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VOLUME V

Conhecendo o
Potencial Humano
ÍNDICE
Introdução

1. POTENCIAL
1.1 Conceito de Potencial

2. RECURSOS INATOS
2.1 As inteligências Humanas

3. TEMPERAMENTO: SEUS RECURSOS


E SUAS VICISSTUDES
3.1 Algumas características que definem
os quatro temperamentos básicos
3.2 Temperamento e pecado
3.3 Temperamento e destino

4. VOCAÇÃO E LUGAR
a) Ser e não estar
b) Estar e não ser

5. POTENCIAL ADQUIRIDO
5.1 Conhecimento
5.2 Habilidades
5.3 Inteligência espiritual e os Dons

6. PROPÓSITO
- Propósito ou destino?
6.1 Características do propósito
6.2 Impedimentos ao propósito
Conclusão

Referência Bibliográfica
“Porquanto aos que de antemão conheceu,
também os predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho, a
fim de que ele seja o primogênito
entre muitos irmãos”.
(Romanos 8:29)

ApresentaÇÃO
No volume IV, nós nos detivemos a estudar as diversas
patologias que podem atingir a mente humana e o quanto
somos prejudicados por esses distúrbios quando não rece-
bemos a ajuda adequada.
Neste volume, nós iremos conhecer os diversos recur-
sos que o homem dispõe para superar os seus traumas
e reconstruir sua vida. Veremos que o nosso potencial de
saúde, quando bem aproveitado, é muito maior que o nos-
so potencial de doença.
É fundamental, no processo de aconselhamento, que o
conselheiro conheça o lado saudável do seu aconselhado
e faça uma aliança com o que ele tem de são e não com as
suas doenças. Não podemos cair no erro de muitos profis-
sionais que não conseguem ver uma pessoa inteira à sua
frente, mas apenas sua doença. É preciso lembrar que o
aconselhado sempre procurará nos olhos do conselheiro
motivos para ter esperança. Por pior que ele esteja, não se
impressione com as áreas danificadas de sua vida. Nunca
pense que não têm conserto. Faça como Jesus; dê um cré-
dito a ele como pessoa e procure vê-lo como uma planta a
desabrochar.
Você é o oleiro; o aconselhado, o vaso que se estragou.
Mesmo tendo se estragado, ainda é um vaso!
introduÇÃO
“Numa pequena cidade do sudoeste dos Estados
Unidos, um homem estava esculpindo uma estátua
numa grande tora de madeira. Finalmente aquele tron-
co tomou a forma de Abraham Lincoln. Um menino que
havia acompanhado a obra desde o início, olhou-a ma-
ravilhado e disse: Uau! Eu não sabia que Abraham Lin-
coln estava naquela tora! Sim, Lincoln estava naquela
tora o tempo todo. Ele apenas não tinha sido descober-
to” (Barnet, 1996:72).

Muitas pessoas estão como essa estátua, presas den-


tro de si mesmas, sem conhecerem o seu verdadeiro po-
tencial. Não encontraram ninguém que se importasse com
elas o suficiente para lhes ajudar a descobrirem quem são
de verdade. Não descobrindo quem são, também não con-
seguem saber para que existem. Assim, passam pela vida
como expectadoras passivas das realizações dos outros e
levam para o túmulo as riquezas ocultas de um ser não de-
sabrochado.

“Para criar a estátua, o artista precisou simplesmen-


te cortar para fora as coisas que não se pareciam com
Lincoln” (Barnet, 1996:73)

O Conselheiro é como um escultor. Alguém chamado


por Deus para esculpir vidas. Alguém capaz de olhar para
as pessoas e ver muito além de sua aparência e, pacien-
temente, ir trabalhando até se descortinar o verdadeiro ser
humano que está ali escondido.
Jesus é, para nós, um maravilhoso exemplo de alguém
que acreditava e investia no potencial de pessoas aparente-
mente sem recursos. Para formar o seu corpo de liderança,
ao qual entregaria a obra que lhe custaria a vida, escolheu
homens simples e alguns iletrados, colocando como ca-
beça desse grupo um pescador humilde chamado Pedro.
Homem rude, temperamental, que demonstrara, mais de
uma vez ser instável em suas convicções e atitudes. Jesus,
porém, não pareceu se impressionar com essas caracterís-
ticas da personalidade de Pedro. Simplesmente fez como
aquele escultor: trabalhou na vida de Pedro, retirando dele
tudo aquilo que não se parecia com o projeto original de
Deus, até se descortinar o Apóstolo que existia dentro dele
e que estivera escondido até então.
Thomas A. Edson, certa vez, disse: “Se todos fizés-
semos as coisas de que somos capazes, iríamos lite-
ralmente espantar a nós mesmos”. Indo um pouco mais
além eu diria: “Se todos nós, cristãos, fizéssemos as
coisas de que em Deus somos capazes, iriamos lite-
ralmente espantar o mundo”. É verdade. Ao recebermos
Deus dentro de nós, através do Espírito Santo, o nosso po-
tencial original é ampliado sobrenaturalmente. Uma fonte
ilimitada de força, de amor e de poder é aberta dentro de
nós, “uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14).
Jesus sabia dessa verdade, por isso, insistiu em que os
discípulos permanecessem em Jerusalém até que “do alto
fossem revestidos de poder” (Lc 24:49).
Uma vez que a libertação e a cura interior acontecem
havida de uma pessoa, há um esvaziamento das coisas
inúteis e negativas que sufocavam o potencial ali existente.
O Poder de Deus até então inoperante, começa a se mani-
festar em todo o seu ser. Assim, a pessoa pode verdadei-
ramente experimentar aquilo que está escrito em Jo 7:38
“Quem crê em mim, como dizem as escrituras, do seu inte-
rior fluirão rios de água viva”. Quando tudo o que havia de
distorcido na vida dos discípulos foi retirado, eles estavam
prontos para serem revestidos de poder e se transforma-
rem em verdadeiros apóstolos do cristianismo. Assim tam-
bém é conosco. Só saberemos quem realmente somos, e
qual o potencial que há em nós, quando permitirmos que
o Senhor trabalhe em nossas vidas de forma contínua e
profunda. Talvez nos espantemos com o que seremos ca-
pazes de realizar.
“Tudo na vida foi criado com potencial e possui
o princípio potencial. Em cada semente há uma árvo-
re…… em cada pássaro, um bando... em cada peixe, um
cardume... em cada ovelha, um rebanho... em cada vaca,
uma boiada... em cada moço, um homem... em cada moça,
uma mulher... em cada nação, uma geração. A tragédia
ocorre quando uma árvore morre na semente, um ho-
mem em um moço, uma mulher numa moça, uma ideia
numa mente. Na vida de milhares de pessoas, visões
morrem invisíveis, canções morrem sem serem canta-
das, planos morrem sem serem executados e futuros
morrem enterrados no passado. Os problemas do nos-
so mundo não são resolvidos porque o potencial per-
manece enterrado” (Monroe, 1996:34).
Que você seja, para o Senhor, como aquela tora de ma-
deira que obedientemente se deixou esculpir pelas mãos
do artista; e seja para os seus aconselhados como o es-
cultor que não desistiu do seu projeto até ver sua obra se
descortinar em todas a sua grandeza. E, se em algum mo-
mento difícil do seu ministério você achar que alguém não
“tem jeito”, lembre-se:
‘’... Não são muitos os sábios, segundo a carne,
nem os poderosos, nem muitos os nobres que
são chamados. Pelo contrário, Deus escolheu
as coisas loucas do mundo para confundir os
sábios; e Deus escolheu as coisas fracas
do mundo para confundir as fortes; e Deus
escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as
desprezadas, e as que não são, para reduzir a
nada as que são; para que nenhum mortal se
glorie na presença de Deus.”
(I Coríntios 1:27-29)

Portanto, se o mundo o considera fraco, pequeno, in-


ferior, então você é um forte candidato a ser recrutado por
Deus.

“Posso todas as coisas naquele que me fortalece”


(Filipenses 4:13)
CAPÍTULO 1

CONHECENDO AS PRAGAS ( MaldiCÕes )


“A grande tragédia na vida não é a morte, mas é
a vida que nunca realizou o seu potencial total”
(Myles Munroe).

1 – POTENCIAL

1.1- Potencial

O potencial de uma pessoa é o conjunto de todos os


seus recursos internos que ainda não foram utilizados; são
eles:

- Inatos: inteligências, temperamento, talentos,


vocação (paixão)

- Adquiridos: conhecimento, habilidades, dons


espirituais

“Potencial é uma habilidade dormente... é um poder re-


servado….. é uma força não utilizada... é o sucesso não uti-
lizado... são talentos escondidos...é uma capacidade ainda
não desenvolvida…… Tudo o que você pode ser; mas ain-
da não se tornou... tudo o que você pode fazer, mas ainda
não fez... quão longe você pode alcançar, mas ainda não
alcançou... O que você pode realizar, mas ainda não reali-
zou. Potencial é uma habilidade ainda não exposta... é um
poder latente” (Monroe, 1993:1).

O salmo 139 não deixa dúvida quanto à participação de


Deus na formação do nosso potencial e na determinação
do Seu propósito para as nossas vidas.

“Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no


seio de minha mãe. Graças de dou, visto que por
modo assombrosamente maravilhoso me for-
maste; as tuas obras são admiráveis, e a minha
alma o sabe muito bem; os meus ossos não te
foram encobertos quando no oculto fui formado
e entretecido como nas profundezas da terra. Os
teus olhos me viram a substância ainda informe,
e no teu livro foram escritos todos os meus dias,
cada um deles escrito e determinado, quando
nem um deles havia ainda”
(Salmos 139.13-16)

Há uma inter-relação entre potencial e propósito. O po-


tencial de um ser tem a ver com o propósito para o qual
foi criado. Quando uma abelha nasce, já vem equipada e
programada para fabricar o mel. Faz parte do seu potencial
e do seu propósito. Quando o homem nasce, também já
traz dentro de si as habilidades que lhe permitirão cumprir
o propósito determinado por Deus. A única diferença é que
o homem não vem "programado" para realizá-
-lo automaticamente. Terá que descobrir o sentido da sua
existência, podendo dizer sim ou não ao propósito de Deus
para a sua vida. É o preço do livre arbítrio.
Eu creio que quando Davi escreveu o salmo 139 estava
tendo uma revelação de seu potencial humano e do propó-
sito de Deus para sua vida. Naquele momento, estava aten-
tando para a forma como Deus o havia “tecido” no ventre de
sua mãe, e se impressionou pelo “modo assombrosamente
maravilhoso como Deus o formara”. Ou seja, como Deus
o fizera perfeito para o seu propósito. Creio que Davi “viu”
toda sua vida se descortinar diante de seus olhos e se ma-
ravilhou pela maneira como as coisas se encaixaram: seus
talentos artísticos e os salmos que compôs, sua coragem
para enfrentar ursos, leões e até o gigante Golias, sua garra
em lutar pelas ovelhas de seu pai e a sua ordenação como
rei sobre Israel; a perseguição de Saul e o exílio na caverna
de Adulão junto com quatrocentos homens endividados e
amargurados que se transformaram na maior força do seu
exército. Enfim, que apesar de todos os erros e adversida-
des, o propósito de Deus prevalecera soberanamente em
sua vida.

“muitos são os planos no coração do


homem, mas o propósito do Senhor,
esse prevalecerá”
(Provérbios 21.21)
CAPÍTULO 2

RECURSOS INATOS
Os recursos inatos são tudo aquilo que nós trazemos
ao nascer. São o “poder reservado” a que Myles se refere.
Faz parte do nosso pacote genético, escolhido e determina-
do segundo a intenção original de Deus.

2.1 - As Inteligências do Homem

Durante muitos anos, a palavra inteligência era escrita


no singular. Achava-se que o homem tinha apenas a inteli-
gência intelectual (Q.I.). Com o avanço das pesquisas, des-
cobriu-se que existem várias outras formas de inteligências
além da intelectual. Hoje se fala em Inteligências Múltiplas,
uma teoria que postula sobre as várias competências inte-
lectuais humanas, desafiando a visão clássica da inteligên-
cia.
A partir de fatos comprovados de que nem sempre o
melhor aluno da turma é o melhor profissional e com o de-
senvolvimento dos estudos sobre a pluralização da inteli-
gência, constatou-se que o desempenho pessoal escolar
e profissional vai além da capacidade de assimilação de
conteúdo acadêmico.
A Teoria das Inteligências Múltiplas foi desenvolvida
pelo Dr. Howard Gardner que liderou uma equipe multidis-
ciplinar, num projeto que ficou mundialmente conhecido
como Projeto Zero, a partir da qual uma nova definição de
inteligência surgiu: inteligência são habilidades centrais, uni-
versais na espécie humana, interdependentes, ou seja, não
necessariamente conectadas entre si, mas que trabalham
em harmonia.
Um dos grandes benefícios que a teoria das Inteligên-
cias Múltiplas trouxe foi confrontar o poder absoluto dos tes-
tes de QI que, até então, determinavam de forma categórica
e inquestionável o nível de inteligência das pessoas, traçan-
do, de certa forma, o seu “destino”
Segundo o que foi postulado, o homem nasce com po-
tencial definido para pelo menos, nove tipos de inteligências:

a) Linguísticas
b) Musical
c) Matemática/Lógica
d) Cinestésica/Corporal
e) Espacial
f) Pessoais - Interpessoal
- Intrapessoal
g) Naturalista
h) Existencial
a) Inteligência Linguística

É a capacidade de lidar bem com a linguagem, tanto


na expressão verbal quanto na escrita. Esta competência é
verificada nos escritores, oradores, políticos etc.
A linguagem é considerada um exemplo proeminente da
inteligência humana, seja para escrever algo ou para vencer
um desafio verbal. Na nossa sociedade, ela é considerada
como o melhor meio para executar negócios, tarefas, comu-
nicar acontecimentos, etc.
Todas as pessoas de todas as culturas possuem habili-
dades de articular linguagem, mas há diferenças entre elas.
Enquanto algumas não conseguem passar da habilidade
básica de comunicação, outras já aprendem com facilidade
vários idiomas. Isso comprova que todos são susceptíveis
a essas características em graus diferenciados e significa-
tivos.
A habilidade de construir e compreender uma determi-
nada linguagem pode variar. Surdos-mudos, pessoas com
deficiências variadas, crianças, possuem seus próprios
meios para compreensão mas, cognitivamente, o tratamen-
to da linguagem é o mesmo, é universal.
Algumas pessoas possuem essa habilidade diferencia-
da, como é o caso dos poetas e escritores, que conseguem
enxergar com clareza as operações centrais da linguagem.
Eles possuem uma sensibilidade ao significado das pala-
vras, à sua ordem, à capacidade de seguir regras gramati-
cais. Também em termos sensoriais, observamos que algu-
mas pessoas possuem sensibilidade ao som, ao ritmo e até
ao tamanho das palavras. Trata-se da habilidade de ouvir
outro idioma e, mesmo sem entende-lo, acha-lo ‘’bonito’’
pelos sonos que as palavras emitem. As pessoas com es-
sas características possuem a inteligência linguística bem
desenvolvida.

