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Os Arquétipos Masculinos Imaturos e Maduros

Dentro de cada homem existem potenciais (impressões), padrões de


comportamentos instintivos e naturais, chamados de “arquétipos”, ou
imagens primordiais.
Jung e seus sucessores descobriram que a psique de cada pessoa está
fundamentada no que eles chamam de “inconsciente coletivo”, feito de
padrões instintivos e configurações energéticas provavelmente herdadas
geneticamente ao longo das gerações de nossa espécie.
Esses arquétipos fornecem as próprias bases de nossos comportamentos –
nossos pensamentos, sentimentos e nossas reações humanas
características.

Basicamente são padrões subjacentes que determinam a vida cognitiva e


emocional humana.

Os arquétipos são sempre presentes. São constantes e universais em todos


nós. Por conta disso, todos seres humanos podem acessar os arquétipos e nós
fazemos isso, na verdade, em vários momentos de nossas vidas.

Ou seja, nesse exato momento você pode estar sob a influência de algum
arquétipo! E ele pode estar te influenciando de forma positiva ou
negativa.

Cada um dos potenciais de energia arquetípica na psique masculina –  suas


formas maduras e imaturas – possui uma estrutura de 3 partes.

No topo do triângulo temos a potencialidade máxima do arquétipo. Na parte


inferior do triangulo temos a forma da “sombra” do arquétipo, quando ele é
experiênciado de forma disfuncional.

Exemplo: Alguns meninos parecem mais “maduros” do que outros; isso


acontece porque eles estão acessando, inconscientemente, as potencialidades
dos arquétipos da infância mais plenamente do que são os outros meninos.

O primeiro arquétipo do masculino imaturo é a Criança Divina. A Criança


Precoce e a Criança Edipiana são as próximas: O último estágio da infância é
governado pelo Herói.
A Criança Divina, ao ser enriquecida pelas experiências da vida, torna-se
o Rei; a criança precoce torna-se o Mago; a criança edipiana torna-se
o amante; e a O herói se torna o guerreiro (veja a imagem abaixo)

Uma coisa importantíssima a se falar é que: o homem adulto não perde sua
“parte infantil”, ou seja, os arquétipos que formam a base da infância
não desaparecem.

São como a fundação de um prédio! Você não começa a construir um prédio


pelo topo certo? A base deve estar bem desenvolvida para o seu pleno
desenvolvimento.

O homem maduro usa sua “parte infantil” como base para o seu


crescimento. Por isso, é importante saber se você realmente teve um pleno
desenvolvimento de sua parte infantil!

Essa imagem representa bem o que eu acabei de falar. Vemos a transição da


psicologia das crianças (imaturidade) para a psicologia dos homens
(maturidade).

Lembre-se que no topo do triangulo está o arquétipo bem desenvolvido e que


na sua base se encontra suas formas disfuncionais (sombra ativa –
representada pelo simbolo “+” e a sombra passiva – representada pelo
símbolo “–“)
Agora que você teve uma visão geral, vamos falar sobre as características
específicas de cada um dos arquétipos da infância (psicologia das crianças).

1. A Criança Divina
Para os junguianos, a Criança Divina é a fonte do entusiasmo infantil pela
vida. É o arquétipo dentro de nós que produz uma sensação de bem-
estar, paz e alegria, bem como gosto pela aventura.
Sempre que você tem aquele sentimento de excitação e desejo de um novo
começo, esse é o arquétipo da Criança Divina se mostrando em sua vida.
A Criança Divina nos renova e nos mantém “jovens de coração”.
A Criança Divina é em muitos aspectos indefesa e todo-poderosa. É indefesa
pois ainda é uma criança e depende dos adultos para atender às suas
necessidades, e todo-poderoso porque consome a atenção das pessoas ao seu
redor.

A atenção que ele recebe é mutuamente benéfica: a Criança Divina tem sua
necessidade de atenção satisfeita, enquanto enaltece e inspira outros.

