processo.
exercício de seus direitos e o cumprimento
de suas obrigações; •• Acrescido pela Lei nº 17.054, de 22-06-
2010.
II – ter ciência da tramitação dos proces-
sos administrativos em que tenha a condi- § 1º A pessoa interessada na obtenção do
ção de interessado, ter vista dos mesmos, benefício, juntando prova de sua condição,
pessoalmente ou através de procurador deverá requerê-lo à autoridade administra-
legitimamente constituído, obter cópias de tiva competente para decidir o feito, que
documentos neles contidos e conhecer das determinará as providências a serem cum-
decisões proferidas; pridas.

III – formular alegações e apresentar do- •• Redação dada pela Lei nº 17.054, de 22-
cumentos antes da decisão, os quais serão 06-2010.
objeto de consideração pela autoridade jul- § 2º VETADO.
gadora;
•• Acrescido pela Lei nº 16.105, de 24-07-
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por 2007.
advogado, salvo quando obrigatória a re-
presentação, por força de lei. § 3º A prioridade de que trata este artigo
não cessará com a morte do beneficiado,
Art. 3º-A Terão prioridade na tramitação, em estendendo-se em favor do cônjuge su-
qualquer órgão ou instância, os procedimentos pérstite, companheiro ou companheira, em
administrativos em que figure como parte ou in- união estável.
teressado:
•• Redação dada pela Lei nº 17.054, de 22-
•• Redação dada pela Lei nº 17.054, de 22- 06-2010.
06-2010.
§ 4º Deferida a prioridade, os autos recebe-
I – pessoa com idade igual ou superior a 60 rão identificação própria que evidencie o
(sessenta) anos; regime de tramitação prioritária.
•• Acrescido pela Lei nº 17.054, de 22-06- •• Acrescido pela Lei nº 17.054, de 22-06-
2010. 2010.
II – pessoa portadora de deficiência;

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CAPÍTULO III § 2º Nos casos de processo eletrônico, o re-
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO querimento inicial de interessado não per-
tencente à Administração Pública Estadual
Art. 4º São deveres do administrado perante a pode ser formulado e inserido eletronica-
Administração, sem prejuízo de outros previstos mente no sistema, via assinatura eletrôni-
em ato normativo: ca, ou ainda, ser formulado por escrito, as-
sinado pelo requerente ou representante,
I – expor os fatos conforme a verdade; digitalizado e inserido no sistema de ge-
II – proceder com lealdade, urbanidade e renciamento eletrônico de documentos em
boa-fé; conformidade com a lei específica.

III – não agir de modo temerário; •• Acrescido pela Lei nº 17.039, de 22-06-
2010.
IV – prestar as informações que lhe forem
solicitadas e colaborar para o esclarecimen- Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas
to dos fatos. deverão elaborar modelos ou formulários pa-
dronizados para assuntos que importem preten-
sões equivalentes.
Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade
CAPÍTULO IV de interessados tiverem conteúdo e fundamen-
DO INÍCIO DO PROCESSO tos idênticos, poderão ser formulados em um
único requerimento, salvo preceito legal em
Art. 5º O processo administrativo pode iniciar- contrário.
-se de ofício ou a pedido do interessado.
Art. 6º O requerimento inicial do interessado,
salvo casos em que for admitida solicitação oral,
deve ser formulado por escrito e conter os se- CAPÍTULO V
guintes dados: DOS INTERESSADOS
I – órgão ou autoridade administrativa a Art. 9º São legitimados como interessados no
que se dirige; processo administrativo:
II – identificação do interessado ou de quem I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem
o represente; como titulares de direitos ou interesses in-
dividuais ou no exercício do direito de re-
III – domicílio do requerente ou local para presentação;
recebimento de comunicações;
II – aqueles que, sem terem iniciado o pro-
IV – formulação do pedido, com exposição cesso, tenham direitos ou interesses que
dos fatos e de seus fundamentos; possam ser afetados pela decisão a ser ado-
V – data e assinatura do requerente ou de tada;
seu representante. III – as organizações e associações represen-
§ 1º É vedada à Administração a recusa tativas, no tocante a direitos e interesses
imotivada de recebimento de documentos, coletivos;
devendo o servidor orientar o interessado IV – as pessoas ou associações legalmente
quanto ao suprimento de eventuais falhas. constituídas quanto a direitos ou interesses
•• Redação dada pela Lei nº 17.039, de 22- difusos.
06-2010.

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Art. 10. São capazes, para fins do processo ad- tuados os casos de má-fé ou comprovada-
ministrativo, os maiores de dezoito anos, ressal- mente prejudiciais a quaisquer das partes
vada previsão especial em ato normativo pró- envolvidas.
prio.
§ 3º As decisões adotadas por delegação
deverão mencionar explicitamente esta
qualidade e considerar-se-ão editadas pelo
CAPÍTULO VI delegante.
DA COMPETÊNCIA Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional
e por motivos relevantes devidamente justifi-
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exer- cados, a avocação temporária de competência
ce pelos órgãos administrativos a que foi atribu- atribuída.
ída como própria, salvo os casos de delegação e
avocação legalmente admitidos. Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas
divulgarão publicamente os locais das respecti-
Art. 12. Os titulares de órgão administrativo po- vas sedes.
derão, se não houver impedimento legal, dele-
gar competência a titulares de outros órgãos, Art. 17. Inexistindo competência legal específi-
quando for conveniente em razão de circuns- ca, o processo administrativo deverá ser inicia-
tâncias de ordem técnica, social, econômica, ju- do perante a autoridade de menor grau hierár-
rídica ou territorial. quico para decidir.
Parágrafo único. O disposto neste artigo
aplica-se à delegação de competência dos
órgãos colegiados aos respectivos presiden- CAPÍTULO VII
tes. DOS IMPEDIMENTOS
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: E DA SUSPEIÇÃO
I – Revogado; Art. 18. É impedido de atuar em processo admi-
•• Revogado pela Lei nº 14.211, de 08- nistrativo o servidor ou autoridade que:
07-2002, retroagindo os efeitos a I – tenha interesse direto ou indireto na ma-
23/01/2001. téria;
II – a decisão de recursos administrativos; II – tenha participado ou venha a participar
III – Revogado; como perito, testemunha ou representante,
ou se tais situações ocorrem quanto ao côn-
•• Revogado pela Lei nº 13.870, de 19-7- juge, companheiro ou parente e afins até o
2001. terceiro grau;
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação de- III – esteja litigando judicial ou administra-
verão ser publicados no meio oficial. tivamente com o interessado ou respectivo
cônjuge ou companheiro.
§ 1º O ato de delegação especificará as ma-
térias e condições dos poderes delegados e Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer
sua duração. em impedimento deve comunicar o fato à auto-
ridade competente, abstendo-se de atuar.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qual-
quer tempo pela autoridade delegante, Parágrafo único. A omissão do dever de co-
respeitados os atos praticados ou decisões municar o impedimento constitui falta gra-
proferidas na vigência da delegação, exce- ve, para os efeitos disciplinares.

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Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autori- dos e assinados eletronicamente na forma
dade ou servidor que tenha amizade íntima ou de lei específica.
inimizade notória com algum dos interessados
ou com os respectivos cônjuges, companheiros, •• Acrescido pela Lei nº 17.039, de 22-06-
parentes e afins até o terceiro grau. 2010.

Art. 21. O indeferimento de alegação de sus- Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se
peição poderá ser objeto de recurso, sem efeito em dias úteis, no horário normal de funciona-
suspensivo. mento da repartição na qual tramitar o proces-
so.
Parágrafo único. Serão concluídos depois
CAPÍTULO VIII do horário normal os atos já iniciados, cujo
adiamento prejudique o curso regular do
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS procedimento ou cause dano ao interessa-
ATOS DO PROCESSO do ou à Administração.
Art. 22. Os atos do processo administrativo não Art. 24. Inexistindo disposição específica, os
dependem de forma determinada senão quan- atos do órgão ou autoridade responsável pelo
do a lei expressamente a exigir. processo e dos administrados que dele partici-
pem devem ser praticados em cinco dias, po-
§ 1º Os atos do processo devem ser produ- dendo este prazo ser dilatado até o dobro por
zidos por escrito, em português, com a data motivo justo, devidamente comprovado.
e o local de sua realização e a assinatura da
autoridade responsável. Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se
preferencialmente na sede do órgão, cientifi-
§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimen- cando-se os interessados se outro for o local de
to de firma somente será exigido quando realização.
houver dúvida de autenticidade.
§ 3º A autenticação de documentos exigi-
dos em cópia poderá ser feita por órgão ad-
ministrativo.
CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
•• Vide Instrução Normativa nº 32, de 10-
04-2007, publicada no D.O. nº 20.107 Art. 26. O órgão competente perante o qual tra-
de 13-04-2007, pág. 10. mita o processo administrativo determinará a
§ 4º À exceção do processo eletrônico, o intimação dos interessados para ciência de de-
processo deverá ter suas páginas nume- cisão ou a efetivação de diligências.
radas sequencialmente e rubricadas pelo
responsável por sua autuação e, em sua tra- § 1º A intimação deverá conter:
mitação, por quem nele inserir quaisquer I – identificação do intimado e nome do ór-
documentos. gão ou entidade administrativa;
•• Redação dada pela Lei nº 17.039, de 22- II – finalidade da intimação;
06-2010.
III – data, hora e local em que deve compa-
§ 5º Os atos administrativos e todos os do- recer;
cumentos produzidos pela Administração
Pública que instruírem os processos eletrô- IV – se o intimado deve comparecer pesso-
nicos deverão ser transmitidos, armazena- almente, ou fazer-se representar;

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V – informação da continuidade do proces- § 1º O órgão competente para a instrução


so independentemente do seu compareci- fará constarem dos autos os dados necessá-
mento; rios à decisão do processo.
VI – indicação dos fatos e fundamentos le- § 2º Os atos de instrução que exijam a atu-
gais pertinentes. ação dos interessados devem realizar-se do
modo menos oneroso para estes.
§ 2º A intimação observará a antecedência
mínima de três dias úteis quanto à data de Art. 30. São inadmissíveis no processo adminis-
comparecimento. trativo as provas obtidas por meios ilícitos.
§ 3º A intimação poderá ser efetuada por Art. 31. Quando a matéria do processo envolver
ciência no processo, por via postal com avi- assunto de interesse geral, o órgão competen-
so de recebimento, por telegrama ou outro te poderá, mediante despacho motivado, abrir
meio que assegure a certeza da ciência do período de consulta pública para manifestação
interessado. de terceiros, antes da decisão do pedido, se não
houver prejuízo para a parte interessada.
§ 4º No caso de interessados indetermina-
dos, desconhecidos ou com domicílio inde- § 1º A abertura da consulta pública será
finido, a intimação deve ser efetuada por objeto de divulgação pelos meios oficiais, a
meio de publicação oficial. fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos-
sam examinar os autos, fixando-se prazo
§ 5º As intimações serão nulas quando fei- para oferecimento de alegações escritas.
tas sem observância das prescrições legais,
mas o comparecimento do administrado su- § 2º O comparecimento à consulta pública
pre sua falta ou irregularidade. não confere, por si, a condição de interes-
sado do processo, mas confere o direito
Art. 27. O desatendimento da intimação não de obter da Administração resposta funda-
importa o reconhecimento da verdade dos fa- mentada, que poderá ser comum a todas as
tos, nem a renúncia a direito pelo administrado. alegações substancialmente iguais.
Parágrafo único. No prosseguimento do Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da
processo, será garantido direito de ampla autoridade, diante da relevância da questão,
defesa ao interessado. poderá ser realizada audiência pública para de-
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos bates sobre a matéria do processo.
do processo que resultem para o interessado Art. 33. Os órgãos e entidades da Administra-
em imposição de deveres, ônus, sanções ou res- ção, em matéria relevante, poderão estabelecer
trição ao exercício de direitos e atividades e atos outros meios de participação de administrados,
de outra natureza, de seu interesse. diretamente ou por meio de organizações e as-
sociações legalmente reconhecidas.
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência
CAPÍTULO X pública e de outros meios de participação de
DA INSTRUÇÃO administrados deverão ser apresentados com a
indicação do procedimento adotado.
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a
averiguar e comprovar os dados necessários à Art. 35. Quando necessária à instrução do pro-
tomada de decisão realizam-se de ofício ou me- cesso, a audiência de outros órgãos ou entidades
diante impulsão do órgão responsável pelo pro- administrativas poderá ser realizada em reunião
cesso, sem prejuízo do direito dos interessados conjunta, com a participação de titulares ou re-
de propor atuações probatórias.

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presentantes dos órgãos competentes, lavrando- cia mínima de três dias úteis, mencionando-se
-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. data, hora e local de realização.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ou-
que tenha alegado, sem prejuízo do dever atri- vido um órgão consultivo, o parecer deverá ser
buído ao órgão competente para a instrução e emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo
do disposto no artigo seguinte. norma especial ou comprovada necessidade de
maior prazo.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fa-
tos e dados estão registrados em documentos Parágrafo único. Se um parecer obrigatório
existentes na própria Administração responsá- e vinculante deixar de ser emitido no prazo
vel pelo processo ou em outro órgão adminis- fixado, o processo não terá seguimento até
trativo, o órgão competente para a instrução a respectiva apresentação, responsabilizan-
proverá, de ofício, à obtenção dos documentos do-se quem der causa ao atraso.
ou das respectivas cópias.
Art. 43. Quando por disposição de ato norma-
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutó- tivo devam ser previamente obtidos laudos
ria e antes da tomada da decisão, juntar docu- técnicos de órgãos administrativos e estes não
mentos e pareceres, requerer diligências e pe- cumprirem o encargo no prazo assinalado, o ór-
rícias, bem como aduzir alegações referentes à gão responsável pela instrução deverá solicitar
matéria objeto do processo. laudo técnico de outro órgão dotado de qualifi-
cação e capacidade técnica equivalentes.
§ 1º Os elementos probatórios deverão ser
considerados na motivação do relatório e Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado
da decisão. terá o direito de manifestar-se no prazo máximo
de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente
§ 2º Somente poderão ser recusadas, median- fixado.
te decisão fundamentada, as provas propostas
pelos interessados quando sejam ilícitas, im- Art. 45. Em caso de risco iminente, a Adminis-
pertinentes, desnecessárias ou protelatórias. tração Pública poderá motivadamente adotar
providências acauteladoras sem a prévia mani-
Art. 39. Quando for necessária a prestação de festação do interessado.
informações ou a apresentação de provas pelos
interessados ou terceiros, serão expedidas in- Art. 46. Os interessados têm direito à vista do
timações para esse fim, mencionando-se data, processo e a obter certidões ou cópias reprográ-
prazo, forma e condições de atendimento. ficas dos dados e documentos que o integram,
ressalvados os dados e documentos de terceiros
Parágrafo único. Não sendo atendida a inti- protegidos por sigilo ou pelo direito à privacida-
mação, poderá o órgão competente, se en- de, à honra e à imagem.
tender relevante a matéria, suprir de ofício
a omissão, não se eximindo de proferir a de- Art. 47. A autoridade encarregada da instrução
cisão. do procedimento que não for competente para
emitir a decisão final elaborará relatório indi-
Art. 40. Quando dados, atuações ou documen- cando o pedido inicial, o conteúdo das fases do
tos solicitados ao interessado forem necessários procedimento e formulará proposta de decisão,
à apreciação de pedido formulado, o não aten- objetivamente justificada, e encaminhará o pro-
dimento no prazo fixado pela Administração cesso à autoridade competente para a decisão.
para a respectiva apresentação implicará arqui-
vamento do processo.
Art. 41. Os interessados serão intimados de
prova ou diligência ordenada, com antecedên-

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CAPÍTULO XI vos que firmaram o convencimento pessoal


DO DEVER DE DECIDIR da autoridade julgadora.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mes-
Art. 48. A Administração tem o dever de explici- ma natureza, pode ser utilizado meio me-
tamente emitir decisão nos processos adminis- cânico que reproduza os fundamentos das
trativos sobre solicitações ou reclamações, em decisões, desde que não prejudique direito
matéria de sua competência. ou garantia dos interessados.
Art. 49. Concluída a instrução de processo ad- § 3º A motivação das decisões dos órgãos
ministrativo, a Administração tem o prazo de colegiados e comissões ou de decisões orais
até trinta dias para decidir, salvo prorrogação constará da respectiva ata ou termo escrito.
por igual período expressamente motivada.

CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XII
DA DESISTÊNCIA E DE OUTROS
DA MOTIVAÇÃO
CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser mo-
tivados, com indicação dos fatos e dos funda- Art. 51. O interessado poderá, mediante mani-
mentos jurídicos, quando: festação escrita, desistir total ou parcialmente
do pedido formulado ou, ainda, renunciar a di-
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou reitos disponíveis.
interesses;
§ 1º Havendo vários interessados, a desis-
II – imponham ou agravem deveres, encar- tência ou renúncia atinge somente quem a
gos ou sanções; tenha formulado.
III – decidam processos administrativos de § 2º A desistência ou renúncia do interes-
concurso ou seleção pública; sado, conforme o caso, não prejudica o
prosseguimento do processo, se a Adminis-
IV – dispensem ou declarem a inexigibilida- tração considerar que o interesse público
de de processo licitatório; assim o exige.
V – decidam recursos administrativos; Art. 52. O órgão competente poderá declarar
VI – decorram de reexame de ofício; extinto o processo quando exaurida sua finali-
dade ou o objeto da decisão se tornar impossí-
VII – deixem de aplicar jurisprudência fir- vel, inútil ou prejudicado por fato supervenien-
mada sobre a questão ou discrepem de pa- te.
receres, laudos, propostas e relatórios ofi-
ciais;
VIII – impliquem anulação, revogação, sus-
CAPÍTULO XIV
pensão ou convalidação de ato administra-
tivo. DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E
CONVALIDAÇÃO
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e
congruente, podendo basear-se em pare- Art. 53. A Administração deve anular seus pró-
ceres anteriores, informações ou decisões, prios atos, quando eivados de vício de legalida-
que, neste caso, serão parte integrante do de, e pode revogá-los por motivo de conveni-
ato, o que não elide a explicitação dos moti-

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ência ou oportunidade, respeitados os direitos III – as organizações e associações represen-
adquiridos. tativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos;
Art. 54. O direito da Administração de anular os
atos administrativos de que decorram efeitos IV – os cidadãos ou associações, quanto a
favoráveis para os destinatários decai em cinco direitos ou interesses difusos.
anos, contados da data em que foram pratica-
dos, salvo comprovada má-fé. Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de
dez dias o prazo para oposição de recurso admi-
Parágrafo único. No caso de efeitos patri- nistrativo, contado a partir da ciência ou divul-
moniais contínuos, o prazo de decadência gação oficial da decisão recorrida.
contar-se-á da percepção do primeiro paga-
mento. § 1º Quando a lei não fixar prazo diferente,
o recurso administrativo deverá ser decidi-
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não do no prazo máximo de trinta dias, a partir
acarretarem lesão ao interesse público nem do recebimento dos autos pelo órgão com-
prejuízos a terceiros, os atos que apresentarem petente.
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria Administração. § 2º O prazo de que trata o parágrafo prece-
dente poderá ser prorrogado por igual perí-
odo, ante justificativa explícita.
Art. 60. O recurso opõe-se por meio de reque-
CAPÍTULO XV rimento no qual o recorrente deverá expor os
DO RECURSO fundamentos do pedido de reexame, podendo
ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO juntar os documentos que julgar convenientes.

Art. 56. Das decisões administrativas cabe re- Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o
curso, em face de razões de legalidade e de mé- recurso não tem efeito suspensivo.
rito. Parágrafo único. Havendo justo receio de
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade prejuízo de difícil ou incerta reparação de-
que proferiu a decisão, a qual, se não a re- corrente da execução, a autoridade recorri-
considerar no prazo de cinco dias, o encami- da ou a imediatamente superior poderá, de
nhará à autoridade superior. ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao
recurso.
§ 2º Salvo exigência legal, a oposição de re-
curso administrativo independe de caução. Art. 62. Oposto o recurso, a autoridade compe-
tente para dele conhecer deverá intimar os de-
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no mais interessados para que, no prazo de cinco
máximo por três instâncias administrativas, sal- dias úteis, apresentem alegações.
vo disposição legal diversa.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando
Art. 58. Têm legitimidade para opor recurso ad- oposto:
ministrativo:
I – fora do prazo;
I – os titulares de direitos e interesses que
forem parte no processo; II – perante autoridade incompetente;

II – aqueles cujos direitos ou interesses fo- III – por quem não seja legitimado;
rem indiretamente afetados pela decisão IV – após exaurida a esfera administrativa.
recorrida;

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§ 1º Na hipótese do inciso II deste artigo, vencimento não houver o dia equivalente


será indicada ao recorrente a autoridade àquele do início do prazo, tem-se como ter-
competente, sendo-lhe devolvido o prazo mo o último dia do mês.
para recurso.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devida-
§ 2º O não conhecimento do recurso não mente comprovado, os prazos processuais não
impede a Administração de rever o ato, se se suspendem.
ilegal, desde que não ocorrida preclusão ad-
ministrativa.
Art. 64. A autoridade competente para decidir o CAPÍTULO XVII
recurso poderá confirmar, modificar, anular ou
DISPOSIÇÕES FINAIS
revogar, total ou parcialmente, a decisão recor-
rida. Art. 68. Os processos administrativos específi-
Parágrafo único. Se da aplicação do dispos- cos continuarão a reger-se por lei própria, apli-
to neste artigo puder decorrer gravame à si- cando-se-lhes apenas subsidiariamente os pre-
tuação do recorrente, este deverá ser cien- ceitos desta lei.
tificado para que formule suas alegações Art. 69 .Esta lei entrará em vigor na data de sua
antes da decisão. publicação.
Art. 65. Os processos administrativos de que re- PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE
sultem sanções poderão ser revistos, a qualquer GOIÁS, em Goiânia, 18 de janeiro de 2001,
tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem 113º da República.
fatos novos ou circunstâncias relevantes susce-
tíveis de justificar a inadequação da sanção apli-
cada.
Parágrafo único. Da revisão do processo
não poderá resultar agravamento da san-
ção.

CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir
da data da cientificação oficial, excluindo-se da
contagem o dia do começo e incluindo-se o do
vencimento.
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o
primeiro dia útil seguinte se o vencimento
cair em dia em que não houver expediente
ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se
de modo contínuo.
§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos
contam-se de data a data. Se no mês do

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI Nº 13.800/2001

1. Disposições Gerais

A Lei nº 13.800/2001 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da


Administração Estadual direta e indireta, visando à proteção dos direitos dos administrados e
ao melhor cumprimento dos fins da Administração. Os preceitos dessa Lei também se aplicam
aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e ao MP, quando no desempenho de função
administrativa.
Para efeitos dessa Lei, considera-se:
→ órgão: a unidade de atuação integrante das estruturas das Administrações direta e indireta;
→ entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
→ autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

2. Princípios do Processo Administrativo

A Administração Pública obedecerá, dentre outros, os seguintes princípios:

a) Legalidade

b) Finalidade

c) Motivação

d) Razoabilidade

e) Proporcionalidade

f) Moralidade

g) Ampla defesa

h) Contraditória

i) Segurança jurídica

j) Interesse público

k) Eficiência

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Princípios Critérios
Legalidade •• atuação conforme a lei e o Direito.
•• atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia
Finalidade total ou parcial de poderes ou competências, salvo
autorização em lei.
•• indicação dos pressupostos de fato e de direito que deter-
Motivação
minarem a decisão.
•• adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior
Razoabilidade e Proporcionalidade
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do in-
teresse público.
•• atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
Moralidade
boa-fé.
•• garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de
alegações finais, à produção de provas e à interposição de
Ampla defesa e Contraditória
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e
nas situações de litígio.
•• observância das formalidades essenciais à garantia dos
direitos dos administrados.
Segurança jurídica e Informalismo •• adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade-
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos
dos administrados.
•• interpretação da norma administrativa da forma que me-
lhor garanta o atendimento do fim público a que se di-
Interesse público rige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
•• objetividade no atendimento do interesse público.
•• busca a otimização dos procedimentos, devendo ser rá-
pida, útil e econômica, buscando os melhores resultados
Eficiência possíveis.
•• divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
hipóteses de sigilo previstas na Constituição.
•• seguimento, de ofício, do processo administrativo, sem
Oficialidade
prejuízo da atuação dos interessados.
•• proibição de cobrança de despesas processuais, ressalva-
Gratuidade
das as previstas em lei.

3. Direitos dos Administrados

O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que
lhe sejam assegurados:
I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de
seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

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II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as
decisões proferidas;
III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação,
por força de lei.
Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos adminis-
trativos em que figure como parte ou interessado:
I – pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;
II – pessoa portadora de deficiência;
IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget
(osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, ou
outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença
tenha sido contraída após o início do processo.
Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de
tramitação prioritária.

4. Dos Deveres os Administrados

São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em


ato normativo:
I – expor os fatos conforme a verdade;
II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III – não agir de modo temerário;
IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos
fatos.

5. Do Início do Processo

Importante: O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.


Obs.: tanto o início quanto o prosseguimento e instrução do processo podem se dar pela parte
interessada ou pela própria Administração Pública (de ofício).

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O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve
ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II – identificação do interessado ou de quem o represente;
III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.
É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o
servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

6. Dos Interessados
São considerados interessados no processo administrativo:
I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais
ou no exercício do direito de representação;
II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses
difusos.
São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de 18 anos, ressalvada previsão
especial em ato normativo próprio.

7. Da Competência
Em regra, a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atri-
buída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial, sendo revogável a
qualquer tempo pela autoridade delegante.

8. Dos Impedimentos e Suspeição


É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se
tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;

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III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge
ou companheiro.
A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade
competente, abstendo-se de atuar. A omissão constitui falta grave.
Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade
notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o 3º grau.

9. Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo

Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.
Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em português, com a data e o local de
sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da
repartição na qual tramitar o processo.
Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e
dos administrados que dele participem devem ser praticados em 5 dias, podendo este prazo
ser dilatado até o dobro por motivo justo, devidamente comprovado.

10. Da Comunicação dos Atos

O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação


do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
A intimação observará a antecedência mínima de 3 dias úteis quanto à data de comparecimento.
A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebi-
mento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o com-
parecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Obs.: se a pessoa não recebeu
correspondência, ou esta não continha as determinações legais, mas comparece espontanea-
mente no processo, não haverá nulidade, sendo considerada intimada.
Importante: O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos
fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Ou seja, se a pessoa intimada não se mani-
festa no prazo legal, não serão considerados verdadeiros os fatos a ele imputados (não significa
confissão), nem significa que renunciou a direitos, podendo, inclusive, ingressar no prossegui-
mento do processo, tendo seu direito a ampla defesa assegurado.
Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em
imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos
de outra natureza, de seu interesse.

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11. Da Instrução

As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada


de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo,
sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.
Proibição de provas ilícitas – são inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas
por meios ilícitos.
O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos
e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
objeto do processo. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as
provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de
terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de 10
dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Logo após, a Administração tem o prazo de até
30 dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

12. Do Dever de Decidir

A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e


sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

13. Da Motivação

Princípio da Motivação – Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
A motivação deve ser explícita, clara e congruente.

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14. Da Desistência e outros casos de Extinção do Processo

Possibilidade de desistência do processo – O interessado poderá, mediante manifestação escri-


ta, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
Entretanto, a desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o pros-
seguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.
Extinção do processo – O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exau-
rida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente.

15. Da Anulação, Revogação e Convalidação

A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorá-
veis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.
Lembrando que, sempre que importar em anulação, revogação ou convalidação, o ato admi-
nistrativo deverá ser motivado, indicando os fatos e fundamentos que jurídicos que justifiquem
sua edição.

16. Do Recurso Administrativo e da Revisão

Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.


Juízo de Retratação – O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se
não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior.
Em regra, a interposição de recurso não depende de caução, salvo exigência legal.
O recurso administrativo tramitará no máximo por 3 instâncias administrativas, salvo disposi-
ção legal diversa.
Legitimidade: Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Administrativo – Profª Tatiana Marcello

O recurso não será conhecido quando interposto:

I – fora do prazo;
II – perante órgão incompetente;
III – por quem não seja legitimado;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
Salvo disposição legal, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso administrativo, e de
no máximo 30 dias o prazo para ser decidido (este prazo poderá ser prorrogado por igual perí-
odo, mediante justificativa).
Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais inte-
ressados para que, no prazo de 5 dias úteis, apresentem alegações.

Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo,
a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis
de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção (proibição da reformatio
in pejus na revisão do processo).

15. Dos Prazos

Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem


o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspen-
dem.

16. Disposições Finais

Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-


-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta lei.

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Direito Administrativo

Professor Rodolfo Souza

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Edital

DIREITO ADMINISTRATIVO

Agente de Polícia Substituto: 1 Estado, Governo e Administração Pública. 1.1 Conceitos, ele-
mentos, poderes e organização. 1.2 Natureza, fins e princípios. 2 Organização administrativa
da União: administração direta e indireta. 3 Atos administrativos. 3.1 Conceitos, requisitos, ele-
mentos, pressupostos e classificação. 3.2 Fato e ato administrativo. 3.3 Atos administrativos em
espécie. 3.4 O silêncio no direito administrativo. 3.5 Cassação. 3.6 Revogação e anulação. 3.7
Processo administrativo. 3.8 Fatos da administração pública: atos da administração pública e
fatos administrativos. 3.9 Formação do ato administrativo: elementos, procedimento adminis-
trativo. 3.10 Validade, eficácia e auto executoriedade do ato administrativo. 3.11 Atos adminis-
trativos simples, complexos e compostos. 3.12 Atos administrativos unilaterais, bilaterais e mul-
tilaterais. 3.13 Atos administrativos gerais e individuais. 3.14 Atos administrativos vinculados e
discricionários. 3.15 Mérito do ato administrativo, discricionariedade. 3.16 Ato administrativo
inexistente. 3.17 Teoria das nulidades no direito administrativo. 3.18 Atos administrativos nulos
e anuláveis. 3.19 Vícios do ato administrativo. 3.20 Teoria dos motivos determinantes. 3.21 Re-
vogação, anulação e convalidação do ato administrativo. 4 Poderes administrativos. 4.1 Poder
hierárquico. 4.2 Poder disciplinar. 4.3 Poder regulamentar. 4.4 Poder de policia. 4.5 Uso e abu-
so do poder. 5 Controle e responsabilização da administração. 5.1 Controle administrativo. 5.2
Controle judicial. 5.3 Controle legislativo. 5.4 Responsabilidade civil do Estado.
Escrivão de Polícia Substituto: 1 Estado, governo e administração pública: conceitos, elemen-
tos, poderes, natureza, fins e princípios. 2 Direito administrativo: conceito, fontes e princípios. 3
Ato administrativo. 3.1 Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies. 3.2 Invalidação,
anulação e revogação. 3.3 Prescrição. 5 Poderes da administração: vinculado, discricionário,
hierárquico, disciplinar e regulamentar. 6 Princípios básicos da administração. 6.1 Responsabili-
dade civil da administração: evolução doutrinaria e reparação do dano. 6.2 Enriquecimento ilí-
cito e uso e abuso de poder. 6.3 Lei nº 8.429/1992 e suas alterações (enriquecimento ilícito no
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou
fundacional). 7 Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação, formas e competên-
cia de prestação. 8 Organização administrativa. 8.1 Administração direta e indireta, centraliza-
da e descentralizada. 8.2 Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia
mista. 9 Controle e responsabilização da administração. 9.1 Controle administrativo. 9.2 Con-
trole judicial. 9.3 Controle legislativo. 9.4 Responsabilidade civil do Estado.

BANCA: Cespe
CARGO: Agente de Polícia e Escrivão

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Direito Administrativo

NATUREZA JURÍDICA E CONCEITO

1. DIREITO ADMINISTRATIVO

É o ramo do direito público que disciplina a atividade administrativa, bem como as pessoas, os
órgãos e os agentes públicos encarregados de desempenhar a referida atividade.
Para Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo brasileiro “sintetiza-se no conjunto harmô-
nico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes
a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”.

1.1. Direito Público:


Tem por objetivo principal a regulação dos interesses da sociedade como um todo, disciplina as
relações entre esta e o Estado. É característica marcante do Direito Público a desigualdade nas
relações jurídicas por ele regidas, tendo em conta a prevalência do interesse publico sobre o
particular.
Ex.: Direito Penal, Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Tributário, etc.
Obs.: por esse motivo, é possível a desapropriação de um imóvel privado para a construção de
uma estrada.

1.2. Direito privado:


Tem como escopo principal a regulação dos interesses particulares, como forma de possibilitar
o convívio das pessoas em sociedade e uma harmoniosa fruição de seus bens. A nota caracte-
rística do Direito Privado é a igualdade nas relações jurídicas entre os polos por ele regidas.
Ex.: Direito Civil e Direito Comercial.

2. CODIFICAÇÃO

É o fenômeno que surgiu na França no século XIX, se tratando da reunião sistematizada em um


único instrumento jurídico de todas as normas de um ramo do direito.
Obs: no Brasil o Direito Administrativo não é codificado, isto é, os textos administrativos não
estão reunidos em um só corpo de lei, como ocorre com outros ramos do nosso direito (penal,
civil).

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3. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Meios pelos quais o direito nasce pelos quais o direito se revela e se impõe no mundo jurídico.
As fontes do Direito Administrativo se dividem em fontes primárias e fontes secundárias:

a) Fontes Primárias, Imediatas:


1. Constituição e as leis
2. Constituição: é a lei maior de um país (art. 37 ao art. 41 CF/88).

b) Fontes Secundárias, Mediatas:


1. Doutrina: a ciência do Direito, conjunto de teses, construções teóricas e formulações des-
critivas acerca do direito positivo, produzidas pelos estudiosos do direito.
2. Jurisprudência: decisões reiteradas dos tribunais em um mesmo sentido.
Súmulas vinculantes: a emenda constitucional n° 45/2004 introduziu em nosso ordenamento a
figura da sumula vinculante, que poderá ser aprovada pela suprema corte (STF), após reitera-
das decisões, com o fim de outorgar força obrigatória, tendo sua aplicação efeito “erga omnes”
(aplicação geral), vinculando as decisões proferidas nos demais órgãos do poder judiciário e a
administração publica.
Obs.: essas decisões judiciais com efeitos vinculantes ou com eficácia “erga ommes” não po-
dem ser consideradas meras fontes secundárias do direito administrativo, e sim fontes princi-
pais.
Obs.: uma das características da doutrina é o seu universalismo, ou seja, enquanto a jurispru-
dência tende a nacionalizar-se, a doutrina tende a universalizar-se.
3. Costumes: é a reiteração de uma conduta, de modo constante e uniforme, por força da
convicção de sua obrigatoriedade (comportamentos reiterados).
4. Princípios Gerais do Direito: postulados gerais universalmente conhecidos, embora muitas
vezes não positivado.

4. SISTEMAS ADMINISTRATIVOS

Os sistemas Administrativos são os meios, formas de controle da atividade administrativa.

a) Sistema do Contencioso Administrativo (SISTEMA FRANCÊS)


Nele existe dualidade de jurisdição, isto é, dois órgãos exercem de forma típica a atividade juris-
dicional, ao lado de uma jurisdição comum, existe uma jurisdição administrativa. Veda o conhe-
cimento pelo Poder Judiciário de atos da Administração Pública, ficando este sujeito à chamada
jurisdição especial do contencioso administrativo.

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Administrativo – Prof. Rodolfo Souza

b) Sistema da unidade de jurisdição, do controle jurisdicional (SISTEMA INGLÊS)


Nele apenas o poder judiciário exerce função jurisdicional de forma típica, podendo resolver os
conflitos sociais com força de coisa julgada (definitiva). Sendo que nenhuma lesão ou ameaça
de lesão escapara da apreciação poder judiciário. Esse sistema foi acolhido de forma expressa
pela Constituição Federal (Art. 5º, XXXV, CF/88).
Obs.: entretanto, afirmar que no Brasil o controle de legalidade da atividade administrativa é
efetivado pelo poder judiciário, não significa tirar da administração publica o poder de contro-
lar seus atos administrativos.

5. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO

Conjunto de princípios e regras que da identidade ao Direito Administrativo, e que se funda-


menta em prerrogativas e sujeições. Essas prerrogativas e essas sujeições traduzem-se, respec-
tivamente, nos princípios da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interes-
se público.
O denominado “regime jurídico-administrativo” é um regime de direito público, aplicável aos
órgãos e entidades que compõem a administração publica e à atuação dos agentes administra-
tivos em geral. Baseia-se na ideia de existência de poderes especiais passíveis de serem exer-
cidos pela administração pública, contrabalanceados pela imposição de restrições especiais à
atuação dessa mesma administração.
•• Princípio Supremacia do Interesse Público sobre o Particular (prerrogativa): No confronto
entre o interesse público e do particular, prevalecerá o primeiro. Não significa esquecimen-
to do interesse particular, mas garante prevalência do interesse público, pois nele se con-
centra o interesse da coletividade.
Ex.: o exercício do poder de polícia, intervenção do Estado na propriedade, como na desa-
propriação.
•• Princípio Indisponibilidade do Interesse Público (restrições): ao mesmo tempo em que
tem poderes especiais à administração, sofre restrições em sua atuação. Essas limitações
decorrem do fato da administração não ser proprietária da coisa pública, mas sim o povo.
Já que não é seu titular não pode dela dispor.
Ex.: obrigação do fiscal de vigilância sanitária aplicar penalidade ao particular que desres-
peita as normas sanitárias.

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PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

São ideias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a eles um sentido
lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de sua estrutura.
Os princípios fundamentais orientadores de toda a atividade da Administração Pública encon-
tram-se, explicita ou implicitamente, no texto da Constituição de 1988.
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

1.1 Principio da Legalidade


A Administração Pública deve agir como a lei determina ou autoriza. Já ao particular tudo é per-
mitido exceto o que a lei proíbe (Art. 5° II, CF/88).
Obs.: não é suficiente a ausência de proibição em lei para que a Administração possa agir, é ne-
cessária a existência de uma lei que imponha ou autorize determinada atuação administrativa.
Essa é a principal diferença entre o principio da legalidade para os particulares e para Adminis-
tração. Aqueles podem fazer tudo o que a lei não proíba; esta só pode fazer o que a lei determi-
ne ou autorize. Inexistindo previsão legal, não há possibilidade de atuação administrativa.
Ex.: o particular pode explorar a atividade econômica, quando bem entender. Já a Administra-
ção somente pode explorar a atividade econômica, nas hipóteses do artigo 173, CF/88 (impe-
rativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei).
Ex.: o particular pode dispor de seu patrimônio, a administração somente pode dispor quando
existir lei autorizando ou determinando, já que a lei representa a vontade geral, emana dos re-
presentantes eleitos do Povo.

1.2 Principio da Impessoalidade


Existem três acepções do termo impessoalidade.
1º isonomia: a Administração deve perseguir o interesse público, de forma impessoal, sem con-
ceder garantias ou prerrogativas a uma pessoa (tratar todos de forma igual).

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Administrativo – Prof. Rodolfo Souza

Ex.: conceder folga de trabalho para um servidor, somente porque ele é filho do governador,
nesse exemplo também há violação ao principio da moralidade.
2º finalidade: é proibida a existência de subjetivismo quando do exercício da atividade admi-
nistrativa, sua finalidade dever ser somente o interesse público.
Ex.: remoção do servidor público, por motivos por perseguição não atendendo o fim especial
que é a melhoria da prestação do serviço publico, constitui ilegalidade por vicio na finalidade
do ato.
3º imputação ou vedação de promoção pessoal: os atos praticados pelo agente público são
imputados a pessoa jurídica a qual ele integre. Veda a publicação de nomes, símbolos que ca-
racterizem promoção pessoal (Art. 37, § 1º, CF/88).
Ex.: prefeita que pinta a todos os órgãos públicos de rosa, cor que foi por ela utilizada na cam-
panha. Prefeito que utiliza símbolo de campanha como nome de órgão público.

1.3 Principio da Moralidade


Não basta a Administração Publica obedecer a lei, ela também deve obedecer a moral, boa-fé,
ética, e a honestidade.
Para Lei nº 8.429/92 (lei de improbidade Administrativa) constitui ato de improbidade admi-
nistrativa os atos que importem em enriquecimento ilícito à custa da administração, os que
importam dano ao erário, atenta contra os princípios da Administração Pública.

Imoralidade Improbidade
Atenta contra os princípios da administração
Atenta contra o princípio da moralidade.
pública, inclusive o da moralidade.

1.4 Principio da Publicidade


O principio da publicidade apresenta dupla acepção:
1º Publicação: em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos que devam
produzir efeitos externos e dos atos que impliquem ônus para o patrimônio publico.
Ex.: o artigo 61 da lei 8.666/93 (Lei dos Contratos Administrativos) estabelece como requisito
indispensável de eficácia dos contratos administrativos a publicação resumida do seu instru-
mento na imprensa oficial.
2º Transparência: essa acepção deriva do princípio da indisponibilidade do interesse publico,
diz respeito à exigência de que seja possibilitado, da forma mais ampla possível, o controle da
Administração Pública.
Exceção: existem casos em que o sigilo é imprescindível à segurança da sociedade e do Estado
(Art. 5° XXXIII, CF/88).

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1.5 Principio da Eficiência
Introduzido pela emenda constitucional n° 19/98, como princípio expresso, no caput do art. 37
da constituição, ao lado dos princípios anteriormente tutelados. Para a professora Maria Sylvia
Di Pietro o principio em foco apresenta dois aspectos.
1º Aspecto: Diz respeito à forma de organização da Administração, que deve atentar para os
padrões modernos de gestão, vencendo o peso burocrático, atualizando-se e modernizando-se
Ex.: são as agências executivas que assinam contrato de gestão com a administração, ganhando
mais autonomia, mas comprometendo-se a obter melhores resultados (art. 37 § 8º, CF/88).
2º Aspecto: Relativo à forma de atuação do agente público, espera-se o melhor desempenho
possível de suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados:
Ex.: avaliação especial de desempenho para a aquisição da estabilidade pelo servidor
público(Art. 41 CF/88).
Ex.: perda do cargo do servidor estável mediante procedimento de avaliação periódica de de-
sempenho, na forma da lei complementar, assegurada ampla defesa (Art. 41 CF/88).
Ex.: participação em escolas de governo, para a formação e aperfeiçoamento dos servidores,
como requisito para promoção (Art. 39 § 2°, CF/ 88).

1.6 Princípio da Continuidade


Também chamado de princípio da permanência; atividade administrativa em especial o serviço
público não pode ser interrompido, paralisado.

Institutos que garantem a Continuidade:


1º restrições no direito de greve dos servidores. Ex.: militar é proibido de fazer greve.
2º exceção do contrato não cumprido: impossibilidade de descumprimento do contrato, pelo
contratado mesmo que a administração (contratante) tenha deixado de satisfazer suas obriga-
ções contratuais. O contratado somente deixara de cumprir se a Administração não cumprir
com seu encargo por mais de 90 dias.

1.7 Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade


Não se encontram expressos no texto constitucional. São eles, na verdade, princípios gerais de
Direito, aplicáveis a praticamente todos os ramos da ciência jurídica.
Embora não seja feita muitas vezes uma distinção precisa entre os princípios ora em tela, os
administrativistas associam o principio da razoabilidade as analises de adequação e de necessi-
dade do ato ou da atuação administrativa.
O requisito da adequação o administrador a perquirir se o ato por ele praticado mostra-se efe-
tivamente apto a atingir os objetivos pretendidos (alcançará o ato os resultados almejados?).

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Administrativo – Prof. Rodolfo Souza

Já o requisito da necessidade concerne à exigibilidade ou não da adoção das medidas restri-


tivas. Deve-se indagar se haveria um meio menos gravoso à sociedade e igualmente eficaz na
consecução dos objetivos visados (os mesmos resultados não poderiam ser alcançados com
medida mais prudente, mais branda, menos restritiva?).

a) Principio da razoabilidade
Tem por escopo aferir a compatibilidade entre os meios empregados e os fins visados na prati-
ca de um ato administrativo, de modo evitar restrições aos administrados inadequadas, desne-
cessárias, arbitrarias ou abusivas por parte da Administração Pública.
Por ele sabe-se que o administrador não pode atuar segundo valores pessoais, optando por
adotar providências segundo valores ordinários, comuns a toda coletividade. Busca pela Justi-
ça. Tem sido muito comum o uso da razoabilidade para considerar algumas discriminações que
são realizadas pela Administração, seja para corrigir desigualdades históricas ou garantir uma
melhor prestação do serviço publico.
Ex.: limite de idade, altura mínima, para concurso, cotas para negros nas universidades, etc.

b) Principio da Proporcionalidade
O principio obriga a permanente adequação entre os meios e os fins, banindo medidas abusi-
vas ou de qualquer modo com intensidade superior ao estritamente necessário.
O postulado da proporcionalidade está, no controle dos atos sancionatórios, determinando
que a sanção aplicada deve guardar relação com a gravidade da lesão.
Ex.: fiscal de vigilância sanitária que interdita por 15 dias o supermercado, porque existem duas
caixas de leite vencidas.
Ex.: servidor pontual que é demitido, após sua primeira falta.
Obs.: os exemplos acima demonstram latente violação ao principio da proporcionalidade.

1.8 Princípios Motivação


Os atos administrativos devem ser motivados, devidamente justificados, devendo ser expostas
as razões de fato e de direito que justificaram a decisão.
Obs.: nos atos vinculados a motivação é obrigatória, nos atos discricionários ela é facultativa.
(art. 50 da L.9.784/99), mas a doutrina moderna diz ser a motivação sempre obrigatória, sendo
inclusive mais necessária a motivação nos atos discricionários.

1.9 Princípios Autotutela


O poder de autotutela possibilita a Administração pública controlar seus próprios atos, apre-
ciando-os, revogando os inconvenientes ou anulando os ilegais (sumulas nº 346 e 473 do STF).

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Obs.: importante deixar claro que o controle de legalidade efetuado pela administração sobre
seus próprios atos, evidentemente, não exclui a possibilidade de apreciação da legalidade des-
ses pelo Poder Judiciário.
Obs.: não se pode confundir o poder de autotutela com tutela administrativa, expressão em-
pregada como sinônimo de controle finalístico, ou supervisão, que a Administração Direta exer-
ce, nos termo e limites da lei, sobre as entidades da Administração Indireta.

1.10 Principio do Controle Judicial


Decorre do sistema inglês ou da unidade de jurisdição estando consagrado no artigo 5º XXXV
da CF/88. Podendo o poder judiciário rever os atos administrativos quanto seu aspecto de lega-
lidade.

1.11 Principio da Responsabilidade Civil do Estado


O Estado responde objetivamente pelos atos ilegais praticados por seus agentes, tendo respon-
sabilidade de reparar os danos causados por terceiros. Já a responsabilidade penal é do agente
público (art. 37 § 6º, CF/88).

2. A VEDAÇÃO DO NEPOTISMO REPRESENTA OS PRINCÍPIOS DA


IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, EFICIÊNCIA E ISONOMIA

O STF sumulou tal matéria – súmula vinculante n. 13


Não se admite (dentro da proibição do nepotismo) função gratificada, atribuída a parente,
em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, bem como o nepotismo cruzado
(“compreendido o ajuste mediante designações recíprocas”). Não estão inseridos os agentes
políticos nestas proibições.
Súmula Vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, cola-
teral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exer-
cício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração
pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição
Federal.

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Administrativo – Prof. Rodolfo Souza

DEVERES E PODERES ADMINISTRATIVOS

1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

Como já exposto na aula passada o regime jurídico administrativo tem fundamento em dois
postulados básicos (e implícitos), a saber, o principio da supremacia do interesse público e o
princípio da indisponibilidade do interesse público.
Do primeiro desses postulados derivam todas as prerrogativas especiais de que dispõe a admi-
nistração pública, as quais a ela são conferidas tão somente na estrita medida em que necessá-
rias à satisfação dos fins públicos cuja persecução o mesmo ordenamento jurídico lhe impõe.
Tais prerrogativas consubstanciam os chamados poderes administrativos.
De outra parte, como decorrência da indisponibilidade do interesse público, a Constituição e
as leis impõem ao administrador público alguns deveres específicos e peculiares, preordena-
dos a assegurar que sua atuação efetivamente se dê em benefício do interesse público e sob o
controle direto e indireto do titular da coisa pública, o povo. São esses os chamados deveres
administrativos.

2. DEVERES ADMINISTRATIVOS

A doutrina de um modo geral enumera como alguns dos principais deveres impostos aos agen-
tes administrativos pelo ordenamento jurídico:

2.1 Poder-dever de agir


As competências administrativas, por serem conferidas visando ao atingimento de fins públi-
cos, implicam ao mesmo tempo um poder visando atingimento de fins públicos e um dever do
exercício dessas funções.
Enquanto no direito privado o poder de agir é mera faculdade, no direito administrativo é uma
imposição, um dever de exercício das competências que o agente não pode dispor. Os poderes
são irrenunciáveis, devendo ser obrigatoriamente exercidos.
Ex.: o agente de vigilância sanitária ao verificar que existem mercadorias estragadas na prate-
leira do supermercado não pode optar se aplica a punição, pois essa se traduz em verdadeiro
dever, se acaso ele não agir comete crime.
Ex.: policial militar em barreira policial verifica motorista embriagado e o libera, comete crime,
pois não agiu tendo esse dever imposto pela ordem jurídica, além do mais se por acaso o mo-
torista vier a colidir o veiculo vitimando terceiros o Estado, responde pelos prejuízos por este
causados.

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2.2 Dever de eficiência
Traduz-se na exigência de elevado padrão de qualidade na atividade administrativa, na impo-
sição de que o administrador e os agentes públicos em geral tenham sua atuação pautada por
celeridade e perfeição técnica, economicidade, coordenação, controle, entre outros atributos.
A emenda constitucional nº 19/98, erigiu esse dever a qualidade de principio constitucional.
Ex.: avaliação especial de desempenho para a aquisição da estabilidade pelo servidor público

2.3 Dever de probidade


Exige que o administrador público, no desempenho de suas atividades, atue sempre com ética,
honestidade e boa-fé, em consonância com o principio da moralidade administrativa.
Ex.: administrador público que enriquece a custas da administração viola o dever de probidade.

2.4 Dever de prestar contas


Decorre diretamente do principio da indisponibilidade do interesse publico, sendo inerente à
função do administrador público, mero gestor de bens e interesses alheios, vale dizer, do povo.
É um dever indissociável do exercício de função pública, imposto a qualquer agente que de
algum modo seja responsável pela gestão ou conservação de bens públicos. Aliás, o dever de
prestar contas é tão abrangente e inafastável que a ele estão sujeitos, inclusive particulares aos
quais de algum modo sejam entregues recursos públicos de qualquer espécie como determina
o artigo 70 parágrafo único da Constituição Federal.
Em síntese, consoante a lição do Professor Hely Lopes Meirelles: quem gere dinheiro público ou
administra bens ou interesses da comunidade deve contas ao órgão competente para a fiscali-
zação.

3. PODERES ADMINISTRATIVOS

São prerrogativas ou competências de Direito Público que a ordem jurídica reconhece a admi-
nistração como forma de garantir a supremacia do interesse público sobre o particular, bem
como a preservação do Bem Comum.

3.1 Características:
•• Os poderes são irrenunciáveis, por causa do princípio da indisponibilidade do interesse pú-
blico.
•• Os poderes são condicionados, limitados em respeito ao princípio da legalidade.

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3.2 Espécies de Poderes


Usualmente a doutrina elenca seis espécies de poderes da Administração.
•• Poder Vinculado;
•• Poder Discricionário;
•• Poder Disciplinar;
•• Poder de Polícia;
•• Poder Hierárquico
•• Poder Regulamentar ou Normativo

3.3 Poder Vinculado


É aquele que impõe a administração uma única forma de agir, não resultando nenhuma mar-
gem de liberdade ou escolha para a Administração, se estiverem presentes os requisitos legais
a Administração cumpre o ato.
Ex.: licença para construir, sempre que o requerente cumpra com os requisitos da lei, a Admi-
nistração estará obrigada a conceder a licença.

3.4 Poder Discricionário


É aquele em que a administração tem liberdade de atuação para considerar critérios de opor-
tunidade e conveniência e escolher no caso concreto o melhor ato para atender o interesse
público. A discricionariedade é a liberdade nos termos da lei.
Ex.: autorização para portar arma, mesmo que o requerente cumpra com os requisitos da lei, a
Administração poderá decidir motivadamente se concede ou não o porte.

3.5 Poder Hierárquico


É o poder que tem a Administração de distribuir e escalonar as funções entre seus órgãos, de
fiscalizar e rever os atos de seus agentes, criando uma relação de hierarquia e subordinação.
Esse poder é uma característica típica da função administrativa.
Ex.: relação da Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar ou Civil, no âmbito do Gover-
no Estadual.

3.6 Poder Disciplinar


É o poder que tem a Administração de apurar infrações e aplicar penalidades, em relação a
seus servidores, bem como em face aqueles sujeitos à disciplina administrativa, por meio de
um contrato.

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Ex.: Punir o militar que faltar a serviço, aplicar uma penalidade ao contratado que descumpre
encargo com a Administração.

3.7 Poder Regulamentar ou Normativo


É o poder conferido aos órgãos do poder executivo em especial ao seu chefe de editar normas
gerais, abstratas e impessoais, para dar fiel execução a lei.

Espécie de Poder Regulamentar:


1º Regulamento Executivo ou de Execução: é aquele que é editado para dar fiel execução a lei,
ele apenas disciplina, detalha um conteúdo previamente existente em uma lei não inovando a
ordem jurídica. (Art. 84 IV, CF/88).
Ex.: Dec. Nº 5.912, de 27-9-2006, que regulamenta o Sistema Nacional de Políticas Públicas so-
bre Drogas – SISNAD instituído pela lei 11.343/06 (Lei de Drogas).
2º Regulamento autônomo ou independente: é aquele que disciplina relação jurídica não pre-
vista em lei, portanto tem capacidade de inovar a ordem jurídica. (Art. 84 VI CF/88)
Art. 84, CF/88. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Obs.: o exercício do poder regulamentar é atividade administrativa típica, já quando o executi-
vo edita lei delegada, Medida Provisória ele exerce função legislativa de forma atípica.
Controle do poder regulamentar: Compete ao próprio poder executivo ou ao poder legislativo
ou mesmo ao poder judiciário exercer controle sobre o poder regulamentar (Art. 49, V, CF/88).

3.8 Poder de Polícia


É a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo
de bens, atividades e direitos individuais em beneficio da coletividade.
Art. 78 do CTN. Considera se poder de polícia a atividade da administração pública que, limi-
tando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à proprieda-
de e aos direitos individuais ou coletivos.

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a) Características do Poder de Polícia: o poder de polícia é:


•• Discricionário, a Administração na ora de praticar os atos de polícia tem uma razoável liber-
dade de escolha.
Ex.: o agente de vigilância sanitária decide qual penalidade (dentre as previstas) vai aplicar ao
comerciante que mantém produto vencido nas prateleiras.
•• Autoexecutório, é a possibilidade que certos atos administrativos têm de imediata e direta
execução sem ordem judicial.
Ex.: remoção de veiculo estacionado em local proibido.
•• Coercitivo, traduz-se na possibilidade de as medidas adotadas pela Administração Pública
serem impostas coativamente ao administrado, inclusive mediante o emprego de força fí-
sica.
Faz-se oportuno registrar que, embora a doutrina comumente aponte a autoexecutoriedade e
a coercibilidade como diferentes atributos do poder de polícia, não existe uma distinção preci-
sa entre eles.
Obs.: o poder de polícia somente pode ser praticado por autoridade pública competente, não
podendo ser delegado ao particular.

b) Ciclos do Poder de Polícia:


•• Ordem de Polícia: corresponde à legislação que estabelece os limites e condicionamentos
ao exercício de atividades privadas e ao uso de bens. A ordem de polícia sempre deve estar
presente e corresponde a fase inicial de qualquer ciclo de polícia.
•• Consentimento de Polícia: se traduz na anuência prévia da administração, quando exigida,
para a prática de determinadas atividades privadas ou para determinado exercício de po-
deres concernentes à propriedade privada (licenças e autorizações).
•• Fiscalização de Polícia: é a atividade mediante a qual a administração pública verifica se
está havendo o adequado cumprimento das ordens de polícia pelo particular a elas sujeito.
•• Sanção de Polícia: é a atuação administrativa coercitiva por meio da qual a atividade admi-
nistrativa, constatando que está sendo violada uma ordem de polícia, ou que uma ativida-
de privada previamente consentida esta sendo executada em desacordo com as condições
estabelecidas no ato de consentimento, aplica ao particular infrator uma medida repressi-
va (sanção), dentre as previstas na lei de regência.

c) Poder de Polícia originário


É aquele exercido pela administração pública direta, ou seja, pelos órgãos integrantes da estru-
tura das diversas pessoas políticas da federação (União, estados, DF e municípios).

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d) Poder de Polícia delegado
É aquele exercido pelas pessoas administrativas do Estado, isto é pelas pessoas integrantes da
administração indireta.
Obs.: prevalece na doutrina o entendimento que o poder de polícia não pode ser delegado ao
particular nem as pessoas administrativas de direito privado (sociedade de economia mista e
empresa pública).

e) Diferença entre atividade de polícia administrativa e atividade de polícia judiciá-


ria:
Será atividade de policia administrativa a que incida na seara das infrações administrativas e
atividades de policia judiciaria a concernente ao ilícito de natureza penal. O exercício da pri-
meira esgota-se no âmbito da função administrativa, enquanto a polícia judiciária prepara a
atuação da função jurisdicional penal.
Cumpre observar, ainda que a polícia administrativa é exercida sobre atividades privadas, bens
ou direitos, enquanto a policia judiciaria incide diretamente sobre pessoas.
Por fim, a polícia administrativa é desempenhada por órgãos administrativos de caráter fisca-
lizador, integrantes dos mais diversos setores de toda a administração pública, ao passo que a
polícia judiciária é executada por corporações específicas (polícia civil e a polícia federal e ain-
da, em alguns casos, a polícia militar, sendo que esta última exerce também a função de polícia
administrativa).

4. ABUSO DE PODER

É o uso de prerrogativas em desconformidade com a lei. Divide-se em duas espécies:

a) Excesso de Poder
O agente exorbita seu poder, ele pratica um ato fora da sua competência, trata-se de vício no
elemento competência do ato administrativo.
Ex: PM, que faz a busca, mas ao fazê-la agride o revistado com tapas.

b) Desvio de Poder ou Finalidade


Quando o ato é praticado visando finalidade diversa da prevista em lei, trata-se de vício no ele-
mento finalidade do ato administrativo.
Ex: desapropriação para vingar de inimigo político, remoção do servidor publico por persegui-
ção.
Obs.: o ato praticado com abuso de poder é ilegal, podendo constituir crime da Lei 4.898/65
(Abuso de Autoridade).

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NOÇÕES DE ESTADO

1. CONCEITO DE ESTADO

Nação politicamente organizada, dotado de personalidade jurídica de direito publico própria,


sendo pessoa jurídica de direito publico interno e internacional de quatro elementos básicos:
•• Povo
•• Território
•• Poder Soberano/ Governo Soberano
•• Finalidade Definidas
“Estado é uma sociedade politicamente organizada, dotada de um território, de um povo e com
objetivos determinados”. Conceito de Estado Moderno de Maquiavel, ano 1513, no livro “O
Príncipe”.
A organização do Estado é matéria de cunho constitucional, especialmente no tocante à divi-
são política de seu território, à organização de seus poderes, à forma de governo adotada e ao
modo de aquisição do poder pelos governantes.

a) Povo
É o componente pessoal do Estado, formado pelos cidadãos que o compõem. Não se pode con-
fundir com população ou com habitantes que não são conceitos jurídicos e sim demográficos.
Cidadãos Sentido Lato: toda pessoa humana nacional que possuem direitos e obrigações, nes-
se conceito estão incluídas as crianças, os adolescentes, doentes mentais, analfabetos, etc.
Cidadãos Sentido Restrito: toda pessoa humana nacional que exerce direitos políticos (art. 12
e 14 CF/88).

b) Território
É o componente espacial do Estado, é a porção de terra sobre a qual o Estado exerce sua sobe-
rania, seu poder, seu império, sua jurisdição (art. 5°, CP).

c) Poder Soberano
É a capacidade de impor seu poder sobre a vontade de terceiros. O Estado exerce o que se de-
nomina de poder político, possibilidade da violência legitima.
Ex.: busca e apreensão, prisão, etc.
Não podemos esquecer que todo poder emana do povo que o exerce por meio de seus repre-
sentantes (art. 1º, parágrafo único, CF/88).

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d) Finalidade
O Estado tem como finalidade atingir o bem comum.

1.1 Formas de Estado


Define como o Estado se organiza dentro de seu território, como ele se divide:

a) Estado Unitário
É marcado pela centralização política, em um só poder politico central irradia sua competência,
de modo exclusivo, por todo o território e sobre toda a população.
Ex.: República Oriental do Uruguai.

b) Estado Composto ou Federado


Tem como característica a descentralização politica, marcadas pela convivência em um mesmo
território, de pessoas políticas autônomas.
Ex.: República Federativa do Brasil.

2. GOVERNO

a) Governo (subjetivo, formal, orgânico)


Se refere aos sujeitos, órgãos constitucionais encarregados de exercer a função política (execu-
tivo e legislativo).

b) Governo (objetivo, material, funcional)


Se refere à atividade política, própria função política.
Obs.: a função politica consiste em gerir os negócios superiores do Estado, definir o futuro do
Estado.

2.1 Sistemas de Governo


O modo com se dá a relação entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das fun-
ções governamentais representa outro aspecto importante da organização estatal. A depender
das características desse relacionamento, da maior independência ou maior colaboração entre
eles, temos dois sistemas de governo:

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a) Presidencialismo
Predomina a divisão dos poderes, que devem ser independentes e harmônicos entre si. O Pre-
sidente da República exerce a chefia do Poder Executivo em toda sua inteireza, acumulando as
funções de chefe de Governo e chefe de Estado. Por sua vez o legislativo não está sujeito à dis-
solução pelo Executivo, uma vez que seus membros são eleitos para um período determinado.
Ex.: Brasil.

b) Parlamentarismo
Há predominantemente uma colaboração entre os poderes Executivo e Legislativo. Nele o Po-
der Executivo é dividido em duas frentes: uma chefia de governo, exercida pelo primeiro minis-
tro e uma chefia de Estado exercida pelo Presidente ou Monarca.
Ex.: Inglaterra.

2.2 Formas de Governo


O conceito está relacionado com a maneira como se dá a instituição e a transmissão do poder
na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados.

a) República
Caracterizada pela eletividade e pela temporalidade dos mandatos do chefe do Poder Executi-
vo, com o dever de prestação de contas (responsabilidade do governante).
Ex.: Brasil.

b) Monarquia
Caracterizada pela hereditariedade e vitaliciedade, com ausência de prestação de contas (irres-
ponsabilidade do monarca).
Ex.: Inglaterra.

3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
3.1. Sentido Amplo
Abrange os órgãos de governo que exercem função politica, e também os órgãos e pessoas
que exercem a função meramente administrativa. Deve-se entender por função politica, neste
contexto, o estabelecimento das diretrizes e programas de ação governamental, dos planos de
atuação do governo, a fixação das denominadas políticas públicas. De outra parte, função me-
ramente administrativa resume-se à execução das políticas públicas formuladas no exercício da
referida atividade política.
Ex.: legislativo, executivo e judiciário.

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3.2. Sentido Estrito
Só inclui os órgãos e pessoas que exercem a função meramente administrativa, de execução
dos programas de governo. Ficam excluídos os órgãos políticos e as funções politicas, de elabo-
ração de politicas publicas. Divide-se em:

a) Subjetiva, Formal, Orgânica (Administração) quem realiza?


É o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas públicas e agentes públicos que nosso ordenamento
jurídico identifica como administração pública, não importa a atividade que exerçam (como
regra, evidentemente esses órgãos, entidades e agentes desempenham função administrativa).
O Brasil adota o critério formal da administração pública. Portanto, somente é administração
pública, juridicamente, aquilo que nosso direito assim considera, não importa a atividade que
exerça. A administração pública, segundo nosso ordenamento jurídico, é integrada exclusiva-
mente: pelos órgãos integrantes da denominada administração direta (são órgãos integrantes
da estrutura de uma pessoa política que exercem função administrativa) e pelas entidades da
administração indireta.
Somente são entidades da administração indireta estas, e nenhuma outra, não importa a ativi-
dade que exerçam:
•• Autarquias;
•• Fundações Públicas (FP);
•• Empresa Pública (EP);
•• Sociedade de Economia Mista (SEM);
Dessa forma, temos entidades formalmente integrantes da administração pública brasileira
que não desempenham função administrativa, e sim atividade econômica, como ocorre com a
maioria das empresas públicas e sociedades de economia mista (art. 173, CF).
Por outro lado, há entidades privadas, não integrantes da administração pública formal, que
exercem atividades identificadas como próprias da função administrativa, a exemplo das con-
cessionarias de serviços públicos (que atuam por delegação) e das organizações sociais (que
exercem atividade de utilidade pública, previstas em contrato de gestão celebrado com o Poder
Público); apesar da atividade exercida, essas entidades privadas, cabe repetir não integram a
administração pública brasileira, justamente porque no Brasil é adotado o critério formal.

b) Objetiva, Material, Funcional (administração) o que é realizado?


Representa o conjunto de atividades que costumam ser consideradas próprias da função admi-
nistrativa. O conceito adota como referência a atividade (o que é realizado), não quem obriga-
toriamente realiza.
São usualmente apontadas como próprias da administração pública em sentido material as se-
guintes atividades:

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a) Serviços Públicos:
É a atividade material de interesse público, prestada pelo Estado ou por quem lhe faça às vezes,
que consiste em oferecer uma utilidade, uma comodidade ao administrado segundo normas de
direito público, ou predominantemente público.
Ex.: transporte urbano, gás canalizado, policiamento, etc.

b) Poder de Polícia
É a atividade administrativa que consiste em limitar, condicionar, restringir o exercício de um
direito, relacionado à liberdade ou a propriedade, para conciliar o interesse público com o inte-
resse privado.
Ex.: art. 78, CTN

c) Fomento
É a atividade administrativa que consiste em incentivar as atividades privadas de interesse pú-
blico.
Ex.: concessão de benefícios ou incentivos fiscais, paraestatais (SESC, SESI, SENAC, etc.).

d) Intervenção do Estado no Domínio Econômico:


a) Direta: o Estado explora a atividade Econômica (não é atividade administrativa) (art.
173 CF/88 traz as hipóteses excepcionais).
Ex.: Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica.
b) Indireta: o Estado regula, normatiza, fiscaliza a atividade econômica, é a própria ati-
vidade administrativa (art. 174 CF/88).
Ex.: Banco Central, ANATEL, ANP, etc.

4. EXERCÍCIO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA

A atividade administrativa é exercida de forma típica pelo poder executivo, mas não podemos
esquecer que os poderes Judiciário e Legislativo, também exercem atividade administrativa de
forma atípica, relacionada com o exercício de suas atividades de gestão.
Ex.: contratação de pessoal, punição de servidor faltoso, aquisição de material, etc.

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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

1. ENTIDADES POLÍTICAS

Pessoas políticas ou entes federados, caracterizados por possuírem autonomia política. Sim-
plificadamente pode-se dizer que autonomia política é traduzida pela capacidade de auto-
-organização (elaboração de suas próprias Constituições ou Leis Orgânicas) e, sobretudo, pela
possibilidade de legislar, mas precipuamente de editar leis com fundamento em competências
próprias, diretamente atribuídas pela Constituição da República.
As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito publico interno dotadas de diversas com-
petências de natureza política, legislativa e administrativas, todas elas conferidas pela Consti-
tuição Federal.
Ex.: No Brasil, são pessoas políticas a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

2. ENTIDADES ADMINISTRATIVAS

São pessoas jurídicas que integram a administração pública formal brasileira, sem dispor de
autonomia política. São as pessoas jurídicas que compõem a administração indireta, a saber, as
autarquias, as fundações as sociedades de economia mista e as empresas públicas.
Embora as entidades administrativas não tenham autonomia política, possuem autonomia ad-
ministrativa, capacidade de autoadministração, o mesmo que dizer, não estão subordinadas à
pessoa política instituidora, mas apenas vinculadas por intermédio do poder de tutela.

3. DISTINÇÃO ENTRE ENTIDADES POLÍTICAS E ENTIDADES ADMINISTRATIVAS

Resumindo os dois tópicos anteriores, as entidades políticas tem competência legislativa (edi-
tar leis) e administrativa, recebida diretamente da Constituição Federal, enquanto as entidades
administrativas só possuem competências administrativas, isto é, de mera execução, recebida
pela lei. Deve-se frisar este ponto: a fundamental distinção entre elas reside no fato que as en-
tidades políticas possuírem competência para editar leis, ao passo que as entidades administra-
tivas em nenhuma hipótese legislam, limitando-se a exercer competências de execução das leis
editadas pelas entidades politicas.

4. NOÇÕES DE CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO

O Estado exerce a atividade administrativa por meio de órgãos, pessoas jurídicas e seus respec-
tivos agentes. Para o desempenho de suas atribuições, o Estado adota duas formas de organi-
zação administrativa: centralizada e descentralizada.

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4.1 Centralizada ou Centralização


Significa que a atividade administrativa é prestada diretamente pelo Estado através de seus
órgãos internos. Ocorre a chamada centralização administrativa sempre que o Estado executa
suas tarefas diretamente por meio de seus órgãos e agentes da denominada administração
direta.
Ex.: nesse caso, os serviços são prestados diretamente pelos órgãos do Estado, integrantes de
uma mesma pessoa política (união, Estados, Distrito Federal e Municípios).

4.2 Descentralizada ou Descentralização


Significa que a atividade administrativa será prestada por outra pessoa criada pelo Estado ou
contratada por ele. A transferência de poder pode ser por Lei ou contrato.

a) Descentralização Geográfica ou Territorial


Se verifica quando o Estado Cria uma Pessoa Jurídica de Direito Público, com uma dada abran-
gência Territorial e a ela atribui capacidade administrativa genérica.
Ex.: Maria Silvia D’ Pietro da como exemplo os Territórios.

b) Descentralização por Serviços, Funcional ou Outorga legal


É quando o Estado cria por lei, pessoas jurídicas de direito público ou privado e a elas transfere
a titularidade e a execução de um serviço.
Ex.: administração indireta, Petrobras, FUNAI, Anatel, Banco do Brasil, etc.

c) Descentralização por Colaboração, Delegação


Ocorre quando o Estado transfere a um particular apenas a execução ou exercício de uma ativi-
dade administrativa, sendo esta transferência realizada por contrato administrativo ou ato uni-
lateral. Tem como principal característica a precariedade do vinculo entre estado e particular,
podendo o ato de concessão o permissão ser revogado a qualquer tempo.
Obs.: Na colaboração o Estado não cria nenhuma pessoa, ele apenas transfere a alguma pessoa
já existente a execução de uma atividade.
Ex.: concessão ou permissão de serviços (autorização), TAM, GOL, TIM, OI, etc.
Obs.: A titularidade da atividade administrativa continua sendo do Estado na descentraliza-
ção funcional ele pode editar nova lei chamando para si a atividade, e na descentralização por
colaboração o Estado extingue o ato de delegação (contrato).
Obs.: em nenhuma forma de descentralização há hierarquia, na relação entre administração di-
reta e indireta, diz-se que há vinculação (e não subordinação). A primeira exerce sobre a segun-

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da o chamado controle finalístico, ou tutela administrativa ou supervisão. Para o exercício do
controle finalístico é exigida expressa previsão legal, que determinará os limites e instrumentos
de controle.

5. DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA

Diferentemente da descentralização que envolve sempre mais de uma pessoa jurídica, a des-
concentração ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica. Trata-
-se de mera técnica administrativa de distribuição de competências de uma mesma pessoa ju-
rídica.

6. CONCEITO DE ÓRGÃO

São unidades integrantes da estrutura de uma mesma pessoa jurídica nas quais são agrupadas
competências a serem exercidas por meios de agentes públicos, não possuem personalidade
jurídica.

7. ADMINISTRAÇÃO DIRETA

É o conjunto de órgão que integram as pessoas politicas do Estado (União, Estados, Distrito
Federal e municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício de forma centrali-
zada de atividades administrativas.

8. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

É o conjunto de pessoas jurídicas desprovidas de autonomia politica que, vinculadas à


administração direta tem a competência para o exercício de forma descentralizada de atividades
administrativas. No Brasil são espécies de administração indireta:
a) Autarquias;
b) Fundações Públicas;
c) Empresas Públicas;
d) Sociedades de Economia Mista;

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8.1 Características da Administração Indireta:

a) Tem personalidade jurídica própria


Ela responde pelos seus atos, tem patrimônio e receitas próprios que servem para arcar com
sua responsabilidade. Não interessa a origem do patrimônio e da receita.

b) Autonomia Administrativa
Goza de autonomia técnica, administrativa e financeira, mas não política, ela não tem aptidão
para legislar, nem mesmo a agência reguladora tem esta aptidão.
Obs.: elas sofrem controle externo, feito pela administração direta (princípio da tutela ou su-
pervisão).

c) Finalidade
Ela não tem fins lucrativos, mas isto não impede que o lucro aconteça.

d) Princípio da Especialidade
Somente pode ser alterada mediante lei (que cria ou autoriza), pois ela define a especialidade.

8.2 Criação e extinção de entidades da administração indireta


Somente por meio de lei. Trata-se de uma lei ordinária especifica, ela cria a autarquia e autori-
za a criação das demais pessoas jurídicas (fundação, empresa pública e SEM). Quando a lei cria
a autarquia, ela já esta pronta para o mundo jurídico, porém quando a lei autoriza a criação, é
preciso o registro. Se a lei cria, ela extingue; se ela autoriza a criação ela autoriza a extinção.
Estamos falando do paralelismo de formas, o que se usar para criar se usa para extinguir (art.
37 § XIX, CF/88).
Obs.: se pessoa jurídica tiver natureza comercial será registrada na junta comercial e se for civil
é no cartório.

9. ENTIDADES EM ESPÉCIES

9.1 Autarquias
Conceito: entidade com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receitas pró-
prios e capacidade de autoadministração sob controle estatal, para realizar atividades e servi-
ços de Poder Público que, para melhor desempenho, requeiram gestão administrativa e finan-
ceira descentralizada.

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Exemplo: Banco Central do Brasil (BACEN), Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Conselhos fiscalizadores de profissão exce-
to a OAB.
Obs.: embora os Conselhos Fiscalizadores de Profissão sejam autarquias, o STF decidiu que a
Ordem dos Advogados do Brasil, especificamente, é uma exceção, configurando uma entida-
de impar, sui generis, um “serviço público independente”, não passível de enquadramento em
nenhuma categoria regular prevista em nosso ordenamento, nem integrante da Administração
Pública.

a) Criação e extinção
São criadas por lei específica, possuem patrimônio próprio, são autônomas. Integram a admi-
nistração indireta e prestam serviço público descentralizado. (art. 37 XIX, CF/88).
Obs.: de acordo com o artigo 61, §1º, II “e”, CF/88 é de competência privativa do chefe do Po-
der Executiva a iniciativa de lei.

b) Controle interno
Com fundamento na autotutela.

c) Controle externo
Feito pela administração direta que foi responsável por sua criação, com base no poder de tu-
tela.

d) Bens
Os bens da autarquia são públicos, portanto são impenhoráveis, imprescritíveis, inaliená-
veis de forma relativa, pois se preencherem certos requisitos pode ser alienado (art. 17, da lei
8666/93).
•• Impenhorável: a penhora é instituto de natureza constritiva que recai sobre o patrimônio
do devedor para propiciar a satisfação do credor na hipótese de não pagamento da obriga-
ção.
•• Imprescritibilidade: os bens públicos são imprescritíveis, isto é, são insuscetíveis de aquisi-
ção mediante usucapião (a aquisição da propriedade de usucapião é denomina prescrição
aquisitiva do direito de propriedade).
•• Inalienabilidade: não podem ser alienados (alugados, vendidos), de forma relativa pois
existem possibilidade de que sejam na forma da lei.

e) Os débitos judiciais de uma autarquia são pagos através de precatórias (art. 100
CF/88).
Art. 100. CF/88 À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela
Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusiva-

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mente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respecti-
vos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para este fim.

f) Imunidade Tributária
As autarquias possuem imunidades tributárias reciprocas e relativas (Art. 150 § 2º, CF/88).
Art. 150 § 2º, CF/88. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
VI – Instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 2º A vedação do inciso VI, a, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

g) Responsabilidade Civil
A responsabilidade civil é objetiva, art. 37 § 6º da CF/88, já a responsabilidade o órgão que a
criou é subsidiária.
Art. 37 § 6º, CF/88 As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

h) Privilégios Processuais dilatados, prazo em quadruplo para contestar e dobro para


recorrer (art. 188, CPC).
Art. 188. CPC. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer
quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.

i) Reexame necessário, duplo grau de jurisdição obrigatório.


Art. 475. CPC Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal, a sentença:

j) Outras espécies de autarquias.


•• A agência reguladora é uma autarquia de regime especial. É um mecanismo de controlar
atividades descentralizadas, a prestação de serviço transferido ao particular. É aquela que
regula, normatiza, controla a prestação das diversas atividades. Assim, por isso, terão mais
liberdades do que as outras autarquias – todavia não pode legislar, pois não é pessoa políti-
ca. Ela apenas complementa a lei.
EX.: ANATEL, ANP, ANAC, etc.

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•• Agências executivas: é uma velha autarquia, velha fundação que precisa se tornar eficiente
e assim entra em plano de modernização, celebrando um contrato de gestão com a Admi-
nistração Direta. Tal plano pode ser chamado de planejamento de reestruturação ou de
gestão. Este plano buscará uma nova administração, uma eficiência a esta pessoa jurídica
(Art. 37 § 8º, CF/88).
Ex.: INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).
Art. 37 § 8º, CF/88A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades
da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre
seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempe-
nho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilida-
de dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.

9.2 Fundação Pública:

a) Conceito
Entidade com personalidade jurídica de direito público ou privado, patrimônio e receitas pró-
prios e capacidade de autoadministração sob controle estatal, para desenvolver atividades as-
sistenciais, culturais, educacionais, de estudos ou pesquisas.
Ex.: Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-
ca (IBGE), etc.
Obs.: a posição majoritária dispõe que a fundação pode ser fundação pública de direito público
ou fundação pública de direito privado.

b) Fundação Pública de Direito Público


Sua criação é efetuada por lei. Equiparam-se as autarquias, sendo denominadas de fundações
autárquicas ou autarquias fundacionais.

c) Fundação Pública de Direito Privado


Sua criação é autorizada por lei; são criadas por ato do Poder Executivo (decreto legislativo).
Obs.: se tiver natureza jurídica de direito público, ela será considerada uma autarquia e estará
sujeitas a todas as regras das autarquias.
Obs.: se tiver natureza jurídica de direito privado a ela será aplicada as normas e as regras da
SEM ou EP.

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9.3 Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista:

a) Conceito de Empresa Pública


Pessoa jurídica de direto privado, formada por capital 100% público, que pode assumir qual-
quer forma jurídica admitida em lei. (S.A., LTDA, etc.)
Ex.: Correios, Caixa Econômica.

b) Conceito Sociedade de Economia Mista


Pessoa jurídica de direto privado, formada por capital público e privado, sendo controlada pelo
poder público, somente podendo assumir forma de S.A. (Sociedade Anônima).
Ex.: Petrobrás e Banco do Brasil.

c) Criação e extinção
A lei não cria pessoa jurídica de direito privado, ela apenas autoriza, sua criação depende de
inscrição no órgão competente, sua extinção também ocorre por lei.

d) Regime jurídico
As empresas públicas e as sociedades de economia mista estão sujeitas a um regime hibrido, ao
mesmo tempo existem normas de Direito público e de Direito privado.

e) Finalidade

1º Explorar Atividade Econômica


Art. 173 CF/88 Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de ativi-
dade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da seguran-
ça nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Ex.: Caixa Econômica, Banco do Brasil, Petrobras, etc.

2º Prestação de Serviços Públicos


Art. 175, CF/88 Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Obs.: deve obedecer ao princípio da continuidade do serviço público.
Ex.: Correios.

f) Bens:
•• Se explorarem a atividade econômica, seus bens são privados.

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•• Se prestarem serviços públicos seus bens seguem a sistemática dos bens públicos.

g) Responsabilidade Civil:
•• Se explorarem a atividade econômica, a responsabilidade é subjetiva, ou seja, por culpa.
•• Se prestarem serviços públicos a responsabilidade é objetiva, independe de culpa (art. 37
§6 CF/88).

h) Imunidade Tributária:
Em regra, não possuem imunidade tributária, exceto os Correios que goza desse privilégio.
Obs.: não possuem privilégios processuais.

TERCEIRO SETOR: PARAESTATAIS

1. CONCEITO DE PARAESTATAIS

Pessoas privadas sem fins lucrativos, que exercem atividades de interesse público, mas não ex-
clusivas de Estado, recebendo fomento do Poder Público, e que não integram a Administração
Publica em Sentido Formal.
As entidades paraestatais integram o chamado terceiro setor, que pode ser definido como
aquele composto por entidades privadas da sociedade civil, que prestam atividade de interesse
social, por iniciativa privada, sem fins lucrativos. O terceiro setor coexiste com o primeiro setor,
que é o próprio Estado, e com o segundo setor, que é o mercado.
No conceito de entidades paraestatais que adotamos estão enquadrados:
a) Os serviços sociais autônomos:
b) As organizações sociais (OS);
c) As organizações sociais da sociedade civil de interesse público (OSCIP);
d) As entidades de apoio;

2. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS

São pessoas jurídicas privadas, no mais das vezes criadas por entidades representativas de cate-
gorias econômicas (Confederação Nacional da Industria, Confederação Nacional do Comercio,

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etc.). Embora não integrem a administração publica, nem sejam instituídos pelo poder publico,
sua criação esta prevista em lei. Tem por objeto jurídico uma atividade social, não lucrativa,
usualmente direcionada ao aprendizado profissionalizante, à prestação de serviços de assistên-
cia ou utilidade pública, tendo como beneficiários determinados grupos sociais ou profissio-
nais.
Ex.: Serviço Social da Industria – SESI; Serviço Social do Comércio – SESC, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial – SENAI, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC, Servi-
ço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa – SEBRAE.

3. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

A lei 9.637/98 afirma que o Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pesso-
as jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à
pesquisa cientifica, ao desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambien-
te, à cultura e à saúde.
Como se vê, não se trata de nova categoria de pessoas jurídicas, mas apenas de uma qualifica-
ção especial, um titulo jurídico concedido pelo Poder Público a determinadas entidades priva-
das sem fins lucrativos que atendam a certos requisitos.
São três, basicamente, os pressupostos a serem cumpridos pelas pessoas qualificadas como
organização social.
a) Devem ter personalidade de direito privado;
b) Não podem ter finalidade lucrativa;
c) Devem atuar nas atividades de ensino, à pesquisa cientifica, ao desenvolvimento tecnológi-
co, proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.
As organizações sociais são um modelo de parceria entre o Estado e a sociedade. Às organi-
zações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos necessários ao
cumprimento do contrato de gestão.

4. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO

Mais uma vez, trata-se de modalidade de qualificação jurídica a ser atribuída a pessoas de direi-
to privado em razão de atividades que estas venham a desenvolver em regime de parceria com
o poder publico.
Tanto a organização social, quanto as organizações da sociedade civil de interesse publico, são
pessoas privadas sem fins lucrativos, que exercem atividades de interesse social e recebem
a qualificação do poder publico, observadas as exigências legais: essa qualificação pode ser
“organizações sociais” (ato discricionário), organizações da sociedade civil de interesse publico
(ato vinculado).

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5. ENTIDADES DE APOIO

A professora Maria Sylvia Di Pietro define as paraestatais genericamente chamadas de “enti-


dades de apoio” como pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituída por
servidores públicos, porem em nome próprio, sob a forma de fundação, associação ou coope-
rativa, para a prestação em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, man-
tendo vinculo jurídico com entidades da administração direta ou indireta, em regra por meio de
convenio.
Ex: Fundação Tiradentes, ligada a PMGO. Fundação Universitária para o Vestibular (FUVEST),
ligada a Universidade de São Paulo.

ATOS ADMINISTRATIVOS

1. INTRODUÇÃO

Os atos administrativos são espécies do gênero “ato jurídico”.


Fazendo uma digressão rápida na esfera do direito privado, podemos afirmar que tudo aquilo
que interessa ao direito – isto é, todos os eventos naturais ou humanos, a que o direito atribui
significação, e aos quais vincula consequências jurídicas – integra os denominados fatos jurídi-
cos em sentido amplo. Esses fatos subdividem-se em:

a) Fatos Jurídicos em Sentido Estrito


São eventos da natureza – ou seja, acontecimentos que não decorrem diretamente da manifes-
tação de vontade humana – dos quais resultam consequências jurídicas. Exemplos são a passa-
gem do tempo, o nascimento, a morte, uma inundação que ocasione destruição de bens, etc.

b) Atos Jurídicos
São qualquer manifestação unilateral humana voluntaria que tenha como a finalidade imediata
(direta) de produzir determinada alteração no mundo jurídico.
Obs.: utiliza-se a expressão Atos Jurídicos para as manifestações unilaterais (por exemplo, uma
promessa de recompensa) e Contratos, para vínculos que somente se aperfeiçoa com a mani-
festação de mais de uma vontade (por exemplo, contrato de compra e venda).

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2. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO

Manifestação ou declaração da Administração Pública, que agindo nesta qualidade, ou de par-


ticulares no exercício de prerrogativas públicas (concessionarias e permissionárias), tenha por
fim imediato à produção de efeitos jurídicos, em conformidade com o interesse publico e sob o
regime de direito publico.
Para Hely Lopes Meirelles, “ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da
administração pública, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a
si própria”.

3. REQUISITOS OU ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

A doutrina administrativista, com base na lei que regula a ação popular (lei 4.717/65), costuma
apontar cinco requisitos ou elementos dos atos administrativos: competência, finalidade, for-
ma, motivo e objeto (COFIFOMO).
Obs.: A falta de um dos requisitos pode levar à invalidação do ato, à sua ilegalidade ou possibi-
lidade de anulação pelo Poder Judiciário.

3.1 Competência ou Sujeito (vinculado)


Podemos definir competência como o poder legal conferido ao agente público para o desempe-
nho específico das atribuições de seu cargo.
Somente a lei pode estabelecer competências administrativas; por essa razão, seja qual for a
natureza do ato administrativo – vinculado ou discricionário – o seu elemento competência é
sempre vinculado.
Vício de competência: ao tratar dos vícios dos atos administrativos, o artigo 2° paragrafo úni-
co alínea “a” lei 4.717/65 (Ação Popular), refere-se ao vicio de competência nestes termos: “a
incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente
que o praticou”, esse enunciado nos reporta à definição de “excesso de poder”, modalidade do
gênero “abuso de poder”, tema já estudado.
Ex.: usurpação de função (crime art. 323 CP), agir em nome do estado sem ser investido (ato
inexistente); função de fato, vício na investidura do agente público, o ato reputa-se valido pe-
rante terceiro de boa-fé; excesso de poder, o agente exorbita de sua competência (ato invalido).

3.2 Finalidade (vinculado)


É o efeito jurídico mediato do Ato Administrativo, é o que se busca com o ato. A finalidade como
principio de atuação administrativa é a mesma finalidade descrita como requisito ou elemento

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do ato administrativo. É sempre um elemento vinculado. Nunca é o agente publico quem de-
termina a finalidade a ser perseguida em sua atuação, mas sim a lei.
Vicio de finalidade: o desatendimento a qualquer das finalidades do ato administrativo – geral
ou especifica – configura vicio insanável, com a obrigatória anulação do ato. O vicio finalidade
é denominado pela doutrina desvio de poder e constitui uma das modalidades do denominado
abuso de poder. Nos termos do artigo 2° paragrafo único alínea “e” lei 4.717/65 (Ação Popular),
“o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
previsto, explicita ou implicitamente, na regra de competência”.
Ex.: desvio de poder ou desvio de finalidade, remoção de servidor publico, como punição; de-
sapropriação de imóvel de inimigo politico.

3.3 Forma (vinculado)


É o modo de exteriorização do ato administrativo, também é traçada pela norma de direito, po-
dendo ser escrita, oral ou por símbolos, em especial nas hipóteses de urgência ou emergência.
Ex.: Oral: Prisão (captura), Sinais: sinalização de trânsito.
Vício de forma: Para o artigo 2º paragrafo único alínea “b” lei 4.717/65 (Ação Popular), “vicio
de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indis-
pensáveis à existência ou seriedade do ato”.
Ex.: ausência de motivação nos atos na aplicação de punição disciplinar ao servidor. Interessan-
te que a motivação integra a forma já que esta é a exposição dos motivos.

3.4 Motivo (discricionário ou vinculado)


É a causa imediata do ato administrativo. É a situação de fato e direito que determina ou auto-
riza a pratica do ato, ou, em outras palavras, o pressuposto fático e jurídico que enseja a pratica
do ato.
Obs.: o pressuposto de fato é a circunstância que motivou o ato, e o pressuposto de direito é a
lei que motivou o ato.
Ex.: na concessão da licença-maternidade, o motivo será sempre o nascimento do filho da ser-
vidora; na punição do servidor, o motivo é a infração por ele cometida.
Motivação: a motivação integra a forma do ato, sendo diferente do motivo (requisito do ato).
É a exposição fática e jurídica do ato, exposição das razões de fato e de direito que ensejaram a
decisão do ato administrativo, é a exposição do motivo.
Vicio no Motivo: se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o
ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido; o artigo
2° paragrafo único alínea “d” lei 4.717/65 (Ação Popular) descreve o vicio dos motivos nestes
termos: “a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que
se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido”.

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Ex.: a administração justifica a demissão do servidor por falta de assiduidade, mas verifica-se
que o mesmo em 5 anos de serviço possui não possui nenhuma falta.
Teoria dos motivos determinantes: a administração pública esta sujeita ao controle de legali-
dade relativo aos motivos que ela declarou como causa determinante para a prática do ato. A
inexistência dos motivos explicitados pelo agente para a pratica do ato administrativo, invalida
o ato, tornando-o nulo.
Ex.: Demissão de servidor investido em cargo de provimento em comissão em que a autoridade
motivou a exoneração por motivo falso, logo o ato é invalido.

3.5 Objeto ou Conteúdo (discricionário ou vinculado)


É o efeito jurídico imediato do ato administrativo, é o que ele prescreve, denuncia, dispõe. É o
efeito que o ato produz no mundo dos fatos. Pode-se dizer que o objeto é a própria alteração
no mundo jurídico que o ato provoca.
Ex.: assim é objeto do ato de concessão de uma licença é a própria licença, é objeto da exone-
ração a própria exoneração.
•• Nos atos vinculados o motivo corresponde a um único objeto, verificado o motivo, a prati-
ca do ato (com aquele conteúdo estabelecido na lei) é obrigatória.
•• Nos atos discricionários, há liberdade de valoração do motivo e, como resultado, escolha
do objeto, dentre os possíveis, autorizados na lei; o ato só será praticado se e quando a
administração considerá-lo oportuno e conveniente, e com conteúdo escolhido pela admi-
nistração, nos limites da lei.
Vício do Objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou
outro ato normativo; a lei 4.717/65 (Ação Popular), no seu artigo 2° paragrafo único alínea “c”
define vicio no elemento objeto nos seguintes termos: “a ilegalidade do objeto ocorre quando
o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo”.
Ex.: determinada lei municipal prevê para a instalação de bancas de jornal nos passeios pú-
blicos deva ser concedida mediante permissão (ato discricionário e pode ser revogado), mas
ao solicitar a administração o jornaleiro recebe uma licença (ato vinculado, que não pode ser
revogado apenas anulado).

4. MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO

Nos atos administrativos vinculados, todos os elementos encontram-se rigidamente determi-


nados no texto legal, restando ao agente público nenhuma margem de liberdade. Nos atos
discricionários, somente são estritamente vinculados os elementos competência, finalidade e
forma (com a ressalva de que parte da doutrina, e mesmo algumas leis, admitem a possibilida-
de de existir certo grau de discricionariedade quanto à escolha da forma, se não houver exigên-
cia legal expressa de forma determinada). Diferentemente, os elementos motivo e objeto são
discricionários, nos atos discricionários.

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No âmbito desses dois elementos (requisitos) de validade – motivo e objeto – especificamente
nos atos administrativos discricionários, reside o que costuma ser denominado pela doutrina
de “mérito administrativo”.
O mérito administrativo é em poucas palavras, o poder conferido pela lei ao agente público
para que ele decida sobre a oportunidade e conveniência de praticar determinado ato discricio-
nário, e escolha o conteúdo desse ato, dentro dos limites estabelecidos na lei.
Obs.: só existe mérito administrativo nos atos discricionário.
Obs.: o poder judiciário somente faz controle de legalidade, somente a administração pública
faz controle de mérito.

5. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

São qualidades ou características do ato administrativo, enquanto os requisitos são condições


que devem ser observadas para sua valida edição, os atributos são as características inerentes
aos atos administrativos:
(PATI) Classificação de Maria Silvia D’ Pietro.
Presunção de veracidade e de legitimidade.
Autoexecutoriedade.
Tipicidade.
Imperatividade.

a) Presunção de legitimidade e de veracidade


Esse requisito autoriza assim a imediata execução de um ato administrativo, mesmo se ele es-
tiver eivado de vícios ou defeitos aparentes, enquanto não anulados, ou sustados temporaria-
mente os seus efeitos, pela administração ou pelo poder judiciário, o ato invalido será plena-
mente eficaz, como se inteiramente válido fosse, devendo ser fielmente cumprido.
Seu fundamento é a necessidade de que o poder público possa exercer com agilidade suas
atribuições, tendo em conta a defesa do interesse público. Essa agilidade inexistiria caso a ad-
ministração dependesse de manifestação prévia do poder judiciário quanto à validade de seus
atos toda a vez que os editasse.
•• Veracidade: significa que os fatos alegados pela administração existem, ocorreram, são
verdadeiros. Presumem-se verdadeiros, pois a burocracia exigida para sua edição lhe ga-
rante tal prerrogativa.
•• Legitimidade: significa que a interpretação e a aplicação da norma jurídica pela adminis-
tração foram corretas. Presumem-se legítimos, em conformidade com a lei e o direito, isso
decorre do princípio da legalidade onde todos os atos da administração devem estar em
conformidade com a lei.

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Obs.: as presunções de legitimidade e de veracidade são relativas, admitindo provas em con-


trário. A veracidade admite prova em contrário, já na legalidade basta analisar o ato, em rela-
ção à lei, não sendo necessário prova em contrário.
Obs.: Apenas a presunção de legitimidade e veracidade são atributos de todos os atos admi-
nistrativos, a imperatividade, autoexecutoriedade e a tipicidade não são atributos que estão
presentes em todos os atos.

b) Imperatividade
Também chamada de coercitividade, traduz a possibilidade de a administração pública, unila-
teralmente, criar obrigações para os administrados ou impor-lhes restrições. Decorre do deno-
minado poder extroverso do Estado, expressão utilizada para representar a prerrogativa que o
poder público tem de praticar atos que extravasam sua própria esfera jurídica e adentram a es-
fera jurídica alheia, alterando-a, independentemente de anuência previa de qualquer pessoa.
Como depreende, não é um atributo presente em qualquer ato, mas apenas naqueles atos
que implicam obrigações para o administrado, ou que são a ele impostos, e devem ser por ele
obedecidos, sem necessidade de seu consentimento, como é o caso dos atos punitivos de um
modo geral.
Ex.: quando o município lança IPTU. Ele cria uma obrigação independente da concordância do
particular, aplicação de uma multa por descumprimento de um contrato administrativo.
Obs.: em decorrência do atributo da presunção de legitimidade, presente em todos atos admi-
nistrativos, os atos caracterizados pela imperatividade podem ser imediatamente impostos aos
particulares a partir de sua edição, mesmo que estejam sendo questionados administrativa ou
judicialmente quanto à sua validade, salvo na hipótese de impugnação ou recurso administrati-
vo com efeito suspensivo, ou decisão judicial que suste ou impeça a aplicação do ato.

c) Autoexecutoriedade
É o atributo pelo qual a Administração pode exigir comportamentos dos administrados usando
meios coercitivos próprios sem necessidade de recorrer ao judiciário.
Segundo a tradicional doutrina divide-se em exigibilidade ou executoriedade.
•• Exigibilidade: uso de meios indiretos para exercício do poder de polícia, tais como na exi-
gência do pagamento de multas de trânsito como condição para o licenciamento do veicu-
lo.
•• Executoriedade: meios diretos no uso do poder de polícia, traduz na possibilidade de as
medidas adotadas pela administração pública serem impostas coativamente ao adminis-
trado, inclusive mediante o emprego de força.
Ex.: após notificar o ato e não obter resultado a administração executa (desapropriação).
Obs.: A imperatividade cria a obrigação à terceiro, já a autoexecutoriedade é o atributo que da
a administração o direito de exigir o ato.

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d) Tipicidade
É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente
pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Segundo Maria Sylvia Di Pietro, esse
atributo é corolário do princípio da legalidade, teria o condão de afastar a possibilidade de a
administração praticar atos inominados. Teoricamente, para cada finalidade que a administra-
ção pretenda alcançar deve existir um ato típico definido em lei.

6. CLASSIFICAÇÕES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

6.1 Atos vinculados e discricionários:

a) Atos vinculados
São os que a administração pratica sem margem alguma de liberdade de decisão, pois a lei pre-
viamente determinou o único comportamento possível a ser obrigatoriamente adotado sem-
pre que se configure a situação objetiva descrita na lei. Não cabe ao agente público apreciar
oportunidade ou conveniência administrativas quanto a edição do ato: uma vez atendidas as
condições legais, o ato tem que ser praticado, invariavelmente.
Dito de outra forma, temos um ato vinculado quando a lei faz corresponder a um motivo objeti-
vamente determinado uma única e obrigatória atuação administrativa (objeto).
Ex.: a concessão da licença-paternidade, onde atendidas as condições da lei cuja a base direta
é a constituição, ou seja, nascido o filho de servidor público, não cabe ao administrador, sob
nenhuma circunstância, alegar que o servidor é essencial ao serviço, que não seria conveniente
seu afastamento ou qualquer outra tentativa de não editar o ato de concessão licença.

b) Atos Discricionários
São aqueles que administração pode praticar com certa liberdade de escolha, nos termos e
limites da lei, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidade e sua conve-
niência administrativas.
Enquanto o agente esta rigidamente adstrito à lei, quanto a todos os elementos de um ato vin-
culado, ao praticar um ato discricionário possui ele certa liberdade (dentro dos limites da lei)
quanto a valoração dos motivos e a escolha do objeto (conteúdo), segundo os seus privativos
critérios de oportunidade e conveniência.
Ex.: tome-se como exemplo, a licença para tratar de interesses particulares, disciplinadas na
lei 8.112/90. De ponto a expressão a “critério da administração”, para referir-se à concessão da
licença, deixa claro a discricionariedade de sua concessão.

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6.2 Atos gerais e individuais:

a) Atos gerais
Caracterizam por não possuírem destinatários determinados. Apresentam apenas hipóteses
normativas aplicáveis a todas as pessoas e situações fáticas que se enquadram nessas hipóte-
ses abstratamente neles descritas. Diz-se que tais atos possuem “generalidade” e “abstração”,
ou, ainda, que eles têm “normatividade” – razão pela qual são chamados também de atos nor-
mativos.
No aspecto material – isto é, quanto a serem conjunto de disposições gerais e abstratas – tais
atos não diferenciam das leis. A diferença existente, fora o aspecto formal (a lei provém dos
órgãos do legislativo e o ato administrativo geral emana de órgão ou entidade da administração
pública), é a possibilidade de inaugurar o direito, de inovar o ordenamento jurídico.
Ex.: decretos, regulamentos, resoluções, portarias.
Obs.: atos gerais necessitam ser publicados em meio oficial porque se destinam a produzir efei-
tos externos. A publicação é condição para sua eficácia.

b) Atos individuais
São aqueles que possuem destinatários determinados, produzindo diretamente efeitos concre-
tos, constituindo ou declarando situações jurídicas subjetivas. O ato individual pode ter um úni-
co destinatário (ato singular) ou diversos destinatários (ato plúrimo), desde que determinados.
Ex.: nomeação de aprovados em concurso público (ato plúrimo), a exoneração de um servidor
(ato singular).

6.3 Atos internos e externos:

a) Atos internos
São aqueles destinados a produzir efeitos somente no âmbito da administração pública, atin-
gindo diretamente apenas seus órgãos e agentes.
Ex.: uma portaria de remoção de um servidor, ordens de serviço em geral, uma portaria de cria-
ção de grupos de trabalho.

b) Atos externos
São aqueles que atingem os administrados em geral, criando direitos ou obrigações gerais ou
individuais, declarando situações jurídicas, etc.
Ex.: todos os atos normativos, nomeação de candidato aprovados em um concurso público, um
edital de licitação, etc.

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Obs.: é condição de vigência e eficácia dos atos externos a publicação em meio oficial, antes da
qual evidentemente não pode ser presumido o seu conhecimento, nem exigida sua observân-
cia.

6.4 Ato simples, complexo e composto:

a) Atos simples
É o que decorre de uma única manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal (ato sim-
ples singular) ou colegiado (ato simples colegiado). O ato simples está completo com essa só
manifestação, não dependendo de outras, concomitantes ou posteriores, para que seja consi-
derado perfeito. Não depende, tampouco, de manifestação de outro órgão ou autoridade para
que possa iniciar a produção de seus efeitos. Não interessa o número de pessoas que pratica o
ato, mas sim a expressão de vontade, que deve ser unitária.
Ex.: portanto é simples tanto o ato de exoneração de um servidor ocupante de um cargo em co-
missão (ato singular) ou a decisão de um processo administrativo (acórdão) do Conselho Admi-
nistrativo de Recursos Fiscais – CARF, órgão colegiado do Ministério da Fazenda (ato colegiado).

b) Atos complexos
É o que necessita, para sua formação, da manifestação de vontade de dois ou mais diferentes
órgãos ou autoridade. Significa que o ato não pode ser considerado perfeito (completo, con-
cluído, formado) com a manifestação de um só órgão ou autoridade. Trata-se de um único ato,
resultante da manifestação de vontade de dois ou mais órgão ou autoridades.
Ex.: redução de alíquotas de IPI para refrigerantes depende de aprovação integrada do Ministé-
rio da Agricultura, pecuária, e abastecimento e do Ministério da fazenda.

c) Atos compostos
É aquele cujo conteúdo resulta da manifestação de vontade de um só órgão, mas sua edição
ou a produção de seus efeitos dependem de outro ato que o aprove. A função de desse ato é
meramente instrumental: autorizar a prática do ato principal, ou conferir eficácia a este. O ato
acessório ou principal em nada altera o conteúdo do ato principal.
Ex.: nomeação de dirigente de entidades da administração sujeitas à aprovação prévia pelo
poder legislativo. Nomeação do Procurador-Geral da República, precedida de aprovação pelo
senado.
Obs.: é importante ressaltar que, enquanto no ato complexo temos um único ato, integrado
por manifestações homogêneas de vontades de órgãos diversos, no ato composto existem dois
atos, um principal e outro acessório ou instrumental.

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6.5 Atos de império, de gestão e de expediente:

a) Atos de império
Também chamados de “atos de autoridade”, são aqueles que a administração impõe coerci-
tivamente aos administrados, criando para eles obrigações ou restrições, de forma unilateral
e independentemente de sua anuência. Têm como fundamento o princípio da supremacia do
interesse público; sua prática configura manifestação do denominado “poder extroverso” ou
“poder de império”.
Ex.: desapropriação de um bem privado, interdição de um estabelecimento comercial, a apre-
ensão de mercadorias, a imposição de multas administrativas, etc.

b) Atos de gestão
São praticados pela administração pública na qualidade de gestora de seus bens e serviços,
sem exercício de supremacia sobre os particulares. São típicos das atividades de administração
de bens e serviços em geral, assemelhando-se aos atos praticados pelas pessoas privadas.
Ex.: alienação ou a aquisição de bens pela administração, aluguel a um particular de um imóvel
de propriedade de uma autarquia, atos negociais em geral, como a autorização ou a permissão
de uso de um bem público.
Obs.: deve-se notar que tais atos não tem fundamento direto no principio da supremacia do
interesse público sobre particulares, mas nem por isso deixam de ser realizados sob regime
jurídico-administrativo, uma vez que sua pratica está a administração sujeita ao princípio da
indisponibilidade.

c) Atos de expediente
São atos internos da administração pública, relacionados às rotinas de andamento dos variados
serviços executados por seus órgãos e entidades administrativos. São caracterizados pela au-
sência de conteúdo decisório.
Ex.: encaminhamento e o recebimento de documentos.

6.6 Ato constitutivo, extintivo, modificativo e declaratório


As expressões utilizadas nesse tópico dizem respeito mais precisamente aos efeitos ou aos re-
sultados obtidos com a sua prática; não se trata propriamente de uma classificação.

a) Ato constitutivo
É aquele que cria uma nova situação jurídica individual para seus destinatários, em relação à
administração. Essa situação jurídica poderá ser o reconhecimento de um direito ou a imposi-
ção de uma obrigação.

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Ex.: concessão de uma licença, na nomeação de um servidor, na aplicação de uma sanção.

b) Ato extintivo ou desconstitutivo


É aquele que põe fim a situações jurídicas individuais existentes.
Ex.: cassação de uma autorização de uso de bem público, demissão de um servidor, a decreta-
ção de caducidade, etc.

c) Ato modificativo
É o que tem por fim alterar situações preexistentes, sem provocar a sua extinção. O ato modi-
fica uma determinada situação jurídica a ele anterior, mas não suprime direitos e obrigações.
Ex.: alteração de horário numa dada repartição, a mudança de local da realização de uma reu-
nião.

d) Ato declaratório
É aquele que apenas afirma a existência de um fato ou de uma situação jurídica anterior a ele.
O ato declaratório atesta um fato ou reconhece um direito ou obrigação preexistente; confere,
assim, certeza jurídica quanto à existência do fato ou situação nele declarada. Essa espécie de
ato não cria situação jurídica nova, tampouco modifica ou extingue uma situação existente.
Ex.: expedição de certidão de regularidade fiscal, emissão de uma declaração de tempo de ser-
viço ou contribuição previdenciária, atestado emitido por junta médica oficial de que o servidor
apresenta patologia incapacitante.

6.7 Ato válido, nulo, anulável e inexistente:

a) Ato Válido
É aquele que esta em total conformidade com o ordenamento jurídico, é o ato que observou
integralmente as exigências legais e infralegais, impostas para que seja regularmente editado.
O ato válido respeitou, em sua formação, todos os requisitos jurídicos relativos à competência
para sua edição, à sua finalidade, à sua forma, aos motivos determinantes de sua prática e a
seu objeto. Por outras palavras, é ato que não contém qualquer vício, qualquer irregularidade,
qualquer ilegalidade.

b) Ato Nulo
É aquele que nasce com vicio insanável, não admite correção, convalidação, normalmente re-
sultante da ausência de um de seus elementos constitutivos, ou de defeito substancial em al-
guns deles. O ato nulo esta em desconformidade com a lei ou com os princípios jurídicos (é um
ato ilegal ou ilegítimo) seu defeito não pode ser convalidado (corrigido).

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Não pode ser sanado os vícios nos elementos: finalidade, objeto ou motivo.

c) Ato Anulável
É aquele apresenta um defeito sanável, ou seja, passível de convalidação pela própria adminis-
tração que o praticou, desde que ele não seja lesivo ao interesse público, nem cause prejuízo a
terceiros. São admitidos convalidação do ato apenas quando existir vício na forma e no sujeito.
Obs.: os atos praticados com excesso de poder são nulos quando o vicio é de competência
quanto a matéria, ou quando se trata de competência exclusiva. Diferentemente, se a hipótese
for de vício de competência quanto à pessoa, desde que não se trate de competência exclusiva,
o ato praticado com excesso de poder poderá ser convalidado, à critério da administração pú-
blica, uma vez preenchidas as demais condições legais.

d) Ato inexistente
É aquele que possui apenas aparência de manifestação de vontade da administração pública,
mas, em verdade, não se origina de um agente público, mas de alguém que se passa por tal
condição como usurpador de função pública. Materializa condutas repugnadas pelo direito, em
regra criminosos. O ato não pode ser convalidado, não pode ser convertido, admite inclusive
resistência Manu Militar.
Ex.: ato praticado por falso agente público.

6.8 Ato perfeito, eficaz, pendente e consumado:

a) Ato perfeito
É aquele que está pronto, terminado, que já concluiu o seu ciclo, suas etapas de formação; tem-
-se um ato perfeito quando já se esgotaram todas as fases necessárias à sua produção.

b) Ato imperfeito
É aquele que não completou seu ciclo de formação, não estando ainda perfeito, como a minuta
de um parecer ainda não assinado ou um ato não publicado, caso a publicação seja exigida por
lei. Rigorosamente, o ato imperfeito ainda nem existe como ato administrativo.

c) Ato Eficaz
É aquele que já esta disponível para a produção de efeitos próprios; a produção de efeitos não
depende de evento posterior, como uma condição suspensiva, aprovação, homologação, ratifi-
cação.

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d) Ato pendente
É aquele que embora perfeito, está sujeito a condição ou termo para que comece a produzir
efeitos. O ato pendente é um ato perfeito que ainda não esta apto a produzir efeitos, por não
se haver implementado o termo ou condição a que está sujeito.

e) Ato Consumado (ou exaurido)


É o que já produziu todos efeitos que estava apto a produzir, que já esgotou sua possibilidade
de produzir efeitos.
Ex.: autorização para realização de uma passeata torna-se um ato consumado depois que ela já
foi realizada.

f) Ato ineficaz
É a expressão genérica aplicável a qualquer ato que não tenha possibilidade efetiva de produzir
efeito.

7. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

a) Atos normativos
Contém determinações gerais e abstratas, não possuem destinatários determinados (diz-se
que há “normatividade” quando um comando jurídico é caracterizado pela generalidade e pela
abstração), são editados, para trazer fiel execução a lei, recebem seu fundamento no poder
normativo ou regulamentar.
Ex.: regulamentos, portarias, decretos, resoluções, etc.
Obs.: os atos administrativos normativos não podem ser atacados pelos administrados direta-
mente, em tese, mediante recursos administrativos ou mesmo na esfera judicial. Entretanto,
quando o ato normativo vem produzir efeitos concretos para determinados administrado, pas-
sa a ser possível a impugnação direta desses efeitos pelo interessado, na esfera administrativa
ou judicial (por exemplo, mediante mandado de segurança).

b) Atos ordinários
São atos administrativos internos, endereçados aos servidores públicos, que veiculam determi-
nações concernentes ao adequado desempenho de suas funções. Os atos ordinários têm fun-
damento no poder hierárquico e somente vinculam os servidores que se encontrem subordina-
dos à autoridade que os expediu. Não atingem os administrados, não criam para eles direitos
ou obrigações.

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c) Atos enunciativos
São atos que contem um juízo de valor, uma opinião, ou declaram uma situação existente.
Ex.: pareceres, certidões atestados, etc.

d) Atos negociais
São editados nas situações nas quais o ordenamento jurídico exige que o particular obtenha
anuência previa da administração para realizar determinada atividade de interesse dele, ou
exercer determinado direito.
Ex.: licenças, autorizações, permissões.
•• Licença: ato administrativo vinculado e definitivo, editado com fundamento no poder de
policia administrativa, nas situações em que o ordenamento jurídico exige a obtenção de
anuência prévia da administração pública como condição para o exercício, pelo particular,
de um direito subjetivo de que ele seja titular.
Por ser um ato vinculado, uma vez atendidas as exigências legais e regulamentares pelo inte-
ressado, deve a administração concedê-la, ou seja, existe direito subjetivo do particular à sua
obtenção.
Obs.: não pode ser revogado, somente pode ser anulado, desde que eivados de vicio ou cassa-
dos na hipótese de deixarem de ser atendidas as condições legais impostas para que ela perma-
neça em vigor.
Ex.: concessão de alvará para construção, concessão de alvará de funcionamento, licença para
dirigir.
•• Autorização: ato administrativo discricionário e precário, por meio do qual a administra-
ção possibilita ao particular a realização de algumas atividades de predominante interesse
deste, ou a utilização de um bem público. Na maior parte dos casos, a autorização con-
figura um ato de polícia administrativa – quando constitui uma exigência imposta como
condição para a pratica de uma atividade privada ou para o uso de um bem público – mas
existem também autorizações que representam uma modalidade de descentralização me-
diante delegação, visando a prestação indireta de determinados serviços públicos.
Obs.: pode ser anulado, revogado ou cassado pela administração.
Ex.: autorização para porte de arma de fogo, autorização para utilização de passeios públicos e
de vias públicas pelas feiras livres, autorização para bloquear trânsito de uma rua para eventos
esportivos e a autorização para a prestação de serviços de táxi.
•• Permissão: ato unilateral (em regra), discricionário e precário, mediante a qual é consenti-
da ao particular alguma conduta que exista interesse predominantemente da coletividade.
É muito importante ressaltar que, a partir da promulgação da Constituição de 1988, a dele-
gação da prestação de serviços públicos mediante permissão passou a exigir a celebração
de um contrato. Deveras, o vigente texto constitucional, no seu art. 175, paragrafo único,
inciso I, explica que a permissão de serviços públicos deve ser um contrato administrativo,
e não mais um simples ato administrativo, como antes propunha a doutrina.

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Portanto, atualmente, o conceito de permissão como ato administrativo negocial somente
pode ser aplicado às permissões que não constituam delegação de serviços públicos. É exem-
plo de ato administrativo negocial a permissão de uso de bem público.
Obs.: pode ser anulado, revogado ou cassado pela administração.

8. EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

O ato administrativo permanecerá no mundo jurídico até que algo capaz de alterar esta situa-
ção lhe aconteça. A doutrina cita como formas de extinção do ato:

a) Anulação ou Invalidação
Ocorre quando há vício no ato, relativo à sua legalidade ou legitimidade (ofensa à lei ou ao
direito como um todo). É sempre um controle de legalidade, nunca um controle de mérito. Pro-
duz efeitos “ex tunc” (retroativos), desfazendo as relações dele resultante.
Dessa forma, todos os efeitos produzidos pelo ato devem ser desconstituídos. O ato inválido
não gera direitos ou obrigações para as partes e não cria situações definidas; devem, entretan-
to, ser resguardados os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa-fé.
Ex.: o agente não é competente; a finalidade é diversa da estatuída em lei.
Obs.: a anulação pode ser feita pela administração pública (autotutela), de oficio ou mediante
provocação, ou pelo poder judiciário, mediante provocação.
No Informativo 641, o STF asseverou que a anulação, revogação ou cassação de ato administra-
tivo que repercuta na esfera individual do administrado, deve ser observado os princípios do
contraditório e da ampla defesa.

b) Revogação
É a retirada do mundo jurídico, do ato válido, mas que, segundo critério discricionário da ad-
ministração, tornou-se inoportuno ou inconveniente. Produz efeitos “ex nunc” (prospectivos),
sem desfazer as relações dele resultante.
Ex.: não convém ao pode público a manutenção do ato.
Obs.: a revogação é ato privativo da administração pública, não podendo ser realizada pelo po-
der judiciário no exercício da função jurisdicional. Por outro lado, quando este estiver no exer-
cício de sua atividade atípica, atuando como administração pública, o poder judiciário poderá
revogar o ato administrativo.
São insuscetíveis de revogação:
•• Os atos consumados, que já exauriram seus efeitos.
•• Os atos vinculados, porque não comportam juízo de valor.

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•• Os atos que já geraram direitos adquiridos, gravados pela garantia constitucional.

c) Cassação
Pressupõe o descumprimento de obrigação fixada no ato, por seu destinatário ou beneficiário
direto. No mais das vezes a cassação funciona como uma sanção para aquele particular que
deixou de cumprir as condições exigidas para a prática do ato.
Ex.: cassação de uma licença para construir, concedida pelo poder público sob determinadas
condições previstas em lei, na hipótese de o particular vir a descumprir tais condições; a cassa-
ção de uma licença para exercício de certa profissão, quando o profissional incorrer numa das
hipóteses em que a lei autorize essa medida; cassação da licença para dirigir veiculo automotor
quando se excede o numero de infrações de trânsito.

d) Caducidade
Ocorre quando uma nova legislação impede a permanência da situação anteriormente consen-
tida pelo poder público. Surge uma nova norma jurídica aquela que respaldava a prática do ato.
O ato que passa a contrariar a nova legislação extingue-se.
Ex.: autorização de uso de bem público, conferida e posteriormente proibida em lei, a cadu-
cidade de permissão para explorar parque de diversões em local que, em face da nova lei de
zoneamento, tornou-se incompatível com aquele tipo de uso.

e) Contraposição
É a extinção ordenada por ato cujos efeitos são contrapostos ao primeiro, a edição de um novo
ato, editado com fundamento em uma determinada competência, extingue outro ato, anterior,
editado com base em competências diversas, ocorrendo a extinção porque os efeitos daquele
são opostos aos destes. O ato anterior será extinto pelo ato superveniente cujos efeitos são
opostos aos destes.
Ex.: a extinção do efeito do ato de nomeação pela subsequente demissão do servidor.

f) Renúncia
Decorre da manifestação de vontade do beneficiário do ato.
Ex.: renunciar autorização para uso de bem público.

g) Extinção natural
Desfaz um ato administrativo pelo mero cumprimento de seus efeitos.
Ex.: permissão de uso consentida por dois meses será extinta naturalmente com o fim desse
prazo; conceder férias, que o servidor vai e exerce.

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h) Extinção subjetiva
Ocorre quando há o desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato.
Ex.: uma autorização para porte de arma para o particular extingue-se com o seu falecimento.

i) Extinção objetiva
Ocorre quando desaparece o próprio objeto do ato praticado, e por isso o extingue-se.
Ex.: interdição de um estabelecimento é desfeito se este vem a ser extinto pela empresa de que
ele fazia parte.

9. CONVALIDAÇÃO

A doutrina majoritária, admite, ao lado dos atos administrativos nulos, eivados de vício insa-
náveis, a existência dos atos administrativos anuláveis, portadores de vícios sanáveis. Os atos
administrativos anuláveis são exatamente os que podem ser objeto de convalidação (ou sanea-
mento), dependendo das circunstâncias e do juízo de oportunidade e conveniência privativo da
administração pública.
Portanto, convalidar um ato é “corrigi-lo”, “regulariza-lo”, desde a sua origem (ex tunc), de tal
sorte que: os efeitos já produzidos passem a ser considerados efeitos válidos, não passíveis de
desconstituição e esse ato permaneça no mundo jurídico como um ato válido, apto a produzir
efeitos regulares.
Obs.: a omissão do poder público cujo, que deixa de anular um ato inicialmente viciado, acar-
reta sua manutenção no mundo jurídico como ato válido, cujos efeitos, produzidos e a produzir
passam a ser efeitos regulares, não passiveis de desconstituição.

10. CONVERSÃO

Embora não exista consenso quanto à definição desse instituto, parece-nos majoritária a orien-
tação segundo a qual a conversão consiste em ato privativo da administração mediante o qual
ela aproveita um ato nulo de uma determinada espécie transformando-o, retroativamente, em
um ato válido de outra categoria, pela modificação de seu enquadramento legal.
Ex.: imagine-se que a lei estabeleça que o atendimento às condições “x”, “y” e “z” é essencial
para a obtenção, pelo particular, do ato administrativo “ALFA”, imagine-se que outra lei trate
do ato administrativo “BETA” e exija para sua obtenção pelo particular apenas o atendimento
às condições “x” e “y”. Suponha que os efeitos decorrentes do ato “ALFA” sejam similares aos
efeitos produzidos pelo ato “BETA”. Se alguém apresenta a administração um requerimento
solicitando a edição do ato “ALFA”, mas atende apenas os requisitos do ato “BETA”, mas o ato
“ALFA” é editado. Logo tal ato é nulo, entretanto a constatada a ilegalidade a administração
pode convertê-lo no ato “BETA”.

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ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS

1. CONCEITO DE ÓRGÃO

São unidades integrantes da estrutura de uma mesma pessoa jurídica nas quais são agrupadas
competências a serem exercidas por meios de agentes públicos. Como se vê, órgãos são meros
conjuntos de competência, sem personalidade jurídica própria; são resultados da técnica admi-
nistrativa de organização administrativa conhecida como “desconcentração”.

2. CARACTERÍSTICAS DOS ORGÃOS PÚBLICOS

De modo geral os autores apontam as seguintes características dos órgãos públicos (algumas
não presentes em todos).
•• Integram a estrutura de uma mesma pessoa política (União, estado, DF, município), no caso
de órgãos da administração direita; ou de uma mesma pessoa jurídica administrativa (au-
tarquia, fundação pública, sociedade de economia mista, empresa pública), no caso dos
órgãos da administração indireta;
•• Não possuem personalidade jurídica;
•• São resultados da desconcentração;
•• Não têm capacidade de representar em juízo a pessoa jurídica que integram;
•• Não possuem patrimônio próprio;
•• Algumas têm capacidade processual para defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais;

3. CAPACIDADE PROCESSUAL DOS ÓRGÃO PUBLICOS

O órgão, como ente despersonalizado, constitui um mero centro de poder integrante da pessoa
jurídica a que pertence. A capacidade processual, para estar em juízo, é atribuída pelo Código
de Processo Civil à pessoa física ou jurídica (CPC, art. 7°). Como regra geral, portanto, o órgão
não pode ter capacidade processual, isto é, não possui idoneidade para figurar em qualquer
dos polos de uma relação processual.
Entretanto, a capacidade processual de certos órgãos públicos para defesa de suas prerrogati-
vas está hoje pacificamente sustentada pela doutrina e aceita pela jurisprudência. A capacida-
de do órgão público para a impetração de mandado de segurança, na defesa de sua competên-
cia , quando violada por outro órgão, é hoje matéria incontroversa.

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Obs.: cabe ressaltar, porém, que essa excepcional capacidade só é aceita em relação aos ór-
gãos mais elevados do Poder Público (superiores e independentes), de natureza constitucional,
quando defendem suas prerrogativas e competências.

4. CLASSIFICAÇÃO DOS ORGÃOS PÚBLICOS

a) Órgãos simples ou unitários


São constituídos por um só centro de competências, não são divididos em sua estrutura inter-
na, integrando-se em órgãos maiores. Não interessa o numero de cargos que tenha o órgão,
mas sim a inexistência de subdivisões com atribuições específicas em sua estrutura, ou seja,
estes órgãos exercem suas atribuições próprias de forma concentrada.

b) Órgãos compostos
Reúne em sua estrutura diversos órgão, como resultado da desconcentração administrativa.
Ex.: Ministérios e as secretarias.

c) Órgãos singulares ou unipessoais


São órgãos em que a atuação ou as decisões são atribuições de um único agente, seu chefe e
representante.
Ex.: presidência da republica.

d) Órgãos colegiados ou pluripessoais


São caracterizados por atuarem e decidirem mediante obrigatória manifestação conjunta de
seus membros. Os atos e decisões são tomados após deliberação e aprovação pelos membros
integrantes do órgão.
Ex.: Congresso Nacional, Tribunais, Concelho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), que
aprecia e decide recursos administrativos relacionados a tributos administrativos pela Secreta-
ria da Receita Federal do Brasil.

e) Órgãos independentes
São os diretamente previstos no texto constitucional, representando os três Poderes, são ór-
gãos sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional. As atribuições desses órgãos são
exercidas por agentes políticos.
Ex.: Câmara dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ e demais tribunais, Presidência da Repú-
blica e seus simétricos nas demais esferas da Federação.

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f) Órgãos autônomos
Situam-se na cúpula da administração, hierarquicamente logo abaixo dos órgãos independen-
tes. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como
órgãos diretivos.
Ex.: Ministérios, Secretarias de Estados, Advocacia Geral da União.

g) Órgãos superiores
São órgãos que possuem atribuição de direção, controle e decisão, mas que estão sempre su-
jeitos ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não possuem autonomia financeira nem
administrativa.
Ex.: procuradorias, coordenadorias, gabinetes, etc.

h) Órgãos subalternos
Exercem atribuição de mera execução, sempre subordinados a vários níveis hierárquicos supe-
riores.
Ex.: seções de expediente, de pessoal, de material, etc.

5. RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE O ESTADO E OS AGENTES PÚBLICOS

As teorias que descrevem sucintamente a seguir têm, ou tiveram o intuito de explicar ou de


justificar a atribuição ao Estado, e às pessoas jurídicas de direito público em geral, dos atos das
pessoas naturais que agem em nome deles, uma vez que as pessoas jurídicas não possuem
vontade própria.

a) Teoria do mandato
Por esta teoria, que toma por base um instituto do direito privado, a relação entre o Estado e
seus agentes teria por base um contrato de mandato.
Mandato, para o direito privado, é o contrato mediante o qual uma pessoa, o mandante, ou-
torga poderes a outra, o mandatário, para que este execute determinados atos em nome do
mandante e sob a responsabilidade deste.
A principal critica a essa teoria é que o Estado não possui capacidade própria, logo não teria
como outorgar uma procuração.

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b) Teoria da representação
Pela representação o agente público seria equiparado ao representante das pessoas incapazes
(incapacidade civil, como a do menor de idade). O agente seria uma espécie de tutor ou cura-
dor do Estado, que o representaria nos atos que necessitasse praticar.
A principal critica a essa teoria é que seria inconcebível que o incapaz outorgue validamente
a representação, além do que quando o agente ultrapassasse os poderes da representação o
Estado não se responderia por esses atos perante terceiros.

c) Teoria do órgão ou imputação


Por esta teoria, amplamente adotada por nossa doutrina e jurisprudência, presume-se que a
pessoa jurídica manifesta sua própria vontade por meio dos órgão, que são partes integrantes
da própria estrutura das pessoas jurídicas, de tal modo que, quando o agente que atuam nestes
órgãos manifestam sua vontade, considera-se que esta foi manifestada pelo próprio Estado.
Fala-se em imputação (e não representação) da atuação do agente, pessoa natural, à pessoa
jurídica.
Deve-se notar que não é qualquer ato que será imputado ao Estado. É necessário que o ato
revista-se, ao menos, de aparência de ato jurídico legitimo e seja praticado por alguém que
se deva presumir ser um agente público (teoria da aparência). Fora desses casos, o ato não
será considerado ato do Estado.

6. CONCEITO AGENTES PÚBLICOS

Considera-se agente público toda pessoa física ou jurídica que exerça, ainda que transitoria-
mente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer for-
ma de investidura ou vinculo, mandato, cargo, emprego ou função pública.
O agente público é a pessoa natural mediante a qual o Estado se faz presente. O agente mani-
festa uma vontade que, afinal é imputada ao próprio Estado. Agentes públicos são, portanto,
todas as pessoas físicas que manifestam, por algum tipo de vinculo, a vontade do Estado, nas
três esferas do poder.

7. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS


(segundo o professor Hely Lopes Meirelles)

A expressão agente público é ampla e genérica, engloba todos aqueles que possuem a atribui-
ção de manifestar parcela de vontade do Estado. Dentre todos os integrantes do gênero “agen-
te público” seguintes espécies são mais estudada:

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7.1 Agentes Políticos


São integrantes dos mais altos escalões do poder público, aos quais incumbe a elaboração das
diretrizes de atuação governamental, e as funções de direção, orientação e supervisão geral da
administração pública.
As principais características são:
•• Sua competência é haurida da própria Constituição;
•• Não se sujeitam as regras comuns aplicáveis aos servidores públicos em geral;
•• Normalmente são investidos em cargo por meio de eleição, nomeação ou designação.
•• Não estão hierarquizados (com exceção dos auxiliares imediatos dos chefes dos executi-
vos), sujeitando-se, tão somente, as regras constitucionais.
Ex.: chefes do executivo (presidente, governador e prefeito), seus auxiliares imediatos (mi-
nistros, secretários) e os membros do poder legislativo (senadores, deputados e vereadores).
Alguns autores também enquadram nessa categoria os membros da magistratura (juízes, de-
sembargadores e ministros de tribunais superiores) e os membros do Ministério Público (pro-
motores de justiça e procuradores da republica).

7.2 Agentes Administrativos


Todos aqueles que exercem uma atividade pública de natureza profissional e remunerada, su-
jeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico estabelecido pelo ente federado ao qual per-
tencem. São ocupantes de cargos empregos ou funções publicas nas administrações direta e
indireta das diversas unidades da federação. Podem ser assim classificados:

a) Servidor Público
Em seu sentido estrito é expressão utilizada para identificar aqueles agentes que mantêm re-
lação funcional com o Estado em Regime Estatutário (legal). São titulares de cargos públicos
efetivos ou em comissão, sempre sujeitos a regime jurídico de direito público.
Ex.: policiais, professores, agentes de saúde etc.

b) Empregado Público
São os agentes que sob regime contratual trabalhista (celetista), mantêm vinculo funcional per-
manente com a administração pública. São os empregados públicos, sujeitos, predominante-
mente, a regime jurídico de direito privado.
Ex.: servidores do Banco do Brasil, Caixa Econômica etc.

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c) Temporários
São os contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excep-
cional interesse público, nos termos do art. 37, IX, da CF, não tem cargo nem emprego público,
exercem uma função pública remunerada temporária, seu vinculo com a administração é con-
tratual, mas contrato de direito público, e não contrato de natureza trabalhista (celetista).
Ex.: Policiais Militares Temporários, recenseadores do IBGE.

7.3 Agentes Honoríficos


São cidadãos requisitados ou designados para, transitoriamente, colaborarem com o Estado
mediante a prestação de serviços específicos, em razão de sua condição cívica, de sua honora-
bilidade ou de sua notória capacidade profissional. Não possuem qualquer vinculo profissional
com o Estado (são considerados “funcionários públicos para fins penais”) e usualmente atuam
sem remuneração.
Ex.: jurados, mesários e os membros dos conselhos tutelares.

7.4 Agentes Delegados


São particulares que recebem a incumbência de exercer determinada atividade ou serviço e o
fazem em nome próprio, por sua conta e risco, sob a permanente fiscalização do poder dele-
gante. Evidentemente não são considerados agentes públicos, não atuam em nome do Estado,
mas apenas colaboram com o poder público (descentralização por colaboração). Sujeitam-se
porem no exercício da atividade delegada, à responsabilidade civil objetiva (art. 37, § 6º, CF).
Ex.: são os concessionários e permissionários de serviços públicos, os leiloeiros, os tradutores
públicos entre outros.

7.5 Agentes Credenciados


São os que recebem a incumbência da administração para representá-la em determinado ato
ou praticar determinada atividade especifica, mediante remuneração do poder público creden-
ciante. Seria exemplo a atribuição a alguma pessoa de representar o Brasil em algum evento
internacional (artista consagrado que fosse incumbido de oficialmente representar o Brasil em
determinado evento internacional).
Ex.: Pelé que representou o Brasil na eleição da FIFA, para cede da copa de 2014.

8. ACESSO A FUNÇÕES, CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS

Os cinco primeiros incisos do art. 37 dispõem acerca do acesso aos cargos, empregos e funções
das administrações direta e indireta.

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a) Acessibilidade a brasileiros e a estrangeiros


O inciso I do art. 37 da CF teve sua redação alterada pela EC 19/98, que acrescentou a possibili-
dade de estrangeiros, na forma da lei, ocuparem cargos, empregos e funções públicas na admi-
nistração. É o seguinte o teor do atual inciso:
Art. 37, I, CF/88 – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que pre-
encham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
Para brasileiros natos e naturalizados, basta o atendimento aos requisitos da lei para que se
tenha a possibilidade de acesso aos cargos, empregos e funções públicas. Já a situação dos
estrangeiros é diferente. O acesso deles aos cargos, empregos e funções públicas deve ocorrer
“na forma da lei”. Conforme lição do professor Alexandre de Moraes, trata-se de norma consti-
tucional de eficácia limitada à edição de lei, que estabelecera a necessária forma.

b) Principio da organização legal do serviço público


O princípio trata da criação, extinção e transformação de cargos públicos. E pode ser sintetiza-
do nos seguintes termos:
•• A criação a extinção e a transformação de cargos, empregos e funções públicas, são de
competência do Congresso Nacional, exercidas por meio de lei, que será de iniciativa do
Presidente da República quando se tratar de cargos, funções ou empregos públicos na ad-
ministração federal direta e autárquica.
•• A extinção de funções ou cargos públicos vagos é competência privativa do Presidente da
República, exercida mediante decreto.
•• A criação e a extinção de ministérios e órgão da administração pública federal são de com-
petência do Congresso Nacional, exercida por meio de lei de iniciativa privativa do Presi-
dente da República.
•• Dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal quando não im-
plicar aumento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos, é competência
privativa do Presidente da República, exercida por meio de decreto.
Art. 84, CF/88 – Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Obs.: vale lembrar que as atribuições do Presidente da República previstas no inciso IV do arti-
go 84 da CF, podem ser delegadas a outras autoridades administrativas.

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c) Exigência de concurso público
A constituição tornou obrigatória a aprovação em concurso público para o provimento de quais-
quer cargos ou empregos na administração direta e indireta, inclusive para o preenchimento de
empregos nas empresas públicas e sociedades de economia mista, pessoas jurídicas de direito
privado integrantes da administração indireta.
O concurso público é o meio técnico posto à disposição da administração pública para obter-se
moralidade, eficiência e aperfeiçoamento do serviço público, e ao mesmo tempo, atender ao
princípio da isonomia, uma vez que propicia igual oportunidade de acesso aos cargos e empre-
gos públicos a todos os que atendam aos requisitos estabelecidos de forma geral e abstrata em
lei.
Art. 37, II, CF/88 – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em co-
missão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
A exigência de concurso público aplica-se à nomeação para cargos ou empregos de provimento
efetivo. Não abrange a nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre
nomeação e exoneração com base em critérios subjetivos da autoridade competente.

d) Prazo de validade do concurso


O inciso III do artigo 37 da CF assim dispõe:
Art. 37, III, CF/88 – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável
uma vez, por igual período;
O prazo de validade do concurso é contado da homologação do concurso. Homologação é o ato
administrativo mediante o qual a autoridade competente certifica que o procedimento do con-
curso foi válida e regularmente concluído. A nomeação ou contratação dos aprovados somente
pode ocorrer após a homologação do concurso e dentro do prazo de validade deste.
Obs.: é oportuno repisar que o § 2º do art. 37 da Carta da República estabelece que o desres-
peito ao prazo de validade do concurso público implicará nulidade do ato e punição da autori-
dade responsável, nos termos da lei.

e) Direito a nomeação
Durante muito tempo, foi praticamente pacífico no âmbito do Supremo Tribunal Federal, o en-
tendimento de que a aprovação em concurso público, mesmo que houvesse número certo de
vagas previsto no edital, não gerava para o candidato direito adquirido à nomeação, mas sim-
ples expectativa de direito.
Essa situação perdurou até 10 de agosto de 2011, quando, felizmente o plenário do Supremo
Tribunal, por unanimidade modificou o entendimento até então dominante: o candidato apro-
vado em concurso público dentro do número de vagas indicado no edital tem direito subjetivo
de ser nomeado, observado o prazo de validade do concurso (RE 598.099/MS).

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Obs.: é necessário destacar que, na mesma oportunidade, nosso Pretório Maior deixou assente
que, em casos excepcionalíssimos, provados por circunstâncias supervenientes à publicação do
edital, pode ser aceitável que a administração deixe de nomear os aprovados, desde que fun-
damente pormenorizadamente – tal decisão administrativa, por óbvio, estará sujeita ao contro-
le judicial, se provado, no qual pode acontecer de a fundamentação não ser considerada válida.

f) Prioridade de nomeação
A CF não proíbe a abertura de concurso público para determinado cargo ou emprego enquanto
ainda esteja dentro do prazo de validade um concurso anterior realizado pela mesma adminis-
tração. A Carta Magna simplesmente estabelece prioridade para a nomeação de aprovados em
um concurso anterior, ainda dentro do prazo de validade sobre os aprovados no novo concurso
para o mesmo cargo ou emprego.
Art. 37, IV, CF/88 – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

g) Reserva de percentual de cargos e empregos aos portadores de deficiência


O inciso VIII do artigo 37 da CF assim dispõe:
Art. 37, VIII, CF/88 – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
A lei 8.112/90 regulou a matéria no que diz respeito aos cargos públicos federais, nos seguintes
termos:
Art. 5° § 2°, Lei 8.112/90 – Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se
inscreverem em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatí-
veis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte
por cento) das vagas oferecidas no concurso.

h) Cargos em comissão e funções de confiança


O inciso V do artigo 37 da CF, trata da designação para o exercício de funções de confiança e do
provimento de cargos em comissão, nos seguintes termos:
Art. 37, V, CF/88 – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes
de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam‑se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento;
Nem a Constituição, nem as leis federais, definem ou diferenciam com precisão função de con-
fiança e cargo em comissão. Segundo Hely Lopes Meirelles, o cargo, seja ele de provimento efe-
tivo ou em comissão, é o lugar na estrutura organizacional da administração, com denominação
própria, atribuições e responsabilidades específicas e remuneração correspondente.

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Uma vez que todo cargo encerra um conjunto de atribuições, podemos concluir que não existe
cargo sem função. Entretanto, podem existir funções sem um cargo específico correspondente,
como é o caso das funções de confiança.
Os cargos em comissão, nos termo do inciso II do art. 37 da CF, são declarados em lei de livre
como de livre nomeação e exoneração. Significa que em regra qualquer pessoa, mesmo que
não seja servidor público efetivo, pode ser nomeado para exercer um cargo em comissão. A
mesma autoridade competente para nomear é competente para, a seu critério exonerar o ser-
vidor ocupante de cargo comissionado.
No caso de função de confiança, a designação para o seu exercício deve recair, obrigatoria-
mente, sobre servidor ocupante de cargo efetivo. Portanto, embora seja um ato amplamente
discricionário, não é inteiramente livre, a rigor, a designação de servidor para exercer função
de confiança. Já a dispensa de função de confiança é, deveras, ato plenamente livre, conforme
critério exclusivo da autoridade competente.
A EC 19/98 introduziu outra regra de intuito moralizador segundo a qual as funções de confian-
ça e os cargos em comissão destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessora-
mento.

9. SISTEMA REMUNERATÓRIO DO SERVIDOR PÚBLICO

Salario: é a contraprestação pecuniária paga aos empregados públicos, admitidos sob o regime
jurídico trabalhista, contratual, sujeitos predominantemente à Consolidação das Leis do Traba-
lho (CLT).
Subsídio: inovação trazida em nosso ordenamento jurídico pela reforma administrativa. Carac-
teriza-se por ser um estipendio fixado em parcela única, vedado acréscimo de qualquer grati-
ficação, adicional, abono ou prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.
Ex.: é obrigatória para agentes políticos, policiais, bombeiros, Advocacia Geral da União, Defen-
soria Pública, etc.
Vencimento: percebem vencimentos, os servidores públicos submetidos a regime jurídico esta-
tutário que não recebem subsídio.
Ex.: professores.

10. TETO REMUNERATÓRIO

É o valor máximo que cada agente público pode receber.

a) Teto Geral
Corresponde ao valor pago pelo subsídio ao Ministro do STF.

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R$ 39.293,00 DIA 01/03/2016


LEI 12.771/12

b) Teto da UNIÃO
É o mesmo pago ao Ministro do STF.

c) Teto do Município
Subsidio pago ao prefeito.

d) Teto do Estado e Distrito Federal:


1. Poder Legislativo: é o subsídio pago ao Deputado Estadual ou Distrital.
Obs.: o artigo 27, § 2° da CF estabelece que o subsídio dos deputados estaduais e distritais deve
ser de, no máximo, 75% do fixado para os deputados federais.
2. Poder Executivo: é o subsídio pago ao Governador.
3. Poder Judiciário: Subsídio pago ao Desembargador, que não pode ultrapassar a 90,25% do
valor pago ao Ministro do STF (R$ 25.323,50).
Obs.: os Defensores Públicos e os Procuradores dos Estados embora pertençam ao poder exe-
cutivo o teto ó o do poder Judiciário.
Obs.: o membro do MP (promotores) também se submete ao teto do poder judiciário.
Obs.: os servidores do MP, da Defensoria Pública e da procuradoria dos Estados o teto é o do
poder Executivo.

11. ACUMULAÇÃO REMUNERATÓRIA

A proibição de acumulação de cargos públicos é a regra geral.


Tal se dessume dos incisos XVI e XVII do art. 37 da Constituição Federal, havendo, contudo,
compatibilidade de horários pode existir acumulação:
a) De dois cargos de professor;
b) De um de professor e outro técnico científico;
c) A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;

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Devem ser registradas outras hipóteses de acumulação remunerada lícita constante do texto
constitucional, a saber:
a) A permissão de acumulação para os vereadores, previstas no art. 38, III, CF.
b) A permissão para juízes exercerem o magistério, conforme o art. 95, CF.
c) A permissão para os membros do MP exercerem o magistério, estabelecida no art. 128, §
5º, II, “d”, CF.
Obs.: A vedação de acumular estende-se a empregos e funções e abrange fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas, direta e
indiretamente, pelo poder público.
Obs.: As exceções à regra da vedação de acumulação de cargos públicos, previstas na Constitui-
ção Federal, são taxativas.
Com o advento da EC nº 20, de 15/12/98, ficou expressamente vedado a acumulação de pro-
ventos com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumu-
láveis na forma da Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
de livre nomeação e exoneração.
Art. 37, XVI, CF/88 – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regula-
mentadas;
Art. 37, XVII, CF/88 – a proibição de acumular estende‑se a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público;

DISPOSIÇÕES LEGAIS APLICÁVEIS AOS


SERVIDORES PÚBLICOS (ESTATUTÁRIOS)

1. PROVIMENTO

Provimento é o ato administrativo por meio do qual é preenchido cargo público, com a designa-
ção de seu titular.
As formas de provimento podem ser originarias ou derivadas. Provimento originário é o preen-
chimento de classe inicial de cargo não decorrente de qualquer vinculo anterior com a adminis-
tração. Provimento derivado é o preenchimento de cargo decorrente de vinculo anterior entre
o servidor e administração.

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Os cargos podem ser de provimento efetivo ou de provimento em comissão.


A lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Federais) apresenta, em seu artigo 8°, e a Lei 10.460/88
(Estatuto dos Servidores do Estado Goiás) em seu artigo 13 as formas de provimento de cargos
públicos, a saber:

a) Nomeação
Forma de provimento originário, podendo dar-se em caráter efetivo ou em comissão, essa ul-
tima não exigindo concurso público. É um ato administrativo unilateral que não gera, por si só,
qualquer obrigação para o nomeado, mas sim o direito subjetivo de formalizar o vinculo funcio-
nal com a administração pública, por meio da posse, tornando-se, então, servidor público.
Obs.: o nomeado tem prazo de 30 dias, contados da nomeação, para tomar posse.
Obs.: segundo o artigo 28 da Lei 10460/88 a “posse deverá ser tomada no prazo de 30 (trinta)
dias, a contar da data da publicação do ato no órgão oficial, prorrogável por mais 30 (trinta), a
requerimento do interessado”.

b) Readaptação
Forma de provimento derivado, mediante a qual o servidor estável ou não que tenha sofrido
uma limitação física ou mental em suas habilidades, torna-se inapto para exercício do cargo
que ocupa, mas não configurada a invalidez permanente, pode ainda exercer outro cargo para
o qual a limitação sofrida não o incapacita.

c) Reintegração
Forma de provimento derivado ocorre quando o servidor estável, anteriormente demitido, tem
invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial. Ele retornará ao cargo de ori-
gem, com ressarcimento de todas as vantagens a que teria feito jus durante o período de seu
desligamento ilegal, inclusive às promoções por antiguidade que teria obtido nesse ínterim.

d) Aproveitamento
Forma de provimento derivado, expressamente previsto na constituição. Trata-se do retorno
do servidor estável posto em disponibilidade a um cargo de atribuições e vencimentos compa-
tíveis com o anteriormente ocupado (o qual foi extinto, ou teve declarada sua desnecessidade).

e) Promoção
É a forma de provimento derivado existentes nas carreiras em que o desenvolvimento do servi-
dor ocorre por provimento de cargos sucessivos e ascendentes. Ocorre por antiguidade (tempo
de serviço) ou por merecimento (conforme os critérios de aferição do mérito funcional do ser-
vidor estabelecidos no respectivo plano de carreira).

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Obs.: o artigo 39 § 2º da CF prevê como requisito para a promoção na carreira a participação
dos servidores públicos nos cursos de formação e aperfeiçoamento oferecidos por escolas de
governo.

f) Reversão
É a forma de provimento derivado, que consiste no retorno à ativa do servidor aposentado. Seu
objetivo é possibilitar que o servidor que tenha aposentado com proventos proporcionais, e
tenha arrependido, volte a trabalhar, para aumentar o seu tempo de contribuição, podendo a
chegar a se aposentar com proventos integrais.

g) Recondução
É forma de provimento derivado, mencionada na CF, nos seguintes termos: “invalidada por sen-
tença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da
vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço”.
Importante frisar que o servidor estável que seja reprovado em estágio probatório de novo car-
go, será reconduzido ao cargo de origem.
Obs.: Cumpre salientar que o “acesso e a transferência”, formas de provimento derivado pre-
visto na lei 8.112/90 foram declaradas inconstitucionais pelo STF.

2. POSSE

O artigo 7° da Lei 8.112/90 e o artigo 24 da Lei 10.460/06 estabelece que a investidura no cargo
público ocorre com a posse. Somente há posse nos casos de provimento de cargo em nomea-
ção.
Obs.: enquanto a nomeação é ato unilateral da autoridade competente, mediante o qual é
dado provimento a um cargo público, sem que haja qualquer participação ou necessidade de
anuência do nomeado, a posse é ato bilateral por meio do qual o servidor é investido nas atri-
buições e responsabilidades do cargo.
Obs.: segundo o artigo 28 da Lei 10460/88 a “posse deverá ser tomada no prazo de 30 (trinta)
dias, a contar da data da publicação do ato no órgão oficial, prorrogável por mais 30 (trinta), a
requerimento do interessado”.

3. EXERCÍCIO

É o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou função de confiança. O servidor


tem o prazo de 15 dias, improrrogáveis, contados da data da posse, para entrar em exercício.
Obs.: para o artigo 15, § 1º da Lei 8.112/90 é de quinze dias o prazo para o servidor empossado
em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.

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Obs.: segundo o artigo 32 da lei 10.460/88, O exercício do cargo terá início dentro do prazo de
30 (trinta) dias, contados da data da posse;
No caso de designação para função de confiança a regra é diversa; o início do exercício de fun-
ção de confiança deve coincidir com a data de publicação da designação.

4. ESTABILIDADE

O artigo 41 da CF, diz ser estável após três anos de serviço o servidor nomeado em cargo em
provimento efetivo. Somente podendo perder o cargo nas seguintes hipóteses.
•• Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
•• Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
•• Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei comple-
mentar, assegurada ampla defesa.
Obs.: os servidores detentores de cargos em comissão não adquirem estabilidade, a mesma
regra aplica-se aos detentores de emprego público.
Art. 41, CF/88 – São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei comple-
mentar, assegurada ampla defesa.

5. ESTÁGIO PROBATÓRIO

Não se deve confundir a aprovação em estágio probatório com aquisição de estabilidade. O


estágio probatório visa avaliar a aptidão do servidor para o exercício de um determinado car-
go. Sempre que o servidor tomar posse e entrar em exercício em um novo cargo efetivo, será
submetido ao estágio probatório, não importa quantos anos de exercício do servidor tenha
prestado em outros cargos.
Já a estabilidade, em regra, é adquirida uma única vez pelo servidor na administração pública
de um mesmo ente federado. O servidor é estável no serviço público do ente federado e não
em um cargo determinado.
Obs.: cumpre salientar que a jurisprudência do STF e do STJ tem entendido que o prazo de três
anos para aquisição da estabilidade é o mesmo para a aprovação no estagio probatório, con-
trariando o artigo 20 da lei 8.112/90 que diz ser de 24 meses o período de estágio probatório.

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Obs.: a lei 10.460/88 em seu Artigo 39 diz que o funcionário nomeado para cargo de provimen-
to efetivo fica sujeito a um período de estágio probatório de 2 (dois) anos, com o objetivo de
apurar os requisitos necessários à sua confirmação no cargo para o qual foi nomeado.

6. VACÂNCIA

Denomina vacância as hipóteses em que o servidor desocupa o seu cargo, tornando-o passível
de ser preenchido por outra pessoa. As hipóteses de vacância estão enumeradas no artigo 33
da lei 8.112/90 e são as seguintes:
a) Exoneração
b) Demissão
Obs.: Importante frisar que exoneração não tem caráter punitivo, enquanto a demissão tem.
c) Promoção
d) Readaptação
e) Aposentadoria
f) Posse em outro cargo inacumulável
g) Falecimento

7. REMOÇÃO

Trata-se do deslocamento do servidor para exercer suas atividades em outra unidade do mes-
mo quadro de pessoal, ou seja, o servidor permanece no mesmo cargo, sem qualquer alteração
no seu vinculo funcional com a administração. Tem previsão no artigo 36 da lei 8.112/90 e no
artigo 44 da Lei 10.460/88.
A remoção pode implicar, ou não, mudanças na localidade de exercício do servidor. O servi-
dor pode, simplesmente, ser removido da Delegacia da Receita Federal de Porto Alegre para a
Inspetoria da Receita Federal de Porto Alegre. Diversamente, o servidor pode ser removido da
Delegacia da Receita de Manaus para a Delegacia da Receita no Rio de Janeiro.
Obs.: deve-se enfatizar que a remoção não é sinônimo de transferência. A transferência era for-
ma de provimento (a remoção não é forma de provimento) prevista originariamente no art. 8º,
IV, da Lei 8.112/90, consistente na passagem do servidor estável de cargo efetivo para outro de
igual denominação, pertencente a quadro de pessoal diverso, de órgão ou instituição do mes-
mo poder. A forma de provimento transferência foi declarada inconstitucional pelo STF (ADI
231 e ADI 837) e posteriormente expressamente revogada.

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8. REDISTRIBUIÇÃO

A redistribuição é definida no art. 37 da lei 8.112/90 como o “deslocamento de cargo de


provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão,
ou entidade do mesmo poder”.
Ocorre deslocamento do cargo, esteja ou não ocupado, para outros órgãos ou entidades, e
não o preenchimento de um cargo preexistente nesse órgão ou entidade. Deve-se, observar,
também, que no caso de redistribuição de cargo ocupado, não é necessário que o servidor
ocupante seja estável.
É importante notar que a redistribuição somente existe ex officio. Não seria nada razoável
cogitar a possibilidade de um servidor pedir para seu cargo ser deslocado para outro órgão
ou entidade. Trata-se de técnica que permite a administração adequar seus quadros às reais
necessidades de serviço de seus órgãos ou entidades, conferindo certo grau de mobilidade à
administração na organização de seus recursos.

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. CONCEITO

A responsabilidade civil, também denominada responsabilidade extracontratual, tem sua ori-


gem no Direito Civil. Consubstancia-se na obrigação de indenizar um dano patrimonial ou mo-
ral decorrente de fato humano.
No âmbito do Direito Público, temos que a responsabilidade Civil da Administração Pública evi-
dencia-se na obrigação que tem o Estado de indenizar os danos patrimoniais ou morais que
seus agentes, atuando em seu nome, ou seja, na qualidade de agentes públicos, causem na
esfera juridicamente tutelada dos particulares.

2. EVOLUÇÃO

A evolução da responsabilidade do Estado passou, basicamente, pelas seguintes fases:

a) Teoria da Irresponsabilidade Estatal


Também chamada de feudal, regalista ou regaliana, a teoria da irresponsabilidade do Estado
era própria dos Estados Absolutistas nos quais a vontade do Rei tinha força de Lei.

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Em grande parte, essa situação resultou da então concepção político-teleológica que susten-
tava a origem divina do poder. Os governantes eram considerados “representantes de Deus na
terra”, escolhidos e investidos diretamente pela própria divindade. Por isso, eventuais prejuízos
causados pelo Estado deveriam ser atribuídos à providência divina e, se Deus não erra, o atri-
buto da inerrância se estendia aos governantes nomeados por Ele.
Essa inerrância dos governantes foi sintetizada em duas frases que resumiam bem o espirito do
período: “o rei não erra” (“the king can do wrong” ou “ler oi ne peut mal faire”) e “aquilo que
agrada o príncipe tem força de lei” (“quod principi placuit habet vigorem”).

b) Teoria da responsabilidade subjetiva


Conhecida também com teoria da responsabilidade com culpa, teoria intermediaria, teoria
mista ou teoria civilista, foi a primeira tentativa de explicação a respeito do dever estatal de
indenizar particulares por prejuízos decorrentes da prestação de serviços públicos.
Essa doutrina, influenciada pelo individualismo característico do liberalismo, pretendeu equi-
parar o Estado ao indivíduo, sendo, portanto, obrigado a indenizar os danos causados por parti-
culares nas mesmas hipóteses em que existe tal obrigação para os indivíduos.
Assim, como o Estado atua por meio de seus agentes, somente existia obrigação de indenizar
quando estes, os agentes, tivessem agido com culpa ou dolo, cabendo, evidentemente, ao par-
ticular prejudicado o ônus de demonstrar a existência desses elementos subjetivos.

c) Teoria do Culpa Administrativa


A teoria da culpa administrativa representou o primeiro estágio da transição entre a doutrina
subjetiva da culpa civil e a responsabilidade objetiva atualmente adotada pela maioria dos pa-
íses ocidentais.
Segundo a teoria da culpa administrativa, o dever de o Estado indenizar o dano sofrido pelo
particular somente existe caso seja comprovada a existência de falta de serviço. Não se trata de
perquirir da culpa subjetiva do agente, mas da ocorrência de falta na prestação do serviço, falta
essa objetivamente considerada.
A culpa administrativa pode decorrer de uma das três formas possíveis de falta de serviço: ine-
xistência do serviço, mau funcionamento do serviço ou retardamento do serviço. Cabe sempre
ao particular prejudicado pela falta comprovar sua ocorrência para fazer jus à indenização.

d) Teoria do risco administrativo


Mais apropriada à realidade do Direito Administrativo a teoria objetiva, também chamada de
teoria da responsabilidade sem culpa ou teoria publicista, afasta a necessidade de comprova-
ção de culpa ou dolo do agente público e fundamenta o dever de indenizar na noção de risco.
Quem presta um serviço público assume o risco dos prejuízos que eventualmente causar, inde-
pendentemente da existência de culpa ou dolo.
Por ela surge a obrigação econômica de reparar o dano sofrido injustamente pelo particular, in-
dependentemente da existência de falta do serviço e muito menos de culpa do agente público.
Basta que exista o dano, sem que para ele tenha concorrido o particular.

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Resumidamente, existindo o fato do serviço e o nexo direto de causalidade entre o fato e o


dano ocorrido, presume-se a culpa da Administração. Compete a esta, para eximir-se da obri-
gação de indenizar, comprovar, se for o caso, existência de culpa exclusiva do particular ou, se
comprovar culpa concorrente terá atenuada sua obrigação. O que importa, em qualquer caso, é
que o ônus da prova de culpa do particular, se existente, cabe sempre à Administração.

e) Teoria do Risco Integral


Vimos que na teoria do risco administrativo dispensa-se a prova da culpa da Administração,
mas permite-se que esta venha a comprovar a culpa da vítima para fim de atenuar (se recípro-
ca) ou excluir (se integralmente do particular) a indenização.
Já a teoria do risco integral representa uma exacerbação da responsabilidade civil da admi-
nistração, sustentando que a comprovação de ato, dano e nexo é suficiente para determinar a
condenação estatal em qualquer circunstância, mesmo que o dano decorra de culpa exclusiva
do particular.

3. FUNDAMENTOS JUSTIFICADORES DA
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO

A teoria objetiva baseia-se na ideia de solidariedade social, distribuindo entre a coletividade os


encargos decorrentes de prejuízos especiais que oneram determinados particulares. É por isso,
também, que a doutrina associa tal teoria às noções de partilha de encargos e justiça distribu-
tiva.
É a ideia fundamental: todos seriam beneficiados pelos fins visados pela Administração, todos
devem igualmente suportar os riscos decorrentes dessa atividade, ainda que essa atividade te-
nha sido praticada de forma irregular, porem em nome da Administração. É, em ultima análise,
mais uma face do principio basilar da igualdade.
Ainda sob esse enfoque, observa-se que a responsabilidade objetiva reconhece a desigualdade
jurídica existente entre o particular e o Estado, decorrente das prerrogativas de direito publico
a este inerentes, prerrogativas estas que, por visarem à tutela do interesse da coletividade,
sempre assegurarão a prevalência jurídica destes interesses ante os do particular.

4. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA

Reza o Art. 37, § 6º da Constituição: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa quali-
dade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
Esse dispositivo regula a responsabilidade objetiva da Administração, na modalidade risco ad-
ministrativo, pelos danos causados por atuação de seus agentes. Não alcança, conforme se verá

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adiante, os danos ocasionados por omissão da Administração Pública, cuja indenização, se ca-
bível, é regulada pela teoria subjetiva.
Esse dispositivo se aplica a todas as pessoas jurídicas de direito público, o que inclui a Admi-
nistração Direita (Municípios, Estados, Distrito Federal e União), as autarquias e as fundações
públicas de direito público, independentemente de suas atividades. Alcança, também, todas
as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, o que inclui as empre-
sas públicas e as sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, fundações
públicas de direito privado que prestem serviços públicos, e também as pessoas privadas dele-
gatárias de serviço públicos, não integrantes da Administração Pública (concessionárias e per-
missionárias de serviços públicos). Não inclui as empresas públicas e sociedades de economia
mista exploradoras de atividades econômicas. Estas respondem pelos danos que seus agentes
causarem a terceiros da mesma forma que respondem as demais pessoas privadas, regidas
pelo Direito Civil ou pelo Direito Comercial.
Obs.: em 26 de agosto de 2009, o plenário do Supremo Tribunal Federal – com reconhecimento
de repercussão geral – asseverou que há responsabilidade civil objetiva das empresas que pres-
tam serviço público mesmo em relação aos não usuários do serviço. (RE 591.874/MS)
Imprescindível para configurar a responsabilidade civil da Administração Pública é que o ato
danoso seja praticado pelo agente público como decorrência de sua condição de agente públi-
co, ou das atribuições de sua função pública, ainda que na realidade, o agente esteja atuando
ilicitamente, extrapolando sua esfera legal de competências: o que importa é a qualidade de
agente público ostentada na atuação do agente, é irrelevante perquirir se o agente público cau-
sador do dano estava agindo dentro, fora ou além de sua competência legal: basta que, ao pra-
ticar o ato, lícito ou ilícito, o agente público esteja atuando “na qualidade de agente público”.
Obs.: a responsabilidade da Administração pública fica excluída na hipótese de ser demonstra-
da culpa exclusiva do particular que sofreu o dano. A prova, entretanto, é ônus da Administra-
ção. Não sendo possível provar culpa do particular, cabe ao Estado a reponsabilidade civil pelo
dano.

5. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DA ADMINISTRAÇÃO

A Constituição de 1988 não traz qualquer regra expressa relativa a responsabilidade civil por
eventuais danos ocasionados por omissões do Poder Público.
Nossa Jurisprudência, entretanto, com amplo respaldo da doutrina administrativista, construiu
o entendimento de que é possível, sim, resultar configurada responsabilidade extracontratual
do Estado nos casos de danos ensejados por omissão do Poder Público.
Nessas hipóteses, segundo a citada jurisprudência, reponde o Estado com base na teoria da
culpa administrativa. Trata-se, portanto, de modalidade de responsabilidade civil subjetiva,
mas à pessoa que sofreu o dano basta provar (o ônus da prova é dela) que houve falta na pres-
tação de um serviço que deveria ter sido prestado pelo Estado, provando, também, que existe
nexo causal entre o dano e essa omissão estatal.

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6. RELAÇÕES DE CUSTÓDIA OU SUJEIÇÃO ESPECIAL

É importante frisar que a atribuição de responsabilidade civil subjetiva na modalidade culpa ad-
ministrativa em face da omissão do Estado é uma regra gral. Isso porque há situações em que,
mesmo diante da omissão, o Estado responde objetivamente.
Nas situações em que o Estado está na posição de garante, quando tem o dever legal de assegu-
rar a integridade de pessoas ou coisas sob sua guarda, custódia ou proteção direta, responderá
ele com base na teoria do risco administrativo, terá responsabilidade extracontratual objetiva
pelo dano ocasionado pela sua omissão às pessoas ou coisas que estavam sob sua custódia ou
sob sua guarda.
Ex.: guarda de crianças em Escola Pública, custódia de Detentos.

7. DANO NUCLEAR

A Constituição Federal, no seu art. 21, XXIII, “d”, afirma, categoricamente, que a responsabili-
dade civil da União, no caso de danos nucleares “independe da existência de culpa”. Ora, como,
no art. 37, § 6º, a mesma estabelece que a responsabilidade civil do Estado é do tipo objetiva,
o professor Marcelo Alexandrino pensa que, especificamente em relação ao dano nuclear, o
constituinte pretendeu deixar claro que a responsabilidade civil será do tipo objetiva também
no caso de omissão do Poder Público.

8. ATOS LEGISLATIVOS

Os atos legislativos, em regra, não acarretam responsabilidade extracontratual para o Estado.


O Poder Legislativo, na sua função normativa, atua com soberania, somente ficando sujeitos as
limitações impostas pela própria Constituição. Portanto, desde que aja em estrita conformida-
de com os mandamentos constitucionais, elaborando normas gerais e abstratas, o Estado não
pode ser responsabilizado por sua função legislativa.
Porém, a doutrina e a jurisprudência reconhecem a possibilidade de atos legislativos ensejarem
responsabilidade civil do Estado em duas hipóteses:

a) Edição de leis inconstitucionais


Fere os mandamentos constitucionais.
Obs.: a responsabilização do Estado, nessa hipótese, depende da declaração da inconstitucio-
nalidade da lei pelo Supremo Tribunal Federal.

b) Edição de leis de efeitos concretos


Fere as características das leis, por não possuírem caráter normativo.

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9. ATOS JURISDICIONAIS

Assim como em relação aos atos legislativos, a regra é a inexistência de responsabilidade civil
por atos jurisdicionais. Especificamente em relação ao erro judiciário e prisão além do tempo
fixado na sentença (art. 5º, LXXV, CF), excepciona-se essa regra. Nessa hipótese, a responsabi-
lidade extracontratual do Estado é objetiva, isto é, independe de dolo ou culpa do magistrado.
Deve-se enfatizar que o erro judiciário de que trata a Constituição Federal, restringe-se a erro
concernente á esfera penal.
Obs.: há que se destacar a regra constante no Código de Processo Civil, que estatui a responsa-
bilidade do juiz quando proceder com dolo, inclusive fraude, bem como quando recusar, omitir
ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da
parte (art. 133, CPC). Nesse caso, a responsabilidade é pessoal do juiz, a quem cabe o dever de
reparar os prejuízos que causou, mas só alcança suas condutas dolosas, e não eventuais erros
decorrentes de culpa, ainda que acarretem dano às partes.

10. AÇÃO INDENIZATÓRIA

Todo aquele que for patrimonialmente lesado por conduta omissiva ou comissiva de agente
público pode pleitear administrativa ou judicialmente a devida reparação. Mais comum, entre-
tanto, é a opção pela via judicial por meio da propositura da ação indenizatória.
A ação indenizatória é aquela proposta pela vítima contra a pessoa jurídica à qual o agente pú-
blico causador do dano pertence.
No julgamento do RE 327.904/SP, o Supremo Tribunal Federal passou a rejeitar a propositura
de ação indenizatória diretamente contra o agente público. Passando a admitir apenas em face
da pessoa jurídica.

11. DENUNCIAÇÃO À LIDE

Bastante controvertida é a questão da denunciação à lide na ação indenizatória. Indaga-se so-


bre a possibilidade, ou não, de o Poder Público chamar o agente causador do dano para inte-
grar a demanda indenizatória (art. 70, III, CPC).
É fundamental destacar que a denunciação à lide é visivelmente prejudicial aos interesses da
vítima à medida que traz para a ação indenizatória a discussão sobre culpa ou dolo do agente
público, ampliando o âmbito temático da lide em desfavor da celeridade do conflito.
Por essa razão, a doutrina majoritária rejeita a possibilidade de denunciação à lide ao argu-
mento de que a inclusão do debate sobre culpa ou dolo na ação indenizatória representa um
retrocesso histórico à fase subjetiva da responsabilidade estatal.
A jurisprudência e os concursos públicos, entretanto, têm admitido a denunciação do agente
público à lide como faculdade em favor do Estado, o qual poderia decidir sobre sua conveniên-
cia.

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12. AÇÃO REGRESSIVA

A ação regressiva é proposta pelo Estado contra o agente público causador do dano, nos casos
de culpa ou dolo. Tem como pressuposto já ter sido o Estado condenado na ação indenizatória
proposta pela vítima.
Como a Constituição Federal determina que a ação regressiva é cabível nos casos de dolo ou
culpa, impõe-se a conclusão de qua a ação regressiva é baseada na teoria subjetiva.
Obs.: predomina o entendimento de que a ação regressiva é imprescritível com fundamento no
art. 37, § 5º, da Constituição Federal.

13. RSPONSABILIDDES ADMINISTRATIVA, CIVIL E PENAL DO AGENTE PÚBLICO

Um mesmo ato lesivo de um agente público pode resultar em sua responsabilização cumulativa
nas esferas administrativa civil e penal.
Em principio os três processos para apuração das responsabilidades civil, penal e administrativa
são independentes, razão pela qual as sanções podem cumular-se. Entretanto quando a orbita
penal estiver envolvida, é possível ocorrer exceção à regra de independência das esferas de res-
ponsabilidade, sendo que, nesses casos as demais esferas estarão vinculadas:
a) Condenação criminal do servidor.
b) Absolvição pela inexistência do fato ou pela negativa de autoria.
Obs.: a absolvição por ausência de tipicidade ou culpabilidade penal, por insuficiência de pro-
vas, ou qualquer outro motivo não vincula as demais esferas.

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. CONCEITO

Conjunto de instrumentos que o ordenamento jurídico estabelece a fim de que a própria admi-
nistração pública, os poderes judiciário, legislativo e ainda o povo diretamente ou por meio de
órgãos especializados, possam exercer o poder de fiscalização, orientação e revisão da atuação
administrativa de todos órgãos, entidades e agentes públicos, em todas as esferas de poder.

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2. OBJETIVOS

De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, os mecanismos de controle sobre a Administra-
ção Pública têm como objetivos fundamentais garantir o respeito aos direitos subjetivos dos
usuários e assegurar a observância das diretrizes constitucionais da Administração.

3. NATUREZA JURÍDICA

Os mecanismos de controle têm natureza jurídica de princípios fundamentais da Administração


Pública.
É o que se extrai da norma contida no art. 6º, V, do Dec. Lei n.200/67: “as atividades da Admi-
nistração federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: a) planejamento; b) coor-
denação; c) descentralização; d) delegação de competências; e) controle”.

4. CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE CONTROLE

A doutrina procura dividir as formas de controle da Administração em diversas categorias, par-


tindo dos mais variados critérios:

4.1 Conforme a origem:

a) Controle interno
Controle interno é aquele exercido dentro de um mesmo Poder, seja o exercido no âmbito hie-
rárquico, seja o exercido por meio de órgãos especializados, sem relação hierárquica com o
órgão controlado, ou ainda o controle que administração direita exerce sobre a administração
indireta de um mesmo poder.
Ex.: controle que as chefias exercem sobre os atos de seus subordinados dentro de um órgão
público.

b) Controle Externo
Diz-se externo o controle quando exercido por um Poder sobre os atos administrativos pratica-
dos por outro Poder.
Ex.: sustação, pelo Congresso Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que exorbita do
poder regulamentar (art. 49, V, CF); anulação de ato do Poder Executivo por decisão Judicial,
julgamento anual, pelo Congresso Nacional, das contas prestadas pelo Presidente da República
e a apreciação dos relatórios por ele apresentados sobre a execução dos planos de governo
(art. 49, IX, CF).

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c) Controle popular
Como decorrência do principio da indisponibilidade do interesse público, a Constituição con-
tém diversos dispositivos que dão aos administrados a possibilidade de – diretamente ou por
intermédio de órgãos especializados – verificarem a regularidade da atuação da administração
pública e impedirem a pratica de atos ilegítimos, lesivos ao individuo ou à coletividade, ou pro-
voquem a reparação dos danos deles decorrentes.
Ex.: Ação Popular (art. 5, LXXIII, CF): “qualquer cidadão é parte legitima para propor ação popu-
lar que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural”.

4.2 Conforme o momento de exercício:

a) Controle prévio ou preventivo (a priori)


Diz-se prévio quando exercido antes do início da pratica ou antes da conclusão do ato admi-
nistrativo, constituindo-se em requisito para a validade ou para a produção de efeitos do ato
controlado.
Ex.: autorização pelo Senado Federal necessária para que a União, os estados, o Distrito Federal
ou os municípios possam contrair empréstimos externos, aprovação pela Senado Federal, da
escolha de ministros dos tribunais superiores, do Procurador-Geral da República, do presidente
do Banco Central, etc.

b) Controle concomitante
Como o nome indica, é exercido durante a realização do ato e permite a verificação da regulari-
dade de sua formação.
Ex.: fiscalização da execução de um contrato administrativo, acompanhamento de um concurso
pela corregedoria competente, etc.

c) Controle subsequente ou corretivo (a posteriori)


A mais comum das modalidades de controle da Administração, é exercido após a conclusão do
ato. Mediante o controle subsequente é possível a correção de defeitos do ato, a declaração de
sua nulidade, a sua revogação, a sua cassação ou mesmo conferir eficácia ao ato.
Ex.: homologação de procedimento licitatório, a homologação de um concurso público, susta-
ção pelo Congresso Nacional dos atos normativos do Presidente que exorbitem o exercício do
poder regulamentar, etc.

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4.3 Conforme ao aspecto controlado:

a) Controle legalidade ou legitimidade


Por esse controle verifica-se se o ato foi praticado em conformidade com o ordenamento jurí-
dico. Faz-se o confronto entre uma conduta administrativa e uma norma jurídica. É o corolário
imediato do princípio da legalidade.
Ressalte-se que o controle de legalidade ou legitimidade não verifica apenas a compatibilidade
entre o ato e a literalidade da norma legal. Devem também, ser apreciados os aspectos relati-
vos à obrigatória observância do ordenamento jurídico como um todo, mormente dos princí-
pios administrativos, tais como o principio da moralidade ou da finalidade (impessoalidade).
O controle de legalidade ou legitimidade pode ser exercido pela própria administração, que
praticou o ato, hipótese que temos controle interno de legalidade, no exercício do poder de
autotutela.
Pode, também, ser exercido pelo poder judiciário, no exercício de sua função precípua jurisdi-
cional, ou pelo Poder Legislativo, nos casos previstos na Constituição Federal (ambas hipóteses
são de controle externo).
Ex.: exame pelo judiciário, em mandado de segurança, da legalidade de um ato do Executivo;
apreciação pelo Legislativo, por meio do Tribunal de Contas, da legalidade dos atos de admis-
são de pessoal do Executivo.
O exercício do controle de legalidade pode ter como resultado a confirmação da validade, a
anulação ou a convalidação do ato controlado.
O controle que visa à confirmação da validade de um ato geralmente é exercido por autori-
dade diversa daquela que o praticou. Os instrumentos típicos desse controle são atos como a
homologação, a ratificação, o visto, ou qualquer outro cujo conteúdo traduza no certificado de
que o ato ou o procedimento verificado está em conformidade com o ordenamento jurídico,
não contém qualquer defeito concernente a sua validade.
A anulação de um ato ou procedimento decorre da constatação de que houve um vício de va-
lidade na sua prática. Pelo fato de a anulação ter por fundamento uma ilegalidade ou ilegitimi-
dade, ela pode ser feita pela própria administração (controle interno) ou pelo Poder Judiciário
(controle externo). A anulação produz efeitos retroativos (ex tunc), isto é, retroage à origem do
ato, desfazendo as relações dele resultantes (resguardados, entretanto, os efeitos já produzi-
dos para terceiros de boa-fé).
É importante atentar para o fato de que nem sempre um vício de validade no ato acarretará a
sua anulação. Em alguns casos, em vez de anular o ato, pode a administração optar por mantê-
-lo no mundo jurídico. Deveras os atos que contenham defeitos sanáveis, desde que não acar-
retem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, podem ser objetos de convalidação
– “correção” do ato, com efeitos retroativos, ou seja, o ato e seus respectivos efeitos são “re-
gularizados” desde a origem. Vale dizer, a convalidação, quando possível, depende de decisão
discricionária da administração que praticou o ato.

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b) Controle mérito
Visa verificar a oportunidade e a conveniência administrativas do ato controlado. Trata-se, por-
tanto, de atuação discricionária, exercida, igualmente sobre atos discricionários e válidos.
O controle de mérito propriamente dito é um controle administrativo, que como regra, compe-
te exclusivamente ao próprio Poder que, atuando na função de administração pública, editou o
ato administrativo.
Tradicionalmente afirma-se não caber ao Poder Judiciário exercer controle de mérito sobre
atos praticados pelo Poder Executivo (tampouco pelo Legislativo, no exercício de função admi-
nistrativa). Essa afirmação está absolutamente correta, mas deve ser entendida em seus preci-
sos termos.
Sempre que o judiciário entender que o ato é ilegal ou ilegítimo, promovera sua anulação, nun-
ca a sua revogação, porque esta se refere a juízo de oportunidade e conveniência administrati-
vos, concernente a atos discricionários, e não à apreciação da validade do ato.
O resultado do exercício do controle de mérito é, portanto, a revogação, pela administração, de
atos discricionários por ela própria regularmente editados; atos plenamente validos que pas-
saram a ser considerados inconvenientes. Assim o poder judiciário nunca realiza controle de
mérito de ato praticado por outro poder.
O que se vem de afirmar não deve ser confundido com o controle de legalidade ou legitimidade
que o Judiciário exerce sobre os limites da válida atuação discricionária da administração.
O judiciário utilizando dos princípios administrativos fundamentais, especialmente os princí-
pios implícitos da razoabilidade e da proporcionalidade, poderá decidir que a atuação discricio-
nária que a administração alega ter sido legitima foi, na verdade, uma atuação fora da esfera
legal de discricionariedade, foi uma atuação, simplesmente ilegal ou ilegítima.
Portanto, pode ocorrer de o Poder Judiciário, por exemplo, anular um ato administrativo de
aplicação de uma penalidade disciplinar por entender a sanção desproporcional aos motivos
declarados pela administração, ou anular um ato administrativo de dispensa de licitação por
considerar inexistente a alegada situação emergencial apontada como motivo pela administra-
ção etc.
Deve restar claro, igualmente, que em tais situações o resultado da atividade jurisdicional é a
anulação do ato administrativo viciado. Em nenhuma hipótese é possível a revogação, pelo Po-
der Judiciário, de atos praticados pelo Poder Executivo (ou Poder Legislativo).
A revogação tem por fundamentos o poder discricionário. Somente pode ser realizada pela
própria administração e pode, em principio, alcançar qualquer ato discricionário, resguarda-
dos, entretanto, os direitos adquiridos. Em todos os casos, como o ato revogado era um ato
válido, sua revogação somente pode produzir efeitos prospectivos (ex nunc).
Por fim, é correto afirmar, que o Poder Judiciário nunca revogará um ato administrativo no
exercício de sua função típica jurisdicional. Todavia, os atos administrativos editados pelo pró-
prio Poder Judiciário, no exercício de suas funções administrativas, somente poderão ser revo-
gados por ele próprio, neste caso não estará realizando atividade jurisdicional, mas sim admi-
nistrativa.

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4.4 Quanto à amplitude:

a) Controle hierárquico
Decorre do escalonamento vertical de órgãos da administração direta ou do escalonamento
vertical de órgãos integrantes de cada entidade da administração indireta. O controle hierár-
quico é sempre um controle interno. É típico do Poder Executivo, mas nada impede que exista
escalonamento vertical entre órgãos administrativos e agentes públicos nos Poderes Legislati-
vo e judiciário, resultando na relação superior-subordinado, com a consequente e automática
existência de controle hierárquico.
Sempre que, dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica, houver escalonamento ver-
tical entre órgãos ou entre agentes públicos, haverá controle hierárquico do superior sobre os
atos praticados pelos subordinados.
Em razão de sua natureza, o controle hierárquico é pleno (irrestrito), permanente e automático
(não depende de norma específica que estabeleça ou autoriza).

b) Controle finalístico
É aquele exercido pela administração direta sobre a pessoas jurídicas integrantes da adminis-
tração indireta.
Como resultado da descentralização administrativa, compõem a administração pública não só
os órgãos da administração direta, que integram a estrutura de uma única pessoa (União, es-
tados, municípios e Distrito Federal), mas também outras pessoas jurídicas, com autonomia
administrativa e financeira, vinculadas (e não subordinadas) à administração direta.
Em razão da autonomia administrativa mencionada, o controle das entidades da administração
indireta em muito difere do controle hierárquico pleno e automático.
O controle finalístico também denominado pela doutrina de tutela administrativa, e pelo De-
creto-lei 200/67 de supervisão ministerial, depende de norma legal que o estabeleça, deter-
mine os meios de controle, os aspectos a serem controlados e as ocasiões de realização do
controle. Deve, ainda, ser indicada a autoridade controladora e as finalidades objetivadas.

5. CONTROLE ADMINISTRATIVO

É o controle que a própria administração pública realiza sobre suas atividades rotineiras, é mo-
dalidade de controle interno, fundado no poder de autotutela, exercido pelo Poder Executivo e
pelos órgãos administrativos dos Poderes Legislativo e Judiciário sobre sua própria atuação ad-
ministrativa, tendo em vista aspectos de legalidade e de mérito administrativos (conveniência e
oportunidade), cuja expressão está sintetizada na Súmula 473 do STF, com a seguinte redação:
Súmula nº 473, STF. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga los, por motivo de con-

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veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,


a apreciação judicial.
O exercício do controle administrativo pode ocorrer de ofício, isto é, por iniciativa da própria
administração, ou ser deflagrado por provocação dos administrados, mediante reclamações,
representações, impugnações, recursos e petições administrativas de um modo geral, tenham
ou não denominação específica.
O STF já deixou assente que o exercício da autotutela administrativa, quando implique desfa-
zimento de atos administrativos que afetem interesses do administrado, modificando desfavo-
ravelmente sua situação jurídica, deve ser precedido da instauração de procedimento no qual
se dê a ele oportunidade de contraditório, isto é, de apresentar alegações que eventualmente
demonstrem ser indevido o desfazimento do ato (RE 594.296/MG – 2011).
A doutrina em geral menciona diversos meios ou instrumentos passiveis de ser utilizados pe-
los administrados para provocar o controle administrativo, todos eles espécies do abrangente
direito fundamental previsto no art. 5, XXXIV, “a”, da Constituição Federal, conhecido como
“direito de petição’’.

6. CONTROLE LEGISLATIVO

A fiscalização que da administração pública exercida pelo poder legislativo é usualmente de-
nominada controle legislativo. Como existe administração pública em todos os Poderes da Re-
pública, é evidente que as prerrogativas do Poder Legislativo incluem a fiscalização da atuação
administrativa em todos eles.
Entretanto, o controle que o Poder Legislativo exerce sobre os atos de sua própria administra-
ção pública tem natureza diversa daquele que ele realiza sobre a atuação administrativa dos
Poderes Executivo e judiciário. Na primeira hipótese, temos controle interno, ao passo que nos
outros casos existe controle externo.
O controle legislativo – por vezes chamado controle parlamentar – pelo fato de ser um controle
externo, somente pode ocorrer nas situações e nos limites diretamente previstos na Constitui-
ção Federal.
O controle legislativo possui marcada índole política, razão pela qual ele não se limita ao estrito
controle de legalidade formal, abrangendo outros aspectos, como a eficiência, e para alguns
autores, até mesmo a conveniência pública de determinadas atuações do Poder Executivo. Os
casos em que o Poder Legislativo realiza controle de mérito administrativo no exercício do con-
trole externo são aqueles em que a Constituição Federal, diretamente, atribui a ele competên-
cia para, discricionariamente, intervir em determinada atuação do Poder Executivo.

7. CONTROLE JUDICIÁRIO

O denominado controle judiciário, ou judicial, é o controle exercido pelos órgãos do Poder Ju-
diciário, no desempenho da atividade jurisdicional, sobre atos administrativos praticados pelo

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Poder Executivo, bem como sobre os atos administrativos editados, no exercício da atividade
administrativa, pelo Poder Legislativo e pelo próprio poder Judiciário.
O controle judicial verifica exclusivamente a legalidade ou legitimidade dos atos administra-
tivos, nunca o mérito administrativo. Trata-se, em regra, de um controle posterior, corretivo,
incidente sobre atos já praticados.
Mediante o exercício do controle judicial dos atos administrativos pode ser decretada a sua
anulação (nunca a revogação, pois esta decorreria de controle de mérito). Não se deve, entre-
tanto, confundir a vedação de que o Judiciário aprecie o mérito administrativo com a possibili-
dade de aferição pelo Poder Judiciário dos atos Discricionários.
Com efeito, os atos discricionários podem ser amplamente controlados pelo Judiciário, no que
respeita a sua legalidade ou legitimidade. Por exemplo, um ato discricionário do Poder Execu-
tivo pode ser anulado pelo Poder Judiciário em razão de vício de competência, de desvio de
finalidade, etc.
Ainda, os controles de razoabilidade e proporcionalidade possibilitam anulação, pelo Poder Ju-
diciário, de atos discricionários que tenham sido praticados fora da esfera de mérito adminis-
trativo estabelecida pela lei.
Em resumo, o Poder Judiciário pode, sempre, desde que provocado, anular atos administrati-
vos, vinculados ou discricionários, que apresentem vícios. O que não se admite é que o Poder
Judiciário revogue um ato praticado pelos demais poderes.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVO (LEI 8.429/92)

1. BASE CONSTITUCIONAL

A base constitucional direta para a responsabilização pelos atos de improbidade administrativa


encontra-se no § 4º, do art. 37 da Carta de 1988, abaixo reproduzido.
Art. 37, § 4º, CF – Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
O § 4º, do art. 37 do Texto Magno é norma constitucional de eficácia limitada. Em 1992 ocorreu
sua necessária regulamentação, operada pela Lei 8.429/92, diploma de caráter nacional, isto é,
de observância obrigatória para a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios.
Essa lei também não se preocupou em definir improbidade administrativa, mas apresenta –
conforme se será visto adiante – descrições genéricas, acompanhadas de extensas listas exem-
plificativas, de condutas (inclusive omissivas) que se enquadram como “atos de improbidade
administrativa”, classificando-os em três categorias.

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2. SUJEITOS DOS ATOS DE IMPROBIDADE

2.1 Sujeitos Passivos (art. 1º)


Sob uma perspectiva geral ou mediata, os atos de improbidade administrativa vitimam a so-
ciedade brasileira, globalmente considerada. Entretanto, um particular pessoa física, ou uma
empresa privada que nenhuma relação específica tenha com o Poder Público, não pode ser
diretamente alvo de um ato de improbidade administrativa. Com efeito, a Lei 8.429/92 estatui
que os atos de improbidade administrativa podem ser praticados contra:
a) Administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal, dos Municípios, de Territórios.
b) Empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o
erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da
receita anual.
c) Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão públi-
co bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando­se, nestes
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públi-
cos.

2.2 Sujeitos Ativos


As normas da Lei 8429/92 que descrevem os atos de improbidade administrativa e cominam as
sanções correspondentes são endereçadas precipuamente aos agentes públicos. Entretanto,
elas são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta
ou indiretamente.
É interessante observar que, isoladamente, essa pessoa não tem como praticar um ato de im-
probidade, porque o texto legal só prevê as seguintes hipóteses: (a) pessoa induz um agente
público a praticar ato de improbidade; (b) ela pratica um ato de improbidade junto com um
agente público, isto é, concorre para a prática do ato; ou (c) ela se beneficia direta ou indireta-
mente de um ato de improbidade que não praticou.
Art. 2º, Lei 8.429/92 - Reputa­se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exer-
ce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, con-
tratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou fun-
ção nas entidades mencionadas no artigo anterior.

3. NATUREZA DAS SANÇÕES COMINADAS E CUMULAÇÃO DE INSTÂNCIAS

Quanto às penalidades, a Lei 8.429/92 estabelece sanções de natureza administrativa (perda


da função pública, proibição de contratar com o Poder Público, proibição de receber do Poder

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Público benefícios fiscais ou creditícios), civil (ressarcimento ao erário, perda dos bens e valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, multa civil) e política (suspensão dos direitos políticos).
Em consonância com o estabelecido no próprio texto constitucional (art. 37, § 4º), a Lei
8.429/92 exige integral ressarcimento ao erário, sempre que houver dano ao patrimônio (em
sentido econômico) ocasionado por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de ter-
ceiro. Determina, ainda, no caso de enriquecimento ilícito, a perda dos bens ou valores acresci-
dos ao patrimônio do agente público ou terceiro beneficiado.
Obs: Aos sucessores daquele que causar lesão ao patrimônio público ou enriquecer ilicitamen-
te estendem-se as sanções de natureza patrimonial, até o limite do valor da herança (art. 8º).
Muitas das condutas descritas como atos de improbidade administrativa na Lei 8.429/92 coin-
cidem com tipos penais, ou seja, também constituem crimes, previstos em leis penais. Nesses
casos, além das penalidades estabelecidas na Lei 8.429/92 para o ato de improbidade, o agente
responderá na esfera penal pela mesma conduta, tipificada como crime em uma lei penal, es-
tando sujeitos às penas na lei criminal.

4. DESCRIÇÃO LEGAL DOS ATOS DE IMPROBIDADE E SANÇÕES CABÍVEIS

A Lei 8.429/92 classifica os atos de improbidade administrativa em três grandes grupos (a rigor,
nem sempre se trata de atos administrativos propriamente ditos, porquanto alguns correspon-
dem a meras condutas, inclusive omissivas):

a) Ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito (art. 9º)


Auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, man-
dato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei, e nota-
damente:
Sanções (art. 12, I): perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarci-
mento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos polí-
ticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patri-
monial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vanta-
gem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente
de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público;

II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou
locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no
artigo 1º por preço superior ao valor de mercado;


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III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou lo-
cação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor
de mercado;
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas
no artigo 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;

V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a explo-
ração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou
de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declara-
ção falsa sobre me­dição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a
qualquer das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei;
VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pú-
blica, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à
renda do agente público;
VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para
pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação
ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública
de qualquer natureza;
X – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir
ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores inte-
grantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei;
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimo-
nial das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei.

b) Ato de improbidade administrativa causa lesão ao erário (art. 10)


Qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropria-
ção, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no artigo 1º
desta Lei:
Sanções (art. 12, II): ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ili-
citamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor
do dano e proibição de contratar com o Poder Públi­co ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1069
I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei;

II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no artigo 1º desta
Lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistenciais, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das
entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei, sem observância das formalidades legais e regu-
lamentares aplicáveis à espécie;

IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de
qualquer das entidades referidas no artigo 1º desta Lei, ou ainda a prestação de serviço por
parte delas, por preço inferior ao de mercado.
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado;

VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou acei-
tar garantia insuficiente ou inidônea;
VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá­lo indevidamente;

IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;

XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qual-
quer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos
ou material de qual­quer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no artigo 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades;

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços pú-
blicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamen-
tária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

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c) Ato de improbidade administrativa atenta contra os princípios da administração


pública
Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e
lealdade às instituições:
Sanções (art. 12, III): ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, sus-
pensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes
o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majo-
ritário, pelo prazo de três anos.
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto na re-
gra de competência;
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva per-
manecer em segredo;
IV – negar publicidade aos atos oficiais;
V – frustrar a licitude de concurso público;

VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê­lo;

VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulga-
ção oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem
ou serviço.
Obs.: é muito relevante enfatizar, seja qual for o ato de improbidade administrativa praticado,
que a aplicação das sanções previstas na Lei 8.429/92 (art. 21): independe da efetiva ocorrên-
cia de dano ao patrimônio público (em sentido econômico) salvo quanto à pena de ressarci-
mento e independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou
pelo tribunal ou conselho de contas.
Obs.: é de bom alvitre repisar também que as cominações previstas na Lei 8.429/92 para cada
categoria de atos de improbidade administrativa podem ser aplicadas isolada ou cumulativa-
mente, de acordo com a gravidade do fato, sem prejuízo das sanções penais civis e administra-
tivas previstas na legislação específica.
Obs.: para a fixação das penas a serem concretamente aplicadas, determina o parágrafo único
do art. 12 da Lei 8.429/92 que “o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como
o proveito patrimonial obtido, pelo agente”. Comentando essa regra de gradação das penali-
dades no caso concreto, a professora Maria Sylvia Di Pietro assinala que “a expressão extensão
do danos causado tem que ser entendida em sentido amplo, de modo que se abranja não só
o dano ao erário, ao patrimônio público em sentido econômico, mas também ao patrimônio
moral do Estado e da sociedade.

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5. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E AÇÕES JUDICIAIS

5.1 Representação
A Lei 8.429/92 permite que qualquer pessoa represente à autoridade administrativa compe-
tente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade
(art. 14).
Por outro lado, a lei tipifica como crime a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiado, quando o autor da denúncia o sabia inocente. Além da sanção
penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à
imagem que houver provocado (art. 19).
A representação deverá ser escrita e assinada (admite-se a representação efetivada oralmente,
desde que seja reduzida a termo, isto é, passada a escrito). Dela devem constar a qualificação
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que o
representante tenha conhecimento.
Se forem atendidos os requisitos da representação, a autoridade administrativa tem o dever
indeclinável de determinar a imediata apuração dos fatos, mediante a instauração de um pro-
cesso administrativo disciplinar.
A comissão encarregada da instrução do processo administrativo deve dar conhecimento da
existência dele ao Ministério Público e ao tribunal de contas competente, os quais poderão de-
signar representante para acompanhar o procedimento administrativo (art. 15).

5.2 Sequestro de bens


Se os atos sob investigação tiverem causado lesai ao patrimônio publico (em sentido econômi-
co) ou ensejado enriquecimento ilícito, a comissão processante, desde que apurados fundados
indícios de responsabilidade, representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão ou
entidade em que esteja tramitando o processo administrativo para que seja requerida ao juízo
competente a decretação do sequestro – medida cautelar incidente sobre bens específicos,
que ficam reservados para garantir uma futura execução – dos bens do agente ou terceiro que
tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano material ao patrimônio público.

5.3 Atuação do Ministério Público


É mister atentar para o fato de que o Ministério Público não depende de representação para
pedir ao Poder Judiciário as medidas cautelares cabíveis. Mais precisamente o Ministério Públi-
co não depende de qualquer provocação para atuar visando a apurar a pratica de ato de impro-
bidade administrativa.
Com efeito o art. 22 expressamente autoriza o Ministério Público a requisitar de ofício a ins-
tauração de inquérito policial ou procedimento administrativo para apurar qualquer ilícito nela
previsto, sem prejuízo, é claro, da possibilidade de a requisição seja feita à vista de requerimen-

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to de autoridade administrativa ou de representação formulada por qualquer pessoa (mesmo


que essa pessoa ja tenha apresentado representação a autoridade administrativa e esta a te-
nha rejeitado).

5.4 Legitimados ativos (ad causam)


Os legitimados para propor a ação de improbidade administrativa (legitimação concorrente)
estão explicitados no caput do art. 17. São eles:
a) O Ministério Público
b) A pessoa jurídica interessada, isto é, a pessoa jurídica contra a qual o ato de improbidade
tenha sido praticado, ou tenha sofrido lesão patrimonial dele decorrente, desde que se
trate de uma daquelas pessoas que a lei enquadra como sujeito passivo dos atos de impro-
bidade administrativa.
Obs.: quando o Ministério Público não for parte no processo, atuará, obrigatoriamente, como
fiscal da lei, sob pena de nulidade (art. 17, § 4º).
Obs.: caso tenha sido efetivada medida cautelar, o prazo para o ajuizamento da ação principal é
de trinta dias, contados da efetivação (art. 17, caput).

5.5 Afastamento temporário do agente público


A autoridade judicial ou administrativa competente poderá, todavia, determinar o afastamento
temporário do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu-
neração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual (art. 20, parágrafo único).
Convém frisar, o afastamento temporário não é uma sanção – tanto assim que o agente conti-
nua recebendo sua remuneração. Trata-se de mais uma medida cautelar, a única prevista nessa
lei que pode ocorrer na esfera administrativa. Por não configurar sanção, não há contraditório e
ampla defesa prévios, em que o agente afastado pudesse discutir o cabimento, ou não, do seu
afastamento temporário.
Obs.: é vedada a transação a conciliação ou o acordo nas ações por atos de improbidade admi-
nistrativa (art. 17 § 1º).

6. JUÍZO COMPETENTE

O Supremo Tribunal Federal possui entendimento, há muito sedimentado, segundo o qual o


foro especial por prerrogativa de função constitucionalmente previsto para determinadas au-
toridades públicas somente é invocável nos processos de caráter penal, não se estendendo às
ações de natureza cível.
Segundo essa orientação, não cabe cogitar foro especial na ação de improbidade administrati-
va, haja vista ser ela uma ação de natureza cível. Logo o processo e julgamento, em princípio,
ocorrerão no juízo ordinário de primeiro grau.

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Obs.: é oportuno registrar que as ações de improbidade administrativa estão expressamente
excluídas da competência dos Juizados Especiais Federais (art. 3, I, Lei 10.259/01).

7. PRESCRIÇÃO

As ações destinadas à aplicação das sanções previstas na Lei 8.429/92 prescrevem em até cinco
anos após o termino do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confian-
ça (art. 23, I).
Se o agente for titular de cargo efetivo ou emprego público, o prazo de prescrição das referidas
ações será o estabelecido em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a
bem do serviço (art. 23, II).
Cabe lembrar que as ações civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis, nos termos do
art. 37 § 5º, da Constituição de 1988.

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Direito Constitucional

Professor Daniel Sena

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Edital

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Agente de Polícia Substituto e Escrivão de Polícia Substituto: 3 Direitos e garantias fundamen-
tais. 3.1 Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade,
direitos políticos, partidos políticos. 5 Administração pública. 5.1 Disposições gerais, servidores
públicos. 7 Poder legislativo. 7.1 Estrutura. 7.2 Funcionamento e atribuições. 7.3 Processo le-
gislativo.

Escrivão de Polícia Substituto: 7.4 Fiscalização contábil, financeira e orçamentaria. 7.5


Comissões parlamentares de inquérito.

BANCA: Cespe
CARGO: Agente de Polícia e Escrivão

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Introdução

Olá querido aluno da Casa do Concurseiro,


É uma honra para mim estar aqui com você para trabalhar a disciplina de Direito Constitucional
ao lado do professor Diogo Lopes. Juntos vamos ajuda-lo nessa caminhada rumo a aprovação
no concurso da Polícia Civil de Goiás cuja prova já será daqui alguns dias.
Como concurseiro posso lhe garantir que a única coisa que está entre você e a aprovação é a
determinação em lutar até conseguir. E nossa missão com a disciplina de Direito Constitucional
é facilitar esse caminho possibilitando o acerto da maior quantidade de questões possíveis em
sua prova.
Eu e o professor Diogo Lopes dividimos o conteúdo de forma que você possa se preparar com
eficiência para esse concurso. A minha parte será:
1. Princípio Fundamentais;
2. Aplicabilidade das normas constitucionais;
3. Organização político-administrativa do Estado;
4. Poder Executivo;
5. Poder Judiciário;
6. Funções essenciais à justiça;
7. Segurança Pública;
8. Ordem Social.
Para que você consiga acompanhar as aulas de forma mais produtiva, separei nesse material os
artigos da Constituição Federal que compõe esse conteúdo. Fiz algumas anotações importantes
mas nada que substitua o seu caderno depois de assistir as aulas. Eu sinceramente acredito que
o melhor material do concurseiro é o caderno, então venha preparado para anotar tudo que
falarei em minhas aulas, pois tenho muita coisa para compartilhar.
No final de cada aula, resolveremos dez questões para fixarmos o conteúdo. Sugiro que você
deixe para resolver as questões em sala de aula, logo após a minha explicação. Desta forma, o
conteúdo ficará melhor fixado e você entenderá como cada tema poderá ser cobrado em sua
prova. Todas as questões que selecionei foram da banca CESPE pois ela foi a última organizadora
deste concurso.

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Farei o meu melhor para que você tenha a melhor aula e saia daqui preparado para todos os
concursos que enfrentar. Caso deseje estar em contato comigo, deixo aqui alguns canais que
utilizo para estar mais próximos dos meus alunos:
E-mail: profdanielsena@gmail.com
Facebook: /ProfDanielSena
Twitter: @ProfDanielSena
Youtube: ProfDanielSena
Site: www.danielsena.com.br
Feitas essas considerações iniciais, iniciemos a nossa caminhada rumo à aprovação! E vamos
que vamos...
Prof. Daniel Sena

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Direito Constitucional

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para


instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL.

Segundo o STF, o preâmbulo não possui força normativa constitucional, logo, não pode
ser utilizado como parâmetro de Controle de Constitucionalidade.

TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

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Princípios Fundamentais
A Forma de Estado adotada no Brasil é a Federativa. A Forma de Estado reflete o modo
de exercício do poder político em função do território. A Federação caracteriza-se por:
•• Forma composta ou complexa
•• Pluralidade de poderes políticos internos
•• Pluralidade de Constituições
•• Autonomia política de cada estado
•• Impossibilidade de secessão
•• Existência de uma Constituição Federal
•• A soberania pertence ao Estado Federal
•• Repartição de competências
•• Participação dos Estados-membros na formação da vontade nacional
•• Existência de um Guardião da Constituição Federal (STF)
•• Federalismo tricotômico, centrífugo e por desagregação
•• Cláusula pétrea (art. 60, § 4º, CF)
A Forma de Governo adotada no Brasil é a Republicana. A Forma de Governo reflete o
modo de aquisição e exercício do poder político, mede a relação entre o governante e o
governado. O Republicanismo caracteriza-se por:
•• Etimologia: “rés pública” (coisa pública)
•• Administração da coisa pública em prol da coletividade
•• Temporariedade do exercício do poder
•• Responsabilidade
•• Poder do povo
•• Princípio sensível (art. 34, VII, a, CF)
O Sistema de Governo adotado no Brasil é Presidencialista. O sistema de governo rege
a relação entre o Poder Executivo e o Legislativo medindo o grau de dependência entre
eles. O Presidencialismo caracteriza-se por: O Presidente é o Chefe de Estado, Chefe
de Governo e Chefe da Administração Pública; o presidente é eleito pelo povo direta
ou indiretamente; mandato certo; prevalece a separação entre o Poder Legislativo e
Executivo, independentes e harmônicos entre si.
O Regime de Governo adotado no Brasil é o Democrático. Caracteriza-se por ser: um
Estado Democrático de Direito, estado da social democracia, dignidade da pessoa
humana. Governo do povo, pelo povo e para o povo (soberania popular). Democracia
brasileira: semi-direta ou participativa. Princípio sensível (art. 34, VII, a, CF) .

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Constitucional – Prof. Daniel Sena

I – a soberania;
II – a cidadania
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.

Dica de memorização dos fundamentos: SO CI DI VA PLU

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Soberania popular: democracia semi-direta ou participativa. Pode ser exercida direta


ou indiretamente.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.

Princípio da Tripartição dos poderes


•• Limitação dos poderes do Estado para evitar a arbitrariedade.
•• Preservação do Estado Democrático de Direito.
•• Três poderes:
a) Executivo
•• Função típica – governar, administrar, executar.
•• Função atípica – legislar e julgar.
b) Legislativo
•• Função típica – edição de normas gerais, inovação do ordenamento jurídico,
fiscalização contábil e financeira.
•• Função atípica – administrar e julgar.
c) Judiciário
•• Função típica – jurisdicional, aplicar o direito ao caso concreto.
•• Função atípica – administrar e legislar.
•• Sistema de freios e contrapesos – permite um equilíbrio entre os poderes para que
nenhum seja maior que o outro.

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Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

Dica de memorização dos objetivos: CON GA ER PRO

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.

Dica de memorização dos Princípios que regem as relações internacionais:


A IN DE NÃO CON PRE I RE CO S

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,


social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

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Questões

1. (CESPE – BACEN – 2013) A prevalência dos direitos humanos, a con-


cessão de asilo político e a solução pacífica
Em relação aos princípios fundamentais e de conflitos são princípios fundamentais
aos direitos e garantias fundamentais esta- que regem as relações internacionais do
belecidos na Constituição Federal de 1988 Brasil.
(CF), julgue o item que se segue.
( ) Certo   ( ) Errado
Entre os princípios fundamentais da Repú-
blica Federativa do Brasil inclui-se o princí-
pio democrático, que se refere ao exercício 5. (CESPE – TRT8 – 2016)
direto e indireto do poder pelo povo.
A valorização social do trabalho e da livre-
( ) Certo   ( ) Errado -iniciativa não alcança, indiscriminadamen-
te, quaisquer manifestações, mas apenas
atividades econômicas capazes de impulsio-
2. (CESPE – TRE-RS – ANALISTA – 2016) nar o desenvolvimento nacional.
Acerca de aspectos relacionados à Consti- ( ) Certo   ( ) Errado
tuição, poder constituinte e princípios cons-
titucionais fundamentais, assinale a opção
correta. 6. (CESPE – TRT8 – 2016)
O pluralismo político, princípio constitucio- O conceito atual de soberania exprime o au-
nal fundamental da CF que assegura a par- torreconhecimento do Estado como sujeito
ticipação plural da sociedade, atinge apenas de direito internacional, mas não engloba
os partidos políticos, não se estendendo a os conceitos de abertura, cooperação e in-
sindicatos, associações, entidades de classe tegração.
e organizações em geral.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
7. (CESPE – TRT8 – 2016)
3. (CESPE – TRE-RS – TÉCNICO – 2016)
A cidadania envolve não só prerrogativas
Com base no princípio da dignidade da pes- que viabilizem o poder do cidadão de in-
soa humana, o ordenamento jurídico brasi- fluenciar as decisões políticas, mas também
leiro restringe o uso de algemas no país. a obrigação de respeitar tais decisões, ainda
que delas discorde.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
4. (CESPE – DPU – 2016)
Acerca dos princípios fundamentais expres-
sos na Constituição Federal de 1988 (CF),
julgue o item a seguir.

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8. (CESPE – TRT8 – 2016)
A dignidade da pessoa humana é conceito
eminentemente ético-filosófico, insuscetí-
vel de detalhada qualificação normativa, de
modo que de sua previsão na Constituição
não resulta grande eficácia jurídica, em ra-
zão de seu conteúdo abstrato.
( ) Certo   ( ) Errado

9. (CESPE – TRT8 – 2016)


O valor social do trabalho possui como tra-
ço caracterizador primordial e principal a
liberdade de escolha profissional, corres-
pondendo à opção pelo modelo capitalista
de produção.
( ) Certo   ( ) Errado

10. (CESPE – TRE-PI – 2016)


A eletividade e a temporariedade são con-
ceitos inerentes ao princípio republicano
extraído da CF.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. E 3. C 4. C 5. E 6. E 7. C 8. E 9. E 10. C

1086 www.acasadoconcurseiro.com.br
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APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

Introdução

Estudar a aplicabilidade das normas constitucionais é entender a capacidade que essas normas
tem de produzir efeitos. Esse é um tema muito interessante e que costuma ser cobrado em
prova, não só como o nome de aplicabilidade, mas também com o nome eficácia.
Os concursos de TRT costumam trabalhar esse tema de forma reiterada, exigindo do candidato
um domínio sobre as classificações dos dispositivos constitucionais bem como a compreensão
do conceito de cada instituto que trabalharemos aqui.
Vários doutrinadores aprofundaram seu estudo criando teorias e classificações, mas um nome
tem prevalecido como pensamento majoritário e por sua vez, adotado por todas as bancas de
concurso. Refiro-me ao professor José Afonso da Silva, cuja classificação estudaremos a partir
de agora.

Classificação

Primeiramente, José Afonso classificou a eficácia das normas constitucionais em duas espécies:
1. Eficácia jurídica
2. Eficácia social
Entende-se como eficácia jurídica a capacidade da norma constitucional produzir efeitos no
ordenamento jurídico. É uma eficácia normativa, que ocorre apenas no mundo das leis. É um
efeito muito interessante, principalmente se você considerar a Constituição como sendo a
norma mais importante do direito brasileiro. Sua posição hierárquica permite que ao ocorrer
alguma modificação no texto constitucional, este imediatamente irradie seus efeitos sobre as
demais normas infraconstitucionais revogando-as do ordenamento.
Já a eficácia social é o efeito causado na sociedade. É quando a norma constitucional modifica
a vida das pessoas na prática. É uma aplicabilidade concreta. É quando a constituição produz
efeitos na sociedade.
Para exemplificar essas duas classificações, eu pegarei um exemplo do texto constitucional. O
artigo 226, que trata da família, traz no seu parágrafo 6º o seguinte: O casamento civil pode ser
dissolvido pelo divórcio.
Eu gosto muito desse exemplo, pois ele permite entender a diferença das duas situações. Esse
dispositivo foi alterado em 2010 pela emenda constitucional nº 66. Antes, o texto permitia que
o casamento fosse dissolvido pela separação de fato, separação judicial ou pelo divórcio. Agora,
ele só permite que seja dissolvido por meio do divórcio. Com a alteração do dispositivo, no

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âmbito normativo teremos um efeito muito interessante que é a revogação de todas as normas
contrárias ao dispositivo, ou seja, qualquer lei infraconstitucional que verse sobre a separação
de fato ou separação judicial, por exemplo, não produzirá mais efeitos, pois a Constituição
possui eficácia jurídica. Da mesma forma, se algum indivíduo, estivesse querendo se separar da
sua esposa, não seria mais possível, pois a dissolução a partir de agora só poderá ocorrer por
meio do divórcio.
Percebeu a diferença? Eficácia jurídica opera no mundo jurídico enquanto a eficácia social
opera na sociedade.
Outra informação que deve estar sempre em sua mente e que te salvará nas provas é:
Toda norma constitucional possui eficácia jurídica,
mas nem toda norma constitucional possui eficácia social.
Esta premissa nos permite concluir ainda que todas as normas constitucionais possuem eficácia,
ao menos a eficácia jurídica.
José Afonso, ao chegar até aqui, percebeu que essa classificação era insuficiente para
compreendermos toda a dimensão da aplicabilidade social das normas constitucionais. Diante
disso, ele criou outras subclassificações as quais veremos aqui:
1. Eficácia social plena
2. Eficácia social contida
3. Eficácia social limitada

Normas de eficácia social plena

São consideradas normas de eficácia plena aquelas que possuem aplicação automática, que
são autoaplicáveis, ou seja, não dependem de outras normas para produzir efeitos. Dizemos
ainda que essas normas possuem aplicação direta, imediata e integral. A partir do momento
em que a norma entra na Constituição ela já produz efeitos práticos. É o que ocorre no artigo
230, §2º da Constituição:
Art. 230, §2º. Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade
dos transportes coletivos urbanos.

Uma pessoa que completa 65 anos de idade não precisa de nenhuma intermediação legislativa.
Basta pegar o ônibus e usufruir do direito.
Como outros exemplos podemos citar os artigos 1º; artigo 2º, art. 5º, caput e incisos XXXV e
XXXVI; art. 19; art. 21; art. 53; art. 60, § 1º e 4º; art. 69; art. 128, § 5º, I e II; art. 145, § 2º; entre
outros.

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Normas de eficácia social contida

As normas de eficácia contida, também chamadas de restringíveis, redutíveis, contíveis ou


prospectivas, são autoaplicáveis, isto é, possuem aplicabilidade desde o momento em que
entram em vigor. Possuem aplicação automática, direta e imediata. Ela também não depende
de nenhuma outra norma para produzir seus efeitos, entretanto, permite que norma regule
seus efeitos. Apesar da aplicabilidade de uma norma de eficácia contida não depender de nada
para produzir seus efeitos, ela permite que outra norma restrinja seus efeitos. Por isso dizemos
que ela é restringível, exatamente porque é possível que seus efeitos sejam restringidos. Diante
disso podemos dizer que apesar da semelhança com as normas de eficácia plena, a aplicação de
uma norma de eficácia contida possivelmente não será integral. É o que ocorre, por exemplo,
com o artigo 5º, XIII da CF:

Art. 5º, XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;

É livre a escolha de qualquer trabalho, ofício ou profissão. Um indivíduo que deseja encontrar
um trabalho poderá escolher o trabalho que quiser. Ele poderá ser frentista de um posto, ou
mesmo um balconista de uma loja sem muito problema. Contudo, caso opte por ser médico,
não bastará a escolha, ele deverá se atentar as qualificações exigidas em lei, ou seja, para ser
médico, deverá cursar uma faculdade de medicina como condição para exercer a profissão.
Apesar da liberdade de escolha da profissão, algumas terão requisitos exigidos em outra norma
o que acaba por restringir a aplicabilidade prática do dispositivo constitucional.
Como outros exemplos podemos citar os artigos 5º, VII, XII, XIII, XV, XXVII, XXXIII; art. 9º; art. 37,
I; art. 170, parágrafo único; entre outros.

Normas de eficácia social limitada

São consideradas normas com eficácia limitada as que não possuem por si só aplicabilidade
social. São normas que para serem utilizadas na prática precisam de um outra norma
regulamentadora que lhe dê eficácia. Por esta razão, dizemos que elas são aplicáveis de forma
mediata e indireta, diferentemente das duas anteriores que estudamos. A sua falta de eficácia
imediata lhe confere ainda uma aplicabilidade reduzida, mitigada, diferida. Enquanto não
forem regulamentadas, permanecem apenas com a eficácia jurídica mas sem aplicação prática.
Então tenha cuidado com isso aqui. Mesmo sem ser regulamentada, as normas de eficácia
limitada possuem eficácia, apenas a eficácia jurídica. Isso lhes confere um poder paralisante e
impeditivo, ou seja, ninguém está autorizado a contrariar seus preceitos. Trata-se de um efeito
vinculante a atividade estatal que se obriga a um comportamento negativo diante do preceito
constitucional limitando, assim, sua atuação.
Um exemplo bacana e que costuma cair em prova é o previsto no artigo 5º, XLIII da CF:

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XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática
da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem;

Veja que a Constituição Federal desejava criar vários crimes mas ela mesmo não o fez, pelo
contrário, mandou a lei cria-los. Pegando o crime de tortura como exemplo, temos aqui um
mandado de criminalização cuja a existência da lei condiciona a punição pelo crime. Se não
existir lei, não existirá o crime, exatamente pela impossibilidade de se identificar qual conduta
se encaixaria nessa previsão. Tanto é assim, que a lei de tortura, a lei 9.455, só entrou em vigo
em 1997, ou seja, durante esses nove anos ninguém poderia ser punido pela prática do crime
de tortura.
Mas o professor José Afonso não parou por aqui. Ele ainda classificou essa espécie em duas:
1. Normas de eficácia limitada de princípio institutivo
2. Normas de eficácia limitada de princípio programático
Também conhecidas como normas de princípio organizativo ou organizatório, as normas de
eficácia limitada de princípio institutivo costumam prever a criação de institutos ou estruturas.
Geralmente são utilizadas para organizar órgãos e entidades estatais. Um exemplo interessante
é o previsto no artigo 88 da CF:

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
pública.

Trata-se de um norma de eficácia limitada de princípio institutivo pois visa instituir os Ministérios
e órgãos da administração pública. Observe que a Constituição manda a lei criar as instituições.
Enquanto não houver lei, não haverá órgão da administração pública nem ministérios.
Outros exemplos que podem cair na sua prova: art. 18, § 2º; art. 22, parágrafo único; art. 25, §
3º; art. 33; art. 90, §2º; art. 102, §1º; art. 107, §1º; art. 113; art. 121; art. 125, §3º; 128, §5º; art.
131; dentre outros.
As normas de eficácia limitada de princípio programático são aquelas que apresentam
verdadeiros objetivos a serem perseguidos pelo Estado, programas a serem implementados.
Em regra possuem fins sociais. Exemplos: art. 7º, XI, XX, XXVII; art. 173, §4º; art. 196; art. 205;
art. 215; art. 218; art. 227; dentre outros.
O Supremo Tribunal Federal possui algumas decisões que conferiram o grau de eficácia limitada
aos seguintes dispositivos: art. 5º, LI; art. 37, I; art. 37, VII; art. 40, § 4º; art. 18, §4º.
O parágrafo 1º do artigo 5º da Constituição Federal prevê que:

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Art. 5º, § 1º – As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm


aplicação imediata.

Quando a Constituição Federal se refere à aplicação de uma norma, na verdade está falando
da sua eficácia. Resta-nos saber o que o parágrafo 1º do artigo 5º da CF quis dizer com
“aplicação imediata”. Para você traduzir esta expressão basta analisar a explicação apresentada
acima. Segundo a doutrina, as normas que possuem aplicação imediata ou são de eficácia
plena ou contida. Ao que parece, o texto constitucional quis restringir a eficácia dos direitos
fundamentais em plena ou contida, não existindo, em regra normas definidoras de direitos
fundamentais com eficácia limitada. Entretanto, pelos próprios exemplos aqui apresentados,
não é esta a realidade do texto constitucional. Certamente, existem normas de eficácia limitada
entre os direitos fundamentais (7º, XI, XX, XXVII). A dúvida que surge então é: como responder
na prova?
A doutrina e o STF têm entendido que, apesar do texto expresso na Constituição Federal,
existem normas definidoras de direitos fundamentais que não possuem aplicabilidade
imediata, as quais são de eficácia limitada. Diante desta contradição, a doutrina tem orientado
no sentido de se conferir a maior eficácia possível aos direitos fundamentais. Em sua prova
pode ser cobrado tanto uma questão abordando o texto puro da Constituição Federal quanto o
posicionamento da doutrina. Responda conforme lhe for perguntado.
A Constituição previu dois instrumentos para garantir a efetividade das normas de eficácia
limitada: Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão e o Mandado de Injunção. Contudo,
a análise destes institutos ficará para uma próxima oportunidade. Até mais!
Para memorizar:

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Questões

1. (CESPE – PC-PE – 2016) 4. (CESPE – TRT8 – 2016)


Quanto ao grau de aplicabilidade das nor- A aplicabilidade das normas de eficácia limi-
mas constitucionais, as normas no texto tada é direta, imediata e integral, mas o seu
constitucional classificam-se conforme seu alcance pode ser reduzido.
grau de eficácia. Segundo a classificação
doutrinária, a norma constitucional segun- ( ) Certo   ( ) Errado
do a qual é livre o exercício de qualquer tra-
balho, ofício ou profissão, atendidas as qua- 5. (CESPE – TRT8 – 2016)
lificações profissionais que a lei estabelecer
é classificada como norma constitucional Em se tratando de norma constitucional
de eficácia contida, o legislador ordinário
a) de eficácia limitada. integra-lhe a eficácia mediante lei ordinária,
b) diferida ou programática. dando-lhe execução mediante a regulamen-
c) de eficácia exaurida. tação da norma constitucional.
d) de eficácia plena.
e) de eficácia contida. ( ) Certo   ( ) Errado

2. (CESPE – TRT8 – 2016)


6. (CESPE – TRT8 – 2016)
Conforme o inciso VII do artigo 5.º da CF, “é
Dada a presença da expressão “nos termos
assegurada, nos termos da lei, a prestação
da lei”, em “São direitos dos trabalhadores
de assistência religiosa nas entidades civis
(...) aviso prévio proporcional ao tempo de
e militares de internação coletiva". Con-
serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
siderando-se a aplicabilidade das normas
termos da lei”, é correto afirmar que esse
constitucionais e os critérios doutrinários
dispositivo constitucional é norma constitu-
de classificação, é correto afirmar que o re-
cional de eficácia limitada.
ferido dispositivo constitui norma
( ) Certo   ( ) Errado
a) de aplicabilidade imediata.
b) de eficácia plena programática.
c) de eficácia plena. 7. (CESPE – TRT8 – 2016)
d) de eficácia limitada de princípio institu-
tivo. A norma constitucional que impõe o de-
e) de eficácia limitada programática. ver da inviolabilidade do domicílio, salvo
em caso de flagrante delito ou desastre, ou
3. (CESPE – TRT8 – 2016) para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial, é exemplo de norma
Normas constitucionais de eficácia plena são constitucional de eficácia plena.
autoaplicáveis ou autoexecutáveis, como,
por exemplo, as normas que estabelecem o ( ) Certo   ( ) Errado
mandado de segurança, o habeas corpus, o
mandado de injunção e o habeas data.
( ) Certo   ( ) Errado

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8. (CESPE – TRT8 – 2016) 10. (CESPE – TCE-RN – 2015)
Na jurisprudência do Supremo Tribunal Fe- Julgue o item seguinte, acerca da aplicabi-
deral (STF), considera-se que as normas lidade das normas constitucionais e dos di-
constitucionais possuem eficácia absoluta, reitos e garantias fundamentais.
imediata e diferida, sendo essa a classifica-
ção mais adotada também na doutrina. Em regra, as normas que consubstanciam
os direitos e as garantias fundamentais são
( ) Certo   ( ) Errado de eficácia e aplicabilidade imediatas. Em
razão disso, havendo conflito entre um di-
9. (CESPE – TRE-MT – 2015) reito fundamental e outro direito constitu-
cionalmente previsto, o primeiro deverá
No que concerne à aplicabilidade das nor- prevalecer.
mas constitucionais, assinale a opção corre-
ta. ( ) Certo   ( ) Errado
a) A norma constitucional que garante a
igualdade de todos perante a lei é uma
norma de eficácia plena, pois, embora
seu caráter seja de norma principiológi-
ca, sua aplicação é imediata e incondi-
cionada.
b) A norma que estabelece a liberdade
profissional condicionada ao atendi-
mento das qualificações profissionais
que a lei estabelecer é norma de eficá-
cia limitada, já que é possível impor li-
mitações ao exercício desse direito por
meio de lei.
c) Os princípios constitucionais são clas-
sificados como normas programáticas,
pois sua aplicação é subsidiária à das
regras constitucionais, nos casos de la-
cunas.
d) Normas constitucionais de eficácia ple-
na são aquelas que podem ser plena-
mente aplicadas para regular situações
concretas, independentemente da edi-
ção de leis ou outros atos normativos;
entretanto, lei posterior pode regular e
limitar sua aplicabilidade.
e) A norma que prevê o direito à proteção
do mercado de trabalho da mulher me-
diante incentivos específicos, na forma
da lei, é uma norma constitucional de
eficácia contida, pois estabelece parâ-
metros de atuação do Estado sem efeti-
vidade própria.

Gabarito: 1. E 2. A 3. C 4. E 5. E 6. E 7. C 8. E 9. A 10. E

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DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Introdução

O tema desta aula será o estudo da Organização político-administrativa da República Federativa


do Brasil. Aqui, veremos como as competências dos entes federativos estão organizadas. Antes
disso, farei uma breve introdução da aplicação do princípio federativo no Brasil com suas
principais características que nos auxiliarão na compreensão do conteúdo.
Em regra, as questões que envolvem essa parte da Constituição costumam cobrar o texto
puro da Constituição. Às vezes caem casos práticos que requerem do candidato a aplicação e
interpretação da Constituição.
O que eu farei aqui é auxiliá-los na estruturação deste tema de forma a facilitar a sua
compreensão. O que eu não farei: memorizar os artigos por você. Aqui está um trabalho que
será todo seu! Então memorize as competências pois esta é a melhor forma de acertas as
questões sobre competências.
Vamos ao trabalho?

TÍTULO III
Da Organização do Estado

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

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Territórios
Os Territórios não são entes federativos pois não possuem capacidade política, apenas
administrativa. Possuem natureza jurídica de autarquia federal e só podem ser criados
por lei federal. Para sua criação se faz necessário a oitiva das populações diretamente
envolvidas por meio de plebiscito, parecer da assembléia legislativa e lei complementar
federal. Os territórios são administrados por governadores escolhidos pelo Presidente
da República além de poderem ser divididos em municípios. Cada território poderá
eleger 4 deputados federais mas não elegerá Senador da República.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se


anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação
da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei
estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação
dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996)

Requisitos para a criação de Estados e Municípios


•• Criação de Estados: Aprovação da população por meio de plebiscito e Lei
Complementar Federal
•• Criação de Municípios: Autorização do período para criação por Lei Complementar
Federal, aprovação da população por meio de plebiscito, Lei estadual, Estudo de
Viabilidade Municipal.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento
ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público;
II – recusar fé aos documentos públicos;
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CAPÍTULO II
DA UNIÃO
Art. 20. São bens da União:

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I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;


II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções
militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem
mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro
ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas;
as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios,
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas
no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constituciona nº 46, de 2005)
V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI – o mar territorial;
VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII – os potenciais de energia hidráulica;
IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem
como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração
de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de
outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
§ 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres,
designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território
nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
Art. 21. Compete à União:
I – manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II – declarar a guerra e celebrar a paz;
III – assegurar a defesa nacional;
IV – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
V – decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI – autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII – emitir moeda;

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VIII – administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência
privada;
IX – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de
desenvolvimento econômico e social;
X – manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços
de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a
criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de
água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;
XIV – organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do
Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de
serviços públicos, por meio de fundo próprio;
XV – organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de
âmbito nacional;
XVI – exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de
rádio e televisão;
XVII – conceder anistia;
XVIII – planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente
as secas e as inundações;
XIX – instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de
outorga de direitos de seu uso;
XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico
e transportes urbanos;
XXI – estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;

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XXII – executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio
estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o
comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e
mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos
para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de
radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
XXIV – organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV – estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em
forma associativa.

Competências exclusivas da União


O artigo 21 elenca as competências materiais da União, ou seja, competências
administrativas. São indelegáveis por isso, exclusivas. Geralmente as questões de
prova procuram confundi-las com as competências comuns do artigo 23.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial
e do trabalho;
II – desapropriação;
III – requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V – serviço postal;
VI – sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII – política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII – comércio exterior e interestadual;
IX – diretrizes da política nacional de transportes;

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X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI – trânsito e transporte;
XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII – nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV – populações indígenas;
XV – emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI – organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
XVII – organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da
Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes;
XVIII – sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX – sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX – sistemas de consórcios e sorteios;
XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e
mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;
XXII – competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII – seguridade social;
XXIV – diretrizes e bases da educação nacional;
XXV – registros públicos;
XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de
economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização
nacional;
XXIX – propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.

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Competências privativas da União


O artigo 22 apresenta as competências legislativas da União, as quais podem se
delegadas aos Estados. Geralmente as questões de prova procuram confundi-las com
as competências concorrentes do artigo 24.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o
patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência;
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de
valor histórico, artístico ou cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e
à inovação;
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais
e de saneamento básico;
X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração
social dos setores desfavorecidos;
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de
recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e
do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

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Competências comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios
As competências comuns também são administrativas ou materiais. São comuns à
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Perceba que na competência comum
participam todos os entes federativos. Geralmente as questões de prova procuram
confundi-las com as competências exclusivas do artigo 21.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II – orçamento;
III – juntas comerciais;
IV – custas dos serviços forenses;
V – produção e consumo;
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX – educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e
inovação;
X – criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI – procedimentos em matéria processual;
XII – previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII – assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV – proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV – proteção à infância e à juventude;
XVI – organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.

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§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no
que lhe for contrário.

Competências concorrentes à União, Estados e Distrito Federal


As competências concorrentes são legislativas. Podem legislar sobre as matérias aqui
previstas a União os Estados e o Distrito Federal. Diferentemente do que ocorre com
a competência comum, aqui não há a participação dos Municípios. Geralmente as
questões de prova procuram confundi-las com as competências privativas do artigo 22.
No que tange às competências concorrentes a participação da União é no sentido de
fixar normas gerais ficando os Estados com a competência de suplementar a legislação
federal. Caso a União não legisle sobre determinada matéria de competência
concorrente, nasce para o Estado o direito de legislar de forma plena sobre a matéria.
Contudo, resolvendo a União legislar sobre matéria já regulada pelo Estado, a lei
estadual ficará com sua eficácia suspensa pela lei federal nos pontos discordantes.

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas,
neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas
sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

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Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação
do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos
quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras
desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia
Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em
espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150,
II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos,
realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro,
em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a
posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto
no art. 77. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração
pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o
disposto no art. 38, I, IV e V. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados
por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos:
I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos,
mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano
anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso
de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 16, de1997)
III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;

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IV – para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de: (Redação
dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; (Redação dada
pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até
30.000 (trinta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58,
de 2009)
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até
50.000 (cinquenta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº
58, de 2009)
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de
até 80.000 (oitenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58,
de 2009)
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de
até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional
nº 58, de 2009)
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes
e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil)
habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e
de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta
mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes
e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes
e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta
mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

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n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos
mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída
pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e
cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; (Incluída
pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos
mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e
oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
(Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e
quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída pela
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões)
de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda
Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de
habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de
habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de
habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de
habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de
habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de
iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)
VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada
legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os
critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

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a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 25, de 2000)
b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos
Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos
Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante
de cinco por cento da receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato
e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1,
de 1992)
IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao
disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do
respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; (Renumerado
do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XII – cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado do
inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de
bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado
do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Renumerado do
inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores
e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao

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somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e
159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
2000)
I – 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito)
II – 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000
(trezentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
2009)
III – 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e
500.000 (quinhentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional
nº 58, de 2009)
IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre
500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação dada pela
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
V – 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um)
e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº
58, de 2009)
VI – 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de
8.000.001 (oito milhões e um) habitantes. (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional
nº 58, de 2009)
§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
§ 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
I – efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
II – não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 25, de 2000)
III – enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao §
1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
Art. 30. Compete aos Municípios:
I – legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem
prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

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IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;


V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços
públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de
educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006)
VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de
atendimento à saúde da população;
VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante
controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da
lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de
Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios,
onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve
anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da
Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de
qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade,
nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Seção I
DO DISTRITO FEDERAL
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em
dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa,
que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios.

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§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos
Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato
de igual duração.
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e
militar e do corpo de bombeiros militar.

Competências Administrativas
Competências Legislativas
(Materiais)
•• Exclusiva (art. 21) •• Privativa (art. 22)
UNIÃO
•• Comum (art. 23) •• Concorrente (art. 24)
•• Concorrente suplementar (art. 24)
•• Comum (art. 23) •• Residual, reservada, remanescente
ESTADOS •• Residual, reservada, (art. 25, § 1º)
remanescente (art. 25, §1º) •• Por delegação da União (art. 22, § U)
•• Expressos (art. 25, § 2º e 3º)
•• Exclusiva (art. 30, I)
•• Comum (art. 23)
MUNICÍPIOS •• Suplementar a legislação federal e
•• Exclusiva (art. 30, III-IX)
estadual (art. 30, II)
•• Competência hibrida (Estados •• Competência hibrida
DISTRITO FEDERAL
e Municípios) (Estados e Municípios)

Seção II
DOS TERRITÓRIOS
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o
disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer
prévio do Tribunal de Contas da União.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na
forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros
do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a
Câmara Territorial e sua competência deliberativa.

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Questões

1. (CESPE – DPU – 2016) O Congresso Nacional poderá editar lei


complementar para a fusão de dois estados
Julgue o item subsequente, relativo à orga- em um novo, desde que as populações dire-
nização político-administrativa do Brasil e tamente interessadas aprovem a fusão me-
aos poderes da União. diante plebiscito.
No que se refere à proteção e à defesa da ( ) Certo   ( ) Errado
saúde, a União exerce competência legisla-
tiva concorrente, cabendo-lhe o estabeleci-
mento de normas gerais. 5. (CESPE – TJDFT – 2015)
( ) Certo   ( ) Errado Com base nas disposições da Constituição
Federal de 1988 (CF), julgue o item que se
segue.
2. (CESPE – TRE-PI – 2016)
Com fundamento no princípio da simetria,
A respeito dos princípios fundamentais jul- os estados federados, entes federativos au-
gue o item a seguir. tônomos, podem prever, em suas respecti-
A adoção da Federação como forma de Esta- vas constituições, conselhos estaduais de
do pela CF é embasada na descentralização controle administrativo do Poder Judiciário,
política e na soberania dos Estados-mem- nos moldes do Conselho Nacional de Justi-
bros, que são capazes de se auto-organizar ça, compostos por representantes do Judici-
por meio de suas próprias constituições. ário e de outras entidades e poderes.

( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

3. (CESPE – TRE-PI – 2016) 6. (CESPE – TRE-RS – 2015)

A respeito dos princípios fundamentais Compete à União, aos estados e aos municí-
constantes da Constituição Federal de 1988 pios legislar concorrentemente sobre direi-
(CF), julgue o item a seguir. to eleitoral.

Em decorrência do princípio federativo, há ( ) Certo   ( ) Errado


relação de hierarquia entre a União e os de-
mais entes integrantes da Federação. 7. (CESPE – TRE-RS – 2015)
( ) Certo   ( ) Errado A abolição da forma federativa de Estado é
possível, mediante emenda constitucional
4. (CESPE – DPU – 2016) proposta por dois terços dos membros da
Câmara dos Deputados ou do Senado Fede-
Com base nas disposições da Constituição ral.
Federal de 1988, julgue o item subsequen-
te. ( ) Certo   ( ) Errado

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8. (CESPE – TRE-RS – 2015)
O ordenamento jurídico constitucional bra-
sileiro admite o direito de secessão, que se
refere à descentralização político-adminis-
trativa.
( ) Certo   ( ) Errado

9. (CESPE – TRE-RS – 2015)


Em se tratando de competência legislativa
concorrente, no caso de inexistir lei federal
sobre normas gerais, os estados exercerão a
competência legislativa plena, mas a super-
veniência de lei federal sobre normas gerais
revoga automaticamente a lei estadual so-
bre o tema.

10 (CESPE – TRE-RS – 2015)


Os municípios têm competência legislativa
para suplementar a legislação estadual, mas
não a legislação federal.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. C 5. E 6. E 7. E 8. E 9. E 10. E

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PODER EXECUTIVO

Vamos entender agora como o Poder Executivo funciona no Brasil. A Constituição Federal se
preocupou nos artigos 76 ao 91 com as regras que regem o Executivo da União. São regras
que vão desde a eleição, passa pelas atribuições e vai até a responsabilidade do Presidente da
República. Estes artigos também trazem os órgãos auxiliares do Poder Executivo: Ministros de
Estado, Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional. Vamos a análise dos dispositivos.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de
Estado.

Princípios norteadores do Poder Executivo no Brasil


•• Tripartição dos poderes
•• Forma de governo: Republicano
•• Sistema de Governo: Presidencialista
•• Regime de Governo: Democrático

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente,


no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver
a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição
em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais
votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal
de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um
candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

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1. Requisitos para ser presidente
•• Condições de elegibilidade previstas no artigo 14, §3º da CF;
•• Idade: 35 anos
•• Ser brasileiro nato conforme artigo 12, § 3º, I da CF;
2. Regras para eleição
•• Data da eleição:
a) 1º domingo de outubro para o 1º turno.
b) Último domingo de outubro para o 2º turno.
•• Sistema majoritário.
•• Vota no presidente e leva o vice de brinde!!!

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso


Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis,
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do
Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-
Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para
missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos
cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa
dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos
os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

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Impedimento e vacância (art. 79-81)


Impedimento é a ausência temporária do Presidente da República. Geralmente ocorre
nos casos de doenças e férias. Nos casos de impedimento o Vice-Presidente assume a
função enquanto durar o impedimento.
Vacância é a ausência definitiva do Presidente da República. Geralmente ocorre nos
casos de cassação, renúncia ou morte. Nos casos de vacância o Vice-Presidente assume
a função até o final do mandato.
No caso de vacância ou impedimento dos cargos de Presidente e Vice-Presidente serão
chamados para assumir a Presidência de forma sucessiva e provisória: o Presidente da
Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal e o Presidente do Supremo
Tribunal Federal.
“No caso de Vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República deve-se
realizar uma nova eleição para o mandato (tampão), conforme as seguintes regras:
•• Vacância nos dois primeiros anos do mandato: eleição direta 90 dias após a última
vacância.
•• Vacância nos dois últimos anos do mandato: eleição indireta 30 dias após a última
vacância.

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro
do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

O mandato do Presidente da República é de 4 anos, permitida uma reeleição conforme


o artigo 14, § 4º, da CF.

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I – nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II – exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução;
V – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

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VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)
VII – manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;
IX – decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X – decretar e executar a intervenção federal;
XI – remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura
da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar
necessárias;
XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos
em lei;
XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que
lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
XIV – nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal
e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República,
o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV – nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI – nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da
União;
XVII – nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII – convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional
ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX – celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI – conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

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XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Atribuições do Presidente da República


O Presidente exerce cumulativamente as funções de Chefe de Estado, Chefe de Governo
e Chefe da Administração Pública. Como Chefe de Estado o Presidente representa o
Estado nas suas relações internacionais. São funções de Chefe de Estado as previstas
nos incisos VII, VIII, XIX, XX e XXII do artigo 84. Como Chefe de Governo o Presidente
exerce sua liderança política representando e gerindo os negócios internos nacionais.
São funções de Chefe de Governo as previstas nos incisos I, III, IV, V, IX, X, XI, XII, XIII,
XIV, XV, XVI, XVII, XVIII, XXI, XXIII, XXIV, XXVI e XXVII. Como Chefe da Administração
Pública o Presidente gerencia os negócios internos administrativos da administração
pública federal. São funções de Chefe da Administração Pública as previstas nos incisos
II, VI e XXV. As atribuições do Presidente da República compõem um rol meramente
exemplificativo. As atribuições previstas nos incisos VI, XII e XXV são delegáveis aos
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República e ao Advogado Geral da União.

Seção III
DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:
I – a existência da União;
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos
Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV – a segurança interna do País;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

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Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal;
II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da
República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por
atos estranhos ao exercício de suas funções.

1. Responsabilidade do Presidente da República


Em razão do Princípio Republicano, o Presidente pode ser responsabilizado por:
•• Crime de responsabilidade – infração político-administrativa que origina o famoso
processo de IMPEACHMENT. O artigo 85 da CF apresenta um rol exemplificativo
das condutas tipificadas como Crime de Responsabilidade. Este rol é ampliado pela
Lei 1.079/50 que regula a matéria. A denúncia poderá ser formulada por qualquer
Cidadão à Câmara dos Deputados que emitira seu juízo de admissibilidade pelo
voto de 2/3 dos seus membros. Admitida, a acusação será encaminhada o Senado
Federal a quem compete julgar o Presidente pelo Crime de Responsabilidade.
Após instaurado o processo perante o Senado o Presidente ficará suspenso de
suas atividades por 180 dias. Conforme o disposto no artigo 52, § Único, da CF,
o julgamento será presidido pelo Presidente do STF. Havendo condenação, o
Presidente perde o cargo e fica inabilitado para o exercício de função pública por 8
anos.
•• Infração Penal Comum – qualquer crime ou contravenção penal cometido na
função de Presidente ou em razão da função. O inicio do processo depende do
juízo de admissibilidade da Câmara dos Deputados pelo voto de 2/3 dos membros.
Admitida, a acusação será encaminhada ao STF a quem compete julgá-lo por
infração penal comum. Após recebida a denúncia ou queixa pelo STF o Presidente
ficará suspenso de suas atividades por 180 dias. O Presidente só poderá ser preso
após sentença condenatória.

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2. Imunidades Formais do Presidente da República


•• Prerrogativa de Foro
•• Senado: Crime de responsabilidade
•• STF: Infração Penal Comum
•• Em relação ao processo – o Presidente só pode ser processado após autorização
por 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados.
•• Em relação a prisão – o Presidente só pode ser preso após a sentença condenatória
•• Irresponsabilidade Penal Relativa – durante a vigência do mandato o Presidente
só pode ser responsabilizado por atos ligados ao exercício de suas funções.

Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no
exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas
nesta Constituição e na lei:
I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração
federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente
da República;
II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III – apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo
Presidente da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Seção V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
Subseção I
DO CONSELHO DA REPÚBLICA
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele
participam:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;

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IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI – o Ministro da Justiça;
VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I – intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II – as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião
do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.

Subseção II
Do Conselho de Defesa Nacional
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos
relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como
membros natos:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – o Ministro da Justiça;
V – o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
VI – o Ministro das Relações Exteriores;
VII – o Ministro do Planejamento.
VIII – os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 23, de 1999)
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I – opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;
II – opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
III – propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do
território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas
relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;

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IV – estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a


independência nacional e a defesa do Estado democrático.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

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Questões

1. (CESPE – TRT8 – 2016) bendo, nessas hipóteses, autorização ou re-


ferendo do Congresso Nacional.
O chefe máximo do Poder Executivo do Bra-
sil é o presidente da República, que também ( ) Certo   ( ) Errado
é chefe de Estado e chefe de governo, já que
o Brasil adota o regime presidencialista.
6. (CESPE – TRT8 – 2016)
( ) Certo   ( ) Errado
A renúncia ao mandado pelo presidente da
República prejudica, por perda de objeto, o
2. (CESPE – TRT8 – 2016) processo de impeachment eventualmente
em curso, acarretando a sua extinção auto-
O vice-presidente da República pode ausen- mática.
tar-se do país por período superior a quin-
ze dias sem licença do Congresso Nacional, ( ) Certo   ( ) Errado
desde que o presidente da República per-
maneça no país.
7. (CESPE – TRT8 – 2016)
( ) Certo   ( ) Errado
Por força do princípio da inafastabilidade
jurisdicional, eventual decisão condenató-
3. (CESPE – TRT8 – 2016) ria proferida pelo Senado Federal em julga-
mento por crime de responsabilidade estará
Compete privativamente ao presidente da sujeita a controle judicial posterior.
República conceder anistia, graça e indulto,
competência essa que pode ser delegada ( ) Certo   ( ) Errado
aos ministros de Estado.
( ) Certo   ( ) Errado 8. (CESPE – TRT8 – 2016)
Por ser norma punitiva, o rol de crimes de
4. (CESPE – TRT8 – 2016) responsabilidade previsto na CF é taxativo,
nele não podendo ser inseridos novos tipos.
Qualquer pessoa residente no país pode
oferecer acusação contra presidente da Re- ( ) Certo   ( ) Errado
pública — pela prática de crime de respon-
sabilidade — à Câmara dos Deputados, que
procederá ao juízo de admissibilidade. 9. (CESPE – TRT8 – 2016)

( ) Certo   ( ) Errado A CF admite excepcionalmente a edição,


pelo presidente da República, de decreto
como fonte normativa primária, o chamado
5. (CESPE – TRT8 – 2016) decreto autônomo.
A competência do presidente da República ( ) Certo   ( ) Errado
para declarar guerra, no caso de agressão
estrangeira, e para celebrar a paz é classifi-
cada como típica de chefe de governo, ca-

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10. (CESPE – TRT8 – 2016)
Em processo de impeachment por crime de
responsabilidade, o contraditório e a ampla
defesa somente são exercidos pelo presi-
dente da República perante o Senado Fede-
ral, na fase de processo e julgamento.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. E 5. E 6. E 7. E 8. E 9. C 10. E

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PODER JUDICIÁRIO

Introdução

O Poder Judiciário é o titular da função jurisdicional. Sua atribuição principal é de “dizer o


direito”, é de “aplicar o direito ao caso concreto”. Além de desempenhar a função típica, ele
também exerce suas funções de forma atípica as quais pertencem aos demais poderes. Por
exemplo, quando realiza concursos públicos ou contrata alguma empresa para prestar serviços,
ele o faz no exercício da função administrativa que é a função principal do Poder Executivo.
Ele também desempenha de forma atípica a função do Poder Legislativo ao editar normas que
regulam as atividades dos tribunais.
Para desempenhar suas funções, o Poder Judiciário se utiliza de diversos órgãos os quais serão
estudados em nossas aulas. Seguem abaixo os artigos da Constituição Federal que englobam
este poder. Boa leitura!

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I – o Supremo Tribunal Federal;
I-A – o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II – o Superior Tribunal de Justiça;
II-A – o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm
sede na Capital Federal.

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§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território
nacional.

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público
de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-
se, nas nomeações, à ordem de classificação;

CRITÉRIOS PARA INGRESSO


Este inciso apresenta regras para o ingresso na carreira da Magistratura. O ingresso se
dará no cargo de juiz substituto e depende de aprovação em concurso público de provas
e títulos. É um concurso bem simplificado, com apenas 5 fases, com prova objetiva,
discursiva, oral, dentre outras. Como você pode perceber, é um tipo de concurso que,
apesar da ironia, é bem seletivo cuja aprovação depende de intensa dedicação do
candidato. Além da prova ser dificílima, o candidato precisa comprovar no mínimo três
anos de atividade jurídica que só pode ser adquirida após a conclusão do curso. Muito
cuidado com este prazo de atividade jurídica exigido, as bancas adoram trocar o 3 por
outro número. O conceito de atividade jurídica é definido na Resolução nº 75/2009 do
Conselho Nacional de Justiça que prevê, dentre outros, o exercício da advocacia ou de
cargo público privativo de bacharel em direito como forma de se comprovar o tempo
exigido.

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II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento,


atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas
em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e
integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com
tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade
e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou
reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada
ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo
legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados,
constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial
ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento
do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos
demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme
as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco
por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer
caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto
no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público,
fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho
Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

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VIII-A – a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância
atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno,
provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos
e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial
e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de
mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XV – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do
Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez
anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

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QUINTO CONSTITUCIONAL
Costumo dizer que o Quinto Constitucional é um presente de Deus. Isto porque esta
regra permite que uma pessoa se torne magistrado sem necessidade de realização
de concurso público para a magistratura. É uma porta de entrada destinada a quem
não é membro do Poder Judiciário. A regra do quinto decorre do fato de que 1/5 das
vagas em alguns tribunais são destinadas aos membros do Ministério Público ou da
Advocacia.
Um detalhe que não pode ser esquecido é que para concorrer às vagas pelo quinto
constitucional faz-se necessário que os membros do Ministério Público e da Advocacia
possuam mais de 10 anos de experiência.
Outra questão muito importante é saber quais são os tribunais que permitem o
ingresso pelo quinto. Segundo o artigo 94 podem ingressar pelo quinto os membros do:
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais de Justiça dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios.
Ainda possuem um quinto das vagas para os Membros do MP e da Advocacia os
Tribunais Regionais do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho conforme a previsão
dos artigos 111-A e 115 da Constituição.
Muito cuidado com uma pegadinha que já derrubou muito candidato em concurso. O
Superior Tribunal de Justiça também permite que membros do Ministério Público ou
da Advocacia nele ingressem, contudo, não são destinadas 1/5 das vagas, mas apenas
1/3 das vagas conforme prevê o artigo 104 da CF.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:


I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I.
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político-partidária.
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

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GARANTIAS
As garantias são um conjunto de proteções que os membros do Poder Judiciário
possuem e que são inerentes ao exercício de suas funções. Uma observação se faz
necessária. Quando falo “membro do poder judiciário” me refiro ao titular da Função
Jurisdicional, ou seja, ao magistrado, ao juiz. Os demais servidores auxiliares do Poder
Judiciário não possuem as mesmas garantias dos Juízes.
A doutrina classifica as garantias dos magistrados em duas espécies:
1. Garantias de Independência
2. Garantias de Imparcialidade
As Garantias de Independência são proteções que garantem ao magistrado uma maior
tranquilidade para desempenhar suas funções. O objetivo é permitir ao Juiz segurança
no desempenhar de suas funções.
A Vitaliciedade é como se fosse a estabilidade do servidor público com uma diferença:
ela é bem mais vantajosa que a simples estabilidade. A Vitaliciedade garante ao
magistrado que perca o seu cargo apenas por sentença judicial transitada em julgado.
Como se pode ver é bem mais vantajosa que a estabilidade. Atenção para alguns
detalhes. A Vitaliciedade só será adquirida após dois anos de exercício no cargo.
Durante o estágio probatório do juiz, que dura 2 anos, ele poderá perder o cargo por
deliberação do próprio tribunal do qual o Juiz faz parte.
Um detalhe quase nunca percebido é que a exigência dos dois anos de exercício para
se adquirir a vitaliciedade só se aplica aos juízes do primeiro grau, ou seja, aos juízes
que ingressaram na carreira por meio de concurso público. Os Juízes que ingressam
diretamente no Tribunal, por meio do Quinto Constitucional ou mesmo no STJ pelo 1/3
das vagas, não precisam esperar os dois anos para adquirir a garantia. Para estes, a
vitaliciedade é imediata, sendo adquirida no momento em que ele pisa no Tribunal.
A Inamovibilidade prevê que o magistrado não poderá ser removido do local onde
exerce a sua função sem a sua vontade. Ele poderá julgar qualquer pessoa, conforme
sua convicção, sem medo de ser obrigado a deixar o local onde exerce sua jurisdição.
Esta garantia não é absoluta, pois poderá ser removido de ofício por interesse público
conforme preleciona o artigo 93, VIII.
A Irredutibilidade dos Subsídios representa a garantia de que o magistrado não poderá
ter redução em sua remuneração. A forma de retribuição pecuniária do magistrado
é por meio de subsídio, que equivale a uma parcela única. Por isso fala-se em
irredutibilidade dos subsídios.
O parágrafo único do mesmo artigo apresenta o rol de Garantias de Imparcialidade.
Estas normas são verdadeiras vedações aplicadas aos magistrados. São impedimentos
que visam garantir um julgamento imparcial, sem vícios ou privilégios. Por isso são
chamadas de garantias de imparcialidade. São elas:

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Muito cuidado com este tema em concurso. Geralmente as bancas cobram a


memorização destas vedações. O inciso I é bem cobrado em razão da exceção prevista
na Constituição para a acumulação de cargos ou funções. Segundo este inciso, o
magistrado, além de exercer sua função de juiz ele também pode exercer uma função
de magistério.
O inciso II proíbe o magistrado de receber custas ou participação em processos. O Juiz
já recebe sua remuneração para desempenhar sua função independente dos valores
que estão em jogo nos processos.
O inciso III proíbe ao juiz que se dedique a atividade político-partidária exatamente
para evitar que seus julgamentos sejam influenciados por correntes políticas ou
convicções partidárias. O juiz precisa ficar alheio a tais situações.
O inciso IV proíbe o magistrado de receber ajudas financeiras de terceiros ressalvados
os casos previstos em lei. Por exemplo, um juiz não pode receber um carro como
agradecimento por um julgamento favorável, mas poderia receber os valores
decorrentes da venda de livros que tenha escrito ou mesmo, receber valores pela
ministração de palestras.
O inciso V é sem dúvida o mais cobrado em prova. É a chamada quarentena do
magistrado. É o período em que o mesmo fica impedido de exercer a advocacia no
tribunal do qual tenha se afastado. São três anos contados a partir do afastamento ou
da aposentadoria. Mas o impedimento só se aplica para o exercício da advocacia no
tribunal onde exercia sua função. Se o magistrado era Ministro do STJ então ele não
poderá advogar por três anos no STJ. Isso não o impede de advogar no STF ou mesmo
num TRF ou qualquer outro tribunal.

Art. 96. Compete privativamente:


I – aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva
jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art.
169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança
assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que
lhes forem imediatamente vinculados;

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II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos
que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes,
inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada
a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público.
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas
de juízes de primeiro grau;
II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos,
verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999) (Renumerado pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos
às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
com a aprovação dos respectivos tribunais;
II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais
de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

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§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias


dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará,
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste
artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo
com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes
necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de
sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais
débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade
ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos
na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor
equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de
apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica
aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas
referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às
entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo
igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária
ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de
precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do
exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

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§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar
o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos
de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor
necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou
tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade
e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem
como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento
de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
62, de 2009).
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação,
deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos
e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda
Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja
execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora,
para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação
sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora,
a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente
federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de
requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua
natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para
fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes
sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto
nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de
petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal
poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados,
Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e
prazo de liquidação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

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§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de
precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a
ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os
membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito
Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns
e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente
for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo
Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

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l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de
atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre
Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério
Público; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção
decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
§ 1º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição,
será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado do parágrafo
único em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário
e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine

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a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma
legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato
ou texto impugnado.
§ 4º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão
de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida
em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,
acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração
pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre
questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento
de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.

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§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso."
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de
2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
61, de 2009)
I – o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
61, de 2009)
II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;
III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;
IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
VI – um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
X – um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;
XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República
dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas
ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 61, de 2009)
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao
Supremo Tribunal Federal.
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário
e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências;

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II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade


dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais
e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares
em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios
ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de
abuso de autoridade;
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de
tribunais julgados há menos de um ano;
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por
unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação
do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da
abertura da sessão legislativa.
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e
ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e
aos serviços judiciários;
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;
III – requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça,
competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros
ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente
ao Conselho Nacional de Justiça.

Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

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Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente
da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de
notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta
do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores
dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal,
Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais
Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos
ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante
tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I,
"o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre
autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre
as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os
casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II – julgar, em recurso ordinário:

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a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais


Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for
denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais
ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado,
e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre
outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
I – os Tribunais Regionais Federais;
II – os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II – os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por
antigüidade e merecimento, alternadamente.

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§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais
e determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de
audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do
Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da
União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz
federal;
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais
no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços
ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A – as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII – os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento
provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII – os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça
Militar;
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI – a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio
a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou
onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados
ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado,
sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei
poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional
Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com
a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência
para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por
sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Seção V
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I – o Tribunal Superior do Trabalho;
II – os Tribunais Regionais do Trabalho;

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III – Juizes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
§§ 1º a 3º (Revogados pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de
2016)
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II – os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da
carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-
lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na
carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II – o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação
para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do T
rabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e
condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 24, de 1999)
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo
e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

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III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto
no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado
às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do T rabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção
ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público,
o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do
Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94;
II – os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento,
alternadamente.
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de
audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo.

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Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais;
III – os Juízes Eleitorais;
IV – as Juntas Eleitorais.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente
dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros
do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito
Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional
Federal respectivo;
III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
desembargadores.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de
direito e das juntas eleitorais.

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§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no


exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão
inamovíveis.
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no
mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
I – forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou
estaduais;
IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;
V – denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de
injunção.

Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I – o Superior Tribunal Militar;
II – os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre
oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-
generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I – três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional;
II – dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da
Justiça Militar.
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça
Militar.

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Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de
organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da
legitimação para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do T ribunal de Justiça, a Justiça Militar
estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça
e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos
Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre
a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo
ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes
militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-
se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á
presente no local do litígio.

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QUADRO SINÓPTICO DO PODER JUDICIÁRIO

ÓRGÃOS MEMBROS IDADE COMPOSIÇÃO


•• Brasileiros natos
•• Notável saber jurídico e reputação ilibada
STF 11 35-65
•• Nomeado pelo Presidente da República mediante
aprovação do Senado
•• Presidente do STF
•• Indicados pelo STF: 1 Desembargador do TJ; 1 juiz
estadual
•• Indicados pelo STJ: 1 ministro do STJ; 1 juiz do TRF;
1 juiz federal;
•• Indicados pelo TST: 1 ministro do TST; 1 juiz do
CNJ 15 --------- TRT; 1 juiz do trabalho
•• Indicados pelo PGR: 1 membro do MPE; 1 membro
do MPU
•• Indicados pelo CFOAB: 2 advogados
•• Indicado pela Câmara: 1 cidadão
•• Indicado pelo Senado: 1 cidadão
•• Brasileiro
•• Notável saber jurídico e reputação ilibada
•• Nomeado pelo Presidente da República mediante
Mínimo de aprovação do Senado
STJ 35-65
33
•• 1/3 juizes do TRF
•• 1/3 desmbargadores do TJ
•• 1/3 advogados e membros do MPF, MPE e MPDFT
•• Nomeados pelo Presidente da República
TRF Mínimo de 7 30-65 •• 1/5 advogados e membros do MPF
•• 4/5 juízes federais
•• Nomeado pelo Presidente da República mediante
aprovação do Senado
TST 27 35-65
•• 1/5 advogados e membros do MPT
•• 4/5 juízes do TRT da magistratura de carreira

•• Nomeados pelo Presidente da República


TRT Mínimo de 7 30-65 •• 1/5 advogados e membros do MPT
•• 4/5 juízes do trabalho
•• Eleição: 3 ministros do STF; 2 ministros do STJ
•• Nomeação pelo Presidente da República: 2
TSE Mínimo de 7 ---------
advogados de notável saber jurídico e idoneidade
moral indicados pelo STF

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•• Eleição: 2 desembargadores do TJ; 2 juízes de
direito do TJ;
•• 1 juiz do TRF ou juiz federal
TRE 7 ---------
•• Nomeação pelo Presidente da República: 2
advogados de notável saber jurídico e idoneidade
moral indicados pelo TJ
•• Ministros vitalícios
•• Nomeados pelo Presidente da República mediante
aprovação do Senado
•• 3 oficiais-generais da Marinha
•• 4 oficiais-generais do Exercito
STM 15 •• 3 oficiais-generais da Aeronáutica
•• 5 civis escolhidos pelo Presidente dentre
brasileiros com mais de trinta e cinco anos sendo
três dentre advogados com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional e dois dentre juízes
auditores e membros do MPJM.

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Questões

1. (CESPE – TRT8 – 2016) O ingresso na carreira da magistratura ocor-


rerá mediante concurso público de provas
Com referência à estrutura e ao funciona- e títulos, sem a participação da Ordem dos
mento do Poder Judiciário, assinale a opção Advogados do Brasil.
correta.
( ) Certo   ( ) Errado
a) Os ministros do Supremo Tribunal Fede-
ral (STF) são nomeados pelo presidente
da República após aprovação do Con- 4. (CESPE – MPOG – 2015)
gresso Nacional.
b) É permitido aos servidores do Poder Com relação ao Poder Judiciário, julgue o
Judiciário cumprir atos de expediente, item a seguir.
sendo-lhes vedado realizar atos admi- Os servidores do judiciário não poderão re-
nistrativos ceber delegação para a prática de atos de
c) O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é mero expediente, ainda que sem caráter de-
órgão do Poder Executivo, embora atue cisório.
como instância correcional do Poder Ju-
diciário. ( ) Certo   ( ) Errado
d) São garantias da magistratura a inamo-
vibilidade, a irredutibilidade de subsí-
5. (CESPE – CGE-PI -2015)
dios e a vitaliciedade.
e) O Tribunal de Contas da União é órgão Acerca das disposições referentes à admi-
superior do Poder Judiciário. nistração pública, às competências constitu-
cionais dos entes federados e ao Poder Judi-
2. (CESPE – MEC – 2015) ciário, julgue o item a seguir.
Julgue o item que se segue, relativos ao Po- O Supremo Tribunal Federal poderá, após
der Judiciário e às funções essenciais à jus- reiteradas decisões sobre matéria constitu-
tiça. cional, aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito
A cláusula de reserva de plenário determina
vinculante em relação aos demais órgãos do
que somente pelo voto da maioria absoluta
Poder Judiciário e à administração pública
dos membros do tribunal ou do respectivo
direta e indireta nas esferas federal, estadu-
órgão especial pode ser declarada a incons-
al e municipal.
titucionalidade de lei ou ato normativo do
poder público. ( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
6. (CESPE – TRE-GO – 2015)
3. (CESPE – MPOG – 2015) Em relação ao Poder Judiciário e ao Ministé-
rio Público, julgue o item subsequente.
Com relação ao Poder Judiciário, julgue o
item a seguir. A inconstitucionalidade de uma lei pode ser
declarada por um tribunal reunido em maio-

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ria simples ou por comissão criada nesse tri- 9. (CESPE – PCPE – 2016)
bunal para julgar o caso.
Acerca do Poder Judiciário e das competên-
( ) Certo   ( ) Errado cias de seus órgãos, assinale a opção correta.
a) Compete aos juízes de direito do juízo
7. (CESPE – ANTAQ – 2014) militar processar e julgar, singularmen-
te, os crimes militares cometidos contra
Com relação aos poderes da República, jul- civis.
gue o item subsequente. b) A disputa sobre direitos indígenas será
O estatuto da magistratura deve ser regula- processada e julgada perante a justiça
do por lei complementar, cuja proposição é estadual.
de iniciativa do Supremo Tribunal Federal. c) Os crimes contra a organização do tra-
balho serão processados e julgados pe-
( ) Certo   ( ) Errado rante a justiça do trabalho.
d) Não é necessário que decisões adminis-
trativas dos tribunais do Poder Judiciá-
8. (CESPE – TCDF – 2014)
rio sejam motivadas.
Acerca da administração pública e dos po- e) Compete ao Conselho Nacional de Jus-
deres da República, julgue os itens subse- tiça apreciar, de ofício, a legalidade dos
quentes. atos administrativos praticados por ser-
vidores do Poder Judiciário.
Além dos juízes oriundos dos tribunais re-
gionais federais e dos desembargadores 10. (CESPE – CAMARA – 2014)
advindos dos tribunais de justiça, comporão
o STJ, na proporção de um quinto de suas No que se refere ao Poder Judiciário e à ma-
vagas, advogados e membros do Ministério gistratura, julgue os itens subsequentes.
Público com mais de dez anos de atividade
De acordo com o STF, a garantia da inamovi-
efetiva e mais de dez anos de carreira, res-
bilidade não alcança juízes substitutos, ain-
pectivamente.
da que assegurados pelo instituto da vitali-
( ) Certo   ( ) Errado ciedade.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. D 2. C 3. E 4. E 5. C 6. E 7. C 8. E 9. A 10. E

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FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

Introdução

As funções essenciais à justiça, previstas no texto constitucional expressamente a partir


do artigo 127 até o artigo 135 da Constituição Federal é composta de quatro instituições
fundamentais para a efetivação da prestação jurisdicional no Brasil
1. Ministério Público
2. Advocacia Pública
3. Defensoria Pública
4. Advocacia
Apesar do desempenho das suas funções estarem atreladas ao Poder Judiciário, é bom deixar
claro que não compõem este poder nem exercem função jurisdicional, apenas viabilizam a
prestação jurisdicional, cada qual com suas funções.
Costumo dizer que essas quatro instituições funcionam como se fossem advogados, mudando
apenas a beneficiário dessa atuação. Desta forma, dizemos que o Ministério Público defende a
sociedade e a ordem jurídica, a Advocacia Pública defende o poder público, a defensoria pública
defende os hipossuficientes e a advocacia privada defende quem tiver interesse e pague pelos
serviços. Em suma, essa é uma diferença básica entre as instituições.
Feitas essas considerações, vamos ao texto constitucional que traz inúmeras regras envolvendo
cada uma das instituições.

Ministério Público

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

SEÇÃO I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.

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§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,
observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus
cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e
títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e
funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do
prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins
de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os
limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para
fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Ministério Público
O Ministério Público possui três princípios institucionais sempre cobrados em prova:
1. Unidade – esse princípio revela que o Ministério Público é uma instituição única
chefiada por um procurador geral. Qualquer divisão interna ter caráter meramente
funcional;
2. Indivisibilidade – esse princípio diz que um membro nunca age em nome próprio,
mas sempre em nome da instituição. Desta forma, é possível realizar a troca de um
membro do MP em um processo, pois não é o membro por si mesmo que oficia,
mas o MP representado por seus órgãos;
3. Independência funcional – revela tanto a independência dos membros que
se submetem apenas a lei quanto a independência da instituição, que não está
subordinada a nenhum poder.

Art. 128. O Ministério Público abrange:


I – o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;

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b) o Ministério Público do Trabalho;


c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II – os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado
pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos,
após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para
mandato de dois anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República,
deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista
tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu
Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois
anos, permitida uma recondução.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser
destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
complementar respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada
Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:
I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos
arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
II – as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;

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e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Ministério Público
Lembre-se: não existe Ministério Público eleitoral. Quem faz esse trabalho é o MPF e
o MPE. Outra peculiaridade é que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da
União, é instituição autônoma ao Ministério Público e não possui a mesma natureza
deste.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da
União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando
informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada
no artigo anterior;
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os
fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade,
sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a
de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que
deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas


e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se,
nas nomeações, a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições
desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I – o Procurador-Geral da República, que o preside;
II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma
de suas carreiras;
III – três membros do Ministério Público dos Estados;
IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de
Justiça;
V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos
Ministérios Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa
e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros,
cabendo lhe:
I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União
e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos
Tribunais de Contas;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da
União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência
disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso,

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determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla
defesa;
IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do
Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação
do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem
prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do
Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições
que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
I – receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do
Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III – requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e
requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao
Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para
receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do
Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao
Conselho Nacional do Ministério Público.

Advocacia Pública

Seção II
DA ADVOCACIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado,
representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que
dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação
pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á
mediante concurso público de provas e títulos.

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§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à


Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o
ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria
jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três
anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após
relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

Advocacia Pública
A advocacia pública faz a defesa dos entes públicos. No âmbito da União, está
representada pela Advocacia Geral da União. Ela será responsável pela defesa da
União e de todos os poderes da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) bem como
prestará consultoria e assessoramento apenas ao Poder Executivo da União.

Advocacia Privada

SEÇÃO III
DA ADVOCACIA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Advocacia Privada
O Supremo Tribunal Federal já reconheceu a constitucionalidade do exame de ordem
como condição para o exercício da advocacia no Brasil.

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Defensoria Pública

SEÇÃO IV
DA DEFENSORIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a
orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados,
na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 80, de 2014)
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos
Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de
carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada
a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das
atribuições institucionais. (Renumerado do parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa
e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013)
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso
II do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão
remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Defensoria Pública
A Defensoria Pública tem como atribuição principal defender os interesses dos pobres
e hipossuficientes. É a advocacia gratuita. As Defensorias possuem autonomia para
realizarem sua própria gestão razão pela qual não se subordinará a nenhum poder.

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Questões

1. (CESPE – TRE-PI – 2016) que seja realizada em horário não


coincidente com o do serviço público.
Com referência aos princípios e às garantias d) Cabe à Advocacia-Geral da União,
do Ministério Público (MP), assinale a opção que exerce atividades de consultoria
correta. e assessoramento jurídico do Poder
a) Dado o princípio da unidade, os Executivo, representar, judicial e
membros do MP podem ser substituídos extrajudicialmente, a União e o Distrito
uns pelos outros, desde que sejam da Federal.
mesma carreira. e) A defensoria pública deve manter
b) Em decorrência do princípio da convênio direto com a Ordem dos
independência funcional, cada um dos Advogados do Brasil.
membros do MP vincula-se somente
à sua convicção jurídica, quando se 3. (CESPE – TRE-PI – 2016)
trata de assunto relacionado com sua No que diz respeito às funções essenciais à
atividade funcional. justiça, assinale a opção correta.
c) Em razão da inamovibilidade, assegura-
se aos membros do MP que não sejam a) As Constituições estaduais podem
removidos em nenhuma hipótese. prever outras funções para o Ministério
d) Dada a vitaliciedade, os membros do Público em âmbito estadual, além
MP não podem ser destituídos do daquelas fixadas pela CF.
cargo, ainda que alcancem a idade para b) Cabe à Advocacia-Geral da União
a aposentadoria compulsória. desenvolver as atividades de consultoria
e) Em decorrência do princípio da e assessoramento jurídico da União.
indivisibilidade, os promotores e os c) Caso pretenda destituir o procurador-
procuradores integram um só órgão, geral da República, o presidente da
sob a direção de um só chefe. República deverá, previamente, obter
autorização da maioria absoluta do
2 (CESPE – TRE-PI – 2016) Congresso Nacional.
d) Compete ao Ministério Público
A respeito das funções essenciais à justiça, promover a defesa judicial da Fundação
assinale a opção correta. Nacional do Índio.
a) A inviolabilidade do advogado é e) A CF admite a contratação temporária
relativa, de modo que ele pode de advogados para o exercício de
responder penalmente pela utilização funções de defensor público.
de expressões ofensivas durante o
exercício da sua profissão. 4. (CESPE – DPU – 2016)
b) Devido ao fato de o advogado exercer Com relação às funções essenciais à justiça,
função essencial à administração da julgue o seguinte item.
justiça, é indispensável sua presença
para a prática de todos os atos em juízo. A CF autoriza, em casos excepcionais, que
c) É permitido aos defensores públicos o a DPU exerça a representação judicial de
exercício de advocacia privada, desde autarquia federal em demanda que discuta

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matéria relacionada à defesa dos direitos 8. (CESPE – TJDFT – 2015)
dos quilombolas.
Julgue o item seguinte, a respeito das
( ) Certo   ( ) Errado funções essenciais à justiça.
A defensoria pública possui legitimidade
5. (CESPE – DPU – 2016) para instauração de inquérito civil público.
Em relação aos Poderes Executivo, ( ) Certo   ( ) Errado
Legislativo e Judiciário e à Defensoria
Pública (DP), julgue o item a seguir.
9. (CESPE – TJDFT – 2015)
Do princípio institucional da unidade não
decorre a vedação à existência de posições Julgue o item seguinte, a respeito das
discordantes entre os membros da DP, funções essenciais à justiça.
haja vista a independência funcional a eles O Ministério Público detém legitimidade
garantida. para postular, em juízo, direitos individuais
( ) Certo   ( ) Errado homogêneos quando estes se enquadrem
como subespécie de direitos coletivos
indisponíveis e desde que haja relevância
6. (CESPE – DPU – 2016) social.
A respeito do Poder Judiciário e das funções ( ) Certo   ( ) Errado
essenciais à justiça, julgue o item a seguir.
Os princípios institucionais da Defensoria 10. (CESPE – TJDFT – 2015)
Pública incluem a unidade, a indivisibilidade
e a independência funcional. Julgue o item seguinte, a respeito das
funções essenciais à justiça.
( ) Certo   ( ) Errado
As defensorias públicas dos estados são
vinculadas ao Poder Executivo por meio das
7. (CESPE – TJDFT – 2015) secretarias de estado de justiça, sendo a
autonomia prevista apenas para a
Julgue o item seguinte, a respeito das Defensoria Pública da União.
funções essenciais à justiça.
( ) Certo   ( ) Errado
Nas ações em que a defensoria pública atue
representando hipossuficiente contra a
fazenda pública, não cabe condenação em
honorários sucumbenciais.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. B 2. A 3. A 4. E 5. C 6. C 7. E 8. E 9. C 10. E

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SEGURANÇA PÚBLICA

A Constituição Federal, com o intuito de assegurar a preservação da ordem pública e da


incolumidade das pessoas e do patrimônio, estruturou a chamada Segurança Pública. Localizada
no artigo 144 da Constituição, a a segurança pública não deve ser confundida com a segurança
nacional, esta executada pelas forças armadas. O instituto que desenvolveremos aqui é
responsável pela segurança social cujo dever de garantia é do Estado bem como a titularidade
exclusiva na proteção desse direito. É uma atividade essencial na manutenção do estado de
democracia social haja vista o estado ter avocado para si essa missão retirando das mãos dos
particulares o poder de autotutela. Vejamos agora o que diz o artigo 144 da Constituição:

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:
I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços
e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão
uniforme, segundo se dispuser em lei;
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas
de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

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§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto
as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos
corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército,
subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança
pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,
serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo
será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de
2014)
I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades
previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos
órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma
da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

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Polícia Administrativa X Polícia Judiciária


Se você observar bem, quando se fala em segurança pública, inevitavelmente se fala
em polícia. Para de realizarmos uma melhor análise do artigo que rege a segurança
pública, faremos uma distinção doutrinária muito importante para o entendimento
do assunto. Quais as espécies de polícias de segurança pública que existem na
Constituição?
A doutrina tem trabalhado com duas espécies: Policia Administrativa e Polícia
Judiciária.
A Polícia Administrativa, também chamada de polícia preventiva ou ostensiva, é aquela
cuja atividade de segurança ocorre antes da infração penal ser cometida. Integram
ainda esse rol de polícias preventivas: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia
Ferroviária Federal e Corpo de Bombeiro Militar.
Já a Polícia Judiciária é responsável pela atividade repressiva por isso é também
chamada de polícia repressiva ou investigativa. Entram no rol de órgãos classificados
como polícia judiciária a polícia civil e a polícia federal, sendo a polícia civil a polícia
judiciária dos Estados e do Distrito Federal enquanto que a polícia federal é a polícia
judiciária da União.

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Questões

1. (CESPE – TRF1 – 2015) 5. (CESPE – DPF – 2014)


Ressalvada a competência da União, as Acerca das disposições constitucionais
funções de polícia judiciária e a apuração de relativas à segurança pública, julgue os itens
infrações penais civis e militares cabem às a seguir.
polícias civis.
A Força Nacional de Segurança Pública, a
( ) Certo   ( ) Errado Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal
são órgãos destinados ao exercício da
segurança pública no Brasil.
2. (CESPE – TJDFT – 2014)
( ) Certo   ( ) Errado
O município está constitucionalmente
autorizado a criar guarda municipal para
que exerça a função de polícia judiciária em 6. (CESPE – DPF – 2014)
assuntos de interesse local.
Em relação aos Poderes Legislativo e
( ) Certo   ( ) Errado Executivo e à segurança pública, julgue o
item que se segue.
3. (CESPE – CAMARA – 2014) A Polícia Federal, organizada e mantida
pela União, atua, de forma preventiva e
Julgue o item seguinte, que tratam das repressiva, no combate a certos delitos,
relações entre as Forças Armadas e as forças sendo ainda de sua responsabilidade o
auxiliares. exercício, com exclusividade, das funções de
A Constituição Federal estabelece como polícia judiciária da União.
forças auxiliares e reserva do Exército as ( ) Certo   ( ) Errado
polícias e os corpos de bombeiros.
( ) Certo   ( ) Errado 7. (CESPE – DPF – 2014)
Em relação aos Poderes Legislativo e
4. (CESPE – DPF – 2014) Executivo e à segurança pública, julgue o
Acerca das disposições constitucionais item que se segue.
relativas à segurança pública, julgue o item O objetivo fundamental da segurança
a seguir. pública, exercida por meio das polícias
Na hipótese da ocorrência de crime contra federal, rodoviária federal, civis, militares
o patrimônio da Empresa Brasileira de e dos corpos de bombeiros militares,
Correios e Telégrafos, compete à Polícia é a preservação da ordem pública e da
Federal apurar a infração penal. incolumidade das pessoas e do patrimônio.

( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

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8. (CESPE – PCDF – 2013)
Julgue o item abaixo, que versa sobre a
organização da segurança pública.
As polícias civis, às quais incumbem,
ressalvada a competência da União, as
funções de polícia judiciária e a apuração
de infrações penais, exceto as militares,
subordinam-se aos governadores dos
estados, do DF e dos territórios.
( ) Certo   ( ) Errado

9. (CESPE – DPF – 2013)


Acerca das atribuições da Polícia Federal,
julgue o item a seguir.
A Polícia Federal dispõe de competência
para proceder à investigação de infrações
penais cuja prática tenha repercussão
interestadual ou internacional, exigindo-se
repressão uniforme.
( ) Certo   ( ) Errado

10. (CESPE – DPF – 2013)


Acerca das atribuições da Polícia Federal,
julgue o item a seguir.
De acordo com a norma constitucional,
cabe exclusivamente à Polícia Federal
prevenir e reprimir o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, portanto a
atuação da polícia militar de determinado
estado da Federação no flagrante e
apreensão de drogas implica a ilicitude da
prova e a nulidade do auto de prisão.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. E  2. E 3. E 4. C 5. E 6. C 7. C 8. C 9. C 10. E

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ORDEM SOCIAL

TÍTULO VIII
Da Ordem Social

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a
justiça sociais.

CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social,
com base nos seguintes objetivos:
I – universalidade da cobertura e do atendimento;
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
V – eqüidade na forma de participação no custeio;
VI – diversidade da base de financiamento;
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite,
com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos
órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

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I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título,
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição
sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata
o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III – sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas
e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão
de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei,
não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes
aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como
os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de
uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos
termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas
ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de

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mão-deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e
ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os
incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes
na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou
parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o
faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Seção II
DA SAÚDE
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor,
nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;
III – participação da comunidade.
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº
29, de 2000)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e
serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I – no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo
ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de
2015)

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II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que
se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso
II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a
que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e §
3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I – os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios,
objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal,
estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV – (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de
saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo
com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação.
.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as
diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário
de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar
assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o
cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
2010) Regulamento
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição
Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou
de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos
requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 51, de 2006)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único
de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições
privadas com fins lucrativos.

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§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na


assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos,
tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a
coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e
participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e
outros insumos;
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do
trabalhador;
III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V – incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a
inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem
como bebidas e águas para consumo humano;
VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo
e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e
atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)

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§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria
aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades
exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando
se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho
do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão
devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente,
o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado
facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos
do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei,
obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
(Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II – sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido
em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro
e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco
anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição
na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos
regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos
em lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida
concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado.(Incluído dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para
efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na
forma da lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores
de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho
doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda,
garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas
e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma
autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na
constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 1º A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de
benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à
gestão de seus respectivos planos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos
estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não
integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios
concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na
qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas
controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de
previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às
empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos,
quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4º deste artigo estabelecerá os requisitos para
a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e
disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus
interesses sejam objeto de discussão e deliberação.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)

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Seção IV
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária;
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao
idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida
por sua família, conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do
orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com
base nas seguintes diretrizes:
I – descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à
esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e
municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
II – participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das
políticas e no controle das ações em todos os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio
à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida,
vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)
I – despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
II – serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações
apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

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I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das


espécies e ecossistemas; (Regulamento)
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar
as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (Regulamento)
(Regulamento)
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a
serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através
de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção; (Regulamento)
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade; (Regulamento)
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento)
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
(Regulamento)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma
da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei,
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso
dos recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei
federal, sem o que não poderão ser instaladas.

CAPÍTULO VII
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

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§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos
pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo
homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 66, de 2010)
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável,
o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos
educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por
parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram,
criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente
e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas
específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional
nº 65, de 2010)
I – aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-
infantil;
II – criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas
portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do
adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e
a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de
obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e
de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
portadoras de deficiência.
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I – idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º,
XXXIII;

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II – garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;


III – garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Redação dada Pela
Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
IV – garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na
relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação
tutelar específica;
V – obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
VI – estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios,
nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou
abandonado;
VII – programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao
jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. (Redação dada Pela Emenda Constitucional
nº 65, de 2010)
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do
adolescente.
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e
condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração o
disposto no art. 204.
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
I – o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; (Incluído Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)
II – o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas
do poder público para a execução de políticas públicas. (Incluído Pela Emenda Constitucional nº
65, de 2010)
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação
especial.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o
dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando
sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito
à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos
urbanos.

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CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições,
e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação
dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e
cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente,
cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e
a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do
Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação
nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas,
imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do
Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população,
ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em
qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto
a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das
riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse
público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a
extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às
benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em
juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do
processo.

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Questões

1. (CESPE – TRT8 – 2016) comprovação de contribuição à seguridade


social.
Os princípios da seguridade social incluem a
irredutibilidade do valor dos benefícios. ( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
6. (CESPE – CAMARA – 2014)
2. (CESPE – TRT8 – 2016) As terras indígenas tratadas pela CF se sub-
metem ao princípio fundamental da sobera-
No âmbito federal, a base de financiamento nia da República Federativa do Brasil, fazen-
da seguridade social está centralizada nas do parte do território brasileiro.
contribuições sociais dos empregadores do-
mésticos. ( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
7. (CESPE – CAMARA – 2014)
3. (CESPE – TRT8 – 2016) Considerando os fundamentos de direito
constitucional relacionados ao meio am-
É direito fundamental da pessoa humana o biente e aos povos indígenas, julgue os itens
direito ao meio ambiente ecologicamente que se seguem.
equilibrado, cabendo ao Estado e à coletivi-
dade a garantia desse direito. Embora a terra ocupada pelas comunida-
des indígenas seja propriedade da União, a
( ) Certo   ( ) Errado CF garante-lhes o direito de serem ouvidas
quando a pesquisa e a lavra das riquezas mi-
4. (CESPE – DPU – 2016) nerais afetarem sua vida, ficando-lhes asse-
gurada, também, a participação nos resulta-
Acerca das disposições constitucionais so- dos da lavra.
bre a ordem social, julgue o item seguinte.
( ) Certo   ( ) Errado
O Sistema Único de Saúde é organizado de
forma centralizada, com direção única em
cada esfera de governo. 8. (CESPE – PGE-BA – 2014)

( ) Certo   ( ) Erradox Considerando o disposto na Constituição


Federal de 1988 (CF) a respeito dos índios,
dos idosos e da cultura, julgue os itens a se-
5. (CESPE – DPU – 2016) guir.
Acerca das disposições constitucionais so- A CF assegura a gratuidade dos transportes
bre a ordem social, julgue o item seguinte. coletivos urbanos aos maiores de sessenta
e cinco anos.
O dever do Estado de prestar assistência so-
cial a quem dela necessite independe da ( ) Certo   ( ) Errado

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9. (CESPE – TJ-RR – 2013)
O casamento civil pode ser dissolvido pelo
divórcio, desde que após prévia separação
judicial por mais de um ano nos casos ex-
pressos em lei, ou comprovada separação
de fato por mais de dois anos.
( ) Certo   ( ) Errado

10. (CESPE – FNDE – 2012)


O planejamento familiar será estimulado
pelo Estado, que, apenas excepcionalmen-
te, poderá adotar medidas coercitivas junto
ao casal, por meio de suas instituições ofi-
ciais.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C  2. E 3. C 4. E 5. C 6. C 7. C 8. C 9. E 10. E

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Direito Constitucional

Professor Diogo Lopes

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Edital

DIREITO CONSTITUCIONAL

Agente de Polícia Substituto e Escrivão de Polícia Substituto: Constituição da República


Federativa do Brasil de 1988. 1.1 Princípios fundamentais. 2 Aplicabilidade das normas
constitucionais. 2.1 Normas de eficácia plena, contida e limitada. 2.2 Normas programáticas.
4 Organização politico-administrativa do Estado. 4.1 Estado federal brasileiro, União, estados,
Distrito Federal, municípios e territórios. 6 Poder executivo. 6.1 Atribuições e responsabilidades
do presidente da República.
Agente de Polícia Substituto: 10 Defesa do Estado e das instituições democráticas. 10.1
Segurança pública. 10.2 Organização da segurança pública. 11 Ordem social. 11.1 Base e
objetivos da ordem social. 11.2 Seguridade social. 11.3 Meio ambiente. 11.4 Família, criança,
adolescente, idoso e índio.

Escrivão de Polícia Substituto: 8 Poder judiciário. 8.1 Disposições gerais. 8.2 Órgãos do
poder judiciário. 9 Funções essenciais à Justiça. 9.1 Ministério Público, Advocacia Pública. 9.2
Defensoria Pública.

BANCA: Cespe
CARGO: Agente de Polícia e Escrivão

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Direito Constitucional

DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Conceito
Direito Constitucional é o ramo do direito público interno que estuda a Constituição, ou seja, a
lei fundamental de organização do Estado, bem como os seus limites.

2. Constituição
É a lei fundamental de organização do Estado, ao estruturar e delimitar os seus poderes políti-
cos. A Constituição dispõe sobre os principais aspectos da sua estrutura, quais sejam:

2.1. formas de Estado e de governo;

2.2. sistema de governo;

2.3. modo de aquisição, exercício e perda do poder político e dos principais


postulados da ordem econômica e social;

2.4. os limites da atuação do Estado, ao assegurar respeito aos direitos individuais.


Obs.1: O Estado e seus agentes não possuem poderes ilimitados, uma vez que devem exercê-
-los na medida em que lhes foram conferidos pelas normas jurídicas, respondendo por eventu-
ais abusos a direitos individuais.
Obs.2: Partindo da premissa de que a definição precisa do vocábulo "Constituição" é tarefa árdua,
eis que o termo presta-se a mais de um sentido, reconhece-se uma gama variada de concepções
que tencionaram desvendá-lo, cada qual construída a partir de uma distinta forma de entender
e explicar o direito. Far-se-á referência, no item (concepções de constituição), aos sentidos e as
concepções de maior repercussão que disputam a conceituação adequada do termo.

3. Estado:
É uma sociedade política dotada de alguns elementos essenciais próprios que a distinguem das
demais, quais sejam: povo, território e soberania.

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3.1. elementos do Estado

3.1.1. povo:
É o elemento humano do Estado, o conjunto de pessoas que mantêm um vínculo jurídico-polí-
tico com o Estado, pelo qual se tornam parte integrante deste.
Obs.: não se confunde com os conceitos de população e nação. População é o conjunto de pes-
soas que se encontram no território de um determinado Estado, sejam nacionais ou estrangei-
ros. Já nação é o conjunto de pessoas que formam uma comunidade unida por laços históricos
e culturais, uma realidade sociológica.

3.1.2. Território:
É o elemento material do Estado, o espaço sobre o qual o Estado exerce a sua supremacia sobre
pessoas e bens.
Obs.: abrange, além do espaço delimitado entre as fronteiras do Estado, o espaço aéreo, navios
e aeronaves civis em alto-mar ou sobrevoando espaço aéreo internacional e navios e aeronaves
militares onde quer que estejam.

3.1.3. Poder Político:


É o elemento formal do Estado. É o poder que preside, integra e harmoniza todos os grupos so-
ciais, possibilitando a convivência entre os membros dos grupos sociais, mediante um conjunto
de regras que compõe o direito comum a todos eles.

3.1.4. Finalidade:
É a realização do bem comum.

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

1. Direitos Fundamentais

São o conjunto de normas, princípios, prerrogativas, deveres e institutos, inerentes à soberania


popular, que garantem a convivência pacífica, digna, livre e igualitária, independentemente de
credo, raça, cor, condição econômica ou status social.

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Obs.: Os Direitos Fundamentais são o conjunto de normas constitucionais que consagram


limitações jurídicas aos Poderes Públicos, projetando-se em três dimensões: civil (direitos da
pessoa humana), política (direitos de participação na ordem democrática) e econômico-social
(direitos econômicos e sociais).

2. O Título II da CF estabelece que os Direitos Fundamentais se dividem em:

2.1. Direitos Individuais e Coletivos – Capítulo I:


Correspondem aos direitos diretamente ligados ao conceito de pessoa humana e de sua pró-
pria personalidade, como, por exemplo, o direito à vida, à dignidade, à liberdade e estão pre-
vistos, basicamente, no art. 5º da CF em um rol exemplificativo;

2.2. Direitos Sociais – Capítulo II:


Constituem as liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito,
tendo por objetivo a melhoria das condições de vida aos hipossuficientes, visando à concretiza-
ção da igualdade material ou substancial e estão arrolados no art. 6º da CF, com regulação em
seus art. 7º ao 11, 144 e 193 ao 230;

2.3 Direitos de Nacionalidade – Capítulo III:


Cuidam do vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a um determinado Estado, capacitan-
do-o a exigir sua proteção e sujeitando-o ao cumprimento de determinados deveres e estão
previstos nos art. 12 e 13 da CF;

2.4. Direitos Políticos – Capítulo IV:


Cuidam do conjunto de regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular, com
o fim de permitir ao indivíduo o exercício concreto da liberdade de participação nos negócios
políticos do Estado, conferindo-lhe os atributos da cidadania, os quais estão previstos nos art.
14 ao 16 da CF; e

2.5. Partidos Políticos – Capítulo V:


Direito à existência, organização e participação em partidos políticos regulamentam os
partidos políticos como instrumentos necessários à preservação do Estado Democrático de
Direito, assegurando-lhes autonomia e plena liberdade de atuação, para concretizar o sistema
representativo, o qual está previsto no art. 17 da CF.

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Obs.: a expressão DIREITOS HUMANOS é utilizada para designar direitos pertencentes ao
homem, universalmente considerado, sem referência a determinado ordenamento jurídico ou
limitação geográfica. Já os DIREITOS FUNDAMENTAIS são aqueles reconhecidos como tais em
determinado ordenamento jurídico, de certo Estado.

3. Características:

3.1. Historicidade:
Os direitos fundamentais derivam de longa evolução histórica, participando de um contexto histórico
perfeitamente delimitado. Não são obra da natureza, mas das necessidades humanas, ampliando-
se a depender das circunstâncias. Ex.: Direito de propriedade – art. 5º, inciso XXII, da CF;

3.2. Inalienabilidade:
São indisponíveis, ou seja, esses direitos são intransferíveis e inegociáveis. Os seus titulares não
podem vendê-los, aliená-los, comercializá-los, pois não têm conteúdo econômico. Ex.: a função
social da propriedade não pode ser vendida porque não corresponde a um bem disponível –
art. 5º, inciso XXIII, da CF;

3.3. Imprescritibilidade:
Não deixam de ser exigíveis em razão da falta de uso. Ex.: direito à vida – art. 5º, caput, da CF;

3.4. Irrenunciabilidade:
Nenhum ser humano pode abrir mão de possuir direitos fundamentais. Pode até não usá-los
adequadamente, mas não pode renunciar à possibilidade de exercê-los. Ex.: não ajuizamento
do mandado de segurança, algo que não o retira da Constituição – art. 5º, LXIX, da CF.

3.5. Universalidade:
Todos os seres humanos têm direitos fundamentais que devem ser devidamente respeitados,
em razão do princípio da dignidade da pessoa humana.

3.6. Inviolabilidade:
nas disposições infraconstitucionais ou nos atos das autoridades públicas, devem-se observar
os direitos fundamentais.

3.7. Efetividade:
O Poder Público, por meio de seus atos, deve ter por objetivo garantir a efetivação dos direitos
fundamentais.

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3.8. Interdependência:
Um direito ou garantia está ligado ao outro de modo a formar um sistema.

3.9. Complementaridade:
Os direitos fundamentais não devem ser interpretados isoladamente, mas sim de forma con-
junta.

3.10. Relatividade:
Os direitos fundamentais não são absolutos. MS 23.452/RJ, rel Min. Celso de Mello, DJ
12.05.2000.
Obs.: para Norberto Bobbio, a vedação da tortura e a vedação do trabalho escravo não direitos
absoluto, os quais devem ser exercidos de maneira irrestrita.

4. Gerações e dimensões dos direitos fundamentais:

4.1. Primeira geração – direitos individuais:


São os direitos civis e políticos, reconhecidos nas Revoluções Francesa e Americana. O dever
do Estado nesses direitos é de abstenção, de não fazer, de não interferência. São as chamadas
liberdades individuais.

4.2. Segunda geração – direitos sociais, econômicos e culturais:


São os direitos econômicos, sociais e culturais. Identificam-se com as liberdades positivas, reais
ou concretas, e acentuam o princípio da igualdade entre os homens (igualdade material). O
surgimento da segunda geração de direitos fundamentais se deu por meio dos movimentos
sociais do século XIX, responsáveis pela gradual passagem do Estado liberal para o Estado social,
centrado na proteção dos hipossuficientes e na busca da igualdade material entre os homens.

4.3. Terceira geração – direitos de fraternidade e solidariedade:


Consagram os princípios da solidariedade e da fraternidade. São atribuídos genericamente
a todas as formações sociais, protegendo interesses de titularidade coletiva ou difusa.
Exemplo: direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, à defesa do consumidor, à
paz, à autodeterminação dos povos, ao patrimônio comum da humanidade, ao progresso e
desenvolvimento, entre outros. São os direitos transindividuais ou metaindividuais.

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DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

5. Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

5.1. DIREITOS INDIVIDUAIS:


São limitações impostas pela soberania popular aos poderes constituídos, para resguardar di-
reitos indispensáveis à pessoa humana.

5.2. DIREITOS E GARANTIAS:


Direitos são normas declaratórias, ao passo que Garantias são normas assecuratórias. Ex.: Direito
à liberdade de locomoção (direito – art. 5º, XV) e o habeas corpus (garantia – art. 5º, LXVIII).

Art. 5º, XV, da CF – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Art. 5º, LXVIII, CF – conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;

Obs.: Os remédios constitucionais são espécies de garantias constitucionais. Estas são, dessa
forma, mais abrangentes. Ex.: art. 5º, X, que estabelece o direito a intimidade, vida privada,
honra e imagem das pessoas, assegurando, em seguida, o direito a indenização em caso de
dano material ou moral provocado pela sua violação.

Art. 5º, X, da CF – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;

Obs.2: Remédios e Garantias de Direito Constitucional:


a) habeas corpus – art. 5º, LXVIII (remédio heroico);

LXVIII – conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar amea-


çado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;

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b) habeas data – art. 5º, LXXII;

LXXII – conceder-se-á "habeas-data":


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de cará-
ter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, ju-
dicial ou administrativo;

c) Mandado de segurança individual – art. 5º, LXIX;

LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegali-
dade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercí-
cio de atribuições do Poder Público;

d) Mandado de segurança coletivo – art. 5º, LXX;

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

e) Mandado de injunção – art. 5º, LXXI;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamenta-


dora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerroga-
tivas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

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f) Ação popular – art. 5º, LXXIII;

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à morali-
dade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

g) Direito de petição – art. 5º, XXXIV, “a”;

XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:


a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de poder;

h) Direito à certidão – art. 5º, XXXIV, “b”;

XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:


b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;

i) Ação civil pública – art. 129, III – note que este remédio não consta do art. 5º e, portanto,
não é um direito fundamental.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

Obs.1: A Constituição Federal dispõe em seu artigo 5º, LXXVII que são gratuitas:

•• As ações de "habeas-corpus" e "habeas-data"; e


•• Na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

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Obs.2: só para os reconhecidamente pobres:

LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:


a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

5.3. Direito Individuais Básicos:


São os direitos considerados expressamente previstos no caput do art. 5º da Constituição Fede-
ral. São cinco: vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade.
Obs.1: os demais direitos previstos no art. 5º decorrem dos direitos individuais básicos.
Obs.2: são 78 incisos no art. 5º da CF em um rol não taxativo. Art. 5º, §2º da CF – os direitos
e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.
Obs.3: os tratados e convenções internacionais podem integrar o ordenamento jurídico brasi-
leiro em três níveis:

a) como lei ordinária, se não versar sobre direitos humanos;


b) com status supralegal e infraconstitucional, se versar sobre direitos humanos e não for
aprovado pelo Congresso Nacional com mesmo procedimento de Emenda Constitucional; e
c) com status constitucional, se versar sobre direitos humanos e for aprovado pelo Congresso
Nacional pelo mesmo procedimento de Emenda Constitucional.

Obs.4: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais – art. 5º, §3º

5.4. APLICABILIDADE DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS:


Os direitos individuais, conforme dispõe o art. 5º, §1º, da CF, possuem aplicabilidade imediata,
o que significa dizer que são autoaplicáveis, pois não dependem da edição de norma regula-
mentadora para que possam ser exercidos.
Obs.: não significa que a própria constituição possa delegar ao legislador a regulamentação de
alguns direitos. Ex.: A liberdade de profissão é trazida na CF em uma norma de eficácia contida,
ou seja, aquela em que há possibilidade do legislador infraconstitucional restringi-la, por exem-
plo, estabelecendo o atendimento de qualificação profissional (art. 5º, XIII, da CF).

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Art. 5º, § 1º, da CF – As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata.

XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualifi-


cações profissionais que a lei estabelecer;

5.5. EFICÁCIA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

5.5.1. Eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais

A teoria da eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais, também chamada de


teoria da eficácia privada, surgiu na Alemanha sob o rótulo Drittwirkung, desenvolvendo-se de
1955 a 1960, como um aprimoramento da state action da Suprema Corte norte-americana.
Tradicionalmente, os direitos e garantias fundamentais são aplicados nas relações travadas
entre o particular e o Poder Público. Aqui o sujeito passivo que arcará com a obrigação de
satisfazer o direito do particular é o próprio Estado. As relações entre os indivíduos e o Estado
apresentam eficácia vertical.
Os direitos fundamentais valem não só nas relações verticais entre indivíduos e Estado, mas
também nas relações inter-partes (particular com particular) – eficácia horizontal.
Eficácia horizontal é, assim, a aplicação das liberdades públicas nas relações travadas somente
entre particulares, que se concretiza pelos seguintes princípios:

a) Princípio da eficácia direta ou imediata das liberdades públicas – existem direitos e garan-
tias fundamentais que podem ser aplicados diretamente pelo Judiciário nas relações entre
particulares, pois não precisam de lei para se tornar plenamente exequíveis. Ex.: direito à
privacidade – art. 5º, inciso X, da CF;
b) Princípio da eficácia irradiante das liberdades públicas – existem direitos e garantias fundamen-
tais que irradiam sua eficácia a todos os escaninhos da ordem jurídica, espargindo efeitos até
mesmo nas relações entre particulares. Ex.: devido processo legal, art. 5º, inciso LIV, da CF;
c) Princípio da eficácia indireta ou mediata positiva das liberdades públicas – existem direitos e
garantias fundamentais que, para serem aplicados pelo Judiciário nas relações entre particulares,
precisam de lei para se concretizar. Ex.: liberdade de trabalho – art. 5º, inciso XIII, da CF;
d) Princípio da eficácia indireta ou mediata negativa das liberdades públicas – existem direitos
e garantias fundamentais que não podem ser obstacuizados pela lei, sob pena de deixarem
de ser aplicados pelo Judiciário às relações entre particulares. Ex.: proibição do tratamento
desumano ou degradante – art. 5º, inciso III, da CF.

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O Supremo Tribunal Federal já aplicou a referida teoria nos seguintes casos:


a) Fere o princípio da razoabilidade contrato de consórcio que prevê devolução nominal de
valor já pago em caso de desistência (RE 175.161-4);
b) Viola o princípio da igualdade estatuto de empresa que discrimina funcionário com base
em critério de sexo, raça, nacionalidade e credo religioso (RE 161.243-6);
c) Pratica constrangimento ilegal fábrica que faz a revista íntima de funcionário (RE 160.222-8);
d) A garantia da ampla defesa incide diretamente sobre as relações privadas. Por isso, membro
de sociedade não pode dela ser excluído sem a sua observância (RE 201.819).

5.5.2. Eficácia constitucional


Eficácia constitucional é a capacidade das normas supremas do Estado produzirem efeitos.
Esses efeitos variam em grau e profundidade. A eficácia normativa é a simples possibilidade de
aplicação da norma constitucional.
Todas as normas constitucionais gozam de eficácia normativa, sendo aplicáveis nos limites
dessa eficácia. Logo, são imperativas, não veiculam meros conselhos, avisos, recomendações
ou lembretes.
Quando as normas constitucionais são desrespeitadas, e tornam-se letra morta, algo corriqueiro
no Brasil, o problema é de efetividade, ou seja, eficácia social, não de eficácia normativa.
José Afonso da Silva, considerando três critérios distintos, concluiu que as normas constitucionais
podem ser de eficácia plena e aplicabilidade imediata; de eficácia contida e aplicabilidade
imediata; e de eficácia limitada (por princípio institutivo ou princípio programático).

5.5.3. Normas constitucionais de eficácia plena


São aquelas que possuem aplicabilidade imediata e não precisam de providência legislativa
para ser utilizadas, já que possuem todos os elementos necessários à sua executoriedade direta
e integral. Ex.: artigos 2º; 14, §2º; 17, §4º; 19; 20; 21; 22; 24; 28, caput; 30; 37, III; 44, parágrafo
único; 45, caput; 46, §1º; 51; 60; 156.

5.5.4. Normas constitucionais de eficácia contida


Estas também possuem aplicabilidade imediata, mas podem ser restringidas ou suspensas pelo
legislador ordinário. Ex.: artigos 5º, VII, VIII, XII, XIII, XV, XXIV, XXV, XXVII, XXVIII, XXIX e XXXIII;
15, IV; 37; 84, XXVI; 139; 170, parágrafo único; 184, caput.

5.5.5. Normas constitucionais de eficácia limitada


São aquelas que dependem de regulamentação para serem aplicadas e, por isso, possuem
aplicabilidade diferida.

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No momento que são promulgadas, apresentam eficácia normativa, mas não efetividade (eficácia
social). Logo, não produzem todos os seus efeitos, os quais dependem de lei para se concretizar.
Daí a aplicabilidade reduzida dessas normas.
As normas limitadas podem ser de princípio institutivo e de princípio programático.
Normas limitadas por princípio institutivo – são que dependem de lei para dar corpo a institu-
tos, instituições, pessoas, órgãos ou entidades constitucionais.
A finalidade das normas institutivas é conseguir que a lei ordinária ou complementar as regu-
lem, definitivamente, de sorte que estejam aptas a estruturar institutos, instituições, órgãos ou
entidades.
Elas indicam, em seu próprio corpo, a legislação futura que deverá completar-lhes a eficácia.
Ex.: artigos 20, §2º; 32, §4º; 33; 37, XI; 88; 90, §2º; 91, §2º; 107, parágrafo único; 109, VI; 111,
§3º; 128, §5º.
Normas limitadas por princípio programático – são as que estatuem programas a serem desen-
volvidos pelo Estado.
Também conhecidas como normas programáticas, cingem-se a enunciar as linhas diretoras que
devem ser perseguidas pelos Poderes Públicos, como saúde, educação, lazer, moradia.
As normas programáticas não contemplam interesses ou direitos regulados em si, mas, apenas, me-
tas ou escopos a serem seguidos pelo Legislativo, Executivo e Judiciário. Buscam a consecução dos
fins sociais pelo Estado, motivo por que desempenham função eficacial de programa. Ex.: artigos 3º;
7º, XI, XX, XXVII; 21, IX; 23; 170; 173, §4º; 196; 205; 211; 215; 216, §3º; 218, caput; 226, §2º; 227.

5.6. Destinatário dos Direitos e Garantias Fundamentais:


As normas constitucionais são voltadas, primeiramente, para os Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário, que, ao exercer suas respectivas funções, tornam-se os destinatários diretos,
primeiros ou imediatos das liberdades públicas.
Ao aplicar os dispositivos da Carta Maior às situações concretas, o Executivo, o Legislativo e o
Judiciário efetivam os direitos e garantias fundamentais. É nesse estágio que o povo passa a ser
receptor do Texto Supremo.
Os cidadãos são os destinatários indiretos, secundários ou mediatos dos direitos e garantias
fundamentais, os quais dependem de aplicação para se efetivar.
Destinatários imediatos – Poder Público.
Destinatários mediatos – Povo.

5.6.1. o caput do art. 5º da CF deixa claro que os destinatários dos direitos individuais
e coletivos são os brasileiros e estrangeiros residentes no País.
Obs.1: E as pessoas jurídicas? As pessoas jurídicas são titulares de todos os direitos a ela com-
patíveis. Ex.: a liberdade de locomoção é incompatível e, portanto, a pessoa jurídica não tem
direito de impetrar habeas corpus em seu favor.

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Obs.2: E os estrangeiros não residentes no País? Em razão do princípio da dignidade da pessoa


humana, também são destinatários de direitos individuais e, assim, podem impetrar mandado
de segurança e HC.
Obs.3: E os apátridas? Os apátridas (pessoas sem nacionalidade) também são destinatários dos
direitos individuais.

DIREITO À VIDA

5.7. Direitos à Vida.

5.7.1. Início e fim da vida: a vida inicia-se com a nidação (fixação do ovo no útero
materno) e se finda com a morte encefálica (fim das funções vitais: atividade
cerebral, circulação e respiração).
Obs.1: são assegurados os direitos do nascituro desde à concepção – art. 2º, CC.

Art. 2º do CC – A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a


lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Obs.2: O STF decidiu, por maioria de votos (6x5), a constitucionalidade da norma (Lei
11.105/2005) que permite, para fins de pesquisa ou terapia, a utilização de células-tronco
obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados, desde que
de embriões inviáveis ou congelados há mais de três anos.
Obs.3: O Código Penal tutela o direito à vida por meio dos seguintes artigos: 121 ao 128.

5.7.2. Eutanásia (morte boa): configura homicídio privilegiado por motivo de


relevante valor moral. Art. 121, §1º, CP.

Art. 121. Matar alguém:


Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena (homicídio privilegiado)
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

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5.7.3. Pena de morte: a pena de morte é expressamente vedada pela CF, salvo nos
casos de guerra declarada (art. 5º, XLVII, da CF).

Art. 5º, XLVII, da CF – não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

Obs.1: de acordo com o art. 84, XIX, da CF, compete ao Presidente da República declarar guerra.

Das Atribuições do Presidente da República


Art. 84 da CF. Compete privativamente ao Presidente da República:
XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Na-
cional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e,
nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;

Obs.2: As hipóteses de aplicação da pena de morte em crimes cometidos em tempo de guerra


estão previstas no Código Penal Militar. A execução da pena de morte está prevista no Código
de Processo Penal Militar, que será por fuzilamento.

5.7.4. Tortura:
Ddecorrente do direito à vida, a vedação da tortura ficou estabelecida no art. 5º, III, da CF. A
prática da tortura constitui crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia (art. 5º, XLIII).

Art. 5º, III, da CF – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
Art. 5º, XLIII, da CF – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terroris-
mo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

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DIREITO À LIBERDADE

5.8 Direito à liberdade ou às liberdades.

5.8.1 Liberdade: é a faculdade que uma pessoa possui de fazer ou não fazer alguma
coisa.

5.8.2. Espécies de liberdade:


a) de pensamento;
b) de locomoção;
c) de expressão coletiva; e
d) de ação profissional.

5.8.3. Liberdade de pensamento

5.8.3.1. Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do anonimato

Art. 5º, IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

5.8.3.2. Direito de resposta

Art. 5º, V, da CF – é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo, além da


indenização por dano material, moral ou à imagem.

5.8.3.3. Liberdade de consciência e de crença:


A liberdade de crença relaciona-se a questões religiosas, já a liberdade de consciência é a
liberdade de pensamento de foro íntimo em questões não religiosas.

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Art. 5º, VI, da CF – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias;

5.8.3.4. Liberdade de culto

Art. 5º, VI, da CF – é assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

Obs.1: essa garantia não fere a laicidade do Estado.


Obs.2: a CF assegura o direito de assistência religiosa em seu art. 5º, VII.

Art. 5º, VII, da CF – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa
nas entidades civis e militares de internação coletiva;
Obs.3: o art. 5º, VIII, firma que ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada
em lei.

5.8.3.5. Liberdade de expressão

Art. 5º, IX, da CF – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação, independentemente de censura ou licença;

Obs.: Nenhuma lei poderá restringir a liberdade de expressão, esta deve observar apenas as
restrições de ordem constitucional. Assim, então, estabelece a Constituição em seu art. 5º, IX
que Independe de licença ou censura para que possa se expressar em atividades artísticas, in-
telectuais, científicas, ou em meio de comunicação. E ainda no art. 220: A manifestação do pen-
samento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não
sofrerão qualquer restrição, observado o disposto na CF.

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•• Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade
de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social.
•• É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
•• A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de auto-
ridade.

5.8.3.6. Direito de informação

Art. 5º, XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da


fonte, quando necessário ao exercício profissional.

Obs.: a CF resguarda o sigilo da fonte quando necessário ao exercício profissional.

Art. 5º, XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral [...].

Obs.: o remédio constitucional previsto para assegurar esse direito é o MS.

Art. 5º, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público;

5.8.3.7. Art. 5º, LXXII – habeas data:

É uma ação constitucional para proteger os indivíduos de banco de dados públicos ou abertos
ao público, com dupla finalidade: conhecimento do conteúdo das informações e concessão da
possibilidade de retificação.

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5.8.4 Liberdade de locomoção

Art. 5º, XV, da CF – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,


podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens.

Obs.: apenas em tempo de guerra podem ser feitas restrições à liberdade de locomoção.

5.8.4.1. Art. 5º, LXVIII – habeas corpus – remédio constitucional que assegura a
liberdade de locomoção.

Obs. 1: o HC tutela a liberdade de locomoção quando a violência ou coação à liberdade de


locomoção se der por ilegalidade ou por abuso de poder.
Obs. 2: o HC pode ser preventivo ou repressivo, pois o texto constitucional garante a ordem
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer a violência ou coação à sua liberdade
de locomoção.

5.8.5. Liberdade de expressão coletiva

5.8.5.1. Liberdade de reunião – art. 5º, XVI – requisitos para a reunião em locais
abertos ao público:
a) Reunião pacífica, sem armas;
b) Fins lícitos;
c) Desde que não frustrem reunião anteriormente convocada para o mesmo local;
d) Prévio aviso à autoridade competente.

Art. 5º, XVI, da CF – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais
abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio
aviso à autoridade competente;

Obs.: não há necessidade de autorização para o exercício desse direito.

5.8.5.2. Liberdade de associação – art. 5º, XVII – é plena a liberdade de associação


para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
Obs.1: ao militar são proibidas a sindicalização e a greve – art. 142, §3º, IV, da CF.

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Art. 142, § 3º, IV, da CF – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

Obs.2: é permitido ao militar a associação para fins lícitos.

XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;


XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade
para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Obs.3: a criação de associações e a de cooperativas independem de autorização. As cooperativa


devem ser criadas na forma da lei – art. 5º, XVIII.

Art. 5º, XVIII, da CF – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas


independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funciona-
mento;

Obs.4: as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial com
trânsito em julgado.

5.8.6 Liberdade de ação profissional – art. 5º, XIII:


É o direito de cada indivíduo exercer qualquer atividade profissional, de acordo com as suas
preferências e possibilidades.

Art. 5º, XIII, da CF – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendi-
das as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Obs.: A liberdade de profissão pode ser restringida pelo legislador infraconstitucional ao esta-
belecer qualificações profissionais.

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DIREITO DE IGUALDADE

5.9. Direito de Igualdade

5.9.1. Princípio da isonomia ou da igualdade – todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza – art. 5º, caput.

Art. 5º da CF – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

5.9.2. Igualdade:
Consiste em tratar igualmente os iguais, com os mesmos direitos e obrigações, e desigualmente
os desiguais, na medida de sua desigualdade.

5.9.3. Igualdade formal e igualdade material:


Na formal, todos são iguais perante a lei; na material, busca-se a igualdade de fato na vida
econômica e social (DISCRIMINAÇÃO POSITIVA).

5.9.4. Igualdade entre homens e mulheres:


Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição – art.
5º, I.
Obs.1: os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo
homem e pela mulher – art. 226, §5º.

Art. 226 da CF. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente
pelo homem e pela mulher.

Obs.2: A Lei Maria da Penha é constitucional.

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5.9.5. a Constituição veda qualquer forma de discriminação em razão de raça, cor,


etnia, religião e procedência.

5.9.5.1. cor: corresponde simplesmente à maior ou menor pigmentação da pele.

5.9.5.2. etnia: corresponde a um agrupamento de pessoas unidas pela mesma língua,


cultura e consciência.

5.9.5.3. religião: é a fé professada por qualquer pessoa.

Obs.1: a CF elevou a prática de racismo a “crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de


reclusão, nos termos da lei” – art. 5º, XLII.

Art. 5º, XLII, da CF – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,


sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

Obs.2: há apenas dois crimes imprescritíveis previstos na CF: a prática de racismo e a ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

5.9.6. Ações afirmativas:


Ação afirmativa é a utilização de mecanismos de proteção e favorecimento aos que necessitam
de uma especial tutela, como uma forma de superação das diversas desigualdades existentes
em uma sociedade. Ex.: Cotas em universidades para negros e pardos.
Obs.: o STF declarou constitucional as ações afirmativas.

DIREITO À SEGURANÇA

5.10. Direito à segurança (Segurança é a tranquilidade do exercício dos


direitos fundamentais).

5.10.1. Abrangência: os direitos relativos à segurança do indivíduo abrangem os


direitos subjetivos em geral e os relativos à segurança pessoal.

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5.10.1.1. Direitos subjetivos em geral – encontra-se o direito à legalidade e à
segurança das relações jurídicas.

5.10.1.1.1. Princípio da legalidade

Art. 5º, II, da CF – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei.

Obs.1: Um indivíduo pode fazer tudo o que a lei não proíbe ou não determina.
Obs.2: Para a Administração Pública, o princípio da legalidade tem sentido restrito: o Poder
Público só pode fazer o que a lei autoriza – art. 37, caput.

Art. 37 da CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:

5.10.1.1.2. Segurança das relações jurídicas

Art. 5º, XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada.

Obs.1: ato jurídico perfeito – é o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetivou. Ex.: quem já se aposentou.
Obs.2: direito adquirido – é o que pode ser exercido a qualquer momento, pois já incorporado ao
patrimônio de seu titular. Ex.: quem já completou os requisitos mínimos para a aposentadoria,
mas ainda não aposentou.
Obs.3: coisa julgada – é a decisão judicial da qual não caiba mais recurso.

5.10.1.2. Direitos relativos à segurança pessoal:

Incluem o respeito à liberdade pessoal, a inviolabilidade da intimidade, do domicílio e das


comunicações pessoais e a segurança em matéria jurídica.

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5.10.1.2.1. Inviolabilidade da intimidade (direito á privacidade)

Art. 5º, X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação.

5.10.1.2.2. Inviolabilidade do domicílio

Art. 5º, XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

Obs.1: Casa é o lugar onde uma pessoa vive ou trabalha, não aberto ao público, reservado a sua
intimidade e a sua vida privada.
Obs.2: A definição de casa encontra-se nos art. 150, §4º, do CP. E o que não compreende casa
está no §5º do mesmo artigo.

Art. 150, § 4º, do CP – A expressão "casa" compreende:


I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
Art. 150, § 5º, do CP – Não se compreendem na expressão "casa":
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta,
salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

Obs.3: Dia estende-se das 6 às 18 horas.


Obs.4: Apenas Juiz pode determinar a inviolabilidade do domicílio – reserva de jurisdição.
Obs.5: Nenhum direito fundamental e absoluto, desta forma, o STF decidiu pela não ilicitude
das provas obtidas com violação noturna de escritório de advogados para que fossem instalados
equipamentos de escuta ambiental, já que os próprios advogados estavam praticando

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atividades ilícitas em seu interior. Desta forma, a inviolabilidade profissional do advogado, bem
como do seu escritório, serve para resguardar o seu cliente para que não se frustre a ampla
defesa, mas, se o investigado e o próprio advogado, ele não poderá invocar a inviolabilidade
profissional ou de seu escritório, já que a Constituição não fornece guarida para a prática de
crimes no interior de recinto.

5.10.1.2.3. Inviolabilidade das comunicações pessoais

Art. 5º, XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,


de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal.

Obs.1: a expressão “no último caso” compreende, de acordo com a jurisprudência, as comuni-
cações de dados e as comunicações telefônicas.
Obs.2: Consiste em exceção ao sigilo da correspondência, da comunicação telegráfica e telefô-
nica o constante do art. 136, I, “b”, CF e do art. 139, III, CF.

Art. 136, § 1º, da CF – O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo
de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e
limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I – restrições aos direitos de:
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;

Art. 139 da CF. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137,
I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunica-
ções, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão,
na forma da lei;

Obs.3: também é uma exceção ao sigilo da correspondência o caso de carta encaminhada ao


preso.

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Obs.4: A lei que regula a interceptação telefônica é a Lei 9.296/96.


Obs.5: Apenas Juiz pode autorizar a interceptação telefônica – reserva de jurisdição.
Obs.6: a gravação é permitida.

5.10.1.2.4. Segurança em matéria jurídica:

5.10.1.2.4.1. Garantias jurisdicionais:

a) Princípio da inafastabilidade ou do controle do Poder Judiciário

Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;

b) Proibição dos tribunais de exceção

Art. 5º, XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;

c) Julgamento pelo Tribunal do Júri em crimes dolosos contra a vida

Art. 5º, XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a
lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

d) Princípio do Juiz natural ou do Juiz competente

Art. 5º, LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade com-
petente;

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5.10.1.2.4.2. Garantias materiais:

a) Princípios da anterioridade e da reserva legal

Art. 5º, XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia co-
minação legal;

b) Princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa

Art. 5º, XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

c) Princípio da personalização da pena ou princípio da intranscendência

Art. 5º, XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, es-
tendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido;

d) Princípio da individualização da pena

Art. 5º, XLVI – a lei regulará a individualização da pena [...];

e) Proibição de determinadas penas

Art. 5º, XLVII – não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

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f) Princípios relativos à execução da pena privativa de liberdade

Art. 5º:
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza
do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com
seus filhos durante o período de amamentação;

g) Restrições à extradição de nacionais e estrangeiros

Art. 5º:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

h) Proibição da prisão civil por dívidas, salvo no caso de devedor de pensão alimentícia.

Art. 5º, LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadim-
plemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

5.10.1.2.4.3. Garantias Processuais:

a) Princípio do devido processo legal

Art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido proces-
so legal;

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b) Princípio do contraditório e da ampla defesa

Art. 5º, LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;

c) Proibição de prova ilícita

Art. 5º, LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

d) Princípio da presunção de inocência ou estado de inocência

Art. 5º, LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;

e) Proibição da identificação criminal da pessoa já civilmente identificada

Art. 5º, LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal,
salvo nas hipóteses previstas em lei;

f) Garantias da legalidade e da comunicabilidade das prisões

Art. 5º da CF:
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamen-
tada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados ime-
diatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;

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DIREITO DE PROPRIEDADE

5.11. Direito de Propriedade – art. 5º, XXII, XXIV, XXV, XXVI, XXVII, XXVIII,
XXIX, XXX.

Art. 5º da CF:
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução
de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem
e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou
de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações
sindicais e associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para
sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social
e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX – é garantido o direito de herança;

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DIREITOS SOCIAIS

1. Conceito

Direitos sociais são direitos de conteúdo econômico-social que visam melhorar as condições
de vida e de trabalho para todos. São prestações positivas do estado em prol dos menos
favorecidos e dos setores economicamente mais fracos da sociedade.
Obs.: Embora os direitos sociais não sejam reconhecidos pacificamente como cláusulas pétreas,
a jurisprudência e doutrina os albergam pelo princípio da proibição do retrocesso.
Princípio este que se manifesta de duas formas:

1. Impedindo que o Poder Público venha retirar a regulamentação de algo já concretizado.

2. Autorizando a impetração da ADI por omissão e mandado de injunção, a fim de se cobrarem


providências legislativas e administrativas para a concretização de tais direitos.
Assim, decidiu o STF, no sentido da existência de direito subjetivo público de crianças até cinco anos
de idade ao atendimento em creches e pré-escolas. E também consolidou o entendimento de que é
possível a intervenção do Poder Judiciário visando à efetivação daquele direito constitucional.

2. Constituição de 1988

Os direitos sociais são mencionados no art. 6º da CF e desdobrados em vários dispositivos


incluídos no Título VIII (Da Ordem Social). Já os direitos trabalhistas estão previstos nos artigos
7º a 11 da CF.

3. Classificação

Os direitos sociais são classificados, de acordo com José Afonso da Silva, da seguinte maneira:
a) Direitos sociais relativos ao trabalhador (art. 7º a 11);
b) Direitos sociais relativos à seguridade social, abrangendo os direitos à saúde, à previdência
social e à assistência social (art. 193 a 204);
c) Direitos sociais relativos à educação, à cultura e ao esporte (art. 205 a 217);
d) Direitos sociais relativos à família, à criança, ao adolescente, ao idoso e às pessoas
portadoras de deficiência (art. 226 a 230);
e) Direitos sociais relativos ao meio ambiente (art. 225).

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4. Espécies de direitos sociais

Art. 6º, da CF – São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,
o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Obs.: cabe lembrar que o direito à moradia foi inserido na Constituição por meio da EC nº
26/2000, o direito à alimentação por meio da EC nº 64 de 2010 e o direito ao transporte pela EC
nº 90/2015..

5. Direitos sociais individuais e coletivos do trabalhador

Os direitos trabalhistas se subdividem em individuais e coletivos. Os individuais estão previstos


no art. 7º, enquanto os coletivos estão previstos nos artigos 8º (liberdade de associação profis-
sional ou sindical), 9º (direitos de greve), 10 (participação em órgãos colegiados) e 11 (repre-
sentação nas empresas com mais de duzentos empregados).
Obs.: os demais direitos sociais estão regulados nos art. 144 (segurança pública), 193 ao 230
(ordem social), da CF.

NACIONALIDADE

1. Conceito:

Nacionalidade é o vínculo jurídico e político pelo qual um indivíduo se torna parte integrante
do povo de um Estado.

2. Modos de aquisição da nacionalidade:

2.1. primária ou originária (natos)


Adquire-se a nacionalidade pelo nascimento. A pessoa, ao nascer, já possui a nacionalidade de
determinado Estado;

2.2. secundária ou adquirida (naturalizados)


Resulta de um ato posterior de vontade. A pessoa adquire a nacionalidade de outro país duran-
te sua existência.

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3. Critérios para a aquisição da nacionalidade primária.

3.1. Jus soli ou jus loci ou critério da territorialidade:


Determina-se a nacionalidade de uma pessoa pelo local de nascimento. São considerados
nacionais todos os que nascem no território do Estado.

3.2. Jus sanguinis ou critério da consanguinidade:


Determina-se a nacionalidade de uma pessoa pela origem de seus ascendentes. São considerados
nacionais todos que possuem ascendentes da mesma nacionalidade, até um determinado grau.

4. Modos de aquisição da nacionalidade originária brasileira – Art. 12, inciso


I, da CF:

4.1. são brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil,


ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de
seu país;
Obs.1: o critério adotado neste primeiro modo foi o jus soli.
Obs.2: apesar de a Constituição ter dito “na República Federativa do Brasil”, ela quis se referir
“no território da República Federativa do Brasil”.
Obs.3: compreende o território brasileiro:
a) O solo, subsolo, espaço aéreo;
b) O mar territorial, que compreende 12 milhas a partir da costa brasileira;
c) A plataforma continental, que compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se
estendem além do seu mar territorial com “largura” de 200 milhas;
d) Os navios e aeronaves brasileiros de natureza privada em alto mar ou no espaço aéreo cor-
respondente;
e) Os navio e aeronaves brasileiros a serviço do governo brasileiro onde quer que se encon-
trem.
Obs.: o constante das letras d) e e) são considerados território brasileiro por extensão.
Obs.4: O critério da territorialidade (jus soli) é a regra no Brasil, mas não é um critério absoluto,
pois comporta exceção, ou seja, mesmo que nasça no território da República Federativa no
Brasil não será brasileiro se:
a) Filho de estrangeiros (pai e mãe devem ser estrangeiros) e, pelo menos um, estar a serviço
do País de origem.

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4.2 são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou


mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República
Federativa do Brasil;

Obs.: como são nascidos no estrangeiro, o critério não pode ser o jus soli.

Obs.2: O critério adotado nesta hipótese é o jus sanguinis ou consanguinidade + o critério fun-
cional, pois deve estar a serviço do Estado brasileiro.

Obs.3: Compreende “a serviço da República Federativa do Brasil” o seguinte:

a) Estar a serviço da Administração Pública Direta, que compreende a União, Estados, Distrito
Federal e Municípios;

b) Estar a serviço da Administração Pública Indireta, que compreende as Autarquias, Funda-


ções Públicas, Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas.

Obs.4: Basta que apenas um dos pais seja brasileiro, desde que esteja a serviço do Estado brasi-
leiro, para que o filho também seja brasileiro.

4.3. são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou


mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
petente;

Obs.: O critério adotado nesta hipótese é o jus sanguinis + o registro.

Obs.2: O registro pode ser feito no Consulado ou na Embaixada.

Obs.3: Esta hipótese esteve fora da Constituição de 1994 com a Emenda Constitucional de
Revisão nº 3 até 2007 com a Emenda Constitucional nº 54.

4.4. são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou


mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;
Obs.: O critério adotado aqui é o jus sanguinis + residência + opção.

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5. Modos de aquisição da nacionalidade secundária brasileira (naturalização
é o ato pelo qual uma pessoa adquire a nacionalidade de outro Estado) – Art.
12, inciso II, da CF:

5.1. Naturalização tácita:


O silêncio é interpretado como uma manifestação da vontade de adquirir a nacionalidade bra-
sileira. Foi admitida por duas Constituições brasileiras: a de 1824 (em relação aos portugueses)
e a de 1891 (grande naturalização).

5.2. Naturalização expressa:


Depende de manifestação da vontade da pessoa interessada em adquirir a nacionalidade brasi-
leira, que deve expressa requerê-la. A Constituição de 1988 prevê duas espécies de naturaliza-
ção expressa: ordinária e extraordinária.
a) Naturalização ordinária – art. 12, inciso II, alínea a, da CF: os que, na forma da lei, adquiram
a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

Obs.: aos estrangeiros não originários de países de língua portuguesa, os requisitos para a natu-
ralização ordinária estão previstos no art. 112 do Estatuto do Estrangeiro.

Art. 112. São condições para a concessão da naturalização:


I – capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II – ser registrado como permanente no Brasil;
III – residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos,
imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
IV – ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
V – exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da
família;
VI – bom procedimento;
VII – inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por
crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada,
superior a 1 (um) ano; e
VIII – boa saúde.

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Obs.2: Já aos originários de países de língua portuguesa, há necessidade de apenas dois


requisitos:
b) Residência por um ano ininterrupto; e
c) Idoneidade moral.

Obs.: Quase nacionais ou português equiparado – Aos portugueses com residência


permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos
os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

Obs.: aos portugueses há dois caminhos para exercer os direitos de brasileiros naturalizados:
a) Primeiro: ele pode se naturalizar e perder a nacionalidade originária; ou
b) Segundo: estabelecer residência e solicitar a equiparação. Neste segundo caminho, o
português não perde a nacionalidade originária e, ainda, continua a ter todos os direitos de
brasileiro naturalizado.
Obs.2: A reciprocidade está prevista no Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a
República Federativa do Brasil e a República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro em 22 de
abril de 2000 (data dos 500 anos do Brasil).
d) Naturalização extraordinária – art. 12, inciso II, alínea b, da CF: os estrangeiros de qualquer
nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze nos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
Obs.: esta naturalização também é conhecida como naturalização quinzenária.
Ob.2: enquanto na naturalização ordinária o Estado brasileiro possui discricionariedade para
conceder a naturalização (ou seja, concede se quiser – mesmo cumpridos todos os requisitos),
na naturalização extraordinária, o Estado brasileiro é obrigado a conceder, pois é direito subje-
tivo do requerente.

6. Distinções entre brasileiros natos e naturalizados

Art. 12, §1º: A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

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6.1. Cargos – art. 12, § 3º, da CF:

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:


I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;

III – de Presidente do Senado Federal;


IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado da Defesa.

6.2. Funções – art. 89, VII, da CF: há seis assentos no Conselho da


República destinado para brasileiros natos.

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da


República, e dele participam:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI – o Ministro da Justiça;
VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo
dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e
dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a
recondução.

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6.3. – Extradição – art. 5º, LI, da CF: brasileiro nato nunca poderá ser
extraditado. Já o brasileiro naturalizado pode em duas hipóteses:
a) por crime comum praticado antes da naturalização; ou
b) quando comprovado envolvimento em tráfico ilícito de drogas, na forma da lei.

Art. 5º, LI, da CF – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

6.4. Propriedade de empresa jornalística – art. 222 da CF:

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e


imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos.

6.5. Perda na nacionalidade – art. 12, § 4º, da CF: apenas o brasileiro


naturalizado poderá perder a nacionalidade em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional, por sentença judicial.

Art. 12, § 4º, da CF – Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:


I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;

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Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o
selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

DIRIETOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS

1. Nacionalidade, Cidadania e Naturalidade

Nacionalidade é um vínculo jurídico entre o indivíduo e o Estado, pelo qual o indivíduo se torna
parte integrante do povo de determinado Estado.
Cidadania é um vínculo político, próprio do nacional no exercício de seus direitos políticos, que
lhe confere o direito de participar da formação da vontade política do Estado.
Naturalidade é um simples vínculo territorial, indicando o local do nascimento.

2. Concepção de cidadania

a) Cidadania em sentido amplo


Significa o efetivo gozo dos direitos previstos na Constituição.
b) Cidadania em sentido estrito
É o direito de participar da vida política do País, da formação da vontade nacional, abrangendo
os direitos de votar e ser votado.

3. Espécie de cidadania

Cidadania ativa: é o direito de votar.


Cidadania passiva: é o direito de ser votado.

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4. Aquisição da cidadania

A cidadania é adquirida pelo alistamento eleitoral, que é o procedimento administrativo peran-


te a Justiça Eleitoral pelo qual se verifica se o indivíduo preenche os requisitos exigidos para se
inscrever como eleitor.
Obrigatoriedade de alistamento e de voto: para os maiores de 18 anos.
Facultatividade de alistamento e de voto: analfabetos; maiores de setenta anos; e adolescentes
entre dezesseis e dezoito anos.
Obs.: os adolescentes possuem apenas a cidadania ativa, pois não podem ser responsabilizados
penalmente por abusos cometidos na condução da coisa pública (art. 228, CF).
Proibição do alistamento: os estrangeiros; os conscritos durante o período de serviço militar
obrigatório em razão da hierarquia e disciplina.
Obs.: O único estrangeiro alistável é o português equiparado.
Obs.: o documento que comprova a qualidade de cidadão é o título de eleitor.

