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Introdução

Quatrocentos profetas disseram a uma só voz: "Sobe, porque o Senhor entregará Ramote-Gileade nas Mãos do rei" (I Reis
22:6). Josafá, rei de Judá, não se convenceu, mesmo depois desta elaborada demonstração, e perguntou: "Não há aqui ainda
algum profeta do SENHOR para o consultarmos?" (I Reis 22:7). Acab lamentou, balançando negativamente a cabeça, e
mandou chamar seu inimigo, Micaías.

Depois de se preparar para dar uma boa resposta, Micaías, lisonjeiramente, respondeu a mesma coisa que os quatrocentos.
"Sobe, porque o Senhor entregará Ramote-Gileade nas mãos do rei". Mas, quando posto sob juramento para dizer a
verdade, ele descreveu Acab perdendo sua vida naquele encontro com a Síria. Então, disse ele: "Vi todo o Israel disperso
pelos montes, como ovelhas que não têm pastor" (I Reis 22:17). Acab morreu, embora tentasse camuflar-se na batalha.

Esta história ilustra um princípio importante. Nem sempre é a opinião da maioria a verdadeira. Embora muitos apoiem uma
teoria, aquela teoria não é necessariamente certa. Na história da Igreja tem havido muitos Micaías. Eles têm, na maioria das
vezes, constituído a minoria, mas isto não os tornou heréticos.

Neste volume, nós iremos olhar a história geral da igreja, e alguma coisa mais. Este outro elemento (o algo mais) é o Micaías
da história da Igreja indivíduos e grupos que rejeitaram as tendências gerais da Igreja; homens que preferiram antes buscar a
direção das Escrituras e de Deus, do que a de outros homens. É verdade eles foram a minoria, mas isto não quer dizer que
que eles estavam errados embora a maioria os rotulasse de hereges, o que fazem ainda hoje.

O Humanismo e a Igreja

As bases filosóficas são muito importantes. É muito mais significativo olhar para os eventos históricos, quando percebemos
as bases filosóficas por trás deles. Para simplificar as coisas, podemos dizer que sempre tem havido duas bases filosóficas na
história humana. Elas são muito importantes para o nosso estudo da história da Igreja.

A primeira delas pode provavelmente ser melhor representada pela filosofia de Platão. Platão enfatizou a importância do
ideal ou universal em sua compreensão da existência do mundo. A maior realização do homem teria sido sua habilidade de
aderir a estes ideais imutáveis (por exemplo, coragem, honestidade, paciência, etc.). A partir daí ele poderia melhorar-se e
identificar-se com conceitos imortais. Esta filosofia, embora não cristã, pode ser favoravelmente comparada ao cristianismo.
No cristianismo, nós encontramos um livro onde estão os princípios ideais e absolutos pelos quais o homem deve viver. Nós
também vemos uma afirmação definida da existência de um Ser Todo Poderoso que criou o mundo material.
Como segunda base filosófica, vamos considerar aquela que tem sido seguida pela maioria da humanidade. As ideias de
Aristóteles podem ser usadas para descrever esta filosofia, já que Aristóteles enfatizou o mundo material. O ápice do começo
do mundo foi o homem. O homem foi o ponto máximo da criação. Aristóteles defendia alguma crença em uma origem divina,
mas seu Deus era impessoal e podia melhor ser descrito como panteístico. Olhando para o desenvolvimento da história e dos
dias atuais, nós vemos uma tendência para a maneira de pensar de Aristóteles. Hoje nós chamamos isto de Humanismo. A
ênfase está nas habilidades de realizações do homem. Deus é ignorado (não existe), ou colocado em segundo plano. O triste
resultado desta base filosófica é que aquele que a esposa encontra-se tateando nas trevas, buscando respostas para as
questões mais básicas. Ele não consegue encontrar nenhuma razão para sua existência. Quando o homem pensa que é
autônomo, ele olha para si mesmo e/ou para outros homens, para tentar compreender a razão das coisas que o rodeiam.
Mas, como está restrito a um mundo material, ele corre para uma parede de tijolos, por assim dizer, quando tenta encontrar
um significado para sua existência. Inclusive o pagão, com seus ídolos, está simplesmente aceitando uma solução fabricada
pelo homem, para explicar sua existência e a de tudo o que está a sua volta. O humanismo, acompanhado pela teoria da
evolução, tem feito a mesma coisa. O fato importante que nós devemos reconhecer quando consideramos tudo isto à luz da
História da Igreja é este: Na Igreja, a tendência da maioria, depois dos primeiros dois ou três séculos, foi seguir a teoria que
não tomava a Bíblia como sua máxima autoridade. As decisões dos concílios e dos papas foram colocadas acima da Bíblia, em
importância. Consequentemente, com a intervenção do homem, o Humanismo ameaçava entrar na Igreja. Os homens
aceitavam cegamente as normas do homem, ao se conformarem com as decisões dos concílios da Igreja. É claro que a Igreja
afirmava que aqueles dogmas vinham de Deus, mas eles vinham, na realidade?
O Dogma Trinitário

A Igreja tem sofrido muitos revezes, mas o pior deles tem constantemente sido o homem ter saído fora da Palavra de Deus.
Isto foi exatamente o que Satanás fez no Jardim. Ele seduziu Eva sair da zona de segurança da Palavra de Deus e ir para o
mundo do pecado. A Igreja não precisa de nada fora da Bíblia para sustentar seus credos e dogmas. A Sagrada Escritura é
tudo o que precisamos, porque ela foi e é inspirada por Deus.

A grande injustiça do Século IV e dos séculos subsequentes foi terem os líderes da igreja ido buscar sua autoridade fora da
Bíblia. Percebe-se claramente que o que eles fizeram foi a mesma coisa que Satanás fez. Heresias destruidoras começaram a
entrar na Igreja. A maior delas foi a doutrina da Trindade. Esta doutrina não se encontra nas Escrituras! Ela se encontra num
credo estabelecido pelos homens com uma quase total desconsideração pelas Escrituras. Seu falar foi emprestado do
paganismo. O ponto é que o homem olhando para o homem sempre termina em confusão. O homem olhando para Deus e
Sua Palavra sempre termina em harmonia e correta direção. A doutrina trinitária foi formulada por homens.

Desde a formulação do dogma trinitário, em 381 a.D., a Igreja Católica tem perseguido e condenado qualquer um que a
questione. Não importa que o dogma tenha vindo dos homens. Pretendendo ser a representante de Deus, a Igreja
reivindicava autoridade para condenar as pessoas por simples rejeição a seus dogmas manipulados por homens. Fazendo da
negação do dogma trinitário uma ofensa passiva de morte, eles revelaram seus corações. O Novo Testamento nunca deu
licença para matar. Nem tampouco sancionou ele torturas. A Igreja não conhecia nada além de perseguição. Depois do
terceiro século. eles viraram a mesa. A Igreja Católica tornou-se a perseguidora e os verdadeiros crentes foram torturados
secretamente e chamados heréticos.
As doutrinas da Trindade, Mariolatria, Veneração de Santos. etc., não vieram de Deus, mas do homem. Elas podem. por isto,
ser consideradas humanísticas.

