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FATEC
2015
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Faculdade de Tecnologia de Garça “Deputado Julio Julinho Marcondes de Moura”
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Prof. Marcos Henrique Piva
FATEC – Garça
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Prof.
FATEC – Garça
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Prof.
FATEC – Garça
FATEC
2015
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Alunos do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial – FATEC / Garça-SP.
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Docente do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial – FATEC / Garça-SP.
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1 INTRODUÇÃO
O panorama tecnológico exige eficácia das empresas principalmente no
desenvolvimento de novos produtos. Nesse contexto as empresas dispõem de recursos
tecnológicos avançados, porém algumas vezes proibitivos para as empresas e microempresas
em função do elevado custo.
Com o passar dos tempos o mundo vem acumulando conhecimentos e novas
tecnologias, servindo a cada momento de ferramenta para a criação e aprendizado de outros
novos conhecimentos, na área de criação e desenvolvimento de novos produtos. Com isso o
tempo tem sido um foco de grande valor no processo produtivo. (VOLPATO, 2007)
Entre as diversas técnicas existentes no desenvolvimento de peças no processo de
modelagem, há várias ferramentas melhoradas, onde as empresas são capazes de absorvê-las
rapidamente visando reduzir custos com a produção e se manter competitiva no mercado.
As impressoras 3D vêm se tornando mais acessíveis, pois antes eram restritas as
grandes empresas devido ao seu alto custo, hoje vem sendo um dos processos de fabricação
mais simples dentre os diversos existentes.
Para obter-se um modelo 3D, onde se tem a flexibilidade de desenvolver o protótipo
sem a utilização de uma ferramenta de corte, ferramenta molde, ou outros tipos de
componentes necessários para criação e desenvolvimento em processo de modelagem
convencional. Esta técnica utilizada é distinta de outras um pouco mais conhecidas, como por
exemplo, a usinagem, onde é realizada a retirada de material dando a forma do objeto
desejado, já na impressão 3D o material é depositado a fim de modelar o objeto.
1.1 JUSTIFICATIVA
A ideia de montar a impressora 3D surgiu da observação de se aproveitar o
funcionamento de um equipamento já existente, adaptando-o com novas tecnologias para ser
útil em dois tipos de processos distintos, sendo na retirada de material (Router CNC) e na
deposição de material (Impressora 3D).
1.2 OBJETIVO
O objetivo é desenvolver o protótipo para verificar a viabilidade em um projeto que
integrará a máquina Router CNC a um dispositivo que permita o seu funcionamento como
uma Impressora 3D, isto é, ao invés de fazer a retirada do material como feito nas Routers,
será injetado material para se produzir uma peça (protótipo), isso se deve pelo fato de que a
tecnologia das impressoras 3D serem atuais e proporcionarem uma alta produtividade. Assim,
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neste trabalho será realizado o retrofit3 de uma máquina Router CNC a fim de agregar a esta
funções de impressora 3D.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo serão abordados os diversos processos no desenvolvimento de produtos
com as tecnologias abordadas pelo tema escolhido, desde o desenvolvimento do modelo
virtual até os produtos finais.
2.2 IMPRESSORA 3D
A utilização da impressora 3D em processo de prototipagem rápida trata-se de uma
das formas que proporciona a realização de um projeto virtual em produto físico, técnicas
obtidas a partir do funcionamento das máquinas de Controle Numérico Computadorizado
(CNC), entre elas existem técnicas distintas em seu funcionamento, onde o CNC utiliza uma
ferramenta capaz de fazer a retirada da matéria-prima obtendo a forma do objeto. Já a
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Retrofit: Realizar reformas, up grade ou modificações em máquinas, para modernização,
aumento na capacidade produtiva, correções ou agregar uma evolução tecnológica.
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Também conhecido como Código G, o G-Code é o nome, comumente utilizado para a
linguagem de programação que comenda máquinas operatrizes de controle numérico
computadorizado. É principalmente usado em automação.
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Produtos que podem ser amolecidos com aumento da temperatura.
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Computer Aided Design, ou em português, Desenho Assistido por Computador, o CAD é o
nome de um software muito utilizado em engenharia, arquitetura, geografia, design entre
outras áreas para a confecção de projetos.
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Sistema em inglês.
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para obter camadas horizontais, ou seja, determina todos os comandos necessários para gerar
a usinagem na produção do modelo.
2.3 REPRAP
Segundo Ritter (2014), RepRap é uma impressora 3D de mesa, que contém código
aberto e pode imprimir objetos de plástico. Segundo o autor, o mais interessante dessa
impressora é que a mesma contém peças de plástico, o que faz dela um produto auto-
replicável, ou seja, ela reproduz produtos que tem a mesma composição que a dela.
Esse tipo de máquina, além de ser conhecida como a primeira impressora 3D de baixo
custo, ela iniciou a revolução do código aberto para as impressoras 3D, ainda segundo Ritter
(2014), ela é mais simples e conhecida por reproduzir dezenas de peças de maneira prática em
diversos segmentos, inclusive, reproduzir peças para a produção de outra impressora do
mesmo estilo.