b) Inteligência Musical

É a capacidade de interpretar, escrever, ler e expressar-


-se através da música. De todos os talentos com os quais
os indivíduos podem ser dotados, nenhum surge mais cedo
do que o talento musical. Embora a inteligência musical
possa não ser tão óbvia para o intelecto, como a inteligên-
cia matemática/lógica, a habilidade para executar e com-
preender músicas acontece independentemente de outras
inteligências. Todas as pessoas são capazes, desde que
tenham a capacidade auditiva, de reconhecer sons, agru-
pá-los, reconhecê-los e reproduzi-los.
Diferentemente da inteligência linguística, que pode se
desenvolver e chegar a um alto nível sem instrução formal,
a inteligência musical, para alcançar um nível mais eleva-
do, exige uma exposição mais intensiva, ou seja, um treina-
mento formal. Estudos constataram que essa inteligência
é autônoma em relação a outras capacidades, pois pode
se manifestar brilhantemente em uma pessoa cujas outras
capacidades são médias ou deficientes.

c) Inteligência Matemática/Lógica

Normalmente é associada à habilidade de desenvolver


raciocínios dedutivos, em construir ou acompanhar cadeias
causais, em vislumbrar soluções para problemas, em lidar
com números ou outros objetos matemáticos envolvendo
cálculos etc.
Essa inteligência não requer articulação verbal, uma
vez que pode resolver problemas “mentalmente”, sendo
a articulação verbal necessária somente na comunicação
dos resultados. Ela é desenvolvida desde o inicio da vida do
indivíduo. Num primeiro momento, através do contato com
os objetos que estão ao alcance da mão. Depois, na con-
tagem desses objetos (doces, brinquedos, etc.). De acor-
do com a idade e o estímulo, essas ações começam a ser
realizadas mentalmente, dispensando-se o toque para que
objetos sejam contados, somados ou subtraídos.
Devido ao fato da matemática ser uma das conquistas
mais admiráveis da sociedade, entre outros fatores, esta se
tornou a habilidade cognitiva mais popular, sendo uma refe-
rência para a inteligência intelectual. A Neurologia compro-
va as evidências de autonomia, pois alguns indivíduos são
capazes de realizar façanhas matemáticas (de diferentes
naturezas), mesmo na ausência de qualquer outra capaci-
dade.

d) Inteligência Cinestésica/Corporal

Refere-se a tudo aquilo que se pode realizar por meio


do corpo. Envolve a força física, capacidade de equilíbrio,
capacidade de locomoção, habilidade motora, velocidade
etc.
Nas olimpíadas, o mundo assiste maravilhado ao espe-
táculo produzido por pessoas que exploraram ao máximo o
seu potencial físico, quebrando recordes até então impen-
sáveis. É uma prova de que quando decidimos investir no
nosso potencial, fazemos coisas que até nós duvidamos.
Habilidades como as apresentadas por ginastas, baila-
rinas, trapezistas, craques do futebol etc. São consideradas
como Inteligência Corporal-Cinestésica. Algumas pessoas
apresentam esse tipo de inteligência bem mais aguçada do
que outras. Exercícios e treinamentos conseguem desen-
volver tal habilidade, embora os níveis alcançados sejam
significativamente diferentes de indivíduo para indivíduo. O
exemplo maior que nós temos de genialidade nesse tipo
de inteligência é Pelé, mundialmente conhecido por seus
“malabarismos” com as pernas.
É comum encontrarmos pessoas que fracassaram na
escola tornarem-se muito bem sucedidas em áreas que exi-
jam esse tipo de inteligência e não a intelectual. Prova de
que é uma inteligência autônoma e que pode expressar-se
independentemente do nível intelectual do indivíduo.
Ainda que não pensemos em utilizar o nosso corpo
como instrumento de realização, precisamos zelar e cuidar
do mesmo, pois a saúde física favorece todas as outras in-
teligências.

e) Inteligência Espacial

É a habilidade de compreender imagens e formas em


três dimensões, distância e profundidade, entre outras.
Seja montando um quebra-cabeça, fazendo uma escultura
ou navegando em alto mar, sendo guiado somente pelas
estrelas. Nós utilizamos nossa inteligência espacial para
perceber e interpretar o que vemos fisicamente ou não.
Pessoas com deficiência visual, geralmente possuem
essa inteligência de forma mais evidenciada, devido a ne-
cessidade que têm de reconhecer texturas e formas de ob-
jetos para se localizarem fisicamente no espaço. A inteli-
gência espacial acarreta capacidades que, embora possam
desenvolver-se ou falhar separadamente, ocorrem juntas: a
capacidade de transformar ou reconhecer um elemento em
outro e a capacidade de evocar formas mentais e, então,
transformá-las em outras.
Essa é uma inteligência intensamente utilizada em nos-
sos dias. Seu desenvolvimento chega a ser fundamental
para o sucesso profissional. E o caso de escultores, mate-
máticos especializados em topologia, jogadores, desenhis-
tas, arquitetos etc.
f) Inteligências Pessoais

Compreende dois tipos: Inteligência Interpessoal


e Intrapessoal:

f.1) Inteligência Interpessoal

Revela-se através de uma habilidade especial em re-


lacionar-se bem com os outros, em perceber seus humo-
res, suas motivações, em captar suas intenções, mesmo as
menos evidentes, e utilizar essas habilidades para agir com
coerência e cooperação.
A inteligência interpessoal bem desenvolvida desempe-
nha um importante papel na carreira política, ou em profis-
sões de liderança, entre outros. Sem ela, perdemos a habi-
lidade de nos relacionarmos socialmente.

f.2) Inteligência Intrapessoal

É a capacidade de se conhecer, de entrar em conta-


to com seu próprio “eu”, de se autoavaliar, de reconhecer
seus pontos positivos e negativos, tornando-os mais fáceis
de serem trabalhados.
O desenvolvimento dessa inteligência está associado
aos aspectos internos da pessoa. Compreende o acesso à
sua própria vida sentimental (afetos e emoções) e à capa-
cidade de discriminar tais sentimentos, rotulá-los e adminis-
trá-los.
Gardner (1989) vê essa inteligência como sendo a ca-
pacidade de distinguir entre os próprios sentimentos, em
seu nível mais elevado, possibilitando autocontrole e maior
coerência nas tomadas de decisões em momentos atribu-
lados ou sob pressão. Pessoas assim, não só conhecem
suas capacidades, como sabem a melhor forma e o melhor
momento de utiliza-las.
Essa habilidade reforça a autoestima, o autocontrole,
o auto crescimento, e a possibilidade de resolução de con-
flitos internos, de forma que eles não atrapalhem o cres-
cimento pessoal, profissional, social etc. É uma habilidade
difícil de ser demonstrada claramente, É expressa de modo
característico em filósofos, psiquiatras, conselheiros espiri-
tuais (padres, pastores), educadores, dentre outros.
Peter Salovey (1992) resume a inteligência emocional
em cinco domínios principais:

• Conhecer as próprias emoções (Autoconsciência)


- Reconhecer um sentimento quando ele ocorre

Muitas pessoas estão tão distantes de seus sentimen-


tos que não conseguem reconhecê-los quando acontecem
e, com isso, administram mal suas vidas.

“As pessoas de maior certeza sobre os próprios senti-


mentos são melhores pilotos de suas vidas, tendo um senti-
do mais preciso de como se sentem em relação a decisões
pessoais, desde com quem casar a que emprego aceitar.”
(Goleman, 1997:55)

• Lidar com emoções (autocontrole)


- Capacidade de confortar-se, livrar-se da ansiedade,
tristeza ou irritabilidade incapacitantes.

É doloroso ver como algumas pessoas vivem quase


que constantemente dominadas por sentimentos descon-
fortantes como os citados acima, por não conseguirem lidar
com os mesmos. Pequenas desavenças são para elas ver-
dadeiras tragédias.
“As pessoas fracas nessa aptidão vivem constante-
mente combatendo sentimentos de desespero, enquanto
as boas nisso se recuperam com muito mais rapidez dos
revezes e perturbações da vida.”(Goleman, 1997:55)

• Motivar-se - É pôr as emoções a serviço de uma meta.

“O autocontrole emocional - adiar e reprimir a impulsivi-


dade - está por trás de todo tipo de realização”. (Goleman,
1997:56)

• Reconhecer emoções nos outros - Capacidade de


empatizar.

A pessoa que não sabe empatizar paga um preço so-


cial pois perderá a chance de vivenciar grandes “encontros”
com o outro.

• Lidar com relacionamentos - aptidão para lidar com


as emoções dos outros.

“As pessoas excelentes nessas aptidões se dão bem


em qualquer coisa que dependa de interagir tranquilamente
com os outros; são estrelas sociais.’’ (Goleman,1995:55).

g) Inteligência Naturalista

Recentemente adicionada à lista original de sete inteli-


gências múltiplas, a inteligência naturalista é a capacidade
de a pessoa identificar e classificar padrões na natureza.
Pode ser observada na forma que nos relacionamos com
nosso meio ambiente e o papel que ele representa em nos-
sa vida. Pessoas que são sensíveis a padrões climáticos
ou que conseguem distinguir nuances entre um grande
número de objetos similares expressam habilidades dessa
inteligência. Diz respeito a entender o mundo da natureza.

h) Inteligência Existencial - É a capacidade de fa-


zer perguntas básicas sobre a vida, a morte, o universo.
Pessoas que estão em busca de razões existenciais mais
profundas. Entre eles, encontram-se teólogos, psicólogos,
filósofos, cientistas etc.

A Teoria das Inteligências Múltiplas têm como proposta


fundamental o desenvolvimento de um indivíduo completo,
com habilidades diferenciadas. Seriam elas: capacidade de
assimilação de diferentes conteúdos de forma natural. habi-
lidade de resolver conflitos pessoais e profissionais em tem-
po hábil, capacidade de trabalhar em equipe, capacidade
de transmitir ideias e conceitos de forma verbal ou escrita,
capacidade de analisar criticamente uma situação basean-
do-se em experiências pessoais e propor soluções criativas
e eficientes, entre outras.

Outros Conceitos de Inteligência

Com o advento da neurociência e com a publicação


dos diversos estudos sobre o assunto, outros pesquisado-
res se aventuram por esse terreno e novos conceitos de
inteligência surgiram. Entre eles, Inteligência Emocional e,
mais recentemente, Inteligência Operacional.
i) Inteligência Emocional

O conceito de Inteligência Emocional foi desenvolvido


por Daniel Goleman a partir de pesquisas elaboradas por
estudiosos da neurociência, entre eles Joseph LeDoux.
LeDoux desenvolveu diversos estudos sobre o cérebro
e o resultado desses estudos foi publicado em 1996, com
o nome de “Cérebro emocional”. Nesse livro, ele defende a
ideia da existência de dois tipos de mentes: a cognitiva e a
emocional. Usa o exemplo do jogo de xadrez, desenvolvido
em computador, para explicá-las:

“A mente cognitiva (a mente que é objeto de estudo dos


cientistas cognitivos) é capaz de realizar tarefas bastantes
interessantes e complexas. Por exemplo, consegue jogar
xadrez tão bem que os verdadeiros mestres podem ver-se
em dificuldades. Mas a mente cognitiva jogando xadrez não
se sente compelida a vencer. Ela não sente prazer em colo-
car o parceiro em xeque-mate, nem tampouco se entristece
ou se aborrece quando perde uma partida. Não se deixa
perturbar pela plateia de um jogo importante... A mente cog-
nitiva pode até ser programada para roubar no xadrez, mas
não se sente culpada ao fazê-lo...”(LeDoux,1998:32)

Segundo LeDoux, as emoções não são necessaria-


mente irracionais, como se pensou durante muitos anos (a
não ser que sejam desordenadas ou estejam em desequi-
líbrio). ”Muitas emoções são fruto da sabedoria evolutiva,
provavelmente mais inteligente de que todas as mentes
humanas reunidas”. Ele cita ainda, no seu livro, o neurolo-
gista Antônio Damásio que “acentua a importância dos sen-
timentos mais intensos quando se trata de tomar decisões”
(LeDoux, 1998:34).
Nos seus estudos, Daniel Goleman observou que pes-
soas de altíssimo Q.1., com ótimo aproveitamento acadê-
mico, fracassavam profissionalmente. Concluindo, poste-
riormente, que o fracasso se devia, em grande parte, a uma
baixa inteligência emocional, ou seja, à incapacidade de
lidar emocionalmente com os desafios da vida.
O conceito de inteligência emocional veio trazer luz a
uma questão tão conhecida quanto perturbadora, que mui-
tos de nós nos deparamos no dia-a-dia: por que pessoas
tão inteligentes” se mostram, em determinadas situações,
tão ‘’obtusas’’, especialmente nas questões que envolvem
habilidade em relacionamento, estratégias políticas, lide-
rança, etc.? E muito comum vermos empresários, altamen-
te competentes em seus negócios, capazes de administrar
cem funcionários, fracassarem na convivência com uma
família de cinco membros.
É comum no aconselhamento recebermos casais total-
mente frustrados com o seu relacionamento e que apesar
do desejo e da busca de uma vida harmoniosa, não con-
seguem um bom ajustamento conjugal. Fica patente, mui-
tas vezes, a falta de “tato” em lidar com o outro ou com as
próprias emoções. Grande parte do fracasso das relações
humanas se deve a inabilidade de lidar com as emoções.
Não é à toa que a Bíblia chama essa parte da habilidade
humana de “entendimento”.

“Com a sabedoria se edifica a casa, e com


o entendimento ela é estabelecida”.
(Provérbios 24.3)

Quando Nabucodonosor levou cativos vários jovens is-


raelitas, quatro deles se destacaram pela inteligência e sa-
bedoria: Daniel, Hananias, Misael e Azarias, tendo eles sido
escolhidos para servirem junto ao rei.

“Ora, quanto a estes quatro jovens, Deus


lhes deu o conhecimento e a inteligência
em todas as letras e toda a sabedoria;
e Daniel era entendido em todas as
visões e em todos os sonhos”.
(Daniel 1.17)

Esses quatro jovens se destacaram não só pelo conhe-


cimento, mas principalmente pela forma como se relaciona-
vam, como se conduziam no terreno inimigo.
Muitas pessoas se sentem solitárias e rejeitadas por-
que não conseguem lidar com os desafios dos relaciona-
mentos. Acumulam histórias de brigas e desentendimentos,
tornando-se infelizes, muitas vezes adquirindo a fama de
“chato”, “encrenqueiro’’, “problemático”.
No aconselhamento, nós nos interessaremos mais pela
inteligência emocional do aconselhado, por se tratar da área
que mais vai afetar o seu equilíbrio como pessoa. Porém,
muitas pessoas precisarão de uma atenção especial quan-
to à sua inteligência cognitiva, quando apresentarem sinais
de bloqueio da capacidade intelectiva.