O Testemunho de Pedro e Paulo

Para provar que a Igreja Primitiva não era humanística, e exaltava Jesus Cristo acima de tudo, vamos dirigir nossa atenção
para dois dos maiores apóstolos.

Pedro

Como qualquer um que procura um emprego sabe, a perspectiva do empregador, invariavelmente, é olhar para o candidato
que tem experiência passada. Quando consideramos a posição de Apóstolo, precisamos admitir que ela requeria uma pessoa
excepcional. E mais, quando olhamos para as qualificações de Pedro, na minha opinião, nós nos confrontamos com
inconsistências óbvias. Antes de mais nada, seu emprego anterior, como um pescador, dava-lhe poucas indicações de
habilidades para ser um grande líder cristão. Ele não era um homem bem educado. Seu caráter poderia provavelmente ser
melhor descrito como impetuoso e um pouco presunçoso também.

Você diz: esqueça este candidato e passe para o próximo. Mas, espere; ainda não acabamos. Provavelmente a ação de Pedro
que mais poderia tê-lo desqualificado para ser um Apóstolo foi sua negação de Cristo. Depois de presunçosamente afirmar
categoricamente que permaneceria com Jesus até o fim (Mateus 26:33), ele, poucas horas depois, negou ter qualquer
relacionamento com Cristo (João 18:25). Você por certo pensaria que aquele homem jamais poderia tornar-se um grande
líder. Todavia, com toda a sua fraqueza e falta de habilidades, Pedro tornou-se o "Orador do Reavivamento" do Dia de
Pentecostes, registrado em Atos, capítulos um e dois. Como pôde este homem, que não tinha nenhuma experiência passada,
permanecer diante de milhares de pessoas, proclamando que eles eram responsáveis pela morte de Cristo? Como pôde ele,
com grande firmeza, exortar o povo ali, depois de terem dito: "Que faremos?" (Atos 2:37), dizendo: "Arrependei-vos, e cada
um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo."
(Atos 2:38)? A única conclusão a que podemos chegar é que Pedro foi inspirado por uma força exterior. Ninguém poderia
honestamente dizer que ele tinha em si mesmo as qualidades para ser um grande apóstolo. Ele tornou-se um inflamado
evangelista somente depois de ter sido cheio com o Espírito de Deus (Atos 2:4). O Espírito de Cristo trabalhou através dele,
para trazer milhares de pessoas a semelhante experiência. Isto põe completamente abaixo a torre das pretensões erguida
pelos humanistas seculares de hoje. Se o Apóstolo Pedro precisou do Espírito Santo enchendo-o, para viver para Deus, quem
somos nós para dizer que podemos ser cristãos sem Ele? Se não existe tal coisa como a experiência do novo nascimento,
como podemos explicar a mudança de Pedro humanisticamente? Como explicaremos sua intrépida proclamação da
divindade de Jesus Cristo em face de duras perseguições? A única explicação é o poder de Deus trabalhando através de
Pedro.
Paulo

Paulo é outro exemplo da mais inverossímil pessoa para calçar os sapatos de um Apóstolo de Jesus Cristo. Por alguma razão,
ele não queria se associar, por qualquer meio ou forma, com os seguidores de Cristo. Ele viu este novo "culto" como uma
perigosa força para minar a religião hebraica dos seus dias. Consequentemente, ele perseguiu aqueles primeiros seguidores
de Cristo severamente (Atos 8:1-3). Ele aprovou a morte de Estevão, o primeiro mártir cristão, e enviou muitos para a prisão,
simplesmente por acreditarem em Cristo.

Seu ódio veemente pelos cristãos foi tão grande que, depois de descobrir sobre um grupo deles que se achava em Damasco,
ele obteve autorização do sumo sacerdote em Jerusalém, para ir lá e prendê-los. Este homem pareceria ser o último provável
a ser um seguidor de Cristo, quando ele propositadamente se aproximava de Damasco. Mas, no caminho, Paulo caiu por
terra ao brilho de uma luz a sua volta. Ele ouviu uma voz dizendo: "Por que me persegues?" (Atos 9:4). Paulo, humilhando-se
e percebendo que somente Deus poderia ter feito tal coisa, pergunta: "Quem és tu Senhor?" Jesus responde, e Paulo fica,
em curtíssimo espaço de tempo, totalmente convencido de que Jesus é o Messias de Israel. Ele está convencido de que Jesus
é Deus. Logo depois Paulo é batizado e recebe o dom do Espírito Santo (Atos 9:17, 18), Ele confunde os judeus de Damasco,
quando começa a pregar Cristo em suas sinagogas.
Como pôde Paulo fazer tal viravolta, tornando-se de perseguidor a perseguido (Atos 9:1, 23)? Isto não pode ser explicado
humanisticamente. Homens não mudam tão rápido, sem uma influência externa. Paulo, tal como Pedro, precisou do Espírito
Santo em sua vida (Atos 9:17). Sem Deus, eles eram maus, mas com Deus eles tinham poder para fazer o bem. Se estes
grandes homens da Bíblia precisaram da experiência de Atos 2:38, quem somos nós para dizer que dela não precisamos?

Nem Pedro, nem Paulo escreveram nada sobre a doutrina trinitária em suas epistolas.

O 2° Século
Depois da morte de João, o Evangelista (100 a.D.), a igreja estava forte, mas não sem problemas. Heresias estavam surgindo
de dentro dela. Um crescente antagonismo vindo de fora estava fermentando, à medida que os romanos viam que o
cristianismo não era apenas um ramo do judaísmo. Esta era uma nova religião, com práticas que eram antagônicas à cultura
e religião romanas. Roma e os Cristãos

A religião de Roma era politeísta. Seus deuses constituíam o que pode ser chamado uma enfatuada imagem da raça humana.
Estes deuses podiam manifestar todas as ações e pensamentos comuns ao homem. Eles podiam ser bons e podiam ser
maus. Na cultura romana não havia absolutos. Dificilmente havia alguma real concepção do certo e do errado. O homem era
governado por suas próprias limitações e os deuses simplesmente representavam uma expansão da humanidade, sendo,
portanto, também finitos.

