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Universidade Federal do Espírito Santo

Curso de Engenharia Civil

JOSÉ ARTHUR TAVARES

NASA SOARES SANTANA

RELATÓRIO

Relatório apresentado para a Disciplina de


Mecânica dos Solos 2, orientado pela professora
Katia Vanessa Bicalho, para o curso de graduação
em Engenharia Civil, da Universidade Federal do
Espírito Santo - UFES.

Vitória - ES, 02 de Dezembro 2021


Introdução 3

Requisitos de obras de terra 3


Recalques 3
Retração e Inchamento 3
Permanência Das Características De Resistência E Incompressibilidade 4
Características de Permeabilidade e Drenagem Compatíveis com sua Função 4

Compactação 4
Umidade do solo 5
Matéria orgânica 6
Porosidade do solo 6
Estrutura do solo 7
Compressibilidade do solo 7

Teoria, mecanismos,Controle de Compactação de campo e resultados de ensaios 8


Compactação 8
Curva de compactação 9
Ensaio de compactação 10
Tipos de energia de compactação 11
Equipamentos de compactação 13
Controle de compactação 14
O ensaio de compactação de solos pelo método de Hilf 15

Seleção de Materiais 15
Características Mecânicas (de Trabalhabilidade) 16
Características Físicas 16

Aterros 17

Estabilização de solos. 18

Pavimentos e sub-leitos 19

Conclusão 19

Referências 19
Introdução

O sector da construção é responsável por muitos efeitos que são devastadores para
o nosso mundo. A terra é um material de construção tão antigo como a própria
humanidade, é um dos recursos mais antigos e mais amplamente utilizados pelo
Homem, como material de construção, proporciona edifícios com impactes
incomensuravelmente menores no ambiente, do que os decorrentes da prática
construtiva, hoje hegemônica.

A construção civil no que se refere à estabilidade de estruturas, a segurança de


barragens de terra, é de suma importância o solo e sua estrutura, pois um solo bem
compactado, além de aumentar a resistência, aumenta a rigidez, assim como na
redução da permeabilidade, este trabalho tem como objetivo estudar o processo de
compactação do solo no campo e todo o processo que o envolve.

Requisitos de obras de terra

A obra de terra possui requisitos que estão diretamente ligados a sua eficiência e
durabilidade são eles (Castello, 97):
Resistência;
Depende da natureza do material usado, da umidade e do índice de vazios
A umidade, que é interessante que seja menor, pode ser pode tentar ser controlada
Por meio de impermeabilização e drenagem e o índice de vazios pode ser diminuído
através da compactação.

Recalques

Toda obra recalca, mesmo sabendo que há um leve recalque admissível as obras
não devem recalcar a ponto de induzir deformações insuportáveis a essa.

Retração e Inchamento

Não é possível controlar a umidade do solo em uma obra de terra durante sua vida
útil, solos densos tendem a inchar.
Com o aumento da umidade e retrair com diminuição da Unidade.
Já o solo de baixa densidade não em incharam mas sofrerá uma retração com
perda de umidade ou terão baixa resistência e compressibilidade elevada dessa
maneira é necessário escolher corretamente material já que não é possível controlar
de maneira eficaz a unidade no decorrer do tempo.

Permanência Das Características De Resistência E Incompressibilidade

A melhor maneira de ser feita é atentando na escolha do material, já que além dos
problemas de inchamento e retração devido ao não controle da umidade, há ainda o
enfraquecimento do material e aparecimento de trincas, o que amolece solos
argilosos, intemperização acelerada.

Características de Permeabilidade e Drenagem Compatíveis com sua Função

A função vai definir as características de permeabilidade do aterro e esta será


definida pelo tipo de material empregado.

Compactação do solo (Richart; Tavares Filho; Rodrigues Brito; Fuentes Llanillo,


2005)

