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TECNOLOGIA ASSISTIVA:
O DESIGN DO MOBILIÁRIO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Novo Hamburgo
2010
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TECNOLOGIA ASSISTIVA:
O DESIGN DO MOBILIÁRIO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Novo Hamburgo
2010
3
TECNOLOGIA ASSISTIVA:
O DESIGN DO MOBILIÁRIO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
This study characterized as exploratory, qualitative case study, aimed to analyze and evaluate
the individualized residential furniture physically handicapped person, paraplegic, as its
functional accessibility. The instruments of investigation in this research comprised a survey
of the historical high of individual private medical records of former psychiatric patients in
rehabilitation therapy, questionnaires combined open-ended, written material and notes,
digital camera, technical analysis of accessibility, biomechanics and cinesiological postures of
upper limbs. The analysis and discussion of the data was accomplished through the systematic
categorization of the elements. The results were analyzed in a real context and subjective, as
demonstrated through theoretical, that most of the furniture offered by the current market for
home users is not suitable for people with disabilities. the study found that residential
furniture, cabinets, organizers, if rated, is not functionally accessible to the conditions of the
user and proposes its replacement with a redesign project of a mobile appropriate to the
specific needs of the user.
LISTA DE APÊNDICES
LISTA DE ANEXOS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
1 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 20
1.1 Desenho Universal, Acessibilidade e Tecnologias Assistivas ...................................... 20
1.1.1 Desenho Universal............................................................................................... 20
1.1.1.1 Design .......................................................................................................... 20
1.1.1.2 Design arquitetônico ..................................................................................... 21
1.1.1.3 Design inclusivo ........................................................................................... 21
1.1.2 Acessibilidade ..................................................................................................... 23
1.1.3 Tecnologias Assistivas......................................................................................... 23
1.1.3.1 Serviços ........................................................................................................ 24
1.1.3.2 Recursos ....................................................................................................... 25
1.1.3.3 Sistemas de controle de ambiente .................................................................. 25
1.1.4 Lesão medular: paraplegia e dor no ombro........................................................... 25
1.1.4.1 A cadeira de rodas e suas dimensões ............................................................. 27
1.1.5 O ambiente residencial destinado aos paraplégicos: sob a ótica da ergonomia para
qualidade de vida ......................................................................................................... 28
2 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................... 33
2.1 Delineamento da pesquisa .......................................................................................... 33
2.1.1 Caracterização do sujeito ..................................................................................... 33
2.1.2 Instrumentos de coleta de dados........................................................................... 33
2.1.3 Etapas da pesquisa ............................................................................................... 33
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................... 36
3.1 Categoria lar............................................................................................................... 36
3.1.1 Subcategoria acessibilidade do ambiente.......................................................... 36
3.2 Categoria Mobiliários ................................................................................................. 46
3.2.1 Subcategoria Mobiliários da Cozinha/Estar ................................................. 46
3.2.2 Subcategoria Mobiliários do quarto principal ................................................... 50
3.3 Categoria mobiliário escolhido ................................................................................... 54
3.4 Categoria Medidas antropométricas e peso ................................................................. 58
3.4.2 Subcategoria Análise Cinesiológica e Biomecânica de Membros Superiores .... 61
3.4.3 Subcategoria Discussão da Primeira Postura .................................................... 66
14
INTRODUÇÃO
1
“Por capital social se entende o conjunto de normas, instituições e organizações que promovem a confiança e a
cooperação entre as pessoas, nas comunidades e na sociedade em seu conjunto [...]” (KLIKSBERG, 1999).
2
A Fundação Getúlio Vargas e a Fundação Banco do Brasil estabeleceram uma parceria para elaborar um mapa do
universo das Pessoas Portadoras de Deficiência (PPDs) com o objetivo de subsidiar políticas e ações do setor público e
da sociedade civil onde foi identificado o perfil socioeconômico-demográfico desse grupo a partir da consolidação do
acervo de diversos órgãos como o IBGE, MEC, Corde, entre outros. Os dados foram organizados no livro Retratos da
Deficiência no Brasil e em um CD-Rom que compuseram um banco de dados de estatísticas, mapas, leis e referências
bibliográficas cujos autores foram Marcelo Neri, Alexandre Pinto, Hessia Costilha e Wagner Soares. O livro foi
publicado pela Fundação Getúlio Vargas em 2003. O documento está disponível no site da Fundação Getúlio Vargas.
16
A lesão medular traumática é uma das mais devastadoras entre as lesões que podem
afetar o ser humano, atinge principalmente uma faixa etária mais exposta a acidentes, em
geral também a mais produtiva. Cerca de 60% dos casos ocorrem em pessoas entre 16 e 30
anos de idade, mas a média está aumentando com o crescimento da longevidade do ser
humano e estima-se que no Brasil haja cerca de 6000 casos anuais (NOREAU;
FOUGEYROLLAS, 2000).
e dois a cinqüenta e dois casos novos anuais por milhão de habitantes e, no Brasil, cerca de
quarenta casos novos anuais por milhão de habitantes, perfazendo um total de seis a oito mil
casos por ano. Em pesquisas dirigidas no sul do Brasil, como a de Ott (1993), indicam que a
lesão ocorre, preferencialmente, na proporção de 4:1, na faixa etária predominante de
acidentes entre os 20 e 39 anos (52%) do sexo masculino (69,2% do total). Acidentes
automobilísticos, queda de altura, acidente por mergulho em água rasa e ferimentos por arma
de fogo têm sido as principais causas de traumatismo raquimedular (TRM). A freqüência dos
desses traumas em decorrência de ferimentos por projéteis de arma de fogo tem aumentado de
modo considerável, refletindo o alto nível de violência nos grandes centros, e a relação entre a
velocidade dos veículos no momento da colisão e a ocorrência de fraturas da coluna
toracolombar foram demonstradas em estudos de perícia técnica, realizados após os acidentes
automobilísticos.
Assim, referindo-se às pessoas com deficiência, Curcio e Santos (2002) afirmam que:
A qualidade de vida desta população depende inclusive dos objetos com os quais se
relacionam constantemente dentro de seus lares. A articulação dos espaços através
da inserção do móvel no espaço construído determina de maneira direta a qualidade
de aproveitamento do mesmo.