5. Direitos políticos

Conceito: Os direitos políticos consistem no exercício da soberania popular por meio do direito
de votar e ser votado, da iniciativa popular, da propositura da ação popular e o de organizar e
participar de partidos políticos.
Os direitos políticos podem ser positivos ou negativos.
Direitos políticos positivos (ativos ou cidadania ativa ou capacidade eleitoral ativa) consistem
no direito de votar.
Já os direitos políticos negativos (passivos ou cidadania passiva ou capacidade eleitoral passi-
va) consistem no direito de ser votado.

6. Direitos políticos positivos (direito de participar)

a) Soberania popular
Refere-se ao regime político adotado no Brasil, que é o democrático, pois todo poder emana do
povo.
b) Sufrágio, voto e escrutínio
Sufrágio é o direito de participar da formação da vontade política do Estado, inclusive eleger e
ser eleito. O sufrágio pode ser universal, restrito, censitário e capacitário.
Voto é o exercício do direito de sufrágio.

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Escrutínio é o modo de exercício desse direito, abrangendo desde a votação até a apuração.
c) Voto direto, secreto, universal e periódico
O voto direto é exercido sem representantes. A única exceção está prevista no Art. 81, §1º, da
CF.

Art. 81 da CF. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á


eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição
para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso
Nacional, na forma da lei.

d) Democracia semidireta

O Brasil adota o regime político da democracia semidireta, em que o povo exerce o poder por
meio de representantes eleitos ou diretamente (CF, art. 1º, parágrafo único).
e) Plebiscito

Instrumento de consulta prévia ao povo, antes da aprovação de um ato legislativo ou admi-


nistrativo sobre matéria de acentuada relevância constitucional, legislativa ou administrativa,
cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
f) Referendo

Instrumento de consulta a posteriori ao povo, após a aprovação de um ato legislativo ou admi-


nistrativo sobre matéria de acentuada relevância constitucional, legislativa ou administrativa,
cumprindo ao povo, pelo voto, ratificar ou rejeitar a medida aprovada.
A Lei nº 10.826/2003, que dispõe sobre armas de fogo, em seu art. 35, § 1º, dentro de um
modelo de democracia participativa, estabeleceu para outubro de 2005 o primeiro referendo
popular em nosso País, em que o povo brasileiro votou majoritariamente contra a proibição da
comercialização de armas de fogo em todo o território nacional, salvo para as Forças Armadas e
os órgãos incumbidos da segurança pública.
g) Elegibilidade ou capacidade eleitoral passiva ou cidadania passiva

Trata-se do direito de ser votado, do preenchimento dos requisitos exigidos pela lei para que
alguém possa eleger-se. Nem todo eleitor é elegível, apenas um conjunto mais restrito de cida-
dãos. A Constituição, em seu art. 14, § 3º, estabelece requisitos mínimos.
I — Nacionalidade brasileira. Somente os nacionais podem alistar-se como cidadãos. A nacio-
nalidade é um pressuposto da cidadania. Estrangeiros não possuem direitos políticos no Brasil,
com exceção dos portugueses com residência permanente, em razão da reciprocidade firmada
entre Brasil e Portugal (CF, art. 12, § 1º).

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II — Pleno exercício dos direitos políticos. Não basta a nacionalidade para o exercício da cida-
dania passiva. Para o cidadão estar no pleno gozo dos direitos políticos é necessário que não
tenha incorrido em nenhuma causa de perda ou suspensão desses direitos.
III — Alistamento eleitoral. Cidadão é o nacional no gozo de direitos políticos. A forma de
aquisição da cidadania é o ato de inscrição na Justiça Eleitoral. O título de eleitor é o documen-
to comprobatório da qualidade de cidadão.
IV — Domicílio eleitoral na circunscrição. O candidato a um cargo eletivo deve possuir vínculos
efetivos com as pessoas que possuem o direito de votar. Por essa razão, exige-se que tenha
domicílio eleitoral na circunscrição pela qual se pretende eleger. Considera-se como domicílio
eleitoral o local onde se encontra registrado o título de eleitor.
V — Filiação partidária. A cidadania passiva no Brasil pressupõe que o indivíduo faça parte de
algum partido político. Não se admitem candidaturas avulsas, independentes ou extrapartidá-
rias. É uma forma de prestigiar os partidos políticos. Para concorrer a qualquer cargo eletivo, o
pretendente deve estar, ao menos em tese, vinculado aos objetivos da agremiação política da
qual faça parte.
VI — Idade mínima. A Constituição estabelece idades mínimas para que alguém possa concor-
rer a cargos eletivos. Parte da suposição de que, com o passar dos anos, em razão das experi-
ências de cada um, as pessoas possuem maior maturidade para o exercício de determinados
cargos. A Constituição Federal estabelece as seguintes idades mínimas:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito ou juiz
de paz; e
d) dezoito anos para Vereador.

VII — Não incorrer em nenhuma inelegibilidade específica. A Constituição e a legislação com-


plementar apontam diversas inelegibilidades, que serão examinadas em seguida.

a) Analfabetos. A Constituição só reconhece a cidadania ativa para os analfabetos,


assegurando-lhes somente o direito de votar. Parte do pressuposto de que as pessoas
que não sabem ler ou escrever não possuem condições de representar outras pessoas
e participar de forma positiva para o aprimoramento das Instituições. Ficam, portanto,
impedidas de concorrer a cargos eletivos.

b) Menores de dezoito anos de idade. Dos dezesseis aos dezoito, o jovem pode inscrever-se
na Justiça Eleitoral, adquirindo cidadania ativa, enquanto à passiva só terá direito quando
completar dezoito anos de idade, quando poderá concorrer ao cargo de Vereador.

c) Inelegibilidades previstas nos §§ 6º, 7º e 9º do art. 14 da Constituição Federal, que serão


examinadas quando tratarmos dos direitos políticos negativos. O direito eleitoral e as

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normas sobre nacionalidade, cidadania e naturalização são de competência legislativa
privativa da União (CF, art. 22, I e XIII).

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado


e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses
antes do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíne-


os ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de
Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessa-


ção, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na admi-
nistração direta ou indireta.

7. Direitos políticos negativos

Direitos políticos negativos são normas que impedem a participação do cidadão no processo
político e nos órgãos governamentais, abrangendo a perda e suspensão de direitos políticos,
bem como as inelegibilidades.
a) Cassação, perda e suspensão de direitos políticos
A Constituição veda expressamente a cassação de direitos políticos, ou seja, a perda destes por
ato arbitrário do governo. A utilização da perda dos direitos políticos como um instrumento de
proscrição dos inimigos políticos foi prática comum adotada por regimes autoritários. A Cons-
tituição admite somente a perda e suspensão de direitos políticos nas hipóteses excepcional-
mente previstas no texto constitucional.
Perda é a privação definitiva de direitos políticos (por prazo indeterminado).
Suspensão é a privação temporária de direitos políticos.
Obs.: As hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos são as expressamente previstas
no art. 15 da Constituição Federal. Como observa José Afonso da Silva, esta não esclarece quais
as hipóteses de perda e quais as de suspensão de direitos políticos. Essa distinção é feita pela
doutrina e pela jurisprudência.
b) Perda de direitos políticos

A Constituição, em seu art. 15, contempla duas hipóteses de perda (privação definitiva) de
direitos políticos.
I – Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado. Se a nacionalidade é
pressuposto da cidadania, a perda da condição de nacional importa na decorrente perda dos
direitos políticos. Contudo, isso depende de decisão judicial transitada em julgado.

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II – Recusa de cumprir obrigação a todos imposta, bem como da prestação alternativa. O


nacional que se recusa a cumprir os seus deveres com a pátria, não aceitando obrigação a
todos imposta, nem a prestação alternativa facultada, não se mostra merecedor da cidadania
brasileira. Mantém a condição de nacional, mas perde os direitos de votar e ser votado.
c) Suspensão de direitos políticos

A Constituição, em seu art. 15, contempla três hipóteses de suspensão (privação temporária)
de direitos políticos.
I – Incapacidade civil absoluta. A pessoa que não se encontra em condições de exercer os atos
da vida civil também fica impedida de exercer direitos políticos.
II – Condenação criminal transitada em julgado. As pessoas que violam as leis penais ficam
privadas de seus direitos políticos enquanto durarem os efeitos da condenação.
III – Prática de atos de improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º, da Constituição
Federal. A Lei n. 8.429/92 dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos
de prática de atos de improbidade administrativa. Entre as sanções previstas encontra-se a
suspensão de direitos políticos, variando de três a dez anos conforme a infração cometida.
d) Inelegibilidades

Inelegibilidades são os impedimentos à capacidade eleitoral passiva, ao direito de ser votado.


Não se confundem com a inalistabilidade, que é o impedimento à capacidade eleitoral ativa, ao
direito de votar.
Obs.: a suspensão de direitos políticos, por abranger a privação da cidadania ativa e passiva, é
medida de maior alcance que a mera inelegibilidade.
e) Inelegibilidades absolutas

Inelegibilidades absolutas são os impedimentos a qualquer cargo eletivo. O indivíduo fica


impedido de participar, como candidato, em qualquer eleição. As inelegibilidades absolutas
estão previstas no art. 14, § 4º, da Constituição.
a) Os inalistáveis, as pessoas que não podem inscrever-se na Justiça Eleitoral. Quem não tem
capacidade eleitoral ativa também não possui capacidade eleitoral passiva. De acordo com
o § 2º do mesmo dispositivo legal, são inalistáveis os estrangeiros e os conscritos, ou seja,
os convocados durante o período de serviço militar obrigatório.
b) Os analfabetos, as pessoas que não sabem ler e escrever. A Constituição estendeu-lhes
somente o direito de votar e não o direito de ser votado.
c) Jovens entre dezesseis e dezoito anos de idade são absolutamente inelegíveis, pois, embora
possam votar, não pos suem a idade mínima para concorrer a qualquer cargo eletivo.
f) Inelegibilidades relativas
Inelegibilidades relativas são os impedimentos a certos cargos eletivos, em razão de situações
específicas. O indivíduo fica impedido de participar, como candidato, em determinadas eleições,
quer por motivos funcionais, de casamento, parentesco ou afinidade, por tratar-se o candidato
de militar, quer ainda por influência de poder econômico ou abuso de poder político. Elas estão
previstas no art. 14, §§ 5º a 9º, da Constituição e na Lei Complementar n. 64/90.

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§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos
e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para
um único período subsequente.
g) Desincompatibilização
Desincompatibilização é o ato pelo qual o cidadão se afasta de um cargo que ocupa para poder
concorrer a um cargo eletivo. O eleitor desvencilha-se da inelegibilidade a tempo de concorrer
a outra eleição.

8. Partidos políticos

Partidos políticos são associações constituídas para a participação da vida política de um país,
para a formação da vontade nacional, com objetivos de propagação de ideias e de conquista,
total ou parcial, do poder político.
Toda corrente político-ideológica existente na sociedade, para a eleição de representantes
nos Poderes Legislativo e Executivo, deve agrupar-se em um partido político. No Brasil não se
admitem candidaturas avulsas ou independentes.
a) Natureza de pessoa jurídica de direito privado
Após a Constituição de 1988, os partidos políticos adquiriram a natureza de pessoas jurídicas
de direito privado. A Constituição Federal, em seu art. 17, § 2º, estabelece que “os partidos
políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral”. A Lei n. 9.096/95, que dispõe sobre os partidos
políticos, esclarece, logo em seu art. 1º, a natureza jurídica de pessoa jurídica de direito privado
dessas entidades.
Obs.: O partido é criado de acordo com a lei civil, para depois ter o seu estatuto registrado no
órgão máximo da Justiça Eleitoral.
b) Princípios constitucionais de organização partidária
A Constituição adota dois grandes princípios em matéria de organização partidária:
a) ampla liberdade partidária; e
b) autonomia partidária.
c) Ampla liberdade partidária

A atual Constituição assegura ampla liberdade de organização de partidos políticos. É garantida


também ampla liberdade de criação (fundação de um novo partido político), fusão (reunião de
dois ou mais em um só), incorporação (inclusão de um partido em outro) e extinção (dissolução
pelos seus integrantes) de partidos políticos.

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Essa liberdade partidária é ampla, mas não absoluta, pois são impostas algumas restrições. No
estatuto de todo partido político, devem ser resguardados, por imperativo constitucional, os
seguintes princípios:
a) soberania nacional;
b) regime democrático;
c) pluripartidarismo; e
d) os direitos fundamentais da pessoa humana.

Devem ser observados, ainda, os seguintes preceitos:


a) caráter nacional;
b) proibição de recebimento de recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros
ou subordinação a estes;
c) prestação de contas à Justiça Eleitoral; e
d) funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Para o reconhecimento do caráter
nacional, a legislação ordinária estabelece parâmetros mínimos de representatividade em
diversos Estados.
d) Autonomia partidária
A Constituição Federal, em seu art. 17, § 1º, assegura aos próprios partidos políticos autonomia
para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento.
e) Organização paramilitar
A Constituição expressamente veda a utilização pelos partidos políticos de organização
paramilitar.
f) Modelos de organização partidária
Existem três grandes modelos de organização partidária.
a) Unipartidarismo. Sistema de partido único. Próprio de regimes autoritários, em que só se
aceita a existência de um único partido que divulgue as ideias do grupo político dominante.
b) Bipartidarismo. Sistema de dois grandes partidos que se alternam no poder, com progra-
mas mais ou menos definidos. O bipartidarismo existe na Inglaterra, com os Partidos Tra-
balhista e Conservador, e nos Estados Unidos da América, com os Partidos Democrata e
Republicano. Nesses países há diversos outros partidos, mas nenhum com projeção política
sufi ciente para tomar o poder ou conquistar espaço político significativo. Durante o regime
militar, tentou-se implantar no Brasil, sem êxito, de forma autoritária e artificial, o bipar-
tidarismo, com dois grandes partidos, a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB
(Movimento Democrático Brasileiro), um de apoio e outro de oposição ao governo.
c) Pluripartidarismo ou multipartidarismo. Existência de diversos partidos políticos represen-
tativos de todas as correntes de opinião da sociedade. O Brasil adotou o pluripartidarismo
como forma de organização política, como consta expressamente do art. 1º, V, da Consti-
tuição Federal.

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g) Funções dos partidos políticos
Os partidos políticos têm por objetivos a divulgação de ideias e a conquista do poder político.
Dentro desse contexto, compete aos partidos de situação, além de propagar e implantar as
ideias constantes do estatuto do partido, dar sustentação política ao governo no Parlamento,
aprovando seus projetos. Aos partidos de oposição, além da propagação de ideias e da luta
pela conquista do poder político, compete a fiscalização dos atos do governo, bem como a
formulação de políticas alternativas.

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Direito Penal

Professor Sandro Caldeira

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Introdução

NOTAS DO AUTOR:

Professor Sandro Caldeira


Especialista em Direito Penal e Processo Penal;
Professor em cursos de graduação e pós graduação em Direito Penal e Processo Penal;
Professor em cursos preparatórios para concursos públicos;
Professor em cursos preparatórios para Exames da OAB;
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior;
Articulista e palestrante, com vários trabalhos publicados na imprensa especializada;
Membro do Instituto Panamericano de Política Criminal;
Coaching para preparação jurídica em concursos;
Delegado de Polícia integrante da Assessoria Jurídica da Polícia Civil do Estado do Rio
de Janeiro.

LIVROS PUBLICADOS:

•• Manual de Dicas – Delegado de Polícia Civil e Federal- Passe Em concursos Públicos- Editora
Saraiva – Coautoria;
•• Argumentação Defensiva – Teses de Defesa do Direito Penal – Editora Manaim;
•• Processo Penal Prático – Editora- Manaim; Coautoria;
•• Prova de Ingresso na Defensoria Pública- Editora Espaço Jurídico; Coautoria;
•• Lei de Violência Doméstica Contra a Mulher e Le de Tóxicos-Lei 11.340/2006 e Lei
11.343/2006 – Editora Lumen Juris ; Coautoria;
•• Defensoria Pública- Carreiras DPU e DPE – Editora Saraiva; Coautoria;
•• Prova de Ingresso na Emerj – Editora Espaço Jurídico Coautoria;

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Apresentação

Olá pessoal, tudo certo?


É um grande prazer estar aqui com você para trabalhar a disciplina de Direito Penal ao lado
dos professores Diogo Lopes e Rodolfo Souza. Juntos vamos ajudá-lo nessa caminhada rumo à
aprovação no concurso da Polícia Civil de Goiás.
Já fui concurseiro e sei bem como é a vida de um. Mas te digo uma coisa: todo seu reforço será
recompensado! Estude muito, com dedicação, persistência e tenha fé! Estou aqui para facilitar
sua caminhada. Quero torná-la mais leve, divertida e muito produtiva, através do “Jeito Legal
de Estudar Direito”, que utilizo em minhas aulas!
•• Banca/Organizadora: Cebraspe realizará o concurso utilizando o método Cespe de
avaliação.
Nessa apostila você vai encontrar alguns apontamentos teóricos e exercícios .
Ah! Anote tudo que falarei em minhas aulas, pois tenho muita coisa para compartilhar com
você!Combinado?

Ementa:

1. Princípios básicos do Direito Penal


2. Interpretação da lei penal.
3. Infração Penal
3.1. Elementos
3.2. Espécies
3.3. Sujeito Ativo e Sujeito Passivo

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4. Aplicação da lei penal
4.1. Lei Penal no Tempo
4.2. Lei Penal no Espaço
4.2.1.Territorialidade
4.2.2- Extraterritorialidade
5. Contagem de prazo
6. Teoria do Crime
5.1. Fato Típico
5.2. Ilicitude
5.3-Culpabilidade
7. Concurso de Crimes
8. Concurso de Pessoas

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Edital

DIREITO PENAL: Aplicação da lei penal. Princípios da legalidade e da anterioridade. Lei penal
no tempo e no espaço. Tempo e lugar do crime. Lei penal excepcional, especial e temporária.
Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal. Contagem de prazo. Interpretação da lei
penal. Analogia. Irretroatividade da lei penal. Infração penal: elementos, espécies, sujeito ativo
e sujeito passivo. O fato típico e seus elementos. Crime consumado e tentado. Concurso de
crimes. Ilicitude e causas de exclusão. Punibilidade. Excesso punível. Culpabilidade (elementos
e causas de exclusão). Imputabilidade penal. Concurso de pessoas.

BANCA: Cespe

CARGO: Agente de Polícia e Escrivão

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Direito Penal

1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL

Os princípios podem ser explícitos, positivados no ordenamento (escritos em lei ou na


Constituição), ou implícitos, quando advém daqueles expressamente previstos e que são fruto
de interpretação sistemática de determinados dispositivos. Como exemplo dos explícitos, temos
o Princípio da Individualização da Pena, insculpido no artigo 5°, inciso XLVI, da Constituição
Federal, do qual deriva, implicitamente, o da proporcionalidade, devendo-se estabelecer um
equilíbrio entre a gravidade da infração praticada e a severidade da pena, seja em abstrato, seja
em concreto.
Vejamos :

a) Princípio da legalidade /Reserva legal/Estrita legalidade


O princípio da legalidade está previsto no art. 5º, XXXIX da Constituição Federal:
“XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;”
Entretanto, ele também está previsto no Código Penal, em seu art.1°:
“Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”
Este princípio trata-se de uma real limitação do poder de punir estatal e advém da expressão
em latim: Nullum crimen sine praevia lege. Estabelecendo assim que uma conduta não pode
ser considerada criminosa se antes de sua prática não havia lei nesse sentido.
Assim, se João ingere bebida alcóolica, não comete crime, pois a legislação brasileira
não estabelece que essa conduta seja criminosa. Se no dia seguinte for editada uma Lei
criminalizando a ingestão de bebida alcoólica, João não terá cometido crime, pois quando
praticou o ato, a lei não existia e ela não pode ser aplicada aos fatos acontecidos antes de sua
vigência.
Dimensões do princípio da legalidade:
•• lei escrita e publicada no DOU;
•• lex populi lei emanada do parlamento (o Pres. não pode criar crimes ou aumentar penas
por MP);
•• lei certa, a lei penal deve descrever taxativamente o crime;
•• lei clara, inteligível (palavras que o povo entenda);
•• lei estrita, a lei deve ser interpretada restritivamente: não é possível analogia contra o réu;
•• lei prévia, princípio da anterioridade da lei penal;

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OBS: Antecedente do princípio é a Magna Carta, 1215. Em seu art. 39, estabelecia que nenhum
homem livre poderia ser submetido a julgamento senão pelos seus pares e de acordo com a lei
local (law of land).

b) Princípio da irretroatividade da lei penal


O Princípio da Anterioridade da lei penal culmina no Princípio da Irretroatividade da Lei Penal.
Pode-se dizer, inclusive, que são sinônimos. Entretanto, a Lei Penal pode retroagir, desde que
para beneficiar o réu.
Essa previsão se encontra no art. 5°, XL da Constituição:
“XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;”
Bem como no CP:
“Art. 2º – (...)
Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.”
Constitui um decorrência do princípio da legalidade. Sem a anterioridade não haveria segurança
e liberdade jurídica. Todavia, o art. 5º, inciso XL, CF, faz ressalva expressa sobre a aplicação
retroativa da lei penal mais benéfica. Segundo tal princípio, de regra, a lei penal destina-se
a reger fatos posteriores a sua vigência até a sua revogação. Não retroage, e não tem ultra-
atividade.
Entretanto, há exceções ao presente princípio, quais sejam as leis temporárias ou excepcionais
que, decorrido o seu período de vigência ou cessadas as circunstâncias, ainda assim são
aplicadas (ultrativas) aos fatos cometidos sob sua vigência, e as leis penais benéficas que,
em qualquer situação retroagem. Retirar o caráter de ultratividade das leis temporárias ou
excepcionais significaria anular a força intimidativa de suas disposições.

c) Princípio da vedação á analogia (lex stricta)


Tal característica ou subprincípio da legalidade significa dizer que a lei penal não pode se valer
de analogia quando se fala em norma incriminadora, mas admite a analogia em benefício do
reú.
Norma penal em branco – Conclui-se que o Princípio da Legalidade, como visto, exige a edição
de lei certa, prévia, precisa ou taxativa e determinada ou estrita.
Todavia, existem as NORMAS PENAIS EM BRANCO e estas são aquelas que dependem de
outra norma para que sua aplicação seja possível. Por exemplo: A Lei de Drogas (Lei 11.343/06)
estabelece diversas condutas criminosas referentes à comercialização, transporte, posse, etc.,
de substância entorpecente.
Quais seriam as substâncias entorpecentes proibidas? As substâncias entorpecentes proibidas
estão descritas em uma portaria expedida pela ANVISA (Portaria 344). Assim, as normas penais
em branco são legais, não violam o princípio da reserva legal, mas sua aplicação depende da
análise de outra norma jurídica.

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As Normas Penais em Branco podem ser:


•• Norma penal em branco própria (ou em sentido estrito ou heterogênea): o seu
complemento normativo não emana do legislador (Câmara dos Deputados ou Senado),
mas sim de fome normativa diversa (Anvisa).
•• Norma penal em branco imprópria (ou em sentido amplo ou homogênea): o complemento
normativo, neste caso, emana do próprio legislador, ou seja, da mesma fonte de produção
normativa. Por motivos de técnica legislativa, o complemento poderá ser encontrado no
próprio diploma legal ou em diploma legal diverso.

d) Princípio da intervenção mínima/ Ultima Ratio


Esse princípio estabelece que a criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio
necessário para a proteção de determinado bem jurídico.
Se para o restabelecimento da ordem jurídica violada forem suficientes medidas civis ou
administrativas, são estas que devem ser empregadas e não as penais. Por essa razão, diz-
se ser o Direito Penal é a ultima ratio, isto é, deve atuar somente quando os demais ramos
do direito revelarem-se ineficazes ou incapazes de dar a tutela devida a bens relevantes do
indivíduo e da própria sociedade.
O STF já se pronunciou sobre o tema:
O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da
liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se justificam quando estritamente
necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes
sejam essenciais, notadamente e naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se
exponham a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa lesividade. O direito penal
não se deve ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor – por não importar
em lesão significativa a bens jurídicos relevantes – não represente, por isso mesmo, prejuízo
importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social.
(STF, HC 92463/RS, rel. Min. Celso de Mello. 2ª turma, j. 16/10/2007)
Aspectos relevantes da Intervenção mínima (também chamados por alguns de princípios):
•• fragmentariedade
O Direito Penal só deve proteger os bens jurídicos mais relevantes (ex: vida)
•• subsidiariedade.
A atuação do Direito penal restringe-se às hipóteses em que outros ramos do Direito e os meios
estatais de controle social se mostraram insuficientes, impotentes para o controle da ordem
pública.

e) Princípio da ofensividade ou da lesividade


Não há crime sem lesão ou perigo concreto de lesão ao bem jurídico (nullum crimen sine
iniuria). Uma vez acolhido esse princípio, não há espaço para o perigo abstrato no Direito Penal.

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É preciso que a ofensa seja relevante (princípio da alteridade – não se pune atitude meramente
interna do agente).

f) Princípio da humanidade
O presente princípio decorre da dignidade humana, princípio consagrado no art. 1º, III, CF/88.
Nenhuma pena pode ser cruel, desumana ou degradante, art. 5º XLV, CF/88.

g) Princípio da individualização da pena


Garante ao acusado a individualização da pena imposta pelo Estado, de acordo com os critérios
legais. A Constituição Federal preconiza, em seu art. 5o. inciso XLVI, que:
A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda dos bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.
Tendo o juiz chegado à conclusão de que o fato praticado é típico, ilícito e culpável, dirá qual a
infração praticada pelo agente e começará a individualizar a pena, de acordo com as regras do
art. 59 (circunstâncias judiciais) e 68 (cálculo da pena), ambas do Código Penal.

h) Princípio da responsabilidade pessoal ou da intranscendência


Não existe no Direito Penal responsabilidade é pessoal. Cada um responde pelo ato que
praticou, na medida de sua culpabilidade.

i) Princípio do ne bis in idem


Não se admite uma dupla punição pelo mesmo fato. Neste sentido, o STJ editou a sumula 241:
A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e a,
simultaneamente, como circunstância judicial.

j) Princípio da insignificância/Bagatela
O princípio da insignificância, também, conhecido como princípio da bagatela dispõe que
Direito Penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico
tutelado pela norma.

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Funciona como causa de exclusão da tipicidade material do delito.


O STF estabelece vetores para sua aplicação. São eles:
•• a mínima ofensividade da conduta,
•• a ausência de periculosidade social da ação,
•• reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e
•• inexpressividade da lesão jurídica.
OBS: Jurisprudência do STF:
EMENTA: PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA IDENTIFICAÇÃO DOS VETORES CUJA PRESENÇA
LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESSE POSTULADO DE POLÍTICA CRIMINAL – CONSEQÜENTE
DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL EM SEU ASPECTO MATERIAL – DELITO DE FURTO –
"RES FURTIVA" NO VALOR (ÍNFIMO) DE R$ 87,00 (EQUIVALENTE A 18,7% DO SALÁRIO MÍNIMO
ATUALMENTE EM VIGOR) – DOUTRINA – CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA JURISPRUDÊNCIA
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – PEDIDO DEFERIDO. O FATO INSIGNIFICANTE, PORQUE
DESTITUÍDO DE TIPICIDADE PENAL, NÃO LEGITIMA A ADOÇÃO, CONTRA O AGENTE, DE MEDIDAS
DE PERSECUÇÃO PENAL. – O fato insignificante, por constituir evento destituído de tipicidade
material, não assume relevo de natureza jurídico-penal, mostrando-se insuscetível, por isso
mesmo, de medidas de persecução penal por parte do Estado. Precedentes. O POSTULADO
DA INSIGNIFICÂNCIA E A FUNÇÃO DO DIREITO PENAL: "DE MINIMIS, NON CURAT PRAETOR".
– O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da
liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se justificam quando estritamente
necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes
sejam essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se
exponham a dano impregnado de significativa lesividade. – O direito penal não se deve ocupar
de condutas que produzam resultado cujo desvalor – por não importar em lesão significativa
a bens jurídicos relevantes – não represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja
ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social. O PRINCÍPIO
DA INSIGNIFICÂNCIA QUALIFICA-SE COMO FATOR DE DESCARACTERIZAÇÃO MATERIAL DA
TIPICIDADE PENAL. – O princípio da insignificância – que deve ser analisado em conexão com os
postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal – tem
o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu
caráter material. Doutrina. – Tal postulado – que considera necessária, na aferição do relevo
material da tipicidade penal, a presença de certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade
da conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau
de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada
– apoiou-se, em seu processo de formulação teórica, no reconhecimento de que o caráter
subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos por ele visados,
a intervenção mínima do Poder Público. – A aplicação do princípio da insignificância, por excluir
a própria tipicidade material da conduta atribuída ao agente, importa, necessariamente, na
absolvição penal do réu (CPP, art. 386, III), eis que o fato insignificante, por ser atípico, não
se reveste de relevo jurídico-penal. Precedentes. (STF, HC 97048/RS, rel. Min. Celso de Mello,
julgamento 14/04/2009) Grifo não original

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2. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

Interpretar significa buscar o preciso significado de um texto, palavra ou expressão, delimitando


o alcance da lei, guiando o operador para a sua correta aplicação. Até mesmo as leis dotadas de
maior clareza dependem de interpretação, já que é a partir daí que se abstrai sua transparência.

2.1. Formas de interpretação:

a) Quanto à origem: pode ser legislativa, doutrinária ou jurisprudencial.


b) Quanto ao modo: pode ser gramatical/literal, teleológica, quando se busca a vontade
da mensagem legislativa, ou histórica, quando se busca interpretação conforme os
fundamentos históricos daquela lei.
c) Quanto ao resultado: Pode ser declaratória, restritiva ou extensiva.

2.2. Interpretação extensiva

Discute-se se podemos ou não interpretar em prejuízo do réu, discussão esta que gera opiniões
divergentes, mas prevalece que poderia ser feita interpretação extensiva em prejuízo do réu
(arma no crime de roubo).

2.3. Interpretação analógica

A interpretação extensiva não pode ser confundida com a interpretação analógica.


Na interpretação analógica (ou intra legem), o Código, atendendo ao princípio da legalidade,
detalha todas as situações que quer regular e, posteriormente, permite que aquilo que a elas
seja semelhante possa também ser alcançado pelo tipo penal (art. 121, §2º, inciso I do CP).

2.4. Integração Da Lei Penal (Analogia)

Analogia não se confunde com interpretação analógica ou extensiva. Aqui há uma lacuna legal
de fato. Diante do princípio da legalidade, como não há lei regulando tal fato, a analogia só
pode ser utilizada em favor do réu, conforme vimos acima.

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3. DA INFRAÇÃO PENAL

O Código Penal Brasileiro adota o sistema dualista ou binário . Prevê a infração penal como
gênero, e como espécies o crime ou delito e a contravenção penal.

3.1. Espécies

a) Crime ou delito
b) Contravenção penal

3.2. Sujeito Ativo

Sujeito Ativo: é aquele que ofende o bem jurídico protegido por lei praticando conduta definida
como crime ou contravenção.

3.3. Sujeito passivo

O Sujeito passivo pode ser de dois tipos. O sujeito passivo formal que é sempre o Estado, pois
tanto ele como a sociedade são prejudicados quando as leis são violadas. O sujeito passivo
material é o titular do bem jurídico ofendido e pode ser tanto pessoa física como pessoa
jurídica.

4. APLICAÇÃO DA LEI PENAL:

4.1 lei penal no tempo

Em relação a Lei penal no tempo vigora o tempus regit actum, ou seja: aplica-se a lei vigente na
data do fato.
“Art. 2º. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixar de considerar crime,
cessando em virtude dela, a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

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Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”

Hipóteses de conflitos de leis no tempo:


a) Novatio legis in pejus – lei nova que surge para piorar a situação do réu de alguma forma
b) Novatio legis incriminadora
c) abolitio criminis – Supressão da figura criminosa, excepcionando a regra da irretroatividade
da lei penal alcançando os fatos pretéritos, excetuando-se a teoria da Atividade.

Consequências:
(i) Cessando em virtude dela a execução, assim extinguindo a punibilidade a qualquer tempo.
Podemos concluir que a Lei abolicionista não respeita sequer a coisa julgada;
(ii) Cessando em virtude dela os efeitos penais da sentença condenatória, porém os efeitos
extrapenais (arts. 91 e 92, CP) permanecem.
b) lex mitior (Novatio legis in mellius) Lei penal posterior ainda que não descrimine o fato,
mas favorece o agente, diminuindo a pena (art 2º, P.ún., CP) retroage, excetuando-se a
Teoria da Atividade e igualmente não respeita a coisa julgada.
Em resumo, temos as situações abaixo:
TEMPO DA REALIZAÇÃO DO FATO LEI POSTERIOR
Fato atípico Criação do crime. Lei irretroativa (art.1º CP)
Era crime Aumenta a pena. Lei irretroativa (art.1º CP)
Era crime Supressão da figura criminosa Lei retroage (art.2º, caput, CP)
Era crime Diminui a pena. Igualmente retroage (art.2º,§2º, CP)
OBS: Lei excepcional ou temporária:
a) Lei temporária (temporária em sentido estrito) – é aquela que tem fixado em seu texto o
tempo de sua vigência. Não se confundido com a Lei Excepcional ou temporária em sentido
amplo; e
b) lei excepcional (temporária em sentido amplo) – é aquela que atende a transitórias
necessidades estatais, como: guerras, calamidades, epidemias e etc., perdurando por todo
o tempo excepcional.
Trata-se de leis ultra-ativas, pois aplicam-se aos fatos ocorridos em sua vigência, ainda que não
mais vigorem.
OBS: Tempo do crime
Art. 4º – CP Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do resultado.

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Adotou-se a teoria da ATIVIDADE.


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4.2. Lei penal no espaço

Aplicação da lei penal no espaço refere-se à aplicação da lei penal brasileira no território, pois,
a sanção penal pressupõe atividade jurisdicional e esta atividade, precípua do poder judiciário
pressupõe, por sua vez, soberania nacional, já que nosso país não pode exercer sua força estatal
sobre outro território (Argentina, por ex.).
Vale destacar que com relação ao lugar para fins de aplicação de lei penal brasileira, aplica-se
a Teoria da Ubiquidade, pois, considera-se como lugar do crime tanto no lugar onde ocorreu a
conduta, quanto o lugar onde se ocorreu ou deveria ocorrer o resultado (art. 6º CP).

4.2.1. Territorialidade
A questão a ser discutida neste tema, incialmente, é o que será território nacional para fins
penais. Assim, o art. 5º do CP e seus parágrafos nos respondem, considerando território
nacional:
a) os navios ou aeronaves brasileiros públicos ou, se privados, estiverem a serviço do governo
brasileiro, aplica-se a lei penal brasileira aonde quer que estejam;
b) se privados, quando em alto mar ou espaço aéreo correspondente, seguem a lei da
bandeira que ostentam; e
c) quanto aos estrangeiros em território brasileiro, desde que públicos, não são considerados
parte de nosso território (princípio da reciprocidade).
Contudo, ainda na aplicação da lei penal no lugar ou espaço, há o princípio da extraterritorialidade
consagrado no art. 7º do CP, o qual define os casos de aplicação da lei penal brasileira fora
do território nacional. Esta extraterritorialidade pode ser: incondicionada, condicionada ou
hipercondicionada.
OBS: Lugar do crime
Art. 6º – Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
O Código penal adotou assim, a teoria da UBIQUIDADE ou MISTA em relação ao lugar do crime.

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4.2.2. Extraterritorialidade:

a) Extraterritorialidade incondicionada (art. 7º, I e §1º do CP)


Aplica-se a lei penal brasileira, ainda que o agente seja punido e condenado no estrangeiro
nos crimes contra a vida ou liberdade do Presidente, contra o Patrimônio Público, contra a
administração pública por quem está em serviço e genocídio, quando o agente for brasileiro
ou domiciliado no Brasil. Assim é possível ele ser processado, condenado e cumprir pena em
ambos, isto posto, questiona-se sobre o bis in idem.
A partir daí, o art. 8º prevê que a pena estrangeira atenua a pena brasileira se diferentes as
penas e as computa caso idênticas. Não impedindo, mas atenuando o bis in idem.

b) Extraterritorialidade condicionada (art. 7º, II e § 2º do CP)


Aplica-se a lei penal brasileira a crimes no estrangeiro quando:
b.1) praticados por brasileiro no estrangeiro;
b.2) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados;
b.3) por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
No caso concreto, a brasileira mata um cidadão português em Lisboa.
Aplica-se a lei penal brasileira? Sim, desde que reunidas as condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) o fato também deve ser punível no país aonde tenha sido praticado;
c) o crime deve estar dentre aqueles que o Brasil autoriza a extradição;
d) não pode ter sido absolvido ou cumprido pena no estrangeiro, inclusive não pode ter
sido perdoado ou ter extinta a sua punibilidade, seja de acordo com a lei brasileira, ou
estrangeira, aplicando-se a mais favorável;
Extraterritorialidade hipercondicionada (art. 7º, §§ 3º e 2º do CP) – Aplica-se a Lei Brasileira
ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, se reunidas as condições do §2º citadas
acima, acrescidas de pedido ou negativa de extradição ou se houve requisição do Ministro da
Justiça.

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5. CONTAGEM DE PRAZO

“ Art. 10 CP- O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum.”
1
OBS: Contagem de prazo :
No que diz respeito à contagem dos prazos, o art. 10 do CP estabelece uma regra diversa
daquela existente no §1º do art. 798 do CPP.
Surge, portanto, pelo confronto dos dois dispositivos legais a distinção entre o prazo penal e o
processual penal. Todos os prazos, como regra geral, que digam respeito ao normal andamento
do processo deverão ter essa natureza, ou seja, serem considerados processuais, a exemplo
do prazo concedido ao MP para o oferecimento da denúncia, bem como aqueles destinados a
defesa prévia, as alegações finais etc. Há prazos, contudo, que dizem respeito diretamente ao
direito de liberdade dos cidadãos. Esses prazos, pela sua natureza, deverão ser considerados
prazos penais, a exemplo da contagem da decadência, do cumprimento da pena, da prescrição
2
etc .
Além dessa distinção entre os prazos penal e processual penal, o art. 10 do CP determina que
os dias, os meses e os anos sejam contados pelo calendário comum, isto é, pelo calendário
conhecido como gregoriano.

6. TEORIA DO CRIME

INTRODUÇÃO

No Brasil, Infração penal é gênero, o qual comporta duas espécies: crime (delito) e contravenção
penal (crime anão, delito liliputiano ou crime vagabundo).
Crime durante toda evolução do direito possuiu diversos conceitos, mas a doutrina, diante
da fração de atos e momentos dentro de um crime, adotou o conceito analítico de crime,
facilitando seu estudo, definindo-o como:

“FATO TÍPICO, ILÍCITO E CULPÁVEL”

1 Lei nº 810/49 – Art. 1. º Considera-se ano o período de 12 (doze) meses contado do dia do início ao dia e mês
correspondentes do ano seguinte; 2. º Considera-se mês o período do tempo contado do dia do início ao dia
correspondente do mês seguinte e 3. º Quando no ano ou mês do vencimento não houver o dia correspondente ao
do início do prazo, este findará no primeiro dia subsequente.
2 Segundo GUILHERME DE SOUZA NUCCI, “Se o instituto for previsto tanto no Código Penal, quanto no de Processo
Penal, prevalece a contagem como se fosse prazo penal, o que é mais benéfico ao réu. Ex: decadência (art. 103, CO;
art. 38 do CPP).

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A partir da reunião desses três substratos do crime acima citados, surge a punibilidade, que é o
jus puniendi ou direito de punir do Estado.

6.1. FATO TÍPICO

Fato típico é o primeiro substrato do crime, que se define por fato humano antissocial,
consistente em uma conduta produtora de um resultado, com ajuste formal e material a um
tipo penal.

6.1.1. ELEMENTOS DO FATO TÍPICO


a) Conduta
b) Resultado
c) Nexo causal
d) Tipicidade

a) Da Conduta
Espécies de conduta
A voluntariedade do crime apresenta as formas de dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva.

a.1)Crime doloso
Dolo define-se por vontade consciente dirigida a realizar ou aceitar realizar a conduta prevista
no tipo penal incriminador.
Elementos do dolo:
a) Elementos volitivo: vontade; e
b) Elemento intelectivo: consciência da conduta e do resultado.
Espécies de dolo:
a) Dolo direto / determinado / intencional / imediato / incondicionado – Configura-se
quando o agente prevê determinado resultado, dirigindo a sua conduta na busca de realizá-
lo.
b) Dolo indireto ou indeterminado – O agente com sua conduta não busca resultado certo e
determinado.
Possui duas formas:
i) Dolo alternativo, que ocorre quando o agente prevê pluralidade de resultados dirigindo a
sua conduta na busca de realizar qualquer um deles, com a mesma intensidade de vontade;
e

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ii) Dolo eventual, no qual o agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta na
busca de realizar algum deles, assumindo o risco de realizar os demais.
c) Dolo geral ou erro sucessivo – O agente, supondo ter produzido o resultado visado, realiza
nova conduta com finalidade diversa, sendo que esta é que acaba efetivamente produzindo
o evento do início desejado (Agente acha que matou enforcando, mas não atingiu o
resultado de fato e enterra a vítima, matando-a ao enterrá-la).
a) Dolo de 2º grau/de consequências necessárias – Todas as consequências, mesmo que
não perseguidas diretamente ou até mesmo lamentadas, o agente prevê inevitáveis.
Ex.: o agente quer matar seu desafeto que logo embarcará num voo para Londres. Para
tanto, coloca uma bomba para explodir o avião quando estiver nas alturas. Mata-se o
desafeto e os demais passageiros, assim, a morte do desafeto é do primeiro grau e dos
demais é de segundo grau.
e) Dolo direto de 3º grau (dolo de dupla consequência necessária). É a consciência e
vontade de produzir um resultado como consequência necessária do efeito colateral
necessário da conduta. Trata-se da inevitável violação de bem jurídico em decorrência
do resultado colateral produzido a titulo de dolo direto de segundo grau. Percebe-se
que a existência de dolo direto de terceiro grau pressupõe a existência de dolo direto
de segundo grau. Exemplo: o agente, para matar seu inimigo (fim proposto), coloca
uma bomba no avião em que ele se encontra, vindo a matar, além de seu inimigo (dolo
direto de primeiro grau), todos os demais que estavam a bordo como consequência
necessária do meio escolhido (dolo direto de segundo grau). Entretanto, uma das
pessoas a bordo estava grávida, de sorte que da sua morte decorreu necessariamente
o aborto (dolo direito de terceiro grau). Em resumo, a morte da gestante é um efeito
colateral necessário da conduta. Por sua vez, o aborto é o resultado como consequência
necessária do efeito colateral necessário da conduta. No exemplo, o agente deve ter
3
consciência da gravidez para responder pelo resultado .”

a.2) Crime culposo


Previsto no inciso II do art. 18, CP, consiste numa conduta voluntária que realiza um fato ilícito
não querido pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era previsível
(culpa inconsciente) e que podia ser evitado se o agente atuasse com o devido cuidado (art. 33
CPM).
Elementos da culpa
a) Conduta humana voluntária.
b) Violação de um dever de cuidado objetivo (modalidades de culpa):
i) Imprudência, quando o agente atua com precipitação ou afoiteza;
ii) Negligência, quando ocorre ausência de precaução; e
iii) Imperícia, quando o agente atua com falta de aptidão técnica para o exercício de arte
ofício ou profissão.

3 Marcelo André de Azevedo e Alexandre Salim. Direito Penal Parte Geral. 5 ed. Juspodivm.

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c) Resultado.
d) Nexo causal entre conduta e resultado.
e) Previsibilidade.

Espécies de culpa:
a) Culpa própria – As espécies de culpa abaixo são espécies de Culpa Própria, pois o Agente
não quer e não assume o risco de produzir o resultado.
a1) Culpa consciente/com previsão/ex lascivia – O Agente prevê o resultado, mas espera
que ele não ocorra, supondo poder evitá-lo.
a2) Culpa inconsciente/sem previsão/ex ignorantia – O agente não prevê o resultado,
pois há apenas a previsibilidade, ou seja, era previsível.
b) Culpa imprópria ou culpa por extensão, assimilação ou equiparação – Ocorre quando o
Agente, por erro evitável, fantasia certa situação de fato, supondo estar agindo acobertado
por uma excludente de ilicitude. Assim, temos um tratamento culposo a um crime doloso.

Obs: crime preterdoloso – Crime doloso – agravado culposamente (ex.: lesão corporal seguida
de morte) – apenas nesta hipótese há crime preterdoloso.
Elementos do crime preterdoloso:
a) Conduta dolosa visando determinado resultado;
b) Resultado culposo mais grave do que o projetado; e
c) Nexo causal entre conduta e resultado.
OBS.: quando o resultado mais grave advém de caso fortuito ou força maior, não é imputado ao
agente (causa superveniente independente).

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Crimes omissivos
O agente infringe um tipo mandamental (o direito penal protege bens jurídicos determinando
a realização de condutas valiosas), não fazendo o que a lei determina, caracterizando o crime
praticado por omissão.
A norma mandamental que manda agir pode decorrer:
a) Do próprio tipo penal (arts. 135, 269, CP), no qual o agente tem o dever genérico de agir –
OMISSÃO PRÓPRIA ou PURA;
b) De uma cláusula geral – norma geral anuncia quando a omissão é penalmente relevante
(art. 13, CP), no qual o agente responde por crime comissivo por omissão (ex.: mãe que
deixa de alimentar o filho responde por homicídio doloso ou culposo, pois não evitou o
resultado, sendo equiparada ao causador) – OMISSÃO IMPRÓPRIA ou IMPURA.

b) RESULTADO
Trata-se da consequência da conduta, podendo ser um resultado:
a) NATURALÍSTICO OU MATERIAL
b) FORMAL (Extorsão 158 CP)
c) CRIMES DE MERA CONDUTA (ex.: Omissão de socorro 135 CP)
CONCLUSÃO – Nem todos os crimes tem resultado naturalístico. Os crimes materiais têm; os
crimes formais dispensam; e os crimes de mera conduta não têm.
Causalidade – O estudo da causalidade busca concluir se o resultado é um fato que ocorreu
daquela conduta e se pode ser atribuído ao autor, inserindo-se na sua esfera de autoria, por ter
sido ele o agente do comportamento. O art. 13, caput, do CP adotou a Teoria da causalidade
simples, pois todo fato humano sem o qual o resultado não teria ocorrido é causa.
Concausas – Pluralidade de condutas e/ou eventos concorrendo para o mesmo resultado.
Podem ser:
ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES (AI) – A causa efetiva do resultado (CE) não se origina da
conduta ou do evento concorrente.
RELATIVAMENTE INDEPENDENTES (RI) – A CE do resultado se origina, direta ou indiretamente,
da conduta ou evento concorrente.
Ambas as espécies acima podem ser:
a) PREEXISTENTE – A CE é anterior à conduta ou evento concorrente.
b) CONCOMITANTE – A CE é simultânea à conduta ou evento conflitante.
c) SUPERVENIENTE – A CE é posterior à conduta ou evento conflitante.

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CONCLUSÃO – Até a Concausa Relativamente Independente Preexistente ou Concomitante,


trabalha-se com Causalidade Simples do art. 13, caput, diferentemente ocorre na Concausa
relativamente independente Superveniente que aplica o art. 13, §1º e sua Causalidade
Adequada, isto é, somente haverá imputação do evento se, no conjunto das causas, fosse a
conduta do agente, consoante as regras de experiência comum, a mais adequada à produção
do resultado ocorrido.

ERRO DE TIPO
INTRODUÇÃO – Previsto no artigo 20 do CP, dizendo:
“Art. 20 – O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei.”
CONCEITO – Falsa representação da realidade, erro que recai sobre as elementares,
circunstâncias ou qualquer dado ligado tipo.

TIPICIDADE PENAL

EXCLUDENTES SUPRALEGAIS DA TIPICIDADE


a) Princípio da Insignificância (exclui a tipicidade material)
Depende, segundo o STF (Min. Celso de Mello HC98152), da presença de 4 vetores (RONI),
sendo:
•• Reduzidíssimo grau de Reprovabilidade do comportamento
•• Ofensividade mínima da conduta,
•• Nenhuma periculosidade social da ação, e
•• Inexpressividade da Lesão jurídica provocada

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b) consentimento do ofendido (pode excluir a tipicidade formal ou a ilicitude)
Se o dissenso/dissentimento compõe o tipo penal ex.: estupro, o consentimento exclui a
tipicidade formal, pois neste caso, não haverá estupro e sim sexo consentido.
c) Adequação social (exclui a tipicidade material)
A Doutrina minoritária aplica para condutas aceitas por nossa sociedade como o crime de Casa
de Prostituição (art. 229 do CP), Violação de Direito Autoral (vulgo pirataria do art. 184 do CP) e
Jogo do Bicho (art. 50 do DL 3.688/41), mas os tribunais superiores a rechaçam (Sum STJ 502 e
STF HC104467/RS de 2011).
O Erro de Tipo pode ser Essencial, quando o agente age sem plena consciência da conduta,
errando sobre as elementares do tipo penal, assim, sempre excluindo o dolo pela falta de
consciência, ou Acidental, quando o agente apesar de agir com consciência sobre a conduta,
erra sobre dados secundários do tipo penal.

CLASSIFICAÇÃO:
a) ESSENCIAL – Pode ser Evitável ou Inevitável, o que altera suas consequências jurídicas.

SE INEVITÁVEL SE EVITÁVEL
Exclui dolo (não há consciência) Exclui dolo (não consciência)
Exclui a culpa (não há previsibilidade) Mas pune a culpa, pois há previsibilidade.

b) ACIDENTAL – erro recai sobre dados secundários do tipo penal. No erro de tipo acidental
a intenção criminosa do agente é manifesta, incidindo naturalmente a responsabilidade
penal do agente, pois não há exclusão de dolo, tampouco a culpa, não isentando agente de
pena.

ESPÉCIES DE ERRO DE TIPO ACIDENTAL


a) SOBRE O OBJETO – Não há previsão legal, sendo analisado apenas pela doutrina. Define-se
quando o agente, por erro, representa mal o objeto material visado, atingindo outro que
não o desejado. Ex.: o agente quer subtrair televisão LCD, mas acaba subtraindo monitor
de computador.
CONSEQUENCIAS – Não exclui dolo ou culpa, não o isentando de pena, responde por furto,
considerando-se o objeto atingido e não o objeto visado, aplicando-se a teoria da concretização.
b) SOBRE A PESSOA – Previsto no art. 20, §3º, CP. Ocorre quando o agente, por erro, representa
mal a pessoa que busca ofender, ofendendo pessoa diversa (erro de representação da
vítima e não de execução).
CONSEQUENCIAS – Não exclui o dolo e culpa e logicamente não isenta o agente de pena. De
acordo com a lei o agente responde pelo crime, considerando-se as condições e qualidades da
vítima virtual (pretendida e não atingida – Teoria da Equivalência.)

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c) NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS) – Previsto no art. 73 do CP. O agente por acidente ou


erro na execução acaba atingindo pessoa diversa da pretendida, embora corretamente
representada.

PRINCIPAIS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO AO ERRO QUANTO À PESSOA:

ERRO QTO A PESSOA (ART. 20, §3º, CP) ERRO NA EXECUÇÃO (ART. 73, CP)
Representa mal, mas executa bem. Representa bem, mas executa mal.

CONSEQUÊNCIAS:

ABERRATIO COM RESULTADO SIMPLES ABERRATIO COM RESULTADO


DUPLO/COMPLEXO
Não exclui dolo nem culpa e responde o agente O agente responde pelos dois crimes, em
pelo resultado pretendido, aplicando a Teoria da concurso formal próprio ou impróprio, aplicando-
Equivalência. se as suas regras, a depender do caso.

d) RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (aberratio criminis ou delicti) – Previsto no artigo


74, CP. O agente por erro na execução atinge bem jurídico diverso, gerando o resultado
diverso do pretendido. Ex.: A quer destruir o carro de B. Arremessa uma pedra contra o
veículo mas acaba atingindo seu proprietário que vem a falecer.

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE:

ABERRATIO ICTUS (ART. 73, CP) ABERRATIO CRIMINIS (ART 74, CP)
Apesar do erro, atinge o mesmo bem jurídico de O Agente em razão do erro, atinge bem jurídico
pessoa diversa diverso.
Resultado pretendido=resultado produzido (com Resultado produzido é diferente do pretendido
pessoa diversa)
Relação pessoa/pessoa ou coisa/coisa Relação coisa/pessoa

CONSEQUÊNCIAS:

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6.2. ILICITUDE

CONCEITO – Entende-se a relação de contrariedade entre o Fato Típico e o ordenamento jurídico


como um todo, não existindo qualquer exceção determinando, incentivando ou permitindo a
conduta típica. Adotamos a teoria da Indiciariedade ou Ratio Cognoscendi.
DESCRIMINANTES OU JUSTIFICANTES (causas excludentes da ilicitude) – Estão divididas em
legais e supralegais, sendo as legais presentes na parte geral do CP (art. 23), Parte especial (art.
128 aborto permitido), Legislação Penal Ambiental e ainda na CRFB (imunidade parlamentar
para alguns seria descriminante, apesar de prevalecer que a imunidade parlamentar exclui
tipicidade).
Igualmente temos uma descriminante supralegal: consentimento do ofendido.
ESPÉCIES DE EXCLUDENTES LEGAIS:
a) ESTADO DE NECESSIDADE (EN) (Artigos 23, I e 24 do CP) – Considera-se em EN, quem
pratica um fato típico sacrificando um bem jurídico, sendo este o único meio para salvar
de perigo atual, desde que tal perigo não tenha sido provocado por quem o invoca, direito
próprio ou de terceiro cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
b) ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL (artigo 23, III, CP) – Conceitua-se assim:
“Os agentes públicos no desempenho de suas atividades, não raras, vezes devem agir
interferindo na esfera privada dos cidadãos, exatamente para assegurar o cumprimento
da lei em sentido lato. Podendo redundar em agressão a bens jurídicos”.
Dentro de limites aceitáveis, tal intervenção é justificada pelo ECDL (Ex.: Flagrante
obrigatório, art. 301, CP).
c) EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO (art. 23, III, 2ª parte, CP) – Conceitua-se: “O ERD
compreende ações do cidadão comum, autorizadas pela existência de direito definido em
lei e condicionadas à regularidade do exercício desse direito”.
d) CONSENTIMENTO DO OFENDIDO – Pode servir como causa de excludente de ilicitude
supralegal, desde que presentes os seguintes requisitos:
a) O Dissentimento da vítima não pode figurar como elemento do tipo, pois nesse caso
exclui-se a tipicidade (ex.: estupro);
b) Ofendido deve ser capaz;
c) Consentimento válido (livre e consciente);
d) Consentimento sobre bem disponível;
e) Bem próprio;
f) Consentimento antes ou durante a execução; e
g) Consentimento deve ser expresso, apesar de haver doutrina que admita o
consentimento tácito.
h) Saber que age com o consentimento do ofendido

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6.3. CULPABILIDADE

CONCEITO – A culpabilidade é o terceiro substrato do crime. Juízo de reprovação extraído da


análise do sujeito e como se posicionou diante do episódio com o qual se envolveu (a tipicidade,
ilicitude e culpabilidade são pressupostos da pena e, portanto, requisitos do crime – Teoria
Tripartite)
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE:
a) IMPUTABILIDADE – É a capacidade de condições pessoais que conferem ao sujeito ativo
a capacidade de discernimento e compreensão para entender seus atos e determinar-se
conforme esse entendimento. Traz como reflexo a imputação, ou seja, possibilidade de se
atribuir a alguém a responsabilidade pela prática de uma Infração Penal.
HIPÓTESES DE INIMPUTABILIDADE – Sem definir o que seja Imputabilidade (conceito positivo),
o CP enumera as hipóteses de Inimputabilidade (conceito negativo), sendo:
I) INIMPUTABILIDADE EM RAZÃO DE ANOMALIA PSÍQUICA (art. 26, caput, CP) – O conceito de
doença mental do artigo 26 deve ser tomada na maior amplitude de sua abrangência, ou
seja, qualquer enfermidade que venha a debilitar as funções psíquicas. Como consequência,
o inimputável será denunciado, sofrerá o processo, mas será absolvido com a aplicação
de Medida de Segurança (Espécie de Sanção Penal – Absolvição Imprópria).
CUIDADO: O art. 26, § único não traz caso de inimputabilidade, mas de imputabilidade com
responsabilidade penal diminuída (semi-imputável). Neste caso, o agente será denunciado,
sofrerá o processo, mas terá pena diminuída ou sofrerá MS (Sistema Vicariante ou Unitário).
CUIDADO 2: Outro ponto que merece destaque é o fato de que apesar de haver corrente
em sentido contrário, PREVALECE QUE A SEMI-IMPUTABILIDADE É COMPATÍVEL
COM AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (AGRAVANTES OU CAUSAS DE AUMENTO) OU
QUALIFICADORAS SUBJETIVAS DO CRIME LIGADAS AO MOTIVO DO CRIME OU ESTADO
ANÍMICO DO AGENTE, pois não interfere no dolo.
II) INIMPUTABILIDADE EM RAZÃO DA IDADE DO AGENTE (art. 27, CP) – Nesta hipótese,
adota-se o sistema biológico da culpabilidade, pois basta ser menor de 18 anos para ser
inimputável, não importando a sua capacidade de entendimento e autodeterminação no
momento da conduta.
III) INIMPUTABILIDADE EM RAZÃO DA EMBRIAGUEZ (art. 28, §1º, CP) – Proveniente de caso
fortuito (agente ignora o caráter inebriante da substância que ingere) ou força maior (o
agente é obrigado a ingerir a substância).
OBS.: Embriaguez conceitua-se pela intoxicação aguda e transitória, causada pelo álcool ou
substancias de efeitos análogos, podendo progredir de uma ligeira excitação até o estado
de paralisia e coma.

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TIPO DE
PROVENIÊNCIA GRAU CONSEQUÊNCIA
EMBRIAGUEZ
Caso fortuito: Agente Completa: Não
Isenta o agente de pena
desconhece o tem capacidade de
(art. 28, §1º), excluindo a
caráter inebriante da entendimento e
EMBRIAGUEZ imputab.
substância autodeterminação
ACIDENTAL
Força maior: É Incompleta:Reduzida a
obrigado a ingerir a Diminui a pena do
capacidade de entend. e
substância agente.(art. 28, §2º)
autodet.
Completa: Não
tem capacidade de
Voluntária: O agente entendimento e
EMBRIAGUEZ autodeterminação Não isenta o agente de
quer se embriagar.
NÃO ACIDENTAL pena e nem reduz pena.
Culposa: Negligência. Incompleta:Reduzida a
capacidade de entend. e
autodet.
Completa: Não tem capa- Art. 26, caput
cidade de entendimento (equiparado a doente
EMBRIAGUEZ e autodeterminação mental)
DOENTIA
PATOLÓGICA Incompleta:Reduzida a
Art. 26, § único (equipa-
capacidade de entend. e
rado a semi-imputável)
autodet.
Completa: Não tem capa-
cidade de entendimento
EMBRIAGUEZ Embriaguez como e autodeterminação Não isenta o agente de
PREORDENADA meio para se praticar pena e é agravante (art.
o crime Incompleta:Reduzida a 61, II, “l”, CP)
capacidade de entend. e
autodet.

OBS.: Sabendo que na embriaguez completa o agente não tem capacidade de entendimento e
autodeterminação, como concluir que era imputável, pressuposto da punição, na embriaguez
não acidental ou preordenada?
A imputabilidade pressupõe a capacidade de entendimento e autodeterminação. Aplica-se,
no caso de embriaguez preordenada ou não acidental, a Teoria da actio libera in causa (ato
transitório revestido de inconsciência decorre de ato antecedente que foi livre na vontade,
transferindo-se para este momento anterior a constatação da imputabilidade).
b) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE – Trata-se do segundo elemento da culpabilidade,
representa a capacidade de consciência do agente imputável de que atua em
contrariedade ao ordenamento jurídico (o agente sabe ou tem condições de saber que o
seu comportamento é ilícito).

CAUSA DE EXCLUSÃO
ERRO DE PROIBIÇÃO – Previsto no art. 21, CP.

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CUIDADO

ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO


O agente sabe o que faz, mas desconhece sua
O agente não sabe o que faz.
ilicitude.
Atira no mato achando que estava matando um Marido chega em casa e se não encontrar a janta
animal, mas era uma pessoa, logo não sabia que feita, acredita poder bater na mulher, pois era
matava alguém. seu direito.

ii) OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA – Previsto no art. 22, 2ª parte do CP. Possui os seguintes
requisitos:
a) Ordem de superior hierárquico, que se define pela manifestação de vontade do titular de
uma função pública a um funcionário que lhe é subordinado. Nunca abrangendo outro tipo
de subordinação senão esta pública, ou seja, excluindo alguns exemplos típicos: filho e pai,
padre e bispo...
b) Ordem não manifestamente ilegal, devendo ser entendida segundo as circunstâncias do
fato e as condições de inteligência e cultura do subordinado.

CONSEQUÊNCIAS:
A consequência varia de acordo com a ordem que pode ser:

ILEGAL LEGAL NÃO CLARAMENTE ILEGAL


Superior e subordinado estão Superior responde, como autor
Superior e subordinado
no Estrito cumprimento do mediato e subordinado é isento
respondem
dever legal de pena (Carandiru).

RESUMO:
CULPABILIDADE E DIRIMENTES (CAUSAS DE EXCLUSÃO)

ELEMENTOS DA CULPABILIDADE DIRIMENTES


a) anomalia psíquica
b) Menoridade; e
IMPUTABILIDADE
c) Embriaguez acidental completa.
(Rol Taxativo)
Erro de proibição Inevitável, sendo uma hipótese
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE
taxativa.
a) Coação Moral Irresistível; e
b) Obediência hierárquica.
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
(Rol exemplificativo, ou seja, existem causas
supralegais de excludentes de ECD)

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7. CONCURSO DE CRIMES

CONCEITO – Dá-se o concurso de crimes, quando o agente, com uma ou várias condutas
realiza pluralidades de crimes. Está disposto nos arts. 69 (concurso material), 70 (formal) e 71
(continuidade delitiva), do CP.
ATENÇÃO: pode ocorrer entre crimes de qualquer espécie, pois ocorre nos crimes comissivos,
omissivos, dolosos, culposos, consumados, tentados, simples, qualificados, delitos e
contravenções.

ESPÉCIES:

CONCURSO MATERIAL/REAL DE CRIMES – Previsto no art. 69 do CP.


“Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que
haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-
se primeiro aquela.
§ 1º Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade,
não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o
art. 44 deste Código.
§ 2º Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá
simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.”
REQUISITO – Pluralidade de condutas (ex.: A depois de estuprar B foge e assalta um veículo
para garantir a impunidade, respondendo pelo estupro e roubo em concurso material).

ESPÉCIES DE CONCURSO MATERIAL:


a) Concurso material homogêneo, com a pluralidade de crimes da mesma espécie.
b) Concurso material heterogêneo, com crimes de espécies distintas.

REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA – Adotamos neste caso o sistema do cúmulo material, ou seja, o
juiz primeiramente individualiza as penas de cada crime, somando todas ao final (ex.: A, depois
de furtar o veículo de B, tentou estuprá-lo, sendo impedido por populares). Neste caso, o juiz
individualiza a pena de cada crime e soma-as.

CONCURSO FORMAL/IDEAL DE CRIMES – Previsto no art. 70 do CP.


“Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,

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entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam


de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.”
Esta regra foi criada com o fim de beneficiar o réu, que com uma só conduta produz vários
resultados.

REQUISITOS:
a) Unidade de conduta, que pode ser dividida em pluralidade de atos.
b) Pluralidade de crimes.
Ex.: A conduzindo seu automóvel, com manifesta negligência, perde o controle de direção e
atropela B e C, causando-lhes a morte. assim, há responde pelo art. 302 do CTB em concurso
formal, pela conduta única com pluralidade de resultados.
Ex.2: A entre no coletivo e mediante grave ameaça subtrai os pertences pessoais dos
passageiros. a praticou roubo, em conduta única, desdobrada em vários atos.

ESPÉCIES DE CONCURSO FORMAL:


a) Concurso Formal Homogêneo, cujos crimes decorrentes da mesma conduta são da mesma
espécie.
b) Concurso Formal Heterogêneo, cujos crimes são de espécies distintas (ex.: naquele
atropelamento, um pedestre morre e outro não).
c) Concurso Formal Próprio, Perfeito ou Normal, que neste caso, o agente apesar de provocar
dois ou mais resultados, não tem intenção independente em relação a cada crime, ou seja,
não há desígnios autônomos.
d) Concurso Formal Impróprio, Imperfeito ou Anormal, quando o agente age com desígnios
autônomos em cada um dos crimes, logo, só cabe nos crimes dolosos, abrangendo inclusive
o dolo eventual.

REGRAS DE APLICAÇÃO DA PENA:


a) No Concurso Formal Próprio – O juiz aplica a pena mais grave dentre as cominadas para os
vários crimes praticados pelo agente e em seguida majora-se esta pena de um quantum
anunciado em lei, ocorrendo o sistema da exasperação. Conforme exemplo dado acima
do atropelamento em concurso formal homogêneo, o juiz trabalha apenas com uma das
penas e depois de agravar ou atenuar, aplica a exasperação, aumentando-a de 1/6 até a
metade, lembrando que quanto maior o número de infrações, maior deve ser o aumento.
ATENÇÃO: No caso de Concurso Formal Próprio, conforme o art. 70 § único do CP, não pode ser
aplicada a exasperação, caso a soma das penas dos crimes seja menor que o aplicado naquele

www.acasadoconcurseiro.com.br 1265
instituto, ocorrendo o CÚMULO MATERIAL BENÉFICO (ex.: A atira para matar B. Depois
do disparo, culposamente fere C, nesse caso A responde pelo homicídio de B e lesões leves
culposas de C. Sendo a pena do homicídio De 6 a 20 anos e da lesão de 2 meses a um ano,
temos um Concurso Formal Próprio Heterogêneo, pois são crimes diferentes e sem desígnios
autônomos, caso apliquemos a exasperação, ele pode ter no mínimo 6 anos mais 1/6 da pena
mais grave, que seria 7 anos, contudo, se aplicarmos o cúmulo material, ele responde por no
mínimo 6 anos e dois meses.
b) Concurso Formal Impróprio – Nesse caso o agente atua com desígnios autônomos,
aplicando-se o sistema do cumulo material, somando-se as penas dos crimes praticados.
CONTINUIDADE DELITIVA OU CRIME CONTINUADO – Previsto no art. 71 do CP. Vale lembrar
que Zaffaroni rotula esta espécie de concursos como Concurso Material Atenuado ou Falso
Crime Continuado, por entender que sob o aspecto objetivo, o crime continuado e o concurso
material são idênticos, mas por razões de política criminal, por ficção jurídica, criou-se tal
instituto, considerando que só crime mais grave foi praticado pelo agente, majorando a sua
pena de 1/6 a 2/3.
“Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-
lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em
qualquer caso, de um sexto a dois terços.”
No Caput acima, temos o Crime Continuado Genérico e no § único, temos o Crime Continuado
Especifico.

CRIME CONTINUADO GENERICO OU CRIME CONTINUADO COMUM – Previsto no


Caput do art. 70.

REQUISITOS:
a) Pluralidade de condutas.
b) Pluralidade de condutas de crimes da mesma espécie, que são crimes previstos no mesmo
tipo, protegendo igual bem jurídico, conforme entende o STF. Logo, não é possível de
continuidade delitiva no caso de roubo e extorsão, que apesar de protegeram o mesmo
bem jurídico, não estão no mesmo tipo penal, bem como não pode haver continuidade nos
crimes de roubo e latrocínio, que apesar de estarem no mesmo tipo, o latrocínio também
protege a vida.

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8. CONCURSO DE PESSOAS

CONCEITO – Número plural de pessoas concorrendo para o mesmo evento.

CLASSIFICAÇÃO DO DELITO QUANTO AO CONCURSO DE PESSOAS:


CONCURSO EVENTUAL OU MONOSUBJETIVO – Crime que pode ser cometido por uma ou
várias pessoas e é a regra no CP.
Sendo praticado por um número plural, temos Autor + Partícipes ou vários Autores (Coautores).
CONCURSO NECESSÁRIO OU PLURISSUBJETIVO – Crime que só pode ser praticado por um
número plural de agentes, pois o concurso passa a ser elementar do tipo.

AUTORIA
CONCEITO E TEORIAS – O conceito depende da Teoria adotada, mas adotamos no CP a Teoria
Objetiva, a qual afirma que Autor é quem pratica o verbo nuclear do tipo penal.
COAUTOR – Nada mais é do que o número plural de autores.
PARTÍCIPE – Entende-se por Partícipe, aquele que é coadjuvante do crime (fato determinado
praticado por Autor conhecido e individualizado).

ESPÉCIES:
a) Partícipe Moral – Induzir ou instigar, sendo fazer nascer ideia e reforçar ideia já existente,
respectivamente.
b) Partícipe Material – Auxiliar materialmente na prática do delito.

ATENÇÃO: A adequação típica será possível graças à norma de extensão pessoal do artigo 29,
do CP.

ELEMENTOS DA PARTICIPAÇÃO:
a) Eficácia causal; e
b) Consciência de participação na ação de outrem.

TEORIA PARA PUNIÇÃO DO PARTÍCIPE:


Teoria da Acessoriedade Média ou Limitada – A punição do Partícipe depende de conduta
típica e ilícita do Autor.

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PERGUNTA DE CONCURSO – Caio, mediante coação moral irresistível, obriga Tício a matar
Mévio.
Caio é autor de Homicídio? Não, pois não realizou o núcleo do tipo.
Caio é partícipe de Homicídio? Não, pois seu comportamento não é acessório.
Conclusão: Caio é Autor mediato.
AUTOR MEDIATO – Considera-se Autor mediato aquele que sem realizar diretamente a conduta
prevista no tipo, comete o fato punível por meio de outra pessoa, usada como seu instrumento.
Apesar de aproximar-se do conceito de Partícipe, com ele não se confunde, pois não se trata de
conduta acessória.

REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS:


a) Pluralidade do Agente.
b) Relevância causal das várias condutas (nexo causal).
c) Liame subjetivo entre os agentes (nexo psicológico).
Deve o concorrente estar animado da consciência que coopera e colabora para o ilícito,
convergindo a sua vontade como ponto comum da vontade dos demais participantes.
Liame subjetivo não significa necessariamente, acordo de vontades, reclamando apenas a
vontade de participar e cooperar na ação de outrem, ou seja, vontade unilateral.
Havendo pluralidade de agentes concorrendo para o mesmo evento, mas sem liame subjetivo,
não ocorrerá o Concurso de Pessoas, mas sim ocorre Autoria Colateral ou Autoria Incerta.
d) Identidade de infração Penal

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Questões

1. (4133) CESPE – 2013 – Princípios Penais 2. (100519) CESPE – 2012 – Culpabilidade,


Conceito de Crime
No que diz respeito aos princípios aplicá-
veis ao direito penal, assinale a opção cor- Com base na interpretação doutrinária ma-
reta. joritária e no entendimento dos tribunais
superiores, julgue o item abaixo
a) Para que ocorra o reconhecimento do
princípio da insignificância, tem de ha- A imputabilidade, a exigibilidade de condu-
ver conduta típica, ou seja, ofensa grave ta diversa e a potencial consciência da ilici-
a bens jurídicos tutelados, sendo sufi- tude são elementos da culpabilidade.
cientes lesões irrelevantes aos bens ou
interesses protegidos. ( ) Certo   ( )  Errado
b) O princípio da legalidade ou princípio
da reserva legal não se estende às con- 3. (100607) CESPE – 2014 – Tentativa, Desis-
sequências jurídicas da infração penal, tência Voluntária e Arrependimento Eficaz,
em especial aos efeitos da condenação, Arrependimento Posterior, Crime Impossí-
nem abarca as medidas de segurança. vel
c) O princípio da adequação social do fato
não se confunde com a teoria do ris- Em relação a tentativa, desistência voluntá-
co permitido ainda que tenham como ria, arrependimento eficaz, arrependimento
pressuposto fundamental a existência posterior e crime impossível, assinale a op-
de uma lesão ao bem jurídico que não ção correta.
chega a constituir um desvalor do re-
a) Aquele que, por ato voluntário, porém
sultado, o qual é obtido por uma inter-
não espontâneo, devolve a coisa furta-
pretação teleológica restritiva dos tipos
da antes do recebimento da denúncia
penais, na adequação social, e, no risco
não pode beneficiar-se do arrependi-
permitido, ocorre pelo desvalor da ação
mento posterior.
que repercute no desvalor do resulta-
b) No que diz respeito à punibilidade do
do.
crime impossível, o autor de uma ten-
d) O princípio do ne bis in idem ou non bis
tativa inidônea não merece, segundo
in idem traduz a proibição de punir ou
a teoria subjetiva, sofrer sanção penal,
processar alguém duas ou mais vezes
dada a inexistência de qualquer perigo
pelo mesmo fato e concretiza-se pela
de lesão ao bem jurídico protegido pela
valoração integral da conduta delituosa
norma.
perpetrada pelo agente, incidindo ape-
c) Admite-se a tentativa nos delitos de im-
nas nos casos de concurso de delitos.
prudência.
e) De acordo com o princípio da fragmen-
d) Em se tratando de tentativa branca de
tariedade, a lei penal só deverá intervir
crime de homicídio, a fixação da redu-
quando for absolutamente necessário,
ção da pena pela tentativa deve ocorrer
para a sobrevivência da comunidade,
no patamar máximo, isto é, dois terços.
como ultima ratio.
e) A desistência da tentativa inacabada
deve ser entendida como arrependi-
mento eficaz.

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4. (100647) CESPE – 2014 – Extinção da Puni- b) São crimes de atentado aqueles em que
bilidade, Lei Penal no Tempo o tipo penal incriminador não prevê a
figura tentada em seu enunciado, razão
No que diz respeito aos diversos institutos pela qual, no processamento desses cri-
previstos na parte geral do Código Penal, mes, se faz uso da norma de extensão
julgue o item seguinte. referente à tentativa, disposta na parte
Em se tratando de abolitio criminis, serão geral do Código Penal.
atingidas pela lei penal as ações típicas an- c) Os crimes materiais admitem a figura
teriores à sua vigência, mas não os efeitos da tentativa; entretanto, a tentativa é
civis decorrentes dessas ações. incompatível com os delitos formais,
em que se dispensa o resultado natura-
( ) Certo   ( )  Errado lístico para a consumação do delito.
d) Não há crime quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível
5. (100587) CESPE – 2004 – Crimes Contra o
sua consumação. Entretanto, quando
Patrimônio, Concurso de Pessoas
há a expectativa, por parte da polícia,
Em cada um do item a seguir, é apresenta- da prática de delito, sem que o agente
da uma situação hipotética, seguida de uma tenha sido provocado por autoridade
assertiva a ser julgada. policial a praticar o crime, não há que
Júlio e Lúcio combinaram entre si a práti- se falar em delito impossível.
ca de crime de furto, ficando ajustado que e) Nos crimes cometidos sem violência
aquele aguardaria no carro para assegurar ou grave ameaça à pessoa, reparado o
a fuga e este entraria na residência — que, dano ou restituída a coisa até a audiên-
segundo pensavam, estaria vazia — para cia de instrução e julgamento, por ato
subtrair as joias de um cofre. Ao entrar na voluntário do agente, a pena será redu-
residência, Lúcio verificou que um mora- zida de um a dois terços.
dor estava presente. Lúcio, que tinha ido
armado sem avisar Júlio, matou o morador 7. (100689) CESPE – 2013 – Culpabilidade
para assegurar a prática do crime. Depois Acerca da culpabilidade, teorias e causas de
de fugirem, Júlio e Lúcio dividiram as joias exclusão, assinale a opção correta.
subtraídas. Nessa situação, Júlio responderá
pelo crime de furto, enquanto Lúcio respon- a) O dolo, conforme a teoria normativa
derá pelo crime de roubo. pura, é elemento da culpabilidade e
( ) Certo   ( )  Errado contém a potencial consciência da ilici-
tude.
b) Conforme a teoria limitada da culpa-
6. (100721) CESPE – 2013 – Tentativa, Classifi- bilidade, o erro de proibição indireto,
cação dos Crimes, Consumação, Desistência quando inescusável, é causa de dimi-
Voluntária e Arrependimento Eficaz, Arre- nuição da pena.
pendimento Posterior, Crime Impossível c) Tendo sido adotada a teoria da actio li-
bera in causa pelo Código Penal, é per-
Considerando a classificação dos delitos e mitida a exclusão da imputabilidade do
as normas atinentes à consumação, à tenta- agente se a embriaguez não acidental
tiva e ao arrependimento posterior, assinale for completa e culposa.
a opção correta. d) A responsabilidade penal independe da
a) É admissível a tentativa tanto nos cri- imputabilidade do agente.
mes plurissubsistentes quanto nos cri- e) A inimputabilidade por doença mental
mes unissubsistentes. que retira do agente toda a capacidade

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de entendimento do caráter ilícito do 10. (100541) CESPE – 2009 – Princípios Penais


fato é causa de diminuição da pena. Cabe ao legislador, na sua propícia função,
proteger os mais diferentes tipos de bens ju-
8. (100551) CESPE – 2009 – Ilicitude e Antijuri- rídicos, cominando as respectivas sanções,
cidade, Culpabilidade de acordo com a importância para a socie-
A respeito de tipicidade, ilicitude e culpabili- dade. Assim, haverá o ilícito administrati-
dade, assinale a opção correta. vo, o civil, o penal etc. Este último é o que
interessa ao direito penal, justamente por
a) A participação, no concurso de pesso- proteger os bens jurídicos mais importantes
as, é considerada hipótese de tipicidade (vida, liberdade, patrimônio, liberdade se-
mediata ou indireta. xual, administração pública etc.). O direito
b) Elemento subjetivo especial é aquele penal
que depende de uma interpretação ju-
rídica, como ocorria em relação ao con- a) tem natureza fragmentária, ou seja, so-
ceito de mulher honesta, atualmente mente protege os bens jurídicos mais
não mais previsto na legislação penal. importantes, pois os demais são prote-
c) No caso de legítima defesa de direito de gidos pelos outros ramos do direito.
terceiro, é necessária a prévia autoriza- b) tem natureza minimalista, pois se ocu-
ção deste para que a conduta do agente pa, inclusive, dos bens jurídicos de valor
não seja ilícita. irrisório.
d) O Código Penal (CP) adota a teoria psi- c) tem natureza burguesa, pois se volta,
cológico-normativa da culpabilidade, exclusivamente, para a proteção daque-
para a qual a culpabilidade não é requi- les que gerenciam o poder produtivo e a
sito do crime, mas, sim, pressuposto de economia estatal.
aplicação da pena. d) é ramo do direito público e privado, pois
e) Se o bem jurídico tutelado pela norma protege bens que pertencem ao Estado,
penal for disponível, independentemen- assim como aqueles de propriedade in-
te da capacidade da vítima, o consenti- dividualizada.
mento do ofendido constitui causa su- e) admite a perquirição estatal por crimes
pralegal de exclusão da ilicitude. não previstos estritamente em lei, assim
como a retroação da lex gravior.
9. (100570) CESPE – 2008 – Lei Penal no Tem-
po 11. (100709) CESPE – 2013 – Crimes Contra a
Pessoa, Princípios Penais
Acerca dos princípios constitucionais que No que concerne a crimes, julgue o item a
norteiam o direito penal, da aplicação da seguir.
lei penal e do concurso de pessoas, julgue o
item abaixo Considere a seguinte situação hipotética.

Na hipótese de o agente iniciar a prática Alex agrediu fisicamente seu desafeto Lúcio,
de um crime permanente sob a vigência causando-lhe vários ferimentos, e, durante
de uma lei, vindo o delito a se prolongar no a briga, decidiu matá-lo, efetuando um dis-
tempo até a entrada em vigor de nova legis- paro com sua arma de fogo, sem, contudo,
lação, aplica-se a última lei, mesmo que seja acertá-lo.
a mais severa. Nessa situação hipotética, Alex responderá
pelos crimes de lesão corporal em concurso
( ) Certo   ( )  Errado material com tentativa de homicídio.
( ) Certo   ( )  Errado

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12. (100586) CESPE – 2004 – Ilicitude e Antijuri- segurança, de acordo com o que for mais
cidade adequado ao caso concreto.
Em cada um do item a seguir, é apresentada ( ) Certo   ( )  Errado
uma situação hipotética, seguida de uma as-
sertiva a ser julgada.
15. (100662) CESPE – 2014 – Conduta, Lei Penal
Para prenderem em flagrante pessoa acu- no Tempo, Lei Penal no Espaço, Aplicação da
sada de homicídio, policiais invadiram uma Lei Penal, Teoria Geral Do Crime
residência em que entrara o acusado, dani-
ficando a porta de entrada e sem manda- No que se refere à teoria do crime e à lei
do de busca e apreensão. Nessa situação, penal, suas fontes, características e eficácia
os policiais não responderão pelo crime de temporal, assinale a opção correta.
dano, pois agiram em estrito cumprimento a) A lei penal retroage em benefício do
do dever legal, que é causa excludente da agente, respeitada a coisa julgada.
ilicitude. b) A ultra-atividade aplica-se à lei penal so-
( ) Certo   ( )  Errado mente se ela for excepcional ou tempo-
rária.
c) Aquele que, no exterior, falsificar papel-
13. (101913) CESPE – 2015 – Ilicitude e Antijuri- -moeda de curso legal no estrangeiro,
cidade estará sujeito a responder pelo mesmo
crime perante a jurisdição brasileira, in-
Acerca da aplicação da lei penal, do concei- dependentemente do cumprimento de
to analítico de crime, da exclusão de ilicitu- pena no país onde o crime for pratica-
de e da imputabilidade penal, julgue o item do.
que se segue. d) Em se tratando de crime omissivo pró-
A legítima defesa é causa de exclusão da ili- prio, a legislação penal não estabelece
citude da conduta, mas não é aplicável caso qualquer qualidade ou condição especí-
o agente tenha tido a possibilidade de fugir fica para o sujeito ativo da omissão.
da agressão injusta e tenha optado livre- e) O princípio da anterioridade da lei penal
mente pelo seu enfrentamento. é sintetizado pela expressão “não há cri-
me sem lei que o defina”.
( ) Certo   ( )  Errado
16. (100703) CESPE – 2013 – Conduta, Culpabili-
14. (101914) CESPE – 2015 – Medida de Segu- dade, Teoria Geral Do Crime
rança, Sentença Penal Acerca de aspectos diversos do direito pe-
Acerca da aplicação da lei penal, do concei- nal, entre eles a desistência voluntária, o
to analítico de crime, da exclusão de ilicitu- arrependimento e a coação física ou moral,
de e da imputabilidade penal, julgue o item julgue o item a seguir.
que se segue. Para ser aceita como excludente de culpabi-
O CP adota o sistema vicariante, que impe- lidade, a coação física ou moral tem de ser
de a aplicação cumulada de pena e medida irresistível, inevitável e insuperável.
de segurança a agente ( ) Certo   ( )  Errado
semi-imputável e exige do juiz a decisão, no
momento de prolatar sua sentença, entre a
aplicação de uma pena com redução de um
a dois terços ou a aplicação de medida de

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17. (100581) CESPE – 2004 – Erro de Tipo e Erro b) A tentativa perfeita ou crime falho é
de Proibição e Erro sobre a Pessoa aquela na qual o agente interrompe a
atividade executória e não consuma o
Em cada um do item seguinte, é apresenta- crime por circunstâncias alheias à sua
da uma situação hipotética, seguida de uma vontade.
assertiva a ser julgada. c) O crime de extorsão se consuma com a
O médico Caio, por negligência que consis- obtenção da indevida vantagem econô-
tiu em não perguntar ou pesquisar sobre mica por parte do agente.
eventual gravidez de paciente nessa condi- d) A tentativa de homicídio se distingue do
ção, receita-lhe um medicamento que pro- delito de lesões corporais dolosas pela
vocou o aborto. Nessa situação, Caio agiu gravidade da ofensa à integridade física
em erro de tipo vencível, em que se exclui o da vítima.
dolo, ficando isento de pena, por não existir e) O crime tentado é punido da mesma
aborto culposo. forma que o crime consumado, pois o
que vale é a intenção do agente.
( ) Certo   ( )  Errado
20. (82300) CESPE – 2015 – Desistência Voluntá-
18. (100469) CESPE – 2013 – Desistência Volun- ria e Arrependimento Eficaz, Teoria Geral Do
tária e Arrependimento Eficaz Crime

Em relação ao concurso de agentes, à desis- Com referência ao crime tentado, à desis-


tência voluntária e ao arrependimento efi- tência voluntária e ao crime culposo, julgue
caz, bem como à cominação das penas, ao o próximo item.
erro do tipo e, ainda, à teoria geral da culpa- Configura-se a desistência voluntária ainda
bilidade, julgue o item subsecutivo. que não tenha partido espontaneamente do
No arrependimento eficaz, é irrelevante que agente a ideia de abandonar o propósito cri-
o agente proceda virtutis amore ou formi- minoso, com o resultado de deixar de pros-
dine poence, ou por motivos subalternos, seguir na execução do crime.
egoísticos, desde que não tenha sido obsta- ( ) Certo   ( )  Errado
do por causas exteriores independentes de
sua vontade.
21. (22063) CESPE – 2013 – Teoria da Norma Pe-
( ) Certo   ( )  Errado nal, Princípios Penais, Aplicação da Lei Penal
Com relação aos princípios, institutos e dis-
19. (7442) CESPE – 2012 – Tentativa, Crimes positivos da parte geral do Código Penal
Contra o Patrimônio, Teoria Geral Do Crime, (CP), julgue os itens seguintes.
Crimes em Espécie
Havendo conflito aparente de normas, apli-
A respeito do iter criminis e do momento de ca-se o princípio da subsidiariedade, que
consumação do delito, assinale a opção cor- incide no caso de a norma descrever várias
reta. formas de realização da figura típica, bas-
a) A tentativa, uma norma de extensão tando a realização de uma delas para que se
temporal, não se enquadra diretamente configure o crime.
no tipo incriminador; faz-se necessária ( ) Certo   ( )  Errado
uma norma que amplie a figura típica
até alcançar o fato material.

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22. (22064) CESPE – 2013 – Tentativa, Teoria 25. (82288) CESPE – 2015 – Tentativa, Teoria
Geral Do Crime, Crimes Contra a Pessoa, Cri- Geral Do Crime
mes em Espécie No que concerne à lei penal no tempo, ten-
Com relação aos princípios, institutos e dis- tativa, crimes omissivos, arrependimento
positivos da parte geral do Código Penal posterior e crime impossível, julgue o item
(CP), julgue os itens seguintes. a seguir.

Considere a seguinte situação hipotética. Configura-se tentativa incruenta no caso de


Joaquim, plenamente capaz, desferiu diver- o agente não conseguir atingir a pessoa ou
sos golpes de facão contra Manoel, com o a coisa contra a qual deveria recair sua con-
intuito de matá-lo, mas este, tendo sido duta.
socorrido e levado ao hospital, sobreviveu. ( ) Certo   ( )  Errado
Nessa situação hipotética, Joaquim respon-
derá pela prática de homicídio tentado, com
pena reduzida levando-se em conta a san- 26. (82291) CESPE – 2015 – Lei Penal no Tempo,
ção prevista para o homicídio consumado. Extinção da Punibilidade, Aplicação da Lei
Penal
( ) Certo   ( )  Errado
No que concerne à lei penal no tempo, ten-
tativa, crimes omissivos, arrependimento
23. (22066) CESPE – 2013 – Princípios Penais, posterior e crime impossível, julgue o item
Lei Penal no Tempo, Aplicação da Lei Penal a seguir.
Com relação aos princípios, institutos e dis- A revogação expressa de um tipo penal in-
positivos da parte geral do Código Penal criminador conduz a abolitio criminis, ainda
(CP), julgue os itens seguintes. que seus elementos passem a integrar outro
A extra-atividade da lei penal constitui exce- tipo penal, criado pela norma revogadora.
ção à regra geral de aplicação da lei vigente ( ) Certo   ( )  Errado
à época dos fatos.
( ) Certo   ( )  Errado 27. (82330) CESPE – 2015 – Crimes Contra o Pa-
trimônio, Princípios Penais, Aplicação da Lei
24. (22067) CESPE – 2013 – Princípios Penais, Penal, Crimes em Espécie
Aplicação da Lei Penal, Culpabilidade, Teoria José, réu primário, após subtrair para si,
Geral Do Crime durante o repouso noturno, mediante rom-
pimento de obstáculo, um botijão de gás
Com relação aos princípios, institutos e dis- avaliado em R$ 50,00 do interior de uma
positivos da parte geral do Código Penal residência habitada, foi preso em flagrante
(CP), julgue os itens seguintes. delito.
Considere que um indivíduo penalmente ca- Tendo como referência essa situação hipo-
paz, em total estado de embriaguez, decor- tética, julgue o item subsecutivo, com base
rente de caso fortuito, atropele um pedes- na jurisprudência dominante dos tribunais
tre, causando-lhe a morte. Nessa situação, superiores a respeito desse tema.
a embriaguez não excluía imputabilidade
penal do agente. O crime praticado por José é atípico em ra-
zão da incidência do princípio da insignifi-
( ) Certo   ( )  Errado cância.
( ) Certo   ( )  Errado

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Penal – Prof. Sandro Caldeira

28. (100354) CESPE – 2014 – Dolo e Culpa Sem coragem para realizar a conduta deli-
tuosa, Cléber bebeu grandes doses de vod-
Com referência a fundamentos e noções ge- ca e, embriagado, desferiu várias facadas
rais aplicadas ao direito penal, julgue o pró- contra Sérgio, que faleceu em decorrência
ximo item. dos ferimentos provocados pelas facadas.
A partir da teoria tripartida do delito e das Assertiva: Nessa situação, configura-se em-
opções legislativas adotadas pelo Código briaguez voluntária dolosa, o que permite
Penal, é correto afirmar que o dolo integra ao juiz reduzir a pena imputada a Cléber,
a culpabilidade e corrobora a aplicação con- uma vez que ele não tinha plena capacidade
creta da pena. de entender o caráter ilícito de seus atos no
momento em que esfaqueou Sérgio.
( ) Certo   ( )  Errado
( ) Certo   ( )  Errado

29. (97379) CESPE – 2015 – Ilicitude e Antijurici-


dade, Culpabilidade 32. (97382) CESPE – 2015 – Princípios Penais

No que se refere aos princípios do direito Acerca dos princípios e fontes do direito pe-
penal e às causas de exclusão da ilicitude, nal, assinale a opção correta.
julgue o próximo item. No que diz respeito a) Segundo a jurisprudência do STJ, o prin-
às causas de exclusão da ilicitude, é possível cípio da insignificância deve ser aplica-
alegar legítima defesa contra quem pratica do a casos de furto qualificado em que o
conduta acobertada por uma dirimente de prejuízo da vítima tenha sido mínimo.
culpabilidade, como, por exemplo, coação b) Conforme entendimento do STJ, o prin-
moral irresistível. cípio da adequação social justificaria o
( ) Certo   ( )  Errado arquivamento de inquérito policial ins-
taurado em razão da venda de CDs e
DVDs.
30. (97380) CESPE – 2015 – Princípios Penais c) Depreende-se do princípio da lesividade
que a autolesão, via de regra, não é pu-
No que se refere aos princípios do direito
nível.
penal e às causas de exclusão da ilicitude,
d) Depreende-se da aplicação do princípio
julgue o próximo item. Em consequência
da insignificância a determinado caso
da fragmentaridade do direito penal, ainda
que a conduta em questão é formal e
que haja outras formas de sanção ou outros
materialmente atípica.
meios de controle social para a tutela de de-
e) As medidas provisórias podem regular
terminado bem jurídico, a criminalização,
matéria penal nas hipóteses de leis tem-
pelo direito penal, de condutas que invistam
porárias ou excepcionais.
contra esse bem será adequada e recomen-
dável.
33. (97458) CESPE – 2014 – Concurso de Pesso-
( ) Certo   ( )  Errado as
No que se refere à punibilidade e às causas
31. (97381) CESPE – 2015 – Culpabilidade de sua extinção, bem como ao concurso de
pessoas, julgue os itens a seguir. Para um co-
Julgue o item seguinte, que trata de imputa- autor cujas ações tiverem resultado em cri-
bilidade penal. Situação hipotética: Cléber, me mais grave, apesar de ele ter desejado
com trinta e quatro anos de idade, preten- participar de crime de menor gravidade, a
dia matar, durante uma festa, seu desafe- pena aplicada deve ser a referente ao crime
to, Sérgio, atual namorado de sua ex-noiva.

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menos grave, que deve ser aumentada até 35. (100704) CESPE – 2013 – Desistência Volun-
a metade no caso de o resultado mais gra- tária e Arrependimento Eficaz, Teoria Geral
ve ter sido previsível quando as ações foram Do Crime
realizadas.
Acerca de aspectos diversos do direito pe-
( ) Certo   ( )  Errado nal, entre eles a desistência voluntária, o
arrependimento e a coação física ou moral,
julgue o item a seguir.
34. (100343) CESPE – 2014 – Fato Típico
Entende-se que o arrependimento eficaz se
Julgue o seguinte item, referente à tipicida- configura quando o agente, no curso do iter
de, à antijuridicidade e à culpabilidade. criminis, podendo continuar com os atos de
De acordo com a teoria finalista de Hans execução, deixa de fazê-lo por desistir de
Welzel, o dolo, por ser elemento vinculado à praticar o crime.
conduta, deve ser deslocado da culpabilida- ( ) Certo   ( )  Errado
de para a tipicidade do delito.
( ) Certo   ( )  Errado

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Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.

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Gabarito: 1. (4133) C 2. (100519) Certo 3. (100607) D 4. (100647) Certo 5. (100587) Certo 6. (100721) D 
7. (100689) B 8. (100551) A 9. (100570) Certo 10. (100541) A 11. (100709) Errado 12. (100586) Certo 
13. (101913) Errado 14. (101914) Certo 15. (100662) C 16. (100703) Errado 17. (100581) Certo 18. (100469) Certo 
19. (7442) A 20. (82300) Certo 21. (22063) Errado 22. (22064) Certo 23. (22066) Certo 24. (22067) Errado 
25. (82288) Certo 26. (82291) Errado 27. (82330) Errado 28. (100354) Errado 29. (97379) Certo 30. (97380) Errado 
31. (97381) Errado 32. (97382) C 33. (97458) Certo 34. (100343) Certo 35. (100704) Errado

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Direito Penal

Professor Diogo Lopes

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Edital

DIREITO PENAL: 6. Crimes contra a pessoa. 7 Crimes contra o patrimônio. 8 Crimes contra
a dignidade sexual. 9 Crimes contra a fé pública. 10 Crimes contra a administração pública.
11 Lei nº 11.343/2006 (tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes). 12 Lei nº
12.850/2013 e suas alterações (crime organizado). 14 Lei nº 7.716/1989 e suas alterações (cri-
mes resultantes de preconceitos de raça ou de cor). 20 Decreto-Lei nº 3.688/1941 e suas altera-
ções (Lei das Contravenções Penais). 22 Disposições constitucionais aplicáveis ao Direito Penal.

BANCA: Cespe
CARGO: Agente de Polícia e Escrivão

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Direito Penal

1. DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL

1.1. Conceito:
Normas de funcionam como alicerce do ordenamento jurídico, servindo de base para a inter-
pretação, integração, conhecimento e aplicação das leis penais.

1.2. Princípios Constitucionais Explícitos:

1.2.1. Legalidade:

Art. 1º, CP – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia comi-
nação legal.
Art. 5º, XXXIX, CF – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

Obs.: o princípio da legalidade abrange também as contravenções penais e não apenas o crime.
Obs.2: o princípio da legalidade abrange ainda as medidas de segurança e não somente a pena.

1.2.2. Reserva legal: somente lei ordinária e lei complementar podem criar crime e
cominar pena.

Obs.: A legalidade deve ser formal e material.

a) Legalidade formal: diz respeito à obediência aos trâmites procedimentais, previstos pela
Constituição, para que determinado diploma legal possa vir a fazer parte de nosso ordena-
mento jurídico.
b) Legalidade material: devem ser obedecidas não somente as formas e procedimentos im-
postos pela Constituição, mas, também, e, principalmente, o seu conteúdo, respeitando-
-se suas proibições e imposições para a garantia de nossos direitos fundamentais por ela
previstos. Aqui, adota-se não a mera legalidade, mas, sim, como preleciona Ferrajoli, um
princípio de estrita legalidade.

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Obs.: União – competência privativa da União (Lei Geral)

Obs.: Pelo princípio da reserva legal, exigência de determinação, no que se refere não
só à descrição das condutas delitivas, mas também à fixação dos marcos penais (penas
cominadas entre o mínimo e o máximo), é garantia de caráter absoluto, que justifica
a escolha do Legislativo como único detentor do poder normativo em sede penal no
assunto, por legitimação democrática, fazendo que o seu exercício não seja arbitrário.

1.2.2.1. tratados?
Somente possuem mandados de criminalização assim como as Emendas Constitucionais.

1.2.2.2. Medida Provisória pode regular matérias penais?


Não, por expressa previsão constitucional trazida pela EC nº 32 no art. 62, § 1º, I, “b”, da CF/88.

Art. 62 da CF. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá ado-


tar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Con-
gresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;

1.2.3. Anterioridade:
significa que uma lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto, caso
tenha tido origem antes da prática da conduta para a qual se destina (art. 5º, XXXIX, CF e art.
1º do CP). A lei penal produz efeitos a partir de sua entrada em vigor. Não pode retroagir, salvo
se beneficiar o réu. É proibida a aplicação da lei penal inclusive aos fatos praticados durante o
hiato de sua vacatio legis. Embora publicada e vigente, a lei ainda não estará em vigor e não
alcançará as condutas praticadas em tal período.

Art. 5º, XXXIX, CF – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
Art. 1º, CP – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia comi-
nação legal.

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Penal – Prof. Diogo Lopes

1.2.4. Taxatividade:
significa que as condutas típicas, merecedoras de punição, devem ser suficientemente claras e
bem elaboradas, de modo a não deixar dúvida por parte do destinatário da norma.

1.2.5. Retroatividade da lei penal benéfica ou irretroatividade da lei penal:


é natural que, havendo anterioridade obrigatória para a lei penal incriminadora, não se pode
permitir a retroatividade de leis, especificamente as prejudiciais ao acusado. Abre-se exceção
à vedação à irretroatividade quando se trata de lei penal benéfica. Esta pode voltar no tempo
para favorecer o agente, ainda que o fato tenha sido decidido por sentença condenatória com
trânsito em julgado (art. 5º, XL, CF; art. 2º, parágrafo único do CP).

Art. 5º, XL, CF – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Lei penal no tempo


Art. 2º, parágrafo único, CP – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agen-
te, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória tran-
sitada em julgado.

1.2.6. Personalidade ou da responsabilidade pessoal ou da intranscendência:


significa que a punição, em matéria penal, não deve ultrapassar a pessoa do delinquente (art.
5º, XLV, CF), ou seja, ninguém pode ser responsabilizado por fato cometido por terceira pessoa.
Como reconhecido pelo STF: “o postulado da intranscendência impede que sanções e restrições
de ordem jurídica superem a dimensão estritamente pessoal do infrator”.

Art. 5º, XLV, CF – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

1.2.7. Individualização da pena:


significa que a pena não deve ser padronizada, cabendo a cada delinquente a exata medida
punitiva pelo que fez. Não teria sentido igualar os desiguais, sabendo-se, por certo, que a prática
de idêntica figura típica não é suficiente para nivelar dois seres humanos. Assim, o justo é fixar a
pena de maneira individualizada, seguindo-se os parâmetros legais, mas estabelecendo a cada
um o que lhe é devido (art. 5º, XLVI, CF). Esse princípio repousa no princípio de justiça, segundo
o qual se deve distribuir a cada indivíduo o que lhe cabe, de acordo com as circunstâncias
específicas do seu comportamento – o que em matéria penal significa a aplicação da pena
levando em conta não a norma penal em abstrato, mas, especialmente, os aspectos subjetivos
e objetivos do crime. O Ministro do STJ Vicente Cernicchiaro, em julgado seu, afirma que “a

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Constituição da República consagra o Princípio da Individualização da Pena. Compreende três
fases: cominação, aplicação e execução. Individualizar é ajustar a pena cominada, considerando
1
os dados objetivos e subjetivos da infração penal, no momento da aplicação e da execução ” .

Art. 5º, XLVI, CF – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

1.2.8. Proibição de determinadas penas

Art. 5º, XLVII – não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

1.3. Princípios Constitucionais Implícitos:

1.3.1. Intervenção mínima (subsidiariedade):


significa que o direito penal não deve interferir em demasia na vida do indivíduo, retirando-
lhe autonomia e liberdade. Afinal, a lei penal não deve ser vista como a primeira opção (prima
ratio) do legislador para compor conflitos existentes em sociedade, os quais, pelo atual estágio
de desenvolvimento moral e ético da humanidade, sempre estarão presentes. Há outros ramos
do Direito preparados a solucionar as desavenças e lides surgidas na comunidade, compondo-
as sem maiores traumas. O direito penal é considerado a ultima ratio, isto é, a última cartada
do sistema legislativo, quando se entende que outra solução não pode haver senão a criação de
lei penal incriminadora, impondo sanção penal ao infrator. O Direito Penal só deve preocupar-
se com a proteção dos bens jurídicos mais importantes e necessários à vida em sociedade.

1 STJ – 6ª Turma – Rel. Min. Vicente Cernicchiaro, DJU de 7/6/1993, p. 11.276.

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Penal – Prof. Diogo Lopes

Ressaltando o caráter subsidiário do Direito Penal, Claus Roxin assevera: “a proteção de bens
jurídico não se realiza só mediante o Direito Penal, senão que nessa missão cooperam todo
o instrumental do ordenamento jurídico. O Direito Penal é, inclusive, a última dentre todas
as medidas protetoras que devem ser consideradas, quer dizer que somente se pode intervir
quando falhem outros meios de solução social do problema – como a ação civil, os regulamentos
de polícia, as sanções não penais, etc. Por isso se denomina a pena como a "ultima ratio da
2
política social" e se define sua missão como proteção subsidiária de bens jurídicos. ”

1.3.1.1 Da intervenção mínima decorrem outros princípios:

1.3.1.2. Princípio da lesividade ou ofensividade:


os princípios da intervenção mínima e da lesividade são como que duas faces de uma mesma
moeda. Se, de um lado, a intervenção mínima somente permite a interferência do Direito Penal
quando estivermos diante de ataques a bens jurídicos importantes, o princípio da lesividade
nos esclarecerá, limitando ainda mais o poder do legislador, quais são as condutas que poderão
ser incriminadas pela lei penal. Esse princípio impossibilita a atuação do Direito Penal caso um
bem jurídico relevante de terceira pessoa não esteja sendo efetivamente atacado.

1.3.1.2.1. Funções do princípio da lesividade:

1.3.1.2.1.1. Proibir a incriminação de uma atitude interna –


ninguém pode ser punido por aquilo que pensa o mesmo por seus sentimentos pessoais.

1.3.1.2.1.2. Proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do


próprio autor –
o Direito Penal também não poderá punir aquelas condutas que não sejam lesivas a bens de
terceiros, pois que não excedem ao âmbito do próprio autor, a exemplo do que ocorre com a
autolesão ou mesmo com tentativa de suicídio.

1.3.1.2.1.3. Proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais –


impedir que o agente seja punido por aquilo que ele é, e não pelo que fez. Busca-se, assim,
impedir que seja erigido um autêntico direito penal do autor.

1.3.1.2.1.4. Proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer


bem jurídico –
não se pode punir alguém pelo simples fato de não gostar de tomar banho regularmente, por
tatuar o próprio corpo ou por se entregar, desde que maior e capaz, práticas sexuais anormais.

2 ROXIN, Claus. Derecho penal. t. l, p. 65.

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1.3.1.3. Princípio da adequação social:
a teoria da adequação social, concebida por Hans Welzel, significa que apesar de uma conduta se
subsumir ao modelo legal não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida,
isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada. O princípio da
adequação social, na verdade, possui dupla função. Uma delas é a de restringir o âmbito de abrangência
do tipo penal, limitando a sua interpretação, e dele excluindo as condutas consideradas socialmente
adequadas e aceitas pela sociedade. A sua segunda função é dirigida ao legislador em duas vertentes.
A primeira delas orienta o legislador quando da seleção das condutas que deseja proibir ou impor,
com a finalidade de proteger os bens considerados mais importantes. A segunda vertente destina-se a
fazer com que o legislador repense os tipos penais e retire do ordenamento jurídico a proteção sobre
aqueles bens cujas condutas já se adaptaram perfeitamente à evolução da sociedade.

1.3.1.4. Fragmentariedade:
como corolário dos princípios da intervenção mínima, da lesividade e da adequação social
temos o princípio da fragmentariedade do Direito Penal, que significa que nem todas as lesões
a bens jurídicos protegidos devem ser tutelados e punidos pelo direito penal que, por sua vez,
constitui somente parcela do ordenamento jurídico. Fragmento é apenas a parte de um todo,
razão pela qual o direito penal deve ser visto, no campo dos atos ilícitos, como fragmentário, ou
seja, deve ocupar-se das condutas mais graves, verdadeiramente lesivas à vida em sociedade,
passíveis de causar distúrbios de monta à segurança pública e à liberdade individual.

1.3.1.5. Insignificância ou criminalidade de bagatela:

significa que o Direito Penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o
bem jurídico.
Obs.1: Funciona como causa de exclusão da tipicidade, desempenhando uma interpretação restri-
tiva do tipo penal. E, para o STF, são requisitos objetivos autorizadores desse princípio os seguintes:
a) Mínima ofensividade da conduta;
b) A ausência de periculosidade social da ação;
c) O reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e
d) A inexpressividade da lesão jurídica.

Obs.2: Exige-se também requisitos subjetivos. Na esteira da orientação do STJ: “há que se con-
jugar:
a) A importância do objeto material para a vítima, levando-se em consideração a sua condição
econômica;
b) O valor sentimental do bem;
c) Como também as circunstâncias e o resultado do crime.

Tudo de modo a determinar, subjetivamente, se houve relevante lesão”.

1.3.2. Culpabilidade:
�ossui três sentidos fundamentais:

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1.3.2.1. Culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime –


�mputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa;

1.3.2.2. Culpabilidade como princípio medidor da pena – art. 59, CP –


�omo circunstância judicial;

1.3.2.3. Culpabilidade como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva,


ou seja, o da responsabilidade penal sem culpa ou princípio da responsabilidade
penal subjetiva:
�mpõe a subjetividade da responsabilidade penal. Não cabe, em direito penal, uma responsa-
bilidade objetiva, derivada tão-só de uma associação causal entre a conduta e um resultado de
lesão ou perigo para um bem jurídico. É necessário assim a presença de dolo ou de culpa na
conduta do agente.

Obs.1: De acordo com o STJ, “o Direito Penal moderno é Direito Penal da culpa. Não se
prescinde do elemento subjetivo. Intolerável a responsabilidade pelo fato de outrem.
À sanção, medida político-jurídica de resposta ao delinquente, deve ajustar-se a con-
duta delituosa. Conduta é fenômeno ocorrente no plano de experiência. É fato. Fato
não se presume. Existe, ou não existe”.
Obs.2: É de todo inadmissível no direito penal moderno a responsabilidade objetiva.
O princípio da CULPABILIDADE veda a responsabilização com fundamento apenas no
nexo material, ou seja, em razão da conduta e do resultado.
Obs.3: Ao vedar toda forma de responsabilidade pessoal por fato de outrem, a Consti-
tuição expressou o princípio segundo o qual a aplicação da pena pressupõe a atribuibi-
lidade psicológica de um fato delitivo à vontade contrária ao dever do indivíduo.
Obs.4: A culpabilidade deve ser analisada sob três perspectivas, quais sejam, da res-
ponsabilidade pessoal, da responsabilidade subjetiva e da função de limitação e garan-
tia do cidadão ao poder punitivo estatal.

Obs.5: Resquícios da responsabilidade penal objetiva:


a) Rixa qualificada – art. 137, parágrafo único do CP;

Rixa
Art. 137 do CP – Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato
da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

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b) Punição das infrações penais praticadas em estado de embriaguez voluntária culposa,
decorrente da ação da teoria da actio libera in causa – art. 28, II do CP.

Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:


Embriaguez
II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.

1.3.3. Proporcionalidade:
�ignifica que as penas devem ser harmônicas com a gravidade da infração penal cometida, não
tendo cabimento o exagero, nem tampouco a extrema liberalidade na cominação das penas
nos tipos penais incriminadores.

1.3.4. Vedação da dupla punição pelo mesmo fato ou ne bis in idem:


�uer dizer que ninguém deve ser processado e punido duas vezes pela prática da mesma infração
penal. (Convenção Americana sobre Direitos Humanos – art. 8º, n. 4: O acusado absolvido por
sentença transitada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos).

NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Sujeitos do crime:
•• Sujeito ativo: vide concurso de pessoas.
•• Sujeito passivo: é a pessoa ou entidade que sofre os efeitos do delito (a vítima do crime).
•• Objeto jurídico ou objetividade jurídica: é o bem jurídico tutelado.
•• Objeto material: é a coisa sobre a qual recai a conduta delituosa.

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

1. Dos crimes contra a pessoa

O Título I da Parte Especial do Código Penal abrange os crimes contra a pessoa. Dentro deste
Título há a subdivisão em seis capítulos, que são:
I – dos crimes contra a vida,
II – lesões corporais,

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III – da periclitação da vida e da saúde,


IV – da rixa,
V – dos crimes contra a honra e
VI – crimes contra a liberdade individual.

1.1. DOS CRIMES CONTRA A VIDA


Obs.: os crimes contra a vida compreendem os artigos 121 até 128 do Código Penal. Tais crimes são
julgados pelo tribunal do júri. O único crime previsto no capítulo “dos crimes contra a vida” que não
é julgado pelo tribunal do júri é o homicídio culposo, pois os demais são dolosos contra a vida.

Obs.2: são garantias constitucionais do tribunal do júri as seguintes:

I – Plenitude de defesa;
II – Sigilo das votações;
III – Soberania dos vereditos; e
IV – Competência mínima para julgar os crimes dolosos contra a vida.

Homicídio simples
Art 121. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

a) Divisão topográfica do homicídio:

Art. 121, caput, CP – homicídio simples;


Art. 121, § 1º, CP – homicídio privilegiado;
Art. 121, § 2º, CP – homicídio qualificado;
Art. 121, § 3º, CP – homicídio culposo;
Art. 121, § 4º, CP – homicídio majorado;
Art. 121, § 5º, CP – perdão judicial;
Art. 121, § 6º, CP – homicídio por milícia privada e grupo de extermínio.

b) Sujeitos da infração:

Sujeito ativo – trata-se de crime comum, pois o delito de homicídio pode ser qualquer pessoa.
Sujeito passivo – qualquer pessoa.

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c) Objeto material:

É a pessoa contra a qual recai a conduta praticada pelo agente.


d) Objeto jurídico:

É a vida e, num sentido mais amplo, a pessoa. A vida humana, direito fundamental assegurado
pelo art. 5º, caput, da Constituição Federal. É irrelevante a viabilidade do ser nascente, bastan-
do o nascimento com vida.
e) Exame de corpo de delito:

Por ser um crime que deixa vestígios, é necessária a realização do exame de corpo de delito
direto ou indireto, conforme determina os arts. 158 e 167 do CPP.
f) Elemento subjetivo:

É o dolo – a vontade livre e consciente de matar alguém. O agente atua com o chamado animus
necandi, ou seja, é dirigida finalisticamente a causar a morte de um homem. O dolo pode ser
direto, de primeiro ou segundo grau, bem como eventual.
g) Modalidade comissiva e omissiva:

Trata-se de crime comissivo. Pode ocorrer na forma comissiva por omissão quando o agente
possuir a posição de garantidor.

h) Meios de execução:

O homicídio é crime de ação livre, ou seja, aquele que admite inúmeros meios de execução.
Podem ser diretos, como o disparo de uma arma, indiretos, como o ataque de um cão instigado
pelo dono, materiais, como o uso de veneno ou morais, como um susto.
Se houver intenção de matar, a prática de relação sexual forçada e dirigida à transmissão do
vírus da AIDS caracteriza o crime de homicídio tentado ou consumado. O vírus da AIDS, dessa
forma, quando inoculado importa em doença letal e ainda incurável. O entendimento majo-
ritário nesse caso é de que o agente deve responder por tentativa de homicídio ou homicídio
consumado, conforme o resultado atingido.
Jurisprudência: “Moléstia grave. Transmissão. HIV. Crime doloso contra a vida versus o de transmitir
doença grave. Descabe, ante previsão expressa quanto ao tipo penal, partir-se para o enquadra-
mento de ato relativo à transmissão de doença grave como a configurar crime doloso contra a vida”
(STF: HC 98.712/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 1.ª Turma, j. 05.10.2010, noticiado no Informativo 603).
i) Consumação e tentativa:

A consumação ocorre com o resultado morte. Admite-se a tentativa na modalidade dolosa,


pois a tentativa é composta pelos seguintes elementos:

•• Início da execução;
•• Não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente; e
•• Dolo de consumação.

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j) Homicídio privilegiado:

Caso de diminuição de pena (homicídio privilegiado)


§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Obs.1: A natureza jurídica do homicídio privilegiado é caso de diminuição de pena. Crime pri-
vilegiado é aquele no qual o legislador diminui, em abstrato, os limites mínimo e máximo da
pena. Traz o Código Penal em seu art. 121, §1º, que o juiz partirá da pena de homicídio simples,
diminuída de um sexto a um terço. Por ser uma causa especial de diminuição de pena e, sendo
direito subjetivo do agente, caso ele se enquadre nas hipóteses previstas, o juiz é obrigado a
aplicar a redução de um sexto a um terço da pena.
Obs.2: Destarte, é obrigatória a redução da pena pelo juiz quando do reconhecimento pelo
conselho de sentença da prática de um homicídio privilegiado, tendo em vista tratar-se de uma
causa especial de redução de pena.
Obs.3: Uma das circunstâncias do homicídio privilegiado é estar o agente sob violenta emoção,
logo em seguida à injusta provocação da vítima. Esta emoção deve ser absorvente, plena, fa-
zendo com que o agente perca sua capacidade de autocontrole, ou seja, dominado pela violen-
ta emoção e não sob influência. E a expressão logo em seguida aponta um elemento temporal,
devendo ser quase que imediatamente após injusta agressão.

k) Homicídio qualificado:

Homicídio qualificado
§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II – por motivo fútil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,
ou de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossível a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Obs.1: são circunstâncias subjetivas as constantes dos incisos I, II e V, pois se referem ao agen-
te, ou seja, são de caráter pessoal (motivação).
Obs.2: são circunstâncias objetivas as constantes dos incisos III e IV, pois se referem, respectiva-
mente, ao meio e ao modo de praticar o homicídio.

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Motivo torpe – O motivo torpe, que qualifica o homicídio, é aquele motivo abjeto, indigno,
desprezível, que provoca acentuada repulsa.
Entendimento dos Tribunais Superiores, o ciúme, por si só, sem outras circunstâncias, não ca-
racteriza o motivo torpe. Este é caracterizado pelo homicídio praticado por um sentimento vil,
repugnante, que ofende a moralidade média ou sentimento ético social comum. O ciúme, em-
bora muitas vezes excessivo e doentio ao ponto de afetar o equilíbrio emocional do agente,
ainda assim, não pode ser enquadrado no conceito de torpeza.
O homicídio qualificado mediante paga ou promessa de recompensa é um crime bilateral. Cri-
me bilateral é aquele que, por sua própria natureza, exige o encontro de dois agentes, sem o
qual o mesmo não seria possível. No homicídio praticado mediante paga ou promessa de re-
compensa, também conhecido como mercenário, há a figura do mandante e a do executor.
Motivo fútil – Fútil é o motivo insignificante, que faz com que o comportamento do agente seja
desproporcional. A futilidade para qualificar o homicídio deve ser apreciada objetivamente, ou
seja, não pode ser examinada subjetivamente (pela opinião do sujeito ativo).
Meio insidioso – é o meio utilizado pelo agente sem a vítima dele tome conhecimento.
Meio cruel – é aquele que causa em sofrimento excessivo, desnecessário à vítima enquanto
viva, obviamente, pois a crueldade praticada após a sua morte não qualifica o delito.
Meio que resulte perigo comum – é aquele que abrange um número indeterminado de pessoas.
Traição – é a ação que colhe a vítima por trás, desprevenida, sem ter esta qualquer visualização
do ataque.
Emboscada – o agente se coloca escondido, de tocaia, aguardando a vítima passar, para que o
ataque tenha sucesso.
Dissimulação – tem o significado de ocultar a intenção homicida, fazendo-se passar por amigo,
conselheiro, enfim, dando falsas mostras de amizade, a fim de facilitar o cometimento do delito.
Conexão teleológica – quando se leva em consideração o fim em virtude do qual é praticado o
homicídio. Exemplo: assegurar a execução de outro crime.
Conexão consequencial – o homicídio é cometido para assegurar a ocultação, impunidade ou
vantagem de outro crime. Na teleológica, o homicídio ocorre antes do crime conexo, enquanto
na consequencial, o homicídio ocorre depois do crime conexo.
Feminicídio – ocorre quando o agente mata mulher por razões de sua condição de sexo femini-
no, que se verifica quando o homicídio envolve:
Violência doméstica e familiar; ou
Menosprezo ou discriminação à sua condição de mulher.
Cabe ressaltar de que a lei trouxe causas de aumento de pena específicas para o feminicídio:
Vítima gestante ou nos três meses após o parto;
Vítima menor de 14 anos de idade;
Vítima maior de 60 anos de idade;

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Vítima com deficiência; ou


Se o crime é praticado na presença dos ascendente ou descendentes da vítima.
Homicídio funcional – ocorre quando o homicídio é praticado contra agente ou autoridades
integrantes dos seguintes órgãos:

Art. 142 da CF;


Art. 144 da CF;
Sistema Penitenciário;
Força Nacional de Segurança Pública.
Obs.: o homicídio deve ocorrer no exercício da função ou em razão.
Obs.: ainda em razão da função, estão protegidos:
O cônjuge ou companheiro;
O parentes consanguíneos até o 3º grau.

Obs.3: a premeditação não é considerada qualificadora do crime de homicídio, mas pode ser
analisada na fixação da pena base ao se analisar as circunstâncias judiciais previstas no art. 59
do CP. Sendo assim, a premeditação, apesar de não ser considerada qualificadora do delito de
homicídio, pode ser levada em consideração para agravar a pena, funcionando como circuns-
tância judicial.
Obs.4: É entendimento pacífico nos Tribunais Superiores que não existe impedimento na apli-
cação das qualificadoras de homicídio no caso de ter ocorrido dolo eventual. A justificativa é
que a valoração dos motivos é feita objetivamente da mesma forma que os meios e os modos.
Portanto, motivos, meios e modos estão cobertos também pelo dolo eventual.
Obs.5: há a possibilidade de o homicídio ser ao mesmo tempo qualificado e privilegiado, quan-
do as circunstâncias qualificadoras forem de natureza objetivas, pois o privilégio sempre será
subjetivo.
Ex.: no caso da possibilidade da coexistência entre o homicídio praticado por motivo de rele-
vante valor moral e o homicídio praticado com emprego de veneno.
Obs.5: embora haja a possibilidade de coexistência entre um homicídio qualificado-privilegia-
do, ele não poderá ser considerado hediondo.
l) Homicídio culposo

Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena – detenção, de um a três anos.

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Obs.1: trata-se de tipo penal aberto, pois cabe ao juiz decidir, no caso concreto, se o comporta-
mento é imprudente, negligente ou imperito.

Obs.2: O sujeito realiza uma conduta voluntária, com violação do dever objetivo de cuidado
a todos imposto, por imprudência, negligência ou imperícia, e assim produz um resultado na-
turalístico (morte) involuntário, não previsto nem querido, mas objetivamente previsível, que
podia com a devida atenção ter evitado. A imprudência (culpa positiva) consiste na prática de
um ato perigoso. Negligência (culpa negativa) é deixar de fazer aquilo que a cautela recomen-
da. A imperícia (culpa profissional) é a falta de aptidão para o exercício de arte, profissão ou
ofício para a qual o agente, em que pese autorizado a exercê-la, não possui conhecimentos
teóricos ou práticos para tanto. O crime culposo (ressalvada a culpa imprópria) é incompatível
com a tentativa. O homicídio culposo praticado na direção de veículo automotor é delito defini-
do pelo art. 302 da Lei 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro (princípio da especialidade).

Obs.3: são elementos do fato típico culposo:

•• Conduta humana voluntária;


•• Inobservância do dever objetivo de cuidado por
•• Imprudência;
•• Negligência; e
•• Imperícia.
•• Resultado naturalístico involuntário;

•• Nexo causal entre o comportamento que viola o dever de cuidado e o resultado.


•• Previsibilidade objetiva;
•• Ausência de previsão; e
•• Tipicidade.

m) Causas de aumento de pena

Aumento de pena
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato,
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada
de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou
maior de 60 (sessenta) anos.

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Obs.: no caso de homicídio culposo, a pena será aumentada de um terço se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima. A intenção do legislador é fazer com que a vítima não fi-
que desamparada após ter sua integridade física lesionada. Não cabe a simples imaginação do
agente quanto à morte da vítima para afastar a majorante. Assim, se o autor do crime imagina
que a vítima já está morta e por isso não lhe presta socorro, responde pela causa de aumento
de pena decorrente da omissão de socorro.

§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por
milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de
extermínio.

Cabe ressaltar que, se o homicídio doloso for praticado por grupo de extermínio, além de inci-
dir o aumento de pena, esta circunstância torna o homicídio simples crime hediondo, mesmo
que praticado por um só agente.

Ressalta-se também que a milícia privada tem o pretexto de prestação de serviço de segurança.

§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com
deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
III – na presença de descendente ou de ascendente da vítima.

Notem que essas qualificadoras aplicam-se apenas ao feminicídio, mas há duas circunstâncias que
estão previstas no § 4º com aumento de pena de 1/3, enquanto para o feminicídio, de 1/3 até 1/2.

Observe também que a circunstância prevista no inciso III se dá na PRESENÇA e não é CONTRA
ascendente ou descendente.

n) Perdão judicial

Perdão judicial
§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção
penal se torne desnecessária.

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Obs.: a natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial, no homicídio culposo, se-
gundo orientação sumulada do Superior Tribunal de Justiça, é declaratória, não subsistindo
efeitos secundários.

Homicídio por milícia privada ou grupo de extermínio


§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por
milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de
extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)

o) Participação no suicídio

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio


Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a
três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.

Sujeitos da infração penal: trata-se de crime comum, pois o sujeito ativo pode ser qualquer
pessoa. O sujeito passivo também pode ser qualquer pessoa, desde que tenha capacidade de
discernimento, de autodeterminação, pois, caso contrário, o crime será o de homicídio.
Objeto material e jurídico: o bem juridicamente tutelado é a vida. Já o objeto material é a pes-
soa contra a qual recai a conduta do agente.
Elemento subjetivo: é o dolo, seja direto ou eventual, não havendo modalidade culposa.
Roleta-russa e duelo americano: Aos sobreviventes será imputado o crime de participação em
suicídio. Se um dos envolvidos, que não sabia se a arma de fogo estava ou não apta a efetuar o
disparo, aciona seu gatilho, apontando-a na direção de outrem, provocando sua morte, o crime
será de homicídio com dolo eventual.
Comissão e omissão: as condutas são comissivas, mas o agente, se tiver a posição de garanti-
dor, poderá responder na modalidade de omissão imprópria.
Meios de execução: se o agente, de qualquer forma, pratica algum ato dirigido a causar a morte
da vítima, deverá ser responsabilizado pelo homicídio e não pelo delito do art. 122 do CP.
Consumação e tentativa: o crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio é um crime
material, e consuma-se com o resultado morte ou lesão corporal grave. Apesar de haver diver-
gência doutrinária, não é possível a tentativa por se trata de crime condicionado (só ocorrerá
a consumação se houver morte ou lesão grave), pois, se não houver qualquer um desses re-
sultados, o agente não responderá por nada.

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Pacto de morte: No pacto de morte ou suicídio a dois podem ocorrer as seguintes situações: a)
se o sobrevivente praticou atos de execução da morte do outro, a ele será imputado o crime de
homicídio; b) se o sobrevivente somente auxiliou o outro a suicidar-se, responderá pelo crime
de participação em suicídio; c) se ambos praticaram atos de execução, um contra o outro, e am-
bos sobreviveram, responderão os dois por tentativa de homicídio; d) se ambos se auxiliaram
mutuamente e ambos sobreviveram, a eles será atribuído o crime de participação em suicídio,
desde que resultem lesões corporais de natureza grave; e) se um deles praticou atos de execu-
ção da morte de ambos, mas ambos sobreviveram, aquele responderá por tentativa de homi-
cídio, e este por participação em suicídio, desde que o executor, em razão da tentativa, sofra
lesão corporal de natureza grave.

Parágrafo único. A pena é duplicada:


Aumento de pena
I – se o crime é praticado por motivo egoístico;
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resis-
tência.

Obs.1: O parágrafo único enuncia as hipóteses de aumento de pena, dentre as quais o motivo
egoístico, aquele torpe, mesquinho, no qual o agente quer alcançar algum proveito, e.g., rece-
ber herança, adquirir vaga em concurso público.
Obs.2: O caso de aumento de pena do crime de induzimento se dá quando a vítima tiver di-
minuída sua capacidade da resistência. Se a vítima apresentar a capacidade de discernimento
suprimida pelos problemas mentais, não ensejará o crime do art. 122 e sim homicídio, consu-
mado ou tentado, na condição de autoria mediata.
Obs.3: se a vítima for menor de 14 anos, o agente também responderá por homicídio na condi-
ção de autor mediato.
p) Infanticídio

Infanticídio
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto
ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

O infanticídio é uma forma privilegiada de homicídio em que o legislador previu uma pena me-
nor pelo fato de ser praticado pela mãe contra seu filho, nascente ou recém-nascido, durante
o parto ou logo após, influenciada pelo estado puerperal. Possui iguais elementares do crime
de homicídio, mas também elementos especializantes atinentes aos sujeitos, ao tempo e à mo-
tivação do crime. Não se exige qualquer finalidade especial para favorecer a mãe com a figura

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típica privilegiada, bastando esteja ela influenciada pelo estado puerperal. É preciso identificar
o momento em que o feto passa a ser considerado nascente, a fim de diferenciar o infanticí-
dio durante o parto do crime de aborto. Assim, o parto tem início com a dilatação, seguida da
expulsão e terminando com a expulsão da placenta. A morte do ofendido, em qualquer dessas
fases, tipifica o crime de infanticídio.
Obs.1: O infanticídio é um homicídio cometido pela mãe contra seu filho, nascente ou neonato.
É um crime próprio, ou seja, só pode ser cometido pela genitora que se encontra sob a influên-
cia do estado puerperal. O legislador optou por eleger este tipo de homicídio a um delito autô-
nomo, com peculiaridades próprias, não incidindo assim a agravante prevista na parte geral do
CP, que é matar descendente.

Obs.2: são requisitos do crime de infanticídio:

•• Que o delito seja cometido sob influência do estado puerperal;


•• Que tenha como objeto o próprio filho da parturiente;
•• Que seja cometido durante o parto ou, pelo menos, logo após.

Estado puerperal é o conjunto de alterações físicas e psíquicas que acometem a mulher em


decorrência das circunstâncias relacionadas ao parto e que afetam sua saúde mental. Não é
imprescindível a perícia para sua constatação (é efeito normal e inerente ao parto – presunção
iuris tantum). Exige-se relação de causalidade subjetiva entre a morte do nascente ou recém-
-nascido e o estado puerperal, pois a conduta deve ser criminosa sob sua influência. Não se
confunde com a inimputabilidade penal ou com a semi-imputabilidade – ainda que em estado
puerperal, a mulher é imputável.

A expressão “logo após o parto” será interpretada no caso concreto. Enquanto subsistirem os
sinais indicativos do estado puerperal, bem como sua influência no tocante ao modo de agir da
mulher, será possível a concretização do delito.

Se a mãe, sob a influência do estado puerperal, praticar alguma conduta visando a morte o
filho, nascente ou recém-nascido, acometido de anencefalia, estará caracterizado crime impos-
sível, em razão da impropriedade absoluta do objeto material, nos termos do art. 17 do Código
Penal. Com efeito, não há vida apta a justificar a intervenção penal, em sintonia com a decisão
lançada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADPF – Arguição de Descumprimento
de Preceito Fundamental nº 54/DF.

Obs.3: erro sobre a pessoa – na hipótese, e.g., em que a parturiente almejava causar a morte
de seu próprio filho e, por erro, acaba matando o filho de sua colega de quarto, aplica-se a re-
gra correspondente ao erro sobre a pessoa, devendo ser responsabilizada por infanticídio.

Obs.4: concurso de pessoas – quando parturiente causa a morte do recém-nascido com a parti-
cipação de terceiro que, por exemplo, a auxiliar materialmente, fornecendo-lhe o instrumento
do crime, ou orientando-a a como utilizá-lo, ambos, da mesma forma, responderão pelo infan-
ticídio, já que a parturiente atuava influenciada pelo estado puerperal e o terceiro que a auxi-
liou conhecia essa particular condição, concorrendo, portanto, para o sucesso do infanticídio.

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q) Aborto criminoso

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento


Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena – detenção, de um a três anos.
Aborto provocado por terceiro
Art. 125. Provocar aborto, SEM o consentimento da gestante:
Pena – relusão, de três a dez anos.
Art. 126. Provocar aborto COM o consentimento da gestante:
Pena – reclusão, de um a quatro anos.

Aborto ou abortamento é a interrupção da gravidez, da qual resulta a morte do produto da con-


cepção. É com a fecundação que se inicia a gravidez – a partir de então já existe uma nova vida em
desenvolvimento, merecedora da tutela do Direito Penal. Há aborto qualquer que seja o momen-
to da evolução fetal – a proteção penal ocorre desde a constituição do ovo ou zigoto até a fase em
que se inicia o processo de parto, pois a partir de então o crime será de homicídio ou infanticídio.
Obs.: no delito de aborto, quando a gestante recebe auxílio de terceiros, o terceiro que executa
o aborto responde pelo crime de aborto consensual, art. 126 do CP, e a gestante responderá
pelo crime de aborto consentido, art. 124, segunda parte. Nesse caso, de forma excepcional, o
Código Penal adota a teoria pluralista do concurso de pessoas, no qual existem dois tipos pe-
nais diversos para agentes que procuram o mesmo resultado.
Obs.2: O crime está tipificado no art. 125 do Código Penal, prática de aborto sem o consentimen-
to da gestante, não importando a causa da gravidez nem se foi realizado por médico. É um crime
de elevado potencial ofensivo, pois possui dupla subjetividade passiva, a gestante e o feto.
Obs.3: O crime de aborto, arts. 124 a 128 do CP, não possui previsão para a modalidade culposa.
A gestante que, por culpa, provocar o aborto em si mesma, não responderá por nada.
Parágrafo único. (qualificadora do art. 126 do CP – aborto provocado com o consentimento da
gestante) Aplica-se a apena do artigo anterior (reclusão, de três a dez anos), se a gestante:

a) não é maior de quatorze anos, ou


b) é alienada ou débil mental, ou
c) se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.

Forma qualificada (na verdade, trata-se de causa de aumento de pena)


Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores (art. 125 e 126 do CP) são aumentadas
de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a ges-
tante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas,
lhe sobrevém a morte.

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Obs.4: as hipóteses elencadas caracterizam causas de aumento de pena e são aplicáveis ao
aborto praticado por terceiro, sem ou com o consentimento da gestante (arts. 125 e 126), por
expressa disposição legal. São hipóteses de crimes qualificados pelo resultado, de natureza pre-
terdolosa (aborto doloso e lesão corporal ou morte culposos). Aplica-se o art. 19 do Código
Penal: “Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver
causado ao menos culposamente”. Se em consequência do aborto ou dos meios empregados
para provocá-lo a gestante sofre lesão corporal de natureza leve, o terceiro responde somente
pelo aborto simples, sem ou com o seu consentimento, restando absorvida a lesão corporal.
Se, no entanto, o terceiro tinha dolo (direto ou eventual) no tocante a ambos os crimes, res-
ponde por aborto e por lesão corporal de natureza grave ou homicídio, em concurso (material
ou formal imperfeito). Aquele que mata dolosamente uma mulher, ciente da sua gravidez, e as-
sim provoca a morte do feto, responde por homicídio doloso e também por aborto, ainda que
ausente a intenção de provocar a morte do feto (quando se mata uma mulher grávida há pelo
menos dolo eventual quanto ao aborto). Se o terceiro ignorava a gravidez será responsabilizado
por homicídio doloso, sob risco de caracterização da responsabilidade penal objetiva. Incide o
aumento quando o aborto não se consuma, mas a gestante sofre lesão corporal de natureza
grave ou morre. É imprescindível a prova da gravidez.

r) Aborto legal

Aborto Legal
Art. 128 – Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da ges-
tante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

Obs.1: No Brasil só há duas espécies de abortamento legal: o aborto necessário ou terapêutico


ou ainda profilático, que é aquele feito para salvar a vida da gestante e o aborto humanitário,
sentimental ou ético, realizado na hipótese de estupro.

Obs.2: Em consonância com o preceito legal, art. 128, II, do Código Penal, o aborto legal, co-
nhecido como aborto humanitário ou sentimental, é uma regra permissiva. Não se exige au-
torização judicial para o feito, bastando o consentimento da gestante e que seja praticado por
médico.

Obs.3: O aborto eugênico ou eugenésico, feito para impedir a continuação da gravidez de fetos
ou embriões com graves deformidades físicas ou psíquicas, não é permitido no ordenamento
jurídico vigente, constituindo crime.

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Obs.4: Aborto de anencéfalo – Após dois dias de debate, o Supremo Tribunal Federal
(STF) decidiu na quinta-feira (12 de abril de 2012) que grávidas de fetos sem cérebro
poderão optar por interromper a gestação com assistência médica. Por 8 votos a 2, os
ministros definiram que o aborto em caso de anencefalia não é crime.
“Aborto é crime contra a vida. Tutela-se a vida em potencial. No caso do anencéfalo,
não existe vida possível. O feto anencéfalo é biologicamente vivo, por ser formado por
células vivas, e juridicamente morto, não gozando de proteção estatal. [...] O anencéfalo
jamais se tornará uma pessoa. Em síntese, não se cuida de vida em potencial, mas de
morte segura. Anencefalia é incompatível com a vida”, afirmou o relator da ação, minis-
tro Marco Aurélio Mello.
“[O aborto do feto anencéfalo] é um direito que tem a mulher de interromper uma
gravidez que trai até mesmo a ideia-força que exprime a locução ‘dar à luz’. Dar à luz é
dar à vida e não dar à morte. É como se fosse uma gravidez que impedisse o rio de ser
corrente”, afirmou o ministro Ayres Britto.
Celso de Melo destacou que a gravidez de anencéfalo "não pode ser taxada de aborto".
"O crime de aborto pressupõe gravidez em curso e que o feto esteja vivo. E mais, a morte
do feto vivo tem que ser resultado direto e imediato das manobras abortivas. [...] A inter-
rupção da gravidez em decorrência da anencefalia não satisfaz esses elementos."

DAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal é a ofensa humana direcionada à integridade corporal ou à saúde de outra pes-
soa. Depende da produção de algum dano no corpo da vítima, interno ou externo, englobando
qualquer alteração prejudicial à sua saúde, inclusive problemas psíquicos. É prescindível a pro-
dução de dores ou a irradiação de sangue do organismo do ofendido. A dor, por si só, não carac-
teriza lesão corporal. O crime pode ser cometido com emprego de grave ameaça ou mediante
ato sexual consentido. Não é necessário seja a vítima portadora de saúde perfeita. São exem-
plos de ofensa à integridade física as fraturas, fissuras, escoriações, queimaduras e luxações, a
equimose e o hematoma.
Os eritemas não ingressam no conceito do delito. O corte de cabelo ou da barba sem autoriza-
ção da vítima pode configurar, dependendo da motivação do agente, lesão corporal ou injúria
real, se presente a intenção de humilhar a vítima. A pluralidade de lesões contra a mesma víti-
ma e no mesmo contexto temporal caracteriza crime único.
A ofensa à saúde, por seu turno, compreende as perturbações fisiológicas (desarranjo no funciona-
mento de algum órgão do corpo humano) ou mentais (alteração prejudicial da atividade cerebral).

a) Divisão topográfica:

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Art. 129, caput, CP – lesões corporais de natureza leve;
Art. 129, §1º, CP – lesões corporais de natureza grave;
Art. 129, §2º, CP – lesões corporais de natureza gravíssima;
Art. 129, §3º, CP – lesões corporais seguida de morte;
Art. 129, §4º, CP – causa de diminuição de pena;
Art. 129, §5º, CP – substituição da pena;
Art. 129, §6º, CP – lesões corporais culposas;
Art. 129, §7º, CP – causa de aumento de pena;
Art. 129, §8º, CP – perdão judicial;
Art. 129, §9º, CP – violência doméstica;
Art. 129, §§10 e 11, CP – causas de aumento de pena da violência doméstica.

b) Sujeitos:

Sujeito ativo – trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa.

Sujeito passivo – qualquer pessoa, mas no caso das lesões com resultado aceleração de parto
e aborto art. 129, §§1º, IV, e 2º, V, do CP, o sujeito passivo só pode ser a gestante e, no caso da
violência doméstica, as pessoas referidas no art. 129, §9º, do CP.

c) Objetividade jurídica:

É a integridade corporal e a saúde do ser humano.

d) Objeto material:

É a pessoa humana, mesmo que com vida intrauterina, sobre a qual recai a conduta do agente
no sentido de lhe ofender a integridade corporal ou a saúde.

e) Elemento subjetivo:

O elemento subjetivo do caput, ou seja, da lesão leve é o dolo, que pode ser direto ou eventual.
A expressão latina usada para se referir ao dolo de lesão é animus laedendi.

f) Ação Penal: Na lesão corporal dolosa de natureza leve e na lesão corporal culposa a ação pe-
nal pública é condicionada à representação do ofendido (Lei 9.099/1995, art. 88). As demais
espécies de lesões corporais dolosas são crimes de ação penal pública incondicionada.

g) Consumação e tentativa:

Consuma-se o delito com a efetiva produção da ofensa à integridade corporal ou à saúde da


vítima, incluindo-se, também, os resultados qualificadores.

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É possível a tentativa para o caso de lesões leves. Já nos casos qualificados pelo resultado cul-
poso (preterdolosos), tais como perigo de vida, aceleração de parto, aborto e morte, não se
admite a tentativa.

Lesão corporal (de natureza leve)


Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal leve ou simples (art. 129, caput): toda e qualquer lesão corporal dolosa que não
seja grave, gravíssima ou praticada com violência doméstica e familiar contra a mulher. A prova
da materialidade é feita com o exame de corpo de delito. Para o oferecimento da denúncia é
suficiente o boletim médico ou prova equivalente (art. 77, § 1º, Lei 9.099/1995). Para a conde-
nação exige-se a perícia, sob pena de nulidade (CPP, art. 564, III, b). Se os vestígios houverem
desaparecido será aceito o exame de corpo de delito indireto (CPP, art. 167).

Obs.1: por ter pena máxima cominada de 1 ano, consiste em infração de menor potencial ofen-
sivo e, por ter a pena mínima de 3 meses, admite-se a suspensão condicional do processo.

Obs.2: de acordo com o artigo 89 da Lei 9.099/95, a lesão leve e a lesão culposa processam-se
mediante ação penal pública condicionada à representação.

Obs.3: Lesão corporal e consentimento do ofendido: Nas lesões corporais dolosas de natureza
leve o consentimento do ofendido caracterizará causa supralegal de exclusão da ilicitude, des-
de que seja: (a) expresso, pouco importando sua forma; (b) livre de coação, mediante violência
à pessoa ou grave ameaça; (c) moral e respeite os bons costumes; (d) anterior à consumação da
infração penal; e (e) manifestado por pessoa capaz. É irrelevante o consentimento do ofendido
nos crimes de lesão corporal grave, gravíssima e seguida de morte, em face da indisponibilida-
de do bem jurídico protegido.

Obs.4: Lesões corporais e cirurgias emergenciais: Não há crime nas situações em que o médico
atua sem o consentimento do operado ou de seus representantes legais nas cirurgias de emer-
gência, dotadas de risco concreto de morte do paciente, pois se encontra amparado pelo esta-
do de necessidade de terceiro. Ausente a situação de emergência, deverá haver prévia anuên-
cia para afastar o crime pelo exercício regular do direito.

Obs.5: Cirurgia de mudança de sexo: Não há crime por ausência do dolo de lesionar a integri-
dade corporal ou a saúde do paciente. O médico que a realiza não pratica crime por estar aco-
bertado pela excludente da ilicitude do exercício regular de direito (Portaria do Ministério da
Saúde 1.707, de 19.08.2008).

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Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta (lesão corporal de natureza grave):
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV – aceleração de parto:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.

Obs.1: Na lesão corporal grave, da qual resulte incapacidade para as ocupações habituais por
mais de trinta dias, é necessário, primeiramente, a realização do exame de corpo de delito no
qual o médico perito faz um diagnóstico. Decorridos 30 dias, é realizado um exame comple-
mentar, a fim de que se verifique a qualificadora prevista no art. 129, §1°, I.

Obs.2: por ter a pena mínima cominada de 1 ano, admite-se suspensão condicional do processo.

Lesão corporal de natureza gravíssima


§ 2º Se resulta (lesão corporal de natureza gravíssima):
I – Incapacidade permanente para o trabalho;
II – enfermidade incurável;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV – deformidade permanente;
V – aborto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Lesão corporal seguida de morte (trata-se de crime preterdolosos)


§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado,
nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Cabe salientar que, nas lesões dolosas, a penas pode ser aumentada de 1/3 a 1/2, nos termos
do parágrafo abaixo:

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§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Cons-
tituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente con-
sanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.

Diminuição de pena
§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima,
o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Substituição da pena

§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela
de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II – se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa

§ 6º Se a lesão é culposa:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Obs.: na lesão corporal culposa, independente da lesão sofrida, não há classificação em leve,
grave ou gravíssima.

Lesão corporal culposa (art. 129, § 6º): É a conduta típica descrita pelo caput, quando praticada
mediante culpa. Trata-se de tipo penal aberto, devendo o intérprete utilizar um juízo de valor
para, com base no critério do homem médio, constatar se quando da conduta, cometida com
imprudência, negligência ou imperícia, era possível ao agente prever objetivamente a produ-
ção do resultado naturalístico. A modalidade de culpa deve ser motivadamente descrita na ini-
cial acusatória, sob pena de inépcia. Não há distinção com base na gravidade dos ferimentos. A
gravidade da lesão, por se tratar de circunstância judicial desfavorável, deve ser sopesada pelo
juiz na dosimetria da pena-base (CP, art. 59, caput). Trata-se de infração penal de menor poten-
cial ofensivo, compatível com os benefícios contidos na Lei 9.099/1995.

Se cometida na direção de veículo automotor, estará tipificado o crime previsto no art. 303 da Lei
9.503/1997 – CTB. Resolve-se o conflito aparente de normas pelo princípio da especialidade.

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Aumento de pena
§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º
e 6º do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)

Obs.1: no caso de lesões culposas:

•• se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou


•• se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima,
•• não procura diminuir as consequências do seu ato, ou
•• foge para evitar prisão em flagrante.

Obs.2: no caso de lesões dolosas:

•• se a vítima é menor de 14 anos;


•• se a vítima é maior de 60 anos;
•• se o crime é praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segu-
rança, ou
•• se é praticado por grupo de extermínio.

Perdão judicial
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.

Obs: O perdão judicial para a lesão corporal culposa veio previsto de maneira idêntica ao delito
de homicídio culposo. Assim, se as consequências da lesão atingirem o próprio agente de for-
ma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária, o juiz poderá deixar de aplicar a pena.

Violência Doméstica
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

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Lesão corporal e violência doméstica (art. 129, § 9º): Trata-se de forma qualificada de lesão
corporal que leva em conta o contexto em que é praticada. A pena prevista ao caso, em razão
da sua quantidade, somente deve ser aplicada na hipótese de lesão corporal leve. Se a lesão
corporal for grave, gravíssima ou seguida de morte, aplicar-se-á o art. 129 do CP. Pode ser prati-
cada: a) contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro: o parentesco pode
ser civil ou natural (o art. 227, § 6º, da CF proíbe qualquer discriminação entre os filhos havidos
ou não do casamento). Não ingressam as relações decorrentes do parentesco por afinidade.
Exige-se prova documental da relação de parentesco ou do vínculo matrimonial. A união está-
vel pode ser comprovada por testemunhas ou outros meios de prova que não exclusivamente
os documentos; b) com quem conviva ou tenha convivido: tais expressões devem ser interpre-
tadas restritivamente. Quanto ao trecho “tenha convivido”, exige-se tenha sido a lesão corpo-
ral praticada em decorrência da convivência passada entre o autor e a vítima. c) prevalecendo-se
o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Relações domésticas são as
criadas entre os membros de uma família, podendo ou não existir ligações de parentesco. Coabita-
ção é a moradia sob o mesmo teto, ainda que por breve período – deve ser lícita e conhecida dos
coabitantes. Hospitalidade é a recepção eventual, durante a estadia provisória na residência de al-
guém, sem necessidade de pernoite. Em todos os casos, a relação doméstica, a coabitação ou a hos-
pitalidade devem existir ao tempo do crime, pouco importando tenha sido o delito praticado fora do
âmbito da relação doméstica, ou do local que ensejou a coabitação ou a hospitalidade.

Aumento de pena da violência doméstica


§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as
indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
§ 11. Na hipótese do § 9 deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime
for cometido contra pessoa portadora de deficiência.

A pena da lesão corporal leve cometida com violência doméstica será aumentada de 1/3 (um
terço) quando a vítima for pessoa portadora de deficiência. Esse dispositivo foi acrescentado
pela Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). Deve tratar-se de pessoa portadora de deficiência e
ligada ao autor do crime pelos laços de violência doméstica indicados pelo § 9º do art. 129 do
CP. Pessoa portadora de deficiência é aquela que, em consequência de alguma enfermidade,
permanente ou transitória, enfrenta debilidade em sua capacidade física ou mental.

DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

O Código Penal trata nesse capítulo, que compreende os arts. 130 a 136, dos crimes de peri-
go. Contrariamente ao que fez nos artigos anteriores (arts. 121 a 129 – crimes de dano), não
se exige para a consumação do delito a efetiva lesão ao bem jurídico penalmente tutelado.
Prescinde-se do dano. É suficiente a exposição do bem jurídico a uma probabilidade de dano.
Essa bipartição dos crimes – de dano e de perigo – relaciona-se com o grau de intensidade do
resultado almejado pelo agente como consequência da conduta. Com efeito, crimes de dano
ou de lesão são aqueles em que somente se produz a consumação com a efetiva lesão do bem
jurídico. São exemplos o homicídio e as lesões corporais (CP, arts. 121 e 129, respectivamente).

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Perigo de contágio venéreo
Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a con-
tágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º Somente se procede mediante representação.

O art. 130 do CP prevê duas espécies de crime de perigo de contágio venéreo, diferenciadas
pelo elemento subjetivo: no caput encontra-se a modalidade fundamental ou crime simples.
Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo. No § 1º encontra-se a figura derivada
ou crime qualificado (crime de médio potencial ofensivo, pois autoriza a suspensão condicional
do processo, desde que presentes os demais requisitos exigidos pelo art. 89 da Lei 9.099/1995).
No caput, o crime se consuma com a prática da relação sexual ou do ato libidinoso. A contami-
nação da vítima caracteriza simples exaurimento, indiferente no plano da tipicidade, mas que
deve ser sopesado na dosimetria da pena-base (CP, art. 59, caput – “consequências do crime”).
Na figura qualificada definida pelo § 1º, o crime também se consuma com a prática da rela-
ção sexual ou do ato libidinoso. Se a vítima for contaminada, quatro situações distintas podem
ocorrer: a) se resultar lesão corporal leve, o sujeito responderá apenas pelo crime de perigo,
por ser sua pena superior em abstrato à reprimenda prevista no art. 129, caput, do Código Pe-
nal; b) se resultar lesão corporal grave ou gravíssima, responderá pelo crime tipificado no art.
129, § 1º ou § 2º do CP, que absorve o crime de perigo; c) se resultar lesão corporal seguida de
morte, responderá pelo crime definido pelo art. 129, § 3º, do CP, que absorve o crime de peri-
go; e d) se resultar a morte da vítima (com dolo direto ou eventual), o sujeito responderá por
homicídio doloso, simples ou qualificado, se estiver presente alguma das circunstâncias elenca-
das pelo art. 121, § 2º, I a V, do CP.

Perigo de contágio de moléstia grave


Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está conta-
minado, ato capaz de produzir o contágio:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

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Perigo para a vida ou saúde de outrem


Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou
da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de ser-
viços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.

A pena será aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se a exposição da vida ou da saúde
de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabe-
lecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. Trata-se de causa de
aumento de pena inerente à segurança viária, ou seja, é crime de trânsito localizado no Código
Penal. Sua principal finalidade é punir mais severamente o transporte de “boias-frias” sem as
cautelas necessárias. Nada obstante, o transporte pode ser efetuado para empresas, públicas
ou privadas, ou propriedades de qualquer natureza (sítios ou fazendas, fábricas, lojas, empre-
sas em geral etc.).
Quando a vítima for pessoa idosa e a conduta encontrar correspondência no art. 99 da Lei
10.741/2003, restará afastado o art. 132 do Código Penal (princípio da especialidade).

Abandono de incapaz
Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade,
e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Aumento de pena
§ 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I – se o abandono ocorre em lugar ermo;
II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da víti-
ma.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos

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O caput define a modalidade simples do abandono de incapaz. Cuidase de crime de médio poten-
cial ofensivo. Os §§ 1º e 2º elencam qualificadoras, em virtude da superveniência de um resulta-
do agravador: lesão corporal grave ou morte. Na primeira espécie – abandono de incapaz qualifi-
cado pela lesão corporal grave –, e somente nela, também é possível a suspensão condicional do
processo (art. 89 da Lei 9.099/1995). Finalmente, o § 3º elenca causas de aumento da pena.
Núcleo do tipo: “Abandonar” traduz a ideia de desamparar, descuidar. O abandono é físico, no
sentido de deixar o incapaz sozinho, sem a devida assistência. O abandono deve ser real: de-
pende de separação física, distanciamento entre o responsável e o incapaz. Em qualquer caso
(ação ou omissão), há de ser provado o perigo efetivo para a vítima em decorrência da conduta
criminosa. Inexiste crime quando o incapaz é quem abandona seu protetor. Se a finalidade do
abandono do incapaz for ocultar desonra própria, e tratando-se a vítima de recém-nascido, o
crime será o de exposição ou abandono de recém-nascido (CP, art. 134).
Sujeito ativo: É somente a pessoa que possui o dever de zelar pela vida, pela saúde ou pela se-
gurança da vítima. Cuida-se de crime próprio, pois apenas pode ser praticado por aquele que
tem o incapaz sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade. Destarte, é imprescindível a
especial vinculação entre os sujeitos do delito, caracterizada pela relação jurídica estabelecida
entre o agente e a vítima. Cuidado é a assistência eventual. Guarda é a assistência duradoura.
Vigilância é a assistência acauteladora. Envolve pessoas normalmente capazes, mas que não
podem se defender em razão de situações excepcionais. Autoridade é a relação de superiorida-
de, de direito público ou de direito privado, para emitir ordens em face de outra pessoa.
Sujeito passivo: É o incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono e que estava
sob a guarda, cuidado, vigilância ou autoridade do sujeito ativo.
Causas de aumento de pena: O § 3º elenca três causas que aumentam a pena em 1/3 (um terço):
a) se o abandono ocorre em lugar ermo: Local habitual ou eventualmente solitário. Justifica-
se o aumento pela maior dificuldade proporcionada ao incapaz para encontrar socorro (inciso
I); b) se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima:
fundamenta-se o aumento na maior reprovabilidade da conduta praticada quando presentes
laços de parentesco ou de maior proximidade entre o autor e a vítima, os quais devem ser
provados, e jamais presumidos (inciso II); c) se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos: Essa
causa de aumento de pena foi inserida no CP pela Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso, em
razão do número cada vez maior de pessoas idosas abandonadas por parentes na fase de suas
vidas em que mais necessitam de cuidado e proteção.

Exposição ou abandono de recém-nascido


Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

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Esse delito representa uma figura privilegiada do abandono de incapaz (CP, art. 133) cometido
por motivo de honra.
Nada obstante estejam definidos por tipos penais autônomos, o abandono de incapaz é o cri-
me fundamental, do qual deriva o tipo da exposição ou abandono de recém-nascido.
Elemento normativo: O crime há de ser praticado “para ocultar desonra própria”. A honra aqui
tratada é a de natureza sexual, a boa fama e a reputação que desfruta o autor ou a autora pelo
seu comportamento decente e pelos bons costumes. O tipo penal pressupõe que o nascimento
da criança deve ter sido sigiloso, no sentido de não ter chegado ao conhecimento de estranhos.
A repetição do fato impede o reconhecimento do privilégio. Uma ação penal anterior por ex-
posição de recém-nascido acarreta a impossibilidade de sustentar, quanto ao segundo crime, a
ocultação de uma honra que a pessoa não mais possui.
Abandono de recém-nascido é um crime próprio, que só pode ser cometido pela mãe da crian-
ça, com o fim de ocultar desonra própria. O sujeito passivo é o recém-nascido abandonado.
Figuras qualificadas: A expressão lesão corporal de natureza grave (§ 1º) foi utilizada em sen-
tido amplo, para abranger tanto as lesões corporais graves (CP, art. 129, § 1º) como as lesões
corporais gravíssimas (CP, art. 129, § 2º). São crimes qualificados pelo resultado e estritamente
preterdolosos. Se o sujeito agiu com dolo de dano (animus laedendi para as lesões corporais,
animus necandi ou occidendi para a morte), a ele deve ser imputado o crime mais grave: lesão
corporal grave ou gravíssima, infanticídio (se presente o estado puerperal) ou homicídio. A le-
são corporal leve fica absorvida pelo abandono de incapaz, por se tratar de crime de dano com
pena inferior à do crime de perigo.

Omissão de socorro
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em
grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal
de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Núcleos do tipo: “Deixar de prestar assistência” significa não socorrer quem se encontra em pe-
rigo. “Não pedir”, por sua vez, equivale a deixar de solicitar auxílio da autoridade pública para
socorrer quem está em perigo. O agente, inicialmente, se puder fazê-lo sem risco pessoal, deve
prestar socorro à vítima. Somente e quando não tiver condições de prestar diretamente o socor-
ro, em face e risco pessoal, deve pedir o auxílio da autoridade pública. Cuida-se de típica hipótese
de crime omissivo próprio ou puro, pois a omissão está descrita diretamente no tipo penal.
Elemento normativo do tipo: É representado pela expressão “quando possível fazê-lo sem risco pes-
soal”. Não poderia a lei impor a alguém a prestação de socorro mediante a criação de risco funda-
do para sua integridade corporal. Quando presente o risco pessoal, o sujeito deve pedir socorro à
autoridade pública, porque esta tem o dever legal de enfrentar o perigo (CP, art. 13, § 2º, a, e art.

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24, § 1º). Em face desse critério hierárquico, o crime de omissão de socorro pode ser cometido de
duas maneiras diversas: 1ª Falta de assistência imediata: o agente pode prestar socorro, sem risco
pessoal, mas deliberadamente não o faz. 2ª Falta de assistência mediata: o sujeito não pode prestar
pessoalmente o socorro, mas também não solicita o auxílio da autoridade pública.
Sujeito ativo: Pode ser cometido por qualquer pessoa, mesmo que não tenha o dever de pres-
tar assistência. Se várias pessoas negam a assistência, todas respondem pelo crime.
Omissão médica: O crime de omissão de socorro pode ser praticado por um médico ao deixar
de atender uma vítima necessitada. Igual raciocínio se aplica à enfermeira e a secretária do
hospital que recusa o pronto atendimento médico.
Sujeito passivo: São elas: criança abandonada, criança extraviada, pessoa inválida e ao desam-
paro, pessoa ferida e ao desamparo, e pessoa em grave e iminente perigo. Vejamos:

a) Criança abandonada: é a pessoa com idade inferior a 12 anos (Lei 8.069/1990 – Estatuto da
Criança e do Adolescente, art. 2º) que foi intencionalmente deixada em algum lugar por quem
devia exercer sua vigilância, e por esse motivo não pode prover sua própria subsistência.

b) Criança extraviada: é a pessoa com idade inferior a 12 anos que está perdida, isto é, não sabe
retornar por conta própria ao local em que reside ou possa encontrar resguardo e proteção.

c) Pessoa inválida e ao desamparo: invalidez é a característica inerente à pessoa que não


pode, por conta própria, praticar os atos cotidianos de um ser humano. Pode advir de pro-
blema físico u mental. Mas não basta a invalidez. Exige-se ainda esteja a pessoa ao desam-
paro, isto é, incapacitada para se livrar por si só da situação de perigo.

d) Pessoa ferida e ao desamparo: é aquela que sofreu lesão corporal, não necessariamente gra-
ve, acidentalmente ou provocada por terceira pessoa. É imprescindível que também se en-
contre ao desamparo, ou seja, impossibilitada de afastar o perigo por suas próprias forças.

e) Pessoa em grave e iminente perigo: o perigo deve ser sério e fundado, apto a causar um
mal relevante em curto espaço de tempo. Não é necessário seja a vítima inválida, nem que
esteja ferida.

Obs.1: Omissão de socorro e vítima idosa: Em caso de omissão de socorro envolvendo vítima
idosa, é dizer, pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, incide o crime tipificado
pelo art. 97 da Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso.

Obs.2: Omissão de socorro e Código de Trânsito Brasileiro: O art. 304 da Lei 9.503/1997 faz
menção ao condutor do veículo que, na ocasião do acidente, deixa de prestar imediato socorro
à vítima. Esse dispositivo será aplicável unicamente ao condutor de veículo que, agindo sem
culpa, se envolva em acidente e não socorra imediatamente a vítima. Por sua vez, o crime de
omissão de socorro tipificado pelo art. 135 do Código Penal será aplicável aos condutores de
veículos automotores não envolvidos no acidente, bem como a qualquer outra pessoa que
deixar de prestar socorro à vítima que se encontrar em alguma das situações por ele indicadas.

Note-se também que o crime delineado pelo art. 304 da Lei 9.503/1997 é expressamente sub-
sidiário.

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Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial


(Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o
preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendi-
mento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653,
de 2012).
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento re-
sulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído pela
Lei nº 12.653, de 2012).

Na esfera penal, as situações descritas no art. 135-A do Código Penal sempre caracterizaram o
crime de omissão de socorro (CP, art. 135), pois a pessoa a quem se condiciona o atendimento
médico-hospitalar ao fornecimento de garantia ou ao preenchimento prévio de formulários ad-
ministrativos indubitavelmente encontra-se “ferida” ou “em grave e iminente perigo”, e o sujeito
ativo deixa de prestar-lhe assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal. Esta problemáti-
ca, portanto, possui arcabouço jurídico para ser combatida pelo Poder Público e pelas pessoas em
geral. Nesse cenário, se o Estado não desempenha a contento sua fiscalização sobre os estabele-
cimentos hospitalares, e se muitos particulares não reivindicam seus direitos perante a Adminis-
tração Pública e o Poder Judiciário, não será o Direito Penal o salvador dos interesses em conflito.

•• Cheque-caução ou “cheque em garantia”: Cuida-se de título de crédito, normalmente pre-


enchido em valor excessivo, com a finalidade de assegurar, no crime em análise, o paga-
mento de despesa médica, evitando-se o risco de inadimplemento da obrigação pelo pa-
ciente, ou ainda pela falta de cobertura pelo seu plano de saúde.

•• Nota promissória: Também é um título de crédito, representado pela promessa de paga-


mento do valor nela indicado.

•• “Qualquer garantia”: A fórmula utilizada deriva do emprego da interpretação analógica (ou


intra legem), e abrange todas as situações diversas do cheque-caução e da nota promis-
sória, mas que também colocam a entidade hospitalar em situação favorável, em prejuízo
de quem necessita do atendimento médico-hospitalar emergencial, acarretando em risco
efetivo à sua vida ou à sua saúde, a exemplo dos instrumentos particulares de confissão de
dívida, do depósito em conta bancária, da entrega de bens (tais como joias e relógios), do
endosso de outros títulos de crédito etc.

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Sujeito ativo: Pode ser qualquer funcionário ou administrador do estabelecimento de saúde que
realize atendimento médico-hospitalar emergencial, e também o médico que se recusa a atender um
paciente sem o fornecimento de garantia ou o preenchimento prévio de formulário administrativo
(crime comum ou geral). É perfeitamente cabível o concurso de pessoas, nas modalidades coautoria
e participação, a exemplo da situação em que o proprietário do hospital ordena ao atendente a
exigência de cheque-caução como condição para o atendimento médico-hospitalar. Nessa seara,
dois pontos merecem destaque: (a) o delito somente pode ser cometido no âmbito de hospitais
particulares, pois nos estabelecimentos da rede pública de saúde é vedada a cobrança de qualquer
valor para o atendimento médico. Se o funcionário público fizer esta exigência indevida, estará
caracterizado o crime de concussão (CP, art. 316), sem prejuízo da responsabilidade pelo resultado
decorrente da omissão frente ao atendimento médico, nos moldes do art. 13, § 2º, “a”, do Código
Penal (dever legal); e (b) o crime não pode ser praticado pela pessoa jurídica (hospital), em face da
ausência de previsão constitucional e legal nesse sentido.

•• O dever de agir para evitar o resultado: Se o sujeito possuir o dever de agir para evitar o
resultado, e omitir-se em decorrência do não recebimento de garantia ou do não preenchi-
mento de formulários administrativos, daí resultando lesão corporal de natureza grave (ou
gravíssima) ou a morte da vítima, a ele será imputado o crime derivado da sua inércia.

Causas de aumento da pena (art. 135-A, parágrafo único): A superveniência da lesão corporal
de natureza grave (ou gravíssima) ou da morte da pessoa necessitada do atendimento médico-
hospitalar emergencial funciona como causa de aumento da pena, incidente na terceira
e derradeira fase da aplicação da pena privativa de liberdade. A majoração é obrigatória,
reservando-se discricionariedade ao juiz para elevar a reprimenda até o dobro (lesão corporal
grave em sentido amplo) ou até o triplo (morte). Como a lei não indicou o percentual mínimo,
conclui-se que nos dois casos a exasperação será de 1/6 (um sexto) até o dobro ou até o triplo,
pois tal montante é o menor admitido pelo Código Penal no tocante às causas de aumento
da pena. As figuras agravadas são necessariamente preterdolosas, conclusão facilmente
extraída das penas cominadas pelo legislador. Há dolo na exigência indevida de garantia ou
do preenchimento prévio de formulários administrativos, e culpa no tocante ao resultado
gravador (lesão corporal grave em sentido amplo ou morte). Nesses casos, ao contrário da
modalidade fundamental contida no caput do art. 135-A, os crimes são materiais ou causais,
pois a consumação reclama a concretização de qualquer dos resultados naturalísticos.

Estatuto do Idoso: A Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso contempla, em seu art. 103,5 uma
figura semelhante ao crime definido no art. 135-A do Código Penal: “Art. 103. Negar o acolhi-
mento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à
entidade de atendimento: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.” Vale desta-
car, em relação ao idoso, a inexistência de situação apta a exigir o atendimento médico-hospi-
talar emergencial. Não se trata de clínica médica ou hospital. Basta a negativa de acolhimento
ou permanência da pessoa com idade igual ou superior a 60 anos em abrigo, diante da sua
recusa em fornecer procuração à entidade de atendimento para administrar seus interesses.

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Maus-tratos
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou
vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de
14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)

Núcleo do tipo: “Expor” significa colocar alguém em perigo. Cuida-se de crime de forma vincu-
lada, pois a conduta de “expor a perigo a vida ou a saúde da pessoa” somente admite os modos
de execução expressamente previstos em lei, quais sejam: a) Privação de alimentos ou cuida-
dos indispensáveis: “Privar” equivale a destituir, retirar, tolher alguém de um bem ou objeto
determinado. O crime, nessa hipótese, é omissivo próprio ou puro. Cuidados indispensáveis
são os imprescindíveis à preservação da vida e da saúde de quem está sendo educado, tratado
ou custodiado por alguém. b) Sujeição a trabalho excessivo ou inadequado: Trabalho excessivo
é o capaz de prejudicar a vida ou a saúde de alguém, em razão de produzir anormal cansaço
como decorrência do seu elevado volume. Deve ser aferido no caso concreto, levando-se em
consideração os aspectos físicos da vítima. Trabalho inadequado é o impróprio para uma de-
terminada pessoa, e por esse motivo apto a proporcionar perigo à vida ou à saúde de quem
o realiza. c) Abuso dos meios de correção ou disciplina: Correção é o meio destinado a tornar
certo o que está errado. Disciplina é o expediente utilizado para preservar a normalidade, isto
é, manter certo aquilo que já está certo. Em ambas as situações o crime é comissivo. Surge o
delito de maus-tratos, porém, quando o titular do direito de correção ou de disciplina dele abu-
sa. Em outras palavras, o exercício do direito transmuda-se de regular para “irregular”.
Sujeito ativo: O tipo penal reclama uma vinculação especial entre o autor e a vítima dos maus-
tratos (crime próprio). O ofendido deve estar sob a autoridade, guarda ou vigilância do agente,
para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, mas pouco importa o grau de instrução
ou a classe social do responsável pela conduta criminosa.
Art. 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente x maus-tratos: Tratando-se de criança ou ado-
lescente sujeita à autoridade, guarda ou vigilância de alguém e submetida a vexame ou de cons-
trangimento, aplica-se o art. 232 da Lei 8.069/1990. Note-se que a vida ou a saúde da criança ou
do adolescente não é exposta a perigo. Limita-se o sujeito a constrangê-la ou humilhá-la, tal como
quando a reprime abusivamente em local público e na presença de outras pessoas.
Distinção entre os crimes de tortura e maus-tratos: A distinção entre os crimes de tortura e de
maus-tratos deve ser feita no caso concreto: aquela depende de intenso sofrimento físico ou
mental, enquanto para este é suficiente a exposição a perigo da vida ou da saúde da pessoa.

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Ademais, o delito de maus-tratos é de perigo (dolo de perigo), e o de tortura, de dano (dolo
de dano). Portanto, a diferenciação se baseia no elemento subjetivo. Se o fato é praticado por
alguém para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, mas com imoderação, o crime é
de maus-tratos. Sem essa finalidade, ou seja, realizado o fato apenas para submeter a vítima a
intenso sofrimento físico ou mental, o delito é de tortura.

DA RIXA

Rixa
Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Rixa qualificada
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo
fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

Obs.1: O crime de rixa é uma luta desordenada, um tumulto, envolvendo troca de agressões
entre três ou mais pessoas. É um crime instantâneo, ocorrendo sua consumação com as agres-
sões recíprocas, pois é nesse momento que ocorre o perigo à vida ou à saúde da pessoa huma-
na. Os participantes da rixa devem responder pelos atos de violência, momento em que há a
produção do resultado, independente das consequências.
Obs.2: A rixa é um crime plurissubjetivo ou de concurso necessário. O tipo penal reclama a par-
ticipação de, no mínimo, três pessoas, bastando um imputável para a configuração do crime.
Não importa se os outros eram inimputáveis ou desconhecidos. O importante é a comprovação
do número de pessoas participantes. É de se ressaltar que aquele que ingressa na contenda
para separar os rixosos não poderá fazer parte do número exigido pela norma incriminadora,
conforme art. 137 do CP.
Obs.3: o crime se consuma com a prática de vias de fato ou violências recíprocas.
Obs.4: Rixa qualificada: Também chamada de rixa complexa, está prevista no parágrafo único
deste artigo. Permite a conclusão de que todos os rixosos, pelo fato da participação na rixa,
suportarão a qualificadora quando ocorre lesão corporal de natureza grave ou morte, pouco
importando qual deles foi o responsável pela produção do resultado agravador. É indiferente
que a morte ou a lesão corporal de natureza grave tenha sido produzida em um dos rixosos ou
em um terceiro, alheio à rixa, apaziguador ou mero transeunte. De igual modo, também há rixa
qualificada quando um estranho mata um dos rixosos quando de sua intervenção destinada a
conter o tumulto. Basta, em qualquer dos casos, a relação de causalidade entre a rixa e o resul-
tado naturalístico. A pena da rixa qualificada é a mesma, tanto se resultar lesão corporal de na-
tureza grave como se resultar morte. O resultado agravador (lesão corporal de natureza grave
ou morte) pode ser doloso ou culposo. Não se cuida de crime essencialmente preterdoloso. As
lesões leves e a tentativa de homicídio não qualificam a rixa.

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Rixa e homicídio: “Não tendo sido apurado o autor do tiro causador do homicídio, não é ad-
missível que por ele respondam todos os participantes da rixa, que pressupõe grupos opostos”
(STF: AP 196/PB, Rel. Min. Aliomar Baleeiro, Tribunal Pleno, j. 10.06.1970).

DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Honra é o conjunto das qualidades físicas, morais e intelectuais de um ser humano, que o fazem
merecedor de respeito no meio social e promovem sua autoestima. É um sentimento natural,
inerente a todo homem e cuja ofensa produz uma dor psíquica, um abalo moral, acompanha-
dos de atos de repulsão ao ofensor. Representa o valor social do indivíduo, pois está ligada à sua
aceitação ou aversão dentro de um dos círculos sociais em que vive, integrando seu patrimônio.
Trata-se de patrimônio moral que encontra proteção como direito fundamental do homem no
art. 5º, inciso X, da Constituição Federal (fundamento constitucional dos crimes contra a honra).
Bem jurídico: Os crimes de calúnia e difamação ofendem a honra objetiva da vítima, ou seja,
sua reputação social. Já o crime de injúria ofende a honra subjetiva da vítima, em outras pala-
vras, sua estima própria. Estes crimes fazem parte do capítulo dos crimes contra a honra, englo-
bados no título dos crimes contra a pessoa.

Calúnia
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos.
Exceção da verdade
§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi conde-
nado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sen-
tença irrecorrível.

Núcleo do tipo: É “caluniar”. O legislador foi redundante. Com efeito, caluniar é imputar, razão
pela qual não era necessário dizer: “caluniar alguém, imputando-lhe...”. A conduta consiste em
atribuir a alguém a prática de determinado fato. Esse fato, entretanto, deve ser previsto em lei
como criminoso. Imputação falsa de contravenção penal atinge a honra, configurando crime de
difamação, mas não calúnia. O fato deve ser também verossímil, pois em caso contrário não há
calúnia. Se não bastasse, é fundamental seja a ofensa dirigida contra pessoa certa e determinada.

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Requisitos da calúnia:

•• a imputação de um fato;
•• esse fato imputado à vítima deve, obrigatoriamente, ser falso;
•• além de falso, o fato deve ser definido como crime.

Consumação: No crime de calúnia, delineado no art. 138 do CP, há a ofensa da honra objetiva
da vítima, ou seja, sua credibilidade no seu meio social. Sua consumação acontece quando ter-
ceiros tomam conhecimento do fato calunioso.
É possível a tentativa, quando a ofensa é escrita e o autor intercepta, impedindo que chegue
nas mãos de terceiros.

Difamação
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Exceção da verdade
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Trata-se de crime que ofende a honra objetiva e, da mesma forma que na calúnia, depende da
imputação de algum fato a alguém. Esse fato, todavia, não precisa ser criminoso. Basta tenha
capacidade para macular a reputação da vítima, isto é, o bom conceito que ela desfruta na
coletividade, pouco importando se verdadeiro ou falso. A imputação de fato definido como
contravenção penal tipifica o crime de difamação, pois a calúnia depende da imputação falsa
de crime.
Requisitos da difamação:

•• imputação de fato;
•• verdadeiro ou falso;
•• ofensivo à reputação.
Consumação: tem-se por consumada a infração penal quando terceiro, que não a vítima, toma
conhecimento dos fatos ofensivos à reputação desta. É possível a tentativa.
Obs.1: o crime de calúnia, definindo ser aquele no qual a pessoa atribui a outra falsamente fato
definido como crime. Há de ser uma acusação falsa, definida como crime, manchando a repu-
tação da pessoa em seu meio social. É um ataque à honra objetiva do sujeito passivo. É com
precisão o caso da questão em tela. Diferentemente, a difamação é a imputação de um fato
ofensivo à reputação da pessoa. Este fato não é definido como crime nem necessita ser falso.

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Obs.2: O enunciado do art. 138 do Código Penal explicita ser calúnia a imputação falsa de fato
definido como crime. A atribuição de uma contravenção em vez de crime caracteriza uma difa-
mação e não calúnia, em respeito ao princípio da legalidade.
Obs.3: O crime de difamação, tratado no art. 139 do CP, é expresso quanto à admissão da ex-
ceção da verdade. Ela só será possível quando o ofendido for funcionário público e a ofensa for
relativa ao exercício de suas funções. O fundamento reside no princípio da moralidade adminis-
trativa. Nos demais casos não há que se falar em exceção da verdade no crime de difamação.

Injúria
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

Caracteriza-se o delito com a simples ofensa à dignidade ou ao decoro da vítima, mediante xin-
gamento ou atribuição de qualidade negativa.

Consumação e bem jurídico: aquele que ofende a dignidade ou decoro de outrem comete in-
júria. É um insulto, uma qualidade negativa, que macula a honra subjetiva da vítima, ou seja,
o que a pessoa pensa de si mesma, sua autoestima. Não há necessidade, para consumação do
delito, de conhecimento do fato injurioso por terceiros.

Obs.: O instituto da exceção da verdade não é cabível para a injúria. Ela é admitida para a calú-
nia e na difamação, de acordo com o art. 138, §3° e art. 139, parágrafo único, respectivamente.
No entanto, não há previsão legal para o crime de injúria.

Injúria real
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo
meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à
violência.

Injúria real (art. 140, § 2º): Quando a injúria consiste em violência ou vias de fato que, por sua
natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes. A contravenção penal de vias de
fato é absorvida pela injúria real, pois o Código Penal prevê autonomia (soma de penas) exclusi-
vamente para as lesões corporais.

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Injúria racial
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, reli-
gião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Pena – reclusão de um a três anos e multa.

Importante observar que o crime de injúria racial estará configurado, inclusive, quando a ofensa
relacionar-se a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.

Disposições comuns (causas de aumento de pena)

Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer


dos crimes é cometido (causa de aumento de pena):
I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da
difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no
caso de injúria.
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa,
aplica-se a pena em dobro.

Exclusão do crime

Art. 142 – Não constituem injúria ou difamação punível:


I – imunidade judiciária – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte
ou por seu procurador;
II – imunidade literária ou artística – a opinião desfavorável da crítica literária, artística
ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III – imunidade do funcionário público – o conceito desfavorável emitido por funcionário
público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem
lhe dá publicidade.

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Retratação
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da
difamação, fica isento de pena (causa de extinção da punibilidade).

Pedido de explicações
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria,
quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las
ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

Ação Penal
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa,
salvo quando, no caso do art. 140, § 2º (injúria real com lesão corporal é de ação penal
pública incondicionada), da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do
inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no
caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código.

Regra: AÇÃO PENAL PRIVADA para calúnia, difamação e injúria.


Exceção 1: AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA para injúria real com lesão corporal.
Exceção 2: AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO para:
Injúria racial;
Calúnia, difamação e injúria contra funcionário público em razão de suas funções.
Exceção 3: AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REQUISIÇÃO DO MJ para calúnia, difa-
mação e injúria contra o Presidente da República ou contra Chefe de Governo Estrangeiro.

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1.4. DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

1.4.1. Dos crimes contra a liberdade pessoal

Constrangimento ilegal
Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o
que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Núcleo do tipo: Constranger é coagir alguém a fazer ou deixar de fazer algo, retirando sua
liberdade de autodeterminação. Há crime, uma vez que somente ao Estado, exclusivamente
por meio de lei, confere-se a tarefa de disciplinar a obrigação ou a proibição de condutas por
seres humanos. O delito pode ocorrer em duas hipóteses: a) quando a vítima é compelida a
fazer alguma coisa (conduta comissiva ou positiva); e b) quando a vítima é compelida a deixar
de fazer algo (conduta omissiva ou negativa), que também engloba a situação em que ela é
coagida a permitir que o agente faça alguma coisa.

Subsidiariedade tácita: O constrangimento ilegal é crime subsidiário – a lei que o define é afas-
tada pela lei que utiliza o constrangimento ilegal como elemento, qualificadora ou meio de exe-
cução de um crime mais grave (exemplos: CP, arts. 158 e 213, dentre outros).
Constrangimento ilegal e Lei de Tortura: Quando o sujeito constrange alguém com emprego de
violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental, para provocar ação ou
omissão de natureza criminosa, responde pelo crime praticado em concurso material com tortura
(Lei 9.455/1997, art. 1º, I, b). Se a violência ou grave ameaça dirigir-se à prática de contravenção
penal, estará caracterizado o concurso material entre a contravenção cometida e o crime de cons-
trangimento ilegal, pois a Lei 9.455/1997 refere-se unicamente à coação para a prática de crime.

Aumento de pena
§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime,
se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo:
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu re-
presentante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – a coação exercida para impedir suicídio.

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Causas de exclusão do crime (art. 146, § 3º): São causas especiais de exclusão da ilicitude, por
se constituírem em manifestações inequívocas do estado de necessidade de terceiro. Para al-
guns autores são causas excludentes da tipicidade pois, se os fatos não se encontram compre-
endidos na norma penal incriminadora, despontam como condutas atípicas. Qualquer que seja
a posição adotada, porém, opera-se a exclusão do crime. Não caracterizará constrangimento
ilegal: a) a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu re-
presentante legal, se justificada por iminente perigo de vida (inc. I) – pouco importa o motivo
da discordância com a intervenção médica ou cirúrgica. Ainda que de cunho religioso, em que
pese ser o Brasil um Estado laico, pode agir o profissional da medicina contra a vontade do
paciente ou de quem o represente, a fim de salvar sua vida; b) a coação exercida para impedir
suicídio (inc. II) – o constrangimento, neste caso, é legal, pois o suicídio é ilegal. O dispositivo
em análise permite o emprego de coação para combater um ato ilícito.

Ameaça
Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbóli-
co, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Núcleo do tipo: É “ameaçar”, que equivale a intimidar, amedrontar alguém, mediante a promessa
de causar-lhe mal injusto e grave, que pode ser físico, econômico ou moral. Mal injusto é aquele
que a vítima não está obrigada a suportar, podendo ser ilícito ou imoral. Mal grave é o capaz de
produzir ao ofendido um prejuízo relevante. O mal deve ser sério, ou fundado, iminente e ve-
rossímil, ou seja, passível de realização. O fato é atípico, por constituir crime impossível, quando
inidôneo a amedrontar. Também não há crime na praga e no esconjuro. Admite-se a ocorrência
do delito na hipótese de dano fantástico, quando o sujeito passivo é supersticioso e o sujeito ativo
tem consciência desta circunstância pessoal. Trata-se de crime de forma livre – a conduta pode
ser praticada por palavras, escritos, gestos ou qualquer outro meio simbólico. Não há necessida-
de de ser a ameaça proferida na presença da vítima, bastando que chegue ao seu conhecimento.
Obs.: O crime de ameaça é um crime formal, não exigindo resultado naturalístico. Sua consu-
mação se dá no momento em que o sujeito passivo toma ciência do mal prometido, algo veros-
símil, sério e injusto, independentemente da real intimidação da vítima.

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Sequestro e cárcere privado
Art. 148 – Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º – A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de
60 (sessenta) anos;
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
§ 2º – Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofri-
mento físico ou moral:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Núcleo do tipo: É o verbo “privar”, que significa tolher, total ou parcialmente, a liberdade de
locomoção de alguém. Admite-se a execução do crime por ação (regra geral) ou, excepcional-
mente, por omissão, desde que presente o dever de agir (CP, art. 13, § 2º). O sequestro e o
cárcere privado podem ser cometidos mediante detenção (levar a vítima a um cativeiro) ou
retenção (impedir a saída da vítima de sua residência).

Obs.1: O crime de sequestro e cárcere privado ocorre quando alguém é privado de sua liber-
dade. É um crime praticado, em regra, por ação e, excepcionalmente, por omissão, desde que
presente o dever de agir. O núcleo do tipo é o verbo privar, que significar tolher, restringir o
direito de ir e vir de outrem.

Obs.2: O crime de sequestro é material, exigindo o resultado naturalístico de cerceamento de lo-


comoção da vítima. Admite-se a tentativa, dada a possibilidade de fracionamento do iter criminis.

Como é um crime permanente, ou seja, sua consumação prolonga-se no tempo, a privação de


liberdade deve ser juridicamente relevante, a ser aferida pelo juiz no caso concreto. Caso ela seja
apenas momentânea, não consumando a privação de liberdade por razões alheias a sua vontade,
aí sim deverá ser o agente responsabilizado pela tentativa do crime de cárcere privado.

Obs.3: a forma qualificada do crime de sequestro e cárcere privado na possibilidade do crime


ser praticado mediante a internação da vítima em casa de saúde ou internação está tipificado
no art. 148, §1º, II, do CP. É a chamada internação fraudulenta, na qual se mantém a vítima in-
ternada para mascarar a intenção criminosa, podendo até mesmo o médico responsável pela
determinação responder como coautor.

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Obs.4: Se a vítima do crime de cárcere privado sofrer, em razão da natureza da detenção, grave
sofrimento físico ou moral, tal circunstância é considerada sequestro qualificado, conforme o
art. 148, §2º, do CP.

Redução à condição análoga à de escravo


Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos
forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho,
quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o
empregador ou preposto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de
retê-lo no local de trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou ob-
jetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:
I – contra criança ou adolescente;
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.

Este delito é doutrinariamente conhecido como plágio, denominação que remonta ao Direito
Romano, época em que a Lex Fabia de Plagiariis vedava a escravização de homem livre, bem
como o comércio de escravo alheio, então chamado de plagium, indicativo da total e completa
submissão de uma pessoa à vontade alheia. Não se trata, todavia, de escravidão. É suficiente
seja a vítima reduzida à condição análoga (semelhante) à de escravo.

Obs.: Preceituado no art. 149 do Código Penal, o crime de redução à condição análoga à de
escravo é plurissubsistente, sendo seu iter criminis passível de fracionamento, admitindo-se a
tentativa.

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1.4.2. Dos crimes contra a inviolabilidade de domicílio

Violação de domicílio
Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade ex-
pressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de vio-
lência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
§ 2º Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos
casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso
do poder.
§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra
diligência;
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na
iminência de o ser.

Objeto jurídico: Tutela-se a tranquilidade doméstica, abrangente da intimidade, da segurança e da


vida privada proporcionadas pelo domicílio. Seu fundamento constitucional encontra-se no art. 5º,
XI, da Constituição Federal. A incriminação da violação de domicílio não protege a posse ou a pro-
priedade. Com efeito, não configura o delito em análise o ingresso em casa abandonada ou desabi-
tada, podendo restar caracterizado o crime de esbulho possessório (CP, art. 161, § 1º, II). Casa desa-
bitada não se confunde com casa na ausência de seus moradores, pois nesse caso é possível o crime
de violação de domicílio, uma vez que subsiste a proteção da tranquilidade doméstica.
Núcleos do tipo: A conduta criminosa possui dois núcleos: entrar e permanecer. Entrar é a ação
de penetrar, de ingressar totalmente em casa alheia ou em suas dependências. Permanecer pres-
supõe a entrada lícita seguida de uma omissão, consistente na negativa em sair do local. É possí-
vel a prática do crime, portanto, por duas formas distintas: ação, caracterizada pelo ingresso no
domicílio alheio, e omissão, relativamente à recusa em dele sair. Cuida-se de tipo misto alternati-
vo, crime de ação múltipla ou de conteúdo variado: entrando ilicitamente em casa alheia ou em
suas dependências, e nela permanecendo, o agente responde por um único delito.

§ 4º A expressão "casa" compreende:


I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

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A lei penal resguarda a tranquilidade no local de habitação, pouco importando seja permanente,
eventual ou transitório. O conceito de casa compreende: a) qualquer compartimento habitado
(inc. I) – qualquer lugar destinado à ocupação pelo ser humano pode ser fracionado em blocos
menores (compartimentos). Deve ser habitado por alguém, para morar, viver ou usar. Até mes-
mo um automóvel pode ser classificado como compartimento habitado (exemplo: boleia de um
caminhão ou trailers); b) aposento ocupado de habitação coletiva (inc. II) – quartos de pensões,
repúblicas, hotéis e motéis, que estejam ocupados por alguém; c) compartimento não aberto ao
público, onde alguém exerce profissão ou atividade (inc. III) – escritório do advogado, consultório
do médico ou dentista, balcão do padeiro etc. A proteção da inviolabilidade domiciliar estende-
-se também para as autoridades fiscais e fazendárias. O compartimento aberto ao público não é
tutelado pela lei penal. É livre a entrada ou permanência em locais e repartições públicas, pois se
pertencem a todos indistintamente, não podem funcionar como domicílio de uma pessoa deter-
minada; d) dependências protegidas: art. 150, caput – o dispositivo legal protege também as de-
pendências da casa (jardins, garagens, quintais, terraços e pátios), desde que fechados, cercados
ou se existentes obstáculos de fácil visualização vedando a passagem do público. As pastagens e
campos de propriedades rurais não são abrangidas pela proteção legal.

§ 5º Não se compreendem na expressão "casa":


I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a
restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

Não se compreendem no conceito de “casa” (art. 150, § 5º): a) hospedaria, estalagem ou qual-
quer outra habitação coletiva, enquanto aberta ao público, salvo a restrição do nº II do pará-
grafo anterior (inc. I) – hospedaria é o recinto destinado a receber pessoas que ali permanecem
por um período predeterminado, mediante contraprestação pecuniária (hotéis, motéis e flats).
Estalagem também é o local adequado para receber hóspedes, mediante remuneração, mas
em proporção menor do que a hospedaria (pousadas, abrigos e pensões). Qualquer outra habi-
tação coletiva, por sua vez, é fórmula genérica indicativa de lugar coletivo e aberto ao público
(parques, áreas de lazer e campings). Enquanto a hospedaria, estalagem ou qualquer outra
habitação coletiva estiver aberta, o local será considerado como de livre acesso ao público, não
podendo ser objeto material do crime de violação de domicílio. Se fechado, com acesso restri-
to, à pessoa que ali ingressar ou permanecer contra a vontade expressa ou tácita de quem de
direito será imputado o crime em análise; b) taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero
(inc. II): taverna é o local em que são vendidas e servidas refeições e bebidas. Casas de jogo são,
em regra, proibidas no Brasil (exemplo: cassinos) mas, mesmo quando permitidas (exemplo: fli-
peramas), não se encaixam no conceito de domicílio, pois se assegura livre acesso ao público. A
expressão “outras do mesmo gênero” engloba os demais lugares de diversão pública (cinemas,
teatros e casas de espetáculos).

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Consumação: Cuida-se de crime de mera conduta ou de simples atividade (o tipo penal não
contém resultado naturalístico). Consuma-se no momento em que o sujeito ingressa completa-
mente na casa da vítima (“entrar” – crime instantâneo), ou então quando, ciente de que deve
sair do local, não o faz por tempo juridicamente relevante (“permanecer” – crime permanen-
te). É imprescindível a entrada concreta em casa alheia. Não há crime na conduta de olhar ou
observar, ainda que com o uso de binóculos, a movimentação na residência de terceira pessoa.
Violações de domicílio anteriores toleradas ou perdoadas pelo sujeito passivo não afastam o
crime posterior.

Tentativa: É possível na conduta “entrar” (crime comissivo), mas incabível no núcleo “permane-
cer” (crime omissivo próprio ou puro).

Excludentes da ilicitude (art. 150, § 3º): São causas especiais de exclusão da ilicitude, pois a lei
usa a expressão “não constitui crime”. O teor da regra encontra-se abrangido pelo art. 23, III, 1ª
parte, do CP (estrito cumprimento de dever legal). A CF cuida do assunto no art. 5º, XI, no qual
se visualizam duas situações distintas: a) durante o dia – pode-se penetrar em casa alheia, sem
o consentimento do morador, em caso de flagrante delito ou desastre, para prestar socorro e
em cumprimento de determinação judicial (a CF colocou a violação de domicílio sob o manto
da reserva de jurisdição). A determinação judicial pode referir-se a qualquer espécie de diligên-
cia, de natureza jurisdicional, policial, fiscal ou administrativa; b) durante a noite – não se per-
mite o ingresso por determinação judicial, subsistindo os demais casos. Devem ser respeitadas
as formalidades legais art. 293 do CPP para que a prisão seja efetuada. O art. 5º, XI, da CF utiliza
a palavra “delito” em sentido amplo. A parte final do art. 150, § 3º, II, do CP (“ou na iminência
de o ser”) não foi recepcionada pela Constituição de 1988. Finalmente, também não há crime
de violação de domicílio, em razão do estado de necessidade (CP, art. 23, I, e art. 24), quando o
sujeito entra ou permanece em casa alheia ou em suas dependências para escapar de pessoas
que o perseguem para agredi-lo ou subtraí-lo.

DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

•• Fundamento dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência: Encontra-se no art.


5º, XII, da CF: “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal”. Esse direito é relativo, a exemplo dos demais direitos fundamentais.
É necessária sua compatibilização com as demais regras do ordenamento jurídico, e,
principalmente, a inviolabilidade de correspondência não pode ser utilizada para ofender
o interesse público, nem para prejudicar direitos alheios. É o que se convencionou chamar
de convivência das liberdades públicas. Exemplificativamente, não se pode conceber a
invocação deste direito para servir de escudo para a prática de infrações penais por alguém,
como na hipótese em que um indivíduo se vale do serviço de correios para o tráfico de
drogas. A inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda
de práticas ilícitas (STF, HC 70.814-5/SP, 1.ª Turma, Rel. Min. Celso de Mello, j. 1º.03.1994).

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Violação de correspondência
Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a ou-
trem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Sonegação ou destruição de correspondência


§ 1º Na mesma pena incorre:
I – quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no
todo ou em parte, a sonega ou destrói;
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica
II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunica-
ção telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras
pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior;
IV – quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposi-
ção legal.
§ 2º As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.
§ 3º Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico,
radioelétrico ou telefônico:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 4º Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º

Correspondência comercial
Art. 152. Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou in-
dustrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência,
ou revelar a estranho seu conteúdo:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

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DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
•• Fundamento dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos: Reside no art. 5º, X, da Consti-
tuição Federal, responsável por assegurar a inviolabilidade de dois direitos fundamentais do ser
humano: honra e vida privada. Reserva-se a toda pessoa o direito de manter segredo acerca de
fatos afetos à sua vida privada. Nessa seara, a norma constitucional resguarda os segredos pes-
soais. De fato, um segredo inerente a alguém, quando divulgado ou revelado sem justa causa,
tem o condão de acarretar sérios danos às pessoas em geral. O CP busca, nos arts. 153 e 154,
resguardar do conhecimento público segredos cuja revelação possa produzir danos a uma pes-
soa. Não ingressa na proteção penal, consequentemente, a punição pela revelação ou divulga-
ção de fatos secretos incapazes de proporcionar consequências jurídicas ao seu titular.
•• Conceito de segredo: É o fato da vida privada que se tem interesse em ocultar. Pressupõe dois
elementos: um negativo – a ausência de notoriedade, e outro positivo – a vontade determinante
de sua custódia ou preservação.11 Secreto, em síntese, é o fato que ainda não é notório. Segredo
é simplesmente o que está sob reserva, ou é oculto. O sigilo, por sua vez, é o segredo que não se
pode violar.12 Em outras palavras, o sigilo é o instrumento pelo qual se protege o segredo.
•• Diferença entre os crimes contra a inviolabilidade de correspondência e dos segredos: Resi-
de no fato de que, nos primeiros, o legislador busca coibir o conhecimento do conteúdo de
uma missiva sem autorização para tanto (tutela-se unicamente a inviolabilidade de corres-
pondência), enquanto nos crimes contra a inviolabilidade dos segredos protege-se um se-
gredo nela contido, capaz de, se divulgado ou revelado, causar danos a outrem. Além disso,
o bem jurídico resguardado pela lei penal é a inviolabilidade dos segredos.

Divulgação de segredo
Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de cor-
respondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa pro-
duzir dano a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei
nº 9.983, de 2000)
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em
lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pú-
blica: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicio-
nada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Violação do segredo profissional

Art. 154 – Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de fun-
ção, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

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Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.


Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de compu-
tadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de ob-
ter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do
titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: (Incluído
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.737,
de 2012) Vigência
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dis-
positivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta
definida no caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econô-
mico. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas pri-
vadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em
lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012) Vigência
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui
crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação,
comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informa-
ções obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: (Incluí-
do pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
I – Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012) Vigência
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Vigência
III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legisla-
tiva de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
IV – dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal
ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante repre-
sentação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta
de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra
empresas concessionárias de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)

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DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Definição de crimes contra o patrimônio: Espécies de ilícito penal que ofendem ou expõem
a perigo de lesão qualquer bem, interesse ou direito economicamente relevante, privado ou
público. A nota predominante do elemento patrimonial é o seu caráter econômico, o seu valor
traduzível em pecúnia; por extensão, também aquelas coisas que, embora sem valor venal,
representam uma utilidade, ainda que simplesmente moral (valor de afeição), para o seu pro-
prietário. Consideram-se patrimoniais os delitos quando o interesse predominante é patrimo-
nial, ainda que sejam atingidos outros bens jurídicos, como a vida e a liberdade. Por sua vez,
crimes como o peculato e a corrupção passiva, que ofendem o patrimônio, não são nesta classe
incluídos, porque acima deles a lei coloca outro interesse, que é o do regular funcionamento da
Administração Pública. A prevalência do interesse patrimonial é, pois, o elemento primordial, o
fundamento básico na capitulação dos crimes contra o patrimônio.

1.5. DO FURTO

Furto
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

a) Divisão topográfica do furto:

Art. 155, caput, CP – furto simples;


Art. 155, §1º, CP – furto noturno;
Art. 155, §2º, CP – furto privilegiado;
Art. 155, §3º, CP – furto de energia;
Art. 155, §4º, CP – furto qualificado;
Art. 155, §5º, CP – furto de veículo automotor;
Art. 155, §6º, CP – furto de semoventes para produção;
Art. 156, CP – furto de coisa comum.

b) Sujeitos da infração:
No delito de furto, art. 155 do CP, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, desde que não seja
o proprietário ou mesmo o possuidor da coisa. O diploma repressor é expresso ao determinar
que a coisa deva ser alheia móvel. Já o sujeito passivo pode ser o proprietário, possuidor ou
detentor do bem, tanto pessoa física quanto jurídica.

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c) Objeto material:

É a coisa alheia móvel contra a qual é dirigida a conduta praticada pelo agente.
Coisa móvel: é tudo aquilo passível de remoção. Ex.: animais, cadáveres que estiverem sendo
utilizados em pesquisas, por exemplo, em universidades. O ser humano vivo jamais poderá se
amoldar ao conceito de coisa.
Coisa alheia: pertencente a alguém que não aquele que a subtrai. Não são objeto de furto a
subtração de coisa de ninguém, que jamais teve dono, de coisa abandonada e de coisa de uso
de todos.
d) Objeto jurídico:
A maioria de nossos doutrinadores entende ser a posse o bem jurídico precipuamente prote-
gido pelo tipo penal de furto, além da propriedade, e também a mera detenção sobre a coisa
alheia móvel.
e) Elemento subjetivo:
O crime de furto somente pode ser praticado dolosamente, ou seja, com animus furandi, de-
vendo haver a finalidade ter a coisa alheia móvel para si ou para outrem. Não há previsão legal
para a modalidade culposa.
O furto de uso não encontra previsão no ordenamento jurídico. No entanto, é reconhecido pela
doutrina e jurisprudência como conduta atípica quando o agente, com o único objetivo de usar
momentaneamente da coisa alheia infungível, a restitui voluntariamente, no mesmo estado,
logo depois de usá-la.
f) Modalidade comissiva e omissiva:
O núcleo subtrair pressupõe um comportamento ativo por parte do agente e, ipso facto, é de
natureza comissiva. Entretanto, poderá o delito de furto ser praticado por omissão, desde que
o agente esteja no posição de garantidor.
g) Consumação e tentativa:
Conforme esclarece Damásio de Jesus, nos termos da teoria da amotio, o momento consumati-
vo do furto ocorre com a deslocação do objeto material.
Para o STJ, considera-se consumado o crime de furto no momento em que o agente se torna
possuidor da coisa alheia móvel, sendo prescindível a posse tranquila da res furtiva.
É possível a tentativa, e.g., quando o agente não tiver tempo suficiente para dispor da coisa em
razão de uma perseguição.
Segundo o entendimento jurisprudencial do STJ, acompanhado pela doutrina, a presença de
sistema eletrônico de vigilância em estabelecimento comercial não caracteriza crime impos-
sível, já que é necessária a aferição no caso concreto. O fato de o estabelecimento comercial
possuir sistema eletrônico de vigilância não ilide a consumação do delito de furto de forma
absolutamente eficaz, pois existe o risco, ainda que mínimo, de que o agente logre êxito na
sua consumação. O crime impossível somente se caracteriza quando o agente, após a prática
do fato, jamais poderia consumar o crime pela ineficácia absoluta do meio empregado ou pela
absoluta impropriedade do objeto material, nos termos do art. 17 do CP.

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h) Furto noturno:

Art. 155, § 1º, do CP – A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante


o repouso noturno.

Obs.: O §1º do art. 155 regula o chamado furto noturno, que incidia apenas no furto simples,
todavia o STJ entendeu recentemente, que esta majorante é aplicável também ao furto
qualificado.
Nele a pena é aumentada de um terço se o furto é praticado durante o repouso noturno. O le-
gislador optou pela majorante para assegurar a propriedade móvel contra maior precariedade
de vigilância. Há decisão do Superior Tribunal de Justiça afirmando ser irrelevante o fato de se
tratar de estabelecimento comercial ou de residência, habitada ou desabitada, bem como o
fato da vítima estar, ou não, efetivamente repousando.
i) Furto privilegiado:

Furto privilegiado
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode:
a) substituir a pena de reclusão pela de detenção,
b) diminuí-la de um a dois terços, ou
c) aplicar somente a pena de multa.

Requisitos (necessários e cumulativos): O agente deve ser primário e a coisa furtada de pequeno
valor.
Consequências:
•• Substituição da pena de reclusão pela de detenção;
•• Diminuição da pena de um a dois terços;
•• Aplicação somente da pena de multa.

Distinção entre o furto privilegiado e o estelionato privilegiado: No crime de furto privilegiado,


art. 155, §2º do CP, o criminoso deve ser primário e a coisa furtada de pequeno valor. No crime de
estelionato, a figura privilegiada está no §1° do art. 171, tendo como elementos a primariedade
do agente e o pequeno prejuízo suportado pela vítima no momento da consumação do delito.
Cabe ressaltar que o privilégio aplica-se também sobre o furto qualificado, desde que a
circunstância qualificadora seja de natureza objetiva.

j) Furto de energia elétrica:

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Art. 155, § 3º, do CP – Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra
que tenha valor econômico.

Obs.: Existe tipificação de furto de energia elétrica, conforme o §3° do art. 155 do Código Penal.
Dispõe o referido artigo que se equipara à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra coi-
sa que tenha valor econômico. A ligação clandestina no sistema de energia elétrica classifica-se
como furto, pois estabelece o §3° do art. 155 do Código Penal que se equipara à coisa móvel, a
energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Assim, subtrair para si ou para
outrem energia elétrica caracteriza o delito de furto.
k) Furto qualificado:

Furto qualificado

§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:


I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor
que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)

Obs.1: Art. 155, § 4º, I, que se o crime de furto for com destruição ou rompimento de obstáculo
à subtração da coisa, restará configurado o furto qualificado. Entende-se por obstáculo tudo
aquilo que dificulta a subtração, devendo ser exterior à coisa.
Obs.2: No crime de furto mediante fraude, art. 155, §4°, II do Código Penal, a fraude é usada
para diminuir a vigilância da companhia abastecedora e consequente captação da água sem
que ela perceba. É diferente a previsão do estelionato, no qual o agente se utiliza da fraude
para colocar a vítima em erro, fazendo com que ela espontaneamente lhe entregue o bem.
Obs.3: A fraude eletrônica para transferir valores de conta bancária por meio do Internet
banking constitui crime de furto qualificado, conforme o Código Penal, art. 155, §4°, II. Trata-se
de subtração de valores para si ou para outrem mediante fraude eletrônica.
Obs.4: É pacífico nos tribunais que a subtração de valores para si mediante fraude eletrônica
constitui crime de furto qualificado, conforme o Código Penal, art. 155, §4°, II. Importante ob-
servar, que a vítima será a instituição financeira, que teve seu sistema de proteção burlado e
seu cliente.

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Obs.5: O entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a
chave falsa qualifica o crime de furto, aumentando a pena para reclusão de dois a oito anos, de
acordo com §4º, III, do art. 155 do Código Penal.
Obs.6: Art. 155, §4º, IV, do Código Penal, o furto é qualificado e possui a pena majorada de
reclusão de dois a oito anos se a prática do crime for mediante o concurso de duas ou mais pes-
soas. O fundamento é a maior organização do delito. Importante salientar que nesse número
são computados os inimputáveis.
l) Furto de coisa comum

Furto de coisa comum


Art. 156. Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação.
§ 2º Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota
a que tem direito o agente.

Obs.1: Causa especial de exclusão da ilicitude (art. 156, § 2º): A lei diz não ser punível a subtração. No
campo penal, fato não punível é fato lícito. Assim, é equivocado falar que a norma permissiva consagra
uma causa de isenção de pena, pois o legislador estabeleceu a impunibilidade da subtração, e não do
agente. Sua aplicação depende de dois requisitos: (a) fungibilidade da coisa comum; e (b) que seu valor
não exceda a quota a que tem direito o agente. Coisa fungível é a de natureza móvel e suscetível de ser
substituída por outra da mesma espécie, qualidade e quantidade (art. 85 do Código Civil). É imprescin-
dível que seu valor não exceda a quota a que tem direito o agente. Se ambos os requisitos estiverem
presentes, não há razão para punição do sujeito que, em verdade, apoderou-se de algo que legitima-
mente lhe pertence. Na hipótese de coisa infungível, a subtração caracteriza o delito de furto de coisa
comum, ainda que o agente tenha direito a um valor muito superior àquele subtraído. De fato, se o
bem não pode ser substituído por outro de igual espécie ou qualidade, é único e pertencente a todos,
até que judicialmente se decida com quem ele irá legitimamente ficar.
Obs.2: Conforme art. 156 do Código Penal, o furto de coisa comum somente se procede através
de ação penal pública condicionada à representação do ofendido.

1.6. DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibili-
dade de resistência (violência imprópria):

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Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.


Roubo impróprio
§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violên-
cia contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro.
Roubo circunstanciado
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade:
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal cir-
cunstância.
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior;
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
Roubo qualificado
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo
da multa (latrocínio).

O roubo é classificado doutrinariamente como crime complexo ( resulta da fusão de dois outros de-
litos). Seu ponto de partida é o crime de furto,13 ao qual o legislador agregou elementares, relativas
ao modo de execução, que o tornam especialmente mais grave. Possui elementos idênticos aos do
crime de furto: (a) subtração como conduta típica; (b) coisa alheia móvel como objeto material; e (c)
fim de assenhoreamento definitivo para si ou para outrem como elemento subjetivo.
O roubo é a soma dos crimes de furto e de lesão corporal leve14 (CP, art. 155 + art. 129, caput),
quando praticado com violência à pessoa (própria ou imprópria), ou então de furto e de amea-
ça (CP, art. 155 + art. 147), se cometido com emprego de grave ameaça.

a) Meios de execução:

Obs.1: É importante saber a diferença das elementares do crime de furto, art. 155 e do crime
de roubo, art. 157, ambos do Código Penal. Por falta de conhecimento, muitas pessoas refe-
rem-se aos dois tipos penais como se fosse um só. Todavia, o crime de roubo estabelece que o
agente faça uso de grave ameaça ou violência à pessoa, ou de qualquer outro meio que possa
reduzir à impossibilidade de resistência da vítima, tornando-se uma lesão muito mais grave.
Obs.2: O roubo próprio é aquele no qual há o uso de violência contra a pessoa ou grave ame-
aça para o cometimento do roubo, constante do caput do art. 157 do CP. A violência seria um
meio para a prática da subtração. Já o roubo impróprio, preceituado no §1º do art.157, no

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qual primeiro acontece a subtração da coisa móvel alheia, para depois vir a violência ou grave
ameaça, como formas de assegurar a impunidade do agente ou detenção da coisa. A violência
física que tipifica o crime de roubo também é denominada de violência própria ou vis absoluta.
Ela deve ser dirigida a pessoa, na forma de lesão corporal ou vias de fato. Vias de fato são os
empurrões, tapas ou outras agressões que não possuam gravidade suficiente para serem con-
sideradas como lesão corporal.

b) Roubo próprio:
Obs.: Pratica o crime de furto, consoante o art. 155 do CP, o agente que subtrai coisa alheia mó-
vel, para si ou para outrem, com animus furandi, que significa vontade de furtar. Já aquele que
subtrai coisa alheia móvel depois de haver reduzido à impossibilidade de resistência da vítima
comete o crime de roubo, previsto no art. 157 do CP.

c) Roubo impróprio:

Obs.1: Existe previsão legal para aquele agente que, depois de subtraída a coisa, empregar vio-
lência contra pessoa ou grave ameaça com a finalidade de assegurar a impunidade do crime ou
a detenção da coisa para si ou para terceiro. Também é considerado roubo, conforme o §1° do
art. 157 do Código Penal. O referido artigo diz incorrer na mesma pena de roubo aquele que,
logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a pessoa ou grave ameaça, a fim de
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa. É o chamado roubo impróprio.
Obs.2: tentativa: Há duas posições sobre o assunto. O entendimento dominante em sede dou-
trinária e jurisprudencial é o da impossibilidade da tentativa.

d) Roubo circunstanciado:

Obs.: O Código Penal, em seu art. 157, §2°, I, é expresso ao afirmar que a pena do crime de
roubo aumenta de um terço até metade se a violência ou ameaça é exercida com emprego de
arma. O motivo é o maior potencial ofensivo bem como maior poder de intimidação sobre a
vítima. O entendimento jurisprudencial dominante é de que a utilização de arma de brinquedo
ou porte simulado de arma para intimidar a vítima do delito de roubo não autoriza o reconhe-
cimento da majorante da pena, cuja caracterização está vinculada ao potencial lesivo do ins-
trumento. Ex.: Se Fulano, ao causar constrangimento à vítima através do simulacro de arma de
fogo, há de configurar a grave ameaça, elementar do crime de roubo simples.

e) Roubo qualificado:

Obs.1: Preceitua a Súmula 610 do Supremo Tribunal Federal que há crime de latrocínio quando
se consuma o homicídio, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. Em
sintonia com a Súmula 610 do Supremo Tribunal Federal, a qual determina que há crime de
latrocínio quando o homicídio se consuma, ainda que o agente não realize a subtração de bens
da vítima. O Supremo Tribunal Federal há muito editou súmula pacificando o assunto.

Obs.2: Para ser latrocínio, a morte deve advir da violência empregada no roubo.

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Extorsão
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito
de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se
faça ou deixar fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, au-
menta-se a pena de um terço até metade.
Extorsão qualificada
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo
anterior.
Sequestro relâmpago (nome doutrinário)
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa con-
dição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão,
de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte,
aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente.

O crime de extorsão em muito se assemelha ao roubo, apresentando diversos pontos em comum:


a) são crimes contra o patrimônio, de ação penal pública incondicionada, pluriofensivos, pratica-
dos mediante grave ameaça ou violência à pessoa; b) as penas, nas modalidades fundamentais,
são as mesmas; c) o fato de os crimes serem cometidos com emprego de arma, ou por duas ou
mais pessoas, aumenta a pena de um terço até metade; d) quando praticados com emprego de
violência, admitem figuras qualificadas pela lesão corporal grave ou pela morte; e) em regra, não
são crimes hediondos, salvo se qualificados pelo resultado morte; e f) são crimes de competência
do juízo comum, e não do Tribunal do Júri, ainda que, na forma qualificada, o resultado morte
seja dolosamente produzido. Nada obstante tantas semelhanças, é evidente que roubo e extor-
são são crimes distintos. Possuem características próprias que os diferenciam com precisão.
a) Meios de execução:
Obs.1: Extorsão x Concussão: No crime de concussão, art. 316 do CP, o sujeito ativo é funcioná-
rio público e exige vantagem indevida em razão de sua função, sem violência ou grave ameaça
à pessoa. No crime de extorsão, art. 158 do CP, o agente, que pode ou não ser um funcionário
público, usa de violência ou grave ameaça para obter uma vantagem econômica indevida.
Obs.2: Extorsão x Roubo: No crime de extorsão, art. 158 do CP, embora a vítima esteja ameaça-
da, ela não fica totalmente a mercê do agente. Ela participa do ato de obtenção do bem, ainda
que com a vontade viciada. Já no roubo, art. 157 do CP, mesmo sem a colaboração da vítima, é
possível o sucesso da empreitada criminosa.
Obs.3: Extorsão e estelionato: A extorsão, na situação em que o ofendido é constrangido a en-
tregar algo ao criminoso, apresenta um ponto em comum com o estelionato (CP, art. 171), pois
neste delito é também a vítima quem entrega o bem ao agente. No estelionato a vítima efetiva-
mente deseja entregar a coisa, pois ela foi, mediante artifício, ardil ou outro meio fraudulento,

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induzida ou mantida em erro pelo golpista. Na extorsão a vítima se livra de parcela do seu pa-
trimônio contra sua vontade, pois o faz em decorrência da violência ou grave ameaça contra ela
dirigida. Se, no caso concreto, o sujeito empregar fraude e violência à pessoa ou grave ameaça,
a ele será imputado o crime de extorsão, pois, além de se tratar de infração penal mais grave,
a entrega do bem pela vítima se deu contra sua vontade, em face do constrangimento a ela
endereçado.
b) Consumação e tentativa:
Obs.1: O crime de extorsão, art. 158 do CP, é um crime formal, tendo sua consumação no mo-
mento em que a vítima assuma um comportamento, positivo ou negativo, contra a sua vonta-
de, em decorrência da violência ou grave ameaça do agente. A obtenção de vantagem indevida
é mero exaurimento do crime.
Obs.2: Por ser um crime formal, o crime de extorsão, art. 158 do CP, consuma-se no momento
em que a vítima, compelida pela violência ou grave ameaça, realiza o comportamento almeja-
do pelo agente. A obtenção de vantagem econômica indevida é um especial fim de agir e cons-
titui mero exaurimento do crime. Vide Súmula 96 do STJ que aduz que a extorsão se consuma
independentemente da obtenção da vantagem econômica.

Extorsão mediante sequestro


Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer van-
tagem, como condição ou preço do resgate:
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor
de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando
ou quadrilha.
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
Delação premiada
§ 4º – Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autorida-
de, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.

Obs.1: O crime de extorsão mediante sequestro consuma-se com a privação de liberdade da


vítima, independentemente da obtenção da vantagem patrimonial pretendida pelos agentes.
É um crime formal e permanente. O fato de receber a vantagem indevida é mero exaurimento
do tipo penal.

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Obs.2: No crime extorsão mediante sequestro, art. 159 do CP, a privação de liberdade de loco-
moção da vítima há de ser por tempo juridicamente relevante, apreciado no caso concreto pelo
magistrado com razoabilidade. Por outro lado, a intenção de conseguir a vantagem indevida é
elemento subjetivo específico do tipo penal. Se não for externada, o crime será de sequestro e
cárcere privado, art. 148 do CP.
Obs.3: A delação premiada é causa especial de redução de pena do crime de extorsão mediante
sequestro praticado em concurso de agentes, art. 159, §4° do Código Penal. Um dos requisitos
dos quais depende a delação premiada é a facilitação na libertação do sequestrado. Em outras
palavras, ela deve ser eficaz para a resolução do crime e soltura da vítima, ou não terá aplicação.
Obs.4: O instituto da delação premiada no crime de extorsão mediante sequestro possui requi-
sitos próprios para ser utilizado, dentre eles a facilitação na libertação do sequestrado. Caso a
delação não seja eficaz para a soltura da vítima, não terá cabimento como direito do criminoso.
Se o sequestrado for solto por outro motivo qualquer que não a informação prestada pelo co-
autor, a pena não será diminuída.

Extorsão indireta
Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra
terceiro:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Objeto material: É o documento, público ou privado, que pode dar causa a procedimento crimi-
nal contra a vítima ou contra terceiro, pois se destina a encenar a prática de um crime. A carac-
terização do crime independe da efetiva instauração do procedimento criminal contra a vítima
ou contra terceiro. A possibilidade de instauração de procedimento criminal não se confunde
com a certeza ou possibilidade de condenação. O documento deve ser exigido ou recebido
como garantia de dívida. Esta garantia repousa na ameaça que o documento representa contra
o devedor. Dívida é a prestação em dinheiro a que alguém se obriga, decorrente de contrato de
qualquer natureza (art. 160 do CP).

DA USURPAÇÃO

Alteração de limites
Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de
linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem:

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Usurpação de águas
I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Esbulho possessório
II – invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de
duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.

Supressão ou alteração de marca em animais


Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou
sinal indicativo de propriedade:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Dano
Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Parágrafo único. Se o crime é cometido:
I – com violência à pessoa ou grave ameaça;
II – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime
mais grave
III – contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de ser-
viços públicos ou sociedade de economia mista;
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.

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Obs.1: O crime de dano é um crime material, havendo a consumação quando o agente efeti-
vamente destrói, inutiliza ou deteriora coisa alheia. É um crime plurissubsistente, permitindo
o fracionamento do iter criminis. Dessa forma, quando o agente não consegue o resultado por
circunstâncias alheias à sua vontade, é possível a tentativa.

Obs.2: Dano qualificado: De acordo com o art. 163, III do CP, comete dano qualificado aquele que
destrói, inutiliza ou deteriora coisa alheia do patrimônio da União, do Estado ou do Município.
Aqui há a preocupação do legislador em preservar o bem público, seja ele de uso comum,
especial e dominical. Previsto no artigo 163, parágrafo único, inciso III do Código Penal, o crime
de dano qualificado, que traz uma maior reprovabilidade da conduta. O crime é tipificado como
destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia móvel do patrimônio da União, Estado, Município,
empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista.

Obs.3: A ação penal do dano simples é privada (art. 167 do CP).

Obs.4: Figuras qualificadas:

•• Inciso I – com violência à pessoa ou grave ameaça: tanto a violência como a grave ameaça de-
vem ser endereçadas à pessoa humana. O fundamento da elevação da pena em abstrato re-
side no fato de se tratar, na forma qualificada, de crime pluriofensivo (atinge o patrimônio, no
tocante ao dano, e a integridade física ou a liberdade individual, relativamente à qualificado-
ra). A vítima da grave ameaça ou violência pode ser pessoa diversa da vítima do dano. A grave
ameaça ou violência à pessoa deve ser anterior ou concomitante ao dano (são utilizadas para
assegurar a danificação). Se posterior ao dano, não o qualifica o crime, restando configurados
dois delitos: dano simples (CP, art. 163, caput) em concurso material com lesão corporal (CP,
art. 129) ou ameaça (CP, art. 147). O crime de ameaça (CP, art. 147) é absorvido pelo dano
qualificado (princípio da consunção). Na hipótese de violência à pessoa, a lei determina ex-
pressamente o concurso material obrigatório – o sujeito responde pelo dano qualificado e
pelo crime produto da violência. A contravenção penal de vias de fato, nada obstante abra
ensejo para a figura qualificada, resta absorvida pelo dano qualificado. A violência contra a
coisa não qualifica o crime de dano, pois nela já se incluem a destruição, a inutilização ou a
deterioração, elementares do dano simples (CP, art. 163, caput). O dano qualificado pela vio-
lência ou grave ameaça à pessoa é crime de ação penal pública incondicionada (CP, art. 167).

•• Inciso II – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime
mais grave: Esta qualificadora se legitima no maior perigo provocado pela conduta crimi-
nosa e apresenta a nota da subsidiariedade expressa (“se o fato não constitui crime mais
grave”). A substância inflamável ou explosiva que qualifica o dano há de ser empregada
antes ou durante a execução do delito. O dano qualificado pelo emprego de substância
inflamável ou explosiva não se confunde com os crimes de incêndio (CP, art. 250) e de ex-
plosão (CP, art. 251). Naquele, o agente se limita a ofender o patrimônio alheio; nestes, há
criação de perigo comum. Substância inflamável é a que possibilita a rápida expansão do
fogo. Substância explosiva é aquela capaz de provocar detonação, estrondo, em razão da
decomposição química associada ao violento deslocamento de gases. No campo desta qua-
lificadora, a ação penal é pública incondicionada (CP, art. 167).

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•• Inciso III – contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de
serviços públicos ou sociedade de economia mista: A razão da existência desta qualificado-
ra é o elevado interesse coletivo na preservação da coisa pública e do patrimônio de enti-
dades vinculadas ao Poder Público. A qualificadora é aplicável a todos os bens integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas pelo texto legal (bens de uso comum do
povo, de uso especial e dominicais). O dispositivo legal não faz menção ao Distrito Federal,
nem às autarquias, empresas públicas, fundações públicas e empresas permissionárias de
serviços públicos. Conclui-se, portanto, que estará caracterizado dano simples, crime de
ação penal privada, na destruição, inutilização ou deterioração de bens integrantes do pa-
trimônio destas entidades, em respeito ao princípio da reserva legal ou da estrita legalida-
de (CF, art. 5º, XXXIX e CP, art. 1º), o qual veda a utili zação da analogia in malam partem em
Direito Penal. O termo “patrimônio” engloba a propriedade e a posse legítima. Nessa mo-
dalidade qualificada, o crime de dano é de ação penal pública incondicionada (CP, art. 167).

•• A questão da danificação da cela para fuga do preso: há dano qualificado pela lesão ao
patrimônio público? Há duas posições: 1ª) Há crime de dano qualificado, pois basta a des-
truição, inutilização ou deterioração de coisa alheia, prescindindo-se do fim de prejudicar o
patrimônio alheio (animus nocendi). Pouco importa se o detento busca sua liberdade, pois
não tem ele o direito de lesar o patrimônio alheio, especialmente no que diz respeito aos
bens públicos; 2ª) Não há crime de dano, pois o agente não quer danificar o patrimônio pú-
blico. Falta-lhe o animus nocendi. Sua finalidade limita-se à busca da liberdade.

•• Inciso IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima (IV) – A qualifica-
dora fundamenta-se no excessivo individualismo do agente, que se comporta em sociedade
pensando somente em si próprio, sem qualquer tipo de solidariedade para com o próximo, e,
para alcançar seus objetivos, ainda que escusos, não hesita em ofender o patrimônio alheio
(motivo egoístico), bem como no desprezo exagerado aos bens das outras pessoas, causando
a elas relevantes contratempos e vultosa diminuição patrimonial (prejuízo considerável para
a vítima). Motivo egoístico é uma especial forma de motivo torpe. O sujeito danifica o patri-
mônio alheio unicamente para alcançar uma vantagem pessoal, de natureza patrimonial ou
extrapatrimonial. Prejuízo considerável para a vítima é uma situação que deve ser analisada
no caso concreto, levando-se em conta o valor do bem danificado e a situação econômico-
-financeira da vítima. Nessa qualificadora, o delito é de ação penal privada (CP, art. 167).

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de


quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

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Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico


Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente
em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especial-
mente protegido por lei:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Ação penal
Art. 167 – Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente
se procede mediante queixa.

1.7. DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

Art. 168 – Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:


I – em depósito necessário;
II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro
ou depositário judicial;

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III – em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos con-
tribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência
social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou
arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despe-
sas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; (In-
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tive-
rem sido reembolsados à empresa pela previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua
o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações de-
vidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agen-
te for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o
pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para
o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito
ou força da natureza:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:

Apropriação de tesouro

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I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a


que tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada

II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando
de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente,
dentro no prazo de quinze dias.

Apropriação Privilegiada
Art. 170. Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.

A nota característica do crime de apropriação indébita é a existência de uma situação de


quebra de confiança, pois a vítima voluntariamente entrega uma coisa móvel ao agente, e este,
após encontrar-se na sua posse ou detenção, inverte seu ânimo no tocante ao bem, passando a
comportar-se como seu proprietário.

Requisitos: O crime tipificado pelo art. 168 do Código Penal depende dos seguintes requisitos:

•• Entrega voluntária do bem pela vítima: havendo fraude, o crime será de estelionato (CP,
art. 171, caput); se presente grave ameaça ou violência à pessoa, o delito será de roubo (CP,
art. 157) ou de extorsão (CP, art. 158);

•• Posse ou detenção desvigiada: livre da fiscalização e do controle por parte do seu titular.
Tratando-se de posse ou detenção vigiada, e retirada do bem da esfera de vigilância da víti-
ma, sem sua autorização, o crime será de furto (CP, art. 155);35

•• Boa-fé do agente ao tempo do recebimento do bem: se o agente, ao receber o bem, já


tinha a intenção de apropriar-se dele, o crime será de estelionato (CP, art. 171). Também
comete estelionato o indivíduo que recebe algum bem por equívoco da vítima, e, ao cons-
tatá-lo, fica em silêncio, aceitando-o. Na dúvida acerca da existência da boa-fé ao tempo do
recebimento da coisa, o intérprete deve reputá-la presente, por duas razões fundadas em
princípios gerais do Direito: (a) a boa-fé se presume; e (b) in dubio pro reo, já que a pena do
crime de apropriação indébita é inferior à pena cominada ao estelionato;

•• Modificação posterior no comportamento do agente: o agente, após entrar licitamente (de


boa-fé) na posse ou detenção da coisa, passa a se comportar como se fosse seu proprietá-
rio. Revela o ânimo de assenhoreamento definitivo (animus rem sibi habendi), razão pela
qual a “apropriação indébita de uso” é penalmente irrelevante. A alteração no comporta-
mento do agente pode verificar-se pela prática de algum ato de disposição (“apropriação
indébita propriamente dita” ou “apropriação indébita própria”) ou pela recusa na restitui-
ção (“negativa de restituição”). A apropriação indébita propriamente dita não se confunde
com o delito de disposição de coisa alheia como própria (art. 171, § 2º, I, do CP) – As dife-
renças entre tais crimes são simples: o objeto material da apropriação indébita obrigato-
riamente é coisa alheia móvel, ao passo que o da disposição de coisa alheia como própria

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pode ser bem móvel ou imóvel; e na apropriação indébita (sempre de coisa móvel) o agen-
te deve ter a posse ou detenção legítimas do bem, enquanto na disposição de coisa alheia
como própria (quando se tratar de coisa móvel) não é imprescindível tal espécie de posse
ou detenção. Não há crime quando ao sujeito é assegurado o direito de retenção do bem,
como se dá em determinadas hipóteses dos contratos de depósito e de mandato, nos mol-
des dos arts. 644, caput,36 e 681,37 ambos do Código Civil. Nesses casos, o sujeito realiza
um fato típico, porém lícito, acobertado pelo exercício regular de direito (CP, art. 23, III, in
fine). Também não se caracteriza o delito de apropriação indébita quando o sujeito tem o
direito de compensação (arts. 368 a 380 do Código Civil).

Obs.1: O crime de apropriação indébita está previsto no art. 168 do CP. Nele, o agente recebe
legitimamente o bem, mas modifica seu ânimo, momento no qual surge o dolo, e nega a sua
restituição. O sentido do núcleo do delito é tomar para si indevidamente, uma coisa alheia mó-
vel, de que tinha a posse ou a detenção. Já no crime de furto mediante fraude, art. 155, §4°, II,
a vítima tem sua vigilância diminuída, facilitando a ação criminosa. A vítima é ludibriada e tem
seus bens subtraídos sem perceber.

Obs.2: O Código Penal, no seu art. 169, preceitua o delito de apropriação de coisa havida por
erro, caso fortuito ou força da natureza. Incorre no tipo penal quem toma como propriedade
coisa alheia que tenha vindo ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza. Logo,
Maria, ao apropriar-se de presente valioso que tenha vindo pra ela por erro quanto à pessoa,
deverá ser responsabilizada pelo referido crime.

Obs.3: Distinção entre apropriação indébita e estelionato: Ambos são crimes contra o patrimô-
nio punidos unicamente a título de dolo. Distinguem-se quanto ao momento em que desponta
o dolo de locupletar-se perante o patrimônio alheio: na apropriação indébita o dolo é subse-
quente ou sucessivo,40 enquanto no estelionato o dolo é antecedente ou ab initio.

1.8. DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio frau-
dulento:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Estelionato privilegiado
§ 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a
pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º Nas mesmas penas incorre quem:

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Disposição de coisa alheia como própria


I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como
própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gra-
vada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante paga-
mento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a
garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a al-
guém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a
saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indeni-
zação ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frus-
tra o pagamento.
§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de en-
tidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou
beneficência.

Núcleo do tipo: É obter. Equivale a alcançar um lucro indevido em decorrência do engano pro-
vocado na vítima, que contribui para a finalidade do criminoso sem notar que está sendo lesa-
da em seu patrimônio.
Trata-se de conduta composta:
Induzir significa persuadir, no sentido de criar para a vítima uma situação falsa.
Manter é fazer o ofendido permanecer na posição de equívoco em que já se encontrava. A
obtenção da vantagem ilícita dá-se pelo fato de o sujeito conduzir a vítima ao engano ou então
deixá-la no erro em que sozinha se envolveu.
Erro é a falsa percepção da realidade, apta a produzir uma manifestação de vontade viciada.
Esta elementar deve ser interpretada extensivamente, a fim de englobar também a ignorância
(completo desconhecimento da realidade). Para induzir ou manter a vítima em erro, o sujeito
se vale de artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.

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Artifício é a fraude material – o agente utiliza algum instrumento ou objeto para enganar a vítima.

Ardil é a fraude moral, representada pela conversa enganosa.

Com a expressão “qualquer outro meio fraudulento” nossa lei se refere a qualquer atitude ou
comportamento que provoque ou mantenha alguém em erro, do qual advirão a vantagem ilíci-
ta e o dano patrimonial.

A vantagem ilícita precisa possuir natureza econômica, uma vez que o estelionato é crime con-
tra o patrimônio. É ilícita porque não corresponde a nenhum direito. Se a vantagem for lícita o
estelionato cede espaço para o delito de exercício arbitrário das próprias razões (CP, art. 345).

Prejuízo alheio é o dano patrimonial. Não basta, portanto, a obtenção de vantagem ilícita ao
agente – exige-se também o prejuízo ao ofendido. Visualizam-se assim quatro momentos diver-
sos no estelionato: emprego de fraude, situação de erro na qual a vítima é colocada ou manti-
da, obtenção de vantagem ilícita e prejuízo suportado pela vítima.

Obs.1: Estelionato x Extorsão: No crime de estelionato, art. 171 do CP, a fraude é a caracterís-
tica essencial. Em outras palavras, por meio do engano, o agente tem a colaboração da vítima
para se despojar de seus pertences. Já no crime de extorsão, previsto no art. 158 do CP, a vítima
é constrangida, ou seja, tem sua liberdade estorvada e é obrigada a despojar-se de seu patri-
mônio contra a sua vontade, através de violência ou grave ameaça.

Obs.2: O art. 171 do CP traz que o estelionato é a obtenção de vantagem ilícita, em prejuízo
alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante ardil, artifício ou qualquer outro
meio fraudulento. O núcleo manter permite a conclusão de que o agente pode conservar a víti-
ma na ideia de erro na qual se encontrava.

Obs.3: Estelionato x Apropriação Indébita: O crime de apropriação indébita está disposto no


art. 168 do Código Penal. O agente recebe legitimamente o bem e, modificando seu ânimo,
o toma para si, negando a sua restituição. O dolo deverá surgir após o agente ter a posse ou
detenção da coisa. Já no crime de estelionato, art. 171 do CP, a intenção de apossar-se da coisa
surge antes, razão pela qual o agente engana o proprietário, ludibriando sua confiança.

Obs.4: Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, em sua Súmula 17, quando o
falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Em outras
palavras, o crime fim, estelionato, absorve o crime-meio, falsidade documental, por força do
princípio da consunção. Ex.: Fulano que utiliza a falsidade da cártula do cheque (crime-meio)
para enganar os comerciantes, obtendo mercadorias em prejuízo alheio (crime-fim).

A Súmula 17 do Superior Tribunal de Justiça aduz que, quando o falso se exaure no estelionato,
sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Trata-se do princípio da consunção, no
qual o crime-meio, falsidade documental, é absorvido pelo crime-fim, estelionato.

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Duplicata simulada
Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria
vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei
nº 8.137, de 27.12.1990)
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
8.137, de 27.12.1990)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar a escri-
turação do Livro de Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968)
Abuso de incapazes
Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperi-
ência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer
deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de
terceiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Induzimento à especulação
Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade
ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à es-
peculação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é
ruinosa:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Fraude no comércio
Art. 175 – Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou subs-
tituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender
pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:

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Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
Outras fraudes
Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de
transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, confor-
me as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações

Art. 177. Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em


comunicação ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da so-
ciedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a
economia popular.
§ 1º – Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popu-
lar: (Vide Lei nº 1.521, de 1951)
I – o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório,
parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa sobre
as condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em
parte, fato a elas relativo;
II – o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação
das ações ou de outros títulos da sociedade;
III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio
ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembléia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por
ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V – o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou
em caução ações da própria sociedade;
VI – o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou me-
diante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acio-
nista, consegue a aprovação de conta ou parecer;
VIII – o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX – o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no
País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.

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§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, o acionista que,
a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de
assembléia geral.
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"

Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Fraude à execução
Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou
simulando dívidas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa.

1.9. DA RECEPTAÇÃO

Receptação
Art. 180 – Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou
alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a
adquira, receba ou oculte:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Receptação qualificada
§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, mon-
tar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito pró-
prio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber
ser produto de crime:
Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa.
§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer for-
ma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.
Receptação culposa
§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o va-
lor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio
criminoso:

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Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
§ 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do cri-
me de que proveio a coisa.
§ 5º Na hipótese do § 3º (receptação culposa), se o criminoso é primário, pode o juiz,
tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação do-
losa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
§ 6º Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município,
empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena
prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro.

A receptação pode ser dolosa ou culposa. A receptação dolosa divide-se em: (a) simples (própria ou
imprópria), (b) qualificada pelo exercício de atividade comercial ou industrial (§ 1º), (c) privilegiada
(§ 5º, parte final); e (d) qualificada pela natureza do objeto material (§ 6º). Em relação à receptação
qualificada pelo exercício de atividade comercial ou industrial, o § 2º do art. 180 contempla uma
norma penal explicativa ou complementar. A receptação culposa, delineada no art. 180, § 3º, do
Código Penal, é compatível com a regra contida no § 5º, 1ª parte, do mesmo dispositivo legal, ine-
rente ao perdão judicial. O § 4º do art. 180 do Código Penal contém uma norma penal explicativa ou
complementar atinente à autonomia do crime de receptação (dolosa ou culposa).
Receptação própria (art. 180, caput, 1ª parte)
•• Introdução: A receptação é crime acessório, de fusão ou parasitário, pois não tem existência
autônoma, reclamando a prática de um delito anterior. A palavra “crime” deve ser interpretada
restritivamente – se a coisa é produto de contravenção penal, não se caracteriza o delito em
análise. É imprescindível a comprovação da natureza criminosa do bem. Esta é, portanto, a dili-
gência primordial a ser realizada pela autoridade policial no bojo do inquérito policial (CPP, art.
6º, inc. III). Sem ela, o procedimento investigatório estará incompleto, e não será suficiente a
embasar a atividade do Ministério Público quanto ao oferecimento da denúncia. Não há neces-
sidade de prévio ajuizamento de ação penal nem de condenação pela prática do crime anterior.

•• Autonomia da receptação: A receptação, embora classificada como crime acessório, pois


pressupõe a prática de um crime anterior, não reclama o conhecimento do autor deste úl-
timo, nem a possibilidade de ser ele efetivamente punido. Há, portanto, independência en-
tre a receptação e o crime anterior. Esta independência é relativa, pois é indispensável que
se comprove a existência material do crime de que proveio a coisa que se diz receptada.70

•• Norma penal explicativa (art. 180, § 4º): A autonomia da receptação, apresentada pelo art.
180, § 4º, do Código Penal, divide-se em dois diferentes aspectos: 1º) a receptação é puní-
vel ainda que desconhecido o autor do crime antecedente. Se forem identificados tanto o
receptador como o autor do crime anterior, os crimes por eles praticados serão tidos como
conexos (art. 76, III, CPP) e, sempre que possível, importarão em unidade de processo e jul-
gamento. Na hipótese de o autor do crime antecedente ter sido identificado e processado,
a absolvição ou condenação do receptador depende do fundamento utilizado pelo magis-
trado para absolver o responsável pelo crime anterior. Se tal fundamento for incompatível
com a receptação, o receptador deverá ser absolvido; em caso contrário, o receptador po-

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derá ser condenado; 2º) o receptador pode ser punido ainda que isento de pena o autor
do crime de que proveio a coisa. É o que se dá nas causas de exclusão da culpabilidade,
também conhecidas como dirimentes, e nas escusas absolutórias.

•• Receptação e extinção da punibilidade do crime anterior: A declaração da extinção da puni-


bilidade do crime anterior, qualquer que seja a sua causa, não impede a caracterização do
crime e a punição do seu responsável. Cuida-se, uma vez mais, de manifestação da autono-
mia da receptação. O crime antecedente existiu, e isso, por si só, enseja a possibilidade de
reconhecimento do crime acessório e a imposição de pena a quem nele se envolveu (art.
108, 1ª parte, CP). Com efeito, a declaração da extinção da punibilidade relativamente ao
crime antecedente impede a configuração da receptação e, consequentemente, a punição
do seu responsável, quando fundada na anistia (CP, art. 107, inc. II, 1ª figura) e na abolitio
criminis (CP, art. 107, inc. III). Anistia e abolitio criminis são causas extintivas da punibilida-
de veiculadas por lei. Naquela, uma lei ordinária com efeitos retroativos exclui um ou mais
fatos criminosos do campo de incidência do Direito Penal; nesta, a nova lei exclui do âmbito
do Direito Penal um fato até então considerado criminoso. Logo, se o crime é instituído por
uma lei, outra lei de igual natureza faz com que ele desapareça, nada obstante o Código
Penal, em seu art. 107, fale em extinção da punibilidade. E, se o crime anterior deixa de
existir, não subsiste a receptação, uma vez que a partir de então a coisa não pode mais ser
considerada produto de crime.
•• Natureza jurídica: A receptação integra a relação dos crimes contra o patrimônio (Título
II da Parte Especial do CP). Mas o crime anterior, nada obstante normalmente também
seja patrimonial, não precisa ser de igual natureza – qualquer crime compatível com a
posterior receptação pode funcionar como seu pressuposto. O art. 180 do Código Penal
não faz exigência alguma. Existe receptação mesmo que o crime anterior seja de ação
penal exclusivamente privada e não tenha sido ajuizada queixa-crime, ou de ação penal
pública condicionada e a vítima não tenha oferecido representação. Nesses casos o
Ministério Público terá que provar, incidentalmente, a existência do crime anterior, e
somente poderá haver condenação pela receptação, e nunca pelo delito anterior. A pena
cominada à receptação independe da pena atribuída ao crime anterior, situação que gera
críticas doutrinárias, pois não se contesta que sua prática fomenta o cometimento de vários
outros delitos, inclusive de mais elevada gravidade (roubos, latrocínios etc.). Destarte, seria
mais adequado se a receptação apresentasse a mesma pena do crime antecedente, mas o
legislador pátrio optou por caminho diverso.
•• Núcleos do tipo:Adquirir é a obtenção da propriedade, a título oneroso (exemplo: compra
e venda, permuta etc.) ou gratuito (exemplo: doação). Há receptação quando a coisa é
transmitida em razão de sucessão causa mortis, desde que o herdeiro saiba que se trata
de produto de crime. Não importa, na aquisição onerosa, que o preço pago seja irrisório
ou justo. Pode ocorrer a receptação quando a aquisição se deu pelo valor normal da coisa,
desde que o agente conheça sua origem criminosa. O justo preço pago por uma coisa,
visando tão somente o ganho inerente ao negócio, não afasta a ideia de proveito. Receber
significa ingressar na posse do bem. Transportar consiste em levar um objeto de um local
para outro. Conduzir diz respeito à situação em que alguém dirige um veículo, automotor
ou não, para levá-lo a algum outro local. Ocultar equivale a esconder o objeto material,
colocando-o em local no qual não possa ser encontrado por terceiros. Não se deve
confundir a receptação nesta última modalidade – “ocultar coisa que sabe ser produto de
crime” – com o crime de favorecimento real (art. 349 do CP).

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Receptação imprópria (art. 180, caput, parte final): A receptação imprópria é espécie da recep-
tação simples, constituída pela simbiose da conduta consistente em influir (influenciar, con-
vencer alguém a fazer algo) alguém, de boa-fé, a adquirir, receber ou ocultar coisa produto de
crime. Incrimina-se a conduta daquele que atua como intermediário no negócio espúrio. O au-
tor da receptação imprópria não pode ter envolvimento algum com o crime antecedente (não
pode ter sido seu autor, coautor ou partícipe). É fundamental que o terceiro que adquire, rece-
be ou oculta a coisa, esteja de boa-fé (elementar do tipo penal). Se ele agir de má-fé, responde
também como receptador, na forma do art. 180, caput, 1ª parte, do CP, e quem o influenciou
será partícipe deste delito. Há crime único quando o sujeito influencia terceiro de boa-fé a ad-
quirir, receber e ocultar coisa que sabe tratar-se de produto de crime. Mas, se o agente realizar,
separadamente, condutas distintas, inerentes à receptação própria e à receptação imprópria,
responderá pelos dois crimes. A receptação imprópria é crime formal, de consumação anteci-
pada ou de resultado cortado. Consuma-se com a prática de atos idôneos de mediação para o
terceiro de boa-fé adquirir, receber ou ocultar coisa produto de crime. Não comporta tentativa,
pois ou o ato de mediação é idôneo, e o crime se consuma, ou não o é, acarretando a atipicida-
de do fato (entendimento dominante em sede doutrinária). Para nós, a receptação imprópria
é crime formal, mas compatível com a tentativa. Cuida-se, em regra, de crime unissubsistente,
mas que na prática pode revelar-se plurissubsistente, razão pela qual a possibilidade da tentati-
va depende de avaliação no caso concreto.

a) Receptação qualificada:

O crime em tela é o de receptação qualificada pelo exercício de atividade comercial, art. 180,
§1° do Código Penal. Possui uma pena mais elevada em relação à receptação dolosa simples,
por apresentar um maior juízo de reprovação. Assim, quem adquire, recebe, transporta, con-
duz, oculta, tem em depósito, desmonta, monta, remonta, vende, expõe à venda, ou de qual-
quer forma utiliza em proveito próprio ou alheio coisa que deve saber ser produto de crime, no
exercício de atividade comercial ou industrial, incorre no tipo penal.
b) Causa de aumento de pena:

Art. 180, §6º, do CP – adquirir coisa que sabe ser produto de crime e que se trata de patrimônio
do Estado, deve a pena ser aplicada em dobro.

Obs.: O CP foi alterado no dia 02 de agosto de 2016 para acrescentar um novo crime em seu
art. 180-A.

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou ven-
der, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável
de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto
de crime: (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.330, de
2016)

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1.10. DISPOSIÇÕES GERAIS PARA OS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Escusas absolutórias (causas de exclusão da punibilidade)

Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo:
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil
ou natural.
Escusas relativas
Art. 182. Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título
é cometido em prejuízo:
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave
ameaça ou violência à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos.

Obs.: Prevê o art. 181, I, do CP, estar isento de pena quem cometer qualquer dos crimes contra
o patrimônio em prejuízo do cônjuge na constância da sociedade conjugal.

Está albergado pela imunidade penal absoluta ou escusa absolutória, prevista no art. 181, II do
Código Penal, que isenta de pena, o agente que comete qualquer dos crimes contra o patrimô-
nio em prejuízo de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
civil ou natural. É a preocupação político-criminal do legislador para a harmonia do ambiente
familiar em detrimento da persecução criminal.

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DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) ao exercício de emprego, cargo ou função." (In-
cluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
CAPÍTULO I § 2º A pena é aumentada em até um terço
DOS CRIMES CONTRA se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
A LIBERDADE SEXUAL
Estupro
CAPÍTULO II
Art. 213. Constranger alguém, mediante violên-
cia ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou DOS CRIMES SEXUAIS
a praticar ou permitir que com ele se pratique CONTRA VULNERÁVEL
outro ato libidinoso:
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 12.015, de 2009)
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro
natureza grave ou se a vítima é menor de 18 ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze)
anos. § 1º Incorre na mesma pena quem pratica
as ações descritas no caput com alguém
§ 2º Se da conduta resulta morte: que, por enfermidade ou deficiência men-
tal, não tem o necessário discernimento
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) para a prática do ato, ou que, por qualquer
anos outra causa, não pode oferecer resistência.
Violação sexual mediante fraude § 3º Se da conduta resulta lesão corporal de
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro natureza grave:
ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte)
outro meio que impeça ou dificulte a livre mani- anos.
festação de vontade da vítima:
§ 4º Se da conduta resulta morte:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com anos
o fim de obter vantagem econômica, aplica-
-se também multa. Corrupção de menores
Assédio sexual Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze)
anos a satisfazer a lascívia de outrem:
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito
de obter vantagem ou favorecimento sexual, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
prevalecendo-se o agente da sua condição de
superior hierárquico ou ascendência inerentes

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Satisfação de lascívia mediante presença de Parágrafo único. Procede-se, entretanto,


criança ou adolescente mediante ação penal pública incondiciona-
da se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém me- ou pessoa vulnerável.
nor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presen-
ciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a Aumento de pena
fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Art. 226. A pena é aumentada:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos.” I – de quarta parte, se o crime é cometido
com o concurso de 2 (duas) ou mais pesso-
Favorecimento da prostituição ou de outra for- as;
ma de exploração sexual de criança ou adoles-
cente ou de vulnerável. II – de metade, se o agente é ascendente,
padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prosti- companheiro, tutor, curador, preceptor ou
tuição ou outra forma de exploração sexual al- empregador da vítima ou por qualquer ou-
guém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por tro título tem autoridade sobre ela
enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA
facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez)
anos. Mediação para servir a lascívia de outrem

§ 1º Se o crime é praticado com o fim de ob- Art. 227. Induzir alguém a satisfazer a lascívia
ter vantagem econômica, aplica-se também de outrem:
multa. Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 2º Incorre nas mesmas penas: § 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e
I – quem pratica conjunção carnal ou outro menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente
ato libidinoso com alguém menor de 18 (de- é seu ascendente, descendente, cônjuge ou
zoito) e maior de 14 (catorze) anos na situa- companheiro, irmão, tutor ou curador ou
ção descrita no caput deste artigo; pessoa a quem esteja confiada para fins de
educação, de tratamento ou de guarda:
II – o proprietário, o gerente ou o responsá-
vel pelo local em que se verifiquem as práti- Pena – reclusão, de dois a cinco anos.
cas referidas no caput deste artigo. § 2º Se o crime é cometido com emprego de
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, consti- violência, grave ameaça ou fraude:
tui efeito obrigatório da condenação a cas- Pena – reclusão, de dois a oito anos, além
sação da licença de localização e de funcio- da pena correspondente à violência.
namento do estabelecimento.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lu-
DISPOSIÇÕES GERAIS cro, aplica-se também multa.

Ação penal Favorecimento da prostituição ou outra forma


de exploração sexual
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e
II deste Título, procede-se mediante ação penal Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição
pública condicionada à representação. ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la,
impedir ou dificultar que alguém a abandone:

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, § 2º Se o crime é cometido mediante vio-
e multa. lência, grave ameaça, fraude ou outro meio
que impeça ou dificulte a livre manifestação
§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, da vontade da vítima:
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, compa-
nheiro, tutor ou curador, preceptor ou em- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos,
pregador da vítima, ou se assumiu, por lei sem prejuízo da pena correspondente à
ou outra forma, obrigação de cuidado, pro- violência.
teção ou vigilância:
Tráfico internacional de pessoa para fim de ex-
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. ploração sexual
§ 2º Se o crime, é cometido com emprego Art. 231. Promover ou facilitar a entrada, no
de violência, grave ameaça ou fraude: território nacional, de alguém que nele venha a
exercer a prostituição ou outra forma de explo-
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, além ração sexual, ou a saída de alguém que vá exer-
da pena correspondente à violência. cê-la no estrangeiro.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lu- Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
cro, aplica-se também multa.
§ 1º Incorre na mesma pena aquele que
Casa de prostituição agenciar, aliciar ou comprar a pessoa tra-
Art. 229. Manter, por conta própria ou de tercei- ficada, assim como, tendo conhecimento
ro, estabelecimento em que ocorra exploração dessa condição, transportá-la, transferi-la
sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou media- ou alojá-la.
ção direta do proprietário ou gerente: (Redação § 2º A pena é aumentada da metade se:
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
I – a vítima é menor de 18 (dezoito) anos;
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e
multa. II – a vítima, por enfermidade ou deficiência
mental, não tem o necessário discernimen-
Rufianismo to para a prática do ato;
Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia, III – se o agente é ascendente, padrasto,
participando diretamente de seus lucros ou madrasta, irmão, enteado, cônjuge, compa-
fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por nheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
quem a exerça: pregador da vítima, ou se assumiu, por lei
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e ou outra forma, obrigação de cuidado, pro-
multa. teção ou vigilância; ou

§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e IV – há emprego de violência, grave ameaça


maior de 14 (catorze) anos ou se o crime ou fraude.
é cometido por ascendente, padrasto, ma- § 3º Se o crime é cometido com o fim de obter
drasta, irmão, enteado, cônjuge, compa- vantagem econômica, aplica-se também multa.
nheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
pregador da vítima, ou por quem assumiu, Tráfico interno de pessoa para fim de explora-
por lei ou outra forma, obrigação de cuida- ção sexual
do, proteção ou vigilância:
Art. 231-A. Promover ou facilitar o deslocamen-
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, to de alguém dentro do território nacional para
e multa.

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o exercício da prostituição ou outra forma de Parágrafo único. Incorre na mesma pena


exploração sexual: quem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. I – vende, distribui ou expõe à venda ou ao
público qualquer dos objetos referidos nes-
§ 1º Incorre na mesma pena aquele que te artigo;
agenciar, aliciar, vender ou comprar a pes-
soa traficada, assim como, tendo conheci- II – realiza, em lugar público ou acessível
mento dessa condição, transportá-la, trans- ao público, representação teatral, ou exi-
feri-la ou alojá-la. bição cinematográfica de caráter obsceno,
ou qualquer outro espetáculo, que tenha o
§ 2º A pena é aumentada da metade se: mesmo caráter;
I – a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; III – realiza, em lugar público ou acessível ao
II – a vítima, por enfermidade ou deficiência público, ou pelo rádio, audição ou recitação
mental, não tem o necessário discernimen- de caráter obsceno.
to para a prática do ato;
DISPOSIÇÕES GERAIS
III – se o agente é ascendente, padrasto,
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, compa- (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
nheiro, tutor ou curador, preceptor ou em- Aumento de pena
pregador da vítima, ou se assumiu, por lei
ou outra forma, obrigação de cuidado, pro- Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a
teção ou vigilância; ou pena é aumentada:
IV – há emprego de violência, grave ameaça III – de metade, se do crime resultar gravi-
ou fraude. dez; e
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de ob- IV – de um sexto até a metade, se o agen-
ter vantagem econômica, aplica-se também te transmite à vitima doença sexualmente
multa. transmissível de que sabe ou deveria saber
ser portador.
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
Art. 234-B. Os processos em que se apuram cri-
Ato obsceno mes definidos neste Título correrão em segredo
de justiça.
Art. 233. Praticar ato obsceno em lugar público,
ou aberto ou exposto ao público:
Pena – detenção, de três meses a um ano,
ou multa.
Escrito ou objeto obsceno
Art. 234. Fazer, importar, exportar, adquirir ou
ter sob sua guarda, para fim de comércio, de
distribuição ou de exposição pública, escrito,
desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto
obsceno:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa.

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DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

DA MOEDA FALSA Pena – reclusão, de dois a oito anos, e


multa.
Moeda Falsa
Parágrafo único. O máximo da reclusão é
Art. 289. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, elevado a doze anos e multa, se o crime é
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal cometido por funcionário que trabalha na
no país ou no estrangeiro: repartição onde o dinheiro se achava reco-
lhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão
Pena – reclusão, de três a doze anos, e multa. do cargo.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, por Petrechos para falsificação de moeda
conta própria ou alheia, importa ou expor-
ta, adquire, vende, troca, cede, empresta, Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título
guarda ou introduz na circulação moeda fal- oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maqui-
sa. nismo, aparelho, instrumento ou qualquer ob-
jeto especialmente destinado à falsificação de
§ 2º Quem, tendo recebido de boa-fé, como moeda:
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a res-
titui à circulação, depois de conhecer a fal- Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
sidade, é punido com detenção, de seis me-
ses a dois anos, e multa. Emissão de título ao portador sem permissão
legal
§ 3º É punido com reclusão, de três a quinze
anos, e multa, o funcionário público ou dire- Art. 292. Emitir, sem permissão legal, nota, bi-
tor, gerente, ou fiscal de banco de emissão lhete, ficha, vale ou título que contenha pro-
que fabrica, emite ou autoriza a fabricação messa de pagamento em dinheiro ao portador
ou emissão: ou a que falte indicação do nome da pessoa a
quem deva ser pago:
I – de moeda com título ou peso inferior ao
determinado em lei; Pena – detenção, de um a seis meses, ou
multa.
II – de papel-moeda em quantidade supe-
rior à autorizada. Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza
como dinheiro qualquer dos documentos
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem des- referidos neste artigo incorre na pena de
via e faz circular moeda, cuja circulação não detenção, de quinze dias a três meses, ou
estava ainda autorizada. multa.
Crimes assimilados ao de moeda falsa
Art. 290. Formar cédula, nota ou bilhete repre- DA FALSIDADE DE TÍTULOS E
sentativo de moeda com fragmentos de cédu- OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
las, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em
nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de Falsificação de papéis públicos
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua
inutilização; restituir à circulação cédula, nota Art. 293. Falsificar, fabricando-os ou alterando-
ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos -os:
para o fim de inutilização:

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I – selo destinado a controle tributário, pa- novamente utilizáveis, carimbo ou sinal in-
pel selado ou qualquer papel de emissão le- dicativo de sua inutilização:
gal destinado à arrecadação de tributo;
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
II – papel de crédito público que não seja multa.
moeda de curso legal;
§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, de-
III – vale postal; pois de alterado, qualquer dos papéis a que
se refere o parágrafo anterior.
IV – cautela de penhor, caderneta de depó-
sito de caixa econômica ou de outro estabe- § 4º Quem usa ou restitui à circulação, em-
lecimento mantido por entidade de direito bora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis
público; falsificados ou alterados, a que se referem
este artigo e o seu § 2º, depois de conhe-
V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer cer a falsidade ou alteração, incorre na pena
outro documento relativo a arrecadação de detenção, de seis meses a dois anos, ou
de rendas públicas ou a depósito ou caução multa.
por que o poder público seja responsável;
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para
VI – bilhete, passe ou conhecimento de os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma
empresa de transporte administrada pela de comércio irregular ou clandestino, inclu-
União, por Estado ou por Município: sive o exercido em vias, praças ou outros lo-
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e gradouros públicos e em residências.
multa. Petrechos de falsificação
§ 1º Incorre na mesma pena quem: Art. 294. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer guardar objeto especialmente destinado à falsi-
dos papéis falsificados a que se refere este ficação de qualquer dos papéis referidos no ar-
artigo; tigo anterior:

II – importa, exporta, adquire, vende, troca, Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
cede, empresta, guarda, fornece ou restitui Art. 295. Se o agente é funcionário público, e
à circulação selo falsificado destinado a con- comete o crime prevalecendo-se do cargo, au-
trole tributário; menta-se a pena de sexta parte.
III – importa, exporta, adquire, vende, ex-
põe à venda, mantém em depósito, guarda, DA FALSIDADE DOCUMENTAL
troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de Falsificação do selo ou sinal público
qualquer forma, utiliza em proveito próprio
ou alheio, no exercício de atividade comer- Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alterando-
cial ou industrial, produto ou mercadoria: -os:
a) em que tenha sido aplicado selo que se I – selo público destinado a autenticar atos ofi-
destine a controle tributário, falsificado; ciais da União, de Estado ou de Município;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legis- II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade de
lação tributária determina a obrigatorieda- direito público, ou a autoridade, ou sinal público
de de sua aplicação. de tabelião:
§ 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
quando legítimos, com o fim de torná-los
§ 1º Incorre nas mesmas penas:

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I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado; dência social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter constado.
II – quem utiliza indevidamente o selo ou
sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou § 4º Nas mesmas penas incorre quem omi-
em proveito próprio ou alheio. te, nos documentos mencionados no § 3º,
nome do segurado e seus dados pessoais, a
III – quem altera, falsifica ou faz uso indevido remuneração, a vigência do contrato de tra-
de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer ou- balho ou de prestação de serviços.
tros símbolos utilizados ou identificadores de
órgãos ou entidades da Administração Pública. Falsificação de documento particular

§ 2º Se o agente é funcionário público, e Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, docu-


comete o crime prevalecendo-se do cargo, mento particular ou alterar documento particu-
aumenta-se a pena de sexta parte. lar verdadeiro:

Falsificação de documento público Pena – reclusão, de um a cinco anos, e


multa.
Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, docu-
mento público, ou alterar documento público Falsificação de cartão
verdadeiro: Parágrafo único. Para fins do disposto no caput,
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. equipara-se a documento particular o cartão de
crédito ou débito.
§ 1º Se o agente é funcionário público, e
comete o crime prevalecendo-se do cargo, Falsidade ideológica
aumenta-se a pena de sexta parte. Art. 299. Omitir, em documento público ou par-
§ 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a ticular, declaração que dele devia constar, ou
documento público o emanado de entidade nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
paraestatal, o título ao portador ou trans- diversa da que devia ser escrita, com o fim de
missível por endosso, as ações de sociedade prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
comercial, os livros mercantis e o testamen- verdade sobre fato juridicamente relevante:
to particular. Pena – reclusão, de um a cinco anos, e
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem inse- multa, se o documento é público, e reclusão
re ou faz inserir: de um a três anos, e multa, se o documento
é particular.
I – na folha de pagamento ou em docu-
mento de informações que seja destinado Parágrafo único. Se o agente é funcionário pú-
a fazer prova perante a previdência social, blico, e comete o crime prevalecendo-se do car-
pessoa que não possua a qualidade de se- go, ou se a falsificação ou alteração é de assen-
gurado obrigatório; tamento de registro civil, aumenta-se a pena de
sexta parte.
II – na Carteira de Trabalho e Previdência
Social do empregado ou em documento Falso reconhecimento de firma ou letra
que deva produzir efeito perante a previ-
dência social, declaração falsa ou diversa da Art. 300. Reconhecer, como verdadeira, no
que deveria ter sido escrita; exercício de função pública, firma ou letra que
o não seja:
III – em documento contábil ou em qual-
quer outro documento relacionado com Pena – reclusão, de um a cinco anos, e
as obrigações da empresa perante a previ- multa, se o documento é público; e de um
a três anos, e multa, se o documento é
particular.

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Certidão ou atestado ideologicamente falso Pena – a cominada à falsificação ou à


alteração.
Art. 301. Atestar ou certificar falsamente, em
razão de função pública, fato ou circunstância Supressão de documento
que habilite alguém a obter cargo público, isen-
ção de ônus ou de serviço de caráter público, ou Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em be-
qualquer outra vantagem: nefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo
alheio, documento público ou particular verda-
Pena – detenção, de dois meses a um ano. deiro, de que não podia dispor:
Falsidade material de atestado ou certidão Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa,
se o documento é público, e reclusão, de
§ 1º Falsificar, no todo ou em parte, atestado um a cinco anos, e multa, se o documento
ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou é particular.
de atestado verdadeiro, para prova de fato ou
circunstância que habilite alguém a obter car- DE OUTRAS FALSIDADES
go público, isenção de ônus ou de serviço de
caráter público, ou qualquer outra vantagem: Falsificação do sinal empregado no contraste
de metal precioso ou na fiscalização alfandegá-
Pena – detenção, de três meses a dois anos. ria, ou para outros fins
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de Art. 306. Falsificar, fabricando-o ou alterando-o,
lucro, aplica-se, além da pena privativa de marca ou sinal empregado pelo poder público
liberdade, a de multa. no contraste de metal precioso ou na fiscaliza-
Falsidade de atestado médico ção alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa
natureza, falsificado por outrem:
Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua pro-
fissão, atestado falso: Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Pena – detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único. Se a marca ou sinal falsifi-


cado é o que usa a autoridade pública para
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de fiscalização sanitária, ou para au-
o fim de lucro, aplica-se também multa. tenticar ou encerrar determinados objetos,
Reprodução ou adulteração de selo ou peça fi- ou comprovar o cumprimento de formalida-
latélica de legal:

Art. 303. Reproduzir ou alterar selo ou peça fila- Pena – reclusão ou detenção, de um a três
télica que tenha valor para coleção, salvo quan- anos, e multa.
do a reprodução ou a alteração está visivelmen- Falsa identidade
te anotada na face ou no verso do selo ou peça:
Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa
Pena – detenção, de um a três anos, e identidade para obter vantagem, em proveito
multa. próprio ou alheio, ou para causar dano a ou-
Parágrafo único. Na mesma pena incorre trem:
quem, para fins de comércio, faz uso do selo Pena – detenção, de três meses a um ano,
ou peça filatélica. ou multa, se o fato não constitui elemento
Uso de documento falso de crime mais grave.

Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis fal- Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título
sificados ou alterados, a que se referem os arts. de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
297 a 302: documento de identidade alheia ou ceder a ou-

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trem, para que dele se utilize, documento dessa DAS FRAUDES EM CERTAMES
natureza, próprio ou de terceiro: DE INTERESSE PÚBLICO
Pena – detenção, de quatro meses a dois
anos, e multa, se o fato não constitui (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
elemento de crime mais grave. Fraudes em certames de interesse público
Fraude de lei sobre estrangeiro Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente,
Art. 309. Usar o estrangeiro, para entrar ou per- com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
manecer no território nacional, nome que não comprometer a credibilidade do certame, con-
é o seu: teúdo sigiloso de:

Pena – detenção, de um a três anos, e I – concurso público;


multa. II – avaliação ou exame públicos;
Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa III – processo seletivo para ingresso no ensi-
qualidade para promover-lhe a entrada em no superior; ou
território nacional:
IV – exame ou processo seletivo previstos
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e em lei:
multa.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
Art. 310. Prestar-se a figurar como proprietário anos, e multa.
ou possuidor de ação, título ou valor perten-
cente a estrangeiro, nos casos em que a este é § 1º Nas mesmas penas incorre quem per-
vedada por lei a propriedade ou a posse de tais mite ou facilita, por qualquer meio, o aces-
bens: so de pessoas não autorizadas às informa-
ções mencionadas no caput.
Pena – detenção, de seis meses a três anos,
e multa. § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
administração pública:
Adulteração de sinal identificador de veículo
automotor Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos,
e multa.
Art. 311. Adulterar ou remarcar número de
chassi ou qualquer sinal identificador de veículo § 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
automotor, de seu componente ou equipamen- se o fato é cometido por funcionário públi-
to: co.

Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.


§ 1º Se o agente comete o crime no exer-
cício da função pública ou em razão dela, a
pena é aumentada de um terço.
§ 2º Incorre nas mesmas penas o funcio-
nário público que contribui para o licencia-
mento ou registro do veículo remarcado ou
adulterado, fornecendo indevidamente ma-
terial ou informação oficial.

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DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

Observa-se, inicialmente, que esse capítulo possui quatro crimes, todavia no antigo edital exi-
gia-se apenas o crime de quadrilha ou bando, tipificado no art. 288 do CP. Esse crime sofreu
alterações em seu nomen juris e em seus requisitos.
Hoje o crime em estuda denomina-se associação criminosa, conforme se verifica abaixo:

Associação Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se hou-
ver a participação de criança ou adolescente.

Em sua redação original, o art. 288 do Código Penal contemplava dois crimes: quadrilha e ban-
do. Com a entrada em vigor da Lei 12.850/2013 – Lei do Crime Organizado, o nomen iuris do
delito foi alterado para associação criminosa. A pena privativa de liberdade foi mantida: reclu-
são, de um a três anos. Contudo, a Lei 12.850/2013 constitui-se em norma penal mais gravosa,
aplicável somente a fatos futuros, pois bastam três pessoas para a configuração da associação
criminosa, enquanto na quadrilha e no bando exigiam-se ao menos quatro indivíduos.
O núcleo do tipo é “associarem-se”, ou seja, aliarem-se, reunirem-se, congregarem-se três ou
mais pessoas para o fim específico de cometer crimes.
A associação criminosa é delito comum ou geral: pode ser praticado por qualquer pessoa, indepen-
dentemente de especial situação fática ou jurídica. O crime estará caracterizado tanto para aqueles
que se reuniram ab initio, como também para as pessoas que ingressaram em agrupamento ilícito
após a sua efetiva constituição. Desponta ainda como crime plurissubjetivo, plurilateral ou de con-
curso necessário, pois o tipo penal reclama a pluralidade de indivíduos para a sua caracterização. E,
no âmbito dessa classificação, constitui-se em crime de condutas paralelas, uma vez que os diversos
sujeitos (ao menos três) auxiliam-se, mutuamente, com o objetivo de produzirem o mesmo resulta-
do, qual seja, a união estável e permanente especificamente voltada à prática de crimes
Incluem-se nesse número os inimputáveis, qualquer que seja a causa da inimputabilidade penal
(menoridade, doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou desenvolvimento mental re-
tardado), haja vista que, em se tratando de crime plurissubjetivo (plurilateral ou de concurso neces-
sário), basta que apenas um dos agentes seja maior de 18 anos de idade e penalmente imputável.
O elemento subjetivo é o dolo, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo espe-
cífico), representado pela expressão “para o fim específico de cometer crimes”, independente-
mente da sua natureza (crimes contra a pessoa, contra o patrimônio, contra a fé pública etc.)
e da pena cominada (reclusão, detenção, com ou sem multa, etc.). De fato, é essa finalidade
específica, indicativa da exigência de união estável e permanente de ao menos três indivíduos,
que diferencia a associação criminosa da simples reunião eventual de pessoas para a prática de
um ou mesmo de vários delitos (concurso de pessoas).

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DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1.11. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A


ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo (peculato
apropriação), ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio (peculato desvio):
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

A palavra peculato encontra sua origem no Direito Romano, época em que a subtração de
bens pertencentes ao Estado era chamada peculatus ou depeculatus. Como ainda não havia
sido introduzida a moeda como símbolo do patrimônio estatal, os bois e carneiros (pecus)
representavam a riqueza pública por excelência. Destarte, o nomen iuris peculato não está
vinculado à condição de funcionário público no tocante ao responsável pela conduta criminosa.
Objeto jurídico: Em todas as modalidades de peculato, tutela-se a Administração Pública, tanto
em seu aspecto patrimonial, consistente na preservação do erário, como também em sua face
moral, representada pela lealdade e probidade dos agentes públicos. Também se protege
o patrimônio do particular, nas hipóteses em que seus bens estejam confiados à guarda da
Administração Pública, hipótese em que é denominado “peculato malversação”. Se o bem
móvel particular não estiver sob a guarda ou custódia do Estado e o funcionário público dele se
apropriar, desviá-lo ou subtraí-lo, a ele será imputado o crime de apropriação indébita (CP, art.
168) ou furto (CP, art. 155), e não o de peculato.
Objeto material: É o dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular. Dinheiro
é a moeda metálica ou o papel-moeda circulante no País ou no exterior. A lei não distingue
entre o dinheiro nacional e o estrangeiro. Valor é qualquer título de crédito ou documento
negociável e representativo de obrigação em dinheiro ou em mercadorias, tais como ações,
letras de câmbio, apólices etc. Finalmente, o legislador valeu-se da interpretação analógica
(ou intra legem), apresentando uma fórmula casuística (“dinheiro” ou “valor”) seguida de uma
fórmula genérica (“qualquer outro bem móvel”). A finalidade da lei, assim agindo, consiste em
esclarecer que o dinheiro e os valores podem ser objeto material de peculato, assim como
qualquer outro bem móvel, ainda que não se enquadre no conceito de dinheiro ou de valor.
Bem móvel, por sua vez, é toda coisa corpórea suscetível de ser apreendida e transportada de
um local para outro, e dotada de significação patrimonial, como é o caso dos computadores,
veículos automotores, aparelhos eletrônicos em geral etc. O bem móvel pode ser público ou
particular (“peculato malversação”), desde que se encontre, nesta última situação, sob a guarda
da Administração Pública. A condição de funcionário público não acarreta, automaticamente,
a configuração do peculato. Exige-se também a natureza da coisa, que há de ser pública, ou, se
particular, deve encontrar-se sob os cuidados da Administração Pública.

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•• Energia elétrica: A energia elétrica, ou qualquer outra que tenha valor econômico, pode
funcionar como objeto material de peculato, por duas razões: 1) trata-se de bem móvel;
e 2) o CP deve ser interpretado sistematicamente. Se a energia é coisa móvel para fins de
furto (art. 155, § 3º, do CP), igual raciocínio merece ser aplicado em relação aos demais
crimes, incluindo o peculato.
•• Prestação de serviços: A prestação de serviços não se subsume ao conceito de bem móvel,
razão pela qual não se encaixa no crime de peculato a utilização de mão de obra pública,
originária do trabalho de um funcionário público subalterno em proveito do superior
hierárquico. Falta uma elementar típica para a caracterização do crime em comento. Se,
entretanto, o autor da ordem ou beneficiário dos serviços prestados for Prefeito, estará
configurado o crime tipificado pelo art. 1º, II, do Decreto-lei 201/1967.
•• Peculato e princípio da insignificância: O STJ não admite a incidência do princípio da
insignificância, ou da criminalidade de bagatela, nos crimes contra a Administração Pública,
incluindo-se o peculato. Esta posição encontra seu nascedouro na violação da moralidade
administrativa, que ocorre mesmo quando a lesão patrimonial apresenta ínfima dimensão.
Com o merecido respeito ao entendimento consagrado no STJ, somos favoráveis à aplicação
excepcional do princípio da insignificância na seara dos crimes contra a Administração
Pública. Imagine-se, por exemplo, a situação em que um funcionário público subtrai duas
folhas de papel em branco, ou alguns clipes de metal, da repartição pública em que se
encontra lotado. Nessas hipóteses, a aplicação do referido princípio desponta como justa e
necessária. Como professava Nélson Hungria: “Na própria ‘malversação’, em que o dinheiro
ou coisa não pertence ao Estado, mas está sob sua guarda e responsabilidade, a obrigação
legal que decorre para este, de restituir ao proprietário a pecúnia ou valor da coisa, já é
autêntico dano patrimonial. Não tenho dúvida, portanto, em repetir o que já disse de outra
feita: peculato consumado sem dano efetivo é tão absurdo quanto dizer-se que pode haver
fumaça sem fogo, ou sombra sem corpo que a projete, ou telhado sem paredes ou esteios
de sustentação”. O STF, agindo com prudência, já reconheceu o princípio da insignificância
no âmbito do peculato, como causa supralegal de exclusão da atipicidade.
Pressuposto do peculato: É a posse da coisa pela Administração Pública. O dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel precisa estar na posse do funcionário público. Evidentemente, é
necessário que se trate de posse lícita, vale dizer, em conformidade com a legislação em geral.
A palavra deve ser interpretada em sentido amplo, abrangendo tanto a posse direta como a
posse indireta, e também a detenção. A lei é cristalina ao exigir que a posse deva ser em razão
do cargo: é imprescindível a relação de causa e efeito entre ela (posse) e este (cargo). Não é
pelo fato de ser funcionário público que o sujeito deve automaticamente responder pelo crime
de peculato. A finalidade da lei é outra. Somente estará caracterizado o crime de peculato
quando o sujeito comete a apropriação, o desvio ou a subtração em razão das facilidades
proporcionadas pelo seu cargo.
Espécies de peculato: O art. 312 do Código Penal contém quatro espécies de peculato,
três dolosas e um culposa: (a) peculato apropriação (caput, 1ª parte); (b) peculato desvio
(caput, parte final); (c) peculato furto (§ 1º); e (d) peculato culposo (§ 2º). As duas primeiras
(apropriação e desvio) são também conhecidas como peculato próprio, enquanto a terceira
é doutrinariamente classificada como peculato impróprio. Por sua vez, o art. 313 do Código
Penal prevê o peculato mediante erro de outrem, também chamado de “peculato estelionato”.
E, finalmente, o art. 313-A do Código Penal contempla o crime de inserção de dados falsos em
sistemas de informações, apelidado de “peculato eletrônico”.

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Peculato próprio: O peculato, em sua essência, nada mais é do que a apropriação indébita
cometida por funcionário público como decorrência do abuso do cargo ou infidelidade
a este. Na verdade, é o crime do funcionário público que arbitrariamente faz seu ou desvia
em proveito próprio ou de terceiro o bem móvel, pertencente ao Estado ou simplesmente
sob sua guarda ou vigilância, de que tem a posse em razão do cargo. Trata-se, portanto, de
crime funcional impróprio, pois com a exclusão da condição de funcionário público do agente
afasta-se o peculato, mas subsiste o delito de apropriação indébita. O peculato reclama por
parte do agente a posse legítima da coisa móvel de que se apropria, ou desvia do fim a que era
destinada. A posse antecedente do bem e a infidelidade do sujeito ao seu dever funcional são
elementos do peculato.
•• Núcleos do tipo: No peculato apropriação o núcleo do tipo é “apropriar-se”, ou seja,
posicionar-se em relação à coisa como se fosse seu proprietário (animus domini). O
sujeito comporta-se como se fosse dono do objeto material, retendo-o, consumindo-o,
destruindo-o, alienando-o etc. Por sua vez, no peculato desvio o núcleo do tipo é “desviar”,
equivalente a distrair ou desencaminhar. O sujeito confere à coisa destinação diversa da
inicialmente prevista: ao contrário do destino certo e determinado do bem de que tem a
posse, o funcionário público lhe dá outro, em proveito próprio ou de terceiro. Este proveito
pode ser material ou moral. O desvio há de ser em proveito do funcionário público ou de
terceiro, pois, se a beneficiária for a própria Administração Pública, incidirá o crime de
emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315 do CP).

§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do


dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário (peculato furto).

Peculato impróprio: Trata-se de modalidade de peculato que se assemelha ao furto, razão pela
qual é chamado de peculato furto ou peculato impróprio. Constitui-se, mais uma vez, em crime
funcional impróprio: ausente a condição de funcionário público, desaparece o peculato, mas
subsiste intacto o delito de furto (art. 155 do CP).
•• Núcleos do tipo: “Subtrair” e “concorrer” para a subtração. Subtrair: é inverter o título da
posse, ou seja, retirar algo de quem tinha a sua posse. Ao contrário do que se verifica nas
figuras do caput do dispositivo em análise, aqui o sujeito não tem a posse da coisa móvel,
pública ou particular, mas a sua posição de funcionário público lhe proporciona uma posi-
ção favorável para a subtração dela. Nessa hipótese (“subtrair”), o funcionário público é o
executor direto da subtração. Concorrer para a subtração: o funcionário público não sub-
trai diretamente o dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel. Sua atuação restringe-se
à concorrência dolosa para a subtração efetuada por terceira pessoa. Cuida-se de crime de
concurso necessário, pois reclama a presença de ao menos duas pessoas: o particular que
subtrai a coisa móvel, ciente da colaboração do funcionário público, e o funcionário públi-
co, que conscientemente concorre para a subtração alheia. Há necessidade de imputação
do peculato a todos os sujeitos que de qualquer modo concorram para o crime, sejam eles
funcionários públicos (intraneus) ou particulares (extraneus) – a qualidade de funcionário
público, ainda que de natureza pessoal, comunica-se a todos os agentes, por se tratar de
elementar do delito (art. 30 do CP). A colaboração para a subtração alheia deve ser dolosa.

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Se ocorrer colaboração por imprudência ou negligência, haverá peculato culposo para o


funcionário público (art. 312, § 2º, do CP) e furto (art. 155 do CP) para o particular, não se
podendo falar, nesse caso, em concurso de pessoas, pois ausente o vínculo subjetivo entre
os envolvidos.

Peculato culposo
§ 2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial


Criminal e compatível com a transação penal e o rito sumaríssimo, nos moldes da Lei
9.099/1995. O peculato culposo nada mais é do que o concurso não intencional pelo funcionário
público, realizado por ação ou omissão – mediante imprudência, negligência ou desídia – para a
apropriação, desvio ou subtração de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel pertencente
ao Estado ou sob sua guarda, por uma terceira pessoa, que pode ser funcionário público
(intraneus) ou particular (extraneus).

§ 3º No caso do parágrafo anterior (peculato culposo), a reparação do dano, se


precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

•• Reparação do dano no peculato culposo – extinção da punibilidade e diminuição da pena


(art. 312, § 3º): A reparação do dano pode manifestar-se sob duas formas: (a) devolução
do objeto material do crime; e (b) ressarcimento do prejuízo causado ao ofendido. E, no
campo do peculato culposo, sua eficácia é bastante relevante. Se a reparação do dano for
anterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória, estará caracterizada uma causa
extintiva da punibilidade, prevista fora do rol exemplificativo do art. 107 deste Código.
Como o crime é culposo, ou seja, de resultado naturalístico involuntário, o legislador
conferiu-lhe indiscutível tratamento civilístico. De fato, ainda não há um título executivo
definitivo, pois a condenação sequer existe, ou, mesmo se existente, ainda não transitou
em julgado, razão pela qual a boa-fé do funcionário público, que indeniza o Poder Público
pelo dano a que concorreu, retira do Estado a justa causa para o exercício do seu poder
punitivo. Se a reparação do dano ocorrer depois do trânsito em julgado da condenação,
importará na redução da pena pela metade. O funcionário público, portanto, mesmo após
o reconhecimento judicial da sua responsabilidade criminal, terá sua pena sensivelmente
diminuída se indenizar o Estado pelo prejuízo a que deu causa. Em ambos os casos –
extinção da punibilidade e redução da pena pela metade – a reparação do dano deve ser
completa e não exclui eventual sanção administrativa contra o funcionário público.

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Peculato mediante erro de outrem
Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo,
recebeu por erro de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

O crime tipificado no art. 313 do CP é também conhecido como “peculato estelionato”, porque
consiste na captação indevida, por parte do funcionário público, de dinheiro ou qualquer outra
utilidade mediante o aproveitamento ou manutenção do erro alheio. O “peculato estelionato”
nada mais é do que uma modalidade especial de apropriação de coisa havida por erro,
diferenciada pelo sujeito ativo, ou seja, um funcionário público prevalecendo-se das facilidades
proporcionadas pelo exercício da função pública.
Núcleo do tipo: É “apropriar-se”, ou seja, comportar-se em relação à coisa como se fosse
seu legítimo proprietário (animus domini). O funcionário público passa a agir como dono do
objeto material, praticando algum ato que somente a este competia. O funcionário público
apropria-se da coisa valendo-se das facilidades proporcionadas pelo exercício do seu cargo. É
imprescindível o recebimento do bem pelo funcionário público no exercício do cargo. Ausente
esta elementar, o crime será o de apropriação de coisa havida por erro (art. 169, caput, 1ª
parte, do CP). Embora os delitos de peculato apropriação e peculato mediante erro de outrem
apresentam pontos em comum, visualiza-se neste último uma relevante diferença. A posse do
bem pelo funcionário público emana do erro de outrem,11 isto é, da falsa percepção da vítima
acerca de algo. O erro da pessoa que entrega o dinheiro ou qualquer outra utilidade (vítima)
deve ser espontâneo, pouco importando qual a sua causa; se dolosamente provocado pelo
funcionário público, estará configurado o crime de estelionato (art. 171 do CP). O erro em que
incidiu a vítima pode dizer respeito à coisa entregue ao funcionário público; à quantidade da
coisa entregue ao funcionário público, que se apropria do excesso; à obrigação que originou
a entrega ou aos poderes do funcionário público para receber o bem. Pode acontecer de o
próprio funcionário público incidir em erro, tal como quando acredita possuir atribuições
para receber determinado pagamento em dinheiro, quando na verdade não as tem. Nesse
caso, ausente o dolo, não há falar em peculato mediante erro de outrem. Entretanto, se ele
posteriormente constatar seu equívoco e deixar de prontamente restituir a coisa ao seu titular,
estará caracterizado o crime previsto no art. 313 do Código Penal.

Inserção de dados falsos em sistema de informações


Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos,
alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou
bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

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Este crime, conhecido como “peculato eletrônico”, foi introduzido no Código Penal pela Lei
9.983/2000. A denominação atribuída ao delito se deve a duas razões: (a) cuida-se de crime
funcional, cujas penas são as mesmas cominadas ao peculato em seu tipo primário (CP, art.
312); e (b) a conduta diz respeito à atuação do funcionário público que insere dados falsos,
altera ou exclui indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de
dados da Administração Pública, revelando a ligação deste crime com meios eletrônicos ou
automatizados. O objetivo inicial da Lei 9.983/2000 era tutelar a Previdência Social, tendo sido
responsável pela inserção no CP de diversos crimes com conteúdo previdenciário, a exemplo
da apropriação indébita previdenciária (art. 168-A), de algumas modalidades de falsificação de
documento particular (art. 297, § 3º), e da sonegação de contribuição previdenciária (art. 337-
A). No entanto, o tipo penal foi ampliado, de modo a estender sua proteção para os bancos de
dados e sistemas informatizados da Administração Pública em geral.
Núcleos do tipo: Trata-se de tipo misto alternativo, crime de ação múltipla ou de conteúdo
variado, existindo quatro núcleos. Vejamos cada um deles. Inserir é introduzir, incluir, colocar
algo em determinado local. Facilitar a inserção equivale a colaborar com alguém na atividade de
inserir. Estes dois comportamentos referem-se a dados falsos, no sentido de carregar os bancos
de dados ou sistemas informatizados da Administração Pública com informações incompatíveis
com a realidade. Por sua vez, alterar significa modificar ou mudar, enquanto excluir é eliminar,
remover, ou, na linguagem popularizada entre os usuários de aparelhos de informática,
“deletar”. Ambos os comportamentos dizem respeito a dados corretos atinentes aos bancos de
dados ou sistemas informatizados da Administração Pública. Em relação aos núcleos “alterar”
e “excluir”, o tipo penal reclama a presença do elemento normativo “indevidamente”, isto é,
em contrariedade com lei ou ato administrativo aplicável à espécie. Destarte, não há crime
quando a conduta é devida, ainda que cause prejuízo à Administração Pública. Todos os núcleos
relacionam-se a sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública.

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações


Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa
de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da
modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o
administrado.

Núcleos do tipo: São dois – “modificar” e “alterar”. Estes verbos, embora semelhantes, possuem
significados diversos no âmbito do crime em análise. Modificar consiste em transformar alguma
coisa, nela imprimindo uma nova forma. Alterar, por sua vez, equivale a decompor o estado
inicial de algo. A primeira conduta (“modificar”) importa na atribuição de estrutura diversa
ao sistema de informações ou programa de informática; na conduta de “alterar”, por sua
vez, é preservado o sistema de informações ou o programa de informática, operando-se uma
desnaturação em sua forma original. Cuida-se de tipo misto alternativo, crime de ação múltipla
ou de conteúdo variado: a lei descreve dois núcleos, e a realização de ambos, no tocante ao
mesmo objeto material e no mesmo contexto fático, caracteriza um único delito.

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Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão
do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Objeto material: É o livro oficial ou documento. Livro oficial é o criado por lei para o registro de
anotações pertinentes à Administração Pública. Documento é qualquer escrito, instrumento ou
papel, público ou particular (CPP, art. 232, caput). No contexto do tipo penal, o documento há
de ser oficial. Em regra, será público, mas também poderá ser particular, desde que conste de
arquivo da Administração Pública, em trânsito ou definitivamente. Para que o livro oficial ou
documento (público ou particular) seja idôneo a funcionar como objeto material do crime em
análise, basta que, de qualquer modo, afete o interesse administrativo ou de qualquer serviço
público, ainda que de particulares, mesmo que represente simples valor histórico ou sirva
apenas a expediente burocrático.12

•• Sonegação de papel ou objeto de valor probatório: Se o objeto material constituir-se em


autos judiciais ou documento de valor probatório, e sua inutilização for praticada por
advogado ou procurador que os receba nesta qualidade, estará caracterizado o crime de
sonegação de papel ou objeto de valor probatório, nos termos do art. 356 do Código Penal:
“Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de
valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador: Pena – detenção,
de seis a três anos, e multa”.

Núcleos do tipo: São três: extraviar, sonegar e inutilizar. Extraviar é fazer com que algo não
chegue ao seu real destino. Sonegar significa ocultar ou esconder. Inutilizar, por sua vez,
equivale a tornar imprestável, total ou parcialmente. Cuida-se de tipo misto alternativo, crime
de ação múltipla ou de conteúdo variado – a prática de duas ou mais condutas, no mesmo
contexto fático e contra o mesmo bem jurídico, caracteriza um único crime.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas


Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

Núcleo do tipo: É “dar”, no sentido de empregar ou utilizar verbas ou rendas públicas em


finalidade diversa da estabelecida em lei. A expressão “estabelecida em lei” deixa evidente
a necessidade de complementação do preceito primário por outra lei. Trata-se, portanto, de
norma penal em branco homogênea ou lato sensu. É preciso analisar a lei que confere às verbas
ou rendas públicas uma finalidade específica, para só então concluir pelo emprego dos valores
em destinação diversa. A palavra “lei” há de ser interpretada em sentido estrito, abrangendo
somente as leis ordinárias e complementares, além, é claro, da própria Constituição Federal,13
por servir de fundamento de validade para a legislação em geral.

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Concussão
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.

A concussão é crime em que o funcionário público, valendo-se do respeito ou mesmo receio


que sua função infunde, impõe à vítima a concessão de vantagem a que não tem direito. Há
violação da probidade do funcionário público e abuso da autoridade ou poder de que dispõe.
São, portanto, elementos da concussão: (a) exigência de vantagem indevida; (b) que esta
vantagem tenha como destinatário o próprio concussionário ou então um terceiro; e (c) que
a exigência seja ligada à função do agente, mesmo que esteja fora dela ou ainda não a tenha
assumido.
Espécies de concussão: Em obra clássica, Fernando Henrique Mendes de Almeida apontava
três espécies de concussão: (a) típica, contida no caput, na qual o funcionário público exige
vantagem indevida, desconectada de qualquer tributo ou contribuição social; (b) própria,
prevista no § 1º, 1ª parte, em que há abuso de poder, exigindo o funcionário público tributo
ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido; e (c) imprópria, delineada no §
1º, in fine, na qual o funcionário público exige tributo ou contribuição social devida, porém
empregando na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. Atualmente, estas
duas últimas hipóteses caracterizam o crime de excesso de exação.
Núcleo do tipo: É “exigir”, no sentido de ordenar ou impor. O verbo transmite a ideia de
imposição e intimidação no comportamento do funcionário público, que se aproveita do temor
proporcionado à vítima em decorrência dos poderes inerentes ao cargo público por ele ocupado
(metus publicae potestatis). Não há, contudo, emprego de violência à pessoa. A intimidação
encontra fundamento unicamente nas consequências que podem ser provocadas contra
alguém no exercício da função pública do sujeito ativo. Esta é a ameaça à vítima: utilizar o cargo
público para produzir um mal passível de concretização na esfera de atuação do funcionário
público. Esta exigência, acompanhada necessariamente da intimidação, pode ser implícita ou
explícita, direta ou indireta.

•• Entrega da vantagem pela vítima e corrupção ativa: Se a vítima entregar ao funcionário


público a vantagem indevida em razão da exigência por ele formulada, evidentemente
não poderá ser responsabilizada pelo crime de corrupção ativa (art. 333 do CP), uma
vez que somente agiu em razão do constrangimento a que foi submetida. Destarte, são
incompatíveis entre si os crimes de concussão e de corrupção ativa.
•• Concussão e corrupção passiva – distinção: Concussão e corrupção passiva (CP, art. 317)
são crimes semelhantes. Ambos estão no capítulo pertinente aos crimes praticados por
funcionário público contra a Administração em geral, e nos dois delitos a finalidade do
agente é alcançar, para si ou para outrem, uma vantagem indevida, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela. Entretanto, a corrupção passiva é crime menos
grave, muito embora o legislador tenha cometido um imperdoável equívoco. Com efeito,
a Lei 10.763/2003, com o propósito de combater com rigor a corrupção no Poder Público,
aumentou a pena da corrupção passiva, que passou a ser de dois a doze anos de reclusão,

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além da multa. Contudo, a sanção penal da concussão permaneceu inalterada (dois a oito
anos de reclusão, e multa). Em que pese o imperdoável erro legislativo, insistimos na menor
gravidade da corrupção passiva: na concussão há uma ameaça, imposição ou intimidação;
na corrupção passiva, um pedido, recebimento ou anuência quanto ao recebimento da
vantagem indevida.
•• Concussão e extorsão: Há quem entenda ser a concussão uma “forma especial de extorsão
praticada pelo funcionário público”. Esta frase, nada obstante didática, não se compactua
com a técnica da ciência penal. Inicialmente, a extorsão tem a pena em abstrato superior à
cominada ao crime de extorsão. Esta constatação, por si só, já derruba a combatida afirmação.
De fato, fosse a concussão “uma modalidade especial de extorsão”, sua pena deveria
ser sensivelmente superior à do crime patrimonial, em face da maior reprovabilidade da
conduta praticada pela pessoa que utiliza como escudo para sua atuação a força dos Poderes
Constituídos pelo Estado. Além disso, a concussão se caracteriza pela exigência fundada na
promessa de concretização de um mal relacionado ao campo de atuação do funcionário
público, não havendo violência à pessoa ou grave ameaça. Reclama-se um vínculo entre o mal
prometido, a exigência de vantagem indevida e a função pública desempenhada pelo sujeito
ativo. Na extorsão, há violência à pessoa ou grave ameaça. Veja-se, portanto, que nem toda
exigência de vantagem indevida formulada pelo funcionário público caracteriza concussão,
ainda que tenha apresentado sua condição funcional. Esta é a regra. No entanto, o crime
poderá ser de extorsão, desde que se sirva o funcionário público de violência à pessoa ou de
grave ameaça relacionada a mal estranho à função pública.

Excesso de exação
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber
indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a
lei não autoriza:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

É importante notar um interessante fenômeno legislativo que se verifica neste crime. Cuida-
se de tipo penal fundamental previsto em um parágrafo, e não no caput, ao contrário do que
ocorre nos demais delitos contidos no Código Penal. Com efeito, a conduta delineada no § 1º do
art. 316 é autônoma e independente da narrada no caput. No excesso de exação o funcionário
público exige ilegalmente tributo ou contribuição social em benefício da Administração Pública;
na concussão, por sua vez, o funcionário público o faz em proveito próprio ou de terceiro.

•• Conceito de exação: É a cobrança integral e pontual de tributos. Fácil concluir, portanto,


ser finalidade do tipo penal punir não a exação em si própria, até porque esta atividade é
fundamental para a manutenção do Estado, mas o excesso no desempenho deste mister,
revestido de abuso de poder, e, por corolário, ilícito.
•• Objeto material: É o tributo ou contribuição social. Tributo, nos termos do art. 3º do CTN,
é “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”. São espécies de tributos, a teor do art. 5º do
CTN, os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. A contribuição social pode ser

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definida como a espécie de tributo destinada a instrumentalizar sua atuação na área social
(exemplos: saúde, previdência e assistência social, educação, cultura, desporto etc.), de
competência da União (CF, art. 149).

•• Núcleos do tipo: “Exigir” tributo, ou contribuição social indevido, e “empregar” na cobrança


meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. Exigir é ordenar ou impor; empregar é
utilizar ou usar. Na primeira modalidade, o funcionário público exige tributo ou contribuição
social que sabe ou deve saber indevido, sem amparo válido para cobrança, seja porque
seu valor já foi pago pela vítima, seja porque a quantia cobrada é superior à fixada em lei.
A palavra “indevido” funciona como elemento normativo do tipo. Depois de arrecadado
ilegalmente o excessivo tributo ou contribuição social, seu montante é revertido ao erário.
Se ocorrer seu desvio em favor do funcionário público ou de qualquer outra pessoa (física
ou jurídica), incidirá a figura qualificada prevista no art. 316, § 2º, do Código Penal. Na
outra hipótese, o tributo ou contribuição social é devido. Entretanto, o funcionário público
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, não autorizado por lei. Esta modalidade
do crime possui dois alicerces: 1) desrespeito do princípio da legalidade, um dos vetores
da Administração Pública (art. 37, caput, da CF); e 2) ofensa à dignidade da pessoa
humana,16 um dos fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, III, da CF), pois
o contribuinte é tratado com humilhação e descaso.

Meio vexatório é o que desonra e humilha a vítima;


Meio gravoso é o que acarreta maiores despesas ao contribuinte.

Nos dois casos é imprescindível a presença do elemento normativo do tipo “que a lei não
autoriza”. Cuida-se de lei penal em branco homogênea ou em sentido lato, pois o preceito
primário do tipo penal do excesso de exação é incompleto, dependendo de complementação
por outra lei, responsável pela indicação dos meios adequados à cobrança dos tributos e
contribuições sociais. Cuida-se de tipo misto alternativo, crime de ação múltipla ou de conteúdo
variado: se no mesmo contexto fático, e no tocante ao mesmo tributo ou contribuição social,
o funcionário público faz a exigência indevida e emprega em sua cobrança meio vexatório ou
gravoso, não autorizado por lei, há um único crime de excesso de exação. A pluralidade de
condutas, entretanto, não será inócua, devendo ser sopesada pelo magistrado na dosimetria
da pena-base (art. 59, caput, do CP).

§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu


indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Nessa figura qualificada, o funcionário público desvia (altera o destino original) para si ou
para outrem o tributo ou contribuição social que recebeu indevidamente para recolher aos
cofres públicos. Há, portanto, duas etapas distintas. Note-se que o anterior recolhimento,
embora ilícito, destina-se à Administração Pública, pois o crime se refere à exação, consistente
na arrecadação rigorosa de tributos. O desvio ocorre posteriormente. Se a quantia for
regularmente recolhida aos cofres públicos, e o funcionário público a desviar ulteriormente,
estará caracterizado o peculato desvio (art. 312, caput, parte final, do CP). Em outras palavras,

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o excesso de exação qualificado depende do desvio do tributo ou contribuição social indevido
antes da sua incorporação aos cofres públicos.

Corrupção passiva
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

A corrupção, outrora denominada peita ou suborno, é a venalidade no desempenho da função


pública. Pode ser passiva, quando envolve a atuação do funcionário público corrompido, ou
ativa, se inerente à conduta do corruptor. O CP, nesse campo, rompeu com a teoria unitária ou
monista no concurso pessoas, adotada como regra em seu art. 29, caput, abrindo espaço para
uma exceção pluralística. Há dois delitos distintos: corrupção passiva (art. 317), de natureza
funcional, inserida entre os crimes praticados por funcionário público contra a Administração
em geral; e corrupção ativa (art. 333), versada no rol dos crimes praticados por particular contra
a Administração em geral.
Espécies de corrupção passiva: A doutrina separa a corrupção passiva em quatro espécies
distintas, divididas em dois blocos: (a) própria e imprópria; e (b) antecedente ou subsequente.
a) Corrupção passiva própria e imprópria – O fator de diferenciação é a licitude ou ilicitude do
ato funcional sobre o qual incide a venalidade do agente. Na corrupção passiva própria, o
funcionário público negocia um ato ilícito (exemplo: policial rodoviário que deixa de multar
motorista de automóvel surpreendido em excesso de velocidade em troca do recebimento
de determinada quantia em dinheiro). Na corrupção passiva imprópria, o ato sobre o qual
recai a transação é lícito (exemplo: Delegado de Polícia que solicita propina da vítima de
um crime para agilizar o trâmite de um inquérito policial sob sua presidência).
b) Corrupção passiva antecedente e subsequente – O critério de distinção diz respeito
ao momento da negociação da vantagem indevida. Corrupção passiva antecedente
é aquela em que a vantagem indevida é entregue ou prometida ao funcionário público
em vista de uma ação ou omissão futura (exemplo: um oficial de justiça recebe dinheiro
do réu para não citá-lo). Na corrupção passiva subsequente, a recompensa relaciona-se
a um comportamento pretérito (exemplo: Investigador de Polícia que ganha um relógio
de um empresário pelo fato de propositadamente não tê-lo investigado criminalmente no
passado).

Núcleos do tipo:
Solicitar equivale a pedir algo.
Na corrupção passiva, o funcionário público limita-se a manifestar perante outrem seu desejo
de receber alguma vantagem indevida, e o particular pode ou não atendê-lo, pois não se sente
atemorizado. Se cede aos anseios do corrupto, o faz por deliberada manifestação de vontade,
uma vez que pretende obter benefícios em troca da vantagem prestada.

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Na concussão o funcionário público exige – o núcleo do tipo penal é “exigir” – a entrega de


vantagem indevida, aproveitando-se dos poderes inerentes ao seu cargo para intimidar a
vítima, que irá ou não atendê-lo, mas em qualquer hipótese tem o receio de suportar um mal.

Receber é entrar na posse de um bem, aceitando a entrega efetuada por outrem. A oferta de
vantagem indevida emana de uma terceira pessoa, e o funcionário público não só a aceita,
como também a recebe. Essa aceitação pode ser manifestada por forma indireta, como no
exemplo em que o funcionário público não restitui os presentes enviados, ou não restitui as
dádivas feitas a sua mulher.

Aceitar a promessa significa o comportamento do funcionário público de anuir com o


recebimento da vantagem indevida. Há uma proposta concretizada por terceira pessoa
(extraneus), com a qual concorda o intraneus. Importante destacar, porém, que não se opera
o efetivo recebimento da vantagem indevida, pois nesse caso aplica-se o núcleo anterior
(“receber”).

Corrupção passiva e corrupção ativa – dependência e independência: O CP, no tocante à


corrupção, rompeu com a teoria unitária ou monista adotada como regra relativamente
ao instituto do concurso de pessoas (art. 29, caput). Há dois crimes distintos – corrupção
passiva (art. 317) e corrupção ativa (art. 333) – para sujeitos que concorrem para o mesmo
resultado. Nada obstante, questiona-se a possibilidade da existência de corrupção passiva sem
a ocorrência simultânea da corrupção ativa. A resposta a esta indagação depende da análise
dos núcleos dos tipos penais de ambos os crimes. A corrupção passiva contém três verbos:
“solicitar”, “receber” e “aceitar” promessa. Por sua vez, a corrupção ativa possui dois outros
verbos: “oferecer” e “prometer”.

Confrontando os arts. 317, caput, e 333, caput, conclui-se pela admissibilidade da corrupção
passiva, independentemente da corrupção ativa, exclusivamente em relação ao verbo solicitar,
pois nesse caso a conduta inicial é do funcionário público. De fato, na prática o funcionário
público pode solicitar vantagem indevida, sem a correspondente anuência do destinatário do
pedido. Nos demais núcleos a conduta inicial é do particular: ele “oferece” a vantagem indevida
e o funcionário público a “recebe”, ou então ele “promete” vantagem indevida e o intraneus a
“aceita”. Nesses casos, a corrupção passiva pressupõe a corrupção ativa.

§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou


promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional.

Causa de aumento da pena (art. 317, § 1º): Trata-se de causa de aumento da pena, aplicável na
terceira e derradeira fase da dosimetria da pena privativa de liberdade. A maior reprovabilidade
da conduta repousa na efetiva violação do dever funcional, consistente no retardamento ou
abstenção de ato de ofício, ou prática de ato contrário à função pública. Nas duas primeiras
hipóteses, o ato é lícito (corrupção passiva imprópria), mas retardado ou omitido pelo agente;
na última, o ato é ilícito (corrupção passiva própria), e mesmo assim o funcionário público o
pratica. A corrupção passiva é crime formal, mas o legislador deixou claro que a superveniência
do resultado naturalístico apresenta relevância jurídica. De fato, com o exaurimento surge

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a causa de aumento em comento, razão pela qual este crime já foi chamado pelo STF de
corrupção passiva exaurida.

§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração


de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Corrupção passiva privilegiada (art. 317, § 2º): Nesse parágrafo foram alterados os limites
mínimo e máximo da pena privativa de liberdade cominada ao delito. Daí falar, acertadamente,
em corrupção passiva privilegiada, nada obstante a rubrica marginal refira-se somente à
“diminuição da pena”. A corrupção passiva privilegiada constitui-se em infração penal de
menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal, compatível com a
transação penal e com o rito sumaríssimo, em conformidade com a Lei 9.099/1995. A pena
máxima é inferior a dois anos. O fundamento da diminuição da pena é simples. Ao contrário do
que se verifica no caput do art. 317 do CP, no § 2º não está em jogo uma vantagem indevida. O
funcionário público não se vende ao interesse alheio. Na verdade, ele trai seu dever funcional
em razão de ceder ao pedido ou influência de outrem.

•• Corrupção passiva privilegiada e prevaricação – distinção: A diferença reside no elemento


subjetivo específico que norteia a atuação do funcionário público. Na corrupção passiva
privilegiada, o agente pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de
dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem. Visualiza-se a intervenção de
um terceiro, ainda que indireta ou até mesmo desconhecida por este, no comportamento
do funcionário público. Já na prevaricação o agente retarda ou deixa de praticar,
indevidamente, ato de ofício, ou o pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal. Fica nítido, portanto, a ausência de intervenção de
qualquer outra pessoa neste crime, pois o móvel do funcionário público é o interesse ou
sentimento pessoal.

Facilitação de contrabando ou descaminho


Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou
descaminho (art. 334):
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Núcleo do tipo: É “facilitar”, isto é, auxiliar, tornar mais fácil, simplificar a prática do contrabando
ou descaminho. Essa facilitação pode ser realizada por ação (retirando obstáculos legalmente
existentes) ou por omissão (deixando de criar obstáculos previstos em lei).

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Prevaricação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Objeto material: É o ato de ofício – compreendido como todo e qualquer ato em que se
exterioriza o exercício da função pública ou do cargo público – indevidamente retardado ou
omitido pelo agente, ou praticado contra disposição expressa de lei. Incluem-se nessa categoria
os atos públicos de qualquer natureza – executivos, judiciais ou legislativos. Como o ato é
de ofício, não há prevaricação quando o ato retardado, omitido ou praticado não integra a
competência ou atribuição do funcionário público.
Núcleos do tipo: O tipo penal contém três núcleos: “retardar”, “deixar de praticar” e “praticar”.
Cuida-se de tipo misto alternativo, crime de ação múltipla ou de conteúdo variado – a lei
descreve diversos núcleos e a realização de mais de um deles, no tocante ao mesmo objeto
material, caracteriza um único delito. Retardar é atrasar, postergar ou adiar. O funcionário
público não realiza o ato de ofício dentro do prazo previsto em lei. Deixar de praticar é
abster-se no tocante à realização do ato de ofício. Ambos os núcleos (“retardar” e “deixar de
praticar”) integram modalidades omissivas da prevaricação. Trata-se, nesse ponto, de crime
omissivo próprio ou puro. Para estas duas formas do crime, o tipo penal exige a presença de
um elemento normativo, contido na palavra “indevidamente”, indicativa de “ilegalmente”
ou “injustificadamente”. Não há prevaricação quando o funcionário público deixa de agir em
razão da ausência de norma jurídica que o obrigue à prática do ato, ou então quando motivos
fortuitos ou de força maior legitimem a demora ou omissão (exemplo: déficit de pessoal na
repartição pública em comparação com o elevado volume de serviço). Praticar é fazer algo.
Visualiza-se aqui um crime comissivo, pois exige uma ação do sujeito ativo.
O tipo penal também reclama um elemento normativo, pois o funcionário público há de
praticar o ato “contra disposição expressa de lei”, expressão que deve ser compreendida como
a disposição livre de qualquer contradição, dúvida, ambiguidade ou obscuridade.
Elemento subjetivo: É o dolo, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo
específico), pois o funcionário público deve retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, “para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal”. Interesse pessoal é qualquer proveito ou vantagem obtido pelo agente, de índole
patrimonial ou moral. Quanto ao interesse patrimonial do funcionário público, vale ressaltar que
a obtenção do proveito ou vantagem não pode estar relacionada a qualquer oferecimento ou
entrega de vantagem indevida pelo particular em troca da ação ou omissão funcional, sob pena
de caracterização do delito de corrupção passiva (art. 317 do CP). O crime será o de concussão
(art. 316, caput, do CP) se, previamente ao retardamento, omissão ou prática do ato de ofício,
o funcionário público exigir vantagem indevida. Quanto ao interesse pessoal de cunho moral, o
funcionário público também deve almejar uma vantagem ou proveito. O interesse pessoal de
natureza moral não pode ser confundido com o mero comodismo (preguiça), o qual configura
unicamente ato de improbidade administrativa atentatório aos princípios da Administração
Pública, nos termos do art. 11, II, da Lei 8.429/1992. Embora a redação do art. 11, II, da Lei
de Improbidade Administrativa seja semelhante ao texto do art. 319 do CP, a diferença entre

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tais ilícitos é simples e de fácil compreensão. A lei não reclama, para constituição do ato de
improbidade administrativa, tenha o agente público como meta a satisfação de interesse ou
sentimento pessoal, como reclama a lei penal.24 Sentimento pessoal, por sua vez, é a posição
afetiva do funcionário público relativamente às pessoas ou coisas a que se refere a conduta a
ser praticada ou omitida. Exemplo: comete prevaricação o Delegado de Polícia que não instaura
inquérito policial para apuração de crime supostamente praticado por um amigo de longa data.
Não se admite a figura culposa.

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu
dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Objeto material: É o aparelho telefônico (fixo ou móvel), de rádio (aparelho que emite e
recebe ondas radiofônicas – exemplos: walkie-talkies, Nextel etc.), ou similar (qualquer outro
meio de comunicação entre pessoas – exemplo: aparelhos de informática e conversação via
webcam). Estando o aparelho de comunicação quebrado ou de qualquer modo absolutamente
impossibilitado de funcionar, o fato será atípico. Subsistirá o crime em relação a aparelhos
de telefonia celular pré-pagos e sem créditos, pois é sabido que os presos têm meios para a
obtenção dos recursos destinados aos seus funcionamentos.
Núcleo do tipo: É “deixar”, no sentido de omitir-se ou não fazer algo (crime omissivo próprio ou
puro). Esse verbo está associado à expressão “de cumprir seu dever de vedar”, isto é, proibir
algo em cumprimento de obrigação legal. O objeto da omissão ilícita é o acesso (alcance,
obtenção) a aparelho telefônico, de rádio ou similar. A destinação reservada ao aparelho de
comunicação é permitir a comunicação do preso com outro detento, que pode se encontrar
no mesmo presídio ou em estabelecimento penal diverso, ou entre o preso e qualquer outra
pessoa localizada fora do ambiente carcerário, chamado pelo tipo penal de “ambiente externo”.
Sujeito ativo: O delito pode ser cometido somente pelo Diretor de Penitenciária, responsável
pela administração prisional, ou agente público (crime próprio ou especial). A expressão
“agente público”, nesse delito, há de ser interpretada restritivamente, abrangendo unicamente
as pessoas funcionalmente incumbidas do dever de evitar o acesso a aparelhos de comunicação
pelos presos, como é o caso dos agentes penitenciários, dos carcereiros, dos policiais
responsáveis pela escolta dos presos etc. O diretor de colônia agrícola, industrial ou similar,
o diretor da casa de albergado e o diretor da cadeia pública foram alcançados pela fórmula
residual “agente público”, mas tal expressão não atinge o diretor de hospital de custódia e
tratamento psiquiátrico, pois, falando o tipo penal em “preso”, não abrange o inimputável
ou semi-imputável submetido a medida de segurança.26 Para qualquer outra pessoa, sem
o dever funcional, que ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de
aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em
estabelecimento prisional, será imputado o crime tipificado no art. 349-A do CP. Finalmente,
também não comete este crime o preso, se com ele for encontrado o aparelho de comunicação,
incidindo, contudo, a falta grave disciplinada no art. 50, VIII, da LEP.

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Sujeito passivo: É o Estado e, mediatamente, a sociedade, suscetível à prática de novas infrações


penais em decorrência do uso do aparelho de comunicação no interior dos estabelecimentos
prisionais.

Elemento subjetivo: É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica. Não


se admite a modalidade culposa, sem prejuízo da imposição de sanção de natureza civil ou
disciplinar.

Condescendência criminosa
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que
cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o
fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Na condescendência criminosa o funcionário público deixa de responsabilizar seu subordinado


pela infração cometida no exercício do cargo ou, faltando-lhe atribuições para tanto, não leva
o fato ao conhecimento da autoridade competente, unicamente pelo seu espírito de tolerância
ou clemência, razão pela qual o delito é um dos mais suavemente apenados pelo CP. Não há
intenção de satisfazer interesse ou sentimento pessoal, senão estaria configurado o delito
de prevaricação (CP, art. 319), nem o propósito de receber vantagem indevida, pois em caso
contrário o crime seria o de corrupção passiva (CP, art. 317).

Núcleos do tipo: O tipo penal contém dois núcleos: “deixar de responsabilizar” e “não levar ao
conhecimento”. Trata-se de crime omissivo próprio ou puro, pois a conduta criminosa, em ambas
as hipóteses, é omissiva. Deixar de responsabilizar equivale a não atribuir responsabilidade
à pessoa que cometeu uma infração (administrativa ou penal), a fim de que possa ser
regularmente processada e, se cabíveis, suportar as sanções pertinentes. Nessa modalidade, o
sujeito ativo é dotado de poder disciplinar em relação ao autor da infração, ou seja, ele pode (e
deve) punir o subalterno, mas por indulgência não o faz. Não levar ao conhecimento significa,
no contexto da condescendência criminosa, ocultar ou esconder da autoridade competente
para a responsabilização de um funcionário público a infração por este cometida, também
por indulgência. Ao contrário da modalidade anterior, aqui o superior hierárquico não goza de
poderes para investigar os fatos e responsabilizar seu subordinado, mas se omite ao não levar
a infração ao conhecimento da autoridade competente. O tipo penal é imperativo, não dando
ensejo à discricionariedade do superior hierárquico.

Elemento subjetivo: É o dolo, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo


específico), consistente na intenção de ser indulgente com o funcionário público responsável
pela infração no exercício do cargo. Indulgência é sinônimo de perdão, clemência ou tolerância.
Não há previsão de modalidade culposa. Destarte, não há condescendência criminosa quando
o superior hierárquico, por negligência, não toma ciência da infração cometida pelo subalterno
no exercício do cargo.

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Advocacia administrativa
Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária
(foi revogado tacitamente pela lei de Abuso de Autoridades)
Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

Revogação do art. 322 do Código Penal pela Lei 4.898/1965: Prevalece, em doutrina, o
entendimento no sentido de que o crime em análise foi tacitamente revogado pela Lei
4.898/1965 – Crimes de Abuso de Autoridade, por se tratar de diploma legislativo posterior
relativo à idêntica matéria. Na jurisprudência, entretanto, o cenário é diametralmente oposto.
Para o STF: “O artigo 322 do Código Penal, que tipifica o crime de violência arbitrária, não foi
revogado pelo artigo 3º, alínea i, da Lei nº 4.898/1965 (Lei de Abuso de Autoridade)”. Em nossa
posição, o crime de violência arbitrária foi revogado pela Lei de Abuso de Autoridade.

Abandono de função
Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

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Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado


Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências
legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi
exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional


Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer
em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime
mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou
qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações
ou banco de dados da Administração Pública;
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Funcionário público
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

O art. 327 do CP constitui-se em norma penal interpretativa, pois esclarece o conteúdo e o


significado de outras normas penais. Destarte, sempre que a expressão “funcionário público”
for empregada pelo CP, ou mesmo pela legislação penal extravagante, deverá ser compreendida
em consonância com o conceito ora analisado, salvo se existir previsão específica em sentido
contrário. O dispositivo em estudo foi peremptório nesse sentido ao utilizar a frase “para os
efeitos penais”. No Direito Administrativo utiliza-se um critério restritivo: funcionário público
é uma espécie de agente administrativo, e este, por sua vez, pertence ao gênero dos agentes
públicos.
Cargo, emprego e função pública: O caput do art. 327 do CP refere-se a cargo, emprego e
função pública. Vejamos cada um deles. Cargos públicos: são criados por lei, com denominação

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própria, em número certo e remunerados pelos cofres públicos (art. 3º, parágrafo único, da
Lei 8.112/1990). Empregos públicos: “são núcleos de encargos de trabalho permanentes a
serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista.
(...) Sujeitam-se a uma disciplina jurídica que, embora sofra inevitáveis influências advindas
da natureza governamental da contratante, basicamente, é a que se aplica aos contratos
trabalhistas em geral; portanto, a prevista na Consolidação das Leis do Trabalho”.31 Função
pública: é a atividade em si mesma, ou seja, função é sinônimo de atribuição e corresponde
às inúmeras tarefas que constituem o objeto dos serviços prestados pelos servidores públicos.
Todo cargo tem função, porque não se pode admitir um lugar na Administração que não tenha
a predeterminação das tarefas do servidor. Mas nem toda função pressupõe a existência do
cargo.

Funcionário público equiparado


§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em
entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada
ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.

Entidade paraestatal: O conceito ampliativo de funcionário público contido no art. 327 do


CP incide tanto na esfera da Administração Pública Direta, como também no campo da
Administração Pública Indireta, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Funcionário público por equiparação (art. 327, § 1º):Entidades paraestatais, integrantes do
terceiro setor, são as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que atuam ao
lado e em colaboração com o Estado. Exemplos: Sesc, Senai e Sesi, bem como as entidades
de apoio e as organizações não governamentais (ONGs). Evidentemente, há necessidade de
exercício de cargo, emprego ou função nas entidades paraestatais. Empresas prestadoras
de serviços contratadas para a execução de atividade típica da Administração Pública são
as empresas particulares responsáveis pela execução de serviços públicos por delegação
estatal, mediante concessão, permissão ou autorização, a exemplo do transporte coletivo,
da coleta de lixo e das empresas funerárias. Por sua vez, empresas prestadoras de serviços
conveniadas para a execução de atividade típica da Administração Pública são as que celebram
convênios com a Administração Pública. Convênios administrativos são os acordos firmados
por pessoas administrativas entre si, ou entre estas e entidades particulares, visando alcançar
um objetivo de interesse público, tal como os estabelecidos entre os Municípios e as Santas
Casas de Misericórdia, para a prestação de serviços na área de saúde (atendimentos médicos,
cirurgias, etc.). Nas duas últimas hipóteses (empresas contratadas e conveniadas) a lei faz uma
importante ressalva. A equiparação a funcionário público somente existe quando se tratar de
execução de atividade típica da Administração Pública. Dessa assertiva podem ser extraídas
duas importantes conclusões: a) Não há equiparação quando o trabalhador da empresa exerce
atividade atípica da Administração Pública. Exemplo: O Município contrata uma empresa
de manobristas para estacionar os carros dos convidados em uma festa pública. Um dos
empregados subtrai, para si, um automóvel da frota pública. A ele será imputado o crime
de furto (CP, art. 155); e b) Também não se opera a equiparação quando a empresa executa
atividade típica para a Administração Pública. Exemplo: pedreiro contratado para a reforma de
um prédio público.

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§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação
instituída pelo poder público.

1.12 – DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Usurpação de função pública


Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência.

Desobediência
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

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Desacato
Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico de Influência
Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público
no exercício da função:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a
vantagem é também destinada ao funcionário.

Corrupção ativa
Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever
funcional.

Contrabando ou descaminho
Art. 334. Importar ou exportar mercadoria proibida (contrabando) ou iludir, no todo
ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou
pelo consumo de mercadoria (descaminho):
Pena – reclusão, de um a quatro anos.

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§ 1º Incorre na mesma pena quem:


a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho;
c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou
importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no
território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem;
d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de
documentação legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma
de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido
em residências.
§ 3º A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é
praticado em transporte aéreo.

Inutilização de edital ou de sinal


Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por
ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por
determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar
qualquer objeto:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração ou inutilização de livro ou documento


Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou
documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular
em serviço público:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

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Sonegação de contribuição previdenciária
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer
acessório, mediante as seguintes condutas:
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações
previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário,
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem
serviços;
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as
quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador
de serviços;
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas
ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as


contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência
social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o


agente for primário e de bons antecedentes, desde que:
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior
àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não


ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena
de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa.
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e
nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social.

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1.13. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA

Corrupção ativa em transação comercial inter- da que transitoriamente ou sem remuneração,


nacional exerce cargo, emprego ou função pública em
entidades estatais ou em representações diplo-
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta máticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei nº
ou indiretamente, vantagem indevida a funcio- 10467, de 11.6.2002)
nário público estrangeiro, ou a terceira pessoa,
para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar Parágrafo único. Equipara-se a funcionário
ato de ofício relacionado à transação comercial público estrangeiro quem exerce cargo, em-
internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de prego ou função em empresas controladas,
11.6.2002) diretamente ou indiretamente, pelo Poder
Público de país estrangeiro ou em organiza-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, ções públicas internacionais. (Incluído pela
e multa. (Incluído pela Lei nº 10467, de Lei nº 10467, de 11.6.2002)
11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de
1/3 (um terço), se, em razão da vantagem DOS CRIMES CONTRA A
ou promessa, o funcionário público estran- ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
geiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o
pratica infringindo dever funcional.(Incluído Reingresso de estrangeiro expulso
pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Art. 338. Reingressar no território nacional o
Tráfico de influência em transação comercial estrangeiro que dele foi expulso:
internacional
Pena – reclusão, de um a quatro anos,
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, sem prejuízo de nova expulsão após o
para si ou para outrem, direta ou indiretamen- cumprimento da pena.
te, vantagem ou promessa de vantagem a pre-
texto de influir em ato praticado por funcio- Denunciação caluniosa
nário público estrangeiro no exercício de suas Art. 339. Dar causa à instauração de investigação
funções, relacionado a transação comercial policial, de processo judicial, instauração de
internacional:(Incluído pela Lei nº 10467, de investigação administrativa, inquérito civil ou
11.6.2002) ação de improbidade administrativa contra
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, alguém, imputando-lhe crime de que o sabe
e multa. (Incluído pela Lei nº 10467, de inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de
11.6.2002) 2000)

Parágrafo único. A pena é aumentada da Pena – reclusão, de dois a oito anos, e


metade, se o agente alega ou insinua que a multa.
vantagem é também destinada a funcioná- § 1º A pena é aumentada de sexta parte,
rio estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 10467, se o agente se serve de anonimato ou de
de 11.6.2002) nome suposto.
Funcionário público estrangeiro § 2º A pena é diminuída de metade, se a
Art. 337-D. Considera-se funcionário público imputação é de prática de contravenção.
estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ain-

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Comunicação falsa de crime ou de contravenção Pena – reclusão, de três a quatro anos, e
multa.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
Art. 340. Provocar a ação de autoridade, comu- 28.8.2001)
nicando-lhe a ocorrência de crime ou de contra-
venção que sabe não se ter verificado: Parágrafo único. As penas aumentam-se
de um sexto a um terço, se o crime é co-
Pena – detenção, de um a seis meses, ou metido com o fim de obter prova destina-
multa. da a produzir efeito em processo penal ou
Auto-acusação falsa em processo civil em que for parte entida-
de da administração pública direta ou indi-
Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de reta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
crime inexistente ou praticado por outrem: 28.8.2001)
Pena – detenção, de três meses a dois anos, Coação no curso do processo
ou multa.
Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça,
Falso testemunho ou falsa perícia com o fim de favorecer interesse próprio ou
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou ca- alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer
lar a verdade como testemunha, perito, conta- outra pessoa que funciona ou é chamada a in-
dor, tradutor ou intérprete em processo judicial, tervir em processo judicial, policial ou adminis-
ou administrativo, inquérito policial, ou em juí- trativo, ou em juízo arbitral:
zo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
28.8.2001) multa, além da pena correspondente à vio-
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa. lência.

§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a Exercício arbitrário das próprias razões


um terço, se o crime é praticado mediante Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para
suborno ou se cometido com o fim de obter satisfazer pretensão, embora legítima, salvo
prova destinada a produzir efeito em pro- quando a lei o permite:
cesso penal, ou em processo civil em que
for parte entidade da administração pública Pena – detenção, de quinze dias a um mês,
direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº ou multa, além da pena correspondente à
10.268, de 28.8.2001) violência.

§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes Parágrafo único. Se não há emprego de vio-
da sentença no processo em que ocorreu o lência, somente se procede mediante quei-
ilícito, o agente se retrata ou declara a ver- xa.
dade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar
28.8.2001) coisa própria, que se acha em poder de terceiro
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou por determinação judicial ou convenção:
qualquer outra vantagem a testemunha, peri- Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
to, contador, tradutor ou intérprete, para fazer e multa.
afirmação falsa, negar ou calar a verdade em
depoimento, perícia, cálculos, tradução ou in- Fraude processual
terpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001) Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência
de processo civil ou administrativo, o estado
de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de
induzir a erro o juiz ou o perito:

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Pena – detenção, de três meses a dois anos, I – ilegalmente recebe e recolhe alguém a
e multa. prisão, ou a estabelecimento destinado a
execução de pena privativa de liberdade ou
Parágrafo único. Se a inovação se destina de medida de segurança;
a produzir efeito em processo penal, ainda
que não iniciado, as penas aplicam-se em II – prolonga a execução de pena ou de me-
dobro. dida de segurança, deixando de expedir em
tempo oportuno ou de executar imediata-
Favorecimento pessoal mente a ordem de liberdade;
Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autori- III – submete pessoa que está sob sua guar-
dade pública autor de crime a que é cominada da ou custódia a vexame ou a constrangi-
pena de reclusão: mento não autorizado em lei;
Pena – detenção, de um a seis meses, e IV – efetua, com abuso de poder, qualquer
multa. diligência.
§ 1º Se ao crime não é cominada pena de
reclusão:
Pena – detenção, de quinze dias a três me-
ses, e multa.
§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente,
descendente, cônjuge ou irmão do crimino-
so, fica isento de pena.
Favorecimento real
Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de
co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a
tornar seguro o proveito do crime:
Pena – detenção, de um a seis meses, e
multa.
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar,
auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho tele-
fônico de comunicação móvel, de rádio ou simi-
lar, sem autorização legal, em estabelecimento
prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).
Exercício arbitrário ou abuso de poder
Art. 350. Ordenar ou executar medida pri-
vativa de liberdade individual, sem as for-
malidades legais ou com abuso de poder:
Pena – detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre o
funcionário que:

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Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a
medida de segurança detentiva:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante
arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena
correspondente à violência.
§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por pessoa sob
cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.
§ 4º No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-se a
pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.

A finalidade deste artigo repousa na incriminação da conduta daquele que promove ou facilita
a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva. É evidente
que ninguém está obrigado a conformar-se com a privação da liberdade de pessoa do seu
relacionamento, ainda que justa e legal. No entanto, não se pode romper a força dos Poderes
constituídos pelo Estado, fazendo-se pouco caso do devido processo legal em busca da soltura
do detento a qualquer preço. Há meios legítimos para a colocação do preso em liberdade:
recursos em geral, habeas corpus, revisão criminal etc. O que não se pode tolerar é a utilização
de meios ilícitos e criminosos para a libertação de um detento. Com isso o Estado não pode
anuir, motivo pelo qual foi tipificada a conduta descrita no art. 351 do CP.
Núcleos do tipo: São dois: “promover” e “facilitar”. Promover é dar causa à fuga, executando-a.
A iniciativa é do agente, e não se exige a ciência do preso ou detento. Facilitar é simplificar,
afastando ou diminuindo os obstáculos para a fuga do preso ou detento. Este tem a iniciativa,
e o particular lhe presta auxílio. A facilitação pode ser exteriorizada mediante ação ou omissão
imprópria. Cuida-se de tipo misto alternativo, crime de ação múltipla ou de conteúdo variado:
há um só crime quando o agente promove e facilita a fuga da mesma pessoa, relativamente à
mesma privação da liberdade. A promoção e a facilitação têm como alvo a fuga do detento, é
dizer, sua retirada da esfera de vigilância e custódia do Estado. Anote-se que a fuga não depende
obrigatoriamente da inserção do indivíduo no sistema prisional. Também se pode fugir durante
o transporte do preso para outro estabelecimento prisional ou para o hospital, ou então da
escolta para audiência no fórum, entre tantas outras situações possíveis na vida prática. Não
é imprescindível já tenha o preso ingressado no sistema prisional ou no hospital de custódia e
tratamento psiquiátrico.
•• Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança e legalidade da detenção: O
tipo penal refere-se expressamente à legalidade da prisão ou da medida de segurança
detentiva, não havendo crime quando o agente promove ou facilita a fuga de pessoa
ilegalmente presa ou submetida a medida de segurança, por duas razões: (a) ausência
de uma elementar típica; e (b) legítima defesa de terceiro. A ilegalidade da prisão ou da
medida de segurança pode ocorrer tanto em razão de algum vício de origem como em
decorrência da sua execução. Não se pode confundir a legalidade formal da detenção com

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questionamentos acerca da sua justiça material. Se a privação da liberdade obedece aos


ditames legais, não se autoriza a promoção ou facilitação da fuga em hipótese alguma.
•• Fuga de pessoa presa e favorecimento pessoal – distinção:É possível a caracterização do
crime em análise na situação em que alguém acabou de ser preso em flagrante e outra
pessoa promove ou facilita sua fuga. Entretanto, se o preso fugir sozinho, por conta própria,
e posteriormente um indivíduo qualquer lhe auxiliar a subtrair-se da ação da autoridade
pública, estará configurado o delito de favorecimento pessoal (CP, art. 348).
Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa (crime comum ou geral). É perfeitamente possível o
concurso com qualquer outro sujeito, salvo o preso ou internado. De fato, embora não exista crime
atinente à simples fuga do detento, a legislação não permite que outras pessoas contribuam para
a frustração das decisões judiciais, com manifesto demérito da ordem jurídica. Se o sujeito ativo
for a pessoa sob cuja custódia ou guarda esteja o preso ou o internado (exemplos: carcereiro,
agente penitenciário etc.), será aplicável a qualificadora contida no § 3º do art. 351 do CP.

Evasão mediante violência contra a pessoa


Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de
segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.

No crime definido no art. 352 do CP não há interferência de um terceiro para a fuga do preso
ou do indivíduo submetido a medida de segurança, diferentemente do que ocorre no delito
tipificado no artigo anterior. A evasão, consumada ou tentada, opera-se exclusivamente pela
conduta do detento ou internado. O legislador não incriminou o simples ato de fugir, já que
a fuga está inserida entre os direitos naturais do ser humano, pois é instintiva a sua busca
pela liberdade. No entanto, para fugir o detento não pode se valer de violência contra pessoa,
ofendendo sua integridade física, sua saúde ou até mesmo ceifando sua vida. Se o fizer, incidirá
no crime tipificado no artigo em estudo.
Objeto jurídico: Tutela-se a Administração da justiça, ofendida em sua tarefa de promover a
integral execução de uma sanção penal imposta pelo Poder Judiciário. E, mediatamente, também
se protege a integridade física da pessoa, em regra funcionário público, atingida pela violência.
Núcleo do tipo: É “evadir-se”, no sentido de fugir por conta própria, escapar de medida privativa
da liberdade, consistente em prisão (provisória ou definitiva) ou medida de segurança detentiva.
Para a configuração do crime em análise, é imprescindível já se encontre o sujeito legalmente
preso e venha a fugir ou tentar fugir mediante a utilização de violência contra a pessoa. Se
o preso fugir violentamente no momento da decretação da sua detenção, estará delineado o
crime de resistência em sua forma qualificada (CP, art. 329, § 1º). A violência indicada pelo
tipo penal é unicamente a física, exercida contra funcionários públicos responsáveis pela
custódia e vigilância do detento ou contra qualquer outra pessoa. Quando o CP quer se referir
à grave ameaça (violência moral), o faz expressamente. As vias de fato são suficientes para
a caracterização da violência física, com a ressalva de que são sempre absorvidas pelo crime
a que se prestam como meio de execução, em decorrência do seu caráter expressamente
subsidiário (Decreto-lei 3.688/1941 – Lei das Contravenções Penais, art. 21).