Vemos o arquétipo da Criança Divina refletido em várias tradições religiosas


e mitos de todo o mundo.

A história cristã de Cristo é um exemplo da criança divina arquetípica. Seu pai


é Deus. Ele vem ao mundo como um bebê indefeso, mas as pessoas olham
para ele com admiração e esperança de um novo começo. Ele traz paz e ordem
à terra.
Histórias semelhantes existem em outras culturas. As histórias de nascimento
de figuras como Zoroastro, Moisés, Buda e Krishna apresentam eventos
miraculosos ou místicos, que tiveram um impacto gigantesco na terra.

Esses bebês especiais tinham um potencial enorme, mas eram tão vulneráveis
quanto qualquer criança.

Se devidamente nutrido, o arquétipo da Criança Divina amadurecerá no


arquétipo do Rei. Se negligenciado, a Criança Divina pode se transformar em
uma de suas sombras, o Tirano da Cadeira Alta e o Príncipe Fraco.

1.1 Tirano da Cadeira Alta (Sombra Ativa)

O TIrano da Cadeira Alta é como se fosse uma versão sombria do menino


Jesus: ele é o centro do universo; outras pessoas existem para satisfazer suas
necessidades e desejos; apresenta uma grandiosidade excessiva etc.

O Tirano da Cadeira Alta é a personificação do narcisismo orgulhoso e


arrogante.

As características do Tirano da Cadeira Alta incluem arrogância,


Infantilidade (no sentido negativo), e irresponsabilidade. Ele não quer
levantar um dedo para conseguir as coisas. Ele acha que merece só porque ele
merece (sem precisar fazer nada).
O Tirano da Cadeira Alta, que se expressa como a Sombra do arquétipo do
Rei, pode continuar a ser uma influência arquetípica dominante na idade
adulta.

Por exemplo: O chefe que quer apenas homens que concordem com ele,
presidente que não quer ouvir o conselho de seus generais, o diretor da escola
que não consegue ouvir as críticas de seus professores – todos são homens
possuídos pelo Tirano da Cadeira Alta.
O que o Tirano de Cadeira Alta precisa aprender que ele não é o centro do
universo e que o universo não existe para satisfazer todas as suas
necessidades limitadas e suas pretensões à divindade

Também vemos o Tirano da Cadeira Alta em nossas vidas quando não


esperamos nada além da perfeição de nós mesmos e nos espancamos se não
atendermos a essas expectativas auto-impostas e irracionais.

Sabe aquela voz em sua cabeça dizendo que você não é bom o suficiente, que
não para de gritar, reclamar? Uma homem sob a influência do Tirano de
cadeira alta torna-se o escravo da criança de 2 anos que existe dentro
dele.
1.2 O Príncipe Fraco (Sombra Passiva)
O menino (e mais tarde, o homem) que está possuído pelo “Príncipe Fraco”
parece ter muito pouca personalidade, nenhum entusiasmo pela vida e
muita pouca iniciativa.
Este é o menino que precisa ser mimado. Que dita àqueles ao seu redor por
meio de seu silêncio, por sua lamentação e por sua queixa de impotência.
Ele precisa ser carregado em um travesseiro. Tudo é demais para ele!

Ele raramente participa de jogos infantis, tem poucos amigos e não vai bem na
escola.

Ele desempenha o papel de vítima constantemente e quando surgem desafios


ou problemas, nunca é culpa do Príncipe Fraco.

O arquétipo do Príncipe Fraco pode influenciar um homem até a maturidade.


Normalmente assume a forma do “Mr.Nice Guy”.

Um homem que permite que o arquétipo do Príncipe Frágil governe sua vida
é apático e desmotivado.
Não toma iniciativa e fica chateado quando outros não atendem às suas
expectativas. Ele é o príncipe da agressão passiva!
1.3 Acessando a Criança Divina
Integrar a Criança Divina em sua vida como homem garante que mesmo
quando você envelheça, você ainda permaneça jovem no coração; esse
arquétipo mantém a sensação de vida nova, inspira você com uma visão de
suas possibilidades, alimenta sua criatividade e estimula você à aventura.
O homem que não retém algo da Divina Criança perde de vista seu grande
potencial e se contenta em ser apenas medíocre.