[...] quais diferenças entre estes objetos? Quais prerrogativas melhor os definiriam,
hoje? Ou ainda mais: seria o equipamento capaz, por si, de estruturar o espaço
arquitetônico? Não é o que crêem convencionalismos bem aceitos, que vêem no
comumente chamado 'equipamento' apenas o objeto que possibilita a realização de
tais e tais funções em um espaço previamente estruturado pelo projeto de
arquitetura.
[...] a pesquisa qualitativa é aquela que procura explorar a fundo conceitos, atitudes,
comportamentos, opiniões [...], avaliando aspectos emocionais e intencionais,
implícitos nas opiniões dos sujeitos da pesquisa, utilizando [...], observações e
estudo documental. É fundamentalmente subjetiva.
19
1 REVISÃO DA LITERATURA
1.1.1.1 Design
Henry Dreyfuss, um dos pioneiros na profissão, diz que o designer começou por
eliminar o excesso de decoração, mas que o seu verdadeiro trabalho teve início quando ele se
empenhou em dissecar o objeto, em conhecer aquilo que fazia com que funcionasse e
idealizar modos para que operasse melhor. Só depois é que se preocupou em dar-lhe um
melhor aspecto externo (Wilcox apud Tilley, 2005).
3
Projeto de Lei nº 1.965, de 1996, que visa regulamentar a profissão no Brasil.
21
4
O designer é o profissional habilitado a efetuar atividades relacionadas ao design. Normalmente o termo se
refere ao desenhista industrial, habilitado em design gráfico ou design de produto.
Em inglês, o termo se refere a qualquer indivíduo que esteja ligado a alguma atividade criativa ou de projeto
(Tilley, 2007).
22
Assim, Simões e Bispo (p. 37, 2006) descrevem que o que importa é ter um conhecimento, o
mais aprofundado possível, das características físicas, sensoriais e cognitivas daqueles que
não correspondem ao homem médio e, ainda, extensamente, afirmam:
1.1.2 Acessibilidade
Ao longo da história o homem fez uso da tecnologia para melhorar sua qualidade de
vida, mas somente nas três últimas décadas, esse conjunto de recursos e serviços passou a se
chamar tecnologia assistiva e que envolve áreas como: a comunicação alternativa e ampliada;
a mobilidade alternativa; o posicionamento adequado; o acesso ao computador; a
acessibilidade de ambientes e as adaptações às atividades de vida diária, ao transporte, aos
5
Decreto-lei 5296 de 2 de dezembro de 2004. (BRASIL, 2004)
24
1.1.3.1 Serviços
1.1.3.2 Recursos
As pessoas com lesão medular utilizam os membros para a realização das atividades
de vida diária para a própria independência, quer seja no ato da locomoção, da transferência,
dos autocuidados e outros. O ombro, então, é uma das articulações mais envolvidas nas
atividades de pessoas com paraplegia, porém, uma alta prevalência de dor nesta articulação
tão fundamental para a independência é um sério problema para esta população. A dor e
distúrbios da articulação deste segmento do ombro levam a pessoa a uma significante
limitação funcional, afetando diretamente as atividades de vida diária, atividades profissionais
e na realização de atividades físicas esportivas, quer seja a nível recreativo ou profissional. A
dor no ombro pode limitar o acesso das pessoas com paraplegia à comunidade, diminuindo
assim a integração social. Além disso, pode influenciar a auto-percepção de saúde em um
status mais negativo. A própria utilização da cadeira de rodas pode iniciar um círculo vicioso
de dor. Modificações no design de dispositivos como o da cadeira de rodas e outros
equipamentos podem ser considerados para prevenir o desenvolvimento da dor no ombro. É
importante ressaltar ainda, que a dor crônica no ombro em pessoas com lesão medular é
multifatorial. A significante relação entre intensidade da dor e dificuldade de resolução atua
27
1.1.5 O ambiente residencial destinado aos paraplégicos: sob a ótica da ergonomia para
qualidade de vida
Segundo comum definição do dicionário, lar é uma forma especial de se definir a casa,
o ambiente ou os assuntos relacionados a ele. O termo lar tem uma conotação mais afetiva e
pessoal: é a casa vista como o lugar próprio de um indivíduo, onde este tem a sua privacidade
e onde a parte mais significativa da sua vida pessoal se desenrola (HOUAISS, 2001).
Assim como a edificação, não menos importante, está a escolha do mobiliário, onde se
guardam os bens pessoais. O ambiente escolhido para ser residência, deve conferir segurança
e conforto, pois conforme Demirbilek e Demirkan, (2004), “Se uma casa é inadequada para as
necessidades das pessoas que nela moram, nunca será um lar”. Para Sanoff (1990) apud
Demirbilek e Demirkan, (2004), todos os projetistas que estão preocupados com a qualidade
de vida em um ambiente construído devem considerar a participação dos usuários,
envolvendo-os no processo de projeto.
Segundo Sprovieri (2000) qualidade de vida é um termo que representa uma tentativa
de nomear algumas características da experiência humana, sendo o fator central que determina
a sensação subjetiva de bem estar. Alguns autores sugerem que a qualidade de vida consiste
na possessão dos recursos necessários para a satisfação das necessidades e desejos
individuais, participação em atividades que permitem o desenvolvimento pessoal, a auto-
realização e uma comparação satisfatória entre si mesmo e os outros. Neste sentido, a
Organização Mundial de Saúde definiu qualidade de vida como a percepção do indivíduo de
sua posição na vida no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive,
considerando seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (FLECK et al, 1999).
Conforme Minayo, Hartz e Buss (2000), “[...] qualidade de vida é uma noção
eminentemente humana que se aproxima do grau de satisfação encontrado na vida familiar,
amorosa, social e ambiental”.
Sen apud Kerstenetzky (2000), reforça essa afirmação quando afirma que:
O uso activo das novas tecnologias permite a criação de um sem número de ajudas
técnicas capazes de proporcionarem uma substancial melhoria da qualidade de vida
das pessoas com deficiência. Um dos principais problemas sentidos pelos
profissionais de engenharia que pretendam desenvolver o seu trabalho na área das
tecnologias de apoio à deficiência é o quase total desconhecimento das necessidades
e dificuldades sentidas pelas pessoas com deficiência (GERICOTA, p. 07, 1996).
