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PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS – 21

QUESTÃO 41

Alessandro BARATTA analisa, em “Criminologia Crítica e a Crítica do Direito

Penal” (1999), as diversas escolas e teorias criminológicas. Qual das escolas e
teorias abaixo ele NÃO analisou em seu livro?

a) A teoria das “subculturas criminais”.

b) A teoria ecológica da escola de Chicago.
c) O paradigma criminológico do “Labeling Approach”.
d) A sociologia do conflito e sua aplicação criminológica.

QUESTÃO 42

De acordo com Alessandro BARATTA, “Criminologia Crítica e a Crítica do

Direito Penal” (1999), é CORRETO afirmar:

a) O delito é, para a Escola Clássica, um ente socialmente qualificado,

possuidor de uma complexa significação social.
b) A Escola Positiva se detinha principalmente sobre o delito, entendido como
conceito jurídico, isto é, como violação do direito e, também, daquele pacto
social que estaria na base do Estado e do direito;
c) A Escola Liberal Clássica partia da hipótese de um rígido determinismo e
sobre esta base a ciência teria por tarefa realizar uma pesquisa etiológica
sobre a criminalidade.
d) LOMBROSO, no seu livro “L’uomo delinqüente” (1876), considerava o delito
como um ente natural, “um fenômeno necessário, como o nascimento, a
morte, a concepção”, determinado por causas biológicas de natureza,
sobretudo hereditária.

QUESTÃO 43

A teoria estrutural-funcionalista da anomia e da criminalidade, “Criminologia

Crítica e a Crítica do Direito Penal” (1999), afirma que:

a) o desvio é um fenômeno normal de toda estrutura social.

b) o comportamento desviante é inútil para o equilíbrio e o desenvolvimento
sociocultural.
c) o fenômeno do desvio é sempre negativo para a existência e o
desenvolvimento da estrutura social.
d) as causas do desvio devem ser pesquisadas em fatores bioantropológicos e
naturais, bem como em uma situação patológica da estrutura social.

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QUESTÃO 44

BECCARIA, “Dos delitos e das penas” (2002), DISCORDA da afirmação:

a) As penas estabelecidas contra os infratores das leis são esses motivos

sensíveis.
b) Toda liberdade dos homens foi entregue ao soberano da nação, para
poderem viver com segurança e tranqüilidade na sociedade.
c) Fizeram-se necessários motivos sensíveis para dissuadir o espírito
despótico de cada homem de novamente mergulhar as leis da sociedade no
antigo caos.
d) As leis são condições sob as quais homens independentes e isolados se
uniram em sociedade, cansados de viver em contínuo estado de guerra e
de gozar de uma liberdade inútil pela incerteza de sua conservação.

QUESTÃO 45

RUSCHE e KIRCHHEIMER, “Punição e Estrutura Social” (2004), afirmam que:

a) A política penal, do ponto de vista funcional, é independente de uma dada

ordem social.
b) O sistema penal de uma dada sociedade é um fenômeno isolado sujeito às
suas leis especiais.
c) A revisão da política penal, graças ao progresso do conhecimento humano
que tornou o problema do tratamento penal mais compreensível, parece
estar hoje mais perto de sua realização.
d) A taxa de criminalidade pode de fato ser influenciada somente se a
sociedade está numa posição de oferecer aos seus membros certo grau de
segurança e de garantir um nível de vida razoável.

QUESTÃO 46

RUSCHE e KIRCHHEIMER, “Punição e Estrutura Social” (2004), DISCORDAM

da seguinte afirmação:

a) A natureza perversa do homem pode ser contida através da degradação do

nível das prisões abaixo dos das classes subalternas livres.
b) A repressão possibilita a ilusão de segurança encobrindo os sintomas da
doença social com um sistema legal e julgamentos de valor moral.
c) A passagem de uma política penal repressiva para um programa
progressista de reformas pode transcender o mero humanitarismo para
tornar-se uma atividade social verdadeiramente construtiva.
d) A futilidade da punição severa e o tratamento cruel podem ser testados
mais de mil vezes, mas enquanto a sociedade não estiver apta a resolver
seus problemas sociais, a repressão, o caminho aparentemente mais fácil,
será sempre bem aceita.