A integração bem-sucedida do arquétipo da Criança Divina envolve reter uma


lembrança de suas possibilidades divinas, enquanto, ao mesmo tempo, ter a
humildade de perceber que você é apenas humano, afinal.

Comece a se perguntar em que áreas de sua vida e como você está


manifestando o aspecto da sombra desse arquétipo. Além disso, comece a
honrar a criança divina em si.

Pergunte a si mesmo como você está bloqueando a criança divina de se


expressar em sua vida. Tome consciência de tais impedimentos!

2. A Criança Precoce
O próximo arquétipo de infância a se desenvolver é a Criança Precoce. Se for
devidamente nutrida, a Criança Precoce se desenvolve no arquétipo masculino
maduro do Mago.
O arquétipo da Criança Precoce se mostra quando um menino está ansioso
para aprender sobre o mundo ao seu redor, quando sua mente é
acelerada, quando ele quer compartilhar o que está aprendendo com
outras pessoas.
Há um brilho em seus olhos e uma energia corporal e mental que mostra que
ele está se aventurando no mundo das ideias. Este menino (e mais tarde, o
homem) quer saber o “porquê” de tudo

Sabe quando seu filho faz todas aquelas perguntas irritantes de “Por que?” –
Por que o céu é azul? Por que o sol está forte? Por que as coisas morrem? – É
ai que vemos a Criança Precoce se manifestando.

Ele quer saber o “como “, “o que.” e o “onde” das coisas.


Muitas vezes, esse menino também é talentoso em uma ou mais áreas: ele
pode ser capaz de desenhar e pintar bem ou tocar um instrumento musical
com proficiência. Ele também pode ser bom em esportes.

A Criança Precoce é a fonte das chamadas crianças prodígios.


A Criança Precoce é a origem de nossa curiosidade e de nossos
impulsos aventureiros. Ela nos leva a ser exploradores e pioneiros do
desconhecido, o estranho e o misterioso.

Ela nos faz pensar no mundo ao nosso redor e no mundo dentro de nós.

Um menino para quem a criança precoce é uma influência poderosa quer


saber sobre as pessoas. Ele quer saber por que as pessoas agem da maneira
que eles agem, e por que elas tem os sentimentos que tem.
Ele tende a ser introvertido e reflexivo, e ele é capaz de ver as conexões
ocultas nas coisas

Apesar de ser introvertido e reflexivo, ele também é extrovertido e estende a


mão ansiosamente a outros para compartilhar suas ideia e talentos com eles.

Ele muitas vezes sente um forte desejo de ajudar os outros com seu
conhecimento e seus amigos muitas vezes vêm a ele para obter sua ajuda.

A criança precoce em um homem mantém seu sentido de admiração e


curiosidade viva, estimula seu intelecto e o move na direção do mago
maduro.