O termo compactação do solo refere-se ao processo que descreve o decréscimo de


volume de solos não saturados quando uma determinada pressão externa é
aplicada, a qual pode ser causada pelo tráfego de máquinas agrícolas,
equipamentos de transporte ou animais (LIMA, 2004).
Para a Pedologia, a compactação do solo é definida como uma alteração no arranjo
de suas partículas constituintes do solo (CAMARGO; ALLEONI, 1997).
Segundo Smucker e Erickson (1989), a compactação do solo pode ter efeitos
benéficos ou adversos. Os efeitos benéficos têm sido atribuídos à melhoria do
contato solo-semente e ao aumento da disponibilidade de água em anos secos
(CAMARGO, 1983; RAGHAVAN; MICKYES, 1983). Por outro lado, a compactação
excessiva pode limitar a adsorção e/ou absorção de nutrientes, infiltração e
redistribuição de água, trocas gasosas e desenvolvimento do sistema radicular,
resultando em decréscimo da produção, aumento da erosão e da potência
necessária para o preparo do solo (BICKI; SIEMENS, 1991; SOANE, 1990).
O processo de compactação depende de fatores externos e internos (LEBERT;
HORN, 1991; DIAS JUNIOR et al., 1999). Os fatores externos são caracterizados
pelo tipo, intensidade e freqüência de carga aplicada (HORN, 1998; RAGHAVAN;
ALVO; MCKYES, 1990; LEBERT; HORN, 1991), enquanto que os fatores internos
são histórico da tensão (REINERT, 1990; DIAS JUNIOR, 1994, DIAS JUNIOR et al.,
1999), umidade (Soane, 1990; DIAS JUNIOR, 1994), textura (GUPTA; ALLMARAS,
1987; MCBRIDE, 1989), estrutura (DEXTER; TANNER, 1973; HORN, 1988),
densidade inicial do solo (GUPTA et al., 1985; REINERT, 1990) e teor de carbono
(ASSOULINE; TAVARES FILHO; TESSIER, 1997; ETANA; COMIA; HAKANSSON,
1997).
Estudos do processo de compactação do solo têm demonstrado que diferentes
classes de solos apresentam comportamentos distintos quando submetidos ao
processo de compactação, devido a vários fatores, tais como: energia de
compactação, textura, teor de matéria orgânica, umidade (DIAS JUNIOR, 1994;
EKWUE; STONE, 1995; DIAS JUNIOR; PIERCE, 1996) e história de tensão
induzida pelos processos pedogenéticos ou devido ao manejo que o solo foi
submetido no passado (DIAS JUNIOR, 1994; DIAS JUNIOR; PIERCE, 1996).
Portanto, o estudo da compactação em diferentes classes de solos submetidos a
diferentes sistemas de manejo e com diferentes graus de umidade é de grande
importância (SILVA; LIBARDI; CAMARGO, 1986).

Umidade do solo

Numa mesma condição, o fator que governa a quantidade de deformação que


poderá ocorrer no solo é a umidade (DIAS JUNIOR, 1994). Assim, quando os solos
estão mais secos, sua capacidade de suporte de carga pode ser suficiente para
agüentar as pressões aplicadas e a compactação do solo pode não ser significativa.
Entretanto, sob condições de alta umidade, o solo deforma-se mais facilmente,
ocorrendo a formação de camadas compactadas (SWAN; MONCRIEF; VOOHEES,
1987). A água no solo atua como lubrificante entre as partículas, permitindo o
deslocamento das mesmas. Desta forma, o movimento das partículas de solo é
favorecido pelo aumento da umidade. Este processo continua até que a água sature
praticamente todos os poros do solo. A partir desse momento, a cada incremento no
conteúdo de água não corresponderá um incremento na densidade, visto que a
água não pode ser comprimida (SMITH; JOHNSTON; LORENTS, 1997; SILVA;
REINERT; REICHERT, 2000a).
Matéria orgânica

O teor de matéria orgânica (M.O.) é caracterizado como um dos fatores


responsáveis pela manutenção das condições físicas do solo e também influencia a
resposta dos solos à compactação (ASSOULINE; TAVARES FILHO; TESSIER,
1997; DIAS JUNIOR et al., 1999). O uso de coberturas mortas ou fertilizantes
orgânicos que venham a promover a manutenção e o aumento de M.O. no solo são
um importante aliado contra o processo de compactação (CAMARGO; ALLEONI,
1997). Segundo Soane (1990), existem vários mecanismos pelos quais a M.O.
influencia a capacidade dos solos em resistir às forças de compactação: a) força de
união entre partículas e entre agregados, b) elasticidade, c) efeito de diluição, d)
efeito de cargas elétricas, e) efeito na fricção. Dentre estes mecanismos, a
estabilidade dos agregados é o fator determinante na susceptibilidade do solo à
compactação. Conforme explicam Costa et al. (2004), no solo ocorre um efeito
sinérgico entre o aumento dos estoques de M.O. e os processos que levam ao
aumento da estabilidade dos agregados, ou seja, pode-se estabelecer uma relação
causa-efeito entre agregação e a M.O, na qual o aumento da estabilidade de
agregados do solo é ao mesmo tempo uma causa e uma conseqüência dos maiores
estoques de matéria orgânica do solo (SIX; ELLIOT; PAUSTIAN, 1999). Neste
sentido, Zhang, Hartge e Ringe (1997) e McBride e Bober (1989) afirmam que a
susceptibilidade do solo à compactação decresce com o incremento no teor de
carbono orgânico no solo devido à redução da faixa de umidade na qual o solo
exibe propriedades plásticas. Portanto, os autores apontam que um bom aporte de
matéria orgânica ao solo poderá diminuir os efeitos da compactação do solo.

