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Faculdade de Tecnologia de Garça “Deputado Julio Julinho Marcondes de Moura”

CURSO TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL

GUILHERME MATHEUS DE SOUZA ARAÚJO


SIDNEY FERREIRA

RETROFIT DE MÁQUINA ROUTER CNC PARA IMPRESSORA 3D

FATEC
2015
___________________________________________________________________________
Faculdade de Tecnologia de Garça “Deputado Julio Julinho Marcondes de Moura”

CURSO TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL

GUILHERME MATHEUS DE SOUZA ARAÚJO


SIDNEY FERREIRA

RETROFIT DE MÁQUINA ROUTER CNC PARA IMPRESSORA 3D

Artigo Científico apresentado à Faculdade de


Tecnologia de Garça – FATEC, como
requisito para a conclusão do curso de
Tecnologia em Mecatrônica Industrial,
examinado pela seguinte comissão de
professores:

Data de aprovação: ___/___/______.

_____________________________________
Prof. Marcos Henrique Piva
FATEC – Garça

_____________________________________
Prof.
FATEC – Garça

_____________________________________
Prof.
FATEC – Garça

FATEC
2015
1

RETROFIT DE MÁQUINA ROUTER CNC PARA IMPRESSORA 3D

Guilherme Matheus de Souza Araújo1


guilhermematheus.araujo@gmail.com
Sidney Ferreira¹
sidnersom@yahoo.com.br

Prof. Dr. Marcos Henrique Piva2


mhpiva@hotmail.com

Resumo: Os avanços na ciência e na tecnologia propiciam um aumento significativo na


produção em termos quantitativos e qualitativos. Para tanto, é necessário que empresários e
trabalhadores pensem no acesso aos avanços por meio da pesquisa e capacitações. O tema
escolhido para esta pesquisa tem relação com os conteúdos trabalhados no curso de
Tecnologia em Mecatrônica Industrial, os quais utilizam a mecânica, a eletrônica e, a
informática. Nesse contexto, as máquinas Router CNC para ampliar suas funções e se
tornarem mais versáteis, passam por um retrofit para agregar alguns dispositivos: extrusor,
mesa aquecida, placa eletrônica para interface de controle e atualização do software. Com o
adicionamento dos dispositivos, é possível para o equipamento Router exercer a função de
impressora 3D. A pesquisa, portanto, objetiva proporcionar ao equipamento existente a
agregação de mais uma função, o que justifica os benefícios oportunizados aos pequenos e
médios industriais e o conhecimento acadêmico. A fundamentação teórica está ancorada nas
leituras sobre o tema e como metodologia o protótipo, um experimento para validar a teoria.

Palavras-chave: Impressora 3D. Retrofit. Router CNC.

Abtract: The Advances in science and technology provide a significant increase in


production in quantitative and qualitative terms. Therefore, it is necessary that employers and
employees think of access to advances through research and training. The theme chosen for
this research is related to the contents worked in the course of Technology in Mechatronics
Industrial, which uses the mechanical, electronic and information technology. In this context,
the Router CNC machines to expand its functions and become more versatile, undergo a
retrofit to add some devices: extruder, heated table, electronic board for control interface and
software update. With the addition of devices, it is possible for the Router equipment exercise
3D printer function. The research, therefore, aims to provide the equipment existing
aggregation of another function, which explains the benefits to small and medium industrial
and academic knowledge. The theoretical foundation is anchored in the readings on the topic
and methodology as the prototype, an experiment to validate the theory.

Keyword: 3D Printer. Retrofit. CNC Router.