Relação entre Inteligências Pessoais


e Inteligência Emocional

Se nós fizermos um paralelo entre Inteligência Emo-


cional e Inteligências Pessoais, veremos que, na verdade,
inteligências pessoais nada mais são do que a capacidade
de lidar de forma emocionalmente inteligente com as de-
mandas emocionais que acontecem dentro dos relaciona-
mentos intrapessoais e interpessoais. Em outras palavras,
ser emocionalmente inteligente é saber lidar com as diver-
sas formas de emoção que permeiam os relacionamentos
com os outros, com nós mesmos e com Deus.
Olhando por esse prisma, parece não haver diferença
entre as duas, entretanto, Goleman faz restrições à teoria
desenvolvida por Gardner sobre Inteligências Pessoais por
achar que ele não investiga com maiores detalhes o papel
do sentimento. Diz ele:

“Essa concentração, talvez não intencionalmente, deixa


inexplorado o rico mar de emoções que torna a vida interior
e os relacionamentos tão complexos, tão absorventes, e
muitas vezes tão desconcertantes. E deixa por sondar tan-
to o sentido em que há inteligência nas emoções quanto o
sentido em que se pode transmitir inteligência às emoções”.
(Goleman, 1995:52)

Como falamos anteriormente, esta é uma habilidade


difícil de ser detectada claramente. A forma como pode-
mos saber se somos ou não inteligentes emocionalmente
é observando os nossos relacionamentos com os outros e
como lidamos com os diversos conflitos interpessoais. Nor-
malmente, após uma situação de conflito, eu construo pon-
tes ou construo muros? Uma outra maneira, é observando
o quão coerente eu sou comigo mesmo, com os meus pro-
jetos, com os meus conceitos, com as minhas realizações
etc.
Goleman, (1995:57) distingue quatro tipos de perfis pu-
ros de Q.I. e de Q.E
Perfil masculino com um alto Q.I.
(Q.I. puro, separado do Q.E.)

- É capaz no domínio da mente, mas inepto


no mundo pessoal.
- Ampla gama de interesses e capacidades.
- É ambicioso e produtivo.
- Previsível e obstinado.
- Inibido, pouco à vontade com a sexualidade
e experiência sensual.
- Inexpressivo e desligado,
- Emocionalmente frio.

Perfil masculino com um alto Q.E.


(Q.E. puro, separado do Q.I.)

- Socialmente equilibrado.
- Comunicativos e animados.
- Não inclinado a receios ou ruminações.
- Notável capacidade de engajamento
com pessoas ou causas.
- Responsabilidade e visão ética.
- Solidário e atencioso.
- Vida emocional rica, mas correta.
- Sente-se à vontade consigo mesmo, com os
outros e com o universo social em que vive.

Perfil feminino com um alto Q.I.


(Q.I. puro, separado do Q.E.)

- Confiança intelectual.
- É fluente em expressar suas ideias.
- Valoriza questões intelectuais.
- Ampla gama de interesses intelectuais e estéticos.
- Tende a ser introspectiva.
- Inclinada a ansiedade, à ruminação e à culpa.
- Hesita em exprimir sua raiva abertamente.

Perfil feminino com um alto Q.E.


(Q.E. puro, separado do Q.I.)

- Tende a ser assertiva.


- Expressa suas ideias de um modo direto.
- Sente-se positivas em relação a si mesma.
- Para ela, a vida tem sentido.
- É comunicativa e gregária.
- Expressa de modo adequado seus sentimentos
- Adapta-se bem à tensão.
- Sente-se suficientemente à vontade consigo mesma.
- E brincalhona, espontânea e aberta à experiência
sexual.
- Raramente sente ansiedade ou culpa.

Obs.: “O Q.1. e a inteligência emocional não são ca-


pacidades opostas, mas distintas. Todos nós misturamos a
acuidade intelectual e emocional as pessoas de alto Q.I. e
baixa inteligência emocional (ou baixo Q.1. e alta inteligên-
cia emocional) são, apesar dos estereótipos, relativamente
raras. Na verdade, há uma ligeira correlação entre o Q.I. e
alguns aspectos da inteligência emocional - embora bas-
tante pequena para deixar claro que se trata de duas enti-
dades bastante independentes.’’ (Goleman:1997:56)
j) Inteligência Operacional

Inteligência Operacional é a capacidade de colocar em


prática as nossas potencialidades. A parábola dos talentos
mostra o modo diferenciado como três pessoas lidam com
seus talentos. Duas delas saíram imediatamente a negoci-
á-los os seus talentos e conseguiram dobrá-los. A terceira,
recebeu um, abriu uma cova e o escondeu.
O mundo está cheio de pessoas que, embora sendo
talentosas, não conseguem operacionalizar seus dons e
talentos, tornando-os improdutivos. Por outro lado, encon-
tramos pessoas menos brilhantes, mas que são extrema-
mente hábeis na realização das tarefas a que se propõem.
Inteligência Operacional seria, em resumo, capacidade
para a ação de forma ordenada e eficaz.

Conta-se a história de um homem que se tornou mun-


dialmente famoso, simplesmente por ter conseguido levar
uma mensagem a um general de guerra chamado Garcia,
Isso aconteceu durante a guerra entre Espanha e Estados
Unidos. Houve um momento em que a coisa mais impor-
tante era comunicar-se rapidamente com o chefe dos in-
surretos, Garcia, que se sabia estar em alguma fortaleza
no interior do sertão cubano, sem se precisar exatamente
onde. Foi quando alguém falou ao presidente: “se há al-
guém capaz de encontrar Garcia, essa pessoa se chama
Rowan.”

“De como este homem tomou a carta, meteu num invó-


lucro impermeável, amarrou-a sobre o peito, e, após qua-
tro dias, saltou de um barco sem cobertura, alta noite, nas
costas de Cuba; de como se embrenhou no sertão, para
depois de três semanas, surgir do outro lado da ilha, ten-
do atravessado a pé um pais hostil e entregado a carta à
Garcia - são coisas que não vêm ao caso narrar aqui por-
menorizadamente. O ponto que desejo frisar é este: Mac
Kinley deu a Rowan uma carta para ser entregue à Garcia;
Rowan pegou a carta e nem sequer perguntou: onde é que
ele está?”

É inegável que Rowan era dotado de um alto grau de


Inteligência Operacional.

Laurie Beth Jones (1996:17), destaca três qualidades


na liderança de Jesus:

- A força do autodomínio
- A força das relações
- A força da ação

Devido o altíssimo nível de inteligência operacional de


Cristo (força da ação), Ele foi capaz de, em três anos de
ministério, cumprir todo o propósito de Deus para Sua vida.
Todos os homens que trouxeram mudanças significativas
para a humanidade foram pessoas dotadas de inteligência
operacional. Não ficaram apenas no plano das ideias, mas
da ação. Se Jesus fosse apenas um homem manso, sábio,
bom, cheio do poder de Deus e sem capacidade de ação,
não teria cumprido Seu propósito. Entraria, talvez, para a
história, apenas como um homem exemplar.
A lgreja precisa, desesperadamente, de pessoas como
Rowan capazes de dar cabo de uma tarefa, por mais difícil
que seja, sem murmurações ou desculpas.
As principais características desse tipo de inteligência
são as seguintes:

- Compromisso com a tarefa;


- Coragem para enfrentar obstáculos e
- Disposição para trabalhar.

Jesus, em Mt 9:37,38 orienta-nos a orar por pessoas


que tenham como perfil principal a disposição para o tra-
balho.

“Então, disse aos seus discípulos: a seara é realmente


grande, mas poucos os trabalhadores. Rogai pois ao Se-
nhor da seara que mande trabalhadores para sua seara”

Devido às facilidades da tecnologia, em que consegue-


-se quase tudo apertando um simples botão, essa é a ge-
ração do “menor esforço” tendo como pior consequência a
acomodação, que é a maior inimiga do sucesso. Como está
escrito:

“A preguiça faz cair em profundo sono


e a alma indolente padecerá fome”.
(Provérbios 19:15)

Todos nós temos inteligência, dons e talentos. O gran-


de diferencial é a forma como operacionalizamos o nosso
potencial. Cabe ao conselheiro levar o aconselhado a ter
consciência das suas reais potencialidades em Deus (“Tudo
posso naquele que me fortalece”) e desafiá-lo a enfrentar
os obstáculos que se interpõem no seu caminho.

“Sucesso é o cumprimento da tarefa” (Myles Munroe).


CAPÍTULO 3

TEMPERAMENTO: SEUS RECURSOS


E SUAS VICISSITUDES
O temperamento faz parte do nosso potencial inato.
Ao nascer, já trazemos definido o tipo de temperamento
que iremos apresentar ao longo de nossas vidas. O tem-
peramento traz embutido duas tendências ou dois tipos
de força motriz: uma positiva e outra negativa.
No exercício do aconselhamento, o conselheiro pre-
cisará não apenas conhecer o temperamento do seu
aconselhado, para saber como lidar com ele, como tam-
bém deverá ajudá-lo a exercitar o seu lado positivo e do-
mar o negativo. Essa é uma das tarefas desafiadoras do
aconselhamento.
Conceito: ‘’O temperamento pode ser definido em
termos dos estados de espírito que tipificam nossa vida
emocional.’’ (Goleman,1997:230)
Segundo Daniel Goleman, o temperamento é um
dado no nascimento, parte da loteria genética que tem
força compulsória no desenrolar da vida. “Todo pai viu
isso: desde o nascimento, a criança é calma e plácida,
ou obstinada e difícil. A questão é se esse determinado
conjunto emocional pode ser mudado pela experiência.
Nossa biologia fixa nosso destino, ou pode mesmo uma
criança inatamente tímida tornar- se um adulto mais con-
fiante?” (Goleman, 1997:230)
Jerome Kagan, psicólogo e pesquisador da Univer-
sidade de Harvard, definiu o temperamento do homem
em quatro grupos: tímido, ousado, otimista e melancó-
lico. Ele observou que cada temperamento se deve a
um diferente padrão de atividade cerebral. “Há inúmeras
diferenças de herança temperamental, cada uma base-
ada em diferenças inatas nos circuitos emocionais; em
qualquer determinada emoção, as pessoas podem diferir
na facilidade com que ela dispara, no quanto dura, na
intensidade que alcança.’’ (Goleman, 1997:234)
O temperamento estaria, assim, relacionado com a
atividade neurológica desenvolvida pelo cérebro.
Tim LaHaye, em seu livro Temperamentos Trans-
formados, estabelece outra forma para qualificar o tem-
peramento: Colérico, Sangüíneo, Melancólico e Fleu-
mático.
Na verdade, a Teoria desses Quatro Temperamentos
foi primordialmente desenvolvida por Hipócrates, consi-
derado o Pai da Medicina. Hipócrates se opunha ao so-
brenaturalismo, defendendo a idéia de uma orientação
biológica. “De acordo com Hipócrates, o temperamento
da pessoa dependia dos ‘humores’ do seu corpo: bílis
preta, bilis amarela e fleuma. Hipócrates começou a ob-
servar as diferenças de comportamento formulando final-
mente uma teoria que explica essas diferenças. A teoria
era bioquímica em sua essência, e embora a substância
da mesma tenha desaparecido, permanece ainda conos-
co a sua forma. Hoje, porém, falamos de hormônios e ou-
tras substâncias bioquímicas em vez de “humores’, subs-
tâncias que podem induzir ou afetar o comportamento
observado.“ (LaHaye,1991:8)
Embora a teoria sobre os temperamentos seja muito
questionada, e não possamos transformá-la em um fator
determinante para a personalidade, com certeza, há uma
certa peculiaridade inata no jeito de ser de cada um, que,
sem dúvida, é fruto do seu tipo de temperamento.
Tim LaHaye associa o temperamento ao “velho ho-
mem”, que só pode ser transformado mediante o novo
nascimento e mediante a ação transformadora do Espírito
Santo.
Em princípio, ter este ou aquele temperamento, não é
bom nem ruim, pois todos os temperamentos trazem em si
um potencial positivo e outro negativo.

3.1 - Algumas características que definem os qua-


tro temperamentos básicos, segundo o livro Tempera-
mento controlado pelo Espírito, de Tim LaHaye:

a) Sanguíneo (o exuberante)

- É cordial, eufórico, vigoroso e “folgazão”


- É dominado pelos sentimentos e não pela razão.
- É extrovertido, tendo a sua atenção voltada para
fora, para as coisas que o rodeiam. Gosta de
ser o centro das atenções.
- Tem modos tumultuados, barulhentos e amistosos.
- Sai-se muito bem como vendedor, funcionário de
hospitais, professor, conferencista, ator, orador e
ocasionalmente um bom chefe.
- Gosta do convívio social, tem sempre muitos
amigos, possui rara capacidade de divertir-se
e contamina os outros.
Personagem bíblico que tinha esse temperamento;
Pedro

Pontos fortes do Sanguíneo:

- Alegria, otimismo:
- Facilidade de fazer amigos;
- Coração terno e compassivo, afeição genuína
pelas pessoas;
- Autenticidade:
- Apreciação da vida e das pessoas;
- Capacidade para viver o presente;
- Carisma.

Poderia ser resumido em: apreciador, amistoso,


otimista e compassivo.

Pontos fracos do Sanguíneo:

- Pouco prático, desorganizado, turbulento;


- Dificuldade de concentração;
- Excesso de atividade;
- Indisciplinado;
- Instável emocionalmente;
- Tendência ao egoísmo.

Poderia ser resumido em: turbulento, pusilânime,


egoísta, emocionalmente instável.

b) Colérico (o intransigente):

- E o temperamento ardente, vivaz, ativo, prático


e voluntarioso;
- Muitas vezes é auto suficiente e muito independente;
- Sua tendência é ser decidido e teimoso, tendo
facilidade em tomar decisões para si mesmo,
assim como para outras pessoas;
- Para ele a vida é atividade;
- Possui cérebro perspicaz e prático;
- É decidido e não vacila sob pressão;
- Frequentemente obtém sucesso onde os outros
fracassam, por causa da sua perseverança e
tenacidade;
- É um chefe nato;
- Dificuldade de se compadecer ou expressar
compaixão;
- Interesse primordial: valores utilitários da vida;
- Possui a tendência de ser dominante e tirânico;
- Pode se dar bem como: gerente, planejador,
produtor, ou ditador.

Personagem bíblico que possuía esse temperamento:


Paulo

Pontos fortes do colérico:

- É Autodisciplinado e com forte tendência


à autodeterminação;
- É autoconfiante;
- É dinâmico, de forma organizada;
- Sua coerência de propósitos resulta,
geralmente, em realização;
- Tem aguçado raciocínio e perspicácia;
- Tem fortes tendências para a liderança.
Poderíamos resumir. em: força de vontade firme, prá-
tico, líder, otimista.

Pontos fracos do colérico:

- Séria deficiência emocional: insensibilidade, ira,


impetuosidade e autossuficiência e vingativo;
- Tendência ao sarcasmo, ironia e declarações cruéis;
e exigente, podendo tornar-se arrogante e prepotente;
- Sua teimosia pode lhe colocar em apuros;
- E explosivo, podendo chegar à violência.

Poderia ser resumido em: Violento, cruel, impetuoso


e autossuficiente.

c) Melancólico (Hostil e sombrio):

- É classificado como hostil e sombrio:


- E o mais rico de todos os temperamentos, pois é
um tipo analítico, bem dotado e perfeccionista;
- Aprecia as belas artes;
- É de natureza introvertido;
- O seu ânimo pode levá-lo a entrar em êxtase
ou a cair em profunda tristeza;
- É um amigo fiel, mas não faz amigos facilmente;
- Talvez seja o temperamento mais digno de confiança;
- Tendência para o sacrifício e abnegação;
- Dão-se bem como artistas, músicos, educadores,
filósofos, teóricos.

Personagens bíblicos com esse temperamento:


Elias e Jeremias
Pontos fortes do melancólico:

- Natureza sensível e rica;


- Propenso à genialidade (é o temperamento
que tem maior número de gênios);
- É adepto do pensamento criador, sendo inventivo
e criativo;
- Tendência perfeccionista, seu padrão de qualidade
excede a dos outros;
- É analítico e detalhista, o que o qualifica para
habilidade literárias, filosofia, arte, diagnosticador
de moléstia, etc.;
- É fiél por natureza. São do tipo que dariam a vida
pelos amigos;
- É responsável, sempre cumpre seus compromissos;
- Possui um desejo incomum de dar-se para a melhoria
de seus semelhantes;
- Raramente procura ficar em evidência, preferindo
agir por trás dos bastidores.

