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Notas de Aulas Parte 14
Notas de Aulas Parte 14
Tema:
Conteúdo da parte 13
1 Introdução
1 Introdução
A Figura 1.1 mostra uma foto do Zuider Zee na Holanda, o qual possui pistas
pavimentadas em sua crista.
Figura 1.1 - Zuider Zee na Holanda, o qual possui pistas pavimentadas em sua
crista
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OBS. As características do buraco da Av. Olívia Flores, medidas com uma trena,
indicam que o buraco é muito grade (uma cratera): comprimento aproximado = 1,70
m, largura aproximada = 1,18 m, profundidade aproximada = 13,5 cm; espessura da
capa asfáltica aproximada = 3,00 cm.
OBS(s).
a) Macadame são pedras tipo britadas (ou trituradas), que possuem
aproximadamente o mesmo diâmetro;
b) Cascalho é um solo com grade quantidade de pedregulho, e, às vezes, contendo
areia grossa; e
c) Revestimento primário é uma camada de solo de boa qualidade e estabilizado, a
qual é sobreposta sobre o subleito da rodovia. O revestimento primário permite
melhores condições de rolamento do que o solo do subleito.
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OBS(s).
a) Sarjeta é um elemento de drenagem de rodovias, que serve para coletar e
encaminhar as águas de chuva da plataforma da rodovia e/ou cortes na rodovia para
fora da plataforma;
b) Meio-fio ou banqueta são dispositivos construídos junto ao bordo da plataforma
dos aterros das estradas, e serve para encaminhar as águas de chuva para as
saídas de água da plataforma rodoviária; e
c) Plataforma rodoviária corresponde à soma das larguras da pista, dos
acostamentos e das sarjetas.
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OBS(s).
a) As sarjetas de pé-de-corte são sarjetas abertas no interior dos cortes junto ao pé
dos taludes de corte, e servem para coletar as águas, que correm pelo talude e pela
plataforma da estrada, e conduzir estas águas para fora do corte;
b) Dreno subterrâneo, ou dreno profundo, ou dreno subsuperficial de estradas é um
dreno que serve para rebaixar o nível do lençol freático e evitar os danos, que a
água oriunda do subsolo pode causar ao subleito e as camadas pavimento; e
c) Dentre os efeitos nocivos da água no pavimento pode-se citar: a diminuição da
resistência do solo, o aumento da deformabilidade do solo e o aumento da expansão
do solo.
A.R 0,667 . iL
Q (2.3)
n
em que:
Q = vazão de descarga da sarjeta (m3/s);
A = área molhada da seção transversal da sarjeta (m2);
R = raio hidráulico da seção transversal da sarjeta (m);
iL = declividade longitudinal da lâmina de água (m/m), que é igual a declividade
longitudinal da estrada (m/m); e
n = coeficiente de rugosidade do material da sarjeta (ou coeficiente de Manning);
Este coeficiente é obtido com base na Tabela 2.2.
em que:
V = velocidade de escoamento da água na sarjeta (m/s);
R = raio hidráulico da seção transversal da sarjeta (m);
iL = declividade longitudinal da lâmina de água (m/m), que é igual a declividade
longitudinal da estrada (m/m); e
n = coeficiente de rugosidade do material da sarjeta (ou coeficiente de Manning);
Este coeficiente é obtido com base na Tabela 2.2.
Coeficientes
Natureza do revestimento da sarjeta, Estado do revestimento
do canal, ou da valeta
Ótimo Bom Regular Mau
Concreto de cimento 0,017 0,020 0,025 0,030
Asfalto 0,013 0,013 0,016 0,016
Fundo de concreto e paredes de
0,020 0,020 0,025 0,025
pedra rejuntada
Pedras grandes e lisas 0,025 0,030 0,033 0,035
Pedras irregulares 0,025 0,030 0,033 0,035
Terra recoberta com vegetação 0,025 0,030 0,033 0,035
Terra emperrada (ou endurecida) 0,028 0,030 0,033 0,035
OBS(s).
a) Velocidade da água acima do valor limite admissível pode desgastar o
revestimento das sarjetas, dos canais ou das valetas; ou então, causar erosão no
solo;
b) Como exemplo de solos resistentes à erosão tem-se: os solos lateríticos arenosos
(LA’) e os solos lateríticos argilosos (LG’); e
c) Como exemplo de solos pouco resistentes à erosão tem-se:
As areias lateríticas (LA);
As areias não lateríticas (NA);
Os solos não lateríticos argilosos (NG’); e
Os solos não lateríticos siltosos (NS).