1
Alunos do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial – FATEC / Garça-SP.
2
Docente do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial – FATEC / Garça-SP.
2

1 INTRODUÇÃO
O panorama tecnológico exige eficácia das empresas principalmente no
desenvolvimento de novos produtos. Nesse contexto as empresas dispõem de recursos
tecnológicos avançados, porém algumas vezes proibitivos para as empresas e microempresas
em função do elevado custo.
Com o passar dos tempos o mundo vem acumulando conhecimentos e novas
tecnologias, servindo a cada momento de ferramenta para a criação e aprendizado de outros
novos conhecimentos, na área de criação e desenvolvimento de novos produtos. Com isso o
tempo tem sido um foco de grande valor no processo produtivo. (VOLPATO, 2007)
Entre as diversas técnicas existentes no desenvolvimento de peças no processo de
modelagem, há várias ferramentas melhoradas, onde as empresas são capazes de absorvê-las
rapidamente visando reduzir custos com a produção e se manter competitiva no mercado.
As impressoras 3D vêm se tornando mais acessíveis, pois antes eram restritas as
grandes empresas devido ao seu alto custo, hoje vem sendo um dos processos de fabricação
mais simples dentre os diversos existentes.
Para obter-se um modelo 3D, onde se tem a flexibilidade de desenvolver o protótipo
sem a utilização de uma ferramenta de corte, ferramenta molde, ou outros tipos de
componentes necessários para criação e desenvolvimento em processo de modelagem
convencional. Esta técnica utilizada é distinta de outras um pouco mais conhecidas, como por
exemplo, a usinagem, onde é realizada a retirada de material dando a forma do objeto
desejado, já na impressão 3D o material é depositado a fim de modelar o objeto.

1.1 JUSTIFICATIVA
A ideia de montar a impressora 3D surgiu da observação de se aproveitar o
funcionamento de um equipamento já existente, adaptando-o com novas tecnologias para ser
útil em dois tipos de processos distintos, sendo na retirada de material (Router CNC) e na
deposição de material (Impressora 3D).

1.2 OBJETIVO
O objetivo é desenvolver o protótipo para verificar a viabilidade em um projeto que
integrará a máquina Router CNC a um dispositivo que permita o seu funcionamento como
uma Impressora 3D, isto é, ao invés de fazer a retirada do material como feito nas Routers,
será injetado material para se produzir uma peça (protótipo), isso se deve pelo fato de que a
tecnologia das impressoras 3D serem atuais e proporcionarem uma alta produtividade. Assim,
3

neste trabalho será realizado o retrofit3 de uma máquina Router CNC a fim de agregar a esta
funções de impressora 3D.

1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS


A metodologia utilizada é o desenvolvimento experimental de um protótipo a fim de
verificar a viabilidade do projeto. Os instrumentos que servirão de base teórica para a
elaboração do presente trabalho serão artigos científicos, pesquisas bibliográficas, sites,
ferramentas como essas embasadas em opiniões formadas e comprovadas com teses de
historiadores no campo empresarial.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo serão abordados os diversos processos no desenvolvimento de produtos
com as tecnologias abordadas pelo tema escolhido, desde o desenvolvimento do modelo
virtual até os produtos finais.

2.1 ROUTER CNC


De acordo CNC Tecnologia (2013), este tipo de máquina ferramenta tem como
objetivo a fabricação de peças de diversos materiais por meio de movimentos em coordenadas
cartesianas auxiliadas por comando de computador. Estas trabalham com uma ferramenta
cortante, de geometria e dureza capaz de subtrair materiais como aço, alumínio, plástico,
madeira e etc.
Esse tipo de equipamento tem substituído máquinas simples, pois ao serem
programadas e iniciarem seu processo a máquina-ferramenta executa a sequência programada,
sem intervenção de um operador, fazendo com que se tenha alta produtividade, flexibilidade e
qualidade no produto.

2.2 IMPRESSORA 3D
A utilização da impressora 3D em processo de prototipagem rápida trata-se de uma
das formas que proporciona a realização de um projeto virtual em produto físico, técnicas
obtidas a partir do funcionamento das máquinas de Controle Numérico Computadorizado
(CNC), entre elas existem técnicas distintas em seu funcionamento, onde o CNC utiliza uma
ferramenta capaz de fazer a retirada da matéria-prima obtendo a forma do objeto. Já a