Porosidade do solo

A porosidade do solo é uma propriedade física do solo que sofre grandes alterações
com a compactação. Pesquisas realizadas em várias regiões apontam alterações
significativas com a compactação no decréscimo da porosidade, da continuidade do
número e tamanho dos poros e da difusão de gases, com reduções significativas
principalmente no volume dos macroporos (NOVAK et al., 1992; TAYLOR; BRAR,
1991; HILLEL, 1982).
Com relação a distribuição e tamanho dos poros, a microporosidade é responsável
pela capacidade de retenção de água e solutos no solo, enquanto que a
macroporosidade influencia diretamente a capacidade de infiltração, a drenabilidade
do solo e sua capacidade de aeração (HILLEL, 1998)

Estrutura do solo

Segundo Resende et al. (1995), a estrutura do solo pode ser definida como sendo o
arranjo das partículas, ou seja, das frações argila, silte e areia. Na avaliação da
estrutura do solo, o fator primordial a ser considerado diz respeito à estabilidade dos
agregados, a qual é dependente das forças que ligam as partículas e também, da
natureza e magnitude das forças desagregantes aplicadas nesta avaliação (BEARE;
BRUCE, 1993). Fuller e Goh (1992) afirmam que existem vários métodos para
avaliação da estabilidade de agregados, dentre eles métodos como o peneiramento
úmido de Yoder (1936) e suas modificações (KEMPER; CHEPIL, 1965; Oliveira et
al., 1983; Kemper e Rosenau, 1986), peneiramento úmido e turbidimetria
(POJASOK; KAY, 1990), resistência do agregado ao impacto de gotas de chuva
(McCALLA, 1944; MAZURAK; MOSHER, 1968; BRUCE-OKINE; LAL, 1975;
FARRES; COUSEN, 1985; SILVA et al., 1995) e, mais recentemente, métodos
envolvendo energia ultra-sônica, que permitem a quantificação da energia
necessária para dispersão dos agregados (NORTH, 1976; GREGORICH;
KACHANOSKI; VORONEY, 1988; RAINE; SO, 1993).

Compressibilidade do solo

O termo compressibilidade indica a resistência do solo ao decréscimo de volume


quando submetido a uma carga mecânica, sendo definido como a facilidade com
que o solo diminui o volume quando uma determinada pressão é aplicada (GUPTA;
ALLMARAS, 1987; HORN; LEBERT, 1994). Esta propriedade é uma das maneiras
utilizadas para avaliar a compactação do solo.
A compressibilidade é a expressão quantitativa da resposta do solo à compactação.
A compressibilidade depende primariamente das propriedades físico-mecânicas do
solo (ETANA;COMIA; HAKANSSON, 1997) e, em menor grau, do nível e do modo
de aplicação da energia utilizada para exercer a compactação (FAUNE, 1981).
Algumas destas propriedades físico-mecânicas relativas ao comportamento
compressivo do solo são obtidas com a curva de compressão (Dias Junior e Pierce,
1996), representada graficamente pela relação entre o logaritmo da pressão
aplicada e a densidade do solo ou índice de vazios (HOLTZ; KOVACS, 1981). Como
exemplos dessas propriedades, citam-se o índice de compressão e a pressão de
preconsolidação (DIAS JUNIOR, 1994; DIAS JUNIOR; PIERCE, 1996; KONDO;
DIAS JUNIOR, 1999; SILVA; REINERT; REICHERT, 2000a; SILVA et al., 2001). O
índice de compressão refere-se ao processo que descreve o decréscimo de volume
do solo quando alguma pressão externa é aplicada (KOOLEN, 1994), enquanto que
a pressão de preconsolidação é uma estimativa da capacidade de suporte de carga
do solo (LEBERT; HORN, 1991; DIAS JUNIOR; PIERCE, 1996).