Poderia se resumir em: sensível, perfeccionista, ana-


lítico, amigo fiel e abnegado.

Pontos fracos do melancólico:

- Tendência ao egocentrismo (perder-se em


excessivas auto-análises);
- Tendência a se sentir ofendido e insultado;
- Sentimentos à flor da pele;
- Tendência a ser desconfiado e a ter suposições
desfavoráveis.
- É pessimista, o que o torna inseguro quanto
a tomar decisões;
- Tem medo de não corresponder aos seus próprios
padrões perfeccionistas;
- É crítico e exigente quanto ao que espera dos outros;
- É dado a alteração de humor, com tendência
à depressão;
- Pode se tornar um sonhador, para fugir da realidade
imperfeita;
- Dificuldade de perdoar, é vingativo.

Poderia se resumir em; egocêntrico, pessimista,


caprichoso e vingativo.

d) Fleumático (irreverente):

- Caracterizado pela calma, pela frieza e pelo equilíbrio:


- A vida para ele é uma experiência feliz, serena
e agradável:
- Raramente explode em riso ou em raiva:
- Tem as emoções sob controle, porém sente
mais do que demonstra:
- É coerente, combina muitas habilidades;
- Gosta do convívio social e tem um humor ingênuo
e mordaz:
- É engraçado e consegue ser cômico com
pequenos detalhes;
- Possui um cérebro organizado, ótima memória;
- Tem dificuldade de tomar iniciativa e de se
envolver com a vida;
- É um pacificador inato.

Personagem bíblico com esse temperamento: Abraão


Pontos fortes do fleumático:

- O imperturbável senso de humor;


- Ótimo ouvinte, o que o qualifica para ser
bom conselheiro;
- É objetivo, devido a sua falta de envolvimento;
- É confiável, sendo um amigo fiel, embora não
se envolva muito;
- É responsável, cumpre suas obrigações e obedece
a horários;
- É prático e eficiente;
- Trabalha bem, sob tensão;
- Tem hábitos metódicos, o que lhe possibilita uma
vida organizada.

Poderia se resumir em: Digno de confiança,


prático, espirituoso, eficiente.

Pontos fracos do fleumático:

- Tendência a ser moroso e indolente.


- Pouca motivação para realizar coisas.
- Falta de iniciativa, indecisão.
- Utiliza sua habilidade espirituosa para provocar
os outros;
- Irrita-se com o desassossego do sanguíneo e
a atividade do colérico:
- Costuma jogar água fria no entusiasmo dos outros;
- Usa sua fleuma para enraivecer o próximo,
enquanto ele jamais perde a compostura;
- Costuma opor-se obstinadamente a qualquer
espécie de mudança;
- Sua obstinação tende a torná-lo avarento e egoísta;
- Provavelmente é o mais egoísta dos temperamentos.

Poderia ser resumido em: moroso e indolente, provo-


cador, obstinado, indeciso.

3.2-Temperamento e Pecado

Talvez nas fraquezas do nosso temperamento esteja a


principal porta de entrada para o pecado. Se analisarmos,
veremos que as nossas ações que entristecem o Espírito
Santo já existiam dentro de nós, em forma de tendência.
Satanás as conhece bem, pois anda ao nosso derredor
e sempre nos tentará naquilo em que somos frágeis. Por
exemplo, dificilmente tentará um fleumático com situações
de ira, porém, sempre o fará com o colérico. Ou seja, ele
sempre nos tentará naquilo que é a nossa tendência natu-
ral. Desta forma, embora muitos pensem o contrário, o po-
der do diabo sobre as nossas vidas é limitado. Ele só entra
onde nos permitimos, onde nos damos brecha ou abrimos
portas. Muitos expulsam Satanás, mas não fazem o prin-
cipal, que é fechar a porta por onde ele poderia entrar. Ou
seja, não tratam consigo mesmos, com as raízes que dão
origem ao pecado.

“Ninguém sendo tentado, diga: Sou tentado por


Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal
e Ele a ninguém tenta. Cada um, porém, é tenta-
do, quando atraído e engodado pela sua própria
concupiscência; então a concupiscência, havendo
concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo
consumado, gera a morte” (Tiago 1.13-15)
3.3 - Temperamento e Destino

O temperamento é a marca decisiva da nossa persona-


lidade. Porém, embora seja imutável (já que, uma vez me-
lancólico, sempre melancólico; uma vez sanguíneo, sempre
sanguíneo), pode ser adestrado mediante uma educação
correta ou transformado pela ação do Espírito Santo dentro
de nós.
Temperamento não é destino. Ninguém precisa se tor-
nar refém do próprio temperamento: da sua ira, de sua me-
lancolia, de sua impulsividade ou de sua inércia. Há como
sobrepujar essas forças em nós, canalizando-as para ou-
tros aspectos mais construtivos.
A maioria das pessoas, principalmente os cristãos, não
está satisfeita com os pontos fracos do seu temperamen-
to, que frequentemente têm sido motivo de fracasso nos
relacionamentos e em outros aspectos de suas vidas. É
comum vermos coléricos sofrendo com o seu potencial de
ira e explosão. Da mesma forma é comum vermos o melan-
cólico ruminar tristezas pela sua tendência à melancolia; o
fleumático, sentir-se frustrado por sua falta de ação e deci-
são e o sanguíneo entrar em enrascadas por sua tendência
à exuberância e à precipitação.
Por outro lado, há aqueles que não estão interessados
em mudar interiormente e justificam suas atitudes erradas
ou inadequadas dizendo simplesmente: “Eu nasci assim;
esse é o meu temperamento.” Porém, é muito importante
que o conselheiro esteja atento a esse aspecto da vida do
seu aconselhado para não atribuir as suas reações nega-
tivas sempre a feridas emocionais, e não a sua tendência
inata de ser. Aconselhar é também desafiar o aconselhado
a mudanças positivas, principalmente considerando o po-
der de Deus que temos à nossa disposição.

3.4 - Como trabalhar com o temperamento?

1°) Aceitando a pessoa como ela é - um sanguíneo


jamais pode se tornar num melancólico ou vice-versa. Ao
trabalharmos com uma pessoa precisamos respeitar as pe-
culiaridades próprias do seu ser. É necessário preservar a
sua marca maior, que é seu temperamento. Nunca tente
transformar, por exemplo, um colérico num fleumático. Isso,
no mínimo, anularia sua personalidade.

2°) Levando-a a conhecer o seu temperamento


(seus pontos fracos e fortes) para que possa lidar melhor
com suas dificuldades e limitações e utilizar as suas poten-
cialidades. Sugerimos para isto a leitura e estudo dos três
livros de Tim LaHaye, citados na Bibliografia.

3°) Confrontá-la com a Palavra de Deus, sempre que


o seu temperamento se manifestar de forma a ferir os prin-
cípios ali contidos. Incentivá-la a ler a Bíblia como forma de
mudar e renovar a sua mente.

4°) Desafiá-la a buscar o poder de Deus (ser cheia


do Espírito Santo), pois a unção despedaça o jugo da velha
natureza humana.

5°) Ensiná-la a ir à cruz - Para tratar com o tempera-


mento do aconselhado não há outra forma melhor do que
ensiná-lo a ir à cruz. Cruz é lugar de renúncia, de negar-se
a si mesmo, de reconhecer as partes feias de nossa per-
sonalidade que nos levam a pecar. É abrir mão do nosso
potencial de ira, de vingança, de rancor, de preguiça, de
exibicionismo, de orgulho, enfim, de tudo aquilo que rouba
a beleza do caráter de Cristo em nossas vidas.

6°) Desafiá-la a uma mudança de hábitos, a partir de


cada situação que for surgindo no cotidiano.

7°) Trabalhar os traumas e feridas que contribuem


para a acentuação dos traços negativos do temperamento.

Além disso tudo, devemos orar por nossos aconselha-


dos (e por nós mesmos). Eles irão precisar, pois domar o
temperamento é algo por demais penoso para o homem e
é um processo que dura a vida inteira.

“Pois tu, ó Deus, nos tem provado; tem nos refinado


como se refina a prata. Fizeste-nos entrar no laço;
pesada carga puseste sobre os nossos lombos.
Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as
nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água,
mas nos trouxeste a um lugar de abundância”
(Salmos 66.10-12)

Uma vez que permitimos ao Espírito Santo trabalhar


em nossas vidas e abrimos espaço para sermos corrigidos
por nossos guias e pastores, o nosso temperamento pode
ser aprimorado e melhor canalizado, transformando-se em
fonte de força e realização.
Na Bíblia, nós vemos vários personagens que apresen-
tavam, no início da sua caminhada com Deus, todas as ca-
racterísticas negativas de um temperamento não trabalha-
do. Pedro é um desses exemplos clássicos, de um homem
que sofreu severas correções do próprio Jesus antes de se
tornar apto a assumir o ministério. Por várias vezes o seu
temperamento o traiu.
É reconfortante ver a transformação gradativa que ocor-
reu na vida do apóstolo Pedro. Aquele homem inicialmente
impulsivo, falante, fanfarrão, interesseiro e inconstante, ad-
quiriu qualidades e brio talvez jamais imaginados por ele.
Após passar pela mão do Oleiro (Jesus) e pelo enchimento
do Espírito, nós vemos um novo Pedro se revelar. Aquele
Pedro, antes covarde, se tornou ousado a ponto de enfren-
tar todo o sinédrio. Perdeu o seu lado falante e transformou-
-se num homem de sábias palavras, tornando-se amável,
paciente e equilibrado.
Essa é a obra que Deus quer fazer em todos nós: es-
vaziar-nos das tendências naturais do velho homem e en-
cher-nos dos frutos do Espírito, que são: amor, alegria,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio.
Diz a Palavra de Deus: contra essas coisas não há lei.
Ou seja, nem mesmo as leis biológicas podem resistir ao
poder transformador do Espírito Santo em nossas vidas.
CAPÍTULO 4

vocaCÃO(APTIDÃO) e Lugar
A vocação é inata e faz parte do propósito de Deus para
nós. Ela atende a dois aspectos: um natural e outro espiritu-
al. Por isso costumamos ver no ministério tantos profissio-
nais, médicos, engenheiros, empresários, etc.
Muitas pessoas ficam cheias de conflito quando rece-
bem o chamado de Deus por achar que profissão e minis-
tério são duas coisas incompatíveis. E verdade que alguns
tipos de ministérios requerem mais da pessoa, impossibi-
litando-lhe de ter outra atividade. Entretanto, às vezes, a
vocação natural se adequa e até coopera com o chamado
ministerial, podendo ser aproveitada dentro do chamado.
Davi era músico e seu talento artístico serviu para compor
muitos salmos e cânticos.
Vocação tem a ver com paixão. E paixão é um desejo
singular dado por Deus que vai nos possibilitar a descobrir
o nosso lugar na vida e no ministério. A paixão é que deter-
mina onde servir, ou onde estar.
Há duas situações profundamente desconfortáveis re-
lacionadas com o lugar que ocupamos na vida: “ser e não
estar” e “estar e não ser”.

a) Ser e não estar:

É quando não conseguimos ocupar a posição que é


nossa por direito. Exemplo: esposas que não conseguem
ser consideradas por seus maridos; pais que não conse-
guem exercer autoridade sobre seus filhos; maridos que
não conseguem assumir a liderança do lar; pastores que
não conseguem se posicionar perante suas ovelhas; pro-
fissionais que se formam mas não conseguem atuar dentro
de sua formação; filhos que não se sentem como filhos;
donas-de-casa que não se impõem perante suas ajudan-
tes, enfim, toda e qualquer situação em que não consegui-
mos nos posicionar perante a vida, segundo aquilo que
somos.
Sempre que uma pessoa vive esse tipo de dualidade,
entra em profundo desconforto consigo mesma e com a
vida, resultando em frustração e fracasso. O irmão do filho
pródigo é um exemplo de pessoa que não conseguiu ocu-
par a posição que era sua dentro da própria família.

Por que pessoas não conseguem ocupar


seu lugar no grupo?

1º) Pela força do sistema em que elas estão inseridas:


muitos homens pagaram com a vida pela ousadia de tentar
ser dentro de um sistema de governo autoritário e domina-
dor. Em todos os tempos, na história, nós vemos isso acon-
tecer: os romanos dominando o povo hebreu, os brancos
dominado os negros, os líderes da ditadura dominando a
população, os ricos dominando os pobres, os países de pri-
meiro mundo dominando os de terceiro, etc.
Em proporções menores, pessoas pagam com a “vida
emocional” para poder sobreviverem dentro de sistemas
menores, no entanto, semelhantes (familia, empresas, etc.).
Abdicam do direito de ser dentro do lar para não se
submeterem à violência ou para evitar outro castigo maior.
No trabalho, fazem o mesmo para não serem demitidas, e
assim por diante. Por falta de recursos, permanecem, por
anos, reféns da própria necessidade de sobrevivência.
Não é fácil se romper com a força de um sistema. Seja
ele politico, financeiro, familiar ou eclesiástico: “Um cordão
de três dobras não se rompe com facilidade”, ou seja, quan-
do há coesão em um grupo, é difícil alguém lhe resistir.
Davi viveu um momento desses: embora ungido rei, e
mesmo após a morte de Saul, não conseguia exercer au-
toridade sobre seus súditos. Quando Joabe matou Abner,
Davi lamentou, mas não teve força para repreender a Jo-
abe. “Então, disse o rei aos seus homens. Não sabeis que,
hoje, caiu um príncipe e um grande homem? No presente,
sou fraco, embora ungido rei; estes homens, filhos de
Zeruia, são mais fortes do que eu. Retribua o Senhor ao
que fez mal segundo a sua maldade” (1° Sm 3:38,39). Davi
“estava” mas ainda não ‘’era”. Somente depois que todas
as tribos de Israel se juntaram a Davi e o reconheceram
como rei foi que ele teve força para reinar (1° Sm 5:1-5).