2.4 SENSOR
Sensores são dispositivos capazes de detectar e/ou reconhecer ações de energia externa
podendo ser térmica, luminosa, cinética, esses estímulos podem ser mensurado, ou seja,
medido e relacionado a alguma grandeza física como: temperatura, pressão, velocidade, esses
dispositivo tem a capacidade de transformá-las em sinais elétricos.
De modo que podem ser divididos em apenas 2 tipos de saídas, levando em
consideração os tipos de sensores de acordo com a natureza a ser medida. Nesse sentido,
Fuentes, (2005) aponta esses dois tipos de sinais:
Sinal discreto ou digital: sinal quantificado que indica a existência ou não de um
evento. Pode assumir os valores zero ou um ou uma combinação destes.
Sinal analógico: sinal cuja informação pode assumir qualquer valor dentro de uma
determinada faixa (range).
2.5 MOTORES
Os motores elétricos têm por função, a partir de comandos elétricos proporcionarem
movimentos rotativos em seu eixo, aqui será abordado os mais utilizados em aplicações, onde
se exige elevada precisão de posicionamento e alto torque, sendo assim os que se sobressaem
para aplicação são os servomotores e os motores de passo. Observa-se que a escolha dentre
esses depende da aplicação e/ou recursos financeiros disponíveis. (STOETERAU, 2004)
Os Servomotores, proporcionam uma maior confiabilidade através do feedback que o
mesmo recebe, isto, é de sensor de posicionamento do eixo, com isso o mesmo proporciona
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2.6 DRIVES
Os drives são dispositivos responsáveis por receberem os pulso vindo do controlador e
realizar o chaveamento aos componentes de potência, pois normalmente os controladores não
fornecem corrente necessária exigida pelos motores para realizarem seus movimentos, sendo
necessário o uso destes. (GRAMS; CETNAROWSKI, 2014)
3 TECNOLOGIAS UTILIZADAS
No presente capítulo é apresentada uma breve análise dos softwares e tecnologias
necessárias no projeto, para que desta maneira se consiga obter a escolha adequada e
consequentemente os melhores resultados.
3.1 ARDUINO
Como parte principal da máquina, sendo a responsável por todo o controle bem como
atuadores e sensores, para essa aplicação foi escolhida a placa com um microcontrolador,
Arduino onde esta apresenta um código aberto e tem uma facilidade de operação.
Apesar de hoje ser muito utilizada como prototipagem eletrônica, por ser mais
acessível, segundo Soares (2013), a placa foi com um projeto iniciado em 2005 e tinha como
principais objetivos o cunho educacional e interagir com aplicações escolares.
Ainda segundo Soares (2013), as placas são construídas com controladora Atmel AVR
8 bits, pinos digitais e analógicos, entrada e saída, entrada USB ou serial e possui código
aberto, que quando modificado, dá origens a derivados com nomes como Netduino, Produino
e Garagino.
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Sozinha, a placa não possui recursos de rede, mas se combinada com outros
Arduínos, pode criar extensões chamadas de shields8.
Na figura 2 pode-se ter noção da placa que será utilizada no protótipo que ajudará em
seu funcionamento:
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Segundo o site do fabricante, Shields são placas que podem ser conectadas nos slots do PCB
Arduino para aumentar suas capacidades. São fáceis de montar e baratas de produzir;
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Software embarcado: Refere-se a um programa que se comunica constantemente com o
programa Host, instalado no computador.
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4 DESENVOLVIMENTOS DO PROTÓTIPO
Após estudos realizados e apresentados acima os conceitos de toda tecnologia
necessária no desenvolvimento do projeto, este capítulo iniciará a descrição na montagem
completa do protótipo.
4.1 VISÃOGERAL
Antes de iniciar-se o retrofit será feito uma avaliação para verificar as peças que ainda
permanecerão no equipamento e a partir disso realizar a atualização do equipamento.
4.3 EXTRUSORA
O processo de extrusão pode ser definido como um processo de produção de
componentes, onde o material é forçado através de uma matriz – no caso, o bico extrusor da
impressora. De um modo mais resumido, esse extrudar consiste em forçar a passagem de um
material através de um orifício.
Basicamente, o único componente de um extrusor é a extrusora, em conjunto a um
alimentador eletromecânico que irá forçar a passagem do material pelo bico e controlar a
velocidade da extrusão.
Isso porque o injetor de material aquece e empurra o filamento plástico e, assim que
ele começar a ser derretido, ele é injetado.
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Na figura 3, pode ser visto o bico e o motor extrusor a ser utilizado no protótipo.