Quando não desenvolvida adequadamente, a criança precoce transforma-se


em uma de suas sombras: O sabe tudo trapaceiro (malandro) ou o Boneco
(manequim)
2.1 O Sabe Tudo Trapaceiro ou Malandro (Sombra Ativa)
O sabe tudo trapaceiro é, como o nome indica. aquela energia masculina
imatura que prega peças, de natureza mais ou menos séria, na própria vida e
na de outras pessoas.
Ele é especialista em criar máscaras. Ele seduz as pessoas a acreditarem e
confiarem nele e então puxa o tapete debaixo delas, ele trai a todos e depois ri
de suas misérias.
Ele está sempre procurando um “otário” para sugar. Ele é o brincalhão, perito
em fazer outros de idiotas. Ele é um manipulador.
Ele gosta de intimidar os outros. O menino ou homem sob o poder desse
arquétipo faz muitos inimigos. Ele é verbalmente abusivo aos outros, a
quem ele considera como seus inferiores. 
Ele frequentemente domina as conversas, transformando discussões
amigáveis em palestras e argumentações. Ele deprecia quem não sabe o
que ele conhece ou quando outros possuem opiniões que diferem da sua.
Também é irresponsável. Ele quer fazer apenas o suficiente para destruir as
coisas e vida dos outros, mas não quer assumir as responsabilidades da pessoa
a quem destruiu e nem por sua própria vida.
Ele adora destruir coisas, mas não constrói a si mesmo.
Sua energia vem da inveja. Quanto menos um homem estiver em contato
com seus verdadeiros talentos e habilidades, mais ele terá inveja dos outros.

O Malandro perdeu o contato com sua Criança Divina, por isso tenta
compensar seu senso de inadequação e inferioridade com essa fachada de
“superior”, “melhor que todos”, tentando a todo custo destruir as outras
pessoas.
O que ele precisa fazer, então, é entrar em contato com seu próprio potencial,
sua própria beleza e criatividade. A inveja bloqueia a criatividade!
2.2 O Boneco – Manequim (Sombra Passiva)
A pessoa sob a influência desse arquétipo tem uma personalidade fraca,
pouco vigor e criatividade. Ela parece indiferente e passiva.
Ela é frequentemente rotulada de um aluno que aprende de forma lenta. Além
disso, parece não ter senso de humor e não entende piadas. É uma pessoa
muito ingênua.

Ela parece ser fisicamente incapaz também, pois possui pouca coordenação
motora.

Também tende a ser desonesto. Ele pode compreender muito mais do que
mostra aos outros.

2.3 Acessando a Criança Precoce


Um homem que integrou com sucesso o arquétipo da Criança Precoce
mantém sua curiosidade sobre o mundo e se dedica à aprendizagem ao
longo da vida.
Ele se permite contemplar os mistérios da vida e busca sempre um
conhecimento maior. Mas ele não usa o acúmulo desse conhecimento para se
sentir superior aos outros, nem para manipulá-los e enganá-los.
Em vez disso, ele se dedica a compartilhar suas ideias e ajudar os outros!
3. A Criança Edipiana
Todas as energias masculinas imaturas estão excessivamente ligadas. um
jeito ou outro, a mãe, e são deficientes em sua experiência de nutrir e
amadurecer o masculino.

Embora o menino para quem a Criança Edipiana seja uma poderosa influência
arquetípica possa ser deficiente em sua experiência do masculino, ele é capaz
de acessar as qualidades positivas do arquétipo.

Ele é apaixonado e tem um senso de admiração e uma profunda


apreciação pela conexão com suas profundezas interiores, com os outros e
com todas as coisas.

Ele é espiritualizado e possui um senso de comunhão mística com todas as


coisas.
Moore afirma que o anseio de um menino pela “mãe nutridora, infinitamente
boa e infinitamente bela” está na raiz deste arquétipo.

Mas esse desejo não é pela mãe real de um menino, mas sim pela energia
feminina da “Grande Mãe” – a Deusa (o que os gregos chamam de Eros) em
suas muitas formas nos mitos e lendas de muitos povos e culturas.

A maneira como penso sobre o arquétipo da Criança Edipiana é relacioná-lo


com a filosofia do período romântico.

Os românticos exploraram sua vida interior, celebrando o poder da


imaginação e da intuição, buscando sentir e experimentar a vida
profundamente e exaltando as virtudes da paixão e da liberdade de expressão.

Eles procuraram se conectar com a energia que emanava da Mãe Natureza.

No centro desse arquétipo está o desejo de conexão – uma conexão


consigo mesmo, com as forças mais profundas da vida, com a natureza e
com outras pessoas.
Desta forma, o arquétipo da Criança Edipiana contém as sementes da
espiritualidade de um homem.