O maior desejo de Roma, no segundo século e até a sua queda (500 a.D.), era manter o Império intacto. Isto tornou-se mais e
mais difícil, com diferentes facções surgindo e a consequente confusão que isto criava. À medida que isto acontecia, o povo,
por necessidade, dava ao imperador mais e mais poder. Embora as regras autoritárias não fossem desejáveis, isto
temporariamente trouxe unidade para o Império ameaçado. O cristianismo. com suas crenças absolutas na existência de um
único e verdadeiro Deus e sua distinção definida entre o certo e o errado, estava diametralmente oposto à cultura romana.
Os cristãos jamais teriam sido considerados criminosos, caso tivessem eles adorado a ambos: Cristo e o Imperador. Mas,
porque eles não se curvaram a ninguém, a não ser Cristo, eles foram considerados ateístas e anarquistas. Roma caiu,
enquanto o cristianismo continua vivo até hoje.

Gnosticismo
Ensinamentos heréticos e falsos profetas não são coisa nova. O quadro da história revela repetidamente a sua presença. O
gnosticismo representa, provavelmente, o primeiro grande desvio dentro da comunidade cristã. Ele prevaleceu largamente
na Ásia Menor nos primeiros anos do segundo século, e alcançou o seu ponto máximo de influência entre os anos 135 e 160
a.D. A palavra "gnosticismo" significa conhecimento. O conhecimento, segundo os gnósticos, era místico ou sobrenatural, e
eles pretendiam ser os únicos que o possuíam. Todas as outras pessoas estavam nas trevas. Dizendo que podiam entender os
mistérios aos quais os outros não tinham acesso, os gnósticos mantinham-se separados, como se estivessem em outra
dimensão. e faziam-se, na realidade. iguais a Deus. Outra característica deste grupo foi que eles achavam que qualquer coisa
material era má. O mundo da matéria era constituído somente do mal e somente era bom o que era espiritual e o que não se
podia ver. Isto não é nada ortodoxo, especialmente à luz das Escrituras, que dizem que o cristão é o templo do Espírito Santo
(I Coríntios 6:19). Eles propagavam um extremo ascetismo e requeriam o celibato (ver 1 Timóteo 4:1-3, na parte inicial).
Este aborrecimento pela matéria provavelmente gerou a próxima e mais importante doutrina dos gnósticos.
Eles pregavam que Cristo não estava efetivamente em carne quando veio viver na terra. Eles provavelmente raciocinavam
que, como Cristo era perfeito e sem pecado, e a carne (matéria) é pecadora por natureza, Cristo não poderia ter assumido a
carne. Esta crença é chamada Cristologia Docética. 1 João 4:2,3.

Montanismo
Outro movimento que invadiu a Igreja do segundo século foi o Montanismo. Ele espalhou-se muito rapidamente pela Ásia
Menor. Tanto que os pastores daquela área se uniram e realizaram sínodos denunciando a heresia."

Montanus, da Frígia, na Asia Menor, por volta de 156 a.D. declarou ser o porta-voz do Espírito Santo. Tudo indica que ele
deve ter-se colocado em pé de igualdade com Deus. Ele proclamou que a Segunda Vinda de Cristo estava às portas, e
requeria estrito ascetismo de seus seguidores. Seus adeptos foram incentivados a praticar o celibato (ver I Timóteo 4:1-3),
jejuar e abster-se de carne. A Bíblia afirma categoricamente que nenhum homem sabe quando Jesus vai voltar (Mateus
25:13). Montanus colocou-se acima da autoridade das Escrituras, ao dizer que a Segunda Vinda de Cristo estava para
acontecer naqueles dias."

Muitos dos escritos atribuídos a homens como Policarpo, Clemente de Roma e Inácio eram espúrios. Eles foram escritos por
outras pessoas, e em datas posteriores às que lhes foram atribuídas.
Muitas pessoas usam Inácio para apoiar o ponto de vista Trinitário. Eles foram forçados a parar quando descobriram que
aqueles escritos que eles estavam usando para apoiar a Trindade e a Mariolatria não tinham sido escritos por Inácio ou
qualquer outra pessoa no segundo século.

Eu creio que alguns dos escritos atribuídos aos pais apostólicos eram genuínos. Os que o são não apoiam a maioria das
doutrinas católicas. Antes eles apoiam as santas Escrituras.

Clemente fala dos "sofrimentos de Deus", quando se refere à


morte de Jesus Cristo na cruz. De acordo com ele, a Igreja é o rebanho de Cristo, e Ele é o seu Senhor. Ele exalta Jesus Cristo
grandemente. Inácio assevera a importância da obrigação da Igreja de representar Jesus Cristo apropriadamente ao mundo.
Sobre a encarnação, ele diz: "Nosso Deus, Jesus o Cristo, foi concebido no ventre de Maria, de acordo com a dispensação."
Ele fala da "paixão do meu Deus", "o sangue de Deus", e "Jesus Cristo nosso Deus." "Há um Deus que se manifestou através
de Jesus Cristo".

Conclusão
Os romanos, gnósticos e montanistas representaram reais ameaças para a igreja cristã do segundo século. Mas,
genericamente falando, a igreja foi capaz de superar estes ataques. O maior teste ainda estava por vir.
Líderes piedosos proclamaram basicamente a mesma mensagem que os apóstolos. Perto do final do segundo século, a maior
parte do Novo Testamento, como o conhecemos hoje, estava canonizada."

Certamente a Igreja tinha todas as ferramentas para ser uma Igreja forte, mas a oposição à fé, uma vez iniciada contra os
santos, estava se avolumando.
Nós vemos, também neste século, crescer a importância de Roma. "Irineu de Lion, escrevendo sobre o ano 185, representou
o sentimento comum do Ocidente do seu tempo, onde ele não somente retrata a Igreja Romana como fundada por Pedro e
Paulo, mas declara que 'é necessário que cada igreja concorde com esta igreja."" "Eram opiniões como esta que diminuíam a
influência das outras grandes cidades cristãs do Império (Jerusalém, Antioquia, Éfeso e Alexandria), e que colocavam o
fundamento para os excessos que nós vemos séculos mais tarde e mesmo hoje. A injustificada exaltação de Roma e do Bispo
de Roma foi a pedra fundamental para a apostasia da Igreja.

O 3° Século
A igreja do terceiro século experimentou um grande crescimento. A Organização colocou mais e mais poder nas mãos dos
seus líderes. Infelizmente, à medida que se espalhava, crescia também a tendência de mundanidade."

Isto levou a Igreja a comprometer os ensinamentos da Igreja primitiva. As obras do Espírito de Deus dentro da Igreja se
tornaram uma tradição. O formato de adoração foi pouco a pouco sendo influenciado pelo modelo de religiões misteriosas.
Coisas tais, como batismo de infantes, foram entrando na igreja (esta prática não era universal até o sexto século). 'O Senhor
não tinha retornado, e a urgência de estar logo com Deus já não era sentida como no princípio.

