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“Se pela ofensa de um, e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a

abundância da graça e o dom da justiça, reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus
Cristo.” (Rm 5.17)

Confissão: Eu recebi o dom da justiça. Eu sou justo e reto diante de Deus. Eu recebi a
abundância da graça. A graça é o favor imerecido de Deus, é Deus dando tudo para quem não
merece nada. Por essa graça, eu posso reinar em vida por meio de Jesus Cristo. Não é pelo que
eu faço, mas pelo que Ele fez. Jesus se tornou a minha justiça. O que eu ligar terá sido ligado e
o que eu desligar terá sido desligado. Eu sou mais do que vencedor pela graça de Deus.

23.04.17 [1º Dia Jejum O PÃO DOS FILHOS] – O CAMINHO DE EMAÚS

No Caminho de Emaús temos a história de como dois discípulos tiveram um encontro com o
Senhor depois da sua ressurreição. Durante a caminhada os olhos deles vão gradualmente se
abrindo até que no final eles reconhecem o Senhor. Ele já conheciam o Senhor na carne, mas
agora deveria conhecê-lo no espírito.
Creio que todos nós alegoricamente estamos nessa estrada e enquanto caminhamos
recebemos luz para conhecer o Senhor intimamente em nosso espírito (Leia Lucas 24:13 a 35).
Vamos ver alguns princípios nos quais o Senhor os conduziu enquanto caminhavam.

1. Os olhos estavam impedidos de ver, pois o Senhor ainda não era o centro
Naquele mesmo dia, dois deles estavam de caminho para uma aldeia chamada Emaús, distante
de Jerusalém sessenta estádios. E iam conversando a respeito de todas as coisas sucedidas.
Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com
eles. Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer. Lc. 24:13-16
Aqueles discípulos estavam andando com Jesus, mas não perceberam que era ele quem ia ao
lado deles. Eles estavam tristes e o Senhor lhes pergunta o motivo da tristeza. A resposta deles
é significativa: “nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel” (Lc. 24:21). Eles
criam no Senhor, mas o Senhor não era o ponto central, o ponto central era Israel.
Muitos agem como aqueles discípulos. Eles dizem: “estamos tristes porque pensamos que
Jesus iria fazer nosso filho passar no concurso”, “nos pensamos que Jesus iria prosperar nossa
família”. A verdade é que Jesus não é o centro, nós queremos usá-lo para alcançar o que
realmente pensamos que é o centro.
O Senhor é tão amoroso e tão bondoso que ele tem prazer de dar tudo o que desejamos. Não
importa a nossa necessidade ele diz: “pode pegar o que você quiser”. Há abundância de
bênçãos para nós. Mas precisamos chegar ao nível de maturidade em que o ponto central não
seja mais a bênção, mas o próprio Senhor Jesus.
Davi era alguém em quem o Senhor tinha prazer. Em Atos 13:22 Paulo diz que Davi era um
homem segundo o coração de Deus. Costumamos pensar que Davi era um homem segundo o
coração de Deus porque ele era rápido para se arrepender quando pecava. Mas há muitos
outros que também eram prontos para se arrependerem e não foram chamados de homens
segundo o coração de Deus. Outros dizem que ele era um adorador, por isso tinha uma
posição especial, mas há muitos outros adoradores nas Escrituras.
O que havia de especial em Davi? Na verdade ele nem era rei ainda quando Deus se referiu a
ele como homem segundo o seu coração.
Já agora não subsistirá o teu reino. O SENHOR buscou para si um homem que lhe agrada e já
lhe ordenou que seja príncipe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te
ordenou. I Sm. 13:14
Certamente todos os filhos de Deus estão debaixo do seu favor, são amados e desfrutam da
bênção do Pai, mas há aqueles que lhe dão prazer. Davi era alguém em quem Deus tinha
prazer, ele era segundo o seu coração.
O SENHOR, Deus de Israel, me escolheu de toda a casa de meu pai, para que eternamente
fosse eu rei sobre Israel; porque a Judá escolheu por príncipe e a casa de meu pai, na casa de
Judá; e entre os filhos de meu pai se agradou de mim, para me fazer rei sobre todo o Israel. I
Cr. 28:4
Por que Deus tinha prazer em Davi? Simplesmente porque Davi fez da presença de Deus o
centro da sua vida. Sua maior preocupação era com a Arca da Aliança.
Historicamente Davi escreveu o Salmo 132 no tempo em que fugia de Saul. Naquele momento
ele andava errante pelo deserto junto com endividados e descontentes que se juntaram a ele.
Nessa situação é compreensível que Davi orasse para que Deus o livrasse dos inimigos e lhe
desse um lugar para descansar. Muitos conquistadores na história buscaram um lugar para
eles mesmos, mas Davi estava preocupado com a Casa de Deus. Ele queria encontrar uma
morada para o Poderoso de Jacó.
Lembra-te, SENHOR, a favor de Davi, de todas as suas provações; de como jurou ao SENHOR e
fez votos ao Poderoso de Jacó: Não entrarei na tenda em que moro, nem subirei ao leito em
que repouso, não darei sono aos meus olhos, nem repouso às minhas pálpebras, até que eu
encontre lugar para o SENHOR, morada para o Poderoso de Jacó. Sl. 132:1-5
Todos buscavam algo para si, menos Davi. Mesmo quando ele fugia sendo caçado como um
criminoso, andando de um lugar para outro sem descanso, ele estava preocupado em edificar
uma Casa para Deus. O seu interesse era pela presença de Deus.
No Velho Testamento a presença de Deus era tipificada pela Arca da Aliança. Ela era chamada
de trono de Deus. A presença de Deus habitava na Arca.
Ninguém tinha se importado com a Arca antes de Davi. Saul foi levantado como rei, mas nunca
ligou para a Arca. Ele nunca buscou um lugar para a presença de Deus. Ele buscou algo para si
mesmo, mas nunca procurou um lugar para o Senhor. A razão porque o Senhor se agradava de
Davi é porque ele fez dos objetivos de Deus os seus objetivos, o pensamento de Deus era o seu
pensamento central. E o pensamento de Deus é somente a respeito de Cristo, pois a Arca é ele
mesmo.
Não estamos interessamos apenas no amor de Deus, que é maravilhoso, mas queremos que
ele tenha prazer em nós. O Senhor se agradou de Davi porque ele tinha a Arca como algo
central. Para nós hoje significa trazer Cristo para o centro da vida da Igreja, o centro da nossa
mensagem.
Os discípulos no caminho de Emaús não reconheceram o Senhor porque não tinham o Senhor
como centro do seu pensamento. Sentiam-se frustrados porque queriam ver a libertação de
Israel, não a glória do Senhor.