As sombras disfuncionais desse arquétipo são: O menino da mamãe e o


sonhador.
3.1 O Menino da Mamãe (Sombra Ativa)
O arquétipo do menino da mamãe está muito conectado com sua mãe. Jung
argumentaria que esse arquétipo da sombra assume o controle quando não há
um pai ou apenas um pai fraco em casa.

O termo complexo de Édipo vem de Freud, que viu na lenda do rei grego
Édipo um relato mitológico desta forma de energia masculina imatura.

A sombra do menino da mamãe se manifesta de várias maneiras. O mais


óbvio é o menino (ou homem) que está “amarrado aos cordões do avental da
mamãe”.

Ele nunca quer ofender, magoar ou preocupar sua mãe. Ele vive para
agradar a querida mamãe, mesmo que isso signifique colocar os desejos
dela acima dos dele. Nada lhe dá mais satisfação do que ouvir sua mãe
dizer: “Esse é um bom menino.”
O menino da mamãe frequentemente é pego em perseguir o belo, o
comovente. Ele tenta realizar seu anseio de união com a Mãe Divina, indo e
de uma mulher para outra (perseguindo e correndo atrás de mulheres).

Porém, ele nunca pode ficar satisfeito com um mulher mortal, porque o que
ele está procurando é a Deusa imortal.

Aqui nos temos a síndrome do Don Juan. Ele quer experimentar todas
mulheres, ou melhor, que experimentar a união com a Deusa Mãe em sua
infinidade de formas femininas. Ele está procurando experimentar, com isso,
sua masculinidade, seu poder fálico.

Então, um homem sob a influência do arquétipo do menino da mamãe passa


sua vida indo de um relacionamento fracassado para outro ou passa
incontáveis horas por semana vendo pornografia e se masturbando, na
esperança de encontrar uma mulher que satisfaça suas necessidades.
Assim como todas as energias imaturas, ele não quer assumir
responsabilidades. Ele faz não está disposto a fazer o que for preciso para
realmente ter uma união com um mulher e lidar com todos os sentimentos
complexos envolvidos em um relacionamento íntimo.
3.2 O Sonhador (Sombra Passiva)

Enquanto o arquétipo positivo da Criança Edipiana alimenta a espiritualidade


de um menino, o sonhador leva esse desejo ao outro extremo.

O sonhador se isola dos relacionamentos humanos porque prefere ficar


sozinho com seus pensamentos.
Embora certamente não haja nada de errado com a introspecção e a solitude, o
menino sob a influência da sombra do sonhador muitas vezes tem a cabeça
nas nuvens e se afasta da realidade.
Ele passa muito tempo sonhando, e não o suficiente para aprender como se
relacionar com outras pessoas e, assim, desenvolver as habilidades sociais
necessárias para realizar seus sonhos. Ele é contraído e desconectado.
3.3 Acessando a Criança Edipiana

Um homem que integrou com sucesso a Criança Edipiana à sua psique


compreende sua parte gentil, de como ser um cavalheiro.

Ele pode ser caloroso, até mesmo “doce” com os outros e pode
ser introspectivo e espiritual enquanto permanece firme no seu centro,
com seus pés firmes no chão.
Ele não tem medo de explorar a energia “feminina”, mas também não é
dominado por ela. Ele ama sua mãe e aprendeu muito com ela, mas ele é
decididamente dono de si.
4. O Herói

Há muita confusão sobre o arquétipo do herói, e geralmente se assume que é


caracterizado por ser uma abordagem heroica da vida, ou para uma tarefa, mas
isso é apenas parcialmente verdadeiro.