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OBS. Uma estrutura de drenagem pode ser: um canal, uma sarjeta, uma valeta, etc.
A
R (2.5)
P
em que:
R = raio hidráulico da estrutura de drenagem (m);
A = área molhada da estrutura de drenagem (m2);
P = perímetro molhado da estrutura de drenagem (m).
OBS. Uma estrutura de drenagem pode ser: um canal, uma sarjeta, uma valeta, etc.
OBS. Para obter fórmulas para o cálculo da área molhada, do perímetro molhado e
do raio hidráulico para outras seções transversais de estruturas de drenagem
consulte DENÍCULI (1986), ou outros livros de Hidráulica ou Mecânicas dos Fluídos.
A Figura 2.7 mostra o esquema de uma sarjeta, o qual é útil para o cálculo
da vazão de descarga e da velocidade da água pela fórmula simplificada.
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Figura 2.7 - Esquema de uma sarjeta, o qual é útil para o cálculo da vazão de
descarga e da velocidade da água pela fórmula simplificada
z
Q 0,375 . .h2,667 . iL .F (2.6)
em que: n
Q = vazão de descarga na sarjeta (m3/s);
n = coeficiente de rugosidade ou de Manning do material, que reveste a sarjeta (ver
Tabela 2.2);
z = tan ;
h = profundidade máxima da lâmina de água na sarjeta (m);
iL = declividade longitudinal da sarjeta, ou declividade longitudinal da estrada (m/m);
T = largura da lâmina de água na superfície da sarjeta (m); e
F = fator de redução da vazão (ver Tabela 2.4).
0,75 .h0,667 . iL
V (2.7)
n
em que:
V = velocidade de escoamento da água na sarjeta (m/s);
n = coeficiente de rugosidade ou de Manning do material, que reveste a sarjeta (ver
Tabela 2.2);
h = profundidade máxima da lâmina de água na sarjeta (m); e
iL = declividade longitudinal da sarjeta, ou declividade longitudinal da estrada (m/m).
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A Tabela 2.4 indica os valores dos fatores de redução da vazão com base na
declividade longitudinal da sarjeta, ou na declividade longitudinal da estrada.
Tabela 2.4 - Valores dos fatores de redução da vazão com base na declividade
longitudinal da sarjeta, ou na declividade longitudinal da estrada
A Figura 2.8 mostra o esquema de uma sarjeta, o qual é útil para o cálculo
da vazão de descarga e da velocidade da água pela fórmula do DNER (atual DNIT).
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Figura 2.8 - Esquema de uma sarjeta, o qual é útil para o cálculo da vazão de
descarga e da velocidade da água pela fórmula do DNER (atual
DNIT)
A.R 0,667 . iL
Q (2.8)
n
em que:
Q = vazão de descarga na sarjeta (m3/s);
A = área molhada da estrutura da sarjeta (m2);
R = raio hidráulico da estrutura da sarjeta (m);
n = coeficiente de rugosidade ou de Manning do material, que reveste a sarjeta (ver
Tabela 2.2); e
iL = declividade longitudinal da sarjeta, ou declividade longitudinal da estrada (m/m).
R 0,667 . iL
V (2.9)
n
em que:
V = velocidade de escoamento da água na sarjeta (m/s);
n = coeficiente de rugosidade ou de Manning do material, que reveste a sarjeta (ver
Tabela 2.2);
R = raio hidráulico da estrutura da sarjeta (m); e
iL = declividade longitudinal da sarjeta, ou declividade longitudinal da estrada (m/m).
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OBS(s).
a) Em caso de taludes de aterros de solos argilosos com até 8 (oito) metros de altura
e com cobertura vegetal (ou leiva), não é necessário um sistema de drenagem com
meio-fio, sarjetas e rápidos;
b) Aterros de solos arenosos com cobertura vegetal (ou leiva), e mesmo com alturas
inferiores a 8 (oito) metros, já necessitam de um sistema de drenagem com meio-fio,
sarjetas e rápidos; e
c) O tema rápidos será abordado no tópico seguinte.