3
Retrofit: Realizar reformas, up grade ou modificações em máquinas, para modernização,
aumento na capacidade produtiva, correções ou agregar uma evolução tecnológica.
4

impressão 3D consiste em depositar o material em camadas sucessivas até se obter o produto


desejado, ambas as técnicas utilizam como forma de controle softwares que interpretam o G-
Code4, gerando coordenada que controlam todos os seus eixos e comandos para os atuadores.
(PAEZ, 2013)
Aliado aos avanços que a tecnologia nas últimas décadas tem proporcionado, os
processos industriais requerem monitoramento e controle por computadores. (PAEZ, 2013)
De acordo com Volpato (2007, p. 1), “[...] o protótipo de um projeto ou componente é
a parte essencial no seu processo de desenvolvimento, pois possibilita que a análise de sua
forma e funcionalidade seja feita numa fase anterior à produção de ferramental definitivo”.
Dessa forma nesta fase pode haver alterações que consequentemente aumentariam o custo do
produto, com o surgimento da impressora 3D empresas estão adotando essa técnica com o
intuito de reduzir custos na fase de desenvolvimento em menor tempo possível.
Ainda, seguindo Volpato (2007, p. 3), “[...] a prototipagem rápida é um processo de
fabricação que é adicionado material em camadas planas sucessivas ‘fatiados’
eletronicamente, neste tipo de processo podem ser usados matérias como plásticos, resinas,
foto polímeros e alguns metais”.
Com base no princípio de manufatura por camadas permite-se produzir produtos e
protótipos em formato tridimensional (comprimento, largura e altura), por meio de formas
geométricas geradas em um modelo geométrico criado em um sistema CAD.
Produtos feitos por impressoras 3D são cada vez mais comuns, não somente no dia a
dia de grandes empresas, como na vida das pessoas pelo mundo. Objetos criados por esse tipo
de tecnologia têm substituído até mesmo peças em equipamentos, que antes eram feitos de
metais ou plásticos comuns, os quais eram produzidos em fábricas. De acordo com o relatado
pela BBC Brasil (2015) “[...] mais de 1.000 partes de uma aeronave Airbus A350 XWB foram
impressas em 3D”.
A impressão 3D inicia-se com a geração do modelo em um sistema CAD, em seguida
este modelo é “fatiado” eletronicamente criando níveis do modelo em um formato de 2D,
então estas fatias é que comandarão a injeção de material ou não, de camada em camada até a
criação total do modelo físico, isso é realizado com a tecnologia de deposição de material,
porém, observa-se que existe outros tipos de tecnologia disponíveis.
Morimoto (2012, p. 6) pontua as tecnologias disponíveis para impressora 3D:

4
Também conhecido como Código G, o G-Code é o nome, comumente utilizado para a
linguagem de programação que comenda máquinas operatrizes de controle numérico
computadorizado. É principalmente usado em automação.
5

Thermoplastic Deposition (Fused deposition modeling - FDM): É a tecnologia mais


simples e mais barata de produção para o modelo destinado ao mercado doméstico. A
alimentação é feita utilizando um fio plástico, que é fundido pelo bico extrusor e depositado
camada sobre camada;
Inkjet: Tecnologia similar à usada nas impressoras jato de tinta, que utiliza sucessivas
camadas de resina e fixador para criar os objetos, a tecnologia é mais lenta e mais cara, onde a
matéria-prima é fornecida na forma de cartuchos, com a possibilidade de imprimir em cores,
este tipo de tecnologia ainda não é muito utilizada;
Selective laser sintering: Uma técnica industrial que permite criar objetos a partir de
vários materiais, como cerâmica, vidro ou metal. Fornecido na forma de pó, onde as camadas
são moldadas com a ajuda de um laser bastante potente, que derrete o material, que é
sucessivamente depositado em camada;
Digital Light Processing (DLP): A DLP tira proveito da tecnologia usada em
projetores, usando luz para solidificar um polímero depositando camada a camada. Essa
técnica permite obter níveis muito bons de detalhes e produzir peças bastante fortes
mecanicamente, tecnologia utilizada em impressoras industriais.

