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Ariquemes-RO
2018
Banca examinadora
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Membro da Banca
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Membro da Banca
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado forças e sustento para alcançar o
objetivo que por momentos, pensei estar distante, mas com Ele ao meio lado eu consegui
alcançar o tão sonhado, agora real objetivo.
Agradeço aos meus genitores, pela compreensão, incentivo, suporte e por confiar em
meu potencial, ninguém mais que eles sabem o quão difícil foi chegar ate aqui, pois os
obstáculos pelo caminho foram muitos, mas conseguimos vencer, e pela força de cada um dos
meus familiares, que foram minha base.
Sou grata a minha orientadora, professora Juliana Maia Ratti, por sua paciência, atenção
e orientação, que foram elementos imprescindíveis para a realização deste trabalho.
Agradeço aos meus amigos em geral, pelo auxílio, pela convivência e mútuo incentivo,
bem como os adoráveis professores que fizeram acontecer esta conquista, cuja formação.
Sem deixar de mencionar é claro o Professor Marco Vinícius de Assis Espíndola, que
foi primordial em meu desenvolvimento profissional, dando-me uma grande oportunidade em
uma organização advocatícia, onde estou tendo a chance de aplicar todos os meus
conhecimentos adquiridos no decurso acadêmico. E não podia falta os agradecimentos eternos
a família Escritório Bissoli & Bissoli, qual tenho um grande carinho e devo grande parte desse
desenvolvimento a todos a todos que compõem a essa organização, com vocês estou
aprendendo a ser uma pessoa melhor, não somente no âmbito profissional, mas também tem
muita influencia positiva em minha vida pessoal.
“Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar; não
apenas sonhar, mas também acreditar”.
(Anatole France)
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RESUMO
A presente monografia tem como objetivo fazer menção acerca da evolução legislativa dos
trabalhadores domésticos e as principais modificações de seus direitos após a edição e
promulgação da nova legislação desta mão de obra, cuja a Lei Complementar nº 150 de
1° de Junho de 2015. Fará uma análise no avanço legislativo, comentando o histórico do
trabalhador doméstico, conceitos de empregado doméstico, a diferença entre empregado e
diarista, bem como os principais pontos dos marcos no ordenamento jurídico brasileiro
sendo: a convenção nº 189 da Organização Internacional do Trabalho, sua aplicação e
resultados no Brasil; a emenda constitucional nº 72/2013, a lei complementar nº
150/2015, juntamente com os novos direitos regulamentados, sendo: o novo contrato de
trabalho, a jornada de trabalho, duração normal do trabalho e regime compensatório,
horas extras, intervalos para descanso e refeição, regime de tempo parcial, férias,
contratação por tempo determinado e simples doméstico.
ABSTRACT
This monograph aims to mention the legislative evolution of domestic workers and the main
modifications of their rights after the edition and promulgation of the new legislation of this
workforce, the Complementary Law no. 150 of June 1, 2015. It will do an analysis of the
legislative advance, commenting on the history of the domestic worker, concepts of domestic
servants, the difference between employee and day laborer, as well as the main points of the
milestones in the Brazilian legal system being: Convention No. 189 of the International Labor
Organization, its application and results in Brazil; the constitutional amendment no. 72/2013,
supplementary law 150/2015, together with the new regulated rights, being: the new labor
contract, the working day, normal working hours and compensatory regime, overtime, breaks
and meal, part-time scheme, vacation, fixed-term hiring and simple domestic.
Legislative Evolution. New Labor Laws for Domestic Employees. Complementary Law
150/2015.
7
ART Artigo
CC Código Civil
DL Decreto Lei
EC Emenda Constitucional
LC Lei Complementar
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
3 CONCLUSÃO........................................................................................................ 62
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
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previdência social), benefício este que é uns dos direitos principais e fundamental de qualquer
trabalhador, seja ele doméstico rural ou urbano, isto posto, por aqueles que muitas vezes
aceitam a remuneração pecuniária de forma irregular ou até mesmo como os próprios
empregadores desejam, exatamente pela grande crise em qual passamos em nosso país, cabe
ainda citar o grande números de desempregados, que se submetem a atos repudiosos com o
principal fundamento de adquirir os alimentos básicos para sustento de sua família.
Assim foi possível concluir que em meio a tantas conquistas e garantias já
regulamentadas, aumenta a cada dia o reconhecimento, assim como orgulho destes
trabalhadores na respectiva área e também como esse assunto impactou no cotidiano de
empregados e empregadores.
Com tudo, o DECRETO No 71.885de 1973, em seu art. 3º, I e II, manteve a
conceituação da Lei Nº 5.859, de 1972, sendo como:
Com base no citado acima, podemos observar que em ambos os artigos, o respectivo
conceito não deixa margem a numerosas interpretações, tão logo, o empregador doméstico,
ainda continua sendo somente a pessoa física, descartando assim a pessoa jurídica.
Diante do exposto, o referido conceito trazido pela Lei nº 5.859/72, em seu artigo 1º,
como também o DECRETO No 71.885 de 1973, em seu artigo 3°, ambos aderiram à
expressão “natureza contínua” diferente da nomenclatura usada pela CLT, em seu artigo
3º, qual foi “natureza não eventual”.
Em suma, a CLT utiliza o vocábulo dependência, todavia, esse termo não é o mais
adequado, sendo a denominação mais correta subordinação. “A subordinação é o estado de
sujeição em que se coloca o empregado em relação ao empregador, aguardando ou
executando ordens. A subordinação não pode ser considerada um status do empregado”
(MARTINS, 2015, p. 17).
No mesmo sentido, existe também o conceito doutrinário, assim segundo Delgado
(2015, p. 377) “empregado é toda pessoa natural que contrate, tácita ou expressamente, a
prestação de seus serviços a um tomador, a este efetuados com pessoalidade, onerosidade,
não eventualidade e subordinação”.
De acordo com o art. 1º da LC 150/2015, surgiu o terceiro e último conceito, qual está
vigente no momento, como sendo aquele que presta serviços de forma contínua,
subordinada, onerosa e pessoal, de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito
residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, (BRASIL. LC 150, 2015, art.1º).
Antes de qualquer coisa, devemos mencionar que o período certo de início desta mão
de obra, ainda segue incerto e o que se sabe é que este foi nascido em meio ao período de
escravidão, onde os índios juntamente com a chegada dos africanos eram feitos escravos pra
as diversas atividades, sendo urbana, rural e também na área doméstica.
O referido período é totalmente derivada do cenário escravo, que conforme o tempo
foi aos poucos ganhando reconhecimento no meio social, bem como fez jus de seus direitos
perante as normas que surgiam.
Com tudo, a atividade doméstica, na época colonial, era entendida como trabalho
escravo, onde nem mesmo as crianças estavam imunes às funções escravas e domesticas e
juntamente com elas faziam parte os homens e as mulheres especificadamente “negros”, que
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exerciam funções como jardineiros, mucamas (mãe negra e jovem que auxiliava sua senhora
nos afazeres domésticos ou servindo de companhia em passeios), amas de leite e dentre
outras. Estes trabalhadores eram ainda escolhidos pelos Senhores de Engenho conforme sua
aparência bela, por ser mais forte, mais limpo e após serem escolhidos não poderiam adoecer
devidos os serviços que eram prestados diariamente o que mesmo lutando pra sobreviver a
tanta crueldade e humilhação estes raramente conseguiam obter folga.
Em 1888, devido ao fim da escravidão, estes trabalhadores não mais considerados
escravos passaram a ter direitos e deveres como cidadãos comuns, após a “Lei Áurea”, bem
como adquiriram direito a remuneração integra pelo seu trabalho e para aqueles que
trabalhavam nas casas dos senhores feudais foram enquadrados como empregados
domésticos.
Mesmo com a abolição da escravidão o único meio encontrado para o custeio familiar
foi somente as atividade já exercidas quando escravos, o que continuou na mesma a situação
e somente camuflou tais direitos adquiridos por eles e assim foram submetidos a um
trabalho informal, resultando em um labor discriminado e desvalorizado.
