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São Paulo
2006
II
III
e a de meu amigo
AGRADECIMENTOS
Filho pela grande confiança, pela proposição do tema e pelas inúmeras e frutíferas discussões
Aos meus amigos tanto da Universidade de São Paulo quanto do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais. Em especial aos: Dra. Chou Chin Chan, Dr. Carlos Nobre, Dr. Marcelo
Selluchi e Gilvam Sampaio, por terem consentido e apoiado o meu afastamento. Ao Dr. Julio
Pablo Reyes Fernandez que meu ajudou na conversão dos bancos de dados do TRMM e ao
Dr. Prakki Satyamurty pelas agradáveis conversas sobre modelagem e dinâmica. E a tantos
pesquisa.
V
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo estimar o calor latente liberado na troposfera por
para o cálculo do conteúdo de massa de gelo e água presente na troposfera para classificar os
liberado foi estimado por meio do modelo adaptado de Tao et al (1990). Estes dois modelos
O MHCL foi adaptado para a escala global para estudar as grandes fontes de calor
à condensação e ao fluxo de chuva, 3,0 e 1,0 K h-1, respectivamente; e outro acima de 8 km,
MHCL foi superior ao NCEP e ao CSH por quantificar as grandes fontes de calor tropical. Os
resultados indicaram que a Indonésia é a maior fonte de calor nos trópicos (1,0 a 1,5 K dia-1),
com a energia gerada basicamente pela região estratiforme da convecção (2,0 K dia-1), apesar
de haver mais massa de água (> 0,32 g kg-1) e gelo (0,16 g Kg-1) na África. A Monção na
Índia aquece a atmosfera a uma taxa de 1,0 K dia-1 no período ativo e é modulada pela região
ABSTRACT
The objective of the present study is to estimate the latent heat release in the
troposphere by means of the precipitation radar (PR) onboard the TRMM satellite. Firstly, the
study was concentrated in the Rondônia area during the TRMM/LBA experiment where it
was analyzed PR and SPOL measurements to obtain dispersions relations of the first to
estimate water and ice contends of precipitating and non-precipitating systems and convective
and stratiform systems. The latent heat release was estimated from a adapted modelby Tao
(1990). These two models were named Hydrometeor Model and Latent heat release (MHCL).
The MHCL was then adapted to study the main heat sources in the tropics on a global
scale. Two vertical maxima were obtained. The first one at 3 km altitude was associated to the
condensation process and rain flux in the convective region, 3.0 and 1.0 K hr-1, respectively.
The second one (0.9 K hr-1) at 8 km altitude was associated to ice deposition in the stratiform
region. Globally, MHCL results are better than NCEP and CSH in terms of the magnitude of
the large tropical heat sources. Results also indicate that Indonesia is the greatest heat source
in the tropics with heating rates between 1.0 and 1.5 K day-1 due to the stratiform region in
convective systems (2.0 K day-1) in spite of a higher water contend (> 0,32 g kg-1) and ice
(0,16 g kg-1) in Africa. The Monson in India heats the atmosphere at a rate of 1.0 K day-1 and
is modulated the stratiform region of the convection. The West Pacific heat source of the
ÍNDICE
1 - INTRODUÇÃO 1
2 - METODOLOGIA 8
2.1 - Dados 9
2.2 – Método de interpolação 10
2.3 – Classificação dos sistemas estratiforme e convectivo 11
2.4 – Comparação entre os perfis do TRMM e do SPOL 12
2.5 – Estimativa do conteúdo de agregados de gelo nos níveis abaixo da isoterma de
13
zero grau
2.6 – Estimativa do conteúdo de água para os níveis acima da isoterma de zero grau 15
2.7 – Estimativa do conteúdo de agregados e de cristais de gelo 16
2.8 – Estimativa do conteúdo de água de chuva e água de nuvem 19
2.9 – Modelo de aquecimento diabático devido à liberação de calor latente 20
2.10 – Adaptação do MHCL para os campos médios mensais 24
2.10.1 – Calculo do conteúdo de hidrometeoros 24
2.10.2 – Calculo da liberação de calor latente 25
3 - RESULTADOS 30
3.1 – Perfis médios de hidrometeoros 49
3.2 – Perfis médios de aquecimento diabático 63
3.3 – Estudo de caso : O furacão Catarina 75
3.4 – Aplicação do MHCL em escala global 96
3.4.1 – Parâmetros médios de β e a cobertura do PR 96
3.4.2 – Distribuição horizontal da taxa de precipitação 98
3.4.3 – Distribuição horizontal de hidrometeoros 103
3.4.4 – Distribuição horizontal e vertical da taxa de aquecimento diabático 122
4 – COMENTÁRIOS FINAIS E CONCLUSÕES 159
5 – BIBLIOGRAFIA 163
APÊNDICE A – PERFIS DE HIDROMETEOROS E DE PLCL 174
APÊNDICE B – PLCL DO FURACÃO CATARINA 189
APÊNDICE C – CAMPOS MÉDIOS GLOBAIS DE AQUECIMENTO DIABÁTICO 193
VIII
Lista de Figuras
pag.
Figura 6 - Perfil médio de µ ajustado (clc) e estimado (rgr) a partir da Eq. 1.15 e com 47
dados de medições do sensor TMI obtidas em Rondônia durante o LBA/TRMM. O eixo
vertical esquerdo indica a altitude em km e o esquerdo a pressão em hPa.
Figura 8 - Perfil médio de conteúdo do total de gelo (g Kg-1) da região convectiva (CVC) 53
estimado para os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia para um caso de uma
distribuição dependente µ (não exponencial). O eixo vertical esquerdo indica a altitude
em km e o direito a pressão em hPa. O eixo horizontal está em g Kg-1.
Figura 9a - Perfis médios de conteúdo de água de chuva, de nuvem e total de água (g Kg- 56
1
) da região estratiforme (EST) estimados para os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia
para um caso de uma distribuição dependente (não exponencial). O eixo vertical
esquerdo indica a altitude em km e o direito a pressão em hPa.
Figura 11 – Similar a Fig. 9, exceto para a região convectiva (CVC) com proporção 62
entre água e gelo dada em Iguchi et al (2000).
Figura 13 – PLCL médio da região estratiforme (EST) (A) e convectivo (B) estimado 70
para os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia, com a contribuição devido à deposição
em cristais (DepC) e agregados (DepA), derretimento (Dert), condensação de gotículas
de nuvem (CondN) e gotas de chuva (CondC) e evaporação (Evap). Todos os termos
estão K h-1. O eixo vertical esquerdo indica a altitude em km e o direito a pressão em
hPa.
Figura 20 – PLCL médio das regiões convectiva (CVC), estratiforme (EST) e total 93
(Total) do Furacão Catarina no dia 24 de Março de 2004 as 1213 UTC (A) e 27 de
Março de 2004 as 0611 UTC (B) e as 1100 UTC (b). O eixo vertical esquerdo indica a
altitude em km, o direito a pressão em hPa e o horizontal o PLCL em K h-1.
X
Figura 22 - Taxa de precipitação total (A), convectiva (B) e estratiforme (C) média de 100
Dez/1997 a Nov/2002 no nível de 2 km de altitude. Valores com altas (baixas) taxas de
precipitação estão sombreados em cinza escuro (claro). A escala está em mm h-1 e a
projeção é a do tipo Mollweide.
Figura 23 - Conteúdo água integrada entre 800 e 300 hPa da região estratiforme (A) e 104
convectiva (B), média mensal de Dez/1997 a Nov/2002. Valores com elevado (baixo)
conteúdo de água estão sombreados em cinza escuro (claro). A escala está em 102 g Kg-1
e a projeção é a do tipo Mollweide.
Figura 24 – Média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) das médias zonais dos perfis de 107
conteúdo de água de nuvem (A), de chuva (B) e total (C) estratiforme em g Kg-1 sobre a
Indonésia (topo), África (meio) e América do Sul (inferior). O eixo vertical indica a
pressão em hPa e o horizontal a latitude. Valores mais elevados de conteúdo de água
estão sombreados.
Figura 27 – Média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) das médias zonais dos perfis de 118
conteúdo de cristais (A), de agregados (B) e total de gelo (C) estratiforme em g Kg-1
sobre a Indonésia (topo), África (meio) e América do Sul (inferior). O eixo vertical
indica a pressão em hPa e o horizontal a latitude. Valores mais elevados de conteúdo de
água estão sombreados.
Figura 28 – Similar a Fig. 27 só que para o total de gelo da região convectiva. 121
Figura 29 - Parâmetro coef da região estratiforme (A) e convectiva (B), média mensal de 123
Dez/1997 a Nov/2002. Valores com maiores (menores) valores de coef estão sombreados
em cinza escuro (claro). A escala está em 103 s-1 e a projeção é a do tipo Mollweide.
Figura 30 – Média entre Dez/1997 e Nov/2002 do perfil global de coef_evp (h-1) obtido 125
por meio do resíduo entre o MHCL e o NCEP por meio da Eq. 1.25.
Figura 31 - Média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) da taxa de aquecimento diabático 129
estimado pelo MHCL (A), NCEP (B) e CSH (C) no nível de 800 hPa. Tons em marrom
indicam valores positivos maiores que 0,25 K dia-1 e em azul menores que –0,25 K dia-1.
A projeção é a do tipo Mollweide.
Figura 34 – Perfil médio meridional entre 10°S e 10°N da taxa de liberação de calor 141
latente em K dia-1 média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) estimada pelo MHCL (topo),
NCEP (centro) e CSH (inferior). Tons em marrom indicam valores positivos maiores
que 0,25 K dia-1 e em azul menores que –0,25 K dia-1. O eixo vertical indica a pressão em
hPa e o horizontal a longitude.
Figura 37 – Similar a Fig. 36 só que para a diferença entre o CSH e o NCEP (linha azul) 145
e o MHCL e o NCEP (linha vermelha).
Figura 38 – Média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) da taxa de aquecimento diabático 147
(K dia-1) integrado na vertical (800 a 300 hPa) para os meses de Dez/Jan/Fev (DJF) e
Mar/Abr/Mai (MAM) (A) e Jun/Jul/Ago (JJA) e Set/Out/Nov (SON) (B) estimado pelo
MHCL para a América do Sul e África (A). Tons em marrom indicam valores positivos
maiores que 0,25 K dia-1 e em azul menores que –0,25 K dia-1. A latitude é indicada no
eixo vertical é a longitude o horizontal. Projeção Mercato.
Figura 40 – Evolução ao longo de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) da taxa de aquecimento 153
diabático sobre a Índia (10°N a 25°N, 80E e 100E) para a região estratiforme (A),
convectiva (B) e o total (C). Tons em marrom indicam valores positivos maiores que 0,1
K dia-1 e em azul menores que –0,1 K dia-1. O eixo vertical indica a pressão em hPa.
Figura 41 – Média zonal do aquecimento diabático (K dia-1) integrado na vertical (800 a 154
300 hPa) médio de cinco anos (Dez/97 a Nov/02). O eixo vertical indica a taxa de
aquecimento e o horizontal a latitude.
Figura 42 – Media de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) da contribuição dos sistemas 156
sazonais no aquecimento diabático integrado (800 a 300 hPa). Tons em marrom indicam
valores positivos maiores que 0,25 K dia-1 e em azul menores que –0,25 K dia-1. A
projeção é a do tipo Mollweide.
Figura 44 – Média para os meses de Dez/97 e Jan e Fev/98 da taxa de aquecimento 158
diabático integrado na vertical (800 a 300 hPa) representando o El-Niño de 97/98 como
estimado pelo MHCL. Tons em marrom indicam valores positivos maiores que 0,25 K
dia-1 e em azul menores que –0,25 K dia-1. A projeção é a do tipo Mollweide.
Figura A.1 - Perfis médios de conteúdo de agregados, cristais e total de gelo (g Kg-1) da 175
região estratiforme (EST) estimados para os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia para
o radar SPOL. O eixo vertical esquerdo indica a altitude em km e o direito a pressão em
hPa.
Figura A.2 - Perfis médios de conteúdo de água de chuva, de nuvem e total de água (g 177
Kg-1) da região estratiforme (EST) estimados para os meses de Jan e Fev/1999 em
Rondônia para o radar SPOL. O eixo vertical esquerdo indica a altitude em km e o
direito a pressão em hPa.
Figura A.5 – PLCL estimado com o MHCL, médio de 200 varreduras do SPOL na 183
região estratiforme (EST) entre os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia, com a
contribuição devido à deposição em cristais (DepC) e agregados (DepA), derretimento
(Dert), condensação de gotículas de nuvem (CondN) e gotas de chuva (CondC) e
evaporação (Evap). Todos os termos estão K h-1. O eixo vertical esquerdo indica a
altitude em km e o direito a pressão em hPa.
Figura A.6 - PLCL médio da região estratiforme (Q(EST)), da convectiva (Q(CVC)) e 185
do total (Q) estimado para os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia pelo radar SPOL.
Todos os termos estão K h-1. O eixo vertical esquerdo indica a altitude em km e o da
direita em hPa.
Figura A.7 – Similar a Fig. A.5 só que para 15 passagens do TMI. 186
Figura B.1 – PLCL convectivo (CVC) e estratiforme (EST) do furacão Catarina para o 190
dia 23/03/2004 as 1213 UTC, com a contribuição devido à deposição em cristais (DepC) e
agregados (DepA), derretimento (Dert), condensação de gotículas de nuvem (CondN) e
gotas de chuva (CondC) e evaporação (Evap). Todos os termos estão K h-1. O eixo
vertical esquerdo indica a altitude em km e o direito a pressão em hPa.
Figura B.2 – Similar a Fig. B.1 só que para o dia 27/03/2004 às 0611 UTC. 191
Figura B.3 – Similar a Fig. B.1 só que para o dia 27/03/2004 as 1100 UTC. 192
XIII
Figura C.1 – Média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) da taxa da fonte aparente de calor 193
estimado pelo NCEP no nível da 800 hPa (A), 500 hPa (B) e 300 hPa (C). Tons em
marrom indicam valores positivos maiores que 0,25 K dia-1 e em azul menores que –0,25
K dia-1. A projeção é a do tipo Mollweide.
Figura C.2 - Média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) da taxa de aquecimento diabático 196
inegrado na vertical estimado pelo MHCL (A), NCEP (B) e CSH (C) no nível de 800
hPa. Tons em marrom indicam valores positivos maiores que 0,25 K dia-1 e em azul
menores que –0,25 K dia-1. A projeção é a do tipo Mollweide.
