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REVOLUÇÕES BURGUESAS

O CONCEITO À LUZ DA HISTORIOGRAFIA


CONTEXTUALIZAÇÃO

• Os conceitos lato sensu e stricto sensu de


“revoluções burguesas”.

• Relevância capital desses acontecimentos para a


configuração do mundo contemporâneo.
PROPÓSITO DA AULA

• Propor uma reflexão crítica sobre o conceito


historiográfico de "revolução burguesa".

• Problematizar o conceito a partir da análise das


principais tendências historiográficas sobre os
dois principais objetos dessa categorização: a
Revolução Inglesa do século XVII e a Revolução
Francesa do século XVIII.
DINÂMICA DA AULA
• Apresentação de uma visão introdutória sobre as
duas “revoluções burguesas” ideais.

• Propor uma síntese sobre a Revolução Inglesa e sua


historiografia.

• Fazer o mesmo em relação à Revolução Francesa.

• Refletir sobre a conveniência ou não da


categorização tradicional.

• Promover uma avaliação baseada em habilidades


interpretativas e comunicativas.
UMA VISÃO INTRODUTÓRIA
• Traços comuns a ambos os processos:

• Superação do absolutismo monárquico, inconveniente


às liberdades individuais então reivindicadas.

• I n c o m p a t i b i l i d a d e e n t re e s t r u t u r a s f e u d a i s
remanescentes e a nova realidade socioeconômica.

• Desenvolvimento de um “capitalismo comercial” e


ampla divulgação dos ideais iluministas.

• Valor simbólico dos acontecimentos extremos:


execução de Carlos I na Inglaterra e de Luis XVI na
França.
A REVOLUÇÃO INGLESA
• Proposta de síntese: Conflito entre monarquias anglicanos e
parlamentaristas puritanos.

• Crescente poder econômico de uma “classe mercantil” a


partir da Idade Moderna, em detrimento da alta nobreza e
da igreja tradicional.

• Tendências absolutistas com a dinastia Tudor no século XVI:


Henrique XVIII e Elizabeth I.

• Parlamento inglês: instituição medieval que impunha limites


ao poder régio.

• Ascensão da dinastia Stuart em 1603 (Jaime I e Carlos I) e


esforços de centralização monárquica.
A REVOLUÇÃO INGLESA
• A questão cronológica: ênfase tradicional no ano de 1668 e
novas abordagens que ampliam a visão às décadas de 1640 e
1650.

• Grande Rebelião (1640-1642), Guerra Civil (1642-1648), Período


Republicano (1649-1658) e Restauração da Monarquia (1660).

• A glória de 1668 na historiografia tradicional: pacificação


durável dos embates entre monarquistas e parlamentaristas.

• Significado da República de Oliver Cromwell: destruição dos


resquícios feudais e incentivo à expansão marítima e comercial.

• Tendências interpretativas: coexistência de enfoques múltiplos,


sendo a perspectiva da “revolução burguesa” uma dentre outras.
Oliver Cromwell, por Samuel Cooper (1655)
A SÍNTESE HISTORIOGRÁFICA PROPOSTA POR
LAWRENCE STONE

As Causas da Revolução Inglesa, 1529-1642


A REVOLUÇÃO FRANCESA

• Proposta de síntese: Insurreição social provocada pelo


distanciamento entre as estruturas políticas francesas e
a realidade socioeconômica.

• Co l a p s o d o a b s o l u t i s m o m o n á rq u i c o e d a s
estratificações sociais rígidas perante os ideais de
liberdade do Iluminismo.

• A questão cronológica: visão tradicional do simbolismo


de 1789 e perspectivas mais extensas (1787 a 1815)

• Tendências historiográficas sobre o assunto: entre


Jules Michelet e Alexis de Tocqueville (Século XIX)
A SÍNTESE HISTORIOGRÁFICA SEGUNDO
FRANÇOIS FURET
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
REFLEXÃO FUNDAMENTAL

• Conveniência ou não do uso do conceito de


“revolução burguesa” para explicar esses
fenômenos?

• Os ideais iluministas de liberdades individuais


devem ser entendidos como progressos universais
ou como reflexos dos interesses materiais de uma
determinada classe social?
PROPOSTA DE ATIVIDADE

• A conceituação dos acontecimentos abordados


enquanto “revolucionários” e “burgueses”
permanecem válidos?
SÍNTESE TEMÁTICA

• A percepção dos processos históricos abordados


como “revolucionários" ou como “burgueses" se
deve a condicionamentos próprios do tempo
presente e, em especial, dos posicionamentos do
próprio historiador enquanto indivíduo político. O
aspecto burguês dos movimentos se confronta
com a ideia de progresso universal iluminista, e o
seu caráter revolucionário se mede pela distância
ou não entre os seus ideais e sua realização na
história.
SÍNTESE TEÓRICA

• Se o objetivo do conhecimento histórico for


essencialmente a reconstrução do passado,
nenhuma categorização será suficiente. Mas se o
objetivo for instrumentalizado em sua relação à
compreensão do mundo  presente, qualquer
categorização pode ser funcional.

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