Todavia, sob informações da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o nosso
país possui cerca de 7 (sete) milhões de empregados na área doméstica, onde este segue sendo
praticado principalmente por mulheres e consequentemente negras e sem nenhuma
escolaridade, mas que mesmo assim não deixam de reivindicar os seus direitos e continuam
firmes e fortes para terem seus direitos resguardados. Com tudo, se formos comparar com a
Dinamarca, na Europa, este número acaba sendo bem maior.
Entretanto, afirma Mario Avelino (2018), em entrevista para o Conexão Futura – TV
Futura, em seu blog que:
Neste dado, nós temos todos os trabalhadores, cerca de 93% são mulheres e destas,
70% são negras, pardas e mestiças. Neste dado estão as empregadas formais e as
informais. Hoje, no Brasil existem cerca de um milhão e meio de trabalhadores
domésticos com carteira assinada. O que me dá o número de 5 milhões informais. Só
que temos que separar a diarista, pois ela trabalha até dois dias e pela lei do emprego
doméstico, o empregador não é obrigado a assinar a carteira. Então, nesse número de
6 milhões de 300 mil, possuem pessoas com carteira e sem carteira assinada.
Do mesmo modo, Mario Avelino (2018), faz uma pequena mas significativa avaliação
entre a Emenda Constitucional, a chamada “PEC das Domésticas” de n° 72/2013 e a Lei
vigente LC 150/2015, em entrevista para o Conexão Futura – TV Futura, vejamos:
Quando veio a PEC em 2013, por uma falta de conhecimento do empregador, ele
achou que encareceria muito o emprego doméstico. Na realidade, a mudança de
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Com todo o exposto, podemos dizer o quanto esta classe ainda tem suas limitações e
discriminações, bem como vemos o crescimento de trabalhadores domésticos e também
crescimento maior ainda de diaristas, exatamente pela diferença considerativa entre estas
espécies de trabalho doméstico.
É notório que esta categoria, sendo pioneira no trabalho domestico, teve grande
importância no âmbito profissional, uma vez totalmente esquecida no congresso brasileiro,
com base na falta de legislação que regulamentasse o cenário profissional desta classe.
Em tese com o surgimento desta mão obra, ainda é algo incerto devidamente, por esta
ser derivada da escravidão, pois foi um período em que os índios e africanos eram usados
como escravos, para as mais diversas de realizações de atividades voltada para o labor
urbano e rural, na época também conhecida como trabalho doméstico.
Maurício Godinho Delgado (2015), diz em poucas palavras que a categoria doméstica
não teve amparo jurídico em sua fase clássica de institucionalização, qual foi de 1930, em
diante e permaneceu por décadas, excluída de qualquer cidadania trabalhista, previdenciária
e institucional.
O Artigo 7º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e sua alínea “a”, foi uns dos
fatos marcantes da história, devidamente este abranger normas protetivas dos empregados.
Foi uma categoria de trabalhadores que permaneceu por um período longo no âmbito
jurídico sem alguma regulamentação, onde não possuíam sequer direito de um salário
mínimo e muito menos um reconhecimento previdenciário devido ao período o qual prestou
serviços.
Segundo o grande escritor, Maurício Godinho Delgado (2015, p. 404), afirma que a
fase de inclusão jurídica da categoria também foi longa, durando mais de 40 anos:
Inicia-se pela Lei nº 5.859, de 1972, com apenas três direitos, sendo seguida pelas
regras concessoras do Vale Transporte, na segunda metade dos anos de 1980; passa
por um momento de grande relevância, a Constituição de 1988 e seu art. 7º,
parágrafo único, que acresceram oito novos direitos à categoria doméstica; porém,
retoma o ritmo de avanços somente 18 anos depois em 1988, por meio da Lei nº
11.324, de 2006 (quatro direito acrescidos); finalmente, consagra-se por intermédio
da Emenda Constitucional nº 72, promulgada em 2013, que estende 16 novos
direitos aos trabalhadores domésticos.
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E foi em aproximadamente 03 (três) anos, que entrou em vigor a Nova Lei dos
Domésticos, sendo a Lei Complementar nº 150, de 1° de Junho de 2015, a que representa
atualmente, como a principal conquista trabalhista para a categoria dos empregados
domésticos.
A mão de obra doméstica também surgiu no Brasil com a chegada dos escravos
trazidos da África e que mesmo com o fim da escravidão o trabalhador doméstico ainda
assim não tinha o seu devido reconhecimento jurídico e continuou sem qualquer
regulamentação de seus serviços prestados para, onde foram submetidos aos abusos por
partes de seus empregadores.
Entretanto, o Código Civil de 1916, tratava das relações dos contratos relacionados à
locação de serviços, onde também estavam incluso diversos tipos de contratos podemos
entender também como os contratos comerciais e trabalhistas, onde estas eram aplicáveis
dentro das possibilidades cabíveis.
Logo mais, em 30 de julho de 1923, foi aprovado o Decreto nº 16.107 que
regulamentava a locação dos serviços domésticos em seu artigo 2º:
Com este Decreto surgiram algumas outras regulamentações que visavam atender as
necessidades e interesses desses trabalhadores, como por exemplo, uma delas a identificação
dos locadores dos serviços domésticos que eram prestados, surgiu os direitos e deveres tanto
para o locatário como também para o locador.
Em suma, a Constituição de 1934, foi uma legislação que mesmo ela não tratando
diretamente dos domésticos, esta trouxe direitos que jamais foram normatizados antes, sendo
como:
2. Salário mínimo;
3. Isonomia salarial;
4. Jornada de oito horas de trabalho;
5. Proteção do trabalho das mulheres e menores;
6. Férias anuais remuneradas e repouso semanal;
Com tudo estes foram alguns dos direitos que logo mais à frente seriam
regulamentados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Artigo XXIII
1 Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a
condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
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2 Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por
igual trabalho.
3 Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória
que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a
dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de
proteção social.
4 Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para
proteção de seus interesses.
Porém, esta lei, não mencionou nada sobre a classe dos trabalhadores domésticos
separadamente, mas classificou e beneficiou os trabalhadores brasileiros como um todo, sem
discriminação nenhuma.
A Consolidação das Leis Trabalho regulamentou as regras trabalhistas do país,
tornando assim uma lei independente, fora do Direito Civil, o qual era o único anteriormente
que fazia menção destes trabalhadores. Desse modo, em seu art. 7º, alínea “a”, é mencionado
que “Os preceitos constantes da presente Consolidação (...), não se aplicam aos empregados
domésticos, assim considerados, os que prestam serviços de natureza não-econômica à
pessoa ou à família, no âmbito residencial destas”, ou seja, a mesma simplesmente veio a
afastar o empregado doméstico do seu campo de proteção.
Como visto mais a cima, a CLT, barrou o empregado doméstico, conforme o seu art. 7,
alínea “a”, esta referida legislação foi à primeira legislação que desvalorizou por completo o
empregado doméstico e outras categorias profissionais existente na época e que ainda sim
continuaram a ser regulamentadas tanto pelo Decreto-Lei nº 3.078/41 como pelo Código
Civil de 1916.
Vale mencionar que em 11 de dezembro de 1972, entrava em vigor a Lei nº 5.859, que
trouxe alguns direitos aos trabalhadores domésticos. Entretanto a anterior contava também
com a regulamentação do Decreto nº 71.885, surgido em 09 de Março de 1973, que
regulamentou a referida lei sobre a profissão do empregado domestico. Assim, em meio a
tantos direitos já conquistados, o que já é uma vitória para estes trabalhadores, com a
referida lei é importante ressaltar alguns direitos considerados primordiais para esta
categoria, que são:
No entanto, com sua vigência, esta lei foi a que deu amparo sobre as relações dos
trabalhadores doméstico até a criação e vigência da nossa Constituição Federal de 1988.
Em seu artigo 1º da Lei nº 5.859/72, este o conceituava “empregado doméstico, assim
considerado, como aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não
lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas”, trazendo com ela elementos de
suma importância para esta inovadora categoria de trabalhadores.