Embora as perseguições tenham tornado mártires muitos fiéis, a Igreja, como um todo, estava rumando para uma fatídica
união com a mundanidade e o Estado.
Orígenes
Receber uma experiência espiritual de mudança de vida e ser intelectual pode tornar qualquer homem uma forte força para
o bem. Mas, ter inteligência sem uma revolução espiritual pode ser bastante destrutivo.

Este foi o caso de Orígenes. Ele estudou a Bíblia, tanto quanto a filosofia. Os frutos de seu aprendizado o colocaram como um
dos homens mais importantes de sua época. Tentando harmonizar as Escrituras com os filósofos gregos, ele efetuou uma
grande injustiça. Sua ênfase não foi posta na necessidade da experiência de uma mudança de vida com Deus, mas num
raciocínio carnal das palavras de Deus.

Tertuliano
Nascido provavelmente em Cartago, em 160 a.D, Tertuliano morreu algum tempo depois de 200 a.D. Filho de um centurião
que servia ao procônsul da África, um analista do Século XX, Bernard Nisters, refere-se às características de um esquizoide ao
falar do temperamento de Tertuliano, e sugere que o seu rigorismo, sua intolerância. suas disputas dissidentes, e sua reação
violenta às oposições aproximam-se da paranoia."

O que é mais espantoso acerca deste homem é que as suas teorias sobre a divindade tenham sido grandemente adotadas
mais tarde pela Igreja. Assim, a doutrina da Trindade, que é a doutrina fundamental da maioria das igrejas do mundo atual,
traça sua história a partir de um rebelde extremista chamado Tertuliano. O tratado de Tertuliano, Contra Praxeas, demonstra
sua própria teoria não ortodoxa da divindade. Lendo ‘’Contra Praxeas” Explicando (na verdade confundindo) as muitas
passagens no Velho Testamento que expressam a UNICIDADE de Deus, Tertuliano acrescenta algo às Escrituras, dizendo: "Eu
sou Deus, e não há nenhum outro além de mim', o que nos mostra que Ele é o único Deus, mas na companhia de Seu Filho,
com o qual Ele estendeu os céus sozinho." Tertuliano formalmente abandonou a igreja, e uniu suas forças ao Montanismo,
em 212 ou 213 a.D, e deu início a uma seita conhecida como Tertulianismo. Ele deixou provas de sua triste condição
espiritual através de seus muitos escritos."

Praxeas
foi um líder da verdadeira Igreja de seus dias (fim do segundo e início do terceiro séculos). Ele mudou-se da Asia Menor para
Roma cerca de 200 a.D, e desenvolveu uma boa camaradagem com o bispo (Eleutério ou Vitor)." Ao entrar o terceiro século,
a maioria das igrejas acreditava na unicidade da divindade, como admite o próprio Tertuliano." A doutrina oficial de Roma,
de acordo com Harnack, era aquela que Praxeas ensinou: Jesus era Deus em um corpo humano." Tertuliano refere-se
acintosamente ao latim em Contra Praxeas." Depois de visitar Roma, Praxeas viajou para Cartago, onde defendeu a ortodoxia
de Deus em Cristo." Uma vez que ele é um dos grandes homens da história do cristianismo, é triste que os únicos registros
que tenhamos de Praxeas seja oriundo de seus inimigos.

Nós primeiramente encontramos este homem na Ásia Menor, onde ele ensinou a Palavra de Deus, e foi posto na prisão por
um tempo." Ele escreveu um pouco, mas não resta hoje nenhum de seus escritos." Os ensinos de Praxeas deram a Cristo seu
apropriado grau de divindade, fazendo-o um com o Pai. Ele ensinou que o Pai era o Espírito, o qual é Deus (João 4:24), e que
o Filho representava a carne ou o elemento humano de Cristo." Ele representou o ponto de vista da maioria dos cristãos dos
seus dias." Isto torna-se aparente quando nós reconhecemos que ele não encontrou nenhuma oposição em Roma. De Roma.
Praxeas viajou para Cartago, no Norte da África, onde o encontramos ensinando a Palavra de Deus e prevenindo contra a
heresia do montanismo.

Noetus, Epígono e Cleomenes


Noetus de Esmirna (na Ásia Menor) ensinou que o Pai e o Filho eram diferentes aspectos do mesmo ser. Ele disse que o Pai
tomou a carne de Maria e tornou-se Filho. O Filho era a humanidade e o Pai a divindade."" A Asia Menor foi grandemente
abençoada pelos ensinos de

Noetus. De 180-200 ele ensinou a verdade do evangelho. glorificando a Cristo em seus ensinos.
Um discípulo de Noetus, Epígono, veio para Roma, no começo do terceiro século, e, com o favor de Zeferino (bispo de Roma
de 198-217), expôs a verdade das Escrituras." A escola estava formada e, sem dúvida, muitos vieram e banquetearam-se na
Palavra de Deus.

Cleomenes foi o sucessor de Epígono, e continuou ensinando a maravilhosa verdade que Noetus e Epígono ensinaram.
Zeferino, que era da mesma opinião, deu total aprovação aos ensinos da verdade.
Sabélio
era um presbítero de Pentápolis, no Norte da África. Ele influenciou esta área grandemente, ensinando a verdade de uma
única pessoa na divindade. Ele trouxe esta verdade para Roma, em 215 a.D, enquanto a Pentápolis continuava a ser uma
fortaleza para a verdade. Em 260 a.D, Dionísio de Alexandria tentou refutar os seguidores de Sabélio. Fazendo isto, ele
introduziu o triteísmo, pelo que ele foi reprimido por Dionísio de Roma (bispo de Roma)."

Sabélio tornou-se o sucessor de Cleomenes em Roma. " Ele afirmou que o Pai, o Filho e o Espírito Santo não eram pessoas
distintas, mas modos de uma pessoa divina (herança do termo monarquianismo modalístico)." Deus foi o Pai na criação, o
Filho na redenção, e o Espírito Santo na regeneração.

Hipólito
Hipólito nasceu em 170 a.D., provavelmente em algum lugar do Oriente, e atacou o modalismo de Sabélio e Calisto,
enquanto apresentava Cristo como subordinado ao Pai. Ele parecia ser tomado do mesmo espírito de rebelião que era tão
característico do herético Tertuliano. Eu afirmo que este espírito de rebelião trouxe a doutrina da Trindade para dentro da
igreja. Hipólito (como Tertuliano) perverte a verdade das Escrituras, negando que Jesus Cristo era o Pai na carne, como
atestam plenamente as Escrituras. (Mateus 1:23: João 10:38; 14:10-11, e 17:21).