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•• Local da evasão: Discute-se na doutrina o local em que o crime pode ser praticado: se so-
mente no interior do estabelecimento prisional, ou também em outros lugares, tais como
durante o transporte ao hospital, a remoção a outro presídio ou mesmo durante a escolta
ao fórum. Existem duas posições sobre o assunto. Para Nélson Hungria, “o agente deve
estar encerrado no estabelecimento carcerário ou de segurança. Se a fuga ocorre extra mu-
ros, eximindo-se violentamente o agente ao poder de quem o conduz ou transporta, o cri-
me será o de resistência (art. 329), sem prejuízo, igualmente, das penas correspondentes à
violência”. De outro lado, assim se pronunciava o saudoso Magalhães Noronha: “Evadir-se
é a pessoa subtrair-se à esfera de custódia ou guarda de outrem. Frequentemente essa
esfera está circunscrita ao estabelecimento (cadeia, penitenciária, casa de custódia e trata-
mento, instituto de trabalho etc.), mas pode ocorrer em condições diversas: o sentenciado
que, transportado em viatura da Casa de Detenção para a Penitenciária, agride seus condu-
tores e foge, comete o delito em apreço: evade-se com violência à pessoa”.
Sujeito ativo: Trata-se de crime próprio ou especial, pois somente pode ser praticado pela pes-
soa submetida à prisão (provisória ou definitiva) ou à medida de segurança detentiva.
Sujeito passivo: É o Estado e, secundariamente, a pessoa contra quem é dirigida a violência
utilizada pelo detento.
Elemento subjetivo: É o dolo, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo especí-
fico), consistente na intenção do detento ou internado de valer-se de violência contra pessoa
para fugir da legítima privação da liberdade. Não se admite a modalidade culposa.
Consumação: Dá-se no momento em que o preso ou indivíduo submetido a medida de segu-
rança detentiva efetivamente emprega violência contra alguma pessoa, ainda que não tenha
êxito na concretização da fuga (crime material ou causal). Em se tratando de crime de atentado
ou de empreendimento, no qual a lei pune de forma idêntica o crime consumado e aquilo que
em tese seria uma simples tentativa, é possível afirmar que pouco importa se o detento, após
utilizar de violência contra a pessoa, evade-se ou não. Em qualquer hipótese, o crime estará
consumado.
Tentativa: Não é cabível, como corolário da classificação do crime capitulado no art. 352 do
Código Penal entre os delitos de atentado ou de empreendimento. A consumação e a tentativa
foram colocadas em pé de igualdade.

Arrebatamento de preso
Art. 353. Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob
custódia ou guarda:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência.

Núcleo do tipo: É “arrebatar”, no sentido de tomar, subtrair, tirar o preso de quem o tenha sob
custódia ou guarda. A conduta pode ser praticada por qualquer meio (crime de forma livre).
Como a lei utiliza a expressão “do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda”, pouco
importa se a prisão era legal ou ilegal, pois a finalidade do sujeito é provocar maus-tratos no
preso, e não livrá-lo de eventual abuso do Estado. Quando o delito for cometido com emprego
de violência à pessoa, haverá imposição cumulativa da pena resultante da violência. As vias de

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fato podem ser utilizadas como violência à pessoa, mas serão absorvidas pelo crime previsto
no art. 353 do CP, em decorrência da subsidiariedade expressa contida no art. 21 do Decreto-lei
3.688/1941 – Lei das Contravenções Penais. Também é indiferente o local em que o preso se
encontra no momento do arrebatamento, se no interior do estabelecimento prisional, na via-
tura para transporte ao fórum, no camburão para remoção a presídio diverso ou em qualquer
outro lugar. Basta seja o preso retirado do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda. Em
que pese o caráter genérico do tipo penal, sua aplicação historicamente tem se relacionado aos
casos de linchamento nos crimes que provocam revolta popular e clamor social.
Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa (crime comum ou geral). Não se trata de delito pluris-
subjetivo, embora na prática normalmente apresente o caráter de crime multitudinário (prati-
cado pela multidão em tumulto).
Elemento subjetivo: É o dolo, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo específi-
co), representado pela expressão “a fim de maltratá-lo”. Não basta a retirada do preso do poder
de quem o tenha sob custódia ou guarda: é imprescindível a intenção de fazê-lo para o fim de
impor-lhe maus-tratos. Se o agente retira o preso do poder de quem o tenha sob custódia ou
guarda para promover sua fuga, resgatando-o, a ele será imputado o crime definido no art. 351
deste Código. Não se admite a modalidade culposa.
Consumação: O crime é formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: consuma-
-se com a efetiva retirada do preso do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda. A impo-
sição de maus-tratos pode ocorrer – e se ocorrer estará configurado o exaurimento –, mas não
é necessária para fins de consumação.
Tentativa: É possível, em face do caráter plurissubsistente do delito, comportando o fraciona-
mento do iter criminis.

Motim de presos
Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

Núcleo do tipo: É “amotinarem-se”, transmitindo a ideia de revolta coletiva dos presos com
a ordem e a disciplina da prisão, provocando perturbação e alvoroço. Ordem diz respeito à
tranquilidade do ambiente prisional; disciplina consiste no respeito e obediência às regras
previamente estabelecidas. A prisão há de ser legal, pois as pessoas detidas indevidamente
têm o direito de se opor ao arbítrio do Estado. O motim de presos é um movimento coletivo
de rebeldia dos presos, seja para o fim de justas ou injustas reivindicações, seja para coagir os
funcionários do estabelecimento prisional a determinada medida, ou para tentativa de fuga,
ou por objetivos de simples baderna ou vingança. Nada obstante a conduta geralmente se
exteriorize mediante ação, não se pode descartar o comportamento omissivo como hábil para
viabilizar o delito. Exemplo: depois de encerrado o horário do banho de sol, os presos recusam-
se a retornar às suas celas, causando tumulto generalizado em prejuízo à ordem e à disciplina
do ambiente carcerário.

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Sujeito ativo: Trata-se de crime próprio e plurissubjetivo, plurilateral ou de concurso necessário,
pois somente pode ser cometido pelos “presos”. Como a lei não aponta um número mínimo
de indivíduos para a concretização do delito, é lícito concluir que se exigem pelo menos três
pessoas, pois quando o CP quer duas ou quatro pessoas ele o diz expressamente. O legislador
excluiu do raio de incidência do artigo em apreço o motim de pessoas submetidas à medida de
segurança detentiva (os inimputáveis ou semi-imputáveis internados em hospital de custódia e
tratamento psiquiátrico). Consequentemente, a balbúrdia por eles ocasionada não configura o
crime definido no art. 354 do CP.
Consumação: O crime é material ou causal: consuma-se com a efetiva violação da ordem
ou da disciplina do estabelecimento prisional, pouco importando o tempo de duração do
amotinamento. Não se pode confundir o motim de presos com a simples transgressão de
normas disciplinares a eles aplicáveis. O crime em análise reclama o emprego de violência
física ou grave ameaça contra agentes penitenciários ou outras pessoas, ou ainda a depredação
de objetos ou atitudes de semelhante categoria. Cuida-se de crime permanente, pois a
consumação se prolonga no tempo, perdurando durante todo o prazo de amotinamento dos
presos.
Tentativa: é cabível.

Patrocínio infiel
Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando
interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Patrocínio simultâneo ou tergiversação


Parágrafo único. Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende
na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório


Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de
valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Exploração de prestígio
Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou
testemunha:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

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Parágrafo único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o


dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.

Violência ou fraude em arrematação judicial


Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar afastar concorrente
ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito


Art. 359. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado
por decisão judicial:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS


(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Contratação de operação de crédito


Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo,
sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de
crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em
resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado
por lei. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

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Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que
não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei:
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura


(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos
quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser
paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício
seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: (Incluído
pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)


Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)


Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída
contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da
lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)

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Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)


Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída
contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da
lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)

Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)


Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do
montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei: (Incluído
pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)

Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou


legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa
total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da
legislatura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000))
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Oferta pública ou colocação de títulos no mercado


(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no
mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei
ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia:
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

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LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS

1. Infração Penal – art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal (LICP):

O Direito Penal brasileiro adotou o sistema dicotômico para conceituar infração penal, pois
infração penal é gênero cujas espécies são:

1.1 – crimes ou delitos:


São aqueles que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isolada, quer alternativa
ou cumulativamente com a pena de multa.

1.2 – contravenções penais:


São aqueles a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou multa, ou ambas,
alternativa ou cumulativamente.

Art. 1º da LICP – Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente
com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou
cumulativamente.

Obs.1: ato infracional (o crime ou a contravenção penal praticados pela criança ou


pelo adolescente) não é considerado infração penal.

Obs.2: Ontologicamente (na essência), não existe diferença entre crime e


contravenção, pois ambos são infrações penais/ilícitos penais/ambos representam
violação à lei penal. A diferença é de grau e quantidade – “crimes” são infrações
mais graves; “contravenções” são infrações menos graves.

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Obs.3: A doutrina apelidou a contravenção de crime-anão, delito vagabundo, delito


liliputiano.

Obs.4: não obstante o art. 28 da Lei 11.343/2006 (posse de droga para consumo
pessoal) cominar penas diversas da descrita no art. 1º da Lei de Introdução ao
Código Penal, O Supremo Tribunal Federal – STF – entende que esta infração penal
se trata de CRIME. (HABEAS CORPUS Nº 116.531 – SP (2008/0213223-4))

Art. 28 da Lei 11.343/2006 – Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar


ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes
penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

Obs.5: Por serem consideradas INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO,


aplica-se às contravenções penais a Lei 9.099/95, possibilitando a transação penal, a
adoção de um procedimento sumaríssimo para a apuração da culpa, bem como não
se lavra auto de prisão em flagrante, caso o autor da contravenção se comprometa a
comparecer à audiência, perante o juiz, quando intimado.

2. APLICAÇÃO DAS REGRAS GERAIS DO CÓDIGO PENAL

Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal, sempre que a


presente lei não disponha de modo diverso.

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Obs.: Esse artigo consagra o princípio da especialidade. De acordo com ele, quando a Lei das
Contravenções Penais regular um assunto de determinada forma, será ela aplicada. Se a Lei das
Contravenções Penais, porém, nada dispuser sobre tal assunto, aplicar-se-ão as regras gerais do
Código Penal.
Ex.: causas excludentes de ilicitude, concurso de agentes e de infrações penais, causas extintivas
de punibilidade.

3. TERRITORIALIDADE

Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.

Obs.: Em relação ao crime, admite-se a extraterritorialidade incondicionada ou condicionada


(art. 7º do CP), ou seja, a aplicação da lei penal brasileira aos crimes praticados no estrangeiro,
mas, em relação às contravenções, não, pois o artigo em estudo consagrou o princípio da
territorialidade exclusiva em relação às contravenções.

4. VOLUNTARIEDADE, DOLO E CULPA

Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-


se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra,
qualquer efeito jurídico.

Obs.: Com relação aos crimes, a conduta é sempre dolosa ou culposa (princípio da responsabi-
lidade subjetiva). Entretanto, segundo o artigo em análise, basta a ação ou omissão voluntária,
independente de dolo ou culpa. Por esse dispositivo, não se analisa a intenção do agente, uma
vez que se investiga, simplesmente, se ele realizou ou não a conduta. Ex.: A gritaria realizada
pelo vizinho, perturbando o sossego alheio – art. 42, I, LCP. (Guilherme de Souza Nucci defende
que é fundamental que tenha sido promovida com a intenção de desassossegar terceiros, ou
seja, com dolo).
Obs.2: Em que pese a regra adotada pela LCP, o próprio art. 3º faz uma ressalva, possibilitando
que a Parte Especial da Lei das Contravenções Penais traga exceções a tal regra, exigindo em
uma ou outra contravenção a existência do dolo ou da culpa. Ex.:
a) Exigência de culpa – Art. 26, 29, 30, 31 e 36 da LCP;
b) Exigência de dolo – Art. 21

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Art. 26. Abrir alguém, no exercício de profissão de serralheiro ou oficio análogo, a


pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha certificado
previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho destinado à defesa de lugar nu
objeto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a
um conto de réis.

Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na


execução, dar-lhe causa:
Pena – multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitue crime contra a
incolumidade pública.

Art. 30. Omitir alguém a providência reclamada pelo Estado ruinoso de construção
que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe:
Pena – multa, de um a cinco contos de réis.

Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não


guardar com a devida cautela animal perigoso:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis a um
conto de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à pessoa
inexperiente;
b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.

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Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado em lei ou
pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a
dois contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou obstáculo
destinado a evitar perigo a transeuntes;
b) remove qualquer outro sinal de serviço público.

Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém:


Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um
conto de réis, se o fato não constitui crime.

Obs.3: A doutrina classifica as contravenções, com base no art. 3º da LCP, da seguinte maneira:

a) Contravenções típicas ou próprias – só exigem conduta voluntária (decorrente de vontade).


Tais contravenções não necessitam de dolo ou culpa. – art. 3º, primeira parte, da LCP.
b) Contravenções atípicas ou impróprias – exigem dolo ou culpa.

Obs.4: Damásio Evangelista de Jesus diz que, desde a reforma da Parte Geral do Código Penal,
não se aplica mais o art. 3º da LCP, pois se adotou a responsabilidade subjetiva.

5. TENTATIVA

Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.

Obs.: Enquanto, para os crimes, admite-se a tentativa como causa de diminuição de pena
prevista no art. 14, II, do CP, na LCP, há a declaração expressa, inadmitindo a tentativa. Não
quer dizer que não exista a tentativa, pois pode ser que alguém tente praticar vias de fato e, por
circunstâncias alheias a sua vontade, não consegue. Ocorre que ela não é punida.

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6. PENAS PRINCIPAIS

Art. 5º As penas principais são:


I – prisão simples.
II – multa.

Obs.: A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento
especial ou seção especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto (Art. 6º, caput).
O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados a pena de
reclusão ou de detenção (Art. 6º, §1º) e o trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede
a quinze dias (Art. 6º, §2º).

Obs.: é incabível prisão preventiva nas contravenções penais. Isso porque o art. 313 do Código
de Processo Penal diz que esta espécie de prisão só é possível nos crimes dolosos.

Obs.: como todas as contravenções são consideradas de menor potencial ofensivo, aplica-se o
art. 69 da Lei 9.099/95.

Obs.: Só pode ser cumprida em regime aberto ou semiaberto – jamais em regime fechado (nem
pro regressão).

Obs.: A pena deve ser cumprida em estabelecimento especial ou seção especial de prisão
comum – deve existir um estabelecimento especial só para contraventores, mas ele não existe;
logo, deve a pena ser cumprida em seção especial de prisão comum (que deve ser prisão
comum de regime aberto).

Obs.: O condenado deve ficar separado dos condenados à pena de reclusão ou detenção

Obs.: Se a pena for de até 15 dias, o trabalho é facultativo.

Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário,
em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime
semiaberto ou aberto.
§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados a
pena de reclusão ou de detenção.
§ 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias.

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7. REINCIDÊNCIA

Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção


depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no
estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.

Obs.:

a) Quem pratica nova contravenção após ter sido condenado por outra contravenção no Brasil
é reincidente.
b) Quem comete nova contravenção após ter sido condenado por outra contravenção no
exterior não é reincidente, já que a hipótese não foi mencionada pelo art. 7º da LCP.
c) Quem comete contravenção depois de ter sido condenado por crime, no Brasil ou no
exterior, é reincidente.
d) Quem pratica crime após ter sido condenado por contravenção não é reincidente, pois a
hipótese não foi prevista no art. 63 do CP e tampouco no art. 7º da LCP.
e) Quem comete crime depois de ter sido condenado por outro crime, no Brasil ou no exterior,
é reincidente – art. 63 do CP.

8. ERRO DE DIREITO E PERDÃO JUDICIAL

Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis,


a pena pode deixar de ser aplicada.

Obs.: ignorância da lei é desconhecer que a lei existe e errada compreensão da lei é o erro de
proibição.

Obs.: Em caso de ignorância da lei – erro de direito – o juiz pode conceder, quando escusável, o
perdão judicial previsto no art. 8º da LCP.

Obs.: Já em caso de errada compreensão da lei – erro de proibição – haverá, se escusável,


isenção de pena prevista no art. 21 do CP, pois exclui a culpabilidade por ausência de potencial
conhecimento da ilicitude do fato.

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9. MULTA

Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dispõe o


Código Penal sobre a conversão de multa em detenção.
Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a conversão em prisão simples
se faz entre os limites de quinze dias e três meses.

Obs.: Este artigo está tacitamente revogado (o CP não permite mais a conversão de multa
em detenção). Se perguntar na prova se a LCP permite a conversão de multa em privativa de
liberdade, marque como correta, apesar deste artigo já ter sido revogado.

10. LIMITE DAS PENAS

Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior
a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos.

Obs.: enquanto para os crimes o limite de cumprimento das penas é de 30 anos, conforme
prevê o art. 75 do CP, o limite para as contravenções é de 5 anos.

Obs.: O limite de prisão vale mesmo em caso de concurso de contravenções.

Obs.: Aplica-se também às contravenções penais a súmula 715 do STF. A Súmula 715 do STF diz
que os benefícios da execução penal são calculados sobre o total da condenação e não sobre os
30 anos.

SÚMULA Nº 715 DO STF


A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado
pelo art. 75 do código penal, não é considerada para a concessão de outros
benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.

Obs.: a menção à pena de multa encontra-se revogada.

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11. SURSIS E LIVRAMENTO CONDICIONAL

Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo
não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples,
bem como conceder livramento condicional.

Obs.: Sursis ou suspensão condicional da pena é uma medida que tem por finalidade evitar o
aprisionamento daqueles que foram condenados a penas de curta duração, evitando-se, com
isso, o convívio promíscuo e estigmatizante do cárcere.

Obs.: Sursis é um direito subjetivo do condenado, ou seja, presentes os requisitos o Juiz deve
conceder o benefício.

Obs.: Os requisitos para o sursis no caso de contravenção são os mesmos do Código Penal,
previstos no art. 77. Entretanto o período de prova para as contravenções é de um a três anos,
enquanto nos crimes é de dois a quatro.

Obs.: É também cabível nas contravenções o livramento condicional que é uma antecipação
provisória da liberdade do condenado a pena igual ou superior a dois anos, mediante o
cumprimento de parte da pena e o preenchimento dos demais requisitos do art. 83 do Código
Penal.

12. PENAS ACESSÓRIAS

Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes interdições


de direitos:
I – a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício dependa
de habilitação especial, licença ou autorização do poder público;
II – a suspensão dos direitos políticos.
Parágrafo único. Incorrem:
a) na interdição sob nº I, por um mês a dois anos, o condenado por motivo de
contravenção cometida com abuso de profissão ou atividade ou com infração de
dever a ela inerente;
b) na interdição sob nº II, o condenado a pena privativa de liberdade, enquanto
dure a execução do pena ou a aplicação da medida de segurança detentiva.

Obs.: O art. 12 não é mais aplicado, pois não existe mais penas acessórias no Direito Penal.

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O último efeito do art. 12 da LCP de suspensão dos direitos políticos continua sendo aplicado
em razão do art. 15, III, da CF mesmo na prática de contravenções penais (ALEXANDRE DE
MORAES e TSE).

Art. 15 da CF. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só


se dará nos casos de:
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos.

Obs.: a condenação por contravenção suspende direito político – ALEXANDRE DE MORAES. A


expressão “transitada em julgado” do artigo 15, III CF não distingue o tipo de infração cometida,
abrangendo não só os crimes como também as contravenções penais, independentemente da
espécie de pena (TSE, RESPE 13.293/MG).

13. MEDIDAS DE SEGURANÇA

Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, as medidas de segurança


estabelecidas no Código Penal, à exceção do exílio local.

Obs.: A parte final, “à exceção do exílio local” está revogada, porque nem o CP prevê mais isso.
O contraventor inimputável pode sofrer as medidas do CP.

Obs.: Cabe medida de segurança nas contravenções penais, assim caso seja uma menor de
idade que tenha praticado a contravenção não pode o juiz aplicar medida de segurança por
meio de transação penal; o processo precisa seguir e o juiz aplicar a medida de segurança na
sentença – absolvição imprópria.

Obs.: Os Art. 12, 14 e 15 foram revogados pela Lei nº 7.209/1984.

Obs.: O prazo de internação é de 6 meses, enquanto que no CP é de 1 a 3 anos– artigo 16 da


lei. DAMÁSIO diz que este prazo mínimo de internação previsto no artigo 16 não se aplica mais,
pois teria sido revogado pelo CP que dispõe que o prazo é de 1 a 3 anos. Entretanto, o CP só
se aplica se não houver lei especial em sentido contrário. O juiz pode substitui a medida de
segurança por liberdade vigiada.

Obs.: Contravenção penal é sempre infração penal de menor potencial ofensivo, mesmo que a
pena máxima aplicada seja maior de 2 anos (mesmo as infrações de loterias).

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Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judiciário ou em
casa de custódia e tratamento é de seis meses.
Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a internação,
submeter o indivíduo a liberdade vigiada.

Obs.: A doutrina diz que esse parágrafo único não se aplica mais, porque a liberdade vigiada
foi extinta com a reforma do CP. Porém, NUCCI entende que a liberdade vigiada ainda pode ser
aplicada (minoritária).

14. AÇÃO PENAL

Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício.

Obs.: Segundo o disposto no art. 17 da LCP, todos os casos de contravenção penal são de ação
pública incondicionada, ou seja, Ministério Público pode ingressar com ação penal e o delegado
pode instaurar inquérito, sem depender da concordância da vítima ou de quem quer que seja.
Obs.: Enquanto para os crimes há as seguintes espécies de ação penal: pública incondicionada,
pública condicionada a representação ou requisição do MJ, privada propriamente dita, privada
personalíssima e privada subsidiária da pública, para as contravenções, existe apenas a ação
penal pública incondicionada e a privada subsidiária da pública.

PARTE ESPECIAL DAS CONTRAVENÇÕES

Obs.: Tendo em vista a praticidade do seu concurso, há de se estudar as principais contravenções.

DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA – CAPITULO I

Art. 18 e 19 – armas e munições


Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão da autoridade,
arma ou munição:

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Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco contos de réis, ou
ambas cumulativamente, se o fato não constitue crime contra a ordem política ou social.
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a três contos
de réis, ou ambas cumulativamente.
§ 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se o agente já foi condenado, em sentença
irrecorrivel, por violência contra pessoa.
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil
réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou munição:
a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o determina;
b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no manejo de arma a tenha
consigo;
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facilmente alienado, menor
de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la.

Obs.: Os dois artigos tratam da fabricação ou comércio de arma de fogo e seu porte. A doutrina
diz que quanto às armas de fogo e munição, tais artigos estão tacitamente revogados – primei-
ramente pela Lei 9437/97 e posteriormente pela Lei 10826/2003 (estatuto do desarmamento).
Quanto às armas brancas, a doutrina e jurisprudência entendem que tais artigos continuam em
vigor – RESP 54056/SP – os artigos foram derrogados, permitindo a incriminação pelo o porte
de arma branca.

Obs.: Trata-se, ainda, de contravenção penal de perigo abstrato.

Obs.: A jurisprudência entende que só caracteriza tal contravenção se o indivíduo estiver por-
tando a arma com o objetivo de utilizá-la como arma, ex.: jardineiro que anda com uma tesoura
– não pratica contravenção.

Obs.: É possível o confisco da arma em contravenção? R.: O CP só prevê o confisco de instru-


mentos de crimes, todavia, o entendimento majoritário é de que cabe sim – aplica-se subsidia-
riamente o art. 92, II, do CP, pois a LCP nada dispõe sobre confisco – RESP 83857/RJ (STJ).

Obs.: O art. 19 não se aplica às armas brancas, pois não se exige licença para usar arma branca
– logo, tal contravenção se aplicava às armas de fogo.

A) Porte de arma branca e homicídio ou lesões corporais


Se o porte de arma branca ocorreu exclusivamente para a prática de homicídio, ficará
a contravenção absorvida pelo o homicídio. Se o indivíduo porta uma arma branca e
ocasionalmente a utiliza no homicídio, responderá pelos dois: pela contravenção penal e pelo
o homicídio.

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Art. 21 – Vias de fato
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de
réis, se o fato não constitue crime.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60
(sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Obs.: Se for cometido contra vítima maior de sessenta anos, será vias de fato majorada.
Obs.: A objetividade jurídica é a incolumidade pessoal. Qualquer pessoa pode praticar tal
contravenção.
Obs.: Vias de fato são todos os atos de violência física que não caracterizem lesões corporais,
tentativa de homicídio ou injúria real. É um conceito residual (obtido por exclusão).
Ex.: empurrões, tapas nas costas, rasgar a roupa da pessoa, puxar cabelo, arremesso de líquido.
Vias de fato, assim, não exige contato físico (pode ter, mas não se exige).
Obs.: A simples dor, sem comprovações de lesões, e o eritema (vermelhidão na pele) constituem
vias de fato.
Obs.: Espécies de ação penal nas vias de fato:
1ª corrente: é ação penal pública condicionada à representação, pois, se a lesão corporal lese
depende de representação, as vias de fato também terá de ser assim – analogia in bonam
partem (DAMÁSIO, NUCCI, RONALDO BATISTA PINTO).
2ª corrente: é ação penal pública incondicionada, pois o art. 17 da LCP diz que toda contravenção
é de ação penal pública incondicionada – trata-se de norma especial que prevalece sobre a
norma do art. 88 da Lei dos Juizados Especiais (ADA PELEGRINI, STF).

Art. 24 e 25 – instrumento utilizado em furto


Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente na prática de
crime de furto:
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos mil réis a três contos de
réis.
Art. 25. Ter alguém em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto
sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou
alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não
prove destinação legítima:
Obs.: Se a pessoa já tem condenação definitiva por furto ou roubo, a simples posse já caracteriza
a contravenção penal. Estar na posse somente, sem roubar e sem estar condenado, não pratica
nada.
Obs.: Devem os objetos ser notoriamente instrumentos de furto ou roubo.

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Obs.: “O vadio ou o mendigo...” – a doutrina diz que o dispositivo é inconstitucional,


primeiramente porque cria uma injustificável presunção de periculosidade; segundo que fere o
principio da igualdade.
Obs.: Se o contraventor efetivamente utilizar este objeto na prática de furto, a contravenção
ficará absorvida.

Art. 28 – disparo de arma de fogo, queimar fogos de artifício, soltar balão,


causar deflagração perigosa
Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em
direção a ela:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, em
via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima
fogo de artifício ou solta balão aceso.
Obs.: Pune 4 condutas: disparar arma de fogo; causar deflagração perigosa; soltar balão aceso;
queimar fogos de artifício.
Obs.: Disparar arma de fogo – tacitamente revogado – constitui crime do art. 15 do Estatuto do
Desarmamento.
Obs.: Deflagração perigosa – tacitamente revogado – constitui o art. 251, parágrafo 1º, do CP e
art. 16, parágrafo único, III, do Estatuto do Desarmamento.
Obs.: Soltar balão aceso – tacitamente revogado – crime ambiental previsto no art. 42 da Lei
9605/98.
Obs.: Queimar fogos de artifício ilegalmente – continua sendo contravenção.
Obs.: Art. 244 do ECA – pune a conduta de fornecer, vender, ainda que gratuitamente, ou
entregar de qualquer forma à criança ou adolescente, fogos de estampido ou de artifício,
exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano
físico – trata-se de crime.

Art. 31 – Deixar em liberdade animal perigoso


Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida
cautela animal perigoso:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à pessoa inexperiente;
b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;

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c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.
Obs.: Pode praticá-lo qualquer pessoa que tenha guarda do animal, seja ou não proprietário
dele. O sujeito passivo é a coletividade. Se o animal efetivamente atacar alguém, a contravenção
desaparece, caracterizando crime de lesão corporal. Trata-se de uma contravenção de perigo
presumido (não precisa provar que houve perigo real a alguém).
Obs.: O tipo penal pune 3 condutas: deixar o animal em liberdade; entregar o animal a pessoa
inexperiente (pessoa que não tem habilidade para cuidar devidamente do animal); não guardar
com o devido cuidado.
Obs.: Dessas 3 condutas, as duas primeiras são dolosas e a última é culposa.
Obs.: Só existirá a contravenção se o animal for perigoso (animal que possa atacar e ferir
pessoas).
Obs.: Conduzir o animal na via pública sem coleira ou focinheira -parágrafo único, alínea c, da
LCP.

Art. 32 – Direção sem habilitação


Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em aguas
públicas:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

SÚMULA Nº 720 do STF O ART. 309 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO, QUE


RECLAMA DECORRA DO FATO PERIGO DE DANO, DERROGOU O ART. 32 DA LEI DAS
CONTRAVENÇÕES PENAIS NO TOCANTE À DIREÇÃO SEM HABILITAÇÃO EM VIAS
TERRESTRES.

Obs.: De acordo com o STF, se o condutor dirige veículo sem habilitação e sem gerar perigo de
dano, há apenas infração administrativa de trânsito (não se aplica a contravenção do art. 32).
Se houver perigo de dano, caracterizará o crime do art. 309 do CTB.
Obs.: De acordo com a súmula 720 do STF, o artigo 32 da LCP só continua aplicável quanto à
direção inabilitada de embarcação a motor em águas públicas.

Art. 34 – Direção perigosa


Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a
segurança alheia:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos
de réis.

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Obs.: Há 3 formas de direção perigosa que eram contravenções penais de direção perigosa e
que foram transformadas em crimes:

•• Embriaguez ao volante – art. 306 do CTB;


•• Participar de racha – art. 308 do CTB;
•• Excesso de velocidade – art. 311 do CTB;

Obs.: Assim, o art. 34 da LCP teve seu campo de aplicação diminuído, porém continua tendo
aplicação a todas as outras formas de direção perigosa que não constituam nenhum desses
3 crimes, ex.: dar cavalo de pau, trafegar na contramão da direção, marcha-ré imprudente,
ultrapassagem pela direita. Não estão abrangidas por nenhum dos crimes acima ditos, previstos
no CTB. Toda doutrina entende desta forma (DAMÁSIO, PAULO JOSÉ DA COSTA JÚNIOR,
ALEXANDRE DE MORAES, STF – HC 86276/MG).
Tais contravenções, todavia, só existem se acontecerem em via pública (o art. 2º do CTB).
Obs.: DAMÁSIO, CAPEZ, ALEXANDRE DE MORAES – estacionamento não é via pública.

Art. 39 – Associação secreta


Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reunam periodicamente, sob
compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração da
associação:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o cede, no todo ou em
parte, para reunião de associação que saiba ser de carater secreto.
§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícito o
objeto da associação.
Obs.: A doutrina chama tal contravenção de associação secreta. Este artigo não está
recepcionado pela CF/88. A CF, no art. 5º, XVII, diz que é livre a liberdade de associação no
Brasil. No inciso XVIII do art. 5º, a criação de associações independe de autorização do Estado.
Logo, é absolutamente inconstitucional considerar contravenção penal o fato de as pessoas
não comunicarem à autoridade a existência, objetivos, funcionamento e administração da
entidade.
Obs.: Só existirá esta contravenção se for uma associação para fins ilícitos ou de caráter
paramilitar.
Obs.: Só existirá a contravenção se existir 6 pessoas (mais de 5 pessoas).
Obs.: O que se proíbe é a reunião física (os membros devem se reunir em algum lugar) e não a
associação ideológica simplesmente. Tal associação deve ter reuniões periódicas.

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Art. 42 – Perturbação do trabalho ou do sossego alheios
Art. 42. Perturbar alguem o trabalho ou o sossego alheios:
I – com gritaria ou algazarra;
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a
guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos
de réis.
Obs.: Sujeito passivo é a coletividade.
Obs.: Só se pune a forma dolosa. “Sossego” não significa repouso noturno. Assim, tal
contravenção pode ocorrer de dia ou de noite.
Obs.: O STF entendeu que a perturbação de apenas uma pessoa não configura contravenção
penal, pois o tipo traz o termo “alheios” (número plural de pessoas) – o Supremo entende que
precisa ter 6 pessoas para caracterizar a contravenção.
Obs.: Quanto ao inciso III, quanto a músicos (para ganhar a vida) e pessoas que praticam cultos
religiosos, há quem entenda que não podem ser punidos, pois a CF garante o direito ao trabalho
e à liberdade religiosa.
Obs.: Art. 54 da Lei 9605/98 – praticar poluição sonora, podendo causar dano à saúde humana –
o agente praticará crime ambiental (STJ – deve-se analisar o nível do barulho no caso concreto).

Art. 43 – Recusa de moeda pelo seu valor de face


Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Obs.: Para alguns autores, a objetividade jurídica é a fé pública. Mas na verdade a objetividade
jurídica é as relações econômicas.
Obs.: Significa recusar-se a receber a moeda pelo o valor de face dela, ex.: entrego uma moeda
de 20 reais, e o sujeito entende que lá há 10 reais, e assim não a aceita.
Obs.: Só o Real é a moeda de curso forçado no país. Moedas estrangeiras podem ser recusadas.
Obs.: Se a pessoa se recusa por qualquer outro motivo que não seja o seu valor de face, não
haverá contravenção.

Art. 45 – Fingir-se funcionário público


Art. 45. Fingir-se funcionário público:
Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três contos de réis.

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Obs.: Se além de se fingir funcionário público praticar qualquer ato funcional, caracterizará
crime de usurpação de função publica – art. 328 do CP. Não pode, assim, passar da esfera de
fingimento. Obs.: Há entendimento minoritário de que o próprio funcionário público pode ser
autor desta contravenção.

Art. 46 – uso público de uniforme ou distintivo de função pública que não


exerce ou uso indevido de sinal, distintivo ou denominação
Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce; usar,
indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprêgo seja regulado por lei. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 2.10.1944)
Obs.: São duas condutas punidas:
•• Usar publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce – usar
diante de um número plural de pessoas. O mero porte do uniforme (estando na bolsa, por
ex.) não configura a contravenção penal (a lei fala em usar). Se for uniforme ou distintivo
militar, haverá crime militar – art. 171 ou 172 do CPM;
•• Usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja regulado
por lei – quanto ao distintivo, a contravenção está tacitamente revogada pelo o art. 296,
parágrafo 1º, III, do CP.

Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:


I – selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de
Município;
II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou
sinal público de tabelião:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º – Incorre nas mesmas penas:
III – quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou
quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da
Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 47 – Exercício de profissão ou atividade econômica em desacordo


com a lei
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as
condições a que por lei está subordinado o seu exercício:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco
contos de réis

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Obs.: A CF garante o direito à profissão, conforme o estabelecido em lei. Aquele que exerce
profissão sem atender os requisitos dispostos em lei praticará a contravenção em estudo.
Obs.: A vítima desta contravenção é a coletividade e a proteção das classes profissionais e
econômicas.
Obs.: São duas condutas: basta anunciar que exerce ou exercer a profissão em desconforme
com a lei. Há divergência em saber se a contravenção é habitual ou não.
Obs.: Há duas correntes: 1ª corrente: Trata-se de contravenção habitual – só a reiteração do
exercício ilegal da profissão configura a contravenção. 2ª corrente: Outra corrente entende que
se trata de crime instantâneo – um único ato já a configura. NUCCI – a contravenção é habitual
quanto ao verbo “exercer”, mas é instantâneo quanto ao “anunciar”.
Obs.: Atividade econômica está querendo dizer “qualquer atividade com fim lucrativo”.
Obs.: Só haverá a contravenção se a atividade for praticada em desconformidade com as
condições legais – trata-se de norma penal em branco. Conclusão: se a profissão não estiver
regulada em lei, não há a contravenção. STF (HC 92183) – atividade de árbitro ou mediador não
configura tal contravenção, por se tratar de atividade ainda não regulada em lei.
Obs.: Advogado suspenso ou impedido responde por essa contravenção? R.: STF e STJ entendem
que sim! Há contravenção mesmo que o advogado exerça a atividade em outra unidade da
federação.
Obs.: quando o exercício ilegal de profissão referir-se à medicina, odontologia ou farmácia,
cuida-se de crime (art. 282 do CP), pois em jogo está interesse maior, que é a saúde pública.
Para as demais profissões, aplica-se a contravenção do art. 47.

Art. 282. Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Art. 50 – Jogo de azar


Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessivel ao público, mediante o
pagamento de entrada ou sem ele: (Vide Decreto-Lei nº 4.866, de 23.10.1942) (Vide Decreto-Lei
9.215, de 30.4.1946)
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze contos de réis,
estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos de decoração do local.
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou participa do jogo
pessoa menor de dezoito anos.

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§ 2º Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem é encontrado a
participar do jogo, como ponteiro ou apostador.
§ 3º Consideram-se, jogos de azar:
c) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte;
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas;
c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.
§ 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessivel ao público:
a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habitualmente participam
pessoas que não sejam da família de quem a ocupa;
b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se proporciona jogo de
azar;
c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza jogo de azar;
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se dissimule esse
destino.
As contravenções dos arts. 51 a 58 da LCP foram tacitamente revogadas pelo Dec-Lei 6259/44 –
contravenções referentes às loterias. A única contravenção de jogos ilícitos da LCP que está em
vigor é a prevista no art. 50 – jogo de azar.
Obs.: Sujeito ativo: qualquer pessoa; sujeito passivo: o Estado, pois é ele que detém o
monopólio dos jogos de azar.

Obs.: O que é jogo de azar? R.: é o que depende exclusivamente ou principalmente da sorte
– parágrafo 3º do art. 50 da LCP. Assim, não entra no conceito de jogo de azar aqueles que
dependem principalmente da habilidade do jogador, ex. de jogos que dependem da habilidade:
truco, caxeta, de bilhar etc. A jurisprudência considera jogos de azar: jogo de cartas 21, bolão
esportivo, tômbula, jogo de tampinhas.

Obs.: E as máquinas de caça-níqueis ou videopôquer? R.: o STF e STJ – 780937/RS, entendem


que tais máquinas podem configurar:

•• Contravenção do art. 50 se houver alguma chance de ganho;


•• Contravenção do art. 45 do Dec-Lei 6259/44 se for jogo de prognósticos/loterias;
•• Crime contra a economia popular se a máquina estiver programada para anular as chances
de ganho do apostador – lei 1521/51.
Obs.: Em todos esses casos, a competência é da Justiça Estadual (STJ CC 45318/SP).

Obs.: A tese de que a lei Pelé (9615/98) revogou o art. 50 da LCP não vem sendo aceita pelo STF
e STJ. Assim, o bingo configura a contravenção do art. 50 da LCP – RESP 703156 STJ.

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CRIMINAL. RESP. EXPLORAÇÃO DE JOGOS DE BINGO. MANDADO DE BUSCA E
APREENSÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. ORDEM CONCEDIDA PARA LIBERAR
O MATERIAL APREENDIDO E AUTORIZAR A CONTINUAÇÃO DA ATIVIDADE.
REVOGAÇÃO DO ART. 50 DA LCP. INOCORRÊNCIA. RECURSO PROVIDO.

Obs.: I. Hipótese em que foram apreendidos diversos materiais correlacionados à exploração


comercial de jogos de bingos. II. O art. 50 da LCP não restou revogado pela Lei Pelé (Lei
9.651/98), que veio apenas permitir o funcionamento provisório de "bingos", desde que
autorizados por entidades de direito público. III. Com o advento da Lei 9.981/2000 (Lei Maguito
Vilela) foram revogados, a partir de 31/12/2001, os artigos 59 a 81 da Lei 9.651/98 (Lei Pelé),
respeitando as autorizações que estivessem em vigor até a data de sua expiração, autorização
esta, com validade de 12 meses, conforme a legislação específica. IV. A partir de 31/12/2002,
ninguém mais poderia explorar o jogo do bingo por violação expressa ao art. 50 da Lei 3.688/41
(Lei de Contravenções Penais). V. Se o ato impugnado ocorreu em 2003, quando as referidas
empresas já não mais poderiam estar explorando a atividade, tem-se a correção da medida de
busca e apreensão. VI. Recurso provido.
Obs.: Legislar sobre bingos é matéria exclusiva da União.

SÚMULA VINCULANTE Nº 2 É INCONSTITUCIONAL A LEI OU ATO NORMATIVO


ESTADUAL OU DISTRITAL QUE DISPONHA SOBRE SISTEMAS DE CONSÓRCIOS E
SORTEIOS, INCLUSIVE BINGOS E LOTERIAS.

Obs.: Bingos beneficentes não configuram infração penal – adequação social da conduta.
Obs.: CAPEZ – O brasileiro que joga bingo em navios em mar do estrangeiro pode ser
responsabilizado pela Lei brasileira, em razão do princípio da nacionalidade ativa do agente, –
art. 7º, II, do CP. ***Ocorre que não se aplica a lei brasileira às contravenções praticadas fora do
Brasil. Não existe extraterritorialidade da lei brasileira em relação às contravenções.
Obs.: Apostas de corridas de cavalo ocorrida no estrangeiro, mas a aposta é feita no Brasil – STF
entendeu caracterizada a contravenção (HC 80908/RS)
Obs.: Apostas em disputa envolvendo briga de animais – caracteriza crime ambiental – art. 32
da Lei 9605/98.

Art. 59 – Vadiagem
Art. 59. Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter
renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante
ocupação ilícita:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses.

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Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado meios


bastantes de subsistência, extingue a pena.
Obs.: Toda a doutrina entende que tal contravenção é inconstitucional. Fundamentos: Presun-
ção de periculosidade inadmissível; fere o princípio da isonomia. NUCCI diz que fere a digni-
dade da pessoa humana, pois viver na ociosidade pode ser uma opção de vida, uma forma de
pensamento.

Art. 61 – Importunação ofensiva ao pudor


Art. 61. Importunar alguem, em lugar público ou acessivel ao público, de modo ofensivo ao pudor:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Obs.: Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa (não é só mulher). Para caracterizar o crime a
vítima precisa se sentir importunada.
Obs.: A contravenção não precisa estar ligada a atos de sexualidade/o pudor não se limita ao
pudor sexual.

Art. 63 – Servir bebidas alcoólicas a determinadas pessoas


Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:
I – a menor de dezoito anos;
II – a quem se acha em estado de embriaguez;
III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;
IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de frequentar lugares onde se
consome bebida de tal natureza:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos
de réis
Obs.: Inciso I – Há 2 entendimentos sobre aplicar este inciso ou o art. 243 do ECA: 1ª corrente:
TJ/SP – vender bebida alcoólica a menor caracteriza a contravenção (STJ) – RESP 942288/RJ – a
contravenção é mais específica do que o crime; ela se refere apenas à bebida alcoólica e o art.
243 do ECA se refere a “produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
psíquica. O crime do ECA ficaria para todas as hipóteses de substâncias que não se enquadram
em bebidas alcoólicas ou em drogas (inserirá na Lei 11343/2006), ex.: vender cola de sapateiro
para menor caracteriza o crime do art. 243 do ECA.

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Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de
qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos
componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por
utilização indevida:
Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)

Art. 64 – tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo


Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo:
Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhentos mil réis.
§ 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, realiza em
lugar público ou exposto ao publico, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.
§ 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido a trabalho excessivo
ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo público.
Obs.: Tal contravenção está tacitamente revogada (no seu inteiro teor) pelo o art. 32, caput, e
parágrafos 1º e 2º, da Lei 9605/98 – agora a conduta é crime.

Art. 65 – Perturbação da tranquilidade


Art. 65. Molestar alguém ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por motivo reprovavel:
Pena – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos
de réis
Obs.: Não se pode confundir esta contravenção (perturbação da tranqüilidade) com a
contravenção de perturbação do trabalho ou sossego alheios – art. 42 da LCP. O sujeito ativo é
qualquer pessoa e o sujeito passivo é pessoa determinada (na outra contravenção – do art. 42
da LCP – deve-se perturbar mais de uma vítima). Aqui, a expressão “alguém” determinada o
sujeito passivo.
Obs.: Este tipo penal exige uma finalidade específica – deve-se perturbar ou molestar por acinte
(de propósito) ou por motivo reprovável. Assim, a perturbação culposa não é incriminada.

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LEI DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL

A Lei Nº 12.037, de 1º de outubro de 2009, regulamenta o art. 5º, inciso LVIII, Constituição
Federal ao dispor sobre a identificação criminal do civilmente identificado, nos termos consti-
tucionais.

Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo


nos casos previstos nesta Lei.

O artigo 1º restringe a identificação criminal apenas àquelas autorizadas pela lei em estudo.
Todavia, como a identificação criminal é a exceção, ela regula as hipóteses de identificação civil,
as quais impedem a criminal.
O art. 2º reforça que a identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Para as finalidades da Lei em estudo, equiparam-se aos documentos de identificação civis os
documentos de identificação militares.
Já o artigo 3º apresenta as exceções, pois afirma que embora apresentado documento de
identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre
si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da
autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da
autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do
documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.

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As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra
forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as
providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado.
A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados
aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de
investigação.
Na hipótese da identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho
da autoridade judiciária competente, a identificação criminal poderá incluir a coleta de material
biológico para a obtenção do perfil genético.
Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco de dados
de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal.
As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão
revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de
gênero, consoante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma
humano e dados genéticos.
Cabe ressaltar que os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter
sigiloso, respondendo civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua
utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial.
Salienta-se também, que as informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos
deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devidamente habilitado.
Para preservar a imagem e a intimidade do indivíduo, é vedado mencionar a identificação
criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao
juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao
indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da
sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que
apresente provas de sua identificação civil.
A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no término do prazo estabelecido
em lei para a prescrição do delito.
A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme
regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.

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LEI DE DROGAS

INTRODUÇÃO

1 – TRATAMENTO CONSTITUCIONAL:

Art. 5º, XLIII, da CF/88 – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de


graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

DOS CRIMES E DAS PENAS

1 – PORTE E CULTIVO PARA CONSUMO PRÓPRIO

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo,
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia,
cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de
substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

1.1 – Bem jurídico – objetividade jurídica: Saúde pública


1.2 – Natureza jurídica: a lei ao tratar do tema classificou a conduta como CRIME. O STF
ratificou tal entendimento.
1.3 – Condutas típicas:
1.3.1 – adquirir: obter a propriedade, a título oneroso ou gratuito. O mais comum, entretanto,
é a compra;

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1.3.2 – trazer consigo: é sinônimo de portar, conduzir pessoalmente a droga;
1.3.3 – guardar e ter em depósito: é manter a droga em algum local;
1.3.4 – transportar: conduzir de um local para outro em algum meio de transporte.
Obs.: trata-se de crime de ação múltipla em que a realização de mais de uma conduta em
relação à mesma droga constitui crime único. Ex.: agente que compra e depois traz consigo o
entorpecente.
Obs.2: ter usado droga não é crime por falta de tipificação.

Porte de entorpecente e princípio da insignificância


Ao aplicar o princípio da insignificância, a 1ª Turma concedeu habeas corpus para trancar
procedimento penal instaurado contra o réu e invalidar todos os atos processuais, desde a
denúncia até a condenação, por ausência de tipicidade material da conduta imputada. No caso,
o paciente fora condenado, com fulcro no art. 28, caput, da Lei 11.343/2006, à pena de 3 meses
e 15 dias de prestação de serviços à comunidade por portar 0,6 g de maconha. Destacou-se
que a incidência do postulado da insignificância, de modo a tornar a conduta atípica, exigiria
o preenchimento concomitante dos seguintes requisitos: mínima ofensividade da conduta
do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento; e inexpressividade da lesão jurídica provocada. Consignou-se que o sistema
jurídico exigiria considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da liberdade e a
restrição de direitos do indivíduo somente se justificariam quando estritamente necessárias
à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes fossem
essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se
expusessem a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa lesividade. Deste modo,
o direito penal não deveria se ocupar de condutas que produzissem resultados cujo desvalor
– por não importar em lesão significativa a bens jurídicos relevantes – não representaria, por
isso mesmo, expressivo prejuízo, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da
própria ordem social.
HC 110475/SC, rel. Min. Dias Toffoli, 14.2.2012. (HC-110475)
(Informativo 655, 1ª Turma)

Obs.3: as condutas do art. 28, §1º são as seguintes:


a) Semear;
b) Cultivar;
c) Colher.

Objeto: são plantas destinadas a preparação de drogas em pequena quantidade.


Elemento subjetivo: deve ser para consumo pessoal.

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1.4 – Elemento subjetivo:


O art. 28 exige que a droga seja exclusivamente para consumo próprio.
Obs.: para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal ou ao tráfico, o juiz atenderá:
a) à natureza e à quantidade da substância apreendida,
b) ao local e às condições em que se desenvolveu a ação,
c) às circunstâncias sociais e pessoais,
d) bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
Obs.2: De acordo com a jurisprudência, o sujeito que tinha a droga para uso próprio, mas que
acaba vendendo parte dela, responde apenas pelo crime de tráfico (o porte fica absorvido).

1.5 – Objeto material


Como nos demais crimes da Lei, o objeto material é a substância entorpecente ou que
determine dependência física ou psíquica. É necessário que exista capitulação (em lei ou normas
infralegais) do princípio ativo componente da droga e que sua existência seja constatada por
exame químico-toxicológico.

1.6 – Elemento normativo do tipo


Encontra-se na expressão “sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar”.

1.7 – Crime de perigo abstrato


O art. 28 da Lei de Drogas descreve crime de perigo presumido, abstrato, pois pune o risco à
saúde pública, representado por quem detém o entorpecente. Por essa razão, não importa a
quantia da droga portada. Sendo constatada a existência do princípio ativo, haverá crime.

1.8 – Sujeito ativo


Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Abrange o usuário eventual e o viciado.

1.9 – Sujeito passivo


O Estado.

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1.10 – Tentativa
Nas modalidades permanentes ela é inadmissível. Em relação ao verbo “adquirir”, existem
várias interpretações. Para uns, se a pessoa procura o traficante para comprar a droga e é preso
nesse momento, antes de recebê-la, responde por tentativa. Para outros, o fato é atípico, pois
seria pressuposto do delito o recebimento da droga.

1.11 – Pena
A grande inovação da Lei nº 11.343/2006 foi deixar de prever pena privativa de liberdade para
o crime de porte para consumo próprio, cujas penas passaram a ser de:
1.11.1 – advertência sobre os efeitos da droga,
1.11.2 – prestação de serviços à comunidade e
1.11.3 – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
Obs.: De acordo com o art. 27, essas penas podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
bem como substituídas, umas pelas outras, a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o
defensor.
Obs.2: As penas de prestação de serviços e medida educativa de frequência a cursos serão
aplicadas pelo prazo máximo de cinco meses, mas em caso de reincidência poderão ser
aplicadas pelo prazo máximo de dez meses (art. 28, §§ 3º e 4º).
Obs.3: A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários,
entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou
privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou
da recuperação de usuários e dependentes de drogas (art. 28, § 5º).
Obs.4: Para a garantia do cumprimento dessas medidas educativas, a que injustificadamente se
recuse o condenado a cumprir, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente, a:
I – admoestação verbal;
II – multa.
Obs.5: O juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em
quantidade nunca inferior a quarenta nem superior a cem, atribuindo depois a cada um,
segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até três vezes o valor
do maior salário mínimo. Os valores decorrentes da imposição dessa multa serão creditados à
conta do Fundo Nacional Antidrogas (art. 29).
Obs.6: Segundo o art. 30, prescrevem em dois anos a imposição e a execução das penas
previstas para este crime, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts.
107 e seguintes do Código Penal.

1.12 – Ação penal e procedimento


A ação é pública incondicionada.

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Obs.: O procedimento em relação a qualquer das condutas previstas no art. 28, salvo se houver
concurso com crime mais grave, é aquele descrito nos arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099/95,
sendo, assim, de competência do Juizado Especial Criminal.
Obs.2: Dessa forma, a quem for flagrado na prática de infração penal dessa natureza não
se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao
juízo competente, ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-
se termo circunstanciado e providenciando a autoridade policial as requisições dos exames e
perícias necessários. Concluída a lavratura do termo circunstanciado, o agente será submetido
a exame de corpo de delito se o requerer, ou se a autoridade policial entender conveniente, e,
em seguida, será liberado.

TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS

Art. 33, caput – Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,
vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena – reclusão de cinco a quinze anos e pagamento de quinhentos a mil e
quinhentos dias-multa.

Obs.1: são 18 condutas, sendo que a prescrever é própria, pois somente médico ou dentista
podem receitar.
Obs.2: Nota-se facilmente que o crime do art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006 é de ação
múltipla, isto é, possui várias condutas típicas separadas pela conjunção alternativa “ou”. Em
razão disso, a pluralidade de condutas envolvendo o mesmo objeto material constitui crime
único. Ex.: adquirir, transportar, guardar e depois vender a mesma substância entorpecente.
Nesse caso há um só crime porque as diversas condutas são fases sucessivas de um mesmo
ilícito. Os crimes de ação múltipla são também chamados de crimes de conteúdo variado ou de
tipo misto alternativo.
Obs.3: Objeto material (norma penal em branco). A nova Lei Antitóxicos alterou a denominação
do objeto material do crime. Na redação antiga do art. 12 da Lei nº 6.368/76, era utilizada
a expressão “substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica”.
Na atual redação, o objeto material recebeu a singela denominação de “droga”, e o art. 1º,
parágrafo único, da Lei nº 11.343/2006, por sua vez, estabelece que se consideram como
drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados
em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União,
mais especificamente, pelo Ministério da Saúde. Percebe-se, portanto, que se trata de norma
penal em branco que precisa ser complementada por outra, a fim de ser possível a completa
tipificação do ilícito penal.

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Obs.4: Flagrante preparado. É muito comum que policiais obtenham informação anônima de
que, em certo local, está sendo praticado tráfico. Assim, estando à paisana, os policiais dirigem-
se ao local indicado, tocam a campainha e, alegando ser usuários, perguntam se há droga para
vender. A pessoa responde afirmativamente, recebe o valor pedido das mãos dos policiais e,
ao retornar com o entorpecente, acaba sendo preso em flagrante. Seria, nesse caso, aplicável a
Súmula 145 do STF, que diz ser nulo o flagrante e, portanto, atípico o fato, quando a preparação
do flagrante pela polícia tornar impossível a consumação do delito?
Não há dúvida de que, em relação à compra, a consumação era impossível, já que os policiais
não queriam realmente efetuá-la. Acontece que o flagrante não será nulo porque o traficante,
na hipótese, deverá ser autuado pela conduta anterior – ter a guarda -, que constitui crime
permanente e, conforme já estudado, admite o flagrante em qualquer momento, sendo, assim,
típica a conduta. A encenação feita pelos policiais constitui, portanto, meio de prova a respeito
da intenção de traficância do agente.
Obs.5: Pena. Reclusão de cinco a quinze anos e pagamento de quinhentos a mil e quinhentos
dias-multa. Essas penas foram aumentadas em relação àquelas previstas na Lei nº 6.368/76.
Obs.6: O art. 33, § 4º prevê que as penas – privativa de liberdade e pecuniária – poderão ser
diminuídas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, se
o agente for:
a) primário e de bons antecedentes, e
b) desde que não se dedique a atividades criminosas
c) nem integre organização criminosa.
O STF declarou inconstitucional a proibição de substituição de Pena Privativa de Liberdade por
Pena Restritiva de Direitos na Lei de Drogas em razão do princípios da individualização da pena.
O Senado suspendeu a eficácia desta vedação por meio da Resolução número 5 de 2012.

Dosimetria e fundamentação idônea – 3


Em conclusão de julgamento, a 2ª Turma, por maioria, deferiu habeas corpus para determinar
ao magistrado de primeiro grau que efetue nova dosimetria, a afastar, além da circunstância
relativa à consequência do crime “mal causado pelo tóxico”, também o motivo invocado
– vontade de obter lucro fácil. No caso, ao majorar a pena-base, o juiz considerara que “a)
os motivos que levaram à prática das infrações penais foram o egoísmo e o desejo de obter
ganho fácil; b) as circunstâncias em que ocorreram as práticas criminosas foram graves, em
razão da nocividade e expressiva quantidade de droga apreendida (quase 13 kg de cocaína);
e c) as consequências são graves pelo mal causado aos consumidores” – v. Informativos 633 e
651. Concluiu-se que a circunstância judicial aludida ao “mal causado pelo tóxico”, seria ínsita
à conduta delituosa e estaria incorporada ao próprio tipo penal, a impossibilitar sua utilização
como elemento hábil a proporcionar o recrudescimento da reprimenda, sob pena de bis in
idem. Na mesma linha de entendimento, quanto à referência ao motivo do crime “ganho fácil”,
consignou -se que essa expressão apontada pelo magistrado para justificar o maior rigor no
cálculo da pena já se encontraria embutida na conduta praticada – venda de drogas. Dessa
forma, a comercialização ilícita de entorpecente teria sido, de imediato, a razão pela qual se dera
a condenação do acusado, na forma do art. 33 da Lei 11.343/2006. Assim, o alegado intuito de

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“ganho fácil”, por ser inerente a essa modalidade delitiva, não deveria ser validamente invocado
para aumentar a reprimenda por implicar, também, bis in idem. Vencido, em parte, o Min.
Gilmar Mendes, relator, que, concedia a ordem somente para afastar a fundamentação “mal
causado pelo tóxico”. Vencido, integralmente, o Min. Joaquim Barbosa, que indeferia o writ.
HC 107532/SC, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski,
8.5.2012. (HC-107532)
(Informativo 665, 2ª Turma)
Obs.: note que o STF entendeu que não se pode aumentar a pena com base nos motivos:
mal causado pela droga e a vontade de obtenção de lucro, já que estão ínsitos na própria
configuração do crime. Já a quantidade da droga apreendida pode ser levada em consideração
para aplicar a pena mais próxima do grau máximo.

Lei 8.072/90 e regime inicial de cumprimento de pena – 7


É inconstitucional o § 1º do art. 2º da Lei 8.072/90 (“Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: ...
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado”).
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, deferiu habeas corpus com a finalidade
de alterar para semiaberto o regime inicial de pena do paciente, o qual fora condenado
por tráfico de drogas com reprimenda inferior a 8 anos de reclusão e regime inicialmente
fechado, por força da Lei 11.464/2007, que instituíra a obrigatoriedade de imposição desse
regime a crimes hediondos e assemelhados – v. Informativo 670. Destacou-se que a fixação
do regime inicial fechado se dera exclusivamente com fundamento na lei em vigor. Observou-
se que não se teriam constatado requisitos subjetivos desfavoráveis ao paciente, considerado
tecnicamente primário. Ressaltou-se que, assim como no caso da vedação legal à substituição
de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em condenação pelo delito de tráfico
– já declarada inconstitucional pelo STF -, a definição de regime deveria sempre ser analisada
independentemente da natureza da infração. Ademais, seria imperioso aferir os critérios, de
forma concreta, por se tratar de direito subjetivo garantido constitucionalmente ao indivíduo.
Consignou-se que a Constituição contemplaria as restrições a serem impostas aos incursos em
dispositivos da Lei 8.072/90, e dentre elas não se encontraria a obrigatoriedade de imposição
de regime extremo para início de cumprimento de pena. Salientou-se que o art. 5º, XLIII, da
CF, afastaria somente a fiança, a graça e a anistia, para, no inciso XLVI, assegurar, de forma
abrangente, a individualização da pena. Vencidos os Ministros Luiz Fux, Joaquim Barbosa e
Marco Aurélio, que denegavam a ordem.
HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 27.6.2012. (HC-111840)
(Informativo 672, Plenário)

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FIGURAS EQUIPARADAS AO TRÁFICO

Art. 33, § 1º Nas mesmas penas incorre quem:


I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda,
oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação
de drogas;

Obs.1: A matéria-prima, o insumo ou o produto químico não precisam ser tóxicos em si,
bastando que sejam idôneos à produção de entorpecente. Assim é que a posse de éter ou
acetona podem configurar o delito, desde que exista prova de que se destinavam à preparação
de cocaína.

Art. 33, § 1º, II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em
matéria-prima para a preparação de drogas;

Obs.1: a diferença entre este crime e o previsto no art. 28, §1º refere-se ao elemento subjetivo
e a quantidade do objeto material, pois no crime previsto no art. 28, § 1º requer a preparação
de pequena quantidade de droga e deve ser destinada ao consumo próprio.

Art. 33, § 1º, III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a
propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem
dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

Obs.: só será este crime se o local for destinado ao tráfico de drogas.


Obs.2: O local a que a lei se refere pode ser imóvel (casa, apartamento, bar, pousada) ou móvel
(veículo, barco). Não é necessário que o agente seja o dono do local utilizado, bastando que
tenha a sua posse ou a sua simples administração, guarda ou vigilância. Assim, o gerente de
um bar ou o vigia de um parque de diversões podem ser punidos caso permitam o tráfico de
entorpecente nesses locais. Trata-se, evidentemente, de crime doloso, que pressupõe que o
agente saiba tratar-se de drogas.
Obs.3: Deve-se comentar que é estranha a tipificação de crime autônomo para quem utiliza
local para tráfico, pois quem está traficando já está incurso nas figuras do art. 33, caput.

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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO USO DE DROGA

Art. 33, § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:


Pena – detenção, de um a três anos, e multa de cem a trezentos dias-multa.
Obs.: Exemplo de auxílio: emprestar a casa para quem alguém use drogas nela (será
este crime e não o anteriormente estudado).

FIGURA PRIVILEGIADA

Art. 33, § 3º – Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de


seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e pagamento de setecentos a mil e
quinhentos dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

Obs.: para a configuração dessa figura privilegiada são exigidos os seguintes requisitos:
a) que a oferta da droga seja eventual;
b) que seja gratuita;
c) que o destinatário seja pessoa do relacionamento de quem a oferece;
d) que a droga seja para consumo conjunto.
Obs.2: Além da pena privativa de liberdade prevista para este crime, o juiz Pode aplicar as
penas previstas no art. 28 da Lei de Drogas, quais sejam: advertência sobre o efeito da droga;
prestação de serviço à comunidade; e medida educativa de comparecimento a curso ou
programa educativo.

Tráfico de drogas e lei mais benéfica – 3


Em conclusão de julgamento, a 1ª Turma, por maioria, concedeu habeas corpus para determinar
a designação de audiência na qual os pacientes deverão ser advertidos sobre os efeitos do uso
de entorpecente. Na espécie, pretendia-se a desclassificação da conduta imputada, prevista no
art. 12 da Lei 6.368/76 (“Importar ou exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,
vender, expor à venda ou oferecer, fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito,
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a
consumo substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem

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autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”), para a disposta no
art. 33, § 3º, da Lei 11.343/2006 (“§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro,
a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem”) – v. Informativo 626. Aduziu-se
que o acórdão impugnado teria invertido a ordem processual quanto à prova, atribuindo aos
pacientes o dever de demonstrar sua condição de usuários, o que não se coadunaria com o
Direito Penal. Registrou-se que eles não teriam o dever de demonstrar que a droga apreendida
se destinaria ao consumo próprio e de amigos, e não ao tráfico. Asseverou-se que caberia
à acusação comprovar os elementos do tipo penal. Reputou-se que ao Estado-acusador
incumbiria corroborar a configuração do tráfico, que não ocorreria pela simples compra
do entorpecente. Salientou-se que o restabelecimento do enfoque revelado pelo juízo seria
conducente a afastar-se, até mesmo, a condenação à pena restritiva da liberdade. Vencido o
Min. Ricardo Lewandowski, que denegava a ordem. O Min. Dias Toffoli reajustou seu voto para
conceder o writ.
HC 107448/MG, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio,
18.6.2013. (HC-107448)
(Informativo 711, 1ª Turma)

Art. 33, § 4º – Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão
ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de
direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às
atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de
2012)

Obs.1: essa causa de diminuição de pena incide sobre os crimes previstos no art. 33, caput, e §
1º e diminui-se a pena de 1/6 a 2/3.
Obs.2: Os requisitos para diminuição são:
a) que o agente seja primário, de bons antecedentes;
b) não se dedique às atividades criminosas; e
c) não integre organização criminosa.

Hediondez e tráfico privilegiado


Ao reiterar orientação no sentido de que a minorante do art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006 não
retirou o caráter hediondo do crime de tráfico privilegiado de entorpecentes, a 1ª Turma, em
julgamento conjunto, negou provimento a recurso ordinário e, por maioria, julgou extinta
ordem de habeas corpus, sem julgamento do mérito. Destacou-se que, não obstante a
matéria tenha sido afetada ao Plenário pela 2ª Turma, eventual decisão do Plenário a afastar a
hediondez do tipo penal não prejudicaria a apresentação de habeas corpus pelo interessado ou
impediria que o juiz, de ofício, reconsiderasse sua decisão. Vencido o Ministro Marco Aurélio,
que indeferia a ordem.
RHC 118099/MS e HC 118032/MS, rel. Min. Dias Toffoli, 4.2.2014. (RHC-118099)

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(Informativo 734, 1ª Turma)

Lei penal no tempo e combinação de dispositivos – 1


É vedada a incidência da causa de diminuição do art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006 (“§ 4º
Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um
sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique
às atividades criminosas nem integre organização criminosa”), combinada com as penas
previstas na Lei 6.368/76, no tocante a crimes praticados durante a vigência desta norma. Essa
a conclusão do Plenário que, por maioria, proveu parcialmente recurso extraordinário para
determinar o retorno dos autos à origem, instância na qual deverá ser realizada a dosimetria
de acordo com cada uma das leis, para aplicar-se, na íntegra, a legislação mais favorável ao
réu. Prevaleceu o voto do Ministro Ricardo Lewandowski, relator. Inicialmente, o relator frisou
que o núcleo teleológico do princípio da retroatividade da lei penal mais benigna consistiria na
estrita prevalência da lex mitior, de observância obrigatória, para aplicação em casos pretéritos.
Afirmou que se trataria de garantia fundamental, prevista no art. 5º, XL, da CF e que estaria
albergada pelo Pacto de São José da Costa Rica (art. 9º). Frisou que a Constituição disporia
apenas que a lei penal deveria retroagir para beneficiar o réu, mas não faria menção sobre
a incidência do postulado para autorizar que algumas partes de diversas leis pudessem ser
aplicadas separadamente para favorecer o acusado.
RE 600817/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 7.11.2013. (RE-600817)
(Informativo 727, Plenário, Repercussão Geral)

Lei penal no tempo e combinação de dispositivos – 2


O relator destacou que o caso em exame diferenciar-se-ia da simples aplicação do princípio da
retroatividade da lei penal mais benéfica, pois pretendida a combinação do caput do art. 12 da
Lei 6.368/76 com a causa de diminuição do art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006. Explicou que a lei
anterior estabelecera, para o delito de tráfico, pena em abstrato de 3 a 15 anos de reclusão,
mas a norma atual cominara, para o mesmo crime, reprimenda de 5 a 15 anos de reclusão.
Assim, este diploma impusera punição mais severa para o delito, mas consagrara, em seu art.
33, § 4º, causa especial de diminuição a beneficiar o agente primário, de bons antecedentes,
não dedicado a atividade criminosa e não integrante de organização criminosa. Concluiu,
no ponto, que o legislador teria procurado diferenciar o traficante organizado do traficante
eventual. Observou, entretanto, que essa causa de diminuição de pena viera acompanhada
de outra mudança, no sentido de aumentar consideravelmente a pena mínima para o delito.
Assim, haveria correlação entre o aumento da pena-base e a inserção da minorante.
RE 600817/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 7.11.2013. (RE-600817)
(Informativo 727, Plenário, Repercussão Geral)

Art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006 e fundamentação


A 2ª Turma concedeu habeas corpus para determinar a magistrado que reduzisse a pena
imposta ao paciente, considerada a incidência da causa de diminuição do art. 33, § 4º, da Lei
11.343/2006 no patamar máximo de 2/3. Ademais, ordenou que fixasse o regime inicial de

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cumprimento da reprimenda de maneira fundamentada, com o afastamento da regra do § 1º do
art. 2º da Lei 8.072/90 (na redação conferida pela Lei 11.464/2007), obrigatoriedade declarada
inconstitucional pelo STF. Na espécie, o tribunal de justiça local, ao dar parcial provimento
a recurso da acusação, condenara o paciente pela prática do delito de tráfico de drogas (Lei
11.343/2006, art. 33). Explicitou-se que a Corte estadual definira a pena-base no mínimo legal.
Obtemperou-se que aquele tribunal não agira bem ao estabelecer, em seguida, a minorante
em 1/6 sem oferecer a devida justificação. Por fim, salientou-se que o réu apresentaria bons
antecedentes, não faria parte de grupo criminoso, enfim, ostentaria todos os requisitos para
que a benesse fosse conferida em grau máximo. Precedente citado: HC 111840/ES (acórdão
pendente de publicação, v. Informativos 670 e 672).
HC 114830/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 12.3.2013. (HC-114830)
(Informativo 697, 2ª Turma)

Art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006 e dosimetria da pena


Ante a desproporcionalidade da dosimetria da pena, a 1ª Turma, por maioria, deferiu habeas
corpus para determinar ao juízo a aplicação, no patamar de 2/3, da causa de diminuição
prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006. No caso, o paciente fora condenado à pena de
um ano e oito meses de reclusão, em regime inicial aberto, pela prática do crime de tráfico de
drogas, sendo a sanção substituída por penas restritivas de direito. Em virtude do provimento
de apelação interposta pelo Ministério Público, o Tribunal local majorara a reprimenda para
três anos de reclusão. Aduziu-se, na espécie, que o magistrado de 1º grau e a Corte estadual
teriam assentado ser o paciente primário e não possuir maus antecedentes, assim como
não haver provas de que ele se dedicasse a atividades criminosas e integrasse organização
criminosa. Destacou-se, também, a pequena quantidade de droga apreendida com o paciente
(24,75g de cocaína). Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Rosa Weber, que denegavam a
ordem. Esta consignava caber ao magistrado graduar o percentual da causa de diminuição em
debate, haja vista que os requisitos nela mencionados apenas autorizariam a incidência dessa
minorante. Aquele, ao salientar que o STF estaria a proclamar a percentagem a ser utilizada,
não vislumbrava ilegalidade perpetrada pelo STJ.
HC 115979/MG, rel. Min. Luiz Fux, 3.9.2013. (HC-115979)
(Informativo 718, 1ª Turma)

Dosimetria: tráfico de droga e “bis in idem” – 1


Caracteriza bis in idem considerar, na terceira etapa do cálculo da pena do crime de tráfico
ilícito de entorpecentes, a natureza e a quantidade da substância ou do produto apreendido,
quando essas circunstâncias já tiverem sido apontadas na fixação da pena-base, ou seja,
na primeira etapa da dosimetria, para graduação da minorante prevista no art. 33, § 4º, da
Lei 11.343/2006. Por outro lado, não há impedimento a que essas circunstâncias recaiam,
alternadamente, na primeira ou na terceira fase da dosimetria, a critério do magistrado, em
observância ao princípio da individualização da pena. Essa a orientação do Plenário que, em
face de divergências entre as Turmas quanto à interpretação e à aplicação do art. 42 da Lei
11.343/2006, tivera a questão jurídica controvertida submetida à sua apreciação (RISTF, art.
22, parágrafo único). E m julgamento conjunto de habeas corpus, discutia-se, inicialmente, se
a aplicação do art 33, § 4º, da Lei 11.343/2006, tanto na primeira quanto na terceira fase da

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dosimetria configuraria bis in idem. Arguia-se, ainda, se, em caso positivo, qual seria a etapa
em que o magistrado deveria aplicar a referida regra. No HC 112.776/MS, a defesa sustentava
estar caracterizado o bis in idem, porque o magistrado de primeiro grau fixara a pena-base
acima do mínimo legal e destacara, entre outras considerações, a natureza e a quantidade da
droga apreendida. Além disso, na terceira etapa da dosimetria, ou seja, no exame do § 4º do
art. 33 da Lei de Drogas, invocara essas mesmas circunstâncias para estabelecer a redução na
fração de ¼. A impetração aduzia que essa dupla valoração negativa de um mesmo fato como
circunstância judicial desfavorável e critério para fixação do quantum da diminuição da pena
não teria embasamento jurídico. Questionava, ainda, o regime prisional fixado pelo magistrado
sentenciante, inicial fechado, ante a interpretação do art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/1990, na
redação da Lei 11.464/2007. No HC 109.193/MG, a controvérsia restringia se à legitimidade da
invocação do art. 42 da Lei 11.343/2006 na terceira fase da dosimetria da pena.
HC 112776/MS, rel. Min. Teori Zavascki, 19.12.2013. (HC-112776)
HC 109193/MG, rel. Min. Teori Zavascki, 19.12.2013.(HC-109193)
(Informativo 733, Plenário)

“Mula” e aplicação da minorante do art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006


A 1ª Turma, por maioria, deu parcial provimento a recurso ordinário em habeas corpus para
restabelecer os efeitos de sentença condenatória e aplicar a causa especial de diminuição
da pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006. Em virtude da incidência da referida
causa de diminuição, verificou se a extinção da punibilidade pelo cumprimento integral da
pena. Assim, determinou-se a imediata colocação do recorrente em liberdade, se por outro
motivo não estivesse preso. No caso, o paciente – que ingerira cápsulas com cocaína – teria
sido surpreendido, em terminal rodoviário, ao desembarcar de ônibus proveniente da Bolívia.
Em virtude disso, fora condenado pelo crime de tráfico internacional de drogas. Reputou-se
inidônea a fundamentação do Tribunal Regional Federal para afastar a aplicação da minorante
prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006. Asseverou-se que estaria embasada em mera
suposição sobre a dedicação do recorrente às atividades criminosas, em face da quantidade
de droga apreendida e da sua possível participação em organização voltada para a prática de
crimes. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Luiz Fux, que negavam provimento ao recurso e
afastavam a incidência do art. 33, § 4º, da mencionada lei. O Ministro Marco Aurélio ressaltava
que a denominada “mula” seria um elo importantíssimo na organização do tráfico. O Ministro
Luiz Fux destacava que a “mula” teria o domínio funcional do fato, cuja atuação seria notória
para viabilizar a atividade criminosa.
RHC 118008/SP, rel. Min. Rosa Weber, 24.9.2013. (RHC-118008)
(Informativo 721, 1ª Turma)

Tráfico internacional de drogas: “mula” e organização criminosa


A 2ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus impetrado em favor de condenado pela
prática do crime de tráfico internacional de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33, caput, c/c o art.
40, I). A defesa pretendia a aplicação da causa especial de redução de pena prevista no art. 33,
§ 4º, do mesmo diploma, em seu grau máximo de 2/3, a fim de que a reprimenda privativa de
liberdade fosse substituída por restritiva de direitos. Reputou-se que, na situação dos autos,

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o paciente integraria, de fato, organização criminosa, não podendo ser considerado simples
“mula” ocasional, a qual, após aliciada sairia de um país economicamente subdesenvolvido
transportando pequena quantidade de droga. Ao contrário, ele teria transportado grande
quantidade de entorpecente, mediante remuneração, com despesas custeadas previamente.
Aduziu-se existir, consoante afirmado pelas instâncias ordinárias, estrutura logística voltada
à remessa de vultuosas quantidades de droga para o exterior a partir do Brasil, com o
fornecimento de passaportes, hospedagem, dinheiro e outros bens ao transportador da
mercadoria. Destacou-se que concluir de forma diversa implicaria reexame fático-probatório,
incabível na via eleita. Vencido o Min. Ayres Britto, que concedia a ordem. HC 110551/SP, rel.
Min. Ricardo Lewandowski, 13.3.2012. (HC-110551)
(Informativo 658, 2ª Turma)

“Mula” e causa de diminuição de pena – 2


Em conclusão de julgamento, a 2ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus em que
pretendida a aplicação, em favor de condenada por tráfico de entorpecentes pelo transporte
de 951 g de cocaína, a causa de diminuição da pena do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006.
No caso, as instâncias de origem, embora tivessem reconhecido que a ré seria primária, com
bons antecedentes e que não se dedicaria à atividade criminosa, concluíram que, de fato, ela
integraria organização criminosa e, portanto, não teria jus à citada causa de diminuição – v.
Informativo 618. Considerou-se que o tráfico internacional não existiria sem o transporte da
droga pelas chamadas “mulas”. O Min. Gilmar Mendes ressaltou que a “mula”, de fato, integraria
a organização criminosa, na medida em que seu trabalho seria condição sine qua non para a
narcotraficância internacional. Pressupunha, assim, que toda organização criminosa estruturar-
se-ia a partir de divisão de tarefas que objetivasse um fim comum. Assim, inegável que esta
tarefa de transporte estaria inserida nesse contexto como essencial. Além disso, asseverou que
o legislador não teria intenção de dispensar tratamento menos rigoroso ao “traficante mula”
ou, ainda, a outros com “participação de menor importância” e não diretamente ligados ao
núcleo da organização. Se esse fosse o propósito, certamente consubstanciaria elementar do
tipo. Ter-se-ia, então, um tipo penal derivado. Vencido o Min. Ayres Britto, relator, que deferia
a ordem.
HC 101265/SP, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa,
10.4.2012. (HC-101265)
(Informativo 661, 2ª Turma)

Tráfico de drogas e dosimetria da pena


Ante empate na votação, a 1ª Turma deferiu habeas corpus para que magistrado apreciasse a
percentagem de causa de diminuição da pena, prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006, a
condenado pela prática de tráfico de drogas. Alegava-se que as instâncias ordinárias ter-se-iam
fundamentado em presunções quanto às suas ligações com a criminalidade. Consideraram-se a
menoridade do paciente, a ausência de registro de antecedentes e a aplicação da pena básica
no mínimo legal. Asseverou-se não haver na sentença, nem no acórdão, qualquer dado concreto
que mostrasse a integração do paciente a grupo criminoso. Destacou-se que a circunstância de
ele ter sido surpreendido com a droga revelaria o tráfico, mas não a integração à atividade

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em si, como contido no preceito, atividade criminosa com potencial maior. Os Ministros Luiz
Fux, relator, e Min. Rosa Weber denegavam a ordem por entenderem que a mercancia de
drogas, pelo réu, em lugar conhecido pelo comércio clandestino de entorpecente, por si só,
constituiria prova robusta de sua participação na atividade criminosa. Aduziam que o tribunal
de origem teria procedido a irrepreensível atividade intelectiva, porquanto a apreensão de
grande quantidade de droga seria fato que permitiria concluir, mediante raciocínio dedutivo,
pela sua dedicação ao tráfico. HC 108280/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min.
Marco Aurélio, 10.4.2012.
(HC-108280)
(Informativo 661, 1ª Turma)

Tráfico de entorpecente: substituição de pena e fixação de regime


No crime de tráfico de entorpecente, a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos, bem assim a fixação de regime aberto são cabíveis. Essa a orientação da
2ª Turma ao conceder dois habeas corpus para determinar que seja examinada a possibilidade
de substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. No HC 111844/SP, após
a superação do óbice contido no Enunciado 691 da Súmula do STF, concedeu-se, em parte,
de ofício, a ordem, ao fundamento de que, caso o paciente não preenchesse os requisitos
necessários para a referida substituição, dever-se-ia analisar o seu ingresso em regime de
cumprimento menos gravoso. No HC 112195/SP, reputou -se que o condenado demonstrara
atender as exigências do art. 33, § 2º, c, do CP e, portanto, teria direito ao regime aberto. HC
111844/SP, rel. Min. Celso de Mello, 24.4.2012. (HC-111844) HC 112195/SP, rel. Min. Gilmar
Mendes, 24.4.2012. (HC-112195)
(Informativo 663, 2ª Turma)

MAQUINISMOS E OBJETOS DESTINADOS AO TRÁFICO

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir,


entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação,
preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de três a dez anos, e pagamento de mil e duzentos a dois mil dias-
multa.

Obs.: Se dentro da refinaria for encontrado também drogas, o agente responderá apenas pelo
crime do art. 33 – que possui pena mais alta -, ficando absorvido o crime do art. 34. No exemplo,
a maior gravidade do fato seria levada em conta na fixação da pena-base.

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Obs.2: inúmeros objetos utilizados na produção ou fabricação de drogas são normalmente
usados em laboratórios comuns para condutas absolutamente lícitas, tais como pipetas, tubos
de ensaio etc. Assim, para a configuração do delito, deve haver prova da destinação ilícita que
os agentes dariam aos maquinismos, objetos.
Obs.3: É necessário salientar, todavia, que o objeto material desse crime são aqueles utilizados
no processo criativo da droga, não havendo punição para o porte de lâminas de barbear (para
o usuário separar a cocaína em doses), na posse de maricas ou cachimbos (para o fumo de
maconha ou crack)

Artigos 12 e 13 da Lei 6.368/76


Ante a inadequação da via eleita, a 1ª Turma extinguiu habeas corpus – porquanto substitutivo
de recurso ordinário constitucional -, em que discutido se a condenação por tráfico de
entorpecentes (Lei 6.368/76, art. 12) absorveria comportamento previsto no art. 13 do mesmo
diploma. Ato contínuo, por maioria, concedeu-se, de ofício, a ordem para cassar a pena
cominada ao paciente pelo crime do aludido art. 13, sem prejuízo do restante da condenação
a ele imposta. Cuidar-se-ia de condenado – nas instâncias ordinárias -, em concurso formal,
pela prática dos delitos dos artigos 12, 13 e 14 da lei de regência anterior. Explicitou-se
que o paciente integrava grupo criminoso dedicado ao tráfico internacional de drogas,
especificamente cocaína, e, em laboratório de refino, desta extrairia crack. Reputou-se que o
writ trataria apenas de enquadramento jurídico. A par disso, avaliou-se que, na situação dos
autos, o fabrico da droga (art. 13) estaria subsumido no delito do art. 12, que seria mais amplo.
Dessa maneira, o legislador teria antecipado o momento consumativo do tráfico na modalidade
de produção ou preparo de entorpecentes, ao tipificar mera conduta de “possuir ou guardar”
máquinas ou instrumentos destinados a essa finalidade. Enfatizou-se que, na situação dos
autos, o delito subsidiário seria aplicável somente quando não configurado o do art. 12. Por
outro lado, advertiu-se ser possível, em outro contexto, haver a caracterização de ambos
os crimes. Na sequência, pontuou-se que os dispositivos em questão guardariam similitude
com os atuais artigos 33 e 34 da Lei 11.343/2006. Rematou-se haver duplo apenamento e,
por fim, estendeu-se o benefício aos demais corréus condenados pelo delito do art. 13, caso,
igualmente sancionados pelo art. 12. Vencido o Min. Marco Aurélio, que entendia não ser
hipótese de deferimento da ordem de ofício, haja vista faltar ilegalidade evidente. Estimava,
ainda, descaber a discutida absorção. Precedente citado: HC 100946/GO (DJe de 27.2.2012).
HC 104633/SP, rel. Min. Rosa Weber, 11.9.2012. (HC-104633)
(Informativo 679, 1ª Turma)

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ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO

Art. 35 –– Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,


reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e
34 desta Lei:
Pena – reclusão, de três a dez anos, e pagamento de setecentos a mil e duzentos
dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa
para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Obs.: O crime de associação para o tráfico difere do crime de associação criminosa nos seguintes
aspectos:
a) envolvimento mínimo de duas pessoas. Trata-se de crime de concurso necessário de
condutas paralelas porque os envolvidos ajudam-se na prática do delito. Diverge do crime
de associação criminosa, que pressupõe, como já mencionado, o envolvimento de pelo
menos três pessoas;
b) intenção de cometer qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 da Lei
(tráfico). Diferencia-se do crime de associação para o tráfico porque, neste, os integrantes
visam cometer outros crimes (furto, roubo, receptação, aborto, peculato etc.).
c) que os agentes queiram cometer os crimes de forma reiterada ou não. Apesar dessa
expressão prevista no art. 35 da Lei de Drogas, a doutrina majoritária entende que tanto
este crime quanto a quadrilha ou bando devem ser estáveis e permanentes.
d) a pena da associação para o tráfico é de 3 a 10 anos e multa. Já o crime de associação para
o tráfico possui a pena cominada de 1 a 3 anos.
Obs.2: O art. 8º da Lei dos Crimes Hediondos prevê que a pena do crime de quadrilha do art.
288 será de reclusão, de três a seis anos, quando a finalidade for a prática de crimes hediondos,
tráfico de entorpecentes, terrorismo ou tortura. Como o crime do art. 35 da Lei de Drogas
é especial e posterior, este revogou de forma tácita o previsto no art. 8º da Lei de Crimes
Hediondos no que for contrário.

FINANCIAMENTO AO TRÁFICO

Art. 36 – Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts.
33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de oito a vinte anos, e pagamento de mil e quinhentos a quatro mil
dias-multa.

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Obs.: A tipificação desse ilícito penal é apontada como uma das principais inovações da nova
Lei de Drogas, pois, no regime anterior, quem financiasse o tráfico só poderia ser punido como
partícipe desse crime.
Obs.2: A conduta ilícita abrange qualquer espécie de ajuda financeira, com a entrega de valores
ou bens aos traficantes.
Obs.3: A configuração do delito autônomo pressupõe que o agente atue como financiador
contumaz, ou seja, que se dedique a tal atividade de forma reiterada.

INFORMANTE COLABORADOR

Art. 37 – Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação


destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34
desta Lei:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e pagamento de trezentos a setecentos dias-
multa.

Obs.1: para a configuração deste ilícito penal, criado pela Lei nº 11.343/2006, não basta a
colaboração com o tráfico, exigindo o tipo penal que se trate de informante colaborador de
grupo, organização ou associação voltados para o tráfico.
Obs.2: O informante não integra efetivamente o grupo e não toma parte no tráfico, mas
passa informações a seus integrantes, como, p. ex., um policial que, ao saber que uma grande
diligência será feita em certa favela, visando à apreensão de droga, telefona para o chefe do
grupo passando a informação com antecedência para que possam fugir antes da chegada dos
outros policiais ao local.

CAUSAS DE AUMENTO DE PENA

Obs.1: As causas de aumento elencadas no art. 40 da Lei nº 11.343/2006 aplicam-se apenas


aos crimes previstos em seus arts. 33 a 37, que são os delitos ligados ao tráfico.
Obs.2: Não incidem, portanto, nos crimes em que a intenção do agente é o consumo próprio,
nem no crime culposo previsto no art. 38 e no de direção de embarcação ou aeronave descrito
no art. 39.

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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a
dois terços, se:
I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

Obs.1: O tráfico com o exterior está presente nas hipóteses de importação e exportação. Nesses
casos, como veremos adiante, a competência será da Justiça Federal.
Obs.2: Para a incidência do dispositivo não é necessário que o agente consiga sair ou entrar no
País com a droga, basta que fique demonstrada que essa era sua finalidade.

II – o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho


de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

Obs.: pune-se mais gravemente quem comete o crime prevalecendo-se de sua função pública.
A lei se refere, e.g., aos policiais – civis ou militares, delegados de polícia, escrivães, peritos
criminais, juízes, promotores de justiça etc.

III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de


estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades
estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de
trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer
natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção
social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;

Obs.: A expressão “nas imediações”, que é sinônimo de “nas proximidades”, deve ser
interpretada caso a caso, de acordo com as circunstâncias do fato criminoso e a gravidade do
delito. Não é possível, assim, fixar previamente um limite métrico.

Tráfico de drogas: transporte público e aplicação do art. 40, III, da Lei 11.343/2006
Em conclusão de julgamento, a 2ª Turma, por maioria, concedeu “habeas corpus” a condenado
pela prática de tráfico de drogas para afastar a majorante contida no art. 40, III, da Lei
11.343/2006 (“Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um
sexto a dois terços, se: ... III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações
de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis,
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo,
de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços
de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou

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policiais ou em transportes públicos”). No caso, o paciente fora flagrado em transporte
coletivo transnacional, trazendo consigo considerável quantidade de substância entorpecente.
Prevaleceu o voto do Ministro Ricardo Lewandowski. Destacou que a jurisprudência das Turmas
seria no sentido de que a aplicação daquela causa especial de aumento de pena teria como
objetivo punir com mais rigor a comercialização de drogas em locais nos quais se verificasse
uma maior aglomeração de pessoas, de modo que se tornasse mais fácil a disseminação
da mercancia. Assim, não seria suficiente a mera utilização do transporte público para o
carregamento do entorpecente. Vencida a Ministra Cármen Lúcia (relatora), que indeferia a
ordem.
HC 120624/MS, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o acórdão, Min. Ricardo Lewandowski,
3.6.2014. (HC-120624)
(Informativo 749, 2ª Turma)

Tráfico: causa de aumento e transporte público – 1


A 1ª Turma, por maioria, deferiu, em parte, habeas corpus para reduzir, da pena imposta, a
causa de aumento prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/2006 (“As penas previstas nos arts. 33
a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: a infração tiver sido cometida
nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de
sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de
locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer
natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de
unidades militares ou policiais ou em transportes públicos”). No caso, a paciente fora presa
em flagrante delito quando trazia consigo, dentro de ônibus coletivo público intermunicipal,
maconha proveniente do Paraguai, para ser entregue na cidade de São Paulo. Diante deste
fato, com aplicação das causas de aumento de pena previstas no art. 40, I e III, da Lei de Drogas,
fora condenada a 6 anos e 8 meses de reclusão.
HC 109538/MS, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Rosa Weber, 15.5.2012. (HC
-109538) (Informativo 666, 1ª Turma)

Tráfico: causa de aumento e transporte público – 2


Entendeu-se que, com base em interpretação teleológica, o disposto no art. 40, III, do mencionado
diploma, referir-se-ia a comercialização em transporte público, não alcançando a situação de o
agente ter sido surpreendido quando trazia consigo droga em ônibus intermunicipal, sem que
nele a tivesse vendido. Por fim, fixou-se em 5 anos e 10 meses a reprimenda e indeferiu-se o
pedido de substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito, em razão de a
condenação superar 4 anos (CP, art. 44, I e II). Vencido o Min. Luiz Fux, relator, que indeferia a
ordem, por reputar correto o acórdão do STJ, que considerava que a causa de aumento de pena
prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/2006 deveria incidir nos casos em que o agente utilizasse
transporte público com grandes aglomerações de pessoas para passar desapercebido, a tornar
a traficância mais fácil e ágil, o que bastaria, para sua incidência, o simples uso desse tipo de
transporte.
HC 109538/MS, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Rosa Weber, 15.5.2012. (HC-
109538) (Informativo 666, 1ª Turma)

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IV – o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de
fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V – caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito
Federal;
VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha,
por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e
determinação;

Obs.1: envolver: significa que o traficante se une com o menor ou ao “incapaz” para a prática
do tráfico.
Obs.2: visar: significa que o traficante busca no menor ou no “incapaz” um público consumidor.

VII – o agente financiar ou custear a prática do crime.

Obs.1: O crime do art. 36 exige que o agente atue como financiador contumaz, que invista
valores de forma reiterada no tráfico (v. tópico 2.8.).
Obs.2: Na causa de aumento, o que se verifica é a ocorrência de um único tráfico em que
alguém atua, de forma isolada, como financiador e, por isso, responde pelo crime do art. 33,
caput, com a pena aumentada em razão do art. 40, VII, da Lei nº 11.343/2006.

CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação


policial e o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes
do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de
condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.

Obs.: Para a incidência da causa de diminuição, além de ser voluntária a colaboração, exige-
se que as informações passadas pelo agente efetivamente impliquem a identificação de todos
os demais envolvidos no crime, bem como a recuperação de algum produto do delito (bens
comprados pelos traficantes com o lucro obtido com a venda ou recebidos como forma de
pagamento).

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CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU AERONAVE APÓS O CONSUMO DE DROGA

Art. 39 – Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a


dano potencial a incolumidade de outrem:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da apreensão do veículo, cassação
da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena
privativa de liberdade aplicada, e pagamento de duzentos a quatrocentos dias-
multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as
demais, serão de quatro a seis anos e de quatrocentos a seiscentos dias-multa, se o
veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

Obs.1: O presente tipo penal, que tutela a segurança no espaço aéreo e aquático, pune
a condução perigosa de aeronave ou embarcação decorrente da utilização de substância
entorpecente.
Obs.2: Para a configuração do delito é necessário que, em razão do consumo da droga, o agente
conduza a aeronave ou embarcação de forma anormal, expondo a perigo a incolumidade de
outrem.
Obs.3: O crime se consuma no momento em que o agente inicia a condução anormal da
aeronave ou embarcação, e a ação penal é pública incondicionada.

CRIME CULPOSO

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o
paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e pagamento de cinquenta a duzentos
dias-multa.

Obs.1: A lei descreve apenas duas condutas típicas: prescrever, que é o mesmo que receitar, e
ministrar, que é inocular, introduzir a substância entorpecente no organismo de alguém.
Obs.2: O delito em análise, conforme dispõe expressamente a lei, é culposo, uma vez que
prescrever ou ministrar dolosamente constitui tráfico (art. 33, caput).

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Obs.3: quando o paciente não necessita da droga. Só se aplica quando ocorre um erro de
avaliação, ou seja, o agente supõe que o quadro do paciente indica a necessidade de aplicação
de droga, quando, em verdade, isso não é efetivamente necessário.
Obs.4: dose receitada ou ministrada de forma excessiva. Ocorre quando a dose é maior do que a
necessária. Só haverá crime quando houver uma diferença razoável entre a dose recomendável
para o tratamento e a efetivamente prescrita ou aplicada. Se, em razão do excesso, a vítima
morre ou sofre lesão corporal, o agente responderá também por crime de homicídio culposo
ou lesão corporal culposa.
Obs.5: substância ministrada em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Quando
ocorre outra espécie de engano, em desatenção ao que estabelece a lei ou o regulamento.

LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013.

Define organização criminosa e dispõe sobre a I – às infrações penais previstas em tratado


investigação criminal, os meios de obtenção da ou convenção internacional quando, inicia-
prova, infrações penais correlatas e o procedi- da a execução no País, o resultado tenha ou
mento criminal; altera o Decreto-Lei no 2.848, devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou re-
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); re- ciprocamente;
voga a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá
outras providências. II – às organizações terroristas internacio-
nais, reconhecidas segundo as normas de
direito internacional, por foro do qual o Bra-
sil faça parte, cujos atos de suporte ao ter-
CAPÍTULO I rorismo, bem como os atos preparatórios
ou de execução de atos terroristas, ocorram
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
ou possam ocorrer em território nacional.
Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e II – às organizações terroristas, entendidas
dispõe sobre a investigação criminal, os meios como aquelas voltadas para a prática dos
de obtenção da prova, infrações penais correla- atos de terrorismo legalmente definidos.
tas e o procedimento criminal a ser aplicado. (Redação dada pela lei nº 13.260, de 2016)
§ 1º Considera-se organização criminosa a Art. 2º Promover, constituir, financiar ou inte-
associação de 4 (quatro) ou mais pessoas grar, pessoalmente ou por interposta pessoa,
estruturalmente ordenada e caracteriza- organização criminosa:
da pela divisão de tarefas, ainda que infor-
malmente, com objetivo de obter, direta ou Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos,
indiretamente, vantagem de qualquer na- e multa, sem prejuízo das penas correspon-
tureza, mediante a prática de infrações pe- dentes às demais infrações penais pratica-
nais cujas penas máximas sejam superiores das.
a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem im-
transnacional.
pede ou, de qualquer forma, embaraça a
§ 2º Esta Lei se aplica também:

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investigação de infração penal que envolva que designará membro para acompanhar o
organização criminosa. feito até a sua conclusão.
§ 2º As penas aumentam-se até a metade
se na atuação da organização criminosa
houver emprego de arma de fogo. CAPÍTULO II
§ 3º A pena é agravada para quem exerce DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS
o comando, individual ou coletivo, da orga- DE OBTENÇÃO DA PROVA
nização criminosa, ainda que não pratique
pessoalmente atos de execução. Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal,
serão permitidos, sem prejuízo de outros já pre-
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) vistos em lei, os seguintes meios de obtenção
a 2/3 (dois terços): da prova:
I – se há participação de criança ou adoles- I – colaboração premiada;
cente;
II – captação ambiental de sinais eletromag-
II – se há concurso de funcionário público, néticos, ópticos ou acústicos;
valendo-se a organização criminosa dessa
condição para a prática de infração penal; III – ação controlada;

III – se o produto ou proveito da infração IV – acesso a registros de ligações telefôni-


penal destinar-se, no todo ou em parte, ao cas e telemáticas, a dados cadastrais cons-
exterior; tantes de bancos de dados públicos ou
privados e a informações eleitorais ou co-
IV – se a organização criminosa mantém co- merciais;
nexão com outras organizações criminosas
independentes; V – interceptação de comunicações telefô-
nicas e telemáticas, nos termos da legisla-
V – se as circunstâncias do fato evidencia- ção específica;
rem a transnacionalidade da organização.
VI – afastamento dos sigilos financeiro, ban-
§ 5º Se houver indícios suficientes de que cário e fiscal, nos termos da legislação espe-
o funcionário público integra organização cífica;
criminosa, poderá o juiz determinar seu
afastamento cautelar do cargo, emprego VII – infiltração, por policiais, em atividade
ou função, sem prejuízo da remuneração, de investigação, na forma do art. 11;
quando a medida se fizer necessária à in-
VIII – cooperação entre instituições e ór-
vestigação ou instrução processual.
gãos federais, distritais, estaduais e muni-
§ 6º A condenação com trânsito em julgado cipais na busca de provas e informações de
acarretará ao funcionário público a perda interesse da investigação ou da instrução
do cargo, função, emprego ou mandato ele- criminal.
tivo e a interdição para o exercício de função
§ 1º Havendo necessidade justificada de
ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos
manter sigilo sobre a capacidade investiga-
subsequentes ao cumprimento da pena.
tória, poderá ser dispensada licitação para
§ 7º Se houver indícios de participação de contratação de serviços técnicos especia-
policial nos crimes de que trata esta Lei, a lizados, aquisição ou locação de equipa-
Corregedoria de Polícia instaurará inquérito mentos destinados à polícia judiciária para
policial e comunicará ao Ministério Público, o rastreamento e obtenção de provas pre-

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vistas nos incisos II e V. (Incluído pela Lei nº rer ou representar ao juiz pela concessão de
13.097, de 2015) perdão judicial ao colaborador, ainda que
esse benefício não tenha sido previsto na
§ 2º No caso do § 1º, fica dispensada a pu- proposta inicial, aplicando-se, no que cou-
blicação de que trata o parágrafo único do ber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de
art. 61 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
1993, devendo ser comunicado o órgão de Penal).
controle interno da realização da contrata-
ção. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) § 3º O prazo para oferecimento de denún-
cia ou o processo, relativos ao colaborador,
Seção I poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses,
DA COLABORAÇÃO PREMIADA prorrogáveis por igual período, até que se-
jam cumpridas as medidas de colaboração,
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das par- suspendendo-se o respectivo prazo prescri-
tes, conceder o perdão judicial, reduzir em até cional.
2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade
ou substituí-la por restritiva de direitos daquele § 4º Nas mesmas hipóteses do caput, o Mi-
que tenha colaborado efetiva e voluntariamen- nistério Público poderá deixar de oferecer
te com a investigação e com o processo crimi- denúncia se o colaborador:
nal, desde que dessa colaboração advenha um I – não for o líder da organização criminosa;
ou mais dos seguintes resultados:
II – for o primeiro a prestar efetiva colabora-
I – a identificação dos demais coautores e ção nos termos deste artigo.
partícipes da organização criminosa e das
infrações penais por eles praticadas; § 5º Se a colaboração for posterior à senten-
ça, a pena poderá ser reduzida até a meta-
II – a revelação da estrutura hierárquica e de ou será admitida a progressão de regime
da divisão de tarefas da organização crimi- ainda que ausentes os requisitos objetivos.
nosa;
§ 6º O juiz não participará das negociações
III – a prevenção de infrações penais decor- realizadas entre as partes para a formaliza-
rentes das atividades da organização crimi- ção do acordo de colaboração, que ocorrerá
nosa; entre o delegado de polícia, o investigado e
IV – a recuperação total ou parcial do pro- o defensor, com a manifestação do Minis-
duto ou do proveito das infrações penais tério Público, ou, conforme o caso, entre o
praticadas pela organização criminosa; Ministério Público e o investigado ou acusa-
do e seu defensor.
V – a localização de eventual vítima com a
sua integridade física preservada. § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º,
o respectivo termo, acompanhado das de-
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefí- clarações do colaborador e de cópia da
cio levará em conta a personalidade do colabo- investigação, será remetido ao juiz para
rador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade homologação, o qual deverá verificar sua
e a repercussão social do fato criminoso e a efi- regularidade, legalidade e voluntariedade,
cácia da colaboração. podendo para este fim, sigilosamente, ouvir
o colaborador, na presença de seu defensor.
§ 2º Considerando a relevância da colabo-
ração prestada, o Ministério Público, a qual- § 8º O juiz poderá recusar homologação à
quer tempo, e o delegado de polícia, nos proposta que não atender aos requisitos le-
autos do inquérito policial, com a manifes- gais, ou adequá-la ao caso concreto.
tação do Ministério Público, poderão reque-

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§ 9º Depois de homologado o acordo, o co- IV – participar das audiências sem contato
laborador poderá, sempre acompanhado visual com os outros acusados;
pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro
do Ministério Público ou pelo delegado de V – não ter sua identidade revelada pelos
polícia responsável pelas investigações. meios de comunicação, nem ser fotografa-
do ou filmado, sem sua prévia autorização
§ 10. As partes podem retratar-se da pro- por escrito;
posta, caso em que as provas autoincrimi-
natórias produzidas pelo colaborador não VI – cumprir pena em estabelecimento pe-
poderão ser utilizadas exclusivamente em nal diverso dos demais corréus ou condena-
seu desfavor. dos.

§ 11. A sentença apreciará os termos do Art. 6º O termo de acordo da colaboração pre-


acordo homologado e sua eficácia. miada deverá ser feito por escrito e conter:

§ 12. Ainda que beneficiado por perdão ju- I – o relato da colaboração e seus possíveis
dicial ou não denunciado, o colaborador resultados;
poderá ser ouvido em juízo a requerimento II – as condições da proposta do Ministério
das partes ou por iniciativa da autoridade Público ou do delegado de polícia;
judicial.
III – a declaração de aceitação do colabora-
§ 13. Sempre que possível, o registro dos dor e de seu defensor;
atos de colaboração será feito pelos meios
ou recursos de gravação magnética, este- IV – as assinaturas do representante do Mi-
notipia, digital ou técnica similar, inclusive nistério Público ou do delegado de polícia,
audiovisual, destinados a obter maior fide- do colaborador e de seu defensor;
lidade das informações.
V – a especificação das medidas de prote-
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o cola- ção ao colaborador e à sua família, quando
borador renunciará, na presença de seu de- necessário.
fensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito
Art. 7º O pedido de homologação do acordo
ao compromisso legal de dizer a verdade.
será sigilosamente distribuído, contendo ape-
§ 15. Em todos os atos de negociação, con- nas informações que não possam identificar o
firmação e execução da colaboração, o cola- colaborador e o seu objeto.
borador deverá estar assistido por defensor.
§ 1º As informações pormenorizadas da co-
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será laboração serão dirigidas diretamente ao
proferida com fundamento apenas nas de- juiz a que recair a distribuição, que decidirá
clarações de agente colaborador. no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 5º São direitos do colaborador: § 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz,
ao Ministério Público e ao delegado de po-
I – usufruir das medidas de proteção previs- lícia, como forma de garantir o êxito das
tas na legislação específica; investigações, assegurando-se ao defensor,
II – ter nome, qualificação, imagem e de- no interesse do representado, amplo acesso
mais informações pessoais preservados; aos elementos de prova que digam respei-
to ao exercício do direito de defesa, devi-
III – ser conduzido, em juízo, separadamen- damente precedido de autorização judicial,
te dos demais coautores e partícipes; ressalvados os referentes às diligências em
andamento.

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Penal – Prof. Diogo Lopes

§ 3º O acordo de colaboração premiada dei- Público, após manifestação técnica do delegado


xa de ser sigiloso assim que recebida a de- de polícia quando solicitada no curso de inqué-
núncia, observado o disposto no art. 5º. rito policial, será precedida de circunstanciada,
motivada e sigilosa autorização judicial, que es-
Seção II tabelecerá seus limites.
DA AÇÃO CONTROLADA
§ 1º Na hipótese de representação do dele-
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar gado de polícia, o juiz competente, antes de
a intervenção policial ou administrativa relativa decidir, ouvirá o Ministério Público.
à ação praticada por organização criminosa ou § 2º Será admitida a infiltração se houver in-
a ela vinculada, desde que mantida sob obser- dícios de infração penal de que trata o art.
vação e acompanhamento para que a medida 1º e se a prova não puder ser produzida por
legal se concretize no momento mais eficaz à outros meios disponíveis.
formação de provas e obtenção de informações.
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo
§ 1º O retardamento da intervenção poli- de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de even-
cial ou administrativa será previamente co- tuais renovações, desde que comprovada
municado ao juiz competente que, se for o sua necessidade.
caso, estabelecerá os seus limites e comuni-
cará ao Ministério Público. § 4º Findo o prazo previsto no § 3º, o relató-
rio circunstanciado será apresentado ao juiz
§ 2º A comunicação será sigilosamente dis- competente, que imediatamente cientifica-
tribuída de forma a não conter informações rá o Ministério Público.
que possam indicar a operação a ser efetu-
ada. § 5º No curso do inquérito policial, o dele-
gado de polícia poderá determinar aos seus
§ 3º Até o encerramento da diligência, o agentes, e o Ministério Público poderá re-
acesso aos autos será restrito ao juiz, ao quisitar, a qualquer tempo, relatório da ati-
Ministério Público e ao delegado de polícia, vidade de infiltração.
como forma de garantir o êxito das investi-
gações. Art. 11. O requerimento do Ministério Público
ou a representação do delegado de polícia para
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á a infiltração de agentes conterão a demonstra-
auto circunstanciado acerca da ação contro- ção da necessidade da medida, o alcance das ta-
lada. refas dos agentes e, quando possível, os nomes
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposi- ou apelidos das pessoas investigadas e o local
ção de fronteiras, o retardamento da interven- da infiltração.
ção policial ou administrativa somente poderá Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosa-
ocorrer com a cooperação das autoridades dos mente distribuído, de forma a não conter infor-
países que figurem como provável itinerário ou mações que possam indicar a operação a ser
destino do investigado, de modo a reduzir os efetivada ou identificar o agente que será infil-
riscos de fuga e extravio do produto, objeto, ins- trado.
trumento ou proveito do crime.
§ 1º As informações quanto à necessidade
Seção III da operação de infiltração serão dirigidas
DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES diretamente ao juiz competente, que deci-
dirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em após manifestação do Ministério Público na
tarefas de investigação, representada pelo de- hipótese de representação do delegado de
legado de polícia ou requerida pelo Ministério

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polícia, devendo-se adotar as medidas ne- Seção IV
cessárias para o êxito das investigações e a DO ACESSO A REGISTROS, DADOS
segurança do agente infiltrado.
CADASTRAIS, DOCUMENTOS E
§ 2º Os autos contendo as informações da INFORMAÇÕES
operação de infiltração acompanharão a
denúncia do Ministério Público, quando se- Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Pú-
rão disponibilizados à defesa, assegurando- blico terão acesso, independentemente de au-
-se a preservação da identidade do agente. torização judicial, apenas aos dados cadastrais
do investigado que informem exclusivamente
§ 3º Havendo indícios seguros de que o a qualificação pessoal, a filiação e o endereço
agente infiltrado sofre risco iminente, a mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas tele-
operação será sustada mediante requisição fônicas, instituições financeiras, provedores de
do Ministério Público ou pelo delegado de internet e administradoras de cartão de crédito.
polícia, dando-se imediata ciência ao Minis-
tério Público e à autoridade judicial. Art. 16. As empresas de transporte possibilita-
rão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atua- e permanente do juiz, do Ministério Público ou
ção, a devida proporcionalidade com a finalida- do delegado de polícia aos bancos de dados de
de da investigação, responderá pelos excessos reservas e registro de viagens.
praticados.
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito móvel manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à
da infiltração, a prática de crime pelo agen- disposição das autoridades mencionadas no art.
te infiltrado no curso da investigação, quan- 15, registros de identificação dos números dos
do inexigível conduta diversa. terminais de origem e de destino das ligações
Art. 14. São direitos do agente: telefônicas internacionais, interurbanas e locais.

I – recusar ou fazer cessar a atuação infiltra- Seção V


da; DOS CRIMES OCORRIDOS NA
II – ter sua identidade alterada, aplicando- INVESTIGAÇÃO E NA OBTENÇÃO DA
-se, no que couber, o disposto no art. 9º da PROVA
Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999, bem
como usufruir das medidas de proteção a Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou fil-
testemunhas; mar o colaborador, sem sua prévia autorização
por escrito:
III – ter seu nome, sua qualificação, sua ima-
gem, sua voz e demais informações pesso- Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos,
ais preservadas durante a investigação e o e multa.
processo criminal, salvo se houver decisão
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de
judicial em contrário;
colaboração com a Justiça, a prática de infração
IV – não ter sua identidade revelada, nem penal a pessoa que sabe ser inocente, ou reve-
ser fotografado ou filmado pelos meios de lar informações sobre a estrutura de organiza-
comunicação, sem sua prévia autorização ção criminosa que sabe inverídicas:
por escrito.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos, e multa.

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Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das Parágrafo único. Determinado o depoimen-
investigações que envolvam a ação controlada e to do investigado, seu defensor terá asse-
a infiltração de agentes: gurada a prévia vista dos autos, ainda que
classificados como sigilosos, no prazo míni-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) mo de 3 (três) dias que antecedem ao ato,
anos, e multa. podendo ser ampliado, a critério da autori-
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, re- dade responsável pela investigação.
gistros, documentos e informações requisitadas Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei no 2.848, de
pelo juiz, Ministério Público ou delegado de po- 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a
lícia, no curso de investigação ou do processo: vigorar com a seguinte redação:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) “Associação Criminosa
anos, e multa.
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pesso-
Parágrafo único. Na mesma pena incorre as, para o fim específico de cometer crimes:
quem, de forma indevida, se apossa, propa-
la, divulga ou faz uso dos dados cadastrais Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
de que trata esta Lei.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até
a metade se a associação é armada ou se
houver a participação de criança ou adoles-
CAPÍTULO III cente.” (NR)
DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infra- vigorar com a seguinte redação:
ções penais conexas serão apurados mediante
procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei “Art. 342. ............................................................
nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de .......................
Processo Penal), observado o disposto no pará-
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
grafo único deste artigo.
anos, e multa.
Parágrafo único. A instrução criminal deve-
......................................................................
rá ser encerrada em prazo razoável, o qual
............................” (NR)
não poderá exceder a 120 (cento e vinte)
dias quando o réu estiver preso, prorrogá- Art. 26. Revoga-se a Lei no 9.034, de 3 de maio
veis em até igual período, por decisão fun- de 1995.
damentada, devidamente motivada pela
complexidade da causa ou por fato procras- Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos
tinatório atribuível ao réu. 45 (quarenta e cinco) dias de sua publicação ofi-
cial.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser de-
cretado pela autoridade judicial competente, Brasília, 2 de agosto de 2013; 192º da Indepen-
para garantia da celeridade e da eficácia das dência e 125º da República.
diligências investigatórias, assegurando-se ao DILMA ROUSSEFF
defensor, no interesse do representado, am-
plo acesso aos elementos de prova que digam José Eduardo Cardozo
respeito ao exercício do direito de defesa, de-
vidamente precedido de autorização judicial, Este texto não substitui o publicado no DOU de
ressalvados os referentes às diligências em an- 5.8.2013 – Edição extra
damento.

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Direito Penal

Professor Rodolfo Souza

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Edital

DIREITO PENAL: Lei nº 8.072/1990 e suas alterações (crimes hediondos). Lei nº 9.455/1997
(crimes de tortura). Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). Lei nº 4.898/1965 e suas
alterações (abuso de autoridade).

BANCA: Cespe
CARGO: Agente e Escrivão de Polícia

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Direito Penal

LEI DOS CRIMES HEDIONDOS – LEI 8.072/90

1. CRIME HEDIONDO

1.1. Conceito:
Trata-se de conduta humana reprovável, tipificada como crime, considerada asquerosa, nojen-
ta, repugnante, sórdida e depravada, por essa razão merecedora de tratamento penal mais ri-
goroso.

1.2. Definição de crime hediondo:


a) Sistema judicial – é o juiz quem, na apreciação do caso concreto, diante da gravidade do
crime, decide se a infração é ou não hedionda.
b) Sistema legal – compete ao legislador enumerar, num rol taxativo, quais delitos serão con-
siderados hediondos.
c) Sistema misto – o legislador apresenta rol exemplificativo de crimes hediondos, deixando
ao juiz um campo fértil para encontrar outros casos.
Obs.: O Brasil adotou o sistema legal – art. 5º, XLIII, da CF – o constituinte outorgou ao legisla-
dor ordinário a tarefa de definir quais crimes serão considerados hediondos, todavia, já enume-
rou os equiparados a hediondos – tráfico de drogas, terrorismo, tortura.
Obs.: O STF vem adotando um quarto sistema: o legislador apresenta um rol taxativo de crimes
hediondos, devendo o magistrado confirmar a hediondez na análise do caso concreto (o juiz
não vai complementar; apenas confirmará se aquele crime tem requintes de hediondez) – GUI-
LHERME DE SOUZA NUCCI também é filiado deste sistema.

2. ROL DOS CRIMES HEDIONDOS

São considerados hediondos os seguintes crimes todos tipificados no Código Penal (Dec. Lei
2.848/40), consumados e tentados:
•• Inciso I – Homicídio quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda
que cometido por um só agente – (art. 121, Caput do CP);

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Conforme o art. 121, § 6º, CP a pena será aumenta de 1/3 (um terço) até a 1/2 (metade) se o
crime for praticado por grupo de extermínio.
O homicídio simples, em regra, não é hediondo, salvo quando praticado em atividade típica de
grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente – trata-se de um homicídio condi-
cionado.
Trata-se de circunstância muito imprecisa, muito criticada pela doutrina. Por ex., não se sabe,
pela lei, o que é a “atividade típica de grupo de extermínio”. A doutrina a conceitua como sen-
do a chacina, matança generalizada.
Outra crítica feita é que, esta forma de crime jamais será praticada sobre a forma simples, sen-
do caracterizado sempre a qualificadora – PAULO RANGEL, NUCCI.
•• Inciso I – Homicídio qualificado – (art. 121, 2º, I a VII do CP);
Tratando-se do homicídio qualificado, todas as qualificadoras redundam no crime hediondo
(art. 121, parag. 2º, do CP).
Importante destacar que em 2015 foram inseridos os incisos VI e VII ao parágrafo segundo
do artigo 121 do Código Penal, pela Lei 13.104/15 e Lei 13.142/15 respectivamente. O inciso
VI, trata do homicídio qualificado contra a mulher por razoes da condição de sexo feminino
(Feminicídio) e o inciso VII, trata do homicídio contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da CF, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até o terceiro grau inclusive, em razão dessa condição.
Obs.: O homicídio privilegiado (art. 121, § 1°, CP) não é hediondo.
Homicídio qualificado-privilegiado é hediondo?
1ª corrente – é hediondo, pois a lei não excepciona esta figura.
2ª corrente – Não é hediondo, pois o privilegiado prepondera sobre a qualificadora – tal corrente
faz uma analogia ao art. 67 do CP – no concurso de agravantes e atenuantes, prepondera a de
natureza subjetiva (onde está escrito agravante, colocar-se-á “qualificadora”; onde estiver escrito
atenuante, colocar-se-á “privilégio”) – a segunda corrente é a que prevalece no STF e no STJ.
•• Inciso I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição; Incluído pela Lei 13.142/15
•• Inciso II – Latrocínio – (art. 157, parág. 3º, in fine, do CP);
O art. 157 trata do crime de roubo e o parág. 3º traz o roubo qualificado (se da violência resulta
lesão grave ou morte, a pena é qualificada). Só é hediondo o roubo qualificado pela morte (par-
te final do parág. 3º). O roubo qualificado pela lesão grave não é hediondo.
A morte pode ser dolosa ou culposa – o crime permanecerá hediondo.
A morte tem que ser decorrência da violência. Se a morte resultar da grave ameaça – não é
latrocínio – STF.

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A violência deve ser empregada durante o assalto e em razão do assalto (é imprescindível o


fator tempo e o fator nexo).
Ex.: uma semana depois do assalto, o bandido mata o gerente do banco que o reconheceu –
não é latrocínio (foi em razão do assalto, mas não foi durante o roubo) – será roubo combinado
com homicídio. A morte é o meio para alcançar o fim – o roubo.
Assaltante que mata o outro para ficar com o proveito do crime, não é latrocínio (trata-se de
roubo + homicídio torpe).
O assaltante que mata o outro, por tentar matar a vítima – art. 73 do CP – aberratio ictus – con-
siderará as qualidades da vítima virtual e não da vítima real, logo, é latrocínio.
Se a intenção inicial do agente era matar e só depois resolveu subtrair, trata-se de homicídio
seguido de furto – não é latrocínio.
Súmula 603 do STF – latrocínio não vai a júri, pois é crime contra o patrimônio – competência
do juiz singular.
Súmula 610 do STF – há crime de latrocínio consumado quando há a consumação da morte,
ainda que a subtração seja tentada –

•• Inciso III – Extorsão qualificada pela morte – (art. 158, parág. 2º, do CP);
Tudo que se aplica ao latrocínio se aplica a este crime.
A diferença é que no crime de roubo o agente subtrai o bem ou pode, de imediato, subtrai-lo,
mesmo que exista colaboração por parte da vitima

Ex.: o agente aponta a arma e manda a vítima entregar o relógio.


Haverá extorsão quando a vítima entregar o bem e ficar demonstrado que sua colaboração era
imprescindível para o agente obter a vantagem.

Ex.: carta constrangendo a vítima mandar dinheiro, sob ameaça de revelar segredo íntimo.
Constranger a vítima fornecer senha do cartão de crédito.

•• Inciso IV – Extorsão mediante sequestro – (art. 159, caput e parágrafos, do CP).


Tal crime sempre é crime hediondo, não importa se na forma simples ou qualificada.
Diferencia-se, porque nesta (extorsão mediante sequestro), o resgate é exigido de outras pes-
soas (familiares em geral), enquanto, no sequestro relâmpago, não há essa exigência a tercei-
ros, mas a própria pessoa sequestrada.

•• Inciso V – Estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º);


Considera-se estupro o ato sexual ou qualquer outro ato libidinoso (dedos na vagina, sexo oral),
mediante violência ou grave ameaça à pessoa da vítima ou a terceiro.

•• Inciso VI – Estupro de vulnerável (art. 217‑A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º);


Considera-se vulnerável, pessoa menor de 14 anos, ou pessoa portadora de enfermidade ou
doença mental, que não tenha o necessário discernimento para a pratica do ato.

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Nessas hipóteses a pratica da conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso será crime,
mesmo que exista o consentimento da vítima.
•• Inciso VII – Epidemia com resultado morte – (art. 267, parágrafo 1º, do CP);
O tipo consiste em causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos (vírus, bacilos
ou protozoários) e se caso tal conduta resultar na morte de alguém, o crime será considerado he-
diondo, sendo a pena prevista no caput (reclusão de 10 a 15 anos) aplicado em dobro ao agente.
Ex.: meningite, sarampo, gripe, febre amarela;
Faz-se necessário que a conduta provoque epidemia, ou seja, surto de uma doença que atinja
grande número de pessoas em determinado local ou região.
O crime pode ser praticado por qualquer meio: contaminação do ar, da agua, transmissão dire-
ta etc.
•• Inciso VII, B – Falsificação, adulteração de produtos farmacêuticos e medicinais – (art. 273,
§ 1º, § 1-A, § 1-B do CP).
O art. 273, caput, pune o falsificador do produto terapêutico ou medicinal. A pena é de 10 a 15
anos.
O parágrafo 1º pune aquele que guarda, expõe a venda, vende produto já falsificado. A pena é
a mesma, 10 a 15 anos.
O parágrafo 1º-A abrange como objeto material outros produtos, como por ex., cosméticos e
saneantes.
Obs.: quanto aos cosméticos, trata-se apenas daqueles com finalidade terapêutica ou medici-
nal (se um batom for de finalidade terapêutica, incidirá neste parágrafo). Saneante abrange os
produtos de limpeza.
O parágrafo 1º-B pune quem comercializa produto com infração às regras administrativas. A
pena será a mesma, 10 a 15 anos – infringe o princípio da intervenção mínima (o Direito Admi-
nistrativo poderia cuidar) – entendimento jurisprudencial.

•• Inciso VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de


criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). Incluído pela Lei
nº 12.978, de 2014

•• Parágrafo Único: Genocídio – (art. 1º, 2º; 3°, da lei 2889/89);

3. CRIMES EQUIPARADOS A HEDIONDOS, OU CRIMES HEDIONDOS POR


EQUIPARAÇÃO
� Constituição elencou os crimes equiparados a hediondos, que serão tratados com o mesmo rigor:
a) Tráfico de Drogas – Lei 11.343/06
b) Tortura – Lei 9.455/97
c) Terrorismo – Lei 13.260/16

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Obs.: Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o chamado tráfico privilegiado,
no qual as penas podem ser reduzidas, conforme o artigo 33, parágrafo 4º, da Lei 11.343/2006
(Lei de Drogas), não deve ser considerado crime de natureza hedionda. A discussão ocorreu no
julgamento do Habeas Corpus (HC) 11.8533, que foi deferido por maioria dos votos.
Importante destacar que o STJ entende que a aplicação da causa de diminuição de pena pre-
vista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/06 não afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas,
conforme enunciado da súmula 512, STJ.

4. VEDAÇÕES AOS CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS

Eles são tanto para os crimes hediondos, como para os crimes equiparados a hediondo (art. 2º
da lei).

a) Insuscetíveis de anistia, graça e indulto.

O art. 5º, XLIII, da CF – não diz ser insuscetível de indulto. A lei 8072/90 arrola também a
insuscetibilidade do indulto
Constitucional ou não?

1ª corrente – a vedação do indulto é inconstitucional – as vedações constitucionais seriam


máximas, não podendo o legislador ordinário suplantá-las. Eles questionam que, se não se
pode aumentar as prisões civis que estão na CF, não se poderia também acrescentar mais uma
causa de proibição de aplicação aos crimes hediondos – Luís Flavio Gomes, Alberto Silva Franco.

2ª corrente – as vedações constitucionais são mínimas (A CF deu o poder ao legislador ordinário


de aumentar tal rol). O indulto é uma graça coletiva; logo estaria já abrangido – posição do STF.

O indulto não respeita fatos pretéritos – posição do Supremo Tribunal federal – Recurso Habeas
Corpus 84572/RJ. Neste recurso, o STF entendeu constitucional a vedação do indulto para
crimes hediondos, até mesmo para os crimes praticados anteriormente à sua vigência (da lei
8.072/90) – deve-se analisar a natureza do crime no momento da execução.

b) Inafiançável.

Antes da lei 11.464/2007, o art. 2º, II, vedava fiança e liberdade provisória. Com o advento
desta lei, veda-se apenas a fiança (aboliu a vedação da liberdade provisória). Há dúvida ainda
quanto à aplicação da liberdade provisória aos crimes hediondos:
Questão até pouco tempo tormentosa versava sobre a possibilidade ou não da concessão de li-
berdade provisória diante de crimes em que se vedava a fiança (como ocorre nos crimes hedion-
dos e equiparados). Todavia, atualmente, o STF posiciona-se pela possibilidade da concessão de
liberdade provisória, pautando-se nos seguintes fundamentos – Habeas Corpus 104339:

1. É possível liberdade provisória para crime hediondo, pois quem deve avaliar a possibilidade
ou não de liberdade provisória é o juiz no caso concreto. Sendo assim, a vedação à liberdade
provisória é inconstitucional, afrontando a individualização da pena e separação dos poderes.

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2. Vedar a liberdade provisória por lei caracteriza antecipação de pena;

3. A proibição de concessão de liberdade provisória estabelece um tipo de regime de prisão


preventiva obrigatória, na medida em que torna a prisão a regra e a liberdade a exceção. A
CF/88, contudo, prevê que a liberdade é a regra e a necessidade da prisão precisa ser devi-
damente fundamentada.
Outrossim, por oportuno, importante destacar que a corrente minoritária afirma que não é
possível liberdade provisória para crime hediondo, porque a vedação está implícita na inafian-
çabilidade (Min. Ellen Gracie).
Isto posto, para a corrente prevalente hoje, é cabível a liberdade provisória em sede de crimes
hediondos, porém sem a exigência de fiança. Em questões subjetivas, principalmente para De-
fensoria Pública (caso alguém venha a prestar), é prudente citar os dois entendimentos.

5. CUMPRIMENTO DE PENA E PROGRESSÃO DE REGIME

A lei 11.464/2007 modificou a redação do parágrafo 1º e 2º do art. 2º da lei. Antes o regime


deveria ser integral fechado (proibia-se a progressão de regimes). Agora a lei determina o cum-
primento inicial fechado, permitindo a progressão de regime – cumprimento de 2/5 da pena se
primário ou 3/5 se reincidente, não necessariamente especifico.
Todavia, o STF já havia declarado inconstitucional à vedação de progressão de regimes, antes
mesmo do advento desta lei de 2007, admitindo a progressão de regimes através do cumpri-
mento de 1/6 da pena – a Lei 11.464/2007 só tem aplicação para os fatos futuros – lei posterior
maléfica ao réu, pois exige uma fração maior do que a que vinha se aceitando, conforme pode
verificar no julgado a seguir:
"Ementa: Pena – Regime de cumprimento – Definição. O regime de cumprimento da pena é
norteado, considerada a proteção do condenado, pela lei em vigor na data em que implemen-
tada a prática delituosa. Pena – Regime de cumprimento – Progressão – Fator temporal. A Lei
nº 11.464/07, que majorou o tempo necessário a progredir-se no cumprimento da pena, não
se aplica a situações jurídicas que retratem crime cometido em momento anterior à respectiva
vigência – precedentes.'" (RE 579167, Relator Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julga-
mento em 16.5.2013, DJe de 17.10.2013, com repercussão geral – tema 59)
Obs.: O STF considerou inconstitucional a obrigatoriedade do início de cumprimento de pena
em regime fechado para os crimes hediondos e assemelhados, prevista no Art. 2º, § 1º, da Lei
nº 8.072/90, por violar os Princípios da Individualização da Pena e da proporcionalidade como
consta nos julgados a seguir:
"Entendo que, se a Constituição Federal menciona que a lei regulará a individualização da pena,
é natural que ela exista. Do mesmo modo, os critérios para a fixação do regime prisional inicial
devem-se harmonizar com as garantias constitucionais, sendo necessário exigir-se sempre a
fundamentação do regime imposto, ainda que se trate de crime hediondo ou equiparado. Dei-
xo consignado, já de início, que tais circunstâncias não elidem a possibilidade de o magistrado,
em eventual apreciação das condições subjetivas desfavoráveis, vir a estabelecer regime prisio-
nal mais severo, desde que o faça em razão de elementos concretos e individualizados, aptos
a demonstrar a necessidade de maior rigor da medida privativa de liberdade do indivíduo, nos

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termos do § 3º do art. 33 c/c o art. 59 do Código Penal.A progressão de regime, ademais, quan-
do se cuida de crime hediondo ou equiparado, também se dá em lapso temporal mais dilatado
(Lei nº 8.072/90, art. 2º, § 2º). (...) Feitas essas considerações, penso que deve ser superado
o disposto na Lei dos Crimes Hediondos (obrigatoriedade de início do cumprimento de pena
no regime fechado) para aqueles que preencham todos os demais requisitos previstos no art.
33, §§ 2º, b, e 3º, do CP, admitindo-se o início do cumprimento de pena em regime diverso do
fechado. Nessa conformidade, tendo em vista a declaração incidental de inconstitucionalidade
do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90, na parte em que impõe a obrigatoriedade de fixação do
regime fechado para início do cumprimento da pena aos condenados pela prática de crimes
hediondos ou equiparados, concedo a ordem para alterar o regime inicial de cumprimento das
reprimenda impostas ao paciente para o semiaberto." (HC 111840, Relator Ministro Dias Toffo-
li, Tribunal Pleno, julgamento em 27.6.2012, DJe de 17.12.2013).
"4. A Corte Constitucional, no julgamento do HC no 111.840/ES, de relatoria do Ministro Dias
Toffoli, removeu o óbice constante do § 1o do art. 2º da Lei no 8.072/90, com a redação dada
pela Lei no 11.464/07, o qual determinava que '[a] pena por crime previsto nes[s]e artigo será
cumprida inicialmente em regime fechado', declarando, de forma incidental, a inconstituciona-
lidade da obrigatoriedade de fixação do regime fechado para o inicio do cumprimento de pena
decorrente da condenação por crime hediondo ou equiparado. 5. Esse entendimento abriu
passagem para que a fixação do regime prisional – mesmo nos casos de tráfico ilícito de en-
torpecentes ou de outros crimes hediondos e equiparados – seja devidamente fundamentada,
como ocorre nos demais delitos dispostos no ordenamento. 6. No caso, as instâncias ordinárias
indicaram elementos concretos e individualizados aptos a demonstrar a necessidade da prisão
do paciente em regime fechado, impondo-lhe o regime mais severo mediante fundamentação
adequada, nos termos do que dispõe o art. 33, caput e parágrafos, do CP." (HC 119167, Relator
Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, julgamento em 26.11.2013, DJe de 16.12.2013).
"O STF já teve a oportunidade, por ocasião da análise do julgamento do HC n. 82.959/SP, rel.
Min. Marco Aurélio, Dje 1º.9.2006, de declarar, incidenter tantum, a inconstitucionalidade da
antiga redação do art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/90, a qual determinava que os condenados por
crimes hediondos ou a eles equiparados deveriam cumprir a pena em regime integralmente
fechado. Naquele caso, ficou assentado que essa imposição contraria o princípio constitucional
da individualização da pena (CF, art. 5º, XLVI). Pois bem. Sobreveio a Lei n. 11.464/2007 que, ao
promover mudanças no já mencionado art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/90, determinou que a pena
agora fosse cumprida no regime inicial fechado. É aqui que faço uma indagação: Esse dispositi-
vo, em sua nova redação, não continuaria a violar o princípio constitucional da individualização
da pena? Essa discussão, inclusive, já vem sendo alvo de debates nas instâncias inferiores e
nesta Suprema Corte. No ponto, destaco, ainda, à guisa de ilustração, julgado recente proferido
pelo próprio STJ que, ao analisar o HC n. 149.807/SP lá impetrado, concluiu pela inconstitucio-
nalidade desse dispositivo, ao fundamento de que, a despeito das modificações preconizadas
pela Lei 11.464/2007, persistiria ainda a ofensa ao princípio constitucional da individualização
da pena e, também, da proporcionalidade. No caso concreto, com fundamento nessas con-
siderações, entendo que o disposto na Lei dos Crimes Hediondos (obrigatoriedade de início
do cumprimento de pena no regime fechado) há de ser superado. É que o paciente preenche
os requisitos previstos no art. 33, § 2º, c, do CP, para o início do cumprimento de pena no re-
gime aberto." (HC 106153, Relator Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgamento em
22.11.2011, DJe de 19.12.2011).

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6. DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE

Em caso de sentença condenatória não definitiva, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu


poderá apelar em liberdade. Na verdade, é necessário avaliar a existência ou inexistência dos
requisitos da prisão preventiva previstos nos artigos 311 e seguintes do CPP.

7. PRISÃO TEMPORÁRIA

A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos cri-
mes hediondos ou equiparados, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período
em caso de extrema e comprovada necessidade.

8. LIVRAMENTO CONDICIONAL

Art. 83 do CP. É uma liberdade antecipada da execução. Se o agente é primário (não reinciden-
te) e com bons antecedentes, deverá cumprir 1/3 da pena; se ele é reincidente, deverá cumprir
1/2 da pena; se ele for autor de crime hediondo ou equiparado, deverá cumprir 2/3 da pena,
desde que não reincidente específico.
Quanto ao primário de maus antecedentes:
1ª corrente – entende que se deve aplicar analogia in bonam partem.
2ª corrente – entende que deve ser cumprida 1/2 da pena (como se fosse reincidente). A 1ª
corrente é a que prevalece.
Obs.: o que é reincidente específico?
1ª corrente – é aquele que pratica dois crimes hediondos ou equiparados do mesmo tipo penal
(ex.: condenado por estupro e praticando outro estupro, não terá direito ao livramento condi-
cional);
2ª corrente – é aquele que pratica crime hediondo ou equiparado, ofendendo um mesmo bem
jurídico (ex.: condenado por estupro e depois atentado violento ao pudor – não terá direito ao
livramento condicional);
3ª corrente – aquele que pratica crime hediondo ou equiparado, qualquer que seja ele (ex.:
condenado por latrocínio e praticou estupro, não terá direito ao livramento condicional) – é a
corrente que prevalece.
Obs.: quanto à progressão de regimes, não se exige ser reincidente específico para não se be-
neficiar deste instituto, apenas a reincidência normal.

9. CRIME DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA


Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no artigo 288 do Código Penal, quando se
tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou
terrorismo.

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A pena do art. 288 do CP passa a ser de 3 a 6 anos se a associação visar à prática de crime he-
diondo ou equiparado.
Lei 11.343/2006, o art. 35 que traz o crime de “associação” para o tráfico, com pena (3 a 10
anos). Assim, quanto ao tráfico, não se aplica o art. 8º da Lei 8072/90, e sim a Lei de Drogas.
Obs.: no art. 35 da lei de drogas, basta a união de duas pessoas para configurar o crime, sendo
lei mais gravosa.

10. TRAIÇÃO BENÉFICA, DELAÇÃO PREMIADA OU COLABORAÇÃO PREMIADA

O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando


seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
Para ter direito ao benefício, a denúncia tem que ser eficaz, ocorrendo o desmantelamento da
quadrilha ou bando.

LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE – LEI 4.898/65

1. RESPONSABILIDADES

A Lei de Abuso de Autoridade regulamenta as três responsabilidades. Assim, ato de abuso de


autoridade enseja tríplice responsabilização. (art. 1º da Lei 4.898/65)
a) Administrativa
b) Civil
c) Penal

Art. 1º da Lei 4.898/65. O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa


civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são
regulados pela presente Lei

2. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

A Administração pública possui mecanismos internos aptos a punir o funcionário publico em geral.
Tal poder punitivo decorre dos poderes hierárquico e disciplinar. Não se deve confundir o poder dis-
ciplinar da Administração com o poder punitivo do Estado, realizado através da justiça penal.

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O servidor público que com sua conduta violar norma administrativa e penal, sofrerá sanção
nas duas esferas, sendo que uma não exclui a outra.
A lei de abuso de autoridade prevê como penalidades administrativas ao servidor que comete
crime de abuso:
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda
de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.

Art. 6º da Lei 4.898/65. O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil
e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e
consistirá em:
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda
de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
Art. 7º Recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a
autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato.
§ 1º O inquérito administrativo (inquérito administrativo, leia-se processo administrativo)
obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis ou milita-
res, que estabeleçam o respectivo processo.

3. RESPONSABILIDADE CIVIL

Consiste no pagamento de uma importância em dinheiro, em razão do dano moral e material


sofrido pela vitima do abuso. O agente responsável pelo abuso fica obrigado a reparar o dano
civil decorrente do seu ato ilícito.
Se o ofendido preferir, não será necessário aguardar o trânsito em julgado, para ingressar na
busca de ressarcir seu prejuízo, podendo ser ajuizada ação civil “ex delicto”, que no caso será
ajuizada em desfavor do Estado, já que o artigo 37 § 6º da Constituição Federal traz a respon-
sabilidade objetiva do Estado pelos atos ilícitos praticados por seus agentes, nessa qualidade.

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A prefixação do valor indenizatório, em face da desvalorização da moeda, tornou-se letra morta.


Art. 6º da Lei 4.898/65. O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil
e penal.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de
uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.

4. RESPONSABILIDADE PENAL

O agente condenado por crime de abuso de autoridade responde pelo crime com as seguintes
penas:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo
até três anos.

Tais penais podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente (aplica uma, duas ou as três).
Quanto a pena de multa, com o advento da reforma da Parte Geral do Código Penal em 1984, foi
revogado o sistema anterior de penas de multa. Todas as penas pecuniárias com valor expressos
em cruzeiros, cruzados ou qualquer outra unidade monetária tiveram esses valores suprimidos.
Quanto à perda ou inabilitação par ao exercício de função pública, não se trata de efeito auto-
mático, deve ser aplicada na sentença de forma motivada, diferente da lei de tortura onde a
perda do cargo é efeito automático da condenação.
Na Lei de abuso de autoridade há a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pú-
blica pelo prazo de até 3 anos. Na lei de tortura, a inabilitação para o exercício de função públi-
ca é aplicada pelo dobro do prazo aplicado na pena de prisão (5 anos de reclusão – 10 anos de
inabilitação para a função pública).
Tendo em vista que a pena máxima de reclusão prevista o crime é de 6 (seis) meses, os crimes
desta lei são infrações penais de menor potencial ofensivo, sando da competência dos juizados
especiais criminais, segundo o artigo 98, I, CF/88 e artigo 61, da Lei 9.099/95.

Art. 6º da Lei 4.898/65. O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil
e penal.

§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal
e consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo
até três anos.

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§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulati-
vamente.
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer
funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.

5. SUJEITOS DO CRIME

5.1. Sujeito ativo


Tais crimes são próprios (crimes funcionais). Ou seja, exige uma condição especial do sujeito
ativo (ser funcionário público).
Qualquer agente público no exercício de suas funções ou qualquer pessoa que exerça uma fun-
ção pública seja ou não integrante da administração pública. Art. 5º, L. 4.898/65 – Lei de Abuso
de Autoridade.
Mesmo conceito de funcionário público para fins penais (art. 327, CP).
OBS: Encontra-se no conceito de autoridade pública também as pessoas que não integram a
administração pública, mas que exerçam uma função pública, mesmo que transitório e sem
remuneração (p. ex.: mesário eleitoral, jurado).
OBS: Não está incluído no conceito de autoridade pessoas que exercem múnus público (encargo
imposto pela lei ou pelo juiz para defesa de interesse particular ou social – p. ex.: depositário
judicial, administrador de falência, advogado, tutores dativos, curadores dativos).
OBS: Particular que não exerça nenhuma função pública pode cometer abuso de autoridade, des-
de que pratique em coautoria ou participação com autoridade pública (e tenha conhecimento).
Ex.: policial agredindo uma pessoa, auxiliado pelo pipoqueiro.
Art. 5º, da Lei 4.898/65. Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remu-
neração.

5.2. Sujeito passivo:


Tem dupla subjetividade passiva (tem dois sujeitos passivos).

a) Sujeito passivo imediato ou principal: é a pessoa física ou jurídica que sofre a conduta
abusiva.
Qualquer pessoa física capaz ou incapaz, nacional ou estrangeira pode ser sujeito passivo.
No caso de vítima criança ou adolescente pode configurar crime do ECA.
Autoridade pública pode ser vítima de abuso de autoridade (praticado por outra autoridade).

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Também podem ser sujeitos passivos, pessoas jurídicas de direito público ou privado. Art. 4º, L.
4.898/65 – Lei de Abuso de Autoridade.
b) Sujeito passivo mediato ou secundário: é o Estado. Todo ato de abuso de autoridade pre-
judica a regular prestação dos serviços públicos.

6. ELEMENTO SUBJETIVO

Só o dolo. Não se pune a forma culposa do abuso de autoridade. Autoridade, por culpa, excede
os limites de sua atuação (abusa culposamente) não haverá crime de abuso de autoridade, mas
existe o ato de abuso de autoridade.

7. AÇÃO PENAL

Da simples leitura do artigo 1º da lei de abuso de autoridade, pode-se pensar que este crime
se procede mediante representação (ação publica condicionada a representação), no entanto a
representação a que se refere à lei não é condição de procedibilidade das ações publicas condi-
cionadas, mas mero direito de informar as autoridades competentes sobre o crime.
Portanto os crimes da lei 4.898/65 são de ação pública incondicionada.
Art. 1º, da Lei 4.898/65. O direito de representação e o processo de responsabilidade
administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem
abusos, são regulados pela presente lei.

8. COMPETÊNCIA

O crime de abuso de autoridade é comum, em regra, é de competência da justiça comum esta-


dual. Se o crime atingir bens, interesses ou serviços da União serão da competência da Justiça
Federal.
Tratam-se de crimes de menor potencial ofensivo da competência do JECRIM Estadual ou Federal.
OBS.: Abuso de autoridade praticado por militar será julgado pelo JECRIM estadual ou federal. Não é
de competência da justiça militar (súm. 172 do STJ). Pois não é crime militar, é crime comum.
Súmula: 172 do STJ. Compete a justiça comum processar e julgar militar por crime de abuso
de autoridade, ainda que praticado em serviço.

9. CONCURSO DE CRIMES

O STF reconheceu a possibilidade de concurso de crimes entre lesão corporal e abuso, e entre
violação de domicílio e abuso. (HC. 92.912, STF)

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O STJ reconheceu o concurso de crimes: abuso de autoridade (Justiça Comum)+ lesão corporal
(Justiça Militar) + violação de domicilio (Justiça Militar) (separação dos processos, competências
diversas). (HC. 81.752, STJ).
Também é possível o concurso de crime contra a honra e abuso de autoridade (Resp. 684.532,
STJ).

10. ARTIGO 3º DA LEI 4.898/65

Segundo o artigo 3º da lei de abuso de autoridade, qualquer atentado aos direitos e garantias
fundamentais de 1° geração nele elencados.
Esse tipo penal não admite a tentativa, tendo em vista, que o mero atentado já configura crime
consumado.

10.1. Atentado à liberdade de locomoção;


Art. 5º XV, CF/88 – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
Ex: policial militar manda cidadão de bem sair de uma praça pelo simples fato de estar mal
vestido.
Os atos decorrentes do poder de polícia estatal como são auto executáveis (não dependem
de ordem judicial) não configuram abuso de autoridade se justificados. (Exercício do poder de
polícia legítimo do Estado – NUCCI).
Ébrios e doentes mentais, eles podem ser retirados de determinados locais e retidos em órgãos
públicos (p. ex.: hospital) ou encaminhados para suas casas, desde que estejam perturbando a
ordem pública ou colocando em perigo a segurança própria ou alheia.

10.2. Atentado à inviolabilidade de domicilio;

Art. 5º XI, CF/88 – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con-
sentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
ou, durante o dia, por determinação judicial;

Ex.: executar busca e apreensão durante a noite e sem o consentimento do morador, mesmo
que munido do mandado.

Domicílio: é qualquer local não aberto ao público que seja utilizado para o trabalho ou para
moradia, ainda que momentânea.

Estão dentro de conceito de domicilio o trailer, escritório, cortiço, quarto de hotel, motel, etc.

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10.3. Atentado ao sigilo da correspondência;

Art. 5º XII, CF/88 – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,


de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipó-
teses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces-
sual penal;
Violar o sigilo das correspondências e das comunicações constitui crime de abuso de autorida-
de. Existem hipóteses em que o legislador pode limitar o direito ao sigilo, em atendimento a
imperioso interesse público. Vejamos os exemplos:

•• Durante a busca e apreensão domiciliar. (art. 250, CPP)


•• A correspondência do preso (art. 41, LEP)

Obs.: somente ocorre crime a violação da correspondência fechada, pois a aberta não é consi-
derada sigilosa.
Obs.: a lei de abuso de autoridade revogou o artigo 151 do CP (violação de correspondência),
quando o agente for funcionário público, restando ainda o enquadramento quanto ao particu-
lar.

10.4. Atentado a liberdade de crença.


Art. 5º VI, CF/88 – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
A liberdade de crença é protegida pela norma constitucional, constituindo abuso qualquer
atentado contra esta.
Mas o agente que no regular exercício de sua função (estrito cumprimento do dever legal),
dissolve culto religioso, por estar este perturbando com barulhos excessivos não comete ilícito.

10.5. Atentado a liberdade de associação e a liberdade de reunião:


Art. 5º XVII, CF/88 – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar.
Art. 5º XVI, CF/88 – todos podem reunir‑se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente
Associação é a reunião estável e permanente, enquanto a reunião é o agrupamento voluntario
de pessoas sem fim permanente.
A CF diz que as associações podem ser criadas livremente, sem autorização do poder público.
A CF veda apenas dois tipos de associações: com fins ilícitos e as com caráter paramilitar.

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Garante-se, o direito de reunião desde que seja pacífica, sem armas, seja em locais público des-
de que não prejudique uma outra reunião anteriormente marcada para o mesmo local.
OBS.: Não precisa de autorização para fazer a reunião, mas precisa avisar a autoridade pública
(pré-aviso).
Se a reunião foi feita de forma legal, atendendo aos requisitos constitucionais, a interferência
na reunião é abuso de autoridade.
Não pode a reunião estar sendo realizada de forma desordeira ou violenta, ex.: passeata arma-
da, reunião com agressões etc.
Não pode uma reunião atrapalhar outra reunião já marcada para aquele local.

10.6. Atentado ao direitos e garantias legais assegurados ao voto.


Art. 1º Parágrafo único, CF/88 – Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição
Art. 14, CF/88 – A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei.

10.7. Atentado à incolumidade física do individuo.


Pode ser até uma vias de fato, como até uma tentativa de homicídio.
OBS: E a incolumidade psíquica? R.: Prevalece o entendimento de que sim! Incolumidade física
é o que atinge o indivíduo em si (psicologicamente ou fisicamente).
Não se trata de analogia in malam partem ou interpretação extensiva em desfavor do réu.
OBS: E se a vítima sofre lesões haverá concurso formal de crimes (lesão corporal (ou homicídio)
+ abuso de autoridade).
Tal perigo à incolumidade física do indivíduo não é absorvido pelo homicídio ou lesão corporal.
Mas, se o abuso de autoridade caracterizar tortura, prevalece o entendimento de que ele ficará
absorvido pelo o crime de tortura.

10.8. Atentado aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício da


profissão.
Art. 5º XIII, CF/88 é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualifi-
cações profissionais que a lei estabelecer;
Trata-se de norma penal em branco – o direito ou garantia profissional deve estar previsto em
outra lei.
Ex: violar os direitos do advogado (com intuito de abusar) – são garantidos pelo o art. 7º do
EOAB.

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11. ARTIGO 4º DA LEI 4.898/65

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:


a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais
ou com abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autori-
zado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer
pessoa;
d) deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comuni-
cada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou
qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espé-
cie, quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a títu-
lo de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado
com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando
de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.

a) Ordenar ou executar medidas privativas de liberdade sem as formalidades legais ou com


abuso de poder
Esta alínea a revogou tacitamente o art. 350, caput, do CP (apenas o caput; o resto do artigo
continua em vigor, como já aqui visto).
Ex.1: sem as formalidades legais – manter alguém preso sem lavrar o auto de prisão em fla-
grante.
Ex.2: com abuso de poder – cumprir mandado de prisão algemando desnecessariamente

Súmula vinculante nº 11.


Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo
à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excep-
cionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou
da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
OBS.: Muitas das condutas previstas na Lei de abuso de autoridade, quando praticadas contra
criança e adolescente, caracterizam crime previsto no ECA. Assim, se a vítima for criança ou
adolescente, apreendida ilegalmente, caracteriza o art. 230 do ECA.

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Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem
estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com-
petente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das
formalidades legais.
b) Submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autori-
zado em lei.
O autor deste crime só pode ser a autoridade que tenha a guarda ou a custódia da vítima.
Vítima pode ser qualquer pessoa, e não apenas o preso.
Fala-se de guarda e custódia de maneira genérica, ex.: pessoa que esteja cumprindo medida de
segurança, pessoa que foi à Delegacia prestar testemunho e lá está sob custódia da autoridade
policial etc. Submeter a pessoa a vexame ou constrangimento não autorizado em lei:
Ex.: impedir o preso, sem justa causa, de receber visitas; expor o preso na mídia sem o seu con-
sentimento.
Se o vexame ou o constrangimento for legal, não haverá crime.
Ex.: suspender direito de visita do preso por justo motivo.
OBS.: Se esta conduta for praticada contra criança ou adolescente, o crime será o do art. 232 do ECA.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou
a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
c) Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qual-
quer pessoa.
A CF diz que a prisão precisa ser comunicada aos familiares ou pessoa de interesse do preso,
imediatamente..
Art. 5º, LXII, da CF – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
O crime de abuso de autoridade só existe se a prisão não for comunicada ao juiz. Deixar de
comunicar a família do preso ou a pessoa por ele indicada não é crime de abuso de autoridade.
OBS.2: Se a vítima for criança ou adolescente, o crime será o art. 231 do ECA.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de
fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
d) Deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada

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O Delegado comunica o juiz quanto à prisão ilegal e este a mantém, deixando de relaxá-la ca-
racteriza o crime em estudo.
A palavra “juiz” entende-se: juiz, desembargador, Ministro de Tribunal Superior, ou seja, qual-
quer magistrado.
Se a vítima for criança ou adolescente, o crime será o do art. 234 do ECA.
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de
criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos
e) Prender ou deter quem quer se que proponha a prestar fiança permitida em lei.

f) Cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou


qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie
quer quanto ao seu valor.

g) Ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado


com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal.

Deve lesar a honra ou patrimônio de pessoa física ou jurídica de forma ilegal. Se a lesão à pes-
soa for de forma legal, não haverá crime (interdição do estabelecimento comercial pela vigilân-
cia sanitária pois não cumpriu as regras básicas de saúde).
h) Prolongar a execução de prisão temporária ou de pena ou medida de segurança:

A Lei 7960/89 de Prisão temporária traz prazo de 5 dias prorrogável por mais 5 dias nos crimes
comuns e de 30 dias prorrogável por mais 30 dias nos crimes hediondos e equiparados. Decor-
rido o prazo da prisão, a lei estipula que a autoridade policial deve soltar o preso, independen-
temente de alvará de soltura.
Tal prolongamento pode decorrer por deixar de expedir ordem de soltura ou por deixar de
cumprir ordem de soltura.

LEI DE TORTURA – LEI 9.455/97

1. HISTÓRICO (TORTURA)

Antes da 2ª guerra não havia preocupação específica sobre a tortura. As legislações mundiais,
em princípio, ignoravam o tema. Após a 2ª guerra começou um movimento de repúdio à tor-
tura. Inúmeros tratados foram aprovados, alguns foram ratificados pelo Brasil, garantindo o
cidadão contra a tortura.
Somente com a CF de 1988, no art. 5º, III, é que o Brasil garante expressamente o cidadão con-
tra a tortura. É uma das únicas garantias absolutas (nem o direito à vida é absoluto).

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Art. 5º, CF/88 – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberda-
de, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.
Antes, a tortura era punida como lesão corporal, homicídio; não havia um tipo penal específico
punindo a tortura. Com a Lei 8069/90 – ECA, adveio a figura da punição da tortura à criança e
ao adolescente – art. 233. Em 1997 adveio a Lei 9.455, tratando especificamente do crime de
tortura, revogando o art. 233 do ECA. Agora a tortura é punida contra qualquer pessoa, seja
criança, adolescente, maior de idade etc.

2. CRIME PRÓPRIO O COMUM?

Os tratados internacionais, quando falam da tortura, tratam-na como crime próprio. O Brasil,
quando resolveu disciplinar a tortura, disse ser crime comum.
Poderia o legislador infraconstitucional brasileiro dizer ser crime comum? Quando lei infraconsti-
tucional conflitar com tratado internacional, deve-se aplicar o princípio do pro homine – prevalece
o dispositivo que mais garanta direitos individuais (direitos humanos). No nosso caso, a nossa lei
de tortura garante mais direitos do que os tratados internacionais ratificados por nosso país.

3. PRESCRIÇÃO DA TORTURA

Casos de imprescritibilidade: I- racismo e, II- ação de grupos armados, civis ou militares, con-
tra a ordem constitucional e o Estado Democrático. Como o legislador silenciou-se em relação
a tortura, logo ela prescreve.
ART. 5º, XLII, CF/88 – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei.
ART. 5º XLIV, CF/88 – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
1º CORRENTE: considerando que a CF/88 rotulou a tortura como um delito prescritível; con-
siderando que os tratados internacionais qualificam a tortura como um delito imprescritível,
considerando que os tratados são infraconstitucionais, pois não ratificados com quórum de
emenda. Conclusão: a tortura prescreve posição do STF (declaração de constitucionalidade da
lei de anistia).
O Ministro Gilmar Mendes (STF) diz que tal garantia faz com que surja a eternização do direito
de punir do Estado. Os direitos humanos limitam o direito de punir do Estado – assim, a CF e a
lei ordinária devem prevalecer sobre os tratados.
2ª CORRENTE: considerando que no conflito entre a CF/88 e os tratados internacionais de direi-
tos humanos deve prevalecer a norma que melhor atende garantias fundamentais do cidadão
(o princípio do pro homine). Conclusão: a tortura é imprescritível. Posição da Corte Interameri-
cana de direitos Humanos.

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4. ESTUDO DO ARTIGO 1º, I, LEI 9.455/97

Art. 1º Constitui crime de tortura:


I – Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Pena – reclusão, de dois a oito anos

4.1. Objeto Jurídico:


Integridade corporal e a saúde física e psicológica da pessoa.

4.2. Sujeito Ativo:


Qualquer pessoa. Trata-se de crime comum.

4.3. Sujeito Passivo:


Qualquer pessoa. Trata-se de crime comum quanto ao sujeito passivo.

4.4. Conduta:
Constranger Mediante violência ou grave ameaça. Constranger: forçar, coagir ou compelir.

4.5. Resultado:
Causando sofrimento físico e mental.

4.6. Finalidade especifica:


a) Obter informação, declaração ou confissão da vitima ou de terceira pessoa (Tortura-prova):

Ex: policial que constrange a pessoa para confessar crime, ou a dizer onde escondeu objetos do
crime.
Ex: agente que constrange outro a dizer a senha do cartão, confessar divida, etc.

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b) Provocar ação ou omissão de natureza criminosa (Tortura-crime):
Ex: constranger alguém a roubar, constranger alguém a matar, constranger alguém a não pres-
tar socorro.
Obs.: só haverá tortura quando se buscar a prática de crime, e não contravenção penal – é o
que predomina.
Obs.: o torturador responde pelo crime de tortura mais o crime praticado pelo torturado (auto-
ria mediata), em concurso material. O torturado está, sob coação irresistível (inexigível conduta
diversa), logo não será penalizado.

c) Em razão de discriminação racial ou religiosa. (Tortura-racial)


Ex: o torturado constrange um negro, proibindo-o de entrar num restaurante. Nesse caso exis-
tirá concurso formal imperfeito entre a tortura e o racismo da lei 7.716/89.
Obs.: na tortura-racial existe quando a discriminação é racial ou religiosa (sexual, econômica ou
social, não gera o crime de tortura).

5. ESTUDO DO ARTIGO 1º, II, LEI 9.455/97

II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal
ou medida de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

5.1. Objeto Jurídico:


�ntegridade corporal e a saúde física e psicológica da pessoa.

5.2. Sujeito Ativo:


�uem exerce guarda poder ou autoridade. Trata-se de crime próprio, exige-se qualidade
especial do sujeito ativo.

5.3. Sujeito Passivo:


� pessoa que esta sob a guarda poder ou autoridade. Trata-se de crime próprio, exige-se quali-
dade especial do sujeito passivo.
Obs.: quando o tipo penal exige qualidade especial do sujeito ativo e do sujeito passivo, ele é
chamado de BI-PRÓPRIO.

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5.4. Conduta:
�ubmeter com emprego violência ou grave ameaça. Submeter: reduzir a obediência, sujeitar,
subjugar.

5.5. Resultado:
Causando intenso sofrimento físico e mental.

5.6. Finalidade especifica:


a) Aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. (Tortura-castigo):
1º O crime se consuma independentemente se o sujeito ativo conseguiu aplicar o castigo pes-
soal ou medida de caráter preventivo.
2º No crime de maus-tratos, o sofrimento não é intenso (art. 136, CP). É o que diferencia do
crime de tortura – elementar “intenso”.
Ex.: casos de babás que maltratam os filhos de suas patroas ou enfermeiras que maltratam,
intensamente, idosos no asilo.
Ex.: Policial militar que auxilia polícia civil na contenção de rebelião em estabelecimento prisio-
nal durante a operação, detém, legitimamente, guarda poder ou autoridade sobre os detentos,
podendo, nesta condição, responder por crime do art. 1º, II, da Lei de tortura – STJ – HC 50.095.

6. ESTUDO DO ARTIGO 1º, § 1º, LEI 9.455/97 (LEI DE TORTURA)

Art. 1º, § 1º, Lei nº 9.455/97 – Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previs-
to em lei ou não resultante de medida legal.

6.1. Objeto Jurídico:


�ntegridade corporal e a saúde física e psicológica da pessoa.

6.2. Sujeito Ativo:


�ualquer pessoa. Trata-se de crime comum, não exige-se qualidade especial do sujeito ativo.

6.3. Sujeito Passivo:


� pessoa que esta presa ou sujeita a medida de segurança. Trata-se de crime próprio, exige-se
qualidade especial do sujeito passivo.
Obs.: abrange qualquer espécie de prisão, definitiva ou provisória, até mesmo a prisão civil.
Abrange também os menores infratores que estão detidos, internados.

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6.4. Conduta:
�ubmeter com emprego violência ou grave ameaça. Submeter: reduzir a obediência, sujeitar,
subjugar.

6.5. Resultado:
Causando sofrimento físico e mental.

6.6. Finalidade especifica:


�ão existe fim específico, bastando que a pessoa presa ou sujeita a medida de segurança seja
submetida à medida não prevista em lei.
Ex.: policial que deixa o preso pelado na rua.
Obs.: o uso da algema, fora das hipóteses autorizadas na súmula vinculante n° 11, não configu-
ra tortura sendo este constrangimento abuso de autoridade.

7. TORTURA OMISSÃO (ART. 1º, § 2º LEI Nº 9.455/97)

Art. 1º, § 2º, Lei nº 9.455/97 – Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o
dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
A pena será a metade daquele que pratica a tortura.

7.1. Omissão ao dever de evitar:


A CF diz que a sanção para o omitente com dever objetivo de evitar deveria ser a mesma
daquele que tortura (art. 5º, XLIII).
1ª corrente – este parágrafo 2º, primeira parte é inconstitucional – a pena do garante (dever
jurídico de cuidado), deverá ser a mesma do torturador, por expressa determinação constitu-
cional. Deveria seguir a regra do Código Penal no seu artigo 13, § 2º, adotando a teoria monista
do artigo 29, do mesmo código.
2ª corrente – a pena do garante deve ser de 1 a 4 anos, pois outra pena fere o princípio da lega-
lidade. Não pune a forma culposa, pois não há previsão legal – corrente majoritária.
Para esta última corrente, a omissão imprópria não é crime equiparado a hediondo.

7.2. Omissão ao dever de apurar:


�omete o delito quem tendo o dever de apurar, ao tomar conhecimento da infração nada faz,
omitindo-se.
Ex.: menina de 15 anos que foi colocada num presídio comum masculino para cumprir ato in-
fracional.

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•• As autoridades que colocaram esta menina neste estabelecimento praticaram a conduta


do art. 1º, parágrafo 1º, da Lei 9455/97.
•• As autoridades que verificaram tal procedimento, mas nada fizeram, respondem pelo o
art. 1º, parágrafo 2º, primeira parte, da mesma lei.
•• Se isso foi descoberto, mas não fosse apurado, quem teria este dever, responderia pelo o
art. 1º, parágrafo 2º, segunda parte, da Lei.

8. TORTURA QUALIFICADA (ART. 1º, § 3º LEI Nº 9.455/97)

Art. 1º, § 3º Lei nº 9.455/97 – Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é
de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

8.1. Pela lesão grave:


� agente quer torturar, mas por excesso de força acaba cometendo uma lesão grave, neste caso
existe dolo no antecedente e culpa no consequente (preterdoloso), sendo a pena majorada
para quatro a dez anos.

8.2. Pela morte:


� agente quer torturar, mas por excesso de força acaba matando a vitima, neste caso existe
dolo no antecedente e culpa no consequente (preterdoloso), sendo a pena majorada para oito
a dezesseis anos.
Obs.: não confundir com o homicídio qualificado pela tortura (art. 121, § 2º, III, CP), onde o
agente quer matar, mas antes ele decide usar meio cruel, empregando tortura para satisfazer
seu “animus necandi”. Nesse caso a pena será de doze a trinta anos.

9. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (ART. 1º, § 4º LEI Nº 9.455/97)

Art. 1º, § 4º Lei nº 9.455/97 Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:


I – se o crime é cometido por agente público;
O aumento incide quando o agente atua nesta qualidade ou na razão dela.
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 (sessenta) anos;
Para incidir tal causa, o torturador deve ter conhecimento dessas circunstâncias, sob pena de
responsabilidade penal objetiva.
III – se o crime é cometido mediante sequestro.

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Nada se fala sobre cárcere privado, porém, está abrangido. Usa-se a expressão “sequestro” no
seu sentido amplo.

10. EFEITO EXTRAPENAL ESPECÍFICO DA CONDENAÇÃO


(ART. 1º, § 5º LEI Nº 9.455/97)

Art. 1º, § 5º Lei nº 9.455/97 – A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego
público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
No art. 92, I, “a” e “b” e parágrafo único, do CP, tal efeito não é automático, depende de motiva-
ção. Na lei de tortura, tal efeito extrapenal da condenação não há nenhum alerta quanto a ser
automático ou não o efeito.
1ª corrente – não é automático (aplica o parágrafo único do art. 92 por analogia) – não
prevalece;
2ª corrente – na lei de tortura, o efeito é automático – STJ – considerou ser efeito automático,
decidiu o STJ, no dia 2 de dezembro de 2008.

11. FIANÇA, GRAÇA E ANISTIA (ART. 1º, § 6º LEI Nº 9.455/97)

Art. 1º, § 6º Lei nº 9.455/97 – O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
A lei de tortura veda expressamente a fiança a anistia e graça, mas o entendimento prevalecente
é de que ao vedar a graça esta vedando implicitamente o indulto, que nada mais do que uma
modalidade de graça coletiva.

12. INÍCIO DE CUMPRIMENTO EM REGIME FECHADO


(ART. 1º, § 7º LEI Nº 9.455/97)

Art. 1º, § 6º Lei nº 9.455/97 – O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Os omitentes (art. 1º, § 2º) jamais iniciarão a pena no regime fechado. Tais penas são de
detenção. Segundo o entendimento majoritário não são crimes hediondos.

13. EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL (ART. 2º, LEI Nº 9.455/97)

Art. 2º Lei nº 9.455/97 – O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido
cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local
sob jurisdição brasileira.

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Em se tratando de crime de tortura não se aplica a regras de extraterritorialidade do artigo 7º


do Código Penal, somente aplicando a própria lei de tortura. Se a vitima for brasileira aplicamos
a extraterritorialidade incondicionada, o Brasil se obriga a agir, mesmo que o crime seja
cometido fora do país. Agora sendo a vitima de outra nacionalidade, o Brasil somente agira se o
agente estiver em local sob a jurisdição brasileira.
Dois princípios da extraterritorialidade da lei penal fundamentam este artigo:
a) princípio da defesa ou real;
b) princípio da justiça penal universal ou cosmopolita.

Finalidade
Crimes Sujeitos Conduta Resultado
especifica
a) Obter informa-
ção.
Sujeito ativo: co-
Constranger Me- Causando b) Provocar con-
mum
Art. 1º, I diante violência ou sofrimento físico duta de natureza
Sujeito passivo:
grave ameaça e mental criminosa.
comum
c) Discriminação
racial ou religiosa
Sujeito ativo: Intenso sofrimento
próprio Submeter median- físico ou mental. Aplicar castigo
Art. 1º, II Sujeito passivo: te violência ou Diferença do crime pessoal ou medida
próprio (guarda, grave ameaça de maus tratos. preventiva.
poder, autoridade). (Art. 136 CP)
Sujeito ativo: co-
mum
Submeter pessoa
Sujeito passivo:
presa contrariando Sofrimento físico Não tem finalidade
Art. 1º, § 1º próprio (pessoa
lei, crime de execu- ou mental especifica.
presa ou sujeita a
ção livre.
medida de segu-
rança)

ESTATUTO DO DESARMAMENTO – LEI 10.826/03

1. HISTÓRICO

•• Até 1997, as condutas envolvendo armas de fogo eram meras contravenções penais.
•• A Lei nº 9.437/97 – Lei de Arma de Fogo – as contravenções tornaram-se crimes. No art. 10
punia posse, disparo, venda ilegal etc. Todos juntos. Havia crítica por isso, dizia que havia
violação do princípio da proporcionalidade.

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•• O Estatuto do Desarmamento – Lei nº 10.826/03 de 23.12.03 distinguiu todos os crimes,
tipificando-os cada um em tipo. Com isso observou a proporcionalidade e a individualiza-
ção, porque essa acontece em 3 momentos (na fase legislativa, aplicação da pena e na sua
execução). Como estatuto houve observância do princípio da individualização no momento
da cominação abstrata do crime.

2. CONCEITO DE ARMA DE USO PERMITIDO E DE USO RESTRITO

Conceito de arma de fogo: engenho mecânico que cumpre com a função de lançar a distância
com grande velocidade corpos pesados, chamados projéteis, utilizando a energia explosiva da
pólvora.
a) Arma de uso proibido: uso proibido: a antiga designação "de uso proibido" é dada aos
produtos controlados pelo Exército designados como "de uso restrito"; (Art. 3 LXXX, Dec.
3665/00).
Ex: canhão, tanque de guerra, etc.
b) Arma de uso restrito: arma de uso restrito: arma que só pode ser utilizada pelas Forças Ar-
madas, por algumas instituições de segurança, e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas,
devidamente autorizadas pelo Exército, de acordo com legislação específica; (Art. 11, Dec.
5123/04 e Art. 3 XVIII, Dec. 3665/00).
Ex: revolver calibre 357, pistola calibre .40, armas automáticas, armas com aparência de obje-
tos inofensivos ( caneta-revolver, bengala-pistola).
c) Arma de uso permitido: é a arma cuja utilização é permitida por pessoas físicas ou jurídi-
cas, de acordo com a legislação normativa do exercito. (Art. 10, Dec. 5123/04 e Art. 3 XVII,
Dec. 3665/00).
Ex: revolver calibre 38, pistola calibre 380, ou espingarda calibre 12.

3. COMPETÊNCIA NA LEI 10.826/06

STJ /STF decidiram que em regra a competência dos crimes do estatuto é da justiça estadual,
salvo se atingir interesse direto da União (funcionário infrator).
Exceção: tráfico internacional de armas é crime genuinamente federal.

4. DIFERENÇA ENTRE POSSE E PORTE

4.1. A posse.
Ocorre no interior da residência do infrator ou nas dependências dela ou no local de trabalho
do qual o infrator seja o proprietário ou o responsável legal. (Art. 5º e 12 da Lei 10.826/03).

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4.2. O porte
�corre em qualquer outro local que não seja residência ou local de trabalho que o dono da
arma seja o proprietário.
Art. 5º Lei 10.826/03 O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território
nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua
residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que
seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

5. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO (art. 12)

Art. 12, Lei 10.826/03 Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de
uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua resi-
dência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o
responsável legal do estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

5.1. Objeto Jurídico:


A incolumidade pública, segurança coletiva.

5.2. Sujeito Ativo:


�ualquer pessoa, crime comum (tese majoritária) – CAPEZ;

5.3. Sujeito Passivo:


� a coletividade, porque é ela que é a titular do bem jurídico “segurança pública”. Assim, crime
de posse de arma de fogo é crime vago.

5.4. Objeto Material:


Arma de fogo, acessório ou munição.
Obs.: Tais objetos devem ser permitidos (o particular pode usar desse calibre caso tenha a de-
vida permissão de possuir arma de fogo). Se for arma de fogo, acessório ou munição de uso
proibido, a posse configura o crime do art. 16 da mesma lei.

5.5. Elemento normativo do tipo:


“Em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.
Obs.: Só é crime a posse irregular; a posse regular (com registro da arma) é fato atípico.

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5.6. Resultado:
�ão existe resultado esperado basta ter a arma sob a posse.

5.7. Elemento espacial do tipo penal:


� posse tem que ocorrer:
a) No interior da residência do infrator ou;
b) No local de trabalho do qual ele seja o proprietário ou o responsável legal

6. PORTE ILEGAL DE ARMA PERMITIDA (ART. 14)

Art. 14 Lei 10.826/03 Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo
estiver registrada em nome do agente.

6.1. Objeto Jurídico:


A incolumidade pública, segurança coletiva.

6.2. Sujeito Ativo:


�ualquer pessoa. Trata-se de crime comum, não exige-se qualidade especial do sujeito ativo.

6.3. Sujeito Passivo:


� a coletividade, porque é ela que é a titular do bem jurídico “segurança pública”. Assim, crime
de posse de arma de fogo é crime vago.

6.4. Objeto Material:


Arma de fogo, acessório ou munição.
Obs.: Tais objetos devem ser permitidos (o particular pode usar desse calibre caso tenha a
devida permissão de possuir arma de fogo). Se for arma de fogo, acessório ou munição de uso
proibido, a posse configura o crime do art. 16 da mesma lei.

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6.5. Elemento normativo do tipo:


“Em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.
Obs.: Só é crime o porte irregular; o porte regular (com registro da arma) é fato atípico.

6.6. Resultado:
�ão existe resultado esperado basta estar portando arma.

6.7. Elemento espacial do tipo penal:


� porte tem que ocorrer em qualquer lugar a não ser:
a) No interior da residência do infrator ou;
b) No local de trabalho do qual ele seja o proprietário ou o responsável legal

6.8. Conduta:
Trata-se de crime de conduta múltipla ou de conteúdo variado ou de tipo misto alternativo –
ou seja, se praticada mais de uma conduta no mesmo contexto fático, trata-se de crime único
(princípio da alternatividade).
Ex.: sujeito adquire, transporta e oculta arma de fogo responderá apenas por um crime

6.9. Vedação a fiança:


� art. 14 diz ser o crime inafiançável, salvo se a arma estiver registrada no nome do agente.
Tal parágrafo único foi declarado inconstitucional pelo STF – ADIn 3112. Ou seja, cabe fiança
em qualquer caso (mesmo que a arma não esteja registrada em nome do infrator).
A fundamentação do STF foi de que a vedação da fiança fere o princípio da razoabilidade ou
proporcionalidade, pois crimes de igual ou menor gravidade são afiançáveis.
OBS.1: É necessário exame pericial da arma para comprovar se ela era apta a disparar?
R.: na jurisprudência do STJ e STF o exame pericial da arma para comprovar se ela era apta
a disparar é desnecessário, por se tratar de crime de perigo abstrato (STF HC 93188/RS de
03.02.2009; STJ RESP 1103293/RJ de 23.04.2009).
OBS.2: Arma de fogo desmuniciada configura crime ou não?
R.: STJ é pacífico de que arma de fogo desmuniciada é crime, haja ela ou não pronta condições
de municiamento. STF – HC 93188 –
1ª turma, julgado de 03.02.2009 – entendeu que arma desmuniciada configura crime (votação
unânime); HC 87819/SP.
2ª turma, julgado de 09.06.2009 – arma de fogo desmuniciada e sem condições de pronto
municiamento não configura crime (informativa 550) – votação não unânime.

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OBS.3: O porte apenas de munição configura crime?
R.: Existe uma tese de que o porte de munição isolado (desacompanhado de arma) não possui
nenhuma lesividade, portanto, criminalizá-lo fere o princípio constitucional da ofensividade ou
lesividade. Mas no STJ prevalece que porte de munição configura crime, trata-se de crime abstrato.

7. PORTE ILEGAL DE ARMA PROIBIDA (ART. 16 CAPUT)

Art. 16. Lei 10.826/03. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, trans-
portar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Aplica-se tudo que foi dito quanto aos crimes de posse e de porte dos arts. 12 e 14 desta lei. Há
uma única diferença é que o objeto material do delito do artigo 16 é a arma é de uso proibido
ou restrito.
Atentar que o art. 16 pune no mesmo tipo penal a posse e o porte.
•• Se for arma permitida, posse art. 12.
•• Se for arma permitida, porte art. 14.
•• Se for arma proibida ou restrita posse ou porte art. 16.

8. ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO

Art. 16, Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:


I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo
ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de
fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro
autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou
qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição
ou explosivo a criança ou adolescente; e revogou tacitamente o art. 242 do ECA
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,
munição ou explosivo.

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Obs: É unânime o entendimento de que o parágrafo único constitui crime penal autônomo e
independente do caput, ou seja, pode ter como objeto material arma de fogo proibida ou
permitida.
Inciso I: pune a conduta de quem altera a ou suprime a marca a numeração ou qualquer iden-
tificação da arma.
Inciso II: pune a conduta de quem modifica as características da arma de fogo, tornando-a equi-
valente a arma de calibre superior.
Inciso III: pune a conduta de quem possuir, portar ou vender artefato explosivo ou incendiário.
Envolve granadas, dinamites etc. Se o crime deixar vestígios necessitará da perícia. O objeto
material em relação aos crimes anteriores (não se fala em arma, munição ou acessório).
Inciso IV: pune a conduta de quem modifica as características da arma de fogo, tornando-a
equivalente a arma de calibre superior.
Inciso V: pune a conduta de quem vende, entrega dolosamente arma, acessório ou munição a
criança ou adolescente.
É indispensável que o sujeito saiba que a vítima seja criança ou adolescente. Se ele, por erro
escusável, supõe que se tratava de um adulto, tratar-se-á de erro de tipo.
OBS.: O explosivo também está previsto como objeto material.
OBS.: Vender fogos de artifício à criança ou adolescente incide no ECA
Inciso VI: pune a conduta de quem produz ou recarrega munição.

9. OMISSÃO DE CAUTELA (ART. 13, CAPUT)

Art. 13 Lei 10.826/03. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja
sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

9.1 Objeto Jurídico:


a) Objeto jurídico imediato – é a incolumidade pública.
b) Objeto jurídico mediato – é a vida e a integridade física do menor de 18 anos e do doente
mental.

9.2. Sujeito Ativo:


�ó pode ser o proprietário ou possuidor da arma de fogo – ele que tem o dever de cautela na
guarda da arma (trata-se de crime próprio).

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9.3. Sujeito Passivo:
a) Sujeito passivo primário é a coletividade.
b) Sujeito passivo secundário é o menor de 18 anos ou deficiente mental.

9.4. Objeto Material:


“Arma de fogo” de uso permitido ou proibido, porque o tipo penal não especifica a espécie de arma.

9.5. Elemento normativo do tipo:


“Em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.
Obs.: Só é crime o porte irregular; o porte regular (com registro da arma) é fato atípico.

9.6. Resultado:
�ão existe resultado esperado basta estar portando arma.

9.7. Elemento subjetivo:


É punido a título de culpa (não pode ele ter a intenção da criança se apoderar da arma). Se ele
tiver dolo na conduta comete o crime do artigo 16, paragrafo único, inciso V, sendo a pena de
reclusão de 3 a 6 anos.

9.8. Conduta:
É “deixar de observar as cautelas necessárias” – significa: quebra do dever de cuidado objetivo.
OBS.1: Não importa se o menor de 18 anos já adquiriu a maioridade civil.
OBS.2: Deixar a arma ao alcance de pessoa portadora de deficiência física é fato atípico.
OBS.3: O tipo penal não exige nenhuma relação de parentesco entre o sujeito passivo e o sujei-
to ativo. Ex.: um amigo vai à casa do outro amigo e deixa a arma próximo ao filho de 15 anos do
proprietário da casa.
OBS.4: Omitir a cautela em relação a acessório ou munição é fato atípico, pois o tipo penal só
traz o elemento “arma de fogo”.

10. OMISSÃO DE COMUNICAÇÃO (ART. 13, PARAGRAFO ÚNICO)

Art. 13 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de
empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo,
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de
ocorrido o fato.

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10.1. Objeto Jurídico:


a) Objeto jurídico imediato – é a incolumidade pública.
b) Objeto jurídico mediato – é o Estado que tem seu controle sobre as armas desrespeitado.

10.2. Sujeito Ativo:


�roprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores. (trata-se
de crime próprio).

10.3. Sujeito Passivo:


a) Sujeito passivo primário é a coletividade.
b) Sujeito passivo secundário o Estado (pois coloca em risco o controle de armas de fogo no
Brasil).

10.4. Objeto Material:


Arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido ou restrito, porque o tipo penal não
especifica a espécie.

10.5. Resultado:
�ão existe resultado esperado basta deixar de comunicar.

10.6. Elemento subjetivo:


Prevalece de forma amplamente majoritário de que o crime é doloso – deve deixar de comuni-
car de forma proposital.

10.7. Conduta:
A consumação se dá após 24 horas depois de ocorrido o fato (deve o agente comunicar neste
horário o sumiço da arma) – trata-se de um crime a prazo. A doutrina faz uma correção ao
artigo – deve-se ler: “24 horas depois da ciência do fato” e não “24 horas depois do fato”, como
está escrito no tipo.

11. DISPARO DE ARMA DE FOGO (ART. 15)

Art. 15. Lei 10.826/03. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em
suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
finalidade a prática de outro crime:

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável.

11.1. Objeto Jurídico:


� a incolumidade pública, segurança coletiva.

11.2. Sujeito Ativo:


�ualquer pessoa. Trata-se de crime comum, não exige-se qualidade especial do sujeito ativo.

11.3. Sujeito Passivo:


� a coletividade, porque é ela que é a titular do bem jurídico “segurança pública”. Assim, crime
de disparo de arma de fogo é crime vago.

11.4. Elemento espacial do tipo:


o disparo tem que ocorrer em lugar habitado ou suas adjacências, em via pública ou em direção
a ela.

11.5. Elemento subjetivo:


Prevalece de forma amplamente majoritário de que o crime é doloso – se o disparo ocorrer por
culpa não há crime.

11.6. Conduta:
“Disparar arma de fogo” ou “acionar munição” (ou seja, mesmo que não efetuado o disparo).

OBS.1: Indivíduo que efetua disparo de arma de fogo em lugar ermo (lugar vazio) pratica fato
atípico.

OBS.2: Dois ou mais disparos configura crime único – a quantidade de disparos será levada em
conta na dosagem da pena.

OBS.1: Trata-se de crime de perigo abstrato – para a maioria da doutrina. Assim, não é neces-
sário que o disparo cause perigo real a alguém. Não confundir o perigo do crime com o lugar
ermo!

Ex.: disparo em lugar habitado, mas não causou perigo real, pois a via pública estava vazia no
momento do disparo responde pelo crime.

11.7. Consumação:
Dar-se-á com o mero disparo ou com o acionamento da munição. A tentativa é possível.

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12. COMERCIO ILEGAL DE ARMAS (ART. 17).


Art. 17. Lei 10.826/03. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, des-
montar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em pro-
veito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório
ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Equipara‑se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo,
qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercido em residência.

12.1. Objeto Jurídico:


� a incolumidade pública, segurança coletiva.

12.2. Sujeito Ativo:


Comerciante ou industrial, legal ou clandestino, de arma de fogo, acessório ou munição (crime
próprio).

12.3. Sujeito Passivo:


� a coletividade, porque é ela que é a titular do bem jurídico “segurança pública”.

12.4. Objeto Material:


Arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido ou restrito.

12.5. Elemento subjetivo:


o crime é doloso.

12.6. Consumação:
A consumação se dá com a prática de qualquer uma das condutas do tipo. A tentativa é perfei-
tamente possível, exceto nas modalidades que constituem crimes permanentes.
OBS.1: Este crime é habitual?
R.: Não. Ele exige a condição de comerciante ou industrial de armas, mas uma única comerciali-
zação ilegal já configura o crime.
Ex.: comerciante de armas no shopping; vende 30 armas legalmente e vende uma arma ilegal-
mente → já responde pelo o crime do art. 17.
OBS.2: O dono do restaurante vende sua arma para o seu cliente?

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R.: Não praticou o crime do art. 17, pois ele não é comerciante do ramo de armas de fogo. Res-
ponderá pelo o art. 14 ou 16, a depender se a arma é de uso permitido ou restrito.

13. TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMAS (ART. 18)

Art. 18. Lei 10.826/03. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território na-
cional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da au-
toridade competente:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Antes do Estatuto do Desarmamento o tráfico internacional de arma de fogo configurava o
crime de contrabando.
Pelo o princípio da especialidade, aplica-se o art. 18 da lei.
Competência para julgamento
É da Justiça Federal. O Brasil é signatário de tratados internacionais comprometendo-se a repri-
mir o tráfico internacional de drogas.
OBS.: Indivíduo entrou com 2 munições no bolso no território brasileiro; a defesa alegou o prin-
cípio da insignificância. O STJ não concedeu; ou seja, não se aplica o princípio da insignificância
(HC 45099).

14. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (ART. 19 E 20)

Art. 19. Lei 10.826/03 Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a
arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Lei 10.826/03 Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da
metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º
desta Lei.
•• Nos crimes dos arts. 17 e 18 (comércio ilegal e tráfico internacional) se a arma, acessório ou
munição for de uso proibido ou restrito, a pena é aumentada da metade (Art. 19).
•• Arts 14 a 18 – a pena será aumentada se praticadas por integrantes de órgãos previstos no
art. 6º do ED (Art. 20).

15. VEDAÇÃO A LIBERDADE PROVISÓRIA (ART. 21)

Art. 21. Lei 10.826/03. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade
provisória.
O STF, por maioria de votos, declarou a inconstitucionalidade, da vedação a liberdade provisória,
trazida pelo artigo 21. (DOU de 10-5-2007).

1498 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal

Professor Mateus Silveira

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Edital

DIREITO PENAL: Lei nº 9.605/1998 (crimes contra o meio ambiente).

BANCA: Cespe
CARGO: Agente de Polícia e Escrivão

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Direito Penal

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Atribuições Constitucionais do Poder Público:

Art. 225, da CF.


§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entida-
des dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a
serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através
de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

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Da Tríplice Responsabilidade pelo Dano Ambiental
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obriga-
ção de reparar os danos causados.

Da Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica


O fim da teoria da dupla imputação aplicada pelo STJ:

“O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal


da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa
física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não
impõe a necessária dupla imputação. As organizações corporativas complexas da
atualidade se caracterizam pela descentralização e distribuição de atribuições e
responsabilidades, sendo inerentes, a esta realidade, as dificuldades para imputar o
fato ilícito a uma pessoa concreta. Condicionar a aplicação do art. 225, § 3º, da Carta
Política a uma concreta imputação também a pessoa física implica indevida restrição
da norma constitucional, expressa a intenção do constituinte originário não apenas
de ampliar o alcance das sanções penais, mas também de evitar a impunidade pelos
crimes ambientais frente às imensas dificuldades de individualização dos responsáveis
internamente às corporações, além de reforçar a tutela do bem jurídico ambiental. A
identificação dos setores e agentes internos da empresa determinantes da produção
do fato ilícito tem relevância e deve ser buscada no caso concreto como forma de
esclarecer se esses indivíduos ou órgãos atuaram ou deliberaram no exercício regular
de suas atribuições internas à sociedade, e ainda para verificar se a atuação se deu
no interesse ou em benefício da entidade coletiva. Tal esclarecimento, relevante
para fins de imputar determinado delito à pessoa jurídica, não se confunde, todavia,
com subordinar a responsabilização da pessoa jurídica à responsabilização conjunta
e cumulativa das pessoas físicas envolvidas. Em não raras oportunidades, as
responsabilidades internas pelo fato estarão diluídas ou parcializadas de tal modo que
não permitirão a imputação de responsabilidade penal individual.” (RE 548.181, rel.
min. Rosa Weber, julgamento em 6-8-2013, Primeira Turma, DJE de 30-10-2014.)

Responsabilidade Administrativa Ambiental:


•• Poder de Polícia Administrativo;
•• Controle dos recursos ambientais: utilização e supressão;
•• Autorização de uso;
•• Determinação de limites para a degradação ambiental;
•• Fiscalização.

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PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Penal – Prof. Mateus Silveira

Responsabilidade Civil Ambiental


Significa reparar civilmente danos causados ao meio ambiente, retornando os recursos naturais
e o meio ambiente ao “status quo ante”, quando possível, e na impossibilidade resolvendo de
forma pecuniária a reparação do dano causado.

Responsabilidade Penal Ambiental


Será implementada pela punição ao infrator (pessoa física ou pessoa jurídica) que cometeu um
delito definido previamente como crime na legislação nacional.
P. exemplo: Lei nº 9.605/98.

LEI Nº 9.605/98 – LEI DOS CRIMES E DAS SANÇÕES


ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao


meio ambiente, e dá outras providências.

Disposições gerais (sujeito ativo, pessoa


CAPÍTULO I Art. 1º ao Art. 5º
jurídica, autoria e coautoria)
Da aplicação da pena (espécies de penas, cri-
CAPÍTULO II Art. 6º ao Art. 24
me, culpabilidade, atenuantes e agravantes)
Da apreensão do produto e do instrumento
CAPÍTULO III Art. 25
de infração administrativa ou de crime
CAPÍTULO IV Da ação e do processo penal Art. 26 ao Art. 28
Dos crimes contra o meio ambiente
(crimes contra a fauna, flora, poluição,
CAPÍTULO V Art. 29 ao Art. 69-A
ordenamento urbano e patrimônio cultural
e administração ambiental)
Da infração administrativa (autoridade
CAPÍTULO VI competente, processo administrativo e Art. 70 ao Art. 76
sanções)
Da cooperação internacional para a
CAPÍTULO VII Art. 77 ao Art. 78
preservação do meio ambiente
CAPÍTULO VIII Disposições finais Art. 79 ao Art. 82

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Discussões genéricas sobre o tema da Responsabilidade Penal Ambiental
ligadas a Lei nº 9.605/98

É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes ofensivos ao meio ambiente.

Posição do STF:
EMENTA: AÇÃO PENAL. Crime ambiental. Pescador flagrado com doze camarões e rede de
pesca, em desacordo com a Portaria 84/02, do IBAMA. Art. 34, parágrafo único, II, da Lei nº
9.605/98. Rei furtivae de valor insignificante. Periculosidade não considerável do agente. Crime
de bagatela. Caracterização. Aplicação do princípio da insignificância. Atipicidade reconhecida.
Absolvição decretada. HC concedido para esse fim. Voto vencido. Verificada a objetiva
insignificância jurídica do ato tido por delituoso, à luz das suas circunstâncias, deve o réu, em
recurso ou habeas corpus, ser absolvido por atipicidade do comportamento. HC 112563 / SC –
SANTA CATARINA, DJe-241 DIVULG 07-12-2012 PUBLIC 10-12-2012.

Posição STJ:
Informativo nº 402 do STJ
PRINCÍPIO. INSIGNIFICÂNCIA. PESCA. APETRECHO PROIBIDO.
Consta da denúncia que o paciente foi flagrado ao pescar em represa mediante a utilização
de uma rede de nylon, apetrecho de uso proibido. Vem daí a imputação do crime previsto no
art. 34, parágrafo único, II, da Lei n. 9.605/1998. Anote-se que foram encontrados com ele
apenas dois quilos de peixes de variadas espécies. Quanto a isso, vê-se da norma incriminadora
que se trata de crime formal (crime de perigo abstrato), delito que prescinde de resultado
danoso específico (no caso, ao meio ambiente). Porém, apesar de não se desconhecer que
o enquadramento da lei de crimes ambientais no ordenamento jurídico brasileiro ainda é
tema tormentoso a causar inúmeras discussões jurídicas, sobretudo quanto à configuração
dos delitos penais nela insculpidos, chegando alguns a entender até que os princípios nela
edificados, tais como os da prevenção e da precaução, sobrepõem-se aos próprios princípios
penais de garantia ao cidadão, destaca-se que a hipótese em apreço resolve-se mesmo pela
pouca invasão naquilo que a sociedade, mediante o ordenamento jurídico, espera quanto à
proteção de sua existência, visto que há um mínimo de probabilidade de a conduta do paciente
atingir o bem jurídico tutelado na espécie, a fauna aquática. Daí não se hesitar em consignar
a presença da insignificância a ponto de, ao reconhecer a atipicidade material da conduta,
conceder a ordem para trancar a ação penal por falta de justa causa. HC 93.859-SP, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/8/2009.

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CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS TEORIA COMUM DA
DESCONSIDERAÇÃO DA
Art. 1º (VETADO) PERSONALIDADE JURÍDICA
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre Art. 50 do CC.
para a prática dos crimes previstos nesta Lei,
incide nas penas a estes cominadas, na medi- Art. 50. Em caso de abuso da perso-
da da sua culpabilidade, bem como o diretor, o nalidade jurídica, caracterizado pelo
administrador, o membro de conselho e de ór- desvio de finalidade, ou pela confusão
gão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou patrimonial, pode o juiz decidir, a re-
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da querimento da parte, ou do Ministério
conduta criminosa de outrem, deixar de impedir Público quando lhe couber intervir no
a sua prática, quando podia agir para evitá-la. processo, que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações
RESPONSABILIDADE DA PESSOA sejam estendidos aos bens particulares
JURÍDICA dos administradores ou sócios da pes-
soa jurídica.
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabi-
lizadas administrativa, civil e penalmente con-
forme o disposto nesta Lei, nos casos em que
a infração seja cometida por decisão de seu
representante legal ou contratual, ou de seu ór-
gão colegiado, no interesse ou benefício da sua CAPÍTULO II
entidade. DA APLICAÇÃO DA PENA
Parágrafo único. A responsabilidade das Art. 6º Para imposição e gradação da penalida-
pessoas jurídicas não exclui a das pessoas de, a autoridade competente observará:
físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do
mesmo fato. I – a gravidade do fato, tendo em vista os
motivos da infração e suas consequências
TEORIA MENOR DA para a saúde pública e para o meio ambien-
DESCONSIDERAÇÃO DA te;
PERSONALIDADE JURÍDICA: II – os antecedentes do infrator quanto ao
cumprimento da legislação de interesse am-
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa ju-
biental;
rídica sempre que sua personalidade for obstá-
culo ao ressarcimento de prejuízos causados à III – a situação econômica do infrator, no
qualidade do meio ambiente. caso de multa.
Art. 5º (VETADO) Art. 7º As penas restritivas de direitos são autô-
nomas e substituem as privativas de liberdade
quando:
I – tratar-se de crime culposo ou for aplica-
da a pena privativa de liberdade inferior a
quatro anos;
II – a culpabilidade, os antecedentes, a con-
duta social e a personalidade do condena-

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do, bem como os motivos e as circunstân- condenado, que deverá, sem vigilância, traba-
cias do crime indicarem que a substituição lhar, freqüentar curso ou exercer atividade au-
seja suficiente para efeitos de reprovação e torizada, permanecendo recolhido nos dias e
prevenção do crime. horários de folga em residência ou em qualquer
local destinado a sua moradia habitual, confor-
Parágrafo único. As penas restritivas de me estabelecido na sentença condenatória.
direitos a que se refere este artigo terão a
mesma duração da pena privativa de liber- Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
dade substituída.
I – baixo grau de instrução ou escolaridade
Art. 8º As penas restritivas de direito são: do agente;
I – prestação de serviços à comunidade; II – arrependimento do infrator, manifesta-
do pela espontânea reparação do dano, ou
II – interdição temporária de direitos; limitação significativa da degradação am-
III – suspensão parcial ou total de ativida- biental causada;
des; III – comunicação prévia pelo agente do pe-
IV – prestação pecuniária; rigo iminente de degradação ambiental;

V – recolhimento domiciliar. IV – colaboração com os agentes encarrega-


dos da vigilância e do controle ambiental.
Art. 9º A prestação de serviços à comunidade
consiste na atribuição ao condenado de tarefas Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena,
gratuitas junto a parques e jardins públicos e quando não constituem ou qualificam o crime:
unidades de conservação, e, no caso de dano da I – reincidência nos crimes de natureza am-
coisa particular, pública ou tombada, na restau- biental;
ração desta, se possível.
II – ter o agente cometido a infração:
Art. 10. As penas de interdição temporária de
direito são a proibição de o condenado contra- a) para obter vantagem pecuniária;
tar com o Poder Público, de receber incentivos
fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem b) coagindo outrem para a execução mate-
como de participar de licitações, pelo prazo de rial da infração;
cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três c) afetando ou expondo a perigo, de manei-
anos, no de crimes culposos. ra grave, a saúde pública ou o meio ambien-
Art. 11. A suspensão de atividades será aplica- te;
da quando estas não estiverem obedecendo às d) concorrendo para danos à propriedade
prescrições legais. alheia;
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pa- e) atingindo áreas de unidades de conserva-
gamento em dinheiro à vítima ou à entidade pú- ção ou áreas sujeitas, por ato do Poder Pú-
blica ou privada com fim social, de importância, blico, a regime especial de uso;
fixada pelo juiz, não inferior a um salário míni-
mo nem superior a trezentos e sessenta salários f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer as-
mínimos. O valor pago será deduzido do mon- sentamentos humanos;
tante de eventual reparação civil a que for con-
g) em período de defeso à fauna;
denado o infrator.
h) em domingos ou feriados;
Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na
autodisciplina e senso de responsabilidade do i) à noite;

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j) em épocas de seca ou inundações; Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre


que possível, fixará o valor mínimo para repa-
l) no interior do espaço territorial especial- ração dos danos causados pela infração, consi-
mente protegido; derando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou
m) com o emprego de métodos cruéis para pelo meio ambiente.
abate ou captura de animais; Parágrafo único. Transitada em julgado a
n) mediante fraude ou abuso de confiança; sentença condenatória, a execução poderá
efetuar-se pelo valor fixado nos termos do
o) mediante abuso do direito de licença, caput, sem prejuízo da liquidação para apu-
permissão ou autorização ambiental; ração do dano efetivamente sofrido.
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulati-
total ou parcialmente, por verbas públicas va ou alternativamente às pessoas jurídicas, de
ou beneficiada por incentivos fiscais; acordo com o disposto no art. 3º, são:
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas I – multa;
em relatórios oficiais das autoridades com-
petentes; II – restritivas de direitos;

r) facilitada por funcionário público no exer- III – prestação de serviços à comunidade.


cício de suas funções. Art. 22. As penas restritivas de direitos da pes-
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a sus- soa jurídica são:
pensão condicional da pena pode ser aplicada I – suspensão parcial ou total de atividades;
nos casos de condenação a pena privativa de li-
berdade não superior a três anos. II – interdição temporária de estabeleci-
mento, obra ou atividade;
Art. 17. A verificação da reparação a que se re-
fere o § 2º do art. 78 do Código Penal será feita III – proibição de contratar com o Poder Pú-
mediante laudo de reparação do dano ambien- blico, bem como dele obter subsídios, sub-
tal, e as condições a serem impostas pelo juiz venções ou doações.
deverão relacionar-se com a proteção ao meio
ambiente. § 1º A suspensão de atividades será aplica-
da quando estas não estiverem obedecen-
Art. 18. A multa será calculada segundo os cri- do às disposições legais ou regulamentares,
térios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, relativas à proteção do meio ambiente.
ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser
aumentada até três vezes, tendo em vista o va- § 2º A interdição será aplicada quando o
lor da vantagem econômica auferida. estabelecimento, obra ou atividade estiver
funcionando sem a devida autorização, ou
Art. 19. A perícia de constatação do dano am- em desacordo com a concedida, ou com
biental, sempre que possível, fixará o montante violação de disposição legal ou regulamen-
do prejuízo causado para efeitos de prestação tar.
de fiança e cálculo de multa.
§ 3º A proibição de contratar com o Poder
Parágrafo único. A perícia produzida no Público e dele obter subsídios, subvenções
inquérito civil ou no juízo cível poderá ser ou doações não poderá exceder o prazo de
aproveitada no processo penal, instauran- dez anos.
do-se o contraditório.
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade
pela pessoa jurídica consistirá em:

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I – custeio de programas e de projetos am- instituições científicas, hospitalares, penais
bientais; e outras com fins beneficentes.
II – execução de obras de recuperação de § 4º Os produtos e subprodutos da fauna
áreas degradadas; não perecíveis serão destruídos ou doados
a instituições científicas, culturais ou edu-
III – manutenção de espaços públicos; cacionais. (Primitivo § 3º, renumerado pela
IV – contribuições a entidades ambientais Lei nº 13.052, de 8/12/2014)
ou culturais públicas. § 5º Os instrumentos utilizados na prática
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utili- da infração serão vendidos, garantida a sua
zada, preponderantemente, com o fim de per- descaracterização por meio da reciclagem.
mitir, facilitar ou ocultar a prática de crime de-
finido nesta Lei terá decretada sua liquidação
forçada, seu patrimônio será considerado ins-
trumento do crime e como tal perdido em favor CAPÍTULO IV
do Fundo Penitenciário Nacional. DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei,
a ação penal é pública incondicionada.
CAPÍTULO III Parágrafo único. (VETADO)
DA APREENSÃO DO PRODUTO E
DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO Art. 27. Nos crimes ambientais de menor poten-
cial ofensivo, a proposta de aplicação imediata
ADMINISTRATIVA OU DE CRIME de pena restritiva de direitos ou multa, prevista
(Art. 72, IV e V da Lei nº 9.605/98 – no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro
Sanção Administrativa) de 1995, somente poderá ser formulada desde
que tenha havido a prévia composição do dano
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei,
seus produtos e instrumentos, lavrando-se os salvo em caso de comprovada impossibilidade.
respectivos autos.
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº
§ 1º Os animais serão prioritariamente liber- 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se
tados em seu habitat ou, sendo tal medida aos crimes de menor potencial ofensivo defini-
inviável ou não recomendável por questões dos nesta Lei, com as seguintes modificações:
sanitárias, entregues a jardins zoológicos,
fundações ou entidades assemelhadas, I – a declaração de extinção de punibilida-
para guarda e cuidados sob a responsabili- de, de que trata o § 5° do artigo referido no
dade de técnicos habilitados. caput, dependerá de laudo de constatação
de reparação do dano ambiental, ressalva-
§ 2º Até que os animais sejam entregues às da a impossibilidade prevista no inciso I do
instituições mencionadas no § 1º deste ar- § 1° do mesmo artigo;
tigo, o órgão autuante zelará para que eles
sejam mantidos em condições adequadas II – na hipótese de o laudo de constatação
de acondicionamento e transporte que ga- comprovar não ter sido completa a repara-
rantam o seu bem-estar físico. ção, o prazo de suspensão do processo será
prorrogado, até o período máximo previsto
§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou no artigo referido no caput, acrescido de
madeiras, serão estes avaliados e doados a mais um ano, com suspensão do prazo da
prescrição;

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III – no período de prorrogação, não se apli- douros não autorizados ou sem a devida
carão as condições dos incisos II, III e IV do § permissão, licença ou autorização da auto-
1° do artigo mencionado no caput; ridade competente.
IV – findo o prazo de prorrogação, proce- § 2º No caso de guarda doméstica de espé-
der-se-á à lavratura de novo laudo de cons- cie silvestre não considerada ameaçada de
tatação de reparação do dano ambiental, extinção, pode o juiz, considerando as cir-
podendo, conforme seu resultado, ser no- cunstâncias, deixar de aplicar a pena.
vamente prorrogado o período de suspen-
são, até o máximo previsto no inciso II deste § 3° São espécimes da fauna silvestre todos
artigo, observado o disposto no inciso III; aqueles pertencentes às espécies nativas,
migratórias e quaisquer outras, aquáticas
V – esgotado o prazo máximo de prorroga- ou terrestres, que tenham todo ou parte de
ção, a declaração de extinção de punibilida- seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limi-
de dependerá de laudo de constatação que tes do território brasileiro, ou águas jurisdi-
comprove ter o acusado tomado as provi- cionais brasileiras.
dências necessárias à reparação integral do
dano. § 4º A pena é aumentada de metade, se o
crime é praticado:
I – contra espécie rara ou considerada ame-
açada de extinção, ainda que somente no
DOS CRIMES CONTRA O MEIO local da infração;
AMBIENTE
II – em período proibido à caça;
Seção I III – durante a noite;
DOS CRIMES CONTRA A FAUNA
IV – com abuso de licença;
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utili-
V – em unidade de conservação;
zar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em
rota migratória, sem a devida permissão, licença VI – com emprego de métodos ou instru-
ou autorização da autoridade competente, ou mentos capazes de provocar destruição em
em desacordo com a obtida: massa.
Pena – detenção de seis meses a um ano, e § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o
multa. crime decorre do exercício de caça profis-
sional.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
§ 6º As disposições deste artigo não se apli-
I – quem impede a procriação da fauna,
cam aos atos de pesca.
sem licença, autorização ou em desacordo
com a obtida; Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros
de anfíbios e répteis em bruto, sem a autoriza-
II – quem modifica, danifica ou destrói ni-
ção da autoridade ambiental competente:
nho, abrigo ou criadouro natural;
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
III – quem vende, expõe à venda, exporta
ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem
depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas parecer técnico oficial favorável e licença expe-
ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou dida por autoridade competente:
em rota migratória, bem como produtos e
objetos dela oriundos, provenientes de cria-

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Pena – detenção, de três meses a um ano, Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas
e multa. quem:
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir I – pesca espécies que devam ser preserva-
ou mutilar animais silvestres, domésticos ou do- das ou espécimes com tamanhos inferiores
mesticados, nativos ou exóticos: aos permitidos;
Pena – detenção, de três meses a um ano, II – pesca quantidades superiores às per-
e multa. mitidas, ou mediante a utilização de apa-
relhos, petrechos, técnicas e métodos não
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem reali- permitidos;
za experiência dolorosa ou cruel em animal
vivo, ainda que para fins didáticos ou cien- III – transporta, comercializa, beneficia ou
tíficos, quando existirem recursos alternati- industrializa espécimes provenientes da co-
vos. leta, apanha e pesca proibidas.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
terço, se ocorre morte do animal.
I – explosivos ou substâncias que, em conta-
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou to com a água, produzam efeito semelhan-
carreamento de materiais, o perecimento de es- te;
pécimes da fauna aquática existentes em rios,
lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicio- II – substâncias tóxicas, ou outro meio proi-
nais brasileiras: bido pela autoridade competente:

Pena – detenção, de um a três anos, ou Pena – reclusão de um ano a cinco anos.


multa, ou ambas cumulativamente. Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se
Parágrafo único. Incorre nas mesmas pe- pesca todo ato tendente a retirar, extrair, cole-
nas: tar, apanhar, apreender ou capturar espécimes
dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e
I – quem causa degradação em viveiros, vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de apro-
açudes ou estações de aqüicultura de domí- veitamento econômico, ressalvadas as espécies
nio público; ameaçadas de extinção, constantes nas listas
oficiais da fauna e da flora.
II – quem explora campos naturais de in-
vertebrados aquáticos e algas, sem licença, Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando
permissão ou autorização da autoridade realizado:
competente;
I – em estado de necessidade, para saciar a
III – quem fundeia embarcações ou lança fome do agente ou de sua família;
detritos de qualquer natureza sobre bancos
de moluscos ou corais, devidamente de- II – para proteger lavouras, pomares e reba-
marcados em carta náutica. nhos da ação predatória ou destruidora de
animais, desde que legal e expressamente
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja autorizado pela autoridade competente;
proibida ou em lugares interditados por órgão
competente: III – (VETADO)

Pena – detenção de um ano a três anos ou IV – por ser nocivo o animal, desde que as-
multa, ou ambas as penas cumulativamen- sim caracterizado pelo órgão competente.
te.

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Seção II Unidades de Conservação de Proteção In-


DOS CRIMES CONTRA A FLORA tegral será considerada circunstância agra-
vante para a fixação da pena. (Parágrafo
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considera- com redação dada pela Lei nº 9.985, de
da de preservação permanente, mesmo que em 18/7/2000)
formação, ou utilizá-la com infringência das nor- § 3º Se o crime for culposo, a pena será re-
mas de proteção: duzida à metade.
Pena – detenção, de um a três anos, ou mul- Art. 40-A. (VETADO na Lei nº 9.985,
ta, ou ambas as penas cumulativamente. de18/7/2000)
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a § 1º Entende-se por Unidades de Conserva-
pena será reduzida à metade. ção de Uso Sustentável as Áreas de Proteção
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação pri- Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse
mária ou secundária, em estágio avançado ou Ecológico, as Florestas Nacionais, as Reser-
médio de regeneração, do Bioma Mata Atlânti- vas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as
ca, ou utilizá-la com infringência das normas de Reservas de Desenvolvimento Sustentável e
proteção: as Reservas Particulares do Patrimônio Na-
tural.
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos,
ou multa, ou ambas as penas cumulativa- § 2º A ocorrência de dano afetando espé-
mente. cies ameaçadas de extinção no interior das
Unidades de Conservação de Uso Sustentá-
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a vel será considerada circunstância agravan-
pena será reduzida à metade. (Artigo acres- te para a fixação da pena.
cido pela Lei nº 11.428, de 22/12/2006)
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será re-
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada duzida à metade. (Artigo acrescido pela Lei
de preservação permanente, sem permissão da nº 9.985, de 18/7/2000)
autoridade competente:
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Pena – detenção, de um a três anos, ou mul-
ta, ou ambas as penas cumulativamente. Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e
multa.
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Uni-
dades de Conservação e às áreas de que trata o Parágrafo único. Se o crime é culposo, a
art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de pena é de detenção de seis meses a um
1990, independentemente de sua localização: ano, e multa.

Pena – reclusão, de um a cinco anos. Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar
balões que possam provocar incêndios nas flo-
§ 1º Entende-se por Unidades de Conser- restas e demais formas de vegetação, em áreas
vação de Proteção Integral as Estações urbanas ou qualquer tipo de assentamento hu-
Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Par- mano:
ques Nacionais, os Monumentos Naturais
e os Refúgios de Vida Silvestre. (Parágra- Pena – detenção de um a três anos ou mul-
fo com redação dada pela Lei nº 9.985, de ta, ou ambas as penas cumulativamente.
18/7/2000) Art. 43. (VETADO)
§ 2º A ocorrência de dano afetando espé- Art. 44. Extrair de florestas de domínio públi-
cies ameaçadas de extinção no interior das co ou consideradas de preservação permanen-

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te, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas
qualquer espécie de minerais: ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas,
protetora de mangues, objeto de especial pre-
Pena – detenção, de seis meses a um ano, servação:
e multa.
Pena – detenção, de três meses a um ano,
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão ma- e multa.
deira de lei, assim classificada por ato do Poder
Público, para fins industriais, energéticos ou Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamen-
para qualquer outra exploração, econômica ou te ou degradar floresta, plantada ou nativa, em
não, em desacordo com as determinações le- terras de domínio público ou devolutas, sem au-
gais: torização do órgão competente:
Pena – reclusão, de um a dois anos, e multa. Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos
e multa.
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comer-
ciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e § 1º Não é crime a conduta praticada quan-
outros produtos de origem vegetal, sem exigir a do necessária à subsistência imediata pes-
exibição de licença do vendedor, outorgada pela soal do agente ou de sua família.
autoridade competente, e sem munir-se da via
que deverá acompanhar o produto até final be- § 2º Se a área explorada for superior a 1.000
neficiamento: ha (mil hectares), a pena será aumentada
de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Artigo
Pena – detenção, de seis meses a um ano, acrescido pela Lei nº 11.284, de 2/3/2006)
e multa.
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas em florestas e nas demais formas de vegetação,
quem vende, expõe à venda, tem em depó- sem licença ou registro da autoridade compe-
sito, transporta ou guarda madeira, lenha, tente:
carvão e outros produtos de origem vege-
tal, sem licença válida para todo o tempo da Pena – detenção, de três meses a um ano,
viagem ou do armazenamento, outorgada e multa.
pela autoridade competente. Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação
Art. 47. (VETADO) conduzindo substâncias ou instrumentos pró-
prios para caça ou para exploração de produtos
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração na- ou subprodutos florestais, sem licença da auto-
tural de florestas e demais formas de vegetação: ridade competente:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, Pena – detenção, de seis meses a um ano,
e multa. e multa.
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a
por qualquer modo ou meio, plantas de orna- pena é aumentada de um sexto a um terço se:
mentação de logradouros públicos ou em pro-
priedade privada alheia: I – do fato resulta a diminuição de águas na-
turais, a erosão do solo ou a modificação do
Pena – detenção, de três meses a um ano, regime climático;
ou multa, ou ambas as penas cumulativa-
mente. II – o crime é cometido:

Parágrafo único. No crime culposo, a pena é a) no período de queda das sementes;


de um a seis meses, ou multa. b) no período de formação de vegetações;

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c) contra espécies raras ou ameaçadas de quando assim o exigir a autoridade compe-


extinção, ainda que a ameaça ocorra so- tente, medidas de precaução em caso de
mente no local da infração; risco de dano ambiental grave ou irreversí-
vel.
d) em época de seca ou inundação;
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração
e) durante a noite, em domingo ou feriado. de recursos minerais sem a competente autori-
Seção III zação, permissão, concessão ou licença, ou em
desacordo com a obtida:
DA POLUIÇÃO E OUTROS
CRIMES AMBIENTAIS Pena – detenção, de seis meses a um ano,
e multa.
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre
em níveis tais que resultem ou possam resultar
quem deixa de recuperar a área pesquisada
em danos à saúde humana, ou que provoquem
ou explorada, nos termos da autorização,
a mortandade de animais ou a destruição signi-
permissão, licença, concessão ou determi-
ficativa da flora:
nação do órgão competente.
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar,
multa.
exportar, comercializar, fornecer, transportar,
§ 1º Se o crime é culposo: armazenar, guardar, ter em depósito ou usar
produto ou substância tóxica, perigosa ou noci-
Pena – detenção, de seis meses a um ano, va à saúde humana ou ao meio ambiente, em
e multa. desacordo com as exigências estabelecidas em
§ 2º Se o crime: leis ou nos seus regulamentos:

I – tornar uma área, urbana ou rural, impró- Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
pria para a ocupação humana; multa.

II – causar poluição atmosférica que provo- § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
que a retirada, ainda que momentânea, dos I – abandona os produtos ou substâncias re-
habitantes das áreas afetadas, ou que cause feridos no caput ou os utiliza em desacordo
danos diretos à saúde da população; com as normas ambientais ou de seguran-
III – causar poluição hídrica que torne ne- ça;
cessária a interrupção do abastecimento II – manipula, acondiciona, armazena, co-
público de água de uma comunidade; leta, transporta, reutiliza, recicla ou dá des-
IV – dificultar ou impedir o uso público das tinação final a resíduos perigosos de forma
praias; diversa da estabelecida em lei ou regula-
mento. (Parágrafo com redação dada pela
V – ocorrer por lançamento de resíduos só- Lei nº 12.305, de 2/8/2010)
lidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos
ou substâncias oleosas, em desacordo com § 2º Se o produto ou a substância for nucle-
as exigências estabelecidas em leis ou regu- ar ou radioativa, a pena é aumentada de um
lamentos: sexto a um terço.

Pena – reclusão, de um a cinco anos. § 3º Se o crime é culposo:

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no Pena – detenção, de seis meses a um ano,
parágrafo anterior quem deixar de adotar, e multa.

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Art. 57. (VETADO) protegido por lei, ato administrativo ou de-
cisão judicial:
Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Se-
ção, as penas serão aumentadas: Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
I – de um sexto a um terço, se resulta dano Parágrafo único. Se o crime for culposo, a
irreversível à flora ou ao meio ambiente em pena é de seis meses a um ano de deten-
geral; ção, sem prejuízo da multa.
II – de um terço até a metade, se resulta le- Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edifi-
são corporal de natureza grave em outrem; cação ou local especialmente protegido por lei,
ato administrativo ou decisão judicial, em razão
III – até o dobro, se resultar a morte de ou- de seu valor paisagístico, ecológico, turístico,
trem. artístico, histórico, cultural, religioso, arqueoló-
Parágrafo único. As penalidades previstas gico, etnográfico ou monumental, sem autoriza-
neste artigo somente serão aplicadas se do ção da autoridade competente ou em desacor-
fato não resultar crime mais grave. do com a concedida:

Art. 59. (VETADO) Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou Art. 64. Promover construção em solo não edi-
fazer funcionar, em qualquer parte do território ficável, ou no seu entorno, assim considerado
nacional, estabelecimentos, obras ou serviços em razão de seu valor paisagístico, ecológico,
potencialmente poluidores, sem licença ou au- artístico, turístico, histórico, cultural, religioso,
torização dos órgãos ambientais competentes, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem
ou contrariando as normas legais e regulamen- autorização da autoridade competente ou em
tares pertinentes: desacordo com a concedida:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou Pena – detenção, de seis meses a um ano,


multa, ou ambas as penas cumulativamen- e multa.
te. Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espé- edificação ou monumento urbano:
cies que possam causar dano à agricultura, à pe- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
cuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas: ano, e multa.
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e § 1º Se o ato for realizado em monumento
multa. ou coisa tombada em virtude do seu valor
Seção IV artístico, arqueológico ou histórico, a pena
é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de deten-
DOS CRIMES CONTRA O ORDENA- ção e multa.
MENTO URBANO E O PATRIMÔNIO
§ 2º Não constitui crime a prática de grafite
CULTURAL
realizada com o objetivo de valorizar o pa-
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: trimônio público ou privado mediante ma-
nifestação artística, desde que consentida
I – bem especialmente protegido por lei, pelo proprietário e, quando couber, pelo
ato administrativo ou decisão judicial; locatário ou arrendatário do bem privado e,
no caso de bem público, com a autorização
II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pi-
do órgão competente e a observância das
nacoteca, instalação científica ou similar
posturas municipais e das normas editadas

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pelos órgãos governamentais responsáveis procedimento administrativo, estudo, laudo ou


pela preservação e conservação do patri- relatório ambiental total ou parcialmente falso
mônio histórico e artístico nacional. (Artigo ou enganoso, inclusive por omissão: Pena – re-
com redação dada pela Lei nº 12.408, de clusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
25/5/2011)
§ 1º Se o crime é culposo:
Seção V Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
DOS CRIMES CONTRA A ADMINIS-
TRAÇÃO AMBIENTAL § 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço)
a 2/3 (dois terços), se há dano significativo
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação ao meio ambiente, em decorrência do uso
falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar in- da informação falsa, incompleta ou engano-
formações ou dados técnico-científicos em pro- sa. (Artigo acrescido pela Lei nº 11.284, de
cedimentos de autorização ou de licenciamento 2/3/2006)
ambiental:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
CAPÍTULO VI
Art. 67. Conceder o funcionário público licença,
autorização ou permissão em desacordo com as DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
normas ambientais, para as atividades, obras ou Art. 70. Considera-se infração administrativa
serviços cuja realização depende de ato autori- ambiental toda ação ou omissão que viole as re-
zativo do Poder Público: gras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção
Pena – detenção, de um a três anos, e mul- e recuperação do meio ambiente.
ta. § 1º São autoridades competentes para la-
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a vrar auto de infração ambiental e instaurar
pena é de três meses a um ano de deten- processo administrativo os funcionários de
ção, sem prejuízo da multa. órgãos ambientais integrantes do Sistema
Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, de-
Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou signados para as atividades de fiscalização,
contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de bem como os agentes das Capitanias dos
relevante interesse ambiental: (Vide arts. 23, Portos, do Ministério da Marinha.
39 § 2º da Lei nº 12.305, de 2/8/2010) § 2º Qualquer pessoa, constatando infração
Pena – detenção, de um a três anos, e mul- ambiental, poderá dirigir representação às
ta. autoridades relacionadas no parágrafo an-
terior, para efeito do exercício do seu poder
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a de polícia.
pena é de três meses a um ano, sem prejuí-
zo da multa. § 3º A autoridade ambiental que tiver co-
nhecimento de infração ambiental é obri-
Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora gada a promover a sua apuração imediata,
do Poder Público no trato de questões ambien- mediante processo administrativo próprio,
tais: sob pena de corresponsabilidade.
Pena – detenção, de um a três anos, e mul- § 4º As infrações ambientais são apuradas
ta. em processo administrativo próprio, asse-
gurado o direito de ampla defesa e o con-
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licencia- traditório, observadas as disposições desta
mento, concessão florestal ou qualquer outro Lei.

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Do Processo Administrativo Ambiental

Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os seguintes
prazos máximos:
I – vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração, contados
da data da ciência da autuação;
II – trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da sua
lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação;
III – vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior do Sistema
Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da
Marinha, de acordo com o tipo de autuação;
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação.

Das Infrações Administrativas

Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto
no art. 6º:
I – advertência;
II – multa simples;
III – multa diária;
IV – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos,
equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V – destruição ou inutilização do produto;
VI – suspensão de venda e fabricação do produto;
VII – embargo de obra ou atividade;
VIII – demolição de obra;
IX – suspensão parcial ou total de atividades;
X – (VETADO)
XI – restritiva de direitos.

Cumulação de infrações e sanções:


§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,
cumulativamente, as sanções a elas cominadas.

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Sanção Administrativa – Advertência

§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação em
vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.

Sanção Administrativa – Multa Simples

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:
I – advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo as-
sinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da
Marinha;
II – opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Mi-
nistério da Marinha.

Da Conversação da Multa Simples:


§ 4º A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação
da qualidade do meio ambiente.

Da Multa Diária:
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tem-
po.

Das Apreensões e Destruições como sanções administrativas

§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV (apreensão dos animais, produtos e sub-
produtos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer na-
tureza utilizados na infração) e V (destruição ou inutilização do produto) do caput obedecerão
ao disposto no art. 25 desta Lei.

Das Sanções Administrativas:


VI – suspensão de venda e fabricação do produto;
VII – embargo de obra ou atividade;
VIII – demolição de obra;
IX – suspensão parcial ou total de atividades;

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§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando o produto, a obra,
a atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regula-
mentares.

Da Sanção Restritiva de Direitos

§ 8º As sanções restritivas de direito são:


I – suspensão de registro, licença ou autorização;
II – cancelamento de registro, licença ou autorização;
III – perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV – perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos ofi-
ciais de crédito;
V – proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.

Para aonde vão os recursos arrecadados com as Multas aplicadas como sanções ad-
ministrativas?
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão revertidos
ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo
Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de
meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.

Da Base e do Valor das Multas

Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida perti-
nente, de acordo com o objeto jurídico lesado.
Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e corrigido
periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de
R$ 50,00 (cinquenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais).

Da Dupla Incidência de Multas

Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios
substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência.

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CAPÍTULO VII tercâmbio rápido e seguro de informações com


DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL órgãos de outros países.
PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO
AMBIENTE
CAPÍTULO VIII
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a
DISPOSIÇÕES FINAIS
ordem pública e os bons costumes, o Governo
brasileiro prestará, no que concerne ao meio Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei
ambiente, a necessária cooperação a outro país, as disposições do Código Penal e do Código de
sem qualquer ônus, quando solicitado para: Processo Penal.
I – produção de prova; Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto
II – exame de objetos e lugares; nesta Lei, os órgãos ambientais integrantes do
SISNAMA, responsáveis pela execução de pro-
III – informações sobre pessoas e coisas; gramas e projetos e pelo controle e fiscalização
dos estabelecimentos e das atividades suscetí-
IV – presença temporária da pessoa presa,
veis de degradarem a qualidade ambiental, fi-
cujas declarações tenham relevância para a
cam autorizados a celebrar, com força de título
decisão de uma causa;
executivo extrajudicial, termo de compromisso
V – outras formas de assistência permitidas com pessoas físicas ou jurídicas responsáveis
pela legislação em vigor ou pelos tratados pela construção, instalação, ampliação e funcio-
de que o Brasil seja parte. namento de estabelecimentos e atividades uti-
lizadores de recursos ambientais, considerados
§ 1º A solicitação de que trata este artigo efetiva ou potencialmente poluidores.
será dirigida ao Ministério da Justiça, que a
remeterá, quando necessário, ao órgão ju- § 1º O termo de compromisso a que se refe-
diciário competente para decidir a seu res- re este artigo destinar-se-á, exclusivamente,
peito, ou a encaminhará à autoridade capaz a permitir que as pessoas físicas e jurídicas
de atendê-la. mencionadas no caput possam promover as
necessárias correções de suas atividades,
§ 2º A solicitação deverá conter: para o atendimento das exigências impos-
I – o nome e a qualificação da autoridade tas pelas autoridades ambientais compe-
solicitante; tentes, sendo obrigatório que o respectivo
instrumento disponha sobre:
II – o objeto e o motivo de sua formulação;
I – o nome, a qualificação e o endereço das
III – a descrição sumária do procedimento partes compromissadas e dos respectivos
em curso no país solicitante; representantes legais;
IV – a especificação da assistência solicita- II – o prazo de vigência do compromisso,
da; que, em função da complexidade das obri-
gações nele fixadas, poderá variar entre o
V – a documentação indispensável ao seu mínimo de noventa dias e o máximo de três
esclarecimento, quando for o caso. anos, com possibilidade de prorrogação por
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nes- igual período;
ta Lei e especialmente para a reciprocidade da III – a descrição detalhada de seu objeto, o
cooperação internacional, deve ser mantido valor do investimento previsto e o crono-
sistema de comunicações apto a facilitar o in- grama físico de execução e de implantação

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das obras e serviços exigidos, com metas § 6º O termo de compromisso deverá ser
trimestrais a serem atingidas; firmado em até noventa dias, contados da
protocolização do requerimento.
IV – as multas que podem ser aplicadas à
pessoa física ou jurídica compromissada § 7º O requerimento de celebração do ter-
e os casos de rescisão, em decorrência do mo de compromisso deverá conter as in-
não-cumprimento das obrigações nele pac- formações necessárias à verificação da sua
tuadas; viabilidade técnica e jurídica, sob pena de
indeferimento do plano.
V – o valor da multa de que trata o inciso IV
não poderá ser superior ao valor do investi- § 8º Sob pena de ineficácia, os termos de
mento previsto; compromisso deverão ser publicados no ór-
gão oficial competente, mediante extrato.
VI – o foro competente para dirimir litígios (Artigo acrescido pela Medida Provisória nº
entre as partes. 2.163-41, de 23/8/2001)
§ 2º No tocante aos empreendimentos em Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta
curso até o dia 30 de março de 1998, envol- Lei no prazo de noventa dias a contar de sua pu-
vendo construção, instalação, ampliação e blicação.
funcionamento de estabelecimentos e ati-
vidades utilizadores de recursos ambientais, Art. 81. (VETADO)
considerados efetiva ou potencialmente po-
luidores, a assinatura do termo de compro- Art. 82. Revogam-se as disposições em contrá-
misso deverá ser requerida pelas pessoas fí- rio.
sicas e jurídicas interessadas, até o dia 31 de
dezembro de 1998, mediante requerimento
escrito protocolizado junto aos órgãos com-
petentes do SISNAMA, devendo ser firmado
pelo dirigente máximo do estabelecimento.
§ 3º Da data da protocolização do requeri-
mento previsto no § 2º e enquanto perdu-
rar a vigência do correspondente termo de
compromisso, ficarão suspensas, em rela-
ção aos fatos que deram causa à celebração
do instrumento, a aplicação de sanções ad-
ministrativas contra a pessoa física ou jurídi-
ca que o houver firmado.
§ 4º A celebração do termo de compromis-
so de que trata este artigo não impede a
execução de eventuais multas aplicadas an-
tes da protocolização do requerimento.
§ 5º Considera-se rescindido de pleno direi-
to o termo de compromisso, quando des-
cumprida qualquer de suas cláusulas, res-
salvado o caso fortuito ou de força maior.

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Questões

1. (94375) FCC – 2014 – Responsabilidade Ad- 3. (96873) FCC – 2011 – Responsabilidade Ad-
ministrativa (Lei nº 9.605/98) ministrativa (Lei nº 9.605/98)
O agente autuante, ao lavrar o auto de infra- A sanção de multa diária, aplicável às infra-
ção ambiental, indicará as sanções estabe- ções administrativas ambientais,
lecidas pelo Decreto Federal nº 6.514/2008,
observando a) é cabível quando o cometimento da in-
fração se prolongar no tempo.
a) a situação econômica do infrator. b) depende da prévia e progressiva aplica-
b) a gravidade dos fatos, tendo em vista os ção da sanção de multa simples.
motivos da infração e suas consequên- c) depende de prévia cominação legal, es-
cias para o desenvolvimento econômi- pecífica para cada tipo administrativo
co. punível.
c) o grau de instrução ou escolaridade do d) exclui a aplicação de outras sanções de
agente. caráter administrativo.
d) a curva de crescimento da flora ou fau- e) incide naquelas infrações de menor le-
na atingida. sividade.
e) o arrependimento do infrator.
2. (96097) FCC – 2015 – Responsabilidade Pe- 4. (96874) FCC – 2010 – Responsabilidade Ad-
nal (Lei nº 9.605/98) ministrativa (Lei nº 9.605/98)
José foi condenado por crime ambiental a A prescrição para a apuração de infrações
uma pena restritiva de direito, qual seja, a administrativas contra o meio ambiente, de
prestação de serviços à comunidade consis- caráter permanente ou continuado, é de
tente na obrigação de restaurar um imóvel
particular tombado danificado por sua con- a) 5 anos, contados do início da prática do
duta típica, antijurídica e culpável, e multa. ato.
Diante da apelação apresentada pelo réu, o b) 5 anos, contados da cessação da prática
Tribunal de Justiça deverá do ato.
c) 3 anos, contados do início da prática do
a) reformar a sentença para obrigar o réu ato.
a prestar apenas serviços indiretos no d) 3 anos, contados da cessação da prática
imóvel tombado. do ato.
b) reformar a sentença para impor ao réu e) 3 anos, contados da cessação da pres-
somente o pagamento de multa. crição para o crime correspondente.
c) manter a sentença, que encontra fun-
damento na legislação vigente. 5. (96877) FCC – 2011 – Responsabilidade Ci-
d) reformar a sentença, uma vez que a vil por Danos Ambientais, Responsabilidade
prestação de serviços à comunidade Penal (Lei nº 9.605/98), Responsabilidade
não pode ser realizada em imóvel parti- Administrativa (Lei nº 9.605/98)
cular.
e) reformar a sentença, uma vez que a A respeito da responsabilidade por danos
prestação de serviços à comunidade ambientais materiais, é correto afirmar que
não pode ser realizada em bem tomba-
do.

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a) a responsabilidade civil não será elidida e) nos crimes ambientais, a suspensão
com a reparação do dano ambiental. condicional da pena pode ser aplicada
b) a responsabilidade penal, civil e admi- nos casos de condenação a pena pri-
nistrativa decorre de culpa. vativa de liberdade não superior a três
c) mesmo após o pagamento de multa im- anos.
posta pela administração pública resta
o dever do infrator de reparar o dano. 8. (96881) FCC – 2012 – Responsabilidade Pe-
d) o administrador de uma pessoa jurídica nal (Lei nº 9.605/98)
nunca responde penalmente pelos da- No que concerne aos crimes contra o meio
nos causados pela empresa. ambiente, considere:
e) o autor de um crime contra a adminis-
tração ambiental só pode ser funcioná- I – Quem comercializa espécimes com ta-
rio público. manhos inferiores aos permitidos, prove-
nientes de pesca proibida, responde por cri-
6. (96879) FCC – 2012 – Responsabilidade Pe- me contra a fauna.
nal (Lei nº 9.605/98) II – A pesquisa de recursos minerais sem a
Se o resultado de determinado crime am- competente autorização, permissão, con-
biental tiver atingido área integrante de uni- cessão ou licença, constitui crime ambien-
dade de conservação, tem-se como ocorri- tal.
da III – O crime de danificar floresta considera-
a) qualificadora genérica do crime. da de preservação permanente não admite
b) circunstância agravante, desde que não a forma culposa.
constitua ou qualifique o crime. Está correto o que consta SOMENTE em
c) circunstância atenuante do crime.
d) circunstância que impede a aplicação a) I e III.
de pena restritiva de direito. b) I e II.
e) vedação automática da suspensão con- c) II e III.
dicional da pena. d) I.
e) III.
7. (96880) FCC – 2012 – Responsabilidade Pe- 9. (96882) FCC – 2011 – Responsabilidade Pe-
nal (Lei nº 9.605/98) nal (Lei nº 9.605/98)
Sobre a responsabilidade penal prevista na Acatando pedido formulado por uma asso-
Lei Federal no 9.605, de 12/02/1998, é IN- ciação (Organização Não Governamental −
CORRETO afirmar que ONG), em ação civil pública, o Juiz de Direi-
a) a responsabilidade das pessoas jurídi- to da comarca concede liminar impedindo a
cas não exclui a das pessoas físicas, au- reforma da fachada do prédio de um clube,
toras, coautoras ou partícipes do mes- construído há cerca de cem anos, bem este
mo fato. que, apesar de não ter sido tombado pelo
b) para imposição e gradação da pena, o órgão estadual do patrimônio histórico e
juiz levará em conta apenas os requisi- cultural, é considerado pela comunidade lo-
tos do Código Penal. cal como parte de seu patrimônio histórico.
c) o baixo grau de instrução ou escolarida- O presidente do clube dizendo-se amparado
de do agente configura causa atenuante por decisão da diretoria, intimado da ordem
da pena. judicial, determina a destruição da parte ex-
d) cometer infração ambiental aos domin- terna do imóvel, o que se realiza em poucas
gos configura circunstância agravante horas. Esta conduta, do ponto de vista pe-
da pena. nal, pode ser considerada

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a) atípica, porque inexiste um tipo penal blico, bem como dele obter subsídios,
correspondente no Código Penal e na subvenções ou doações.
legislação ambiental.
b) infração penal tipificada no art. 163 do 11. (96884) FCC – 2010 – Responsabilidade Pe-
Código Penal, que configura crime de nal (Lei nº 9.605/98)
dano.
Nos crimes ambientais,
c) atípica, como crime ambiental previsto
na Lei no 9.605/98,na seção IV do Ca- a) é cabível a transação penal, se a infra-
pítulo V, que trata dos “Crimes contra ção for de menor potencial ofensivo e
o Ordenamento Urbano e o Patrimônio desde que haja prévia composição do
Cultural”, porque o imóvel não se en- dano ambiental, salvo em caso de com-
contrava tombado pela autoridade ad- provada impossibilidade.
ministrativa competente. b) a suspensão condicional da pena pode
d) típica, como crime ambiental previsto ser aplicada nos casos de condenação
na Lei no 9.605/98, na seção IV do Ca- a pena privativa de liberdade não supe-
pítulo V, que trata dos “Crimes contra rior a quatro anos.
o Ordenamento Urbano e o Patrimônio c) a pena de multa poderá ser aumentada
Cultural”. até cinco vezes, ainda que aplicada no
e) crime de resistência, previsto no art. valor máximo, tendo em vista o valor da
329 do Código Penal. vantagem econômica auferida.
d) a pessoa jurídica poderá ser condenada
10. (96883) FCC – 2011 – Responsabilidade Pe- a pena de proibição de contratar com o
nal (Lei nº 9.605/98), Responsabilidade Ad- Poder Público por até quinze anos.
ministrativa (Lei nº 9.605/98) e) a reparação do dano ambiental deve
ocorrer até o término do prazo da sus-
Em razão da prática de crime previsto na pensão condicional do processo, não se
Lei no 9.605/98, as pessoas jurídicas, desde admitindo prorrogação.
que a infração tenha sido cometida por de-
cisão de seu representante legal ou contra- 12. (96885) FCC – 2010 – Responsabilidade Pe-
tual ou de seu órgão colegiado, no interesse nal (Lei nº 9.605/98)
ou benefício da sua entidade, podem ser
sancionadas com: A conduta consistente em destruir ou dani-
ficar floresta de preservação permanente é
a) multa, penas restritivas de direitos ou
a) objeto de tipo penal autônomo.
de prestação de serviços à comunidade,
b) circunstância agravante do crime de
isolada, cumulativa ou alternativamen-
dano à unidade de conservação.
te.
c) circunstância agravante do crime de
b) multa e obrigação de ressarcir o dano
dano à reserva legal.
ambiental causado.
d) atípica, consistindo apenas em infração
c) multa e prestação de serviços à comuni-
administrativa.
dade.
e) atípica, sem também ensejar infração
d) declaração de perda da personalidade
administrativa.
jurídica com consequente responsabili-
dade pessoal dos sócios.
13. (96409) CESPE – 2010 – Responsabilidade
e) penas restritivas de direitos, consisten-
Penal (Lei nº 9.605/98)
tes em suspensão parcial ou total de
atividades, interdição temporária de Cardoso resolveu, por conta própria, criar
estabelecimento, obra ou atividade ou um parcelamento de solo em área pública
proibição de contratar com o Poder Pú- sem registro em cartório. Colocou pique-

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tes demarcando os lotes e pediu para Car- 16. (96871) FCC – 2012 – Responsabilidade Ad-
los, corretor de imóveis, vender os lotes, ministrativa (Lei nº 9.605/98)
com o que este concordou. Considerando
essa situação hipotética e o previsto na Lei Admite-se prescrição intercorrente em pro-
de Parcelamento de Solo Urbano (Lei n.º cesso administrativo para aplicação de san-
6.766/1979), as condutas de Cardoso e Car- ção administrativa ambiental, no caso de
los constituem, respectivamente, a) instrução deficiente do processo, que
a) crime e contravenção penal. demande a realização de novas diligên-
b) infração administrativa e atividade ilíci- cias pela autoridade processante.
ta. b) falta de identificação do agente, que
c) atividade ilícita e infração administrati- leve à suspensão do processo decorren-
va. te de auto de infração por 1 (um) ano.
d) contravenção penal e crime. c) paralisação do processo por mais de 3
e) crime e crime. (três) anos, quando pendente de jul-
gamento ou despacho pela autoridade
14. (96638) FCC – 2015 – Responsabilidade Pe- administrativa.
nal (Lei nº 9.605/98) d) decurso do prazo de 5 (cinco) anos en-
tre a instauração do processo e seu
Nas infrações penais previstas na Lei de Cri- trânsito em julgado na esfera adminis-
mes Ambientais Lei nº 9.605/98, a ação pe- trativa.
nal é e) suspensão do feito por prazo maior do
a) pública incondicionada, pública condi- que aquele definido pela legislação pe-
cionada à representação ou privada, a nal para a prescrição do crime respecti-
depender do tipo penal. vo, quando a infração também for capi-
b) pública incondicionada. tulada como tipo penal.
c) pública incondicionada ou pública con-
dicionada à representação, a depender 17. (96100) FCC – 2015 – Responsabilidade Pe-
do tipo penal. nal (Lei nº 9.605/98)
d) pública incondicionada ou privada, a O auditor contratado por uma indústria pe-
depender do tipo penal. troquímica apurou, por meio de seu traba-
e) pública condicionada à representação lho, conduta da empresa, ordenada por seu
ou privada, a depender do tipo penal. diretor (representante contratual), tipifica-
da como crime ambiental pela Lei Federal
15. (96098) FCC – 2015 – Responsabilidade Ad- nº 9.605/98. Podendo agir para fazer cessar
ministrativa (Lei nº 9.605/98) o crime ambiental, quedou-se inerte. Neste
O auto de infração ambiental é um ato ad- caso, a responsabilidade penal recairá
ministrativo a) sobre a pessoa jurídica, o diretor da
a) dotado de presunção absoluta de legali- empresa e o auditor contratado.
dade e relativa de veracidade. b) apenas sobre o auditor contratado.
b) dotado de presunção relativa de legali- c) apenas sobre o diretor da empresa.
dade e absoluta de veracidade. d) somente sobre a pessoa jurídica.
c) desprovido de presunção de veracida- e) apenas sobre o diretor da empresa e a
de. pessoa jurídica.
d) dotado de presunção relativa de legali-
dade e veracidade.
e) dotado de presunção absoluta de legali-
dade e veracidade.

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18. (96101) FCC – 2015 – Responsabilidade Pe- a) o sujeito passivo do delito praticado por
nal (Lei nº 9.605/98) Carlos é o espécime da fauna silvestre
mantido em cativeiro.
José responde ação penal por manter em b) será possível substituir pena privativa
guarda doméstica animal silvestre não con- de liberdade que eventualmente seja
siderado ameaçado de extinção. O fato é imposta a Carlos por pena restritiva de
a) crime punido com detenção de seis direitos somente se o crime for conside-
meses a um ano ou multa. rado culposo.
b) atípico. c) caso Carlos seja condenado, o juiz po-
c) crime, podendo o juiz, considerando as derá, com base nas circunstâncias espe-
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. cíficas, deixar de aplicar a pena.
d) contravenção penal. d) se Carlos provar que a arara-azul nas-
e) crime hediondo. ceu em cativeiro, e, portanto, não se
trata de animal silvestre, isso afastará a
19. (107381) FCC – 2013 – Responsabilidade tipicidade da sua conduta.
Penal (Lei nº 9.605/98) e) o órgão responsável pela lavratura do
auto deveria fazer constar do documen-
Pedro, em estado de necessidade, para sa- to a determinação, a Carlos, de enca-
ciar sua fome e de sua família, composta minhamento da arara-azul a instituição
por esposa e cinco filhos, abateu animal da especializada na guarda e cuidados ani-
fauna amazônica. Segundo a Lei Federal nº mais — um estabelecimento comercial,
9.605/98, que dispõe sobre as sanções pe- do ramo aviário, por exemplo —, sob
nais e administrativas derivadas de condu- pena de agravamento da eventual puni-
tas e atividades lesivas ao meio ambiente, ção.
tal fato
a) é tipificado como crime. 21. (107387) CESPE – 2015 – Instrumentos da
b) é tipificado como contravenção penal. Política Nacional do Meio Ambiente, Po-
c) é tipificado como crime, sendo a situa- lítica Nacional do Meio Ambiente (Lei nº
ção descrita circunstância atenuante da 6.938/81), Política Nacional dos Resíduos
pena. Sólidos (Lei nº 12.305/2010), Responsabili-
d) não é considerado crime. dade Penal (Lei nº 9.605/98), Responsabili-
e) é tipificado como crime, sendo a ação dade Civil por Danos Ambientais, Responsa-
penal neste caso pública condicionada bilidade Administrativa (Lei nº 9.605/98)
à representação. Na zona costeira nordestina, uma empresa
estrangeira construiu um empreendimento
20. (107384) CESPE – 2015 – Responsabilidade turístico hoteleiro de grande porte próxi-
Penal (Lei nº 9.605/98) mo ao mar, sem o licenciamento ambien-
tal prévio exigido por lei, ocupando ilegal-
Carlos foi autuado pela prática do crime
mente área de preservação permanente na
previsto no art. 29 da Lei n.º 9.605/1998
margem de um rio e afetando diretamente
(apanhar espécime da fauna silvestre sem
uma comunidade lindeira composta em sua
autorização), por manter em sua residência,
maioria por pescadores. Seis meses após
sem autorização da autoridade ambiental,
a inauguração do empreendimento, o em-
uma arara-azul, animal não ameaçado de
presário estrangeiro vendeu o negócio a
extinção.
uma empresa brasileira, que vem operan-
Nessa situação hipotética, do o hotel há cerca de um ano, sem, con-
tudo, ter efetuado ainda a regularização do
licenciamento ambiental. Além disso, após

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reclamações provenientes da comunidade obra ou atividade e suspensão parcial
afetada, foram constatados os seguintes ou total de atividades.
problemas: ausência de recolhimento e de e) interdição permanente de estabeleci-
disposição adequados dos resíduos líquidos mento, obra ou atividade e suspensão
e sólidos, com prejuízos ao bem-estar da re- parcial ou total de atividades.
ferida comunidade; e impedimento de livre
acesso à praia, o que prejudicou as ativida- 23. (107359) FCC – 2013 – Novo Código Flo-
des econômicas dos pescadores da comuni- restal Brasileiro (Lei nº 12.651/12), Lei das
dade. Competências Administrativas Ambientais
– Lei Complementar nº 140/11, Responsa-
Com referência a essa situação hipotética, bilidade Penal (Lei nº 9.605/98)
julgue o item a seguir em consonância com
as normas ambientais e a jurisprudência Marius provocou incêndio culposo em
pertinente. mata. Neste caso, ele praticou conduta
A legislação veda a aplicação de multa no a) tipificadora de crime contra o meio am-
caso de responsabilização administrativa do biente passível de pena de detenção e
empreendimento por não elaborar o prévio multa.
licenciamento ambiental, devendo ser apli- b) atípica, mas considerada infração admi-
cada advertência com a indicação de prazo nistrativa.
para a regularização do licenciamento junto c) tipificadora de crime contra o meio am-
ao órgão competente. biente passível apenas de pena de de-
tenção.
( ) Certo   ( ) Errado d) atípica e também não considerada in-
fração administrativa.
22. (107344) FCC – 2015 – Responsabilidade e) tipificadora de crime contra o meio am-
Penal (Lei nº 9.605/98) biente passível apenas de pena de mul-
ta limitada a dez salários mínimos.
São penas restritivas de direitos da pessoa
jurídica que pratica crime ambiental: 24. (107347) FCC – 2015 – Responsabilidade
a) proibição de contratar com o Poder Pú- Penal (Lei nº 9.605/98), Instrumentos da
blico, bem como dele obter subsídios, Política Nacional do Meio Ambiente, Po-
subvenções ou doações, interdição lítica Nacional do Meio Ambiente (Lei nº
temporária de estabelecimento, obra 6.938/81)
ou atividade e suspensão parcial ou to- Por decisão do representante contratual
tal de atividades. da Empresa BETA, que produz fertilizante
b) suspensão apenas parcial de atividades agrícola, alguns funcionários, inclusive o
e interdição permanente de estabeleci- próprio representante contratual, utiliza-
mento, obra ou atividade. ram espécimes da fauna silvestre em rota
c) proibição de contratar com o Poder Pú- migratória, sem a devida permissão, licença
blico, bem como dele obter subsídios, ou autorização, em pesquisa realizada sem
subvenções ou doações e interdição o conhecimento da empresa e divorciada
permanente de estabelecimento, obra de qualquer atividade de interesse ou que
ou atividade. pudesse trazer algum benefício, ainda que
d) proibição, que não poderá exceder o indireto, para ela. A empresa
prazo de 5 anos, de contratar com o Po-
der Público, bem como dele obter sub- a) poderá ser responsabilizada no campo
sídios, subvenções ou doações, inter- do direito penal, a depender de outros
dição temporária de estabelecimento, elementos, uma vez que a conduta pra-

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ticada é tipificada como contravenção a) pratica conduta atípica.


penal. b) incorre nas mesmas penas.
b) será responsabilizada no campo do di- c) incorre nas mesmas penas, mas terá a
reito penal, uma vez que a conduta pra- pena corporal reduzida de um sexto a
ticada é tipificada como crime. um terço.
c) não será responsabilizada no campo do d) estará sujeito apenas a aplicação da pe-
direito penal. nalidade de multa.
d) será responsabilizada no campo do di- e) incorre nas mesmas penas, mas terá a
reito penal, uma vez que a conduta pra- pena corporal reduzida à metade.
ticada é tipificada como contravenção
penal. 27. (107354) FCC – 2015 – Política Nacional do
e) não será responsabilizada no campo do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81), Respon-
direito penal porque o fato é atípico. sabilidade Penal (Lei nº 9.605/98)

25. (107351) FCC – 2015 – Responsabilidade Segundo a Lei nº 6.938/1981, o poluidor


Penal (Lei nº 9.605/98) que expuser a perigo a incolumidade huma-
na, animal ou vegetal, ou estiver tornando
A respeito dos Crimes contra o Meio Am- mais grave situação de perigo existente, fica
biente previstos na Lei nº 9.605/1998, con- sujeito à pena de reclusão de 1 a 3 anos e
sidere: multa de 100 a 1.000 MVR. A pena é au-
I – O crime de provocar incêndio em mata mentada até o dobro se
ou floresta admite a forma culposa. a) o crime for praticado durante o dia e
II – Só a fauna silvestre pode ser objeto do em dias úteis.
crime de tratar animal com crueldade. b) resultar em dano reversível à fauna e a
III – A pessoa jurídica não pode ser sujeito flora.
ativo do crime de pesca mediante utilização c) a poluição for decorrente de atividade
de explosivos. industrial ou de transporte.
d) resultar em dano reversível, ao meio
Está correto o que se afirma APENAS em ambiente antrópico.
a) I e II. e) a poluição for decorrente exclusivamen-
b) I. te de práticas comerciais.
c) II e III.
d) I e III. 28. (107369) FCC – 2013 – Responsabilidade
e) III. Administrativa (Lei nº 9.605/98)

26. (107364) FCC – 2013 – Responsabilidade Com relação aos prazos prescricionais do
Penal (Lei nº 9.605/98) poder de polícia sancionador de infrações
administrativas ambientais, é correto afir-
Considera-se condutas tipificadoras de cri- mar que
me contra o meio ambiente passível da apli-
cação de pena de detenção de seis meses a) a prescrição varia conforme a gravidade
a um ano, e multa: matar, perseguir, caçar, da infração.
apanhar, utilizar espécimes da fauna silves- b) a extinção da pretensão punitiva pela
tre, nativos ou em rota migratória, sem a prescrição estende-se à esfera cível.
devida permissão, licença ou autorização da c) caso a infração administrativa também
autoridade competente, ou em desacordo seja capitulada como crime, o prazo
com a obtida. Neste caso, quem modifica, prescricional é aquele da lei penal.
danifica ou destrói ninho, abrigo ou cria- d) não são admitidas hipóteses de prescri-
douro natural ção intercorrente.

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e) o prazo prescricional é sempre de 5 b) No exercício do poder de polícia admi-
(cinco) anos, contado da data da prática nistrativa, o órgão ambiental poderá
do ato ou da sua cessação, no caso de aplicar sanções referentes a condutas
infração permanente ou continuada. lesivas ao meio ambiente, bastando
que estas, em consonância com o prin-
29. (96872) FCC – 2011 – Responsabilidade Ad- cípio da taxatividade, estejam expressa
ministrativa (Lei nº 9.605/98) e previamente tipificadas em portaria
ou resolução do Conselho Nacional do
O art. 72 da Lei no 9.605/98 elenca o rol de Meio Ambiente.
sanções administrativas cabíveis no caso de c) A implantação de reserva legal florestal
infração administrativa ao meio ambiente e em imóvel rural gera, para o proprie-
prevê como a primeira delas (inc. I) a pena tário, direito a indenização, em face da
de advertência, sobre a qual é correto afir- limitação ao potencial econômico do
mar: bem.
a) Trata-se de mera admoestação sem d) A fixação de um regime peculiar de frui-
consequência alguma, exceto a de ção de um bem imóvel em área mere-
constar nos antecedentes do infrator, cedora de especial proteção, em razão
podendo, por isso mesmo, ser aplicada de sua relevância ambiental, nem sem-
independentemente da instauração do pre dependerá de desapropriação pelo
devido processo legal. poder público.
b) Trata-se de sanção como outra qual-
quer e que não é pressuposto para a 31. (94377) FCC – 2014 – Responsabilidade Pe-
aplicação das demais. nal (Lei nº 9.605/98)
c) Trata-se de sanção que deve preceder Dispõe o art. 49 da Lei nº 9.605/1998 que é
a aplicação das demais e que, por isso crime destruir, danificar, lesar ou maltratar,
mesmo, é a primeira a ser prevista. por qualquer modo ou meio, plantas de or-
d) Trata-se de sanção que pode ser aplica- namentação de logradouros públicos ou em
da de plano, sem necessidade de con- propriedade privada alheia, com pena de
traditório, face ao princípio da verdade detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa iso-
sabida. lada ou cumulativa. Estipula-se ainda moda-
e) Trata-se de sanção que, por suas pró- lidade culposa da conduta, com pena de 1 a
prias características, deve ser aplicada 6 meses de detenção ou multa. Trata-se de
em conjunto com outras previstas nos dispositivo que, não raramente, recepciona
vários incisos do referido artigo. críticas acerbas de seus comentaristas. Fos-
se o caso de acompanhá-los, os conjuntos
30. (96377) CESPE – 2007 – Responsabilidade de fundamentos ou princípios que estão
Administrativa (Lei nº 9.605/98) mais diretamente tensionados por esse tre-
Com relação aos mecanismos de tutela ad- cho de nossa lei ambiental são:
ministrativa do meio ambiente, assinale a a) fragmentariedade, imputabilidade, irre-
opção correta. petibilidade e causalidade.
a) No exercício do poder de polícia admi- b) intervenção mínima, igualdade, publici-
nistrativa, o órgão ambiental pode la- dade e responsabilidade subjetiva.
vrar autos de infração e aplicar multas c) legalidade, ofensividade, subsidiarieda-
apenas nos casos em que a conduta le- de e proporcionalidade.
siva ao meio ambiente estiver descrita d) culpabilidade, adequação social, indivi-
em lei como crime ambiental. dualização e taxatividade.

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e) pessoalidade, humanidade, dignidade e delinquere non potest seria aplicável à pes-


necessidade. soa jurídica

32. (96342) CESPE – 2008 – Responsabilidade a) porque ela é incapaz de produzir con-
Penal (Lei nº 9.605/98) duta no sentido técnico-normativo do
termo.
Acerca das leis penais especiais, julgue o b) porque ela não é continente para um
item a seguir (Certo ou Errado). juízo de imputação penal.
c) porque ela não tem como ser sujeito de
Em crimes ambientais, em se tratando de sanção penal.
condutas e atividades lesivas ao meio am- d) quando ela for imputada de modo iso-
biente, poderá haver a responsabilização lado e dissociado de pessoas físicas.
penal da pessoa jurídica, desde que a infra- e) quando ela for imputada em conjunto
ção seja cometida por decisão de seu repre- com pessoas físicas.
sentante legal, no interesse da sua entida-
de. 35. (96321) CESPE – 2011 – Responsabilidade
( ) Certo   ( ) Errado Administrativa (Lei nº 9.605/98), Responsa-
bilidade Penal (Lei nº 9.605/98), Responsa-
bilidade Civil por Danos Ambientais
33. (94389) FCC – 2014 – Responsabilidade Pe-
nal (Lei nº 9.605/98) Relativamente à responsabilização por dano
ambiental e ao poder de polícia ambiental,
Provou-se em ação penal que a empre- assinale a opção correta.
sa Alfa Ltda. foi constituída com o fim de
facilitar a prática de crime definido na a) O prejuízo do dano ambiental alcança
Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº o próprio ambiente e terceiros, e, nes-
9.605/1998). De acordo com a citada Lei, o se sentido, o poluidor é obrigado, inde-
Juiz, na sentença, deverá pendentemente da existência de culpa,
a indenizar ou reparar os danos causa-
a) suspender as atividades da empresa dos em razão de sua atividade.
pelo prazo máximo de 5 anos. b) Na aplicação de penalidades como a ad-
b) decretar a liquidação forçada da empre- vertência e a multa, a autoridade com-
sa, sendo seu patrimônio considerado petente deverá observar tão somente a
instrumento do crime e como tal perdi- gravidade do fato e os antecedentes do
do em favor do Fundo Penitenciário Na- infrator quanto ao cumprimento da le-
cional. gislação ambiental, sem considerações
c) dar ciência ao Ministério Público para de ordem pessoal como, por exemplo, a
que apure eventuais irregularidades no situação econômica do infrator.
campo do direito civil. c) São autoridades competentes para
d) notificar a Junta Comercial. lavrar auto de infração ambiental os
e) proibir a empresa de operar sem licen- funcionários de órgãos ambientais in-
ça ambiental. tegrantes do Sistema Nacional de Meio
Ambiente, mas a atribuição para instau-
34. (94400) FCC – 2014 – Responsabilidade Pe- rar o processo administrativo pertence,
nal (Lei nº 9.605/98) privativamente, aos dirigentes dos ór-
gãos ambientais, conforme definido em
Segundo a jurisprudência hoje dominante
lei.
no Superior Tribunal de Justiça, no âmbito
d) A responsabilidade das pessoas jurídi-
dos crimes ambientais a máxima societas
cas, na esfera administrativa, civil e pe-

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nal, por infração cometida por seu re- 37. (96325) CESPE – 2011 – Responsabilidade
presentante legal ou contratual, ou por Civil por Danos Ambientais, Responsabilida-
seu órgão colegiado, em benefício da de Penal (Lei nº 9.605/98), Responsabilida-
entidade, afasta a responsabilidade das de Administrativa (Lei nº 9.605/98)
pessoas físicas coautoras ou partícipes
do mesmo fato. No que se refere à proteção judicial e à res-
e) A prestação de serviços à comunidade ponsabilidade em matéria ambiental, assi-
é pena restritiva de direitos aplicável nale a opção correta.
às pessoas físicas, mas não às jurídicas, a) Para efeito de responsabilidade admi-
às quais somente se aplicam a pena de nistrativa, considera-se infração admi-
multa e as restritivas de direitos que im- nistrativa ambiental toda ação ou omis-
pliquem suspensão parcial ou total de são que viole as regras jurídicas de uso,
atividades, a interdição temporária de gozo, promoção, proteção e recupera-
estabelecimento, obra ou atividade e a ção do ambiente, podendo qualquer
proibição de contratar com o poder pú- pessoa que constatar infração ambien-
blico, bem como dele obter subsídios. tal dirigir representação às autoridades
competentes para que exerçam o poder
36. (96323) CESPE – 2012 – Responsabilidade de polícia.
Penal (Lei nº 9.605/98), Responsabilidade b) As pessoas jurídicas podem ser respon-
Administrativa (Lei nº 9.605/98), Responsa- sabilizadas, administrativa, civil e pe-
bilidade Civil por Danos Ambientais nalmente, por crimes ambientais, nos
Acerca da responsabilidade ambiental, assi- casos em que a infração seja cometida
nale a opção correta. por decisão de seu representante legal
ou contratual, ou de seu órgão colegia-
a) As ações penais por crimes ambientais do, no interesse ou benefício da sua en-
previstos na Lei n.º 9.605/1998 são pú- tidade; contudo, nesse caso, a respon-
blicas incondicionadas ou condiciona- sabilidade das pessoas jurídicas exclui a
das à representação. das pessoas físicas, autoras, coautoras
b) Em matéria ambiental, a responsabili- ou partícipes do mesmo fato.
dade por ilícitos é sempre objetiva, dis- c) Suponha que determinado indivíduo
pensando-se a comprovação de culpa tenha praticado caça em propriedade
em sentido amplo. particular, sem permissão, licença ou
c) A omissão da autoridade ambiental autorização da autoridade competente,
competente, sendo ela obrigada a agir, ou em desacordo com a licença ou per-
poderá configurar infração administrati- missão obtida. Nessa situação, a com-
va ambiental. petência para julgar o delito será da jus-
d) Os valores arrecadados em decorrên- tiça federal, instância competente para
cia do pagamento de multas por infra- processar e julgar os crimes praticados
ção ambiental devem ser integralmente contra a fauna.
revertidos ao Fundo Nacional do Meio d) Na hipótese de uma pessoa praticar, em
Ambiente. período proibido, pesca em rio que sir-
e) Entre os efeitos da condenação por cri- va de limite entre dois estados, a com-
me ambiental inclui-se a apreensão de petência para o processo e o julgamen-
produtos dele decorrentes e de instru- to será da justiça estadual de qualquer
mentos utilizados para cometê-lo, salvo dos estados envolvidos.
os instrumentos lícitos. e) A pessoa jurídica de direito público ou
privado responsável, direta ou indire-
tamente, por atividade causadora de

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degradação ambiental fica obrigada, in- c) As pessoas jurídicas de direito público


dependentemente de culpa, a indenizar não podem ser responsabilizadas admi-
ou reparar os danos causados ao am- nistrativamente por dano ambiental.
biente; o que se refere a pessoa física, d) Por iniciativa privativa do poder públi-
porém, faz-se necessário o elemento co, é possível a celebração de termo de
subjetivo para configurar sua responsa- compromisso entre os órgãos ambien-
bilidade civil. tais competentes e as pessoas físicas ou
jurídicas Responsáveis por estabeleci-
38. (96331) CESPE – 2009 – Responsabilidade mentos e atividades considerados efeti-
Administrativa (Lei nº 9.605/98) va ou potencialmente poluidores. Uma
vez assinado, esse termo terá força de
As sanções administrativas de cunho am- título executivo extrajudicial e impedirá
biental encontram-se previstas em diferen- a execução de quaisquer multas even-
tes normas do SISNAMA, entre elas a Lei tualmente aplicadas.
n.º 9.605/1998. As sanções administrativas e) Na persecução administrativa por dano
previstas nessa lei não incluem a ambiental, aplica-se o princípio da sub-
a) advertência. sunção, segundo o qual a infração de
b) multa diária. menor gravidade é absorvida pela de
c) multa simples. maior gravidade quando ambas são
d) falência da empresa. praticadas concomitantemente.
e) destruição ou inutilização de produto.
40. (96337) CESPE – 2012 – Responsabilidade
39. (96336) CESPE – 2012 – Responsabilidade Penal (Lei nº 9.605/98)
Administrativa (Lei nº 9.605/98), Responsa- De acordo com a Lei dos Crimes Ambientais,
bilidade Penal (Lei nº 9.605/98) constituem penas restritivas de direito
Com base no que dispõe a lei que trata dos a) o recolhimento domiciliar e a prisão
crimes ambientais, assinale a opção correta simples.
acerca da responsabilidade por dano am- b) a interdição definitiva de direitos e a
biental. prestação pecuniária.
a) A lei em questão considera que o ato c) a suspensão parcial ou total de ativida-
do representante legal ou contratual des e a interdição definitiva do direito
da pessoa jurídica que constitua crime de transitar em unidades de conserva-
ambiental é, por vinculação, também ção.
crime da pessoa jurídica, independen- d) a prestação de serviços à comunidade e
temente de resultar em benefício para a interdição temporária de direitos.
a entidade. e) o recolhimento domiciliar e a obrigato-
b) A extinção de uma pessoa jurídica, sua riedade de participar do curso de edu-
alteração contratual ou qualquer outra cação ambiental.
modificação que implique impedimen-
to na pretensão reparatória de prejuí- 41. (96338) CESPE – 2012 – Responsabilidade
zos causados ao ambiente pode acarre- Penal (Lei nº 9.605/98)
tar a desconsideração da personalidade Com base nos termos da legislação que tra-
jurídica, de modo a responsabilizar seus ta da responsabilização por danos ambien-
sócios para os efeitos de determinadas tais, julgue o item seguinte.
obrigações.
Tratando-se de matéria ambiental, admite-
-se a desconsideração da pessoa jurídica

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sempre que sua personalidade seja obstá- e) A responsabilidade penal por crimes
culo ao ressarcimento de prejuízos causa- ambientais está integralmente ampara-
dos à qualidade do meio ambiente. da no princípio da culpabilidade; desse
modo, os tipos penais previstos na lei
( ) Certo   ( ) Errado que dispõe sobre os crimes ambientais
(Lei n.º 9.605/1998) só se consumam se
42. (96339) CESPE – 2012 – Responsabilidade os delitos forem praticados dolosamen-
Penal (Lei nº 9.605/98) te.

Julgue o item que se segue, referente a áre- 44. (96341) CESPE – 2009 – Responsabilidade
as de preservação permanente, unidades Penal (Lei nº 9.605/98)
de conservação e crimes ambientais.
Com relação aos crimes contra o meio am-
É circunstância agravante da pena o fato de biente, a fauna e a flora, assinale a opção
o agente ter cometido crime ambiental no correta.
interior de espaço territorial especialmente
protegido, salvo quando a referida localiza- a) A extração de areia em floresta de do-
ção constituir ou qualificar o crime. mínio público independe de autoriza-
ção, e, portanto, não é considerada cri-
( ) Certo   ( ) Errado me quando for destinada a manutenção
de viveiro de avifauna nativa.
b) Abater um animal para proteger lavou-
43. (96340) CESPE – 2011 – Responsabilidade ra é um ato que independe de autoriza-
Penal (Lei nº 9.605/98) ção.
Considerando a disciplina legal dos crimes c) Se um indivíduo, em estado de necessi-
contra o meio ambiente, assinale a opção dade, abate um animal para saciar a sua
correta. fome, sua conduta não será considera-
da crime.
a) Incidem nas penas previstas em lei, d) O abate de animal, ainda que este seja
na medida de sua culpabilidade, as considerado nocivo pelo órgão compe-
pessoas que, tendo conhecimento da tente, é considerado crime.
conduta criminosa de alguém contra o e) Os crimes contra a fauna praticados du-
ambiente e podendo agir para evitá-la, rante a noite, aos sábados e aos domin-
deixem de impedir sua prática. gos aumentam as respectivas penas.
b) As sanções penais aplicáveis às pessoas
físicas pela prática de crimes ambien- 45. (96343) CESPE – 2004 – Responsabilidade
tais são as penas restritivas de direitos Penal (Lei nº 9.605/98)
e multa, mas não, as privativas de liber-
É apresentada uma situação hipotética, se-
dade.
guida de uma assertiva a ser julgada.
c) Por se tratar de ente fictício, a pessoa
jurídica não pode ser sujeito ativo dos Bartolomeu, pessoa com baixo grau de ins-
crimes ambientais. trução, foi preso em flagrante pela prática
d) O ato de soltar balões somente se ca- de ato definido como crime contra a fauna.
racteriza como crime contra o meio am- Nessa situação, o baixo grau de instrução de
biente se, em consequência da condu- Bartolomeu não exclui a sua culpabilidade,
ta, houver incêndio em floresta ou em mas constitui circunstância que atenuaria a
outras formas de vegetação, em áreas sua pena no caso de eventual condenação
urbanas ou em qualquer tipo de assen- penal.
tamento humano.
( ) Certo   ( ) Errado

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46. (96358) CESPE – 2007 – Responsabilidade rebanho da ação predatória do animal. Nes-
Penal (Lei nº 9.605/98) sa situação, o fato é atípico, pois a legislação
ambiental expressamente prevê essa exclu-
Assinale a opção correta no que se refere à dente.
tutela ambiental penal do meio ambiente.
( ) Certo   ( ) Errado
a) Em razão da prática de crime ambien-
tal, são aplicáveis às pessoas jurídicas,
de forma isolada ou cumulativa, penas 48. (96347) CESPE – 2008 – Responsabilidade
de multa, suspensão total ou parcial de Penal (Lei nº 9.605/98)
atividades, interdição temporária, proi-
bição de recebimento de subvenções Acerca das disposições expressas na legisla-
ou subsídios, prestação de serviços à ção ambiental, julgue o item a seguir
comunidade, independentemente da Constitui crime cuja pena é de seis meses
obrigação de reparar os prejuízos cau- a um ano e multa, matar, perseguir, caçar,
sados. apanhar ou utilizar espécimes da fauna sil-
b) Nos crimes ambientais, a aplicação de vestre, nativos ou em rota migratória, em
pena de multa decorrente de sentença desacordo com as prescrições legais per-
transitada em julgado impede a comi- tinentes. Assim, diante de uma ocorrên-
nação de multa por infração administra- cia policial dessa natureza e não havendo
tiva relativamente ao mesmo fato, em causas de aumento de pena, a autoridade
razão do princípio do non bis in idem. policial competente deverá lavrar termo
c) Admite-se, na legislação brasileira, em circunstanciado, em face da incidência de
caráter excepcional, a responsabilida- delito de menor potencial ofensivo.
de penal objetiva da pessoa jurídica por
crime ambiental, exigindo-se, para sua ( ) Certo   ( ) Errado
caracterização, a culpabilidade social da
empresa.
49. (96348) CESPE – 2008 – Responsabilidade
d) Na hipótese de o diretor de uma em-
Penal (Lei nº 9.605/98)
presa determinar a seus empregados
que utilizem veículos e instrumentos a Acerca das disposições expressas na legisla-
ela pertencentes, em horário normal de ção ambiental, julgue o item a seguir
expediente, para extraírem e transpor-
tarem madeira de lei, sem autorização A ação penal para todos os delitos previstos
do órgão ambiental competente, des- na lei que dispõe acerca das sanções penais
tinada a construção particular daquele e administrativas derivadas de condutas e
dirigente, fica caracterizada a respon- atividades lesivas ao meio ambiente é, ex-
sabilidade penal da pessoa jurídica e da clusivamente, pública incondicionada.
pessoa física. ( ) Certo   ( ) Errado

47. (96345) CESPE – 2008 – Responsabilidade


Penal (Lei nº 9.605/98) 50. (96349) CESPE – 2002 – Responsabilidade
Penal (Lei nº 9.605/98)
Acerca das disposições expressas na legisla-
ção ambiental, julgue o item a seguir Acerca dos crimes contra o meio ambiente
julgue o item a seguir
Considere que um fazendeiro, nos limites
de sua propriedade rural, abata espécime Considere a seguinte situação hipotética.
da fauna silvestre brasileira sem autorização Paulo, cortando clandestinamente várias
do órgão competente, visando proteger seu madeiras de lei, promoveu um desmata-

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mento com queimada e cozimento de car- 53. (96352) CESPE – 2010 – Responsabilidade
vão em mata localizada em sua propriedade Penal (Lei nº 9.605/98)
rural, sem a devida autorização legal. Nessa Assinale a opção correta no que se refere
situação, Paulo praticou crime contra a flora à responsabilização penal em matéria am-
e deverá ser processado e julgado perante a biental.
justiça federal.
a) Em caso de responsabilidade penal am-
( ) Certo   ( ) Errado biental, não se aplica a pena de presta-
ção social alternativa.
51. (96350) CESPE – 2002 – Responsabilidade b) Uma madeireira sem licença ambiental
Penal (Lei nº 9.605/98) que, com o conhecimento de seu repre-
sentante legal, devaste a floresta na re-
Acerca dos crimes contra o meio ambiente gião amazônica, para cumprir contrato
julgue o item a seguir de fornecimento de madeira a cliente,
Considere a seguinte situação hipotética. cometerá crime contra a flora, podendo
Sílvio e Henrique, representantes legais da ser responsabilizada com o pagamento
sociedade comercial denominada Madeirei- de multa ou mesmo ser condenada a
ra Brasil Ltda., determinaram que os empre- pena restritiva de direito.
gados da empresa cortassem árvores em c) Não caberá imputação de responsa-
uma floresta considerada de preservação bilidade penal a estrangeiro residente
permanente, sem autorização da autorida- em área ribeirinha nas imediações da
de competente, para que as madeiras fos- cidade de Manaus que cometa crime
sem posteriormente comercializadas. Nessa de poluição tipificado na Lei de Crimes
situação, a pessoa jurídica poderá ser res- Ambientais.
ponsabilizada penalmente e, na hipótese de d) Um residente de cidade marginal a um
condenação, ser imposta pena de prestação igarapé, afluente do rio Negro, preso
de serviços à comunidade. portando espécimes de animais sel-
vagens em extinção, aprisionados em
( ) Certo   ( ) Errado gaiolas e prontos para serem transpor-
tados para fora do território nacional,
não pode alegar arrependimento como
52. (96351) CESPE – 2002 – Responsabilidade circunstância atenuante em seu favor.
Penal (Lei nº 9.605/98) e) A ação de proteção da floresta amazô-
Acerca dos crimes contra o meio ambiente nica deve ser realizada de forma frag-
julgue o item a seguir mentada, conforme orientação consti-
tucional.
Considere a seguinte situação hipotética.
Em uma blitz, Tiago foi preso em flagrante 54. (96353) CESPE – 2009 – Responsabilidade
por ter em cativeiro, para a venda, trinta ca- Penal (Lei nº 9.605/98)
nários-da-terra. Nessa situação, e de acor-
Com relação à tutela penal do meio am-
do com o atual entendimento do STJ, Tiago
biente, julgue o item seguinte.
responderá por crime contra a fauna peran-
te a justiça federal. As pessoas físicas e as jurídicas estão sujei-
tas às mesmas sanções penais decorrentes
( ) Certo   ( ) Errado
da prática de crime ambiental, quais sejam:
penas privativas de liberdade, restritivas de
direito e multas.
( ) Certo   ( ) Errado

1536 www.acasadoconcurseiro.com.br
PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Penal – Prof. Mateus Silveira

55. (96354) CESPE – 2009 – Responsabilidade em seu habitat, não podendo ser entre-
Penal (Lei nº 9.605/98) gues a jardins zoológicos ou a entidades
similares.
Com relação à tutela penal do meio am-
biente, julgue o item seguinte. 58. (96357) CESPE – 2009 – Responsabilidade
A Lei de Crimes Ambientais prevê a suspen- Penal (Lei nº 9.605/98)
são condicional da pena nos casos de con- De acordo com o que estabelece a legisla-
denação a pena privativa de liberdade não ção de combate aos crimes ambientais,
superior a três anos.
a) é crime abusar de animais domésticos
( ) Certo   ( ) Errado ou domesticados, maltratá-los bem
como realizar experiência dolorosa ou
56. (96355) CESPE – 2009 – Responsabilidade cruel em animal vivo, ainda que para
Penal (Lei nº 9.605/98) fins didáticos ou científicos, quando
existirem recursos alternativos.
Com relação à tutela penal do meio am- b) é contravenção abusar de animais do-
biente, julgue o item seguinte. mésticos ou domesticados, maltratá-los
Elaborar, no licenciamento, estudo parcial- bem como realizar experiência doloro-
mente falso é crime que admite as modali- sa ou cruel em animal vivo, ainda que
dades culposa e dolosa. para fins didáticos ou científicos, salvo
quando estas experiências resultarem
( ) Certo   ( ) Errado em benefícios para a espécie humana.
c) é crime a utilização, ainda que parcial,
do carboidrato, natural ou genetica-
57. (96356) CESPE – 2010 – Responsabilidade mente modificado, na alimentação hu-
Penal (Lei nº 9.605/98) mana e na engorda do gado de corte.
Relativamente à tutela penal do meio am- d) é crime inafiançável executar pesquisa,
biente, assinale a opção correta. lavra ou extração de recursos minerais
ainda que se disponha de competente
a) Não constitui crime o abate de animal autorização, permissão, concessão ou
quando realizado, entre outras hipóte- licença, quando a exploração econômi-
ses, em estado de necessidade, para sa- ca de recursos ambientais não renová-
ciar a fome do agente ou de sua família. veis exceder a três quintos da zona de
b) Constitui crime matar, perseguir, caçar, extração das bacias hidrográficas.
apanhar ou utilizar espécimes da fau-
na silvestre sem a devida permissão, 59. (107371) FCC – 2013 – Responsabilidade
licença ou autorização da autoridade Penal (Lei nº 9.605/98)
competente. Tal proibição não alcança,
entretanto, os espécimes em rota mi- Em casos envolvendo crime ambiental de
gratória que não sejam nativos. menor potencial ofensivo, a suspensão do
c) Comprovada a responsabilidade de processo
pessoa jurídica na prática de crime am- a) é providência necessária, que pode ser,
biental, ficará automaticamente excluí- a qualquer tempo, também condiciona-
da a responsabilidade das pessoas físi- da à proibição de frequentar determi-
cas, autoras, coautoras ou partícipes do nados lugares ou à proibição de ausen-
mesmo fato. tar-se da comarca sem autorização do
d) Os animais ilegalmente caçados que fo- juiz.
rem apreendidos deverão ser libertados

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b) não é cabível, excepcionando as regras
da Lei nº 9.099/95.
c) é condicionada à prévia reparação do
dano ambiental, apurada mediante lau-
do de constatação.
d) poderá ser prorrogada sem tempo má-
ximo de duração, enquanto não for re-
parado o dano ambiental.
e) poderá ser deferida, mas a extinção da
punibilidade depende da reparação do
dano ambiental ou da comprovação de
que o acusado tomou as providências
necessárias à sua reparação integral..

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Gabarito: 1. (94375) A 2. (96097) C 3. (96873) A 4. (96874) B 5. (96877) C 6. (96879) B 7. (96880) B 8. (96881) B 
9. (96882) D 10. (96883) A 11. (96884) A 12. (96885) A 13. (96409) E 14. (96638) B 15. (96098) D 16. (96871) C 
17. (96100) A 18. (96101) C 19. (107381) D 20. (107384) C 21. (107387) Errado 22. (107344) A 23. (107359) A 
24. (107347) C 25. (107351) B 26. (107364) B 27. (107354) C 28. (107369) C 29. (96872) B 30. (96377) D 31. (94377) C 
32. (96342) Certo 33. (94389) B 34. (94400) D 35. (96321) A 36. (96323) C 37. (96325) A 38. (96331) D 39. (96336) B 
40. (96337) D 41. (96338) Certo 42. (96339) Certo 43. (96340) A 44. (96341) C 45. (96343) Certo 46. (96358) A 
47. (96345) Errado 48. (96347) Certo 49. (96348) Certo 50. (96349) Errado 51. (96350) Certo 52. (96351) Errado 
53. (96352) B 54. (96353) Errado 55. (96354) Certo 56. (96355) Certo 57. (96356) A 58. (96357) A 59. (107371) E

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Direito Penal

Professor Leandro Macedo

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Edital

NOÇÕES DE DIREITO PENAL: Lei nº 9.503/1997 e suas alterações (crimes de trânsito – Código
de Trânsito Brasileiro).

BANCA: Cespe
CARGO: Agente de Polícia e Escrivão

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Direito Penal

INTRODUÇÃO

Estudaremos a seguir o tema crimes de trânsito. O conhecimento deste tema é de grande


relevância no estudo da legislação de trânsito.
O aluno deseja uma aula de Direito Penal, mas não a terá. Vamos trabalhar o tema com a
profundidade necessária para que você compreenda as questões sobre crimes de trânsito
comentando cada um dos artigos do CTB.

1. Natureza jurídica dos crimes de trânsito

Os crimes de trânsito ora são classificados como crimes de dano ora como crimes de perigo.
Dano é alteração de um bem, sua diminuição ou destruição; a restrição ou sacrifício de um
interesse jurídico. Perigo é a probabilidade de dano, não a simples possibilidade (Heleno Cláudio
Fragoso, Direção perigosa, Revista de Direito Penal, 13-14:145, Rio de Janeiro, jan./jun.1974).
Ainda quanto ao crime de perigo, sob aspecto objetivo, constitui o conjunto de circunstâncias
que possam fazer surgir o dano; subjetivamente, é integrado pelo juízo do julgador sobre a
probabilidade de dano, calcado na experiência daquilo que normalmente acontece em
determinadas situações e circunstâncias (Heleno Claudio Fragoso, Lições de Direito Penal; a
Nova Parte Geral, 8. ed., Rio de Janeiro, Forense, 1985, p.173, n.142).
Na legislação de trânsito, mais especificamente no capítulo dos crimes de trânsito, encontramos
crimes de dano, apenas os culposos, previstos nos arts. 302 e 303, que se referem aos homicídios
culposos e à lesão corporal culposa, e encontramos também crimes de perigo, previstos nos arts.
304 ao 312, ora de perigo em concreto ora de perigo em abstrato – em ambos os casos sempre
dolosos. O perigo concreto é aquele que precisa ser comprovado, isto é, deve ser demonstrada
a situação de risco corrida pelo bem juridicamente protegido. O policial presente na situação
de perigo irá reconhecê-lo por uma valoração subjetiva da probabilidade de superveniência
de um dano, como excesso de velocidade, trânsito com veículos sobre calçadas. Nos crimes de
perigo em abstrato ou presumido juris et de jure, a situação de perigo não precisa ser provada,
pois a lei contenta-se com a simples prática da ação que pressupõe perigosa.
Para Guilherme de Souza Nucci, crime de trânsito é a denominação dada aos delitos cometidos
na direção de veículos automotores, desde que sejam de perigo – abstrato ou concreto – bem
como de dano, desde que o elemento subjetivo constitua culpa. Não se admite a nomenclatura
de crime de trânsito para o crime de dano, cometido com dolo. Portanto, aquele que utiliza
seu veículo para, propositadamente, atropelar e matar seu inimigo comete homicídio – e não
simples crime de trânsito; e mais continua o ilustre mestre: “constitui-se de perigo abstrato
a figura típica penal cuja probabilidade de ocorrência do dano (perigo) é presumida pelo

www.acasadoconcurseiro.com.br 1543
legislador, independendo de prova no caso concreto. Exemplo: entregar direção de veículo
automotor a pessoa não habilitada (art. 310) é crime de perigo abstrato. Basta a prova da
conduta e presume-se o perigo. Por outro lado, considera-se crime de perigo concreto a figura
típica que, fazendo previsão da conduta, exige prova da efetiva probabilidade de dano a bem
jurídico tutelado. Exemplo: dirigir veículo automotor sem estar devidamente habilitado, gerando
perigo de dano (art. 309). É indispensável que a acusação, além de descrever na denúncia ou
queixa a conduta (dirigir o veículo), faça menção à concreta possibilidade de dano (invadindo a
contramão ou subindo na calçada e quase atingindo pedestres, por exemplo)”.

2. Parte Geral

Vamos estudar nesse tópico as disposições do CTB que tratam da Parte Geral dos Crimes de
Trânsito.
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código,
aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não
dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
Comentário:
Vamos fracionar o dispositivo acima fazendo os comentários pertinentes:

i) Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código – esta
parte do dispositivo nos informa que o CTB, quando trata dos crimes de trânsito, apenas
refere-se a veículos automotores.
Não pode o aluno imaginar que aquele que atropela uma pessoa conduzindo uma bicicleta ou
uma carroça não será penalizado. Será sim! Mas com fundamento no Código Penal (CP) e não
no CTB.

ii) aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este
Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de
1995, no que couber. Vamos estabelecer uma sequência na aplicação da lei, pois aqui deve
ser observado o princípio da especialidade:
•• Tratando-se de crimes de trânsito aplica-se, em primeiro lugar, o CTB, devendo o CP e o CPP
preencher suas lacunas.
•• Dos 11 delitos de trânsito previstos no CTB, pelo menos 8 são crimes de menor potencial
ofensivo (possuem pena máxima até dois anos).
•• Os crimes de menor potencial ofensivo são regulamentados pela Lei nº 9.099/95. Nessa lei,
temos um procedimento judicial sumário (Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO) e
um processo penal “superveloz”, com uma série de possibilidades, acordos ou transações
para evitar o transtorno de sofrer uma condenação criminal. Este processo ocorre no
Juizado Especial Criminal (Jecrim).
•• É oportuno lembrar que uma infração penal de maior potencial tem como regra a
investigação via inquérito policial (procedimento administrativo mais detalhado que o

1544 www.acasadoconcurseiro.com.br
PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Penal – Prof. Leandro Macedo

TCO) e este será encaminhado a Vara Criminal pelo Ministério Público no oferecimento da
denúncia.
•• O artigo 302 trata de um crime em que não há a aplicação da Lei nº 9.099/95.
"§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e
88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do
parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008)
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição
ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade
competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta
quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a
investigação da infração penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)"
Comentário:
Os dispositivos inseridos pela Lei Seca (Lei nº 11.705/08) tratam basicamente da lesão corporal
culposa no trânsito. Vamos à sua análise:
•• Pela pena prevista no artigo 303 (Lesão corporal culposa praticada na direção de veículo
automotor), em regra, temos um crime de menor potencial ofensivo – pena de 6 meses a
2 anos.
Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Veja os dispositivos da Lei nº 9.099/95:
“Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa
ou representação.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação
a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.”
O que devemos saber sobre eles?

i) Composição dos danos civis – o suposto autor do fato pode se compor com a vítima,
mostrando que quer reparar o dano por meio de uma indenização!

www.acasadoconcurseiro.com.br 1545
ii) Transação penal – aqui não há reparação civil, esta é proposta pelo Ministério Público com
a finalidade de substituir a pena e evitar o andamento do processo. Somente ocorre após a
impossibilidade da composição civil dos danos.

iii) Necessidade de representação – o autor da lesão corporal culposa responderá somente se


a vítima ou seu representante legal, manifestar-se positivamente nesse sentido.
Veja a parte final do artigo 291:
Não se aplica a Lei nº 9.099/95 se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
11.705, de 2008)
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência – o dispositivo fala de influência de álcool, podendo, neste caso, ser apurado
mediante todas as provas admitidas no direito, inclusive a testemunhal.
II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela
autoridade competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) – trata-se do condutor que
já estava cometendo o crime de racha (art. 308) e que machuca alguém devendo perder as
benesses da Lei nº 9.099/95. Esse condutor não tem mais direito a composição civil dos danos,
tampouco a transação penal.
III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta
quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) – o aluno não pode confundir esse
dispositivo com a infração do artigo 218 do CTB. Aqui, quando uma via tem como velocidade
máxima 80 Km/h, se o condutor atropela com velocidade acima de 130 km/h, há aplicação do
dispositivo.
As informações relevantes sobre o disposto são as seguintes:
•• Ainda que não se apliquem os dispositivos da Lei nº 9.099/95 (arts. 74, 76 e 88), a lesão
corporal culposa combinada com os três incisos acima deve ser processada e julgada no
Jecrim. No entanto, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração
penal.
•• Como a lesão corporal culposa tem pena máxima de dois anos (limite de aplicação da Lei
nº 9.099/95), caso ele esteja combinada com qualquer circunstância aumentativa de pena
(artigo 302, § 1º) ela deixará de ser crime de menor potencial ofensivo.
"Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras penalidades (o dispositivo foi
alterado pela Lei nº 12.971/14)."
Comentário:
Vamos fracionar o dispositivo e analisá-lo:

i) A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo


automotor – tem-se aqui a aplicação de uma pena restritiva de direitos, que atinge tanto
o condutor habilitado (suspensão) quanto o inabilitado (proibição). Lembre-se de que essa
pena está relacionada à licença para dirigir veículo automotor.

1546 www.acasadoconcurseiro.com.br
PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Penal – Prof. Leandro Macedo

ii) pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras penalidades – esta pena pode,
em tese, ser aplicada só (isolada) ou junto com outras penas (cumulativamente).
"Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação,
para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos.
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade
judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação
penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional."
Comentário:
Vamos analisar o disposto de forma detalhada:

i) O caput do artigo 293 faz menção ao prazo que o juiz pode aplicar a pena. Na fixação desse
prazo, o juiz deve adotar os mesmos critérios de fixação da pena privativa de liberdade:
analisar as circunstâncias judiciais e fixar uma pena em concreto, depois considerar as
atenuantes e agravantes e, por fim, ponderar as circunstâncias aumentativas e diminutivas
de pena.
ii) Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade
judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação
– duas informações devem ser extraídas deste dispositivo: primeiro, em regra, essa pena
privativa de liberdade deve ser aplicada após o trânsito em julgado. A segunda informação
relevante é que o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito
horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
E se não entregar a habilitação no prazo previsto acima? Responderá pelo artigo 307 do CTB!

iii) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para


dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação
penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional – preocupado em dar eficácia à
aplicação da pena, esta apenas começa a sua contagem no momento em que o condenado
passa, efetivamente, a ter acesso a veículos automotores. Quando o condenado à privativa
de liberdade colocar o “pé na rua”, inicia- se a contagem.
"Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia
da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada,
a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua
obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que
indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito
suspensivo."
Comentário:
Vamos fracionar o dispositivo que trata da possibilidade de medida acautelatória imposta
contra o condutor HABILITADO ou INABILITADO que praticou crime.

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i) Em qualquer fase da investigação ou da ação penal – esta medida pode ser decretada
durante o inquérito policial por representação do delgado (autoridade policial) ou durante
o processo penal por requerimento do MP.

ii) havendo necessidade para a garantia da ordem pública – o criminoso contumaz (reiterado)
é o alvo deste dispositivo. A possibilidade de ocorrência de novos acidentes seria um bom
objeto de fundamentação para o juiz decretar a medida cautelar, preservando com isso a
ordem pública.

iii) possibilidade de recurso – Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou


da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito,
sem efeito suspensivo.
Então quem pode recorrer?
•• O indiciado (inquérito policial) ou réu (processo penal);
•• O MP.
E quem não pode recorrer?
•• A autoridade policial.
"Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou a
habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito –
CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente."
Comentário:
A fim de propiciar uma efetiva fiscalização sobre a imposição feita pelo JUIZ, deve este
comunicar com os órgãos de trânsito a fim de que esta restrição seja colocada no prontuário do
condutor criminoso.
O que acontece com o condutor que violar a suspensão imposta pelo juiz?
•• Responde por outro crime, previsto no artigo 307 do CTB.
"Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a
penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo
das demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)"
Comentário:
Temos neste dispositivo a chamada reincidência específica: cometer crimes previstos no CTB.
Aquele que comete um crime de trânsito e, na sequência, outro crime qualquer não está
abraçado por este dispositivo.
O interessante aqui é a palavra “deverá o juiz” – não pode o juiz decidir se aplica ou não a pena!
Observe que essa possibilidade se aplica apenas ao condutor criminoso e habilitado. Esse artigo
não faz menção à proibição de se obter a permissão.
O mais interessante é que existe a possibilidade de um condutor ter contra si a imposição da
pena de suspensão ainda que o delito praticado por ele não possua essa previsão. Imagine

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um condutor que tenha sido condenado por omissão de socorro no trânsito (art. 304), e que
após isso volta a delinquir: pratica o crime de afastar-se do local do acidente para fugir a
responsabilidade civil (art. 305). No exemplo citado, nenhum dos dois crimes possui prevista a
pena de suspensão, mas, ainda assim, na reincidência o juiz é obrigado a aplicá-la.
"Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial
em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do art.
49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime.
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal.
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado."
Comentário:
Vamos aproveitar a oportunidade e falar das multas mencionadas em nossa legislação de
trânsito.
O tema multa torna-se relevante em virtude da confusão feita por muitos candidatos, uma vez
que, no CTB, existe a previsão de três tipos de multa, de naturezas diferentes, uma de natureza
civil, outra de natureza penal e também uma de natureza administrativa.
Veja cada uma delas:

i) Multa administrativa
A multa administrativa é uma sanção a ser imposta pela autoridade de trânsito com circunscrição
sobre a via, onde tenha ocorrido uma infração de trânsito. Poderíamos defini-la também como
uma receita de natureza não tributária de arrecadação vinculada, uma vez que tem destino
certo, previsto no art. 320 do CTB, que nos informa que a receita arrecadada com a cobrança
das multas de transito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego,
de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. Vale lembrar que 5% do total
da receita de multa arrecadada pelo país, são destinados ao Fundo Nacional de Segurança e
Educação para o Trânsito (Funset), que é administrado pelo Departamento Nacional de Trânsito
(Denatran).

ii) Multa reparatória


É uma multa de natureza civil, indenizatória e exigida no juízo penal. É, na verdade, uma
antecipação de um ressarcimento, imposta pelo juiz da esfera penal, após reclamação da vítima
ou seus sucessores.
Para que a multa reparatória seja torne exigível, é necessária a ocorrência de um crime de
trânsito, já que é aplicada no juízo penal, e também um dano material, apenas este é indenizável
a título de multa reparatória. Perceba que o destino da multa reparatória é diferente do
destino da multa administrativa, pois esta vai para o Estado e aquela é paga á vítima ou a seus
sucessores.
Convém ressaltar que o valor da multa reparatória terá como limite o do prejuízo demonstrado
no processo, porém, se posteriormente a vítima se achar insatisfeita com o valor pago,

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poderá ainda reclamar o mesmo objeto, a mesma indenização, na esfera cível, recebendo
evidentemente apenas a diferença.
A forma de pagamento está prevista no Código Penal, entre seus arts. 49 e 52, devendo ser
paga em dia-multa, a ser fixado pelo juiz, sendo que um dia-multa não pode ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 vezes
esse salário.
A multa deve ser paga dentro de 10 dias depois de transitada em julgada a sentença. A
requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o
pagamento se realize em parcelas mensais, inclusive mediante desconto no vencimento ou
salário, sendo que o desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do
condenado e da sua família. Cabe ressaltar que será suspensa a execução da pena de multa, se
sobrevém ao condenado doença mental.

iii) Multa penal


A pena de multa, também conhecida como pena pecuniária, é uma sanção penal, consistente
na imposição ao condenado da obrigação de pagar ao fundo penitenciário determinada quantia
em dinheiro, calculada na forma de dias-multa, atingindo o patrimônio do condenado.
A pena de multa, conforme prevista no CTB, pode ser cominada e aplicada cumulativamente
com a pena privativa de liberdade, a exemplo do seu art. 306, quando trata do crime de
embriaguez, prevendo em seu preceito secundário a pena de detenção de 6 meses a 3 anos,
suspensão e multa, ou ainda de forma alternativa, com a pena de prisão, a exemplo do crime
de omissão de socorro, previsto no art. 304, cominando pena de detenção, de seis meses a um
ano, ou multa.
Quando a multa é punição única (comum na lei de contravenções penais) ou nos casos em que
ela se encontra cumulada com a pena de prisão, ao magistrado, no caso de condenação, será
obrigatória a sua aplicação, sob pena de ferir o princípio da legalidade ou da inderrogabilidade
da pena.
Nos casos em que a pena de multa estiver prevista de forma alternativa com a pena privativa
de liberdade, o juiz, terá uma discricionariedade, conforme o art. 59, inc. I, do Código Penal,
para escolher entre uma ou outra, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime.
"Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o
condutor do veículo cometido a infração:
I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano
patrimonial a terceiros;
II – utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; III – sem possuir Permissão
para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;
V – quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de
passageiros ou de carga;

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VI – utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características


que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade
prescritos nas especificações do fabricante;
VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres."
Comentário:
O legislador do CTB fez a previsão de circunstâncias agravantes e aumentativas de pena em
crime de trânsito, nos arts. 298 e 302, § 1º. Porém, os aumentativos de pena aplicam-se apenas
ao homicídio culposo e à lesão corporal culposa, e as agravantes aplicam-se a todos os delitos.
As agravantes deverão ser consideradas na 2ª fase da fixação da pena (art. 68 do CP) em relação
às penas privativas de liberdade, multa e de suspensão ou proibição de se obter a permissão ou
habilitação para dirigir veículo automotor.
Saiba ainda que as circunstâncias agravantes não serão consideradas quando constituírem
elementar, qualificadora ou causa de aumento de pena do delito em espécie. Caso contrário,
haveria bis in idem.
Veja quadro resumo abaixo:

Agravantes Aumento de pena


I – com dano potencial – duas ou mais pessoas;
II – veículo sem placas ou adulteradas;
III – sem possuir habilitação; I – sem possuir habilitação;
IV – habilitação de categoria diferente
V – transporte de passageiro ou carga II – transporte de passageiros;
VI – características adulteradas
VII – faixa de pedestre III – faixa de pedestre ou calçada;
IV – omissão de socorro

"Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se
imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela."
Comentário:
Deve o aluno desde já prender-se à informação que o dispositivo trata de acidentes de trânsito
em que resulte vítima, ou seja, do artigo 302 e 303 do CTB (homicídio culposo e lesão corporal
culposa).
Na segunda parte do dispositivo, temos a informação de que não se imporá a prisão em
flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela (à vítima) – as
informações que devem ser extraídas do exposto:

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1º Em se tratando de crimes dolosos, de trânsito ou não, a prisão em flagrante é uma regra.
2º Ocorrendo homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor,
aplica-se o dispositivo apenas se o condutor prestar pronto e integral socorro à vítima.
O socorro deve ser prestado de pronto, de imediato, exceto se houver risco pessoal para o
condutor. Não pode o condutor ficar de "blá, blá, blá" em seu celular e depois socorrer.
Tome cuidado, pois o risco patrimonial não pode ser alegado pelo condutor, como a
possibilidade de sujar o banco de seu carro de sangue ou de o motor de seu carro está vazando
água e poder fundir!
O socorro também deve ser integral, ou seja, a vítima deve ser levada até o hospital e não
próximo a ele.

3. Parte especial

"Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:


Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor.
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
Penas – detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor."
Comentário:
A redação do art. 302 não é das melhores, haja vista o núcleo do tipo ser descrito como praticar,
quando na verdade é matar ou causar a morte culposamente, o mesmo se aplicando ao art.
303 do CTB.
Deixando as impropriedades de lado, neste delito temos uma série de circunstâncias que devem
estar presentes para que sejam aplicados os arts. 302 e 303 do CTB. Perceba que não basta que
seja homicídio ou lesão corporal; a conduta deve ser culposa. Em seguida, o tipo nos informa
que não basta que o fato ocorra no trânsito; tem que estar na direção de veículo automotor e,
por fim, não basta que seja qualquer veículo, uma vez que tem que ser automotor.
Sendo assim, considere a seguinte situação hipotética: um pedestre desrespeita a sinalização e
é atropelado por um motociclista que está conduzindo corretamente o seu veículo e este vem
ao solo, sofrendo lesões corporais. Já que a imprudência foi do pedestre, é certo que ele deve
ser responsabilizado criminalmente. Agora, por qual crime: lesão corporal culposa do CTB ou do
CP? Ora, o pedestre não estava na direção de veículo automotor, portanto sujeito à legislação
comum, embora o fato tenha ocorrido no trânsito.
Conclui-se, portanto, que o CTB somente tem aplicação a quem esteja no comando dos
mecanismos de controle e velocidade de um veículo automotor. Dessa forma, comete crime
culposo, previsto no CTB, aquele que não quis o resultado (dolo direto); aquele que não assumiu
o risco de produzi-lo (dolo eventual), desrespeitando uma norma de circulação e conduta, seja
por negligência, imprudência ou imperícia.

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Considerações sobre o art. 302 do CTB


Proteção jurídica: a vida.
Sujeito ativo: o condutor.
Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Elemento objetivo: causar a morte na direção de veículo automotor de forma culposa.
Elemento subjetivo: a culpa em sentido estrito, ou seja, causada por negligência, imprudência
ou imperícia.
Consumação e tentativa: o resultado morte consuma o delito, ainda que em via particular. Não
há tentativa em razão de ser o crime culposo.
Perdão judicial: Existe duas correntes quanto à possibilidade ou não da aplicação do perdão
judicial, que antes da vigência do CTB, era cabível. Rui Stoco e Damásio optaram pela não
aplicação partindo para uma interpretação mais literal, em que com o veto do art. 300 do
CTB, que previa o perdão, e por não constar na Parte Geral do CP, tornaria este inaplicável.
Entretanto, cabe salientar que no CP, em sua Parte Especial, também consta a possibilidade
nas normas gerais, desta forma seria aplicável o perdão, esta é a corrente que nos parece mais
adequada. Nas palavras de José Carlos Gobbis Pagliuca: “Ademais, se no CP a regra é destinada
exatamente para o crime culposo, como não utilizá-lo para outro, previsto em lei extravagante,
mas com o mesmo conteúdo axiológico? Doutra banda, seria ilógico se admitir o perdão
pela morte culposa que não no trânsito, e afastá-la quando desse evento, porque se sabe
historicamente, que tal instituto se aplicava, exatamente, aos crimes do volante”, compartilha
deste posicionamento o grande mestre Luís Flávio Gomes.
Arrependimento posterior: O CP em seu art. 16 informa que, nos crimes cometidos sem
violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento
da denúncia ou da queixa, por ato voluntário, a pena será reduzida de um a dois terços,
sofrendo esta redução de pena se torna aplicável ao homicídio culposo o art. 89 da Lei nº
9.099/1995, que trata da suspensão condicional do processo. Compensação de culpas: não há
de se falar em compensação de culpas, no referido delito, uma vez que estamos falando de
bens indisponíveis, e esta é a regra no Direito Penal, pois a conduta que se amolde ao tipo há
de ser punida. Nas palavras do insuspeitável mestre Guilherme se Souza Nucci: “é sabido que,
em Direito Penal, não se pode cogitar de compensação de culpas. Ilustrando, se o motorista de
um veículo, imprudentemente, atropela e causa lesão corporal em um passante que, por seu
lado, atravessou a rua de forma negligente, inexiste viabilidade para absolvição do motorista
unicamente porque ambos os envolvidos estavam errados. Não se trata de dívida civil, em que
se faz a compensação, mas de crime. Assim, no exemplo ofertado, caso o motorista também se
machuque, é possível, em tese, a punição tanto deste quanto do pedestre, pois os dois deram
causa à figura típica prevista no art. 302 da Lei nº 9.503/1997. A situação é diversa se a culpa
for exclusiva da vítima. É óbvio que, nessa hipótese, deve-se absolver o motorista. Conferir:
Tacrim-SP (extinto Tribunal de Alçada Criminal, absorvido pelo Tribunal de Justiça): “Motorista
que, ao efetuar conversão proibida à esquerda, interceptou a trajetória da motocicleta da
vítima, a qual, além de não possuir a necessária habilitação, pilotava em estado de embriaguez,
com o farol apagado e sem usar capacete. Absolvição. Admissibilidade. (...) apesar de inexistir
compensação de culpas em Direito Penal, as circunstâncias indicam que o acidente ocorreu

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por responsabilidade exclusiva da vítima fatal” (AP. 1306555-5, 3.ª C., rel. Fábio Gouveia,
02.07.2002,v.u.).”
Indispensabilidade do laudo: por não se tratar de crime de menor potencial ofensivo, faz-se
mister a preservação do local para que haja trabalho da perícia especializada. Nesse sentido:
TJDF: “É notório que a Lei 9.099/1995 dispensa o exame de corpo delito nos crimes de pequena
potencialidade ofensiva, sendo suficiente prova da materialidade, para o oferecimento da
denúncia, boletim médico ou documento equivalente. Entretanto, não se pode considerar o
homicídio culposo de trânsito como crime dessa natureza, razão pela qual é de se reconhecer
a necessidade do laudo definitivo” (Ap.20000610004115APR, 1.ª T., rel. Lecir Manoel da Luz,
13.11.2002, v.u., DJU 30.04.2003,p.60).

Considerações sobre o art. 303 do CTB


As lesões corporais estão previstas no art. 129 do CP e seus parágrafos, havendo agravamento
do delito à medida que aumenta o nível das lesões, o que não ocorre no CTB. Impende observar
que a pena na lesão corporal culposa de trânsito, ainda que leve, é mais branda que a sua
modalidade dolosa prevista no art. 129, § 6º, havendo um nítido descompasso do legislador
entre as condutas delituosas e as sanções aplicadas.
Proteção jurídica: a saúde e a incolumidade física.
Sujeito ativo: o condutor.
Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Elemento objetivo: causar lesão à saúde ou a integridade física na direção de veículo automotor
de forma culposa.
Elemento subjetivo: a culpa em sentido estrito, ou seja, causada por negligência, imprudência
ou imperícia.
Consumação e tentativa: consuma-se com o resultado lesão a saúde ou a integridade física,
ainda que em via particular. Não há tentativa em razão de ser o crime culposo.
"Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à
vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da
autoridade pública:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de
crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua
omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com
ferimentos leves."
Comentário:
Quanto à omissão de socorro três considerações são necessárias, para que seja esgotado o
tema omissão de socorro. Veja cada uma delas:

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1ª Condutor não envolvido no acidente que se omite – Devemos entender como condutor
não envolvido aquele que está passando pelo local. Imagine que este condutor presencie
uma cena onde uma pessoa precisasse de socorro, e este se omitisse. Será que responderia
com fulcro no art. 304 do CTB? É evidente que não, uma vez que o 304 requer condutor
envolvido, o condutor responderia com base no art. 135 do Código Penal.
2ª Condutor envolvido, causador do acidente, culposamente, que se omite – Note que este
condutor praticou, antes da omissão de socorro, um homicídio culposo ou uma lesão
corporal culposa na direção de veículo automotor. Em virtude do exposto, a omissão de
socorro configura apenas uma circunstância aumentativa de pena do delito, não subsistindo
como crime autônomo. Enfim, na situação exposta o crime cometido ou é 302 ou 303 do
CTB com aumentativo de pena.
3ª Condutor envolvido, que não é considerado culpado pelo acidente, que se omite – Apenas
nesta situação é que se aplica o art. 304 do CTB.
Finalmente, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com
morte instantânea ou com ferimentos leves, incide a aplicação do art. 304 do CTB.

Considerações sobre o art. 304 do CTB


Proteção jurídica: a incolumidade física
Sujeito ativo: o condutor envolvido no acidente e que o provocou sem culpa, pois caso seja o
culpado o crime ou é do 302 ou do 303.
Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Elemento objetivo: o delito tem a forma omissa pura: o verbo “deixar” dá a ideia de nada fazer
típico desse tipo de delito.
Elemento subjetivo: o crime é doloso, ou seja, exige o conhecimento da necessidade de
socorro.
Consumação e tentativa: consuma-se com o pensamento consolidado, com a vontade de não
socorrer diretamente ou de não solicitar auxílio a quem possa fazê-lo. Não há tentativa em
crime omissivo próprio, pois é impossível tentar o que não se começou a fazer.
"Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal
ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa."
Comentário:
Não se pode confundir o delito acima exposto com a omissão de socorro do art. 304 do CTB,
uma vez que aqui o bem jurídico tutelado é a administração da justiça e, na omissão de socorro,
o bem jurídico tutelado é a vida, a saúde ou a integridade física.
Dessa forma, existe a possibilidade de se cometer o crime de afastar-se do local, em acidente
com vítima, sem, contudo cometer a omissão de socorro. Basta que, por exemplo, o
condutor envolvido leve a vítima até um hospital e lá a deixe sem se identificar para fugir da
responsabilidade penal.

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Note que ainda que, em um primeiro momento, não tenha ocorrido crime, como no caso de
acidentes envolvendo apenas danos materiais, é possível que o condutor que fuja do local do
acidente seja responsabilizado com base no 305, se o seu objetivo, é fugir a responsabilidade
pela batida, ou melhor, de impedir que a justiça ocorra.

Considerações sobre o art. 305 do CTB


Proteção jurídica: a administração da justiça, através da identificação da autoria.
Sujeito ativo: o condutor envolvido no acidente.
Sujeito passivo: o Estado.
Elemento objetivo: é o afastar-se, que indica a obstrução ao bom andamento da justiça, uma
vez que lhe faltaria o autor. É a vontade deliberada de impedir que tanto a justiça civil quanto a
penal ocorra.
Impede o tipo que o condutor exerça seu primeiro lampejo de não se autoincriminar: fuga, por
isso de constitucionalidade contestável.
Elemento subjetivo: o crime é doloso, com a finalidade específica de não ser identificado.
Consumação e tentativa: consuma-se com o afastamento, mesmo que depois seja capturado. É
possível a tentativa, pois se pode tentar sair do local e ser impedido.
"Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº
12.760, de 2012)
Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por: (Incluído pela Lei nº 12.760, de
2012)
I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei nº 12.760, de
2012)
II – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
psicomotora. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou
toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em
direito admitidos, observado o direito à contraprova. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014)
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou
toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Redação dada pela
Lei nº 12.971, de 2014)".

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Comentário:
Este artigo sofreu alteração pela Lei nº 12.971/2014. Sendo assim, três considerações devem
ser feitas sobre o dispositivo:
a) A primeira consideração a ser feita é que o crime da embriaguez deixou de ser um crime
de perigo em concreto para ser um crime de perigo em abstrato, antes para consumação
do delito era necessário que o condutor estivesse ziguezagueando, transitando sobre
calçadas, roletando cruzamentos, ou seja, atentando objetivamente contra incolumidade
pública. Com a alteração, ainda que esteja conduzindo adequadamente, se tiver acima dos
índices permitidos para embriaguez, será enquadrado no art. 306 do CTB.
b) Perceba que o crime se caracteriza nas hipóteses previstas § 1º. O inciso II fala em “sinais
que indiquem alteração da capacidade psicomotora”. O Contran definiu esses sinais por
meio da Resolução nº 432/13:
Relato do condutor:
a. Envolveu-se em acidente de trânsito;
b. Declara ter ingerido bebida alcoólica, sim ou não (Em caso positivo, quando);
c. Declara ter feito uso de substância psicoativa que determine dependência, sim ou não (Em
caso positivo, quando);
Sinais observados pelo agente fiscalizador:
a. Quanto à aparência, se o condutor apresenta:
i. Sonolência;
ii. Olhos vermelhos;
iii. Vômito;
iv. Soluços;
v. Desordem nas vestes;
vi. Odor de álcool no hálito.
b. Quanto à atitude, se o condutor apresenta:
i. Agressividade;
ii. Arrogância;
iii. Exaltação;
iv. Ironia;
v. Falante;
vi. Dispersão.

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c. Quanto à orientação, se o condutor:
i. sabe onde está;
ii. sabe a data e a hora.
d. Quanto à memória, se o condutor:
i. sabe seu endereço;
ii. lembra dos atos cometidos;
e. Quanto à capacidade motora e verbal, se o condutor apresenta:
i. Dificuldade no equilíbrio;
ii. Fala alterada.

Considerações sobre o art. 306 do CTB


Proteção jurídica: a incolumidade pública.
Sujeito ativo: o condutor, embora possível a participação daquele que induz.
Sujeito passivo: a coletividade.
Elemento objetivo: é a condução sob efeito de álcool ou substância entorpecente, ainda que
devidamente, por tratar-se de crime de perigo em abstrato.
Elemento subjetivo: o crime é doloso, existindo, portanto, a vontade de pôr em risco a
sociedade, ou pelo menos, assumindo o risco de pô-la em risco. Trata-se de crime de perigo em
abstrato com perigosidade real, sendo assim, aquele que dirige embriagado e atenta contra a
incolumidade pública comete este crime.
Consumação e tentativa: consuma-se com a condução, sendo admissível a tentativa, quando,
por exemplo, o carro não funciona.
"Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor imposta com fundamento neste Código:
Penas – detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico
prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo
estabelecido no § 1º do art. 293, a permissão para dirigir ou a Carteira de Habilitação."
Comentário:
O que está sendo punido, verdadeiramente, é a desobediência à ordem judicial, de forma
específica. Num primeiro momento, viola-se a ordem, ou seja, a suspensão imposta, se o
condutor dirige após a aplicação desta pela autoridade judiciária; em outro momento, quando
o condutor deixa de entregar a CNH em 48 horas, após imposição da pena pelo magistrado, há
também violação ao art. 307 do CTB.

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Por fim, para maior controle da imposição da pena imposta pelo juiz, pelos agentes de trânsito,
temos as seguintes as seguintes previsões, no art. 295 do CTB e no art. 41 da Resolução nº
168/2004 do Contran:
“Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou a
habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito –
CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.”
“Art. 41. A Base Índice Nacional de Condutores – BINCO conterá um arquivo de dados onde será
registrada toda e qualquer restrição ao direito de dirigir e de obtenção da ACC e da CNH, que será
atualizado pelos órgãos ou entidade executivo de trânsito do Estado e do Distrito Federal.
§ 3º A suspensão do direito de dirigir ou a proibição de se obter a habilitação, imputada pelo
Poder Judiciário, será registrada na BINCO.”

Considerações sobre o art. 307 do CTB


Proteção jurídica: a Administração da justiça, ou nas palavras de José Carlos Gobbis Pagluica: a
autoridade do Estado.
Sujeito ativo: o condutor que desobedecer a suspensão aplicada pelo Juiz. Cabe observar que
Damásio E. Jesus entende que a violação a suspensão aplicada pela autoridade de trânsito
também constitui o crime do 307. Ousamos discordar do ilustre mestre uma vez que, em
momento algum, foi mencionada a referida suspensão, embora ambas tenha o mesmo efeito
prático, tem nomenclaturas diferentes, e mais a remissão feita pelo legislador no parágrafo
único do art. 307 ao art. 293 do CTB, que se refere exclusivamente a suspensão penal, aplicada
pelo juiz. Sujeito passivo: O Estado.
Elemento objetivo: é a violação a ordem imposta, no caput de forma comissiva e no parágrafo
único de forma omissiva.
Elemento subjetivo: o crime é doloso exigindo o conhecimento da pena imposta.
Consumação e tentativa: consuma-se com a condução a conduta de “violar”, sendo admissível
a tentativa, quando, por exemplo, é impedido de ligar as chaves. No que se refere a conduta de
“deixar de entregar” consuma-se após o prazo de 48 horas, sendo inadmissível a tentativa.
"Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou
competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco
à incolumidade pública ou privada: (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Redação dada pela Lei nº 12.971,
de 2014)
§ 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e
as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de
produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo
das outras penas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)
§ 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem
que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de

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liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)."
Comentário:
Neste delito, diferentemente da infração de trânsito prevista no art. 174 do CTB, pune-se o
apenas os condutores e não os promotores do evento, uma vez que não têm uma ingerência
direta no resultado lesivo. Para configuração desse tipo penal, devem estar presentes alguns
requisitos, como: veículo automotor, via pública, e a possibilidade superveniente de dano
objetivamente descrita.
O sujeito passivo desse delito é a coletividade e, de forma secundária, a pessoa exposta a risco
em virtude da disputa. Como os eventos “corrida”, “disputa” ou “competição” explicitados no
caput do art. 308 do CTB, pressupõem a participação de pelo menos dois veículos, devemos
entendê-lo como um crime de concurso necessário.
Em virtude da alteração desse artigo por meio da Lei nº 12.971/14, o crime de "racha" que tem
como consequência a lesão corporal grave ou morte, o responsável pelo crime será punido com
mais rigor, como se observa nos §§ 1º e 2º deste artigo.
Por fim, é possível responsabilizar os promotores do evento na condição de partícipes,
conforme art. 29 do CP.

Considerações sobre o art. 308 do CTB


Proteção jurídica: a incolumidade pública ou privada.
Sujeito ativo: os condutores participantes, sendo possível a participação daquele que promove
o evento, dos copilotos, e todos aqueles que fazem com que o evento aconteça. Cabe observar
que, para que haja concurso, é necessário o vínculo psicológico entre condutor e partícipe.
Sujeito passivo: a coletividade e, de maneira secundária, os outros pilotos e as pessoas que
podem sofrer lesão em virtude da competição.
Elemento objetivo: é a participação na via pública de competição não autorizada.
Elemento subjetivo: o crime é doloso, existindo, portanto o conhecimento do risco em
potencial a incolumidade pública ou privada.
Consumação e tentativa: consuma-se com a participação no evento, sendo possível a tentativa
se frustrada a competição ou mesmo a direção, antes do seu início.
"Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou
habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa."
Comentário:
Para a ocorrência do delito do art. 309 do CTB, alguns elementos são essenciais. Em primeiro
lugar, deve haver condução de veículo automotor; em segundo lugar, é crime de via pública, e
em terceiro lugar é crime de perigo em concreto; e, por fim, o condutor deve ser inabilitado ou
estar cassado.

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Sendo assim, basta que o agente conduza veículo automotor, em via pública, sem a devida
permissão para dirigir ou habilitação e, de forma anormal, irregular, de modo a atingir o nível
de segurança de trânsito, que é o objeto jurídico tutelado pelo dispositivo.
Matéria tormentosa na doutrina e jurisprudência, a respeito se o art. 32 da Lei de Contravenções
Penais teria ou não sido revogado pelo art. 309 do CTB, pois dirigir sem CNH, além da infração
de trânsito, era tipificada como contravenção penal por ser uma infração penal de perigo em
abstrato.
O tema encontra-se pacificado, em virtude do teor da Súmula 720 do Supremo Tribunal
Federal: “O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de
dano, derrogou o art. 32 da Lei das Convenções Penais no tocante à direção sem habilitação em
vias terrestres”, posição divergente que pregávamos na 1ª edição desta obra.

Considerações sobre o art. 309 do CTB


Proteção jurídica: a incolumidade pública ou privada.
Sujeito ativo: o condutor inabilitado ou cassado.
Sujeito passivo: a coletividade.
Elemento objetivo: é a condução do veículo na via publica.
Elemento subjetivo: o crime é doloso, existindo, portanto o conhecimento do risco em
potencial a incolumidade pública ou privada.
Consumação e tentativa: consuma-se com a efetiva direção em via pública, sendo possível à
tentativa se o veículo “não pega” ao tentar ligá-lo na via pública.
"Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor à pessoa não habilitada,
com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de
saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa."
Comentário:
O crime de “permitir”, “entregar” ou “confiar” é uma crime de perigo em abstrato, punível
apenas na modalidade dolosa, sendo, portanto, necessário que o magistrado avalie sempre os
elementos subjetivos da conduta.
Note que nos art. 163, 164 e 166 do CTB, temos a descrição das mesmas condutas previstas
no art. 310 do CTB, passíveis de serem punidas administrativamente, onde algumas diferenças
devem ser apontadas, para que possamos diferenciar a infração de trânsito da infração penal:
a primeira diferença a ser apontada está nas autuações por cometimento de infrações de
trânsito, em que os critérios adotados pelo agente autuador devem ser puramente objetivos,
ou seja, não são valorados os elementos subjetivos dolo e culpa, já na tipificação do 310 pune-
se a conduta praticada apenas na modalidade dolosa. A segunda diferença é quanto à avaliação
das responsabilidade, em que, administrativamente, apenas serão punidos os proprietários dos
veículos, que, por força do art. 257 do CTB, são os responsáveis pela habilitação legal de seus
condutores, porém, penalmente, o tratamento é outro, pois será punido quem efetivamente

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entregou a direção a pessoa inabilitada, ou seja, aquele que teve a vontade de praticar o delito,
como um vendedor de uma agência de automóveis, por exemplo, que sabia que o provável
comprador era inabilitado, e ainda assim entregou-lhe as chaves do veículo pertencente a
pessoa jurídica “agência de automóveis”.
Impende observar que o crime do art. 310 é crime de perigo em abstrato, não se exigindo para
sua tipificação que o condutor inabilitado, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir
suspenso dirija indevidamente. Caso o condutor dirija de maneira irregular poderá incidir sobre
ele o 309 do CTB.

Considerações sobre o art. 310 do CTB


Proteção jurídica: a incolumidade pública ou privada.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: a coletividade.
Elemento objetivo: é a efetiva entrega da direção.
Elemento subjetivo: o crime é doloso, existindo, portanto o conhecimento da inabilitação do
condutor.
Consumação e tentativa: consuma-se quando o inabilitado assume a direção, sendo possível à
tentativa se o veículo “não pega”, por exemplo, ao tentar ligá-lo.
"Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas,
hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde
haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa."
Comentário:
O crime da velocidade incompatível, do art. 311 do CTB, é um crime de perigo concreto, de via
pública e doloso. Para que o condutor responda pelo delito, não é necessário que esteja com
excesso de velocidade, basta que essa velocidade seja incompatível com a segurança, podendo
causar um dano superveniente.
Com isso, não é exigido que a prova seja feita por meio de radares ou equivalentes, podendo
ser suprida, por provas testemunhais.
Para esse delito, após sofrer uma avaliação subjetiva de provável dano superveniente, ainda
que constatado o perigo de dano, é necessário que a ocorrência se dê nos locais considerados
perigosos pelo legislador, como nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque
e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou
concentração de pessoas.
"Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência
do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de
lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

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Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação,
o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere."
Comentário:
Neste artigo, a intenção do legislador foi punir aquele que, em acidente com vítima, mexe no
local do acidente para prejudicar, ou melhor, atrapalhar a administração da justiça. A intenção
do agente é sempre prejudicar a apuração da verdade dos fatos. Dessa forma, ainda que a
regra seja preservar o local, e este não é preservado, mas justificadamente, como para prestar
socorro, por exemplo, não há de se falar no cometimento do delito do art. 312.
Cabe ressaltar que, de acordo com o art. 279 do CTB, em veículo equipado com tacógrafo
(registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo), quando este veículo estiver
envolvido em acidente com vítima, somente o perito oficial pode retirar o disco do tacógrafo.
De posse desse saber, temos um ingrediente muito interessante utilizado por bancas
examinadoras, que é a combinação do arts. 312 e 279. Sendo assim, o condutor que esconde o
disco do tacógrafo, para que o perito não tenha acesso, prejudicando com isso a administração
da justiça, responde com base no 312.
Quanto à infração de trânsito correspondente, prevista no art. 176, podemos tecer os seguintes
comentários: primeiro, o condutor que deixa de preservar o local, em acidente com vítima, com
a intenção de ajudar, ainda assim pode responder com base 176 (infração de trânsito), uma vez
que nas infrações de trânsito o agente de trânsito não valora os elementos subjetivos (dolo e
culpa), mas nunca pelo 312 (crime); em segundo lugar, no que se refere as responsabilidades,
perceba que o art. 176 abrange apenas os condutores envolvidos em acidente com vítima, e no
art. 312, qualquer pessoa que teve a intenção de prejudicar a administração da justiça; e por
último, o condutor que deixou de preservar o local, para evitar perigo, para prestar socorro, ou
por determinação de algum policial, não responde nem pelo 176 nem pelo 312.
Por fim, podemos ainda combinar os arts. 176, 279 e 312. Considere a seguinte situação
hipotética, onde um veículo de escolar envolveu-se em acidente com vítima e o condutor retira
o disco do tacógrafo para entregar o perito que vai fazer o levantamento do local do acidente.
Este condutor, embora deva ser autuado pelo art. 176, por deixar de preservar o local, não
deve responder pelo crime do art. 312, pela ausência do dolo; porém se retirou o disco em
virtude de um provável incêndio e o entregou ao perito, não deverá nem ser autuado pelo art.
176 e nem pelo crime do art. 312, uma vez que seu objetivo foi evitar perigo.
As situações mais comuns em que temos a incidência do art. 312 são:
•• apagar marca de derrapagem;
•• retirar placas de sinalização;
•• alterar o local dos carros;
•• limpar estilhaços do chão;
•• alterar o local do corpo da vítima;
•• o agente, antes de apresentar seu veículo para perícia, alterar o local onde ocorreu o
abalroamento sempre com a intenção de prejudicar. Caso contrário, não há crime.

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Considerações sobre o art. 312 do CTB
Proteção jurídica: a administração da justiça.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: o Estado.
Elemento objetivo: a fraude processual.
Elemento subjetivo: o crime é doloso, existindo, portanto a vontade de prejudicar a
administração da justiça.
Consumação e tentativa: consuma-se com a desconfiguração do local do acidente, ainda que
descoberto em seguida. A tentativa é possível se interrompido o desígnio.

Observações:
Um ponto que gerou polêmica foram os artigos 302, § 2º e 308, § 2º do CTB, que tratam
respectivamente dos crimes de homicídio culposo na direção de veículo automotor e do crime
de “racha”. Muitas críticas foram feitas e apontam uma suposta antinomia (conflito de normas)
entre os dispositivos legais, ou seja, dois artigos que tratam da mesma conduta. Enquanto um
deles prevê o homicídio com a qualificadora do “racha”, o outro tipifica o crime de “racha” com
a qualificadora do homicídio.
A grande consequência ao enquadrar a conduta delitiva em um ou outro dispositivo é o fato de
que o crime do art. 302 prevê pena de reclusão de 2 a 4 anos, enquanto o art. 308 estabelece
pena de 5 a 10 anos de reclusão.
Nesse caso, estamos diante de um mesmo fato, com penas diferentes. Luiz Flavio Gomes se
posiciona no sentido de que, juridicamente falando, sempre se aplica a norma mais favorável
ao réu, ou seja, deve incidir a pena mais branda – in dubio pro libertate.
"Art. 302, § 2º, do CTB. Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora
alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência ou participa, em via, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda
de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela
autoridade competente:
Penas – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)
Art. 308, § 2º, do CTB. Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias
demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena
privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas
previstas neste artigo."
Porém, a partir de novembro de 2016, quando a Lei nº 13.281/16 passar a vigorar, essa
antinomia entre o art. 308, § 2º e o art. 302, § 2º (este último será revogado) não mais existira,
ou seja, aquele que disputar corrida e matar alguém responderá com base no art. 308, § 2º.

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Essa mesma lei incluirá, no Capítulo XIX do CTB, mais um artigo sobre o tema crimes de trânsito,
vejamos:
"Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em que
o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta
deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes
atividades:
I – trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras
unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;
II – trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas
de acidente de trânsito e politraumatizados;
III – trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de
trânsito;
IV – outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de
acidentes de trânsito."
Implica dizer que, na substituição de penas privativas de liberdade por penas restritivas de
direito, o juiz observará o disposto nesse artigo específico.

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4. Tabela-resumo dos crimes em espécies

Elemento Ação Suspensão/ Infração


Art. Resumo Pena Multa
subjetivo penal proibição administrativa
Pub.
302 Homicídio Culposo 2 a 4 anos E – –
incond
Lesão 6 meses a
303 Culposo Pub. cond E – –
corporal 2 anos
Omissão Pub. 6 meses a
304 Doloso – ou Art 176, I
socorro incond 1 anos
Pub. 6 meses a
305 Afastar-se Doloso – ou 176, V
incond 1 anos
Pub. 6 meses a
306 Álcool Doloso E e 165
incond 3 anos
Violar Pub. 6 meses a Nova
307 Doloso e –
suspensão incond 1 anos imposição
Participar de Pub. 6 meses a
308 Doloso e e 173, 174
corrida incond 3 anos
S/habil. ou Pub. 6 meses a
309 Doloso – ou 162, I e II
cassada incond 1 anos
Permitir,
Pub. 6 meses a
310 confiar, Doloso – ou 163, 164 e 166
incond 1 anos
entregar.
Velocidade Pub. 6 meses a
311 Doloso – ou 218, 220 XIV
incompatível incond 1 anos
Inovar ac. c/ Pub. 6 meses a
312 Doloso – ou 176, III
vítima incond 1 anos

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Direito Processual Penal

Professor Sandro Caldeira

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Introdução

NOTAS DO AUTOR:

Professor Sandro Caldeira


Especialista em Direito Penal e Processo Penal;
Professor em cursos de graduação e pós-graduação em Direito Penal e Processo Penal;
Professor em cursos preparatórios para concursos públicos;
Professor em cursos preparatórios para Exames da OAB;
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior;
Articulista e palestrante, com vários trabalhos publicados na imprensa especializada;
Membro do Instituto Panamericano de Política Criminal;
Coaching para preparação jurídica em concursos;
Delegado de Polícia integrante da Assessoria Jurídica da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.

LIVROS PUBLICADOS:

•• Manual de Dicas – Delegado de Polícia Civil e Federal - Passe Em concursos Públicos -


Editora Saraiva – Coautoria;
•• Argumentação Defensiva – Teses de Defesa do Direito Penal – Editora Manaim;
•• Processo Penal Prático – Editora - Manaim; Coautoria;
•• Prova de Ingresso na Defensoria Pública- Editora Espaço Jurídico - Coautoria;
•• Lei de Violência Doméstica Contra a Mulher e Lei de Tóxicos - Lei nº 11.340/2006 e Lei nº
11.343/2006 – Editora Lumen Juris – Coautoria;
•• Defensoria Pública - Carreiras DPU e DPE – Editora Saraiva – Coautoria;
•• Prova de Ingresso na Emerj – Editora Espaço Jurídico – Coautoria.

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Mídias sociais:

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Periscope: @Sandro_Caldeira
Instagram: @sandrocaldeira

Apresentação

Olá, pessoal, tudo certo?


É um grande prazer estar aqui com você para trabalhar a disciplina de Direito Processual Penal
ao lado dos professores Diogo Lopes e Rodolfo Souza. Juntos vamos ajudá-lo nessa caminhada
rumo à aprovação no concurso da Polícia Civil de Goiás.
Já fui concurseiro e sei bem como é a vida de um. Mas digo uma coisa: todo seu reforço será
recompensado! Estude muito, com dedicação, persistência e tenha fé! Estou aqui para facilitar
sua caminhada. Quero torná-la mais leve, divertida e muito produtiva, através do “Jeito Legal
de Estudar Direito”, que utilizo em minhas aulas!
•• Banca/Organizadora: Cebraspe realizará o concurso utilizando o método Cespe de
avaliação.
Nessa apostila, você vai encontrar alguns apontamentos teóricos e exercícios.
Ah! Anote tudo que falarei em minhas aulas, pois tenho muita coisa para compartilhar com
você! Combinado?

Ementa:

1. Da Prova.
1.1. Exame do corpo de delito e pericias em geral;
1.2. Interrogatório do acusado;
1.3. Confissão;
1.4. Qualificação e oitiva do ofendido;

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1.5. Testemunhas;
1.6. Reconhecimento de pessoas e coisas;
1.7. Acareação;
1.8. Documentos de prova;
1.9. Indícios;
1.10. Busca e apreensão;
2. Da Restrição de liberdade (Prisões cautelares).
2.1. Prisão em flagrante;
2.2. Prisão preventiva;
2.3. Prisão temporária (Lei nº 7.960/1989)
2.4. Alterações trazidas pela da Lei nº 12.403/2011

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Edital

DIREITO PROCESSUAL PENAL: Prova. Exame do corpo de delito e perícias em geral. Interrogató-
rio do acusado. Confissão. Qualificação e oitiva do ofendido. Testemunhas. Reconhecimento de
pessoas e coisas. Acareação. Documentos de prova. Indícios. Busca e apreensão. Restrição de
liberdade. Prisão em flagrante. Prisão preventiva. Lei nº 7.960/1989 (prisão temporária). Alte-
rações da Lei nº 12.403/2011.