Neste sentido, compreende-se que existe uma necessidade social e tecnológica para
que as pessoas possam sentir-se mais próximas da condição então desejada, como qualidade
de vida, especialmente para as pessoas com deficiência. A incorporação tecnológica visa, a
princípio, prevenir e aliviar o sofrimento das pessoas, o que faz parte do campo dos direitos
dos consumidores, isto é, visa a "qualidade de vida" de todos os indivíduos (SHARAMM;
ESCOSTEGUY, 2000).
A qualidade de vida desta população depende inclusive dos objetos com os quais se
relacionam constantemente dentro de seus lares. A articulação dos espaços através
da inserção do móvel no espaço construído determina de maneira direta a qualidade
de aproveitamento do mesmo (CURCIO; SANTOS, p. 23, 2002).
6
Período histórico que aconteceu entre 1200 a.C e 4000 a. C.
32
Já, as definições de banco, o mesmo autor descreve como um tipo de assento coletivo
e muito simples, geralmente apresentava espaldar e braços com caixa na parte inferior. O
banco derivou da arca ou baú; escabelo ou mocho: assento individual e popular, todo em
madeira, desprovido de encosto e braços, geralmente baixo e sem decoração. E as primeiras
cadeiras eram simples e retilíneas com assento em couro lavrado ou madeira e espaldar
baixos. Mais tarde, aparecem os primeiros exemplares de cadeiras mais elaborados, como as
de estilo nacional português e as de campanha (SANTOS, 1995).
O setor mobiliário no Brasil começou a ter relevância econômica a partir de 1930. Este
fato deve-se a um conjunto de polêmicas levantadas pelo Modernismo no âmbito da
arquitetura moderna, literatura e das artes plásticas (SANTOS, 1995).
7
Derivado de armaria, lugar onde se guardavam as armas (SANTOS, 1995).
33
2 METODOLOGIA DA PESQUISA
O sujeito caracterizado nesta pesquisa foi de uma pessoa de Canoas, RS, o qual,
independente do gênero, deveria ter idade máxima de até 70 anos, submetida à cadeira de
rodas devido a seqüelas de lesão raquimedular há pelo menos três anos, paraplégica, com
autonomia para realizar suas atividades de vida diárias.
De posse dos instrumentos partiu-se para a coleta dos dados as quais foram realizadas
em quatro etapas.
acordo com caracterização do sujeito desta pesquisa. A partir deste levantamento, foram
encontrados nove prontuários de ex-pacientes particulares com seqüelas de lesão medular,
sendo que apenas um sujeito foi eleito para fazer parte desta pesquisa.
Assim, após a coleta dos dados, deu-se início a discussão dos resultados os quais
foram descritos em quatro categorias, subdivididas, quando necessário, por subcategorias,
através das quais, apresentam-se a Categoria Lar, seguida da subcategoria Acessibilidade do
ambiente; A Categoria Mobiliários, disposta com as subcategorias: Mobiliários da
Cozinha/Estar; Mobiliários do quarto principal. A Categoria Mobiliário Escolhido é a terceira
categoria. A última categoria intitulada Medidas Antropométricas e Peso, está
subcategorizada conforme segue: Subcategoria Condição Física Atual do Participante e seu
Histórico segundo Prontuário; Subcategoria Análise Cinesiológica e Biomecânica de
Membros Superiores; Subcategoria Discussão da Primeira Postura; Subcategoria Discussão
da Segunda Postura; Subcategoria Equilíbrio da Postura. A categorização que segue, teve
como suporte diversos autores, como o de Castro (2003) que transcreveu um modelo validado
de software para medidas antropométricas. Hall (1993) foi utilizado para estudos iniciados na
biomecância e os de Kapandji (2000) que conceituam muito bem a fisiologia articular. A
análise cinesiológica e biomecânica foi significativamente utilizada seguindo as aplicações
didáticas de Greene e Roberts (2002) os quais descrevem como sendo, respectivamente, a
cinesiologia o estudo do movimento e das estruturas passivas e ativas envolvidas e a
biomecânica uma ciência da ação das forças, interna e externas, no corpo vivo. Já os autores
Sammons e Preston (2000), serviram apenas para critério de ilustração, considerando que sua
descrição deriva de um catálogo técnico com importantes tecnologias assistivas utilizadas nos
Estados Unidos.
36
Imbricado ao foco social desta pesquisa, as pessoas com deficiência, Cauduro (2004)
afirma que “Uma pesquisa deve contemplar questões que atendam às necessidades sociais da
comunidade (ou parte dela) para ter relevância, pois já não cabe mais aceitar pesquisas cujos
resultados estejam engavetados ou nas prateleiras.” (grifo da autora).
A casa possui frente e fundos com sete cômodos divididos em sala conjugada à
garagem com acesso por portão basculante automatizado, corredor, cozinha conjugada à sala-
de-estar, dois quartos com banheiro individual em cada quarto, closet8 e pátio, tudo em apenas
um nível de pavimento térreo, sem obstáculos no piso, que é de cerâmica. Toda a casa possui
um pé-direito9 de 2 metros e 81 centímetros, porém, foi estabelecida sobre um nível de terreno
8
Do inglês, significa quartinho; aposento particular; armário de embutir.
9
A expressão, pé-direito, como outras que se mantêm na Arquitetura até hoje, começou a ser usada por volta do
século XIV, na Europa, com o início do estilo romântico. O "pé", usado como sinônimo de altura refere-se à
unidade de medida que corresponde a 12 polegadas, ou 30,48 centímetros, e o "direito" tem sentido de certo.
Assim, pé-direito significa a medida de altura do solo ao teto que predomina em uma região, em um período
específico, para um tipo determinado de construção. Por exemplo, o pé-direito atual para as residências na cidade
de São Paulo é de aproximadamente 8 pés, ou cerca de 2 metros e meio. O pé direito de qualquer construção,
prédio ou casa é a altura que vai do solo à laje, no caso de apartamentos, e do solo ao início do telhado ou forro,
em casas. Fica em torno de 2,60m. Algumas casas mais antigas, ou as do tipo mansão, têm alturas maiores e
alguns ambientes de certas casas são rebaixados por motivos estéticos ou por compactação imobiliária para
aumentar a quantidade de unidades habitacionais, especialmente nos edifícios (MASCARÓ, 2007).