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QUESTÃO 47

“Em suma, a arte de punir, no regime disciplinar, não visa nem a expiação, nem
mesmo exatamente a repressão. [...] Em uma palavra, ela normaliza.”
(FOUCAULT, Vigiar e Punir, 2002. p.152,153). Segundo este autor, qual
conjunto de operações põe em funcionamento a arte de punir no regime
disciplinar?

a) Reeducar, tratar, diferenciar, observar, reinserir.

b) Educar; diferenciar; tratar; homogeneizar; excluir.
c) Comparar, hierarquizar, reeducar, tratar, reinserir.
d) Comparar; diferenciar; hierarquizar; homogeneizar; excluir.

QUESTÃO 48

Em “Vigiar e Punir” (2002), os instrumentos abaixo garantem sucesso ao poder

disciplinar, EXCETO:

a) O processo sócio-educativo.
b) A sanção normalizadora.
c) O olhar hierárquico.
d) O exame.

QUESTÃO 49

Segundo FOUCAULT (2002), é CORRETO afirmar sobre a técnica do exame:

a) O exame, quando bem realizado, não precisa registrar em arquivos,

documentos e anotações escritas os resultados de sua observação.
b) O exame estabelece sobre os indivíduos uma visibilidade através do qual
eles são diferenciados e premiados individualmente.
c) O exame combina as técnicas da hierarquia que vigia e as da sanção que
normaliza.
d) O exame é um método educativo, uma prova que permite qualificar o
indivíduo para sua reinserção social.

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QUESTÃO 50

Qual grupo de objetivos NÃO foi destacado por Jeremy BENTHAN, “O

Panóptico” (2000), como uma utilidade de sua Casa de Inspeção?

a) Punir o incorrigível, encerrar o insano ou confinar o suspeito.

b) Reformar o viciado, curar o doente ou instruir os que estejam dispostos em
qualquer ramo da indústria.
c) Sediar o governo, abrigar a força policial do Estado ou inspecionar as
operações do poder legislativo.
d) Empregar o desocupado, manter o desassistido ou treinar a raça em
ascensão no caminho da educação.

QUESTÃO 51

Todas as características abaixo estão presentes no “Plano para uma casa de

inspeção penitenciária” contido no Panóptico de BENTHAM, EXCETO:

a) O edifício é circular.
b) Um sino, destinado exclusivamente aos propósitos do alarme.
c) Luz plena para que cada prisioneiro veja os outros e o inspetor veja todos
eles.
d) Os apartamentos dos prisioneiros ocupam a circunferência e o apartamento
do inspetor ocupa do centro.

QUESTÃO 52

Cristina RAUTER, “Criminologia e Subjetividade no Brasil” (2003), ao falar

sobre o nascimento da criminologia no Brasil, confirma qual das afirmações
abaixo?

a) Em 1868, há noticia de um médico dirigindo uma prisão no Rio de Janeiro.

b) A partir do século XX, perde força a tendência médica no interior do
discurso criminológico.
c) Com o Código Penal de 1890, o código da República, a real viabilidade da
aplicação das idéias liberais foi muito comemorada pelos juristas.
d) A vinda da família real portuguesa para o Brasil impediu que as grandes
transformações liberais influenciassem o Código Penal de 1830.

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QUESTÃO 53

De acordo com a obra de Cristina RAUTER, “Criminologia e Subjetividade no

Brasil” (2003), é INCORRETO afirmar:

a) A principal produção do discurso da criminologia é a figura do criminoso

anormal.
b) A criminologia, como a mais utilitária das ciências humanas, apresenta um
discurso raramente comprometido com a repressão.
c) O discurso da criminologia tem a função de dotar o judiciário de uma
racionalidade cientifica, de transformar uma função repressiva em função
técnica.
d) A criminologia não pode propor o ‘tratamento’ do delinqüente sem enfatizar
a necessidade da ‘vigilância’.

QUESTÃO 54

No prefácio do livro “Observações sobre a tortura” (2000), Dalmo DALLARI

afirma:

a) Na história humana, quando a prática da violência se torna rotina, não é

raro que a força seja vencida pela autoridade e pela razão.
b) Nunca aconteceu de governos e até mesmo as leis permitirem a tortura, em
nome da defesa da liberdade ou da proteção da sociedade.
c) A prevalência da razão sobre a barbárie é uma opção nem sempre
necessária para que seja reconhecida e preservada a dignidade da pessoa
humana.
d) Praticar tortura contra uma pessoa é uma forma covarde de cometer
violência física, psíquica e moral, fazendo sofrer a vitima, degradando o
próprio torturador e agredindo valores que são de toda a humanidade.