BANCA: Cespe
CARGO: Agente de Polícia e Escrivão

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Direito Processual Penal

LEGISLAÇÃO:
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – ARTIGOS CORRELATOS:

TÍTULO IX terminará a intimação da parte contrária,


acompanhada de cópia do requerimento e
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS das peças necessárias, permanecendo os
autos em juízo. (Incluído pela Lei nº 12.403,
CAUTELARES E DA LIBERDADE
de 2011).
PROVISÓRIA
§ 4º No caso de descumprimento de qual-
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). quer das obrigações impostas, o juiz, de
ofício ou mediante requerimento do Minis-
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste
tério Público, de seu assistente ou do que-
Título deverão ser aplicadas observando-se a:
relante, poderá substituir a medida, impor
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
outra em cumulação, ou, em último caso,
I – necessidade para aplicação da lei penal, decretar a prisão preventiva (art. 312, pará-
para a investigação ou a instrução criminal grafo único). (Incluído pela Lei nº 12.403, de
e, nos casos expressamente previstos, para 2011).
evitar a prática de infrações penais; (Incluí-
§ 5º O juiz poderá revogar a medida caute-
do pela Lei nº 12.403, de 2011).
lar ou substituí-la quando verificar a falta de
II – adequação da medida à gravidade do motivo para que subsista, bem como voltar
crime, circunstâncias do fato e condições a decretá-la, se sobrevierem razões que a
pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído justifiquem. (Incluído pela Lei nº 12.403, de
pela Lei nº 12.403, de 2011). 2011).
§ 1º As medidas cautelares poderão ser § 6º A prisão preventiva será determinada
aplicadas isolada ou cumulativamente. (In- quando não for cabível a sua substituição
cluído pela Lei nº 12.403, de 2011). por outra medida cautelar (art. 319). (Incluí-
do pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2º As medidas cautelares serão decreta-
das pelo juiz, de ofício ou a requerimento Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em
das partes ou, quando no curso da investi- flagrante delito ou por ordem escrita e funda-
gação criminal, por representação da auto- mentada da autoridade judiciária competente,
ridade policial ou mediante requerimento em decorrência de sentença condenatória tran-
do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº sitada em julgado ou, no curso da investigação
12.403, de 2011). ou do processo, em virtude de prisão temporá-
ria ou prisão preventiva. (Redação dada pela Lei
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou nº 12.403, de 2011).
de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao
receber o pedido de medida cautelar, de-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1575
§ 1º As medidas cautelares previstas neste tor ou carcereiro, a quem será entregue cópia
Título não se aplicam à infração a que não assinada pelo executor ou apresentada a guia
for isolada, cumulativa ou alternativamente expedida pela autoridade competente, deven-
cominada pena privativa de liberdade. (In- do ser passado recibo da entrega do preso, com
cluído pela Lei nº 12.403, de 2011). declaração de dia e hora.
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qual- Parágrafo único. O recibo poderá ser pas-
quer dia e a qualquer hora, respeitadas as sado no próprio exemplar do mandado, se
restrições relativas à inviolabilidade do este for o documento exibido.
domicílio. (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011). Art. 289. Quando o acusado estiver no território
nacional, fora da jurisdição do juiz processante,
Art. 284. Não será permitido o emprego de for- será deprecada a sua prisão, devendo constar
ça, salvo a indispensável no caso de resistência da precatória o inteiro teor do mandado. (Reda-
ou de tentativa de fuga do preso. ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará § 1º Havendo urgência, o juiz poderá requi-
expedir o respectivo mandado. sitar a prisão por qualquer meio de comuni-
cação, do qual deverá constar o motivo da
Parágrafo único. O mandado de prisão: prisão, bem como o valor da fiança se arbi-
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela trada. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
autoridade; § 2º A autoridade a quem se fizer a requisi-
b) designará a pessoa, que tiver de ser pre- ção tomará as precauções necessárias para
sa, por seu nome, alcunha ou sinais caracte- averiguar a autenticidade da comunicação.
rísticos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

c) mencionará a infração penal que motivar § 3º O juiz processante deverá providenciar


a prisão; a remoção do preso no prazo máximo de 30
(trinta) dias, contados da efetivação da me-
d) declarará o valor da fiança arbitrada, dida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
quando afiançável a infração;
Art. 289-A. O juiz competente providenciará
e) será dirigido a quem tiver qualidade para o imediato registro do mandado de prisão em
dar-lhe execução. banco de dados mantido pelo Conselho Nacio-
Art. 286. O mandado será passado em duplica- nal de Justiça para essa finalidade. (Incluído
ta, e o executor entregará ao preso, logo depois pela Lei nº 12.403, de 2011).
da prisão, um dos exemplares com declaração § 1º Qualquer agente policial poderá efe-
do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega de- tuar a prisão determinada no mandado de
verá o preso passar recibo no outro exemplar; prisão registrado no Conselho Nacional de
se recusar, não souber ou não puder escrever, o Justiça, ainda que fora da competência ter-
fato será mencionado em declaração, assinada ritorial do juiz que o expediu. (Incluído pela
por duas testemunhas. Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta § 2º Qualquer agente policial poderá efe-
de exibição do mandado não obstará à prisão, e tuar a prisão decretada, ainda que sem
o preso, em tal caso, será imediatamente apre- registro no Conselho Nacional de Justiça,
sentado ao juiz que tiver expedido o mandado. adotando as precauções necessárias para
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem averiguar a autenticidade do mandado e co-
que seja exibido o mandado ao respectivo dire- municando ao juiz que a decretou, devendo

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este providenciar, em seguida, o registro do do mandado que apresentar, poderão pôr


mandado na forma do caput deste artigo. em custódia o réu, até que fique esclarecida
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). a dúvida.
§ 3º A prisão será imediatamente comuni- Art. 291. A prisão em virtude de mandado en-
cada ao juiz do local de cumprimento da tender-se-á feita desde que o executor, fazendo-
medida o qual providenciará a certidão ex- -se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado
traída do registro do Conselho Nacional de e o intime a acompanhá-lo.
Justiça e informará ao juízo que a decretou.
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 292. Se houver, ainda que por parte de ter-
ceiros, resistência à prisão em flagrante ou à de-
§ 4º O preso será informado de seus direi- terminada por autoridade competente, o execu-
tos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º da tor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar
Constituição Federal e, caso o autuado não dos meios necessários para defender-se ou para
informe o nome de seu advogado, será co- vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto
municado à Defensoria Pública. (Incluído subscrito também por duas testemunhas.
pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 293. Se o executor do mandado verificar,
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais com segurança, que o réu entrou ou se encon-
sobre a legitimidade da pessoa do executor tra em alguma casa, o morador será intimado a
ou sobre a identidade do preso, aplica-se o entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não
disposto no § 2º do art. 290 deste Código. for obedecido imediatamente, o executor con-
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). vocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à
força na casa, arrombando as portas, se preciso;
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regula- sendo noite, o executor, depois da intimação ao
mentará o registro do mandado de prisão a morador, se não for atendido, fará guardar to-
que se refere o caput deste artigo. (Incluído das as saídas, tornando a casa incomunicável, e,
pela Lei nº 12.403, de 2011). logo que amanheça, arrombará as portas e efe-
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao tuará a prisão.
território de outro município ou comarca, o exe- Parágrafo único. O morador que se recusar
cutor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde a entregar o réu oculto em sua casa será le-
o alcançar, apresentando-o imediatamente à vado à presença da autoridade, para que se
autoridade local, que, depois de lavrado, se for proceda contra ele como for de direito.
o caso, o auto de flagrante, providenciará para a
remoção do preso. Art. 294. No caso de prisão em flagrante, obser-
var-se-á o disposto no artigo anterior, no que for
§ 1º Entender-se-á que o executor vai em aplicável.
perseguição do réu, quando:
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem especial, à disposição da autoridade competen-
interrupção, embora depois o tenha perdi- te, quando sujeitos a prisão antes de condena-
do de vista; ção definitiva:
b) sabendo, por indícios ou informações fi- I – os ministros de Estado;
dedignas, que o réu tenha passado, há pou-
co tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar II – os governadores ou interventores de
em que o procure, for no seu encalço. Estados ou Territórios, o prefeito do Distri-
to Federal, seus respectivos secretários, os
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem prefeitos municipais, os vereadores e os
fundadas razões para duvidar da legitimida-
de da pessoa do executor ou da legalidade

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chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei nº § 4º O preso especial não será transportado
3.181, de 11.6.1957) juntamente com o preso comum. (Incluído
pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
III – os membros do Parlamento Nacional,
do Conselho de Economia Nacional e das § 5º Os demais direitos e deveres do preso
Assembléias Legislativas dos Estados; especial serão os mesmos do preso comum.
(Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
IV – os cidadãos inscritos no "Livro de Mé-
rito"; Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for
possível, serão recolhidos à prisão, em estabele-
V – os oficiais das Forças Armadas e os mi- cimentos militares, de acordo com os respecti-
litares dos Estados, do Distrito Federal e vos regulamentos.
dos Territórios; (Redação dada pela Lei nº
10.258, de 11.7.2001) Art. 297. Para o cumprimento de mandado ex-
pedido pela autoridade judiciária, a autoridade
VI – os magistrados; policial poderá expedir tantos outros quantos
VII – os diplomados por qualquer das facul- necessários às diligências, devendo neles ser
dades superiores da República; fielmente reproduzido o teor do mandado ori-
ginal.
VIII – os ministros de confissão religiosa;
Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de
IX – os ministros do Tribunal de Contas; 2011).
X – os cidadãos que já tiverem exercido efe- Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vis-
tivamente a função de jurado, salvo quando ta de mandado judicial, por qualquer meio de
excluídos da lista por motivo de incapacida- comunicação, tomadas pela autoridade, a quem
de para o exercício daquela função; se fizer a requisição, as precauções necessárias
XI – os delegados de polícia e os guardas- para averiguar a autenticidade desta. (Redação
-civis dos Estados e Territórios, ativos e ina- dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
tivos. (Redação dada pela Lei nº 5.126, de Art. 300. As pessoas presas provisoriamente fi-
20.9.1966) carão separadas das que já estiverem definitiva-
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código mente condenadas, nos termos da lei de execu-
ou em outras leis, consiste exclusivamente ção penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
no recolhimento em local distinto da pri- 2011).
são comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de Parágrafo único. O militar preso em flagran-
11.7.2001) te delito, após a lavratura dos procedimen-
§ 2º Não havendo estabelecimento especí- tos legais, será recolhido a quartel da insti-
fico para o preso especial, este será reco- tuição a que pertencer, onde ficará preso à
lhido em cela distinta do mesmo estabe- disposição das autoridades competentes.
lecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, de (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
11.7.2001)
§ 3º A cela especial poderá consistir em alo-
jamento coletivo, atendidos os requisitos de CAPÍTULO II
salubridade do ambiente, pela concorrência DA PRISÃO EM FLAGRANTE
dos fatores de aeração, insolação e condi-
cionamento térmico adequados à existên- Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autori-
cia humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de dades policiais e seus agentes deverão prender
11.7.2001)

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quem quer que seja encontrado em flagrante prisão em flagrante será assinado por duas
delito. testemunhas, que tenham ouvido sua leitu-
ra na presença deste. (Redação dada pela
Art. 302. Considera-se em flagrante delito Lei nº 11.113, de 2005)
quem:
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em fla-
I – está cometendo a infração penal; grante deverá constar a informação sobre a
II – acaba de cometê-la; existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o
III – é perseguido, logo após, pela autorida- contato de eventual responsável pelos cui-
de, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, dados dos filhos, indicado pela pessoa pre-
em situação que faça presumir ser autor da sa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
infração;
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escri-
IV – é encontrado, logo depois, com instru- vão, qualquer pessoa designada pela autorida-
mentos, armas, objetos ou papéis que fa- de lavrará o auto, depois de prestado o compro-
çam presumir ser ele autor da infração. misso legal.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende- Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local
-se o agente em flagrante delito enquanto não onde se encontre serão comunicados imedia-
cessar a permanência. tamente ao juiz competente, ao Ministério Pú-
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade blico e à família do preso ou à pessoa por ele
competente, ouvirá esta o condutor e colherá, indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
desde logo, sua assinatura, entregando a este 2011).
cópia do termo e recibo de entrega do preso. § 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após
Em seguida, procederá à oitiva das testemu- a realização da prisão, será encaminhado
nhas que o acompanharem e ao interrogatório ao juiz competente o auto de prisão em
do acusado sobre a imputação que lhe é feita, flagrante e, caso o autuado não informe o
colhendo, após cada oitiva suas respectivas as- nome de seu advogado, cópia integral para
sinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. a Defensoria Pública. (Redação dada pela
(Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005) Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1º Resultando das respostas fundada a § 2º No mesmo prazo, será entregue ao pre-
suspeita contra o conduzido, a autorida- so, mediante recibo, a nota de culpa, assina-
de mandará recolhê-lo à prisão, exceto no da pela autoridade, com o motivo da prisão,
caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, o nome do condutor e os das testemunhas.
e prosseguirá nos atos do inquérito ou pro- (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
cesso, se para isso for competente; se não
o for, enviará os autos à autoridade que o Art. 307. Quando o fato for praticado em pre-
seja. sença da autoridade, ou contra esta, no exercí-
cio de suas funções, constarão do auto a narra-
§ 2º A falta de testemunhas da infração não ção deste fato, a voz de prisão, as declarações
impedirá o auto de prisão em flagrante; que fizer o preso e os depoimentos das teste-
mas, nesse caso, com o condutor, deverão munhas, sendo tudo assinado pela autoridade,
assiná-lo pelo menos duas pessoas que ha- pelo preso e pelas testemunhas e remetido ime-
jam testemunhado a apresentação do preso diatamente ao juiz a quem couber tomar conhe-
à autoridade. cimento do fato delituoso, se não o for a autori-
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, dade que houver presidido o auto.
não souber ou não puder fazê-lo, o auto de

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Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em te, ou por representação da autoridade policial.
que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
apresentado à do lugar mais próximo.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser de-
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser pos- cretada como garantia da ordem pública, da
to em liberdade, depois de lavrado o auto de ordem econômica, por conveniência da instru-
prisão em flagrante. ção criminal, ou para assegurar a aplicação da
lei penal, quando houver prova da existência do
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em fla- crime e indício suficiente de autoria. (Redação
grante, o juiz deverá fundamentadamente: (Re- dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
dação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. A prisão preventiva tam-
I – relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela bém poderá ser decretada em caso de des-
Lei nº 12.403, de 2011). cumprimento de qualquer das obrigações
II – converter a prisão em flagrante em pre- impostas por força de outras medidas cau-
ventiva, quando presentes os requisitos telares (art. 282, § 4º). (Incluído pela Lei nº
constantes do art. 312 deste Código, e se 12.403, de 2011).
revelarem inadequadas ou insuficientes as Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Có-
medidas cautelares diversas da prisão; ou digo, será admitida a decretação da prisão
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). preventiva:(Redação dada pela Lei nº 12.403, de
III – conceder liberdade provisória, com ou 2011).
sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de I – nos crimes dolosos punidos com pena
2011). privativa de liberdade máxima superior a
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo 4 (quatro) anos;(Redação dada pela Lei nº
auto de prisão em flagrante, que o agen- 12.403, de 2011).
te praticou o fato nas condições constan- II – se tiver sido condenado por outro crime
tes dos incisos I a III do caput do art. 23 do doloso, em sentença transitada em julgado,
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de ressalvado o disposto no inciso I do caput
1940 – Código Penal, poderá, fundamenta- do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
damente, conceder ao acusado liberdade dezembro de 1940 – Código Penal; (Reda-
provisória, mediante termo de compare- ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
cimento a todos os atos processuais, sob
pena de revogação. (Redação dada pela Lei III – se o crime envolver violência doméstica
nº 12.403, de 2011). e familiar contra a mulher, criança, adoles-
cente, idoso, enfermo ou pessoa com defici-
ência, para garantir a execução das medidas
protetivas de urgência; (Redação dada pela
CAPÍTULO III Lei nº 12.403, de 2011).
DA PRISÃO PREVENTIVA
IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
(Redação dada pela Lei nº 5.349, de Parágrafo único. Também será admitida a
3.11.1967) prisão preventiva quando houver dúvida
Art. 311. Em qualquer fase da investigação po- sobre a identidade civil da pessoa ou quan-
licial ou do processo penal, caberá a prisão do esta não fornecer elementos suficientes
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no para esclarecê-la, devendo o preso ser co-
curso da ação penal, ou a requerimento do Mi- locado imediatamente em liberdade após a
nistério Público, do querelante ou do assisten- identificação, salvo se outra hipótese reco-

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mendar a manutenção da medida. (Incluído IV – gestante; (Redação dada pela Lei nº


pela Lei nº 12.403, de 2011). 13.257, de 2016)
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso V – mulher com filho de até 12 (doze) anos
será decretada se o juiz verificar pelas provas de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº
constantes dos autos ter o agente praticado o 13.257, de 2016)
fato nas condições previstas nos incisos I, II e III
do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de VI – homem, caso seja o único responsá-
7 de dezembro de 1940 – Código Penal. (Reda- vel pelos cuidados do filho de até 12 (doze)
ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011). anos de idade incompletos. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou
denegar a prisão preventiva será sempre mo- Parágrafo único. Para a substituição, o juiz
tivada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de exigirá prova idônea dos requisitos estabe-
2011). lecidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preven-
tiva se, no correr do processo, verificar a fal-
ta de motivo para que subsista, bem como de
novo decretá-la, se sobrevierem razões que a CAPÍTULO V
justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
3.11.1967)
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 319. São medidas cautelares diversas da
CAPÍTULO IV prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
DA PRISÃO DOMICILIAR
I – comparecimento periódico em juízo, no
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhi- informar e justificar atividades; (Redação
mento do indiciado ou acusado em sua residên- dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
cia, só podendo dela ausentar-se com autoriza- II – proibição de acesso ou frequência a
ção judicial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, determinados lugares quando, por circuns-
de 2011). tâncias relacionadas ao fato, deva o indi-
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão pre- ciado ou acusado permanecer distante
ventiva pela domiciliar quando o agente for: desses locais para evitar o risco de novas
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). infrações;(Redação dada pela Lei nº 12.403,
de 2011).
I – maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela
Lei nº 12.403, de 2011). III – proibição de manter contato com pes-
soa determinada quando, por circunstân-
II – extremamente debilitado por motivo de cias relacionadas ao fato, deva o indiciado
doença grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, ou acusado dela permanecer distante; (Re-
de 2011). dação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III – imprescindível aos cuidados especiais IV – proibição de ausentar-se da Comarca
de pessoa menor de 6 (seis) anos de ida- quando a permanência seja conveniente ou
de ou com deficiência;(Incluído pela Lei nº necessária para a investigação ou instrução;
12.403, de 2011). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

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V – recolhimento domiciliar no período no- ficada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº
turno e nos dias de folga quando o investi- 12.403, de 2011).
gado ou acusado tenha residência e traba-
lho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de IX – monitoração eletrônica. (Incluído pela
2011). Lei nº 12.403, de 2011).

VI – suspensão do exercício de função públi- § 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).


ca ou de atividade de natureza econômica § 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
ou financeira quando houver justo receio de
sua utilização para a prática de infrações pe- § 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
nais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com
VII – internação provisória do acusado nas as disposições do Capítulo VI deste Título,
hipóteses de crimes praticados com violên- podendo ser cumulada com outras medidas
cia ou grave ameaça, quando os peritos con- cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de
cluírem ser inimputável ou semi-imputável 2011).
(art. 26 do Código Penal) e houver risco de
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País
reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
será comunicada pelo juiz às autoridades en-
2011).
carregadas de fiscalizar as saídas do território
VIII – fiança, nas infrações que a admitem, nacional, intimando-se o indiciado ou acusado
para assegurar o comparecimento a atos para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vin-
do processo, evitar a obstrução do seu an- te e quatro) horas. (Redação dada pela Lei nº
damento ou em caso de resistência injusti- 12.403, de 2011).

1. DA PROVA

Comentários:

Conceito de prova: a prova pode ser entendida como todo elemento de convicção trazido ao
processo pelas partes ou pelo juiz com o intuito de demonstrar a verdade de uma afirmação, a
existência de algo ou a realidade de um fato. Tem por finalidade formar a convicção do julgador.
Ônus da prova: é o encargo que recai sobre as partes, a fim de que demonstrem a ocorrência
de determinados fatos. Esse ônus cabe, em regra, a quem alegar o fato, mas o juiz pode deter-
minar, de ofício, a produção de provas (art. 156, CPP).

Sistemas de avaliação da prova:

1. Íntima convicção (certeza moral do julgador): o juiz julga de acordo com as provas, mas
não precisa fundamentar suas decisões. Vigora, excepcionalmente, para os jurados, nos
casos de competência do Tribunal do Júri.

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2. Prova legal (certeza moral do legislador): o legislador que determina o valor de cada prova
(prova tarifada). Nesse sistema é que tem validade o jargão jurídico de que a confissão é a
rainha das provas. Não tem aplicação em nosso ordenamento jurídico.
3. Persuasão racional do juiz (livre convencimento motivado): o magistrado julga de acordo
com a sua convicção diante das provas coligidas, mas deve fundamentar suas decisões. É o
sistema aplicado, em regra, no direito pátrio.

Princípios relacionados à prova:

1. Princípio da comunhão (ou aquisição) da prova: a prova uma vez produzida pode ser usa-
da por ambas as partes, uma vez que elas pertencem ao processo e não às partes.
2. Princípio do contraditório: a parte deve ser cientificada de toda prova produzida em juízo e
ter a possibilidade de contrariá-la.
3. Princípio da liberdade da prova: inspirado no princípio da verdade real, postula que em
processo penal são admitidos, em regra, todos os meios de prova. O rol de provas elencado
no CPP é meramente exemplificativo. As limitações a esse princípio podem ser constitucio-
nais ou legais (provas ilícitas e ilegítimas).
4. Princípio da não autoincriminação (nemo tenetur se detegere ou ninguém é obrigado a
se descobrir): o direito ao silêncio tem em mira não um suposto direito à mentira, mas a
proteção contra as hostilidades e as intimidações historicamente desfechadas contra os
réus pelo Estado. Esse princípio atua ainda na tutela da integridade física do réu, na medida
em que autoriza expressamente a não participação dele na formação da culpa.
5. Princípio da persuasão racional do juiz ou do livre convencimento motivado: o julgador
deve apreciar as provas dos autos para formar seu convencimento, fundamentando como
avaliou o conjunto probatório, exceto no Tribunal do Júri, em que vigora o princípio da ínti-
ma convicção, conforme outrora referido.
6. Princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos: esse princípio está
previsto no art. 5º, LVI da CF/88, e também foi positivado no art. 157 do CPP com o advento
da Lei nº 11.690/2008.
A vedação das provas ilícitas atua no controle da regularidade da atividade estatal persecu-
tória, inibindo e desestimulando práticas probatórias ilegais por parte de quem é o grande
responsável pela sua produção. Pode-se dizer que esse princípio possui uma afirmação de
propósitos éticos e também de caráter pedagógico.
7. Princípio da identidade física do juiz: esse princípio foi introduzido no Direito Processual
Penal pátrio pela Lei nº 11.719/2008, no art. 399, § 2º, que dispõe: “o juiz que presidiu a
instrução deverá proferir a sentença”.
Essa foi uma medida das mais relevantes para o Processo Penal, já que a coleta pessoal
da prova, ou seja, o contato imediato com os depoimentos, seja das testemunhas, seja do
ofendido e do acusado, é de grande significado para a formação do convencimento judicial.

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1.1. Do Exame de Corpo de Delito e das Perícias em Geral

Perícia consiste no exame realizado em pessoa ou coisa para comprovação de fatos, por quem
tem conhecimento técnico, científico ou artístico adequado (perito).
O perito pode ser oficial ou não oficial (não oficial ou louvado). O oficial é o investido na função
por lei. Importante lembrar que não há mais a necessidade de dois peritos oficiais (novidade
trazida pela Lei nº 11.690/2008).
O não oficial é o nomeado pela autoridade administrativa (se ainda na fase inquisitiva, normal-
mente por autoridade policial) ou pelo juiz (se já na fase judicial), sem interferência das partes
(art. 276 CPP), e tem obrigação de aceitar o encargo (salvo escusa atendível – 277). O inoficial
deve prestar compromisso (159 § 2º), ser idôneo, diplomado em curso superior, preferencial-
mente na área específica dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza
do exame a ser feito (159 §1º). Ainda, deve-se dar preferência àquele da localidade onde será
realizada a perícia. Aos peritos se aplicam os impedimentos e suspeições incidentes sobre os
magistrados (art. 280). Intérpretes são equiparados aos peritos.
“Art. 159 CPP – O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,
portador de diploma de curso superior.
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras
de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem ha-
bilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o en-
cargo.
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao quere-
lante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exa-
mes e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos,
desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam en-
caminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em
laudo complementar;
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo
juiz ou ser inquiridos em audiência.
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença
de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especia-
lizado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um
assistente técnico."

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Entendem alguns que a falta de compromisso do inoficial é causa de nulidade relativa (art. 564,
IV, e 572, CPP), para outros seria mera irregularidade. A perícia será determinada pela autorida-
de policial ou judicial, conforme o caso (inquérito ou ação penal), mas o exame de insanidade
mental só poderá sê-lo por juiz (art. 149, § 1º).
O laudo pericial será entregue em dez dias, devendo-se descrever minuciosamente o objeto
analisado, e as suas conclusões necessitam de fundamentação.
Na fase judicial, as partes podem requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou
para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a
serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo
apresentar as respostas em laudo complementar. Ainda, se houver requerimento, as partes
poderão ter acesso ao material que serviu de base à perícia, se for possível a conservação do
mesmo (art. 159 § 6°). Se negada perícia requerida, não há recurso previsto: caso a autoridade
policial negue, pode-se requerer ao MP ou ao Juiz que a requisitem; caso o Juiz negue, pode-
-se utilizar MS ou questionar indeferimento como preliminar de recurso futuramente cabível
(apelação ou RESE).

Do Exame de Corpo de Delito


É considerado uma das várias espécies de perícia.
O que é corpo de delito? Corpo de delito é o conjunto de elementos sensíveis deixados pelo
crime, isto é, todas aquelas alterações perceptíveis no mundo fenomênico e derivadas da ocor-
rência do delito que, de alguma forma, comprovam a existência do fato. O exame de corpo de
delito é a análise feita pelo perito nesses elementos e o laudo de exame de corpo de delito é a
peça técnica em que ele descreve os vestígios e suas conclusões técnicas. O exame é necessá-
rio, portanto, para que se comprove a materialidade delitiva.

Espécies:
1. Direto – é realizado pelo perito diretamente sobre o objeto material do crime;
2. Indireto – realizado pelo perito ou pelo magistrado indiretamente sobre o corpo de delito,
não observando diretamente os elementos materiais. Normalmente, realizado por inter-
médio de testemunhas ou documentos.
A confissão não supre a ausência do exame de corpo de delito. O exame necroscópico (art. 162)
é realizado sobre o cadáver, com o fito de descobrir a causa da morte. Nos crimes de falsifica-
ção de documento, realiza-se o exame documentoscópico para se constatar eventual falsidade
material, e o grafotécnico para se apurar o responsável pela falsidade. Nos delitos de lesão
corporal grave com incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias, é neces-
sário o exame complementar após o trigésimo dia, podendo sua falta ser suprida pela prova
testemunhal.
A lei de tóxicos exige somente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga (fir-
mado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea) para lavratura do auto de prisão
em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, podendo o laudo definitivo de exa-
me químico-toxicológico ser anexado aos autos posteriormente.

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1.2. Interrogatório do acusado, confissão, perguntas ao ofendido

Do interrogatório do acusado
É o ato no qual o juiz ouve o acusado acerca da imputação que lhe é feita. Em regra, é o primei-
ro contato do réu com o processo penal (exceção: na Lei de Tóxicos, o réu primeiro é notificado
para apresentar defesa prévia – art. 55, Lei nº 11.343/06).
Natureza Jurídica: antes da Lei nº 10.792/03, 2 correntes: 1ª) Ato de defesa, pois desprovido
de contraditório. Jamais poderia fundamentar uma condenação (Ada); 2ª) Majoritária: ato de
natureza mista, um meio de defesa e um meio de prova, com contraditório diferido.
Após a Lei nº 10.792/03: em virtude da previsão de intervenção das partes no interrogatório,
firmou-se que este possui natureza jurídica mista, de ato de defesa e meio de prova.

Características do interrogatório:
1. Ato personalíssimo: somente o réu pode ser interrogado. Não admite representação, subs-
tituição ou sucessão. O interrogatório de pessoa jurídica responsável por crimes ambien-
tais é feito com seu representante.
2. Ato submetido ao contraditório: o interrogatório passou a sofrer contraditório, pois está
sujeito à repergunta das partes.
3. Ato dependente de assistência técnica da defesa: antes da Lei nº 10.792/03, o STF entendia
que a ausência das partes e do defensor não provocava nulidade. Hoje é obrigatória.
4. Publicidade: trata-se de ato público, com vista à garantia do próprio acusado. Em regra, o
interrogatório do réu preso deve ser feito na penitenciária (art. 185, par. 1º, CPP). Esse dis-
positivo legal é totalmente divorciado de nossa realidade. Isso porque, ao se levar em con-
ta literalmente essa norma, a audiência de instrução e julgamento deixaria de ser um ato
contínuo, para ser sempre dividida em duas fases, a primeira para se ouvir as testemunhas,
os peritos, etc., e a segunda apenas e tão somente para a realização do interrogatório do
acusado. Ou então, toda a instrução deveria se realizar na penitenciária!!! Por fim, há casos
em que não se recomenda a publicidade do interrogatório (792, par. 1º, CPP): escândalo,
inconveniente grave e perturbação da ordem.
5. Oralidade: é, em regra, ato oral. Isso porque a palavra, o tom da voz e o modo de se expres-
sar do réu também influenciam no convencimento do juiz. Poderá ser realizado por escrito:
1) em caso de mudez; 2) em caso de prerrogativa de algumas autoridades.
6. Individualidade: nenhum acusado pode ser ouvido na presença do outro (art. 191, CPP),
evitando-se que um influencie a versão do outro ou mesmo que um constranja o outro. Se
houver mais de um réu, todos serão ouvidos separadamente. Para Pacelli, assegura-se o di-
reito de participação da defesa técnica – do advogado – de coréu durante o interrogatório
de todos os acusados.
7. Judicialidade: até o advento da Lei nº 10.792/03 era ato privativo do juiz, não se admitindo
interferência das partes. Mas a partir da referida lei, deixou de ser ato privativo do juiz, ha-
vendo agora intervenção das partes (entrevista reservada do acusado com o seu defensor e
reperguntas das partes).

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OBS: INTERROGATÓRIO POR VIDEOCONFERÊNCIA:


Com o advento da Lei nº 11.900/2009, agora há a expressa disposição autorizando o interroga-
tório por videoconferência, confira:
“Art. 1º Os arts. 185 e 222 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Pro-
cesso Penal, passam a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 185. ....................................................................
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que
estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério
Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato.
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das
partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro
recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja
necessária para atender a uma das seguintes finalidades:
I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre
organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
II – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificulda-
de para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja pos-
sível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código;
IV – responder à gravíssima questão de ordem pública.
§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes
serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo
sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento
de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código.
§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista
prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garan-
tido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no
presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso.
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais por sis-
tema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como
também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o interrogató-
rio não se realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2º deste artigo.
§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deste artigo, no que couber, à realização de
outros atos processuais que dependam da participação de pessoa que esteja presa, como aca-
reação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de decla-
rações do ofendido.

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§ 9º Na hipótese do § 8º deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato processual pelo
acusado e seu defensor.” (NR)
“Art. 222. .................................................................
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá ser realizada
por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens
em tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a
realização da audiência de instrução e julgamento.” (NR)
Art. 2º O Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, passa a
vigorar acrescido do seguinte art. 222-A:
“Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada previamente a sua impres-
cindibilidade, arcando a parte requerente com os custos de envio.
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 222 deste Códi-
go.”

1.3. Confissão

É o ato de reconhecimento realizado em juízo por uma das partes, a respeito da veracidade dos
fatos que lhe são atribuídos e capazes de ocasionar-lhe consequências jurídicas desfavoráveis.
É a aceitação, pelo autor, da prática criminosa que lhe é imputada.

Classificação:
1. Confissão judicial: é a que ocorre em juízo, sob o crivo do contraditório, no curso do proces-
so.
2. Confissão extrajudicial: ocorre fora de juízo, sem contraditório, normalmente no inquérito
policial ou em outra sede administrativa.
3. Confissão explícita: quando há admissão expressa dos fatos.
4. Confissão implícita: se dá com a prática de atos que façam presumir ser o autor da infração.
Ex.: reparação dos danos.
5. Confissão simples: é a admissão, pura e simples, dos fatos narrados na inicial acusatória.
Não agrega à confissão nenhuma tese em seu benefício.
6. Confissão qualificada: ocorre quando o acusado admite a acusação que lhe é feita, mas
invoca em seu favor tese em seu benefício (ex.: causa que exclua o crime ou o isente de
pena).

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7. Confissão ficta ou presumida (quando o réu não contesta os fatos da petição inicial): não
existe, pois, no processo penal, prevalece o princípio da verdade real e o ônus de provas é
de quem alega.
8. Confissão delatória, chamada de corréu ou chamamento de cúmplice: ocorre nas hipóteses
de concurso de agentes, quando um corréu, além de assumir o fato, atribui a outro(s) esses
mesmos fatos. Para que essa prova seja válida, é necessário que seja feita sob o crivo do
contraditório, pois, nesse caso, estaremos diante de verdadeira prova testemunhal. Se o
réu, autor do crime em coautoria, confessar ter praticado o crime sozinho, pratica o crime
de autoacusação falsa? Não. O delito do art. 341 do CP jamais pode ser praticado por autor,
coautor ou partícipe de um crime.
Art. 65, III, d, CP: é atenuante da pena a confissão espontânea (confissão judicial, explícita ou
implícita e simples). A confissão extrajudicial e a qualificada podem GERAR A atenuante inomi-
nada do art. 66 do CP.

Características:
1. Ato personalíssimo – só o réu pode confessar. Não se admite por mandatário ou defensor;
2. Ato livre e espontâneo – a confissão obtida mediante constrangimento físico ou mental
configura o crime de TORTURA (art. 1º, I, a Lei nº 9455/97) – prova ilícita;
3. Retratável – porém, como o juiz tem o livre convencimento motivado, dará o valor que re-
putar correto a cada uma delas.
4. Divisível – o acusado pode confessar um fato e negar outro, bem como o juiz, dentro de seu
livre convencimento, pode valer-se apenas de parte da confissão.
VALOR DA CONFISSÃO: já foi considerada a rainha das provas. Hoje possui valor relativo, como
todas as demais provas (art. 197, CPP). A confissão obtida em interrogatório na fase pré-pro-
cessual destina-se ao convencimento do MP e não do juiz, por isso tal prova deve ser repeti-
da na fase instrutória da ação penal. Mesmo a confissão obtida perante o juiz, sob o crivo do
contraditório, deverá ser contextualizada junto aos demais elementos de prova, quando hou-
ver, diante do risco, sempre presente, sobretudo nos crimes societários, de autoacusação falsa,
para proteger o verdadeiro autor.

1.4. Qualificação e oitiva do ofendido

O ofendido, pessoa titular do interesse jurídico violado pela conduta criminosa, sempre que
possível, será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, assim como sobre
quem seja ou presuma ser o autor, e as provas que possa indicar (art. 201, CPP).

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1.5. Prova testemunhal

Testemunha é todo indivíduo estranho ao feito (não é vítima nem acusado) e equidistante das
partes, chamado ao processo para falar sobre fatos perceptíveis a seus sentidos e relativos ao
objeto do litígio.

Características:
1. Judicialidade – tecnicamente, somente se considera prova testemunhal aquela produzida
em juízo. Havendo divergência entre a inquirição na fase policial e na fase judicial, esta últi-
ma prevalece;
2. Oralidade – deve ser colhida verbalmente (artigo 204, CPP) em contato direto com o juiz e
as partes. Não se veda, entretanto, breve consulta a apontamentos. Exceções: do mudo, do
surdo e do surdo-mudo (artigo 192 do CPP); possibilidade de certas autoridades prestarem
depoimento por escrito (artigo 221, §1º, do CPP: “§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente
da República, os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo
Tribunal Federal poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as
perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, lhes serão transmitidas por ofí-
cio”). Nos termos do artigo 223 do CPP, quando a testemunha não conhecer a língua nacio-
nal, será nomeado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.
3. Objetividade – o depoimento deve versar sobre os fatos, sem juízo valorativo, salvo quan-
do a reprodução forçosamente exigir carga axiológica. A testemunha não dá parecer ou
opinião, somente expõe sua percepção sensorial (“Art. 213. O juiz não permitirá que a tes-
temunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do
fato");
4. Retrospectividade – o objeto do testemunho são fatos passados;
5. Imediação – a testemunha deve narrar aquilo que captou imediatamente por meio dos
sentidos;
6. Individualidade – cada testemunha presta seu depoimento isolada da outra. No entanto,
entende-se que a incomunicabilidade é mera irregularidade e não se exige uma única audi-
ência para oitiva de todas as testemunhas no mesmo dia. A previsão de incomunicabilidade
está no artigo 210 do CPP. A Lei nº 11.690/08 (em vigor 60 dias após sua publicação em
10/06/2008) inseriu um parágrafo único ao referido artigo, para estabelecer: “Art. 210 (...)
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão reservados
espaços separados para a garantia da incomunicabilidade das testemunhas".

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1.6. Reconhecimentos de pessoas e coisas

É o meio de prova que se faz necessário quando o ofendido ou uma testemunha não conhece o
objeto do crime, todavia se recorda de seus traços individualizadores, sendo capaz de reconhe-
cê-lo se o vir. Preliminarmente, a pessoa que vai fazer o reconhecimento deve descrever aquilo
que será reconhecido, evitando-se os inexoráveis erros da precipitação. Depois, o objeto do
reconhecimento é colocado ao lado de outros parecidos para que a pessoa aponte o objeto de
sua descrição. A jurisprudência se inclina no sentido de que, sempre que possível, o indivíduo
seja colocado ao lado de outros com traços semelhantes, entretanto, quando isso não for pos-
sível, não haverá nulidade do feito ou da prova.
Nos termos do artigo 228 do CPP: “Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhe-
cimento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer
comunicação entre elas”.

1.7. Acareação

Ato probatório pelo qual se confrontam pessoas que prestaram depoimentos divergentes so-
bre fatos relevantes em suas declarações. É um depoimento conjunto, que pode ser realizado
entre pessoas ausentes e presentes, por meio do isolamento dos pontos divergentes com expli-
cações sobre eles, via precatória (art.230 do CPP).
Nos termos do artigo 229 do CPP, a acareação pode se dar entre:
•• acusados;
•• acusado e testemunha;
•• testemunhas;
•• acusado ou testemunha e a pessoa ofendida;
•• pessoas ofendidas.

1.8. Documentos

Artigos referentes ao Código de Processo Penal


Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qual-
quer fase do processo.
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou
particulares.
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor
do original.

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Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão ad-
mitidas em juízo.
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a
defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusa-
ção ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes,
para sua juntada aos autos, se possível.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a exame pericial, quan-
do contestada a sua autenticidade.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão,
se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela
autoridade.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o original, em presença da
autoridade.
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não exista motivo relevante
que justifique a sua conservação nos autos, poderão, mediante requerimento, e ouvido o Mi-
nistério Público, ser entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos autos.

1.9. Indícios

Art. 239 CPP. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com
o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.

1.10. Busca e apreensão

•• Conceito e Natureza Jurídica


A busca e apreensão, apesar de inserida no CPP entre os meios de prova, não é propriamente
um meio de prova, mas sim um meio de obtenção da prova. É medida de natureza cautelar, visa
ao acautelamento de material probatório (coisas, animais e até pessoas que não estejam ao
espontâneo alcance da Justiça). Submete-se a contraditório diferido.
É medida excepcional por implicar quebra de inviolabilidade da privacidade do acusado ou de
terceiros, quer do domicílio, quer pessoal. Só é admitida diante de FUNDADAS RAZÕES.
•• Requisitos
A busca, para ser validamente autorizada, depende do concurso dos requisitos:
•• Fumus Boni Iuris
•• Periculum in Mora

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A Decisão que autorizar a busca domiciliar deve ser fundamentada com a indicação desses re-
quisitos e só pode ser executada se:
1. houver ordem judicial escrita e fundamentada
2. houver a Indicação precisa do local, motivos e finalidade da diligência (art. 245, CPP)
3. o cumprimento da diligência se der durante o dia, salvo consentimento do morador para
ocorrer à noite
4. o uso da força só se admite diante da recusa ou ausência do morador ou de qualquer pes-
soa no local
•• Espécies
A busca que visa à apreensão pode ser domiciliar ou pessoal (art. 240 do CPP):
Domiciliar – só pode ser feita, quando de modo forçado, por ordem judicial, ressalvados os ca-
sos expressos na CF/88 (art. 5º XI):
•• se houver Consentimento do morador
•• em caso de Flagrante Delito
•• em caso de Desastre ou
•• para a prestação de socorro
Nesses casos, a busca poderá ser feita independentemente de autorização judicial, a qualquer
hora do dia ou da noite.
A busca domiciliar feita em desacordo com o disposto no art. 5º XI da CRFB, constitui prova ilíci-
ta, porque obtida com violação de direito fundamental do indivíduo.
Pessoal – art. 244 do CPP: não depende de ordem judicial (como ensina Eugênio Pacelli de
Oliveira) – admite-se se houver fundadas suspeitas de que a pessoa esteja na posse de armas,
papéis ou objetos que constituem o corpo de delito.
OBS. 1: A busca pessoal em mulher deve ser feita por outra mulher, salvo se isso importar em
prejuízo ou retardamento da diligência (art. 249 do CPP).
OBS. 2: Eventuais abusos do executor da diligência, que importem em vexame, constrangimen-
to injustificado à pessoa, caracteriza crime do art. 4º, “b”, da Lei nº 4898/65 – Crime de Abuso
de Autoridade.
•• Observações quanto à busca domiciliar:
Em que casos ou pra que fins a busca domiciliar deve ser feita? A busca pode ser feita para um
dos fins do art. 240 § 1º do CPP.
Art. 240 § 1º do CPP: Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem,
para: (enumera algumas hipóteses, ver artigo). Em que pese entender que o rol é taxativo, há
cláusula aberta na alínea h que autoriza busca e apreensão fora das hipóteses ali enumeradas.
Parte da doutrina entende, no entanto, que a alínea h não foi recepcionada pela CF/88.

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2. DA RESTRIÇÃO DE LIBERDADE – PRISÕES CAUTELARES

2.1. PRISÃO

Conceito
Prisão consiste na privação da liberdade de locomoção, mediante clausura, decretada por or-
dem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, ou decorrente de flagrante
delito, conforme se depreende do artigo 5º, inciso LXI, da Constituição Federal, salvo nas hipó-
teses de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
Em decorrência do princípio da presunção de não culpabilidade, deve ser excepcional.

Espécies de prisões

1. Prisão com pena ou prisão sanção


É a que decorre de uma sentença penal condenatória que já adquiriu a estabilidade da coisa
julgada material, ou seja, é a decretada pelo juiz para fins penais. A prisão penal pode ser ainda
definitiva ou provisória (cautelar).

2. Prisão cautelar
Cautelar de natureza processual acontece antes do trânsito em julgado. São espécies:
•• Prisão em flagrante;
•• Prisão preventiva;
•• Prisão temporária;
•• Prisão em decorrência da sentença de pronúncia;
•• Prisão em decorrência de sentença recorrível.

2.1. Prisão em Flagrante

Hipóteses de flagrante
Existem muitas, mas o CPP prevê as seguintes hipóteses:
Art. 302 CPP. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;

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III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situa-
ção que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presu-
mir ser ele autor da infração.

•• FLAGRANTE PRÓPRIO OU PROPRIAMENTE DITO


Artigo 302, incisos I e II, relação de imediatidade entre o fato e a prisão; ocorre quando está
sendo cometida a infração (inciso I) ou quando acaba, de cometê-la (inciso II). O inciso I guarda
uma relação com o artigo 303, o qual estabelece que, no crime permanente, enquanto durar a
permanência, persiste a situação de flagrância (sequestro e cárcere privado, p. ex.). O trafican-
te pode ser preso em local distinto do que guarda a droga? Sim, porque enquanto mantiver a
droga em depósito, o traficante está praticando a conduta de tráfico, guardar; a única dificul-
dade é demonstrar o nexo entre o traficante e a droga. O inciso II trata da hipótese em que o
autor acaba de cometer a infração, como critério para definir o que é acabar, deve-se perquirir
a existência de uma relação de imediatidade, período no qual não pode ter ocorrido qualquer
acontecimento relevante, p. ex., se o autor saiu do local do crime, já não seria flagrante no sen-
tido próprio.
Não há qualquer menção na lei sobre o prazo de 24 horas ser identificador do término do fla-
grante. O que interessa para o flagrante é a caracterização das situações previstas na lei. Ques-
tão relevante é saber o momento da efetiva consumação do crime para determinar a situação
de flagrante. Exemplo: crime de corrupção passiva (artigo 317, CP) é a atitude do funcionário
público em solicitar ou receber vantagem, consuma-se com a simples solicitação, assim, se o
funcionário solicita e combina o recebimento uma semana depois, no momento do recebimen-
to não há flagrante, há exaurimento.
Crimes permanentes (ação se prolonga no tempo) – nas infrações permanentes, entende-se o
agente em flagrante delito, enquanto não cessar a permanência (artigo 303). Crimes habituais
– exigem a habitualidade, o flagrante é cabível, desde que fique provada a reiteração de atos.

•• FLAGRANTE IMPRÓPRIO OU QUASE FLAGRANTE


Artigo 302, inciso III, PERSEGUIDO e LOGO APÓS refere-se à perseguição e não à prática do
crime. Há discussão na doutrina acerca do limite da expressão “logo após”. Majoritariamente,
enquanto dura a perseguição, é cabível o flagrante impróprio.

•• FLAGRANTE PRESUMIDO OU FICTO


Artigo 302, IV, ENCONTRADO e LOGO DEPOIS refere-se ao crime. Logo depois do crime: Mira-
bete afirma que pouco importa a forma como foi encontrado, pode ter sido ao acaso.

•• FLAGRANTE PREPARADO OU PROVOCADO POR OBRA DO AGENTE PROVOCADOR


A palavra-chave é a indução.
A súmula 145, STF, trata da matéria (não há crime quando a preparação do flagrante pela polí-
cia torna impossível a sua consumação), seu fundamento reside no artigo 17, do CP, que trata
do crime impossível (não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime), que se aplica ao fla-

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grante preparado, acrescentando a existência do agente provocador, que é responsável por um
conjunto de circunstâncias para induzir o agente à prática do ato e ao mesmo tempo adota me-
didas para que o crime não se consume. Sendo assim, esse flagrante é inválido, é uma farsa que
jamais chegará à consumação, porque o bem jurídico está protegido.
Súmula 145 STF – Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível
a sua consumação.

•• FLAGRANTE DIFERIDO (OU CONTROLADO OU PRORROGADO OU RETARDADO)


Está previsto no art. 8º da Lei nº 12.830, em relação aos delitos praticados por organizações
criminosas. A lei admite que a polícia retarde sua intervenção para continuar acompanhando a
atividade da organização criminosa e efetuar a prisão em momento mais oportuno do ponto de
vista da formação de provas e fornecimento de informações. Situação semelhante está prevista
no art. 53, II da Lei nº 11.343/06, relativa à não atuação policial para as hipóteses de investiga-
ção de crimes de tráfico de drogas. Todavia, nesse caso, a lei exige prévia autorização judicial e
manifestação do Ministério Público para a não atuação judicial.

•• FLAGRANTE FORJADO
O agente não cometeu crime, mas foi falsamente incriminado por terceiro. Exemplo: policial
introduz droga no veículo do agente e depois o prende em flagrante pelo transporte da droga.
A prova é ilegítima, devendo o policial responder por crime de abuso de autoridade e denun-
ciação caluniosa.

2.2. Prisão preventiva

É uma modalidade de prisão importante, que gera reflexos em outros temas importantes no
Direito Processual Penal, dentre eles, liberdade provisória, prisão por pronúncia, prisão para
apelar. Tem como requisitos:

•• FUMUS BONI IURIS


FUMUS BONI IURIS (artigo 312, in fine, CPP) consiste em indícios de autoria (não basta a possi-
bilidade, exige uma probabilidade da autoria) e prova da materialidade.
Artigo 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da or-
dem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei
penal, quando houver PROVA DA EXISTÊNCIA DO CRIME e INDÍCIO SUFICIENTE DE AUTORIA.

•• PERICULUM IN MORA (PERICULUM LIBERTATIS)


PERICULUM IN MORA: a custódia deve ser necessária, consta no artigo 312, primeira parte, CPP.
A necessidade da prisão cautelar está substanciada nos seguintes elementos isoladamente:
•• GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA
•• GARANTIA DA ORDEM ECONÔMICA

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•• POR CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL


•• PARA ASSEGURAR A APLICAÇÃO DA LEI PENAL

2.3. Prisão temporária

Previsão legal: Lei nº 7.960/89

Noções gerais:
•• natureza jurídica
Também é uma prisão de natureza cautelar. E é constitucional de acordo com o entendimento
do STF.
Sendo assim, depende, para sua decretação, do preenchimento dos requisitos do FUMUS BONI
IURIS, do PERICULUM IN MORA e da adequação às hipóteses específicas previstas na lei (hipó-
teses legais de incidência ou condições de admissibilidade).

Requisitos
Estão previstos na Lei nº 7.960/89
Artigo 1º. Caberá prisão temporária:
I – quando imprescindível para as investigações do IP;
II – quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao es-
clarecimento de sua identidade;
III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação
penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes (rol TAXATIVO dos crimes).
•• FUMUS BONI IURIS – está previsto no inciso III, do artigo 1º acima transcrito, remetendo-se
à análise da prisão preventiva.
•• PERICULUM IN MORA – está previsto nos incisos I e II, que demonstram a necessidade da
decretação da prisão.
HIPÓTESES LEGAIS – estão previstas no inciso III, que elenca o rol dos crimes.
SÍNTESE DOS REQUISITOS – Não se pode decretar a prisão temporária somente porque o inciso
I foi preenchido, pois isso implicaria viabilizar a prisão para qualquer delito, inclusive os de me-
nor potencial ofensivo, desde que fosse imprescindível para a investigação policial, o que soa
despropositado. Não parece lógico, ainda, decretar a temporária unicamente porque o agente
não tem residência fixa ou não é corretamente identificado, em qualquer delito. Logo, o mais
acertado, e pacificamente aceito pela doutrina e pela jurisprudência, é combinar essas duas
situações (incisos I e II) com os crimes enumerados no inciso III.

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Decretação
Somente pode ser decretada durante a investigação policial, não podendo ser decretada de-
pois de instaurada a ação penal.
Ela tem o objetivo de facilitar uma eficaz investigação, sendo que a preventiva visa a proteger a
ordem pública, a ordem econômica, a instrução criminal e a aplicação da lei penal. Essa distin-
ção entre os tipos de prisão é importante.

Decisão
DECISÃO deve ser fundamentada e expedida no prazo de 24 horas.
O juiz deve demonstrar a necessidade da prisão.

Prazo de duração
Regra é o prazo de 05 dias, prorrogável por mais 05 dias, em caso de comprovada e extrema
necessidade.
Exceção: crimes hediondos e equiparados têm o prazo de 30 dias, prorrogável por mais 30 dias,
também em caso de comprovada e extrema necessidade.

2.4. Prisão domiciliar

Agora a prisão domiciliar passou a ser também uma medida cautelar.

DA PRISÃO DOMICILIAR
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 317 CPP. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua
residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: (Reda-
ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I – maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com
deficiência; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV – gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016)

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VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de
idade incompletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Então nós temos: prisão domiciliar como pena e prisão domiciliar como cautelar processual
(que é cabível quando o preso se encontrar nas situações do art. 318, CPP.
Diz o art. 318 que caberá prisão domiciliar cautelar para o agente que:
I – for maior de 80 (oitenta) anos;
II – for extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III – tem sob seus cuidados especiais uma criança menor de 6 (seis) anos de idade ou com defi-
ciência;
IV – for gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou que esteja em gravidez de alto risco.
OBS.: PRISÃO PARA RECORRER e PRISÃO DECORRENTE DE PRONÚNCIA
As prisões cautelares prestam-se a tutelar interesses ligados à jurisdição penal, acautelando,
sobretudo, o regular andamento do processo. Como toda medida cautelar, podem ter como
consequência a própria antecipação do resultado final pretendido, por isso somente são conce-
didas quando se mostram concretamente indispensáveis.
Por não guardar qualquer compromisso com a cautelaridade e ser verdadeira execução provi-
sória, o art. 594 do CPP, que previa a prisão para recorrer, foi revogado pela Lei nº 11.719/08.
É necessária, assim, a releitura da Súmula 9 pelo STJ, para que não se aceite a possibilidade
de recolhimento ao cárcere como condição de admissibilidade do recurso. No mesmo sentido,
foi o art. 408, § 1º do CPP (que previa a prisão decorrente de pronúncia) revogado pela Lei nº
11.689/2008.
Na nova ordem, quando da sentença condenatória (art. 387, p. único e art. 492 do CPP) e decisão
de pronúncia (art. 413 § 3º, CPP), o juiz poderá ou manter a custódia já decretada, ou determinar
a prisão preventiva, observando, em qualquer caso, a necessidade de fundamentação cautelar
da medida (art. 312 do CPP). A ausência dessa fundamentação concreta é causa de vício sanável
mediante HC, pois o princípio constitucional da presunção de inocência não compactua com
prisões processuais obrigatórias.

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Direito Processual Penal

Professor Rodolfo Souza

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Edital

DIREITO PROCESSUAL PENAL: Inquérito policial. Histórico, natureza, conceito, finalidade, carac-
terísticas, fundamento, titularidade, grau de cognição, valor probatório, formas de instauração,
notitia criminis, delatio criminis, procedimentos investigativos, indiciamento, garantias do investi-
gado. Conclusão, prazos. Disposições constitucionais aplicáveis ao Direito Processual Penal.

BANCA: Cespe
CARGO: Agente de Polícia e Escrivão

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Direito Processual Penal

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL

1. Litígio, Jus puniendi & Processo Penal

Com a prática do delito, surge para o Estado a pretensão punitiva, o que doutrinariamente se
denomina jus puniendi (direito de punir). Assim é que, tendo o Estado o dever de proteger os
direitos mais essenciais da sociedade, ele apreende para si o monopólio daquele direito, ou
seja, somente o poder estatal encontra-se legitimado a exercer o direito de punir, em substitui-
ção à antiga “vingança de sangue”.
Mesmo no caso dos crimes apurados mediante ação penal privada, cuja titularidade fica subor-
dinada ao alvedrio do ofendido ou de quem tem legitimamente a qualidade para representá-lo,
cabe à vítima (ou seu representante), tão-somente, o jus accusationis, o direito de acusar, mas
não o de punir, o que consistiria em sério retrocesso do processo penal ao tempo em que se
fazia “justiça com as próprias mãos”, hoje em dia comportamento tipificado à luz do art. 345 do
CP (Exercício Arbitrário das Próprias Razões).
Tem-se, pois, de um lado, o sujeito ativo do crime (agente), que pugna, por todos os meios de
defesa em direito admitidos, preservar seu direito de liberdade, o jus libertatis.
Assim, tem-se a seguinte situação:
•• O Estado apreende alguns valores como essenciais ao convívio de seus cidadãos, e prote-
ge esses valores por meio de normas jurídicas de Direito Penal, notadamente as normas
penais incriminadoras, a cuja transgressão ou ameaça é cominada uma consequência, a
sanção penal, a mais séria de todas as sanções jurídicas;
•• O indivíduo pratica uma conduta, comissiva ou omissiva, descrita no tipo penal incrimina-
dor e não acobertada por uma excludente de ilicitude, praticando, assim, um injusto penal;
•• O Estado, então, que enxerga uma norma sua ser ofendida, passa a ter o interesse de punir
o ofensor, interesse este que é consubstanciado pelo jus puniendi, o direito de punir aque-
le que lesa um valor defendido pelo ente estatal;
•• O acusado, por seu turno, vê ameaçado seu direito de liberdade (lembremos que a liberda-
de, direito fundamental constitucionalmente protegido, é a regra; a sua privação, a exce-
ção), o jus libertatis, tendo interesse em se ver livre das consequências previstas abstrata-
mente pelo tipo penal incriminador que se supõe ter sido por ele violado;
•• Assim, surge entre o réu e o Estado um conflito de interesses qualificado por uma preten-
são (exercer o Estado sua pretensão punitiva) resistida (conferida pelo réu em defesa de
seu jus libertatis), conflito este que se denomina de lide ou litígio;

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•• Para solucionar o conflito, caberá ao Estado-juiz determinar a quem cabe razão, vale dizer,
decidir se é o Estado, para exercer sua pretensão punitiva, ou o réu, que deseja continuar
em seu jus libertatis.
A lide ou litígio que se instaura entre Estado e acusado deve se desenrolar por uma série de
atos coordenados entre si que tendem para um fim, a solução ou composição do conflito, de-
terminando o Estado-juiz, de uma vez por todas, qual direito (de punir ou de liberdade) deve,
ao final, imperar. Esse conjunto de atos coordenados chama-se processo.
Na verdade, o conceito de lide e de processo é único, haja vista que a jurisdição é una (quanto a
isso os processualistas civis e penalistas não parecem discordar), mas, para efeitos de organiza-
ção judiciária e para melhor da prossecução da justiça é que se divide o litígio em cível e penal,
e o processo, por conseguinte, em cível e penal. O processo penal é a fórmula encontrada pelos
Estados para comporem lides de natureza criminal.

2. Conceito de processo penal

Tomando por base as informações até aqui levantadas, poder-se-á definir lapidarmente o Direi-
to Processual Penal como o ramo jurídico que estuda o conjunto de princípios e normas acerca
da aplicação jurisdicional do Direito Penal material.

a) Autonomia: Não se discute a autonomia do Direito Processual Penal, porquanto possui ob-
jeto, normas e princípios próprios, características mestras que fazem um ramo possuir a
própria identidade dentro da dogmática jurídica.

Com efeito, se bem que só se fala em Direito Processual Penal se, quando e por conta da exis-
tência do Direito Penal, não menos certo é que este último não teria qualquer aspecto de fun-
cionalidade enquanto não pudesse ser efetivamente aplicado aos casos concretos levados a
composição pelo Estado-juiz.

b) Instrumentalidade: O Direito Processual Penal é instrumental, à medida que ele é o meio


de que se utiliza o Estado para tirar da inércia o Direito Penal, fazendo-o atuar efetivamen-
te, e aplicá-lo na prática.

c) Finalidade: A finalidade a que se propõe o Direito Processual Penal, tendo-se em conta


notadamente seu caráter eminentemente prático, é o de tornar efetivo, real, atuante, per-
ceptível empiricamente, o Direito Penal, a fim de compor a lide penal que se instaura e que
deve ser solucionada.

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CAPÍTULO II – PRINCÍPIOS E SISTEMAS PROCESSUAIS

1. Conceito de Principio

É base e o alicerce para a interpretação das normas (lei) e um horizonte a ser perseguido para a
devida realização da justiça.
“Princípios são verdade ou juízos fundamentais que servem de alicerce ou de garantia de cer-
teza, um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da
realidade”. (Miguel Reale)
Este é um tema da mais alta relevância dentro do Direito Processual Penal, sem o qual nada em
nossa matéria tem sentido ou aplicação, ou, se o tiver, com toda a certeza o processo não se
coadunará com todo o espírito do ordenamento jurídico de um Estado Democrático de Direito.
Somente com a obediência a todos os princípios abaixo assinalados é que se poderá falar em
“devido processo legal”, cuja transgressão a qualquer um deles poderá ensejar, como quotidia-
namente enseja, a aplicação de regras das quais, p. ex., confere-se a liberdade do cidadão (ain-
da que provisória, como no caso de quem é injustamente preso, por coação ilegal ou violência
infundamentada de quem quer que seja, mormente quando se trata de abuso de autoridade
ou coação ilícita contra a liberdade de ir, vir e ficar, o que poderá acarretar no ajuizamento de
habeas corpus), ou a nulidade de certos atos.
Sem o estudo aprofundado e acurado dos princípios que regem o processo penal de nada
adiantará estudar os demais assuntos que se alastram no transcorrer do curso, por um simples
motivo: todo o processo penal respalda-se, de uma maneira direta ou indireta, no conhecimen-
to dos princípios que o regem, e isso é facilmente corroborado à medida que em cada assunto
os doutrinadores fazem amiúde referência a algum princípio do processo penal.
Ver-se-á, entretanto, que os princípios não são absolutos — como quase nada em Direito, por
sinal —, de forma que vez ou outra, por força de mandamento constitucional ou mesmo infra-
constitucional (mas com o aval da Carta Magna), admitem-se exceções, consoante veremos.

2. Dos princípios em espécies

2.1 Princípio dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF/88)

Respeito às individualidades do homem, que deve ser tratado com dignidade independente-
mente de qualquer situação.
Trata-se de um atributo que todo ser humano possui independentemente de qualquer requisito
ou condição, seja ele de nacionalidade, sexo, religião, posição social etc. É considerada como o
nosso valor constitucional supremo, o núcleo axiológico da constituição.

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2.2. Princípio devido processo legal (art. 5º, LIV, CF/88)
Originado na cláusula do “due process of law” do direito anglo-americano, está consagrado
na Constituição Federal no art. 5º, LIV, estabelece que ninguém será privado da liberdade ou
de seus bens sem que haja um processo prévio, no qual assegurados o contraditório e a ampla
defesa, com os meio e recursos nela existentes.
Segundo Eduardo Couture, “em última análise, o due process of law consiste no direito de não
ser privado da liberdade e de seus bens, sem a garantia que supõe a tramitação de um processo
desenvolvido na forma que estabelece a lei”. Desse princípio decorrem vários outros, como o
do contraditório, igualdade das partes, imparcialidade do juiz, juiz natural, iniciativa das partes,
oficialidade e da inadmissibilidade das provas obtidas ilicitamente.
A afronta ao princípio pode acarretar nulidade do processo (consequência mais comum) e até
mesmo constituir-se em fundamento para impetração de habeas corpus, por exemplo.
Não há exceções ao princípio, e nem mesmo a prisão provisória, cautelar, processual, constitui
exceção ou ofensa a ele, contanto que sejam observadas as formas tais quais devem ser obede-
cidas para a consecução da prisão.

2.3. Princípio presunção de inocência, não culpabilidade ou estado de


inocência (art. 5º, LVII, CF/88)
O acusado será considerado inocente até o transito em julgado da sentença penal condenató-
ria, havendo duvida sobre a autoria do crime o réu será absolvido (in dubio pro reo).
Passou-se, então, a questionar se, respeitado em absoluto o princípio, se não seria inconstitu-
cional a prisão provisória ou cautelar (prisão em flagrante, prisão preventiva, prisão temporá-
ria, prisão civil, prisão disciplinar por transgressão militar). Esse questionamento, no entanto,
não tem sua razão de ser, pois a própria CF/88 excepciona-se, ao admitir a prisão processual em
seu art. 5º, LXI e LXVI.
A doutrina, ainda, costuma afirmar que em decorrência do princípio do estado de inocência:
A restrição da liberdade do acusado antes da sentença definitiva só deve ser admitida a título
de medida cautelar, de necessidade ou de conveniência, segundo estabelece a lei processual;
O réu não tem o dever de provar a sua inocência; cabe ao acusador provar a sua culpa; para
condenar o acusado, o juiz deve ter a convicção de que é ele responsável pelo delito, bastando,
para a absolvição, a dúvida a respeito de sua culpa (in dubio pro reo).
Cabe destacar que Supremo Tribunal Federal (STF) em decisão proferida no dia 17 de fevereiro
de 2016, por 7 votos a 4, passou a aceitar que pessoas condenadas em segunda instância devem
começar a cumprir pena antes do trânsito em julgado do processo (final do processo). Com a
decisão, um condenado poderá iniciar o cumprimento da pena se a Justiça de segunda instância
rejeitar o recurso de apelação e mantiver a condenação definida pela primeira instância.
A Corte fez uma revisão da atual jurisprudência para admitir que o princípio constitucional da
presunção de inocência cessa após a confirmação da sentença pela segunda instância. Votaram
a favor do cumprimento da pena antes do fim de todos os recursos os ministros Teori Zavascki,
Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Gilmar Mendes.

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Assim, bastará a sentença condenatória de um tribunal de Justiça estadual (TJ) ou de um tribu-


nal regional federal (TRF) para a execução da pena. Até então, réus podiam recorrer em liberda-
de ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao próprio Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme refere o professor Fernando Capez, o principio da presunção de inocência deve ser
considerado em três momentos distintos:
•• Na instrução processual, como presunção legal relativa a não culpabilidade, invertendo-se
o ônus da prova, tal é da incumbência da acusação;
•• Na avaliação da prova, impondo-se que esta seja valorada em favor do acusado quando
houver dúvidas quanto à existência de responsabilidade pelo fato imputado;
•• No curso do processo penal, como parâmetro de tratamento do acusado, em especial no
que concerne à análise quanto à necessidade ou não de sua segregação provisória.

2.4. Favor Rei (CPP, arts. 386, VI, 609, parágrafo único, 615, § 1º, 617 e 621)
Por meio deste princípio, quando houver dúvida insuperável entre o jus puniendi e o jus li-
bertatis, deve o ordenamento jurídico inclinar-se em favor deste último. É o famoso aforismo
in dubio pro reo. O princípio está consagrado, no Código de Processo Penal, nos arts. 386, VII
(absolvição por insuficiência de provas), 609, parágrafo único (embargos infringentes e de nuli-
dade), 615, § 1º, e 617 (proibição da non reformatio in pejus) e 621 (revisão criminal).
Também é decorrência do princípio do favor rei, a aplicação do art. 10 do CP em detrimento do
art. 798, § 1º, do Código de Processo Penal, na questão dos prazos sobre matéria mista (penal
e processual penal).

2.5. Princípio contraditório (art. 5º, LV, CF/88)


Trata-se da oportunidade de ter ciência dos fatos alegados pela parte contraria, podendo apre-
sentar sua versão, além de provas de seu interesse na expectativa de convencer o julgador.
Por esse princípio, também denominado “bilateralidade da audiência”, garante-se constitucio-
nalmente a ampla defesa do acusado (art. 5º, LV). Mediante o princípio, o acusado goza do di-
reito de defesa sem qualquer restrição, assim como à acusação cabe contraditar os argumentos
esposados pelo réu.
O contraditório envolve a isonomia processual, pela qual as partes podem atuar no processo
em igualdade de condições (ciência bilateral dos atos e termos do processo e a possibilidade de
contrariá-los, nas formas e condições estabelecidas em lei). Dele também advêm a igualdade
processual (igualdade de direitos e deveres dentro da demanda) e a liberdade processual do
acusado (a ele é concedido o direito de nomear, para a sua defesa, o advogado que desejar). O
contraditório é princípio tão elementar que, lembra Mirabete, atua até quando o réu se encon-
tra foragido, porquanto não poderá ser julgado sem um defensor (o que não significa que ele
não possa ser julgado à revelia).
O não acatamento de direitos decorrentes do contraditório pode acarretar nulidade do proces-
so (art. 564, III, c, e, f, g, h, l e o, do CPP).

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O contraditório, no entanto, só tem fundamento no processo criminal, ou seja, a partir do
momento em que é proposta a ação penal, de forma que na fase pré-processual (inquérito
policial) não se exige (e nem mesmo se admite) o contraditório.
Para espancar qualquer dúvida, a Carta Magna dispõe, em seu art. 5º, LV, que é assegurado
o contraditório “em processo judicial ou administrativo”, e inquérito, como salientamos, não
é processo, mas mero procedimento informativo de caráter administrativo para colheita de
provas na busca da apuração da materialidade do fato e de sua autoria.
Há, entretanto, quem entenda dever haver contraditório ficar na fase do inquérito (tal opinião,
no entanto, é minoritária). Com o advento da Lei 13.245/2016 que alterou o art. 7º do Estatuto
da OAB, visualiza-se a mitigação do caráter inquisitivo no inquérito, mas o assunto será
estudado no próximo capítulo.

2.6. Igualdade das Partes (art. 5º, LV, CF)


Por este princípio, decorrente diretamente do contraditório, as partes encontram-se, em juízo, em pé
de igualdade, de forma que elas exercem e suportam idênticos direitos, ônus, obrigações e faculdades.
As partes são, pois, iguais, de forma que nenhuma é mais importante que a outra, ou
merecedora de mais ou menos direitos que a outra. No entanto, esse princípio não é absoluto,
e deve ficar em posição hierárquica inferior ao princípio do favor rei, pelo qual no conflito entre
o jus puniendi e o jus libertatis, a balança da justiça deve inclinar-se em favor deste último.
Daí porque em excepcionais ocasiões o Direito Processual Penal prevê ao réu prerrogativas
processuais não concedidas à acusação, como se vê, p. ex., dos embargos infringentes, dos
embargos de nulidade e da revisão criminal, todos exclusivos da defesa, e o princípio do non
reformatio in pejus, pelo qual não se pode reformar uma decisão em desvantagem ao que foi
postulado, em sede recursal, pela defesa (a não ser, evidentemente, que a nova decisão se
lastreie em recurso da acusação, o que não significa de modo algum uma exceção ao princípio,
senão uma decisão que nega provimento ao recurso da defesa e o dá ao da acusação).

2.7. Princípio Ampla Defesa (art. 5º, LV, CF/88)


Traduz o dever que assiste o Estado de facultar ao acusado toda a defesa possível quanto à imputa-
ção que lhe foi realizada, podendo apresentar qualquer prova admitida no direito para fundamentar
sua versão dos fatos. Este princípio guarda intrínseca relação com o direito ao contraditório.
Abrange a autodefesa, realizada pelo acusado em seu interrogatório, e a defesa técnica, que exige
a representação do réu por um defensor, que pode ser constituído, público, dativo ou ad hoc.
A defesa técnica é aquela desempenhada por profissional habilitado, com capacidade postulató-
ria. É obrigatória e indispensável, mesmo contra a vontade do réu (art. 261, CPP). Pode ser exerci-
da pelo advogado constituído pelo réu, por um Defensor Público ou, por fim, por um defensor da-
tivo, nomeado pelo Juízo. A ausência de defesa técnica é causa de nulidade absoluta do processo.
Ademais, o réu tem o direito de escolher o seu defensor, razão pela qual não cabe ao Juízo indi-
car, de logo, um novo defensor, em caso da renúncia do defensor anterior (Sumula n. 708, STF,
aplicável por analogia). Deve o réu ser intimado para constituir um novo defensor e, somente
se ele se omitir, é que o Juízo poderá nomear um defensor dativo.

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Por outro lado, a autodefesa é a defesa exercida pelo próprio réu, desdobrando-se em três
vertentes, a saber: (a) direito de presença, (b) direito de audiência e (c) direito de postular.
No primeiro aspecto, está compreendido o direito de o réu participar dos atos processuais,
acompanhando o andamento do processo e a produção probatória. Por tal razão, o réu tem
o direito de ser intimado para comparecer à audiência. Entretanto, se for intimado e não
comparecer a um ato processual, poderá ser decretada a sua revelia (art. 367, CPP), e o
processo prosseguirá sem a sua intimação.
O direito de audiência configura-se na prerrogativa de o réu, se quiser, ter contato direto com o Juiz
e expor a sua versão sobre os fatos que lhe são imputados. Corporifica-se no interrogatório, que,
atualmente, é considerado meio de defesa, e não meramente um meio de prova. É essa a razão pela
qual o interrogatório deixou de ser o primeiro ato da instrução e passou a ser o último. Ora, se é
meio de defesa do réu, o momento mais propício para a sua ocorrência é após a produção de todas
as provas, de maneira que o réu tenha consciência das provas que foram produzidas em seu favor
e em seu desfavor e possa formar seu convencimento sobre a melhor estratégia para a sua defesa.
Há doutrina que enxerga o direito de audiência em duas óticas: na ótica positiva, o réu tem
a possibilidade de se manifestar sobre os fatos e expor a sua versão, a fim de influenciar a
formação do convencimento do Juízo; na ótica negativa, o réu tem o direito de manter-se em
silêncio, e este silêncio não pode ser interpretado em seu prejuízo.
Por fim, o direito de o réu postular dá-se em casos em que a legislação admite que ele formule
pretensões, mesmo sem a presença de um advogado. Por exemplo, o réu pode interpor recurso
de Apelação, pode impetrar Habeas Corpus e ajuizar Revisão Criminal. Por tal razão, o réu deve
ser intimado pessoalmente da sentença condenatória (art. 392, CPP).
A regra do art. 366, CPP, que prevê a suspensão do processo quando o réu, citado por Edital,
não comparecer nem constituir advogado, também é decorrência da autodefesa, posto que,
considerando-se que a citação editalícia é ficta, provavelmente sequer o réu terá conhecimento
da Ação Penal em seu desfavor, de modo que não poderá estar presente aos atos processuais
tampouco ser interrogado.

2.8. Princípio Publicidade (art. 5º, LX e art. 93, IX, CF/88)

Garante a lisura e a limpidez dos atos processuais que em regra devem ser públicos, podendo
ser acessados por qualquer pessoa.
A regra aliás, com força imperativa constitucional é a de que todos os atos processuais são
públicos, não devendo sofrer qualquer espécie de restrição ou censura. Isso tem a sua razão
de ser: como o sistema processual penal brasileiro é o acusatório, em que os direitos humanos
(ao menos em tese...) são salvaguardados, razão não há, ao contrário do que ocorre no sistema
inquisitivo, repudiado nas legislações dos povos civilizados, para que o processo penal e o seu
desenrolar fiquem às escondidas, longe dos olhos da sociedade (exatamente quem tem mais
interesse na fiscalização do andamento de seus interesses, entre eles o da correta e justa apli-
cação da lei penal à espécie fática). Logo, o processo não é nem deve ser, via de regra, sigiloso.
O princípio da publicidade não é absoluto, e de fato nem poderia, pois a publicidade sem limites,
e sem exceções acarretaria, decerto, sérios problemas à pessoa do acusado ou da vítima, a de-
pender do caso concreto (imagine-se, dar-se a mais ampla publicidade a uma vítima de estupro).

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Daí porque, tendo em vista determinados valores, que devem reinar sobre a publicidade, a
Carta Política traçou genericamente os seus limites, determinando que a lei deverá restringir
a publicidade dos atos processuais “quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem” (art. 5º, LX). Também se fazem ressalvas à publicidade, secundando-a quando estiver
em jogo o interesse público e a segurança da sociedade e do Estado (art. 5º, XXXIII). Vejam-se
outras exceções nos arts. 217, 792, § 2º, todos do Código de Processo Penal brasileiro.
Tais restrições estão alicerçadas em defesa da intimidade da vitima ou diante da necessidade
do interesse público, os principais exemplos são:
•• Art. 201 § 6º do CPP, ao dispor que o “juiz tomará as providencias necessárias à preservação
da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo inclusive determinar o
segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes
dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação”.
•• Mais recentemente a lei 12.015/09, introduziu por meio do art.234-B do Código Penal o
segredo de justiça na tramitação dos processos por crimes contra a dignidade sexual.
O inquérito policial, como teremos ainda oportunidade de observar, é inquisitório, e como
tal é intrinsecamente sigiloso. No entanto, afirmemos desde já, o inquérito policial, primeira
fase da persecução criminal, não é e nem faz parte processo penal (tecnicamente falando),
de modo que não faltamos com a verdade quando dizemos que o processo penal brasileiro é
eminentemente (embora não absolutamente) público.

2.9. Princípio da obrigatoriedade de motivação das decisões judiciais


(art. 93, IX, CF/88 e art. 381, III, CPP)
Exige que toda a decisão proferida por órgão jurisdicional seja devidamente motivada, justificada,
sob pena de serem declaradas nulas, é garantia à sociedade de que as deliberações não resultam
de posturas arbitrarias, mas sim de um julgamento imparcial, realizado de acordo com a lei.

2.10. Princípio Vedação da Prova Ilícita (art. 5º, LVI, CF/88)

Provas obtidas por meios ilícitos, consideradas aquelas que afrontam direta ou indiretamente
garantias tuteladas pela Constituição, não poderão em regra, ser utilizadas no processo
criminal como fator de convicção do juiz. Atua como princípio ético, quer a apuração dos fatos
criminosos, calcada na licitude, pois nada adiantaria, sob o prisma democrático, buscar a justiça
desrespeitando as leis.
No processo penal, são proibidas as chamadas provas ilegais. As provas proibidas são de suas
espécies: ilegítimas e ilícitas. Entre ambas há nítida distinção: as primeiras, provas ilegítimas,
são aquelas obtidas com afronta a preceito de legislação processual, isto é, violação do Direito
Penal formal; as provas ilícitas, por sua vez, são as que são conseguidas com violação a norma
de Direito Penal material, ou seja, são obtidas por meio criminoso ou contravencional.
Em todo o mundo, a única Constituição que proíbe taxativamente a obtenção ilícita de provas
é a brasileira (art. 5º, VI). Assim, mesmo que o que se conseguiu apurar seja prova cabal da
existência de uma infração penal e da autoria da mesma, se tal se deu ilicitamente, como por

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meio de tortura (violação a disposições da Lei nº 9.455/97), micro gravadores dissimulados,


interceptação telefônica desautorizada (afronta à Lei n.º 9.296/96), fotografias da vida íntima
da pessoa, detector de mentiras sem que a pessoa permita, etc., não é admissível em juízo,
vale dizer, não pode ser usado pela acusação, ainda que isso enseje (e realmente ensejará)
a impunidade do indiciado ou do réu. Também são consideradas ilícitas aquelas obtidas por
derivação (teoria norte-americana das fruits of the poisonous tree), quando, por exemplo, a
Polícia obtém do acusado, mediante tortura, a confissão de onde está depositada a droga, e até
lá se dirige e, preenchendo todas as formalidades legais, apreende o entorpecente — embora
a apreensão seja em si lícita, ela decorreu de origem ilícita, e ilícita também, pois, deve ser a
primeira considerada, e rechaçada em juízo.
Isso porque, entre o desrespeito à Constituição Federal e a impunidade, preferir-se-á esta.
Todavia, arrimada no princípio do favor rei, existe forte corrente doutrinária e jurisprudencial
no sentido de admitir as provas ilícitas desde que favoráveis à defesa. Isso tem sua razão de ser,
muito lógica e plausível: se a prova, ainda que insofismável, da existência do crime e da sua au-
toria, é inadmissível, absolvendo-se o réu, com muito maior razão não se punirá quem, sendo
inocente, prova-a, ainda que com o emprego de recursos afrontantes da lei penal. Assim, p. ex.,
se alguém, querendo provar a sua inocência, penetra na calada da noite em domicílio alheio,
e de lá subtrai documentos capazes de provar sua inocência, tais provas devem ser admitidas.
Talvez mesmo não seja melhor falar-se, aí, em prova obtida “ilicitamente”, senão licitamente
(embora o fato seja típico à luz da legislação penal), porque então se pode alegar estado de
necessidade, cujos bens em conflito seriam, em derradeira análise, o jus libertatis e a tranquili-
dade doméstica e patrimônio do morador do domicílio.
Assim, tem-se que: a acusação não pode utilizar-se de provas obtidas ilicitamente (sejam ori-
ginárias ou por derivação), mas a defesa, em tese, pode (vide, no Informativo STF nº 30, de
15/05/96, o HC 73.351-SP).

2.11. Reponsabilidade pessoal (Art. 5º, XLV, CF)

Tal princípio está previsto no art. 5º, XLV da CF. Também denominado princípio da intranscen-
dência ou da pessoalidade ou, ainda, personalidade da pena, preconiza que somente o conde-
nado, e mais ninguém, poderá responder pelo fato praticado, pois a pena não pode passar da
pessoa do condenado.
Este princípio justifica a extinção da punibilidade pela morte do agente. Resta óbvia a extinção
quando estamos tratando da pena privativa de liberdade, mas o princípio da responsabilida-
de pessoal faz com que, mesmo tendo o falecido deixado amplo patrimônio, a pena de multa
não possa atingi-lo, pois estaria passando da pessoa do condenado para atingir seus herdeiros.
Sendo assim, sempre estará extinta a punibilidade, independente da pena aplicada, quando
ocorrer a morte do agente.
Todavia, se estivermos diante de uma responsabilidade não penal, como a obrigação de reparar
o dano, nada impede que, no caso de morte do condenado e tendo havido bens para transmitir
aos seus sucessores, estes respondem até as forças da herança. A pena de multa, apesar de ser
considerada agora dívida de valor, não deixou de ter caráter penal e, por isso, continua obede-
cendo a este princípio.

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2.12. Juiz Natural (art. 5º, XXXVII e LIII, CF)
Este princípio tem fundamento constitucional no art. 5º, XXXVII (“não haverá juízo ou tribunal de
exceção”). Significa que nenhuma lei poderá sob hipótese alguma criar órgão jurisdicional ou de-
signar magistrados especiais para julgarem um caso isolado. Quer dizer, dado um fato, o órgão ou
o juiz incumbido de o julgar já deve estar previamente previsto para aquele desiderato. É constitu-
cionalmente vedado, portanto, criação ou designação de órgão ou tribunal após o fato. Além do
mais, “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente” (art. 5º, LIII,
da CF/88), o que quer dizer que a cada espécie de fatos cabem processo e julgamento a um órgão
competente. Lembram os autores que não ofendem o princípio do juiz natural as modificações de
competência, as substituições, o desaforamento e a prorrogação de competência previstas em lei.
Identidade Física do Juiz: Inobstante o temos citado no rol dos princípios do processo penal,
em verdade e de fato ele não subsiste, ao menos no processo brasileiro. Segundo o princípio,
num mesmo processo só poderia atuar um único e só juiz, não se permitindo a sua substituição
por outro: o juiz que pratica um ato de um processo necessariamente deverá ser o mesmo para
todo o desenrolar do mesmo, nos limites de sua competência. Não é princípio do Direito Pro-
cessual Penal brasileiro, e não foi consagrado, sequer, pelo Código de Processo Penal brasileiro,
tendo em vista que o trata do juiz como “órgão jurisdicional”, em caráter impessoal, portanto,
pouco importando a pessoa física do juiz.

2.13. Princípio Juiz imparcial (art. 5º, XXXVII e LIII, CF/88)


Não haveria, decerto, justiça (ou ao menos sempre se desconfiaria que ela se fizesse realmente
presente) caso o magistrado, ao qual é dado o poder-dever de dirimir o conflito intersubjeti-
vo qualificado por uma pretensão (jus puniendi) resistida (resistência do jus libertatis), fosse
parcial, isto é, se o Estado-juiz não se colocasse em situação de equidistância entre as partes, e
ainda o mais se fosse movido por paixões as mais diversas que tendessem a sempre favorecer,
sem respaldo jurídico, uns, e prejudicasse outros.
Pelo princípio da imparcialidade, exige-se que o juiz, na demanda que lhe vem à tona, não
julgue apaixonadamente, movido por sentimentos que obnubilam o caráter e os valores da fi-
nalidade última do Direito, a justiça, deixe de aplicá-la segundo as normas que se exprimem na
ordem jurídica, e que necessitam de ser postas em prática.
Assim é que o magistrado não deverá subsumir a sua opinião à própria conveniência e aos pró-
prios interesses que por ventura haja, direta ou indiretamente, ligação com a forma e/ou com o
pronunciamento jurisdicional que ele realizará. Não se permite, igualmente e talvez com muito
maior razão, que o convencimento do juiz esteja como que coligado às conveniências de tercei-
ros, sob pena de nulidade do decisum.
Daí porque a Carta Magna (art. 95), desejando afastar, ou ao menos dirimir, as ingerências me-
tajurídicas capazes de criar óbices à aplicação das leis penal e processual penal, confere garan-
tias aos magistrados: vitaliciedade, pelo qual, durante os primeiros dois anos de judicatura, o
juiz somente perderá o cargo por deliberação do Tribunal a que estiver vinculado e, após o perí-
odo probatório, apenas por sentença judicial transitada em julgado; inamovibilidade, segundo
a qual o juiz só será afastado ou removido de sua comarca em razão de manifesto interesse
público, evitando-se, com isso, que o juiz julgue desta ou daquela forma, conforme interesses
individuais amiúde financeiros e políticos.

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Assim, ele não terá receio de julgar segundo lhe aprouver, mas sempre de acordo com os man-
damentos da lei e os princípios da ordem jurídica, nunca das pressões e influências negativas);
Irredutibilidade de vencimentos, ou seja, os magistrados poderão ter a certeza de que seus
vencimentos não serão atingidos pelos poderosos ainda que contrarie seus interesses. Logo,
decida o juiz como decidir, as garantias assegurarão que ele continue no cargo.
A doutrina defende que o juiz deve ser objetiva e subjetivamente capaz de exercer a jurisdição
diante do caso concreto.
Objetivamente, ele deve ser competente para julgar a demanda (no entanto, a preclusão do direi-
to de alegação de incompetência relativa implica a prorrogação da competência, isto é, de incom-
petente passa o magistrado a competente). A capacidade subjetiva é, em termos do princípio em
epígrafe, a que nos interessa. A imparcialidade ficará afetada com o impedimento ou com a mera
suspeição do juiz. Tanto o juiz impedido quanto o suspeito não podem atuar no processo.
O impedimento está capitulado no art. 252 do Código de Processo Penal, e se refere aos casos
em que o juiz: tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta
ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério
Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito (inciso I); ele próprio houver desempe-
nhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha (inciso II); tiver funcionado como
juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão (inciso III); ele
próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o ter-
ceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito (inciso IV).
Dá-se a suspeição do magistrado: está capitulado no art. 254 do Código de Processo Penal, e se
refere aos casos em que o juiz: for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles (inciso I); se
ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo,
sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia (inciso II); se ele, seu cônjuge, ou parente, consan-
guíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que
tenha de ser julgado por qualquer das partes (inciso III); se tiver aconselhado qualquer das partes
(inciso IV); se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes (inciso V); se for só-
cio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo (inciso VI).
Não haveria seriedade e imparcialidade e, portanto, tranquilidade de uma das partes, se se
soubesse que o juiz é impedido ou suspeito por qualquer um daqueles motivos, que, aliás, de-
vem como tais ser declarados de ofício, e se o juiz não o fizer, qualquer das partes poderá alegá-
-la por meio de exceção.

2.14. Iniciativa das Partes (art. 129, I, CF/88; arts. 24 e 30, CPP)
A ação penal é o direito instrumental de fazer invocar a tutela jurisdicional com vistas à compo-
sição de uma lide penal. A titularidade da ação penal é exclusiva da parte interessada: Ministé-
rio Público, nos crimes de ação penal pública; ofendido ou seu representante legal, nos de ação
privada. De forma que, se quer o titular da ação penal que o autor de um crime seja processado
e julgado, necessitará de promover a ação penal respectiva; em última instância, terá de tomar
a iniciativa de conclamar aquela tutela.

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Daí dizer-se que paralelamente ao princípio da iniciativa das partes está o da inércia do juiz, ou
seja, ele só pode tomar a primeira providência jurisdicional se e quando for “chamado” a tal,
por meio da instauração da ação penal (denúncia ou queixa-crime).
O princípio em comento é ratificado por duas expressões latinas: nulla jurisdictio sine actione
(não há jurisdição sem ação); ne procedat judex ex officio (não procede a jurisdição de ofício).
Não há exceções a esse princípio: ao Ministério Público (MP), e somente a ele, cabe a iniciativa
da ação penal pública (art. 129, I, da CF/88), sendo que nem sequer a autoridade policial ou o
juiz podem propor ação penal; ao ofendido ou seu representante legal, e somente a eles, a ação
penal privada (CPP, arts. 29 e 30). Mesmo quando o Ministério Público não intenta a denúncia
no prazo legal, quando então cabe à parte ofendida a ação privada subsidiária, o MP não perde
a sua titularidade, e tanto é assim que, malgrada a propositura tempestiva da queixa-crime, o
MP volta a poder apresentar a denúncia. Nada obsta, também, que, no prazo de oferecimento
de queixa-crime, seja oferecida denúncia.

2.15. Oralidade
Por ele, a validade das declarações de ambas as partes (acusação e defesa) depende sobremanei-
ra de seu pronunciamento feito oralmente. Tal princípio encontra seu cume durante o decorrer
das sessões do Tribunal do Júri, em que a defesa, acusação e julgamento são realizados oralmen-
te (salvo algumas fórmulas procedimentais, em que se faz por escrito, mas em sua essência as
sessões do Tribunal do Júri são orais). No entanto, observa-se que de ordinário o processo penal
brasileiro, tal qual o cível, apresenta-se muito mais escrito do que oral, e apenas em um ou outro
caso é que se consagra a primazia da palavra oral, verbalizada, não gráfica, como acontece no
rito sumaríssimo nas infrações penais de menor potencial ofensivo (art. 81 da Lei nº 9.099/95).
Atualmente vem ocorrendo uma tendência doutrinária em se “oralizar” mais o processo penal
brasileiro, até porque assim se procuraria desburocratizá-lo mais.

2.16. Princípio da verdade real, material ou substancial (art. 566, CPP)


Significa que no processo penal devem ser realizadas as diligências necessárias e adotadas to-
das as providências cabíveis para tentar descobrir como os fatos realmente se passaram.
Esse, a propósito, o motivo que inspirou o art. 5°, LXIII, da CF e do art. 186 do CPP, determinan-
do que o silêncio do réu não importa em confissão.
Na esfera penal a investigação dos fatos cumpre caminho diverso ao que é trilhado na esfera ci-
vil. No Direito Civil vigora o princípio da verdade formal, inclusive se o réu não contestar a ação,
serão presumidos como verdadeiros os fatos alegados pelo autor (art. 319, CPC).
Pelo princípio da verdade real o processo penal, ao contrário do cível, não deve encontrar arti-
ficialismos ou formalismos capazes de criar óbices ao conhecimento cabal e verdadeiro do fato,
da autoria e de todas as circunstâncias, tais quais eles realmente ocorreram. Donde porque,
com a verdade real, o Direito Processual Penal tende a preferir o primado da justiça sobre qual-
quer elemento ou dado que, pela sua superficialidade formal, possa obstruir a consecução da
justiça. Procura-se, pois, averiguar cada caso concreto por meio da apuração da verdade, não
da presunção dela. Veja-se, p. ex., que, no processo cível, o réu que deixar de contestar a exor-
dial ou admiti-la em todos os seus termos sucumbirá, visto que tudo o que fora alegado na petição

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será considerado, por presunção, verdadeiro. O mesmo não ocorre no processo penal, em que, p.
ex., o fato de uma pessoa entregar-se à autoridade policial, dizendo-se autora de determinado deli-
to cuja autoria era até então desconhecida não significará que, com certeza, ela será condenada por
aquele crime, pois que pode ser que ela esteja faltando com a verdade (para acobertar alguém, por
exemplo). Sua “confissão” não gera presunção de verdade (como ocorreria no processo cível), mas
apenas, quando muito, uma suspeita de que fora ela mesma quem praticou a infração penal.
Veja-se, p. ex., o princípio da verdade real sendo aplicado quando o juiz, independentemente
da iniciativa de qualquer das partes, de ofício ordena a execução de determinada diligência,
a fim de que ele consiga obter a verdade, nada mais que a verdade. Mesmo diante dos fatos
incontroversos pelas partes (isto é, as partes da lide penal não divergem a respeito de um fato)
o juiz poderá, não satisfeito com o que tem diante do processo (ausência de contestação por
qualquer das partes), ordenar diligências. Mesmo quando o Ministério Público pede a absolvi-
ção é possível que o Juiz, analisando que, in casu, cabe legitimidade ao Estado de fazer valer
sua pretensão punitiva, poderá condenar o réu (art. 385 do Código de Processo Penal).
O princípio da verdade real não é absoluto. Tenha-se em mira, a sentença absolutória tran-
sitada em julgado, que não pode ser mais “desfeita” (tecnicamente, rescindida, modificada)
mesmo que sejam apresentadas as mais irrefutáveis provas contra o réu. Quer dizer, a regra
processual penal de caráter formal de que a sentença absolutória transitada em julgado não
pode ser rescindida, aqui, constitui uma das exceções ao princípio em tela. Diga-se o mesmo,
também, na causa extintiva de punibilidade da perempção, que se faz presente mesmo quando
há provas conclusivas acerca da materialidade do fato e da sua respectiva autoria: por melhor
que seja a redação da queixa-crime, por melhores e mais incontestáveis que sejam as provas
nela acostadas, a ausência de pedido de condenação ou de citação do réu gera extinção da pu-
nibilidade, nos termos dos arts. 107, IV, in fine, do CP, e 60 do Código de Processo Penal.

2.17. Princípio do duplo grau de jurisdição


Concretiza-se mediante a interposição de recurso, decorre da necessidade de possibilitar a de-
terminados órgãos do Poder Judiciário a revisão de decisões proferidas por juízes ou tribunais
sujeitos à sua jurisdição. Embora não exista previsão expressa deste princípio na Constituição
ele decorre de forma implícita das regras de competência por ela trazidas.

2.18. Obrigatoriedade (arts. 5º e 24, CPP)


Mediante tal princípio, nos crimes que se apurem por meio de ação penal pública incondicio-
nada a autoridade policial, tomando deles conhecimento, deve instaurar inquérito policial de
ofício (art. 5º do Código de Processo Penal); e o órgão do Ministério Público, tomando deles
conhecimento, deverá promover, pela denúncia, a ação penal (art. 24 do mesmo diploma).
Em síntese: os crimes, quanto à ação penal a ser promovida, ou são de ação penal pública, ou
de ação penal privada (é a lei penal quem determina isso, seja silenciando, seja fazendo expres-
siva alusão à necessidade de queixa-crime ou de representação). Os segundos, porque são da
alçada privada, são de titularidade exclusiva do ofendido ou de seu representante legal, e eles
oferecem a queixa-crime se lhe convierem, vale dizer, o titular da ação penal privada oferece a
queixa-crime (peça inicial desta espécie de ação penal) se quiser, não tendo obrigatoriedade para
tal, porque o interesse na persecução penal pertencerá, tão-somente, a ele, e não à sociedade.

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Os crimes de ação penal pública, no entanto, ensejam o interesse público de que sejam devida-
mente apurados, de modo que não pode a autoridade policial, ao deles tomar conhecimento,
deixar de instaurar inquérito policial (embora se alegue, vez ou outra, que não seja bem isso
o que ocorre na prática); e ao representante do Ministério Público não cabe “querer ou não
querer” oferecer a denúncia (peça em que se consubstancia a ação penal pública), sendo que,
antes, ele simplesmente tem de oferecê-la.
E se a autoridade policial deixar de instaurar o inquérito policial, ou o representante do Minis-
tério Público deixar de oferecer a denúncia? A depender do caso concreto, poderão eventual-
mente responder por crime de concussão (art. 316, caput, do CP), de corrupção passiva (art.
317 do CP) ou de prevaricação (art. 319 do CP).
Doutrinadores da estirpe de Fernando da Costa Tourinho Filho e Júlio Fabbrini Mirabete têm
dito que o princípio da obrigatoriedade não oferece exceção alguma, mas uma “mitigação”
(abrandamento), nos termos do que dispõem os arts. 74 e 76 da Lei nº 9.099/95, permitindo-
-se a composição e a transação penais anteriores ao oferecimento da denúncia. Fala-se, então,
nas infrações penais de menor potencial ofensivo, em discricionariedade regrada: o Ministério
Público pode, desde que atendidas certas condições, deixar de oferecer a denúncia.

2.19. Indisponibilidade (arts. 17, 42 e 576, CPP)


Esse princípio muito se assemelha ao que acabamos de tratar, mas com ele não se confunde.
Pelo princípio da obrigatoriedade, vimos, a autoridade policial, ao tomar conhecimento do
cometimento de fato delituoso que se apura mediante ação penal pública, deverá instaurar o
respectivo inquérito policial (art. 5º do CPP), e o órgão do Ministério Público, na mesma hipótese,
deverá oferecer a denúncia, a peça inicial da ação penal pública (art. 24 do CPP). Assim, o princípio
da obrigatoriedade diz respeito a momento anterior ao inquérito e à denúncia, impondo que
sejam levados a cabo pela autoridade a quem cabe cada um desses atos.
Pelo princípio da indisponibilidade, em seu turno, o inquérito policial já instaurado não poderá
ser arquivado de ofício pela autoridade policial (art. 17 do CPP), e o órgão do Ministério Público,
por sua vez, não poderá desistir da denúncia já oferecida (art. 42 do CPP), nem do recurso já
interposto (art. 576 do CPP).
Logo, enquanto o princípio da obrigatoriedade, diante de um delito de ação penal pública, diz
“instaure o inquérito policial!” à autoridade policial, e “ofereça a denúncia!” ao representante
do Ministério Público, o da indisponibilidade diz, à primeira autoridade, “não arquive, de ofício,
inquérito policial!”, e à segunda, “não desista da ação penal já intentada!” e “não desista do
recurso que já haja interposto!”.

2.20. Oficialidade (arts. 128, I e II, 129, I, CF e 144; CPP)


Pelo princípio da oficialidade, os órgãos encarregados de empreender a persecutio criminis são
oficiais com autoridade para deduzirem a pretensão punitiva in abstracto. Assim é que a apu-
ração das infrações penais cabe à Polícia (art. 144 da CF/88; arts. 4º a 23 do Código de Processo
Penal), e a ação penal é oferecida pelo Ministério Público (arts. 128, I e II, e 129, I, da CF/88;
arts. 24 e ss. do CP). Logo, cabem a órgãos oficiais estatais promoverem a persecutio criminis in
judictio.

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A chamada “ação penal popular”, que possibilita a iniciativa de qualquer do povo para oferecer
ação penal por crime de responsabilidade do Presidente da República e do Procurador-Geral da
República, insculpida no art. 41 da Lei nº 1.079/50, não tem mais sua razão de ser (o dispositivo
está tacitamente revogado pelo art. 129, I, da CF/88).
A exceção ao princípio está na ação penal privada (daí porque dizer-se que, com relação à ação
penal, o princípio da oficialidade somente é absoluto quanto à ação pública). Na ação privada, a
titularidade não é do Ministério Público, mas muito pelo contrário: cabe ao ofendido ou ao seu
representante legal promover a ação penal privada, particulares e não autoridades, por conseguinte.

3. Sistema Processual

É o conjunto de princípios e regras constitucionais, de acordo com o momento político de cada Es-
tado, que estabelecem as diretrizes a serem seguidas para a aplicação do direito no caso concreto.
No direito comparado, são encontradas três espécies de sistemas processuais penais (tipos de
processos), a saber:

3.1. Sistema Inquisitivo


A origem da nomenclatura do sistema inquisitivo vem da inquisição (Santa Inquisição – Tribunal
Eclesiástico), que possuía como finalidade a investigação e punição dos hereges, pelos membros
do clero, é próprio dos regimes ditatoriais.
No sistema inquisitivo é o juiz quem detém a reunião das funções de acusar, julgar e defender
o investigado – que se restringe a mero objeto do processo. A ideia fundante deste sistema é: o
julgador é o gestor das provas, o juiz é quem produz e conduz as provas.
•• Reunião das funções: o juiz julga, acusa e defende;
•• Não existem partes – o réu é mero objeto do processo penal e não sujeito de direitos;
•• O processo é sigiloso, isto é, é praticado longe “aos olhos do povo”, prevalecendo a forma
escrita;
•• Inexistem garantias constitucionais, pois se o investigado é objeto, não há que se falar em
contraditório, ampla defesa, devido processo legal etc.;
•• A confissão é a rainha das provas (prova legal e tarifação das provas);
•• Existência de presunção de culpa? O réu é culpado até que se prove o contrário.

3.2. Sistema Acusatório


Próprio dos regimes democráticos caracteriza-se, diversamente do sistema inquisitório, sua
antítese é o sistema processual acusatório, que possui como princípio unificador o fato de o
gestor da prova ser pessoa/instituição diversa do julgador. Há, pois, nítida separação entre as
funções de acusar, julgar e defender, o que não ocorria no sistema inquisitivo. Destarte, o juiz é
imparcial e somente julga, não produz provas e nem defende o réu:

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•• As partes são as gestoras das provas;
•• Há separação das funções de acusar, julgar e defender;
•• O processo é público, salvo exceções determinadas por lei;
•• O réu é sujeito de direitos e não mais objeto da investigação;
•• Consequentemente, ao acusado é garantido o contraditório, a ampla defesa, o devido pro-
cesso legal, e demais princípios limitadores do poder punitivo;
•• Presume-se a não culpabilidade (ou a inocência do réu);
•• As provas não são taxativas e não possuem valores preestabelecidos.

3.3. Sistema Misto ou Inquisitivo garantista


Existe ainda aqueles que pregam a existência de um sistema misto, onde coexistem regras do
sistema acusatório e do sistema inquisitivo.

4. SISTEMA ADOTADO NO BRASIL

Em que pese não existir posição uniforme a respeito de qual sistema o Brasil adotou, a doutrina
majoritária tem apontado o sistema acusatório.

5. DISTINÇÃO ENTRE SISTEMA INQUISITIVO E ACUSATÓRIO

Características/sistemas Sistema inquisitório Sistema acusatório


As partes é que são
Princípio unificador O juiz é o gestor das provas.
gestoras das provas.
Funções acusar, Separadas (promotor acusa,
Reunidas nas mãos do juiz.
defender e julgar. advogado defende, e juiz julga).
A regra é a publicidade dos atos
Atos do processo Escrito e sigilosos. do processo, prevalecendo a
forma oral.
Réu Objeto da investigação. Sujeito de direitos.
Não há contraditório, ampla Todas as garantias
Garantias defesa ou devido processo constitucionais inerentes ao
legal. julgamento.
Taxativas, onde a confissão é a Livre convencimento do juiz e
Provas
rainha das provas. devidamente motivadas.
De culpabilidade, podendo
De não culpabilidade ou de
Presunção utilizar-se de torturas e meios
inocência.
cruéis para obter a confissão.
É imparcial, equidistante das
Julgador É parcial.
partes.

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CAPÍTULO III – INQUÉRITO POLICIAL

1. Persecução Penal (Persecutio Criminis)

O Estado tem interesse em manter a paz e a harmonia entre seus cidadãos. Quando se comete
uma infração penal, põe-se em risco aqueles bens jurídicos, e surge para o Estado o jus puniendi,
o direito de punir.
Todavia, para que o Estado possa punir, é preciso, de antemão, recolher elementos probatórios ne-
cessários que indiquem a prática de uma infração penal, e apontem a autoria do mesmo. Surge,
assim, a necessidade de “ir atrás da infração penal”, “persegui-la”, investigando-a e denunciando-a,
atividade a que se dá o nome de persecução penal (persecutio criminis). A persecução penal, literal-
mente “perseguição à infração penal” (sua materialidade e autoria), constitui-se da soma da ativida-
de investigatória (inquérito policial), que é a sua primeira fase, com a ação penal, que é a sua segun-
da fase. Esta última fase é chamada também de persecutio criminis in judictio, porque a persecução
criminal está já em juízo, não apenas em sua fase meramente administrativa, como o é a primeira.
Nos itens que se seguem, restringir-nos-emos à primeira fase da persecução penal, a do inqué-
rito policial.

2. Polícia

Como estamos aqui tratando de inquérito policial, faz-se mister que atentemos ao que se en-
tende por polícia.

2.1. Conceito
Polícia é uma instituição de Direito Público destinada a assegurar a segurança, a paz, a incolu-
midade e a ordem públicas.

2.2. Divisão
A polícia é comumente dividida em: polícia administrativa (de caráter preventivo das infrações
penais) e polícia judiciária (com o fito de reprimir as infrações penais). A primeira visa prevenir
a prática de delitos e contravenções; a segunda, que surge após o cometimento do ilícito penal,
tem por fim investigá-lo, apurá-lo, para recolherem-se seus elementos de materialidade e auto-
ria, a fim de que seja deduzida, pelo titular da ação penal cabível, a pretensão punitiva.
Pode ainda ser dividida a polícia em civil, federal e militar. Esta última tem caráter ostensivo, e o
inquérito policial militar (IPM) serve para apurar as infrações militares, não todas as infrações.
Tanto é assim que, ainda quando um não-militar é preso por policiais militares, será levado à
presença da Polícia Civil e o que se instaurará é um inquérito policial presidido por Delegado de
carreira, não um inquérito policial militar.

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A polícia federal tem suas atribuições genericamente traçadas no art. 144, caput, e seus §§ 1º,
2º e 3º, da Constituição Federal.

3. Conceito de Inquérito Policial, Natureza e Finalidade

3.1. Conceito
Inquérito policial é um procedimento administrativo pré-processual, de caráter facultativo, des-
tinado a apurar infrações penais e sua respectiva autoria.

3.2. Natureza Jurídica


O inquérito policial não é ato ou procedimento processual, mas meramente administrativo, pré-
processual, daí porque não se rege pelos princípios norteadores da ação penal e do processo
penal, como o contraditório e a ampla defesa.

3.3. Finalidade
A finalidade do inquérito policial é apurar as infrações penais (investigando-as e descobrindo-
as) e a autoria de quem as cometeu, com o fito de levar ao conhecimento do titular da ação
penal as informações colhidas.

4. Inquéritos Extrapoliciais

Nem todo inquérito é “policial”, havendo outros que não se regem por esta denominação,
porque não são presididos por autoridades policiais, além do que se norteiam pelos princípios
do contraditório e da ampla defesa:

4.1. Inquérito Administrativo


Este inquérito visa a apurar a conveniência, ou não, da expulsão de estrangeiro do território
nacional, segundo regulamentam os arts. 70 e 71 da Lei nº 6.815/80.

4.2. Inquérito Judicial


O inquérito judicial é presidido pelo Juiz da Vara de Falências, como dispõe a Lei de Falências
(Lei nº 11.101/55), art. 192, para colhimento de informações acerca de crimes falimentares.

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4.3. Inquérito Civil


O inquérito civil é presidido pelo órgão do Ministério Público destinado à propositura da ação
civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens
de direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (Lei nº 7.347/85).

4.4. Inquérito Parlamentar


Este trata do poder de investigação das Comissões Parlamentares de Inquérito, que presidem
os inquéritos parlamentares (Lei nº 1.579/52).

5. Características do Inquérito Policial

No sistema processual penal brasileiro, o inquérito policial obedece ao sistema inquisitório, de


modo que, além de não obedecer aos princípios do contraditório e da ampla defesa, apresenta-
se com os seguintes caracteres:

5.1. Sigiloso (art. 20 do CPP)


O inquérito policial é sigiloso, para impedir que empecilhos ou óbices se ponham em seu regu-
lar caminho, pois do contrário frustradas muitas vezes ficariam as investigações.
P. ex., o indiciado já tivesse, de antemão, conhecimento dos próximos movimentos e diligências
realizadas pela polícia. O sigilo, porém, não é absoluto, pois não se estende ao Ministério Pú-
blico (art. 15, III, da Lei Orgânica do Ministério Público) e ao Juiz. Na prática, igualmente, pouco
sigilo existe em relação aos advogados, haja vista suas prerrogativas (art. 7º, XIV, do Estatuto da
OAB) e o entendimento da súmula vinculante nº 14, STF.

5.2. Escrito (art. 9º do CPP)


Todas as conclusões e informações a que chegou o inquérito policial devem ser deduzidos por
escrito, e remetidos ao Judiciário (no caso de ação penal pública) ou ao ofendido ou seu repre-
sentante legal (no caso de ação penal privada).

5.3. Obrigatório; Oficiosidade (art. 5º, I, do CPP)


Tomando conhecimento da prática de crime de ação penal pública incondicionada, deverá a
autoridade policial (Delegado de polícia), de ofício, instaurar inquérito policial, sob pena de res-
ponder por prevaricação (art. 319 do CP), corrupção passiva (art. 317 do CP) ou concussão (art.
316, caput, do CP)1, a depender do caso concreto. Não existe, e nem é possível, a obrigatorie-
dade nos casos de ação penal pública condicionada à representação (porque dependerá desta
para ser instaurado o inquérito) ou ação penal privada (em que será necessário o requerimento
da parte ofendida ou de seu representante legal).

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5.4. Indisponível (art. 17 do CPP)
Instaurado o inquérito, a autoridade policial não poderá arquivá-lo de ofício, mas tão somente quando
assim requisitado pelo Ministério Público. Pode até se alegar que tal procedimento, o arquivamento de
ofício do inquérito, é “praxe” comum, mas isso constitui um atentado grave à lei, à justiça, e configura
ilícito penal (prevaricação, corrupção passiva ou concussão, a depender do caso concreto).

5.5. Discricionário (Art. 14 do CPP)


O delegado tem uma margem de escolha para agir, decidindo por quais diligências irá realizar
segundo critérios de oportunidade e conveniência. Tal característica não pode ser confundida
com arbitrariedade, tendo em conta que o delegado embora possa fazer escolhas decidindo
quais providências serão tomadas, não pode fazê-las ao arrepio das regras constitucionais e
legais. Sendo assim não lhe é facultado ouvir o suspeito com o emprego de tortura ou meios
cruéis entre outros exemplos.
Embora o delegado tenha um livre agir, a ordem jurídica lhe impõe alguns deveres, do qual sua
atuação está vinculada: exigência de exame de corpo de delito nas infrações que deixam vestí-
gios (art. 158 e art. 184, CPP) e requisição do Ministério Público ou do Juiz que obriga o delega-
do a agir (Art. 5º, II e Art. 13, II, CPP).

5.6. Oficial (Oficialidade)


A investigação policial deve ser realizada por autoridades e agentes públicos, que pertençam
aos quadros de servidores da polícia judiciária, sendo vedada a delegação de atribuições a par-
ticulares. Frisa-se que o juiz jamais pode presidir o inquérito, se assim proceder torna-se laten-
te a violação ao sistema acusatório e ao princípio da imparcialidade do julgador.

5.7. Dispensável (Art. 39 § 5º, CPP)


O inquérito policial não é imprescindível ao oferecimento da denúncia ou da queixa-crime, ten-
do em vista que tem caráter meramente informativo.
É perfeitamente possível que o processo seja iniciado sem que exista a previa realização do
Inquérito policial. A esse respeito dispõe o artigo 39, § 5º do CPP, que o promotor dispensará o
inquérito, se com a representação forem apresentados indícios de autoria e da materialidade
suficientes para a oferta da denúncia.

5.8. Inquisitorial
Por ser um procedimento inquisitivo, voltado à obtenção de elementos de informação que irão
auxilia o titular da ação penal, formar sua opinião sobre o fato tido com delituoso, não existe
nele a aplicação dos princípios do contraditório e da ampla defesa.
Na hipótese do inquérito instaurado pela Polícia Federal, objetivando a expulsão do estrangei-
ro, existe a aplicação do princípio do contraditório, pois o decreto 86.715/81, que regulamen-
tou a Lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) estabeleceu uma serie de regras, possibilitando
defesa, para aquele submetido a tal procedimento.

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Cabe destacar a importante mudança trazida pela Lei 13.245/16, que altera o artigo 7º, XXI, do
Estatuto da OAB, conferindo direito ao advogado assistir a seus clientes investigados durante a
apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoi-
mento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decor-
rentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso respectiva apura-
ção: apresentar razões e quesitos. Para a doutrina a recente mudança legislativa representa
uma mitigação a característica inquisitorial do inquérito policial.

5.9. Oficioso (Oficiosidade)

Em regra, o inquérito deve ser instaurado ex officio (independente de provocação) pela auto-
ridade policial sempre que tiver conhecimento da prática de uma infração penal. Tal regra não
se aplica quando se tratar da pratica de crime de ação pública condicionada ou ação privada,
onde o inicio do inquérito esta vinculado a existência de representação ou de requerimento da
vítima ou seu representante legal, respectivamente.

6. Competência (Atribuição)

O termo “competência” refere-se, tecnicamente, no campo processual, apenas aos órgãos ju-
risdicionais, não à polícia. Para esta melhor seria a expressão “atribuições”, muito mais precisa
e técnica. Essa atribuição, de regra, é atribuída de acordo com o lugar da ocorrência do ilícito
penal, mas também pode se referir à natureza da infração e à pessoa da vítima.

6.1. Atribuição em Razão do Lugar da Infração (Ratione Loci)

Esta é a regra geral. Os Distritos Policiais de Goiânia ocupam-se com as infrações penais come-
tidas em Goiânia; os Distritos Policiais de Aparecida de Goiânia ocupam-se com as infrações
penais cometidas nesta cidade, e assim por diante.
Também é muito comum, principalmente em cidades maiores, que cada Distrito se ocupe com
infrações penais ocorridas em uma delimitada área de atuação, denominada circunscrição. A
cidade, ou a Comarca, é dividida em diversas circunscrições, e, pela regra da atribuição ratione
loci, numa mesma Comarca poderá haver diversas circunscrições, e para cada qual existe um
Distrito Policial ao qual incumbe a apuração das infrações penais cometidas dentro desta área.
Assim, p. ex., em regra uma Delegacia de Polícia do bairro Jardim América não se ocupa de cri-
mes cometidos no Novo Mundo.
Isso, contudo, não impede que a Autoridade Policial responsável por uma circunscrição investi-
gue, em outra, fatos de repercussão na primeira, ou mesmo que um Delegado de uma circuns-
crição X apure uma infração cometida na de Y. A divisão em razão do lugar da infração é uma
questão apenas de conveniência, não havendo o que se falar, p. ex., em vício ou irregularidade na
prisão em flagrante ocorrida em uma circunscrição sob os auspícios da Autoridade Policial de outra.

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6.2. Atribuição em Razão da Natureza da Infração (Ratione Materiae)
As atribuições da Polícia também podem ser conferidas de acordo com a natureza da infração
penal cometida. É muito comum, p. ex., Delegacias especializadas em roubos, ou em homicí-
dios, ou em entorpecentes, em furtos e roubos de veículos, etc. Quando acontece essa divisão,
não importa em que circunscrição ocorreu um delito. Exemplo: Numa Comarca existem dez cir-
cunscrições, havendo uma Delegacia de Polícia para cada uma. Na circunscrição X ocorreu um
roubo, não havendo nela Delegacia Especializada para esta espécie de delito.
Tanto pode investigar o fato a Delegacia de X quanto a Delegacia de Furtos e Roubos da circuns-
crição Y, por exemplo.

6.3. Atribuição em Razão da Pessoa da Vítima (Ratione Personae)


Leva-se em conta, aqui, a pessoa da vítima da infração, independentemente do lugar ou da na-
tureza do delito cometido. Dessa forma, existem Delegacias da Mulher, Delegacias do Turista,
Delegacias do Idoso, etc.

7. Dispensabilidade
O inquérito policial é um procedimento indispensável para a propositura da ação penal? Só se
fala em processo penal se, quando e porque houve, antes, um inquérito policial instaurado? A
resposta é negativa. O inquérito é peça absolutamente dispensável, podendo ser intentada a
ação penal cabível, pública ou privada, mesmo sem o procedimento inquisitório, se o seu titu-
lar achar estar em mãos com elementos suficientes da materialidade e da autoria do fato. Isso
é fácil de concluir pelas disposições dos arts. 39, § 5º, e 46, § 1º, do Código de Processo Penal. O
inquérito policial, destarte, não é condição alguma de procedibilidade processual.

8. Valor Probatório
O inquérito policial tem valor como prova no processo penal? Sim, o inquérito policial tem va-
lor probatório, servindo como prova tanto pela acusação (principalmente) quanto pela defesa,
mormente quando a Autoridade Policial procedeu ao requerimento de perícias e exames, mui-
to preciosas para a elucidação do fato, para a vinculação da autoria e para a formação da culpa.
Todavia, como é pacífico na jurisprudência, é nula a sentença que se respalda exclusivamente
em peças do inquérito policial, visto que o decisum estaria se adstrindo a um procedimento no
qual o indiciado não teve oportunidade de defesa, ante a ausência dos princípios do contradi-
tório e da ampla defesa, esse entendimento jurisprudencial está firmado no artigo 155, CPP.

9. Vícios
Suponha-se que o inquérito apresente vícios e mesmo irregularidades graves, como a confissão
do indiciado obtida mediante tortura, a colheita ilícita de provas ou a ausência de curador ao
indiciado menor de 21 anos. Esses vícios teriam o condão de prejudicar, ou mesmo anular, a
ação penal ou os atos processuais vindouros?

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O inquérito policial é peça meramente administrativa e informativa, de molde que eventuais


erros, equívocos, irregularidades e vícios, por mais graves que sejam, não podem prejudicar a
ação penal e o processo penal a ser instaurado. A razão é evidente: procedimento administrati-
vo não pode anular processo judicial.
Ambas são esferas completamente distintas, embora ligadas uma à outra como uma relação
(dispensável, como já se viu) de causa e efeito.
Do exposto, não se fala, de ordinário, em nulidade de ato inquisitorial, mas em mera irregulari-
dade, e mesmo assim não pode ela prejudicar a relação processual subsequente. Evidentemen-
te que, na fase processual, veda-se, sob pena de nulidade, decisão respaldada em atos viciados
realizados durante o inquisitório policial. Uma prova obtida ilicitamente não pode, sequer, ser
apresentada em prejuízo do réu.

10. Notitia Criminis ou Delatio Criminis

No tema referente a inquérito policial assume uma fundamental importância o conceito de


notitia criminis, vulgarmente conhecida como “prestar queixa na Delegacia”. Tecnicamente, a
“queixa” nada tem a ver com a notitia criminis, senão apenas com a ação penal privada. Logo,
daqui por diante torna-se imperioso desmistificar algo que é popularmente falado, mas tecni-
camente inaceitável: “queixa” é um instituto da ação penal privada, e não do inquérito policial;
a notitia criminis, esta sim configura a ciência às autoridades da prática de uma infração penal.

10.1. Conceito
Notitia criminis é o ato pelo qual se leva à autoridade policial o conhecimento da prática de
uma infração penal.
Vulgarmente é chamada de “queixa”, sendo que tal expressão é tecnicamente incorreta, deven-
do ser evitada pelo operador jurídico, e só utilizada quanto se mencionar seu real significado, o
de peça inaugural da ação penal privada. Logo, o que popularmente se diz “prestar queixa” é,
na verdade, a notitia criminis.

10.2. Espécies
A notitia criminis pode ser espontânea ou provocada.
Notitia criminis espontânea é aquela por meio da qual a autoridade pública toma conhecimen-
to direto do fato delituoso no exercício de sua atividade funcional. Dá-se quando, portanto, a
autoridade policial toma conhecimento de ofício do fato. Exemplo: Policiais tomam conheci-
mento de um assalto e avisam-no ao Delegado.
Notitia criminis provocada, que é a mais comum, é aquela transmitida a autoridade policial
pelas formas registradas na lei processual penal — Juiz, Ministério Público, ofendido ou seu
representante legal, ou por qualquer do povo. Exemplo:
Uma pessoa (não necessariamente a vítima do crime) vai à Delegacia e narra ao Delegado um
furto cometido nos arredores da vizinhança onde mora.

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10.3. Autores e Destinatários
Qualquer pessoa do povo — e não apenas a vítima, seu representante legal, as autoridades ju-
diciárias e ministeriais — pode noticiar à autoridade policial a existência de uma infração penal.
Qualquer pessoa física é, portanto, autora em potencial de notitia criminis.
Destinatários da notitia criminis são: a Autoridade Policial (art. 5º, II, §§ 3º e 5º, do CPP), o Mi-
nistério Público (arts. 27, 39 e 40 do CPP) e o Juiz (art. 39 do CPP).
Tratando-se de crime militar, a notitia criminis deverá ser encaminhada à autoridade militar com-
petente (art. 7º do Código de Processo Penal Militar). Na hipótese de crimes de responsabilidade
de Governador de Estado a notitia criminis pode ser dirigida à Assembleia Legislativa, e no caso de
crime de responsabilidade do Presidente da República, à Câmara dos Deputados ou Senado Federal.

10.4. Faculdade e Obrigatoriedade


Regra geral, ou seja, no que se refere aos particulares, a notitia criminis constitui mera faculda-
de, e não um dever. Logo, de ordinário, ninguém tem a obrigação de comunicar coisa alguma a
Autoridade Policial, ainda que nada a impeça de tal.
Há quem, entretanto, tenha o dever legal de noticiar o fato, sob pena de incorrer em contra-
venção penal. Com efeito, reza o art. 66 da LCP que:
Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente:
I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função pública, desde que
a ação penal não dependa de representação;
Il – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de outra
profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e a comunicação
não exponha o cliente a procedimento criminal:
Pena — multa.
No inciso I temos os funcionários públicos que, no exercício de sua função (e não fora dela), tomou
conhecimento de crime de ação penal pública incondicionada. É o caso, p. ex., dos Policiais e dos
funcionários que trabalham na área de segurança pública (ex.: agentes penitenciários e policiais).
No inciso II estão os profissionais da área de Medicina ou outra atividade sanitária (ex.: enfermei-
ros) que, no exercício de sua profissão (e não fora dela), tomaram conhecimento da prática de
crime de ação penal pública incondicionada, desde que a comunicação do fato não exponha o
cliente ou paciente a procedimento criminal, sob pena de o profissional vir a responder por crime
de violação do segredo profissional (art. 154 do CP). Seria o caso, por exemplo, do médico que re-
cebe uma paciente com grave hemorragia, vindo ela a morrer, descobrindo o médico que a causa
mortis fora o fato de há poucas horas ter ela sofrido manobras abortivas em clínica clandestina.
No entanto, se ela não morre e se recupera, o médico não pode comunicar o fato à Polícia, pois
se o fizer estará forçosamente expondo sua paciente a procedimento criminal, haja vista que,
em tendo ela dado seu consentimento para a prática abortiva, será enquadrada no art. 124 do
CP. Sob determinação judicial, porém, o médico é obrigado a comunicar detalhes do delito per-
petrado pelo seu paciente, sob pena de responder por crime de desobediência (art. 330 do CP).

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11. Instauração do Inquérito

Não existe uma única forma de instauração do inquérito policial, mas várias, a depender da
ação penal cabível para a infração que está sendo apurada, se pública ou privada.

11.1. Ação Penal Pública


A ação penal pública pode ser incondicionada ou condicionada. Para cada uma delas a instaura-
ção do inquérito se dá de forma distinta.

11.1.1. Incondicionada (Art. 5º, I e II, do CPP):


Nos casos de crimes apurados mediante ação penal pública incondicionada (ex.: crimes contra
a vida, a maioria dos crimes contra o patrimônio, crimes contra a organização do trabalho, a
maioria dos crimes contra a família, crimes contra a fé pública, crimes contra a administração
pública), o inquérito policial é instaurado:

a) De Ofício (art. 5º, I, do CPP): A Autoridade Policial, tomando ciência do delito, deverá ins-
taurá-lo de ofício, mediante uma peça singela e sem muita solenidade chamada portaria.
b) Mediante Requisição do Ministério Público ou de Juiz (art. 5º, II, 1ª parte, do CPP): Requisi-
ção é uma ordem, um imperativo.

Quem requisita determina algo, ordena que algo seja feito ou realizado.

Nesse caso, o Delegado, sendo requisitado pelo Ministério Público ou pelo Juiz, deverá instau-
rar inquérito policial, sob pena de responder por prevaricação, delito tipificado no art. 319 do
CP (alguns autores admitem que, na hipótese, haverá crime de desobediência – art. 330 do CP).

c) Mediante Requerimento do Ofendido ou de seu Representante Legal (art. 5º, II, 2ª parte, do
CPP): Requerer é pedir, pleitear algo, e não exigir ou determinar, como no caso da requisição.

O requerimento deverá conter, sempre que possível for, “a narração do fato, com todas as circuns-
tâncias; a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de
presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; e a nomeação
das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência” (art. 5º, § 1º, do CPP).
Tratando-se de requerimento, pode o Delegado deixar de atendê-lo nos seguintes casos:

1. Quando já estiver extinta a punibilidade;


2. Se o requerimento não mencionar o mínimo indispensável para a abertura do inquérito;
3. Se a autoridade policial a quem foi dirigido o requerimento não for a “competente”;
4. Se o fato narrado for atípico;
5. Se o requerente for incapaz;

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Contra eventual indeferimento do requerimento de instauração do inquérito policial cabe
recurso administrativo para o chefe de Polícia, no dizer do art. 5º, § 2º, do CPP).
Ainda há a possibilidade de instauração de inquérito policial via auto de prisão em flagrante, o
qual analisaremos no item 16.

11.1.2. Condicionada (Art. 5º, II, do CPP):

� ação penal pública condicionada exige como condição ora a representação do ofendido ou de
seu representante legal, ora a requisição do Ministro da Justiça. Sem a condição de procedibili-
dade a ação penal é inepta, e nulo é o processo penal instaurado sem a condição exigida por lei.
a) Ação Penal Pública Condicionada à Representação: Quando o crime é apurado mediante ação
penal pública condicionada à representação, o inquérito só poderá ser instaurado se, quando e
porque o ofendido (vítima) ou seu representante legal oferecer a representação ao Delegado. A
representação de uma dessas pessoas é essencial, sem o qual o Delegado nada poderá fazer (e
nem deverá!), a não ser, quando muito, indagar à vítima ou ao seu representante legal se deseja
oferecer a representação, mas jamais, repita-se, instaurar de ofício o inquérito policial.
Nem mesmo quando tiver havido prisão em flagrante poderá a autoridade policial instaurar o
inquérito sem a representação. Se o ofendido e seu representante legal forem falecidos, a le-
gitimidade para a representação dar-se-á aos moldes do art. 31 do Código de Processo Penal:
cônjuge, ascendente, descendente e irmão, lembrando-nos, sempre, que, no caso de eventual
conflito, prevalece o interesse de quem deseja a instauração do inquérito policial.
A representação pode ser escrita ou oral (mais comum), sendo que neste último caso deverá o
Delegado ordenar ao escrivão que reduza a escrito tudo o quanto foi dito pelo ofendido ou seu
representante legal. Lembremos que no inquérito policial tudo tem de constar por escrito.
Suponhamos que o ofendido queira oferecer a representação, mas não o queira seu represen-
tante legal, ou vice-versa, deseja o representante legal ver o inquérito instaurado mas não o
quer a vítima.
Havendo, portanto, conflito de interesses, qual deverá prevalecer? Pela leitura do art. 50, pará-
grafo único, do Código de Processo Penal, vê-se claramente que prevalece sempre o interesse
de quem quer a instauração do inquérito.
A representação deverá conter (art. 5º, § 1º):

1. A narração do fato, com todas as circunstâncias, isto é, o que ocorreu, quando, onde, como,
porque, quem o cometeu, com que arma ou instrumento, o comportamento do agente e
da vítima antes, durante e depois do acontecimento delituoso e tudo o mais que possa ser
útil na descrição do fato;
2. A individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de
presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer: aqui
requer-se que na representação conste o nome do indiciado, caso se saiba, e se não o souber
(o que é muito comum, aliás), ao menos aludir-se aos sinais característicos (descrição física,
principalmente do rosto, do indivíduo) e se nem isso for possível, quem oferece a representação
deverá dizer porque não foi possível identificá-lo (ex.: o ladrão estava com um capuz; o local do
crime estava extremamente escuro, não sendo possível reconhecer o rosto do sujeito, etc.);

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3. A nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência: evidentemen-


te que só será possível falar-se em testemunhas se realmente tiver havido testemunhas,
não podendo a ausência delas impedir a instauração do inquérito.
b) Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça: Como a ação penal
pública está forçosamente condicionada à existência de requisição do Ministro da Justiça, o
inquérito policial, igualmente, só poderá ser instaurado quando e porque assim ele o deter-
minar, ainda que a autoridade policial tenha pleno conhecimento do fato criminoso.

11.2. Ação Penal Privada


Denomina-se “requerimento” o meio através do qual é instaurado o inquérito policial nos cri-
mes de ação penal privada (ex.: crimes contra a honra). Sem o requerimento não pode de modo
algum ser instaurado o inquérito, nem mesmo quando tiver havido prisão em flagrante.
Exatamente como ocorre na instauração do inquérito nos crimes de ação penal pública condicio-
nada à representação, apenas o ofendido e seu representante legal têm a legitimidade para ofe-
recer o requerimento, que pode ser por escrito (mais raro) ou verbal (mais comum), sendo que
neste último caso tudo o que for narrado será reduzido a escrito pela autoridade policial.
No requerimento deverão conter todos os requisitos exigíveis para a representação (art. 5º, §
1º, do CPP).
Tudo o mais quanto dissemos acerca da representação pode e deve ser aplicado ao requeri-
mento, como a eventual possibilidade de conflito entre o interesse da vítima e de seu represen-
tante legal em oferecer o requerimento (que se resolve pelo art. 50, parágrafo único, do CPP),
ou de falecimento de ambos, quando então a legitimidade passa para aquelas pessoas enume-
radas no art. 31 do Código de Processo Penal.

12. Procedimento (Art. 6º, I, II e III, do CPP)

Tomando conhecimento da prática de infração penal, deverá a autoridade policial (art. 6º do


CPP):

12.1. Dirigir-se ao Local da Infração (inciso I)


A autoridade policial se dirigirá ao local onde supostamente foi praticada uma infração penal,
para verificar a procedência da notitia criminis que lhe foi formulada e tomar as medidas legais
cabíveis.

12.2. Apreensão de Objetos e Instrumentos da Infração (inciso II)


Isola o Delegado a área do lugar do crime, para que nada seja modificado, retirado ou acrescido,
a fim de que se tenha um exato “retrato” do ilícito talqualmente ocorrera.

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12.3. Colheita de Provas (inciso III)
O Delegado deverá isolar o local e mandar que se recolha tudo o quanto for encontrado no lu-
gar do crime, para ser posteriormente periciado e enviado ao autor da ação penal.

13. Instrução Probatória (Art. 6º, IV, V, VI e VII)

13.1. Ouvida do Ofendido (inciso IV)


O ofendido é a vítima da infração penal, o titular do bem jurídico violado ou ameaçado. Suas
informações são muito importantes para a apuração do fato e de sua autoria, devendo ser a
primeira ou uma das primeiras pessoas a serem ouvidas pela autoridade policial.
A autoridade policial, então, notificará a vítima para que compareça em determinados dia, hora
e local para prestar esclarecimentos que elucidem o fato. Se injustificadamente não compare-
cer, será conduzida à presença da autoridade (art. 201, parágrafo primeiro, do Código de Pro-
cesso Penal), que determinará, se for o caso, a sua busca e apreensão (art. 240, § 1º, g, do
diploma processual).

13.2. Ouvida do Indiciado (inciso V)


O indiciado é, na fase do inquérito policial, a pessoa a quem foi imputada a prática de uma
infração penal. É chamada de “indiciado” justamente porque os indícios (pistas, testemunhas,
perícias, provas, instrumentos, objetos pessoais, impressões deixadas na arma ou no local do
crime etc.) levam a crer pela sua responsabilidade penal no caso concreto.
Os indícios têm de ser veementes, e não frágeis, não se tratando de mera suposição, de mera
suspeita, mas de um conjunto de fatos e objetos que levam muito a crer que a pessoa e não
outra é autora de uma infração penal.

13.3. Reconhecimento de Pessoas e Coisas e Acareações (inciso VI)


Não raro, imprescinde-se de reconhecimento de pessoas (testemunhas, vítimas, agentes) e de
coisas (objetos, instrumentos, armas, papéis, documentos, material deixado no local do crime,
pistas etc.) para que o relatório final do inquérito policial alicerce seus fundamentos em sólidas
conclusões, sem as quais o titular da ação penal não terá em mãos elementos indiciários sufi-
cientes para a propositura da denúncia ou da queixa.
Outrossim, pode o Delegado proceder, de ofício, a acareações, ou o Ministério Público as re-
quisitar, ou mesmo serem requeridas pela vítima ou pelo agente. O que seriam as acareações?
Acareação é o ato pelo qual se põem, cara a cara, pessoas cujos depoimentos ou declarações
são conflitantes.
Elas podem se dar entre acusados, entre vítimas, entre testemunhas, entre acusado e vítima,
entre acusado e testemunha ou entre vítima e testemunha. É errôneo, portanto, como muitos

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imaginam, concluir-se que a acareação presta-se exclusivamente à presença, face a face, entre
acusados.
Quaisquer pessoas que tenham ligação com o crime, quando suas declarações são conflitantes,
contraditórias, paradoxais, podem ser acareadas.

13.4. Exames Periciais (inciso VII)


O Delegado, sem que para isso seja requisitado pelo Juiz ou pelo Ministério Público, pode pro-
ceder, de ofício, a requisição de exames periciais relativos ao crime que se apura. É muito co-
mum, p. ex., o Delegado, em crimes de homicídio, requisitar o exame de corpo de delito direto
(exame tanatológico). Outras perícias podem ser requisitadas (balística, grafoscópica, docu-
mentoscópica, datiloscópica, sexológica, toxicológica, traumatológica etc.). Evidentemente que
o Ministério Público pode ainda requisitar, em sede de diligências, outras perícias, podendo
requerê-las, também, o titular da ação penal privada.

13.5. Identificação do Indiciado (inciso VIII)


O Delegado deve ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível,
e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes.

13.6. Averiguar a Vida Pregressa (inciso IX)


Deve ainda averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e du-
rante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu tempera-
mento e caráter.

13.7. Colher Informações Sobre a Existência de Filhos (inciso X)


Por fim cabe ainda ao delegado, colher informações sobre a existência de filhos respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indiciado pela pessoa presa.

13.8. Outras Diligências (Arts. 13, 14 e 16 do CPP)


O art. 13 do Código de Processo Penal cita os deveres da Autoridade Policial, cujo descumpri-
mento pode acarretar sua responsabilidade criminal a título de prevaricação ou desobediência.
Conforme abordaremos no item 17.
O art. 14 do Código de Processo Penal esclarece que “o ofendido, ou seu representante legal, e
o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autori-
dade”. Veja-se que as diligências de que trata o art. 13 constituem um imperativo (um dever) a
ser cumprido pela Autoridade Policial. Já as que são aduzidas pelo art. 14 refere-se à mera fa-

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culdade de a Autoridade Policial proceder a diligências, quando requeridas (observe-se: reque-
ridas, e não requisitadas!) pelo ofendido (vítima do crime), seu representante legal ou mesmo
pelo indiciado. Evidentemente que realizar ou não diligências requeridas não pode ser produto
de uma arbitrariedade, devendo o Delegado refletir acerca de sua real necessidade no inquéri-
to policial e na busca da verdade real.
O art. 16 do Código de Processo Penal, por fim, esclarece que “o Ministério Público não poderá
requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, impres-
cindíveis ao oferecimento da denúncia”.
Tendo elementos suficientes em mãos para a propositura da denúncia, o Parquet terá o dever
de promovê-la (princípio da obrigatoriedade), só não o fazendo se e quando de fato os indícios
forem precários para o oferecimento da ação penal pública, quando então devolverá o inqué-
rito policial e requisitará à Autoridade Policial diligências (comportamentos, atos, ações de elu-
cidação e investigação mais apurada, mais detalhada, como oitivas de pessoas, perícias etc.).

14. Indiciamento (Art. 6º, VIII e IX, do CPP)

14.1. Conceito
É a imputação a alguém, na fase do inquérito policial, da prática de uma infração penal. A pes-
soa a quem foi atribuído o indiciamento é chamada de indiciada, e não se confunde com a
figura do réu. Aliás, “indiciado” está para o inquérito policial assim como o “réu” está para o
processo penal já instaurado. Enquanto não há ação penal, fala-se, quando muito, em indicia-
do; quando já proposta a ação penal, o indiciado transmuda-se para réu.

14.2. Identificação (Art. 6º, VIII)


O art. 6º, VIII, do Código de Processo Penal, afirma dever a Autoridade Policial “ordenar a iden-
tificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha
de antecedentes”.
A identificação é o meio pelo qual se estabelece a identidade ou o conjunto de caracteres que
individualizam uma pessoa, destacando-a das demais, citando-se-lhe o nome, a filiação, a natu-
ralidade, os caracteres físicos (se necessários, principalmente quando não se sabe ao certo seu
nome), sua alcunha (apelido), profissão e endereço.
Atualmente, a identificação do acusado faz-se mediante o processo datiloscópico (impressões digi-
tais), dada a certeza científica de que não existem duas pessoas com as mesmas impressões digitais.
O indiciado deve se submeter à identificação criminal em toda e qualquer hipótese? Em vista
do art. 5º, LVIII, da CF/88, tem-se que: “Art. 5º. LVIII – o civilmente identificado não será subme-
tido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”.
De ordem que serão criminalmente identificados, aplicando-se-lhes o art. 6º, VIII, do Código de
Processo Penal, apenas aqueles que não estiverem civilmente identificados e nos casos previs-
tos em legislação infraconstitucional.

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Como a própria Carta Política ressalva casos nos quais a lei permite a identificação criminal, te-
mos que podem ocorrer hipóteses em que serão criminalmente identificados mesmo aqueles
indivíduos civilmente identificados.
Se o indivíduo se recusar a se submeter à identificação criminal nos casos previstos em lei, pode a
Autoridade Policial conduzi-lo coercitivamente para o ato; e se ele se recusar ainda assim, poderá
o Delegado dar-lhe voz de prisão em flagrante pelo crime de desobediência (art. 330 do CP).
A CF/88 não veda a fotografia do indiciado de frente e de perfil, pois tal procedimento não cons-
titui identificação criminal, senão apenas peça de instrução dos autos do inquérito. Acresça-se
que o que a CF/88 proíbe fora dos casos previstos em lei é a identificação criminal, de molde
que mesmo em sua ausência nada impede que o sujeito venha a ser indiciado. O indiciamento
pode se dar independentemente de qualquer identificação criminal.

14.3. Folha de Antecedentes (Art. 6º, IX)

A folha de antecedentes criminais é documento de muita importância, pois é através dela que se
toma conhecimento de se o indiciado é primário ou reincidente, devendo esse dado ter influência
para a aplicação dos arts. 61, I (a reincidência é circunstância legal genérica agravante), e 77, I (a
primariedade em regra é requisito essencial para a concessão do sursis), ambos do Código Penal.
Ademais, caso o indiciado tenha antecedentes criminais, o Juiz ou o Ministério Público poderá
solicitar do juízo onde ele, no passado, fora processado e sentenciado a certidão da decisão
com a nota do seu trânsito em julgado (inexiste reincidência sem o trânsito em julgado de
sentença condenatória nos últimos 5 anos, passados os quais a reincidência prescreve).
“Art. 63, CP. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar
em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
Art. 64, CP. Para efeito de reincidência:
I – não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da
pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, com-
putado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revo-
gação; II – não se consideram os crimes militares próprios e políticos.”

14.4. Indiciado Menor (Art. 15 do CPP)

O art. 15 do Código de Processo Penal reza que “se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado
curador pela autoridade policial”. A menoridade de que trata o dispositivo é a que vai dos 18
aos 21 anos incompletos (indiciados dos 18 até a véspera do aniversário de 21 anos), já que
os menores de 18 anos não se submetem ao Código de Processo Penal, mas ao Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90).
Os menores, nos termos do art. 15 do Código de Processo Penal, são imputáveis, submetem-se
normalmente às disposições constantes do Código Penal e do Código de Processo Penal, porém
presume a lei que, em vista de sua relativa incapacidade civil, o indiciado naquela idade necessita
de melhores esclarecimentos, por não estar ainda totalmente formado o seu discernimento
acerca dos atos de natureza inquisitorial e processual, devendo um terceiro absolutamente capaz
prestar-lhe as informações pertinentes à sua situação. Este terceiro é o curador.

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Com a edição do Novo Código Civil, e a mudança da maioridade civil para 18 anos, invés de 21
anos como no Código de 1916, o instituto perdeu relevância, pois tanto a maioridade penal
como a civil são alcançadas aos 18 anos.
Quanto aos indígenas, há quem reclame para eles curador, ou mais precisamente represen-
tante da FUNAI, tendo-se em mira que são relativamente incapazes, nos termos da lei civil.
Todavia, objeta-se que a exigência de curador, em tais casos, só é cabível quando o indígena
for dotado de desenvolvimento mental incompleto, haja vista que o Código de Processo Penal
não trata de curador aos indígenas. Logo, no silêncio da lei, não há necessidade de curador aos
indiciados indígenas, a não ser em decorrência de averiguação de desenvolvimento mental in-
completo, repise-se.
O curador tem de ser um advogado? Não existe qualquer exigência nesse sentido, embora seja
preferível que o curador seja um advogado, por ser pessoa que entende de assuntos técnicos
relativos ao Direito e, portanto, com mais capacidade de prover o menor das informações e do
discernimento de que ele necessita.
Portanto, não existe irregularidade quando o curador do menor é o seu pai ou a sua mãe, ou
mesmo outra pessoa absolutamente capaz, porém sem habilitação profissional da OAB. O que
não pode é que o terceiro que irá assistir ao menor, muito obstante absolutamente capaz pe-
rante a lei civil, seja analfabeta.
Qual a função do curador? É a de assistir ao interrogatório e a todos os demais atos do inquéri-
to que venham a exigir a presença do menor, como nas acareações, nas reproduções simuladas
e nos reconhecimentos de pessoas. Pode o curador intervir nesses atos para fazer perguntas
ou participar de inquirições? Não, pois sua presença é apenas para suprir a incapacidade do
indiciado.
No entanto, poderá requerer diligências, como assim o concede o art. 14 do Código de Proces-
so Penal, o que não significa, segundo vimos (subitem 13.5, supra), que a Autoridade Policial
deverá realizá-la.

14.5. Incomunicabilidade (Art. 136, § 3º, IV, da CF/88; Revogação do art.


21 do CPP)

Antes da Carta Magna de 1988 possibilitava-se que o Delegado deixasse o indiciado incomu-
nicável, isto é, o imputado, no prazo de 3 dias, permanecia preso sem que pudesse entrar em
contato com familiares, advogados ou quem mais que fosse, segundo o disposto da redação
original do art. 21 do Código de Processo Penal.
Com a entrada em vigor da CF/88, pacificou-se o entendimento de que a incomunicabilidade
tornou-se desde então inconstitucional, sendo tacitamente revogado o art. 21 do Código de
Processo Penal pelo art. 136, § 3º, IV, da Carta Política. Este último dispositivo expressamente
veda a incomunicabilidade do preso durante o estado de defesa.
Ora, se durante o estado de defesa, quando o Estado passa por convulsões as mais sérias, a
incomunicabilidade é proibida, com muita maior razão sê-lo-á quando o Estado passa por perí-
odo de normalidade, que é o comum de nossos dias.

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15. Reprodução Simulada (Art. 7º do CPP)

A Autoridade Policial poderá, a fim de chegar à verdade real do fato, proceder à reprodução
simulada ou “simulação” do crime, talqualmente ele ocorreu, desde que não ofenda a morali-
dade e a ordem públicas.
A reprodução simulada nada mais é que uma encenação da infração penal, uma “peça teatral”
promovida pela Autoridade Policial, que tem como fito o de verificar detalhes do injusto penal.
Pode o suspeito se negar a participar da reprodução simulada? Evidentemente! Lembremos
que ninguém é obrigado a acusar a si mesmo, ninguém tem o dever de produzir prova contra
si próprio (privillege against self-incrimination). Tendo o cidadão, ainda que preso, o direito de
permanecer calado, não teria sentido algum ser ele processado por desobediência à “ordem”
de participar da simulação.

16. Prisão em Flagrante (Art. 8º do CPP)

Outra forma de ser instaurado o inquérito policial é através do auto de prisão em flagrante,
quando o sujeito é preso em algumas das circunstâncias elencadas no art. 302 do Código de
Processo Penal:
“Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam
presumir ser ele autor da infração.”

A prisão em flagrante, única modalidade de prisão cautelar que não necessita de decretação
judicial, deve ser seguida da lavratura de seu auto, no prazo de 24 horas da prisão, sob pena de
nulidade e cabimento de habeas corpus.
Quando alguém é preso em flagrante delito, o respectivo inquérito será aberto justamente com
o auto de prisão, seja nos crimes de ação penal pública incondicionada, seja nos crimes de ação
penal pública condicionada e nos de ação penal privada.
Todavia, há que se considerar que nem sempre o inquérito será instaurado. Na verdade, no
caso de crime que se apura mediante ação penal pública incondicionada, em vista da prisão
em flagrante do suspeito, a Autoridade Policial deverá instaurar o inquérito mediante o auto de
prisão em flagrante.
Nas hipóteses de prisão em flagrante em crime de ação penal pública condicionada ou ação
penal privada, o inquérito só poderá ser instaurado se o titular da representação ou da queixa
não se opuser.

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17. Deveres da Autoridade Policial (Art. 13 do CPP)

O art. 13 do Código de Processo Penal impõe às autoridades policiais deveres que, em não sendo
obedecidos, poderão ensejar sua responsabilidade penal (crime de prevaricação, de corrupção
passiva, de concussão ou de extorsão) e administrativa. Tratam-se, pois, de deveres, não de meras
faculdades de que a autoridade policial possa se abster de realizar. Esses deveres são:

17.1. Fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à


instrução e julgamento dos processos:
Em primeiro lugar, deve o Delegado “fornecer às autoridades judiciárias as informações neces-
sárias à instrução e julgamento dos processos”. Veja-se que o Delegado tem o dever de forne-
cer quaisquer informações requisitadas pelas autoridades judiciárias, mas esse dever não su-
biste quando as informações sejam solicitadas pelo Ministério Público. Não é que o Ministério
Público não possa solicitar informações, mas o dever de sua prestação, pela Autoridade Policial,
aí não subsiste. A obediência é devida apenas aos Magistrados.

17.2. Realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério


Público
Outro dever do Delegado é o de “realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério
Público”. Agora sim, o dever, que não é mais apenas o de informar, senão o de realizar diligên-
cias, referte-se tanto àquelas que são requisitadas pelo Juiz quanto pelo Ministério Público. As
diligências requisitadas podem ser a investigação em certo local ou de certa pessoa, a busca e
apreensão, reconhecimentos de pessoas ou de coisas, acareações, reprodução simulada, inter-
rogatório, nova oitiva de testemunhas etc.

17.3. Cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades


judiciárias.
A Autoridade Policial tem, ainda, o dever legal de “cumprir os mandados de prisão expedidos pelas
autoridades judiciárias”. Isto é, dado que o Juiz expeça mandado de prisão (preventiva, temporária,
por pronúncia ou em decorrência de sentença condenatória), o Delegado não pode se furtar de sua
obrigação de cumpri-lo preenchendo todas as formalidades legais e sem excessos, sob pena de,
em não o cumprindo, responder por crime de prevaricação ou desobediência, e se o cumprir com
excesso demasiado e injustificado, vir a ser incriminado por abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65).

17.4. Representar acerca da prisão preventiva


Por fim, o dever jurídico-legal de “representar acerca da prisão preventiva”. A prisão preventiva
pode ser decretada de ofício pelo Juiz, mediante requerimento do Ministério Público ou do
querelante ou por representação do Delegado, ou seja, enxergando este a necessidade de que
o acusado não deve permanecer solto, o Delegado representará, por escrito, quanto à prisão
preventiva, declarando os fundamentos de fato e de direito sobre os quais ele pretende a
restrição cautelar da liberdade do suspeito.

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18. Conclusão do Inquérito

Após toda a fase de instrução probatória, a autoridade policial deverá concluir por escrito o in-
quérito, para que enfim possa ser enviado ao titular da ação penal, com o respectivo relatório.

18.1. Prazo (Art. 10, caput, e § 3º, do CPP)

Regra geral, o prazo para a conclusão do inquérito é de 10 (dez) dias caso o indiciado esteja
preso (contados da data da prisão, cuja contagem obedecerá ao que dispõe o art. 10 do CP, e
não o art. 798, § 1º, do CPP), e de 30 (trinta) dias se ele estiver solto, consoante se dessume do
art. 10, caput, do Código de Processo Penal. Estando preso o indiciado e não tendo findado o
inquérito naquele prazo, sua prisão terá de ser relaxada, sob pena de cabimento de habeas cor-
pus. O art. 10, § 3º, admite que o prazo de 30 (trinta dias) — e nunca o de 10 (dez) dias! — seja
prorrogado por igual período.
No caso de inquérito policial federal, o prazo é, para o indiciado preso, de 15 (quinze) dias, e de
30 (trinta) dias se estiver solto, consoante se depreende do art. 66 da Lei n.º 5.010/66. Ambos
os prazos podem ser prorrogados.
No caso de crime relativo a entorpecentes (Lei nº 11.343/06), o prazo para a conclusão do in-
quérito será, para o indiciado solto, de 90 (noventa) dias. No caso de indiciado preso, o prazo é
de 30 (trinta) dias. Os prazos podem ser prorrogados, a pedido da autoridade policial, sempre
após ouvido o Ministério Público.

LEI INVESTIGADO PRESO INVESTIGADO SOLTO


Regra, Delegado Estadual 30 dias prorrogável no prazo
10 dias improrrogável
(Art. 10, CPP) assinalado pelo juiz.
Delegado Federal 15 dias prorrogável uma vez 30 dias prorrogável no prazo
(Art. 66 da Lei 5.010/66) por mais 15 dias. assinalado pelo juiz.
Lei de Drogas 30 dias prorrogável, por mais 90 dias prorrogável
(Art. 51 da Lei 11.343/06) 30 dias. por mais 90 dias.
Economia Popular
10 dias improrrogável 10 dias improrrogável
(Lei 1.521/51)
Código de Processo
40 dias prorrogável
Penal Militar 20 dias improrrogáveis
por mais 20 dias
(art. 20 do Dec. Lei 1002/69)

Obs.: a prorrogação necessita de autorização judicial, no caso do Inquérito Policial Militar a


autorização será dada pela autoridade militar superior aquela que esta presidindo o inquérito.

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18.2. Relatório (Arts. 9º, 10, §§ 1º e 2º, e 19 do CPP)
Concluídas todas as diligências necessárias à apuração do fato e de sua autoria, a autoridade
policial fará minucioso relatório por escrito, datilografado ou digitado, e o enviará à autoridade
judiciária competente (a competência é fixada de acordo com os arts. 70 e ss., do Código de
Processo Penal). Acresça-se que “no relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que
não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas”.

18.3. Remessa dos Autos (Arts. 10, § 1º, e 19 do CPP)


Feito o relatório por escrito, a autoridade policial enviá-lo-á ao juízo competente, onde aguar-
dará que o titular da ação penal a promova. No caso de ação penal privada, se o requerente
pedir, a autoridade policial lhe entregará os autos do inquérito mediante traslado, ou seja, o
Cartório confecciona cópia do referido inquérito, autentica e o entrega ao requerente.

19. Arquivamento (Arts. 17, 18 e 28 do CPP)

Recebendo os autos do inquérito, pode o Ministério Público pedir ao Juiz que seja ele arquivado.
A propósito, apenas o Ministério Público possui essa prerrogativa (nem mesmo o Juiz pode
fazê-lo de ofício).
O arquivamento pode se dar em função, entre outros fatores, diante da averiguação, por parte
do Parquet, da inexistência do fato, ou de inexistência de criminoso (o fato pode até ter existi-
do, porém ausente está qualquer dos requisitos que o tornam delituoso, a tipicidade ou a ilici-
tude) ou de negativa de autoria (o fato criminoso pode ter existido, mas não pode ser imputado
contra o indiciado).
Obs.: Arquivamento Indireto e Arquivamento Implícito.
Dá-se o arquivamento indireto dos autos do IP, também denominado pedido indireto de ar-
quivamento dos autos do IP, quando ocorre divergência entre as posições do MP e do Magis-
trado acerca da atribuição e competência para determinado feito. O membro do MP entenden-
do que não teria atribuição para oficiar no feito e, por outro lado, o magistrado entendendo
possuir plena competência para a causa.
Na hipótese de consenso entre os comportamentos do membro do MP e do magistrado não há
qualquer problema e os autos serão encaminhados para o juiz competente.
Todavia, ocorrendo referida divergência é que ocorrerá uma série de problemas, já que da
decisão do magistrado não cabe Recurso em Sentido Estrito. Vale dizer, não cabe a solução do
art. 581, II do CPP, pois, nos termos de tal artigo, o juiz se declara incompetente e, na presente
hipótese, ao contrário, ele se declara competente, verbis:
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I – que não receber a denúncia ou a queixa;
II – que concluir pela incompetência do juízo;

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Assim, a questão se resolve, “mutatis mutandis” (guardadas as devidas proporções) nos termos
do artigo 28 do CPP, devendo-se encaminhar o feito para o Procurador-Geral da República ou o
Procurador Geral de Justiça, oportunidade em que este oferecerá a denúncia, designará outro
órgão do MP para oferecê-la, ou insistirá no encaminhamento do feito para outro juízo, que
seria o competente.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquiva-
mento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar im-
procedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-
-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Há quem sustente, todavia, que, em relação ao MP Federal, a aplicação correta, nestes casos,
não seria do art. 28 do CPP, mas do art. 62 IV da LC 75/93, que atribui à Câmara de Coordena-
ção e Revisão do Ministério Público Federal o reexame da promoção de arquivamento, quando
instada a tal pelo Judiciário, verbis:
Art. 62. Compete às Câmaras de Coordenação e Revisão:
[...]
IV – manifestar-se sobre o arquivamento de inquérito policial, inquérito parlamentar ou peças
de informação, exceto nos casos de competência originária do Procurador- Geral;
Segundo o Dr. André Lenart, em artigo publicado no sítio denominado Reserva de Justiça, quan-
to a atuação das instâncias superiores do MP, haver-se-iam duas situações:

a) uma em relação à esfera estadual, em que a atribuição seria do Procurador-Geral de Justiça


do respectivo Estado membro, para rever o ato do membro do MP respectivo, nos termos
do aludido art. 28 do CPP e
b) outra em relação à esfera Federal, onde a Câmara de Coordenação e Revisão Criminal é
quem teria atribuição para tal revisão, nos termos não do art. 28 do CPP, mas do art. 62 IV,
da LC 75/93.
Portanto, neste instante, o magistrado, após a análise do Procurador-Geral de Justiça (art. 28 do CPP)
ou da Câmara de Coordenação e Revisão (art. 62 IV da LC 75/93), tomará uma de duas decisões:

1. Reverá sua posição anterior, dando-se por incompetente, remetendo-se, consequente-


mente, os autos para o juiz competente ou

2. Insistirá em sua posição anterior, oportunidade em que considerar-se-ão arquivados os au-


tos do IP, já que, por um lado o magistrado não pode obrigar o MP a oferecer uma denúncia
que entende não ter atribuições para tanto e, por outro, o magistrado, também, não pode
ser compelido a dar- se por incompetente em feito que se julga competente.
Ocorrendo assim o arquivamento indireto. Saliente-se, todavia que o fenômeno do arquiva-
mento indireto ocorrerá, também, na hipótese de o juiz encaminhar o feito para outro juiz e,
caso, referido juiz entenda ser, realmente, competente, mas o MP respectivo, assim não enten-
der, instante em que começará toda a peregrinação dos art. 28 do CPP ou art. 62 IV da LC 75/93.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1641
Observe-se que o Arquivamento Indireto analisado no presente artigo não se confunde com o
Arquivamento Implícito, que possui outro significado.
O arquivamento Implícito não possui previsão legal e ocorre quando o MP (titular da Ação Pe-
nal Pública) deixa de incluir na denúncia algum fato (aspecto objetivo) investigado ou algum
dos indiciados (aspecto subjetivo), sem manifestar-se expressamente sobre a omissão e sem
qualquer tipo de justificação de seu procedimento e, concomitantemente, caso o juiz não se
pronuncie acerca da omissão ministerial, ocorrerá o arquivamento.
Percebe-se, portanto, que somente ocorrerá o arquivamento implícito quando a omissão for
dupla, vale dizer, do membro do MP e do magistrado. Registre-se que, neste caso, após o arqui-
vamento, não mais caberá, a posteriori, denúncia para incluir indiciado ou fato novo, salvo se
surgirem novas provas, operando-se, portanto, o Enunciado 524 do STF.
A jurisprudência majoritária não admite esse tipo de arquivamento e o MP não o vê com bons
olhos, argumentando que o art. 28 do CPP exige que o MP ao requerer o arquivamento deve
invocar razões para que o juiz concorde ou discorde. Assim, apreende-se que o MP tem que se
manifestar expressamente quanto ao arquivamento. Conforme esse entendimento, uma vez
não apresentado o requerimento, a qualquer tempo que se verifique a omissão, desde que não
prescrito, o fato ou sujeito poderá ser objeto de denúncia.

19.1. Princípio da Indisponibilidade (Art. 17 do CPP)


Pelo princípio da indisponibilidade a Autoridade Policial jamais poderá arquivar de ofício autos
de inquérito policial. O que isso quer dizer? O Delegado de Polícia não pode, sob pretexto ou
condição alguma, mandar arquivar o inquérito (art. 17 do CPP), sob pena de responsabilidade
administrativa e inclusive criminal. O único que pode mandar seja arquivado o inquérito
é, reputa-se, o Ministério Público, e mais ninguém. Nem mesmo a circunstância de ter a
Autoridade Policial acreditado que o sujeito agiu acobertado por excludente de ilicitude obsta a
instauração do inquérito e o seu não-arquivamento.

19.2. Novas Pesquisas (Art. 18 do CPP)


A decisão que, acolhendo o pedido formulado pelo Ministério Público, manda ser arquivado
o inquérito, não faz coisa julgada, pois não se trata de decisão definitiva, de mérito. Logo, não
faz coisa julgada, podendo ser o inquérito futuramente reinstaurado. No entanto, não fica ao
alvedrio da Autoridade Policial reinstaurar, ou não, o inquérito. Para fazê-lo necessariamente
deverá tomar conhecimento de outras provas que conduzam a Autoridade Policial a instaurar
novamente o inquérito. Assim, arquivamento de inquérito não é sinônimo de impunidade
garantida, podendo ser empreendidas novas pesquisas (investigações, colheitas de provas,
etc.) que levem à necessidade da instauração do inquérito.
A propósito, a Súmula 524 do STF:
“Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça,
não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.”

1642 www.acasadoconcurseiro.com.br
PC-GO (Agente de Polícia e Escrivão) – Direito Processual Penal – Prof. Rodolfo Souza

19.3. Atuação do Ministério Público (Art. 28 do CPP)


Recebendo os autos do inquérito policial, pode o Ministério Público, de conformidade com o
caso concreto, tomar alguma das seguintes providências:
a) Denúncia: O Ministério Público pode oferecer a denúncia, peça inaugural da ação penal pública,
quando o crime seja apurado de acordo com esta espécie de ação e julgue que o inquérito lhe
proporcione o mínimo necessário para ser intentada a ação penal. Ou seja, quando o Ministé-
rio Público se achar satisfeito com o que possui em mãos, então sim oferecerá a denúncia no
prazo de 5 (cinco) dias, se o réu estiver preso (após os quais ele deverá ser solto, sob pena de
cabimento de habeas corpus), e de 15 (quinze) dias, se preso (art. 46 do CPP). Não se olvide,
todavia, de que o Ministério Público não está vinculado à conclusão do relatório do inquérito,
podendo oferecer a denúncia por outro crime que não aquele que consta do procedimento in-
formativo. Do mesmo modo, o Juiz não está vinculado ao entendimento do Parquet, podendo
absolver ou condenar o réu por outro motivo que não o alegado pelo Ministério Público.
b) Diligências: Pode acontecer de o Ministério Público não se achar satisfeito com o que foi
apurado durante o inquérito, por diversas razões. Daí então remeterá os autos de inquérito
de volta à autoridade policial para que proceda a diligências que o Parquet determinar:
busca e apreensão (desde que admitida pelo magistrado), depoimento de testemunhas ou
da vítima; interrogatório do indiciado; pedido de exames periciais; acareações; reconheci-
mento de pessoas e coisas; reprodução simulada; colheita de novas provas ou indícios etc.
Após realizadas as diligências, a autoridade policial enviará novamente o inquérito ao Judi-
ciário, a fim de que abra novas vistas ao Ministério Público.
c) Arquivamento: O Ministério Público é o único que pode pedir o arquivamento de autos de
inquérito, e o pedirá quando, p. ex., não houver autoria conhecida, não houver provas mais
ou menos idôneas a respeito da relação de causalidade ou se estiver presente causa ou
condição de exclusão do crime.
O arquivamento é pedido à autoridade judiciária, que poderá concordar, ou não, com as razões
do pedido. Se concordar, ordenará o arquivamento. Se não concordar, não poderá exigir que o
Promotor ofereça a denúncia, mas comunicará o fato ao Procurador-Geral de Justiça, que nesse
caso poderá, ou não, concordar com o pedido do Promotor. Se concordar, o inquérito terá de
ser arquivado, mesmo contra a vontade do Juiz. Se não concordar, ou ele mesmo irá oferecer a
denúncia, ou designará outro representante da instituição para oferecê-la.
Contra o pedido de arquivamento e sua concessão não cabe recurso algum.
d) Extinção da Punibilidade: O Ministério Público é, antes mesmo que órgão de acusação, fis-
cal da lei, de forma que deverá atuar de maneira que faça atuar a justiça no caso concreto.
É, pois, equívoco pensar-se que o Ministério Público não pode agir em favor do indiciado
ou do réu. E é em vista disso que pode acontecer de a punibilidade do indiciado, inobstante
inconteste a prática de uma infração penal, estar extinta, pela prescrição ou por outra cau-
sa (art. 107 do CP). Desse modo, se o Ministério Público, ao verificar nos autos do inquéri-
to, que a punibilidade do indiciado está extinta, pedirá ao Juiz que a decrete.
e) Permanência dos Autos em Cartório: Sabe-se que o Ministério Público é o titular legítimo da
ação penal pública, bem como apenas ao ofendido e seu representante legal é que cabe a pro-
positura da ação penal privada. Daí porque, concluído o inquérito, a autoridade policial deverá
remetê-lo ao Ministério Público, caso a infração seja apurada mediante ação penal pública, ou
ao ofendido mediante traslado, no caso de a infração investigada for de ação penal privada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1643
Imagine-se, então, que o Ministério Público receba um inquérito no qual se perceba que o cri-
me ali imputado ao indiciado seja de ação penal privada. Em tal hipótese, o Ministério Público é
parte ilegítima para propor a ação penal.
Sendo assim, o Promotor de Justiça, nos termos do art. 19 do Código de Processo Penal, deverá
requerer que os autos do inquérito permaneçam em Cartório, aguardando a iniciativa da vítima
ou de quem de direito.
f) Inviabilidade da Relação Processual: Existem fatos que impedem a viabilidade da relação
processual, isto é, desautorizam que, no caso concreto, seja instaurada a relação processu-
al. Nesses casos, o Ministério Público deverá abster-se de oferecer a denúncia.
Tais fatos são, por exemplo, a coisa julgada (o indiciado já tinha sido julgado em outra ocasião
pelo mesmo fato objeto do inquérito policial recebido), a litispendência (o indiciado, pelo fato
objeto do inquérito recebido, já está sendo por este mesmo processado, na mesma Comarca
ou não) e a incompetência (p. ex., o Promotor de Justiça de Recife entende que a competência
é do juízo da Comarca de Paulista).

1644 www.acasadoconcurseiro.com.br
ESTATUTO DO SERVIDOR
LEI Nº 9.826,
DE 14 DE MAIO DE 1974
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado.

Atualizada até agosto de 2017, contendo legislação complementar e correlata.


Ruth Rodrigues de Lima
(organizadora)

LEI Nº 9.826,
DE 14 DE MAIO DE 1974,
Dispõe sobre o Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado.
Atualizada até agosto de 2017, contendo legislação complementar e correlata.

Fortaleza - Ceará
2017
Copyright - © 2017 by INESP
Coordenação Editorial
George Lopes Valentim
Organizadora
Ruth Rodrigues de Lima
Projeto Gráfico, Diagramação, Atualização e Capa.
Mário Giffoni
Coordenação de Impressão
Ernandes do Carmo
Impressão e Acabamento
INESP

C387e Ceará.
Estatuto dos funcionarios públicos civis do Ceará
[(1974)].
Lei N. 9.826, de 14 de maio de 1974: Dispõe sobre Estatuto
dos funcionários públicos civis do estado do Ceará/ organizadora
Ruth Rodrigues de Lima. - Fortaleza: Instituto de Estudos e
Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará, 2017.
234 p.
Atualizada até agosto de 2017, contendo legislação
complementar e correlata.

1. Funcionário público, estatuto. I. Ceará. Assembléia


Legislativa . II. Lima, Ruth Rodrigues de. II Título.

Permitida a divulgação dos textos contidos neste livro,


desde que citados autores e fontes.
INESP
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Assembleia Legislativa do Estado do Ceará

Diretor Geral
Sávia Maria de Queiroz Magalhães

Procurador
Rodrigo Martiniano Ayres Lins

Diretor Adjunto Administrativo e Financeiro


Marcus Vinicius Melo Cruz

Diretor do Departamento de Recursos Humanos


Maria Elenice Ferreira Lima Bento Pinheiro

Coordenação
Ruth Rodrigues de Lima

Revisão Técnica
Édipo Henrique Pessoa de Oliveira
Lidiane Araújo Quariguazí Alves
Ruth Rodrigues de Lima

Atualização
José Mário Giffoni Barros
Ruth Rodrigues de Lima

Colaboração Especial
Luis Ernandes dos Santos do Carmo
Maria Alves Leitão Belchior
Fontes de Consulta
Constituições Federal e Estadual
Legislações Federal e Estadual
Diários Oficiais da União e do Estado

OBS: A redação deste Estatuto e de sua legislação complementar e correlata, está em conformidade com
suas publicações nos Diários Oficiais do Estado e Oficial da União.
A
gradecemos a colaboração e o empenho de todos que
contribuíram com explícito compromisso profissional
e social para a atualização do presente Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado, em especial à
Assessoria Jurídica deste Departamento de Recursos Humanos,
área responsável pela atualização e revisão deste relevante instru-
mento legal, em parceria com o Instituto de Estudos e Pesquisas
sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp). Esperamos
que o presente trabalho contribua para orientar as ações de todos
os que compõem a Administração Pública Estadual para o fortaleci-
mento da conduta ética de seus servidores, primando pela melhoria
contínua da prestação dos serviços públicos.

Maria Elenice Ferreira Lima Bento Pinheiro


Diretora do Departamento de Recursos Humanos
APRESENTAÇÃO

O
s cargos e as funções públicas são basilares ao funcionamento
da democracia e à legitimação da cidadania. O planejamento, a
operacionalização, a avaliação e o controle são, dentre outras, ati-
vidades insubstituíveis na concretização de ações e políticas de
diversas naturezas, submetidos, direta ou subsidiariamente, ao “Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado”.

Regulamentar as formas de provimento, direitos e vantagens, licenças, apo-


sentadorias, deveres, penalidades, procedimentos disciplinares, e demais
assuntos de elevado interesse dos servidores públicos são objetivos da Lei
Estadual nº 9.826, de 14 de maio de 1974, que dispõe sobre o Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado, nesta edição, atualizada até junho de
2017, contendo legislação complementar e correlata.

Pensando em facilitar a consulta, tanto para operadores do Direito, quanto para


os próprios servidores públicos e demais cidadãos, a Assembleia Legislativa
do Estado do Ceará, por meio do seu Departamento de Recursos Humanos,
em parceria com o Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento
do Estado do Ceará (Inesp), tem a honra de entregar à população este impor-
tante instrumento de regulamentação e fonte de pesquisa.

Deputado José Albuquerque


Presidente da Assembleia Legislativa do Ceará

Apresentação -9
PREFÁCIO

O
s servidores públicos ocupantes de cargos e funções da
Administração Pública Estadual, têm sua atuação voltada aos an-
seios da sociedade, sendo agentes de transformação do Estado a
serviço da cidadania.
A prestação de serviços públicos de forma ampla e satisfatória demanda ser-
vidores capacitados, sendo indispensável o conhecimento integral de seus
direitos e deveres e o desenvolvimento de novas competências para assegurar
a continuidade e a eficiência da Administração Pública.
Para manutenção do compromisso com a ética pública e com os princípios
constitucionais basilares do ordenamento jurídico vigente, é fundamental a
constante atualização e cumprimento dos instrumentos legais e normativos
que regem a prestação dos serviços públicos à coletividade.
Dessa forma, o Departamento de Recursos Humanos da Assembleia Legislativa
do Estado do Ceará, em parceria com o Instituto de Estudos e Pesquisas sobre
o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp), disponibiliza a presente pu-
blicação, no intuito de tornar acessível aos servidores públicos e à sociedade
como um todo, um instrumento jurídico atualizado que possibilite a dissemi-
nação do Regime Jurídico do Funcionário Civil Estadual e do seu conjunto de
normas e princípios reguladores das relações entre o Estado e os ocupantes
de cargos e funções públicas da sua estrutura administrativa.

George Lopes Valentim


Presidente do Inesp

Prefácio - 11
SUMÁRIO EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 91, de 6 de junho de 2017.
D. O. 12.06.2017 - Altera o art.183, caput, da Constituição do
LEI Nº 9.826, DE 14 DE MAIO DE 1974 - Dispõe sobre o Estado do Ceará......................................................................... 82
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado...............17 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 92, de 16 de agosto de 2017.
D. O. 12.06.2017 - Extingue o Tribunal de Contas dos Municípios
APÊNDICE - LEGISLAÇÃO CORRELATA E/OU do Estado do Ceará.................................................................... 82
COMPLEMENTAR.....................................................................49
LEIS COMPLEMENTARES ESTADUAIS.................................84
EMENDA CONSTITUCIONAL FEDERAL Nº 19, DE 4.6.1998 -
D. O. U. 5.6.1998. - Modifica o regime e dispõe sobre princípios e LEI COMPLEMENTAR Nº 12, DE 23 DE JUNHO 1999 - Dispõe
normas da Administração Pública, servidores e agentes políticos, sobre a instituição do Sistema Único de Previdência Social dos
controle de despesas e finanças públicas e custeio de atividades a Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos
cargo do Distrito Federal, e dá outras providências. .................... 51 Membros de Poder do Estado do Ceará - SUPSEC e da respectiva
contribuição previdenciária, extingue os benefícios previdenciários
EMENDA CONSTITUCIONAL FEDERAL Nº 20, de e de montepio que indica e dá outras providências...........................84
15.12.1998 - D. O. U. 16.12.1998. Modifica o sistema de LEI COMPLEMENTAR Nº 13, DE 20 DE JULHO DE
previdência social, estabelece normas de transição e dá outras 1999 - Dispõe sobre a instituição do Sistema de Previdência
providências. .............................................................................. 56 Parlamentar dos Deputados e Ex-Deputados Estaduais do
EMENDA CONSTITUCIONAL FEDERAL Nº 41, de Ceará e adota outras providências............................................. 95
19.12.2003 - D. O. U. 31.12.2003. Modifica os arts. 37, 40, 42, LEI COMPLEMENTAR Nº 14, DE 15 DE SETEMBRO DE
48, 96, 149 e 201 da Constituição Federal, revoga o inciso IX 1999 - Dispõe sobre contratação, por tempo determinado, para
do § 3 do art. 142 da Constituição Federal e dispositivos da atender a necessidade temporária de excepcional interesse
Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, e dá público pelas Universidades Estaduais................................... 100
outras providências..................................................................... 61 LEI COMPLEMENTAR Nº 17, de 20 DE DEZEMBRO DE
EMENDA CONSTITUCIONAL FEDERAL Nº 47, de 5.7.2005 1999 - Revoga e altera dispositivos da Lei Complementar nº
– D. O. U. de 6.7.2005. Altera os arts. 37, 40, 195 e 201 da 12, de 23 de junho de 1999, que dispõe sobre a instituição do
Constituição Federal, para dispor sobre a previdência social, e Sistema Único de Previdência Social dos Servidores Públicos
dá outras providências................................................................ 64 Civis e Militares, dos Agentes Púbicos e dos Membros de Poder
do Estado do Ceará - SUPSEC e da respectiva contribuição
LEIS FEDERAIS.........................................................................66 previdenciária, extingue os benefícios previdenciários e de
montepio que indica e dá outras providências........................ 101
LEI FEDERAL Nº 8.069, DE 13.7.1990 – D. O. U. 16.7.1990 -
Estatuto da Criança e do Adolescente....................................... 66 LEI COMPLEMENTAR Nº 19, DE 29 DE DEZEMBRO DE
1999 - Dá nova redação aos dispositivos da Lei Complementar
LEI FEDERAL Nº 9.268 de 1º.4.1996 – D. O. U. 2.4.1996 - Nº 13, de 20 de julho de 1999, e adota outras providências..102
Altera dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro LEI COMPLEMENTAR Nº 21, DE 29 DE JUNHO DE 2000 -
de 1940 - Código Penal - Parte Geral......................................... 66 Dispõe sobre o sistema de previdência dos Militares do Estado
LEI FEDERAL Nº 9.717, de 27.11.1998 – D. O. U. 28.11.1998 do Ceará - o Sistema Único de Previdência Social dos Servidores
- Dispõe sobre regras gerais para a organização e o Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros
funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, institui a respectiva
servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e contribuição previdenciária, extingue os benefícios previdenciários
dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal e de montepio que indica e dá outras providências.........................103
e dá outras providências. .......................................................... 66 LEI COMPLEMENTAR Nº 22, DE 24 DE JULHO DE
LEI FEDERAL Nº 9.796, de 5.5.1999 – D. O. U. 6.5.1999 - 2000 - Dispõe sobre a Contratação de Docentes, por tempo
Dispõe sobre a compensação financeira entre o Regime Geral de determinado, para atender necessidade temporária de
excepcional interesse público nas Escolas Estaduais............. 108
Previdência Social e os regimes de previdência dos servidores
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, LEI COMPLEMENTAR Nº 24, DE 23 DE NOVEMBRO DE
nos casos de contagem recíproca de tempo de contribuição para 2000 - Dispõe sobre regras de transição na concessão e ajuste
efeito de aposentadoria, e da outras providências...................... 68 de pensões do sistema originário extinto para o Sistema Único
de Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares,
LEI FEDERAL N° 10.887, DE 18.6.2004 – D. O. U. DE dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do Estado do
21.06.2004 - Dispõe sobre a aplicação de disposições da Ceará – SUPSEC, instituído pela Lei Complementar nº 12, de
Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, 23 de junho de 1999, e dá outras providências....................... 109
altera dispositivos das Leis nos 9.717, de 27 de novembro de LEI COMPLEMENTAR Nº 28, DE 10 DE JANEIRO DE 2002
1998, 8.213, de 24 de julho de 1991, 9.532, de 10 de dezembro - Inclui os §§ 6º e 7º no Art. 16 da Lei Complementar nº 13, de
de 1997, e dá outras providências.............................................. 70 20 de julho de 1999, e dá outras providências........................ 110
LEI COMPLEMENTAR FEDERAL...........................................73 LEI COMPLEMENTAR Nº 32, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2002 -
Altera os Arts. 2º, 3º, 5º, 9º, 13, 15, 16, 19 e 24 da Lei Complementar
LEI COMPLEMENTAR Nº 152, DE 3 DE DEZEMBRO DE nº 13, de 20 de julho de 1999 e dá outras providências..................111
2015 - Dispõe sobre a aposentadoria compulsória por idade,
com proventos proporcionais, nos termos do inciso II do § 1º do LEI COMPLEMENTAR Nº 32, de 30.12.2002 - D. O. de 15.8.2003 -
art. 40 da Constituição Federal.................................................. 73 Altera os arts.2º, 3º, 5º, 9º, 13, 15, 16, 19 e 24 da Lei Complementar
nº 13, de 20 de julho de 1999, e dá outras providências.................112
EMENDAS CONSTITUCIONAIS ESTADUAIS.......................74 LEI COMPLEMENTAR Nº 38, DE 31 DE DEZEMBRO DE
EMENDA CONSTITUCIONAL ESTADUAL Nº 9 DE 16 2003 - Altera dispositivos das Leis Complementares n.º 12, de
DE DEZEMBRO DE 1992 - D.O. DE 22.12.1992 - Altera 23 Junho de 1999, n.º 21, de 29 de Junho de 2000, e n°. 23, de
21 de novembro de 2000........................................................... 112
dispositivos da Constituição do Estado do Ceará...................... 74
LEI COMPLEMENTAR Nº 92, DE 25 DE JANEIRO DE 2011
EMENDA CONSTITUCIONAL ESTADUAL Nº 39, de - Disciplina o procedimento de aposentadoria dos Servidores
5.5.1999 ­D. O. 10.5.1999 - Altera o inciso XXI do Art. 154, Públicos Civis e dá outras providências. .............................. 114
o Art. 165 e o Capítulo XII do Título VIII da Constituição
Estadual....................................................................................... 74 LEI COMPLEMENTAR Nº 123, DE 16 DE SETEMBRO DE
2013 - dispõe sobre o equacionamento do déficit atuarial do
EMENDA CONSTITUCIONAL ESTADUAL Nº 56, DE 7. 1. sistema único de previdência social dos servidores públicos
2004 – D. O. 7.1.2004 - Altera os artigos 154, 168, 330 e 331 da civis e militares, dos agentes públicos e dos membros de
Constituição do Estado do Ceará e dá outras providências...... 76 poder do Estado do Ceará – SUPSEC, e institui o regime de
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 69, de 18.1.2011 – D. O. de previdência complementar do Estado do Ceará...................... 118
9.2.2011 - Altera o art.331 da Constituição Estadual................ 79 LEI COMPLEMENTAR Nº 159, DE 14 de janeiro de 2016 -
Altera as leis complementares nº 12, de 23 de junho de 1999, nº
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 84, de 3 de dezembro 21, de 29 de junho de 2000, nº 38, de 31 de dezembro de 2003,
de 2015. - Acrescenta o §6º ao art.205 da Constituição e nºs 92 e 93, de 25 de janeiro de 2011, e a lei nº 9.826, De 14
Estadual. ..................................................................................... 80 de maio de 1974........................................................................ 124
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 85, de 10 de dezembro de LEI COMPLEMENTAR Nº 167, 27 de dezembro de 2016. -
2015 - Altera e revoga dispositivos da Constituição do Estado Altera dispositivos do art.5º da lei complementar nº12, de 23 de
do Ceará...................................................................................... 80 junho de 1999, com a redação conferida pela lei complementar
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 86, de 16 de fevereiro de estadual nº159, de 14 de janeiro de 2016................................ 132
2016. - Altera o §10 do art.154 da Constituição Estadual........ 81
LEIS ORDINÁRIAS ESTADUAIS...........................................133
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 89, de 11 de maio de 2017.
D. O. 17.05.2017 - Altera o art.154, §10, da Constituição do LEI Nº 9.901, DE 26.5.1975 - D. O. - 3.6.1975 - Dispõe sobre
Estado do Ceará......................................................................... 81 os critérios de aplicação da proporcionalidade a ser observada
na concessão de gratificação por regime de tempo integral e dá
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 90, de 1º de junho de 2017. outras providências................................................................... 133
D. O. 08.06.2017 - Altera o art.154, inciso IX, da Constituição do
Estado do Ceará......................................................................... 81

Sumário - 13
LEI Nº 9.911, de 16.6.1975 - D. O. 20.6.1975 - Dá nova redação LEI Nº 11.074, de 22.7.1985 - D. O. 8.8.1985 - Assegura a
ao inciso “e” do item I do art. 69, da Lei nº 9.826, de 14 de maio de percepção integral de vantagem.............................................. 145
1974 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado).......133 LEI Nº 11.077, de 9.8.1985 – D. O. 21.8.1985 - Altera
LEI Nº 10.135, de 21.11.1977 - D. O. 23.11.1977 - Inclui, no art. 155 dispositivo da Lei nº 10.670, de 4.6.82..................................... 145
da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974 - Estatuto dos Funcionários LEI Nº 11.102, de 22.10.1985 – D. O. 12.11.1985 - Altera
Públicos Civis do Estado - os parágrafos que indica.......................133 dispositivo da Lei nº 10.670 de 4 de junho de 1982, aditando o
LEI Nº 10.226, de 12.12.1978 - D. O. 21.12.1978 - Altera o parágrafo que indica e dá outras providências....................... 146
dispositivo da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974................ 134 LEI Nº 11.142, de 13.12.1985 - D. O. 16.12.1985 - Atribui novos
LEI Nº 10.266, de 24.5.1979 - D. O. 11.6.1979 - Dá nova redação valores aos vencimentos e representações mensais do Pessoal
aos parágrafos 1º e 2º do Art. 155 da Lei nº 9.826, de 14 de maio do Quadro II - Poder Legislativo e dá outras providências..... 146
de 1974, que estabelece normas para a aposentadoria............. 134 LEI Nº 11.145, de 17.12.1985 - D. O. 18.12.1985 - Acrescenta o
LEI Nº 10.276, de 3.7.1979 - D. O. 3.7.1979 - Regulamenta a § 5º ao art. 155, da Lei nº 9.826, de 14.5.74............................. 146
remoção de funcionários estaduais.......................................... 134 LEI Nº 11.160, de 20.12.1985 - D. O. 24.12.1985 - Concede o
LEI Nº 10.291, de 10.7.1979 - D. O. 18.7.1979 - Inclui no Art. 155, Benefício que indica................................................................. 146
da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974 - Estatuto dos Funcionários LEI Nº 11.165, de 20.12.1985 - D. O. 6.1.1986........................ 147
Públicos Civis do Estado - o parágrafo que indica...................... 134
LEI Nº 11.171, de 10.4.1986 - D. O. 10.4.1986 - Disciplina a
LEI Nº 10.312, de 26.9.1979 - D. O. 27.9.1979 - Altera os aquisição, a implementação e a base de cálculo da gratificação
dispositivos legais que indica e dá outras providências......... 135 instituída pela Lei nº 10.670, de 4 de junho de 1982.............. 147
LEI Nº 10.331, de 30.10.1979 - D. O. 8.11.1979 - Altera os LEI Nº 11.182, de 9.6.1986 - D. O. 18.6.1986 - Estende o
dispositivos legais que indica e dá outras providências......... 135 benefício que indica e dá outras providências........................ 148
LEI Nº 10.340, de 22.11.1979 - D. O. 3.12.1979 - Dá nova LEI Nº 11.260, de 16.12.1986 - D. O. 22.12.1986 -
redação a dispositivos do vigente Estatuto dos Funcionários Autoriza a atribuição da vantagem que indica e dá outras
Públicos Civis do Estado........................................................... 135 providências.............................................................................. 148
LEI Nº 10.361, de 6.12.1979 - D. O. 13.12.1979 - Dá nova redação LEI Nº 11.295, de 3.2.1987 - D. O. 3.2.1987 - Concede
aos dispositivos que indica e estabelece outras providências........136 abono salarial aos servidores estaduais dos Quadros I - Poder
LEI Nº 10.416, de 8.9.1980 - D. O. 8.9.1980 - Atribui novos valores Executivo, II - Poder Legislativo, III - Poder Judiciário, IV
aos subsídios, representações, vencimentos e salários do pessoal - Tribunal de Contas do Ceará, V - Conselho de Contas dos
do Quadro I - Poder Executivo e dá outras providências............. 137 Municípios e dá outras providências....................................... 149
LEI Nº 10.483, de 28.4.1981 - D. O. 30.4.1981 - Acrescenta LEI Nº 11.346, de 3.9.1987 - D. O. 4.9.1987 - Estabelece novos
dispositivo à Lei nº 10.450, de 21 de novembro de 1980, e dá valores de vencimentos, salários e gratificações para os Poderes
outras providências................................................................... 139 e Órgãos que indica e dá outras providências........................ 149
LEI Nº 10.536, de 2.6.1981 – D. O. 3.7.1981 - Complementa as LEI Nº 11.428, de 22.3.1988 - D. O. 23.3.1988 - Estabelece
leis que indica e dá outras providências.................................. 139 novos valores de vencimentos, soldos, representações,
LEI Nº 10.589, de 23.11.1981 - D. O. 24.11.1981 - Altera gratificações, proventos e pensões dos Poderes e Órgãos que
dispositivos da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974............. 140 indica, e dá outras providências............................................... 149
LEI Nº 10.617, de 11.12.1981 - D. O. 14.1.1982 - Modifica a redação LEI Nº 11.449, de 2.6.1988 - D. O. 10.6.1988 - Disciplina a
do § 3º do art. 155 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974............ 140 abertura de concurso para provimento de cargos públicos.... 149
LEI Nº 10.643, de 29.4.1982 - D. O. 11.5.1982 - Dispõe sobre LEI Nº 11.462, de 8.6.1988 - D. O. 10.6.1988 - Estabelece prazo
Aposentadoria dos Funcionários Públicos Civis do Estado e dá para admissão de candidatos aprovados em concurso público......150
outras providências................................................................... 140 LEI Nº 11.551, de 18.5.1989 - D. O. 19.5.1989 - Altera
LEI Nº 10.644, de 29.4.1982 - D. O. 3.5.1982 - Atribui novos dispositivos da Lei nº 11.449, de 2 de junho de 1988............. 150
valores aos subsídios representação e vencimento do Pessoal do LEI Nº 11.601, de 6.9.1989 - D. O. 14.9.1989 - Estabelece novos
Quadro I - Poder Ezecutivo e dá outras providências............. 141 valores de vencimentos, soldos, representações, gratificações,
LEI Nº 10.647, de 13.5.1982 - D. O. 19.5.1982 - Modifica o proventos e pensões do Poder Executivo e dá outras
expediente diário a que se obrigam os servidores públicos providências.................................................................................. 150
estaduais.................................................................................... 141 LEI Nº 11.712, de 24.7.1990 - D. O. 4.9.1990 - Institui o Regime
LEI Nº 10.670, de 4.6.1982 - D. O. 8.6.1982 - Dispõe sobre a Jurídico Único para os servidores civis da Administração
vantagem que indica................................................................. 141 Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas do Estado, e
dá outras providências.............................................................. 151
LEI Nº 10.738, de 26.10.1982 - D. O. 10.11.1982 - Estende os
benefícios que indica................................................................ 142 LEI Nº 11.714, de 25.7.1990 - D. O. 4.9.1990 - Dispõe sobre
as diretrizes e bases da Administração Estadual e dá outras
LEI Nº 10.739, de 26.10.1982 - D. O. 11.11.1982 - Altera providências.............................................................................. 152
dispositivos legais que indica e dá outras providências......... 142
LEI Nº 11.745, de 30.10.1990 - D. O. 6.12.1990 - Reajusta os
LEI Nº 10.802, de 13.6.1983 - D. O. 14.6.1983 - Dispõe sobre Valores dos vencimentos, Salários, Soldos, Representações,
contagem de tempo de serviço e dá outras providências....... 143 Gratificações, Proventos e Pensões do Poder Executivo, das
LEI Nº 10.815, de 19.7.1983 - D. O. 20.7.1983 - Adiciona parágrafo Autarquias Estaduais e dá outras providências....................... 153
ao artigo 110 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974................. 143 LEI Nº 11.755, de 14.11.1990 - D. O. 14.11.1990 - Regulamenta
LEI Nº 10.879, de 27.12.1983 - D. O. 30.12.1983 - Dá nova o prazo no Parágrafo único do artigo 158 da Constituição
redação a dispositivo do Estatuto dos Funcionários Públicos Estadual e dá outras providências........................................... 153
Civis do Estado.......................................................................... 143 LEI Nº 11.847, de 28.8.1991 - D. O. 29.8.1991 - Dispõe sobre a
LEI Nº 10.932, de 3.10.1984 - D. O. 15.10.1984 - Altera os concessão de vantagem pelo exercício do cargo em comissão
dispositivos que indica e dá outras providências.................... 143 na Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas e dá
LEI Nº 10.977, de 12.12.1984 – D. O. 7.1.1985 - Modifica outras providências................................................................... 154
dispositivos da Lei nº 10.670, de 4 de junho de 1982, e dá LEI Nº 11.925, de 13.3.1992 - D. O. 13.3.1992 - Altera os arts.
outras providências................................................................... 144 2º e 3º da Lei nº 11.449, de 2 de junho de 1988...................... 154
LEI Nº 10.985, de 14.12.1984 - D. O. 18.12.1984 - Concede LEI Nº 11.954, de 9.6.1992 - D. O. 11.6.1992 - Concede
beneficio à Servidora Pública Estadual, na forma que indica, e dispensa de frequência, a servidores convocados para
dá outras providências.............................................................. 144 comporem mesas receptoras com funções apuradoras e dá
LEI Nº 11.039, de 25.6.1985 - D. O. 25.6.1985 - Atribui novos outras providências................................................................... 154
valores aos subsídios representação e vencimento do Pessoal do LEI Nº 11.965, de 17.6.1992 - D. O. 17.6.1996 - Cria e
Quadro I - Poder Ezecutivo e dá outras providências............. 144 implementa os Grupos Ocupacionais - Serviços Especializados
LEI Nº 11.056, de 5.7.1985 - D. O. 5.7.1985 - Reajusta os de Saúde - SES e Atividades Auxiliares de Saúde - ATS do
níveis da retribuição dos Conselheiros, dos Auditores, dos Quadro I - Poder Executivo e nos Quadros do Pessoal de
Procuradores, dos Secretarios e dos Subsecretarios e demais Autarquias Estaduais e dá Outras Providências........................ 155
servidores do Tribunal de Contas do Ceará e do Conselho de LEI Nº 11.966, de 17.6.1992 - D. O. 17.6.1992 - Estabelece
Contas dos Municípios e dá outras providências ................... 145 diretrizes para elaboração, implantação e administração dos Planos
LEI Nº 11.059, de 10.7.1985 - D. O. 11.7.1985 - Atribui novos de Cargos e Carreiras do Estado e dá Outras providencias...........155
valores aos vencimentos e representações mensais do Pessoal LEI Nº 11.999, de 3.8.1992 - D. O. 5.8.1992 - Dispõe sobre a
do Quadro II - Poder Legislativo e dá outras providências..... 145 proibição do uso do fumo em estabelecimentos da rede estadual
LEI Nº 11.063, de 15.7.1985 - D. O. 8.8.1985 - Dispõe sobre de saúde e de educação, bem como nos veículos de transportes
a incorporação, aos proventos de aposentadoria, da vantagem coletivos Intermunicipal, e dá outras providências.............. 155
que indica e dá outras providências........................................ 145 LEI Nº 12.062, de 12.1.1993 – D. O. 13.1.1993 - Adota o Regime
Jurídico Único para o pessoal do Poder Judiciário................. 156

14 - Sumário
LEI Nº 12.075, de 15.2.1993 – D. O. 18.2.1993 - Aprova o LEI Nº 12.864, de 26.11.1998 – D. O. 27.11.1998 - Altera o Art.
Plano de Cargos e Carreiras e o Quadro de Pessoal do Poder 16 da Lei nº 12.124, de 6 de julho de 1993, Estatuto da Polícia
Legislativo e dá outras providências........................................ 157 Civil de Carreira, com redação dada pela Lei nº 12.815, de 07
LEI Nº 12.078, de 5.3.1993 - D. O. 5.3.1993 - Reajusta os de junho de 1998....................................................................... 166
valores dos vencimentos, soldos, Representações, Gratificações, LEI Nº 12.913, de 17.6.1999 – D. O. 18.6.1999 - Revoga e altera
Proventos e Pensões do Poder Executivo, das Autarquias e das os dispositivos legais que indica e dá outras providências..... 167
Fundações Estaduais e dá outras providências....................... 157 LEI Nº 12.984, de 29.12.1999 - D. O. 29.12.1999 - Dispõe sobre
LEI Nº 12.085, de 25.3.1993 - D. O. 26.3.1993 - Dispõe sobre a progressão e promoção dos servidores do Quadro II - Poder
a Gratificação de Produtividade do Pessoal de Departamentos Legislativo, e dá outras providências....................................... 168
Estadual de Trânsito do Ceará, e dá outras providências....... 157 LEI Nº 12.991, de 30.12.1999 - D. O. 30.12.1999 - Concede
LEI Nº 12.093, de 23.4.1993 - D. O. 30.4.1993 - Dispõe sobre Abono Compensatório aos servidores públicos ativos e inativos
a concessão da Gratificação pelo Trabalho de Monitoramento e seus pensionistas nas hipóteses e condições que indica..... 168
Climático de Larga Escala da Região Tropical........................ 158 LEI Nº 13.092, de 8.1.2001 - D. O. 8.1.2001 - Altera, Modifica e
LEI Nº 12.115, de 8.6.1993 - D. O. 8.6.1993 - Reajusta os acrescenta dispositivos da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974,
valores dos Vencimentos, Soldos, Representações, gratificaçoes, Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado, e da Lei
proventos e Pensões do Poder Executivo, das Autarquias e das nº 12.124, de 6 de julho de 1993, Estatuto da Polícia Civil de
Fundações Estaduais e dá outras providências....................... 158 Carreira, e dá outras providências........................................... 169
LEI Nº 12.124, de 06.07.1993 - D. O. 14.07.1993 Republicada LEI Nº13.333, de 22 de julho de 2003 - Promove a revisão
07.10.1993 - Dispõe sobre o estatuto da polícia civil de carreira geral da remuneração dos servidores públicos civis do poder
e dá outras providências........................................................... 158 executivo, das autarquias e das fundações públicas estaduais,
LEI Nº 12.190, de 11.10.1993 - D. O. 22.10.1993 - Dá nova e dos militares estaduais, dispõe sobre o pagamento do décimo
redação ao § 1º do Art. 1º da Lei nº 12.093, de 23 de abril terceiro salário e sobre a indenização por tempo de serviço,
de 1993, que dispõe sobre a concessão da gratificação pelo prevista na lei nº12.783, de 30 de dezembro de 1997, e dá
trabalho de monitoramento climático de larga escala da Região outras providências................................................................... 170
Tropical e dá outras providências............................................. 158 LEI Nº 13.369, de 22.9.2003 - D. O. 24.9.2003 - Altera
LEI Nº 12.231, de 9.12.1993 - D. O. 17.12.1993 - Regulamenta dispositivos das Leis n°s. 9.826, de 14 de maio de 1974; 12.124,
o inciso I do Art. 284 da Constituição do Estado do Ceará e dá de 06 de julho de 1993, e 11.167, de 07 de janeiro de 1986 e dá
outras providências................................................................... 159 outras providências................................................................... 171
LEI Nº 12.262, de 2.2.1994 – D. O. 3.2.1994 - Aprova o Plano de LEI Nº 13. 578, DE 21.01.05 – D. O. 25.01.05 - Dispõe sobre
Cargos e Carreiras e o Quadro Pessoal do Tribunal de Contas a aplicação da Emenda Constitucional Federal n.º 41, de 19
dos Municípios e dá outras providências................................ 159 de dezembro de 2003, e da Emenda Constitucional Estadual
n.º 56, de 7 de janeiro de 2004, com adequação da legislação
LEI Nº 12.287, de 20.4.1994 - D. O. 20.4.1994 - Fixa os valores estadual previdenciária ao disposto na Lei Federal n.º 10.887,
dos Vencimentos, Soldos, Representações, Gratificações, de 18 de junho de 2004, inclusive modificando dispositivos
Proventos e Pensões do Poder Executivo, das Autarquias e da Lei n.º 9.826, de 14 de maio de 1974, e dá outras
Fundações Estaduais e dá outras providências....................... 159 providências.............................................................................. 172
LEI Nº 12.351, de 16.9.1994 - D. O. 20.9.1994 - Dá nova LEI 13.881, DE 24.04.07 (D.O. DE 15.05.07) - Altera o art.
redação ao Artigo 5º da Lei nº 10.882, de 20 de dezembro de 100 da Lei n.º 9.826, de 14 de maio de 1974, e dá outras
1983........................................................................................... 159 providências.............................................................................. 176
LEI Nº 12.386, de 9.12.1994 - D. O. 9.12.1994 - Aprova o Plano LEI Nº 14.367, de 10.6.2009 - D. O. 12.6.2009 - Estabelece
de Cargos e Carreiras dos Grupos Ocupacionais, Atividades regras para o financiamento de cursos de pós-graduação
de apoio de Nível Superior - ANS e Atividades de apoio “latosensu” (Especialização) e “stricto sensu” (Mestrado,
Administrativo e Operacional – ADO da Administração Direta e Doutorado e Pós-Doutorado), no âmbito do Poder Executivo
das Autarquias Estaduais e dá outras providências................ 160 estadual..................................................................................... 177
LEI Nº 12.482, de 31.7.1995 - D. O. 11.8.1995 - Dispõe sobre a LEI Nº 15.716, de 19 de dezembro de 2014. - Altera dispositivos
Organização Administrativa da Procuradoria-Geral da Justiça e da lei nº12.075, De 15 de fevereiro de 1993; art.1º. E parágrafos
dá outras providências.............................................................. 161 da lei nº12.984, De 29 de dezembro de 1999; da lei nº13.744,
LEI Nº 12.483, de 3.8.1995 – D. O. 11.8.1995 - Dispõe sobre a De 29 de março de 2006; e da lei nº14.987, De 6 de setembro
organização do Poder Judiciário Estadual, define as diretrizes de 2011, e dá outras providências. .......................................... 178
gerais para sua reforma e modernização Administrativa e dá LEI N.º 15.744, de 29 de dezembro de 2014. (D.O. 30.12.14) -
outras providências................................................................... 161 Altera dispositivos da lei nº 9.826, De 14 de maio de 1974.... 178
LEI Nº 12.490, de 27.9.1995 - D.O. 29.9.1995 - Assegura ao LEI N.º 15.819, DE 27.07.15 (D.O. 30.07.15) - Altera dispositivo
Servidor Estadual 01 (um) dia na contagem do tempo de da lei nº 9.826, De 14 de maio de 1974.................................... 179
serviço em caso de doação de sangue nos termos elencados..162
LEI N.º 15.927, DE 29.12.15 (D.O. 30.12.15) - Altera
LEI Nº 12.526, de 19.12.1995 - D. O. 31.1.1996 - Institui dispositivos da lei n° 9.826, De l4 de maio de 1974................ 179
a Carteira de Saúde da Servidora Pública e dá outras
providências.............................................................................. 162 LEI Nº16.014, 05 de maio de 2016.- D.O. 9.5.2016 - Altera o
art.34 da lei nº12.075, de 15 de fevereiro de 1993.................. 179
LEI Nº 12.559, de 29.12.1995 – D. O. 7.2.1996 - Dispõe sobre
incentivo à doação de sangue.................................................. 163 LEGISLAÇÃO QUE REGULAMENTA A GRATIFICAÇÃO
LEI Nº 12.581, de 30.4.1996 - D. O. 31.5.1996 - Estabelece novos PELA EXECUÇÃO DE TRABALHO EM CONDIÇÕES
valores para os vencimentos dos servidores do Quadro II - Poder ESPECIAIS COM RISCO DE VIDA OU SAÚDE...................180
Legislativo, em cumprimento do disposto na Emenda Constitucional
nº 21, de 14 de dezembro de 1995, e dá outra providências..............163 LEIS...........................................................................................180
LEI Nº 12.634, de 14.11.1996 – D. O. 28.11.1996 - Altera LEI Nº 6.423, DE 23.1.1963 - D. O. 28.1.1963 ........................ 180
dispositivos da Lei nº 12.490, de 27 de setembro de 1995...... 163 Lei nº 6.775, de 20.11.1963 - D. O. 3.12.1963 ......................... 180
LEI Nº 12.719, de 12.9.1997 - D. O. 23.9.1997 - Cria a Lei nº 6.887, de 13.12.1963 - D. O. 23.12.1963 ....................... 180
indenização de operacionalidade para o Grupo Ocupacional
Atividade Polícia Judiciária - APJ............................................ 163 Lei nº 7.013, de 26.12.1963 - D. O. 13.2.1963 ......................... 180
LEI Nº 12.761, de 15.12.1997 – D. O. 17.12.1997 - Institui a Lei nº 8.484, de 13.6.1966 - D. O. 22.6.1966 .......................... 180
Gratificação de Incentivo ao Trabalho com Qualidade para Lei nº 9.599, de 28.6.1972 - D. O. 3.7.1972 ............................. 180
servidores públicos com exercício funcional na Estrutura Lei nº 9.608, de 04.7.1972 - D. O. 10.7.1972 ........................... 180
Organizacional da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, e
dá outras providências.............................................................. 164 Lei nº 9.695, de 22.5.1973 - D. O. 29.5.1973 -......................... 180
LEI Nº 12.780, de 30.12.1997 – D. O. 30.12.1997 - Altera Lei nº 11.142, de 13.12.1985 - D.O. 16.12.1985 ...................... 180
dispositivo da Lei nº nº 9.826, de 14 de maio de 1974, Estatuto Lei nº 11.720, de 28.8.1990 - D. O. 28.8.1990 ......................... 180
dos Funcionários Públicos Civis do Estado, e dispõe sobre
processo de aposentadoria de servidores públicos estaduais..164 Lei nº 12.075, de 15.2.1993 - D. O. 18.2.1993 ......................... 180
LEI Nº 12.783, de 30.12.1997 - D. O. 30.12.1997 - Institui na Lei nº 12.122, de 29.6.1993 - D. O. 30.6.1993 ......................... 180
Administração Pública Estadual a Indenização por Tempo Lei nº 12.207, de 11.11.1993 - D. O. 16.11.1993...................... 181
de Serviço e a Licença Extraordinária com Prejuízo da Lei nº 12.386, de 9.12.1994 - D. O. 9.12.1994......................... 181
Remuneração............................................................................. 165
Lei nº 12.567, de 3.4.1996 - D. O. 29.4.1996 ...........................181
LEI Nº 12.842, de 14.7.1998 - D. O. 17.7.1998 - Reajusta os
valores dos vencimentos, representações e proventos do Poder Lei nº 12.581, de 30.4.1996 - D. O. 30.4.1996.......................... 181
Legislativo do Estado do Ceará, e dá outras providências..... 166

Sumário - 15
DECRETOS...............................................................................181 DECRETO Nº 23.193, de 4.5.1994 - D. O. 5.5.1994 - Estabelece
DECRETO Nº 11.471, DE 29.9.1975 – D. O. 29.9.1975 - critérios para a concessão da Gratificação de Especialização
Regulamenta a apresentação da Declaração de Bens, a que instituída pelo art. 20, da Lei nº 12.287, de 20 de abril de 1994
se refere o Art. 22, da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974 e dá outras providências........................................................... 202
(Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado)............ 181 DECRETO Nº 23.651, de 28.3.1995 - D. O. 31.3.1995 -
DECRETO Nº 11.472, de 29.9.1975 – D. O. 2.10.1975 - Regulamenta a concessão de diárias, ajudas de custo e
Regulamenta o Art. 238, da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974 passagem aos servidores Públicos estaduais da Administração
(Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado)............ 181 Direta, Autárquica Fundacional, Empresas Pública e Sociedade
de Economia Mista e da Outras e dá outras providências..... 203
DECRETO Nº 11.538, de 7.11.1975 - D. O. 13.11.1975 -
Regulamenta a realização de Concursos Públicos e dá outras DECRETO Nº 23.673, de 3.5.1995 - D. O. 5.5.1995 - Disciplina
providências.............................................................................. 182 a concessão do Vale-Transporte aos servidores públicos do
Estado, na forma que indica e dá outras providências........... 204
DECRETO Nº 11.630, de 12.12.1975 – D. O. 19.12.1975 -
Disciplina a concessão de Auxílio-Funeral, a percepção de DECRETO Nº 23.695, de 6.6.1995 - D. O. 7.6.1995 -
proventos através de procuração e dá outras providências.... 182 Regulamenta o artigo 132, inciso IX, da Lei nº 9.826, de 14 de
maio de 1974, e dá outras providências................................... 205
DECRETO Nº 11.870, de 31.5.1976 – D. O. 8.6.1976 - Estende
aos servidores que indica os benefícios do Art. 247 da Lei nº DECRETO Nº 23.703, de 08.6.1995 - D. O. 9.6.1995 - Dispõe
9.826, de 14 de maio de 1974................................................... 183 sobre o estágio de estudantes de estabelecimentos de ensino
superior e de 2º grau profissionalizante no serviço público
DECRETO Nº 12.765, de 19.5.1978 - D. O. 26.5.1978 - estadual e dá outras providências............................................ 206
Regulamenta a gratificação de serviço ou estudo fora do Estado
ou País, instituída pelo item V do art. 132 da Lei nº 9.826, de 14 DECRETO Nº 23.888, de 18.10.1995 - D. O. 26.10.1995 - Altera
de maio de 1974........................................................................ 183 o anexo II a que se refere o art. 13 do Decreto nº 23.651, de 28
de março de 1995...................................................................... 207
DECRETO Nº 13.271, de 12.6.1979 – D. O. 15.6.1979 -
Disciplina, sem aumento de despesa, a aplicação do estatuído DECRETO Nº 24.119, de 19.6.1996 - D.O. 21.6.1996 -
no parágrafo único do art. 247 da Lei nº 9.826, de 14 de maio Regulamenta a concessão da Gratificação de Localização,
de 1974, e dá outras providências............................................ 184 criada pelo art. 16 da Lei nº 10.829, de 25 de agosto de 1983,
alterada pelo art. 10 da Lei nº 10.913, de 4 de setembro de
DECRETO Nº 14.058, de 30.9.1980 - D. O. 10.9.1980 - 1984, e art. 37 da Lei nº 12.582, de 30 de abril de 1996, e dá
Regulamenta o art. 89 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974.. 184 outras providências................................................................... 207
DECRETO Nº 15. 829, de 7.3.1983 – D. O. 25.7.1983 - DECRETO Nº 25.617, de 17.9.1999 - D. O. de 17.9.1999 - Da
Regulamenta o instituto de promoção dos funcionários públicos nova redação ao parágrafo único do artigo 1º do Decreto nº
do Estado e dá outras providências.......................................... 184 19.002, de 15 de dezembro de 1987, na forma que indica...... 208
DECRETO Nº 15.993, de 17.6.1983 – D. O. 17.6.1983 - DECRETO Nº 25.821, de 22.3.2000 – D. O. 27.3.2000 - Dispõe
Regulamenta a concessão da gratificação pela execução de trabalho sobre a regulamentação da Lei Complementar nº 12, de 23
em condições especiais, inclusive com Risco de Vida ou Saúde...187 de junho de 1999, modificada pela Lei Complementar nº 17,
DECRETO Nº 18.055, de 29.7.1986 - D. O. 13.8.1986 - de 20 de dezembro de 1999, que institui o Sistema Único de
Disciplina a aplicação do disposto no Parágrafo único do Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares,
art. 110 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974 e dá outras dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do Estado do
providências.............................................................................. 187 Ceará – SUPSEC, e a respectiva contribuição previdenciária,
DECRETO Nº 18.096 de 22.8.1986 - D. O. - 26.8.1986 - Dá extingue os benefícios previdenciários e de montepio que
nova redação ao art. 1º e seus §§ do Decreto nº 18.055, de 29 indica e dá outras providências................................................ 209
de julho de 1986........................................................................ 188 DECRETO Nº 25.851, de 12.4.2000 – D. O. 12.4.2000 -
DECRETO Nº 18.590 de 18.3.1987 - D. O. 19.3.1987 - Dispõe Disciplina os afastamentos de servidores públicos estaduais
sobre Registro de Presença e dá outras providências............. 188 para fins de realização de estudos pós-graduados.................. 212
DECRETO Nº 18.622, de 20.5.1987 - D. O. 20.5.1987 - Dispõe DECRETO Nº 26.021 de 29.9.2000 – D. O. 29.9.2000 -
sobre dispensa de ponto e dá outras providências.................. 189 Regulamenta o art. 12 da Lei Complementar nº 12, de 23 de
junho de 1999, e dá outras providências................................. 213
DECRETO Nº 19.168, de 4.3.1988 - D. O. 7.3.1988 - Dispõe
sobre a substituição de servidores............................................ 190 DECRETO Nº 29.445 , de 17 de setembro de 2008 - Dispõe
sobre a dispensa do ponto dos servidores e militares
DECRETO Nº 20.714, de 11.5.1990 - D.O. 11.5.1990 estaduais matriculados em cursos de formação e treinamento
- Estabelece normas relativas à publicação dos atos profissional................................................................................ 214
administrativos no Diário Oficial do Estado e dá outras
providências.............................................................................. 190 DECRETO Nº 29.652, de 17.2.2009 – D.O. de 19.2.2009 -
Dispõe sobre a responsabilidade do Tesouro Estadual sobre o
DECRETO Nº 20.768 de 11.6.1990 – D. O. 12.6.1990 - pagamento da Prorrogação da Licença Maternidade prevista
Disciplina a concessão do Auxílio Funeral e do Salário-Família, §2º do Artigo 100 da Lei Nº9.826, de 14 de maio de 1974..... 215
dispõe sobre a Mudança de Nome de Servidor e dá outras
providências.............................................................................. 191 DECRETO Nº 29.887, de 31 de agosto de 2009. - Institui o
sistema de ética e transparência do poder executivo estadual e
DECRETO Nº 20.769, de 11.6.1990 - D. O. 12.6.1990 - dá outras providências.............................................................. 215
Disciplina os procedimentos para utilização e pagamento de
férias dos servidores estaduais e dá outras providências....... 193 DECRETO Nº 29.986, de 1.12.2009 - D. O. de 2.12.2009 -
Dispõe sobre o regulamento do disposto na Lei nº 14.367, de
DECRETO Nº 20.893, de 15.8.1990 - D. O. 15.8.1990 - 10 de junho de 2009, publicada no Diário Oficial do estado
Disciplina a concessão de TICKET-REFEIÇÃO aos servidores de 12 de junho de 2009 que trata do financiamento de cursos
públicos do Estado, na forma que indica e dá outras de pós-graduação “latosensu” (Especialização) e “stricto-
providências.............................................................................. 194 sensu” (Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado) e dá outras
DECRETO Nº 21.325 , de 15.3.1991 - D. O. 18.3.1991 - Dispõe providências.............................................................................. 219
sobre a motivação dos Atos Administrativos, na Administração DECRETO Nº 31.198, de 30 de abril de 2013. - Institui o códi-
Pública Direta, Indireta, Fundacional, e sua publicidade..... 195 go de ética e conduta da administração pública estadual, e dá
DECRETO Nº 22.121, de 2.9.1992 - D. O. 3.9.1992 - Limita a outras providências................................................................... 220
gratificação dos membros das Comissões Especiais de Licitação DECRETO Nº 31.668, de 05 de fevereiro de 2015 - Dispõe
das Secretarias de Estado, e demais entidades....................... 195 sobre o exercício dos cargos e funções de provimento em
DECRETO Nº 22.402, de 18.2.1993 - D. O. 19.2.1993 - comissão, e dá outras providências.......................................... 223
Regulamenta o artigo 31 da Lei nº 11.039, de 25 de junho de
1985 e dá outras providências.................................................. 196 RESOLUÇÕES..........................................................................224
DECRETO Nº 22.458, de 29.3.1993 - D.O. 31.3.1993 - Dispõe sobre RESOLUÇÃO Nº 252, DE 30.4.1991 - D. O. 6.5.199 - Institui o
a concessão de adicional do trabalho noturno superior ao diurno...196 REGIME JURÍDICO ÚNICO para os servidores da Assembléia
Legislativa, estendendo a esses servidores os benefícios da Lei
DECRETO Nº 22.662, de 20.7.1993 - D.O. 22.7.1993 - Dispõe nº 11.712, de 24 de julho de 1990............................................ 225
sobre a atribuição da gratificação prevista no art. 132 - IV e 135
da Lei nº 9.826, de 14/5/74, e dá outras providências............. 196 RESOLUÇÃO Nº 338, de 30.3.1994 - D. O. 6.4.1994............ 224
DECRETO Nº 22.789, de 1º.10.1993 - D.O. 4.10.1993 - Dá ÍNDICE ALFABÉTICO REMISSIVO......................................225
nova redação ao inciso III do art. 1º do Decreto nº 22.675, de
23 de julho de 1993................................................................... 197
DECRETO Nº 22.793, de 1º.10.1993 - D. O. 4.10.1993
- Regulamenta a Ascensão Funcional dos servidores da
Administração Direta, das Autarquias e Fundações Estaduais... 197

16 - Sumário
Art. 7º - De acordo com a natureza dos cargos, o
LEI Nº 9.826, DE 14 DE MAIO DE 1974 seu provimento pode ser em caráter efetivo ou em
comissão.
Dispõe sobre o Estatuto dos
*Art. 8º - Os cargos em comissão serão providos,
Funcionários Públicos Civis do
por livre nomeação da autoridade competente,
Estado.
dentre pessoas que possuam aptidão profissional e
reunam as condições necessárias à sua investidura,
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço conforme se dispuser em regulamento.
saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu
*Ver Constituição Federal art. 37, inciso V, com a reda-
sanciono e promulgo a seguinte Lei: ção dada pela Emenda Constitucional Federal nº 19, de
4.6.1998 – D. O. U. de 5.6.1998; art. 26 da Lei nº 11.966
de 17.6.1992 – D. O. 17.6.1992; art. 34 da Lei nº 12.075,
TÍTULO I de 15.2.1993 – D. O. 18.2.1993; arts. 28 e 29 da Lei nº
DO REGIME JURÍDICO DO 12.262, de 2.2.1994 – D. O. 3.2.1994; art. 64 da Lei nº
12.482, de 31.7.1995 – D. O. 11.8.1995 e arts. 11 e 56 da
FUNCIONÁRIO Lei nº 12.483, de 3.8.1995 – D. O. 11.8.1995 – Apêndice.
CAPÍTULO ÚNICO *§ 1º - A escolha dos ocupantes de cargos em co-
DOS PRINCÍPIOS GERAIS missão poderá recair, ou não, em funcionário do
Art. 1º - Regime Jurídico do Funcionário Civil é o Estado, na forma do regulamento.
conjunto de normas e princípios, estabelecidos por *Ver Constituição Federal art. 37, inciso V com a re-
dação dada pela Emenda Constitucional Federal nº
este Estatuto e legislação complementar, regula- 19, de 4.6.1998 – D. O. U. de 5.6.1998 e art. 26 da Lei
dores das relações entre o Estado e o ocupante de nº 11.966 de 17.6.1992 - D. O. 17.6.1992 – Apêndice.
cargo público.
§ 2º - No caso de recair a escolha em servidor de
*Art. 2º - Aplica-se o regime jurídico de que trata entidade da Administração Indireta, ou em funcio-
esta lei: nário não subordinado à autoridade competente
*Ver Lei nº 11.712, de 24.7.1990 - D. O. de 4.9.1990 para nomear, o ato de nomeação será precedido da
- Resolução nº 252, de 30.4.1991 - D. O. 6.5.1991, necessária requisição.
Lei nº 12.062, de 12.1.1993 - D. O. 13.1.1993 e Lei nº
12.482, de 31.7.1995 - D. O. 11.8.1995 - Apêndice. § 3º - A posse em cargo em comissão determina o
I - aos funcionários do Poder Executivo; concomitante afastamento do funcionário do cargo
efetivo de que for titular, ressalvados os casos de
II - aos funcionários autárquicos do Estado; comprovada acumulação legal.
III - aos funcionários administrativos do Poder Art. 9º - Os cargos públicos são providos por:
Legislativo;
I - nomeação;
*IV - aos funcionários administrativos do Tribunal
de Contas do Estado e do Conselho de Contas dos II - promoção;
Municípios. *III - acesso;
*Ver Emenda Constitucional nº 9, de 16.12.1992 - *Ver Constituição Federal art. 37, inciso II e
D.O. de 22.12.1992 e Emenda Constitucional nº 92 de Constituição Estadual art. 154, inciso II.
16.08.2017 - D.O. de 21.08.2017 - Apêndice
*IV - transferência;
Art. 3º - Funcionário Público Civil é o ocupante de *Ver Constituição Federal art. 37, inciso II e
cargo público, ou o que, extinto ou declarado des- Constituição Estadual art. 154, inciso II.
necessário o cargo, é posto em disponibilidade.
V - reintegração;
Art. 4º - Cargo público é o lugar inserido no Sistema
Administrativo Civil do Estado, caracterizando-se, VI - aproveitamento;
cada um, por determinado conjunto de atribuições VII - reversão;
e responsabilidades de natureza permanente.
VIII - transposição;
Parágrafo único - Exclui-se da regra conceitual
IX - transformação.
deste artigo o conjunto de empregos que, inserido
no Sistema Administrativo Civil do Estado, se su- Art. 10 - O ato de provimento deverá indicar a exis-
bordina à legislação trabalhista. tência de vaga, com os elementos capazes de iden-
tificá-la.
Art. 5º - Para os efeitos deste Estatuto, considera-se
Sistema Administrativo o complexo de órgãos dos Art. 11 - O disciplinamento normativo das formas de
Poderes Legislativo e Executivo e suas entidades provimento dos cargos públicos referidos nos itens
autárquicas. VIII e IX do art. 9º é objeto de legislação específica.

CAPÍTULO II
TÍTULO II DO CONCURSO
DO PROVIMENTO DOS CARGOS *Art. 12 - Compete a cada Poder e a cada Autarquia
ou órgão auxiliar, autônomo, a iniciativa dos con-
CAPÍTULO I
cursos para provimento dos cargos vagos.
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
*Ver Lei nº 11.449, de 2.6.1988 - D. O. 10.6.1988; Lei
Art. 6º - Os cargos públicos do Estado do Ceará são n º 11.462, de 8.6.1988 - D. O. 10.6.1988; Lei de nº
acessíveis a todos brasileiros, observadas as condi- 11.551, de 18.5.1989 - D. O. 19.5.1989; Lei nº 11.925,
ções prescritas em lei e regulamento. de 13.3.1992 - D. O. 13.3.1992; arts. 33, 34, 35, 36 da
Lei de nº 11.714 de 25.7.1990 - D. O. 4.9.1990 e arts.
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 17
15, 16, 17, 18 e 19 da Lei nº 12.386, de 9.12.1994 - D. § 1º - Das inscrições para o concurso constarão,
O. 9.12.1994 - Apêndice. obrigatoriamente:
Art. 13 - A realização dos concursos para provi- *I - o limite de idade dos candidatos, que poderá
mento dos cargos da Administração Direta do Poder variar de dezoito (18) anos completos até cinqüen-
Executivo competirá ao Órgão Central do Sistema ta (50) anos incompletos, na forma estabelecida no
de Pessoal. caput deste artigo;
§ 1º - A execução dos concursos para provimen- *Ver Constituição Estadual, art. 155.
to dos cargos da lotação do Tribunal de Contas do
II - o grau de instrução exigível, mediante apresen-
Estado, do Conselho de Contas dos Municípios e
tação do respectivo certificado;
das Autarquias receberá a orientação normativa e
supervisão técnica do órgão central referido neste III - a quantidade de vagas a serem preenchidas,
artigo. distribuídas por especialização da disciplina, quando
referentes a cargo do Magistério e de atividades de
§ 2º - O Órgão Central do Sistema de Pessoal po-
nível superior ou outros de denominação genérica;
derá delegar a realização dos concursos aos órgãos
setoriais e seccionais de pessoal das diversas re- IV - o prazo de validade do concurso, de dois (2)
partições e entidades, desde que estes apresentem anos, prorrogável a juízo da autoridade que o abriu
condições técnicas para efetivação das atividades ou o iniciou;
de recrutamento e seleção, permanecendo, sempre, V - descrição sintética do cargo, incluindo exem-
o órgão delegante, com a responsabilidade pela plificação de tarefas típicas, horário, condições de
perfeita execução da atividade delegada. trabalho e retribuição;
*Art. 14 - É fixada em cinqüenta (50) anos a idade VI - tipos e Programa das Provas;
máxima para inscrição em concurso público destina-
do a ingresso nas categorias funcionais instituídas de VII - exigências outras, de acordo com as especifi-
acordo com a Lei Estadual nº. 9.634, de 30 de outubro cações do cargo.
de 1972, ressalvadas as exceções a seguir indicadas: § 2º - Independerá de idade, a inscrição do candi-
*Redação dada pela Lei nº 10.340, de 22.11.1979 - D. dato que seja servidor de Órgãos da Administração
O. 3.12.1979 - Apêndice. Estadual Direta ou Indireta.
*A Constituição Federal de 1988 não prevê idade má-
xima para inscrição em Concurso Público. § 3º - Na hipótese do parágrafo anterior, a habili-
Redação(Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 14 – Das tação no concurso somente produzirá efeito se, no
instruções para o concurso constarão, obrigatoriamente: momento da posse ou exercício no novo cargo ou
I – o limite de idade dos candidatos, que poderá variar emprego, o candidato ainda possuir a qualidade de
de 18 (dezoito) anos completos até 45 (quarenta e servidor ativo, vedada a aposentadoria concomitan-
cinco) anos incompletos, dependendo da natureza do te para elidir a acumulação do cargo.
cargo a ser provido, ficando a critério da Administração
ampliar o limite máximo, em cada caso; II – o grau Art. 15 - Encerradas as inscrições, legalmente pro-
de instrução exigível, mediante apresentação do cessadas, para concurso destinado ao provimento
respectivo certificado; III – a quantidade de vagas a de qualquer cargo, não se abrirão novas inscrições
serem preenchidas, distribuídas por especialização da
disciplina, quando referentes a cargos de magistério e de antes da realização do concurso.
atividades de nível superior ou outros de denominação Art. 16 - Ressalvado o caso de expressa condição
genérica; IV – o prazo de validade do concurso, de dois básica para provimento de cargo prevista em regu-
anos, prorrogável a juízo da autoridade que o abriu ou
o iniciou; V – descrição sintética do cargo, incluindo lamento, independerá de limite de idade a inscri-
exemplificação de tarefas típicas, horário, condições ção, em concurso, de ocupante em cargo público.
de trabalho e retribuição; VI – tipos e programas das
provas; VII – exigências outras, de acordo com as CAPÍTULO III
especificações do cargo.
DA NOMEAÇÃO
I - para a inscrição em concurso para o Grupo de *Art. 17 - A nomeação será feita:
Tributação e Arrecadação a idade limite é de trinta
*Ver Emenda Constitucional Federal nº 19, de
e cinco (35) anos. 4.6.1998 – D. O. de 5.6.1998; Lei nº 11.462, de 8.6.1988
*II - e para inscrição em concurso destinado ao - D. O. 10.6.1988 e art. 36, §§ 1º e 2º da Lei nº 11.714,
de 25.7.1990 - D. O. 4.9.1990 - Apêndice.
ingresso nas categorias funcionais do Grupo
Segurança Pública, são fixados os seguintes limites I - em caráter vitalício, nos casos expressamente
máximos de idade: previstos na Constituição;
*Ver Lei nº 12.124, de 6.7.1993 – D. O. 14.7.1993. - II - em caráter efetivo, quando se tratar de nomea-
Apêndice.
ção para cargo da classe inicial ou singular de de-
a) de vinte e cinco (25) anos, quando se tratar de terminada categoria funcional;
ingresso em categoria funcional que importe em
exigência de curso de nível médio; e
*III - em comissão, quando se tratar de cargo que
b) de trinta e cinco (35) anos, quando se tratar de assim deve ser provido.
ingresso nas demais categorias;
*Ver Emenda Constitucional Federal nº 19, de 4.6.1998
c) independerá dos limites previstos nas alíneas an- – D. O. de 4.6.1998; Constituição Federal art. 37, inciso
teriores a inscrição do candidato que já ocupe car- V; Constituição Estadual art. 154, item V; art. 38 da Lei
nº 11.714, de 25.7.1990 – D. O. 4.9.1990; e art. 26 da
go integrante do Grupo Segurança Pública. Lei nº 11.966 de 17.6.1992 - D. O. 17.6.1992 – Apêndice.

18 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Parágrafo único - Em caso de impedimento tempo- tabelecerem as respectivas leis orgânicas e regi-
rário do titular do cargo em comissão, a autoridade mentos internos;
competente nomeará o substituto, exonerando-o, IV - o Diretor-Geral do órgão central do sistema de
findo o período da substituição. pessoal, aos demais funcionários da Administração
Art. 18 - Será tornada sem efeito a nomeação quan- Direta;
do, por ato ou omissão do nomeado, a posse não se V - os dirigentes das Autarquias, aos funcionários
verificar no prazo para esse fim estabelecido. dessas entidades.
*Art. 22 - No ato da posse será apresentada decla-
CAPÍTULO IV ração, pelo funcionário empossado, dos bens e va-
DA POSSE
lores que constituem o seu patrimônio, nos termos
*Art. 19 - Posse é o fato que completa a investidura da regulamentação própria.
em cargo público. *Regulamentado pelo Decreto nº 11.471, de 29.9.1975
* Ver Art. 24, do Decreto nº 29.887, de 31 de agosto de - D. O. 4.12.1975 - Apêndice.
2009. D.O. de 02.09.2009
Art. 23 - Poderá haver posse por procuração, quan-
Parágrafo único - Não haverá posse nos casos de do se tratar de funcionário ausente do País ou do
promoção, acesso e reintegração. Estado, ou, ainda, em casos especiais, a juízo da
Art. 20 - Só poderá ser empossado em cargo públi- autoridade competente.
co quem satisfizer os seguintes requisitos: Art. 24 - A autoridade de que der posse verificará,
I - ser brasileiro; sob pena de responsabilidade:
*II - ter completado 18 anos de idade; I - se foram satisfeitas as condições legais para a
*Ver Constituição Estadual - art. 155.
posse;

III - estar no gozo dos direitos políticos; II - se do ato de provimento consta a existência de
vaga, com os elementos capazes de identificá-la;
IV - estar quite com as obrigações militares e elei-
torais; III - em caso de acumulação, se pelo órgão compe-
tente foi declarada lícita.
V - ter boa conduta; Art. 25 - A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta)
VI - gozar saúde, comprovada em inspeção médica, dias da publicação do ato de provimento no órgão
na forma legal e regulamentar; oficial.
VII - possuir aptidão para o cargo; Parágrafo único - A requerimento do funcionário
VIII - ter-se habilitado previamente em concurso, ou de seu representante legal, a autoridade com-
exceto nos casos de nomeação para cargo em co- petente para dar posse poderá prorrogar o prazo
missão ou outra forma de provimento para a qual previsto neste artigo, até o máximo de 60 (sessenta)
não se exija o concurso; dias contados do seu término.
IX - ter atendido às condições especiais, prescritas CAPÍTULO V
em lei ou regulamento para determinados cargos DA FIANÇA
ou categorias funcionais.
Art. 26 - O funcionário nomeado para cargo cujo
§ 1º - A prova das condições a que se refere os itens provimento dependa de prestação de fiança não
I e II deste artigo não será exigida nos casos de poderá entrar em exercício sem a prévia satisfação
transferência, aproveitamento e reversão. dessa exigência.
§ 2º - Ninguém poderá ser empossado em cargo § 1º - A fiança poderá ser prestada em:
efetivo sem declarar, previamente, que não ocupa
outro cargo ou exerce função ou emprego público I - dinheiro;
da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito II - título da divida pública da União ou do Estado,
Federal, dos Territórios, de Autarquias, empresas ações de sociedade de economia mista que o Estado
públicas e sociedades de economia mista, ou apre- participe como acionista, e
sentar comprovante de exoneração ou dispensa do III - apólice de seguro-fidelidade funcional, emiti-
outro cargo que ocupava, ou da função ou emprego da por instituição oficial ou legalmente autorizada
que exerce, ou, ainda, nos casos de acumulação le- para esse fim.
gal, comprovante de ter sido a mesma julgada lícita
pelo órgão competente. § 2º - O seguro poderá ser feito pela própria repar-
tição em que terá exercício o funcionário.
Art. 21 - São competentes para dar posse:
I - o Governador do Estado, às autoridades que lhe § 3º - Não se admitirá o levantamento da fiança an-
são diretamente subordinadas; tes de tomada de contas do funcionário.
II - os Secretários de Estado, aos dirigentes de re- § 4º - O responsável por alcance ou desvio de bens
partições que lhes são diretamente subordinadas; do Estado não ficará isento da ação administrativa
que couber, ainda que o valor da fiança seja supe-
III - os dirigentes das Secretarias Administrativas,
rior ao dano verificado ao patrimônio público.
ou unidades de administração geral equivalente, da
Assembléia Legislativa, do Tribunal de Contas do
Estado, e do Conselho de Contas dos Municípios,
aos seus funcionários, se de outra maneira não es-

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 19


CAPÍTULO VI para formação profissional ou aperfeiçoamento do
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO funcionário são de caráter competitivo e eliminatório.
*Art. 27 - Estágio probatório é o triênio de efetivo *§ 4º - O estágio probatório corresponderá a uma
exercício no cargo de provimento efetivo, contado complementação do concurso público a que se
do início do exercício funcional, durante o qual é submeteu o servidor, devendo ser obrigatoriamen-
observado o atendimento dos requisitos necessá- te acompanhado e supervisionado pelo Chefe
rios à confirmação do servidor nomeado em virtude Imediato.
de concurso público *Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
*Redação dada pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. 8.1.2001 – Apêndice.
8.1.2001 – Apêndice. *§ 5º - Durante o estágio probatório, os cursos de
*Ver arts. 37, II, 39, § 3º e 41 da Constituição Federal. treinamento para formação profissional ou aperfei-
*Ver art. 28 da Emenda Constitucional Federal nº çoamento do servidor, promovidos gratuitamente
19, de 4.6.1998 – D. O. U. 5.6.1998; art. 20 da Lei nº pela Administração, serão de participação obriga-
12.386, de 9.12.1994 - D. O. 9.12.1994 - Apêndice.
tória e o resultado obtido pelo servidor será con-
Redação anterior: (Lei nº 9.826 de 14.5.1974): Art.
27 - Estágio probatório é o período nunca superior a siderado por ocasião da avaliação especial de de-
dois anos, contado do início do exercício funcional sempenho, tendo a reprovação caráter eliminatório.
durante o qual são apurados os requisitos necessários *Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
à confirmação do funcionário no cargo de provimento 8.1.2001 – Apêndice.
efetivo para o qual foi nomeado. 1
*§ 6º Fica vedada qualquer espécie de afastamen-
*§ 1º - Como condição para aquisição da estabili- to dos servidores em estágio probatório, ressalva-
dade, é obrigatória a avaliação especial de desem- dos os casos previstos nos incisos I, II, III, IV,  V, VI,
penho por comissão instituída para essa finalidade. VIII, IX, X, XII, XIII, XV, XVI, XVII e XXI  do art.
*Redação dada pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. 68 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974.
8.1.2001 – Apêndice.
*Redação dada pela Lei nº 15.744, de 29.12.2014 -
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 1º - D.O. 30.12.2014
Os requisitos de que trata este artigo são os seguintes:
I - adaptação do funcionário ao trabalho, verificada Redação anterior: *§ 6º - Fica vedada qualquer espécie
através de avaliação objetiva da capacidade de de afastamento dos servidores em estágio probatório,
desempenho das atribuições do cargo, realizada em ressalvados os casos previstos nos incisos I, II, III, IV,
treinamento de iniciação ou das técnicas do cargo; VI, X, XII, XIII, XV e XXI do art. 68 da Lei nº 9.826, de
II - equilíbrio emocional e capacidade de integração 14 de maio de 1974.
grupal, bem como de desenvolver boas relações *Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
humanas no trabalho; III - cumprimento dos deveres 8.1.2001 – Apêndice.
gerais e especiais do funcionário.
*§ 7º - O servidor em estágio probatório não fará jus
*§ 2º - A avaliação especial de desempenho do ser- a ascensão funcional.
vidor será realizada: *Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
a) extraordinariamente, ainda durante o estágio 8.1.2001 – Apêndice.
probatório, diante da ocorrência de algum fato dela *§ 8º - As faltas disciplinares cometidas pelo ser-
motivador, sem prejuízo da avaliação ordinária; vidor após o decurso do estágio probatório e antes
b) ordinariamente, logo após o término do estágio da conclusão da avaliação especial de desempenho
probatório, devendo a comissão ater-se exclusiva- serão apuradas por meio de processo administrati-
mente ao desempenho do servidor durante o perí- vo-disciplinar, precedido de sindicância, esta quan-
odo do estágio. do necessária.
*Redação dada pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. *Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
8.1.2001 – Apêndice. 8.1.2001 – Apêndice.
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): *§ 9º - São independentes as instâncias adminis-
§ 2º - O estágio probatório corresponderá a uma trativas da avaliação especial de desempenho e do
complementação do processo seletivo, devendo ser
obrigatoriamente supervisionado pela autoridade a processo administrativo-disciplinar, na hipótese do
que estiver sujeito hierarquicamente o funcionário, ou parágrafo anterior, sendo que resultando exonera-
nos termos do Regulamento. ção ou demissão do servidor, em qualquer dos pro-
*§ 3º - Além de outros específicos indicados em cedimentos, restará prejudicado o que estiver ainda
lei ou regulamento, os requisitos de que trata este em andamento.
artigo são os seguintes: *Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
8.1.2001 – Apêndice.
I - adaptação do servidor ao trabalho, verificada por
meio de avaliação da capacidade e qualidade no *§ 10. Na hipótese de afastamento do servidor em
desempenho das atribuições do cargo; estágio probatório para os fins previstos no incisos
V, VI, VIII, IX, X, XIII, XV, XVI, XVIII e XIX do art.
II - equilíbrio emocional e capacidade de integração; 68, fica suspenso o estágio probatório durante o pe-
III - cumprimento dos deveres e obrigações do ser- ríodo de afastamento, retornando o cômputo após
vidor público, inclusive com observância da ética retorno ao exercício efetivo, pelo prazo correspon-
profissional. dente ao afastamento.
*Redação dada pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. *Acrescido pela Lei nº 15.744, de 29.12.2014 - D.O.
8.1.2001 – Apêndice. 30.12.2014
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): §
3º - No estágio probatório, os cursos de treinamento
1 A Lei nº 15.744, de 29.12.2014, art. 4º, retroage os efeitos a 1º de janei-
ro de 2007, em relação ao disposto no art. 1º.

20 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


*§ 11. O servidor em estágio probatório poderá exer- com suspensão do vínculo funcional nos termos do
cer cargo de provimento em comissão ou função de artigo 66, item I, alíneas a, b e c desta lei.
direção, chefia ou assessoramento no seu órgão ou *Ver art. 5º da Lei nº 15.744, de 29.12.2014. D.O.
entidade de origem, com função ou funções simila- 30.12.2014 - Apêndice
res ao cargo para o qual foi aprovado em concurso Parágrafo único - Não se aplica o disposto neste
público, computando-se o tempo para avaliação es- artigo aos casos de acumulação lícita.
sencial de desempenho do estágio probatório.
*Acrescido pela Lei nº 15.819, de 27.07.2015 - D.O. CAPÍTULO VII
30.07.2015
DO EXERCÍCIO
*§ 12. O servidor em estágio probatório poderá ser
*Art. 31 - O início, a interrupção e o reinício do
cedido para órgão da Administração Pública direta
exercício das atribuições do cargo serão registrados
ou indireta para exercer quaisquer cargos de provi-
no cadastro individual do funcionário.
mento em comissão ou funções de direção, chefia
*Ver art. 67 da Lei nº 12.386, de 9.12.1994 - D. O.
ou assessoramento no âmbito Federal, Municipal 9.12.1994 – Apêndice.
ou Estadual, com ônus para o destino, restando
suspenso o computo do estágio probatório, voltan- Art. 32 - Ao dirigente da repartição para onde for
do este a ser contado a partir do término da cessão designado o funcionário compete dar-lhe exercício.
e, consequente retorno à origem. Art. 33 - O exercício funcional terá início no prazo
*Acrescido pela Lei nº 15.927, de 29.12.2015 - D.O. de trinta dias, contados da data:
30.12.2015 I - da publicação oficial do ato, no caso de reinte-
*Art. 28 - O servidor que durante o estágio probató- gração;
rio não satisfizer qualquer dos requisitos previstos
II - da posse, nos demais casos.
no § 3º do artigo anterior, será exonerado, nos casos
dos itens I e II, e demitido na hipótese do item III. Art. 34 - O funcionário terá exercício na repartição
onde for lotado o cargo por ele ocupado, não po-
*Parágrafo único - O ato de exoneração ou de de- dendo dela se afastar, salvo nos casos previstos em
missão do servidor em razão de reprovação na ava- lei ou regulamento.
liação especial de desempenho será expedido pela
autoridade competente para nomear. § 1º - O afastamento não se prolongará por mais de
*Alterado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. quatro anos consecutivos, salvo:
8.1.2001 – Apêndice. I - quando para exercer as atribuições de cargo ou
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): O função de direção ou de Governo dos Estados, da
funcionário que, em estágio probatório, não satisfizer União, Distrito Federal, Territórios e Municípios e
qualquer dos requisitos previstos no artigo anterior,
será exonerado, nos casos dos itens I e II desse respectivas entidades da administração indireta;
artigo, e demitido, na hipótese do item III do mesmo II - quando à disposição da Presidência da
artigo, cabendo a iniciativa do procedimento de
sindicância ao dirigente da repartição, sob pena de sua República;
responsabilidade. Parágrafo único - Na ausência da III - quando para exercer mandato eletivo, estadu-
providência de que trata este artigo, a iniciativa poderá
ser de qualquer interessado, não excluindo a apuração al, federal ou municipal, observado, quanto a este,
da responsabilidade da autoridade omissa. o disposto na legislação especial pertinente;
Art. 29 – O ato administrativo declaratório da esta- IV - quando convocado para serviço militar obri-
bilidade do servidor no cargo de provimento efeti- gatório;
vo, após cumprimento do estágio probatório e apro- V - quando se tratar de funcionário no gozo de li-
vação na avaliação especial de desempenho, será cença para acompanhar o cônjuge.
expedido pela autoridade competente para nomear,
retroagindo seus efeitos à data do término do perí- § 2º - Preso preventivamente, pronunciado por cri-
odo do estágio probatório. me comum ou denunciado por crime inafiançável,
*Alterado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. em processo do qual não haja pronúncia, o funcio-
8.1.2001 – Apêndice. nário será afastado do exercício, até sentença pas-
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 29 sada em julgado.
- A qualquer tempo do período de estágio probatório, *§ 3º O funcionário afastado nos termos do pará-
a critério do dirigente da repartição onde o estagiário
estiver em exercício, poderá ser declarado cumprido o grafo anterior terá direito à percepção do benefício
estágio e o funcionário confirmado no seu cargo, desde do auxílio-reclusão, nos termos desta Lei.
que satisfaça os requisitos estabelecidos no art. 27 e *Redação dada pela Lei Complementar nº 159, de
seus parágrafos. § 1º - De qualquer modo, caso não 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
tenham sido adotadas quaisquer providências para Redação anterior: *§ 3º - O funcionário afastado nos
a supervisão objetiva do estágio probatório, este será termos do parágrafo anterior terá direito à percepção do
encerrado após o decurso do prazo referido no art. 27 benefício do auxílio-reclusão, nos termos da legislação
deste Estatuto, confirmando-se o funcionário no cargo. previdenciária específica.
§ 2º - O ato de confirmação do funcionário no cargo,
cumprido o estágio probatório, será expedido pela Art. 35 - Para os efeitos deste Estatuto, entende-
autoridade competente para nomear. -se por lotação a quantidade de cargos, por gru-
Art. 30 - O funcionário estadual que, sendo está-
* po, categoria funcional e classe, fixada em regu-
vel, tomar posse em outro cargo para cuja confir- lamento como necessária ao desenvolvimento das
mação se exige estágio probatório, será afastado atividades das unidades e entidades do Sistema
do exercício das atribuições do cargo que ocupava, Administrativo Civil do Estado.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 21


Art. 36 - Para entrar em exercício, o funcionário é obri- de opção, vedada, porém, a percepção cumulativa
gado a apresentar ao órgão de pessoal os elementos de vencimento, gratificações e vantagens.
necessários à atualização de seu cadastro individual. CAPÍTULO X
CAPÍTULO VIII DA PROGRESSÃO E ASCENSÃO FUNCIONAIS
DA REMOÇÃO *SEÇÃO I
*Art. 37 - Remoção é o deslocamento do funcionário DA PROGRESSÃO HORIZONTAL
de uma para outra unidade ou entidade do Sistema *Revogada a SEÇÃO I, compreendendo os artigos
43 a 45, pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 – D. O. de
Administrativo, processada de ofício ou a pedido do 18.6.1999.
funcionário, atendidos o interesse público e a con- Artigos Revogados:
veniência administrativa. *Art. 43 - Progressão horizontal é o percentual calculado
*O instituto da remoção foi regulamentado pela Lei sobre o vencimento, a que fará jus o funcionário, por
nº 10.276, de 3.7.1979 - D. O. 3.7.1979 - Apêndice. quinquênio de efetivo exercício, caracterizando-se
§ 1º - A remoção respeitará a lotação das unidades ou como recompensa da antigüidade funcional.
entidades administrativas interessadas e será realiza- *Ver Lei nº 10.802, de 13.6.83 - D. O. 14.6.83 -
Apêndice.
da, no âmbito de cada uma, pelos respectivos dirigen- § 1º - A cada cinco anos de efetivo exercício
tes e chefes, conforme se dispuser em regulamento. corresponderá 5 % (cinco por cento) calculados sobre a
§ 2º - O funcionário estadual cujo cônjuge, também retribuição correspondente ao padrão, nível ou símbolo
servidor público, for designado ex-officio para ter do cargo a que esteja vinculado o funcionário.
§ 2º - A progressão horizontal é devida a partir do dia
exercício em outro ponto do território estadual ou imediato àquele em que o funcionário completar cinco
nacional ou for detentor de mandato eletivo, tem anos de efetivo exercício, quer ocupe cargo efetivo ou
direito a ser removido ou posto à disposição da uni- em comissão e será incluída automaticamente em folha
dade de serviço estadual que houver no lugar de de pagamento, após a devida opção do funcionário,
domicílio do cônjuge ou em que funcionar o órgão independente de requerimento da parte interessada.
sede do mandato eletivo, com todos os direitos e § 3º - A progressão horizontal é extensiva aos servidores,
remanescentes das antigas Tabelas Numéricas de
vantagens do cargo. Mensalistas em extinção, e aos demais servidores
Art. 38 - A remoção por permuta será processada a estáveis do Sistema Administrativo Estadual.
pedido escrito de ambos os interessados e de acor- Art. 44 - A promoção, o acesso, a transferência ou
do com as demais disposições deste Capítulo. qualquer outra forma de ascensão do funcionário não
interromperá a progressão horizontal, que passará a
CAPÍTULO IX ser calculada pelo vencimento básico do novo cargo.
DA SUBSTITUIÇÃO *Art. 45 - Será computado, para efeito de progressão
horizontal, aposentadoria ou disponibilidade, o tempo
Art. 39 - Haverá substituição nos casos de impedi- de serviço prestado em cargo, emprego ou função
mento legal ou afastamento de titular de cargo em integrantes da Administração Direta ou Indireta,
comissão. Federal, Estadual ou Municipal e das Fundações
instituídas ou encampadas pelo poder público, mesmo
Art. 40 - A substituição será automática ou depen- que submetido ao regime da legislação trabalhista.
derá de nomeação. *Redação dada pela Lei nº 10.312, de 26.9.1979 D. O.
§ 1º - A substituição automática é estabelecida em lei, 27.9.1979 - Apêndice.
regulamento, regimento ou manual de serviço, e pro- Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 45
ceder-se-á independentemente de lavratura de ato. – Somente será computado para efeito da progressão
horizontal o tempo de efetivo exercício nas atribuições
*§ 2º - Quando depender de ato da administra- de cargo estadual. Parágrafo único – não se aplica o
ção, o substituto será nomeado pelo Governador, disposto neste artigo aos casos de conversão das atuais
Presidente da Assembléia, Presidente do Tribunal gratificações adicionais por tempo de serviço, em que
se levará em conta todo o tempo de serviço pelo qual o
de Contas, Presidente do Conselho de Contas dos funcionário fez jus às referidas vantagens.
Municípios, ou dirigente autárquico, conforme o
caso. SEÇÃO II
DA ASCENSÃO FUNCIONAL
*Ver Emenda Constitucional nº 9, de 16.12.1992 – D.
O. 22.12.1992 – Apêndice. *Art. 46 - Ascensão funcional é a elevação do fun-
*§ 3º - A substituição, nos termos dos parágrafos an- cionário de um cargo para outro de maiores respon-
teriores, será gratuita, salvo se exceder de 30 dias, sabilidades e atribuições mais complexas, ou que
quando então será remunerada por todo o período. exijam maior tempo de preparação profissional, de
*Regulamentado pelo Decreto nº 19.168, de 4.3.1988 - nível de vencimento mais elevado, ou de atribui-
D. O. 7.3.1988 – Apêndice. ções mais compatíveis com as suas aptidões.
*Ver Decreto nº 31.668, de 05.02.2015 - D.O. 05.02.2015, *Ver arts. 21, 22, 23, 29 e Parágrafo único da Lei de
que revoga o Decreto nº 19.168, de 4.3.1988 - D. O. nº 12.386, de 9.12.1994 - D. O. 9.12.1994, e Decreto
7.3.1988– Apêndice. nº 22.793 de 1º.10.1993 - D. O. 4.10.1993 – Apêndice.
Art. 41 - Em caso de vacância do cargo em comis- Art. 47 - São formas de ascensão funcional:
são e até seu provimento, poderá ser designado,
pela autoridade imediatamente superior, um fun- I - a promoção;
cionário para responder pelo expediente. *II - o acesso;
Parágrafo único - Ao responsável pelo expediente *Ver Constituição Federal art. 37, inciso II -
se aplicam as disposições do art. 40, § 3º. Constituição Estadual art. 154, inciso II.
Art. 42 - Pelo tempo da substituição remunerada, III - a transferência.
o substituto perceberá o vencimento e a gratifica- Art. 48 - A promoção é a elevação do funcionário
ção de representação do cargo, ressalvado o caso à classe imediatamente superior àquela em que

22 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


se encontra dentro da mesma série de classes na § 3º - Não se abrirá concurso público, nem se pre-
categoria funcional a que pertencer. encherá vaga no Sistema Administrativo Estadual
Art. 49 - Acesso é a ascensão do funcionário de sem que se verifique, previamente, a inexistência
classe final da série de classes de uma categoria de funcionário a aproveitar, possuidor da necessá-
funcional para a classe inicial da série de classes ou ria habilitação.
de outra categoria profissional afim. Art. 58 - Na ocorrência de vagas nos quadros de
Art. 50 - Transferência é a passagem do funcionário pessoal do Estado o aproveitamento terá precedên-
de uma para outra categoria funcional, dentro do cia sobre as demais formas de provimento, ressal-
mesmo quadro, ou não, e atenderá sempre aos as- vadas as destinadas à promoção e acesso.
pectos da vocação profissional. Parágrafo único - Havendo mais de um concorren-
Art. 51 - As formas de ascensão funcional obedece- te à mesma vaga, preferência pela ordem:
rão sempre a critério seletivo, mediante provas que I - o de melhor classificação em prova de habilita-
sejam capazes de verificar a qualificação e apti- ção;
dão necessárias ao desempenho das atribuições do
novo cargo, conforme se dispuser em regulamento. II - o de maior tempo de disponibilidade;
III - o de maior tempo de serviço público;
CAPÍTULO XI IV - o de maior prole.
DO REINGRESSO NO SISTEMA ADMINISTRATIVO
ESTADUAL
Art. 59 - Será tornado sem efeito o aproveitamen-
to e cassada a disponibilidade do funcionário, se
SEÇÃO I este, cientificado, expressamente, do ato de apro-
DA REINTEGRAÇÃO veitamento, não tomar posse no prazo legal, salvo
Art. 52 - A reintegração, que decorrerá de decisão caso de doença comprovada em inspeção médica.
administrativa ou judicial, é o reingresso do funcio- Parágrafo único - Provada em inspeção médica
nário no serviço administrativo, com ressarcimento a incapacidade definitiva, a disponibilidade será
dos vencimentos relativos ao cargo. convertida em aposentadoria, com a sua conse-
Parágrafo único - A decisão administrativa que de- qüente decretação.
terminar a reintegração será proferida em recurso SEÇÃO III
ou em virtude de reabilitação funcional determinada DA REVERSÃO
em processo de revisão nos termos deste Estatuto.
Art. 60 - Reversão é o reingresso no Sistema
Art. 53 - A reintegração será feita no cargo ante- Administrativo do aposentado por invalidez, quan-
riormente ocupado, o qual será restabelecido caso do insubsistentes os motivos da aposentadoria.
tenha sido extinto.
Art. 61 - A reversão far-se-á de ofício ou a pedido,
Art. 54 - Reintegrado o funcionário, quem lhe hou- de preferência no mesmo cargo ou naquele em que
ver ocupado o lugar será reconduzido ao cargo an- se tenha transformado, ou em cargo de vencimen-
teriormente ocupado, sem direito a qualquer inde- tos e atribuições equivalentes aos do cargo ante-
nização, ou ficará como excedente da lotação. riormente ocupado, atendido o requisito da habili-
Art. 55 - O funcionário reintegrado será submetido a tação profissional.
inspeção médica e aposentado, se julgado incapaz.
Parágrafo único - São condições essenciais para
SEÇÃO II que a reversão se efetive:
DO APROVEITAMENTO a) que o aposentado não haja completado 60 (ses-
Art. 56 - Aproveitamento é o retorno ao exercício do senta) anos de idade;
cargo do funcionário em disponibilidade. b) que o inativo seja julgado apto em inspeção médica;
*Art. 57 - A juízo e no interesse do Sistema
c) que a Administração considere de interesse do
Administrativo, os funcionários estáveis, ocupantes
Sistema Administra-tivo o reingresso do aposenta-
de cargos extintos ou declarados desnecessários,
do na atividade.
poderão ser compulsoriamente aproveitados em
outros cargos compatíveis com a sua aptidão fun- *d) - Revogada
cional, mantido o vencimento do cargo, ou postos *Revogada pela Lei Complementar nº 159, de
em disponibilidade nos termos do art. 109, parágra- 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
fo único da Constituição do Estado. Redação anterior: *d) que o início do processo de
*Ver § 3º do art. 41 da Constituição Federal e § 3º do aposentadoria, nos termos do art. 153 desta Lei, tenha
art. 172 da Constituição Estadual. se dado em até 2 (dois) anos.
*Acrescentado pela Lei Complementar nº 92, de 25/1/
§ 1º - O aproveitamento dependerá de provas de 2011. – D.O. 27.1.2011 - Apendice.
habilitação, de sanidade e capacidade física me-
diante exames de suficiência e inspeção médica.
TÍTULO III
§ 2º - Quando o aproveitamento ocorrer em cargo
DA EXTINÇÃO E DA SUSPENSÃO DO
cujo vencimento for inferior ao do anteriormen-
te ocupado, o funcionário perceberá a diferença a VÍNCULO FUNCIONAL
título de vantagem pessoal, incorporada ao venci-
mento para fins de progressão horizontal, disponi- CAPÍTULO I
DA VACÂNCIA DOS CARGOS
bilidade e aposentadoria.
Art. 62 - A vacância do cargo resultará de:
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 23
I - exoneração; *I - Revogado
*II - demissão; *Revogado pela Lei nº 15.744, de 29.12.2014 - D.O.
30.12.2014
*Ver art. 37 da Lei nº 11.714, de 25.7.1990 - D. O. de
4.9.1990 – Apêndice. Redação anterior: I - em relação ao item I, do artigo
anterior:
III - ascensão funcional;
a) - Revogado
IV - aposentadoria; *Revogado pela Lei nº 15.744, de 29.12.2014 - D.O.
V - falecimento. 30.12.2014
Redação anterior: a) dar-se-á, automaticamente,
Art. 63 - Dar-se-á exoneração: a suspensão do vínculo funcional até que seja
I - a pedido do funcionário; providenciada a exoneração ou demissão;

II - de ofício, nos seguintes casos: b) - Revogado


*Revogado pela Lei nº 15.744, de 29.12.2014 - D.O.
a) quando se tratar de cargo em comissão; 30.12.2014
b) quando se tratar de posse em outro cargo ou Redação anterior: *b) enquanto vigorar a suspensão
emprego da União, do Estado, do Município, do do vínculo, o servidor não fará jus aos vencimentos do
cargo desvinculado, não computando, quanto a este,
Distrito Federal, dos Territórios, de Autarquia, de para nenhum efeito, tempo de contribuição;
Empresas Públicas ou de Sociedade de Economia *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
Mista, ressalvados os casos de substituição, cargo 25.1.2005 - Apêndice.
de Governo ou de direção, cargo em comissão e Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): b)
acumulação legal desde que, no ato de provimento, enquanto vigorar a suspensão do vínculo, o funcionário
seja mencionada esta circunstância; não fará jus aos vencimentos do cargo desvinculado,
não computando, quanto a este, para nenhum efeito,
c) na hipótese do não atendimento do prazo para tempo de serviço;
início de exercício, de que trata o artigo 33;
c) - Revogado
d) na hipótese do não cumprimento dos requisitos *Revogado pela Lei nº 15.744, de 29.12.2014 - D.O.
do estágio, nos termos do art. 27. 30.12.2014
Art. 64 - A vaga ocorrerá na data: Redação anterior: c) o funcionário reingressará no
exercício das atribuições do cargo de que se desvinculou
I - da vigência do ato administrativo que lhe der na hipótese de não lograr confirmação no cargo para o
causa; qual se tenha submetido a estágio probatório.
II - da morte do ocupante do cargo; II - na hipótese do item II do artigo anterior, o fun-
III - da vigência do ato que criar e conceder dota- cionário não fará jus à percepção dos vencimentos,
ção para o seu provimento ou do que determinar computando-se, entretanto, o período de suspen-
esta última medida, se o cargo já estiver criado; são do vínculo para fins de disponibilidade e apo-
sentadoria, obrigando o funcionário a continuar a
IV - da vigência do ato que extinguir cargo e auto- pagar a sua contribuição de previdência com base
rizar que sua dotação permita o preenchimento de nos vencimentos do cargo de cujas atribuições se
cargo vago. desvinculou;
Parágrafo único - Verificada a vaga serão conside- III - Revogado
radas abertas, na mesma data, todas as que decor- *Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
rerem de seu preenchimento. 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
Redação anterior: *III - no caso de disponibilidade,
CAPÍTULO II o servidor continuará sendo considerado como em
DA SUSPENSÃO DO VÍNCULO FUNCIONAL atividade, computando-se o período de suspensão do
vínculo para aposentadoria;
Art. 65 - O regime jurídico estabelecido neste *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
Estatuto não se aplicará, temporariamente, ao fun- 25.1.2005 - Apêndice.
cionário estadual: Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): III -
*I - Revogado no caso do item III do artigo anterior, o funcionário
continuará sendo considerado como em atividade,
*Revogado pela Lei nº 15.744, de 29.12.2014 - D.O. computando-se o período de suspensão do vínculo
30.12.2014 para aposentadoria, nova disponibilidade, se for o caso,
Redação anterior: I - no caso de posse ou ingresso em e progressão horizontal;
outro cargo, função ou emprego não acumuláveis com
o cargo que vinha ocupando; *IV - na hipótese de autorização de afastamento
para o trato de interesses particulares, o servidor
*II - no caso de opção em caráter temporário, pelo não fará jus à percepção de vencimentos, tendo po-
regime a que alude o art. 106 da Constituição rém que recolher mensalmente o percentual de 33
Federal ou pelo regime da legislação trabalhista; % (trinta e três por cento) incidente sobre o valor
*Ver art. 37, inciso IX, da Constituição Federal. de sua última remuneração para fins de contribui-
III - no caso de disponibilidade; ção previdenciária, que será destinada ao Sistema
Único de Previdência Social e dos Membros de
IV - no caso de autorização para o trato de interes-
Poder do Estado do Ceará – SUPSEC.
ses particulares.
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
Art. 66 - Os casos indicados no artigo anterior im- 25.1.2005 - Apêndice.
plicam em suspensão do vínculo funcional, acarre- Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): IV - na
tando os seguintes efeitos: hipótese do item IV do artigo anterior, o funcionário não

24 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


fará jus à percepção de vencimentos nem ao cômputo trabalho, nos termos em que estabelecer Decreto
do período de suspensão do vínculo como tempo de do Chefe do Poder Executivo;
serviço, para nenhum efeito.
XV - doença, devidamente comprovada, até 36 dias
*§ 1° - A autorização de afastamento, de que trata por ano e não mais de 3 (três) dias por mês;
o inciso IV deste artigo, poderá ser concedida sem
a obrigatoriedade do recolhimento mensal da alí- XVI - missão ou estudo noutras partes do territó-
quota de 33 % (trinta e três por cento), não sendo, rio nacional ou no estrangeiro, quando o afasta-
porém, o referido tempo computado para obtenção mento houver sido expressamente autorizado pelo
de qualquer benefício previdenciário, inclusive Governador do Estado, ou pelos Chefes dos Poderes
aposentadoria. Legislativo e Judiciário;
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. XVII - decorrente de período de trânsito, de viagem
25.1.2005 - Apêndice. do funcionário que mudar de sede, contado da data
*§ 2° - Os valores de contribuição, referidos no in- do desligamento e até o máximo de 15 dias;
ciso IV deste artigo, serão reajustados nas mesmas XVIII - prisão do funcionário, absolvido por senten-
proporções da remuneração do servidor no respec- ça transitada em julgado;
tivo cargo.
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. XIX - prisão administrativa, suspensão preventiva,
25.1.2005 - Apêndice. e o período de suspensão, neste último caso, quan-
do o funcionário for reabilitado em processo de re-
visão;
TÍTULO IV
*XX - Revogado
DOS DIREITOS, VANTAGENS E
*Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
AUTORIZAÇÕES 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
Redação anterior: XX - disponibilidade;
CAPÍTULO I
*DO CÔMPUTO DO TEMPO DE SERVIÇO *XXI - nascimento de filho, até um dia, para fins
*Ver § 9º do art. 40 da Constituição Federal, com re- de registro civil.
dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de *Ver Constituição Federal, art. 10, inciso II, § 1º dos
15.12.1998 – D. O. U. 16.12.1998 – Apêndice. ADCT.
Art. 67 - Tempo de serviço, para os efeitos deste § 1º - Para os efeitos deste Estatuto, entende-se por
Estatuto, compreende o período de efetivo exercí- acidente de trabalho o evento que cause dano físi-
cio das atribuições de cargo ou emprego público. co ou mental ao funcionário, por efeito ou ocasião
Art. 68 - Será considerado de efetivo exercício o do serviço, inclusive no deslocamento para o traba-
afastamento em virtude de: lho ou deste para o domicílio do funcionário.
I - férias; § 2º - Equipara-se a acidente no trabalho a agres-
são, quando não provocada, sofrida pelo funcioná-
II - casamento, até oito dias; rio no serviço ou em razão dele.
III - luto, até oito dias, por falecimento de cônjuge ou § 3º - Por doença profissional, para os efeitos deste
companheiro, parentes, consangüíneos ou afins, até o Estatuto, entende-se aquela peculiar ou inerente ao
2º grau, inclusive madrasta, padrasto e pais adotivos; trabalho exercido, comprovada, em qualquer hipó-
IV - luto, até dois dias, por falecimento de tio e tese, a relação de causa e efeito.
cunhado; § 4º - Nos casos previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste
V - exercício das atribuições de outro cargo esta- artigo, o laudo resultante da inspeção médica deve-
dual de provimento em comissão, inclusive da rá estabelecer, expressamente, a caracterização do
Administração Indireta do Estado; acidente no trabalho da doença profissional.
VI - convocação para o Serviço Militar; *Art. 69 – Será computado para efeito de disponibi-
lidade e aposentadoria:
VII - júri e outros serviços obrigatórios;
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
VIII - desempenho de função eletiva federal, esta- 25.1.2005 - Apêndice.
dual ou municipal, observada quanto a esta, a le- Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 69
gislação pertinente; – Para efeito de disponibilidade e aposentadoria será
computado:
IX - exercício das atribuições de cargo ou função de *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
Governo ou direção, por nomeação do Governador 19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
do Estado;
*I - o tempo de contribuição para o Regime Geral
X - licença por acidente no trabalho, agressão não de Previdência Social – RGPS, bem como para os
provocada ou doença profissional; Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS;
XI - licença especial; *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
25.1.2005 - Apêndice.
XII - licença à funcionária gestante; Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): I -
XIII - licença para tratamento de saúde; SIMPLESMENTE:
a) o tempo de serviço público federal, estadual ou
XIV - licença para tratamento de moléstias que im- municipal;
possibilitem o funcionário definitivamente para o
b) o período de serviço ativo das Forças Armadas
prestado durante a paz;

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 25


c) o tempo de serviço prestado, sob qualquer forma de Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 3º -
admissão, desde que remunerado pelos cofres públicos; As férias e períodos de licença especial não gozados,
d) o tempo de serviço prestado em Autarquia, Empresa referentes a tempo de serviço anterior ao reingresso
Pública e Sociedade de Economia Mista, nas órbitas de funcionário no Sistema Administrativo Estadual,
federal, estadual e municipal; relativo a tempo de serviço estranho ao Estado, não
serão considerados para efeito do disposto nas alíneas
*e) o período de trabalho prestado a instituição de “b” e “c” do inciso II deste artigo, salvo se, na origem,
caráter privado que tiver sido transformada em assim tenham sido computados aqueles períodos.
estabelecimento de serviço público;
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
*Redação dada pela Lei nº 9.911, de 16.6.1975 - D. O. 19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
20.6.1975 - Apêndice.
f) o tempo da aposentadoria, desde que ocorra reversão; *Art. 70 – A apuração do tempo de contribuição
g) o tempo de licença especial e o período de férias,
será feita em anos, meses e dias.
gozadas pelo funcionário; *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
25.1.2005 - Apêndice.
h) o tempo de licença para tratamento de saúde;
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 70
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de – A apuração do tempo de serviço será feita em dias:
19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
*II - o período de serviço ativo das Forças Armadas; 19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. *§ 1° - O ano corresponderá a 365 (trezentos e ses-
25.1.2005 - Apêndice.
senta e cinco) dias e o mês aos 30 (trinta) dias.
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): II - EM
DOBRO: *Modificado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
25.1.2005 - Apêndice.
a) o tempo de serviço ativo prestado às Forças Armadas
em período de operações de guerra; Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974):
Parágrafo único - O número de dias será convertido em
*b) o período de férias não gozadas; anos, considerado o ano de 365 (trezentos e sessenta e
*c) o período de licença especial não usufruído pelo cinco) dias, permitido o arredondamento para um ano,
funcionário. após a conversão, o que exceder a 182 dias, para fins de
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de aposentadoria ou disponibilidade.
19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice. *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
III – o tempo de aposentadoria, desde que ocorra 19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
reversão; *§ 2° - Para o cálculo de qualquer benefício, depois
IV – a licença por motivo de doença em pessoa da de apurado o tempo de contribuição, este será con-
família, conforme previsto no art. 99 desta Lei, des- vertido em dias, vedado qualquer forma de arre-
de que haja contribuição. dondamento.
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
*§ 1° - No caso previsto no inciso IV, o afastamento 25.1.2005 - Apêndice.
superior a 6 (seis) meses obedecerá o previsto no
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
iniso IV, do art. 66, desta Lei. 19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
25.1.2005 - Apêndice. *Art. 71 – É vedado:
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 1º - O *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
tempo de serviço a que aludem as alíneas “c”, “d” e 25.1.2005 - Apêndice.
“e” do inciso I deste artigo será computado à vista de Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974: Art. 71
certidões passadas com base em folha de pagamento. - É vedado o cômputo de tempo de serviço prestado,
concorrente ou simultaneamente, em cargos ou
*§ 2° - Na contagem do tempo, de que trata este empregos da União, dos Estados, Distrito Federal,
artigo, deverá ser observado o seguinte: Territórios, Municípios, Autarquias, Empresas
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. Públicas, Sociedades de Economia Mista, e instituições
25.1.2005 - Apêndice. de caráter privado que hajam sido transformadas em
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § unidades administrativas do Estado.
2º - Somente será admitida a contagem de tempo de *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
serviço apurado através de justificação judicial quando 19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
se verificar a inexistência, nos registros de pessoal, de
elementos comprobatórios de freqüência *I - o cômputo de tempo fictício para o cálculo de
benefício previdenciário;
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice. *Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
25.1.2005 - Apêndice.
I - não será admitida a contagem em dobro ou em *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
outras condições especiais; 19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
II - é vedada a contagem de tempo de contribuição, *II - a concessão de aposentadoria especial, nos
quando concomitantes; termos no art. 40, §4° da Constituição Federal, até
III - não será contado, por um sistema, o tempo de que Lei Complementar Federal discipline a maté-
contribuição utilizado para a concessão de algum ria;
benefício, por outro. *Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
25.1.2005 - Apêndice.
*§ 3° - O tempo de contribuição, a que alude o in- *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
ciso I deste artigo, será computado à vista de cer- 19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
tidões passadas com base em folha de pagamento.
*III - a percepção de mais de uma aposentadoria à
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
25.1.2005 - Apêndice. conta do Sistema Único de Previdência Social dos
Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes

26 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Públicos e dos Membros de Poder do Estado do *Art. 72 – Observadas as disposições do artigo an-
Ceará – SUPSEC, ressalvadas as decorrentes dos terior, o servidor poderá desaverbar, em qualquer
cargos acumuláveis previstos na Constituição época, total ou parcialmente, seu tempo de contri-
Federal; buição, desde que não tenha sido computado este
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. tempo para a concessão de qualquer benefício.
25.1.2005 - Apêndice. *O artigo 72 teve sua redação original alterada pela
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de Lei 10.226, de 12.12.1978 - D. O. 21.12.1978, e, pos-
19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice. teriormente pela Lei 10.340, de 22.11.1979 - D. O.
3.12.1979, Lei 10.589, de 23.11.1981 – D. O. 24.11.1981
*IV - a percepção simultânea de proventos de apo- e Lei 13.578, de 21.1.2005 – D. O. 25.1.2005 – Apêndice.
sentadoria decorrente de regime próprio de ser- Redação anterior: (Lei nº 10.589, de 23.11.1981): Art.
vidor titular de cargo efetivo, com a remuneração 72 – Observadas as disposições do artigo anterior, para
de cargo, emprego ou função pública, ressalvados todos os efeitos, o funcionário em regime de acumulação
os cargos acumuláveis previstos na Constituição de cargos poderá transferir, total ou parcialmente,
tempo de serviço de um para outro cargo, desde que o
Federal, os eletivos e os cargos em comissão decla- período não seja simultâneo ou concomitante.
rados em Lei de livre nomeação e exoneração. *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. 19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
25.1.2005 - Apêndice.
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de CAPÍTULO II
19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
DA ESTABILIDADE E DA VITALICIEDADE
*§ 1° - Não se considera fictício o tempo definido
em Lei como tempo de contribuição para fins de Art. 73 - Estabilidade é o direito que adquire o fun-
concessão de aposentadoria quando tenha havido, cionário efetivo de não ser exonerado ou demitido,
por parte do servidor, a prestação de serviço ou a senão em virtude de sentença judicial ou inquérito
correspondente contribuição. administrativo, em que se lhe tenha sido assegura-
da ampla defesa.
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
25.1.2005 - Apêndice. Art. 74 - A estabilidade assegura a permanência do
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de funcionário no Sistema Administrativo.
19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice. *Art. 75 - O funcionário nomeado em virtude de
*§ 2° - A vedação prevista no inciso IV, não se apli- concurso público adquire estabilidade depois de
ca aos membros de Poder e aos inativos, servidores decorridos dois anos de efetivo exercício.
e militares que, até 16 de dezembro de 1998, te- *Ver Constituicão Federal, art. 41, com a redação dada
nham ingressado novamente no serviço público por pela Emenda Constitucional nº 19, de 4.6.1998 – D. O.
concurso público de provas ou de provas e títulos, U. de 5.6.1998 – Apêndice.
e pelas demais formas previstas na Constituição *Ver Lei nº 13.092, de 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
Federal, sendo-lhes proibida a percepção de mais 8.1.2001 – Apêndice.
de uma aposentadoria pelo Sistema Único de Parágrafo único - A estabilidade funcional é in-
Previdência Social dos Servidores Públicos Civis compatível com o cargo em comissão.
e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros Art. 76 - O funcionário perderá o cargo vitalício so-
de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, exceto se mente em virtude de sentença judicial.
decorrentes de cargos acumuláveis previstos na
Constituição Federal. CAPÍTULO III
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. DA DISPONIBILIDADE
25.1.2005 - Apêndice.
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de *Art. 77 - Disponibilidade é o afastamento de exer-
19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice. cício de funcionário estável em virtude da extinção
*§ 3° - O servidor inativo para ser investido em car- do cargo, ou da decretação de sua desnecessidade.
go público efetivo não acumulável com aquele que *Ver § 3º do art. 41 da Constituição Federal com a
redação dada pela Emenda Constitucional Federal nº
gerou a aposentadoria deverá renunciar aos pro- 19, de 4.6.1998 – D. O. U. 5.6.1998 – Apêndice.
ventos desta.
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. *§ 1º - Extinto o cargo ou declarada sua desneces-
25.1.2005 - Apêndice. sidade, o servidor ficará em disponibilidade perce-
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de bendo remuneração proporcional por cada ano de
19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice. serviço, à razão de:
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
*§ 4° - O aposentado pelo Sistema Único de de 25.1.2005. Apêndice.
Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e
Redação anterior: (Lei nº 12.913, de 17.6.1999): § 1°
Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de - Extinto o cargo ou declarado sua desnecessidade,
Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, que estiver o servidor ficará em disponibilidade percebendo
exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangi- remuneração proporcional por cada ano de serviço, a
da por este regime é segurado obrigatório em relação razão de:
a esta atividade, ficando sujeito às contribuições, de *I - 1/12.775 (um doze mil, setecentos e setenta e
que trata esta Lei, para fins de custeio da Previdência cinco avos) da remuneração por cada dia trabalha-
Social, na qualidade de contribuinte solidário. do, se homem; e
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
25.1.2005 – Apêndice de 25.1.2005. Apêndice.
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 27


Redação anterior: (Lei nº 12.913, de 17.6.1999): I - CAPÍTULO V
1/35 (um trinta e cinco avos) da remuneração, por cada *DAS LICENÇAS
ano, se homem; e, *Ver art. 10, inciso II, letra b, § 1º dos ADCT da
Constituição Federal e Lei nº 10.738, de 26.10.1982 -
*II - 1/10.950 (hum dez mil, novecentos e cinqüen- D. O. de 10.11.1982.
ta avos) da remuneração por cada dia trabalhado, SEÇÃO I
se mulher. DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. Art. 80 - Será licenciado o funcionário:
de 25.1.2005. Apêndice.
Redação anterior: (Lei nº 12.913, de 17.6.1999): II - 1/30 I - para tratamento de saúde;
(um trinta avos) da remuneração, por cada ano, se mulher. *II - por acidente no trabalho, agressão não provo-
*§ 2º - A apuração do tempo de serviço será feita em cada e doença profissional;
dias, sendo o número de dias convertido em anos, *Ver art.98, revogado pelo art. 16 da Lei nº 13.578, de
considerando-se o ano de 365 (trezentos e sessenta 21.1.2005 – D.O. 25.1.2005.
e cinco) dias, permitido o arredondamento para um III - por motivo de doença em pessoa da família;
ano, na conclusão da conversão, o que exceder a IV - quando gestante;
182 (cento e oitenta e dois) dias.
V - para serviço militar obrigatório;
*Redação dada pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 – D. O.
de 18.6.1999 – Apêndice. VI - para acompanhar o cônjuge;
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 2º - Para VII - em caráter especial.
efeito de fixação dos vencimentos da disponibilidade
será obedecida a proporcionalidade, quanto ao tempo, Art. 81 - A licença dependente de inspeção médica
prevista para a aposentadoria compulsória. terá a duração que for indicada no respectivo laudo.
*§ 3º - Aplicam-se aos vencimentos da disponibili- § 1º - Findo esse prazo, o paciente será submetido a
dade os mesmos critérios de atualização, estabele- nova inspeção, devendo o laudo concluir pela volta
cidos para os funcionários ativos em geral. do funcionário ao exercício, pela prorrogação da li-
*Ver o inciso III do art. 66,o inciso XX do art. 68. cença ou, se for o caso, pela aposentadoria.
§ 2º - Terminada a licença o funcionário reassumirá
CAPÍTULO IV imediatamente o exercício.
DAS FÉRIAS Art. 82 - A licença poderá ser determinada ou pror-
*Art. 78 - O funcionário gozará trinta dias conse- rogada, de ofício ou a pedido.
cutivos, ou não, de férias por ano, de acordo com Parágrafo único - O pedido de prorrogação deverá
a escala organizada pelo dirigente da Unidade ser apresentado antes de finda a licença, e, se inde-
Administrativa, na forma do regulamento. ferido, contar-se-á como licença o período compre-
*Ver art. 7º, inciso XVII da Constituição Federal e art. endido entre a data do término e a do conhecimen-
167, inciso VII da Constituição Estadual, bem como to oficial do despacho.
Decreto nº 20.769, de 11.6.1990 - D. O. de 12.6.1990
- Apêndice. Art. 83 - A licença gozada dentro de sessenta dias,
contados da determinação da anterior será conside-
§ 1º - Se a escala não tiver sido organizada, ou hou- rada como prorrogação.
ver alteração do exercício funcional, com a movi-
mentação do funcionário, a este caberá requerer, ao Art. 84 - O funcionário não poderá permanecer em
superior hierárquico, o gozo das férias, podendo a licença por prazo superior a vinte e quatro meses,
autoridade, apenas, fixar a oportunidade do deferi- salvo nos casos dos itens II, III, V e VI do art. 80,
mento do pedido, dentro do ano a que se vincular o deste Estatuto.
direito do servidor. *Art. 85 – Revogado.
§ 2º - O funcionário não poderá gozar, por ano, *Artigo revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D.
O. 25.1.2005. – Apêndice.
mais de dois períodos de férias.
Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): Art. 85
§ 3º - O funcionário terá direito a férias após cada - O ocupante de cargo em comissão, mesmo que não
ano de exercício no Sistema Administrativo. titular de cargo efetivo, terá direito às licenças referidas
nos itens I a IV, do art. 80.
§ 4º - É vedado levar à conta de férias qualquer Art. 86 - São competentes para licenciar o fun-
falta ao serviço. cionário os dirigentes do Sistema Administrativo
*§ 5º - Revogado. Estadual, admitida a delegação, na forma do
*Revogado o § 5º pelo art. 2º da Lei nº 12.913, de Regulamento.
17.6.1999 - D. O. de 18.6.1999. – Apêndice. Art. 87 - VETADO.
*Parágrafo Revogado:
§ 1º - VETADO.
*§ 5º - Os períodos de férias não gozadas serão
computados em dobro para fins de progressão § 2º - VETADO.
horizontal, aposentadoria e disponibilidade, incluindo- § 3º - VETADO.
se, na norma ora estabelecida, períodos referentes a
anos anteriores, quer já estejam averbados ou não. SEÇÃO II
*Redação dada pela Lei nº 10.312, de 26.9.1979 - D. O. DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
de 27.9.1979 - Apêndice.
*Art. 88 - A licença para tratamento de saú-
Art. 79 - A promoção, o acesso, a transferência e a de precederá a inspeção médica, nos termos do
remoção não interromperão as férias. Regulamento.
*Ver Lei nº 10.738, de 26.10.1982 – D. O. de 10.11.1982
- Apêndice.

28 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


*Art. 89 – O servidor será compulsoriamente li- Art. 97 - Serão integrais os vencimentos do funcio-
cenciado quando sofrer uma dessas doenças gra- nário licenciado para tratamento de saúde.
ves, contagiosas ou incuráveis: tuberculose ativa, *Parágrafo único. O pagamento dos vencimentos
alienação mental, neoplasia malígna, cegueira, do servidor licenciado para tratamento de saúde é
hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, mantido por recursos do respectivo órgão de ori-
cardiopatia grave, doença de Parkson, espondiloar- gem.
trose anquilosante, epilepsia vera, nefropatia gra-
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
ve, estado avançado da doença de Paget (osteite 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
deformante), síndrome da deficiencia imunológica
*Art. 98 – Revogado.
adquirida – Aids, contaminação por radiação, com
base em conclusão da medicina especializada, he- *Artigo revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D.
O. 25.1.2005. – Apêndice.
patopatia e outras que forem disciplinadas em Lei.
Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): Art.
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. 98 -À licença para tratamento de saúde causada
de 25.1.2005. Apêndice. por doença profissional, agressão não provocada e
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. acidente no trabalho aplica-se o disposto nesta Seção
89 - O funcionário será compulsoriamente licenciado sem prejuízo das regras estabelecidas nos arts. 105,
quando sofrer de uma das seguintes moléstias: item IV e 151, 152 e 169 e parágrafos, deste Estatuto.
Tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, *Ver Lei nº 12.913. de 17.6.1999 – D. O. 18.6.1999, que
cegueira ou redução de vista que praticamente lhe revoga o art. 105 – Apêndice.
seja equivalente, hanseniase, paralisia irreversível e
incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, SEÇÃO III
espondiloartrose anquilosante, epilepsia vera, DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM
nefropatia grave, estados avançados de Paget (osteite
deformante) e outras que forem determinadas em PESSOA DA FAMÍLIA
Regulamento, de acordo com indicações da medicina *Art. 99 – O servidor poderá ser licenciado por mo-
especializada. tivo de doença na pessoa dos pais, filhos, cônjuge
*Regulamentado pelo Decreto nº 14.058, de 30.9.1980 do qual não esteja separado e de companheiro(a),
- D. O. 10.10.1980 - Apêndice. desde que prove ser indispensável a sua assistência
Art. 90 - Verificada a cura clínica, o funcionário li- pessoal e esta não possa ser prestada simultanea-
cenciado voltará ao exercício, ainda quando deva mente com exercício funcional.
continuar o tratamento, desde que comprovada por *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
inspeção médica capacidade para a atividade fun- de 25.1.2005. Apêndice.
cional. Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art.
Art. 91 - Expirado o prazo de licença previsto no 99 - O funcionário poderá ser licenciado por motivo de
doença na pessoa de ascendente, descendente colateral,
laudo médico, o funcionário será submetido a nova consangüíneo ou afim, até o segundo grau, de cônjuge
inspeção, e aposentado, se for julgado inválido. do qual não esteja separado, de dependente que conste
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. do seu assentamento individual e de companheiro ou
de 25.1.2005. Apêndice. companheira, desde que prove ser indispensável a
sua assistência pessoal e esta não possa ser prestada
*Parágrafo único – Na hipótese prevista neste ar- simultaneamente com exercício funcional.
tigo, o tempo necessário para a nova inspeção será *Ver Leis nº 10.738, de 26.10.1982 - D. O. 10.11.1982 e
considerado como de prorrogação da licença e, no nº 10.985, de 14.12.1984 - D. O. 18.12.1984 - Apêndice.
caso de invalidez, a inspeção ocorrerá a cada 2 § 1º - Provar-se-á a doença mediante inspeção mé-
(dois) anos. dica realizada conforme as exigências contidas
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): neste Estatuto quanto à licença para tratamento de
Parágrafo único - Na hipótese deste artigo, o tempo
necessário para a nova inspeção será considerado saúde.
como de prorrogação da licença. § 2º - A necessidade de assistência ao doente, na
Art. 92 - No processamento das licenças para tra- forma deste artigo, será comprovada mediante pa-
tamento de saúde será observado sigilo no que diz recer do Serviço de Assistência Social, nos termos
respeito aos laudos médicos. do Regulamento.
Art. 93 - No curso da licença, o funcionário abster- *§ 3° - O funcionário licenciado, nos termos desta
-se-á de qualquer atividade remunerada, sob pena seção, perceberá vencimentos integrais até 6 (seis)
de interrupção imediata da mesma licença, com meses. Após este prazo o servidor obedecerá o dis-
perda total dos vencimentos, até que reassuma o posto no inciso IV, do art. 66 desta Lei, até o limite
exercício. de 4 (quatro) anos, devendo retornar a suas ativi-
Art. 94 - O funcionário não poderá recusar a ins- dades funcionais imediatamente ao fim do período.
peção médica determinada pela autoridade com- *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
petente, sob pena de suspensão do pagamento dos de 25.1.2005. Apêndice.
vencimentos, até que seja realizado exame. Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 3º
Art. 95 - Considerado apto em inspeção médica, o - O funcionário licenciado, nos termos desta Seção,
perceberá vencimentos integrais até dois anos. Depois
funcionário reassumirá o exercício imediatamente, desse prazo, não lhe será pago vencimento.
sob pena de se apurarem como faltas os dias de au-
sência. SEÇÃO IV
Art. 96 - No curso da licença poderá o funcionário DA LICENÇA À GESTANTE
requerer inspeção médica, caso se julgue em con- *Art. 100 – Fica garantida a possibilidade de pror-
dições de reassumir o exercício. rogação, por mais 60 (sessenta) dias, da licença-
-maternidade, prevista nos art. 7º, inciso XVIII, e

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 29


39, §3º, da Constituição Federal destinada às servi- Estado do Ceará – SUPSEC, mesmo que faça opção
doras públicas estaduais. pela retribuição financeira do serviço militar.
*Redação dada pela Lei nº 13.881, de 24.4.2007 – D. O. *Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
de 15.5.2007. - Apêndice. de 25.1.2005. Apêndice.
*Ver Decreto nº 29.652, de 17.2.2009 – D.O. de Art. 102 - O funcionário, Oficial da Reserva não
19.02.2009. remunerada das Forças Armadas, será licenciado,
Redação anterior: (Lei nº 13.578, de 21.1.2005): Art. com vencimentos integrais, para cumprimento dos
100 - A servidora gestante será licenciada por 120
(cento e vinte) dias, com remuneração integral, exceto estágios previstos pela legislação militar, garantido
vantagens decorrentes de cargo comissionado. o direito de opção.
Parágrafo único - Salvo prescrição médica em
contrário, a licença será deferida a partir do oitavo mês SEÇÃO VI
de gestação. DA LICENÇA DO FUNCIONÁRIO PARA
ACOMPANHAR O CÔNJUGE
§1° - A prorrogação de que trata este artigo será
assegurada à servidora estadual mediante reque- *Art. 103 - O funcionário terá direito a licença sem
rimento efetivado até o final do primeiro mês após vencimento, para acompanhar o cônjuge, também
o parto, e concedida imediatamente após a fruição servidor público, quando, de ofício, for manda-
da licença-maternidade de que trata o art. 7º, inciso do servir em outro ponto do Estado, do Território
XVIII, da Constituição Federal.(NR) Nacional, ou no Exterior.
*Ver Lei nº 10.738, de 26.10.1982 – D. O. 10.11.1982 -
*§ 2° - Durante o período de prorrogação da licen- Apêndice.
ça-maternidade, a servidora estadual terá direito à
§ 1º - A licença dependerá do requerimento devi-
sua remuneração integral.
damente instruído, admitida a renovação, indepen-
*Redação dada pela Lei Complementar nº 159, de
14.01.2016 - D.O. 18.01.2016 dentemente de reassunção do exercício.
Redação anterior: §2° - Durante o período de § 2º - Finda a causa da licença, o funcionário retor-
prorrogação da licença-maternidade, a servidora nará ao exercício de suas funções, no prazo de trin-
estadual terá direito à sua remuneração integral, nos ta dias, após o qual sua ausência será considerada
mesmos moldes devido no período de percepção do
salário-maternidade pago pelo Sistema Único de abandono de cargo.
Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e § 3º - Existindo no novo local de residência repar-
Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de
Poder do Estado do Ceará – SUPSEC.(NR) tição estadual, o funcionário nela será lotado, en-
quanto durar a sua permanência ali.
§3° - É vedado durante a prorrogação da licença-
-maternidade tratada neste artigo o exercício de Art. 104 - Nas mesmas condições estabelecidas no
qualquer atividade remunerada Pela servidora be- artigo anterior o funcionário será licenciado quan-
neficiária, e a criança não poderá ser mantida em do o outro cônjuge esteja no exercício de mandato
creches ou organização similar, sob pena da perda eletivo fora de sua sede funcional.
do direito do benefício e conseqüente apuração da *SEÇÃO VII
responsabilidade funcional.(NR) DA LICENÇA ESPECIAL
*§ 4º O pagamento dos vencimentos da servidora *Revogado a Seção VII, compreendendo os artigos
em licença-maternidade, inclusive no período de 105 a 108, pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D. O.
18.6.1999 – Apêndice.
prorrogação, é mantido por recursos do respectivo
Artigos Revogados:
órgão de origem.
Da Licença Especial
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
14.01.2016 - D.O. 18.01.2016 *Art. 105 - Ao funcionário público que contar 5
(cinco) anos de serviço ininterruptos será concedida
SEÇÃO V licença especial de 3 ( três ) meses com vencimentos
DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR integrais, assistindo-lhe, no caso de desistência, o
OBRIGATÓRIO direito de contar em dobro o tempo respectivo para os
efeitos de aposentadoria, disponibilidade e progressão
Art. 101 - O funcionário que for convocado para o horizontal.”
serviço militar será licenciado com vencimentos in- *O art. 105, teve sua redação dada pelo art. 12 da
tegrais, ressalvado o direito de opção pela retribui- Lei de nº 11.745, de 30.10.1990 - D. O. 6.12.1990 -
ção financeira do serviço militar. Apêndice.
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art.
*§1° - Ao servidor desincorporado conceder-se-á 105 - VETADO.
prazo não excedente a 30 (trinta) dias para que re- § 1º - VETADO.
assuma o exercício do cargo, sem perda de venci- § 2º - Considera-se serviço ininterrupto, para os
mentos. efeitos deste artigo, quando, prestado no período
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. correspondente ao qüinqüênio, não tenha o funcionário:
de 25.1.2005. Apêndice. I - faltado ao serviço sem justificação;
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): II - sofrido qualquer sanção, salvo a de repreensão;
Parágrafo único - Ao funcionário desincorporado
conceder-se-á prazo não excedente de trinta dias para III - gozado licença por motivo de doença em pessoas
que reassuma o exercício, sem perda dos vencimentos. da família, ou para acompanhar o cônjuge;
IV - gozado licença para tratamento de saúde por
*§2° - O servidor, de que trata o caput deste artigo, prazo superior a seis meses, salvo os casos de licença
contribuirá para o Sistema Único de Previdência por motivo de agressão não provocada, acidente no
Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, trabalho e doença profissional;
dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do V - tido o seu vínculo funcional suspenso.

30 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


§ 3º - A licença especial poderá ser gozada, a pedido no, desde que trabalhe no mínimo o dobro do tempo
do funcionário, de uma só vez, ou parceladamente, em que esteve afastado, ou reembolse o montante
atendidas as conveniências do requerente e do Sistema
Administrativo. corrigido monerariamente que o Estado desembol-
sou durante seu afastamento.
§ 4º - Convertido, no todo ou em parte, em tempo de
serviço, é irretratável a desistência da licença especial. *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
de 25.1.2005. Apêndice.
Art. 106 - Caberá ao Chefe da repartição onde o
funcionário é lotado, tendo em vista conveniência do Redação anterior: (Lei nº 10.815, de 19.7.1983):
Sistema Administrativo, determinar a data do início da Parágrafo único - Os dirigentes do Sistema
licença especial. Administrativo Estadual poderão, ainda, autorizar o
funcionário, ocupante do cargo efetivo ou em comissão,
Art. 107 - O direito de requerer licença especial não a integrar ou assessorar comissões, grupos de trabalho
está sujeito a caducidade. ou programas, com ou sem afastamento do exercício
Art. 108 - A licença especial poderá ser interrompida, de funcional e sem prejuízo dos vencimentos.
ofício, quando o exigir interesse público superveniente, *Ver Decreto nº 18.055, de 29.7.1986 - D. O. 13.8.1986
ou a pedido do funcionário, preservado, em qualquer posteriormente modificado pelo Decreto nº 18.096, de
caso, o direito do servidor ao gozo do período restante 22.8.1986 – D. O. 26.8.1986 - Apêndice.
da licença.
Art. 109 - VETADO. *§ 2° - Os dirigentes do Sistema Administrativo
Estadual poderão, ainda, autorizar o servidor, ocu-
Parágrafo único – VETADO. pante do cargo efetivo ou em comissão, a integrar
ou assessorar comissões, grupos de trabalho ou
CAPÍTULO VI programas, com ou sem afastamento do exercício
DAS AUTORIZAÇÕES funcional e sem prejuízo dos vencimentos.
SEÇÃO I *Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES de 25.1.2005. Apêndice.

*Art. 110 - Os dirigentes do Sistema Administrativo SEÇÃO II


Estadual autorizarão o funcionário a se afastar do DAS AUTORIZAÇÕES PARA INCENTIVO À
exercício funcional de acordo com o disposto em FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO FUNCIONÁRIO
Regulamento: *Art. 111 - Poderá ser autorizado o afastamento, até
*Regulamentado pelo Decreto nº 25.851 de 12.4.2000 duas horas diárias, ao funcionário que freqüente
– D. O. 12.4.2000 - Apêndice. curso regular de 1º e 2º graus ou de ensino superior.
I - sem prejuízo dos vencimentos quando: *Ver Lei nº 11.160, de 20.12.1985 - D. O. 24.12.1985 –
Apêndice.
a) for estudante, para incentivo à sua formação pro- *Ver Lei nº 11.182, de 9.6.1986 - D. O. 18.6.1986 -
fissional e dentro dos limites estabelecidos neste Apêndice.
Estatuto;
Parágrafo único - A autorização prevista neste ar-
*b) for estudar em outro ponto do território nacional tigo poderá dispor que a redução do horário dar-
ou no estrangeiro; -se-á por prorrogação do início ou antecipação do
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. término do expediente, diário, conforme considerar
de 25.1.2005. Apêndice. mais conveniente ao estudante e aos interesses da
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): b - for repartição.
realizar missão ou estudo em outro ponto do território
nacional ou no estrangeiro; Art. 112 - Será autorizado o afastamento do exercí-
cio funcional nos dias em que o funcionário tiver
c) por motivo de casamento, até o máximo de 8
que prestar exames para ingresso em curso regular
(oito) dias;
de ensino, ou que, estudante, se submeter a provas.
d) por motivo de luto até 8 (oito) dias, em decor- Art. 113 - O afastamento para missão ou estudo
rência de falecimento de cônjuge ou companheiro, fora do Estado em outro ponto do território nacio-
parentes consangüíneos ou afins, até o 2º grau, in- nal ou no estrangeiro será autorizado nos mesmos
clusive madrasta, padrasto e pais adotivos; atos que designarem o funcionário a realizar a
e) por luto, até 2 (dois) dias, por falecimento de tio missão ou estudo, quando do interesse do Sistema
e cunhado; Administrativo Estadual.
*f) for realizar missão oficial em outro ponto do ter- Art. 114 - As autorizações previstas nesta Seção
ritório nacional ou no estrageiro. dependerão de comprovação, mediante documento
*acrescida pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D.O. de oficial, das condições previstas para as mesmas, po-
25.1.2005 Apêndice. dendo a autoridade competente exigi-la prévia ou
II - sem direito à percepção dos vencimentos, quan- posteriormente, conforme julgar conveniente.
do se tratar de afastamento para trato de interesses Parágrafo único - Concedida a autorização, na de-
particulares; pendência da comprovação posterior, sem que esta
III - com ou sem direito à percepção dos vencimen- tenha sido efetuada no prazo estipulado, a autori-
tos, conforme se dispuser em regulamento, quando dade anulará a autorização, sem prejuízo de outras
para o exercício das atribuições de cargo, função providências que considerar cabíveis.
ou emprego em entidades e órgãos estranhos ao Ver: Decreto nº 19.002 de 15.12.1987 - D.O. 16.12.1987
- Apêndice
Sistema Administrativo Estadual.
Decreto nº 25.617, de 17.09.1999 - D.O. 17.09.1999 - Apêndice
*§1° - Nos casos previstos nas alíneas a e b, o servi- Decreto nº29.445, de 17.09.2008 - D.O. 19.09.2009 - Apêndice
dor só poderá solicitar exoneração após o seu retor-

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 31


SEÇÃO III *IV - Revogado.
DO AFASTAMENTO PARA O TRATO DE *IV - Revogado pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D. O.
INTERESSES PARTICULARES 18.6.1999 – Apêndice.
*Art. 115 – Depois de três anos de efetivo exercício Inciso Revogado: IV- auxílio para diferença de caixa;
e após declaração de aquisição de estabilidade no V - gratificações.
cargo de provimento efetivo, o servidor poderá ob-
ter autorização de afastamento para tratar de inte- § 1º - O conjunto das retribuições constitui os ven-
resses particulares, por um período não superior a cimentos funcionais.
quatro anos e sem percepção de remuneração. § 2º - A retribuição do funcionário disponível cons-
*Redação dada pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. titui vencimentos para todos os efeitos legais.
8.1.2001 – Apêndice.
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 115 § 3º - A retribuição pecuniária atribuída ao funcio-
- Depois de dois anos de efetivo exercício, o funcionário nário não sofrerá descontos além dos previstos ex-
poderá obter autorização de afastamento para tratar de pressamente em lei, nem serão objetos de arresto,
interesses particulares, por um período não superior a seqüestro ou penhora, salvo quando se tratar de:
quatro anos e sem percepção de vencimentos.
Parágrafo único - O funcionário aguardará em I - prestação de alimentos determinada judicial-
exercício a autorização do seu afastamento. mente;
Art. 116 - Não será autorizado o afastamento do II - reposição de indenização devida à Fazenda
funcionário removido antes de ter assumido o exer- Estadual;
cício. *III – auxílios e benefícios instituídos pela
Art. 117 - O funcionário poderá, a qualquer tempo, Administração Pública.
desistir da autorização concedida, reassumindo o *III – Acrescentado pela Lei nº 13.369, de 22.9.2003 -
exercício das atribuições do seu cargo. D. O. 24.9.2003 – Apêndice.
Art. 118 - Quando o interesse do Sistema *§ 4º - As reposições e indenizações devidas à
Administrativo o exigir, a autorização poderá ser Fazenda Pública Estadual serão descontadas em
cassada, a juízo da autoridade competente, deven- parcelas mensais, não excedentes da décima parte
do, neste caso, o funcionário ser expressamente no- da remuneração do servidor, assim entendida como
tificado para apresentar-se ao serviço no prazo de o vencimento-base, acrescido das vantagens fixas e
30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, findo de caráter pessoal.
o qual caracterizar-se-á o abandono do cargo. *§4° - Redação alterada pela Lei nº 13.369, de
22.9.2003 - D. O. 24.9.2003 – Apêndice.
Art. 119 - A autorização para afastamento do exer-
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): §4° -
cício para o trato de interesses particulares somente As reposições e indenizações à Fazenda Pública serão
poderá ser prorrogada por período necessário para descontadas em parcelas mensais não excedentes da
complementar o prazo previsto no art. 115 deste 10ª parte do vencimento.
Estatuto. § 5º - Se o funcionário for exonerado ou demitido,
*Art. 120. O funcionário somente poderá receber a quantia por ele devida será inscrita como dívida
nova autorização para o afastamento previsto nesta ativa para os efeitos legais.
Seção após decorrido pelo menos um ano do efetivo
exercício, contado da data em que reassumiu, em SEÇÃO II
decorrência do término do prazo autorizado ou por DO VENCIMENTO
motivo de desistência ou de cassação da autoriza- *Art. 123 - Considera-se vencimento a retribuição
ção concedida. correspondente ao padrão, nível ou símbolo do car-
*Redação dada pela Lei nº 15.744, de 29.12.2014 - go a que esteja vinculado o funcionário, em razão
D.O. 30.12.2014
do efetivo exercício de função pública.
Redação anterior: Art. 120 - O funcionário somente
poderá receber nova autorização para o afastamento *Ver art. 7º, inciso VIII, da Constituição Federal e art.
previsto nesta Seção após decorridos, pelo menos, 167, incisos I e XIV da Constituição Estadual, e arts.
dois anos de efetivo exercício contado da data em 42 e 43 da Lei nº 12.386, de 9.12.94 - D. O. 9.12.94 –
que o reassumiu, em decorrência do término do prazo Apêndice.
autorizado ou por motivo de desistência ou de cassação
de autorização concedida. *Art. 124 - O funcionário perderá:
*Ver Decreto nº 18.590, de 18.3.87 - D. O. 19.3.1987
CAPÍTULO VII - Apêndice.
DA RETRIBUIÇÃO I - o vencimento do cargo efetivo, quando nomeado
SEÇÃO I para cargo em comissão, salvo o direito de opção e
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES de acumulação lícita;
Art. 121 - Todo funcionário, em razão do vínculo que II - o vencimento do cargo efetivo, quando no exer-
mantém com o Sistema Administrativo Estadual, cício de mandato eletivo, federal ou estadual;
tem direito a uma retribuição pecuniária, na forma *III - o vencimento do cargo efetivo, quando dele
deste Estatuto. afastado para exercer mandato eletivo municipal
Art. 122 - As formas de retribuição são as seguintes: remunerado;
I - vencimento; *Ver art. 38, inciso III da Constituição Federal e art.
175, inciso III da Constituição Estadual.
II - ajuda de custo;
III - diária;

32 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


IV - o vencimento do dia, se não comparecer ao ser- SEÇÃO IV
viço, salvo motivo legal ou doença comprovada, de DAS DIÁRIAS
acordo com o disposto neste Estatuto; *Art. 129 - Ao funcionário que se deslocar da sua
V - um terço do vencimento do dia, se comparecer repartição em objeto de serviço, conceder-se-á diá-
ao serviço dentro da hora seguinte à fixação para ria a título de indenização das despesas de alimen-
o início do expediente, quando se retirar antes de tação e hospedagem, na forma do Regulamento.
findo o período de trabalho; *Ver Decreto nº 23.651, de 28.3.1995 - D. O. 31.3.1995
- Apêndice.
VI - um terço do vencimento, durante o afasta-
Art. 130 - O funcionário que receber diária indevi-
mento por motivo de prisão administrativa, prisão
da será obrigado a restituí-la de uma só vez, fican-
preventiva, pronúncia por crime comum, denúncia
do, ainda, sujeito à punição disciplinar.
por crime funcional ou condenação por crime ina-
fiançável em processo no qual não haja pronúncia, *SEÇÃO V
tendo direito à diferença, se absolvido; DO AUXÍLIO PARA DIFERENÇA DE CAIXA
*Revogada a SEÇÃO V, do Capítulo VII, do Título
VII - dois terços do vencimento durante o perío- IV, compreendendo o art. 131 e seu parágrafo único,
do de afastamento em virtude de condenação por pela Lei nº 12.913 de 17.6.1999 - D. O. 18.6.1999 –
sentença passada em julgado à pena de que não Apêndice.
resulte em demissão. Artigo revogado: *Art. 131 - Ao funcionário que, no
desempenho de suas atribuições, pagar ou receber
Parágrafo único - O funcionário investido em man- em moeda corrente, será concedido um auxílio para
dato gratuito de vereador fará jus à percepção dos compensar diferença de caixa.
seus vencimentos nos dias em que comparecer às *Ver Lei nº 11.063, de 15.7.1985 - D. O. 8.8.1985 -
sessões da Câmara. Apêndice.
SEÇÃO III Parágrafo único - O auxílio referido neste artigo
DA AJUDA DE CUSTO será fixado de acordo com o volume dos valores
Art. 125 - Será concedida ajuda de custo ao funcio- manipulados, não podendo exceder de 10% (dez
nário que for designado, de ofício, para ter exercí- por cento) do vencimento do cargo.
cio em nova sede, mesmo fora do Estado. SEÇÃO VI
DAS GRATIFICAÇÕES
Parágrafo único - A ajuda de custo destina-se à in-
denização das despesas de viagem e de nova insta- Art. 132 - Ao funcionário conceder-se-á gratificação
lação do funcionário. em virtude de:
Art. 126 - A ajuda de custo não excederá de três I - prestação de serviços extraordinários;
meses de vencimentos, salvo nos casos de designa- II - representação de Gabinete;
ção do funcionário para: III - exercício funcional em determinados locais;
a) ter exercício fora do Estado; IV - execução de trabalho relevante, técnico ou
b) serviço fora do Estado. científico;
*Parágrafo único - A ajuda de custo será arbitrada, *V - serviço ou estudo fora do Estado ou do País;
dentro das respectivas áreas de competência, pelo *Regulamentado pelo Decreto nº 12.765, de 19.5.1978
- D. O. 26.5.1978 – Apêndice. Ver Art. 9º da Lei 13.578
Governador do Estado, Presidente da Assembléia de 21.1.2005 – D.O. 25.1.2005.
Legislativa, do Tribunal de Justiça, do Tribunal de
Contas, do Conselho de Contas dos Municípios e *VI - execução de trabalho em condições especiais,
das Autarquias. inclusive com risco de vida ou saúde;
*Ver Emenda Constitucional nº 9, de 16.12.1992 – D. *Ver art. 10, §2º inciso IV da Lei Complementar nº
O. 22.12.1992 – Apêndice. 159 de 14.01.2016 - D.O. de 18.01.2016.
Art. 127 - A ajuda de custo para serviço fora VII - participação em órgão de deliberação coletiva;
do Estado será calculada na forma disposta em VIII - participação em comissão examinadora de
Regulamento. concurso;
Art. 128 - O funcionário restituirá a ajuda de custo: *IX - exercício de magistério, em regime de tempo
I - quando não se transportar para a nova sede no complementar; ou em cursos especiais, legalmente
prazo determinado; instituídos, inclusive para treinamento de funcio-
nários;
II - quando, antes de terminada a incumbência, re- *Ver Decreto nº 23.695, de 6.6.1995 - D. O. 7.6.1995
gressar, pedir exoneração ou abandonar o serviço. - Apêndice.
§ 1º - A restituição é de exclusiva responsabilidade *X - representação;
pessoal e poderá ser feita parceladamente. *Ver Decreto nº 31.668, de 5.2.2015 - D.O. 5.2.2015
§ 2º - Não haverá obrigação de restituir, quando o XI - regime de tempo integral;
regresso do funcionário for determinado de ofício XII - de aumento de produtividade;
ou por doença comprovada, ou quando o mesmo
for exonerado a pedido, após 90 (noventa) dias de XIII - exercício em órgãos fazendários.
exercício na nova sede. *Parágrafo único - As gratificações não definidas
nesta lei serão objeto de regulamento.
*Ver Decreto nº 12.765, de 19.5.1978 - D. O. 26.5.1978
- Apêndice.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 33


*Art. 133 - A gratificação pela prestação de serviço *Art. 135 - A gratificação pela elaboração ou exe-
extraordinário é a retribuição de serviço cuja exe- cução de trabalho relevante, técnico ou científi-
cução exija dedicação além do expediente normal co, será arbitrada e atribuída pelos dirigentes do
a que estiver sujeito o servidor e será paga propor- Sistema Administrativo Estadual.
cionalmente: *Ver arts. 10 e 11 da Lei nº 11.346, de 3.9.1987 - D. O.
4.9.1987; e art. 6º da Lei nº 11.428, de 22.3.1988 - D.
I - por hora de trabalho adicional; ou, O. 23.3.1988; Art. 39 da Lei nº 11.714 de 25.7.1990 -
II - por tarefa especial, levando-se em conta esti- D. O. 4.9.1990;; Decreto nº 22.121 de 2.9.1992 - D. O.
3.9.1992 - Apêndice.
mativa do número de dias e de horas necessários
para sua realização. *Art. 136 - A gratificação pela execução de traba-
lho em condições especiais, inclusive com risco de
§ 1º - O valor da hora de trabalho adicional será 50% vida ou de saúde, será atribuída pelos dirigentes do
(cinqüenta por cento) maior que o da hora normal Sistema Administrativo Estadual, observado o dis-
de trabalho, apurado através da divisão do valor da posto em Regulamento.
remuneração mensal do servidor por 30 (trinta) e
*Ver art. 26 inciso IV, , art. 28, 29, 30 e 31 da Lei nº
este resultado pelo número de horas corresponden- 15.716 de 19.05.2014 - D.O. de 22.12.2014; e art.
tes à carga horária ou regime do servidor. 10, §2º inciso II da Lei Complementar nº 159 de
14.01.2016 - D.O. de 18.01.2016.
§ 2º - No caso do inciso II, a gratificação será arbi-
trada previamente pelo dirigente do órgão ou en- *LEIS QUE DISPÕEM SOBRE A GRATIFICAÇÃO
PELA EXECUÇÃO DE TRABALHO EM CONDIÇÕES
tidade da administração pública de qualquer dos ESPECIAIS COM RISCO DE VIDA OU SAÚDE:
Poderes, através de ato que demonstre a proporcio-
nalidade do pagamento, com indicação da estima- Lei nº 6.423, de 23.1.1963 - D. O. 28.1.1963; Lei
tiva dos dias e dos horários que serão necessários à nº 6.775, de 20.11.1963 - D. O. 3.12.1963; Lei nº
consecução dos serviços. 6.887, de 13.12.1963 - D. O. 23.12.1963; Lei nº
7.013, de 26.12.1963 - D. O. 13.2.1963; Lei nº 8.484,
§ 3º - A despesa total mensal com o pagamento da de 13.6.1966 - D. O. 22.6.1966; Lei nº 9.599, de
gratificação de que trata este artigo em nenhuma 28.6.1972 - D. O. 3.7.1972; Lei nº 9.608, de 4.7.1972
hipótese poderá exceder a 1,5% (um e meio por - D. O. 10.7.1972; Lei nº 9.695, de 22.5.1973 - D.
cento) do valor total da despesa mensal com paga- O. 29.5.1973; Lei nº 11.142, de 13.12.1985 - D. O.
mento de pessoal, do órgão ou entidade conside- 16.12.1985; §§ 1º e 2º do Art. 12 da Lei nº 11.720, de
rado. 28.8.1990 - D. O. 28.8.1990; Art. 45 da Lei nº 12.075,
§ 4º - O descumprimento ao disposto neste artigo de 15.2.1993 - D. O. 18.2.1993; Art. 5º da Lei nº
acarretará responsabilidade para o dirigente do ór- 12.122, de 29.6.1993 - D. O. 30.6.1993; Art. 8º da Lei
gão ou entidade e seus subordinados envolvidos, nº 12.207, de 11.11.1993 - D. O. 16.11.1993; Art. 61
que ficarão solidariamente obrigados a restituir ao da Lei nº 12.386, de 9.12.1994 - D. O. 9.12.1994; Art.
tesouro estadual as quantias pagas a maior. 4º da Lei nº 12.567, de 3.4.1996 - D. O. 29.4.1996; Art.
6º da Lei nº 12.581, de 30.4.1996 - D. O. 30.4.1996;
*Redação dada pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D. O.
18.6.1999 – Apêndice. Lei nº 15.716, de 19.12.2014. - D.O. 19.12.2014.
*Ver art. 7º, XVI, da Constituição Federal e art. 167, DECRETOS QUE REGULAMENTAM A
VI, da Constituição Estadual. GRATIFICAÇÃO POR EXECUÇÃO DE TRABALHO
EM CONDIÇÕES ESPECIAIS, INCLUSIVE COM
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 133 - RISCO DE VIDA OU SAÚDE:
A gratificação por prestação de serviços extraordinários
é a retribuição de serviços executados fora do Decreto nº 10.794, de 14.5.1974 - D. O. 16.5.1974;
expediente normal a que estiver sujeito o funcionário Decreto nº 11.528, de 5.11.1975 - D. O. 5.11.1975 -
e será atribuída: I - por hora de trabalho prorrogado ou Decreto nº 14.835, de 5.11.1981 - D. O. 10.11.1981;
antecipado; II - por tarefa especial. § 1º - O valor hora Decreto nº 22.077/A, de 4.8.1992 - D. O. 4.8.1992;
de trabalho para efeito do item I será obtido dividindo-
se o vencimento mensal do funcionário por 140 (cento Decreto nº 22.362, de 2.2.1993 - D. O. 3.2.1993;
e quarenta). § 2º - A gratificação por hora de trabalho Decreto nº 22.588, de 9.6.1993 - D. O. 11.6.1993;
extraordinário não poderá exceder de 1/3 do vencimento Decreto nº 22.799, de 4.10.1993 - D. O. 6.10.1993;
mensal do funcionário, salvo nas repartições de Decreto nº 22.899, de 12.11.1993 - D. O. 17.11.1993;
natureza industrial. § 3º - Em se tratando de serviço Art. 48 do Decreto nº 22.934, de 6.12.1993 - D. O.
extraordinário noturno, o valor da hora será acrescido
de 30% (trinta por cento). § 4º - Na hipótese do item II, 7.12.1993; Decreto nº 22.961, de 22.12.1993 - D. O.
a gratificação será arbitrada previamente pelo chefe da 22.12.1993; Decreto nº 22.965, de 22.12.1993 - D. O.
repartição na forma de acréscimo proporcional ao valor de 23.12.1993; Decreto nº 24.118, de 19.6.1996 - D.
do nível de vencimento do cargo ou função, nos limites O. 21.6.1996- Decreto nº 24.414, de 24.3.1997 – D.
mínimos de 40% (quarenta por cento) e máximo de O. 26.3.1997; Decreto nº 25.615, de 15.9.1999 – D.
60% (sessenta por cento) e somente será concedida por
execução de trabalho de evidente destaque das tarefas O. 17.9.1999.
de rotina e de acordo com o previsto em Regulamento. *Art. 137 - A gratificação de representação é uma
*Art. 134 - A gratificação pela representação de indenização atribuída aos ocupantes de cargos em
Gabinete poderá ser concedida a funcionários e comissão e outros que a lei determinar, tendo em
a pessoas estranhas ao Sistema Administrativo, vista despesas de natureza social e profissional de-
sem qualquer vínculo, com exercício nos gabine- terminadas pelo exercício funcional.
tes e órgãos de assessoramento técnico do referido *Ver Decreto nº 31.668, de 5.2.2015 - D. O. de 5.2.2015.
Sistema, na forma do Regulamento. Art. 138 - A gratificação por regime de tempo inte-
*Ver art. 21 da Lei nº 10.416, de 8.9.1980 - D. O. gral, que se destina ao incremento das atividades
8.9.1980 - Apêndice. de investigação científica, ou tecnológica, e au-

34 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


mento da produtividade, no Sistema Administrativo peticionante, ou de sua publicação quando esta for
Estadual, será objeto de regulamentação específica. obrigatória.
§ 1º - No Regulamento de que trata este artigo se- § 1º - O requerimento e o pedido de reconsidera-
rão obedecidas as seguintes diretrizes gerais; ção de que tratam os artigos anteriores deverão ser
*I - proporcionalidade que variará de 60 % (sessen- despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos
ta por cento) a 100 % (cem por cento) do valor do dentro de 30 (trinta) dias improrrogáveis.
nível de vencimento ou função, observando-se os § 2º - É vedado repetir pedido de reconsideração ou
seguintes fatores de variação; recurso perante a mesma autoridade.
*O inciso I, do § 1º, do art. 138 foi regulamentado pela Art. 144 - Caberá recurso:
Lei nº 9.901, de 26.5.1975 - D. O. 3.6.1975 e posterior-
mente o art. 19 da Lei nº 10.416 de 8.9.1980 deu nova I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
redação ao art. 138 – Apêndice.
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente
*Ver arts. 41 e 42 da Lei nº 11.714, de 25.7.1990 - D. O.
4.9.1990 - Apêndice. interpostos, nos termos do § 1º deste artigo.
a) complexidade da tarefa; § 1º - O recurso, interposto, perante a autoridade
que tiver praticado o ato ou proferido a decisão,
b) deslocamentos exigidos para execução das tare- será dirigido à autoridade imediatamente superior
fas; e, sucessivamente, em escala ascendente, às de-
c) a situação no mercado de trabalho; mais autoridades.
d) as condições de trabalho; § 2º - No encaminhamento do recurso observar-se-
-á o disposto na parte final do art. 142.
e) as prioridades dos programas, do cargo ou gru-
po de cargos; e Art. 145 - O pedido de reconsideração e o recur-
so não têm efeito suspensivo, salvo disposição em
f) a especialização exigida do funcionário. contrário, e o que for provido retroagirá, nos efeitos,
II - A atribuição da gratificação a ocupantes de à data do ato impugnado.
cargos ou grupos de cargos será condicionada a Art. 146 - O direito de pleitear na esfera adminis-
procedimentos administrativos que possibilitem trativa prescreverá em 120 (cento e vinte) dias, sal-
a verificação das prioridades dos programas, para vo estipulação em contrário, prevista expressamen-
aumento da produtividade ou incremento à investi- te em lei ou regulamento.
gação científica ou tecnológica, com as justifica- Art. 147 - Os prazos estabelecidos neste Capítulo
tivas dos programas e subprogramas, a relação dos são fatais e improrrogáveis, e o pedido de reconsi-
servidores indispensáveis à sua execução, o prazo deração e o recurso, quando cabíveis, interrompem
de duração do regime e a despesa dele decorrente. a prescrição.
§ 2º - Excepcionalmente e até a aplicação do Plano Art. 148 - Ao funcionário ou ao seu representante
de Classificação de Cargos de que trata a Lei nº legalmente constituído é assegurado, para efeito de
9.634, de 30 de outubro de 1972, o regime de tempo recurso ou pedido de reconsideração, o direito de
integral poderá ser atribuído a servidores mensalis- vista ao processo na repartição competente durante
tas, remanescentes das extintas Tabelas Numéricas todo o expediente regulamentar, assegurado o livre
de Mensalistas, inclusive tendo como base de cál- manuseio do processo em local conveniente. Se o
culo o nível de vencimentos do cargo correspon- representante do funcionário for advogado, aplica-
dente à respectiva qualificação profissional. -se o disposto na Lei Federal pertinente.
Art. 139 - A gratificação de produtividade destina-se Art. 149 - O disposto neste Capítulo se aplica, no
a incentivar o aumento de arrecadação dos tributos que couber, aos procedimentos disciplinares.
estaduais, devendo ser objeto de Regulamentação.
Art. 140 - A gratificação de exercício, atribuída
aos funcionários fazendários, constantes da Lei nº TÍTULO V
9.375, de 10.07.70, será objeto de regulamentação DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA
própria.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO VIII
DO DIREITO DE PETIÇÃO *Art. 150 – O Estado assegurará um sistema de pre-
Art. 141 - É assegurado ao funcionário e ao aposen- vidência público que será mantido com a contribui-
tado o direito de requerer, representar, pedir recon- ção de seus servidores, ativos, inativos, pensionis-
sideração e recorrer. tas e do orçamento do Estado, o qual compreenderá
os seguintes benefícios:
Art. 142 - A petição será dirigida à autoridade com- *Ver Lei Complementar nº123, de 16.9.2013 - D.O.
petente para decidir do pedido e encaminhada por 19.9.2013 - Apêndice.
intermédio daquela a quem estiver imediatamente
subordinado o requerente se for o caso. I – quanto ao servidor:
Art. 143 - O direito de pedir reconsideração, que a) aposentadoria;
será exercido perante a autoridade que houver ex- *b) salário-família do servidor aposentado;
pedido o ato, ou proferido a primeira decisão, de- *Redação dada pela Lei Complementar nº 159, de
cairá após 60 (sessenta) dias da ciência do ato pelo 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
Redação anterior: b) salário-família;

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 35


*c) - Revogada V – auxílio funeral.
*Revogada pela Lei Complementar nº 159, de *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
14.01.2016 - D.O. 18.01.2016 de 25.1.2005. Apêndice.
Redação anterior: c) salário maternidade; Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art.
151 - É assegurada pensão especial integral aos
*d) - Revogada beneficiários de funcionário falecido em conseqüência
*Revogada pela Lei Complementar nº 159, de de acidente no trabalho ou doença profissional, na
14.01.2016 - D.O. 18.01.2016 forma em que se acham conceituados nos §§ 1º, 2º, 3º
Redação anterior: d) auxílio-doença. e 4º do artigo 68, e corresponderá ao valor percebido
pelo funcionário, a título de vencimentos, na data do
II – quanto ao dependente: óbito, reajustável nos termos da legislação específica.
*a) pensão por morte; * VI - auxílio-reclusão.
*Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
O. de 9.2.2011 - Apêndice. 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
*b) - Revogada § 1º - A triagem dos casos apresentados para in-
*Revogada pela Lei Complementar nº 159, de ternamento hospitalar e conseqüente fiscalização e
14.01.2016 - D.O. 18.01.2016 controle será realizado por um Grupo de Trabalho,
Redação anterior: *b) salário-família do servidor cuja composição e atribuições será determinado
aposentado; pelo Governo do Estado através do Instituto de
*Redação dada pela Lei Complementar nº 159, de Previdência do Estado – IPEC, mediante ato pró-
14.01.2016 - D.O. 18.01.2016 prio.
Redação anterior: b) auxílio-reclusão. *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de 25.1.2005. Apêndice.
de 25.1.2005. Apêndice. Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 1°
*Ver Emenda Constitucional Federal nº 20, de - Da mesma forma será prestada assistência médica
15.12.1998 – D. O. U. de 16.12.1998; Emenda gratuita ao funcionário acidentado em serviço, ou que
Constitucional Estadual nº 39, de 5.5.1999 – D. O. tenha contraído doença profissional.
10.5.1999; Emenda Constitucional Estadual nº 69, de
18.1.2011 – D. O. 9.2.2011; Lei Complementar 38, de § 2º - É assegurado assistência médica gratuita ao
31.12.2003 – D. O. 31.12.2003;. servidor acidentado em serviço ou que tenha con-
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 150 traído doença profissional, através do Estado.
- O Estado assegurará a manutenção de um sistema *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
de previdência e assistência que, dentre outros, preste de 25.1.2005. Apêndice.
os seguintes benefícios e serviços ao funcionário e à Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 2°
sua família: I - aposentadoria; II - pensão; III - pecúlio; - Até que legislação específica estipule o contrário, a
IV - auxílio-reclusão; V - auxílio-natalidade; VI pensão e a assistência médica referidas neste artigo
- auxílio-doença; VII - auxílio-funeral; VIII - salário- serão custeadas pelo Estado, independentemente de
família: IX - assistência médica; X - assistência contraprestação por contribuição de previdência.
hospitalar; XI - assistência obstétrica (pré-natal); XII -
assistência odontológica; XIII - assistência financeira; § 3º - VETADO.
XIV - assistência social; XV - assistência jurídica.
*§ 1º - Revogado. CAPÍTULO II
*Revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. DA APOSENTADORIA
25.1.2005. – Apêndice.
Redação anterior: (Lei n° 8.926, de 14.5.1974): § 1° - *Art.152 – O servidor será aposentado, conforme
A triagem dos casos apresentados para internamento as regras estabelecidas no art. 40 da Constituição
hospitalar e conseqüente fiscalização e controle serão Federal.
realizados por um Grupo de Trabalho, cuja composição *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
e atribuições serão determinados pelo Governo do 19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 - Apêndice.
Estado através da Secretaria de Saúde ou Instituto de
Previdência do Estado, mediante ato próprio. *Parágrafo único – A aposentadoria por invalidez
será sempre precedida de licença por período con-
*§ 2º - Revogado.
tínuo não inferior a 24 (vinte e quatro) meses, sal-
*Revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. vo quando a junta médica declarar a incapacidade
25.1.2005. – Apêndice.
definitiva para o serviço, ou na hipótese prevista no
Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): § 2° -
Enquanto não for reformulado o Plano de Custeio da art. 68, incisco X.
autarquia previdenciária do Estado, será admitido o *Redação dada pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
sistema misto, competindo ao Tesouro o ônus decorrente 25.1.2005. – Apêndice.
dos benefícios previstos nos incisos I, VI, VII, VIII e Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): Art. 152
X deste artigo, e, ao IPEC, os enunciados nos demais – O funcionário será aposentado:
incisos, observadas as normas da legislação específica.
*I - por invalidez;
*Art. 151 – O Estado assegurará a manutenção de **II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de
um sistema de assistência que, dentre outros, pres- idade;
te os seguintes benefícios e serviços aos servidores *Ver Lei Complementar Federal nº 152, de 3.12.2015
e aos seus dependentes: - D.O.U. 4.12.2015 - Apêndice
*III - voluntariamente, aos 35 (trinta e cinco) anos de
I – assistência médica; serviço público.
II – assistência hospitalar; *Ver art. 40, inciso III, alíneas “a”, “b”, “c” e “d”
da Constituição Federal, com a redação dada pela
III – assistência odontológica; Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.1998 – D. O.
IV – assistência social; U. 16.12.1998 – Apêndice.