Do mesmo modo, tais trabalhadores comemoram ainda mais a vitória pelos grandes
benefícios garantidos, pois além de uma legislação a favor deles, qual é a CLT tinham agora
a Constitucional Federal, tendo exposto no artigo 7°, que essa categoria não gozava das
mesmas proteções destinadas aos demais trabalhadores urbanos e rurais.
Março de 2001, advindo após a CF/88 e a sim foi instituído ao empregador, o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Do mesmo modo com a vigência da Lei Nº 11.324 de 2006, o empregado doméstico
escapou de alguns descontos antes obrigatório para essa classe. Entretanto segundo o
entendimento de Martins (2009, p. 62): “Um grande avanço se deu com a Lei n. 11.324/2006
para a evolução dos direitos trabalhistas domésticos, com o advento deste diploma foram
agregados à categoria, os seguintes direitos”:
Sobre o tema, Gustavo Filipe Barbosa Garcia (2016. p. 257), menciona que:
Segundo a Convenção 189, de 2011, da OIT, todo o Estado-membro deve no que diz
respeito aos trabalhadores domésticos, adotar medidas previstas na referida
Convenção para respeitar, promover e tornar realidade os princípios e direitos
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É certo dizer que até aqui foi um período de grandes discussões até mesmo
internacional como também de fortes movimentos sindicais e sociais no país, com tudo, por
iniciativa do PMDBista/MT do deputado Carlos Bezerra, nasce então a PEC (Projeto de
Emenda à Constituição) n° 478, que revoga o Parágrafo Único do artigo 7°, da CF/88,
estabelecendo a igualdade dos direitos trabalhistas entre ambas categoria de trabalhadores,
sendo os empregados doméstico, urbanos e rurais. Ocorre que em Dezembro de 2012, teve a
revitalização da proposta PEC de nº 66/2012, aprovada pelo Senado Federal ficou então
conhecida como a “PEC das domésticas”, mas ainda faltava algo para o artigo especifico fica
realmente propicio a sociedade e foi então, que em 19 de Março de 2013, surgi a Emenda
Constitucional de nº 72, que somente foi aprovada dia 02 de abril do mesmo ano.
Assim nasce uma legislação, que por sua vez, obteve influencia significativa na
legislação brasileira, pois os trabalhadores domésticos passaram a gozar de uma norma ainda
mais protetiva e que ainda trouxe a igualdade aos demais trabalhadores.
Nesse período, a EC 72/2013, literalmente foi uma das principais conquistas da
categoria profissional, pois além de todos direitos anteriores, esta EC regulamentou a jornada
de trabalho, o que estes trabalhadores só tinham conforme acordo com os
empregadores/patrões e devido direito foi vigorado de imediato. Conforme passamos ver, o
novo texto constitucional trouxe a seguinte alteração, in verbis:
Definitivamente, até aqui houve a equiparação dos direitos trabalhistas, não somente
para os domésticos como também para os rurais e urbanos, juntamente com a inclusão de 16
(dezesseis) novos incisos em nosso artigo 7º da Constituição Federal de 1988.
Em suma, com os surgimentos de tantas leis, decretos e emendas, tais
regulamentações tiveram um enorme avanço, até porque, para aqueles que viram e passaram
por diversas situações de desigualdade social, hoje gozam de direitos compatíveis com suas
trajetórias profissionais. Mas ainda assim, alguns direitos continuaram pendentes de
regulamentação, não entrando em vigor, o que causou mais uma vez múrmuros e discussões
dentre a legislação infraconstitucional de e a aplicabilidade imediata.
QUADRO 1
ANO DE
A GRANDE EVOLUÇÃO DOS DIREITOS REGULAMENTADOS
VIGÊNCIA
Lei nº 3.071, que Disciplinou a relação dos contratos trabalhistas relacionado à
1916
locação de serviços dos empregados.
1923 Decreto nº 16.107, Aprova o regulamento de locação de serviços domésticos.
Decreto-Lei nº 3.078, Conceituou de forma simples os trabalhadores
1941
domésticos.
1943 Decreto-Lei nº 5.452, a Criação da CLT
Lei nº 5.859, surgiram as regulamentações:
a) Benefícios e serviços da previdência social;
1972
b) Férias anuais com o adicional de 1/3 a mais que o salário;
c) Carteira de Trabalho;
1973 Decreto-Lei nº 71.885, Regulamentação da Lei nº 5.859/72;
1987 Decreto nº 95.247, Direito ao Vale-Transporte;
Constituição Federal (CF), Artigo. 7º: incluiu mais nove (09) incisos, tanto
para os trabalhadores domésticos como também para os demais, sendo:
a) Salário Mínimo, fixado em Lei.
b) Irredutibilidade do salário;
c) 13º salário com base na remuneração integral ou valor da aposentadoria;
1988 d) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
e) Férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do salário;
f) Licença-gestante de 120 dias;
g) Licença-paternidade de 5 dias;
h) Aviso Prévio;
i) Aposentadoria;
1999 Medida Provisória nº 10.208, Estendeu o FGTS, por ato voluntário;
Resoluções 253 e 254, Estabeleceram critérios e finalidades para a concessão
2000
do seguro-desemprego;
Lei nº 10.208, Recomendação de nº 201, da OIT para garantir a todos os
2001
trabalhadores domésticos, idênticos direitos ao demais trabalhadores.
Lei nº 11.324, surgiram os direito:
a) Descanso semanal remunerado aos domingos e feriados;
2006 b) Trinta dias corridos de férias;
c) Garantia de emprego à gestante;
d) Vedou ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado;
Emenda Constitucional nº 72/13, a chamada “PEC das Domésticas”, revogou
2013 o Parágrafo Único do artigo 7º da CF e o Artigo 7º, A, da Consolidação Das
Leis Do Trabalho (CLT)e inclui novos direitos aos trabalhadores domésticos.
Fonte: ALMEIDA, 2018.
E foi dentre a década de 1880, que surgiu a primeira regulamentação para estes
trabalhadores e ficou por conta da promulgação da CF e Código Civil, para dar mais forças
aos direitos adquiridos, mas foi principalmente com a Emenda Constitucional nº 72/2013, que
contribuiu para a valoração dos direitos trabalhistas a qual foi a última lei a regulamentar a
categoria das domésticas.
A expressão serviços contínuos pode induzir a enganos, fazendo crer que os serviços
devam ser contínuos, diários, o que, por certo, não é a melhor interpretação. Por
serviços contínuos se há de entender os serviços permanentes, constantes, ainda que
não diários – é o caso das arrumadeiras que prestam seus serviços em determinados
dias de semana. Só prolongada intermitência (trabalho executado periodicamente
sem continuidade) afasta a relação de emprego.
[...] a Lei Especial dos Domésticos (5.859/72) fez claramente uma opção
doutrinária, firmando o conceito de trabalhador eventual doméstico em
conformidade com a teoria da descontinuidade. [...] Ou seja: o elemento da não
eventualidade na relação de emprego doméstica deve ser compreendido como
efetiva continuidade, por força da ordem jurídica especial regente da categoria.
Incluem-se como empregados domésticos, não somente a faxineira, lavadeira e
arrumadeira, mas também motorista da família, babá, cuidador de idosos e etc. Ilustrando
sobre a abrangência da lei, Barros (2011, p. 268 e 269), exemplifica que:
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Empregado doméstico, segundo Volia Bomfim Cassar (2009, p.275) é toda pessoa
física que trabalha de forma pessoal, subordinada, continuada e mediante salário, para outra
pessoa física ou família que não explore atividade lucrativa, no âmbito residencial desta,
conforme art. 1º da Lei nº. 5.859/1972, desde então revogado.
b) Âmbito Residencial: Este deve ser entendido como serviço prestado “em função do
âmbito residencial da pessoa ou família”, DELGADO (p. 370), ou “para o âmbito residencial,
para o consumo da pessoa física, não para terceiros”, CASSAR (p. 354).
d) Continuidade: Esta característica significa algo que não é ininterrupto, não tem
pausa, que seja sucessivo, ou seja, uma continuidade e/ou repetição da prestação dos serviços.
e) Sem fins lucrativos: Já esta característica significa que o empregador não pode obter
lucros com o resultado do trabalho do empregado com, por exemplo, após os seus respectivos
serviços prestados, este cede pra a confecção de marmitas ou quentinhas em prol do lucro,
esta atitude e atividade desconfiguraria o vínculo doméstico.