38
Todos os vãos (portas) estão com abertura mínima de 80 centímetros de largura e com
maçanetas em alavanca (Figura 5). Com exceção dos banheiros e do closet, os demais
cômodos (Figuras 6 a 15) são amplos e permitem acesso confortável às cadeiras de rodas. Há
uma sala ampla conjugada à cozinha com corredor de acesso ao quarto principal e banheiro.
Também há um segundo quarto para hóspedes ou cuidadores com banheiro. Nos fundos há
um quiosque com churrasqueira, numa altura adequada ao cadeirante, com suporte da
máquina de espetos giratórios e área de serviço com lavanderia. O banheiro principal possui
dimensões restritas se comparado com a proporção dos demais cômodos. Tem dois pequenos
lavatórios, sendo um deles auxiliar ao sanitário e um box de banho. O aquecimento do
chuveiro e das torneiras é fornecido por sistema a gás. As principais barreiras arquitetônicas
encontradas no banheiro foram: acesso à lateral do vaso sanitário com barra de apoio com
diâmetro estreito e inadequado, apresentando oxidação e a circulação interna do banheiro com
dimensões insuficientes para garantir a transferência confortável e a passagem livre e demais
manobras da cadeira de rodas; O box de banho possui duas barras de apoio e não há assento
39
para se banhar, pois ele utiliza a própria cadeira de rodas. Não há telefone no banheiro para
casos de acidente.
Figura 7 - Lavatórios
41
Na cozinha existem os seguintes mobiliários: uma mesa com altura de 76 cm, para seis
pessoas e quatro cadeiras convencionais; um balcão/armário com dimensões de 4 metros de
comprimento, 78 cm de altura e 40 cm de profundidade. O tampo é liso para suporte de seis
eletrodomésticos: forno elétrico, microondas, torradeira, grill, liquidificador e
multiprocessador. Sob o tampo, o acesso às quatro prateleiras é através de portas de correr,
que oferece somente acesso lateral (Figura 16) à cadeira de rodas e não permite que o usuário
alcance objetos que estejam na prateleira inferior e mais ao fundo. Há quatro gavetas para
talheres e outros acessórios de cozinha.
47
Ainda na cozinha, a pia oferece um acesso adequado ao cadeirante (Figura 17) com
um tampo de aço inox com dimensões de 01 m de comprimento, 78 cm de altura e 52 cm de
profundidade.
O fogão de mesa com quatro bocas também possui acesso adequado ao cadeirante
(Figura 18), com dimensões de 45 cm de largura, 55 cm de profundidade e 71,5 cm de altura.
Devido sua lesão medular, o manuseio do fogão oferece certo risco, tendo em vista a falta de
sensibilidade da área corporal intimamente próxima ao fogão.
48
A geladeira com congelador e ao lado um freezer (Figura 19) possuem difícil acesso às
gavetas inferiores o que por vezes é impossível para alcançar objetos e/ou alimentos nelas
contidos.
O quarto principal é amplo e possui banheiro privativo. O closet está neste cômodo e
ao seu lado uma área para estender roupas. A janela do quarto dá visão para frente da casa. No
dormitório existem os seguintes mobiliários: um armário gaveteiro tipo rack10 para televisão
29” e outro rack para computador; duas cômodas mais antigas com gaveteiros (Figura 22 e
Figura 23)
Figura 23 - Comôda
10
Do inglês, significa prateleira.
51
seu usuário para abri-las e outras três para fechá-las; o rack para computador pessoal tipo
notebook é acessível (Figura 24).
Ainda no quarto principal, a cama de casal possui criado mudo na cabeceira e nas
laterais. O acesso aos móveis organizadores é somente lateral. Objetos nas gavetas inferiores
da cômoda e do rack da televisão não são alcançados por seu usuário. Além disso, as gavetas
não possuem corrediças e a madeira nobre e espessa do móvel provoca atrito e trava tanto
durante a sua abertura quanto em seu fechamento exigindo várias manobras com a cadeira de
rodas e demasiada força de seu usuário para movimentá-las.
Observa-se nas figuras acima o detalhe da cama em que a distância do ponto central
do quadril até o ponto de transferência seguro no colchão é maior que 50 cm. A passagem da
cadeira para a cama exige a maior concentração do participante e demasiado esforço, pois
além de posicionar várias vezes as pernas até encontrar seu ponto de equilíbrio, tem que
levantar todo o peso de seu corpo, transpor o protetor/paralamas da roda à direita para não
lesionar a região de quadril e glúteos, apoiar-se na cama e saltar lentamente para o colchão de
acordo com a seqüência do movimento capturada em vídeo e transposta em fotos (Figura 27).
Conforme O’Sullivan e Schmitz (2003), o ponto de transferência seguro deve estar o
suficiente próximo para se evitar força excessiva dos ombros.
Figura 27 – Seqüência da transferência para cama exige cautela e esforço de membros superiores
54
O closet é acessado por porta de correr e dá passagem secundária a uma pequena área
de estender roupas. Com relação ao armário principal, não há acesso frontal para cadeira de
rodas, sendo impossível alcançar mais ao fundo das prateleiras inferiores que estão a 25 cm
(Figura 28 e Figura 29) do piso e tampouco alcançar objetos ao fundo do tampo superior, que
possui altura de 1m 70 cm (Figura 30 e Figura 31). Devido à falta de controle de tronco, a
eventuais dores e a impotência funcional no ombro direito, o manuseio das peças de roupas é
feito sempre com apenas um dos membros, geralmente com a mão esquerda, enquanto a outra
mão é ocupada para segurar no sobrearo da cadeira de rodas. Já os objetos mantidos nas
prateleiras de aramados são alcançados com dificuldade, com uma vassoura, gancho ou uma
bengala de madeira (Figura 32). A largura do closet não permite giro confortável e completo
da cadeira de rodas, tampouco comporta o casal ao mesmo tempo. Se a entrada ao ambiente
for frontal a saída deve ser de ré. Ou, para sair de frente, o cadeirante deve acessar a área de
estender roupas para fazer o giro. A troca de rouparia inverno-verão e vice-versa é feita por
um cuidador ou pessoa contratada eventualmente para a limpeza da casa.