Os Bispos de Roma Eleutério, Vitor (189-199), Zeferino (199-217) e Calisto (217-222)


De acordo com Harnack, quatro bispos de Roma, sucessivamente (Eleutério, Vitor, Zeferino e Calisto), foram a favor da
Cristologia Modalística (Cristo era o Pai na carne)." Um dos dois, ou Eleutério ou Vitor, foi prevenido por Praxeas

Zeferino foi chamado por Hipólito um absoluto modalista." Hipólito cita Zeferino: "Eu conheço somente um Deus, Jesus
Cristo, e nenhum outro que tenha nascido e sofrido..." Ele via o falar de "Pessoa sob suspeita. Ele defendia a tradição de crer
que inexistia antes qualquer forma de trinitarianismo."

Calisto, depois que se tornou bispo de Roma, foi tratado rispidamente por Hipólito, que atacava o caráter de seu bispado, e
foi ao ponto de dizer que Calisto permitia a prática do adultério por parte de seus seguidores. Nós podemos assumir que a
doutrina de uma Pessoa na Divindade predominou no pensamento do cristianismo do terceiro século. O bispo de Roma de
259 a 268, Dionísio, chamou a atenção para aqueles que se opunham a Sabélio, dizendo que muitos "dividem em pedaços e
destroem a mais sagrada doutrina da Igreja de Deus, a Divina Monarquia, mostrando-a como se ela fosse três poderes, e
fazendo da divindade três substâncias partitivas". A significância desse século tem certamente sido menosprezada pela
maioria dos historiadores da igreja. Os ensinos dos apóstolos foram sendo adulterados sem misericórdia.

O 4° Século
Este século marca um distinto declínio para o Modalismo. O Sabelianismo, entretanto, era ainda acreditado por muitos,
como encontramos na lista de heresias condenadas pelo Concílio de Constantinopla, em 381 a.D.

Depois do quarto século, qualquer um que acreditasse em uma só pessoa na divindade era considerado herético. Entretanto,
em que pese a censura generalizada do Sabelianismo neste século, muitos professavam suas crenças.

Alguns poucos permaneceram ligados ao Modalismo, incluindo Marcelo de Ancyra, Prisciliano de Ávila, e Comodiano,
sendo os dois primeiros bispos e o último um poeta. É durante este século que o Concílio de Nicéia se realizou (325 a.D.)

Marcelo de Ancyra
Marcelo (280-374) foi fortemente oposto ao arianismo." Ele compareceu ao Concílio de Nicéia, onde atacou fortemente o
arianismo. "Ele publicou uma grande obra contra Astério, o Sofista, 330, no qual ele não somente atacou Eusébio da
Nicomédia e Eusébio de Cesaréia, mas também deixou-se ficar exposto às acusações de Sabelianismo.

Prisciliano
O último quarto do quarto século testemunhou o surgimento do Priscilianismo. Prisciliano ensinava que Jesus era Deus
aparecendo ao homem na carne. "Cristo, que é tudo em todos, é um Deus com triplo poder.
A Luta com o Arianismo e a Formulação da Doutrina Trinitária
O Concilio de Nicéia foi chamado, em 325, para estabelecer um credo comum ou declaração de crença para toda a
cristandade. Esta doutrina veio a ser uma solução comprometedora para as dificuldades doutrinais que estavam ameaçando
a fragmentação da igreja. Havia ainda um forte sentimento pela necessidade de unidade. A doutrina trinitária não tem
estado sem questionamento; todavia, as respostas para as questões são perturbadoras e frustrantes explicações. declarar
que o que era comum para os Três e que era distintivo entre eles está além do que se pode falar e compreender, e, portanto,
além de sua análise e conceitualização." "Em outras palavras, é um mistério. É um mistério que somente alguns durante a
era da Igreja tenham questionado este dogma antibíblico.

Certamente, as perseguições sob os imperadores romanos do segundo e terceiro séculos mostraram um grande desamor
pela Igreja. A verdadeira Igreja e o governo não podiam se misturar. A verdadeira Igreja tinha padrões de conduta que não
podiam ser adotados pelo governo, a menos que os líderes se convertessem e muitas das leis mudassem. Considerando tudo
isto, nós somos confrontados com alguns fatos da história. Em 323, Constantino tornou-se o único governador do Império
Romano." Por causa de sua tolerância para com o cristianismo, as perseguições cessaram. Ele viu a Igreja cristã como um
grande fator de unificação do Império. Por isso, ele começou a dar privilégios à igreja, e, finalmente, fez dela a religião do
Estado. Ele foi mesmo muito longe, a ponto de declarar ilegal a adoração paga." Se Paulo pudesse ter sido ressuscitado da
morte, eu imagino: qual teria sido a sua análise? Para a média dos pensadores, parece que a mesa virou, e o cristianismo
estava livre para florescer e crescer, sem ser impedido pelo medo de represálias. Paulo, após olhar de perto a situação,
provavelmente teria dito isto: "A verdadeira igreja afundou, e é realmente pequena em número, comparada com os
professos cristãos. Os líderes, na sua maioria, são homens carnais que estão muito confusos sobre algumas das mais básicas
doutrinas. Especialmente confusa é a sua conversa sobre a Divindade. Os imperadores estão convocando concílios e sínodos
para formular uma declaração de crenças padrão. Eles querem unificar todas as facções e fazer a Igreja cristã uma. Seus
esforços de unificação estão criando compromissos e eu vejo os efeitos devastadores, causados por esta infeliz mudança de
situação, como afetando a igreja desfavoravelmente até Jesus voltar".

Século 5°, 6° e 7°
Estes séculos estão marcados por dois eventos distintos: a queda do Império Romano e o grande crescimento da Igreja
Romana, em poder. O início do quinto século viu uma controvérsia se levantar sobre o relacionamento entre a divindade e a
humanidade de Cristo. Duas escolas de pensamento disputavam por predominância. A escola de pensamento conhecida
como Alexandrina declarava que Jesus era predominantemente divino e que Sua humanidade era muito insignificante. Um
mais importante lugar foi dado ao elemento humano e vida terrena de Cristo pela escola Antioquiana.

Os principais personagens na luta foram Nestório e Cirilo de Alexandria.

Nestório foi acusado de acreditar que havia duas pessoas em Cristo, mas ele realmente não acreditava nisto. Ele não gostava
de usar o termo Theotokos (Mãe de Deus), quando se referia a Maria, mas antes preferia se referir a ela como Mãe de Cristo.

Cirilo gostava de referir- se a Maria como Theotokos (Mãe de Deus). A discussão entre estas duas facções não trouxeram
nada além de confusão.

Damião
Damião foi o patriarca de Alexandria de 570-605. Ele destacou-se pela sua oposição ao triteísmo, Damião, atacando os

triteístas, revelou-se sabeliano, afirmando que as Pessoas eram meramente atributos de um único Deus."