O herói é, de fato, apenas uma forma, uma forma avançada da psicologia das
crianças – a forma mais avançada, o pico, na verdade, das energias
masculinas do menino.
Lembra daquela sensação de expansão da independência? Aos poucos, você
começou a contar cada vez menos com seus pais para suas necessidades
básicas. Você clamou por mais liberdade, para que seus pais o deixassem em
paz.
Os principais objetivos do Herói são ganhar sua independência pessoal, se
libertar da influência feminina de sua mãe e entrar totalmente na idade
adulta.
O Herói permite que o menino comece a se afirmar e se definir como algo
distinto dos outros.
Como acontece com os outros arquétipos masculinos imaturos, o herói está
excessivamente ligado à mãe. Mas o herói tem uma necessidade motriz de
superá-la. Ele está travando um combate mortal contra o feminino,
lutando para conquistá-lo e afirmar sua masculinidade.

No entanto, ainda é imaturo e quando ele é transportado para a idade adulta


como o arquétipo governante, ele bloqueia os homens de atingirem a plena
maturidade.

Ao contrário de seu forma madura de Guerreiro, que luta por uma causa maior
do que si mesmo, o Herói imaturo luta principalmente por si mesmo, por
interesse próprio (não por algo maior que si).

Além disso, o guerreiro maduro conhece suas limitações. Já o Herói não tem
esse tipo de autoconsciência, o que muitas vezes resulta em sua ruína física ou
emocional.

Segundo Moore, essa transformação de menino em homem só pode ocorrer


por meio da “morte” do Herói.

Como já vimos, isso ocorria por meio das iniciação e rituais de passagem, em
que o menino era morto simbolicamente para renascer como homem, como
um adulto maduro. Porém, como essas iniciações estão em falta nos dias de
hoje, muitos homens ficam presos a imaturidade
4.1 O Bully (Sombra Ativa)
O menino (ou homem) sob o poder do Bully tenta impressionar os outros a
todo o custo. Suas estratégias são projetadas para proclamar
sua superioridade e seu direito de dominar aqueles ao seu redor.
Ele tem um senso inflado de sua própria importância e de suas próprias
habilidade.

Ele reivindica o centro do palco como se fosse seu direito de nascença e se


alguma vez suas reivindicações de status especial forem contestadas, ele fica
totalmente enfurecido.

Estes ataques contra outras pessoas têm como objetivo evitar o


reconhecimento de sua covardia subjacente e de sua profunda insegurança.

Ele permitiu que o senso de invulnerabilidade do Herói se transformasse em


um senso de identidade arrogante e inflada.
Assim, o menino sob a sombra do Bully corre riscos desnecessários e tolos, e
sua arrogância muitas vezes leva à sua própria destruição.

Porém, por trás dessa postura e comportamento do Bully, existe uma pessoa
covarde e insegura, e o Bully tenta lutar para manter esse fato escondido de
todos os outros.

Essa insegurança torna o Bully sensível a qualquer insinuação de que ele


não é homem o suficiente, e por isso ele não tem confiança para
incorporar qualquer energia “feminina” em sua vida.
Este é o tipo de homem que zomba da meditação ou introspecção como se
fosse algo para “maricas”.

4.2 O Covarde (Sombra Passiva)


O Menino possuído pelo Covarde mostra uma extrema relutância em se
defender de confrontações físicas. E não só de confrontações físicas, mas
também de psicológicas. Ele permite ser intimidado emocionalmente e
intelectualmente por outras pessoas.
Quando outra pessoa é exigente ou enérgica com ele, o menino sob o poder do
covarde é incapaz de se sentir heroico sobre si mesmo. Ele é facilmente
influenciado pela pressão de outros, se sentindo invadido e atropelado, sem
nenhum poder pessoal.
Sem a coragem do Herói, o menino sob essa sombra evita o confronto a todo o
custo. Ele é um conformista – que sempre acompanha a multidão e faz o
que os outros lhe dizem para fazer.
4.3 Acessando o Herói

A nossa época não quer heróis. Vivemos na era da inveja, na qual a preguiça e
a mediocridade são a regra.

Qualquer um que tenta brilhar, que se atreve a ficar acima da multidão, é


arrastado de volta para baixo por outras pessoas sem brilho e invejosas.