55
Figura 33 - Medidas aproximadas para um homem de 1 metro e 65 centímetros de altura (CASTRO, 2003)
59
O participante possui sessenta e seis anos de idade, é casado há vinte e seis anos. Cabe
ressaltar que sua esposa também é deficiente física e a maioria das atividades manuais no
domicílio, quem faz é o participante.
acúmulo de secreção pulmonar facilita recidivas de pneumonias as quais são tratadas com
antibioticoterapia, necessitando atualmente de fisioterapia respiratória. Infecções urinárias
também são freqüentes. Conforme exames de imagem como, por exemplo, os raios-X da
coluna cervical, apresentam discopatias degenerativas em todos segmentos das vértebras
cervicais com uncoartorses nos processos transversos nos segmentos C4-C5 e C5-C614. O RX
dos ombros acusa significativo osteófito acromial do ombro direito e desgaste articular
glenoumeral devido à esclerose condral deste segmento para o qual, nesta pesquisa, foi
reservado nos anexos (Anexos B, C, D, E, F e G), uma breve revisão anatômica para critério
de revisão terminológica e ilustrativa. A ecografia do ombro direito acusa ruptura total do
manguito rotador e do tendão longo do bíceps, com bursa subacromial distendida por líquido
(bursite) provável a pinça acromial, devido à projeção do osteófito do acrômio. Devido a essa
lesão no ombro direito, apresenta impotência funcional para movimentos de rotação e dor
intensa para sustentar os braços elevados por mais de 40 segundos. A incapacidade funcional
de se transferir tantas vezes por dia, somado às complicações anteriores e à compressão da
bursa subacromial, obrigaram o participante a se desfazer de seu carro, pois não conseguia
mais se transferir da cadeira de rodas para o assento do veículo e vice-versa, com segurança.
Segundo ele, as transferências da cadeira para o vaso sanitário e para a cama estão cada vez
mais difíceis.
14
Segmento da coluna vertebral localizado entre as vértebras cervicais de quatro até a sexta vértebra, do total de
sete vértebras.
15
Do inglês, uso excessivo (Dicionário Michaelis, 2007).
61
apenas 15 cm a partir do centro da posição neutra sobre a cadeira de rodas (Figura 36 e 37). A
inclinação lateral de tronco permite alcance máximo de objetos até 30 cm acima do piso
(Figura 38 e Figura 39). Movimentos de flexão anterior de tronco devem ser realizados com
um dos membros seguros no sobrearo. A flexão de tronco é mínima e permite alcance seguro
e confortável de no máximo 40 cm acima do piso (Figura 40).
16
De acordo com Greene e Roberts, (2002) é possível obter o centro de gravidade por método segmentado em
posições.
17
Recomenda-se leitura didática complementar para se compreender passo-a-passo como determinar o centro de
gravidade de um corpo, recorrendo-se a Greene e Roberts (2002, p. 24-30) bem como estender a leitura aos
demais capítulos deste livro. Recomenda-se ainda, revisão da anatomia humana para critérios de aprofundamento
didático. Neste caso, cumpre-se a necessidade de consultar livros específicos bem como um profissional docente
da área em questão.
65
Analisando a figura 41, verifica-se o participante em uma primeira postura com vista
posterior elevando o braço acima da cabeça em um movimento de abdução18 em arco
doloroso (Figura 42) que, conforme goniometria19 em torno de 150º (Figura 43), exige
trabalho, inclusive, da articulação esternoclavicular exemplificada na figura 44. A força
tangencial produzida a glenóide durante o esforço de movimentar um cobertor de
aproximadamente 2 Kg, no movimento de rotação do úmero, associado à abdução total é
prejudicial à atual situação do manguito rotador do participante, que já está lesionado.
18
Abdução do Ombro é um movimento que ocorre no plano frontal. A abdução da articulação glenoumeral é
acompanhada por elevação clavicular, seguida por rotação lateral do úmero.
Amplitude Articular: 0°-180° (MARQUES, 2003; PALMER; APLER, 2000 apud GREENE; ROBERTS, 2002)
e 0-170/180°(MAGEE, 2002 apud GREENE; ROBERTS, 2002).
19
Formado por duas palavras gregas: gonia (ângulo); metron (medida). É um método para medir os ângulos
articulares do corpo, utilizado por fisioterapeutas para quantificar a limitação dos ângulos articulares, decidir a
intervenção fisioterapêutica mais adequada e ainda documentar a eficácia da intervenção.
67
20
O centro de gravidade de um indivíduo em posição neutra em uma cadeira de rodas muitas vezes é alterado
pelo equipamento. Assim, devemos considerar o equipamento, quando mensuramos o ponto de equilíbrio de um
indivíduo (GREENE e ROBERTS, 2002).
69
De acordo com Tilley (2005) as posições laterais precisam ser realizadas com conforto
(figura 46), o que não ocorre no caso do sujeito participante, o qual deve se assegurar de
demasiado cuidado para evitar quedas da cadeira de rodas ou esforço, conforme sua resposta
no Questionário nº 02 (Apêndice A.1).
PROPOSTAS
Conforme Panero e Zelnik, (1998), devido aos novos modelos de habitações, cada vez
menores, a distribuição do mobiliário nem sempre são possíveis o que leva a pessoa a
desenvolver um ambiente complexo no que diz respeito a sua organização, principalmente em
ambientes como quarto, sala e cozinha ou outras áreas, onde vários objetos e produtos
71
essenciais para a sua a vida cotidiana estariam alocados. Tendo em vista que muitos lares
podem ter diferentes medidas com relação à área em metros quadrados, há que se considerar,
que na maioria dos casos, pode haver falta de espaço para organização de objetos ou produtos,
e, nesse sentido, o pé direito apareceu como uma interessante lacuna para este pesquisador.