2.2.1 Tecnologia Por Fusão De Material


A técnica FDM é a tecnologia mais simples e de menor custo quando comparado às
demais disponíveis para impressora 3D, baseado na técnica de fundir o plástico, que é
depositado camada sobre camada, até a peça ser construída de baixo para cima. Salienta-se
que esta será utilizada no protótipo a ser apresentado, pois para o manuseio de polímeros
termoplásticos5 ela é a mais indicada. (BRITES; SANTOS, 2008)
Existem diversos tipos materiais que podem ser utilizados por esse princípio e o
quadro 1 demonstra os disponíveis no mercado.

Quadro 1 – Materiais disponível para técnica FDM

Nome comercial/ Empresa Tipo Aplicações


Filamento de ABS Durável, resistente, boa
ABS 400 – Stratasys (EUA) resistência térmica e
química. Colorido.
Filamento de metil- Aplicações médicas.
ABSi 500 – Stratasys (EUA) metacrilato de ABS Pode ser esterilizado

5
Produtos que podem ser amolecidos com aumento da temperatura.
6

com radiação gama.


Filamento para modelos de Fundição de cera
W06 wax - Stratasys (EUA) fundição de cera perdida perdida.
Filamento de elastômero Material elástico
Elastomer E20 - Stratasys (EUA) resistente e flexível.
Ideal para vedações e
peças flexíveis.
Filamento de Termoplástico rígido de
Polycarbonate - Stratasys (EUA) policarbonato perfomance superior do
ABS.
Polyphenylsuphone - Stratasys Filamento de Termoplástico rígido
(EUA) polifenilsufona para aplicações diversas.
Polyester P1500 - Stratasys Waffle de polímero a ase Utilizado em protótipos
(EUA) de poliéster conceituais.
Multi purpose ABS Filament - Filamento de ABS Durável, resistente, boa
Sibco (UK) resistência térmica e
química. Colorido.
Fonte: Pallarolas. 2013, p. 34.

2.2.2 Software modelador 3D


Há softwares que controlaram a impressora e são responsáveis pela montagem das
imagens 3D para a impressão, entre muitos softwares de projeção 3D existentes no mercado,
há um que se destaca por ser o mais utilizado e considerado como “imprescindível” para se
trabalhar com imagens 3D, que segundo o site do Instituto Politécnico de Ensino a Distância
(Iped, 2014) seria o AutoCad.
Sendo ele, talvez, o mais conhecido entre os profissionais ou amadores, mas sendo,
com certeza, um dos mais tradicionais, ele tem suas origens no programa criado ainda no ano
de 1982, auxiliando os projetistas em desenhos, não só 3D, como também em 2D.

2.2.3 Software controlador


O software Repetier Host é o responsável por interpretar o código de máquina (G-
code) e transferi-lo para a eletrônica, esta é a responsável por todo o controle da máquina,
onde utiliza um software embarcado que recebe toda linha de programação, processa as
informações e as transforma em comando de controle, este interpretador serve também como
interface homem máquina (IHM), pois possibilita a visualização das variáveis e disponibiliza
as ferramentas para comando manual. (REPETIER, 2015)
7

2.2.4 Formato STL


Esse formato de arquivo é suportado por muitos outros tipos de softwares, mas é um
formato nativo para a estereolitografia CAD6, criado por 3D System7 e é usado para a
prototipagem rápida.
O modelo 3D é confeccionado num primeiro Sistema CAD, produzindo um arquivo
Stereolithography (STL), um triangulado modelo de superfície *.STL. Esse é sinônimo com a
norma tessellated, modelo matemático de linguagem triangular, que pode ser observado na
Figura 1 a seguir. Mesmo que muitos outros formatos foram criados para Prototipagem
Rápida (RP), nenhum tem sido universalmente adotado da mesma forma como STL pelos
vários fabricantes de CAD pacotes. (CNC Tecnologia, 2013)

Figura 1 – Comparação de um modelo 3D e um modelo STL

Fonte: Siteparaempresas. 2014, p. 7.