4.4 SENSORES
Os sensores utilizados para limitar os movimentos dos atuadores, foram os sensores
acionados por chave mecânica chamado de fim de curso. Já no controle de temperatura da
mesa aquecida e do bico extrusor o NTC termistor foi o responsável por fazer a leitura dessa
variável e transmitir ao controlador. Este tipo de dispositivo varia a sua resistência
diretamente ou inversamente proporcional à temperatura aplicada, são precisos e simples de
serem utilizados.
Figura 6 – Impressora 3D
G-code e gerenciamento da máquina. Foi realizado o estudo para adequar a máquina as novas
tecnologias, sendo assim, adaptando-a de forma que possa funcionar tanto como uma router
CNC como uma impressora 3D.
Para isso foi adicionado alguns componentes mecânicos, eletrônicos e software de
controle, pois o controle da router CNC já estava obsoleto, não possuía controle de
temperaturas, bico aquecido, mesa aquecida e utilizava se porta paralela para a comunicação
entre o software e a placa de controle da mesma.
Sendo assim optou pela atualização de todo controle eletrônico, onde passou a utilizar
o Software Repertier Host, um software open source que possui muitas informações
disponíveis de fácil manuseio e específico para impressora 3D.
A placa de interface também foi substituída por um sistema arduino no qual tem uma
placa principal com um microcontrolador que trabalha também com software embarcado
Repertier Firmware. Para acionamentos dos motores foi acoplado junto ao arduino uma placa
shield com mosfete drives, de forma a proporcionar uma corrente maior ao circuito visto que o
microcontrolador possui corrente limitada e não suportara alimentar todo o sistema.
A mesa onde o material será depositado é aquecida e precisa estar nivelada para que o
material não fique deformado. Devido ao fato de haver a necessidade de proteger todo o
circuito da mesa, nela é adicionada uma placa de vidro de mesma dimensão de modo que
possa proteger a mesa e para melhor aderência do objeto confeccionado sobre ela, após todos
os ajustes a mesma já estava pronta para realizar os testes.
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5 RESULTADOS OBTIDOS
Pelo fato do protótipo apresentar características diferentes das impressoras 3D
existentes, foi necessário fazer ajustes nos parâmetros de configuração no software
embarcado, obedecendo às novas dimensões dos componentes do protótipo como: diâmetros
das polias e sistemas de tração que ao invés de correia dentada é através de cabo de aço.
Para o seu funcionamento como router CNC, após atualização da eletrônica e
software, há a necessidade de se elaborar o código_G através de um programa específico ou
programado manualmente. Isso se deve ao fato de que o programa utilizado nesta atualização
é específico para impressora, mas seu interpretador de código_CNC possibilita realizar
trabalho como router CNC a partir de um código já redigido.
Ainda houve a necessidade de se fazer os ajustes de tempo e velocidades de avanço
para cada eixo, na mecânica para realização dos set-up de cada configuração, router CNC ou
impressora, também foi realizada adaptações na troca dos dispositivos de ferramenta.
6 CONCLUSÃO
Ao longo do desenvolvimento do projeto foi possível perceber a extrema relevância do
trabalho realizado com a Mecatrônica, pois integra a Informática, Eletrônica e a Mecânica,
desta maneira, foi possível constatar que todas essas tecnologias estão envolvidas,
conseguindo assim o desenvolvimento correto e eficaz dos equipamentos envolvidos nesse
projeto.
Para se alcançar o pleno funcionamento do protótipo, tiveram-se algumas dificuldades
as quais foram solucionadas no decorrer de seu desenvolvimento. Acredita-se que os objetivos
propostos foram atendidos e os resultados satisfatórios. Enseja-se que este estudo possa
contribuir com as pessoas que buscam conhecer essa tecnologia.
Este provou ser uma excelente opção para se desenvolver um equipamento com alta
tecnologia comparado a um equipamento obsoleto. Para o desenvolvimento do projeto foi
utilizado um mecanismo já existente de movimentos bem semelhantes, onde os elementos
adicionados à máquina proporcionaram empregar a tecnologia de modelagem por fusão e
deposição de material.
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REFERÊNCIAS
BBC Brasil. Novo Airbus é montado com mais de 1.000 peças impressas em 3D.
07/05/2015 às 20h12m. Disponível em:
<http://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2015/05/07/novo-airbus-e-montado-com-mais-de-
mil-pecas-impressas-em-3d.htm>. Acesso em: 07 maio 2015.
BRITES, Felipe Gonçalves; SANTOS, Vinícius Puga de Almeida. Motor de Passo Petele.
Universidade Federal Fluminense. Centro Tecnológico, Escola de Engenharia. Disponível:
<https://www.telecom.uff.br/pet/petws/downloads/tutoriais/stepmotor/stepmotor2k81119.pdf
>. Rio de Janeiro, 2008.
SOARES, Karla. O que é um Arduíno e o que pode ser feito com ele. Disponível em:
<http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/10/o-que-e-um-arduino-e-o-que-pode-ser-
feito-com-ele.html>. Rio de Janeiro. 2013. Acesso em: 20 abril 2015.