Eutiques ou Messalianos
Os Eutiques da Síria e Asia Menor propagaram suas crenças da segunda metade do quarto século até o sexto século. Eles
viviam uma vida santa e acreditavam que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram diferentes formas de um Ser divino."
Do Século 8 Ao Século 15
Neste capítulo iremos visualizar o período de tempo mais conhecido como a Idade Média. Esta não foi necessariamente uma
idade escura, como muitos costumam dizer. Politicamente. socialmente e organizacionalmente. A Europa estava para trás.
comparada com a situação organizada sob o Império Romano. Entretanto, na mente do povo o Império nunca morreu.

Através da Idade Média. nós vemos uma luta quase constante entre os líderes seculares e o papado. Ambos estavam lutando
por poder político e o conflito muitas vezes foi menos do que cristão. Muitos dos papas foram colocados no trono de
S. Pedro com a ajuda de líderes seculares. Durante este tempo, apareceram as Cruzadas. Seu principal objetivo era recuperar
a Palestina dos Maometanos. Para isto elas alcançaram pouco sucesso, A Idade Média viu grandes reformadores, tais como
Wyclife Huss. Ela também viu o crescimento de Catari e Valdenses. Junto com a influência positiva destes grupos, veio a
reação negativa do papado, conhecida como "a Inquisição". Muitas pessoas foram torturadas e mortas, sem misericórdia,
por instigação da Igreja Católica Romana.

Nós vemos também o surgimento do Humanismo, espalhado pelo ensinamento de Tomás de Aquino. Ele foi, além disso,
incentivado pelo que é conhecido como "o Renascimento".

Papa versus Estado


A luta entre o papa e o rei durante a Idade Média não foi sobre assuntos de ordem espiritual. Antes ela teve como seu
principal ingrediente a cobiça pelo poder. Os papas não usavam o seu poder para incrementar a propagação dos verdadeiros
ensinos de Jesus Cristo. Eles estavam muito ocupados, preocupando-se com a construção de projetos, administração de sua
vasta riqueza.

Catari, Valdenses e Inquisição


O principal aspecto destes grupos, que enraivecia os católicos. era sua forte ênfase na autoridade da Bíblia. Eles
memorizavam muitas porções das Escrituras e através desta iluminação, eles reconheceram os aspectos não bíblicos de
muitas práticas católicas. Naturalmente, os conflitos vieram e depois de tentar em vão vencer pacificamente os "heréticos",
trazendo-os de volta, os católicos recorreram à força. Muitas pessoas inocentes foram assassinadas por instigação dos
"santos" papas. Um outro ato horrendo da Igreja de Roma foi iniciado em Toulouse, em 1229. Foi instituída a Inquisição, a
qual ficou conhecida por suas injustificáveis torturas e assassinatos de milhares, pelo que um grupo de ímpios réprobos
julgavam crenças heréticas.

Wyclif e Huss
Wyclif Inicialmente, sua dissidência centralizou-se na imensa riqueza e envolvimento político da Igreja. Depois, ele procedeu
à denúncia das práticas pagas (culto a santos, relíquias, peregrinações, etc.)

Huss começou propagando estas ideias através de suas influentes posições na Universidade de Praga, Oposições começaram
a surgir, e Huss foi excomungado pelo Papa João XXIII

Bogomilos
O décimo século testemunhou o crescimento dos Bogomilos. Eles propagaram o Sabelianismo no Império Bizantino." Ele foi
primeiro encabeçado pelo sacerdote Bogomil (Teófilo) e constituiu o mais poderoso movimento de dissidência na história
medieval do Cristianismo Oriental." Basílio, líder chefe da seita disse que Pai, Filho e Espírito Santo são meramente títulos
atribuídos ao Pai. Ele confessou seu desapontamento com a transubstanciação, e sua compreensão da comunhão como
sendo um simbolismo feito em comemoração ao Calvário. Ele revelou seu desgosto pela Mariolatria, adoração de santos, e
adoração de imagens. Imediatamente depois disto, teve lugar uma inquisição menor, na qual Alexius, o Imperador, e Nicolas,
o Patriarca, zelosamente resolveram procurar muitos da seita. Alguns se retrataram, enquanto outros mantiveram firme sua
profissão de fé, resignando-se à prisão perpétua.

Pedro Abelardo
Pedro Abelardo nasceu em 1079, de um nobre inglês, Berengar, A primeira obra teológica de Abelardo continha um capítulo
intitulado: "De Unitate et Trinitate Divina" (Da unidade e trindade divinas). Neste capítulo ele fez uma explanação da
Trindade; seus escritos foram condenados como sabelianos pelo Sínodo de Soisson, em 1121."
Abelardo foi difamado e impedido de fazer sua própria defesa por um homem (Bernardo) que a Igreja Católica canonizou
como santo. A influência de Abelardo foi grande na Europa Medieval. porque ele tinha muitos alunos. "Gerhoh de
Reichersberg estava certamente atacando Abelardo, quando disse que seus alunos ensinavam que Deus não foi tomado da
Virgem, mas que a humanidade de Jesus era somente o lugar de habitação onde a plenitude da divindade residia.""
A Reforma
século XVI, Embora a influência humanística do Renascimento tenha contribuído definitivamente para a Reforma, temos que
limitar a quantidade de aclamações aos humanistas. O principal objetivo dos humanistas na Europa do século XVI foi uma
reforma interna da Igreja Romana. A maioria deles não tinha nenhuma preocupação em retornar ao Cristianismo Bíblico. Seu
chamado era para suprimir os maiores abusos da Igreja. Consequentemente, eles não propuseram nada mais do que uma
mínima reestruturação da instituição, sem tocar nos pontos básicos. Mas, de qualquer maneira, a Reforma representa um
alto ponto na renovação espiritual da história da Igreja. Verdadeiramente. maior liberdade de pensamento e de sentimento
de auto- valorização não tinha sido vista pelos europeus por quase mil anos. Os reformadores, embora reconhecessem a
natureza falha do homem, expunham as grandes possibilidades humanas de realização, quando se encontra a redenção
através do derramamento do sangue Jesus Cristo. Foi acesa uma tocha que trouxe a cultura ocidental para a frente da
História Moderna.

Martinho Lutero
As palavras: "O justo viverá pela fé" derramaram-se como uma maciça dose de bálsamo curativo sobre o espírito dolorido de
Lutero. Ele repentinamente percebeu a tolice e temporalidade das práticas católicas, embora nesse tempo ele não tivesse
nenhum desejo de se separar, mas de reformar. Ele chegou à clara conclusão de que é na fé nas Escrituras somente que o
homem pode encontrar consolação com Deus. Foi esta revelação que trouxe a condenação de Roma e levou o reavivamento
a se espalhar por toda a Alemanha.