Sobre as obrigações desta categoria a Lei 5859/72 não fez menção alguma, diferente
do Decreto-lei 3.078, de 27 de fevereiro de 1941, que explana em seus artigos 7°, assim
vejamos:
29
Conforme a redação acima, vimos esta classe trabalhadora tem direitos a serem
seguidos como qualquer outro trabalhador comum.
Com os citados acima, passamos a confirmar ainda mais sobre a devida equiparação a
categoria da área doméstica.
1. De acordo com o artigo 7º, inciso XXIX, da CF, faz menção específica para os
trabalhadores urbanos (alínea a) e para os trabalhadores rurais (alínea b), mas aos
domésticos não foi explanado, qual fora revogado pela Emenda Constitucional n° 28
de 2000;
2. Direitos imprescritíveis, para esta categoria;
3. Prazo prescricional de direitos trabalhista e previdenciário dentre o prazo de 05 anos
e até em 20 anos.
4. Há alguns entendimentos que defende a tese da prescrição que cita aplicação de 05
(cinco) anos, para os empregados domésticos trabalhar da área urbana, isso com a
vigência do contrato e aplicação de 02 (dois) anos para direitos e contratos extintos,
bem como para o empregado doméstico que trabalhar em área rural, sendo este após
a extinção do contrato.
Vimos acima que a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 7º, XXIX (revogado
pela EC n° 28/2000), que explanar sobre a prescrição trabalhista, que com sua vigência
acabou revogando tacitamente o art. 11 da CLT e atualmente regida pela Lei nº 13.467, de
32
2017. O mesmo art. 7º da Carta Magna trouxe os incisos que se aplicam aos empregados
domésticos e exclui o inciso XXIX, que trata da prescrição.
A doutrina e a jurisprudência trabalhista trazem diversas propostas de solução para a
questão. Posto isso, argumenta – se o doutrinador Augusto César Leite de Carvalho, trouxe
contudo, uma saída proposta por Carlos Moreira de Luca, em que o professor sergipano diz
que este autor defende que seja aplicado o art. 227 do Regulamento da Justiça do Trabalho
(aprovado pelo Decreto nº. 6.569, que regulamentava o Decreto-Lei nº. 1.237/39), que dizia
que “não havendo disposição especial em contrário, qualquer reclamação perante a Justiça
do Trabalho prescreve em dois anos, contados da data do ato ou do fato que lhe der origem”
(CARVALHO, 2004. p. 69).
Além disso, segundo Moreira de Luca (LUCA, p. 81-82.), advoga que como a CLT
não teria revogado expressamente tal dispositivo, este ainda vige com relação aos
domésticos.
Já na tese de Maurício Godinho Delgado (DELGADO, p. 268) afirma, no entanto, que
o Regulamento da Justiça do Trabalho foi revogado pela CLT (Decreto-Lei nº. 5.452/43),
que reuniu as leis esparsas que tratavam da Justiça do Trabalho e da prescrição.
Entretanto devido alguns posicionamos de grande significância para a doutrina
trabalhista, alguns autores doutrinários passou a ter apoio do magistério, como Augusto
César Leite de Carvalho (CARVALHO, p. 69), Arnaldo Süssekind (SUSSEKIND, p. 75-
76), Maurício Godinho Delgado (DELGADO, p. 269) e Alice Monteiro de Barros, que
também entendem que o prazo geral do texto constitucional é o aplicável aos domésticos em
face do silêncio da legislação específica.
Em virtude dos fatos mencionado, a partir de 2015, com a vigência da Lei
Complementar 150, a prescrição que era citada somente para a classe dos trabalhadores
urbanos e rurais, tornou-se legal também para os domésticos, como dispõe o artigo 43, da
LC 150/2015:
LC 150, [...] art. 43. O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de
trabalho prescreve em 5 (cinco) anos até o limite de 2 (dois) anos após a extinção
do contrato de trabalho.
Pelo fato de ser considerado autônomo, não ter a devida obrigação de continuidade,
como também não contém vinculo empregatício, assim inexiste o dever de assinar a CTPS
bem como ao recolhimento da contribuição previdenciária e muito menos farão jus a qualquer
direito estabelecido para o empregado doméstico.
Assim as jurisprudências majoritárias se baseiam no fato de que o trabalho prestado
num só dia da semana exercidos por exemplo, pela faxineira, a passadeira, a conselheira
etc., não gerava vínculo empregatício, exatamente por este serviço não ser contínuo, assim
tornando-a uma diarista. E o trabalho prestado por três ou mais dias na semana e/ou por
várias semanas, se caracteriza o trabalho contínuo e logo, o vínculo empregatício, tornando
como doméstico (a).
35
Como toda ação tem uma reação, a vigência da Lei Complementar 150/2015 não ficará
fora de diversos efeitos sobre a sociedade, efeitos estes que iram bombear para ambos os
lados, sendo positivos e negativos e consequentemente as reclamações trabalhistas também
poderão ter seu aumento baseando-se na lei em discussão.
É certo dizer que a respectiva lei regulamentou ainda mais benefícios aos empregados
domésticos, garantindo-lhes direitos que não existiam e reforçando os que já eram deles por
direito, o que lhe trouxeram a imensa satisfação de poder partilhar de uma classe trabalhadora
e importante como os empregados domésticos.
Ademais a lei complementar ainda os dará uma boa estabilidade, o que fará com que
eles passam a trabalhar com mais efetividade e amor para com a atividade domiciliar
exatamente pelo fato que a tendência das relações de trabalho é tão somente positiva para
eles.
Entretanto, sabe-se que faz necessário um estudo socioeconômico com relação aos seus
efeitos diante da sociedade, ao se falar em nova legislação surgida em meio a uma crise como
a que vivemos, onde vem a afetar a todos os indivíduos e que poderá sim influenciar nas
respectivas relações de emprego, e a área domésticos claro que não poderá ficar de fora, até
porque com o advento da LC 150/2015 o contrato empregatícios é um tanto mais oneroso ao
empregador.
O que dispõe nos artigos 17, § 5º, e 18, caput, da referida lei complementar, também
causa dúvida para os individuas de nossa sociedade, como assim expõem respectivamente:
36
Diante disso, podemos ver que a referida lei deixa lacunas sobre suas legislações,
causando ao judiciário um pouco mais de trabalhos como o do normal, pois em tese cada
questão segue indecisa para os empregadores, onde não irá resta outro caminho a não ser o
Judiciário para analisa cada caso.
Essa mais nova legislação inclusa em nossa CLT segue com 05 (cinco) novos
capítulos e com 47 (quarenta e sete) artigos, aonde veio a fazer modificações nas respectivas
áreas trabalhistas, administrativas, fiscais e previdenciárias sobre o contrato de trabalho
doméstico e trouxe certas alterações e revogações significativas em algumas leis, vejamos:
2. Alterou o Parágrafo 1°, do artigo 18, caput do artigo 19, caput do 21-A e seu
Parágrafo 2°, caput do artigo 22, caput, artigo 27 e seus incisos I e II, caput do artigo
34 e seus incisos I e II, o caput dos artigos 35, 37, 38, 63, 65 e Parágrafo Único do
artigo 67 da Lei no 8.213, de 4 de julho de 1991;
3. Alterou a Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005, com a inclusão das alíneas “d” e
“e”, do inciso I, do artigo 70;
4. Revogou o inciso I do art. 3o da Lei no 8.009, de 29 de março de 1990;
5. Revoga toda a Lei no 5.859, de 11 de dezembro de 1972;
6. Revogou o artigo 65 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
Entretanto, com a respectiva aplicação subsidiária da CLT, em que era de certa forma
incompatível com a lei e/ou na existência de lacunas, com o advento da nova legislação
trabalhista, Lei Complementar nº 150/2015, foi à primeira legislação que fez uso da
Consolidação das Leis do Trabalho em relação ao empregado doméstico, como descreve seu
art. 19, mesmo que o art. 7, “a” da CLT seja expresso em determinar que a CLT não se
enquadre a tais empregados.