Teoria, mecanismos,Controle de Compactação de campo e resultados de


ensaios (Gomes; Junior, 2019)

O controle de compactação do solo realizado em campo se resume em um método


de estabilização e melhoria do solo. Este processo visa à obtenção de um solo mais
estruturado e que mantenha um comportamento mecânico adequado ao longo de
toda a vida útil da obra. Para o controle de compactação do solo, foi necessária a
realização de diversos ensaios que , tais como; o ensaio, de Proctor, visa determinar
a umidade ótima e o peso específico seco máximo para a construção da curva de
compactação e, através de ensaios de speed test e frasco de areia realizados no
campo, relacionar os índices físicos do solo de forma a calcular o grau de
compactação e verificar se já está bem compactado.

Compactação (Gomes; Junior, 2019)

É a razão entre o volume de vazio e o volume de sólido se tem o índice de vazios


dado pela equação:
𝑉𝑉
𝑒= 𝑉𝑆

Com isso percebe-se que quanto mais compactado for o solo, menor o volume de
vazios e consequentemente, menor o índice de vazios, já que os volumes dos grãos
não se alteram.
O peso específico de um solo ainda depende da energia de compactação, ou seja,
do número de passadas com o equipamento de compactação e do teor de umidade
do solo, durante todo o processo. É importante destacar a diferença entre
compactação e o adensamento, sendo a principal diferença a expulsão de ar
durante a compactação e a expulsão de água durante o processo de adensamento.
Só salientando que na compactação a expulsão do ar é conseguida de imediato,
enquanto no adensamento a expulsão de água ocorre ao longo do tempo, podendo
demorar mais de anos para ser expulsa

Curva de compactação (Gomes; Junior, 2019)

A curva de compactação é construída de uma relação entre a umidade ótima e o


peso específico seco do solo. No processo de compactação, para cada condição de
umidade e para cada determinada energia de compactação há um peso específico
que pode ser representado de forma gráfica de forma a se obter uma umidade ótima
e um peso específico seco máximo . Essa relação pode ser expressa pela equação:
γ
γ𝑠 = 1+γ

Onde 𝛾𝑠 é o peso específico de solo seco, 𝛾 é o peso específico do solo natural e a


umidade é dada pela equação:
𝑀𝑤
ℎ(%) = 𝑀𝑠

Nessa curva de compactação para cada ponto representado indica um teste com
umidade e peso específico diferente e que após traçar uma curva interpolando
esses pontos descrevem aproximadamente um formato de parábola com
concavidade voltada para baixo indicando que há um ponto de peso específico
máximo para uma umidade ótima. Como não é possível expulsar todo o ar existente
nos vazios, a curva de compactação nunca será igual à curva de saturação porque
teoricamente o volume de ar não existirá dentro do volume de vazio.
É denominado ramo seco a curva abaixo da umidade ótima (ℎ𝑜𝑡) representada no

gráfico pela curva ascendente e ramo úmido acima da umidade ótima representada
pela curva descendente . No ramo seco há um acréscimo da massa específica
aparente seca devido ao rearranjo das partículas lubrificadas pela água [1]. Já no
ramo úmido, com uma concentração maior de água, a água passa a amortizar a
compactação levando a um decréscimo da massa específica aparente seca.
Observa-se ainda que para teores de umidade abaixo da umidade ótima há um
baixo valor de 𝜸𝒔 devido à formação de grumos pelas forças capilares. Quando
acima da ótima há uma diminuição nas forças capilares e um excesso de água o
que causa uma má compactação devido a água ser incompressível.

Ensaio de compactação (Gomes; Junior, 2019)