2º) Por dificuldades intrapessoais - Geralmente as


pessoas que não conseguem ocupar seu lugar na vida são
exatamente aquelas que tiveram dificuldade em ocupar seu
lugar na família. Carregam dentro de si a falta de espaço
que viveram no sistema familiar e o transferem para outras
esferas de relacionamento. Normalmente são pessoas com
o senso de autoestima baixo.
Salomão, considerou “um grande mal debaixo do so!
“Se lipo de situação. “o tolo posto em grandes alturas; mas
os ricos assentados em lugar baixo. Vi servos a cavalo e
andando a pé como servos sobre a terra” (Ec:10:6,7) Mui-
tos, no Reino de Deus, estão vivendo assim: ocupando po-
sições inferiores ao seu potencial. Para sua infelicidade e
frustração, veem pessoas aparentemente menos capazes
passarem à sua frente e não entendem o porquê. Ficam
à espera de que alguém lhes levante dos seus lugares de
medo e lhes ponha sentados no lugar que é seu por direito.
Esta é uma espera inútil. Deus quer que nós mesmos tome-
mos consciência daquilo que somos e nos posicionemos
perante os homens.
A luta de Satanás com Jesus no deserto foi para que
este saísse de sua posição (seu lugar) e o adorasse. Sata-
nás chegou a oferecer a glória de todos os reinos do mundo
para remover Jesus de sua posição. Por quê? Porque ele
sabia que a melhor forma de levar uma pessoa a uma vida
de fracasso, frustrando todo o propósito de Deus, é fazê-la
descer de sua posição legítima e levá-la a se conformar a
uma posição inferior.
O plano de Deus sempre envolve algum risco, pois Ele
quer desafiar a nossa fé. Todos os homens que foram cha-
mados por Deus não receberam garantias de imunidade,
nem conheceram todos os detalhes de seu plano antecipa-
damente. Satanás sabe disso e sempre irá apresentar para
nós um plano aparentemente mais fácil e seguro que o de
Deus. Certamente, seremos tentados a trocar de projeto ou
a sucumbir diante da voz interior do medo, do pessimismo
e da derrota.
Jesus, num momento de fraqueza, também se viu ten-
tado a abandonar o seu projeto maior, mas resistiu a Sata-
nás e o venceu.
É interessante observar que Jesus, depois de ter venci-
do essa tentação, dirigiu-se para Nazaré, cidade onde ha-
via sido criado, entrou no templo e assumiu publicamente a
sua posição de Filho de Deus Primeiramente, ele tomou o
livro do profeta Isaías e “achou” o lugar em que se referia a
sua identidade (Is 61:1,2). Depois, sentou-se no lugar que
era seu e disse: “hoje se cumpriu a Escritura que acabais de
ouvir” (Lo 4:21). Em outras palavras, ele estava afirmando:
eu sou e também estou.

b) Estar e não ser:

É quando ocupamos um lugar que, na essência, não é


nosso. Isso acontece, normalmente em quatro situações:

1°) Quando de fato não pertencemos àquele grupo:

Quando criança, eu vivi uma experiência da qual não


me orgulho, mas que serve de ilustração: nosso grupinho
costumava brincar, quase diariamente, de esconde-escon-
de. Havia uma garota na mesma rua que, por algum motivo,
não era aceita pelo grupo. De vez em quando ela aparecia
na hora da brincadeira, mas não era convidada a entrar. En-
tão ela ficava só olhando, e víamos o desejo expresso em
seu olhar de participar de nossas brincadeiras. Nós tínha-
mos consciência do seu desejo, mas maldosamente a ex-
cluímos. Um dia nos, cruelmente, combinamos um código
para ela designado de “carta branca”. O código (pasmem’)
significava que nós iriamos fingir que ela estava na brinca-
deira, mas na verdade não estava. Quando ela fosse se
esconder, ninguém a procuraria. Lembro que a “coitada” fi-
cava um tempão no seu esconderijo depois como ninguém
a “achasse”, saía de lá e dizia: ninguém me achou” “olha eu
aqui”. E começava a correr à espera de que alguém a visse
e pegasse. Nós continuávamos fingindo que não a víamos,
até que ela parava de correr e ficava ali, andando de um
lado para o outro, meio perdida e sem rumo. (Vejam como
até as crianças podem ser cruéis, quando não experimen-
taram a conversão). Com o tempo, nós passamos a aplicar
esse código a qualquer uma de nós que por algum motivo
caísse na antipatia do grupo. Todas nós tínhamos pavor de
ser a próxima “carta branca”. Houve uma ocasião em que
eu mesma passei pela experiência de ser a “carta branca”
e, embora eu soubesse que era temporário, não foi nada
fácil ocupar aquele “lugar” de estar sem ser.

2º) Quando não somos reconhecidos pelo grupo

Foi o que aconteceu com Moisés, em Ex 2:11-14 quan-


do tentou exercer autoridade sobre os hebreus antes de
ser comissionado pelo Senhor. Eles reagiram à intervenção
de Moisés, dizendo: “quem te pôs por príncipe e juiz sobre
nós?”
Essa experiência marcou Moisés negativamente e, tal-
vez, por isso ele temeu enfrentar o povo hebreu quando,
depois, o Senhor lho ordenou:

“Respondeu Moisés: mas eis que não crerão,


nem acudirão à minha voz, pois dirão:
o Senhor não te apareceu”
(Êxodo 4.1)

3º) Quando somos nomeados para uma função


mas não recebemos autonomia para exercer
o nosso papel

Uma situação que serve de exemplo foi a que eu vi al-


gumas colegas de trabalho passarem. Naquela época, eu
trabalhava numa empresa estatal, no departamento de re-
cursos humanos. Havia ali uma equipe de psicólogas res-
ponsável por recrutar e selecionar os candidatos à empre-
go. Para isso levantavam o perfil do cargo, aplicavam testes
psicológicos e testes específicos à função e, após todo um
processo elaborado escolhiam de três a cinco candidatos,
entre os aprovados, e os encaminhavam para o setor re-
querente.
Na maioria dos casos, o que acontecia é que nenhum
dos candidatos indicados por elas era escolhido, mas al-
gum outro, indicado politicamente, por via indireta. O senti-
mento de indignação e abatimento moral que caía sobre o
grupo era enorme.
Esta é uma situação muito cruel, pois agride a dignida-
de do ser humano e fere o propósito de Deus para ele. Sa-
lomão, em Ec 10:5, considera esse tipo de atitude “um erro
que procede do governador”. Ou seja, um erro cometido
por aqueles que lideram, que têm o poder nas mãos: sub-
meter pessoas a uma condição falsa e sem sentido. Com
o tempo, a insatisfação gerada em seus corações vai se
agravando e se transformando em amargura ou em inércia.
Pessoas que vivem assim estão se anulando e colherão, no
futuro, um doloroso sentimento de inutilidade.
Há muita gente que vive situações semelhantes: no
lar, filhos adotados que não são aceitos como filhos; ma-
ridos ou esposas que não mandam no próprio dinheiro; na
empresa, funcionários contratados para uma função, mas
que não têm voz ativa nas decisões relacionadas com seu
cargo; na política, governantes que não têm força política
para governar; na igreja, pastores que foram “nomeados”
pelos diáconos ou pelos membros mais antigos e que não
têm autoridade sobre as decisões administrativas; enfim,
são diversas as situações em que pessoas atuam como
“cartas brancas’’, como figuras decorativas a serviço de um
sistema maior e mais poderoso do que ela. Isso acontece
normalmente quando o indivíduo está inserido num sistema
grupal mais forte do que ele em que não há visão de “corpo”
( Co 12:12-31).

“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos


em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem
todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo
auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação
de cada parte, efetua o seu próprio aumento para
a edificação de si mesmo em amor”.
(Êxodo 4.15-16)

Jesus não agia dessa forma. Houve um momento em


que dois de seus discípulos desejaram ocupar um lugar
para o qual não estavam preparados e Ele os dissuadiu
(Mc 10:35- 49). Jesus definia claramente os papéis de cada
um. Cedo, escolheu aqueles que iriam ser seus apóstolos
e definiu que Pedro ocuparia o lugar de liderança. Ele não
brincava de “faz-de-conta” com as pessoas. Ele dava a elas
o verdadeiro sentido de “pertencer”.

4°) Por usurpação de poder

Essa é uma circunstância provocada pela própria pes-


soa e não pelo sistema. É quando alguém tenta usurpar o
lugar de outrem. Este foi o caso de Absalão, que embora
não tivesse sido escolhido por Deus para ser o rei de Israel,
achava que ele era o homem certo para se sentar no trono,
e não seu pai Davi. A sua tentativa de tomar o lugar que era
de seu pai, por direito, terminou em morte. O livro de Ester
conta também a história de um homem, chamado Hama,
que agiu ardilosamente para ocupar um lugar de honra ao
lado do rei. Sua tentativa também terminou em morte (Ef
6 e 7). Essa é uma das situações que geram morte espi-
ritual e divisão dentro do sistema. A pessoa que consegue
usurpar e se assentar no lugar de outra sempre colherá os
frutos amargos de saber que está em um lugar que não é
seu. Nunca sentirá a paz e doce sabor da legitimidade e da
aprovação de Deus.
Para que o aconselhamento seja bem-sucedido, é ne-
cessário que o aconselhado se torne frutífero e realizado.
Nenhum homem é saudável sem que se sinta útil. E para
que isto aconteça, precisa descobrir e ocupar o lugar que
lhe pertence por direito. É preciso conquistar seu espaço.
O aconselhamento seria um fracasso se apenas se li-
mitasse a consolar e curar os feridos. É preciso fazer como
Pedro que, após curar o coxo, disse: “Levanta-te e anda!”
Ou seja, tome uma nova posição perante a vida.
Para que sermos curados? Para termos condições
de utilizar nossos recursos dados por Deus a fim de poder
cumprir os Seus propósitos.

Como ajudar o aconselhado a se descobrir ou


a saber quem ele é, quais suas potencialidades
e para que foi formado?

1º) “Desentulhando os poços”, ou seja, retirando tudo


aquilo que não se parece com o nosso projeto original de
pessoa. Em outras palavras, fazendo a libertação e a cura.

2º) Esculpindo-o através do discipulado, “ensinando-o


a guardar todas essas coisas que eu vos tenho ordenado”.
Levando-o a ser transformado pela renovação da sua men-
te, através do ensino da Palavra.

3°) Levando-o a orar, buscando, em Deus, o seu verda-


deiro chamado.

4º) Estimulando-o a testar seus recursos.

5°) Ajudando-o a se autodescobrir (sua vocação, seus


talentos, seus dons) através do processo de aconselha-
mento e através de instrumentos pie o ajudem a fazer uma
leitura de si mesmo.

Citamos como um bom recurso o método desenvolvido


por Bruce Bugbee Don Cousins e Bill Hybels, denominado
de “Rede Ministerial”. É um método simples, porém eficaz
que enfatiza três aspectos básicos para uma pessoa des-
cobrir o seu lugar no Corpo e se tornar frutífera e realizada:
os dons, a paixão e o estilo pessoal. A paixão define onde
iremos servir. Os dons, o que iremos fazer E o Estilo pesso-
al, como iremos fazer.

A ideia defendida por esta visão é que se você serve de


acordo com a paixão sempre se sentirá motivado;

- Se serve de acordo com os dons será mais


competente.
- E se o faz dentro do seu estilo pessoal será mais
criativo e se sentirá mais confiante e realizado.

Seu lema é: “Pessoas certas, nos lugares certos,


pelas razões certas”.
Rede Ministerial não é uma obra teórica, mas um ma-
nual prático, didático, contendo diversos testes que, ao se-
rem respondidos, lhe possibilitarão uma clara resposta para
estas três perguntas: Quais os meus dons? Qual a minha
paixão? Qual é o meu Estilo Pessoal? Você poderá ad-
quiri-lo através da editora Vida.
Entendemos que a resposta a estas três perguntas é
fundamental para fazer de você um especialista, ou seja,
uma pessoa definida para um propósito definido, no lugar
adequado.
A especialidade de alguém pode determinar o seu su-
cesso. Antigamente, para ser bem-sucedido, era necessá-
rio ter a sorte de nascer numa família nobre. O sucesso
estava condicionado a títulos de nobreza. Posteriormente,
o sucesso passou para as mãos de quem tinha capital, ou
seja, os detentores do poder econômico. Hoje, vivemos
numa época em que os bem-sucedidos não são os nobres
ou os abastados, mas aqueles que detêm o conhecimento
e a técnica e os aplicam em suas áreas de especialização.
E para se tornar um especialista bem-sucedido é necessá-
rio descobrir a paixão, os dons e o estilo pessoal.

“Vês um homem perito (especialista)


em sua obra? Perante reis será posto;
e não entre a plebe”. (Provérbios 22.29)
CAPÍTULO 5

POTENCIAL ADQUIRIDO
Nós podemos adquirir parte do potencial ao longo da
nossa vida e anexá-lo ao potencial inato, aumentando, as-
sim, os nossos recursos em reserva. São eles:

5.1 – Conhecimento

Todas as vezes que investimos na aquisição de conhe-


cimento, estamos, na verdade, aumentando o depósito de
recursos não utilizados, ou seja, estamos alargando o nos-
so potencial (poder para realizar).

No livro de Isaías, capítulo 54:2,3 o Senhor nos incita a


alargar as nossas capacidades:

“Alarga o espaço de tua tenda; estenda-se o toldo da


tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e
firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás para a
direita e para a esquerda; a tua posteridade possuirá as na-
ções e fará que se povoem as cidades assoladas”.

O conselheiro deverá estimular o seu aconselhado a


investir em si mesmo. A fazer disso uma prioridade. Nin-
guém pode dar voos muito altos se não exercitar suas asas.
Muitas pessoas chegam à igreja e ficam estagnadas. Não
fazem um curso, não estudam uma língua diferente, não
se reciclam e depois se queixam de falta de sorte. Alguém
já falou que “sorte é quando preparação se encontra
com oportunidade”. Outras, não se utilizam do seu co-
nhecimento em reserva. Investem em cursos de habilita-
ção, e até mesmo em faculdades e depois engavetam seus
diplomas e nunca colocam o que aprenderam em prática.
Alguns até se submetem a um sub-emprego mesmo tendo
curso superior.
O conselheiro não deve permitir que seu aconselhado
lhe convença de que não tem tempo, nem vontade, ou “ca-
beça” para estudar. Uma das peculiaridades do ser humano
é a capacidade de aprender. Deve desafiá-lo a ler livros, a
fazer cursos, a prestar vestibular, a fazer o supletivo, a estu-
dar uma língua estrangeira, enfim, a investir no seu cresci-
mento como pessoa. Deve desafiá-lo também a operacio-
nalizar os seus conhecimentos e habilidades.
Uma das coisas que acontece quando alguém adqui-
re um novo conhecimento é a melhoria da sua autoestima
e da autoconfiança. A falta de recurso limita até mesmo o
potencial inato, que, na maioria das vezes, necessita de se
instrumentalizar para que possa dar frutos. Por exemplo: se
uma pessoa nasce com talento musical e não investir em
aprender algum instrumento ou em cursos de aperfeiçoa-
mento, provavelmente morrerá sem saberá quão longe o
seu talento poderia lhe levar.

5.2 - Habilidades

Está comprovado que uma das formas de manter o


nosso cérebro ativo e cheio de vitalidade é aprender novos
conhecimentos e diferentes habilidades. A aprendizagem
está para o cérebro como o exercício físico está para o corpo.
Existem habilidades com as quais já nascemos (as ina-
tas) e outras, que podemos adquirir e desenvolver poste-
riormente
Exemplo de habilidade inata: talento para desenhar.
Quem nasce com esse tipo de talento é capaz de, ainda
criança, desenhar melhor do que um adulto que não nas-
ceu com o mesmo talento.
Exemplo de habilidades adquiridas: dirigir um carro,
andar de bicicleta, bordar, costurar, digitar, etc. Algumas
pessoas podem apresentar maior facilidade, mas ninguém
nasce sabendo. Todos terão que passar pelo mesmo pro-
cesso de aprendizagem. É o caso, também, dos animais
adestrados. Todo cachorro já nasce programado para fa-
zer certas coisas: correr em busca de qualquer objeto em
movimento, pular sobre o dono, farejar a caça etc. Mas se
adestrado, poderá desenvolver outras habilidades que não
lhe são peculiar.
Precisamos estimular os nossos aconselhados a de-
senvolver habilidades básicas, como aprender a nadar, diri-
gir um carro, lidar com o computador, etc. Muitos que mor-
reram afogados poderiam estar vivos hoje, se tão somente
alguém tivesse tido a paciência de convencê-los a aprender
a nadar.