2.2.5 Software CAM


Estes softwares Computer Aided Manufacturing (CAM) têm o papel de desenvolver à
estratégia de usinagem, partindo da conversão do modelo matemático recebido,
posteriormente cria o código de máquina G-code onde contém as coordenadas necessárias
para o processo de usinagem, que segundo Stoeterau (2004) é um exemplo de software
gratuito já incorporado no Repetier Host. Este CAM é uma ferramenta capaz de desenvolver e
converter um modelo 3D digital em instruções *.G-code para impressão. Este ‘fatia’ o modelo

6
Computer Aided Design, ou em português, Desenho Assistido por Computador, o CAD é o
nome de um software muito utilizado em engenharia, arquitetura, geografia, design entre
outras áreas para a confecção de projetos.
7
Sistema em inglês.
8

para obter camadas horizontais, ou seja, determina todos os comandos necessários para gerar
a usinagem na produção do modelo.
2.3 REPRAP
Segundo Ritter (2014), RepRap é uma impressora 3D de mesa, que contém código
aberto e pode imprimir objetos de plástico. Segundo o autor, o mais interessante dessa
impressora é que a mesma contém peças de plástico, o que faz dela um produto auto-
replicável, ou seja, ela reproduz produtos que tem a mesma composição que a dela.
Esse tipo de máquina, além de ser conhecida como a primeira impressora 3D de baixo
custo, ela iniciou a revolução do código aberto para as impressoras 3D, ainda segundo Ritter
(2014), ela é mais simples e conhecida por reproduzir dezenas de peças de maneira prática em
diversos segmentos, inclusive, reproduzir peças para a produção de outra impressora do
mesmo estilo.

2.4 SENSOR
Sensores são dispositivos capazes de detectar e/ou reconhecer ações de energia externa
podendo ser térmica, luminosa, cinética, esses estímulos podem ser mensurado, ou seja,
medido e relacionado a alguma grandeza física como: temperatura, pressão, velocidade, esses
dispositivo tem a capacidade de transformá-las em sinais elétricos.
De modo que podem ser divididos em apenas 2 tipos de saídas, levando em
consideração os tipos de sensores de acordo com a natureza a ser medida. Nesse sentido,
Fuentes, (2005) aponta esses dois tipos de sinais:
Sinal discreto ou digital: sinal quantificado que indica a existência ou não de um
evento. Pode assumir os valores zero ou um ou uma combinação destes.
Sinal analógico: sinal cuja informação pode assumir qualquer valor dentro de uma
determinada faixa (range).

2.5 MOTORES
Os motores elétricos têm por função, a partir de comandos elétricos proporcionarem
movimentos rotativos em seu eixo, aqui será abordado os mais utilizados em aplicações, onde
se exige elevada precisão de posicionamento e alto torque, sendo assim os que se sobressaem
para aplicação são os servomotores e os motores de passo. Observa-se que a escolha dentre
esses depende da aplicação e/ou recursos financeiros disponíveis. (STOETERAU, 2004)
Os Servomotores, proporcionam uma maior confiabilidade através do feedback que o
mesmo recebe, isto, é de sensor de posicionamento do eixo, com isso o mesmo proporciona
9

maior segurança em situações onde requer maior confiabilidade na movimentação, aliados a


alta performance de atuação, se comparado ao motor de passo. (SCHMITZ, 2014)
Motores de passo são conhecidos por ser uma boa escolha, quando é necessário
movimento preciso, segundo Brites; Santos (2008), os motores de passos são usados para
controlar vários fatores, como rotação, velocidade e sincronismo.
Esses dispositivos trabalham em malha aberta, também são conhecidos por
converterem pulsos elétricos em movimentos mecânicos, que geram variações angulares
discretas e seu eixo é rotacionado em passos quando os pulsos elétricos são aplicados, sendo
assim, a rotação dos motores está relacionada diretamente aos impulsos recebidos, refletindo
assim, diretamente, na direção e velocidade do mesmo. (BRITES; SANTOS, 2008)

2.6 DRIVES
Os drives são dispositivos responsáveis por receberem os pulso vindo do controlador e
realizar o chaveamento aos componentes de potência, pois normalmente os controladores não
fornecem corrente necessária exigida pelos motores para realizarem seus movimentos, sendo
necessário o uso destes. (GRAMS; CETNAROWSKI, 2014)

3 TECNOLOGIAS UTILIZADAS
No presente capítulo é apresentada uma breve análise dos softwares e tecnologias
necessárias no projeto, para que desta maneira se consiga obter a escolha adequada e
consequentemente os melhores resultados.