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QUESTÃO 55

Segundo Ronald DWORKIN em sua obra “Levando os direitos a sério” (2002),

as afirmativas abaixo estão corretas, EXCETO:

a) A parte principal do direito – a parte que define e executa as políticas

sociais, econômicas e externas – deve ser neutra.
b) A instituição dos direitos é crucial, pois representa a promessa da maioria
às minorias de que sua dignidade e igualdade serão respeitadas.
c) A instituição dos direitos requer um ato de fé por parte das minorias, porque
o alcance de seus direitos será controverso sempre que forem direitos
importantes.
d) A instituição dos direitos requer um ato de fé por parte das minorias, porque
os representantes da maioria agirão de acordo com suas próprias noções
do que realmente são estes direitos.

QUESTÃO 56

Na apresentação do livro “FOUCAULT, Estratégia, Poder-Saber” (2003),

Manoel Barros MOTTA, sobre o nascimento da prisão, NÃO concorda com a
seguinte afirmação:

a) A violência física como meio de punição, segundo os reformadores, deveria

ser substituída pelo sistema de contínua vigilância sobre o preso.
b) O nascimento da prisão coincide com o momento em que se percebeu,
segundo a economia do poder, ser mais rentável vigiar do que punir.
c) O jornal O homem e a América, n° 10 (1831), publicou que o novo modelo
penal teria por fim reprimir a mendicidade, acostumar os vadios ao trabalho
e corrigi-los dos seus vícios.
d) A instalação de uma Casa de Correção no Brasil, no século XIX, não
deveria seguir o modelo do Panóptico de BENTHAM, que estava sendo
severamente criticado pelos reformadores.

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QUESTÃO 57

Na entrevista de C. ANGELI com M. FOUCAULT, em 18 de março de 1971,

nomeada “Inquirição sobre as prisões: Quebremos a barreira do silêncio”,
FOUCAULT NÃO disse a seguinte frase:

a) A justiça envia um homem à prisão, e esse homem não pode defender seus
direitos perante ela. Ele está totalmente desarmado.
b) No final da inquirição, foi possível destacar que muitos detentos disseram
que as condições materiais na prisão são o pior.
c) Quando ele escreve ao procurador para queixar-se, sua carta pode ser
interceptada [...]. Às vezes, ele pode ser mandado para a solitária a fim de
que cesse de se queixar.
d) Os juízes sabem muito bem que a administração penitenciária serve de
anteparo entre eles e os detentos. Esta é uma das funções da prisão muito
apreciada pelos juizes.

QUESTÃO 58

É INCORRETO afirmar sobre os direitos dos sentenciados dispostos no artigo

41 da Lei nº. 7.210, de 11 de julho de 1984:

a) Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a

recreação.
b) Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias
determinados.
c) Os direitos previstos neste artigo constituem direitos invioláveis e jamais
poderão ser suspensos ou restringidos.
d) Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da
leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e
os bons costumes.

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QUESTÃO 59

Marque a afirmativa CORRETA, de acordo com a Lei nº. 7.210 de 11 de julho

de 1984:

a) As faltas coletivas deverão receber sanções coletivas.

b) Em circunstâncias especiais, a sanção disciplinar poderá fazer uso da cela
escura.
c) A concessão de regalias pode ser uma recompensa ao bom
comportamento reconhecido em favor do condenado.
d) Não será permitida a contratação de médico de confiança pessoal do
internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares
ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.

QUESTÃO 60

É INCORRETO afirmar sobre a Lei nº. 11.404, de 25 de janeiro de 1994:

a) Os sentenciados trabalharão em oficina de aprendizagem industrial e

artesanato rural ou em serviço agrícola do estabelecimento, conforme suas
preferências, origem urbana ou rural, aptidão física, habilidade manual,
inteligência e nível de escolaridade.
b) A instrução primária não é obrigatória para os analfabetos.
c) Serão organizados, nas penitenciárias, cursos de formação cultural e
profissional, que se coordenarão com o sistema de instrução pública.
d) Serão oferecidas facilidades e estímulos ao sentenciado, nos termos da lei,
para fazer curso universitário.

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