Figura C.3 - Perfil médio meridional estratiforme entre 10°S e 10°N dos termos 200
Deposição de cristais (topo), evaporação de gotículas de nuvem (meio) e condensação de
água de nuvem (inferior), média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02). Tons em marrom
indicam valores positivos maiores que 0,25 K dia-1 e em azul menores que –0,05 K dia-1.
O eixo vertical indica a pressão em hPa e o horizontal a longitude.
Figura C.4 – Similar a C.3 só que para a condensação da água de nuvem (topo) e água 201
de chuva (inferior) da região convectiva.
Figura C.5 - Evolução temporal da taxa de liberação de calor latente integrada 202
verticalmente (800 e 300 hPa) e meridionalmente, estimada pelo MHCL (linha
vermelha), NCEP (preta) e CSH (azul) para áreas sem evaporação de gotículas de
nuvem. No topo, média zonal de 0° a 25°N, no meio de 0° a 25°S e no inferior de 25° N a
25°S. A falha em Ago/01 foi causada pela mudança de órbita do TRMM e que gerou
problemas nos dados. O eixo vertical indica a taxa de aquecimento em K dia-1.
Figura C.6 – Similar a C.9 só que para as regiões onde há evaporação de gotículas de 203
nuvem. O CSH não é incluso.
XIV
Lista de Tabelas
pag.
Tabela 3 - Parâmetros α e β da relação de dispersão obtidos para Eq. 1.3 a partir dos 40
dados do SPOL e corrigidos com o PR medido durante do LBA/TRMM em Rondônia
durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 1999.
Lista de Símbolos
BB Banda Brilhante
c Condensação
Cc Percentual de cristais
cp Calor específico
cor Correlação
cov Covariância
CVC Convectivo
Dg Diâmetro do graupel
Dv Difusividade do vapor
e evaporação
EST Estratiforme
g Aceleração da gravidade
h Altura do hidrometeoro
HH Hydrometeor Heating
HN Hemisfério Norte
HS Hemisfério Sul
Kt Difusividade do calor
Km Quilometro
ma Conteúdo de água
mi Conteúdo de cristais
N0 Parâmetro de interceptação
P0 Taxa de precipitação
PR Precipitation Radar
Research Meteorology
Q2 Sumidouro de vapor
Re Número de Reynolds
RO Rondônia
T Temperatura do ar
Response Experiment
V Velocidade terminal
Vc Volume de cristais
Vg Volume de agregados
z Escala de altura
infinito
µm micrometro
η Viscosidade dinâmica
ρ Densidade do ar
ρx Densidade da água
1 – INTRODUÇÃO
de grande escala (Simpson, 1988), sendo o seu modulador (Tao et al, 2001). Estes processos
podem afetar a circulação de latitudes médias (Sui e Lao, 1989) e são responsáveis pelo
balanço de calor na atmosfera tropical (Riehl e Malkus, 1958; Yanai et al, 1973).
calculado por meio das fontes e sumidouros de calor. Portanto, dependente da magnitude da
estimativa deste termo permite sua utilização em modelos atmosféricos de grande escala (Hou
et al, 2001).
A importância global dos trópicos como fonte de calor foi determinada por Riehl e
Malkus (1958) por meio do estudo da circulação média meridional e o respectivo transporte
de calor de latitudes baixas para médias e altas. Este transporte é maior em 15° de latitude por
causa do máximo do vento meridional. Riehl e Malkus (1958) demonstraram que as nuvens
convectivas profundas poderiam transportar o calor latente liberado pela mudança de fase
convecção cumulus (CC) deveria ser parametrizada em modelos de grande escala, por ocorrer
numa escala menor do que a resolvida pelos modelos de circulação geral e pela velocidade
papel da convecção tropical nestes modelos, cuja interação entre a circulação de grande escala
e a CC era complexa e dominada por processos não lineares (Kuo et al, 1997). A primeira
tentativa de inclusão do efeito da CC foi de Charney e Eliassen (1961), que estudaram o efeito
confiável para melhor representar a sub-grade do modelo foi proposto por Kuo (1965, 1974).
escala. Parte da convergência de umidade é utilizada para umidificar e a outra para aquecer
modernos, entre eles o modelo ETA do CPTEC, Cachoeira Paulista. Arakawa e Schubert
(1974) propuseram um esquema mais complexo, onde o efeito da subsidência entre nuvens na
sub-grade, além da umidificação causada pela evaporação e esfriamento gerado por gotas
d’água (e cristais) no topo de nuvens deveria ser considerado. O modelo, entretanto, requer
um alto poder computacional. Este fator limitante, de certa forma, foi contornado por uma
Suarez, 1992).
Nas décadas seguintes diversos modelos foram desenvolvidos para calcular o efeito da
CC e do impacto da liberação de calor latente nos modelos de circulação geral. Todavia, até a
presente data ainda não se chegou a uma teoria geral sobre a parametrização de cúmulos (Kuo
et al, 1997).
Entre estes modelos, cita-se o GPROF e o FSU (Tao, 1993b). Estes modelos, inicialmente,
Este trabalho visa este cálculo já que, até o lançamento do Tropical Rain Measurement
Mission (TRMM), a única maneira de se obter o conteúdo hidrometeoros era por meio de
modelagem.
3
A atmosfera tropical possui três grandes fontes de calor: América do Sul, África e
Indonésia (Krishnamurti, 1973). Estas três fontes são os ramos ascendentes da circulação
modeladas desde a década de 1970. Estas fontes têm uma relativa variabilidade temporal e
podem ser moduladas por sistemas extra-tropicais (DeMaria, 1985) ou pelo relevo (Gandu e
Geisler, 1991). Elas também geram ondas e padrões de circulação que se propagam ao longo
da troposfera superior (Silva Dias et al, 1983, Gandu e Silva Dias, 1998).
Até o advento dos satélites ambientais, a amostragem temporal e espacial dos sistemas
Ku (13,796 e 13,802 GHz), que permitem uma alta resolução espacial. Porém, com baixa
sensibilidade (14,0 dBz) (Kozu et al, 2001). O PR é composto por uma antena em forma de
painel (2,3 m x 2,3 m), um transmissor, um receptor e um processador de sinal, entre outros.
A antena é subdividida em 49 unidades e obtem 32 amostras a cada 1,67 µs para cada unidade
e para cada freqüência (Iguchi et al, 2000). Cada unidade tem uma abertura de 0,71°, o que dá
uma cobertura total de 215 km de largura e resolução horizontal na superfície de 4,3 km. Em
agosto de 2001, esta resolução caiu para 5,0 km com a elevação da altura do TRMM. Cabe
devido às suas características orbitais. Apesar desta deficiência, o TRMM tem gerado um alto
volume de amostragens nos últimos anos e nunca obtido (Lang et al, 2003).
4
conteúdo de hidrometeoros e do calor latente das regiões tropicais e parte das subtropicais.
diabático por liberação de calor latente, ou PLCL. O modelo utilizado para obtenção do PLCL
foi o desenvolvido por Tao et al (1990), que o criou para ser aplicado em modelos de escala
cúmulo.
Este modelo foi testado com dados do experimento GATE e com os perfis gerados por
um modelo não hidrostático. O modelo usa os perfis verticais de água de nuvem e chuva e de
Em geral, o modelo concordou bem com os perfis de aquecimento gerado pelo modelo
não hidrostático usado como referência. Ambos mostraram um máximo de aquecimento nos
níveis acima deste nível na região estratiforme. Este último era acompanhado por um
explicado pela condensação de água de chuva e o segundo pela deposição de gelo. Quanto à
magnitude, o modelo superestimou o aquecimento no nível mais baixo (2,2 K h-1 contra 1,8 K
h-1). O esfriamento devido à evaporação de gotas também foi maior do que no modelo de
referencia.
Tao et al (2001) estimou a taxa de liberação de calor latente com dados do sensor PR e
fevereiro de 1998, fazendo um estudo em seis áreas pré-selecionadas. Foram usados três tipos
5
precipitação gerados pelo GPROF. Neste último, as radiâncias simuladas pelo modelo são
comparadas às observadas pelo TMI em seus diversos canais. O GPROF também gera o seu
próprio PLCL. Os dados do PR também são usados no modelo CSH que usa as informações
O CSH utiliza uma tabela com o perfil típico de PLCL normalizado pela precipitação.
Ela é usada como base para o ajuste do perfil. No estudo os autores utilizaram dois perfis
típicos, um para áreas oceânicas e outro para áreas continentais. Sendo estes perfis usados nas
seis áreas pré-selecionadas. Numa outra simulação, os perfis típicos de taxa de liberação de
calor latente, destas áreas, foram usados e comparados com os resultados anteriores.
Norte. O mesmo ocorreu com o CSH, tanto utilizando os dados do TMI como do PR, sobre a
Ásia e América do Norte. O HH não foi capaz de reproduzir as áreas como forte esfriamento
sobre os oceanos e aquecimento sobre terra no nível de 2 km, como gerado pelos demais.
produziram dois máximos, com a variação da altura desta menos sensível a atividade
trabalho é fundamentada na técnica Steiner e Houze (1998), que utiliza o gradiente horizontal
classificação. Em conjunto com esta é utilizada uma classificação vertical que verifica a
O modelo desenvolvido por Tao et al (1990) - Tao90 - será adaptado para a estimativa
dos PLCL instantâneos, algo inédito. Também será considerado o uso das constantes de
sublimação e fusão para o cálculo do calor liberado durante a precipitação de gelo, não
campos de hidrometeoros tais como: cristais, gelo, água de nuvem e de chuva, que serão
usados para o calculo do PLCL. O conjunto formado pelo modelo de hidrometeoro e de PLCL
presente estudo, a comparação será feita com o radar SPOL do Experimento TRMM/LBA em
Rondônia (RO) e que esteve ativo entre os meses de Janeiro e Fevereiro de 1999.
kg-1) pelo SPOL, como ponto de partida para se obter o conteúdo destes, a partir dos campos
O modelo MHCL, por fim, será adaptado para a escala global. Nesta etapa serão
estimada a taxa de aquecimento médio mensal levando-se em conta a cobertura média mensal
O período analisado vai de Dez/1997 até Nov/2002, com dados médios mensais. Na
etapa inicial, tanto o modelo de hidrometeoros quanto o de liberação de calor latente, a partir
Por fim, serão analisados os PLCL globais e sua variabilidade sazonal e interanual.
Como base de comparação serão utilizados os valores de PLCL obtidos a partir dos dados
médios mensais da re-análise do NCEP para o cálculo das fontes aparente de calor e
sumidouros de vapor, conforme definido por Yanai et al (1973) e as estimativas feitas com as
2 – METODOLOGIA
O SPOL/RO opera na faixa de freqüência entre 2,7 a 2,9 GHz com polarização
horizontal e vertical que gera um pulso de 1,2 Mw com PRF entre 325 a 1300 Hz. A
sensibilidade é de -10 dBZ, muito maior do que a do radar do TRMM/PR (14,5 dBZ). O
efeito dos lóbulos secundários é reduzido e os canais verticais e horizontais são bem isolados,
diferencial); Zdp (diferença de refletividade); Kdp (diferencial de fase específica); LDRhr (razão
2.1 – Dados
Houve vinte varreduras de ambos com precipitação medida. Somente quatro delas com
diferença temporal entre as varreduras de ambos o SPOL e o PR menor do que cinco minutos.
altura média da Banda Brilhante, o número total de dados registrados por grade e por altura no
mês. Todos os dados acima foram separados de acordo com sua classificação em convectivo e
estratiforme.
(http://lake.nascom.nasa.gov/data/dataset/TRMM/01_Data_Products/)
10
Neste endereço eletrônico, todos os campos com índice 2 (ex. 2a23, 2a25) se referem a
uma órbita específica. Já os campos com índice 3 (ex. 3a25, 3a23) são médios mensais e estão
Para efeito de comparação foi calculada a fonte aparente de calor (Q1) e sumidouro de
vapor (Q2) conforme definido por Yanai (1973). Estes termos foram obtidos por meio dos
usado nos campos mensais foi o de Dez/1997 a Nov/2002. Os dados foram reduzidos para
Os dados orbitais gerados do TRMM/PR estão numa grade irregular, com média de
corretamente compará-los, se fez uma interpolação para uma grade de 0,04 graus, onde todo o
dado dentro foi utilizado para obter o valor médio, de acordo com:
i =n
∑f i
fm = i =1
i =n
1.1
∑N
i =1
i
onde,
para uma melhor estimativa de uma relação de dispersão (Iguchi et al, 2000) e para uma
(Brown, 1979; Leary e Houze, 1979a; Lang et al, 2003; etc.), responsáveis importantes
padrões atmosféricos de grande escala (Silva Dias, 1983; De Maria, 1985; Gandu e Geisler,
intensidade da variável a ser classificado com o valor médio da mesma dentro de uma área no
seu entorno. A classificação é feita para níveis abaixo da isoterma de 0°C, normalmente sendo
o nível de 3 km. Os pontos de grade que superam o limite de 40,0 dBz são automaticamente
classificados como convectivos. Esta técnica foi desenvolvida por Steiner et al (1995) e é uma
quantificação dos PLCL’s. Apesar das diferenças encontradas, quanto à magnitude desta
última, a estrutura vertical (convectivo e estratiforme) não apresentou diferença. Também foi
apontado que devido à falta de dados é virtualmente impossível justificar o uso de uma
Conforme já foi bem posto por Bolen e Chandrasekar (2000), a comparação ponto a
ponto entre um radar de terra e outro orbital pode gerar falsos gráficos de dispersão. Sendo
esta fonte de erros devido a variações na altura do satélite e diferenças na forma de varredura.
negativo, sempre.
Assim sendo, fez-se no presente estudo a correlação entre os valores médios de cada
CAPPI (Constant altitude plan position indicator), entre os sinais do SPOL/RO e do PR. A
correlação foi obtida a partir do valor médio do sinal original numa área quadrada de 200 por
200 km com centro no radar SPOL. Também foi suposto que a diferença entre o sinal
recebido por um radar banda-S e um outro banda-Ku fosse desprezível para valores baixos de
Z pr = Z spol
b
onde,
Aplicando uma função logarítmica e multiplicando por um fator de 10; a função ficaria
onde,
refletividade que em tese é uma simulação do sinal recebido pelo PR, foi correlacionado com
mh = αZ prβ 1.3
onde,
Esta função obedece a formula clássica de dispersão, sendo utilizada para o computo
2.5 - Estimativa do conteúdo de agregados de gelo nos níveis abaixo da isoterma de zero
Grau.