5.3 – Inteligência Espiritual e os Dons

A inteligência espiritual não é inata. Nós a adquirimos


potencialmente quando convidamos o Espírito Santo a en-
trar em nossas vidas e mantemos com Ele uma vida de
comunhão.
Originalmente, o espírito humano foi criado com inte-
ligência, pois é o sopro de Deus. Mas ao entrar o pecado
no homem, seu espírito conheceu a morte e a inatividade
(Ef2:1). Porém, ao se unir ao Espírito de Deus, através do
ato da conversão, o nosso espírito é potencializado pelas
qualidades divinas que operam em nós.
A história de Jó é muito rica, pois coloca em palco uma
situação de aconselhamento, em que vemos os recursos
humanos se esgotarem; depois, vemos entrar em cena os
recursos divinos. Na primeira cena, nós vemos os três ami-
gos de Jó tentando desesperadamente dar a ele respostas
quanto às suas tribulações e sofrimento. Enquanto os três
amigos de Jó (Elifaz, Bildade e Zofar) disputavam, por meio
de argumentos, sobre quem afinal convenceria Jó a se dar
por vencido, aceitando o seu sofrimento como um castigo
de Deus devido aos seus pecados, um quarto personagem,
chamado Eliù, ouvia curioso e impaciente aquele embate
verbal. Eliú era jovem e, de acordo com o texto bíblico, ele
esperava aprender alguma coisa com aqueles homens ido-
sos e experientes. “Vendo Eliú que já não havia resposta
na boca daqueles três homens, a sua ira se acendeu” (Jó
32:5). Manteve-se em respeitoso silêncio até ver que aque-
les três anciãos já não tinham mais argumentos para falar
com Jó. Eliú chegou, então, à uma conclusão:

“Disse Eliú, filho de Baraque, o Buzita: Eu sou de


menos idade, e vós sois idosos; arrecei-me e temi
de vos declarar a minha opinião. Dizia eu: falem os
dias, e a multidão dos anos ensine a sabedoria.
Na verdade, há um espírito no homem, e o sopro
do Todo-Poderoso o faz sábio” (Jó 32.6-8).

Eliú, naquele momento, viu cair, diante de seus olhos,


um paradigma que até então ele acreditava: que a sabedo-
ria era exclusividade dos idosos. Ele percebeu que, mesmo
sendo jovem, tinha mais entendimento do que aqueles ho-
mens maduros. E entendeu que isso só podia ser “sopro de
Deus” Deus parece ter aprovado as palavras de Eliú, pois
logo após este ter terminado o seu discurso, Deus começa
a falar ao coração de Jó. Parece até que Eliú conseguiu
preparar o coração de Jó para ouvir a voz do Senhor. Outra
evidência de que Deus aprovou o discurso de Eliú foi o fato
de Ele ter repreendido apenas os três amigos de Jó:

“Tendo o Senhor falado estas palavras a Jó, ao


Senhor disse também a Elifaz, o temanita: A minha
ira se acendeu contra ti e contra os teus dois
amigos; porque não dissestes de mim o que era
reto, como o meu servo Jó” (Jó 42.7)

Os três amigos de Jó conseguiram em um único acon-


selhamento, desagradar ao aprendiz de conselheiro (Eliú),
ao seu aconselhado e a Deus, levando-os à ira.
Talvez o maior erro deles foi ter confiado somente em
sua inteligência intelectual para aconselharem a Jó, não te-
rem buscado o sopro do Todo-Poderoso, a sabedoria que
vem do alto, o amor que cobre multidão de pecados, a ar-
gumentação.
Entre todos os homens que souberam fazer uso da
inteligência espiritual destaca-se Salomão. A Bíblia afirma
que o Senhor lhe deu “coração sábio e inteligente” (1Rs
3:12). Poder-se-ia dizer que Salomão recebeu de uma só
vez inteligência espiritual, intelectual e emocional. Salomão
não apenas foi um rei sábio, mas soube operacionalizar
essa sabedoria escrevendo diversos provérbios, deixando
um legado que ficou para a posteridade.
“A cada um, porém, é dada a manifestação do
Espírito para o proveito comum. Porque a um, pelo
Espírito, é dada a palavra de sabedoria; a outro,
pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; a ou-
tro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo
Espírito, os dons de curar; a outro, a operação de
milagres; a outro, a profecia; a outro, o dom de
discernir espíritos; a outro, a variedade de línguas;
e a outro, a interpretação de línguas. Mas um só e
o mesmo Espírito opera todas essas coisas, distri-
buindo particularmente a cada um como quer.’’
(I Coríntios 12.7-11)

Entre as qualidades de inteligência do espírito


humano, uma vez vivificado pelo Espírito de Deus,
estão:

a) capacidade para entender o mundo espiritual;


b) capacidade para entender a palavra de Deus;
c) capacidade para discernir os espíritos e as vozes,
d) capacidade para lidar com demônios;
e) capacidade para aconselhar e consolar;
f) capacidade para guiar ou conduzir vidas
g) capacidade para proclamar a Palavra de Deus; so-
berana daquele que sabe todos as coisas. Quando
o Senhor entrou em cena, nenhum argumento mais
se ouviu dos lábios de Jó. Tão somente se rendeu
à sabedoria divina e teve sua vida restaurada.

Todos que recebem o Espírito Santo dentro de si têm


acesso à inteligência espiritual, mas nem todos a exerci-
tam. Alguns, por serem autossuficientes, não aprenderam
a ser dependentes de Deus. Outros, por desconhecerem
esse recurso ou por não saberem como obtê-lo. Outros,
ainda, por não cultivarem a comunhão com o Espírito San-
to. Conhecem a Palavra de Deus, mas não têm intimidade
com aquele que vivifica a Palavra. É necessário ter consci-
ência das nossas limitações e dos recursos infinitos que o
Espírito de Deus tem a nos oferecer.
A inteligência espiritual pode se diversificar em várias
áreas de atuação. Em Dn 1:17, nós vemos a história de
quatro jovens que se destacaram por sua inteligência, de-
monstrando domínio em três áreas:

“Ora, quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o


conhecimento e a inteligência em todas as letras
e toda a sabedoria; e Daniel era entendido em to-
das as visões e em todos os sonhos”. (Daniel 1.17)

- Conhecimento: Capacidade espiritual para ver o


futuro, para desvendar enigmas e interpretar sonhos.
- Inteligência em todas as letras: Capacidade para
se comunicar com fluência e graça. Daniel tinha
as qualidades de um verdadeiro diplomata.
- Sabedoria: Capacidade para se movimentar em
terreno inimigo sem fazer concessões e, ao
mesmo tempo, sem cair na simpatia tanto do rei
quanto dos seus servidores (Dn 1:3-15). Daniel
era um fino estrategista.

Entre todos os homens que souberam fazer uso da


inteligência espiritual destaca-se Salomão. A Bíblia afirma
que o Senhor lhe deu “coração sábio e inteligente” (1Rs
3:12). Poder-se-ia dizer que Salomão recebeu de uma só
vez inteligência espiritual, intelectual e emocional. Salomão
não apenas foi um rei sábio, mas soube operacionalizar
essa sabedoria escrevendo diversos provérbios, deixando
um legado que ficou para a posteridade.

“A cada um, porém, é dada a manifestação do


Espírito para o proveito comum. Porque a um, pelo
Espírito, é dada a palavra de sabedoria; a outro,
pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; a ou-
tro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo
Espírito, os dons de curar; a outro, a operação de
milagres; a outro, a profecia; a outro, o dom de
discernir espíritos; a outro, a variedade de línguas;
e a outro, a interpretação de línguas. Mas um só e
o mesmo Espírito opera todas essas coisas, distri-
buindo particularmente a cada um como quer.’’
(I Coríntios 12.7-11)

Entre as qualidades de inteligência do espírito


humano, uma vez vivificado pelo Espírito de Deus,
estão:

a) capacidade para entender o mundo espiritual;


b) capacidade para entender a palavra de Deus;
c) capacidade para discernir os espíritos e as vozes;
d) capacidade para lidar com demônios;
e) capacidade para aconselhar e consolar; capacidade
para guiar ou conduzir vidas;
g) capacidade para proclamar a Palavra de Deus;
h) capacidade para falar e entender/interpretar a língua
dos anjos;
i) capacidade para interpretar sonhos e visões:
j) capacidade para trazer conciliação em situações
de conflito;
e) capacidade para ministrar cura física e emocional:
m) capacidade para transportar montes, remover
obstáculos aparentemente intransponíveis etc.

A Palavra de Deus nos exorta a buscar essa capacita-


ção espiritual que o Senhor nos oferece em forma de dons:

“Porventura, são todos apóstolos? Ou, todos


profetas? São todos mestres? Ou, operadores
de milagres? Têm todos dons de curar?
Interpretam-nas todos? Entretanto, procurai,
com zelo, os melhores dons”
(I Coríntios 12.29-30).

Vale a pena revermos o motivo pelo qual Salomão rece-


beu tanta sabedoria por parte do Senhor:

“Estas palavras agradaram ao Senhor; por haver


Salomão pedido tal coisa. Pelo que Deus lhe disse:
Porquanto pediste isso e não pediste para ti mui-
tos dias, nem riqueza, nem a vida de teus inimigos,
mas pediste entendimento para discernir o que
é justo, eis que faço segundo as tuas palavras. Eis
que te dou um coração tão sábio e entendido, que
antes de ti teu igual não houve e depois de ti teu
igual não se levantará.’’ (I Reis 3.11-12)

Salomão reconheceu sua incapacidade para aquela ta-


refa tão grande e recorreu a Deus. Ele adquiriu inteligência
simplesmente por ter pedido.
“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria,
peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não
lhes impropera; e ser-lhe-á concedida”. (Tiago 1.5)

Se você sente que a sua mente é limitada para apren-


der ou para executar determinado tipo de tarefa, ore a Deus
com fé e peça inteligência nessa área em que se sente de-
ficitário e Ele lhe concederá. Parece algo muito simplório,
mas foi exatamente isso que aconteceu com Salomão.
CAPÍTULO 6

PROPÓSITO
“Propósito, é a intenção original de Deus”.
(Myles Monroe)

Ao nos criar, o Senhor o fez com uma intenção definida


e direcionada e colocou dentro de nós essa intenção de
maneira latente. Por isso é que, muitas vezes, nos vemos
tomados de inquietação por algo que desconhecemos. E o
propósito a nos chamar para o verdadeiro sentido a nossa
existência.

Propósito ou destino?

No versículo 16, Davi afirma que cada um dos seus


dias foi escrito e determinado quando nem um deles havia
ainda. Há pessoas que acreditam que o nosso destino já
esta traçado e que por isso não podem lutar para que suas
vidas se tornem diferentes do que têm sido. Esse tipo de
pensamento e uma armadilha. Anula o que o homem tem
de mais precioso, que é o livre arbítrio.
Atribuir ao destino o próprio fracasso é uma forma de
se eximir da responsabilidade por nossas escolhas e deci-
sões. Deus, certamente, jamais determinaria doenças, ruí-
nas, desgraças, fracasso para alguém. Esses dias, escritos
e determinados, a que o salmista se refere, têm o sentido
de propósito, aquilo que Deus planejou para as nossas vi-
das. A forma como fomos tecidos nos fala do potencial lega-
do por Deus para que cumpramos esse propósito. Não se
trata, pois, de predestinação, mas de propósito.
A diferença entre predestinação e propósito é que a
predestinação se cumpre independente de nossa escolha
ou esforço. E o propósito, não. Depende de nossa decisão,
respeita o nosso livre arbítrio. O propósito nos torna respon-
sáveis e co-participantes na construção de nossas vidas.
A predestinação nos isenta de toda e qualquer responsabi-
lidade, deixando-nos a mercê de forças externas alheias à
nossa vontade.
O potencial inato é responsabilidade de Deus. O poten-
cial adquirido e o cumprimento do proposito são responsa-
bilidade nossa. O propósito na vida de Davi só se cumpriu
porque, antes de mais nada, ele tinha uma aliança com a
vontade de Deus. O conselheiro deve conscientizar o acon-
selhado dessa responsabilidade. O Espírito Santo certa-
mente nos ajudará a cumprir o propósito de Deus para as
nossas vidas, mas a decisão e o comprometimento com o
nosso ‘’destino’’ ´de cada um de nós.
Da mesma forma, Deus tomou sob sua responsabilida-
de a libertação e a vivificação do nosso espírito, uma vez
que era impossível ao homem salvar-se a si mesmo. Po-
rém, buscar a cura e a restauração da nossa alma é a nos-
sa responsabilidade. O Senhor nos deu as ferramentas ne-
cessárias para que tenhamos uma alma saudável. Deu-nos
a sua Palavra e seu Espírito Consolador e nos deu também
a Ciência. Mas nós temos que assumir os cuidados pela
nossa saúde tanto física, quanto mental e espiritual,
Muitas pessoas vivem durante anos com feridas e sin-
tomas emocionais e físicos e não querem investir tempo
nem dinheiro para terem uma vida saudável. Ficam à espe-
ra de que alguém venha cuidar delas ou que Deus faça um
milagre, libertando-as de suas amarguras, de suas ansie-
dades e depressões. Permanecem anos convivendo com
situações insatisfatórias e não tomam uma atitude.
É tarefa das mais importantes, por parte do conselheiro,
chamar o aconselhado à realidade, levando-o a assumir a
responsabilidade por sua vida.

6.1 - Características do propósito

a) O propósito é inerente à criatura

“Quando Deus cria homens e mulheres, Ele os proje-


ta com capacidades e qualidades que lhes permitirão de-
sempenhar o propósito por Ele pretendido. Tais habilidades
já são suas antes de seu nascimento, você não as recebe
tão somente quando se converte e renasce... O seu propó-
sito, as suas habilidades e a sua perspectiva de vida não
podem se separar, porque seu propósito determina como
você deve funcionar... mudar seu propósito seria, signifi-
cativamente, mudar quem você é; porque o seu propósito
informa e revela sua natureza e suas responsabilidades...
seu propósito é o seu porquê. É essencialmente importante
saber quem é você, e o que você é, para compreender o
porquê da sua existência” (Monroe, 1996:34).

“Deus nunca fez qualquer coisa com o fim de ridiculari-


za-la.” (Monroe, 1996)

Muitas pessoas têm dificuldade de acreditar no seu pro-


pósito. Jeremias achava que era apenas um menino, mas
Deus sabia que dentro dele havia um profeta.
Moisés achava-se um homem “pesado de boca” inca-
paz de se comunicar adequadamente e de conduzir um
povo tão difícil, pois não se via como um lider; mas Deus
o conhecia na sua originalidade e sabia que dentro dele
existia um líder; que seria usado por Ele para libertar o Seu
povo da escravidão de Faraó. O homem “pesado de boca”
transformou-se no porta-voz de Deus para a humanidade
(até hoje nós damos ouvidos às palavras de Moisés).

Muitas pessoas não acreditam no nosso potencial.