Desta forma, com advento da Lei Complementar, esta fez modificações tanto no
âmbito laboral como também em âmbito previdenciário. E com grande semelhança a CLT, foi
ainda disciplinado direito como, por exemplo:
Assim dando seguimento aos direitos adquiridos para essa inovadora categoria
trabalhadora, entre estes direitos têm regulamentações que são criação da própria LC
150/2015, quais nascendo agregado a seu advento, tendo com si especificações e diferenças
conforme as suas peculiaridades normais do contrato de trabalho e do serviço prestado, serve
de exemplo os contratos de trabalho que passou a ter jornadas, por permissão legal e acordo
entre ambos, onde são acrescidos das 8 normais para 12 horas, com intervalo de outras 36
ininterruptas, podendo ter a faculdade de indenizar o intervalo intrajornada em vez de
concedê-lo (art. 10). Ademais de acordo com o art. 10, § 2º, o regime de 12 por 36 a qualquer
outra atividade, foi acertadamente vetada pela presidente, eis que foge ao assunto da lei.
[...] Art. 10. É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer
horário de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas
ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e
alimentação.
Todavia, dentre as modificações trazida pela mais nova regulamentação das domésticas,
Lei Complementar 150, o seu art. 22, retirou o valor multa de 40% sobre o montante do FGTS
depositado mensalmente, nas dispensas imotivadas, onde fica o empregador obrigando a
depositarem mensalmente 3,2% da remuneração do mês anterior trabalhado, fora o valor do
FGTS, já depositado, que será entregue ao empregado na sua dispensa, se imotivada.
Na sequência o art. 27, caput e seu parágrafo único, foram mais uma das modificações
trazida pela LC 150/2015, qual explana, em meio um rol extenso, sobre a dispensa por justa
causa e rescisão indireta e afastando a aplicação dos art. 482 e 483 da CLT. Mais à frente
conforme o artigo 27, I, teve amparo e com direito a justa causa, aquele empregado
responsável direto ou indiretamente que maltratar idoso, enfermo, pessoa com deficiência ou
criança e para aquele que vier praticar a violência doméstica, independentemente do tipo ou
espécie, à respectiva mulher empregada, para rescisão indireta, segue o amparo do art. 27,
Parágrafo Único, VII.
[...] Parágrafo único. O contrato de trabalho poderá ser rescindido por culpa do
empregador quando:
A inovadora Lei atual dos domésticos passou a trata também dos trabalhadores, como
secretaria e as babás (como as de famílias mais sucedidas), por exemplo, que necessitam
acompanhar os seus patrões em viagem, onde hoje passam a fazer jus das horas trabalhadas
no referido período, além de poder ser ainda compensar pelas horas extras em outro dia,
conforme o artigo 11, caput. Já de acordo com o artigo 11, § 2º, nessas horas ainda serão
acrescidas de, no mínimo, 25% sobre o valor da hora comum, vale lembrar que tais horas são
divergente das horas extras, assim pode o empregado querer ou não converter o valor em
banco de horas, explícito no artigo 11, § 3º.
40
A referida lei faz menção de dois direitos de suma importância, sendo o artigo 18, que
veio explanar de forma mais completa o artigo 462 da CLT, o referido artigo faz abrangência,
onde proíbe aquele empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por
fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, dentre outros benefícios
elencados no artigo, exatamente por entender que é um custo somente do empregador.
O segundo artigo cuja sua importância é imensa é o artigo 12, este dispõe sobre o
registro das horas trabalhadas, que deve ser feito por qualquer meio idôneo, seja ele manual,
mecânico ou eletrônico, qual serve como uma segurança para o empregador na questão de
controle de horas do empregado caso venha futuramente surgir respectivos processos
judiciais, em que o empregado de má fé venha exigir de certa forma as horas extras laboradas,
onde poderá ser aplicado o inciso I da Súmula 338 do Tribunal Superior do Trabalho, em
casos semelhantes a estes.
Outra mais nova inovação da Lei Complementar 150 se encontra no O Capítulo II,
iniciados pelo artigo 31 e finaliza no artigo 35, a regulamentação do Simples Doméstico, qual
é uma alusão do Simples das micro e pequenas empresas da Lei Complementar 123, trazendo
com junto o recolhimento de seus tributos e taxas em uma guia única através do portal do e-
Social, cujo dispositivo do art. 34.
Art. 1o O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943,
será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1
(um) ano de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias
por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias,
perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
Entretanto, caso os fatos elencado no art. 1° não ocorra, o responsável por não cumprir
o acordo deverá ser indenizado.
42
Em suma, o aviso prévio passou a ter o efeito retroativo, mas este somente é valido em
caso de demissão a partir da vigência da Lei 12.506, diferente para os admitidos antes da
vigência da Lei 12.506, pois os trabalhadores admitidos não farão jus algum dos benefícios
desta e sim da lei anterior dela.
O aviso prévio é regido pela nossa CLT em seu artigo 487, qual foi alterada a Lei
12.506, de 11 de Outubro de 2011, que foi aprovada pelo Decreto-Lei n°5452, de 1º de
maio de 1943 e em 2015, mas em 2015 com o advento da Lei Complementar N° 150
foram mantida a redação de acordo com a nossa CF/88, em seu artigo 23, §1° e §2° mas
inovou com o complemento do referido benefício em seus parágrafos 3°,4° e 5°.
Art. 23. Não havendo prazo estipulado no contrato, a parte que, sem justo motivo,
quiser rescindi-lo deverá avisar a outra de sua intenção.
§ 1o O aviso prévio será concedido na proporção de 30 (trinta) dias ao empregado
que conte com até 1 (um) ano de serviço para o mesmo empregador.
§ 2o Ao aviso prévio previsto neste artigo, devido ao empregado, serão acrescidos 3
(três) dias por ano de serviço prestado para o mesmo empregador, até o máximo de
60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
§ 3o A falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos
salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse
período ao seu tempo de serviço.
§ 4o A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de
descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.
§ 5o O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado.
[...] Art. 14. Considera-se noturno, para os efeitos desta Lei, o trabalho executado
entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
§ 2o A remuneração do trabalho noturno deve ter acréscimo de, no mínimo, 20%
(vinte por cento) sobre o valor da hora diurna
Assim, caso o empregado doméstico venha a ser contratado exatamente para o trabalho
em horário noturno, o valor deste será calculado conforme a remuneração anotada na CTPS,
disposto no parágrafo 3°, do artigo 14.
[...] Art. 10. É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer
horário de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas
ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e
alimentação.
[...] Art. 70 - Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é vedado o trabalho em dias
feriados nacionais e feriados religiosos, nos termos da legislação própria.
Por fim, caso trabalhador noturno cumprir integralmente sua jornada e na sequência
vem a permanecer na localidade mesmo este sendo horário considerado noturno, ainda terá
direito a receber o valor da Hora Extra Noturna.
O contrato por prazo de validade é o contrato de trabalho em que terá datas de início e
término combinadas entre o trabalhador e o empregador. Este benefício, já previsto na CLT
se refere a atividades temporárias ou transitórias e é uma das mais novas garantias trazidas
pela LC 150/2015, prevista em seu artigo 4°, vejamos:
Entretanto dentro do prazo de 2 (dois) anos, como dispõe, no parágrafo único, do artigo
4°, poderá ser prorrogado o contrato de trabalho quantas vezes quiserem as partes, só não
poderá ultrapassar os limite máximo.
Todavia, os trabalhadores que aceitam o devido emprego desta forma de contratação
ainda segue com diversos amparo e obrigações, como ser remunerado com metade do
pagamento que iria ter até o fim do contrato, em caso de dispensa sem justa causa, conforme o
artigo 6°, estes trabalhadores não poderá se desligar do devido contrato sem justa causa, sob
pena de indenização como preconiza o artigo 7°, caput e Parágrafo Único e mesmo no caso
exposto o empregado faz jus do aviso prévio também como trabalhador comum, assim dispôs
o artigo 8°, ambos na nova legislação LC 150/2015.