O projeto proposto é de um móvel cuja estrutura de uma alma de aço deve receber a
aplicação estética de uma fórmica de madeira na cor desejada pelo usuário. A estrutura interna
deve manter suporte a um sistema de transmissão movido através de um conjunto moto-
redutor compacto de 12 volts, com bateria recarregável, com autonomia de pelo menos 20
ciclos de trabalho, para o caso de pane de energia elétrica da rede externa. Módulos de
prateleiras individuais, disponíveis em oito diferentes níveis deste móvel, eqüidistantes uma
das outras, projetam as cargas bilateralmente em uma guia de formato retangular na posição
vertical. A estes mesmos incluem-se também aparatos de segurança para seu manuseio. As
dimensões do móvel devem ser compatíveis com as necessidades do sujeito participante e,
futuramente, ser projetado para uma gama de usuários com diferentes comprometimentos. O
acesso ao móvel deve ser frontal neste caso, devendo-se respeitar padrões funcionais (Figura
50) de dimensões de alcance do corpo humano. Através de uma bandeja principal, o
cadeirante poderá acessar todos os módulos de prateleiras, uma por vez. A altura máxima da
bandeja principal em relação ao piso deve ser de 75 centímetros para evitar que o usuário
necessite erguer os braços demasiadamente. Através de um painel de botoeiras, o usuário
aciona o módulo de prateleira que deverá ser indicado por legendas ou através de sistema de
visor/mostrador digital. Tais módulos podem receber uma aplicação colorida para serem
identificados na legenda das botoeiras. Cada módulo de prateleira deve oferecer capacidade
de volume igual ou maior do que aquelas do mobiliário do closet do sujeito participante
restringir possíveis quedas de objetos para fora de sua superfície e, portanto, uma forma de
73
contenção deve ser pensada. Orifícios vazados na estrutura de cada móvel servirão para
reduzir o peso de cada conjunto. Além disso, a capacidade de trabalho de cada módulo deve
ser independente aos seus pares de prateleiras, ser resistente, devendo ser capaz de comportar,
no mínimo, 05 Kg por módulo. Dessa forma, seu usuário poderá guardar quaisquer objetos de
uso comum e básico, tanto o que exista no armário do quarto ou no armário da cozinha.
Panelas, louças, livros, Cds de música, roupas, sapatos, entre outros objetos, deverão ser
possíveis de organizar no móvel proposto. Para facilitar o acompanhamento da legenda de
cada botoeira e tornar o móvel interativo, um visor translúcido ou transparente a ser fixado no
tampo superior deve permitir ao usuário acompanhar o trajeto/deslocamento dos módulos.
Assim, se por equívoco na escolha da legenda, o usuário selecionar um módulo não desejado,
poderá verificar o fluxo dos módulos e poderá pressionar um botão de cancelamento,
permitindo reiniciar a tarefa. Quando o módulo escolhido atingir o alinhamento com a
bandeja principal, esta deverá possuir um sistema que destrave sua porta, com acionamento de
lâmpada interna, podendo assim, o conteúdo do módulo ser retirado com segurança e
conforto. Deve ser pensado em sistemas de aviso sonoro, como opcionais, para identificação
de cada acionamento. Além disso, deverá dispor de uma lâmpada de emergência para que no
caso de pane elétrica ou falta de bateria, o usuário enxergue os objetos e um manivela, será a
opção para acessar manualmente os módulos. Os desenhos destas descrições estão dispostos
conforme figuras dos croquis (Figuras 51 até 59).
75
Figura 52 - Croqui do projeto em perfil demonstra abertura da bandeja principal de acesso aos módulos de
prateleiras
4.2.2 Funcionalidade
A funcionalidade do móvel proposto é justificada pelos seguintes benefícios:
Entrada frontal, esforço nulo – o cadeirante acessa uma única bandeja principal sem
erguer demais os braços ou tentar acessos laterais se cansando com diversas manobras
com a cadeira de rodas para buscar objetos em prateleiras inferiores ou superiores; não
mais irá executar esforço para se manter em equilíbrio e não irá correr o risco de quedas,
tanto o paraplégico que precise se inclinar, como o idoso que por ventura necessitasse
subir em bancos e escadarias;
Fácil Organização – acionado por um painel de botoeiras (Figura 54), cujas legendas são
escolha do próprio usuário, oito prateleiras organizam mais volume do que aquelas do
mobiliário do closet do sujeito participante. Por exemplo: as botoeiras podem ser
nomeadas com o tipo de objeto, por cores ou números ou ambos: [amarela/nº 01/camisas].
Fácil Manutenção – o móvel proposto deve ser de fácil manutenção e oferecer meios de
retirá-lo sem causar transtornos. Para isso, foi desenhado com sistema de rodízios que
possibilitam a higiene do piso e de sua fácil mobilidade. Em caso de pane elétrica e
possível falta de bateria, uma trava deve ser liberada e as prateleiras movidas através de
uma manivela externa.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Face a este estudo, acredita-se que os objetivos deste foram alcançados apontando a
necessidade de se apresentar um protótipo para qualificar a eficácia do projeto de redesenho
de mobiliário, dando continuidade ao estudo em parceria multidisciplinar, tendo em vista que
nesta pesquisa três áreas distintas foram fundamentais para seu desenvolvimento a saber:
fisioterapia, design e engenharia mecânica. Em se tratando de pessoas com deficiência, é de
fundamental importância que os profissionais envolvidos compreendam adequadamente o
estudo do movimento humano para se aplicar corretamente o desenvolvimento de móveis e
equipamentos a serem destinados a estes indivíduos.
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YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
2001.
94
GLOSSÁRIO
Abdução. Movimento de uma articulação que leva o segmento distal para longe da linha
mediana do corpo.
Aderência articular. Comprometimento de uma articulação quando inerte por demasiado
período de tempo, a cápsula articular necessita de movimento para liberar líquido sinovial.
Adução. Movimento de uma articulação que leva o segmento distal em direção à linha
mediana do corpo.
Agonista. Um músculo que age como motor primário para um movimento articular
específico.
Alavanca de primeira classe. O eixo do movimento dica entre as forças motiva e resistiva.
Alavanca de segunda classe. Proporciona uma vantagem mecânica para a força motiva, que
fica mais longe do eixo de movimento que a força resistiva.