O ensaio de compactação consiste no ensaio normal de Proctor, que foi proposto


inicialmente pelo engenheiro americano Ralph Proctor no ano de 1933. Esse ensaio
posteriormente normalizado e consta da especificação do Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC E197-1966) .
Os principais equipamentos utilizados são o almofariz, peneira n o . 4 (4,8 mm),
molde cilíndrico de 1000 cm3 , extrator de amostras, balança, soquete cilíndrico,
cápsula para determinação da umidade, higroscópica, base e colarinho para o
molde cilíndrico.
O solo obtido do campo é feito o destorroamento e passado na peneira nº 4 (4,8
mm) e logo em seguida determina-se a umidade higroscópica. Adiciona-se água a
uma proporção de pelo menos 2% da amostra de solo obtido do campo de forma
homogênea para se obter mais consistência. A amostra no cilindro é disposta em
três camadas de tal forma a ocupar um terço do cilindro de cada camada. Essas são
compactadas com aplicações de 25 golpes com o soquete mecânico. Após
compactar é retirado o colarinho e nivelado a amostra até a altura do molde e em
seguida pesa-se o conjunto cilindro mais solo úmido compactado. Sabendo-se a
massa inicial apenas do cilindro tem-se a massa da amostra compactada. Depois, o
solo é retirado do molde com a ajuda de um extrator e cortado ao meio; retira-se
uma pequena amostra para se determinar a umidade e novamente destorroa o solo
fazendo novamente todos os processos citados acima. Com os valores coletados
deve-se encontrar pelo menos cinco pontos na curva de compactação, sendo dois
pontos no ramo seco, um ponto próximo a umidade ótima e dois no ramo úmido.
Desta forma há uma quantidade suficiente de pontos para se fazer uma interpolação
e determinar a curva de compactação . Esse ensaio de Proctor veio a ser
modificado passando a ser chamado de ensaio modificado de Proctor ou AASHO
modificado. Isso porque os equipamentos de compactação possuem hoje um peso
maior se comparados com os da época em que Proctor estudou esse ensaio e por
isso a necessidade de um ensaio com uma maior energia de compactação que no
caso são de 25 kg.cm/cm3 para o ensaio de Proctor modificado e 6 kg. cm/cm³ para
o ensaio de Proctor Normal.
Esse ensaio de Proctor veio a ser modificado passando a ser chamado de ensaio
modificado de Proctor ou AASHO modificado. Isso porque os equipamentos de
compactação possuem hoje um peso maior se comparados com os da época em
que Proctor estudou esse ensaio e por isso a necessidade de um ensaio com uma
maior energia de compactação que no caso são de 25 kg.cm/cm3 para o ensaio de
Proctor modificado e 6 kg. cm/cm³ para o ensaio de Proctor Normal.

Tipos de energia de compactação (Gomes; Junior, 2019)

A energia de compactação pode ser entendida de forma mais simplificada como


qualquer pressão que o solo venha sofrer de forma a rearranjar suas partículas
tornando-as mais próximas e dessa forma um solo mais denso. E essa energia de
compactação depende muito da pressão aplicada e da velocidade de aplicação,
assim como o número de passadas quando se trabalha com o equipamento de
compactação.
Certa energia de compactação consegue atingir por cada vez uma profundidade
definida, dependendo muito do tipo de solo o qual se está trabalhando, assim como
o tipo de equipamento, que será assunto discutido mais adiante, e a finalidade do
aterro. Em obras rodoviárias são fixados 30 cm de espessura por cada camada
compactada e para solos granulares são recomendados 20 cm .
Para cada um dos ensaios de Proctor gera uma diferente energia de compactação
também normatizada e pode ser calculada pela equação :
𝑃ℎ𝑁𝑚
𝐸= 𝑣

Sendo: E → energia específica de compactação;


P → peso do soquete;
h → altura de queda do soquete
N→ número de golpes por camada;
n →número de camadas;
V → volume do solo compactado.
Fica claro que a modificação em qualquer um desses valores como, por exemplo, o
tamanho do soquete, o número de camadas ou o número de golpes por camadas,
remete a uma nova energia de compactação. A norma define vários tipos de
compactação, como as seguintes :
• Compactação leve (Proctor normal) em molde pequeno
• Compactação leve (Proctor normal) em molde grande
• Compactação pesada (Proctor modificado) em molde pequeno
• Compactação pesada (Proctor modificado) em molde grande
Além desses tipos há o intermediário que difere do ensaio modificado apenas pelo
número de golpes por camadas que será mostrado na tabela 1 [1]:
Tabela 1. Tipos de energia de compactação. (NBR 7182/86)

Ao observar a Figura 2, nota-se um aumento no peso específico seco máximo à


medida que se aumenta a energia de compactação no ramo seco e diferentemente
a umidade ótima decresce consideravelmente ao passo que essa energia aumenta.
Se a umidade ultrapassar a umidade ótima a energia de compactação não
influenciará muito nos resultados

Equipamentos de compactação

A energia de compactação aplicada no campo pode ser aplicada ao solo por meio
de esforço de pressão, impacto, vibração ou amassamento . E cada tipo de esforço
aplicado será de acordo com o tipo de solo, se forem solos coesivos em que há uma
grande quantidade de partículas finas, como as partículas de argila e silte, há a
necessidade de equipamentos específicos como rolo pé de carneiro e conjugados.
Em se tratando de solos granulares, como a areia, o rolo liso é mais indicado.
A seguir serão apresentados imagens/tabelas apresentando os tipos de
equipamentos, principais áreas de aplicação e tipos de solos.