3.1 ARDUINO
Como parte principal da máquina, sendo a responsável por todo o controle bem como
atuadores e sensores, para essa aplicação foi escolhida a placa com um microcontrolador,
Arduino onde esta apresenta um código aberto e tem uma facilidade de operação.
Apesar de hoje ser muito utilizada como prototipagem eletrônica, por ser mais
acessível, segundo Soares (2013), a placa foi com um projeto iniciado em 2005 e tinha como
principais objetivos o cunho educacional e interagir com aplicações escolares.
Ainda segundo Soares (2013), as placas são construídas com controladora Atmel AVR
8 bits, pinos digitais e analógicos, entrada e saída, entrada USB ou serial e possui código
aberto, que quando modificado, dá origens a derivados com nomes como Netduino, Produino
e Garagino.
10

Sozinha, a placa não possui recursos de rede, mas se combinada com outros
Arduínos, pode criar extensões chamadas de shields8.
Na figura 2 pode-se ter noção da placa que será utilizada no protótipo que ajudará em
seu funcionamento:

Figura 2 - Placa Arduíno Uno

Fonte: Arduino. 2015.

3.2 INTERPRETADOR E CONTROLADOR


Como software de controle da impressora, foi decidido que o melhor seria a utilização
o Repetier Host. A decisão foi tomada com base na teoria, que será provada com o protótipo
apresentado, de que ele é mais simples de utilizar, compatível com a maioria dos sistemas
operacionais, que já vem incorporado o fatiador rápido Slic3r, comunica-se em modo de
ASCII clássico ou utilizando o binário Repetier-Protocol, consegue ter uma visualização do
código e até mesmo alterá-lo com o G-Code, os arquivos STL são convertidos
automaticamente para G-Code, mostra também as suas variáveis de processo bem como
temperatura, tempo de impressão, os códigos enviados para a impressora, suporta cartões SD.
O trabalho pode ser alterado no editor antes de ser enviado para a impressora, suporta
diversos tipos de impressoras 3D, tem gestor de teste para calibragem da impressora, pode ser
usado para acionar e posicionar seus arquivos STL, cortando-os todos juntos (REPETIER,
s/d), pois em conjunto a eletrônica arduino com o software embarcado 9 Repetier-firmware é
possível obter todas essas entre outras vantagens.

8
Segundo o site do fabricante, Shields são placas que podem ser conectadas nos slots do PCB
Arduino para aumentar suas capacidades. São fáceis de montar e baratas de produzir;
9
Software embarcado: Refere-se a um programa que se comunica constantemente com o
programa Host, instalado no computador.
11

4 DESENVOLVIMENTOS DO PROTÓTIPO
Após estudos realizados e apresentados acima os conceitos de toda tecnologia
necessária no desenvolvimento do projeto, este capítulo iniciará a descrição na montagem
completa do protótipo.

4.1 VISÃOGERAL
Antes de iniciar-se o retrofit será feito uma avaliação para verificar as peças que ainda
permanecerão no equipamento e a partir disso realizar a atualização do equipamento.

4.1.1 Avaliação do equipamento


Após analisado o equipamento decidiu-se que a placa responsável por efetuar todo o
controle da máquina será substituída e implementada uma com comunicação - via porta USB
entre o computador e os periféricos da máquina, como os sensores e os drivers para
acionamento dos atuadores e motores, o equipamento utilizava uma comunicação via porta
paralela, após a atualização passara a utilizar uma placa arduino, onde irá funcionar com
software embarcado Repetier-firmware e no computador para comunicação com placa dos
atuadores o Repetier Host.
Como ferramenta para depositar o material será implementado o bico extrusor no eixo
Z e uma mesa aquecida no eixo Y para ajudar no processo de cura do material depositado.