Os judeus disseram para Moisés: “Quem te consti-
tuiu a ti príncipe e juiz sobre nós?”. (Êxodo 2.11-14)

Não sabiam eles que aquele homem, que tentava, de-


sajeitadamente, exortá-los e estabelecer a paz entre eles,
era o escolhido de Deus exatamente para ser libertador, juiz
e governador sobre eles.
Para Jessé, o pai de Davi, ele era apenas um menino,
que tinha como única atribuição cuidar das ovelhas. Se de-
pendesse dos olhos de Jessé, talvez Davi tivesse passado
o resto de sua vida por detrás das malhadas, tocando har-
pa e segurando um cajado de pastor. Era delicado demais
para ser visto como um guerreiro, e muito menos para ser o
líder de um povo guerreiro, como Israel.
O profeta Samuel também se enganou na hora de ungir
um dos filhos de Jessé como rei, julgando pela aparência
que seria Eliabe o escolhido de Deus. Mas o Senhor disse
a Samuel: “Não atentes para a sua aparência, nem para
a grandeza da sua estatura, porque eu o rejeitei: porque
o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha
para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha
para o coração”. (I Samuel 16.7)
Muitas vezes a aparência de um homem esconde um
grande potencial. É preciso olhos de revelação para enxer-
gar o que só Deus sabe e conhece. Por isso precisamos
dos dons de Deus.

“O propósito só pode ser encontrado na mente do cria-


dor…… Portanto, se você quer conhecer o propósito de
algo ou de alguém, não pergunte à criatura, mas ao seu
criador. Você já perguntou a um microfone ou a uma cadei-
ra, ou a uma planta, por que eles existem? Claro que não.
Porque eles não podem esclarecer o que você quer saber.
Isso é verdadeiro para todas as coisas: Nunca a criação po-
derá saber o que estava projetado na mente de seu criador,
quando ele a projetou e construiu.” (Monroe,1996:34)

b) O propósito de Deus é sempre bom

“E não vos conformeis a esse mundo, mas trans-


formai-vos pela renovação da vossa mente, para
que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2)

Algumas pessoas têm medo de que a vontade de Deus


para elas seja desagradável e, por causa disso, fogem do
seu propósito, como fez Jonas. Outras acham que o propó-
sito bom é o do vizinho, porque ele está fazendo sucesso.
Não consideram que ele está tendo sucesso justamente
porque está fazendo aquilo para o qual foi chamado, ou
seja, está dentro da vontade e do propósito de Deus para a
sua própria vida.
Todas as vezes que alguém tenta usurpar o propósito
de uma outra pessoa sofre consequências danosas. Lúcifer
é o exemplo clássico de alguém que quis usurpar o lugar
que era de outro: o próprio Deus. Saiu eternamente do pro-
pósito original, transformando-se no tormento da humani-
dade, sendo ele próprio um atormentado.
Caim, Absalão, Simão (o mágico) são personagens
que comprovam esta verdade.
Na Igreja, há muitas pessoas tentando agradar a Deus
totalmente fora de seu propósito e chamado. São como pe-
ças de uma engrenagem que, embora perfeitas, estão fora
de lugar. Em vez de contribuírem para o funcionamento da
máquina, emperram-na. Por isso há tanta insatisfação e fra-
casso dentro da Obra.
“Você foi designado para um propósito. Você é per-
feito para o seu propósito.” (Monroe,1996:34). Portanto,
não tente imitar a maneira de ser ou o estilo de alguém.
Descubra quem você é e qual o projeto de Deus para a sua
vida.

“Deus recupera, no novo nascimento, o que é legal-


mente seu. Ele reforma seus conhecimentos e suas habi-
lidades naturais, pervertidas por Satanás, e o leva a cum-
prir seus planos e seus propósitos, jogando fora o que o
destrói... Quando Ele restaura a Sua unção em sua vida, o
poder para desempenhar tudo com excelência, restabelece
a beleza e a perfeição de suas habilidades íntimas. Então
Ele diz: ‘Siga em frente. Faça tudo que você gosta de fazer
para minha glória e para engrandecimento do meu Reino’’
(Monroe, 1996:35)
c) O prazer é inerente ao propósito

Há uma frase que diz que propósito é quando o pra-


zer se encontra com a necessidade. Ou seja, junto com o
propósito, Deus coloca a paixão. Por isso está escrito que a
vontade de Deus não é apenas perfeita, mas também agra-
dável. Isso significa que, se você está insatisfeito com o que
está fazendo, é provável que você esteja fora da vontade
de Deus, fora do propósito que Ele estabeleceu para a sua
vida.
Muitas pessoas pensam que fazer a vontade de Deus
é algo penoso e desagradável, vivendo infelizes, aprisiona-
dos dentro de seus próprios projetos ministeriais. Porém, o
projeto ministerial de Deus para nós nunca nos aprisiona,
pelo contrário, nos torna livres e felizes. Embora haja um
custo, esse se torna em “lucro”, como disse o apóstolo Pau-
lo.

d) O Sucesso é sempre consequência natural


do propósito

Para entendermos esta frase é necessário, antes, en-


tendermos o que significa sucesso. Para muitos, sucesso
é adquirir muitas riquezas; para outros, é tornar-se famoso;
para outros, ainda, é ser conhecido por um ato heroico. Po-
rém, do ponto de vista de Deus ser bem-sucedido é sim-
plesmente cumprir todo o Seu propósito ou Sua vontade.
Deus jamais cria um propósito para fracassar.
Davi foi um homem que sofreu várias quedas, ou seja,
fracassou por diversas vezes: fracassou como marido,
como pai, como governante, fracassou moralmente, tor-
nando-se adúltero, traidor do amigo e comandado Urias,
tendo sido o autor intelectual do seu assassinato. Porém,
na Bíblia, é contado na lista dos que foram bem-sucedidos.
Isto não pelos seus feitos: ter matado Golias, ter sido herói
de várias guerras ou por ter se talhado rei de Israel. Mas
porque, como diz a Palavra, cumpriu toda a vontade de
Deus na sua geração.

“E tendo deposto a este, levantou-lhes como rei a


Davi, ao qual também dando testemunho, disse;
Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o
meu coração, que fará toda a minha vontade”.
(Atos 13.22)

Mesmo quando uma pessoa fracassa aparentemente,


como foi o caso de Jó e o caso do próprio Jesus, ao morrer
numa cruz, se ela estiver na vontade de Deus, por trás do
aparente fracasso surgirá o verdadeiro sucesso, que é o
cumprimento do propósito estabelecido pelo Senhor.

“Então respondeu Jó ao Senhor: Bem sei que tudo


podes, e que nenhum dos seus propósitos pode ser
impedido”. (Jó 42.1-2)

“Havendo riscado o escrito de dívida


que havia contra nós, nas suas ordenanças,
o qual nos era contrário, removeu-o do meio
de nós, cravando-o na cruz; e, tendo despojado os
principados e potestades, os exibiu publicamente
e deles triunfou na mesma cruz”.
(CoIossenses 2.14-15)
A morte de Cristo fazia parte da intenção original de
Deus. É importante compreendermos que o sofrimento faz
parte do sucesso, pois ter sucesso é também, vencer a dor.
“Não há ganho sem dor” (Tim Foley).

“A dor alimenta a coragem. Você não pode ser co-


rajoso se só aconteceram coisas maravilhosas com
você” (Mary Tyler Moore).

e) O propósito está inserido dentro de um plano


maior

Deus, ao criar um propósito específico, o faz como par-


te de um plano maior que é eterno e universal. E para cum-
pri-lo Ele escolhe alguém que seja “perfeito” para realizar
esse propósito; alguém que já traga dentro de si as qualifi-
cações necessárias (o potencial) para levá-lo a termo.

“Certamente o Senhor Deus não fará coisa algu-


ma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus
servos, os profetas”. (Amós 3.7)

Infelizmente, o homem tem dificuldade de se visualizar


como parte integrante de um Plano Superior limitando a
visão de si mesmo e do seu sucesso apenas a este mundo
ou para esta vida. Por isso, no primeiro obstáculo, muitos
acham que fracassaram e desistem.

O apóstolo Paulo dizia:

“Se é só para esta vida que esperamos em Cristo,


somos de todos os homens os mais dignos de
lástima”. (I Coríntios 15.19)
Paulo estava tão consciente do seu propósito eterno,
de ter sido escolhido para engrandecer o nome de Jesus
entre os gentios, que considerava a sua própria morte como
motivo de sucesso e glória.

“Segundo a minha ardente expectativa e espe-


rança de que em nada serei confundido; antes,
com toda a ousadia, Cristo será, tanto agora como
sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela
vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é
Cristo, e o morrer é lucro” .
(Filipenses 1.21)

6.2 - Impedimentos ao propósito

Muitas pessoas vivem sem ter noção da razão de sua


existência, sentindo-se infelizes, desanimadas e sem vida.
Algumas até sabem para que existem, mas não acreditam
que sejam capazes de realizar o seu chamado. Não acre-
ditam no seu potencial. Estão como poços entupidos, que
não permitem a água fluir para a superfície.
Assim como os poços que Abraão abriu e deixou como
herança para Isaque foram entupidos pelos seus inimigos
(os filisteus) também alguns de nós somos como poços,
onde na água corrente e fresca, mas que com o passar do
tempo, os inimigos” vão jogando lixo e entulho, até o dia em
que perguntamos: Será que ainda tem água aqui? Quem
sou eu? Para que eu sirvo?
Para que saque usufruísse de sua herança, ou seja,
os poços deixados pelo pai, foi necessário que os cavasse
novamente, até encontrar água. Ele deu ao poço o nome de
Rebote (que quer dizer largueza).
Um dos grandes objetivos do aconselhamento cristão
é ajudar o aconselhado a descobrir o seu projeto de vida e,
passo a passo, retirar os pedregulhos que impedem o fluir
de suas potencialidades.

a) Ignorância quanto ao propósito


(Falta de visão espiritual)

Esaú é o exemplo de um homem que não tinha visão


acerca das coisas espirituais. Não considerava a importân-
cia da primogenitura, que o colocava sob as promessas e
as bençãos concernentes a Abraão. Por isso trocou esse
direito por um prato de lentilhas, apenas para satisfazer
uma necessidade imediata de fome. Dizia: “Eis que estou
a ponto de morrer. Logo, para que me servirá o direito de
primogenitura?... Assim desprezou Esaú o seu direito de
primogenitura” (Gênesis 25.29-34)
Jacó, embora errado em sua atitude, por ter visão es-
piritual, conseguiu ser o pai de uma nação, o que teria sido
direito de Esaú. A Sua Falta de conhecimento ou visão fez
com que ele deixasse de cumprir o propósito de Deus para
a sua vida, transferindo o para seu irmão mais novo.

b) Rebeldia à vontade de Deus

É não aceitar a soberania de Deus. Jonas sabia o que


Deus queria fazer ao povo ninivita, mas recusou-se a cum-
prir a Sua vontade por achar que ela não era justa. Aos
seus olhos era duro demais ver um povo que blasfemara
contra Deus ser salvo e perdoado pelo próprio Deus. Ele
queria Deus apenas para si e para o seu povo. Não que-
ria compartilhar o amor de Deus aos pecadores. Mas Deus
queria estender Seu amor e sua compaixão aos habitantes
de Nínive.
Saul também foi um homem que saiu da vontade de
Deus, quando usurpou o direito de sacerdote, temendo ao
povo e não a Deus, e também quando poupou o inimigo, o
rei Agague, contrariando as determinações do Senhor, por
meio de Samuel. Por causa dessas coisas perdeu o trono
para um garoto, Davi.

c) Medo de errar

“O propósito transforma os erros em milagres e os de-


sapontamentos em testificação. (Monroe, 1996)

O medo de errar, no fundo, é o medo de ser. O medo


de errar tem origem no sentimento de incapacidade e de
desvalor pessoal. A parábola dos talentos mostra o exem-
plo típico de alguém que, por medo, gerado pelo senso de
incapacidade e de desvalor, preferiu enterrar o talento dado
pelo seu senhor, ao invés de correr o risco de negocia-lo.

“Mas o que recebera um foi e cavou na terra e


enterrou o dinheiro do seu senhor.. Chegando por
fim o que recebera um talento, disse: Senhor, eu
te conhecia, que és um homem duro, que ceifas
onde não semeaste e recolhes onde não joeiraste;
e, atemorizado, fui esconder na terra o teu talento,
eis aqui tens o que é teu” (Mateus 25.14-30)

Deus, assim como o senhor da parábola, não está inte-


ressado em receber de volta apenas aquilo que Ele depo-
sitou dentro de nós. Os talentos são como sementes que
precisam cair na terra e morrer para que possam dar muitos
frutos.

“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de


trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas
se morrer dá muito fruto”. (João 12.24)

O que Deus quer receber de volta são os frutos dos


nossos dons e talentos.

Deus deu a Abraão um filho e ele lhe devolveu uma


nação. Deu a Davi o dom da música e ele lhe devolveu
mais de cem salmos. Deu a Salomão sabedoria e ele lhe
devolveu milhares de provérbios.

O que Ele lhe deu? O que você vai devolver a Ele?

‘’A distribuição de talentos neste mundo não deveria ser


nossa preocupação. Nossa responsabilidade é pegar os ta-
lentos que temos e acumulá-los ardentemente, levando à
realização mais elevada possível”. (Alan Loy McGinnis)

d) Crenças

“Porque assim como ele o imagina em


sua alma, assim ele é.” (Provérbios 23.7)

O homem é conduzido por aquilo que crê. Não seria


exagero dizer que a base de toda a motivação humana esta
na sua crença, ou seja, naquilo que acredita. Assim, a cren-
ça gera motivação, a motivação leva à atitude e a atitude
determina o fracasso ou o sucesso.
“Se você fica dizendo que as coisas vão ficar ruins, tem
boa chance de se tornar um profeta” (Isaac Bashevis Singer).
A conhecida fábula “A Águia e da Galinha” retrata
bem o que uma falsa crença pode fazer com o potencial de
alguém.

Certo dia um fazendeiro, caçando nas montanhas,


achou um ninho de águia com filhotes, pegou um e trouxe à
sua fazenda, criando-o no galinheiro.
Em visita à fazenda, um cientista, amigo daquele fa-
zendeiro, se comoveu ao ver uma águia naquele estado.
Comendo, andando e dormindo como uma galinha. Argu-
mentou que era uma violência contra a natureza deixar
uma ave nobre passar tamanha humilhação. O dono da
fazenda, dando uma sonora gargalhada, retrucou: “Pensa
como galinha, age como galinha, é galinha.”
O cientista, inconformado, tomou a ave e a levou às
montanhas. Lá chegando, no ponto mais alto, bradou:
‘’Águia és a rainha das aves, tens um potencial imenso,
tome o lugar que é teu no espaço e voe!’’
E a águia nada fez, permanecendo imóvel. O fazen-
deiro, que a tudo assistia, disse entre gargalhadas: ‘’Pensa
como galinha, age como galinha, é galinha.’’
O cientista não desistiu e voltou à carga: ‘’Águia aqui
não é teu lugar. Este é lugar de medíocres. A você estão
reservados os vôos mais altos, o céu mais azul, o lugar dos
vencedores.’’ E atirou a águia para alto.
O pássaro ensaiou bater as asas, titubeou e logo caiu.
O fazendeiro, que a esta altura “chorava” de rir não per-
doou: “Age como galinha, pensa como galinha, é galinha.”
O cientista, treinador contumaz, insistiu mais uma vez:
“Águia, você é a ave mais forte, o céu é o teu limite, és uma
criação maravilhosa de Deus, ocupe o lugar que é teu no
universo, voe águia, você pode, você veio para vencer.” E
ele jogou mais alto o pássaro, que ganhou a vastidão do
espaço.
Aí, cheio de orgulho, contemplando o vôo majestoso da
águia, o cientista sentenciou: “Pensa e age como galinha,
é galinha. Pensa e age como águia, é águia.!!!’’