Fonte wacker neuson

Fonte: wacker neuson


Fonte: wacker neuson

Controle de compactação

Ao término da passada do maquinário no campo é feito o controle da compactação,


onde se coletam as amostras para construção da curva de compactação com base
no ensaio de Proctor. Como já foi falado anteriormente, este ensaio determina o
peso específico seco máximo e a umidade ótima para o campo em questão.
Já obtido os dados em laboratório o maquinário é passado algumas vezes é
realizado um teste que determina a umidade logo após. E esse é o Speedy Test,
também padronizado pela DNER-ME 52/94 que tem como princípio de
funcionamento a reação do carbureto de cálcio e o solo úmido produzindo o gás
acetileno que causa certa pressão dentro do frasco. A partir dessa pressão é
determinada a umidade, ou seja, um teste prático e rápido que pode ser feito no
campo .
Ainda é necessário realizar o teste do frasco de areia para se determinar o peso
específico aparente do solo. O Teste frasco de areia, também padronizado pela
ABNT NBR 7185, é realizado in loco e tem como princípio cavar um buraco no
campo e recolher o solo de seu interior, após se passar os equipamentos de
compactação, com dimensões padronizadas de 15 cm de diâmetro por 15 cm de
profundidade.
A razão entre essa massa encontrada e a densidade da areia vai dar como
resultado o volume do buraco.
A razão entre a massa do solo úmido compactado retirado do buraco e o volume
desse mesmo buraco vai determinar a massa específica aparente úmida 𝛾ℎ dado
pela equação:
𝑀𝑠ℎ
γℎ = 𝑉𝑠ℎ

onde:
𝛾ℎ = peso específico aparente natural de solo úmido (kg/m³);
𝑀𝑠ℎ = massa do solo úmido compactado (kg);
𝑉𝑠ℎ = volume do solo úmido compactado (m³).
Obtido o peso específico aparente natural de solo úmido e a umidade no campo
após passar o equipamento de compactação é só substituir na equação 6 e
encontrar seu valor de peso específico seco máximo.
γ
γ𝑑 = 1+γ

Onde:
𝛾𝑑 = o peso específico de solo seco (kg/m³);
h = a umidade do solo.

Para saber se a compactação já está adequada calcula-se o grau de compactação


que relaciona o peso específico seco máximo do campo com o de laboratório. O
grau de compactação, dado pela equação 7, é obtido sob a forma de porcentagem
não podendo ser abaixo de 100% . A umidade ótima também pode variar em torno
de ±3% sob especificações da mesma norma.
γ𝑑(𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜)
𝐺𝑐 = γ𝑑(𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜)
× 100

Quando o 𝑮𝒄 for abaixo de 100% e estiver no ramo seco é necessário corrigir por
irrigação e revolver o solo até se obter uma umidade ótima e depois passar o
equipamento de compactação e quando estiver abaixo de 100% no ramo úmido é
preciso fazer uma aeração, onde se espera o solo secar para novamente se fazer a
compactação seguida de novos ensaios em ambos os casos.
O ensaio de compactação de solos pelo método de Hilf (Filho, 2021)

O método de Hilf permite determinar o grau de compactação e o valor do desvio de


umidade, sem necessidade do conhecimento prévio do teor de umidade do solo
compactado no ponto de controle.
A aparelhagem básica necessária para a execução do ensaio é a relacionada nas
NBR 7182, NBR 7185 e NBR 9813, dispensando-se a estufa, e recipientes
adequados para transporte e armazenamento temporário das amostras, sem perda
de umidade, como frascos dotados de tampas herméticas e/ou sacos plásticos;
dispositivo que promova a evaporação gradual e controlada da água presente no
solo, como ventilador, jato de ar quente, fogareiro com anteparo ou colchão de areia
e outros.

Seleção de Materiais (Filho; Pereira; Blasi; Ratton;Pereira, 2015)

Como foi abordado anteriormente, a umidade é um grande agente influenciador em


uma obra de terra, não só por ser responsável também na variação de resistência
do solo mas também por influenciar a retração e inchamento deste.
Assim, a seleção do material torna-se de fundamental importância nesse tipo de
obra. É necessário uma boa análise para então fazer a escolha de materiais.