Alavanca de terceira classe. Permite que as resistências sejam movidas numa maior
velocidade e através de uma maior distância, porque a força da resistência fica mais longe do
eixo do que a força motiva.
Articulação acromioclavicular. Uma pequena articulação sinovial na qual a clavícula
articula com o acrômio da escápula.
Articulação diartrose. Uma articulação na qual um espaço cheio de fluido ocorre entre dois
ou mais ossos que se articulam, permitindo liberdade de movimento.
Articulação escapulotorácica. Articulação entre a escápula e o tórax.
Articulação esternoclavicular. Uma pequena articulação entre o estero e a clavícula.
Articulação escapuloglenoumeral. Complexo articular que envolve a cabeça do úmero,
fossa glenóide da escápula.
Articulação sinartrose. Uma articulação fibrosa imóvel entre dois ou mais ossos.
Biomecânica. A ciência das forças internas e externas que atuam no corpo humano vivo.
Braço de alavanca. A estrutura rígida que aumenta a distância da aplicação de uma força até
o centro de movimento desta força, também conhecido como braço momento de força.
Bursa sinovial. Estrutura em forma de cápsula que contém líquido sinovial.
Bursite. Patologia/Evento inflamatório que ocorre por trauma direto ou indireto ou outra
doença na bursa sinovial.
Cápsula articular. Estrutura que envolve e reveste as articulações do corpo humano.
Centro de gravidade. O ponto de equilíbrio dentro ou próximo a um corpo, localizado onde
a força resultante das forças gravitacionais atua nos componentes corporais.
Depressão. Movimento articular desenvolvido equinodistalmente de segmentos articulares.
Expiração máxima forçada. Capacidade de expiração pulmonar ativamente.
Hiperlordose. Acentuação do ângulo fisiológico do segmento identificado da coluna
vertebral em cervical ou lombar.
Protusão. Movimento articular desenvolvido anteriormente a articulação.
Rotação. Movimento de rotação do úmero, sobre a íntima da glenóide.
Sedestação. Postura mantida na posição sentada.
Úlcera de pressão. Também conhecida como escara é uma lesão/ferida nos tecidos moles,
pele e músculos, do tipo ulcerativa, derivada de falta de alívio em determinada região do
corpo, especialmente aquela que não possua sensibilidade.
95
APÊNDICES
96
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO 01
97
Questionário 01
O questionário que se segue é parte da pesquisa: Tecnologia Assistiva: o design do
mobiliário para pessoas com deficiência. A sua colaboração em responder de forma clara e
honesta as perguntas é de extrema importância. Para o correto preenchimento e compreensão
das respostas, peço que o digite em computador ou transcreva suas respostas em letra de
forma utilizando uma nova página, identificando cada resposta com o número da questão
correspondente. Ao final do preenchimento, entregue por e-mail ao endereço indicado abaixo
ou comunique outra preferência para entregá-lo ao pesquisador. Os resultados da pesquisa
terão uma aplicação estritamente científica, o que implica em assegurar o anonimato do
inquirido. Desde já, informo que a análise dos dados estará à disposição para sua apreciação,
caso desejares. Pela sua colaboração, os nossos sinceros agradecimentos.
Mestrando/Pesquisador:
Jivago Peres Di Napoli
E-mail para entrega do questionário: jivagodinapoli@terra.com.br
Docentes/Orientadores:
Profª Regina de Oliveira Heidrich e Prof. João Carlos Jaccottet Piccoli
Data da aplicação: 29/08/2009
Prezado(a) Sr Jorge Cardoso:
Antes de responder as questões abaixo listadas, solicito que indique um cômodo principal de
sua residência onde haja mobiliário(s) organizador(res), como por exemplo, dormitório ou
cozinha, ou outro:dormitório.
6. Atualmente, reside com alguém? (x ) Sim ( ) Não Caso positiva a sua resposta, com
quem? Esposa
7. Você tem alguma deficiência? (x ) Sim ( ) Não. Caso positiva sua resposta, indique sua
deficiência: Paraplegia
8. Você apresenta algum comprometimento da habilidade de membros superiores? Sim
Qual? Rompimento do manguito do braço direito. É uma seqüela de sua deficiência ou
uma conseqüência da idade ou ocasionada por outro motivo que não ao de sua deficiência?
Idade e esforço físico.
9. Desde qual data reside nesta unidade habitacional? 01.11.2003
10. Esta unidade é uma casa ou apartamento? Casa
11. Você comprou esta unidade habitacional construída, ou foi construída por você?
Construída por mim.
As questões de 12 a 16 se referem ao mobiliário e cômodo acima por você identificado:
12. No planejamento de compra ou construção desta unidade habitacional você pensou na
acessibilidade do mobiliário? (X ) Sim ( ) Não
13. Hoje, o mobiliário disposto em sua unidade habitacional, favorece a todas as suas
necessidades físicas? ( X ) Sim ( X ) Não. Conhece alguma empresa que venda/comercialize
mobiliário especializado para a acessibilidade residencial na sua região? ( ) Sim (x ) Não
14. Durante seu dia-a-dia, você consegue alcançar fácil e confortavelmente a todos os
espaços e alturas do(s) mobiliário(s) localizado no cômodo indicado? (X ) Sim ( ) Não
15. Em algum momento desde sua estada nesta residência, teve que modificar ou trocar
algum mobiliário destes cômodos? (X ) Sim ( ) Não
16. Se fosse possível modificar algo em seu mobiliário, o que seria? Armários mais antigos
e a cama Por quê? Por causa de gavetas, das transferências para cama e para olhar
televisão.
99
APENDICE A.1
100
Questionário 02
O questionário abaixo dá continuidade ao compromisso da pesquisa: Tecnologia Assistiva: o
design do mobiliário para pessoas com deficiência. Nesta fase, peço que reflita e apresente
sua opinião descritiva sobre as modificações propostas ao mobiliário. Para o correto
preenchimento e compreensão das respostas, peço que o digite em computador ou transcreva
suas respostas em letra de forma utilizando uma nova página, identificando cada resposta com
o número da questão correspondente. Ao final do preenchimento, entregue por e-mail ao
endereço indicado abaixo ou comunique outra preferência para entregá-lo ao pesquisador. Os
resultados da pesquisa terão uma aplicação estritamente científica, o que implica em assegurar
o anonimato do inquirido. Desde já, informo que a análise dos dados estará à disposição para
sua apreciação, caso desejares. Novamente, agradecemos pela sua colaboração.