4.2 MOTORES DE PASSO


O modelo utilizado será o de um motor de passo NEMA 17, devido as suas
especificações, e por possuir um alto torque e ângulo de passo de apenas 1,8 graus.

4.3 EXTRUSORA
O processo de extrusão pode ser definido como um processo de produção de
componentes, onde o material é forçado através de uma matriz – no caso, o bico extrusor da
impressora. De um modo mais resumido, esse extrudar consiste em forçar a passagem de um
material através de um orifício.
Basicamente, o único componente de um extrusor é a extrusora, em conjunto a um
alimentador eletromecânico que irá forçar a passagem do material pelo bico e controlar a
velocidade da extrusão.
Isso porque o injetor de material aquece e empurra o filamento plástico e, assim que
ele começar a ser derretido, ele é injetado.
12

Na figura 3, pode ser visto o bico e o motor extrusor a ser utilizado no protótipo.

Figura 3 – Extrusora e motor alimentador

Fonte: Próprios autores. 2015.

4.4 SENSORES
Os sensores utilizados para limitar os movimentos dos atuadores, foram os sensores
acionados por chave mecânica chamado de fim de curso. Já no controle de temperatura da
mesa aquecida e do bico extrusor o NTC termistor foi o responsável por fazer a leitura dessa
variável e transmitir ao controlador. Este tipo de dispositivo varia a sua resistência
diretamente ou inversamente proporcional à temperatura aplicada, são precisos e simples de
serem utilizados.

4.5 MESA AQUECIDA


A mesa aquecida utilizada foi adquirida comercialmente pronta, optou-se por esta,
pois, são muito utilizadas em diversas impressoras 3D.
Houve a necessidade de colocar sobre a mesa uma placa de vidro com as mesmas
dimensões para que o material não tivesse contato direto com a mesa, como esta é aquecida a
aproximadamente 50º no controle da sua temperatura um termistor fixado a ela.

Figura 4 – Máquina Router CNC


13

Fonte: Próprios autores. 2015.


4.6 MONTAGEM DO PROTÓTIPO
Todo o mecanismo da router foi mantido, sendo necessário o retrofit na placa de
controle e ferramenta de trabalho, onde antes tinha a função de efetuar a retirada do material,
e, após a atualização passou a depositar um material polímero do tipo ABS posteriormente
fundido pelo bico extrusor adicionado, como pode ser observado na figura 5 e figura 6:

Figura 5 – Máquina Router CNC

Fonte: Próprios autores. 2015.

Figura 6 – Impressora 3D

Fonte: Próprios autores. 2015.

A partir da router CNC já existente, que possuía os 3 eixos coordenados X, Y, Z,


conduzidos por motores de passo e uma mesa base, onde a peça a ser usinada é fixada, um
sensor de final de curso para cada eixo e com uma micro retífica para o funcionamento da
ferramenta, a placa de controle, software instalado no PC para a interpretação dos comandos
14

G-code e gerenciamento da máquina. Foi realizado o estudo para adequar a máquina as novas
tecnologias, sendo assim, adaptando-a de forma que possa funcionar tanto como uma router
CNC como uma impressora 3D.
Para isso foi adicionado alguns componentes mecânicos, eletrônicos e software de
controle, pois o controle da router CNC já estava obsoleto, não possuía controle de
temperaturas, bico aquecido, mesa aquecida e utilizava se porta paralela para a comunicação
entre o software e a placa de controle da mesma.
Sendo assim optou pela atualização de todo controle eletrônico, onde passou a utilizar
o Software Repertier Host, um software open source que possui muitas informações
disponíveis de fácil manuseio e específico para impressora 3D.
A placa de interface também foi substituída por um sistema arduino no qual tem uma
placa principal com um microcontrolador que trabalha também com software embarcado
Repertier Firmware. Para acionamentos dos motores foi acoplado junto ao arduino uma placa
shield com mosfete drives, de forma a proporcionar uma corrente maior ao circuito visto que o
microcontrolador possui corrente limitada e não suportara alimentar todo o sistema.