Nas camadas de nuvens que se encontram acima do nível de degelo, são encontrados,
agregados (neve, graupel e granizo). A partir do nível de derretimento, tem início o degelo
aquecimento gerado pela condensação da fase líquida (Tao et al, 1990). Entretanto, este já é
Portanto, é de grande importância ter uma boa estimativa até onde se pode encontrar
agregados em sistemas estratiformes. Para se obter a massa derretida, estimou-se esta a partir
(1989), se supõem que todo o calor liberado pelo derretimento da superfície do graupel é
unicamente usado para resfriar a atmosfera ao redor, por meio da difusão de calor e
(L f + cwT )
dm
= 2πDg f (Re)[K T T − Lv Dv ∆ρ ] 1.4
dt
onde
(g cm-3);
f (Re) = 1 + 0,22 * N Re
0, 5
1.5
onde,
Re é o número de Reynolds.
interceptação de 0,04 cm-4 (Smith, 1975). O termo dt é obtido a partir da velocidade terminal
do graupel.
2.6 - Estimativa do conteúdo de água para os níveis acima da isoterma de zero grau.
resfriada foi calculado para os níveis acima da linha de derretimento. Para o cálculo, usaram-
se os parâmetros da relação de dispersão para fase líquida (Eq. 1.3), aplicando-os por toda a
A estes valores é aplicado um fator ponderador que corrige o conteúdo de água. Já que
a Eq. 1.3 é valida somente para um meio sem mistura com gelo. O fator ponderador seguiu,
em parte, a aquele dado em Iguchi et al (2000). Neste artigo, a proporção de água líquida é de
0,17 na BB, ou no nível de degelo, quando não houver esta última. De 0,017, 500 m acima da
BB, ou de 750 m, quando não houver BB (o que é sempre o caso do setor convectivo), e de
Porém, como foi visto durante a análise, as proporções propostas por Iguchi et al, não
se ajustam, pelo menos no que se refere ao setor convectivo, com aquelas derivadas por meio
do sensor TMI para região de Rondônia. Nesta região, a proporção de água nas camadas
acima do nível de degelo é bem maior do que aquela utilizada para se estimar a taxa de
16
precipitação no PR/TRMM (que foi usada em Iguche et al, 2000). No nível de degelo, a
proporção é de 0,50, decrescendo somente para 0,42, 750 m acima deste e chegando a 0,010
no topo das nuvens. Durante a análise será mostrada a diferença entre os perfis obtidos com as
duas proporções.
Do conteúdo total de gelo, parte deste é composto por cristais e parte por agregados.
que cristais. Segundo Gagin (1971, apud, Pruppacher e Klett, 1978), a concentração cresce
em um fator de dez, a partir de 0,01 cristais por litro, para nuvens com temperaturas de topo
da ordem de -5°C, a até 10 partículas por litro com nuvens com temperaturas de topo da
ordem -25°C.
Heymsfield (2003) estudou o comportamento dos cristais de gelo obtido por balões
sonda, aviões, para as regiões tropicais e temperadas. Ele estudou o comportamento dos
N = N 0κ (D , µ )e λD 1.6
onde,
µ
Γ(4) (3,67 + µ ) ( 4+ µ ) D
κ (D , µ ) = 1.7
3,67 4 Γ(4 + µ ) Dm
onde,
3,67 + µ
Dm = 1.8
λ
1
Γ( µ + 4) = ∫ (− ln(t )) ( µ + 4−1) dt 1.9
0
vertical. Para a relação entre parâmetro de inclinação (λ) e a temperatura ele propôs duas
relações:
1.10
18
Todas estas relações são válidas para as regiões tropicais monitoradas pelo
PR/TRMM.
Com base nas formulações 1.10 a 1.13, calculou-se a distribuição de cristais de gelo
dada pela relação de DTG (Eq. 1.6). Como limiar de separação entre cristais e agregados
cristais de gelo, calculou-se o volume contido entre cada limiar, conforme relação abaixo:
Cc = Vc /(Vg + Vc ) 1.14
onde,
19
Cc é o percentual de cristais,
Vc é o volume de cristais, e
Vg é o volume de agregados.
calculado pelo sensor TMI, também instalado no TRMM. Fez-se uma média na área e em
cada nível com observação, do conteúdo de água de chuva e de nuvem estimado por este
sensor para Rondônia. Com base na razão entre as duas massas médias, supôs-se que haveria
D240
mn
∑ κ ( D, µ ) D ( µ ) e ( λ
D0
− D)
= D5000
1.15
mc
∑ κ ( D, µ ) D
D240
( µ ) ( −λD )
e
onde,
1
πρ N Γ(4 + µ ) 4+ µ
λ = x 0 1.16
6 ρq x
onde,
ρ é a densidade do ar (g cm-3).
por Viltard et al (2000) em 0,017 cm-4 para nuvens convectivas e 0.048 para nuvens
estratiformes.
O modelo utilizado para o calculo do aquecimento diabático foi proposto por Tao et al
(1990), que utiliza os fluxos verticais dos hidrometeoros precipitantes (agregados e chuva), e
parte da massa dos ditos não precipitantes (cristais e gelo), para calcular a energia liberada
basicamente resultante dos fluxos verticais (Tao et al, 1990; Smith, 1994).
21
dT L dm
=− V 1.17
dt c p dz
onde,
N Reη
V= 1.18
Dρ
onde,
em função da altitude.
Response Experiment), entre os níveis de 4 e 6 km, o congelamento responde pela maior parte
22
mi
corr = 1.19
mi + ma
onde,
mi é a conteúdo de cristais.
dT
dt
[ ]
= − Ls corr + L f (1 − corr ) )
V dm
c p dz
1.20
onde,
vapor sobre agregados, e cujo processo seria mais importante entre 6 e 9 km de altura. O
segundo termo seria devido ao congelamento de gotas d’água super-resfriadas capturadas por
estes agregados.
estimada de cristais de gelo e água de nuvem. Como já salientado, nem toda a massa presente
é usada para aquecer a atmosfera instantaneamente. Alias, parte dela é preexistente em virtude
instantaneamente estaria condensando ou sublimando, no caso da fase gelo, foi estimada pelo
Posteriormente, Tao et al, (1993b) elaboraram uma forma menos empírica para estimar
este parâmetro. Segundo os autores, a massa que instantaneamente seria usada para aquecer a
atmosfera poderia ser estimada a partir da taxa de aquecimento. Estimado a partir da taxa de
topo
Lv dT
P0 − ∫ ρ ∆z
cp dt
coef = base
1.21
topo
Lf Ls
∫base ρ c p mn + c p mi ∆z
onde,
dT L
= coef (m) 1.22
dt c p
onde,
m (g g-1) é o valor médio do conteúdo de água de nuvem ou cristal entre os níveis zk+1-
zk-1.
24
região estratiforme e a evaporação na região convectiva são da ordem de três vezes menores
estratiforme, separadamente.
Porém, estes agora precisam ser adaptados para os campos médios mensais. A primeira fase
seguinte: Se um dado valor médio mensal de refletividade fosse aplicado à relação 1.3, o valor
média mensal dos hidrometeoros? Certamente que sim. Porém, qual seria o grau? Para
resolver este dilema, fez-se uma simulação com os dados medidos em Rondônia.
n
β'
∑Zβ = Z
1
1.23
25
Entretanto, como será visto adiante, apesar da diferença entre β e β’ ter ficado na
substituído por β’, foi da ordem da quinta casa decimal para menos. Ou seja β’ e β são
virtualmente idênticos.
de calor latente (PLCL). O MHCL foi adaptado e aplicado para a escala global. A estimativa
Porém, para se estimar a correta liberação de energia devida a cada um dos componentes
(água e gelo), algumas consideração tiveram que ser feitas. A primeira delas foi a de
TRMM tem uma órbita com uma inclinação tal que o seu apogeu ocorre em 35.0°N/S de
latitude e um tempo de órbita de 91,3 min. Depois de Agosto de 2002, o tempo de órbita
aumentou para 93,0 min, com a colocação do satélite em uma órbita mais elevada.
Em um dia, o TRMM perfaz 15,8 voltas em torno do globo, varrendo, com o sensor
PR, uma largura de 211 km (245 depois da mudança da altura da órbita). Dado às
características orbitais, na região equatorial, o sensor PR passa, em média, uma vez por dia
em uma área de 5° x 5° graus (Lin et al, 2002). Esta freqüência de varredura aumenta pouco
até a latitude de 20°. A partir desta faixa, a freqüência cresce rapidamente, atingindo valores
de 75 varreduras médias por mês em 35,0° e depois caindo rapidamente no limite superior da
órbita. Ou seja, em média, em um dia, a área coberta do globo é da ordem de 44% da área
26
total entre 37,5°N/S. Lin et al (2002) também observaram que há mais varreduras no período
No presente trabalho, com dados médios mensais com resolução horizontal de 5°, o
sensor PR, ao passar sobre uma área qualquer, varre apenas parte desta área, perdendo
diferentes varreduras, por meio do valor das passagens mensais em cada ponto de grade pelo
número de pontos de grade. Como o radar passa duas vezes sobre uma mesma faixa
equatorial, o número de pontos é multiplicado por dois. Uma outra forma de se calcular seria
estimar a área de varredura do sensor PR numa dada faixa de latitude e dividi-la pela área
total do anel entre as duas latitudes. Concluindo, a área estimada do número de dados numa
a N (k ) 1
prc(k ) = 1.24
A(α ) per (α ) 24
N(k) é o número de dados em um mês numa área de 5°x5° em uma determina altura k;
intervalo de uma hora numa área de 5°x5°. O fator 1/24 faz com que a amostragem fique
numa amostragem horária. O satélite TRMM realiza 474 órbitas por mês, o que equivale a um
dia de medições a cada três minutos de um satélite geo-estacionário (ou seja, 1440 min sobre
474).
27
energia liberada por cada hidrometeoro seguiu alguns critérios. Por exemplo, quando se
calculava evaporação devido a gotas precipitantes (Evap) em um determinado local, não era
calculada a energia liberada pela condensação de gotículas de nuvem (CondN), mesmo que
escala global, mas a proporção entre os locais com evaporação e condensação na região
de referência para o estudo. Nesta, a razão entre evaporação e condensação foi da ordem,
respectivamente, de 60% e 40%. Porém, com a primeira proporção diminuindo com a altura e
chegando a quase zero nas camadas logo abaixo da linha de degelo. Todavia, estes resultados
são válidos apenas para aquela região, já que há regiões onde claramente há uma
E ainda as regiões de convecção extra-tropicais. Assim, preferiu-se iniciar com 50% em 800
hPa (~2 km) para cada termo, com uma extrapolação até o nível de degelo, onde a
vapor (Q2) e de fonte aparente de calor (Q1), a partir dos dados das re-análises do NCEP. E,
outra de sumidouro de vapor (Q2). No primeiro a variação temporal da energia estática seca
(cpT+gz) é igual ao efeito da radiação de onda longa, que é normalmente negativa, mais o da
grande escala, sendo igual à condensação menos a evaporação mais a convergência vertical
calor latente, ou seja, Lv*[c-e] domina os outros dois termos nas médias espaciais e temporais
de longo período (Olson et al, 1999). Assim, estimando-se a energia liberada dada pelos
Por fim, como apontado por Tao et al (2001), o presente modelo não estimou o
deve, em grande parte, a uma incapacidade física do radar em somente ser sensível à gotas de
água ou gelo. Portanto, não há forma de se estimar o que é evaporado no espectro de gotas
pequenas. Apesar desta ser importante no setor estratiforme (Tao et al, 1990). No presente
estudo, esta deficiência foi minimizada, supondo-se que a massa de gotas de nuvem ou de
cristais evaporada/sublimada seria calculada nas áreas onde medida da região estratiforme
seria menor que a media mensal. Todavia, esta estimativa não permite avaliar a massa
convertida em vapor, instantaneamente. Desta forma, supôs-se que se esta conversão, ou seja,
um coef_evp também dado em s-1, seria inversamente proporcional ao termo coef e poderia ser
estimado a partir do resíduo entre o MHCL e o termo Q2 (supondo que o termo convergência
vertical do transporte turbulento de umidade seja muito pequeno nas áreas mais secas) no
[mn (k ) Lv(k ) + mi (k ) Ls (k )]
coef _ evp(k ) = (QMHCL − Q2 ) + coef 1.25
c p ( prc(k ) − prc(k ))
(K s-1);
Esta relação é valida somente para regiões onde prc(k) é menor que a média global e
para o setor estratiforme. Esta relação é válida se for considerada que áreas com menor
número de dados áreas são fontes de vapor. Daí, ao se subtrair da média global ( prc(k ) ),
3 - RESULTADOS
sobre a área de cobertura do radar SPOL. Porém, poucos com medições do satélite TRMM.
Destes eventos, somente em quatro, o intervalo entre as varreduras dos dois sensores foi
menor do que quatro minutos. Estes quatro conjuntos de medidas foram obtidos nos dias
Nestes quatro dias houve bastante convecção sobre o local de varredura. No dia 18/01, a
convecção esteve restrita a uma célula ao sudoeste e ao nordeste, com valores entre 24,0 e
28,0 dBz e 28,0 e 30,0 para os radares PR e SPOL, respectivamente. No dia 01, a
precipitação foi do tipo células convectivas isoladas e ao leste do SPOL, com refletividades
Rondônia nos dias 18/Jan e 01/02 de 1999 (A) e 03 e 24 de Fevereiro (B) durante o
Figura 2 – Continuação.
33
No dia 03/02 a convecção estava mais ampla, ocupando uma área maior do sudoeste e
o noroeste. Valores de refletividade de até 36,0 dBz foram medidas por ambos os radares ao
sudoeste e de até 40,0 dBz ao noroeste. No dia 24/02, a atividade convectiva esteve restrita
aos quadrantes sul e oeste. O SPOL mediu duas áreas com convecção e o PR três áreas.