36 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


§ 1º - Revogado. § 1º - Caberá ao servidor interessado, prestar ao setor
*Revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. competente de seu órgão de origem todo o auxílio para
25.1.2005. – Apêndice. a correta e diligente tramitação de seu processo de
aposentadoria.
Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): § 1° - O
tempo de serviço para a aposentadoria voluntária das § 2º - Nas hipóteses de aposentadoria compulsória ou
mulheres é de 30 (trinta) anos. por invalidez, o servidor se afastará da atividade tão logo
iniciado o processo, sem que o tempo de afastamento
§ 2º - Revogado. possa ser considerado para qualquer efeito.
*Revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. § 3º - Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, caso o
25.1.2005. – Apêndice. processo de aposentadoria não esteja concluído no prazo
Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): § 2° - A de 90 (noventa) dias, o servidor se afastará da atividade
aposentadoria por invalidez será sempre precedida de sem prejuízo de sua remuneração, sem direito a contar o
licença por período contínuo não inferior a 24 (vinte e tempo de afastamento para qualquer efeito.
quatro) meses, salvo quando a junta médica declarar a § 4º - Havendo parecer desfavorável da Procuradoria-
incapacidade definitiva para o serviço, ou na hipótese Geral do Estado ou tendo o Tribunal de Contas julgado
prevista no artigo 68, inciso X. ilegal o Ato de aposentadoria, deverá o servidor retornar
à atividade, inclusive quando, no primeiro caso, se haja
*Art. 153 – O processo de aposentadoria se inicia: valido da prerrogativa do parágrafo anterior.
*Redação dada pela Lei Complementar n° 92, de § 5º - Aplica-se o disposto neste artigo aos servidores
25.1.2011 – D. O. 27.1.2011. – Apêndice. das autarquias e fundações públicas, dispensadas,
Redação anterior: (Lei n° 13.578, de 21.1.2005): Art. quanto a estas, a ouvida da Procuradoria-Geral do
153 - O processo de aposentadoria, iniciado com o Estado.
requerimento do interessado ou de ofício, nos casos de §6° - No caso de aposentadoria compulsória, o processo
aposentadoria por invalidez, deverá ser devidamente inicia-se automaticamente aos 70 (setenta) anos de
informado pelo setor competente do órgão de origem idade do servidor.
do servidor, especialmente quanto à contagem do
tempo de contribuição, às comprovações documentais *Art. 154 - O funcionário quando aposentado por
necessárias, à indicação precisa dos respectivos invalidez terá provento integral, correspondente
proventos e a satisfação dos demais requisitos legais aos vencimentos, incorporáveis do cargo efetivo, se
para a passagem à inatividade tendo, a partir daí, a
seguinte tramitação: a causa for doença grave, incurável ou contagiosa,
a que se refere o artigo 89, ou acidente no trabalho,
*I – com o requerimento do interessado, no caso de ou doença profissional, nos termos do inciso X do
inatividade voluntária; artigo 68; o provento será proporcional ao tempo de
*Redação dada pela Lei Complementar n° 92, de serviço, nos demais casos.
25.1.2011 – D. O. 27.1.2011. – Apêndice.
*Ver inciso I do art. 40 da Constituição Federal, com
Redação anterior: (Lei n° 13.578, de 21.1.2005): I - o a redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
processo, já contendo a minuta da portaria ou do ato de 15.12.1998 – D. O. U. 16.12.1998 – Apêndice.
aposentadoria, será encaminhado, respectivamente, ao
setor jurídico da Entidade ou à Procuradoria Geral do § 1º - Somente nos casos de invalidez decorrente de
Estado, para exame e parecer; acidente no trabalho ou doença profissional, como
*II – automaticamente, quando o servidor atinge a configurados nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do artigo 68, será
idade de 70 (setenta) anos; aposentado o ocupante do cargo de provimento em
*Redação dada pela Lei Complementar n° 92, de comissão, hipótese em que o respectivo provento
25.1.2011 – D. O. 27.1.2011. – Apêndice. será integral.
Redação anterior: (Lei n° 13.578, de 21.1.2005): II – *§ 2º - O funcionário aposentado em decorrência
opinando o setor jurídico da Entidade ou a Procuradoria da invalidez por acidente em serviço, por moléstia
Geral do Estado – PGE, após cumpridas as diligências
acaso requisitadas, favoravelmente encaminhará o profissional, ou por doença grave contagiosa ou in-
processo ao setor previdenciário da Secretaria da curável, especificada em Lei, é considerado como
Administração; em efetivo exercício, assegurando-se-lhe todos os
*III – automaticamente, quando o servidor for con- direitos e vantagens atribuídas aos ocupantes de
siderado inválido, na data fixada em laudo emitido cargo de igual categoria em atividade, ainda que
pela Perícia Médica Oficial do Estado ou na oca- o mencionado cargo tenha ou venha a mudar a de-
sião, em que verificada as demais hipóteses do art. nominação de nível de classificação ou padrão de
152, parágrafo único, desta Lei. (NR) vencimento.
*Redação dada pela Lei Complementar n° 92, de *O § 2º do art. 154 foi acrescentado pela Lei nº 10.361,
25.1.2011 – D. O. 27.1.2011. – Apêndice. de 6.12.1979 - D. O. 13.12.1979, tendo sua reda-
ção atual pela Lei nº 10.932, de 3.10.1984 - D. O.
Redação anterior: (Lei n° 13.578, de 21.1.2005): 15.10.1984 - Apêndice.
III – o setor previdenciário verificará se o processo
é passívo de compensação previdenciária e, caso Redação anterior: (Lei nº 10.361, de 6.12.1979): § 2º -
afirmativo, retirará cópia dos documentos necessários O funcionário aposentado em decorrência de invalidez
à compensação previdenciária e remeterá o processo por acidente em serviço, por moléstia profissional, ou
à origem para assinatura do Ato ou Portaria de por doença grave contagiosa ou incurável, especificada
aposentadoria pelo Titular do Órgão e publicação no em Lei, é considerado como em efetivo exercício
Diário Oficial do Estado; assegurado-se-lhe todos os direitos e vantagens
atribuídos ao ocupante de cargo de igual denominação,
*IV – Revogado em atividade.
*Revogado pela Lei Complementar nº 92. de 25.1.2011 *Art. 155 – Revogado.
– D. O. de 27.1.2011. – Apêndice *Revogado pelo art. 2º da Lei nº 12.913, de 17.6.1999
Redação anterior: (Lei nº 13.578, de 21.1.2005): IV - - D. O. 18.6.1999 – Apêndice.
publicado Ato ou Portaria de aposentadoria, afastar-se-á *Artigo revogado:
o servidor da atividade e será o processo encaminhado
ao Tribunal de Contas do Estado, para fins de registro e
controle de sua legalidade.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 37


Art. 155 - O funcionário, quando aposentado por tempo I - até 10 anos de tempo de serviço 50% (cinqüenta
de serviço, terá provento integral, correspondente aos por cento);
vencimentos e vantagens do cargo em que se aposentar. II - de 10 a 15 anos de tempo de serviço, 60% (sessenta
§ 1º - O funcionário que contar tempo de serviço igual ou por cento);
superior ao fixado para aposentadoria voluntária com III - de 15 a 20 anos de tempo de serviço, 70% (setenta
proventos integrais aposentar-se-á com as vantagens por cento);
da comissão em cujo exercício se encontrar, desde que
haja ocupado, durante 5 (cinco) anos ininterruptos, IV - de 20 a 25 anos de tempo de serviço, 80% (oitenta
ou 10 (dez) intercalados, cargos de provimento em por cento);
comissão ou de direção no Sistema Administrativo V - de mais de 25 anos de tempo de serviço, e menos
Civil do Estado, nas Autarquias, Empresas Públicas, de 30 ou 35 anos, conforme o caso, 90% (noventa por
Sociedades de Economia Mista, Fundações instituídas cento).
pelo Poder Público Estadual, bem como os relacionados
nos artigos 85 e seu parágrafo único e 88, parágrafo 1º, *§ 2º - A fração de que trata o parágrafo anterior
da Constituição Estadual. será aplicada sobre o valor dos proventos calcula-
§ 2º - Atendidos os requisitos estabelecidos pelos §§ dos conforme a média aritmética simples das maio-
1º e 4º deste artigo, estender-se-ão as vantagens neles res remunerações ou subsídios, observando-se,
constantes aos beneficiários do art. 213 da CARTA previamente, que o valor encontrado não poderá
MAGNA ESTADUAL, bem como ao funcionário exceder à remuneração do servidor no cargo efetivo
atingido pela compulsória, aos 70 anos de idade, ou
que se invalidar por acidente em serviço, por moléstia em que se der a aposentadoria.
profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável *Redação pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
especificada no art. 89 desta Lei. 25.1.2005. – Apêndice.
§ 3º - Somente para integralização do tempo exigido Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): § 2° - O
nos parágrafos deste artigo e do art. 22 da Lei nº 10. provento proporcional assim calculado será acrescido
644, de 20 de abril de 1982, computar-se-á o período das vantagens que, por lei, lhe devam ser incorporadas.
em que o funcionário haja exercido cargo de Secretário
de Estado, ou a nível deste, função de Assessoramento *Art. 157 – Os proventos de aposentadoria e as
Técnico do Poder Executivo, ou de membro de órgão pensões serão reajustados na mesma data em que
de deliberação coletiva, bem como o período em que se der o reajuste dos benefícios do regime geral de
tenha exercido cargo em comissão. previdência social, ressalvadas as aposentadorias
§ 4º - O funcionário que contar tempo de serviço igual concedidas conforme os arts. 6° e 7° da Emenda
ou superior ao fixado para aposentadoria voluntária Constitucional Estadual n° 56, de 7 de janeiro de
com proventos integrais ou 70 (setenta) anos de idade
e/ou se invalidar por acidente de serviço, por moléstia 2004. (NR).
profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, *Redação dada pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
especificada no art. 89 desta Lei, ao se aposentar 25.1.2005. – Apêndice.
terá incluído em seus proventos valor idêntico ao Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): Art.
da gratificação pelo regime de tempo integral ou 157 - O provento da inatividade será reajustado,
da gratificação por execução de trabalho relevante, automaticamente, sempre que se modificar o
técnico ou científico ou, ainda, ao da gratificação pela vencimento dos funcionários em atividade, e, na
representação de gabinete que venha percebendo, mesma proporção, por motivo de alteração do poder
desde que tenha usufruído esse benefício durante 5 aquisitivo da moeda.
(cinco) anos ininterruptos ou 10 (dez) anos intercalados. § 1º - O provento, salvo o caso do reajuste previsto
§ 5º - Para efeito de aposentadoria serão computados neste artigo, não poderá ser superior aos vencimentos,
os períodos prestados aos órgãos da Administração nem será objeto de reajuste quando o vencimento
Estadual e remunerados por verba de Representação for alterado em virtude de decisão em processo de
de Gabinete, desde que não sejam cumulativos. enquadramento ou de reclassificação.
*Art. 156 - O servidor aposentado compulsoriamen- § 2º - O provento decorrente de aposentadoria por
te por motivo de idade, ou nos termos do art. 154, implementação de tempo de serviço não poderá ser
inferior à remuneração auferida por servidor titular de
terá os seus proventos proporcionais ao tempo de cargo de igual categoria, ainda que os mencionados
contribuição. cargos tenham ou venham a mudar de denominação,
*Redação dada pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de nível de classificação ou de padrão de vencimento.
25.1.2005. – Apêndice.
Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): Art. CAPÍTULO III
156 - O funcionário aposentado compulsoriamente DO SALÁRIO-FAMÍLIA
por motivo de idade, ou por invalidez decorrente de
doença não prevista no artigo anterior, terá provento *Art. 158 - O salário-família é o auxílio pecuniário
proporcional ao tempo de serviço. especial concedido pelo Estado ao funcionário ati-
*Ver Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.1998 – D. vo e ao aposentado como contribuição ao custeio
O. U. 16.12.1998 – Apêndice. das despesas de manutenção de seus dependentes.
*§ 1º - A proporcionalidade dos proventos, com *Ver Decreto nº 20.768, de 11.6.1990 - D. O. 12.6.1990
base no tempo de contribuição, é a fração, cujo nu- - Apêndice.
merador corresponde ao total de dias de contribui- *Ver Art. 5ºda Lei Complementar nº38, de 31.12 2003
- D. O. 31.12.2003 - Apêndice.
ção e o denominador, o tempo de dias necessários à
respectiva aposentadoria voluntária com proventos *Art. 159. O salário-família será pago ao servidor,
integrais. em quotas, na proporção do respectivo número de
*Redação dada pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. filhos ou equiparados, aplicando-se os mesmos
25.1.2005. – Apêndice. parâmetros adotados pelo Instituto Nacional do
Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): § 1° Seguro Social, quanto à referida prestação assis-
- A proporcionalidade dos proventos, com base no tencial, conforme definido em lei.
tempo de serviço, obedecerá, sempre, os seguintes *Redação dada pela Lei Complementar nº 159, de
percentuais sobre o vencimento do cargo: 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016

38 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Redação anterior: Art. 159 - A cada dependente tado ou em disponibilidade, mencionando em relação
relacionado no artigo seguinte corresponderá uma cota a cada dependente:
de salário-família de acordo com o valor fixado em lei.
I - nome completo, data e local de nascimento,
*Art. 160 - Revogado comprovado por certidão do registro civil;
*Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
14.01.2016 - D.O. 18.01.2016 II - grau de parentesco ou dependência;
Redação anterior: Art. 160 - Conceder-se-á salário- *III - no caso de se tratar de maior de 14 (quator-
família:
ze) anos, se total e permanentemente inválido para
I - pela esposa que não exerça atividade remunerada; o trabalho, hipótese em que informará a causa e a
II - por filho menor de 21 anos que não exerça atividade espécie de invalidez;
remunerada;
*Redação dada pela Lei Complementar nº 159, de
III - por filho inválido; 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
IV - por filho estudante que freqüente curso secundário Redação anterior: III - no caso de se tratar de maior
ou superior e que não exerça atividade lucrativa, até a de 21 anos, se total e permanentemente incapaz para
idade de 24 (vinte e quatro) anos; o trabalho, hipótese em que informará a causa e a
V - pelo ascendente sem rendimento próprio que viva espécie de invalidez;
às expensas do funcionário;
*IV - Revogado
VI - por enteados, netos, irmãos, sobrinhos menores ou
incapazes que vivam às expensas do funcionário, bem *Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
como pessoa menor ou incapaz que, igualmente assim 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
viva sob sua guarda atribuída judicialmente; Redação anterior: IV - se o dependente vive sob a
VII - pelo companheiro ou companheira, na forma e guarda do declarante.
conceituação da legislação previdenciária. Art. 166 - A declaração do servidor será prestada a
§1º - Quando pai e mãe forem ambos funcionários do seu chefe imediato que a examinará e, após o seu
Estado e viverem em comum, o salário-família será visto, a encaminhará ao órgão competente para o
concedido ao pai; se não viverem em comum, o salário-
família será concedido ao que tiver os dependentes sob processamento e atendimento da concessão.
sua guarda e, se ambos os tiverem, de acordo com a Art. 167 - O salário-família será concedido à vista
distribuição dos dependentes. das declarações prestadas, mediante simples des-
§2º - Equipara-se ao pai e a mãe, o padrasto, a pacho que será comunicado ao órgão incumbido da
madrasta e os representantes legais dos menores e dos elaboração de folhas de pagamento.
incapazes.
§3º - A cota de salário-família por filho inválido §1º - Será concedido ao declarante ativo ou inativo
corresponderá ao duplo da cota dos demais. o prazo de 120 (cento e vinte) dias para o esclare-
Art. 161 - O salário-família será pago, ainda, nos ca- cimento de qualquer dúvida na declaração, o que
sos em que o funcionário deixar de perceber venci- poderá ser feito por meio de quaisquer provas ad-
mento ou proventos, sem perda do cargo. mitidas em direito.
*Art. 162 - Revogado §2º - Não sendo apresentado no prazo o esclareci-
*Revogado pela Lei Complementar nº 159, de mento de que trata o § 1º, a autoridade concedente
14.01.2016 - D.O. 18.01.2016 determinará a imediata suspensão do pagamento
Redação anterior: Art. 162 - Em caso de falecimento do salário-família, até que seja satisfeita a exigên-
do funcionário, o salário-família continuará a ser pago cia.
aos seus beneficiários.
Art. 168 - Verificada, a qualquer tempo, a inexa-
Parágrafo único - Se o funcionário falecido não se
houver habilitado ao salário-família, a administração tidão das declarações prestadas, será suspensa a
ou interessados tomarão as medidas necessárias para concessão do salário-família e determinada a repo-
que seja pago aos seus beneficiários, desde que sição do indevidamente recebido, mediante o des-
atendam aos requisitos necessários a partir da data em conto mensal de 10% (dez por cento) da remunera-
que fizerem jus ao benefício, observada, a prescrição
qüinqüenal. ção líquida, em folha de pagamento.
*Redação dada pela Lei n° 13.369, de 22 .9.2003 – D.
Art. 163 - O salário-família não servirá de base para O. 24.9.2003 - Apêndice.
qualquer contribuição, ainda que para fim de pre- Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art.
vidência social. 168 – Verificada, a qualquer tempo, a inexatidão das
Art. 164 - Será suspenso o pagamento do salário- declarações prestadas, será suspensa a concessão
do salário-família e determinada a reposição do
-família ao funcionário que comprovadamente des- indevidamente recebido, mediante o desconto mensal
curar da subsistência e educação dos seus depen- de 10% do vencimento ou provento, independentemente
dentes. dos limites estabelecidos para as consignações em
folha de pagamento.
§1º - Mediante autorização judicial a pessoa que
estiver mantendo os dependentes do funcionário Art. 169 - O funcionário e o aposentado são obriga-
poderá receber o salário-família enquanto durar a dos a comunicar a autoridade concedente, dentro
situação prevista neste artigo. do prazo de quinze dias, qualquer alteração que se
verifique na situação dos dependentes, da qual de-
§2º - O pagamento voltará a ser feito ao funcionário corra supressão ou redução do salário-família.
tão logo comprovado o desaparecimento dos moti-
vos determinantes da suspensão. Parágrafo único - A não observância desta dispo-
sição acarretará as mesmas providências indicadas
Art. 165 - Para se habilitar à concessão do salário- no artigo anterior.
-família o funcionário, o disponível, ou o aposentado
apresentarão uma declaração de dependentes, indi- Art. 170 - O salário-família será devido em relação
cando o cargo que exercer, ou no qual estiver aposen- a cada dependente, a partir do mês em que tiver

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 39


ocorrido o ato ou fato que lhe der origem, deixando renda recolhido à prisão e que, nessa condição, não
de ser devido igualmente em relação a cada depen- esteja recebendo remuneração decorrente do seu
dente no mês seguinte ao ato ou fato que determi- cargo.
nar a sua supressão. *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
Art. 171 - O salário-família será pago juntamente 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
com os vencimentos ou proventos, pelos órgãos pa- *§ 1º Para fins de definição da baixa renda e da
gadores, independentemente de publicação do ato qualificação dos dependentes, aplicam-se os mes-
de concessão. mos parâmetros adotados pelo Instituto Nacional
do Seguro Social, quanto à referida prestação as-
CAPÍTULO IV
sistencial.
DO AUXÍLIO-DOENÇA
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
Art. 172 – Revogado. 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
*Revogado pelo Art. 16 da Lei n° 13.578, de 21.1.2005
– D. O. 25.1.2005. – Apêndice. *§ 2º O auxílio-reclusão corresponde ao valor da
Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 9.826, de remuneração do servidor, observado o limite da bai-
14.5.1974): Art. 172 - O funcionário terá direito a um xa renda, sendo devido pelo período máximo de 12
mês de vencimentos, a título de auxílio-doença, após (doze) meses e, somente, durante o tempo em que
cada período de 12 (doze) meses consecutivos de estiver recolhido à prisão sob regime fechado ou se-
licença para tratamento de saúde. miaberto, e enquanto for titular desse cargo.
§ 1º - O pagamento do auxílio-doença será autorizado *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
a partir do dia imediato àquele em que o funcionário
completar o período a que se refere o caput deste artigo, 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
independentemente de requerimento do interessado, *§ 3º O pagamento do auxílio-reclusão deve estar
em folha de pagamento que obedecerá às mesmas
normas das folhas de pagamento de vencimentos e fundamentado em certidão de efetivo recolhimento
proventos. Se o funcionário ocupar mais de um cargo, à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do
o auxílio-doença será pago apenas pelo de maior pagamento, a apresentação de declaração de per-
vencimento. manência na condição de presidiário.
§2º - Quando ocorrer o falecimento do funcionário o *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
auxílio-doença a que fez jus será pago de acordo com 14.01.2016 - D.O. 18.01.2016
as normas que regulam o pagamento de vencimento ou
provento não recebidos.
TÍTULO VI
CAPÍTULO V
DO AUXÍLIO-FUNERAL DO REGIME DISCIPLINAR
*Art. 173 - Será concedido auxílio funeral à família CAPÍTULO I
do funcionário falecido, correspondente a 01 (um) DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
mês de seus vencimentos ou proventos, limitado o
Art. 174 - O funcionário público é administrativa-
pagamento à quantia de R$ 1.200,00 (um mil e du-
mente responsável, perante seus superiores hierár-
zentos reais).
quicos, pelos ilícitos que cometer.
Parágrafo único - Quando não houver pessoa da
Art. 175 - Considera-se ilícito administrativo a con-
família do funcionário no local do falecimento, o
duta comissiva ou omissiva, do funcionário, que im-
auxílio-funeral será pago a quem promover o en-
porte em violação de dever geral ou especial, ou de
terro, mediante comprovação das despesas.
proibição, fixado neste Estatuto e em sua legislação
*Redação dada pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D. O.
de 18.6.1999 – Apêndice. complementar, ou que constitua comportamento in-
*Regulamentado pelo Decreto nº 11.630, de 12.12.1975
compatível com o decoro funcional ou social.
- D. O. 19.12.1975 e posteriormente pelo Decreto nº Parágrafo único - O ilícito administrativo é puní-
20.768, de 11.6.1990 - D. O. 12.6.1990 - Apêndice. vel, independentemente de acarretar resultado per-
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. turbador do serviço estadual.
173 - Será concedido auxílio-funeral correspondente
a um mês de vencimentos ou proventos à família do Art. 176 - A apuração da responsabilidade funcio-
funcionário falecido, mesmo que aposentado. § 1º - nal será promovida, de ofício, ou mediante repre-
Os vencimentos ou proventos serão aqueles que o sentação, pela autoridade de maior hierarquia no
funcionário fizer jus na data do óbito. § 2º - Em caso órgão ou na entidade administrativa em que tiver
de acumulação legal o auxílio-funeral será pago
somente na razão do cargo de maior vencimento do ocorrido a irregularidade. Se se tratar de ilícito ad-
servidor falecido. § 3º - Enquanto continuar como ministrativo praticado fora do local de trabalho, a
ônus do Tesouro Estadual a despesa correrá pela apuração da responsabilidade será promovida pela
dotação própria do cargo do funcionário falecido, não autoridade de maior hierarquia no órgão ou na en-
podendo, por conseguinte, ser provido o cargo antes
de decorridos 30 dias de sua vacância. § 4º - Quando tidade a que pertencer o funcionário a quem se im-
não houver pessoa da família do funcionário no local putar a prática da irregularidade.
do falecimento, o auxílio-funeral será pago a quem
promover o enterro, mediante prova das despesas. Parágrafo único - Se se imputar a prática do ilí-
cito a vários funcionários lotados em órgãos diver-
sos do Poder Executivo, a competência para deter-
*CAPÍTULO VI
minar a apuração da responsabilidade caberá ao
DO AUXÍLIO-RECLUSÃO
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de Governador do Estado.
14.01.2016 - D.O. 18.01.2016 Art. 177 - A responsabilidade civil decorre de con-
*Art. 173-A O auxílio-reclusão é devido pelo órgão duta funcional, comissiva ou omissiva, dolosa ou
de origem aos dependentes do servidor de baixa
40 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
culposa, que acarrete prejuízo para o patrimônio do §9º - O exercício da legítima defesa e de ativida-
Estado, de suas entidades ou de terceiros. des em virtude do estado de necessidade não se-
§1º - A indenização de prejuízo causado ao Estado rão excludentes de responsabilidade administrativa
ou às suas entidades, no que exceder os limites da quando houver excesso, imoderação ou despropor-
fiança, quando for o caso, será liquidada mediante cionalidade, culposos ou dolosos, na conduta do
prestações mensais descontadas em folha de paga- funcionário.
mento, não excedentes da décima parte do venci- Art. 180 - A apuração da responsabilidade do fun-
mento, à falta de outros bens que respondam pelo cionário processar-se-á mesmo nos casos de altera-
ressarcimento. ção funcional, inclusive a perda do cargo.
§2º - Em caso de prejuízo a terceiro, o funcionário res- Art. 181 - Extingue-se a responsabilidade adminis-
ponderá perante o Estado ou suas entidades, através trativa:
de ação regressiva proposta depois de transitar em I - com a morte do funcionário;
julgado a decisão judicial, que houver condenado a
II - pela prescrição do direito de agir do Estado ou
Fazenda Pública a indenizar o terceiro prejudicado.
de suas entidades em matéria disciplinar.
Art. 178 - A responsabilidade penal abrange os cri-
Art. 182 - O direito ao exercício do poder discipli-
mes e contravenções imputados, por lei, ao funcio-
nar prescreve passados cinco anos da data em que
nário, nesta qualidade.
o ilícito tiver ocorrido.
Art. 179 - São independentes as instâncias admi-
nistrativas civil e penal, e cumuláveis as respecti- Parágrafo único - São imprescritíveis o ilícito de
vas cominações. abandono de cargo e a respectiva sanção.
Art. 183 - O inquérito administrativo para apuração
§1º - Sob pena de responsabilidade, o funcionário
da responsabilidade do funcionário produzirá, pre-
que exercer atribuições de chefia, tomando conhe-
liminarmente, os seguintes efeitos:
cimento de um fato que possa vir a se configurar, ou
se configure como ilícito administrativo, é obrigado I - afastamento do funcionário indiciado de seu car-
a representar perante a autoridade competente, a go ou função, nos casos de prisão preventiva ou pri-
fim de que esta promova a sua apuração. são administrativa;
§2º - A apuração da responsabilidade funcional II - sobrestamento do processo de aposentadoria
será feita através de sindicância ou de inquérito. voluntária;
§3º - Se o comportamento funcional irregular confi- III - proibição do afastamento do exercício, salvo o
gurar, ao mesmo tempo, responsabilidade adminis- caso do item I deste artigo;
trativa, civil e penal, a autoridade que determinou IV - proibição de concessão de licença, ou o seu
o procedimento disciplinar adotará providências sobrestamento, salvo a concedida por motivo de
para a apuração do ilícito civil ou penal, quando for saúde;
o caso, durante ou depois de concluídos a sindicân-
cia ou o inquérito. V - cessação da disposição, com retorno do funcio-
nário ao seu órgão de origem.
§4º - Fixada a responsabilidade administrativa do
funcionário, a autoridade competente aplicará a san- *Art. 184 - Assegurar-se-á ao funcionário, no pro-
ção que entender cabível, ou a que for tipificada neste cedimento disciplinar, ampla defesa, consistente,
Estatuto para determinados ilícitos. Na aplicação da sobretudo:
sanção, a autoridade levará em conta os anteceden- *Ver art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
tes do funcionário, as circunstâncias em que o ilícito I - no direito de prestar depoimento sobre a impu-
ocorreu, a gravidade da infração e os danos que dela tação que lhe é feita e sobre os fatos que a geraram;
provierem para o serviço estatal de terceiros. II - no direito de apresentar razões preliminares e
§5º - A legítima defesa e o estado de necessidade finais, por escrito, nos termos deste Estatuto;
excluem a responsabilidade administrativa. III - no direito de ser defendido por advogado, de
§6º - A alienação mental, comprovada através de sua indicação, ou por defensor público, também ad-
perícia médica oficial excluirá, também, a respon- vogado, designado pela autoridade competente;
sabilidade administrativa, comunicando o sindi- IV - no direito de arrolar e inquirir, reinquirir e con-
cante ou a Comissão Permanente de Inquérito à traditar testemunhas, e requerer acareações;
autoridade competente o fato, a fim de que seja
providenciada a aposentadoria do funcionário. V - no direito de requerer todas as provas em direito
permitidas, inclusive as de natureza pericial;
§7º - Considera-se legítima defesa o revide mode- VI - no direito de argüir prescrição;
rado e proporcional à agressão ou à iminência de
VII - no direito de levantar suspeições e argüir im-
agressão moral ou física, que atinja ou vise a atingir
pedimentos.
o funcionário, ou seus superiores hierárquicos ou
colegas, ou o patrimônio da instituição administra- Art. 185 - A defesa do funcionário no procedimento
tiva a que servir. disciplinar, que é de natureza contraditória, é pri-
vativa de advogado, que a exercitará nos termos
§8º - Considera-se em estado de necessidade o deste Estatuto e nos da legislação federal pertinen-
funcionário que realiza atividade indispensável te (Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil).
ao atendimento de uma urgência administrativa, § 1º - A autoridade competente designará defensor
inclusive para fins de preservação do patrimônio para o funcionário que, pobre na forma da lei, ou
público.
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 41
revel, não indicar advogado, podendo a indicação XV - providenciar para que esteja sempre em or-
recair em advogado do Instituto de Previdência do dem, no assentamento individual, sua declaração
Estado do Ceará (IPEC). de família;
§2º - O funcionário poderá defender-se, pessoal- XVI - atender, prontamente, e na medida de sua
mente, se tiver a qualidade de advogado. competência, os pedidos de informação do Poder
Art. 186 - O funcionário público fica sujeito ao po- Legislativo e às requisições do Poder Judiciário;
der disciplinar desde a posse ou, se esta não for exi- XVII - cumprir, na medida de sua competência, as
gida, desde o seu ingresso no exercício funcional. decisões judiciais ou facilitar-lhes a execução.
Art. 187 - Se no transcurso do procedimento disci- Art. 192 - O funcionário deixará de cumprir ordem
plinar outro funcionário for indiciado, o sindicante de autoridade superior quando:
ou a Comissão Permanente de Inquérito, conforme I - a autoridade de quem emanar a ordem for in-
o caso, reabrirá os prazos de defesa para o novo in- competente;
diciado. II - não se contiver a ordem na área da competência
Art. 188 - A inobservância de qualquer dos pre- do órgão a que servir o funcionário seu destinatá-
ceitos deste Capítulo relativos à forma do procedi- rio, ou não se referir a nenhuma das atribuições do
mento, à competência e ao direito de ampla defesa servidor;
acarretará a nulidade do procedimento disciplinar. III - for a ordem expedida sem a forma exigida por lei;
Art. 189 - Aplica-se o disposto neste Título ao pro- IV - não tiver sido a ordem publicada, quando tal
cedimento em que for indiciado aposentado ou fun- formalidade for essencial à sua validade;
cionário em disponibilidade. V - não tiver a ordem como causa uma necessidade
administrativa ou pública, ou visar a fins não esti-
CAPÍTULO II pulados na regra de competência da autoridade da
*DOS DEVERES
qual promanou ou do funcionário a quem se dirige;
*Ver art.17, do Decreto nº 31.198, de 30 de abril de
2013. D.O. de 02.05.2013. VI - a ordem configurar abuso ou excesso de poder
ou de autoridade.
Art. 190 - Os deveres do funcionário são gerais,
§ 1º - Em qualquer dos casos referidos neste artigo,
quando fixados neste Estatuto e legislação comple-
o funcionário representará contra a ordem, funda-
mentar, e especiais, quando fixados tendo em vista
mentadamente, à autoridade imediatamente supe-
as peculiaridades das atribuições funcionais.
rior a que ordenou.
Art. 191 - São deveres gerais do funcionário:
*§ 2º - Se se tratar de ordem emanada do Presidente
I - lealdade e respeito às instituições constitucio- da Assembléia Legislativa, do Chefe do Poder
nais e administrativas a que servir; Executivo, do Presidente do Tribunal de Contas e do
II - observância das normas constitucionais, legais Presidente do Conselho de Contas dos Municípios,
e regulamentares; o funcionário justificará perante essas autoridades
III - obediência às ordens de seus superiores hie- a escusa da obediência.
rárquicos; *Ver Emenda Constitucional Estadual nº 9, de
IV - continência de comportamento, tendo em vista 16.12.1992 - D.O.de 22.12.1992
o decoro funcional e social;
V - levar, por escrito, ao conhecimento da autorida- CAPÍTULO III
de superior irregularidades administrativas de que *DAS PROIBIÇÕES
tiver ciência em razão do cargo que ocupa, ou da *Ver art.18, do Decreto nº 31.198, de 30 de abril de
função que exerça; 2013. D.O. de 02.05.2013.
VI - assiduidade; Art. 193 - Ao funcionário é proibido:
VII - pontualidade; *I - salvo as exceções constitucionais pertinen-
VIII - urbanidade; tes, acumular cargos, funções e empregos pú-
IX - discrição; blicos remunerados, inclusive nas entidades da
X - guardar sigilo sobre a documentação e os as- Administração Indireta (autarquias, empresas pú-
suntos de natureza reservada de que tenha conhe- blicas e sociedades de economia mista);
cimento em razão do cargo que ocupa, ou da fun- *Ver art. 37 inciso XVI e XVII da Constituição Federal,
com a redação dada pela Emenda Constitucional
ção que exerça; Federal nº 19, de 4.6.1998 – D. O. U. 5.6.1998 –
XI - zelar pela economia e conservação do material Apêndice.
que lhe for confiado; II - referir-se de modo depreciativo às autoridades
XII - atender às notificações para depor ou realizar em qualquer ato funcional que praticar, ressalvado
perícias ou vistorias, tendo em vista procedimentos o direito de crítica doutrinária aos atos e fatos ad-
disciplinares; ministrativos, inclusive em trabalho público e assi-
XIII - atender, nos prazos de lei ou regulamentares, nado;
as requisições para defesa da Fazenda Pública; III - retirar, modificar ou substituir qualquer do-
XIV - atender, nos prazos que lhe forem assinados cumento oficial, com o fim de constituir direito ou
por lei ou regulamento, os requerimentos de certi- obrigação, ou de alterar a verdade dos fatos, bem
dões para defesa de direitos e esclarecimentos de como apresentar documento falso com a mesma fi-
situações; nalidade;
IV - valer-se do exercício funcional para lograr pro-
veito ilícito para si, ou para outrem;

42 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


V - promover manifestação de desapreço ou fazer Parágrafo único - Não se compreendem na proi-
circular ou subscrever lista de donativos, no recinto bição de acumular nem estão sujeitos a quaisquer
do trabalho; limites:
VI - coagir ou aliciar subordinados com objetivos I - a percepção conjunta de pensões civis e milita-
político-partidários; res;
VII - participar de diretoria, gerência, administra- II - a percepção de pensões com vencimento ou sa-
ção, conselho técnico ou administrativo, de empre- lário;
sa ou sociedades mercantis; III - a percepção de pensões com vencimentos de
VIII - pleitear, como procurador ou intermediário, disponibilidade e proventos de aposentadoria e re-
junto aos órgãos e entidades estaduais, salvo quan- forma;
do se tratar de percepção de vencimentos, proven- IV - a percepção de proventos, quando resultantes
tos ou vantagens de parente consangüíneo ou afim, de cargos legalmente acumuláveis.
até o segundo grau civil;
IX - praticar a usura; CAPÍTULO IV
X - receber propinas, vantagens ou comissões pela DAS SANÇÕES DISCIPLINARES E SEUS EFEITOS
prática de atos de oficio; Art. 196 - As sanções aplicáveis ao funcionário são
XI - revelar fato de natureza sigilosa, de que tenha as seguintes:
ciência em razão do cargo ou função, salvo quando I - repreensão;
se tratar de depoimento em processo judicial, poli-
cial ou administrativo; II - suspensão;
XII - cometer a outrem, salvo os casos previstos em III - multa;
lei ou ato administrativo, o desempenho de sua ati- *IV - demissão;
vidade funcional;
*Ver art. 37 da Lei nº 11.714, de 25.7.1990 – D. O.
XIII - entreter-se, nos locais e horas de trabalho, 4.9.1990 – Apêndice.
com atividades estranhas às relacionadas com as
V - cassação de disponibilidade;
suas atribuições, causando prejuízos a estas;
XIV - deixar de comparecer ao trabalho sem causa VI - cassação de aposentadoria.
justificada; Art. 197 - Aplicar-se-á a repreensão, sempre por
XV - ser comerciante; escrito, ao funcionário que, em caráter primário, a
XVI - contratar com o Estado, ou suas entidades, juízo da autoridade competente, cometer falta leve,
salvo os casos de prestação de serviços técnicos ou não cominável, por este Estatuto, com outro tipo de
científicos, inclusive os de magistério em caráter sanção.
eventual; Art. 198 - Aplicar-se-á a suspensão, através de ato
XVII - empregar bens do Estado e de suas entida- escrito, por prazo não superior a 90 (noventa) dias,
des em serviço particular; nos casos de reincidência de falta leve, e nos de ilí-
XVIII - atender pessoas estranhas ao serviço, no cito grave, salvo a expressa cominação, por lei, de
local de trabalho, para o trato de assuntos particu- outro tipo de sanção.
lares;
Parágrafo único - Por conveniência do serviço, a
XIX - retirar bens de órgãos ou entidades estaduais, suspensão poderá ser convertida em multa, na base
salvo quando autorizado pelo superior hierárquico de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimen-
e desde que para atender a interesse público. to, obrigado, neste caso, o funcionário a permane-
Parágrafo único - Excluem-se da proibição do item cer em exercício.
XVI os contratos de cláusulas uniformes e os de
emprego, em geral, quando, no último caso, não *Art. 199 - A demissão será obrigatoriamente apli-
configurarem acumulação ilícita. cada nos seguintes casos:
Art. 194 - É ressalvado ao funcionário o direito de *Ver § 1º do art. 41 da Constituição Federal, com a
redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
acumular cargo, funções e empregos remunerados, 4.6.1998 – D. O. U. 5.6.1998 – Apêndice.
nos casos excepcionais da Constituição Federal.
§1º - Verificada, em inquérito administrativo, acu- I - crime contra a administração pública;
mulação proibida e provada a boa-fé, o funcionário II - crime comum praticado em detrimento de de-
optará por um dos cargos, funções ou empregos, ver inerente à função pública ou ao cargo público,
não ficando obrigado a restituir o que houver per- quando de natureza grave, a critério da autoridade
cebido durante o período da acumulação vedada. competente;
§2º - Provada a má-fé, o funcionário perderá os car- III - abandono de cargo;
gos, funções ou empregos acumulados ilicitamente
devolvendo ao Estado o que houver percebido no IV - incontinência pública e escandalosa e prática
período da acumulação. de jogos proibidos;
Art. 195 - O aposentado compulsoriamente ou por V - insubordinação grave em serviço;
invalidez não poderá acumular seus proventos com VI - ofensa física ou moral em serviço contra fun-
a ocupação de cargo ou o exercício de função ou cionário ou terceiros;
emprego público.
VII - aplicação irregular dos dinheiros públicos,
que resultem em lesão para o Erário Estadual ou
dilapidação do seu patrimônio;

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 43


VIII - quebra do dever de sigilo funcional; Art. 204 - Será cassada a aposentadoria ou disponi-
IX - corrupção passiva, nos termos da lei penal; bilidade se ficar provado, em inquérito administra-
tivo, que o aposentado ou disponível:
X - falta de atendimento ao requisito do estágio
probatório estabelecido no art. 27, § 1º, item III; I - praticou, quando no exercício funcional, ilícito
punível com demissão;
XI - desídia funcional;
II - aceitou cargo ou função que, legalmente, não
XII - descumprimento de dever especial inerente a poderia ocupar, ou exercer, provada a má-fé;
cargo em comissão.
III - não assumiu o disponível, no prazo legal, o lu-
§ 1° - Considera-se abandono de cargo a deliberada gar funcional em que foi aproveitado, salvo motivo
ausência ao serviço, sem justa causa, por trinta (30) de força maior;
dias consecutivos ou 60 (sessenta) dias, interpola-
damente, durante 12 (doze) meses. IV - perdeu a nacionalidade brasileira.
§ 2º - Entender-se-á por ausência ao serviço com Parágrafo único - A cassação da aposentadoria ou
justa causa não só a autorizada por lei, regulamen- disponibilidade extingue o vínculo do aposentado
to ou outro ato administrativo, como a que assim ou do disponível com o Estado ou suas entidades
for considerada após comprovação em inquérito ou autárquicas.
justificação administrativa, esta última requerida Art. 205 - A suspensão preventiva será ordenada
ao superior hierárquico pelo funcionário interessa- pela autoridade que determinar a abertura do in-
do, valendo a justificação, nos termos deste pará- quérito administrativo, se, no transcurso deste, a
grafo, apenas para fins disciplinares. entender indispensável, nos termos do § 1º deste
Art. 200 - Tendo em vista a gravidade do ilícito, a artigo.
demissão poderá ser aplicada com a nota “a bem do § 1º - A suspensão preventiva não ultrapassará o
serviço público”, a qual constará sempre nos casos prazo de 90 (noventa) dias e somente será deter-
de demissão referidos nos itens I e VII do artigo minada quando o afastamento do funcionário for
199. necessário, para que, como indiciado, não venha a
Parágrafo único - Salvo reabilitação obtida em pro- influir na apuração de sua responsabilidade.
cesso disciplinar de revisão, o funcionário demitido § 2º - Suspenso preventivamente, o funcionário
com a nota a que se refere este artigo não poderá terá, entretanto, direito:
reingressar nos quadros funcionais do Estado ou de I - a computar o tempo de serviço relativo ao perío-
suas entidades, a qualquer título. do de suspensão para todos os efeitos legais;
*Art. 201 - Ao ato que cominar sanção, precederá
II - a computar o tempo de serviço para todos os
sempre procedimento disciplinar, assegurada ao
fins de lei, relativo ao período que ultrapassar o
funcionário indiciado ampla defesa, nos termos
prazo da suspensão preventiva;
deste Estatuto, pena de nulidade da cominação im-
posta. III - a perceber os vencimentos relativos ao período
*Ver art. 5º, inciso LV da Constituição Federal. de suspensão, se reconhecida a sua inocência no
inquérito administrativo;
Parágrafo único - As sanções referidas nos itens II
e VI do artigo 196 serão cominadas por escrito e IV - a perceber as gratificações por tempo de servi-
fundamentalmente, pena de nulidade. ço já prestado e o salário-família.
Art. 202 - São competentes para aplicação das san- Art. 206 - Os Chefes dos Poderes Legislativo,
ções disciplinares: Executivo e Judiciário, os Presidentes do Tribunal de
Contas e do Conselho de Contas dos Municípios, os
I - os Chefes dos Poderes Legislativo e Executivo, Secretários de Estado e os dirigentes das Autarquias
em qualquer caso, e privativamente, nos casos de poderão ordenar a prisão administrativa do funcio-
demissão e cassação de aposentadoria ou disponi- nário responsável direto pelos dinheiros e valores
bilidade, salvo se se tratar de punição de funcioná- públicos, ou pelos bens que se encontrarem sob a
rio autárquico; guarda do Estado ou de suas Autarquias, no caso de
II - os dirigentes superiores das autarquias, em alcance ou omissão no recolhimento ou na entrega a
qualquer caso, e, privativamente, nos casos de de- quem de direito nos prazos e na forma da lei.
missão e cassação, da aposentadoria ou disponibi- § 1º - Recolhida aos cofres públicos a importância
lidade; desviada, a autoridade que ordenou a prisão revo-
III - os Secretários de Estado e demais dirigentes gará imediatamente o ato gerador da custódia.
de órgãos subordinados ou auxiliares, em todos os § 2º - A autoridade que ordenar a prisão, que não
casos, salvo os referidos nos itens I e II; poderá ultrapassar a 90 (noventa) dias, comunicará
IV - os chefes de unidades administrativas em imediatamente o fato à autoridade judiciária com-
geral, nos casos de repreensão, suspensão até 30 petente e providenciará a abertura e realização ur-
(trinta) dias e multa correspondente. gente do processo de tomada de contas.
Art. 203 - Além da pena judicial que couber, serão Art. 207 - A prisão, a que se refere o artigo anterior,
considerados como de suspensão os dias em que o será cumprida em local especial.
funcionário, notificado deixar de atender à convo- Art. 208 - Aplica-se à prisão administrativa o dis-
cação para prestação de serviços estatais compul- posto no § 2º do art. 205 deste Estatuto.
sórios, salvo motivo justificado.

44 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


CAPÍTULO V CAPÍTULO VI
DA SINDICÂNCIA DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
Art. 209 - A sindicância é o procedimento sumário Art. 210 - O inquérito administrativo é o procedi-
através do qual o Estado ou suas autarquias reúnem mento através do qual os órgãos e as autarquias do
elementos informativos para determinar a verdade Estado apuram a responsabilidade disciplinar do
em torno de possíveis irregularidades que possam funcionário.
configurar, ou não, ilícitos administrativos, aberta Parágrafo único - São competentes para instaurar
pela autoridade de maior hierarquia, no órgão em o inquérito:
que ocorreu a irregularidade, ressalvadas em qual-
quer caso, permitida a delegação de competência: I - o Governador, em qualquer caso;
I - do Governador, em qualquer caso; II - os Secretários de Estado, os dirigentes das
Autarquias e os Presidentes da Assembléia
II - dos Secretários de Estado, dos dirigentes autár- Legislativa, do Tribunal de Contas e do Conselho
quicos e dos Presidentes da Assembléia Legislativa, de Contas dos Municípios, em suas áreas funcio-
Tribunal de Contas e do Conselho de Contas dos nais, permitida a delegação de competência.
Municípios, em suas respectivas áreas funcionais.
Art. 211 - O inquérito administrativo será reali-
§ 1º - Abrir-se-á, também, sindicância para apura- zado por Comissões Permanentes, instituídas por
ção das aptidões do funcionário, no estágio proba- atos do Governador, do Presidente da Assembléia
tório, para fins de demissão ou exoneração, quando Legislativa, do Presidente do Tribunal de Contas, do
for o caso, assegurada ao indiciado ampla defesa, Presidente do Conselho de Contas dos Municípios,
nos termos dos artigos estatutários que disciplinam dos dirigentes das Autarquias e dos órgãos descon-
o inquérito administrativo, reduzidos os prazos ne- centrados, permitida a delegação de poder, no caso
les estabelecidos, à metade. do Governador, ao Secretário de Administração.
§ 2º - Aberta a sindicância, suspende-se a fluência Art. 212 - As Comissões Permanentes de Inquérito
do período do estágio probatório. Administrativo compor-se-ão de três membros,
§ 3º - A sindicância será realizada por funcionário todos funcionários estáveis do Estado ou de suas
estável, designado pela autoridade que determinar autarquias, presidida pelo servidor que for desig-
a sua abertura. nado pela autoridade competente, que colocará à
disposição das Comissões o pessoal necessário ao
§ 4º - A sindicância precede o inquérito adminis-
desenvolvimento de seus trabalhos, inclusive os de
trativo, quando for o caso, sendo-lhe anexada como
secretário e assessoramento.
peça informativa e preliminar.
Art. 213 - Instaurado o inquérito administrativo, a
§ 5º - A sindicância será realizada no prazo máximo autoridade encaminhará seu ato para a Comissão
de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período, de Inquérito que for competente, tendo em vista o
a pedido do sindicante, e a critério da autoridade local da ocorrência da irregularidade verificada, ou
que determinou a sua abertura. a vinculação funcional do servidor a quem se pre-
§ 6º - Havendo ostensividade ou indícios fortes de tende imputar a responsabilidade administrativa.
autoria do ilícito administrativo, o sindicante indi- Art. 214 - Abertos os trabalhos do inquérito, o
ciará o funcionário, abrindo-lhe o prazo de 3 (três) Presidente da Comissão mandará citar o funcio-
dias para defesa prévia. A seguir, com o seu relató- nário acusado, para que, como indiciado, acompa-
rio, encaminhará o processo de sindicância à auto- nhe, na forma do estabelecido neste Estatuto, todo
ridade que determinou a sua abertura. o procedimento, requerendo o que for do interesse
§ 7º - O sindicante poderá ser assessorado por téc- da defesa.
nicos, de preferência pertencentes aos quadros Parágrafo único - A citação será pessoal, median-
funcionais, devendo todos os atos da sindicância te protocolo, devendo o servidor dele encarregado
serem reduzidos a termo por secretário designado consignar, por escrito, a recusa do funcionário em
pelo sindicante, dentre os funcionários do órgão a recebê-la. Em caso de não ser encontrado o funcio-
que pertencer. nário, estando ele em lugar incerto e não sabido,
§ 8º - Ultimada a sindicância, não apurada a respon- a citação far-se-á por edital, publicado no Diário
sabilidade administrativa, ou o descumprimento dos Oficial do Estado, com prazo de 15 (quinze) dias,
requisitos do estágio probatório, o processo será ar- depois do que, não comparecendo o citado, ser-lhe-
quivado, fixada a responsabilidade funcional, a au- -á designado defensor, nos termos do art. 184, item
toridade que determinou a sindicância encaminhará III e § 1º do art. 185.
os respectivos autos para a Comissão Permanente de Art. 215 - Citado, o indiciado poderá requerer suas
Inquérito Administrativo, que funcionará: provas no prazo de 5 (cinco) dias, podendo renovar
I - no Poder Executivo, na Governadoria, nas o pedido, no curso do inquérito, se necessário para
Secretarias de Estado, órgãos desconcentrados e demonstração de fatos novos.
nas autarquias; Art. 216 - A falta de notificação do indiciado ou de
II - no Poder Legislativo, na Diretoria Geral; seu defensor, para todas as fases do inquérito, de-
terminará a nulidade do procedimento.
III - no Tribunal de Contas e no Conselho de Contas
dos Municípios. Art. 217 - Encerrada a fase probatória, o indiciado
será notificado para apresentar, por seu defensor, no
prazo de 10 (dez) dias, suas razões finais de defesa.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 45


Art. 218 - Apresentadas as razões finais de defesa, a Parágrafo único - Não constitui fundamento para a
Comissão encaminhará os autos do inquérito, com revisão a simples alegação de injustiça da sanção.
relatório circunstanciado e conclusivo, à autorida-
de competente para o seu julgamento. Art. 230 - O requerimento devidamente instruído
será dirigido à autoridade que aplicou a sanção, ou
Art. 219 - Sob pena de nulidade, as reuniões e as àquela que a tiver confirmado, em grau de recurso.
diligências realizadas pela Comissão de Inquérito
serão consignadas em atas. Parágrafo único - Para processar a revisão, a auto-
ridade que receber o requerimento nomeará uma
Art. 220 - Da decisão de autoridade julgadora cabe
recurso no prazo de 10 (dez) dias, com efeito sus- comissão composta de três funcionários efetivos, de
pensivo, para a autoridade hierárquica imediata- categoria igual ou superior à do requerente.
mente superior, ou para a que for indicada em re- Art. 231 - Na inicial, o requerente pedirá dia e hora
gulamento ou regimento. para inquirição das testemunhas que arrolar.
Parágrafo único - Das decisões dos Secretários de Parágrafo único - Será considerada informante a
Estado e do Presidente do Conselho de Contas dos testemunha que, residindo fora da sede onde fun-
Municípios caberá recurso, com efeito suspensivo, cionar a comissão, prestar depoimento por escrito.
no prazo deste artigo, para o Governador. Das de-
cisões do Presidente da Assembléia Legislativa e do Art. 232 - Concluído o encargo da comissão, no
Tribunal de Contas caberá recurso, com os efeitos prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por trinta
deste parágrafo, para o Plenário da Assembléia e do (30) dias, nos casos de força maior, será o processo,
Tribunal, respectivamente. com o respectivo relatório, encaminhado à autori-
Art. 221 - O inquérito administrativo será concluí- dade competente para o julgamento.
do no prazo máximo de 90 (noventa) dias, poden- Parágrafo único - O prazo para julgamento será de
do ser prorrogado por igual período, a pedido da 20 (vinte) dias, prorrogável por igual período, no
Comissão, ou a requerimento do indiciado, dirigido caso de serem determinadas novas diligências.
à autoridade que determinou o procedimento.
Art. 233 - Das decisões proferidas em procedimento
Art. 222 - Em qualquer fase do inquérito será per-
de revisão cabe recurso, na forma do art. 220.
mitida a intervenção do indiciado, por si, ou por seu
defensor.
Art. 223 - Havendo mais de um indiciado e diversi- TÍTULO VII
dade de sanções caberá o julgamento à autoridade DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
competente para imposição da sanção mais grave.
Neste caso, os prazos assinados aos indiciados cor- CAPÍTULO ÚNICO
rerão em comum. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 224 - O funcionário só poderá ser exonerado, Art. 234 - O órgão central do sistema de pessoal
estando respondendo a inquérito administrativo, do Poder Executivo e os assemelhados do Poder
depois de julgado este com a declaração de sua Legislativo e entidades autárquicas fornecerão ao
inocência. funcionário cartão de identidade, dele devendo
Art. 225 - Recebidos os autos do inquérito, a au- constar o retrato, a impressão digital, a filiação, a
toridade julgadora proferirá sua decisão no prazo data de nascimento e a qualificação funcional do
improrrogável de 20 (vinte) dias. identificado.
Art. 226 - Declarada a nulidade do inquérito, no Parágrafo único - Será recolhido o cartão do fun-
todo ou em parte, por falta do cumprimento de for- cionário que for exonerado, demitido ou aposentado.
malidade essencial, inclusive o reconhecimento de Art. 235 - Salvo disposição expressa em contrário,
direito de defesa, novo procedimento será aberto. os prazos previstos neste Estatuto somente correrão
Art. 227 - No caso do artigo anterior e no de esgo- nos dias úteis, excluindo-se o dia inicial.
tamento do prazo para a conclusão do inquérito, o Art. 236 - Nos dias úteis, só por determinação dos
indiciado, se tiver sido afastado de seu cargo, retor- Chefes dos Poderes Executivo e Legislativo poderão
nará ao seu exercício funcional. deixar de funcionar os órgãos e entidades estaduais.
Art. 237 - É assegurado aos funcionários o direito
CAPÍTULO VII
DA REVISÃO
de se agruparem em associação de classe, sem ca-
Art. 228 - A qualquer tempo poderá ser requerida a ráter sindical ou político-partidário.
revisão do procedimento administrativo de que re- Parágrafo único - Essas Associações, que deverão
sultou sanção disciplinar, quando se aduzam fatos ter personalidade jurídica de direito privado, re-
ou circunstâncias que possam justificar a inocência presentarão os que integrarem o seu quadro social
do requerente, mencionados ou não no procedi- perante as autoridades administrativas, em matéria
mento original. de interesse da coletividade funcional.
Parágrafo único - Tratando-se de funcionário fale- *Art. 238 - O dia 28 de outubro será consagrado
cido ou desaparecido, a revisão poderá ser reque- ao funcionário público estadual e comemorado,
rida pelo cônjuge, companheiro, descendente, as- oficialmente, na forma do que for disposto em
cendente colateral consangüíneo até o 2º grau civil. Regulamento.
*Regulamentado pelo Decreto nº 11.472, de 29.9.1975
Art. 229 - Processar-se-á a revisão em apenso ao – D. O. 2.10.1975 – Apêndice.
processo original.

46 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


*Art. 239 - Ressalvadas as exceções constantes de *Ver art. 53 dos ADCT da Constituição Federal e art.
disposição expressa em lei, bem como os casos de 20 dos ADCT da Constituição Estadual.
acumulação lícita, o funcionário não poderá receber, I - estabilidade, se funcionário público;
mensalmente, importância total superior a noventa *II - aproveitamento no serviço público, sem a exi-
por cento da percebida pelos Secretários de Estado. gência do disposto no art. 106, § 1º da Constituição
*O art. 239 teve sua redação alterada pelo art. 25 da do Estado;
Lei nº 10.416, de 8.9.1980 - D. O. 8.9.1980; e Emenda
Constitucional nº 90, de 1.6.2017 - D.O. de 1.6.2017. *Ver art. 53, inciso I, dos ADCT da Constituição
– Apêndice. Federal e art. 20, inciso I da Constituição Estadual.
§ 1º - Ficam excluídas do limite deste artigo: III - aposentadoria com proventos integrais aos 25
I - a gratificação representação; (vinte e cinco) anos de serviço efetivo, se funcioná-
rio público da Administração direta ou autárquica;
II - salário-família;
IV - benefício do Instituto de Previdência;
III - progressão horizontal;
IV- diárias e ajuda de custo; V - promoção após interstício legal, e se houver vaga;
V - gratificação pela participação em órgão de deli- VI - assistência médica, hospitalar e educacional,
beração coletiva; se carente de recurso.
VI - gratificação de exercício; Art. 246 - As atuais funções gratificadas passam à
VII - gratificação por prestação de serviço extraor- categoria de cargos em comissão, convertendo-se
dinário. automaticamente os valores das gratificações em
§ 2º - O funcionário não perceberá, a qualquer tí- gratificações de representação, mantida a simbolo-
tulo, importância mensal superior à recebida pelo gia vigente até definição regulamentar.
Governador do Estado, não se computando, entre- Art. 247 - Aplica-se o regime desta lei aos estabili-
tanto, no cálculo, diárias, ajudas de custo, gratifi- zados nos termos do § 2º do Art. 177 da Constituição
cação por serviço ou estudo fora do Estado e a pro- Federal de 1967, com a redação dada pelo art. 194
gressão horizontal. da Emenda Constitucional nº 1, de 17 de outubro
*Art. 240 - É vedado pôr o funcionário à disposição de 1969, desde que sujeitos ao regime do Estatuto
de entidade de direito privado, estranha no Sistema anterior, quando da aquisição da estabilidade.
Administrativo, salvo em caso de convênio, ou para *Parágrafo único - Com a estabilidade, as funções
exercer função considerada pelo sistema de rele- de caráter eventual dos servidores em geral passam
vante interesse social. a ser de natureza permanente, caracterizando-se
Ver Emenda Constitucional nº 90, de 1.6.2017 - D.O. como cargo, devendo como tal, serem considera-
de 1.6.2017. das, para todos os efeitos.
*Ver Decreto nº 11.870, de 31.5.1976 - D. O. 8.6.1976
Art. 241 - São isentos de qualquer tributo ou emo- e Decreto nº 13.271. de 12.6.1979 – D. O. 15.6.1979 -
lumentos os requerimentos, certidões e outros pa- Apêndice.
péis que interessem ao funcionário público ou a
aposentado, nessas qualidades. *Art. 248 - O funcionário que esteja com o seu vín-
culo funcional suspenso, ou no gozo de licença, po-
Art. 242 - Nenhum tributo estadual incidirá sobre derá ser, a qualquer tempo, citado para se defender
os vencimentos, proventos ou qualquer vantagem em procedimento disciplinar, ou notificado para nele
do funcionário ou do aposentado, nem sobre os atos prestar depoimento, ou realizar ou se submeter a
ou títulos referentes à sua vida funcional. provas de natureza pericial, salvo manifesta impos-
sibilidade por motivo de doença, justificada perante
Art. 243 - As normas do regime disciplinar previs- o sindicante ou Comissão Permanente de Inquérito.
tas neste Estatuto, salvo as de natureza adjetiva, Ver art. 5º da Lei nº 15.744, de 29.12.2014 - D. O.
não se aplicam aos casos pendentes. 30.12.2014 - Apêndice.
Art. 244 - O afastamento do funcionário ocupante Art. 249 - São considerados concursos públicos, ge-
de cargo de chefia, direção, fiscalização ou arreca- rando todos os efeitos que lhe são atinentes, os exa-
dação, para disputar mandato eletivo, dar-se-á nos mes de provas de habilitação ou seleção realizados
termos da legislação eleitoral pertinente. para a admissão de candidatos a funções das extin-
tas TNM e que se revestiram das características es-
Parágrafo único - Durante o afastamento de que trata senciais dos concursos públicos, consideradas, como
este artigo o funcionário não perceberá os vencimen- tais, a acessibilidade a todos os brasileiros, o caráter
tos ou vantagens do cargo que momentaneamente competitivo e eliminatório e ampla divulgação.
detinha ou de que for ocupante efetivo, exceto o salá-
rio-família, considerando-se o afastamento como au- Parágrafo único - A declaração de equivalência
torização para o trato de interesses particulares. será feita pelo órgão central do sistema de pessoal,
mediante provocação do interessado.
*Art. 245 - Ao ex-combatente da Força do Exército,
Art. 250 - Reduzida a capacidade do funcionário
da Expedicionária Brasileira, da Força Aérea
para o exercício das atribuições do cargo que ocu-
Brasileira, da Marinha de Guerra e da Marinha
pa, comprovada através de perícia médica oficial,
Mercante do Brasil, que tenha participado efeti-
será ele readaptado, mediante transferência, em
vamente de operações bélicas na segunda Guerra
cargo de atribuições compatíveis com o seu novo
Mundial, e cuja situação se encontra definida na
estado psíquico ou somático.
Lei Federal nº 5.315, de 12 de setembro de 1967,
são assegurados os seguintes direitos:
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 47
Parágrafo único - A readaptação obedecerá ao dis- lhadas, bem como os que exercem cargo em comis-
posto nos arts. 50 e 51 deste Estatuto. são terão seus regimes de trabalho definidos em
*Art. 251 – É permitida a consignação facultativa regulamento próprio.
em folha de pagamento inerente à remuneração, *O art. 254 teve sua redação alterada pela Lei nº
subsídios, proventos. 10.647, de 13.5.1982 –D. O. 19.5.1982 – Apêndice.
*Redação dada pela Lei n° 13.369, de 22.9.2003 – D. O. Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art.
24.9.2003 - Apêndice. 254 – A carga horária de trabalho do funcionário será
de 30 (trinta) horas semanais, no mínimo, cabendo a
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 251. fixação do expediente diário aos dirigentes do Sistema
É permitida a consignação em folha de vencimentos, Administrativo Estadual, permitida a delegação.
salários, proventos, subsídios, pensões e montepios. Parágrafo único – O Regulamento definirá as exceções
*§ 1º - A soma das consignações facultativas não a esta norma em face da natureza das atribuições e
condições de trabalho de ocupantes de determinados
excederá de 40% (quarenta por cento) da remune- cargos técnicos ou científicos.
ração, subsídios e proventos, deduzidas as consig- *Ver art. 7º, §§ 1º, 2º e 3º e 4º da Lei nº 12.386, de
nações obrigatórias. 9.12.1994 – D. O. 9.12.1994 – Apêndice.
*Redação dada pela Lei n° 13.369, de 22.9.2003 – D. O. Art. 255 - Continuam em vigor as Leis e
24.9.2003 - Apêndice. Regulamentos que disciplinam os institutos previs-
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): §1° - A tos neste Estatuto, desde que com ele não colidam,
soma das consignações não excederá de 30% (trinta por
cento) dos vencimentos, salários, proventos, subsídios, até que novas normas sejam expedidas.
pensões e montepios. Art. 256 - Os Poderes Legislativo e Executivo, no
*§ 2º - Serão computados, para efeito do cálculo âmbito de suas respectivas competências, expedi-
previsto neste artigo, o vencimento-base, as vanta- rão os atos necessários a complementação e expli-
gens fixas e as de caráter pessoal. citação deste Estatuto.
*Redação dada pela Lei n° 13.369, de 22.9.2003 – D. O. *Art. 257 - Aplicam-se as disposições deste Estatuto
24.9.2003 - Apêndice. subsidiariamente, no que couber, ao Magistério
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): §2° - Estadual em todos os graus de ensino, ao pessoal
Esse limite será elevado até 70% (setenta por cento) da Policia Civil de carreira e aos funcionários admi-
para prestação alimentícia, educação, aluguel de casa nistrativos do Poder Judiciário.
ou aquisição de imóvel destinado a moradia própria.
*Ver art. 172 da Lei nº 12.124, de 6.7.1993. D. O. de
*§ 3º - Não se aplica o disposto neste artigo aos 14.7.1993.
ocupantes exclusivamente de cargo de provimento
Art. 258 - Esta lei entrará em vigor a 1º de janeiro
em comissão, bem como aos contratados por tempo
1974, ficando revogadas todas as disposições legais
determinado, de que trata o inciso XIV do art. 154
ou regulamentares que, implícita ou explicitamente,
da Constituição do Estado do Ceará.
colidam com este Estatuto, especialmente a Lei nº
*Redação dada pela Lei n° 13.369, de 22.9.2003 – D. O. 4.196, de 5 de setembro de 1958; a Lei nº 4.658, de
24.9.2003 - Apêndice.
19 de novembro de 1959; a Lei nº 7.999, de 11 de
Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): §3° -
Serão computados para efeito do cálculo previsto neste maio de 1965; a Lei nº 8.384, de 10 de janeiro de
artigo as vantagens pecuniárias acessórias de caráter 1966; a Lei nº 9.226, de 27 de novembro de 1968; a
permanente. Lei nº 9.260, de 12 de dezembro de 1968, no que diz
Art. 252 - A partir de 1º. de janeiro de 1974, todas as respeito ao funcionário autárquico; a Lei nº 9.381, de
gratificações adicionais por tempo de serviço per- 27 de julho de 1970; a Lei nº 9.443, de 9 de março de
cebidas pelos funcionários deverão ser convertidas 1971 e a Lei nº 9.496, de 19 julho de 1971.
na progressão horizontal prevista no Capítulo X, PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
Seção I, do Titulo II, deste Estatuto. CEARÁ, em Fortaleza, 14 de maio de 1974.
Art. 253 - O Estado, na forma que dispuser Decreto CÉSAR CALS
do Governador do Estado, poderá assegurar bolsa de
estudo ao funcionário, como incentivo à sua profis- Claudino Sales; Edival de Melo Távora; Josberto Romero
sionalização, em cursos não regulares de formação, de Barros; José Aragão Cavalcanti; José Valdir Pessoa;
treinamento, aperfeiçoamento e de especialização Murilo Walderek M. de Serpa; Júlio Gonçalves Rego; maury
profissionais, mantidos por entidades oficiais ou par- de Castro e Silva; João Alfredo Montenegro Franco; José
ticulares, de reconhecida e notória idoneidade. Aristides Braga; Ernando Uchôa Lima e Vicente Férrer
Parágrafo único - O Decreto a que se refere este Augusto Lima
artigo poderá dispor sobre a concessão de bolsas
de estudo para funcionários em cursos de extensão
universitária e de pós-graduação.
*Art. 254 – A carga horária de trabalho de trinta
(30) horas semanais, a que estão obrigados os servi-
dores públicos do Sistema Administrativo Estadual,
será prestada, em período e tempo corrido das se-
gundas às sextas-feiras.
Parágrafo único – Os servidores que ocupam cargo
de magistrado, procurador, assessor jurídico, pro-
fessor, médico, engenheiro, agrônomo, servidores
públicos estatutários e demais atividades asseme-

48 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


APÊNDICE
LEGISLAÇÃO CORRELATA E/OU COMPLEMENTAR
EMENDAS § 1º - Perderá o mandato o Governador que assumir
outro cargo ou função na administração pública di-
CONSTITUCIONAIS reta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de
concurso público e observado o disposto no art. 38,
FEDERAIS I, IV e V.
§ 2º - Os subsídios do Governador, do Vice-
Governador e dos Secretários de Estado serão fixa-
EMENDA CONSTITUCIONAL FEDERAL dos por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
Nº 19, DE 4.6.1998 - D. O. U. 5.6.1998. 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.”
Modifica o regime e dispõe sobre “Art. 29 - ...
princípios e normas da Administração V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
Pública, servidores e agentes políticos, Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa
controle de despesas e finanças da Câmara Municipal, observado o que dispõem os
públicas e custeio de atividades a arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
cargo do Distrito Federal, e dá outras
VI - subsídio dos Vereadores fixado por lei de ini-
providências.
ciativa da Câmara Municipal, na razão de, no má-
ximo, setenta e cinco por cento daquele estabele-
AS MESAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E
cido, em espécie, para os Deputados Estaduais,
DO SENADO FEDERAL, nos termos do § 3º do
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º,
art. 60 da Constituição Federal, promulgam esta
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
Emenda ao texto constitucional:
Art. 3º - O caput, os incisos I, II, V, VII, X, XI,
Art. 1º - Os incisos XIV e XXII do art. 21 e XXVII
XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XIX e o § 3º do art. 37
do art. 22 da Constituição Federal passam a vigorar
da Constituição Federal passam a vigorar com a se-
com a seguinte redação:
guinte redação, acrescendo-se ao artigo os §§ 7º a
“Art. 21 - Compete à União: 9º:
... “Art. 37 - A administração pública direta e indire-
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia ta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
Federal, bem como prestar assistência financeira ao princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
Distrito Federal para a execução de serviços públi- lidade, publicidade e eficiência e, também, ao se-
cos, por meio de fundo próprio; guinte:
... I - os cargos, empregos e funções públicas são aces-
síveis aos brasileiros que preencham os requisitos
XXII - executar os serviços de polícia marítima, ae- estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros,
roportuária e de fronteiras; na forma da lei;
...” II - a investidura em cargo ou emprego público de-
“Art. 22 - Compete privativamente à União legislar pende de aprovação prévia em concurso público
sobre: de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
... natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, para cargo em comissão declarado em lei de livre
em todas as modalidades, para as administrações nomeação e exoneração;
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obe- ...
decido o disposto no art. 37, XXI, e para as empre- V - as funções de confiança, exercidas exclusiva-
sas públicas e sociedades de economia mista, nos mente por servidores ocupantes de cargo efetivo,
termos do art. 173, § 1°, III; e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
...” servidores de carreira nos casos, condições e per-
centuais mínimos previstos em lei, destinam-se
Art. 2º - O § 2º do art. 27 e os incisos V e VI do art. apenas às atribuições de direção, chefia e assesso-
29 da Constituição Federal passam a vigorar com ramento;
a seguinte redação, inserindo-se § 2º no art. 28 e
renumerando-se para § 1º o atual parágrafo único: ...
“Art. 27 - ... VII - o direito de greve será exercido nos termos e
§ 2º - O subsídio dos Deputados Estaduais será fixa- nos limites definidos em lei específica;
do por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na ...
razão de, no máximo, setenta e cinco por cento da- X - a remuneração dos servidores públicos e o sub-
quele estabelecido, em espécie, para os Deputados sídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão
Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, ser fixados ou alterados por lei específica, observa-
57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. da a iniciativa privativa em cada caso, assegurada
...” revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
“Art. 28 - ... distinção de índices;

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 51


XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de § 7º - A lei disporá sobre os requisitos e as restri-
cargos, funções e empregos públicos da administra- ções ao ocupante de cargo ou emprego da adminis-
ção direta, autárquica e fundacional, dos membros tração direta e indireta que possibilite o acesso a
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do informações privilegiadas.
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores § 8º - A autonomia gerencial, orçamentária e finan-
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos ceira dos órgãos e entidades da administração di-
e os proventos, pensões ou outra espécie remune- reta e indireta poderá ser ampliada mediante con-
ratória, percebidos cumulativamente ou não, inclu- trato, a ser firmado entre seus administradores e o
ídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra poder público, que tenha por objeto a fixação de
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, metas de desempenho para o órgão ou entidade,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal cabendo à lei dispor sobre:
Federal;
I - o prazo de duração do contrato;
...
II - os controles e critérios de avaliação de desem-
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de penho, direitos, obrigações e responsabilidade dos
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de dirigentes;
remuneração de pessoal do serviço público;
III - a remuneração do pessoal.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por
servidor público não serão computados nem acu- § 9º - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas
mulados para fins de concessão de acréscimos ul- públicas e às sociedades de economia mista, e suas
teriores; subsidiárias, que receberem recursos da União,
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de para pagamento de despesas de pessoal ou de cus-
cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressal- teio em geral.”
vado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e
nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; Art. 4º - O caput do art. 38 da Constituição Federal
passa a vigorar com a seguinte redação:
XVI - é vedada a acumulação remunerada de car-
“Art. 38 - Ao servidor público da administração
gos públicos, exceto, quando houver compatibilida-
direta, autárquica e fundacional, no exercício de
de de horários, observado em qualquer caso o dis-
mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposi-
posto no inciso XI:
ções:
a) a de dois cargos de professor;
...”
b) a de um cargo de professor com outro, técnico Art. 5º - O art. 39 da Constituição Federal passa a
ou científico; vigorar com a seguinte redação:
c) a de dois cargos privativos de médico; “Art. 39 - A União, os Estados, o Distrito Federal
XVII - a proibição de acumular estende-se a em- e os Municípios instituirão conselho de política
pregos e funções e abrange autarquias, fundações, de administração e remuneração de pessoal, inte-
empresas públicas, sociedades de economia mista, grado por servidores designados pelos respectivos
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta Poderes.
ou indiretamente, pelo poder público; § 1º - A fixação dos padrões de vencimento e dos
... demais componentes do sistema remuneratório ob-
servará:
XIX - somente por lei específica poderá ser cria-
da autarquia e autorizada a instituição de empresa I - a natureza, o grau de responsabilidade e a com-
pública, de sociedade de economia mista e de fun- plexidade dos cargos componentes de cada carrei-
dação, cabendo à lei complementar, neste último ra;
caso, definir as áreas de sua atuação; II - os requisitos para a investidura;
... III - as peculiaridades dos cargos.
§ 3º - A lei disciplinará as formas de participação do § 2º - A União, os Estados e o Distrito Federal man-
usuário na administração pública direta e indireta, terão escolas de governo para a formação e o aper-
regulando especialmente: feiçoamento dos servidores públicos, constituin-
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços do-se a participação nos cursos um dos requisitos
públicos em geral, asseguradas a manutenção de para a promoção na carreira, facultada, para isso, a
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação celebração de convênios ou contratos entre os entes
periódica, externa e interna, da qualidade dos ser- federados.
viços; § 3º - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo
II - o acesso dos usuários a registros administrati- público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII,
vos e a informações sobre atos de governo, observa- XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,
do o disposto no art. 5º, X e XXXIII; podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados
de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
III - a disciplina da representação contra o exer-
cício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou § 4º - O membro de Poder, o detentor de manda-
função na administração pública. to eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclu-
...
sivamente por subsídio fixado em parcela única,

52 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adi- ...
cional, abono, prêmio, verba de representação ou XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo
outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- Tribunal Federal, por lei de iniciativa conjun-
quer caso, o disposto no art. 37, X e XI. ta dos Presidentes da República, da Câmara dos
§ 5º - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal Deputados, do Senado Federal e do Supremo
e dos Municípios poderá estabelecer a relação en- Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts.
tre a maior e a menor remuneração dos servidores 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.”
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto Art. 8º - Os incisos VII e VIII do art. 49 da
no art. 37, XI. Constituição Federal passam a vigorar com a se-
§ 6º - Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário guinte redação:
publicarão anualmente os valores do subsídio e da “Art. 49 - É da competência exclusiva do Congresso
remuneração dos cargos e empregos públicos. Nacional:
§ 7º - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal ...
e dos Municípios disciplinará a aplicação de recur-
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados
sos orçamentários provenientes da economia com
Federais e os Senadores, observado o que dispõem
despesas correntes em cada órgão, autarquia e fun-
os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º,
dação, para aplicação no desenvolvimento de pro-
I;
gramas de qualidade e produtividade, treinamento
e desenvolvimento, modernização, reaparelhamen- VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-
to e racionalização do serviço público, inclusive sob Presidente da República e dos Ministros de Estado,
a forma de adicional ou prêmio de produtividade. observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
§ 8º - A remuneração dos servidores públicos orga-
nizados em carreira poderá ser fixada nos termos ...”
do § 4º.” Art. 9º - O inciso IV do art. 51 da Constituição
Art. 6º - O art. 41 da Constituição Federal passa a Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
vigorar com a seguinte redação: “Art. 51 - Compete privativamente à Câmara dos
“Art. 41 - São estáveis após três anos de efetivo Deputados:
exercício os servidores nomeados para cargo de ...
provimento efetivo em virtude de concurso público.
IV - dispor sobre sua organização, funcionamen-
§ 1º - O servidor público estável só perderá o cargo: to, polícia, criação, transformação ou extinção dos
I - em virtude de sentença judicial transitada em cargos, empregos e funções de seus serviços, e a
julgado; iniciativa de lei para fixação da respectiva remune-
ração, observados os parâmetros estabelecidos na
II - mediante processo administrativo em que lhe
lei de diretrizes orçamentárias;
seja assegurada ampla defesa;
Art. 10 - O inciso XIII do art. 52 da Constituição
III - mediante procedimento de avaliação periódica Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
de desempenho, na forma de lei complementar, as-
segurada ampla defesa. “Art. 52 - Compete privativamente ao Senado
Federal:
§ 2º - Invalidada por sentença judicial a demissão
do servidor estável, será ele reintegrado, e o even- ...
tual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao XIII - dispor sobre sua organização, funcionamen-
cargo de origem, sem direito a indenização, apro- to, polícia, criação, transformação ou extinção dos
veitado em outro cargo ou posto em disponibilidade cargos, empregos e funções de seus serviços, e a
com remuneração proporcional ao tempo de servi- iniciativa de lei para fixação da respectiva remune-
ço. ração, observados os parâmetros estabelecidos na
§ 3º - Extinto o cargo ou declarada a sua desne- lei de diretrizes orçamentárias;
cessidade, o servidor estável ficará em disponibili- ...”
dade, com remuneração proporcional ao tempo de Art. 11 - O § 7º do art. 57 da Constituição Federal
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro passa a vigorar com a seguinte redação:
cargo.
“Art. 57 - ...
§ 4º - Como condição para a aquisição da estabili-
dade, é obrigatória a avaliação especial de desem- ...
penho por comissão instituída para essa finalida- § 7º - Na sessão legislativa extraordinária, o
de.” Congresso Nacional somente deliberará sobre a
Art. 7º - O art. 48 da Constituição Federal passa a matéria para a qual foi convocado, vedado o paga-
vigorar acrescido do seguinte inciso XV: mento de parcela indenizatória em valor superior
ao do subsídio mensal.”
“Art. 48 - Cabe ao Congresso Nacional, com a san-
ção do Presidente da República, não exigida esta Art. 12 - O parágrafo único do art. 70 da Constituição
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor so- Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
bre todas as matérias de competência da União, es- “Art. 70 - ...
pecialmente sobre:

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 53


Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa “Art. 128 - ....................
física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, ............................
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinhei-
ros, bens e valores públicos ou pelos quais a União § 5º Leis complementares da União e dos Estados,
responda, ou que, em nome desta, assuma obriga- cuja iniciativa é facultada aos respectivos
ções de natureza pecuniária.” Procuradores-Gerais, estabelecerão a organiza-
ção, as atribuições e o estatuto de cada Ministério
Art. 13 - O inciso V do art. 93, o inciso III do art. 95
Público, observadas, relativamente a seus mem-
e a alínea b do inciso II do art. 96 da Constituição
bros:
Federal passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 93 - ... I - as seguintes garantias:
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores ............................
corresponderá a noventa e cinco por cento do sub- c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do
sídio mensal fixado para os Ministros do Supremo art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X
Tribunal Federal e os subsídios dos demais magis- e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;
trados serão fixados em lei e escalonados, em nível ...”
federal e estadual, conforme as respectivas catego-
rias da estrutura judiciária nacional, não podendo a Art. 16 - A Seção II do Capítulo IV do Título IV
diferença entre uma e outra ser superior a dez por da Constituição Federal passa a denominar-se “DA
cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a ADVOCACIA PÚBLICA”.
noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Art. 17 - O art. 132 da Constituição Federal passa a
Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em vigorar com a seguinte redação:
qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; “Art. 132 - Os Procuradores dos Estados e do Distrito
...” Federal, organizados em carreira, na qual o ingres-
“Art. 95 - Os juízes gozam das seguintes garantias: so dependerá de concurso público de provas e títu-
los, com a participação da Ordem dos Advogados
... do Brasil em todas as suas fases, exercerão a repre-
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o dis- sentação judicial e a consultoria jurídica das res-
posto nos arts. 37, X e XI, 39, 4º, 150, II, 153, III, e pectivas unidades federadas.
153, § 2º, I. Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste
...........................” artigo é assegurada estabilidade após três anos de
efetivo exercício, mediante avaliação de desempe-
“Art. 96. Compete privativamente:
nho perante os órgãos próprios, após relatório cir-
............................ cunstanciado das corregedorias.”
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Art. 18 - O art. 135 da Constituição Federal passa a
Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao vigorar com a seguinte redação:
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto “Art. 135 - Os servidores integrantes das carreiras
no art. 169: disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo se-
............................ rão remunerados na forma do art. 39, § 4º.”
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração Art. 19 - O § 1º e seu inciso III e os §§ 2º e 3º do art.
dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes 144 da Constituição Federal passam a vigorar com
forem vinculados, bem como a fixação do subsídio a seguinte redação, inserindo-se no artigo § 9º:
de seus membros e dos juizes, inclusive dos tribu- “Art. 144 - ...
nais inferiores, onde houver, ressalvado o disposto ...
no art. 48, XV;
§ 1º - A polícia federal, instituída por lei como ór-
....................” gão permanente, organizado e mantido pela União
Art. 14 - O § 2º do art. 127 da Constituição Federal e estruturado em carreira, destina-se a:
passa a vigorar com a seguinte redação:
...
“Art. 127 - ....................
III - exercer as funções de polícia marítima, aero-
............................ portuária e de fronteiras;
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia ...
funcional e administrativa, podendo, observado o
disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a § 2º - A polícia rodoviária federal, órgão perma-
criação e extinção de seus cargos e serviços auxi- nente, organizado e mantido pela União e estru-
liares, provendo-os por concurso público de provas turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
ou de provas e títulos, a política remuneratória e os patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
planos de carreira; a lei disporá sobre sua organiza- § 3º - A polícia ferroviária federal, órgão permanen-
ção e funcionamento. te, organizado e mantido pela União e estruturado
........................” em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patru-
lhamento ostensivo das ferrovias federais.
Art. 15 - A alínea c do inciso I do § 5º do art. 128 da
Constituição Federal passa a vigorar com a seguin- ...
te redação:

54 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


§ 9º - A remuneração dos servidores policiais inte- § 5º - O servidor que perder o cargo na forma do
grantes dos órgãos relacionados neste artigo será parágrafo anterior fará jus a indenização corres-
fixada na forma do § 4º do art. 39.” pondente a um mês de remuneração por ano de
Art. 20 - O caput do art. 167 da Constituição Federal serviço.
passa a vigorar acrescido de inciso X, com a se- § 6º - O cargo objeto da redução prevista nos pará-
guinte redação: grafos anteriores será considerado extinto, vedada
“Art. 167 - São vedados: a criação de cargo, emprego ou função com atribui-
ções iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro
...
anos.
X - a transferência voluntária de recursos e a con-
§ 7º - Lei federal disporá sobre as normas gerais a
cessão de empréstimos, inclusive por antecipação
serem obedecidas na efetivação do disposto no §
de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e
4º.”
suas instituições financeiras, para pagamento de
despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, Art. 22 - O § 1º do art. 173 da Constituição Federal
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. passa a vigorar com a seguinte redação:
...” “Art. 173 - ...
Art. 21 - O art. 169 da Constituição Federal passa a § 1º - A lei estabelecerá o estatuto jurídico da em-
vigorar com a seguinte redação: presa pública, da sociedade de economia mista e de
suas subsidiárias que explorem atividade econômi-
“Art. 169 - A despesa com pessoal ativo e inativo
ca de produção ou comercialização de bens ou de
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
prestação de serviços, dispondo sobre:
Municípios não poderá exceder os limites estabele-
cidos em lei complementar. I - sua função social e formas de fiscalização pelo
Estado e pela sociedade;
§ 1º - A concessão de qualquer vantagem ou au-
mento de remuneração, a criação de cargos, em- II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empre-
pregos e funções ou alteração de estrutura de car- sas privadas, inclusive quanto aos direitos e obriga-
reiras, bem como a admissão ou contratação de ções civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades III - licitação e contratação de obras, serviços, com-
da administração direta ou indireta, inclusive fun- pras e alienações, observados os princípios da ad-
dações instituídas e mantidas pelo poder público, ministração pública;
só poderão ser feitas:
IV - a constituição e o funcionamento dos conse-
I - se houver prévia dotação orçamentária suficien- lhos de administração e fiscal, com a participação
te para atender às projeções de despesa de pessoal de acionistas minoritários;
e aos acréscimos dela decorrentes;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a
II - se houver autorização específica na lei de dire- responsabilidade dos administradores.
trizes orçamentárias, ressalvadas as empresas pú-
blicas e as sociedades de economia mista. ...”
Art. 23 - O inciso V do art. 206 da Constituição
§ 2º - Decorrido o prazo estabelecido na lei com-
Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
plementar referida neste artigo para a adaptação
aos parâmetros ali previstos, serão imediatamen- “Art. 206 - O ensino será ministrado com base nos
te suspensos todos os repasses de verbas federais seguintes princípios:
ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos ...
Municípios que não observarem os referidos limi-
tes. V - valorização dos profissionais do ensino, ga-
rantidos, na forma da lei, planos de carreira para
§ 3º - Para o cumprimento dos limites estabeleci- o magistério público, com piso salarial profissional
dos com base neste artigo, durante o prazo fixado e ingresso exclusivamente por concurso público de
na lei complementar referida no caput, a União, os provas e títulos;
Estados, o Distrito Federal e os Municípios adota-
rão as seguintes providências: ...”
Art. 24 - O art. 241 da Constituição Federal passa a
I - redução em pelo menos vinte por cento das des- vigorar com a seguinte redação:
pesas com cargos em comissão e funções de con-
fiança; “Art. 241 - A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios disciplinarão por meio de lei os con-
II - exoneração dos servidores não estáveis. sórcios públicos e os convênios de cooperação entre
§ 4º - Se as medidas adotadas com base no parágra- os entes federados, autorizando a gestão associada
fo anterior não forem suficientes para assegurar o de serviços públicos, bem como a transferência total
cumprimento da determinação da lei complemen- ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens es-
tar referida neste artigo, o servidor estável poderá senciais à continuidade dos serviços transferidos.”
perder o cargo, desde que ato normativo motiva- Art. 25 - Até a instituição do fundo a que se refere o in-
do de cada um dos Poderes especifique a atividade ciso XIV do art. 21 da Constituição Federal, compete à
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto União manter os atuais compromissos financeiros com
da redução de pessoal. a prestação de serviços públicos do Distrito Federal.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 55


Art. 26 - No prazo de dois anos da promulgação Art. 33 - Consideram-se servidores não estáveis,
desta Emenda, as entidades da administração indi- para os fins do art. 169, § 3º, II, da Constituição
reta terão seus estatutos revistos quanto à respecti- Federal aqueles admitidos na administração direta,
va natureza jurídica, tendo em conta a finalidade e autárquica e fundacional sem concurso público de
as competências efetivamente executadas. provas ou de provas e títulos após o dia 5 de outu-
Art. 27 - O Congresso Nacional, dentro de cento e bro de 1983.
vinte dias da promulgação desta Emenda, elabora- Art. 34 - Esta Emenda Constitucional entra em vi-
rá lei de defesa do usuário de serviços públicos. gor na data de sua promulgação.
Art. 28 - É assegurado o prazo de dois anos de efeti- Brasília, 4 de junho de 1998.
vo exercício para aquisição da estabilidade aos atu-
Mesa da Câmara dos Deputados; Deputado
ais servidores em estágio probatório, sem prejuízo
Michel Temer
da avaliação a que se refere o § 4º do art. 41 da
Constituição Federal.
Art. 29 - Os subsídios, vencimentos, remuneração,
proventos da aposentadoria e pensões e quaisquer EMENDA CONSTITUCIONAL FEDERAL
outras espécies remuneratórias adequar-se-ão, a Nº 20, DE 15.12.1998 - D. O. U. 16.12.1998.
partir da promulgação desta Emenda, aos limites
decorrentes da Constituição Federal, não se admi- Modifica o sistema de previdência
tindo a percepção de excesso a qualquer título. social, estabelece normas de transição
Art. 30 - O projeto de lei complementar a que se e dá outras providências.
refere o art. 163 da Constituição Federal será
apresentado pelo Poder Executivo ao Congresso AS MESAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E
Nacional no prazo máximo de cento e oitenta dias DO SENADO FEDERAL, nos termos do § 3º do art.
da promulgação desta Emenda. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte
Art. 31 - Os servidores públicos federais da admi- emenda ao texto constitucional:
nistração direta e indireta, os servidores municipais Art. 1° - A Constituição Federal passa a vigorar com
e os integrantes da carreira policial militar dos ex- as seguintes alterações:
-Territórios Federais do Amapá e de Roraima, que “Art. 7° - ...
comprovadamente encontravam-se no exercício re-
XII - salário-família pago em razão do dependente
gular de suas funções prestando serviços àqueles
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
ex-Territórios na data em que foram transformados
em Estados; os policiais militares que tenham sido ...
admitidos por força de lei federal, custeados pela XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso
União; e, ainda, os servidores civis nesses Estados ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
com vínculo funcional já reconhecido pela União, trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
constituirão quadro em extinção da administração condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
federal, assegurados os direitos e vantagens ine-
rentes aos seus servidores, vedado o pagamento, a ...”
qualquer título, de diferenças remuneratórias. “Art. 37 - ...
§ 1º - Os servidores da carreira policial militar conti- § 10 - É vedada a percepção simultânea de proven-
nuarão prestando serviços aos respectivos Estados, tos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos
na condição de cedidos, submetidos às disposições arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, empre-
legais e regulamentares a que estão sujeitas as cor- go ou função pública, ressalvados os cargos acu-
porações das respectivas Polícias Militares, obser- muláveis na forma desta Constituição, os cargos
vadas as atribuições de função compatíveis com eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
seu grau hierárquico. de livre nomeação e exoneração.”
§ 2º - Os servidores civis continuarão prestando “Art. 40 - Aos servidores titulares de cargos efeti-
serviços aos respectivos Estados, na condição de vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
cedidos, até seu aproveitamento em órgão da admi- Municípios, incluídas suas autarquias e fundações,
nistração federal. é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo, observados critérios que preservem o
Art. 32 - A Constituição Federal passa a vigorar
equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
acrescida do seguinte artigo:
artigo.
“Art. 247 - As leis previstas no inciso III do § 1º do
art. 41 e no § 7º do art. 169 estabelecerão critérios § 1° - Os servidores abrangidos pelo regime de pre-
e garantias especiais para a perda do cargo pelo vidência de que trata este artigo serão aposentados,
servidor público estável que, em decorrência das calculados os seus proventos a partir dos valores fi-
atribuições de seu cargo efetivo, desenvolva ativi- xados na forma do § 3°:
dades exclusivas de Estado. I - por invalidez permanente, sendo os proventos
Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
desempenho, a perda do cargo somente ocorrerá decorrente de acidente em serviço, moléstia profis-
mediante processo administrativo em que lhe se- sional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
jam assegurados o contraditório e a ampla defesa.” especificadas em lei;

56 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, ria e o tempo de serviço correspondente para efeito
com proventos proporcionais ao tempo de contri- de disponibilidade.
buição; § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo de contagem de tempo de contribuição fictício.
mínimo de dez anos de efetivo exercício no servi- § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à
ço público e cinco anos no cargo efetivo em que soma total dos proventos de inatividade, inclusive
se dará a aposentadoria, observadas as seguintes quando decorrentes da acumulação de cargos ou
condições: empregos públicos, bem como de outras atividades
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de con- sujeitas a contribuição para o regime geral de pre-
tribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de vidência social, e ao montante resultante da adição
idade e trinta de contribuição, se mulher; de proventos de inatividade com remuneração de
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses- cargo acumulável na forma desta Constituição, car-
senta anos de idade, se mulher, com proventos pro- go em comissão declarado em lei de livre nomea-
porcionais ao tempo de contribuição. ção e exoneração, e de cargo eletivo.
§ 2° - Os proventos de aposentadoria e as pensões, § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de
por ocasião de sua concessão, não poderão exceder previdência dos servidores públicos titulares de
a remuneração do respectivo servidor, no cargo efe- cargo efetivo observará, no que couber, os requisi-
tivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu tos e critérios fixados para o regime geral de previ-
de referência para a concessão da pensão. dência social.
§ 3° - Os proventos de aposentadoria, por ocasião § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de
da sua concessão, serão calculados com base na re- cargo em comissão declarado em lei de livre nome-
muneração do servidor no cargo efetivo em que se ação e exoneração bem como de outro cargo tem-
der a aposentadoria e, na forma da lei, correspon- porário ou de emprego público, aplica-se o regime
derão à totalidade da remuneração. geral de previdência social.
§ 4° - É vedada a adoção de requisitos e critérios § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os
diferenciados para a concessão de aposentadoria Municípios, desde que instituam regime de pre-
aos abrangidos pelo regime de que trata este ar- vidência complementar para os seus respectivos
tigo, ressalvados os casos de atividades exercidas servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar,
exclusivamente sob condições especiais que preju- para o valor das aposentadorias e pensões a serem
diquem a saúde ou a integridade física, definidos concedidas pelo regime de que trata este artigo, o
em lei complementar. limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o
§ 5° - Os requisitos de idade e de tempo de contri- art. 201.
buição serão reduzidos em cinco anos, em relação
ao disposto no § 1°, III, a, para o professor que com- § 15 - Observado o disposto no art. 202, lei com-
prove exclusivamente tempo de efetivo exercício plementar disporá sobre as normas gerais para a
das funções de magistério na educação infantil e instituição de regime de previdência complementar
no ensino fundamental e médio. pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
para atender aos seus respectivos servidores titula-
§ 6° - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos res de cargo efetivo.
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é
vedada a percepção de mais de uma aposentado- § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa op-
ria à conta do regime de previdência previsto neste ção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado
artigo. ao servidor que tiver ingressado no serviço públi-
co até a data da publicação do ato de instituição
§ 7° - Lei disporá sobre a concessão do benefício do correspondente regime de previdência comple-
da pensão por morte, que será igual ao valor dos mentar.”
proventos do servidor falecido ou ao valor dos pro-
“Art. 42 - ...
ventos a que teria direito o servidor em atividade
na data de seu falecimento, observado o disposto § 1º - Aplicam-se aos militares dos Estados, do
no § 3º. Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a
ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do
§ 8° - Observado o disposto no art. 37, XI, os pro-
art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei
ventos de aposentadoria e as pensões serão revistos
estadual específica dispor sobre as matérias do art.
na mesma proporção e na mesma data, sempre que
142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais
se modificar a remuneração dos servidores em ati-
conferidas pelos respectivos governadores.
vidade, sendo também estendidos aos aposentados
e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vanta- § 2º - Aos militares dos Estados, do Distrito Federal
gens posteriormente concedidos aos servidores em e dos Territórios e a seus pensionistas, aplica-se o
atividade, inclusive quando decorrentes da trans- disposto no art. 40, §§ 7º e 8º.”
formação ou reclassificação do cargo ou função em “Art. 73 - ...
que se deu a aposentadoria ou que serviu de refe-
§ 3° - Os Ministros do Tribunal de Contas da União
rência para a concessão da pensão, na forma da lei.
terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedi-
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou mentos, vencimentos e vantagens dos Ministros
municipal será contado para efeito de aposentado- do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes,

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 57


quanto à aposentadoria e pensão, as normas cons- sultado da comercialização da produção e farão jus
tantes do art. 40. aos benefícios nos termos da lei.
...” § 9° - As contribuições sociais previstas no inciso I
“Art. 93 - ... deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cál-
culo diferenciadas, em razão da atividade econômi-
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de ca ou da utilização intensiva de mão-de-obra.
seus dependentes observarão o disposto no art. 40;
§ 10 - A lei definirá os critérios de transferência
...” de recursos para o sistema único de saúde e ações
“Art. 100 - ... de assistência social da União para os Estados, o
§ 3° - O disposto no caput deste artigo, relativamen- Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados
te à expedição de precatórios, não se aplica aos pa- para os Municípios, observada a respectiva contra-
gamentos de obrigações definidas em lei como de partida de recursos.
pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual ou § 11 - É vedada a concessão de remissão ou anistia
Municipal deva fazer em virtude de sentença judi- das contribuições sociais de que tratam os incisos I,
cial transitada em julgado.” a, e II deste artigo, para débitos em montante supe-
“Art. 114 - ... rior ao fixado em lei complementar.”
§ 3° - Compete ainda à Justiça do Trabalho execu- “Art. 201 - A previdência social será organizada sob
tar, de ofício, as contribuições sociais previstas no a forma de regime geral, de caráter contributivo
art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decor- e de filiação obrigatória, observados critérios que
rentes das sentenças que proferir.” preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e aten-
derá, nos termos da lei, a:
“Art. 142 - ...
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, mor-
§ 3º - ... te e idade avançada;
IX - aplica-se aos militares e a seus pensionistas o II - proteção à maternidade, especialmente à ges-
disposto no art. 40, §§ 7º e 8º; tante;
...” III - proteção ao trabalhador em situação de de-
“Art. 167 - ... semprego involuntário;
XI - a utilização dos recursos provenientes das con- IV - salário-família e auxílio-reclusão para os de-
tribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, pendentes dos segurados de baixa renda;
para a realização de despesas distintas do paga-
mento de benefícios do regime geral de previdên- V - pensão por morte do segurado, homem ou mu-
cia social de que trata o art. 201. lher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes,
observado o disposto no § 2°.
...”
§ 1° - É vedada a adoção de requisitos e critérios di-
“Art. 194 - ... ferenciados para a concessão de aposentadoria aos
Parágrafo único - ... beneficiários do regime geral de previdência social,
VII - caráter democrático e descentralizado da ad- ressalvados os casos de atividades exercidas sob
ministração, mediante gestão quadripartite, com condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
participação dos trabalhadores, dos empregadores, integridade física, definidos em lei complementar.
dos aposentados e do Governo nos órgãos colegia- § 2º - Nenhum benefício que substitua o salário de
dos.” contribuição ou o rendimento do trabalho do segu-
“Art. 195 - ... rado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela § 3° - Todos os salários de contribuição considera-
equiparada na forma da lei, incidentes sobre: dos para o cálculo de benefício serão devidamente
atualizados, na forma da lei.
a) a folha de salários e demais rendimentos do tra-
balho pagos ou creditados, a qualquer título, à pes- § 4º - É assegurado o reajustamento dos benefícios
soa física que lhe preste serviço, mesmo sem víncu- para preservar-lhes, em caráter permanente, o va-
lo empregatício; lor real, conforme critérios definidos em lei.
b) a receita ou o faturamento; § 5° - É vedada a filiação ao regime geral de pre-
vidência social, na qualidade de segurado faculta-
c) o lucro. tivo, de pessoa participante de regime próprio de
II - do trabalhador e dos demais segurados da pre- previdência.
vidência social, não incidindo contribuição sobre § 6° - A gratificação natalina dos aposentados e
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime pensionistas terá por base o valor dos proventos do
geral de previdência social de que trata o art. 201; mês de dezembro de cada ano.
§ 8º - O produtor, o parceiro, o meeiro e o arren- § 7° - É assegurada aposentadoria no regime geral
datário rurais e o pescador artesanal, bem como os de previdência social, nos termos da lei, obedecidas
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades as seguintes condições:
em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, contribuirão para a seguridade social I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o re- trinta anos de contribuição, se mulher;

58 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e § 5° - A lei complementar de que trata o parágrafo
sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas
cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de privadas permissionárias ou concessionárias de
ambos os sexos e para os que exerçam suas ativi- prestação de serviços públicos, quando patrocina-
dades em regime de economia familiar, nestes in- doras de entidades fechadas de previdência priva-
cluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador da.
artesanal. § 6° - A lei complementar a que se refere o § 4°
§ 8° - Os requisitos a que se refere o inciso I do pará- deste artigo estabelecerá os requisitos para a de-
grafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para signação dos membros das diretorias das entidades
o professor que comprove exclusivamente tempo de fechadas de previdência privada e disciplinará a
efetivo exercício das funções de magistério na edu- inserção dos participantes nos colegiados e instân-
cação infantil e no ensino fundamental e médio. cias de decisão em que seus interesses sejam objeto
§ 9° - Para efeito de aposentadoria, é assegurada a de discussão e deliberação.”
contagem recíproca do tempo de contribuição na Art. 2° - A Constituição Federal, nas Disposições
administração pública e na atividade privada, rural Constitucionais Gerais, é acrescida dos seguintes
e urbana, hipótese em que os diversos regimes de artigos:
previdência social se compensarão financeiramen- “Art. 248 - Os benefícios pagos, a qualquer títu-
te, segundo critérios estabelecidos em lei. lo, pelo órgão responsável pelo regime geral de
§ 10 - A lei disciplinará a cobertura do risco de aci- previdência social, ainda que à conta do Tesouro
dente do trabalho, a ser atendida concorrentemente Nacional, e os não sujeitos ao limite máximo de va-
pelo regime geral de previdência social e pelo setor lor fixado para os benefícios concedidos por esse
privado. regime observarão os limites fixados no art. 37, XI.
§ 11 - Os ganhos habituais do empregado, a qual- Art. 249 - Com o objetivo de assegurar recursos
quer título, serão incorporados ao salário para efei- para o pagamento de proventos de aposentadoria
to de contribuição previdenciária e conseqüente e pensões concedidas aos respectivos servidores e
repercussão em benefícios, nos casos e na forma da seus dependentes, em adição aos recursos dos res-
lei.” pectivos tesouros, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios poderão constituir fundos
“Art. 202 - O regime de previdência privada, de integrados pelos recursos provenientes de contri-
caráter complementar e organizado de forma au- buições e por bens, direitos e ativos de qualquer na-
tônoma em relação ao regime geral de previdência tureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e
social, será facultativo, baseado na constituição de administração desses fundos.
reservas que garantam o benefício contratado, e re-
gulado por lei complementar. Art. 250 - Com o objetivo de assegurar recursos
para o pagamento dos benefícios concedidos pelo
§ 1° - A lei complementar de que trata este artigo regime geral de previdência social, em adição aos
assegurará ao participante de planos de benefícios recursos de sua arrecadação, a União poderá cons-
de entidades de previdência privada o pleno acesso tituir fundo integrado por bens, direitos e ativos de
às informações relativas à gestão de seus respecti- qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre
vos planos. a natureza e administração desse fundo.”
§ 2° - As contribuições do empregador, os benefícios Art. 3° - É assegurada a concessão de aposentadoria
e as condições contratuais previstas nos estatutos, e pensão, a qualquer tempo, aos servidores públi-
regulamentos e planos de benefícios das entidades cos e aos segurados do regime geral de previdência
de previdência privada não integram o contrato de social, bem como aos seus dependentes, que, até a
trabalho dos participantes, assim como, à exceção data da publicação desta Emenda, tenham cumpri-
dos benefícios concedidos, não integram a remune- do os requisitos para a obtenção destes benefícios,
ração dos participantes, nos termos da lei. com base nos critérios da legislação então vigente.
§ 3° - É vedado o aporte de recursos a entidade de § 1° - O servidor de que trata este artigo, que tenha
previdência privada pela União, Estados, Distrito completado as exigências para aposentadoria inte-
Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, gral e que opte por permanecer em atividade fará
empresas públicas, sociedades de economia mista jus à isenção da contribuição previdenciária até
e outras entidades públicas, salvo na qualidade de completar as exigências para aposentadoria conti-
patrocinador, situação na qual, em hipótese algu- das no art. 40, § 1°, III, a, da Constituição Federal.
ma, sua contribuição normal poderá exceder a do
§ 2º - Os proventos da aposentadoria a ser conce-
segurado.
dida aos servidores públicos referidos no caput,
§ 4° - Lei complementar disciplinará a relação entre em termos integrais ou proporcionais ao tempo de
a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, serviço já exercido até a data de publicação desta
inclusive suas autarquias, fundações, sociedades Emenda, bem como as pensões de seus dependen-
de economia mista e empresas controladas direta tes, serão calculados de acordo com a legislação
ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de en- em vigor à época em que foram atendidas as pres-
tidades fechadas de previdência privada, e suas crições nela estabelecidas para a concessão destes
respectivas entidades fechadas de previdência pri- benefícios ou nas condições da legislação vigente.
vada.
§ 3º - São mantidos todos os direitos e garantias as-
segurados nas disposições constitucionais vigentes

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 59


à data de publicação desta Emenda aos servidores I - contar tempo de contribuição igual, no mínimo,
e militares, inativos e pensionistas, aos anistiados à soma de:
e aos ex-combatentes, assim como àqueles que já a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se
cumpriram, até aquela data, os requisitos para usu- mulher; e
fruírem tais direitos, observado o disposto no art.
37, XI, da Constituição Federal. b) um período adicional de contribuição equivalen-
te a quarenta por cento do tempo que, na data da
Art. 4° - Observado o disposto no art. 40, § 10, da
publicação desta Emenda, faltaria para atingir o li-
Constituição Federal, o tempo de serviço conside-
mite de tempo constante da alínea anterior;
rado pela legislação vigente para efeito de aposen-
tadoria, cumprido até que a lei discipline a matéria, II - os proventos da aposentadoria proporcional se-
será contado como tempo de contribuição. rão equivalentes a setenta por cento do valor má-
Art. 5° - O disposto no art. 202, § 3°, da Constituição ximo que o servidor poderia obter de acordo com
Federal, quanto à exigência de paridade entre a o caput, acrescido de cinco por cento por ano de
contribuição da patrocinadora e a contribuição do contribuição que supere a soma a que se refere o
segurado, terá vigência no prazo de dois anos a inciso anterior, até o limite de cem por cento.
partir da publicação desta Emenda, ou, caso ocorra § 2° - Aplica-se ao magistrado e ao membro do
antes, na data de publicação da lei complementar a Ministério Público e de Tribunal de Contas o dis-
que se refere o §4° do mesmo artigo. posto neste artigo.
Art. 6° - As entidades fechadas de previdência pri- § 3° - Na aplicação do disposto no parágrafo an-
vada patrocinadas por entidades públicas, inclusive terior, o magistrado ou o membro do Ministério
empresas públicas e sociedades de economia mis- Público ou de Tribunal de Contas, se homem, terá
ta, deverão rever, no prazo de dois anos, a contar da o tempo de serviço exercido até a publicação desta
publicação desta Emenda, seus planos de benefí- Emenda contado com o acréscimo de dezessete por
cios e serviços, de modo a ajustá-los atuarialmente cento.
a seus ativos, sob pena de intervenção, sendo seus
dirigentes e os de suas respectivas patrocinadoras § 4° - O professor, servidor da União, dos Estados,
responsáveis civil e criminalmente pelo descumpri- do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
mento do disposto neste artigo. autarquias e fundações, que, até a data da publica-
ção desta Emenda, tenha ingressado, regularmen-
Art. 7° - Os projetos das leis complementares pre- te, em cargo efetivo de magistério e que opte por
vistas no art. 202 da Constituição Federal deverão aposentar-se na forma do disposto no caput, terá o
ser apresentados ao Congresso Nacional no prazo tempo de serviço exercido até a publicação desta
máximo de noventa dias após a publicação desta Emenda contado com o acréscimo de dezessete por
Emenda. cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher,
*Art. 8° - Observado o disposto no art. 4° desta desde que se aposente, exclusivamente, com tempo
Emenda e ressalvado o direito de opção a aposenta- de efetivo exercício das funções de magistério.
doria pelas normas por ela estabelecidas, é assegu- § 5º - O servidor de que trata este artigo, que, após
rado o direito à aposentadoria voluntária com pro- completar as exigências para aposentadoria estabe-
ventos calculados de acordo com o art. 40, § 3°, da lecidas no caput, permanecer em atividade, fará jus
Constituição Federal, àquele que tenha ingressado à isenção da contribuição previdenciária até com-
regularmente em cargo efetivo na Administração pletar as exigências para aposentadoria contidas no
Pública, direta, autárquica e fundacional, até a data art. 40, § 1°, III, a, da Constituição Federal.
de publicação desta Emenda, quando o servidor,
cumulativamente: Art. 9° - Observado o disposto no art. 4° desta
*Revogado pela Emenda Constitucional Federal nº Emenda e ressalvado o direito de opção a aposen-
41, de 19.12.2003 – D.O.U 31.12.2003 tadoria pelas normas por ela estabelecidas para o
regime geral de previdência social, é assegurado o
I - tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, direito à aposentadoria ao segurado que se tenha
e quarenta e oito anos de idade, se mulher; filiado ao regime geral de previdência social, até a
II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo data de publicação desta Emenda, quando, cumu-
em que se dará a aposentadoria; lativamente, atender aos seguintes requisitos:
III - contar tempo de contribuição igual, no míni- I - contar com cinqüenta e três anos de idade, se
mo, à soma de: homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher;
a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se e
mulher; e II - contar tempo de contribuição igual, no mínimo,
b) um período adicional de contribuição equivalen- à soma de:
te a vinte por cento do tempo que, na data da publi- a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se
cação desta Emenda, faltaria para atingir o limite mulher; e
de tempo constante da alínea anterior. b) um período adicional de contribuição equivalen-
§ 1° - O servidor de que trata este artigo, desde te a vinte por cento do tempo que, na data da publi-
que atendido o disposto em seus incisos I e II, e cação desta Emenda, faltaria para atingir o limite
observado o disposto no art. 4° desta Emenda, pode de tempo constante da alínea anterior.
aposentar-se com proventos proporcionais ao tem- § 1° - O segurado de que trata este artigo, desde
po de contribuição, quando atendidas as seguintes que atendido o disposto no inciso I do caput, e ob-
condições:
60 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
servado o disposto no art. 4° desta Emenda, pode partir da data da publicação desta Emenda, ser rea-
aposentar-se com valores proporcionais ao tempo justado de forma a preservar, em caráter permanen-
de contribuição, quando atendidas as seguintes te, seu valor real, atualizado pelos mesmos índices
condições: aplicados aos benefícios do regime geral de previ-
I - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, dência social.
à soma de: Art. 15 - Até que a lei complementar a que se refere
o art. 201, § 1°, da Constituição Federal, seja publi-
a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se
cada, permanece em vigor o disposto nos arts. 57 e
mulher; e
58 da Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, na re-
b) um período adicional de contribuição equivalen- dação vigente à data da publicação desta Emenda.
te a quarenta por cento do tempo que, na data da Art. 16 - Esta Emenda Constitucional entra em vi-
publicação desta Emenda, faltaria para atingir o li- gor na data de sua publicação.
mite de tempo constante da alínea anterior;
Art. 17 - Revoga-se o inciso II do § 2° do art. 153 da
II - o valor da aposentadoria proporcional será Constituição Federal.
equivalente a setenta por cento do valor da aposen-
tadoria a que se refere o caput, acrescido de cin- Brasília, 15 de dezembro de 1998
co por cento por ano de contribuição que supere a Mesa da Câmara dos Deputados
soma a que se refere o inciso anterior, até o limite Deputado Michel Temer
de cem por cento.
§ 2° - O professor que, até a data da publicação des-
ta Emenda, tenha exercido atividade de magistério EMENDA CONSTITUCIONAL FEDERAL
e que opte por aposentar-se na forma do disposto
no caput, terá o tempo de serviço exercido até a pu- Nº 41, DE 19.12.2003 - D. O. U. 31.12.2003.
blicação desta Emenda contado com o acréscimo
de dezessete por cento, se homem, e de vinte por Modifica os arts. 37, 40, 42, 48, 96,
cento, se mulher, desde que se aposente, exclusiva- 149 e 201 da Constituição Federal,
mente, com tempo de efetivo exercício de atividade revoga o inciso IX do § 3 do art. 142
de magistério. da Constituição Federal e dispositivos
da Emenda Constitucional nº 20, de
*Art. 10 - O regime de previdência complementar de 15 de dezembro de 1998, e dá outras
que trata o art. 40, §§ 14, 15 e 16, da Constituição providências.
Federal, somente poderá ser instituído após a publi-
cação da lei complementar prevista no § 15 do mes- AS MESAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E
mo artigo. DO SENADO FEDERAL, nos termos do § 3º do art.
*Revogado pela Emenda Constitucional Federal nº 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte
41, de 19.12.2004 – D.O.U. 31.12.2003.
Emenda ao texto constitucional:
Art. 11 - A vedação prevista no art. 37, § 10, da
Art. 1º A Constituição Federal passa a vigorar com
Constituição Federal, não se aplica aos membros
as seguintes alterações:
de poder e aos inativos, servidores e militares, que,
até a publicação desta Emenda, tenham ingressado “Art. 37. ...
novamente no serviço público por concurso público XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
de provas ou de provas e títulos, e pelas demais for- cargos, funções e empregos públicos da administra-
mas previstas na Constituição Federal, sendo-lhes ção direta, autárquica e fundacional, dos membros
proibida a percepção de mais de uma aposentado- de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
ria pelo regime de previdência a que se refere o art. Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
40 da Constituição Federal, aplicando-se-lhes, em mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
qualquer hipótese, o limite de que trata o § 11 deste proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
mesmo artigo. percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
Art. 12 -Até que produzam efeitos as leis que irão vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza,
dispor sobre as contribuições de que trata o art. 195 não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
da Constituição Federal, são exigíveis as estabele- dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, apli-
cidas em lei, destinadas ao custeio da seguridade cando-se como limite, nos Municípios, o subsídio
social e dos diversos regimes previdenciários. do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o
Art. 13 - Até que a lei discipline o acesso ao salário- subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder
-família e auxílio-reclusão para os servidores, se- Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
gurados e seus dependentes, esses benefícios serão Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-
concedidos apenas àqueles que tenham renda bru- sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
ta mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centési-
sessenta reais), que, até a publicação da lei, serão mos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos be- Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito
nefícios do regime geral de previdência social. do Poder Judiciário, aplicável este limite aos mem-
bros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
Art. 14 - O limite máximo para o valor dos benefí- Defensores Públicos;” (NR)
cios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201 da Constituição Federal é fixado em “Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos
R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais), devendo, a da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 61


Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, permanência equivalente ao valor da sua contribui-
é assegurado regime de previdência de caráter ção previdenciária até completar as exigências para
contributivo e solidário, mediante contribuição do aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
respectivo ente público, dos servidores ativos e ina- § 20. Fica vedada a existência de mais de um regi-
tivos e dos pensionistas, observados critérios que me próprio de previdência social para os servido-
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o dis- res titulares de cargos efetivos, e de mais de uma
posto neste artigo. unidade gestora do respectivo regime em cada ente
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de pre- estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.”
vidência de que trata este artigo serão aposentados, (NR)
calculados os seus proventos a partir dos valores fi- “Art. 42. ...
xados na forma dos §§ 3º e 17:
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do
I - por invalidez permanente, sendo os proventos Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se fixado em lei específica do respectivo ente estatal.”
decorrente de acidente em serviço, moléstia profis- (NR)
sional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
“Art. 48. ...
na forma da lei;
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria,
Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts.
por ocasião da sua concessão, serão consideradas
39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.” (NR)
as remunerações utilizadas como base para as con-
tribuições do servidor aos regimes de previdência “Art. 96. ...
de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da II - ...
lei.
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes
pensão por morte, que será igual: forem vinculados, bem como a fixação do subsídio
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribu-
falecido, até o limite máximo estabelecido para os nais inferiores, onde houver; “ (NR)
benefícios do regime geral de previdência social de “Art. 149. ...
que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
da parcela excedente a este limite, caso aposentado instituirão contribuição, cobrada de seus servido-
à data do óbito; ou res, para o custeio, em benefício destes, do regime
II - ao valor da totalidade da remuneração do ser- previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota
vidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, não será inferior à da contribuição dos servidores
até o limite máximo estabelecido para os benefícios titulares de cargos efetivos da União. “ (NR)
do regime geral de previdência social de que trata “Art. 201. ...
o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela
excedente a este limite, caso em atividade na data ...
do óbito. § 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios previdenciária para trabalhadores de baixa renda,
para preservar-lhes, em caráter permanente, o va- garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a
lor real, conforme critérios estabelecidos em lei. um salário-mínimo, exceto aposentadoria por tem-
po de contribuição.” (NR)
§ 15. O regime de previdência complementar de
que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa Art. 2º Observado o disposto no art. 4º da Emenda
do respectivo Poder Executivo, observado o dispos- Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998,
to no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por é assegurado o direito de opção pela aposentadoria
intermédio de entidades fechadas de previdência voluntária com proventos calculados de acordo com
complementar, de natureza pública, que oferecerão o art. 40, §§ 3º e 17, da Constituição Federal, àque-
aos respectivos participantes planos de benefícios le que tenha ingressado regularmente em cargo
somente na modalidade de contribuição definida. efetivo na Administração Pública direta, autárqui-
ca e fundacional, até a data de publicação daquela
§ 17. Todos os valores de remuneração considera- Emenda, quando o servidor, cumulativamente:
dos para o cálculo do benefício previsto no § 3° se-
rão devidamente atualizados, na forma da lei. I - tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem,
e quarenta e oito anos de idade, se mulher;
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo
de que trata este artigo que superem o limite máxi- em que se der a aposentadoria;
mo estabelecido para os benefícios do regime geral III - contar tempo de contribuição igual, no míni-
de previdência social de que trata o art. 201, com mo, à soma de:
percentual igual ao estabelecido para os servidores a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se
titulares de cargos efetivos. mulher; e
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha b) um período adicional de contribuição equiva-
completado as exigências para aposentadoria vo- lente a vinte por cento do tempo que, na data de
luntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por
permanecer em atividade fará jus a um abono de

62 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


publicação daquela Emenda, faltaria para atingir o doria compulsória contidas no art. 40, § 1º, II, da
limite de tempo constante da alínea a deste inciso. Constituição Federal.
§ 1º O servidor de que trata este artigo que cumprir § 2º Os proventos da aposentadoria a ser concedi-
as exigências para aposentadoria na forma do caput da aos servidores públicos referidos no caput, em
terá os seus proventos de inatividade reduzidos termos integrais ou proporcionais ao tempo de con-
para cada ano antecipado em relação aos limites tribuição já exercido até a data de publicação desta
de idade estabelecidos pelo art. 40, § 1º, III, a, e § Emenda, bem como as pensões de seus dependen-
5º da Constituição Federal, na seguinte proporção: tes, serão calculados de acordo com a legislação em
I - três inteiros e cinco décimos por cento, para aque- vigor à época em que foram atendidos os requisitos
le que completar as exigências para aposentadoria na nela estabelecidos para a concessão desses benefí-
forma do caput até 31 de dezembro de 2005; cios ou nas condições da legislação vigente.
Art. 4º Os servidores inativos e os pensionistas
II - cinco por cento, para aquele que completar as
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
exigências para aposentadoria na forma do caput a
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações,
partir de 1º de janeiro de 2006.
em gozo de benefícios na data de publicação des-
§ 2º Aplica-se ao magistrado e ao membro do ta Emenda, bem como os alcançados pelo disposto
Ministério Público e de Tribunal de Contas o dis- no seu art. 3º, contribuirão para o custeio do regime
posto neste artigo. de que trata o art. 40 da Constituição Federal com
§ 3º Na aplicação do disposto no § 2º deste artigo, percentual igual ao estabelecido para os servidores
o magistrado ou o membro do Ministério Público titulares de cargos efetivos.
ou de Tribunal de Contas, se homem, terá o tem- Parágrafo único. A contribuição previdenciária a
po de serviço exercido até a data de publicação da que se refere o caput incidirá apenas sobre a parce-
Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro la dos proventos e das pensões que supere:
de 1998, contado com acréscimo de dezessete por
I - cinqüenta por cento do limite máximo estabe-
cento, observado o disposto no § 1º deste artigo.
lecido para os benefícios do regime geral de previ-
§ 4º O professor, servidor da União, dos Estados, do dência social de que trata o art. 201 da Constituição
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas Federal, para os servidores inativos e os pensionistas
autarquias e fundações, que, até a data de publi- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
cação da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de
II - sessenta por cento do limite máximo estabeleci-
dezembro de 1998, tenha ingressado, regularmen-
do para os benefícios do regime geral de previdên-
te, em cargo efetivo de magistério e que opte por
cia social de que trata o art. 201 da Constituição
aposentar-se na forma do disposto no caput, terá o
Federal, para os servidores inativos e os pensionis-
tempo de serviço exercido até a publicação daquela
tas da União.
Emenda contado com o acréscimo de dezessete por
cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher, Art. 5º O limite máximo para o valor dos benefícios
desde que se aposente, exclusivamente, com tempo do regime geral de previdência social de que trata
de efetivo exercício nas funções de magistério, ob- o art. 201 da Constituição Federal é fixado em R$
servado o disposto no § 1º. 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais), devendo,
a partir da data de publicação desta Emenda, ser
§ 5º O servidor de que trata este artigo, que te- reajustado de forma a preservar, em caráter perma-
nha completado as exigências para aposentadoria nente, seu valor real, atualizado pelos mesmos ín-
voluntária estabelecidas no caput, e que opte por dices aplicados aos benefícios do regime geral de
permanecer em atividade, fará jus a um abono de previdência social.
permanência equivalente ao valor da sua contri-
buição previdenciária até completar as exigências Art. 6º Ressalvado o direito de opção à aposenta-
para aposentadoria compulsória contidas no art. 40, doria pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da
§ 1º, II, da Constituição Federal. Constituição Federal ou pelas regras estabelecidas
pelo art. 2º desta Emenda, o servidor da União,
§ 6º Às aposentadorias concedidas de acordo com dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
este artigo aplica-se o disposto no art. 40, § 8º, da incluídas suas autarquias e fundações, que tenha
Constituição Federal. ingressado no serviço público até a data de pu-
Art. 3º É assegurada a concessão, a qualquer tem- blicação desta Emenda poderá aposentar-se com
po, de aposentadoria aos servidores públicos, bem proventos integrais, que corresponderão à totali-
como pensão aos seus dependentes, que, até a data dade da remuneração do servidor no cargo efeti-
de publicação desta Emenda, tenham cumprido to- vo em que se der a aposentadoria, na forma da lei,
dos os requisitos para obtenção desses benefícios, quando, observadas as reduções de idade e tem-
com base nos critérios da legislação então vigente. po de contribuição contidas no § 5º do art. 40 da
§ 1º O servidor de que trata este artigo que opte Constituição Federal, vier a preencher, cumulativa-
por permanecer em atividade tendo completado mente, as seguintes condições:
as exigências para aposentadoria voluntária e que I - sessenta anos de idade, se homem, e cinqüenta
conte com, no mínimo, vinte e cinco anos de con- e cinco anos de idade, se mulher;
tribuição, se mulher, ou trinta anos de contribuição, II - trinta e cinco anos de contribuição, se homem,
se homem, fará jus a um abono de permanência e trinta anos de contribuição, se mulher;
equivalente ao valor da sua contribuição previden-
ciária até completar as exigências para aposenta- III - vinte anos de efetivo exercício no serviço pú-
blico; e
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 63
IV - dez anos de carreira e cinco anos de efetivo da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezem-
exercício no cargo em que se der a aposentadoria. bro de 1998.
*Parágrafo único. Os proventos das aposentadorias Art. 11. Esta Emenda Constitucional entra em vigor
concedidas conforme este artigo serão revistos na na data de sua publicação.
mesma proporção e na mesma data, sempre que se
Brasília, em 19 de dezembro de 2003.
modificar a remuneração dos servidores em ativi-
dade, na forma da lei, observado o disposto no art. Mesa da Câmara dos Deputados
37, XI, da Constituição Federal. Deputado João Paulo Cunha
* Revogado pelo art 5° da Emenda Constitucional
Federal n° 47, de 5.7.2005 – D.O.U. de 6.7.2005
Art. 7º Observado o disposto no art. 37, XI, da EMENDA CONSTITUCIONAL FEDERAL
Constituição Federal, os proventos de aposenta-
doria dos servidores públicos titulares de cargo
Nº 47, DE 5.7.2005 – D. O. U. DE 6.7.2005
efetivo e as pensões dos seus dependentes pagos
Altera os arts. 37, 40, 195 e 201 da
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
Constituição Federal, para dispor
incluídas suas autarquias e fundações, em fruição
sobre a previdência social, e dá outras
na data de publicação desta Emenda, bem como
providências.
os proventos de aposentadoria dos servidores e as
pensões dos dependentes abrangidos pelo art. 3º
desta Emenda, serão revistos na mesma propor- AS MESAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E
ção e na mesma data, sempre que se modificar a DO SENADO FEDERAL, nos termos do § 3º do art.
remuneração dos servidores em atividade, sendo 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte
também estendidos aos aposentados e pensionistas Emenda ao texto constitucional:
quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente Art. 1º Os arts. 37, 40, 195 e 201 da Constituição
concedidos aos servidores em atividade, inclusive Federal passam a vigorar com a seguinte redação:
quando decorrentes da transformação ou reclassifi- “Art. 37. .....................................................................
cação do cargo ou função em que se deu a aposen- ..
tadoria ou que serviu de referência para a conces- ...................................................................................
são da pensão, na forma da lei. ...
Art. 8º Até que seja fixado o valor do subsídio de § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
que trata o art. 37, XI, da Constituição Federal, será remuneratórios de que trata o inciso XI do caput
considerado, para os fins do limite fixado naquele deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
inciso, o valor da maior remuneração atribuída por previstas em lei.
lei na data de publicação desta Emenda a Ministro
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput
do Supremo Tribunal Federal, a título de vencimen-
deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito
to, de representação mensal e da parcela recebida
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às
em razão de tempo de serviço, aplicando-se como
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como li-
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos
mite único, o subsídio mensal dos Desembargadores
Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a no-
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
venta inteiros e vinte e cinco centésimos por cen-
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do
to do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e
vinte e cinco centésimos por cento da maior remu-
Distritais e dos Vereadores.” (NR)
neração mensal de Ministro do Supremo Tribunal
Federal a que se refere este artigo, no âmbito do “Art. 40. .....................................................................
Poder Judiciário, aplicável este limite aos mem- ...
bros do Ministério Público, aos Procuradores e aos ....................................................................................
Defensores Públicos. ....
Art. 9º Aplica-se o disposto no art. 17 do Ato das § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios di-
Disposições Constitucionais Transitórias aos ven- ferenciados para a concessão de aposentadoria aos
cimentos, remunerações e subsídios dos ocupan- abrangidos pelo regime de que trata este artigo,
tes de cargos, funções e empregos públicos da ad- ressalvados, nos termos definidos em leis comple-
ministração direta, autárquica e fundacional, dos mentares, os casos de servidores:
membros de qualquer dos Poderes da União, dos I - portadores de deficiência;
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
II - que exerçam atividades de risco;
detentores de mandato eletivo e dos demais agen-
tes políticos e os proventos, pensões ou outra espé- III - cujas atividades sejam exercidas sob condições
cie remuneratória percebidos cumulativamente ou especiais que prejudiquem a saúde ou a integrida-
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qual- de física.
quer outra natureza. ....................................................................................
Art. 10. Revogam-se o inciso IX do § 3º do art. 142 .....
da Constituição Federal, bem como os arts. 8º e 10 § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo
incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de
64 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do III - idade mínima resultante da redução, relativa-
limite máximo estabelecido para os benefícios do mente aos limites do art. 40, § 1º, inciso III, alínea
regime geral de previdência social de que trata o “a”, da Constituição Federal, de um ano de idade
art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, para cada ano de contribuição que exceder a condi-
na forma da lei, for portador de doença incapaci- ção prevista no inciso I do caput deste artigo.
tante.” (NR) Parágrafo único. Aplica-se ao valor dos proventos
“Art. 195. ................................................................... de aposentadorias concedidas com base neste arti-
..... go o disposto no art. 7º da Emenda Constitucional
.................................................................................... nº 41, de 2003, observando-se igual critério de re-
.... visão às pensões derivadas dos proventos de servi-
dores falecidos que tenham se aposentado em con-
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do
formidade com este artigo.
caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de
cálculo diferenciadas, em razão da atividade eco- Art. 4º Enquanto não editada a lei a que se refere
nômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do o § 11 do art. 37 da Constituição Federal, não será
porte da empresa ou da condição estrutural do mer- computada, para efeito dos limites remuneratórios
cado de trabalho. de que trata o inciso XI do caput do mesmo artigo,
qualquer parcela de caráter indenizatório, assim
............................................................................”
definida pela legislação em vigor na data de pu-
(NR)
blicação da Emenda Constitucional nº 41, de 2003.
“Art. 201. ...................................................................
Art. 5º Revoga-se o parágrafo único do art. 6º da
................................................................................... Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios di- de 2003.
ferenciados para a concessão de aposentadoria aos Art. 6º Esta Emenda Constitucional entra em vigor
beneficiários do regime geral de previdência social, na data de sua publicação, com efeitos retroativos à
ressalvados os casos de atividades exercidas sob data de vigência da Emenda Constitucional nº 41,
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a de 2003.
integridade física e quando se tratar de segurados
portadores de deficiência, nos termos definidos em Brasília, em 5 de julho de 2005 - Mesa da Câmara
lei complementar. dos Deputados - Mesa do Senado Federal
................................................................................... Deputado Severino Cavalcanti - Presidente
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclu- Senador Renan Calheiros - Presidente
são previdenciária para atender a trabalhadores de Deputado José Thomaz Nonô - 1º Vice-Presidente
baixa renda e àqueles sem renda própria que se de-
diquem exclusivamente ao trabalho doméstico no Senador Tião Viana - 1º Vice-Presidente
âmbito de sua residência, desde que pertencentes Deputado Ciro Nogueira - 2º Vice-Presidente
a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a Senador Efraim Morais - 1º Secretário
benefícios de valor igual a um salário-mínimo. Deputado Inocêncio Oliveira - 1º Secretário
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária Senador Paulo Octávio - 3º Secretário
de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e ca-
Deputado Eduardo Gomes - 3º Secretário
rências inferiores às vigentes para os demais segu-
rados do regime geral de previdência social.” (NR) Senador Eduardo Siqueira Campos - 4º Secretário
Art. 2º Aplica-se aos proventos de aposentadorias Deputado João Caldas - 4º Secretário
dos servidores públicos que se aposentarem na for-
ma do caput do art. 6º da Emenda Constitucional
nº 41, de 2003, o disposto no art. 7º da mesma
Emenda.
Art. 3º Ressalvado o direito de opção à aposenta-
doria pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da
Constituição Federal ou pelas regras estabelecidas
pelos arts. 2º e 6º da Emenda Constitucional nº
41, de 2003, o servidor da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
autarquias e fundações, que tenha ingressado no
serviço público até 16 de dezembro de 1998 pode-
rá aposentar-se com proventos integrais, desde que
preencha, cumulativamente, as seguintes condi-
ções:
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e
trinta anos de contribuição, se mulher;
II - vinte e cinco anos de efetivo exercício no servi-
ço público, quinze anos de carreira e cinco anos no
cargo em que se der a aposentadoria;

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 65


LEIS FEDERAIS VI - pela reincidência”.
Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
*LEI FEDERAL Nº 8.069, DE 13.7.1990 Art. 3º - São revogados os §§ 1º e 2º do artigo 51 do
– D. O. U. 16.7.1990 Código Penal e o artigo 182 da Lei nº 7.210, de 11
de julho de 1984.
*Estatuto da Criança e do Adolescente Brasília, 1º de abril de 1996
Fernando Henrique Cardoso
Art. 9º - O Poder Público, as instituições e os em-
pregadores propiciarão condições adequadas ao
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
LEI FEDERAL Nº 9.717, DE 27.11.1998
submetidas à medida privativa de liberdade”. – D. O. U. 28.11.1998
Dispõe sobre regras gerais para a
LEI FEDERAL Nº 9.268 DE 1º.4.1996 organização e o funcionamento dos
– D. O. U. 2.4.1996 regimes próprios de previdência social
dos servidores públicos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos
Altera dispositivos do Decreto-Lei nº
Municípios, dos militares dos Estados
2.848, de 07 de dezembro de 1940 -
e do Distrito Federal e dá outras
Código Penal - Parte Geral.
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que
o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono
o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
a seguinte Lei:
Art. 1º - Os dispositivos a seguir enumerados, do
Art 1º - Os regimes próprios de previdência social
Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940
dos servidores públicos da União, dos Estados, do
- Código Penal, passam a vigorar com a seguinte
Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos
redação:
Estados e do Distrito Federal deverão ser organiza-
“Art. 51 - Transitada em julgado a sentença conde- dos, baseados em normas gerais de contabilidade e
natória, a multa será considerada dívida de valor, atuária, de modo a garantir o seu equilíbrio finan-
aplicando-se-lhe as normas da legislação relativa à ceiro e atuarial, observados os seguintes critérios:
Dívida Ativa da Fazenda Pública, inclusive no que
concerne às causas interruptivas e suspensivas da I - realização de avaliação atuarial inicial e em cada
prescrição”. balanço, bem como de auditoria, por entidades in-
dependentes legalmente habilitadas, utilizando-se
Art. 78 - ................. parâmetros gerais, para a organização e revisão do
§ 2º - Se o condenado houver reparado o dano, sal- plano de custeio e benefícios;
vo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias II - financiamento mediante recursos provenientes
do artigo 59 deste Código lhe forem inteiramente da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
favoráveis, o Juiz poderá substituir a exigência do Municípios e das contribuições do pessoal civil e
parágrafo anterior pelas seguintes condições, apli- militar, ativo, inativo e dos pensionistas, para os
cadas cumulativamente: seus respectivos regimes;
Art. 92 - ..............
III - as contribuições da União, dos Estados, do
I - a perda de cargo, função pública ou mandato Distrito Federal e dos Municípios e as contribui-
eletivo: ções do pessoal civil e militar, ativo, inativo e dos
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por pensionistas, somente poderão ser utilizadas para
tempo igual ou superior a um ano, nos crimes pra- pagamento de benefícios previdenciários dos res-
ticados com abuso de poder ou violação de dever pectivos regimes;
para com a Administração Pública; IV - cobertura de um número mínimo de segurados,
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade de modo que os regimes possam garantir direta-
por tempo superior a quatro anos nos demais casos. mente a totalidade dos riscos cobertos no plano de
benefícios, preservando o equilíbrio atuarial sem
Art. 114 - A prescrição de pena de multa ocorrerá:
necessidade de resseguro, conforme parâmetros
I - em dois anos, quando a multa for a única comi- gerais;
nada ou aplicada;
V - cobertura exclusiva a servidores públicos ti-
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição tulares de cargos efetivos e a militares, e a seus
da pena privativa de liberdade, quando a multa respectivos dependentes, de cada ente estatal, ve-
for alternativa ou cumulativamente cominada ou dado o pagamento de benefícios, mediante convê-
cumulativamente aplicada. nios ou consórcios entre Estados, entre Estados e
Art. 117 - .................................. Municípios e entre Municípios;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da VI - pleno acesso dos segurados às informações
pena; relativas à gestão do regime e participação de re-
presentantes dos servidores públicos e dos milita-
66 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
res ativos e inativos, nos colegiados e instâncias de VII - os valores de quaisquer outros itens conside-
decisão em que os seus interesses sejam objeto de rados para efeito do cálculo da despesa líquida de
discussão e deliberação; que trata o § 2º deste artigo.
VII - registro contábil individualizado das contri- § 4º Antes de proceder a quaisquer revisões, rea-
buições de cada servidor e dos entes estatais, con- justes ou adequações de proventos e de pensões
forme diretrizes gerais; que impliquem aumento de despesas, os entes es-
VIII - identificação e consolidação em demonstra- tatais deverão regularizar a situação sempre que o
tivos financeiros e orçamentários de todas as des- demonstrativo de que trata o parágrafo anterior, no
pesas fixas e variáveis com pessoal inativo civil, que se refere à despesa acumulada até o mês, indi-
militar e pensionistas, bem como dos encargos in- car o descumprimento dos limites fixados nesta Lei.
cidentes sobre os proventos e pensões pagos; Art 3º - As contribuições dos servidores públicos e
militares federais, estaduais e municipais e os mi-
IX - sujeição às inspeções e auditorias de natureza
litares dos Estados e do Distrito Federal, inativos e
atuarial, contábil, financeira, orçamentária e patri-
pensionistas, para os respectivos regimes próprios
monial dos órgãos de controle interno e externo.
de previdência social, fixadas por critérios defini-
Parágrafo único - No caso dos Estados, do Distrito dos em lei, serão feitas por alíquotas não superio-
Federal e dos Municípios, constitui requisito adi- res às aplicadas aos servidores ativos do respectivo
cional, para organização e funcionamento de re- ente estatal.
gime próprio de previdência social dos servidores Art 4º - A União, os Estados, o Distrito Federal e os
públicos e dos militares, ter receita diretamente Municípios deverão ajustar os seus planos de be-
arrecadada ampliada, na forma estabelecida por nefícios e custeio sempre que excederem, no exer-
parâmetros legais, superior à proveniente de trans- cício, os limites previstos no art. 2º desta Lei, para
ferências constitucionais da União e dos Estados. retornar a estes limites no exercício financeiro sub-
Art 2º - A contribuição da União, dos Estados, do seqüente.
Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos Art 5º - Os regimes próprios de previdência social
regimes próprios de previdência social dos servi- dos servidores públicos da União, dos Estados, do
dores públicos e dos militares não poderá exceder, Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos
a qualquer título, o dobro da contribuição do segu- Estados e do Distrito Federal não poderão conceder
rado. benefícios distintos dos previstos no Regime Geral
§ 1º A despesa líquida com pessoal inativo e pen- de Previdência Social, de que trata a Lei nº 8.213,
sionistas dos regimes próprios de previdência so- de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrá-
cial dos servidores públicos e dos militares de cada rio da Constituição Federal.
um dos entes estatais não poderá exceder a doze Art 6º - Fica facultada à União, aos Estados, ao
por cento de sua receita corrente líquida em cada Distrito Federal e aos Municípios, a constituição de
exercício financeiro, observado o limite previsto no fundos integrados de bens, direitos e ativos, com
caput , sendo a receita corrente líquida calculada finalidade previdenciária, desde que observados os
conforme a Lei Complementar nº 82, de 27 de mar- critérios de que trata o artigo 1º e, adicionalmente,
ço de 1995. os seguintes preceitos:
§ 2º Entende-se, para os fins desta Lei, como des- I - estabelecimento de estrutura técnico-adminis-
pesa líquida a diferença entre a despesa total com trativa, com conselhos de administração e fiscal e
pessoal inativo e pensionistas dos regimes próprios autonomia financeira;
de previdência social dos servidores e dos militares
de cada um dos entes estatais e a contribuição dos II - existência de conta do fundo distinta do Tesouro
respectivos segurados. da unidade federativa;
§ 3º A União, os Estados, o Distrito Federal e os III - aporte de capital inicial em valor a ser definido
Municípios publicarão, até trinta dias após o encer- conforme diretrizes gerais;
ramento de cada mês, demonstrativo da execução IV - aplicação de recursos, conforme estabelecido
orçamentária mensal e acumulada até o mês ante- pelo Conselho Monetário Nacional;
rior ao do demonstrativo, explicitando, conforme V - vedação da utilização de recursos do fundo de
diretrizes gerais, de forma desagregada: bens, direitos e ativos para empréstimos de qual-
I - o valor da contribuição dos entes estatais; quer natureza, inclusive à União, aos Estados, ao
II - o valor das contribuições dos servidores públi- Distrito Federal e aos Municípios, a entidades da
cos e dos militares, ativos; administração indireta e aos respectivos segurados;
III - o valor das contribuições dos servidores públi- VI - vedação à aplicação de recursos em títulos pú-
cos e dos militares, inativos e respectivos pensio- blicos, com exceção de títulos do Governo Federal;
nistas; VII - avaliação de bens, direitos e ativos de qual-
IV - o valor da despesa total com pessoal ativo civil quer natureza integrados ao fundo, em conformi-
e militar; dade com a Lei 4.320,de 17 de março de 1964 e al-
terações subseqüentes;
V - o valor da despesa com pessoal inativo civil e
militar e com pensionistas; VIII - estabelecimento de limites para a taxa de ad-
ministração, conforme parâmetros gerais;
VI - o valor da receita corrente líquida do ente esta-
tal, calculada nos termos do 1º; IX - constituição e extinção do fundo mediante lei.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 67


Art 7º - O descumprimento do disposto nesta Lei
pelos Estados, Distrito Federal e Municípios e pe- LEI FEDERAL Nº 9.796, DE 5.5.1999
los respectivos fundos, implicará, a partir de 1º de – D. O. U. 6.5.1999
julho de 1999:
I - suspensão das transferências voluntárias de re- Dispõe sobre a compensação
cursos pela União; financeira entre o Regime Geral de
Previdência Social e os regimes de
II - impedimento para celebrar acordos, contratos, previdência dos servidores da União,
convênios ou ajustes, bem como receber emprésti- dos Estados, do Distrito Federal e dos
mos, financiamentos, avais e subvenções em geral Municípios, nos casos de contagem
de órgãos ou entidades da Administração direta e recíproca de tempo de contribuição
indireta da União; para efeito de aposentadoria, e da
III - suspensão de empréstimos e financiamentos outras providências.
por instituições financeiras federais.
Art 8º - Os dirigentes do órgão ou da entidade ges- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que
tora do regime próprio de previdência social dos o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono
entes estatais, bem como os membros dos conse- a seguinte Lei:
lhos administrativo e fiscal dos fundos de que trata Art 1º - A compensação financeira entre o Regime
o art. 6º, respondem diretamente por infração ao Geral de Previdência Social e os regimes próprios
disposto nesta Lei, sujeitando-se, no que couber, ao de previdência social dos servidores da União, dos
regime repressivo da Lei nº 6.435, de 15 de julho Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
de 1977, e alterações subseqüentes, conforme dire- hipótese de contagem recíproca de tempo de con-
trizes gerais. tribuição, obedecerá às disposições desta Lei.
Parágrafo único - As infrações serão apuradas me- Art 2º - Para os efeitos desta Lei, considera-se:
diante processo admi-nistrativo que tenha por base I - regime de origem: o regime previdenciário ao
o auto, a representação ou a denúncia positiva dos qual o segundo ou servidor público esteve vincu-
fatos irregulares, em que se assegure ao acusado o lado sem que dele receba aposentadoria ou tenha
contraditório e a ampla defesa, em conformidade gerado pensão para seus dependentes;
com diretrizes gerais.
II - regime instituidor: o regime previdenciário res-
Art 9º - Compete à União, por intermédio do ponsável pela concessão e pagamento de benefício
Ministério da Previdência e Assistência Social: de aposentadoria ou pensão dela decorrente a se-
I - a orientação, supervisão e acompanhamento dos gurado ou servidor público ou a seus dependentes
regimes próprios de previdência social dos servido- com cômputo de tempo de contribuição no âmbito
res públicos e dos militares da União, dos Estados, do regime de origem.
do Distrito Federal e dos Municípios, e dos fundos § 1º Os regimes próprios de previdência de servi-
a que se refere o art. 6º, para o fiel cumprimento dores da União, dos Estados, do Distrito Federal
dos dispositivos desta Lei; e dos Municípios só serão considerados regimes
II - o estabelecimento e a publicação dos parâme- de origem quando o Regime Geral de Previdência
tros e das diretrizes gerais previstos nesta Lei. Social for o regime instituidor.
Art 10 - No caso de extinção de regime próprio de § 2º Na hipótese de o regime próprio de previdên-
previdência social, a União, o Estado, o Distrito cia de servidor público não possuir personalidade
Federal e os Municípios assumirão integralmente jurídica própria, atribuem-se ao respectivo ente fe-
a responsabilidade pelo pagamento dos benefícios derado as obrigações e direitos previstos nesta Lei.
concedidos durante a sua vigência, bem como da- Art 3º - O Regime Geral de Previdência Social,
queles benefícios cujos requisitos necessários a sua como regime instituidor, tem direito de receber de
concessão foram implementados anteriormente à cada regime de origem compensação financeira,
extinção do regime próprio de previdência social. observado neste artigo.
Art 11 - Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
§ 1º O Regime Geral de Previdência Social deve
blicação.
apresentar a cada regime de origem os seguintes
Brasília, 27 de novembro de 1998; 177º da dados referentes a cada benefício concedido com
Independência e 110º da República. cômputo de tempo de contribuição no âmbito da-
Fernando Henrique Cardoso quele regime de origem:
I – identificação do segurado e, se for o caso, de seu
dependente;
II – a renda mensal inicial e a data de início do
benefício;
III – o percentual do tempo de serviço total do se-
gurado correspondente ao tempo de contribuição
no âmbito daquele regime de origem.
§ 2º Cada regime de origem deve pagar ao Regime
Geral de Previdência Social, para cada mês de
competência do benefício, o valor resultante da
68 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
multiplicação da renda mensal do benefício pelo Art 5º - Os regimes instituidores apresentarão aos
percentual obtido na forma do inciso III do pará- regimes de origem, no prazo máximo de dezoito
grafo anterior. meses a contar da data da entrada em vigor desta
§ 3º A compensação financeira referente a cada Lei, os dados relativos aos benefícios em manuten-
benefício não poderá exceder o resultado da mul- ção nessa data, concedidos a partir da promulgação
tiplicação do percentual obtido na forma do inciso da Constituição Federal.
III do § 1º deste artigo pela renda mensal do maior Parágrafo único - A compensação financeira em
benefício da mesma espécie pago diretamente pelo atraso relativa aos benefícios de que trata este arti-
regime de origem. go será calculada multiplicando-se a renda mensal
§ 4º Para fins do disposto no parágrafo anterior, o obtida para o último mês, de acordo com o procedi-
regime de origem deve informar ao Regime Geral mento determinado nos arts. 3º e 4º, pelo número
de Previdência Social, na forma do regulamento, a de meses em que o benefício foi pago até então.
maior renda mensal de cada espécie de benefício Art 6º - O Instituto Nacional do Seguro Social –
por ele pago diretamente. INSS manterá cadastro atualizado de todos os be-
nefícios objeto de compensação financeira, totali-
§ 5º O valor de que trata o § 2º deste artigo será
zando o quanto deve para cada regime próprio de
reajustado nas mesmas datas e pelos mesmos índi-
previdência dos servidores da União, dos Estados,
ces de reajustamento do benefício pela Previdência
do Distrito Federal e dos Municípios, bem como o
Social, devendo o Regime Geral de Previdência
montante devido por cada um deles para o Regime
Social comunicar a cada regime de origem o total
Geral de Previdência Social, como compensação fi-
por ele devido em cada mês como compensação fi-
nanceira e pelo não recolhimento de contribuições
nanceira.
previdenciárias no prazo legal.
Art 4º - Cada regime próprio de previdência de ser-
vidor público tem direito, como regime instituidor, § 1º Os desembolsos pelos regimes de origem só
de receber do Regime Geral de Previdência Social, serão feitos para os regimes instituidores que se
enquanto regime de origem, compensação finan- mostrem credores no cômputo da compensação fi-
ceira, observado o disposto neste artigo. nanceira devida de lado a lado e dos débitos pelo
não recolhimento de contribuições previdenciárias
§ 1º O regime instituidor deve apresentar ao Regime no prazo legal.
Geral de Previdência Social, além das normas que
o regem, os seguintes dados referentes a cada be- § 2º O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS
nefício concedido com cômputo de tempo de contri- comunicará o total a ser desembolsado por cada re-
buição no âmbito do Regime Geral de Previdência gime de origem até o dia trinta de cada mês, deven-
Social: do os desembolsos ser feitos até o quinto dia útil do
mês subseqüente.
I – identificação do servidor público e se for o caso,
de seu dependente; § 3º Os valores não desembolsados em virtude do
disposto no § 1º deste artigo serão contabilizados
II – o valor dos proventos da aposentadoria ou pen- como pagamentos efetivos, devendo o Instituto
são dela decorrente e a data de início do benefício; Nacional do Seguro Social – INSS registrar men-
III – o tempo de serviço total do servidor e o cor- salmente essas operações e informar a cada regime
respondente ao tempo de contribuição ao Regime próprio de previdência de servidor público os valo-
Geral de Previdência Social. res a ele referentes.
§ 2º Com base nas informações referidas no pa- § 4º Sendo inviável financeiramente para um regi-
rágrafo anterior, o Regime Geral de Previdência me de origem desembolsar de imediato os valores
Social calculará qual seria a renda mensal inicial relativos à compensação financeira, em função dos
daquele benefício segundo as normas do Regime valores em atraso a que se refere o parágrafo único
Geral de Previdência Social. do artigo anterior, podem os regimes de origem e
instituidor firmar termo de parcelamento dos de-
§ 3º A compensação financeira devida pelo Regime sembolsos atualizando-se os valores devidos nas
Geral de Previdência Social, relativa ao primeiro mesmas datas e pelos mesmos índices de reajusta-
mês de competência do benefício, será calculada mento dos benefícios da prestação continuada da
com base no valor do benefício pago pelo regime Previdência Social.
instituidor e na renda mensal do benefício calcula-
da na forma do parágrafo anterior, o que for menor. Art 7º - Os regimes instituidores devem comunicar
de imediato aos regimes de origem qualquer revi-
§ 4º O valor da compensação financeira mencio- são no valor do benefício objeto de compensação
nada no parágrafo anterior corresponde à multi- financeira ou sua extinção total ou parcial, cabendo
plicação do montante ali especificado pelo percen- ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS re-
tual correspondente ao tempo de contribuição ao gistrar as alterações no cadastro a que se refere o
Regime Geral de Previdência Social no tempo de artigo anterior.
serviço total do servidor público.
Parágrafo único - Constatado o não cumprimento
§ 5º O valor da compensação financeira devida pelo do disposto neste artigo, as parcelas pagas indevi-
Regime Geral de Previdência Social será reajusta- damente pelo regime de origem serão registradas
do nas mesmas datas e pelos mesmos índices de re- em dobro, no mês seguinte ao da constatação, como
ajustamento dos benefícios da Previdência Social, débito daquele regime.
mesmo que tenha prevalecido, no primeiro mês, o
valor do benefício pago pelo regime instituidor.
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 69
Art 8º - Na hipótese de descumprimento do prazo cias a partir de julho de 1994 em que não tenha
do desembolso estipulado no § 2º do art. 6º, apli- havido contribuição para regime próprio.
car-se-ão as mesmas normas em vigor para atua- § 3o Os valores das remunerações a serem utilizadas
lização dos valores dos recolhimentos em atraso no cálculo de que trata este artigo serão comprova-
de contribuições previdenciárias arrecadadas pelo dos mediante documento fornecido pelos órgãos e
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. entidades gestoras dos regimes de previdência aos
Parágrafo único - Na hipótese de o regime pre- quais o servidor esteve vinculado ou por outro do-
videnciário próprio dos servidores da União, dos cumento público, na forma do regulamento.
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios pos- § 4o Para os fins deste artigo, as remunerações con-
suir personalidade jurídica própria, os respectivos sideradas no cálculo da aposentadoria, atualizadas
entes federados respondem solidariamente pelas na forma do § 1o deste artigo, não poderão ser:
obrigações previstas nesta Lei.
I - inferiores ao valor do salário-mínimo;
Art 9º - O Poder Executivo regulamentará esta Lei
no prazo de sessenta dias contado da data de sua II - superiores ao limite máximo do salário-de-con-
publicação. tribuição, quanto aos meses em que o servidor este-
Art 10 - Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- ve vinculado ao regime geral de previdência social.
blicação. § 5o Os proventos, calculados de acordo com o caput
deste artigo, por ocasião de sua concessão, não po-
Brasília, 5 de maio de 1999; 178º da Independência e derão ser inferiores ao valor do salário-mínimo nem
111º da República. exceder a remuneração do respectivo servidor no
cargo efetivo em que se deu a aposentadoria.
Fernando Henrique Cardoso Art. 2o Aos dependentes dos servidores titulares de
cargo efetivo e dos aposentados de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
LEI FEDERAL N° 10.887, DE 18.6.2004 e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fun-
– D. O. U. DE 21.06.2004 dações, falecidos a partir da data de publicação
desta Lei, será concedido o benefício de pensão por
Dispõe sobre a aplicação de morte, que será igual:
disposições da Emenda Constitucional I - à totalidade dos proventos percebidos pelo apo-
no 41, de 19 de dezembro de 2003, sentado na data anterior à do óbito, até o limite má-
altera dispositivos das Leis nos 9.717, ximo estabelecido para os benefícios do regime ge-
de 27 de novembro de 1998, 8.213, ral de previdência social, acrescida de 70% (setenta
de 24 de julho de 1991, 9.532, de 10 por cento) da parcela excedente a este limite; ou
de dezembro de 1997, e dá outras II - à totalidade da remuneração do servidor no car-
providências. go efetivo na data anterior à do óbito, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que geral de previdência social, acrescida de 70% (se-
o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono tenta por cento) da parcela excedente a este limite,
a seguinte Lei: se o falecimento ocorrer quando o servidor ainda
Art. 1o No cálculo dos proventos de aposentado- estiver em atividade.
ria dos servidores titulares de cargo efetivo de
Parágrafo único - Aplica-se ao valor das pensões
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
o limite previsto no art. 40, § 2°, da Constituição
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
Federal.
autarquias e fundações, previsto no § 3° do art. 40
da Constituição Federal e no art. 2° da Emenda Art. 3o Para os fins do disposto no inciso XI do art.
Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, 37 da Constituição Federal, a União, os Estados, o
será considerada a média aritmética simples das Distrito Federal e os Municípios instituirão sistema
maiores remunerações, utilizadas como base para integrado de dados relativos às remunerações, pro-
as contribuições do servidor aos regimes de previ- ventos e pensões pagos aos respectivos servidores e
dência a que esteve vinculado, correspondentes a militares, ativos e inativos, e pensionistas, na forma
80% (oitenta por cento) de todo o período contribu- do regulamento.
tivo desde a competência julho de 1994 ou desde a Art. 4o A contribuição social do servidor público
do início da contribuição, se posterior àquela com- ativo de qualquer dos Poderes da União, incluídas
petência. suas autarquias e fundações, para a manutenção
§ 1o As remunerações consideradas no cálculo do do respectivo regime próprio de previdência social,
valor inicial dos proventos terão os seus valores será de 11% (onze por cento), incidente sobre a to-
atualizados mês a mês de acordo com a variação talidade da base de contribuição.
integral do índice fixado para a atualização dos sa- § 1o Entende-se como base de contribuição o ven-
lários-de-contribuição considerados no cálculo dos cimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
benefícios do regime geral de previdência social. pecuniárias permanentes estabelecidas em lei, os
§ 2o A base de cálculo dos proventos será a remu- adicionais de caráter individual ou quaisquer ou-
neração do servidor no cargo efetivo nas competên- tras vantagens, excluídas:
I - as diárias para viagens;

70 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


II - a ajuda de custo em razão de mudança de sede; Art. 8o A contribuição da União, de suas autarquias
III - a indenização de transporte; e fundações para o custeio do regime de previdên-
cia, de que trata o art. 40 da Constituição Federal,
IV - o salário - família; será o dobro da contribuição do servidor ativo, de-
V - o auxílio - alimentação; vendo o produto de sua arrecadação ser contabili-
zado em conta específica.
VI - o auxílio - creche;
Parágrafo único - A União é responsável pela co-
VII - as parcelas remuneratórias pagas em decor- bertura de eventuais insuficiências financeiras do
rência de local de trabalho; regime decorrentes do pagamento de benefícios
VIII - a parcela percebida em decorrência do exer- previdenciários.
cício de cargo em comissão ou de função de con- Art. 9o A unidade gestora do regime próprio de pre-
fiança; e vidência dos servidores, prevista no art. 40, § 20, da
IX - o abono de permanência de que tratam o § 19 Constituição Federal:
do art. 40 da Constituição Federal, o § 5° do art. 2° I - contará com colegiado, com participação paritá-
e o § 1° do art. 3° da Emenda Constitucional no 41, ria de representantes e de servidores dos Poderes
de 19 de dezembro de 2003. da União, cabendo-lhes acompanhar e fiscalizar
§ 2o O servidor ocupante de cargo efetivo poderá sua administração, na forma do regulamento;
optar pela inclusão na base de contribuição de par- II - procederá, no mínimo a cada 5 (cinco) anos,
celas remuneratórias percebidas em decorrência de a recenseamento previdenciário, abrangendo todos
local de trabalho, do exercício de cargo em comis- os aposentados e pensionistas do respectivo regi-
são ou de função de confiança, para efeito de cálcu- me;
lo do benefício a ser concedido com fundamento no
art. 40 da Constituição Federal e art. 2° da Emenda III - disponibilizará ao público, inclusive por meio
Constitucional n° 41, de 19 de dezembro de 2003, de rede pública de transmissão de dados, informa-
respeitada, em qualquer hipótese, a limitação esta- ções atualizadas sobre as receitas e despesas do
belecida no § 2° do art. 40 da Constituição Federal. respectivo regime, bem como os critérios e parâme-
tros adotados para garantir o seu equilíbrio finan-
Art. 5o Os aposentados e os pensionistas de qual- ceiro e atuarial.
quer dos Poderes da União, incluídas suas autar-
quias e fundações, contribuirão com 11% (onze por Art. 10. A Lei no 9.717, de 27 de novembro de 1998,
cento), incidentes sobre o valor da parcela dos pro- com a redação dada pela Medida Provisória no
ventos de aposentadorias e pensões concedidas de 2.187-13, de 24 de agosto de 2001, passa a vigorar
acordo com os critérios estabelecidos no art. 40 da com as seguintes alterações:
Constituição Federal e nos arts. 2° e 6° da Emenda “Art. 1o ......................................................................
Constitucional n° 41, de 19 de dezembro de 2003, ......................................................................
que supere o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social. X - vedação de inclusão nos benefícios, para efeito
de percepção destes, de parcelas remuneratórias
Art. 6o Os aposentados e os pensionistas de qual- pagas em decorrência de local de trabalho, de fun-
quer dos Poderes da União, incluídas suas autar- ção de confiança ou de cargo em comissão, exceto
quias e fundações, em gozo desses benefícios na quando tais parcelas integrarem a remuneração de
data de publicação da Emenda Constitucional no contribuição do servidor que se aposentar com fun-
41, de 19 de dezembro de 2003, contribuirão com damento no art. 40 da Constituição Federal, respei-
11% (onze por cento), incidentes sobre a parcela tado, em qualquer hipótese, o limite previsto no §
dos proventos de aposentadorias e pensões que 2o do citado artigo;
supere 60% (sessenta por cento) do limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de XI - vedação de inclusão nos benefícios, para efei-
previdência social. to de percepção destes, do abono de permanência
de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição
Parágrafo único - A contribuição de que trata o Federal, o § 5o do art. 2o e o § 1o do art. 3o da Emenda
caput deste artigo incidirá sobre os proventos de Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003.
aposentadorias e pensões concedidas aos servido-
res e seus dependentes que tenham cumprido to- ......................................................................” (NR)
dos os requisitos para obtenção desses benefícios “Art. 2° A contribuição da União, dos Estados, do
com base nos critérios da legislação vigente até 31 Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
de dezembro de 2003. autarquias e fundações, aos regimes próprios de
Art. 7o O servidor ocupante de cargo efetivo que te- previdência social a que estejam vinculados seus
nha completado as exigências para aposentadoria servidores não poderá ser inferior ao valor da con-
voluntária estabelecidas na alínea a do inciso III do tribuição do servidor ativo, nem superior ao dobro
§ 1° do art. 40 da Constituição Federal, no § 5° do art. desta contribuição.
2° ou no § 1° do art. 3° da Emenda Constitucional § 1o A União, os Estados, o Distrito Federal e os
n° 41, de 19 de dezembro de 2003, e que opte por Municípios são responsáveis pela cobertura de
permanecer em atividade fará jus a abono de per- eventuais insuficiências financeiras do respectivo
manência equivalente ao valor da sua contribuição regime próprio, decorrentes do pagamento de be-
previdenciária até completar as exigências para nefícios previdenciários.
aposentadoria compulsória contidas no inciso II do
§ 1° do art. 40 da Constituição Federal.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 71


§ 2o A União, os Estados, o Distrito Federal e os dos mês a mês de acordo com a variação integral do
Municípios publicarão, até 30 (trinta) dias após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC,
encerramento de cada bimestre, demonstrativo fi- calculado pela Fundação Instituto Brasileiro de
nanceiro e orçamentário da receita e despesa previ- Geografia e Estatística - IBGE.”
denciárias acumuladas no exercício financeiro em Art. 13. O art. 11 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro
curso. de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 3o (revogado) “Art. 11. As deduções relativas às contribuições
§ 4o (revogado) para entidades de previdência privada, a que se re-
fere a alínea e do inciso II do art. 8o da Lei no 9.250,
§ 5o (revogado) de 26 de dezembro de 1995, e às contribuições para
§ 6o (revogado) o Fundo de Aposentadoria Programada Individual
§ 7o (revogado) (NR) - Fapi, a que se refere a Lei no 9.477, de 24 de ju-
lho de 1997, cujo ônus seja da própria pessoa física,
“Art. 3° As alíquotas de contribuição dos servido- ficam condicionadas ao recolhimento, também, de
res ativos dos Estados, do Distrito Federal e dos contribuições para o regime geral de previdência
Municípios para os respectivos regimes próprios de social ou, quando for o caso, para regime próprio de
previdência social não serão inferiores às dos servi- previdência social dos servidores titulares de cargo
dores titulares de cargos efetivos da União, deven- efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal
do ainda ser observadas, no caso das contribuições ou dos Municípios, observada a contribuição míni-
sobre os proventos dos inativos e sobre as pensões, ma, e limitadas a 12% (doze por cento) do total dos
as mesmas alíquotas aplicadas às remunerações rendimentos computados na determinação da base
dos servidores em atividade do respectivo ente es- de cálculo do imposto devido na declaração de ren-
tatal.” (NR) dimentos.
Art. 11. A Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, pas- § 1° Aos resgates efetuados pelos quotistas de
sa a vigorar com as seguintes alterações: Fundo de Aposentadoria Programada Individual -
“Art. 12. ...................................................................... Fapi aplicam-se, também, as normas de incidência
I - ...................................................................... do imposto de renda de que trata o art. 33 da Lei no
9.250, de 26 de dezembro de 1995.
......................................................................
§ 2° Na determinação do lucro real e da base de
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual cálculo da contribuição social sobre o lucro líqui-
ou municipal, desde que não vinculado a regime do, o valor das despesas com contribuições para a
próprio de previdência social; previdência privada, a que se refere o inciso V do
......................................................................” (NR) art. 13 da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995,
“Art. 69. ...................................................................... e para os Fundos de Aposentadoria Programada
Individual - Fapi, a que se refere a Lei no 9.477, de
......................................................................
24 de julho de 1997, cujo ônus seja da pessoa jurí-
§ 4º Para efeito do disposto no caput deste artigo, dica, não poderá exceder, em cada período de apu-
o Ministério da Previdência Social e o Instituto ração, a 20% (vinte por cento) do total dos salários
Nacional do Seguro Social - INSS procederão, no dos empregados e da remuneração dos dirigentes
mínimo a cada 5 (cinco) anos, ao recenseamento da empresa, vinculados ao referido plano.
previdenciário, abrangendo todos os aposentados
§ 3° O somatório das contribuições que exceder o
e pensionistas do regime geral de previdência so-
valor a que se refere o § 2o deste artigo deverá ser
cial.” (NR)
adicionado ao lucro líquido para efeito de determi-
“Art. 80. ...................................................................... nação do lucro real e da base de cálculo da contri-
...................................................................... buição social sobre o lucro líquido.
VII - disponibilizará ao público, inclusive por meio § 4° O disposto neste artigo não elide a observância
de rede pública de transmissão de dados, infor- das normas do art. 7o da Lei no 9.477, de 24 de julho
mações atualizadas sobre as receitas e despesas de 1997.
do regime geral de previdência social, bem como § 5° Excetuam-se da condição de que trata o caput
os critérios e parâmetros adotados para garantir o deste artigo os beneficiários de aposentadoria ou
equilíbrio financeiro e atuarial do regime.” (NR) pensão concedidas por regime próprio de previ-
Art. 12. A Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, pas- dência ou pelo regime geral de previdência social.”
sa a vigorar com as seguintes alterações: (NR)
“Art. 11. ...................................................................... Art. 14. O art. 12 da Lei no 10.666, de 8 de maio de
I - ...................................................................... 2003, passa a vigorar com a seguinte redação:
...................................................................... “Art. 12. Para fins de compensação financeira en-
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual tre o regime geral de previdência social e os regi-
ou municipal, desde que não vinculado a regime mes próprios de previdência social dos servidores
próprio de previdência social; da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, os regimes instituidores apresentarão
......................................................................” (NR) aos regimes de origem até o mês de maio de 2007
“Art. 29-B. Os salários-de-contribuição considera- os dados relativos aos benefícios em manutenção
dos no cálculo do valor do benefício serão corrigi-
72 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
em 5 de maio de 1999 concedidos a partir da pro-
mulgação da Constituição Federal.” (NR)
LEI COMPLEMENTAR
Art. 15. Os proventos de aposentadoria e as pen- FEDERAL
sões de que tratam os arts. 1o e 2o desta Lei serão
reajustados na mesma data em que se der o reajus-
te dos benefícios do regime geral de previdência LEI COMPLEMENTAR Nº 152, DE 3 DE
social. DEZEMBRO DE 2015 - D. O. U. 04.12.2015
Art. 16. As contribuições a que se referem os arts.
4o, 5o e 6o desta Lei serão exigíveis a partir de 20 de Dispõe sobre a aposentadoria
maio de 2004. compulsória por idade, com proventos
proporcionais, nos termos do inciso
§ 1o Decorrido o prazo estabelecido no caput des-
II do § 1º do art. 40 da Constituição
te artigo, os servidores abrangidos pela isenção de
Federal.
contribuição referida no § 1° do art. 3° e no § 5° do
art. 8° da Emenda Constitucional no 20, de 15 de
dezembro de 1998, passarão a recolher contribui- A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que
ção previdenciária correspondente, fazendo jus ao o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu pro-
abono a que se refere o art. 7o desta Lei. mulgo, nos termos do parágrafo 5o do art. 66 da
Constituição, a seguinte Lei Complementar:
§ 2o A contribuição de que trata o art. 1° da Lei no
Art. 1o Esta Lei Complementar dispõe sobre a apo-
9.783, de 28 de janeiro de 1999, fica mantida até o
sentadoria compulsória por idade, com proventos
início do recolhimento da contribuição a que se re-
proporcionais, no âmbito da União, dos Estados, do
fere o caput deste artigo, para os servidores ativos.
Distrito Federal e dos Municípios, dos agentes pú-
Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- blicos aos quais se aplica o inciso II do § 1º do art.
blicação. 40 da Constituição Federal.
Art. 18. Ficam revogados os §§ 3°, 4°, 5°, 6° e 7° do Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com
art. 2°, o art. 2°-A e o art. 4° da Lei n° 9.717, de 27 de proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
novembro de 1998, o art. 8° da Medida Provisória aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:
n° 2.187-13, de 24 de agosto de 2001, na parte em
I - os servidores titulares de cargos efetivos da
que dá nova redação ao inciso X do art. 1o, ao art.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
2o e ao art. 2o-A da Lei no 9.717, de 27 de novembro
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações;
de 1998, e a Lei n° 9.783, de 28 de janeiro de 1999.
Brasília, 18 de junho de 2004; 183o da Independência II - os membros do Poder Judiciário;
e 116o da República. III - os membros do Ministério Público;
Luiz Inácio Lula da Silva; Guido Mantega; Amir IV - os membros das Defensorias Públicas;
Lando V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de
Contas.
Parágrafo único. Aos servidores do Serviço Exterior
Brasileiro, regidos pela Lei nº 11.440, de 29 de de-
zembro de 2006, o disposto neste artigo será apli-
cado progressivamente à razão de 1 (um) ano adi-
cional de limite para aposentadoria compulsória ao
fim de cada 2 (dois) anos, a partir da vigência desta
Lei Complementar, até o limite de 75 (setenta e cin-
co) anos previsto no caput.
Art. 3º Revoga-se o inciso I do art. 1º da Lei
Complementar nº 51, de 20 de dezembro de 1985.
Art. 4º Esta Lei Complementar entra em vigor na
data de sua publicação.

Brasília, 3 de dezembro de 2015; 194o da


Independência e 127o da República.
Dilma Rousseff

Este texto não substitui o publicado no DOU de


4.12.2015

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 73


EMENDAS mos do Art. 59, § 3º, da Constituição Estadual, pro-
mulga a seguinte Emenda Constitucional:
CONSTITUCIONAIS Art. 1º - O inciso XXI do Art. 154 da Constituição
Estadual passa a ter a seguinte redação:
ESTADUAIS “Art. 154 - ...
EMENDA CONSTITUCIONAL ESTADUAL *XXI – Nenhuma pensão paga aos dependentes de
servidor público falecido poderá ter valor mensal
Nº 9, DE 16.12.1992 D.O. DE 22.12.1992 inferior ao salário mínimo, ressalvados os casos de
Altera dispositivos da Constituição do remuneração e proventos proporcionais.”
Estado do Ceará. *Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O.
de 9.2.2011. Apêndice.
A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA Art. 2º - O Art. 165 da Constituição Estadual passa
LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, nos ter- a ter a seguinte redação:
mos do Art. 59, da Constituição Estadual, combi- “Art. 165 - Os servidores públicos deficientes físi-
nado com o Art. 347, § 3º, da Resolução nº 227 de co-sensoriais, ou não, farão jus a aposentadoria na
30 de março de 1990 (REGIMENTO INTERNO), mesma forma estabelecida para os demais servido-
promulga a seguinte Emenda Constitucional: res.”
Art. 1º Substitua-se a palavra Conselho por Tribunal Art. 3º - O Capítulo XII do Título VIII, da
nos seguintes Artigos e Subseção: Constituição Estadual passa a denominar-se “DA
a) Artigo 11; PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAIS”, e os
artigos 330, 331 e parágrafos, e 335, ficam altera-
b) Artigo 40 – Parágrafo 1º;
dos, passando a ter a seguinte redação:
c) Artigo 41 – Parágrafo Único;
d) Artigo 42 – Caput e Parágrafo 2º, 3º e Inciso I, TÍTULO VIII
4º e 5º;
e) Dos Poderes Estaduais – Capítulo I Seção VI – CAPÍTULO XII
Subseção III; DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL

f) Artigo 78 – Caput e Parágrafo 2º, 3º e 4º; Art. 330 - A previdência social dos servidores públi-
cos estaduais, civis e militares, agentes públicos e
g) Artigo 79 – Parágrafo 1º, 2º, 3º e 5º; dos membros de Poder, ativos, inativos e pensionis-
h) Artigo 80 – Parágrafo 1º e 2º; tas, dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
e do Ministério Público será mantida através de
i) Artigo 81 – Caput e Parágrafos;
Sistema Único, administrado pelo Poder Executivo,
j) Artigo 88 – Inciso XIII; através da Secretaria da Fazenda, nos termos da
l) Artigo 108 – Inciso VII, alínea B; Lei.
m) Artigo 151 – Inciso II; e § 1º - Instituído o Sistema Único de que trata o
caput deste artigo, ficam extintos, na Administração
n) Artigos 16 e 17 do Ato das Disposições Pública Estadual, todos os Montepios existentes,
Transitórias. institutos de aposentadoria e pensão e a Pensão
Art. 2º Esta Emenda Constitucional entrará em vi- Policial Militar, ficando vedada a instituição de
gor na data de sua publicação, revogadas as dispo- quaisquer novos benefícios de montepio ou previ-
sições em contrário. denciários, a qualquer título, diversos do disposto
neste Capítulo, ressalvando-se a manutenção e o
PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO
pagamento dos benefícios atualmente concedidos,
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 16 de de-
os quais serão suportados pelo Sistema Único, nos
zembro de 1992.
termos da Lei, respeitado, em qualquer caso, o teto
Dep. Júlio Rego, Presidente; Dep. Manuel Salviano, remuneratório aplicável.
1º Vice-Presidente; Dep. José Albuquerque, 2º
§ 2º - Os Deputados Estaduais não serão contri-
Vice– Presidente; Dep. Alexandre Figueiredo, 1º
buintes do Sistema Único de que trata o caput deste
Secretário; Dep. Stênio Rios, 2º Secretário; Dep.
artigo e poderão ter sistema próprio de previdência
José Maria Melo, 3º Secretário; Dep. Marconi
social, mantido por contribuição dos segurados e
Matos, 4º Secretário.
pensionistas e por recursos do Estado, nos termos
D.O. 22.12.92 da Lei.
§ 3º - Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
EMENDA CONSTITUCIONAL ESTADUAL disponibilizarão, mensalmente, a partir de 90 dias
Nº 39, DE 5.5.1999 ­D. O. 10.5.1999 da publicação desta emenda, os dados, relativos
aos seus servidores, necessários ao gerenciamento
Altera o inciso XXI do Art. 154, o Art. do Sistema Único de Previdência.
165 e o Capítulo XII do Título VIII da Art. 331 - O Sistema Único de Previdência Social
Constituição Estadual. de que trata o artigo anterior será organizado com
base em normas gerais de contabilidade e atuá-
A MESA DIRETORA DA ASSEMBLÉIA ria, de modo a garantir o seu equilíbrio financeiro
LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, nos ter-
74 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
e atuarial, e será mantido mediante contribuição *§ 6ª - Na falta dos filhos menores, ou quando por
previdenciária, dos ativos, inativos pensionistas, na qualquer motivo cessar o pagamento a estes, a pen-
alíquota mínima de onze por cento sobre as respec- são será paga integralmente ao cônjuge supérstite.
tivas remuneração, proventos e pensões, além de companheiro ou companheira, assim como na falta
contribuição do próprio Estado do Ceará, conforme destes, a pensão será paga integralmente aos filhos
disposto em Lei. menores, cessando na forma do parágrafo seguinte.
§ 1º - O sistema Único de Previdência Social man- *Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O.
de 9.2.2011. Apêndice.
tido por contribuição previdenciária, atenderá, nos
termos da Lei, a: *§ 7º - Cessa o pagamento da pensão:
*Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O.
I – aposentadoria; de 9.2.2011. Apêndice.
*II – pensão por morte do segurado ao cônjuge su- *I – em relação ao cônjuge supérstite, companheiro
pérstite, companheiro ou companheira e demais ou companheira, na data em que contrair núpcias,
dependentes do segurado, estes desde que devida- constituir nova união estável ou falecer;
mente inscritos;
*Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O.
*Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O. de 9.2.2011. Apêndice.
de 9.2.2011. Apêndice.
*II – em relação a filho, filha ou tutelado, na data
III – auxílio reclusão, no limite definido em Lei. em que atingir a maioridade ou quando de sua
§ 2º - Nenhuma aposentadoria ou pensão terá valor emancipação, salvo se inválido(a) totalmente para
mensal inferior ao salário mínimo, ressalvados os o trabalho até o falecimento do segurado, compro-
casos de aposentadoria e pensões proporcionais. vada, neste caso, a dependência econômica em re-
§ 3º - Ressalvados os casos de aposentadoria pro- lação ao segurado.
porcional, a pensão por morte corresponderá à to- *Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O.
de 9.2.2011. Apêndice.
talidade do subsídio, vencimentos ou proventos do
servidor falecido, independentemente do número *§ 8º - Os serventuários da Justiça, não remune-
de dependentes inscritos, respeitados, em qualquer rados pelos cofres públicos, não contribuirão para
caso, o teto remuneratório aplicável. o Sistema Único de Previdência Social do Estado
do Ceará de que trata este artigo, ressalvados os
*§ 4º - A pensão por morte, prevista no parágrafo
inscritos anteriormente ao advento da Lei Federal
anterior, será devida desde:
nº 8.935, de 18 de novembro de 1994.
*Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O.
de 9.2.2011. Apêndice. § 9º - Observado o disposto no parágrafo anterior,
*I – do óbito, quando requerida até 90 (noventa) a contribuição previdenciária a ser recolhida pelos
dias depois deste; serventuários da Justiça, ativos e inativos, não re-
*Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O.
munerados pelos cofres públicos e seus pensionis-
de 9.2.2011. Apêndice. tas, corresponderá, no mínimo, a vinte por cento,
incidente sobre toda a remuneração, proventos ou
*II – do requerimento, quando requerida após o pensão percebidos, conforme o caso, nos termos
prazo previsto no inciso anterior ou no caso de in- dispostos em Lei.
clusão post mortem qualquer que seja o status do
dependente; § 10 - Observado o disposto nos §§ 8º e 9º, os serven-
*Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O. turários da Justiça, não remunerados pelos cofres
de 9.2.2011. Apêndice. públicos terão os proventos de suas aposentadorias
fixados de acordo com a média das remunerações
*III – da sentença judicial, no caso de morte presu- que serviu de base de cálculo para as 96 (noventa e
mida ou ausência. seis) últimas contribuições efetivamente recolhidas
*Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O. à entidade estadual responsável pela previdência
de 9.2.2011. Apêndice.
social, sendo tais proventos e pensões reajustados
*§ 5º - A pensão decorrente de contribuição paga na mesma época e índice dos reajustes gerais dos
por qualquer ocupante de cargo, função ou em- servidores do Estado.
prego público da administração direta, autárquica
e fundacional, ou por membros de quaisquer dos § 11 - Nenhum benefício de previdência social po-
Poderes do Estado, inclusive do Ministério Público, derá ser criado majorado ou estendido, sem a cor-
somente poderá ter como beneficiários o cônjuge respondente fonte de custeio total.
supérstite, a companheira ou o companheiro, e os § 12 - A contribuição previdenciária do Sistema
filhos menores do segurado, sendo vedada a desig- Único de Previdência Social não incidirá sobre a
nação legal ou indicação de quaisquer outros be- parcela de até R$ 300,00 (trezentos reais) do pro-
neficiários, inclusive netos, ressalvados os casos de vento ou pensão.
tutela judicial e de invalidez, sempre que demons- § 13 - O servidor público civil ativo, os agentes
trada a dependência econômica. A pensão será públicos ativos e os membros do Poder ativos do
paga metade ao cônjuge supérstite, companheira Estado do Ceará, que permanecerem em atividade
ou companheiro, e metade, em partes iguais, aos após completar as exigências para a aposentadoria
filhos menores. voluntária integral nas condições previstas no Art.
*Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O. 40 da Constituição Federal, na redação dada pela
de 9.2.2011. Apêndice.
Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro
de 1998, ou nas condições previstas no art. 8º, da

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 75


mesma Emenda, farão jus à não incidência da con- sal, em espécie, do Governador do Estado no âm-
tribuição previdenciária até a data da concessão de bito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
sua aposentadoria, voluntária ou compulsória. Estaduais no âmbito do Poder Legislativo e o subsí-
Art. 335 - Nenhum provento ou pensão, pago pelo dio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do
Sistema Único de Previdência Social do Estado do Estado, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
Ceará, poderá ser superior a cem por cento da to- centésimos por cento do subsídio mensal, em espé-
talidade do subsídio ou vencimento do segurado cie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no
quando na atividade” âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e
Art. 4º - As despesas com assistência à saúde
aos Defensores Públicos.
dos atuais servidores segurados do instituto de
Previdência do Estado do Ceará – IPEC e de seus Art. 168 - Os servidores abrangidos pelo regime
dependentes, devidamente inscritos na entidade de previdência de que trata o art. 330, caput, desta
responsável pela assistência à saúde dos servidores Constituição serão aposentados, calculados os seus
públicos estaduais, serão custeadas com recursos proventos a partir dos valores fixados na forma dos
oriundos do Tesouro Estadual, de suas autarquias §§ 3° e 6° deste artigo.
e fundações, com participação dos servidores, por I - por invalidez permanente, sendo os proventos
evento, vedada a inscrição de novos segurados, nos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
termos da Lei. decorrente de acidente em serviço, moléstia profis-
Art. 5º - Até a instituição do sistema previdenciá- sional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
rio próprio dos Deputados Estaduais, previstos no na forma da Lei;
§ 2º do art. 330, com a redação dada nesta Emenda II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade,
Constitucional, será observada a legislação previ- com proventos proporcionais ao tempo de contri-
denciária, relativa aos deputados, ex-deputados es- buição;
taduais e seus dependentes, atualmente em vigor. III - voluntariamente, desde que cumprido tempo
Art. 6º - Esta Emenda Constitucional entra em vi- mínimo de dez anos de efetivo exercício no servi-
gor na data de sua promulgação. ço público e cinco anos no cargo efetivo em que
se dará a aposentadoria, observadas as seguintes
condições:
PAÇO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 05 de a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de con-
maio de 1999. tribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de
idade e trinta de contribuição, se mulher;
Dep. Welington Landim, Presidente; Dep. José
Sarto, 2º Vice-Presidente; Dep. Marcos Cals, b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses-
1º Secretário; Dep. Carlomano Marques, 2º senta anos de idade, se mulher, com proventos pro-
Secretário; Dep. Ilário Marques, 3º Secretário. porcionais ao tempo de contribuição.
§ 1° - Esta Lei Complementar poderá estabelecer
EMENDA CONSTITUCIONAL ESTADUAL exceções ao disposto no inciso III, alíneas a e b, no
Nº 56, DE 7. 1. 2004 – D. O. 7.1.2004 caso de exercício de atividades consideradas peno-
sas, insalubres ou perigosas, na forma do que dis-
Altera os artigos 154, 168, 330 e 331 puser a Legislação Federal.
da Constituição do Estado do Ceará e § 2° - O tempo de contribuição Federal, Estadual ou
dá outras providências. Municipal será contado para efeito de aposentado-
ria e o tempo de serviço correspondente para efeito
A MESA DIRETORA DA ASSEMBLÉIA de disponibilidade, vedada qualquer forma de con-
LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, nos ter- tagem de tempo de contribuição fictício.
mos do § 3º, do Art. 59, da Constituição Estadual, § 3° - Para o cálculo dos proventos de aposentado-
promulga a seguinte Emenda Constitucional: ria, por ocasião da sua concessão, serão conside-
Art. 1° - A Constituição do Estado do Ceará passa a radas as remunerações utilizadas como base para
vigorar com as seguintes alterações: as contribuições do servidor aos regimes de previ-
“Art. 154 - A administração pública direta, indireta dência de que tratam este artigo e o art. 201, da
e fundacional de quaisquer dos Poderes do Estado Constituição Federal, na forma da Lei.
do Ceará obedecerá aos princípios da legalidade, *§ 4° - Esta Lei disporá sobre a concessão do bene-
da impessoalidade, da moralidade, da publicidade fício de pensão por morte, que será igual:
e da eficiência, e ao seguinte: *Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O.
de 9.2.2011. Apêndice.
...
IX - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor
cargos, funções e empregos públicos da administra- falecido, até o limite máximo estabelecido para os
ção direta, autárquica e fundacional, dos membros benefícios do regime geral de previdência social,
do Executivo, Legislativo e Judiciário, dos detento- acrescido de setenta por cento da parcela exceden-
res de mandato eletivo e dos demais agentes polí- te a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou
ticos e os proventos, pensões ou outra espécie re- II - ao valor da totalidade da remuneração do ser-
muneratória, percebidos cumulativamente ou não, vidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou- até o limite máximo estabelecido para os benefícios
tra natureza, não poderão execeder o subsídio men- do regime geral de previdência social, acrescido de

76 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


setenta por cento da parcela excedente a este limi- Art. 3° - Observado o disposto no art. 4° da Emenda
te, caso em atividade na data do óbito. Constitucional n.° 20, de 15 de dezembro de 1998,
§ 5° - É assegurado o reajustamento dos benefícios é assegurado o direito de opção pela aposentadoria
para preservar-lhes, em caráter permanente, o va- voluntária com proventos calculados de acordo com
lor real, conforme critérios estabelecidos em Lei. o art. 168, §§ 3º, 6° e 7° desta Constituição, àque-
le que tenha ingressado regularmente em cargo
§ 6° - Todos os valores de remuneração considera- efetivo na Administração Pública Estadual direta,
dos para o cálculo do benefício previsto no § 3° se- autárquica e fundacional, até a data de publicação
rão devidamente atualizados, na forma da Lei. daquela Emenda, quando o servidor, cumulativa-
§ 7° - Incidirá contribuição previdenciária sobre mente:
os proventos e pensões concedidas pelo regime de I - tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem,
que trata este artigo, que superem o limite máxi- e quarenta e oito anos de idade, se mulher;
mo estabelecido para os benefícios do regime ge- II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo
ral de previdência social, com percentual igual ao em que se der a aposentadoria;
estabelecido para os servidores titulares de cargos
efetivos. III - contar tempo de contribuição igual, no míni-
mo, à soma de:
§ 8° - O servidor de que trata este artigo que tenha
a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se
completado as exigências para a aposentadoria vo-
mulher; e
luntária estabelecidas no inciso III, alínea a, deste
artigo, e que opte por permanecer em atividade fará b) um período adicional de contribuição equivalen-
jus a um abono de permanência equivalente ao va- te a vinte por cento do tempo que, à data de publi-
lor de sua contribuição previdenciária até comple- cação daquela Emenda, faltaria para atingir o limi-
tar as exigências para aposentadoria compulsória. te de tempo constante da alínea anterior.
... § 1° - O servidor de que trata este artigo que cum-
prir as exigências para aposentadoria na forma do
Art. 330 - A previdência social dos servidores esta- caput terá os seus proventos de inatividade redu-
duais, detentores de cargos efetivos, incluídas suas zidos para cada ano antecipado em relação aos li-
autarquias e fundações, dos membros do Poder, ati- mites de idade estabelecidos pelo art. 168, inciso
vos, inativos e pensionistas dos Poderes Executivo, III, alínea a, desta Constituição, e o art. 40, § 5° da
Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, Constituição Federal, na seguinte proporção:
será organizada em sistema único e terá caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do I - três inteiros e cinco décimos por cento, para
Estado do Ceará, dos servidores ativos e inativos e aquele que completar as exigências para aposen-
dos pensionistas, observadas as normas gerais de tadoria na forma do caput até 31 de dezembro de
contabilidade e atuária e critérios que preservem o 2005;
equilíbrio financeiro e atuarial, conforme disposto II - cinco por cento, para aquele que completar as
em Lei Complementar. exigências para aposentadoria na forma do caput a
... partir de 1° de janeiro de 2006.
§ 2° - Aplica-se ao magistrado e ao membro do
§ 4° - A contribuição previdenciária cobrada dos
Ministério Público e dos Tribunais de Contas o dis-
servidores públicos para o custeio, em benefício
posto neste artigo.
destes, do regime previdenciário de que trata o
caput deste artigo, não poderá ter alíquota inferior § 3° - Na aplicação do disposto no parágrafo an-
à da contribuição dos servidores titulares de cargos terior, o magistrado ou o membro do Ministério
efetivos da União. Público ou dos Tribunais de Contas, se homem, terá
o tempo de serviço exercido até a data de publica-
§ 5° São também alcançados pelo caput deste ar- ção da Emenda Constitucional n° 20, de 15 de de-
tigo, os servidores estáveis abrangidos pelo art. 39 zembro de 1998, contado com acréscimo de dezes-
caput da Constituição Federal, na redação original, sete por cento, observado o disposto no § 1° deste
c/c o art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais artigo.
Transitórias da Constituição Federal, e o admitido
até 05 de outubro de 1988, que não tenha cumpri- § 4° - O professor, servidor do Estado, incluídas
do, naquela data, o tempo previsto para aquisição suas autarquias e fundações, que até à data de pu-
da estabilidade no serviço público, desde que su- blicação da Emenda Constitucional n° 20, de 15 de
bordinados ao regime jurídico estatutário. dezembro de 1998, tenha ingressado regularmen-
te em cargo efetivo de magistério e que opte por
Art. 331 - Fica vedada a existência de mais de um aposentar-se na forma do disposto no caput, terá o
regime próprio de previdência social para os servi- tempo de serviço exercido até a publicação daquela
dores titulares de cargos efetivos e de mais de uma Emenda contado com o acréscimo de dezessete por
unidade gestora do respectivo regime, ressalvado o cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher,
disposto no art. 142, § 3° da Constituição Federal.” desde que se aposente, exclusivamente, com tempo
Art. 2° - O regime de previdência complementar de efetivo exercício nas funções de magistério, ob-
será instituído por Lei Estadual dentro de de até 90 servado o disposto no § 1° deste artigo.
(noventa) dias a partir da publicação de Lei Federal, § 5° - O servidor de que trata este artigo, que te-
nos termos do § 15, do art. 40 da Constituição nha completado as exigências para aposentadoria
Federal, com nova redação dada pela Emenda voluntária estabelecidas no caput, e que opte por
Constitucional n° 41, de 19 de dezembro de 2003. permanecer em atividade, fará jus a um abono de

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 77


permanência equivalente ao valor da sua contri- I - sessenta anos de idade, se homem, e cinqüenta
buição previdenciária até completar as exigências e cinco anos de idade, se mulher;
para aposentadoria compulsória. II - trinta e cinco anos de contribuição, se homem,
§ 6° - Às aposentadorias concedidas de acordo com e trinta anos de contribuição, se mulher;
este artigo aplica-se o disposto no art. 168, § 6°,
III - vinte anos de efetivo exercício no serviço pú-
desta Constituição.
blico; e
Art. 4° - É assegurada a concessão, a qualquer tem-
po, de aposentadoria aos servidores públicos, bem IV - dez anos de carreira e cinco anos de efetivo
como pensão aos seus dependentes, que até a data exercício no cargo em que se der a aposentadoria.
de publicação da Emenda Constitucional Federal n° Parágrafo único - Os proventos das aposentadorias
41, de 19 de dezembro de 2003, tenham cumprido concedidas conforme este artigo serão revistos na
todos os requisitos para obtenção desses benefícios, mesma proporção e na mesma data, sempre que se
com base nos critérios da legislação então vigente. modificar a remuneração dos servidores em ativi-
§ 1° - O servidor de que trata este artigo, que opte dade, na forma da Lei, observado o disposto no art.
por permanecer em atividade tendo completado as 154, inciso IX, desta Constituição.
exigências para aposentadoria voluntária e conte Art. 7° - Observado o disposto no art. 154, inciso
com, no mínimo, vinte e cinco anos de contribui- IX, desta Constituição, os proventos de aposen-
ção, se mulher, ou trinta anos de contribuição, se tadoria dos servidores públicos titulares de cargo
homem, fará jus a um abono de permanência equi- efetivo e as pensões dos seus dependentes pagos
valente ao valor da sua contribuição previdenciá- pelo Estado, incluídas suas autarquias e funda-
ria até completar as exigências para aposentadoria ções, em fruição na data de publicação da Emenda
compulsória, contidas no art. nº 40, § 1º, inciso II, Constitucional Federal n° 41, de 19 de dezembro de
da Constituição Federal. 2003, bem assim os proventos de aposentadoria dos
servidores e as pensões dos dependentes abran-
§ 2° - Os proventos da aposentadoria a ser conce-
gidos pelo art. 4° desta Emenda, serão revistos na
dida aos servidores referidos no caput, em termos
mesma proporção e na mesma data, sempre que se
integrais ou proporcionais ao tempo de contribui-
modificar a remuneração dos servidores em ativi-
ção já exercido até a data de publicação da Emenda
dade, sendo também estendidos aos inativos e pen-
Constitucional Federal n° 41, de 19 de dezembro de
sionistas quaisquer benefícios ou vantagens poste-
2003, bem como as pensões de seus dependentes,
riormente concedidos aos servidores em atividade,
serão calculados de acordo com a legislação em vi-
inclusive quando decorrentes da transformação ou
gor à época em que foram atendidos os requisitos
reclassificação do cargo ou função em que se deu
nela estabelecidos para a concessão desses benefí-
a aposentadoria ou que serviu de referência para a
cios ou nas condições da legislação vigente.
concessão da pensão, na forma da lei.
Art. 5° - Os servidores inativos e os pensionistas
Art. 8° - Os vencimentos, a remuneração e os subsí-
do Estado, incluídas suas autarquias e fundações,
dios dos ocupantes de cargos, funções e empregos
em gozo de benefícios na data de publicação da
públicos da administração direta, autárquica e fun-
Emenda Constitucional Federal n° 41, de 19 de de-
dacional, dos membros do Executivo, Legislativo e
zembro de 2003, bem como os alcançados pelo dis-
Judiciário, dos detentores de mandato eletivo e dos
posto no seu art. 4°, contribuirão para o custeio do
demais agentes políticos e os proventos, pensões ou
regime de que trata o art. 330 desta Constituição,
outra espécie remuneratória percebidos cumulativa-
em percentual igual ao estabelecido para os servi-
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
dores titulares de cargos efetivos.
qualquer outra natureza, que estejam sendo percebi-
Parágrafo único - A contribuição previdenciária, dos em desacordo com esta Emenda Constitucional,
a que se refere o caput, incidirá apenas sobre a serão imediatamente reduzidos aos limites nela es-
parcela dos proventos e das pensões que supere tabelecidos, não se admitindo, neste caso, invocação
cinqüenta por cento do limite máximo estabele- de direito adquirido ou percepção de excesso a qual-
cido para os benefícios do regime geral de previ- quer título, conforme disposto no caput do art. 17 do
dência social, conforme o disposto no art. 201 da Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição Federal. Constituição Federal.
Art. 6° - Ressalvado o direito de opção à aposenta- Art. 9° - Fica revogado o § 12 do art. 331 da
doria pelas normas estabelecidas pelo art. 168 des- Constituição Estadual.
ta Constituição ou pelas regras estabelecidas pelo Art. 10 - Esta Emenda Constitucional entrará em
art. 3° desta Emenda, o servidor do Estado, incluí- vigor na data de sua publicação, revogadas as dis-
das suas autarquias e fundações, que tenha ingres- posições em contrário.
sado no serviço público até a data de publicação da
Emenda Constitucional Federal n° 41, de 19 de de-
zembro de 2003, poderá aposentar-se com proven- PAÇO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO
tos integrais, que corresponderão à totalidade da ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 07 de janeiro
remuneração do servidor no cargo efetivo em que de 2004.
se der a aposentadoria, na forma da Lei, desde que,
Dep. Marcos Cals - Presidente; Dep. Idemar Citó -
observadas as reduções de idade e tempo de con-
tribuição contidas no § 5° do art. 40 da Constituição 1º Vice-Presidente; Dep. Domingos Filho - 2º Vice-
Federal, e preencha, cumulativamente, as seguin- Presidente; Dep. Gony Arruda - 1º Secretário;
tes condições: Dep. Valdomiro Távora - 2º Secretário; Dep.

78 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


José Albuquerque - 3º Secretário; Dep. Gilberto indicados nas letras “b” e “c” do inciso II do §1º,
Rodrigues - 4º Secretário. deste artigo.
§6º Na falta dos beneficiários indicados na letra “a”
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 69, DE do inciso II, do §1º, por qualquer motivo, inclusi-
18.1.2011 – D. O. DE 9.2.2011 ve a perda superveniente da condição de benefi-
ciário, a pensão por morte será paga integralmen-
Altera o art. 331 da Constituição te aos beneficiários indicados nas letras “b” e “c”
Estadual. e vice-versa, observando-se sempre, na forma de
rateio entre os concorrentes, o disposto nos pará-
A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA grafos anteriores, inclusive quanto à incidência do
LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, nos ter- percentual de pensão alimentícia, se existente, não
mos do art. 59, §3º da Constituição do Estado, pro- podendo a quota percebida pelo cônjuge separado
mulga a seguinte Emenda Constitucional. juridicamente ou ex-cônjuge divorciado, em qual-
quer hipótese, superar o percentual fixado a título
Art.1º - O art.331 da Constituição Estadual passa a
de pensão alimentícia.
vigorar com a seguinte redação:
“Art.331.... §7º Cessa o pagamento da pensão:
§1º O Sistema Único de Previdência Social, man- I - em relação ao cônjuge supérstite, companheira
tido por contribuição previdenciária, atenderá, nos ou companheiro e ao ex-cônjuge separado juridi-
termos da Lei, a: camente ou divorciado, beneficiário de pensão ali-
mentícia, na data em que contraírem novas núpcias
... ou constituírem nova união estável;
II - pensão por morte do segurado em favor dos de- II - em relação ao filho ou filha, na data em que
pendentes seguintes, provada a dependência eco- atingir vinte e um anos, salvo se inválido(a) total-
nômica na forma definida em Lei: mente para qualquer trabalho até o falecimento do
a) o cônjuge supérstite, o companheiro ou a com- segurado, comprovada, neste caso e a na forma da
panheira e o ex-cônjuge separado juridicamente ou Lei, a dependência econômica em relação a este.
divorciado, desde que, nos dois últimos casos, na III - em relação ao tutelado, na data em que atingir
data do falecimento do segurado, esteja perceben- vinte e um anos, ainda que cessada a tutela com o
do pensão alimentícia devidamente comprovada, óbito do segurado;
observado o percentual fixado, que incidirá sobre
a cota que couber ao cônjuge ou companheiro no IV - com o falecimento dos beneficiários;
rateio da pensão com os beneficiários de outras V - em todos os demais casos definidos em lei.
classes; ...
b) o filho até completar vinte e um anos de idade; §13. O servidor público civil ativo, os agentes públi-
c) o filho inválido e o tutelado. cos ativos e os membros de Poder ativos do Estado do
... Ceará, que permanecerem em atividade após com-
pletar as exigências para inativação, farão jus a abono
§4º A pensão por morte, prevista no parágrafo ante- de permanência nos termos e limites estabelecidos
rior, será devida a partir: pela Constituição Federal e respectivas Emendas.”
I - da data do óbito, se requerido o beneficio em até Art.2º A elevação do limite erário de percepção do
90 (noventa) dias do falecimento; beneficio da pensão por morte de dezoito para vin-
II - da data do requerimento, no caso de inclusão te e um anos, no caso dos filhos válidos, operada
post-mortem, nos termos e situações definidos em por esta Emenda atinge as pensões ainda em curso
lei; quando de sua entrada em vigor, mas não retroage
para revigorar benefícios já findos.
III - da data do requerimento, se o benefício for re-
querido após noventa dias do óbito; Art.3º - Esta Emenda Constitucional entra em vigor
quarenta e cinco dias após a sua publicação.
IV - da data do trânsito em julgado da sentença ju- Art.4º - Revogam-se as disposições em contrário.
dicial, no caso de morte presumida ou ausência.
§5º A pensão por morte decorrente de contribuição
PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO
paga por qualquer ocupante de cargo, função ou
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 18 de janeiro
emprego público da administração direta, autárqui-
de 2011.
ca e fundacional, ou por membros de quaisquer dos
Poderes do Estado, inclusive do Ministério Público, Dep. Francisco Caminha – Presidente; Dep.
somente poderá ter como beneficiários as pessoas Sineval Roque - 2º Vice-Presidente; Dep. José
indicadas no §1º, inciso II, deste artigo, vedada a Albuquerque - 1º Secretário; Dep. Fernando
designação legal ou indicação de quaisquer outros Hugo - 2º Secretário; Dep. Hermínio Resende - 3º
beneficiários, inclusive netos. A pensão será paga
Secretário; Dep. Osmar Baquit - 4º Secretário
metade às pessoas indicadas na letra “a” do inciso
II do §1º, deste artigo, em quotas iguais, salvo se
verificados percentuais de pensão alimentícia, que
serão observados, e metade, em partes iguais, aos

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 79


tados e deixarão pensão aos seus dependentes,
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 84, DE na forma do art.40 da Constituição Federal.
3.12.2015. D. O. 04.12.2005 ...
Art.330. A previdência social dos servidores es-
ACRESCENTA O §6º AO ART. 205 DA taduais, detentores de cargos efetivos, dos mi-
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. litares, dos membros de Poder, ativos, inativos
e pensionistas dos Poderes Executivo, incluí-
A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA das suas autarquias e fundações, Legislativo e
LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, nos ter- Judiciário, dos Tribunais de Contas do Estado
mos do art.59, §3º da Constituição do Estado do e dos Municípios e do Ministério Público, será
Ceará, promulga a seguinte Emenda Constitucional: organizada em sistema único e terá caráter con-
Art.1º Fica acrescido ao art.205 da Constituição tributivo e solidário, mediante contribuição do
Estadual o §6º, nos seguintes termos: Estado do Ceará, dos segurados e dos pensionis-
tas, observadas as normas gerais de contabilida-
“Art.205....
de e atuária e critérios que preservem o equilí-
... brio financeiro e atuarial, conforme o art.40 da
§6º A criação ou a extensão de qualquer bene- Constituição Federal e o disposto em lei com-
fício ou vantagem funcional ou, ainda, de ou- plementar.
tras despesas referentes a agentes públicos es- Art.331...
taduais, no âmbito dos três Poderes, incluídos §1º…
o Ministério Público, a Defensoria Pública e os
II - pensão por morte do segurado, na forma de-
Tribunais de Contas, dependem, quando im-
finida em lei;
portar em gasto público, da aprovação em lei e
da prévia previsão, na lei orçamentária anual e III – salário-família, na forma definida em lei.
créditos adicionais, dos recursos necessários ao ...
custeio da despesa correspondente, aplicando- §3º A pensão por morte será calculada, na for-
-se esta última exigência de previsão orçamen- ma da lei, com base no subsídio, vencimentos
tária prévia também para nomeação de pessoal e ou proventos do segurado falecido, independen-
provimento de cargos no serviço público.” (NR) temente do número de dependentes inscritos,
Art.2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor respeitado, em qualquer caso, o teto remunera-
na data de sua publicação. tório aplicável, e observado o disposto no §7º do
art.40, da Constituição Federal.

PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO §5º Lei definirá a forma de concessão, rateio e o
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 3 de dezembro marco inicial do benefício de pensão, inclusive
de 2015. as causas de sua cessação e o rol de dependen-
Dep. José Albuquerque - PRESIDENTE; Dep. tes.” (NR)
Tin Gomes - 1º VICE-PRESIDENTE; Dep. Art.2º Revogam-se o art.165, os incisos e parágrafos
Danniel Oliveira - 2º VICE-PRESIDENTE; Dep. do art.168 e os seguintes dispositivos do art.331 da
Sérgio Aguiar - 1º SECRETÁRIO; Dep. Manoel Constituição Estadual:
Duca - 2º SECRETÁRIO; Dep. João Jaime - 3º I - alíneas “a”, “b” e “c” do inciso II do §1º, alte-
SECRETÁRIO; Dep. Joaquim Noronha - 4º radas pela Emenda Constitucional nº69, de 18 de
SECRETÁRIO janeiro de 2011;
II - incisos IV e V do §1º;
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 85, DE 10 III - §§4º, 6º e 7º, alterados pela Emenda
DE DEZEMBRO DE 2015. D.O. 14.12.2015. Constitucional nº69, de 18 de janeiro de 2011; e
IV - §§8º, 9º e 10, acrescentados pela Emenda
ALTERA E REVOGA DISPOSITIVOS
DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO Constitucional nº39, de 5 de maio de 1999.
DO CEARÁ. Art.3º Esta Emenda Constitucional entra em vigor
na data de sua publicação.
A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, nos ter- PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO
mos do art.59, §3º da Constituição do Estado do ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 10 de
Ceará, promulga a seguinte Emenda Constitucional: dezembro de 2015.
Art.1º Os arts.168, 330 e 331 da Constituição Dep. José Albuquerque - PRESIDENTE; Dep.
Estadual, passam a vigorar com as seguintes alte- Tin Gomes - 1º VICE-PRESIDENTE; Dep.
rações: Danniel Oliveira - 2º VICE-PRESIDENTE; Dep.
“Art.168. Os servidores abrangidos pelo regi- Sérgio Aguiar - 1º SECRETÁRIO; Dep. Manoel
me próprio de previdência social de que trata o Duca - 2º SECRETÁRIO; Dep. João Jaime - 3º
art.330, caput, desta Constituição serão aposen- SECRETÁRIO; Dep. Joaquim Noronha - 4º
SECRETÁRIO
80 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Art.1º O §10 do art.154 da Constituição do Estado
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 86, DE 16 passa a vigorar com a seguinte redação:
DE FEVEREIRO DE 2016. D. O. 16.02.2016 “Art.154....
ALTERA O §10 DO ART. 154 DA §10. Nas hipóteses do inciso XIV deste artigo,
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. quando se tratar de Contratos Temporários de
Professores, ocorrendo paralisações ou força
maior, devidamente justificadas, que suspen-
A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA
dam o calendário acadêmico ou escolar, im-
LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, nos ter-
pedindo o cumprimento da carga horária do
mos do art.59, §3º da Constituição do Estado do
semestre dentro do prazo de contratação, os
Ceará, promulga a seguinte Emenda Constitucional:
respectivos Professores Substitutos poderão ter
Art.1º O §10 do art.154 da Constituição Estadual seus contratos prorrogados no limite necessário
passa a vigorar com a seguinte redação: da reposição das aulas, sem criação de qualquer
“Art.154... vínculo; no caso dos temporários da área de de-
fesa agropecuária, de arquitetura, de engenha-
§10. Nas hipóteses do inciso XIV deste artigo,
ria, de cargos técnicos inerentes a essas áreas,
quando se tratar de contratos temporários de
bem como de cargos cujo desempenho esteja re-
professores, ocorrendo paralisações ou força
lacionado a projetos estaduais de habitação e de
maior, devidamente justificadas, que suspendam
desenvolvimento urbano, os contratos poderão
o calendário acadêmico ou escolar, impedindo
ser prorrogados por mais 12 (doze) meses, con-
o cumprimento da carga horária do semestre
tados do prazo final da primeira prorrogação;
dentro do prazo de contratação, os respectivos
nos demais casos, poderão ser prorrogados por
Professores Substitutos poderão ter seus contra-
mais 120 (cento e vinte) dias contados do prazo
tos prorrogados no limite necessário da reposi-
final da primeira prorrogação, quando já autori-
ção das aulas, sem criação de qualquer vínculo;
zada nova contratação temporária por lei espe-
no caso dos temporários da área de defesa agro-
cífica ou quando já autorizado concurso público
pecuária, bem como das de arquitetura, enge-
para provimento de cargo efetivo.” (NR)
nharia e cargos técnicos inerentes a essas áreas,
os contratos poderão ser prorrogados por mais Art.2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor
doze meses, contados do prazo final da primei- na data de sua publicação.
ra prorrogação; nos demais casos, poderão ser Art.3º Ficam revogadas as disposições em contrá-
prorrogados por mais cento e vinte dias contados rio.
do prazo final da primeira prorrogação, quando
já autorizada nova contratação temporária por
lei específica ou quando já autorizado concurso PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO
público para provimento de cargo efetivo.” (NR) ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 11 de maio
Art.2º Esta Emenda entra em vigor na data de sua de 2017.
publicação. Dep. José Albuquerque - PRESIDENTE; Dep. Tin
Gomes - 1º VICE-PRESIDENTE; Dep. Manoel
PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO Duca - 2º VICE-PRESIDENTE; Dep. Audic
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 16 de Mota - 1º SECRETÁRIO; Dep. Joao Jaime - 2º
fevereiro de 2016. SECRETÁRIO; Dep. Julinho - 3º SECRETÁRIO;
Dep. Augusta Brito - 4ª SECRETÁRIA
Dep. José Albuquerque - PRESIDENTE; Dep.
Tin Gomes - 1º VICE-PRESIDENTE; Dep.
Danniel Oliveira - 2º VICE-PRESIDENTE; Dep.
Sérgio Aguiar - 1º SECRETÁRIO; Dep. Manoel EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 90, DE 1º
Duca - 2º SECRETÁRIO; Dep. João Jaime - 3º DE JUNHO DE 2017. D. O. 08.06.2017
SECRETÁRIO; Dep. Joaquim Noronha - 4º
SECRETÁRIO ALTERA O ART. 154, INCISO IX, DA
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO
CEARÁ.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 89, DE 11
A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA
DE MAIO DE 2017. D. O. 17.05.2017 LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, nos ter-
mos do art.59, §3º da Constituição do Estado do
ALTERA O ART. 154, §10, DA
Ceará, promulga a seguinte Emenda Constitucional:
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO
CEARÁ. Art.1º Altera o art.154, inciso IX, da Constituição
do Estado, nos seguintes termos:
A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA “Art.154....
LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, nos ter-
...
mos do art.59, §3º da Constituição do Estado do
Ceará, promulga a seguinte Emenda Constitucional: IX - fica estabelecido, como limite remunerató-
rio único aplicável aos servidores públicos do

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 81


Estado do Ceará, de quaisquer Poderes, inclusi-
ve do Ministério Público e da Defensoria Pública, EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 92, DE 16
o subsídio mensal dos Desembargadores do DE AGOSTO DE 2017.
Tribunal de Justiça do Estado, limitado a 90,25%
(noventa inteiros e vinte e cinco centésimos EXTINGUE O TRIBUNAL DE
por cento) do subsídio mensal dos Ministros CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO
do Supremo Tribunal Federal, não se aplican- ESTADO DO CEARÁ.
do o disposto neste artigo aos subsídios dos
Deputados Estaduais e dos Vereadores.” (NR) A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, nos ter-
Art.2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor mos do inciso I, do art. 59, da Constituição Estadual,
na data de sua publicação, surtindo efeitos finan- promulga a seguinte Emenda Constitucional:
ceiros a partir de dezembro de 2018.
Art. 1º Fica extinto o Tribunal de Contas dos
PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO Municípios do Estado do Ceará, a partir da publi-
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 1º de junho cação da presente Emenda Constitucional.
de 2017. Art. 2º Ficam extintos os cargos de Conselheiro do
Tribunal de Contas dos Municípios e os seus inte-
Dep. José Albuquerque - PRESIDENTE; Dep. Tin grantes são postos em disponibilidade, a partir da
Gomes - 1º VICE-PRESIDENTE; Dep. Manoel publicação da presente Emenda Constitucional,
Duca - 2º VICE-PRESIDENTE; Dep. Audic com direito à percepção integral de suas remune-
Mota - 1º SECRETÁRIO; Dep. João Jaime - 2º rações, incluídos os subsídios, direitos e vantagens
SECRETÁRIO; Dep. Julinho - 3º SECRETÁRIO; pecuniárias, garantidos os reajustes nas mesmas
Dep. Augusta Brito - 4ª SECRETÁRIA datas e proporção dos Conselheiros do Tribunal de
Contas do Estado do Ceará.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 91, DE 6 Art. 3º Todos os servidores efetivos ou a eles equi-
DE JUNHO DE 2017. D. O. 12.06.2017 parados do Tribunal de Contas dos Municípios do
Estado do Ceará ficam incorporados e aproveitados
ALTERA O ART. 183, CAPUT, DA no Tribunal de Contas do Estado do Ceará, imedia-
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO tamente a partir da publicação da presente Emenda
CEARÁ. Constitucional.
§ 1º Dentro do prazo de 90 (noventa) dias úteis,
A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA a contar da publicação da presente Emenda
LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, nos ter- Constitucional, o Tribunal de Contas do Estado do
mos do art.59, §3º da Constituição do Estado do Ceará encaminhará ao Poder Legislativo Projetos
Ceará, promulga a seguinte Emenda Constitucional: de Leis que disponham acerca dos seguintes temas:
Art.1º O art.183, caput, da Constituição do Estado I - novo plano de cargos, carreiras e remuneração
do Ceará, passa a vigorar com a seguinte redação: de seus servidores;
“Art.183. A Polícia Civil, instituição permanente II - nova estrutura de cargos em comissão, funções
orientada com base na hierarquia e disciplina, de confiança e demais funções comissionadas.
subordinada ao Governador do Estado do Ceará, § 2º Será instituída comissão para elaboração do
é organizada em carreira, sendo os órgãos de novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração
sua atividade-fim dirigidos por delegados, cujo dos servidores, composta por servidores oriundos
cargo integra, para todos os fins, inclusive de li- do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do
mites remuneratórios, as carreiras jurídicas do Ceará e do Tribunal de Contas do Estado do Ceará,
Estado”. (NR) de forma paritária, que apresentará o resultado do
trabalho ao Presidente do Tribunal.
Art.2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor
na data de sua publicação, com efeitos financeiros § 3º Até a data da publicação da lei a que se refere
a partir de 1º de janeiro de 2018. o § 1º, inciso II, do presente artigo, ficam aprovei-
tados no Tribunal de Contas do Estado do Ceará os
ocupantes de cargos em comissão e eventuais fun-
PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ções do extinto Tribunal de Contas dos Municípios,
além de mantidas as funções de confiança.
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 6 de junho de
2017. § 4º Os servidores inativos e pensionistas do ex-
tinto Tribunal de Contas dos Municípios do Estado
Dep. José albuquerque - PRESIDENTE; Dep. Tin do Ceará deverão integrar o quadro de inativos do
gomes - 1º VICE-PRESIDENTE; Dep. Manoel duca Tribunal de Contas do Estado do Ceará, na forma
- 2º VICE-PRESIDENTE; Dep. Audic mota - 1º da Lei Complementar nº 12, de 23 de junho de 1999
SECRETÁRIO; Dep. João jaime - SECRETÁRIO; e alterações posteriores.
Dep. Julinho - SECRETÁRIO; Dep. Augusta brito § 5º Enquanto não entrarem em vigor as leis a que
- 4ª SECRETÁRIA se referem os incisos I e II do § 1º deste artigo, apli-
ca-se a legislação vigente ao quadro de pessoal de
cada uma das Cortes de Contas.
§ 6º O Presidente do Tribunal de Contas do Estado
do Ceará, no prazo de até 20 (vinte) dias úteis após
82 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
a publicação desta Emenda Constitucional, de- Art. 10. Fica substituída a expressão “Tribunal de
verá publicar ato com a discriminação da lotação Contas dos Municípios” por “Tribunal de Contas do
dos servidores oriundos do Tribunal de Contas dos Estado do Ceará” no texto do §4º do art. 35, do § 10
Municípios do Estado do Ceará nos quadros e ór- do art. 37, do § 1º do art. 40, do § 1º do art. 41, do
gãos internos do Tribunal de Contas do Estado do caput do art. 42, dos §§ 1º D, 1º E, 1º H e 2º, além
Ceará. do inciso II, do §3º, e os §§ 4º e 5º do art. 42, do
Art. 4º Os Procuradores de Contas e os Auditores caput e §§ 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º do art. 78.
que atuam perante os Tribunais de Contas dos Art. 11. Fica suprimida a expressão “e dos
Municípios do Estado do Ceará ficam aprovei- Municípios” no texto da alínea “a)”, do inciso III, e
tados perante o Tribunal de Contas do Estado do inciso IV, do art. 49, da Constituição do Estado do
Ceará, a partir da publicação da presente Emenda Ceará.
Constitucional. Art. 12. Fica substituída a expressão “aos Tribunais
Art. 5º Considerando o disposto nos arts. 1º e 4º des- de Contas” por “ao Tribunal de Contas do Estado
ta Emenda Constitucional, o art. 72 da Constituição do Ceará” no texto do inciso V, do art. 60, §§ 14 e
do Estado do Ceará, passa a vigorar com a seguinte 15, do art. 154, da Constituição do Estado do Ceará.
redação: Art. 13. Fica substituída a expressão “dos Tribunais
“Art. 72. Os Auditores, em número de 6 (seis), de Contas” por “do Tribunal de Contas do Estado
serão nomeados pelo Governador do Estado, do Ceará” do inciso II, do § 1º, do art. 60, do § 1º,
dentre cidadãos que preencham as qualifica- do art. 64, do § 15 do art. 154, da Constituição do
ções exigidas para o cargo de Conselheiro, me- Estado do Ceará.
diante concurso de provas e títulos, promovido Art. 14. Fica substituída a expressão “os Tribunais
pelo Tribunal de Contas, observada a ordem de de Contas” por “o Tribunal de Contas do Estado
classificação”. (NR) do Ceará” do § 14 do art. 154 da Constituição do
Art. 6º Dentro do prazo de 90 (noventa) dias, a contar Estado do Ceará.
da publicação da presente Emenda Constitucional, Art. 15. Fica suprimida a expressão “do Tribunal
o Tribunal de Contas do Estado do Ceará encami- de Contas dos Municípios ou de alguns de seus ór-
nhará ao Poder Legislativo, Projeto de Lei que dis- gãos” no texto da alínea “b)”, do inciso VII, do art.
ponha sobre sua nova Lei Orgânica. 108, da Constituição do Estado do Ceará.
Parágrafo único. Até que seja publicada a nova Art. 16. Fica suprimida a expressão “e ao Tribunal
Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado do de Contas dos Municípios” no texto do inciso II, do
Ceará, os processos de julgamento de contas ob- art. 151, da Constituição do Estado do Ceará.
servarão os regimentos internos e as leis orgânicas
Art. 17. Fica substituída a expressão “os Tribunais
atualmente em vigor, aplicando-se os do Tribunal
de Contas do Estado e dos Municípios” por “o
de Contas dos Municípios às contas municipais e
Tribunal de Contas do Estado do Ceará” dos arts.
os do Tribunal de Contas do Estado às contas esta-
162-A, 162-B e 162-C, da Constituição do Estado
duais.
do Ceará.
Art. 7º Todo o acervo do Tribunal de Contas dos
Art. 18. A subseção III, da Seção VI, do Capítulo
Municípios do Estado do Ceará passa a integrar
I, do Título V, da Constituição do Estado do Ceará,
o patrimônio do Tribunal de Contas do Estado do
passa a vigorar com a seguinte redação: Da
Ceará.
Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária
Art. 8º Os saldos e dotações orçamentárias do do Município.
Tribunal de Contas dos Municípios, existentes à
Art. 19. Ficam revogados os arts. 79 e 81 da
data da promulgação desta Emenda, passam a
Constituição do Estado do Ceará.
compor as respectivas rubricas do orçamento do
Tribunal de Contas do Estado do Ceará, ficando a Art. 20. O inciso XIII do art. 88, da Constituição do
cargo deste o cumprimento das obrigações finan- Estado do Ceará, passa a vigorar com a seguinte
ceiras assumidas. redação:
Parágrafo único. Observado o disposto no art. “Art.88. Compete privativamente ao Governador
24, §§ 2º e 3º, da Constituição Federal, e na Lei do Estado:
Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de ...
2000, o Tribunal de Contas do Estado do Ceará
disporá da soma dos limites de despesa total de XIII – nomear os membros do Tribunal de
pessoal fixada para ambas as Cortes de Contas, os Contas, observadas as disposições do art. 71, §
quais devem ser considerados, prioritariamente, 2º desta Constituição;” (NR)
para o cômputo integral das despesas com pesso- Art. 21. O Tribunal de Contas do Estado do Ceará
al de membros, auditores, procuradores de contas adotará as providências necessárias à assunção das
e dos servidores ocupantes de cargos efetivos que novas atividades imediatamente após a publicação
tenham ingressado nos respectivos quadros perma- da presente Emenda.
nentes de pessoal na forma do art. 37, inciso II, da Art. 22. Esta Emenda Constitucional entra em vigor
Constituição Federal. na data de sua publicação.
Art. 9º Fica suprimida a expressão “ou Tribunal Art. 23. Fica revogada a Emenda Constitucional nº
de Contas dos Municípios” no texto do art. 11 da 87, de 21 de dezembro de 2016.
Constituição do Estado do Ceará.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 83


PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO vis e pensão policial militar extintos de acordo
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 16 de agosto com o art. 12 desta Lei Complementar.
de 2017. *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
159, de 14.01.2016
Dep. José Albuquerque - PRESIDENTE; Dep. Tin Redação anterior: *Art. 2º. A previdência social
Gomes - 1.º VICE-PRESIDENTE; Dep. Manoel mantida pelo Sistema Único de Previdência Social
dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agen-
Duca - 2.º VICE-PRESIDENTE; Dep. Audic tes Públicos e dos Membros de Poder do Estado do
Mota - 1.º SECRETÁRIO; Dep. João Jaime - 2.º Ceará – SUPSEC, será financiada com recursos pro-
SECRETÁRIO; Dep. Julinho - 3.º SECRETÁRIO; venientes do orçamento do Estado e das contribui-
ções previdenciárias dos segurados, compreendendo
Dep. Augusta Brito - 4.ª SECRETÁRIA. o pessoal civil, ativo, inativo e seus pensionistas, o
militar do serviço ativo, da reserva remunerada e re-
LEIS COMPLEMENTARES formado e seus pensionistas, e os beneficiários dos
montepios civis e pensão policial militar extintos de
ESTADUAIS acordo com o art. 12 desta Lei Complementar.
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº
40, de 29.01.2004
Redação anterior: Art. 2º. A previdência social
LEI COMPLEMENTAR Nº 12, DE 23 DE mantida pelo Sistema Único de Previdência Social dos
JUNHO 1999 Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Pú-
blicos e dos Membros de Poder do Estado do Ceará
- SUPSEC será financiada com recursos provenientes
Dispõe sobre a instituição do Sistema do orçamento do Estado e das contribuições previden-
Único de Previdência Social dos ciárias dos segurados, compreendendo o pessoal civil,
Servidores Públicos Civis e Militares, ativo e inativo, e militar do serviço ativo, da reserva
remunerada e reformado, e dos pensionistas, inclusive
dos Agentes Públicos e dos Membros os beneficiários dos montepios civis e da pensão poli-
de Poder do Estado do Ceará - cial militar extintos de acordo com o Art. 12 desta Lei
SUPSEC e da respectiva contribuição Complementar.
previdenciária, extingue os benefícios
previdenciários e de montepio que CAPÍTULO II
DAS CONTRIBUIÇÕES E CONTRIBUINTES DO
indica e dá outras providências. SISTEMA
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço *Art. 3º A contribuição do Estado, de suas au-
saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu tarquias e fundações para o custeio do Sistema
sanciono a seguinte Lei Complementar: Único de Previdência Social do Estado do Ce-
ará – SUPSEC, será o dobro da contribuição do
CAPÍTULO I servidor ativo, devendo o produto de sua arre-
DA INSTITUIÇÃO E FINANCIAMENTO DO cadação ser contabilizado em conta do Siste-
SISTEMA
ma.
*Art. 1º Ficam instituídos o Sistema Único de *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
Previdência Social do Estado do Ceará – SU- 159, de 14.01.2016
PSEC, e a respectiva contribuição previden- Redação anterior: Art. 3º. A contribuição do Esta-
ciária para o custeio do sistema, destinado a do para o Sistema Único de Previdência Social dos
prover os benefícios previdenciários dos segu- Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do Ce-
rados, seus dependentes e pensionistas, ob- ará - SUPSEC não poderá exceder, a qualquer título,
servadas as normas gerais de contabilidade e o dobro da contribuição dos contribuintes, indicados
atuária e critérios que preservem o equilíbrio no Art. 4º desta Lei Complementar, garantida a con-
financeiro e atuarial, conforme art. 330 da tribuição mensal mínima equivalente ao valor arreca-
dado dos demais contribuintes.
Constituição Estadual.
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº *Parágrafo único. O Estado é responsável pela
159, de 14.01.2016 cobertura de eventuais insuficiências financei-
Redação anterior: Art. 1º. Ficam instituídos o Sis- ras do SUPSEC, decorrentes do pagamento de
tema Único de Previdência Social dos Servidores Pú- benefícios previdenciários.
blicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
Membros de Poder do Estado do Ceará - SUPSEC, 159, de 14.01.2016
e a respectiva contribuição previdenciária para o
custeio do sistema, destinado a prover os benefícios Redação anterior: § 1º. Observado o limite previs-
previdenciários dos segurados, seus dependentes e to no caput, a despesa líquida com pessoal inativo
pensionistas. e pensionistas do SUPSEC não poderá exceder, em
cada exercício financeiro, a 12% (doze por cento) da
*Art. 2º A previdência social mantida pelo Sis- receita corrente líquida do Estado, conforme disposi-
tema Único de Previdência Social do Estado do ção da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, a ser
Ceará – SUPSEC, será financiada com recur- calculada conforme a Lei Complementar Federal nº
82, de 27 de março de 1995.
sos provenientes do orçamento do Estado e das
§ 2º. Entende-se como despesa líquida a diferença
contribuições previdenciárias dos segurados, entre a despesa total com pessoal inativo e pensio-
compreendendo o pessoal civil, ativo, inativo e nistas do SUPSEC e a contribuição dos contribuintes
seus pensionistas, o militar do serviço ativo, da indicados no Art. 4º desta Lei Complementar.
reserva remunerada e reformado e seus pen- § 3º. O plano de benefícios e custeio do SUPSEC de-
sionistas, e os beneficiários dos montepios ci- verá ser ajustado sempre que exceder, no exercício, os
limites previstos neste artigo.

84 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


*Art. 4º São contribuintes obrigatórios do Siste- *III – os servidores detentores de funções con-
ma Único de Previdência Social do Estado do siderados estáveis no serviço público, segundo
Ceará – SUPSEC: o art. 19 do Ato das Disposições Constitucio-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº nais Transitórias da Constituição Federal, e os
159, de 14.01.2016 admitidos até 5 de outubro de 1988, que não
Redação anterior: *Art. 4º. São contribuintes obri- tenham cumprido, naquela data, o tempo pre-
gatórios do Sistema Único de Previdência Social dos visto para aquisição da estabilidade no serviço
Servidores Públicos Civis e Militares dos Agentes Pú-
blicos e dos Membros de Poder do Estado do Ceará: público, desde que sujeitos ao regime jurídico
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº estatutário;
40, de 29.01.2004 *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
Redação anterior: Art. 4º. São contribuintes obri- 159, de 14.01.2016
gatórios do Sistema Único de Previdência Social dos Redação anterior: III - o Governador, o Vice-Go-
Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes vernador, os Secretários e Secretários Adjuntos e os
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do Ceará que lhes são equiparados, desde que ocupantes de
- SUPSEC: cargo de natureza efetiva no serviço público estadual;
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
17, de 20.12.1999 40, de 29.01.2004
Redação anterior: Art. 4º. São contribuintes obri- Redação anterior: III - os Magistrados, os mem-
gatórios do Sistema Único de Previdência Social dos bros do Ministério Público e os Conselheiros dos Tri-
Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes bunais de Contas do Estado e dos Municípios;
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do Ceará *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 17,
- SUPSEC: de 20.12.1999
*I - os servidores públicos civis, ativos e inati- *Redação anterior:III - o Governador, o Vice-
vos de todos os Poderes, do Ministério Público, Governador, os Secretários e Subsecretários de Estado
dos Tribunais de Contas do Estado e dos Mu- e os que lhes são equiparados, desde que ocupantes
de cargo efetivo no serviço público estadual;
nicípios, dos órgãos e entidades da administra-
*IV - os Magistrados, os membros do Ministé-
ção pública estadual, direta, autárquica e fun-
dacional, exceto os exclusivamente ocupantes rio Público e os Conselheiros dos Tribunais de
de cargo de provimento em comissão; Contas do Estado e dos Municípios;
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159, de 14.01.2016
159, de 14.01.2016
Redação anterior: IV - os Magistrados, os Mem-
Redação anterior: *I - os servidores públicos, ativos bros do Ministério Público e os Conselheiros dos Tri-
e inativos de todos os Poderes, do Ministério Público, bunais de Contas e dos Municípios;
dos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios,
dos órgãos e entidades da administração pública es- *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
tadual, direta, autárquica e fundacional, exceto os ex- 40, de 29.01.2004
clusivamente ocupantes de cargo de provimento em Redação anterior: IV - os serventuários da Justiça
comissão; indicados na parte final do § 8º do Art. 331 da
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº Constituição Estadual.
40, de 29.01.2004 *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 17,
Redação anterior: I - os servidores públicos ativos de 20.12.1999
de todos os Poderes, do Ministério Público, dos Tribu- Redação anterior: IV - os Magistrados, os membros
nais de Contas do Estado e dos Municípios, dos ór- do Ministério Público e os Conselheiros dos Tribunais
gãos e entidades da administração pública estadual de Contas do Estado e dos Municípios, ativos e
direta, autárquica e fundacional, exceto os exclusiva- inativos;
mente ocupantes de cargo de provimento em comis- *V - os pensionistas do Estado, inclusive dos
são; contribuintes indicados nos incisos anteriores,
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº bem como os atuais beneficiários dos monte-
17, de 20.12.1999
*Redação anterior:I - os servidores públicos ativos pios civis e da pensão policial militar extintos
e inativos de todos os Poderes, do Ministério Público, nesta Lei Complementar.
dos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios, *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
dos órgãos e entidades da administração pública es- 159, de 14.01.2016
tadual direta, autárquica e fundacional, exceto os ex- Redação anterior: V - os pensionistas do Estado, in-
clusivamente ocupantes de cargo de provimento em clusive dos contribuintes enumerados nos incisos an-
comissão; teriores, bem como os atuais beneficiários dos mon-
*II - os militares ativos, da reserva remunerada tepios civis e da pensão policial militar extintos nesta
e da reforma; Lei Complementar.
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
159, de 14.01.2016 40, de 29.01.2004
Redação anterior: *II - os militares ativos, da reser- Redação anterior: V - os serventuários da Justiça
va remunerada, reformados e seus pensionistas; indicados na parte final do § 8º do art. 331 da Consti-
tuição Estadual;
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº
40, de 29.01.2004 *VI Revogado
Redação anterior: II - o Governador, o Vice-Gover- *Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
nador, os Secretários e Subsecretários de Estado e os 14.01.2016
que lhes são equiparados, desde que ocupantes de Redação anterior: VI - os pensionistas do Estado,
cargo efetivo no serviço público estadual; inclusive dos contribuintes enumerados nos inci-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 17, sos anteriores, bem como os atuais beneficiários dos
de 20.12.1999 montepios civis e da pensão policial militar extin-
tos nos termos desta Lei Complementar, excetuando
*Redação anterior:lI - os servidores públicos os pensionistas amparados pela Leis Estaduais nºs.
militares ativos, da reserva remunerada e os reforma-
dos;

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 85


7.955, de 5 de abril de 1965, e nº. 9.786, de 4 de de- comissão, bem como sobre o valor da gratificação de
zembro de 1973; execução de relevante trabalho técnico-científico e da
*VII - Revogado retribuição pelo exercício de função à nível de cargo
de provimento em comissão.
*Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
14.01.2016 *Parágrafo único. Permanecem inscritos no SU-
Redação anterior: VII - as pensionistas da extinta PSEC, excepcionalmente, os serventuários da
Carteira Parlamentar; Justiça não remunerados pelos cofres públicos
*VIII - Revogado que se aposentaram ou que implementaram
*Revogado pela Lei Complementar nº 159, de os requisitos para a aposentadoria antes da
14.01.2016 vigência da Emenda Constitucional nº 20, de
Redação anterior: VIII - as pensionistas a que se 15 de dezembro de 1998, deles sendo gerada
refere a Lei Estadual nº 1.776, de 16 de maio de 1953. pensão a dependentes, independente da data
*§1º. Revogado do óbito.
*Revogado pela Lei Complementar nº 159, de *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
14.01.2016 14.01.2016
Redação anterior: *§ 1º. Ao servidor ocupante ex- *Art. 5º A contribuição previdenciária dos con-
clusivamente de cargo de provimento em comissão,
bem como de outro cargo temporário ou de emprego tribuintes do Sistema Único de Previdência
público, aplica-se o regime geral de previdência so- Social do Estado do Ceará – SUPSEC, será cal-
cial. culada sobre a remuneração, proventos e pen-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 17, são, observando o disposto no §18, do art.40 da
de 20.12.1999 Constituição Federal e neste artigo.
Redação anterior: § 1º. Ao servidor ocupante exclu- *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
sivamente de cargo de provimento em comissão, bem 159, de 14.01.2016
como de outro cargo temporário ou de emprego pú- Redação anterior: *Art. 5º. A contribuição previ-
blico, aplica-se o regime geral de previdência social. denciária dos contribuintes do Sistema Único de Pre-
*§ 2º. Revogado vidência Social dos Servidores Públicos Civis e Mili-
*Revogado pela Lei Complementar nº 159, de tares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder
14.01.2016 do Estado do Ceará – SUPSEC, será de 11% (onze por
Redação anterior: § 2º. Os contribuintes indicados cento), calculada sobre a totalidade da remuneração,
nos incisos VI a VIII deste artigo não são segurados dos proventos ou da pensão, observando o disposto
do SUPSEC, contribuindo a título de diversificação no § 18, do art. 40 da Constituição Federal e no art.
da base de financiamento, para preservação da ca- 4.º da Emenda Constitucional Federal n.º 41, de 19 de
pacidade de pagamento dos benefícios patrocinados dezembro de 2003.
pelo sistema, nos termos do Art. 194, inciso VI da *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
Constituição Federal. 40, de 29.01.2004
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 17, Redação anterior: Art. 5º. Observado o disposto
de 20.12.1999 no art. 331, § 12 da Constituição Estadual, a contri-
Redação anterior: § 2º. A contribuição previdenci- buição previdenciária dos contribuintes do Sistema
ária de que trata o Art. 1º desta Lei Complementar Único de Previdência Social dos Servidores Públicos
não incidirá sobre o valor da representação relativa a Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Mem-
cargo de provimento em comissão, quando percebida bros de Poder do Estado do Ceará - SUPSEC será de
por servidor público estadual em exercício de cargo 11% (onze por cento), calculada sobre a totalidade da
de provimento em comissão, bem como sobre o va- remuneração, dos proventos ou da pensão.
lor da gratificação de execução de trabalho relevante, *Parágrafo único. Revogado
técnico ou científico e da retribuição pelo exercício de *Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
função à nível de cargo de provimento em comissão”. 14.01.2016
*§ 3º. Revogado Redação anterior: *Parágrafo único. A contribui-
*Revogado pela Lei Complementar nº 159, de ção especial dos contribuintes indicados no § 3.º do
14.01.2016 art. 4.º desta Lei Complementar, e de seus pensionis-
Redação anterior: *§ 3º. Os serventuários da justiça tas, será de 22% (vinte e dois por cento) sobre o valor
não remunerados pelos cofres públicos não contribui- total da base de cálculo da contribuição.”
rão para o Sistema Único de Previdência Social do *Acrescido pela Lei Complementar nº 40, de
Estado do Ceará, de que trata este artigo, ressalvados 29.01.2004
os inscritos anteriormente ao advento da Lei Federal *§1º A contribuição social do servidor público
n.º 8.935, de 18 de novembro de 1994, que não te-
nham interrompido suas contribuições e que poderão estadual ativo, de quaisquer dos Poderes do
continuar a contribuir nas condições especiais previs- Estado, do Ministério Público e da Defensoria
tas em Lei, inclusive quanto ao valor da contribuição Pública, incluídas as autarquias e fundações,
e ao desligamento. bem como dos militares, dos agentes públicos
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº e dos membros de Poder, será de 12% (doze
40, de 29.01.2004
por cento) em 2017, 13% (treze por cento) em
Redação anterior: § 3º. Excluem-se da contribui- 2018 e 14% (quatorze por cento) em 2019, para
ção obrigatória do Sistema Único de Previdência dos
Servidores Públicos Civis e Militares, os aposentados, a manutenção do SUPSEC, incidente sobre a
pensionistas e militares da reserva remunerada acima totalidade da base de contribuição definida em
de 70 anos, assim como os aposentados por invalidez, lei.
neste caso após nova perícia. *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
*§ 4º. Revogado 167, de 27.12.12.2016.
*Revogado pela Lei Complementar nº 159, de Redação anterior: *§ 1º A contribuição social do
14.01.2016 servidor público estadual ativo, de quaisquer dos Po-
Redação anterior: § 4º. A contribuição previdenciá- deres do Estado, incluídas suas autarquias e funda-
ria de que trata o caput deste artigo não incidirá sobre ções, bem como dos militares, dos agentes públicos e
o valor da representação dos servidores estaduais efe- dos membros de Poder, será de 11% (onze por cento)
tivos quando em exercício de cargo de provimento em para a manutenção do SUPSEC, incidente sobre a to-

86 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


talidade da base de contribuição definida em lei. cento) sobre o valor total da base de cálculo da con-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº tribuição.
159, de 14.01.2016 *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
Redação anterior: *§ 1º. Revogado 159, de 14.01.2016
*Revogado pela Lei Complementar nº 17, de Redação anterior: § 3º. Entende-se como remune-
20.12.1999 ração para fins de contribuição o vencimento do cargo
Redação anterior: § 1º. A contribuição previdenciá- efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias perma-
ria de que trata o caput deste artigo será acrescida dos nentes estabelecidas em Lei , os adicionais de caráter
seguintes adicionais: individual, ou quaisquer vantagens, inclusive as re-
I - nove pontos percentuais incidentes sobre a parcela lativas à natureza ao local do trabalho, ou outra paga
da remuneração, dos proventos ou da pensão que sob o mesmo fundamento, excluídas:
exceder a quantia de R$ 1.200,00 (Hum mil e duzentos I - as diárias para viagens;
reais), até o limite de R$ 6.000,00 (seis mil reais); II - a ajuda de custo em razão de mudança de sede
II - quatorze pontos percentuais incidentes sobre a ou de viagem;
parcela da remuneração, dos proventos ou da pensão III - o salário-família;
que exceder a R$ 6.000,00 (seis mil reais). *§ 4º A contribuição a que se refere este artigo,
*§2º A contribuição social dos aposentados e no caso de beneficiários portadores de doen-
militares da reserva remunerada e reforma, ças incapacitantes, incidirá unicamente sobre
bem como dos respectivos pensionistas de as parcelas dos proventos de aposentadoria e
quaisquer dos Poderes do Estado, incluídas de pensão por morte que sejam superiores ao
suas autarquias e fundações, para a manuten- dobro do limite máximo dos benefícios do regi-
ção do SUPSEC, será de 12% (doze por cento) me geral da previdência, estabelecido pelo art.
em 2017, 13% (treze por cento) em 2018 e 14% 201 da Constituição Federal.
(quatorze por cento) em 2019, incidente sobre *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
a parcela que ultrapassar o limite máximo de 14.01.2016
contribuição e benefício do Regime Geral de *§ 5º O direito a que se refere o § 4º fica condi-
Previdência Social – RGPS. cionado à edição de lei complementar federal,
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº na forma do art. 40, § 21, da Constituição Fe-
167, de 27.12.12.2016. deral.
*Redação anterior:*§ 2º A contribuição social dos *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
aposentados e militares da reserva remunerada e refor- 14.01.2016
ma, bem como dos respectivos pensionistas de quais- *Art. 5º-A. A contribuição previdenciária do
quer dos Poderes do Estado, incluídas suas autarquias SUPSEC, decorrente de valores pagos em
e fundações, para a manutenção do SUPSEC, será de
11% (onze por cento) incidente sobre a parcela que ul- cumprimento de decisão judicial, ainda que
trapassar o limite máximo de contribuição e benefício derivada de homologação de acordo, será re-
do Regime Geral de Previdência Social – RGPS. tida na fonte, antes do pagamento ao benefici-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº ário ou seu representante legal, pelo órgão do
159, de 14.01.2016 Poder Judiciário responsável pelo pagamento,
Redação anterior: *§ 2º. A contribuição previdenci- mediante a aplicação da alíquota prevista nes-
ária dos contribuintes indicados no inciso IV do Art. ta Lei sobre o valor pago, devendo ser recolhi-
4º desta Lei Complementar, será de 22% (vinte e dois
por cento) sobre o valor total da base de cálculo da da à conta do SUPSEC.
contribuição. *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 17, 159, de 14.01.2016
de 20.12.1999 Redação anterior: Art. 5º-A. A contribuição previ-
Redação anterior: § 2º. A contribuição previdenci- denciária do SUPSEC, decorrente de valores pagos
ária dos contribuintes indicados no inciso V do Art. em cumprimento de decisão judicial, ainda que deri-
4º desta Lei Complementar, e de seus pensionistas, vada de homologação de acordo, será retida na fonte,
será de 22% (vinte e dois por cento) sobre o valor to- antes do pagamento ao beneficiário ou seu represen-
tal da base de cálculo da contribuição, dos proventos tante legal, pelo órgão do Poder Judiciário responsá-
ou da pensão, acrescida de um adicional de dezoito vel pelo pagamento, mediante a aplicação da alíquota
pontos percentuais sobre a parcela da base da cálculo prevista nesta Lei sobre o valor pago.
da contribuição, dos proventos ou da pensão que ex- *Acrescido pela Lei Complementar n.º 113, de
ceder a quantia de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos 05.09.2012
reais), até o limite de R$ 6.000,00 (seis mil reais), e *Art. 5º-B. A não retenção das contribuições
de um adicional de vinte e oito pontos percentuais pelo órgão pagador, inclusive nas hipóteses
sobre a parcela da base de cálculo da contribuição,
dos proventos ou da pensão que exceder a quantia de previstas no art. 5º-A, sujeitará o responsável
R$ 6.000,00 (seis mil reais). às sanções penais e administrativas, cabendo a
*§3º A alíquota especial de contribuição previ- esse órgão apurar os valores não retidos e pro-
denciária será de 24% (vinte e quatro por cen- ceder ao desconto na folha de pagamento dos
to) em 2017, 26% (vinte e seis por cento) em segurados civis e militares, ativos e inativos,
2018 e 28% (vinte e oito por cento) em 2019, e dos pensionistas, em rubrica e classificação
sobre o valor total da base de cálculo da con- contábil específica.
tribuição.” *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159, de 14.01.2016
167, de 27.12.12.2016. Redação anterior: Art. 5º-B. A não retenção das
contribuições pelo órgão pagador, inclusive nas
*Redação anterior:*§ 3º A alíquota especial de con- hipóteses previstas no art. 5º-A, sujeita o responsável
tribuição previdenciária será de 22% (vinte e dois por às sanções penais e administrativas, cabendo a
esse órgão apurar os valores não retidos e proceder
ao desconto na folha de pagamento do servidor

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 87


ativo, do aposentado e do pensionista, em rubrica e no rateio da pensão com os beneficiários de outras
classificação contábil específicas. classes;
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 113, de *Redação dada pela Lei Complementar nº 92
05.09.2012 de 25.01.2011
Redação anterior: *I - o cônjuge supérstite, o com-
CAPÍTULO III panheiro ou a companheira e o ex-cônjuge separado
DA COBERTURA PREVIDENCIÁRIA DO judicialmente ou divorciado, desde que, na data do
SISTEMA falecimento do segurado, esteja percebendo pensão
SEÇÃO I alimentícia por força de decisão judicial definitiva ou
DOS BENEFICIÁRIOS acordo judicial homologado e transitado em julgado,
observado o percentual judicialmente fixado, que in-
*Art. 6º O Sistema Único de Previdência Social cidirá sobre a cota que couber ao cônjuge no rateio da
do Estado do Ceará – SUPSEC, de que trata pensão com os beneficiários de outras classes;
esta Lei Complementar, de caráter contributi- *Redação dada pela Lei Complementar nº 38,
vo, proporcionará cobertura exclusiva aos se- de 31.12.2003
gurados, contribuintes do Sistema, e seus res- Redação anterior: I - o cônjuge supérstite, compa-
nheiro ou companheira,
pectivos dependentes, vedado o pagamento de
benefícios mediante convênios entre o Estado *II – o filho que atenda a um dos seguintes re-
e seus Municípios. quisitos:
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
159, de 14.01.2016 159, de 14.01.2016
Redação anterior: *Art. 6°. O Sistema Único de Pre- *Redação anterior:II - o filho até completar 21 (vin-
vidência Social de que trata esta Lei Complementar, te e um) anos de idade;
de caráter contributivo, proporcionará cobertura ex- *Redação dada pela Lei Complementar nº 92
clusiva aos segurados e seus respectivos dependen- de 25.01.2011
tes, vedado o pagamento de benefícios mediante con- Redação anterior: *II - o filho menor;
vênios entre o Estado e seus Municípios. *Redação dada pela Lei Complementar nº 38,
*Redação dada pela Lei Complementar nº 38, de 31.12.2003
de 31.12.2003 Redação anterior: II - os filhos menores ou
Redação anterior: Art. 6º. O Sistema Único de Pre- inválidos, sob dependência econômica do segurado;
vidência Social dos Servidores Públicos Civis e Mili- *a) tenha idade de até 21 (vinte e um) anos;
tares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder
do Estado do Ceará - SUPSEC proporcionará cober- *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
tura exclusiva aos segurados, em favor de seus res- 14.01.2016
pectivos dependentes, observado o disposto no § 2º *b) seja inválido, observadas as condições es-
do Art. 4º desta Lei Complementar, ficando vedado o tabelecidas nesta Lei;
pagamento de benefícios mediante convênios ou con- *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
sórcios entre o Estado e seus Municípios. 14.01.2016
*§ 1º Os dependentes previdenciários, de que *c) tenha deficiência grave, inclusive o autista,
trata o caput deste artigo, são: devidamente atestada por laudo médico peri-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº
159, de 14.01.2016 cial, que o inabilite aos atos da vida cotidiana,
Redação anterior: §1º. Os dependentes, de que tra- e desde que comprovada a dependência eco-
ta o caput deste artigo, são: nômica.”
*Redação dada pela Lei Complementar nº 92 *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 167,
de 25.01.2011 de 27.12.2016.
Redação anterior: *Parágrafo único. Os dependen- *Redação anterior:*c) tenha deficiência grave, devida-
tes, de que trata o caput deste artigo, são: mente atestada por laudo médico oficial, comprovada a
dependência econômica;
*Redação dada pela Lei Complementar nº 38,
de 31.12.2003 *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
Redação anterior: Parágrafo único. Os dependen- 14.01.2016
tes de que trata o caput, são: *III – o tutelado nesta condição na data do óbi-
*I - o cônjuge supérstite, o companheiro ou to do segurado, provada a dependência econô-
a companheira que vivam em união estável mica, hipótese em que passa a ser equiparado
como entidade familiar, inclusive por relação a filho, para efeito de percepção da pensão;
homoafetiva, e o ex-cônjuge separado, inclu- *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
de 14.01.2016
sive de fato, ou divorciado, desde que, nos 2
(dois) últimos casos, na data do falecimento Redação anterior: III - o filho inválido e o tutelado.
do segurado, esteja percebendo pensão ali- *Redação dada pela Lei Complementar nº 92 de
25.01.2011
mentícia devidamente comprovada, observado Redação anterior: *III - o filho inválido e o tutelado
o percentual fixado, que incidirá sobre a cota desde que, em qualquer caso, viva sob a dependência
que couber ao cônjuge ou companheiro no ra- econômica do segurado.
teio da pensão com os dependentes indicados *Redação dada pela Lei Complementar nº 38, de
nos incisos II e III deste artigo; 31.12.2003
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159, Redação anterior: III - o menor sob tutela judicial,
de 14.01.2016 que viva sob dependência econômica do segurado.
Redação anterior: I - o cônjuge supérstite, o com- *IV – a mãe e o pai que comprovem dependência
panheiro ou a companheira e o ex-cônjuge separado econômica do servidor, desde que inexistam, na
juridicamente ou divorciado, desde que, nos dois últi-
mos casos, na data do falecimento do segurado, esteja
percebendo pensão alimentícia devidamente com-
provada, observado o percentual fixado, que incidirá
sobre a cota que couber ao cônjuge ou companheiro

88 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


data do óbito, os dependentes previdenciários referentes a filho inválido com mais de 21 (vin-
referidos nos incisos I, II e III deste parágrafo. te e um) anos de idade e ao tutelado.
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
de 14.01.2016
159, de 14.01.2016
Redação anterior: II - por prova documental consis-
Redação anterior: *IV - salário-família tente em declarações de Imposto de Renda, certidões,
*Acrescidos pela Lei Complementar nº 38, de ou qualquer outro meio assemelhado que comprovem
a ausência de percepção de outro benefício ou ren-
31.12.2003 da suficiente para mantença própria, no momento da
*V - Revogado concessão, nas situações referentes a filho inválido
com mais de 21 (vinte e um) anos de idade e tutelado.
*Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
14.01.2016 *§ 4º Para os efeitos desta Lei, cessa, a qual-
quer tempo, a condição de dependente previ-
Redação anterior: *V - salário-maternidade.
denciário:
*Acrescido pela Lei Complementar nº 38, de *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
31.12.2003 de 14.01.2016
*§ 2º A dependência econômica é requisito para Redação anterior: §4º Para os efeitos desta Lei, ces-
o reconhecimento do direito dos dependentes sa, a qualquer tempo, a condição de dependente:
indicados no § 1º, deste artigo, ao benefício de *Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
25.01.2011
pensão, sendo presumida, de forma absoluta,
*I - no caso de cônjuge supérstite, companhei-
em relação ao cônjuge supérstite, companhei-
ro, companheira e ao filho de até 21 (vinte e ro ou companheira, inclusive por relação ho-
um) anos de idade, ressalvado o disposto nesta moafetiva, quando alcançados os prazos fixa-
Lei Complementar. dos nos incisos I e II do § 5º deste artigo ou
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº quando contrair casamento ou união estável;
159, de 14.01.2016 *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
de 14.01.2016
Redação anterior: §2º A dependência econômi-
Redação anterior: I - se o cônjuge supérstite,
ca é requisito para o reconhecimento do direito
companheiro ou companheira contrair casamento
a benefício previsto nesta Lei Complementar das
ou união estável;
pessoas indicadas no §1º deste artigo, sendo pre-
sumida, de forma absoluta, ressalvado o disposto *Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
25.01.2011
nesta Lei Complementar, nas situações referentes
a cônjuge supérstite, companheiro, companheira, *II – no caso de filho com idade superior a 21
filho até 21 (vinte e um) anos de idade. (vinte e um) anos, inválido, quando provada a
percepção, após a verificação da causa enseja-
*Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
25.01.2011. dora da invalidez, de renda suficiente para sua
*§ 3º Para os fins do disposto nesta Lei, a de-
manutenção;
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
pendência econômica poderá ser demonstrada de 14.01.2016
na via administrativa: Redação anterior: II - provada a percepção de ren-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159, da suficiente para sua manutenção pelo filho maior
de 14.01.2016 inválido após a verificação da causa ensejadora da
Redação anterior: §3º Nos casos não abrangidos invalidez;
pelo §2º deste artigo, a dependência econômica *Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
25.01.2011
poderá ser demonstrada na via administrativa:
*III - no caso de cônjuge separado de fato há
*Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
25.01.2011 mais de 2 (dois) anos, quando não comprovada
*I - pela comprovação da percepção de pensão
a percepção de verba alimentícia do segura-
alimentícia, nas hipóteses de cônjuge separa- do, mediante a apresentação de documentação
do, inclusive de fato, ou divorciado, cabendo à idônea, a critério da Administração;
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
Administração, a seu critério, exigir a apresen- de 14.01.2016
tação de outros documentos comprobatórios; Redação anterior: III - se o cônjuge estiver separado
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159, de fato há mais de 2 (dois) anos, sem comprovação de
de 14.01.2016 que perceba verba alimentícia do segurado;
Redação anterior: I - exclusivamente pela compro- *Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
vação da percepção de pensão alimentícia, nas hipó- 25.01.2011
teses de cônjuge separado juridicamente ou divorcia- *IV – em se tratando de filho com idade supe-
do;
*Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
rior a 21 (vinte e um) anos, inválido, quando
25.01.2011 cessada a condição de invalidez, circunstância
*II - por prova documental consistente em de- a ser apurada em perícia médica do órgão ofi-
clarações de Imposto de Renda, certidões, ou cial do Estado do Ceará, a cuja submissão pe-
qualquer outro meio assemelhado que com- riódica, sob pena de suspensão do pagamento
provem a ausência de percepção de outro be- da pensão, está obrigado o beneficiário nessa
nefício ou renda suficiente para mantença pró- condição, no prazo de até 12 (doze) meses,
pria, no momento da concessão, nas situações para a primeira reavaliação, a contar da con-
cessão provisória ou definitiva do benefício,

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 89


observado, para as reavaliações seguintes, o *e) por 20 (vinte) anos, se o pensionista contar
intervalo de 6 (seis) meses; com idade entre 41 (quarenta e um) e 43 (qua-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159, renta e três) anos completos;
de 14.01.2016 *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
Redação anterior: IV - cessada a invalidez nos ca- 14.01.2016
sos de filho maior inválido, circunstância a ser apu- *III - será vitalícia a pensão se o pensionista
rada em perícia médica do órgão oficial do Estado
do Ceará, a cuja submissão periódica está obrigado o contar com 44 (quarenta e quatro) anos com-
beneficiário nessa condição, em intervalos não supe- pletos ou mais de idade na data do óbito do
riores há 6 (seis) meses, pena de suspensão do paga- segurado ou na hipótese de falecimento estri-
mento do benefício; tamente relacionado ao serviço.
*Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
25.01.2011 14.01.2016
*V - em relação a quaisquer dependentes, com *§ 6º A perda ou a não comprovação da con-
o falecimento. dição de dependente previdenciário, inclusive
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159, em relação à dependência econômica, resulta
de 14.01.2016
na negativa de concessão de benefício ou em
Redação anterior: V - com o falecimento dos be- sua cessação, caso esteja em fruição, garantido
neficiários. o contraditório administrativo antes da efetiva-
*Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de ção financeira da decisão, ressalvados os casos
25.01.2011 em que a perda da condição de dependente
*§ 5º Em relação aos dependentes de que trata previdenciário ocorrer em razão da idade do
o inciso I do § 1º deste artigo, a pensão será beneficiário ou do transcurso do tempo indica-
devida observando os critérios abaixo: do no § 5º, casos em que a cessação do benefí-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159, cio poderá ocorrer imediatamente.
de 14.01.2016 *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
Redação anterior: §5º A perda ou a não comprovação de 14.01.2016
da condição de dependente, inclusive com relação ao Redação anterior: §6º A prova da união estável se
critério de dependência econômica, resulta na negativa faz mediante a apresentação da documentação admi-
de concessão de beneficio ou em sua imediata cessação, tida para tais fins pelo Regime Geral de Previdência
caso já esteja em fruição. Social, nos termos e condições previstos na legislação
*Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de específica, cabendo à Procuradoria-Geral do Estado,
25.01.2011 a seu critério, entendê-la insuficiente, mediante pare-
*I - pelo período de 4 (quatro) meses, se o óbito cer fundamentado, hipótese na qual a comprovação
ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 dependerá de decisão judicial transitada em julgado
em procedimento contencioso de reconhecimento da
(dezoito) contribuições mensais ou se o casa- relação.
mento ou a união estável tiverem sido inicia- *Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
dos em menos de 2 (dois) anos antes da data 25.01.2011
do óbito do segurado; *§ 7º A prova da união estável como entidade
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de familiar se faz mediante a apresentação da do-
14.01.2016
cumentação admitida para tais fins pelo Regi-
*II - pelos seguintes períodos, caso o segura-
me Geral de Previdência Social, nos termos e
do tenha recolhido 18 (dezoito) contribuições condições previstos na legislação específica,
mensais, havendo o seu óbito ocorrido, pelo cabendo à Procuradoria-Geral do Estado, a
menos 2 (dois) anos após o início do casamen- seu critério, entendê-la insuficiente, median-
to ou união estável: te parecer fundamentado, hipótese na qual a
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
14.01.2016 comprovação dependerá de decisão judicial
*a) por 3 (três) anos, se o pensionista contar com transitada em julgado em procedimento con-
menos de 21 (vinte e um) anos completos de ida- tencioso de reconhecimento da relação.
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº
de; 159, de 14.01.2016
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
14.01.2016 Redação anterior: §7º A pensão será paga, por me-
tade, à totalidade dos beneficiários indicados no inciso
*b) por 6 (seis) anos, se o pensionista contar I do §1º deste artigo, cabendo aos elencados nos incisos
com idade entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e II e III, em quotas iguais, a outra metade.
seis) anos completos; *Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de 25.01.2011
14.01.2016 *§ 8º A pensão previdenciária será paga por
*c) por 10 (dez) anos, se o pensionista contar metade aos dependentes indicados no inciso
com idade entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e I do § 1º deste artigo, limitada a quota do ex-
nove) anos completos; -cônjuge ao percentual da pensão alimentícia
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de percebida e devidamente comprovada, desde
14.01.2016
que esse percentual não seja superior à quota
*d) por 15 (quinze) anos, se o pensionista con- do cônjuge supérstite, companheiro ou com-
tar com idade entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) panheira, cabendo aos elencados nos demais
anos completos; incisos, em quotas iguais, a outra metade.
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
14.01.2016 159, de 14.01.2016
Redação anterior: §8º Não havendo dependentes
ou beneficiários aptos à percepção de uma das me-

90 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


tades indicadas no §7º deste artigo, a totalidade da *I - aposentadoria, reserva remunerada ou re-
pensão será rateada entre os demais, observadas as forma;
proporções estabelecidas neste artigo e vedado ao
cônjuge separado juridicamente e ao divorciado per- *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
ceber parcela superior ao percentual fixado como 159, de 14.01.2016
pensão alimentícia a que tenha direito.” Redação anterior: I - pagamento de proventos de
*Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de aposentadoria, reserva remunerada ou reforma;
25.01.2011 *II - pensão previdenciária por morte do segu-
*§ 9º Não havendo dependentes aptos à per- rado;
cepção de uma das metades indicadas no § 8º *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
deste artigo, a totalidade da pensão será ratea- 159, de 14.01.2016
da entre os demais, observadas as proporções Redação anterior: II - pensão por morte do segu-
rado;
estabelecidas neste artigo e vedado ao cônju-
ge separado, inclusive de fato, e ao divorciado *III - salário-família do segurado inativo.
perceber parcela superior ao percentual fixado *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
159, de 14.01.2016
na separação ou no divórcio como pensão ali- Redação anterior: III - auxílio-reclusão aos
mentícia a que tenha direito. dependentes do segurado.
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
14.01.2016 *IV - Revogado
*Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
*§ 10. O tempo de contribuição a Regime Pró- 14.01.2016
prio de Previdência Social – RPPS, ou ao Regi- Redação anterior: *IV - salário-família
me Geral de Previdência Social – RGPS, será *Acrescidos pela Lei Complementar nº 38, de
considerado na contagem das 18 (dezoito) 31.12.2003
contribuições mensais referidas nos incisos I e *V - Revogado
II do § 5º deste artigo. *Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de 14.01.2016
14.01.2016 Redação anterior: *V - salário-maternidade.
*§ 11. Havendo indícios de simulação ou frau- *Acrescidos pela Lei Complementar nº 38, de
de na constituição do casamento ou da união 31.12.2003
estável, para fins de pensionamento, apurados *Parágrafo único. Os benefícios de aposenta-
a partir dos documentos iniciais apresentados doria, reserva remunerada, reforma e pensão
no processo de pensão, não será devida a con- previdenciária concedidos pelo SUPSEC não
cessão de benefício provisório ao interessado, poderão ter valor inferior ao salário-mínimo
cujo reconhecimento do direito fica condicio- federal.
nado à comprovação, perante a Administração, *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
e pelos meios de prova admitidos, da efetiva 159, de 14.01.2016
relação conjugal ou união estável anteriores ao Redação anterior: Parágrafo único. Os benefícios
óbito do segurado. concedidos pelo SUPSEC não poderão ter valor
inferior ao salário mínimo, nem ser distintos daqueles
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de previstos no Regime Geral de Previdência Social, de
14.01.2016 que trata a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo
*§ 12. Para os fins previstos no inciso II do § 5º disposição em contrário da Constituição Federal.
deste artigo, as idades serão automaticamente *Art. 8º Os benefícios de aposentadoria do SU-
adequadas, mediante ato do Secretário do Pla- PSEC, por ocasião de sua concessão, não po-
nejamento e Gestão do Estado, às que vierem derão exceder a remuneração ou subsídio do
a ser fixadas no âmbito federal, pelo Ministério respectivo segurado, no cargo efetivo ou equi-
do Planejamento, Orçamento e Gestão. valente em que se der a aposentadoria ou que
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de serviu de referência para a concessão da pen-
14.01.2016 são, respeitado o teto remuneratório aplicável.
SEÇÃO II *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
DO ROL E PAGAMENTO DE BENEFÍCIOS 159, de 14.01.2016
PREVIDENCIÁRIOS Redação anterior: Art. 8º Os proventos serão calcu-
lados com base na remuneração do segurado no cargo
*Art. 7º O Sistema Único de Previdência Social efetivo em que se der a sua aposentadoria e corres-
do Estado do Ceará – SUPSEC, assegurará, ex- ponderão à totalidade do subsídio ou vencimentos,
clusivamente, a partir da data em que se tornar quando em atividade, respeitado o teto remuneratório
exigível a respectiva contribuição previdenciá- aplicável.
ria, os seguintes benefícios: *Parágrafo único. Os serventuários da Justiça
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº não remunerados pelos cofres públicos, ins-
159, de 14.01.2016 critos na previdência social estadual anterior-
Redação anterior: Art. 7º. O Sistema Único de Pre- mente ao advento da Lei Federal nº 8.935, de
vidência Social dos Servidores Públicos Civis e Mili- 18 de novembro de 1994, e que implementa-
tares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder ram as condições para a aposentadoria até a
do Estado do Ceará - SUPSEC assegurará, a partir da
data em que se tornar exigível a respectiva contribui- vigência da Emenda Constitucional nº 20, de
ção previdenciária, os seguintes benefícios: 15 de dezembro de 1998, terão os respectivos
proventos fixados de acordo com a média das
remunerações que serviram de base de cálculo
para as 96 (noventa e seis) últimas contribui-
ções efetivamente recolhidas, sendo tais pro-

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 91


ventos e pensões reajustados na mesma época *III - da data do requerimento, se requerido
e índice dos reajustes gerais dos servidores do o benefício de pensão, por qualquer motivo,
Estado. após 90 (noventa) dias da data do falecimento
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº do segurado;
159, de 14.01.2016 *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
Redação anterior: Parágrafo único. Os 159, de 14.01.2016
serventuários da Justiça não remunerados pelos Redação anterior: III - do requerimento, se reque-
cofres públicos, inscritos no Instituto de Previdência rido o benefício, por qualquer motivo, após 90 (no-
do Estado do Ceará - IPEC anteriormente ao advento venta) dias do falecimento;
da Lei Federal nº 8.935, de 18 de novembro de 1994, *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
terão os proventos de sua aposentadoria fixados de 92 de 25.01.2011
acordo com a média das remunerações que serviu de
base de cálculo para as 96 (noventa e seis) últimas Redação anterior: *III - do trânsito em julgado da
contribuições efetivamente recolhidas, sendo tais sentença judicial, no caso de morte presumida ou au-
proventos e pensões reajustados na mesma época e sência.
índice dos reajustes gerais dos servidores do Estado. *Acrescidos pela Lei Complementar nº 38, de
31.12.2003
*Art. 9º A pensão por morte será calculada com
base na totalidade do subsídio, vencimentos *IV - do trânsito em julgado da sentença judi-
ou proventos do servidor, observado o disposto cial, comprovado mediante apresentação de
no art. 40, § 7º, da Constituição Federal e res- certidão, no caso de morte presumida ou au-
peitado o teto remuneratório aplicável, sendo sência do segurado.
devida a partir: *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
de 14.01.2016
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº
159, de 14.01.2016 Redação anterior: IV - do trânsito em julgado da
sentença judicial, no caso de morte presumida ou au-
Redação anterior: Art. 9º A pensão por morte, sência.
observado o disposto nos arts. 331, da Constituição
Estadual, e 40, §7º, da Constituição Federal, corres- *Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
ponderá à totalidade do subsídio, vencimentos ou 25.01.2011
proventos do segurado, na forma da Lei e respeitado *Parágrafo único. Revogado
o teto remuneratório aplicável, e será devida a partir: *Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
*Redação dada pela Lei Complementar nº 92 14.01.2016
de 25.01.2011 Redação anterior: Parágrafo único. Cessa o
Redação anterior: *Art. 9°. A pensão por morte, pagamento da pensão por morte :
observado o disposto nos §§ 5.° e 6.° do art. 331 da *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
Constituição Estadual, corresponderá à totalidade do 41, de 29.01.2004
subsídio, vencimentos ou proventos do segurado, res- Redação anterior: *Parágrafo único. Cessa o paga-
peitado o teto remuneratório aplicável, e será devida mento da pensão por morte:
a partir: *Acrescidos pela Lei Complementar nº 38, de
*Redação dada pela Lei Complementar nº 38, 31.12.2003
de 31.12.2003
Redação anterior: Art. 9º. A pensão por morte do
*I - Revogado
segurado, concedida na conformidade dos §§ 2º a 7º *Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
do Art. 331 da Constituição Estadual, corresponderá à 14.01.2016
totalidade do subsídio, vencimentos ou proventos do Redação anterior: I - em relação ao cônjuge,
servidor, agente público ou membro de Poder faleci- companheiro, companheira e ao ex-cônjuge separado
do, respeitado o teto remuneratório aplicável. judicialmente ou divorciado, beneficiário de pensão
alimentícia, na data em que contraírem novas
*I - da data do óbito, se requerido o benefício
núpcias, ou nova união estável;
em até 90 (noventa) dias do falecimento do se- *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
gurado; 41, de 29.01.2004
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº Redação anterior: *I - em relação ao cônjuge su-
159, de 14.01.2016 pérstite, companheira ou companheiro, e ao ex-cônju-
Redação anterior: I - do óbito, se requerido o bene- ge separado judicialmente ou divorciado, beneficiário
fício em até 90 (noventa) dias do falecimento; de pensão alimentícia, na data em que contraírem
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº novas núpcias, constituírem nova união estável ou
41, de 29.01.2004 falecerem;
Redação anterior: *I - do óbito; *Acrescidos pela Lei Complementar nº 38, de
*Acrescidos pela Lei Complementar nº 38, de 31.12.2003
31.12.2003 *II - Revogado
*II - da data do requerimento, no caso de inclu- *Revogado pela Lei Complementar nº 159, de
são post mortem, qualquer que seja a condição 14.01.2016
do dependente; Redação anterior: II - em relação a filhos, de
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº qualquer condição, ao atingirem a maioridade,
159, de 14.01.2016 salvo se inválidos, ou pela emancipação, ainda que
inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for
Redação anterior: II - do requerimento, no caso de decorrente de colação de grau científico em curso de
inclusão post-mortem, qualquer que seja a condição ensino superior;
do dependente; III - para os dependentes em geral:
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº a) pela cessação da invalidez; ou
92 de 25.01.2011
b) pelo falecimento.
Redação anterior: *II - do requerimento, no caso de *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
inclusão post-mortem, qualquer que seja a condição
do dependente; 41, de 29.01.2004
*Acrescidos pela Lei Complementar nº 38, de Redação anterior: *II - em relação ao filho, filha
31.12.2003 ou tutelado, na data em que atingir a maioridade ou

92 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


quando de sua emancipação, salvo se inválido(a) *b) a dependência econômica em relação ao
totalmente para o trabalho até o falecimento do segurado seja devidamente comprovada, nos
segurado, comprovada, neste caso, a dependência
econômica em relação a este.» termos desta Lei;
*Acrescidos pela Lei Complementar nº 38, de *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
31.12.2003 14.01.2016
*§ 1° Considera-se inclusão post mortem aque- *III - em relação ao tutelado habilitado nos ter-
la não comprovável de imediato por ocasião do mos do inciso III do § 1º do art. 6º desta Lei,
óbito do segurado, em razão da necessidade nas mesmas condições do inciso II, § 2º, deste
de demonstração de elementos adicionais, não artigo;
demonstráveis no momento do falecimento do *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
de 14.01.2016
segurado, como o reconhecimento judicial de
união estável, a investigação de paternidade Redação anterior: III - em relação ao tutelado, na
data em que atingir 21 (vinte e um) anos, ainda que
ou maternidade e outros atos assemelhados. cessada a tutela com o óbito do segurado;
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159, *Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
de 14.01.2016 25.01.2011
Redação anterior - §1° considera-se inclusão post-mor- *IV - em relação a todos os beneficiários da
tem aquela não comprovável de imediato por ocasião do
óbito do segurado, em razão da necessidade de demons- pensão, com o falecimento;
tração de elementos adicionais, não demonstráveis no *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
momento do falecimento do servidor, como o reconhe- de 14.01.2016
cimento judicial de união estável, a investigação de pa- Redação anterior: IV - com o falecimento dos be-
ternidade ou maternidade e outros atos assemelhados. neficiários;
*Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de *Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
25.01.2011 25.01.2011
*§ 2° Cessa o pagamento da pensão previden- *V - em relação a qualquer dos beneficiários da
ciária por morte: pensão, se verificado o disposto no § 4º do art.
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159, 6° desta Lei;
de 14.01.2016 *Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
Redação anterior: §2° Cessa o pagamento da pen- de 14.01.2016
são por morte:
Redação anterior: V - em relação a qualquer
*Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
25.01.2011 dos dependentes, se verificado o disposto
*I - em relação ao cônjuge supérstite, compa- no §4º do art. 5° desta Lei.
nheira ou companheiro, inclusive por relação *Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de
25.01.2011
homoafetiva, e ao ex-cônjuge separado, in-
clusive de fato, ou divorciado, beneficiário de *VI - em relação ao dependente condenado
pensão alimentícia, na data em que contraírem pela prática de crime de que tenha dolosamen-
novas núpcias ou constituírem nova união es- te resultado a morte do segurado instituidor da
tável; pensão, após o trânsito em julgado da decisão
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159, condenatória;
de 14.01.2016 *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
Redação anterior: I - em relação ao cônjuge su- 14.01.2016
pérstite, companheira ou companheiro, e ao ex-côn- *VII - em relação ao cônjuge, ao companheiro
juge separado juridicamente ou divorciado, benefici- ou à companheira, inclusive por relação homo-
ário de pensão alimentícia na data em que contraírem afetiva, se comprovada, a qualquer tempo, si-
novas núpcias ou constituírem nova união estável;
*Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de mulação ou fraude no casamento ou na união
25.01.2011 estável, ou a formalização desses com o fim ex-
*II - em relação ao filho, na data em que atingir clusivo de constituir benefício previdenciário,
21 (vinte e um) anos de idade, salvo se invá- apuradas em processo no qual será assegurado
lido, hipótese em que deverá ser observado o o direito ao contraditório e à ampla defesa;
seguinte: *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
14.01.2016
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº 159,
de 14.01.2016 *VIII - em relação a qualquer dos beneficiários
Redação anterior: II - em relação ao filho ou filha, da pensão, por renúncia expressa.
na data em que atingir 21 (vinte e um) anos, salvo se *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
inválido(a) totalmente para qualquer trabalho até o 14.01.2016
falecimento do segurado, comprovada, neste caso, a *§ 3º Serão aplicados, conforme o caso, os pra-
dependência econômica em relação a este;
*Acrescido pela Lei Complementar nº 92 de zos previstos no inciso II do § 5º do art. 6º des-
25.01.2011 ta Lei, se o óbito do segurado decorrer de aci-
*a) a invalidez seja total para qualquer traba- dente de qualquer natureza ou de doença pro-
lho e anterior à maioridade do dependente fissional ou do trabalho, independentemente
previdenciário, mediante reconhecimento ou do recolhimento de 18 (dezoito) contribuições
comprovação pela perícia médica oficial do mensais ao SUPSEC ou da comprovação de 2
Estado; e (dois) anos de casamento ou de união estável
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de até a data do óbito do segurado instituidor da
14.01.2016 pensão.
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
14.01.2016

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 93


*§ 4º Ressalvado o direito de opção, é vedada necessário de 60 (sessenta) meses para incor-
a percepção cumulada de pensão deixada por poração integral, vedado qualquer arredonda-
mais de um cônjuge ou companheiro ou com- mento.
panheira e, em qualquer caso, de mais de 2 *Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
(duas) pensões a cargo do SUPSEC. 14.01.2016
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de *§ 3º O segurado do SUSPEC, quando cedido a
14.01.2016 órgão ou entidade de outro ente da federação,
CAPÍTULO IV com ou sem ônus para o cessionário, ou afas-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS tado para o exercício de mandato eletivo, con-
tinuará vinculado ao Sistema, permanecendo
*Art. 10. Ao Sistema Único de Previdência So- obrigatório o recolhimento das contribuições
cial do Estado do Ceará – SUPSEC, aplicam- previdenciárias em relação ao seu cargo efe-
-se, além das disposições da Constituição Fe- tivo, cabendo ao órgão cessionário a responsa-
deral, da legislação previdenciária estadual e bilidade pelo desconto, recolhimento e repasse
nacional, as disposições de caráter geral pre- das contribuições previdenciárias ao SUPSEC,
vistas nos parágrafos deste artigo. conforme valores informados mensalmente
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº
159, de 14.01.2016 pelo órgão ou entidade de origem do segurado.
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
Redação anterior: Art. 10. O auxílio-reclusão será 14.01.2016
devido, após o recolhimento de 12 (doze) contribui-
ções mensais, e durante o período máximo de doze *§ 4º A edição dos atos regulamentares relati-
meses, aos dependentes do segurado detento ou re- vos à gestão do SUPSEC, ressalvada a com-
cluso que tenha renda bruta mensal igual ou inferior petência do Governador do Estado, caberá ao
a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que será cor- representante legal do Sistema, observado o
rigido pelos mesmos índices aplicados aos benefícios
do regime geral de previdência social. disposto no art. 11 desta Lei.
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de
*§ 1º As contribuições ao Sistema Único de 14.01.2016
Previdência Social do Estado do Ceará – SU-
*Art. 11. O Sistema Único de Previdência So-
PSEC, recolhidas com atraso, sofrerão acrés-
cimos de juros equivalentes à taxa referencial cial do Estado do Ceará - SUPSEC, enquanto
do Sistema Especial de Liquidação e Custódia não constituída pessoa jurídica para esse fim,
- SELIC, sendo considerada no mês de ven- será gerido pela Secretaria do Planejamento e
cimento e no mês de pagamento a taxa refe- Gestão, cabendo a esta o planejamento, a coor-
rencial de 1% (um por cento), respeitando-se denação, a execução, a supervisão e o controle
como limite mínimo a meta de investimento das atividades do Sistema.
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº
aplicada ao SUPSEC. 159, de 14.01.2016
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de Redação anterior: Art. 11. O Sistema Único de Pre-
14.01.2016 vidência Social dos Servidores Públicos Civis e Mili-
*§ 2º Para fins previdenciários, no que respei- tares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder
ta às aposentadorias que tenham por base de do Estado do Ceará – SUPSEC, enquanto não consti-
cálculo a última remuneração do segurado, tuída pessoa jurídica para esse fim, será gerido pela
Secretaria de Planejamento e Gestão, cabendo a esta
notadamente segundo as regras do art. 6º da o planejamento, a coordenação, a execução, a super-
Emenda Constitucional Federal nº 41/2003, as visão e o controle das atividades do Sistema.
regras de transição dos arts. 2º e 3º da Emenda *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
Constitucional Federal nº 47/2005 e o disposto 62 de 14.02.2007
na Emenda Constitucional nº 70/2012, deverá Redação anterior: Art. 11. O Sistema Único de
ser observado que: Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de
14.01.2016 Poder do Estado do Ceará - SUPSEC, enquanto não
constituída pessoa jurídica para esse fim, será gerido
*I – o valor das gratificações ou adicionais por pela Secretaria da Fazenda, cabendo a esta o plane-
titulação concedidos no âmbito funcional aos jamento, a coordenação, a execução, a supervisão e o
servidores estaduais, observado o tipo de titu- controle das atividades do Sistema.
lação, somente poderá ser considerado no cál- *Parágrafo único. O SUPSEC sujeitar-se-á às
culo do valor inicial dos proventos se decorrido inspeções e auditorias de natureza atuarial,
o lapso temporal de, no mínimo, 60 (sessenta) contábil, financeira, orçamentária e patrimo-
meses de efetiva contribuição ao SUPSEC so- nial dos órgãos de controle interno e externo
bre referido valor até a data do requerimento da Administração Pública.
do benefício; *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
*Acrescido pela Lei Complementar nº 159, de 62 de 14.02.2007
14.01.2016
Redação anterior: Parágrafo único. O SUPSEC
*II – o valor de quaisquer outras gratificações sujeitar-se-á às inspeções e auditorias de natu-
ou adicionais concedidos no âmbito funcional, reza atuarial, contábil, financeira, orçamentária
os quais possam ser incorporados na aposen- e patrimonial dos órgãos de controle interno e
tadoria, integrará o cálculo do valor inicial dos externo da Administração Pública
proventos e pensões na exata proporção do
número de meses de efetiva contribuição do Art. 12. Ressalvando-se a manutenção e o pa-
segurado ao SUPSEC, incidente sobre a gra- gamento dos benefícios atualmente concedi-
tificação ou o adicional, em relação ao mínimo dos, que passam a ser suportados pelo Sistema
Único de Previdência Social dos Servidores
94 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públi-
cos e dos Membros de Poder do Estado do Ce- LEI COMPLEMENTAR Nº 13, DE 20 DE
ará - SUPSEC, ficam extintos, a partir da data JULHO DE 1999
em que se tornar exigível a contribuição insti-
tuída nesta Lei Complementar para o custeio Republicada por incorreção D.O. de 23.08.1999
do SUPSEC:
I - a pensão policial militar, regulada pela Lei Dispõe sobre a instituição do Sistema
nº 10.972, de 10 de dezembro de 1984; de Previdência Parlamentar dos
II - a pensão instituída pela Lei nº 8.425, de 3 Deputados e Ex-Deputados Estaduais
de fevereiro de 1966; do Ceará e adota outras providências.
III - a pensão de que trata a Lei nº 9.381, de 27
de julho de 1970; O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço
IV - a pensão de que trata a Lei nº 7.072 de 27 saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu
de dezembro de 1963; sanciono a seguinte Lei Complementar:
V - a pensão especial de que trata o Art. 151 Art. 1º. Fica instituído, no âmbito da Assem-
da Lei 9.826, de 14 de maio de 1974, com suas bléia Legislativa do Estado do Ceará, o Siste-
atualizações; ma de Previdência Parlamentar, mantido por
Vl - as pensões pagas pelo Instituto de fundo específico, destinado a prover os bene-
Previdência do Estado do Ceará - IPEC e a fícios previdenciários dos segurados, seus de-
respectiva contribuição. pendentes e pensionistas, regulados nos ter-
mos desta Lei Complementar.
Vll - o Montepio do Ministério Público e do
Serviço Jurídico Estaduais, regulado pela Lei *Art. 2°. É criado o Fundo de Previdência
nº 11.001, de 2 de janeiro de 1985, e alterado Parlamentar, destinado a prover o Sistema a que
pelas Leis nºs. 11.060, de 15 de julho de 1985, se refere o artigo 1° desta Lei Complementar,
e nº 11.289, de 6 de janeiro de 1987, inclusive e financiado por recursos provenientes do
a respectiva contribuição; Estado e das contribuições dos seus segurados,
podendo, adicionalmente, ser integrado por
VIII - o Montepio de que trata a Lei nº bens, direitos e outros ativos, com finalidade
12.342, de 28 de julho de 1994, com alterações previdenciária.
posteriores, inclusive a respectiva contribuição. *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
Parágrafo único. Os atuais contribuintes do 32, de 30.12.2002
Montepio de que trata o inciso VII deste ar- Redação anterior: Art. 2º. O Sistema Previdenciá-
tigo, farão jus à restituição mensal das contri- rio, de que trata esta Lei Complementar, será finan-
buições recolhidas, em igual prazo e número ciado com recursos provenientes do orçamento da
de parcelas que contribuíram, sendo cada par- Assembléia Legislativa e das contribuições dos segu-
rados e dos pensionistas.
cela restituída no valor igual a 1/30 (hum trinta
avos) do valor da remuneração do servidor na *§ 1°. O Fundo de Previdência Parlamentar
data da restituição, podendo o Chefe do Poder passa a ter dotação específica no orçamento
Executivo, através de Decreto, dispor sobre ou- da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará,
tros prazos de restituição para situações consi- que será seu órgão gestor, cabendo-lhe o
deradas especiais. planejamento, a coordenação, a execução,
a supervisão e o controle das atividades do
Art. 13. Ficam revogadas as disposições con- Sistema.
trárias a esta Lei Complementar, especialmen- *Acrescentado pela Lei Complementar nº 32,
te as constantes das Leis indicadas no Art. 12, de 30.12.2002
bem como a Lei nº 8.430, de 3 de fevereiro de *§ 2°. A Assembléia Legislativa ordenará,
1966, e as alíneas “a” e “b” do inciso I do Art. 2º anualmente, auditoria externa para aferição da
da Lei nº 10.776, de 17 de dezembro de 1982. regularidade das contribuições e preservação
Art. 14. Fica o Poder Executivo, autorizado a do equilíbrio atuarial, ficando à disposição do
constituir fundo integrado por bens, direitos e Tribunal de Contas do Estado todos os dados
outros ativos, com finalidade previdenciária, relativos ao Sistema.
baseado em normas gerais e contabilidade e *Acrescentado pela Lei Complementar nº 32,
atuária, de modo a garantir o seu equilíbrio de 30.12.2002
financeiro e atuarial, observado o disposto no *Art. 3°. VETADO
Art. 6º da Lei Federal nº 9.717, de 27 de no- *Vetado pela Lei Complementar nº 32, de
vembro de 1998. 30.12.2002.
Art. 15. Esta Lei Complementar entrará em Redação anterior: Art. 3º. A contribuição da As-
sembléia Legislativa para o Sistema de Previdência
vigor na data de sua publicação, observando- Parlamentar não poderá exceder ao dobro da contri-
se quanto à contribuição social instituída o buição dos segurados e pensionistas referidos no ar-
disposto no § 6º do Art. 195 da Constituição tigo anterior.
Federal. 2
*§1º. Excepcionalmente, em ocorrendo dese-
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO quilíbrio financeiro e atuarial no Sistema de
CEARÁ, em Fortaleza, aos 23 de junho de 1999. Previdência Parlamentar, o Estado, mediante
Tasso Ribeiro Jereissati - GOVERNADOR DO créditos adicionais ao orçamento da Assem-
ESTADO DO CEARÁ
2 OBS: O Poder Legislativo derrubou o Veto aplicado pelo Poder
D.O. 28.06.1999 Executivo a este parágrafo.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 95


bléia Legislativa do Estado do Ceará, aportará, no exercício do mandato em caráter temporá-
pelo tempo necessário ao restabelecimento fi- rio.
nanceiro e atuarial, quantia mensal superior à § 4º. O Suplente de Deputado Estadual que
prevista no caput deste artigo.” se efetivar no mandato, poderá contar o tempo
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº de exercício temporário no parlamento, desde
32, de -.12.2002 - D.O. de 15.08.2003 que contribua para o Sistema de Previdência
Redação anterior: *§ 1°. VETADO. Parlamentar pelo período que integralizar, com
*Vetado pela Lei Complementar nº 32, de os valores de contribuição vigentes à data da
30.12.2002 - D.O. de 31.12.2002 solicitação.
Redação anterior: § 1º. Excepcionalmente, uma § 5º. Excetua-se da obrigadoriedade de que
vez configurado caso fortuito que provoque desequi-
líbrio atuarial no Sistema de Previdência Parlamentar, trata o caput deste artigo, o Deputado Estadual
a Assembléia Legislativa poderá aportar quantia su- no exercício de mandato parlamentar que fizer
perior à prevista no caput deste artigo, até o montante opção por outro regime de previdência ou pelo
necessário ao restabelecimento do equilíbrio atuarial. Regime Geral de Previdência Social, devendo
*§ 2°. Exclui-se da hipótese prevista no pará- comprovar, obrigatoriamente, junto a Assem-
grafo anterior, o desequilíbrio atuarial origi- bléia Legislativa, a filiação ao sistema escolhi-
nado da falta de pagamento das contribuições do, data em que cessa a condição de segurado
dos segurados do Sistema.” do Sistema de Previdência instituído por esta
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº Lei Complementar.
32, de 30.12.2002 Art. 6º. São contribuintes facultativos os ex-De-
Redação anterior: § 2º . Não está compreendido na putados Estaduais não beneficiários da Cartei-
hipótese do parágrafo anterior, o desequilíbrio atua-
rial originado da falta de pagamento das contribui- ra Parlamentar, extinta pela Lei nº 11.778, de
ções dos segurados do Sistema. 28 de dezembro de 1990.
*§ 3º. VETADO *Art. 7º. A contribuição previdenciária dos se-
*Vetado pela Lei Complementar nº 32, de gurados e pensionistas do Sistema de Previ-
30.12.2002 dência Parlamentar será a mesma aplicada aos
*Redação anterior:§ 3º. Configurado o caso fortuito, servidores públicos ativos, inativos e pensio-
a Assembléia Legislativa efetuará a antecipação de ca- nistas do Estado do Ceará, calculada em igual
pitalização do Sistema, até que ocorra a revisão anual forma.
em que serão atualizados os valores das contribuições
para manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial do *Nova redação dada pela Lei Complementar
Sistema de Previdência Parlamentar. n.º 19, de 29.12.1999
Art. 4º. São segurados do Sistema de Previ- Redação anterior: Art. 7º. A contribuição previden-
ciária dos segurados e pensionistas do Sistema de
dência Parlamentar todos os contribuintes Previdência Parlamentar será de 11% (onze por cento)
obrigatórios e facultativos. calculada sobre a totalidade dos subsídios, dos pro-
Art. 5º. São contribuintes obrigatórios do Sis- ventos ou pensão, acrescida de 9% (nove por cento)
incidentes sobre a parcela dos subsídios, dos proven-
tema de Previdência Parlamentar: tos e da pensão que exceder a R$ 1.200,00 (hum mil
I - os Deputados Estaduais no exercício de e duzentos reais), até o limite de R$ 6.000,00 (seis mil
mandato parlamentar; reais) e de 14% (quatorze por cento) incidentes sobre
a parcela que exceder a este valor.
II - os beneficiários de aposentadorias e pen-
são definidos nesta Lei Complementar. *§ 1º. Os percentuais de contribuição serão
*§ 1°. Para os efeitos desta Lei Complementar, revistos, periodicamente, objetivando a pre-
considera-se como em efetivo exercício par- servação do equilíbrio atuarial e financeiro do
lamentar o Deputado Estadual que foi ou ve- Sistema.
*Nova redação dada pela Lei Complementar
nha a ser licenciado na forma do Art. 54, I, da n.º 19, de 29.12.1999
Constituição do Estado do Ceará, ou para tra- Redação anterior: § 1º. Os percentuais previstos
tamento de saúde, licença gestante ou trato de neste artigo serão revistos, periodicamente, objeti-
interesse particular, devendo ser recolhidas as vando a preservação do equilíbrio atuarial e financei-
contribuições mensais para o Sistema de Pre- ro do Sistema.
vidência Parlamentar.” § 2º. Somente será considerado inadimplen-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº te com o Sistema de Previdência Parlamentar,
32, de 30.12.2002 para fins de obtenção dos benefícios previs-
Redação anterior: § 1º. Para os efeitos desta Lei tos nesta Lei Complementar, o segurado que
Complementar, considera-se como em efetivo exercí- deixar de contribuir por período superior a 90
cio parlamentar o Deputado Estadual licenciado para
o exercício de cargo ou função pública, na estrutura (noventa dias) dias corridos, sendo obrigatório,
administrativa do Poder Executivo do Estado do Ce- para o efetivo recebimento do benefício, o pa-
ará, desde que continue contribuinte do Sistema de gamento de qualquer contribuição, corrigida
Previdência Parlamentar. monetariamente, que não tiver sido paga pon-
§ 2º. Se o cargo ou a função pública for inte- tualmente, desde que referente ao limite de
grante da estrutura administrativa da União tempo acima estabelecido.
ou de Município, o aporte devido pela Assem- *Art. 7º-A. A contribuição dos segurados indi-
bléia Legislativa será repassado pelo cessioná- cados no art. 6º desta Lei Complementar será
rio, cuja condição será especificada no ato de obrigatoriamente de 22% (vinte e dois por cen-
cessão. to) calculada sobre a totalidade dos subsídios
§ 3º. Não é contribuinte do Sistema de Previ- do Deputado Estadual em efetivo exercício de
dência Parlamentar o Suplente de Deputado, mandato parlamentar, excetuando-se desta

96 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


obrigatoriedade o contribuinte facultativo que *Art. 11. No cálculo dos proventos de
esteja na condição de suplente de Deputado aposentadoria dos segurados do Sistema de
em exercício. Previdência Parlamentar, será considerada
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 138, de a média aritmética simples das maiores
06.06.2014 remunerações, utilizadas como base para
*Art. 7º-B. Fica criado o parcelamento de as contribuições do segurado aos regimes
contribuições concedido aos segurados de previdência a que esteve vinculado,
indicados no art. 6º desta Lei Complementar, correspondentes a 80% (oitenta por cento)
referente às contribuições patronais por de todo o período contributivo desde a
eles não recolhidas, anteriormente à data da competência julho de 1994 ou desde a do
publicação desta Lei Complementar, de modo início da contribuição, se posterior àquela
a adequá-las ao disposto no art. 7º-A, em até 4 competência, e serão reajustados, na mesma
(quatro) competências, iguais e sucessivas, por data e índice em que se der o reajuste dos
parcela, desde que o total não exceda o limite benefícios do Regime Geral de Previdência
máximo de 60 (sessenta) parcelas. Social.
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 138, de *Nova redação dada pela Lei Complementar
06.06.2014 n.º 138, de 06.06.2014
Art. 8º. O Sistema de Previdência Parlamentar Redação anterior: Art. 11. Os proventos da aposen-
proporcionará cobertura exclusivamente aos tadoria normal e por invalidez permanente e a pensão
por morte do segurado quando no efetivo exercício
seus segurados e em favor de seus dependen- parlamentar, corresponderão a totalidade dos subsí-
tes, ficando vedado o pagamento de benefí- dios do segurado quando em atividade e serão revis-
cios mediante convênios ou consórcios entre a tos nos mesmos índices, na mesma data e na mesma
União, o Estado e seus Municípios. norma que estipular o reajuste dos subsídios do De-
putado Estadual em efetivo exercício parlamentar.
Art. 9º. São dependentes dos segurados:
*Parágrafo único. As remunerações
*I - o cônjuge supérstite, companheiro ou com- consideradas no cálculo do valor inicial dos
panheira; proventos terão os seus valores atualizados
*Renumerado pela Lei Complementar nº 32, de
30.12.2002 mês a mês de acordo com a variação integral do
Redação anterior: I - o cônjuge supérstite, compa- índice fixado para a atualização dos salários-
nheiro ou companheira; de-contribuição considerados no cálculo dos
*II - o ex-cônjuge e a ex-companheira ou benefícios do Regime Geral de Previdência
ex-companheiro, desde que, na data do Social.
falecimento do segurado, estejam percebendo *Acrescido pela Lei Complementar n.º 138, de
06.06.2014
pensão alimentícia, por força de decisão judicial
definitiva ou acordo judicial homologado e Art. 12. A pensão devida aos beneficiários do
transitado em julgado; segurado que não estiver no efetivo exercício
*Acrescido pela Lei Complementar nº 32, de parlamentar será proporcional ao tempo de
30.12.2002 contribuição do segurado, observado para efei-
*III - os filhos menores ou inválidos, sob to de fixação do valor do benefício a regra do
dependência econômica do segurado; inciso II do Art. 18 desta Lei Complementar.
*Renumerado pela Lei Complementar nº 32, de *Art. 13. A pensão por morte devida aos
30.12.2002 dependentes de que trata o Art. 9°, será paga
Redação anterior: II - os filhos menores ou inváli- pela metade, em partes iguais, aos dependentes
dos, sob dependência econômica do segurado; previstos nos incisos I e II daquele artigo,
*IV - o menor sob tutela judicial, que viva e a outra metade, em partes iguais, aos
sob comprovada dependência econômica do dependentes definidos nos incisos III e IV,
segurado. sendo vedada a designação ou indicação de
*Renumerado pela Lei Complementar nº 32, de quaisquer outros beneficiários, inclusive netos.
30.12.2002 *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
Redação anterior: III - o menor sob tutela judicial, 32, de 30.12.2002
que viva sob comprovada dependência econômica do Redação anterior: Art. 13. A pensão por morte de-
segurado. vida aos dependentes de que trata o Art. 9º, somente
Parágrafo único. A invalidez a que se refere o será paga pela metade ao cônjuge supérstite, compa-
inciso II deste artigo deverá já existir quando nheiro ou companheira, e metade, em parte iguais,
do falecimento do segurado, salvo se esta vier aos filhos menores ou inválidos e o menor sob tutela
judicial, sendo vedada a designação legal ou indica-
a ocorrer em decorrência de acidente que ve- ção de quaisquer outros beneficiários, inclusive netos,
nha a causar o falecimento do segurado. ressalvados os casos de tutela judicial e o disposto no
Art. 10. O Sistema de Previdência Parlamentar parágrafo único do Art. 9º desta Lei Complementar.
assegurará, a partir da data em que se tornar *§ 1°. Na falta de filhos menores, ou quando por
exigível a respectiva contribuição previdenciá- qualquer motivo cessar o pagamento a esses, a
ria, os seguintes benefícios: pensão será paga integralmente, e rateada em
I - pagamento de proventos de aposentadoria partes iguais, aos dependentes previstos nos
normal; incisos I e II do Art. 9°, assim como na falta
II - pagamento de proventos de aposentadoria desses, a pensão será paga integralmente,
por invalidez permanente; e rateada em partes iguais, aos dependentes
III - pagamento de pensão por morte do segu-
rado.
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 97
definidos nos incisos III e IV, cessando o a) trinta e cinco anos de tempo de contribuição,
pagamento na forma do parágrafo seguinte. dos quais vinte anos de contribuição para o
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº Sistema de Previdência Parlamentar;
32, de 30.12.2002 b) contar com sessenta anos de idade.
Redação anterior: § 1º. Na falta dos filhos menores,
ou quando por qualquer motivo cessar o pagamento *§ 1º. Ao segurado ex-Deputado Estadual a que
a estes, a pensão será paga integralmente ao cônjuge alude este artigo é lícita a complementação do
supérstite, companheiro ou companheira, assim como período de contribuição como contribuinte fa-
na falta destes, a pensão será paga integralmente aos cultativo do Sistema, para os fins de obtenção
filhos menores, cessando na forma do parágrafo se- dos benefícios dele decorrentes, desde que
guinte.
não tenha integralizado o tempo de contribui-
*§ 2°. Cessa o pagamento da pensão: ção necessário no exercício de mandato parla-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº
32, de 30.12.2002 mentar e efetue a contribuição prevista no Art.
Redação anterior: § 2º. Cessa o pagamento da pen- 7º desta Lei Complementar, devendo requerer
são: à Mesa Diretora da Assembléia Legislativa,
*I - em relação aos dependentes previstos no prazo máximo de noventa dias, sob pena de
nos incisos I e II do Art. 9°, na data em que prescrição.
contraírem núpcias, constituírem união estável *Nova redação dada pela Lei Complementar
n.º 19, de 29.12.1999
ou falecerem; Redação anterior: § 1º. Ao segurado ex-Deputado
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº Estadual a que alude este artigo é lícito a complemen-
32, de 30.12.2002 tação do período de contribuição como contribuinte
Redação anterior: I - em relação ao cônjuge su- facultativo do Sistema, para os fins de obtenção dos
pérstite, companheiro ou companheira, na data em benefícios dele decorrentes, desde que não tenha
que contrair núpcias, constituir nova união estável ou integralizado o tempo de contribuição necessário no
falecer; exercício de mandato parlamentar e efetue a contri-
*II - em relação aos dependentes definidos nos buição prevista no Art. 7º desta Lei Complementar,
incisos III e IV do Art. 9°, na data em que atin- devendo requerer à Mesa Diretora da Assembléia Le-
gislativa, no prazo máximo de noventa dias da vigên-
girem a maioridade ou quando se emancipa- cia desta Lei Complementar, sob pena de prescrição.
rem, salvo se inválidos para o trabalho até o *§ 2º O segurado que integralizar o tempo
falecimento do segurado, comprovada, nesse de contribuição ao Sistema de Previdência
caso, a dependência econômica em relação ao Parlamentar estabelecido neste artigo e que
segurado. não conte com o tempo de contribuição mínimo
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº exigido para a concessão da aposentadoria
32, de 30.12.2002
Redação anterior: II - em relação a filho, filha ou nele definida contribuirá para qualquer
tutelado, na data em que atingir a maioridade ou sistema previdenciário pelo tempo necessário
quando de sua emancipação, salvo se inválido (a) to- à complementação do período, para efeito de
talmente para o trabalho até o falecimento do segura- concessão da aposentadoria, preservados os
do, comprovada, neste caso, a dependência econômi- benefícios definidos no Sistema instituído por
ca em relação ao segurado.
esta Lei Complementar, devendo o segurado
Art. 14. O Sistema de Previdência Parlamentar, que esteja no exercício do mandato parlamentar
enquanto não for constituído ente jurídico para contribuir obrigatoriamente para o Sistema de
este fim, será gerido pela Secretaria da Fazen- Previdência Parlamentar.
da do Estado, cabendo a esta o planejamento, *Nova redação dada pela Lei Complementar
a coordenação, a execução, a supervisão e o n.º 138, de 06.06.2014
controle das atividades do sistema. *Redação anterior:§ 2º. O segurado que integrali-
Parágrafo único. O gestor do Sistema de Pre- zar o tempo de contribuição ao Sistema de Previdên-
vidência Parlamentar ordenará, anualmente, cia Parlamentar estabelecido neste artigo e que não
conte com o tempo de contribuição mínimo exigido
auditoria externa para aferição da regularida- para a concessão da aposentadoria nele definida,
de das contribuições e preservação do equilí- contribuirá, obrigatoriamente, para qualquer sistema
brio atuarial, ficando à disposição dos demais previdenciário pelo tempo necessário à complemen-
poderes e do Tribunal de Contas do Estado to- tação do período, para efeito de concessão da aposen-
tadoria, preservados os benefícios definidos no Siste-
dos os dados relativos ao sistema. ma instituído por esta Lei Complementar.
Art. 15. Será considerado tempo de contri- § 3º. Integralizados os trinta e cinco anos de
buição ao Sistema de Previdência Parlamen- contribuição e não completos os sessenta anos
tar para fins de concessão dos benefícios dele de idade, fica o segurado desobrigado a conti-
decorrentes, o período de mandato parlamen- nuar contribuindo para qualquer dos sistema
tar compreendido entre a vigência da Lei nº de previdência pelo período necessário a com-
11.778, de 28 de dezembro de 1990 e o início plementação da idade, assegurados os benefí-
do pagamento da contribuição prevista no Art. cios previdenciários previstos nesta Lei Com-
7º desta Lei Complementar, do Deputado Esta- plementar.
dual e ex-Deputado Estadual que seja contri-
buinte do Sistema instituído por esta Lei Com- § 4º. O tempo de serviço considerado pela le-
plementar. gislação vigente para efeito de aposentadoria
será contado como tempo de contribuição, nos
Art. 16. O Deputado e ex-Deputado Estadual termos do Art. 4º da Emenda à Constituição
contribuinte da previdência instituída por esta Federal nº 20, de 15 de dezembro de 1998.
Lei Complementar somente poderá requerer
aposentadoria normal quando completar:
98 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
§ 5º. O Sistema de Previdência Parlamentar tos serem inferiores ao equivalente a quatro
ressarcirá ao segurado não optante pela hipó- anos de contribuição, desde que a invalidez
tese do § 1º as contribuições por ele recolhi- não ocorra no exercício do mandato.
das, atualizadas monetariamente, mês a mês, § 1º. A concessão da aposentadoria prevista
pelos índices de remuneração da caderneta de nos incisos I e II deste artigo deverá ser ins-
poupança, no prazo de doze meses, contados truída com laudo expedido por junta médica
a partir da opção do requerente, deduzidas as competente da Secretaria de Saúde do Estado.
taxas remuneratórias do Sistema e proporcio- § 2º. VETADO
nalmente em função da capacidade de paga- *Art. 19. O processo de concessão dos benefícios
mento do fundo e das normas atuariais. decorrentes desta Lei Complementar será
*§ 6º. Para efeito de obtenção do benefício de instruído com requerimento do segurado ou
que trata o caput deste artigo, fica vedada a dependente, dirigido à Mesa Diretora da
averbação como tempo de contribuição ao Sis- Assembléia Legislativa, cabendo a essa, antes
tema de Previdência Parlamentar instituído por de sua decisão, encaminhá-lo à Procuradoria da
esta Lei Complementar, do período de efetivo Assembléia Legislativa, para que se manifeste
exercício de mandato eletivo de Vereador, Pre- sobre a regularidade jurídica da concessão da
feito, Vice-Prefeito, Deputado Distrital, Deputa- aposentadoria ou pensão.
do Estadual de outro ente federativo, Deputado *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
Federal, Senador, Governador, Vice-Governa- 32, de 30.12.2002
dor, Presidente e Vice-Presidente da República. Redação anterior: Art. 19. O processo de concessão
*Incluido pela Lei Complementar nº 28 de dos benefícios decorrentes desta Lei Complementar,
10.01.2002 será instruído com requerimento do beneficiário di-
*§ 7º. Os Deputados Estaduais no exercício do rigido à Assembléia Legislativa, cabendo a esta en-
caminhá-lo à Procuradoria Jurídica e ao ente gestor
mandato e que não sejam beneficiários da Car- do Sistema de Previdência Parlamentar para se mani-
teira Parlamentar extinta pela Lei nº 11.778, de festar sobre a legalidade, cujos pareceres serão sub-
28 de dezembro de 1990, e os contribuintes fa- metidos à deliberação da Mesa Diretora que decidirá
cultativos da previdência instituída por esta Lei sobre o assunto.
Complementar, poderão averbar como tempo § 1° Se deliberar pelo indeferimento, a
de contribuição para o Sistema de Previdência Mesa Diretora encaminhará o processo ao
Parlamentar, o tempo de mandato parlamentar ente gestor para arquivamento.
desempenhado na Assembléia Legislativa do § 2º Decidindo pela concessão do benefício, cabe à
Estado do Ceará em caráter efetivo, anterior Mesa Diretora publicar o Ato, ordenando a sua im-
a 1990, desde que efetuem as contribuições plantação, a partir da data em que se torne exigível
o direito, nos termos e na forma estabelecidos nesta
do interstício averbado, recolhidas, parcelada Lei Complementar, consignando no ato concessor o
ou integralmente, em valores calculados com valor da aposentadoria ou pensão e, após cumpridas
base nos subsídios dos Deputados Estaduais, as formalidades legais e regulamentares, remeter ao
considerando-se a alíquota estabelecida na Lei Tribunal de Contas do Estado.
Complementar nº 19, de 29 de dezembro de *§ 1° O benefício a que se refere o caput deste
1999.” artigo será concedido por Ato da Mesa Diretora,
*Incluido pela Lei Complementar nº 28 de em caráter provisório, no percentual de 80%
10.01.2002 (oitenta por cento) do valor do cálculo dos
Art. 17. Aos dependentes dos contribuintes proventos de aposentadorias mensais apurado
obrigatórios e facultativos que vierem a falecer na forma do art. 11 desta Lei Complementar,
no transcorrer do período de contribuição, se- até que o benefício definitivo tenha o seu valor
rão assegurados os benefícios previdenciários estabelecido e a sua regularidade reconhecida,
decorrentes desta Lei Complementar. ou negada, pelos órgãos competentes.
Parágrafo único. Aplica-se a norma prevista *Acrecido pela Lei Complementar n.º 138, de
no Art. 23 desta Lei Complementar, no caso 06.06.2014
do falecimento do Deputado ou do ex-Depu- *§ 2º Decidindo pela concessão do benefício,
tado, ocorrer no período compreendido entre a cabe à Assembleia Legislativa publicar o Ato
vigência desta Lei Complementar e a data de de aposentadoria ou pensão, ordenando a
início da contribuição devida. respectiva implantação a partir da data em que
Art. 18. O segurado fará jus a aposentadoria o segurado tenha requerido formalmente sua
por invalidez permanente: concessão, nos termos e na forma estabelecidos
I - com proventos integrais, quando esta ocor- nesta Lei Complementar, submetendo-o, após
rer do exercício do mandato parlamentar, con- as formalidades legais e regulamentares, à
siderando como tal a norma dos §§ 1º e 2º do apreciação do Tribunal de Contas do Estado.
*Renumerado pela Lei Complementar n.º 138,
Art. 5º, e decorrer de acidente, moléstia pro- de 06.06.2014
fissional ou doença grave, contagiosa ou incu- *Redação anterior:*Parágrafo único. Decidindo
rável, na forma da legislação da previdência pela concessão do benefício, cabe à Assembléia Le-
social; e gislativa publicar o Ato de aposentadoria ou pensão,
II - com proventos proporcionais, nos casos ordenando a respectiva implantação a partir da data
em que se torne exigível o direito, nos termos e na for-
de invalidez permanente previstos no inciso ma estabelecidos nesta Lei Complementar, submeten-
anterior, tomando-se como base de cálculo a
remuneração fixada para os membros da As-
sembléia Legislativa, não podendo os proven-
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 99
do-o, após as formalidades legais e regulamentares, à mentar, respeitados os atos jurídicos perfeitos,
apreciação do Tribunal de Contas do Estado. os direitos adquiridos e a coisa julgada, confor-
*Acrecido pela Lei Complementar nº 32, de me o Art. 5º, XXXVI, da CF/88, ficam extintas
30.12.2002
as Leis nºs. 1.776, de 16 de maio de 1953 e
Art. 20. A Assembléia Legislativa regulamen- suas alterações e 11.778, de 28 de dezembro
tará o Sistema de Previdência Parlamentar, de 1990.
mediante resolução, no prazo de noventa dias
de sua publicação. Art. 25 Esta Lei Complementar, observado o
Art. 24, entrará em vigor na data de sua publi-
Art. 21. O Sistema de Previdência Parlamentar cação, revogadas as disposições em contrário.
terá previsão no orçamento da Assembléia Le-
gislativa, mediante abertura de crédito espe- PALACIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
cial ao vigente orçamento de 1999, cujo pedido CEARÁ, em Fortaleza, aos 20 de julho de 1999.
de autorização será encaminhado no prazo de
até noventa dias por Mensagem do Governa- Tasso Ribeiro Jereissati - Governador do Estado
dor do Estado. do Ceará
Art. 22. Os Ex-Deputados beneficiários da ex- D.O. 20.07.1999
tinta carteira parlamentar serão contribuintes
obrigatórios do Sistema Único de Previdência LEI COMPLEMENTAR Nº 14, DE 15 DE
Social dos Servidores Públicos Civis e Milita- SETEMBRO DE 1999
res, dos Agentes Públicos e dos Membros de
Poder do Estado do Ceará - SUPSEC e dele Dispõe sobre contratação, por
receberão sua pensão. tempo determinado, para atender
*Parágrafo único. Revogado a necessidade temporária de
*Revogado pela Lei Complementar n.º 19, de excepcional interesse público pelas
29.12.1999 Universidades Estaduais.
*Parágrafo único. Os proventos de aposentadoria nor-
mal e a pensão por morte do ex-Deputado beneficiá-
rio da extinta carteira parlamentar corresponderão à O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço
totalidade dos subsídios dos Deputados em atividade saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu
e serão revistos nos mesmos índices, na mesma data sanciono a seguinte Lei Complementar:
e na mesma norma que estipular o reajuste dos sub- Art. 1º. Esta Lei Complementar, nos termos do
sídios do Deputado em efetivo exercício parlamentar.
inciso XIV do Art. 154 da Constituição do Es-
*§ 1º. Os benefícios da pensão de que trata tado do Ceará, dispõe sobre os casos de con-
este artigo e da pensão por morte do ex-De- tratação de pessoal, por tempo determinado,
putado beneficiário da extinta carteira parla- pelas Universidades Estaduais, para atender
mentar, concedidos proporcionalmente, na a necessidade temporária de excepcional inte-
forma da legislação anterior, serão revistos nos resse público.
mesmos índices, na mesma data e na mesma
norma que estipular o reajuste dos subsídios Art. 2º. A Fundação Universidade Estadual do
do Deputado em efetivo exercício parlamentar. Ceará - FUNECE, a Fundação Universidade
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 19, de Vale do Acaraú - UVA e a Fundação Universi-
29.12.1999 dade Vale do Cariri - URCA, ficam autorizadas,
*§ 2º. Revogado nos termos desta Lei Complementar, a realizar
*Revogado pela Lei Complementar nº 32, de contratação de pessoal por tempo determina-
30.12.2002 do, restringindo-se a atender aos casos de ne-
Redação anterior: *§ 2º. Ao Deputado Estadual em cessidade temporária e excepcional interesse
exercício do mandato parlamentar na data da publica- público, consideradas nestas hipóteses de:
ção desta Lei Complementar, que seja beneficiário da a) admissão de professor visitante;
extinta carteira parlamentar, é facultado, no prazo de
90 (noventa) dias do término do mandato, contribuir b) admissão de professor e pesquisador visi-
para complementação do tempo necessário de con- tante estrangeiro;
tribuição para o Sistema de Previdência Parlamen- c) admissão de professores substitutos para
tar, sendo vedada a percepção cumulativa da pensão
paga pelo Sistema Único de Previdência Social dos suprir carências que causem real prejuízo ao
Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes ensino, decorrentes de afastamento em razão
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do Ce- de: a) licença para tratamento de saúde; b)
ará – SUPSEC, com a prevista na Lei Complementar licença gestante; c) licença por motivo de
nº 13, de 20 de julho de 1999, contando-se o tempo
referido no Art. 15 daquela legislação e o de maior doença em pessoa da família; d) licença para
contribuição para a extinta carteira parlamentar. o trato de interesse particular; e) curso de
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 19, de mestrado e doutorado.
29.12.1999 *d) admissão de professores temporários, ne-
Art. 23. A instituição do Sistema de Previdên- cessários a demandas de urgência das Univer-
cia de que trata esta Lei Complementar, pre- sidades Estaduais, nas hipóteses em que não
vista na Emenda Constitucional nº 39/99, dar- houverem sido ainda criados cargos efetivos
-se-á no prazo de noventa dias, da publicação para provimento ou até que se ultimem as pro-
desta Lei Complementar, em cujo período será vidências necessárias à realização de concurso
aplicada a legislação até então vigente.
Art. 24 . Instituído o Sistema de Previdência
Parlamentar a que se refere esta Lei Comple-

100 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


público, nomeação e posse dos aprovados para I - receber atribuições, funções ou encargos
provimento de cargos efetivos. não previstos no respectivo contrato.
*Acrecido pela Lei Complementar nº 105, de II - ser nomeado ou designado, ainda que a
21.12.2011 título precário ou em substituição, para o exer-
§ 1º. Ficam vedadas contratações fora das hi- cício de cargo em comissão ou função de con-
póteses previstas neste artigo, cumprindo ser fiança.
observada a existência de dotação orçamentá- Art. 6º. O contrato firmado de acordo com esta
ria específica, mediante prévia justificação e Lei Complementar extinguir-se-á, sem direito
autorização do Secretário do Estado sob cuja a indenização, no término do prazo contratual.
supervisão se encontrar a entidade contratan- Art. 7º. O contrato de que trata esta Lei Com-
te. plementar poderá ser rescindido, sem direito a
§ 2º. A contratação de pessoal, nos casos das indenizações, nas seguintes situações:
alíneas “a” e “b” deste artigo, deverá ser efeti- I - por iniciativa do Contratado, cumprindo
vada à vista de notória capacidade técnica ou nesta hipótese, a prévia comunicação à Con-
científica do profissional, mediante análise de tratante, com antecedência mínima de 30(trin-
“Curriculum Vitae”. ta) dias;
*§ 3º A contratação prevista nas alíneas “c” e II - em decorrência de avaliação do corpo dis-
“d” deste artigo será precedida de seleção pú- cente, declarada em Assembléia-Geral da ca-
blica simplificada, constante de provas escrita tegoria, considerando inconveniente a perma-
e oral. nência do professor na cátedra.
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº
105, de 21.12.2011 Art. 8º. Esta Lei Complementar entrará em vi-
Redação anterior: § 3º. A contratação prevista na gor na data de sua publicação, revogadas as
alínea “c” deste artigo será precedida de seleção pú- disposições em contrário.
blica simplificada, constante de provas escrita e oral.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
§ 4º. É proibida a contratação, nos termos
desta Lei Complementar, de servidores da CEARÁ, em Fortaleza, aos 15 de setembro de 1999.
Administração direta ou indireta da União, Tasso Ribeiro Jereissati - GOVERNADOR DO
dos Estados, do Distrito Federal e dos ESTADO DO CEARÁ
Municípios, bem como de empregados ou
servidores de suas subsidiárias e contratadas, D.O. 15.09.1999
sob pena de nulidade do contrato e apuração
da responsabilidade administrativa da LEI COMPLEMENTAR Nº 17, DE 20 DE
Contratante e do Contratado, inclusive DEZEMBRO DE 1999
solidariedade quando a devolução dos valores
pagos ao Contratado. Revoga e altera dispositivos da Lei
§ 5º. A proibição prevista no § 4º deste artigo Complementar nº 12, de 23 de junho
não se aplica àqueles casos em que o contra- de 1999, que dispõe sobre a instituição
tado ocupe cargo, emprego ou função de na- do Sistema Único de Previdência
tureza técnico ou científico ou de professor e Social dos Servidores Públicos Civis
comprove a compatibilidade de horários com o e Militares, dos Agentes Púbicos e
cargo acumulável, excetuando-se os casos em dos Membros de Poder do Estado
que o contratado seja ocupante de cargo efe- do Ceará - SUPSEC e da respectiva
tivo da carreira do magistério das instituições contribuição previdenciária, extingue
estaduais de ensino. os benefícios previdenciários e de
§ 6º. Não será permitida a contratação, em montepio que indica e dá outras
caráter temporário, de professor quando providências.
existirem candidatos concursados para cargos
de natureza efetiva que se encontrarem O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço
vagos e não providos junto às Universidades saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu
Estaduais. sanciono a seguinte Lei Complementar:
Art. 3º. O prazo máximo da contratação por Art. 1º. Fica revogado o § 1º do Art. 5º da Lei
tempo determinado tratada nesta Lei Comple- Complementar nº 12, de 23 de junho de 1999.
mentar, será o previsto no inciso XIV do Art. Art. 2º. O Art. 4º da Lei Complementar nº 12,
154 da Constituição do Estado do Ceará. de 23 de junho de 1999, passa a vigorar com a
Art. 4º. Os contratos abrangidos pelas disposi- seguinte redação:
ções contidas nesta Lei Complementar obser- “Art. 4º. São contribuintes obrigatórios do
varão o regime previsto na Consolidação das Sistema Único de Previdência Social dos
Leis do Trabalho - CLT. Servidores Públicos Civis e Militares, dos
Parágrafo Único . A remuneração do pessoal Agentes Públicos e dos Membros de Poder do
contratado nos termos desta Lei Complemen- Estado do Ceará - SUPSEC:
tar, será fixada de acordo com as condições do I - os servidores públicos ativos de todos os
mercado de trabalho para iguais atribuições. Poderes, do Ministério Público, dos Tribunais de
Art. 5º. O pessoal contratado nos termos desta Contas do Estado e dos Municípios, dos órgãos
Lei Complementar não poderá: e entidades da administração pública estadual

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 101


direta, autárquica e fundacional, exceto os ex-
clusivamente ocupantes de cargo de provimento LEI COMPLEMENTAR Nº 19, DE 29 DE
em comissão; DEZEMBRO DE 1999
II - o Governador, o Vice-Governador, os
Secretários e Subsecretários de Estado e os que Dá nova redação aos dispositivos
lhes são equiparados, desde que ocupantes de da Lei Complementar Nº 13, de 20
cargo efetivo no serviço público estadual; de julho de 1999, e adota outras
providências.
III - os Magistrados, os membros do Ministério
Público e os Conselheiros dos Tribunais de O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço
Contas do Estado e dos Municípios; saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu
IV - os serventuários da Justiça indicados na sanciono a seguinte Lei Complementar:
parte final do § 8º do Art. 331 da Constituição Art. 1º. O capu e o § 1º do Art. 7º , o § 1º
Estadual. do Art.16 da Lei Complementar nº 13, de 20
de julho de 1999, passam a vigorar com a
§ 1º. Ao servidor ocupante exclusivamente de seguinte redação:
cargo de provimento em comissão, bem como de
outro cargo temporário ou de emprego público, “Art. 7º. A contribuição previdenciária dos segu-
aplica-se o regime geral de previdência social. rados e pensionistas do Sistema de Previdência
Parlamentar será a mesma aplicada aos servi-
§ 2º. A contribuição previdenciária de que trata dores públicos ativos, inativos e pensionistas do
o Art. 1º desta Lei Complementar não incidirá Estado do Ceará, calculada em igual forma.
sobre o valor da representação relativa a cargo
de provimento em comissão, quando percebida § 1º. Os percentuais de contribuição serão revis-
por servidor público estadual em exercício de tos, periodicamente, objetivando a preservação
cargo de provimento em comissão, bem como do equilíbrio atuarial e financeiro do Sistema.
sobre o valor da gratificação de execução de tra- “Art. 16. ...
balho relevante, técnico ou científico e da retri-
§ 1º. Ao segurado ex-Deputado Estadual a que
buição pelo exercício de função à nível de cargo
alude este artigo é lícita a complementação do
de provimento em comissão”.
período de contribuição como contribuinte fa-
Art. 3º. Observado o disposto no artigo ante- cultativo do Sistema, para os fins de obtenção
rior, quanto à redação do Art. 4º, o § 2º do Art. dos benefícios dele decorrentes, desde que não
5º da Lei Complementar nº 12, de 23 de junho tenha integralizado o tempo de contribuição ne-
de 1999, passa a vigorar com a seguinte reda- cessário no exercício de mandato parlamentar e
ção: efetue a contribuição prevista no Art. 7º desta
“Art. 5º. ... Lei Complementar, devendo requerer à Mesa
... Diretora da Assembléia Legislativa, no prazo
máximo de noventa dias, sob pena de prescri-
§ 2º. A contribuição previdenciária dos contri- ção.”
buintes indicados no inciso IV do Art. 4º desta Art. 2º. Inclui os §§ 1º e 2º no Art. 22 da Lei
Lei Complementar, será de 22% (vinte e dois por Complementar nº 13, de 20 de julho de 1999,
cento) sobre o valor total da base de cálculo da e revoga o parágrafo único do mesmo artigo.
contribuição.”
“Art. 22. ...
*Art. 4º. Revogado
*Revogado pela Lei Complementar nº 21, de § 1º. Os benefícios da pensão de que trata este
29.06.2000 artigo e da pensão por morte do ex-Deputado
Redação anterior: Art. 4º. Os militares do Estado, beneficiário da extinta carteira parlamentar,
da ativa, da reserva remunerada e os reformados, bem concedidos proporcionalmente, na forma da le-
como seus pensionistas, ficam excluídos do disposto
na Lei Complementar nº 12, de 23 de junho de 1999, gislação anterior, serão revistos nos mesmos ín-
permanecendo no regime previdenciário anterior, até dices, na mesma data e na mesma norma que
a edição da Lei de que trata o Art. 42, § 1º, combinado estipular o reajuste dos subsídios do Deputado
com Art. 142, § 3º, inciso X, ambos da Constituição em efetivo exercício parlamentar.
Federal.
Art. 5º. Os efeitos desta Lei Complementar re- § 2º. Ao Deputado Estadual em exercício do
troagem a 1º de outubro de 1999, observando- mandato parlamentar na data da publicação
-se quanto à contribuição social prevista no § desta Lei Complementar, que seja beneficiário
2º do Art. 5º da Lei Complementar nº 12, de 23 da extinta carteira parlamentar, é facultado, no
de junho de 1999, com a redação dada nesta prazo de 90 (noventa) dias do término do man-
Lei Complementar, o disposto no § 6º do Art. dato, contribuir para complementação do tem-
195 da Constituição Federal. po necessário de contribuição para o Sistema de
Previdência Parlamentar, sendo vedada a per-
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO cepção cumulativa da pensão paga pelo Sistema
CEARÁ, em Fortaleza, aos 20 de dezembro de Único de Previdência Social dos Servidores
1999. Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos
Tasso Ribeiro Jereissati - GOVERNADOR DO e dos Membros de Poder do Estado do Ceará –
ESTADO DO CEARÁ SUPSEC, com a prevista na Lei Complementar
D.O. 21.12.1999 nº 13, de 20 de julho de 1999, contando-se o

102 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


tempo referido no Art. 15 daquela legislação e pecuniárias permanentes estabelecidas em
o de maior contribuição para a extinta carteira Lei e os adicionais de caráter individual, ou
parlamentar.” quaisquer vantagens, excluídas:
Art. 3º. Esta Lei Complementar entrará em vi- I – as diárias para viagem;
gor na data de sua publicação, revogadas as II – a ajuda de custo em razão de mudança de
disposições em contrário. sede ou de viagem;
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO III – o salário-família;
CEARÁ, em Fortaleza, 29 de dezembro de 1999. IV – o valor da representação pagos aos
militares estaduais, quando em exercício de
Tasso Ribeiro Jereissati - Governador do Estado cargo de provimento em comissão.
do Ceará *Art. 5°. O Sistema Único de Previdência
D.O. 29.12.1999 Social de que trata esta Lei Complementar, de
caráter contributivo, proporcionará cobertura
LEI COMPLEMENTAR Nº 21, DE 29 DE exclusiva aos segurados e seus respectivos
dependentes.
JUNHO DE 2000 *Redação dada pela Lei Complementar nº 38,
de 31.12.2003
Dispõe sobre o sistema de previdência Redação anterior: Art. 5º. O Sistema Único de Pre-
dos Militares do Estado do Ceará vidência Social dos Servidores Públicos Civis e Mili-
- o Sistema Único de Previdência tares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder
do Estado do Ceará – SUPSEC, proporcionará cober-
Social dos Servidores Públicos Civis tura aos militares estaduais, em favor de seus respec-
e Militares, dos Agentes Públicos e tivos dependentes.
dos Membros de Poder do Estado do *§ 1º Os dependentes previdenciários, de que
Ceará – SUPSEC, institui a respectiva trata o caput deste artigo, são:
contribuição previdenciária, extingue *Nova redação dada pela Lei Complementar
os benefícios previdenciários e de n.º 159, de 14.01.2016
montepio que indica e dá outras Redação anterior: *§1° Os dependentes, de que tra-
providências. ta o caput deste artigo, são:
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço 93, de 25.01.2011
saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu Redação anterior: *Parágrafo único. Os
sanciono a seguinte Lei Complementar: dependentes de que trata o caput deste artigo são:
Art. 1º. O sistema de previdência dos Militares *Redação dada pela Lei Complementar nº 38,
do Estado do Ceará é o Sistema Único de Pre- de 31.12.2003
vidência Social dos Servidores Públicos Civis Redação anterior: Parágrafo único. Os dependen-
e Militares, dos Agentes Públicos e dos Mem- tes, de que trata o caput, são:
bros de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, * I - o cônjuge supérstite, o companheiro ou
instituído pela Lei Complementar nº 12, de 23 a companheira que vivam em união estável
de junho de 1999, observadas as disposições como entidade familiar, inclusive por relação
previstas nesta Lei Complementar. homoafetiva, e o ex-cônjuge separado, inclusi-
Art. 2º. A previdência social mantida pelo Sis- ve de fato, ou divorciado, desde que, nos três
tema Único de Previdência Social dos Servi- últimos casos, na data do falecimento do se-
dores Públicos Civis e Militares, dos Agentes gurado, esteja percebendo pensão alimentícia
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do devidamente comprovada, observado o per-
Ceará - SUPSEC, será financiada com recur- centual fixado, que incidirá sobre a cota que
sos provenientes do orçamento do Estado e das couber ao cônjuge ou companheiro no rateio
contribuições previdenciárias dos segurados, da pensão com os dependentes indicados nos
compreendendo o militar estadual do serviço incisos II e III deste artigo;
ativo. *Nova redação dada pela Lei Complementar
n.º 159, de 14.01.2016
Art. 3º. Os militares estaduais ativos da Polí- *Redação anterior:*I - o cônjuge supérstite, o com-
cia Militar do Ceará e do Corpo de Bombeiros panheiro ou a companheira e o ex-cônjuge separado
Militar são contribuintes obrigatórios do Sis- juridicamente ou divorciado, desde que, nos dois últi-
tema Único de Previdência Social dos Servi- mos casos, na data do falecimento do segurado, esteja
percebendo pensão alimentícia devidamente com-
dores Públicos Civis e Militares, dos Agentes provada, observado o percentual fixado, que incidirá
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do sobre a cota que couber ao cônjuge ou companheiro
Ceará - SUPSEC. no rateio da pensão com os beneficiários de outras
Art. 4º. A contribuição previdenciária dos Milita- classes;
res estaduais para o Sistema Único de Previdência *Nova redação dada pela Lei Complementar nº
93, de 25.01.2011
Social dos Servidores Públicos Civis e Militares,
Redação anterior: I - o cônjuge supérstite, o com-
dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do panheiro ou a companheira e o ex-cônjuge separado
Estado do Ceará - SUPSEC, será de 11% (onze judicialmente ou divorciado, desde que, na data do
por cento), calculada sobre a remuneração. falecimento do segurado, esteja percebendo pensão
Parágrafo único. Entende-se como alimentícia por força de decisão judicial definitiva ou
acordo judicial homologado e transitado em julgado,
remuneração para fins de contribuição o soldo observado o percentual judicialmente fixado, que in-
do posto ou graduação, acrescido das vantagens

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 103


cidirá sobre a cota que couber ao cônjuge no rateio da soluta, ressalvado o disposto nesta Lei Complementar,
pensão com os benefícios de outras classes; nas situações referentes a cônjuge supérstite, compa-
*Redação dada pela Lei Complementar nº 38, nheiro, companheira e filho até 21 (vinte e um) anos
de 31.12.2003 de idade.
Redação anterior: I - o cônjuge supérstite, *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
companheiro ou companheira; 25.01.2011
*II – o filho que atenda a um dos seguintes re- *§ 3º Para os fins do disposto nesta Lei, a de-
quisitos: pendência econômica poderá ser demonstrada
*Nova redação dada pela Lei Complementar na via administrativa:
n.º 159, de 14.01.2016 *Nova redação dada pela Lei Complementar
Redação anterior: *II - o filho até completar 21 n.º 159, de 14.01.2016
(vinte e um) anos de idade; Redação anterior: *§3° Nos casos não abrangidos
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº pelo §2º deste artigo, a dependência econômica pode-
93, de 25.01.2011 rá ser demonstrada na via administrativa.
*Redação anterior:*II - o filho menor; *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
*Redação dada pela Lei Complementar nº 38, 25.01.2011
de 31.12.2003 *I - pela comprovação da percepção de pensão
Redação anterior: II - os filhos menores ou alimentícia, nas hipóteses de cônjuge separa-
inválidos, estes quando sob dependência econômica do, inclusive de fato, ou divorciado, cabendo à
do segurado; Administração, a seu critério, exigir a apresen-
*a) tenha idade de até 21 (vinte e um) anos; tação de outros documentos comprobatórios;
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de *Nova redação dada pela Lei Complementar
14.01.2016 n.º 159, de 14.01.2016
*b) seja inválido, observadas as condições esta- Redação anterior: *I - exclusivamente pela com-
belecidas nesta Lei; provação da percepção de pensão alimentícia, nas
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de hipóteses de cônjuge separado juridicamente ou di-
14.01.2016 vorciado;
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
*c) tenha deficiência grave, devidamente ates- 25.01.2011
tada por laudo médico oficial, comprovada a *II - por prova documental consistente em de-
dependência econômica; clarações de Imposto de Renda, certidões, ou
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de
14.01.2016 qualquer outro meio assemelhado que com-
*III – o tutelado nesta condição na data do óbi- provem a ausência de percepção de outro be-
to do segurado, provada a dependência econô- nefício ou renda suficiente para mantença pró-
mica, hipótese em que passa a ser equiparado pria, no momento da concessão, nas situações
a filho, para efeito de percepção da pensão; referentes a filho inválido com mais de 21 (vin-
*Nova redação dada pela Lei Complementar te e um) anos de idade e ao tutelado.
n.º 159, de 14.01.2016 *Nova redação dada pela Lei Complementar
*Redação anterior:*III - o filho inválido e o tute-
n.º 159, de 14.01.2016
lado. Redação anterior: *II - por prova documental con-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº sistente em declarações de Imposto de Renda, certi-
93, de 25.01.2011 dões, ou qualquer outro meio assemelhado, que com-
prove a ausência de percepção de outro benefício ou
*III - a filho inválido e o tutelado desde que, em renda suficiente para mantença própria, no momento
qualquer caso, viva sob a dependência econômica do da concessão, nas situações referentes a filho inválido
segurado. com mais de 21 (vinte e um) anos de idade e tutelado.
*Redação dada pela Lei Complementar nº 38, *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
de 31.12.2003 25.01.2011
Redação anterior: III - o menor sob tutela judicial, *§ 4º Para os efeitos desta Lei, cessa, a qualquer
que viva sob dependência econômica do segurado.
tempo, a condição de dependente previdenciá-
*IV – a mãe e o pai que comprovem dependên-
rio:
cia econômica do servidor, desde que inexis- *Nova redação dada pela Lei Complementar
tam, na data do óbito, os dependentes previ- n.º 159, de 14.01.2016
denciários referidos nos incisos I, II e III deste Redação anterior: *§4° Para os efeitos desta Lei
parágrafo. Complementar, cessa, a qualquer tempo, a condição
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de de dependente:
14.01.2016 *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
*§ 2º A dependência econômica é requisito para 25.01.2011
o reconhecimento do direito dos dependentes *I - no caso de cônjuge supérstite, compa-
indicados no §1º, deste artigo, ao benefício de nheiro ou companheira, inclusive por relação
pensão, sendo presumida, de forma absoluta, homoafetiva, quando contrair casamento ou
em relação ao cônjuge supérstite, companhei- união estável;
ro, companheira e ao filho de até 21 (vinte e *Nova redação dada pela Lei Complementar
um) anos de idade, ressalvado o disposto nesta n.º 159, de 14.01.2016
Lei Complementar. Redação anterior: *I - se o cônjuge supérstite,
companheiro ou companheira contrair casamento ou
*Nova redação dada pela Lei Complementar união estável;
n.º 159, de 14.01.2016
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
Redação anterior: *§2° A dependência econômica é 25.01.2011
requisito para o reconhecimento do direito a benefício
previsto nesta Lei Complementar das pessoas indica- *II – no caso de filho com idade superior a 21
das no §1º deste artigo, sendo presumida, de forma ab- (vinte e um) anos, inválido, quando provada a