Figura 7 – Placa Shield arduino, driver dos motores.

Fonte: Próprios autores. 2015.

A mesa onde o material será depositado é aquecida e precisa estar nivelada para que o
material não fique deformado. Devido ao fato de haver a necessidade de proteger todo o
circuito da mesa, nela é adicionada uma placa de vidro de mesma dimensão de modo que
possa proteger a mesa e para melhor aderência do objeto confeccionado sobre ela, após todos
os ajustes a mesma já estava pronta para realizar os testes.
15

5 RESULTADOS OBTIDOS
Pelo fato do protótipo apresentar características diferentes das impressoras 3D
existentes, foi necessário fazer ajustes nos parâmetros de configuração no software
embarcado, obedecendo às novas dimensões dos componentes do protótipo como: diâmetros
das polias e sistemas de tração que ao invés de correia dentada é através de cabo de aço.
Para o seu funcionamento como router CNC, após atualização da eletrônica e
software, há a necessidade de se elaborar o código_G através de um programa específico ou
programado manualmente. Isso se deve ao fato de que o programa utilizado nesta atualização
é específico para impressora, mas seu interpretador de código_CNC possibilita realizar
trabalho como router CNC a partir de um código já redigido.
Ainda houve a necessidade de se fazer os ajustes de tempo e velocidades de avanço
para cada eixo, na mecânica para realização dos set-up de cada configuração, router CNC ou
impressora, também foi realizada adaptações na troca dos dispositivos de ferramenta.

6 CONCLUSÃO
Ao longo do desenvolvimento do projeto foi possível perceber a extrema relevância do
trabalho realizado com a Mecatrônica, pois integra a Informática, Eletrônica e a Mecânica,
desta maneira, foi possível constatar que todas essas tecnologias estão envolvidas,
conseguindo assim o desenvolvimento correto e eficaz dos equipamentos envolvidos nesse
projeto.
Para se alcançar o pleno funcionamento do protótipo, tiveram-se algumas dificuldades
as quais foram solucionadas no decorrer de seu desenvolvimento. Acredita-se que os objetivos
propostos foram atendidos e os resultados satisfatórios. Enseja-se que este estudo possa
contribuir com as pessoas que buscam conhecer essa tecnologia.
Este provou ser uma excelente opção para se desenvolver um equipamento com alta
tecnologia comparado a um equipamento obsoleto. Para o desenvolvimento do projeto foi
utilizado um mecanismo já existente de movimentos bem semelhantes, onde os elementos
adicionados à máquina proporcionaram empregar a tecnologia de modelagem por fusão e
deposição de material.
16

REFERÊNCIAS

ARDUÍNO. Shields. Disponível em: <http://www.arduino.cc/en/Main/ArduinoShields>.


Acesso em: 20 abril 2015.

BBC Brasil. Novo Airbus é montado com mais de 1.000 peças impressas em 3D.
07/05/2015 às 20h12m. Disponível em:
<http://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2015/05/07/novo-airbus-e-montado-com-mais-de-
mil-pecas-impressas-em-3d.htm>. Acesso em: 07 maio 2015.

BRITES, Felipe Gonçalves; SANTOS, Vinícius Puga de Almeida. Motor de Passo Petele.
Universidade Federal Fluminense. Centro Tecnológico, Escola de Engenharia. Disponível:
<https://www.telecom.uff.br/pet/petws/downloads/tutoriais/stepmotor/stepmotor2k81119.pdf
>. Rio de Janeiro, 2008.

FUENTES, Rodrigo Cardozo. Apostila automação industrial. Universidade Federal de


Santa Maria, 2005.

GRAMS, Cassiano Andre; CETNAROWSKI, Enrique. Retrofit em máquinas Industriais.


Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2014.

IPED, Instituto politécnico de Ensino a distância. 2004. Disponível em:


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