João Calvino
A Reforma viu uma de suas grandes mentes na pessoa de João Calvino. Sua apologia, na forma de uma carta, e a primeira
edição de suas "Institutas". Calvino via o cristianismo como afetando comunidades inteiras. Certamente Genebra, sob
Calvino, foi considerada uma grande experiência. Leis foram instituídas para regular a vida do povo de Genebra estritamente
sob o ponto de vista das Escrituras. Embora esta seja uma boa ideia, entretanto, ela tende a ser improdutiva. Ela tende a
produzir pessoas que externamente podem estar conformadas, mas seus corações não estão envolvidos. O poder do
evangelho é o amor de um Salvador crucificado e o transformador poder de Deus.

As diferenças básicas entre o Protestantismo e o Catolicismo permaneciam as mesmas. O Protestantismo olhava para as
Escrituras somente, como sua autoridade final, e acreditava que o homem podia ser salvo pela fé somente, não pelas obras.
Os católicos consideravam a autoridade do papa e dos concílios como igual a das Escrituras, e declaravam que as obras eram
essenciais para a salvação. Com o zelo dos jesuítas e da Inquisição, o catolicismo manteve seu terreno e até mesmo ganhou
mais terreno. Através da intimidação, manipulação política e muito derramamento de sangue, o catolicismo reemergiu como
uma vibrante força para o mal. Nenhum bem óbvio foi trazido por esta suposta reforma.

Miguel Serveto
O outono de 1511 testemunhou o nascimento de um espanhol que se tornaria a mais singular influência na doutrina da
Unicidade de Deus nos séculos XVI e XVII. Serveto estava preocupado com os problemas enfrentados com as conversações
com judeus e mouros. Analisando-os, ele reconheceu que o principal obstáculo era a exigência da crença na Trindade:
Grande foi o seu alívio quando ele não encontrou nenhuma substância no Novo Testamento para a doutrina da Trindade. Ele
concluiu que a formulação desta doutrina no Concilio de Nicéia (325 a.D.) constituiu a falha do cristianismo.

"Eu não separo Cristo de Deus, mais do que uma voz do orador ou um raio do sol (escreve Serveto). Cristo está no Pai, como
uma voz está no orador. Ele e o Pai são um, como o raio e o sol são uma única luz. E uma grande maravilha que Deus tenha
tomado Ele mesmo o corpo de Cristo que seria o seu peculiar lugar de habitação. ...Deixemos de lado aqueles que afirmam
que o Filho foi enviado do Pai, como qualquer um dos profetas.

Porque aquele que foi por um tempo o Deus escondido de Israel, Ele foi manifestado e esta é a aparência do nosso Salvador.
Cristo." Durante seu tempo em Vienne. Serveto manteve correspondência com João Calvino. Os pontos de vista de Calvino
eram grandemente diferentes dos seus, e o intercâmbio foi interrompido por Calvino depois de algum tempo. Na verdade.
Calvino informou Jean Frellon, o homem que canalizava a correspondência entre os dois, que, se Serveto viesse para Genova,
ele jamais partiria vivo." A necessária evidência foi mais tarde provida por Calvino. Serveto. entretanto, conseguiu escapar. A
Inquisição em Vienne decidiu queimá-lo em efigie, juntamente com cinco fardos de seus livros." Em seguida, nós vamos ver
Serveto em Genebra. Não temos uma sólida explicação para a sua presença lá, mas sabemos que ele foi reconhecido e preso.
Calvino encorajou o Concilio, tentando trazer sobre Serveto uma pena capital. Ele foi sentenciado a ser queimado na estaca.
Quais foram as acusações para tão horrenda morte? O fato de Serveto não acreditar na Trindade e no batismo de infantes."

Depois da morte de Serveto, Sebastião Castelio de Basel escreveu um livro condenando as ações de Calvino e foi tão longe, a
ponto de chamar Calvino de um assassino.

Batismo e Adoração
Robert Wallace, no seu livro, Antitrinitarian Biography (Biografia Anti-trinitariana), nos dá uma documentada evidência de
que pelo menos alguns dos anti-trinitarianos do século XVI foram batizados no Nome de Jesus.

Em 1646, o Rev. Thomas Edwards publicou uma compilação de "Erros, Heresias e Blasfêmias", existentes na Inglaterra
naquele tempo. Incluídas nesta lista, estavam estas duas crenças: "1. Que a forma pela qual os homens eram batizados, a
saber: 'Eu te batizo em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, é uma forma inventada pelo homem, uma tradição do
homem, e não uma forma deixada por Cristo. 2. ... e que o batismo de Cristo na água era somente no nome de Jesus Cristo,
não do Pai, Filho e Espírito Santo, como é agora praticado. Mr. Edwards, registrando estas "crenças heréticas", nos dá provas
de que o século XVII viu pessoas sendo batizadas no Nome de Jesus.

William Penn e os Primeiros Quakers


(Fim do século XVII e começo do século XVIII) "William Penn atacou a noção de três pessoas em um Deus, e revelou
finalmente uma espécie de Sabelianismo; e é certo, seja o que for que tenha sido dito ou escrito em contrário pelos líderes
da seita em outros tempos, que Isaque Pennington, John Crook, e os primeiros Quakers, geralmente, não excetuando nem
mesmo Robert Barclay, não acreditavam na doutrina da Trindade de Atanásio.’’ Penn decidiu escrever um panfleto intitulado
The Sandy Foundation Shaken (A Fundação Arenosa Abalada)."

A publicação do The Sandy Foundation Shaken afirmava plenamente que Penn negava a doutrina da Trindade. Esta
publicação...ofendeu de tal maneira os dignitários da Igreja que uma ordem foi editada por Lord Arlington. Principal
Secretário de Estado, para a prisão de Penn; e ele foi levado para a Torre. Penn expressa sua doutrina: "O assunto insistido,
relativo a nós nesta ocasião, é que nós, em comum com os Socianos, não acreditamos que Cristo seja o eterno Filho de Deus,
e eu estou sendo provado por causa disto.

Séculos 18 e 19
Este século marca o que eu chamaria uma separação dentro das fileiras do Cristianismo. Muitos seguiram o caminho do
modernismo, e se comprometeram. Muitos outros abraçaram o grande movimento evangélico que se espalhou pela Europa
e América do Norte. Não é difícil ver como o iluminismo pode facilmente regredir para a apostasia. Depois de começar a
duvidar de partes da Palavra de Deus, o resultado natural foi rejeitá-la por inteiro.