104 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


percepção, após a verificação da causa enseja- negativa de concessão de beneficio ou em sua ime-
dora da invalidez, de renda suficiente para sua diata cessação, caso já esteja em fruição.
manutenção; *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
25.01.2011
*Nova redação dada pela Lei Complementar
n.º 159, de 14.01.2016 *§ 6º A prova da união estável como entidade
Redação anterior: *II - provada a percepção de ren- familiar se faz mediante a apresentação da do-
da suficiente para sua manutenção pelo filho maior cumentação admitida para tais fins pelo Regi-
inválido após a verificação da causa ensejadora da me Geral de Previdência Social, nos termos e
invalidez; condições previstos na legislação específica,
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de cabendo à Procuradoria-Geral do Estado, a
25.01.2011
seu critério, entendê-la insuficiente, median-
*III - no caso de cônjuge separado de fato há te parecer fundamentado, hipótese na qual a
mais de 2 (dois) anos, quando não comprovada comprovação dependerá de decisão judicial
a percepção de verba alimentícia do segura- transitada em julgado em procedimento con-
do, mediante a apresentação de documentação tencioso de reconhecimento da relação.
idônea, a critério da Administração; *Nova redação dada pela Lei Complementar
*Nova redação dada pela Lei Complementar n.º 159, de 14.01.2016
n.º 159, de 14.01.2016
Redação anterior: *§6° A prova da união estável se
Redação anterior: *III - se o cônjuge estiver sepa- faz mediante a apresentação da documentação admi-
rado de fato há mais de 2 (dois) anos, sem comprova- tida para tais fins pelo Regime Geral de Previdência
ção de que perceba verba alimentícia do segurado; Social, nos termos e condições previstos na legislação
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de específica, cabendo à Procuradoria-Geral do Estado,
25.01.2011 a seu critério, entendê-la insuficiente, mediante pare-
*IV – em se tratando de filho com idade supe- cer fundamentado, hipótese na qual a comprovação
rior a 21 (vinte e um) anos, inválido, quando dependerá de decisão judicial transitada em julgado
em procedimento contencioso de reconhecimento da
cessada a condição de invalidez, circunstância relação.
a ser apurada em perícia médica do órgão ofi- *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
cial do Estado do Ceará, a cuja submissão pe- 25.01.2011
riódica, sob pena de suspensão do pagamento *§ 7º A pensão previdenciária será paga por
da pensão, está obrigado o beneficiário nessa metade, à totalidade dos dependentes indica-
condição, no prazo de até 12 (doze) meses, dos no inciso I do § 1º deste artigo, cabendo
para a primeira reavaliação, a contar da con- aos elencados nos incisos II e III, em quotas
cessão provisória ou definitiva do benefício, iguais, a outra metade.
observado, para as reavaliações seguintes, o *Nova redação dada pela Lei Complementar
intervalo de 6 (seis) meses; n.º 159, de 14.01.2016
*Nova redação dada pela Lei Complementar Redação anterior: *§7° A pensão será paga, por me-
n.º 159, de 14.01.2016 tade, à totalidade dos beneficiários indicados no inciso
Redação anterior: *IV - cessada a invalidez nos ca- I do §1° deste artigo, cabendo aos elencados nos inci-
sos de filho maior inválido, circunstância a ser apu- sos II e III, em quotas iguais, a outra metade.
rada em perícia médica do órgão oficial do Estado *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
do Ceará, a cuja submissão periódica está obrigado 25.01.2011
o beneficiário nessa condição, em intervalos não su- *§ 8º A pensão previdenciária será paga por
periores a 6 (seis) meses, sob pena de suspensão do metade aos dependentes indicados no inciso
pagamento do benefício;
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de I do § 1º deste artigo, limitada a quota do ex-
25.01.2011 -cônjuge ao percentual da pensão alimentícia
*V - em relação a quaisquer dependentes, com percebida e devidamente comprovada, desde
o falecimento. que esse percentual não seja superior à quota
*Nova redação dada pela Lei Complementar do cônjuge supérstite, companheiro ou com-
n.º 159, de 14.01.2016 panheira, cabendo aos elencados nos demais
Redação anterior: *V - em relação ao tutelado, na incisos, em quotas iguais, a outra metade.
data em que atingir 21 (vinte e um) anos, ainda que *Nova redação dada pela Lei Complementar
cessada a tutela com o óbito do segurado; n.º 159, de 14.01.2016
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de Redação anterior: *§8° Não havendo dependentes
25.01.2011 ou beneficiários aptos à percepção de uma das me-
*VI - com o falecimento dos beneficiários. tades indicadas no §7° deste artigo, a totalidade da
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de pensão será rateada entre os demais, observadas as
25.01.2011 proporções estabelecidas neste artigo e vedado ao
cônjuge separado juridicamente ou divorciado perce-
*§ 5º A perda ou a não comprovação da con- ber parcela superior ao percentual fixado como pen-
dição de dependente previdenciário, inclusive são alimentícia a que tenha direito.
em relação à dependência econômica, resulta *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
na negativa de concessão de beneficio ou em 25.01.2011
sua imediata cessação, caso já esteja em frui- *§ 9º Não havendo dependentes aptos à per-
ção. cepção de uma das metades indicadas no § 7º
*Nova redação dada pela Lei Complementar deste artigo, a totalidade da pensão será ratea-
n.º 159, de 14.01.2016 da entre os demais, observadas as proporções
Redação anterior: *§5° A perda ou não comprova- estabelecidas neste artigo e vedado ao cônju-
ção da condição de dependente, inclusive com rela- ge separado, inclusive de fato, e ao divorciado
ção ao critério de dependência econômica, resulta na
perceber parcela superior ao percentual fixado

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 105


na separação ou no divórcio como pensão ali- ou proventos do segurado, respeitado o teto
mentícia a que tenha direito. remuneratório aplicável.
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de *I - da data do óbito, se requerido o benefício
14.01.2016 em até 90 (noventa) dias do falecimento do se-
Art. 6º. O Sistema Único de Previdência So- gurado;
cial dos Servidores Públicos Civis e Militares, *Nova redação dada pela Lei Complementar
dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder n.º 159, de 14.01.2016
do Estado do Ceará - SUPSEC, assegurará, Redação anterior: *I - do óbito, se requerido o benefi-
cio em até 90 (noventa) dias do falecimento;
a partir da data em que se tornar exigível a *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
respectiva contribuição previdenciária, os se- 25.01.2011
guintes benefícios : *II - da data do requerimento, no caso de inclu-
I - pagamento de proventos referentes à reserva são post mortem, qualquer que seja a condição
remunerada ou reforma; do dependente;
II - pensão por morte do militar estadual; *Nova redação dada pela Lei Complementar
*III - Revogado n.º 159, de 14.01.2016
*Revogado pela Lei Complementar nº159, de Redação anterior: *II- do requerimento, no caso de
14.01.2016 inclusão post-mortem, qualquer que seja a condição
Redação anterior: III - auxílio-reclusão aos do dependente;
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
dependentes do militar estadual. 25.01.2011
*IV - a mãe e o pai que comprovem dependência *III - da data do requerimento, se requerido
econômica do servidor, desde que inexistam, na o benefício de pensão, por qualquer motivo,
data do óbito, os dependentes previdenciários após 90 (noventa) dias da data do falecimento
referidos nos incisos I, II e III deste parágrafo. do segurado;
*Nova redação dada pela Lei Complementar *Nova redação dada pela Lei Complementar
n.º 159, de 14.01.2016 n.º 159, de 14.01.2016
Redação anterior: IV - salário-família Redação anterior: *III - do requerimento, se reque-
*Acrescido pela Lei Complementar nº 38, de rido o benefício após 90 (noventa) dias do falecimen-
31.12.2003 to;
*V - Revogado *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
*Revogado pela Lei Complementar nº159, de 25.01.2011
14.01.2016 *IV - do trânsito em julgado da sentença judi-
Redação anterior: * V - salário-maternidade. cial, comprovado mediante apresentação de
*Acrescido pela Lei Complementar nº 38, de certidão, no caso de morte presumida ou au-
31.12.2003 sência do segurado.
*Art. 7º Os proventos referentes à reserva remu- *Nova redação dada pela Lei Complementar
nerada ou à reforma serão calculados com base n.º 159, de 14.01.2016
na remuneração ou subsídio do militar estadual *Redação anterior:*IV - do trânsito em julgado da
no posto ou graduação em que se der a sua re- sentença judicial, no caso de morte presumida ou au-
serva ou reforma e corresponderão à totalidade sência.
do subsídio ou remuneração, quando em ativida- *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
25.01.2011
de o militar, na forma da Lei, respeitados o teto
remuneratório aplicável e os direitos adquiridos. *§ 1° Considera-se inclusão post mortem aque-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº la não comprovável de imediato por ocasião do
93, de 25.01.2011 óbito do segurado, em razão da necessidade
Redação anterior: Art. 7º. O pagamento dos pro- de demonstração de elementos adicionais, não
ventos referentes à reserva remunerada ou reforma demonstráveis no momento do falecimento do
serão calculados com base na remuneração do militar segurado, como o reconhecimento judicial de
estadual no posto ou graduação em que se der a sua união estável, a investigação de paternidade
reserva ou reforma e corresponderão à totalidade do
subsídio ou remuneração, quando em atividade, res- ou maternidade e outros atos assemelhados.
peitado o teto remuneratório aplicável. *Nova redação dada pela Lei Complementar
*Art. 8º A pensão por morte será calculada com n.º 159, de 14.01.2016
Redação anterior: *§1° Considera-se inclusão pos-
base na totalidade da remuneração ou proven- t-mortem aquela não comprovável de imediato por
tos do militar falecido, respeitado o teto remu- ocasião do óbito do segurado, em razão da necessida-
neratório aplicável, sendo devida a partir: de de demonstração de elementos adicionais, não de-
*Nova redação dada pela Lei Complementar monstráveis no momento do falecimento do servidor,
n.º 159, de 14.01.2016 como o reconhecimento judicial de união estável, a
Redação anterior: *Art. 8º A pensão por morte, con- investigação de paternidade ou maternidade e outros
cedida na conformidade do art. 331 da Constituição atos assemelhados.
Estadual, corresponderá à totalidade do subsídio, re- *Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
muneração ou proventos do segurado, respeitado o 25.01.2011
teto remuneratório aplicável, e será devida a partir: *§ 2° Cessa o pagamento da pensão previden-
*Nova redação dada pela Lei Complementar nº ciária por morte:
93, de 25.01.2011 *Nova redação dada pela Lei Complementar
Redação anterior: Art. 8º. A pensão por mor- n.º 159, de 14.01.2016
te do militar estadual, concedida na conformidade Redação anterior: *§2° Cessa o pagamento da pen-
dos §§ 2o a 7o do Art. 331 da Constituição Estadual, são por morte:
corresponderá à totalidade do subsídio, remuneração
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
25.01.2011

106 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


*I - em relação ao cônjuge supérstite, compa- te resultado a morte do segurado instituidor da
nheira ou companheiro, inclusive por relação pensão, após o trânsito em julgado da decisão
homoafetiva, e ao ex-cônjuge separado, in- condenatória;
clusive de fato, ou divorciado, beneficiário de *Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de
pensão alimentícia, na data em que contraírem 14.01.2016
novas núpcias ou constituírem nova união es- *VII - em relação ao cônjuge, ao companheiro
tável; ou à companheira, inclusive por relação homo-
*Nova redação dada pela Lei Complementar afetiva, se comprovada, a qualquer tempo, si-
n.º 159, de 14.01.2016 mulação ou fraude no casamento ou na união
Redação anterior: *I - em relação ao cônjuge su- estável, ou a formalização desses com o fim ex-
pérstite, companheira ou companheiro, ao cônjuge
separado juridicamente e ao divorciado, nos dois últi- clusivo de constituir benefício previdenciário,
mos casos, quando beneficiários de pensão alimentí- apuradas em processo no qual será assegurado
cia, na data em que contraírem novas núpcias, consti- o direito ao contraditório e à ampla defesa;
tuírem nova união estável ou falecerem; *Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de 14.01.2016
25.01.2011
*VIII - em relação a qualquer dos beneficiários
*II - em relação ao filho, na data em que atingir
21 (vinte e um) anos de idade, salvo se invá- da pensão, por renúncia expressa.
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de
lido, hipótese em que deverá ser observado o 14.01.2016
seguinte: *§ 3º Ressalvado o direito de opção, é vedada
*Nova redação dada pela Lei Complementar
n.º 159, de 14.01.2016 a percepção cumulada de pensão deixada por
*Redação anterior:* II - em relação ao filho ou fi- mais de um cônjuge ou companheiro ou com-
lha, na data em que atingir 21 (vinte e um) anos, salvo panheira e, em qualquer caso, de mais de 2
se inválido(a) totalmente para qualquer trabalho até o (duas) pensões a cargo do SUPSEC.
falecimento do segurado, comprovada, neste caso, a *Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de
dependência econômica em relação a este. 14.01.2016
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
25.01.2011 *Art. 9º O auxílio-reclusão será pago pelo ór-
*a) a invalidez seja total para qualquer traba- gão de origem aos dependentes do militar nas
lho e anterior à maioridade do dependente mesmas condições fixadas para os dependen-
previdenciário, mediante reconhecimento ou tes do servidor público civil do Estado do Ce-
comprovação pela perícia médica oficial do ará.
Estado; e *Nova redação dada pela Lei Complementar
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de n.º 159, de 14.01.2016
14.01.2016 Redação anterior: Art. 9º. O auxílio-reclusão será
*b) a dependência econômica em relação ao devido, após o recolhimento de 12 (doze) contribui-
segurado seja devidamente comprovada, nos ções mensais, e durante o período máximo de doze
meses, aos dependentes do militar estadual detento
termos desta Lei; ou recluso que tenha renda bruta mensal igual ou
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que
14.01.2016 será corrigido pelos mesmos índices aplicados aos be-
*III - em relação ao tutelado habilitado nos ter- nefícios do regime geral da previdência social.
mos do inciso III do §1º do art. 5º desta Lei, Art. 10. Respeitadas a manutenção e o
nas mesmas condições de que trata o inciso II, pagamento dos benefícios atualmente
§2º, deste artigo; concedidos, que passam a ser suportados
*Nova redação dada pela Lei Complementar pelo Sistema Único de Previdência Social
n.º 159, de 14.01.2016
Redação anterior: *III - em relação ao tutelado, na dos Servidores Públicos Civis e Militares,
data em que atingir 21 (vinte e um) anos, ainda que dos Agentes Públicos e dos Membros de
cessada a tutela com o óbito do tutelado; Poder do Estado do Ceará - SUPSEC, fica
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de extinta, a partir da data em que se tornar
25.01.2011 exigida a contribuição instituída nesta Lei
*IV - em relação a todos os beneficiários da Complementar para custeio do SUPSEC, a
pensão, com o falecimento; pensão policial militar, regulada pela Lei nº
*Nova redação dada pela Lei Complementar
n.º 159, de 14.01.2016 10.972, de 10 de dezembro de 1984.
Redação anterior: *IV - com o falecimento dos be- *§ 1°. A concessão de pensão por morte do mi-
neficiários; litar estadual contribuinte do SUPSEC dar-se-
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de -á por ato do Secretário da Fazenda.
25.01.2011
*Redação dada pela Lei Complementar nº 38,
*V - em relação a qualquer dos beneficiários da de 31.12.2003
pensão, se verificado o disposto no § 4º do art. Redação anterior: § 1º. A concessão de pensão por
5° desta Lei; morte do militar estadual pelo SUPSEC dar-se-á por
*Nova redação dada pela Lei Complementar ato do Secretário da Fazenda, em relação a óbito ocor-
n.º 159, de 14.01.2016 rido a partir da data em que se tornar exigida a contri-
Redação anterior: *V - em relação a qualquer dos buição de que trata o Art. 4o desta Lei Complementar.
dependentes, se verificado o disposto no §4° do art. 5° § 2º. Relativamente a óbitos ocorridos an-
desta Lei.
tes do prazo previsto no caput deste artigo,
*Acrescido pela Lei Complementar nº 93, de
25.01.2011 havendo previsão de concessão do benefício
*VI - em relação ao dependente condenado de pensão nesta Lei Complementar e ausência
pela prática de crime de que tenha dolosamen- de previsão na legislação anterior, será

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 107


concedida, por ato do Secretário da Fazenda, d) licença para trato de interesses particulares;
pensão pelo SUPSEC somente a partir da data e) cursos de capacitação;
do requerimento. f) e outros afastamentos que repercutam em
§ 3º. .Os pedidos de concessão de pensão re- carência de natureza temporária.
lativa a óbitos ocorridos antes do prazo previs- Parágrafo único. Far-se-ão também as contra-
to no caput deste artigo, serão examinados de tações temporárias de docentes para fins de
acordo com a legislação da época do óbito, ca- implementação de projetos educacionais, com
bendo a decisão e expedição do ato à autorida- vista à erradicação do analfabetismo, correção
de ali indicada e, somente após aquele prazo, do fluxo escolar e qualificação da população
será a pensão absorvida automaticamente pelo cearense.
SUPSEC, observada agora a legislação deste e Art. 4º. A contratação temporária deverá ser
respeitado o direito adquirido, inclusive para precedida de seleção pública específica para
efeito de eventual ajuste aos termos desta Lei esse fim, constante de provas escrita e de tí-
Complementar. tulos, devendo referida contratação ser acom-
Art. 11. Ficam revogadas as disposições con- panhada por técnicos do Sistema de Acom-
trárias a esta Lei Complementar, especialmen- panhamento Pedagógico- SAP, do Núcleo de
te o Art. 4o da Lei Complementar nº 17, de 20 Recursos Humanos e da Auditoria Interna da
de dezembro de 1999. SEDUC.
Art. 12. Esta Lei Complementar entrará em § 1º. Na hipótese do não suprimento das
vigor na data de sua publicação, observan- carências por falta comprovada de docentes
do-se quanto à contribuição social instituída, selecionados, conforme o disposto neste artigo,
o disposto no § 6o do Art. 195 da Constituição poderão ser contratados professores para o
Federal. exercício temporário do magistério, devendo
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO a contratação ser precedida de análise da
CEARÁ. em Fortaleza, aos 29 de junho de 2000. capacidade profissional, comprovada mediante
avaliação do “Curriculum Vitae” e entrevista
Tasso Ribeiro Jereissati - GOVERNADOR DO do mesmo, pelo Conselho Escolar e Núcleo
ESTADO DO CEARÁ Gestor da Escola.
D.O. 30.06.2000 § 2º. É proibida a contratação, nos termos do
§ 1º deste artigo, de professores que tenham
LEI COMPLEMENTAR Nº 22, DE 24 DE vínculo de parentesco até segundo grau com
JULHO DE 2000 os membros do Núcleo Gestor da Unidade
Escolar, sob pena de nulidade do contrato e
Dispõe sobre a Contratação de apuração de responsabilidade administrativa
Docentes, por tempo determinado, da contratante e do contratado, inclusive
para atender necessidade temporária solidariedade quanto à devolução dos valores
de excepcional interesse público nas pagos ao contratado, se por culpa deste.
Escolas Estaduais. Art. 5º. A contratação temporária, de que tra-
ta esta Lei Complementar, será efetivada me-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço diante contrato individual a ser firmado entre
saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu a Secretaria da Educação Básica-SEDUC, esta
sanciono a seguinte a Lei Complementar: representada pelo Diretor do CREDE e o con-
Art. 1º. Esta Lei Complementar, nos termos do tratado, que dentre as cláusulas deverão cons-
inciso XIV do Art. 154 da Constituição do Es- tar salário, prazo, início, término, disciplina,
tado do Ceará, dispõe sobre os casos de Con- turno e carga horária.
tratação de Docentes, por tempo determinado, § 1º. A contratação far-se-á preferencialmente
pela Secretaria da Educação Básica - SEDUC, com professor aprovado em concurso público
para atender a necessidade temporária de ex- de provas e títulos na área da carência a ser
cepcional interesse público nas Escolas Esta- atendida, obedecida a ordem de classificação,
duais. não gerando direito a nomeação por tratar-se
Art. 2º. Fica a Secretaria da Educação Bási- de situação emergencial e transitória.
ca-SEDUC, autorizada, nos termos desta Lei § 2º. O prazo máximo das contratações
Complementar, a contratar, por tempo deter- por tempo determinado tratada nesta Lei
minado, pessoal para, no âmbito do Ensino Complementar será o previsto no inci-
Fundamental e Médio das Escolas Estaduais, so XIV do Art. 154 da Constituição do
exercer atividades docentes. Estado.
Art. 3º. As contratações terão por fim suprir ca- § 3º. O pessoal contratado nos termos desta
rências temporárias do corpo docente efetivo Lei Complementar fica restrito ao exercício de
da escola, restringindo-se a atender os casos professor em sala de aula.
decorrentes de afastamento em razão de: Art. 6º. O contrato firmado de acordo com esta
a) licença para tratamento de saúde; Lei Complementar extinguir-se-á, sem direito
b) licença gestante; a indenização, no término do prazo contratual.
c) licença por motivo de doença de pessoa da
família;

108 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Art. 7º. O contrato de que trata esta Lei Com-
plementar poderá ser rescindido, sem direito a LEI COMPLEMENTAR Nº 24, DE 23 DE
indenizações: NOVEMBRO DE 2000
a) por iniciativa do Contratado, cumprindo
nesta hipótese, a prévia comunicação à contra- Dispõe sobre regras de transição
tante, com antecedência mínima de 30 dias; na concessão e ajuste de pensões
b) em virtude de avaliação do corpo discente, do sistema originário extinto para
Núcleo Gestor e Conselho Escolar, declarada o Sistema Único de Previdência
em reunião, considerando inconveniente a Social dos Servidores Públicos Civis
permanência do professor na área ou discipli- e Militares, dos Agentes Públicos e
na para a qual foi contratado. dos Membros de Poder do Estado do
Art. 8º. É vedada a contratação, nos termos Ceará – SUPSEC, instituído pela Lei
desta Lei Complementar, de servidores que Complementar nº 12, de 23 de junho
mantenham vínculo com a Administração de 1999, e dá outras providências.
Pública Direta ou Indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ.
bem como empregados ou servidores de suas Faço saber que a Assembléia Legislativa De-
subsidiárias e contratadas, sob pena de nulidade cretou e eu sanciono a seguinte Lei Comple-
do contrato e apuração da responsabilidade mentar:
administrativa da Contratante e do Contratado, Art. 1º. A concessão de pensão por morte do
inclusive solidariedade quanto à devolução contribuinte do Sistema Único de Previdência
de valores pagos ao Contratado, se por culpa Social dos Servidores Públicos Civis e Milita-
deste. res, dos Agentes Públicos e dos Membros de
Parágrafo único. A proibição prevista neste Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, dar-se-á
artigo não se aplica àqueles casos em que o por ato do Secretário da Fazenda, em relação
Contratado ocupe cargo, emprego ou função a óbito ocorrido a partir de 1º de outubro de
de natureza técnica ou científica ou de profes- 1999, data em que se tornou exigida a contri-
sor e comprove a compatibilidade de horários buição de que trata o Art. 5º da Lei Comple-
com o cargo acumulável, excetuando-se os ca- mentar nº 12, de 23 de junho de 1999.
sos em que o Contratado seja ocupante de car- Art. 2º. O pedido de concessão ou de ajuste
go efetivo de carreira de magistério na rede de de pensão relativa a óbito ocorrido em data
ensino estadual. anterior à indicada no Art. 1º desta Lei
Art. 9º. O Art. 4º da Lei nº 12.502, de 31 de Complementar, será apreciado com base na
outubro de 1995, publicada no D.O.E de 09 de legislação ordinária previdenciária aplicável na
novembro de 1995, passa a vigorar com a se- época do falecimento, competindo a decisão e
guinte redação: expedição do ato à autoridade nela indicada,
limitado o ato concessivo às prestações
“Art. 4º. A ampliação da carga horária de compreendidas no período situado entre a data
trabalho para suprir carência decorrente de do óbito e 30 de setembro de 1999, sendo as
vaga no sistema de Ensino Público Estadual prestações posteriores da pensão absorvidas
será precedida de Avaliação de Desempenho, automaticamente pelo Sistema Único de
realizada pelo Núcleo Gestor e Conselho Escolar Previdência Social dos Servidores Públicos
da Unidade onde o professor se encontra em Civis e Militares, dos Agentes Públicos e
exercício com a anuência do CREDE”. dos Membros de Poder do Estado do Ceará –
Art. 10. As despesas decorrentes da execução SUPSEC, observada agora a legislação deste,
desta Lei correrão à conta da existência de do- inclusive para efeito de eventual ajuste aos
tação orçamentária específica, mediante pré- termos da Lei Complementar nº 12, de 23 de
via justificação e autorização do Secretário da junho de 1999 e suas alterações.
Educação Básica. Parágrafo único. Fica autorizada a
Art. 11. Esta Lei Complementar entrará em vi- suplementação orçamentária necessária ao
gor na data de sua publicação, revogadas as cumprimento do disposto no caput deste artigo.
disposições em contrário. Art. 3º. Face à competência residual
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO reconhecida no artigo anterior ao Instituto
CEARÁ. em Fortaleza, aos 24 de julho de 2000. de Previdência do Estado do Ceará – IPEC,
compete à Procuradoria dessa autarquia atuar
Tasso Ribeiro Jereissati - GOVERNADOr DO nos processos judiciais relativos à discussão de
ESTADO DO CEARÁ pensão decorrente de fato gerador antecedente
Antenor Manoel Naspolini - SECRETÁRIO DA a 1º de outubro de 1999, exclusivamente com
EDUCAÇÃO BÁSICA relação às prestações compreendidas até 30 de
setembro de 1999, podendo a Procuradoria-
D.O. 02.08.2000 Geral do Estado agir em litisconsórcio, quando
houver interesse relativo ao SUPSEC ou outro
interesse do Estado, observada sempre a
legislação processual aplicável.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 109


Art. 4º. Os pensionistas de ex-Deputados be- quinto dia útil do mês subseqüente ao do mês
neficiários da extinta Carteira de Previdência de referência da contribuição, instruído com a
Parlamentar e os pensionistas da Lei Estadual correspondente documentação discriminativa.
nº 1.776, de 16 de maio de 1953, não são se- § 1º. As contribuições recolhidas com atraso
gurados do Sistema Único de Previdência So- serão atualizadas monetariamente e sofrerão
cial dos Servidores Públicos Civis e Militares, acréscimos de juros de mora equivalente à
dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder taxa referencial do Sistema Especial de Liqui-
do Estado do Ceará – SUPSEC, sendo filiados dação e Custódia (SELIC).
finais deste Sistema a título de distributivida- § 2º. No mês de pagamento ou vencimento, a
de na prestação de benefícios previdenciários, taxa referencial será de 1% (um por cento).
nos termos do Art. 194, III, da Constituição Fe- § 3º. O atraso das contribuições devidas, por
deral, observado o disposto no § 6º do art. 331 período superior a 12 (doze) meses consecuti-
da Constituição Estadual. vos, acarretará o automático desligamento do
Art. 5º. A concessão de pensão por morte de SUPSEC, sem direito à restituição das quan-
ex-Deputado beneficiário da extinta Carteira tias recolhidas pelo tempo em que o serven-
de Previdência Parlamentar, em relação a óbito tuário permaneceu na condição de segurado.
ocorrido a partir de 28 de janeiro de 2000, data § 4º. Em nenhuma hipótese o valor do recolhi-
da instituição do Sistema de Previdência Par- mento de contribuição em atraso poderá exce-
lamentar, com a publicação da Resolução nº der o valor da última contribuição recolhida no
429, de 14 de novembro de 1999, dar-se-á por prazo de vencimento.
ato do Secretário da Fazenda, com fundamen-
to da Lei Complementar nº 12, de 23 de junho Art. 9º. O disposto nesta Lei Complementar
de 1999, e alterações posteriores, respeitado o não se aplica aos benefícios regidos pelas Leis
disposto no § 1º do Art. 22 da Lei Complemen- Complementares nº 13, de 20 de julho de 1999,
tar nº 13, de 20 de julho de 1999, acrescido e e nº 19, de 29 de dezembro de 1999.
alterado pela Lei Complementar nº 19, de 29 Art. 10. Permanecem em vigor as disposições
de dezembro de 1999. constantes das Leis Complementares nº 12, de
Art. 6º. O pedido de concessão ou de ajuste 23 de junho de 1999, e nº 17, de 20 de dezem-
de pensão relativa a óbito de ex-Parlamentar, bro de 1999, salvo no que forem contrárias a
ou de seus beneficiários, ocorrido em data an- esta Lei Complementar, que entrará em vigor
tecedente à indicada no artigo anterior, será na data de sua publicação.
apreciado com base na legislação ordinária PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
previdenciária aplicável na época do faleci- CEARÁ, em Fortaleza, aos 23 de novembro de
mento, competindo a decisão e expedição do 2000.
ato às autoridades nela indicadas, limitado o
Tasso Ribeiro Jereissati - Governador do Estado
ato concessivo às prestações compreendidas
no período situado entre a data do óbito e 27 do Ceará
de janeiro de 2000, sendo as prestações pos- D.O. 24.11.2000
teriores da pensão absorvidas automaticamen-
te pelo Sistema Único de Previdência Social LEI COMPLEMENTAR Nº 28, DE 10 DE
dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos JANEIRO DE 2002
Agentes Públicos e dos Membros de Poder do
Estado do Ceará – SUPSEC, observada agora Inclui os §§ 6º e 7º no Art. 16 da Lei
a legislação deste, inclusive quanto ao previsto Complementar nº 13, de 20 de julho
no Art. 4º desta Lei Complementar, e ao dis- de 1999, e dá outras providências.
posto no § 1º do Art. 22 da Lei Complementar
nº 13, de 20 de julho de 1999, acrescido e al- O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço
terado pela Lei Complementar nº 19, de 29 de saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu
dezembro de 1999. sanciono a seguinte Lei Complementar:
Art. 7º. Decidindo a Administração Pública Art. 1º. Ficam incluídos os §§ 6º e 7º no Art. 16
Estadual pela concessão do benefício, cabe da Lei Complementar nº 13, de 20 de julho de
às autoridades referidas nos Arts. 1º, 2º, 5º e 1999, com as seguintes redações:
6º desta Lei Complementar, publicar o Ato de “§ 6º. Para efeito de obtenção do benefício de
pensão, para fins da respectiva implantação a que trata o caput deste artigo, fica vedada a
partir da data em que se torne exigível o di- averbação como tempo de contribuição ao
reito, nos termos e na forma estabelecidos na Sistema de Previdência Parlamentar instituído
legislação aplicável, submetendo-o somente por esta Lei Complementar, do período de efe-
após à apreciação do Tribunal de Contas do tivo exercício de mandato eletivo de Vereador,
Estado. Prefeito, Vice-Prefeito, Deputado Distrital,
Art. 8º. As contribuições devidas pelos serven- Deputado Estadual de outro ente federativo,
tuários ativos da Justiça, indicados na parte Deputado Federal, Senador, Governador, Vice-
final do § 8º do Art. 331 da Constituição Es- Governador, Presidente e Vice-Presidente da
tadual, serão recolhidas junto à rede bancária República.
arrecadadora credenciada, por meio de Docu- § 7º. Os Deputados Estaduais no exercício do
mento de Arrecadação Estadual – DAE, até o mandato e que não sejam beneficiários da

110 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Carteira Parlamentar extinta pela Lei nº 11.778, da falta de pagamento das contribuições dos
de 28 de dezembro de 1990, e os contribuintes segurados do Sistema.» (NR)
facultativos da previdência instituída por esta § 3º. VETADO
Lei Complementar, poderão averbar como tempo
de contribuição para o Sistema de Previdência “Art. 5°..................
Parlamentar, o tempo de mandato parlamentar § 1°. Para os efeitos desta Lei Complementar,
desempenhado na Assembléia Legislativa do considera-se como em efetivo exercício par-
Estado do Ceará em caráter efetivo, anterior a lamentar o Deputado Estadual que foi ou ve-
1990, desde que efetuem as contribuições do nha a ser licenciado na forma do Art. 54, I, da
interstício averbado, recolhidas, parcelada ou Constituição do Estado do Ceará, ou para tra-
integralmente, em valores calculados com base tamento de saúde, licença gestante ou trato
nos subsídios dos Deputados Estaduais, con- de interesse particular, devendo ser recolhidas
siderando-se a alíquota estabelecida na Lei as contribuições mensais para o Sistema de
Complementar nº 19, de 29 de dezembro de Previdência Parlamentar.” (NR)
1999.” Art. 2°. Os atuais incisos do Art. 9° da Lei
Art. 2º. Esta Lei Complementar entra em vigor Complementar n° 13, de 20 de julho de 1999,
na data de sua publicação, revogadas as dispo- são renumerados como incisos I, III e IV,
sições em contrário. ficando acrescido ao artigo o conteúdo do
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO inciso II, na seguinte redação:
CEARÁ, em Fortaleza, 10 de janeiro de 2002. “Art. 9°. São dependentes dos segurados:
Tasso Ribeiro Jereissati - Governador do Estado I - o cônjuge supérstite, companheiro ou com-
do Ceará panheira;
D.O. 16.01.2002 II - o ex-cônjuge e a ex-companheira ou ex-
companheiro, desde que, na data do falecimento
LEI COMPLEMENTAR Nº 32, DE 30 DE do segurado, estejam percebendo pensão
DEZEMBRO DE 2002 alimentícia, por força de decisão judicial
definitiva ou acordo judicial homologado e
Altera os Arts. 2º, 3º, 5º, 9º, 13, 15, transitado em julgado; (AC)
16, 19 e 24 da Lei Complementar nº III - os filhos menores ou inválidos, sob
13, de 20 de julho de 1999 e dá outras dependência econômica do segurado;
providências.
IV - o menor sob tutela judicial, que viva sob
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço comprovada dependência econômica do
saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu segurado.
sanciono a seguinte Lei Complementar: Parágrafo único...........................................”
Art. 1º. Os Arts. 2° e 3°, e o § 1° do Art. 5° da Lei Art. 3°. O Art. 13 da Lei Complementar n° 13,
Complementar n° 13, de 20 de julho de 1999, de 20 de julho de 1999, passa a ter a seguinte
passam a ter as seguintes redações: redação:
“Art. 2°. É criado o Fundo de Previdência “Art. 13. A pensão por morte devida aos
Parlamentar, destinado a prover o Sistema a que dependentes de que trata o Art. 9°, será paga
se refere o artigo 1° desta Lei Complementar, e pela metade, em partes iguais, aos dependentes
financiado por recursos provenientes do Estado e previstos nos incisos I e II daquele artigo, e a
das contribuições dos seus segurados, podendo, outra metade, em partes iguais, aos dependentes
adicionalmente, ser integrado por bens, direitos definidos nos incisos III e IV, sendo vedada a
e outros ativos, com finalidade previdenciária. designação ou indicação de quaisquer outros
§ 1°. O Fundo de Previdência Parlamentar beneficiários, inclusive netos.
passa a ter dotação específica no orçamento § 1°. Na falta de filhos menores, ou quando por
da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, qualquer motivo cessar o pagamento a esses, a
que será seu órgão gestor, cabendo-lhe o pensão será paga integralmente, e rateada em
planejamento, a coordenação, a execução, partes iguais, aos dependentes previstos nos
a supervisão e o controle das atividades do incisos I e II do Art. 9°, assim como na falta desses,
Sistema. a pensão será paga integralmente, e rateada em
§ 2°. A Assembléia Legislativa ordenará, partes iguais, aos dependentes definidos nos
anualmente, auditoria externa para aferição da incisos III e IV, cessando o pagamento na forma
regularidade das contribuições e preservação do parágrafo seguinte.
do equilíbrio atuarial, ficando à disposição do § 2°. Cessa o pagamento da pensão:
Tribunal de Contas do Estado todos os dados
relativos ao Sistema.” (NR) I - em relação aos dependentes previstos
nos incisos I e II do Art. 9°, na data em que
“Art. 3°. VETADO contraírem núpcias, constituírem união estável
§ 1°. VETADO. ou falecerem;
§ 2°. Exclui-se da hipótese prevista no parágrafo II - em relação aos dependentes definidos nos
anterior, o desequilíbrio atuarial originado incisos III e IV do Art. 9°, na data em que atin-

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 111


girem a maioridade ou quando se emanciparem, Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, mante-
salvo se inválidos para o trabalho até o faleci- ve, e eu, Marcos César Cals de Oliveira, Presidente
mento do segurado, comprovada, nesse caso, a do Poder Legislativo, nos termos do § 7º do art. 65
dependência econômica em relação ao segura- da Constituição do Estado, promulgo a seguinte
do.” (NR) parte da Lei Complementar nº 32, de 30 de dezem-
Art. 4°. VETADO bro de 2.002.
Art. 5°. VETADO Art.3º................
Art. 6°. O Art. 19 da Lei Complementar n° 13, “§1º - Excepcionalmente, em ocorrendo desequilí-
de 20 de julho de 1999, passa a ter a seguinte brio financeiro e atuarial no Sistema de Previdência
redação: Parlamentar, o Estado, mediante créditos adicionais
“Art. 19. O processo de concessão dos benefícios ao orçamento da Assembléia Legislativa do Estado
decorrentes desta Lei Complementar será do Ceará, aportará, pelo tempo necessário ao resta-
instruído com requerimento do segurado ou belecimento financeiro e atuarial, quantia mensal
dependente, dirigido à Mesa Diretora da superior à prevista no caput deste artigo.”
Assembléia Legislativa, cabendo a essa, antes
PAÇO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO
de sua decisão, encaminhá-lo à Procuradoria da
Assembléia Legislativa, para que se manifeste ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 13 dias
sobre a regularidade jurídica da concessão da de agosto de 2003.
aposentadoria ou pensão. Deputado Marcos Cals
Parágrafo único. Decidindo pela concessão do
D.O. 15.8.2003
benefício, cabe à Assembléia Legislativa publi-
car o Ato de aposentadoria ou pensão, ordenan-
do a respectiva implantação a partir da data em LEI COMPLEMENTAR Nº 38, DE 31 DE
que se torne exigível o direito, nos termos e na DEZEMBRO DE 2003
forma estabelecidos nesta Lei Complementar,
submetendo-o, após as formalidades legais e Altera dispositivos das Leis
regulamentares, à apreciação do Tribunal de Complementares n.º 12, de 23 Junho
Contas do Estado.” (NR) de 1999, n.º 21, de 29 de Junho de
Art. 7°. VETADO 2000, e n°. 23, de 21 de novembro de
2000.
Art. 8º. VETADO
Art. 9°. Aplica-se ao aposentado e ao pensionista O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ.
do Sistema de Previdência disciplinado pela Faço saber que a Assembléia Legislativa de-
Lei Complementar n° 13, de 20 de julho de cretou e eu sanciono a seguinte Lei Comple-
1999, o disposto no inciso VIII do Art. 7° da mentar:
Constituição Federal.
Art. 1º. Ficam acrescidos os incisos IV e V ao
Art. 10. VETADO art. 7°. da Lei Complementar n.° 12, de 23 de
Art. 11. Esta Lei Complementar entra em junho de 1999, com as seguintes redações:
vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário, especialmente “Art. 7°. ...
o § 2° do Art. 22 da Lei Complementar n° 13, IV - salário-família
de 20 de julho de 1999, acrescido pela Lei V - salário-maternidade.”
Complementar n° 19, de 29 de dezembro de
1999. Art. 2°. Ficam acrescidos os incisos IV e V ao
art. 6.° da Lei Complementar n.° 21, de 29 de
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO junho de 2000, com as seguintes redações:
CEARÁ, em Fortaleza, aos 30 de dezembro de “Art. 6°. ...
2002.
IV - salário-família
Benedito Clayton Veras Alcântara - GOVERNADOR
DO ESTADO DO CEARÁ V - salário-maternidade.”
*Art. 3°. - Revogado
D.O. 31.12.2002 *Revogado pela Lei Complementar nº 159 de
14.01.2016
*LEI COMPLEMENTAR Nº 32, DE Redação anterior: *Art. 3°. O salário-maternidade
DEZEMBRO DE 2002. será pago à segurada gestante, por cento e vinte dias
consecutivos, com início entre vinte e oito dias antes
*Veto do Poder Executivo derrubado pela Assembléia do parto e a data de ocorrência deste, e corresponderá
Legislativa ao último subsídio ou remuneração da segurada.
§ 1°. Em casos excepcionais, os períodos de repouso
anterior e posterior ao parto poderão ser aumentados
Altera os arts.2º, 3º, 5º, 9º, 13, 15, 16, de mais duas semanas, mediante inspeção médica a
19 e 24 da Lei Complementar nº 13, cargo da perícia oficial do Estado.
de 20 de julho de 1999, e dá outras § 2°. Em caso de aborto não criminoso, comprovado
mediante atestado médico, a segurada terá direito ao
providências. salário-maternidade correspondente a duas semanas.
§ 3°. O salário-maternidade não poderá ser acumula-
O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA do com benefício por incapacidade.
DO ESTADO DO CEARÁ. Faço saber que a
112 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Art. 4°. À segurada que adotar ou obtiver guar- cialmente fixado, que incidirá sobre a cota que
da judicial para fins de adoção de criança é couber ao cônjuge no rateio da pensão com os
devido salário-maternidade pelos seguintes beneficiários de outras classes;
períodos: II - o filho menor;
I - 120(cento e vinte) dias, se a criança tiver até
l (um) ano de idade; III - o filho inválido e o tutelado desde que,
em qualquer caso, viva sob a dependência
II - 60 (sessenta) dias, se a criança tiver entre econômica do segurado.»
1 (um) e 4 (quatro) anos de idade; e
III - 30 (trinta) dias, se a criança tiver de 4 Art. 10. O art. 9.° da Lei Complementar n.° 12,
(quatro) a 8 (oito) anos de idade. de 23 de junho de 1999, é acrescido de pará-
grafo único e passa a vigorar com a seguinte
Parágrafo único. A licença-maternidade só redação:
será concedida à adotante ou guardiã median-
te apresentação do respectivo termo judicial. “Art. 9°. A pensão por morte, observado o dis-
Art. 5°. Ao segurado, homem ou mulher, será posto nos §§ 5.° e 6.° do art. 331 da Constituição
devido o salário-família, mensalmente e no Estadual, corresponderá à totalidade do sub-
mesmo valor do salário-família estabelecido sídio, vencimentos ou proventos do segurado,
para os segurados do Regime Geral de Previ- respeitado o teto remuneratório aplicável, e será
dência Social, desde que tenha remuneração devida a partir:
ou subsídio igual ou inferior a 3 salários mí- I - do óbito;
nimos de referência do Regime Geral de Pre- II - do requerimento, no caso de inclusão pos-
vidência Social, na proporção do número de t-mortem, qualquer que seja a condição do de-
filhos ou equiparados, de qualquer condição, pendente;
de até quatorze anos ou inválidos.
Parágrafo único. O valor limite referido no III - do trânsito em julgado da sentença judicial,
caput será corrigido pelos mesmos índices no caso de morte presumida ou ausência.
aplicados aos benefícios do Regime Geral de Parágrafo único. Cessa o pagamento da pensão
Previdência Social. por morte:
Art. 6°. Quando pai e mãe forem segurados do I - em relação ao cônjuge supérstite, compa-
SUPSEC, ambos terão direito ao salário- famí- nheira ou companheiro, e ao ex-cônjuge separa-
lia. do judicialmente ou divorciado, beneficiário de
Parágrafo único. Em caso de divórcio, pensão alimentícia, na data em que contraírem
separação judicial ou de fato dos pais, ou em novas núpcias, constituírem nova união estável
caso de abandono legalmente caracterizado ou falecerem;
ou perda do poder familiar, o salário-família
II - em relação ao filho, filha ou tutelado, na data
passará a ser pago diretamente àquele a quem
em que atingir a maioridade ou quando de sua
recair o sustento do menor.
emancipação, salvo se inválido(a) totalmente
Art. 7°. O pagamento do salário-família é con- para o trabalho até o falecimento do segurado,
dicionado à apresentação da certidão de nas- comprovada, neste caso, a dependência
cimento do filho ou da documentação relativa econômica em relação a este.»
ao equiparado ou ao inválido e à apresentação
anual de atestado de vacinação obrigatória e Art. 11. O art. 5.° da Lei Complementar n.° 21,
de comprovação de freqüência à escola do fi- de 29 de junho de 2000, passa a vigorar com as
lho ou equiparado. seguintes redações:
Art. 8°. O salário-família não se incorporará “Art. 5°. O Sistema Único de Previdência Social
ao subsídio ou à remuneração para qualquer de que trata esta Lei Complementar, de caráter
efeito. contributivo, proporcionará cobertura exclusiva
Art. 9°. O art. 6.° e seu Parágrafo único da Lei aos segurados e seus respectivos dependentes.
Complementar n.° 12, de 23 de junho de 1999, Parágrafo único. Os dependentes de que trata o
passam a vigorar com as seguintes redações: caput deste artigo são:
“Art. 6°. O Sistema Único de Previdência Social I - o cônjuge supérstite, o companheiro ou a
de que trata esta Lei Complementar, de caráter companheira e o ex-cônjuge separado judicial-
contributivo, proporcionará cobertura exclusiva mente ou divorciado, desde que, na data do
aos segurados e seus respectivos dependentes, falecimento do segurado, esteja percebendo
vedado o pagamento de benefícios mediante pensão alimentícia por força de decisão judicial
convênios entre o Estado e seus Municípios. definitiva ou acordo judicial homologado e tran-
Parágrafo único. Os dependentes, de que trata sitado em julgado, observado o percentual judi-
o caput deste artigo, são: cialmente fixado, que incidirá sobre a cota que
couber ao cônjuge no rateio da pensão com os
I - o cônjuge supérstite, o companheiro ou a benefícios de outras classes;
companheira e o ex-cônjuge separado judicial-
mente ou divorciado, desde que, na data do II - o filho menor;
falecimento do segurado, esteja percebendo III - a filho inválido e o tutelado desde que,
pensão alimentícia por força de decisão judicial em qualquer caso, viva sob a dependência
definitiva ou acordo judicial homologado e tran- econômica do segurado.»
sitado em julgado, observado o percentual judi-
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 113
Art. 12. O § 1.° do art. 10 da Lei Complementar d) que o início do processo de aposentadoria,
n.° 21, de 29 de junho de 2000, passa a vigorar nos termos do art. 153 desta Lei, tenha se dado
com a seguinte redação: em até 2 (dois) anos.”
“Art. 10. ... Art. 153. O processo de aposentadoria se inicia:
§ 1°. A concessão de pensão por morte do militar I - com o requerimento do interessado, no caso
estadual contribuinte do SUPSEC dar-se-á por de inatividade voluntária;
ato do Secretário da Fazenda. II - automaticamente, quando o servidor atinge
Art. 13. O art. 2.° e seu parágrafo único da a idade de 70 (setenta) anos;
Lei Complementar n.° 23, de 21 de novembro
de 2000, passam a vigorar com as seguintes III - automaticamente, quando o servidor for
redações. considerado inválido, na data fixada em laudo
emitido pela Perícia Médica Oficial do Estado
“Art. 2°. Fica assegurado aos magistrados, de ou na ocasião, em que verificadas as demais
que trata o artigo anterior, bem como aos já apo- hipóteses do art. 152, parágrafo único, desta
sentados, o direito à pensão por morte dos segu- Lei.”(NR).
rados do Sistema Único de Previdência Social,
de que trata a Lei Complementar n.º 12, de 23 Art. 2º Iniciado o processo de aposentadoria,
de junho de 1999, a ser paga aos dependentes compete ao Órgão de origem ou entidade da
indicados em seu art. 6.º, parágrafo único, fican- Administração Indireta instruí-lo com a docu-
do dispensados do pagamento de qualquer con- mentação pertinente à contagem do tempo de
tribuição previdenciária àquele Sistema, a partir contribuição e à satisfação dos demais requisi-
de outubro de 1999. tos necessários a inatividade, inclusive aqueles
referentes ao valor dos proventos respectivos.
Parágrafo único. A concessão e a cessação do *Art. 3º O processo de aposentadoria da Admi-
beneficio de que trata o caput deste artigo dar- nistração Direta e Indireta terá a seguinte tra-
-se-á na forma do disposto no art. 9.º, caput, e mitação:
seu parágrafo único, da Lei Complementar n.º *Nova redação dada pela Lei Complementar
12, de 23 de junho de 1999.” n.º 159, de 14.01.2016
Art. 14. O segurado detentor de cargo efetivo, Redação anterior: Art. 3º O processo de aposen-
quando cedido a órgão ou entidade de outro tadoria da Administração Direta terá a seguinte tra-
ente federativo, com ou sem ônus para o ces- mitação:
sionário, permanecerá vinculado ao SUPSEC. I - verificando o Órgão de origem ou entidade
Parágrafo único. Em qualquer hipótese pre- da Administração Indireta a que vinculado o
vista no caput deste artigo, deverá ser observa- servidor não ser o caso de rejeição imediata do
da a contribuição patronal, conforme ocorrer a beneficio de aposentadoria, por falta do pre-
respectiva cessão. enchimento dos requisitos legais, elaborará a
Art. 15. À Secretaria da Administração compe- minuta da portaria ou do ato respectivo, reme-
te, exclusivamente, a emissão de certidão para tendo-a ao setor previdenciário da Secretaria
fins previdenciários. do Planejamento e Gestão;
Art. 16. Esta Lei Complementar entrará em vi- *II - a minuta do ato ou portaria de aposenta-
gor na data de sua publicação, revogadas as doria, devidamente assinada pela autoridade
disposições em contrário. competente e previamente analisada pelo setor
previdenciário da Secretaria do Planejamento
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO e Gestão, será publicada em Diário Oficial,
CEARÁ, em Fortaleza, 31 de dezembro de 2003. passando o servidor a ser considerado como
Lúcio Gonçalo de Alcântara - GOVERNADOR DO inativo, sob condição resolutiva, para todos os
efeitos legais, inclusive quanto ao recebimento
ESTADO DO CEARÁ
de proventos e ao pagamento de contribuições
D.O. 31.12.2003 ao Sistema Único de Previdência Social do Es-
tado do Ceará - SUPSEC, a partir da publica-
LEI COMPLEMENTAR Nº 92, DE 25 DE ção respectiva;
JANEIRO DE 2011 *Nova redação dada pela Lei Complementar
n.º 159, de 14.01.2016
Disciplina o procedimento de Redação anterior: II - a minuta do ato ou porta-
ria de aposentadoria, devidamente assinada pela au-
aposentadoria dos servidores públicos toridade competente e previamente analisada pelo
civis e dá outras providências. setor previdenciário da Secretaria do Planejamento e
Gestão, será publicada em Diário Oficial, passando o
o GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço servidor a ser considerado como inativo, sob condi-
saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu ção resolutiva, para todos os efeitos legais, inclusive
sanciono a seguinte Lei Complementar: quanto ao recebimento de proventos e ao pagamen-
to de contribuições ao Sistema Único de Previdência
Art. 1º Os arts. 61, parágrafo único, e 153 da Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos
Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, passam a Agentes Públicos e dos Membros de Poder do Estado
vigorar com a seguinte redação: do Ceará - SUPSEC, a partir da publicação respecti-
va; (NR)
“Art. 61 ...
III - após a publicação referida no inciso ante-
Parágrafo único. ... rior, o processo, já contendo o ato de aposenta-
114 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
doria publicado, será remetido a Procuradoria- tamentos funcionais atualizados em sistema
-Geral do Estado para exame e parecer, sendo específico, emitindo documento que comprove
diretamente remetido ao Tribunal de Contas e ateste o cumprimento dos tempos mínimos
do Estado, caso se trate de inativação referente necessários para a inativação;
à Administração Indireta; *Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de
IV - opinando negativamente a Procuradoria- 14.01.2016
-Geral do Estado, o servidor será notificado, *b) de posse do documento indicado na alínea
em 10 (dez) dias, para retomar suas atividades “a”, o servidor deverá apresentar requerimen-
em até 30 (trinta) dias, sob pena da instaura- to de aposentadoria, quando receberá do órgão
ção do competente procedimento disciplinar; ou entidade de origem autorização formal para
V - opinando favoravelmente a Procuradoria- o afastamento das atividades. (Acrecido pela
-Geral do Estado, o processo será encaminha- Lei Complementar n.º 159, de 14.01.2016).
do ao Tribunal de Contas do Estado, para fins *Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de
de registro e controle de sua legalidade; 14.01.2016
*VI – negado registro à aposentadoria pelo §2° Após o transcurso do prazo de 90 (noventa)
Tribunal de Contas do Estado, o servidor será dias contado do início do processo de aposen-
notificado, em 10 (dez) dias, para retomar suas tadoria, voluntária ou não, sem que haja sido
atividades em até 30 (trinta) dias, sob pena da publicado o ato de aposentadoria, serão ade-
instauração do competente processo discipli- quadas, independentemente de requerimen-
nar; to do interessado, a cobrança da contribuição
*Nova redação dada pela Lei Complementar previdenciária do servidor e a percepção dos
n.º 134, de 07.04.2014 valores a título de remuneração, subsídios ou
Redação anterior: VI - não registrada a proventos, sem prejuízo de posteriores com-
aposentadoria pelo Tribunal de Contas do Estado, o pensações ou cobranças, apurando-se, em
servidor será notificado, em 10 (dez) dias, para reto- qualquer caso, a eventual responsabilidade
mar suas atividades em até 30 (trinta) dias, sob pena
da instauração do competente procedimento discipli- pela inadequação do afastamento.
nar; §3° Todos os períodos de afastamento men-
VII - registrada a aposentadoria, o setor pre- cionados neste artigo, sem exceção, somente
videnciário verificará se o processo é passível admitirão incidência de contribuição previ-
de compensação previdenciária ou qualquer denciária do servidor na condição de inativo
forma de cobrança ou ressarcimento de valo- e não serão considerados ou contabilizados
res, decorrentes, embora não exclusivamente, para quaisquer fins, inclusive complementa-
de divergência entre o ato original de aposen- ção dos requisitos temporais da aposentadoria
tadoria publicado pela administração e aquele ou aquisição de direitos vinculados a fatores
efetivamente registrado pelo Tribunal de Con- cronológicos.
tas, e, em caso afirmativo, adotará as providên- §4° O disposto nos incisos IV e VI deste artigo
cias necessárias a sua realização. não obsta a que se instaure procedimento dis-
*§ 1° O servidor afastar-se-á de suas atividades: ciplinar para apurar eventual má-fé no exercí-
*Nova redação dada pela Lei Complementar cio do direito a aposentadoria, bem como que
n.º 159, de 14.01.2016 se proceda de igual modo diante de lesão ao
Redação anterior: §1° O servidor se afastará de
Erário ocasionada por ato doloso de outro ser-
suas atividades 91 (noventa e um) dias após o início vidor.
do processo, em caso de aposentadoria voluntária, e, §5° Constitui falta grave a conduta dolosa con-
nas hipóteses de invalidez ou alcance da idade-limite sistente no requerimento ou abertura de pro-
para permanência no serviço público, imediatamen- cesso de aposentadoria sem que o servidor
te depois do seu marco inicial definido na legislação
pertinente. tenha implementado todas as condições para
*I – em caso de invalidez ou alcance da idade- requerer o beneficio, assim como, aberto o pro-
-limite para permanência no serviço público, cesso, a injustificada demora no cumprimento
na data prevista no laudo médico oficial e na de diligências da Procuradoria-Geral do Esta-
data em que atingida a idade-limite, respecti- do destinadas à sua conclusão, nos prazos ne-
vamente; las fixados, ficando o responsável, em qualquer
dos casos, sujeito a punição, nos termos da Lei,
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de
inclusive obrigado solidariamente à reposição
14.01.2016
da contribuição previdenciária que, em razão
*II - em caso de aposentadoria voluntária, no da aplicação do disposto no § 2° deste artigo,
primeiro dia seguinte à abertura do processo não tiver sido recolhida.
de inativação, observados os seguintes passos: §6° Salvo comprovada má-fé, decai em 5 (cin-
*Acrescido pela Lei Complementar n.º 159, de co) anos, contados da data em que tornado
14.01.2016 público, o direito de revisar ou anular ato ad-
*a) previamente à abertura do processo de ina- ministrativo que repercuta na inativação do
tivação, caberá ao órgão ou entidade de ori- servidor, inclusive no que é pertinente a com-
gem, a pedido do servidor, analisar, dentro do posição dos futuros proventos.
prazo estabelecido em ato do Secretário de §7° Para efeito do disposto no §6° deste arti-
Planejamento e Gestão do Estado do Ceará, a go, considera-se iniciado o procedimento de
sua situação funcional, a partir de seus assen- revisão ou anulação do ato administrativo e,
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 115
portanto, interrompido o prazo decadencial, a a registro após reexaminado pela Procurado-
partir da prática de qualquer ato destinado a ria-Geral do Estado.
apontar ou apurar o fato ensejador da revisão *Acrecido pela Lei Complementar n.º 134, de
ou anulação. 07.04.2014
§8° Indeferida a aposentadoria, quando for o Art. 4º Os processos de aposentadoria em trâ-
caso, por parecer negativo da Procuradoria- mite na Procuradoria-Geral do Estado em até
-Geral do Estado ou em razão da negativa de 180 (cento e oitenta) dias da data da publicação
registro pelo Tribunal de Contas do Estado do desta Lei Complementar serão remetidos aos
Ceará, será retomada a cobrança das contri- órgãos de origem, onde, verificando-se não ser
buições previdenciárias do servidor na condi- o caso de rejeição imediata do benefício será
ção de ativo, imediatamente após o retorno às procedida a confecção dos respectivos atos ou
suas atividades, sem prejuízo da cobrança de portarias de aposentadoria adotando-se, a par-
valores pertinentes ao período de afastamento tir de então, e no que couber, o procedimento
indevido e observado o disposto no §5° deste previsto no art. 3º desta Lei, executando-se o
artigo. disposto em seu §2º.
§9° Se for inviável, por qualquer motivo, o des- §1º Passados 90 (noventa) dias após o retorno
conto ou compensação dos valores devidos em dos processos aos órgãos de origem sem que
razão da aplicação do disposto neste artigo, o tenha ocorrido a publicação do ato de aposen-
servidor, os pensionistas ou seus sucessores tadoria a que se refere o inciso II do art. 3º des-
serão notificados para, em 30 (trinta) dias, pro- ta Lei, serão adequadas, independentemente
ceder ao imediato pagamento do débito, atua- de requerimento do interessado, a cobrança
lizado pela taxa SELIC, ou qualquer outra que da contribuição previdenciária do servidor e a
legalmente a substitua, podendo parcelar a dí- percepção dos valores a título de remuneração,
vida em até 60 (sessenta) prestações mensais subsídios ou proventos, sem prejuízo de poste-
e sucessivas, atualizadas na forma e índices riores compensações ou cobranças, apurando-
adotados para o parcelamento da dívida ativa -se, em qualquer caso, a eventual responsabili-
do Estado, sob pena de inscrição do total devi- dade pela inadequação do afastamento.
do na mesma dívida ativa do Estado. §2º O ato de aposentadoria a ser confecciona-
§10. A responsabilidade dos sucessores obede- do pelo órgão de origem deverá guardar obser-
cerá aos limites da Lei Civil. vância às diligências da Procuradoria-Geral do
*§11. Não será admitida a desistência do pro- Estado que estejam pendentes de cumprimen-
cesso de aposentadoria voluntária após a sua to na data da publicação desta Lei.
abertura, ressalvada a hipótese de retorno ao Art. 5º Os processos de aposentadoria em trâ-
serviço pelo servidor, se comprovado, poste- mite na Procuradoria-Geral do Estado a mais
riormente, o não atendimento dos requisitos de 180 (cento e oitenta) dias na data da publi-
para a inativação, observado o disposto nos in- cação desta Lei Complementar serão sujeitos
cisos IV e VI e §§ 4º e 5º deste artigo. ao procedimento previsto neste artigo, aplican-
*Nova redação dada pela Lei Complementar do-se, em caráter subsidiário, o disposto no art.
n.º 159, de 14.01.2016 3º desta Lei, inclusive quanto à caracterização
Redação anterior: §11. O afastamento do servidor de faltas graves e definição de prazos deca-
após o transcurso do prazo de 90 (noventa) dias a que denciais para revisão de atos administrativos.
alude o §1° deste artigo não admitirá desistência pos-
terior do processo de aposentadoria voluntária. §1º Os processos de que cuida o caput deste
*§12. Para os fins do disposto no inciso II do
artigo serão, em até 30 (trinta) dias da publi-
§ 1º deste artigo, cumpridos os requisitos de cação desta Lei Complementar remetidos aos
tempos mínimos para a inativação, qualquer órgãos de origem, onde, verificando-se não ser
discussão de natureza financeira quanto ao o caso de rejeição imediata do benefício, será
valor inicial dos proventos de aposentadoria procedida a confecção dos respectivos atos ou
não obsta o pedido de inativação, a abertura e portarias de aposentadorias.
a regular tramitação do processo.” §2º A minuta do ato de aposentadoria, devida-
*Nova redação dada pela Lei Complementar
mente assinada pela autoridade competente,
n.º 159, de 14.01.2016
será publicada em Diário Oficial, passando o
servidor a ser considerado como inativo, sob
Redação anterior: §12. No prazo aludido no §1°
deste artigo, poderá o servidor desistir do processo de condição resolutiva, para todos os efeitos le-
aposentadoria, por simples manifestação de vontade gais, inclusive quanto ao pagamento de contri-
dirigida à Administração, efetuando-se, na forma da buições ao Sistema Único de Previdência So-
lei a devolução dos valores recebidos a título de re- cial dos Servidores Públicos Civis e Militares,
muneração ou subsídio sem a efetiva contrapartida dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder
laboral.
do Estado do Ceará – SUPSEC, e a percepção
*§13. Postergado o exame da legalidade da apo- de valores a título de remuneração, subsídios
sentadoria e da pensão pelo Tribunal de Con- ou proventos, a partir da publicação respecti-
tas para realização de diligências, o processo va.
respectivo só poderá ser novamente submetido
§3º Passados 90 (noventa) dias após o retorno
dos processos aos órgãos de origem sem que
tenha ocorrido a publicação do ato ou portaria
de aposentadoria a que se refere o §2º deste

116 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


artigo, serão adequadas, independentemente Art. 7º Os arts. 6º e 9º da Lei Complementar
de requerimento do interessado, a cobrança nº. 12, de 23 de junho de 1999, com a redação
da contribuição previdenciária do servidor e a que lhes foi dada pela Lei Complementar nº.
percepção dos valores a título de remuneração, 38, de 31 de dezembro de 2003, passam a vigo-
subsídios ou proventos, sem prejuízo de poste- rar com as seguintes redações:
riores compensações ou cobranças apurando- “Art. 6º ...
-se, em qualquer caso, a eventual responsabili-
dade pela inadequação do afastamento. §1º. Os dependentes, de que trata o caput deste
artigo, são:
§4º Após a publicação referida no parágra-
fo anterior, o processo já contendo o ato de I - o cônjuge supérstite, o companheiro ou a
aposentadoria com a devida publicação, será, companheira e o ex-cônjuge separado juridica-
conforme condições, limites e prazos estabe- mente ou divorciado, desde que, nos dois últi-
lecidos em portarias do Procurador-Geral do mos casos, na data do falecimento do segurado,
Estado, remetido ao Tribunal de Contas do esteja percebendo pensão alimentícia devida-
Estado, para fins de registro e controle de sua mente comprovada, observado o percentual fi-
legalidade. xado, que incidirá sobre a cota que couber ao
§ 5º Enquanto não sobrevir a Portaria referida cônjuge ou companheiro no rateio da pensão
no §4º deste artigo, será necessária a prévia com os beneficiários de outras classes;
aprovação do ato de aposentadoria pela Procu- II - o filho até completar 21 (vinte e um) anos
radoria-Geral do Estado antes de sua remessa de idade;
ao Tribunal de Contas do Estado, aplicando-se,
no que couber, o disposto no art. 3º desta Lei III - o filho inválido e o tutelado.
Complementar. §2º A dependência econômica é requisito para
§6º Não registrada a aposentadoria pelo o reconhecimento do direito a benefício previs-
Tribunal de Contas do Estado, o servidor será to nesta Lei Complementar das pessoas indi-
notificado, em 10 (dez) dias, para retomar suas cadas no §1º deste artigo, sendo presumida, de
atividades em até 30 (trinta) dias, sob pena forma absoluta, ressalvado o disposto nesta Lei
da instauração do competente procedimento Complementar, nas situações referentes a cônju-
disciplinar. ge supérstite, companheiro, companheira, filho
§7º Registrada a aposentadoria, o setor previ- até 21 (vinte e um) anos de idade.
denciário verificará se o processo é passível de §3º Nos casos não abrangidos pelo §2º deste ar-
compensação previdenciária ou qualquer for- tigo, a dependência econômica poderá ser de-
ma de cobrança ou ressarcimento de valores, monstrada na via administrativa:
decorrentes, embora, não exclusivamente, de I - exclusivamente pela comprovação da per-
divergência entre o ato original de aposenta- cepção de pensão alimentícia, nas hipóteses de
doria publicado pela Administração e aquele cônjuge separado juridicamente ou divorciado;
efetivamente registrado pelo Tribunal de Con-
tas, e, em caso afirmativo, adotará as providên- II - por prova documental consistente em decla-
cias necessárias à sua realização. rações de Imposto de Renda, certidões, ou qual-
§8º O ato de aposentadoria, a ser confecciona- quer outro meio assemelhado que comprovem
do pelo órgão de origem, deverá guardar ob- a ausência de percepção de outro benefício ou
servância a diligências da Procuradoria-Geral renda suficiente para mantença própria, no mo-
do Estado que estejam pendentes de cumpri- mento da concessão, nas situações referentes a
mento na data da publicação desta Lei. filho inválido com mais de 21 (vinte e um) anos
Art. 6º O disposto nos artigos antecedentes de idade e tutelado.
quanto à adequação da contribuição previden- §4º Para os efeitos desta Lei, cessa, a qualquer
ciária do servidor à condição de aposentado tempo, a condição de dependente:
é extensivo, no que couber, aos servidores já I - se o cônjuge supérstite, companheiro ou
inativados, que poderão requerer a devolução companheira contrair casamento ou união estável;
de contribuições previdenciárias a que façam
jus administrativamente, respeitados os prazos II - provada a percepção de renda suficiente
prescricionais e sem prejuízo de compensa- para sua manutenção pelo filho maior inválido
ções, descontos ou cobranças autorizados se- após a verificação da causa ensejadora da inva-
gundo a legislação pertinente. lidez;
Parágrafo único. Havendo processo judicial III - se o cônjuge estiver separado de fato há
em curso, o requerimento administrativo pre- mais de 2 (dois) anos, sem comprovação de que
visto no caput deste artigo terá sua tramitação perceba verba alimentícia do segurado;
suspensa até que sobrevenha a decisão judi- IV - cessada a invalidez nos casos de filho maior
cial definitiva respectiva, cuja aplicação terá inválido, circunstância a ser apurada em perícia
prevalência sobre o disposto neste artigo, fa- médica do órgão oficial do Estado do Ceará, a
cultando-se ao servidor interessado instruir o cuja submissão periódica está obrigado o bene-
pleito com a prova da desistência da ação, situ- ficiário nessa condição, em intervalos não supe-
ação na qual o processamento administrativo riores há 6 (seis) meses, pena de suspensão do
terá curso regular. pagamento do benefício;

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 117


V - com o falecimento dos beneficiários. II - em relação ao filho ou filha, na data em que
§5º A perda ou a não comprovação da condição atingir 21 (vinte e um) anos, salvo se inválido(a)
de dependente, inclusive com relação ao critério totalmente para qualquer trabalho até o faleci-
de dependência econômica, resulta na negativa mento do segurado, comprovada, neste caso, a
de concessão de beneficio ou em sua imediata dependência econômica em relação a este;
cessação, caso já esteja em fruição. III - em relação ao tutelado, na data em que
§6º A prova da união estável se faz median- atingir 21 (vinte e um) anos, ainda que cessada
te a apresentação da documentação admitida a tutela com o óbito do segurado;
para tais fins pelo Regime Geral de Previdência IV - com o falecimento dos beneficiários;
Social, nos termos e condições previstos na le- V - em relação a qualquer dos dependentes,
gislação específica, cabendo à Procuradoria- se verificado o disposto no §4º do art. 5° desta
Geral do Estado, a seu critério, entendê-la in- Lei.”(NR).
suficiente, mediante parecer fundamentado,
hipótese na qual a comprovação dependerá de Art. 8º As despesas decorrentes da aplicação
decisão judicial transitada em julgado em pro- desta Lei correrão por conta das dotações or-
cedimento contencioso de reconhecimento da çamentárias dos respectivos órgãos e entes,
relação. bem como, no que couber, pelo Sistema Único
de Previdência Social dos Servidores Públicos
§7º A pensão será paga, por metade, à totalidade Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos
dos beneficiários indicados no inciso I do §1º deste Membros de Poder do Estado do Ceará - SU-
artigo, cabendo aos elencados nos incisos II e III, PSEC.
em quotas iguais, a outra metade. Art. 9º A elevação do limite etário de percep-
§8º Não havendo dependentes ou beneficiários ção do beneficio da pensão por morte de 18
aptos à percepção de uma das metades indica- (dezoito) para 21 (vinte e um) anos, no caso
das no §7º deste artigo, a totalidade da pensão dos filhos válidos, operada pelas alterações
será rateada entre os demais, observadas as pro- efetuadas por esta Lei no texto da Lei Comple-
porções estabelecidas neste artigo e vedado ao mentar n° 12, de 23 de junho de 1999, atinge as
cônjuge separado juridicamente e ao divorciado pensões ainda em curso quando de sua entra-
perceber parcela superior ao percentual fixado da em vigor, mas não retroagem para revigorar
como pensão alimentícia a que tenha direito.” benefícios já findos.
Art. 9º A pensão por morte, observado o dispos- Art. 10. Os procedimentos de aposentadoria
to nos arts. 331, da Constituição Estadual, e 40, dos entes da Administração Indireta continu-
§7º, da Constituição Federal, corresponderá à am disciplinados pelas regras anteriores a esta
totalidade do subsídio, vencimentos ou proven- Lei Complementar, sem necessidade de pré-
tos do segurado, na forma da Lei e respeitado via aprovação das portarias de inativação pela
o teto remuneratório aplicável, e será devida a Procuradoria-Geral do Estado.
partir: Art. 11. Revogam-se as disposições em contrá-
rio, especialmente os incisos e parágrafos da
I - do óbito, se requerido o benefício em até 90
redação anterior do art. 153 da Lei nº 9.826, de
(noventa) dias do falecimento;
14 de maio de 1974.
II - do requerimento, no caso de inclusão pos- Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor
t-mortem, qualquer que seja a condição do de- 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.
pendente;
PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO ESTADO
III - do requerimento, se requerido o benefício, DO CEARÁ, em Fortaleza, 25 DE JANEIRO DE
por qualquer motivo, após 90 (noventa) dias do
2011.
falecimento;
IV - do trânsito em julgado da sentença judicial, Domingos Gomes de Aguiar Filho - GOVERNADOR
no caso de morte presumida ou ausência. DO ESTADO DO CEARÁ EM EXERCÍCIO
§1° considera-se inclusão post-mortem aque- D.O. 27.01.2011
la não comprovável de imediato por ocasião do
óbito do segurado, em razão da necessidade de LEI COMPLEMENTAR Nº 123, DE 16 DE
demonstração de elementos adicionais, não de- SETEMBRO DE 2013
monstráveis no momento do falecimento do ser-
vidor, como o reconhecimento judicial de união Dispõe sobre o equacionamento do
estável, a investigação de paternidade ou mater- déficit atuarial do sistema único de
nidade e outros atos assemelhados. previdência social dos servidores
§2° Cessa o pagamento da pensão por morte: públicos civis e militares, dos agentes
I - em relação ao cônjuge supérstite, compa- públicos e dos membros de poder do
nheira ou companheiro, e ao ex-cônjuge separa- Estado do Ceará – SUPSEC, e institui o
do juridicamente ou divorciado, beneficiário de regime de previdência complementar
pensão alimentícia na data em que contraírem do Estado do Ceará.
novas núpcias ou constituírem nova união está-
vel; O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ.

118 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


CAPÍTULO I beneficiários do SUPSEC, segundo as regras
DO EQUACIONAMENTO DO DÉFICIT constitucionais e legais previstas, destinado
ATUARIAL DO SUPSEC aos servidores públicos civis e aos militares es-
SEÇÃO I taduais;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES VI - plano de custeio: descrição das fontes de
Art. 1º O Sistema Único de Previdência So- recursos necessárias ao adequado financia-
cial dos Servidores Públicos Civis e Militares, mento do Plano de Benefícios do SUSPEC,
dos Agentes Públicos e dos Membros de Po- contendo a especificação das alíquotas de con-
der do Estado do Ceará – SUPSEC, Regime tribuição do ente federativo, dos segurados ati-
Básico de Previdência Social do Estado do vos, dos segurados inativos e dos pensionistas,
Ceará, doravante redenominado para Siste- bem como a indicação, quando for o caso, dos
ma Único de Previdência Social do Estado do demais aportes necessários ao atingimento do
Ceará – SUPSEC, terá, para fins de equacio- equilíbrio financeiro e atuarial do Sistema;
namento de déficit atuarial, seu Plano Geral VII - provisões matemáticas previdenciárias:
de Custeio composto de um Plano de Custeio montante calculado atuarialmente, na data
Previdenciário, de um Plano de Custeio Finan- da avaliação atuarial, que expressa, em valor
ceiro e de um Plano de Custeio Militar, sendo presente, o total dos recursos necessários ao
as respectivas fontes de recursos e obrigações pagamento de todos os compromissos futuros
de pagamento de benefícios distribuídas en- do Plano de Benefícios do SUPSEC a todos os
tre os Planos conforme determinado por esta beneficiários do Sistema, líquidos das respec-
Lei Complementar, observados os parâmetros tivas contribuições regulamentares e compen-
técnicos fixados nas normas nacionais vigen- sações previdenciárias;
tes sobre equacionamento de déficit atuarial VIII - avaliação atuarial: estudo técnico ela-
dos Regimes Próprios de Previdência Social e borado com base nas características biométri-
sobre benefícios de inatividade de militares, cas, demográficas e econômicas da população
mantidas as demais normas que disciplinam analisada de beneficiários do SUPSEC, esta-
a matéria não modificada expressamente por belecendo, de forma suficiente e adequada, os
esta Lei Complementar, inclusive, mas não ex- recursos necessários para a garantia do finan-
clusivamente, aquelas pertinentes às alíquotas ciamento do Plano de Benefícios do Sistema;
de contribuição ao SUPSEC, aplicáveis indis- IX - recursos previdenciários: recursos decor-
tintamente aos três Planos de Custeio tratados rentes de contribuições e quaisquer valores,
nesta Lei Complementar. bens, ativos e seus rendimentos vinculados
SEÇÃO II aos fundos de natureza previdenciária do SU-
DAS DEFINIÇÕES PSEC, bem como oriundos da compensação
previdenciária entre os diversos regimes pre-
Art. 2º Para os efeitos deste Capítulo desta Lei videnciários nacionais;
Complementar, consideram-se as seguintes
definições, observadas as disposições da legis- X - reservas financeiras: montante de recursos
lação nacional vigente: acumulados nos fundos de natureza previden-
ciária do SUPSEC, destinados ao financia-
I – beneficiário: a pessoa física amparada pela mento do Plano de Benefícios do Sistema.
cobertura previdenciária do SUPSEC, abran-
gendo o segurado e seus dependentes; SEÇÃO III
II – segurado: as pessoas a seguir relaciona- DOS PLANOS E FUNDOS DE NATUREZA
das, vinculadas diretamente ao SUPSEC: PREVIDENCIÁRIA PARA O CUSTEIO DO SUPSEC
a) o servidor titular de cargo efetivo, ativo e Art. 3º O Plano de Custeio Previdenciário, o
aposentado, no âmbito da Administração Pú- Plano de Custeio Financeiro e o Plano de Cus-
blica Estadual direta, autárquica e fundacio- teio Militar do SUPSEC serão financiados por
nal; fundos contábil-financeiros de natureza pre-
b) o militar integrante das Corporações Mili- videnciária, autônomos e distintos, conforme
tares do Estado do Ceará, ativo, da reserva re- previsto nesta Lei Complementar.
munerada e reformado; Parágrafo único. Os planos de custeio, previs-
c) o servidor titular de cargo efetivo, ativo e tos neste artigo, serão revistos anualmente, ob-
aposentado, do Poder Legislativo; servadas as normas gerais de atuária dispostas
d) o servidor titular de cargo efetivo e o mem- na legislação nacional vigente, objetivando a
bro, ativo e aposentado, do Poder Judiciário, manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial
dos Tribunais de Contas do Estado e dos Muni- do SUPSEC, conforme requerido pela Consti-
cípios e do Ministério Público Estadual; tuição Federal.
III - dependente: a pessoa física que mante- SUBSEÇÃO I
nha vinculação previdenciária com o segurado DO PLANO DE CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO E DO
do SUPSEC, na forma da lei; FUNDO PREVIDENCIÁRIO PREVID
IV - pensionista: o dependente em gozo de Art. 4º O Plano de Custeio Previdenciário do
pensão previdenciária por morte do segurado SUPSEC financiará os benefícios previdenci-
ao qual se vinculava; ários do Sistema garantidos aos segurados ati-
V - plano de benefícios: descrição do conjunto vos civis ingressos no serviço público estadu-
de benefícios previdenciários destinados aos al a contar do dia 1º de janeiro de 2014, bem

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 119


como aos seus respectivos dependentes previ- e) bens e direitos que, a qualquer título, lhe
denciários. sejam adjudicados, doados ou transferidos, ob-
§ 1º O Plano de Custeio Previdenciário terá o servado o disposto na legislação pertinente;
objetivo de formar reservas financeiras capita- f) outros recursos extraordinários ou eventuais
lizadas para honrar o pagamento dos benefí- que lhe sejam atribuídos;
cios futuros a serem concedidos aos beneficiá- VII - outras receitas previstas em lei.
rios civis a ele vinculados, adotando o regime
de acumulação de recursos. SUBSEÇÃO II
DO PLANO DE CUSTEIO FINANCEIRO E DO
§ 2º As reservas financeiras do Plano de Cus- FUNDO FINANCEIRO FUNAPREV
teio Previdenciário serão devidamente aplica-
das nas condições de mercado, observando ne- Art. 7º O Plano de Custeio Financeiro do SU-
cessariamente regras de segurança, solvência, PSEC financiará os benefícios previdenciários
liquidez, rentabilidade, proteção e prudência do Sistema que forem destinados:
financeira própria à natureza previdenciária I - aos segurados ativos civis que hajam in-
dessas reservas, conforme diretrizes fixadas gressado no Serviço Público Estadual até o dia
em norma específica do Conselho Monetário 31 de dezembro de 2013;
Nacional – CMN, e legislação aplicável. II - aos segurados inativos civis e aos pensio-
Art. 5º Para fins de operacionalização do Pla- nistas de segurados civis em fruição de benefí-
no de Custeio Previdenciário, em observância cio na data de 31 de dezembro de 2013.
ao disposto no art. 249 da Constituição Federal § 1º O plano de custeio, de que trata este arti-
de 1988 e legislação nacional decorrente, fica go, abrangerá, ainda, todos os benefícios pre-
criado o Fundo Previdenciário PREVID, com videnciários a serem concedidos a dependen-
prazo indeterminado de funcionamento. tes dos segurados civis indicados nos incisos I
Parágrafo único. O PREVID será administrado e II deste artigo.
pela unidade gestora do SUPSEC e terá por fi- § 2º O Plano de Custeio Financeiro terá o obje-
nalidade arrecadar, reunir e acumular recursos tivo de honrar o pagamento corrente de bene-
econômicos de qualquer natureza a serem uti- fícios previdenciários aos beneficiários civis a
lizados no pagamento de benefícios previden- ele vinculados, sem ter como objetivo primor-
ciários aos beneficiários civis a ele vinculados. dial a formação de reservas financeiras.
Art. 6º Constituem receitas do Fundo Previ- § 3º O Plano de Custeio Financeiro não recep-
denciário PREVID: cionará, em hipótese alguma, outros segura-
I - as contribuições previdenciárias mensais dos além daqueles indicados no caput deste
dos segurados civis, ativos e inativos, e dos artigo, e vigorará enquanto existir beneficiário
pensionistas vinculados ao Plano de Custeio a ele vinculado.
Previdenciário, a título de contribuição regu- Art. 8º Para fins de operacionalização do Pla-
lar, conforme alíquota prevista na legislação no de Custeio Financeiro, fica redenominado
estadual vigente; o atual Fundo Especial de Natureza Contábil,
II - as contribuições previdenciárias mensais previsto no art. 11 da Lei Complementar nº 12,
dos órgãos e entidades integrantes dos Pode- de 23 de junho de 1999, inscrito no CNPJ sob o
res Executivo, inclusive suas autarquias e fun- nº 04.108.594/0001-00, para Fundo Financeiro
dações, Legislativo e Judiciário, bem como dos FUNAPREV.
Tribunais de Contas do Estado e dos Municí- § 1º O Fundo Financeiro FUNAPREV será ad-
pios e do Ministério Público Estadual, a título ministrado pela unidade gestora do SUPSEC;
de contribuição regular patronal referente aos vigorará pelo prazo de duração previsto no art.
respectivos beneficiários civis indicados no in- 7º, § 3º desta Lei Complementar e terá a fina-
ciso I deste artigo, conforme alíquota prevista lidade de arrecadar, reunir e gerenciar recur-
na legislação estadual vigente; sos econômicos de qualquer natureza a serem
III - os valores decorrentes da compensação utilizados no pagamento dos benefícios previ-
previdenciária entre os regimes de previdên- denciários aos beneficiários civis vinculados
cia social, na forma estabelecida na Consti- ao Plano de Custeio Financeiro.
tuição Federal e legislação aplicável, relativos § 2º Quando da extinção do Plano de Custeio
aos beneficiários vinculados ao Plano de Cus- Financeiro e do respectivo Fundo Financeiro
teio Previdenciário; FUNAPREV, o eventual saldo financeiro posi-
IV - os recursos provenientes de dotações or- tivo desse fundo será automaticamente incor-
çamentárias; porado ao Fundo Previdenciário PREVID do
V - a reversão de saldos não aplicados; Plano de Custeio Previdenciário.
VI - as receitas provenientes de: Art. 9º Constituem receitas do Fundo Finan-
a) resultados financeiros de convênios ou con- ceiro FUNAPREV:
tratos, conforme expressa previsão nos instru- I - as contribuições previdenciárias regulares
mentos respectivos; mensais dos segurados civis, ativos e inativos,
b) renda de juros e de administração de seus e dos pensionistas vinculados ao Plano de Cus-
capitais; teio Financeiro, conforme alíquota prevista na
legislação estadual vigente;
c) produto da utilização do seu patrimônio;
II - as contribuições previdenciárias regulares
d) doações e legados que lhe sejam feitos; mensais dos órgãos e entidades integrantes
120 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
dos Poderes Executivo, inclusive suas autar- Parágrafo único. O PREVMILITAR será admi-
quias e fundações, Legislativo e Judiciário, nistrado pela unidade gestora do SUPSEC e
bem como dos Tribunais de Contas do Estado terá por finalidade arrecadar, reunir e acumu-
e dos Municípios e do Ministério Público Es- lar recursos econômicos de qualquer natureza
tadual, referentes aos respectivos beneficiários a serem utilizados no pagamento de benefícios
civis indicados no inciso I deste artigo, con- previdenciários aos beneficiários militares a
forme alíquota prevista na legislação estadual ele vinculados e respectivos dependentes.
vigente; Art. 12. Constituem receitas do PREVMILI-
III - os valores decorrentes de aportes extra- TAR:
ordinários do Tesouro Estadual para honrar o I - as contribuições previdenciárias regulares
pagamento dos benefícios em fruição aos be- mensais dos segurados militares, ativos e ina-
neficiários civis vinculados ao Plano de Cus- tivos, e dos pensionistas vinculados ao Plano
teio Financeiro, conforme previsto nas regras de Custeio Militar, conforme alíquota prevista
nacionais gerais para a organização e o funcio- na legislação estadual vigente;
namento de Regimes Próprios de Previdência II - as contribuições previdenciárias regulares
Social; mensais das Corporações Militares do Estado,
IV - os valores da compensação previdenciá- referentes aos respectivos beneficiários mili-
ria entre os regimes de previdência social, na tares indicados no inciso I deste artigo, con-
forma estabelecida na Constituição Federal e forme alíquota prevista na legislação estadual
legislação aplicável, relativos aos beneficiários vigente;
civis vinculados ao Plano de Custeio Financei- III - os valores decorrentes de aportes extra-
ro; ordinários do Tesouro Estadual para honrar o
V - os recursos provenientes de dotações orça- pagamento dos benefícios em fruição aos be-
mentárias; neficiários militares vinculados ao Plano de
VI - a reversão de saldos não aplicados; Custeio Militar;
VII - outras receitas provenientes de: IV - os valores da compensação previdenciá-
a) resultados financeiros de convênios ou con- ria entre os regimes de previdência social, na
tratos, conforme expressa previsão nos instru- forma estabelecida na Constituição Federal e
mentos respectivos; legislação aplicável, relativos aos beneficiários
b) renda de juros e de administração de seus militares vinculados ao Plano de Custeio Mi-
capitais; litar;
c) produto da utilização do seu patrimônio, in- V - os recursos provenientes de dotações orça-
clusive alienação de imóveis; mentárias;
d) doações e legados que lhe sejam feitos; VI - a reversão de saldos não aplicados;
e) bens e direitos que, a qualquer título, lhe VII - outras receitas provenientes de:
sejam adjudicados, doados ou transferidos, ob- a) resultados financeiros de convênios ou con-
servado o disposto na legislação pertinente; tratos, conforme expressa previsão nos instru-
f) outros recursos extraordinários ou eventuais mentos respectivos;
que lhe sejam atribuídos; b) renda de juros e de administração de seus
VIII - outras receitas previstas em lei. capitais;
c) produto da utilização do seu patrimônio, in-
SUBSEÇÃO III clusive alienação de imóveis;
DO PLANO DE CUSTEIO MILITAR E DO FUNDO
FINANCEIRO PREVMILITAR d) doações e legados que lhe sejam feitos;
e) bens e direitos que, a qualquer título, lhe
Art. 10. O Plano de Custeio Militar do SU- sejam adjudicados, doados ou transferidos, ob-
PSEC financiará os benefícios previdenciários servado o disposto na legislação pertinente;
do Sistema, que forem destinados aos militares
estaduais e a seus dependentes, independen- f) outros recursos extraordinários ou eventuais
temente da data de ingresso no serviço militar que lhe sejam atribuídos;
estadual. VIII - outras receitas previstas em lei.
§ 1º O plano de custeio, de que trata este ar- SEÇÃO IV
tigo, terá o objetivo de honrar o pagamento de DA GESTÃO DOS PLANOS E FUNDOS DE
benefícios previdenciários aos beneficiários NATUREZA PREVIDENCIÁRIA
militares a ele vinculados, sem ter como obje- Art. 13. O Plano de Custeio Previdenciário, o
tivo primordial a formação de reservas finan- Plano de Custeio Financeiro e o Plano de Cus-
ceiras. teio Militar, bem como seus respectivos fundos
§ 2º O Plano de Custeio Militar não recepcio- de natureza previdenciária, PREVID, FUNA-
nará, em hipótese alguma, outros segurados PREV e PREVMILITAR, serão administrados
além daqueles indicados no caput deste artigo com observância às diretrizes estabelecidas
e vigorará por prazo indeterminado. para a gestão do Sistema Único de Previdên-
Art. 11. Para fins de operacionalização do Pla- cia Social do Estado do Ceará – SUPSEC, na
no de Custeio Militar, fica criado o Fundo Fi- forma da legislação vigente.
nanceiro PREVMILITAR, com prazo indeter- § 1º Os fundos de natureza previdenciária re-
minado de funcionamento. feridos no caput deste artigo serão autônomos

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 121


e distintos, com separação orçamentária, fi- panhamento da sua situação financeira e atu-
nanceira e contábil dos recursos e obrigações arial.
correspondentes, inexistindo entre eles qual- Art. 20. O saldo positivo do PREVID, do FU-
quer espécie de solidariedade, subsidiarieda- NAPREV e do PREVMILITAR, apurado em
de ou supletividade. balanço contábil ao final de cada exercício fi-
§ 2º É vedada qualquer forma de transferência nanceiro, será transferido para o exercício se-
de segurados, recursos ou obrigações previ- guinte, a crédito dos respectivos fundos, cons-
denciárias entre o Plano de Custeio Previden- tituindo-se nas suas reservas financeiras.
ciário, o Plano de Custeio Financeiro e o Plano
de Custeio Militar, não sendo permitida ainda SEÇÃO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
qualquer destinação de contribuições de um
grupo de beneficiários de um plano para o fi- Art. 21. O segurado do SUPSEC, vinculado ao
nanciamento de benefícios do outro plano. Plano de Custeio Financeiro na data de iní-
§ 3º Excetuam-se das disposições do parágra- cio de vigência desta Lei Complementar, que,
fo anterior deste artigo, exclusivamente, os re- em razão de concurso público, for investido
cursos resultantes do eventual saldo positivo em novo cargo efetivo estadual, permanecerá
quando da extinção do Plano de Custeio Fi- vinculado a este Plano de Custeio Financeiro,
nanceiro e respectivo FUNAPREV, observado observado o disposto no parágrafo único deste
o disposto no art. 8º, §2º desta Lei Comple- artigo.
mentar. Parágrafo único. A manutenção da vinculação
Art. 14. É vedada a utilização dos recursos do do segurado ao Plano de Custeio Financeiro,
PREVID, do FUNAPREV e do PREVMILITAR na forma do caput deste artigo, não o excetua
para a concessão de empréstimos de qualquer da incidência, quando cabível, da legislação
natureza, inclusive a entes federativos, a enti- pertinente ao regime de previdência comple-
dades da Administração Pública Indireta e aos mentar a que alude o art. 40, §§14 a 16, da
respectivos segurados ou dependentes, sendo Constituição Federal, inclusive do disposto
vedada a aplicação desses recursos para cus- nesta Lei Complementar sobre a matéria.
tear ações de assistência social, saúde e para a Art. 22. Comporá a prestação de contas anual
concessão de verbas indenizatórias, ainda que do Plano de Custeio Previdenciário, do Plano
por acidente em serviço. de Custeio Financeiro e do Plano de Custeio
Art. 15. As contas do PREVID, do FUNAPREV Militar a avaliação atuarial anual correspon-
e do PREVMILITAR, inclusive bancárias, se- dente, elaborada por entidades ou profissio-
rão distintas entre si e da conta do Tesouro Es- nais legalmente habilitados, observadas as
tadual. normas legais e critérios técnicos aplicáveis a
avaliações desta natureza.
Art. 16. Os recursos do PREVID, do FUNA-
PREV e do PREVMILITAR serão utilizados, Art. 23. Os órgãos e entidades integrantes dos
exclusivamente, para o pagamento dos benefí- Poderes Executivo, inclusive suas autarquias e
cios previdenciários aos respectivos beneficiá- fundações, Legislativo e Judiciário, bem como
rios a eles vinculados, salvo valores destinados os Tribunais de Contas do Estado e dos Muni-
a custeio administrativo através de Taxa de Ad- cípios e o Ministério Público Estadual deverão
ministração que venha a ser instituída em lei, registrar em seus cadastros todo o tempo ante-
conforme disciplinado na legislação nacional rior de serviço ou contribuição do novo servidor
vigente sobre a matéria. titular de cargo efetivo ou militar que ingressar
em seus quadros de pessoal após a publicação
Art. 17. As aplicações financeiras dos recur- desta Lei Complementar, bem como dos atu-
sos do PREVID, bem como dos recursos acaso ais servidores ou militares, para fins gerenciais
existentes do FUNAPREV e do PREVMILI- do SUPSEC, identificando as datas de início e
TAR serão realizadas diretamente pela unida- de fim de cada período existente, independen-
de gestora do SUPSEC ou por intermédio de temente de ter sido averbado ou não referido
instituições especializadas, credenciadas me- tempo.
diante critérios técnicos, observadas as normas
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacio- Parágrafo único. Os órgãos e entidades men-
nal e, ainda, regras de segurança, solvência, cionados no caput deste artigo disponibilizarão
liquidez, rentabilidade e prudência própria à à unidade gestora do SUPSEC as informações
natureza previdenciária desses fundos. de que trata este artigo, quando do envio dos
dados cadastrais dos segurados do Sistema a
Art. 18. A execução orçamentária e a prestação eles vinculados.
de contas anuais do PREVID, do FUNAPREV
e do PREVMILITAR obedecerão às normas le- Art. 24. As contribuições previdenciárias pre-
gais de controle e administração financeira. vistas no inciso II do art. 6º, no inciso II do art.
9º e no inciso II do art. 12 desta Lei Comple-
Art. 19. O PREVID, o FUNAPREV e o PRE- mentar serão repassadas aos respectivos Fun-
VMILITAR terão contabilidade própria, cujo dos, pelos órgãos e entidades, Poderes e insti-
plano de contas discriminará as receitas reali- tuições vinculados ao SUPSEC até o 5º (quin-
zadas, as despesas incorridas e as respectivas to) dia útil seguinte ao dia em que ocorrer o
provisões matemáticas previdenciárias, con- pagamento da remuneração dos segurados do
forme o caso, de forma a possibilitar o acom- Sistema.

122 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Art. 25. Sem prejuízo das contribuições previs- § 4º A adesão ao regime de previdência com-
tas no art. 24 desta Lei Complementar, o Esta- plementar dos servidores depende de prévia e
do do Ceará poderá propor, quando necessá- expressa opção por um dos planos de benefí-
rio, a abertura de créditos adicionais, visando cios acessíveis ao participante e observará a
assegurar ao PREVID, ao FUNAPREV e ao legislação e as normas regulamentares da en-
PREVMILITAR a alocação de recursos orça- tidade fechada de previdência complementar
mentários destinados à cobertura de eventuais pertinente.
insuficiências financeiras. Art. 29. A alíquota de contribuição individual
CAPÍTULO II do participante do regime de previdência com-
DO REGIME DE PREVIDÊNCIA plementar instituído por esta Lei Complemen-
COMPLEMENTAR tar será por ele definida anualmente, obser-
vado o disposto no regulamento do plano de
Art. 26. Fica instituído, no âmbito do Servi- benefícios, sendo-lhe permitido fazer contri-
ço Público Estadual, o regime de previdência buições adicionais, porém sem contrapartida
complementar a que se referem os §§ 14, 15 e do patrocinador, também conforme dispuser o
16 do art. 40 da Constituição da República Fe- regulamento do plano de benefícios.
derativa do Brasil, que operará planos de bene-
fícios na modalidade de contribuição definida, Art. 30. A alíquota de contribuição do
observado o disposto nesta Lei Complementar. patrocinador será igual à de contribuição
individual do participante para o regime,
Art. 27. Os benefícios de aposentadorias e pen- respeitada, em qualquer hipótese, como limite
sões a serem concedidos pelo regime próprio máximo, a alíquota de contribuição vigente da
de previdência social do Estado do Ceará, de União Federal para o regime de previdência
que trata o art. 1° desta Lei Complementar e o complementar dos servidores públicos federais.
art. 40 da Constituição Federal, aos servidores
e membros de Poder referidos no art. 28 desta Art. 31. A contribuição individual do partici-
Lei Complementar que tiverem ingressado no pante e a contribuição do patrocinador incidi-
serviço público estadual a partir da autoriza- rão sobre a parcela da remuneração de contri-
ção de funcionamento, pelo órgão federal de buição que exceder o limite máximo a que se
supervisão de previdência complementar, do refere o art. 27 desta Lei Complementar, ob-
regime ora instituído, ficam restritos ao limite servado o disposto no inciso XI do art. 37 da
máximo estabelecido para os benefícios do re- Constituição Federal e o regulamento do plano
gime geral de previdência social, independen- de benefícios respectivo.
temente de adesão ou não ao regime previsto Art. 32. Fica o Poder Executivo autorizado a
no art. 26 desta Lei Complementar. criar entidade fechada de previdência comple-
Art. 28. O regime de previdência complemen- mentar, de natureza pública, com a finalidade
tar, de que trata esta Lei Complementar, terá de administrar e executar planos de benefícios
caráter facultativo, sem prejuízo da limitação de caráter previdenciário complementar para
estabelecida no art. 27 desta Lei Complemen- acumular recursos capitalizados, nos termos
tar. das Leis Complementares Federais nºs 108 e
109, ambas de 29 de maio de 2001.
§ 1º O regime de previdência complementar
é aplicável aos servidores e aos Membros de Parágrafo único. Independentemente da cria-
Poder previstos neste artigo, que, em qualquer ção da entidade fechada de previdência com-
dos dois casos, tiverem ingressado no servi- plementar a que se refere o caput deste artigo,
ço público estadual a partir da autorização de fica o Poder Executivo autorizado a contratar,
funcionamento, pelo órgão federal de supervi- na forma que dispuser a legislação federal e as
são de previdência complementar. normas regulamentares respectivas, a vincula-
ção do regime de previdência complementar
§ 2º São abrangidos pela previdência de que trata esta Lei Complementar aos planos
complementar dos servidores do Estado do de benefícios que vierem a ser instituídos, de
Ceará, observado o disposto no §1° deste âmbito nacional, para agregar os participantes
artigo: do regime de previdência complementar de
I – os titulares de cargos efetivos de todos os Estados e Municípios, bem como da adminis-
Poderes Estaduais, do Ministério Público Esta- tração do regime de previdência complemen-
dual, dos Tribunais de Contas do Estado e dos tar do Estado do Ceará.
Municípios, dos órgãos e entidades da Admi- Art. 33. Cabe ao Órgão ou à Entidade respon-
nistração Pública Estadual direta, autárquica e sável pela administração do regime próprio de
fundacional; previdência estadual, integrante da estrutura
II – os Magistrados, os membros do Ministé- administrativa do Governo do Estado do Cea-
rio Público e os Conselheiros dos Tribunais de rá, prover os meios necessários para articular
Contas do Estado e dos Municípios. as gestões e providências pertinentes à imple-
§ 3º Os valores a serem repassados à entidade mentação e ao funcionamento do regime de
gestora do regime de previdência complemen- previdência complementar de que trata esta
tar a título de contribuição do patrocinador Lei Complementar.
deverão ser pagos com recursos do orçamento Art. 34. Esta Lei Complementar entra em vigor
de cada um dos órgãos, entidades ou Poderes na data de 1º de janeiro de 2014.
indicados no § 2º deste artigo.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 123


PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO ras do SUPSEC, decorrentes do pagamento de
DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 16 de benefícios previdenciários.
setembro de 2013. Art. 4º São contribuintes obrigatórios do Sistema
Cid Ferreira Gomes - GOVERNADOR DO Único de Previdência Social do Estado do Ceará
– SUPSEC:
ESTADO DO CEARÁ
I - os servidores públicos civis, ativos e inativos
Antônio Eduardo Diogo de Siqueira Filho - de todos os Poderes, do Ministério Público, dos
SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios,
D.O. 19.09.2013 dos órgãos e entidades da administração pública
estadual, direta, autárquica e fundacional, exce-
to os exclusivamente ocupantes de cargo de pro-
vimento em comissão;
LEI COMPLEMENTAR Nº 159, DE 14 DE II - os militares ativos, da reserva remunerada e
JANEIRO DE 2016 da reforma;
III – os servidores detentores de funções consi-
Altera as Leis Complementares nº derados estáveis no serviço público, segundo o
12, de 23 de junho de 1999, nº 21, de art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais
29 de junho de 2000, nº 38, de 31 de Transitórias da Constituição Federal, e os admi-
dezembro de 2003, e nºs 92 e 93, de 25 tidos até 5 de outubro de 1988, que não tenham
de janeiro de 2011, e a lei nº 9.826, de cumprido, naquela data, o tempo previsto para
14 de maio de 1974. aquisição da estabilidade no serviço público,
desde que sujeitos ao regime jurídico estatutá-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço rio;
saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu
sanciono a seguinte Lei: IV - os Magistrados, os membros do Ministério
Art. 1º A Lei Complementar nº 12, de 23 de ju- Público e os Conselheiros dos Tribunais de
nho de 1999, passa a vigorar com as seguintes Contas do Estado e dos Municípios;
alterações: V - os pensionistas do Estado, inclusive dos con-
tribuintes indicados nos incisos anteriores, bem
“CAPÍTULO I
DA INSTITUIÇÃO E FINANCIAMENTO DO como os atuais beneficiários dos montepios civis
SISTEMA e da pensão policial militar extintos nesta Lei
Complementar.
Art. 1º Ficam instituídos o Sistema Único
de Previdência Social do Estado do Ceará – Parágrafo único. Permanecem inscritos no
SUPSEC, e a respectiva contribuição previden- SUPSEC, excepcionalmente, os serventuários
ciária para o custeio do sistema, destinado a pro- da Justiça não remunerados pelos cofres públi-
ver os benefícios previdenciários dos segurados, cos que se aposentaram ou que implementaram
seus dependentes e pensionistas, observadas os requisitos para a aposentadoria antes da vi-
as normas gerais de contabilidade e atuária e gência da Emenda Constitucional nº 20, de 15
critérios que preservem o equilíbrio financeiro de dezembro de 1998, deles sendo gerada pen-
e atuarial, conforme art. 330 da Constituição são a dependentes, independente da data do
Estadual. óbito.
Art. 2º A previdência social mantida pelo Art. 5º A contribuição previdenciária dos con-
Sistema Único de Previdência Social do Estado tribuintes do Sistema Único de Previdência
do Ceará – SUPSEC, será financiada com recur- Social do Estado do Ceará – SUPSEC, será cal-
sos provenientes do orçamento do Estado e das culada sobre a remuneração, proventos e pen-
contribuições previdenciárias dos segurados, são, observando o disposto no §18, do art.40 da
compreendendo o pessoal civil, ativo, inativo e Constituição Federal e neste artigo.
seus pensionistas, o militar do serviço ativo, da *§ 1º A contribuição social do servidor públi-
reserva remunerada e reformado e seus pensio- co estadual ativo, de quaisquer dos Poderes do
nistas, e os beneficiários dos montepios civis e Estado, incluídas suas autarquias e fundações,
pensão policial militar extintos de acordo com o bem como dos militares, dos agentes públicos e
art. 12 desta Lei Complementar. dos membros de Poder, será de 11% (onze por
cento) para a manutenção do SUPSEC, inciden-
CAPÍTULO II te sobre a totalidade da base de contribuição de-
DAS CONTRIBUIÇÕES E CONTRIBUINTES DO finida em lei.
SISTEMA
*A Lei Complementar nº 167, de 27 de dezembro de
Art. 3º A contribuição do Estado, de suas au- 2016 - D.O. de 28.12.2016. Da Nova redação a este
tarquias e fundações para o custeio do Sistema parágrafo, na Lei Complementar nº 12.
Único de Previdência Social do Estado do Ceará *§ 2º A contribuição social dos aposentados e
– SUPSEC, será o dobro da contribuição do ser- militares da reserva remunerada e reforma, bem
vidor ativo, devendo o produto de sua arrecada- como dos respectivos pensionistas de quais-
ção ser contabilizado em conta do Sistema. quer dos Poderes do Estado, incluídas suas au-
Parágrafo único. O Estado é responsável pela tarquias e fundações, para a manutenção do
cobertura de eventuais insuficiências financei- SUPSEC, será de 11% (onze por cento) inciden-

124 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


te sobre a parcela que ultrapassar o limite máxi- ja percebendo pensão alimentícia devidamente
mo de contribuição e benefício do Regime Geral comprovada, observado o percentual fixado, que
de Previdência Social – RGPS. incidirá sobre a cota que couber ao cônjuge ou
*A Lei Complementar nº 167, de 27 de dezembro de companheiro no rateio da pensão com os depen-
2016 - D.O. de 28.12.2016. Da Nova redação a este dentes indicados nos incisos II e III deste artigo;
parágrafo, na Lei Complementar nº 12.
II – o filho que atenda a um dos seguintes re-
*§ 3º A alíquota especial de contribuição previ- quisitos:
denciária será de 22% (vinte e dois por cento)
sobre o valor total da base de cálculo da contri- a) tenha idade de até 21 (vinte e um) anos;
buição. b) seja inválido, observadas as condições esta-
*A Lei Complementar nº 167, de 27 de dezembro de belecidas nesta Lei;
2016 - D.O. de 28.12.2016. Da Nova redação a este
parágrafo, na Lei Complementar nº 12. *c) tenha deficiência grave, devidamente ates-
§ 4º A contribuição a que se refere este artigo, tada por laudo médico oficial, comprovada a de-
no caso de beneficiários portadores de doenças pendência econômica;
incapacitantes, incidirá unicamente sobre as *A Lei Complementar nº 167, de 27 de dezembro de
2016 - D.O. de 28.12.2016. Da Nova redação a este
parcelas dos proventos de aposentadoria e de parágrafo, na Lei Complementar nº 12.
pensão por morte que sejam superiores ao dobro
do limite máximo dos benefícios do regime ge- III – o tutelado nesta condição na data do óbito
ral da previdência, estabelecido pelo art. 201 da do segurado, provada a dependência econômi-
Constituição Federal. ca, hipótese em que passa a ser equiparado a
filho, para efeito de percepção da pensão;
§ 5º O direito a que se refere o § 4º fica condicio-
nado à edição de lei complementar federal, na IV – a mãe e o pai que comprovem dependência
forma do art. 40, § 21, da Constituição Federal. econômica do servidor, desde que inexistam, na
data do óbito, os dependentes previdenciários
Art. 5º-A. A contribuição previdenciária do referidos nos incisos I, II e III deste parágrafo.
SUPSEC, decorrente de valores pagos em cum-
primento de decisão judicial, ainda que deriva- § 2º A dependência econômica é requisito para
da de homologação de acordo, será retida na o reconhecimento do direito dos dependentes
fonte, antes do pagamento ao beneficiário ou indicados no § 1º, deste artigo, ao benefício de
seu representante legal, pelo órgão do Poder pensão, sendo presumida, de forma absoluta,
Judiciário responsável pelo pagamento, me- em relação ao cônjuge supérstite, companheiro,
diante a aplicação da alíquota prevista nesta Lei companheira e ao filho de até 21 (vinte e um)
sobre o valor pago, devendo ser recolhida à con- anos de idade, ressalvado o disposto nesta Lei
ta do SUPSEC. Complementar.
Art. 5º-B. A não retenção das contribuições pelo § 3º Para os fins do disposto nesta Lei, a depen-
órgão pagador, inclusive nas hipóteses previstas dência econômica poderá ser demonstrada na
no art. 5º-A, sujeitará o responsável às sanções via administrativa:
penais e administrativas, cabendo a esse órgão I - pela comprovação da percepção de pensão
apurar os valores não retidos e proceder ao des- alimentícia, nas hipóteses de cônjuge separa-
conto na folha de pagamento dos segurados civis do, inclusive de fato, ou divorciado, cabendo à
e militares, ativos e inativos, e dos pensionistas, Administração, a seu critério, exigir a apresenta-
em rubrica e classificação contábil específica. ção de outros documentos comprobatórios;
CAPÍTULO III II - por prova documental consistente em decla-
DA COBERTURA PREVIDENCIÁRIA DO rações de Imposto de Renda, certidões, ou qual-
SISTEMA quer outro meio assemelhado que comprovem
SEÇÃO I a ausência de percepção de outro benefício ou
DOS BENEFICIÁRIOS renda suficiente para mantença própria, no mo-
mento da concessão, nas situações referentes a
Art. 6º O Sistema Único de Previdência Social filho inválido com mais de 21 (vinte e um) anos
do Estado do Ceará – SUPSEC, de que trata esta de idade e ao tutelado.
Lei Complementar, de caráter contributivo, pro-
porcionará cobertura exclusiva aos segurados, § 4º Para os efeitos desta Lei, cessa, a qualquer
contribuintes do Sistema, e seus respectivos tempo, a condição de dependente previdenciá-
dependentes, vedado o pagamento de benefí- rio:
cios mediante convênios entre o Estado e seus I - no caso de cônjuge supérstite, companheiro
Municípios. ou companheira, inclusive por relação homoa-
§ 1º Os dependentes previdenciários, de que fetiva, quando alcançados os prazos fixados nos
trata o caput deste artigo, são: incisos I e II do § 5º deste artigo ou quando con-
trair casamento ou união estável;
I - o cônjuge supérstite, o companheiro ou a
companheira que vivam em união estável como II – no caso de filho com idade superior a 21
entidade familiar, inclusive por relação homoa- (vinte e um) anos, inválido, quando provada a
fetiva, e o ex-cônjuge separado, inclusive de fato, percepção, após a verificação da causa enseja-
ou divorciado, desde que, nos 2 (dois) últimos dora da invalidez, de renda suficiente para sua
casos, na data do falecimento do segurado, este- manutenção;

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 125


III - no caso de cônjuge separado de fato há denciário ocorrer em razão da idade do benefi-
mais de 2 (dois) anos, quando não comprovada ciário ou do transcurso do tempo indicado no §
a percepção de verba alimentícia do segurado, 5º, casos em que a cessação do benefício poderá
mediante a apresentação de documentação idô- ocorrer imediatamente.
nea, a critério da Administração; § 7º A prova da união estável como entidade
IV – em se tratando de filho com idade superior familiar se faz mediante a apresentação da do-
a 21 (vinte e um) anos, inválido, quando cessa- cumentação admitida para tais fins pelo Regime
da a condição de invalidez, circunstância a ser Geral de Previdência Social, nos termos e condi-
apurada em perícia médica do órgão oficial do ções previstos na legislação específica, cabendo
Estado do Ceará, a cuja submissão periódica, à Procuradoria-Geral do Estado, a seu critério,
sob pena de suspensão do pagamento da pen- entendê-la insuficiente, mediante parecer fun-
são, está obrigado o beneficiário nessa condição, damentado, hipótese na qual a comprovação
no prazo de até 12 (doze) meses, para a primeira dependerá de decisão judicial transitada em jul-
reavaliação, a contar da concessão provisória ou gado em procedimento contencioso de reconhe-
definitiva do benefício, observado, para as rea- cimento da relação.
valiações seguintes, o intervalo de 6 (seis) me- § 8º A pensão previdenciária será paga por me-
ses; tade aos dependentes indicados no inciso I do §
V - em relação a quaisquer dependentes, com o 1º deste artigo, limitada a quota do ex-cônjuge
falecimento. ao percentual da pensão alimentícia percebida e
§ 5º Em relação aos dependentes de que trata o devidamente comprovada, desde que esse per-
inciso I do § 1º deste artigo, a pensão será devi- centual não seja superior à quota do cônjuge su-
da observando os critérios abaixo: pérstite, companheiro ou companheira, cabendo
aos elencados nos demais incisos, em quotas
I - pelo período de 4 (quatro) meses, se o óbi- iguais, a outra metade.
to ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18
(dezoito) contribuições mensais ou se o casa- § 9º Não havendo dependentes aptos à percep-
mento ou a união estável tiverem sido iniciados ção de uma das metades indicadas no § 8º deste
em menos de 2 (dois) anos antes da data do óbi- artigo, a totalidade da pensão será rateada entre
to do segurado; os demais, observadas as proporções estabeleci-
das neste artigo e vedado ao cônjuge separado,
II - pelos seguintes períodos, caso o segurado inclusive de fato, e ao divorciado perceber par-
tenha recolhido 18 (dezoito) contribuições men- cela superior ao percentual fixado na separação
sais, havendo o seu óbito ocorrido, pelo menos 2 ou no divórcio como pensão alimentícia a que
(dois) anos após o início do casamento ou união tenha direito.
estável:
§ 10. O tempo de contribuição a Regime Próprio
a) por 3 (três) anos, se o pensionista contar com de Previdência Social – RPPS, ou ao Regime
menos de 21 (vinte e um) anos completos de ida- Geral de Previdência Social – RGPS, será consi-
de; derado na contagem das 18 (dezoito) contribui-
b) por 6 (seis) anos, se o pensionista contar com ções mensais referidas nos incisos I e II do § 5º
idade entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) deste artigo.
anos completos; § 11. Havendo indícios de simulação ou fraude
c) por 10 (dez) anos, se o pensionista contar com na constituição do casamento ou da união es-
idade entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) tável, para fins de pensionamento, apurados a
anos completos; partir dos documentos iniciais apresentados no
processo de pensão, não será devida a conces-
d) por 15 (quinze) anos, se o pensionista contar são de benefício provisório ao interessado, cujo
com idade entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos reconhecimento do direito fica condicionado à
completos; comprovação, perante a Administração, e pelos
e) por 20 (vinte) anos, se o pensionista contar meios de prova admitidos, da efetiva relação
com idade entre 41 (quarenta e um) e 43 (qua- conjugal ou união estável anteriores ao óbito do
renta e três) anos completos; segurado.
III - será vitalícia a pensão se o pensionista con- § 12. Para os fins previstos no inciso II do § 5º
tar com 44 (quarenta e quatro) anos completos deste artigo, as idades serão automaticamen-
ou mais de idade na data do óbito do segurado te adequadas, mediante ato do Secretário do
ou na hipótese de falecimento estritamente rela- Planejamento e Gestão do Estado, às que vierem
cionado ao serviço. a ser fixadas no âmbito federal, pelo Ministério
§ 6º A perda ou a não comprovação da condi- do Planejamento, Orçamento e Gestão.
ção de dependente previdenciário, inclusive em SEÇÃO II
relação à dependência econômica, resulta na DO ROL E PAGAMENTO DE BENEFÍCIOS
negativa de concessão de benefício ou em sua PREVIDENCIÁRIOS
cessação, caso esteja em fruição, garantido o
contraditório administrativo antes da efetivação Art. 7º O Sistema Único de Previdência Social
financeira da decisão, ressalvados os casos em do Estado do Ceará – SUPSEC, assegurará, ex-
que a perda da condição de dependente previ- clusivamente, a partir da data em que se tornar

126 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


exigível a respectiva contribuição previdenciá- § 2° Cessa o pagamento da pensão previdenciá-
ria, os seguintes benefícios: ria por morte:
I - aposentadoria, reserva remunerada ou refor- I - em relação ao cônjuge supérstite, compa-
ma; nheira ou companheiro, inclusive por relação
II - pensão previdenciária por morte do segu- homoafetiva, e ao ex-cônjuge separado, inclusi-
rado; ve de fato, ou divorciado, beneficiário de pensão
alimentícia, na data em que contraírem novas
III - salário-família do segurado inativo. núpcias ou constituírem nova união estável;
Parágrafo único. Os benefícios de aposentado- II - em relação ao filho, na data em que atingir
ria, reserva remunerada, reforma e pensão pre- 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se inválido,
videnciária concedidos pelo SUPSEC não pode- hipótese em que deverá ser observado o seguin-
rão ter valor inferior ao salário-mínimo federal. te:
Art. 8º Os benefícios de aposentadoria do a) a invalidez seja total para qualquer trabalho e
SUPSEC, por ocasião de sua concessão, não anterior à maioridade do dependente previden-
poderão exceder a remuneração ou subsídio do ciário, mediante reconhecimento ou comprova-
respectivo segurado, no cargo efetivo ou equiva- ção pela perícia médica oficial do Estado; e
lente em que se der a aposentadoria ou que ser-
viu de referência para a concessão da pensão, b) a dependência econômica em relação ao se-
respeitado o teto remuneratório aplicável. gurado seja devidamente comprovada, nos ter-
mos desta Lei;
Parágrafo único. Os serventuários da Justiça
não remunerados pelos cofres públicos, inscritos III - em relação ao tutelado habilitado nos ter-
na previdência social estadual anteriormente ao mos do inciso III do § 1º do art. 6º desta Lei,
advento da Lei Federal nº 8.935, de 18 de no- nas mesmas condições do inciso II, § 2º, deste
vembro de 1994, e que implementaram as con- artigo;
dições para a aposentadoria até a vigência da IV - em relação a todos os beneficiários da pen-
Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezem- são, com o falecimento;
bro de 1998, terão os respectivos proventos fixa- V - em relação a qualquer dos beneficiários da
dos de acordo com a média das remunerações pensão, se verificado o disposto no § 4º do art.
que serviram de base de cálculo para as 96 (no- 6° desta Lei;
venta e seis) últimas contribuições efetivamente
recolhidas, sendo tais proventos e pensões rea- VI - em relação ao dependente condenado pela
justados na mesma época e índice dos reajustes prática de crime de que tenha dolosamente re-
gerais dos servidores do Estado. sultado a morte do segurado instituidor da pen-
são, após o trânsito em julgado da decisão con-
Art. 9º A pensão por morte será calculada com
denatória;
base na totalidade do subsídio, vencimentos ou
proventos do servidor, observado o disposto no VII - em relação ao cônjuge, ao companheiro ou
art. 40, § 7º, da Constituição Federal e respeita- à companheira, inclusive por relação homoafe-
do o teto remuneratório aplicável, sendo devida tiva, se comprovada, a qualquer tempo, simula-
a partir: ção ou fraude no casamento ou na união estável,
ou a formalização desses com o fim exclusivo de
I - da data do óbito, se requerido o benefício em
constituir benefício previdenciário, apuradas em
até 90 (noventa) dias do falecimento do segura-
processo no qual será assegurado o direito ao
do;
contraditório e à ampla defesa;
II - da data do requerimento, no caso de inclu- VIII - em relação a qualquer dos beneficiários
são post mortem, qualquer que seja a condição da pensão, por renúncia expressa.
do dependente;
§ 3º Serão aplicados, conforme o caso, os pra-
III - da data do requerimento, se requerido o zos previstos no inciso II do § 5º do art. 6º desta
benefício de pensão, por qualquer motivo, após Lei, se o óbito do segurado decorrer de acidente
90 (noventa) dias da data do falecimento do se- de qualquer natureza ou de doença profissional
gurado; ou do trabalho, independentemente do recolhi-
IV - do trânsito em julgado da sentença judicial, mento de 18 (dezoito) contribuições mensais ao
comprovado mediante apresentação de certi- SUPSEC ou da comprovação de 2 (dois) anos de
dão, no caso de morte presumida ou ausência casamento ou de união estável até a data do óbi-
do segurado. to do segurado instituidor da pensão.
§ 1° Considera-se inclusão post mortem aque- § 4º Ressalvado o direito de opção, é vedada
la não comprovável de imediato por ocasião do a percepção cumulada de pensão deixada por
óbito do segurado, em razão da necessidade mais de um cônjuge ou companheiro ou compa-
de demonstração de elementos adicionais, não nheira e, em qualquer caso, de mais de 2 (duas)
demonstráveis no momento do falecimento do pensões a cargo do SUPSEC.
segurado, como o reconhecimento judicial de
união estável, a investigação de paternidade ou CAPÍTULO IV
maternidade e outros atos assemelhados. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 10. Ao Sistema Único de Previdência Social
do Estado do Ceará – SUPSEC, aplicam-se,
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 127
além das disposições da Constituição Federal, denação, a execução, a supervisão e o controle
da legislação previdenciária estadual e nacio- das atividades do Sistema.” (NR)
nal, as disposições de caráter geral previstas nos Art. 2º Ficam acrescidos ao art. 62 da Lei nº
parágrafos deste artigo. 13.729, de 13 de janeiro de 2006, os §§ 8º, 9º e
§ 1º As contribuições ao Sistema Único de 10, bem como alterada a redação do inciso I do
Previdência Social do Estado do Ceará – § 1º do referido artigo, nos seguintes termos:
SUPSEC, recolhidas com atraso, sofrerão acrés- “Art. 62. ...
cimos de juros equivalentes à taxa referencial
...
do Sistema Especial de Liquidação e Custódia
- SELIC, sendo considerada no mês de venci- § 1º...
mento e no mês de pagamento a taxa referen- I – à gestante, por 120 (cento e vinte) dias, pror-
cial de 1% (um por cento), respeitando-se como rogáveis por mais 60 (sessenta) dias, nos termos
limite mínimo a meta de investimento aplicada dos §§ 8º e 9º;
ao SUPSEC.
...
§ 2º Para fins previdenciários, no que respei-
ta às aposentadorias que tenham por base de § 8º A prorrogação da licença de que trata o in-
cálculo a última remuneração do segurado, ciso I do § 1º deste artigo será assegurada à mi-
notadamente segundo as regras do art. 6º da litar estadual, mediante requerimento efetivado
Emenda Constitucional Federal nº 41/2003, as até o final do terceiro mês após o parto, e conce-
regras de transição dos arts. 2º e 3º da Emenda dida imediatamente após a fruição da licença-
Constitucional Federal nº 47/2005 e o disposto -maternidade de que trata o art. 7º, inciso XVIII
na Emenda Constitucional nº 70/2012, deverá da Constituição Federal.
ser observado que: § 9º Durante o período de prorrogação da licen-
I – o valor das gratificações ou adicionais por ti- ça-maternidade, a militar estadual terá direito à
tulação concedidos no âmbito funcional aos ser- sua remuneração, vedado o exercício de qual-
vidores estaduais, observado o tipo de titulação, quer atividade remunerada pela beneficiária,
somente poderá ser considerado no cálculo do não podendo também a criança ser mantida em
valor inicial dos proventos se decorrido o lapso creches ou organização similar, sob pena da per-
temporal de, no mínimo, 60 (sessenta) meses de da do direito do benefício e consequente apura-
efetiva contribuição ao SUPSEC sobre referido ção da responsabilidade funcional.
valor até a data do requerimento do benefício; § 10. Em caso de aborto não criminoso, compro-
II – o valor de quaisquer outras gratificações ou vado mediante atestado médico, a militar terá
adicionais concedidos no âmbito funcional, os direito à licença remunerada correspondente a
quais possam ser incorporados na aposentado- 2 (duas) semanas.” (NR)
ria, integrará o cálculo do valor inicial dos pro- Art. 3º O caput, o inciso II e os §§ 1º, 11 e 12
ventos e pensões na exata proporção do número do art. 3º da Lei Complementar nº 92, de 25
de meses de efetiva contribuição do segurado de janeiro de 2011, passam a vigorar com as
ao SUPSEC, incidente sobre a gratificação ou o seguintes alterações:
adicional, em relação ao mínimo necessário de “Art. 3º O processo de aposentadoria da
60 (sessenta) meses para incorporação integral, Administração Direta e Indireta terá a seguinte
vedado qualquer arredondamento. tramitação:
§ 3º O segurado do SUSPEC, quando cedido a …
órgão ou entidade de outro ente da federação,
com ou sem ônus para o cessionário, ou afastado II - a minuta do ato ou portaria de aposenta-
para o exercício de mandato eletivo, continuará doria, devidamente assinada pela autoridade
vinculado ao Sistema, permanecendo obrigató- competente e previamente analisada pelo setor
rio o recolhimento das contribuições previdenci- previdenciário da Secretaria do Planejamento e
árias em relação ao seu cargo efetivo, cabendo Gestão, será publicada em Diário Oficial, pas-
ao órgão cessionário a responsabilidade pelo sando o servidor a ser considerado como inati-
desconto, recolhimento e repasse das contri- vo, sob condição resolutiva, para todos os efei-
buições previdenciárias ao SUPSEC, conforme tos legais, inclusive quanto ao recebimento de
valores informados mensalmente pelo órgão ou proventos e ao pagamento de contribuições ao
entidade de origem do segurado. Sistema Único de Previdência Social do Estado
do Ceará - SUPSEC, a partir da publicação res-
§ 4º A edição dos atos regulamentares relativos pectiva;
à gestão do SUPSEC, ressalvada a competência
do Governador do Estado, caberá ao represen- ...
tante legal do Sistema, observado o disposto no § 1° O servidor afastar-se-á de suas atividades:
art. 11 desta Lei. I – em caso de invalidez ou alcance da idade-li-
Art. 11. O Sistema Único de Previdência Social mite para permanência no serviço público, na
do Estado do Ceará - SUPSEC, enquanto não data prevista no laudo médico oficial e na data
constituída pessoa jurídica para esse fim, será em que atingida a idade-limite, respectivamen-
gerido pela Secretaria do Planejamento e te;
Gestão, cabendo a esta o planejamento, a coor-

128 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


II - em caso de aposentadoria voluntária, no nal, a partir de seus assentamentos funcionais
primeiro dia seguinte à abertura do processo de atualizados em sistema específico, para, em se-
inativação, observados os seguintes passos: guida, emitir documento que comprove e ateste
a) previamente à abertura do processo de inati- o cumprimento dos tempos mínimos necessários
vação, caberá ao órgão ou entidade de origem, a para a inativação;
pedido do servidor, analisar, dentro do prazo es- b) de posse do documento indicado na alínea
tabelecido em ato do Secretário de Planejamento “a”, o militar deverá apresentar requerimento
e Gestão do Estado do Ceará, a sua situação de inativação, quando receberá do órgão ou en-
funcional, a partir de seus assentamentos fun- tidade de origem autorização formal para o afas-
cionais atualizados em sistema específico, emi- tamento das atividades.
tindo documento que comprove e ateste o cum- …
primento dos tempos mínimos necessários para
a inativação; § 11. Não será admitida a desistência do pro-
cesso de reserva após a sua abertura, ressalvada
b) de posse do documento indicado na alínea a hipótese de retorno ao serviço pelo militar, se
“a”, o servidor deverá apresentar requerimento comprovado, posteriormente, o não atendimen-
de aposentadoria, quando receberá do órgão ou to dos requisitos para a inativação, observado o
entidade de origem autorização formal para o disposto nos incisos IV e VI e §§ 4º e 5º deste
afastamento das atividades. artigo.
... § 12. Para os fins do disposto no inciso II do § 1º
§ 11. Não será admitida a desistência do proces- deste artigo, cumpridos os requisitos de tempos
so de aposentadoria voluntária após a sua aber- mínimos para a inativação, qualquer discussão
tura, ressalvada a hipótese de retorno ao serviço de natureza financeira quanto ao valor inicial
pelo servidor, se comprovado, posteriormente, o dos proventos não obsta o pedido de inativação,
não atendimento dos requisitos para a inativa- a abertura e a regular tramitação do processo.”
ção, observado o disposto nos incisos IV e VI e (NR)
§§ 4º e 5º deste artigo. Art. 5º Os arts. 5º, 8º e 9º da Lei Complementar
§ 12. Para os fins do disposto no inciso II do § 1º nº 21, de 29 de junho de 2000, passam a vigo-
deste artigo, cumpridos os requisitos de tempos rar com as seguintes alterações:
mínimos para a inativação, qualquer discussão “Art. 5º ...
de natureza financeira quanto ao valor inicial § 1º Os dependentes previdenciários, de que
dos proventos de aposentadoria não obsta o pe- trata o caput deste artigo, são:
dido de inativação, a abertura e a regular trami-
tação do processo.” (NR) I - o cônjuge supérstite, o companheiro ou a
Art. 4º O inciso II e os §§ 1º, 11 e 12 do art. 3º companheira que vivam em união estável como
da Lei Complementar nº 93, de 25 de janeiro entidade familiar, inclusive por relação homo-
de 2011, passam a vigorar com as seguintes al- afetiva, e o ex-cônjuge separado, inclusive de
terações: fato, ou divorciado, desde que, nos três últimos
casos, na data do falecimento do segurado, este-
“Art. 3º … ja percebendo pensão alimentícia devidamente
II - a minuta do ato de reserva ou reforma, devi- comprovada, observado o percentual fixado, que
damente assinada pela autoridade competente incidirá sobre a cota que couber ao cônjuge ou
e previamente analisada pelo setor previdenciá- companheiro no rateio da pensão com os depen-
rio da Secretaria do Planejamento e Gestão, será dentes indicados nos incisos II e III deste artigo;
publicada em Diário Oficial, passando o militar II – o filho que atenda a um dos seguintes re-
a ser considerado como inativo, sob condição quisitos:
resolutiva, para todos os efeitos legais, inclu-
sive quanto ao recebimento de proventos e ao a) tenha idade de até 21 (vinte e um) anos;
pagamento de contribuições ao Sistema Único b) seja inválido, observadas as condições esta-
de Previdência Social do Estado do Ceará - belecidas nesta Lei;
SUPSEC, a partir da publicação respectiva;
c) tenha deficiência grave, devidamente atesta-
... da por laudo médico oficial, comprovada a de-
§ 1° O militar afastar-se-á de suas atividades: pendência econômica;
I – em caso de invalidez, na data prevista no lau- III – o tutelado nesta condição na data do óbito
do médico oficial, e, nas hipóteses de inativação do segurado, provada a dependência econômi-
ex officio, imediatamente depois do seu marco ca, hipótese em que passa a ser equiparado a
inicial definido na legislação pertinente; filho, para efeito de percepção da pensão;
II - em caso de reserva remunerada a pedido, no IV – a mãe e o pai que comprovem dependência
primeiro dia seguinte à abertura do processo de econômica do servidor, desde que inexistam, na
inativação, observados os seguintes passos: data do óbito, os dependentes previdenciários
referidos nos incisos I, II e III deste parágrafo.
a) previamente à abertura do processo de inati-
vação, caberá ao órgão ou entidade de origem, a § 2º A dependência econômica é requisito para
pedido do militar, analisar a sua situação funcio- o reconhecimento do direito dos dependentes
indicados no §1º, deste artigo, ao benefício de
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 129
pensão, sendo presumida, de forma absoluta, entendê-la insuficiente, mediante parecer fun-
em relação ao cônjuge supérstite, companheiro, damentado, hipótese na qual a comprovação
companheira e ao filho de até 21 (vinte e um) dependerá de decisão judicial transitada em jul-
anos de idade, ressalvado o disposto nesta Lei gado em procedimento contencioso de reconhe-
Complementar. cimento da relação.
§ 3º Para os fins do disposto nesta Lei, a depen- § 7º A pensão previdenciária será paga por me-
dência econômica poderá ser demonstrada na tade, à totalidade dos dependentes indicados no
via administrativa: inciso I do § 1º deste artigo, cabendo aos elen-
I - pela comprovação da percepção de pensão cados nos incisos II e III, em quotas iguais, a
alimentícia, nas hipóteses de cônjuge separa- outra metade.
do, inclusive de fato, ou divorciado, cabendo à § 8º A pensão previdenciária será paga por me-
Administração, a seu critério, exigir a apresenta- tade aos dependentes indicados no inciso I do §
ção de outros documentos comprobatórios; 1º deste artigo, limitada a quota do ex-cônjuge
II - por prova documental consistente em decla- ao percentual da pensão alimentícia percebida e
rações de Imposto de Renda, certidões, ou qual- devidamente comprovada, desde que esse per-
quer outro meio assemelhado que comprovem centual não seja superior à quota do cônjuge su-
a ausência de percepção de outro benefício ou pérstite, companheiro ou companheira, cabendo
renda suficiente para mantença própria, no mo- aos elencados nos demais incisos, em quotas
mento da concessão, nas situações referentes a iguais, a outra metade.
filho inválido com mais de 21 (vinte e um) anos § 9º Não havendo dependentes aptos à percepção
de idade e ao tutelado. de uma das metades indicadas no § 7º deste artigo,
§ 4º Para os efeitos desta Lei, cessa, a qualquer a totalidade da pensão será rateada entre os de-
tempo, a condição de dependente previdenciá- mais, observadas as proporções estabelecidas nes-
rio: te artigo e vedado ao cônjuge separado, inclusive
de fato, e ao divorciado perceber parcela superior
I - no caso de cônjuge supérstite, companheiro ao percentual fixado na separação ou no divórcio
ou companheira, inclusive por relação homoa- como pensão alimentícia a que tenha direito.
fetiva, quando contrair casamento ou união es-
tável; …
II – no caso de filho com idade superior a 21 Art. 8º A pensão por morte será calculada com
(vinte e um) anos, inválido, quando provada a base na totalidade da remuneração ou proventos
percepção, após a verificação da causa enseja- do militar falecido, respeitado o teto remunera-
dora da invalidez, de renda suficiente para sua tório aplicável, sendo devida a partir:
manutenção; I - da data do óbito, se requerido o benefício em
III - no caso de cônjuge separado de fato há até 90 (noventa) dias do falecimento do segura-
mais de 2 (dois) anos, quando não comprovada do;
a percepção de verba alimentícia do segurado, II - da data do requerimento, no caso de inclu-
mediante a apresentação de documentação idô- são post mortem, qualquer que seja a condição
nea, a critério da Administração; do dependente;
IV – em se tratando de filho com idade superior a III - da data do requerimento, se requerido o
21 (vinte e um) anos, inválido, quando cessada a benefício de pensão, por qualquer motivo, após
condição de invalidez, circunstância a ser apura- 90 (noventa) dias da data do falecimento do se-
da em perícia médica do órgão oficial do Estado gurado;
do Ceará, a cuja submissão periódica, sob pena
IV - do trânsito em julgado da sentença judicial,
de suspensão do pagamento da pensão, está obri-
comprovado mediante apresentação de certi-
gado o beneficiário nessa condição, no prazo de
dão, no caso de morte presumida ou ausência
até 12 (doze) meses, para a primeira reavaliação,
do segurado.
a contar da concessão provisória ou definitiva do
benefício, observado, para as reavaliações se- § 1° Considera-se inclusão post mortem aque-
guintes, o intervalo de 6 (seis) meses; la não comprovável de imediato por ocasião do
óbito do segurado, em razão da necessidade
V - em relação a quaisquer dependentes, com o
de demonstração de elementos adicionais, não
falecimento.
demonstráveis no momento do falecimento do
§ 5º A perda ou a não comprovação da condi- segurado, como o reconhecimento judicial de
ção de dependente previdenciário, inclusive em união estável, a investigação de paternidade ou
relação à dependência econômica, resulta na maternidade e outros atos assemelhados.
negativa de concessão de beneficio ou em sua
§ 2° Cessa o pagamento da pensão previdenciá-
imediata cessação, caso já esteja em fruição.
ria por morte:
§ 6º A prova da união estável como entidade
I - em relação ao cônjuge supérstite, compa-
familiar se faz mediante a apresentação da do-
nheira ou companheiro, inclusive por relação
cumentação admitida para tais fins pelo Regime
homoafetiva, e ao ex-cônjuge separado, inclusi-
Geral de Previdência Social, nos termos e condi-
ve de fato, ou divorciado, beneficiário de pensão
ções previstos na legislação específica, cabendo
à Procuradoria-Geral do Estado, a seu critério,

130 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


alimentícia, na data em que contraírem novas § 2° - Durante o período de prorrogação da li-
núpcias ou constituírem nova união estável; cença-maternidade, a servidora estadual terá
II - em relação ao filho, na data em que atingir direito à sua remuneração integral.
21 (vinte e um) anos de idade, salvo se inválido, …
hipótese em que deverá ser observado o seguin- Art. 150. …
te:
I - ...
a) a invalidez seja total para qualquer trabalho e
anterior à maioridade do dependente previden- …
ciário, mediante reconhecimento ou comprova- b) salário-família do servidor aposentado;”
ção pela perícia médica oficial do Estado; e

b) a dependência econômica em relação ao se-
gurado seja devidamente comprovada, nos ter- Art. 159. O salário-família será pago ao servi-
mos desta Lei; dor, em quotas, na proporção do respectivo nú-
mero de filhos ou equiparados, aplicando-se
III - em relação ao tutelado habilitado nos ter- os mesmos parâmetros adotados pelo Instituto
mos do inciso III do §1º do art. 5º desta Lei, nas Nacional do Seguro Social, quanto à referida
mesmas condições de que trata o inciso II, §2º, prestação assistencial, conforme definido em lei.
deste artigo;

IV - em relação a todos os beneficiários da pen-
são, com o falecimento; Art. 165. ...
V - em relação a qualquer dos beneficiários da ...
pensão, se verificado o disposto no § 4º do art. III - no caso de se tratar de maior de 14 (quator-
5° desta Lei; ze) anos, se total e permanentemente inválido
VI - em relação ao dependente condenado pela para o trabalho, hipótese em que informará a
prática de crime de que tenha dolosamente re- causa e a espécie de invalidez;” (NR)
sultado a morte do segurado instituidor da pen- Art. 7º Aos arts. 97, 100 e 151 da Lei nº 9.826,
são, após o trânsito em julgado da decisão con- de 14 de maio de 1974, acrescentam-se os se-
denatória; guintes dispositivos:
VII - em relação ao cônjuge, ao companheiro ou “Art. 97. ...
à companheira, inclusive por relação homoafe- Parágrafo único. O pagamento dos vencimentos
tiva, se comprovada, a qualquer tempo, simula- do servidor licenciado para tratamento de saúde
ção ou fraude no casamento ou na união estável, é mantido por recursos do respectivo órgão de
ou a formalização desses com o fim exclusivo de origem.
constituir benefício previdenciário, apuradas em
processo no qual será assegurado o direito ao …
contraditório e à ampla defesa; Art. 100. …
VIII - em relação a qualquer dos beneficiários …
da pensão, por renúncia expressa. § 4º O pagamento dos vencimentos da servidora
§ 3º Ressalvado o direito de opção, é vedada em licença-maternidade, inclusive no período
a percepção cumulada de pensão deixada por de prorrogação, é mantido por recursos do res-
mais de um cônjuge ou companheiro ou compa- pectivo órgão de origem.
nheira e, em qualquer caso, de mais de 2 (duas) ...
pensões a cargo do SUPSEC.
Art. 151. …
Art. 9º O auxílio-reclusão será pago pelo órgão
de origem aos dependentes do militar nas mes- …
mas condições fixadas para os dependentes do VI - auxílio-reclusão.”
servidor público civil do Estado do Ceará.” (NR) Art. 8º À Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974,
Art. 6º O § 3º do art. 34, o § 2º do art. 100, a acrescenta-se o Capítulo VI, do Auxílio-Reclu-
alínea “b” do inciso I, do art. 150, o art. 159 e o são, nos termos do art. 173-A, com a seguinte
inciso III do art. 165 da Lei nº 9.826, de 14 de redação:
maio de 1974, passam a vigorar com as seguin-
tes alterações: “CAPÍTULO VI
DO AUXÍLIO-RECLUSÃO
“Art. 34. …
Art. 173-A O auxílio-reclusão é devido pelo ór-
... gão de origem aos dependentes do servidor de
§ 3º O funcionário afastado nos termos do pará- baixa renda recolhido à prisão e que, nessa con-
grafo anterior terá direito à percepção do bene- dição, não esteja recebendo remuneração decor-
fício do auxílio-reclusão, nos termos desta Lei. rente do seu cargo.
… § 1º Para fins de definição da baixa renda e
Art. 100. … da qualificação dos dependentes, aplicam-se
os mesmos parâmetros adotados pelo Instituto

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 131


Nacional do Seguro Social, quanto à referida bem como dos militares, dos agentes públicos e
prestação assistencial. dos membros de Poder, será de 12% (doze por
§ 2º O auxílio-reclusão corresponde ao valor da cento) em 2017, 13% (treze por cento) em 2018 e
remuneração do servidor, observado o limite da 14% (quatorze por cento) em 2019, para a manu-
baixa renda, sendo devido pelo período máximo tenção do SUPSEC, incidente sobre a totalidade
de 12 (doze) meses e, somente, durante o tem- da base de contribuição definida em lei.
po em que estiver recolhido à prisão sob regime §2º A contribuição social dos aposentados e mi-
fechado ou semiaberto, e enquanto for titular litares da reserva remunerada e reforma, bem
desse cargo. como dos respectivos pensionistas de quaisquer
§ 3º O pagamento do auxílio-reclusão deve dos Poderes do Estado, incluídas suas autarquias
estar fundamentado em certidão de efetivo re- e fundações, para a manutenção do SUPSEC,
colhimento à prisão, sendo obrigatória, para a será de 12% (doze por cento) em 2017, 13% (treze
manutenção do pagamento, a apresentação de por cento) em 2018 e 14% (quatorze por cento)
declaração de permanência na condição de pre- em 2019, incidente sobre a parcela que ultrapas-
sidiário.” (NR) sar o limite máximo de contribuição e benefício
do Regime Geral de Previdência Social – RGPS.
Art. 9º Esta Lei Complementar entra em vigor
na data da sua publicação. §3º A alíquota especial de contribuição previden-
Art. 10. Revogam-se os incisos III e V, do art. 6º ciária será de 24% (vinte e quatro por cento) em
da Lei Complementar n.º 21, de 29 de junho 2017, 26% (vinte e seis por cento) em 2018 e 28%
de 2009, e os seguintes dispositivos da Lei nº (vinte e oito por cento) em 2019, sobre o valor to-
9.826, de 14 de maio de 1974: tal da base de cálculo da contribuição.” (NR)
I - a alínea “d” do parágrafo único do art. 61, Art.2º A alínea “c” do inciso II do §1º do art.6º da
acrescentado pela Lei Complementar nº 92, de Lei Complementar nº12, de 23 de junho de 1999,
25 de janeiro de 2011; com redação dada pela Lei Complementar Estadual
II - o inciso III do art. 66, com redação dada nº159, de 14 de janeiro de 2016, passa a vigorar
pela Lei nº 13.578, de 21 de janeiro de 2005; com a seguinte redação:
III - o inciso XX do art. 68, as alíneas “c” e “d” “Art.6º...
do inciso I e a alínea “b” do inciso II do art. ...
150, os arts. 160 e 162 e o inciso IV do art. 165;
IV – o art. 3º da Lei Complementar nº 38, de 31 §1º...
de dezembro de 2003. ...
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO II -...
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 14 DE ...
JANEIRO DE 2016.
c) tenha deficiência grave, inclusive o autista,
Camilo Sobreira de Santana - GOVERNADOR DO devidamente atestada por laudo médico peri-
ESTADO DO CEARÁ cial, que o inabilite aos atos da vida cotidiana,
e desde que comprovada a dependência econô-
D.O. 18.01.2016 mica.” (NR)
Art.3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
cação.
LEI COMPLEMENTAR Nº 167, 27 DE
Art.4º Ficam revogadas as disposições em contrário.
DEZEMBRO DE 2016.
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO
Altera dispositivos do art.5º da Lei DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 27 de
Complementar nº 12, de 23 de junho
dezembro de 2016.
de 1999, com a redação conferida pela
Lei Complementar Estadual nº159, de Camilo Sobreira de Santana - GOVERNADOR DO
14 de janeiro de 2016. ESTADO DO CEARÁ
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço D.O. 28.12.2016
saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art.1º Os §§1º, 2º e 3º do art.5º da Lei Complementar
Estadual nº12, de 23 de junho de 1999, com reda-
ção dada pela Lei Complementar Estadual nº159,
de 14 de janeiro de 2016, passam a vigorar com a
seguinte redação:
“Art.5º...
§1º A contribuição social do servidor público
estadual ativo, de quaisquer dos Poderes do
Estado, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, incluídas as autarquias e fundações,

132 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


LEIS ORDINÁRIAS “Art. 69.........................................................
I - SIMPLESMENTE
ESTADUAIS a - .................................................................
b - .................................................................
LEI Nº 9.901, DE 26.5.1975 - D. O. - 3.6.1975 c - .................................................................
d - .................................................................
Dispõe sobre os critérios de aplicação
da proporcionalidade a ser observada e - O período de trabalho prestado a instituição
na concessão de gratificação por de caráter privado que tiver sido transformada
regime de tempo integral e dá outras em estabelecimento de serviço público”.
providências. Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
CEARÁ, em Fortaleza, aos 16 de junho de 1975.
Art. 1º - Na aplicação da proporcionalidade a ser
observada na concessão de gratificação por regime Adauto Bezerra
de tempo integral, segundo o disposto no § 1º, no Liberato Moacyr de Aguiar
item 1, do Art. 138, da Lei nº 9.826, de 14 de maio de
1974 os fatores de variação, ali enumerados, condi-
cionarão o cálculo do valor monetário da vantagem,
atendidos os critérios e percentuais seguintes:
LEI Nº 10.135, DE 21.11.1977
I - na ocorrência de apenas um fator, 60%;
- D. O. 23.11.1977
II - na ocorrência de dois fatores, 70%; 3
Inclui, no art. 155 da Lei nº 9.826,
III - na ocorrência de três fatores, 80%; de 14 de maio de 1974 - Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado
IV - na ocorrência de quatro fatores, 90%; - os parágrafos que indica.
V - na ocorrência de cinco fatores, 95%;
VI - na ocorrência de seis fatores, 100%. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
Parágrafo único - A identificação dos fatores de va- tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
riação, para fins do disposto neste artigo, será pro-
Art. 1º - Ao art. 155 da Lei nº 9.826, de 14 de maio
cedida na forma do regulamento, devendo o Poder
de 1974 - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
Executivo providenciar, de imediato, a revisão da
do Estado, incluem-se os seguintes parágrafos:
regulamentação baixada com fundamento no Art.
185 da Lei nº 9.226, de 27 de novembro de 1968, § 1º - O funcionário que contar 35 (trinta e cin-
bem como dos correspondentes atos concessivos da co) anos de serviço, se do sexo masculino, ou
gratificação por regime de tempo integral, objeti- 30 (trinta) anos, se do sexo feminino, aposen-
vando adequar uma e outras ao disposto nesta Lei e tar-se-á com as vantagens da comissão em cujo
na de nº 9.826, 14 de maio de 1974. exercício se encontrar, desde que haja ocupado,
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua durante cinco anos ininterruptos, ou dez inter-
publicação, revogadas as disposições em contrário. calados, cargos de provimento em comissão ou
função gratificada, no Sistema Administrativo
Civil do Estado.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
§ 2º - Estender-se-ão as vantagens desta
CEARÁ, em Fortaleza aos 26 de maio de 1975.
Lei aos beneficiários do art. 168 da Emenda
Adauto Bezerra; Liberato Moacyr de Aguiar Constitucional nº 1, de l3 de maio de 1967.
§ 3º - Somente para integralização do tempo
exigido nos parágrafos anteriores, computar-se-
LEI Nº 9.911, DE 16.6.1975 - D. O. 20.6.1975 -á o período em que o funcionário haja exercido
cargo de Secretário de Estado, ou a nível deste,
Dá nova redação ao inciso “e” do e de Assessor Técnico do Poder Executivo.
item I do art. 69, da Lei nº 9.826,
de 14 de maio de 1974 (Estatuto Art. 2º - Esta lei entrará em vigor na data de sua
dos Funcionários Públicos Civis do publicação, revogadas as disposições em contrário.
Estado).
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço CEARÁ, em Fortaleza aos 21 de novembro de 1977.
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- Adauto Bezerra
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Manoel Ferreira Filho
Art. 1º - O inciso “e” do item I, do art. 69, da Lei nº
9.826, de 14 de maio de 1974, passa a ter a seguinte
redação: 3 Ver: Art. 2º, inciso VI, da Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D.O. de 18.6.1999
- revoga o Art. 155 e seus parágrafos da Lei nº 9.826, de 14.5.1984.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 133


Art 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.
LEI Nº 10.226, DE 12.12.1978
- D. O. 21.12.1978 PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
CEARÁ, em Fortaleza, aos 24 de maio de 1979.
Altera o dispositivo da Lei nº 9.826,
de 14 de maio de 1974. Manoel Castro Filho
Liberato Moacyr de Aguiar
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: LEI Nº 10.276, DE 3.7.1979 - D. O. 3.7.1979
Art. 1º - O art. 72 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de
1974, passa a vigorar com a seguinte redação: Regulamenta a remoção de
“Art. 72 - Observadas as disposições do art. an- funcionários estaduais.
terior, para todos os efeitos, o funcionário em re-
gime de acumulação de cargos poderá transferir, O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
total ou parcialmente, tempo de serviço de um saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
para outro cargo.” tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Art. 2º - Esta lei entrará em vigor na data de sua Art. 1º - Desde que atendidos o interesse pú-
publicação, revogadas as disposições em contrário. blico e a conveniência administrativa, poderá o
Chefe do Poder Executivo, ex-officio ou a pedi-
do, providenciar a remoção de funcionários no
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO Sistema Administrativo, nos termos do Art. 37 da
CEARÁ, em Fortaleza, aos 12 de dezembro de 1978. Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974 (Estatuto dos
Waldemar Alcântara; Clausens Roberto Cavalcante Funcionários Públicos Civis do Estado).
Vieira Parágrafo único - A medida prevista neste artigo
será sempre precedida de formalização de expe-
diente em que fique evidenciada a anuência ex-
LEI Nº 10.266, DE 24.5.1979 - D. O. 11.6.1979 pressa dos dirigentes dos órgãos interessados, bem
como a existência de vaga correspondente.
Dá nova redação aos parágrafos 1º e
Art. 2º - São convalidados todos os atos através
2º do Art. 155 da Lei nº 9.826, de 14 de
dos quais já foram providenciadas remoções de
maio de 1974, que estabelece normas
funcionários e alterações nos diversos Quadros do
para a aposentadoria.
Sistema Administrativo do Estado, com base no
mencionado Art. 37 da Lei nº 9.826/74.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: publicação, revogadas as disposições em contrário.
Art. 1º - Os parágrafos 1º e 2º do Art. 155 da Lei
nº 9.826, de 14 de maio de 1974, (Estatuto dos PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
Funcionários Públicos Civis do Estado) passam a CEARÁ, em Fortaleza, aos 03 de julho de 1979.
vigorar com as seguintes redações: Virgílio Távora
“Art. 155 ............................ Liberato Moacyr de Aguiar
§ 1º - O funcionário que contar 35 (trinta e cin-
co) anos de serviço, se do sexo masculino, ou 30
(trinta) anos se do sexo feminino, aposentar-se-á
com as vantagens da comissão em cujo exercí- LEI Nº 10.291, DE 10.7.1979 - D. O. 18.7.1979
cio se encontrar há mais de um ano, desde que
haja ocupado durante cinco anos ininterruptos,
4
Inclui no Art. 155, da Lei nº 9.826,
ou dez intercalados, cargo de provimento em co- de 14 de maio de 1974 - Estatuto dos
missão ou função gratificada, inclusive os men- Funcionários Públicos Civis do Estado
cionados nos artigos 85 e seu parágrafo único e - o parágrafo que indica.
88, §1.º, da Constituição Estadual.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
§ 2º - Atendidos os requisitos estabelecidos pelo saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
parágrafo anterior, estender-se-ão as vantagens tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
nele constantes aos beneficiários do Art. 213 da
CARTA MAGNA ESTADUAL, bem como ao fun- Art. 1º - O Art. 155 da Lei nº 9.826, de 14 de maio
cionário atingido pela compulsória, aos 70 anos de 1974, fica acrescido de mais um parágrafo, clas-
de idade, ou que se invalidar por acidente em sificado como 4º, com a seguinte redação:
serviço, por moléstia profissional ou doença gra- “§ 4º - O funcionário que contar 35 (trinta e cin-
ve, contagiosa ou incurável especificada no art. co) anos de serviço, se do sexo masculino, ou 30
89 desta lei”. (trinta) anos se do sexo feminino, ou 70 (seten-
4 Ver: Art. 2º, inciso VI, da Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D.O. de 18.6.1999
- revoga o Art. 155 e seus parágrafos da Lei nº 9.826, de 14.5.1984.

134 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


ta) anos de idade, ao se aposentar, terá incluído, 5
Art. 1º - O Parágrafo 1º do Art. 155 da Lei nº 9.826,
em seus proventos, valor idêntico ao da gratifi- de 14 de maio de 1974 - Estatuto dos Funcionários
cação pelo regime de tempo integral ou de re- Público Civis do Estado - passa a vigorar com a se-
presentação de gabinete que venha percebendo guinte redação:
há mais de um ano, desde que tenha usufruído “§ 1º - O funcionário que contar 35 (trinta e cin-
esse benefício durante cinco (5) anos ininterrup- co) anos de serviço, se do sexo, masculino, ou 30
tos ou 10 (dez) intercalados”. (trinta) anos do sexo feminino, aposentar-se-á
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua com vantagens da comissão em cujo exercício
publicação, revogadas as disposições em contrário. se encontrar há mais de um ano, desde que haja
ocupado, durante 5 (cinco) anos, ininterruptos,
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO ou l0 (dez) anos intercalados, cargos de provi-
CEARÁ, em Fortaleza, aos 10 de julho de 1979. mento em comissão, função gratificada ou de di-
reção no sistema Administrativo Civil do Estado,
Manoel Castro Filho; Liberato Moacyr de Aguiar inclusive nas Empresas Públicas, Sociedade de
Economia Mista e Fundação instituídas pelo
Poder Público Estadual.
LEI Nº 10.312, DE 26.9.1979 - D. O. 27.9.1979 Art. 2º - Esta lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.
Altera os dispositivos legais que
indica e dá outras providências.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço CEARÁ, aos 30 de outubro de 1979.
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- Virgílio Távora
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Liberato Moacyr de Aguiar
Art. 1º - O Art. 45 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de
1974 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado), passa a ter a seguinte redação: LEI Nº 10.340, DE 22.11.1979
“Art. 45 - Será computado, para efeito de pro- - D. O. 3.12.1979
gressão horizontal, aposentadoria ou dispo-
nibilidade, o tempo de serviço prestado em Dá nova redação a dispositivos do
cargo, emprego ou função integrantes da vigente Estatuto dos Funcionários
Administração Direta ou Indireta, Federal, Públicos Civis do Estado.
Estadual ou Municipal e das Fundações institu-
ídas ou encampadas pelo poder público, mesmo O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
que submetido ao regime da legislação traba- saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
lhista”. tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Art. 2º - O § 5º do Art. 78 da Lei nº 9.826, de 14 Art. 1º - O Artigo 14 do vigente Estatuto dos
de maio de 1974, passa a vigorar com a seguinte Funcionários Públicos Civis do Estado (Lei nº
redação: 9.826, de 14 de maio de 1974) passa a ter a seguin-
“§ 5º - Os períodos de férias não gozadas serão te redação:
computados em dobro para fins de progressão 6
“Art. 14 - É fixada em cinqüenta (50) anos a
horizontal, aposentadoria e disponibilidade, in- idade máxima para inscrição em concurso pú-
cluindo-se, na norma ora estabelecida, períodos blico destinado a ingresso nas categorias funcio-
referentes a anos anteriores, quer já estejam nais instituídas de acordo com a Lei Estadual nº
averbados ou não”. 9.634, de 30 de outubro de 1972, ressalvadas as
Art. 3º - Esta lei entrará em vigor na data de sua exceções a seguir indicadas:
publicação, revogadas as disposições em contrário.
I - para a inscrição em concurso para o Grupo
de Tributação e Arrecadação a idade limite é de
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO trinta e cinco (35) anos;
CEARÁ, em Fortaleza, aos 26 de setembro de 1979.
II - e para inscrição em concurso destinado ao
Manoel Castro Filho; Liberato Moacyr de Aguiar ingresso nas categorias funcionais do Grupo
Segurança Pública, são fixados os seguintes li-
mites máximos de idade:
LEI Nº 10.331, DE 30.10.1979 a - de vinte e cinco (25) anos, quando se tratar
- D. O. 8.11.1979 de ingresso em categoria funcional que importe
em exigência de curso de nível médio; e
Altera os dispositivos legais que b - de trinta e cinco (35) anos, quando se tratar
indica e dá outras providências. de ingresso nas demais categorias;
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- 5 Ver: Art. 2º, inciso VI, da Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D.O. de 18.6.1999
- revoga o Art. 155 e seus parágrafos da Lei nº 9.826, de 14.5.1984.
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
6 A Constituição Federal de 1988, não prevê idade máxima para inscrição
em concurso.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 135


c - independerá dos limites previstos nas alíneas
anteriores a inscrição do candidato que já ocupe LEI Nº 10.361, DE 6.12.1979
cargo integrante do Grupo Segurança Pública. - D. O. 13.12.1979
§ 1º - Das inscrições para o concurso constarão,
obrigatoriamente: Dá nova redação aos dispositivos
que indica e estabelece outras
I - o limite de idade dos candidatos, que poderá providências.
variar de dezoito (18) anos completos até cin-
qüenta (50) anos incompletos, na forma estabe-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
lecida no caput deste artigo;
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
II - o grau de instrução exigível, mediante apre- tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
sentação do respectivo certificado; 7
Art. 1º - O parágrafo 3º do artigo 155 da Lei nº
III - a quantidade de vagas a serem preenchi- 9.826, de 14 de maio de 1974, passa a vigorar com
das, distribuídas por especialização da discipli- a seguinte redação:
na, quando referentes a cargo do Magistério e “Art. 155 - .......................................
de atividades de nível superior ou outros de de-
nominação genérica; § 3º - Somente para integralização do tempo
exigido nos parágrafos deste artigo computar-
IV - o prazo de validade do concurso, de dois -se-á o período em que o funcionário haja exer-
(2) anos, prorrogável a juízo da autoridade que cido cargo de Secretário de Estado, ou a nível
o abriu ou o iniciou; deste, função de Assessoramento Técnico do
VI - tipos e programa das provas; Poder Executivo, ou de membro de órgão de de-
Vll - exigências outras, de acordo com as especi- liberação coletiva, bem como o período em que
ficações do cargo. tenha respondido pelo expediente de cargo em
comissão.”
§ 2º - Independerá de idade a inscrição do
Art. 2º - O artigo 154 da Lei nº 9.826, de 14 de maio
candidato que seja servidor de Órgãos da
de 1974, fica acrescido de um parágrafo com a se-
Administração Estadual Direta ou Indireta.
guinte redação:
§ 3º - Na hipótese do parágrafo anterior, a ha-
“Art. 154 - ....................................
bilitação no concurso somente produzirá efeito
se, no momento da posse ou exercício no novo § 2º - O funcionário aposentado em decorrência
cargo ou emprego, o candidato ainda possuir a de invalidez por acidente em serviço, por molés-
qualidade de servidor ativo, vedada a aposen- tia profissional, ou por doença grave contagiosa
tadoria concomitante, para elidir a acumulação ou incurável, especificada em Lei, é considerado
do cargo.” como em efetivo exercício assegurando-se-lhe
Art. 2º - O artigo 72 do mesmo Estatuto terá a se- todos os direitos e vantagens atribuídos ao ocu-
guinte redação: pante de cargo de igual denominação, em ati-
vidade”.
“Art. 72 - Em hipótese de acumulação legal de car-
gos, é vedada a transposição do tempo de serviço Art. 3º - O artigo 157 da mencionada Lei nº 9.826,
de um cargo para outro. de 14 de maio de 1974, fica acrescido de um pará-
grafo com a seguinte redação:
§ 1º - Para os efeitos deste artigo o tempo de serviço
público estadual ou estranho ao Estado, depois de “Art. 157 - ...................................
averbado ou anotado em um cargo, é considerado § 2º - O provento decorrente de aposentado-
vinculado a este cargo, enquanto o funcionário nele ria concedida por implementação de tempo de
permanecer. serviço não poderá ser inferior à remuneração
§ 2º - Somente após a aposentadoria em um dos auferida por servidor titular de cargo de igual
cargos acumulados, poderá o servidor transpor o denominação e categoria.
excedente tempo de serviço público para o outro Art. 4º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
cargo.” publicação, revogadas as disposições em contrário.
Art. 3º - O Governo do Estado, oportunamente,
publicará, em texto único, a Consolidação das Leis PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
que modificaram o vigente estatuto. CEARÁ, em Fortaleza, aos 6 de dezembro de 1979.
Art. 4º - A presente lei entrará em vigor na data de Virgílio Távora
sua publicação, revogadas as disposições em con-
trário. Liberato Moacyr de Aguiar

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO


CEARÁ, em Fortaleza, aos 22 de novembro de 1979.
Virgílio Távora
Liberato Moacyr de Aguiar

7 Ver: Art. 2º, inciso VI, da Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D.O. de 18.6.1999
- revoga o Art. 155 e seus parágrafos da Lei nº 9.826, de 14.5.1984.

136 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Art. 8º - Os vencimentos dos cargos despadroniza-
LEI Nº 10.416, DE 8.9.1980 - D. O. 8.9.1980 dos do Quadro I - Poder Executivo são os constan-
tes do ANEXO IV.
Atribui novos valores aos subsídios,
Art. 9º - Os salários do Pessoal Contratado - Parte
representações, vencimentos e
Especial (PE-II), do Quadro I, Poder Executivo, são
salários do pessoal do Quadro I - Poder
fixados sempre em valores correspondentes aos
Executivo e dá outras providências.
vencimentos de cargos idênticos constantes nos
ANEXOS II, IV e X.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- § 1º - Os salários que não têm correspondência com
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: os vencimentos indicados no ANEXO II são majo-
Art. 1º - Os subsídios e a representação dos rados de acordo com o ANEXO V.
Secretários de Estado, Chefe da Casa Militar e do § 2º - Não haverá contratação para funções com
Serviço Estadual de Informações, Comandante nomenclatura diferente das existentes à data desta
Geral da Polícia Militar, Procuradores Gerais da Lei, observado, assim, o estabelecido, neste artigo.
Justiça e do Estado e Coordenador da Assessoria Art. 10 - É fixado em Cr$ 4.500,00 (quatro mil e
Especial passam a ter os valores mensais a seguir quinhentos cruzeiros) o salário mensal do pessoal
discriminados: de obras.
Subsídio Cr$ Representação Cr$ Total Cr$ Art. 11 - O valor mensal do Soldo do Pessoal da
13.500,00 60.000,00 73.500,00 Polícia Militar do Ceará é o constante do ANEXO
Art. 2º - O vencimento e a representação dos VI.
Assessores Especiais, Chefe da Assistência do § 1º - É atribuída ao pessoal da Polícia Militar do
Governador, Superintendente da SUPREH e Ceará, em atividade, a gratificação de risco de vida
Assistentes passam a ter os seguintes valores men- e saúde de 40% (quarenta por cento) sobre o valor
sais. do soldo.
Discriminação Vencimento Representação Total Cr$ § 2º - O adicional de inatividade do Pessoal da
Cr$ Cr$ Polícia Militar do Ceará será calculado sobre o res-
Assessores 11.150,00 55.000,00 66.150,00 pectivo provento e em função do tempo de serviço
Especiais e Chefe nas seguintes condições:
da Assistência ao
Governador I - 40 % (quarenta por cento), quando o tempo de
Superintendente da 9.535,00 50.000,00 59.535,00
serviço for de 35 (trinta e cinco) anos;
SUPREH II - 35% (trinta e cinco por cento), quando o tempo
Assistente 7.000,00 38.000,00 45.000,00 de serviço for de 30 (trinta) anos.
Art. 3º - Os atuais cargos de Chefe de Gabinete da Art. 12 - Os cargos do Quadro Provisório - Pessoal
Vice-Governadoria, das Secretarias de Estado e da Civil da Polícia Militar - têm seus vencimentos fixa-
Assessoria Especial, de Símbolo CDA-1, são trans- dos no ANEXO VII.
formados em cargos de Símbolo CCG, com igual
Art. 13 - O Pessoal oriundo das extintas Guardas
denominação e com os seguintes valores mensais:
Civil de Fortaleza e Estadual do Trânsito e da ex-
-Polícia Rodoviária do DAER passará a perceber o
Vencimento Cr$ Representação Cr$ Total Cr$ vencimento fixado no ANEXO VIII.
9.535,00 50.000,00 59.535,00 Art. 14 - Estão inseridos no ANEXO IV os valores
dos vencimentos do pessoal da Procuradoria Geral
Art. 4º - Os valores de vencimento e da representa- do Estado.
ção dos demais cargos em comissão são os estabe- Art. 15 - O vencimento dos cargos de Auxiliar de
lecidos no ANEXO I. Serviços e Agente Administrativo tem valores men-
Art. 5º - Os ocupantes do cargo em comissão são sais estabelecidos no ANEXO X.
obrigados à carga horária de 40 (quarenta) horas Art. 16 - É fixado em Cr$ 150,00 (cento e cinqüenta
semanais de trabalho. cruzeiros) mensais o valor da cota do salário-famí-
Art. 6º - Os vencimentos mensais dos cargos clas- lia.
sificados nos níveis “A” a “Z”, Grupo Tributação, Art. 17 - Os salários mensais do pessoal contra-
Arrecadação e Fiscalização - TAF, Grupo Segurança tado pela Secretaria da Fazenda, sob o regime da
Pública - GSP, Grupo Atividades de Nível Superior Consolidação das Leis do Trabalho, são os discrimi-
- ANS - Parte Permanente (PP-1), Parte Especial II nados no ANEXO XI.
(PE II), Parte Suplementar (PS), do Quadro I - Poder
Executivo, são os estabelecidos no ANEXO II. Art. 18 - O vencimento mensal dos Professores do
Ensino do 2º Grau, que optaram pelo regime de tra-
Art. 7º - Os cargos de níveis NS-1 a NS-5 passam balho instituído pelo art. 4º da Lei nº 10.390, de 24
a constituir o Grupo Atividades de Nível Superior - de abril de 1980, é fixado em Cr$ 10.800,00 (dez mil
ANS, na forma estabelecida no ANEXO III. e oitocentos cruzeiros).
Parágrafo único - Todos os cargos e funções Art. 19 - O artigo 138 da Lei nº 9.826, de 14 de maio
de Médicos. integrantes do Quadro I - Poder de 1974 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
Executivo, são classificados no nível ANS-5, do re- do Estado) passa a vigorar com a redação seguinte:
ferido ANEXO III.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 137


“Art. 138 - A gratificação por regime de tempo Art. 25 - O Art. 239 da Lei nº 9.826, de 14 de maio
integral destina-se ao incremento das ativida- de 1974 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
des de investigação científica, ao tecnológi- do Estado), passa a vigorar com a seguinte redação:
co, e aumento de produtividade, no sistema “Art. 239 - Ressalvadas as exceções constantes
Administrativo Estadual”. de disposição expressa em lei, bem como os ca-
“§ 1º - A gratificação será arbitrada e atribuí- sos de acumulação lícita, o funcionário não po-
da pelo dirigente do Sistema Administrativo derá receber, mensalmente, importância total
Estadual em percentual nunca superior a 33% superior a noventa por cento da percebida pelos
(trinta e três por cento) do valor do nível de ven- Secretários de Estado.
cimento.” § 1º - Ficam excluídas do limite deste artigo:
“§ 2º - Até que sejam revogadas, continuam em I - gratificação de representação;
vigor e insuscetíveis de majorações em seus va-
lores, as gratificações pelo regime de tempo in- II - salário-família;
tegral, concedidas até 30 de junho de 1980.” III - progressão horizontal;
“§ 3º - A percepção de gratificação de tempo IV - diárias e ajuda de custo;
integral é incompatível com a gratificação de
representação e com a gratificação de represen- V - gratificação pela representação em órgão de de-
tação de gabinete, e cessará, automaticamen- liberação coletiva;
te, com o ato de disposição do funcionário para VI - gratificação de exercício; e
qualquer unidade administrativa.” VII - gratificação por prestação de serviço extraor-
Art. 20 - Cada unidade de Administração Direta dinário.”
submeterá, no prazo de 60 (sessenta) dias, a reexa- § 2º - O funcionário não perceberá, a qualquer tí-
me do Chefe do Poder Executivo, relação do pesso- tulo, importância mensal superior à recebida pelo
al em regime de tempo integral até a vigência desta Governador do Estado, não se computando, entre-
Lei. tanto, no cálculo, diárias, ajudas de custo, gratifica-
Art. 21 - Fica vedada a concessão de novas gratifi- ção por serviços ou estudo fora do Estado e a pro-
cações pela represen-tação de gabinete até que seja gressão horizontal.
baixado, por Decreto do Chefe do Poder Executivo, Art. 26 - No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar
o Regulamento previsto no art. 134, da Lei nº 9.826, da data da publicação desta Lei, o Chefe do Poder
de 14 de maio de 1974. Executivo encaminhará Mensagens à Assembléia
Art. 22 - São extintas a gratificação de 20% (vinte Legislativa dispondo sobre:
por cento) de nível universitário, a gratificação es-
pecial de 40% (quarenta por cento), as gratificações I - Instituição dos Quadros de Pessoal dos órgãos
de 40% (quarenta por cento) e 70% (setenta por cen- que não os possuam;
to), estas duas últimas instituídas pela Lei nº 7.486, II - Reestruturação do Pessoal das Unidades
de 1º de setembro de 1964, e a vantagem pesso- Administrativas, de tal modo que, na carreira de
al percebidas pelos servidores da Administração Atividades de Nível Superior - ANS e no Quadro
Direta do Estado, as quais estão incorporadas aos Provisório - Pessoal Civil da Polícia Militar - o piso
respectivos vencimentos. atual de vencimento seja equivalente ao estabeleci-
Art. 23 - Aos ocupantes dos cargos de Agrônomo, do nesta Lei, para o de nível final, ficando assegu-
Assessor Técnico de Agronomia, Técnico de rado aos atuais ocupantes de cargos e empregos de
Inseminação Artificial, Enfermeiro, Veterinário, Dentista, Farmacêutico, Farmacêutico-Bioquímico,
Engenheiro, Médico, Dentista, Farmacêutico- Químico, Enfermeiro, Veterinário, Assistente
Bioquímico e Assistente Social, será atribuída Social, Nutricionista, Fisioterapeuta, Fonaudiólogo
Gratificação de Localização de 30% (trinta por cen- e Economia Doméstica com nível superior, direito à
to) sobre o valor do vencimento básico, quando em percepção de abono a ser pago durante o exercício
efetivo exercício no interior do Estado. de 1981, correspondente ao total da diferença de
vencimento verificada nos meses de agosto a de-
Art. 24 - Salvo para o desempenho de cargos em zembro de 1980.
comissão e outros expressamente autorizados em
legislação especial, ficam vedadas disposições, Art. 27 - Os inativos civis e militares do Poder
cessão e designação de pessoal, com ônus para a Executivo têm seus proventos automaticamente re-
origem, a fim de ter exercício em outras repartições. ajustados, guardando-se para tanto, na fixação de
parcelas correspondentes ao vencimento ou soldo,
§ 1º - Exceto para o exercício de cargo em comis- idêntica proporcionalidade com as majorações esta-
são, os contratados sob o regime da Consolidação belecidas para os servidores de igual cargo ou posto.
das Leis do Trabalho não poderão ser postos à dis-
posição de outros órgãos sem a suspensão do vín- Parágrafo único - Os inativos que tiveram suas
culo contratual. aposentadorias decretadas com base em cargos já
extintos ou com inclusão de vantagens posterior-
§ 2º - Os servidores afastados de suas repartições e mente revogadas têm seus proventos majorados em
que não se enquadram nas exceções estabelecidas 40% (quarenta por cento).
neste artigo, deverão retornar à origem até 31 de
dezembro de 1980, sob pena de sua exclusão auto- Art. 28 - Integram esta Lei os Anexos de nºs I a XI.
mática em folha de pagamento. Art. 29 - As despesas decorrentes da execução des-
ta Lei correrão por conta dos respectivos orçamen-

138 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


tos, ficando o Chefe do Poder Executivo autorizado lhes forem atribuídos por Decreto do Chefe do
a suplementá-las em caso de insuficiência. Poder Executivo.”
Art. 30 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua Art. 5º - A Seção II do Capítulo III da Lei nº 10.472,
publicação, excetuados os seus efeitos financeiros de 15 de dezembro de 1980, fica classificada como
que vigoram a partir de 01 de agosto de 1980, revo- SEÇÃO III.
gadas as disposições em contrário. Art. 6º - Os capítulos V, VI e VII da mencionada Lei
nº 10.472/80 ficam classificados, respectivamente,
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO como CAPÍTULOS IV, V e VI.
CEARÁ, em Fortaleza, aos 8 de setembro de 1980. Art. 7º - O art. 48 da Lei nº 9. 826, de 14 de maio
Virgílio Távora; Assis Bezerra de 1974 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
do Estado), passa a vigorar com a redação seguinte:
“Art. 48 - A promoção é a elevação do funcioná-
LEI Nº 10.483, DE 28.4.1981 rio à classe imediatamente superior àquela em
- D. O. 30.4.1981 que se encontra dentro da mesma série de clas-
ses na categoria funcional a que pertencer.
Acrescenta dispositivo à Lei nº 10.450, § 1º - Anualmente, o número de vagas para pro-
de 21 de novembro de 1980, e dá moção corresponderá a 25% (vinte e cinco por
outras providências. cento) dos ocupantes dos cargos das classes de
cada carreira, observados os critérios de desem-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço penho e antigüidade e o interstício de 365 (tre-
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- zentos e sessenta e cinco) dias na classe.
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
§ 2º - Se o quociente for fracionário, e a fração
Art. 1º - São acrescentados ao artigo 1º da Lei nº superior a 0,5 (cinco décimos), será aberta mais
10.450, de 21 de novembro de 1980, os §§ 3º, 4º e uma vaga à promoção.
5º, que passam a vigorar com a redação seguinte:
§ 3º - A primeira promoção em cada uma das
“§ 3º - Até que se promova o enquadramento classes da carreira será feita pelo critério de de-
definitivo, pela aplicação dos critérios a que se sempenho”.
refere o § 1º deste artigo, os atuais funcionários
Art. 8º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
ficarão enquadrados, automaticamente, na clas-
publicação, revogadas as disposições em contrário.
se inicial da carreira em que se integrar por Lei
o seu cargo.
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
§ 4º - Se o funcionário já perceber vencimento ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 28 de abril
superior ao da classe inicial da carreira, será, de 1981.
automaticamente, enquadrado na classe e no
nível da Categoria Funcional de vencimento Manoel Castro Filho
imediatamente superior. Liberato Moacyr de Aguiar
§ 5º - O enquadramento definitivo por
Transposição, pela aplicação das Regras de
Enquadramento, e as Transformações vigorarão, LEI Nº 10.536, DE 2.6.1981 – D. O. 3.7.1981
respectivamente, a partir da data da publicação
de cada Decreto nominal.” Complementa as leis que indica e dá
outras providências.
Art. 2º - São criados no Quadro I - Poder Executivo
com lotação na Secretaria da Fazenda, 2 cargos de
.....
CDA-1 e 2 cargos de CDA-2 e um cargo de Secretário
de nível CDA-2 com lotação na Procuradoria Geral Art. 21 - O art. 24 da Lei nº 10.416 de 8 de setem-
do Estado. bro de 1980, passa a ter a seguinte redação, sem
alteração dos seus respectivos parágrafos:
Art. 3º - Ao servidor público é permitido integrar ór-
gãos de deliberação coletiva, vedado, porém, o re- .....
cebimento de jetton por mais de dois desses órgãos. “Art. 24 – Salvo para o desempenho de cargos em
Parágrafo único - O jetton a que se refere este ar- comissão e outros expressamente autorizados em
tigo constitui vantagem de natureza transitória, lei ou para o desempenho de atividades resultantes
não incorporável aos vencimentos ou salários, para de convênios, acordos ou ajustes celebrados com o
qualquer efeito legal. Estado, ficam vedadas disposições, cessão e desig-
nação de pessoal, com ônus para origem, para ter
Art. 4º - O art. 46 da Lei nº 10.456, de 28 de no- exercício em outras repartições.”
vembro de 1980, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 46 - O Presidente, os Vice-Presidentes, os
Conselheiros, os Procuradores do Estado, os
Assessores Tributários, os Auditores e Secretários
do Conselho e das Câmaras farão jus à percep-
ção de representação, gratificação ou jetton, que

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 139


“Art. 155 - ................................
LEI Nº 10.589, DE 23.11.1981
§ 1º - .....................................
- D. O. 24.11.1981
§ 2º - .....................................
Altera dispositivos da Lei nº 9.826, § 3º - Somente para integralização de tempo exi-
de 14 de maio de 1974. gido nos parágrafos deste artigo computar-se-á
o período em que o funcionário haja exercido
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço cargo de Secretário de Estado, ou a nível deste
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- em função de Assessoramento Técnico do Poder
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Executivo, ou de membro de órgão de delibera-
Art. 1º - O art. 72 da Lei nº 9.826, de 14 de maio ção coletiva bem como o período em que tenha
de 1974, revogados seus §§ 1º e 2º, passa a vigorar respondido pelo expediente de cargo em comis-
com a seguinte redação: são.
“Art. 72 - Observadas as disposições do artigo § 4º - .....................................
anterior, para todos os efeitos, o funcionário em § 5º - Para efeito de aposentadoria serão com-
regime de acumulação de cargos poderá trans- putados os períodos prestados aos Órgãos da
ferir, total ou parcialmente, tempo de serviço de Administração Estadual e remunerados por ver-
um para outro cargo, desde que o período não ba de Representação de Gabinete, desde que
seja simultâneo ou concomitante.” não sejam cumulativos.”
8
Art. 2º - O § 1º do art. 155 da Lei nº 9.826, de 14 de Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
maio de 1974, passa a ter a seguinte redação: publicação.
“§ 1º - O funcionário que contar 35 (trinta e
cinco) anos de serviço, se do sexo masculino, PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
ou 30 (trinta) anos, se do sexo feminino, apo- ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 11 de de-
sentar-se-á com as vantagens da Comissão em zembro de 1981.
cujo exercício se encontrar há mais de um ano, Virgílio Távora
desde que haja ocupado, durante 5 (cinco) anos Aécio de Borba
ininterruptos, ou 10 (dez) intercalados, cargos
de provimento em comissão, função gratificada
ou de direção no Sistema Administrativo Civil
do Estado, nas Autarquias, Empresas Públicas,
10
LEI Nº 10.643, DE 29.4.1982
Sociedades de Economia Mista, Fundações - D. O. 11.5.1982
instituídas pelo Poder Público Estadual, inclu-
sive os cargos mencionados nos artigos 85 e Dispõe sobre Aposentadoria dos
seu Parágrafo único e 88, § 1º da Constituição Funcionários Públicos Civis do Estado
Estadual”. e dá outras providências.
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO Art. 1º - O ato de aposentadoria do funcionário de-
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 23 de no- verá discriminar a Categoria Funcional, a Carreira,
vembro de 1981. a Classe e o Nível do Cargo, bem como as parcelas
Virgílio Távora que integram os proventos da aposentadoria, inclu-
Manoel Ferreira Filho sive gratificações de cargos em comissão e outros
que sejam incorporáveis por Lei.
Art. 2º - O cálculo dos proventos, inclusive das gra-
tificações incorporadas, deverá ser feito sempre em
LEI Nº 10.617, DE 11.12.1981 relação a cada parcela, nas bases percentuais fixa-
- D. O. 14.1.1982 das para cada uma.
Art. 3º - Respeitado o disposto no artigo anterior, o
Modifica a redação do § 3º do art. 155 pessoal inativo terá os seus proventos reajustados
da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974. na mesma ocasião e nos mesmos percentuais ou
valores equivalentes aos aumentos de vencimen-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço tos, adicionais e vantagens concedidas aos cargos
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- e funções dos funcionários em atividade, ainda que
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: esses cargos ou funções venham a mudar de deno-
minação, de nível de classificação ou de padrão de
9
Art. 1º - O § 3º do art. 155 da Lei nº 9.826, de vencimento.
14.05.74, com redação dada pela Lei nº 10.135, de
21.11.77, passa a vigorar com a seguinte redação:
- revoga o Art. 155 e seus parágrafos da Lei nº 9.826, de 14.5.1984.
8 Ver: Art. 2º, inciso VI, da Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D.O. de 18.6.1999 10 Ver alterações : Lei Complementar nº 92 de 25.11.2011 - D.O. de
- revoga o Art. 155 e seus parágrafos da Lei nº 9.826, de 14.5.1984. 27.11.2011, e Lei Complementar nº 159, de 14.01.2016 - D.O. de
9 Ver: Art. 2º, inciso VI, da Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D.O. de 18.6.1999 18.01.2016.

140 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica- redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.291, de 10 de
-se às pensões especiais que são dispensadas aos julho de 1979, ficam convalidados os atos concessi-
beneficiários de funcionários falecidos em conse- vos de gratificação pela representação de Gabinete,
qüência de acidente de trabalho ou doença profis- com os valores mensais neles estabelecidos até esta
sional conforme determina o artigo 151, da Lei nº data, os quais serão incorporados aos proventos da
9.826, de 14 de maio de 1974. aposentadoria.
Art. 4º - O disposto nesta Lei aplica-se aos proces-
sos de aposentadoria em curso que ainda não te-
nham sido apreciados em definitivo, para fins de LEI Nº 10.647, DE 13.5.1982
registro, pelo Tribunal de Contas do Estado, nos - D. O. 19.5.1982
termos do art. 52, § 7º, da Constituição Estadual.
Art. 5º - Para efeito de aposentadoria dos funcioná- Modifica o expediente diário a que
rios fazendários que venham a se aposentar, a par- se obrigam os servidores públicos
tir da vigência desta Lei, será computado o valor da estaduais.
Gratificação do Aumento de Produtividade de que
trata a Lei nº 10.294, de 17 de julho de 1979 e mo- O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
dificada pela Lei nº 10.402, de 4 de junho de 1980. saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
§ 1º - O valor a ser computado no cálculo dos pro- tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
ventos é o correspondente à média aritmética dos Art. 1º - O artigo 254, do Estatuto dos Funcionários
valores percebidos, a título daquela gratificação, Públicos Civis do Estado, passa a ter a seguinte re-
nos últimos 12 (doze) meses anteriores à data do dação:
requerimento da aposentadoria, não podendo, po- “Art. 254 - A carga horária de trabalho de trinta (30)
rém, em qualquer hipótese, ultrapassar o valor do horas semanais, a que estão obrigados os servido-
salário-base do cargo. res públicos do Sistema Administrativo Estadual,
§ 2º - Sobre a gratificação de que trata este artigo será prestada em período e tempo corrido das se-
não incidirá qualquer vantagem adicional ou com- gundas às sextas-feiras.
plementar. Parágrafo único - Os servidores que ocupam cargo
§ 3º - As disposições deste artigo aplicam-se aos de magistrado, procurador, assessor jurídico, pro-
funcionários fazendários cujos processos de apo- fessor, médico, engenheiro, agrônomo, servidores
sentadoria ainda não tenham sido apreciados em públicos estatutários e demais atividades asseme-
definitivo, pelo Tribunal de Contas do Estado, ob- lhadas, bem como os que exercem cargo em comis-
servando-se, quanto à forma de cálculo, o corres- são terão seus regimes de trabalho definidos em
pondente à média aritmética dos valores percebi- regulamento próprio.”
dos, a título desta gratificação, nos últimos doze Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
meses anteriores à vigência desta Lei. publicação, revogadas as disposições em contrário.
§ 4º - Para fins previstos neste artigo, não se aplica
o disposto no art. 1º da Lei nº 10.402, de 4 de junho PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
de 1980. ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 13 de maio
Art. 6º - VETADO. de 1982.
§ 1º - VETADO. Manoel Castro Filho
§ 2º - VETADO. Manoel Ferreira Filho
Art. 7º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário. 12
LEI Nº 10.670, DE 4.6.1982 - D. O. 8.6.1982
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO Dispõe sobre a vantagem que indica.
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 29 de abril
de 1982. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
Virgílio Távora saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Moacyr de Aguiar
Art. 1º - O funcionário que contar 10 (dez) anos
completos, consecutivos ou não, de exercício em
cargo em comissão ou função gratificada no âmbi-
LEI Nº 10.644, DE 29.4.1982 - D. O. 3.5.1982 to estadual, terá adicionada ao vencimento do seu
cargo de caráter efetivo, como vantagem pessoal, a
Atribui novos valores aos subsídios
importância, equivalente a 1/5 (um quinto):
representação e vencimento do
Pessoal do Quadro I - Poder Ezecutivo I - do valor da função gratificada;
e dá outras providências. II - do valor da Representação do cargo em comis-
são.
Art. 24 - Para os efeitos do disposto no § 4º do art.
11

155 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, com a 18.6.1999 - revoga o Art. 155 e seus parágrafos da Lei nº 9.826, de
14.5.1984.
11 Ver: Art. 2º, inciso VI, da Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D.O. de 12 Ver: Art. 1º da Lei 11.171, de 10.04.1986 - D.O. de 10.04.1986.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 141


§ 1º - O acréscimo a que se refere este artigo ocor-
rerá a partir do décimo ano, à razão de 1/5 (um
13
LEI Nº 10.739, DE 26.10.1982
quinto) por ano completo de exercício de cargo em - D. O. 11.11.1982
comissão ou função gratificada, até completar o
máximo de 14 (quatorze) anos. Altera dispositivos legais que indica e
§ 2º - A vantagem de que trata este artigo somente dá outras providências.
será paga a partir da data em que o funcionário re-
assumir o exercício do cargo efetivo. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
§ 3º - Quando mais de um cargo em comissão ou tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
função gratificada houver sido desempenhado,
considerar-se-á, para efeito de cálculo da importân- Art. 1º- Os parágrafos 1º, 2º, 3º e 4º do artigo 155,
cia a ser adicionada ao vencimento do cargo efeti- da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974 (Estatuto
vo, o valor do cargo ou função exercido por mais dos Funcionários Públicos Civis da Estado) passam
tempo, obedecidos os critérios fixados nos itens I e a vigorar com as seguintes redações:
II, deste artigo. “Art. 155 - ..................................
§ 4º - O funcionário no gozo desse benefício, se no- § 1º - O funcionário que contar tempo de serviço
meado para cargo ou função de confiança, deixará igual ou superior ao fixado para aposentadoria vo-
de percebê-lo enquanto durar a investidura, salvo luntária com proventos integrais aposentar-se-á
se optar pelo vencimento e vantagens do cargo efe- com as vantagens da comissão em cujo exercício
tivo. se encontrar, desde que haja ocupado, durante 5
Art. 2º - Na hipótese da percepção dos benefí- (cinco) anos ininterruptos, ou 10 (dez) intercala-
cios previstos no art. 102, item V, da Constituição dos, cargos de provimento em comissão ou de di-
Estadual, o funcionário não usufruirá a vantagem reção no Sistema Administrativo Civil do Estado,
pessoal instituída por esta Lei. nas Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de
Economia Mista, Fundações instituídas pelo Poder
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua Público Estadual, bem como os relacionados nos
publicação, revogadas as disposições em contrário. artigos 85 e seu parágrafo único e 88, parágrafo 1º,
da Constituição Estadual.
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO § 2º - Atendidos os requisitos estabelecidos pelo
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 4 de maio parágrafo anterior, estender-se-ão as vantagens
de 1982. nele constantes ao funcionário atingido pela com-
Manoel Castro Filho pulsória, aos 70 (setenta) anos de idade, ou que se
invalidar por acidente em serviço, por moléstia pro-
Aírton Castelo Branco Sales
fissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
especificada no artigo 89 desta Lei.
§ 3º - Somente para integralização do tempo exi-
LEI Nº 10.738, DE 26.10.1982 gido nos parágrafos deste artigo e do art. 22 da Lei
- D. O. 10.11.1982 nº 10. 644, de 20 de abril de 1982, computar-se-á o
período em que o funcionário haja exercido cargo
Estende os benefícios que indica. de Secretário de Estado, ou a nível deste, função
de Assessoramento Técnico do Poder Executivo, ou
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço de membro de órgão de deliberação coletiva, bem
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- como o período em que tenha exercido cargo em
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: comissão.
Art. 1º - São extensivas aos servidores contratados § 4º - O funcionário que contar tempo igual ou su-
da Administração Direta e Indireta, regidos pela perior ao fixado para aposentadoria voluntária com
Consolidação das Leis do Trabalho, contribuintes proventos integrais ou 70 (setenta) anos de idade,
do Instituto de Previdência do Estado do Ceará, ao se aposentar terá incluído em seus proventos va-
as disposições das Seções I, II, III, IV, V e VI do lor idêntico ao da gratificação pelo regime de tem-
Capítulo V, do Título IV, bem assim as dos Capítulos po integral ou da representação de gabinete que
I e II do Título V da Lei n° 9.826, de 14 de maio de venha percebendo desde que tenha usufruído esse
1974. beneficio durante 5 (cinco) anos ininterruptos ou
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua 10 (dez) intercalados’’.
publicação, revogadas as disposições em contrário.
Art. 2º - Ressalvados os direitos adquiridos, apli-
cam-se as disposições constantes dos parágrafos
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO do artigo 155 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 26 de ou- 1974, e artigo 24 da Lei nº 10.614, de 20 de abril de
tubro de 1982. 1982, aos funcionários com processo de aposenta-
doria em curso, mesmo que já afastados do exercí-
Manoel Castro Filho; Aírton Castelo Branco Sales
cio, cujos atos de inatividade ainda não hajam sido
apreciados pelo Tribunal de Contas do Estado.
13 Ver: Art. 2º, inciso VI, da Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D.O. de
18.6.1999 - revoga o Art. 155 e seus parágrafos da Lei nº 9.826, de
14.5.1984.

142 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Art. 3º- O disposto no artigo 5º da Lei nº 10.402, de PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
4 de junho de 1980, não se aplica ao titular do cargo ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 19 de ju-
de que trata o Decreto nº 15.449/82. lho de 1983.
Art. 4º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua Luiz de Gonzaga Fonseca Mota
publicação, revogadas as disposições em contrário. Antônio dos Santos Soares Cavalcante

PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO


ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 26 de ou- LEI Nº 10.879, DE 27.12.1983
tubro de l982. - D. O. 30.12.1983
Manoel Castro Filho; Aírton Castelo Branco Sales
Dá nova redação a dispositivo do
Estatuto dos Funcionários Públicos
LEI Nº 10.802, DE 13.6.1983 - D. O. 14.6.1983 Civis do Estado.

Dispõe sobre contagem de tempo de O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço


serviço e dá outras providências. saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço Art. 1º - O § 2.º do artigo 157 da Lei nº 9.826, de
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- 14 de maio de 1974 (Estatuto dos Funcionários
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Públicos Civis do Estado) passa a ter a seguinte re-
Art. 1º - Será computado, para efeito de progressão dação:
horizontal, o período correspondente ao afastamen- “Art. 157 - ....................................
to de servidor público estadual, decorrente de apo- § 2º - O provento decorrente de aposentadoria por
sentadoria por invalidez, desde que tenha retorna- implementação de tempo de serviço não poderá ser
do ao serviço mediante reversão, concedida através inferior à remuneração auferida por servidor titular
de processo regular. de cargo de igual categoria, ainda que os mencio-
Art. 2º - Fica convalidado, para todos os efeitos nados cargos tenham ou venham a mudar de deno-
legais, o disposto no Decreto nº 13.385, de 22 de minação, de nível de classificação ou de padrão de
agosto de 1979, bem ainda nos Decretos nºs 14.829 vencimento”.
e 14.830, ambos de 4 de novembro de 1981. Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
publicação, revogadas as disposições em contrário.
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 27 de de-
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 13 de ju- zembro de 1983.
nho de 1983. Ubiratan Diniz de Aguiar
Luiz de Gonzaga Fonseca Mota José Danilo Rubens Pereira
Antônio dos Santos Soares Cavalcante
14
LEI Nº 10.932, DE 3.10.1984
LEI Nº 10.815, DE 19.7.1983 - D. O. 20.7.1983 - D. O. 15.10.1984
Adiciona parágrafo ao artigo 110 da Altera os dispositivos que indica e dá
Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974. outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º - O art. 110 da Lei nº 9.826, de 14 de maio Art. 1º - O § 2º do art. 154 da Lei nº 9.826, de 14 de
de 1974, passa a vigorar com a adição de um pará- maio de 1974 (Estatuto dos Funcionários Públicos
grafo único, com a seguinte redação: Civis do Estado), passa a ter a seguinte redação:
“Art. 110 - ............... “Art. 154 - ..................
Parágrafo único - Os dirigentes do Sistema § 2º - O funcionário aposentado em decorrência
Administrativo Estadual poderão, ainda, autorizar da invalidez por acidente em serviço, por moléstia
o funcionário, ocupante de cargo efetivo ou em co- profissional, ou por doença grave contagiosa ou in-
missão, a integrar ou assessorar comissões, grupos curável, especificada em Lei, é considerado como
de trabalho ou programas, com ou sem afastamen- em efetivo exercício, assegurando-se-lhe todos os
to do exercício funcional e sem prejuízo dos venci- direitos e vantagens atribuídas aos ocupantes de
mentos.”
Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário. 14 Ver: Art. 2º, inciso VI, da Lei nº 12.913, de 17.6.1999 - D.O. de
18.6.1999 - revoga o Art. 155 e seus parágrafos da Lei nº 9.826, de
14.5.1984.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 143


cargo de igual categoria em atividade, ainda que Art. 3º - Fica assegurado aos funcionários que sa-
o mencionado cargo tenha ou venha a mudar a de- tisfaçam as condições exigidas na Lei nº 10.670, de
nominação de nível de classificação ou padrão de 4 de junho de 1982, o reajuste de vantagem pessoal
vencimento.” respectiva, nos mesmos valores estabelecidos por
Art. 2º - O § 2º do art. 155, da Lei nº 9.826, de 14 ocasião do aumento salarial dos servidores estadu-
de maio de 1974, passa a vigorar com a seguinte ais para os cargos em comissão ou funções gratifi-
redação: cadas tomados como referência para o cálculo des-
sa vantagem.
“Art. 155 - ...................................
Art. 4º - Esta lei entrará em vigor na data de sua
§ 2º - Atendidos requisitos estabelecidos pelos §§ 1º publicação, revogadas as disposições em contrário.
e 4º deste artigo, estender-se-ão as vantagens neles
constantes aos beneficiários do art. 213 da CARTA
MAGNA ESTADUAL, bem como ao funcionário PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
atingido pela compulsória, aos 70 anos de idade, ou ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 12 de de-
que se invalidar por acidente em serviço, por mo- zembro de 1984.
léstia profissional ou doença grave, contagiosa ou Luiz de Gonzaga Fonseca Mota
incurável especificada no art. 89 desta Lei.”
Antônio dos Santos Soares Cavalcante
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.
LEI Nº 10.985, DE 14.12.1984
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO - D. O. 18.12.1984
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 3 de ou-
tubro de 1984. Concede beneficio à Servidora Pública
Luiz de Gonzaga Fonseca Mota; Antônio dos Estadual, na forma que indica, e dá
Santos Soares Cavalcante outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço


15
LEI Nº 10.977, DE 12.12.1984 saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
- D. O. 7.1.1985 Art. 1º - Gozará do benefício do art. 100 da Lei nº
9.826, de 14.5.74, a Servidora Pública Estadual
Modifica dispositivos da Lei nº
que, mediante comprovação hábil, vier a adotar
10.670, de 4 de junho de 1982, e dá
menor carente.
outras providências.
Art. 2º - Esta lei entrará em vigor, a partir da data
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço de sua publicação, revogadas as disposições em
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- contrário.
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º - Os parágrafos 2º e 4º do art. 1º da Lei nº PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
10.670, de 4 de junho de 1982, passam a vigorar ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 14 de de-
com a seguinte redação: zembro de 1984.
“Art. 1º - . . . . . . . . . . . . . Luiz de Gonzaga Fonseca Mota
§ 2º - A vantagem de que trata este artigo será devi- Antônio dos Santos Soares Cavalcante
da a partir da data em que o funcionário implemen-
tar as condições exigidas no “caput” deste artigo.
LEI Nº 11.039, DE 25.6.1985 - D. O. 25.6.1985
§ 4º - O funcionário que tenha implementado ou
venha a implementar as condições desta lei, nome- Estabelece novos valores para
ado para cargo ou função de confiança ou no seu os subsídios, representações,
exercício, somente perceberá a vantagem referida gratificações, vencimentos e salários
no “caput” deste artigo no caso de opção, sendo do Pessoal do Quadro I - Poder
sua percepção incompatível com a representação Executivo e para os vencimentos dos
do cargo ou função de confiança.” cargos do ministério Público e dá
Art. 2º - É acrescentado ao art. 1º da Lei nº 10.670, outras providências.
de 4 de junho de 1982, o seguinte parágrafo:
“§ 6º - O funcionário que implementar as condi- *Art. 28 - Fica instituído o 13º Salário em benefício
ções desta lei, computando período de exercício em dos servidores estaduais, ativos e inativos, deven-
cargos em comissão ou funções gratificadas acima do ser calculado sobre o vencimento-base, salá-
do máximo exigido, poderá requerer a exclusão de rio-base ou soldo, implantado, gradativamente da
partes do tempo referentes a cargos ou funções de seguinte forma:
confiança de menor remuneração.” - 20% ( vinte por cento ), no exercício de 1985;
- 40% ( quarenta por cento ), no exercício de 1986;
15 Revogada pela Lei nº 11.847 de 28.08.1991, em face da revogação da
Lei nº 11.171, de 10.04.1986. - 40% ( quarenta por cento ), no exercício de 1987.
144 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
*Ver Arts. 4º,5º, 6º e 7º da Lei n° 13.333 de 22.7.2003 Art. 1º - O auxílio para diferença de caixa, previsto
– D.O. 24.7.2003 no art. 131 e seu parágrafo único da Lei nº 9.826,
Art. 31 - Fica o Poder Executivo autorizado a ins- de 14 de maio de 1974 (Estatuto dos Funcionários
tituir um seguro de vida em grupo, em favor dos Públicos Civis do Estado), será incorporado aos
servidores públicos da administração direta e au- proventos do servidor público estadual, no percen-
tárquica. tual que venha percebendo na atividade há mais de
cinco anos consecutivos.
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
LEI Nº 11.056, DE 5.7.1985 - D. O. 5.7.1985 publicação, revogadas as disposições em contrário.

Reajusta os níveis da retribuição dos


PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
Conselheiros, dos Auditores, dos
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 15 de ju-
Procuradores, dos Secretarios e dos
lho de 1985.
Subsecretarios e demais servidores
do Tribunal de Contas do Ceará e do Luiz de Gonzaga Fonseca Mota
Conselho de Contas dos Municípios e Francisco Ernando Uchôa Lima
dá outras providências

*Art. 6º - Fica instituído o 13º Salário em benefício 17


LEI Nº 11.074, DE 22.7.1985 - D. O. 8.8.1985
dos servidores do Tribunal de Contas do Ceará e do
Conselho de Contas dos Municípios, ativos e inati-
Assegura a percepção integral de
vos, devendo ser calculado sobre o vencimento-ba-
vantagem.
se ou salário-base e implantado, gradativamente
da seguinte forma:
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
*Ver Arts.4º,5º,6º e 7º da Lei n° 13.333 de 22.7.2003-
D.O.24.7.2003 saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
- 20% ( vinte por cento ), no exercício de 1985;
Art. 1º - Os servidores estaduais que tenham se
- 40% ( quarenta por cento ), no exercício de 1986; aposentado ou venham a se aposentar, com a inclu-
- 40% ( quarenta por cento ), no exercício de 1987. são dos seus proventos da vantagem do cargo em
comissão ou função gratificada em que se encon-
travam ou se encontrarem, terão direito à integrali-
LEI Nº 11.059, DE 10.7.1985 - D. O. 11.7.1985 dade dessa vantagem, seja qual tenha sido o motivo
de aposentadoria, desde que tenham permanecido
Atribui novos valores aos vencimentos no exercício do cargo em Comissão ou função gra-
e representações mensais do Pessoal tificada por 5 (cinco) anos ininterruptos ou 10 (dez)
do Quadro II - Poder Legislativo e dá anos intercalados.
outras providências. Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.
*Art. 6º - Fica instituído o 13º salário em benefício
dos servidores do Quadro II - Poder Legislativo, ati- PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
vos e inativos, devendo ser calculado sobre o venci- ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 22 de ju-
mento-base ou salário-base e implantado, gradati- lho de 1985.
vamente da seguinte forma:
Luiz de Gonzaga Fonseca Mota
- 20% ( vinte por cento ), no exercício de 1985;
- 40% ( quarenta por cento ), no exercício de 1986; Francisco Ernando Uchôa Lima
- 40% ( quarenta por cento ), no exercício de 1987.
Ver Arts 4º,5º,6ºe 7º da Lei n° 13.333 de 22.7.2003- 18
LEI Nº 11.077, DE 9.8.1985 - D. O. 21.8.1985
D.O. 24.7.2003
Altera dispositivo da Lei nº 10.670, de
4.6.82.
16
LEI Nº 11.063, DE 15.7.1985
- D. O. 8.8.1985 O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
Dispõe sobre a incorporação, aos tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
proventos de aposentadoria, da Art. 1º - Dê-se ao § 3º do art. 1º da Lei nº 10.670, de
vantagem que indica e dá outras 4.6.82 a seguinte redação:
providências.
“§ 3º - Quando mais de um Cargo em Comissão
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço ou Função Gratificada houver sido desempe-
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- nhada, considerar-se-á, para efeito de cálculo
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: da importância a ser adicionada ao vencimento

17 Revogada pela Lei nº 12.913, de 17.06.1999 - D.O. de 18.06.1999.


16 Revogada pela Lei nº 12.913, de 17.06.1999 - D.O. de 18.06.1999. 18 Revogada pela Lei nº 11.847, de 28.08.1991 - D.O. de 28.08.1991.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 145


do cargo efetivo, o valor ou função de maior re-
muneração, desde que exercido por mais de 12 LEI Nº 11.142, DE 13.12.1985
meses”. - D. O. 16.12.1985
Atribui novos valores aos vencimentos
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
e representações mensais do Pessoal
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 09 de
do Quadro II - Poder Legislativo e dá
agosto de 1985.
outras providências.
Luiz de Gonzaga Fonseca Mota - Francisco
Ernando Uchôa Lima - Firmo Fernandes de Castro Art. 5º - O funcionário do Quadro II do Poder
- José Feliciano de Carvalho -Alfredo Lopes Neto Legislativo que perceber por cinco anos ininter-
- Irapuan Diniz de Aguiar - Antônio dos Santos ruptos ou dez intercalados a gratificação prevista
Soares Cavalcante - Elias Geovani Boutala no art. 1º da Lei nº 8.484, de 13 de junho de 1966,
Salomão - Luiz Gonzaga Nogueira Marques - de acordo com o art. 132, item VI e 136 da Lei nº
Osmundo Evangelista Rebouças - José Danilo 9.826, de 14 de maio de 1974, ao aposentar-se terá
Rubens Pereira - Joaquim Lobo de Macêdo - Artur incluído em seus proventos a referida vantagem.
Silva Filho - Francisco Erivano Cruz - Francisco
*Parágrafo único - O benefício constante deste ar-
Ésio de Souza - João Ciro Saraiva de Oliveira -
tigo aplica-se ao funcionário que na vigência desta
Antônio Gomes da Silva Câmara.
Lei não tiver seu pedido de aposentadoria registra-
do pelo Tribunal de Contas do Estado.
*Ver art. 10, §2º inciso II da Lei Complementar nº 159
LEI Nº 11.102, DE 22.10.1985 de 14.01.2016 - D.O. de 18.01.2016 e art nº 30 da Lei
- D. O. 12.11.1985 nº 15.716, de 19.12.2014 - D.O. de 22.12.2014

Altera dispositivo da Lei nº 10.670


de 4 de junho de 1982, aditando o LEI Nº 11.145, DE 17.12.1985
parágrafo que indica e dá outras
providências.
- D. O. 18.12.1985
Acrescenta o § 5º ao art. 155, da Lei nº
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
9.826, de 14.5.74.
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
Art. 1º - Acrescente-se ao Artigo 1º da Lei nº 10.670, saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
de 4 de junho de 1982, o parágrafo seguinte: tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
“§ 7º - Somente para integralização do tempo de Art. 1º - Fica incluído no art. 155, da Lei nº 9.826,
serviço exigido no caput deste artigo, computar- de 14.5.74, o § 5º, que vigorará com a seguinte re-
-se-á o período em que o funcionário haja exer- dação:
cido mandato em órgão de deliberação coletiva
“§ 5º - O exercício na Chefia da Representação
a qualquer tempo e funções especiais de asses-
do Governo do Ceará em outros Estados, equipa-
soramento e/ou assistência técnica remuneradas
ra-se para todos os efeitos desta Lei, ao Cargo em
pela gratificação de que trata o art. 132, item
Comissão, inclusive para o de aposentadoria, obe-
XII, da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974,
decido o que dispõe o § 1º deste artigo.”
não servindo, em nenhuma hipótese, de base de
cálculo para efeito de atribuição da vantagem de Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
que trata esta Lei”. publicação, revogadas as disposições em contrário.

PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO


ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 22 de ou- ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 17 de de-
tubro de 1985. zembro de 1985.
Luiz de Gonzaga Fonseca Mota - Antônio dos Luiz de Gonzaga Fonseca Mota
Santos Soares Cavalcante - Francisco Erivano Francisco Alfredo Farias Couto
Cruz - José Freire de Castelo – Ciro Saraiva de
Oliveira – Irapuan Diniz de Aguiar – Artur Silva
Filho – José Danilo Rubens Pereira – Firmo
Fernandes de Castro – José Feliciano de Carvalho LEI Nº 11.160, DE 20.12.1985
– Luiz Gonzaga Nogueira Marques – Joaquim - D. O. 24.12.1985
Lobo de Macêdo – Antônio Gomes da Silva
Câmara – Osmundo Evangelista Rebouças – Elias Concede o Benefício que indica.
Geovani Boutala Salomão – Alfredo Lopes Neto.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
*Art. 1º - Fica concedida às Funcionárias Públicas
Estaduais, mães de excepcionais, os benefícios de
146 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
que trata o art. 111 e seu parágrafo único da Lei
nº 9.826, de 14 de maio de 1974 (Estatuto dos
Funcionários Civis do Estado), desde que devida- 19
LEI Nº 11.171, DE 10.4.1986
mente comprovada a condição de excepcional do - D. O. 10.4.1986
filho, por junta médica oficial.
*O benefício concedido por esta Lei foi estendido Disciplina a aquisição, a
ao pessoal das Autarquias, Sociedades de Economia
Mista e Fundações, pelo art. 1º da Lei nº 11.182, de implementação e a base de cálculo
9.6.86. – Apêndice. da gratificação instituída pela Lei nº
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua 10.670, de 4 de junho de 1982.
publicação, revogadas as disposições em contrário.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 20 de de- Art. 1º - Esta lei, disciplina a aquisição, a imple-
zembro de 1985. mentação e a base de cálculo da Gratificação ins-
Luiz de Gonzaga Fonseca Mota tituída pela Lei nº 10.670, de 4 de junho de 1982.
Francisco Ernando Uchôa Lima Art. 2º - O servidor da Administração Direta e das
Autarquias do Estado, bem como o magistrado, que
contar 08 (oito) anos completos, consecutivos ou
não, de exercício de cargo em comissão ou direção
LEI Nº 11.165, DE 20.12.1985 - D. O. 6.1.1986 ou função gratificada, no Sistema Administrativo
Estadual ou de Prefeitura Municipal de Fortaleza,
Estabelece novos valores aos subsídios, bem como nas Sociedades de Economia Mista e
representações, gratificações, Empresas Públicas Estaduais, terão adicionada ao
vencimentos e salários do Pessoal do vencimento do seu cargo de caráter efetivo ou vita-
Quadro I - Poder Executivo e para os lício, como Vantagem Pessoal, importância igual à
vencimentos dos cargos do Ministério vantagem de maior vantagem percebida em qual-
Público e dá outras providências. quer dos cargos ou funções exercidos, pelo período
mínimo de 10 (dez) meses, em quaisquer dos ór-
*Art. 14 - O 13º ( décimo terceiro ) salário instituí- gãos referidos neste artigo.
do pelo art. 28 da Lei nº 11.039, de 25 de junho de § 1º - Somente para integralização do tempo de ser-
1985, em benefício dos servidores estaduais, ativos viço exigido no caput deste artigo, computar-se-á o
e inativos, será calculado sobre o vencimento-base, período em que o funcionário ou o magistrado tive-
salário-base ou soldo, e implantado, gradativamen- rem exercido, no Sistema Administrativo Estadual,
te da seguinte forma. função de assessoramento superior; com retribuição
*Ver Arts.4º,5º,6º e 7º da Lei nº 13.333 de 22.07.2003 pela verba de Representação de Gabinete, mandato
– D.O. DE 24.07.2003
em órgão de deliberação coletiva e funções espe-
- 30% (trinta por cento), no exercício de 1985; ciais de assessoramento, de auditoria ou assistên-
- 40% (quarenta por cento), no exercício de 1986; cia técnica remunerada com as gratificações de que
- 30% (trinta por cento), no exercício de 1987”. trata o art. 132, itens II, IV e XII da Lei nº 9.826, de
14 de maio de 1974, bem como o período em que
Art. 23 - O § 4º do art. 155 da Lei nº 9.826, de 14 de tenha percebido Gratificação pelo regime de tempo
maio de 1974, modificado pela Lei nº 10.739, de 26 integral, e, ainda, que tenha participado de órgão
de outubro de 1982, passa a ter a seguinte redação: colegiado do Poder Júdiciário, inclusive federal,
“Art. 155 - .......................................... não servindo, em nenhuma hipótese, a remunera-
§ 4º - O funcionário que contar tempo de serviço ção percebida nesses casos como base de cálculo
igual ou superior ao fixado para aposentadoria vo- para efeito de atribuição da vantagem de que trata
luntária com proventos integrais ou 70 (setenta) esta lei.
anos de idade e/ou se invalidar por acidente de § 2º - Os servidores das Empresas Públicas, das
serviço, por moléstia profissional ou doença gra- Sociedades de Economia Mista, integrantes da
ve, contagiosa ou incurável, especificada no art. administração indireta do Estado, bem como das
89 desta Lei, ao se aposentar terá incluído em seus Fundações instituídas e mantidas pelo Estado do
proventos valor idêntico ao da gratificação pelo re- Ceará, são também beneficiários da vantagem
gime de tempo integral ou da gratificação por exe- Pessoal a que se refere a presente lei, devendo a
cução de trabalho relevante, técnico ou científico Administração dos mencionados entes, adotar as
ou, ainda, ao da gratificação pela representação de providências administrativas internas para a sua
gabinete que venha percebendo, desde que tenha implementação, respeitados os limites e as exigên-
usufruído esse benefício durante 5 (cinco) anos cias deste artigo.
ininterruptos ou 10 (dez) anos intercalados.” Art. 3º - VETADO.
Art. 24 - Para efeito de integralização do tempo de
serviço exigido nos § 1º e § 4º do art. 155 da Lei nº § 1º - VETADO.
9.826, de 14 de maio de 1974, o período de percep- § 2º - VETADO.
ção das gratificações de que trata esses parágrafos
se complementarão”.
19 Revogada pela Lei nº 11.847, de 28.08.1991 - D.O. de 28.08.1991.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 147


Art. 4º - A Vantagem Pessoal a que se refere o
art. 1º desta lei, é considerada Gratificação fixa, PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
não podendo ser percebida cumulativamen- ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 9 de junho
te com a Representação de cargo em comissão, de 1986.
Função Gratificada ou Gratificação de Gabinete e
será atualizada toda vez que houver aumento de Luiz de Gonzaga Fonseca Mota
Representação atribuída ao cargo pelo exercício de Vladimir Spinelli Chagas
cujas funções houver o servidor a ela feito jús.
Art. 5º - O servidor poderá optar pela percepção
da Vantagem Pessoal de que trata esta lei a partir LEI Nº 11.260, DE 16.12.1986
da data em que implementar as condições para sua - D. O. 22.12.1986
aquisição, respeitado o dispostos no art. 2º deste
Diploma Legal. Autoriza a atribuição da vantagem
Art. 6º - A Vantagem Pessoal a que se refere este que indica e dá outras providências.
Diploma, integra o vencimento básico para a base
de cálculo da Gratificação prevista na Lei nº 10.636, O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
de 15 de abril de 1982, e nos §§ 1º e 2º do artigo 10 saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
da Lei nº 10.206, de 20 de setembro de 1978, com tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
a redação dada pelo art. 26 da Lei nº 10.536, de 2 Art. 1º - A Gratificação pelo Exercício Funcional em
de julho de 1981, Lei nº 10.823, de 22 de julho de determinados locais, prevista no inciso III do art.
1983, e será incorporada aos proventos de aposen- 132 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, passa a
tadoria, apenas nos casos dos itens II e III do art. ser devida aos servidores ocupantes de cargos e fun-
152 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974. ções de MOTORISTA, GARÇON e COZINHEIRO
Parágrafo único - O funcionário aposentado por lotados no Gabinete do Governador, Secretaria para
tempo de serviço que implementava, quando de Assuntos da Casa Civil, Secretaria de Comunicação
sua aposentadoria, as condições a que se refere Social, Secretaria de Administração e Secretaria de
esta lei, perceberá a Vantagem Pessoal referida Governo, desde que em efetivo exercício nas de-
neste Diploma, mediante requerimento ao dirigen- pendências do Palácio da Abolição.
te do órgão a que se achava vinculado quando em
atividade. § 1º - A Gratificação de que trata esta Lei será atri-
buída pelo Secretário de Estado a que se subordi-
Art. 7º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua nar o servidor na base de até uma vez e meio o valor
publicação, revogadas as disposições em contrário. do salário ou vencimento-base do beneficiado.
§ 2º - A Gratificação de localização ora instituída
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO incompatível com as gratificações pelo regime de
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 10 de abril tempo integral, de serviço extraordinário, de repre-
de 1986. sentação e vantagem pessoal que lhe corresponder
Luiz de Gonzaga Fonseca Mota - Francisco nos termos do § 3º deste artigo.
Ernando Uchôa Lima – Vladimir Spinelli Chagas § 3º - A vantagem de que trata este artigo incor-
- José Feliciano de Carvalho -Alfredo Lopes porar-se-á aos proventos da inatividade a partir do
Neto - Irapuan Diniz de Aguiar - Antônio dos sexto ano completo de sua fruição em atividade, na
Santos Soares Cavalcante - Elias Geovani Boutala proporção de 1/5 ( um quinto ) de seu valor, a títu-
Salomão – Francisco Antero Correia Lima Neto lo de vantagem pessoal e até completar 5/5 (cinco
– José Antunes da Fonseca Mota – José Danilo quintos) aos 10 (dez) anos completos de exercício
Rubens Pereira - Joaquim Lobo de Macêdo – remunerado pela citada Gratificação.
Júlio Ventura Neto – Joaquim Magalhães Neto -
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
Francisco Ésio de Souza - João Ciro Saraiva de
publicação, revogadas as disposições em contrário.
Oliveira

PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO


ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 16 de de-
LEI Nº 11.182, DE 9.6.1986 - D. O. 18.6.1986 zembro de 1986.
Estende o benefício que indica e dá Luiz de Gonzaga Fonseca Mota
outras providências. Júlio Ventura Neto
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º - Estende ao pessoal das Autarquias,
Sociedades de Economia Mista e Fundação, o be-
nefício previsto no artigo 1º da Lei nº 11.160, de 20
de dezembro de 1985.
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.

148 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


lo DAS-2; Defensor, ao símbolo DAS-2 e Secretário,
LEI Nº 11.295, DE 3.2.1987 - D. O. 3.2.1987 ao símbolo DAS-3.
Art.17º - Fica instituído o abono carcerário em be-
Concede abono salarial aos servidores
nefício dos servidores estaduais civis que se encon-
estaduais dos Quadros I - Poder
trem no efetivo exercício das funções específicas de
Executivo, II - Poder Legislativo, III
segurança dos presídios, no sistema de plantões, no
- Poder Judiciário, IV - Tribunal de
percentual de 100% (cem por cento) sobre o valor
Contas do Ceará, V - Conselho de
do vencimento ou salário básico do cargo de provi-
Contas dos Municípios e dá outras
mento efetivo, de emprego ou função.
providências.
1º§ - A vantagem prevista no caput deste artigo e
Art. 4º - É extensiva aos Motoristas lotados no incompatível com a percepção da gratificações pela
Gabinete do Vice-Governador a vantagem a que se prestação de serviços extraordinários e pelo regime
refere a Lei nº 11.280, de 8 de dezembro de 1986. de tempo integral e será incorporada aos proventos
da inatividade, desde que o servidor a venha per-
cebendo durante 05(cinco) anos ininterrptos, ou 10
LEI Nº 11.346, DE 3.9.1987 - D. O. 4.9.1987 (dez) anos intercalados, ao aposentar-se.

Estabelece novos valores de


vencimentos, salários e gratificações LEI Nº 11.449, DE 2.6.1988 - D. O. 10.6.1988
para os Poderes e Órgãos que indica e
dá outras providências. Disciplina a abertura de concurso
para provimento de cargos públicos.
Art. 10 - Os servidores em exercício nas comissões de
Acumulação de Cargos, de Auditoria Administrativa, O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
de Administração de Cargos e Salários, Central de DO ESTADO DO CEARÁ, faço saber que a
Concorrência e de Processamento Administrativo Assembléia Legislativa decretou e eu promulgo a
da UPAD serão remunerados na forma previs- seguinte Lei:
ta no art. 132, IV da Lei nº 9.826, de 14 de maio Art. 1º - A investidura inicial em cargos da
de 1974, podendo o valor máximo da gratificação Administração dos Poderes Legislativos, Executivo
dos Presidentes dessas Comissões corresponder ao e Judiciário sempre será precedido de exigência
símbolo DNS-3, a dos membros, ao símbolo DAS-1 constitucional do prévio concurso público, de pro-
e a do Secretário, ao símbolo DAS-2. vas e títulos.
Art. 11 - Os ocupantes dos cargos de Direção
Parágrafo único - o mesmo regime de concurso pú-
e Assessoramento da Administração Direta e
blico de provas e títulos estender-se-á à admissão
Indireta, inclusive das Fundações Estaduais, bem
mediante contratação, em conformidade com a le-
como dos Presidentes, Vice-Presidentes, Membros
gislação trabalhista.
e Secretários com exercício nas Comissões referi-
das no artigo anterior, são obrigados à carga horária Art. 2º - As autoridades competentes para a de-
de quarenta (40) horas semanais de trabalho. terminação do concurso no âmbito dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário devem publi-
car no Diário Oficial a relação dos cargos vagos,
*LEI Nº 11.428, DE 22.3.1988 indicando a data das vacâncias, as suas respectivas
categorias e lotações com antecedência mínima de
- D. O. 23.3.1988 90 (noventa) dias, da publicação do edital de sua
*Ver Lei 13.095 de 12.01.2001 – D.O. 15.01.2001 abertura.
Art. 3º - Transcorrido o prazo previsto no artigo
Estabelece novos valores de anterior e cumpridos os requisitos nele indicados,
vencimentos, soldos, representações, deverá a autoridade a que assistir competência
gratificações, proventos e pensões definida em Lei, determinar a publicação de edi-
dos Poderes e Órgãos que indica, e dá tal para concurso público mencionando expressa-
outras providências. mente o número de cargos vagos, por cada uma das
categorias funcionais, permanecendo as inscrições
Art. 6º - A gratificação prevista no art. 132 item IV, abertas pelo prazo de 30 ( trinta ) dias.
da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, e atribuída
aos servidores que compõem as Comissões que in- Art. 4º - O ato de inscrição em concurso em órgão
tegram a estrutura da Secretaria de Administração da Administração Direta e Indireta de qualquer dos
e as Comissões Central de Concorrência e da Poderes do Estado do Ceará será isento do paga-
Unidade de Processamento Administrativo mento de qualquer taxa de emolumento.
Disciplinar - UPAD, da Procuradoria Geral do Art. 5º - No Edital de abertura de concurso estará
Estado e a Comissão de Encargos Educacionais fixado o período de vigência do concurso, prevale-
do Conselho de Educação do Ceará, terão valores cendo o lapso de dois anos, caso não haja expres-
correspondentes aos das representações dos car- sa enunciação com a contagem iniciada a partir de
gos de Direção e Assessoramento, como se segue: sua homologação.
Presidente, ao símbolo DAS-1; Membros, ao símbo- Art. 6º - O Edital especificará as matérias abrangi-
das no concurso, cabendo à Comissão Examinadora,

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 149


10 (dez) dias após a publicação do edital, fazer a “Art. 4º - As despesas com a realização do concurso
divulgação pela mesma fonte oficial dos programas público deverão ser custeadas pelo produto da ar-
a serem aplicados. recadação de taxa de inscrição, que não excederá a
Art. 7º - Os resultados do concurso serão divul- 2,5 ( duas e meia ) Unidades Fiscais do Estado do
gados em ordem decrescente das médias obtidas, Ceará (UFECE).
sendo considerados classificados os candidatos dis- Parágrafo único - Os servidores públicos estaduais
postos até o limite das vagas disponíveis pelas res- são isentos de pagamento da taxa de inscrição em
pectivas categorias. qualquer concurso de admissão no serviço público
Parágrafo único - Quaisquer dúvidas acaso ocor- promovido pela Administração Pública Estadual,
rentes suscitadas por interessado no prazo de 48 ( Direta, Indireta e Fundacional”.
quarenta e oito) horas, após a publicação dos resul- Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
tados, serão deslindados pela Comissão em caráter publicação, revogadas as disposições em contrário.
irrecorrível no plano de atendimento.
Art. 8º - A presente Lei entrará em vigor na data de PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
sua publicação, aplicando-se todo e qualquer con- CEARÁ, em Fortaleza, aos 18 de maio de 1989.
curso com inscrição aberta no serviço público esta-
dual, revogadas as disposições em contrário. Tasso Ribeiro Jereissati
Francisco José Lima Matos
PAÇO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 2 de junho de
1988. LEI Nº 11.601, DE 6.9.1989 - D. O. 14.9.1989
Deputado Antônio Câmara
Estabelece novos valores de
vencimentos, soldos, representações,
LEI Nº 11.462, DE 8.6.1988 - D. O. 10.6.1988 gratificações, proventos e pensões
do Poder Executivo e dá outras
Estabelece prazo para admissão de providências.
candidatos aprovados em concurso
público. Art. 12 - Fica instituído o Vale Transporte que o
Estado poderá antecipar ao servidor público esta-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço dual para utilização efetiva em despesas de deslo-
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- camento residência-trabalho e vice-versa, na forma
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: que vier a ser regulamentada por Decreto do Chefe
do Poder Executivo.
Art. 1º - VETADO
Parágrafo único - O Estado participará dos gastos
§ 1º - VETADO de deslocamento do servidor com a ajuda de custo
I - VETADO equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por
§ 2º - Aos candidatos aprovados, excedentes às va- cento) do seu vencimento ou salário básico.
gas existentes fica assegurado o direito de nomea- Art. 13 - Fica instituído o Ticket Refeição para os
ção, na hipótese de criação de novos cargos, dentro servidores públicos estaduais, podendo ser descon-
do período de validade do concurso respectivo. tado até 20% (vinte por cento) do valor mensal dos
Art. 2º - Esta lei entrará em vigor na data de sua Tickets na remuneração do servidor.
publicação, revogadas as disposições em contrário. Parágrafo único - Decreto Governamental dispo-
rá sobre condições, limites e operacionalização da
concessão do benefício a que se refere este artigo.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
CEARÁ, em Fortaleza, aos 8 de junho de 1988. Art. 14 - O Vale Transporte e o Ticket Refeição con-
cedidos nos limites dos arts. 12 e 13 desta lei:
Tasso Ribeiro Jereissati
I - não tem natureza salarial, nem se incorporarão à
Maria Dias Cavalcante Vieira remuneração para quaisquer efeitos;
II - não constituem base de incidência de contri-
buição previdenciária do Fundo de Garantia por
LEI Nº 11.551, DE 18.5.1989 - D. O. 19.5.1989 Tempo de Serviço.
Altera dispositivos da Lei nº 11.449,
de 2 de junho de 1988.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço


saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º - O art. 4º da Lei nº 11.449, de 2 de junho de
1988, acrescido de parágrafo único, passa a vigorar
com a seguinte redação:

150 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


jus nos respectivos planos de cargos aos quais se
LEI Nº 11.712, DE 24.7.1990 - D. O. 4.9.1990 encontram vinculados seus cargos e emprego.
Institui o Regime Jurídico Único para § 4º - A opção de que trata o parágrafo anterior de-
os servidores civis da Administração verá ser manifestada pelo servidor no prazo de 30
Direta, das Autarquias e das (trinta) dias da vigência desta Lei.
Fundações Públicas do Estado, e dá Art. 3º - A partir da data da vigência desta Lei, não
outras providências. poderão os órgãos e entidades a que se refere o art.
1º:
O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA I - reajustar ou conceder aumento de remuneração,
DO ESTADO DO CEARÁ, faço saber que a senão por meio de Lei;
Assembléia Legislativa decretou e eu promulgo a
seguinte Lei: II - contribuir como empregador para o Instituto de
Administração da Previdência Social - IAPAS ou,
Art. 1º - Fica instituído, nos termos do art. 39, como patrocinadores para a previdência privada;
caput da Constituição Federal e art. 166, caput,
da Constituição Estadual, como regime jurídico III- recolher contribuição para o Fundo de Garantia
único para os servidores da Administração Direta, de Tempo de Serviço (FGTS).
Autarquias e das Fundações Públicas do Estado, o Art. 4º - Os servidores antes submetidos ao regime
regime de direito público administrativo da Lei nº trabalhista, cujos empregos são transformados, por
9.826, de 14 de maio de 1974 e legislação comple- esta Lei, em cargos ou funções, passam a ser se-
mentar. gurados obrigatórios do Instituto de Previdência do
§ 1º - Na aplicação deste artigo, observar-se-á o art. Estado do Ceará - IPEC, com a respectiva aposen-
39 e §§ 1º e 2º da Constituição Federal, e, o art. 166 tadoria custeada pelo Tesouro Estadual, observado
e §§ 1º e 2º da Constituição Estadual. o disposto no art. 202, § 2º, da Constituição Federal.
Art. 5º - O tempo do serviço prestado sob o regime
§ 2º - O Governo do Estado no prazo de 120 (cen-
da CLT ou sob o regime especial da Lei nº 10.472,
to e vinte ) dias, enviará à Assembléia Legislativa
de 15 de dezembro de 1980, será contado pelos
Projeto de Lei dispondo sobre a reforma do Estatuto
servidores por elas alcançados, para concessão de
dos Funcionários Públicos Civis do Estado e Plano
aposentadoria, disponibilidade e progressão hori-
de Cargos e Carreiras.
zontal.
Art. 2º - Em conseqüência do disposto no artigo an-
Art. 6º - Os servidores que hajam ingressado na
terior, são também submetidos ao regime estatutá-
Administração Direta, Autárquica ou Fundacional,
rio os atuais servidores:
por meio de concurso público de provas ou de pro-
I - regidos pela Lei nº 10.472, de 15 de dezembro vas e títulos, ou ainda, os que sejam estáveis na
de 1980; forma do art. 19, das Disposições Constitucionais
II - sujeitos ao regime de Consolidação das Leis do Transitórias da Constituição Federal, tem seus
Trabalho, salvo as hipóteses dos §§ 3º e 4º; empregos ou funções transformados em cargos, a
serem devidamente classificados e, quanto aos de-
III - ocupantes de cargos de Direção e mais, os terão transformados em funções.
Assessoramento;
§ 1º - Os contratos de trabalho, no caso de servido-
IV - os que prestam serviços ao Estado, às Fundações res submetidos ao regime da CLT, são considerados
e Autarquias mediante contrato, regido ou não pela rescindidos, procedendo-se às devidas anotações,
Consolidação das Leis do Trabalho. nas respectivas carteiras profissionais e fichas fun-
§ 1º - Aos servidores referidos nos itens I e II des- cionais, da mudança do regime jurídico funcional,
te artigo são estendidos os direitos, vantagens e o que ocorre por força do art. 39 da Constituição
obrigações inerentes ao Regime Jurídico Único ora da República, art. 166 da Constituição Estadual e
adotado, assegurado o direito adquirido, o ato ju- desta Lei.
rídico perfeito e a coisa julgada, mantidas as van- § 2º - A transformação dos empregos e funções vi-
tagens de caráter pessoal que até então venham sando a mudança do regime jurídico de que trata
percebendo. este diploma legal, observadas as normas previstas
§ 2º - Em nenhuma hipótese ocorrerá decesso de na Constituição do Estado, operar-se-á por decre-
remuneração, ficando assegurado, aos servidores tos do Chefe do Poder Executivo dos quais deverão
da administração pública direta, das autarquias e constar o nome completo do servidor, a denomina-
fundações, a insônomia de vencimentos, observado ção do emprego ou função então ocupados e a defi-
o princípio da irredutibilidade salarial do servidor nição da nova situação, devendo ser expendidos no
público, sob qualquer pretexto, concedendo-lhe os prazo de 90 (noventa) dias, contados da publicação
aumentos regulares verificados para o funcionalis- desta Lei.
mo como um todo e respeitadas, também, as vanta- § 3º - A movimentação do FGTS, em decorrência
gens pessoais asseguradas por Lei. do disposto nos parágrafos anteriores deste artigo,
§ 3º - O servidor que optar em permanecer no qua- deverá ocorrer conforme dispuser a Lei Federal.
dro atual, será automaticamente transferido para o § 4º - Os servidores que já tenham atingido o final
quadro suplementar em extinção, sem prejuízo das de suas carreiras, por nenhuma hipótese sofrerão
progressões e promoções funcionais a que fazem rebaixamento de nível funcional, ficando respeita-
dos os seus direitos quando de modificações ou al-

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 151


terações do nível da referida carreira, por qualquer Art. 14 - As despesas decorrentes da aplicação des-
forma de provimento. ta Lei ocorrerão por conta das dotações orçamentá-
Art. 7º - O Quadro Único de Pessoal do Poder rias próprias de cada órgão ou entidade, que serão
Executivo, bem como das Autarquias e Fundações suplementadas, se insuficientes.
Públicas, fica composta de cargos de provimento Art. 15 - Na regulamentação do regime jurídico
efetivo, cargos de provimento em comissão e de instituído por esta Lei, observar-se-á, obrigatoria-
funções. mente, a garantia:
*§ 1º - Integrarão o Quadro os servidores estatu- *I - da existência de comissões permanentes de ne-
tários, os regidos pela CLT, concursados e os de- gociação composta por representantes do governo,
mais servidores que tenham adquirido estabilida- movimento sindical dos servidores e da socieda-
de à data da promulgação da vigente Constituição de civil, autônomas e independentes, cuja função
Federal. é manter um processo permanente de discussão e
*Este dispositivo foi julgado inconstitucional, na negociação de todas as questões pertinentes à qua-
ADIN-391-7. Acórdão publicado no D. O. U. de lidade do serviço público e as relações de trabalho
16.9.1994. dos servidores com a administração pública;
*§ 2º - Os servidores não alcançados pelo parágrafo *Este dispositivo foi julgado inconstitucional, na
anterior, passarão para o Quadro Único, após apro- ADIN-391-7. Acórdão publicado no D. O. U. de
vação em concurso interno a que se submeterão no 16.9.1994.
prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da vi- II - da liberdade de organização sindical nos ter-
gência desta Lei. mos do art. 8º da Constituição Federal e demais dis-
*Este dispositivo foi julgado inconstitucional, na positivos legais;
ADIN-391-7. Acórdão publicado no D. O. U. de
16.9.1994. *III - da existência de um sistema articulado de ne-
gociação para tratar dos interesses individuais ou
*§ 3º - Os servidores não aprovados no concurso de coletivos dos servidores com as entidades sindicais
que trata o parágrafo anterior cumprirão um está- representativas;
gio de aperfeiçoamento, por um ano, no órgão onde
*Este dispositivo foi julgado inconstitucional, na
servem, findo o qual serão integrados no Quadro ADIN-391-7. Acórdão publicado no D. O. U. de
Único de que trata este artigo. 16.9.1994.
*Este dispositivo foi julgado inconstitucional, na
ADIN-391-7. Acórdão publicado no D. O. U. de IV - de transparência administrativa e acesso às
16.9.1994. informações necessárias, mormente sobre o cresci-
mento, arrecadação e finanças públicas em geral;
Art. 8º - A mudança de regime jurídico ocorrerá na
data da publicação desta Lei, produzindo os corres- V - da autorização para o governo contratar, con-
pondentes efeitos financeiros a partir do primeiro dições coletivas do trabalho e de remuneração
dia do mês subsequente. com os sindicatos, mediante referendo do Poder
Art. 9º - A redistribuição dos servidores alcan- Legislativo, no que couber, exigíveis, em caso de
çados por esta Lei dar-se-á, apenas no âmbi- descumprimento, na justiça competente.
to da Administração Direta, da Autárquica e da Art. 16 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
Funcional. publicação, revogadas as Leis nº 10.472, de 15 de
Art. 10 - São considerados concursos públicos, para dezembro de 1980, nº 10.620, de 11 de dezembro
os fins desta Lei, gerando todos os efeitos que lhe de 1981, o artigo 8º, itens I e II e §§ 1º, 2º e 3º da
são atinentes, os exames de seleção que hajam sido Lei nº 10.624, de 15 de dezembro de 1981, e demais
realizados para admissão de candidatos a empregos disposições em contrário.
e funções sob o regime da Lei nº 10.472, de 15 de
dezembro de 1980, desde que se tenham revestido PAÇO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO
de todas as características essenciais aos concursos ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 4 de se-
públicos de provas e títulos ou apenas de provas, tembro de 1990.
inclusive quanto a publicidade e ampla divulgação,
Deputado Pinheiro Landim
livre acesso dos candidatos e caráter competitivo e
eliminatório.
Art. 11 - O Chefe do Poder Executivo baixará, den-
tro de 90 (noventa) dias, contados da publicação LEI Nº 11.714, DE 25.7.1990 - D. O. 4.9.1990
desta Lei, os atos necessários ao seu cumprimento,
observando, para tal, os dispositivos constitucio- Dispõe sobre as diretrizes e bases da
nais pertinentes à espécie. Administração Estadual e dá outras
providências.
Art. 12 - A Lei de diretrizes dos planos de cargos
e carreiras especificará todas as medidas necessá-
rias à implantação ou reformulação do Quadro de Art. 36 - O Poder Executivo Estadual adotará pro-
Pessoal referido no Art. 7º desta Lei. vidências para a permanente verificação da quan-
tidade de pessoal na Administração do Estado, di-
Art. 13 - Enquanto não produzidos os efeitos finan- ligenciando para a plena utilização dos recursos
ceiros desta Lei (art. 8º), permanecerão os servi- humanos”.
dores egressos do regime trabalhista sob a política
salarial anterior. § 1º - Não se preencherá vaga, nem se abrirá
concurso, na Administração Direta, Autárquica e

152 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Fundacional, sem que se verifique, previamente, riará de 40% (quarenta por cento) a 60% (sessenta
no Órgão de redistribuição de Pessoal, a existência por cento) do respectivo vencimento-base, em ra-
de servidor qualificado a aproveitar. zão da complexidade da tarefa e da especialização
§ 2º - Excetuam-se do disposto no parágrafo ante- exigidas do servidor.
rior o concurso e provimento dos cargos de carrei- § 2º - A percepção da gratificação prevista no caput
ra do Ministério Público, de Procurador do Estado, deste artigo incompatível com a das gratificações
de Defensor Público e dos Grupos de Segurança previstas nos incisos I, II, IV, V, X, XII, XIII, da Lei
Pública, bem assim a nomeação de candidatos nº 9.826, de 14 de maio de 1974.
aprovados em concurso público com prazo de vali- § 3º - Incorrerá em falta grave, punível com demis-
dade não extinto. são, o servidor que perceber a vantagem de que
Art. 37 - Instaurar-se-á processo administrativo trata este artigo e não prestar serviços correspon-
para a demissão ou dispensa de servidor efetivo ou dentes, bem assim o chefe que atestar a prestação
estável, comprovadamente ineficiente e desidioso irregular dos serviços”.
no cumprimento de seus deveres.
Art. 38 - Ressalvados os cargos em comissão, defi-
nidos de livre escolha do Governador, o provimento 20
LEI Nº 11.745, DE 30.10.1990
dos cargos em comissão, obedecerá, em princípio, - D. O. 6.12.1990
a critérios que consideram entre outros requisitos,
os seguintes: Reajusta os Valores dos vencimentos,
I - pertencerem os servidores aos quadros da Salários, Soldos, Representações,
Administração Estadual, ocupando cargo ou em- Gratificações, Proventos e Pensões
prego de nível adequado, e cujas atribuições guar- do Poder Executivo, das Autarquias
dem relações com as da comissão; Estaduais e dá outras providências.
II - comprovação de que o servidor possui experi-
ência adequada ou curso de especialização apro- Art. 12 - O art. 105 da Lei nº 9.826, de 14 de maio
priado ao desempenho do cargo em comissão; de 1974, passa a ter a seguinte redação, a partir de
5 de outubro de 1989.
III - obrigar-se o servidor ao regime de trabalho de
Art. 105 - Ao funcionário público que contar 5 (cin-
40 (quarenta) horas semanais.
co) anos de serviço ininterruptos será concedida li-
Art. 39 - Aos Coordenadores, Presidentes, Membros cença especial de 3 (três) meses com vencimentos
e Secretários, integrantes das Comissões Técnicas, integrais, assistindo-lhe, no caso de desistência, o
instituídas por lei ou decreto do Chefe do Poder direito de contar em dobro o tempo respectivo para
Executivo, poderá ser atribuída a Gratificação os efeitos de aposentadoria, disponibilidade e pro-
pela execução de Trabalho Relevante, Técnico ou gressão horizontal.
Científico, estabelecida na forma dos arts. 132, IV e
135 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, desde
que sejam servidores do Estado e detentores de ní-
vel superior de ensino, ou de nível médio quando a LEI Nº 11.755, DE 14.11.1990
função permite. - D. O. 14.11.1990
Art. 41 - O regime de tempo integral existe para
servidores que, a juízo do Governador do Estado, Regulamenta o prazo no Parágrafo
sejam considerados indispensáveis às necessidades único do artigo 158 da Constituição
dos órgãos e entidades onde exerçam suas funções Estadual e dá outras providências
e concordem em cumprir dois turnos de trabalho,
com carga horária de 40 (quarenta) horas semanais. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
Art. 42 - A gratificação por regime de tempo inte- tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
gral, estabelecida no inciso XI do art. 138, da Lei
nº 9.826, de 14 de maio de 1974, destinar-se-á ao Art. 1º - Os responsáveis pela prestação dos servi-
incremento das atividades de investigação científi- ços públicos, sempre que solicitados por órgãos pú-
ca e tecnológica, ou aumento da produtividade no blicos, sindicatos ou associações de usuários pres-
Sistema Administrativo Estadual, e será objeto de tarão informações detalhadas sobre planos, proje-
regulamento específico. tos, investimentos, custo, desempenhos e demais
aspectos pertinentes à sua execução, sob pena de
§ 1º - O Decreto do Chefe do Poder Executivo que responsabilidade, no prazo de trinta dias a contar
regulamentar esse regime de trabalho e a forma de da data em que foi protocolado o devido pedido de
recompensa pecuniária a ele relativa obedecerá às informações.
seguintes diretrizes gerais:
Art. 2º - As informações deverão ser prestadas em
I - atribuição da gratificação para servidores que linguagem acessível, acompanhada de devida do-
exerçam função de natureza burocrática ou servi- cumentação comprobatória.
ços auxiliares será feita conforme a variação do au- Art. 3º - As informações serão prestadas sempre em
mento da respectiva carga horária, em percentual caráter oficial, constituindo-se em responsabilida-
incidente sobre o vencimento-base; de do informante.
II - atribuição da gratificação a ocupantes de car-
gos e funções de natureza técnica ou científica va- 20 Ver: Lei nº 12.913, de 17.06.1999 - D.O. de 18.06.1999 - revoga os Arts,
105 a 108, da Lei nº 9.826, de 14.05.1974.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 153


Art. 4º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua Art. 5º - No âmbito dos Poderes do Estado,
publicação. Legislativo, Executivo e Judiciário, serão revistos,
Art. 5º - Ficam revogadas as disposições em con- no prazo de 30 (trinta) dias da publicação desta
trário. Lei, sob pena de responsabilidade dos dirigentes de
órgãos e setores de pessoal, as concessões, cálculos
ou pagamentos de vantagem pessoal efetuados em
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
desacordo com o Art. 6º da Lei nº 11.171, de 10 de
CEARÁ, em Fortaleza, aos 14 de novembro de 1990.
abril de 1986.
Tasso Ribeiro Jereissati Art. 6º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
Luciano Fernandes Moreira publicação, revogadas as disposições em contrário,
ou nela não repetidas, inclusive a Lei nº 11.171, de
10 de abril de 1986.
21
LEI Nº 11.847, DE 28.8.1991
- D. O. 29.8.1991 PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
CEARÁ, em Fortaleza, aos 28 de agosto de 1991.
Dispõe sobre a concessão de vantagem Ciro Ferreira Gomes
pelo exercício do cargo em comissão
na Administração Direta, Autarquias Manoel Beserra Veras
e Fundações Públicas e dá outras
providências.
LEI Nº 11.925, DE 13.3.1992 - D. O. 13.3.1992
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- Altera os arts. 2º e 3º da Lei nº 11.449,
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: de 2 de junho de 1988.
Art. 1º - O servidor Público Estadual ocupante
de cargo de provimento efetivo da Administração O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
Direta, das Autarquias e das Fundações criadas e saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
mantidas pelo Estado passará a receber, pelo exer- tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
cício de cargo em comissão, vantagem correspon- Art. 1º - Os arts. 2º e 3º da Lei nº 11.449, de 2 de
dente a um quinto (1/5) do valor da representação, junho de 1988, passam a ter a seguinte redação:
a partir do sexto ano, acrescida de mais um quinto “Art. 2º - As autoridades competentes para de-
(1/5) por cada ano de exercício, até o décimo. terminação do concurso no âmbito dos Poderes
§ 1º - Quando mais de um cargo em comissão hou- Legislativo, Executivo e Judiciário devem publicar
ver sido exercido em um ano, considerar-se-á para no Diário Oficial o Edital do Concurso Público con-
cálculo de benefício o de maior tempo. tendo o número de cargos ofertados, as suas res-
pectivas categorias e lotações, fixando o início das
§ 2º - Poderá o servidor que tenha incorporado a inscrições, para no mínimo, 15 (quinze) dias após a
vantagem integral estabelecida no art. 1º, ou van- publicação do referido edital.
tagem originária da Lei nº 11.171, de 10 de abril de
1986, ou esteja no período de carência para incor- Art. 3º - As inscrições serão abertas pelo prazo de
poração total, e venha a ser nomeado para o exer- 15 (quinze) dias, podendo ser prorrogado para até
cício de cargo em comissão, perceber cumulativa- 30 (trinta) dias”.
mente a representação de cargo para o qual tenha Art. 2º - Esta lei entrará em vigor na data de sua
sido nomeado, não podendo, em nenhuma hipóte- publicação, revogadas as disposições em contrário.
se, incorporar mais de uma vez o referido benefício.
Art. 2º - Permanecerá inalterada a incorporação do PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
servidor que, já tendo incorporado, venha a exercer CEARÁ, em Fortaleza, aos 13 de março de 1992.
cargo em Comissão de retribuição superior.
Ciro Ferreira Gomes
Art. 3º - A vantagem de que trata esta Lei, em caso
nenhum, será computada para cálculo de benefí- Manoel Beserra Veras
cios financeiros de qualquer natureza que deva in-
cidir sobre vencimento.
LEI Nº 11.954, DE 9.6.1992 - D. O. 11.6.1992
Parágrafo único - Na hipótese de opção pelo bene-
fício do art. 155, § 1º, da Lei nº 9.826, de 14 de maio
Concede dispensa de frequência,
de 1974, não terá o servidor a vantagem do art. 1º
a servidores convocados para
desta Lei.
comporem mesas receptoras com
Art. 4º - O período de 06 (seis) anos será contado funções apuradoras e dá outras
para os servidores estatutários da Administração providências.
Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas,
ocupantes de cargos de provimento efetivo, a partir O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
de 1º de março de 1985, ou da primeira assunção saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
de Cargo em comissão, se posterior. tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
21 Revogada pelo Art. 3º da Lei nº 12.913, de 17.06.1999 - D.O. de Art. 1º - Os servidores públicos estaduais da
18.09.1999. Administração Direta, Autárquica e Fundacional do
154 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Estado, que forem convocados pela Justiça Eleitoral § 1º. - O servidor beneficiado pelo disposto neste
para comporem as Mesas Receptoras de Votos, que artigo deverá residir no Município de sua lotação.
funcionem como Mesas Apuradoras, serão dispen- § 2º. - A gratificação de que trata este artigo, deixa-
sados da frequência, nos órgãos e entidades onde rá de ser paga, se o servidor passar a ter exercício
estiverem lotados, nos cinco dias úteis subsequen- funcional permanente em Fortaleza, ou se for de-
tes a data da eleição. signado para prestar serviços em órgãos distintos
Art. 2º - Os dias de dispensa de que trata o artigo de sua repartição de origem.
anterior serão contados como de efetivo exercício,
§ 3º. - A gratificação de que trata este artigo não
para todos os fins de direito, à vista de documento
será paga cumulativamente com outra de igual de-
oficial da Justiça Eleitoral, comprobatório da desig-
nominação.
nação do servidor e de sua efetiva atuação na Mesa
receptora e Apuradora, no pleito realizado. Art. 25 - Aos servidores que exerçam suas ativi-
dades no Hospital São José e estejam em efetivo
Art. 3º - A presente Lei entrará em vigor na data de
exercício, é devida a gratificação pela execução
sua publicação, revogadas as disposições em con-
de trabalho em condições especiais, no percentual
trário.
correspondente a 40% (quarenta por cento) do ven-
cimento base.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
CEARÁ, em Fortaleza, aos 9 de junho de 1992.
Ciro Ferreira Gomes LEI Nº 11.966, DE 17.6.1992 - D. O. 17.6.1992
Manoel Beserra Veras Estabelece diretrizes para elaboração,
implantação e administração dos
Planos de Cargos e Carreiras do
LEI Nº 11.965, DE 17.6.1992 - D. O. 17.6.1996 Estado e dá Outras providencias.

Cria e implementa os Grupos Art. 26 - Os cargos de provimento em comissão,


Ocupacionais - Serviços para efeito de nomeação ou designação, serão de
Especializados de Saúde - SES e recrutamento restrito ou amplo:
Atividades Auxiliares de Saúde - ATS
I - de recrutamento restrito - são aquelas de exer-
do Quadro I - Poder Executivo e nos
cício privativo de servidores estaduais, permitido o
Quadros do Pessoal de Autarquias
recrutamento entre órgãos e entidades do Estado,
Estaduais e dá Outras Providências.
até o nível hierárquico, de símbolo DAS-2;
Art. 23 - É devida aos servidores integrantes dos II - de recrutamento amplo - são aqueles declarados
Grupos Ocupacionais Serviços Especializados de em Lei de livre nomeação, designação e exoneração
Saúde - SES e Atividades Auxiliares de Saúde - e de nível hierárquico superior ao símbolo DAS-2,
ATS a gratificação de Plantão Noturno correspon- bem assim os Cargos de Direção e Assessoramento
dente ao percentual de 5% (cinco por cento), sobre integrantes dos gabinetes dos dirigentes máximos
o vencimento básico. dos órgãos e entidades da Administração Estadual
além dos cargos de Assessores.
Parágrafo único - Entende-se por Plantão Noturno,
para efeito da concessão do benefício previsto neste
artigo, o trabalho executado durante 12 (doze) ho-
ras ininterruptas e iniciado no mínimo a partir de LEI Nº 11.999, DE 3.8.1992 - D. O. 5.8.1992
18 horas”.
Dispõe sobre a proibição do uso do
Art. 24 - Aos servidores ocupantes dos cargos que fumo em estabelecimentos da rede
integrarão os Grupos Ocupacionais criados por estadual de saúde e de educação,
esta Lei, será atribuída Gratificação de Localização, bem como nos veículos de transportes
substituição a gratificação prevista na Lei nº 10.812, coletivos Intermunicipal, e dá outras
de 7 de julho de 1983, nas seguintes bases: providências.
I - de 10% (dez por cento) sobre o vencimento bá-
sico, quando em efetivo exercício, em caráter per- O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
manente em Municípios do interior com população saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
igual ou superior a 60 (sessenta) mil habitantes; tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
II - de 20% (vinte por cento) sobre vencimento bá- Art. 1º - Fica estabelecida a proibição de acender,
sico quando em exercício efetivo, em caráter per- fumar ou transportar aceso cigarros e assemelha-
manente em Municípios do interior com população dos, no estabelecimentos públicos estaduais de
de 30 (trinta) mil até 60 (sessenta) mil habitantes saúde e de educação abaixo relacionados:
exclusive; I - hospitais, maternidades, ambulatórios e labo-
III - de 30% (trinta por cento) sobre o vencimen- ratórios, centros especializados de atenção à saú-
to básico, quando em exercício efetivo, em caráter de, tais como: Prevenção do Câncer, Diabetes e
permanente, em Municípios do interior, com me- Hipertensão e Hemoce;
nos de 30 (trinta) mil habitantes. II - dependências internas da Secretaria de
Saúde do Estado do Ceará, incluindo Gabinete,
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 155
Assessorias, Diretorias, Departamentos, Divisões,
Serviços. Seções, Unidades, Núcleos, Centros e de-
mais setores integrantes da sua estrutura técnico- LEI Nº 12.062, DE 12.1.1993 - D. O. 13.1.1993
-administrativa;
Adota o Regime Jurídico Único para o
III - dependências internas dos estabelecimentos pessoal do Poder Judiciário.
de ensino da rede pública estadual, incluindo salas
de aula, bibliotecas, auditórios e salas técnico-ad- O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
ministrativas, bem como corredores e banheiros. saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
Parágrafo único - Incluem-se nas proibições desta tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
lei os locais vulneráveis a incêndios, especialmente Art. 1º - Aplica-se aos servidores auxiliares da
depósitos e almoxarifados. Justiça, remunerados pelos cofres públicos, atuais
Art. 2º - Fica proibido fumar cigarros e assemelha- serventuários e funcionários da Justiça do Ceará,
dos no interior dos veículos que realizem transporte o Regime Jurídico da Lei nº 9.826, de 14 de maio
coletivo Intermunicipal. de 1974 e, a critério do Tribunal, a legislação a ele
Art. 3º - Nos locais a que alude esta lei, é obrigató- correlata ou complementar.
ria a afixação de cartazes, adesivos e/ou avisos, em Art. 2º - O Quadro do Poder Judiciário fica com-
posição de fácil visibilidade, contendo os seguintes posto de cargos de provimento efetivo, cargos de
dizeres: “É PROIBIDO FUMAR NESTE LOCAL”, provimento em comissão e de funções.
com a indicação da presente Lei. Art. 3º - Os cargos e funções referidos no artigo an-
§ 1º - Em recintos de área superior a 50 m² (cin- terior serão devidamente classificados no Plano de
qüenta metros quadrados), os cartazes, adesivos, e/ Cargos e Carreiras a ser elaborado e enviado, no
ou avisos a que se refere o caput deste artigo deve- prazo de 180 dias à Assembléia Legislativa fazen-
rão ser afixados no espaço máximo de 50 (cinqüen- do-se, posteriormente, os devidos enquadramentos
ta) metros entre um e outro, ou fração excedente. dos servidores abrangidos por esta Lei.
§ 2º - Em todos os estabelecimentos e recintos men- § 1º - Os contratos individuais de trabalho se ex-
cionados nesta lei deverá ser utilizado também o tinguem automaticamente pela sua transformação
sinal internacional de proibição de fumar nos locais em funções, procedendo-se as devidas anotações
públicos, onde for comum a presença de estrangei- nas respectivas carteiras profissionais e fichas fun-
ros ou de analfabetos. cionais.
§ 3º - A Assessoria de Imprensa do Palácio do § 2º - A transformação dos empregos e funções, com
Governo do Estado do Ceará adotará as providên- a mudança do Regime Jurídico, operar-se-á por ato
cias necessárias ao cumprimento do que é deter- da Presidência do Tribunal de Justiça, no qual de-
minado neste artigo, observadas as dotações do verá conter o nome do servidor, a denominação da
orçamento vigente e as normas de licitação para a função exercida e respectiva referência salarial,
contratação de serviços de impressão dos avisos. bem como a definição da nova situação funcional.
§ 4º - As Secretarias Estaduais de Saúde e de Art. 4º - Ficam submetidos ao Regime Jurídico
Educação deverão providenciar a colocação dos Único adotado por esta Lei, na qualidade de servi-
avisos a que se refere o caput deste artigo em suas dores públicos, os servidores do Quadro III Poder
respectivas unidades administrativas e operacio- Judiciário, regidos pela Lei nº 9.826, de 14 de maio
nais. de 1974, pela Lei nº 10.472, de 15 de dezembro de
1980, bem como os contratados pela Consolidação
Art. 4º - As ambulância e demais veículos do pa-
das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº
trimônio do Estado do Ceará, pertencentes às es-
452, de 1 de maio de 1943.
truturas das Secretarias de Saúde e de Educação
incluem-se nas disposições proibitivas desta Lei. § 1º - Os servidores antes regidos pela Lei nº
Art. 5º - Será da competência do Departamento 10.472, de 15 de dezembro de 1980, permanecerão
de Vigilância Sanitária, da Secretaria de Saúde do exercendo suas funções, ressalvadas a hipótese do
Estado do Ceará, a fiscalização do cumprimento art. 8º e seu Parágrafo único.
desta Lei, nos termos da Lei nº 10.760, de dezem- § 2º - Os servidores submetidos ao regime da
bro de 1982. Consolidação das Leis do Trabalho, terão seus em-
Art. 6º - O Chefe do Poder Executivo Estadual, no pregos também transformados em funções ressal-
uso das suas atribuições constitucionais, deverá vada a hipótese do art. 8º e seu Parágrafo único.
editar decretos e regulamentos para a fiel execução § 3º - Os ocupantes dos cargos de Direção e
desta Lei, especialmente quanto aos locais referi- Assessoramento ficam submetidos aos Regime
dos no Art. 1º. Jurídico adotado por esta Lei.
Art. 7º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua Art. 5º - Com o enquadramento no Regime Jurídico
publicação, revogadas as disposições em contrário. de Direito Público administrativo, os servidores
do judiciário referidos no artigo anterior passarão
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO a ter os direitos vantagens e obrigações inerentes
CEARÁ, em Fortaleza, aos 3 de agosto de 1992. a este Regime, acrescidos daqueles conferidos pe-
los Parágrafos 1º e 2º do art. 39 da Constituição
Ciro Ferreira Gomes
Federal, mantidas as vantagens de caráter pessoal
Anamaria Cavalcante e Silva que até então venham percebendo.

156 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Parágrafo único - Em nenhuma hipótese ocorrerá
decesso de remuneração e o excesso que eventual- LEI Nº 12.078, DE 5.3.1993 - D. O. 5.3.1993
mente ocorra será mantido como vantagem pessoal.
Reajusta os valores dos vencimentos,
Art. 6º - Os servidores antes submetidos ao regime
soldos, Representações, Gratificações,
da Lei nº 10.472, de 15 de dezembro de 1980, já
Proventos e Pensões do Poder
contribuintes da previdência estadual, assim per-
Executivo, das Autarquias e das
manecerão, e os servidores antes servidores sub-
Fundações Estaduais e dá outras
metidos ao Regime Trabalhista, passam a ser segu-
providências.
rados obrigatórios do Instituto de Previdência do
Estado do Ceará - IPEC, todos com as respectivas
aposentadorias custeadas pelo Tesouro do Estado. Art. 16 - Fica instituída a Gratificação Especial de
Desempenho destinada aos servidores integrantes
Art. 7º - O tempo de serviço prestado anteriormen- dos Grupos Ocupacionais Serviços Especializados
te por servidores judiciários, sob Regimes Jurídicos de Saúde - SES e Atividades Auxiliares de Saúde -
diferentes do estatutário, será computado para to- ATS, que exerçam suas atividades nas unidades de
dos os efeitos legais, excetuada a Lei nº 11.847, de Referências Estadual e Regional da Secretaria da
28.8.91. Saúde, bem como os que exerçam suas atividades
Art. 8º - Os servidores que hajam ingressado no no Instituto Penal Paulo Sarassate, Instituto Penal
serviço público estadual mediante concurso de pro- Firmino Auri Moura Costa, Instituto Presidiário
vas, ou de provas de títulos, têm seus empregos e Professor Olavo Oliveira, na Colônia Agro-Pastoril
funções transformados em cargos, a serem devida- do Amanari, no Instituto Psiquiátrico Governador
mente classificados. Stênio Gomes e no Hospital e Sanatório Penal
Parágrafo único - São considerados concursos pú- Professor Otávio Lôbo.
blicos, para os fins desta lei, gerando todos os efei- Parágrafo único - A Gratificação a que se refere
tos que lhe são atinentes, os exames de seleção re- o caput deste artigo será devida nos percentuais
alizados para admissão de candidatos a empregos abaixo discriminados:
e funções, inclusive sob regime da Lei nº 10.472, I - 35% do vencimento base aos servidores com ati-
de 15 de dezembro de 1980, desde que se tenham vidades em enfermaria, ambulatório e administra-
revestidos de todas as características essenciais aos ção central;
concursos públicos de provas e títulos ou apenas
de provas, inclusive quanto à publicidade e ampla II - 50% do vencimento base aos servidores com
divulgação, livre acesso dos candidatos a caráter atividades de plantão, excluindo os Serviços de
competitivo e eliminatório. Emergência e UTI;
Art. 9º - As despesas com a execução desta Lei cor- III - 70% do vencimento base aos servidores com
rerão por conta das dotações orçamentárias pró- atividades de plantão nos Serviços de Emergência
prias do Poder Judiciário, sendo suplementadas em e UTI.
caso de insuficiência.
Art. 10 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário. LEI Nº 12.085, DE 25.3.1993 - D. O. 26.3.1993
Dispõe sobre a Gratificação de
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO Produtividade do Pessoal de
CEARÁ, em Fortaleza, aos 12 de janeiro de 1993. Departamentos Estadual de Trânsito
do Ceará, e dá outras providências.
Ciro Ferreira Gomes
Manoel Beserra Veras O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
22
LEI Nº 12.075, DE 15.2.1993 - D. O. Art. 1º - A Gratificação de Produtividade dos ser-
18.2.1993 vidores do Departamento Estadual de Trânsito do
Ceará - DETRAN, devida nos termos da senten-
Aprova o Plano de Cargos e Carreiras ça homologatória da 4ª. Junta de Conciliação e
e o Quadro de Pessoal do Poder Julgamento de Fortaleza, proferida nos autos do
Legislativo e dá outras providências. Processo de Reclamação Trabalhista nº 843/89, fica
elevada de 40% (quarenta por cento) para 60% (ses-
Art. 14 – Serão ocupados por servidores do Poder senta por cento).
Legislativo no mínimo 2/3 (dois terços) dos car- Parágrafo único - A Gratificação de que trata o
gos de provimento em comissão que integram a caput deste artigo incidirá sobre os vencimentos
Estrutura Administrativa da Casa. e demais vantagens pessoais dos servidores do
DETRAN.
Art. 2º - As despesas decorrentes desta lei corre-
rão à conta de dotação orçamentária própria do
DETRAN.

22 Ver Lei nº 16.014, de 5.5.2016. D. O. 9.5.2016 - Apêndice.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 157


Art. 3º - Esta lei entrará em vigor na data de sua Saúde - SES e Atividades Auxiliares de Saúde -
publicação, exceto quanto aos efeitos financeiros ATS, que exerçam suas atividades nas Unidades de
que retroagirão a 1º de fevereiro de 1993, revoga- Referência do Instituto de Previdência do Estado
das as disposições em contrário. do Ceará - IPEC, quais sejam: IPEC Centro, Posto
Odontológico Dr. Walfrido Teixeira, Divisão de
Atendimento ao Excepcional Helena Antipoff,
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO Divisão de Fisioterapia e o Departamento de Perícia
CEARÁ, em Fortaleza, aos 25 de março de 1993. Médica a gratificação instituída pelo Art. 16 da Lei
Ciro Ferreira Gomes nº 12.078, de 5 de março de 1993.
José Leônidas de Menezes Cristino Art. 18 - Os caputs dos artigos 13 e 14 da Lei nº
11.601, de 6 de setembro de 1989, passam a ter as
seguintes redações:
LEI Nº 12.093, DE 23.4.1993 - D. O. 30.4.1993 Art. 13 - Fica instituído o benefício à alimentação
para os servidores públicos estaduais, que poderá
Dispõe sobre a concessão da se efetivar através do recebimento de ticket refeição
Gratificação pelo Trabalho de ou vale alimentação, podendo ser descontado até
Monitoramento Climático de Larga 20% (vinte por cento) do valor mensal do benefício
Escala da Região Tropical. na remuneração do servidor.
Art. 14 - O vale transporte e o benefício à alimenta-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço ção concedidos nos Arts. 12 e 13 desta Lei.
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- Art. 19 - Fica estendida a Gratificação de Localização
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: atribuída pelo Art. 24 da Lei nº 11.965, de 17 junho
Art. 1º - A Gratificação pelo Trabalho de de 1992, aos servidores que exercem funções, in-
Monitoramento Climático de Larga Escala da tegrantes dos Grupos Ocupacionais Serviços espe-
Região Tropical é atribuída a todos os servidores cializados de Saúde - SES e Atividades Auxiliares
que prestam serviço na FUNCEME - Fundação de Saúde - ATS.
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. Art. 20 - Aos Presidentes, Vice-Presidentes,
§ 1º - A Gratificação de que trata o caput deste arti- Coordenadores, Membros e Secretários integran-
go corresponderá, em termos financeiros, a até 30% tes das Comissões que percebem Gratificação de
(trinta por cento) do total da folha de pagamento da execução de trabalho relevante, técnico ou científi-
FUNCEME - Fundação Cearense de Meteorologia co, a nível da representação dos Cargos de Direção
e Recursos Hídricos. e Assessoramento Superior, é vedada a percepção
§ 2º - Os critérios de concessão e o valor a ser atri- das gratificações previstas no Art. 132, incisos I e
buído a cada servidor serão fixados em Portaria do XI da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974.
Presidente da FUNCEME - Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos.
Art. 2º - As despesas decorrentes desta lei corre- LEI Nº 12.124, DE 06.07.93 (D.O. DE
rão à conta das dotações orçamentárias próprias da 14.07.93) REPUBLICADA 07.10.93
FUNCEME - Fundação Cearense de Meteorologia
e Recursos Hídricos, que serão suplementadas, se Dispõe sobre o estatuto da polícia civil
insuficientes. de carreira e dá outras providências.
Art. 3º - Esta lei entra em vigor na data de sua pu-
blicação, exceto quanto aos efeitos financeiros, que *Art. 172 - Aplicam-se aos policiais civis, no que
vigorarão a partir de 1 de janeiro de 1992. não conflitar com esta lei, as disposições estatutá-
rias e especiais relativas aos servidores públicos
em geral do Estado existentes ou que vierem a ser
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
editadas.
CEARÁ, em Fortaleza, aos 23 de abril de 1993.
Ver Emenda Constitucional nº 91, de 06.06.2017 -
Ciro Ferreira Gomes D.O. 12.06.2017.
João de Castro Silva
LEI Nº 12.190, DE 11.10.1993
- D. O. 22.10.1993
LEI Nº 12.115, DE 8.6.1993 - D. O. 8.6.1993
Dá nova redação ao § 1º do Art. 1º
da Lei nº 12.093, de 23 de abril de
Reajusta os valores dos Vencimentos,
1993, que dispõe sobre a concessão
Soldos, Representações, gratificaçoes,
da gratificação pelo trabalho de
proventos e Pensões do Poder
monitoramento climático de larga
Executivo, das Autarquias e das
escala da Região Tropical e dá outras
Fundações Estaduais e dá outras
providências.
providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
Art. 14 - Fica estendida aos servidores integran- saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tes dos Grupos Ocupacionais Especializados de tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
158 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Art. 1º - O § 1º do Art. 1º da Lei nº 12.093, de 23
de abril de 1993, passa a vigorar com a seguinte LEI Nº 12.262, DE 2.2.1994 – D. O. 3.2.1994
redação:
Aprova o Plano de Cargos e Carreiras
“§ 1º - A gratificação de que trata o caput deste e o Quadro Pessoal do Tribunal de
artigo corresponderá, em termos financeiros até Contas dos Municípios e dá outras
60% (sessenta por cento) do total da folha de pa- providências.
gamento da FUNCEME - Fundação Cearense de
Metereologia e Recursos Hídricos”. Art. 28 - Os Cargos de Direção e Assessoramento
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua serão providos em comissão e classificados em ní-
publicação, exceto quanto aos seus efeitos financei- veis correspondentes à hierarquia da estrutura or-
ros, que vigorarão a partir de 1º de janeiro de 1992. ganizacional, com base na complexidade e respon-
sabilidade das respectivas atribuições, segundo cri-
térios estabelecidos em regulamento, designados
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
por numeração cardinal crescente.
CEARÁ, em Fortaleza, aos 11 de outubro de 1993.
Parágrafo único – A classificação dos Cargos de
Ciro Ferreira Gomes
Direção e Assessoramento observará uma diferen-
José Moreira de Andrade ça de, pelo menos, um nível em relação àqueles em
que estiverem classificados os Cargos de Direção a
que se subordinarem.
LEI Nº 12.231, DE 9.12.1993 Art. 29 – Os cargos de provimentos em comis-
- D. O. 17.12.1993 são que integram a estrutura dos Gabinetes dos
Conselheiros, serão ocupados segundo indica-
Regulamenta o inciso I do Art. 284 da ção dos Senhores Conselheiros e nomeados pelo
Constituição do Estado do Ceará e dá Presidente do TCM.
outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço LEI Nº 12.287, DE 20.4.1994 - D. O. 20.4.1994


saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Fixa os valores dos Vencimentos,
Soldos, Representações,
Art. 1º - Fica garantido ao maior de sessenta e cin-
Gratificações, Proventos e Pensões
co anos:
do Poder Executivo, das Autarquias
I - Atendimento preferencial através da Rede de e Fundações Estaduais e dá outras
Serviços Públicos e Privados de Saúde que consti- providências.
tuem o Sistema Único de Saúde no Estado;
II - Atendimento preferencial em todos os esta- Art. 20 - Fica instituída a Gratificação de
belecimentos de Crédito Público ou Privado e em Especialização para os servidores integrantes dos
quaisquer órgãos da Administração Pública Direta Grupos Serviços Especializados de Saúde - SES e
e Indireta. Atividades Auxiliares de Saúde - ATS, como estí-
mulo ao aperfeiçoamento profissional na área de
Art. 2º - Para que seja proporcionado o atendimen-
saúde, nos percentuais abaixo fixados sobre o ven-
to preferencial, o maior de sessenta e cinco anos
cimento base:
deverá dirigir-se diretamente ao guinche de aten-
dimento e identificar-se. - ESPECIALIZAÇÃO - 50%
Art. 3º - A comprovação da idade do beneficiário - RESIDÊNCIA I - 70%
será feita através de um dos seguintes documentos: - RESIDÊNCIA II - 80%
I - Cédula de identidade; - MESTRADO - 90%
II - Carteira de Trabalho e Previdência Social; - DOUTORADO - 100%
III - Carteiras Profissionais expedidas pelos § 1º - A Gratificação instituída neste artigo, não ser-
Conselhos Regionais de Fiscalização do Exercício virá de base de cálculo para outras vantagens.
das profissões liberais. § 2º - VETADO.
Art. 4º - A recusa de atendimento preferencial ao
idoso, nos casos previstos nesta Lei, é considerada
infração sujeita às penalidades previstas em Lei. LEI Nº 12.351, DE 16.9.1994 - D. O.
Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua 20.9.1994
publicação, revogadas as disposições em contrário.
Dá nova redação ao Artigo 5º da Lei
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO nº 10.882, de 20 de dezembro de 1983.
CEARÁ, em Fortaleza, aos 9 de dezembro de 1993.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
Ciro Ferreira Gomes; Anamaria Cavalcante e saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
Silva tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 159


Art. 1º - O Artigo 5º da Lei nº 10.882, de 20 de de- *** Os §’s 1°, 2° e 4° do art. 7°, foram revogados pela
zembro de 1983, passa a ter a seguinte redação: Lei n° 12.913 de 17.6.1999 – D. O. 18.6.1999.

“Art. 5º - Aos ocupantes do cargo de Motorista, Art. 15 - O ingresso nas carreiras dar-se-á por no-
lotados no Tribunal de Justiça é atribuída de re- meação para cargos efetivos, após aprovação em
presentação de 175% (cento e setenta e cinco por concurso público, na classe e referência iniciais do
cento) sobre o vencimento base, quando no efetivo Grupo Ocupacional Atividades de nível Superior
exercício do cargo. - ANS e na referência inicial da respectiva clas-
se do Grupo Ocupacional Atividades de Apoio
§ 1º - A gratificação de que trata o caput deste artigo Administrativo e Operacional - ADO.
será elevada para 210% (duzentos e dez por cento)
*Art. 20 - Durante o estágio probatório o servidor
quando o motorista for designado para ter exercício
dos Grupos Ocupacionais Atividades de Nível
junto aos gabinetes do Presidente, Vice-Presidente,
Superior - ANS e Atividade de Apoio Administrativo
do Corregedor Geral, dos Desembargadores e do
e Operacional - ADO, não poderá ser afastado
Secretário Geral e ali prestar efetivo exercício ine-
de seu órgão de origem, nem fará jus à Ascensão
rente a seu cargo.
Funcional.
§ 2º - A gratificação prevista neste artigo não será * Ver Lei n° 13.092, de 8.1.2001 – D. O. 8.1.2001 -
percebida cumulativamente com gratificação pelo Apêndice
regime de tempo integral e pela prestação de ser- Art. 21 - A ascensão funcional do servidor nas car-
viços extraordinários, sendo incorporada ao venci- reiras, far-se-á através da progressão, da promoção
mento do servidor para efeito de aposentadoria”. e da transformação.
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua Art. 22 - Progressão é a passagem do servidor de
publicação, revogadas as disposições em contrário. uma referência para outra imediatamente superior
dentro da faixa vencimental da mesma classe, obe-
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO decidos os critérios de desempenho ou antigüidade
CEARÁ, em Fortaleza, aos 16 de setembro de 1994. e o cumprimento do interstício de 365 (trezentos e
sessenta e cinco) dias.
Francisco Adalberto de Oliveira Barros Leal;
Pedro Brito do Nascimento Parágrafo Único - Serão elevados, anualmente,
mediante progressão, 60% (sessenta por cento) dos
servidores de cada referência, excluída a última
de cada classe, reservando-se 50% (cinqüenta por
LEI Nº 12.386, DE 9.12.1994 - D. O. cento) para cada um dos critérios referidos neste
9.12.1994 Artigo.
Art. 23 - Promoção é a elevação do servidor de uma
Aprova o Plano de Cargos e Carreiras para outra classe imediatamente superior dentro da
dos Grupos Ocupacionais, Atividades mesma carreira e dependerá, cumulativamente, de:
de apoio de Nível Superior - ANS e
Atividades de apoio Administrativo e I - conclusão, com aproveitamento, do programa de
Operacional – ADO da Administração capacitação e aperfeiçoamento estabelecido para a
Direta e das Autarquias Estaduais e classe;
dá outras providências. II - habilitação legal para o exercício do cargo ou
função integrante da classe, quando a promoção
Art. 7º - .................... implicar em mudança de cargo ou denominação de
*“§ 1º - Os valores fixados no Anexo VI a que se função;
refere este Artigo será acrescido do percentual de III - desempenho eficaz de suas atribuições;
40% (quarenta por cento), quando o servidor for
IV - comprovada necessidade de mão-de-obra,
submetido ao regime de 40 (quarenta) horas sema-
quando a elevação do servidor para a nova classe
nais de trabalho.
implicar em mudança de cargo/função.
*§ 2º - A alteração da jornada de trabalho de 30
Parágrafo único - O número de servidores a serem
(trinta) para 40 (quarenta) horas semanais, previs-
promovidos corresponderá a 40% (quarenta por
ta no parágrafo primeiro deste Artigo, só poderá
cento) do total de integrantes de cada classe.
ocorrer havendo carência de mão-de-obra e anu-
ência expressa do servidor, ouvida previamente a Art. 29 - Os critérios específicos e os procedimentos
Secretaria da Administração. para aplicação do princípio do mérito e/ou da anti-
guidade para efetivação da progressão e da promo-
§ 3º - O percentual de 40% (quarenta por cento) de ção bem como os procedimentos para transforma-
que trata o parágrafo primeiro deste Artigo não será ção, são os definidos no Decreto nº 22.793, de 1º de
pago, cumulativamente, com a Gratificação por outubro de 1993.
Regime de Tempo Integral, Prestação de Serviço
Extraordinários ou outra vantagem com igual de- Art. 42 - Para efeito desta Lei considera-se venci-
nominação ou com a mesma finalidade. mento a retribuição pecuniária devida ao servidor
pelo exercício de cargo ou função pública, fixada
*§ 4º - A alteração a que se refere o parágrafo pri- em Lei para a respectiva referência vencimental.
meiro deste Artigo integrará os proventos do servi-
Art. 43 - Remuneração é o vencimento do cargo ou
dor desde que venha percebendo por um período
função acrescido das vantagens pecuniárias per-
não inferior a 3 (três) anos.
manentes ou temporárias estabelecidas em Lei.

160 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Art. 61 - Aos servidores integrantes dos Grupos de licença especial que o servidor não houver go-
Ocupacionais Atividades de Nível Superior - ANS e zado.
Atividades de Apoio Administrativo e Operacional - Art. 62 - .....................................
ADO será concedida a gratificação prevista no Art.
132, inciso VI, da Lei nº 9.826, de 14 de maio de § 2º - Aos servidores de nível médio e de nível supe-
1974, na forma prevista no Decreto 22.077-A, de 4 rior, ocupantes de Cargos Comissionados também é
de agosto de 1992. devida a Gratificação de 100% (cem por cento) so-
bre a representação do cargo.
Art. 67 - Fica vedada a partir da data da publicação
desta Lei, ressalvadas as situações nela previstas, a § 3º - As Gratificações instituídas por este Artigo
alteração das tarefas dos servidores para o exercício não se aplicam aos membros do Ministério Público,
de outras atribuições permanentes e não asseme- inclusive quando no exercício de Cargo de Direção
lhadas as do cargo ou função por estes exercidos”. e Assessoramento.
Art. 64 – Os cargos em comissão, para efeito de
nomeação, serão de recrutamento restrito, quan-
LEI Nº 12.482, DE 31.7.1995 - D. O. 11.8.1995 do privativos de membros do Ministério Público
ou de servidores integrantes das carreiras da
Dispõe sobre a Organização Procuradoria-Geral de justiça, e, de recrutamento
Administrativa da Procuradoria-Geral amplo nos casos previstos na presente Lei.
da Justiça e dá outras providências.

Art. 39 - Aplica-se aos servidores da Procuradoria- LEI Nº 12.483, DE 3.8.1995 – D. O. 11.8.1995


Geral da Justiça o Regime de Direito Público
Administrativo, instituído pela Lei nº 9.826, de 14 Dispõe sobre a organização do
de maio de 1974 e legislação complementar, ressal- Poder Judiciário Estadual, define as
vadas as disposições especiais previstas nesta Lei. diretrizes gerais para sua reforma e
Art. 40 - O Plano de Cargos e Carreiras dos modernização Administrativa e dá
Servidores da Procuradoria-Geral da Justiça obe- outras providências.
decerá às diretrizes estabelecidas nesta Lei.
Art. 41 - O adicional por tempo de serviço é devido Art. 11 – A Secretaria Geral do Tribunal de Justiça é
à razão de 5% (cinco por cento) a cada cinco anos de o órgão ao qual incumbe exercer, além das funções
serviço efetivo, incidente sobre o vencimento-base de secretariado do Tribunal Pleno e do Conselho
e a verba de representação, observado o disposto da Magistratura, as atribuições de gerenciamento
no inciso XIV do Art. 37, da Constituição Federal. superior das demais unidades administrativas do
Poder Judiciário que não sejam diretamente super-
Parágrafo único - O servidor fará jus ao adicional a visionadas pelo Presidente, pelo Vice-Presidente,
partir do mês em que completar o quinquênio. pelo Corregedor Geral da Justiça, Desembargador
Art. 42 - Após cada quinquênio ininterrupto de e Juízes.
exercício, o servidor fará jus a 3 (três) meses de li-
cença especial, a título de prêmio por assiduidade, § 1º - A Secretaria Geral do Tribunal de Justiça
com a remuneração do cargo efetivo. será subdividida em Secretaria de Administração e
Finanças e Secretaria Judiciária, com suas atribui-
Parágrafo único - É facultado ao servidor fracionar ções e estrutura adiante definidas.
a licença de que trata este Artigo em até 3 (três)
parcelas. § 2º - Além da coordenação geral das atividades
a cargo das Secretarias referidas no parágrafo an-
Art. 43 - Não se concederá licença especial ao ser- terior, subordinam-se diretamente ao Secretário
vidor que, no período aquisitivo: Geral as seguintes unidades de nível departamen-
I - sofrer penalidade disciplinar de suspensão; tal.
II - afastar-se do cargo em virtude de: I – Departamento de Planejamento e Coordenação;
a) licença para tratar de interesses particulares; II – Departamento de Informática;
b) condenação à pena privativa de liberdade por § 3º - O cargo de Secretário Geral do Tribunal de
sentença definitiva; Justiça de recrutamento amplo e livre nomeação e
exoneração pelo Presidente do Tribunal de Justiça,
c) afastamento para acompanhar cônjuge ou com-
será privativo de Bacharel em Direito, de reconheci-
panheiro.
da competência técnica e ilibada reputação, confor-
Parágrafo único - As faltas injustificadas ao servi- me o disposto no Código de Divisão e Organização
ço retardarão a concessão da licença prevista neste Judiciária.
Artigo, na proporção de 1 (um) mês para cada falta. Art. 56 – Os Assessores e demais integrantes dos
Art. 44 - O número de servidores em gozo simul- Gabinetes dos Desembargadores serão de recruta-
tâneo de licença especial não poderá ser superior mento amplo, indicados pelos mesmos e nomeados
a 1/3 (um terço) da lotação da respectiva unidade pelo Presidente do Tribunal de Justiça.
administrativa do órgão ou entidade.
Art. 45 - Para efeito de aposentadoria e de conces-
são de quinquênio será contado em dobro o tempo

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 161


§ 1º - Servidoras de 18 a 35 anos:
LEI Nº 12.490, DE 27.9.1995 - D.O. 29.9.1995
I - Proceder anualmente a exames de citologia, co-
Assegura ao Servidor Estadual 01 nhecidos como prevenção de câncer;
(um) dia na contagem do tempo de a - Por orientação médica, o prazo para apresenta-
serviço em caso de doação de sangue ção da tais exames poderá ser encurtado ou elaste-
nos termos elencados. cido, conforme o indicado para cada paciente.
II - Proceder a pesquisa de rubéola e toxoplasmo-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
se com o conseqüente tratamento e imunização por
Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e vacinas;
eu sanciona a seguinte Lei:
III - Proceder a imunização antitetânica.
Art 1º - Os servidores estaduais farão jus ao compu-
to de 01 (um) dia para efeito de contagem de tempo § 2º - Servidoras com mais de 35 anos:
de serviço para aposentadoria, a cada doação de I - Proceder a pesquisa de hipertensão arterial, taxa
sangue efetuada exclusivamente no HEMOCE, en- de colesterol, diabetes e osteoporose;
tidade vinculada à Secretaria Estadual de Saúde.
II - Proceder a exames de citologia anual ou semes-
Parágrafo Único - O benefício, de que trata o tralmente, conforme determinação médica;
“caput” deste Artigo, será concedido, observando-
-se, para tanto, um intervalo mínimo de 12 (doze) III - Proceder, a cada dois anos, a prevenção espe-
meses entre cada doação. cializada de câncer de mama, incluindo a avaliação
por mamografia ou exame que o venha substituir,
Art 2º - O HEMOCE entregará ao doador o com- em caso de avanço tecnológico na área de medi-
provante oficial da doação de sangue, obrigatoria-
cina.
mente datado, com o nome e a matrícula ao referido
servidor que, ato continuo, o encaminhará ao setor § 3º - Servidoras grávidas:
de pessoal do órgão de onde é lotado, para fins de I - Acompanhamento médico da gravidez, conheci-
registro em seus assentamentos. do como pré-natal.
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua Art. 4º - Para garantir o pronto atendimento das
publicação, revogadas as disposições em contrário. servidoras, o IPEC estudará fórmulas de encami-
nhamento, marcação e remarcação automática de
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO consultas, etc, em sua rede de assistência médica,
CEARÁ, em Fortaleza, aos 27 de setembro de 1995. ou através da rede de saúde pública.
§ 1º - Se a servidora assim o desejar, poderá recor-
Morone Bing Torgan
rer a serviços médicos particulares ou de seguros
Anastácio de Queiroz Sousa. de saúde privados, desde que o profissional consul-
tado preencha e responsabilize-se pelas informa-
ções prestadas na CSSP.
LEI Nº 12.526, DE 19.12.1995 Art. 5º - Nas consultas e exames em questão, pre-
- D. O. 31.1.1996 servar-se-á os princípios da ética médica e seus
resultados não constarão da CSSP; bastando para
Institui a Carteira de Saúde da tal fim que o médico e o profissional da saúde res-
Servidora Pública e dá outras ponsável, preencham o documento atestando a re-
providências. alização das consultas, dos exames, e a aplicação
das vacinas.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- Art. 6º - O Estado dispõe do prazo de dois anos para
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: estender os efeitos desta Lei a todo o seu território.
Somente após decorrido tal prazo, a apresentação
Art. 1º - Fica instituída a Carteira de Saúde da
da CSSP será obrigatória.
Servidora Pública (CSSP), que tem por objetivo a
prestação de serviços preventivos de saúde às ser- Art. 7º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
vidoras estaduais. publicação, revogadas as disposições em contrário.
Art. 2º - A Carteira de Saúde da Servidora Pública
deverá ser associada a um prontuário médico es- PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
pecífico de cada servidora, vinculado ao Instituto CEARÁ, em Fortaleza, aos 19 de dezembro de 1995.
de Previdência do Estado do Ceará (IPEC), e será
Tasso Ribeiro Jereissati
apresentada anualmente, na ocasião do pedido de
gozo de férias, sob pena de vir a gerar um adiamen-
to das mesmas, até a regularização da CSSP.
Art. 3º - Através da CSSP, o serviço estadual de saú-
de cuidará da prevenção das doenças de maior in-
cidência sobre pacientes do sexo feminino, nas di-
ferentes faixas etárias, e condições físicas, exigindo
os exames preventivos a saber:

162 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


LEI Nº 12.559, DE 29.12.1995 – D. O. LEI Nº 12.634, DE 14.11.1996
7.2.1996 - D. O. 28.11.1996
Dispõe sobre incentivo à doação de Altera dispositivos da Lei nº 12.490,
sangue. de 27 de setembro de 1995.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço


saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º - Os doadores de sangue que contarem o Art. 1º - O Art. 1º e respectivo Parágrafo único da
mínimo de 02 (duas) doações, num período de 01 Lei nº 12.490, de 27 de setembro de 1995, passa a
(um) ano, estarão isentos do pagamento da taxa de vigorar com a seguinte redação:
inscrição em concursos públicos estaduais, realiza- “Art. 1º - Os servidores estaduais farão jus ao côm-
dos num prazo de até 12 meses decorridos da últi- puto de 01 (uma) semana para efeito de contagem
ma doação. de tempo de serviço para aposentadoria, a cada
Art. 2º - A comprovação do que estabelece o artigo doação de sangue efetuada exclusivamente nos
anterior dar-se-á mediante a apresentação de certi- HEMOCENTROS, entidade vinculada à Secretaria
dão expedida pelo Hemoce. de Saúde do Estado do Ceará – SESA-CE.
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua Parágrafo único – o benefício, de que trata o caput
publicação, revogadas as disposições em contrário. deste Artigo, será concedido, observando-se, para
tanto, um intervalo mínimo de 03 (três) meses entre
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO cada doação.”
CEARÁ, em Fortaleza, aos 29 de dezembro de 1995. Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.
Tasso Ribeiro Jereissati

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO


LEI Nº 12.581, DE 30.4.1996 CEARÁ, em Fortaleza, aos 14 de novembro de 1996.
- D. O. 31.5.1996 Tasso Ribeiro Jereissati
Anastácio de Queiroz Sousa
Estabelece novos valores para os
vencimentos dos servidores do
Quadro II - Poder Legislativo, LEI Nº 12.719, DE 12.9.1997 - D. O. 23.9.1997
em cumprimento do disposto na
Emenda Constitucional nº 21, de Cria a indenização de operacionalidade
14 de dezembro de 1995, e dá outra para o Grupo Ocupacional Atividade
providências. Polícia Judiciária - APJ.
Art. 7º - A gratificação de especialização, instituída O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
pelo Artigo 9º Resolução nº 338, de 30 de março de saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
1994, será concedida nos percentuais abaixo, cal- tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
culados sobre o vencimento base:
Art. 1º - Fica criada a Indenização de
- ESPECIALIZAÇÃO............. 10% Operacionalidade para o Grupo Ocupacional
- RESIDÊNCIA I.....................15% Atividade Polícia Judiciária - APJ, que tem por fi-
- RESIDÊNCIA II....................20% nalidade cobrir despesas decorrentes do exercício
- MESTRADO.........................20% de atividades operacionais.
- DOUTORADO......................30% Parágrafo único - Para os efeitos desta Lei somen-
te será considerado exercício de atividades ope-
Art. 11 - Fica instituída a gratificação de desem-
racionais aquele realizado no âmbito da Polícia
penho legislativo para os servidores lotados e em
Civil, do Instituto Médico Legal, do Instituto de
exercício na Assembléia Legislativa, no percentual
Criminalística, do Instituto de Identificação e da
de até 40% (quarenta por cento) sobre o vencimen-
Corregedoria dos Órgãos de Segurança Pública e
to base, conforme critérios de assiduidade, pontua-
Defesa da Cidadania .
lidade, desempenho e eficiência.
Art. 2º - A indenização de que trata o artigo anterior
Parágrafo único - Os critérios para a concessão da será de R$ 5,00 (cinco reais) por dia, a ser atribuída
gratificação de desempenho legislativo serão disci- por portaria do Secretário da Segurança Pública e
plinados por ato da Mesa Diretora. Defesa da Cidadania, dela constando, obrigatoria-
mente, o nome do servidor, sua lotação e o número
de diárias a ele atribuídas.
Parágrafo único - O número de diárias atribuídas a
cada servidor não poderá ser superior a 20 (vinte)
por mês.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 163


Art. 3º - O disposto nesta Lei não se aplica aos
Delegados de Polícia.
23
LEI Nº 12.780, DE 30.12.1997
Art. 4º - As despesas decorrentes desta Lei corre- - D. O. 30.12.1997
rão por conta das dotações próprias da Secretaria
Pública e Defesa da Cidadania, que serão suple- Altera dispositivo da Lei nº 9.826,
mentadas se insuficientes. de 14 de maio de 1974, Estatuto
Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua dos Funcionários Públicos Civis do
publicação, salvo quanto aos efeitos financeiros, Estado, e dispõe sobre processo de
que retroagirão à 1º de agosto de 1997, revogadas aposentadoria de servidores públicos
as disposições em contrário. estaduais.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço


PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
CEARÁ, em Fortaleza, aos 12 de setembro de 1997. tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Tasso Ribeiro Jereissati Art. 1º - Fica alterado em seu caput e acrescido de
cinco parágrafos, com exclusão do atual parágrafo
único, o Art. 153 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de
1974, Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
LEI Nº 12.761, DE 15.12.1997 Estado, passando a vigorar com a seguinte redação:
- D. O. 17.12.1997 “Art. 153 - O processo de aposentadoria, iniciado
com o requerimento do interessado ou de ofício,
Institui a Gratificação de Incentivo
nos casos de aposentadoria compulsória ou por
ao Trabalho com Qualidade para
invalidez, deverá ser devidamente informado pelo
servidores públicos com exercício
setor competente do órgão de origem do servidor,
funcional na Estrutura Organizacional
especialmente quanto à contagem do tempo de ser-
da Secretaria da Saúde do Estado do
viço, às comprovações documentais necessárias,
Ceará, e dá outras providências.
à indicação precisa dos proventos respectivos e à
satisfação dos demais requisitos legais para a pas-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço sagem à inatividade, tendo, a partir daí, a seguinte
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- tramitação:
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º - Fica instituída a Gratificação de Incentivo I - o processo, já contendo a minuta do Ato de
ao Trabalho com Qualidade a ser concedida a aposentadoria, será encaminhado à Procuradoria-
servidores públicos, com exercício funcional na Geral do Estado, para exame e parecer;
Estrutura Organizacional da Secretaria da Saúde II - opinando a Procuradoria-Geral do Estado, após
do Estado do Ceará. cumpridas as diligências acaso requisitadas, favo-
§ 1º - A Gratificação de Incentivo ao Trabalho com ralvemente, retornará o processo à origem para a
Qualidade de que trata o caput deste artigo poderá assinatura do Ato de aposentadoria pelo titular do
ser extensiva aos servidores em exercício funcional órgão e publicação no Diário Oficial do Estado;
na Escola de Saúde Pública do Ceará. III - publicado o Ato de aposentadoria, afastar-se-á
§ 2º - A vantagem financeira de que trata esta Lei, o servidor da atividade e será o processo encami-
deverá ser concedida com base em critérios a serem nhado ao Tribunal de Contas do Estado, para fins
definidos por Decreto do Chefe do Poder Executivo. de registro e controle de sua legalidade.
Art. 2º - O pagamento da Gratificação a que se refe- § 1º - Caberá ao servidor interessado, prestar ao se-
re o artigo anterior, será feito exclusivamente com os tor competente de seu órgão de origem todo o au-
recursos do Fundo Estadual de Saúde - FUNDES, xílio para a correta e diligente tramitação de seu
provenientes do Ministério da Saúde para o custeio processo de aposentadoria.
do Sistema Único de Saúde - SUS e de convênios § 2º - Nas hipóteses de aposentadoria compulsória
que permitam despesas desta natureza. ou por invalidez, o servidor se afastará da atividade
Parágrafo Único - O pagamento da gratificação tão logo iniciado o processo, sem que o tempo de
cessará na hipótese de interrupção ou suspensão afastamento possa ser considerado para qualquer
definitiva dos recursos financeiros de que trata o efeito.
caput deste artigo e a vantagem não se incorpora- § 3º - Ressalvado o disposto no parágrafo anterior,
rá, sob nenhum fundamento e para fim algum, ao caso o processo de aposentadoria não esteja con-
vencimento ou remuneração do servidor dela be- cluído no prazo de 90 (noventa) dias, o servidor se
neficiado. afastará da atividade sem prejuízo de sua remune-
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua ração, sem direito a contar o tempo de afastamento
publicação, revogadas as disposições em contrário. para qualquer efeito.
§ 4º - Havendo parecer desfavorável da
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO Procuradoria-Geral do Estado ou tendo o Tribunal
CEARÁ, em Fortaleza, aos 15 de dezembro de 1997. de Contas julgado ilegal o Ato de aposentadoria,
deverá o servidor retornar à atividade, inclusive
Tasso Ribeiro Jereissati
23 Ver: Art. 3º da Lei Complementar nº 159 de 14.01.2016 - D.O. de
18.01.2016.

164 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


quando, no primeiro caso, se haja valido da prerro- Art. 2º - A Indenização por Tempo de Serviço de
gativa do parágrafo anterior. que trata esta Lei, se deferida, possibilita ao servi-
§ 5º - Aplica-se o disposto neste artigo aos servido- dor, observado disposto no artigo anterior, a percep-
res das autarquias e fundações públicas, dispensa- ção dos seguintes valores:
da, quanto a estas, a ouvida da Procuradoria-Geral I - uma indenização, cujo valor corresponderá a
do Estado.” 100% (cem por cento) da remuneração mensal, con-
Art. 2º - Os órgãos e entidades da Administração siderando-se somente as vantagens fixas e de ca-
Estadual deverão adotar as providências necessá- ráter pessoal, por cada ano de efetivo exercício de
rias à aplicação desta Lei aos processos de apo- serviço público prestado ao Estado do Ceará, ten-
sentadoria em andamento, fazendo as adaptações do-se como ano integral a fração igual ou superior
cabíveis em cada caso, devendo a Secretaria de a seis meses;
Administração expedir as instruções normativas II - o pagamento dos períodos de férias vencidos e
necessárias. não computados em dobro para efeito de tempo de
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua serviço, com acréscimo de um terço do valor dos
publicação, revogadas as disposições em contrário. vencimentos, e de uma remuneração mensal por
cada período de licenças especiais vencidas e não
usufruídas para outros fins previstos em Lei;
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
CEARÁ, aos 30 de dezembro de 1997. III - o pagamento do valor equivalente à gratifi-
cação natalina (13º mês), proporcionalmente ao
Tasso Ribeiro Jereissati número de meses de efetivo exercício no ano, ou
a fração igual ou superior a quinze dias de serviço
no ano da exoneração, efetuando-se, em qualquer
24
LEI Nº 12.783, DE 30.12.1997 hipótese, as deduções dos adiantamentos acaso re-
- D. O. 30.12.1997 cebidos;
IV - o pagamento do saldo, acaso existente, da re-
Institui na Administração Pública muneração;
Estadual a Indenização por Tempo
de Serviço e a Licença Extraordinária V - a assistência e treinamentos gerenciais, visando
com Prejuízo da Remuneração. prepará-lo para o mercado de trabalho ou para a
abertura de estabelecimento por conta própria, atra-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço vés de instituições conveniadas, cujo acesso será
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- proporcionado pela Administração Pública.
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: *Art. 3º - Fica instituída, no serviço público esta-
Art. 1º - Fica instituída, no serviço público estadu- dual, a Licença Extraordinária com Prejuízo da
al, a Indenização por Tempo de Serviço, destinada Remuneração, a ser requerida de forma voluntária
aos servidores públicos estaduais submetidos ao e espontânea, que consiste no afastamento do ser-
Regime Jurídico Único, de direito administrativo, vidor público regido pelo Regime Jurídico Único,
que preencham os requisitos definidos nesta Lei e de direito administrativo, pelo prazo de (05) cinco
em seu regulamento. anos, podendo a Administração Pública, se assim
o exigir o interesse público, indeferir ou revogar, a
§ 1º - A Indenização de que trata o caput deste arti- qualquer momento, a concessão da licença, ficando
go poderá ser requerida por servidor que formalize, o servidor obrigado a retornar ao exercício de suas
a qualquer tempo, pedido de exoneração com op- atividades no prazo de 30 (trinta) dias.
ção de indenização por tempo de serviço. *Ver Art. 8º e 9º da Lei nº 13.333 de 22.7.2003 – D.O.de
§ 2º - É facultado à Administração Pública indeferir 24.7.2003 e Art. 4º da Lei n° 13.512 de 16.7.2004 –
D.O.de 20.7.2004
o pedido de que trata o parágrafo anterior, na parte
relativa à opção de indenização por tempo de ser- § 1º - O servidor licenciado extraordinariamente
viço, visando a preservação do interesse público, não fará jus à percepção de vencimentos, sendo-
desde que, a critério do dirigente máximo do órgão -lhe, no entanto, assegurada mensalmente uma
ou entidade a que pertencer o servidor requerente, Gratificação de Licença Extraordinária, atribuída a
seu desligamento importe em prejuízo para o ser- título de incentivo e para custeio da contribuição
viço público. de que trata o § 4º deste artigo, calculada com base
§ 3º - Os servidores pertencentes às atividade fins na última remuneração, considerando-se somente
das Secretarias de Estado da Educação, da Saúde as vantagens fixas e de caráter pessoal, a qual será
e da Segurança Pública e Defesa da Cidadania so- paga nos seguintes percentuais:
mente poderão solicitar a Indenização por Tempo I - 40% (quarenta por cento) no primeiro ano;
de Serviço de que trata o caput deste artigo, me- II - 30% (trinta por cento) no segundo ano;
diante prévia e expressa autorização do dirigente
máximo do órgão de origem, desde que, a critério III - 25% (vinte e cinco por cento) no terceiro ano;
do dirigente, seu desligamento não resulte em pre- IV - 20% (vinte por cento) no quarto ano;
juízo para o serviço público.
V - 10% (dez por cento) no quinto ano.
§ 2º - A Gratificação de Licença Extraordinária será
24 Ver Art. 8º e 9º da Lei nº 13.333 de 22.07.2003 – D.O.de 24.07.2003. corrigida na mesma data e pelos mesmos índices
- Lei de aumento

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 165


da remuneração dos servidores do mesmo cargo ou valores estabelecidos, nesta Lei, para os servidores
função. em atividade.
§ 3º - Observado o disposto no caput deste artigo, Art. 4º - O valor previsto no Art. 1º da Lei nº 12.415,
ao servidor licenciado não será permitido o retorno de 17 de março de 1995, corresponderá, a partir de
às atividades por ato de sua vontade, antes do tér- 1º de julho de 1998, e até que venha a ser definido o
mino do prazo da licença. limite máximo previsto na Emenda Constitucional
Federal nº 19/98, a R$ 5.100,00 (cinco mil e cem
§ 4º - Contar-se-á para efeito de aposentadoria no
reais), aplicando-se as demais disposições daquele
serviço público estadual, o tempo relativo ao gozo
preceito legal.
da Licença Extraordinária, mantendo-se, para tan-
to, as contribuições previdenciárias do servidor. Art. 5º - Na hipótese de retorno à aplicação da Lei
Estadual nº 12.581, de 30 de abril de 1996, ficam
§ 5º - O servidor licenciado extraordinariamente os vencimentos-base e os proventos definidos por
poderá, durante a licença, exercer atividade econô- aquela norma legal, majorados, respectivamente,
mica privada. no índice estabelecido nos Arts. 1º e 3º da presente
Art. 4º - O servidor público licenciado na forma Lei.
prevista no artigo anterior poderá: Art. 6º - As despesas decorrentes desta Lei correrão
I - a qualquer tempo: à conta das dotações orçamentárias próprias que
a) requerer a sua exoneração nos termos dos Arts. serão suplementadas se insuficientes.
1º e 2º desta Lei; Art. 7º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, com efeitos financeiros a partir de 1º de
b) participar de concursos públicos; agosto de 1998, sendo revogadas as disposições em
II - requerer aposentadoria, se completado o tempo, contrário.
na forma que dispõe o Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado do Ceará. PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
Parágrafo único - O servidor público licenciado, CEARÁ, em Fortaleza, aos 14 de julho de 1998.
após o quinto ano, poderá optar pela volta ao servi- Tasso Ribeiro Jereissati
ço público, com a garantia de exercer o cargo ou a
função que ocupava. Ednilton Gomes de Soares
Art. 5º - As despesas decorrentes desta Lei correrão
à conta das dotações orçamentárias próprias.
LEI Nº 12.864, DE 26.11.1998
Art. 6º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogando-se as disposições em con- - D. O. 27.11.1998
trário.
Altera o Art. 16 da Lei nº 12.124, de 6
de julho de 1993, Estatuto da Polícia
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO Civil de Carreira, com redação dada
CEARÁ, em Fortaleza, aos 30 de dezembro de 1997. pela Lei nº 12.815, de 07 de junho de
Tasso Ribeiro Jereissati 1998.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço


saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
LEI Nº 12.842, DE 14.7.1998 - D. O. 17.7.1998 tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Reajusta os valores dos vencimentos, Art. 1º - O Art. 16, caput e § 1º, da Lei nº 12.124,
representações e proventos do Poder de 6 de julho de 1993, Estatuto da Polícia Civil de
Legislativo do Estado do Ceará, e dá Carreira, com a redação dada pelo Art. 5º da Lei nº
outras providências. 12.815, de 7 de junho de 1998, passa a vigorar com
a seguinte redação:
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço “Art. 16 - O Curso de Formação e Treinamento
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- Profissional, 5ª Fase do Concurso, tem natureza eli-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: minatória e classificatória sendo eliminado o can-
*Art. 1º - Ficam majorados os vencimentos-ba- didato que obtiver, em qualquer disciplina, média
se dos servidores públicos do Quadro II - Poder inferior a 5,0 (cinco).
Legislativo, a partir de 1º de agosto de 1998, na for- § 1º - Somente serão considerados aprovados para
ma do Anexo I, parte integrante desta Lei. a 5ª fase do concurso, candidatos em número não
* Ver Anexos I e II no D. O. de 17.7.1998 excedente ao triplo do número de vagas ofertadas
*Art. 2º - Os vencimentos e representações mensais no Edital do concurso, ressalvados os casos de em-
dos cargos de Direção e Assessoramento do Poder pate na última colocação do limite fixado.
Legislativo, ficam majorados na forma do Anexo II, § 2º - ...”
também parte integrante desta Lei. Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
* Ver Anexos I e II no D. O. de 17.7.1998 publicação, sendo aplicada inclusive aos Concursos
Art. 3º - Os proventos dos servidores aposentados em andamento, abertos após o advento da Lei nº
do Poder Legislativo ficam majorados nos mesmos 12.815, de 7 de junho de 1998.

166 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Art. 3º - Ficam revogadas as disposições em con- hipótese poderá exceder a 1,5% (hum e meio por
trário. cento) do valor total da despesa mensal com paga-
mento de pessoal, do órgão ou entidade conside-
rado.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
CEARÁ, em Fortaleza, aos 26 de novembro de 1998. § 4º - O descumprimento ao disposto neste artigo
acarretará responsabilidade para o dirigente do ór-
Tasso Ribeiro Jereissati
gão ou entidade e seus subordinados envolvidos,
que ficarão solidariamente obrigados a restituir ao
tesouro estadual as quantias pagas a maior.”
LEI Nº 12.913, DE 17.6.1999 - D. O. 18.6.1999 “Art. 173 - Será concedido auxílio-funeral à família
do funcionário falecido, correspondente a 01 (hum)
Revoga e altera os dispositivos legais mês de seus vencimentos ou proventos, limitado o
que indica e dá outras providências. pagamento à quantia de R$ 1.200,00 (hum mil e
duzentos reais).
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- Parágrafo único - Quando não houver pessoa da
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: família do funcionário no local do falecimento, o
auxílio-funeral será pago a quem promover o en-
Art. 1º - Os §§ 1º e 2º do Art. 77, o Art. 133 e o Art. terro, mediante comprovação das despesas.”
173, todos da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974,
passam a vigorar com as seguintes redações: Art. 2º - A Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974,
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado,
25
“Art. 77 - ... fica revogada nos seguintes dispositivos:
§ 1º - Extinto o cargo ou declarada sua desneces- I - a Seção I, do Capítulo X, do Título II, compreen-
sidade, o servidor ficará em disponibilidade perce- dendo os Arts. 43 a 45;
bendo remuneração proporcional por cada ano de
serviço, à razão de: II - o parágrafo 5º do Art. 78;
I - 1/35 (um trinta e cinco avos) da remuneração, III - o inciso IV do Art. 122;
por cada ano, se homem; e, IV - a Seção V, do Capítulo VII, do Título IV, com-
II - 1/30 (um trinta avos) da remuneração, por cada preendendo o Art. 131 e seu parágrafo único;
ano, se mulher. V - os incisos III, VI, VII e XIII do Art. 150;
§ 2º - A apuração do tempo de serviço será feita em VI - o Art. 155 e seus parágrafos;
dias, sendo o número de dias convertido em anos,
VII - a Seção VII do Capítulo V do Título IV com-
considerando-se o ano de 365 (trezentos e sessenta
preendendo os artigos 105 a 108.
e cinco) dias, permitido o arredondamento para um
ano, na conclusão da conversão, o que exceder a Art. 3º - Ficam revogados:
182 (cento e oitenta e dois) dias. I - a Lei nº 11.074, de 22 de julho de 1985;
....” II - a Lei nº 11.847, de 28 de agosto de 1991;
“Art. 133 - A gratificação pela prestação de serviço III - o Art. 2º da Lei 10.722, de 15 de outubro de
extraordinário é a retribuição de serviço cuja exe- 1982;
cução exija dedicação além do expediente normal
a que estiver sujeito o servidor e será paga propor- IV - os Arts. 18, 19 e seu parágrafo único, da Lei nº
cionalmente: l1.167, de 7 de janeiro de 1986;
I - por hora de trabalho adicional; ou, V- o Art. 11 da Lei nº 11.792 de 25 de fevereiro de
1991;
II - por tarefa especial, levando-se em conta esti-
mativa do número de dias e de horas necessários VI - os Arts. 70 e seus parágrafos, e 74 da Lei nº
para sua realização. 12.124, de 6 de julho de 1993;
§ 1º - O valor da hora de trabalho adicional será 50% VII - os §§ 1º, 2º e 4º do Art. 7º, e o Art. 63, todos da
(cinqüenta por cento) maior que o da hora normal Lei nº 12.386, de 9 de dezembro de 1994.”
de trabalho, apurado através da divisão do valor da Art. 4º - Nenhum servidor público, ativo ou inativo,
remuneração mensal do servidor por 30 (trinta) e e pensionista da Administração Direta, Autárquica
este resultado pelo número de horas corresponden- e Fundacional, poderá receber remuneração infe-
te à carga horária ou regime do servidor. rior ao valor do salário mínimo vigente.
§ 2º - No caso do inciso II, a gratificação será arbi- § 1º - Para efeito de composição de remuneração
trada previamente pelo dirigente do órgão ou en- de que trata o caput deste artigo, ficam excluídos
tidade da administração pública de qualquer dos somente o adicional de férias, o salário família e a
Poderes, através de ato que demonstre a proporcio- gratificação por prestação de serviços extraordiná-
nalidade do pagamento, com indicação da estima- rios.
tiva dos dias e dos horários que serão necessários à § 2º - As disposições deste artigo retroagem à data
consecução dos serviços. de 1º de maio de 1998, revogando-se as estipula-
§ 3º - A despesa total mensal com o pagamento da ções constante na Lei nº 12.701, de 30 de maio de
gratificação de que trata este artigo em nenhuma 1997.
25 Ver Lei complementar nº 159, de 14.01.2016 - D.O. de 18.01.2016

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 167


Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua Legislativo, que, até a data de 29 de fevereiro de
publicação, revogadas as disposições em contrário. 2000, tenham colado grau por instituições de nível
superior legalmente reconhecidas, e que não sejam
beneficiários das vantagens previstas no caput do
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
Art. 2° da Resolução n° 130, de 11 de dezembro de
CEARÁ, em Fortaleza, aos 17 de junho de 1999.
1985, com a alteração do Art. 5° da Resolução n°
Tasso Ribeiro Jereissati 131, de 13 de maio de 1986, e do Art. 2° da Lei n°
11.233, de 27 de novembro de 1986, ficam consti-
tuídos no direito de percebê-las a partir de 1° de
LEI Nº 12.984, DE 29.12.1999 janeiro de 2000, sendo proibidas novas concessões,
- D. O. 29.12.1999 salvo para posteriores titulares de cargos da carrei-
ra de nível superior.
Dispõe sobre a progressão e promoção Art. 3° - Fica instituída gratificação de dedica-
dos servidores do Quadro II - Poder ção exclusiva aos servidores do Quadro II - Poder
Legislativo, e dá outras providências. Legislativo ocupantes de cargos comissionados da
estrutura organizacional do Poder Legislativo, para
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço compensação pelo regime de trabalho, nos valores
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- a seguir especificados:
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: I - para exercentes de DGA-1: R$ 2.336,00
Art. 1° - A Assembléia Legislativa do Estado do II - para exercentes de DGA-2:R$ 2.040,00
Ceará implementará, até 30 de março de 2000, com
efeitos financeiros a partir de 1° de janeiro do mes- III - para exercentes de DGA-3: R$ 1.829,00
mo ano, as progressões e promoções funcionais dos IV - para exercentes de DNS-1: R$ 1.513,00
servidores do Quadro II – Poder Legislativo, ocu-
V - para exercentes de DNS-2: R$ 1.015,00
pantes de cargos efetivos e funções, segundo cri-
térios de antigüidade e merecimento definidos por VI - para exercentes de DNS-3: R$ 710,00
Resolução proposta pela Mesa Diretora. VII - para exercentes de DAS-1: R$ 497,00
§ 1° - Para efeito das progressões referidas no caput VIII - para exercentes de DAS-2: R$ 373,00
deste artigo, o interstício de 365 (trezentos e ses-
senta e cinco) dias na referência, previsto no art. 19 IX - para exercentes de DAS-3: R$ 280,00
da Lei n° 12.075, de 15 de fevereiro de 1993, será § 1° - A gratificação estabelecida por este artigo é
contado, até 30 de junho de 1999, a cada período de devida somente durante o exercício do cargo em
1° de julho de um ano a 30 de junho do ano seguin- comissão, não podendo ser considerada, compu-
te, salvo quanto o primeiro período, que será conta- tada ou acumulada para fins de concessão ou de
do de 08 de março de 1994 a 30 de junho de 1995. cálculo de vantagens financeiras de qualquer na-
§ 2° - Serão elevados mediante progressão, por tureza, sendo incompatível a sua percepção cumu-
cada período previsto no parágrafo anterior, 50% lativa com gratificações, adicionais ou vantagens
(cinqüenta por cento) do total de ocupantes de cada de qualquer espécie que incidam sobre o valor da
referência, em cada cargo e função, sendo, do re- representação dos cargos em comissão.
sultado, elevados 70% (setenta por cento) pelo cri- § 2° - A gratificação instituída por este artigo será
tério de merecimento e 30% (trinta por cento) pelo reajustada na mesma data e no mesmo índice do re-
de antigüidade. ajuste geral dos servidores públicos civis estaduais.
§ 3° - As promoções realizadas na forma do caput Art. 4º - Esta Lei entra em vigor na data de sua
deste artigo, não poderão exceder a 50% (cinqüenta publicação, ressalvados os efeitos financeiros pre-
por cento) dos servidores da última referência de vistos nos artigos 1° e 2°, ficando revogadas as dis-
cada classe, sendo 70% (setenta por cento) das pro- posições em contrário.
moções, em cada cargo e função, implementadas
pelo critério do merecimento, e 30% (trinta por cen-
to) pelo de antigüidade, obedecidos, em qualquer PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
hipóteses, o interstício e a forma de contagem refe- CEARÁ, em Fortaleza, aos 29 de dezembro de 1999.
ridos no § 1° deste artigo. Tasso Ribeiro Jereissati
§ 4° - As posteriores progressões e promoções dos
servidores do Quadro II - Poder Legislativo, reali-
zar-se-ão na data determinada por Ato Deliberativo LEI Nº 12.991, DE 30.12.1999
da Mesa Diretora, segundo critérios de merecimen- - D. O. 30.12.1999
to e antigüidade definidos por Resolução de inicia-
tiva da Mesa Diretora, e obedecerão o disposto nos Concede Abono Compensatório aos
§§ 2° e 3°, contando-se o interstício legal a cada servidores públicos ativos e inativos
período de 1° de julho de um ano a 30 de junho de e seus pensionistas nas hipóteses e
ano seguinte, a partir de 1° de julho de 1999, com condições que indica.
efeitos financeiros somente a partir de 1° de janeiro
do ano seguinte. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço
Art. 2° - Os atuais ocupantes de cargos e funções saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
da carreira de nível médio do Quadro II – Poder tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:
168 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Art. 1º - Os servidores ativos e inativos e seus pen- a) extraordinariamente, ainda durante o estágio
sionistas, que percebam remuneração igual ou infe- probatório, diante da ocorrência de algum fato dela
rior a R$ 3.000,00 (três mil reais), e que em razão das motivador, sem prejuízo da avaliação ordinária;
medidas administrativas decorrentes da aplicação b) ordinariamente, logo após o término do estágio
do disposto no Art. 29 da Emenda Constitucional probatório, devendo a comissão ater-se exclusiva-
Federal nº 19, de 04 de junho de 1998, venham a mente ao desempenho do servidor durante o perí-
sofrer perda remuneratória, terão essa perda com- odo do estágio.
pensada, a título de abono compensatório, através
da adição aos seus vencimentos, proventos ou pen- § 3º - Além de outros específicos indicados em lei
são de valor igual ao perdido, de modo a recuperar ou regulamento, os requisitos de que trata este arti-
a exata perda sofrida. go são os seguintes:
§ 1º - Os servidores públicos ativos e inativos e seus I - adaptação do servidor ao trabalho, verificada por
pensionistas que percebam remuneração superior meio de avaliação da capacidade e qualidade no
a R$ 3.000,00 (três mil reais), e que, em razão das desempenho das atribuições do cargo;
medidas administrativas indicadas no caput deste II - equilíbrio emocional e capacidade de integra-
artigo, passem a perceber remuneração inferior a ção;
R$ 3.000,00 (três mil reais), farão jus, a título de
abono compensatório, à adição aos seus vencimen- III - cumprimento dos deveres e obrigações do ser-
tos, proventos ou pensão da quantia necessária ao vidor público, inclusive com observância da ética
alcance do valor de R$ 3.000,00 (três mil reais). profissional.