Mestrando/Pesquisador:
Jivago Peres Di Napoli
E-mail para entrega do questionário: jivagodinapoli@terra.com.br
Docentes/Orientadores:
Profª Regina de Oliveira Heidrich e Prof. João Carlos Jaccottet Piccoli
APÊNDICE B
103
APÊNDICE B – ANTROPOMETRIA
104
105
APÊNDICE C
106
APÊNDICE D
109
APÊNDICE E
112
1. Histórico de Prontuários
O levantamento do histórico deste instrumento irá oferecer dados de ex-pacientes que
se enquadrem na caracterização. Destes, um provável sujeito será eleito e convidado
para fazer parte da pesquisa.
2. Questionários
Serão aplicados dois questionários: o Questionário 01 (APENDICE A) e
Questionário 02 (APÊNDICE A.1), apresentados em momentos distintos da pesquisa
conforme descritos no plano de coleta de dados e no cronograma. Em ambos os
questionários, as respostas deverão ser preenchidas digitadas pelo próprio sujeito da
pesquisa, pois, segundo Freitas e Prodanov (2009), este deve ser respondido por
escrito pelo informante. Os questionários serão entregues sempre pessoalmente pelo
pesquisador e deverão ser devolvidos através de e-mail pelo respondente. Os
questionários construídos deverão ser validados e pré-testados para se verificar a sua
fidedignidade. Para facilitar o entendimento ao informante, uma carta-explicação
disposta no cabeçalho dos questionários, conterá as instruções de preenchimento, as
orientações para devolução e o agradecimento.
3. Material para escrita, anotações e medidas
O material para escrita servirá de apoio durante a observação do sujeito e da
acessibilidade do mobiliário no ambiente residencial. O material compreenderá uma
prancheta, caneta, lápis e borracha, bloco de papel quadriculado de 1x1 centímetros
para rascunho de anotações a serem obtidas durante cada visita a residência do
sujeito pesquisado conforme descrita no plano de coleta de dados. Neste bloco
também ser anotadas as dimensões/medidas dos ambientes e do mobiliário (todas em
centímetros) utilizando-se de fita métrica retrátil plástica de até dois mil (2000)
centímetros, trena métrica retrátil de metal de até cinco mil (5000) centímetros, um
goniômetro para medida de ângulos articulares de movimentos de membros
superiores ao nível de ombros e cotovelos. Considerando que o sujeito caracterizado
anteriormente deva ser paraplégico e, para evitar demasiada transferência e/ou
incômodo físico do mesmo, as medidas antropométricas serão obtidas sobre a sua
cadeira de rodas através das orientações da figura/boneco de medidas
114
APÊNDICE F
117
APÊNDICE F – RASCUNHOS I
118
119
APÊNDICE G
120
APÊNDICE G – RASCUNHOS II
121
122
APÊNDICE H
123
APÊNDICE I
125
APÊNDICE I – RENDERING
126
127
128
129
130
131
132
ANEXOS
133
ROTEIRO DE VISTORIA
ACESSIBILIDADE A EDIFICAÇÕES, MOBILIÁRIO, ESPAÇOS E
EQUIPAMENTOS URBANOS
INDICAÇÃO DE USO:
Primeira etapa: Coleta de dados
1°) Observe o local objeto de análise, conforme coluna "descrição", informando ao
lado, se existe ou se atende ao questionamento feito.
2°) Informe abaixo as anotações ou observações pertinentes a cada item.
Pronto. A coleta de dados foi concluída.
Segunda etapa: Análise e intervenção
· Se a resposta for afirmativa, está em conformidade;
· Se a resposta for negativa, verifique e adote medidas de correção;
· Se a resposta for "não existe", verifique a necessidade de existência.
Importante lembrar que, dependendo do município onde se localiza o objeto da
análise, o código de obras, a legislação municipal e a legislação estadual podem
ampliar as
restrições ou ainda estabelecer medidas mínimas, maiores que as ditadas pelas
normas.
O presente roteiro de vistoria novamente encontra-se em fase de revisão e de
atualização de seus conteúdos, tão logo seja finalizado o trabalho, uma nova edição
será
publicada.
Atenciosamente,
Arquiteta Orildes Tres,
Coordenadora do Grupo de Trabalho Acessibilidade a Edificações, Mobiliário,
Espaços e Equipamentos Urbanos do Crea-RS.
136
ANEXO B
137
Articulação esternoclavicular:
• É uma articulação sinovial em forma de sela com 3 graus de liberdade;
• A artic. esternoclavicular e a acromioclavicular habilitam o úmero a mover-se através
de 180° de abdução;
• Posição de Repouso: braço ao lado;
• Posição de aproximação máxima: elevação completa.
Articulação acromioclavicular:
• É uma articulação. sinovial plana que aumenta a amplitude de movimento do úmero;
• Posição de Repouso: braço ao lado;
• Posição de aproximação máxima: abdução a 90°.
Articulação escapulotorácica:
• Não é uma articulação verdadeira mas é parte integrante do complexo do ombro.
Articulação glenoumeral:
• É uma articulação sinovial multiaxial bola-e-soquete e possui três graus de liberdade;
• Posição de Repouso: 55° de abdução, 30° de adução horizontal (plano escapular);
• Posição de aproximação máxima: abdução completa, rotação lateral.
Ritmo escapuloumeral
Fase 1: Úmero –30° de abdução
Escápula- movimento mínimo
Clavícula- 0-15° de elevação
Fase 2: Úmero –40° de abdução
Escápula- 20° de rotação
Clavícula- 30-36 ° de elevação
Fase 3: Úmero:60° de abd. e 90° de rot. lateral
Escápula- 30° de rotação
Clavícula- 30-50° de rot. post. até 30° de elevação
139
ANEXO C
140
Planos Corporais
(KONIN, p. 3 e 5, 2006)
142
ANEXO D
143
(KONIN, p. 3 e 5, 2006)
147
ANEXO F
148
ANEXO G
151
Músculos do Ombro
ANEXO H
154