Novamente, a área com a menor célula convectiva (ao oeste) era a que apresentava os maiores
valores de refletividade.
maior do que a do SPOL, com uma maior diferença no setor estratiforme. Este viés positivo é
facilmente explicado pelo efeito do retorno anisotrópico do sinal emitido pelo radar. Para
Bolen e Chandrasekar (2000), o efeito não-Rayleigh se torna mais importante para objetos
“iluminados” que tenham diâmetro maior que 1/16 avos do tamanho do comprimento de
anisotrópica. Para o SPOL, este efeito só ocorreria para hidrometeoros dez vezes maiores.
Efeitos de anisotropia são pequenos para radares com comprimento de onda maior do que 10
cm (Doviak e Zrnic, 1993). Assim sendo, a maior diferença na região estratiforme foi devido
A Banda Brilhante (BB) aparece claramente no radar PR que tem uma maior resolução
vertical que o SPOL (250 m contra 500 m). Ela ocorreu em três dos quatro dias estudados, e
ficou situada numa altitude de 4,5km, com refletividade máxima entre 24,0 e 28,0 dBz. No
diferença entre os dois perfis estratiformes foi da ordem de 2,0 dBz, com uma menor
diferença detectada no dia 03/02. A altitude do último sinal detectado na região estratiforme
34
foi de cerca de 8,5 km, com um mínimo de 16,0 dBz no dia 24/02 e máximo de 18 dBz no dia
01/02.
deve a forma irregular dos cristais de gelo que têm diferentes seções de retro-espalhamento
horizontal quando iluminados pelo feixe do radar PR (vertical) e um outro horizontal (SPOL).
mesmo após correções por meio das duas técnicas usadas no PR/TRMM, que é muito limitada
sobre os continentes (Iguchi et al, 2000). Todavia, não se podem desprezar problemas de
al, 2000).
35
Figura 3 – Perfis de refletividade médias (dBz) das regiões convectivas (cvc) e estratiforme (est)
medidos pelo PR e pelo SPOL durante o LBA/TRMM em Rondônia nos dias 18/01 (A), 01/02
(B), 03/02 (C) e 24/02 (D). O eixo vertical esquerdo mostra a altitude emkm e o direito a pressão
em hPa. O eixo horizontal mostra a refletividade em dBz.
36
Figura 3 – Continuação.
37
Figura 3 – Continuação.
38
Figura 3 – Continuação.
39
SPOL com o radar PR e o coeficiente de ajuste encontrado para a região de Rondônia com
base na Eq. 1.3. O coeficiente de correlação e respectivos coeficientes angulares das retas
estão na Tabela 2.
-0,16 e -0,95 dBz na região convectiva. Estes resultados concordam com os estimados por
maior para a chuva estratiforme (-2,17 dBz) e menor para a convectiva (-0.16 dBz).
adequado.
Líquidos Congelados
refletividades abaixo de 18,0 dBz ficaram acima da reta de ajuste; o que está relacionado ao
aumento da refletividade acima de 6,5 km. Nos níveis mais baixos ocorreu o inverso entre a
Nesta camada há uma grande concentração de agregados, tais como graupel e granizo,
pode ser devido à orientação dos hidrometeoros durante a queda. Como o feixe do radar PR é
graupel que tem a forma cônica. O mesmo se pode dizer do floco de neve presente na região
estratiforme. Como este último não apresenta uma forma definida, a orientação é mais caótica
Tabela 3 - Parâmetros α e β da relação de dispersão obtidos para Eq. 1.3 a partir dos
dados do SPOL e corrigidos com o PR medido durante do LBA/TRMM em Rondônia
durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 1999.
SPOL PR/TRMM
convectivo (água) 2,033 0,645 0,971 46488 1,889 0,654 0,972 29019
estratiforme (água) 3,192 0,578 0,995 248538 3,024 0,539 0,993 123662
convectivo (gelo) 6,373 0,545 0,992 18183 7,402 0,505 0,980 17787
estratiforme (gelo) 6,071 0,562 0,993 89103 6,262 0,509 0,986 72376
41
Figura 4 – Continuação.
43
para se obter a relação de dispersão dada entre o conteúdo de água e gelo pela Eq. 1.3. Foram
interceptação (α) e coeficiente angular (β); assim como o coeficiente de correlação entre os
pela Eq. 1.2. A diferença entre os parâmetros α e β obtidos para o PR/TRMM são similares
aos obtidos para o SPOL (Tabela 3). A Figura 5 mostram uma simulação da resposta para o
SPOL. O perfil convectivo apresentou uma diferença muito pequena para valores acima de
42,0 dBz, com erro médio da ordem de 0,01 g kg-1. No caso estratiforme foi um pouco maior,
porém, o erro também é pequeno; e também a maior parte dos ecos estratiformes se encontra
na faixa entre 18,0 e 27,0 dBz (Figura 4A) onde o erro é menor que 0,001 g kg-1.
PR com relação ao SPOL, com uma maior diferença na região convectiva (Fig. 5B). Esta
PR acima de 6,0 km de altitude (Figs. 3 e 4B) e que não foi levada em conta ao se estimar os
parâmetros da Eq. 1.3 para o PR com os dados corrigidos do SPOL pela Eq. 1.2.
Conseqüentemente, ao se calcular a Eq. 1.3, o conteúdo de gelo foi subestimado nos valores
Figura 5 – Simulação do conteúdo de água (A) e gelo (B) convectivo (CVC) e estratiforme (EST)
para o SPOL e o PR. A refletividade do PR foi calculada a partir da do SPOL com a Eq. 1.2. A
unidade do eixo vertical é g kg e o horizontal dBz.
45
Figura 5 – Continuação.
46
A Figura 6 mostra o parâmetro µ, da Eq. 1.6, estimado a partir dos dados do TMI com
a Eq. 1.15. Durante o desenvolvimento do presente trabalho, constatou-se não haver uma
metodologia da estimativa do parâmetro (µ). Desta forma, utilizou-se um método baseado nos
dados de conteúdo de hidrometeoros líquidos estimados a partir dos dados do satélite TRMM.
parâmetro λ (Eq. 1.16) dependente deste. A variável µ é obtida da integração da DTG entre
determinado a partir da solução numérica da Eq. 1.15, usando-se a relação entre massa de
gotículas e de gotas total média em cada nível estimada a partir dos dados do sensor TMI. A
variável µ esta relacionada com o deslocamento do espectro do máximo de gotas para uma
das extremidades. Por exemplo, µ negativo tende a uma maior concentração de gotas
pequenas.
47
Figura 6 - Perfil médio de µ ajustado (clc) e estimado (rgr) a partir da Eq. 1.15 e com dados de
medições do sensor TMI obtidas em Rondônia durante o LBA/TRMM. O eixo vertical esquerdo
indica a altitude em km e o esquerdo a pressão em hPa.
48
de gotas pequenas. Nos níveis entre 2 e 3 km, µ apresenta um pico em 2,5 km e indica um
função ajustada usada do perfil de µ foi obtida da relação entre a altitude e a altitude da Banda
10
h
µ = A + B 1.26
HB
HB e a altitude da BB (m);
0,83 para a convectiva. O expoente 10 foi utilizado para manter µ constante nos primeiros
níveis.
49
conteúdo total de gelo e de água; bem como o de cristais e de água de nuvem e de chuva e de
agregados precipitantes. As Figuras determinadas com “A” são dos perfis obtidos pela
metodologia descrita nas seções 2.7 e 2.8. As com letra “B” foram obtidos da relação de
dispersão exponencial (com o parâmetro µ=0). O objetivo aqui é mostrar a diferença entre os
entre cristais e agregados foi pequena, mas na fase líquida da região estratiforme houve um
obtidos da relação de Dou et al (1999a). Observa-se gelo desde o nível de degelo (~4,8km) até
aumento do conteúdo de cristais com altitude até 6,5 km, com crescimento mais rápido
chegando a ser da ordem de 0,06 g kg-1. O rápido ganho de massa é devido a maior eficiência
concentração de cristais de gelo nos níveis próximos a 8,0 km. Segundo Lang et al (2003), o
máximo de deposição situa-se entre 6,0 e 10,0 km, com máximo em torno dos 9,0 km de
altitude, o que concorda com o máximo do conteúdo de cristais acima de 8,0 km dado pelo
presente modelo. Por fim, estes hidrometeoros são basicamente cristais de neve e alguns
agregados pequenos com menos de 500 µm, resultantes da agregação de cristais estelares
50
conteúdo de cristais.
Os agregados têm maior concentração nas camadas mais próximas do nível de degelo,
da ordem de 0,12 g kg-1. Rocco (2003) encontrou valores entre 0,12 e 0,16 g m-3 para um caso
em Rondônia. Entre 6,0 e 7,0 km, o aumento da massa de agregados foi pequeno, por causa
do baixo conteúdo de água líquida (Fig. 9A), característico da região estratiforme onde
agregados nestes níveis é devido ao aumentado da eficiência com que estes coletam outros
cristais e, mesmo, o pouco de água líquida encontrada nestes níveis. O que discorda de Stith et
al (2002), que sugere que em regiões tropicais o crescimento por concreção não é o principal
fator de ganho de massa por parte dos agregados na região estratiforme. A distribuição
exponencial (Fig. 7B) é similar ao perfil anterior (Fig. 7A), apenas entre 6,0 e 7,0 km de
altitude se observou que diminuição do conteúdo de cristais foi mais lenta do que no caso
anterior.
acima de 11,0 km na Amazônia (Rocco, 2003). Tao et al (1990), sugere que o aquecimento
pela fase quente (condensação e evaporação). Nesta região, praticamente toda a massa de
Figura 7 - Continuação.
53
Figura 8 - Perfil médio de conteúdo do total de gelo (g kg-1) da região convectiva (CVC)
estimado para os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia para um caso de uma distribuição
dependente µ (não exponencial). O eixo vertical esquerdo indica a altitude em km e o direito
a pressão em hPa. O eixo horizontal está em g kg-1.
54
A massa de agregados se manteve constante entre 7,5 e 5,0 km de altitude. Nos níveis
mais altos, estes agregados são compostos por flocos de neve, que se agregam com a água
super-resfriada e formam graupel. A baixa quantidade de gelo pode ser devido à ineficiência
total de água) da região estratiforme. O total de água permaneceu quase constante nos níveis
abaixo da BB. Acima deste nível, o conteúdo de água caiu drasticamente, chegando a 0,005 g
kg-1 nos níveis acima de 5,5 km. Este perfil pressupõe que a separação entre água e gelo segue
uma proporção mais ou menos fixa (Iguchi et al, 2000) descrito na seção 2.6.
perfil de água de nuvem permaneceu quase constante entre 2,0 e 3,0 km de altitude. Acima
deste nível, a proporção de água de nuvem tendeu a aumentar mais por causa da diminuição
de µ (Fig. 6), com o deslocamento do espectro para gotas pequenas, do que de um aumento da
eficiência com que a água se condensou nestes níveis. O máximo ficou logo abaixo da BB
(~4,5km de altitude), o que concorda com outros estudos, Tao et al (1990, 1993a) e Smith
(1984).
O perfil de gotas aumentou rapidamente entre 5,0 km e 3,5 km de altitude. Por causa
altitude). Como será visto a seguir, esta é a principal razão de não se utilizar o termo de
aquecimento diabático devido à água de chuva na região estratiforme. Pode-se evidenciar esta
conversão por meio da massa de agregados (Fig. 7A) que é quase zero em 3 km, onde a massa
de água de chuva apresenta as mais altas taxas de crescimento. Estes agregados derretidos
55
contribuíram mais para o surgimento de gotas grandes e, no caso, maiores que 500 µm de
chuva apresentou diferenças marcantes. Nota-se na Figura 9B que o modelo foi ineficaz para
estimar o conteúdo de água de nuvem, que permaneceu estável em toda a coluna, contrário a
evolução microfísica do sistema. Ainda, o conteúdo de água de nuvem nas camadas logo
hidrometeoros obtidos com o sensor TMI e os estimados pelo SPOL, este último com uma
distribuição dependente de µ.
56
Figura 9 – Perfis médios de conteúdo de água de chuva, de nuvem e total de água (g kg-1) da
região estratiforme (EST) estimados para os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia para um
caso de uma distribuição dependente (não exponencial). O eixo vertical esquerdo indica a
altitude em km e o direito a pressão em hPa.
57
Figura 9 - Continuação
58
O perfil convectivo (Fig. 10A) tem certas similaridades ao perfil estratiforme, apesar
aumento do conteúdo de água total dos níveis mais altos até o nível de congelamento (~4,8
km de altitude), apesar da massa maior do que do perfil estratiforme. Este perfil também
possui uma proporção maior de água e menos de gelo. A água de nuvem se manteve quase
grandes (Tao et al, 1990). O conteúdo de água de chuva aumentou nos níveis mais baixos,
de –6°C (~6,0 km), valores entre 0,1 e 1,0 g m-3 (0,06 a 0,6 g kg-1) tanto em Kwajalein quanto
em Rondônia, com médio em torno de 0,03 g kg-1. No nível de derretimento estes valores
foram da mesma ordem que nas medições anteriores e de 0,10 g kg-1 nas estimativas aqui
apresentadas. Em Rondônia, medições na isoterma de –2,0°C (~5,0 km) ficaram entre 0,1 e
Similar ao perfil estratiforme (Fig. 9B) houve uma subestimativa do conteúdo de água de
nuvem.
Como já dito, o perfil do total de água convectiva nos níveis acima da linha de
derretimento seguiu uma proporção contraria àquela de Iguchi et al (2000) e que é utilizada
convectivo foi estimada a partir do sensor TMI. No nível de derretimento se obteve a razão de
0,5, enquanto que em Iguchi et al (2000) este valor foi de 0,17. A proporção é alta (0,42
contra 0,017 do convectivo) na altura de 750 m acima deste nível. No topo das nuvens
Figura 10 - Continuação
61
(2000). Nota-se a baixa quantidade de água super-resfriada encontrada nos níveis acima de
5,0 km. O conteúdo de gotas de água acima do nível de derretimento é significativo em torres
parte das gotas já estarem congeladas, gotas superresfriadas em temperaturas de -18°C (~9,0
Figura 11 é zero.
62
Figura 11 – Similar a Fig. 9, exceto para a região convectiva (CVC) com proporção entre água e
gelo dada em Iguchi et al (2000).