§ 2º - O abono a que se refere o § 1º comporá a § 4º - O estágio probatório corresponderá a uma


remuneração quando da inatividade do servidor e complementação do concurso público a que se sub-
será reajustado nos mesmos percentuais do venci- meteu o servidor, devendo ser obrigatoriamente
mento base. acompanhado e supervisionado pelo Chefe imedia-
to.
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, salvo quanto aos seus efeitos financei- § 5º - Durante o estágio probatório, os cursos de
ros que, no que concerne ao Poder Executivo, retro- treinamento para formação profissional ou aperfei-
agirão a 1º de outubro de 1999. çoamento do servidor, promovidos gratuitamente
pela Administração, serão de participação obriga-
tória e o resultado obtido pelo servidor será con-
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO siderado por ocasião da avaliação especial de de-
CEARÁ, em Fortaleza, aos 30 de dezembro de 1999. sempenho, tendo a reprovação caráter eliminatório.
Tasso Ribeiro Jereissati § 6º - Fica vedada qualquer espécie de afastamento
dos servidores em estágio probatório, ressalvados
os casos previstos nos incisos I, II, III, IV, VI, X, XII,
LEI Nº 13.092, DE 8.1.2001 - D. O. 8.1.2001 XIII, XV e XXI do art. 68 da Lei nº 9.826, de 14 de
maio de 1974.
Altera, Modifica e acrescenta
dispositivos da Lei nº 9.826, de § 7º - O servidor em estágio probatório não fará jus
14 de maio de 1974, Estatuto dos a ascensão funcional.
Funcionários Públicos Civis do § 8º - As faltas disciplinares cometidas pelo servi-
Estado, e da Lei nº 12.124, de 6 de dor após o decurso do estágio probatório e antes
julho de 1993, Estatuto da Polícia Civil da conclusão da avaliação especial de desempenho
de Carreira, e dá outras providências. serão apuradas por meio de processo administrati-
vo-disciplinar, precedido de sindicância, esta quan-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço do necessária.
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- § 9 - São independentes as instâncias administra-
tou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: tivas da avaliação especial de desempenho e do
Art. 1º - Os arts. 27, 28, 29 e 115 da Lei nº 9.826, processo administrativo-disciplinar, na hipótese do
de 14 de maio de 1974, passam a vigorar com as parágrafo anterior, sendo que resultando exonera-
seguintes redações: ção ou demissão do servidor, em qualquer dos pro-
“Art. 27 - Estágio probatório é o triênio de efetivo cedimentos, restará prejudicado o que estiver ainda
exercício no cargo de provimento efetivo, contado em andamento.”
do início do exercício funcional, durante o qual é “Art. 28. - O servidor que durante o estágio probató-
observado o atendimento dos requisitos necessá- rio não satisfizer qualquer dos requisitos previstos
rios à confirmação do servidor nomeado em virtude no § 3º do artigo anterior, será exonerado, nos casos
de concurso público. dos itens I e II, e demitido na hipótese do item III.
§ 1º - Como condição para aquisição da estabili- Parágrafo único – O ato de exoneração ou de de-
dade, é obrigatória a avaliação especial de desem- missão do servidor em razão de reprovação na ava-
penho por comissão instituída para essa finalidade. liação especial de desempenho será expedido pela
§ 2º - A avaliação especial de desempenho do ser- autoridade competente para nomear.”
vidor será realizada: “Art. 29. - O ato administrativo declaratório da esta-
bilidade do servidor no cargo de provimento efeti-
vo, após cumprimento do estágio probatório e apro-

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 169


vação na avaliação especial de desempenho, será da conclusão da avaliação especial de desempenho
expedido pela autoridade competente para nomear, serão apuradas por meio de processo administra-
retroagindo seus efeitos à data do término do perí- tivos-Disciplinar, precedido de sindicância, esta
odo do estágio probatório.” quando necessária.
“Art. 115. - Depois de três anos de efetivo exercí- § 8º - São independentes as instâncias adminis-
cio e após declaração de aquisição de estabilidade trativas da avaliação especial de desempenho e do
no cargo de provimento efetivo, o servidor poderá processo administrativo-disciplinar, na hipótese do
obter autorização de afastamento para tratar de in- parágrafo anterior, sendo que resultando exonera-
teresse particulares, por um período não superior ção ou demissão do servidor, em qualquer dos pro-
a quatro anos e sem percepção de remuneração.” cedimentos, restará prejudicado o que estiver em
Art. 2º - Os arts. 17, 18 e 36 da Lei nº 12.124, de 06 andamento”
de julho de 1993, passam a vigorar com as seguin- “Art. 18 - O servidor que durante o estágio probató-
tes redações: rio não satisfizer qualquer dos requisitos previstos
“Art. 17. - Estágio probatório é o triênio de efetivo no § 3º do artigo anterior, será exonerado, nos casos
exercício no cargo de provimento efetivo, contado dos itens I e II, e demitido nas hipóteses dos itens
do início do exercício funcional, durante o qual é III e IV.
observado o atendimento dos requisitos necessá- § 1º - O ato de exoneração ou de demissão do ser-
rios à confirmação do servidor nomeado em virtude vidor em razão de reprovação na avaliação espe-
de concurso público. cial de desempenho será expedido pela autoridade
§ 1º - Como condição para aquisição da estabili- competente para nomear.
dade, é obrigatória a avaliação especial de desem- § 2º - O ato administrativo declaratório da estabi-
penho por comissão instituída para essa finalidade. lidade do servidor no cargo de provimento efetivo,
§ 2º - A avaliação especial de desempenho do ser- após cumprimento do estágio probatório e apro-
vidor será realizada: vação na avaliação especial de desempenho, será
expedido pela autoridade competente para nomear,
a) extraordinariamente, ainda durante o estágio
retroagindo seus efeitos à data do término do perí-
probatório, diante da ocorrência de algum fato dela
odo do estágio probatório.”
motivador, sem prejuízo da avaliação ordinária;
“Art. 36 - O dispositivo no inciso I, do artigo an-
b) ordinariamente, logo após o término do estágio terior, implica em suspensão de vínculo funcional
probatório, devendo a comissão ater-se exclusiva- por período não superior ao que se fizer necessário
mente ao desempenho do servidor durante o perí- para aquisição de estabilidade no outro cargo, fin-
odo do estágio. do o qual será exonerado ou demitido.”
§ 3º - Além de outros específicos indicados em lei Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
ou regulamento, os requisitos de que trata este arti- publicação, revogadas as disposições em contrário.
go são os seguintes:
I - adaptação e dedicação do servidor ao trabalho,
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
verificada por meio de avaliação da capacidade e
CEARÁ, em Fortaleza, aos 08 de janeiro de 2001.
qualidade no desempenho das atribuições do car-
go; Tasso Ribeiro Jereissati
II - equilíbrio emocional e capacidade de integra-
ção;
LEI Nº13.333, DE 22 DE JULHO DE 2003.
III - respeito à dignidade e integridade física do ser
humano; Promove a revisão geral da
IV - cumprimento dos deveres e obrigações do ser- remuneração dos servidores públicos
vidor público, inclusive com observância da ética Civis do Poder Executivo, das
profissional. Autarquias e das Fundações Públicas
Estaduais, e dos Militares Estaduais,
§ 4º - O estágio probatório corresponderá a uma com-
dispõe sobre o pagamento do décimo
plementação do concurso público a que se submeteu
terceiro salário e sobre a indenização
o servidor, devendo ser obrigatóriamente acompa-
por tempo de serviço, prevista na Lei
nhado e supervisionado pelo Chefe imediato.
nº12.783, de 30 de dezembro de 1997,
§ 5º - Durante o estágio probatório, os cursos de e dá outras providências.
treinamento para formação profissional ou aperfei-
çoamento do servidor, promovidos gratuitamente O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ Faço
pela Administração, serão de participação obriga- saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
tória e o resultado obtido pelo servidor será con- tou e eu sanciono a seguinte Lei:
siderado por ocasião da avaliação especial de de-
sempenho, tendo a reprovação caráter eliminatório. Art.1º. A remuneração dos servidores públicos civis
do Quadro
§ 6º - O servidor em estágio probatório não fará jus
a ascensão funcional. I – Poder Executivo, das Autarquias e das Fundações
Públicas Estaduais e dos militares estaduais fica re-
§ 7º - As faltas disciplinares cometidas pelo servi- vista em índice único e geral, a partir de lº de julho
dor após o decurso do estágio probatório e antes

170 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


de 2003, na forma dos Anexos I a XVII e das demais gresso em outro cargo público federal, estadual ou
disposições previstas nesta Lei. municipal.
§1º. Os dirigentes das Empresas Públicas e Art.9º. O percentual previsto no inciso V do §1º do
Sociedades de Economia Mista estaduais adota- art.3º da Lei nº12.783, de 30 de dezembro de 1997,
rão as providências necessárias à implementação fica alterado para 11% (onze por cento).
do disposto no caput deste artigo, considerando o Art.10. As despesas decorrentes da execução des-
Anexo I desta Lei. ta Lei correrão por conta das dotações orçamentá-
§2º. Os valores das demais parcelas remuneratórias rias próprias de cada órgão e/ou entidade do Poder
não indicadas nos Anexos desta Lei serão revistos Executivo, que serão suplementadas se insuficien-
no mesmo índice único e geral aplicado àquelas. tes.
§3º. A revisão geral, de que trata esta Lei, aplica-se Art.11. Esta Lei entrará em vigor na data de sua pu-
ao subsídio fixado na Lei nº12.980, de 23 de dezem- blicação, revogadas as disposições em contrário,
bro de 1999. salvo quanto aos efeitos financeiros, que vigorarão
Art.2º. O benefício da pensão por morte e os proven- a partir de 1º de julho de 2003.
tos dos servidores públicos civis do Poder Executivo,
inclusive das Autarquias e das Fundações Públicas PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
Estaduais, e dos militares estaduais ficam revistos CEARÁ, em Fortaleza, 22 de julho de 2003.
no mesmo índice único e geral aplicado nesta Lei
para os servidores em atividade. Lúcio Gonçalo de Alcântara - GOVERNADOR DO
ESTADO DO CEARÁ
Parágrafo único. A revisão geral, de que trata esta
Lei, aplica-se aos valores constantes do Anexo
Único do Decreto nº24.338, de 16 de janeiro de
1997, editado com base na Lei nº12.098, de 5 de LEI Nº 13.369, DE 22.9.2003 - D. O. 24.9.2003
maio de 1993, alterada pela Lei nº12.656, de 26 de
dezembro de 1996. Altera dispositivos das Leis n°s.
9.826, de 14 de maio de 1974; 12.124,
Art.3º. Incluídas todas as gratificações e vantagens, de 06 de julho de 1993, e 11.167, de
exceto o adicional de férias, a maior remuneração 07 de janeiro de 1986 e dá outras
dos militares estaduais e dos servidores públicos providências.
civis, ativos e inativos e seus pensionistas, não po-
derá ultrapassar a quantia de R$8.642,00 (oito mil O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, Faço
seiscentos e quarenta e dois reais). saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre-
Art.4º. O décimo terceiro salário, previsto no inciso tou e eu sanciono a seguinte Lei:
I do art.167 da Constituição Estadual, será pago até Art. 1º - O art. 122 da Lei n° 9.826, de 14 de maio de
o dia 20 de dezembro de cada ano, aos militares 1974, fica acrescido no parágrafo 3° o inciso III, e o
estaduais e aos servidores públicos civis, e corres- parágrafo 4° passa a ter a seguinte redação:
ponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração, por “Art. 122. ...
mês de serviço no ano correspondente.
§ 3° - ...
§1º. Excluem-se da remuneração mencionada no
caput deste artigo, o adicional de férias, as diferen- III – auxílios e benefícios instituídos pela
ças remuneratórias e as restituições. Administração Pública.
§2º. Considerar-se-á como mês integral a fração § 4° - As reposições e indenizações devidas à
igual ou superior a 15 (quinze) dias de efetivo exer- Fazenda Pública Estadual serão descontadas em
cício. parcelas mensais, não excedentes da décima parte
da remuneração do servidor, assim entendida como
§3º. O décimo terceiro salário será pago também o vencimento-base, acrescido das vantagens fixas e
aos militares estaduais da reserva e aos reforma- de caráter pessoal.”
dos, aos servidores públicos civis inativos e aos
seus pensionistas. Art. 2°- O artigo 251 e seus parágrafos da Lei n°
9.826, de 14 de maio de 1974, passa a ter a seguinte
Art.5º. Somente através de requerimento do servi- redação:
dor público ativo e inativo, pensionista ou militar,
“Art. 251 - É permitida a consignação facultativa
não se procederá o adiantamento do décimo tercei-
em folha de pagamento inerente à remuneração,
ro salário, devendo ser compensado o valor eventu-
subsídios e proventos.
almente adiantado, no mês de dezembro.
§1° - A soma das consignações facultativas não ex-
Art.6º. As faltas justificadas ao serviço não serão de-
cederá de 40% (quarenta por cento) da remunera-
duzidas para os fins previstos no art.4º desta Lei.
ção, subsídios e proventos, deduzidas as consigna-
Art.7º. Incidem sobre o décimo terceiro salário, a ções obrigatórias.
contribuição previdenciária e o imposto de renda.
§2° - Serão computados, para efeito do cálculo pre-
Art.8º. A indenização por tempo de serviço de que visto neste artigo, o vencimento-base, as vantagens
trata a Lei 12.783, de 30 de dezembro de 1997, não fixas e as de caráter pessoal.
será deferida ao servidor público estadual que for-
§3° - Não se aplica o disposto neste artigo aos ocu-
mule o pedido de exoneração com objetivo de in-
pantes exclusivamente de cargo de provimento em

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 171


comissão, bem como aos contratados por tempo de- comprovados mediante documento fornecido pelos
terminado, de que trata o inciso XIV do art. 154 da órgãos e entidades gestoras dos regimes de previ-
Constituição do Estado do Ceará.” dência aos quais o servidor esteve vinculado ou por
Art. 3° - O art. 168 da Lei n° 9.826, de 14 de maio de outro documento público, na forma do regulamen-
1974, passa a ter a seguinte redação: to.
“Art. 168 - Verificada, a qualquer tempo, a inexa- § 4º - Para os fins deste artigo, as remunerações
tidão das declarações prestadas, será suspensa a consideradas no cálculo da aposentadoria, atuali-
concessão do salário-família e determinada a repo- zadas na forma do § 1.º deste artigo, não poderão
sição do indevidamente recebido, mediante o des- ser:
conto mensal de 10% (dez por cento) da remunera- I - inferiores ao valor do salário-mínimo;
ção líquida, em folha de pagamento.”
II - superiores ao limite máximo do salário-de-con-
tribuição, quanto aos meses em que o servidor este-
ve vinculado ao regime geral de previdência social.
LEI Nº 13. 578, DE 21.01.05 – D. O. 25.01.05
§ 5º - Os proventos calculados de acordo com o
Dispõe sobre a aplicação da Emenda caput deste artigo, por ocasião de sua concessão,
Constitucional Federal n.º 41, de 19 não poderão ser inferiores ao valor do salário-mí-
de dezembro de 2003, e da Emenda nimo nem exceder a remuneração do respectivo
Constitucional Estadual n.º 56, de 7 servidor no cargo efetivo em que se deu a aposen-
de janeiro de 2004, com adequação tadoria.
da legislação estadual previdenciária Art. 3º. Aos dependentes dos servidores titulares
ao disposto na Lei Federal n.º 10.887, de cargo efetivo e dos aposentados de qualquer
de 18 de junho de 2004, inclusive dos Poderes do Estado, incluídas suas autarquias e
modificando dispositivos da Lei n.º fundações, falecidos a partir da data de publicação
9.826, de 14 de maio de 1974, e dá desta Lei, será concedido o benefício de pensão por
outras providências. morte, que será igual:
I - à totalidade dos proventos percebidos pelo apo-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ faço sentado na data anterior à do óbito, até o limite má-
saber que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decre- ximo estabelecido para os benefícios do regime ge-
tou e eu sanciono a seguinte Lei: ral de previdência social, acrescida de 70% (setenta
Art. 1º. A aplicação dos dispositivos da Emenda por cento) da parcela excedente a este limite; ou
Constitucional Federal n.º 41, de 19 de dezembro
de 2003 e Emenda Constitucional Estadual n.º II - à totalidade da remuneração do servidor no car-
56, de 7 de janeiro de 2004, relativas ao Regime go efetivo na data anterior à do óbito, até o limite
Próprio de Previdência Social, obedecerá às dispo- máximo estabelecido para os benefícios do regime
sições desta Lei. geral de previdência social, acrescida de 70% (se-
tenta por cento) da parcela excedente a este limite,
Art. 2º. No cálculo dos proventos de aposentadoria se o falecimento ocorrer quando o servidor ainda
dos servidores titulares de cargo efetivo de qual- estiver em atividade.
quer dos Poderes do Estado, incluídas suas au-
tarquias e fundações, previsto no § 3.º do art. 40 Parágrafo único - Aplica-se ao valor das pensões
da Constituição Federal, no art. 2.º da Emenda o limite previsto no art. 40, § 2.º, da Constituição
Constitucional Federal n.º 41, de 19 de dezembro Federal.
de 2003, e no art. 3.º da Emenda Constitucional
Estadual n.º 56, de 7 de janeiro de 2004, será con- Art. 4º - Para os fins do disposto no inciso XI do
siderada a média aritmética simples das maiores art. 37 da Constituição Federal, a unidade gesto-
remunerações, utilizadas como base para as con- ra do Sistema Único de Previdência Social dos
tribuições do servidor aos regimes de previdência Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes
a que esteve vinculado, correspondentes a 80% Públicos e dos Membros de Poder do Estado do
(oitenta por cento) de todo o período contributivo Ceará – SUPSEC, instituirá sistema integrado de
desde a competência julho de 1994 ou desde a do dados relativos às remunerações, proventos e pen-
início da contribuição, se posterior àquela compe- sões pagos aos respectivos servidores e militares,
tência. ativos e inativos, e pensionistas, na forma do regu-
§ 1º - As remunerações consideradas no cálculo lamento.
do valor inicial dos proventos terão os seus valores Art. 5° - A contribuição social do Servidor Público
atualizados mês a mês de acordo com a variação Estadual ativo, de quaisquer dos Poderes do Estado,
integral do índice fixado para a atualização dos sa- incluídas suas autarquias e fundações, bem como
lários-de-contribuição considerados no cálculo dos dos militares, dos agentes públicos e dos membros
benefícios do regime geral de previdência social. de Poder, será de 11% (onze por cento) para a manu-
tenção do Sistema Único de Previdência Social dos
§ 2º - A base de cálculo dos proventos será a remu-
Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes
neração do servidor no cargo efetivo nas competên-
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do
cias a partir de julho de 1994 em que não tenha
Ceará – SUPSEC, incidente sobre a totalidade da
havido contribuição para regime próprio.
base de contribuição.
§ 3º - Os valores das remunerações a serem uti-
lizadas no cálculo de que trata este artigo serão
172 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
§ 1° - Entende-se como base de contribuição o ven- ções atualizadas sobre as receitas e despesas do
cimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens respectivo regime, bem como os critérios e parâme-
pecuniárias permanentes estabelecidas em Lei, os tros adotados para garantir o seu equilíbrio finan-
adicionais de caráter individual ou quaisquer ou- ceiro e atuarial.
tras vantagens, excluídas: Art. 8º. A contribuição do Estado, de suas autar-
I - as diárias para viagens; quias e fundações para o custeio do regime de
previdência, de que trata o art. 40 da Constituição
II - a ajuda de custo em razão de mudança de sede;
Federal, será o dobro da contribuição do servi-
III - a indenização do transporte; dor ativo, devendo o produto de sua arrecadação
IV - o salário-família; ser contabilizado em conta do Sistema Único de
Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e
V - o auxílio-alimentação; Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de
VI - o auxílio-creche; Poder do Estado do Ceará – SUPSEC.
VII - as parcelas remuneratórias pagas em decor- Parágrafo único - O Estado é responsável pela co-
rência do local de trabalho; bertura de eventuais insuficiências financeiras do
VIII - a parcela percebida em decorrência do exer- regime decorrentes do pagamento de benefícios
cício de cargo em comissão ou de função de con- previdenciários.
fiança; Art. 9º. Os artigos da Lei n.º 9.826, de 14 de maio
de 1974, a seguir dispostos, ficam alterados, pas-
IX – o abono de permanência de que tratam o § 19 sando a vigorar com as seguintes redações:
do art. 40 da Constituição Federal, o § 5.º do art
2.º e o § 1.º do art. 3.º da Emenda Constitucional “Art. 66 - ...
Federal n.º 41, de 19 de dezembro de 2003, e o § 5.º I – ...
do art. 3.º da Emenda Constitucional Estadual n.º b – enquanto vigorar a suspensão do vínculo, o ser-
56, de 7 de janeiro de 2004. vidor não fará jus aos vencimentos do cargo des-
§ 2° - O servidor ocupante de cargo efetivo pode- vinculado, não computando, quanto a este, para
rá optar pela inclusão na base de contribuição de nenhum efeito, tempo de contribuição;
parcelas remuneratórias percebidas em decorrên- III – no caso de disponibilidade, o servidor conti-
cia de local de trabalho, do exercício de cargo em nuará sendo considerado como em atividade, com-
comissão ou função de confiança, para efeito de putando-se o período de suspensão do vínculo para
cálculo do benefício a ser concedido com funda- aposentadoria;
mento no art. 40 da Constituição Federal, e art. 2.°
da Emenda Constitucional Federal n.º 41, de 19 de IV – na hipótese de autorização de afastamento para
dezembro de 2003, respeitada, em qualquer hipó- o trato de interesses particulares, o servidor não fará
tese, a limitação estabelecida no § 2.º do art. 40 da jus à percepção de vencimentos, tendo porém que
Constituição Federal. recolher mensalmente o percentual de 33% (trinta
Art. 6° - O servidor ocupante de cargo efetivo que e três por cento) incidente sobre o valor de sua úl-
tenha completado as exigências para a aposentado- tima remuneração para fins de contribuição previ-
ria voluntária estabelecidas na alínea “a” do inciso denciária, que será destinada ao Sistema Único de
III do § 1.° do art. 40 da Constituição Federal, no Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e
§ 5.° do art. 2.° ou no § 1.° do art. 3.° da Emenda Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de
Constitucional Federal n.° 41, de 19 de dezembro de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC.
2003, e que opte por permanecer em atividade fará § 1º - A autorização de afastamento, de que trata
jus a abono de permanência equivalente ao valor o inciso IV deste artigo, poderá ser concedido sem
da sua contribuição previdenciária até completar as a obrigatoriedade do recolhimento mensal da alí-
exigências para aposentadoria compulsória conti- quota de 33% (trinta e três por cento), não sendo,
das no inciso II do § 1.° do art. 40 da Constituição porém, o referido tempo computado para obtenção
Federal. de qualquer benefício previdenciário, inclusive
Art. 7° - A unidade gestora do regime próprio de aposentadoria.
previdência dos servidores, prevista no art. 40, § 20, § 2º - Os valores de contribuição, referidos no in-
da Constituição Federal, bem como no art. 4.°, da ciso IV deste artigo, serão reajustados nas mesmas
Emenda Constitucional Estadual n.° 56, que alte- proporções da remuneração do servidor no respec-
rou o art. 331 da Constituição Estadual: tivo cargo.
I - contará com colegiado, com participação paritá- Art. 69 - Será computado para efeito de disponibili-
ria de representantes e de servidores dos Poderes dade e aposentadoria:
do Estado, cabendo-lhes acompanhar e fiscalizar I – o tempo de contribuição para o Regime Geral
sua administração, na forma do regulamento; de Previdência Social – RGPS, bem como para os
II - procederá, no mínimo a cada 5 (cinco) anos, Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS;
a recenseamento previdenciário, abrangendo todos II – o período de serviço ativo das Forças Armadas;
os aposentados e pensionistas do respectivo regi-
me; III – o tempo de aposentadoria, desde que ocorra
reversão;
III - disponibilizará ao público, inclusive por meio
de rede pública de transmissão de dados, informa-

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 173


IV – a licença por motivo de doença em pessoa da Previdência Social dos Servidores Públicos Civis
família, conforme previsto no art. 99 desta Lei, des- e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros
de que haja contribuição. de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, exceto se
§ 1º - No caso previsto no inciso IV, o afastamento decorrentes de cargos acumuláveis previstos na
superior a 6 (seis) meses obedecerá o previsto no Constituição Federal.
inciso IV, do art. 66, desta Lei. § 3º - O servidor inativo para ser investido em cargo
§ 2º - Na contagem do tempo, de que trata este ar- público efetivo não acumulável com aquele que ge-
tigo, deverá ser observado o seguinte: rou a aposentadoria deverá renunciar aos proven-
tos dessa.
I – não será admitida a contagem em dobro ou em
outras condições especiais; § 4° - O aposentado pelo Sistema Único de
Previdência Social dos Servidores Públicos Civis
II – é vedada a contagem de tempo de contribuição, e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros
quando concomitantes; de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, que es-
III – não será contado, por um sistema, o tempo de tiver exercendo ou que voltar a exercer atividade
contribuição utilizado para a concessão de algum abrangida por este regime é segurado obrigatório
benefício, por outro. em relação a essa atividade, ficando sujeito às con-
tribuições, de que trata esta Lei, para fins de custeio
§ 3º - O tempo de contribuição, a que alude o inciso da Previdência Social, na qualidade de contribuin-
I deste artigo, será computado à vista de certidões te solidário.
passadas com base em folha de pagamento.
Art. 72 - Observadas as disposições do artigo an-
Art. 70 - A apuração do tempo de contribuição será terior, o servidor poderá desaverbar, em qualquer
feita em anos, meses e dias. época, total ou parcialmente, seu tempo de contri-
§ 1º - O ano corresponderá a 365 (trezentos e ses- buição, desde que não tenha sido computado este
senta e cinco) dias e o mês aos 30 (trinta) dias. tempo para a concessão de qualquer benefício.
§ 2º - Para o cálculo de qualquer benefício, depois Art. 77 - ...
de apurado o tempo de contribuição, este será con- § 1º - Extinto o cargo ou declarada sua desnecessi-
vertido em dias, vedado qualquer forma de arre- dade, o servidor estável ficará em disponibilidade,
dondamento. percebendo remuneração proporcional ao tempo
Art. 71 - É vedado: de serviço, não inferior a 20% (vinte por cento) da
I – o cômputo de tempo fictício para o cálculo de última remuneração percebida, sendo por cada dia
benefício previdenciário; de contribuição, à razão de:
II – a concessão de aposentadoria especial, nos ter-
mos do art. 40, § 4.º da Constituição Federal, até I– (um doze mil, setecentos e setenta e cinco
que Lei Complementar Federal discipline a maté- avos) da remuneração por cada dia trabalhado, se
ria; homem; e
III – a percepção de mais de uma aposentadoria à
conta do Sistema Único de Previdência Social dos
Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes II – (um dez mil, novecentos e cinqüenta
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do avos) da remuneração por cada dia trabalhado, se
Ceará – SUPSEC, ressalvadas as decorrentes dos mulher.
cargos acumuláveis previstos na Constituição Art. 89 - O servidor será compulsoriamente licen-
Federal; ciado quando sofrer uma dessas doenças graves,
IV – a percepção simultânea de proventos de apo- contagiosas ou incuráveis: tuberculose ativa, alie-
sentadoria decorrente de regime próprio de ser- nação mental, neoplasia malígna, cegueira, hanse-
vidor titular de cargo efetivo, com a remuneração níase, paralisia irreversível e incapacitante, cardio-
de cargo, emprego ou função pública, ressalvados patia grave, doença de Parkson, espondiloartrose
os cargos acumuláveis previstos na Constituição anquilosante, epilepsia vera, nefropatia grave, es-
Federal, os eletivos e os cargos em comissão decla- tado avançado da doença Paget (osteite deforman-
rados em Lei de livre nomeação e exoneração. te), sindrome da deficiência imunológica adquirida
– Aids, contaminação por radiação, com base em
§ 1º - Não se considera fictício o tempo definido em conclusão da medicina especializada, hepatopatia
Lei como tempo de contribuição para fins de con- e outras que forem disciplinadas em Lei.
cessão de aposentadoria quando tenha havido, por
Art. 91 - ...
parte do servidor, a prestação de serviço ou a cor-
respondente contribuição. Parágrafo único - Na hipótese prevista neste arti-
go, o tempo necessário para a nova inspeção será
§ 2º - A vedação prevista no inciso IV, não se apli-
considerado como de prorrogação da licença e,
ca aos membros de Poder e aos inativos, servidores
no caso de invalidez, a inspeção ocorrerá a cada 2
e militares que, até 16 de dezembro de 1998, te-
(dois) anos.
nham ingressado novamente no serviço público por
concurso público de provas ou de provas e títulos, Art. 99 - O servidor poderá ser licenciado por mo-
e pelas demais formas previstas na Constituição tivo de doença na pessoa dos pais, filhos, cônjuge
Federal, sendo-lhes proibida a percepção de mais do qual não esteja separado e de companheiro(a),
de uma aposentadoria pelo Sistema Único de desde que prove ser indispensável a sua assistência

174 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


pessoal e esta não possa ser prestada simultanea- I - assistência médica;
mente com exercício funcional. II - assistência hospitalar;
§ 3° - O funcionário licenciado, nos termos desta III - assistência odontológica;
seção, perceberá vencimentos integrais até 6 (seis)
meses. Após este prazo o servidor obedecerá o dis- IV - assistência social;
posto no inciso IV, do art. 66 desta Lei, até o limite V - auxílio funeral.
de 4 (quatro) anos, devendo retornar a suas ativi-
dades funcionais imediatamente ao fim do período. § 1º - A triagem dos casos apresentados para in-
ternamento hospitalar e conseqüente fiscalização e
Art. 100 - A servidora gestante será licenciada por controle será realizado por um Grupo de Trabalho,
120 (cento e vinte) dias, com remuneração integral, cuja composição e atribuições será determinado
exceto as vantagens decorrentes de cargo comissio- pelo Governo do Estado através do Instituto de
nado. Previdência do Estado – IPEC, mediante ato pró-
Art. 101 - ... prio.
§ 1º - Ao servidor desincorporado conceder-se-á § 2º - É assegurado assistência médica gratuita ao
prazo não excedente a 30 (trinta) dias para que re- servidor acidentado em serviço ou que tenha con-
assuma o exercício do cargo, sem perda de venci- traído doença profissional, através do Estado.
mentos. Art. 152 - O servidor será aposentado, conforme
§ 2º - O servidor, de que trata o caput deste artigo, as regras estabelecidas no art. 40 da Constituição
contribuirá para o Sistema Único de Previdência Federal.
Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, Parágrafo único - A aposentadoria por invalidez
dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do será sempre precedida de licença por período con-
Estado do Ceará – SUPSEC, mesmo que faça opção tínuo não inferior a 24 (vinte e quatro) meses, sal-
pela retribuição financeira do serviço militar. vo quando a junta médica declarar a incapacidade
Art. 110 - ... definitiva para o serviço, ou na hipótese prevista no
I - ... art. 68, inciso X.
Art. 153 - O processo de aposentadoria, iniciado
b) for estudar em outro ponto do território nacional
com o requerimento do interessado ou de ofício,
ou no estrangeiro;
nos casos de aposentadoria por invalidez, deverá
f) for realizar missão oficial em outro ponto do ter- ser devidamente informado pelo setor competen-
ritório nacional ou no estrangeiro. te do órgão de origem do servidor, especialmente
§ 1º - Nos casos previstos nas alíneas a e b, o servi- quanto à contagem do tempo de contribuição, às
dor só poderá solicitar exoneração após o seu retor- comprovações documentais necessárias, à indica-
no, desde que trabalhe no mínimo o dobro do tempo ção precisa dos respectivos proventos e a satisfação
em que esteve afastado, ou reembolse o montante dos demais requisitos legais para a passagem à ina-
corrigido monetariamente que o Estado desembol- tividade tendo, a partir daí, a seguinte tramitação:
sou durante seu afastamento. I - o processo, já contendo a minuta da portaria ou
§ 2º - Os dirigentes do Sistema Administrativo do ato de aposentadoria, será encaminhado, res-
Estadual poderão, ainda, autorizar o servidor, ocu- pectivamente, ao setor jurídico da Entidade ou à
pante do cargo efetivo ou em comissão, a integrar Procuradoria Geral do Estado, para exame e pare-
ou assessorar comissões, grupos de trabalho ou cer;
programas, com ou sem afastamento do exercício II - opinando o setor jurídico da Entidade ou a
funcional e sem prejuízo dos vencimentos. Procuradoria Geral do Estado – PGE, após cum-
Art. 150 - O Estado assegurará um sistema de pre- pridas as diligências acaso requisitadas, favoravel-
vidência público que será mantido com a contribui- mente encaminhará o processo ao setor previdenci-
ção de seus servidores, ativos, inativos, pensionis- ário da Secretaria da Administração;
tas e do orçamento do Estado, o qual compreende- III - o setor previdenciário verificará se o processo
rá os seguintes benefícios: é passivo de compensação previdenciária e, caso
I – quanto ao servidor: afirmativo, retirará cópia dos documentos neces-
sários à compensação previdenciária e remete-
a) aposentadoria;
rá o processo à origem para assinatura do Ato ou
b) salário-família; Portaria de aposentadoria pelo Titular do Órgão e
c) salário maternidade; publicação no Diário Oficial do Estado;
d) auxílio-doença; IV - publicado Ato ou Portaria de aposentadoria,
afastar-se-á o servidor da atividade e será o proces-
II – quanto ao dependente: so encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado,
a) pensão por morte; para fins de registro e controle de sua legalidade.
b) auxílio-reclusão. ...
Art. 151 - O Estado assegurará a manutenção de § 6º - No caso de aposentadoria compulsória, o pro-
um sistema de assistência que, dentre outros, pres- cesso inicia-se automaticamente aos 70 (setenta)
te os seguintes benefícios e serviços aos servidores anos de idade do servidor.
e aos seus dependentes:

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 175


Art. 156 - O servidor aposentado compulsoriamen- Ceará – SUPSEC, e do setor previdenciário da
te por motivo de idade, ou nos termos do art. 154, Secretaria da Administração.
terá os seus proventos proporcionais ao tempo de Art. 15 - São também alcançados pelo disposto nes-
contribuição. ta Lei, os servidores de que trata o § 5.º do art. 330
§ 1º - A proporcionalidade dos proventos, com base da Constituição Estadual.
no tempo de contribuição, é a fração, cujo nume- Art. 16 - Ficam revogados:
rador corresponde ao total de dias de contribuição
I – os arts. 85, 98, §§ 1.º e 2.º do art. 150, § 1.º do
e o denominador, o tempo de dias necessário à res-
art. 152 e art. 172, da Lei n.º 9.826, de 14 de maio
pectiva aposentadoria voluntária com proventos in-
de 1974;
tegrais.
II – a Lei n.° 12.490, de 27 de setembro de 1995.
§ 2º - A fração de que trata o parágrafo anterior será
aplicada sobre o valor dos proventos calculados Art. 17 - Esta Lei entra em vigor na data de sua
conforme a média aritmética simples das maiores publicação.
remunerações ou subsídios, observando-se, previa- Art. 18 - Revogam-se as disposições em contrário.
mente, que o valor encontrado não poderá exceder PALÁCIO IRACEMA DO ESTADO DO CEARÁ,
à remuneração do servidor no cargo efetivo em que em Fortaleza, 21 de janeiro de 2005.
se der a aposentadoria.
Art. 157 - Os proventos de aposentadoria e as pen- Lúcio Gonçalo de Alcântara
sões serão reajustados na mesma data em que se
der o reajuste dos benefícios do regime geral de
previdência social, ressalvadas as aposentadorias LEI 13.881, DE 24.04.07 - D.O. DE 15.05.07
concedidas conforme arts. 6.º e 7.º da Emenda (Oriundo da Mensagem n° 6.879 – Executivo)
Constitucional Estadual n.º 56, de 7 de janeiro de
2004.” (NR). Altera o art. 100 da Lei n.º 9.826,
Art. 10 - A contribuição social dos aposentados de 14 de maio de 1974, e dá outras
e dos pensionistas de qualquer dos Poderes do providências.
Estado, incluídos suas autarquias e fundações para
a manutenção do Sistema Único de Previdência O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e
dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do eu sanciono a seguinte Lei:
Estado do Ceará – SUPSEC, será de 11% (onze por Art. 1º O art. 100 da Lei n.º 9.826, de 14 de maio de
cento) incidente sobre a parcela que ultrapassar o 1974, passa a ter a seguinte redação:
limite máximo do benefício concedido pelo Regime
Geral de Previdência Social – RGPS. “Art. 100. Fica garantida a possibilidade de pror-
rogação, por mais 60 (sessenta) dias, da licença-
Art. 11 - O pagamento do benefício de aposenta- -maternidade, prevista nos arts. 7.º, inciso XVIII,
doria por invalidez decorrente de doença mental e 39, § 3.º, da Constituição Federal, destinada às
somente será feito ao curador do segurado, condi- servidoras públicas estaduais.
cionado a apresentação do termo de curatela, ainda
que provisório. § 1º A prorrogação de que trata este artigo será
assegurada à servidora estadual mediante reque-
Art. 12 - O servidor que voltar a exercer a atividade
rimento efetivado até o final do primeiro mês após
laboral terá a aposentadoria por invalidez cessada,
o parto, e concedida imediatamente após a fruição
a partir da data do retorno.
da licença-maternidade de que trata o art. 7º, inciso
Art. 13 - O professor, servidor público, que com- XVIII, da Constituição Federal.
provar, exclusivamente, tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e § 2º Durante o período de prorrogação da licen-
no ensino fundamental e médio, quando da apo- ça-maternidade, a servidora estadual terá direito
sentadoria nos termos do art. 40, inciso III, § 5.º à sua remuneração integral, nos mesmos moldes
da Constituição Federal, terá os requisitos de idade devidos no período de percepção do salário-ma-
e de tempo de contribuição reduzidos em 5 (cinco) ternidade pago pelo Sistema Único de Previdência
anos, conforme o § 8.º, do art. 201 da Constituição Social dos Servidores Públicos Civis e Militares,
Federal. dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do
Estado do Ceará - SUPSEC.
Parágrafo único - Considera-se como tempo de efe-
tivo exercício na função do magistério a atividade § 3º É vedado, durante a prorrogação da licença-
docente do professor exercida exclusivamente em -maternidade tratada neste artigo, o exercício de
sala de aula, vedada a contagem de tempo relativo qualquer atividade remunerada pela servidora be-
a qualquer outra atividade. neficiária, e a criança não poderá ser mantida em
creche ou organização similar, sob pena da perda
Art. 14 - Quaisquer atos concessivos de benefícios do direito do benefício e conseqüente apuração da
trabalhistas aos seus servidores e que tenham re- responsabilidade funcional.” (NR)
flexos nos benefícios previdenciários ou na base de
cálculo destes, deverão ter o parecer da unidade Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data da sua pu-
gestora do Sistema Único de Previdência Social dos blicação.
Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do

176 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO ESTADO público na qualificação do servidor, e que o curso
DO CEARÁ, em Fortaleza, 24 de abril de 2007. seja compatível com o desempenho de sua função.
Cid Ferreira Gomes Parágrafo único - A Indenização prevista no caput
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ deste artigo restringe-se à missão de estudos, con-
forme disposto nesta Lei, não podendo, portanto,
sob qualquer hipótese, ser caracterizada como salá-
rio, vencimento, remuneração ou complementação
26
LEI Nº 14.367, DE 10.6.2009 salarial, de qualquer natureza.
- D. O. 12.6.2009 Art.4º - O prazo de duração do Auxílio Financeiro
na modalidade de Indenização será de:
Estabelece regras para o financiamento
I - 48 (quarenta e oito) meses, no máximo, para os
de cursos de pós-graduação
cursos de Doutorado e Pós-Doutorado;
“latosensu” (Especialização) e
“stricto sensu” (Mestrado, Doutorado II - 24 (vinte e quatro) meses, no máximo, para os
e Pós-Doutorado), no âmbito do Poder cursos de Mestrado;
Executivo estadual. III - 12 (doze) meses, no máximo, para os cursos de
pós-graduação “lato sensu”.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço
Art.5º - São beneficiários do Auxílio Financeiro na
saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu
modalidade de Indenização os servidores/militares
sanciono a seguinte Lei:
ou empregados públicos ocupantes de cargo/fun-
Art.1º - O financiamento de cursos de pós-gradua- ção ou emprego público, do Quadro permanente do
ção “lato-sensu” (Especialização) e “stricto-sensu” Poder Executivo.
(Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado) reger-se-á
Art.6º - Fica proibido o benefício previsto nesta
por esta Lei.
Lei, cumulativamente, com qualquer outro com o
§ 1º - Para fins de conceituação dos cursos de pós- mesmo fim.
-graduação de que trata este artigo, adotar-se-ão as Art.7º - O pagamento do Auxílio Financeiro na mo-
definições estabelecidas pela Lei das Diretrizes e dalidade Indenização será efetuado diretamente na
Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de folha de pagamento do servidor/militar ou empre-
dezembro de 1996. gado público estadual, mensalmente, em até 5 (cin-
§ 2º - Os cursos de pós-graduação, de que trata este co) dias após a apresentação ao Órgão/Entidade de
artigo, destinam-se aos servidores/militares, deten- efetivo exercício, do comprovante de quitação do
tores de cargo ou função efetiva, e os empregados pagamento e da declaração de assiduidade, emiti-
públicos, excluindo-se os ocupantes, exclusiva- da pela instituição de ensino.
mente, de cargos de provimento em comissão. § 1º - O servidor, militar ou empregado público es-
Art.2º - Fica o Poder Executivo autorizado a custe- tadual que, injustificadamente, não conclua o cur-
ar, mediante Indenização, as despesas com cursos so deverá ressarcir ao Estado os valores pagos, me-
de pós-graduação “lato-sensu” (Especialização) diante desconto em folha de pagamento, em con-
e “stricto-sensu” (Mestrado, Doutorado e Pós- sonância com os valores e prazos do cronograma
Doutorado), dentro ou fora do Estado ou País, não original de pagamento da despesa, anteriormente
podendo a mensalidadeultrapassar o limite de: cumprido pelo Estado.
I - R$229,00 (duzentos e vinte e nove reais) para § 2º - Após a conclusão do curso, para o qual rece-
curso de especialização; beu o incentivo financeiro, constante no caput do
II - R$880,00 (oitocentos e oitenta reais) para curso art.2º desta Lei, o servidor, militar ou empregado
de mestrado; público estadual, permanecerá por um prazo míni-
mo equivalente ao dobro do período em que esteve
III - R$1.675,00 (um mil, seiscentos e setenta e cin- afastado, em efetivo exercício no cargo/função ou
co reais) para curso de doutorado; emprego público, sob pena de ressarcir ao erário
IV - R$2.860,00 (dois mil, oitocentos e sessenta re- estadual todas as despesas realizadas pelo Poder
ais) para cursos realizados no exterior. Executivo.
Parágrafo único - Cabe ao servidor/militar ou em- Art.8º - Perderá o direito ao Auxílio Financeiro na
pregado público a responsabilidade pelo pagamen- modalidade Indenização o servidor/militar ou em-
to complementar da mensalidade e da taxa de ma- pregado público estadual que:
trícula, bem como de taxas adicionais cobradas em I - abandonar o curso;
virtude de atraso na liquidação do débito.
II - não comprovar a frequência mínima de 75%
Art.3º - Com a finalidade de incentivar a partici- (setenta e cinco por cento) da carga horária, por
pação de servidores/miliares ou empregados públi- módulo ou disciplina cursada;
cos estaduais nos cursos de pós-graduação e Pós-
Doutorado, as despesas efetuadas pelo servidor III - for reprovado em disciplina ou módulo;
para esse fim, poderão ser indenizadas pelo Poder IV - efetuar trancamento, total ou parcial, do curso,
Público Estadual, desde que prevaleça o interesse módulo ou disciplina, sem a prévia e devida auto-
rização;
26 Regulamentada pelo Decreto nº 29.986, de 1.12.2009 – D. O. de
02.12.2009.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 177


V - não apresentar declaração de aprovação das organizacional deste Poder, conforme regulado em
disciplinas ou módulos cursados, ao seu órgão/en- Ato Normativo”. (NR)
tidade de efetivo exercício. ...
Art.9º - Os recursos necessários à cobertura dos
Art.30. A gratificação por execução de trabalho em
cursos de pós-graduação decorrentes desta Lei cor-
condições especiais, inclusive com risco de vida e
rerão por conta das dotações orçamentárias do res-
saúde, integrará a base de contribuição previdenci-
pectivo Órgão ou Entidade de efetivo exercício do
ária e será incorporada aos proventos da aposenta-
servidor, militar ou empregado público, que serão
doria, desde que seja comprovado o efetivo exercí-
suplementadas se insuficientes.
cio do servidor em atividades insalubres e/ou peri-
Art.10. A efetivação do disposto nesta Lei ocorrerá culosas, por período de (5) cinco anos ininterruptos
mediante a regulamentação por Decreto do Chefe ou (10) dez anos intercalados, em caso de utilização
do Poder Executivo, no prazo de 60 (sessenta) dias, das regras de transição para a aposentadoria.
após a sua publicação.
Art.31. A gratificação de que trata o §4º do art.45 da
Art.11. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- Lei nº12.075, de 15 de fevereiro de 1993, será cal-
blicação. culada sobre o vencimento base e não será compu-
Art.12. Revogam-se as disposições em contrário. tada para efeito da concessão de quaisquer outras
vantagens, exceto as asseguradas pela Constituição
PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO ESTADO Federal e pela Constituição Estadual.
DO CEARÁ, em Fortaleza, 10 de junho de 2009. Parágrafo único. A percepção da gratificação pre-
Cid Ferreira Gomes vista no caput deste artigo dar-se-á a partir da pu-
blicação do ato concessivo da Mesa Diretora.
...
LEI Nº 15.716, DE 19 DE DEZEMBRO DE PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO
2014. - D. O. 22.12.2014 ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 19 de dezem-
(Autoria: Mesa Diretora) bro de 2014.
Cid Ferreira Gomes - GOVERNADOR DO
Altera dispositivos da lei nº 12.075, ESTADO DO CEARÁ
de 15 de fevereiro de 1993; art.1º. e
parágrafos da Lei nº 12.984, de 29 de
dezembro de 1999; da Lei nº 13.744,
de 29 de março de 2006; e da Lei nº
LEI N.º 15.744, DE 29.12.2014. - D.O.
14.987, de 6 de setembro de 2011, e dá 30.12.2014
outras providências.
Altera dispositivos da lei nº 9.826, de
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço 14 de maio de 1974.
saber que a ASSEMBLEIA LEGISLATIVA decre-
tou e eu sanciono a seguinte Lei: O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ.
... Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e
eu sanciono a seguinte Lei:
Art.26. Além do vencimento poderão ser pagas aos
servidores as seguintes parcelas remuneratórias: Art. 1º O § 6º do art. 27 da Lei nº 9.826, de 14 de
maio de 1974, passa a vigorar com a seguinte re-
...
dação:
IV - Gratificação por execução de trabalhos em
“Art. 27. ...
condições especiais, inclusive com risco de vida e
saúde; § 6º Fica vedada qualquer espécie de afasta-
mento dos servidores em estágio probatório, res-
...
salvados os casos previstos nos incisos I, II, III,
Art.28. Fica acrescentado ao art.45 da Lei 12.075, IV,  V, VI, VIII, IX, X, XII, XIII, XV, XVI, XVII e
de 15 de fevereiro de 1993, o §4º, com a seguinte XXI  do art. 68 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de
redação: 1974.” (NR)
“Art.45... Art. 2º O art. 120 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de
§4º Será de 10% (dez por cento) calculado sobre o 1974, passa a vigorar com a seguinte redação:
vencimento base a gratificação por execução de tra- “Art. 120. O funcionário somente poderá rece-
balhos em condições especiais, inclusive com risco ber nova autorização para o afastamento previs-
de vida e saúde, de acordo com o art.132, item VI e to nesta Seção após decorrido pelo menos um
art.136 da Lei 9.826, de 14 de maio de 1974, e art.5º ano do efetivo exercício, contado da data em que
da Lei nº11.142, de 13 de novembro de 1985, será reassumiu, em decorrência do término do prazo
atribuída, por Ato da Mesa Diretora aos servidores autorizado ou por motivo de desistência ou de
em efetivo exercício dos cargos/funções, em ativi- cassação da autorização concedida.” (NR)
dades insalubres e/ou periculosas inclusive com
Art. 3º Fica acrescido na Lei nº 9.826, de 14 de
risco de vida ou saúde nas unidades da estrutura
maio de 1974, o §10 do art. 27, com a seguinte re-
dação:

178 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


“Art. 27. ...
LEI N.º 15.927, DE 29.12.2015
§ 10. Na hipótese de afastamento do servidor
em estágio probatório para os fins previstos no - D.O. 30.12.2015
incisos V, VI, VIII, IX, X, XIII, XV, XVI, XVIII e Altera dispositivos da Lei n° 9.826, de
XIX do art. 68, fica suspenso o estágio probatório l4 de maio de 1974.
durante o período de afastamento, retornando o
cômputo após retorno ao exercício efetivo, pelo O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
prazo correspondente ao afastamento.”(NR)
Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- eu sanciono a seguinte Lei:
blicação, com efeitos retroativos a 1º de janeiro de
Art. 1° Fica acrescido na Lei n° 9.826, de l4 de maio
2007, em relação ao disposto no art. 1º.
de 1974, o § 12 do art. 27, com a seguinte redação:
Art. 5º Ficam revogados o inciso I do art. 65 e o “Art. 27. …
inciso I, alíneas “a”, “b” e “c” do art. 66 da Lei nº
...
9.826, de 14 de maio de 1974.
§ 12. O servidor em estágio probatório poderá
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 29 de dezem- ser cedido para órgão da Administração Pública
bro de 2014. direta ou indireta para exercer quaisquer car-
gos de provimento em comissão ou funções de
Cid Ferreira Gomes direção, chefia ou assessoramento no âmbito
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ Federal, Municipal ou Estadual, com ônus para
o destino, restando suspenso o computo do está-
Antônio Eduardo Diogo de Siqueira Filho
gio probatório, voltando este a ser contado a par-
SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO tir do término da cessão e, consequente retorno
Fernando Antônio Costa de Oliveira à origem.” (NR)
PROCURADOR GERAL DO ESTADO Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO


LEI N.º 15.819, DE 27.07.15 - D.O. 30.07.2015 ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 29 de dezem-
bro de 2015.
Altera dispositivo da Lei nº 9.826, De
14 de maio de 1974.
Camilo Sobreira de Santana
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e Iniciativa: PODER EXECUTIVO
eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Fica acrescido na Lei nº 9.826, de 14 de maio LEI Nº 16.014, 5.5.2016.- D.O. 9.5.2016
de 1974, o §11 do art. 27, com a seguinte redação: (Autoria: Mesa Diretora)
“Art. 27 ...
§ 11. O servidor em estágio probatório poderá Altera o art. 34 da Lei nº12.075, de 15
exercer cargo de provimento em comissão ou de fevereiro de 1993.
função de direção, chefia ou assessoramento no
seu órgão ou entidade de origem, com função ou O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço
funções similares ao cargo para o qual foi apro- saber que a
vado em concurso público, computando-se o
tempo para avaliação essencial de desempenho Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a
do estágio probatório.” (NR) seguinte Lei:
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- Art.1º O art.34 da Lei nº12.075, de 15 de fevereiro
blicação, com efeitos retroativos a 30 de dezembro de 1993, passa a ter a seguinte redação:
de 2014. “Art.34. Serão ocupados por servidores do Poder
Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário. Legislativo no mínimo 40% (quarenta por cento)
dos cargos de provimento em comissão que inte-
gram a Estrutura Administrativa da Casa.” (NR)
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO
Art.2º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 27 de julho de
blicação.
2015.
Art.3º Revogam-se as disposições em contrário.
Camilo Sobreira de Santana PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 05 de maio de
2016.
Iniciativa: PODER EXECUTIVO
Camilo Sobreira de Santana
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 179
LEGISLAÇÁO QUE
REGULAMENTA LEI Nº 9.608, DE 04.7.1972 - D. O. 10.7.1972
A GRATIFICAÇÃO Assegura ao Guarda Penitenciário,
PELA EXECUÇÃO a gratificação no percentual de 40%
(quarenta por cento).
DE TRABALHO EM
CONDIÇÕES ESPECIAIS LEI Nº 9.695, DE 22.5.1973 - D. O. 29.5.1973

COM RISCO DE VIDA OU Concede a gratificação aos servidores


da SETECO, que operam diretamente
SAÚDE com reagentes de alta periculosidade,
no percentual de 40%(quarenta por
cento)
LEIS
LEI Nº 6.423, DE 23.1.1963 - D. O. 28.1.1963 LEI Nº 11.142, DE 13.12.1985
- D.O. 16.12.1985
Concede aos servidores do
Departamento de Expansão Art. 5º - Assegura aos servidores da
Econômica do Ceará (SEARA) a Assembléia Legislativa a inclusão
gratificação no percentual de 30% da gratificação aos proventos de
(trinta por cento). aposentadoria

LEI Nº 6.775, DE 20.11.1963 - D. O. 3.12.1963 LEI Nº 11.720, DE 28.8.1990 - D. O. 28.8.1990


Estende a gratificação ao Diretor e Art. 12 - Atribui a gratificação aos
Servidores da Casa de Detenção. servidores exercentes de funções, na
forma de regulamentação própria. §
1º - Estabelece percentual máximo
LEI Nº 6.887, DE 13.12.1963 - D. O. 23.12.1963 de 40%(quarenta por cento). § 2º -
Assegura a percepção do adicional
Eleva o percentual para 40% de insalubridade aos servidores que
(quarenta por cento) da gratificação passaram a ser regidos pela Lei nº
que foi instituída pela Lei nº 5.666, de 9.826/74, nos mesmos percentuais à
20.10.63. titulo de gratificação de Risco de Vida
ou Saúde.

LEI Nº 7.013, DE 26.12.1963 - D. O. 13.2.1963


LEI Nº 12.075, DE 15.2.1993 - D. O. 18.2.1993
Concede a gratificação no percentual
de 40%(quarenta por cento) sobre Art. 45º - Concede a gratificação aos
o vencimento base, aos servidores servidores da Assembléia Legislativa,
estatutários, em exercício na IOCE. mediante Ato da Mesa Diretora, nos
casos especificados nos incisos I, II,
III e IV, §§ 1º, 2º e 3º.
LEI Nº 8.484, DE 13.6.1966 - D. O. 22.6.1966
Atribui a gratificação no percentual LEI Nº 12.122, DE 29.6.1993 - D. O. 30.6.1993
de 40%(quarenta por cento) aos
servidores do Arquivo Público Art. 5º Concede a gratificação aos
Estadual. servidores da SDU, SEDURB e
SEMACE, voltados, especificamente,
à execução da Política Ambiental e de
27
LEI Nº 9.599, DE 28.6.1972 - D. O. 3.7.1972 Desenvolvimento Urbano do Estado.
Atribui aos servidores lotados no
Manicômio Judiciário, a gratificação
na base de 40%(quarenta por cento).

27 Ver Lei nº 16.182, de 28.12.2016 que dispõe sobre a gratificação pela


execução de trabalho em condições especiais.

180 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


LEI Nº 12.207, DE 11.11.1993 - D. O. DECRETOS
16.11.1993
DECRETO Nº 11.471, DE 29.9.1975
Art. 8º Concede a gratificação - D. O. 29.9.1975
aos servidores do DERT, voltados
especificamente, à execução da
Regulamenta a apresentação da
política de obras e transportes, nas
Declaração de Bens, a que se refere o
condições a serem estabelecidas em
Art. 22, da Lei nº 9.826, de 14 de maio
Decreto do Chefe do Poder Executivo.
de 1974 (Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado).
LEI Nº 12.386, DE 9.12.1994 - D. O.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
9.12.1994 uso da atribuição que lhe confere o Art. 91, itens III
e XIII, da Constituição do Estado,
Art. 61 Atribui aos servidores dos DECRETA:
grupos Ocupacionais Atividades de
Art. 1º - Fica aprovado o formulário constante do
Nível Superior - ANS e Atividades
Anexo deste Decreto, que deverá ser apresentado,
de Apoio Administrativo - ADO, a
devidamente preenchido pelo servidor, ao ser em-
gratificação será concedida na forma
possado no órgão de pessoal da repartição onde irá
prevista no Decreto nº 22.077-A, de
ter exercício.
04.8.92.
Art. 2º - Os bens deverão ser discriminados deta-
lhadamente e com relação aos imóveis deverá cons-
LEI Nº 12.567, DE 3.4.1996 - D. O. 29.4.1996 tar o número do registro, bem como, o cartório em
que os mesmos estiverem registrados.
Art. 4º Considera as atividades Parágrafo único - Para fazer prova dos bens men-
desempenhadas pelos ocupantes cionados neste artigo, deverá ser anexada uma fo-
de cargos/funções de Agente tocópia da declaração de imposto de rendas.
Penitenciário, de permanente Risco Art. 3º - Este Decreto entrará em vigor na data de
de Vida ou Saúde. sua publicação, revogadas as disposições em con-
trário.
LEI Nº 12.581, DE 30.4.1996 - D. O. 30.4.1996
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
CEARÁ, em Fortaleza, aos 29 de setembro de 1975.
Art. 6º Altera o percentual da
gratificação de execução de trabalho Adauto Bezerra
em condições especiais com risco Liberato Moacyr de Aguiar
de vida ou saúde, concedida aos
servidores da Assembléia Legislativa
do Ceará que corresponderá ao
percentual de 15%(quinze por cento)
DECRETO Nº 11.472, DE 29.9.1975
do vencimento base. – D. O. 2.10.1975
Regulamenta o Art. 238, da Lei nº
9.826, de 14 de maio de 1974 (Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do
Estado).

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no


uso da atribuição que lhe confere o Art. 91, itens III
e XIII, da Constituição do Estado,
DECRETA:
Art. 1º - Servidor como elemento vital na organiza-
ção administrativa é aquele que contribui com seus
esforços, participando ativamente com o Governo
no desenvolvimento da administração pública, vi-
sando ao bem-estar sócio-econômico do Estado.
Art. 2º - A data de 28 de outubro é consagrada como
o Dia do Servidor Público, devendo ser comemo-
rada condignamente pela Administração Pública
Estadual.
Parágrafo único - Na data mencionada neste artigo
haverá as seguintes comemorações:

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 181


I - hasteamento da Bandeira do Brasil e do Ceará Autoridade que tenha determinado a sua abertura,
em todos os órgãos da Administração Pública Direta à vista de exposição de motivos do órgão de Pessoal
e Indireta, inclusive nas Fundações de que partici- da Unidade Administrativa para a qual tenha havi-
pe o Estado; do o concurso.
II - celebração facultativa de atos religiosos; Art. 6º - Os prazos constantes do artigo anterior se-
rão contados a partir da homologação do concurso.
III - competição esportiva entre servidores;
Art. 7º - Qualquer concurso, público ou interno, só
IV - visita ao Palácio do Governo; poderá ser homologado após decorridos os prazos
V - sessão solene presidida pelo Governador ou au- recursais.
toridade por ele indicada. Art. 8º - Os resultados de concurso público serão
Art. 3º - Este Decreto entrará em vigor na data de publicados no Diário Oficial do Estado e em, pelo
sua publicação, revogadas as disposições em con- menos, dois jornais de grande circulação e os de
trário. seleção interna, apenas, no Diário Oficial.
Art. 9º - Caberá recurso, com efeito suspensivo,
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO contra o ato que publicar os resultados do concurso,
CEARÁ, em Fortaleza, aos 29 de setembro de 1975. no prazo de até 15 (quinze) dias, contados a partir
da data da publicação no Diário Oficial.
Adauto Bezerra Art. 10 - Os servidores públicos estaduais ficarão
Liberato Moacyr de Aguiar isentos do pagamento da taxa de inscrição em qual-
quer concurso promovido por entidade pública es-
tadual de qualquer dos Poderes.
DECRETO Nº 11.538, DE 7.11.1975 Art. 11 - A fixação da taxa de inscrição está condi-
- D. O. 13.11.1975 cionada ao “aprovo” da Autoridade competente à
vista de demonstrativo das despesas a serem rea-
Regulamenta a realização de lizadas e da estimativa do número de candidatos
Concursos Públicos e dá outras inscritos.
providências. Art. 12 - A Divisão de Seleção e Treinamento do
DAPEC elaborará os programas de todos os concur-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no sos, que serão distribuídos aos candidatos no ato de
uso da atribuição que lhe confere o Art. 91, itens III inscrição e com uma antecedência mínima de 30
e XIII, da Constituição do Estado, (trinta) dias da realização do concurso.
DECRETA: Art. 13 - O DAPEC expedirá Instruções Normativas
Art. 1º - Compete à Divisão de Seleção e sobre o detalhamento dos concursos.
Treinamento do Departamento de Administração Art. 14 - Este Decreto entrará em vigor na data de
do Pessoal Civil - DAPEC, a coordenação, execução sua publicação, revogadas as disposições em con-
e supervisão dos concursos públicos de provas e de trário.
títulos no âmbito do Poder Executivo.
§ 1º - Em se tratando de processo seletivo de cará- PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
ter interno a coordenação e execução caberão aos CEARÁ, em Fortaleza, aos 7 de novembro de 1975.
Órgãos de Pessoal das Unidades Administrativas Adauto Bezerra; Assis Bezerra
interessadas, ficando com o DAPEC a supervisão
programática.
§ 2º - Da mesma forma, quando se tratar de con- DECRETO Nº 11.630, DE 12.12.1975
cursos públicos para provimento de cargos nos
Quadros IV e V do Tribunal de Contas e Conselho – D. O. 19.12.1975
de Contas dos Municípios caberá ao DAPEC apenas
a supervisão, ficando com os respectivos Órgãos a Disciplina a concessão de Auxílio-
responsabilidade pela coordenação e execução. Funeral, a percepção de proventos
através de procuração e dá outras
Art. 2º - Os concursos públicos e internos a serem providências.
promovidos pelos Poderes Legislativo e Judiciário
são de iniciativa e responsabilidade dos mesmos, O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
podendo, entretanto, se houver conveniência e de- uso da atribuição que lhe confere o Art. 91, itens III,
legação, serem realizados pelo DAPEC. V e XIII, da Constituição do Estado,
Art. 3º - São de exclusiva competência do DAPEC DECRETA:
os concursos que tenham por objetivo o provimento
de cargos por ascensão funcional. Art. 1º - O Auxílio-Funeral, a que se referem o Art.
173 e seus parágrafos da Lei nº 9.826, de 14 de
Art. 4º - Dos concursos constarão obrigatoriamen- maio de 1974, obedecerá, a partir da vigência deste
te as instruções constantes do art. 114, da Lei nº Decreto, ao seguinte processamento:
9.826, de 14 de maio de 1974.
I - a repartição de origem encaminhará ao DAPEC
Art. 5º - Os concursos públicos terão um prazo
devidamente informado e acompanhado de certidão
de validade de 2 (dois) anos, podendo, no entan-
do respectivo óbito, o pedido de Auxílio-Funeral;
to, ser prorrogado por igual período, por ato da

182 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


II - o DAPEC, após anotar em sua Divisão Central da Constituição do Estado, e de acordo com a Lei
de Cadastro e encaminhar para publicação, no nº 9.826, de 14 de maio de 1974 e parágrafo 2º do
órgão oficial do Estado a notícia do falecimento, Art. 177 da Constituição Federal, combinado com a
despachará o processo, num período máximo de Emenda Constitucional nº 1, de 17 de outubro de
48 (quarenta e oito) horas, para a Secretaria da 1969,
Fazenda e esta realizará o pagamento do benefício DECRETA:
em espaço de tempo não superior a 5 (cinco) dias,
Art. 1º - Aplica-se aos servidores estabilizados das
contados da data do recebimento do respectivo ex-
extintas Tabelas Numéricas de Mensalistas, TNM
pediente;
- o benefício de que trata o parágrafo único do Art.
III - quando o benefício de que trata este artigo atin- 247 da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, que
gir a integrantes de órgão da Administração Indireta transforma em cargo de natureza permanente as
e Fundações, regidos pelo Regime Estatutário, o antigas funções de extranumerários.
processamento ocorrerá na unidade onde for lotado
Parágrafo único - O DAPEC fará, ex-officio, apos-
o servidor, observado o prazo do item II.
tila no ato de admissão dos servidores amparados
Art. 2º - Os servidores aposentados e disponíveis por este diploma legal, e que são os discriminados
terão que se apresentar, anualmente, no mês de na relação nominal anexa.
janeiro, ao órgão por onde percebem seus proven-
Art. 2º- Este Decreto entrará em vigor na data de
tos, a fim de preencherem Ficha de Atualização
sua publicação, revogadas as disposições em con-
Cadastral, sob pena de exclusão de folha de paga-
trário.
mento.
§ 1º - As Fichas de Atualização Cadastral serão for-
necidas pelo DAPEC, a pedido do órgão interessa- PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
do, e preenchidas em duas vias, devendo uma delas CEARÁ, em Fortaleza, aos 31 de maio de 1976.
tornar àquele Departamento, excetuando-se desta Adauto Bezerra
obrigação o pessoal da Administração Indireta e
das Fundações. Moacyr de Aguiar

§ 2º - As procurações para efeito de percepção de


proventos de servidores aposentados ou disponíveis DECRETO Nº 12.765, DE 19.5.1978
serão renovadas, semestralmente, e a revalidação
será procedida mediante petição do interessado, - D. O. 26.5.1978
dirigida ao Chefe da Unidade Administrativa por
onde perceba os proventos, instruída com atestado Regulamenta a gratificação de serviço
de vida e residência passado por órgão competente ou estudo fora do Estado ou País,
da Secretaria de Segurança Pública ou autoridade instituída pelo item V do art. 132 da
a quem a matéria esteja afeta. Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974.
Art. 3º - O disposto no presente Decreto aplica-se O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
aos servidores da Administração Direta, Indireta e uso da atribuição que lhe confere o art. 91, item III,
Fundações. da Constituição do Estado, combinado com o pa-
Art. 4º - A não observância das normas estabeleci- rágrafo único do art. 132 da Lei nº 9.826, de 14 de
das neste diploma legal dará margem à suspensão, maio de 1974, e
de plano, do pagamento correspondente aos bene- CONSIDERANDO a necessidade de definir o regi-
fícios e proventos no mesmo referido, sem prejuízo me concessivo de gratificação a servidores em servi-
da responsabilidade civil e penal cabível na espé- ço ou estudo fora do Estado ou do País,
cie.
DECRETA:
Art. 5º - Este Decreto entrará em vigor na data de
sua publicação, revogadas as disposições em con- Art. 1º - A gratificação instituída no art. 132, Item
trário. V, da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, será con-
cedida em função dos dispêndios ordinários de-
correntes do cumprimento da missão atribuída por
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO atos dos Chefes dos Poderes e dos Órgãos autôno-
CEARÁ, em Fortaleza, aos 12 de dezembro de 1975. mos, oficialmente publicados, não podendo, entre-
Waldemar Alcântara; Liberato Moacyr de Aguiar tanto, o seu valor exceder a retribuição mensal de
Secretário de Estado.
Art. 2º - Dentro de 60 (sessenta) dias da publicação
DECRETO Nº 11.870, DE 31.5.1976 deste Decreto, os órgãos que tiverem servidores na
– D. O. 8.6.1976 situação referida no artigo anterior, cujas despe-
sas estejam sendo inadequadamente compensadas
Estende aos servidores que indica os através de ajuda de custo, procederão à revisão dos
benefícios do Art. 247 da Lei nº 9.826, respectivos atos, ajustando-os às disposições ora
de 14 de maio de 1974. estabelecidas.
Art. 3º - Este Decreto entrará em vigor na data de
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no sua publicação, revogadas as disposições em con-
uso da atribuição que lhe confere o Art. 91, item III, trário.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 183


Art. 1º - Ficam incluídas entre as moléstias que,
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO na forma do disposto no art. 154 da Lei nº 9. 826,
CEARÁ, em Fortaleza, aos 19 de maio de 1978. de 14 de maio de 1974 - Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado, acarretam a aposentado-
Waldemar Alcântara ria do funcionário com proventos integrais, as se-
Liberato Moacyr de Aguiar guintes moléstias - aneurisma cerebral arterioveno-
sa de grande volume e angioma arteriovenoso do
território cerebral.
DECRETO Nº 13.271, DE 12.6.1979 Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de
– D. O. 15.6.1979 sua publicação, revogadas as disposições em con-
trário.
Disciplina, sem aumento de despesa,
a aplicação do estatuído no parágrafo PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
único do art. 247 da Lei nº 9.826, CEARÁ, em Fortaleza, aos 30 de setembro de 1980.
de 14 de maio de 1974, e dá outras
providências. Virgílio Távora; Liberato Moacyr de Aguiar

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no


uso da atribuição que lhe confere o art. 74, itens III DECRETO Nº 15. 829, DE 7.3.1983
e XIII, da Constituição do Estado e, em consonân- – D. O. 25.7.1983
cia com o disposto no art. 247, parágrafo único, da
Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, Regulamenta o instituto de promoção
DECRETA: dos funcionários públicos do Estado e
Art. 1º - Os servidores regidos pela Lei nº 9. 826, de dá outras providências.
14 de maio de 1974, que adquiriram estabilidade,
em decorrência de concurso, passam a integrar a O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
Parte Permanente - I (PP - 1), a que alude o art. 1º uso das atribuições que lhe confere o art. 74, itens
da Lei nº 9.458, de 7 de junho de 1971. III e XIII da Constituição Estadual, e tendo em vis-
ta o disposto no Título II, Capítulo X, Seção II, da
Art. 2º - A partir da vigência deste Decreto, todos os
Lei nº 9.826, de 14.5.1974, e art. 7º da Lei nº 10.483,
servidores atingidos pelo disposto no artigo ante-
de 28.4.1981,
rior deverão encaminhar ao DAPEC, para a devida
apostila, seus títulos de nomeação ou admissão. DECRETA:
Art. 3º - Além das exigências estabelecidas pelo
Decreto nº 12.810, de 06 de junho de 1978, só pode- CAPÍTULO I
rão concorrer à promoção ou acesso os funcionários DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
cujas estabilidades tenham sido declaradas pelo Art. 1º - Aos funcionários estaduais ocupantes de
Chefe do Poder Executivo e que estejam integrados cargos de carreira, integrantes do Quadro I - Poder
na Parte Permanente - I (PP-1), devendo tais situ- Executivo, na forma do Anexo Único a que se re-
ações estarem devidamente anotadas no respectivo fere o Art. 7º da Lei n° 10.450, de 21 de novem-
cadastro do DAPEC. bro de 1980, bem ainda a Servidores Estaduais
Art. 4º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua, da Administração Indireta, aplicar-se-á o instituto
publicação, revogadas as disposições em contrário. de promoção por Avaliação de Desempenho e por
Antigüidade, observadas as normas constantes
deste Regulamento.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO Art. 2º - A promoção é a elevação do funcionário
CEARÁ, em Fortaleza, aos 12 de junho de 1979. à classe imediatamente superior àquela em que se
Virgílio Távora; Liberato Moacyr de Aguiar encontra dentro da mesma série de classes na cate-
goria funcional a que pertence.
§ 1º - As promoções serão feitas obedecendo
DECRETO Nº 14.058, DE 30.9.1980 aos critérios por Avaliação de Desempenho e de
- D. O. 10.9.1980 Antigüidade.
§ 2º - Anualmente o número de vagas para promo-
Regulamenta o art. 89 da Lei nº 9.826, ção corresponderá a 25% (vinte e cinco por cento)
de 14 de maio de 1974. dos ocupantes dos cargos das classes de cada car-
reira observada a lotação de cada órgão, atendidos
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no os critérios por Desempenho e Antigüidade e o in-
uso da atribuição que lhe confere o item III do art. terstício de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias
74 da Constituição Estadual, e na classe.
CONSIDERANDO o que se contém no art. 89, § 3º - Se o quociente for fracionário será aberta
“in-fine”, da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974 - mais uma vaga à promoção.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado.
§ 4º - A primeira promoção em cada uma das clas-
DECRETA: ses da carreira será feita pelo critério de Avaliação
de Desempenho.
184 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
§ 5º - Observado o disposto no parágrafo ante- Estadual, respeitado o disposto no item V do art. 4º
rior, do total de vagas apurado para promoção em deste Decreto;
cada classe, 50% (cinqüenta p/ cento) para o de V - Haja cumprido o estágio probatório.
Avaliação de Desempenho e 50% (cinqüenta p/
cento) serão destinados a promoção pelo critério de § 1º - O funcionário que se encontrar em disponibi-
Antigüidade, fazendo-se o arredondamento, para lidade não poderá ser promovido.
maior, na forma do disposto nos parágrafos 2º e 3º § 2º - O funcionário que, atendidas as demais exigên-
deste artigo. cias para a promoção, deixar de ser promovido por
Art. 3º - Os atos de promoção terão vigência a partir encontrar-se respondendo a processo administrativo
de 1º de abril de cada ano, devendo constar expres- disciplinar será promovido com efeito retroativo, se
samente do ato o critério da promoção. improcedente a imputação.
Art. 4º- O interstício será computado em períodos
corridos, sendo interrompido nos casos em que o CAPÍTULO II
servidor se afastar do exercício do cargo em decor- DA PROMOÇÃO POR AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
rência de: Art. 7º - A Avaliação de Desempenho far-se-á atra-
I - Licença sem vencimentos; vés da apuração de critérios objetivos que compro-
vem a qualificação e aptidão necessárias ao desem-
II - Suspensão (item II do art. 196 da Lei nº 9.826, penho das atribuições do novo cargo ou classe, na
de 14 de maio de 1974); forma do anexo I deste Decreto.
III - Suspensão de vínculo (art. 65 da Lei nº 9.826, Art. 8º - A Avaliação de Desempenho, correspon-
de 14 de maio de 1974); dente ao período de cada interstício, será apura-
IV - Prisão Administrativa ou decorrente de decisão da anualmente, no mês de janeiro, pelos órgãos
judicial; setoriais do sistema de pessoal das Secretarias de
Estado ou órgãos equivalentes e das Autarquias,
V - Exercício em órgão diverso do de origem, res- onde houver funcionário sob o regime estatutá-
salvados os casos de nomeação, designação para rio, com base nos assentamentos existentes nas
cargo em comissão do Estado ou função de di- respectivas fichas funcionais, sendo encaminha-
reção superior, de Assessoramento em órgãos da à Superintendência de Recursos Humanos -
da Administração Federal, de outros Estados ou SUPREH, até o dia 30 do mesmo mês.
Municípios.
Art. 9º - Para apuração dos critérios a que se refe-
§ 1.º - Considera-se período corrido, para os efeitos re o art. 7º deste Decreto, será aplicado o formu-
deste artigo, aquele contado de data à data, sem lário constante do anexo I, parte integrante deste
qualquer dedução na respectiva contagem. Decreto.
§ 2.º - Será restabelecida a contagem do interstício, Art. 10 - As promoções serão efetuadas após o le-
com os efeitos daí decorrentes, a partir da data em vantamento dos pontos positivos e negativos, apu-
que se verificar o afastamento do funcionário para o rados aritmeticamente, fazendo-se a classificação
cumprimento de pena de suspensão ou prisão ad- pela ordem decrescente dos pontos positivos.
ministrativa, nos casos de absolvição.
Parágrafo único - Em caso de empate, decidir-se-
Art. 5º - O período de apuração de pontos para -á, sucessivamente, em favor do funcionário que
efeito de Promoção por Avaliação de Desempenho tenha:
e Antigüidade com relação a cada funcionário, co-
meçará: I - Maior tempo de serviço na classe;
I - A partir de 1º de janeiro do ano em que for efe- II - Maior tempo de serviço no Estado;
tuada a promoção, até 31 de dezembro do ano ime- III - Maior tempo de serviço público;
diatamente anterior à promoção seguinte; IV - Maior prole; e
II - No caso de acesso, transferência, transposição e V - Maior idade.
transformação, a partir da data do exercício no novo
cargo ou classe, ressalvado o disposto em legisla- Art. 11 - No caso do funcionário ser portador de
ção específica; Diploma de Curso Regular além do exigido como
requisito ou qualificação do cargo que exerce, será
III - No caso de nomeação, a partir da data do exer- o mesmo, computado para efeito de promoção na
cício no cargo. forma dos itens 1 e sub itens 1.1.1. à 1.1.6. no anexo
Art. 6º - Para promoção por Avaliação de I deste Decreto.
Desempenho e Antigüidade o funcionário deverá Art. 12 - O Curso Regular exigido como qualifica-
implementar os seguintes requisitos: ção ou requisito necessário ao desempenho do car-
I - Haja cumprido o interstício mínimo exigido pela go não será avaliado para efeito de Promoção por
Lei nº 10.483, de 28 de abril de 1981; Avaliação de Desempenho.
II - Não esteja submetido a processo administrativo Art. 13 - Para a primeira promoção de cada funcio-
disciplinar; nário, serão considerados, para efeito de atribuição
de pontos positivos, os cursos e treinamentos de to-
III - Seja classificado com ponto positivo, na forma das as ocorrências de sua vida funcional na classe
do art. 10 deste Decreto; de que trata o anexo I deste Decreto, concluídos an-
IV - Esteja à data das promoções no exercício do tes do interstício.
respectivo cargo no âmbito da Administração
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 185
§ 1º - Não serão computados pontos em relação aos II, III e IV do art. 19 deste Decreto, sob a orienta-
cursos e treinamentos, ocorrências funcionais já ção da Unidade Central de Promoção e Acesso da
considerados para efeito de enquadramentos. SUPREH.
§ 2º - Ocorrida a promoção do funcionário, os cursos Art. 21 - É competência das Comissões Setoriais de
e treinamentos e as ocorrências funcionais constan- Promoção:
tes no anexo I deste Decreto já contados para uma I - preencher o boletim de Avaliação de Desempenho;
promoção não mais serão considerados para efeito
de novas promoções. II - preencher os formulários - Resultado da
Apuração de Pontos para efeito de Promoção por
Art. 14 - Para Avaliação de Desempenho não serão Avaliação de Desempenho (anexo II) e Antigüidade
computados os cursos ou treinamentos ministrados na classe (anexo III) em ordem decrescente de clas-
por funcionários que exerçam atividades docentes sificação, enviando-os à SUPREH no prazo estabe-
próprias e específicas dos seus respectivos cargos. lecido no art. 8º deste Decreto.
Art. 22 - Os órgãos setoriais de pessoal mante-
CAPÍTULO III
rão, rigorosamente em dia, o assentamento indi-
DA PROMOÇÃO POR ANTIGÜIDADE
vidual do funcionário, com registro exato dos ele-
Art. 15 - A promoção por Antigüidade recairá ao mentos necessários à Avaliação de Desempenho e
funcionário que tiver maior tempo de serviço efe- Antigüidade de tempo de serviço público.
tivo na classe, respeitado o disposto neste regula-
Art. 23 - As promoções, com relação a cada classe,
mento.
de cada Carreira ou Série de classes, obedecerão à
Parágrafo único - Para efeito de promoção por seguinte seqüência:
Antigüidade a apuração do tempo de serviço na
I - inicialmente serão promovidos os classificados
classe obedecerá, em todos os seus termos, às dis-
pelo critério de Avaliação de Desempenho, obser-
posições contidas na Lei nº 9.826, de 14 de maio de
vado o disposto nos parágrafos 2º e 5º do art. 2º
1974 e legislação posterior.
deste Decreto;
Art. 16 - Havendo fusão de classe ou carreira a an-
tigüidade abrangerá o efetivo exercício na classe II - em seguida, serão feitas as promoções por
anterior, e no caso de classificação será levado em Antigüidade, até o limite de vagas a que se referem
conta o tempo de efetivo exercício no cargo ante- os parágrafos 2º e 5º do art. 2º deste Decreto.
riormente ocupado. Art. 24 - Decretada a promoção indevidamente,
Art. 17 - Em caso de empate na classificação por será o ato tornado sem efeito e expedido outro em
antigüidade, proceder-se-á o desempate pelos cri- benefício do funcionário à quem cabia o direito à
térios estabelecidos, nas alíneas “b”, “c”, “d” e “e” promoção.
do parágrafo único do art. 10 deste Decreto. Art. 25 - Das classificações finais para promoção
por Avaliação de Desempenho e Antigüidade di-
CAPÍTULO IV vulgadas conjuntamente caberá reclamação ao
DISPOSIÇÕES FINAIS Superintendente da SUPREH no prazo máximo de
Art. 18 - Apurados os pontos dos candidatos, a 10 (dez) dias contados da respectiva publicação no
SUPREH fará publicar, até 28 de fevereiro de cada Diário Oficial do Estado e recurso, dentro de igual
ano, relação nominal dos funcionários classificados prazo, ao Secretário de Administração, contado da
para promoção por Avaliação de Desempenho e ciência da decisão.
Antigüidade, com indicação do cargo, classe, nú- § 1º - Será de 10 (dez) dias o prazo para julgamento
mero de pontos obtidos e classificação respectiva. das reclamações e recursos a que se refere este artigo.
Art. 19 - Caberá à Coordenadoria de Administração § 2º - Decorrido o prazo de que trata este artigo e
de Pessoal, através da Unidade Central de Promoção julgados os recursos interpostos (se houver) os atos
e Acesso da SUPREH: de promoção serão publicados na forma do art. 3º
I - apurar anualmente e manter atualizadas as lis- deste Decreto.
tas de funcionários habilitados à promoção com Art. 26 - O disposto neste Decreto não se apli-
base na classificação feita de acordo com este re- ca ao Pessoal que tem regime específico de
gulamento; Promoção, especialmente os do Grupo Magistério
II - elaborar, no tempo oportuno, os expedientes de (MAG), Segurança Pública (GSP), Consultoria
promoção; e Representação Judicial (PRE) e do Ministério
Público.
III - apresentar ao Coordenador de Administração Art. 27 - Este Decreto entrará em vigor na data de
de Pessoal o relatório dos trabalhos de promoção sua publicação, revogadas as disposições em con-
até 31 de maio de cada ano; trário, especialmente os Decretos números 11.776,
IV - manter o sigilo necessário ao bom andamento 12.813 e 14.863, datados de 05/02/76, 10/07/78 e
dos trabalhos. 12/11/81.
Art. 20 - Haverá em cada um dos órgãos setoriais de
pessoal das Secretarias e Autarquias onde houver Palácio do Governo do Estado do Ceará, em
funcionários sob regime estatutário uma Comissão Fortaleza, 7 de março de 1983.
Setorial de Promoção, constituída de 03 (três)
membros, designados pelos respectivos dirigentes, Manoel Castro Filho
à qual competirá as tarefas previstas nos itens I, José Maria Lecena

186 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


DECRETO Nº 15.993, DE 17.6.1983
– D. O. 17.6.1983 DECRETO Nº 18.055, DE 29.7.1986
- D. O. 13.8.1986
Regulamenta a concessão da
gratificação pela execução de trabalho
em condições especiais, inclusive com
Risco de Vida ou Saúde. Disciplina a aplicação do disposto
no Parágrafo único do art. 110 da Lei
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no nº 9.826, de 14 de maio de 1974 e dá
uso da atribuição que lhe confere o art. 74, inci- outras providências.
so III da constituição do Estado e, tendo em vista
o disposto no art. 132, inciso VI, combinado com
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
o disposto no § único do mesmo artigo da Lei nº
uso das atribuições que lhe confere o art. 74, itens
9.826, de 14 de maio de 1974.
III e XIII da Constituição do Estado
DECRETA:
CONSIDERANDO a necessidade de reduzir os dis-
Art. 1º - A gratificação pela execução de trabalho pêndios com pessoal,
em condições especiais, inclusive com Risco de
DECRETA:
Vida ou Saúde, prevista no art. 132, item VI da Lei
nº 9.826, de 14 de maio de 1974, será concedida Art. 1º - Ficam suspensos todos os atos que venham
aos funcionários, nas condições abaixo especifica- autorizar o afastamento, a qualquer título, de servi-
das: dores estaduais ocupantes de cargo em comissão,
de seu exercício funcional para integrar ou asses-
I - de 40% (quarenta por cento) sobre o vencimento sorar comissões, grupos de trabalho ou programas.
básico, aos que exerçam suas atividades específi-
cas de contacto permanente e direto com doenteS § 1º - Ficam nulos e sem nenhum efeito os atos de
e materiais infecto-contagiosos, com doentes men- afastamento funcional de titulares de cargos em
tais agitados e aqueles que manuseiam materiais comissão e funções gratificadas, com ou sem pre-
químicos corrosivos e materiais biológicos, em uni- juízos de seus vencimentos, que tenham sido auto-
dades hospitalares e ambulatórios especializados rizados pelos dirigentes do Sistema Administrativo
do Estado. Estadual, com base no Parágrafo único do art. 110
da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974.
II - de 40% (quarenta por cento) sobre o vencimento
básico aos que exerçam suas atividades envolvendo § 2º - Os Setores de Pessoal das diversas unida-
aparelhos de Raio X ou outros materiais radioati- des integrantes do sistema Administrativo Estadual
vos, em contacto permanente e direto. deverão, a partir desta data, retirar de folha de pa-
gamento as gratificações de representação ou de
III - de 20% (vinte por cento) sobre o vencimento função atribuída aos servidores substitutos dos titu-
básico aos que exerçam suas atividades em contac- lares de cargos em comissão e funções gratificadas
to eventual com doentes e materiais infecto-con- afastados de exercício funcional com base no suso
tagiosos, com doentes mentais agitados e àqueles referido parágrafo único do art. 110 da Legislação
que manuseiam materiais químico-corrosivos, ma- Estatutária.
teriais biológicos, nas diversas unidades e serviços
de Saúde do Estado. Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de
sua publicação, revogadas as disposições em con-
Parágrafo único - A gratificação de que trata este trário.
artigo não será paga cumulativamente com outra
ou igual denominação ou com a mesma finalidade.
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, em Fortaleza, aos 29 de
Art. 2º - A concessão da gratificação referida no julho de 1986.
artigo anterior dependerá de parecer favorável
de uma comissão especial, composta de 03 (três) Luiz de Gonzaga Fonseca Mota
membros à ser designada em cada Secretaria pelo Francisco Clayton P. de Queiroz Marinho
respectivo titular, devendo integrar a mesma, pelo
menos, um médico e um técnico de administração.
Parágrafo único - A solicitação para a concessão
da gratificação deverá ser formalizada em proces-
so regular contendo os elementos indispensáveis a
plena justificação do ato correspondente.
Art. 3º - Este Decreto entrará em vigor na data de
sua publicação, revogadas as disposições em con-
trário.
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO DO GOVERNO DO
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 17 de ju-
nho de 1983.
Luiz de Gonzaga Fonseca Mota;
Antônio dos Santos Soares Cavalcante
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 187
Comissões estão obrigados ao registro de presença
DECRETO Nº 18.096 DE 22.8.1986 diária, no início e após o encerramento do expe-
- D. O. 26.8.1986 diente.
§ 1º - O registro de presença e de saída deverá ser
Dá nova redação ao art. 1º e seus §§ feito também no caso de prorrogação de expediente
do Decreto nº 18.055, de 29 de julho por horas extraordinárias e regime de tempo inte-
de 1986. gral, autorizados na forma da lei.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no § 2º - O registro de presença e de saída se fará atra-
uso das atribuições que lhe confere o art. 74, itens vés de Livro de Presença Diária, Lista de Presença
III e XIII da Constituição do Estado, ou Relógio de Ponto, ou meio correspondente.
DECRETA: Art. 2º - Somente serão dispensados do registro de
presença e de saída os servidores incluídos nas ex-
Art. 1º - O art. 1º e seus §§ do Decreto nº 18.055, ceções constantes deste Decreto.
de 29 de julho de 1986, passam a vigorar com a
seguinte redação: Parágrafo único - A dispensa do registro de presen-
ça e de saída não exime o servidor da obrigação da
“Art. 1º - A designação do ocupante de cargo em
prestação diária dos serviços próprios de seu cargo,
comissão ou função gratificada para integrar ou
função ou emprego, devendo as respectivas chefias
assessorar Comissões, Grupos de Trabalho ou
estabelecer sistemas de controle e acompanhamen-
Programas somente será feita sem prejuízo do res-
to do trabalho para que seja registrado como de fal-
pectivo exercício funcional, não podendo, em con-
ta ao trabalho o dia em que o servidor não prestar
seqüência, ensejar a nomeação de substituto com
os serviços diários de sua obrigação.
fundamento na faculdade prevista no Parágrafo
único do art. 110 da Lei nº 9.826, de 14 de maio Art. 3º - Respeitado o disposto no Parágrafo único,
de 1974, acrescentado pela Lei nº 10.815, de 19 de do Art. 2º, são dispensados do registro de presença
julho de 1983. e de saída:
§ 1º - Ficam revogados os atos de autorização de I - Secretários de Estado, subsecretários e autorida-
afastamento funcional de titulares de cargos em des de nível equivalente;
comissão e funções gratificadas praticados pelos II - Maior autoridade nas entidades da
dirigentes do Sistema Administrativo Estadual em Administração Indireta;
desacordo com o disposto neste Decreto.
III - Integrantes da Diretoria, colegiado de maior
§ 2º - Os órgãos de pessoal das diversas unidades nível de alguns órgãos da Administração Indireta;
integrantes do Sistema Administrativo Estadual de-
IV - Chefes de Gabinetes;
verão adotar as providências que se fizerem neces-
sárias para a fiel execução deste decreto. V - Assistentes do Governador;
Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de VI - Servidores cujo serviços sejam sempre externo
sua publicação, revogadas as disposições em con- ou de campo;
trário. VII - Vice-Reitor e Pró-Reitor das Universidades;
VIII - Delegados de Ensino, Diretores de Escolas e
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, em Fortaleza, aos 22 de de Hospitais, Chefe Maior das Repartições e órgãos
agosto de 1986. da Administração Direta e Indireta no Interior, che-
Luiz de Gonzaga Fonseca Mota; Gonçalo Claudino fes de postos de saúde;
Sales IX - Funcionários, servidores e empregados cujos
cargos ou empregos estejam por lei dispensados do
registro de presença;
DECRETO Nº 18.590 DE 18.3.1987 X - Ocupantes de cargos em comissão CDA-1.
- D. O. 19.3.1987 § 1º - Os professores farão o registro de presença no
Diário de Classe.
§ 2º - O professor de cursos de 1º e 2º graus que
Dispõe sobre Registro de Presença e não esteja exercendo atividade docente terá regime
dá outras providências. de trabalho conforme o estabelecido para os demais
servidores, com registro de presença e saída, na
forma do respectivo Estatuto do magistério.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no § 3º - Os Procuradores e Advogados de Ofício e cor-
uso da atribuição que lhe confere o art. 74, itens III respondente da Administração Indireta assinarão
e XIII, da Constituição Estadual, Folha de Presença.
DECRETA: Art. 4º - Somente será admitido o abono de faltas ao
Art. 1º - Os servidores da Administração Direta trabalho nos casos previstos em lei.
do Estado, e de Autarquias, empresas públicas,
§ 1º - Nenhuma autoridade poderá abonar faltas ao
sociedade de economia mista, inclusive coliga-
trabalho, e o encarregado do controle de presen-
das ao Banco do Estado do Ceará, Fundações,
ça não poderá anotar abono no registro respectivo,
Universidades Estaduais, SINE, Conselhos e
pena de responsabilidade.
188 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
§ 2º - Será admitida a ausência ao trabalho, sem Art. 13 - É proibido registrar a presença na entra-
prejuízo de vencimentos, do dirigente de entida- da, e a saída, fora do dia e hora a que se referir o
de de classe, na forma da lei que estabelecer essa registro.
concessão, ou na forma de acordo entre sindicatos Art. 14 - É proibido o servidor colocar um estranho
de classes a que a entidade do Governo Estadual para trabalhar em seu lugar.
esteja sujeita.
Art. 15 - Todos os órgãos do Estado, da administra-
Art. 5º - Para cada ausência ao trabalho, não abona- ção direta e indireta, deverão implantar o sistema
da, será descontado o vencimento correspondente de registro de presença e saída, na forma prevista
ao dia, bem como as vantagens financeiras. neste Decreto, até o dia 25 de março de 1987.
Art. 6º - As Secretarias e Direções dos órgãos da Art. 16 - Este Decreto entra em vigor na data de sua
administração direta e dirigentes de órgãos equi- publicação, revogadas as disposições em contrário.
valentes da administração indireta, enviarão ao
Secretário de Administração, no prazo de 30 (trin-
ta) dias corridos, relatório, com a devida justifica- PALÁCIO DO GOVERNO, em Fortaleza, aos 18 de
ção para cada caso, indicando os cargos cujos ocu- março de 1987.
pantes, pela natureza do serviço e outras condições Tasso Ribeiro Jereissati; Maria Dias Cavalcante
indispensáveis do trabalho não possam fazer o re- Vieira
gistro de presença e de saída.
Parágrafo único - Os servidores que, a critério dos
Secretários e outras chefias do mesmo nível e de DECRETO Nº 18.622, DE 20.5.1987
órgãos da administração indireta, não podem fazer - D. O. 20.5.1987
o registro diário de presença, ficarão dispensados
do registro de presença e saída, mas obrigados ao Dispõe sobre dispensa de ponto e dá
trabalho diário, até que o Chefe do Poder Executivo outras providências.
estabeleça a regulamentação para esses casos.
Art. 7º - Os Chefes, em todos os níveis, são respon- O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
sáveis pelo cumprimento das normas de compare- uso da atribuição que lhe confere o art. 74, item III,
cimento ao trabalho, inclusive o chefe da unidade da Constituição Estadual,
de pessoal, o encarregado do controle de presença DECRETA:
e o encarregado da unidade de informações para a Art. 1º - Os Secretários de Estado e autoridades
confecção da folha de pagamento. do mesmo nível da Administração Direta e os di-
Art. 8º - É vedado dispensar o servidor da obriga- rigentes máximos dos órgãos da Administração
ção de trabalhar, salvo motivo de doença, ou motivo Indireta, inclusive Fundações, poderão, a seu crité-
de força maior. rio, dispensar do “ponto” os servidores das respec-
§ 1º - Em casos especiais, a chefia respectiva pode- tivas lotações, para comparecerem a Congressos,
rá dispensar o servidor do trabalho, em parte do ex- Seminários, Simpósios, Jornadas e Reuniões que
pediente, para atender as necessidades inadiáveis tratem de estudo, debates, divulgação científica e
ou urgentes do servidor. atividades assemelhadas, relacionadas diretamente
com as áreas de atuação e com os objetivos especí-
§ 2º - O servidor que fizer o registro de presença e
ficos da gestão do Estado.
retirar-se do expediente de trabalho sem autoriza-
ção na forma do § 1º deste artigo, terá registrado Art. 2º - A dispensa do “ponto” somente poderá
como falta ao dia de trabalho o afastamento. ser autorizada se não prejudicar os interesses dos
serviços e as ausências serão abonadas durante os
Art. 9º - O servidor que faltar ao trabalho, por 30
dias de freqüências aos conclaves referidos no art.
(trinta) ou mais dias corridos, será excluído da folha
1º, deste Decreto, devendo os servidores beneficia-
de pagamento e submetido a processo para fim de
dos comprovar, para tanto, com documentação há-
demissão do cargo ou dispensa do emprego.
bil, perante a repartição a que servem ou em que
Parágrafo único - A disposição deste artigo se apli- estiverem lotados, a sua efetiva participação nos
ca aos servidores que não são obrigados ao registro mesmos.
de presença.
Parágrafo único - A dispensa de “ponto” se aplica
Art. 10 - O servidor, ocupante de cargo em comis- também aos tempos de viagem, ida e volta, para o
são ou função gratificada, que não comparecer re- local do conclave.
gularmente aos expedientes de trabalho diário, sal-
vo caso de doença ou dispensa legal do trabalho Art. 3º - Este Decreto entrará em vigor na data de
será dispensado do cargo em comissão. sua publicação , revogadas as disposições em con-
trário.
Art. 11 - Quando o servidor sujeito a registro de
presença e saída vier a executar serviço externo ou
estiver viajando a serviço, essas circunstâncias de- PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
vem ser registradas no local respectivo da Folha de CEARÁ, em Fortaleza, aos 20 de maio de 1987.
Presença. Tasso Ribeiro Jereissati; Maria Dias Cavalcante
Art. 12 - Quando o servidor faltar ao trabalho, a Vieira
folha respectiva deve ser anotada no local devido
com a palavra “AUSENTE”.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 189


Art. 3º - Serão obrigatoriamente publicados no
28
DECRETO Nº 19.168, DE 4.3.1988 Diário Oficial do Estado, os atos administrativos
- D. O. 7.3.1988 originários dos órgãos da Administração Direta,
Autárquica e Fundações Públicas:
Dispõe sobre a substituição de I - que impliquem em provimento e vacância de
servidores. cargos e empregos, criação, modificação e extinção
de direitos e vantagens dos servidores públicos, au-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no mento ou redução de despesas, a seguir enumera-
uso das atribuições que lhe confere o art. 74, item dos:
III, da Constituição Estadual, considerando o art.
40, § 3º, da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, a) nomeação, admissão, contratação, reversão,
a indivisibilidade da contraprestação pelo exercí- reintegração, aproveitamento, remoção, remane-
cio de cargo em comissão e a necessidade de evitar jamento, promoção, avanço, acesso, transposição,
maiores dispêndios no custeio da Administração. transformação, transferência, readaptação, disposi-
ção, substituição, designação, concessão de grati-
DECRETA: ficação, disponibilidade, estabilidade, mudança de
Art. 1º - Salvo nos casos de necessidade incontor- nome;
nável, a substituição, automática, ou dependente
b) aposentadoria, revisão de Proventos, afastamen-
de nomeação, somente deve ter início no começo
to para trato de interesse particular, para acompa-
de mês.
nhar o cônjuge, para missão ou estudo, para exercí-
Art. 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua cio de cargo de Direção e Assessoramento, auxílio
publicação. doença, diária, ajuda de custo;
c) exoneração, demissão, dispensa, falecimento,
PALÁCIO DO GOVERNO, em Fortaleza, aos 4 dias rescisão de contrato;
do mês de março de 1988. d) repreensão por escrito, suspensão, cassação de
Tasso Ribeiro Jereissati; Maria Dias Cavalcante aposentadoria, cassação de disponibilidade;
Vieira e) contrato, aditivo de contrato, convênio, acordo,
ajuste, edital de um modo geral, ata, balancete e
outros atos de gestão financeira e patrimonial;
DECRETO Nº 20.714, DE 11.5.1990 II - que, por força de dispositivo legal, tenham a
- D.O. 11.5.1990 publicação como condição de validade da sua for-
malização.
Estabelece normas relativas à Art. 4º - Serão divulgados pela afixação em locais
publicação dos atos administrativos visíveis, nos órgãos e entidades onde se originarem,
no Diário Oficial do Estado e dá os atos relativos a direitos e fatos administrativos a
outras providências. seguir indicados:
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no I - férias;
uso das atribuições que lhe confere o art. 88, itens II - licença à gestante e paternidade;
IV e VI da Constituição Estadual, e III - licença por adoção de menor;
CONSIDERANDO o que dispõe o art. 154 da
IV - licença para o Serviço Militar obrigatório;
Constituição Estadual quanto ao princípio da publi-
cidade dos atos administrativos do Poder Público; V - licença por motivo de doença em pessoa da fa-
CONSIDERANDO, ainda, a descentralização dos mília;
procedimentos relativos à concessão de aposenta- VI - licença para tratamento de saúde;
doria e do cadastro do servidor; VII - repreensão;
CONSIDERANDO, finalmente, que se impõe como
VIII - autorizações de afastamento previstas no art.
medida necessária à redução de despesas e racio-
68, itens II, III, IV, VII, VIII, X, XI e XIV da Lei nº
nalização das publicações de atos administrativos
9.826, de 14 de maio de 1974;
no Diário Oficial do Estado,
DECRETA: IX - movimentação dos servidores no âmbito inter-
no de cada órgão ou entidade;
Art. 1º - A divulgação dos atos administrativos do
Poder Executivo obedecerá às normas estabeleci- X - outros relativos à vida funcional.
das neste Decreto. Art. 5º - Nos atos administrativos de publicação
Art. 2º - Para efeito de divulgação, os atos adminis- obrigatória, quando publicados sob forma de emen-
trativos classificar-se-ão em: tário, deverão constar os seguintes elementos:
I - de publicação obrigatória no Diário Oficial do I - natureza e número do ato;
Estado; II - fundamentação legal;
II - de divulgação por afixação em locais visíveis III - sujeito ou beneficiário do direito;
nos órgãos e entidades onde se originarem.
IV - objeto (direitos, vantagens, etc.);
V - valor, se for o caso;
28 Revogado pelo Decreto nº 31.668, de 05.02.2015 - D.O. de 5.2.2015.

190 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


VI - data; providências relativas à Mudança de Nome do ser-
VII - autoridade(s) que subscreve(m). vidor, de que trata o artigo anterior.
Art. 6º - Quando não prejudicial ao conhecimento Art. 3º - O Auxílio Funeral devido à família do ser-
dos atos, podem ser os mesmos publicados em re- vidor falecido, mesmo que aposentado ou, na falta
sumo, ou somente na parte conclusiva. desta, a quem promover o enterro, mediante prova
das despesas efetivamente realizadas, corresponde
Art. 7º - Cabe à Secretaria de Governo centralizar o a um mês de vencimentos, salários ou proventos, a
recebimento dos atos administrativos de publicação que fazia jus o servidor na data do óbito.
obrigatória e o encaminhamento para publicação
no Diário Oficial. Art. 4º - O Auxílio Funeral será concedido pelo
Titular do Órgão/Entidade de origem do servidor
Parágrafo único - Os atos administrativos em desa- falecido, mediante requerimento do beneficiário
cordo com as normas estabelecidas neste Decreto devidamente instruído com a Certidão de Óbito do
serão devolvidos à origem, sem publicação, com ex-servidor, observado o que se segue:
vistas às correções que se fizerem necessárias.
I - A Unidade Setorial de Pessoal, ao receber a soli-
Art. 8º - Deverão ser devolvidos aos órgãos ou enti- citação de pagamento do Auxílio Funeral, preparará
dades de origem, após publicação no Diário Oficial, Portaria de “NOTIFICAÇÃO DE FALECIMENTO”,
os originais dos atos administrativos nominais en- em 3 (três) vias, com base nos assentamentos fun-
caminhados à Secretaria de Governo. cionais e na Certidão de Óbito, conforme modelo
Art. 9º - Este Decreto entrará em vigor na data de anexo a este Decreto;
sua publicação, revogadas as disposições contidas
II - o ato de “NOTIFICAÇÃO DE FALECIMENTO”
no Decreto nº 9.435, de 09 de junho de 1971.
depois de assinado pelo Titular do Órgão/Entidade
será encaminhado para publicação no Diário
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO Oficial num prazo máximo de 48 (quarenta e oito)
CEARÁ, em Fortaleza, aos 11 de maio de 1990. horas, contado do recebimento do requerimento,
Tasso Ribeiro Jereissati computando-se neste prazo a remessa do processo
à Unidade Setorial Financeira;
Luciano Fernandes Moreira
III - após os procedimentos de que tratam os itens
I e II, a Unidade Setorial de Pessoal enviará o pro-
cesso à Unidade Setorial Financeira para que a
DECRETO Nº 20.768 DE 11.6.1990 mesma providencie, através de empenho, o paga-
– D. O. 12.6.1990 mento do benefício, no prazo máximo de 05 (cinco)
dias, contados da data da entrada do requerimento
Disciplina a concessão do Auxílio no órgão de origem do ex-servidor.
Funeral e do Salário-Família, dispõe
IV - depois de publicada a Portaria de Notificação
sobre a Mudança de Nome de Servidor
de Falecimento, a Unidade Setorial de Pessoal fará
e dá outras providências.
as anotações no cadastro do ex-servidor, resultan-
do a vacância do respectivo cargo ou emprego, que
CONSIDERANDO a necessidade de agilizar os
não poderá ser provido antes de decorrido 30 (trin-
procedimentos atinentes à concessão do Salário-
ta) dias.
Família e do Auxílio Funeral face à automatização
da folha de pagamento dos servidores; Art. 5º - O Salário-Família é o auxílio pecuniário
especial concedido pelo Estado ao servidor ativo ou
CONSIDERANDO, o quanto se contém na Reforma
disponível, ao inativo e ao pensionista como contri-
Administrativa relativamente à desconcentração de
buição ao custeio das despesas de manutenção de
atividades ou serviços, visando a assegurar a efici-
seus dependentes.
ência da máquina administrativa;
Art. 6º - Para habilitar-se ao benefício do Salário-
CONSIDERANDO, finalmente, necessário regula-
Família, o servidor, o inativo ou o pensionista deve-
mentar e atribuir a cada órgão ou entidade do Poder
rá apresentar à Unidade Setorial de Pessoal do seu
Executivo o encargo dos procedimentos para con-
Órgão ou Entidade de lotação, os seguintes docu-
cessão dos citados benefícios,
mentos, segundo a condição do dependente:
DECRETA:
I - certidão de nascimento quando filho ou, em ca-
Art. 1º - A concessão dos benefícios referentes ao sos especiais de filiação, outra prova admitida pela
Auxílio Funeral e ao Salário-Família, de que tra- legislação civil;
tam os arts. 150 itens VI e VII, 158 a 171 e 173 e
Parágrafos da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974 II - certidão de nascimento e laudo ou atestado mé-
e o art. 17 da Lei nº 10.472, de 15 de Dezembro de dico, quando filho inválido;
1980, assegurados aos servidores da Administração III - declaração de estabelecimento de ensino re-
Direta e das Autarquias Estaduais, e os procedi- gular, no caso de filho estudante de curso básico ou
mentos para Mudança de Nome de Servidor obe- superior que viva sob a dependência do servidor;
decerão às normas estabelecidas neste Decreto.
IV - certidão de casamento quando esposa;
Art. 2º - Compete aos Órgãos da Administração
Direta e às Autarquias Estaduais, através das V - prova em direito permitido, de vida em comum
Unidades Setoriais de Pessoal e Financeira, a con- há mais de 5 (cinco) anos ou carteira do instituto de
cessão e implantação dos benefícios e a adoção das Previdência do Estado do Ceará - IPEC, de depen-
dência, quando companheiro(a);
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 191
VI - comprovante de guarda judicial, no caso de en- a) além do atendimento às alíneas A, B e E do ar-
teado, neto irmão ou sobrinho, menor ou incapaz, tigo anterior, preencherá a Ficha de Alteração de
ou ainda, menor ou incapaz, que viva às expensas Dependentes, conforme modelo anexo, quando se
do servidor; tratar de implantação, inclusão ou exclusão do be-
VII - justificação judicial de dependência ou decla- nefício, remetendo a 1ª via em seguida ao Serviço
ração para fins tributários, quando o dependente de Processamento de Dados do Ceará - SEPROCE,
for ascendente sem rendimento próprio, que viva para implantação em folha de pagamento;
às expensas do servidor; b) preencherá o formulário Boletim de Informações,
VIII - atestado de óbito, quando o Salário-Família conforme modelo anexo, quando ocorrer erro nos
foi devido aos beneficiários em razão do falecimen- valores pagos, ou para pagamentos atrasados do
to do servidor; exercício.
IX - comprovante da última remuneração paga pelo Parágrafo único - A Secretaria de Administração
Estado; expedirá Manual de Instruções para preenchimen-
X - declaração de unilateralidade do cônjuge, quan- to dos formulários destinados à concessão e/ou al-
do também servidor público estadual, na percepção teração de Salário-Família, os quais deverão ser
do Salário-Família. preenchidos em 02 (duas) vias.
Art. 7º - O Salário-Família será devido em relação a Art. 11 - A MUDANÇA DE NOME do servidor de-
cada dependente a partir do mês em que tiver ocor- correrá de alteração no seu estado civil, por contrair
rido o ato ou fato que lhe der origem, deixando de núpcias ou por separação judicial, ou, ainda, por re-
ser devido, igualmente em relação a cada depen- tificação, nos termos da Lei Federal nº 6.015, de 31
dente, no mês seguinte ao ato ou fato que determi- de dezembro de 1973. (Lei dos Registros Públicos).
nar a sua supressão. Art. 12 - O servidor deverá requerer ao Titular do
Art. 8º - O Salário-Família será pago juntamente órgão ou entidade onde esteja lotado a mudança
com os vencimentos, salários ou proventos, dispen- de nome, juntando à petição os documentos abaixo
sando-se a elaboração e publicação do ato de sua relacionados, conforme o caso:
concessão. I - certidão de casamento, quando contrair núpcias;
Parágrafo único - Em se tratando de dependente II - certidão de casamento com averbação de sepa-
de ex-servidor, o pagamento do Salário-Família ração judicial ou divórcio, conforme o caso;
será procedido através da Secretaria da Fazenda. III - certidão de nascimento no caso de qualquer
Art. 9º - O Salário-Família será adicionado ao ven- alteração no nome ou prenome, na forma da Lei nº
cimento do servidor para efeito de imposto de ren- 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei dos Registros
da, de acordo com a Lei Federal nº 7.713, de 22 de Públicos);
dezembro 1988. IV - ato de nomeação, portaria de admissão, car-
Art. 10 - A implantação do Salário-Família pela teira profissional, conforme a forma de provimento,
Unidade Setorial de Pessoal observará o que se se- para as demais anotações.
gue: Art. 13 - O requerimento deverá ser encaminhado
I - Órgão/Entidade com folha de pagamento auto- à Unidade Setorial de Pessoal do respectivo órgão
matizada: que, de posse da ficha funcional do servidor, adota-
a) receberá do servidor a documentação exigida se- rá as seguintes providências:
gundo a condição do dependente; I - elaborará Portaria de mudança de nome, confor-
b) conferida a documentação preencherá a Ficha me modelo em anexo a este Decreto;
de Cadastro de Dependentes, conforme modelo II - encaminhará a Portaria ao Gabinete do Titular
anexo, que será mantida no órgão de origem; do órgão/entidade, para assinatura e posterior re-
c) preencherá o formulário de Alteração Cadastral - messa à Secretaria de Governo que providenciará a
ALC, conforme modelo anexo, quando se tratar de publicação em Diário Oficial.
implantação, inclusão ou exclusão do benefício, re- III - após publicação, procederá as devidas ano-
metendo em seguida a 1ª via em seguida ao Serviço tações na ficha de assentamentos funcionais, na
de Processamento de Dados do Ceará - SEPROCE, Carteira de Trabalho, apostilando no ato de nomea-
para implantação em folha de pagamento; ção ou na portaria de admissão, quando for o caso,
d) na ocorrência de valores atrasados a pagar, do conforme modelo anexo;
exercício, ou de erro nos valores pagos, preencherá IV - devolverá ao servidor os documentos anexos ao
o formulário Valores para Cálculo - VPC, confor- requerimento para as anotações.
me modelo anexo, remetendo a 1ª via em seguida Art. 14 - Revogadas as disposições em contrário,
ao Serviço de Processamento de Dados do Ceará este Decreto entrará em vigor na data de sua pu-
- SEPROCE; blicação.
e) para pagamento de valores atrasados referentes
a exercícios anteriores, impõe-se requerimento do PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
beneficiário, procedendo a Unidade de Pessoal a CEARÁ, em Fortaleza, aos 11 de junho de 1990.
informação no processo e os cálculos, remetendo-o Tasso Ribeiro Jereissati
à Unidade Financeira, para formalização do empe-
nho da despesa e sua liquidação. Luciano Fernandes Moreira
II - Órgão/Entidade com folha de pagamento não
automatizada:

192 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


tunidade de utilização, estabelecendo preferencial-
DECRETO Nº 20.769, DE 11.6.1990 mente rodízio anuais, bem assim:
- D. O. 12.6.1990 I - o número de servidores em gozo de férias não
poderá ultrapassar, em cada mês o percentual de
Disciplina os procedimentos para 10% (dez por cento) do total de servidores em efeti-
utilização e pagamento de férias vo exercício em cada Unidade Administrativa.
dos servidores estaduais e dá outras
providências. II - quando a Unidade Administrativa dispuser de
número de servidores inferiores ao percentual es-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no tabelecido, a concessão de férias far-se-á de forma
uso da atribuição que lhe confere o art. 88 , item IV equitativa no decorrer do ano.
da Constituição Estadual, combinado com o art. 78 Art. 7º - Na hipótese de preferência quanto ao mês
e parágrafos da Lei nº 9.826 de 14 de maio de 1974 de gozo de férias em número superior ao percen-
e Lei nº 10.784, de 17 de janeiro de 1983, e tual de que trata o item I do art. 6º deste Decreto,
CONSIDERANDO, a necessidade de disciplinar os adotar-se-ão os seguintes critérios de desempate:
procedimentos relativos a férias, possibilitando aos I - servidor mais idoso;
órgãos e entidades estaduais manter controle mais II - servidor com maior número de filhos menores
eficaz quanto à concessão e gozo de férias dos seus estudantes;
servidores; III - servidor com maior tempo de serviço estadual;
CONSIDERANDO, a necessidade de planejar IV - servidor com 2 (dois) vínculos empregatícios
o desembolso financeiro relativo à remuneração cujos períodos de férias sejam coincidentes;
das férias anuais dos servidores estaduais, face ao
que dispõe o item VII, do art. 167 da Constituição V - servidor com período de férias coincidente com
Estadual; o do cônjuge, comprovado por declaração do órgão
empregador do mesmo;
CONSIDERANDO, finalmente, a necessidade de
manter-se o controle do afastamento dos servido- VI - servidor estudante.
res, de modo a não afetar a execução das atividades Art. 8º - A desistência do gozo de férias, para efei-
nos órgãos ou entidades estaduais; to de averbação, deverá ser comunicada por escrito
DECRETA: pelo servidor à Unidade de Pessoal do respectivo
órgão ou entidade com antecedência de 60 (sessen-
Art. 1º - Os órgãos e entidades estaduais deverão ta) dias do início das férias estabelecidas no Plano
elaborar o Plano Anual de Férias dos seus servido- Anual.
res no mês de novembro de cada exercício, para vi-
ger no exercício seguinte. Art. 9º - As férias anuais dos servidores postos à
disposição ou remanejados temporariamente, aten-
Art. 2º - O direito ao gozo de férias é adquirido dido o disposto no art. 6º e itens, no órgão ou enti-
após cada período de 12 (doze) meses de posse ou dade onde estiver em exercício, deverão constar do
admissão do servidor no Sistema Administrativo Plano Anual de Férias da respectiva origem para
Estadual, compreenderá um período de 30 (trinta) fins de programação financeira.
dias consecutivos ou não permitida a sua divisão
em 2 (dois) períodos. Parágrafo único - A comunicação do período de
utilização de férias dos servidores de que trata este
Art. 3º - Os servidores submetidos ao regime jurí-
artigo será encaminhada até o dia 10 (dez) de no-
dico das Leis nºs 9.826, de 14 de maio de 1974 e
vembro do exercício anterior ao da concessão.
10.472, de 15 de dezembro de 1980, poderão usu-
fruir, por ano , até 2 (dois) períodos de férias. Art. 10 - Somente na hipótese de concessão de li-
cença para tratamento de saúde, afastamento devi-
Parágrafo único - As férias relativas a exercícios damente autorizado e/ou conveniência do serviço,
anteriores deverão corresponder aos últimos 2 poderá ser alterado o período da utilização de férias
(dois) anos. previsto no Plano Anual de cada exercício, compe-
Art. 4º - Os servidores submetidos ao regime da tindo à Unidade de Pessoal proceder as alterações
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT terão di- estabelecendo o novo período de férias, que deverá
reito anualmente ao gozo de um período de férias, ser comunicado à Secretaria da Fazenda.
de 30 (trinta) dias consecutivos, nos 12 (doze) me- Art. 11 - Os servidores afastados para missão no ex-
ses subseqüentes à data em que tiverem adquirido terior ou participação em cursos, por período supe-
o direito. rior a 01 (um) ano, terão suas férias anuais estabe-
Art. 5º - O Plano Anual de Férias, elaborado segun- lecidas quando do retorno ao órgão ou entidade de
do modelo que faz parte integrante deste Decreto, origem, obedecidas as disposições deste Decreto.
deverá ser encaminhado pelos titulares dos órgãos Art. 12 - Para efeito de controle de férias, registro
ou entidades à Secretaria da Fazenda até o dia 10 na ficha funcional do servidor e pagamento do res-
de dezembro do exercício anterior ao da sua vigên- pectivo adicional, será considerado o que dispuser
cia, para efeito da programação financeira relativa o Plano Anual de Férias aprovado, dispensando-se
ao adicional de férias anuais, de que trata o item quaisquer outras comunicações nesse sentido.
VII do art. 167 da Constituição Estadual;
Art. 13 - O valor da remuneração adicional de que
Art. 6º - Na elaboração dos Planos Anuais de Férias trata o item VII do art. 167 da Constituição Estadual,
os órgãos e entidades estaduais deverão observar devido ao servidor em férias, será incluído em folha
critérios que assegurem aos servidores igual opor- de pagamento do mês anterior ao da sua utilização.
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 193
Parágrafo único - Efetuado o pagamento da remu- publicação deste Decreto, valor este que será rea-
neração adicional de que trata este artigo, o ser- justado automaticamente, mês a mês pela variação
vidor não poderá interromper o período de férias, do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) ou outro
salvo por conveniência do serviço. indexador que o suceda.
Art. 14 - Os Planos Anuais de Férias relativos ao Art. 2º - Compete a cada órgão ou entidade da ad-
exercício de 1990, excepcionalmente, deverão ser ministração pública estadual proceder à aquisição,
encaminhados à Secretaria da Fazenda até o dia 30 controle e distribuição dos TICKETS, devendo a
de junho do corrente exercício. aquisição se proceder mediante o devido processo
Art. 15 - Este Decreto entrará em vigor na data de licitatório.
sua publicação, revogando-se as disposições em Parágrafo único - A liberação dos recursos para
contrário. a aquisição dos TICKETS-REFEIÇÃO depende-
rá de prévio exame da Comissão de Programação
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO Financeira e Crédito Público, da Secretaria da
CEARÁ, em Fortaleza, aos 11 de junho de 1990. Fazenda, sobre as disponibilidades financeiras do
Tesouro do Estado, salvo para as entidades que pos-
Tasso Ribeiro Jereissati
suem recursos próprios.
Luciano Fernandes Moreira Art. 3º - É facultada a aceitação ou não, do TICKET-
REFEIÇÃO pelo beneficiário.

DECRETO Nº 20.893, DE 15.8.1990 § 1º - O TICKET-REFEIÇÃO concedido nos limites


do art. 13, da Lei Estadual nº 11.601, de 6 de setem-
- D. O. 15.8.1990 bro de 1989;
Disciplina a concessão de TICKET- I - não tem natureza salarial, nem se incorporará à
REFEIÇÃO aos servidores públicos remuneração do beneficiário para quaisquer efei-
do Estado, na forma que indica e dá tos;
outras providências. II - não constitui base de incidência de contribuição
previdenciária ou Fundo de Garantia por Tempo de
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no Serviço.
uso da atribuição que lhe confere o art. 88, inciso § 2º - O beneficiário receberá diretamente do órgão
IV, da Constituição Estadual, e ou entidade em que esteja em exercício, no último
CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar a dia útil do mês, os TICKETS-REFEIÇÃO para utili-
concessão do TICKET-REFEIÇÃO a que se refere zação no mês subseqüente, salvo nos casos em que
os arts. 13 e 14, da Lei Estadual nº 11.601, de 6 de esteja afastado do respectivo serviço por motivo de
setembro de 1989, férias, ou licenças a qualquer título, deduzindo-se,
DECRETA: do total, as faltas do beneficiário ao serviço, ocorri-
Art. 1º - São beneficiários dos TICKET-REFEIÇÃO, das no mês anterior.
nos termos do art. 13, da Lei Estadual nº 11.601, Art. 4º - As despesas decorrentes da aplicação des-
de 6 de setembro de 1989, os servidores da te Decreto correrão por conta das dotações próprias
Administração Direta e Indireta do Estado que im- de cada órgão ou entidade, as quais serão suple-
plementarem os seguintes requisitos: mentadas se insuficientes, conforme autorização
contida no art. 17, da Lei nº 11.601, de 6 de setem-
I - que a jornada de trabalho seja de 40 (quarenta)
bro de 1989.
horas semanais;
Art. 5º - Este Decreto entrará em vigor na data de
II - que a localidade em que prestam exercício, o sua publicação, revogadas as disposições em con-
sistema TICKET-REFEIÇÃO seja operacionaliza- trário.
do;
III - e que, a remuneração total, incluindo-se todas PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
as vantagens aditadas ao seu vencimento, não ex- CEARÁ, em Fortaleza, aos 15 de agosto de 1990.
ceda a 02 (dois) salários mínimos.
Tasso Ribeiro Jereissati
§ 1º - Não se aplica a condição contida no item
III, para concessão do TICKET-REFEIÇÃO, aos Luciano Fernandes Moreira
servidores lotados no Centro Administrativo do
CAMBEBA e que façam suas refeições no local de
trabalho, ficando estabelecido, como requisito, o
teto de remuneração total, incluindo-se as vanta-
gens aditadas ao seu vencimento correspondente a
4 (quatro) salários mínimos.
§ 2º - A concessão de que trata o parágrafo anterior
será autorizada, através de portaria nominal, pelo
dirigente máximo do órgão.
§ 3º - É fixado em Cr$ 150,00 (cento e cinqüenta
cruzeiros) o valor do TICKET-REFEIÇÃO para o
mês de agosto de 1990, com vigência a partir da

194 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Art. 5º - Este Decreto entra em vigor na data de sua
DECRETO Nº 21.325 , DE 15.3.1991 publicação, revogadas as disposições em contrário.
- D. O. 18.3.1991
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
Dispõe sobre a motivação dos Atos
CEARÁ, em 15 de março de 1991.
Administrativos, na Administração
Pública Direta, Indireta, Fundacional, Ciro Ferreira Gomes
e sua publicidade. Adolfo de Marinho Pontes
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
exercício das atribuições que lhe são conferidas
pelo Art. 88, IV, da Constituição Estadual, e
DECRETO Nº 22.121, DE 2.9.1992
CONSIDERANDO que, na democracia, é indis-
- D. O. 3.9.1992
pensável a transparência do governo;
Limita a gratificação dos membros
CONSIDERANDO ser imperativa, igualmente, a das Comissões Especiais de Licitação
participação do povo na Administração Pública, so- das Secretarias de Estado, e demais
bretudo através do controle dos atos desta; entidades.
CONSIDERANDO que, sobretudo para o exercício
dos direitos de petição e de defesa (Constituição O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
Federal, Art. 5º, XXXIV, “a” e LV) é indispensável uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art.
expresse a Administração Pública os motivos de 88, incisos IV e VI da Constituição do Estado e,
seus atos; CONSIDERANDO o atual nível de disparidade re-
CONSIDERANDO que a Administração Pública, muneratória existente entre as diversas Comissões
Indireta e Fundacional está sujeito ao controle fina- Especiais de Licitação;
lístico do Poder Executivo; CONSIDERANDO que dentre as funções rele-
CONSIDERANDO os princípios fundamentais da vantes dos membros das Comissões Especiais de
Administração Pública, consignados no Art. 37 da Licitação, existe uma gradação de responsabilida-
Constituição Federal, des e de trabalho;
DECRETA: CONSIDERANDO, ainda, que as Secretarias de
Art. 1º - É dever do órgão administrativo, com po- Estado procedem embates licitatórios sob modali-
der de decisão, sob pena de nulidade, explicitar os dades de Tomada de Preços e Cartas-Convites, im-
motivos de fato e de direito dos atos administrativos plicando numa maior complexidade de trabalho em
que expedir, e que tenham por objeto: relação às entidades que realizam, apenas, Cartas-
Convites,
a) o provimento, a dispensa, a exoneração, a demis-
são, a disposição e a disponibilidade; DECRETA:
Art. 1º - Fica limitada a Gratificação prevista no art.
b) emprego de recursos públicos;
132, IV, da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974,
c) afetação e desafetação de bens públicos; atribuída pelos dirigentes dos diversos órgãos e
d) constituição, reconhecimento, modificação ou entidades integrantes da Administração Pública
restrição de direitos e seu exercício; Estadual aos membros das Comissões Especiais de
Licitação, nos montantes e especificações abaixo:
e) instituição ou extinção de deveres ou obrigações;
Comissões Especiais de Licitação das Secretarias
f) outras matérias, de igual relevância ou afins. de Estado
Art. 2º - O dever estabelecido no artigo anterior Presidente - DAS 1
estende-se às entidades da Administração Pública
Membros - DAS 2
Indireta e Fundacional do Estado.
Secretário - DAS 3
Art. 3º - Os atos administrativos enumerados no
Artigo 1º só terão vigência na data de sua publica- Comissões Especiais de Licitação das demais en-
ção no Diário Oficial, ou em data posterior à publi- tidades
cação, conforme se dispuser no ato. Presidente - DAS 2
Parágrafo único - Para atender a interesse público Membros - DAS 3
relevante ou motivo de urgência, devidamente jus- Secretário - DAS 3
tificados, a autoridade poderá determinar a vigên- Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de
cia do ato antes de sua publicação no Diário Oficial, sua publicação, revogadas as disposições em con-
ou optar pela publicação de resumo do ato, dele trário.
devendo constar, obrigatoriamente, a menção do
órgão emitente, o objeto, os motivos e a finalidade.
Art. 4º - A revogação e o desfazimento do ato ad- PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
ministrativo por nulidade serão sempre motivados, CEARÁ, em Fortaleza, aos 2 de setembro de 1992.
na forma deste Decreto, mencionado, em qualquer Ciro Ferreira Gomes
caso, o objetivo do ato desfeito.
Manoel Beserra Veras

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 195


DECRETO Nº 22.402, DE 18.2.1993 DECRETO Nº 22.458, DE 29.3.1993
- D. O. 19.2.1993 - D.O. 31.3.1993
Regulamenta o artigo 31 da Lei nº Dispõe sobre a concessão de adicional
11.039, de 25 de junho de 1985 e dá do trabalho noturno superior ao
outras providências. diurno.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no


uso da atribuição que lhe confere o item IV do arti- uso de suas atribuições legais, e com fundamento
go 88 da Constituição Estadual e, no art. 88, inciso IV e VI, da Constituição Estadual,
CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar e
o artigo 31 da Lei nº 11.039, de 25.6.85, que auto- CONSIDERANDO que a Constituição Federal re-
riza o Estado a instituir seguro de vida em favor fere-se ao direito deste adicional noturno superior a
dos servidores estaduais da Administração Direta do diurno, a teor do seu art. 7º, inciso IX;
e autárquica, CONSIDERANDO, ainda, que tal garantia se es-
CONSIDERANDO a coerência da recomendação tende aos servidores públicos civis, a teor do pará-
do Egrégio Tribunal de Contas do Estado, no sen- grafo 2º, do art. 39, da Lei Maior;
tido de regulamentar-se as operações de seguro do CONSIDERANDO, finalmente, a necessidade de
interesse do Estado, definir o parâmetro para a sua concessão, apesar
CONSIDERANDO, ainda, a imprescindibilidade da auto-aplicabilidade do preceito constitucional
de regulamentar a matéria como forma de mani- enfocado, destinado aos servidores vinculados ao
festação do Poder Executivo em assumir o encargo regime jurídico único,
determinado pela Lei, DECRETA:
DECRETA: Art. 1º - O adicional por trabalho noturno é o valor
Art. 1º - Fica instituído, nos termos do art. 31 da pecuniário devido ao servidor vinculado ao regime
Lei nº 11.039, de 25 de junho de 1985, seguro de jurídico único cujo trabalho seja executado entre
vida em grupo em favor dos servidores públicos da (22) vinte e duas horas de um dia às (5) cinco horas
Administração direta e autárquica. do dia seguinte.
Art. 2º - As operações do seguro de vida em grupo Art. 2º - O trabalho noturno será remunerado com
de que trata este Decreto, serão sempre realizadas acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o
através da BEC Corretora de Seguros Ltda., empre- salário-hora diurno.
sa ligada ao Banco do Estado do Ceará S.A - BEC, Art. 3º - A hora de trabalho noturno será compu-
agente financeiro do Governo do Estado do Ceará. tada como de 52 (cinqüenta e dois) minutos e 30
Art. 3º - Além de seguro de vida em grupo, toda (trinta) segundos.
e qualquer operação de seguro de interesse do Art. 4º - Este Decreto entrará em vigor na data da
Estado do Ceará, não importando sua natureza ou sua publicação, revogadas as disposições em con-
origem, independentemente da personalidade jurí- trário.
dica da entidade envolvida, será sempre feita atra-
vés da BEC Corretora de Seguros Ltda., segundo
o permissivo legal insito no artigo 22, inciso X, do PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
Decreto-Lei nº 2.300, de 21 de novembro de 1986. CEARÁ, aos 29 de março de 1993.
Art. 4º - Ficam válidos de pleno direito os seguros Ciro Ferreira Gomes
de vida em grupo realizados e/ou pagos anterior- Antônio Enock de Vasconcelos
mente a este decreto, que tenham por base contrato
pactuado entre o Estado do Ceará e Companhia de
Seguros Aliança da Bahia.
Art. 5º - As despesas resultantes deste Decreto
DECRETO Nº 22.662, DE 20.7.1993
serão pagas à conta das dotações orçamentárias - D.O. 22.7.1993
40101.03.07.021.2225-31 - Encargos Gerais do
Estado. Dispõe sobre a atribuição da
gratificação prevista no art. 132 - IV
Art. 6º - Este Decreto entrará em vigor na data de
e 135 da Lei nº 9.826, de 14/5/74, e dá
sua publicação.
outras providências.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no


CEARÁ, em Fortaleza, aos 18 de fevereiro de 1993. uso das atribuições que lhe confere o art. 88, inciso
IV da Constituição Estadual e,
Ciro Ferreira Gomes
CONSIDERANDO a existência da Comissão
Manoel Beserra Veras Executiva do Vestibular, de caráter permanente,
na Fundação Universidade Estadual do Ceará -
FUNECE, constituída de 1 (um) Presidente, 4 (qua-
tro) Membros, e 1 (um) Secretário;

196 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


CONSIDERANDO ainda, que a CEV, planeja, co-
ordena e executa o concurso vestibular, meio legal
para ingresso de alunos naquela instituição de en- DECRETO Nº 22.793, DE 1º.10.1993
sino; - D. O. 4.10.1993
DECRETA:
Regulamenta a Ascensão Funcional
Art. 1º - Fica atribuída a gratificação de execução
dos servidores da Administração
de trabalho relevante, técnico ou científico, prevista
Direta, das Autarquias e Fundações
no art. 132, inciso IV e 135, da Lei nº 9.826, de 14 de
Estaduais.
maio de 1974, aos membros da Comissão Executiva
do Vestibular da Fundação Universidade Estadual
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
do Ceará - FUNECE, que terá o valor correspon-
uso das atribuições que lhe confere o art. 88, item
dente ao das representações dos Cargos de Direção
IV da Constituição Estadual e nos termos da Lei
e Assessoramento, como se segue: Presidente, ao
nº 11.966, de 17 de junho de 1992, que estabelece
símbolo DAS-1; membros, ao símbolo DAS-2 e
diretrizes para elaboração dos Planos de Cargos e
Secretário, ao símbolo DAS-3.
Carreiras do Estado, e
Parágrafo único - O Presidente, o Secretário e os CONSIDERANDO a multiplicidade de normas
servidores estaduais que comporão a Comissão existentes relativas à progressão, promoção e trans-
prevista neste artigo, serão designados pelo Reitor formação no conjunto dos órgãos e entidades da
da Fundação Universidade Estadual do Ceará - Administração Pública Estadual;
FUNECE.
CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar
Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de e racionalizar a aplicação dos procedimentos re-
sua publicação, revogadas as disposições em con- lativos à implementação das formas de ascensão
trário. funcional do servidor no âmbito da Administração
Direta, das Autarquias e Fundações Estaduais;
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CONSIDERANDO, finalmente, que a implantação
CEARÁ, em Fortaleza, aos 20 de julho de 1993. de um Plano de Cargos e Carreiras impõe a adoção
Ciro Ferreira Gomes; de medidas que assegurem a sua permanente rea-
limentação, a fim de mantê-lo sempre atualizado,
Manuel Beserra Veras máxime no que se reporta ao desenvolvimento do
servidor nas carreiras,
DECRETA:
DECRETO Nº 22.789, DE 1º.10.1993
- D.O. 4.10.1993 CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Dá nova redação ao inciso III do art. Art. 1º - O desenvolvimento do servidor nas carrei-
1º do Decreto nº 22.675, de 23 de julho ras far-se-á mediante as seguintes formas de ascen-
de 1993. são funcional:
I - progressão
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
uso da atribuição que lhe confere o Art. 88, inciso II - promoção e
IV da Constituição do Estado; III - transformação.
CONSIDERANDO a necessidade de compatibiliza- Art. 2º - A Secretaria da Administração compete
ção do disciplinamento legal, que rege a concessão a coordenação central do processo de Ascensão
do TICKET-REFEIÇÃO aos termos da Constituição Funcional, compreendendo o acompanhamento e
Federal; controle dos procedimentos.
DECRETA: Art. 3º - Aos demais órgãos e entidades estaduais
Art. 1º - O inciso III do Art. 1º do Decreto nº 22.675 cabe a coordenação setorial, compreendendo a exe-
de 23 de julho de 1993, passa a ter a seguinte re- cução das atividades pertinentes às formas de de-
dação: senvolvimento do servidor nas carreiras previstas
“III - e que, a remuneração total, incluindo-se to- no art. 1º deste Decreto, exceto a transformação.
das as vantagens aditadas ao seu vencimento, não Art. 4º - A Comissão Central de Avaliação de
exceda a 03 (três) Salários Mínimos.” Desempenho da Secretaria da Administração, de
Art. 2º - Revogadas as disposições em contrário, que trata o Parágrafo único do art. 15, da Lei nº
este Decreto entrará em vigor a partir de 1º de ou- 11.966, de 17 de junho de 1992, compete a coorde-
tubro de 1993. nação, supervisão e orientação do processo de ava-
liação de desempenho, a análise e o julgamento dos
recursos, em 2ª Instância.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
CEARÁ, em Fortaleza, aos 1º de outubro de 1993. Parágrafo único - A Comissão Central de Avaliação
de Desempenho será composta por um represen-
Ciro Ferreira Gomes tante da Unidade de Ascensão Funcional ou área
Manoel Beserra Veras afim, por servidores de nível superior e de apoio
administrativo.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 197


Art. 5º - Em cada órgão ou entidade estadual, será Art. 8º - A progressão e/ou promoção será para to-
constituída uma Comissão Setorial de Avaliação de dos os efeitos direito do servidor que venha a se
Desempenho, a qual será incumbida da operacio- aposentar ou falecer antes da expedição do ato de
nalização do processo de avaliação de desempenho concessão a que fazia jus.
dos respectivos servidores, competindo-lhe: Art. 9º - Os órgão setoriais de pessoal manterão
I - orientar e distribuir em tempo hábil os formu- rigorosamente em dia os assentamentos individu-
lários de Avaliação de Desempenho, para o devido ais dos servidores, com registro exato dos elemen-
preenchimento; tos necessários à Avaliação de Desempenho e à
Progressão por Antigüidade.
II - analisar e computar os pontos obtidos através
do formulário Consolidação dos Resultados, man-
tendo o sigilo necessário ao bom andamento dos CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE ASCENSÃO FUNCIONAL
trabalhos;
III - elaborar os Boletins de Classificação referen- SEÇÃO I
tes à progressão e promoção; Da Progressão
IV - afixar, em local visível, a relação nominal dos Art. 10 - Progressão é a passagem do servidor de
servidores classificados para progressão e promo- uma referência para outra imediatamente superior
ção, com indicação do cargo ou função, classe, re- dentro da faixa vencimental da mesma classe, obe-
ferência e o número de pontos obtidos na avaliação; decidos os critério de Desempenho ou Antigüidade
V - analisar os recursos dos servidores que se julga- e o cumprimento do interstício de 365 (trezentos e
rem prejudicados; sessenta e cinco) dias.
VI - rever e analisar a avaliação dos servidores re- Art. 11 - Os critérios para Avaliação de Desempenho
clamantes; serão estabelecidos no Capítulo IV deste Decreto.
VII - encaminhar ao dirigente do órgão ou entidade Art. 12 - A progressão ocorrerá anualmente, obser-
o relatório conclusivo dos trabalhos da Comissão; vado o interstício de 365 (trezentos e sessenta e cin-
co) dias a contar da data da implantação do Plano
VIII - encaminhar à Unidade de Ascensão Funcional de Cargos e Carreiras.
ou área afim o relatório conclusivo dos trabalhos, a
Art. 13 - O número de servidores a serem avança-
Consolidação dos Resultados e o Resultado Final
dos por progressão corresponderá a 60% (sessenta
da Avaliação de Desempenho;
por cento) do total de ocupantes de cargos ou fun-
IX - fornecer dados resultantes da Avaliação de ções em cada uma das respectivas classes, atendi-
Desempenho às unidades interrelacionadas, quan- dos os critérios de Desempenho e Antigüidade.
do solicitados.
§ 1º- Observado o disposto neste artigo, do percen-
Art. 6º - A Comissão Setorial de Avaliação de tual previsto para progressão, 50% (cinqüenta por
Desempenho será constituída através de ato do cento) será por desempenho e 50% (cinqüenta por
titular do órgão ou entidade, publicado no Diário cento) por antigüidade.
Oficial do Estado e terá a seguinte composição:
§ 2º - Se o quociente for fracionário e a fração su-
a) Chefe da unidade responsável pela Ascensão perior a 0,5 (cinco décimos), será acrescido de mais
Funcional ou 01 (um) representante de área a fim; um.
b) Chefe da Unidade de Pessoal; Art. 14 - A progressão por antigüidade recairá no
c) 01 (um) representante dos servidores indicado servidor que contar maior tempo de serviço efetivo
pela entidade de classe ou pelos servidores do ór- na classe, respeitado o disposto neste regulamento.
gão ou entidade; § 1º - Para efeito da progressão por antigüidade a
d) 02 (dois) representantes das demais áreas fun- apuração do tempo de serviço na classe obedecerá
cionais do órgão ou entidade, reconhecidamente as disposições contidas no Estatuto dos Servidores
idôneos. Públicos Civis do Estado e legislação posterior.
Parágrafo único - Poderão compor ainda as § 2º - A classificação será por ordem decrescente
Comissões Setoriais, outros servidores que se fize- segundo o maior tempo de serviço efetivo na classe,
rem necessários, por força da demanda das ativi- de acordo com o modelo do Boletim constante do
dades. anexo VII deste Decreto.
Art. 7º - A unidade administrativa setorial respon- Art. 15 - Havendo fusão ou mudança de denomina-
sável pela Ascensão Funcional desenvolverá as ati- ção de classe ou carreira, a antigüidade abrangerá
vidades relativas à progressão e promoção, excetu- o efetivo exercício na classe anterior.
ando-se a Avaliação de Desempenho e o processo Art. 16 - Em caso de empate na classificação da
seletivo para a transformação. progressão por desempenho ou por antigüidade,
§ 1º - Caberá, ainda, a esta unidade, identificar e proceder-se-á o desempate de acordo com os se-
manter atualizadas as listas de servidores habilita- guintes critérios:
dos à progressão e promoção, apurar o tempo de I - maior tempo de serviço na classe;
serviço para fins de progressão, elaborar o boletim II - maior tempo de serviço público estadual;
de classificação, divulgar os resultados e formalizar
todas as modalidades de ascensão funcional, exce- III - maior tempo de serviço público;
to a transformação. IV - maior prole;
198 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
V - maior idade. complementação de formação ou de especializa-
ção.
SEÇÃO II
§ 1º - a primeira etapa, de caráter eliminatório,
Da Promoção constituir-se-á de provas escritas.
Art. 17 - Promoção é a elevação do servidor de uma § 2º - a segunda etapa, de caráter classificatório,
para outra classe imediatamente superior, dentro constará do cômputo de títulos e/ou programas de
da mesma carreira. capacitação profissional cujo tipo e duração serão
Parágrafo único - A promoção a que se refere este indicados no Edital da respectiva seleção.
artigo dar-se-á exclusivamente por Avaliação de Art. 25 - A classificação dos servidores, com rela-
Desempenho. ção a cada cargo ou função a serem transformados,
Art. 18 - Para habilitar-se a promoção o servidor de- far-se-á pela ordem decrescente dos pontos obtidos
penderá de: nas provas escritas e do cômputo dos títulos ou trei-
namento de que trata o artigo anterior.
I - conclusão, com aproveitamento, do programa de
capacitação e aperfeiçoamento estabelecido para a Art. 26 - Em caso de empate na classificação, o de-
classe; sempate obedecerá o disposto no artigo 16 deste
Decreto.
II - habilitação legal para o exercício do cargo ou
função integrante da classe, quando a promoção Art. 27 - A seleção interna para efeito de transfor-
implicar em mudança de cargo ou denominação de mação será coordenada e realizada pela Secretaria
função; da Administração e aberta aos servidores da
Administração Direta, das Autarquias e Fundações
III - desempenho eficaz de suas atribuições; Estaduais.
IV - cumprimento do interstício de 365 (trezentos e § 1º - A realização da seleção de que trata este ar-
sessenta e cinco) dias; tigo será precedida de Edital publicado no Diário
V - comprovada necessidade de mão de obra, quan- Oficial do Estado, com 30 (trinta) dias de antece-
do a elevação do servidor para a nova classe impli- dência, onde serão indicadas as áreas profissionais
car em mudança de cargo ou função. a serem supridas através da transformação, os ór-
Art. 19 - O número de servidores a serem promo- gãos e entidades com carência de mão de obra, a
vidos corresponderá a 40% (quarenta por cento) do data de sua realização e os demais requisitos exi-
total de integrantes de cada classe. gidos.
Parágrafo único - Se o quociente for fracionário e a § 2º - A inscrição dos candidatos será feita na
fração superior a 0,5 (cinco décimos) será promovi- Secretaria da Administração, no prazo de 15 (quin-
do mais um servidor. ze) dias úteis contados da publicação do Edital no
Diário Oficial do Estado, mediante requerimento
Art. 20 - Somente concorrerão à promoção os servi- devidamente instruído com a documentação exigi-
dores que se encontrarem na última referência de da.
suas respectivas classes.
§ 3º - Para fins de publicação do Edital, os órgãos da
Art. 21 - A promoção será concedida com base na
Administração Direta, as Autarquias e Fundações
Avaliação de Desempenho cujos critérios são os es-
Estaduais remeterão à Secretaria da Administração
tabelecidos no Capitulo IV deste Decreto.
relação das Categorias Profissionais a serem supri-
SEÇÃO III das por transformação.
Da Transformação Art. 28 - Ao servidor aprovado e não classificado é
assegurado a transformação do cargo por ele ocu-
*Art. 22 - Transformação é a mudança do servidor pado ou da função exercida, à medida que forem
de uma classe para outra classe ou de uma para ou- surgindo novas carências a serem supridas.
tra carreira diversa daquela a qual pertence.
Art. 29 - Concluídas todas as etapas da seleção
*Ver art. 37, inciso I da Constituição Federal. interna, a Secretaria da Administração elabora-
Parágrafo único - A transformação ocorrerá no rá a relação dos candidatos aprovados por ordem
âmbito da Administração Direta, Autárquica e de classificação, remetendo-a para publicação no
Fundacional, podendo o servidor concorrer em ór- Diário Oficial do Estado, até 15 (quinze) dias após
gão ou entidade diverso de sua lotação. a realização da referida seleção.
Art. 23 - para habilitar-se à transformação do cargo Art. 30 - Da classificação de que trata o artigo an-
ou função, o servidor dependerá de : terior caberá recurso, por parte do servidor que se
I - aprovação em seleção interna; considerar prejudicado, dirigido ao Secretário da
Administração, no prazo máximo de 10 (dez) dias,
II - habilitação legal para o ingresso na carreira; contados da publicação.
III - comprovada necessidade de mão de obra para Art. 31 - Recebido o recurso, este deverá ser anali-
suprir carência identificada no órgão ou entidade. sado no prazo de 5 (cinco) dias e, se julgado proce-
Art. 24 - A seleção interna será de provas ou de pro- dente, far-se-á a alteração na lista de classificação,
vas e títulos, sempre de caráter competitivo, elimi- com nova publicação no Diário Oficial do Estado.
natório e classificatório e poderá ser realizada em Art. 32 - Esgotados os prazos fixados neste Decreto,
duas etapas, quando a natureza da carreira exigir a Secretaria da Administração formalizará os pro-
cessos de transformação, mediante ato do Chefe

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 199


do Poder Executivo, publicado no Diário Oficial do III - Fundações - de 1º de setembro a 31 de agosto
Estado. com vigência da ascensão funcional a partir de 1º
Art. 33 - A transformação, atendidas as disposições de setembro.
legais dar-se-á para a classe e referência iniciais da
nova carreira ou classe, e entrará em vigor na data CAPÍTULO IV
da publicação do respectivo ato. DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Parágrafo único - Se o servidor perceber vencimen- Art. 37 - Avaliação de Desempenho é o conjunto de
to superior ao da classe inicial da nova carreira ou normas e procedimentos que asseguram a possibi-
classe, ascenderá automaticamente para a classe e lidade de progresso do servidor, segundo seus mé-
nível vencimental igual ou imediatamente superior. ritos, comprovados através do exercício funcional.
Art. 34 - Quando o servidor lograr aprovação e clas- Art. 38 - Mérito é o resultado da incidência de
sificação no processo seletivo de transformação, esforços de um servidor que se dedica, com reco-
para suprir carência em órgão ou entidade diverso nhecida eficiência, às suas obrigações específicas,
de sua lotação, o ato formal da transformação deve- coincidentemente com os objetivos do órgão ou en-
rá conter a respectiva remoção. tidade onde esteja em exercício.
Art. 39 - Serão adotados, na forma e nas condições
CAPÍTULO III estabelecidas neste Decreto, processos de Avaliação
DO INTERSTÍCIO de Desempenho que considerem:
Art. 35 - O interstício para efeito de concessão da I - o comportamento observável do servidor;
progressão e da promoção será computado em perí- II - a contribuição do servidor para consecução dos
odo corridos, interrompendo-se quando o servidor objetivos do órgão ou entidade;
afastar-se do exercício do cargo ou função em de-
corrência de : III - a objetividade e a adequação dos instrumentos
de avaliação;
I - afastamento para o Trato de Interesse Particulares;
IV - o conhecimento pelo servidor dos instrumentos
II - licença sem vencimento; de avaliação e seus resultados.
III - punição disciplinar que importe em suspen- Art. 40 - O desempenho do servidor será avaliado
são; anualmente pela chefia imediata e pelo chefe da
IV - suspensão de vínculo; Unidade Setorial de Pessoal, com a participação do
servidor.
V - prisão administrativa ou decorrente de decisão
judicial; § 1º - O servidor será avaliado pela chefia imedia-
ta desde que a ela esteja subordinado por período
VI - exercício em órgão ou entidade diverso do de
superior a 6 (seis) meses, ou pela chefia com a qual
origem, ressalvados os casos de nomeação ou de-
permaneceu por mais tempo, nos 12 (doze) meses
signação para Cargo de Direção e Assessoramento
correspondentes à Avaliação de Desempenho.
ou designação para compor Comissão ou Grupo
de Trabalho e Cessão, através de convênio, para § 2º - Ainda que esteja ocupando Cargo de Direção
prestação de serviço no âmbito da Administração e Assessoramento, integrando Comissão ou Grupo
Pública Estadual; de Trabalho Técnico, e/ou prestando serviços em
outro órgão ou entidade da área federal, estadual
VII - exercício em cargo de Direção e
ou municipal, através de convênio, com ônus para a
Assessoramento, quando sem ônus para a origem,
origem, o servidor será avaliado pela chefia imedia-
salvo naqueles afastamentos cuja remuneração é
ta do órgão ou entidade onde estiver em exercício.
ressarcida;
Art. 41 - A Avaliação de Desempenho será efetuada
VIII - desempenho de mandato eletivo, no caso de com base na apuração de critérios subjetivos e ob-
interstício para efeito de progressão e promoção jetivos, de acordo com os Formulários de Avaliação
por desempenho. de Desempenho - FAD , anexos I, II, III, IV, V e VI
§ 1 º - considerar-se-á período corrido para os efei- desde Decreto.
tos deste artigo aquele contado de data a data, sem § 1º - O desempenho do gerente será avaliado
qualquer dedução na respectiva contagem; conforme os fatores previstos no FAD - 6, visando
§ 2º - será restabelecida a contagem do interstí- subsidiar o desenvolvimento da chefia, não inter-
cio, com os efeitos daí decorrentes a partir da data ferindo no somatório dos pontos para a Ascensão
em que se verificar o afastamento do servidor para Funcional.
cumprimento de pena de suspensão ou prisão ad- § 2º - Somente concorrerá à Ascensão Funcional
ministrativa, nos casos de absolvição. que alcançar, na Avaliação de Desempenho, a
Art. 36 - Para efeito de concessão da progressão maioria absoluta dos pontos positivos, consideran-
e da promoção o interstício compreenderá 3 (três) do-se como tal a metade mais um da totalidade des-
período distintos, ou sejam: ses pontos, deduzidos os pontos negativos, quando
I - Administração Direta - de 1º de julho a 30 de for o caso.
junho com vigência da ascensão funcional a partir Art. 42 - O chefe imediato que oferecer avaliação
de 1º de julho. subjetiva graciosa, devidamente comprovada, será
II - Autarquia - de 1º de abril a 31 de março com vi- punido administrativamente com a exoneração, se
gência da ascensão funcional a partir de 1º de abril.

200 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


ocupante de cargo comissionado em órgão ou enti- afixando-o ou divulgando-o na forma do § 2º do art.
dade estadual. 48 deste Decreto.
Art. 43 - A Comissão Setorial de Avaliação de Art. 51 - Havendo discordância da decisão pro-
Desempenho dos órgão ou entidades distribuirá os ferida pela Comissão Setorial de Avaliação de
formulários para avaliação subjetiva e objetiva, os Desempenho, o servidor poderá recorrer, ainda, à
quais serão devolvidos devidamente preenchidos, Comissão Central de Avaliação de Desempenho, no
no prazo de 5 (cinco) dias úteis. prazo máximo de 3 (três) dias úteis, contados da
Art. 44 - A chefia imediata será diretamente res- data da divulgação.
ponsável pelo preenchimento dos formulários de Parágrafo único - O recurso de que trata este artigo
Avaliação de Desempenho dos fatores subjetivos - deverá ser instruído com todos os formulários e do-
FAD-2 e a chefia da Unidade de Pessoal pelo pre- cumentos utilizados na avaliação do servidor recor-
enchimento dos Formulários dos Fatores Objetivos rente, que recebido pela Comissão Central, deverá
- FAD - 3, FAD-4 e FAD-5, até a efetiva entrega no prazo de 5 (cinco) dias analisar, julgar e retornar
à Comissão Setorial de Avaliação de Desempenho. à Comissão Setorial para nova classificação e divul-
Art. 45 - A Comissão Setorial de Avaliação de gação, se procedente.
Desempenho após o recebimento dos formulá- Art. 52 - Ultimados os prazos fixados neste Decreto
rios devidamente preenchidos, deverá analisar e e providenciada nova divulgação, quando necessá-
computar os pontos positivos e negativos apura- ria, a unidade administrativa setorial responsável
dos aritmeticamente no FAD-1 - Consolidação dos pela Ascensão Funcional formalizará os processos
Resultados, em relação a cada servidor, conforme de progressão e promoção, compreendendo a ela-
modelo constante do Anexo I deste Decreto. boração das minutas de atos ou portarias, conforme
Art. 46 - Concluída as etapas de levantamento o caso, a repercussão financeira e encaminhará à
de dados e o preenchimento dos formulários re- Secretaria da Administração para o devido acom-
lativos à Avaliação de Desempenho, a Comissão panhamento e publicação.
Setorial elaborará a listagem do Resultado Final Art. 53 - Sendo detectado nos processos de
da Avaliação, de acordo com o modelo previsto no Ascensão Funcional alguma falha ou violação às
Anexo VIII deste Decreto. normas disciplinares estabelecidas neste Decreto,
Art. 47 - A Comissão Setorial de Avaliação de os mesmos serão devolvidos ao órgão ou entidade
Desempenho elaborará relatório conclusivo da de origem para que sejam procedidas as correções
avaliação encaminhando-o, juntamente com a que se fizerem necessárias.
Consolidação dos Resultados e o Resultado Final Art. 54 - Efetuada a análise e as correções, a
da Avaliação do Desempenho, ao setor responsável Secretaria da Administração encaminhará os pro-
pelo processo de Ascensão Funcional. cessos à Secretaria da Fazenda para alocação e li-
beração dos recursos financeiros, com exceção das
CAPÍTULO V entidades que possuem recursos próprios.
DOS PROCEDIMENTOS Art. 55 - Os atos e portarias de concessão da pro-
Art. 48 - A unidade administrativa setorial respon- gressão e da promoção serão encaminhados para a
sável pela Ascensão Funcional concluída a apura- publicação pela Secretaria da Administração, após
ção do tempo de serviço e de posse do resultado o retorno dos respectivos processos da Secretaria
da Avaliação de Desempenho, deverá verificar se o da Fazenda, e devolvidos em seguida aos órgãos e
servidor atende aos demais requisitos exigidos para entidades de origem, para implantação em folha de
ascender funcionalmente. pagamento, depois de publicados no Diário Oficial
§ 1º - Computados todos os dados será procedi- do Estado.
da a classificação do servidor, pela ordem decres- Art. 56 - O servidor que se julgar prejudicado na sua
cente dos pontos obtidos e elaborados os Boletins Ascensão Funcional terá o prazo de 10 (dez) dias, a
de Classificação, conforme modelos previstos nos contar da data da publicação do ato, para interpor
Anexos VII e IX deste Decreto, de acordo com a recurso junto ao Secretário da Administração.
forma da ascensão. § 1º - O prazo para julgamento do recurso interpos-
§ 2º - Os Boletins a que se refere o parágrafo an- to será de 10 (dez) dias, a contar da data da entrada
terior, deverão ser afixados em local visível e de do mesmo na Secretaria da Administração.
fácil acesso aos servidores ou divulgados através de § 2º - O ato da progressão, da promoção ou da trans-
Boletim Informativo. formação formalizado indevidamente será tornado
Art. 49 - Da classificação de que trata o artigo an- sem efeito, expedido um novo ato em benefício do
terior é assegurado ao servidor, que se julgar pre- servidor a quem cabia o direito e encaminhado
judicado, interpor recurso perante a Unidade res- para uma nova publicação.
ponsável pela Ascensão Funcional ou à Comissão
Setorial de Avaliação de Desempenho, quando se CAPÍTULO VI
tratar de Avaliação de Desempenho, no prazo má- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
ximo de 10 (dez) dias contados da afixação ou di- Art. 57 - A progressão e a promoção serão efeti-
vulgação dos Boletins de Classificação. vadas através de portaria dos dirigentes máximos
Art. 50 - Recebido o recurso, este deverá ser analisa- de cada órgão ou entidade e a transformação por
do no prazo de 3 (três) dias e, se julgado proceden- Decreto do Chefe do Poder Executivo.
te, far-se-á a alteração no Boletim de Classificação,

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 201


Parágrafo único - Os atos de Ascensão Funcional
deverão conter, obrigatoriamente, o Grupo DECRETO Nº 23.193, DE 4.5.1994
Ocupacional, Nome do Servidor, Cargo ou Função, - D. O. 5.5.1994
Classe, Referência, atuais e novos e tipo da ascen-
são. Estabelece critérios para a concessão
Art. 58 - Uma vez atingida a classe e a referência da Gratificação de Especialização
final da carreira, do cargo ou função, segundo a es- instituída pelo art. 20, da Lei nº
trutura estabelecida na lotação do órgão ou no qua- 12.287, de 20 de abril de 1994 e dá
dro de pessoal da entidade, cessa definitivamente outras providências.
a Ascensão Funcional do servidor por progressão
e promoção, passando a concorrer exclusivamen- O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
te por transformação na forma do disposto neste uso da atribuição que lhe confere o art. 88, IV da
Decreto. Constituição Estadual, e
Art. 59 - Não concorrerá à Ascensão Funcional o CONSIDERANDO a importância que os profissio-
servidor que: nais de Nível Superior de Saúde representam para
a melhoria da qualidade de vida da população ce-
I - esteja respondendo a processo administrativo
arense;
disciplinar;
CONSIDERANDO a necessidade de incentivar a
II - não obtenha a maioria absoluta de pontos posi- qualificação dos profissionais do quadro de Serviço
tivos na Avaliação de Desempenho; Especializado de Saúde - SES para o exercício mais
III - não esteja na data da Ascensão Funcional no efetivo de suas atribuições e melhor competência;
exercício do respectivo cargo ou função, no âmbito CONSIDERANDO a necessidade de regulamen-
da Administração Estadual, respeitado o disposto tar o art. 20, da Lei nº 12.287, de 20 de abril de
no inciso VI, do art. 35, deste Decreto; 1994, estabelecendo as normas para concessão da
IV - não tenha cumprido o estágio probatório; Gratificação ali instituída para o Grupo Ocupacional
Serviços Especializados de Saúde-SES,
V - esteja em disponibilidade.
DECRETA:
Parágrafo único - O servidor que atendidos todos
os requisitos para concorrer à progressão ou à pro- Art. 1º - A Gratificação de Especialização instituí-
moção, deixar de ser promovido ou de obter pro- da pelo art. 20, da Lei nº 12.287, de 20 de abril de
gressão, por encontrar-se respondendo a processo 1994, para os integrantes do Grupo Ocupacional
administrativo disciplinar, o será com efeito retroa- - Serviços Especializados de Saúde - SES, será
tivo, se improcedente a imputação. concedida de acordo com os critérios estabelecidos
neste Decretos e nos percentuais abaixo calculados
Art. 60 - Ocorrida a progressão ou promoção os tí- sobre os vencimentos-básicos.
tulos não computados, enumerados no FAD-3 deste
Decreto, poderão ser considerados nas ascensões - ESPECIALIZAÇÃO..................50%
subseqüentes. - RESIDÊNCIA I..........................70%
Art. 61 - Será optativa a aplicação dos - RESIDÊNCIA II.........................80%
FORMULÁRIOS DE AVALIAÇÃO DE - MESTRADO..............................90%
DESEMPENHO - FAD’S pelos órgãos ou entida- - DOUTORADO.........................100%
des que já estão desenvolvendo um processo de
avaliação através de metas e resultados. Parágrafo único - A gratificação ora regulamenta-
da será concedida com base nas titulações a nível
Art. 62 - Este Regulamento aplica-se aos órgãos
de pós-graduação.
da Administração Direta e entidades Autárquicas
e Fundacionais que implantaram ou vierem a im- Art. 2º - Considera-se especialização o curso de
plantar o Plano de Cargos e Carreiras, em obediên- pós-graduação ministrado com o mínimo de 360
cia a Lei nº 11.966, de 17 de junho de 1992. (trezentos e sessenta) horas/aula, por instituições
nacionais de ensino superior, reconhecida pelo
Parágrafo único - Os órgãos e entidades que não Ministério da Educação, e instituições estrangei-
tiveram seus planos de cargos implantados conti- ras de ensino, equiparando-se a estas as titulações
nuam aplicando o Regulamento a que estão subme- concedidas por Sociedades de Especialistas de âm-
tidos atualmente. bito nacional reconhecidas legalmente, desde que
Art. 63 - Este Decreto entrará em vigor na data de o título respectivo tenha sido concedido mediante a
sua publicação, revogadas as disposições em con- prévia realização de concurso de provas ou de pro-
trário. vas e títulos.
§ 1º - Para efeito da concessão da gratificação e
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO especialização, a partir da data da vigência deste
CEARÁ, em Fortaleza, a 1º de outubro de 1993. Decreto, os títulos referentes a cursos de especiali-
Ciro Ferreira Gomes zação realizados no Estado do Ceará, por institui-
ções de ensino superior de outras unidades admi-
Manoel Beserra Veras
nistrativas do país, somente serão computados se
(*) ver anexos I a IX no D. O. de 4.10.1993 realizados ou validados pelas universidades locais
ou Escola de Saúde Pública do Ceará.

202 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


§ 2º - os estágios e habilitações não se enquadram nova titulação idêntica a que gerou a concessão do
na hipótese prevista neste artigo. benefício.
Art. 3º - Considera-se Residência I, a exercida com Art. 8º - As Unidades Administrativas de Pessoal
um mínimo de 2.800 (dois mil e oitocentos) horas/ dos órgãos e entidades ao receberem a solicitação
aula, em tempo integral, cumprida em regime de do benefício de que trata este Decreto, encami-
02 (dois) anos de duração e Residência II , a re- nharão os títulos apresentados à Escola de Saúde
alizada em 03 (três) ou mais anos de duração em Pública do Ceará para análise e parecer técnico no
ambas as situações patrocinadas por instituições prazo máximo de 05 (cinco) dias.
reconhecidas pelo Ministério da Educação e pelas Art. 9º - A concessão da gratificação de especia-
Comissões Nacionais de Residência Médica à épo- lização será por Portaria do dirigente do órgão ou
ca da emissão do certificado para este propósito ou entidade de origem do servidor, constando da mes-
validadas pela Comissão Nacional de Residência ma, nome, cargo ou função, referência, espécie da
Médica COREME do Sistema Único de Saúde - gratificação e percentual, com vigência a partir da
SUS/Ceará no caso específico de Residência pro- data da respectiva publicação.
movida por instituições públicas.
Art. 10 - Os casos omissos serão dirimidos pela
§ 1º - Enquadram-se na natureza de Residência II, Secretaria da Administração.
as residências de subespecialidade com duração Art. 11 - Revogadas as disposições em contrário,
mínima de 01 (um) ano, realizadas após o cumpri- este Decreto entrará em vigor na data da sua pu-
mento da Residência em área básica com duração blicação.
mínima de 02 (dois) anos, observando-se o dispos-
to no caput do artigo quanto à qualificação da insti-
tuição patrocinadora. PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
CEARÁ, em Fortaleza, aos 4 de maio de 1994.
§ 2º - Os servidores detentores de título de mais de
01 (uma) residência de dois ou mais anos percebe- Ciro Ferreira Gomes
rão a gratificação correspondente a Residência II. Ana Lourdes Nogueira Almeida
§ 3º - Para as categorias profissionais não médicas
integrantes do Grupo Ocupacional SES, os títulos
de Residência I e II serão computados quando re- DECRETO Nº 23.651, DE 28.3.1995
alizados em instituições reconhecidas à época pelo - D. O. 31.3.1995
Ministério da Educação e por Comissões Nacionais
de Residência na equivalência da respectiva profis- Regulamenta a concessão de diárias,
são para esse propósito, resguardada a observância ajudas de custo e passagem aos
das cargas horárias e tempo de duração de que tra- servidores Públicos estaduais da
ta o caput deste artigo. Administração Direta, Autárquica
Art. 4º - Considera-se Mestrado o curso realizado Fundacional, Empresas Pública e
em instituição de ensino superior, nacional ou es- Sociedade de Economia Mista e da
trangeira, mediante o cumprimento de todos os Outras e dá outras providências.
créditos disciplinares inclusive com a defesa da dis-
sertação necessária à outorga do título de Mestre. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
Parágrafo único - Equipara-se à Especialização o uso das atribuições legais que lhe confere o art. 88,
cumprimento de todos os créditos disciplinares ne- inciso IV da Constituição Estadual:
cessários ao curso de Mestrado, porém sem o rece- CONSIDERANDO o disposto no art. 129 da Lei nº
bimento do título de Mestre por não cumprimento 9.826, de 14 de maio de 1974;
da exigência da dissertação. CONSIDERANDO que o pagamento de alimenta-
Art. 5º - Considera-se Doutorado, a conclusão do ção e hospedagem e indenização, indispensável,
curso de pós-graduação em instituição de ensino das despesas efetuadas pelo servidor quando se
superior, nacional ou estrangeira, com a outorga do desloca da sede de seu órgão/entidade de origem,
respectivo título de Doutor, eqüivalendo a este os em objeto de serviço, para outras localidades;
relativos a Livre-Docência, sendo necessário nas CONSIDERANDO, ainda, a necessidade de se
duas situações, a defesa da tese para a outorga do proceder à regulamentação para a concessão de di-
respectivo título. árias e atualização de seus valores:
Art. 6º - Os títulos de pós-graduação de que trata DECRETA:
este Decreto somente serão admitidos quando rela-
Art. 1º - Considera-se viagem, em objeto de serviço,
cionados com o cargo ocupado ou função exercida
o afastamento do servidor de sua sede de trabalho,
pelo servidor.
para em cumprimento à determinação superior, de-
Parágrafo único - Quando o servidor for portador sempenhar tarefa oficial, afastamento que poderá
de mais de um título, a percepção da vantagem não ocorrer para localidades fora da área metropolitana
poderá ser cumulativa, prevalecendo o de maior va- de Fortaleza, para outro Estado da Federação ou
lor. para fora do país.
Art. 7º - Os servidores com mais de um vínculo fun- Art. 2º - As viagens em objeto de serviço serão au-
cional perceberão a gratificação por cada vínculo, torizadas segundo as competências estabelecidas
vedada a percepção cumulativa quando adquirir no anexo I deste Decreto, mediante a constatação

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 203


de sua real necessidade e observados os seguintes Art. 9º - Na hipótese de prorrogação do prazo de
procedimentos: afastamento, o servidor fará jus às diárias corres-
I - Os dirigentes dos órgãos e entidades da pondentes ao período em excesso, respeitado o que
Administração Direta, Autárquica e Fundacional, e dispõe o art. 6º deste Decreto.
das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Art. 10 - É vetada a concessão de diárias ao servi-
Mista beneficiadas com repasses do Tesouro dor ou autoridade que, ainda no interesse público,
Estadual, submeterão, mensalmente, à Secretaria se deslocar da respectiva sede de trabalho a con-
da Fazenda, um plano de diárias/ajudas de custos/ vite de órgãos ou entidades públicas ou privadas.
passagens, para análise, aprovação e definição dos Art. 11 - Somente será permitida concessão de diá-
gastos mensais com o deslocamento dos servidores. rias nos limites dos recursos orçamentários do exer-
II - A concessão de diárias, ajudas de custo e pas- cício em que ocorrer o afastamento do servidor em
sagens que excederem a programação de que tra- objeto de serviço.
ta o inciso anterior dependerá de autorização da Art. 12 - As diárias pagas a mais, ou indevidamen-
Secretaria da Fazenda, acatando justificativa apre- te, serão restituídas pelo servidor, de uma só vez, no
sentada pelo dirigente dos órgãos ou entidades in- prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados a partir do
teressada. dia seguinte ao seu retorno.
Art. 3º - O servidor em viagem a serviço, perceberá Art. 13 - Os valores das diárias são fixados no Anexo
diárias destinadas à cobertura de despesas reali- II, parte integrante deste Decreto.
zadas com hospedagem, alimentação e locomoção Art. 14 - Nos casos em que o servidor estiver rela-
nas localidades para onde for viajar. cionado em mais de uma das classificações cons-
Art. 4º - Nas viagens a serviço fora do Estado e do tantes do anexo II, deste Decreto, a diária concedi-
Pais para cobertura das despesas com táxi nos des- da será sempre a de maior valor.
locamentos para aeroportos ou rodoviárias e virse- Art. 15 - Os valores das diárias não poderão ser-
-versa, será concedida, em relação a cada cidade vir de base para a concessão de qualquer outros
onde houver prestação de serviço, ajuda de custo benefícios especialmente os concedidos pela Lei
no valor correspondente à metade de uma diária Estadual nº 11.167, de 7 de janeiro de 1986.
estabelecida para o nível II do anexo II, desde
Art. 16 - Este Decreto entrará em vigor na data de
Decreto, conforme o caso.
sua publicação, revogadas as disposições em con-
Art. 5º - O número de diárias concedidas por mês trário e especialmente os Decretos nºs 21.024, de
não poderá exceder a 20 (vinte) salvo expressa au- 22 de outubro de 1990, 21.775, de 12 de fevereiro
torização do Governador, nos casos de comprovada de 1992 e 23.592, de 23 de janeiro de 1995.
necessidade de serviço.
Art. 6º - O transporte coletivo deverá ser utilizado
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
nas viagens a serviço, e no caso de viagens aéreas
CEARÁ, em Fortaleza, aos 28 de março de 1995.
será adotada a tarifa de menor custo, exceto se hou-
ver incompatibilidade nos horários. Moroni Bing Torgan
§ 1º - Mediante prévia e competente autorização Ernesto Sabóia de Figueiredo Júnior
e comprovada a absoluta conveniência de serviço (*) ver anexos no D. O. 31.3.1995
a ser desempenhado fora da sede de trabalho, mas
dentro do Estado, o servidor poderá deslocar-se em
veículo oficial, devendo as despesas com combus- DECRETO Nº 23.673, DE 3.5.1995
tível e manutenção serem devidamente comprova- - D. O. 5.5.1995
das.
§ 2º - Em caso de deslocamento de servidor de Disciplina a concessão do Vale-
sua localidade de trabalho para o Município Transporte aos servidores públicos
Sede e demais Municípios integrantes da Região do Estado, na forma que indica e dá
Administrativa, poderão ser proporcionadas, pelo outras providências.
titular do órgão regional, condições para a sua lo-
comoção. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
Art. 7º - As diárias, ajuda de custo e passagem se- exercício das atribuições que lhe confere o art. 88,
rão pagas, antecipadamente mediante concessão, inciso IV, da Constituição Estadual, e
em ato individual ou coletivo que deverá conter o CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar
nome do servidor, o respectivo cargo, emprego ou a concessão do Vale-Transporte a que se refere o
função, a finalidade, o período de afastamento e os art. 12 e seu parágrafo único, da Lei Estadual nº
valores totais a serem pagos. 11.601, de 6 de setembro de 1989,
Parágrafo único - Os atos concessórios das indeni- DECRETA:
zações de que trata este Decreto serão obrigatoria- Art. 1º - Entende-se como Vale-Transporte a inde-
mente publicados no Diário Oficial do Estado. nização que o Estado poderá antecipar aos seus
Art. 8º - Sempre que o servidor, em viagem a ser- servidores para utilização efetiva com despesas de
viço, representar, prestar assessoramento ou aju- deslocamento residência-trabalho e vise-versa, por
dância de ordem a autoridade hierarquicamente um ou mais meios de transporte, excluindo-se os
superior, fará jus à diária no mesmo valor a esta serviços seletivos ou especiais.
atribuída.
204 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Parágrafo único - O Vale-Transporte é aplicável a contrário, no cometimento de falta grave, punível
todas as modalidades de transporte coletivo públi- na forma da legislação específica.
co urbano ou intermunicipal, com características § 3º - A concessão do benefício do Vale-Transporte
semelhantes ao urbano, operado diretamente pelo será autorizada, por meio de portaria nominal, pelo
poder público, ou mediante delegação, em linhas dirigente máximo do Órgão/Entidade.
regulares e com tarifas fixadas pela autoridade
competente. Art. 7º - A indenização do Vale-Transporte cessa-
rá por desistência do beneficiário, a partir de sua
Art. 2º - São beneficiários do Vale-Transporte nos comunicação por escrito ao setor competente, ou
termos do art. 12 e seu parágrafo único, da Lei quando não se encontrar em efetivo exercício na
Estadual nº 11.601, de 6 de setembro de 1989, os sua respectiva Unidade de trabalho.
servidores públicos estaduais, sendo-lhes facultado
aceitar ou não o referido benefício. Art. 8º - Os Órgãos da Administração Direta,
Autárquica, Fundacional, Empresas Públicas e
Parágrafo único - Excluem-se do benefício a que se Sociedades de Economia Mista, adquirirão o Vale-
refere este artigo os servidores estaduais já alcan- Transporte diretamente junto à empresa operadora
çadas por igual vantagem decorrente de legislação do sistema de transporte coletivo existente neste
específica. Estado, ao preço da tarifa vigente.
Art. 3º - O Vale-Transporte será custeado: § 1º - A liberação dos recursos para aquisição do
I - pelo servidor beneficiário, na parcela equiva- Vale-Transporte dependerá de prévio exame da
lente a 6% (seis por cento) de seu salário ou ven- Comissão de Programação Financeira e Crédito
cimento-base, excluídos quaisquer adicionais ou Público da Secretaria da Fazenda, sobre as dispo-
vantagens; nibilidades financeiras do Tesouro do Estado, salvo
II - pelo Órgão/Entidade de origem do servidor, no para as entidades que possuam recursos próprios.
que exceder à parcela referida no inciso anterior. § 2º - O servidor estadual receberá diretamente do
Art. 4º - Está exonerado da obrigatoriedade do Vale- órgão ou entidade de origem, no último dia útil de
Transporte o Órgão/Entidade que proporcionar, por cada mês, o Vale-Transporte, em número suficiente,
meios próprios ou contratados, em veículos ade- para utilização no mês subseqüente.
quados ao transporte coletivo, o deslocamento, re- Art. 9º - Os Órgãos e Entidades deverão incluir na
sidência-trabalho e vice-versa, de seus servidores. proposta orçamentária anual os recursos necessá-
Parágrafo único - Caso o Órgão/Entidade forneça rios para manutenção do benefício de que trata este
ao beneficiário transporte próprio ou fretado que Decreto.
não cubra integralmente os deslocamentos deste, Art. 10 - As despesas decorrentes da aplicação
o Vale-Transporte deverá ser aplicado para os se- deste Decreto correrão por conta das dotações or-
guimentos da viagem não abrangidos pelo referido çamentárias próprias de cada órgão ou entidades,
transporte. que serão suplementadas se insuficiente, conforme
Art. 5º - O Vale-Transporte concedido nos termos autorização contida no art. 17, da Lei Estadual nº
do art. 12 e seu parágrafo único, da Lei Estadual nº 11.601, de 06 de setembro de 1989.
11.601, de 6 de setembro de 1989, caracteriza-se da Art. 11 - Este Decreto entrará em vigor na data de
seguinte forma: sua publicação, revogadas as disposições em con-
trário, especialmente o Decreto nº 20.395, de 7 de
I - não tem natureza salarial, nem incorporará à re-
novembro de 1989.
muneração do beneficiário para quaisquer efeitos;
II - não constitui base de incidência de contribuição
previdenciária ou Fundo de Garantia por Tempo de PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
Serviço. CEARÁ, em Fortaleza, aos 3 de maio de 1995.
Art. 6º - O beneficiário do Vale-Transporte deverá Moroni Bing Torgan
indicar, por escrito, à Unidade Administrativa em Ernesto Sabóia de Figueiredo Júnior
que está em efetivo exercício:
I - o endereço residencial, através de documentos
comprobatório; DECRETO Nº 23.695, DE 6.6.1995
II - os serviços e os meios de transporte considera- - D. O. 7.6.1995
dos adequados ao seu deslocamento residência-tra-
balho e vice-versa. Regulamenta o artigo 132, inciso IX,
§ 1º - Os dados, de que trata este artigo, deverão ser da Lei nº 9.826, de 14 de maio de
atualizados semestralmente ou sempre que ocorrer 1974, e dá outras providências.
alteração das circunstâncias mencionadas nos itens
I e II, inclusive com as devidas comprovações, sob O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
pena de suspensão do benefício até o cumprimento uso da atribuição que lhe confere os incisos IV e
dessa exigência. VI do artigo 88, da Constituição do Estado e,
CONSIDERANDO o que estabelece o artigo 132,
§ 2º - O beneficiário somente poderá utilizar o
inciso IX, da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974;
Vale-Transporte no seu efetivo deslocamento resi-
dência-trabalho e vice-versa, incorrendo, em caso

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 205


CONSIDERANDO a necessidade de viabilização do 2º grau, dentre aqueles que hajam iniciado o
plena do Projeto “TODOS PELA EDUCAÇÃO DE período onde são ministradas as disciplinas profis-
QUALIDADE PARA TODOS”, sionalizante.
CONSIDERANDO, enfim, ser a atividade de re- Art. 2º - O número de estagiários variará de 2%
ciclagem dos professores da rede pública estadual (dois por cento) a 10% (dez por cento) do quantita-
um fator determinante da elevação do nível do pro- tivo de servidores integrantes da lotação, limitado o
cesso “ENSINO-APRENDIZAGEM”, quantitativo de estagiários cujo número não exce-
DECRETA: derá de 150 (cento e cinqüenta).
Art. 1º - A gratificação aludida no Art. 132, inciso IX Parágrafo único - Excetuam-se das disposições
da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974, será defi- previstas neste artigo as instituições que não pos-
nida com base na Tabela de Valores emitida trimes- suam lotação de pessoal definida, bem como aque-
tralmente pela Secretaria da Educação, cuja tabela las que possuam quadro de pessoal reduzido, assim
terá por parâmetro o valor médio da hora/aula efeti- considerando-se as que tiverem quadro inferior a
vamente pagas pelas agências de Desenvolvimento 100 (cem) servidores, ficando, em todo caso, limi-
de Recursos Humanos sediados no Estado e será tado o quantitativo de estagiários cujo número não
atribuída por Portaria do Secretário da Educação. excederá de 15 (quinze).
Art. 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua Art. 3º - O estágio que se revestirá da forma de bol-
publicação. sa de estudo, só poderá verificar-se em órgãos ou
Art. 3º - Ficam revogadas as disposições dos entidades que tenham condições de proporcionar
Decretos nº 21.784, de 14 de fevereiro de 1992 e nº experiência e aprendizagem prática aos estudan-
22.044, de 9 de julho de 1992. tes, mediante efetiva participação em serviços, pro-
gramas, planos e projetos dos órgãos públicos es-
taduais, cuja estrutura programática guarde estrita
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO correlação com as respectivas linhas de formação
CEARÁ, em Fortaleza, aos 6 de junho de 1995. profissional.
Tasso Ribeiro Jereissati § 1º - A duração do estágio será ajustada entre as
Antenor Manoel Naspolini partes interessadas, tendo em vista a conveniência
da Administração, observado o período mínimo de
1 (um) ano, prorrogável uma única vez, por igual
período.
DECRETO Nº 23.703, DE 08.6.1995
§ 2º - O estagiário cumprirá a jornada de 20 (vin-
- D. O. 9.6.1995 te) horas semanais, durante o expediente regular
de funcionamento do órgão ou entidades onde se
Dispõe sobre o estágio de estudantes de
realizar o estágio.
estabelecimentos de ensino superior
e de 2º grau profissionalizante no § 3º - O estagiário firmará Termo de Compromisso,
serviço público estadual e dá outras através do qual se obrigará a cumprir as normas
providências. disciplinares de trabalho estabelecidas para os ser-
vidores das unidades dos órgãos ou entidades onde
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no se realizar o estágio.
uso da atribuição que lhe confere o art. 88, inciso § 4º - O estágio será planejado e programado pela
IV, da Constituição do Estado, e área de recursos humanos do órgão ou entidade da
CONSIDERANDO a necessidade de revigorar o unidade solicitante, em articulação com a institui-
estágio de estudantes no Serviço Público Estadual; ção de ensino.
CONSIDERANDO que o estágio deve propiciar Art. 4º - As bolsas de estudo serão instituídas por
complementação de ensino e aprendizagem aos es- Portaria dos dirigentes máximos dos órgãos ou en-
tudantes, como incentivo a sua profissionalização, tidades da Administração Pública Estadual
constituindo-se em instrumento de integração, em § 1º - Nas portarias que instituírem as bolsas de
termos de treinamento prático, de aperfeiçoamen- estudos deverão constar os cursos a que se desti-
to técnico-cultural, científico e de relacionamento nam, as unidades onde o estudante deverá estagiar,
humano, e, ainda, as dotações por conta das quais correrão
DECRETA: as despesas.
Art. 1º - Os órgãos e entidades da Administração § 2º - Não serão concedidas bolsas de estudo, pre-
Pública Estadual Direta, Indireta, Autárquica e vista neste Decreto, a quem seja ocupante de cargo,
Fundacional, poderão dispor de estagiários recru- emprego ou função pública, nem a quem já seja be-
tados, exclusivamente, dentre estudantes de esta- neficiário de bolsa remunerada.
belecimentos de ensino superior e do 2º grau pro-
Art. 5º - O estudante perceberá, a título de bolsa
fissionalizante, oficiais ou particulares, de acordo
de estágio, importância mensal, calculada com
com as normas estabelecidas neste Decreto.
base na referência ANS-01 e ADO-16, do Plano de
Parágrafo único - O recrutamento de estagiários, Cargos e Carreiras, de que trata a Lei nº 12.386, de
dos cursos de nível superior, recairá dentre aqueles 9 de dezembro de 1994, correspondente a 50% (cin-
alunos que hajam concluídos no mínimo 50% (cin- qüenta por cento) do valor atribuído às referências
qüenta por cento) do respectivo curso e das séries

206 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


mencionadas para estudantes do nível superior e Art. 9º - Os casos omissos serão decididos pela
do 2º grau, respectivamente. Secretaria de Administração Estadual.
§ 1º - A despesa decorrente da concessão da bol- Art. 10 - Este Decreto entra em vigor na data de sua
sa só poderá ser feita se houver prévia e suficiente publicação, revogadas as disposições em contrário.
dotação orçamentária, constante do orçamento da
instituição onde se realizar o estágio. PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
§ 2º - Será considerada, para efeito de cálculo da CEARÁ, em Fortaleza, aos 8 de junho de 1995.
bolsa, a freqüência mensal do estagiário, deduzin- Tasso Ribeiro Jereissati
do-se os dias de faltas não justificadas.
Ernesto Sabóia de Figueiredo Júnior
Art. 6º - O desligamento do estagiário poderá ocor-
rer da seguinte forma:
a) automaticamente, ao término do estágio; DECRETO Nº 23.888, DE 18.10.1995
b) “ex-officio” no interesse da Administração - D. O. 26.10.1995
Pública Estadual, inclusive se comprovada a falta
de aproveitamento no órgão ou entidade; Altera o anexo II a que se refere o
c) a pedido do estagiário; art. 13 do Decreto nº 23.651, de 28 de
d) em decorrência do descumprimento de qualquer março de 1995.
compromisso assumido na oportunidade da assina-
tura do Termo de Compromisso; O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
uso da atribuição que lhe confere o art. 88, inciso
e) pelo não comparecimento à unidade onde se rea- IV, da constituição Estadual, e
lizar o estágio, sem motivo justificado, por 03 (três)
CONSIDERANDO a necessidade de conter as des-
dias consecutivos ou 05 (cinco) intercalados, no pe-
pesas na Administração Pública Estadual,
ríodo de 01 (um) mês e;
RESOLVE:
f) pela interrupção ou conclusão do curso na insti-
tuição de ensino. Art. 1º - Fica alterado o anexo II a que se refere
o art. 13 do Decreto nº 23.651, de 28 de março de
Art. 7º - O estágio de que trata este Decreto não 1995, o qual passa a vigorar de acordo com o Anexo
criará, para qualquer efeito, nenhum vínculo em- Único deste Decreto.
pregatício com os órgãos da Administração Direta
e Indireta, nem com as Autarquias ou Fundações, Art. 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua
onde se realizar o estágio. publicação.
Art. 8º - para a execução do disposto neste Decreto,
caberá à Secretaria de Administração adotar os se- PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
guintes procedimentos: CEARÁ, em Fortaleza, aos 18 de outubro de 1995.
a) consultar os órgãos ou entidades da Administração Moroni Bing Torgan.
Pública Direta, Indireta, Autárquica e Fundacional, Ernesto Sabóia de Figueiredo Júnior
sobre o interesse e da necessidade em contar com ( * ) Ver anexo único no D. O. - 26.10.1995
os estagiários, solicitando, em caso afirmativo, as
informações necessárias ao planejamento e progra-
mação do estágio;
DECRETO Nº 24.119, DE 19.6.1996
b) articular-se, com as instituições de ensino indi-
cando-lhes as possibilidades de estágio para estu- - D.O. 21.6.1996
dantes;
Regulamenta a concessão da
c) articular-se com os agentes públicos e privados Gratificação de Localização, criada
com a finalidade de agilizar os procedimentos ad- pelo art. 16 da Lei nº 10.829, de 25 de
ministrativo; agosto de 1983, alterada pelo art. 10
d) fixar o número de vagas para estagiários, adotan- da Lei nº 10.913, de 4 de setembro
do as medidas necessárias à seleção de candidatos de 1984, e art. 37 da Lei nº 12.582,
ao estágio, que será realizado por uma Comissão de 30 de abril de 1996, e dá outras
designada pelo Secretário da Administração; providências.
e) expedir o modelo de Termo Compromisso a ser
assinado pelo estagiário; O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
uso das atribuições que lhe confere o Art. 88, inciso
f) homologar a seleção, para que seja autorizada a IV e VI, da Constituição Estadual, e
realização dos estágios de que trata este Decreto;
CONSIDERANDO o disposto no art. 10 da Lei nº
g) receber os relatórios de atividades do estagiário 10.913, de 04 de setembro de 1984, com a redação
e do seu aproveitamento, encaminhadas pelos ór- que lhe foi dada pelo art. 37 da Lei nº 12.582, de 30
gãos e entidades onde se realizar o estágio; de abril de 1996;
h) receber as comunicações de desligamento de es- CONSIDERANDO a necessidade de modificação
tagiários, analisadas pelo órgão ou entidade onde da forma de cálculo das gratificações ou quaisquer
se realizar o estágio. outras vantagens pecuniárias percebidas pelos ser-

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 207


vidores da Administração Direta, das Autarquias e servidor ao exercício junto às unidades localizadas
das Fundações, bem como de quaisquer categorias na Região Metropolitana de Fortaleza.
de agentes públicos do Estado do Ceará, tendo em
§ 2º - O Departamento de Recursos Humanos da
vista o disposto na Emenda Constitucional nº 21,
Secretaria da Fazenda providenciará os atos ini-
de 14 de dezembro de 1995,
ciais de atribuição da vantagem ora regulamenta-
DECRETA: da, em termos coletivos, a partir da situação exis-
Art. 1º - Aos servidores lotados na Secretaria da tente, por Departamento Regional e por unidades
Fazenda, quando em efetivo exercício no inte- dele integrantes, sendo que as alterações posterio-
rior do Estado, será atribuída a Gratificação de res serão processadas individualmente, conforme
Localização de até 30% (trinta por cento) sobre o as ocorrências.
vencimento-base da Classe “A”, Referência “1”, nos
termos deste regulamento. § 3º - Na hipótese de relotação do servidor fazen-
dário em unidade cujo percentual da Gratificação
Art. 2º - Para efeito de percepção da vantagem de
de Localização correspondente for diferente do da
que trata este Decreto, são considerados em efeti-
vo exercício no interior do Estado os servidores fa- situação anterior, valerá para efeito de cálculo do
zendários lotados nos Departamentos Regionais da benefício, no mês de alteração da lotação, o índi-
Secretaria da Fazenda e nas Coletorias Estaduais, ce referente à localidade de maior tempo de per-
sediadas fora da Região Metropolitana de Fortaleza. manência e, no caso de igualdade, o percentual de
maior valor.
Art. 3º - A Gratificação de Localização não será
considerada para o efeito de cálculo de outras van- Art. 6º - Para fins de atribuição da Gratificação ora
tagens pecuniárias, nem será paga cumulativa- regulamentada, será observada a lotação numérica
mente com outra que venha a ser concedida com a máxima de servidores por Coletoria, conforme pre-
mesma finalidade, nem tampouco devida quando o visto no anexo único deste Decreto.
servidor deixar de exercer, no interior do Estado, as
atribuições do respectivo cargo ou função, exceto Art. 7º - Atendendo às conveniências de serviço,
nos casos de afastamento considerados de efetivo o Secretário da Fazenda poderá proceder a altera-
exercício, quais sejam: ções na lotação numérica e na classificação de ca-
I - férias; tegoria das Coletorias relacionadas no Anexo Único
deste Decreto.
II - casamento, até oito dias;
Art. 8º - Fica o Secretário da Fazenda autorizado
III - luto, nos termos da Lei Estatutária; a elaborar os atos que se fizerem necessários à fiel
IV - júri e outros serviços considerados por lei obri- execução deste Decreto.
gatórios;
Art. 9º - Este Decreto entrará em vigor na data de
V - licença por acidente no trabalho ou por agres- sua publicação, exceto quanto aos efeitos financei-
são não provocada; ros que retroagirão a 1º de março de 1996, revoga-
VI - licença para tratamento da própria saúde até das as disposições em contrário.
06 (seis) meses em cada exercício;
VII - licença à gestante ou paternidade; PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
VIII - licença especial. CEARÁ, em Fortaleza, aos 19 de junho de 1996.
Art. 4º - Para efeito de atribuição da Gratificação Tasso Ribeiro Jereissati
de Localização, são classificadas as localidades Ednilton Gomes de Soáres
de situação das Coletorias em 3 (três) categorias,
(*) Ver anexos no D. O. de 21.6.1996
de acordo com o disposto no Anexo Único deste
Decreto, às quais correspondem os seguintes per-
centuais calculados sobre o vencimento-base da
Classe “A”, Referência “1”; DECRETO Nº 25.617, DE 17.9.1999
I - Categoria “A” - 15% (quinze por cento) - D. O. DE 17.9.1999
II - Categoria “B” - 20% (vinte por cento) Da nova redação ao parágrafo único
III - Categoria “C” - 25% (vinte e cinco por cento). do artigo 1º do Decreto nº 19.002, de
15 de dezembro de 1987, na forma
Art. 5º - A Gratificação de Localização será devida que indica.
a partir da publicação oficial do ato concessivo, não
podendo ser, atribuída por período inferior a trinta O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, nou-
dias. so das atribuições que lhe confere o art. 88, nos
§ 1º - a partir da data da publicação deste Decreto, itens IV e VI da Constituição Estadual,
os atos designatórios ou de nomeação para o cargo CONSIDERANDO o que dispõe o artigo 1º, do
em comissão de servidores fazendários para o exer- Decreto nº 19.002, de 15 de dezembro de 1987,
cício no interior do Estado deverão conter o per- CONSIDERANDO, ainda, a necessidade de regu-
centual da Gratificação de Localização pertinente, lamentar os afastamentos no âmbito do Estado do
assim como sua exclusão nos casos de retorno do Ceará, de acordo com o que preceitua o art. 110,
inciso I, letra “b” da Lei nº 9.826, de 14 de maio de

208 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


1974 e art. 51 da Lei nº 10.884, de 2 de fevereiro de CAPÍTULO I
1984, DO SISTEMA ÚNICO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO
DECRETA: ESTADO
Art. 1º - O Parágrafo único do art. 1º do Decreto nº SEÇÃO I
19.002 de 15 de dezembro de 1987, passa a vigorar Da Constituição do Fundo Especial
com a seguinte redação:
Art. 1º - O Sistema Único de Previdência Social dos
“Parágrafo único - Os afastamentos de que tratam o
Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes
caput deste artigo, quando ocorridos fora do Estado
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do
u do País, somente se efetivarão após autorização
Ceará - SUPSEC, instituído pela Lei Complementar
expressa em Ato Governamental, e no âmbito do
nº 12, de 23 de junho de 1999, modificada pela Lei
Estado do Ceará a liberação dar-se-á por Portaria
Complementar nº 17, de 20 de dezembro de 1999,
do dirigente máximo do órgão/entidade de lotação
será gerido sob a forma de Fundo Especial pela
do servidor, ambos referendados pela Secretaria da
Secretaria da Fazenda, cabendo a esta o planeja-
Administração.”
mento, a coordenação, a execução, a supervisão e
Art. 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua o controle das atividades do Sistema, enquanto não
publicação. constituída pessoa jurídica para este fim.
Parágrafo único – Visando cumprir o disposto no
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO caput deste artigo, poderá o Secretário da Fazenda
CEARÁ, em Fortaleza, aos 17 de setembro de 1999. celebrar convênios e delegar atribuição para a ope-
Tasso Ribeiro Jereissati racionalização do SUPSEC.
Soraia Thomaz Dias Victor Art. 2º - A previdência social mantida pelo SUPSEC
será financiada com recursos provenientes de
transferências do Tesouro Estadual, de contribuição
do Poder Público Estadual, a título de contribuição
DECRETO Nº 25.821, DE 22.3.2000 patronal e das contribuições dos segurados.
– D. O. 27.3.2000
SEÇÃO II
Dispõe sobre a regulamentação Das Finalidades
da Lei Complementar nº 12, de 23
de junho de 1999, modificada pela Art. 3º - O SUPSEC tem por finalidade assegurar o
Lei Complementar nº 17, de 20 de pagamento dos seguintes benefícios:
dezembro de 1999, que institui o I – proventos de aposentadoria;
Sistema Único de Previdência Social II – pensão por morte do segurado;
dos Servidores Públicos Civis e
Militares, dos Agentes Públicos e dos III – auxílio-reclusão aos dependentes do segura-
Membros de Poder do Estado do Ceará do.
– SUPSEC, e a respectiva contribuição Parágrafo único – Os benefícios concedidos pelo
previdenciária, extingue os benefícios SUPSEC não poderão ter valor inferior ao salário
previdenciários e de montepio que mínimo, nem serem distintos daqueles previstos no
indica e dá outras providências. Regime Geral de Previdência Social, de que trata
a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo dispo-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no sição em contrário da Constituição Federal, ressal-
uso das atribuições que lhe confere o art. 88, incisos vados, quanto as pensões e proventos de aposen-
IV e VI, da Constituição Estadual, e tadoria, os casos de remuneração proporcional ao
CONSIDERANDO a Emenda Constitucional tempo de contribuição e, quando for o caso, a carga
Estadual nº 39, de 5 de maio de 1999, e a Lei horária do servidor.
Complementar Estadual nº 12, de 23 de junho de Art. 4º - Ao servidor ocupante exclusivamente
1999, modificada pela Lei Complementar Estadual de cargo de provimento em comissão, aplica-se o
nº 17, de 20 de dezembro de 1999; Regime Geral de Previdência Social.
CONSIDERANDO os termos do art. 29, § 2º da
Lei estadual nº 11.714, de 25 de julho de 1990, que SEÇÃO III
dispõe sobre as diretrizes e bases da Administração Dos Contribuintes e seus Dependentes
Estadual;
CONSIDERANDO a necessidade de regulamen- SUB-SEÇÃO I
tar o Sistema Único de Previdência Social dos Dos Contribuintes Obrigatórios
Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Art. 5º - São contribuintes obrigatórios do SUPSEC:
Públicos e dos Membros de Poder do Estado do
Ceará - SUPSEC, I – os servidores públicos ativos de todos os Poderes,
do Ministério Público, dos Tribunais de Contas do
DECRETA:
Estado e dos Municípios, dos órgãos e entidades da
administração pública estadual direta, autárquica
e fundacional, exceto os exclusivamente ocupantes
de cargo de provimento em comissão;

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 209


II – o Governador, o Vice-Governador, os Secretários - cessar a dependência econômica;
e Subsecretários de Estado e os que lhes são equi- III – para filho ou filha menor:
parados, desde que ocupantes de cargo efetivo no
- na data em que atingir a maioridade civil; ou
serviço público estadual;
- quando de sua emancipação;
III – os Magistrados, os membros do Ministério
Público e os Conselheiros dos Tribunais de Contas IV – para filho ou filha maior, solteiro e inválido:
do Estado e dos Municípios; - pela cessação da invalidez; ou
IV – os serventuários da Justiça indicados na parte - pela cessação da dependência econômica,
final do § 8º do Art. 331 da Constituição Estadual. V – para o menor sob tutela, que tenha satisfeito as
condições indicadas nos arts. 6º e 7º deste Decreto:
SUB-SEÇÃO II
a) na data em que atingir a maioridade civil, salvo
Dos Dependentes
se inválido totalmente para o trabalho até a data do
Art. 6º - São dependentes do segurado: óbito do segurado;
I – o cônjuge supérstite, a companheira ou o com- b) pela revogação da tutela; ou,
panheiro; c) pela cessação da dependência econômica;
II – os filhos menores não emancipados, de qual- VI - para quaisquer dos dependentes acima:
quer condição ou inválidos sob dependência eco- - pelo falecimento;
nômica do segurado;
- pelo casamento ou constituição de união estável.
III – o menor sob tutela judicial, que viva sob a de-
pendência econômica do segurado; CAPÍTULO II
§ 1º - É vedada a indicação de quaisquer outros DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
beneficiários;
SEÇÃO I
§ 2º - Considera-se companheira ou companheiro a
pessoa que, até a data do óbito do segurado, mante- Das Disposições Preliminares
nha-se em união estável com este, devidamente re- Art. 9º - Os benefícios concedidos pelo SUPSEC
conhecida por sentença proferida em procedimento serão requeridos pelo segurado ou seu dependente,
judicial de natureza contenciosa. conforme o caso, junto ao Órgão ou Entidade de
§ 3º - Considera-se união estável aquela que reuna origem, instruídos com a documentação necessá-
as condições exigidas na legislação civil do país. ria, na forma de Instrução Normativa baixada pelo
Secretário da Fazenda.
§ 4º - Equipara-se a filho, para fins dos benefícios
previdenciários do SUPSEC, o menor sob tutela ju- SEÇÃO II
dicial do segurado falecido, que viva sob a depen- Da Inatividade
dência econômica deste.
Art. 7º - Presume-se a dependência econômica do Art. 10 – Os benefícios da aposentadoria dos ser-
cônjuge supérstite e dos filhos menores, não eman- vidores públicos estaduais, dos agentes públicos e
cipados, de qualquer condição. Os demais depen- membros de Poder serão custeados na forma esta-
dentes deverão comprovar a dependência econô- belecida na Lei Complementar nº 12, de 23 de ju-
mica, mediante procedimento judicial de natureza nho de 1999, alterada pela Lei Complementar nº
contenciosa. 17, de 20 de dezembro de 1999, e concedidos em
conformidade com a legislação de regência da ma-
§ 1º - A pensão por morte somente será devida a téria.
filho inválido, maior e solteiro, se for comprovada
Art. 11 – Os serventuários da Justiça, não remune-
a existência de invalidez total para o trabalho até a
rados pelos cofres públicos, observado o disposto
data do óbito do segurado. No caso de a invalidez
nos §§ 8º e 9º do Art. 331 da Constituição Estadual,
vir a acometer, após a morte do segurado, filho me-
com a redação dada pela Emenda Constitucional
nor pensionista do Sistema, será devida a pensão.
nº 39, de 5 de maio de 1999, terão os proventos de
§ 2º - A invalidez deve ser comprovada mediante suas aposentadorias fixados de acordo com a média
laudo médico-pericial emitido pela Perícia Médica das remunerações que serviram de base de cálculo
Oficial do Estado. para as 96 (noventa e seis) últimas contribuições
Art. 8º - A perda da qualidade de dependente ocor- efetivamente recolhidas a entidade estadual res-
rerá: ponsável pela previdência social, sendo tais pro-
I – para o cônjuge: ventos e pensões reajustados na mesma época e ín-
dice dos reajustes gerais dos servidores do Estado.
- pela separação judicial ou divórcio;
- pela anulação do casamento por sentença judicial SEÇÃO III
transitada em julgado; Da Pensão Por Morte
II – para a companheira ou companheiro, que te- Art. 12 – Aos dependentes do segurado, devida-
nha satisfeito as condições indicadas nos arts. 6º e mente inscritos, será concedida pensão mensal cor-
7º deste Decreto, quando: respondente a totalidade do subsídio, vencimen-
- contrair núpcias; tos ou proventos do servidor, membro de Poder ou
- estabelecer nova união estável; ou, agente público falecidos, respeitado o teto remune-

210 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


ratório aplicável e o disposto no inciso XXI do Art. to ou recluso, que tenha remuneração mensal igual
154 da Constituição Estadual, com a redação dada ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais),
pela Emenda Constitucional nº 39, de 5 de maio de valor este que será corrigido pelos mesmos índi-
1999, e na Lei Complementar nº 12, de 23 de junho ces aplicados aos benefícios do Regime Geral de
de 1999, alterada pela Lei Complementar nº 17, de Previdência Social.
20 de dezembro de 1999. Art. 16 – O auxílio-reclusão em valor corresponden-
§ 1º - A pensão por morte prevista no caput deste te à remuneração mensal do segurado, observado o
artigo, será devida a partir: limite previsto no artigo anterior, será concedido a
pessoa que, comprovando encontrar-se na chefia
I – do óbito, quando requerida até 90 (noventa) dias
da família do segurado, apresentar certidão firma-
depois deste;
da pelo Juízo das Execuções Penais, comprobatória
II – do requerimento, quando solicitada após o do efetivo recolhimento do recluso ou detento.
prazo previsto no inciso anterior ou no caso de in-
clusão post mortem, qualquer que seja o status do CAPÍTULO III
dependente; DAS FONTES DE RECEITA
III - da data do trânsito em julgado da decisão judi-
cial, no caso de morte presumida. SEÇÃO I
Dos Recursos
§ 2º - Reaparecendo o ausente, extinguir-se-á a
pensão concedida, dispensada a devolução das Art. 17 – Os recursos do SUPSEC integrarão o
parcelas recebidas, salvo hipótese de comprovada orçamento geral do Estado, compreendidos no
má fé, que implicará em responsabilidade civil, pe- Orçamento da Seguridade Social.
nal e administrativa. Art. 18 – O SUPSEC será financiado:
Art. 13 – A pensão será paga metade ao cônjuge I – pela contribuição previdenciária dos segurados
supérstite, companheiro ou companheira, e a outra nominados no art. 5º deste Decreto;
metade, em partes iguais, aos demais dependentes
indicados no art. 6º deste Decreto. II – pela contribuição do Estado do Ceará, a título
de contribuição patronal;
Art. 14 - Cessa o pagamento da pensão:
III – por transferências do Tesouro Estadual;
I – em relação ao cônjuge supérstite, companhei-
ro ou companheira, na data em que contrair novas IV – por doações e auxílios de qualquer origem;
núpcias, constituir nova união estável ou falecer; V – por transferência provenientes de convênios e
II – em relação a filho ou filha menor e ao tutelado, acordos;
quando atingir a maioridade civil, quando de sua VI - pela renda do seu patrimônio.
emancipação ou quando revogada a tutela, salvo
Art. 19 – À base de cálculo da contribuição previ-
no caso de invalidez, vir a acometer estes ainda na
denciária do SUPSEC, corresponderá ao subsídio e
condição de pensionista do Sistema, ou quando fa-
ao vencimento do cargo efetivo, este acrescido das
lecer;
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas
III – em relação a filho ou filha, maior e solteiro(a), em lei, dos adicionais de caráter individual ou de
inválido totalmente para o trabalho, quando cessar quaisquer vantagens, inclusive as relativas à na-
a invalidez, quando passar a exercer atividade lu- tureza e ao local de trabalho ou outra paga sob o
crativa ou obtiver meios próprios que assegure a mesmo fundamento, excluídas:
sua mantença, ou quando falecer.
I – diárias para viagem;
Parágrafo único – Ocorrendo a cessação de parte
II – a ajuda de custo em razão de viagem ou de
do pagamento da pensão, observar-se-á o seguinte:
mudança de sede;
I – em relação a quaisquer dos filhos, a sua cota-
III – o salário-família;
-parte será revertida em favor dos demais;
IV – a gratificação de representação, quando em
II – na falta dos filhos, ou quando por qualquer
exercício de cargo de provimento em comissão;
motivo cessar o pagamento a todos estes, a pensão
passará a ser paga integralmente ao cônjuge su- V – a gratificação de execução de relevante traba-
pérstite, companheiro ou companheira; lho técnico-científico e da retribuição pelo exercí-
cio de função a nível de cargo de provimento em
III – na falta de cônjuge supérstite, companheiro
comissão.
ou companheira, ou quando por qualquer motivo
cessar o pagamento em relação a estes, a pensão SEÇÃO II
será paga integralmente, em partes iguais, aos fi- Do Recolhimento Das Contribuições
lhos.
Art. 20 – Os serventuários da Justiça não remune-
SEÇÃO IV rados pelos cofres públicos não contribuirão para
Do Auxílio-Reclusão o SUPSEC, ressalvados os inscritos no Instituto de
Previdência do Estado do Ceará – IPEC, anterior-
Art. 15 – O auxílio-reclusão será devido após o re-
mente ao advento da Lei Federal nº 8.935, de 18 de
colhimento de 12 (doze) contribuições mensais e
novembro de 1994.
consecutivas, e durante o período máximo de 12
(doze) meses, aos dependentes do segurado deten- Parágrafo único – A contribuição previdenciária a
ser recolhida pelos serventuários ativos da Justiça,
Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 211
não remunerados pelos cofres públicos, será aquela previdenciário, sob pena de responsabilidade pes-
devida em conformidade com o disposto no § 2º do soal do causador do dano.
Art. 5º da Lei Complementar nº 12, de 23 de junho Art. 27 – Os Poderes Legislativo e Judiciário, os
de 1999, alterado pela Lei Complementar nº 17, de Tribunais de Contas e o Ministério Público en-
20 de dezembro de 1999. viarão, mensalmente, os dados relativos aos seus
Art. 21 – As contribuições oriundas do pessoal ativo membros e servidores necessários ao gerenciamen-
serão descontadas ex-offício, pelos órgãos ou en- to do SUPSEC.
tidades responsáveis pelo respectivo pagamento e Art. 28 – A Secretaria da Fazenda exigirá o recadas-
recolhidas ao Banco utilizado pela Secretaria da tramento periódico de todos aqueles que recebam
Fazenda do Estado do Ceará para movimentação benefícios previdenciários do SUPSEC, em con-
dos recursos financeiros do Estado ou qualquer ou- formidade com Instrução Normativa a ser baixada
tro credenciado pela mesma, sempre a crédito da pelo Secretário da Fazenda.
conta de gestão do SUPSEC, até o quinto dia útil
subseqüente à efetivação do pagamento, instruído Parágrafo único – Na hipótese de representação
com a correspondente relação discriminativa. por instrumento procuratório, a cada seis meses,
contados da respectiva outorga, deverá o mandato
Art. 22 – As contribuições devidas pelos serven- ser renovado junto ao órgão ou entidade de atendi-
tuários ativos da Justiça, não remunerados pelos mento, sob pena de ficar sustado o pagamento do
cofres públicos, serão por eles recolhidas à rede benefício até a regularização devida.
bancária arrecadadora credenciada, por meio de
Documentos de Arrecadação Estadual – DAE, até Art. 29 - Os contribuintes e seus dependentes fi-
o quinto dia útil do mês subseqüente ao do mês de cam obrigados a comunicar ao SUPSEC, no pra-
referência da contribuição, instruído com a corres- zo máximo de 30 (trinta) dias, qualquer alteração
pondente documentação discriminativa. de seus dados cadastrais, inclusive a ocorrência de
óbito e mudança de estado, sob pena de responsa-
§ 1º - As contribuições recolhidas com atraso se- bilidade.
rão atualizadas monetariamente e sofrerão acrésci-
Art. 30 – O saldo do SUPSEC, apurado no fim de
mos de juros de mora equivalente a taxa referen-
cada exercício, será transferido para o exercício se-
cial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia
guinte.
(SELIC).
Art. 31 – Os bens adquiridos com recursos do
§ 2º - No mês de pagamento ou vencimento a taxa SUPSEC serão contabilmente incorporados ao
referencial será de 1% (um por cento). acervo da Secretaria da Fazenda, onde ficarão até
§ 3º - O atraso das contribuições devidas por ser- a criação do Fundo mencionado no art. 14 da Lei
ventuários ativos da Justiça, não remunerados pe- Complementar nº 12, de 23 de junho de 1999, al-
los cofres públicos, por período superior a 3 (três) terado pela Lei Complementar nº 17, de 20 de de-
meses consecutivos, acarretará seu automático zembro de 1999, quando para o mesmo serão trans-
desligamento do SUPSEC, sem direito à restituição feridos.
das quantias recolhidas pelo tempo em que perma- Art. 32 – Este Decreto entra em vigor na data de sua
neceu na condição de segurado. publicação, revogadas as disposições em contrário.

CAPÍTULO IV
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
SEÇÃO ÚNICA CEARÁ, em Fortaleza-CE, aos 22 de março de 2000.
Da Gestão Econômico e Financeira Tasso Ribeiro Jereissati; Ednilton Gomes de
Art. 23 – O SUPSEC e o respectivo Fundo Especial Soáres; Soraia Thomaz Dias Victor
serão geridos pela Secretaria da Fazenda.
Art. 24 – Aplica-se, no que couber, à administra-
ção econômico-financeira do SUPSEC o disposto DECRETO Nº 25.851, DE 12.4.2000
na Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, – D. O. 12.4.2000
no Código de Contabilidade do Estado do Ceará e
suas alterações posteriores. Disciplina os afastamentos de
Art. 25 – O SUPSEC sujeitar-se-á as inspeções e servidores públicos estaduais para
auditorias de natureza atuarial, contábil, financei- fins de realização de estudos pós-
ra, orçamentária e patrimonial dos órgão de contro- graduados.
le interno e externo da Administração Pública.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
CAPÍTULO V uso das atribuições que lhe confere o art. 88, incisos
IV e VI, da Constituição Estadual, e tendo em vista
SEÇÃO ÚNICA o que dispõe o art. 110, item I, letra b, da Lei nº
Das Disposições Gerais 9.826, de 14 de maio de 1974, e;
Art. 26 – Nas ações judiciais que resulte o paga- CONSIDERANDO a necessidade de serem estabe-
mento de valores sujeitos à incidência da contribui- lecidos critérios disciplinares para os afastamentos
ção previdenciária do SUPSEC, será providencia- de servidores públicos estaduais para fins de reali-
do, por ocasião do pagamento, o prévio desconto zação de estudos pós-graduados.
DECRETA:

212 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Art. 1º - Os afastamentos de servidores da adminis- as seguintes informações, além de outras que se fa-
tração pública do Estado do Ceará, com o objetivo çam necessárias:
de realizar estudos em cursos de especialização, I – nome do interessado e respectiva matrícula fun-
mestrado, doutorado e Pós – Doutorado, no país ou cional;
no exterior, somente se efetivarão quando relacio-
nados com sua atividade profissional e dependerão II – cargo/função ou emprego;
de parecer favorável do chefe imediato ou de cole- III – órgão/entidade de origem;
giado a que pertença o interessado, seguido de de-
claração da anuência do titular do órgão/entidade IV – unidade de exercício;
de sua lotação. V – justificativa do afastamento e horário do curso;
§ 1º - Os afastamento de que tratam este artigo so- VI – local de execução do curso;
mente se efetivarão mediante autorização expressa VII – data do início e término do afastamento;
do Chefe do Poder Executivo, quando o curso pre-
tendido for se realizar fora do Estado ou do País, ou VIII – indicação, se for o caso, do último afasta-
mediante Portaria do dirigente máximo do órgão/ mento;
entidade, quando a ser realizado no próprio Estado IX – prova de aceitação do curso pretendido;
do Ceará.
X – declaração de anuência do titular do órgão/en-
§ 2º - Em nenhuma hipótese o servidor poderá se tidade de lotação do servidor candidato.
afastar de suas atividades sem a prévia publica- Art. 7º - Os pedidos de afastamento serão dirigi-
ção de seu ato de afastamento no Diário Oficial do dos ao titular do Órgão/Entidade do servidor, de-
Estado. vidamente instruídos, com a antecedência de no
Art. 2º - O período de concessão de afastamento mínimo 45 (quarenta e cinco) dias da realização do
para Curso de Especialização fora do Estado ou curso respectivo.
País, será de no máximo 12 (doze) meses, incluin- Art. 8º - Os pedidos de prorrogação de afastamen-
do-se o período para elaboração da monografia. to deverão dar entrada na Unidade de exercício do
Parágrafo único – Quando o curso a que se refere servidor, devidamente instruídos e com observân-
este artigo ocorrer no Estado do Ceará, a liberação cia dos seguintes prazos:
para o afastamento será avaliada pela Chefia ime- I – 30 (trinta) dias antes do início da prorrogação,
diata que deverá pautar-se com observância à com- quando se tratar de permanência no exterior ou em
patibilidade entre a jornada de trabalho do servidor outros Estados;
e carga horária do curso respectivo.
II – 30 (trinta) dias para reassumir suas atividades
Art. 3º - No caso de realização de Mestrado, o pe-
em caso de indeferimento da prorrogação, de que
ríodo de afastamento será de 24 (vinte e quatro)
trata este artigo.
meses, podendo, excepcionalmente, ser prorrogado
por mais 6 (seis) meses e o de Doutorado, será de Parágrafo único – A não observância dos prazos
36 (trinta e seis) meses, admitindo-se, excepcional- definidos, neste Decreto implicará no indeferimen-
mente, uma prorrogação por mais 12 (doze) meses. to do pedido.
Parágrafo único – Para a realização integrada de Art. 9º - Este Decreto entrará em vigor na data de
Mestrado e Doutorado, a mudança de nível deve- sua publicação, revogadas as disposições em con-
rá ser formalizada pela Coordenação do Curso com trário, em especial o Decreto nº 19.002, de 15 de
anuência do titular do órgão/entidade de lotação dezembro de 1987.
do servidor, com duração máxima de 48 (quaren-
ta e oito) meses, admitindo-se, prorrogação de 12 PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
(doze) meses. CEARÁ, em Fortaleza, aos 12 de abril de 2000.
Art. 4º - Para realização de Pós–Doutorado, o perío- Tasso Ribeiro Jeiressati
do de afastamento será de no mínimo 6 (seis) meses
e no máximo 12 (doze) meses. Soraia Thomaz Dias Victor
Art. 5º - Nas concessões de afastamento de que tra-
ta este Decreto fica o servidor obrigado a remeter
ao setor de Recursos Humanos do órgão/entidade DECRETO Nº 26.021 DE 29.9.2000
de sua lotação os relatórios semestrais das ativida- – D. O. 29.9.2000
des executadas, bem como de apresentar o relató-
rio geral por ocasião do término do afastamento do Regulamenta o art. 12 da Lei
qual constará: Monografia, Dissertação ou tese, de- Complementar nº 12, de 23 de junho
vidamente aprovados. de 1999, e dá outras providências.
Art. 6º - Ficam os setores de Recursos Humanos
dos órgãos/entidades de lotação do servidor, res- O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
ponsáveis pela suspensão dos afastamentos de que uso das atribuições que lhe confere o art. 88, incisos
tratam este Decreto, no caso da não apresentação IV e VI da Constituição Estadual;
dos relatórios semestrais, mencionado no artigo an- CONSIDERANDO a Emenda Constitucional nº 39,
terior. de 05 de maio de 1999, e a Lei Complementar es-
Parágrafo único – Os processos de solicitação de tadual nº 12, de 23 de junho de 1999, modificada
afastamento de pessoal devem ser instruídos com

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 213


pela Lei Complementar nº 17, de 20 de dezembro PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO
de 1999; CEARÁ, em Fortaleza, aos 29 de setembro de 2000.
CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar Tasso Ribeiro Jereissati; Ednilton Gomes de
as restituições de contribuições pagas ao Montepio Soares; Soraia Thomaz Dias Victor
do Ministério Público e do Serviço Jurídico
Estadual para situações consideradas especiais nos
termos do disposto no parágrafo único, do art. 12 da
Lei Complementar nº 12, de 23 de junho de 1999; DECRETO Nº 29.445 , DE 17.09.2008.
DECRETA: Dispõe sobre a dispensa do ponto
Art. 1º - A definição das situações consideradas es- dos servidores e militares estaduais
peciais para fins de restituição de contribuições pa- matriculados em cursos de formação
gas ao Montepio do Ministério Público e do Serviço e treinamento profissional.
Jurídico Estadual, de que trata a Lei nº 11.001 de
2 de janeiro de 1985 alterado pelas Leis nº 11.060 O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ,
de 15 de julho de 1985 e 11.289 de 6 de janeiro no uso das atribuições que lhe são conferidas
de 1987 e extinto nos termos do art. 12, inciso VII pelo Art. 88, inciso IV, da Constituição Estadual;
do art. art. 12 da Lei Complementar nº 12 de 23 CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar, de
de julho de 1999, obedecerá as disposições deste forma genérica e definitiva, a dispensa do ponto dos
Decreto. servidores civis e de militares do Estado do Ceará,
Art. 2º - Para fins deste Decreto, é considerada situ- matrículados em cursos de formação e treinamento
ação especial do ex-contribuinte: profissional, como recomendam os princípios norte-
I – contar na data da publicação deste Decreto com adores da boa administração, mormente o princípio
idade igual ou superior a 70 anos; constitucional da eficiência previsto no caput do
Art. 37, da Constituição Federativa do Brasil, evi-
II – for portador na data da publicação deste tando-se, com isso, que a cada curso tenha-se que
Decreto, de moléstia profissional tuberculose ati- baixar um decreto, advindo daí uma economia de
va, alienação mental, esclerose-múltipla, neoplasia tempo e de gasto com papel e material de informá-
maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversí- tica ocorrido sempre a cada edição de um novo de-
vel e incapacitante, cardiopatia grave, doença de creto versando sobre a matéria; CONSIDERANDO
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropa- que esse tipo de afastamento temporário do servi-
tia grave, estados avançados de doença de Paget dor público constitui-se em uma autorização de na-
(osteíte deformante), contaminação por radiação, tureza discricionária, pautada sempre no interesse
síndrome de imunodeficiência adquirida, com base maior da Administração Pública, DECRETA:
em conclusão da medicina especializada, mesmo
Art. 1º Os servidores civis e militares estaduais,
que a doença tenha sido contraída depois da extin-
aprovados em concurso público estadual, e que es-
ção do Montepio, devendo a moléstia ser compro-
tejam matrículados nos respectivos cursos de for-
vada mediante laudo pericial, emitido por serviço
mação e treinamento profissional, ficam autoriza-
oficial do Estado;
dos a deles participar, sendo dispensados do “pon-
III – encontrar-se aposentado por invalidez, na to” do seu cargo/função, visando a permitir a sua
data deste Decreto. regular freqüência no curso.
Parágrafo único – O ex-contribuinte que vier a § 1º. Para fazer jus ao benefício a que se refere o
completar a idade limite prevista no inciso I deste “caput”, deverá o servidor civil ou militar estadu-
artigo, fará jús a restituição das contribuições pagas al formular o pedido de afastamento ao dirigente
ao Montepio, na forma deste Decreto. máximo do Órgão a que pertence, anexando ao seu
Art. 3º - Configurada uma das situações especiais requerimento comprovante de matrícula no curso
estabelecidas no art. 2º deste Decreto, a restitui- de formação e treinamento profissional, cujo diri-
ção das contribuições pagas ao Montepio ocorrerá gente, verificando a regularidade da documentação
em 12 meses, a partir da data da publicação deste apresentada, deferirá o pedido.
Decreto, deduzindo-se do valor a ser restituído as § 2º Os servidores civis e militares estaduais que
parcelas já devolvidas. solicitarem a dispensa do “ponto” não poderão per-
Art. 4º - A ocorrência de falecimento do contri- ceber bolsa em decorrência do curso de formação
buinte do extinto Montepio do Ministério Público e ou treinamento profissional.
Serviço Jurídico Estadual ensejará a restituição aos Art. 2º O não comparecimento injustificado às au-
dependentes estabelecidos pela Lei Complementar las do curso de formação e treinamento profissional
nº 12, de 23 de junho de 1999, alterada pela Lei por parte dos servidores civis e militares estaduais
Complementar nº 17, de 20 de dezembro de 1999, será considerada falta ao serviço público estadual,
no prazo de 18 meses, deduzindo-se do valor a ser pela qual responderão o servidor civil ou militar es-
restituído as parcelas já devolvidas do segurado. tadual na conformidade do que dispuser a respeito
Art. 5º - Este Decreto entrará em vigor na data de o regime jurídico a que estiver sujeito.
sua publicação, revogadas as disposições em con- § 1º Para continuar a fazer jus à autorização de
trário. afastamento, deverá o servidor ou militar estadual
apresentar ao Setor de Pessoal do seu órgão, até o
5º dia útil do mês subseqüente, a sua freqüência

214 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


no curso de formação profissional relativa ao mês Art.3º No período regular da licença maternida-
anterior, fornecida pela Entidade de Ensino promo- de, a remuneração da servidora será custeada pelo
vente do curso, apresentando, ainda, até o 5º dia Sistema único de Previdência Social dos Servidores
útil ao término do curso, a sua freqüência relativa Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos
aos dias restantes, se for o caso. e dos Membros de Poder do Estado do Ceará –
§ 2º Quando o servidor civil ou o militar estadual SUPSEC.
deixar de comparecer ao curso de treinamento e §1º O custeio do período de prorrogação da licen-
formação profissional ou dele se afastar injustifi- ça prevista no caput do Art.1º deste Decreto ficará
cadamente, por período superior ao permitido pela integralmente a cargo do Tesouro Estadual, sem
Entidade de Ensino, terá sua autorização de afas- qualquer ônus para o SUPSEC;
tamento que trata este Decreto automaticamen- §2º Durante todo o período da licença maternidade,
te cancelada, devendo retornar imediatamente às inclusive o de prorrogação, incidirá a contribuição
suas atividades no órgão de lotação. previdenciária para Sistema único de Previdência
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua Social dos Servidores Públicos Civis e Militares,
publicação. Art. 4º Revogam-se as disposições em dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do
contrário. Estado do Ceará – SUPSEC, calculada sobre o valor
pago a título de licença.
PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO ESTADO Art.3º Este Decreto entra em vigor na data de sua
DO CEARÁ, em Fortaleza, 17 de setembro de 2008. publicação.
Cid Ferreira Gomes Art.4º Revogam-se as disposições em contrário.
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
Silvana Maria Parente Neiva Santos PALÁCIO IRACEMA DO GOVERNO DO ESTADO
SECRETÁRIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 17 de fevereiro de
Roberto das Chagas Monteiro 2009.
SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA Cid Ferreira Gomes
SOCIAL Governador do Estado do Ceará
Silvana Maria Parente Neiva Santos
DECRETO Nº 29.652, DE 17.2.2009 – D.O. Secretária do Planejamento e Gestão
DE 19.2.2009.
Dispõe sobre a responsabilidade do DECRETO Nº29.887, DE 31 DE AGOSTO
Tesouro Estadual sobre o pagamento DE 2009.
da Prorrogação da Licença
Maternidade prevista §2º do Artigo INSTITUI O SISTEMA DE ÉTICA
100 da Lei Nº9.826, de 14 de maio de E TRANSPARÊNCIA DO PODER
1974. EXECUTIVO ESTADUAL E DÁ
OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ,
no uso da atribuição que lhe confere o Art.88, O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
nos incisos IV e VI, da Constituição Estadual, e uso da atribuição que lhe confere o art.88, inciso
CONSIDERANDO o disposto no §2º do Art.100 IV, da Constituição Estadual, e CONSIDERANDO
da Lei nº9.826, de 14 de maio de 1974, que prevê a necessidade de dotar o Governo do Estado do
a prorrogação da licença aternidade;CONSIDE- Ceará de mecanismos de transparência na condu-
RANDO a dicção do §12 do Art.40 da Constituição ção da Administração Pública, como também na
Federal de 1988; CONSIDERANDO finalmente a integração dos diversos órgãos e entidades na im-
previsão prevista no Art.5º da Lei nº9.717/98, cuja plementação de ações relacionadas à ética pública,
previsão impede a concessão de benefício distin- CONSIDERANDO o disposto no inciso XIII, Art.8º,
to dos previstos no Regime Geral de Previdência da Lei nº13.875 sobre a organização do Sistema de
Social; DECRETA: Ética e Transparência e, CONSIDERANDO final-
Art.1º A prorrogação por mais 60 (sessenta) dias mente, que se impõe o esforço contínuo no respei-
da licença maternidade prevista na Lei 13.881, to aos princípios da Moralidade, Transparência,
de 24 de abril de 2007, que alterou o Art.100 da Impessoalidade, Publicidade e Eficiência das polí-
Lei nº9.826, de 14 de maio de 1974, Estatuto dos ticas e ações governamentais, DECRETA:
Servidores Públicos, é aplicável às Servidoras
Públicas sujeitas ao regime estatutário.
TÍTULO I
Art.2º Durante o período de prorrogação da licença
maternidade, a servidora estadual terá direito a sua
DO SISTEMA DE ÉTICA E
remuneração integral, como se em efetivo exercício TRANSPARÊNCIA
estivesse, nos mesmos moldes devidos no período Art.1º Fica instituído o Sistema de Ética e
regular de licença. Transparência do Poder Executivo Estadual com
a finalidade de promover atividades que dispõem

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 215


sobre a conduta ética no âmbito do Executivo do Estado, Controlador e Ouvidor Geral Adjunto
Estadual, competindo-lhe: do Estado, Presidente do Conselho Estadual
I. integrar os órgãos, entidades, programas e ações de Desenvolvimento Econômico, Presidente do
relacionadas com a ética pública; Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente,
Presidente do Conselho Estadual de Educação,
II. disseminar o acesso à informação e a transpa- Assessor para Assuntos Internacionais, Defensor-
rência nas políticas públicas como instrumentos Público Geral, Subdefensor Público Geral,
fundamentais da ética pública; Secretários de Estado, Secretários Adjuntos,
III. promover, com o apoio dos segmentos pertinen- Secretários Executivos de Órgãos da Administração
tes, a compatibilização e interação de normas, pro- Direta e Dirigentes máximos de Entidades da
cedimentos técnicos e gerenciais relativos à ética Administração Indireta;
pública; III. atuar como instância recursal das decisões das
IV. propor procedimentos de incentivo e incremen- CSEPs;
to ao desempenho institucional na gestão da ética IV. avocar processo que esteja tramitando no âmbi-
pública no Estado do Ceará. to das unidades componentes do Sistema de Ética
e Transparência, nos termos do Regimento Interno;
TÍTULO II V. definir diretrizes e normas para a gestão da
DOS ÓRGÃOS COMPONENTES DO Ética Pública e Transparência no Poder Executivo
SISTEMA Estadual;
VI. zelar pela correta aplicação dos Códigos de
CAPÍTULO ÚNICO Ética e Conduta instituídos pelo Poder Executivo
DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA E DAS COMISSÕES Estadual.
SETORIAIS DE ÉTICA PÚBLICA
Art.8º. São Atribuições da CEP:
Art.2º Ficam criadas e integradas ao Sistema de
I. coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de
Ética e Transparência do Poder Executivo Estadual:
Ética e Transparência do Poder Executivo Estadual;
I. a Comissão de Ética Pública (CEP), como instân-
II. administrar a aplicação do Código de Ética e
cia superior do Sistema, vinculada ao Gabinete do
Conduta da Administração Estadual, devendo:
Governador - GABGOV;
a) submeter ao Governador do Estado medidas
II. as Comissões Setoriais de Ética Pública (CSEP),
para seu aprimoramento;
como base do Sistema, vinculadas aos órgãos e
entidades da Administração Direta, Indireta e b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de
Fundacional. suas normas, deliberando sobre casos omissos;
Art.3º As comissões de Ética terão como base nor- c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condu-
mativa exclusiva o Código de Ética e Conduta da tas em desacordo com as normas previstas, quando
Administração Estadual, a ser instituído pelo Chefe praticadas pelas autoridades definidas no inciso II
do Poder Executivo. do Art.7º.
Art.4º. Os Presidentes das comissões terão votos de III. manter banco de dados das decisões tomadas,
qualidade nas deliberações das Comissões. para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da
administração pública estadual e pelo cidadão;
Art.5º. A atuação no âmbito da CEP ou das CSEPs
não enseja qualquer remuneração para seus mem- IV. aprovar o seu regimento interno;
bros e os trabalhos nela desenvolvidos são conside- V. aprovar o regimento interno das CSEPs; e
rados prestação de relevante serviço público.
VI. escolher o seu Presidente.
Seção I Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria
Da Comissão de Ética Pública Executiva, vinculada ao GABGOV, à qual competi-
rá prestar o apoio técnico e administrativo aos tra-
Art.6º. A CEP será integrada por cinco brasileiros, balhos da Comissão.
que preencham os requisitos de idoneidade moral,
reputação ilibada e notória experiência em admi- Art.9º. A CEP poderá expedir a qualquer tempo,
nistração pública, designados pelo Governador do Resoluções de natureza elucidativa ou comple-
Estado, para mandatos de dois anos, permitida uma mentar às normas constantes do Sistema de Ética
única recondução. e Transparência e do Código de Ética e Conduta da
Administração Estadual.
Art.7º. Compete à CEP:
Art.10. As decisões da CEP, na análise de qualquer
I. atuar como instância consultiva do Governador, fato ou ato submetido à sua apreciação ou por ela
do Vice-Governador, dos Secretários de Estado e levantado, serão resumidas em ementas numera-
Dirigentes máximos de Entidades, em matéria de das, com a omissão dos nomes dos investigados,
ética pública; divulgadas na rede mundial de computadores.
II. atuar como instância exclusiva na análise
de suposta transgressão ética que envolvam o
Procurador Geral do Estado, Procurador Geral
Adjunto do Estado, Controlador e Ouvidor Geral

216 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Seção II Art.14. As decisões das Comissões Setoriais de
Das Comissões Setoriais de Ética Pública Ética Pública (CSEP), na análise de qualquer fato
ou ato submetido à sua apreciação ou por elas le-
Art.11. As CSEPs serão integradas por três mem- vantado, serão resumidas em ementas numeradas,
bros titulares e três suplentes, servidores ou empre- arquivadas no órgão ou entidade e terão cópias en-
gados do quadro de pessoal do órgão ou entidade caminhadas para a CEP.
a que se vinculam, indicados pelos seus dirigentes
máximos, para mandatos de dois anos, permitida Parágrafo Único. Nos casos em que haja recurso à
uma única recondução. CEP, o arquivamento nas CSEPs somente se dará
após o trânsito em julgado.
Art.12. Compete às CSEPs:
Art.15. As CSEPs, por meio de seu presidente, po-
I. atuar como instância consultiva de dirigentes e derão fazer recomendações ou sugerir alterações à
servidores no âmbito do seu respectivo órgão ou CEP, das normas complementares, interpretativas e
entidade; orientadoras das disposições deste Código.
II. atuar como primeira instância na aplicação Art.16. É dever do titular de entidade ou órgão da
do Código de Ética e Conduta da Administração Administração Pública Estadual, direta, indireta e
Estadual instituído pelo Poder Executivo, no âmbi- fundacional:
to do seu respectivo órgão ou entidade, ressalvado
o disposto no Art.7º, inciso II, deste Decreto; I. assegurar as condições de trabalho para que as
CSEPs cumpram suas funções;
III. encaminhar para a CEP os casos de suposta
transgressão ética referentes às autoridades defini- II. conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da
das no inciso II, Art.7º, do presente Decreto; ética conforme processo coordenado pela CEP.
IV. atuar como elemento de ligação com a CEP, que
disporá em Resolução própria sobre as atividades TÍTULO III
que deverão desenvolver para o cumprimento des- DA REDE DE ÉTICA E TRANSPARÊNCIA
se mister. Art.17. Fica instituída a Rede de Ética e
Art.13. São atribuições das CSEPs: Transparência do Poder Executivo Estadual com-
posta pelos integrantes das Comissões de Ética,
I. propor plano de trabalho, programas e ações se- com o objetivo de promover a cooperação técnica e
toriais relacionadas com a ética e transparência; a avaliação da gestão da ética.
II. disseminar normas e procedimentos relativos à Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética e
ética pública; Transparência, investidos na função de presidente,
III. estabelecer e efetivar procedimentos internos reunir-se-ão, sob a coordenação da CEP, no míni-
de incentivo e incremento ao desempenho institu- mo duas vezes por ano, em fórum específico, para
cional na gestão da ética pública; avaliar programas e ações com vistas à promoção
IV. administrar a aplicação do Código de Ética da da ética e transparência na Administração Pública
Administração Pública e demais instrumentos rela- Estadual.
tivos à ética profissional, no âmbito de sua compe- Art.18. Qualquer cidadão, agente público, pessoa
tência, devendo: jurídica de direito privado, associação ou entidade
a) submeter à CEP medidas para seus aprimora- de classe poderá provocar a atuação das comissões,
mentos; visando à apuração de infração ética imputada aos
agentes públicos abrangidos pelo Código de Ética
b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de e Conduta da Administração Estadual.
suas normas, consultando a CEP para a deliberação
sobre casos omissos;
TÍTULO IV
c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condu-
tas em desacordo com as normas neles previstas, DO PROCESSO DE APURAÇÃO
quando praticadas pelos servidores a eles subme- Art.19. O processo de apuração de prática de ato
tidos; em desrespeito ao preceituado no Código de Ética
e Conduta da Administração Estadual será instau-
V. manter banco de dados das decisões tomadas, rado, de ofício ou em razão de denúncia funda-
para fins de consulta pela CEP e por órgãos ou en- mentada, respeitando-se, sempre, as garantias do
tidades da administração pública estadual; contraditório e da ampla defesa, pela CEP ou pelas
VI. escolher o seu Presidente. CSEPs, que notificarão o investigado para manifes-
§1º Cada Comissão Setorial de Ética Pública con- tar-se, por escrito, no prazo de dez dias.
tará com uma Secretaria Executiva, para cumprir §1º O investigado poderá produzir em sua defesa
plano de trabalho aprovado e prover o apoio técni- quaisquer meios de prova permitidos em direito.
co e material necessário ao cumprimento das suas §2º As comissões poderão requisitar os documentos
atribuições. que entenderem necessários à instrução probatória
§2º As Secretarias Executivas das Comissões e, também, promover diligências e solicitar parecer
Setoriais de Ética Pública serão coordenadas por de especialista.
servidor ou empregado do órgão ou entidade, alo- §3º Na hipótese de serem juntados aos autos da in-
cado sem aumento de despesas. vestigação, após a manifestação referida no caput

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 217


deste artigo, novos elementos de prova, o investi- TÍTULO V
gado será notificado para nova manifestação, no DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
prazo de dez dias. Art.24. Todo ato de posse ou investidura em cargos
§4º Se a conclusão for pela existência de falta ética, ou funções comissionadas deverá ser acompanha-
que implique em falta disciplinar, além das provi- do da prestação de compromisso solene de acata-
dências previstas nos Códigos, as Comissões toma- mento e observância das regras estabelecidas pelos
rão as seguintes providências: Códigos de Ética.
I. recomendação de abertura de procedimento ad- Parágrafo único. A posse ou investidura em car-
ministrativo, se a gravidade da conduta assim o exi- go ou função comissionada, que submeta a auto-
gir; ridade às normas do Código de Ética e Conduta
II. encaminhamento, conforme o caso, para a da Administração Estadual, deve ser precedida
Procuradoria Geral do Estado - PGE ou unida- de consulta da autoridade à Comissão de Ética
de específica do Sistema de Correição do Poder Pública, quando a situação possa suscitar conflito
Executivo Estadual, para exame de eventuais trans- de interesses.
gressões disciplinares. Art.25. As comissões de ética não poderão escusar-
Art.20. Será mantido em sigilo com a chancela de -se de proferir decisões sobre matérias de sua com-
“reservado”, até que esteja concluído, qualquer petência alegando omissão do Código de Ética e
procedimento instaurado para apuração de prática Conduta da Administração Estadual, que, se exis-
em desrespeito às normas éticas. tente, será suprida pela analogia e invocação aos
princípios da legalidade, impessoalidade, morali-
§1º Concluída a investigação e após a deliberação dade, publicidade e eficiência.
da CEP ou das CSEPs, os autos do procedimento
deixarão de ser reservados, ressalvados os casos Parágrafo Único. Havendo dúvida quanto à legali-
que implecarem no encaminhamento do processo à dade, a CEP deverá ser acionada, para que proceda
outras instâncias investigativas, no âmbito do Poder consulta formal à Procuradoria Geral do Estado.
Executivo, Judiciário e Ministério Público. Art.26. As comissões, sempre que constatarem a
§2º Na hipótese de os autos estarem instruídos com possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de im-
documento acobertado por sigilo legal, o acesso a probidade administrativa ou de infração disciplinar,
esse tipo de documento somente será permitido a encaminharão cópia dos autos às autoridades com-
quem detiver igual direito perante o órgão ou enti- petentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo
dade originariamente encarregado da sua guarda. das medidas sob sua responsabilidade.
§3º Para resguardar o sigilo de documentos que as- Art.27. Os Órgãos e Entidades da Administração
sim devam ser mantidos, a CEP, depois de conclu- Pública Estadual deverão atender às solicitações
ído o processo de investigação, providenciará para de documentos por parte das comissões de ética,
que tais documentos sejam desentranhados dos au- necessários à instrução dos procedimentos de in-
tos, lacrados e acautelados. vestigação instaurados pelas comissões, no prazo
máximo de dez dias.
§4º Deverá ser assegurada a proteção da honra e da
imagem da pessoa investigada. Parágrafo Único. O descumprimento injustificado
do prazo estabelecido ensejará a abertura de pro-
§5º Deverá ser assegurada a proteção da identida- cesso para a apuração de responsabilidades.
de do denunciante, se este assim o desejar.
Art.28. O funcionamento das Comissões de Ética
Art.21. A qualquer pessoa que esteja sendo inves- Pública e o recebimento das representações somen-
tigada é assegurado o direito de saber o que lhe te ocorrerá após a publicação do Decreto instituin-
está sendo imputado, de conhecer o teor da acusa- do o Código de Ética e Conduta da Administração
ção e de ter vista dos autos, nas dependências da Pública Estadual, a ser publicado no prazo máximo
Comissão de Ética Pública (CEP) ou das Comissões de 120 (cento e vinte) dias, a partir da publicação
Setoriais (CSEP), mesmo que ainda não tenha sido deste Decreto.
notificada da existência do procedimento investi-
gatório. Art.29. As despesas decorrentes da aplicação do
disposto neste Decreto correrão à conta de dotações
Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo orçamentárias do GABGOV no caso da CEP, e dos
inclui o de obter cópia dos autos e de certidão do Órgãos e Entidades no caso das CSEPs, que serão
seu teor, ressalvados os casos previstos no §2º do suplementadas se insuficientes.
art.20.
Art.30. Os Órgãos e Entidades do Poder Executivo
Art.22. Caberá as Comissões de Ética Pública deci- Estadual que detenham comissões de Ética Pública
dir pela apuração das denúncias anônimas, obser- manterão as rotinas existentes até a implementação
vada a existência de elementos concretos e os prin- do Sistema de Ética e Transparência, adequando
cípios de razoabilidade, pertinência e motivação. sua atuação ao modelo instituído por este Decreto.
Art.23. Os trabalhos das Comissões de Ética Pública Art.31. Este Decreto entra em vigor na data de sua
devem ser desenvolvidos com celeridade e obser- publicação.
vância aos princípios da independência e imparcia-
lidade dos seus membros na apuração dos fatos. Art.32. Revogam-se as disposições em contrário.
PALÁCIO IRACEMA DO ESTADO DO CEARÁ, em
Fortaleza, 31 de agosto

218 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


de 2009. e na área de atuação do servidor ou de interesse
Cid Ferreira Gomes institucional;
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ IV - não usufruir, enquanto receber o incentivo, de
nenhum tipo de bolsa para curso de pós-graduação;
Aloísio Carvalho
V - após a aprovação do curso para o qual percebeu
CONTROLADOR E OUVIDOR GERAL DO o incentivo financeiro de que trata a Lei nº 14.367,
ESTADO de 10 de junho de 2009, distar para a aposentadoria
voluntária um prazo mínimo equivalente ao dobro
do período em que esteve afastado.
DECRETO Nº 29.986, DE 1.12.2009 - D. O. Art.4º - Para fins do que estabelece o art. 3º, da Lei
DE 2.12.2009 nº 14.367, de 10 de junho de 2009, considera-se:
I - interesse público na qualificação do servidor –
Dispõe sobre o regulamento do que exige o aprimoramento gradual com acúmulo
disposto na Lei nº 14.367, de 10 de de experiência, através do qual resulta a melhoria
junho de 2009, publicada no Diário de qualidade e de consequência mais eficiência no
Oficial do Estado de 12 de junho de serviço público, como garantia posta ao cidadão;
2009 que trata do financiamento de II - curso compatível com o desempenho da função
cursos de pós-graduação “latosensu” – que promova o desenvolvimento de competências
(Especialização) e “stricto-sensu” e habilidades requeridas em seu campo de atuação
(Mestrado, Doutorado e Pós- profissional, fazendo sempre a relação do conteúdo
Doutorado) e dá outras providências. do curso com a prática necessária ao desempenho
das suas funções profissionais.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ,
no uso das atribuições que lhe confere o artigo Art.5º - O servidor deverá apresentar, mensalmen-
88, nos itens IV e VI, da Constituição Estadual e te, ao órgão ou entidade de exercício, comprovante
CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar de frequência e, trimestralmente, de sua situação
disposto no Art.2º da Lei nº 14.367, de 10 de ju- acadêmica a serem fornecidos pela Instituição de
nho de 2009, que trata do custeio dos cursos de pós Ensino Superior – IES.
graduação lato-sensu” (especialização) e “stricto- Art.6º - O órgão ou entidade financiadora, por in-
-sensu” (mestrado, doutorado e pós-doutorado), termédio das respectivas unidades de recursos hu-
DECRETA: manos, será responsável pelo acompanhamento do
Art.1º - A indenização das despesas com cursos desempenho do servidor no curso.
de pós-graduação “lacto-sensu” (especialização) e Art.7º - O incentivo será imediatamente suspenso,
“stricto-sensu” (mestrado, doutorado e pós-douto- quando o pós-graduando:
rado), dentro ou fora do Estado ou País, será efetu- I - passar a ser comprovadamente beneficiado por
ada, conforme disposto no art. 3º, da Lei nº 14.367, bolsa de estudos ou qualquer tipo de ajuda finan-
de 10 de junho de 2009, publicada no DOE de 12 ceira, de qualquer outra origem, para a realização
de junho de 2009. do mesmo curso;
Parágrafo único - O financiamento de cursos de II - sob qualquer alegação, desligar-se oficialmente
pós-graduação “lato sensu” e “stricto sensu”, desti- do curso em caráter temporário ou permanente, ex-
nam-se ao custeio parcial dos limites estabelecidos cetuando-se os casos previstos em lei;
no art.2º da lei de que trata o caput deste artigo,
e correrão pelo orçamento de cada setorial, respei- III - descumprir as exigências constantes no artigo
tadas as limitações orçamentárias, obedecendo ao 3º;
percentual de 50% (cinqüenta por cento) dos valo- IV – desligar-se definitiva ou temporariamente do
res previstos na mencionada lei. serviço público.
Art.2º - O pedido de indenização regulamentado Art.8º - O servidor beneficiário que omitir-se da co-
por este Decreto, será encaminhado ao Dirigente municação à Coordenação de Recursos Humanos
Máximo do Órgão/Entidade, a qual o servidor este- do órgão/entidade sobre o recebimento de benefício
ja vinculado, que decidirá sobre o pleito. de outra origem, no prazo de 10 (dez) dias, estará
Art.3º - Somente fará jus à indenização o servidor/ sujeito às penalidades legais, assegurados os prin-
militar ou empregado público que satisfazer os se- cípios constitucionais da ampla defesa e do contra-
guintes requisitos: ditório.
I- ser integrante do quadro de pessoal de Órgão/ Art.9º - O beneficiário encaminhará à Coordenadoria
Entidade do Poder Executivo Estadual; de Recursos Humanos do Órgão/Entidade ou à
Coordenadoria Administrativo-Financeira, ao final
II- estar em exercício em Órgão/Entidade do Poder de cada semestre ou etapa ou módulo, um atestado
Executivo Estadual; original firmado pelo coordenador do curso, infor-
III - ter sido admitido em curso de pós-graduação, mando a frequência e o resultado obtido nas disci-
em nível de especialização, mestrado, doutorado e plinadas cursadas ou equivalentes.
pós-doutorado, credenciado pela CAPES, e obede- Art.10. A não obtenção do título, implicará a obri-
cidas às normas estabelecidas pelo CNE ou CEE, gação de ressarcir ao órgão/entidade o total recebi-
do do auxílio financeiro.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 219


Art.11. Compete ao Dirigente Maior do Órgão/
Entidade de exercício do servidor, decidir, sobre a DECRETO Nº 31.198, DE 30 DE ABRIL DE
conveniência e oportunidade do pagamento da in- 2013.
denização das despesas com cursos de pós-gradu-
ação, mediante a aprovação do chefe imediato, e INSTITUI O CÓDIGO DE ÉTICA E
do parecer de atendimento das exigências contidas CONDUTA DA ADMINISTRAÇÃO
no caput do art.3,º da Lei nº14.367, de 10 de junho PÚBLICA ESTADUAL, E DÁ OUTRAS
de 2009, e dos requisitos previstos no art.3º deste PROVIDÊNCIAS.
Decreto, para o auferimento da indenização pelo
servidor/militar ou empregado público, ouvidos o O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no
setor de Recursos Humanos. uso da atribuição que lhe confere o art.88, inciso
Art.12. Cada órgão/entidade terá competência IV, da Constituição Estadual, CONSIDERANDO o
para propor, elaborar e executar seu Programa Decreto nº29.887, de 31 de agosto de 2009, que ins-
de Valorização, de acordo com o Plano Anual de titui o Sistema de Ética e Transparência do Poder
Capacitação, limitando-se o pagamento do benefí- Executivo Estadual e dá outras providências, e
cio de que trata o art.3º, da lei nº14.367, de 10 de CONSIDERANDO a necessidade de regulamen-
junho de 2009, ao montante aprovado no respectivo tar as regras de conduta dos agentes públicos ci-
exercício para esse fim. vis no âmbito da Administração Pública Estadual,
Art.13. É de competência da Secretaria do DECRETA:
Planejamento e Gestão, estabelecer normas e pro-
cedimentos operacionais para o disciplinamento do TÍTULO I
disposto neste Decreto.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art.14. Compete à Escola de Gestão Pública do
Estado do Ceará e a Controladoria e Ouvidoria CAPÍTULO I
Geral do Estado, a verificação quanto obediência DOS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS DA
às limitações orçamentárias, e os percentuais esta- CONDUTA ÉTICA
belecidos no art. 1º, Parágrafo único, incisos I, II e Art.1º Fica instituído o Código de Ética e Conduta
III, deste Decreto. da Administração Publica Estadual, na forma dis-
Parágrafo único - O processo deverá vir devida- posta neste Decreto, cujas normas aplicam-se aos
mente instruído com Declaração do Administrativo- agentes públicos civis e às seguintes autoridades
Financeiro, acerca da regularidade dos gastos com da Administração Pública Estadual:
capacitação de pessoal. I - Secretários de Estado, Secretários Adjuntos,
Art.15. O incentivo de que trata a Lei nº 14.367, de Secretários Executivos e quaisquer ocupantes de
10 de junho de 2009, não se aplica aos custos efe- cargos equiparados a esses, segundo a legislação
tivados antes da vigência da lei, poderá incidir, no vigente;
entanto, sobre parcelas vincendas.
II – Superintendente da Polícia Civil, Delegado
Art.16. Nos cursos de pós-graduação, de interes- Superintendente Adjunto da Polícia Civil, Perito
se da Administração Pública, relacionados à área Geral do Estado, Perito Geral Adjunto do Estado e
de Gestão Pública, ofertados corporativamente, a quaisquer ocupantes de cargos equiparados a es-
Escola de Gestão Pública do Estado do Ceará, fica ses, segundo a legislação vigente;
autorizada a selecionar previamente os interessa-
dos, e repassar ao órgão de origem do servidor o III - Dirigentes de Autarquias, inclusive as espe-
valor das parcelas referentes à indenização que ciais, fundações mantidas pelo Poder Público, em-
será efetuada diretamente na folha de pagamento presas públicas e sociedades de economia mista.
do servidor/militar ou empregado público. Parágrafo Único. Está também sujeito ao Código de
Art.17. Este Decreto entra em vigor, na data de sua Ética e Conduta da Administração Pública Estadual
publicação. todo aquele que exerça atividade, ainda que tran-
Art.18. Revogam-se as disposições em contrário. sitoriamente e sem remuneração, por nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma
de investidura ou vínculo em órgão ou entidade da
PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO Administração Pública Direta e Indireta do Estado.
ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 01 de de-
Art.2º A conduta ética dos agentes públicos sub-
zembro de 2009.
metidos a este Decreto reger-se-á, especialmente,
Cid Ferreira Gomes pelos seguintes princípios:
Desirée Custódio Mota Gondim I – boa-fé - agir em conformidade com o direito,
com lealdade, ciente de conduta correta;
II – honestidade – agir com franqueza, realizando
suas atividades sem uso de mentiras ou fraudes;
III – fidelidade ao interesse público – realizar ações
com o intuito de promover o bem público, em res-
peito ao cidadão;

220 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


IV – impessoalidade – atuar com senso de justiça, VI – criar mecanismo de consulta destinado a pos-
sem perseguição ou proteção de pessoas, grupos ou sibilitar o prévio e pronto esclarecimento de dúvi-
setores; das quanto à conduta ética do administrador.
V – moralidade – evidenciar perante o público re- Art.6º No exercício de suas funções, as pessoas
tidão e compostura, em respeito aos costumes so- abrangidas por este código deverão pautar-se pelos
ciais; padrões da ética, sobretudo no que diz respeito à
VI – dignidade e decoro no exercício de suas fun- integridade, à moralidade, à clareza de posições e
ções – manifestar decência em suas ações, preser- ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a con-
vando a honra e o direito de todos; fiança do público em geral.
VII – lealdade às instituições – defender interesse Parágrafo único. Os padrões éticos de que trata este
da instituição a qual se vincula; artigo são exigidos no exercício e na relação entre
suas atividades públicas e privadas, de modo a pre-
VIII – cortesia – manifestar bons tratos a outros; venir eventuais conflitos de interesses.
IX – transparência – dar a conhecer a atuação de
forma acessível ao cidadão; CAPÍTULO II
DOS CONFLITOS DE INTERESSES
X – eficiência – exercer atividades da melhor ma-
neira possível, zelando pelo patrimônio público; Art.7º Configura conflito de interesse e conduta aé-
XI – presteza e tempestividade – realizar atividades tica o investimento em bens cujo valor ou cotação
com agilidade; possa ser afetado por decisão ou política governa-
mental a respeito da qual a autoridade pública te-
XII – Compromisso – comprometer-se com a missão nha informações privilegiadas, em razão do cargo
e com os resultados organizacionais. ou função.
Art.3º É vedado às pessoas abrangidas por este Art.8º Configura conflito de interesse e conduta aé-
Código auferir qualquer tipo de vantagem patrimo- tica aceitar custeio de despesas por particulares de
nial ou financeira, salvo nesse último caso a contra- forma a permitir configuração de situação que ve-
prestação mensal, em razão do exercício de cargo, nha influenciar nas decisões administrativas.
mandato, função, emprego ou atividade nos Órgãos
e Entidades do Poder Executivo Estadual, devendo Art.9º No relacionamento com outros Órgãos e
eventuais ocorrências serem apuradas e punidas Entidades da Administração Pública, a autoridade
nos termos da legislação disciplinar, se também pública deverá esclarecer a existência de eventual
configurar ilícito administrativo. conflito de interesses, bem como comunicar qual-
quer circunstância ou fato impeditivo de sua parti-
Art.4º Considera-se conduta ética a reflexão acerca cipação em decisão coletiva ou em órgão e entida-
da ação humana e de seus valores universais, não de colegiados.
se confundindo com as normas disciplinares im-
postas pelo ordenamento jurídico. Art.10. As propostas de trabalho ou de negócio fu-
turo no setor privado, bem como qualquer negocia-
ção que envolva conflito de interesses, deverão ser
TÍTULO II imediatamente informadas pela autoridade pública
DA CONDUTA ÉTICA DAS AUTORIDADES à Comissão de Ética Pública - CEP, independente-
ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL mente da sua aceitação ou rejeição.
Art.11. As autoridades regidas por este Código de
CAPÍTULO I Ética, ao assumir cargo, emprego ou função públi-
DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS ca, deverão firmar termo de compromisso de que,
Art.5º As normas fundamentais de conduta ética ao deixar o cargo, nos 6 meses seguintes, não po-
das Autoridades da Administração Estadual visam, derão:
especialmente, às seguintes finalidades: I - atuar em benefício ou em nome de pessoa fí-
I – possibilitar à sociedade aferir a lisura do proces- sica ou jurídica, inclusive sindicato ou associação
so decisório governamental; de classe, em processo ou negócio do qual tenha
participado, em razão do cargo, nos seis meses an-
II – contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões teriores ao término do exercício de função pública;
éticos da Administração Pública Estadual, a partir
do exemplo dado pelas autoridades de nível hierár- II - prestar consultoria a pessoa física ou jurídica,
quico superior; inclusive sindicato ou associação de classe, valen-
do-se de informações não divulgadas publicamente
III – preservar a imagem e a reputação do adminis- a respeito de programas ou políticas do Órgão ou
trador público cuja conduta esteja de acordo com as da Entidade da Administração Pública Estadual a
normas éticas estabelecidas neste Código; que esteve vinculado ou com que tenha tido rela-
IV – estabelecer regras básicas sobre conflitos de cionamento direto e relevante.
interesses públicos e privados e limitações às ativi- Art.12. A autoridade pública, ou aquele que tenha
dades profissionais posteriores ao exercício de car- sido, poderá consultar previamente a CEP a respei-
go público; to de ato específico ou situação concreta, nos ter-
V – reduzir a possibilidade de conflito entre o inte- mos do Art.7º, Inciso I, do Decreto nº29.887, de 31
resse privado e o dever funcional das autoridades de agosto de 2009, que instituiu o Sistema de Ética
públicas da Administração Pública Estadual; e Transparência do Poder Executivo Estadual.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 221


CAPÍTULO III III – atender prontamente às questões que lhe fo-
DO RELACIONAMENTO ENTRE AS AUTORIDADES rem encaminhadas;
PÚBLICAS
IV – aperfeiçoar o processo de comunicação e o
Art.13. Eventuais divergências, oriundas do exer- contato com o público;
cício do cargo, entre as autoridades públicas refe-
V – praticar a cortesia e a urbanidade nas relações
ridas no Art.1º, devem ser resolvidas na área admi-
do serviço público e respeitar a capacidade e as li-
nistrativa, não lhes cabendo manifestar-se publica-
mitações individuais dos usuários do serviço públi-
mente sobre matéria que não seja afeta a sua área
co, sem qualquer espécie de preconceito ou distin-
de competência.
ção de raça, sexo, orientação sexual, nacionalida-
Art.14. É vedado à autoridade pública, referida no de, cor, idade, religião, preferência política, posição
Art.1º, opinar publicamente a respeito: social e quaisquer outras formas de discriminação;
I - da honorabilidade e do desempenho funcional VI – respeitar a hierarquia administrativa;
de outra autoridade pública; e
VII – Não ceder às pressões que visem a obter
II - do mérito de questão que lhe será submetida, quaisquer favores, benesses ou vantagens indevi-
para decisão individual ou em órgão e entidade co- das;
legiados, sem prejuízo do disposto no Art.13.
VIII – comunicar imediatamente a seus superiores
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
TÍTULO III público.
DA CONDUTA ÉTICA DOS AGENTES SEÇÃO II
PÚBLICOS DAS VEDAÇÕES AO AGENTE PÚBLICO

CAPÍTULO I Art.18. É vedado ao Agente Público:


DOS DIREITOS E GARANTIAS DO AGENTE PÚBLICO I – utilizar-se de cargo, emprego ou função, de faci-
Art.15. Como resultantes da conduta ética que deve lidades, amizades, posição e influências, para obter
imperar no ambiente de trabalho e em suas rela- qualquer favorecimento, para si ou para outrem em
ções interpessoais, são direitos do agente público: qualquer órgão público;
I - liberdade de manifestação, observado o respeito II – imputar a outrem fato desabonador da moral e
à imagem da instituição e dos demais agentes pú- da ética que sabe não ser verdade;
blicos; III – ser conivente com erro ou infração a este
II - manifestação sobre fatos que possam prejudicar Código de Ética e Conduta da Administração
seu desempenho ou sua reputação; Estadual;
III - representação contra atos ilegais ou imorais; IV – usar de artifícios para procrastinar ou dificultar
o exercício regular de direito por qualquer pessoa;
IV - sigilo da informação de ordem não funcional;
V – permitir que interesses de ordem pessoal inter-
V - atuação em defesa de interesse ou direito legí- firam no trato com o público ou com colegas;
timo;
VI – Faltar com a verdade com qualquer pessoa que
VI - ter ciência do teor da acusação e vista dos au- necessite do atendimento em serviços públicos;
tos, quando estiver sendo apurada eventual condu-
ta aética. VII – dar o seu concurso a qualquer instituição que
atente contra a moral, a honestidade ou a dignida-
Art.16. Ao autor de representação ou denúncia, que de da pessoa humana;
tenha se identificado quando do seu oferecimento,
é assegurado o direito de obter cópia da decisão da VIII – exercer atividade profissional antiética ou li-
Comissão de Ética e, às suas expensas, cópia dos gar o seu nome a empreendimentos que atentem
autos, resguardados os documentos sob sigilo legal, contra a moral pública.
e manter preservada em sigilo a sua identidade du-
rante e após a tramitação do processo. TÍTULO IV
DAS SANÇÕES ÉTICAS
CAPÍTULO II Art.19. A violação das normas estipuladas nes-
DOS DEVERES E DAS VEDAÇÕES AO AGENTE
te Código acarretará as seguintes sanções éticas,
PÚBLICO
sem prejuízo das demais sanções administrativas,
SEÇÃO I civis e criminais aplicadas pelo poder competen-
DOS DEVERES ÉTICOS FUNDAMENTAIS DO te em procedimento próprio, observado o disposto
AGENTE PÚBLICO no Art.26 do Decreto Estadual nº29.887, de 31 de
Art.17. São deveres éticos do agente público: agosto de 2009:
I – agir com lealdade e boa-fé; I - advertência ética, aplicável às autoridades e
agentes públicos no exercício do cargo, que deverá
II – ser justo e honesto no desempenho de suas fun- ser considerada quando da progressão ou promo-
ções e em suas relações com demais agentes públi- ção desses, caso o infrator ocupe cargo em quadro
cos, superiores hierárquicos e com os usuários do de carreira no serviço público estadual;
serviço público;

222 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


II - censura ética, aplicável às autoridades e agen- dios no custeio da Administração Pública Estadual,
tes públicos que já tiverem deixado o cargo. DECRETA:
Parágrafo Único. As sanções éticas previstas nes- Art.1º As nomeações e exonerações decorrentes do
te artigo serão aplicadas pela Comissão de Ética exercício de cargo ou função de provimento em
Pública - CEP e pelas Comissões Setoriais de Ética comissão podem ocorrer em qualquer dia do mês,
Publica - CSEPs, que poderão formalizar Termo de sendo a contraprestação proporcional aos dias de
Ajustamento de Conduta, para os casos não pre- efetivo exercício.
vistos no Estatuto dos servidores públicos civis, Art.2º A substituição, seja ela automática ou depen-
encaminhar sugestão de exoneração do cargo em dente de nomeação, e a designação para respon-
comissão à autoridade hierarquicamente superior der pelo expediente, podem ter início e término em
ou rescindir contrato, quando aplicável. qualquer dia do mês.
Art.20. Os preceitos relacionados neste Código não Art.3º Este Decreto entra em vigor na data de sua
substituem os deveres, proibições e sanções cons- publicação, com efeitos administrativos, financeiros
tantes dos Estatutos dos Funcionários Públicos e orçamentários a partir de 1º de fevereiro de 2015.
Civis do Estado do Ceará. Art.4º Revogam-se as disposições em contrário, em
Art.21. As infrações às normas deste Código, quan- especial o Decreto nº19.168, de 04 de março de 1988.
do cometidas por terceirizados, poderão acarretar
na substituição destes pela empresa prestadora de em Fortaleza, aos 05 de fevereiro de 2015.
serviços.
Camilo Sobreira de Santana GOVERNADOR DO
ESTADO DO CEARÁ
TÍTULO V Hugo Santana de Figueirêdo Junior SECRETÁRIO DO
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS PLANEJAMENTO E GESTÃO
Art.22. Os códigos de ética profissional existen-
tes em Órgãos e Entidades específicos mantêm
a vigência no que não conflitem com o presente
Decreto.
Art.23. A Controladoria e Ouvidoria Geral do
Estado do Ceará deverá divulgar as normas con-
tidas neste decreto, de modo a que tenham amplo
conhecimento no ambiente de trabalho de todos os
Órgãos e Entidades Estaduais.
Art.24. Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
Art.25. Revogam-se as disposições em contrário.
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO
ESTADO DO CEARÁ, aos 30 dias do mês de abril
de 2013.
Cid Ferreira Gomes
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
João Alves de Melo
CONTROLADOR E OUVIDOR GERAL DO
ESTADO

DECRETO Nº 31.668, DE 05.02.2015.


Dispõe sobre o exercício dos cargos e
funções de provimento em comissão,
e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ,


no uso das atribuições que lhe confere o Art.88,
incisos IV e VI, da Constituição Estadual;
CONSIDERANDO a necessidade de se disciplinar
a contraprestação pelo exercício de cargo ou função
de provimento em comissão; CONSIDERANDO o
disposto nos arts.40 e 41 da Lei nº9.826, de 14 de
maio de 1974; CONSIDENRANDO o que discipli-
na o Decreto nº19.168, de 04 de março de 1988;
e, CONSIDERANDO ainda evitar maiores dispên-

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 223


RESOLUÇÕES deverão constar o nome completo do servidor, a
denominação da função então ocupada e a defi-
nição da nova situação, devendo ser expedidos no
prazo de trinta dias, contados da publicação desta
RESOLUÇÃO Nº 252, DE 30.4.1991 Resolução.
- D. O. 6.5.1991 Art. 6º - Revogadas as disposições em contrário,
esta Resolução entrará em vigor na data de sua pu-
Institui o REGIME JURÍDICO blicação.
ÚNICO para os servidores da
Assembléia Legislativa, estendendo a
esses servidores os benefícios da Lei PAÇO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO
nº 11.712, de 24 de julho de 1990. ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 30 de abril
de 1991.
A Mesa Diretora da Assembléia Legislativa Deputado Júlio Rêgo
do Estado do Ceará, nos termos do art. 16, item
I, da Resolução nº 227, de 30 de março de 1990
(Regimento Interno), promulga a seguinte
Resolução: RESOLUÇÃO Nº 338, DE 30.3.1994
Art. 1º - Fica instituído, nos termos do art. 39, - D. O. 6.4.1994
caput, da Constituição Federal e art. 166, caput,
da Constituição Estadual, como Regime Jurídico Fixa os valores dos vencimentos,
Único para os servidores da Assembléia Legislativa representações e proventos do Quadro
do Estado, o regime jurídico de direito público ad- II – Poder Legislativo e dá outras
ministrativo da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974 providências.
e Legislação complementar.
Art. 9º - Fica instituída a Gratificação de
Art. 2º - Em conseqüência do disposto no artigo an- Especialização para os servidores integrantes dos
terior, são também submetidos ao regime estatutá- Grupos de Serviços Especializados de Saúde, com
rio, na forma de função, os servidores da Assembléia lotação no D.S.A.S., como estímulo ao aperfeiçoa-
Legislativa regidos pela Lei nº 10.472, de 15 de de- mento profissional na área de saúde, nos percentu-
zembro de 1980 e os do Quadro Provisório, esten- ais abaixo fixados sobre o vencimento base.
dendo a estes servidores os direitos, vantagens e
obrigações inerentes ao Regime Jurídico Único ora - ESPECIALIZAÇÃO - 50%
adotado, mantidas as vantagens de caráter pessoal - RESIDÊNCIA I - 70%
asseguradas pela Legislação em vigor. - RESIDÊNCIA II - 80%
Art. 3º - O Quadro Único de Pessoal do Poder - MESTRADO - 90%
Legislativo fica composto de cargos de provimen-
- DOUTORADO - 100%
to efetivo, cargos de provimento em comissão e de
funções, estruturados em 02 (duas) partes, a saber: § 1º - A Gratificação instituída neste artigo, não ser-
virá de base de cálculo para outras vantagens.
I - Parte Permanente - Composta de cargos de car-
reira e isolados e de direção e assessoramento; § 2º - As normas para aplicação do disposto neste
artigo obedecerão à regulamentação semelhante a
II - Parte Especial - Composta de funções, a serem
usada pelo Executivo.
extintas quando vagarem.
§ 1º - A passagem do servidor da parte especial
para a parte permanente se dará através de pro-
cesso individual de avaliação de capacitação e de-
sempenho, para fins de enquadramento nos níveis
de carreira correspondente ao cargo que deverá se
realizar no prazo máximo de 180 (cento e oitenta
dias) da data da publicação desta Resolução.
§ 2º - A Mesa Diretora da Assembléia apresentará
no prazo de 120 (cento e vinte) dias o plano de car-
gos e carreiras.
§ 3º - Os servidores que não forem enquadrados
nos novos planos de cargos e carreiras, nos termos
dos procedimentos fixados nesta Resolução, per-
manecerão nas suas atuais funções, na parte espe-
cial em extinção.
Art. 4º - O tempo de serviço prestado sob o regime
especial da Lei nº 10.472, de 15 de dezembro de
1980, será contado para a concessão de aposenta-
doria, disponibilidade e progressão horizontal.
Art. 5º - A formalização da mudança do Regime
Jurídico operar-se-á por Ato Deliberativo, do qual

224 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


APOSENTADORIA
ÍNDICE ALFABÉTICO REMISSIVO ato declaratório - (art. 153, § único)
espécies - (art. 152)
família do funcionário falecido
ABANDONO DE CARGO auxílio-funeral - (art. 173)
mulheres
Definição - (art. 199, § lº) tempo de serviço - (art. 152, § 1º)
ocupante do cargo de provimento em comissão - (art.
ACESSO 154, § único)
por tempo de serviço
definição - (art. 49)
proventos - (art. 155)
prazo para afastamento do exercício - (art. 153)
ACIDENTE DE TRABALHO
proventos
assistência médica gratuita - (art. 151, § 1º)
limite - (art. 157, § 1º)
beneficiários de funcionário falecido
reajustamento automático - (art. 157)
pensão - (art. 151)
tempo de serviço para efeitos de (art. 69)
definição - (art. 68, § lº)
equipara-se à agressão no exercício de suas atribuições
APOSENTADORIA COMPULSÓRIA
- (art. 68, § 2º)
proporcionalidade dos proventos - (art. 156, §§ 1º e
licença para tratamento de saúde - (art. 98)
2º) proventos - (art. 156)

ACIDENTE EM SERVIÇO ver ACIDENTE DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ


TRABALHO concessão - (art. 152, § 2º)
proporcionalidade dos proventos - (art. 156, §§ 1º e
ACUMULAÇÃO 2º) proventos - (art. 154) - (art. 156)
permitidas - (art. 195, § único) APROVEITAMENTO
anulação - (art. 59)
ACUMULAÇÃO DE CARGOS cassação da disponibilidade - (art. 59, § único)
casos em que é permitida - (art. 194) concorrente
verificação em inquérito administrativo preferência - (art. 58, § único)
conseqüências (art. 194, §§ 1º e 2º) definição - (art. 56)
em cargo
ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS vencimentos inferiores ao do anteriormente ocupado
aposentados - (art. 195) (art. 57, § 2º)
funcionários estáveis - (art. 57)
AFASTAMENTO modo de provimento de cargo público - (art. 9, VI)
casos em que pode ocorrer (art. 110) na ocorrência de vagas nos quadros de pessoal do
considerado de efetivo exercício (art. 68) Estado - (art. 58)
exercício (art. 34 e § 1º) prova de capacidade mediante inspeção médica - (art.
prazo (art. 34, § 1º) 57, § 1º)
exercício funcional
autorização (art. 110) ASCENSÃO FUNCIONAL
funcionário cargos eletivos (art. 244 e § único) definição - (art. 46)
funcionário estudante (art. 111 e §§ e art. 114) formas - (art. 47)
interesses particulares - (art. 244, § único) critério seletivo - (art. 51)
trato de interesses particulares
autorização (art. 115 e 120) ASSISTÊNCIA AO FUNCIONÁRIO
desistência (art. 117) plano - (art. 150)
prazo (art. 115) prestada pelo Estado - (art. 150)
AJUDA DE CUSTO ASSISTÊNCIA MÉDICA
arbitramento - (art. 126, § único) custeio - (art. 151 § 2º)
casos de restituição - (art. 128) funcionário acidentado em serviço (art. 151, § 1º)
concessão (art. 125)
finalidade (art. 125, § único) ATO DA POSSE ver POSSE, Ato da
limite (art. 126)
para serviço fora do Estado ATO DE PROVIMENTO ver PROVIMENTO, Ato de
cálculo - (art. 127) AUSÊNCIA
quando não há obrigação de restituir (art. 128, § 2º) AO SERVIÇO
restituição definição - (art. 199, § 2º)
parcelamento - (art. 128, § 1º)

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 225


AUTARQUIAS CASSAÇÃO DE DISPONIBILIDADE
concursos casos em que pode ocorrer - (art. 204 e § único)
execução - (art. 13, 1º) modalidade de sanção disciplinar - (art. 196, VI)

AUTORIZAÇÃO CONCURSO
afastamento autarquias - (art. 13, §1º)
do exercício funcional - (art. 110) casos em que pode ocorrer - (art. 204 e § único)
funcionário estudante - (art. 111, § único e art. 112) competência - (art. 12)
missão ou estudo fora do Estado - (art. 113) Conselho de Contas dos Municípios - (art. 13, § 1º)
trato de interesses particulares - (art. 115) declaração de equivalência - (art. 249, § único)
cassação - (art. 118) definição - (art. 249)
prazo para nova autorização - (art. 120) funcionário
prorrogação - (art. 119) estabilidade - (art. 75)
inscrições
AUXÍLIO-DOENÇA encerramento - (art. 15)
concessão - (art. 150, VI) limite de idade - (art. 16)
condições para concessão - (art. 172) inscrições - (art. 14)
pagamento -­ (art. 172, § 1º) novas inscrições não se abrirão antes de sua realização
em caso de falecimento do funcionário - (art. 172, § - (art. 15)
2º) Órgão Central do Sistema de Pessoal
delegação - (art. 13, § 2º)
AUXÍLIO-FUNERAL realização
concessão - (art. 173) competência - (art. 13)
pagamento - (art. 173, § 4º) Tribunal de Contas do Estado - (art. 13, §1º)
em caso de acumulação legal - (art. 173, § 2º)
provimento do cargo do funcionário falecido - (art. CONSELHO DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS
173, § 3º) concursos
vencimentos ou proventos - (art. 173, § 1º) execução (art. 13, § 1º)

AUXÍLIO PARA DIFERENÇA DE CAIXA CONSIGNAÇÃO EM FOLHA


concessão - (art. 131) concessão
fixação - (art. 131, § único) casos - (art. 251, e §§)

BOLSA DE ESTUDO DEMISSÃO


concessão - (art. 253 e § único) aplicação
casos - (art. 199)
CARGO EFETIVO “a bem do serviço público” - (art. 200)
condições para posse - (art. 20, § 2º) reabilitação - (art. 200, § único)
sanção disciplinar - (art. 196, IV)
CARGOS EM COMISSÃO
ato de nomeação - (art. 8º, § 2º) DEVERES DO FUNCIONÁRIO
escolha dos ocupantes - (art. 8º, § 1º ) casos de não cumprimento de ordem de autoridade
ocupante superior - (art. 192 e §§)
licença - (art. 85) gerais - (art. 191)
posse - (art. 8º, § 3º) tipos - (art. 190)
provimento - (art. 8º)
DIA DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO ESTADUAL
CARGO PÚBLICO data - (art. 238)
admissão
condições - (art. 6º) DIÁRIAS
definição - (art. 4º) concessão - (art. 129)
provimento - (art. 9º) restituição - (art. 130)
disciplinamento normativo das formas de (art. 11)
requisitos para posse - (art. 20) DIREITO DE PETIÇÃO
aplicável aos procedimentos disciplinares - (art. 149)
CARGOS
provimento - (art. 7º) DISPONIBILIDADE
definição - (art. 77)
CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA fixação de vencimentos - (art. 77, § 2º)
casos em que pode ocorrer - (art. 204 e § único) funcionário
modalidade de sanção disciplinar - (art. 196, VI) vencimentos proporcionais ao tempo de serviço - (art.
77, § 1º)
tempo de serviço para efeito de - (art. 69)

226 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


vacância - (art. 62, I)
DOENÇA PROFISSIONAL
assistência médica gratuita - (art. 151, § 1º) EXPEDICIONÁRIOS (F. E. B.)
beneficiários de funcionário falecido pensão - (art. direitos - (art. 245)
151)
definição - (art. 68, § 3º) FALECIMENTO
licença para tratamento de saúde - (art. 98) auxílio-doença - (art. 172, § 2º)
auxílio-funeral - (art. 173)
ESCALA ver FÉRIAS em caso de acumulação legal - (art. 173, § 2º)

ESTABILIDADE FAMÍLIA DO FUNCIONÁRIO


cargo em comissão assistência e previdência - (art. 150)
incompatibilidade - (art. 75, § único) auxílio-funeral - (art. 173)
definição - (art. 73)
finalidade - (art. 74) FÉRIAS
função de caráter eventual casos em que não serão interrompidas - (art. 79)
modificação - (art. 247, § único) concedidas ao funcionário - (art. 78)
funcionário nomeado através de concurso - (art. 75) escala
caso em que não for organizada - (art. 78, § 1º)
ESTÁGIO PROBATÓRIO organização - (art. 78)
ato de confirmação - (art. 29, § 2º) falta ao serviço - (art. 78, § 4º)
casos de acumulação lícita - (art. 30, § único) períodos não gozados - (art. 78, § 5º)
confirmação do estagiário - (art. 29)
cursos de treinamento - (art. 27, § 3º) FIANÇA
definição - (art. 27) exercício de cargo cujo provimento dela dependa -
encerramento - (art. 29, § 1º) (art. 26)
funcionário levantamento - (art. 26, § 3º)
demissão - (art. 28) prestação - (art. 26, § 1º)
exoneração - (art. 28) responsável por alcance ou desvio de bens do Estado
funcionário estadual estável - (art. 26, § 4º)
posse em outro cargo - (art. 30) seguro - (art. 26, § 2º)
requisitos - (art. 27, § lº)
supervisionamento FUNCIONÁRIOS
obrigatoriedade - (art. 27, § 2º) associações
organização - (art. 237, § único)
ESTADO DE NECESSIDADE casos de disponibilidade - (art. 240)
definição - (art. 179, § 8º) casos em que não será aplicado o regime jurídico -
(art. 65)
EXERCÍCIO definição - (art. 3º)
afastamento - (art. 34, e § 1º) direito de formarem associação - (art. 237)
auxílio-reclusão - (art. 34, § 3º) perda de vencimentos - (art. 124)
causas - (art. 34, § 2º) perda do cargo vitalício - (art. 76)
prazo - (art. 34, § 1º) proventos
competência - (art. 32) exclusão de limite - (art. 239, §§ 1º e 2º)
funcionário total
cadastro individual - (art. 36) limitação - (art. 239)
obrigações - (art. 36) redução de capacidade
funcionário nomeado readaptação - (art. 250)
fiança prestada - (art. 26) regime jurídico - (art. 1º)
início - (art. 33)
registro - (art. 31) FUNÇÕES GRATIFICADAS
interrupção alterações - (art. 246)
registro - (art. 31)
registro no cadastro individual do funcionário do GABINETE
início, interrupção e reinício - (art. 31). gratificação por representação - (art. 134)
reinício
registro - (art. 31) GRATIFICAÇÕES
adicionais
EXONERAÇÃO conversão
de ofício prazo - (art. 252)
casos - (art. 63, II) concessão - (art. 132)
funcionário estagiário - (art. 28) de exercício
a pedido do funcionário - (art. 63, § I) funcionários fazendários - (art. 140)
funcionário remessa à comissão de inquérito - (art. 213)
de produtividade retorno ao exercício funcional - (art. 227)
finalidade - (art. 139) reuniões e diligências
de representação consignação em atas - (art. 219)
definição - (art. 137)
pela execução de trabalho em condições especiais - INSPEÇÃO MÉDICA
(art. 136) reassunção - (art. 95)
pela representação de gabinete conseqüência negativa da doença profissional
concessão - (art. 134) requisito de laudo médico - (art. 68, § 4º)
por prestação de serviços extraordinários licença dependente de - (art. 81)
definição - (art. 133) licença a gestante - (art. 100)
por regime de tempo integral - (art. 138) licença por motivo de doença em família - (art. 99 §
casos excepcionais - (art. 138, § 2º) 1º)
regulamentação - (art. 138, § 1º) recusa - (art. 94)
por trabalho prorrogado ou antecipado penalidades - (art. 94)
valor da hora - (art. 133, § 1º)
serviço extraordinário noturno INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO
valor da hora - (art. 133, § 3º ) CEARA - (I.P.E.C)
tarefa especial defesa do funcionário no procedimento disciplinar
arbitramento - (art. 133, § 4º) (art. 185, § 1º)
trabalho extraordinário fixação - (art. 133, § 2º)
trabalhos relevantes INTERNAMENTO HOSPITALAR
arbitramento - (art. 135) triagem
realização - (art. 150, § 1º)
HORÁRIOS DE TRABALHO
fixação - (art. 254, e § único) LEGITIMA DEFESA
definição - (art. 179, § 7º)
ILÍCITO ADMINISTRATIVO
apuração da responsabilidade - (art. 176) LICENÇA
competência - (art. 176, § único) casos - (art. 80)
definição - (art. 175) competentes - (art. 86)
obrigatoriedade da representação (art. 179, §1º) considera como prorrogação - (art. 83)
punição - (art. 175, § único) dependente de inspeção médica
prazo - (art. 81)
INCAPAZES ocupante de cargo em comissão - (art. 85)
representantes legais - (art., 160, § 2º) prazo indicado no laudo - (art. 81)
prazo mínimo - (art. 84)
INQUÉRITO ADMINISTRATIVO prorrogação - (art. 81, § 1º)
autoridade julgadora prorrogação de ofício ou a pedido - (art. 82)
prazo para decisão - (art. 225) término - (art. 81, § 2º)
caso de nulidade - (art. 216) término de prazo
citação do funcionário - (art. 214 e § único) conseqüências - (art. 81, § 1º)
comissões permanentes de inquérito administrativo
composição - (art. 212) componentes - (art. 210, § LICENÇA DO FUNCIONÁRIO PARA ACOMPANHAR
único) O CÔNJUGE
conclusão caso em que ocorrerá - (art. 103, e §§ 1º e 2º)
prazo - (art. 221) lotação no novo local de residência - (art. 103, § 3º)
prorrogação - (art. 221) mandado eletivo - (art. 104)
defesa prazo - (art. 217)
definição - (art. 210) LICENÇA ESPECIAL
efeitos - (art. 183) casos de interrupção - (art. 108)
funcionário casos em que não será concedida - (art. 105, § 2º)
exoneração - (art. 224) data do início - (art. 106)
intervenção do indiciado permissão - (art. 222) desistência irretratável - (art. 105, § 4º)
nulidade - (art. 226) utilização total ou parcelada - (art. 105, § 3º)
ocorrência de mais de um indiciado - (art. 223)
prazo para recurso - (art. 220 e § único) LICENÇA À GESTANTE
provas concessão - (art. 100, § único)
prazo para requerer - (art. 215) mediante inspeção médica - (art. 100)
razões finais de defesa vencimentos - (art. 100)
encaminhamento - (art. 218)
reabertura - (art. 226) LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO
realização - (art. 211) funcionário convocado - (art. 101)
funcionário desincorporado - (art. 101, § único) PETIÇÃO ver REQUERIMENTO
funcionário oficial da reserva - (art. 102)
PODER DISCIPLINAR
LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE exercício
acidente de trabalho - (art. 98) prazo para prestação - (art. 182)
agressão não provocada - (art. 98) funcionário
aposentadoria - (art. 91) sujeição - (art. 186)
doença profissional - (art. 98)
doenças graves - (art. 89) POSSE
inspeção médica - (art. 88) ato da, - (art. 22)
recusa – (art. 94) declaração dos bens e valores - (art. 22)
penalidades - (art. 94) cargo efetivo - (art. 20, § 2º)
requerimento - (art. 96) casos em que não ocorrerá - (art. 19, § único)
processamento - (art. 92) competência - (art. 21)
proibição do exercício de atividade remunerada (art. condições especiais - (art. 20, IX)
93) definição - (art. 19)
prorrogação - (art. 91, § único) em casos especiais - (art. 23)
reassunção - (arts. 90 e 95) por procuração - (art. 23)
vencimento - (art. 97) prazo - (art. 25)
prorrogação - (art. 25, § único)
LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM FAMÍLIA requisitos - (art. 20)
concessão - (art. 99) responsabilidade da autoridade competente - (art. 24)
inspeção médica - (art. 99, § 1º)
vencimentos - (art. 99, § 3º) PRAZOS
dias em que ocorrerão - (art. 235)
LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA
FAMÍLIA ver LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA PRESCRIÇÃO
EM FAMÍLIA casos de interrupção - (art. 147)
do direito de pleitear - (art. 146)
LICENÇA-PRÊMIO ver LICENÇA ESPECIAL prazos fatais e improrrogáveis - (art. 147)
LOTAÇÃO
definição - (art. 35) PREVIDÊNCIA
NOMEAÇÃO plano de custeio - (art. 150, § 2º)
casos de anulação - (art. 18) prestada pelo Estado - (art. 150)
efetiva - (art. 17, II)
em comissão - (art. 17, III) PRISÃO ADMINISTRATIVA
em caso de impedimento do titular do cargo - (art. 17, competência - (art. 206)
§ único) comunicação à autoridade judiciária - (art. 206, § 2º)
espécies de - (art. 17) local onde será cumprida - (art. 207)
provimento de cargo público por - (art. 9º, I) prazo - (art. 206, § 2º)
vitalícia - (art. 17, I) revogação - (art. 206, § 2º)
tomada de contas - (art. 206, § 2º)
ÓRGÃO CENTRAL DO SISTEMA DE PESSOAL
competência - (art. 13) PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
concursos direitos de defesa - (art. 184)
delegação - (art. 13, § 2º) em disponibilidade - (art. 189)
em gozo de licença – (art. 248)
ÓRGÃOS E ENTIDADES AUTÁRQUICAS notificação - (art. 248)
funcionário pobre - (art. 185, § 1º)
cartão de identidade defesa - (art. 185, §§ 1º e 2º)
casos de recolhimento - (art. 234, § único) privativa de advogado - (art. 185)
fornecimento - (art. 234) vínculo funcional suspenso – (art. 30, 65, 66 e 248)
notificação - (art. 248)
PADRASTO indicação de outro funcionário - (art. 187)
equiparação ao pai para efeito do salário-família (art. indiciado aposentado - (art. 189)
160, § 2º) nulidade - (art. 188)

PENSÃO PROGRESSÃO HORIZONTAL


acumulação - (art. 195, § único) definição - (art. 43)
custeio - (art. 151, § 2º) promoção, acesso, transferência não interrupção -
funcionário falecido em conseqüência de acidente no (art. 44)
trabalho ou doença-profissional - (art. 151) qüinqüênio concessão automática - (art. 43, § 2º)
recompensa - (art. 43, § 1º)
servidores estáveis - (art. 43, § 3º) definição - (art. 52)
servidores remanescentes das T.N.M. - (art. 4º, § 3º) destituição ou recondução do antigo ocupante ao
tempo de efetivo exercício - (art. 45, e § único) cargo - (art. 54)
inspeção médica e aposentadoria - (art. 55)
PROIBIÇÕES provimento de cargo - (art. 9º, V)
ao funcionário - (art. 193, incisos I a XIX)
REMOÇÃO
PROMOÇÃO de cônjuge - (art. 37, § 2º)
definição - (art. 48) definição - (art. 37)
por permuta
PROVENTO processamento - (art. 38)
acumulação - (art. 195, § único, IV) realização - (art. 37, § lº)
aposentadoria compulsória - (art. 156)
aposentadoria por invalidez - (art. 154 e 156) REPREENSÃO
aposentadoria por tempo de serviço - (art. 155) aplicação
auxílio-funeral - (art. 173, § 1º) casos - (art. 197)
limite - (art. 157, § único) sanção disciplinar - (art. 196, I)
proporcionalidade com base no tempo de serviço -
(art. 156, §§ 1º e 2º) REPRESENTAÇÃO
reajustamento automático - (art. 157) direito do funcionário - (art. 141)

PROVIMENTO REQUERIMENTO
ato de (art. 10) direção e encaminhamento - (art. 142)
direção de petição - (art. 141)
RECONSIDERAÇÃO prazo para despacho e decisão - (art. 143, § 1º)
autoridade a quem se dirige o pedido - (art. 143) prescrição do direito de pleitear - (art. 146)
direito de petição - (art. 141)
fatalidade e improrrogabilidade dos prazos (art. 147) RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
funcionário aplicação de pena - (art. 179, § 4º)
vista ao processo (art. 148) extinção - (art. 181)
impossibilidade de repetição - (art. 143, § 2º) imprescrição - (art. 182, § único)
interrupção da prescrição - (art. 147) isenção - (art. 179, §§ 5º e 6º)
prazo para despacho e decisão - (art. 143, § 1º)
prescrição do direito de pleitear na esfera RESPONSABILIDADE CIVIL
administrativa - (art. 146) definição - (art. 177)
recurso - (art. 144, I) indenização de prejuízo
sem efeito suspensivo - (art. 145) liquidação - (art. 177, § 1º)
prejuízo a terceiro
RECURSO ADMINISTRATIVO ação regressiva - (art. 177, § 2º)
cabimento - (art. 144)
direção - (art. 144, § 1º) RESPONSABILIDADE FUNCIONAL
encaminhamento - (art. 144, § 2º) apuração - (art. 179, § 2º)
fatalidade e improrrogabilidade dos prazos - (art. 147) apuração e processamento - (art. 180)
vista ao processo - (art. 148)
interrupção - (art. 147) RESPONSABILIDADE PENAL
prescrição do direito de pleitear na esfera casos que abrange - (art. 178)
administrativa (art. 146)
sem efeito suspensivo - (art. 145) - funcionário RETRIBUIÇÃO
atribuída ao funcionário - (art. 121)
REGIME DISCIPLINAR formas - (art. 122)
normas funcionário disponível - (art. 122, § 2º)
casos pendentes (art. 243) funcionário exonerado
dívida a pagar - (art. 122, § 5º)
REGIME JURÍDICO pecuniária
aplicações - (art. 2º) descontos previstos - (art. 122, § 3º)
casos de não aplicação ao funcionário estadual - (art. vencimentos funcionais - (art. 122, § 1º)
65)
definição - (art. 1º) REVERSÃO
funcionário civil - (art. 1º) condições - (art. 61)
condições essenciais - (art. 61, § único)
REINTEGRAÇÃO definição - (art. 60)
cargo anterior - (art. 53) provimento de cargo público - (art. 9º, VII)
decisão administrativa - (art. 52, § único)
REVISÃO ver REVISÃO DO INQUÉRITO valor da hora do serviço noturno - (art. 133, § 3º)
ADMINISTRATIVO
SERVIÇO ININTERRUPTO
REVISÃO DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO definição - (art. 105, § 2º)
cabimento - (art. 228, § único)
comissão julgadora - (art. 230, § único) SINDICÂNCIA
conclusão apuração das aptidões do funcionário - (art. 209, § 1º)
encaminhamento - (art. 232) assessoramento - (art. 209, § 7º)
prazo - (art. 232) caso em que precederá o inquérito administrativo (art.
encaminhamento - (art. 230) 209, § 4º)
funcionário falecido ou desaparecido - (art. 228, defesa prévia
parágrafo único) prazo - (art. 209 § 6º)
informante - (art. 231, § único) definição - (art. 209)
inquirição de testemunhas arroladas pelo requerente delegação de competência - (art. 209)
(art. 231) encaminhamento de autos - (art. 209, § 8º)
julgamento período de estágio probatório
prazo - (art. 232 e § único) suspensão - (art. 209, § 2º)
não cabimento - (art. 229, § único) prorrogação - (art. 209, § 5º)
processamento - (art. 229) realização - (art. 209, § 3º)
recurso prazo - (art. 209, § 5º)
cabimento - (art. 233) responsabilidade não apurada arquivamento - (art.
209, § 8º)
SALÁRIO-FAMÍLIA
casos em que será devido - (art. 170) SISTEMA ADMINISTRATIVO
casos em que será suspenso - (art. 170) definição - (art. 5º)
concessão - (art. 160)
documentos para habilitação - (art. 165) SUBSTITUIÇÃO
cota por filho inválido - (art. 160, § 3º) automática - (art. 40)
declaração do servidor - (art. 166) definição - (art. 40, § 1º)
definição - (art. 158) casos de - (art. 39)
dependente em caso de vacância de cargo - (art. 41)
cota - (art. 159) gratuita - (art. 40, § 3º)
em caso de falecimento do funcionário - (art. 162 e§ nomeação - (art. 40)
único) por ato da administração
inexatidão das declarações nomeação - (art. 40, § 2º)
suspensão e devolução - (art. 168) remunerada
isenção de contribuição - (art. 163) vencimentos e gratificação - (art. 42)
obrigações do funcionário - (art. 169)
não observância - (art. 169, § único) SUSPENSÃO
padrasto e madrasta aplicação - (art. 198)
equiparação - (art. 160, § 2º) conversão em multa - (art. 198, § único)
pagamento - (art. 171) desatendimento da convocação para prestação de
pagamento serviços - (art. 203)
caso em que o funcionário deixar de perceber sanção disciplinar - (art. 196, II)
vencimento (art. 161)
prazo ao declarante ativo ou inativo para o SUSPENSÃO PREVENTIVA
esclarecimento de qualquer dúvida na declaração - competência - (art. 205)
(art. 167, § 1º) funcionário
processamento - (art. 167) direitos - (art. 205, § 2º)
quando o pai e mãe forem ambos funcionários - (art. prazo - (art. 205, § 1º)
160, § 1º) tempo de serviço - (art. 205, § 2º)
suspensão da concessão do - (art. 168)
suspensão do pagamento - (art. 164, e §§ e art. 167, SUSPENSÃO DO VÍNCULO FUNCIONAL
§ 2º) efeitos - (art. 66)
funcionário estadual
SANÇÃO DISCIPLINAR casos em que não será aplicado o regime jurídico -
ato de cominação - (art. 201, e § único) (art. 65)
competência,- (art. 202)
revisão do procedimento disciplinar - (art. 228) TEMPO DE SERVIÇO
tipos - (art. 196) acidente de trabalho
definição - (art. 68, § 1º)
SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO acumulação de cargos - (art. 72 e § único)
gratificação - (art. 132, I e 133) afastamento considerado de efetivo exercício - (art.

Estatuto dos Funcinários Públicos Civis do Estado - 231


68)
agressão em serviço
equiparação a acidente de trabalho - (art. 68, § 2º)
aposentadoria
mulheres - (art. 152, § 1º)
provento - (art. 155)
apuração - (art. 70 e § único)
apuração através de justificação judicial - (art. 69, §
2º)
definição - (art. 67)
disponibilidade e aposentadoria
computação - (art. 69)
férias e períodos de licença especial não gozados -
(art. 69, § 3º)
proibição de acumulação - (art. 71)

TEMPO INTEGRAL
casos excepcionais - (art. 138, § 2º)
gratificação - (art. 138)
regulamentação - (art. 138, § 1º)

TRABALHO EXTRAORDINÁRIO
gratificação - (art. 133, § 2º)

TRABALHO TÉCNICO OU CIENTÍFICO


gratificação - (art. 135)

TRANSFERÊNCIA
definição - (art. 50)

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


concursos
execução - (art. 13, § 1º)

TRIBUTOS E EMOLUMENTOS
funcionários
isenção - (art. 241 e 242)

VACÂNCIA DE CARGO
abertura de, vagas decorrentes do seu preenchimento
(art. 64, § único)
data da ocorrência - (art. 64)
enumeração taxativa - (art. 62)
exoneração - (art. 63)
de ofício
casos - (art. 63, II)

VENCIMENTO
acumulação com pensão - (art. 195, § único, II)
definição - (art. 123)
funcionário investido em mandato gratuito de
vereador - (art. 124, § único)
perda - (art. 124)

VITALICIEDADE
funcionário
perda de cargo - (art. 76)

232 - Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


H ino N acional B rasileiro
Música de Francisco Manoel da Silva
Letra de Joaquim Osório Duque Estrada

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Deitado eternamente em berço esplêndido,


De um povo heróico o brado retumbante, Ao som do mar e à luz do céu profundo,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Se o penhor dessa igualdade Do que a terra mais garrida


Conseguimos conquistar com braço forte, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
Em teu seio, ó Liberdade, “Nossos bosques têm mais vida”,
Desafia o nosso peito a própria morte! “Nossa vida” no teu seio “mais amores”.

Ó Pátria amada, Ó Pátria amada,


Idolatrada, Idolatrada,
Salve! Salve! Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Brasil, de amor eterno seja símbolo
De amor e de esperança à terra desce, O lábaro que ostentas estrelado,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, E diga o verde-louro desta flâmula
A imagem do Cruzeiro resplandece. – Paz no futuro e glória no passado.

Gigante pela própria natureza, Mas, se ergues da justiça a clava forte,


És belo, és forte, impávido colosso, Verás que um filho teu não foge à luta,
E o teu futuro espelha essa grandeza Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada, Terra adorada


Entre outras mil, Entre outras mil,
És tu, Brasil, És tu, Brasil,
Ó Pátria amada! Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil, Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Pátria amada,
Brasil! Brasil!
H ino do E stado do C eará
Música de Alberto Nepomuceno
Letra de Tomás Lopes

Terra do sol, do amor, terra da luz! Tua jangada afoita enfune o pano!
Soa o clarim que tua glória conta! Vento feliz conduza a vela ousada!
Terra, o teu nome e a fama aos céus remonta Que importa que no seu barco seja um nada
Em clarão que seduz! Na vastidão do oceano,
Nome que brilha – esplêndido luzeiro Se à proa vão heróis e marinheiros
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! E vão no peito corações guerreiros!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Sim, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Chuvas de prata rolem das estrelas... Porque esse chão que embebe a água dos rios
E despertando, deslumbrada, ao vê-.las Há de florar em meses, nos estios
Ressoa a voz dos ninhos... E bosques, pelas águas!
Há de florar nas rosas e nos cravos selvas e rios, serras e florestas
Rubros o sangue ardente dos escravos. Brotem no solo em rumorosas festas!

Seja teu verbo a voz do coração, Abra-se ao vento o teu pendão natal
verbo de paz e amor do Sul ao Norte! sobre as revoltas águas dos teus mares!
Ruja teu peito em luta contra a morte, E desfraldado diga aos céus e aos mares
Acordando a amplidão. A vitória imortal!
Peito que deu alívio a quem sofria Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
e foi o sol iluminando o dia! E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Mesa Diretora
2017-2018

Deputado José Albuquerque


Presidente

Deputado Tin Gomes


1º Vice-Presidente

Deputado Manoel Duca


2º Vice-Presidente

Deputado Audic Mota


1º Secretário

Deputado João Jaime


2º Secretário

Deputado Júlio César Filho


3º Secretário

Deputada Augusta Brito


4ª Secretária
INSTITUTO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE O
DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO CEARÁ
Inesp

George Lopes Valentim


Presidente

Gráfica do Inesp
Ernandes do Carmo
Coordenador

Cleomarcio Alves (Marcio), Francisco de Moura,


Hadson França e João Alfredo
Equipe Gráfica

Aurenir Lopes e Tiago Casal


Equipe de Produção Braille

Carol Molfese e Mário Giffoni


Equipe de Diagramação

José Gotardo Filho e Valdemice Costa (Valdo)


Equipe de Design Gráfico

Lúcia Maria Jacó Rocha e Vânia Monteiro Soares Rios


Equipe de Revisão

Site: www.al.ce.gov.br/inesp
E-mail: inesp@al.ce.gov.br
Fone: (85) 3277-3701
Fax: (85) 3277-3707

Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


Av. Desembargador Moreira 2807,
Dionísio Torres, CEP 60170-900, Fortaleza, Ceará,
Site: www.al.ce.gov.br
Fone: (85) 3277-2500
ESTATUTO POLÍCIA CIVIL
CEARÁ
O texto desta Lei não substitui o publicado no Diário Oficial.
LEI Nº 12.124, DE 06.07.93 (D.O. DE 14.07.93) Republicada 07.10.93
 
DISPÕE  SOBRE  O  ESTATUTO  DA  POLÍCIA  CIVIL  DE  CARREIRA  E  DÁ
OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
 
         O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
 
Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:
 
         TÍTULO I
 
         DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
 
         Art. 1º ­ A Polícia Civil, Instituição Permanente, integrante do Sistema Estadual de Segurança
Pública, essencial à justiça Criminal, à preservação da Ordem Pública e à incolumidade das pessoas e
do patrimônio, tem sua organização, funcionamento e estatuto, estabelecidos por esta lei.
 
         § 1º ­ São símbolos institucionais da Polícia Civil: o Hino, a Bandeira, o Brasão e o Distintivo,
segundo modelos estabelecidos em regulamento.
 
         § 2º ­ A Polícia Civil, dirigida por Delegado de Polícia Civil de carreira, é composta de:
 
a ­ Autoridades Policiais Civis;
 
b ­ Agentes da Autoridade Policial Civil.
 
§ 2º. A Polícia Civil, dirigida por Delegado de Polícia de carreira, é composta de: (Redação dada
pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         a) Autoridades Policiais Civis;
 
         b) Agentes de Autoridade Policial Civil.
 
         Art. 2º ­ Os Policiais Civis estão sujeitos ao regime de tempo integral inerente ao serviço de
Polícia e Segurança:
 
         I ­ Pela percepção de gratificação de abono policial;
 
         II ­ Pela prestação de serviço em jornada de 40 horas semanais de trabalho, composta de
expediente, plantões noturnos e diurnos;
 
         III ­ Pela permanente expectativa de convocação em situações excepcionais e emergentes;
 
         IV ­ Pela percepção de gratificação de serviços extraordinários.
 
         Art. 3º ­ Somente em caso de flagrante delito ou por ordem judicial, o policial civil poderá ser
preso, devendo ser conduzido e apresentado, obrigatória e imediatamente, sob pena de
responsabilidade, a autoridade policial civil mais próxima.
 
         TÍTULO II
 
         DAS ATRIBUIÇÕES BÁSICAS
 
         Art. 4º ­ Fundada na hierarquia e na disciplina e com observância estrita dos princípios da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da finalidade, da motivação e do
interesse público, tem a Polícia Civil como atribuições básicas:
 
         I ­ o exercício, com exclusividade, das funções de polícia judiciária estadual e da apuração das
infrações penais e de sua autoria, através do inquérito policial e de outros procedimentos de sua
competência;
 
         II ­ o resguardo da inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade de todos os brasileiros e estrangeiros residentes no País;
 
         III ­ a adoção de providências cautelares, destinadas a preservar os locais, os vestígios, e as
provas das infrações penais;
 
         IV ­ a realização de exames periciais, para comprovação da materialidade das infrações penais
e de sua autoria;
 
         V ­ a identificação civil e criminal;
 
         VI ­ o exercício da prevenção criminal especializada;
 
         VII ­ o cadastramento de armas, munições, explosivos e demais produtos controlados,
observada a legislação federal;
 
         VIII ­ a fiscalização, o controle e a correição das atividades exercidas pelos órgãos e unidades
subordinadas, privativamente; (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         IX ­ o planejamento, a coordenação, a execução, a orientação técnica e o controle das
atividades policiais, administrativas e financeiras;
 
         X ­ o recrutamento, a seleção, a formação e o desenvolvimento profissional e cultural do policial
civil;
 
         XI ­ a colaboração com a Justiça Criminal, fornecendo as informações necessárias à instrução e
julgamento dos processos criminais e a promoção das diligências requisitadas pelas autoridades
Judiciárias e pelos representantes do Ministério Público;
 
         XII ­ o cumprimento de mandados de prisão;
 
         XIII ­ a atuação harmônica com órgãos policiais civis de outras unidades da Federação e da
Polícia Federal, para apuração das infrações penais de repercussão interestadual ou internacional;
 
         XIV ­ o exercício das atividades procedimentais relativas a menores, nos termos da legislação
especial;
 
         XV ­ a colheita, o processamento e a análise de dados estatísticos de interesse policial­criminal
e sua difusão;
 
         XVI ­ a supervisão, o controle e a fiscalização dos serviços privados de vigilância e segurança
patrimonial, respeitada a legislação federal;
 
         XVII ­ na vigência do estado de defesa, por intermédio da autoridade policial (Art. 136,
Parágrafo 3º, Incisos I e II da Constituição da República):
 
         a) requisitar exame de corpo de delito em preso, a pedido deste;
 
         b) emitir declaração acerca do estado físico e mental do detido, no momento de sua autuação;
 
         XVIII ­ a integração com a comunidade;
 
         XIX ­ o exercício de outras atribuições relacionadas com a atividade­fim da Polícia Civil.
 
         § 1º ­ O Delegado de Polícia, na presidência do inquérito policial, pode requisitar informações ou
outros elementos necessários à apuração de infração penal e sua autoria, junto a repartições.
 
         § 2º ­ O exercício das atribuições de que trata este Artigo é privativo dos ocupantes de cargos
policiais civis.
 
         TÍTULO III
 
         DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
 
         Art. 5º ­ A Polícia Civil terá em sua estrutura organizacional, além de outros estabelecidos em
Decreto, os seguintes órgãos:
 
         I ­ Conselho Superior de Polícia Civil;
 
         II ­ Delegacia Geral de Polícia Civil;
 
II ­ Superintendência da Policia Civil; (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         III ­ Academia de Polícia Civil;
 
         IV ­ Corregedoria Geral da Polícia Civil; (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         IV ­ Departamentos de Polícia;
 
4.1.Delegacias de Polícia; (Acrescido pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         V ­ Instituto de Criminalística;
 
         VI ­ Instituto de Identificação;
 
         VII ­ Instituto Médico Legal;
 
         IX ­ Divisões de Polícia; (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         X ­ Delegacias de Polícia. (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         Art. 6º ­ O Conselho Superior de Polícia Civil, terá o seu funcionamento e competência
estabelecidos em regulamento, sendo composto por membros dos respectivos cargos ligados à
atividade policial.
 
Art. 6º. O Conselho Superior da Polícia Civil, órgão consultivo da instituição, terá seu
funcionamento, competência e composição definidos em regulamento. (Redação dada pela Lei n°
12.815, de 17.06.98)
 
         Parágrafo Único ­ O Conselho Superior de Polícia Civil, constituído por autoridades policiais e
diretores dos institutos mencionados no Artigo anterior, terá o seu funcionamento e competência
estabelecidos em regulamento.
 
        Art. 7º ­ Os órgãos que integram a estrutura organizacional básica da Polícia Civil são
escalonados, hierarquicamente, em classes, na forma a seguir discriminada, cabendo suas respectivas
direções a Delegados de Polícia de classe correspondente:
 
Art. 7º. O Delegado Superintendente da Polícia Civil é o chefe da Polícia Civil, sendo o cargo
privativo de Delegado de Polícia de Carreira, de livre escolha e nomeação pelo Governador do Estado
do Ceará. (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         I ­ Delegacias municipais de Polícia e/ou Metropolitanas: órgãos policiais de 1ª classe;
 
         II ­ Delegacias regionais de polícia: órgãos policiais de 2ª classe;
 
         III ­ Delegacias distritais e/ou especializadas: órgãos policiais de 3ª classe;
 
         IV ­ Divisões de polícia: órgãos policiais de 4ª classe;
 
         V ­ Departamentos de polícia e/ou chefia da polícia civil: órgãos policiais de classe especial.
 
         § 1º ­ excepcionalmente poderá ser designado delegado de polícia de classe inferior para a
direção de órgão de classe imediatamente superior, salvo nos casos de primeira investidura quando o
exercício será, necessariamente, em órgão policial de 1ª classe.
 
         § 2º ­ A direção da chefia da polícia civil e dos órgãos constantes dos itens III, VI, VII e VIII do
Artigo 5º, é privativa, respectivamente, de delegado de polícia especializado e dos profissionais das
respectivas áreas, na conformidade do disposto no Artigo 183 da Constituição Estadual, observada a
hierarquia funcional.
 
         TÍTULO IV
 
         DO PROVIMENTO DE CARGOS
 
         CAPÍTULO I
 
         DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
 
         Art. 8º ­ Os cargos da Polícia Civil, acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos neste estatuto, podem ser de provimento efetivo ou em comissão.
 
         § 1º ­ Os cargos de provimento efetivo são os que integram classes ou carreiras de categorias
funcionais, exigindo­se para o seu preenchimento habilitação prévia em processos seletivos de caráter
competitivo e eliminatório.
 
         § 2º ­ Os cargos de provimento em comissão são os de livre nomeação e exoneração pelo Chefe
do Poder Executivo, dentre policiais civis que possuam aptidão profissional e reunam as condições
necessárias à sua investidura, conforme disposto neste Estatuto.
 
         § 3º ­ Os cargos de provimento em comissão eminentemente policiais civis serão preenchidos
exclusivamente por Delegados de Polícia, respeitada a hierarquia funcional, excetuando­se os Institutos
e a Academia de Polícia Civil.
 
§ 3º. Os cargos de provimento em comissão da estrutura organizacional da Polícia Civil,
diretamente envolvidos com a atividade fim desta, serão preenchidos por policiais civis de carreira,
integrantes do Grupo Ocupacional Atividade de Polícia Judiciária ­ APJ, observada a formação
profissional exigida para o desempenho do cargo. (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         Art. 9º ­ Os cargos pertencentes á Polícia Civil serão preenchidos por:
 
         I ­ Nomeação
 
         II ­ Ascensão Funcional
 
         III ­ Reintegração
 
         CAPÍTULO II
 
         DO INGRESSO
 
Art. 10 ­ O ingresso na Polícia Civil far­se­á na classe inicial das carreiras policiais, mediante
concurso público e provas ou de provas e títulos, realizado através da Academia de Polícia Civil, em
que sejam avaliadas as qualificações e aptidões específicas para o desempenho do cargo.
 
Parágrafo Único ­ O concurso para investidura no cargo de Delegado de Polícia Civil deverá
contar com a participação da OAB­Ce. em todas as fases, obrigatoriamente.
 
Art. 10. O ingresso na Polícia Civil far­se­á na classe inicial, nas carreiras policiais, mediante
concurso público de provas ou de provas e títulos, com a supervisão da Secretaria da Administração,
órgão central do Sistema de Recursos Humanos. (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
Art.  10.  O  ingresso  na  Polícia  Civil  far­se­á  na  classe  inicial  das  carreiras  policiais,
mediante  concurso  público  de  provas  ou  provas  e  títulos,  promovido  pela  Polícia  Civil,  com  a
participação  da  Secretaria  de  Planejamento  e  Gestão  e  da  Secretaria  de  Segurança  Pública  e  Defesa
Social. (Nova redação dada pela Lei n.º 14.998, de 12.09.11)
 
Parágrafo único. O concurso para investidura no cargo de Delegado de Polícia Civil, contará com
a participação da Ordem dos Advogados do Brasil ­ Ce, em suas 1ª e 3ª fases, conforme o disposto no
Art. 11 desta Lei.
 
Art. 11 ­ O concurso público de que trata o Artigo anterior será realizado em quatro fases
eliminatórias e sucessivas:
 
I ­ 1ª fase ­ prova escrita;
 
II ­ 2ª fase ­ exame psicotécnico;
 
III ­ 3ª fase ­ prova oral, que versará sobre aspectos teóricos e práticos constantes do
programa do Edital;
 
IV ­ 4ª fase ­ exame de capacidade física.
 
Art. 11. O Concurso Público para ingresso nas carreiras policiais será realizado em cinco fases,
eliminatórias e sucessivas, sendo: (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
I ­ 1ª Fase ­ prova escrita;
 
II ­ 2ª Fase ­ avaliação psicológica do candidato, para verificação de sua personalidade e
aptidão para o desempenho das atividades policiais;
 
III ­ 3ª Fase ­ prova oral;
 
IV ­ 4ª Fase ­ exame de capacidade física;
 
V ­ 5ª Fase ­ curso de formação e treinamento profissional.
 
§ 1º ­ A prova escrita compreende:
 
       1 ­ prova preambular, versando sobre as questões objetivas, teóricas e/ou práticas, podendo
consistir em testes de múltipla escolha, abrangendo matéria objeto do programa definido em Edital;
 
       2 ­ prova dissertativa, restrita aos candidatos aos cargos que exigem nível universitário para
provimento;
 
      3 ­ prova de datilografia, restrita aos candidatos aos cargos de Escrivão de Polícia.
 
     § 2º ­ A classificação final do concurso será determinada pelas notas obtidas pelo candidato nas
provas da 1ª e 3ª fases, levando­se em conta o desempenho nos exames psicotécnico e físico, que
terão caráter eliminatório. (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
Art.  11.  O  concurso  público  para  ingresso  na  Polícia  Civil  será  realizado  em  duas
fases sucessivas, obedecendo à ordem seguinte:
I  ­  1a  Fase  ­  prova  escrita,  de  natureza  classificatória  e  eliminatória,  que  versará  sobre
questões  obj etivas,  teóricas  e/ou  práticas,  podendo  consistir  em  testes  de  múltipla
escolha, abrangendo matéria objeto do programa definido no Edital;
II ­ 2a  Fase curso de formação e treinamento profissional, de natureza classificatória
e  eliminatória;  exame  de  capacidade  física,  de  natureza  eliminatória;  avaliação  psicológica  do
candidato, para verificação de sua personalidade e aptidão para o desempenho das atividades policiais,
de  natureza  eliminatória;  prova  de  digitação  para  o  car go  de  Escr i vão  de  Pol í ci a,  de  natur eza
cl assi f i catór i a  e  eliminatória;  avaliação  de  títulos  para  o  cargo  de  Delegado  de  Polícia,  de
natureza classificatória.
§  1º  O exame de capacidade física não se aplica ao cargo de Escrivão de Polícia.
§  2º  Exigir­se­á,  para  os  cargos  de  Delegado,  Inspetor  e  Escrivão  de  Polícia,  Carteira
Nacional  de  Habilitação,  no  mínimo  categoria  B.  (Nova  redação  dada  pela  Lei  n.º  14.998,  de
12.09.11)
 
         Art. l2 ­ Além do concurso de provas, os candidatos aos cargos em que se exija nível superior
serão submetidos à avaliação de títulos.
 
         Parágrafo Único ­ O Edital do Concurso Público regulará a forma de avaliação de títulos.
 
Art. 12. Além do concurso de provas, os candidatos ao cargo de Delegado serão submetidos
à avaliação de títulos.
§ 1º  Os candidatos ao cargo de Delegado aprovados no Curso de F o r m a ç ã o,   no   e x a m e
de   c a pa c i da de   f í s i c a   e   na   a va l i a ç ã o   psi col ógi ca  ser ão  convocados  para,  no  prazo  de  5
(ci nco)  di as,  apresentarem os títulos.
§ 2º Não serão recebidos títulos fora do prazo estabelecido no parágrafo anterior.
§ 3º Aos títulos serão atribuídos até 5 (cinco) pontos, apenas para cl assi fi cação  fi nal ,  e
consi derando­se excl usi vamente cursos reconhecidos no País:
I ­ doutorado, 2,5 pontos;
II ­ mestrado, 1,5 pontos;
III ­ especialização, 1 ponto. (Nova redação dada pela Lei n.º 14.998, de 12.09.11)
 
         Art. 13 ­ Os concursos públicos reger­se­ão por editais que estabelecerão, em função da
natureza dos cargos e do interesse da Administração, entre outros:
 
         I ­ tipo e conteúdo das provas e as categorias dos títulos;
 
         II ­ exigibilidade de desidentificação de prova;
 
         III ­ a forma de julgamento das provas e dos títulos;
 
         IV ­ as condições para provimento de cargo referentes a:
 
         a) capacidade física e mental;
 
         b) diplomas e certificados;
 
         c) conduta na vida pública e privada.
 
         V ­ prazo de validade;
 
         VI ­ recursos cabíveis.
 
         Art. 14 ­ São requisitos para a inscrição no concurso:
 
         I ­ ser brasileiro;
 
         II ­ ter no mínimo 18 (dezoito) anos de idade completos à data do encerramento das inscrições;
 
         III ­ não registrar antecedentes criminais;
 
         IV ­ estar em gozo dos direitos políticos;
 
         V ­ estar quite com o serviço militar;
 
         VI ­ prova de conduta ilibada na vida pública e privada, passada por autoridade policial ou
judicial.
 
         Art. 15 ­ O ingresso na classe inicial da carreira de Delegado de Polícia somente far­se­á
mediante concurso público.
 
         CAPÍTULO III
 
         DO CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL.
 
         Art. 16 ­ O Curso de Formação Profissional constitui­se em Processo de Seleção, de caráter
competitivo e eliminatório, como requisito indispensável ao exercício funcional.
 
Art. 16. O curso de formação e treinamento profissional tem natureza eliminatória e
classificatória, sendo eliminado o candidato que obtiver, em qualquer disciplina, média inferior a 5,0
(cinco). (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
Art. 16 ­ O Curso de Formação e Treinamento Profissional, 5ª Fase do Concurso, tem natureza
eliminatória e classificatória sendo eliminado o candidato que obtiver, em qualquer disciplina, média
inferior a 5,0 (cinco). (Redação dada pela Lei n° 12.864, de 26.11.98)
 
§ 1º ­ Durante o curso de Formação Profissional ficará o servidor à disposição da Academia de
Polícia Civil, período em que serão avaliados também as aptidões e desempenho do policial para o
cargo.
 
         § 1º. VETADO ­ Somente serão considerados aprovados para a 5ª fase do concurso candidatos
em número não excedente a 50% do total de vagas ofertadas no edital do concurso, ressalvados os
casos de empate na última colocação dentre os constantes do limite aqui citado. (Redação dada pela
Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
§ 1º. Somente serão considerados aprovados para a 5ª fase do concurso, candidatos em número
não excedente ao triplo do número de vagas ofertadas no Edital do concurso, ressalvados os casos de
empate na última colocação do limite fixado. (Redação dada pela Lei n° 12.864, de 26.11.98)
 
§ 2º ­ Homologado o curso, os aprovados passarão a ter exercício nas diversas unidades da
Polícia Civil de Carreira.
 
         § 2º. Ao candidato submetido à 5ª fase do concurso será concedida bolsa, para custeio de
despesas pessoais, conforme definido em regulamento. (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
          § 3º ­ Reprovados no Curso de Formação Profissional a que foram submetidos, serão os
servidores exonerados por descumprimento de requisito exigido no estágio probatório, observadas as
formalidades legais. (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
Art.  16.  O  Curso  de  Formação  Profissional  realizado  pela  Academia  Estadual  de
Segurança  Pública,  ou  por  instituição  nacional  de  comprovada  idoneidade,  tem  natureza
classificatória  e  eliminatória,  sendo  reprovado  o  candidato  que  obtiver,  em  qualquer  disciplina,
média inferior a 5.0 (cinco).
§  1º  Somente  serão  considerados  aprovados  para  o  Curso  de  Formação  Profissional
candidatos  até  o  triplo  do  número  de  vagas  definido  no  Edital  do  Concurso,  ressalvados  os  casos  de
empate  na  última  colocação  do  limite  fixado.  Os  candidatos  que  não  conseguirem  classificação  dentro
do percentual exigido, serão considerados eliminados.
§  2º  O  Curso  de  Formação  Profissional  será  realizado  em  Turmas,  quando  o  número  de
candidatos  aprovados  na  1ª  Fase  ultrapassar  a  capacidade  da  Academia  Estadual  de  Segurança
Pública, podendo ser matriculada na  1ª Turma a metade dos candidatos aprovados na 1ª Fase.
§ 3º Após a homologação do concurso dos aprovados na 1a Turma, poderão ser convocados
para  a  realização  de  Curso  de  Formação  Profissional  outros  candidatos  aprovados  na  1ª  Fase,  em
ordem de classificação, os quais comporão cadastro de reserva.
§  4º  A  classificação  final  do  concurso  será  feita  em  relação  a  cada  Turma,  e  pela  média
aritmética das notas obtidas na 1ª Fase e na 2ª Fase.
§ 5º O concurso para ingresso na Polícia Civil terá validade de 1 (um) ano, podendo ser
prorrogado por igual período.
§  6º  Aos  candi datos  submeti dos  à  2 a   Fase  do  concur so  ser á  concedida bolsa para
custeio de despesas pessoais, conforme e nos valores definidos em Decreto." (Nova redação dada pela
Lei n.º 14.998, de 12.09.11)
 
         CAPÍTULO IV
 
         DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
 
         Art. l7 ­ Estágio probatório é o período nunca superior a dois anos contado do início do exercício
funcional durante o qual são apurados os requisitos necessários à confirmação do funcionário no cargo
de provimento efetivo para o qual foi nomeado.
 
§ 1º ­ Os requisitos de que trata este Artigo são os seguintes:
 
I ­ adaptação e dedicação ao trabalho, apurados através de avaliação objetiva de assiduidade,
pontualidade, desempenho de tarefas, integração grupal e equilíbrio emocional;
 
II ­ comportamento público e privado compatível com o cargo que ocupa;
 
III ­ cumprimento dos deveres do funcionário;
 
IV ­ respeito à dignidade e à integridade física do ser humano;
 
V ­ aprovação no curso de Formação Profissional administrado pela Academia de Polícia Civil.
(Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
§ 2º ­ O Estágio Probatório de que trata este Artigo será supervisionado, julgado e declarado
cumprido pelo Conselho Superior de Polícia Civil, que encaminhará a declaração ao Chefe do Poder
Executivo para expedição do respectivo Ato de confirmação no cargo.
 
§ 2º. O estágio probatório de que trata o caput deste artigo será supervisionado, julgado e
declarado cumprido pelo Conselho Superior de Polícia Civil, sendo a decisão submetida à homologação
da autoridade competente para nomear. (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
Art. 17. Estágio probatório é o triênio de efetivo exercício no cargo de provimento efetivo,
contado do início do exercício funcional, durante o qual é observado o atendimento dos requisitos
necessários à confirmação do servidor nomeado em virtude de concurso público. (Redação dada pela
Lei n°13.092, de 08.01.01)
 
§ 1º Como condição para aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
 
§ 2º A avaliação especial de desempenho do servidor será realizada:
 
a) extraordinariamente, ainda durante o estágio probatório, diante da ocorrência de algum fato
dela motivador, sem prejuízo da avaliação ordinária;
 
b) ordinariamente, logo após o término do estágio probatório, devendo a comissão ater­se
exclusivamente ao desempenho do servidor durante o período do estágio.
 
§ 3º Além de outros específicos indicados em lei ou regulamento, os requisitos de que trata este
artigo são os seguintes:
 
I ­ adaptação e dedicação do servidor ao trabalho, verificada por meio de avaliação da
capacidade e qualidade no desempenho das atribuições do cargo;
 
II ­ equilíbrio emocional e capacidade de integração;
 
III ­ respeito à dignidade e integridade física do ser humano;
 
IV ­ cumprimento dos deveres e obrigações do servidor público, inclusive com observância da
ética profissional.
 
§ 4º O estágio probatório corresponderá a uma complementação do concurso público a que se
submeteu o servidor, devendo ser obrigatoriamente acompanhado e supervisionado pelo Chefe
imediato.
 
§ 5º Durante o estágio probatório, os cursos de treinamento para formação profissional ou
aperfeiçoamento do servidor, promovidos gratuitamente pela Administração, serão de participação
obrigatória e o resultado obtido pelo servidor será considerado por ocasião da avaliação especial de
desempenho, tendo a reprovação caráter eliminatório.
 
§ 6º O servidor em estágio probatório não fará jus a ascensão funcional.
 
§ 7º As faltas disciplinares cometidas pelo servidor após o decurso do estágio probatório e antes
da  conclusão  da  avaliação  especial  de  desempenho  serão  apuradas  por  meio  de  processo
administrativo­disciplinar, precedido de sindicância, esta quando necessária.
 
§ 8º São independentes as instâncias administrativas da avaliação especial de desempenho e do
processo administrativo­disciplinar, na hipótese do parágrafo anterior, sendo que resultando exoneração
ou demissão do servidor, em qualquer dos procedimentos, restará prejudicado o que estiver ainda em
andamento.
 
Art. 18 ­ O funcionário que, em estágio probatório, não satisfizer qualquer dos requisitos
previstos no Artigo anterior, será exonerado, nos casos dos ítens I, II e V desse Artigo, e demitido na
hipótese dos ítens III e IV do mesmo Artigo, cabendo a iniciativa do procedimento ao Delegado Geral.
 
Art. 18. O servidor que durante o estágio probatório não satisfizer qualquer dos requisitos
previstos no § 3º do artigo anterior, será exonerado, nos casos dos itens I e II, e demitido nas
hipóteses dos itens III e IV. (Redação dada pela Lei n°13.092, de 08.01.01)
 
§ 1º O ato de exoneração ou de demissão do servidor em razão de reprovação na avaliação
especial de desempenho será expedido pela autoridade competente para nomear.
 
§ 2º O ato administrativo declaratório da estabilidade do servidor no cargo de provimento
efetivo, após cumprimento do estágio probatório e aprovação na avaliação especial de desempenho,
será expedido pela autoridade competente para nomear, retroagindo seus efeitos à data do término do
período do estágio probatório.
 
         Art. 19 ­ O órgão de Pessoal manterá cadastro individual, atualizado e reservado, das
informações coletadas sobre a apuração dos requisitos de cumprimento do Estágio Probatório.
 
         § 1º ­ O cadastro de que trata este Artigo compor­se­á fundamentalmente:
 
         I ­ de dados fornecidos pela Comissão de Concurso Público de Provas ou de Provas e Títulos;
 
         II ­ de dados oferecidos pela Academia de Polícia Civil, concluído o Curso Regular de Formação
Profissional; (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         III ­ de dados remetidos pelas Autoridades Policiais Civis competentes.
 
         § 2º ­ O cadastro individual será levado ao Conselho Superior de Polícia Civil, devidamente
instruído, até dois (02) meses antes do término do Estágio Probatório do funcionário policial civil, para
o necessário julgamento e declaração de cumprimento legal, período durante o qual as informações
serão remetidas diretamente à Secretaria do Conselho, que juntará ao cadastro.
 
         § 3º ­ Compete ao Conselho Superior de Polícia Civil representar junto ao Delegado Geral,
responsabilizando o dirigente imediato do funcionário que não fornecer as informações necessárias
para a elaboração do cadastro individual de que trata este Artigo.
 
§ 3º. Compete ao Conselho Superior de Polícia Civil formular representação ao Delegado
Superintendente da Polícia Civil, contra o dirigente imediato do funcionário que não fornecer as
informações necessárias a elaboração do cadastro individual de que trata este artigo. (Redação dada
pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         § 4º ­ De qualquer modo, não havendo sido tomadas as providências de que trata este Artigo, o
Estágio Probatório será encerrado após o decurso do prazo, confirmando­se o funcionário no cargo,
atendidas as formalidades competentes.
 
         § 5º ­ Durante o Estágio Probatório, não será permitido ao policial civil concorrer a ascensão
funcional, tampouco se afastar do cargo para qualquer fim, salvo para o exercício do cargo em
comissão.
 
         TÍTULO V
 
         DA NOMEAÇÃO, DA POSSE E DO EXERCÍCIO
 
         CAPÍTULO I
 
         DA NOMEAÇÃO
 
         Art. 20 ­ A nomeação para cargo vago da Polícia Civil atenderá as disposições deste Estatuto e
poderá ser feita:
 
         I ­ em caráter efetivo, quando se tratar de nomeação para cargo vago de classe inicial das
carreiras integrantes das respectivas categorias funcionais;
 
         II ­ em comissão, quando se tratar de cargo que assim deva ser provido.
 
         § 1º ­ Em caso de impedimento do ocupante de cargo em comissão, a autoridade competente
nomeará substituto, exonerando­o findo o período da substituição.
 
         § 2º ­ Será tornada sem efeito a nomeação, quando, por ato ou omissão do nomeado, a posse
não se verificar no prazo para esse fim estabelecido.
 
         Art. 21 ­ Salvo para o desempenho de cargos em comissão e outros expressamente autorizados
em legislação especial, são vedadas disposição, cessão e designação de pessoal para ter exercício em
outras repartições.
 
         CAPÍTULO II
 
         DA POSSE
 
         Art. 22 ­ Posse é o ato regular que completa a investidura em cargo público.
 
         Art. 23 ­ O nomeado para cargo da Polícia Civil tomará posse dentro do prazo de trinta (30) dias,
contados da data da publicação do competente ato de provimento no Diário Oficial do Estado.
 
         § 1º ­ A requerimento do nomeado ou de seu representante legal, a autoridade competente para
dar posse poderá prorrogar o prazo previsto no parágrafo anterior até o máximo de trinta (30) dias,
contados do seu término.
 
         § 2º ­ Poderá haver posse por procuração, quando se tratar de nomeado ausente do País ou do
Estado, ou, ainda, em casos especiais, a juízo da autoridade competente para dar posse.
 
         § 3º ­ Não haverá posse nos casos de ascensão funcional e reintegração. (Revogado pela Lei n°
12.815, de 17.06.98)
 
         Art. 24 ­ Somente poderá ser empossado em cargo integrante da Polícia Civil quem satisfaça os
seguintes requisitos:
 
         I ­ ser brasileiro nato ou naturalizado;
 
         II ­ ter completado dezoito (18) anos de idade;
 
         III ­ estar em dia com as obrigações militares e eleitorais;
 
         IV ­ apresentar comprovante de acumulação legal;
 
         V ­ ter boa conduta;
 
         VI ­ ter saúde, apurada em inspeção médica oficial;
 
         VII ­ possuir qualificação e aptidão para o cargo;
 
         VIII ­ não registrar antecedentes criminais;
 
         IX ­ apresentar declaração de bens e valores patrimoniais.
 
         Parágrafo Único 1º ­ A prova das condições a que se referem os ítens I e III deste Artigo não
será exigida nos casos de reintegração.
 
         Art. 25 ­ A posse será solene, compreendendo, na primeira investidura, o compromisso e o
respectivo termo e a entrega da identidade funcional.
 
         Parágrafo Único ­ O Termo de Posse será assinado pelo nomeado perante a autoridade
competente que presidir a formalidade, após o seguinte compromisso policial:
 
         PROMETO OBSERVAR E FAZER OBSERVAR RIGOROSA OBEDIÊNCIA ÀS LEIS, AOS PRINCÍPIOS E
NORMAS CONTIDOS NO ESTATUTO E REGULAMENTO DA POLÍCIA CIVIL.PROMETO DESEMPENHAR
MINHAS FUNÇÔES COM DESPREENDIMENTO E PROBIDADE E RESPEITAR A DIGNIDADE E INTEGRIDADE
FÍSICA DO SER HUMANO.PROMETO CONSIDERAR COMO INERENTES À MINHA PESSOA A REPUTAÇÃO E
A MORALIDADE DA POLÍCIA CIVIL A QUE, AGORA PASSO, A SERVIR.
 
         Art. 26 ­ São autoridades competentes para dar posse:
 
         I ­ o Governador do Estado;
 
         II ­ o Secretário da Segurança Pública;
 
II ­ o Secretário de Segurança Pública e Defesa da Cidadania; (Redação dada pela Lei n° 12.815,
de 17.06.98)
 
III ­ o Subsecretário da Segurança Pública;
 
III ­ o Subsecretário de Segurança Pública e Defesa da Cidadania; (Redação dada pela Lei n°
12.815, de 17.06.98)
 
IV ­ o Delegado Geral.
 
         IV ­ o Delegado Superintendente da Polícia Civil. (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         § 1º ­ O ato de posse em primeira investidura do delegado de polícia será presidido pelo
Governador do Estado em solenidade de estilo. (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         Parágrafo Único. A autoridade que der posse deverá verificar, sob pena de responsabilidade, se
foram satisfeitas as condições estabelecidas em lei ou regulamento para a investidura no cargo policial
civil.
 
         CAPÍTULO III
 
         DO EXERCÍCIO FUNCIONAL
 
         Art. 27 ­ Exercício funcional é o ato pelo qual o servidor nomeado assume formalmente as
atribuições do cargo que lhe são atribuídas em Lei.
 
         § 1º ­ O exercício compreenderá na fase preliminar o curso de formação profissional pela
Academia de Polícia Civil, e na seguinte a atividade desenvolvida em diversas unidades policiais.
(Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         § 2º ­ O policial possuirá, em quaisquer das fases, idênticos Direitos e Deveres inerentes ao
cargo. (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         § 3º ­ Ao titular do órgão policial civil, para onde for designado o servidor, compete dar­lhe
exercício funcional, comunicando o fato ao órgão competente para a anotação em ficha individual.
 
         Art. 28 ­ O exercício das atribuições do cargo terá início no prazo de dez (10) dias, contados da
data:
 
         I ­ da publicação oficial do Ato, no caso de reintegração;
 
         II ­ da posse, nos demais casos.
 
         § 1º ­ O servidor terá exercício funcional em qualquer órgão da polícia civil, na Capital ou no
Interior do Estado, excetuando­se os casos previstos neste Estatuto.
 
         § 2º ­ Nenhum policial civil terá exercício em serviço ou órgão diverso daquele para o qual foi
designado, salvo autorização expressa da autoridade competente.
 
         Art. 29 ­ O policial civil não poderá se afastar do exercício funcional do seu cargo por mais de
quatro (04) anos, salvo:
 
         I ­ quando para exercer as atribuições de cargo ou função de direção, assessoramento, de
Governo da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios ou dos Municípios;
 
         II ­ quando para exercer mandato eletivo federal, estadual ou municipal;
 
         III ­ quando se tratar de licença para acompanhar cônjuge.
 
         Art. 30 ­ A atividade policial civil é considerada, para todos os efeitos, insalubre e perigosa e de
natureza eminentemente especializada.
 
         Art. 31 ­ O policial civil, no desempenho de sua função tem prioridade nos serviços, transportes
e comunicações públicos ou privados, podendo requisitá­los se necessário.
 
         TÍTULO VI
 
         DA MOVIMENTAÇÃO, DA SUBSTITUIÇÃO E DO AFASTAMENTO DO EXERCÍCIO FUNCIONAL
 
         CAPÍTULO I
 
         DA MOVIMENTAÇÃO
 
         Art. 32 ­ Movimentação é o ato de designação do servidor policial civil para ter exercício em
unidade policial da Capital e do Interior do Estado.
 
         § 1º ­ A apresentação de servidor movimentado deverá se efetuar mediante ofício do órgão de
pessoal, com rigorosa observância dos prazos estipulados.
 
         § 2º ­ Cientificado o servidor da movimentação, terá o seguinte prazo de apresentação à nova
unidade em que terá exercício:
 
         a ­ Três (03) dias, se no mesmo município ou na área metropolitana;
 
         b ­ Dez (10) dias, nos demais casos.
 
         Art. 33 ­ A movimentação de pessoal da Polícia Civil poderá ser feita:
 
         I ­ a pedido;
 
         II ­ de ofício;
 
         III ­ por interesse do serviço;
 
         IV ­ por permuta;
 
         § 1º ­ O período de permanência do servidor policial civil em unidade do interior do Estado não
será inferior a seis (06) meses, salvo na hipótese do item III, deste Artigo.
 
         § 2º ­ Excepcionalmente, a critério da administração, acatar­se­á pedido fundamentado do
servidor, de movimentação circunscrita ao interior do Estado em prazo inferior a seis (06) meses.
 
         § 3º ­ O servidor em exercício no interior do Estado, com filho matriculado em escola da
localidade, só poderá ser movimentado nas férias letivas, salvo nos casos previstos nos ítens I e III,
deste Artigo.
 
         § 4º ­ A remoção por permuta será sempre realizada a pedido dos interessados e de acordo com
as respectivas chefias.
 
§ 4º. A movimentação por permuta será realizada, de ofício, por determinação do Delegado
Superintendente da Polícia Civil, podendo também ser feita a pedido dos interessados, de acordo com a
conveniência do serviço, sempre a critério da Superintendência. (Redação dada pela Lei n° 12.815, de
17.06.98)
 
§ 5º ­ dar­se­á remoção a pedido para outra localidade por motivo de saúde, uma vez que
fiquem comprovadas, por junta médica oficial, as razões apresentadas pelo solicitante.
 
 § 5º. A movimentação a pedido para outra localidade por motivo de saúde poderá ser deferida,
uma vez que fiquem comprovadas, por junta médica oficial, as razões apresentadas pelo solicitante.
(Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         CAPÍTULO II
 
         DA SUBSTITUIÇÃO
 
         Art. 34 Haverá, na Polícia Civil, substituição nos impedimentos legais ou afastamentos de
titulares de cargo em comissão ou de função gratificada, podendo ser automática ou por designação.
 
         § 1º ­ A substituição automática será processada, independentemente de lavratura de ato,
conforme se dispuser em regulamento.
 
         § 2º ­ A substituição por designação processar­se­á por ato do Secretário da Segurança Pública.
 
§ 2º. A substituição por designação processar­se­á por ato do Delegado Superintendente.
(Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         § 3º ­ A substituição, nos termos dos parágrafos anteriores, será gratuita, salvo se feita por
designação e ultrapassar trinta (30) dias, quando o substituto perceberá a gratificação de
representação do cargo ou função gratificada por todo o período.
 
         CAPÍTULO III
 
         DO AFASTAMENTO DO EXERCÍCIO FUNCIONAL
 
         SEÇÃO I
 
         DA SUSPENSÃO DO VÍNCULO FUNCIONAL
 
         Art. 35 ­ O Regime Jurídico estabelecido neste Estatuto não se aplicará, temporariamente, ao
servidor:
 
         I ­ no caso de posse ou ingresso em outro cargo ou emprego não acumulável com o cargo que
vinha ocupando;
 
         II ­ no caso de disponibilidade;
 
         III ­ em caso de autorização para o trato de interesse particular.
 
         Art. 36 ­ O disposto no Inciso I, do Artigo anterior, implica em suspensão do vínculo funcional
por período não superior a dois (02) anos, findo o qual será exonerado ou demitido.
 
Art. 36. O disposto no inciso I, do artigo anterior, implica em suspensão de vínculo funcional por
período não superior ao que se fizer necessário para aquisição de estabilidade no outro cargo, findo o
qual será exonerado ou demitido. (Redação dada pela Lei n°13.092, de 08.01.01)
 
         § 1º ­ O pedido deverá ser fundamentado e anterior ao ingresso ou posse do servidor no novo
cargo ou emprego, indicando a data do início da suspensão do vínculo funcional;
 
         § 2º ­ Enquanto vigorar a suspensão do vínculo funcional, o servidor não fará jus ao vencimento
do cargo desvinculado, não se computando, quanto a este, para nenhum efeito, tempo de serviço;
 
         § 3º ­ O servidor reingressará no exercício funcional das atribuições do cargo de que se
desvinculou na hipótese de não lograr confirmação no cargo para o qual se tenha submetido a processo
seletivo ou Estágio Probatório;
 
         § 4º ­ O servidor com suspensão de vínculo funcional, por motivo de posse ou ingresso em outro
cargo estranho à Polícia Civil, terá a Cédula e a arma funcionais devolvidas ao órgão competente.
 
         Art. 37 ­ No caso de disponibilidade, o servidor continuará sendo considerado como em
atividade, computando­se o período de suspensão do vínculo para aposentadoria, nova disponibilidade,
se for o caso, e progressão horizontal.
 
         Art. 38 ­ No caso de afastamento para o trato de interesse particular, o servidor não fará jus à
percepção de vencimentos nem ao cômputo do período de suspensão do vínculo como tempo de
serviço, para nenhum efeito, e devolverá a cédula e a arma funcionais ao órgão competente.
 
         SEÇÃO II
 
         DAS AUTORIZAÇÕES
 
         Art. 39 ­ O integrante da Polícia Civil poderá ser autorizado a se afastar do exercício funcional:
 
         I ­ sem prejuízo do vencimento, quando:
 
         a) for estudante, para incentivo à sua formação profissional e dentro dos limites estabelecidos;
 
         b) for realizar missão ou estudo em outro ponto do Território Nacional ou no estrangeiro;
 
         c) por motivo de casamento, oito (08) dias;
 
         d) por motivo de luto, oito (08) dias, em decorrência de falecimento de cônjuge ou companheiro,
parentes consangüíneos ou afins, até o 2º grau, inclusive madrasta, padrasto e pais adotivos;
 
         e) por ocorrência de paternidade, cinco (05) dias;
 
         II ­ sem direito à percepção dos vencimentos, quando se tratar de afastamento para trato de
interesses particulares;
 
         III ­ com ou sem direito à percepção dos vencimentos, conforme legislação própria, quando para
o exercício das atribuições de cargo, função ou emprego em entidades ou órgãos estranhos à Polícia
Civil.
 
         § 1º ­ Poderá ser autorizado o afastamento, até duas (02) horas diárias, ao servidor que
freqüente curso oficial de 2º grau ou de ensino superior, podendo a autorização dispor que a redução do
horário se dará por prorrogação do início, ou antecipação do término do expediente diário, conforme
considerar mais conveniente ao estudante e aos superiores interesses da Administração.
 
         § 2º ­ Será autorizado o afastamento do exercício funcional, nos dias em que o servidor tiver de
prestar exames para ingresso em serviço público, curso oficial ou que, estudante, tiver de se submeter
a provas.
 
         § 3º ­ O afastamento para missão ou estudo fora do estado será autorizado nos mesmos atos
que designarem o servidor a realizar missão ou estudo, quando de reconhecido e expresso interesse da
Polícia Civil.
 
         § 4º ­ As autorizações previstas neste Artigo dependerão de comprovação idônea.
 
         Art. 40 ­ Somente após dois (02) anos de efetivo exercício poderá o policial civil obter
autorização de afastamento para tratar de interesse particular por um período de dois (02) anos,
prorrogável por igual período, sem percepção de vencimentos.
 
         § 1º ­ O servidor poderá, a qualquer tempo, desistir da autorização concedida, reassumindo o
exercício das atribuições do seu cargo.
 
         § 2º ­ Quando o interesse da Administração o exigir, a autorização poderá ser cassada, a juízo
da autoridade competente, devendo nesse caso, o servidor ser expressamente notificado para se
apresentar ao serviço, no prazo de trinta (30) dias, prorrogável por igual período, findo o qual se
caracterizará o abandono de cargo.
 
         § 3º ­ O policial civil aguardará em exercício a autorização do seu afastamento.
 
         § 4º ­ O servidor somente poderá receber nova autorização para o afastamento de que trata
este Artigo, após decorridos, pelo menos, dois (02) anos de efetivo exercício, contados da data em que
reassumiu, em decorrência do término do prazo autorizado ou por motivo de desistência ou de
cassação de autorização concedida.
 
         § 5º ­ O policial civil estará afastado do exercício do cargo:
 
         I ­ até decisão final transitada em julgado, quando denunciado por crime funcional, ou pelo
prazo que durar a prisão civil ou penal;
 
         II ­ pelo prazo em que ficar afastado preventivamente ou em cumprimento à pena de suspensão
disciplinar, exceto quando seja esta convertida em multa;
 
         III ­ pelo prazo em que durar a efetiva privação de liberdade resultante de condenação criminal
definitiva, salvo se o fato criminoso configurar ilícito administrativo passível de demissão.
 
         TÍTULO VII
 
         DA ASCENSSÃO FUNCIONAL E DO REINGRESSO
 
         CAPÍTULO I
 
         DA ASCENSÃO FUNCIONAL
 
         Art. 41 ­ Ascensão Funcional é a elevação do servidor de um cargo para outro de maiores
responsabilidades e atribuições mais complexas, ou que exijam maior tempo de preparação
profissional, de nível de vencimento mais elevado ou de atribuições mais compatíveis com suas
qualificações e aptidões. (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         § 1º ­ A ascensão funcional será feita por promoção.
 
         § 2º ­ A promoção é a elevação do policial civil à classe imediatamente superior àquela em que
se encontra dentro da mesma série de classes na Categoria Funcional a que pertencer.
 
         Art. 42 ­ A Ascensão Funcional dar­se­à por antigüidade e por merecimento, alternadamente.
 
Art. 42. A ascensão funcional dar­se­á por promoção e progressão, na conformidade do disposto
nos arts. 19 a 22 da Lei nº 12.387, de 09 de dezembro de 1994, salvo o disposto no Art. 51 desta Lei.
(Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         Art. 43 ­ A ascensão funcional por antigüidade far­se­á mediante a contagem de tempo de
serviço na classe.
 