2.6 Rápidos
Figura 2.9 - Esquema de uma planta baixa de uma plataforma de uma rodovia
sobre um aterro, com 4 (quatro) rápidos para escoar as águas
oriundas das sarjetas e proteger os taludes do aterro da estrada
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Figura 2.11 - Rápido instalado sobre um talude de aterro, o qual serve para
conduzir a água da sarjeta para a bacia de amortecimento, e daí
para o solo
Sendo que:
V2
Ho h (2.11)
2.g
em que:
Ho = energia específica da água da sarjeta (m);
h = profundidade máxima da lâmina do fluxo de água na sarjeta (m);
V = velocidade da água na sarjeta (m/s); e
g = aceleração da gravidade = 9,81 m/s2
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0,75 .h0,667 . iL
V (2.12)
n
em que:
V = velocidade da água na sarjeta (m/s);
h = profundidade máxima da lâmina do fluxo de água na sarjeta (m);
iL = declividade longitudinal da sarjeta, geralmente, a mesma da estrada (m/m); e
n = coeficiente de rugosidade ou de Manning do material, que reveste a sarjeta (ver
Tabela 2.2).
360 .Q
D (2.13)
C.Ir .L
em que:
D = distância ou espaçamento entre os rápidos para escoar a água da sarjeta para
fora da plataforma (m);
Q = vazão na sarjeta (litros/s);
C = coeficiente de escoamento ou de run-off, definido com base no tipo de cobertura
da área que recebe a chuva (ver Tabela 2.1);
Ir = intensidade de chuva ou de precipitação (cm/h); e
L = largura da estrada que contribui para sarjeta (m).
OBS(s).
a) Muitas vezes, a largura da estrada que contribui para o rápido (L) é a metade do
comprimento da plataforma da estrada, quando a estrada tem duas sarjetas uma de
um lado da plataforma e outra do outro lado da plataforma;
b) Plataforma rodoviária corresponde à soma das larguras da pista, dos
acostamentos e das sarjetas;
c) Geralmente, a intensidade de chuva (Ir) para cálculo do espaçamento entre os
rápidos é calculada para um tempo de concentração (Tc) de 5 minutos; e
d) Tempo de concentração representa o período de tempo que uma partícula de
água leva para desloca-se do ponto mais distante da área, que recebeu a chuva, até
ponto onde ocorre a vazão máxima na saída da área, que recebeu a chuva.
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A.R 2 / 3 . iL
Q (2.15)
n
em que:
Q = vazão pelo canal do rápido de seção retangular (m3/s);
A = área molhada do canal do rápido (m2);
R = raio hidráulico do canal do rápido (m);
iL = declividade do canal do rápido (m/m); e
n = coeficiente de rugosidade ou de Manning do material, que reveste o canal do
rápido (ver Tabela 2.2).
A.R 2 / 3 . iL
Q
n
2/3
n.Q b.h
. iL
A b 2.h
2/3
0,018 .Q b.h
b.h. i L b 2.h
3/2 3/2
0,018 .Q b.h 2 / 3
b.h. i b 2.h
L
3/2
0,018 .Q 1 b.h
.
i b 3/2
.h 3/2
b 2.h
L
3/2
0,018 .Q b 3 / 2 .b 1.h 3 / 2 .h1
iL b 2.h
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Logo:
3/2 32 32
0,018 .Q b.h 22
i L b 2.h
3/2
0,018 .Q b 5 2 .h 5 2
(2.16)
i L b 2.h
R 0,667 . iL
Vc (2.17)
n
em que:
Vc = velocidade da água no canal do rápido (m/s);
R = raio hidráulico do canal do rápido (m);
iL = inclinação do canal do canal do rápido, que é igual a inclinação do ao talude de
corte ou aterro (m/m); e
n = coeficiente de rugosidade ou de Manning do material, que reveste o canal do
rápido (ver Tabela 2.2).
2.6.5 Valetas
i) Valeta de pé-de-corte
A.R 2 / 3 . iL
Q (2.18)
n
em que:
Q = vazão de descarga da valeta (m3/s);
R = raio hidráulico da seção transversal da valeta (m);
A = área molhada da seção transversal da valeta (m2);
iL = declividade longitudinal da valeta (m/m); e
n = coeficiente de rugosidade ou de Manning do material, que reveste a valeta (ver
Tabela 2.2).