63
calor latente (PLCL) em um modelo adaptado de Tao et al (1990) (Tao90) e aqui nomeado de
Modelo de Hidrometeoros e liberação de Calor Latente (MHCL). Nas figuras que se seguirão
serão mostrados os perfis de aquecimento devido ao fluxo vertical de água de chuva (CondC)
devido a deposição para a formação de cristais (DepC). Na região estratiforme não será
(Tao90). Na região convectiva, os termos de DepC e Evap também não serão quantificados, o
primeiro devido à ausência de cristais em suspensão nesta região; o segundo pela pequena
obtido com 15 medições do TRMM com o MHCL durante os meses de Janeiro e Fevereiro de
1999. Para finalizar, os PLCLs obtidos com a aplicação do MHCL nos perfis de
(Convective Stratiforme Heating) serão comparados aos obtidos com os dados do PR. No caso
do SPOL, o perfil médio foi obtido com 200 varreduras, porém, para os mesmo dias
das gotas de nuvem para o aquecimento da atmosfera (Eq. 1.22). Tao90 apontou a dificuldade
nuvem, respectivamente. Por outro lado, Tao et al (1993a), aqui inferido Tao93a, estimou esta
64
dimensão de s-1 o que deixa a Eq. 1.22 dimensionalmente correta. A Figura 12 mostra o
campo de coef obtido para os quatro dias selecionados, assim como a taxa de precipitação em
Pode-se notar que o parâmetro coef é muito variável, de 0,001 s-1 a 0,015 s-1. Como
notado, o termo coef não está diretamente relacionado à taxa de precipitação no nível de 2 km.
médio de coef estratiforme foi de 4,5 x 10-3 s-1, e na região convectiva igual a 5,5 x 10-3, com
maior variabilidade nesta última. Estes resultados concordam com as observações de Tao90,
Fisicamente, o parâmetro coef está relacionado com o ganho de massa por unidade de
do ar. A difusão é mais importante na região convectiva, onde há mais vapor d’água
disponível. Num hidrometeoro precipitante, o equivalente de coef seria dado pela velocidade
terminal dividida pelo espaço percorrido (coefP). A velocidade terminal média tanto de
agregados quanto de água de chuva variou muito. Mesmo assim, o coefP dos precipitantes
ficou próximo de 5,0 x 10-3 na região convectiva e de 4,0 x 10-3 s-1 na estratiforme.
65
Figura 12 – Os campos à esquerda mostram o parâmetro coef estimado para região de Rondônia
durante do LBA/TRMM para os dias 18/01 e 01/02 (A) e 03 e 24/02 (B). Os campos à direita
mostram a taxa de precipitação medida durante o mesmo período. A escala de cores à esquerda
dá o valor de coef (x 10-3 s-1) e à direita dá a taxa de precipitação (mm h-1).
66
Figura 12 - Continuação.
67
convergência vertical de umidade. Os resultados obtidos para este perfil concordam tanto em
magnitude quando em distribuição vertical com aqueles encontrados por Tao90. Com
entre as localidades onde os dois modelos foram testados (uma linha de instabilidade
TRMM/LBA).
ordem de –0,6 K h-1 nos níveis abaixo de 3,0 km. Para contrabalançar este esfriamento, o
termo CondN foi da ordem de 0,3 K h-1 nestes mesmos níveis. Apesar de ser menor que Evap,
este não o superou em área, em média de 60% para as áreas com condensação de gotas de
nuvem e 40% para evaporação de gotas de chuva. O aquecimento devido a CondN foi mais
expressivo nos níveis logo abaixo da zona de derretimento. Este perfil concorda com o de
esfriamento logo abaixo do nível de derretimento, com um máximo logo acima dos 4 km de
altitude.
km e 8 km, porém foi pequeno em relação aos demais termos. Este resultado diferiu um
pouco do de Tao90, que colocou um máximo somente em 8 km. No presente modelo, o pico
deposição de vapor sobre estes mesmos agregados. Os dois máximos são similares, apesar do
calor latente de fusão ser cerca de oito vezes menor que o de sublimação. Porém, a massa de
água capturada compensou esta diferença. Estes dois máximos concordam com os obtidos por
68
com os de Tao90 e Lang03. Com uma tendência de diminuição de DepC acima de 8 km. Esta
diminuição, apesar da baixa refletividade do gelo, afetou pouco o perfil final com se nota no
observaram-se similaridades entre estes perfis e os aqueles obtidos por Tao90. Devido a
menor quantidade de agregados, o papel do derretimento destes abaixo da isoterma de 0°C foi
pequeno, com máximo da ordem de 0,1 K h-1. O termo CondN contribuiu significativamente
para o aquecimento das camadas mais baixas. O termo CondN foi da ordem de 3,0 K h-1 em
toda a camada abaixo do nível de 4,0 km, porém diminuindo a partir desta, ainda que com um
água de chuva (CondC) contribuiu significativamente para o aquecimento nos níveis abaixo
da isoterma de 0°C, com máximo em 3,5 km. O que contraria o observado globalmente (Fig.
C.8). Como em Tao93a, o termo CondC deslocou o máximo de aquecimento na soma dos
dois termos (CondC e CondN) para baixo. O termo DepA também pouco contribuiu para o
aquecimento. Apesar do grande volume de água que poderia congelar sobre os agregados, o
maior energia liberada na região convectiva (3,5 K h-1 nos níveis mais baixos), do que na
região estratiforme (1,0 K h-1), a contribuição no PLCL total foi modulada por este último, o
que concorda com Tao90. A região estratiforme representa 80,0% do total de sistemas
precipitantes.
69
Este resultado mostra que na região do experimento, a evaporação é tal que causa um
ligeiro resfriamento das regiões estratiformes. Porém, é insuficiente para esfriar a atmosfera
entre 4,0 e 2,0 km. Abaixo do nível de derretimento há um pequeno máximo resultante da
condensação sobre gotas de nuvem da região estratiforme, mais evidente em sistemas mais
intensos, como no caso do Furacão Andrews (Olson et al, 1999), e outros estudos (Caniaux et
deposição é de até 1,5 K h-1 nos níveis altos e é consistente com o observado globalmente,
especialmente nas regiões tropicais onde são observados anticiclones na Indonésia, África e
América do Sul, associados a máximos de aquecimento, como será visto quando se tratar do
O perfil convectivo mostra um grande aquecimento nos níveis abaixo de 4,5 km,
decorrente da liberação de calor latente por condensação. Este perfil típico mostrou a
pico ocorre no mesmo nível no SPOL (Figura A.5) e declina suavemente com o aumento da
altitude.
outro em 8,0 km. Nota-se no perfil estratiforme que, apesar de liberar menos energia do que o
convectivo, ocupa uma área significativamente maior e por mais tempo. Testes de
(1999) mostraram que na região estratiforme a fonte aparente de calor Q1 (Yanai, 1973) tem
Figura 13 – PLCL médio da região estratiforme (EST) (A) e convectivo (B) estimado para os
meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia, com a contribuição devido à deposição em cristais
(DepC) e agregados (DepA), derretimento (Dert), condensação de gotículas de nuvem (CondN) e
gotas de chuva (CondC) e evaporação (Evap). Todos os termos estão K h-1. O eixo vertical
esquerdo indica a altitude em km e o direito a pressão em hPa.
71
Figura 13 - Continuação.
72
Figura 14 - PLCL médio da região estratiforme (Q(EST)), da convectiva (Q(CVC)) e do total (Q)
estimado para os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia. Todos os termos estão K h-1. O eixo
vertical esquerdo indica a altitude em km e o da direita em hPa.
73
estimado com os dados do TMI e o obtido com o modelo de escala cúmulo acoplado ao
torno de 0,8 K h-1, com um máximo abaixo de 5,0 km nos PLCL e outro acima de 8,0 km,
com exceção do TMI. A ausência do segundo máximo neste último é devido a pouca
quantidade de cristais de gelo estimada pelo sensor na região estratiforme (Figura A.3). O
muito próxima àquela obtida pelo CSH. Porém, o modelo superestimou o aquecimento nos
níveis abaixo do nível de derretimento (4,0 km), em grande parte devido a CondN (Figura
km. O CSH mostrou um máximo em 6,0 km, sem explicar as pequenas variações obtidas com
os dados dos dois radares, bem como quando o próprio modelo MHCL foi aplicado aos dados
(Fig. A.3). Este último mostrou um aquecimento convectivo típico, com pouco aquecimento
nos níveis mais altos (Figura A.8). Este perfil seria esperado para um sistema convectivo.
Perfil similar pode ser visto em Lang03 e também em umas das simulações feitas por Yano et
al (2002). Apesar deste último também apresentar um caso com máximo em 6,0 km.
74
Figura 15 : Comparação entre o PLCL médio de Jan e Fev/1999 em Rondônia obtido por
meio do modelo de hidrometeoros e liberação de calor latente (MHCL) com as estimativas
de hidrometeoros do PR (MHCL(PR)), do SPOL (MHCL(SPOL)) e do TRMM microwave
imager (MHCL(TMI)) e o Convective Stratiform Heating (CSH(TMI). Todos os termos estão
K h-1. O eixo vertical esquerdo indica a altitude em km e o direito a pressão em hPa.
75
distribuição de hidrometeoros e liberação de calor latente usando o MHCL. Foi mostrado que
apesar do pouco conteúdo de gelo, o aquecimento devido ao termo de deposição (DepC) foi
importante. O seu monitoramento via satélite permitiu que este primeiro evento fosse
analisado em detalhe. Já que o satélite TRMM realizou três passagens sobre o furacão em três
O furacão Catarina, cujo surgimento e evolução foi suigeneris no Atlântico Sul, foi o
mais extraordinário fenômeno já registrado nas costas brasileiras desde a era dos satélites. Os
prejuízos causados por este Furacão foram pequenos comparados com outros que atingem os
330 mi U$) e provocou a perda de uma dezena de vidas humanas (Gusso, 2004).
A primeira passagem foi as 1213 UTC (Figura 16A), quando o Furacão Catarina
estava na fase de formação. Dois dias antes o Catarina se apresentava como um sistema de
baixa pressão associado à zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS), semelhante as que
ocorrem na costa leste da Austrália (Holland et al, 1987); e nunca antes observada na costa
vírgula invertida, com refletividade média de 26,0 a 28,0 dBz com um núcleo convectivo de
35,0 dBz. O Catarina ganhou força por ter se desenvolvido numa região de vorticidade
potencial isentrópica negativa (de Mattos e Satyamurty, 2004) e forte gradiente zonal de
uma região de máxima convecção sobre na borda sul deste e não muito aparente no canal
infravermelho. Estimou-se a pressão no olho em torno de 979,0 hPa (de Mattos e Satyamurty,
2004; Calearo et al, 2004). A velocidade média do vento próximo ao olho estava entre 120 e
150 km h-1, o que sugere um furacão classe 1 (Calearo et al, 2004). O campo de refletividade
indicava de dois a três espirais e o evidente olho. O furacão Catarina seguiu uma trajetória
zonal, ao longo das isolinhas de TSM, similar ao da costa sudeste da Austrália (Holland,
era profunda. O furacão atingiu o máximo de atividade no litoral de Santa Catarina na noite
do dia 28, onde se registrou ventos de 100 km h-1. Inicialmente de sul passando para norte,
Figura 16 – Continuação.
79
Figura 16 – Continuação.
80
ciclone tropical. O centro geométrico estava em 29,15S e 39,75W. Na região convectiva havia
uma célula profunda no raio de 60 km, que pode ser vista na Fig. 16A, nas coordenadas 29S e
39W, com máximo de refletividade 40,0 dBz (em 2 km de altitude) e mais de 20 dBz em 10
km.
somente 3,3 km de altitude. Este gradiente de inclinação da BB (2,93 m km-1) poderia ser um
As células convectivas na Fig. 17B eram menos profundas, mas mais intensas na
região periférica. A intensidade máxima estava nos primeiros 4 km de altitude, com dois
núcleos principais de convecção em 70 e 80 km. Havia no perfil estratiforme três regiões com
alta refletividade na BB, indicativo de uma grande quantidade de gelo em 50, 85 e 175 km. A
Cerca de cinco horas depois, a região de maior atividade convectiva estava mais
espalhada ao longo dos anéis, porém com grande núcleo convectivo a cerca de 70 km do
centro (Fig. 17C) e no setor norte-noroeste (Fig. 16C). O campo de refletividade estava mais
Figura 17 – Continuação.
83
Figura 17 – Continuação.
84
altura. A Figura 18A mostra que o total de água chegou ficou em torno de 0,05 e 0,1 g kg-1 já
na primeira passagem do TRMM. Com o forte centro com 1,0 g kg-1 associada a uma célula
convectiva profunda, próxima do centro da baixa pressão, visível nas Figuras 16A e 17A. O
máximo conteúdo de gelo foi de 0,2 g kg-1, associado à mesma convecção profunda. A
conteúdo nas células convectivas na parte sul, mais ativas com bandas de 15 km de largura
por 30 km de comprimento. Com grande quantidade de gelo, acima de 0,2 g kg-1. Novamente,
(Fig. 18C); porém com pouca variação no conteúdo de água. A mudança mais importante foi
da área de maior conteúdo de água que se deslocou da parte sul para o norte-noroeste. Nota-se
o aumento da área com conteúdo de gelo acima de 0,15 g kg-1, associada a estas células
convectivas.
85
Figura 18 – Continuação.
87
Figura 18 – Continuação.
88
energia liberada pela condensação (CondN, Fig. B.1), mais notável nos níveis logo abaixo do
aquecimento foi menor acima do nível de derretimento, porém com valores da ordem de 2,0 K
h-1 em 8,0 km. Outras linhas de células também eram visíveis situadas à cerca de 120 km do
centro. O aquecimento devido ao processo de agregação (DepA, Fig. B.1) teve pouca
formação de cristais de gelo (Fig. B.1, DepC) e é mais evidente nos níveis acima de 7,0 km.
Devido à baixa estimativa de gelo, uma parte importante do aquecimento em altos níveis foi
subestimada. Porém, ainda se podem estimar altas taxas de aquecimento em níveis acima de 9
km de altitude. Nos níveis mais baixos, a evaporação foi um fator predominante para o
esfriamento daquelas camadas. Esta esteve sempre associada às regiões próxima a áreas de
convecção onde os fluxos verticais eram mais intensos. Nestas mesmas regiões, em torno do
Figura 19 – Similar a Fig. 17 só que para o aquecimento devido à liberação de calor latente. A
unidades estão em K h-1.