Esse benefício em tese é favorável para ambas as partes, o qual já era muito comum
esse tipo de contrato perante a sociedade.
Sobre este contrato, é uma modalidade do contrato por prazo determinado, onde tem
por finalidade de avaliar o empregado para exercer a função para a qual foi contratado. Assim
o empregado, no decorrer do referido contrato, se irá adapta-se à estrutura hierárquica dos
empregadores, bem como às condições dos seus subordinados.
Contudo antes regido pela CLT e atualmente previsto no artigo 5° da LC 150/2015,
onde prevê sobre o devido contrato onde este não poderá exceder 90 dias, incluindo a única
prorrogação permitida, vejamos:
Já este benefício foi regulamento pela CLT em seu artigo 462, qual recebeu
um complemento com o artigo 18, da LC 150 e versa sobre a vedação de descontos salariais
46
LC 150/2015, com seu art. 18, § 4º, prevê o direito à moradia para doméstico.
Com o advento da LC, o respectivo artigo revogou o inciso I do art. 3 o da Lei no 8.009,
de 29 de março de 1990, por entender que o fornecimento de moradia ao empregado
doméstico, localizado na mesma residência ou anexa a ela, não gera ao empregado qualquer
direito de posse ou de propriedade sobre a referida moradia, e assim que o contrato de
trabalho chegar ao fim o empregado terá que sair da casa sem alegação alguma de pose.
Verifica-se que o legislador, em tese veio a facilitar a vida do empregador, mesmo que
em partes, ao conceder possibilidade de acordo escrita entre empregado e empregador, no
assunto de compensação de jornada.
Ainda convém lembrar que o tema jornada de trabalho do doméstico é regido
anteriormente pela nossa CF/88 em seu artigo 7°, XIII e Parágrafo Único, qual fora
modificado pela EC 72/2013, como vemos abaixo:
[...] CF/88 - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
[...]
47
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
[...]
EC 72/2013 - Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI,
XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e
suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII,
bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 72, de 2013)
[...] Art. 2o A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas
diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, observado o disposto nesta Lei.
Contudo, ainda foi concedido a estes trabalhadores um saldo de horas, caso venha
excederem as 40 (quarenta) primeiras horas mensais já trabalhadas, o empregador é obrigado
a pagas ou “descontadas”, em forma de redução de horário, como também poderá deixar de
trabalha em algum dia que seria útil, por exemplo, mas tais horas deverão ser compensadas no
prazo máximo de 1 (um) ano, dito isso conforme o inciso III, do parágrafo 5°, da lei da
doméstica vigente.
48
III - o saldo de horas que excederem as 40 (quarenta) primeiras horas mensais de que trata
o inciso I, com a dedução prevista no inciso II, quando for o caso, será compensado no
período máximo de 1 (um) ano.
Além disso, em seu parágrafo 4°, cita que mediante acordo escrito entre empregador e
empregado, poderá ser celebrado um acordo de compensação de horas, onde especifica o
limite diário de 8 horas, que poderá ser excedido sem o pagamento de horas extras, havendo
assim a compensação em outro dia da semana.
A referida lei em questão, em seu parágrafo 1°, do artigo 2°, não apenas regulamentou
a jornada laboral, como também fez a inclusão de um adicional de 50% (cinquenta por cento)
a ser pago pelo empregador em caso de horas extraordinárias prestadas pelo empregado
doméstico.
[...] § 1o A remuneração da hora extraordinária será, no mínimo, 50% (cinquenta por
cento) superior ao valor da hora normal. (...)
Art. 3o Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda 25 (vinte e cinco) horas semanais.
§ 3º Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de 12 (doze)
meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na
seguinte proporção
I - 18 (dezoito) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 22 (vinte e
duas) horas, até 25 (vinte e cinco) horas;
II - 16 (dezesseis) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 20 (vinte)
horas, até 22 (vinte e duas) horas;
III - 14 (quatorze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 15 (quinze)
horas, até 20 (vinte) horas;
IV - 12 (doze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 10 (dez) horas,
até 15 (quinze) horas;
V - 10 (dez) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 5 (cinco) horas,
até 10 (dez) horas;
VI - 8 (oito) dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a 5 (cinco)
horas.
Contudo é um tema tanto diferenciado, pois os empregados domésticos em regime de
tempo parcial gozaram de suas férias, por um período inferior a 30 dias de férias anuais, mas
seguindo as mesmas regras dos trabalhadores celetistas, conforme redação acima, qual
anteriormente fazia parte da legislação da CLT em seu art. 130-A.
2.7.8 Férias
Essa remuneração já é prevista pela CLT, em seu artigo 134, mas tal redação faz
referência no âmbito geral e devido a esse fato, a LC 150 trouxe em sua legislação uma
redação própria aos empregados domésticos, prevista em seu artigo 17, mantendo o direito a
30 (trinta) dias de férias a cada 12 (doze) meses trabalhados e inovando com a concessão de
férias em 2 (dois) períodos, sendo um deles, de no mínimo, 14 (quatorze) dias corridos, assim
vejamos:
50
Art. 2°, § 7o Os intervalos previstos nesta Lei, o tempo de repouso, as horas não
trabalhadas, os feriados e os domingos livres em que o empregado que mora no local
de trabalho nele permaneça não serão computados como horário de trabalho.
A redação do artigo 17, §5° não pode se confundi com a do artigo 2°, §7°, pois as férias
tiradas no mesmo local de trabalho não serão caracterizadas como horas extras.
Por sua vez, deverá o empregador efetuará deposito de 8% (oito por cento) sobre a
remuneração do mês anterior a título de FGTS, recolher 0,8% por seguro contra acidente e
3,2% (três vírgula dois por cento) relativos à rescisão imotivada.
Todavia a execução dessas horas, anteriormente não possuía amparo algum, contendo
apenas a existência de um acordo escrito entre as partes, para o exercido dessa função.
A LC, entretanto, também trouxe alterações sobre uns dos mais novos direitos
adquiridos pelos empregados domésticos, qual são os horários em viagens. Estes serviços é de
52
fato, em que um devido trabalhador exercerá suas atividades em viagem, como secretárias,
babás, por exemplo, deverá receber um adicional de 25% (vinte e cinco por cento) superior ao
valor do salário-hora normal, onde será possível a conversão desse adicional em banco de
horas e ser utilizado da forma que acha conveniente o empregador. Assim as horas laboradas
pelo empregado serão remuneradas, já as horas extras poderão ser compensadas em outro dia.
2.7.11 Intervalos
A intrajornada para aqueles que não residem no local de trabalho, será de no mínimo 1
(uma) hora e no máximo 2 (duas) horas, parte inicial do artigo 13, da LC, tendo a
possibilidade via acordo entre empregado e empregador, qual poderá haver uma redução no
horário de almoço, de 30 (trinta) minutos, desde que este trabalhador seja também liberado
30 minutos mais cedo do seu horário normal, parte final do artigo 13, da LC.
53
Fica claro aqui que essa é então de comum acordo de ambos os interessados, optando
assim para o que fica melhor para todos.
Já neste, também faz jus de um acordo de ambos os interessados, mas com alguns
requisitos, como o limite mínimo e máximo, a serem seguidos.
Anteriormente sobre a executividade deste direito, eram por acordo feito entre ambas
as partes. Já com a promulgação da EC 72/2013, a jornada de trabalho ficou determinada
em 8 horas diárias e 44 horas semanais, possuindo 4 horas de trabalho aos sábados e
podendo também compensar as horas do sábado no decorrer da semana. Entretanto em
2015, com a promulgação da LC 150, ela trouxe algumas modificações, em seu artigo 2°,
em que permaneceu a compensação de horas, só que caso venha a ter algum excesso deste,
qual poderá sim ser compensado em qualquer ou dia acordado entres as partes.
54
[...] Art. 2º A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas
diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, observado o disposto nesta Lei.