Critérios para a seleção qualitativa de materiais ,nesse caso será exposto uma obra
de terraplanagem.(selecionar materiais para: camada final dos aterros e subleitos
dos cortes)
Analisar as condicionantes geológicas em todo o traçado, tanto em questão
longitudinal como em profundidade.
Analisam-se questões econômicas e técnicas para que suportem a superestrutura
projetada.
Considerar
1. As características mecânicas dos materiais envolvidos;
2. As características físicas destes materiais.
Características Mecânicas (de Trabalhabilidade)

Normalmente se especifica que as camadas finais de terraplenagem sejam


compostas por materiais de 1ª categoria (solos, em geral), admitindo-se o emprego
de materiais de 2ª e 3ª categorias somente no corpo dos aterros.
aos materiais de 3ª categoria associam-se problemas de drenagem profunda
(subleito dos cortes) ou de granulometria (camada final dos aterros).

Características Físicas

As Especificações Gerais do DNER (ES-T 03-70 e ES-T 05-70) preconizam


limitações ao emprego de materiais terrosos na terraplenagem, em função do
comportamento físico destes produtos em serviço. De interesse direto para a
definição de um critério de seleção qualitativa, estão as propriedades dos solos
relacionados à sua capacidade de suporte e expansão, esta última uma indicação
da sensibilidade do solo à presença de água. Os dois parâmetros em causa podem
ser determinados através do ensaio do Índice de Suporte Califórnia (CBR-California
Bearing Ratio),
Comparar-se os valores das pressões obtidas no rompimento ao puncionamento de
um corpo de prova compactado em um molde metálico, sob certas condições de
compactação (“energia de compactação”), com as correspondentes pressões
obtidas por Porter em uma amostra-padrão de pedra britada californiana. Essas
pressões são referidas, usualmente, às penetrações de 0,1” e 0,2” , sendo possível
obter, portanto, dois valores para o CBR (ou ISC). As expressões que permitem o
cálculo deste parâmetro são:

(kgf/cm²)

Define-se “expansão” como o acréscimo percentual verificado na altura do corpo de


prova após imersão, em relação à sua altura inicial.
Apenas como uma orientação ao leigo, a fim de que possa “aferir” a sua
sensibilidade em relação ao uso do CBR como um definidor da melhor ou pior
qualidade de um material, apresenta-se a tabela abaixo:

Fonte: Introdução à Terraplenagem.

Escavação de Jazidas (Castello, 97)


Para utilização do material em uma obra de terra, é necessário a extração desse
assim, seleciona-se a jazida levando em conta a qualidade do material a ser
utilizado e sua especificação deve ser o que melhor se adequa aos requisitos do
projeto, levando em conta características técnicas e de localização.
Utiliza-se de explosivos no caso de rochas e máquinas como Caminhão, trator ,
escavadeiras para o solo.
Há de se haver o controle de umidade na jazida, interferindo por adição de água ou
secagem.
No que tange o transporte a distância a ser vencido influenciará do equipamento
utilizado, pode ocorrer de a umidade ser acrescida durante o transporte, isso deve
ser verificado caso necessário.
Escarificação caso necessário.
Aterros

São movimentações de terras que visam subir a cota do local onde a terra é destinada, seja
para fins estéticos de segurança ou nivelamento, entre outros.
A terra colocada como aterro precisa ser compactada pois a terra não compactada vai
sofrer, ao longo do tempo, um adensamento lento e com esse adensamento tudo que
estiver em cima desse aterro vai recalcar. Quanto menos vazios o aterro estiver,
menores serão os problemas futuros de recalques, solos granulares são mais
efetivamente compactados com esforços vibracionais, já solos sedimentares com
compactação estática.

Estabilização de solos. (Neo Ipsum,2020)

A correcta estabilização dos solos de fundação constitui um aspecto cada vez mais
importante no panorama actual da construção. De facto, a preocupação com o
ambiente assume proporções cada vez maiores, existindo hoje em dia a clara
consciência de que todos os esforços devem ser feitos no sentido de minorar os
estragos ambientais causados pelo desenvolvimento das mais variadas
infra-estruturas.
Podemos definir de certa forma a estabilização do solo como um procedimento
mecânico ou químico para melhorar uma propriedade relevante à aplicação
desejada.
A estabilização mecânica se baseia no princípio de alterar as proporções de sólido,
líquido e gás da massa, as atividades mais comuns são a compactação de solo e
alteração granulométrica.
A compactação de solo aumenta a densidade e resistência do material a partir da
aplicação de pressão externa. Já a alteração granulométrica consiste em misturar
solos diferentes para um maior preenchimento dos vazios e adquirir maior
resistência. Este procedimento é realizado quando apenas a compactação não é
suficiente para adquirir as propriedades desejadas.