         Parágrafo Único ­ Ocorrendo empate, terá preferência sucessivamente o candidato que:
 
         a) Tiver mais tempo na carreira policial civil;
 
         b) Tiver mais tempo de serviço público;
 
         c) Tiver mais idade.
 
         Art. 44 ­ A ascensão funcional por merecimento far­se­á mediante contagem de pontos de
avaliação constante no Boletim de Merecimento estabelecido em regulamento.
 
         Parágrafo Único ­ Ocorrendo empate terá preferência sucessivamente o candidato que:
 
         a) Tiver obtido melhor média no curso regular da Academia de Polícia Civil;
 
         b) Tiver obtido melhor classificação geral em curso regular da Academia de Polícia Civil;
 
         Art. 45 ­ São requisitos para a ascensão funcional:
 
         I ­ Ser estável;
 
         II ­ Ter sido aprovado em curso regular correspondente realizado pela Academia de Polícia Civil;
 
         III ­ Ter interstício de dois anos de efetivo exercício na classe contado até 31 de dezembro do
ano anterior à ascensão funcional.
 
         Parágrafo Único ­ Somente poderá matricular­se em curso regular para fim de ascensão
funcional o servidor que implementar os requisitos previstos nos ítens I e III, deste Artigo.
 
         Art. 46 ­ A Academia de Polícia Civil somente promoverá curso regular para fim de ascensão
funcional se houver vaga na classe correspondente, devidamente comprovada pelo órgão de pessoal e
não existir nenhum servidor apto a ter ascensão.
 
         Art. 47 ­ Não terá ascensão funcional por merecimento o servidor:
 
         I ­ em exercício de mandato eletivo;
 
         II ­ licenciado para o trato de interesse particular ou afastado aguardando aposentadoria;
 
         III ­ à disposição de órgãos não integrantes da estrutura organizacional da Secretaria da
Segurança Pública;
 
         IV ­ que tiver sido punido disciplinarmente:
 
         a) com a pena de repreensão nos 12 meses anteriores;
 
         b) com a pena de suspensão nos 24 meses anteriores.
 
         V ­ que estiver preso preventivamente ou em decorrência de pronúncia ou condenação, salvo
nos casos de prisão civil.
 
         Art. 48 ­ As avaliações previstas neste capítulo serão procedidas durante o período
compreendido entre o dia 1º de janeiro do ano da última ascensão funcional do servidor e o dia 31 de
dezembro do ano que anteceder a nova ascensão.
 
         Art. 49 ­ Anualmente o número de preenchimento de vagas para fins de ascensão funcional será
de vinte e cinco por cento (25%) do total de vagas existentes, arredondando­se para mais a fração
porventura ocorrente.
 
         Art. 50 ­ A ascensão funcional do policial civil realizar­se­á no dia 21 de abril de cada ano,
excetuando­se os casos especiais previstos neste estatuto.
 
         § 1º ­ Havendo vaga, o órgão de pessoal providenciará até o dia 31 de dezembro de cada ano:
 
         I ­ a publicação das vagas existentes para ascensão funcional;
 
         II ­ a publicação do ato de designação da Comissão Especial de Ascensão Funcional;
 
         III ­ a distribuição de exemplares do Boletim de Merecimento à chefia das unidades policiais
civis ou órgãos integrantes da Secretaria da Segurança Pública;
 
         § 2º ­ As relações de merecimento e antigüidade serão publicadas no Diário Oficial do Estado até
o dia 15 de março de cada ano.
 
         § 3º ­ O Boletim de Merecimento será preenchido no prazo de até 05 dias, impreterivelmente.
 
         § 4º ­ Será de 10 dias corridos o prazo para apresentação de recurso ao Delegado Geral sobre a
contagem de pontos de merecimento e antigüidade, contados da publicação no Diário Oficial do Estado.
 
         § 5º ­ Caberá recurso ao Conselho Superior de Polícia Civil da não inclusão do servidor na lista
de contagem de pontos, no prazo previsto no item anterior.
 
         § 6º ­ Decretada a Ascensão Funcional indevidamente, será o ato declarado sem efeito e
expedido outro em benefício do policial civil a quem de direito cabia a elevação, não sendo o
beneficiado indevidamente obrigado a restituir o que a mais houver recebido, se for o caso.
 
         Art. 51 ­ É assegurado para todos efeitos legais o direito do policial civil `a Ascensão Funcional,
desde que venha a ficar inválido ou falecer em missão policial.
 
         Parágrafo Único ­ A ascensão funcional a que se refere este Artigo será sempre precedida de
apuração em procedimento administrativo realizado de ofício pelo órgão corregedor, retroagindo seus
efeitos legais à data da invalidez ou do falecimento do policial civil.
 
         Art. 52 ­ VETADO ­ O acesso permitido à classe inicial das carreiras policiais que exijam
formação em curso de nível superior será sempre precedido de exame de seleção interna de caráter
classificatório e eliminatório.
 
         CAPÍTULO II
 
         DO REINGRESSO
 
         SEÇÃO I
 
         DA REINTEGRAÇÃO
 
         Art. 53 ­ A reintegração é o reingresso do funcionário na Polícia Civil por decisão administrativa
ou judicial, com ressarcimento de vencimento relativo ao cargo.
 
         § 1º ­ A decisão administrativa, que determinar o reingresso, será proferida em recurso ou em
virtude de reabilitação funcional determinada em processo de revisão, nos termos deste Estatuto.
 
         § 2º ­ A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado, ou em outro de igual
vencimento.
 
         § 3º ­ O funcionário reintegrado será submetido a inspeção médica oficial e aposentado, se
julgado incapaz.
 
         SEÇÃO II
 
         DO APROVEITAMENTO
 
         Art. 54 ­ Aproveitamento é o retorno ao exercício do cargo do funcionário em disponibilidade e
dependerá de:
 
         I ­ habilitação em processo seletivo específico, realizado pela Academia de Polícia Civil;
 
         II ­ exame médico oficial;
 
         III ­ existência de vaga;
 
         IV ­ a Administração Superior da Polícia Civil manifestar interesse expresso e fundamentado no
retorno do disponível.
 
         § 1º ­ Na ocorrência de cargos vagos na Polícia Civil, o aproveitamento terá precedência sobre
as demais formas de provimento, ressalvados os destinados à ascensão funcional.
 
         § 2º ­ O aproveitamento, que será feito no cargo anteriormente ocupado pelo disponível ou de
igual vencimento, poderá ocorrer em cargo de vencimento inferior, quando o funcionário perceberá a
diferença a título de vantagem pessoal, incorporada ao vencimento, para fins de progressão horizontal,
disponibilidade e aposentadoria.
 
         § 3º ­ Provada em inspeção médica competente a incapacidade definitiva, a disponibilidade será
convertida em aposentadoria, com a sua conseqüente decretação.
 
         TÍTULO VIII
 
         DOS DIREITOS E VANTAGENS
 
         CAPÍTULO I
 
         DO TEMPO DE SERVIÇO
 
         Art. 55 ­ O tempo de serviço compreende o período de efetivo exercício das atribuições de cargo
ou função ou emprego público.
 
         § 1º ­ Será considerado de efetivo exercício, ressalvadas as exceções previstas neste Estatuto e
Legislação Complementar, o afastamento em virtude de:
 
         I ­ férias;
 
         II ­ casamento, oito dias;
 
         III ­ luto, oito (08) dias, por falecimento de cônjuge ou companheiro, parente, consangüíneos ou
afins, até o 2º grau, inclusive madrasta, padrasto e pais adotivos;
 
         IV ­ luto, dois (02) dias, por falecimento de tios e cunhados;
 
         V ­ convocação para o serviço militar obrigatório;
 
         VI ­ exercício das atribuições de outro cargo estadual de provimento em comissão, inclusive da
Administração Indireta do Estado;
 
         VII ­ júri e outros serviços obrigatórios;
 
         VIII ­ freqüência em curso na Academia de Policia Civil;
 
         IX ­ suspensão, quando convertida em multa;
 
         X ­ trânsito para ter exercício em nova sede;
 
         XI ­ desempenho de função eletiva federal, estadual ou municipal, observada a legislação
pertinente;
 
         XII ­ exercício das atribuições de cargo ou função de Governo ou direção, por nomeação do
Governador do Estado;
 
         XIII ­ licença por acidente no trabalho, agressão não provocada ou doença profissional;
 
         XIV ­ licença especial;
 
         XV ­ licença à funcionária gestante;
 
         XVI ­ licença paternidade, de cinco(05) dias;
 
         XVII ­ licença para tratamento de saúde;
 
         XVIII ­ doença por período não superior a três (03) dias por mês, devidamente comprovada na
data do retorno ao serviço;
 
         XIX ­ missão ou estudo noutras partes no Território Nacional ou no estrangeiro, quando o
afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Governador do Estado;
 
         XX ­ decorrente de período de trânsito, de viagem do servidor que mudar de sede, contado da
data do desligamento e até o máximo de dez (10) dias;
 
         XXI ­ prisão do servidor, absolvido por sentença transitada em julgado;
 
         XXII ­ afastamento preventivo;
 
         XXIII ­ disponibilidade;
 
         XXIV ­ o período de afastamento para exercer as funções de dirigente máximo de entidade
representativa de classe.
 
         § 2º ­ Para os efeitos deste Estatuto, entende­se por acidente de trabalho, o evento que cause
dano físico ou mental ao servidor, por efeito ou ocasião do serviço, inclusive no deslocamento para o
trabalho ou deste para o domicilio do servidor.
 
         § 3º ­ Equipara­se a acidente de trabalho a agressão, quando não provocada, sofrida pelo
servidor no serviço ou em razão dele.
 
         § 4º ­ Por doença profissional, para os efeitos deste Estatuto, entende­se aquela peculiar ou
inerente ao trabalho exercido, comprovada, em qualquer hipótese, a relação de causa e efeito.
 
         § 5º­ Nos casos previstos nos §§ 2º, 3º e 4º deste Artigo, o laudo resultante da inspeção médica
deverá estabelecer, expressamente, a caracterização do acidente no trabalho e da doença profissional.
 
         Art. 56 ­ Para efeito de disponibilidade e aposentadoria será computado:
 
         I ­ SIMPLESMENTE:
 
         a) o tempo de serviço público federal, estadual ou municipal;
 
         b) o período de serviço ativo das Forças Armadas prestado durante a paz;
 
         c) o tempo de serviço prestado, desde que remunerado pelos cofres do Estado;
 
         d) o tempo de serviço prestado em Autarquia, Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista,
nas órbitas federal, estadual e municipal;
 
         e) o período de trabalho prestado à Instituição de caráter privado;
 
         f) o tempo de licença especial e o período de férias gozados pelo servidor;
 
         g) o tempo de licença para tratamento de saúde.
 
         II ­ EM DOBRO:
 
         a) o tempo de serviço ativo prestado às Forças Armadas em período de operações de guerra;
 
         b) o período de férias não gozadas;
 
         c) o período de licença especial não usufruído.
 
         § 1º ­ O tempo de serviço a que aludem as Alíneas "c", "d" e "e" do Inciso I deste Artigo será
computado à vista de certidões passadas com base em folha de pagamento.
 
         § 2º ­ Somente será admitida a contagem de tempo de serviço apurado através de justificação
quando se verificar a inexistência, nos registros de pessoal, de elementos comprobatórios de
freqüência.
 
         § 3º ­ As férias e períodos de licença especial não gozados, referentes a tempo de serviço
anterior ao reingresso do servidor no Sistema Administrativo, relativo a tempo de serviço estranho ao
Estado, não serão considerados para efeito dos dispostos nas Alíneas "b" e "c" do Inciso II deste Artigo,
salvo se, na origem, assim tenham sido computados aqueles períodos.
 
         § 4º ­ A apuração do tempo de serviço será feita em dias, devendo o número de dias ser
convertido em anos, considerando o ano de trezentos e sessenta e cinco (365) dias e permitido o
arredondamento para um (01) ano, após a conversão, o que exceder a cento e oitenta e dois (182)
dias, para fins de aposentadoria e disponibilidade.
 
         Art. 57 ­ É vedado o cômputo do tempo de serviço prestado, concorrente ou simultaneamente,
em cargos ou empregos da União, dos Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, Autarquias,
Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e Instituições de caráter privado que hajam sido
transformadas em unidades administrativas do Estado.
 
         § 1º ­ Em hipótese de acumulação legal de cargos, é vedada a transposição do tempo de serviço
de um para outro.
 
         § 2º ­ Para os efeitos do parágrafo anterior, o tempo de serviço público estadual ou estranho ao
Estado, depois de averbado ou anotado em um cargo, é considerado vinculado a este cargo, enquanto o
funcionário nele permanecer.
 
         § 3º ­ Somente após a aposentadoria em um dos cargos acumulados, poderá o servidor transpor
o excedente tempo de serviço público para o outro cargo.
 
         § 4º ­ Será computado, para efeito de Progressão Horizontal, aposentadoria ou disponibilidade, o
tempo de serviço prestado ao cargo, emprego ou função integrantes da Administração Direta ou
Indireta, Federal, Estadual ou Municipal e das Fundações Instituídas ou encampadas pelo poder público,
mesmo que submetido ao regime da legislação trabalhista.
 
         § 5º ­ Os períodos de férias não gozados serão computados em dobro para os fins de Progressão
Horizontal, aposentadoria e disponibilidade, incluindo­se, na norma ora estabelecida, períodos
referentes a anos anteriores, quer já estejam averbados ou não. (Revogado pela Lei n° 13.034, de
30.06.00)
 
         CAPÍTULO II
 
         DA ESTABILIDADE E DISPONIBILIDADE
 
         Art. 58 ­ A estabilidade é o direito que adquire o servidor efetivo de não ser exonerado ou
demitido, senão em virtude de sentença judicial ou processo administrativo, em que lhe tenha sido
assegurada ampla defesa.
 
         § 1º ­ A estabilidade de que trata este Artigo assegura a permanência do servidor no Sistema
Administrativo.
 
         § 2º ­ O funcionário nomeado em virtude de habilitação em Concurso Público e Curso de
Formação Profissional estabelecidos neste Estatuto adquire estabilidade depois de decorridos dois (02)
anos de efetivo exercício no cargo.
 
         § 3º ­ A estabilidade funcional é incompatível com o cargo em comissão.
 
         Art. 59 ­ A disponibilidade é o afastamento de exercício do servidor estável em virtude da
extinção do cargo ou da decretação de sua desnecessidade.
 
         § 1º ­ O servidor em disponibilidade perceberá vencimentos integrais e será aproveitado,
obedecidas as disposições previstas neste Estatuto.
 
         § 2º ­ Aplicam­se aos vencimentos da disponibilidade os mesmos critérios de atualização,
estabelecidos para os servidores em geral.
 
         § 3º ­ O servidor em disponibilidade poderá ser aposentado com os mesmos vencimentos e
vantagens do cargo, atendidas as exigências legais pertinentes. (Revogado pela Lei n° 13.034, de
30.06.00)
 
         CAPÍTULO III
 
         DAS FÉRIAS
 
         Art. 60 ­ O servidor da Polícia Civil terá direito por cada ano de serviço a trinta (30) dias de
férias, fracionados ou não, de acordo com escala organizada pelo titular de cada unidade policial.
 
         § 1º ­ Havendo férias acumuladas o servidor poderá gozar até sessenta (60) dias de férias por
ano.
 
         § 2º ­ É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
 
         § 3º ­ A promoção, o acesso e a movimentação não interromperão as férias.
 
         § 4º­ Ao entrar em gozo de férias, o policial civil é obrigado, sob pena de responsabilidade, a
comunicar ao seu Chefe imediato o seu endereço eventual na hipótese de deixar a sede de sua lotação.
 
         § 5º ­ Terá preferência para gozo de férias nos meses correspondentes às férias escolares,
mediante apresentação de comprovante idôneo, se for o caso, o servidor:
 
         I ­ com filhos menores, em idade escolar;
 
         II ­ casado com professor;
 
         II ­ estudante e aluno da Academia de Polícia Civil.
 
         § 6º ­ Quando da interrupção ou da reassunção de exercício por gozo de férias, deverá o fato ser
comunicado ao órgão de pessoal, para as necessárias anotações funcionais.
 
         Art. 61 ­ Os servidores titulares de cargos em comissão ou função gratificada, quando da
transmissão do cargo ou função por motivo de férias, devem proceder a inventário dos bens sob sua
guarda, processos, inquéritos, expediente, sindicâncias e boletins, devendo o servidor que assumir apor
o seu ciente e encaminhar cópias ao Delegado Geral, ao Corregedor Geral e ao Diretor do
Departamento Administrativo Financeiro.
 
         CAPÍTULO IV
 
         DAS LICENÇAS
 
         SEÇÃO I
 
         DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
 
         Art. 62 ­ Será licenciado o servidor:
 
         I ­ para tratamento de saúde;
 
         II ­ por acidente no trabalho, agressão não provocada e doença profissional;
 
         III ­ por motivo de doença em pessoa de família;
 
         IV ­ quando gestante;
 
         V ­ para Serviço Militar obrigatório;
 
         VI ­ para acompanhar cônjuge;
 
         VII ­ por ocorrência de paternidade;
 
         VIII ­ em caráter especial. (Revogado pela Lei n° 13.034, de 30.06.00)
 
         § 1º ­ A licença que dependa de inspeção médica oficial terá a duração que for indicada no
respectivo laudo, findo o qual o paciente será submetido a nova inspeção, devendo o laudo concluir
pela volta do funcionário ao exercício, pela prorrogação da licença ou, se for o caso, pela
aposentadoria.
 
         § 2º ­ Terminada a licença o funcionário reassumirá imediatamente o exercício do cargo.
 
         § 3º ­ A licença poderá ser determinada ou prorrogada de ofício ou a pedido, devendo o pedido
de prorrogação, se for o caso, ser apresentando antes de finda a licença e, se indeferido, computar­se­
á como licença o período compreendido entre a data do término e a do conhecimento oficial do
despacho.
 
         § 4º ­ A licença gozada dentro de sessenta (60) dias, contados do término da anterior será
considerada como prorrogação.
 
         § 5º ­ O servidor não poderá permanecer de licença por prazo superior a vinte e quatro (24)
meses, salvo nos casos previstos nos ítens II e IV deste Artigo.
 
         § 6º ­ O ocupante de cargo em comissão, mesmo que titular de cargo efetivo, terá direito às
licenças referidas nos ítens I, II, III, IV, V e VII, deste Artigo.
 
         § 7º ­ O servidor em gozo de licença comunicará ao superior imediato o local onde poderá ser
encontrado, na hipótese de se ausentar da sede de sua lotação.
 
         SEÇÃO II
 
         DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
 
         Art. 63 ­ A licença para tratamento de saúde será precedida de inspeção médica oficial, podendo
ser a pedido ou de ofício.
 
         § 1º ­ O servidor será compulsoriamente licenciado no caso de sofrer de uma das seguintes
doenças, além das previstas em legislação específica:
 
         I ­ tuberculose ativa;
 
         II ­ alienação mental;
 
         III ­ neoplasia maligna;
 
         IV ­ cegueira ou redução de vista;
 
         V ­ hanseníase;
 
         VI ­ paralisia irreversível e incapacitante;
 
         VII ­ cardiopatia grave;
 
         VIII ­ doença de Parkinson;
 
         IX ­ espondiloartrose anquilosante;
 
         X ­ epilepsia vera;
 
         XI ­ nefropatia grave;
 
         XII ­ aneurisma celebral arteriovenoso de grande volume e angioma arteriovenoso do território
cerebral;
 
         XIII ­ estados avançados de Paget (osteite deformante e outros conforme se dispuser, de acordo
com indicações da Medicina Especializada);
 
         XIV ­ síndrome de imunodeficiência adquirida.
 
         § 2º ­ Verificada a cura clínica, o funcionário licenciado voltará ao exercício funcional, ainda
quando deva continuar o tratamento, desde que comprovada por inspeção médica competente a
capacidade para a atividade funcional.
 
         § 3º ­ Expirado o prazo de licença previsto no laudo médico, o servidor será submetido a nova
inspeção e aposentado, se for julgado inválido.
 
         § 4º ­ Na hipótese do parágrafo anterior, o tempo necessário para a nova inspeção será
considerado como de prorrogação da licença.
 
         § 5º ­ O funcionário não poderá recusar a inspeção médica determinada pela autorização
competente, sob pena de suspensão do pagamento dos vencimentos, até que seja realizado o exame.
 
         § 6º ­ O atestado passado excepcionalmente por médico particular, com firma reconhecida
somente produzirá efeito depois de homologado pelo órgão oficial do Estado.
 
         § 7º ­ No processamento das licenças para tratamento de saúde será observado sigilo no que se
refere aos laudos médicos.
 
         § 8º ­ No curso do processamento das licenças, o servidor:
 
         I ­ abster­se­á de qualquer atividade remunerada, sob pena de interrupção imediata da mesma
licença, com perda total dos vencimentos, até que reassuma o exercício do cargo;
 
         II ­ deverá comunicar ao chefe imediato o endereço eventual, caso se afaste da sede de sua
lotação;
 
         III ­ poderá requerer inspeção médica, caso se julgue em condições de reassumir o exercício
funcional.
 
         § 9º ­ Serão integrais os vencimentos do funcionário licenciado para tratamento de saúde.
 
         Art. 64 ­ A licença para tratamento de saúde causada por doença profissional, agressão não
provocada e acidente no trabalho, aplica­se o disposto nesta Seção, sem prejuízo das regras
estabelecidas por este Estatuto, no que couber.
 
         SEÇÃO III
 
         DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA
 
         Art. 65 ­ O servidor, desde que comprove ser indispensável a sua assistência pessoal e esta não
possa ser prestada simultaneamente com o exercício funcional, poderá ser licenciado por motivo de
doença na pessoa de:
 
         I ­ ascendente, descendente, colateral, consangüíneo, ou afim até o 2º grau;
 
         II ­ cônjuge do qual não esteja separado;
 
         III ­ dependente que conste de sua ficha funcional;
 
         IV ­ companheiro ou companheira.
 
         § 1º Provar­se­á a doença mediante inspeção médica realizada na forma do estabelecido neste
Estatuto quanto à licença para tratamento de saúde.
 
         § 2º A necessidade de assistência ao doente, na forma deste Artigo, será comprovada mediante
parecer do órgão oficial do Estado.
 
         § 3º ­ O servidor licenciado, nos termos deste Artigo, perceberá vencimentos integrais até dois
(02) anos, findos os quais não lhe será pago vencimento.
 
         SEÇÃO IV
 
         DA LICENÇA À GESTANTE
 
         Art. 66 ­ A funcionária gestante, mediante inspeção médica, será licenciada por cento e vinte
(120) dias, com vencimentos integrais.
 
         Parágrafo Único ­ Salvo prescrição médica em contrário, a licença será deferida a partir do
oitavo mês de gestação.
 
         SEÇÃO V
 
         DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO
 
         Art. 67 ­ O servidor que for convocado para o Serviço Militar obrigatório será licenciado com
vencimentos integrais, ressalvado o direito de opção pela retribuição financeira do Serviço Militar.
 
         § 1º ­ Ao servidor desincorporado conceder­se­á prazo não excedente a trinta (30) dias, para
que reassuma o exercício, sem perda dos vencimentos.
 
         § 2º ­ O servidor, Oficial da Reserva não remunerado das Forças Armadas, será licenciado com
vencimentos integrais, para cumprimento dos estágios previstos pela legislação militar, garantido o
direito de opção.
 
         SEÇÃO VI
 
         DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR CÔNJUGE
 
         Art. 68 ­ O servidor terá direito a licença, sem vencimento, para acompanhar cônjuge, também
servidor público, quando, de oficio, for mandado servir em outro ponto do Estado, do Território
Nacional, ou no Exterior.
 
         § 1º ­ A licença dependerá do requerimento devidamente instruído, admitida a renovação,
independentemente de reassunção do exercício.
 
         § 2º ­ Finda a causa da licença, o servidor retornará ao exercício de suas funções, no prazo de
trinta (30) dias, após o qual sua ausência será considerada abandono de cargo.
 
         § 3º ­ Existindo no novo local de residência repartição estadual, o funcionário nela será lotado,
enquanto durar a sua permanência ali.
 
         § 4º ­ Nas mesmas condições estabelecidas neste Artigo, o funcionário será licenciado quando o
outro cônjuge esteja no exercício de mandato eletivo fora da sua sede funcional.
 
         SEÇÃO VII
 
         DA LICENÇA ESPECIAL
 
         Art. 69 ­ O Policial Civil, após cada quinquênio de serviço efetivo ininterrupto, fará jus à licença
especial de três (03) meses; (Revogado pela Lei n° 13.034, de 30.06.00)
 
§ 1º ­ Considera­se serviço ininterrupto quando, prestado no período correspondente ao
quinquênio, não tenha o servidor:
 
I ­ faltado ao serviço sem justificação;
 
II ­ sofrido qualquer sanção, salvo a de repreensão;
 
III ­ gozado licença por motivo de doença em pessoas da família, ou para acompanhar cônjuge;
 
IV ­ gozado licença para tratamento de saúde por prazo superior a seis (06) meses, salvo os
casos de licença por motivo de agressão não provocada, acidente no trabalho e doença profissional;
 
V ­ tido o seu vinculo funcional suspenso.
 
§ 2º ­ A licença especial poderá ser gozada a pedido do servidor de uma só vez, ou
parceladamente, atendidas as conveniências do requerente e da Administração.
 
§ 3º ­ Convertido, no todo ou em parte, em tempo de serviço, é irretratável a desistência da
licença especial;
 
§ 4º ­ O direito de requerer licença especial não está sujeito a caducidade.
 
§ 5º ­ A licença especial poderá ser interrompida, de oficio, quando o exigir interesse público
superveniente, ou a pedido do funcionário, preservado, em qualquer caso, o direito do servidor ao gozo
do período restante da licença.
 
§ 6º ­ Caberá ao titular da Unidade Policial determinar a data de início da licença especial, tendo
em vista as conveniências dos serviços policiais civis.
 
§ 7º ­ Para efeito de aposentadoria, disponibilidade e progressão horizontal, será contado em
dobro o tempo da licença especial que o servidor não houver gozado.
 
§ 8º ­ As faltas injustificadas ao serviço, retardarão a concessão da licença prevista neste Artigo
na proporção de 01 (um) mês para cada falta.
 
         CAPÍTULO V
 
         DA PROGRESSÃO HORIZONTAL
 
         Art. 70 ­ A Progresso Horizontal é o percentual calculado sobre o vencimento, a que faz jus o
servidor, por quinquênio de efetivo exercício, caracterizando­se como recompensa da antigüidade
funcional. (Revogado pela Lei n° 12.913, de 17.06.99)
 
§ 1º ­ A cada cinco (05) anos de efetivo exercício corresponderá cinco por cento (5%) calculado
sobre a retribuição correspondente ao padrão, nível ou símbolo do cargo a que esteja vinculado o
servidor, salvo nos casos de Delegado de Polícia.
 
§ 2º ­ A Progressão Horizontal é devida a partir do dia imediato àquele em que o funcionário
completar cinco (05) anos de efetivo exercício, quer ocupe cargo efetivo ou em comissão e será
incluída automaticamente em folha de pagamento, após a devida opção do servidor, independente de
requerimento.
 
§ 3º ­ Será computado, para efeito de Progressão Horizontal, o tempo de serviço prestado em
cargo, emprego ou função, integrantes da Administração Direta ou Indireta, federal, estadual ou
municipal, mesmo que submetido ao regime da legislação trabalhista.
 
§ 4º ­ A Ascensão Funcional de Servidor não interromperá a Progressão Horizontal, que passará
a ser calculada pelo padrão, nível ou símbolo do novo cargo.
 
         TÍTULO IX
 
         DA RETRIBUIÇÃO
 
         CAPÍTULO I
 
         DAS DIPOSIÇÕES PRELIMINARES
 
         Art. 71 ­ Todo servidor, em razão do vínculo que mantém com o Sistema Administrativo
Estadual, tem direito a uma retribuição pecuniária.
 
         § 1º ­ São formas de retribuição:
 
         I ­ vencimento;
 
         II ­ gratificações;
 
         III ­ indenizações;
 
         § 2º ­ O cômputo das retribuições não pode sofrer descontos além dos previstos expressamente
em Lei, nem ser objeto de arresto, seqüestro ou penhora, salvo quando se tratar de:
 
         I ­ prestação de alimentos determinada judicialmente;
 
         II ­ reposição de indenização devida à Administração Estadual.
 
III  ­  auxílios  e  benefícios  instituídos  pela  Administração  Pública;  (redação  dada  pela  Lei  N°
13.369, de 22.09.03)
        
§ 3º ­ As reposições e indenizações à Administração Estadual descontadas em parcelas mensais,
não serão excedentes da décima (10ª) parte do vencimento do servidor.
 
§ 3º. As reposições e indenizações à Fazenda Pública Estadual, descontadas em parcelas
mensais, não serão excedentes da décima parte da remuneração do servidor, assim entendido o
vencimento­base acrescido das vantagens fixas e de caráter pessoal. (redação dada pela Lei N° 13.369,
de 22.09.03)
 
         § 4º ­ A retribuição do servidor em disponibilidade, para todos os efeitos legais, constitui
vencimento.
 
         § 5º ­ Se o servidor for exonerado ou demitido, a quantia por ele devida será inscrita como
dívida ativa para os efeitos legais.
 
         CAPÍTULO II
 
         DO VENCIMENTO
 
         Art. 72 ­ Considera­se Vencimento a retribuição correspondente ao padrão, nível ou símbolo do
cargo.
 
         § 1º ­ O servidor perceberá o vencimento do cargo efetivo, quando:
 
         I ­ nomeado para cargo em comissão, salvo o direito de opção e de acumulação legal
comprovada;
 
         II ­ no exercício de Mandato Eletivo nos termos do Artigo 175 da Constituição Estadual.
 
         § 2º ­ O servidor perderá:
 
         I ­ o vencimento do dia, se não comparecer ao serviço, salvo motivo legal ou doença
comprovada, de acordo com o disposto neste Estatuto;
 
         II ­ um terço do vencimento do dia, se comparecer ao serviço dentro da hora seguinte à fixação
para o início do expediente ou quando se retirar antes do término do período de trabalho;
 
         III ­ um terço do vencimento, durante o afastamento por motivo de suspensão preventiva,
prisão preventiva, pronúncia por crime comum, denúncia por crime funcional ou condenado por crime
inafiançavel em processo no qual não haja pronúncia, tendo direito à diferença, se absolvido;
 
         IV ­ dois terços do vencimento durante o período de afastamento em virtude de condenação por
sentença passada em julgado à pena que não resulte em demissão.
 
         SEÇÃO I
 
         DAS GRATIFICAÇÕES
 
         Art. 73 ­ Ao servidor integrante de Polícia Civil, conceder­se­á gratificação de:
 
         I ­ participação em comissão ou banca examinadora de concurso público;
 
         II ­ participação em órgão de deliberação coletiva;
 
         III ­ serviço ou estudo fora do Estado ou do País;
 
         IV ­ representação;
 
         V ­ exercício funcional em determinados locais;
 
         VI ­ risco de vida ou saúde policial civil;
 
         VII ­ abono policial civil;
 
         VIII ­ vantagem pessoal;
 
         IX ­ encargo de instrutor em curso policial civil;
 
         X ­ função policial civil;
 
         XI ­ participação em comissão de licitação;
 
         XII ­ serviços extraordinários.
 
         § 1º ­ As gratificações referidas neste Artigo, não definidas expressamente neste Estatuto, são
objetos de legislação específica vigente.
 
         § 2º ­ A gratificação de Representação é uma indenização atribuída aos ocupantes de cargos em
comissão ou função gratificada, tendo em vista despesas de natureza social e profissional impostas
pelo exercício funcional.
 
         Art. 74 ­ O servidor que contar tempo de serviço igual ou superior ao fixado para aposentadoria
voluntária com proventos integrais, aposentar­se­á com as vantagens da comissão em cujo exercício se
encontrar, desde que haja ocupado, durante cinco (05) anos ininterruptos, ou dez (10) anos
intercalados, cargos de provimento em comissão ou função gratificada. (Revogado pela Lei n° 12.913,
de 17.06.99)
 
         Art. 75 ­ Ao policial civil designado para ter exercício funcional fora da sede de sua
lotação,  a  título  de  gratificação  pelo  exercício  em  determinados  locais,  é  assegurada  a  vantagem:
(Revogado pela Lei n° 14.112, de 12.05.08)
 
         I ­ de sessenta por cento (60%) do vencimento básico, quando tiver exercício funcional no
interior do Estado;
 
         II ­ de trinta por cento (30%) do vencimento básico, quando tiver exercício funcional na Região
Metropolitana.
 
         Art. 76 ­ As gratificações a que se referem os ítens VI e VII do Art. 73, são concedidas aos
policiais civis em virtude das peculiaridades dos Serviços de Polícia e Segurança de responsabilidade da
Polícia Civil, nas bases de quarenta por cento (40%) e de cem por cento (100%) sobre a retribuição
correspondente ao padrão, nível ou símbolo do cargo efetivo, respectivamente.
 
         § 1º ­ As gratificações de que trata este Artigo são devidas ao funcionário pelo exercício apenas
de um (01) cargo e incorporar­se­ão aos proventos da inatividade.
 
         § 2º ­ Para concessão das gratificações previstas nesta seção, é condição essencial que o
servidor se encontre no efetivo exercício de cargo policial civil, ressalvados os casos de nomeação para
cargo em comissão ou função gratificada.
 
         Art. 77 ­ A gratificação do item IX do Art. 73, deste Estatuto, dar­se­á ao policial civil designado
pelo Secretário de Segurança Pública, para exercer o encargo de Instrutor em regime de tempo
complementar e definido pelo período de duração de curso instituído na Academia de Polícia Civil, na
base de trinta por cento (30%) do vencimento.
 
         Art. 78 ­ A gratificação mensal de que trata o item X do Art. 73, deste Estatuto, é atribuída ao
policial civil pelo efetivo desempenho de atividades específica da Polícia Civil, como estímulo ao
aperfeiçoamento profissional, com os percentuais a seguir fixados sobre a retribuição correspondente
ao padrão, nível ou símbolo do cargo efetivo:
 
         I ­ curso superior de polícia civil 37%;
 
         II ­ curso de formação profissional que exija conclusão em Curso Superior 32%;
 
         III ­ curso de formação profissional que exija conclusão em curso de 2º grau, ou equivalente
27%;
 
         IV ­ curso de formação profissional que exija conclusão em curso de 1º grau, ou equivalente
22%.
 
         § 1º ­ Aos ocupantes de cargos da classe final de Delegado de Polícia, oriundos da classe final de
Corregedor de Polícia Civil e de classe final de Professor de Academia de Polícia Civil, respeitados os
direitos adquiridos, fica assegurada a gratificação a que se refere o item I deste Artigo.
 
         § 2º ­ A gratificação de que trata este Artigo, incorporar­se­á aos proventos da inatividade.
 
         § 3º ­ Ao policial civil que possuir mais de um (01) curso, somente será atribuída a gratificação
de maior percentual.
 
         Art. 79 ­ A gratificação de que trata o item XI do Art. 73, é devida ao servidor nos mesmos
valores estabelecidos para os membros das Comissões de Licitação dos demais órgãos do Sistema da
Administração Estadual.
 
         Art. 80 ­ A gratificação a que se refere o item XII do Art. 73, é devida pela retribuição de
serviços executados fora do expediente normal a que estiver submetido o servidor, sendo­lhe atribuída
na proporção de cinqüenta por cento (50%) dos seus vencimentos.
 
Art. 80. A Gratificação de Serviço Extraordinário prevista no inciso XII do art. 73 será devida
ao  policial  civil  de  carreira  que  aderir  voluntariamente,  inscrevendo­se  perante  a  Superintendência  da
Polícia Civil, para participar de escala de serviço fora do expediente normal a que estiver submetido e
que  efetivamente  venha  a  participar  do  serviço  para  o  qual  seja  designado,  nas  condições,  limites  e
valores estabelecidos em lei específica. (Redação dada pela Lei n° 13.789, de 29.06.06)
 
Art. 80. A Gratificação de Reforço Operacional Extraordinário será devida ao policial civil de
carreira  que  aderir  voluntariamente,  inscrevendo­se  perante  a  Superintendência  da  Polícia  Civil,  para
participar de escala de serviço fora do expediente normal a que estiver submetido e que efetivamente
venha a participar do serviço para o qual seja designado, nas condições, limites e valores estabelecidos
na Lei n.º 13.789, de 29 de junho de 2006. (Nova redação dada pela Lei n.º 16.004, de 05.05.16)
 
Parágrafo  único.  A  gratificação  de  que  trata  o  caput  é  vantagem  pecuniária,  eventual,
compensatória e específica, não integrando a remuneração do policial civil de carreira, sendo vedada a
sua incorporação à remuneração, sob qualquer título ou fundamento, e sobre ela não incidirá qualquer
outra gratificação ou vantagem.
        
 
Art. 81 ­ A gratificação de que trata o item II do Art. 73, será devida ao membro do órgão de
deliberação coletiva nos mesmos valores estabelecidos para os demais órgãos colegiados da
Administração Estadual.
 
         CAPÍTULO III
 
         DAS INDENIZAÇÕES
 
         SEÇÃO I
 
         DA AJUDA DE CUSTO
 
         Art. 82 ­ A ajuda de custo é indenização devida ao servidor em razão de serviço fora do Estado
ou ao que for movimentado entre as unidades policiais.
 
         § 1º ­ Não será concedida ajuda de Custo ao servidor movimentado entre as unidades com sedes
na Região Metropolitana.
 
         § 2º ­ A ajuda de custo terá os seus valores fixados e reajustados em legislação específica, não
podendo exceder a três (03) meses da retribuição correspondente ao padrão, nível ou símbolo do cargo
efetivo, nem haver concessão antes de decorridos seis (06) meses do último deslocamento do servidor
em objeto de serviço, salvo nos casos de designação para ter exercício ou para serviço fora do Estado,
conforme legislação própria vigente.
 
         § 3º ­ A ajuda de custo será paga pelo órgão competente, antecipadamente ao embarque do
servidor, mediante concessão por ato do Titular da Pasta.
 
         § 4º ­ Não perceberá ajuda de custo o servidor cuja movimentação se verificar a pedido ou
porque tenha sido desligado de curso compulsório ou voluntariamente.
 
         § 5º ­ O servidor restituirá a ajuda de custo recebida, se ocorrer uma das seguintes hipóteses:
 
         I ­ quando deixar de seguir o destino designado oficialmente;
 
         II ­ no caso de não se deslocar nos prazos fixados;
 
         III­ se antes de terminada a incumbência, pedir exoneração ou abandonar o cargo.
 
         § 6º­ Não haverá obrigação de restituir, quando o regresso do funcionário for determinado de
ofício ou por doença comprovada, ou quando o mesmo for exonerado a pedido após noventa (90) dias
de exercício na nova sede.
 
         Art. 83 ­ Os valores correspondentes a ajuda de custo serão pagos aos servidores nas seguintes
proporções:
 
         I ­ um (01) mês de retribuição correspondente ao padrão, nível ou símbolo de cargo efetivo,
quando a distância entre as unidades da movimentação for de até duzentos (200) quilômetros;
 
         II ­ dois (02) meses de retribuição correspondente ao padrão, nível ou símbolo do cargo efetivo,
quando a distância entre as unidades da movimentação não for superior a quatrocentos (400)
quilômetros;
 
         III ­ três (03) meses de retribuição correspondente ao padrão, Nível ou símbolo do cargo
efetivo, quando a distância entre as unidades da movimentação for superior a quatrocentos (400)
quilômetros.
 
         SEÇÃO II
 
         DAS DIÁRIAS
 
         Art. 84 ­ Ao servidor que se deslocar da sua sede de exercício funcional em objeto de serviço
policial civil, conceder­se­á diárias a título de indenização das despesas extraordinárias de alimentação
e pousada, durante o período de deslocamento eventual.
 
 
         § 1º ­ A diária a que se refere este Artigo, será paga incluindo o dia da partida e o dia de
retorno do servidor à sede de sua lotação, devendo ser paga antecipadamente ao deslocamento do
servidor.
 
         § 2º ­ O arbitramento das diárias levará em consideração a categoria do servidor, a natureza do
serviço a prestar, a distância do deslocamento, as condições de alimentação e pousada da localidade, o
tempo de serviço e demais circunstâncias que possam determinar a quantia correspondente,
respeitadas as normas estabelecidas em Lei específica vigente.
 
         § 3º ­ O servidor que receber diária indevidamente será obrigado a restituí­la de uma vez,
sujeitando­se ainda, a punição disciplinar, apurada em procedimento administrativo competente.
 
         SEÇÃO III
 
         DO TRANSPORTE
 
         Art. 85 ­ Transporte é a indenização devida ao servidor que se deslocar da sede funcional em
objeto de serviço, e compreende:
 
         I ­ no caso de deslocamento temporário, as despesas de passagem;
 
         II ­ no caso de deslocamento definitivo, as despesas de passagem e mudança, de domicílio a
domicílio.
 
         § 1º ­ Quando o transporte não for realizado sob a responsabilidade da administração, o servidor
será indenizado na quantia correspondente às despesas que lhe são asseguradas, mediante
comprovação junto ao órgão competente.
 
         § 2º ­ Ao licenciado para tratamento de saúde será dado transporte, inclusive para pessoa da
família, fora da sede do seu exercício funcional, desde que expressamente exigido em laudo médico
competente.
 
         § 3º ­ Será concedido transporte à família de servidor falecido no desempenho de missão
funcional fora da sede de seu exercício funcional, no máximo para três (03) pessoas, do local do
domicílio ao do óbito, ida e volta.
 
         SEÇÃO IV
 
         DA MORADIA
 
                  Art.  86  ­  A  indenização  de  moradia  é  devida  mensalmente  ao  policial  civil  em
atividade  nas  Delegacias  com  sedes  fora  da  Região  Metropolitana  de  Fortaleza. (Revogado  pela  Lei  n°
14.112, de 12.05.08)
 
         § 1º ­ A indenização de que trata este Artigo, será calculada nas seguintes bases:
 
         I ­ com encargo de família, cinqüenta por cento (50%) da retribuição correspondente ao padrão,
nível ou símbolo do cargo efetivo;
 
         II ­ sem encargo de família, trinta por cento (30%) da retribuição correspondente ao padrão,
nível ou símbolo do cargo efetivo.
 
         § 2º ­ Para percepção da indenização de que trata este Artigo deverá o servidor comprovar o
desembolso das despesas com moradia.
 
         TÍTULO X
 
         DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA
 
         CAPÍTULO I
 
         DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
 
         Art. 87 ­ Ao servidor e à sua família, é assegurada a manutenção do Sistema de previdência e
Assistência que, dentre outros, preste os seguintes serviços e benefícios:
 
         I ­ serviços e assistência:
 
                   a) médica;
 
                   b) hospitalar;
 
                   c) obstétrica;
 
                   d) odontológica;
 
                   e) oftalmológica;
 
                   f) social;
 
                   g) jurídica;
 
                   h) financeira.
 
         II ­ benefícios de:
 
                   a) pensão especial;
 
                   b) pecúlio adicional; (Revogado pela Lei n° 13.034, de 30.06.00)
 
                   c) auxílio­reclusão;
 
                   d) auxílio­natalidade;
 
                   e) auxílio­doença; (Revogado pela Lei n° 13.034, de 30.06.00)
 
                   f) auxílio­funeral;
 
                   g) salário­família;
 
                   h) aposentadoria.
 
         § 1º ­ Os serviços e os benefício não tratados neste Estatuto, são disciplinados segundo normas
estabelecidas em legislação específica.
 
         § 2º ­ Ao servidor acidentado em serviço, ou que tenha contraído doença profissional, será
prestada assistência médica adequada.
 
         § 3º ­ A pensão e a assistência médica referidas neste Artigo, serão custeadas pelo Estado,
independentemente de contraprestação por contribuição de previdência.
 
         § 4º ­ É assegurada pensão especial integral aos beneficiários de servidor falecido em
conseqüência de acidente no trabalho ou doença profissional na forma conceituada por este Estatuto e
corresponderá ao valor percebido por ele, a título de vencimento, na data do óbito, reajustável nos
termos da legislação específica.
 
§ 5º. O Policial que for vitimado e/ou sofrer acidente em pleno exercício de suas funções, terá
assistência médica do Estado, em hospitais públicos, privados, quando necessário, e conveniados com o
SUS. (Acrescido pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
§ 6º. Quando a internação se verificar em hospitais da rede privada e, após prestados os
serviços médicos emergenciais, deverá o policial ser movido para hospital público ou conveniado com o
SUS, desde que haja autorização médica manifestada em declaração escrita”. (Acrescido pela Lei n°
12.815, de 17.06.98)
 
 
         Art. 88 ­ VETADO
 
         § 1º ­ VETADO
 
         § 2º ­ VETADO
 
         CAPÍTULO II
 
         DA APOSENTADORIA
 
         Art. 89 ­ O Servidor será aposentado:
 
 Parágrafo único. Observadas as normas deste Capítulo, aplicar­se­á aos processos de
aposentadoria o disposto no Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado. (Redação dada pela Lei n
° 12.815, de 17.06.98)
 
 
         I ­ por invalidez;
 
         II ­ compulsoriamente, aos (70) anos de idade;
 
         III ­ voluntariamente aos trinta (30) anos de serviço, sendo sexo masculino, ou vinte e cinco
(25) anos de serviço, se do sexo feminino.
 
         § 1º ­ A aposentadoria por invalidez será sempre precedida de licença por período contínuo não
inferior a vinte e quatro (24) meses, salvo quando a junta médica declarar a incapacidade definitiva
para o serviço, ou na hipótese de licença por acidente de trabalho, agressão não provocada ou doença
profissional. (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         § 2º ­ Uma vez iniciado o processo de aposentadoria e apurado, no prazo de sessenta (60) dias,
pelo órgão central do sistema de pessoal, que o funcionário satisfaz aos requisitos legais para sua
decretação, será ele afastado do exercício do cargo, decorrido aquele prazo, lavrando­se a seguir, o
respectivo ato declaratório. (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         § 3º ­ O ato declaratório da autoridade competente conterá a discriminação do vencimento a que
fará jus o servidor até o julgamento da legalidade da aposentadoria pelo Tribunal de Contas do Estado.
(Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         § 4º ­ O funcionário aposentado em decorrência de invalidez por acidente em serviço, por
moléstia profissional ou por doença grave contagiosa ou incurável, especificada em Lei, é considerado
como em efetivo exercício, assegurando­se­lhe todos os direitos e vantagens atribuídos ao ocupante do
cargo de igual denominação. (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         § 5º ­ Somente nos casos de invalidez decorrente de acidente no trabalho ou doença
profissional, como configurados nos Parágrafos 2º, 3º, 4º e 5º do Art. 57 deste Estatuto, será
aposentado o ocupante do cargo de provimento em comisso em que o respectivo provento será
integral. (Revogado pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         Art. 90 ­ O provento decorrente de aposentadoria concedida por implementação de tempo de
serviço, não poderá ser inferior à remuneração auferida por servidor titular do cargo de igual
denominação e categoria.
 
         § 1º ­ Atendidos os requisitos estabelecidos no Art. 74 deste Estatuto, estender­se­ão as
vantagens nele constantes ao funcionário atingido pela compulsória, aos setenta (70) anos de idade, ou
que se invalidar por acidente em trabalho, por moléstia grave, doença profissional, contagiosa ou
incurável, especificada no § 1º do Artigo 65 deste Estatuto.
 
         § 2º ­ Somente para integralização do tempo exigido neste Artigo e no Art. 74 deste Estatuto,
computar­se­á o período, em que o funcionário haja exercido cargo de Secretário de Estado, ou a nível
deste, função de assessoramento Técnico do Poder Executivo, ou de membro do órgão de deliberação
coletiva, bem como o período em que tenha respondido pelo expediente de cargo em comissão.
 
         Art. 91 ­ O funcionário aposentado compulsoriamente por motivo de idade, ou por invalidez
decorrente de doença não prevista nos Artigos anteriores, terá provento proporcional ao tempo de
serviço.
 
         § 1º ­ Os proventos da aposentadoria serão proporcionais, com base no tempo de serviço,
obedecidos os seguintes percentuais sobre o vencimento do cargo:
 
         I ­ até dez (10) anos de tempo de serviço, cinqüenta por cento (50%);
 
         II ­ de dez (10) a quinze (15) anos de tempo de serviço, sessenta por cento (60%);
 
         III ­ de quinze (15) a vinte (20) anos de tempo de serviço, setenta por cento (70%);
 
         IV ­ de vinte (20) a vinte e cinco (25) anos de tempo de serviço, oitenta por cento (80%);
 
         V ­ de mais de vinte e cinco (25) anos de tempo de serviço e menos de trinta (30) ou trinta e
cinco (35) anos, conforme o caso, noventa por cento (90%).
 
         § 2º ­ O provento proporcional calculado nos termos do parágrafo anterior, será acrescido das
vantagens que, por Lei, lhe devam ser incorporados.
 
         § 3º ­ O provento da inatividade será reajustado automaticamente sempre que, por motivo de
alteração do poder aquisitivo da moeda ou reclassificado de cargos, modificarem­se os vencimentos de
servidores da atividade, mantida a mesma proporcionalidade.
 
         CAPÍTULO III
 
         DO SALÁRIO­FAMÍLIA
 
         Art. 92 ­ O salário­família é o auxílio especial, concedido pelo Estado ao funcionário ativo e ao
aposentado como contribuição ao custeio das despesas de manutenção de seus dependentes.
 
         § 1º ­ Conceder­se­á salário­família:
 
         I ­ pela esposa que não exerça atividade remunerada;
 
         II ­ por filho menor de vinte e um (21) anos de idade, que não exerça atividade remunerada;
 
         III ­ por filho inválido;
 
         IV ­ por filho estudante que freqüenta curso secundário ou superior e que não exerça atividade
remunerada, até a idade de vinte e quatro (24) anos;
 
         V ­ pelo ascendente sem rendimento próprio que viva às expensas do servidor;
 
         VI ­ por enteados, netos, irmãos, sobrinho menores ou incapazes que vivam às expensas do
funcionário, bem como pessoa menor ou incapaz que, igualmente, assim viva sob sua guarda atribuída
judicialmente;
 
         VII ­ pelo companheiro ou companheira, na forma e conceituação da legislação previdenciária.
 
         § 2º ­ Quando o pai e a mãe forem ambos servidores do Estado e viverem em comum, o
salário­família será concedido ao pai e, se não viverem em comum, ao que tiver os dependentes sob
sua guarda e, se ambos os tiverem, de acordo com a distribuição dos dependentes.
 
         § 3º ­ Equiparam­se ao pai e à mãe, o padrasto, a madrasta e os representantes legais dos
menores e dos incapazes.
 
         § 4º ­ A cada dependente relacionado no § 1º deste Artigo corresponderá uma cota do salário­
família de acordo com o valor fixado em Lei, sendo a cota do salário­família por filho inválido
correspondente ao duplo da cota dos demais.
 
         § 5º ­ O salário­família será pago, ainda que o servidor venha a deixar de perceber vencimento
ou proventos, sem perda do cargo.
 
         § 6º ­ O salário­família no servirá de base para qualquer contribuição, ainda a que para fim de
previdência social.
 
         § 7º ­ Em caso de falecimento do servidor, o salário continuará a ser pago aos seus
dependentes.
 
         § 8º ­ Se o funcionário falecido não se houver habilitado ao salário­família, a Administração ou
interessados tomarão as medidas necessárias para que seja pago aos seus beneficiários, desde que
atenda aos requisitos necessários a partir da data em que fizerem jus ao benefício, observada a
prescrição quinquenal.
 
         Art. 93 ­ Será suspenso o pagamento do salário­família ao funcionário que, comprovadamente,
descurar da substância e educação dos seus dependentes.
 
         § 1º. Mediante autorização judicial a pessoa que estiver mantendo os dependentes do funcionário
poderá receber o salário­família enquanto durar a situação prevista neste Artigo.
 
         § 2º. O pagamento voltará a ser feito ao funcionário, tão logo comprovado o desaparecimento
dos motivos determinantes da suspensão.
 
         Art. 94 ­ Para se habilitar à concessão do salário­família o funcionário, o disponível, ou o
aposentado, apresentarão uma declaração de dependete, indicando o cargo que exercer ou do qual
estiver aposentado ou em disponibilidade, mencionando em relação a cada dependente:
 
         I ­ grau de parentesco ou dependência;
 
         II ­ no caso de se tratar de maior de vinte e um (21) anos, se total e permanentemente incapaz
para o trabalho, hipótese em que informará a causa e espécie de invalidez;
 
         III ­ se o dependente vive sob a guarda do declarante.
 
         § 1º ­ A declaração será prestada de pessoal, para o processamento e atendimento da
concessão.
 
         § 2º ­ O salário­família será concedido à vista das declarações prestadas, mediante simples
despacho que será comunicado ao órgão incumbido da elaboração de folha de pagamento.
 
         § 3º ­ Será concedido ao declarante ativo ou inativo o prazo de cento e vinte (120) dias para
esclarecimento de qualquer dúvida na declaração, o que poderá ser feito por meio de quaisquer provas
admitidas em direito.
 
         § 4º ­ Não sendo apresentado no prazo o esclarecimento, a autoridade competente determinará
a imediata suspensão do pagamento do salário­família, até que seja satisfeita a exigência.
 
         § 5º ­ Verificada, a qualquer tempo, a inexatidão das declarações prestadas será suspensa a
criação do salário­família e determinada a reposição do indevidamente recebido, mediante o desconto
mensal de dez por cento (10%) do vencimento ou provento, independentemente dos limites
estabelecidos para as consignações em folha de pagamento.
 
         § 6º ­ O funcionário e o aposentado são obrigados a comunicar a autoridade concedente, dentro
do prazo de quinze (15) dias, qualquer alteração que se verifique na situação dos dependentes, da qual
decorra supressão ou redução do salário­família.
 
         § 7º ­ A não observância do disposto no parágrafo anterior, acarretará as mesmas providências
indicadas no § 5º deste Artigo.
 
         § 8º ­ O Salário­família será devido em relação a cada dependente, a partir do mês em que tiver
ocorrido o ato ou fato que lhe der origem, deixando de ser devido igualmente em relação a cada
dependente no mês seguinte ao ato ou fato que determinar a sua suspensão.
 
         § 9º ­ O salário­família será pago juntamente com os vencimentos ou proventos, pelo órgão
pagador, independentemente de publicação do ato de concessão.
 
         CAPÍTULO IV
 
         DO AUXÍLIO­DOENÇA
 
         Art. 95 ­ O funcionário terá direito a um (01) mês de vencimento a título de auxílio­doença, após
cada período de doze (12) meses consecutivos de licença para tratamento de saúde. (Revogado pela Lei
n° 13.034, de 30.06.00)
 
§ 1º ­ O pagamento do auxílio­doença será autorizado a partir do dia imediato àquele em que o
servidor completar o período a que se refere este Artigo, independentemente de requerimento do
interessado, em folha de pagamento de vencimentos ou proventos.
 
§ 2º ­ Se o servidor ocupar mais de um cargo, o auxílio­doença será pago apenas pelo maior
vencimento.
 
§ 3º ­ quando ocorrer o falecimento do funcionário, auxílio­doença a que faz jus será pago de
acordo com as normas que regulam o pagamento de vencimento ou provento no recebidos.
 
         C A P Í T U L O V
 
         DO AUXÍLIO­FUNERAL
 
         Art. 96 ­ Será concedido auxílio­funeral correspondente a um (01) mês de vencimento ou
provento, à família do servidor falecido, mesmo que aposentado.
 
         § 1º ­ O vencimento ou provento serão aqueles a que o funcionário fizer jus na data do óbito.
 
         § 2º ­ Em caso de acumulação legal o auxílio­funeral será pago somente na razão do cargo de
maior vencimento do servidor falecido.
 
         § 3º ­ Enquanto continuar como ônus do Tesouro Estadual a despesa correrá pela dotação própria
do cargo do funcionário falecido, por conseguinte, não podendo ser provido o cargo antes de decorridos
trinta (30) dias de sua vacância.
 
         § 4º ­ Quando não houver pessoa da família do funcionário no local do falecimento, o auxílio­
funeral será pago a quem promover o enterro, mediante prova das despesas.
 
         TÍTULO XI
 
         DA DISCIPLINA
 
         CAPÍTULO I
 
         DA RESPONSABILIDADE
 
         Art. 97 ­ O policial responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas
atribuições ficando sujeito, cumulativamente, às respectivas cominações.
 
         Parágrafo Único ­ O funcionário legalmente afastado do exercício funcional não estará isento de
responsabilidade.
 
         Art. 98 ­ A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou culposo, que importe em
prejuízo à Fazenda Pública ou a terceiros.
 
         § 1º­ A importância da indenização será descontada do vencimento e o desconto não excederá a
décima parte do valor destes, exceto nos casos de alcance, desfalque, remissão ou comissão em
efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais, quando o servidor será obrigado a repor de uma só
vez a importância do prejuízo causado.
 
         § 2º ­ Em caso de prejuízo a terceiros, o servidor responderá perante o Estado, através de ação
regressiva proposta depois de transitar em julgado a decisão judicial, que houver condenado a Fazenda
Pública a indenizar o terceiro prejudicado.
 
         Art. 99 ­ A apuração da responsabilidade funcional será procedida através de Sindicância ou de
Processo Administrativo, onde será assegurado o contraditório e ampla defesa.
 
         § 1º ­ A legítima defesa e o estado de necessidade devidamente comprovados excluem a
responsabilidade funcional.
 
         § 2º ­ O exercício da legítima defesa e do estado de necessidade não serão excludentes de
responsabilidade administrativa quando houver excesso na conduta funcional.
 
         CAPÍTULO II
 
         DOS DEVERES
 
         Art. 100 ­ São deveres do policial civil:
 
         I ­ cumprir as normas legais e regulamentares;
 
         II ­ zelar pela economia e conservação dos bens do Estado, especialmente daqueles que lhe
sejam entregues para guarda ou utilização;
 
         III ­ desempenhar com zelo e presteza missão que lhe for confiada, usando moderadamente de
força ou outro meio adequado de que disponha;
 
         IV ­ informar incontinente à autoridade policial a que estiver subordinado, toda e qualquer
alteração de endereço residencial ou número de telefone;
 
         V ­ prestar informação correta e de modo polido à parte ou encaminhar o solicitante a quem a
caiba prestar;
 
         VI ­ comunicar à autoridade policial a que estiver subordinado, o endereço onde possa ser
encontrado, quando do afastamento regulamentar;
 
         VII ­ portar a carteira de identidade funcional;
 
         VIII ­ ser leal para com os companheiros de trabalho, com eles cooperar e manter o espírito de
solidariedade;
 
         IX ­ manter­se atualizado com as normas legais e regulamentares de interesse policial;
 
         X ­ divulgar, para conhecimento dos subordinados, as normas referidas no início anterior;
 
         XI ­ freqüentar com assiduidade, cursos de aperfeiçoamento, atualização e especialização
instituídos pela Academia de polícia;
 
         XII ­ assiduidade, pontualidade, urbanidade e discrição.
 
         CAPÍTULO III
 
         DAS FALTAS
 
         Art. 101 ­ VETADO
 
         § 1º ­ VETADO
 
         § 2º ­ VETADO
 
         § 3º ­ VETADO
 
         § 4º ­ VETADO
 
         § 5º ­ VETADO
 
         § 6º ­ VETADO
 
         C A P Í T U L O IV
 
         DAS TRANSGRESSÕES
 
         Art. 102 ­ As transgressões disciplinares pela sua gravidade classificam­se em:
 
         a) de primeiro grau;
 
         b) de segundo grau;
 
         c) de terceiro grau;
 
         d) de quarto grau.
 
         Art. 103 ­ São transgressões disciplinares:
 
         a) do primeiro grau:
 
         I ­ permutar horário de serviço ou execução de tarefa sem expressa permissão da autoridade
competente;
 
         II ­ usar vestuário incompatível com o decoro da função;
 
         III ­ descurar­se de sua aparência física ou do asseio;
 
         IV ­ exibir desnecessariamente arma, distintivo ou algema;
 
         V ­ deixar de ostentar distintivo, quando exigido para o serviço;
 
         VI ­ deixar de reassumir o exercício, sem motivo justo, ao final de afastamento regular ou,
ainda, depois de saber que o mesmo foi interrompido por ordem superior;
 
         VII ­ tratar de interesse particular na repartição;
 
         VIII ­ atribuir­se qualidade funcional diversa do cargo ou função que exerce;
 
         IX ­ acionar desnecessariamente sirene de viatura policial;
 
         X ­ a Autoridade Policial que utilizar seus Agentes de forma incompatível ao serviço policial;
 
         XI ­ a autoridade policial que transferir a responsabilidade ao escrivão da elaboração do
relatório do inquérito, bem como não fazer as devidas inquirições.
 
         b) do segundo grau:
 
         I ­ não ser leal às Instituições;
 
         II ­ não proceder na vida Pública ou particular de modo a dignificar a função policial;
 
         III ­ não residir na sede do município onde exerça sua função, ou dela ausentar­se sem a devida
autorização;
 
         IV ­ propiciar a divulgação de assunto da repartição ou de fato ali ocorrido, ou divulgá­lo, por
qualquer meio, em desacordo com a legislação pertinente;
 
         V ­ manter relações de amizade ou exibir­se em público com pessoas de notórios e desabonados
antecedentes criminais ou policiais, salvo por motivo relevante ou de serviço;
 
         VI ­ descumprir ordem superior, salvo quando manifestamente ilegal, representando neste caso;
 
         VII ­ não tomar as providências necessárias de sua alçada sobre falta ou irregularidade de que
tenha conhecimento, ou, quando não for competente para reprimí­la, deixar de comunicá­la
imediatamente à autoridade que o seja;
 
         VIII ­ protelar injustificadamente expediente que lhe seja encaminhado;
 
         IX ­ negligenciar na execução de ordem legítima;
 
         X ­ interceder maliciosamente em favor de parte;
 
         XI ­ simular doença para esquivar­se ao cumprimento de obrigação;
 
         XII ­ faltar ou chegar atrasado ao serviço ou plantão para o qual estiver escalado, ou abandoná­
lo, ou deixar de comunicar com antecedência à autoridade policial a que estiver subordinado a
impossibilidade de comparecer à repartição, salvo por motivo justo;
 
         XIII ­ apresentar­se ao trabalho alcoolizado ou sob efeito de substância que determine
dependência física ou psíquica;
 
         XIV ­ lançar, intencionalmente, em registro, arquivo, papel ou qualquer expediente oficial, dado
errôneo, incompleto ou que possa induzir a erro, bem como neles inserir anotação indevida;
 
         XV ­ faltar, salvo motivo relevante a ser comunicado por escrito à autoridade a que estiver
subordinado, no primeiro dia útil em que comparecer à sede de exercício, a ato processual, judiciário,
administrativo ou similar, do qual tenha sido previamente cientificado;
 
         XVI ­ Não frequentar, assiduamente, curso da Academia de Polícia no qual tenha sido inscrito
compulsoriamente, salvo por motivo justo;
 
         XVII ­ utilizar para fins particulares, qualquer que seja o pretexto, material pertencente ao
Estado;
 
         XVIII ­ interferir indevidamente em assunto de natureza policial que não seja de sua
competência;
 
         XIX ­ fazer uso indevido de bem ou valor que lhe chegue às mãos, em decorrência da função, ou
não entregá­lo, com a brevidade possível, a quem de direito;
 
         XX ­ deixar de identificar­se quando solicitado, ou quando as circunstâncias o exigirem;
 
         XXI ­ referir­se de modo depreciativo à autoridade pública ou ato da Administração, qualquer
que seja o meio empregado para esse fim;
 
         XXII ­ retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer objeto ou documento
da repartição;
 
         XXIII ­ tecer comentários que possam gerar descrédito da instituição policial;
 
         XXIV ­ valer­se do cargo com o fim, ostensivo ou velado, de obter proveito de qualquer
natureza, para si ou para terceiro, se o fato não tipificar falta mais grave;
 
         XXV ­ fazer uso indevido de documento de identidade funcional, algema ou bens da repartição ou
cedê­los a terceiros, se o fato não tipificar falta mais grave;
 
         XXVI ­ condescender a que subordinado maltrate, físicamente ou moralmente, preso ou pessoa
sob investigação policial;
 
         XXVII ­ negligenciar na revista a preso e a cela;
 
         XXVIII ­ desrespeitar decisão ou ordem judicial, ou procrastinar seu cumprimento;
 
         XXIX ­ tratar superior hierárquico, subordinado, ou colega, sem o devido respeito ou deferência;
 
         XXX ­ faltar à verdade no exercício de suas funções;
 
         XXXI ­ deixar de comunicar incontinente à autoridade competente informação que tiver sobre
perturbação da ordem pública ou qualquer fato que exija intervenção policial imediata;
 
         XXXII ­ deixar de encaminhar, tempestivamente, expediente à autoridade competente, se não
estiver em sua alçada resolvê­lo;
 
         XXXIII ­ concorrer para o não cumprimento ou para o atraso no cumprimento de ordem de
autoridade competente;
 
         XXXIV ­ deixar, sem justa causa, de submeter­se a inspeção médica determinada por lei ou por
autoridade competente;
 
         XXXV ­ não concluir nos prazos legais, sem motivo justo, procedimento de polícia judiciária,
administrativo ou disciplinar;
 
         XXXVI ­ cobrar taxa ou emolumentos não previstos em lei;
 
         XXXVII ­ expedir documento de identidade funcional ou qualquer tipo de credencial a quem não
exerça cargo ou função policial civil;
 
         XXXVIII ­ deixar de encaminhar ao órgão competente, para tratamento ou inspeção médica,
subordinado que apresentar sintomas de intoxicação habitual por qualquer substância que determine
dependência física ou psíquica, ou de comunicar tal fato, se incompetente, a autoridade que o for;
 
         XXXIX ­ dirigir viatura policial com imprudência, imperícia ou negligência, ou sem habilitação
legal;
 
         XL ­ infringir as regras da legislação de trânsito, ao volante de viatura policial, salvo se em
situação de emergência;
 
         XLI ­ manter transação ou relacionamento indevido com preso, ou respectivos familiares;
 
         XLII ­ criar animosidade, velada ou ostensivamente entre superiores e subalternos, ou entre
colegas, ou indispô­los de qualquer forma;
 
         XLIII ­ constituir­se procurador de parte ou servir de intermediário perante qualquer repartição
pública, salvo quando se tratar de interesse de cônjuge ou de parente até 2º grau;
 
         XLIV ­ atribuir ou permitir que se atribua a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previsto
em lei, o desempenho de cargos policiais;
 
         XLV ­ praticar a usura em qualquer de suas formas;
 
         XLVI ­ praticar ato definido em lei como abuso de poder;
 
         XLVII ­ exercer comércio entre colegas, ou promover ou subscrever lista de donativos dentro da
repartição;
 
         XLVIII ­ exercer comércio ou participar de sociedade comercial, salvo como acionista, cotista ou
comanditário;
 
         XLIX ­ manter sob suas ordens imediatas parentes até segundo grau, inclusive, salvo quando se
tratar de função de confiança e livre escolha, limitado a dois o número de auxiliares nessas condições;
 
         L ­ exercer, mesmo nas horas de folga, qualquer outro cargo, função ou emprego, exceto
atividade relativo ao ensino ou à difusão cultural;
 
         LI ­ exercer pressão ou influir junto a subordinados para forçar solução ou resultado ilegal ou
imoral;
 
         LII ­ concorrer para que superior hierárquico, subordinado ou colega, proceda
desrespeitosamente;
 
         LIII ­ solicitar a interferência de pessoa estranha à instituição com o intuito de obter qualquer
benefício funcional, para si ou para outro policial civil;
 
         LIV ­ deixar, habitualmente, de saldar dívida legítima;
 
         LV ­ indicar ou insinuar nome de advogado para assistir preso ou pessoa sob processo criminal
ou investigação policial;
 
         LVI ­ solicitar, de particular, auxílio pecuniário para realizar diligência policial;
 
         LVII ­ deixar de prestar, sem motivo justo, mesmo em horário de folga, auxílio a quem estiver
sendo vítima de crime;
 
         LVIII ­ deixar de prestar o auxílio possível, mesmo em horário de folga, a policial empenhado
em ação legal, quando for notória a necessidade desse auxílio;
 
         LIX ­ exceder, sem justa causa, o número de faltas permitidas pelo Regulamento da Academia
de Polícia;
 
         LX ­ violar ou deixar de preservar local de crime antes ou depois da perícia criminal;
 
         LXI ­ peticionar ou recorrer em desobediência às normas ou preceitos regulamentares ou em
termos inadequados ou com argumentos falsos ou de má fé;
 
         LXII ­ provocar movimento de paralisação total ou parcial do serviço policial ou qualquer outro
serviço, ou dele participar fora dos casos previsto em lei.
 
         c) do terceiro grau:
 
         I ­ abandono de cargo, tal considerado a injustificada ausência do policial ao serviço por mais de
trinta (30) dias consecutivos;
 
         II ­ ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais de quarenta e cinco (45) dias
interpoladamente, durante um (01) ano;
 
         III ­ procedimento irregular, de natureza grave;
 
         IV ­ ineficiência intencional e/ou reiterada no serviço;
 
         V ­ aplicação indevida de dinheiro público;
 
         VI ­ insubordinação grave;
 
         VII ­ fazer uso, nas horas de trabalho, de substância que determine dependência física ou
psíquica;
 
         VIII ­ conduzir­se com incontinência pública e escandalosa ou promover jogo proibido;
 
         IX ­ praticar ofensa física contra funcionário, servidor, particular ou preso, salvo se em legítima
defesa;
 
         X ­ causar dano doloso ao patrimônio público;
 
         XI ­ pedir ou aceitar empréstimo de dinheiro ou valor de pessoa que trate de interesse ou o
tenha na repartição ou esteja sujeita à sua fiscalização;
 
         XII ­ cometer crime tipificado em Lei quando praticado em detrimento de dever inerente ao
cargo ou função, ou quando o crime for considerado de natureza grave, a critério da autoridade
competente.
 
         d) do quarto grau:
 
         I ­ traficar substância que determine dependência física ou psíquica;
 
         II ­ revelar dolosamente segredo de que tenha conhecimento em razão de cargo ou função, com
prejuízo para o Estado ou para particular;
 
         III ­ praticar tortura ou crimes definidos como hediondos;
 
         IV ­ exigir solicitar ou receber vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem,
diretamente ou por intermédio de outrem, para si ou para terceiro, em razão das funções, ainda que
fora desta.
 
         TÍTULO XII
 
         DAS SANÇÕES DISCIPLINARES, DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E DA SUSPENSÃO PREVENTIVA
 
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES, DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E DA MEDIDA PREVENTIVA DE
AFASTAMENTO DO POLICIAL CIVIL. (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
      
   CAPÍTULO I
 
         DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
 
         Art. 104 ­ São sanções disciplinares:
 
         I ­ repreensão;
 
         II ­ suspensão;
 
         III ­ demissão;
 
         IV ­ demissão a bem do serviço público;
 
         V ­ cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
 
         Art. 105 ­ Aplicar­se­á pena de repreensão, por escrito, no caso de descumprimento de dever.
 
         Art. 106 ­ Aplicar­se­á pena de suspensão nos sequintes casos:
 
         I ­ até trinta (30) dias nas transgressões do primeiro grau ou na reincidência de falta já punida
com repreensão;
 
         II ­ de trinta (30) a noventa (90) dias nas transgressões do segundo grau.
 
         § 1º ­ Durante o período de suspensão, o policial civil perderá todos os direitos e vantagens
decorrentes do exercício do cargo.
 
         § 2º ­ A autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá convertê­la, antes de seu início, em
multa de cinqüenta por cento (50%) dos vencimentos correspondentes ao período da punição, sendo
obrigado o policial civil, neste caso, a permanecer em serviço.
 
         Art. 107 ­ A sanção cabível para a transgressão disciplinar do terceiro grau é a demissão.
 
         Art. 108 ­ Aplicar­se­á pena de demissão a bem do serviço público no caso de transgressão
disciplinar do quarto grau e nos casos de transgressão disciplinar de terceiro grau quando a gravidade
do caso justifique tal medida, a critério da autoridade julgadora.
 
         Art. 109 ­ O policial civil que sofrer pena prevista nos ítens I e II do Artigo 104, poderá ser
movimentado compulsoriamente para outra unidade policial quando, em razão da falta cometida,
tornar­se essa medida conveniente para o serviço policial.
 
         Parágrafo Único ­ Na movimentação compulsória, quando se tratar de Delegado de Polícia Civil,
deverá ser ouvido o Conselho Superior de Polícia Civil.
 
         Art. 110 ­ Será cassada a aposentadoria ou disponibilidade quando o aposentado ou disponível
praticar, quando no exercício funcional, transgressões disciplinares do terceiro e quarto graus.
 
         Art. 111 ­ São competentes para aplicação das sanções disciplinares:
 
         I ­ Governador do Estado, nos casos previstos nos ítens III, IV e V do Art. 104;
 
         II ­ Secretário, subsecretário e Delegado Geral, nos casos de suspensão até noventa (90) dias;
 
         III ­ Diretores e Delegados de Polícia, nos casos de repreensão aos servidores que lhes são
subordinados.
 
         CAPÍTULO II
 
         A EXTINSÃO DA PUNIBILIDADE
 
         Art. 112 ­ Extingue­se a punibilidade da transgressão disciplinar:
 
         I ­ pela morte do policial civil transgressor;
 
         II ­ pela prescrição;
 
         § 1º ­ Extingue­se a punibilidade pela prescrição:
 
         I ­ da falta sujeita à pena de repreensão, em dois (02) anos;
 
         II ­ da falta sujeita à pena de suspensão, em quatro (04) anos;
 
         III ­ da falta sujeita à pena de demissão ou de demissão a bem do serviço público, ou de
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, em cinco (05) anos;
 
         IV ­ da falta prevista em lei como infração penal, no mesmo prazo em que se extinguem a
punibilidade desta, pela prescrição, desde que não inferior a cinco (05) anos.
 
         § 2º ­ O prazo de prescrição inicia­se na data do fato e interrompe­se pela abertura de
sindicância e, quando for o caso, pela instauração do processo administrativo ou pelo seu
sobrestamento.
 
         § 3º ­ São imprescritíveis o ilícito de abandono de cargo e a respectiva sanção, enquanto
perdurar o abandono.
 
         CAPÍTULO III
 
         DA SUSPENSÃO PREVENTIVA
 
Art. 113 ­ Quando o afastamento do policial civil for necessário à averiguação das faltas a ele
atribuídas, quando o exigir a moralidade administrativa ou a repercussão do fato, a autoridade que
determinou a instauração do regular procedimento disciplinar poderá suspendê­lo preventivamente.
 
Parágrafo Único ­ A suspensão preventiva será decretada por sessenta (60) dias, prorrogável
por igual período.
 
        Art. 113. Visando resguardar o interesse da coletividade, inclusive quanto à preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio ou quanto ao êxito das investigações
realizadas, o policial civil de carreira sobre quem pese suspeita de cometimento de transgressão
disciplinar de gravidade de 3º grau, na forma dos Arts. 102 e 103 desta Lei, poderá ser afastado
preventivamente de suas funções, por ato motivado do Delegado Superintendente da Polícia Civil ou do
Secretário da Segurança Pública e Defesa da Cidadania. (Redação dada pela Lei n° 12.815, de
17.06.98)
 
         § 1º. Visando resguardar o interesse da coletividade, inclusive quanto à preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio ou quanto ao êxito das investigações realizadas,
o policial civil de carreira sobre quem pese suspeita de cometimento de transgressão disciplinar de
gravidade de 4º grau, na forma dos Arts. 102 e 103 desta Lei, será automaticamente afastado
preventivamente de suas funções, por ato do Delegado Superintendente da Polícia Civil ou do
Secretário da Segurança Pública e Defesa da Cidadania.
 
         § 2º. A medida preventiva de interesse da coletividade, de que trata este artigo, poderá ser
mantida até o final do processo administrativo­disciplinar a que estiver respondendo o policial civil de
carreira, na hipótese do caput, e será obrigatoriamente mantida até o final do processo administrativo­
disciplinar, na hipótese do parágrafo anterior.
 
         § 3º. O policial civil de carreira afastado preventivamente ficará à disposição da
Superintendência da Policia Civil, podendo ser designado para tarefas que não comprometam a medida
preventiva de interesse da coletividade.
 
Art. 114 ­ Durante o período da suspensão preventiva o policial civil perderá a gratificação de
que trata o Art. 73, VI, desta Lei.
 
Art. 114. A medida preventiva de interesse da coletividade, de que trata o artigo anterior, não
constitui sanção disciplinar e não acarretará prejuízo remuneratório para o policial civil de carreira a
ela submetido, salvo quanto às gratificações e vantagens de caráter eventual ou extraordinário, sendo
também computado como de efetivo exercício o período do afastamento preventivo. (Redação dada
pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
Parágrafo único. Para assegurar o correto cumprimento da medida preventiva de interesse da
coletividade, o policial civil de carreira afastado preventivamente deverá fazer a entrega de sua
identidade funcional e respectivo distintivo policial, armas e algemas, recebendo da autoridade
competente documento idôneo para resguardo de seus interesses e relações estranhos ao serviço
policial.
 
         Art. 115 ­ O período de suspensão preventiva será computado no cumprimento da pena de
suspensão efetivamente aplicada.
 
Art. 115. Por não constituir sanção, o período de duração da medida preventiva de interesse da
coletividade não será computado no cumprimento da pena de suspensão eventualmente aplicada ao
policial civil afastado preventivamente. (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
        
Art. 116 ­ O policial civil terá direito:
 
I ­ à diferença de vencimento e à contagem integral de tempo de serviço relativo ao período de
suspensão preventiva, quando do procedimento não resultar punição ou se esta se limitar a pena de
repreensão;
 
 
II ­ à diferença de vencimentos e à contagem de tempo correspondente ao período de
afastamento excedente do prazo da suspensão efetivamente aplicada.
 
Art. 116. O policial civil de carreira afastado preventivamente que, ao final do processo
administrativo­disciplinar, não venha a ser condenado, não sofrerá qualquer prejuízo funcional em
razão da medida, devendo ser cancelada a anotação do afastamento preventivo em seus
assentamentos funcionais. (Redação dada pela Lei n° 12.815, de 17.06.98)
 
         TÍTULO XIII
 
         DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
 
         CAPÍTULO I
 
         DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
 
         Art. 117 ­ A apuração das infrações disciplinares será feita mediante sindicância ou processo
administrativo.
 
         Parágrafo Único ­ A autoridade competente para determinar a instauração de procedimento
disciplinar, se convencida da existência da irregularidade funcional e de indícios de quem seja o seu
autor, proferirá despacho fundamentado do seu convencimento e da gravidade da infração, devendo,
neste caso, sem prejuízo do disposto no Art. 113, adotar as seguintes providências: (Revogado pela Lei
n° 12.815, de 17.06.98)
 
         a) designação do servidor para o exercício de atividades exclusivamente burocráticas até
decisão final da apuração;
 
         b) recolhimento do distintivo, de armas e de algemas cedidas mediante carga.
 
         Art. 118 ­ instaurar­se­á sindicânciaç
 
         I ­ como preliminar de processo administrativo, sempre que não estiver suficientemente
caracterizada a infração ou definida a autoria;
 
         II ­ Quando não for obrigatório o processo administrativo;
 
         III ­ Para apuração de aptidões do servidor, no estágio probatório, para fins de exoneração.
 
         Art. 119 ­ será obrigatório o processo administrativo quando a infração disciplinar, por sua
natureza, possa determinar pena de demissão ou de demissão a bem do serviço público.
 
         CAPÍTULO II
 
         DA SINDICÂNCIA
 
         Art. 120 ­ são competentes para determinar a instauração de sindicância as seguintes
autoridades:
 
         I ­ o Governador do Estado, o Secretário e o subsecretário da Segurança Pública e o Delegado
Geral de Polícia civil, em todos os casos;
 
         II ­ Diretores e Delegados de Polícia, nos casos de repreensão aos servidores que lhes são
subordinados.
 
         Parágrafo Único ­ VETADO
 
         Art. 121 ­ Compete à autoridade sindicante comunicar o início do feito à corregedoria da Polícia
Civil e, se for o caso, ao órgão de pessoal.
 
         Art. 122 ­ A sindicância será concluída dentro de trinta (30) dias a contar da data da portaria
inaugural, prorrogável por mais trinta (30) dias, mediante solicitação fundamentada ao superior
imediato.
 
         § 1º ­ Cabe ao Corregedor Geral da Polícia Civil a concessão de eventual prazo complementar
que não excederá a sessenta (60) dias, necessários à conclusão do feito.
 
§ 1º Cabe ao Corregedor Geral, mediante despacho fundamentado, a concessão do prazo de
prorrogação estabelecido no caput deste artigo. (Redação dada pela Lei n° 12.696, de 20.05.97)
 
         § 2º ­ Findos os prazos previstos no parágrafo anterior e inconclusa a sindicância, oficiará o
Corregedor Geral de Polícia Civil ao Delegado Geral de Polícia Civil que, em face dos motivos
enumerados decidirá pela prorrogação do prazo final de trinta (30) dias e pela adoção da
responsabilidade administrativa do sindicante, se for o caso.
 
         Art. 123 ­ Colhidos os elementos necessários à comprovação dos fatos e da autoria, quando não
for necessária a instauração de processo Administrativo Disciplinar, o sindicante elaborará relatório
sucinto de indiciação do policial civil, que deverá ser ouvido, abrindo­se­lhe o prazo de três (03) dias
para o oferecimento de defesa prévia e indicação das provas de seu interesse.
 
         § 1º ­ Concluída a produção de provas, o sindicato será intimado para, dentro de cinco (05) dias,
oferecer defesa final por escrito.
 
         § 2º ­ Não tendo recursos financeiros ou negando­se o indiciado a constituir advogado, ou
mesmo demonstrando desinteresse em fazê­lo, o Sindicante nomeará Defensor, um advogado, para
promover­lhe a defesa. (Revogado pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
 
         Art. 124 ­ Apresentada a defesa final do indiciado, ou, na hipótese de ser desnecessária a
instauração de Processo Administrativo Disciplinar, tão logo colhidos os elementos necessários à
comprovação dos fatos e da autoria, o sindicante elaborará relatório conclusivo, em que examinará
tudo o que foi apurado, opinando pela aplicação da pena cabível, pelo arquivamento do procedimento,
ou, ainda, quando for o caso, pela instauração de um Processo Administrativo Disciplinar.
 
Art. 124 ­ Apresentada a defesa final do indiciado, na hipótese de ser desnecessária a
instauração de processo administrativo disciplinar, colhidos os elementos necessários à comprovação
dos fatos e da autoria, será elaborado relatório conclusivo, opinando pela aplicação da pena cabível ou
pelo arquivamento do procedimento. (Redação dada pela Lei n° 12.696, de 20.05.97)
 
         § 1º ­ A sindicância será arquivada, na hipótese de não ter sido apurada a responsabilidade
administrativa ou o descumprimento dos requisitos do Estágio Probatório.
 
         § 2º ­ Todos os atos da sindicância serão reduzidos a termo pelo Secretário designado pelo
sindicante.
 
         § 3º ­ A sindicância procede o processo Administrativo Disciplinar, quando for o caso, sendo­lhe
anexada como peça informativa e preliminar.
 
         CAPÍTULO III
 
         DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
 
         Art. 125 ­ Processo Administrativo Disciplinar é o procedimento através do qual é apurada a
responsabilidade administrativa de integrante da Polícia Civil de carreira, quando se cogita da aplicação
de sanção que reclame esta providência. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 1º ­ Será obrigatório o Processo Administrativo Disciplinar quando a transgressão por sua
natureza possa acarretar a pena de: (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
I ­ demissão;
 
II ­ demissão a bem do serviço público;
 
III ­ cassação da aposentadoria ou da disponibilidade.
 
§ 2º ­ São competentes para determinar a instauração de Processo Administrativo Disciplinar,
mediante Portaria: (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
I ­ o Governador do Estado;
 
II ­ o Secretário da Segurança Pública.
 
§ 3º ­ A resolução que instaurar Processo Administrativo Disciplinar conterá a narração sucinta
do fato, com todas as suas circunstâncias, o enquadramento estatutário da transgressão e será
instruída pela sindicância que lhe der origem. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
Art. 126 ­ O Processo Administrativo Disciplinar será realizado na Procuradoria Geral do Estado,
observada a legislação pertinente e as normas do presente Estatuto. (Revogado pela Lei n° 13.441, de
29.01.04)
 
Art. 127 ­ O Processo Administrativo Disciplinar será realizado no prazo de sessenta (60) dias, a
contar da citação do acusado, prorrogável por igual prazo pelo Procurador Geral do Estado, sempre que
as circunstâncias ou motivos puderem justificar a medida. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 1º ­ A inobservância do prazo no caput deste Artigo constitui mera irregularidades processual,
desde que no implique em cerceamento de defesa. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 2º ­ O acusado será citado para ser interrogado e se ver processado, podendo constituir
advogado para todos os atos e termos do processo, o qual não poderá intervir ou influir no
interrogatório. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 3º ­ Não tendo recursos financeiros ou negando­se o acusado a constituir advogado, ou
mesmo demonstrando desinteresse em fazê­lo, o Presidente da Comissão nomeará Defensor, um
Advogado, para promover­lhe a defesa. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 4º ­ Ao defensor do acusado, é facultado: (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
I ­ exigir citação;
 
II ­ reclamar depoimento pessoal como ato de defesa;
 
III ­ arrolar e inquirir testemunhas;
 
IV ­ oferecer documento;
 
V ­ requerer quaisquer diligências;
 
VI ­ requerer quaisquer perícias ou vistorias;
 
VII ­ argüir suspeição;
 
VIII ­ ter vista do processo.
 
 § 4º ­ No caso de não comparecimento do advogado, devidamente intimado, constituído pelo
indiciado, ser­lhe­á designado defensor dativo pelo Presidente da Comissão Processante. (Redação
dada pela Lei n° 12.696, de 20.05.97)
 
§ 5º ­ O Presidente da Comissão de Processamento indeferirá requerimento manifestamente
protelatório ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos, fundamentando sua decisão.
(Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 6º ­ Quando se fizer necessário, a Comissão Processante cientificará o Chefe da Polícia Civil
da realização de audiência, para que este diligencie no sentido de impedir que o indiciado seja
designado para as atividades que inviabilizem o seu comparecimento à audiência. (Redação dada pela
Lei n° 12.696, de 20.05.97)
 
§ 7º ­ VETADO ­ O não cumprimento do parágrafo anterior caracteriza o crime de
responsabilidade. (Redação dada pela Lei n° 12.696, de 20.05.97)
 
Art. 128 ­ A citação do acusado será feita pessoalmente, com antecedência mínima de vinte e
quatro (24) horas, por intermédio da Corregedoria Civil, e o mandado será acompanhado de cópia da
portaria instauradora do processo, com indicação do enquadramento legal.
 
Art. 128 ­ A citação do indiciado deverá ser feita: por carta registrada com aviso de recebimento
(AR), juntando­se ao processo os comprovantes respectivos; ou, pessoalmente, devendo o servidor
encarregado da diligência, quando for o caso, consignar por escrito a recusa do indiciado em recebê­la.
(Redação dada pela Lei n° 12.696, de 20.05.97)  (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 1º ­ Achando­se o acusado ausente do lugar, será citado por via postal, por carta registrada
com aviso de recebimento, juntando­se ao processo os comprovantes respectivos.
 
§ 1º ­ O mandado de citação será acompanhado de cópia da portaria instauradora do processo,
com indicação do enquadramento legal. . (Redação dada pela Lei n° 12.696, de 20.05.97) (Revogado
pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 2º ­ No encontrado o acusado, e esgotada as providências para sua localização, a citação far­
se­á por edital com prazo de quinze (15) dias, publicado no Diário Oficial do Estado, contando­se o
prazo da data da publicação e certificadas nos autos as providências adotadas. (Revogado pela Lei n°
13.441, de 29.01.04)
 
§ 3º ­ Comparecendo o acusado, será interrogado, abrindo­lhe, em seguida, prazo de três (03)
dias para apresentação de defesa prévia, podendo requerer a produção de provas ou apresentá­las.
(Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 4º ­ Não comparecendo o acusado regulamente citado, por despacho do Presidente da
Comissão de Processamento será decretada sua revelia, prosseguindo­se nos demais atos e termos do
processo, com a nomeação de defensor, um advogado, para promover­lhe a defesa. (Revogado pela Lei
n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 5º ­ Ao acusado é facultado arrolar até três (03) testemunhas, salvo manifesta necessidade
em contrário, a critério da Comissão de Processamento.
 
 § 5º ­ Realizada a citação, por qualquer de suas formas, para todos os demais atos do processo
a intimação do indiciado poderá ser feita na pessoa de seu advogado, sendo facultativa a presença do
indiciado nas audiências. (Redação dada pela Lei n° 12.696, de 20.05.97) (Revogado pela Lei n° 13.441,
de 29.01.04)
 
§ 6º ­ Ao acusado é facultado arrolar até 3 (três) testemunhas.(Redação dada pela Lei n°
12.696, de 20.05.97) (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
Art. 129 ­ Findo o prazo a que se refere o § 3º, do Artigo anterior, os autos irão conclusos ao
Presidente para designação da audiência de instrução. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 1º ­ Serão ouvidas, pela ordem, as testemunhas arroladas pela Comissão e pelo acusado.
(Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 2º ­ As testemunhas poderão ser ouvidas, reinquiridas ou acareadas, em mais de uma
audiência, quando se fizer necessário, a critério da Comissão de Processamento. (Revogado pela Lei n°
13.441, de 29.01.04)
 
§ 3º ­ As notificações e intimações de policiais civis serão feitas por intermédio da Corregedoria
de Polícia Civl. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 3º ­ As notificações e intimações de policiais civis poderão ser feitas por intermédio da
Corregedoria de Polícia Civil. (Redação dada pela Lei n° 12.696, de 20.05.97) (Revogado pela Lei n°
13.441, de 29.01.04)
 
§ 4º ­ Tratando­se de documentos que se encontrem em Repartições Públicas, a requerimento
do acusado ou de seu defensor, a autoridade processante fará requisição dos mesmos, ou de cópias
autenticadas, determinará a sua juntada aos autos, a qualquer tempo. (Revogado pela Lei n° 13.441,
de 29.01.04)
 
§ 5º ­ Tratando­se de militar ou policial militar, o seu comparecimento será requisitado ao
respectivo Comandante com as indicações necessárias. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 6º ­ A autoridade processante ordenará, de ofício, a realização de qualquer diligência
necessária ao esclarecimento dos fatos. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
Art. 130 ­ A testemunha não poderá eximir­se de depor, salvo se for ascendente, cônjuge,
ainda que legalmente separado, irmão, sogro, cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusado, exceto
quando não for possível, por outro modo, obter­se ou integrar­se a prova do fato e de suas
circunstâncias. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 1º ­ As testemunhas arroladas pelo acusado comparecerão à audiência, sempre que possível,
independente de notificação, devendo ser notificada a testemunha cujo depoimento for relevante e a
que não comparecer espontaneamente.
 
§ 1º ­ Designada a audiência, caberá ao indiciado providenciar o comparecimento das
testemunhas que arrolou, a fim de que sejam ouvidas pela Comissão Processante, sendo de sua
exclusiva responsabilidade o não comparecimento de testemunhas de defesa. (Redação dada pela Lei n
° 12.696, de 20.05.97) (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 2º ­ O servidor que se recusar a depor como testemunha, sem justa causa, ou deixar de
atender a qualquer exigência para cujo cumprimento seja marcado prazo certo, ficará sujeito às
sanções disciplinares. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 3º ­ O funcionário que tiver de depor como testemunha, fora da sede do seu exercício
funcional, terá direito a transporte e diária, na forma estabelecida por este Estatuto. (Revogado pela
Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 4º ­ São proibidos de depor os funcionários ou pessoas que em razão de função, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, a menos que, desobrigados pela parte interessada ou autoridade
competente, queiram dar o seu testemunho. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
Art. 131 ­ É permitido à Comissão de Processamento tomar conhecimento de argüições nova
que, no curso do processo, surgirem contra o acusado. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
Parágrafo Único ­ Quando as argüições forem pertinentes ao processo, o acusado será intimado
das novas imputações, reabrindo­se­lhe prazo igual ao da defesa prévia. (Revogado pela Lei n° 13.441,
de 29.01.04)
 
Art. 132 ­ Encerrada a fase probatória, dar­se­á vista dos autos ao acusado para apresentação
de razões finais no prazo de oito (08) dias. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 1º ­ Havendo mais de um acusado, os prazos fixados neste Estatuto serão computados em
dobro, observado o disposto no Art. 89, Incisos XVI e XVII, da Lei Nº 4.215, de 27 de abril de 1963.
(Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 2º ­ Na hipótese de não terem sido apresentadas as razões finais, o Presidente da Comissão
designará defensor, um advogado, para que o faça no mesmo prazo de oito (08) dias. (Revogado pela
Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 3º ­ Findo o prazo para apresentação de razões finais, a Comissão apresentará relatório
conclusivo no prazo de quinze (15) dias. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 4º ­ No relatório, a Comissão apreciará, em relação ao acusado, o seguinte: (Revogado pela
Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
I ­ as irregularidades que lhe foram imputadas;
 
II ­ as provas colhidas;
 
III ­ as diligências realizadas;
 
IV ­ as razões de defesa;
 
V ­ conclusão com enquadramento legal do acusado.
 
§ 5º ­ Aplicam­se subsidiariamente as normas dos Códigos de Processo Penal e de Processo Civil
ao disposto neste Título. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
Art. 133 ­ Relatado, o Processo Administrativo disciplinar será encaminhado à autoridade
competente para julgamento. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 1º ­ Havendo mais de um (01) acusado e diversidade de sanções, caberá o julgamento à
autoridade competente por imposição da sanção mais grave. (Revogado pela Lei n° 13.441, de
29.01.04)
 
§ 2º ­ O funcionário que estiver respondendo a Processo Administrativo Disciplinar somente
poderá ser exonerado após o julgamento. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 3º ­ Recebidos os autos do processo, a autoridade competente para proferir julgamento
decidirá no prazo de vinte (20) dias. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
§ 4º ­ Na hipótese do parágrafo anterior e no esgotamento do prazo para conclusão do processo,
o acusado, se tiver sido afastado do seu cargo, retornará ao exercício funcional. (Revogado pela Lei n°
13.441, de 29.01.04)
 
§ 5º ­ Declarada a nulidade do processo, por falta do cumprimento e formalidade essencial,
novo procedimento será instaurado. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
Art. 134 ­ Sob pena de nulidade, as reuniões e as diligências realizadas pela Comissão serão
consignadas em atas ou reduzidas a termo. (Revogado pela Lei n° 13.441, de 29.01.04)
 
Art. 135 ­ Das decisões do Secretário da Segurança Pública, caberá recurso, com efeito
suspensivo, no prazo de dez (10) dias, para o Governador do Estado.  (Revogado pela Lei n° 13.441, de
29.01.04)
 
         CAPÍTULO IV
 
         DA REVISÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR
 
         Art. 136 ­ Dar­se­á revisão de procedimento­findo mediante recurso do punido, quando:
 
         I ­ a decisão houver sido proferida contra expressa disposição legal;
 
         II ­ a decisão se fundar em depoimentos, exame, perícias, vistorias e documentos
comprovadamente falsos;
 
         III ­ surgirem, após a decisão, provas de inocência do punido;
 
         IV ­ ocorrerem circunstâncias que autorizem o abrandamento da pena aplicada.
 
         Parágrafo Único ­ Os pedidos que não se fundarem nos casos enumerados neste Artigo serão
indeferidos "in limine".
 
         Art. 137 ­ A revisão, que poderá verificar­se a qualquer tempo, não autoriza a agravação da
pena.
 
         Art. 138 ­ Tratando­se de policial civil falecido ou desaparecido, a revisão poderá ser requerida
pelo cônjuge, companheiro, descendente ou colateral, consangüíneo até o segundo grau civil.
 
         Art. 139 ­ Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas provas.
 
         Art. 140 ­ O pedido será sempre dirigido à autoridade que aplicou a penalidade, ou que a tiver
confirmado em grau de recurso.
 
         § 1º ­ A revisão será processada por comissão, constituída na Procuradoria Geral do Estado.
 
         § 2º ­ Estará impedido de atuar na revisão quem tenha funcionado no procedimento disciplinar.
 
         Art. 141 ­ Recebido o pedido, o Presidente da Comissão ou a autoridade designada para
processar a revisão providenciará o apensamento do procedimento disciplinar e notificará o requerente
para, no prazo de oito (08) dias, juntar as provas que tiver ou indicar as que pretenda produzir,
oferecendo rol de testemunhas se for o caso.
 
         Art. 142 ­ Se a revisão for julgada procedente, será reduzida ou cancelada a penalidade aplicada
ao requerente, restabelecendo­se todos os direitos atingidos pela decisão reformada.
 
         Art. 143 ­ Nas fases de instrução e decisão, será observado, no que couber, o procedimento
administrativo previsto neste Estatuto, para o Processo Administrativo Disciplinar.
 
         Art. 144 ­ Não constitui fundamento para revisão a simples alegação de injustiça da sanção.
 
         CAPÍTULO V
 
         DO DIREITO DE PETIÇÃO
 
         Art. 145 ­ É assegurado ao funcionário ativo ou inativo o direito de requerer, representar, pedir
reconsideração e recorrer desde que o faça dentro das normas de urbanidade e em termos, observadas
as seguintes regras:
 
         I ­ nenhuma solicitação, qualquer que seja a sua forma, poderá ser dirigida a autoridade
incompetente para decidi­la;
 
         II ­ o pedido de reconsideração somente será cabível quando contiver novos argumentos ou
fatos supervenientes;
 
         III ­ o pedido será sempre dirigido à autoridade que tiver expedido o ato ou proferido a decisão;
 
         IV ­ nenhum pedido de reconsideração poderá ser renovado perante a mesma autoridade;
 
         V ­ o pedido de reconsideração deverá ser decidido no prazo máximo de trinta (30) dias;
 
         VI ­ caberá recurso somente quando houver pedido de reconsideração desatendido ou no
decidido no prazo legal;
 
         VII ­ o recurso será dirigido à autoridade a que estiver imediatamente subordinada à que tenha
expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamente, na escala ascendente, às demais
autoridades;
 
         VIII ­ nenhum recurso poderá ser dirigido mais de uma (01) à mesma autoridade.
 
         § 1º ­ Em hipótese alguma poderá ser recebida petição, pedido de reconsideração ou recurso
que não atendam às prescrições deste artigo, devendo a autoridade à qual foram encaminhadas estas
peças, indeferí­las de plano.
 
         § 2º ­ A decisão final dos recursos a que se refere este Artigo, deverá ser dada dentro do prazo
de noventa (90) dias, contados da data do recebimento na repartição.
 
         § 3º ­ Os pedidos de reconsideração e os recursos não têm efeito suspensivo, salvo disposto em
contrário e o que foi provido retroagirá, nos efeitos, à data do ato impugnado, desde que outra
providência não determine a autoridade quanto aos efeitos relativos ao passado.
 
         SEÇÃO I
 
         DA PRESCRIÇÃO
 
         Art. 146 ­ O direito de pleitear na esfera administrativa prescreve em cento e vinte (120) dias,
salvo:
 
         I ­ para requerer cancelamento de nota punitiva em doze (12) meses, contados da data em que
o policial estiver habilitado ao cancelamento;
 
         II ­ para interpor recurso em trinta (30) dias a contar da data da decisão que indeferiu o pedido;
 
         III ­ para requerer revisão de atos dos quais decorreu a demissão, aposentadoria ou
disponibilidade em cinco (05) anos, contados das datas de suas publicações.
 
         Art. 147 ­ Inaplicam­se os prazos prescricionais do Artigo anterior nos casos em que este
Estatuto expressamente os definam de forma diversa.
 
         Art. 148 ­ As prescrições administrativas da Polícia Civil somente excederão a cinco (05) anos
nas transgressões disciplinares que constituem crime, regulado pela Lei Penal.
 
         TÍTULO XIV
 
         DAS RECOMPENSAS
 
         CAPÍTULO ÚNICO
 
         Art. 149 ­ São recompensas:
 
         I ­ elogio;
 
         II ­ cancelamento de nota punitiva;
 
         III ­ medalha do Mérito Policial.
 
         Art. 150 ­ Elogio, para efeito deste Estatuto, é a menção que deve constar no assentamento
funcional individual do policial por ato que mereça registro especial, ultrapasse o cumprimento normal
das atribuições e se revista de relevância.
 
         § 1º ­ O elogio destina­se a ressaltar:
 
         I ­ morte, invalidez ou lesão corporal no cumprimento do dever;
 
         II ­ ato que traduza dedicação excepcional no cumprimento do dever, ou que importe ou possa
importar em risco da própria segurança pessoal ou de terceiros;
 
         III ­ execução de serviço que, pela sua relevância e pelo que representa para a instituição ou
para a comunidade, mereça ser enaltecido como reconhecimento pela atividade desempenhada;
 
         IV ­ aspectos relativos ao caráter, à coragem e ao despreendimento, à inteligência e cultura, à
conduta e à capacidade de profissionais.
 
         § 2º ­ Não constitui motivo para elogio o cumprimento dos deveres impostos ao policial civil em
razão da Lei ou Regulamento.
 
         § 3º ­ São competentes para conceder a recompensa de que trata este Artigo e determinar a
inscrição nos assentamentos funcionais, para efeito de merecimento em ascensão funcional do
servidor:
 
         I ­ o Governador do Estado;
 
         II ­ o Secretário de Segurança Pública;
 
         III ­ o Conselho Superior de Polícia Civil;
 
         IV ­ o Delegado Geral de Polícia Civil.
 
         §3º São competentes para conceder a recompensa, de que trata este artigo, e determinar a
inscrição nos assentamentos funcionais e para efeito de merecimento em ascensão funcional do
servidor:
 
            I ­ o Governador do Estado;
 
            II ­ o Controlador­Geral de Disciplina;
 
            III ­ o Secretário de Segurança Pública;
 
            IV ­ o Conselho Superior de Polícia;
 
            V ­ o Delegado­Geral de Polícia Civil;
 
            VI ­ o Perito­Geral da Perícia Forense. (Nova redação dada pela Lei n.º 15.051, de 06.12.11)
 
         Art. 151 ­ Cancelamento é o ato formal através do qual o Conselho Superior de Polícia Civil
cancela a punição imposta ao policial civil, nos casos de repreensão e suspensão, atendidos os
seguintes prazos:
 
         I ­ de dois (02) anos no caso de repreensão;
 
         II ­ de quatro (04) anos no caso de suspensão por transgressão disciplinar de primeiro grau;
 
         III ­ de seis anos (06) anos no caso de suspensão por transgressão disciplinar de segundo grau;
 
         Parágrafo Único ­ Os prazos previstos neste Artigo serão contados a partir do dia imediato à
data da publicação do ato punitivo.
 
         Art. 152 ­ As notas punitivas mesmo canceladas permanecerão registradas nos assentamentos
funcionais do servidor para que seja mantido interstício entre punições que foram aplicadas,
obedecidos os prazos previstos no Artigo anterior.
 
         § 1º ­ É vedado ao órgão de pessoal fornecer informações sobre a nota punitiva cancelada, salvo
para o Conselho Superior de Polícia Civil objetivando o cumprimento do disposto neste Artigo.
 
         § 2º ­ O cancelamento de nota punitiva não acarretará contagem de tempo de serviço ou
desembolso financeiro decorrentes do período de suspensão, salvo se convertida em multa.
 
         Art. 153 ­ O pedido deverá ser dirigido ao Presidente do Conselho Superior de Polícia Civil,
atendidos os seguintes requisitos:
 
         a) ser formulado dentro do prazo fixado para a concessão do cancelamento;
 
         b) ter o funcionário completado, sem nenhuma outra punição, o prazo estabelecido neste
Estatuto;
 
         c) ser instruído com expressa retratação, no caso de transgressão atentatória a honra pessoal ou
da classe;
 
         d) ser instruído com certidões negativas criminais fornecidas pelos cartórios das sedes das
unidades onde teve exercício durante o período do interstício.
 
         Parágrafo Único ­ O prazo prescricional previsto para o requerimento de nota punitiva, iniciar­se­
á a partir da absolvição do policial, quando existir processo que o impossibilite de atender as
exigências da Alínea "d" deste Artigo.
 
         Art. 154 ­ A medalha do Mérito Policial Civil é a comenda com que o Governador do Estado por
intermédio do Secretário da Segurança Pública, distingue policiais civis ou personalidades eminentes,
nos termos do Regulamento.
 
         TÍTULO XV
 
         DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
 
         Art. 155 ­ O dia 21 de Abril é consagrado à Polícia Civil e será oficialmente comemorado.
 
         Art. 156 ­ Ao policial civil que frequente curso de 1º e 2º graus ou superior é assegurado o
direito de transferência em estabelecimento de ensino estadual no local para onde for designado para
ter exercício funcional.
 
         Art. 157 ­ Ao policial civil é facultado o livre ingresso em todas as casas de diversões e lugares
sujeitos à fiscalização da polícia, bem como portar arma para sua defesa pessoal e da comunidade.
 
         Art. 158 ­ É permitido a consignação em folha de pagamento do vencimento ou provento, não
devendo exceder de trinta (30) por cento, salvo por decisão judicial.
 
Art.  158.  É  permitida  a  consignação  facultativa,  em  folha  de  pagamento  da  remuneração,
subsídios e proventos. (redação dada pela Lei N° 13.369, de 22.09.03)
 
§  1º.  A  soma  das  consignações  facultativas  não  excederá  de  40%  (quarenta  por  cento)  da
remuneração, subsídios e proventos, deduzidas as consignações obrigatórias). (redação dada pela Lei N
° 13.369, de 22.09.03)
 
§ 2º. Serão computados, para efeito do cálculo previsto neste artigo, o vencimento­base,
acrescido das vantagens fixas e as de caráter pessoal. (redação dada pela Lei N° 13.369, de 22.09.03)
                             
         Art. 159 ­ O Estado propiciará bolsa de estudo ao policial civil, como incentivo a sua
profissionalização, em cursos não regulares de treinamento, aperfeiçoamento ou especialização,
instituídos em estabelecimentos de reconhecida e notória idoneidade técnica e científica no território
nacional ou estrangeiro.
 
         Art. 160 ­ Contar­se­ão por dias corridos os prazos previstos neste Estatuto.
 
         Parágrafo Único ­ Computam­se os prazos excluindo­se o dia do começo e incluindo o do
vencimento, prorrogando­se este quando incidir em sábado, domingo, feriado ou facultativo, para o
primeiro dia útil seguinte.
 
         Art. 161 ­ É vedado, salvo, com autorização expressa do Governador, em cada caso, o
aproveitamento de policial civil em funções estranhas às de seu cargo, sob pena de responsabilidade da
autoridade que o permitir.
 
         Parágrafo Único ­ A autorização de que trata este Artigo não será concedida a policial civil
enquanto em estágio probatório.
 
         Art. 162 ­ Não se aplicam aos cargos policiais civis e a seus ocupantes os institutos da
transformação, da transposição, transferência, readmissão e reversão.
 
         Art. 163 ­ O Estado fornecerá aos policiais civis arma, munição, algema, distintivo e carteira
funcional, conforme sejam necessários ao exercício de suas funções, bem como alimentação durante os
plantões.
 
         § 1º ­ O policial civil é obrigado a devolver no dia da exoneração ou demissão , os objetos
recebidos na forma deste Artigo.
 
         § 2º. O policial ao se aposentar terá direito a uma nova carteira funcional na qual conste a
denominação "Aposentado".
 
         Art. 164 ­ O policial civil preso provisoriamente ou em virtude de sentença condenatória
transitada em julgado , ainda que decretada a perda da função pública , será recolhido ao Presídio
Especial.
 
         Art. 165 ­ São isentos de quaisquer tributos ou emolumentos os requerimentos de certidões ou
outros papéis que interessem ao policial civil nesta qualidade.
 
         Art. 166 ­ É defeso ao policial civil exercer suas atividades na mesma unidade administrativa ,
cuja autoridade policial seja cônjuge, ascendente ou descentende e colateral até o terceiro grau por
consanguinidade ou afinidade.
 
         Art. 167 ­ O efetivo da Polícia Civil será fixado bianualmente através de Lei que observará ,
dentre outros , os seguintes aspectos:
 
         I ­ violência e criminalidade;
 
         II ­ concentração populacional urbana;
 
         III ­ densidade demográfica.
 
         Art. 168 ­ O integrante da Polícia Civil, no exercício funcional, está obrigado a apresentar,
bianualmente, ao órgão central de pessoal, declaração de bens e valores acrescidos do seu patrimônio,
acompanhada de documentação idônea.
 
         Art. 169 ­ A cada três (03) anos a Polícia Civil promoverá, através da Academia de Polícia Civil,
cursos de reciclagem para todos os profissionais da Instituição, com frequência obrigatória, cujos
conteúdos programáticos cuidem, basicamente, de abordagens nas áreas de psicologia e humanidades,
assegurada a participação de entidades não governamentais.
 
         Art. 170 ­ O Estado proporcionará Delegacias com acomodações dígnas e salutares às
autoridades policiais e seus agentes.
 
         Art. 171 ­ O policial civil que tiver capacidade reduzida para o exercício das atribuições do cargo
que ocupe, comprovada através de perícia médica oficial, poderá ser readaptado no cargo de
atribuições compatíveis como novo estado físico ou psíquico, desde que atenda aos requisitos
necessários para o exercício do novo cargo.
 
         Art. 172 ­ Aplicam­se aos policiais civis, não que no conflitar com esta lei, as disposições
estatutárias e especiais relativas aos servidores públicos em geral do Estado existentes ou que vierem
a ser editadas.
 
         Art. 173 ­ Não se aplicam aos Delegados de Polícia a gratificação de que trata o Art. 73, VII, e a
indenização de que trata o Art. 86, todos desta lei.
 
         Art. 174 ­ Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário especialmente a Lei Nº 10.784, de 17 de janeiro de 1993.
 
         PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 06 de julho de 1993.
CIRO FERREIRA GOMES
FRANCISCO QUINTINO FARIAS
 
 
LEGISLAÇÃO PENAL
EXTRAVAGANTE

1
CONTEÚDO
DECRETO-LEI N. 3.688, DE 3 DE 1941 - LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS
LEI N. 1.521, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1951 – CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR
LEI N. 2.889, DE 1.º DE OUTUBRO DE 1956 – CRIME DE GENOCÍDIO
LEI N. 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965 – CÓDIGO ELEITORAL
LEI N. 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965 – DIREITO DE REPRESENTAÇÃO CONTRA ABUSO
LEI N. 5.553, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1968 – DOCUMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO PESSOAL
LEI N. 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973 – ESTATUTO DO ÍNDIO
LEI N. 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979 – LEI DE LOTEAMENTO
LEI N. 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984 – LEI DE EXECUÇÃO PENAL
LEI N. 7.492, DE 16 DE JUNHO DE 1986 – CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO
LEI N. 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989 – CRIMES DE PRECONCEITOS DE RAÇA OU DE COR
LEI N. 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 – ESTATUTO DA CRIANÇA ECA
LEI N. 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990 – CRIMES HEDIODOS
LEI N. 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990 – CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA
LEI N. 8.176, DE 8 DE FEVEREIRO DE 1991 – CRIMES CONTRA A ORDEM ECONÔMICA
LEI N. 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 – ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
LEI N. 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 – LEI DE LICITAÇÃO
LEI N. 9.029, DE 13 DE ABRIL DE 1995 – CRIMES CONTRA O TRABALHO
LEI N. 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995 – JUIZADOS ESPECIAIS
LEI N. 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996 – LEI DE PATENTES
LEI N. 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996 – ESCUTA TELEFÔNICA
LEI N. 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1997 – LEI DE TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS
LEI N. 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 – CRIMES DE TORTURA

2
LEI N. 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 – CÓDIGO DE TRÂNSITO
LEI N. 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 – CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
LEI N. 9.609, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – LEI DO SOFTWARE
LEI N. 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – LEI SOBRE DIREITOS AUTORAIS
LEI N. 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998 – LAVAGEM DE CAPITAIS
LEI N. 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999 – PROGRAMA DE PROTEÇÃO À TESTEMUNHA
LEI N. 10.446, DE 8 DE MAIO DE 2002 – INFRAÇÕES PENAIS REPRESSÃO UNIFORME
LEI N. 10.671, DE 15 DE MAIO DE 2003 - ESTATUTO DO TORCEDOR
LEI N. 10.741, DE 1.º DE OUTUBRO DE 2003 – ESTATUTO DO IDOSO
LEI N. 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003 – ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI N. 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005 – LEI DE FALÊNCIAS
LEI N. 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005 – LEI DE BIOSSEGURANÇA
LEI N. 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 – LEI MARIA DA PENHA
LEI N. 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 – LEI DE DROGAS
LEI N. 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009 – MANDATO DE SEGURANÇA
LEI N. 12.037, DE 1.º DE OUTUBRO DE 2009 – IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
LEI N. 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010 – ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL
LEI N. 12.830, DE 20 DE JUNHO DE 2013 – INVESTIGAÇÃO CONDUZIDA POR DELEGADO
LEI N. 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013 – COMBATE ÀS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
LEI N. 12.852, DE 5 DE AGOSTO DE 2013 – ESTATUTO DA JUVENTUDE
TÍTULO II DA LEI 8.078 DE 1990 – CRIMES CONTRA A RELAÇÃO DE CONSUMO

3
DECRETO-LEI N. 3.688, DE 3 DE
OUTUBRO DE 1941 (*)
Lei das Contravenções Penais.
O Presidente da República, usando das atribuições que lhe
confere o art. 180 da Constituição, decreta:
LEI DAS CO NTRAVENÇÕ ES PENAIS
PARTEGERAL
Aplicação das regras gerais do Código Penal
Art. 1.º Aplicam-se às contravenções as regras gerais do Código Penal,
sempre que a presente Lei não disponha de modo diverso.
Territorialidade
Art. 2.º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no
território nacional.
• Vide art. 12 do CP.
• Vide art. 61 da Lei n. 9.099, de 26-9-1995.
Voluntariedade. Dolo e culpa
Art. 3.º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão
voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz
depender, de um ou de outra, qualquer efeito jurídico.
Tentativa
Art. 4.º Não é punível a tentativa de contravenção.
Penas principais
Art. 5.º As penas principais são:
I - prisão simples;
II - multa.
Prisão simples
Art. 6.º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor
penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão
comum, em regime semiaberto ou aberto.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 6.416, de 24-5-1977.
§ 1.º O condenado à pena de prisão simples fica sempre separado dos
condenados à pena de reclusão ou de detenção.
§ 2.º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada não excede a 15

4
(quinze) dias.
Reincidência
Art. 7.º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma
contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha
condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no
Brasil, por motivo de contravenção.
Erro de direito
Art. 8.º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei,
quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada.
Conversão da multa em prisão simples
Art. 9.º A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que
dispõe o Código Penal sobre a conversão de multa em
detenção.
•• Vide art. 51 do CP.
Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a conversão em
prisão simples se faz entre os limites de 15 (quinze) dias e 3 (três)
meses.
Limites das penas
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum,
ser superior a 5 (cinco) anos, nem a importância das multas ultrapassar
cinquenta contos de réis.
Suspensão condicional da pena de prisão simples
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender,
por tempo não inferior a 1 (um) ano nem superior a 3 (três), a execução
da pena de prisão simples, bem como conceder livramento condicional.
•• Artigo com redação determinada pela Lei n. 6.416, de 24-5- 1977.
Penas acessórias
Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as
seguintes interdições de direitos:
I - a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo
exercício dependa de habilitação especial, licença ou autorização
do poder público;
II - a suspensão dos direitos políticos.

5
Parágrafo único. Incorrem:
a) na interdição sob n. I, por 1 (um) mês a 2 (dois) anos, o condenado
por motivo de contravenção cometida com abuso de profissão ou
atividade ou com infração de dever a ela inerente;
b) na interdição sob n. II, o condenado à pena privativa de liberdade,
enquanto dure a execução da pena ou a aplicação da medida de
segurança detentiva.
Medidas de segurança
Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, as medidas de
segurança estabelecidas no Código Penal, à exceção do exílio local.
Presunção de periculosidade
Art. 14. Presumem-se perigosos, além dos indivíduos a que se referem
os ns. I e II do art. 78 do Código Penal:
•• Refere-se ao CP em seu texto original. Sem correspondência
no texto vigente.
I - o condenado por motivo de contravenção cometida em estado de
embriaguez pelo álcool ou substância de efeitos análogos, quando
habitual a embriaguez;
II - o condenado por vadiagem ou mendicância.
III e IV - (Revogados pela Lei n. 6.416, de 24-5-1977.)
Internação em colônia agrícola ou em instituto de
trabalho, de reeducação ou de ensino profissional
Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho,
de reeducação ou de ensino profissional, pelo prazo mínimo de 1 (um)
ano:
I - o condenado por vadiagem (art. 59);
II - o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo).
•• Citado art. 60 foi revogado pela Lei n. 11.983, de 16-7-2009.
III - (Revogado pela Lei n. 6.416, de 24-5-1977.)
•• Vide a Lei n. 7.209, de 11-7-1984.
Internação em manicômio judiciário ou em casa de custódia e
tratamento
Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio

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judiciário ou em casa de custódia e tratamento é de 6 (seis) meses.
Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a
internação, submeter o indivíduo a liberdade vigiada.
Ação penal
Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de
ofício.
• Vide art. 129, I, da CF, sobre a promoção privativa da ação
penal pública.
• Vide art. 109, IV, da CF.
• Vide art. 77 da Lei n. 9.099, de 26-9-1995.
• Vide Súmula 38 do STJ.
PARTEESPECIAL
CAPÍTULO I
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA
• Crimes contra a pessoa: arts. 121 a 154 do CP.
Fabrico, comércio, ou detenção de armas ou munição
Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem
permissão da autoridade, arma ou munição:
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa, de um a
cinco contos de réis, ou ambas cumulativamente, se o fato não constitui
crime contra a ordem política ou social.
•• Vide Lei n. 10.826, de 22-12-2003.
• Vide art. 334 do CP (contrabando ou descaminho).
Porte de arma
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem
licença da autoridade:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa, de
duzentos mil réis a três contos de réis,ou ambas cumulativamente.
•• Vide Lei n. 10.826, de 22-12-2003.
§ 1.º A pena é aumentada de um terço até metade, se o agente já foi
condenado, em sentença irrecorrível, por violência contra pessoa.
§ 2.º Incorre na pena de prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três)
meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto de réis, quem,

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possuindo arma ou munição:
a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o
determina;
b) permite que alienado, menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
inexperiente no manejo de arma a tenha consigo;
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se
apodere facilmente alienado, menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
inexperiente em manejá-la.
•• Vide Lei n. 10.826, de 22-12-2003.
Anúncio de meio abortivo
Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar
aborto:
Pena - multa.
•• Artigo com redação determinada pela Lei n. 6.734, de 4-12-
1979.
Vias de fato
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém: Pena - prisão simples, de
15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa, de cem mil réis a um conto
de réis, se o fato não constitui crime.
•• Vide o disposto no art. 2.º da Lei n. 7.209, de 11-7-1984,
sobre a pena de multa.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se
a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
•• Parágrafo único acrescentado pela Lei n. 10.741, de 1.º-10-
2003.
Internação irregular em estabelecimento psiquiátrico
Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem
as formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental.
Pena - multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
§ 1.º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar à autoridade
competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo
de urgência, sem as formalidades legais.
§ 2.º Incorre na pena de prisão simples, de 15 (quinze) dias a

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3 (três) meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis,
aquele que, sem observar as prescrições legais, deixa retirar-se ou
despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele internada.
Indevida custódia de doente mental
Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto
no artigo anterior, sem autorização de quem de direito:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa, de
quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
CAPÍTULO II
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO
PATRIMÔNIO
• Crimes contra o patrimônio: arts. 155 a 183 do CP.
Instrumento de emprego usual na prática de furto
Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado
usualmente na prática de crime de furto:
Pena - prisão simples, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, de
trezentos mil réis a três contos de réis.
Posse não justificada de instrumento de emprego usual
na prática de furtoArt. 25. Ter alguém em seu poder, depois de
condenado por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade
vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves
falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática
de crime de furto, desde que não prove destinação legítima:
Pena - prisão simples, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, e multa de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
Violação de lugar ou objeto
Art. 26. Abrir, alguém, no exercício de profissão de serralheiro
ou ofício análogo, a pedido ou por incumbência de pessoa de cuja
legitimidade não se tenha certificado previamente, fechadura ou
qualquer outro aparelho destinado à defesa de lugar ou objeto:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa, de
duzentos mil réis a um conto de réis.

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Exploração da credulidade pública
Art. 27. (Revogado pela Lei n. 9.521, de 27-11-1997.)
CAPÍTULO III
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À
INCOLUMIDADEPÚBLICA
• Crimes contra a incolumidade pública: arts. 250 a 285 do CP.
Disparo de arma de fogo
Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela:
Pena - prisão simples, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa, de
trezentos mil réis a três contos de réis.
•• Vide art. 15 da Lei n. 10.826, de 22-12-2003.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de 15
(quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois
contos de réis, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, em via
pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração
perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso.
•• Vide art. 42 da Lei n. 9.605, de 12-2-1998.
•• Vide art. 16, parágrafo único, da Lei n. 10.826, de 22-12-
2003.
Desabamento de construção
Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto
ou na execução, dar-lhe causa:
Pena - multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitui crime
contra a incolumidade pública.
Perigo de desabamento
Art. 30. Omitir alguém a providência reclamada pelo estado ruinoso de
construção que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe:
Pena - multa, de um a cinco contos de réis.
O missão de cautela na guarda ou condução de animais
Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou
não guardar com a devida cautela animal perigoso:
Pena - prisão simples, de 10 (dez) dias a 2 (dois) meses, ou multa, de cem

10
mil réis a um conto de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia a
pessoa inexperiente;
b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.
Falta de habilitação para dirigir veículo
Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou
embarcação a motor em águas públicas:
Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
•• Vide Súmula 720 do STF, que derroga este artigo no tocante à
direção sem habilitação em vias terrestres.
Direção não licenciada de aeronave
Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
Direção perigosa de veículo na via pública
Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas
públicas, pondo em perigo a segurança alheia:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa, de
trezentos mil réis a dois contos de réis.
Abuso na prática da aviação
Art. 35. Entregar-se, na prática da aviação, a acrobacias ou a voos
baixos, fora da zona em que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave
fora dos lugares destinados a esse fim:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa, de
quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Sinais de perigo
Art. 36. Deixar de colocar na via pública sinal ou obstáculo, determinado
em lei ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes:
Pena - prisão simples, de 10 (dez) dias a 2 (dois) meses, ou multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

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a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra
natureza ou obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes;
b) remove qualquer outro sinal de serviço público.
Arremesso ou colocação perigosa
Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de
uso comum, ou de uso alheio, coisa que possa ofender, sujar ou
molestar alguém:
Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as
devidas cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em
via pública ou em lugar de uso comum ou de uso alheio, possa
ofender, sujar ou molestar alguém.
Emissão de fumaça, vapor ou gás
Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou
gás, que possa ofender ou molestar alguém:
Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
CAPÍTULO IV
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ
PÚBLICA
• Crimes contra a paz pública: arts. 286 a 288 do CP.
Associação secreta
Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que
se reúnam periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a
existência, objetivo, organização ou administração
da associação:
•• Vide art. 5.º, XVII, da CF.
Pena - prisão simples, de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa, de
trezentos mil réis a três contos de réis.
§ 1.º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de
prédio que o cede, no todo ou em parte, para reunião de
associação que saiba ser de caráter secreto.
§ 2.º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de
aplicar a pena, quando lícito o objeto da associação.

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Provocação de tumulto. Conduta inconveniente
Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou
desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembleia ou espetáculo
público, se o fato não constitui infração penal mais grave:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
Falso alarma
Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou
praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto: Pena - prisão
simples, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa, de duzentos mil
réis a dois contos de réis.
Perturbação do trabalho ou do sossego alheios
Art. 42. Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios:
I - com gritaria ou algazarra;
II - exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo
com as prescrições legais;
III - abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV - provocando ou não procurando impedir barulho
produzido por animal de que tem guarda:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
CAPÍTULO V
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ
PÚBLICA
• Crimes contra a fé pública: arts. 289 a 311 do CP.
Recusa de moeda de curso legal
Art. 43. Recusar-se a receber pelo seu valor, moeda de curso
legal do País: Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Imitação de moeda para propaganda
Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que
pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda: Pena - multa,
de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Simulação da qualidade de funcionário

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Art. 45. Fingir-se funcionário público:
Pena - prisão simples, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa, de
quinhentos mil réis a três contos de réis.
Uso ilegítimo de uniforme ou distintivo
Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública
que não exercer; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou
denominação cujo emprego seja regulado por lei.
•• Artigo com redação determinada Decreto-lei n. 6.916, de 2-
10-1944.
Pena - multa, se o fato não constitui infração penal mais
grave.
CAPÍTULO VI
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
• Crimes contra a organização do trabalho: arts. 197 a 207 do
CP.
Exercício ilegal de profissão ou atividade
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar
que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está
subordinado o seu exercício: Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a
3 (três) meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Exercício ilegal do comércio de coisas antigas e obras de arte
Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de
antiguidades, de obras de arte, ou de manuscritos e
livros antigos ou raros:
Pena - prisão simples, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa, de um a dez
contos de réis.
Matrícula ou escrituração de indústria e profissão
Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à
escrituração de indústria, de comércio, ou de outra atividade: Pena -
multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis.
CAPÍTULO VII
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA

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DECOSTUMES
Jogo de azar
Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público
ou acessível ao público, mediante o pagamento de entrada ou
sem ele:
• Vide Súmula 362 do STF.
• O Decreto-lei n. 9.215, de 30-4-1946, proibiu a prática ou
exploração de jogos de azar em todo o território nacional; seu
art. 1.º restaurou a vigência deste art. 50 e seus parágrafos.
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, de dois a
quinze contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda
dos móveis e objetos de decoração do local.
§ 1.º A pena é aumentada de um terço, se existe entre os
empregados ou participa do jogo pessoa menor de 18 (dezoito)
anos.
§ 2.º Incorre na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil
reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), quem é encontrado
a participar do jogo, ainda que pela internet ou por qualquer
outro meio de comunicação, como ponteiro ou apostador.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 13.155, de 4-8-
2015.
§ 3.º Consideram-se jogos de azar:
a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou
principalmente da sorte;
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou
de local onde sejam autorizadas;
• A Lei n. 7.291, de 19-12-1984, que trata das atividades de
equideocultura, dispõe em seu art. 9.º, § 2.º: "É inafiançável a
contravenção decorrente de apostas sobre corridas de cavalos,
prevista no art. 50, § 3.º, b, do Decreto-lei n. 3.688, de 3-10-
1941, e no art. 60 do Decreto-lei n. 6.259, de 10-2-1944".
c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.
§ 4.º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessível ao

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público:
a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando
deles habitualmente participam pessoas que não sejam da família
de quem a ocupa;
b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e
moradores se proporciona jogo de azar;
c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se
realiza jogo de azar;
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar,
ainda que se dissimule esse destino.
Loteria não autorizada
Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem autorização
legal:
•• O Decreto-lei n. 6.259, de 10-2-1944, que dispõe sobre o
serviço de loterias, tipifica as contravenções penais relacionadas
à matéria em seus arts. 45 a 57.
• O Decreto-lei n. 594, de 27-5-1969, regulamentado pelo
Decreto n. 66.118, de 26-1-1970, instituiu a Loteria Esportiva
Federal.
Pena - prisão simples, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa, de cinco a dez contos de réis, estendendo-se os efeitos da
condenação à perda dos móveis existentes no local.
§ 1.º Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou expõe à
venda, tem sob sua guarda, para o fim de venda, introduz ou
tenta introduzir na circulação bilhete de loteria não autorizada.
§ 2.º Considera-se loteria toda ocupação que, mediante a
distribuição de bilhete, listas, cupões, vales, sinais, símbolos ou
meios análogos, faz depender de sorteio a obtenção de prêmio
em dinheiro ou bens de outra natureza.
§ 3.º Não se compreendem na definição do parágrafo anterior
os sorteios autorizados na legislação especial.
Loteria estrangeira
Art. 52. Introduzir, no País, para o fim de comércio, bilhete de

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loteria, rifa ou tômbola estrangeiras:
Pena - prisão simples, de 4 (quatro) meses a 1 (um) ano, e
multa, de um a cinco contos de réis.
•• O Decreto-lei n. 6.259, de 10-2-1944, que dispõe sobre o
serviço de loterias, tipifica as contravenções penais relacionadas
à matéria em seus arts. 45 a 57.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda,
tem sob sua guarda, para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na
circulação, bilhete de loteria estrangeira.
Loteria estadual
Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de loteria
estadual em território onde não possa legalmente circular:
Pena - prisão simples, de 2 (dois) a 6 (seis) meses, e multa, de
um a três contos de réis.
•• O Decreto-lei n. 6.259, de 10-2-1944, que dispõe sobre o
serviço de loterias, tipifica as contravenções penais relacionadas
à matéria em seus arts. 45 a 57.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda,
tem sob sua guarda, para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na
circulação, bilhete de loteria estadual, em território onde não possa
legalmente circular.
Exibição ou guarda de lista de sorteio
Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de loteria
estrangeira:
Pena - prisão simples, de 1 (um) a 3 (três) meses, e multa, de
duzentos mil réis a um conto de réis.
•• O Decreto-lei n. 6.259, de 10-2-1944, que dispõe sobre o
serviço de loterias, tipifica as contravenções penais relacionadas
à matéria em seus arts. 45 a 57.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem exibe ou tem
sob sua guarda lista de sorteio de loteria estadual, em território
onde esta não possa legalmente circular.
Impressão de bilhetes, lista ou anúncios

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Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de feitura de
bilhetes, lista de sorteio, avisos ou cartazes relativos a loteria,
em lugar onde ela não possa legalmente circular:
Pena - prisão simples, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
•• O Decreto-lei n. 6.259, de 10-2-1944, que dispõe sobre o
serviço de loterias, tipifica as contravenções penais relacionadas
à matéria em seus arts. 45 a 57.
Distribuição ou transporte de listas ou avisos
Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de sorteio ou
avisos de loteria, onde ela não possa legalmente circular:
Pena - prisão simples, de 1 (um) a 3 (três) meses, e multa, de
cem a quinhentos mil réis.
•• O Decreto-lei n. 6.259, de 10-2-1944, que dispõe sobre o
serviço de loterias, tipifica as contravenções penais relacionadas
à matéria em seus arts. 45 a 57.
Publicidade de sorteio
Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, de rádio,
cinema, ou qualquer outra forma, ainda que disfarçadamente, anúncio,
aviso ou resultado de extração de loteria, onde a circulação dos seus
bilhetes não seja legal: Pena - multa, de um a dez contos de réis.
•• O Decreto-lei n. 6.259, de 10-2-1944, que dispõe sobre o serviço de
loterias, tipifica as contravenções penais relacionadas à matéria em seus
arts. 45 a 57.
Jogo do bicho
Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou
praticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração:
Pena - prisão simples, de 4 (quatro) meses a 1 (um) ano, e
multa, de dois a vinte contos de réis.
•• O Decreto-lei n. 6.259, de 10-2-1944, que dispõe sobre o serviço de
loterias, tipifica a contravenção "jogo do bicho" em seu art. 58.
Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois
contos de réis, aquele que participa da loteria, visando a obtenção de

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prêmio, para si ou para terceiro.
Vadiagem
Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido
para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de
subsistência, ou prover a própria subsistência mediante ocupação ilícita:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses.
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao
condenado meios bastantes de subsistência, extingue a pena.
Mendicância
Art. 60. (Revogado pela Lei n. 11.983, de 16-7-2009.) Importunação
ofensiva ao pudor
Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de
modo ofensivo ao pudor:
Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Embriaguez
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo
que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado
em casa de custódia e tratamento.
Bebidas alcoólicas
Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:
I - (Revogado pela Lei n. 13.106, de 17-3-2015.)
II - a quem se acha em estado de embriaguez;
III - a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;
IV - a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de
frequentar lugares onde se consome bebida de tal natureza:
Pena - prisão simples, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Crueldade contra animais
Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho
excessivo:

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•• Vide art. 32 da Lei n. 9.605, de 12-2-1998.
Pena - prisão simples, de 10 (dez) dias a 1 (um) mês, ou
multa, de cem a quinhentos mil réis.
§ 1.º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins
didáticos ou científicos, realiza, em lugar público ou exposto ao público,
experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.
§ 2.º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido
a trabalho excessivo ou tratado com crueldade, em exibição ou
espetáculo público.
Perturbação da tranquilidade
Art. 65. Molestar alguém ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou
por motivo reprovável:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
CAPÍTULO VIII
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• Crimes contra a administração pública: arts. 312 a 359-H do
CP.
O missão de comunicação de crime
Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente:
I - crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de
função pública, desde que a ação penal não dependa
de representação;
II - crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da
medicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não
dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente a
procedimento criminal:
Pena - multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
Inumação ou exumação de cadáver
Art. 67. Inumar ou exumar cadáver, com infração das
disposições legais:
Pena - prisão simples, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa,

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de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Recusa de dados sobre própria identidade ou qualificação
Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta justificadamente
solicitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à
própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência:
Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de 1
(um) a 6 (seis) meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos
de réis, se o fato não constitui infração penal mais grave, quem,
nas mesmas circunstâncias, faz declarações inverídicas a respeito
de sua identidade pessoal, estado, profissão, domicílio e residência.
•• Vide o disposto no art. 2.º da Lei n. 7.209, de 11-7-1984,
sobre a pena de multa.
Proibição de atividade remunerada a estrangeiro
Art. 69. (Revogado pela Lei n. 6.815, de 19-8-1980.)
Violação do privilégio postal da União
Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do
monopólio postal da União:
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou
multa, de três a dez contos de réis, ou ambas cumulativamente.
•• Prejudicado o disposto neste artigo pelo art. 42 da Lei n.
6.538, de 22-6-1978.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 71. Ressalvada a legislação especial sobre florestas, caça e
pesca, revogam-se as disposições em contrário.
•• Vide Lei n. 9.605, de 12-2-1998.
Art. 72. Esta Lei entrará em vigor no dia 1.º de janeiro de
1942.
LEI N. 1.521, DE 26 DE DEZEMBRO DE
1951 (*)
Altera dispositivos da legislação vigente sobre crimes contra a economia
popular.

21
Art. 1.º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes e as
contravenções contra a economia popular. Esta Lei regulará o
seu julgamento.
• Vide Súmula 498 do STF.
Art. 2.º São crimes desta natureza:
I - recusar individualmente em estabelecimento comercial a
prestação de serviços essenciais à subsistência; sonegar
mercadoria ou recusar vendê-la a quem esteja em condições de
comprar a pronto pagamento;
II - favorecer ou preferir comprador ou freguês em
detrimento de outro, ressalvados os sistemas de entrega ao
consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores;
III - expor à venda ou vender mercadoria ou produto
alimentício, cujo fabrico haja desatendido a determinações
oficiais, quanto ao peso e composição;
IV - negar ou deixar o fornecedor de serviços essenciais de
entregar ao freguês a nota relativa à prestação de serviço, desde
que a importância exceda de quinze cruzeiros, e com a indicação
do preço, do nome e endereço do estabelecimento, do nome da
firma ou responsável, da data e local da transação e do nome e
residência do freguês;
•• Vide art. 1.º, V, da Lei n. 8.137, de 27-12-1990.
V - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes,
expô-los à venda ou vendê-los, como puros; misturar gêneros e
mercadorias de qualidades desiguais para expô-los à venda ou
vendê-los por preço marcado para os de mais alto custo;
VI - transgredir tabelas oficiais de gêneros e mercadorias, ou
de serviços essenciais, bem como expor à venda ou oferecer ao
público ou vender tais gêneros, mercadorias ou serviços, por
preço superior ao tabelado, assim como não manter afixadas,
em lugar visível e de fácil leitura, as tabelas de preços aprovadas
pelos órgãos competentes;
VII - negar ou deixar o vendedor de fornecer nota ou caderno

22
de venda de gêneros de primeira necessidade, seja a vista ou a
prazo, e cuja importância exceda de dez cruzeiros, ou de
especificar na nota ou caderno - que serão isentos de selo - o
preço da mercadoria vendida, o nome e o endereço do
estabelecimento, a firma ou o responsável, a data e local da
transação e o nome e residência do freguês;
VIII - celebrar ajuste para impor determinado preço de
revenda ou exigir do comprador que não compre de outro
vendedor;
IX - obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do
povo ou de número indeterminado de pessoas mediante
especulações ou processos fraudulentos ("bola de neve",
"cadeias", "pichardismo" e quaisquer outros equivalentes);
X - violar contrato de venda a prestações, fraudando sorteios
ou deixando de entregar a coisa vendida, sem devolução das
prestações pagas, ou descontar destas, nas vendas com reserva
de domínio, quando o contrato for rescindido por culpa do
comprador, quantia maior do que a correspondente à
depreciação do objeto;
XI - fraudar pesos ou medidas padronizados em lei ou
regulamentos; possuí-los ou detê-los, para efeitos de comércio,
sabendo estarem fraudados.
• Vide art. 49 do CP, sobre fixação e cálculo da pena de multa.
• Vide art. 2.º da Lei n. 7.209, de 11-7-1984.
Pena - detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa de
dois mil a cinquenta mil cruzeiros.
Parágrafo único. Na configuração dos crimes previstos
nesta Lei, bem como na de qualquer outro de defesa da economia
popular, sua guarda e seu emprego considerar-se-ão como de
primeira necessidade ou necessários ao consumo do povo, os
gêneros, artigos, mercadorias e qualquer outra espécie de coisas
ou bens indispensáveis à subsistência do indivíduo em condições
higiênicas e ao exercício normal de suas atividades. Estão

23
compreendidos nesta definição os artigos destinados à
alimentação, ao vestuário e à iluminação, os terapêuticos ou
sanitários, o combustível, a habitação e os materiais de
construção.
Art. 3.º São também crimes desta natureza:
I - destruir ou inutilizar, intencionalmente e sem autorização
legal, com o fim de determinar alta de preços, em proveito
próprio ou de terceiro, matérias-primas ou produtos necessários
ao consumo do povo;
II - abandonar ou fazer abandonar lavoura ou plantações,
suspender ou fazer suspender a atividade de fábricas, usinas ou
quaisquer estabelecimentos de produção, ou meios de transporte,
mediante indenização paga pela desistência da competição;
III - promover ou participar de consórcio, convênio, ajuste,
aliança ou fusão de capitais, com o fim de impedir ou dificultar,
para o efeito de aumento arbitrário de lucros, a concorrência em
matéria de produção, transportes ou comércio;
IV - reter ou açambarcar matérias-primas, meios de produção
ou produtos necessários ao consumo do povo, com o fim de
dominar o mercado em qualquer ponto do País e provocar a alta
dos preços;
V - vender mercadorias abaixo do preço de custo com o fim
de impedir a concorrência;
VI - provocar a alta ou baixa de preços de mercadorias, títulos
públicos, valores ou salários por meio de notícias falsas,
operações fictícias ou qualquer outro artifício;
VII - dar indicações ou fazer afirmações falsas em prospectos
ou anúncios, para o fim de substituição, compra ou venda de
títulos, ações ou quotas;
VIII - exercer funções de direção, administração ou gerência
de mais de uma empresa ou sociedade do mesmo ramo de
indústria ou comércio com o fim de impedir ou dificultar a
concorrência;

24
IX - gerir fraudulenta ou temerariamente bancos ou
estabelecimentos bancários, ou de capitalização; sociedades de
seguros, pecúlios ou pensões vitalícias; sociedades para
empréstimos ou financiamento de construções e de vendas de
imóveis a prestações, com ou sem sorteio ou preferência por
meio de pontos ou quotas; caixas econômicas; caixas Raiffeisen;
caixas mútuas, de beneficência, socorros ou empréstimos; caixas
de pecúlio, pensão e aposentadoria; caixas construtoras;
cooperativas; sociedades de economia coletiva, levando-as à
falência ou à insolvência, ou não cumprindo qualquer das
cláusulas contratuais com prejuízo dos interessados;
X - fraudar de qualquer modo escriturações, lançamentos,
registros, relatórios, pareceres e outras informações devidas a
sócios de sociedades civis ou comerciais, em que o capital seja
fracionado em ações ou quotas de valor nominativo igual ou
inferior a um mil cruzeiros com o fim de sonegar lucros,
dividendos, percentagens, rateios ou bonificações, ou de
desfalcar ou desviar fundos de reserva ou reservas técnicas.
Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 10 (dez) anos, e multa, de
vinte mil a cem mil cruzeiros.
Art. 4.º Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniária
ou real, assim se considerando:
a) cobrar juros, comissões ou descontos percentuais, sobre
dívidas em dinheiro, superiores à taxa permitida por lei; cobrar
ágio superior à taxa oficial de câmbio, sobre quantia permutada
por moeda estrangeira; ou, ainda, emprestar sob penhor que seja
privativo de instituição oficial de crédito;
b) obter, ou estipular, em qualquer contrato, abusando da
premente necessidade, inexperiência ou leviandade de outra
parte, lucro patrimonial que exceda o quinto do valor corrente
ou justo da prestação feita ou prometida.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, de
cinco mil a vinte mil cruzeiros.

25
§ 1.º Nas mesmas penas incorrerão os procuradores,
mandatários ou mediadores que intervierem na operação
usurária, bem como os cessionários de crédito usurário que,
cientes de sua natureza ilícita, o fizerem valer em sucessiva
transmissão ou execução judicial.
§ 2.º São circunstâncias agravantes do crime de usura:
I - ser cometido em época de grave crise econômica;
II - ocasionar grave dano individual;
III - dissimular-se a natureza usurária do contrato;
IV - quando cometido:
a) por militar, funcionário público, ministro de culto religioso;
por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente
superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou de agricultor; de menor de
18 (dezoito) anos ou de deficiente mental, interditado ou não.
§ 3.º (Revogado pela Medida Provisória n. 2.172-32, de 23-
8-2001.)
Art. 5.º Nos crimes definidos nesta Lei, haverá suspensão da
pena e livramento condicional em todos os casos permitidos
pela legislação comum. Será a fiança concedida nos termos da
legislação em vigor, devendo ser arbitrada dentro dos limites de
cinco mil cruzeiros a cinquenta mil cruzeiros, nas hipóteses do
art. 2.º, e dentro dos limites de dez mil a cem mil cruzeiros, nos
demais casos, reduzida a metade dentro desses limites, quando o
infrator for empregado do estabelecimento comercial ou
industrial, ou não ocupe cargo ou posto de direção dos negócios.
•• Artigo com redação determinada pela Lei n. 3.290, de 23-10-
1957.
Art. 6.º Verificado qualquer crime contra a economia popular
ou contra a saúde pública (Capítulo III do Título VIII do Código
Penal) e atendendo à gravidade do fato, sua repercussão e
efeitos, o juiz, na sentença, declarará a interdição de direito,
determinada no art. 69, IV, do Código Penal, de 6 (seis) meses a

26
1 (um) ano, assim como, mediante representação da autoridade
policial, poderá decretar, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, a
suspensão provisória, pelo prazo de 15 (quinze) dias, do
exercício da profissão ou atividade do infrator.
•• Refere-se a dispositivo original do CP. Vide art. 47 do mesmo
Código.
Art. 7.º Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem
os acusados em processo por crime contra a economia popular
ou contra a saúde pública, ou quando determinarem o
arquivamento dos autos do respectivo inquérito policial.
Art. 8.º Nos crimes contra a saúde pública, os exames periciais
serão realizados, no Distrito Federal, pelas repartições da
Secretaria-Geral da Saúde e Assistência e da Secretaria da
Agricultura, Indústria e Comércio da Prefeitura ou pelo Gabinete
de Exames Periciais do Departamento de Segurança Pública e
nos Estados e Territórios pelos serviços congêneres, valendo
qualquer dos laudos como corpo de delito.
Art. 9.º (Revogado pela Lei n. 6.649, de 16-5-1979.)
Art. 10. Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V, Título
II, Livro II, do Código de Processo Penal, o processo das
contravenções e dos crimes contra a economia popular, não
submetidos ao julgamento pelo júri.
§ 1.º Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por
portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2.º O prazo para oferecimento da denúncia será de 2 (dois)
dias, esteja ou não o réu preso.
§ 3.º A sentença do juiz será proferida dentro do prazo de 30
(trinta) dias contados do recebimento dos autos da autoridade
policial (art. 536 do Código de Processo Penal).
§ 4.º A retardação injustificada, pura e simples, dos prazos
indicados nos parágrafos anteriores, importa em crime de
prevaricação (art. 319, do Código Penal).
Art. 11. No Distrito Federal, o processo das infrações penais

27
relativas à economia popular caberá, indistintamente, a todas as
varas criminais com exceção das 1.ª e 20.ª, observadas as
disposições quanto aos crimes da competência do júri de que
trata o art. 12.
Arts. 12 a 30. (Prejudicados estes dispositivos que tratavam
do Tribunal do Júri para os crimes contra a economia popular,
em face da Emenda Constitucional n. 1, de 17-10-1969.)
Art. 31. Em tudo mais que couber e não contrariar esta Lei
aplicar-se-á o Código de Processo Penal.

Art. 33. Esta Lei entrará em vigor 60 (sessenta) dias depois de


sua publicação, aplicando-se aos processos iniciados na sua
vigência.
Art. 34. Revogam-se as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 1951; 130.º da
Independência e 63.º da República.

LEI N. 2.889, DE 1.º DE OUTUBRO DE 1956 (*) define e pune o


crime de genocídio.

Art. 1.º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em


parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo;
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de
membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de
existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou
parcial;
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio
do grupo;
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para
outro grupo.
Será punido:

28
com as penas do art. 121, § 2.º, do Código Penal, no caso da
letra a;
com as penas do art. 129, § 2.º, no caso da letra b;
com as penas do art. 270, no caso da letra c;
com as penas do art. 125, no caso da letra d;
com as penas do art. 148, no caso da letra e.
Art. 2.º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos
crimes mencionados no artigo anterior:
Pena - metade da cominada aos crimes ali previstos.
Art. 3.º Incitar, direta e publicamente, alguém a cometer
qualquer dos crimes de que trata o art. 1.º:
Pena - metade das penas ali cominadas.
§ 1.º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime
incitado, se este se consumar.
§ 2.º A pena será aumentada de um terço, quando a incitação
for cometida pela imprensa.
Art. 4.º A pena será agravada de um terço, no caso dos arts. 1.º,
2.º e 3.º, quando cometido o crime por governante ou
funcionário público.
Art. 5.º Será punida com dois terços das respectivas penas a
tentativa dos crimes definidos nesta Lei.
Art. 6.º Os crimes de que trata esta Lei não serão considerados
crimes políticos para efeitos de extradição.
Art. 7.º Revogam-se as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, em 1.º de outubro de 1956; 135.º da
Independência e 68.º da República.

LEI N. 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965 (*) Institui o Código


Eleitoral.
Art. 1.º Este Código contém normas destinadas a assegurar a
organização e o exercício de direitos políticos precipuamente os
de votar e ser votado.
•• Vide Súmula 560 do STJ.

29
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá
Instruções para sua fiel execução.
Art. 2.º Todo poder emana do povo e será exercido, em seu
nome, por mandatários escolhidos, direta e secretamente, dentre
candidatos indicados por partidos políticos nacionais, ressalvada
a eleição indireta nos casos previstos na Constituição e leis
específicas.
• Vide art. 1.º, parágrafo único, da CF.
Art. 3.º Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo
eletivo, respeitadas as condições constitucionais e legais de
elegibilidade e incompatibilidade.
• Vide art. 14, §§ 3.º a 11, da CF.
Art. 4.º São eleitores os brasileiros maiores de 18 (dezoito)
anos que se alistarem na forma da lei.
• Vide art. 14, § 1.º, da CF.
Art. 5.º Não podem alistar-se eleitores:
• Vide art. 14, § 2.º, da CF.
I - os analfabetos;
• Vide art. 14, § 1.º, II, a, da CF.
II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional;
III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente,
dos direitos políticos.
Parágrafo único. Os militares são alistáveis, desde que
oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino
superior para formação de oficiais.
• Vide art. 14, § 8.º, da CF.
Art. 6.º O alistamento e o voto são obrigatórios para os
brasileiros de um e outro sexo, salvo:
• Vide art. 14, § 1.º, da CF.
I - quanto ao alistamento:
a) os inválidos;
b) os maiores de 70 (setenta) anos;

30
c) os que se encontrem fora do País;
II - quanto ao voto:
a) os enfermos;
b) os que se encontrem fora do seu domicílio;
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os
impossibilite de votar.
Art. 7.º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante
o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após a realização da eleição
incorrerá na multa de 3 (três) a 10% (dez por cento) sobre o
salário mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada
na forma prevista no art. 367.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 1.º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a
respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá
o eleitor:
I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função
pública, investir-se ou empossar-se neles;
II - receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos
de função ou emprego público, autárquico ou paraestatal, bem
como fundações governamentais, empresas, institutos e
sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas
pelo governo ou que exerçam serviço público delegado,
correspondentes ao 2.º (segundo) mês subsequente ao da eleição;
III - participar de concorrência pública ou administrativa da
União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos
Municípios, ou das respectivas autarquias;
IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de
economia mista, caixas econômicas federais ou estaduais, nos
institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer
estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja
administração este participe, e com essas entidades celebrar
contratos;

31
V - obter passaporte ou carteira de identidade;
VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial
ou fiscalizado pelo governo;
VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do
serviço militar ou imposto de renda.
§ 2.º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18
(dezoito) anos, salvo os excetuados nos artigos 5.º e 6.º, n. I,
sem prova de estarem alistados não poderão praticar os atos
relacionados no parágrafo anterior.
§ 3.º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo
eletrônico de dados, será cancelada a inscrição do eleitor que não
votar em 3 (três) eleições consecutivas, não pagar a multa ou
não se justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da
última eleição a que deveria ter comparecido.
•• § 3.º acrescentado pela Lei n. 7.663, de 27-5-1988.
§ 4.º O disposto no inciso V do § 1.º não se aplica ao
eleitor no exteriorque requeira novo passaporte para
identificação e retorno ao Brasil.
•• § 4.º acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
Art. 8.º O brasileiro nato que não se alistar até os 19
(dezenove) anos ou o naturalizado que não se alistar até 1 (um)
ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá na
multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o valor do salário
mínimo da região, imposta pelo juiz e cobrada no ato da
inscrição eleitoral através de selo federal inutilizado no próprio
requerimento.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não alistado que
requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo primeiro dia
anterior à eleição subsequente à data em que completar 19
(dezenove) anos.
•• Parágrafo único com redação determinada pela Lei n. 9.041,

32
de 9-5-1995.
• Vide art. 91 da Lei n. 9.504, de 30-9-1997.
• A Resolução TSE n. 21.538, de 14-10-2003, dispõe: “Art. 15.
O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o
naturalizado que não se alistar até um ano depois de adquirida a
nacionalidade brasileira incorrerá em multa imposta pelo juiz
eleitoral e cobrada no ato da inscrição. Parágrafo único. Não se
aplicará a pena ao não alistado que requerer sua inscrição eleitoral até
o centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à eleição
subsequente à data em que completar 19 anos (Código
Eleitoral, art. 8.º c.c. a Lei n. 9.504/1997, art. 91)”.
Art. 9.º Os responsáveis pela inobservância do disposto nos
arts. 7.º e 8.º incorrerão na multa de 1 (um) a 3 (três) salários
mínimos vigentes na zona eleitoral ou de suspensão disciplinar
até 30 (trinta) dias.
Art. 10. O juiz eleitoral fornecerá aos que não votarem por
motivo justificado e aos não alistados nos termos dos arts. 5.º e
6.º, n. I, documento que os isente das sanções legais.
Art. 11. O eleitor que não votar e não pagar a multa, se se
encontrar fora de sua zona e necessitar documento de quitação
com a Justiça Eleitoral, poderá efetuar o pagamento perante o
juízo da zona em que estiver.
§ 1.º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o
eleitor quiser aguardar que o juiz da zona em que se encontrar
solicite informações sobre o arbitramento ao Juízo da inscrição.
§ 2.º Em qualquer das hipóteses, efetuado o pagamento
através de selos federais inutilizados no próprio requerimento, o
juiz que recolheu a multa comunicará o fato ao da zona de
inscrição e fornecerá ao requerente comprovante do
pagamento.
PARTESEGUNDA DOS ÓRGÃOS DAJUSTIÇAELEITORAL
Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da

33
República e jurisdição em todo o País;
II - um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no
Distrito Federal e, mediante proposta do Tribunal Superior, na
Capital de Território;
III - juntas eleitorais;
IV - juízes eleitorais.
Art. 13. O número de juízes dos Tribunais Regionais não será
reduzido, mas poderá ser elevado até 9 (nove), mediante
proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida.
Art. 14. Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo
justificado, servirão obrigatoriamente por 2 (dois) anos, e nunca
por mais de 2 (dois) biênios consecutivos.
§ 1.º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o
desconto de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de
licença, férias, ou licença especial, salvo no caso do § 3.º.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 2.º Os juízes afastados por motivo de licença, férias e
licença especial, de suas funções na Justiça comum, ficarão
automaticamente afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo
correspondente, exceto quando, com períodos de férias
coletivas, coincidir a realização de eleição, apuração ou
encerramento de alistamento.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
3.º Da homologação da respectiva convenção partidária
até a diplomação e nos feitos decorrentes do processo eleitoral,
não poderão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais, ou
como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo ou
afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado
na circunscrição.
•• § 3.º com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.

34
• Vide § 1.º deste artigo.
§ 4.º No caso de recondução para o segundo biênio, observarse-ão as
mesmas
formalidades indispensáveis à primeira
investidura.
•• § 4.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais
Eleitorais serão escolhidos, na mesma ocasião e pelo mesmo
processo, em número igual para cada categoria.
TÍTULO I
Do Tribunal Superior
Art. 16. Compõe-se o Tribunal Superior Eleitoral:
•• Vide art. 119 da CF, que muda o disposto neste artigo.
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de 3 (três) juízes, dentre os Ministros do Supremo Tribunal
Federal; e
b) de 2 (dois) juízes, dentre os membros do Tribunal Federal
de Recursos;
II - por nomeação do Presidente da República de 2 (dois)
dentre 6 (seis) advogados de notável saber jurídico e idoneidade
moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
•• Inciso II com redação determinada pela Lei n. 7.191, de 4-6-
1984.
§ 1.º Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral
cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda que por
afinidade, até o 4.º (quarto) grau, seja o vínculo legítimo ou
ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por
último.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 7.191, de 4-6-
1984.
§ 2.º A nomeação de que trata o inciso II deste artigo não
poderá recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja

35
demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de
empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou
favor em virtude de contrato com a administração pública; ou
que exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou
municipal.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 7.191, de 4-6-
1984.
Art. 17. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu
presidente um dos ministros do Supremo Tribunal Federal,
cabendo ao outro a vice-presidência, e para Corregedor Geral da
Justiça Eleitoral um dos seus membros.
•• Vide art. 119 da CF, que muda o disposto neste artigo.
§ 1.º As atribuições do Corregedor Geral serão fixadas pelo
Tribunal Superior Eleitoral.
§ 2.º No desempenho de suas atribuições o Corregedor Geral
se locomoverá para os Estados e Territórios nos seguintes casos:
I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral;
II - a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais;
III - a requerimento de Partido deferido pelo Tribunal
Superior Eleitoral;
IV - sempre que entender necessário.
§ 3.º Os provimentos emanados da Corregedoria Geral
vinculam os Corregedores Regionais, que lhes devem dar
imediato e preciso cumprimento.
Art. 18. Exercerá as funções de Procurador Geral, junto ao
Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador Geral da República,
funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal.
Parágrafo único. O Procurador Geral poderá designar outros
membros do Ministério Público da União, com exercício no
Distrito Federal, e sem prejuízo das respectivas funções, para
auxiliá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde não
poderão ter assento.
Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria de votos, em

36
sessão pública, com a presença da maioria de seus membros.
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim na
interpretação do Código Eleitoral em face da Constituição e
cassação de registro de partidos políticos, como sobre quaisquer
recursos que importem anulação geral de eleições ou perda de
diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de todos os
seus membros. Se ocorrer impedimento de algum juiz, será
convocado o substituto ou o respectivo suplente.
Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer interessado
poderá arguir a suspeição ou impedimento dos seus membros, do
Procurador Geral ou de funcionários de sua Secretaria, nos casos
previstos na lei processual civil ou penal e por motivo de
parcialidade partidária, mediante o processo previsto em
regimento.
Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o
excipiente a provocar ou, depois de manifestada a causa,
praticar ato que importe aceitação do arguido.
Art. 21. Os Tribunais e juízes inferiores devem dar imediato
cumprimento às decisões, mandados, instruções e outros atos
emanados do Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 22. Compete ao Tribunal Superior:
I - processar e julgar originariamente:
a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos
seus diretórios nacionais e de candidatos à Presidência e
VicePresidência da
República;
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juízes
eleitorais de Estados diferentes;
c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao
Procurador Geral e aos funcionários da sua secretaria;
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos
cometidos pelos seus próprios juízes e pelos juízes dos Tribunais
Regionais;

37
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria
eleitoral, relativos a atos do Presidente da República, dos
Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o
habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a
violência antes que o juiz competente possa prover sobre a
impetração;
•• Suspensa, por inconstitucionalidade, a execução da locução
“ou mandado de segurança”, constante desta alínea: Resolução
n. 132, de 5-12-1984, do Senado Federal.
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos
partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da
origem dos seus recursos;
g) as impugnações à apuração do resultado geral, proclamação
dos eleitos e expedição de diploma na eleição de Presidente e
Vice-Presidente da República;
h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos
Tribunais Regionais dentro de 30 (trinta) dias da conclusão ao
relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público
ou parte legitimamente interessada;
•• Alínea h com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
i) as reclamações contra os seus próprios juízes que, no prazo
de 30 (trinta) dias a contar da conclusão, não houverem julgado
os feitos a eles distribuídos.
•• Alínea i acrescentada pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que
intentada dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias de decisão
irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo
até o seu trânsito em julgado.
•• Alínea j acrescentada pela Lei Complementar n. 86, de 14-5-
1996.
•• O STF, na ADIn n. 1.459-5, declarou a inconstitucionalidade
da expressão “possibilitando-se o exercício do mandato eletivo

38
até seu trânsito em julgado”.
II - julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais
Regionais nos termos do art. 276, inclusive os que versarem
matéria administrativa.
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são
irrecorríveis, salvo nos casos do art. 281.
Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal
Superior:
I - elaborar o seu regimento interno;
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral,
propondo ao Congresso Nacional a criação ou extinção dos
cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos,
provendo-os na forma da lei;
III - conceder aos seus membros licença e férias, assim como
afastamento do exercício dos cargos efetivos;
IV - aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos
dos juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais;
V - propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer
dos Territórios;
VI - propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos
juízes de qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse
aumento;
VII - fixar as datas para as eleições de Presidente e VicePresidente da
República,
senadores e deputados federais, quando
não o tiverem sido por lei;
VIII - aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a
criação de novas zonas;
IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução
deste Código;
• A Resolução n. 23.478, de 10-5-2016, do TSE, dispõe sobre a
aplicabilidade, no âmbito da Justiça Eleitoral, do NCPC.
X - fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores

39
Regionais e auxiliares em diligência fora da sede;
XI - enviar ao Presidente da República a lista tríplice
organizada pelos Tribunais de Justiça nos termos do art. 25;
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe
forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou
órgão nacional de partido político;
XIII - autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras
nos Estados em que essa providência for solicitada pelo Tribunal
Regional respectivo;
XIV - requisitar força federal necessária ao cumprimento da
lei, de suas próprias decisões ou das decisões dos Tribunais
Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a
apuração;
•• Inciso XIV com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-
5-1966.
XV - organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência;
XVI - requisitar funcionário da União e do Distrito Federal
quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço de sua
Secretaria;
XVII - publicar um boletim eleitoral;
XVIII - tomar quaisquer outras providências que julgar
convenientes à execução da legislação eleitoral.
Art. 24. Compete ao Procurador Geral, como Chefe do
Ministério Público Eleitoral:
I - assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas
discussões;
II - exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os
feitos de competência originária do Tribunal;
III - oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal;
IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os
assuntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada
sua audiência por qualquer dos juízes, ou por iniciativa sua, se
entender necessário;

40
V - defender a jurisdição do Tribunal;
VI - representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis
eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação uniforme em
todo o País;
VII - requisitar diligências, certidões e esclarecimentos
necessários ao desempenho de suas atribuições;
VIII - expedir instruções aos órgãos do Ministério Público
junto aos Tribunais Regionais;
IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral,
pessoalmente ou por intermédio de Procurador que designe, nas
diligências a serem realizadas.
TÍTULO II
Dos Tribunais Regionais
Art. 25. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
• Vide art. 120, § 1.º, da CF.
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de 2 (dois) juízes, dentre os desembargadores do Tribunal de
Justiça; e
b) de 2 (dois) juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de
Justiça;
II - do juiz federal e, havendo mais de um, do que for
escolhido pelo Tribunal Federal de Recursos; e
III - por nomeação do Presidente da República de 2 (dois)
dentre 6 (seis) cidadãos de notável saber jurídico e idoneidade
moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
•• Inciso III com redação determinada pela Lei n. 7.191, de 4-6-
1984.
§ 1.º A lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça será
enviada ao Tribunal Superior Eleitoral.
§ 2.º A lista não poderá conter nome de magistrado
aposentado ou de membro do Ministério Público.
§ 3.º Recebidas as indicações o Tribunal Superior divulgará a
lista através de edital, podendo os partidos, no prazo de cinco

41
dias, impugná-la com fundamento em incompatibilidade.
§ 4.º Se a impugnação for julgada procedente quanto a
qualquer dos indicados, a lista será devolvida ao Tribunal de
origem para complementação.
§ 5.º Não havendo impugnação, ou desprezada esta, o
Tribunal Superior encaminhará a lista ao Poder Executivo para
a nomeação.
§ 6.º Não podem fazer parte do Tribunal Regional pessoas que
tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4.º
grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste
caso a que tiver sido escolhida por último.
§ 7.º A nomeação de que trata o n. II deste artigo não poderá
recair em cidadão que tenha qualquer das incompatibilidades
mencionadas no art. 16, § 4.º.
•• Os §§ 1.º a 9.º constantes da redação original deste artigo,
alterados e renumerados para §§ 1.º a 7.º, não foram
mencionados pela Lei n. 7.191, de 4-6-1984, que modificou
posteriormente este art. 25. Todavia, de acordo com as
Resoluções n. 12.391, 18.318 e o Acórdão n. 12.641, todos do
TSE, os referidos parágrafos não foram revogados.
Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional
serão eleitos por este, dentre os 3 (três) desembargadores do
Tribunal de Justiça; o terceiro desembargador será o Corregedor
Regional da Justiça Eleitoral.
§ 1.º As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas pelo
Tribunal Superior Eleitoral e, em caráter supletivo ou
complementar, pelo Tribunal Regional Eleitoral perante o qual
servir.
§ 2.º No desempenho de suas atribuições o Corregedor
Regional se locomoverá para as zonas eleitorais nos seguintes
casos:
I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou do
Tribunal Regional Eleitoral;

42
II - a pedido dos juízes eleitorais;
III - a requerimento de Partido, deferido pelo Tribunal
Regional;
IV - sempre que entender necessário.
Art. 27. Servirá como Procurador Regional junto a cada
Tribunal Regional Eleitoral o Procurador da República no
respectivo Estado e, onde houver mais de um, aquele que for
designado pelo Procurador Geral da República.
§ 1.º No Distrito Federal, serão as funções de Procurador
Regional Eleitoral exercidas pelo Procurador Geral da Justiça do
Distrito Federal.
§ 2.º Substituirá o Procurador Regional, em suas faltas ou
impedimentos, o seu substituto legal.
§ 3.º Compete aos Procuradores Regionais exercer, perante os
Tribunais junto aos quais servirem, as atribuições do Procurador
Geral.
§ 4.º Mediante prévia autorização do Procurador Geral,
podendo os Procuradores Regionais requisitar, para auxiliá-los
nas suas funções, membros do Ministério Público local, não
tendo estes, porém, assento nas sessões do Tribunal.
Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de
votos, em sessão pública, com a presença da maioria de seus
membros.
§ 1.º No caso de impedimento e não existindo quorum será o
membro do Tribunal substituído por outro da mesma categoria,
designado na forma prevista na Constituição.
§ 2.º Perante o Tribunal Regional, e com recurso voluntário
para o Tribunal Superior qualquer interessado poderá arguir a
suspeição dos seus membros, do Procurador Regional, ou de
funcionários da sua Secretaria, assim como dos juízes e escrivães
eleitorais, nos casos previstos na lei processual civil e por
motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto
em regimento.

43
§ 3.º No caso previsto no parágrafo anterior será observado o
disposto no parágrafo único do art. 20.
•• § 3.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
§ 4.º As decisões dos Tribunais Regionais sobre quaisquer
ações que importem cassação de registro, anulação geral de
eleições ou perda de diplomas somente poderão ser tomadas
com a presença de todos os seus membros.
•• § 4.º acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
§ 5.º No caso do § 4.º, se ocorrer impedimento de algum
juiz, será convocado o suplente da mesma classe.
•• § 5.º acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais:
I - processar e julgar originariamente:
a) o registro e o cancelamento do registro dos diretórios
estaduais e municipais de partidos políticos, bem como de
candidatos a Governador, Vice-Governadores, e membro do
Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas;
b) os conflitos de jurisdição entre juízes eleitorais do
respectivo Estado;
c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros, ao
Procurador Regional e aos funcionários da sua Secretaria, assim
como aos juízes e escrivães eleitorais;
d) os crimes eleitorais cometidos pelos juízes eleitorais;
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria
eleitoral, contra ato de autoridades que respondam perante os
Tribunais de Justiça por crime de responsabilidade e, em grau de
recurso, os denegados ou concedidos pelos juízes eleitorais; ou,
ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a
violência antes que o juiz competente possa prover sobre a
impetração;
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos
partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da
origem dos seus recursos;

44
g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos
juízes eleitorais em 30 (trinta) dias da sua conclusão para
julgamento, formulados por partido, candidato, Ministério
Público ou parte legitimamente interessada, sem prejuízo das
sanções decorrentes do excesso de prazo;
•• Alínea g com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
II - julgar os recursos interpostos:
a) dos atos e das decisões proferidas pelos juízes e juntas
eleitorais;
b) das decisões dos juízes eleitorais que concederem ou
denegarem habeas corpus ou mandado de segurança.
Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regionais são
irrecorríveis, salvo nos casos do art. 276.
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais
Regionais:
I - elaborar o seu regimento interno;
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional,
provendo-lhes os cargos na forma da lei, e propor ao Congresso
Nacional, por intermédio do Tribunal Superior, a criação ou
supressão de cargos e a fixação dos respectivos vencimentos;
III - conceder aos seus membros e aos juízes eleitorais licença
e férias, assim como afastamento do exercício dos cargos
efetivos, submetendo, quanto àqueles, a decisão à aprovação do
Tribunal Superior Eleitoral;
IV - fixar a data das eleições de Governador e ViceGovernador,
deputados
estaduais, prefeitos, vice-prefeitos,
vereadores e juízes de paz, quando não determinada por
disposição constitucional ou legal;
V - constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e
jurisdição;
VI - indicar ao Tribunal Superior as zonas eleitorais ou seções

45
em que a contagem dos votos deva ser feita pela mesa
receptora;
VII - apurar, com os resultados parciais enviados pelas juntas
eleitorais, os resultados finais das eleições de Governador e
ViceGovernador, de
membros do Congresso Nacional e expedir os
respectivos diplomas, remetendo, dentro do prazo de 10 (dez)
dias após a diplomação, ao Tribunal Superior, cópia das atas de
seus trabalhos;
VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe
forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político;
IX - dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais,
submetendo essa divisão, assim como a criação de novas zonas,
à aprovação do Tribunal Superior;
X - aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva
responder pela escrivania eleitoral durante o biênio;
XI - (Revogado pela Lei n. 8.868, de 14-4-1994.)
XII - requisitar a força necessária ao cumprimento de suas
decisões e solicitar ao Tribunal Superior a requisição de força
federal;
XIII - autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos Estados,
ao seu presidente e, no interior, aos juízes eleitorais, a requisição
de funcionários federais, estaduais ou municipais para auxiliarem
os escrivães eleitorais, quando o exigir o acúmulo ocasional do
serviço;
XIV - requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito
Federal e em cada Estado ou Território, funcionários dos
respectivos quadros administrativos, no caso de acúmulo
ocasional de serviço de suas Secretarias;
XV - aplicar as penas disciplinares de advertência e de
suspensão até 30 (trinta) dias aos juízes eleitorais;
XVI - cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do
Tribunal Superior;

46
XVII - determinar, em caso de urgência, providências para a
execução da lei na respectiva circunscrição;
XVIII - organizar o fichário dos eleitores do Estado;
XIX - suprimir os mapas parciais de apuração, mandando
utilizar apenas os boletins e os mapas totalizadores, desde que o
menor número de candidatos às eleições proporcionais justifique
a supressão, observadas as seguintes normas:
a) qualquer candidato ou partido poderá requerer ao Tribunal
Regional que suprima a exigência dos mapas parciais de
apuração;
b) da decisão do Tribunal Regional qualquer candidato ou
partido poderá, no prazo de 3 (três) dias, recorrer para o
Tribunal Superior, que decidirá em 5 (cinco) dias;
c) a supressão dos mapas parciais de apuração só será admitida
até 6 (seis) meses antes da data da eleição;
d) os boletins e mapas de apuração serão impressos pelos
Tribunais Regionais, depois de aprovados pelo Tribunal
Superior;
e) o Tribunal Regional ouvirá os partidos na elaboração dos
modelos dos boletins e mapas de apuração a fim de que estes
atendam às peculiaridades locais, encaminhando os modelos que
aprovar, acompanhados das sugestões ou impugnações
formuladas pelos partidos, à decisão do Tribunal Superior.
•• Inciso XIX acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
Art. 31. Faltando num Território o Tribunal Regional, ficará a
respectiva circunscrição eleitoral sob a jurisdição do Tribunal
Regional que o Tribunal Superior designar.
TÍTULO III
Dos Juízes Eleitorais
Art. 32. Cabe a jurisdição de cada uma das zonas eleitorais a um
juiz de direito em efetivo exercício e, na falta deste, ao seu
substituto legal que goze das prerrogativas do art. 95 da
Constituição.

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•• Refere-se à CF de 1946.
Parágrafo único. Onde houver mais de uma vara o Tribunal
Regional designará aquela ou aquelas, a que incumbe o serviço
eleitoral.
Art. 33. Nas zonas eleitorais onde houver mais de uma
serventia de justiça, o juiz indicará ao Tribunal Regional a que
deve ter o anexo da escrivania eleitoral pelo prazo de 2 (dois)
anos.
§ 1.º Não poderá servir como escrivão eleitoral, sob pena de
demissão, o membro de diretório de partido político, nem o
candidato a cargo eletivo, seu cônjuge e parente consanguíneo
ou afim até o segundo grau.
§ 2.º O escrivão eleitoral, em suas faltas e impedimentos, será
substituído na forma prevista pela lei de organização judiciária
local.
Art. 34. Os juízes despacharão todos os dias na sede da sua zona
eleitoral.
Art. 35. Compete aos juízes:
I - cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do
Tribunal Superior e do Regional;
II - processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe
forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal
Superior e dos Tribunais Regionais;
III - decidir habeas corpus e mandado de segurança, em
matéria eleitoral, desde que essa competência não esteja
atribuída privativamente à instância superior;
IV - fazer as diligências que julgar necessárias à ordem e
presteza do serviço eleitoral;
V - tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas
verbalmente ou por escrito, reduzindo-as a termo, e
determinando as providências que cada caso exigir;
VI - indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia
de justiça que deve ter o anexo da escrivania eleitoral;

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VII - (Revogado pela Lei n. 8.868, de 14-4-1994.)
VIII - dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e
a exclusão de eleitores;
IX - expedir títulos eleitorais e conceder transferência de
eleitor;
X - dividir a zona em seções eleitorais;
XI - mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos
eleitores de cada seção, para remessa à mesa receptora,
juntamente com a pasta das folhas individuais de votação;
XII - ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos
aos cargos eletivos municipais e comunicá-los ao Tribunal
Regional;
XIII - designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições, os
locais das seções;
XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em
audiência pública anunciada com pelo menos 5 (cinco) dias de
antecedência, os membros das mesas receptoras;
XV - instruir os membros das mesas receptoras sobre as suas
funções;
XVI - providenciar para a solução das ocorrências que se
verificarem nas mesas receptoras;
XVII - tomar todas as providências ao seu alcance para evitar
os atos viciosos das eleições;
XVIII - fornecer aos que não votaram por motivo justificado
e aos não alistados, por dispensados do alistamento, um
certificado que os isente das sanções legais;
XIX - comunicar, até às 12 (doze) horas do dia seguinte à
realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos delegados de
partidos credenciados, o número de eleitores que votaram em
cada uma das seções da zona sob sua jurisdição, bem como o
total de votantes da zona.
TÍTULO IV
Das Juntas Eleitorais

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Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de direito,
que será o presidente, e de 2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de
notória idoneidade.
§ 1.º Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60
(sessenta) dias antes da eleição, depois de aprovação do Tribunal
Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também
designar-lhes a sede.
§ 2.º Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das
pessoas indicadas para compor as Juntas serão publicados no
órgão oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo de 3
(três) dias, em petição fundamentada, impugnar as indicações.
§ 3.º Não podem ser nomeados membros das Juntas,
escrutinadores ou auxiliares:
I - os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o
segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge;
II - os membros de diretórios de partidos políticos
devidamente registrados e cujos nomes tenham sido
oficialmente publicados;
III - as autoridades e agentes policiais, bem como os
funcionários no desempenho de cargos de confiança do
Executivo;
IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral.
Art. 37. Poderão ser organizadas tantas Juntas quantas permitir
o número de juízes de direito que gozem das garantias do art. 95
da Constituição, mesmo que não sejam juízes eleitorais.
•• Refere-se à CF de 1946.
Parágrafo único. Nas zonas em que houver de ser organizada
mais de uma Junta, ou quando estiver vago o cargo de juiz
eleitoral ou estiver este impedido, o presidente do Tribunal
Regional, com a aprovação deste, designará juízes de direito da
mesma ou de outras comarcas para presidirem as juntas
eleitorais.
Art. 38. Ao presidente da Junta é facultado nomear, dentre

50
cidadãos de notória idoneidade, escrutinadores e auxiliares em
número capaz de atender à boa marcha dos trabalhos.
§ 1.º É obrigatória essa nomeação sempre que houver mais de
10 (dez) urnas a apurar.
§ 2.º Na hipótese do desdobramento da Junta em turmas, o
respectivo presidente nomeará um escrutinador para servir
como secretário em cada turma.
§ 3.º Além dos secretários a que se refere o parágrafo anterior,
será designado pelo presidente da Junta um escrutinador para
secretário-geral competindo-lhe:
I - lavrar as atas;
II - tomar por termo ou protocolar os recursos, neles
funcionando como escrivão;
III - totalizar os votos apurados.
Art. 39. Até 30 (trinta) dias antes da eleição o presidente da
Junta comunicará ao Presidente do Tribunal Regional as
nomeações que houver feito e divulgará a composição do órgão
por edital publicado ou afixado, podendo qualquer partido
oferecer impugnação motivada no prazo de 3 (três) dias.
Art. 40. Compete à Junta Eleitoral:
I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas
zonas eleitorais sob a sua jurisdição;
II - resolver as impugnações e demais incidentes verificados
durante os trabalhos da contagem e da apuração;
III - expedir os boletins de apuração mencionados no art. 179;
IV - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.
Parágrafo único. Nos municípios onde houver mais de uma
junta eleitoral a expedição dos diplomas será feita pela que for
presidida pelo juiz eleitoral mais antigo, à qual as demais
enviarão os documentos da eleição.
Art. 41. Nas zonas eleitorais em que for autorizada a contagem
prévia dos votos pelas mesas receptoras, compete à Junta
Eleitoral tomar as providências mencionadas no art. 195.

51
PARTE TERCEIRA DO ALISTAMENTO
TÍTULO I
Da Qualificação e Inscrição
Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e
inscrição do eleitor.
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio
eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e,
verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio
qualquer delas.
Art. 43. O alistando apresentará em cartório ou local
previamente designado, requerimento em fórmula que obedecerá
ao modelo aprovado pelo Tribunal Superior.
Art. 44. O requerimento, acompanhado de 3 (três) retratos,
será instruído com um dos seguintes documentos, que não
poderão ser supridos mediante justificação:
I - carteira de identidade expedida pelo órgão competente do
Distrito Federal ou dos Estados;
II - certificado de quitação do serviço militar;
III - certidão de idade extraída do Registro Civil;
IV - instrumento público do qual se infira, por direito, ter o
requerente idade superior a dezoito anos e do qual conste,
também, os demais elementos necessários à sua qualificação;
V - documento do qual se infira a nacionalidade brasileira,
originária ou adquirida, do requerente.
Parágrafo único. Será devolvido o requerimento que não
contenha os dados constantes do modelo oficial, na mesma
ordem, e em caracteres inequívocos.
Art. 45. O escrivão, o funcionário ou o preparador, recebendo
a fórmula e documentos, determinará que o alistando date e
assine a petição em ato contínuo, atestará terem sido a data e a
assinatura lançadas na sua presença; em seguida, tomará a
assinatura do requerente na “folha individual de votação” e nas
duas vias do título eleitoral, dando recibo da petição e do

52
documento.
§ 1.º O requerimento será submetido ao despacho do juiz nas
48 (quarenta e oito) horas seguintes.
§ 2.º Poderá o juiz, se tiver dúvida quanto à identidade do
requerente ou sobre qualquer outro requisito para o alistamento,
converter o julgamento em diligência para que o alistando
esclareça ou complete a prova ou, se for necessário, compareça
pessoalmente à sua presença.
§ 3.º Se se tratar de qualquer omissão ou irregularidade que
possa ser sanada, fixará o juiz para isso prazo razoável.
§ 4.º Deferido o pedido, no prazo de 5 (cinco) dias, o título e
o documento que instruiu o pedido serão entregues pelo juiz,
escrivão, funcionário ou preparador. A entrega far-se-á ao
próprio eleitor, mediante recibo, ou a quem o eleitor autorizar
por escrito o recebimento, cancelando-se o título cuja assinatura
não for idêntica à do requerimento de inscrição e à do recibo.
O recibo será obrigatoriamente anexado ao processo eleitoral,
incorrendo o juiz que não o fizer na multa de 1 (um) a 5 (cinco)
salários mínimos regionais, na qual incorrerão ainda o escrivão,
funcionário ou preparador, se responsáveis, bem como qualquer
deles, se entregarem ao eleitor o título cuja assinatura não for
idêntica à do requerimento de inscrição e do recibo ou o fizerem
a pessoa não autorizada por escrito.
•• § 4.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 5.º A restituição de qualquer documento não poderá ser feita
antes de despachado o pedido de alistamento pelo juiz eleitoral.
§ 6.º Quinzenalmente o juiz eleitoral fará publicar pela
imprensa, onde houver, ou por editais, a lista dos pedidos de
inscrição, mencionando os deferidos, os indeferidos e os
convertidos em diligência, contando-se dessa publicação o prazo
para os recursos a que se refere o parágrafo seguinte.
§ 7.º Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição

53
caberá recurso interposto pelo alistando e do que o deferir
poderá recorrer qualquer delegado de partido.
§ 8.º Os recursos referidos no parágrafo anterior serão
julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral dentro de 5 (cinco)
dias.
§ 9.º Findo esse prazo, sem que o alistando se manifeste, ou
logo que seja desprovido o recurso em instância superior, o juiz
inutilizará a folha individual de votação assinada pelo
requerente, a qual ficará fazendo parte integrante do processo e
não poderá, em qualquer tempo, ser substituída, nem dele
retirada, sob pena de incorrer o responsável nas sanções
previstas no art. 293.
§ 10. No caso de indeferimento do pedido, o Cartório
devolverá ao requerente, mediante recibo, as fotografias e o
documento com que houver instruído o seu requerimento.
§ 11. O título eleitoral e a folha individual de votação
somente serão assinados pelo juiz eleitoral depois de
preenchidos pelo cartório e de deferido o pedido, sob as penas
do art. 293.
•• § 11 com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 12. É obrigatória a remessa ao Tribunal Regional da ficha do
eleitor, após a expedição do seu título.
•• § 12 com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Art. 46. As folhas individuais de votação e os títulos serão
confeccionados de acordo com o modelo aprovado pelo
Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1.º Da folha individual de votação e do título eleitoral
constará a indicação da seção em que o eleitor tiver sido inscrito
a qual será localizada dentro do distrito judiciário ou
administrativo de sua residência e o mais próximo dela,
considerados a distância e os meios de transporte.

54
§ 2.º As folhas individuais de votação serão conservadas em
pastas, uma para cada seção eleitoral; remetidas, por ocasião das
eleições, às mesas receptoras, serão por estas encaminhadas com
a urna e os demais documentos da eleição às Juntas Eleitorais,
que as devolverão, findos os trabalhos da apuração, ao
respectivo cartório, onde ficarão guardadas.
§ 3.º O eleitor ficará vinculado permanentemente à seção
eleitoral indicada no seu título, salvo:
I - se se transferir de zona ou Município, hipótese em que
deverá requerer transferência;
II - se, até 100 (cem) dias antes da eleição, provar, perante o
Juiz Eleitoral, que mudou de residência dentro do mesmo
Município, de um distrito para outro ou para lugar muito
distante da seção em que se acha inscrito, caso em que serão
feitas na folha de votação e no título eleitoral, para esse fim
exibido, as alterações correspondentes, devidamente
autenticadas pela autoridade judiciária.
§ 4.º O eleitor poderá, a qualquer tempo, requerer ao juiz
eleitoral a retificação de seu título eleitoral ou de sua folha
individual de votação, quando neles constar erro evidente, ou
indicação de seção diferente daquela a que devesse corresponder
a residência indicada no pedido de inscrição ou transferência.
•• § 4.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 5.º O título eleitoral servirá de prova de que o eleitor está
inscrito na seção em que deve votar. E, uma vez datado e
assinado pelo presidente da mesa receptora, servirá também de
prova de haver o eleitor votado.
•• Primitivo § 4.º renumerado para § 5.º pela Lei n. 4.961, de 4-
5-1966.
Art. 47. As certidões de nascimento ou casamento, quando
destinadas ao alistamento eleitoral, serão fornecidas
gratuitamente, segundo a ordem dos pedidos apresentados em

55
cartório pelos alistandos ou delegados de partido.
§ 1.º Os cartórios de Registro Civil farão, ainda,
gratuitamente, o registro de nascimento, visando o
fornecimento de certidão aos alistandos, desde que provem
carência de recursos, ou aos Delegados de Partido, para fins
eleitorais.
•• § 1.º acrescentado pela Lei n. 6.018, de 2-1-1974.
§ 2.º Em cada Cartório de Registro Civil haverá um livro
especial, aberto e rubricado pelo Juiz Eleitoral, onde o cidadão,
ou o delegado de partido deixará expresso o pedido de certidão
para fins eleitorais, datando-o.
•• § 2.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966, e
renumerado pela Lei n. 6.018, de 2-1-1974.
§ 3.º O escrivão, dentro de 15 (quinze) dias da data do pedido,
concederá a certidão, ou justificará, perante o Juiz Eleitoral, por
que deixa de fazê-lo.
•• § 3.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 1966, e renumerado
pela Lei n. 6.018, de 2-1-1974.
§ 4.º A infração ao disposto neste artigo sujeitará o escrivão
às penas do art. 293.
•• § 4.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 1966, e renumerado
pela Lei n. 6.018, de 2-1-1974.
Art. 48. O empregado mediante comunicação com 48
(quarenta e oito) horas de antecedência, poderá deixar de
comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário e por tempo não
excedente a 2 (dois) dias, para o fim de se alistar eleitor ou
requerer transferência.
Art. 49. Os cegos alfabetizados pelo sistema “Braille”, que
reunirem as demais condições de alistamento, podem qualificarse
mediante o preenchimento da fórmula impressa e a aposição
do nome com as letras do referido alfabeto.
§ 1.º De forma idêntica serão assinadas a folha individual de
votação e as vias do título.

56
§ 2.º Esses atos serão feitos na presença também de
funcionários de estabelecimento especializado de amparo e
proteção de cegos, conhecedor do sistema “Braille”, que
subscreverá, com o Escrivão ou funcionário designado a seguinte
declaração a ser lançada no modelo de requerimento:
“Atestamos que a presente fórmula bem como a folha individual
de votação e vias do título foram subscritas pelo próprio, em
nossa presença”.
Art. 50. O juiz eleitoral providenciará para que se proceda ao
alistamento nas próprias sedes dos estabelecimentos de proteção
aos cegos, marcando, previamente, dia e hora para tal fim,
podendo se inscrever na zona eleitoral correspondente todos os
cegos do município.
§ 1.º Os eleitores inscritos em tais condições deverão ser
localizados em uma mesma seção da respectiva zona.
§ 2.º Se no alistamento realizado pela forma prevista nos
artigos anteriores, o número de eleitores não alcançar o mínimo
exigido, este se completará com a inclusão de outros ainda que
não sejam cegos.
Art. 51. (Revogado pela Lei n. 7.914, de 7-12-1989.)
CAPÍTULO I
DA SEGUNDA VIA
Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título, requererá o
eleitor ao juiz do seu domicílio eleitoral, até 10 (dez) dias antes
da eleição, que lhe expeça segunda via.
§ 1.º O pedido de 2.ª (segunda) via será apresentado em
cartório, pessoalmente, pelo eleitor, instruído o requerimento,
no caso de inutilização ou dilaceração, com a 1.ª (primeira) via
do título.
§ 2.º No caso de perda ou extravio do título, o juiz, após
receber o requerimento de 2.ª (segunda) via, fará publicar, pelo
prazo de 5 (cinco) dias, pela imprensa, onde houver, ou por
editais, a notícia do extravio ou perda e do requerimento de 2.ª

57
(segunda) via, deferindo o pedido, findo este prazo, se não
houver impugnação.
Art. 53. Se o eleitor estiver fora do seu domicílio eleitoral
poderá requerer a 2.ª (segunda) via ao juiz da zona em que se
encontrar, esclarecendo se vai recebê-la na sua zona ou na em
que requereu.
§ 1.º O requerimento, acompanhado de um novo título
assinado pelo eleitor na presença do escrivão ou de funcionário
designado e de uma fotografia, será encaminhado ao juiz da zona
do eleitor.
§ 2.º Antes de processar o pedido, na forma prevista no artigo
anterior, o juiz determinará que se confira a assinatura constante
do novo título com a da folha individual de votação ou do
requerimento de inscrição.
§ 3.º Deferido o pedido, o título será enviado ao juiz da Zona
que remeteu o requerimento, caso o eleitor haja solicitado essa
providência, ou ficará em cartório aguardando que o interessado
o procure.
§ 4.º O pedido de segunda via formulado nos termos deste
artigo só poderá ser recebido até 60 (sessenta) dias antes do
pleito.
Art. 54. O requerimento de segunda via, em qualquer das
hipóteses, deverá ser assinado sobre selos federais,
correspondentes a 2% (dois por cento) do salário mínimo da
zona eleitoral de inscrição.
Parágrafo único. Somente será expedida 2.º (segunda) via ao
eleitor que estiver quite com a Justiça Eleitoral, exigindo-se,
para o que foi multado e ainda não liquidou a dívida, o prévio
pagamento, através de selo federal inutilizado nos autos.
CAPÍTULO II
DA TRANSFERÊNCIA
Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor
requerer ao juiz do novo domicílio sua transferência, juntando o

58
título anterior.
§ 1.º A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes
exigências:
I - entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo
domicílio até 100 (cem) dias antes da data da eleição;
II - transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição
primitiva;
III - residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio,
atestada pela autoridade policial ou provada por outros meios
convincentes.
§ 2.º O disposto nos incisos II e III do parágrafo anterior não
se aplica quando se tratar de transferência de título eleitoral de
servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro de sua
família, por motivo de remoção ou transferência.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Art. 56. No caso de perda ou extravio do título anterior
declarado esse fato na petição de transferência, o juiz do novo
domicílio, como ato preliminar, requisitará, por telegrama, a
confirmação do alegado à Zona Eleitoral onde o requerente se
achava inscrito.
§ 1.º O Juiz do antigo domicílio, no prazo de 5 (cinco) dias,
responderá por ofício ou telegrama, esclarecendo se o
interessado é realmente eleitor, se a inscrição está em vigor, e,
ainda, qual o número e a data da inscrição respectiva.
§ 2.º A informação mencionada no parágrafo anterior suprirá
a falta do título extraviado, ou perdido, para o efeito da
transferência, devendo fazer parte integrante do processo.
Art. 57. O requerimento de transferência de domicílio eleitoral
será imediatamente publicado na imprensa oficial na Capital, e
em cartório nas demais localidades, podendo os interessados
impugná-lo no prazo de 10 (dez) dias.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-

59
1966.
§ 1.º Certificado o cumprimento do disposto neste artigo, o
pedido deverá ser desde logo decidido, devendo o despacho do
juiz ser publicado pela mesma forma.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 2.º Poderá recorrer para o Tribunal Regional Eleitoral, no
prazo de 3 (três) dias, o eleitor que pediu a transferência, sendolhe a
mesma negada, ou qualquer delegado de partido, quando o
pedido for deferido.
§ 3.º Dentro de 5 (cinco) dias, o Tribunal Regional Eleitoral
decidirá do recurso interposto nos termos do parágrafo anterior.
§ 4.º Só será expedido o novo título decorridos os prazos
previstos neste artigo e respectivos parágrafos.
Art. 58. Expedido o novo título o juiz comunicará a
transferência ao Tribunal Regional competente, no prazo de 10
(dez) dias, enviando-lhe o título eleitoral, se houver, ou
documento a que se refere o § 1.º do art. 56.
§ 1.º Na mesma data comunicará ao juiz da zona de origem a
concessão da transferência e requisitará a “folha individual de
votação”.
§ 2.º Na nova folha individual de votação ficará consignado,
na coluna destinada a “anotações”, que a inscrição foi obtida por
transferência, e, de acordo com os elementos constantes do
título primitivo, qual o último pleito em que o eleitor
transferido votou. Essa anotação constará, também, de seu
título.
§ 3.º O processo de transferência só será arquivado após o
recebimento da folha individual de votação da Zona de origem,
que dele ficará constando, devidamente inutilizada, mediante
aposição de carimbo a tinta vermelha.
§ 4.º No caso de transferência de município ou distrito dentro
da mesma zona, deferido o pedido, o juiz determinará a

60
transposição da folha individual de votação para a pasta
correspondente ao novo domicílio, a anotação de mudança no
título eleitoral e comunicará ao Tribunal Regional para a
necessária averbação na ficha do eleitor.
Art. 59. Na Zona de origem, recebida do juiz do novo domicílio
a comunicação de transferência, o juiz tomará as seguintes
providências:
I - determinará o cancelamento da inscrição do transferido e a
remessa dentro de três dias, da folha individual de votação ao
juiz requisitante;
II - ordenará a retirada do fichário da segunda parte do título;
III - comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional a que
estiver subordinado, que fará a devida anotação na ficha de seus
arquivos;
IV - se o eleitor havia assinado ficha de registro de partido,
comunicará ao juiz do novo domicílio e, ainda, ao Tribunal
Regional, se a transferência foi concedida para outro Estado.
Art. 60. O eleitor transferido não poderá votar no novo
domicílio eleitoral em eleição suplementar à que tiver sido
realizada antes de sua transferência.
Art. 61. Somente será concedida transferência ao eleitor que
estiver quite com a Justiça Eleitoral.
§ 1.º Se o requerente não instruir o pedido de transferência
com o título anterior, o juiz do novo domicílio, ao solicitar
informação ao da zona de origem, indagará se o eleitor está
quite com a Justiça Eleitoral, ou não o estando, qual a
importância da multa imposta e não paga.
§ 2.º Instruído o pedido com o título, e verificado que o
eleitor não votou em eleição anterior, o juiz do novo domicílio
solicitará informações sobre o valor da multa arbitrada na zona
de origem, salvo se o eleitor não quiser aguardar a resposta,
hipótese em que pagará o máximo previsto.
§ 3.º O pagamento da multa, em qualquer das hipóteses dos

61
parágrafos anteriores, será comunicado ao juízo de origem para
as necessárias anotações.
CAPÍTULO III
DOS PREPARADORES
Arts. 62 a 65. (Revogados pela Lei n. 8.868, de 14-4-1994.)
CAPÍTULO IV
DOS DELEGADOS DE PARTIDO PERANTE O
ALISTAMENTO
Art. 66. É lícito aos partidos políticos, por seus delegados:
I - acompanhar os processos de inscrição;
II - promover a exclusão de qualquer eleitor inscrito
ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja exclusão esteja
sendo promovida;
III - examinar, sem perturbação do serviço e em presença dos
servidores designados, os documentos relativos ao alistamento
eleitoral, podendo deles tirar cópias ou fotocópias.
§ 1.º Perante o juízo eleitoral, cada partido poderá nomear 3
(três) delegados.
§ 2.º Perante os preparadores, cada partido poderá nomear
até 2 (dois) delegados, que assistam e fiscalizem os seus atos.
§ 3.º Os delegados a que se refere este artigo serão registrados
perante os juízes eleitorais, a requerimento do presidente do
Diretório Municipal.
§ 4.º O delegado credenciado junto ao Tribunal Regional
Eleitoral poderá representar o partido junto a qualquer juízo ou
preparador do Estado, assim como o delegado credenciado
perante o Tribunal Superior Eleitoral poderá representar o
partido perante qualquer Tribunal Regional, juízo ou preparador.
CAPÍTULO V
DO ENCERRAMENTO DO ALISTAMENTO
Art. 67. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de
transferência será recebido dentro dos 100 (cem) dias anteriores
à data da eleição.

62
Art. 68. Em audiência pública, que se realizará às 14 (quatorze)
horas do 69.º (sexagésimo nono) dia anterior à eleição, o juiz
eleitoral declarará encerrada a inscrição de eleitores na
respectiva zona e proclamará o número dos inscritos até às 18
(dezoito) horas do dia anterior, o que comunicará incontinenti
ao Tribunal Regional Eleitoral, por telegrama, e fará público em
edital, imediatamente afixado no lugar próprio do juízo e
divulgado pela imprensa, onde houver, declarando nele o nome
do último eleitor inscrito e o número do respectivo título,
fornecendo aos diretórios municipais dos partidos cópia
autêntica desse edital.
§ 1.º Na mesma data será encerrada a transferência de
eleitores, devendo constar do telegrama do juiz eleitoral ao
Tribunal Regional Eleitoral, do edital e da cópia deste fornecida
aos diretórios municipais dos partidos e da publicação da
imprensa, os nomes dos 10 (dez) últimos eleitores, cujos
processos de transferência estejam definitivamente ultimados e
o número dos respectivos títulos eleitorais.
§ 2.º O despacho de pedido de inscrição, transferência, ou 2.ª
(segunda) via, proferido após esgotado o prazo legal, sujeita o
juiz eleitoral às penas do art. 291.
Art. 69. Os títulos eleitorais resultantes dos pedidos de
inscrição ou de transferência serão entregues até 30 (trinta) dias antes
da eleição.
Parágrafo único. A 2.ª (segunda) via poderá ser entregue ao
eleitor até a véspera do pleito.
Art. 70. O alistamento reabrir-se-á em cada zona, logo que
estejam concluídos os trabalhos de sua junta eleitoral.
TÍTULO II
Do Cancelamento e da Exclusão
Art. 71. São causas de cancelamento:
I - a infração dos arts. 5.º e 42;
II - a suspensão ou perda dos direitos políticos;

63
III - a pluralidade de inscrição;
IV - o falecimento do eleitor;
V - deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas.
•• Inciso V com redação determinada pela Lei n. 7.663, de 27-5-
1988.
§ 1.º A ocorrência de qualquer das causas enumeradas neste
artigo acarretará a exclusão do eleitor, que poderá ser promovida
ex officio, a requerimento de delegado de partido ou de qualquer
eleitor.
§ 2.º No caso de ser algum cidadão maior de 18 (dezoito) anos
privado temporária ou definitivamente dos direitos políticos, a
autoridade que impuser essa pena providenciará para que o fato
seja comunicado ao juiz eleitoral ou ao Tribunal Regional da
circunscrição em que residir o réu.
§ 3.º Os oficiais de Registro Civil, sob as penas do art. 293,
enviarão, até o dia 15 (quinze) de cada mês, ao juiz eleitoral da
zona em que oficiarem, comunicação dos óbitos de cidadãos
alistáveis, ocorridos no mês anterior, para cancelamento das
inscrições.
§ 4.º Quando houver denúncia fundamentada de fraude no
alistamento de uma zona ou município, o Tribunal Regional
poderá determinar a realização de correição e, provada a fraude
em proporção comprometedora, ordenará a revisão do
eleitorado, obedecidas as Instruções do Tribunal Superior e as
recomendações que, subsidiariamente, baixar, com o
cancelamento de ofício das inscrições correspondentes aos
títulos que não forem apresentados à revisão.
•• § 4.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
Art. 72. Durante o processo e até a exclusão pode o eleitor
votar validamente.
Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra as quais
hajam sido interpostos recursos das decisões que as deferiram,
desde que tais recursos venham a ser providos pelo Tribunal

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Regional ou Tribunal Superior, serão nulos os votos se o seu
número for suficiente para alterar qualquer representação
partidária ou classificação de candidato eleito pelo princípio
majoritário.
Art. 73. No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo
interessado, por outro eleitor ou por delegado de partido.
Art. 74. A exclusão será mandada processar ex officio pelo juiz
eleitoral, sempre que tiver conhecimento de alguma das causas
do cancelamento.
Art. 75. O Tribunal Regional, tomando conhecimento através
de seu fichário, da inscrição do mesmo eleitor em mais de uma
zona sob sua jurisdição, comunicará o fato ao juiz competente
para o cancelamento, que de preferência deverá recair:
I - na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral;
II - naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor;
III - naquela cujo título não haja sido utilizado para o
exercício do voto na última eleição;
IV - na mais antiga.
Art. 76. Qualquer irregularidade determinante de exclusão será
comunicada por escrito e por iniciativa de qualquer interessado
ao juiz eleitoral, que observará o processo estabelecido no artigo
seguinte.
Art. 77. O juiz eleitoral processará a exclusão pela forma
seguinte:
I - mandará autuar a petição ou representação com os
documentos que a instruírem;
II - fará publicar edital com prazo de 10 (dez) dias para
ciência dos interessados, que poderão contestar dentro de 5
(cinco) dias;
III - concederá dilação probatória de 5 (cinco) a 10 (dez) dias,
se requerida;
IV - decidirá no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 78. Determinado, por sentença, o cancelamento, o

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cartório tomará as seguintes providências:
I - retirará, da respectiva pasta, a folha de votação, registrará
a ocorrência no local próprio para "Anotações" e junta-la-á ao
processo de cancelamento;
II - registrará a ocorrência na coluna de "observações" do
livro de inscrição;
III - excluirá dos fichários as respectivas fichas, colecionandoas à
parte;
IV - anotará, de forma sistemática, os claros abertos na pasta
de votação para o oportuno preenchimento dos mesmos;
V - comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional para
anotação no seu fichário.
Art. 79. No caso de exclusão por falecimento, tratando-se de
caso notório, serão dispensadas as formalidades previstas nos ns.
II e III do art. 77.
Art. 80. Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso no prazo de
3 (três) dias, para o Tribunal Regional, interposto pelo
excluendo ou por delegado de partido.
Art. 81. Cessada a causa do cancelamento, poderá o interessado
requerer novamente a sua qualificação e inscrição.
PARTE QUARTA DAS ELEIÇÕES
TÍTULO I
Do Sistema Eleitoral
Art. 82. O sufrágio é universal e direto; o voto, obrigatório e
secreto.
Art. 83. Na eleição direta para o Senado Federal, para Prefeito
e Vice-Prefeito, adotar-se-á o princípio majoritário. Caput com
redação determinada pela Lei n. 6.534, de 26-5-
1978.
Art. 84. A eleição para a Câmara dos Deputados, Assembleias
Legislativas e Câmaras Municipais, obedecerá ao princípio da
representação proporcional na forma desta Lei.
Art. 85. A eleição para deputados federais, senadores e

66
suplentes, presidente e vice-presidente da República, governadores,
vice-governadores e deputados estaduais far-se-á, simultaneamente,
em todo o País.
Art. 86. Nas eleições presidenciais a circunscrição será o País;
nas eleições federais e estaduais, o Estado; e, nas municipais, o
respectivo município.
CAPÍTULO I
DO REGISTRO DOS CANDIDATOS
Art. 87. Somente podem concorrer às eleições candidatos
registrados por partidos.
Parágrafo único. Nenhum registro será admitido fora do
período de 6 (seis) meses antes da eleição.
Art. 88. Não é permitido registro de candidato embora para
cargos diferentes, por mais de uma circunscrição ou para mais de
um cargo na mesma circunscrição.
Parágrafo único. Nas eleições realizadas pelo sistema
proporcional o candidato deverá ser filiado ao partido, na
circunscrição em que concorrer, pelo tempo que for fixado nos
respectivos estatutos.
Art. 89. Serão registrados:
I - no Tribunal Superior Eleitoral os candidatos a presidente e
vice-presidente da República;
II - nos Tribunais Regionais Eleitorais os candidatos a senador,
deputado federal, governador e vice-governador e deputado
estadual;
III - nos Juízos Eleitorais os candidatos a vereador, prefeito e
vice-prefeito e juiz de paz.
Art. 90. Somente poderão inscrever candidatos os partidos que
possuam diretório devidamente registrado na circunscrição em
que se realizar a eleição.
Art. 91. O registro de candidatos a presidente e vicepresidente,
governador e
vice-governador, ou prefeito e viceprefeito, far-se-á sempre em chapa

67
única e
indivisível, ainda que resulte a indicação de aliança de partidos.
§ 1.º O registro de candidatos a senador far-se-á com o do suplente
partidário.
§ 2.º Nos Territórios far-se-á o registro do candidato a
deputado com o do suplente.
Art. 92. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30-9-1997.)
Art. 93. O prazo de entrada em cartório ou na Secretaria
do Tribunal, conforme o caso, de requerimento de registro de
candidato a cargo eletivo terminará, improrrogavelmente, às
dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem
as eleições.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.
§ 1.º Até vinte dias antes da data das eleições, todos os
requerimentos, inclusive os que tiverem sido impugnados, devem
estar julgados pelas instâncias ordinárias, e publicadas as decisões
a eles relativas.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.
§ 2.º As convenções partidárias para a escolha dos
candidatos serão realizadas, no máximo, até 5 de agosto do ano
em que se realizarem as eleições.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.
Art. 94. O registro pode ser promovido por delegado de
partido, autorizado em documento autêntico, inclusive
telegrama de quem responda pela direção partidária e sempre
com assinatura reconhecida por tabelião.
§ 1.º O requerimento de registro deverá ser instruído:
I - com a cópia autêntica da ata da convenção que houver
feito a escolha do candidato, a qual deverá ser conferida com o
original na Secretaria do Tribunal ou no cartório eleitoral;

68
II - com autorização do candidato, em documento com a
assinatura reconhecida por tabelião;
III - com certidão fornecida pelo cartório eleitoral da zona de
inscrição, em que conste que o registrando é eleitor;
IV - com prova de filiação partidária, salvo para os candidatos
a presidente e vice-presidente, senador e respectivo suplente,
governador e vice-governador, prefeito e vice-prefeito;
V - com folha corrida fornecida pelos cartórios competentes,
para que se verifique se o candidato está no gozo dos direitos
políticos (arts. 132, III e 135 da Constituição Federal);
•• Inciso V com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
•• Refere-se à CF de 1946.
VI - com declaração de bens, de que constem a origem e as
mutações patrimoniais.
§ 2.º A autorização do candidato pode ser dirigida diretamente
ao órgão ou juiz competente para o registro.
Art. 95. O candidato poderá ser registrado sem o prenome, ou
com o nome abreviado, desde que a supressão não estabeleça
dúvida quanto à sua identidade.
Art. 96. Será negado o registro a candidato que, pública ou
ostensivamente, faça parte, ou seja adepto de partido político
cujo registro tenha sido cassado com fundamento no art. 141, §
13, da Constituição Federal.
•• Refere-se à CF de 1946.
Art. 97. Protocolado o requerimento de registro, o presidente
do Tribunal ou o juiz eleitoral, no caso de eleição municipal ou
distrital, fará publicar imediatamente edital para ciência dos
interessados.
§ 1.º O edital será publicado na Imprensa Oficial, nas capitais,
e afixado em cartório, no local de costume, nas demais zonas.
§ 2.º Do pedido de registro caberá, no prazo de 2 (dois) dias, a
contar da publicação ou afixação do edital, impugnação

69
articulada por parte de candidato ou de partido político.
§ 3.º Poderá, também, qualquer eleitor, com fundamento em
inelegibilidade ou incompatibilidade do candidato ou na
incidência deste no art. 96 impugnar o pedido de registro, dentro
do mesmo prazo, oferecendo prova do alegado.
§ 4.º Havendo impugnação, o partido requerente do registro
terá vista dos autos, por 2 (dois) dias, para falar sobre a mesma,
feita a respectiva intimação na forma do § 1.º.
Art. 98. Os militares alistáveis são elegíveis, atendidas as
seguintes condições:
I - o militar que tiver menos de 5 (cinco) anos de serviço será,
ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo;
II - o militar em atividade com 5 (cinco) ou mais anos de
serviço, ao se candidatar a cargo eletivo será afastado,
temporariamente, do serviço ativo, como agregado, para tratar
de interesse particular;
III - o militar não excluído e que vier a ser eleito, será, no ato
da diplomação, transferido para a reserva ou reformado
(Emenda Constitucional n. 9, art. 3.º).
Parágrafo único. O juízo ou Tribunal que deferir o registro
de militar candidato a cargo eletivo, comunicará imediatamente
a decisão à autoridade a que o mesmo estiver subordinado,
cabendo igual obrigação ao Partido, quando lançar a candidatura.
Art. 99. Nas eleições majoritárias poderá qualquer partido
registrar na mesma circunscrição candidato já por outro
registrado, desde que o outro partido e o candidato o consintam
por escrito até 10 (dez) dias antes da eleição, observadas as
formalidades do art. 94.
Parágrafo único. A falta de consentimento expresso
acarretará a anulação do registro promovido, podendo o partido
prejudicado requerê-la ou recorrer da resolução que ordenar o
registro.
Art. 100. Nas eleições realizadas pelo sistema proporcional, o

70
Tribunal Superior Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do pleito,
reservará para cada Partido, por sorteio, em sessão realizada
com a presença dos Delegados de Partido, uma série de números
a partir de 100 (cem).
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 7.015, de 16-7-
1982.
§ 1.º A sessão a que se refere o caput deste artigo será
anunciada aos Partidos com antecedência mínima de 5 (cinco)
dias.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 7.015, de 16-7-
1982.
§ 2.º As convenções partidárias para escolha dos candidatos
sortearão, por sua vez, em cada Estado e município, os números
que devam corresponder a cada candidato.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 7.015, de 6-7-
1982.
§ 3.º Nas eleições para Deputado Federal, se o número de
Partidos não for superior a 9 (nove), a cada um corresponderá
obrigatoriamente uma centena, devendo a numeração dos
candidatos ser sorteada a partir da unidade, para que ao primeiro
candidato do primeiro Partido corresponda o número 101
(cento e um), ao do segundo Partido, 201 (duzentos e um), e
assim sucessivamente.
•• § 3.º com redação determinada pela Lei n. 7.015, de 16-7-
1982.
§ 4.º Concorrendo 10 (dez) ou mais Partidos, a cada um
corresponderá uma centena a partir de 1.101 (um mil, cento e
um), de maneira que a todos os candidatos sejam atribuídos
sempre 4 (quatro) algarismos, suprimindo-se a numeração
correspondente à série 2.001 (dois mil e um) a 2.100 (dois mil e
cem), para reiniciá-la em 2.101 (dois mil, cento e um), a partir
do décimo Partido.
•• § 4.º com redação determinada pela Lei n. 7.015, de 16-7-

71
1982.
§ 5.º Na mesma sessão, o Tribunal Superior Eleitoral sorteará
as séries correspondentes aos Deputados Estaduais e Vereadores,
observando, no que couber, as normas constantes dos parágrafos
anteriores, e de maneira que a todos os candidatos, sejam
atribuídos sempre número de 4 (quatro) algarismos.
•• § 5.º com redação determinada pela Lei n. 7.015, de 16-7-
1982.
Art. 101. Pode qualquer candidato requerer, em petição com
firma reconhecida, o cancelamento do registro do seu nome.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 6.553, de 19-8-
1978.
§ 1.º Desse fato, o presidente do Tribunal ou o juiz, conforme
o caso, dará ciência imediata ao partido que tenha feito a
inscrição, ao qual ficará ressalvado o direito de substituir por
outro o nome cancelado, observadas todas as formalidades
exigidas para o registro e desde que o novo pedido seja
apresentado até 60 (sessenta) dias antes do pleito.
• Vide art. 13, § 1.º, da Lei n. 9.504, de 30-9-1997.
§ 2.º Nas eleições majoritárias, se o candidato vier a falecer
ou renunciar dentro do período de 60 (sessenta) dias
mencionados no parágrafo anterior, o partido poderá substituí-
lo; se o registro do novo candidato estiver deferido até 30
(trinta) dias antes do pleito serão confeccionadas novas cédulas,
caso contrário serão utilizadas as já impressas, computando-se
para o novo candidato os votos dados ao anteriormente
registrado.
§ 3.º Considerar-se-á nulo o voto dado ao candidato que haja
pedido o cancelamento de sua inscrição, salvo na hipótese
prevista no parágrafo anterior, in fine.
§ 4.º Nas eleições proporcionais, ocorrendo a hipótese
prevista neste artigo, ao substituto será atribuído o número
anteriormente dado ao candidato cujo registro foi cancelado.

72
§ 5.º Em caso de morte, renúncia, inelegibilidade e
preenchimento de vagas existentes nas respectivas chapas,
tanto em eleições proporcionais quanto majoritárias, as
substituições e indicações se processarão pelas Comissões
Executivas.
•• § 5.º acrescentado pela Lei n. 6.553, de 19-8-1978.
Art. 102. Os registros efetuados pelo Tribunal Superior serão
imediatamente comunicados aos Tribunais Regionais e por estes
aos juízes eleitorais.
Parágrafo único. Os Tribunais Regionais comunicarão
também ao Tribunal Superior os registros efetuados por eles e
pelos juízes eleitorais.
CAPÍTULO II
DO VOTO SECRETO
Art. 103. O sigilo do voto é assegurado mediante as seguintes
providências:
I - uso de cédulas oficiais em todas as eleições, de acordo com
modelo aprovado pelo Tribunal Superior;
II - isolamento do eleitor em cabine indevassável para o só
efeito de assinalar na cédula o candidato de sua escolha e, em
seguida, fechá-la;
III - verificação da autenticidade da cédula oficial à vista das
rubricas;
IV - emprego de urna que assegure a inviolabilidade do sufrágio
e seja suficientemente ampla para que não se acumulem as
cédulas na ordem em que forem introduzidas.
CAPÍTULO III
DA CÉDULAO FICIAL
Art. 104. As cédulas oficiais serão confeccionadas e distribuídas
exclusivamente pela Justiça Eleitoral, devendo ser impressas em
papel branco, opaco e pouco absorvente. A impressão será em
tinta preta, com tipos uniformes de letra.
§ 1.º Os nomes dos candidatos para as eleições majoritárias

73
devem figurar na ordem determinada por sorteio.
§ 2.º O sorteio será realizado após o deferimento do último
pedido de registro, em audiência presidida pelo juiz ou presidente
do Tribunal, na presença dos candidatos e delegados de partido.
§ 3.º A realização da audiência será anunciada com 3 (três)
dias de antecedência, no mesmo dia em que for deferido o último
pedido de registro, devendo os delegados de partido ser
intimados por ofício sob protocolo.
§ 4.º Havendo substituição de candidatos após o sorteio, o
nome do novo candidato deverá figurar na cédula na seguinte
ordem:
I - se forem apenas 2 (dois), em último lugar;
II - se forem 3 (três), em segundo lugar;
III - se forem mais de 3 (três), em penúltimo lugar;
IV - se permanecer apenas 1 (um) candidato e forem
substituídos 2 (dois) ou mais, aquele ficará em primeiro lugar,
sendo realizado novo sorteio em relação aos demais.
§ 5.º Para as eleições realizadas pelo sistema proporcional a
cédula conterá espaço para que o eleitor escreva o nome ou o
número do candidato de sua preferência e indique a sigla do
partido.
§ 6.º As cédulas oficiais serão confeccionadas de maneira tal
que, dobradas, resguardem o sigilo do voto, sem que seja
necessário o emprego de cola para fechá-las.
CAPÍTULO IV
DA REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL
Art. 105. Fica facultado a 2 (dois) ou mais Partidos coligaremse para
o registro
de candidatos comuns a Deputado Federal,
Deputado Estadual e Vereador.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 7.454, de 30-12-
1985.
§ 1.º A deliberação sobre coligação caberá à Convenção

74
Regional de cada Partido, quando se tratar de eleição para a
Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas, e à
Convenção Municipal, quando se tratar de eleição para a
Câmara de Vereadores, e será aprovada mediante a votação
favorável da maioria, presentes 2/3 (dois terços) dos
convencionais, estabelecendo-se, na mesma oportunidade, o
número de candidatos que caberá a cada Partido.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 7.454, de 30-12-
1985.
§ 2.º Cada Partido indicará em Convenção os seus candidatos
e o registro será promovido em conjunto pela Coligação.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 7.454, de 30-12-
1985.
Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o
número de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher
em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou
inferior a meio, equivalente a um, se superior.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30-9-
1997.)
Art. 107. Determina-se para cada Partido ou coligação o
quociente partidário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o
número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou
coligação de legendas, desprezada a fração.
•• Artigo com redação determinada pela Lei n. 7.454, de 30-12-
1985.
Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados
por um partido ou coligação que tenham obtido votos em
número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente
eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente partidário
indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.
•• Artigo com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.
Parágrafo único. Os lugares não preenchidos em razão da

75
exigência de votação nominal mínima a que se refere o caput
serão distribuídos de acordo com as regras do art. 109.
•• Parágrafo único acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.
Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação dos
quocientes partidários e em razão da exigência de votação
nominal mínima a que se refere o art. 108 serão distribuídos de
acordo com as seguintes regras:
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.
I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada
partido ou coligação pelo número de lugares definido para o
partido pelo cálculo do quociente partidário do art. 107, mais
um, cabendo ao partido ou coligação que apresentar a maior
média um dos lugares a preencher, desde que tenha candidato que
atenda à exigência de votação nominal mínima;
•• Inciso I com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-
9-2015.
II - repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a
preencher;
•• Inciso II com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-
9-2015.
III - quando não houver mais partidos ou coligações com
candidatos que atendam às duas exigências do inciso I, as
cadeiras serão distribuídas aos partidos que apresentem as
maiores médias.
•• Inciso III acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
§ 1.º O preenchimento dos lugares com que cada partido
ou coligação for contemplado far-se-á segundo a ordem de
votação recebida por seus candidatos.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.
§ 2.º Somente poderão concorrer à distribuição dos lugares

76
os partidos ou as coligações que tiverem obtido quociente
eleitoral.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.
Art. 110. Em caso de empate, haver-se-á por eleito o
candidato mais idoso.
Art. 111. Se nenhum Partido ou coligação alcançar o quociente
eleitoral, considerar-se-ão eleitos, até serem preenchidos todos
os lugares, os candidatos mais votados.
•• Artigo com redação determinada pela Lei n. 7.454, de 30-12-
1985.
Art. 112. Considerar-se-ão suplentes da representação
partidária:
I - os mais votados sob a mesma legenda e não eleitos efetivos
das listas dos respectivos partidos;
II - em caso de empate na votação, na ordem decrescente da
idade.
Parágrafo único. Na definição dos suplentes da
representação partidária, não há exigência de votação nominal
mínima prevista pelo art. 108.
•• Parágrafo único acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015
Art. 113. Na ocorrência de vaga, não havendo suplente para
preenchê-la, far-se-á eleição, salvo se faltarem menos de 9
(nove) meses para findar o período de mandato.
TÍTULO II
Dos Atos Preparatórios da Votação
Art. 114. Até 70 (setenta) dias antes da data marcada para a
eleição, todos os que requererem inscrição como eleitor, ou
transferência, já devem estar devidamente qualificados e os
respectivos títulos prontos para a entrega, se deferidos pelo juiz
eleitoral.
Parágrafo único. Será punido nos termos do art. 293 o juiz

77
eleitoral, o escrivão eleitoral, o preparador ou o funcionário
responsável pela transgressão do preceituado neste artigo ou
pela não entrega do título pronto ao eleitor que o procurar.
Art. 115. Os juízes eleitorais, sob pena de responsabilidade,
comunicarão ao Tribunal Regional, até 30 (trinta) dias antes de
cada eleição, o número de eleitores alistados.
Art. 116. A Justiça Eleitoral fará ampla divulgação, através dos
comunicados transmitidos em obediência ao disposto no art.
250, § 5.º, pelo rádio e televisão, bem assim por meio de
cartazes afixados em lugares públicos, dos nomes dos candidatos
registrados, com indicação do partido a que pertençam, bem
como do número sob que foram inscritos, no caso dos
candidatos a deputado e a vereador.
•• Citado art. 250 foi revogado pela Lei n. 9.504, de 30-9-1997.
CAPÍTULO I
DAS SEÇÕES ELEITORAIS
Art. 117. As seções eleitorais, organizadas à medida em que
forem sendo deferidos os pedidos de inscrição, não terão mais de
400 (quatrocentos) eleitores nas capitais e de 300 (trezentos)
nas demais localidades, nem menos de 50 (cinquenta) eleitores.
§ 1.º Em casos excepcionais, devidamente justificados, o
Tribunal Regional poderá autorizar que sejam ultrapassados os
índices previstos neste artigo, desde que essa providência venha
facilitar o exercício do voto, aproximando o eleitor do local
designado para a votação.
§ 2.º Se em seção destinada aos cegos, o número de eleitores
não alcançar o mínimo exigido, este se completará com outros,
ainda que não sejam cegos.
Art. 118. Os juízes eleitorais organizarão relação de eleitores
de cada seção, a qual será remetida aos presidentes das mesas
receptoras para facilitação do processo de votação.
CAPÍTULO II
DAS MESAS RECEPTORAS

78
Art. 119. A cada seção eleitoral corresponde uma mesa
receptora de votos.
Art. 120. Constituem a mesa receptora um presidente, um 1.º
(primeiro) e um 2.º (segundo) mesários, 2 (dois) secretários e um
suplente, nomeados pelo juiz eleitoral 60 (sessenta) dias antes da
eleição, em audiência pública, anunciada pelo menos com 5
(cinco) dias de antecedência.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 1.º Não podem ser nomeados presidentes e mesários:
I - os candidatos e seus parentes ainda que por afinidade, até o
segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge;
II - os membros de diretórios de partidos desde que exerçam
função executiva;
III - as autoridades e agentes policiais, bem como os
funcionários no desempenho de cargos de confiança do
Executivo;
IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral.
§ 2.º Os mesários serão nomeados, de preferência entre os
eleitores da própria seção, e, dentre estes, os diplomados em
escola superior, os professores e os serventuários da Justiça.
§ 3.º O juiz eleitoral mandará publicar no jornal oficial, onde
houver, e, não havendo, em cartório, as nomeações que tiver
feito, e intimará os mesários através dessa publicação, para
constituírem as mesas no dia e lugares designados, às 7 (sete)
horas.
§ 4.º Os motivos justos que tiverem os nomeados para recusar
a nomeação, e que ficarão à livre apreciação do juiz eleitoral,
somente poderão ser alegados até 5 (cinco) dias a contar da
nomeação, salvo se sobrevindos depois desse prazo.
§ 5.º Os nomeados que não declararem a existência de
qualquer dos impedimentos referidos no § 1.º incorrem na pena
estabelecida pelo art. 310.

79
Art. 121. Da nomeação da mesa receptora qualquer partido
poderá reclamar ao juiz eleitoral, no prazo de 2 (dois) dias, a
contar da audiência, devendo a decisão ser proferida em igual
prazo.
§ 1.º Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso para o
Tribunal Regional, interposto dentro de 3 (três) dias, devendo,
dentro de igual prazo, ser resolvido.
§ 2.º Se o vício da constituição da mesa resultar da
incompatibilidade prevista no n. I, do § 1.º, do art. 120, e o
registro do candidato for posterior à nomeação do mesário, o
prazo para reclamação será contado da publicação dos nomes
dos candidatos registrados. Se resultar de qualquer das proibições
dos ns. II, III e IV, e em virtude de fato superveniente, o prazo
se contará do ato da nomeação ou eleição.
§ 3.º O partido que não houver reclamado contra a
composição da mesa não poderá arguir, sob esse fundamento, a
nulidade da seção respectiva.
Art. 122. Os juízes deverão instruir os mesários sobre o
processo da eleição, em reuniões para esse fim convocadas com
a necessária antecedência.
Art. 123. Os mesários substituirão o presidente, de modo que
haja sempre quem responda pessoalmente pela ordem e
regularidade do processo eleitoral, e assinarão a ata da eleição.
§ 1.º O presidente deve estar presente ao ato de abertura e de
encerramento da eleição, salvo força maior, comunicando o
impedimento aos mesários e secretários, pelo menos 24 (vinte e
quatro) horas antes da abertura dos trabalhos, ou imediatamente,
se o impedimento se der dentro desse prazo ou no curso da
eleição.
§ 2.º Não comparecendo o presidente até as 7 (sete) horas e
30 (trinta) minutos, assumirá a presidência, o primeiro mesário
e, na sua falta ou impedimento, o segundo mesário, um dos
secretários ou o suplente.

80
§ 3.º Poderá o presidente, ou membro da mesa que assumir a
presidência, nomear ad hoc, dentre os eleitores presentes e
obedecidas as prescrições do § 1.º, do art. 120, os que forem
necessários para completar a mesa.
Art. 124. O membro da mesa receptora que não comparecer
no local, em dia e hora determinados para a realização de
eleição, sem justa causa apresentada ao juiz eleitoral até 30
(trinta) dias após, incorrerá na multa de 50% (cinquenta por
cento) a 1 (um) salário mínimo vigente na zona eleitoral,
cobrada mediante selo federal inutilizado no requerimento em
que for solicitado o arbitramento ou através de executivo fiscal.
§ 1.º Se o arbitramento e pagamento da multa não for
requerido pelo mesário faltoso, a multa será arbitrada e cobrada
na forma prevista no art. 367.
§ 2.º Se o faltoso for servidor público ou autárquico, a pena
será de suspensão até 15 (quinze) dias.
§ 3.º As penas previstas neste artigo serão aplicadas em dobro
se a mesa receptora deixar de funcionar por culpa dos faltosos.
§ 4.º Será também aplicada em dobro observado o disposto
nos §§ 1.º e 2.º, a pena ao membro da mesa que abandonar os
trabalhos no decurso da votação sem justa causa apresentada ao
juiz até 3 (três) dias após a ocorrência.
Art. 125. Não se reunindo, por qualquer motivo, a mesa
receptora, poderão os eleitores pertencentes à respectiva seção
votar na seção mais próxima, sob a jurisdição do mesmo juiz,
recolhendo-se os seus votos à urna da seção em que deveriam
votar, a qual será transportada para aquela em que tiverem de
votar.
§ 1.º As assinaturas dos eleitores serão recolhidas nas folhas
de votação da seção a que pertencerem, as quais, juntamente
com as cédulas oficiais e o material restante, acompanharão a
urna.
§ 2.º O transporte da urna e dos documentos da seção será

81
providenciado pelo presidente da mesa, mesário ou secretário
que comparecer, ou pelo próprio juiz, ou pessoa que ele designar
para esse fim acompanhando-a os fiscais que o desejarem.
Art. 126. Se no dia designado para o pleito deixarem de se
reunir todas as mesas de um município, o presidente do Tribunal
Regional determinará dia para se realizar o mesmo, instaurandose
inquérito para a
apuração das causas da irregularidade e
punição dos responsáveis.
Parágrafo único. Essa eleição deverá ser marcada dentro de
15 (quinze) dias, pelo menos, para se realizar no prazo máximo
de 30 (trinta) dias.
Art. 127. Compete ao presidente da mesa receptora, e, em sua
falta, a quem o substituir:
I - receber os votos dos eleitores;
II - decidir imediatamente todas as dificuldades ou dúvidas que
ocorrerem;
III - manter a ordem, para o que disporá de força pública
necessária;
IV - comunicar ao juiz eleitoral, que providenciará
imediatamente as ocorrências cuja solução deste dependerem;
V - remeter à Junta Eleitoral todos os papéis que tiverem sido
utilizados durante a recepção dos votos;
VI - autenticar, com a sua rubrica, as cédulas oficiais e
numerá-las nos termos das Instruções do Tribunal Superior
Eleitoral;
VII - assinar as fórmulas de observações dos fiscais ou
delegados de partido, sobre as votações;
VIII - fiscalizar a distribuição das senhas e, verificando que
não estão sendo distribuídas segundo a sua ordem numérica,
recolher as de numeração intercalada, acaso retidas, as quais não
se poderão mais distribuir;
IX - anotar o não comparecimento do eleitor no verso da

82
folha individual de votação.
•• Inciso IX acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
Art. 128. Compete aos secretários:
I - distribuir aos eleitores as senhas de entrada previamente
rubricadas ou carimbadas segundo a respectiva ordem numérica;
II - lavrar a ata da eleição;
III - cumprir as demais obrigações que lhes forem atribuídas
em instruções.
Parágrafo único. As atribuições mencionadas no n. I serão
exercidas por um dos secretários e os constantes dos ns. II e III
pelo outro.
Art. 129. Nas eleições proporcionais os presidentes das mesas
receptoras deverão zelar pela preservação das listas de
candidatos afixadas dentro das cabinas indevassáveis, tomando
imediatas providências para a colocação de nova lista no caso de
inutilização total ou parcial.
Parágrafo único. O eleitor que inutilizar ou arrebatar as
listas afixadas nas cabinas indevassáveis ou nos edifícios onde
funcionarem mesas receptoras, incorrerá nas penas do art. 297.
Art. 130. Nos estabelecimentos de internação coletiva de
hansenianos os membros das mesas receptoras serão escolhidos
de preferência entre os médicos e funcionários sadios do próprio
estabelecimento.
CAPÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO PERANTEAS MESAS
RECEPTORAS
Art. 131. Cada partido poderá nomear 2 (dois) delegados em
cada município e 2 (dois) fiscais junto a cada mesa receptora,
funcionando um de cada vez.
§ 1.º Quando o município abranger mais de uma zona eleitoral
cada partido poderá nomear 2 (dois) delegados junto a cada uma
delas.
§ 2.º A escolha de fiscal e delegado de partido não poderá

83
recair em quem, por nomeação do juiz eleitoral, já faça parte da
mesa receptora.
§ 3.º As credenciais expedidas pelos partidos, para os fiscais,
deverão ser visadas pelo juiz eleitoral.
§ 4.º Para esse fim, o delegado do partido encaminhará as
credenciais ao Cartório, juntamente com os títulos eleitorais dos
fiscais credenciados, para que, verificado pelo escrivão que as
inscrições correspondentes aos títulos estão em vigor e se
referem aos nomeados, carimbe as credenciais e as apresente ao
juiz para o visto.
§ 5.º As credenciais que não forem encaminhadas ao Cartório
pelos delegados de partido, para os fins do parágrafo anterior,
poderão ser apresentadas pelos próprios fiscais para a obtenção
do visto do juiz eleitoral.
§ 6.º Se a credencial apresentada ao presidente da mesa
receptora não estiver autenticada na forma do § 4.º, o fiscal
poderá funcionar perante a mesa, mas o seu voto não será
admitido, a não ser na seção em que o seu nome estiver incluído.
§ 7.º O fiscal de cada partido poderá ser substituído por outro
no curso dos trabalhos eleitorais.
Art. 132. Pelas mesas receptoras serão admitidos a fiscalizar a
votação, formular protestos e fazer impugnações, inclusive
sobre a identidade do eleitor, os candidatos registrados, os
delegados e os fiscais dos partidos.
TÍTULO III
Do Material para a Votação
Art. 133. Os juízes eleitorais enviarão ao presidente de cada
mesa receptora, pelo menos 72 (setenta e duas) horas antes da
eleição, o seguinte material:
I - relação dos eleitores da seção, que poderá ser dispensada,
no todo ou em parte, pelo respectivo Tribunal Regional
Eleitoral em decisão fundamentada e aprovada pelo Tribunal
Superior Eleitoral;

84
•• Inciso I com redação determinada pela Lei n. 6.055, de 17-6-
1974.
II - relações dos partidos e dos candidatos registrados, as quais
deverão ser afixadas no recinto das seções eleitorais em lugar
visível, e dentro das cabinas indevassáveis as relações de
candidatos a eleições proporcionais;
III - as folhas individuais de votação dos eleitores da seção,
devidamente acondicionadas;
IV - uma folha de votação para os eleitores de outras seções,
devidamente rubricada;
V - uma urna vazia, vedada pelo juiz eleitoral, com tiras de
papel ou pano forte;
VI - sobrecartas maiores para os votos impugnados ou sobre
os quais haja dúvida;
VII - cédulas oficiais;
VIII - sobrecartas especiais para remessa à Junta Eleitoral, dos
documentos relativos à eleição;
IX - senhas para serem distribuídas aos eleitores;
X - tinta, canetas, penas, lápis e papel, necessários aos
trabalhos;
XI - folhas apropriadas para impugnação e folhas para
observação de fiscais de partidos;
XII - modelo da ata a ser lavrada pela mesa receptora;
XIII - material necessário para vedar, após a votação, a fenda
da urna;
XIV - um exemplar das Instruções do Tribunal Superior
Eleitoral;
XV - material necessário à contagem dos votos, quando
autorizada;
XVI - outro qualquer material que o Tribunal Regional julgue
necessário ao regular funcionamento da mesa.
•• Revogado o primitivo inciso VI e renumerados os incisos VII
a XVII para VI a XVI, pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.

85
§ 1.º O material de que trata este artigo deverá ser remetido
por protocolo ou pelo correio, acompanhado de uma relação ao
pé da qual o destinatário declarará o que recebeu e como o
recebeu, e aporá sua assinatura.
§ 2.º Os presidentes da mesa que não tiverem recebido até 48
(quarenta e oito) horas antes do pleito o referido material,
deverão diligenciar para o seu recebimento.
§ 3.º O juiz eleitoral, em dia e hora previamente designados,
em presença dos fiscais e delegados dos partidos, verificará,
antes de fechar e lacrar as urnas, se estas estão completamente
vazias; fechadas, enviará uma das chaves, se houver, ao
presidente da Junta Eleitoral, e a da fenda, também se houver, ao
presidente da mesa receptora, juntamente com a urna.
Art. 134. Nos estabelecimentos de internação coletiva para
hansenianos serão sempre utilizadas urnas de lona.
TÍTULO IV
Da Votação
CAPÍTULO I
DOS LUGARES DAVOTAÇÃO
Art. 135. Funcionarão as mesas receptoras nos lugares
designados pelos juízes eleitorais 60 (sessenta) dias antes da
eleição, publicando-se a designação.
§ 1.º A publicação deverá conter a seção com a numeração
ordinal e local em que deverá funcionar com a indicação da rua,
número e qualquer outro elemento que facilite a localização pelo
eleitor.
§ 2.º Dar-se-á preferência aos edifícios públicos, recorrendose aos
particulares se
faltarem aqueles em número e condições
adequadas.
§ 3.º A propriedade particular será obrigatória e gratuitamente
cedida para esse fim.
§ 4.º É expressamente vedado o uso de propriedade

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pertencente a candidato, membro do diretório de partido,
delegado de partido ou autoridade policial, bem como dos
respectivos cônjuges e parentes, consanguíneos ou afins, até o
2.º (segundo) grau, inclusive.
§ 5.º Não poderão ser localizadas seções eleitorais em
fazenda, sítio ou qualquer propriedade rural privada, mesmo
existindo no local prédio público, incorrendo o juiz nas penas do
art. 312, em caso de infringência.
•• § 5.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 6.º Os Tribunais Regionais, nas capitais, e os juízes
eleitorais, nas demais zonas, farão ampla divulgação da
localização das seções.
§ 6.º-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada
eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los
na escolha dos locais de votação, de maneira a garantir
acessibilidade para o eleitor com deficiência ou com mobilidade
reduzida, inclusive em seu entorno e nos sistemas de transporte
que lhe dão acesso.
•• § 6.º-A com redação determinada pela Lei n. 13.146, de 6-7-
2015, em vigor 180 dias da data de sua publicação (DOU de 7-7-
2015).
•• O texto anterior dizia: "§ 6.º-A. Os Tribunais Regionais
Eleitorais deverão, a cada eleição, expedir instruções aos Juízes
Eleitorais, para orientá-los na escolha dos locais de votação de
mais fácil acesso para o eleitor deficiente físico. •• § 6.º-A
acrescentado pela Lei n. 10.226, de 15-5-2001".
§ 6.º-B. (Vetado.)
•• § 6.º-B acrescentado pela Lei n. 10.226, de 15-5-2001.
O texto vetado dizia:
“§ 6.º-B. A escolha dos locais a que se refere o § 6.º-A far-se-á
após cadastramento que identifique a quantidade de eleitores
portadores de deficiência física, de acordo com sua distribuição

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em cada zona eleitoral”.
§ 7.º Da designação dos lugares de votação poderá qualquer
partido reclamar ao juiz eleitoral, dentro de 3 (três) dias a
contar da publicação, devendo a decisão ser proferida dentro de
48 (quarenta e oito) horas.
•• § 7.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
§ 8.º Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso para o
Tribunal Regional, interposto dentro de 3 (três) dias, devendo,
no mesmo prazo, ser resolvido.
•• § 8.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
§ 9.º Esgotados os prazos referidos nos §§ 7.º e 8.º deste
artigo, não mais poderá ser alegada, no processo eleitoral, a
proibição contida em seu § 5.º.
•• § 9.º acrescentado pela Lei n. 6.336, de 1.º-6-1976.
Art. 136. Deverão ser instaladas seções nas vilas e povoados,
assim como nos estabelecimentos de internação coletiva,
inclusive para cegos, e nos leprosários, onde haja, pelo menos,
50 (cinquenta) eleitores.
Parágrafo único. A mesa receptora designada para qualquer
dos estabelecimentos de internação coletiva deverá funcionar
em local indicado pelo respectivo diretor; o mesmo critério será
adotado para os estabelecimentos especializados para proteção
dos cegos.
Art. 137. Até 10 (dez) dias antes da eleição, pelo menos,
comunicarão os juízes eleitorais aos chefes das repartições
públicas e aos proprietários, arrendatários ou administradores
das propriedades particulares a resolução de que serão os
respectivos edifícios, ou parte deles, utilizados para o
funcionamento das mesas receptoras.
Art. 138. No local destinado à votação, a mesa ficará em
recinto separado do público; ao lado haverá uma cabina
indevassável onde os eleitores, à medida que comparecerem,
possam assinalar a sua preferência na cédula.

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Parágrafo único. O juiz eleitoral providenciará para que nos
edifícios escolhidos sejam feitas as necessárias adaptações.
CAPÍTULO II
DA POLÍCIA DOS TRABALHOS ELEITORAIS
Art. 139. Ao presidente da mesa receptora e ao juiz eleitoral
cabe a polícia dos trabalhos eleitorais.
Art. 140. Somente podem permanecer no recinto da mesa
receptora os seus membros, os candidatos, um fiscal, um
delegado de cada partido e, durante o tempo necessário à
votação, o eleitor.
§ 1.º O presidente da mesa, que é, durante os trabalhos, a
autoridade superior, fará retirar do recinto ou do edifício quem
não guardar a ordem e compostura devidas e estiver praticando
qualquer ato atentatório da liberdade eleitoral.
§ 2.º Nenhuma autoridade estranha à mesa poderá intervir,
sob pretexto algum, em seu funcionamento, salvo o juiz
eleitoral.
Art. 141. A força armada conservar-se-á a 100 (cem) metros
da seção eleitoral e não poderá aproximar-se do lugar da
votação, ou nele penetrar, sem ordem do presidente da mesa.
CAPÍTULO III
DO INÍCIO DAVOTAÇÃO
Art. 142. No dia marcado para a eleição, às 7 (sete) horas, o
presidente da mesa receptora, os mesários e os secretários
verificarão se no lugar designado estão em ordem o material
remetido pelo juiz e a urna destinada a recolher os votos, bem
como se estão presentes os fiscais de partido.
Art. 143. Às 8 (oito) horas, supridas as deficiências declarará o
presidente iniciados os trabalhos, procedendo-se em seguida à
votação, que começará pelos candidatos e eleitores presentes.
§ 1.º Os membros da mesa e os fiscais de partido deverão
votar no correr da votação, depois que tiverem votado os
eleitores que já se encontravam presentes no momento da

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abertura dos trabalhos, ou no encerramento da votação.
•• Primitivo parágrafo único renumerado pela Lei n. 4.961, de
4-5-1966.
§ 2.º Observada a prioridade assegurada aos candidatos, têm
preferência para votar o juiz eleitoral da zona, seus auxiliares de
serviço, os eleitores de idade avançada, os enfermos e as
mulheres grávidas.
•• § 2.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
Art. 144. O recebimento dos votos começará às 8 (oito) e
terminará, salvo o disposto no art. 153, às 17 (dezessete) horas.
Art. 145. O presidente, mesários, secretários, suplentes e os
delegados e fiscais de partido votarão perante as mesas em que
servirem, sendo que os delegados e fiscais desde que a credencial
esteja visada na forma do art. 131, § 3.º; quando eleitores de
outras seções, seus votos serão tomados em separado.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Parágrafo único. Com as cautelas constantes do art. 147, §
2.º, poderão ainda votar fora da respectiva seção:
•• Primitivo § 2.º renumerado com a revogação dos §§ 1.º e 3.º
pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
I - o juiz eleitoral, em qualquer seção da zona sob sua
jurisdição, salvo em eleições municipais, nas quais poderá votar
em qualquer seção do município em que for eleitor;
II - o Presidente da República, o qual poderá votar em
qualquer seção eleitoral do País, nas eleições presidenciais; em
qualquer seção do Estado em que for eleitor nas eleições para
governador, vice-governador, senador, deputado federal e
estadual; em qualquer seção do município em que estiver
inscrito, nas eleições para prefeito, vice-prefeito e vereador;
III - os candidatos à Presidência da República, em qualquer
seção eleitoral do País, nas eleições presidenciais, e, em qualquer
seção do Estado em que forem eleitores, nas eleições de âmbito

90
estadual;
IV - os governadores, vice-governadores, senadores,
deputados federais e estaduais, em qualquer seção do Estado, nas
eleições de âmbito nacional e estadual; em qualquer seção do
município de que sejam eleitores, nas eleições municipais;
V - os candidatos a governador, vice-governador, senador,
deputado federal e estadual, em qualquer seção do Estado de que
sejam eleitores, nas eleições de âmbito nacional e estadual;
VI - os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, em qualquer
seção de município que representarem, desde que eleitores do
Estado, sendo que, no caso de eleições municipais, nelas
somente poderão votar se inscritos no município;
VII - os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador, em
qualquer seção de município, desde que dele sejam eleitores;
VIII - os militares, removidos ou transferidos dentro do
período de 6 (seis) meses antes do pleito, poderão votar nas
eleições para presidente e vice-presidente da República na
localidade em que estiverem servindo;
IX - os policiais militares em serviço.
•• Inciso IX acrescentado pela Lei n. 9.504, de 30-9-1997.
CAPÍTULO IV
DO ATO DE VOTAR
Art. 146. Observar-se-á na votação o seguinte:
I - o eleitor receberá, ao apresentar-se na seção, e antes de
penetrar no recinto da mesa, uma senha numerada, que o
secretário rubricará, no momento, depois de verificar pela
relação dos eleitores da seção, que o seu nome consta da
respectiva pasta;
II - no verso da senha o secretário anotará o número de
ordem da folha individual da pasta, número esse que constará da
relação enviada pelo cartório à mesa receptora;
III - admitido a penetrar no recinto da mesa, segundo a ordem
numérica das senhas, o eleitor apresentará ao presidente seu

91
título, o qual poderá ser examinado por fiscal ou delegado de
partido, entregando, no mesmo ato, a senha;
IV - pelo número anotado no verso da senha, o presidente, ou
mesário, localizará a folha individual de votação, que será
confrontada com o título e poderá também ser examinada por
fiscal ou delegado de partido;
V - achando-se em ordem o título e a folha individual e não
havendo dúvida sobre a identidade do eleitor, o presidente da
mesa o convidará a lançar sua assinatura no verso da folha
individual de votação; em seguida entregar-lhe-á a cédula única
rubricada no ato pelo presidente e mesários e numerada de
acordo com as Instruções do Tribunal Superior, instruindo-o
sobre a forma de dobrá-la, fazendo-o passar à cabina
indevassável, cuja porta ou cortina será encerrada em seguida;
VI - o eleitor será admitido a votar, ainda que deixe de exibir
no ato da votação o seu título, desde que seja inscrito na seção e
conste da respectiva pasta a sua folha individual de votação;
nesse caso, a prova de ter votado será feita mediante certidão
que obterá posteriormente, no juízo competente;
VII - no caso da omissão da folha individual na respectiva
pasta verificada no ato da votação, será o eleitor, ainda,
admitido a votar, desde que exiba o seu título eleitoral e dele
conste que o portador é inscrito na seção, sendo o seu voto,
nesta hipótese, tomado em separado e colhida sua assinatura na
folha de votação modelo 2 (dois). Como ato preliminar da
apuração do voto, averiguar-se-á se se trata de eleitor em
condições de votar, inclusive se realmente pertence à seção;
VIII - verificada a ocorrência de que trata o número anterior,
a Junta Eleitoral, antes de encerrar os seus trabalhos, apurará a
causa da omissão. Se tiver havido culpa ou dolo, será aplicada ao
responsável, na primeira hipótese, a multa de até 2 (dois)
salários mínimos, e, na segunda, a de suspensão até 30 (trinta)
dias;

92
IX - na cabina indevassável, onde não poderá permanecer
mais de um minuto, o eleitor indicará os candidatos de sua
preferência e dobrará a cédula oficial, observadas as seguintes
normas:
a) assinalando com uma cruz, ou de modo que torne expressa
a sua intenção, o quadrilátero correspondente ao candidato
majoritário de sua preferência;
b) escrevendo o nome, o prenome, ou o número do candidato
de sua preferência nas eleições proporcionais;
•• Alínea b com redação determinada pela Lei n. 7.434, de 19-
12-1985.
c) escrevendo apenas a sigla do partido de sua preferência, é
pretender votar só na legenda;
•• Alínea c revogada pela Lei n. 6.989, de 5-5-1982, e
revigorada pela Lei n. 7.332, de 1.º-7-1985.
X - ao sair da cabina o eleitor depositará na urna a cédula;
XI - ao depositar a cédula na urna, o eleitor deverá fazê-lo de
maneira a mostrar a parte rubricada à mesa e aos fiscais de
partido, para que verifiquem, sem nela tocar, se não foi
substituída;
XII - se a cédula oficial não for a mesma, será o eleitor
convidado a voltar à cabine indevassável e a trazer seu voto na
cédula que recebeu; se não quiser tornar à cabina, ser-lhe-á
recusado o direito de voto, anotando-se a ocorrência na ata e
ficando o eleitor retido pela mesa, e à sua disposição, até o
término da votação ou a devolução da cédula oficial já rubricada
e numerada;
XIII - se o eleitor, ao receber a cédula ou ao recolher-se à
cabina de votação, verificar que a cédula se acha estragada ou, de
qualquer modo, viciada ou assinalada ou se ele próprio, por
imprudência, imprevidência ou ignorância, a inutilizar, estragar
ou assinalar erradamente, poderá pedir uma outra ao presidente
da seção eleitoral, restituindo, porém, a primeira, a qual será

93
imediatamente inutilizada à vista dos presentes e sem quebra do
sigilo do que o eleitor haja nela assinalado;
XIV - introduzida a sobrecarta na urna, o presidente da mesa
devolverá o título ao eleitor, depois de datá-lo e assiná-lo; em
seguida rubricará, no local próprio, a folha individual de
votação.
Art. 147. O presidente da mesa dispensará especial atenção à
identidade de cada eleitor admitido a votar. Existindo dúvida a
respeito, deverá exigir-lhe a exibição da respectiva carteira, e,
na falta desta, interrogá-lo sobre os dados constantes do título,
ou da folha individual de votação, confrontando a assinatura do
mesmo com a feita na sua presença pelo eleitor, e mencionando
na ata a dúvida suscitada.
§ 1.º A impugnação à identidade do eleitor, formulada pelos
membros da mesa, fiscais, delegados, candidatos ou qualquer
eleitor, será apresentada verbalmente ou por escrito, antes de ser
o mesmo admitido a votar.
§ 2.º Se persistir a dúvida ou for mantida a impugnação,
tomará o presidente da mesa as seguintes providências:
I - escreverá numa sobrecarta branca o seguinte: “Impugnado
por ‘F’”;
II - entregará ao eleitor a sobrecarta branca, para que ele, na
presença da mesa e dos fiscais, nela coloque a cédula oficial que
assinalou, assim como o seu título, a folha de impugnação e
qualquer outro documento oferecido pelo impugnante;
III - determinar ao eleitor que feche a sobrecarta branca e a
deposite na urna;
IV - anotará a impugnação na ata.
§ 3.º O voto em separado, por qualquer motivo, será sempre
tomado na forma prevista no parágrafo anterior.
Art. 148. O eleitor somente poderá votar na seção eleitoral
em que estiver incluído o seu nome.
§ 1.º Essa exigência somente poderá ser dispensada nos casos

94
previstos no art. 145 e seus parágrafos.
§ 2.º Aos eleitores mencionados no art. 145 não será
permitido votar sem a exibição do título, e nas folhas de
votação modelo 2 (dois), nas quais lançarão suas assinaturas,
serão sempre anotadas na coluna própria as seções mencionadas
nos títulos retidos.
§ 3.º Quando se tratar de candidato, o presidente da mesa
receptora verificará, previamente, se o nome figura na relação
enviada à seção, e quando se tratar de fiscal de partido, se a
credencial está devidamente visada pelo juiz eleitoral.
§§ 4.º e 5.º (Revogados pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.)
Art. 149. Não será admitido recurso contra a votação, se não
tiver havido impugnação perante a mesa receptora, no ato da
votação, contra as nulidades arguidas.
Art. 150. O eleitor cego poderá:
I - assinar a folha individual de votação em letras do alfabeto
comum ou do sistema Braille;
II - assinalar a cédula oficial, utilizando também qualquer
sistema;
III - usar qualquer elemento mecânico que trouxer consigo, ou
lhe for fornecido pela mesa, e que lhe possibilite exercer o
direito de voto.
Art. 151. (Revogado pela Lei n. 7.914, de 7-12-1989.)
§§ 1.º e 2.º (Revogados pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.)
Art. 152. Poderão ser utilizadas máquinas de votar, a critério e
mediante regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral.
CAPÍTULO V
DO ENCERRAMENTO DAVOTAÇÃO
Art. 153. Às 17 (dezessete) horas, o presidente fará entregar as
senhas a todos os eleitores presentes e, em seguida, os
convidará, em voz alta, a entregar à mesa seus títulos, para que
sejam admitidos a votar.
Parágrafo único. A votação continuará na ordem numérica

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das senhas e o título será devolvido ao eleitor, logo que tenha
votado.
Art. 154. Terminada a votação e declarado o seu encerramento
pelo presidente, tomará este as seguintes providências:
I - vedará a fenda de introdução da cédula na urna, de modo a
cobri-la inteiramente com tiras de papel ou pano forte,
rubricadas pelo presidente e mesários e, facultativamente, pelos
fiscais presentes; separará todas as folhas de votação
correspondentes aos eleitores faltosos e fará constar, no verso
de cada uma delas, na parte destinada à assinatura do eleitor, a
falta verificada, por meio de breve registro, que autenticará com
a sua assinatura;
•• Inciso I com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
II - encerrará, com a sua assinatura, a folha de votação
modelo 2 (dois), que poderá ser também assinada pelos fiscais;
III - mandará lavrar, por um dos secretários, a ata da eleição,
preenchendo o modelo fornecido pela Justiça Eleitoral, para que
conste:
a) os nomes dos membros da mesa que hajam comparecido,
inclusive o suplente;
b) as substituições e nomeações feitas;
c) os nomes dos fiscais que hajam comparecido e dos que se
retiraram durante a votação;
d) a causa, se houver, do retardamento para o começo da
votação;
e) o número, por extenso, dos eleitores da seção que
compareceram e votaram e o número dos que deixaram de
comparecer;
f) o número, por extenso, de eleitores de outras seções que
hajam votado e cujos votos hajam sido recolhidos ao invólucro
especial;
g) o motivo de não haverem votado alguns dos eleitores que

96
compareceram;
h) os protestos e as impugnações apresentados pelos fiscais,
assim como as decisões sobre eles proferidas, tudo em seu inteiro
teor;
i) a razão de interrupção da votação, se tiver havido, e o
tempo de interrupção;
j) a ressalva das rasuras, emendas e entrelinhas porventura
existentes nas folhas de votação e na ata, ou a declaração de não
existirem;
IV - mandará, em caso de insuficiência de espaço no modelo
destinado ao preenchimento, prosseguir a ata em outra folha
devidamente rubricada por ele, mesários e fiscais que o
desejarem, mencionando esse fato na própria ata;
V - assinará a ata com os demais membros da mesa,
secretários e fiscais que quiserem;
VI - entregará a urna e os documentos do ato eleitoral ao
presidente da Junta ou à agência do Correio mais próxima, ou a
outra vizinha que ofereça melhores condições de segurança e
expedição, sob recibo em triplicata com a indicação de hora,
devendo aqueles documentos ser encerrados em sobrecartas
rubricadas por ele e pelos fiscais que o quiserem;
VII - comunicará em ofício, ou impresso próprio, ao juiz
eleitoral da zona a realização da eleição, o número de eleitores
que votaram e a remessa da urna e dos documentos à Junta
Eleitoral;
VIII - enviará em sobrecarta fechada uma das vias do recibo
do Correio à Junta Eleitoral e a outra ao Tribunal Regional.
§ 1.º Os Tribunais Regionais poderão prescrever outros meios
de vedação das urnas.
§ 2.º No Distrito Federal e nas capitais dos Estados poderão
os Tribunais Regionais determinar normas diversas para a
entrega de urnas e papéis eleitorais, com as cautelas destinadas a
evitar violação ou extravio.

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Art. 155. O presidente da Junta Eleitoral e as agências do
Correio tomarão as providências necessárias para o recebimento
da urna e dos documentos referidos no artigo anterior.
§ 1.º Os fiscais e delegados de partidos têm direito de vigiar e
acompanhar a urna desde o momento da eleição, durante a
permanência nas agências do Correio e até a entrega à Junta
Eleitoral.
§ 2.º A urna ficará permanentemente à vista dos interessados
e sob a guarda de pessoa designada pelo presidente da Junta
Eleitoral.
Art. 156. Até as 12 (doze) horas do dia seguinte à realização da
eleição, o juiz eleitoral é obrigado, sob pena de responsabilidade
e multa de 1 (um) a 2 (dois) salários mínimos, a comunicar ao
Tribunal Regional, e aos delegados de partido perante ele
credenciados, o número de eleitores que votaram em cada uma
das seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de
votantes da zona.
§ 1.º Se houver retardamento nas medidas referidas no art.
154, o juiz eleitoral, assim que receba o ofício constante desse
dispositivo, n. VII, fará a comunicação constante deste artigo.
§ 2.º Essa comunicação será feita por via postal, em ofícios
registrados de que o juiz eleitoral guardará cópia no arquivo da
zona, acompanhada do recibo do Correio.
§ 3.º Qualquer candidato, delegado ou fiscal de partido poderá
obter, por certidão, o teor da comunicação a que se refere este
artigo, sendo defeso ao juiz eleitoral recusá-la ou procrastinar a
sua entrega ao requerente.
Art. 157. (Revogado pela Lei n. 7.914, de 7-12-1989.)
TÍTULO V
Da Apuração
CAPÍTULO I
DOS ÓRGÃOS APURADORES
Art. 158. A apuração compete:

98
I - às Juntas Eleitorais quanto às eleições realizadas na zona
sob sua jurisdição;
II - aos Tribunais Regionais a referente às eleições para
governador, vice-governador, senador, deputado federal e
estadual, de acordo com os resultados parciais enviados pelas
Juntas Eleitorais;
III - ao Tribunal Superior Eleitoral nas eleições para
presidente e vice-presidente da República, pelos resultados
parciais remetidos pelos Tribunais Regionais.
CAPÍTULO II
DA APURAÇÃO NAS JUNTAS
Seção I
Disposições Preliminares
Art. 159. A apuração começará no dia seguinte ao das eleições
e, salvo motivo justificado, deverá terminar dentro de 10 (dez)
dias.
§ 1.º Iniciada a apuração, os trabalhos não serão
interrompidos aos sábados, domingos e dias feriados, devendo a
Junta funcionar das 8 (oito) às 18 (dezoito) horas, pelo menos.
§ 2.º Em caso de impossibilidade de observância do prazo
previsto neste artigo, o fato deverá ser imediatamente
justificado perante o Tribunal Regional, mencionando-se as
horas ou dias necessários para o adiamento, que não poderá
exceder a 5 (cinco) dias.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 3.º Esgotado o prazo e a prorrogação estipulada neste
artigo, ou não tendo havido em tempo hábil o pedido de
prorrogação, a respectiva Junta Eleitoral perde a competência
para prosseguir na apuração, devendo o seu presidente remeter,
imediatamente, ao Tribunal Regional, todo o material relativo à
votação.
•• § 3.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.

99
§ 4.º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior,
competirá ao Tribunal Regional fazer a apuração.
•• § 4.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
§ 5.º Os membros da Junta Eleitoral responsáveis pela
inobservância injustificada dos prazos fixados neste artigo
estarão sujeitos à multa de 2 (dois) a 10 (dez) salários mínimos,
aplicada pelo Tribunal Regional.
•• § 5.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
Art. 160. Havendo conveniência, em razão do número de
urnas a apurar, a Junta poderá subdividir-se em turmas, até o
limite de 5 (cinco), todas presididas por algum dos seus
componentes.
Parágrafo único. As dúvidas que forem levantadas em cada
turma serão decididas por maioria de votos dos membros da
Junta.
Art. 161. Cada partido poderá credenciar perante as Juntas até
3 (três) fiscais, que se revezem na fiscalização dos trabalhos.
§ 1.º Em caso de divisão da Junta em turmas, cada partido
poderá credenciar até 3 (três) fiscais para cada turma.
§ 2.º Não será permitida, na Junta ou turma, a atuação de mais
de 1 (um) fiscal de cada partido.
Art. 162. Cada partido poderá credenciar mais de 1 (um)
delegado perante a Junta, mas no decorrer da apuração só
funcionará 1 (um) de cada vez.
Art. 163. Iniciada a apuração da urna, não será a mesma
interrompida, devendo ser concluída.
Parágrafo único. Em caso de interrupção por motivo de
força maior, as cédulas e as folhas de apuração serão recolhidas à
urna e esta fechada e lacrada o que constará da ata.
Art. 164. É vedado às Juntas Eleitorais a divulgação, por
qualquer meio, de expressões, frases ou desenhos estranhos ao
pleito, apostos ou contidos nas cédulas.
§ 1.º Aos membros, escrutinadores e auxiliares das Juntas que

100
infringirem o disposto neste artigo será aplicada a multa de 1
(um) a 2 (dois) salários mínimos vigentes na Zona Eleitoral,
cobrados através de executivo fiscal ou da inutilização de selos
federais no processo em que for arbitrada a multa.
§ 2.º Será considerada dívida líquida e certa, para efeito de
cobrança, a que for arbitrada pelo Tribunal Regional e inscrita
em livro próprio na Secretaria desse órgão.
Seção II
Da Abertura da Urna
Art. 165. Antes de abrir cada urna a Junta verificará:
I - se há indício de violação da urna;
II - se a mesa receptora se constituiu legalmente;
III - se as folhas individuais de votação e as folhas modelo 2
(dois) são autênticas;
IV - se a eleição se realizou no dia, hora e local designados e
se a votação não foi encerrada antes das 17 (dezessete) horas;
V - se foram infringidas as condições que resguardam o sigilo
do voto;
VI - se a seção eleitoral foi localizada com infração ao
disposto nos §§ 4.º e 5.º do art. 135;
VII - se foi recusada, sem fundamento legal, a fiscalização de
partidos aos atos eleitorais;
VIII - se votou eleitor excluído do alistamento, sem ser o seu
voto tomado em separado;
IX - se votou eleitor de outra seção, a não ser nos casos
expressamente admitidos;
X - se houve demora na entrega da urna e dos documentos
conforme determina o n. VI, do art. 154;
XI - se consta nas folhas individuais de votação dos eleitores
faltosos o devido registro de sua falta.
•• Inciso XI acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
§ 1.º Se houver indício de violação da urna, proceder-se-á da
seguinte forma:

101
I - antes da apuração, o presidente da Junta indicará pessoa
idônea para servir como perito e examinar a urna com
assistência do representante do Ministério Público;
II - se o perito concluir pela existência de violação e o seu
parecer for aceito pela Junta, o presidente desta comunicará a
ocorrência ao Tribunal Regional, para as providências de lei;
III - se o perito e o representante do Ministério Público
concluírem pela inexistência de violação, far-se-á a apuração;
IV - se apenas o representante do Ministério Público entender
que a urna foi violada, a Junta decidirá, podendo aquele, se a
decisão não for unânime, recorrer imediatamente para o
Tribunal Regional;
V - não poderão servir de peritos os referidos no art. 36, § 3.º,
ns. I a IV.
§ 2.º As impugnações fundadas em violação da urna somente
poderão ser apresentadas até a abertura desta.
§ 3.º Verificado qualquer dos casos dos ns. II, III, IV e V do
artigo, a Junta anulará a votação, fará a apuração dos votos em
separado e recorrerá de ofício para o Tribunal Regional.
§ 4.º Nos casos dos números VI, VII, VIII, IX e X, a Junta
decidirá se a votação é válida, procedendo à apuração definitiva
em caso afirmativo, ou na forma do parágrafo anterior, se
resolver pela nulidade da votação.
§ 5.º A Junta deixará de apurar os votos de urna que não
estiver acompanhada dos documentos legais e lavrará termo
relativo ao fato, remetendo-a, com cópia da sua decisão, ao
Tribunal Regional.
Art. 166. Aberta a urna, a Junta verificará se o número de
cédulas oficiais corresponde ao de votantes.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 1.º A incoincidência entre o número de votantes e o de
cédulas oficiais encontradas na urna não constituirá motivo de

102
nulidade da votação, desde que não resulte de fraude
comprovada.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 2.º Se a Junta entender que a incoincidência resulta de
fraude, anulará a votação, fará a apuração em separado e
recorrerá de ofício para o Tribunal Regional.
Art. 167. Resolvida a apuração da urna, deverá a Junta
inicialmente:
I - examinar as sobrecartas brancas contidas na urna, anulando
os votos referentes aos eleitores que não podiam votar;
•• Inciso I com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
II - misturar as cédulas oficiais dos que podiam votar com as
demais existentes na urna;
•• Inciso II com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
III e IV - (Revogados pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.)
Art. 168. As questões relativas à existência de rasuras, emendas
e entrelinhas nas folhas de votação e na ata da eleição, somente
poderão ser suscitadas na fase correspondente à abertura das
urnas.
Seção III
Das Impugnações e dos Recursos
Art. 169. À medida que os votos forem sendo apurados,
poderão os fiscais e delegados de partido, assim como os
candidatos, apresentar impugnações que serão decididas de plano
pela Junta.
§ 1.º As Juntas decidirão por maioria de votos as
impugnações.
§ 2.º De suas decisões cabe recurso imediato, interposto
verbalmente ou por escrito, que deverá ser fundamentado no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas para que tenha seguimento.

103
§ 3.º O recurso, quando ocorrerem eleições simultâneas,
indicará expressamente a eleição a que se refere.
§ 4.º Os recursos serão instruídos de ofício, com certidão da
decisão recorrida; se interpostos verbalmente, constará também
da certidão o trecho correspondente do boletim.
•• § 4.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Art. 170. As impugnações quanto à identidade do eleitor,
apresentadas no ato da votação, serão resolvidas pelo confronto
da assinatura tomada no verso da folha individual de votação
com a existente no anverso; se o eleitor votou em separado, no
caso de omissão da folha individual na respectiva pasta,
confrontando-se a assinatura da folha modelo 2 (dois) com a do
título eleitoral.
Art. 171. Não será admitido recurso contra a apuração, se não
tiver havido impugnação perante a Junta, no ato da apuração,
contra as nulidades arguidas.
Art. 172. Sempre que houver recurso fundado em contagem
errônea de votos, vícios de cédulas ou de sobrecartas para votos
em separado, deverão as cédulas ser conservadas em invólucro
lacrado, que acompanhará o recurso e deverá ser rubricado pelo
juiz eleitoral, pelo recorrente e pelos delegados de partido que o
desejarem.
•• Artigo com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Seção IV
Da Contagem dos Votos
Art. 173. Resolvidas as impugnações a Junta passará a apurar
os votos.
Parágrafo único. Na apuração, poderá ser utilizado sistema
eletrônico, a critério do Tribunal Superior Eleitoral e na forma
por ele estabelecida.
•• Parágrafo único acrescentado pela Lei n. 6.978, de 19-1-

104
1982.
Art. 174. As cédulas oficiais, à medida em que forem sendo
abertas, serão examinadas e lidas em voz alta por um dos
componentes da Junta.
§ 1.º Após fazer a declaração dos votos em branco e antes de
ser anunciado o seguinte, será aposto na cédula, no lugar
correspondente à indicação do voto um carimbo com a
expressão “em branco”, além da rubrica do presidente da turma.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 6.055, de 17-6-
1974.
§ 2.º O mesmo processo será adaptado para o voto nulo.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 6.055, de 17-6-
1974.
§ 3.º Não poderá ser iniciada a apuração dos votos da urna
subsequente, sob as penas do art. 345, sem que os votos em
branco da anterior estejam todos registrados pela forma referida
no § 1.º.
•• Primitivo § 2.º renumerado pela Lei n. 6.055, de 17-6-1974.
§ 4.º As questões relativas às cedulas somente poderão ser
suscitadas nessa oportunidade.
•• Primitivo § 3.º renumerado pela Lei n. 6.055, de 17-6-1974.
Art. 175. Serão nulas as cédulas:
I - que não corresponderem ao modelo oficial;
II - que não estiverem devidamente autenticadas;
III - que contiverem expressões, frases ou sinais que possam
identificar o voto.
§ 1.º Serão nulos os votos, em cada eleição majoritária:
I - quando forem assinalados os nomes de 2 (dois) ou mais
candidatos para o mesmo cargo;
II - quando a assinalação estiver colocada fora do quadrilátero
próprio, desde que torne duvidosa a manifestação da vontade do
eleitor.
§ 2.º Serão nulos os votos, em cada eleição pelo sistema

105
proporcional:
I - quando o candidato não for indicado, através do nome ou
do número, com clareza suficiente para distingui-lo de outro
candidato ao mesmo cargo, mas de outro partido, e o eleitor não
indicar a legenda;
II - se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato ao
mesmo cargo, pertencentes a partidos diversos ou, indicando
apenas os números, o fizer também de candidatos de partidos
diferentes;
III - se o eleitor, não manifestando preferência por candidato,
ou o fazendo de modo que não se possa identificar o de sua
preferência, escrever duas ou mais legendas diferentes no espaço
relativo à mesma eleição.
•• Primitivo § 3.º renumerado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
•• O item IV, acrescentado pela Lei n. 6.989, de 5-5-1982, foi
suprimido pela Lei n. 7.332, de 1.º-7-1985, que revogou o art.
5.º da referida lei, mandando restabelecer a redação anterior do
art. 175.
§ 3.º Serão nulos, para todos os efeitos, os votos dados a
candidatos inelegíveis ou não registrados.
•• Primitivo § 4.º renumerado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
§ 4.º O disposto no parágrafo anterior não se aplica quando a
decisão de inelegibilidade ou de cancelamento de registro for
proferida após a realização da eleição a que concorreu o
candidato alcançado pela sentença, caso em que os votos serão
contados para o partido pelo qual tiver sido feito o seu registro.
•• § 4.º acrescentado pela Lei n. 7.179, de 19-12-1983.
Art. 176. Contar-se-á o voto apenas para a legenda, nas
eleições pelo sistema proporcional:
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 8.037, de 25-5-
1990.
I - se o eleitor escrever apenas a sigla partidária, não
indicando o candidato de sua preferência;

106
•• Inciso I com redação determinada pela Lei n. 8.037, de 25-5-
1990.
II - se o eleitor escrever o nome de mais de 1 (um) candidato
do mesmo Partido;
•• Inciso II com redação determinada pela Lei n. 8.037, de 25-
5-1990.
III - se o eleitor, escrevendo apenas os números, indicar mais
de 1 (um) candidato do mesmo Partido;
•• Inciso III com redação determinada pela Lei n. 8.037, de 25-
5-1990.
IV - se o eleitor não indicar o candidato através do nome ou
do número com clareza suficiente para distingui-lo de outro
candidato do mesmo Partido;
•• Inciso IV com redação determinada pela Lei n. 8.037, de 25-
5-1990.
Art. 177. Na contagem dos votos para as eleições realizadas
pelo sistema proporcional observar-se-ão, ainda, as seguintes
normas:
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 8.037, de 25-5-
1990.
I - a inversão, omissão ou erro de grafia do nome ou prenome
não invalidará o voto, desde que seja possível a identificação do
candidato;
•• Inciso I com redação determinada pela Lei n. 8.037, de 25-5-
1990.
II - se o eleitor escrever o nome de 1 (um) candidato e o
número correspondente a outro da mesma legenda ou não,
contar-se-á o voto para o candidato cujo nome foi escrito, bem
como para a legenda a que pertence;
•• Inciso II com redação determinada pela Lei n. 8.037, de 25-
5-1990.
III - se o eleitor escrever o nome ou o número de 1 (um)
candidato e a legenda de outro Partido, contar-se-á o voto para

107
o candidato cujo nome ou número foi escrito;
•• Inciso III com redação determinada pela Lei n. 8.037, de 25-
5-1990.
IV - se o eleitor escrever o nome ou o número de 1 (um)
candidato a Deputado Federal na parte da cédula referente a
Deputado Estadual ou vice-versa, o voto será contado para o
candidato cujo nome ou número for escrito;
•• Inciso IV com redação determinada pela Lei n. 8.037, de 25-
5-1990.
V - se o eleitor escrever o nome ou o número de candidatos
em espaço da cédula que não seja o correspondente ao cargo
para o qual o candidato foi registrado, será o voto computado
para o candidato e respectiva legenda, conforme o registro.
•• Inciso V com redação determinada pela Lei n. 8.037, de 25-5-
1990.
Art. 178. O voto dado ao candidato a Presidente da República
entender-se-á dado também ao candidato a vice-presidente,
assim como o dado aos candidatos a governador, senador,
deputado federal nos territórios, prefeito e juiz de paz entenderse-á dado
ao
respectivo vice ou suplente.
Art. 179. Concluída a contagem dos votos a Junta ou turma
deverá:
I - transcrever nos mapas referentes à urna a votação apurada;
II - expedir boletim contendo o resultado da respectiva seção,
no qual serão consignados o número de votantes, a votação
individual de cada candidato, os votos de cada legenda partidária,
os votos nulos e os em branco, bem como recursos, se houver.
§ 1.º Os mapas, em todas as suas folhas, e os boletins de
apuração, serão assinados pelo presidente e membros da Junta e
pelos fiscais de partido que o desejarem.
§ 2.º O boletim a que se refere este artigo obedecerá a modelo
aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral, podendo porém, na

108
sua falta, ser substituído por qualquer outro expedido por
Tribunal Regional ou pela própria Junta Eleitoral.
§ 3.º Um dos exemplares do boletim de apuração será
imediatamente afixado na sede da Junta, em local que possa ser
copiado por qualquer pessoa.
§ 4.º Cópia autenticada do boletim de apuração será entregue
a cada partido, por intermédio do delegado ou fiscal presente,
mediante recibo.
§ 5.º O boletim de apuração ou sua cópia autenticada com a
assinatura do juiz e pelo menos de 1 (um) dos membros da Junta,
fará nova prova do resultado apurado, podendo ser apresentado
ao Tribunal Regional, nas eleições federais e estaduais, sempre
que o número de votos constantes dos mapas recebidos pela
Comissão Apuradora não coincidir com os nele consignados.
§ 6.º O partido ou candidato poderá apresentar o boletim na
oportunidade concedida pelo art. 200, quando terá vista do
relatório da Comissão Apuradora, ou antes, se durante os
trabalhos da Comissão tiver conhecimento da incoincidência de
qualquer resultado.
§ 7.º Apresentado o boletim, será aberta vista aos demais
partidos, pelo prazo de 2 (dois) dias, os quais somente poderão
contestar o erro indicado com a apresentação de boletim da
mesma urna, revestido das mesmas formalidades.
§ 8.º Se o boletim apresentado na contestação consignar
outro resultado, coincidente ou não com o que figurar no mapa
enviado pela Junta, a urna será requisitada e recontada pelo
próprio Tribunal Regional, em sessão.
§ 9.º A não expedição do boletim imediatamente após a
apuração de cada urna e antes de se passar à subsequente, sob
qualquer pretexto, constitui o crime previsto no art. 313.
Art. 180. O disposto no artigo anterior e em todos os seus
parágrafos aplica-se às eleições municipais, observadas somente
as seguintes alterações:

109
I - o boletim de apuração poderá ser apresentado à Junta até 3
(três) dias depois de totalizados os resultados, devendo os
partidos ser cientificados, através de seus delegados, da data em
que começará a correr esse prazo;
II - apresentado o boletim será observado o disposto nos §§
7.º e 8.º, do artigo anterior devendo a recontagem ser procedida
pela própria Junta.
Art. 181. Salvo nos casos mencionados nos artigos anteriores,
a recontagem de votos só poderá ser deferida pelos Tribunais
Regionais, em recurso interposto imediatamente após a
apuração de cada urna.
Parágrafo único. Em nenhuma outra hipótese poderá a
Junta determinar a reabertura de urnas já apuradas para
recontagem de votos.
Art. 182. Os títulos dos eleitores estranhos à seção serão
separados, para remessa, depois de terminados os trabalhos da
Junta, ao juiz eleitoral da zona neles mencionada, a fim de que
seja anotado na folha individual de votação o voto dado em
outra seção.
Parágrafo único. Se, ao ser feita a anotação, no confronto
do título com a folha individual, se verificar incoincidência ou
outro indício de fraude, serão autuados tais documentos e o juiz
determinará as providências necessárias para apuração do fato e
consequentes medidas legais.
Art. 183. Concluída a apuração, e antes de se passar à
subsequente, as cédulas serão recolhidas à urna, sendo esta
fechada e lacrada, não podendo ser reaberta senão depois de
transitada em julgado a diplomação, salvo nos casos de
recontagem de votos.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no
presente artigo, sob qualquer pretexto, constitui o crime
eleitoral previsto no art. 314.
Art. 184. Terminada a apuração, a Junta remeterá ao Tribunal

110
Regional, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas às eleições
estaduais ou federais, acompanhados dos documentos referentes
à apuração, juntamente com a ata geral dos seus trabalhos, na
qual serão consignadas as votações apuradas para cada legenda e
candidato e os votos não apurados, com a declaração dos
motivos por que o não foram.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 1.º Essa remessa será feita em invólucro fechado, lacrado e
rubricado pelos membros da Junta, delegados e fiscais de Partido,
por via postal ou sob protocolo, conforme for mais rápida e
segura a chegada ao destino.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 2.º Se a remessa dos papéis eleitorais de que trata este artigo
não se verificar no prazo nele estabelecido, os membros da Junta
estarão sujeitos à multa correspondente à metade do salário
mínimo regional por dia de retardamento.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 3.º Decorridos quinze dias sem que o Tribunal Regional
tenha recebido os papéis referidos neste artigo ou comunicação
de sua expedição, determinará ao Corregedor Regional ou Juiz
Eleitoral mais próximo que os faça apreender e enviar
imediatamente, transferindo-se para o Tribunal Regional a
competência para decidir sobre os mesmos.
•• § 3.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Art. 185. Sessenta dias após o trânsito em julgado da
diplomação de todos os candidatos eleitos nos pleitos eleitorais
realizados simultaneamente e prévia publicação de edital de
convocação, as cédulas serão retiradas das urnas e
imediatamente incineradas, na presença do Juiz Eleitoral e em

111
ato público, vedado a qualquer pessoa, inclusive ao Juiz, o seu
exame na ocasião da incineração.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 6.055, de 17-6-
1974.
Parágrafo único. Poderá ainda a Justiça Eleitoral, tomadas
as medidas necessárias à garantia do sigilo, autorizar a
reciclagem industrial das cédulas, em proveito do ensino público
de 1.º (primeiro) Grau ou de instituições beneficentes.
•• Parágrafo único acrescentado pela Lei n. 7.977, de 27-12-
1989.
Art. 186. Com relação às eleições municipais e distritais, uma
vez terminada a apuração de todas as urnas, a Junta resolverá as
dúvidas não decididas, verificará o total dos votos apurados,
inclusive os votos em branco, determinará o quociente eleitoral
e os quocientes partidários e proclamará os candidatos eleitos.
§ 1.º O presidente da Junta fará lavrar, por um dos secretários,
a ata geral concernente às eleições referidas neste artigo, da qual
constará o seguinte:
I - as seções apuradas e o número de votos apurados em cada
urna;
II - as seções anuladas, os motivos por que foram e o número
de votos não apurados;
III - as seções onde não houve eleição e os motivos;
IV - as impugnações feitas, a solução que lhes foi dada e os
recursos interpostos;
V - a votação de cada legenda na eleição para vereador;
VI - o quociente eleitoral e os quocientes partidários;
VII - a votação dos candidatos a vereador, incluídos em cada
lista registrada, na ordem da votação recebida;
VIII - a votação dos candidatos a prefeito, vice-prefeito e a
juiz de paz, na ordem da votação recebida.
§ 2.º Cópia da ata geral da eleição municipal, devidamente
autenticada pelo juiz, será enviada ao Tribunal Regional e ao

112
Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 187. Verificando a Junta Apuradora que os votos das
seções anuladas e daquelas cujos eleitores foram impedidos de
votar, poderão alterar a representação de qualquer partido ou
classificação de candidato eleito pelo princípio majoritário, nas
eleições municipais, fará imediata comunicação do fato ao
Tribunal Regional, que marcará, se for o caso, dia para a
renovação da votação naquelas seções.
§ 1.º Nas eleições suplementares municipais observar-se-á, no
que couber, o disposto no art. 201.
§ 2.º Essas eleições serão realizadas perante novas mesas
receptoras, nomeadas pelo juiz eleitoral, e apuradas pela própria
Junta que, considerando os anteriores e os novos resultados
confirmará ou invalidará os diplomas que houver expedido.
§ 3.º Havendo renovação de eleições para os cargos de
prefeito e vice-prefeito, os diplomas somente serão expedidos
depois de apuradas as eleições suplementares.
§ 4.º Nas eleições suplementares, quando se referirem a
mandatos de representação proporcional, a votação e a
apuração far-se-ão exclusivamente para as legendas registradas.
Seção V
Da Contagem dos Votos pela Mesa Receptora
Art. 188. O Tribunal Superior Eleitoral poderá autorizar a
contagem de votos pelas mesas receptoras, nos Estados em que
o Tribunal Regional indicar as zonas ou seções em que esse
sistema deva ser adotado.
Art. 189. Os mesários das seções em que for efetuada a
contagem dos votos serão nomeados escrutinadores da Junta.
Art. 190. Não será efetuada a contagem dos votos pela mesa se
esta não se julgar suficientemente garantida, ou se qualquer
eleitor houver votado sob impugnação, devendo a mesa, em um
ou outro caso, proceder na forma determinada para as demais,
das zonas em que a contagem não foi autorizada.

113
Art. 191. Terminada a votação, o presidente da mesa tomará
as providências mencionadas nas alíneas II, III, IV e V do art.
154.
Art. 192. Lavrada e assinada a ata, o presidente da mesa, na
presença dos demais membros, fiscais e delegados do partido,
abrirá a urna e o invólucro e verificará se o número de cédulas
oficiais coincide com o de votantes.
§ 1.º Se não houver coincidência entre o número de votantes
e o de cédulas oficiais encontradas na urna e no invólucro, a
mesa receptora não fará a contagem dos votos.
§ 2.º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior, o
presidente da mesa determinará que as cédulas e as sobrecartas
sejam novamente recolhidas à urna e ao invólucro, os quais
serão fechados e lacrados, procedendo, em seguida, na forma
recomendada pelas alíneas VI, VII e VIII do art. 154.
Art. 193. Havendo coincidência entre o número de cédulas e o
de votantes deverá a mesa, inicialmente, misturar as cédulas
contidas nas sobrecartas brancas, da urna e do invólucro, com as
demais.
§ 1.º Em seguida proceder-se-á à abertura das cédulas e
contagem dos votos, observando-se o disposto nos arts. 169 e
seguintes, no que couber.
§ 2.º Terminada a contagem dos votos será lavrada ata
resumida, de acordo com modelo aprovado pelo Tribunal
Superior e da qual constarão apenas as impugnações acaso
apresentadas, figurando os resultados no boletim que se
incorporará à ata e do qual se dará cópia aos fiscais dos partidos.
Art. 194. Após a lavratura da ata, que deverá ser assinada pelos
membros da mesa e fiscais e delegados de partido, as cédulas e as
sobrecartas serão recolhidas à urna, sendo esta fechada, lacrada e
entregue ao juiz eleitoral pelo presidente da mesa ou por um dos
mesários, mediante recibo.
§ 1.º O juiz eleitoral poderá, havendo possibilidade, designar

114
funcionários para recolher as urnas e demais documentos nos
próprios locais da votação ou instalar postos e locais diversos
para o seu recebimento.
§ 2.º Os fiscais e delegados de partido podem vigiar e
acompanhar a urna desde o momento da eleição, durante a
permanência nos postos arrecadadores e até a entrega à Junta.
Art. 195. Recebida a urna e documentos, a Junta deverá:
I - examinar a sua regularidade, inclusive quanto ao
funcionamento normal da seção;
II - rever o boletim de contagem de votos da mesa receptora,
a fim de verificar se está aritmeticamente certo, fazendo dele
constar que, conferido, nenhum erro foi encontrado;
III - abrir a urna e conferir os votos sempre que a contagem
da mesa receptora não permitir o fechamento dos resultados;
IV - proceder à apuração se da ata da eleição constar
impugnação de fiscal, delegado, candidato ou membro da própria
mesa em relação ao resultado de contagem dos votos;
V - resolver todas as impugnações constantes da ata da
eleição;
VI - praticar todos os atos previstos na competência das
Juntas Eleitorais.
Art. 196. De acordo com as instruções recebidas a Junta
Apuradora poderá reunir os membros das mesas receptoras e
demais componentes da Junta em local amplo e adequado no dia
seguinte ao da eleição, em horário previamente fixado, e
proceder à apuração na forma estabelecida nos arts. 159 e
seguintes, de uma só vez ou em duas ou mais etapas.
Parágrafo único. Nesse caso cada partido poderá credenciar
um fiscal para acompanhar a apuração de cada urna, realizandose esta
sob a supervisão do juiz e dos demais membros da Junta, aos quais
caberá decidir, em cada caso, as impugnações e demais incidentes
verificados durante os trabalhos.
CAPÍTULO III

115
DA APURAÇÃO NOS TRIBUNAIS REGIONAIS
Art. 197. Na apuração, compete ao Tribunal Regional:
I - resolver as dúvidas não decididas e os recursos interpostos
sobre as eleições federais e estaduais e apurar as votações que
haja validado, em grau de recurso;
II - verificar o total dos votos apurados entre os quais se
incluem os em branco;
III - determinar os quocientes, eleitoral e partidário, bem
como a distribuição das sobras;
IV - proclamar os eleitos e expedir os respectivos diplomas;
V - fazer a apuração parcial das eleições para Presidente e
Vice-Presidente da República.
Art. 198. A apuração pelo Tribunal Regional começará no dia
seguinte ao em que receber os primeiros resultados parciais das
Juntas e prosseguirá sem interrupção, inclusive nos sábados,
domingos e feriados, de acordo com o horário previamente
publicado, devendo terminar 30 (trinta) dias depois da eleição.
§ 1.º Ocorrendo motivos relevantes, expostos com a
necessária antecedência, o Tribunal Superior poderá conceder
prorrogação desse prazo, uma só vez e por 15 (quinze) dias.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 2.º Se o Tribunal Regional não terminar a apuração no prazo legal,
seus membros estarão sujeitos à multa correspondente à metade do
salário mínimo regional por dia de retardamento.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Art. 199. Antes de iniciar a apuração o Tribunal Regional
constituirá, com 3 (três) de seus membros, presidida por um destes, uma
Comissão Apuradora.
§ 1.º O Presidente da Comissão designará um funcionário do
Tribunal para servir de secretário e para auxiliarem os seus
trabalhos, tantos outros quantos julgar necessários.

116
§ 2.º De cada sessão da Comissão Apuradora será lavrada ata
resumida.
§ 3.º A Comissão Apuradora fará publicar no órgão oficial,
diariamente, um boletim com a indicação dos trabalhos
realizados e do número de votos atribuídos a cada candidato.
§ 4.º Os trabalhos da Comissão Apuradora poderão ser
acompanhados por delegados dos partidos interessados, sem que,
entretanto, neles intervenham com protestos, impugnações ou
recursos.
§ 5.º Ao final dos trabalhos, a Comissão Apuradora
apresentará ao Tribunal Regional os mapas gerais da apuração e
um relatório, que mencione:
I - o número de votos válidos e anulados em cada Junta
Eleitoral, relativos a cada eleição;
II - as seções apuradas e os votos nulos e anulados de cada
uma;
III - as seções anuladas, os motivos por que o foram e o
número de votos anulados ou não apurados;
IV - as seções onde não houve eleição e os motivos;
V - as impugnações apresentadas às Juntas e como foram
resolvidas por elas, assim como os recursos que tenham sido
interpostos;
VI - a votação de cada partido;
VII - a votação de cada candidato;
VIII - o quociente eleitoral;
IX - os quocientes partidários;
X - a distribuição das sobras.
Art. 200. O relatório a que se refere o artigo anterior ficará na
Secretaria do Tribunal, pelo prazo de 3 (três) dias, para exame
dos partidos e candidatos interessados, que poderão examinar
também os documentos em que ele se baseou.
§ 1.º Terminado o prazo supra, os partidos poderão
apresentar as suas reclamações, dentro de 2 (dois) dias, sendo

117
estas submetidas a parecer da Comissão Apuradora que, no prazo
de 3 (três) dias, apresentará aditamento ao relatório com a
proposta das modificações que julgar procedentes, ou com a
justificação da improcedência das arguições.
•• Primitivo parágrafo único passado a § 1.º pela Lei n. 4.961,
de 4-5-1966.
§ 2.º O Tribunal Regional, antes de aprovar o relatório da
Comissão Apuradora e, em 3 (três) dias improrrogáveis, julgará
as impugnações e as reclamações não providas pela Comissão
Apuradora, e, se as deferir, voltará o relatório à Comissão para
que sejam feitas as alterações resultantes da decisão.
•• § 2.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
Art. 201. De posse do relatório referido no artigo anterior,
reunir-se-á o Tribunal, no dia seguinte, para o conhecimento do
total dos votos apurados, e, em seguida, se verificar que os votos
das seções anuladas e daquelas cujos eleitores foram impedidos de
votar, poderão alterar a representação de qualquer partido ou
classificação de candidato eleito pelo princípio majoritário,
ordenará a realização de novas eleições.
Parágrafo único. As novas eleições obedecerão às seguintes
normas:
I - o Presidente do Tribunal fixará, imediatamente, a data,
para que se realizem dentro de 15 (quinze) dias, no mínimo, e de
30 (trinta) dias no máximo, a contar do despacho que a fixar,
desde que não tenha havido recurso contra a anulação das
seções;
II - somente serão admitidos a votar os eleitores da seção, que
hajam comparecido à eleição anulada, e os de outras seções que
ali houverem votado;
III - nos casos de coação que haja impedido o
comparecimento dos eleitores às urnas, no de encerramento da
votação antes da hora legal, e quando a votação tiver sido
realizada em dia, hora e lugar diferentes dos designados, poderão

118
votar todos os eleitores da seção e somente estes;
IV - nas zonas onde apenas uma seção for anulada, o juiz
eleitoral respectivo presidirá a mesa receptora; se houver mais
uma seção anulada, o presidente do Tribunal Regional designará
os juízes presidentes das respectivas mesas receptoras;
V - as eleições realizar-se-ão nos mesmos locais
anteriormente designados, servindo os mesários e secretários que
pelo juiz forem nomeados, com a antecedência de, pelo menos,
5 (cinco) dias, salvo se a anulação for decretada por infração dos
§§ 4.º e 5.º do art. 135;
VI - as eleições assim realizadas serão apuradas pelo Tribunal
Regional.
Art. 202. Da reunião do Tribunal Regional será lavrada ata
geral, assinada pelos seus membros e da qual constarão:
I - as seções apuradas e o número de votos apurados em cada
uma;
II - as seções anuladas, as razões por que o foram e o número
de votos não apurados;
III - as seções onde não tenha havido eleição e os motivos;
IV - as impugnações apresentadas às juntas eleitorais e como
foram resolvidas;
V - as seções em que se vai realizar ou renovar a eleição;
VI - a votação obtida pelos partidos;
VII - o quociente eleitoral e o partidário;
VIII - os nomes dos votados na ordem decrescente dos votos;
IX - os nomes dos eleitos;
X - os nomes dos suplentes, na ordem em que devem substituir
ou suceder.
§ 1.º Na mesma sessão o Tribunal Regional proclamará os
eleitos e os respectivos suplentes e marcará a data para a
expedição solene dos diplomas em sessão pública, salvo quanto a
governador e vice-governador, se ocorrer a hipótese prevista na
Emenda Constitucional n. 13, de 1965.

119
§ 2.º O vice-governador e o suplente de senador, considerarse-ão eleitos
em
virtude da eleição do governador e do senador
com os quais se candidatarem.
§ 3.º Os candidatos a governador e vice-governador somente
serão diplomados depois de realizadas as eleições suplementares
referentes a esses cargos.
§ 4.º Um traslado da ata da sessão, autenticado com a
assinatura de todos os membros do Tribunal que assinaram a ata
original, será remetido ao Presidente do Tribunal Superior.
§ 5.º O Tribunal Regional comunicará o resultado da eleição
ao Senado Federal, Câmara dos Deputados e Assembleia
Legislativa.
Art. 203. Sempre que forem realizadas eleições de âmbito
estadual juntamente com eleições para presidente e vicepresidente da
República, o
Tribunal Regional desdobrará os seus
trabalhos de apuração, fazendo tanto para aquelas como para
esta, uma ata geral.
§ 1.º A Comissão Apuradora deverá, também, apresentar
relatórios distintos, um dos quais referente apenas às eleições
presidenciais.
§ 2.º Concluídos os trabalhos da apuração o Tribunal Regional
remeterá ao Tribunal Superior os resultados parciais das eleições
para presidente e vice-presidente da República, acompanhados
de todos os papéis que lhe digam respeito.
Art. 204. O Tribunal Regional julgando conveniente, poderá
determinar que a totalização dos resultados de cada urna seja
realizada pela própria Comissão Apuradora.
Parágrafo único. Ocorrendo essa hipótese serão observadas
as seguintes regras:
I - a decisão do Tribunal será comunicada, até 30 (trinta) dias
antes da eleição aos juízes eleitorais, aos diretórios dos partidos

120
e ao Tribunal Superior;
II - iniciada a apuração os juízes eleitorais remeterão ao
Tribunal Regional, diariamente, sob registro postal ou por
portador, os mapas de todas as urnas apuradas no dia;
III - os mapas serão acompanhados de ofício sucinto, que
esclareça apenas a que seções correspondem e quantas ainda
faltam para completar o apuração da zona;
IV - havendo sido interposto recurso em relação a urna
correspondente aos mapas enviados, o juiz fará constar do
ofício, em seguida à indicação da seção, entre parênteses, apenas
esse esclarecimento - "houve recurso";
V - a ata final da Junta não mencionará, no seu texto, a
votação obtida pelos partidos e candidatos, a qual ficará
constando dos boletins de apuração do Juízo, que dela ficarão
fazendo parte integrante;
VI - cópia autenticada da ata, assinada por todos os que
assinaram o original, será enviada ao Tribunal Regional na
forma prevista no art. 184;
VII - a Comissão Apuradora, à medida em que for recebendo
os mapas, passará a totalizar os votos, aguardando, porém, a
chegada da cópia autêntica da ata para encerrar a totalização
referente a cada zona;
VIII - no caso de extravio de mapa o juiz eleitoral
providenciará a remessa de 2ª (segunda) via, preenchida à vista
dos delegados de partido especialmente convocados para esse
fim e pelos resultados constantes do boletim de apuração que
deverá ficar arquivado no Juízo.
CAPÍTULO IV
DA APURAÇÃO NO TRIBUNAL SUPERIOR
Art. 205. O Tribunal Superior fará a apuração geral das
eleições para presidente e vice-presidente da República pelos
resultados verificados pelos Tribunais Regionais em cada Estado.
Art. 206. Antes da realização da eleição o Presidente do

121
Tribunal sorteará, dentre os juízes, o relator de cada grupo de
Estados, ao qual serão distribuídos todos os recursos e
documentos da eleição referentes ao respectivo grupo.
Art. 207. Recebidos os resultados de cada Estado, e julgados os
recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais, o
relator terá o prazo de 5 (cinco) dias para apresentar seu
relatório, com as conclusões seguintes:
I - os totais dos votos válidos e nulos do Estado;
II - os votos apurados pelo Tribunal Regional que devem ser
anulados;
III - os votos anulados pelo Tribunal Regional que devem ser
computados como válidos;
IV - a votação de cada candidato;
V - o resumo das decisões do Tribunal Regional sobre as
dúvidas e impugnações, bem como dos recursos que hajam sido
interpostos para o Tribunal Superior, com as respectivas
decisões e indicação das implicações sobre os resultados.
Art. 208. O relatório referente a cada Estado ficará na
Secretaria do Tribunal, pelo prazo de 2 (dois) dias, para exame
dos partidos e candidatos interessados, que poderão examinar
também os documentos em que ele se baseou e apresentar
alegações ou documentos sobre o relatório, no prazo de 2 (dois)
dias.
Parágrafo único. Findo esse prazo serão os autos conclusos
ao relator, que, dentro em 2 (dois) dias, os apresentará a
julgamento, que será previamente anunciado.
Art. 209. Na sessão designada será o feito chamado a
julgamento de preferência a qualquer outro processo.
§ 1.º Se o relatório tiver sido impugnado, os partidos
interessados poderão, no prazo de 15 (quinze) minutos,
sustentar oralmente as suas conclusões.
§ 2.º Se do julgamento resultarem alterações na apuração
efetuada pelo Tribunal Regional, o acórdão determinará que a

122
Secretaria, dentro em 5 (cinco) dias, levante as folhas de
apuração parcial das seções cujos resultados tiverem sido
alterados, bem como o mapa geral da respectiva circunscrição,
de acordo com as alterações decorrentes do julgado, devendo o
mapa, após o visto do relator, ser publicado na Secretaria.
§ 3.º A esse mapa admitir-se-á, dentro em 48 (quarenta e
oito) horas de sua publicação, impugnação fundada em erro de
conta ou de cálculo, decorrente da própria sentença.
Art. 210. Os mapas gerais de todas as circunscrições com as
impugnações, se houver, e a folha de apuração final levantada
pela Secretaria, serão autuados e distribuídos a um relator geral,
designado pelo Presidente.
Parágrafo único. Recebidos os autos, após a audiência do
Procurador-Geral, o relator, dentro de 48 (quarenta e oito)
horas, resolverá as impugnações relativas aos erros de conta ou
de cálculo, mandando fazer as correções, se for o caso, e
apresentará, a seguir, o relatório final com os nomes dos
candidatos que deverão ser proclamados eleitos e os dos demais
candidatos, na ordem decrescente das votações.
Art. 211. Aprovada em sessão especial a apuração geral, o
Presidente anunciará a votação dos candidatos proclamando a
seguir eleito presidente da República o candidato mais votado
que tiver obtido maioria absoluta de votos, excluídos, para a
apuração desta, os em branco e os nulos.
§ 1.º O vice-presidente considerar-se-á eleito em virtude da
eleição do presidente com o qual se candidatar.
§ 2.º Na mesma sessão o Presidente do Tribunal Superior
designará a data para a expedição solene dos diplomas em sessão
pública.
Art. 212. Verificando que os votos das seções anuladas e
daquelas cujos eleitores foram impedidos de votar, em todo o
País, poderão alterar a classificação de candidato, ordenará o
Tribunal Superior a realização de novas eleições.

123
§ 1.º Essas eleições serão marcadas desde logo pelo Presidente
do Tribunal Superior e terão lugar no primeiro domingo ou
feriado que ocorrer após o 15.º (décimo quinto) dia a contar da
data do despacho, devendo ser observado o disposto nos ns. II a
VI do parágrafo único do art. 201.
§ 2.º Os candidatos a presidente e vice-presidente da
República somente serão diplomados depois de realizadas as
eleições suplementares referentes a esses cargos.
Art. 213. Não se verificando a maioria absoluta, o Congresso
Nacional, dentro de 15 (quinze) dias após haver recebido a
respectiva comunicação do Presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, reunir-se-á em sessão pública para se manifestar sobre
o candidato mais votado, que será considerado eleito se, em
escrutínio secreto, obtiver metade mais 1 (um) dos votos dos
seus membros.
§ 1.º Se não ocorrer a maioria absoluta referida no caput deste
artigo, renovar-se-á, até 30 (trinta) dias depois, a eleição em
todo o País, à qual concorrerão os 2 (dois) candidatos mais
votados, cujos registros estarão automaticamente revalidados.
§ 2.º No caso de renúncia ou morte, concorrerá à eleição
prevista no parágrafo anterior o substituto registrado pelo
mesmo partido político ou coligação partidária.
Art. 214. O presidente e o vice-presidente da República
tomarão posse a 15 (quinze) de março, em sessão do Congresso
Nacional.
•• Vide art. 82 da CF, que determina que o mandato do
Presidente da República terá início em primeiro de janeiro do
ano seguinte ao da sua eleição.
Parágrafo único. No caso do § 1.º do artigo anterior, a posse
realizar-se-á dentro de 15 (quinze) dias a contar da proclamação
do resultado da segunda eleição, expirando, porém, o mandato a
15 (quinze) de março do quarto ano.
CAPÍTULO V

124
DOS DIPLOMAS
Art. 215. Os candidatos eleitos, assim como os suplentes,
receberão diploma assinado pelo Presidente do Tribunal
Superior, do Tribunal Regional ou da Junta Eleitoral, conforme o
caso.
Parágrafo único. Do diploma deverá constar o nome do
candidato, a indicação da legenda sob a qual concorreu, o cargo
para o qual foi eleito ou a sua classificação como suplente, e,
facultativamente, outros dados a critério do juiz ou do Tribunal.
Art. 216. Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso
interposto contra a expedição do diploma, poderá o diplomado
exercer o mandato em toda a sua plenitude.
Art. 217. Apuradas as eleições suplementares o juiz ou o
Tribunal reverá a apuração anterior, confirmando ou
invalidando os diplomas que houver expedido.
Parágrafo único. No caso de provimento, após a
diplomação, de recurso contra o registro de candidato ou de
recurso parcial, será também revista a apuração anterior, para
confirmação ou invalidação de diplomas, observado o disposto
no § 3.º do art. 261.
Art. 218. O presidente de Junta ou de Tribunal que diplomar
militar candidato a cargo eletivo, comunicará imediatamente a
diplomação à autoridade a que o mesmo estiver subordinado,
para os fins do art. 98.
CAPÍTULO VI
DAS NULIDADES DAVOTAÇÃO
Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre
aos fins e resultados a que ela se dirige, abstendo-se de
pronunciar nulidades sem demonstração de prejuízo.
Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá ser
requerida pela parte que lhe deu causa nem a ela aproveitar.
Art. 220. É nula a votação:
I - quando feita perante mesa não nomeada pelo juiz eleitoral,

125
ou constituída com ofensa à letra da lei;
II - quando efetuada em folhas de votação falsas;
III - quando realizada em dia, hora, ou local diferentes do
designado ou encerrada antes das 17 (dezessete) horas;
IV - quando preterida formalidade essencial do sigilo dos
sufrágios;
V - quando a seção eleitoral tiver sido localizada com infração
do disposto nos §§ 4.º e 5.º do art. 135.
•• Inciso V acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
Parágrafo único. A nulidade será pronunciada quando o
órgão apurador conhecer do ato ou dos seus efeitos e a
encontrar provada, não lhe sendo lícito supri-la, ainda que haja
consenso das partes.
Art. 221. É anulável a votação:
I - quando houver extravio de documento reputado essencial;
II - quando for negado ou sofrer restrição o direito de
fiscalizar, e o fato constar da ata ou de protesto interposto, por
escrito, no momento;
III - quando votar, sem as cautelas do art. 147, § 2.º:
•• Revogado o inciso I e renumerados os demais pela Lei n.
4.961, de 4-5-1966.
a) eleitor excluído por sentença não cumprida por ocasião da
remessa das folhas individuais de votação à mesa, desde que haja
oportuna reclamação de partido;
b) eleitor de outra seção, salvo a hipótese do art. 145;
c) alguém com falsa identidade em lugar do eleitor chamado.
Art. 222. É também anulável a votação, quando viciada de
falsidade, fraude, coação, uso de meios de que trata o art. 237,
ou emprego de processo de propaganda ou captação de sufrágios
vedado por lei.
§§ 1.º e 2.º (Revogados pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.)
Art. 223. A nulidade de qualquer ato, não decretada de ofício
pela junta, só poderá ser arguida quando de sua prática, não mais

126
podendo ser alegada, salvo se a arguição se basear em motivo
superveniente ou de ordem constitucional.
§ 1.º Se a nulidade ocorrer em fase na qual não possa ser
alegada no ato, poderá ser arguida na primeira oportunidade que
para tanto se apresente.
§ 2.º Se se basear em motivo superveniente deverá ser alegada
imediatamente, assim que se tornar conhecida, podendo as
razões do recurso ser aditadas no prazo de 2 (dois) dias.
§ 3.º A nulidade de qualquer ato, baseada em motivo de ordem
constitucional, não poderá ser conhecida em recurso interposto
fora de prazo. Perdido o prazo numa fase própria, só em outra
que se apresentar poderá ser arguida.
•• § 3.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do
País nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e
estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão
prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para
nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.
•• A Resolução TSE n. 23.207, de 11-2-2010, determina que
para os fins previstos neste artigo, observado o prazo máximo
prescrito, as eleições deverão ser marcadas sempre para o
primeiro domingo de cada mês.
§ 1.º Se o Tribunal Regional na área de sua competência,
deixar de cumprir o disposto neste artigo, o Procurador Regional
levará o fato ao conhecimento do Procurador-Geral, que
providenciará junto ao Tribunal Superior para que seja marcada
imediatamente nova eleição.
§ 2.º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste capítulo, o
Ministério Público promoverá, imediatamente, a punição dos
culpados.
3.º A decisão da Justiça Eleitoral que importe o
indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a perda do

127
mandato de candidato eleito em pleito majoritário acarreta,
após o trânsito em julgado, a realização de novas eleições,
independentemente do número de votos anulados.
•• § 3.º acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
§ 4.º A eleição a que se refere o § 3.º correrá a expensas da
Justiça Eleitoral e será:
•• § 4.º, caput, acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
I - indireta, se a vacância do cargo ocorrer a menos de seis
meses do final do mandato;
•• Inciso I acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
II - direta, nos demais casos.
•• Inciso II acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
CAPÍTULO VII
DO VOTO NO EXTERIOR
Art. 225. Nas eleições para presidente e vice-presidente da
República poderá votar o eleitor que se encontrar no exterior.
§ 1.º Para esse fim serão organizadas seções eleitorais, nas
sedes das Embaixadas e Consulados Gerais.
§ 2.º Sendo necessário instalar duas ou mais seções poderá ser
utilizado local em que funcione serviço do governo brasileiro.
Art. 226. Para que se organize uma seção eleitoral no exterior
é necessário que na circunscrição sob a jurisdição da Missão
Diplomática ou do Consulado Geral haja um mínimo de 30
(trinta) eleitores inscritos.
Parágrafo único. Quando o número de eleitores não atingir
o mínimo previsto no parágrafo anterior, os eleitores poderão
votar na mesa receptora mais próxima, desde que localizada no
mesmo país, de acordo com a comunicação que lhes for feita.
Art. 227. As mesas receptoras serão organizadas pelo Tribunal
Regional do Distrito Federal mediante proposta dos chefes de
Missão e cônsules gerais, que ficarão investidos, no que for
aplicável, das funções administrativas de juiz eleitoral.
Parágrafo único. Será aplicável às mesas receptoras o

128
processo de composição e fiscalização partidária vigente para as
que funcionam no território nacional.
Art. 228. Até 30 (trinta) dias antes da realização da eleição
todos os brasileiros eleitores, residentes no estrangeiro,
comunicarão à sede da Missão Diplomática, ou ao consulado
geral, em carta, telegrama ou qualquer outra via, a sua condição
de eleitor e sua residência.
§ 1.º Com a relação dessas comunicações e com os dados do
registro consular, serão organizadas as folhas de votação, e
notificados os eleitores da hora e local da votação.
§ 2.º No dia da eleição só serão admitidos a votar os que
constem da folha de votação e os passageiros e tripulantes de
navios e aviões de guerra e mercantes que, no dia, estejam na
sede das sessões eleitorais.
Art. 229. Encerrada a votação, as urnas serão enviadas pelos
cônsules gerais às sedes das Missões Diplomáticas. Estas as
remeterão, pela mala diplomática, ao Ministério das Relações
Exteriores, que delas fará entrega ao Tribunal Regional Eleitoral
do Distrito Federal, a quem competirá a apuração dos votos e
julgamento das dúvidas e recursos que hajam sido interpostos.
Parágrafo único. Todo o serviço de transporte do material
eleitoral será feito por via aérea.
Art. 230. Todos os eleitores que votarem no exterior terão os
seus títulos apreendidos pela mesa receptora.
Parágrafo único. A todo eleitor que votar no exterior será
concedido comprovante para a comunicação legal ao juiz
eleitoral de sua zona.
Art. 231. Todo aquele que, estando obrigado a votar, não o
fizer, fica sujeito, além das penalidades previstas para o eleitor
que não vota no território nacional, à proibição de requerer
qualquer documento perante a repartição diplomática a que
estiver subordinado, enquanto não se justificar.
Art. 232. Todo o processo eleitoral realizado no estrangeiro

129
fica diretamente subordinado ao Tribunal Regional do Distrito
Federal.
Art. 233. O Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério das
Relações Exteriores baixarão as instruções necessárias e
adotarão as medidas adequadas para o voto no exterior.
Art. 233-A. Aos eleitores em trânsito no território
nacional é assegurado o direito de votar para Presidente da
República, Governador, Senador, Deputado Federal, Deputado
Estadual e Deputado Distrital em urnas especialmente instaladas
nas capitais e nos Municípios com mais de cem mil eleitores.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.
§ 1.º O exercício do direito previsto neste artigo sujeita-se
à observância das regras seguintes:
•• § 1.º acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
I - para votar em trânsito, o eleitor deverá habilitar-se
perante a Justiça Eleitoral no período de até quarenta e cinco
dias da data marcada para a eleição, indicando o local em que
pretende votar;
•• Inciso I acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
II - aos eleitores que se encontrarem fora da unidade da
Federação de seu domicílio eleitoral somente é assegurado o
direito à habilitação para votar em trânsito nas eleições para
Presidente da República;
•• Inciso II acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
III - os eleitores que se encontrarem em trânsito dentro da
unidade da Federação e seu domicílio eleitoral poderão votar nas
eleições para Presidente da República, Governador, Senador,
Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital.
•• Inciso III acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
§ 2.º Os membros das Forças Armadas, os integrantes dos
órgãos de segurança pública a que se refere o art. 144 da
Constituição Federal, bem como os integrantes das guardas

130
municipais mencionados no § 8.º do mesmo art. 144, poderão
votar em trânsito se estiverem em serviço por ocasião das
eleições.
•• § 2.º acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
§ 3.º As chefias ou comandos dos órgãos a que estiverem
subordinados os eleitores mencionados no § 2.º enviarão
obrigatoriamente à Justiça Eleitoral, em até quarenta e cinco
dias da data das eleições, a listagem dos que estarão em serviço
no dia da eleição com indicação das seções eleitorais de origem e
destino.§ 4.º Os eleitores mencionados no § 2.º, uma vez
habilitados na forma do § 3.º, serão cadastrados e votarão nas
seções eleitorais indicadas nas listagens mencionadas no § 3.º
independentemente do número de eleitores do Município.
•• § 3.º acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
PARTE QUINTA DISPOSIÇÕES VÁRIAS
TÍTULO I
Das Garantias Eleitorais
Art. 234. Ninguém poderá impedir ou embaraçar o exercício
do sufrágio.
Art. 235. O juiz eleitoral, ou o presidente da mesa receptora,
pode expedir salvo-conduto com a cominação de prisão por
desobediência até 5 (cinco) dias, em favor do eleitor que sofrer
violência, moral ou física, na sua liberdade de votar, ou pelo fato
de haver votado.
Parágrafo único. A medida será válida para o período
compreendido entre 72 (setenta e duas) horas antes até 48
(quarenta e oito) horas depois do pleito.
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias
antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento
da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante
delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por
crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
§ 1.º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido,

131
durante o exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou
presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma garantia
gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.
§ 2.º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente
conduzido à presença do juiz competente que, se verificar a
ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a
responsabilidade do coator.
Art. 237. A interferência do poder econômico e o desvio ou
abuso do poder de autoridade, em desfavor da liberdade do voto,
serão coibidos e punidos.
§ 1.º O eleitor é parte legítima para denunciar os culpados e
promover-lhes a responsabilidade, e a nenhum servidor público,
inclusive de autarquia, de entidade paraestatal e de sociedade de
economia mista, será lícito negar ou retardar ato de ofício
tendente a esse fim.
§ 2.º Qualquer eleitor ou partido político poderá se dirigir ao
Corregedor Geral ou Regional, relatando fatos e indicando
provas, e pedir abertura de investigação para apurar ato indevido
do poder econômico, desvio ou abuso do poder de autoridade,
em benefício de candidato ou de partido político.
§ 3.º O Corregedor, verificada a seriedade da denúncia
procederá ou mandará proceder a investigações, regendo-se
estas, no que lhes for aplicável, pela Lei n. 1.579, de 18 de
março de 1952.
Art. 238. É proibida, durante o ato eleitoral, a presença de
força pública no edifício em que funcionar mesa receptora, ou
nas imediações, observado o disposto no art. 141.
Art. 239. Aos partidos políticos é assegurada a prioridade
postal durante os 60 (sessenta) dias anteriores à realização das
eleições, para remessa de material de propaganda de seus
candidatos registrados.
TÍTULO II
Da Propaganda Partidária

132
Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos
somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.
Parágrafo único. É vedada, desde 48 (quarenta e oito) horas
antes até 24 (vinte e quatro) horas depois da eleição, qualquer
propaganda política mediante radiodifusão, televisão, comícios
ou reuniões públicas.
•• De acordo com o art. 7.º da Lei n. 12.034, de 29-9-2009, não
se aplica a vedação constante neste parágrafo único à
propaganda eleitoral veiculada gratuitamente na internet, no
sítio eleitoral, blog, sítio interativo ou social, ou outros meios
eletrônicos de comunicação do candidato, ou sítio do partido ou
coligação, nas formas previstas no art. 57-B da Lei n. 9.504, de
30-9-1997, constante neste volume.
Art. 241. Toda propaganda eleitoral será realizada sob a
responsabilidade dos partidos e por eles paga, imputando-se-lhes
solidariedade nos excessos praticados pelos seus candidatos e
adeptos.
Parágrafo único. A solidariedade prevista neste artigo é
restrita aos candidatos e aos respectivos partidos, não
alcançando outros partidos, mesmo quando integrantes de uma
mesma coligação.
•• Parágrafo único acrescentado pela Lei n. 12.891, de 11-12-
2013.
Art. 242. A propaganda, qualquer que seja a sua forma ou
modalidade, mencionará sempre a legenda partidária e só poderá
ser feita em língua nacional, não devendo empregar meios
publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião
pública, estados mentais, emocionais ou passionais.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 7.476, de 15-5-
1986.
Parágrafo único. Sem prejuízo do processo e das penas

133
cominadas, a Justiça Eleitoral adotará medidas para fazer
impedir ou cessar imediatamente a propaganda realizada com
infração do disposto neste artigo.
Art. 243. Não será tolerada propaganda:
I - de guerra, de processos violentos para subverter o regime, a
ordem política e social ou de preconceitos de raça ou de classes;
II - que provoque animosidade entre as forças armadas ou
contra elas ou delas contra as classes e instituições civis;
III - de incitamento de atentado contra pessoa ou bens;
IV - de instigação à desobediência coletiva ao cumprimento da
lei de ordem pública;
V - que implique em oferecimento, promessa ou solicitação de
dinheiro, dádiva, rifa, sorteio ou vantagem de qualquer natureza;
VI - que perturbe o sossego público, com algazarra ou abusos
de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
VII - por meio de impressos ou de objeto que pessoa
inexperiente ou rústica possa confundir com moeda;
VIII - que prejudique a higiene e a estética urbana ou
contravenha a posturas municipais ou a outra qualquer restrição
de direito;
IX - que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem
como órgãos ou entidades que exerçam autoridade pública.
§ 1.º O ofendido por calúnia, difamação ou injúria, sem
prejuízo e independentemente da ação penal competente,
poderá demandar, no Juízo Cível, a reparação do dano moral
respondendo por este o ofensor e, solidariamente, o partido
político deste, quando responsável por ação ou omissão, e quem
quer que favorecido pelo crime, haja de qualquer modo
contribuído para ele.
•• § 1.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
§ 2.º No que couber, aplicar-se-ão na reparação do dano
moral, referido no parágrafo anterior, os arts. 81 a 88 da Lei n.
4.117, de 27 de agosto de 1962.

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•• § 2.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
• Citada Lei trata do Código Brasileiro de Telecomunicações.
Referidos artigos estão revogados pelo Decreto-lei n. 236, de
28-2-1967.
§ 3.º É assegurado o direito de resposta a quem for injuriado,
difamado ou caluniado através da imprensa, rádio, televisão, ou
alto-falante, aplicando-se, no que couber, os arts. 90 e 96 da Lei
n. 4.117, de 27 de agosto de 1962.
•• § 3.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
• Citada Lei trata do Código Brasileiro de Telecomunicações.
Referidos artigos estão revogados pelo Decreto-lei n. 236, de
28-2-1967.
Art. 244. É assegurado aos partidos políticos registrados o
direito de, independentemente de licença da autoridade pública e
do pagamento de qualquer contribuição:
I - fazer inscrever, na fachada de suas sedes e dependências, o
nome que os designe, pela forma que melhor lhes parecer;
II - instalar e fazer funcionar, normalmente, das quatorze às
vinte e duas horas, nos 3 (três) meses que antecederem as
eleições, alto-falantes, ou amplificadores de voz, nos locais
referidos, assim como em veículos seus, ou à sua disposição, em
território nacional, com observância da legislação comum.
Parágrafo único. Os meios de propaganda a que se refere o
n. II deste artigo não serão permitidos, a menos de 500
(quinhentos) metros:
I - das sedes do Executivo Federal, dos Estados, Territórios e
respectivas Prefeituras Municipais;
II - das Câmaras Legislativas Federais, Estaduais e Municipais;
III - dos Tribunais Judiciais;
IV - dos hospitais e casas de saúde;
V - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando
em funcionamento;
VI - dos quartéis e outros estabelecimentos militares.

135
Art. 245. A realização de qualquer ato de propaganda partidária
ou eleitoral, em recinto aberto, não depende de licença da
polícia.
§ 1.º Quando o ato de propaganda tiver de realizar-se em lugar
designado para a celebração de comício, na forma do disposto
no art. 3.º da Lei n. 1.207, de 25 de outubro de 1950, deverá ser
feita comunicação à autoridade policial, pelo menos 24 (vinte e
quatro) horas antes de sua realização.
§ 2.º Não havendo local anteriormente fixado para a
celebração de comício, ou sendo impossível ou difícil nele
realizar-se o ato de propaganda eleitoral, ou havendo pedido
para designação de outro local, a comunicação a que se refere o
parágrafo anterior será feita, no mínimo, com antecedência, de
72 (setenta e duas) horas, devendo a autoridade policial, em
qualquer desses casos, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes,
designar local amplo e de fácil acesso, de modo que não
impossibilite ou frustre a reunião.
§ 3.º Aos órgãos da Justiça Eleitoral compete julgar das
reclamações sobre a localização dos comícios e providências
sobre a distribuição equitativa dos locais aos partidos.
Arts. 246 e 247. (Revogados pela Lei n. 9.504, de 30-9-
1997.)
Art. 248. Ninguém poderá impedir a propaganda eleitoral, nem
inutilizar, alterar ou perturbar os meios lícitos nela empregados.
Art. 249. O direito de propaganda não importa restrição ao
poder de polícia quando este deva ser exercido em benefício da
ordem pública.
Art. 250. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30-9-1997.)
Art. 251. No período destinado à propaganda eleitoral gratuita
não prevalecerão quaisquer contratos ou ajustes firmados pelas
empresas que possam burlar ou tornar inexequível qualquer
dispositivo deste Código ou das instruções baixadas pelo
Tribunal Superior Eleitoral.

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Arts. 252 a 254. (Revogados pelo Decreto-lei n. 1.538, de
14-4-1977.)
Art. 255. Nos 15 (quinze) dias anteriores ao pleito é proibida a
divulgação, por qualquer forma, de resultados de prévias ou
testes pré-eleitorais.
Art. 256. As autoridades administrativas federais, estaduais e
municipais proporcionarão aos partidos, em igualdade de
condições, as facilidades permitidas para a respectiva
propaganda.
§ 1.º No período da campanha eleitoral, independentemente
do critério de prioridade, os serviços telefônicos, oficiais ou
concedidos, farão instalar, na sede dos diretórios devidamente
registrados, telefones necessários, mediante requerimento do
respectivo presidente e pagamento das taxas devidas.
•• § 1.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
§ 2.º O Tribunal Superior Eleitoral baixará as instruções
necessárias ao cumprimento do disposto no parágrafo anterior
fixando as condições a serem observadas.
•• § 2.º acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
TÍTULO III
Dos Recursos
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo.
§ 1.º A execução de qualquer acórdão será feita
imediatamente, através de comunicação por ofício, telegrama,
ou, em casos especiais, a critério do presidente do Tribunal,
através de cópia do acórdão.
•• Parágrafo único renumerado pela Lei n. 13.165, de 29-9-
2015.
§ 2.º O recurso ordinário interposto contra decisão
proferida por juiz eleitoral ou por Tribunal Regional Eleitoral
que resulte em cassação de registro, afastamento do titular ou

137
perda de mandato eletivo será recebido pelo Tribunal
competente com efeito suspensivo.
•• § 2.º acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
§ 3.º O Tribunal dará preferência ao recurso sobre
quaisquer outros processos, ressalvados os de habeas corpus e de
mandado de segurança.
•• § 3.º acrescentado pela Lei n. 13.165, de 29-9-2015.
Art. 258. Sempre que a lei não fixar prazo especial, o recurso
deverá ser interposto em 3 (três) dias da publicação do ato,
resolução ou despacho.
Art. 259. São preclusivos os prazos para interposição de
recurso, salvo quando neste se discutir matéria constitucional.
Parágrafo único. O recurso em que se discutir matéria
constitucional não poderá ser interposto fora do prazo. Perdido
o prazo numa fase própria, só em outra que se apresentar poderá
ser interposto.
Art. 260. A distribuição do primeiro recurso que chegar ao
Tribunal Regional ou Tribunal Superior, prevenirá a
competência do relator para todos os demais casos do mesmo
município ou Estado.
Art. 261. Os recursos parciais, entre os quais não se incluem os
que versarem matéria referente ao registro de candidatos,
interpostos para os Tribunais Regionais no caso de eleições
municipais e para o Tribunal Superior no caso de eleições
estaduais ou federais, serão julgados à medida que derem entrada
nas respectivas Secretarias.
§ 1.º Havendo dois ou mais recursos parciais de um mesmo
município ou Estado, ou se todos, inclusive os de diplomação já
estiverem no Tribunal Regional ou no Tribunal Superior, serão
eles julgados seguidamente, em uma ou mais sessões.
§ 2.º As decisões com os esclarecimentos necessários ao
cumprimento serão comunicadas de uma só vez ao juiz eleitoral
ou ao presidente do Tribunal Regional.

138
§ 3.º Se os recursos de um mesmo município ou Estado deram
entrada em datas diversas, sendo julgados separadamente, o juiz
eleitoral ou o presidente do Tribunal Regional aguardará a
comunicação de todas as decisões para cumpri-las, salvo se o
julgamento dos demais importar em alteração do resultado do
pleito que não tenha relação com o recurso já julgado.
§ 4.º Em todos os recursos, no despacho que determinar a
remessa dos autos à instância superior, o juízo a quo esclarecerá
quais os ainda em fase de processamento e, no último, quais os
anteriormente remetidos.
§ 5.º Ao se realizar a diplomação, se ainda houver recurso
pendente de decisão em outra instância, será consignado que os
resultados poderão sofrer alterações decorrentes desse
julgamento.
§ 6.º Realizada a diplomação, e decorrido o prazo para
recurso, o juiz ou presidente do Tribunal Regional comunicará à
instância superior se foi ou não interposto recurso.
Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá
somente nos casos de inelegibilidade superveniente ou de
natureza constitucional e de falta de condição de elegibilidade.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 12.891, de 11-
12-2013.
•• Vide Súmula 47 do TSE.
I a IV - (Revogados pela Lei n. 12.891, de 11-12-2013.)
Art. 263. No julgamento de um mesmo pleito eleitoral, as
decisões anteriores sobre questões de direito constituem
prejulgados para os demais casos, salvo se contra a tese votarem
2/3 (dois terços) dos membros do Tribunal.
Art. 264. Para os Tribunais Regionais e para o Tribunal
Superior caberá, dentro de 3 (três) dias, recurso dos atos,
resoluções ou despachos dos respectivos presidentes.
CAPÍTULO II
DOS RECURSOS PERANTE AS JUNTAS E JUÍZOS

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ELEITORAIS
Art. 265. Dos atos, resoluções ou despachos dos juízes ou
juntas eleitorais caberá recurso para o Tribunal Regional.
Parágrafo único. Os recursos das decisões das Juntas serão
processados na forma estabelecida pelos arts. 169 e seguintes.
Art. 266. O recurso independerá de termo e será interposto
por petição devidamente fundamentada, dirigida ao juiz eleitoral
e acompanhada, se o entender o recorrente, de novos
documentos.
Parágrafo único. Se o recorrente se reportar a coação,
fraude, uso de meios de que trata o art. 237 ou emprego de
processo de propaganda ou captação de sufrágios vedada por lei,
dependentes de prova a ser determinada pelo Tribunal, bastarlhe-á
indicar os
meios a elas conducentes.
•• Parágrafo único acrescentado pela Lei n. 4.961, de 4-5-1966.
Art. 267. Recebida a petição, mandará o juiz intimar o
recorrido para ciência do recurso, abrindo-se-lhe vista dos autos
a fim de, em prazo igual ao estabelecido para a sua interposição,
oferecer razões, acompanhadas ou não de novos documentos.
§ 1.º A intimação se fará pela publicação da notícia da vista
no jornal que publicar o expediente da Justiça Eleitoral, onde
houver, e nos demais lugares, pessoalmente pelo escrivão,
independente de iniciativa do recorrente.
§ 2.º Onde houver jornal oficial, se a publicação não ocorrer
no prazo de 3 (três) dias, a intimação se fará pessoalmente ou
na forma prevista no parágrafo seguinte.
§ 3.º Nas zonas em que se fizer intimação pessoal, se não for
encontrado e recorrido dentro de 48 (quarenta e oito) horas, a
intimação se fará por edital afixados no fórum, no local de
costume.
§ 4.º Todas as citações e intimações serão feitas na forma
estabelecida neste artigo.

140
§ 5.º Se o recorrido juntar novos documentos, terá o
recorrente vista dos autos por 48 (quarenta e oito) horas para
falar sobre os mesmos, contado o prazo na forma deste artigo.
§ 6.º Findos os prazos a que se referem os parágrafos
anteriores, o juiz eleitoral fará, dentro de 48 (quarenta e oito)
horas, subir os autos ao Tribunal Regional com a sua resposta e
os documentos em que se fundar, sujeito à multa de 10% (dez
por cento) do salário mínimo regional por dia de retardamento,
salvo se entender de reformar a sua decisão.
•• § 6.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 7.º Se o juiz reformar a decisão recorrida, poderá o
recorrido, dentro de 3 (três) dias, requerer suba o recurso como
se por ele interposto.
CAPÍTULO III
DOS RECURSOS NOS TRIBUNAIS REGIONAIS
Art. 268. No Tribunal Regional nenhuma alegação escrita ou
nenhum documento poderá ser oferecido por qualquer das
partes, salvo o disposto no art. 270.
•• Artigo com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Art. 269. Os recursos serão distribuídos a 1(um) relator em 24
(vinte e quatro) horas e na ordem rigorosa da antiguidade dos
respectivos membros, esta última exigência sob pena de nulidade
de qualquer ato ou decisão do relator ou do tribunal.
§ 1.º Feita a distribuição, a Secretaria do Tribunal abrirá vista
dos autos à Procuradoria Regional, que deverá emitir parecer no
prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2.º Se a Procuradoria não emitir parecer no prazo fixado,
poderá a parte interessada requerer a inclusão do processo na
pauta, devendo o Procurador, nesse caso, proferir parecer oral
na assentada do julgamento.
Art. 270. Se o recurso versar sobre coação, fraude, uso de

141
meios de que trata o art. 237, ou emprego de processo de
propaganda ou captação de sufrágios vedado por lei dependente
de prova indicada pelas partes ao interpô-lo ou ao impugná-lo, o
relator no Tribunal Regional deferi-la-á em 24 (vinte e quatro)
horas da conclusão, realizando-se ela no prazo improrrogável de
5 (cinco) dias.
•• Caput com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 1.º Admitir-se-ão como meios de prova para apreciação
pelo Tribunal as justificações e as perícias processadas perante o
juiz eleitoral da zona, com citação dos partidos que concorreram
ao pleito e do representante de Ministério Público.
•• § 1.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 2.º Indeferindo o relator a prova, serão os autos, a
requerimento do interessado, nas 24 (vinte e quatro) horas
seguintes, presentes à primeira sessão do Tribunal, que deliberará
a respeito.
•• § 2.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 3.º Protocoladas as diligências probatórias, ou com a juntada
das justificações ou diligências, a Secretaria do Tribunal abrirá,
sem demora, vista dos autos, por 24 (vinte e quatro horas),
seguidamente, ao recorrente e ao recorrido para dizerem a
respeito.
•• § 3.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
§ 4.º Findo o prazo acima, serão os autos conclusos ao relator.
•• § 4.º com redação determinada pela Lei n. 4.961, de 4-5-
1966.
Art. 271. O relator devolverá os autos à Secretaria no prazo
improrrogável de 8 (oito) dias para, nas 24 (vinte e quatro)
horas seguintes, ser o caso incluído na pauta de julgamento do

142
Tribunal.
§ 1.º Tratando-se de recurso contra a expedição de diploma,
os autos, uma vez devolvidos pelo relator, serão conclusos ao
juiz imediato em antiguidade como revisor, o qual de

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