Dando sequência sobre as jornadas, esta teve grandes modificações e novidade que foi
a jornada de trabalho com escala de 12x36 (doze por trinta e seis), muito utilizado na
contratação de cuidadores de idosos, por exemplo, sendo executado por acordo escrito entres
os interessados.
Nesse contexto o comando da LC em verdade trouxe nova roupagem à matéria,
prestigiando a autonomia privada coletiva, concretizando o que GODINHO DELGADO
chama de “princípio da adequação setorial negociada” (2002, p. 1.296).
Contudo segundo Mauricio Godinho Delgado (2001, p. 96), o conceito do princípio da
adequação setorial negociada, trata-se das possibilidades e limites jurídicos da negociação
coletiva. Ou seja, os critérios de harmonização entre as normas jurídicas oriundas da
55
Diante disso, esta classe trabalhista não possuía o direito à multa de 40% do FGTS
em casos de demissão sem justa causa e com a promulgação nova lei em 2015,
comprovando-se a demissão sem justa causa, o empregado será beneficiado ao receber uma
indenização por parte do empregador, onde este obrigatoriamente terá que contribuir com
3,2% do rendimento do empregado para um fundo de compensação.
Todavia a justa causa está prevista no artigo 27, caput e incisos e a rescisão do
contrata está no artigo 27, parágrafo único e inciso seguinte.
Ademais com o advento da lei atual vigente, o artigo 27 inovou de modo a afastar a
incidência dos artigos 482 e 483 previsto na CLT, ao se referir em rescisão indireta e justa
causa. Assim na parte em que cita os direitos sobre a justa causa, o artigo 27, caput, §1, foi
uma inovadora inclusão, por se trata aos maus tratos aos idosos, enfermo, pessoa com
deficiência ou criança, bem como traz também ali junto com a justa causa a rescisão indireta
do contrato, nos casos de violência doméstica, contra a mulher empregada.
[...] Parágrafo único. O contrato de trabalho poderá ser rescindido por culpa do
empregador quando: (...)
Com todo o exposto acima, a justa causa também vem com alguns requisitos para a sua
caracterização e a rescisão com alguns valores em seus benefícios a serem arrecadados
conforme o caso.
56
Nesse sentido é a doutrina de Gustavo Filipe Barbosa Garcia (GARCIA, Gustavo Filipe
Barbosa. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. pág. 753): “O
Direito do Trabalho tem como um de seus princípios essenciais a continuidade da relação de
emprego.
Entretanto este tema é previsto pela CF/88, em seu no artigo 10, II, "b", bem como pela
a nova legislação das domésticas, LC 150/2015, em seu artigo 25 e parágrafo único, sendo
assim a referida redação permaneceu-se mantida pela lei das domésticas vigente, pois esta tem
garantia de 120 de licença maternidade, podendo ainda ser prorrogado por mais 60 (sessenta)
dia, conforme o Programa Empresa Cidadã que fora estabelecido pela Lei n° 11.770/2008,
requerido pela própria empregada gestante ou pelo empregador.
Todavia, este assunto gerou grandes dúvidas referentes ao período que se caracteriza a
estabilidade da doméstica gestante, onde essa reposta é claramente mencionada no artigo 10,
II, "b" do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal/88, o qual
confere à sua estabilidade provisória, como também a confirmação da gravidez até cinco
meses após o parto.
Art. 10 - Até que seja promulgada a Lei Complementar a que se refere o artigo 7º, I
da Constituição: (...)
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: (...)
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o
parto."
Em consequência disto, surgiu até mesmo jurisprudência sobre a referida dúvida com a
publicação da Lei 12.812/2013, que acrescentou o art. 391-A à CLT ratificando o
entendimento jurisprudencial declinado pelo TST, tal garantia foi definitivamente
edificada, in verbis:
Em suma, essa classe trabalhadora passou pela insegurança devida uma das espécies do
contrato de trabalho, qual era por tempo determinado, onde teve entendimento de que a
estabilidade não seria devida, justamente pelo fato de que o empregado já estaria ciente no seu
término, posto isto, com o surgimento do novo entendimento jurisprudencial, a estabilidade
em ambos os contrato de trabalho, sendo por tempo determinado ou experiência passou a ser
garantida a partir da alteração do inciso III da Súmula 244 do TST, o qual assim explicitou:
III. A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10,
inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na
hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. (Alteração dada
pela Resolução TST 185/2012 de 14.09.2012).
LC 150 Art. 10. É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas,
estabelecer horário de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis)
horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para
repouso e alimentação.
LC 150 Art. 10 § 1o A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto
no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal
remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os
feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art.
70 e o § 5º do art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, e o art. 9o da Lei no 605, de 5 de
janeiro de 1949.
CLT - Art. 385 - O descanso semanal será de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas
e coincidirá no todo ou em parte com o domingo, salvo motivo de conveniência
pública ou necessidade imperiosa de serviço, a juízo da autoridade competente, na
forma das disposições gerais, caso em que recairá em outro dia.
58
Entretanto, de acordo com a lei vigente da doméstica no seu art. 2º, § 7º, aquele que
não exercer suas atividades laborativas nos feriados e nos domingo, não terá tal dia
computado como jornada.
LC 150, Art. 2º, § 7o Os intervalos previstos nesta Lei, o tempo de repouso, as
horas não trabalhadas, os feriados e os domingos livres em que o empregado que
mora no local de trabalho nele permaneça não serão computados como horário de
trabalho.
Este benefício é mais do que essencial aos trabalhadores em geral, pois a pausa que se
tira do exercício de sua atividade e também é um descanso da mente, já que o tempo em que
nosso corpo está em movimento a nossa mente está ainda mais em funcionamento, onde
ambas necessita da pausa, repouso ou descanso.
2.7.16 Seguro-Desemprego
Art. 26. O empregado doméstico que for dispensado sem justa causa fará jus ao
benefício do seguro-desemprego, na forma da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de
1990, no valor de 1 (um) salário-mínimo, por período máximo de 3 (três) meses, de
forma contínua ou alternada.
[...] Art. 28. Para se habilitar ao benefício do seguro-desemprego, o trabalhador
doméstico deverá apresentar ao órgão competente do Ministério do Trabalho e
Emprego:
I - Carteira de Trabalho e Previdência Social, na qual deverão constar a anotação do
contrato de trabalho doméstico e a data de dispensa, de modo a comprovar o vínculo
empregatício, como empregado doméstico, durante pelo menos 15 (quinze) meses
nos últimos 24 (vinte e quatro) meses; [...]
Lei n° 4.266/63, Art. 2º. O salário-família será pago sob a forma de uma quota
percentual, calculada sobre o valor do salário-mínimo local, arredondado esta para o
múltiplo de mil seguinte, por filho menor de qualquer condição, até 14 anos de
idade.
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Art. 68. As cotas do salário-família serão pagas pela empresa ou pelo empregador
doméstico, mensalmente, junto com o salário, efetivando-se a compensação quando
do recolhimento das contribuições, conforme dispuser o Regulamento.
Como vemos nos respectivos artigos acima, para adquirir este benefício, o responsável
terá que possuir alguns requisitos, como por exemplo a (s) certidão (ões) de nascimento (s)
para efetivamente ser comprovado a (s) filiação (ões), para assim usufruir deste.
Antes da lei LC 150, os empregados domésticos não tinham esse direito garantido em
lei, sendo que em 2015 a nova lei, em seu art. 37, modificação do artigo 18, Lei no 8.213, de
24 de julho de 1991, §1°, beneficiando os empregados de diversas forma (artigo 11, I), o
empregado doméstico (artigo 11, II), trabalhador avulso (artigo 11, VI), segurado especial
(artigo 11, VII), com o auxílio acidente.
Art. 37. A Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
Art.18, o Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos
nos incisos I, II, VI e VII do art. 11 desta Lei.
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O respectivo empregador terá que recolher 0,8% por seguro contra acidente, onde o
formato dessa contribuição será de acordo com governo federal.