90
Figura 19 - Continuação.
91
Figura 19 - Continuação.
92
Na Fig. 19B notou-se um aumento na taxa de aquecimento (10 K h-1) entre o anel de
núcleo de maior aquecimento se deslocou para baixo, em 8,0 km, associado a processos de
formação de cristais. A evaporação manteve sua contribuição mas ficou restrita aos níveis
mais baixos.
convectivo entre 50 e 100 km de distância do olho do furacão. A isolinha de 2,0 K h-1 ficou
em torno do nível de derretimento e a área com mais de 8 K h-1 de aquecimento ficou abaixo
furacão, diminuindo tamanho do olho. O aquecimento foi mais bem distribuído em todo o
2,0 K h-1 passaram a ocupar grande dos níveis abaixo de 3 km de altitude. O aquecimento nos
níveis mais altos diminuiu, porém, também ficou mais bem distribuído na radial. Houve um
latente estratiforme, convectivo e total para as três passagens. Nota-se que a magnitude do
perfil estratiforme é muito menor do que a do convectivo, apesar deste último chegar a 9,0 K
h-1 na última passagem. Todavia, o perfil de aquecimento total tendeu a ser semelhante ao
Figura 20 – PLCL médio das regiões convectiva (CVC), estratiforme (EST) e total (Total) do
Furacão Catarina no dia 24 de Março de 2004 as 1213 UTC (A) e 27 de Março de 2004 as 0611
UTC (B) e as 1100 UTC (b). O eixo vertical esquerdo indica a altitude em km, o direito a pressão
em hPa e o horizontal o PLCL em K h-1.
94
Figura 20 – Continuação.
95
Figura 20 – Continuação.
96
Observaram-se dois máximos em 4,0 e 7,5 km e que concordam com Tao90 e com
simulações com o GPROF (Tao et al, 2001). A contribuição convectiva aumentou ao longo da
aquecimento total em baixos níveis foi da ordem de 0,8 K h-1. Nas duas outras passagens
variou entre 1,5 e 2,0 K h-1. Em altos níveis, o aquecimento foi devido à deposição de gelo
(Figs. B.1 a B.3). Na primeira passagem, a condensação na região convectiva foi maior para o
aquecimento dos níveis mais altos. No último dia houve um aumento do aquecimento nos
níveis mais baixos (Fig. 20C) em resposta a um aumento da taxa de condensação em gotas
grandes (CondC, Fig. B.3). Nos níveis mais altos houve uma diminuição o aquecimento
instantâneo. Nesta seção o modelo será aplicado para o calculo de médias mensais globais,
Os campos médios mensais de hidrometeoros foram calculados com base nos valores
instantâneos dados pelos parâmetros α e β da Eq. 1.3. A Tabela 4 mostra os valores de β com
se o novo valor de β (Eq. 1.21). A tabela também traz os valores do conteúdo de água e de
obtidos com as medidas do radar PR sobre Rondônia em Jan e Fev/1999 com a Eq. 2.1.
β β’ m (β) m (β’)
Apesar da diferença entre β e β’, na maioria das vezes esta praticamente desapareceu
quando β foi usado para calcular o conteúdo médio de hidrometeoros, com base no valor
médio de refletividade. Assim o β “instantâneo” pode ser usado para os médias mensais, com
erro pequeno.
latitude esta em torno de 27 varreduras ao mês. Esta amostragem permite uma cobertura
média de cerca de 20% em uma área de 5°x5° graus. A partir dos 20° de latitude há um
53% de cobertura. Além desta latitude, a varredura cai e chega a zero em 38,0°. A proporção
de cobertura média mensal foi utilizada como peso da amostragem em cada faixa de latitude.
98
Figura 21 – Amostragem média do PR/TRMM para uma grade de resolução horizontal de 5°.
África foi maior do que sobre a Indonésia, considerada o ramo mais importante da circulação
Sahel, Sudão, a Etiópia e sobre o deserto da Namíbia. Nestas duas últimas a precipitação
geralmente não chega a superfície devido à evaporação,o que ficou refletida nos resultados de
Na Indonésia, a taxa de precipitação no nível de 2,0 km ficou entre 2,5 e 3,5 mm h-1
com máximos nas áreas continentais. Um pequeno máximo sobre o noroeste da Índia, ao sul
do platô do Tibet, esteve associado à circulação das monções. Na América do Sul, o máximo
EUA esteve associado à precipitação nos meses de verão. Altas taxas de precipitação foram
99
observadas na região frontogenética logo ao leste dos Andes chilenos, no Cone Sul (sul do
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), com taxas de 4 mm h-1, na primavera e verão. Apesar
destes altos valores, como ocorre na África, a taxa de evaporação é alta, o que reduz o total de
chuva.
respectivamente ao longo da costa da América do Sul e da África, com taxas inferiores a 1,0
mm h-1 demonstram que estes são os maiores desertos da Terra. A região do Saara mais seca,
com taxas menores que 0,5 mm h-1, ficou restrita ao leste da África. Outras áreas com valores
inferiores a 1,0 mm h-1 estão no Pacífico Norte ao longo da costa do México e no Atlântico
A Figura 22B mostra a taxa de chuva associada à região convectiva. Nota-se taxas de
chuva maiores do que as do campo médio (Fig. 22A). As taxas de chuva na África foram
acima de 12,0 mm h-1, com médias da ordem de 10,0 mm h-1. Precipitação mais alta foi
observada sobre o sul da África, da América do Sul e dos EUA, devido a sistemas transientes.
Na Indonésia, a convecção foi menor do que sobre as áreas continentais, porém foi
mais ampla. Taxas de chuva acima de 7,0 mm h-1 foram medidas desde a China e a Índia até
ao Pacífico Sul central. Taxas acima de 9,0 mm h-1 foram observadas apenas sobre as regiões
continentais.
A taxa de precipitação da região estratiforme (Fig. 22C) foi quase a mesma nas três
grandes áreas precipitantes, exceto no sul da América do Sul e nas planícies centrais do EUA,
onde foi maior. A taxa de chuva ficou entre 1,5 e 2,0 mm h-1 na maior parte do globo.
100
Figura 22 - Taxa de precipitação total (A), convectiva (B) e estratiforme (C) média de Dez/1997 a Nov/2002 no nível de
2 km de altitude. Valores com altas (baixas) taxas de precipitação estão sombreados em cinza escuro (claro). A escala
está em mm h-1 e a projeção é a do tipo Mollweide.
Figura 22 – Continuação.
101
102
Fogura 22 - Continuação.
103
A Figura 23 mostra o total de água presente na camada entre 800 e 300 hPa (2 e 10
água estratiforme (Fig. 23A) é praticamente igual nas três principais regiões do globo (África,
Indonésia e América do Sul): 2,25 x 10-2 g kg-1. As regiões com menos precipitação estão
entre 1,0 a 1,25 x 10-2 g kg-1. No norte da Índia, apesar do ciclo das Monções, os valores
A Fig. 23B representa o total de água integrada para a região convectiva. As regiões
com máximo de conteúdo de água e associadas aos ramos ascendentes de Walker possuem
continentes (África, América do Sul, subcontinente indiano e nas grandes planícies norte-
americanas) contém mais água do que as regiões convectivas oceânicas. A África é a maior
com conteúdo de água, sendo superior a 14,0 x 10-2 g kg-1, seguido da América do Sul, que
tem uma área no Cone Sul com a mesma magnitude que a africana. Este máximo é uma
1999). A chuva estratiforme apresenta também um máximo nesta região (Fig. 22B). No
subcontinente indiano, o conteúdo de água na região convectiva foi da mesma ordem das
Figura 23 - Conteúdo água integrada entre 800 e 300 hPa da região estratiforme (A) e convectiva (B), média mensal de
Dez/1997 a Nov/2002. Valores com elevado (baixo) conteúdo de água estão sombreados em cinza escuro (claro). A
escala está em 102 g kg-1 e a projeção é a do tipo Mollweide.
Figura 23 - Continuação.
105
106
A Figura 24 mostra os perfis zonais de água estratiforme sobre as três grandes áreas
água discriminado entre água de nuvem e de chuva e o total de água. Na Fig. 24A observam-
se os perfis do conteúdo de água total de gotas de nuvem estratiforme entre 800 e 500 hPa. O
concentração de terras no Hemisfério Sul (HS). A Indonésia possui uma grande ilha (Nova
A América do Sul supera as demais, com conteúdos de água acima de 0,02 g kg-1 na
media troposfera. A África tem menor fica mais restrita entre o equador e 5°N e a Indonésia
se estende um pouco mais para o HS. Em todas estas regiões, a altitude do máximo esta
distribuição similar à da Figura 24A, exceto que o máximo de chuva esta mais baixo, devido à
que o encontrado nas outras áreas, principalmente nas regiões extratropicais (por comparação
à mesma área nas demais). Esta maior quantidade esta associada à área frontogenética sobre o
Cone Sul (Fig. 23A). A Figura 24C mostra um padrão de distribuição similar ao anterior, com
uma maior a diferença no que se refere ao deslocamento do máximo de conteúdo de água para
cima, por influência do conteúdo de água de nuvem entre 690 e 630 hPa (Fig. 24A). O
conteúdo de água na América do Sul é bem similar ao da Indonésia e ambas são maiores que
o da África.
107
Figura 24 – Média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) das médias zonais dos perfis de conteúdo de
água de nuvem (A), de chuva (B) e total (C) estratiforme em g kg-1 sobre a Indonésia (topo),
África (meio) e América do Sul (inferior). O eixo vertical indica a pressão em hPa e o horizontal
a latitude. Valores mais elevados de conteúdo de água estão sombreados.
108
Figura 24 - Continuação.
109
Figura 24 – Continuação.
110
Sobre a Indonésia, o conteúdo de água máximo (0,08 g kg-1) esta entre 5° e 10° norte. Nota-se
um núcleo entre 25° e 30°N, associado à convecção no sul do Tibet devido as Monções. Na
África e na América do Sul, o conteúdo de água é muito maior do que o da Indonésia. Valores
acima de 0,1 g kg-1 são encontrados nas regiões equatoriais. Na África, o máximo está
centrado em 5°N. Na América do Sul, este se encontra em 10°S. Observa-se neste continente
um outro máximo entre 30 e 35° S relacionado à região frontogenética sobre do Cone Sul.
estratiforme, se localizam nas mesmas faixas latitudinais que dos máximos de água de nuvem.
O conteúdo de água de chuva sobre a América do Sul é mais distribuído zonalmente do que
na África, que é limitada pelos desertos do Saara e da Namíbia. A Indonésia também tem bem
menos água de chuva do que as outras regiões, com os níveis com valores acima de 0,12 g kg-
1
estão nas camadas abaixo de 720 hPa. Nos continentes este chega a 640 hPa.
O total de água (Fig. 25C) mostra que a Indonésia possui pouca água se comparada a
América do Sul e África, diferente do que ocorreu com o estratiforme (Fig. 24C). A América
do Sul também não apresenta máximo significativo, salvo nas latitudes extratropicais.
equatorial e com uma boa distribuição latitudinal. A presença do deserto do Saara pode ser
percebida pela diminuição do conteúdo de água a partir de 25°N, que não é menor devido a
contribuição dos altos valores encontrados nas montanhas da Etiópia e nas franjas do mar
Vermelho. Das Fig. 25B e 23B, conclui-se que a África é a região do globo que tem o maior
Figura 25 – Continuação.
113
Figura 25 – Continuação.
114
A Figura 26 é similar a 22, porém para o gelo. A Fig. 26A mostra o gelo da região
estratiforme. Observa-se uma maior concentração de gelo sobre as regiões equatoriais dos
continentes africano e americano do sul, onde a convecção é mais profunda. Outros máximos
continentais são aqueles no platô do Tibet, nas grandes planícies norte-americanas e no Cone
Sul. Nos oceanos, a maior concentração de gelo é encontrada no oeste do Atlântico e Pacífico
Norte e nas zonas de convergência do Pacífico, Índico e Atlântico sul. Nos grandes desertos,
encontra-se o mínimo. A região da Indonésia apresenta menor quantidade de gelo, talvez por
uma maior eficiência do processo microfísico quente (Szoke et al, 1986; Stith et al, 2002).
amazônica tem padrões intermediários entre regiões continentais e marítimas. Isto fica
evidente em ambas as figuras (Fig. 26A e 26B), onde se nota que o total de gelo sobre a
sobre as três grandes regiões fontes de calor tropical. A Figura 27A mostra os perfis de
cristais. Sobre a região da Indonésia a quantidade de gelo é ligeiramente menor do que nas
outras duas regiões. Na África, que apresenta a maior pluviosidade entre as três regiões (Fig.
22A), também é a que apresenta a maior quantidade de cristais de gelo, pelo menos nas
regiões equatoriais. Na América do Sul o máximo se deu em 7°S, porém numa área
abrangente (considerando-se a isolinha de 0,04 g kg-1) de 10°N a 35°S. Esta área situa-se ao
leste da região amazônica (Fig. 26A). Na África, valores acima deste limiar ficaram restritos
entre 10°S e 20°N. Em todas as três áreas o máximo de cristais ficou entre 400 e 350 hPa, ou
entre 8 e 10 km de altitude.
Figura 26 – Similar a Fig. 23 só que para o gelo.
115
116
Figura 26 - Continuação.
117
agregados está logo acima da linha de 0°C, limitada a há algumas centenas de metros. O
perfil do total de gelo (Fig. 27C) é similar ao observado nos resultados anteriores. Apesar da
massa de agregados ter a mesma ordem de grandeza da daquela dos cristais, a maior parte da
massa de gelo está nos níveis logo acima da isoterma de 0°C. As três regiões são similares em
magnitude, porém diferem na distribuição zonal. A Indonésia tem valores em torno de 0,06 e
0,07 g kg-1, entre 650 e 500 hPa, na zona equatorial. Na África e América do Sul, os máximos
estão em 4°N e 5°S, respectivamente. Contudo a distribuição zonal na América do Sul vai de
Na Figura 28 são mostrados os perfis de total de gelo, que na sua maior parte são
estratiforme, a África mostrou ter muito mais gelo do que as outras duas regiões. Valores
acima 0,1 g kg-1 foram encontrados sobre grande parte deste continente, com máximos de até
0,16 g kg-1. Este total esta de acordo com os perfis de total de conteúdo de água (Fig. 25C) e
de total de água e gelo na camada (Fig. 23B e 26B). O núcleo máximo, localizado em 9°N, se
situa sobre as regiões montanhosas da Etiópia (Fig. 26B), local da nascente do Nilo Azul. A
Indonésia apresenta muito pouco gelo, com valores em torno de 0,05 g kg-1. Os valores acima
da latitude de 25°N estão associados à convecção no sul do platô do Tibet. A América do Sul
tem menor conteúdo de gelo do que a África, sendo que a maior quantidade deste está em
oceano em termos de conteúdo de gelo, apesar de ainda possuir muito mais do que a
Indonésia.