2. Conhecer a Jesus hoje é vê-lo nas escrituras


E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu
respeito constava em todas as Escrituras. Lc. 24:27
O Senhor poderia ter simplesmente dito aos dicípulos: “Olha! Sou eu!” Mas em vez disso ele
passou a mostrar nas Escrituras tudo o que estava escrito a respeito dele. Isso aconteceu para
nos mostrar que a maneira como conhecemos o Senhor hoje na Nova Aliança é pela revelação
da Palavra de Deus.
Paulo diz que hoje não mais conhecemos a Jesus segundo a carne, ou seja, pelos nossos
sentidos naturais, mas o conhecemos pelo Espírito.
Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes
conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo. II Coríntios 5:16
Precisamos entender que todo o Velho Testamento fala de Cristo por meio de símbolos e
analogias. Cristo é a chave para entendermos o Velho Testamento. Lamentavelmente muitos
leem vendo apenas a lei. Mas, se vermos a lei sem enxergarmos a Cristo não desfrutaremos de
vida.

3. Quando o pão é partido nossos olhos se abrem


Enquanto os dois discípulos iam caminhando para a aldeia de Emaús o próprio Senhor Jesus se
aproximou e ia com eles. O Senhor então lhes pergunta a respeito do que estavam falando e
eles relatam como Jesus tinha sido morto pelas autoridades. Eles, porém, não reconheceram o
Senhor.
Nesse ponto o Senhor Jesus começou a expor-lhes as escrituras mostrando tudo o que estava
escrito a respeito dele. Quando eles chegaram em casa constrangeram o Senhor para que
entrasse e quando o Senhor partiu o pão os olhos deles se abriram e eles reconheceram que
era Jesus.
E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido,
lhes deu; então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença
deles. Lc. 24:30-31
É interessante que a mesma expressão é usada para Adão e Eva quando comeram da árvore
do conhecimento do bem e do mal. Ali se diz que os olhos deles se abriram (Gn. 3:7). Mas
agora os olhos dos discípulos se abriram quando o pão foi partido. No Velho Testamento eles
comeram da comida errada e tiveram os olhos abertos para o pecado. Mas no Novo
Testamento eles comem da comida certa e os olhos são abertos para ver o autor da vida.
Há um grande poder na Ceia do Senhor. Quando comemos do pão e bebemos do cálice nossos
olhos espirituais são abertos e recebemos revelação do Senhor. Participe da mesa esperando
vê-lo com os olhos da fé. Se você comer da carne e beber do sangue você terá luz e será
transformado de glória em glória.

4. O coração aquecido é sinal de olhos abertos


No final a prova incontestável de que eles tinham estado com o Senhor Jesus era o coração
deles que ardia enquanto ele lhes falava.
E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos
falava, quando nos expunha as Escrituras? Lc. 24:32
Quando desfrutamos do Senhor em nosso espírito espontaneamente nosso coração entra em
santa combustão. É muito triste que cristãos vivam sem esse chama ardendo em seu interior.
Paulo diz aos Romanos: “Sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor!” (Rm 12.11). Ou
seja, sirvam ao Senhor com o espírito em chamas. Ter um espírito fervoroso é ter um espírito
fervendo em ebulição.
Quando Jesus pregava o coração das pessoas ardia. Aqueles discípulos estavam familiarizados
com essa sensação, por isso eles perceberam que Jesus estava com eles. Se o seu coração arde
pode estar certo que o Senhor está se revelando a você.

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