A estabilização química consiste em adicionar produtos estabilizadores que reagem


quimicamente, preenchendo os poros do solo. Os materiais mais utilizados para
realizar a estabilização são o cimento, cal, pozolana, betume e, até mesmo,
resíduos industriais. Para que esse método seja bem sucedido, é necessário
realizar ensaios em laboratório, a fim de verificar a dosagem econômica de material
estabilizante que atenda ao nível desejado de resistência, compressibilidade e/ou
permeabilidade.

A escolha entre estabilização mecânica e química depende de aspectos técnicos e


econômicos, o tipo de solo e a obra a ser executada. Então cada caso deve ser
estudado de forma particular, porém qualquer obra de terra necessita que alguma
estabilização seja realizada

Pavimentos e sub-leitos (Souza)

O pavimento é considerado um sistema de múltiplas camadas finitas, sujeito às


tensões, deformações e deslocamentos provenientes das solicitações cíclicas do
tráfego. A fundação da estrutura deve apresentar capacidade de suporte compatível
com a intensidade e frequência com a qual será solicitada.
Segundo a NBR-7207/82 da ABNT tem-se a seguinte definição: "O pavimento é
uma estrutura construída após terraplenagem e destinada, econômica e
simultaneamente, em seu conjunto, a:
a) Resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo tráfego;
b) Melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e segurança;
c) Resistir aos esforços horizontais que nela atuam, tornando mais durável a
superfície de rolamento.
Sub-leito: É o terreno de fundação onde será apoiado todo o pavimento. Deve ser
considerado e estudado até as profundidades em que atuam significativamente as
cargas impostas pelo tráfego (de 60 a 1,50 m de profundidade).

Conclusão

Tendo em vista o assunto abordado e a importância de se ter um solo bem


compactado na primeira etapa de uma construção, a compactação do solo nas
obras melhora as propriedades e o comportamento do mesmo, resultando em um
aumento de resistência à ruptura, redução de possíveis variações volumétricas,
impermeabilização dos solos, menos índice de vazios, diminui a compressibilidade
do solo evitando recalques excessivos e aumenta sua resistência ao cisalhamento.

Conclui-se que o melhor método para a compactação no campo da construção civil


deve relacionar o tipo correto de equipamento empregado para cada tipo de solo de
acordo com suas características físicas, aliado ao tipo de obra específica, e para
isso vai depender da umidade ótima a que o solo se encontra e do peso específico
máximo de solo seco que pode ser determinado pela curva de compactação através
de ensaios feitos em laboratório, além de um rigoroso controle de compactação do
solo ser indispensável e importante para que se tenha mais segurança e qualidade
na construção.

Referências

CASTELLO, Reno Reine. Fundamentos de geotecnia e Mecânica dos solos 1.


04 nov. 2021, 22 mar.2022. Notas de aula.

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<https://sapientia.ualg.pt/handle/10400.1/80>. Acesso em 25 de novembro de 2021.

Richart, Alfredo; Tavares Filho, João; Rodrigues Brito, Osmar; Fuentes Llanillo,
Rafael; Ferreira, Rogério. Compactação do solo: causas e efeitos Semina:
Ciências Agrárias, vol. 26, núm. 3, julio-septiembre, 2005, pp. 321-343

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<http://www.estt.ipt.pt/download/disciplina/2932__Terra_MC1.pdf>. Acesso em 25 de
novembro de 2021.

Neo Ipsum. Estabilização do solo: O que é e qual a sua importância? Disponível


em: <https://neoipsum.com.br/estabilizacao-do-solo/>. Acesso em 25 de novembro
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Gomes; Marcelo Evangelista; Júnior, Francisco Alves da Silva. compactação do


solo em campo. Disponível em:
<https://repositorio.ufersa.edu.br/bitstream/prefix/4643/1/MarceloEG_ART.pdf>.
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Filho, Hayrton Rodrigues do Prado . O ensaio de compactação de solos pelo
método de Hilf. Disponível em:
<https://qualidadeonline.wordpress.com/2020/12/30/o-ensaio-de-compactacao-de-s
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Djalma Martins Pereira, Eduardo Ratton, Gilza Fernandes Blasi, Márcia de Andrade
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