118
Figura 27 – Média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) das médias zonais dos perfis de conteúdo de
cristais (A), de agregados (B) e total de gelo (C) estratiforme em g kg-1 sobre a Indonésia (topo),
África (meio) e América do Sul (inferior). O eixo vertical indica a pressão em hPa e o horizontal
a latitude. Valores mais elevados de conteúdo de água estão sombreados.
119
Figura 27 – Continuação.
120
Figura 27 - Continuação.
121
parâmetro coef. A Fig. 29A mostra coef estratiforme e na Fig. 29b convectivo. Na região
estratiforme e convectiva o máximo de coef se deu nas áreas de maior precipitação. Na região
estratiforme, o valor foi da ordem de 5,5 x 10-3 s-1 e na convectiva de 7,5 x 10-3 s-1. Estes
resultados concordam com os obtidos em alta resolução em Rondônia (Fig. 12). Naquela
região, coef estratiforme médio foi de 4,5 x 10-3 s-1, já a média global de cinco anos foi de 5,0
x 10-3 s-1. Na região convectiva, coef foi de 4,5 x 10-3 s-1 e a global de 6,5 x 10-3 s-1,
respectivamente.
exceções, tais como sobre o Oceano Índico Sul, o Pacífico sul Oriental, o Atlântico Sul e em
algumas áreas do Mar do Caribe. Novamente, as três regiões do ramo ascendente da célula de
Walker e as três regiões de convergência dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico aparecem
exceto que nesta, a diferença de coef entre as regiões com maior e menor precipitação é da
ordem de 8 vezes maior. Esta maior variabilidade pode estar relacionada a maior variabilidade
Nos campos médios mensais computou-se a massa perdida pela evaporação de gotas
dados do radar PR/TRMM não permitem o calculo deste termo. O parâmetro coef_evp (Eq.
1.25) foi obtido por meio da estimativa do resíduo entre o MHCL e o NCEP. A Figura 30
Figura 29 - Continuação.
125
Figura 30 – Média entre Dez/1997 e Nov/2002 do perfil global de coef_evp (h-1) obtido por
quilômetros. Na média, oscilou entre 97,0 h-1 e 110,0 h-1 de taxa de conversão de massa, com
desvio padrão médio de 6,0 h-1. A fase quente da mudança de fase predominou nestes níveis.
A partir de 4,0 km, o coef_evp decresceu até 6,0 km, onde a massa de cristais teve um ligeiro
análise do NCEP. já em 8 km de altitude o valor do parâmetro era de 44,3 h-1, com um desvio
padrão médio 5,0 h-1. No presente modelo utilizou-se um coef_evp de 107,5 h-1 entre 2,0 e 4,0
km e outro linearmente decrescente com a altitude até 44,3 h-1 em 8,0 km.
calor latente estimada pelo MHCL (Fig 31A), pela re-análise do NCEP (Fig 31B) e pelo CSH
(Fig 31C), no nível de 800 hPa. No MHCL, foi incluso o termo de evaporação de gotículas de
nuvem e de cristais de gelo que não constavam do modelo original de Tao90 e Tao et al
126
(2001). Apesar deste termo ter a mesma magnitude dos demais, na região estratiforme de
(ZCPS) e do Atlântico Sul (ZCAS). Também concordou com os resultados do NCEP (Fig.
do Índico (ZCI). Notou-se que o forte aquecimento sobre a Amazônia com o NCEP foi
corretamente reproduzido no MHCL, porém com menor magnitude e mais restrito ao oeste da
bacia amazônica. No primeiro foram calculados taxas de 2,0 e 3,0 K dia-1 em grande parte da
América do Sul, com um núcleo sobre o planalto andino e extremo noroeste do continente. O
MHCL estimou de 1,5 e 2,0 K dia-1. O CSH também mostrou mesmo padrão que o MHCL,
Inter-Tropical do Pacífico (ZCIT/P) foi bem caracterizada nos três modelos, a menos de uma
NCEP.
Pacífico oeste é o padrão dominante nas regiões tropicais. Os três modelos são mais ou menos
associada ao ramo ascendente de Walker sobre a Indonésia entre 1,5 e 2,0 K dia-1,
Figura 31 - Continuação.
Figura 31 - Continuação.
129
130
Inter-Tropical do Índico (ZCIT/I). Porém, o CSH teve uma área de aquecimento maior,
equiparável ao do MHCL. O NCEP posicionou uma faixa com maior aquecimento mais
restrita sobre o equador. Na África, o aquecimento ficou entre 1,0 e 1,5 K dia-1 (MHCL) e se
restringiu a Bacia do Congo. Este núcleo sobre o Congo também apareceu no CSH com quase
a mesma magnitude. O NCEP não apresentou um núcleo definido, ocupando uma área muito
maior e com núcleos menores. Uma diferença significativa se observou no Tibet. O NCEP
colocou uma grande fonte de calor nesta região, acima de 3,0 K dia-1. O MHCL colocou uma
área de esfriamento ou sem dados e o CSH não apresentou um valor significativo. Esta
marcante diferença pode ser devido a efeitos da sazonalidade e que serão detalhados mais à
frente.
regiões dos grandes desertos oceânicos. O CSH (Fig. 31C) não reproduziu o padrão de
evaporação. O campo do MHCL foi mais similar à chamada fonte aparente de calor calculado
oceano Pacífico, no sul do Índico, na costa leste da América do Sul e África. A comparação
do MHCL com o NCEP mostra que este último caracterizou melhor a evaporação sobre os
grandes desertos oceânicos, especialmente nas latitudes extra-tropicais. Yang e Smith (1999)
sugerem que o aquecimento medido entre Nov/1992 e Fev/1993 sobre a área do experimento
TOGA/COARE (2°S, 155°E) foi da ordem de 1,2 K dia-1. O MHCL, na média de cinco anos,
estimou o aquecimento em 1,5 K dia-1, no NCEP, 1,0 e no CSH entre 1,5 e 2,0 K dia-1.
131
podem ser devidas a uma carência de dados sobre os oceanos neste último. Apesar da
vertical turbulento de umidade (Yanai, 1973) que, apesar de menor do que a energia liberada
atmosférica (Tao et al, 1993a). Em 800 hPa, este termo é positivo, ou seja, contribui para
secar a atmosfera. Assim, se espera um viés negativo entre o MHCL e o NCEP, como será
visto mais à frente. Em Yang e Smith (1999), este termo, na área do TOGA/COARE, teve a
mesma magnitude do aquecimento devido a liberação de calor latente. Mas, este valor pode
não ser representativo, já que foi obtido em uma amostragem de apenas quatro dias. Nos
experimentos PRE-STORM realizado nas planícies centrais dos EUA e no EMEX realizado
entre a Nova Guiné e a Austrália, a contribuição deste termo foi bem menor.
A Figura 32 mostra os mesmos campos em 500 hPa. Em geral, não houve uma
na Indonésia, onde o aquecimento foi de 1,5 e 2,0 K dia-1. O MHCL e o CSH colocaram um
máximo mais bem delineado na Indonésia, diferente do NCEP, porém com magnitudes
semelhantes.
com uma maior área de aquecimento acima de 1,5 K dia-1. A destacar-se nesta o Cone Sul, as
sul da primeira região (na região Sul do Brasil) não apareceu nos resultados do NCEP. esta
132
primavera e verão.
de acima de 1,5 K dia-1 e o segundo, não ultrapassou a 0,75 K dia-1. O CSH estimou entre 2,0
e 3,0 K dia-1. Os efeitos da ZCPS e da ZCAS apareceram neste nível. Além da ZCIT, quase
com viés positivo contra os demais modelos. O resfriamento no MHCL (-2,0 K h-1) foi maior
do que o do NCEP (-0,25 K h-1). Quando se compara os campos de fonte aparente de calor do
A Figura 33 mostra os mesmos campos em 300 hPa, este nível é o último dos campos
médios mensais do PR/TRMM, onde aparece a circulação devida aos grandes anticiclones,
associados às baixas quentes em superfície. Esta figura quase não difere das demais. Neste
nível, a magnitude do aquecimento dos ramos ascendentes da circulação de Walker foi similar
entre o MHCL e o NCEP. No Mar da China, a magnitude foi bem menor no NCEP. O
Figura 32 – Conitnuação.
Figura 32 - Continuação.
135
136
Walker é apresentado na Figura 34. Os três modelos apresentaram padrões típicos, com
máximo de aquecimento em médios e baixos níveis, sendo maior entre 60°E e 180°E, devido
Indonésia (150°E) e a ZCIT/I (90°E) tem níveis e localizações diferentes quanto ao máximo
de aquecimento. O MHCL tem dois máximos na vertical, um em torno de 700 hPa e outro
mais acima em 500 hPa, sobre aquela primeira região. Tanto o CSH quanto o NCEP
mostraram um único máximo em torno de 450 hPa. Este máximo esteve relacionado à
deposição de gelo sobre cristais na região estratiforme (Fig. C.3) e também presente em
Rondônia (Fig. 13A), porém num nível mais pouco mais elevado. Pôde-se notar que o
máximo esteve fora de fase com o de cristais (Fig. 27A) e se deveu à diminuição dos ecos de
América do Sul (Figs. 26A e 27A) não resultou em um menor aquecimento sobre a primeira
nos níveis mais altos, que ainda assim apresentou um forte aquecimento associado à
deposição de cristais (Fig C.3). Esta contradição se explica pela maior magnitude do
parâmetro coef estratiforme (Fig. 29A) e que pode ser uma resposta ao tipo de cristal naquela
região. O segundo máximo (700 hPa) esteve associado à condensação devido a gotas de chuva
Figura 33 - Continuação.
Figura 33 – Continuação.
139
140
chuva e de nuvem (Figs. C.3 e C.4) na região convectiva e estratiforme e da contribuição dada
pela fase fria na região estratiforme (Figura C.3). A evaporação e o derretimento devido,
estimado com auxílio do NCEP (Fig. C3), com resultados tendenciosos, mas tanto o MHCL
quanto o NCEP estimaram uma coluna profunda com resfriamento na costa leste da África
(50°E). Este resfriamento foi mais profundo e com uma maior magnitude no NCEP. No
Pacífico e no Atlântico, a evaporação foi mais alta expressiva nos níveis abaixo de 450 hPa,
evaporação de gotas de nuvens cúmulo e que poderia ser causado pela advecção horizontal de
ar frio e seco na costa oeste da América do Sul e da África. Apesar de ser em parte
cúmulos-nimbos que se formam nesta mesma região (Fig. C3 e C4). Em 550 hPa, o
resfriamento é uma conseqüência da ausência de gelo (Fig. 26) que nas áreas com convecção
profunda são os principais responsáveis pelo aquecimento nos níveis acima da isoterma de
0°C.
141
Figura 34 – Perfil médio meridional entre 10°S e 10°N da taxa de liberação de calor latente em K
dia-1 média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) estimada pelo MHCL (topo), NCEP (centro) e CSH
(inferior). Tons em marrom indicam valores positivos maiores que 0,25 K dia-1 e em azul
menores que –0,25 K dia-1. O eixo vertical indica a pressão em hPa e o horizontal a longitude.
142
A media zonal da taxa de aquecimento está mostrada na Figura 35. Os três modelos
colocam o máximo sobre 6°N e que corresponde a posição média da ZCIT. Tanto o MHCL e
o CSH mostram dois máximos na vertical. O mais alto esteve associado à região estratiforme,
enquanto que o mais baixo esteve mais correlacionado com a região convectiva; porém sem
apresentaram uma magnitude bem maior no MHCL do que no NCEP. Esta evaporação
compensou o ganho de massa onde ocorreu condensação e deposição nas regiões equatoriais.
aquecimento integrado na vertical ao longo de cinco anos e a diferença entre o CSH, o MHCL
e o NCEP. No campo superior observa-se a média para a região tropical do Hemisfério Norte
entre o MHCL e o NCEP foi muito boa, mesmo se considerando somente onde houve
aquecimento (Fig. C.5) ou esfriamento (Fig. C.6). Apesar deste último ser dependente do
virtude do maior aquecimento que ocorre na região da Indonésia ao norte do Equador. O CSH
No HS a diferença entre o MCHL e o NCEP foi ainda menor. Enquanto que nos meses
de verão a diferença não ultrapassou a 0,1 K dia-1, nos de inverno ficou em torno de –0,05 K
dia-1. O CSH manteve o viés de 0,5 K dia-1. Na média global, houve uma quase compensação
entre o viés positivo no HN (meses de verão) com o viés negativo do HS (meses de inverno).
Apesar de daquele primeiro não ter sido inteiramente anulado pelo último. Na média, o
Figura 37 – Similar a Fig. 36 só que para a diferença entre o CSH e o NCEP (linha azul) e o
MHCL e o NCEP (linha vermelha).
146
América do Sul e África (Fig. 38) e Indonésia e Pacífico Oeste (Fig. 39), média de cinco anos.
sul-americano e o Atlântico sul (Fig. 38A) e estava associado a ZCAS, que é mais ativa nesta
estação (Satyamurty et al, 1999). Na África havia uma ampla área com convecção profunda
sobre a bacia do Congo, com uma pequena extensão ao sudeste associada a ZCI, menor e
fonte de calor sul-americana foi maior do que a africana nos meses de verão, o que está de
acordo com o volume de precipitação (Cavalcante et al, 2002) e a presença dos anticiclones
em altos níveis sobre os dois continentes em resposta a liberação de calor latente (Silva Dias
et al, 1983; Gandu e Silva Dias, 1998). Apesar de chover mais na África equatorial do que
sobre a América do Sul equatorial (Fig. 22) esta última tem um pouco menos água e gelo (Fig.
