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" Agência e Protagonismo:

uma reflexão sobre a formação


de sujeitos nós espaços
escolares"
Prof.ª Dra. Maria Regina dos Passos Pereira
Admirável chip novo
Pane no sistema Mas lá vem eles novamente
Alguém me desconfigurou Eu sei o que vão fazer
Aonde estão meus olhos de robô? Reinstalar o sistema
Eu não sabia, eu não tinha percebido Pense, fale, compre, beba
Eu sempre achei que era vivo Leia, vote, não se esqueça
Parafuso e fluido em lugar de Use, seja, ouça, diga
articulação Tenha, more, gaste e viva
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Priscilla Novaes Leone(Pitty)
“As crianças e jovens que estão na escola hoje vão exercer

profissões que ainda nem existem e se deparar com problemas de

diferentes ordens e que podem requerer diferentes habilidades [...]”.



Brasil, 2017, p.67
Que sujeito queremos e precisamos
formar?

É preciso sair do lugar comum, das


falas viciadas e politicamente
corretas.
Precisamos de uma Instituição que admite
sonhadores.

Onde as pessoas aprendem diferentes linguagens, se


apropriam de recursos para dar conta de si e do seu
entorno.
Ailton Krenak
Em qual escola?

A escola é, também, o bairro. Onde


estão os saberes, os fazeres, os quereres
daquele grupo social.
(Tião Rocha)
Para qual sociedade?

Estamos viciados em modernidade,


dopados por essa realidade nefasta de consumo e
entretenimento que nos desconecta do organismo
vivo da Terra.

Ailton Krenak
Somos a sociedade da “miojização”

Tudo em três
minutos!
Precisamos aprender a perder
tempo
Apostar nos processos
Perder tempo escutando.
Perder tempo conversando.
Perder tempo respeitando todos.
Perder tempo para se dar tempo.
Perder tempo para partilhar descobertas.
Perder tempo para brincar.
Perder tempo caminhando.
Perder tempo para crescer.
Perder tempo para ganhar tempo (Velocidade se
aprende na lentidão)
Quais as propostas dos novos currículos?
O que trazem de mudanças para a prática pedagógica?
Por que metodologias ativas?

Ensino híbrido?
Protagonismo significa
“a qualidade do que se
destaca em qualquer
acontecimento, área ou
situação”
Não precisamos de celebridades nem brilhantismos, necessitamos de
gente com tenacidade, com vontade de fazer diferente, com um olhar
para as relações.

Terno e amoroso sem ser piegas!


Comumente, o protagonismo juvenil é traduzido como forma de
educar para a cidadania.
Esse é um discurso dominante e controlador, que trabalha com o
fortalecimento do jovem ator social, individualmente, em destaque.
Touraine (1998)
O protagonismo ganhou força na educação brasileira, principalmente,
com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC):
• propõe a superação da fragmentação do conhecimento em prol de
uma aplicabilidade na vida real do aluno protagonista.
A BNCC também menciona diferentes tipos de protagonismo, a saber:
juvenil, comunitário, social, político, feminino e da sociedade civil.
(BRASIL, 2017).
A atuação do jovem protagonista em
uma realidade sem segurança é
regida por valores do capitalismo
avançado, no qual o sujeito está
isolado e anônimo. Nesse cenário, a
sociedade transforma-se em uma
arena na qual cada um pelejará por
seus direitos.
Souza (2009)
O protagonismo é
insuficiente para as
transformações que
buscamos e
necessitamos.
É preciso formar para
o agir e transformar,
isso é possível por
meio da coletividade.
Um sistema de atividade é uma formação composta por
várias vozes e diferentes pontos de vista. Esse sistema
não é estável e nem tampouco harmonioso, mas
marcado por contradições que ocorrem pelas condições
sociais, culturais e históricas.
É preciso
acreditar na
mudança, no
agir coletivo.
Como formar sujeitos para agir no mundo, se a formação do professor
aponta para outro lado?

Quais as reivindicações necessárias?

Como iniciar novas propostas para sala de aula que atendam essas
necessidades?
Vamos precisar de todo mundo
Pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver.

Sal da terra – Beto Guedes


Contatos
mariaregina.passos@gmail.com

Whatsapp – 13- 99651-3120


Referências
• BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília,
MEC/CONSED/UNDIME, 2017.
• KRENAK, A. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2021
• LIBERALI, F. C. Atividade Social nas aulas de língua estrangeira. São Paulo: Moderna, 2009
• PEREIRA, M. R. P. 2019 - Agências de alunos cearenses do Ensino Médio: o “chamego” entre
escola, comunidade e universidade /Maria Regina dos Passos Pereira. PUC-SP 2018.
• SOUZA, R. M. Protagonismo juvenil: o discurso da juventude sem voz, Rev. Bras. Adolescência e
Conflitualidade, v.1, p. 1-28, 2009.
• TOURAINE, A. Juventud y democracia en Chile. Revista Última Década. Centro de Investigación y
Difusión Poblacional de Achupallas (CIDPA). Viña Del Mar, Chile, n.8, 1998. Disponível em:
http://www.cidpa.cl. Acesso em: 20/05/2017.
• ZAVALONI, G., A pedagogia do Caracol. 1ª ed. Americana, SP, 2020

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