Por outro lado, nós vemos a positiva contribuição do pietismo alemão (especialmente morávios), e movimentos evangélicos
com Whitefield e Wesley. Grandes multidões se juntavam em reuniões ao ar livre, e muitos recebiam experiências de
conversão. Na América do Norte, o Grande Despertamento trouxe conversão para comunidades inteiras, e deu uma forte
influência bíblica para a formação do governo dos Estados Unidos. Com estes movimentos, veio um grande desejo de
alcançar o pagão. Aumentou o esforço missionário nos países não cristãos. Morávios, Quakers, Metodistas, etc., começaram
a enviar homens e mulheres para a Ásia, África e outras áreas onde as pessoas não sabiam nada da Bíblia.

Muitos, nessa época. acreditavam e pregavam a unicidade de Deus. Um livro que eu encontrei rotula muitos pregadores da
Nova Inglaterra, incluindo o famoso Henry Ward Beecher, como sabelianos. Emmanuel Swendenborg escreveu sobre a
unicidade de Deus e o Deus Onipotente em Cristo.

Mr. Paine nos diz de um dos mais famosos pregadores do século XIX, Henry Ward Beecher.

Eu não estou preocupado com suas novas declarações do calvinismo, mas "o novo trinitarianismo" foi aqui proclamado
numa linguagem que parece não deixar dúvidas. Em todo o discurso, a real Divindade pessoal de Cristo era o tema central. A
doutrina de Mr. Beecher foi dada na forma a seguir resumida: "Podia Theodore Parker adorar o meu Deus? Jesus Cristo é Seu
nome. Tudo o que existe de Deus, para mim, está estreitamente ligado a este nome.

Ele é a manifestação de Deus ou "Deus manifestado na carne." Esta frase "Deus manifestado na carne" está agora sendo
constantemente empregada pelos defensores do dogma da Divindade de Cristo, e tornou-se uma espécie de senha, de
chibolete da ortodoxia."
John Miller
Também, um homem pelo nome de John Miller, um ministro Presbiteriano do século XIX, escreveu um livro intitulado Is God
a Trinity? (É Deus uma Trindade?), no qual ele atribui a Cristo a plenitude da divindade. Mas minhas investigações das
Escrituras me levaram a um veredicto como este, que, se a Bíblia ensinou a Trindade, ela ensinou a Missa, mais e melhor:
que ambos os ensinamentos foram fantasiados por um engano de figuras; que também seus ensinos eram apenas fantasias
do coração humano; e que seus ensinamentos também não teriam sido objetos de fé há muito tempo, se as hipostáticas
distinções do Todo Poderoso atrapalhassem nossa redenção da mesma maneira séria como fez o sacramento ofendido.""
Para aqueles, cuja natureza animal é despertada, quando um rumor de dúvida é levantado com respeito à doutrina da
Trindade, Mr. Miller faz este apelo à razão: "Não haveria alguma coisa que provasse que a Trindade é uma superstição, no
próprio Credo de Atanásio

O Século 20
O Movimento Ecumênico
considerando este tópico, precisamos não negligenciar o caráter da Igreja da Bíblia. Basicamente, o Novo Testamento tem
ditado os pré-requisitos e o comportamento normal da Igreja, tendo sido o mais importante deles o meio de tornar-se um
membro. Mesmo um leitor casual do Livro de Atos, na Bíblia, deve chegar a uma conclusão óbvia, quando considera o
procedimento normal para entrar numa comunidade cristã. Pedro cita três passos básicos quando perguntado: "Que
faremos?" (Atos 2:37). A resposta foi: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado, em nome de Jesus, para remissão dos
pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo." (Atos 2:38). Estes três passos constituem o meio normal de entrar para uma
comunidade cristã, e eu não posso ver nenhuma razão para um desvio disto, juntamente com o reconhecimento das
instruções divinas dadas aos crentes, através dos apóstolos, em forma de epístolas.

O movimento ecumênico foi originariamente uma coisa predominantemente protestante. Até 1965, a perspectiva católica
quanto ao ecumenismo era o ideal de retorno dos grupos protestantes para o aprisco da Igreja Católica. o Conselho Mundial
das Igrejas (filho do ecumenismo), desde sua concepção, em 1965, tem seguido um curso decididamente afastado de uma
ênfase bíblica.

O Movimento Pentecostal
O século XX trouxe consigo o surgimento do movimento pentecostal. Um significante seguimento do povo pentecostal é
aquele que acredita na Unicidade da Divindade. "Nos últimos cinquenta anos (desde 1915), a mensagem da Unicidade tem
tido um tremendo crescimento.
No ano, 1914, quando a organização das Assembleias de Deus foi instalada, Frank J. Ewart, de Los Angeles, Califórnia,
depois de muito procurar Deus em oração, teve a ele revelada, através da Palavra de Deus, a grande verdade relativa ao
plano da salvação: que Deus estava no seu Filho Jesus, reconciliando consigo o mundo (II Coríntios 5:19), e que o plano
simples da salvação tinha sido plenamente demonstrado pelo apóstolo Pedro Atos 2:38, 'Arrependei-vos e cada um de vós
seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Foi-lhe revelado.
além disso, que Jesus é a única porta de salvação, e que não há nenhum outro nome dado...pelo qual importa que sejamos
salvos (Atos 4:12).

Daniel C. O. Opperman foi editor de um folheto chamado 'The Blessed Truth' (A Bendita Verdade), o qual fez muito para
levar a verdade ao redor do mundo.
Oliver F. Fauss começou publicando uma sólida defesa, e. mais tarde, a consolidou com 'A Bendita Verdade'.
G.T.Haywood, um destacado ministro negro que manteve-se elevado entre todos os ministros pentecostais e santos,
publicou 'The Voice in the Wilderness' (A voz no Deserto). G.T. Haywood, um notável professor de Bíblia, e pastor de uma das
maiores igrejas pentecostais, publicou vários livros, os quais foram usados pelo Senhor para persuadir a muitos. Muitos
outros ministros e santos foram levados a lançar outras publicações e folhetos, os quais convenceram pessoas sinceras às
verdades da Bíblia, levando muitos a serem batizados no doce nome de Jesus, e ficarem cheios do Espírito Santo."" eles
começaram a organizar-se, e iniciaram um movimento que culminou em setembro de 1945. No Auditório de Keil, no centro
da cidade de St. Louis, as Assembleias Pentecostais de Jesus Cristo e a Igreja Pentecostal se uniram e formaram a Igreja
Pentecostal Unida." Conclusão
Cobrimos alguns dos pontos mais altos da História da Igreja. Brevemente, examinamos as vidas dos seus grandes líderes.
Mas, o mais importante, nós examinamos os heróis não decantados da História da Igreja... aqueles homens que deram suas
vidas e puseram sua reputação em risco para se manter de pé pela verdade do Deus Poderoso em Cristo... homens que
sofreram o ridículo, banimento, tortura e morte nas mãos daqueles que se diziam cristãos.

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