Nos meses de outono (MAM) (Fig. 38B) houve uma ligeira redução da atividade
do Congo e a região dos grandes lagos africanos. Nesta última área, a convecção da ZCIT/I se
uma conseqüência de uma corrente fria oceânica e as demais são devidas a um anticlone em
Figura 38 – Média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) da taxa de aquecimento diabático (K dia-1)
integrado na vertical (800 a 300 hPa) para os meses de Dez/Jan/Fev (DJF) e Mar/Abr/Mai
(MAM) (A) e Jun/Jul/Ago (JJA) e Set/Out/Nov (SON) (B) estimado pelo MHCL para a América
do Sul e África (A). Tons em marrom indicam valores positivos maiores que 0,25 K dia-1 e em
azul menores que –0,25 K dia-1. A latitude é indicada no eixo vertical é a longitude o horizontal.
Projeção Mercato.
148
Figura 38 – Continuação.
149
Nos meses de inverno (JJA) (Fig. 38B) a atividade convectiva foi mínima sobre a
Amazônia, estando mais concentrada ao noroeste, com núcleo de 1,5 e 2,0 K dia-1. Na África,
observou-se valores de 1,0 K dia-1, com a ZCIT/A com o máximo de 1,5 K dia-1 na costa
africana. A ZCAS estava menos ativa, com taxas de aquecimento de até 0,5 K dia-1 no sul do
Na primavera (SON) (Fig. 38B) a atividade convectiva retornou para o HS. A ZCIT/A
apresentava uma maior atividade nas regiões centrais do oceano e sobre a África. Na
Ao contrario do Atlântico, o Pacífico Oeste Equatorial (Fig. 39) teve uma menor
variabilidade sazonal. A atividade convectiva variou pouco ao longo das estações. A variação
mais significativa foi devida a redução da atividade da ZCPS, entre os meses de verão (DJF)
(Fig. 39A) e inverno (JJA) (Fig. 39B). Nos meses de verão do HN se observou um aumento
da convecção no leste das Filipinas e aumento da taxa de aquecimento (1,0 a 1,5 K dia-1)
TSM do leste de Nova Guiné para o leste das Filipinas (Yanai e Tomita, 1998).
150
Figura 39 – Continuação.
152
(DJF) (Fig. 39A), observou-se que houve um predomínio da evaporação na Índia, com taxa de
resfriamento entre –0,5 a –1,0 K dia-1. Nos meses de verão (JJA) (Fig. 39B), o aquecimento
na região de monção foi devido à condensação de gotas de chuva. Em 800 hPa, os ventos
região do golfo de Bengala e sudeste da Índia (Fig. 40). Os campos foram mediados entre
25°N e 10°N e 80°E e 100°E. A Fig. 40A mostra a região estratiforme, no do meio a
convectiva (Fig. 40B) e na inferior a total (Fig. 40C). A variabilidade sazonal da monção, que
se inicia em maio e vai até outubro, é claramente visível neste grupo de figuras. Na região
2002, onde a taxa de aquecimento foi da ordem 1,0 K dia-1 em quase toda a região convectiva.
Na região estratiforme eram claramente visíveis dois máximos verticais durante os meses de
de gelo.
No El-Niño de 1997/98, o resfriamento no período seco sobre a região foi mais fraco,
apud Peixoto e Oort, 1992) sugerem que anos de El-Niño são seguidos de monções fracas.
153
regiões equatoriais, como se pôde observar na Figura 41 que mostra a média zonal de cinco
aquecimento até 5°S está associado aos ramos ascendentes da circulação de Walker e, em
aumento da latitude mais rapidamente do que o observado no HS, que recebe a contribuição
das zonas de convergência nos oceanos. A partir de 15°S/N o esfriamento passa a predominar
na troposfera.
Figura 41 – Média zonal do aquecimento diabático (K dia-1) integrado na vertical (800 a 300
hPa) médio de cinco anos (Dez/97 a Nov/02). O eixo vertical indica a taxa de aquecimento e o
horizontal a latitude.
155
A Figura 42 mostra a contribuição média de cinco anos dos sistemas sazonais tais
como o regime de monção, a atividade das zonas de convergência nos oceanos do HS e das
zonas de tempestade nos oceanos do HN. Em geral houve uma tendência para aumento da
média zonal (Fig. 41). Nas altas latitudes houve uma tendência da energia estar mais
filtrados pela média mensal. O máximo ao sul do Equador, sobre os continentes e sobre a
Indonésia, foi uma conseqüência da sazonalidade dos três ramos ascendentes da circulação de
Walker. No sul do Brasil, a contribuição devido ao CCM foi ainda bem significativa, dada a
sazonalidade deste sistema. No mar da China e na costa leste da América do Norte o máximo
A Figura 43 mostra a flutuação mensal da média zonal e que indica a evolução dos
atividade convectiva foi intensa no Pacífico Central, o que deslocou o ramo ascendente da
circulação de Walker para estas regiões, indicado pela anomalia positiva em 5°S (Fig. 43). No
HN, no mesmo período, a anomalia negativa em 8°N foi conseqüência do deslocamento para
o sul da ZCIT/P.
156
Figura 42 – Media de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) da contribuição dos sistemas sazonais no aquecimento diabático
integrado (800 a 300 hPa). Tons em marrom indicam valores positivos maiores que 0,25 K dia-1 e em azul menores que
–0,25 K dia-1. A projeção é a do tipo Mollweide.
Figura 43 – Variação sazonal da média zonal do aquecimento diabático integrado na vertical (800 a 300 hPa).
Tons em marrom indicam valores positivos maiores que 0,25 K dia-1 e em azul menores que –0,25 K dia-1. O eixo
vertical a escala de tempo e na horizontal as latitudes.
157
158
Figura 44 – Média para os meses de Dez/97 e Jan e Fev/98 da taxa de aquecimento diabático integrado na vertical (800
a 300 hPa) representando o El-Niño de 97/98 como estimado pelo MHCL. Tons em marrom indicam valores positivos
maiores que 0,25 K dia-1 e em azul menores que –0,25 K dia-1. A projeção é a do tipo Mollweide.
159
(HH) e a sua aplicação e adaptação também para a escala global foi o objetivo principal desta
O satélite TRMM dispõe de um radar banda Ku e outros sensores, entre eles o TMI. O
stratiform heating), que utiliza tabelas com perfis de aquecimento para várias regiões do
globo (Tao93a). Este modelo apenas estima um máximo de aquecimento em 8 km (350 hPa),
de Viltard et al (2000).
TRMM (Fig. 21) e o efeito da evaporação de gotas de nuvem nos grandes desertos oceânicos,
não computado no modelo original em Tao90. Para a estimativa deste último, criou-se um
dependência do parâmetro µ da DTG. O mesmo não se deu com a separação entre água de
nuvem e de chuva;
aquecimento em níveis mais altos (8 a 9 km) e na convectiva nos níveis abaixo de 3 km;
- O MHCL concorda com o CSH em amplitude (Fig. 15), porém, diverge quanto ao
- O modelo indicou que havia pouco gelo no Furacão Catarina comparado à outros
ciclones tropicais (não mostrado). Mesmo assim gerou aquecimento nos níveis altos da
g kg-1), mas, diferem em extensão horizontal. A região convectiva tem amplitude maior de 12
a 14 x 10-2 g kg-1 e com distribuição distinta na América do Sul, África (exceto o Saara) e
norte da Índia. A Indonésia tem menos água de origem convectiva, apesar do conteúdo de
- A África apresenta maior quantidade de gelo e água, porém não é a principal fonte de
calor e, sim, a Indonésia, que a ultrapassa tanto em extensão quanto em amplitude, bem como
a América do Sul. Isto se deve a maior eficiência com que o vapor se condensa sobre gotas de
Indonésia aquece a troposfera numa taxa entre 1,0 e 1,5 K dia-1, com uma ampla área com
valores acima de 0,75 K dia-1. Esta fonte é menos sazonal do que as outras duas, apesar de
sofrer a influência do regime das Monções que amplia a área da atuação. Durante o El-Niño
97/98 a fonte se deslocou para leste, mantendo um máximo acima de 1,5 K dia-1.
abaixo do máximo de cristal em 350 hPa. Esta diferença se deve a massa total de cristais que
anteriormente (Tao et al, 2001), porém nunca detalhadamente estudados. O MHCL permitiu
primeiro que é o responsável por boa parte do aquecimento da troposfera. Mesmo que a
região convectiva tenha magnitudes maiores. Isto se deve a diferença entre as áreas ocupadas
e ao tempo de vida que são maiores na região estratiforme. O MHCL também foi superior ao
não computado, e que mostrou ser o principal responsável pelo esfriamento da troposfera nos
grandes desertos.
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Nas figuras abaixo são mostrados os perfis de hidrometeoros e PLCL médios de dois
meses como estimados através dos dados de refletividade medidos pelo radar SPOL e pelo
sensor TMI. Para o primeiro a média é feita em cima de 200 varreduras, o segundo com base
TMI praticamente o colocou como convectivo. Também se deve notar a diferença entre as
Com relação ao PLCL se vê uma clara divergência entre o SPOL e o TMI, sendo esta
SPOL e o TMI para o setor estratiforme), a magnitude dos termos de PLCL foi similar em
ambos.
175
Figura A.1 - Perfis médios de conteúdo de agregados, cristais e total de gelo (g kg-1) da região
estratiforme (EST) estimados para os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia para o radar
SPOL. O eixo vertical esquerdo indica a altitude em km e o direito a pressão em hPa.
176
Figura A.2 - Perfis médios de conteúdo de água de chuva, de nuvem e total de água (g kg-1) da
região estratiforme (EST) estimados para os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia para o radar
SPOL. O eixo vertical esquerdo indica a altitude em km e o direito a pressão em hPa.
178
Figura A.5 – PLCL estimado com o MHCL, médio de 200 varreduras do SPOL na região
estratiforme (EST) entre os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia, com a contribuição devido à
deposição em cristais (DepC) e agregados (DepA), derretimento (Dert), condensação de gotículas
de nuvem (CondN) e gotas de chuva (CondC) e evaporação (Evap). Todos os termos estão K h-1.
O eixo vertical esquerdo indica a altitude em km e o direito a pressão em hPa.
184
Figura A.6 - PLCL médio da região estratiforme (Q(EST)), da convectiva (Q(CVC)) e do total
(Q) estimado para os meses de Jan e Fev/1999 em Rondônia pelo radar SPOL. Todos os termos
estão K h-1. O eixo vertical esquerdo indica a altitude em km e o da direita em hPa.
186
Nas figuras abaixo são mostrados os PLCL devido a cada termo do modelo MHCL.
Figura B.1 – PLCL convectivo (CVC) e estratiforme (EST) do furacão Catarina para o dia
23/03/2004 as 1213 UTC, com a contribuição devido à deposição em cristais (DepC) e
agregados (DepA), derretimento (Dert), condensação de gotículas de nuvem (CondN) e
gotas de chuva (CondC) e evaporação (Evap). Todos os termos estão K h-1. O eixo vertical
esquerdo indica a altitude em km e o direito a pressão em hPa.
191
Figura B.2 – Similar a Fig. B.1 só que para o dia 27/03/2004 às 0611 UTC.
192
Figura B.3 – Similar a Fig. B.1 só que para o dia 27/03/2004 as 1100 UTC.
193
calor que foram obtidos a partir da re-análise do NCEP. Os campos são similares àqueles de
dão, respectivamente, o aquecimento médio diabático entre os níveis de 800 e 300 hPa (2 e
10km, aproximadamente), estimados pelo MHCL, para o sumidouro de vapor e fonte aparente
aquecimento devido à mudança de fase. Nas figuras C.9 e C.10 são mostrados os valores da
taxa de liberação de calor latente médios no globo ao longo de cinco anos. Em C.9 somente
são mostrados as regiões com aquecimento. Já, em C.10 somente as áreas com resfriamento.
194
Figura C.1 – Média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02) da taxa da fonte aparente de calor estimado pelo NCEP no nível
da 800 hPa (A), 500 hPa (B) e 300 hPa (C). Tons em marrom indicam valores positivos maiores que 0,25 K dia-1 e em
Figura C.1 – Continuação.
195
196
MHCL (A), NCEP (B) e CSH (C) no nível de 800 hPa. Tons em marrom indicam valores positivos maiores que 0,25 K
198
Figura C.3 - Perfil médio meridional estratiforme entre 10°S e 10°N dos termos Deposição de
cristais (topo), evaporação de gotículas de nuvem (meio) e condensação de água de nuvem
(inferior), média de cinco anos (Dez/97 a Nov/02). Tons em marrom indicam valores positivos
maiores que 0,25 K dia-1 e em azul menores que –0,05 K dia-1. O eixo vertical indica a pressão
em hPa e o horizontal a longitude.
201
Figura C.4 – Similar a C.3 só que para a condensação da água de nuvem (topo) e água de
chuva (inferior) da região convectiva.
202
Figura C.5 - Evolução temporal da taxa de liberação de calor latente integrada verticalmente
(800 e 300 hPa) e meridionalmente, estimada pelo MHCL (linha vermelha), NCEP (preta) e
CSH (azul) para áreas sem evaporação de gotículas de nuvem. No topo, média zonal de 0° a
25°N, no meio de 0° a 25°S e no inferior de 25° N a 25°S. A falha em Ago/01 foi causada pela
mudança de órbita do TRMM e que gerou problemas nos dados. O eixo vertical indica a taxa
de aquecimento em K dia-1.
203
Figura C.6 – Similar a C.9 só que para as regiões onde há evaporação de gotículas de nuvem.
O CSH não é incluso.
ERRATA
Pág. 9 lin. 19 - Onde se lê “com uma resolução”, leia-se “têm uma resolução”.
a N (k ) 1
prc(k ) =
A(α ) per (α ) ams
Pág. 26 lin. 20 - Onde se lê: O fator 1/24 faz com que a amostragem fique numa amostragem
Pág 68 lin. 15 - Onde se lê “de chuva (ConcC)”, leia-se “de nuvem (CondN)”. E “O que
Pág. 75 lin. 11 - Onde se lê “nas costas brasileiras”, leia-se “na costa brasileira”.
Pág. 136 lin. 18 - Onde se lê “condensação devido a gotas de chuva e nuvem”, leia-se
Pág. 161 lin. 11 - Onde se lê: “a condensação de água de chuva (CondC)”, leia-se “a
Pág. 201 – Na figura C.4 os títulos das figuras estão invertidos. Onde se lê “água de nuvem”
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