Essa criação inusitada da LC, tem previsão a partir do artigo 3 e finaliza no artigo 35,
vejamos:
Art. 33. O Simples Doméstico será disciplinado por ato conjunto dos Ministros de
Estado da Fazenda, da Previdência Social e do Trabalho e Emprego que disporá
sobre a apuração, o recolhimento e a distribuição dos recursos recolhidos por meio
do Simples Doméstico, observadas as disposições do art. 21 desta Lei. [...]
De antemão, podemos observar que este benefício formou uma igualdade entre o
empregado e o empregador, pois ambos serão obrigados a fazer os devidos recolhimentos
das referidas redações.
entre elas é que, com o advento da LC esse limite pode se torna em jornada extraordinária,
sendo este vedado para os trabalhadores celetistas, como preconiza o artigo 59, § 4º, da CLT.
Esse benefício está previsto no artigo 3°, §1° e §2°.
Art. 3o Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda 25 (vinte e cinco) horas semanais.
§ 1o O salário a ser pago ao empregado sob regime de tempo parcial será
proporcional a sua jornada, em relação ao empregado que cumpre, nas mesmas
funções, tempo integral.
Ao analisarmos o artigo acima, vimos que com a vigência da respectiva lei, tais
trabalhadores que exercem atividades domésticos em regime de tempo parcial, foi permitida
a realização de no máximo 1 (uma) hora extra por dia.
Diante da redação acima, está mais que clara sobre a contratação de menores, onde se
estabelece a proibição de menor de 18 (dezoito) anos para desempenho de trabalho doméstico,
de acordo com a Convenção no 182, de 1999 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
e com o Decreto 6.481/2008.
Entretanto o vale transporte foi um dos mais novos direitos modificados trazidos pela
LC, sendo permitido, por exemplo, o pagamento em pecúnia mediante recibo.
A referida lei LC 150, prevê o REDOM, em seus artigos 39 a 41, qual surgiu atrás
da Portaria PGFN 1.302/2015, onde estabelecem as regras sobre o pagamento e o
parcelamento de débitos junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
QUADRO 2
MODIFICAÇÕES DESCRIÇÃO
a) Alterou o artigo 20, da Lei n o 8.212, de
24 de julho de 1991;
b) Alterou o parágrafo 1°, do artigo 18,
caput do artigo 19, caput do 21-A e seu parágrafo
2°, caput do artigo 22, caput, artigo 27 e seus
incisos I e II, caput do artigo 34 e seus incisos I e
II, o caput dos artigos 35, 37, 38, 63, 65 e
parágrafo único do artigo 67 da Lei no 8.213, de 4
de julho de 1991;
Alterações e Revogações de Leis
c) Alterou a Lei no 11.196, de 21 de
novembro de 2005, com a inclusão das alíneas “d”
e “e”, do inciso I, do artigo 70;
d) Revogou o inciso I do art. 3o da Lei
o
n 8.009, de 29 de março de 1990;
e) Revoga toda a Lei no 5.859, de 11 de
dezembro de 1972;
f) Revogou o artigo 65 da Lei nº 8.213, de
24 de julho de 1991;
a) Conceitos individuais;
Diferenças entre Empregado (a) Doméstico (a) e
b) Relação de emprego;
Diaristas
c) Vinculo empregatícios;
a) Adicional Noturno;
b) Contrato por Prazo Determinado;
c) Contrato de experiência;
d) Descontos Salariais e Utilidades;
e) Duração do Trabalho Doméstico, Horas
Extras e Compensação de Horas;
f) Duração das Férias – Doméstico em
Tempo Parcial;
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g) Férias;
h) FGTS e Multa Por Demissão
Injustificada;
i) Horário em Viagens;
j) Intervalo intratrajornada (Residente ou
não no local de trabalho);
k) Jornada de Trabalho;
l) Justa Causa e Rescisão Indireta do
Contrato De Trabalho;
m) Licença Maternidade e Estabilidade da
Gestante;
n) Repouso Semanal Remunerado;
o) Seguro-Desemprego;
Direitos que foram diretamente garantidos aos p) Salário Família;
Empregados Domésticos q) Acidentes De Trabalho;
r) Simples Doméstico;
s) Trabalho em Regime de Tempo Parcial;
t) Trabalho do Menor;
u) Vale-Transporte;
v) Programa de Recuperação Previdenciária
dos Empregadores Domésticos (REDOM)
3 CONCLUSÃO
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De início, conclui-se que trabalho e a liberdade são inerentes aos serem humanos, com
tudo atualmente perante a sociedade brasileira se prioriza muito a igualdade entre ambos os
sexos, bem como nas categorias trabalhadoras, principalmente a diversidade de garantias
igualitárias entre os trabalhadores comuns e os trabalhadores domésticos.
Desse modo, as diversas legislações que amparam as respectivas garantias da classe
doméstica foram adquiridas com o decorrer de longos anos e infelizmente foram bem
lentamente, contudo o fim da escravidão e o reconhecimento da precisão desta mão de obra
que atualmente permanece muitíssimo comum tal exercício, traçou um grande início e uma
consciência de valores, determinação e principalmente organização sindical.
Entretanto com o advento da PEC das domesticas, a EC 72/2013, estes trabalhadores
tiveram em tese a legislação que mais lhes deram amparo, mas foi em 2015 com a
promulgação da Lei Complementar n° 150, que esta mão de obra foi finalmente equiparados
aos demais trabalhadores existentes, claro que com certas diferença, pois ambas se difere
umas das outras, devido às particularidades por exemplo, de seus contratos de trabalho, mas
finalmente podemos dizer que já não há mais senzalas abertas.
Todavia com a aprovação da LC 150/2015, ela firmou ainda mais as garantias trazidas
pela CLT e pela CF/88 e inovou com novas redações, qual proporcionou a possibilidade do
empregado e empregador manter-se com contrato ativo, regular e válido. Com tudo, muito se
observa o fato do aumento dos custos para manutenção de um empregado doméstico, qual a
LC inova com a conceituação de diaristas e a diferenciação entre elas. Foi possível constatar
que houve uma medida protetiva não somente para o empregado quanto para o empregador,
uma vez que a LC foi bem ampla no sentido de garantir não somente a categoria em
discussão, mas também os empregadores.
Ademais, percebemos que a existência da discriminação perante esses empregados nos
dias atuais, ainda são um tanto considerável tendo início até mesmo por estes próprios
trabalhadores ao pensarem que o trabalhado doméstico é um trabalho inferior aos demais,
onde muitos se alto classificam como apenas do lar, o que não procede, pois são estes
trabalhadores que merece todo o reconhecimento, valorização pela eficiência no que faz e
necessitam a cada dia de um apoio em sua alta estima no tocante aos seus exercícios na
atividade doméstica mesmo que seja em sua própria residência.
Por fim, em meio a um o estado democrático de direito e uma sociedade onde se tem
certa porcentagem de discriminação e desigualdade, conseguir o reconhecimento pelo o que
faz a liberdade própria e principalmente a equiparação de trabalhador comum, bem como os
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direitos destes, não é nada fácil, mas a classe Doméstica conseguiu calar o mundo com suas
vitorias, luta, garra e muita força de vontade para ter atualmente uma legislação qual é de
total propriedade destes, não esquecendo a nossa CLT e CF/88, que fazem menções sobre
esta mão de obra.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Brasil ratifica Convenção 189 da OIT sobre trabalho doméstico, 1 de Fevereiro de
2018. Disponível em: <http://www.ilo.org/brasilia/noticias/WCMS_616754/lang--
pt/index.htm>. Acesso em 02 de Abril de 2018
BRASIL. Breve analise da nova lei dos domésticos (Lei Complementar 150 de 1° de junho
de 2015). Junho de 2015. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/39888/breve-analise-da-
nova-lei-dos-domesticos-lei-complementar-150-de-1-de-junho-de-2015>. Acesso em 04 de
Junho de 2018
BRASIL. IBGE: Total de trabalhadores com carteira assinada é o menor desde 2012. 31 de
Maio de 2017. Disponível em:<http://www.valor.com.br/brasil/4987294/ibgetotal-de-
trabalhadores-com-carteira-assinada-e-o-menor-desde-2012>. Acesso em 25 de Maio de
2018