Muitos de nós fomos criados como esta águia, num am-


biente em que pessoas nos fizeram crer que éramos infe-
riores ao nosso verdadeiro potencial, levando-nos a pensar
de nós mesmos aquém da nossa real capacidade e a nos
posicionar com tal.
Em seu livro Como pagar as contas com a mente o
Bp Edgard F. Moreira, afirma:

“Já foi dito que a parte mais difícil para se ter sucesso
é acreditar que se pode ter sucesso. Se você não acredita
que pode fazer algo, a falta de crença o leva a não fazer
esforços com compromisso, e é a falta desse esforço com-
prometido que, na verdade, sela nosso destino. A ação ja-
mais ocorre, até que acreditemos que podemos fazer algo
acontecer! A crença é o catalisador a crença em si próprio,
a crença nos outros e em Deus.”
Ele cita o exemplo dos dez príncipes de Israel, que fo-
ram enviados por Moisés a espiar a terra prometida e desis-
tiram de tomar posse dela por causa da forma como viam a
si mesmos diante dos gigantes.

“Porém, os homens que com ele tinham subido,


disseram: Não poderemos subir contra aquele
povo, porque é mais forte do que nós. E diante dos
filhos de Israel, infamaram a terra, que haviam
espiado, dizendo: A terra, pelo meio da qual passa-
mos a espiar, é terra que devora os seus morado-
res; e todo o povo que vimos nela são homens de
grande estatura. Também vimos ali gigantes (os
filhos de Enaque são descendentes de gigantes), e
éramos aos nossos próprios olhos como gafanho-
tos, e assim também o éramos aos seus olhos” .
(Números 13.23-33)

O autor chama esta reação de “Síndrome dos


Gafanhotos”

“Os espias ficaram apavorados pelo que viram naquela


terra, ainda que tenham comprovado que a terra era boa,
que manava leite e mel, como o Senhor dissera. Eles não
esperavam encontrar gigantes na terra. Não sabiam
que toda terra boa tem gigantes. Que enfrentar e vencer
gigantes faz parte do nosso treinamento como homens e
mulheres de Deus. Eles “estavam” príncipes, mas ainda
não o “eram” internamente; ainda conservavam a mente de
escravo: pensa como escravo, age como escravo, é es-
cravo. Olharam para si mesmos e disseram: somos gafa-
nhotos. Por isso o propósito do Senhor não pôde se cumprir
em suas vidas. Eles estavam tomados pela “síndrome dos
gafanhotos”.

Os sintomas dessa síndrome são:

Senso de fraqueza - No seu interior algo dizia a eles:


nós não podemos contra esse povo. Nós não temos força
suficiente para enfrentá-lo”.
O senso de fraqueza é um grande impedimento para
aqueles que querem ocupar posição de liderança, pois a
principal qualidade de um conquistador é a coragem. Na
história de todos os pioneiros, vamos encontrar um elemen-
to comum: a coragem para assumir riscos e disposição para
lutar com gigantes. O senso de fraqueza levou os espias a
abrirem mão da conquista da terra prometida.
Infelizmente, esta não é uma história isolada. Muitas
pessoas, hoje, têm aberto mão de seus sonhos por cau-
sa da falta de coragem para lutar contra os obstáculos que
se interpõem em seu caminho. Temem sucumbir nas mãos
dos gigantes. O que não sabem é que os gigantes são ape-
nas peças estratégicas de um treinamento que o Senhor
planejou para nós. Deus sempre vai nos dar gigantes sob
medida para a nossa força e capacidade.
Josué e Calebe conseguiam enxergar os gigantes des-
sa forma. Eles disseram: “como pão os podemos devorar”.
Viam-nos como alimento de sua coragem e de sua força;
como instrumento de grande vitória. Diante dos gigantes
eles sentiam a excitação de quem sabe de que lado está o
poder. Eles estavam impacientes para vê-los tombar diante
de um Deus poderoso.
Precisamos mudar a nossa visão quanto aos gigantes.
Eles são apenas obstáculos, estrategicamente colocados
em nosso caminho pelo Senhor para nos provar e adestrar
para guerra. Creia: quanto maior e o gigante, maior e o seu
tombo e maior é o nosso brado de vitória.

Senso de inferioridade -”…e éramos aos nossos


próprios olhos como gafanhoto. Eles viam que o povo
que habitava naquelas terras era mais forte e mais pode-
roso do que eles, embora soubessem que Jeová é mais
poderoso e mais forte do que qualquer povo ou rei da terra.
O sentimento de inferioridade abala a nossa confiança
em Deus e em nosso potencial de vitória. Frequentemente
pessoas abrem mão de lugares mais altos por se sentirem
incapazes de enfrentar a concorrência.

Proclamadores do caos - “E diante dos filhos de Israel


infamaram a terra”.
Essa é uma das características mais evidentes dessa
síndrome: diminuir o valor do prêmio a ser conquistado para
justificar a própria incapacidade ou fraqueza.
Há uma fábula que lembra esse tipo de atitude: “A ra-
posa e as uvas:’’ era uma vez uma raposa faminta encon-
trou uma parreira cheia de uvas madurinhas e começou a
pular, tentando, desesperadamente, alcançar seus cachos,
sem no entanto conseguir. De longe, um macaco se diver-
tia observando a cena. De repente a raposa ouviu um risi-
nho zombeteiro e, percebendo a presença do macaco, deu
de ombros e falou desdenhosamente: eu não quero essas
uvas, elas estão verdes, e foi embora.’’
Muitos agem como esta raposa. Justificam o fato, por
exemplo de não prestarem um concurso dizendo que não
adianta, porque há muita corrupção: que não fazem um
curso superior porque há muitas pessoas que se formaram
mas não conseguem emprego dentro de sua profissão; que
não querem se casar porque não acreditam no casamen-
to; que não estão no ministério porque não há espaço na
igreja; que sua empresa não prospera porque o povo da
cidade não tem visão; que seu ministério não cresce porque
as ovelhas não cooperam, o povo e muito duro de coração
e assim por diante. Pessoas assim precisam ser ajudadas
a descobrir em si mesmas a causa de seus frequentes fra-
cassos, senão vão ficar eternamente a atribuir aos outros
os seus infortúnios e nunca irão vencer.

Visão destorcida da realidade – ‘’...assim também


éramos aos seus olhos’’

Eles projetaram nos gigantes a sua auto-imagem,


achando que os gigantes os viam como gafanhotos. Mui-
tas pessoas vivem esse mecanismo: projetam nos outros o
que acham de si mesmas e depois se sentem inseguras e
debilitadas.
Golias era um homem grande, um descendente de
Enoque, um “gigante” aos olhos de todo o Exército de Is-
rael. Porém, Davi não olhou para o tamanho do seu ad-
versário, mas para o tamanho daquele que estava ao seu
lado, para o tamanho daquele que era o seu Pastor, para o
tamanho daquele que era o seu Deus. Por isso ele venceu
Golias e libertou a Israel daquele opróbio.
As consequências da síndrome do gafanhoto são de-
vastadoras na vida da Igreja, na nossa vida, pois fere o
princípio da fé. Precisamos nos vacinar contra esta síndro-
me diabólica. Nossa atitude diante dos fatos e ocorrências
em nossa vida determina o nosso futuro. Nossa reação é
fundamental no processo que nos liga ao futuro e à vitória.
A maneira como enxergamos as coisas, e, consequente-
mente, nossa reação, fará a total diferença entre ser um
vitorioso ou um perdedor. Podemos ver uma garrafa que
tenha água ate a sua metade, meio vazia ou meio cheia. Se
você a vi meio cheia, é sinal de saúde emocional e “saúde
na fé” contrário, se você a enxerga ‘meio vazia”, deduz-se
um certo pessimismo, que é também fator determinante no
fracassado alguém. Pessimismo só traz derrota e desespe-
ro. Seja cheio de fé e de otimismo!
Precisamos aprender a ser pessoas que confiam em
Deus e que têm a capacidade de transformar as situações
negativas em bênçãos para nós e para aqueles que estão
à nossa volta.

“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti,


em cujo coração se encontram os caminhos apla-
nados, o qual, passando pelo vale árido, faz dele
um manancial; de bênçãos o cobre a primeira
chuva. Vão indo de força em força; cada um deles
aparece diante de Deus em Sião”. (SaImos 84.5-7)

Deus faz comparação de nossas vidas com a da águia,


porque a águia apresenta várias características muito es-
peciais:

1ª) A águia voa muito alto. Vai até às nuvens do céu.


Não há limites para o seu voo. Seu caminho é o céu (Pv
30:19). Sempre que faz um voo, esse é mais alto do que o
anterior. Ela explora todos os seus limites. Também tem ou-
tra característica impressionante: Se há uma tempestade,
ela sabe como ultrapassá-la e voar acima dela.

2°) A águia “enxerga longe”, ela tem uma excelente


visão, porque voa alto. E sabemos, pela Palavra (Pv 29:18)
que “sem visão o povo se corrompe”. Precisamos apren-
der com a águia a termos visão profética positiva a nos-
so próprio respeito, para não nos desviarmos do propósito
de Deus em nos fazer mais que vencedores. A águia tem
uma visão global. O olho humano, ainda que muito sofisti-
cado, não enxerga mais do que 180°, pois possui apenas
uma fóvia, que é um dispositivo existente na retina que nos
capacita a fazer um “close” num ponto específico. Porém,
a águia tem uma característica surpreendente. Ela possui
não apenas uma fóvia, mas três. E descobriu-se que uma
dessas fóvias está apontada para cima outra para frente e
outra para baixo, de modo que isso possibilita à águia ter
uma visão de 360°.

Nós precisamos também ter três visões: uma espiritual


- que vê o sobrenatural; uma emocional - que vê o interior;
e uma natural - que vê a realidade.

3ª) A águia não desiste de seus objetivos. Após defi-


nido o alvo, a águia parte pra cima dele, com tal velocidade,
que a presa não tem como lhe escapar. Ela sabe aproveitar
a oportunidade. Não vive voando em círculos, o urubu, ao
redor da carniça. Ela voa para frente. Sabe de onde veio e
para onde vai. Ela tem referencial, sabe seu destino.

No livro de Jó, capítulo 39, versículos 26 a 29, temos:


“Ou é pela tua inteligência que voa o falcão, estendendo as
asas para o sul? Ou é pelo teu mandado que se remonta
a águia, e faz alto o seu ninho? Habita no penhasco onde
faz a sua morada, sobre o cume do penhasco, em lugar
seguro. Dali descobre a presa; seus olhos a avistam de
longe.’’

4°) A águia ensina os filhotes a voar. Ela forma discí-


pulos semelhantes a ela. Ela tem um método próprio para
lhes ensinar a voar primeiro, retira do ninho aquilo que o
torna confortável para que eles desejem sair (pluma, folhas,
etc.). Quando chega a hora dos filhotes saírem, ela não os
superprotege, como muitos pais costumam fazer mas os
expulsa de lá literalmente.

Não inconsequentemente, sem lhes dar a capacitação


de que eles precisam para voarem rumo à liberdade. Em
seguida, mostra como se voa.

“Como a águia desperta a sua ninhada e voeja


sobre os seus filhotes, estende as suas asas, e, to-
mando-os, os leva sobre elas” (Deuteronômio 32.11)

Lá de cima do penhasco ela os solta e depois os apara,


até que eles liberem as asas e comecem a voar. Ela tem pa-
ciência e perseverança com cada filhote, até ter a certeza
de que eles já sabem voar sozinhos; então, libera-os para
conquistarem seu espaço.

Todos nós precisamos aprender a voar com as águias.


E para isso é preciso conviver com aqueles que já são
águias, que já aprenderam a voar como as águias voam.
“Até as Águias precisam de um empurrão” (David McNally).

A Palavra nos mostra isto no contexto da sabedoria e


do aprendizado:

“Quem anda com os sábios será sábio, mas o


companheiro dos insensatos se tornará mau”
(Provérbios 13.20)

5ª) A águia se renova. Ela se recicla. Ela não se aco-


moda. No Salmo 103, versículo 5, Davi faz uma citação
sobre a misericórdia de Deus sobre nós, dizendo: “quem
farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se
renova como a da águia.”

Quando a águia sente que está perdendo as forças e o


vigor ela interrompe as suas atividades, se isola nos altos
penhascos (não em lugares baixos), arranca as penas ve-
lhas com seu próprio bico (mesmo com dor), esfrega o seu
bico na rocha até que ele sangre e, por último, bate suas
garras na pedra até que estas caiam e sejam renovadas.
Este processo é altamente doloroso, mas é exatamente
isso o que faz dela uma Águia, a rainha das aves.” “Mas os
que esperam no Senhor, renovam as suas forças, sobem
com asas como águia, correm e não se cansam, caminham
e não se fatigam” (Is 40:31).
Todas essas situações que analisamos são impedi-
mento ao cumprimento do propósito. Por isso é muito im-
portante que o conselheiro avalie a vida do seu aconselha-
do e verifique se o seu potencial está sendo prejudicado por
alguma dessas distorções.
CONCLUSÃO
”Aquilo que você é irá sempre desagradá-lo, se
você fica preso ao que não é” (Santo Agostinho).

Ao concluirmos o oitavo Volume, que mostra a grande-


za do potencial humano, não poderíamos deixar de enfati-
zar a principal chave para uma vida próspera, realizada e
feliz. Monroe chama essa chave de Fonte. Diz ele:

“O segredo de uma vida feliz e produtiva é permanecer


ligado à sua fonte.”

A fonte da existência humana está em Deus. Da


mesma forma que a planta precisa estar ligada à terra para
dela tirar os seus nutrientes e sobreviver, assim também o
homem precisa estar ligado a Deus, para d’Ele retirar força,
alegria, fé, paz, amor, esperança ... vida. Nós fomos gera-
dos em Deus e dependemos d’Ele para sermos sustenta-
dos. Ele é o autor e continuador da vida.

“Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem perma-


nece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; por-
que sem mim nada podeis fazer’’ (João 15.8)

Ainda que uma pessoa descubra o seu propósito e


decida utilizar todo o seu potencial para cumpri-lo, se não
estiver ligado à fonte, que é Deus, com certeza fracassará
naquilo que é mais essencial: sua felicidade.
Descobrir o propósito e conhecer as reais potencialida-
des daqueles que Deus coloca em nosso caminho, para
que os ajudemos, é parte importante e decisiva no exercício
do aconselhamento. Podemos ser para eles a águia que
lhes ensinará a voar.
Que você possa ser um ramo frutífero, realizado e feliz,
para a glória de Deus-Pai!

“Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em


fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a
sua obra”. (João 4.34)
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Ana Lúcia R. R. Moreira é psicóloga clínica, pós-
-graduada em psicanalise; é mãe de Micael, Edgard
Júnior e Erich, casada com o Bispo Edgard Fernando
Moreira (1982), com quem lidera a Comunidade Evan-
gélica Sara Nossa Terra no Estado da Paraíba; Atua na
área de aconselhamento e cura interior desde 1982: è
conferencista, promove workshops, eventos e outros
cursos relacionados com o desenvolvimento humano.

@analucia.psicologa

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