Sendo:
A
R (2.19)
P
em que:
R = raio hidráulico da seção transversal da valeta (m);
A = área molhada da seção transversal da valeta (m2); e
P = perímetro molhado da seção transversal da valeta (m).
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R 2 / 3 . iL
V
n (2.20)
em que:
V = velocidade do fluxo de água na valeta (m/s);
R = raio hidráulico da seção transversal da valeta (m);
iL = declividade longitudinal da valeta (m/m); e
n = coeficiente de rugosidade ou de Manning do material, que reveste a valeta (ver
Tabela 2.2).
V1
F1 (2.21)
g.d1
em que:
F1 = número de Froude da bacia de amortecimento horizontal, lisa e de concreto;
V1 = velocidade da água na entrada da bacia de amortecimento (m/s);
d1 = altura do fluxo da água na entrada da bacia de amortecimento (m); e
g = aceleração da gravidade = 9,81 m/s2.
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OBS(s).
a) A velocidade da água na entrada da bacia de amortecimento (V 1) é a velocidade
da água no canal do rápido, ou em uma valeta, ou em um canal;
b) A altura do fluxo de água na entrada da bacia de amortecimento (d 1) é igual a
altura do fluxo de água no canal do rápido, em uma valeta, ou em um canal, o qual é
um valor conhecido; e
c) As bacias de amortecimento horizontais, lisas e de concreto podem ser utilizadas
para os seguintes intervalos do número de Froude (F1):
1,7 F1 2,5
e também para: 4,5 F1 9,0
OBS(s).
a) d1 é altura do fluxo de água na entrada da bacia de amortecimento, o qual é um
valor conhecido; e
b) d2 é a altura do fluxo de água na saída da bacia de amortecimento.
OBS(s).
a) L é o comprimento da bacia de amortecimento horizontal, lisa e de concreto; e
b) d2 é a altura do fluxo de água na saída da bacia de amortecimento.
4.o (terceiro) passo: De posse dos valores de d2/d1 e L/d2 definidos nos, passos
anteriores, então calcula-se o valor de L, que é o comprimento da bacia de
amortecimento horizontal, lisa e de concreto.
5.o (terceiro) passo: Finalmente, calcula-se a altura da parede lateral (H) da bacia
de amortecimento horizontal, lisa e de concreto; Com base na seguinte equação:
(F )2 d
H 1,10 1 .d2 2 (2.22)
120 3
em que:
H = altura da parede lateral da bacia de amortecimento horizontal, lisa e de concreto
(m);
F1 = número de Froude da bacia de amortecimento horizontal, lisa e de concreto; e
d2 = altura do fluxo de água na saída da bacia de amortecimento (m).
Figura 2.15 - Ábaco para determinação da relação d2/d1 (com base no número
de Froude da bacia de amortecimento horizontal, lisa e de
concreto)
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2.8 Bueiros
Inclinação transversal
Tipos de revestimento
da pista
Revestimento betuminoso de 1,5% até 3,0%
Concreto de cimento portland de 1,0% até 2,0%
OBS(s).
a) A abertura do canal do rápido da Figura 4.1, medida no campo, era igual a 51 cm;
e
b) Pode-se observar no rápido da Figura 4.1, que foram cravadas algumas pedras
no canal do rápido para diminuir a velocidade da água, o que ajuda a evitar a erosão
causada pela energia cinética da velocidade da água em contato com o solo.
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A Figura 4.4 mostra uma vala longitudinal localizada no anel viário de Vitória
da Conquista - BA, a qual está próxima ao bairro Miro Cairo. Pode-se observar na
Figura 4.4 que parte do meio-fio do pavimento à direita da figura está quebrado, o
que mostra a importância um gerenciamento (ou fiscalização) na rodovia para evitar
erosões causadas por falhas (ou danos) no sistema de drenagem.
OBS. O diâmetro do bueiro da Figura 4.5, medido no campo, era igual a 90 cm.
Referências bibliográficas
GILES, R. V. Mecânica dos fluidos e hidráulica. Coleção Schaum. São Paulo - SP:
Mcgraw-hill, 1977. 401p.
LIMA, D. C.; RÖHM, S. A.; BUENO. Tópicos em estradas. Apostila 205. Viçosa -
MG: Universidade Federal de Viçosa, 1985. 116p.
http://www.maisturismo.net/afsluitdijk-dique-no-zuider-zee-holanda/