Pessoas em posições de autoridade, amigos, família, atacam, consciente ou


inconscientemente, o “brilho” do Herói nos homens.

Precisamos de um grande renascimento do heroico em nosso mundo.


A sociedade humana, onde quer que seja no planeta, parece estar caindo em
um caos inconsciente e somente a consciência heroica pode solucionar isso.
Um renascimento da coragem, tanto em homens quanto em mulheres é
necessário para salvar o mundo.
As energias do herói são responsáveis por invocar as reservas masculinas
do menino, que serão refinadas conforme ele amadurece, a fim de
estabelecer a sua independência e competência.
Só assim ele será capaz de experimentar suas próprias habilidades e
enfrentar as forças difíceis, até hostis, do mundo. 

Qual é o fim do herói? Quase universalmente, na lenda e mito, ele “morre”.


Ele é transformado em um deus e trazido para o céu.
A “morte” do herói é a “morte” da infância, da psicologia do menino. É o
nascimento da masculinidade e da psicologia do homem. A morte do
herói na vida de um menino (ou de um homem) realmente significa que
ele finalmente encontrou suas limitações.
Ele encontrou o inimigo, e o inimigo é ele mesmo. Ele encontrou seu
próprio lado sombrio, seu lado nada heroico.
A “morte” do herói sinaliza o encontro do um menino ou homem com a
verdadeira humildade. É o fim de sua consciência heroica e o surgimento
do guerreiro, a versão matura do arquétipo.
A verdadeira humildade consiste em duas coisas. A primeiro é conhecer
suas limitações. E a segunda é conseguir a ajuda de que precisamos.

Se acessarmos a energia do herói de forma adequada, vamos nos esforçar a


vencer nossas limitações, nossa vida será uma aventura, estaremos dispostos a
correr riscos para atingir nossos objetivos! Porém, sempre com humildade,
nunca achando que somos “superiores” ou “semideuses”.

A transição da criança para o adulto


É extremamente difícil para um ser humano desenvolver todo o seu
potencial. A psicologia do homem talvez sempre tenha sido um coisa rara
em nosso planeta. É uma coisa rara nos dias de hoje.

A luta com o infantil dentro de nós exerce uma forte atração “gravitacional”
contra a realização de todo esse potencial adulto.

No entanto, nós precisa lutar contra a gravidade à força de trabalho duro.

Não queremos demolir as pirâmides da infância, pois elas foram e sempre


serão geradoras de poder e portas de entrada para recursos energéticos
de nosso passado primordial.

Existem várias técnicas que podemos usar nesta construção, todas elas são
disciplinas e métodos importantes para o difícil processo de transformar
meninos em homens:

 Análise de sonhos
 Meditação
 Oração
 Processo de ritual mágico com um ancião espiritual
 Outras formas de práticas espirituais
As quatro formas principais das energias masculinas maduras que
identificamos são o Rei, o Guerreiro, o Mago e o Amante.
Todos eles se sobrepõem e, idealmente, enriquecem um ao outro. Um bom rei
é sempre também um bom guerreiro, um mágico e um amante. E o mesmo
vale para o outros três.

As energias dos meninos também se sobrepõem e se complementam, como


vimos.

Resumindo: Precisamos construir, tijolo por tijolo, nossas bases em


direção ao objetivo da masculinidade madura.
O que costumava ser feito para nós por estruturas institucionais e por meio de
processos rituais, agora temos que fazer dentro de nós mesmos, muitas
vezes por conta própria.
No parte 2 desse artigo, eu comento sobre os arquétipos do masculino maduro
(Rei, Amante, Mago e Guerreiro) e sobre as práticas que podemos realizar
para acessá-los! Para ver esse outro artigo é só clicar aqui!  (CLIQUE AQUI)

Espero que eu tenha agregado valor a você! Não deixe de comentar aqui em
baixo seus principais aprendizados e qual desses arquétipos você mais se
identifica!

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